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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Correção

A datilógrafa tirou da máquina a ficha e começou a passar a borracha em um certo ponto. Havia errado e estava apagando. Primeiramente passou o lado de “tinta” para remover com mais força. Depois aplicou o lado branco, de “lápis”, para completar a limpeza do erro. Terminada a tarefa de raspagem virou a ficha e despejou os detritos no cesto de lixo. Era uma mistura de papel branco raspado, de borracha verde e branca.

Fiquei pensando nesse trabalho. Muitas vezes nos distraímos na vida e erramos. Um pensamento errado, um sentimento indesejável, um ato feio, são gravações íntimas que não condizem com nossa natureza espiritual.

Vale a pena rever as “fichas” de nossa vida diária, no exercício noturno da Retrospecção. Assim, podemos “apagar”, com o arrependimento sincero, o que, consciente ou inconscientemente, “escrevemos” de mal.

Parece que desse modo a vida vai mais devagar, mas a alma fica limpa… Assim, como nosso patrão nos avalia a eficiência pela segurança, honestidade, limpeza e discernimento demonstrados em nosso serviço, igualmente não podemos fugir de revelar o que vamos gravando dentro de nós por meio dos pensamentos, sentimentos, emoções, palavras, ações, obras e atos. E é por aí que nos capacitamos, perante Deus, a mais elevados cargos, a mais nobres missões em seu Reino.

É do mesmo modo como a melhoria de condições numa firma nos acarreia conforto, consideração, bem-estar, também as consequências favoráveis que provocamos com nossos esforços internos cumulam-nos de paz, de sabedoria, de felicidade, que se refletem em condições físicas melhores.

Melhor seria que não errássemos: a tarefa sai mais depressa e perfeitamente limpa. Mas, estamos aprendendo neste mundo… Errar é humano. Persistir no erro é que é diabólico. Meditei nos detritos jogados no cesto, na dor e nos esforços de que não podemos nem devemos fugir, na correção dos enganos. Vale a pena. Assim é que o diamante se transforma em brilhante.

A bancária interrompeu minhas reflexões. Entregou-me o comprovante, o que havia sido raspado… Olhei-a com simpatia. Havia-me proporcionado uma importante lição.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP em outubro/1969)

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Um Bom Formador de Opinião a partir de Poucas Evidências ou até Nenhuma Evidência

Max Heindel

Durante uma palestra em Portland, Oregon, alguns anos atrás ainda em 1908, este escritor foi um convidado do Sr. George Kyle, que era, na época, vice-presidente da Ferrovia Oregon and Northern. A família havia contraído o “germe astrológico” e estava gravemente infectada com a “doença”, mas o Sr. Kyle, como convinha a um homem de negócios obstinado, ficou indiferente, até uma noite em que estávamos sentados à mesa, na sala de jantar, e o horóscopo de uma jovem veio para análise. Era evidente que ela fosse mais do que anticonvencional, mas o escritor interveio, dizendo que ela nunca teve chance e foi usada na infância por quem deveria tê-la protegido; ou seja, o pai. As circunstâncias eram conhecidas por alguns dos presentes e eles concordaram que o padrasto era o responsável por ela ser assim.

Esse teste atingiu a Mente do Sr. Kyle. Ele viu que devia haver algo na Astrologia ou que aquela afirmação íntima nunca poderia ser feita por alguém que não conhecesse as circunstâncias. Ele começou a fazer perguntas, parecendo um tanto desapontado quando lhe disseram que era necessário saber a hora e, se possível, o minuto exato do nascimento para fazer um horóscopo correto, porque ele disse que isso o impedia, pois também não sabia. Foi então explicado a ele que existe um método de acertar um horóscopo, como se acerta um relógio: se você acertar uma hora de forma adiantada, o relógio continuará a estar muito à frente do tempo real. Se você definir no horóscopo um ou dois Signos da mesma forma, continuará a haver muitos Signos, ou o número correspondente de meses, à frente nas previsões.

No entanto, o escritor disse: “Eu sou um bom formador de opinião mesmo com poucas ou até nenhum evidência e, geralmente, sou capaz de situar as pessoas em seus lugares adequados”. Você está, em minha opinião, sob a regência de Sagitário; podemos fazer um horóscopo de teste para o meio desse Signo, calcular alguns eventos em sua vida e ver se isso se encaixa nas características gerais. Assim foi feito e começamos a contar ao Sr. Kyle quais eram seus hábitos, seus pontos fracos e fortes. Com tudo isso ele concordou. Em seguida, calculamos o dia exato em que ele recebeu a vice-presidência da ferrovia em que serviu. Isso também foi descoberto na hora, de modo que não houve, nesse caso, a necessidade de fazer dois ou três horóscopos, antes que o certo fosse feito.

Mas, enquanto estávamos lendo, o Sr. Kyle, que é muito perspicaz, apontou para o símbolo de Netuno e disse: “Mas o que é isso, Sr. Heindel? Posso ver que você está fugindo disso o tempo todo e não parece querer dizer algo sobre isso”. Isso mostrou sua penetração, pois era realmente verdade. Netuno foi colocado em tal posição e com Aspectos de tal forma que parecesse implicar que o sujeito cometeria traição em algum momento da sua vida, estando sujeito à prisão e escândalo público por causa disso.

Parecia uma ideia tão exagerada que não nos importamos de expressá-la. Em outras palavras e para nossa vergonha, duvidamos das “estrelas”; contudo, quando pegos, rimos admitindo que tal fosse o caso. As indicações mostravam traição e provável prisão. Então todos riram, pois, é claro, a ideia parecia tão ridícula para eles quanto para o escritor.

Entretanto, de repente uma mudança pareceu vir primeiro em um rosto e depois em outro, até que todos ficaram muito sérios. Nós nos olhamos mudos de admiração e espanto. Finalmente, o Sr. Kyle disse: “Bem, afinal isso também está certo”. Ele então disse ao escritor que alguns anos atrás ele havia sido chamado para Transvaal, África do Sul, a fim de construir uma ferrovia lá. Isso foi na época em que o ataque Jamieson foi realizado. O Sr. Kyle estava envolvido naquele caso e apenas uma fuga apressada do Transvaal o salvou de ser preso. Além disso, ele também admitiu que, há alguns anos, enquanto estava empenhado na construção de um trecho da Estrada de Ferro Canadense do Pacífico, o governo canadense alegou que havia uma conspiração de sua parte para contratar mão-de-obra americana em detrimento e exclusão dos canadenses. Naquela época, houve uma discussão considerável nos jornais, ele nos disse, e finalmente ele foi forçado a deixar o país vizinho e voltar para os Estados Unidos.

Assim, como de costume, os Astros tinham falado a verdade e o escritor se envergonhou de confessar que, apesar da sua ostentada fé nelas, não teve coragem suficiente para externar a sua mensagem, quando lhe parecia estar fora de todas as probabilidades.

Há nisso uma lição tanto para o jovem Astrólogo Rosacruz como para os mais velhos: você pode estar absolutamente certo de que a “Mensagem das Estrelas” é verdadeira até o âmago. Acredite nas “estrelas” e você sempre encontrará sua fé justificada.

(Publicada na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro de 1916 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Chaves do Reino

Dizemos que os Astros possuam certas características porque são os Ministros de Deus que tomam conta de certos departamentos da vida. São os Espíritos diante do Trono, mencionados na Bíblia, no Apocalipse.

Tudo é som, é realmente música. A Música das Esferas. A Palavra, como diz São João, fez-se carne e todas as coisas foram feitas por Ela e sem Ela nada do que foi feito se fez. Consequentemente, tudo é vibração.

Os Astros não fazem outra coisa senão colocar em manifestação as tendências que existem no íntimo de cada um. Cada Astro possui uma nota-chave, um som ou ainda uma vibração que lhe é própria.

É marcante, tenha a humanidade consciência disso ou não, que a Arte, em especial a Música, sempre esteve em estreita ligação com as religiões ou filosofias, atuando como meio facilitador para a sublimação e transmutação das vibrações recebidas dos Astros. Quando só a compreensão racional não opera a transformação necessária, a Arte torna-se uma grande aliada.

Abaixo, damos um pequeno esboço da correlação entre as notas-chaves dos Astros e as características da Música. Se o leitor se propuser a entender as notas-chaves dos Ministros de Deus, poderá deduzir novas correlações.

Quando uma pessoa assimilou todas as lições de cada Astro, podemos dizer que ela possui todas as chaves… as Chaves do Reino.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de São Paulo – SP de maio-junho/2001)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é a conexão existente entre o Jardim do Éden do Gênesis e a Nova Jerusalém do Apocalipse?

Resposta: Na realidade, há uma conexão muito íntima, porque ambos são um e o mesmo fato. Jamais existiu o Jardim do Éden localizado no plano físico. As condições edênicas existiram somente nos reinos Etéricos. A humanidade que habitava o Jardim do Éden não tinha ainda um Corpo Denso (com os componentes sólidos, líquidos e gases) como temos hoje e, portanto, não poderia viver em um Corpo Denso nem habitar uma Região Química do Mundo Físico. E mesmo quando já tinha um Corpo Denso até a metade da Época Atlante, nossa consciência não era de vigília, ou seja, não tinha a consciência da existência desse Corpo Denso em seu meio na Região Química do Mundo Físico. Somente após a Queda, o ser humano “desceu” à existência física e tomou “roupagens de pele”, como nos conta a Bíblia, ou seja, passamos a habitar a Região Química do Mundo Físico.

Quando o ser humano se elevar deste plano da geração ao de sua completa regeneração, ele ascenderá aos reinos edênicos citados no Livro do Apocalipse como a Nova Jerusalém. Aí então, o ser humano não se alimentará mais do fruto da Árvore do Bem e do Mal (a Árvore do Conhecimento), mas sim da Árvore da Vida. Doenças, pobreza, velhice e morte terão acabado, uma vez que ele alcançará a sua divina herança: a imortalidade consciente.

Esse glorioso estado será alcançado não só por um povo ou por seguidores dessa ou daquela Religião, mas por toda a humanidade. Ou, nas palavras do Apocalipse, “as folhas da Árvore foram utilizadas para a saúde das nações”. Real e verdadeiramente, um exaltado destino espera por toda a Onda de Vida Humana.

(Do livro “Questions and Answers on the Bible” – Corinne Heline)

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Como aumentar a nossa fé nos livrando do nosso espírito mercenário

O maior perigo do Aspirante Rosacruz que está trilhando o Caminho Rosacruz é se prender na armadilha do egoísmo, e sua única proteção deve advir do cultivo das faculdades da fé, da devoção e da compaixão para com todos. É difícil, mas pode ser feito, e quando isso acontece, a pessoa se torna uma maravilhosa força para o bem do mundo.

Afinal: “Considerai como crescem os lírios no campo, eles não trabalham, nem fiam; e, contudo, digo-vos que nem Salomão com toda a sua glória se vestia como um deles. Se a erva que hoje está no campo e amanhã lançada ao forno Deus veste assim, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Vós, pois, não procureis o que haveis de comer ou beber, e não andeis com o espírito preocupado. Porque são os seres humanos do mundo que buscam todas essas coisas. Mas o vosso Pai sabe que tendes necessidade delas. Buscai, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo“.

Nicodemos ao ouvir Cristo falar-lhe sobre a necessidade do renascimento, perguntou: “Como pode ser isso?”. Com nossas Mentes inquiridoras, nós também ansiamos por mais luz sobre diversos ensinamentos que apontam para o nosso futuro. Como seria útil se pudéssemos perceber esses ensinamentos manifestados e enquadrados nos eventos físicos do quotidiano. Então, teríamos uma base mais firme para sustentar nossa fé e aceitar coisas ainda desconhecidas.

O método de trabalho da Fraternidade Rosacruz é o de correlacionar os fatos espirituais com os fatos físicos, de modo a apelar, primeiro, para a razão e, só depois, estabelecer a fé. Desse modo torna-se mais possível iluminar as almas que buscam esclarecimentos sobre os mistérios da vida.

A fé deve ser demonstrada por meio de obras. Não importa qual seja a nossa situação na vida: se estamos numa escala social alta ou baixa; se somos ricos ou pobres; se estamos ocupados em colocar lâmpadas elétricas para evitar eventuais quedas e acidentes; se temos o privilégio de ocupar uma tribuna mostrando aos outros uma luz espiritual, ensinando os caminhos da alma. Não importa se as mãos estão sujas ou limpas, talvez encardidas pelo trabalho mais humilde de cavar o canal do esgoto para conservar a saúde da nossa comunidade; talvez macias e brancas para cuidar dos enfermos.

O fator determinante para decidir a qualidade do trabalho, se é espiritual ou material, é nossa atitude ao executá-lo.

Há uma Parábola que ajuda nesse assunto: A Figueira Estéril e Seca. e Oração

“De manhã, ao voltar para a cidade, teve fome. E vendo uma figueira à beira do caminho, foi até ela, mas nada encontrou, senão folhas. E disse à figueira: ‘Nunca mais produzas fruto!’. E a figueira secou no mesmo instante. Os discípulos, vendo isso, diziam, espantados: ‘Como assim, a figueira secou de repente?’. Jesus respondeu: ‘Em verdade vos digo: se tiverdes fé, sem duvidar, fareis não só o que fiz com a figueira, mas até mesmo se disserdes a esta montanha: ‘Ergue-te e lança-te ao mar’, isso acontecerá. E tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis.’” (Mt 21:18-22)

 Que as Rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder de responder aos Auxiliares Invisíveis

A Lei de Equidade que governa o Universo dirige também a Cura. Somos os únicos responsáveis pelos males que nos afetam, quer sejam estes de ordem física, como a enfermidade ou a doença, quer os mais sérios, de ordem moral e espiritual. Este mal provém de nossa ignorância ao infringirmos as Leis da Natureza, que são as Leis de Deus, com nossos hábitos errôneos.

É lógico supor que essa maneira egoísta e antinatural de viver proceda de várias vidas passadas. O único modo de transmutar essas dívidas do destino que todos, uns mais, outros menos, trazemos ao nascer, é começarmos a viver retamente, praticando uma vida de pureza, de amor e de serviço desinteressado aos demais. Vivendo assim, em harmonia com as Leis de Deus, geramos dentro de nós mesmos, em nossa alma, o poder de nos sintonizarmos às elevadas vibrações dos Auxiliares Invisíveis, e fazermo-nos merecedores de receber a Divina Força Curadora do Pai.

Só nós podemos criar esse poder, pois depende de nosso livre arbítrio fazermos o bem. Nem mesmo Deus pode criá-lo para nós. Quando tivermos transmutado o mal em suficiente proporção, por meio de um reto viver, então a imutável e justa Lei de Equidade entrará em ação, com a mesma segurança com que uma pedra lançada ao espaço torna a cair. A Cura, então, será efetuada.

Anda e Não Peques Mais“, dizia Cristo aqueles a quem curava, dando assim a entender, que o pecado é a causa da enfermidade e da doença.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – abril/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O “Filho do Homem” e o “Filho da Viúva”

Lemos na Bíblia, em Gênesis, 1:27 que os Elohim formaram o “homem à sua semelhança”, isto é, fizeram-nos macho e fêmea como Eles (os Elohim). Ali temos a descrição da nossa Época Atlante.

Quem eram esses Elohim? Eram, nada mais nada menos, que as Hierarquias Criadoras que, nesse primeiro capítulo do Gênesis, foram chamados de Elohim: “Eloh”, um nome feminino em que a letra “h” indica o gênero e “Im”, a desinência de plural masculino.

Portanto, trata-se de uma hoste de seres bissexuais, masculino-femininos, expressões da energia dual criadora, positivo-negativa. Pois Deus é um ser composto.

Jeová era e é uma dessas Hierarquias Criadoras, portanto, um Elohim. Sua presença aparece mais explícita a partir do segundo capítulo do Gênesis no texto hebraico. E não poderia ser de outra maneira, pois sua parte especial no trabalho da Criação começa efetivamente a partir dali. Jeová é o Guia dos Anjos, a Onda de Vida que atingiu o “grau de humanidade” do Período Lunar, e é o regente da Lua atual. O trabalho de Jeová é a construção de corpos ou formas concretas, por meio das forças lunares cristalizantes e endurecidas. Seu trabalho é multiplicar o que existe sobre o nosso Planeta Terra. Portanto, Ele é o dador de crianças e os Anjos são os mensageiros nesta obra. Jeová também não é somente o “Deus dos Judeus”. Ele é também o autor de todas as Religiões de Raça que nos conduzem ao Cristianismo. Como Deus de Raça, tem características que o faz ser um Deus ciumento e zeloso, como um feitor que nos obriga a fazer isto ou aquilo, ou nos proíbe de fazer outras coisas.

Pela sua Lei, quem não obedece é expulso, sofre e é abandonado. É a Lei do “Olho por Olho, Dente por Dente”. Assim, no Velho Testamento temos a história de toda a nossa descida até a esse Mundo Físico: nossa transgressão as leis de Jeová, como Jeová nos guiou no passado e como nos guiará no futuro até que alcancemos o Reino dos Céus; e é justamente aqui que vamos buscar a origem das duas tendências que operam atualmente no mundo: de um lado, a de buscar compreender tudo e do outro, a de aceitar tudo como é.

Vamos começar dizendo que o relato bíblico tem pontos coincidentes e pontos discrepantes com respeito à Lenda Maçônica.

No capítulo 1 de Gênesis, 22, diz-se que Deus criou Eva, o ser feminino. A Lenda Maçônica diz que Jeová criou Eva. E que o Espírito Lucífero Samael se uniu a ela. Mas este foi expulso por Jeová e forçado a deixá-la antes do nascimento do fruto dessa união, Caim. Ora, Samael é um dos espíritos marcianos que, liderados por Lucífer, ajudou a humanidade incipiente a comer da Árvore do Conhecimento.

Aquele ensinamento relatado na Bíblia em Gênesis 3:1-8, nada mais era do que chamar a atenção da humanidade que ela poderia procriar sozinha, sem a ajuda dos Anjos ou de Jeová. Motivo pelo qual foram expulsos do paraíso.

Voltando a Lenda Maçônica, temos que depois Jeová criou Adão para ser companheiro de Eva. E dessa união nasceu Abel. Assim, Caim ficou sendo filho de natureza semidivina, fruto da união de um espírito de Lúcifer, Samael, com um ser humano, Eva. Abel ficou sendo filho da união de dois seres humanos: Adão e Eva.

Pelo fato de Samael ter que abandonar Eva, mesmo antes do nascimento de Caim, este, então, ficou conhecido como “Filho da Viúva”. Afinal, Samael nunca assumiu sua função de marido ou de pai, portanto, o seu filho era, como já foi dito, o filho de uma viúva.

Já como Adão permaneceu com Eva mesmo após o nascimento de Abel, este ficou conhecido como “Filho do Homem”. Afinal, Adão assumiu sua função de marido e de pai, portanto, o seu filho era, como já foi dito, o filho do homem.

Essa diferença desses dois seres tornou o principal diferencial de toda a nossa evolução. Caim, por ser um produto semidivino, tinha o impulso divino da criação. Abel, por ser um produto totalmente humano, contentava em aceitar tudo como estava.

Como lemos na Bíblia, Gênesis 4:2: “Abel tornou-se pastor e Caim lavrador“. Abel contentava-se em guardar rebanhos, criados também por Jeová. Abel e esses rebanhos se alimentavam do alimento vegetal que crescia naturalmente, sem esforço nenhum de Abel, ou seja, uma dádiva dos deuses. Caim, não. Tinha o desejo dominante de criar algo. Não se sentia satisfeito enquanto não realizasse algo por iniciativa própria. Portanto, ele: plantou as sementes que achou, fez crescer o grão e ofereceu a Jeová o fruto do trabalho de suas mãos.

Mas, como lemos em Gênesis 4:3-5: “… ofereceu Caim frutos da Terra em oblação ao Senhor. Abel, de seu lado, ofereceu dos primogênitos do seu rebanho e das gorduras dele; e o Senhor olhou, com agrado, para Abel e sua oblação, mas não olhou para Caim, nem os seus dons“.

Ora, Abel fazia tudo que Jeová dizia. Era obediente e, portanto, harmonioso num regime de Leis. Estava satisfeito em aceitar o seu modo de vida, cônscio de sua descendência divina, gerada sem esforço e iniciativa própria.

Por outro lado, Caim não era obediente e, portanto, desarmonioso num regime de Leis. Imbuído com a dinâmica energia marcial herdada de seu divino antecessor, era agressivo, progressista e possuidor de grande iniciativa, mas impaciente à repressão ou autoridade, tanto humana como divina. Reluta em aceitar ideias pela fé e inclina-se a provar tudo à luz da razão.

Em consequência, criou-se uma animosidade entre Caim e Abel, e como lemos em Gênesis 4:8: “Caim disse então a Abel, seu irmão: ‘Vamos ao campo’. Logo que chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre seu irmão e matou-o“.

Ao saber do que Caim tinha feito Jeová o amaldiçoou, como lemos em Gênesis 4:11: “De ora em diante, serás maldito e expulso da Terra… E tu serás peregrino e errante sobre a Terra… E o Senhor pôs em Caim um sinal na sua fronte“.

Assim, Caim perdeu sua visão espiritual e foi aprisionado no Corpo Denso, através do sinal em sua fronte, lugar onde se diz que Caim foi marcado. Ele vagou como filho pródigo na relativa escuridão do mundo material, esquecido do seu estado divino.

Então, Adão conheceu outra vez Eva e ela deu à luz a Seth, como lemos em Gênesis 4:25: “Deus deu-me uma posteridade para substituir Abel, que Caim matou“. Seth tinha as mesmas características de Abel, e as transmitiu aos seus descendentes, os Filhos de Seth, que continuavam a confiar inteiramente em Jeová e viviam pela fé e não pelo trabalho.

Por outro lado, os descendentes de Caim, os Filhos de Caim, através da árdua e enérgica diligência nos trabalhos do mundo, adquiriram: a sabedoria mundana e o poder temporal. Tornaram-se mestres na arte da política, governantes temporais. Enquanto os Filhos de Seth, tomando o Senhor por guia, tornaram-se canais para a sabedoria divina e poder espiritual. Tornaram-se mestres na arte do sacerdócio, guias espirituais.

A animosidade entre Caim e Abel perpetuou-se de geração a geração entre seus respectivos descendentes. E não poderia ser de outro modo, pois essas gerações deram origem a duas correntes de ações no mundo: uma classe, como governantes temporais, aspirava elevar o bem-estar físico da humanidade através da conquista do mundo material; enquanto a outra classe, como sacerdotes ou guia espiritual, estimulava seus seguidores a abandonar o mundo perverso e a buscar consolo em Deus.

Assim, formaram-se duas escolas: uma visa formar mestres trabalhadores, peritos no uso de ferramentas com as quais possam tirar seu sustento da terra, e a outra produz mestres mágicos, hábeis no uso da palavra para fazer invocações e, dessa forma, ganham aqui o apoio daqueles que trabalham e rezam para que eles alcancem o céu.

Da progênie semidivina de Caim descendem várias gerações de filhos que originaram todas as artes e ofícios e as cidades e a habilidade para se trabalhar com fogo. Deve-se a eles: essa nossa indomável coragem de ousar; essa nossa inquebrantável vontade de fazer e esse nosso diplomático discernimento de saber calar.

Vejamos na Bíblia, em Gênesis 4:19-22: “Ada deu à luz a Jabel e Jubal. Jabel foi construtor das tendas. Jubal foi o pai de todos aqueles que tocam a cítara e os instrumentos de sopro. Sela deu à luz Tubal-Caim, o pai de todos aqueles que trabalham o cobre e o ferro“.

Já da progênie humana de Abel descendem várias gerações de filhos que originaram todo tipo de sacerdócio e de guia espiritual, tais como: Noé, Abraão, Isaac, Jacó, Davi, Salomão, Jesus.

Em Gênesis 4:26, lemos: “Seth também teve um filho a quem chamou de Enós. Foi então que se começou a invocar o nome do Senhor“. Enós é considerado o Iniciador da Religião ou do culto a Deus.

Um exemplo da união dessas duas forças para a construção de algo extremamente elevado e espiritual podemos achar na construção do Templo do Rei Salomão (em IReis 5:9-32 e 6:1-38).

O Rei Salomão era descendente dos Filhos de Seth, “Filho do Homem”. Salomão era o ser humano mais sábio que existia no mundo. Nele concentrava toda a sabedoria divina de todos os Filhos de Seth que o precederam. Como descendente dos filhos de Seth, Salomão não era especialista na construção concreta do Templo. O seu papel foi o de instrumento realizador do plano divino revelado a Davi por Jeová. Por isso, Salomão buscou a cooperação do Rei Hiram de Tyro, descendente dos filhos de Caim, “Filho da Viúva”.

Esse por sua vez escolheu Hiram Abiff para ser o mestre de todos que trabalhavam na construção. Hiram Abiff era o mais habilidoso artífice no trabalho do mundo. Nele se concentrava toda a arte e ofício de todos os Filhos de Caim que o precederam. Assim, a habilidade material dos Filhos de Caim foi tão necessária para a construção deste Templo como o era a concepção espiritual dos Filhos de Seth.

E, portanto, durante o período de construção, as duas classes uniram forças, esqueceram a inimizade latente.

Essa foi de fato a primeira tentativa de unir os Filhos de Caim e os Filhos de Seth. Se essa união tivesse alcançado sucesso, nossa história teria sido provavelmente alterada substancialmente. E por que não deu certo?

Porque quando Hiram Abiff, descendente dos Filhos de Caim, “Filho da Viúva”, estava perto de acabar a obra prima do Templo, que seria o Mar Fundido, os Filhos de Seth, “Filho do Homem”, tentaram apagar o fogo utilizado por Hiram Abiff, jogando água e por pouco não conseguiram. Com isso frustrou o plano divino de reconciliação entre essas duas classes.

 Mas esses dois personagens, expoentes maiores das duas classes hoje existentes – “Filho do Homem” e o “Filho da Viúva” – continuaram trabalhando nesse objetivo de reconciliação, renascendo de tempos em tempos, trabalhando tanto de um lado como do outro.

Salomão renasceu como Jesus de Nazaré, o “Filho do Homem”.

Hiram Abiff renasceu, nos tempos de Jesus de Nazaré, como Lázaro e, depois como Christian Rosenkreuz.

Jesus, o “Filho do Homem”, trabalhou e trabalha até hoje entre as igrejas, onde a Religião é cultivada e o ser humano é conduzido de volta a Deus por meio do caminho sincero da devoção.

Christian Rosenkreuz, o “Filho da Viúva”, trabalha com todas as potências do mundo, as indústrias e a ciência, a fim de efetuar a união das forças temporais e espirituais, a “cabeça e o coração”, que deve ser realizada antes que o Cristo, Filho de Deus, possa vir novamente.

Pois, na época que isso ocorrer, no Reino do Cristo, só haverá um regente. Cristo será ambos: Rei e Sacerdote ou como fala São Paulo na sua Epístola aos Hebreus 5:6-10 e 7:1-18: Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, desempenhando o duplo ofício de cabeça espiritual e temporal.

Enquanto isso, nós estamos sendo educados para alcançar essa união. Nossos dirigentes devem se aproximar cada vez mais desse ideal: sendo sábios o suficiente para governar um estado e bons o bastante para guiar o coração dos seres humanos.

E é essa a condição que Christian Rosenkreuz, o “Filho da Viúva” e Jesus, o “Filho do Homem”, se esforçam por trazer ao estado e as igrejas atuais.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

(*) Pintura: The Body of Abel Found by Adam and Eve-1826-William Blake

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Vale das Lágrimas – Como surgiu o Salgueiro Chorão

Muitas das fábulas da antiguidade são baseadas nos Mistérios Secretos. Assim como o indivíduo aprende a compreender e comemorar o mistério da mudança das estações, assim também os Anjos sabem e mantêm vigília sagrada nesses tempos sagrados. Entretanto, sempre devemos lembrar que a Onda de Vida Angélica atinge um plano muito mais elevado de consciência espiritual do que o ser humano. Consequentemente, os Anjos conhecem um significado mais profundo e recebem um influxo maior de êxtase espiritual na época dos quatro festivais solares sazonais.

O Salgueiro sempre foi associado à tristeza que vem pela morte. Nos primeiros cerimoniais de sacrifício, as vítimas eram enfeitadas com seus galhos, e hoje em dia é uma das decorações favoritas daquele solo sagrado em que os corpos dos mortos amados são sepultados. Há uma razão especial para isso, que era conhecida e compreendida pelo ser humano antes que o véu que separa a terra dos vivos da dos mortos se tornasse tão denso como agora.

De todos aqueles que permanecem na Terra, muitos já aprenderam como é prudente e correto orar pelos entes queridos que passaram para o outro lado, mas, ainda, poucos sabem que um dos primeiros deveres impostos àqueles que fazem a passagem é orar pelos aflitos que ficaram conscientemente neste Mundo Físico. E é assim que orações de amor, força, cura e coragem são continuamente levadas de um lado para o outro entre o Céu e a Terra. A cada dia se conhece a agonia da despedida e a da dor, que só pode ser amenizada por meio desse intercâmbio de orações amorosas entre os que estão na Terra e os que estão no lado invisível da vida.

A Árvore do Salgueiro deve suportar este sinônimo de lágrimas até que os filhos e filhas da Terra compreendam essa mensagem em que os Anjos imprimiram dentro de seu coração, pois somente a partir da separação na morte é que não poderá mais existir. Leia mais aqui: Vale de Lágrimas – Como surgiu o Salgueiro Chorão

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Diagnóstico pela Astrologia Rosacruz: quando feito corretamente é superior a todos os outros

Para aqueles que concebem a divina ciência da Astrologia Rosacruz, um estudo verdadeiro e um julgamento não concebido, não há dúvidas quanto a superioridade do diagnóstico pela Astrologia Rosacruz sobre todos os outros métodos de diagnosticar enfermidades e doenças. Contudo, o reto uso desse método requer uma elevada capacidade de discernimento associada a certos princípios psicológicos fundamentais.

Primeiramente, o mínimo possível do diagnóstico obtido diretamente do horóscopo pode ser dado ao paciente, pois é preciso que se tenha sempre em mente que uma pessoa enferma ou doente é uma pessoa anormal em certo grau, inclinando-se a não compreender devidamente ou a interpretar erroneamente aquilo que se lhe diz.

Acontece com muita frequência, que uma pessoa sabedora de certo Aspecto astrológico adverso (Quadraturas, Oposições e algumas Conjunções) no seu mapa natal, ou de certa condição crônica no seu Corpo Denso, construa a imagem mental da anormalidade, podendo, assim, torná-la ainda mais severa. Tal fixação mental e emocional pode se tornar tão forte que venha a prevalecer um espírito de desânimo e, assim, a pessoa cria um invólucro em torno de si tornando muito difícil o prestar-lhe assistência.

Vemos, assim, a necessidade de sempre se acentuar fortemente os Aspectos astrológicos benéficos (Sextis, Trígonos e algumas Conjunções) e a possibilidade de usá-los, a fim de contrabalançar e superar os indesejáveis estados mentais e emocionais que resultam em enfermidades e doenças. Otimismo e jovialidade são os fatores fundamentais no Método de Cura Rosacruz bem estabelecido.

Além disso, o paciente deve saber que os Aspectos do seu mapa natal são obras exclusivamente suas, e que os afetarão, enquanto trilhar as linhas adversas de pensamento ou de sentimentos indicadas no tema natal.

Deve-se evidenciar repetidamente a habilidade que o Ego ou Espírito (o que realmente cada um de nós é, e não os nossos Corpos) possui em “governar as suas estrelas”, de modo a evitar qualquer grau de fatalismo.

Não há limites para o poder de um Espírito desperto!

(Tradução de Rays From The Rose Cross e publicado no Serviço Rosacruz 07/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Candelabro de Ouro ou de Sete Braços – o Místico Significado da Sala Leste do Tabernáculo no Deserto

O Candelabro era de ouro puro; ele era todo cinzelado: pedestal, haste, cálices, botões e flores formarão com ele uma só peça. Dos seus lados saiam seis braços, três de cada lado. Cada braço tinha três cálices, com formato de flor de amêndoa, com botão e flor; e três cálices com flor de amêndoa no outro lado, com botão e flor. Assim eram os seis braços saindo do candelabro. Mas o tronco do candelabro tinha quatro cálices com formato de flor de amêndoa, com botão e flor: um botão sob os dois primeiros braços que saíam do candelabro, um botão sob os dois braços seguintes, e um botão sob os dois últimos braços; assim se tinha com os seis braços que saíam do candelabro. Os botões e os braços formarão uma só peça com o candelabro. E tudo será feito com um bloco de ouro batido. Havia também sete lâmpadas, de modo que ficavam elevadas e iluminavama parte dianteira.

Quando o sacerdote se posicionava no centro da Sala Leste do Tabernáculo, o Candelabro de sete Braços ficava à sua esquerda em direção ao sul.

Faça um candelabro de ouro puro; ele será todo cinzelado: pedestal, haste, cálices, botões e flores formarão com ele uma só peça. Dos seus lados sairão seis braços, três de cada lado. Cada braço terá três cálices, com formato de flor de amêndoa, com botão e flor; e três cálices com flor de amêndoa no outro lado, com botão e flor. Assim serão os seis braços saindo do candelabro. Mas o tronco do candelabro terá quatro cálices com formato de flor de amêndoa, com botão e flor: um botão sob os dois primeiros braços que saem do candelabro, um botão sob os dois braços seguintes, e um botão sob os dois últimos braços; assim se fará com os seis braços que saem do candelabro.Os botões e os braços formarão uma só peça com o candelabro. E tudo será feito com um bloco de ouro batido. Faça também sete lâmpadas, de modo que fiquem elevadas e iluminem a parte dianteira.” (Ex 25: 31-40 e 37: 17-24).

Isso simbolizava o fato de que os sete dadores de luz, ou Planetas que trilham a dança do círculo místico ao redor da órbita central, o Sol, deslocam-se na estreita faixa abrangendo oito graus de cada lado do caminho do Sol, que é chamado de Zodíaco. “Deus é luz” e os “Sete Espíritos diante do Trono” são Ministros de Deus; portanto, eles também são mensageiros da luz para a humanidade.

Além disso, como os céus ficam iluminados, quando a Lua em suas fases chega à ‘plenitude’ na parte oriental dos céus, também a Sala Leste do Tabernáculo ficava cheia de LUZ, indicando visivelmente ali a presença de Deus e Seus sete ministros, os Anjos Estelares.

Podemos observar, de passagem, a luz do Candelabro de Ouro, que era clara e a sua chama sem odor, e compará-la com a esfumaçada chama no Altar dos Sacrifícios que, em certo momento, gerava escuridão ao invés de dissipá-la. Mas, há um significado ainda mais profundo e sublime nesse símbolo do fogo, que não entraremos em discussão até tratarmos da Glória de Shekinah, cujo brilho deslumbrante pairava sobre o Propiciatório na Sala Ocidental. Antes de entrarmos nesse assunto, precisamos compreender todos os símbolos que estão entre o Candelabro de Ouro e o sublime Fogo do Pai, que era o ponto mais elevado do Santo dos Santos (Sanctum Sanctorum), a parte mais sagrada do Tabernáculo no Deserto.

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

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