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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que a matança nas Grandes Guerras Mundiais não gerou enfermidades desastrosas engendradas pela obsessão e pelos crimes sugeridos?

Pergunta: Por que a matança nas Grandes Guerras Mundiais não gerou enfermidades desastrosas engendradas pela obsessão e pelos crimes sugeridos?

Resposta: Max Heindel, que presenciou a Primeira Grande Guerra, esteve muito apreensivo com o efeito que a guerra poderia ter no entrelaçamento do Corpo Vital e o de Desejos, pensando que pudesse produzir o nascimento de legiões de monstros que afligiriam as futuras gerações. No entanto, foi com grande alegria que reafirmou que não deveríamos temer por isso. Somente quando o ser humano é, premeditadamente, mau e vingativo e persistentemente nutrem esse desejo, sentimento e propósito focado em alguém; somente quando tais desejos e emoções são cultivados, estimulados e mantidos é que produzem o endurecimento do Corpo Vital e criam uma ligação interna entre esses dois veículos. Sabemos, pelos registros da grande guerra que, em geral, as tropas não alimentavam tais sentimentos umas contra as outras, contudo os adversários se relacionavam como amigos, entrando, muitas vezes, em contato e se confraternizando.

Ainda que a guerra foi responsável por uma tremenda mortalidade e, em consequência, acarretou uma deplorável mortalidade infantil em idade futura, não pode ser acusada pelas doenças terríveis engendradas pela obsessão, nem pelos crimes sugeridos por esses demoníacos Corpos de Pecado. (veja mais detalhes no Livro a Teia do Destino, aqui: Parte IV – “O Corpo do Pecado” – Possessão Por Demônios Autocriados – Elementais)

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Pergunta: Durante o sono entramos em contato com parentes e amigos que morreram há já vinte anos, ou isto não passa da ação da memória?

Resposta: O tempo normal de duração que uma pessoa permanece no Mundo do Desejo, após deixar o Corpo Denso pela morte, é de um terço da duração da vida no Corpo aqui, mas isso é apenas uma regra geral. Ha muitos casos em que essa permanência é encurtada ou alongada. Por exemplo, se uma pessoa faz os Exercícios Esotéricos da Fraternidade Rosacruz, especialmente o Exercício de Retrospecção à noite, ela pode dessa maneira científica, desde que ele seja executado com seriedade e sinceramente, antecipar e evitar inteiramente a necessidade da experiência purgatorial. As imagens das cenas em que ela prejudicou alguém teriam sido eliminadas do Átomo-semente do Corpo Denso que está em seu coração pela contrição (pelo Perdão dos Pecados) e, assim, não haveria mais a necessidade da expiação purgatorial. Onde ela tivesse feito algo meritório (de ajuda aos outros) esse fato seria absorvido como pábulo para a alma, e isso encurtaria, senão até eliminará inteiramente, a necessidade da experiência no Primeiro Céu. Assim, essa pessoa ficaria relativamente, se não inteiramente, livre para se devotar ao serviço da humanidade lá no Mundo do Desejo e, por conseguinte, ela poderia permanecer nessas Regiões infeiores. Entretanto, nesse último caso, essas Regiões não constituiriam, para ela, nem o Purgatório nem o Primeiro Céu. Muitos dos Discípulos mais devotos executaram esse trabalho humanitário durante um certo número de anos após terem partido desse Mundo, ou seja, após a sua morte aqui.

Contudo, há alguns que vão para o Segundo Céu imediatamente. O crescimento anímico que atingiram durante uma vida prestativa livra-os de uma existência no Purgatório e no Primeiro Céu e os capacita a efetuar certas investigações lá e passam por um certo treinamento ou aprendizagem que os tornarão aptos a assumir uma posição mais elevada e melhor como auxiliares da humanidade numa vida futura. Essa classe, contudo, não pode ser vista por nenhum amigo ou parente que se ausente do Corpo Denso durante o sono.

Há outras classes que, por assim dizer, se tornam imortais no mal. Não acontece exatamente isso, mas mútua conexão entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos deles força-os a permanecer nas Regiões inferiores dos Mundo invisíveis, mais próximas ao Mundo Físico no qual vivemos, tal como explicamos meticulosamente na série nos textos que publicamos para os Estudantes Rosacruzes no livro A Teia do Destino. Consequentemente, essa classe pode ser encontrada durante um número considerável de anos após terem morrido aqui. Na realidade, é um fato curioso que algumas dessas pessoas más serem procuradas por antigos amigos que também já morreram aqui e que necessitam de auxílio para entrar em contato com o Mundo Físico. O autor se lembra de um exemplo que ocorreu há alguns anos, quando uma sua parente muito idosa estava prestes a morrer aqui. Ela parecia muita ansiosa para ver seu marido que já havia morrido antes dela. Mas ele já alcançara o Primeiro Céu, seus braços e seu corpo já não existiam mais, e somente restava a cabeça. Portanto, dificilmente ele poderia se mostrar a ela quando da sua chegada, e muito menos influir nas condições de seu passamento, que não eram inteiramente do seu agrado. Certas coisas estavam sendo feitas a fim de retardar o ato de separação do Espírito e da carne, o que ocasionou uma tremenda dor e sofrimento que afetava à pessoa moribunda.

Em sua ansiedade, sob a condição de marido, ele apelou para um amigo, cuja mútua conexão entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos o permitia se manifestar mais facilmente. Esse Espírito pegou uma pesada bengala num canto do quarto e com um forte golpe arrancou um livro das mãos da filha da agonizante, o que assustou de tal forma aqueles que estavam presentes, que esses pararam com as lamentações, permitindo que a mulher morresse e partisse para o além. O pobre homem que executou esse fenômeno já estava há mais de vinte anos nos Mundos invisíveis e tanto quanto o autor pôde perceber não havia o menor sinal de dissolução do corpo de pecado, no qual estava envolto; talvez devesse permanecer ali ainda por mais o dobro ou o triplo do período que já havia ficado.

(Pergunta nº 57 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: Os animais, tanto selvagens quanto domésticos, sofrem em muitas situações, e ensinam-nos que os Espíritos-Grupo sofrem mais intensamente. Por que será? Os Espíritos-Grupo, da mesma forma que nós, sofrem as consequências de seus atos errados?

Resposta: Parece muito difícil conceber que seres tão gloriosos quantos os Arcanjos — que, dentre muitas atividades, também exercem as funções de Espíritos-Grupo e Espíritos de Raça — possam cometer atos errados, pelo menos no sentido que o nosso entendimento limitado confere a essa palavra. Cristo é o mais elevado Iniciado dentre os Arcanjos e como sabemos que “Ele sofreu em todos os aspectos da mesma forma que nós, sendo tentado, embora isento de pecado[1] há, evidentemente, uma lei superior. Perceberemos que nós devemos percebê-la quando consideramos a relação dos Espíritos-Grupo com os animais de suas espécies à luz da Lei de Analogia, que é a chave-mestra de todos os mistérios.

A seguinte ilustração do livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, provavelmente, com clareza demonstrará a diferença entre o ser humano com seu Espírito Interno e os animais com seus Espíritos-Grupo:

“Imaginemos um quarto dividido ao meio por uma cortina, um lado representando o Mundo do Desejo e o outro o Mundo Físico. Dois homens, um em cada divisão, não podem ver-se mutuamente. Contudo, na cortina há dez furos pequenos e o ser humano que se encontra na divisão que representa o Mundo do Desejo pode meter seus dez dedos por esses furos para o outro lado que representa o Mundo Físico. Isto pode dar uma excelente representação do Espírito-Grupo que está no Mundo do Desejo. Os dedos representam os animais pertencentes a uma espécie. Pode movê-los a seu gosto, mas não pode empregá-los tão livre e tão inteligentemente quanto o ser humano que se encontra na divisão física pode mover seu Corpo. Esse último vê os dedos que atravessam a cortina e observa que todos se movem, mas não pode ver a relação que existe entre eles. Para ele todos parecem separados e distintos uns dos outros. Não pode ver que são os dedos do ser humano que, atrás da cortina, governa seus movimentos com sua inteligência. Se fere um destes dedos, não é ferido somente o dedo, mas principalmente o ser humano que está por trás da cortina. Se um animal é ferido esse sofre, mas não tanto quanto o Espírito-Grupo. O dedo, não tendo consciência individualizada, move-se conforme a vontade do ser humano assim como os animais se move sob os ditames do Espírito-Grupo. O Corpo Denso, no qual funcionamos, é composto de numerosas células, cada uma tendo uma consciência celular separada, embora de uma ordem muito inferior. O Corpo Denso em que funcionamos é composto de inúmeras células, tendo cada uma sua consciência celular separada, ainda que de ordem inferior.

Enquanto essas células fazem parte do nosso Corpo estão sujeitas e dominadas por nossa consciência. Um Espírito-Grupo animal funciona num Corpo espiritual, que é seu veículo inferior. Esse veículo compõe-se de um número variável de Espíritos Virginais, imbuídos durante esse tempo da consciência do Espírito-Grupo. Esse último dirige os veículos construídos pelos Espíritos Virginais, cuidando deles e ajudando-os a aperfeiçoar esses veículos. Conforme aqueles que estão ao seu cargo evoluem, o Espírito-Grupo também evolui. Sofre assim uma série de metamorfoses, de modo idêntico àquele pelo qual crescemos e ganhamos experiência por introduzirmos em nosso organismo as células do alimento que comemos, elevando também dessa maneira – e por indução temporária – a sua consciência.

Esse Espírito-Grupo dirige as ações animais em harmonia com a lei cósmica, até que os Espíritos Virginais a seu cargo tenham adquirido consciência própria e se tornado humanos. Então, gradualmente começarão a manifestar vontade própria, libertando-se cada vez mais do Espírito-Grupo e tornando-se responsáveis pelos seus próprios atos. Contudo, o Espírito-Grupo continua a influenciá-los (ainda que em grau decrescente) como Espírito de Raça, de tribo, de comunidade ou de família, até que cada indivíduo se torne capaz para agir em plena harmonia com a lei cósmica. Só então o Ego se libertará e se tornará inteiramente independente do Espírito-Grupo, que por sua vez entrará numa fase superior de evolução.”.

À luz da explicação anterior, sobre o relacionamento entre o Espírito-Grupo e os animais, torna-se evidente que os sofrimentos experimentados por meio dos seus representantes têm a mesma finalidade que os sofrimentos experimentados por nós devido aos nossos erros diretos, isto é, para ensiná-los a evitar, sempre que possível, as situações indesejáveis que produzam a dor. O ser humano sem uma arma vê muitos animais quando passeia pelos campos; eles se refugiam em Mount Ecclesia e em outros lugares onde o Espírito-Grupo os sugerem que estarão a salvo. O ser humano com uma arma pode querer caçar, sendo assim, o Espírito-Grupo previne seus protegidos da aproximação de tal ser humano. Além disso, o Espírito-Grupo reveste as suas espécies com peles ou penas com cores parecidas às da terra, das árvores ou das folhas para disfarçá-las tanto quanto possível dos olhos de quem as caçaria e lhes causaria dor. Então, por causa do desejo de evitar a dor para si mesmo, ele exercita à sua engenhosidade no sentido de defender seus protegidos. No entanto, não estamos preparados para afirmar que o desejo de escapar à dor seja o motivo principal do Espírito-Grupo ao defender os seus protegidos, mas os dois estão ligados como a causa e o efeito.

E quanto aos animais abatidos para servirem de alimento, e as pobres criaturas torturadas nos infernos da vivissecção? E quanto aos pobres cavalos submetidos à fome e surrados por cavaleiros desumanos? O que o Espírito-Grupo faz para protegê-los, poupando-os da dor inerente a essa situação? Ele pode instruir os animais selvagens a se salvar por meio de vários métodos, mas o problema que surge em função dos animais domésticos deve apresentar uma dificuldade considerável para o Espírito-Grupo. Ele tem o poder de reter o Átomo-semente necessário à fertilização para preservar a pureza de sua tribo, e é o que faz no caso dos híbridos. Entretanto, o propósito principal da existência é a experiência, por isso, é forçado a deixar os Espíritos sob sua guarda nascerem através de seus canais legítimos, embora fiquem mais expostos a um tratamento cruel nas mãos do ser humano. Futuramente, o ser humano deve e irá ajudar os animais para assim compensar a sua maldade atual, e terá de ajudar os atuais minerais quando eles se tornarem animais. A Lei de Consequência é justa e podemos confiar nela para equilibrar os pratos da balança. Enquanto isso, os Espíritos-Grupo estão aprendendo sobre simpatia e compaixão. Os Espíritos de Raça estão aprendendo a mesma coisa por meio do sofrimento humano, provocado pelas contendas industriais e nacionais. Dia virá em que o leão se deitará ao lado do cordeiro, pastará junto ao boi, a criança poderá brincar com a serpente sem correr risco, quando “as espadas serão transformadas em arados e as lanças em podadeiras[2], e haverá “paz na terra e boa vontade entre os homens[3]. De fato, tudo isso demandará grandes mudanças tanto mentais como morais e físicas, mas “embora os moinhos de Deus moam devagar, moem extraordinariamente bem”[4]. O poder divino moldou o Cosmos a partir do Caos; portanto, temos razão para confiar em seu propósito benevolente e acreditar em sua onipotência ao remover todos os obstáculos para a realização do que hoje nos parece uma utopia.

 (Pergunta nº 60 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Hb 4:15

[2] N.T.: Is 2:4

[3] N.T.: Lc 2:14

[4] N.T.: provérbio popular alemão

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Pergunta: Parece-me perfeitamente lógico que deve haver um Corpo mais sutil tal como você chama de Corpo Vital, mas há algum modo que alguém possa provar isso a um amigo que é muito cético e argumentador?

Resposta: “Um homem persuadido contra sua vontade continua, dentro de si, com a mesma opinião”[1], diz um provérbio antigo, e isso é verdade. Enquanto seu amigo estiver propenso a discutir e não inclinado a examinar as provas com uma Mente aberta, será uma perda de tempo tentar fazê-lo mudar de opinião. Sugeriríamos que você pare de discutir; ele poderá, então, ficar ansioso e propenso a descobrir algo mais. Quando isso acontecer, haverá várias maneiras de provar a existência e realidade do Corpo Vital. Podemos citar algumas.

Em primeiro lugar, há a máquina fotográfica. Talvez você possa encontrá-la em sua cidade, entre os espiritualistas, alguém que esteja capacitado a tirar “fotografias de espíritos”. Embora haja truques bem conhecidos pelos fotógrafos, que permitem a composição de tais fotografias, no entanto, em determinadas condições, foram tiradas fotos de pessoas que passaram para o além sem que houvesse nisso qualquer vislumbre de fraude. Essas pessoas se revestiram de Éter, material com o qual o Corpo Vital é formado, e que é visível às lentes fotográficas. O próprio escritor já foi apanhado por uma câmara ao viajar, em seu Corpo Vital, de Los Angeles a San Pedro para ver um amigo a bordo de um navio a vapor. Isso aconteceu porque me coloquei entre esse amigo e a câmara de outro amigo que estava justamente tirando uma foto instantânea do navio, e a semelhança foi tão boa que fui reconhecido por várias pessoas.

Temos, também, o fenômeno dos cachorros seguindo a trilha de certas pessoas por meio do odor obtido das roupas que elas usaram. Essas roupas ficam impregnadas pelo Éter do Corpo Vital, Corpo esse que se expande cerca de uns quatro centímetros além da periferia do Corpo Denso. Assim, a cada passo que damos, a Terra é penetrada por esse fluido invisível e radiante. Entretanto, verificou-se certa vez, que cães de caça da raça sabujo seguindo o rastro de um criminoso fugitivo falharam e perderam a pista, porque o fugitivo usava patins, evadindo-se através do gelo. Isso lhe permitiu ficar acima do solo, de forma que o Corpo Vital, que se estendia além de seus pés, não impregnou o gelo e, por conseguinte, não havia odor pelo qual os cães sabujos pudessem segui-lo. Resultados similares foram obtidos por uma pessoa que andou sobre “pernas de pau” no local do crime cometido por ela.

Há também o caso do curador magnético que retira do seu paciente as partes doentes do Corpo Vital, as quais são substituídas por Éteres novos que permitem às forças vitais circularem através do órgão físico afetado e, desse modo, realizar a cura. Se o curador magnético não tiver o cuidado de se livrar do fluido etérico negro, de consistência gelatinosa, miasmático, que ele atraiu para seu próprio Corpo, ele cairá doente, e se não existisse tal fluido invisível do qual falamos, o fenômeno da recuperação do paciente e a posterior doença do curador magnético não poderia acontecer.

Finalmente, podemos dizer que se você puder achar as condições e ir ao fundo da questão, há uma maneira e uma condição que permitem a muitas pessoas ver o Corpo Vital com os próprios olhos. Isso pode ser realizado mais facilmente em lugares onde os mortos são enterrados rapidamente logo após a morte. Escolha um período tão próximo quanto possível da Lua Cheia. Então, procure nos noticiários (jornais, internet, etc.) as notícias sobre falecimentos nas últimas vinte e quatro horas e vá ao cemitério na noite seguinte ao enterro da pessoa. Provavelmente, você poderá ver por cima do túmulo recém-fechado, flutuando ao luar, a forma tênue do Corpo Vital que permanece ali e que se decompõe sincronicamente com o Corpo Denso que jaz no túmulo. Isso pode ser observado em qualquer ocasião por um Clarividente, mas só se torna suficientemente denso e visível para a pessoa comum na primeira noite após o funeral. Se não puder vê-lo a princípio, ande ao redor do túmulo e olhe firmemente em sua direção a partir de ângulos diferentes. Terá, então, a mais convincente prova ocular que poderá ser fornecida a seu amigo.

 (Pergunta nº 131 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: de Mary Wollstonecraft (1759-1797), escritora, filósofa, e defensora dos direitos da mulher, inglesa.

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Pergunta: Rezando para que seja feita a vontade de Deus e parei de tentar fazer com que as coisas aconteçam por mim mesma. Isto é certo ou não?

Pergunta: Estou me recuperando de uma doença e me sentindo ótima. Minha experiência tem sido atrair esses bons sentimentos, apoiar-me neles, tentando torná-los e tornar-me melhor. Estou tentando fazer com que as coisas aconteçam de acordo com minha vontade. Estou agora, rezando para que seja feita a vontade de Deus e parei de tentar fazer com que as coisas aconteçam por mim mesma. Isto é certo ou não?

Resposta: Estamos certos ao pedir que seja feita a vontade do Pai. Esse seria o ápice de todos os nossos pedidos, em todas as fases de nossas vidas. Não podemos cometer o erro, porém, de enervar nossa própria vontade, “programando-a” para se tornar passiva na subserviência à vontade de Deus. Foi-nos dada força de vontade para que nos tornemos ativos conforme as leis naturais e universais e isso é um dos aspectos mais importantes de nossa divindade latente. Naturalmente, a vontade de Deus deveria ter prioridade sobretudo, mas devemos estar também preocupados em inclinar nosso desejo, de acordo com o que acreditamos, seja Seu desejo.

É evidente que não estamos sempre certos de compreender Sua vontade, mas é exatamente aí que o processo educativo se torna mais poderoso. Os erros são, frequentemente, nossos melhores professores. Precisamos aprender a agir corretamente sozinhos, acrescentando e completando quando necessário, de modo que nossas vidas possam ser guiadas e dispostas em experiências e canais proporcionais ao progresso e à evolução contínua.

Deus ajuda aqueles que se ajudam”, nos foi ensinado. Se simplesmente imploramos para que “seja feita Vossa vontade”, sem abrir nossos Corações e Mentes para a orientação sobre qual seria Sua vontade nesta determinada situação, e sem fazer o que podemos pelo uso de nossa própria livre vontade para aumentar a vontade divina, não estamos nos ajudando como deveríamos.

“Onde termina a Vontade de Deus e onde começa a minha?” é uma pergunta que todos devem fazer muitas vezes por dia. A resposta não é fácil de se encontrar. Difere em cada situação e não pode ser completamente esclarecida até que o individuo esteja bem treinado na autoanálise e na autocompreensão, que só acontece depois de um longo período de execução do Exercício de Retrospecção noturna.

Idealisticamente, é lógico que a vontade de Deus e a nossa deveriam estar sobrepostas. Se realmente estamos em dúvida se elas se sobrepõem ou não e se somos francos e honestos conosco, a intuição e o bom senso, muitas vezes, vêm ajudar-nos. Se nos perguntamos: “O que Cristo Jesus faria em uma situação como essa?” não iríamos saber, de imediato qual seria a atitude certa a tomar. Mas, se continuarmos nesse caminho e nesse propósito, podemos estar certos de que a vontade de Deus será feita. Portanto, não pare de tentar fazer as coisas acontecerem simplesmente porque estas coisas parecem emanar da sua vontade. Logicamente, se você acha que seus desejos estão em conflito com os Dele, pare imediatamente. Por outro lado, tentar aumentar o bem que vem de nós – seja na forma de bons sentimentos, boas amizades, as dádivas de um trabalho frutífero ou qualquer outro bem – não está, de maneira alguma, intrinsecamente errado. Tudo deve ser considerado: o efeito sobre as outras pessoas, o efeito sobre o nosso relacionamento com as outras pessoas, a experiência do aprendizado em geral, no qual estamos envolvidos, todo o meio ambiente, etc. Em geral, somos aconselhados a fazer o que está em nosso poder – sempre de acordo com as regras do viver corretamente – para aumentar o que é bom.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP em julho e agosto/1993)

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Pergunta: Onde está o Céu?

Resposta: Cristo disse: “O Céu está dentro de nós”. Mesmo assim, é-nos revelado que no momento em que deixou Seus Discípulos, Ele ascendeu ao Céu. Para entender isso, precisamos analisar a constituição de um Planeta. De acordo com o princípio hermético “como é em cima, assim é embaixo”, entenderemos melhor se analisarmos primeiro a constituição do ser humano. O ser humano tem o Corpo Denso que vemos com os nossos olhos, mas, esse Corpo não é tão sólido quanto aparenta, pois é permeado por vários veículos invisíveis.

É composto de sólidos, líquidos e gases da Região Química do Mundo Físico, e a ciência nos diz que são interpenetrados pelo Éter, pois o Corpo do ser humano não é diferente de todos os outros elementos existentes no Mundo. Tanto no sólido mais denso quanto no gás mais rarefeito, a ciência atesta corretamente que cada pequeno átomo vibra num mar de Éter.

Esse Éter ainda é matéria física, uma porção considerável e especializada pelo ser humano, e forma uma contraparte exata do nosso Corpo Denso, além de projetar-se em torno de 3,8 cm além da sua periferia. É essa parte que os médicos de Boston pesaram, colocando pessoas agonizantes sobre balanças – veja essa história completa no livro: O Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel. Notaram que, quando do último suspiro, alguma coisa com certo peso abandonava o Corpo Denso, e o prato da balança que sustentava o peso caía ao chão, com rapidez surpreendente. Os jornalistas declararam que os médicos haviam pesado a alma. Porém o que eles de fato pesaram foi esse Corpo Vital composto de Éter que deixa o Corpo Denso, na hora da morte. Temos um veículo ainda mais sutil, o Corpo de Desejos, que é composto pelo que os ocultistas chamam de substância de desejos, podendo ser visto, por aqueles que têm o sexto sentido desenvolvido, como uma nuvem ovoide envolvendo o Corpo Denso por todos os lados. Esse último localiza-se no centro do Corpo de Desejos, como a gema está no centro de um ovo, com a única diferença: enquanto a clara envolve a gema, mas não a interpenetra, esse Corpo de Desejos permeia totalmente tanto o Corpo Vital quanto o Corpo Denso. Há ainda um material mais sutil na composição do ser humano que podemos denominar de “matéria mental”, o veículo Mente, composta da substância da Região Concreta do Mundo do Pensamento, o material onde formamos os pensamentos-formas que envolvem o Ego interno. O Mundo é constituído de forma similar.

Além desse Mundo visível composto de sólidos, líquidos e gases e interpenetrado pelo Éter, há também um Mundo do Desejo que permeia cada uma das duas Regiões do Mundo Físico indo até o espaço, além do ar e do Éter. Em seguida, há o Mundo do Pensamento, que também penetra toda região do nosso Planeta, do centro à periferia estendendo-se no espaço ainda mais além que os outros dois Mundos. Durante a vida terrena, o ser humano permanece neste Mundo visível, Mas, após a morte, conforme os atos aqui praticados poderá ficar vinculado a esse plano, visto que as regiões do Purgatório – que está nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo – estão em toda parte ao nosso redor e também embaixo no mais recôndito da Terra. Num certo sentido, o Primeiro Céu – que está nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo – também está aqui, pois a matéria que o compõe nos rodeia, mas o Primeiro Céu em si, o local onde os Espíritos liberados geralmente permanecem, encontra-se além da nossa atmosfera. Pode-se dizer, na verdade, que o Segundo Céu – que está na Região do Pensamento Concreto – também está dentro de nós, pois o material com o qual é constituído está aqui. Os Espíritos que nele se encontram poderiam nos visitar, ainda que as condições aqui, e as tendências de pensamentos, etc., seja, depreciativos para o seu trabalho e desenvolvimento. Por isso, eles preferem ficar no ponto mais afastados e longe do nosso Planeta, onde a pura substância mental não é maculada por nossos pensamentos egoístas e prejudiciais. O Terceiro Céu – que está na Região do Pensamento Abstrato – é um local onde pouquíssimos Espíritos, no presente estágio de desenvolvimento, têm alguma consciência. Quase todos nós somos guiados nas atividades do pensamento mais pelas emoções e sensações concernentes às coisas concretas do que pelo pensamento abstrato, que é a faculdade peculiar àquele elevado plano. Quando pensamos no amor geralmente o relacionamos a alguma pessoa. Esse é um pensamento concreto. Mas no amor, em termos abstratos, pouquíssimos são capazes de pensar. Podemos imaginar uma casa, um animal, etc., eles são concretos, mas não gostamos de pensar numa proposição abstrata tal como: “o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos de um triângulo”. A maioria dentre nós tem pouquíssima consciência no Terceiro Céu, consequentemente, pouquíssimo do material desse mundo pode ser encontrado na constituição do nosso Planeta.

(Pergunta nº 61 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: O Ego penetra no corpo no momento da concepção ou no momento do nascimento?

Resposta: Verificou-se, através de investigação clarividente, que no momento da morte o Ego leva consigo as forças de um pequeno átomo localizado no ventrículo esquerdo do coração, o qual é chamado Átomo-semente do Corpo Denso, pois é o núcleo ou semente em volta do qual toda a substância material do corpo se concentra e cada átomo do corpo deve ser capaz de vibrar em uníssono com ele. Por esse motivo, aquele Átomo-semente é depositado no sêmen do pai pouco antes da concepção e, mais tarde, colocado no útero da mãe. Mas a concepção não se faz ao mesmo tempo que a união sexual dos pais. Às vezes, o espermatozoide só fecunda o óvulo quatorze dias após a união dos pais. É essa fecundação do óvulo que pode ser chamada de período da concepção, pois a partir do momento em que o óvulo fecundado deixa a trompa de Falópio, começa o período de gestação.

Durante os primeiros dezoito a vinte e um dias todo o trabalho é feito pela mãe, mas, nesse período, o Ego renascente, envolvido numa nuvem em forma de sino formada por elementos de desejos e substância mental, entra no útero da mãe, e a nuvem fecha-se na base tornando-se ovoide ou oval. Então, o Ego é definitivamente encerrado na carne e já não pode mais escapar, mas deve ficar com a mãe até ser liberado pelo nascimento.

No atual estágio do nosso desenvolvimento, o espírito tem pouquíssima ação consciente sobre o seu futuro veículo, mas está presente o tempo todo e ajuda inconscientemente na tarefa de prover o seu instrumento. Esse processo é tão extraordinário como a nossa capacidade de digerir o nosso alimento e fazer funcionar os nossos órgãos respiratórios sem estarmos conscientes disso.

(Pergunta nº 6 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: Como Demonstrar Experiências Psíquicas?

Pergunta: Como podemos diferenciar entre as experiências ilusórias de um sonho comum e as experiências reais de um Auxiliar Invisível? Existe alguma maneira de provar que alguém esteve em certos lugares, fazendo um trabalho definido, enquanto o Corpo Denso estava dormindo na cama?

Resposta: Sim, se você realmente esteve fora do seu Corpo Denso e conseguiu reter essa memória até a hora de acordar, pode haver uma série de maneiras pelas quais você pode provar a si mesmo e, também, aos outros, se desejar, que você foi, pelo menos naquela ocasião, liberado de seu corpo, sendo capaz de funcionar como um Espírito livre no espaço. Muitas pessoas que leem um artigo de revista como esse, provavelmente, não estejam familiarizadas com a nossa Filosofia Rosacruz.

Portanto, começaremos do início, afirmando que o ser humano não é apenas o Corpo Denso que vemos com nossos olhos, mas que possui veículos feitos de texturas mais finas nos quais ele é capaz de funcionar, quando o Corpo Denso é colocado para descansar, durante o sono. É, de fato, a retirada do Espírito, junto à sua consciência e aos veículos mais sutis, que induz o sono. Na maioria das pessoas, o Espírito, vestido com seus veículos mais finos, paira perto do Corpo Denso, quando esse está em repouso. Geralmente medita sobre os assuntos do dia, mas não parece ter muito interesse em qualquer coisa relativa a isso, até que, por certos exercícios, o estudo da Filosofia Rosacruz e por viver uma vida plena, dedicada ao serviço amoroso e desinteressado para com os outros, é gradualmente despertado para a realidade da vida fora do Corpo Denso.

Então começa a fazer pequenas excursões de investigação. Se a pessoa seguiu o caminho do desenvolvimento espiritual negativo, passivo e perigoso, ela se alia a um grupo de espíritos afins — tudo depende do temperamento da pessoa em questão, pois nosso caráter não é alterado pelo fato de irmos dormir; nós somos lá, no Mundos invisíveis, o que somos aqui, no Mundo visível.

No entanto, há ocasiões em que um homem ou uma mulher se torna tão interessado no trabalho deste Mundo que, ao adormecer, o espírito não consegue se desvencilhar inteiramente do Corpo Denso. Está meio dentro e meio fora, em contato com as cenas dos Mundos invisíveis e ainda ruminando as ocorrências do dia anterior. Então, temos aquele estado de consciência confuso que chamamos de sonhos e esses constituem as experiências noturnas da maioria das pessoas. Mas, quando, como já foi dito, começamos a estudar a Filosofia Rosacruz e, acima de tudo, a viver uma vida de serviço amoroso e desinteressado para com os outros durante o dia; quando realizamos certos exercícios esotéricos à noite com fidelidade e zelo, um dos primeiros sintomas da verdadeira consciência durante a noite, e das experiências nos Mundos invisíveis, é o de sonhos caóticos e ilusórios se tornarem lógicos e racionais. Quando esse estágio é alcançado, nunca nos vemos andando com a cabeça debaixo do braço ou perseguindo uma vaca em um poste, porque sentimos que ela deveria se empoleirar no topo do poste, ou realizar truques idiotas desse tipo; mas descobrimos nós mesmos vivendo normalmente e lá fazendo as coisas da mesma maneira que faríamos aqui, salvo por certos fatos tais como se desejamos ir de um lugar a outro, não andamos a pé nem de carro, mas simplesmente, pelo próprio pensamento, nós nos elevamos no ar e nos deslizamos pelo espaço até chegar ao destino. Então, não somos impedidos por portas trancadas ou janelas fechadas, mas vamos diretamente, passando pela parede, para os cômodos onde desejamos estar e começamos a fazer o trabalho para o qual fomos até lá.

Além disso, podemos descobrir que o espaço e a distância quase deixaram de existir e que uma viagem até um amigo sofredor a alguns milhares de quilômetros de distância leva apenas um momento; contudo, essas coisas não indicam que estamos apenas tendo um sonho ilusório e comum, pois, como dissemos, tais são as leis do Mundos invisíveis que viajamos a uma velocidade maior do que a eletricidade, sempre que desejamos. Não há peso para os corpos invisíveis ao nosso olho físico. É nossa vontade que determina nosso lugar em relação à Terra. Podemos andar na rua ou planar sobre os telhados à vontade. Além disso, como é bem sabido que os átomos de todas as substâncias físicas não se tocam de fato, mas, digamos, nadam no mar de Éter, é perfeitamente possível ao Espírito, livre do Corpo Denso, passar seu corpo invisível pelos interstícios entre os átomos de uma parede de tijolo ou cimento, como Cristo fez quando apareceu aos Discípulos, depois que a porta do aposento onde estavam foi trancada.

Tendo esses fatos na sua Mente, suponha que alguma noite, estando fora do seu Corpo Denso, você conheceu uma pessoa e que, talvez, tenham trabalhado juntos por semanas ou meses; no decorrer da conversa você descobre que seu amigo mora em Nova York ou Londres e você teve a oportunidade de visitá-lo lá, enquanto funcionava em seu corpo invisível.  Suponhamos ainda que se tornou necessário que você fizesse uma viagem de negócios à cidade onde seu amigo está localizado. Você conta a ele sobre essa viagem em uma de suas excursões noturnas. Ele o convida para ser seu hóspede durante sua estada naquela cidade e você aceita o convite.

No dia seguinte, você parte para o seu destino e, na chegada, pega um carro conforme orientação dele, desce na esquina que você já conhece tão bem, sobe até a casa, bate à porta e seu amigo vem ao seu encontro. Ele o pega pela mão fisicamente, como costuma fazer etericamente, nos Mundos invisíveis. Você começa imediatamente a falar sobre coisas que fez fora do Corpo Denso e vocês se conhecem tão bem quanto velhos amigos do Mundo Físico; ou, em outras palavras, você continua o relacionamento no Corpo Denso, exatamente como se formou fora dele, nos Mundos invisíveis.

Essa é uma das formas de comprovar a realidade de suas experiências durante o período em que o corpo dormia. Embora tenhamos colocado o caso hipoteticamente, não é totalmente assim. O escritor, por exemplo, teve tais experiências em vários casos. Um deles foi contado no panfleto “Nosso Trabalho no Mundo” e, não relatando essas experiências apenas para fofocar, às vezes há um objetivo a ser obtido por meio do testemunho pessoal e, por isso, repetimos o relato aqui:

“Na época em que o escritor tinha, sem querer, é claro, passado pelo teste estabelecido pelos Irmãos Maiores para ver se ele provaria ser verdadeiro como o mensageiro deles, um desses Irmãos Maiores, que já havia entrado em minha presença quando a porta estava trancada, apareceu novamente e me notificou que havia sido selecionado para promulgar os Ensinamentos Rosacruzes, que deveria receber no Templo Rosacruz, na Região Etérica do Mundo Físico.  Para chegar àquele lugar, ele me orientou a seguir, na manhã seguinte, para certa estação ferroviária, em Berlim, comprar uma passagem para um lugar do qual nunca tinha ouvido falar e pegar um trem que iria para lá em um determinado horário. Assim, parti na manhã seguinte para a estação ferroviária mencionada, comprei a passagem para o referido destino e descobri que o trem partia no horário que nosso visitante me havia informado. Ao chegar ao destino, encontrei o próprio Irmão Maior vestido com seu Corpo Denso e, por ele, fui conduzido aos arredores do Templo, que não é composto de material da Região Química do Mundo Físico, mas etérico – ou seja formado de material da Região Etérica do Mundo Físico – e, portanto, invisível para as pessoas da vizinhança, que não estão cientes de que a Grande Escola da Sabedoria Ocidental estava localizada entre elas.

O escritor não estava dormindo quando o Irmão Maior entrou em seu quarto e deu as instruções que o levaram à reunião, nem ele foi capaz de focalizar sua visão espiritual à vontade ou deixar seu Corpo Denso, quando isso fosse desejado. Essas faculdades foram despertadas no momento da primeira Iniciação, que ocorreu no Templo da Ordem Rosacruz, logo depois; mas o Irmão Maior, nesse caso, se materializou o suficiente para permitir ao escritor vê-lo e, portanto, a experiência não prova o que pode acontecer quando o Corpo Denso está dormindo, mas demonstra que, no momento em que o escritor recebeu as instruções acima mencionadas, ele não estava sob alucinação e isso prova que é possível, para um Espírito livre, entrar em uma sala e ali se materializar para determinado propósito, como os Auxiliares Invisíveis não raramente têm que fazer. 

Quando o escritor diz “prova”, ele quer dizer, é claro, que provou esse fato a si mesmo. Cada um deve obter essa prova pessoal e esses fatos não podem ser “provados” para outra pessoa. O testemunho é dado apenas com o propósito de mostrar como tais coisas acontecem.

Ao relatar experiências pessoais, talvez não esteja fora de contexto dizer que uma vez esse escritor foi capturado por uma câmera. Vocês sabem que a câmera capta vibrações etéricas e que, embora muitas das chamadas fotografias de espíritos sejam imposturas, há também as reais. O incidente em questão aconteceu quando o escritor estava em um hospital, simplesmente recuperando-se de um colapso sério causado por vários anos de estudo muito rigoroso e excesso de trabalho. Antes disso, não tínhamos experiências psíquicas, mas em uma manhã de domingo, quando um querido amigo estava partindo para a Europa, nós nos sentimos particularmente solitários e intensamente desejosos de ver nosso amigo.

De repente, como num passe de mágica, nós nos encontramos fora da cama, olhando para o pobre corpo definhado que jazia inerte e adormecido; contudo, não sentimos medo e tudo parecia estar bem. Levados dali pelo desejo que originalmente nos libertara do Corpo Denso, viajamos em uma fração de segundo os 32 quilômetros até o porto de San Pedro, onde nos encontramos no navio, com nosso amigo. O barco estava prestes a partir e, nesse momento, um amigo em comum ligou uma câmera na praia. Quando o filme foi revelado, o rosto do escritor, com uma barba crescida de várias semanas, adquirida no hospital, era claramente visível. Desde então, essa foto foi reconhecida por um número dos nossos conhecidos que nem mesmo foram informados e é provável que esse caso pudesse realmente ser estabelecido de tal maneira que constituísse uma prova quase legal, pois poderia ser facilmente demonstrado que o escritor estava no hospital, quando o amigo dele, que estava a bordo daquele navio (que também está na fotografia, é claro) estivesse partindo e a foto foi feita. No entanto, o velho ditado: “um ser humano convencido contra sua vontade não muda sua opinião” é tão verdadeiro que, sem dúvida, uma grande porcentagem das pessoas a repudiaria como impostura, de qualquer maneira. Então, qual é a utilidade? A convicção deve vir de dentro, antes de ser aceita.

Também foram dadas algumas provas do fato de que algumas pessoas estão conscientes fora do Corpo Denso, em algumas das revistas Rays from the Rose Cross anteriores. Entre outras, o Dr. Stuart Leech, no número de setembro da Rays from the Rose Cross, conta a experiência que teve quando um de seus pacientes estava em estágio crítico por causa de apendicite. Tanto ele quanto os outros dois médicos visitaram o menino em seus corpos invisíveis, durante a noite, ajustando a situação para que, ao chegarem à consulta física na manhã seguinte, encontrassem o menino perfeitamente bem. Também publicamos a história da Srta. Kerin, que foi curada milagrosamente por um Auxiliar Invisível.  Ela foi vista em outras ocasiões ajudando os doentes e feridos nos campos de batalha da Europa, como muitos dos Auxiliares Invisíveis estão fazendo atualmente. Assim, há testemunho considerável sobre a evidência de que as pessoas que ainda vivem em seus Corpos Densos, durante o dia, estejam engajadas no trabalho espiritual durante a noite e que suas experiências, transportadas para a consciência desperta através da memória, não são sonhos ilusórios, triviais.

Entretanto, você pode perguntar: “Existe alguma maneira de provar que alguém esteve em determinado lugar, fazendo determinado trabalho?”. Você pode estar em algum lugar, fazendo algo e, ao acordar, deseja saber se foi um sonho ou um fato. Se for esse o seu caso, aconselhamos que, da próxima vez que se encontrar fora do Corpo Denso em algum lugar, em sua cidade natal, por exemplo, você possa, no dia seguinte, ir a esse local e observar alguns pequenos detalhes que possa reconhecer depois.

Suponha que você se encontre na sala de espera de uma estação ferroviária, em sua cidade. Conte as janelas da sala, conte os bancos e preste atenção especial na disposição deles; observe o lugar onde a cabine telefônica fica, se houver uma, e quaisquer outras coisas que você não tenha notado em suas visitas anteriores ao local e que não possam ser alteradas por alguém antes que você possa chegar lá na manhã seguinte. Anote os fatos o mais rápido possível para que não escapem da sua Mente e, a seguir, conforme sua conveniência, vá até a estação, entre na sala de espera e lá, conte as janelas, observe a disposição dos bancos, a cabine telefônica, etc. Isso, por si só, vai dar a você uma razão justa para acreditar que esteve lá durante a noite, se você descobrir que acertou no que trouxe da visita noturna para a vida diurna, pela memória. Se o lugar onde você se encontra, quando está fora do Corpo Denso, é a casa de um amigo, o que também acontece ocasionalmente, siga o mesmo método de anotar detalhes a que você não prestou atenção em suas visitas anteriores. Conte as cadeiras da sala, observe se há algum arranhão ou sinal na mobília que possa ser facilmente reconhecido em uma ocasião posterior e assim por diante, de acordo com as sugestões de sua própria engenhosidade. Dessa forma, você sem dúvida encontrará a prova que deseja ou o conhecimento de que se enganou ao acreditar que esteve lá.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro de 1916 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quais os tipos de indivíduos que encontramos na Terra fronteiriça ou Região Limítrofe?

Ali encontramos os que não têm interesse pela Vida Superior – a vida espiritual enquanto renascidos aqui –, os de tendências materialistas, que negam a existência post-mortem. Tais indivíduos se colocam além de qualquer possibilidade de ajuda e sofrem mais do que qualquer outra alma. Ademais, ao saírem de tal plano e se elevarem aos planos celestes, quando são chamados a formar, segundo suas faculdades e sentido de harmonia e lógica, os futuros veículos e ambientes, seus pensamentos cristalizantes, suas formas desvirtuadas de pensar e sentir influem desfavoravelmente na construção dos arquétipos, gerando futuros corpos com deficiências físicas e, geralmente, com tendências consuntivas.

Eis porque a causa mais comum da tuberculose e outros tipos de doenças que vão consumindo, aos poucos, o Corpo Denso é o materialismo. Algumas vezes o sofrimento produzido por tais corpos decrépitos provoca um rápido despertar do Ego, levando-o de volta às leis de harmonia e de uma vivência superior, permitindo o normal andamento de seu processo evolutivo.

Porém, muitas vezes essas mentalidades resistem à evidência dos fatos e recrudescem sua revolta e insatisfação. Daí que maior interesse das forças que trabalham através dos diversos movimentos espiritualistas, seja o de iluminar e transformar essas mentalidades, em que jaz o maior dos perigos, porque vão perdendo o seu contato com o Ego e a necessária influência d’Ele, tornando-se um proscrito e infeliz.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz outubro/1974 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: De acordo com a Bíblia, apenas o ser humano recebeu uma alma. Então, por que você diz que os animais têm um Espírito-Grupo?

Pergunta: De acordo com a Bíblia, apenas o ser humano recebeu uma alma. Então, por que você diz que os animais têm um Espírito-Grupo?

Resposta: No primeiro capítulo de Gênesis, versículo 20, lemos que “Deus disse: Fervilhem as águas um fervilhar de seres vivos”. A palavra usada em hebraico é nephesh, que significa “sopro“. Essa palavra também é usada no segundo capítulo, versículo 7, em que se lê: “Então o Senhor Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um sopro de vida (nephesh) e o homem se tornou um ser vivente (nephesh chayim)”. Não é uma alma vivente, como foi traduzido. A tradução da versão do Rei Jaime[1] foi modificada por pessoas que possuíam um pouco mais de consideração pela verdade do que por ideias preconcebidas; eles consentiram em escrever a palavra “alma” na margem como uma leitura alternativa da palavra no capítulo 1, versículo 20, em que a criação dos animais está registrada, de forma que, mesmo nas Bíblias atuais, se admite que os animais têm uma alma.

Entretanto, essa tradução não está correta, nephesh significa sopro e não alma; a palavra hebraica para alma é neshamah. Alma não é sinônimo de espírito, que é chamado de Ruach, de forma que o Gênesis não menciona o espírito do ser humano ou do animal, pois o espírito não tem gênese – ELE É. As formas do animal e do ser humano são sustentadas pelo sopro e tiveram um princípio e é isso que o Gênesis registra. Essa ideia está perfeitamente de acordo com as palavras de Salomão em Eclesiastes 3:19, em que nos é dito que (no que diz respeito ao corpo formado do barro) o ser humano não tem superioridade sobre o animal, pois assim como um morre, o outro também morre, todos têm um só sopro (nephesh) e como um morre, assim morre o outro. Todos vão para um só lugar (ou seja, o Mundo do Desejo).

Se a pessoa aceitar apenas a palavra em inglês e a versão da Bíblia, como se esse livro tivesse sido escrito diretamente em nossa língua[2], seria justo perguntar: Se o homem obteve sua alma conforme descrito na Bíblia, quando a mulher recebeu sua alma; ou ela não tem alma?

(Pergunta nº 82 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: A Bíblia do Rei Jaime (ou Tiago), também conhecida como Versão Autorizada do Rei Jaime, é uma tradução inglesa da Bíblia realizada em benefício da Igreja Anglicana, sob ordens do rei Jaime I no início do século XVII.

[2] N.T.: no caso do texto se refere à língua inglesa.

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