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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quando um braço ou um membro é amputado, ele existe, independentemente, no Mundo do Desejo após a amputação? E depois da morte, uma pessoa aparece sem uma mão ou um pé no Mundo do Desejo? Conheci pessoas que sentiam dores num membro mesmo depois da amputação ter sido feita há anos. Como isso se explica?

Resposta: Quando um braço, membro ou qualquer órgão é removido do Corpo Denso, o físico, por meio de qualquer tipo de intervenção cirúrgica, somente a parte densa[1] do órgão ou do membro, permeada pelo Éter planetário, é retirada. Os quatro Éteres[2], que constituem o Corpo Vital do homem ou da mulher, assim submetido à intervenção cirúrgica permanecem; mas há uma certa conexão magnética entre a parte que se decompõe – e que, normalmente, é enterrada – e a contraparte etérica que permanece com a pessoa. Em consequência, ele ou ela sente a dor e o sofrimento na parte removida, ainda por algum tempo após a cirurgia, até que essa se deteriore e a contraparte etérica se desintegre.

Você encontrará alguns casos interessantes demonstrando esse ponto e ensinamentos adicionais a respeito desse assunto no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Quando uma pessoa ferida (em alguma parte do Corpo Denso dela) passa para os Mundos invisíveis, ela pensa usando a Mente do mesmo jeito que usava quando estava viva aqui, e se imagina com a mesma aparência que tinha quando estava viva aqui. Consequentemente, uma cicatriz na testa ou a perda de um braço ou membro é reproduzida pelo pensamento dela na matéria do Mundo do Desejo e ela aparece lá tão desfigurada como estava aqui.

Isso foi muito observado durante a Guerra Mundial[3], pois todos os soldados que faleciam, em consequência de ferimentos visíveis no Corpo Denso, e cujos efeitos sabiam determinar, reproduziram esses ferimentos nos Corpos de Desejos deles. Eles sentiram uma dor semelhante à que sentiriam se tivessem ainda em seus Corpos Densos, porque imaginavam ou acreditavam ser real lá a dor que deveria estar relacionada com seus ferimentos. Entretanto, eles procuraram rapidamente se ajudar mutuamente e por aqueles que tinham sido auxiliados pelos Irmãos Maiores a ver a realidade, isto é, que não havia realmente dor. Assim que eles se convenceram que seus ferimentos eram nada mais do que ilusões e aprenderam que eles podiam moldar os Corpos deles para condições normais e saudáveis, eles puderam, rapidamente, remediar a situação.

(Pergunta nº 41 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: formada de material da Região Química do Mundo Físico.

[2] N.T.: Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor.

[3] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial.

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Devemos Desenvolver o Equilíbrio, se quisermos progredir

Autoridades têm dito que, de todas as leis físicas e espirituais, a Lei do Equilíbrio é a mais importante – é a lei fundamental da Criação. Dela depende a continuidade do Universo. Atuando tanto no microcosmo (o ser humano), como no macrocosmo (o nosso Universo) é absolutamente sábia e ampla; dela depende a estabilidade de toda a vida em manifestação.

É a causa fundamental e o efeito final da Lei dos Opostos, da Lei da Polaridade, da Lei da Periodicidade ou dos Ciclos, de todas as forças em oposição. Não poderia haver vida material, espiritual nem psíquica na forma, não fora a ação da Lei do Equilíbrio. As violações dessa lei, seja pelo ser humano ou pela Natureza, resultarão, inevitavelmente, em maiores ou menores catástrofes.

A Filosofia Rosacruz ensina que a evolução “é a história do progresso do Espírito no tempo”. Observando a evolução tal como se manifesta nos diversos fenômenos do nosso Universo, verificamos que seu caminho é espiral, sendo cada volta da espiral um ciclo para a obtenção do estado de equilíbrio.

Em maior escala, os ciclos ocorrem quando o Sol se move para trás, entre as 12 constelações, pelo movimento que chamamos de Precessão dos Equinócios. O clima, a flora e a fauna da Terra mudam lentamente, produzindo, essa mudança, um ambiente diferente para a Onda de Vida humana em cada época sucessiva, à medida que caminha para a Unidade com Deus, o Criador. Existe também o caminho cíclico do Planeta, cujos pontos de retorno são os Equinócios e os Solstícios. Daí o ocultista observar o Solstício de Junho e o Equinócio de Setembro, bem como o Natal e a Páscoa. Eles indicam o fluxo periódico das forças invisíveis que revestem nossa Terra, as quais, agindo em obediência à Lei do Equilíbrio, produzem no nosso globo as atividades físicas, morais e mentais.

Em menor escala, é por meio da ação da Lei do Equilíbrio que o ser humano “nasce e morre” atingindo, por fim, a síntese, a unificação final de todas as vidas passadas. O Espírito humano vence finalmente tudo o que tem obstruído o seu progresso na evolução; os desejos são postos sob o controle do Espírito por meio da vontade e da Mente; desaparece o sexo na assexualidade do Adepto. Quem se tornou responsável pela ação da Lei do Equilíbrio em si mesmo não é mais dominado pelas opiniões, pelos desejos ou experiências de qualquer outro ser – no Corpo Denso ou fora dele. Sua vida é dedicada ao propósito de conhecer e obedecer às leis oniscientes de Deus e caminha sempre para esse fim com harmonia interior e eficiência.

Os muitos alvos que hoje nos cercam são ofuscantes lembretes de que há premente necessidade de equilíbrio em nossas vidas e nos negócios do nosso mundo, se esse há de ser verdadeiramente uma grande sociedade. A facilidade com que as massas  populares caem na histeria da adoração de um herói ou de uma atitude condenatória: de ficar possuída do medo da possibilidade de um ataque atômico (ou pior) ou da inflação monetária; de seguir um rumo à intolerância e de perseguição à raça e à religião; de enfatizar desordenadamente o sexo; de sucumbir à vida falsa dos narcóticos; de acentuar demasiado o lado material da vida em detrimento do lado espiritual – tudo isso são os sintomas bem como os resultados da falta de equilíbrio no interior dos seres humanos, desencadeando as forças de destruição. Muitos poucos existem que mantêm o equilíbrio tornando possível o verdadeiro progresso.

A história está repleta de relatos de clímax nacionais e internacionais que têm surgido periodicamente pela Lei dos Ciclos, em obediência à mais sábia Lei do Equilíbrio. Nessas ocasiões, os homens e mulheres que fazem surgir do caos a ordem e o progresso, são aqueles que conseguiram o equilíbrio dentro de si mesmos.

Durante os anos cruciais em que estamos atingindo novos e mais elevados valores e padrões, os homens e as mulheres que usam tanto as qualidades da Mente como as do Coração bem merecem nossa gratidão pelo serviço que prestam em ajudar a conservar nosso mundo em condição estável e a livrar-nos de possíveis catástrofes. Onde quer que estejam – e são encontrados praticamente em todos os caminhos da vida – estão servindo como canais autoconscientes aos nossos Irmãos Maiores, a quem tanto devemos.

“Vem, raciocinemos juntos”, é um aviso que indica a nota-chave para um processo de recondicionar nossos mundos menores e maiores, porém, já que a razão é, de fato, o produto do egoísmo, deve, se queremos obter resultados mais satisfatórios, ser combinada com o amor e o reconhecimento da unidade de todas as criaturas. Com o tempo, a razão, que está sendo desenvolvida pelo Espírito Humano, terá levado o desejo por caminhos que conduzem à obtenção da perfeição espiritual; a natureza do desejo terá sido conquistada e a Mente seja emancipada, pelo amor, da sua escravidão ao desejo. Então a intuição, a faculdade do Espírito de Vida, será soberana. Hoje, no nosso mundo existem incontáveis oportunidades de obtenção do equilíbrio – Mente pura, um Coração nobre e um Corpo são; e existem, ao mesmo tempo, muitas oportunidades para render-se aos desejos inferiores e obstruir o progresso próprio, bem como o dos outros. Cada indivíduo deve, afinal, fazer sua própria escolha do caminho que quer seguir: ou o caminho equilibrado da harmonia e do progresso, ou o caminho desequilibrado da discórdia e da disputa. Certamente nunca houve maior necessidade de pessoas equilibradas bem integradas. A compreensão da natureza real do ser humano e do seu propósito aqui na Terra fornece o mais poderoso incentivo para o caminho positivo.

A energia criadora do Espírito humano – uma centelha no interior da Chama Divina – é bipolar; a vontade é a qualidade masculina; a imaginação é a feminina. Como, regra geral, nascemos alternadamente em Corpos Densos masculino e feminino, dentro de cada um de nós, não importa o sexo que tenha o Corpo Denso, há a energia bipolar que por fim conduzirá a um equilíbrio perfeito! Desde o momento em que o onisciente Espírito Virginal foi diferenciado em Deus e enviado na longa jornada dentro e fora da matéria para obter a consciência própria e a onisciência divina, até o fim da sua peregrinação setenária, há um contínuo desenvolvimento para o equilíbrio espiritual que atinge seu clímax na Unidade com o Criador. Então, terá sido satisfeito o propósito da manifestação do Espírito diferenciado e ele estará pronto para posteriores glória e esplendor evolucionários.

Em algumas pessoas, tanto homens como mulheres, a qualidade imaginativa ou do coração é a mais forte, sendo tais pessoas grandemente devotadas e emocionais. Em outras, o intelecto governa, sendo tais indivíduos predominantemente frios e mentalistas. Em seus escritos, Max Heindel insiste na necessidade de desenvolvermos tanto a Mente quanto o Coração – de lutar pelo equilíbrio. Diz ele: “O Conceito Rosacruz do Cosmos teve grande aceitação devido a esse apelo ao intelecto e à satisfação que proporciona à Mente inquiridora.  Poucos, entretanto, parecem aptos a transcender a concepção intelectual, e a menos que esse livro dê ao Estudante Rosacruz um ardente desejo de passar além do caminho do conhecimento e seguir o da devoção, é, no meu entender, um fracasso. O ocultista intelectual pode terminar na magia negra se segue o caminho do conhecimento só pelo conhecimento e não para servir. Na fusão do intelecto com a devoção está o verdadeiro equilíbrio, a única esperança real”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP).

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Goethe e Sua Contribuição à Humanidade

Goethe[1] é considerado um dos luminares da inteligência humana. Tal foi a amplitude do seu cabedal de conhecimentos, admirável a profundidade do seu pensamento, que constitui tarefa complexa traçar sua biografia. Os traços biográficos de um homem dessa Natureza não podem cingir-se meramente à indicação de sua origem, de seus passos, de sua morte, ao relato de suas imortais obras e ao alcance de seus conceitos mais divulgados. Tornar-se-ia necessário viver suas próprias experiências, beber da fonte da sabedoria da qual ele extraiu as mais belas joias do pensamento humano.

Suas obras, analisadas literalmente, evidenciam sua genialidade. Perscrutadas nas entrelinhas, à luz do espírito, descortinam um verdadeiro universo de conhecimentos ocultos, próprios de um Iniciado. E ele era. Em “Fausto”, por exemplo, encontramos algumas das leis básicas da evolução. Quando Lúcifer pede a Fausto que assine o pacto estabelecido entre ambos com “uma gota de sangue”, surge uma dessas evidências.

Constitui um trabalho fascinante descobrir as várias facetas desse grande espírito. Vamos a algumas delas.

É nesta altura que nos são abertas, pelas ideias de Goethe, perspectivas completamente novas. Goethe não era apenas o grande poeta lírico e dramático, autor do ‘Werther’[2], ‘Iphigenie’[3] e ‘Fausto[4], mas um cientista e filósofo tão profundo e original que ele mesmo considerava sua obra científica superior à sua obra poética. Várias descobertas lhe asseguram um lugar de destaque na história das ciências.

Mas não é como cientista ‘de métier’ que Goethe nos interessa aqui. Tampouco valeria a pena determo-nos demoradamente em suas ideias, se fossem apenas opiniões ou teorias divergentes, em certos detalhes, das de seus predecessores e contemporâneos. Goethe representa muito mais do que isso: sua cosmovisão é uma alternativa, totalmente diferente, para toda maneira de ser e de pensar dos séculos XIX ao XXI. Para quem acompanha, com preocupação cada vez maior, o enfoque da vida e a escala de valores adotados pela humanidade sob a influência do materialismo científico e do pragmatismo utilitarista, o “goetheanismo” constitui uma opção que só não tem merecido atenção maior porque certos conceitos são tão arraigados no ser humano de hoje que ele simplesmente não pode imaginar uma maneira diferente de pensar e de julgar.”

Por esse motivo, analisaremos mais profundamente o “goetheanismo”, sem nos preocuparmos com o que possa ter de inusitado e esdrúxulo para pessoas acostumadas a raciocinar exclusivamente dentro dos moldes e conforme os modelos atualmente aceitos. As ciências têm evoluído por um caminho oposto a Goethe, e o mundo moderno é um fruto dessa evolução.

Para Goethe, as ciências têm a função de explicar ao ser humano os fenômenos com que esse se defronta ao abordar a Natureza. Nesse ponto, Goethe não diverge dos grandes pioneiros das ciências. Mas, o que significa ‘explicar’? Para Goethe, ‘explicar’ um fato novo e desconhecido significa reduzi-lo, dentro da mesma esfera de observação, a outros fenômenos mais simples, até mostrar que ele se integra no contexto do mundo fenomenal restante, sem que haja divergência entre o fato e as ideias subjacentes a esse mundo. Dentro de cada área há fatos tão simples que não podem ser reduzidos a outros ainda mais simples: são evidentes em si. Goethe os chama de ‘fenômenos primordiais’ (‘Urphônomen’).

Nossa curiosidade científica é satisfeita quando conseguimos explicar um fato pelos ‘fenômenos primordiais’ subjacentes. Tais fenômenos primordiais existem em todas as áreas da Região Química do Mundo Físico: na mecânica, na ótica, na termologia, no magnetismo… A explicação científica deve, portanto, descobrir, dentro da mesma área, os fenômenos primordiais que fazem parte do fenômeno indagado. Não se acrescenta coisa alguma a uma explicação quando se procura encontrar uma ‘causa’ situada em outra área. Explicar o fenômeno ótico por uma ‘causa mecânica’, por exemplo, seria não só inadequado, mas contrário à própria função da ciência. Essa atitude seria totalmente ilícita, se a ‘causa’ invocada fosse algo hipotético como, por exemplo, a aceitação hipotética de ‘ondas’ de luz para explicar certos fenômenos óticos.

O cientista deve sempre ficar dentro do âmbito dos fenômenos, e não pode procurar causas teóricas situadas além desse âmbito. Os fenômenos primordiais podem ser enunciados sob forma de ‘Leis da Natureza’, e sua formulação pode conter elementos matemáticos, desde que o aspecto matemático-quantitativo faça parte desse fenômeno. O que não é permitido é reduzir fenômenos qualitativos a estruturas meramente quantitativas e recorrer a leis mecânicas, matematicamente formuladas, para ‘explicar’ um fenômeno. ‘Explicar’ o fenômeno ‘calor’ pelo movimento browniano das moléculas não significa nada, para Goethe. O fenômeno ‘calor’, que existe na percepção de um ser sensível, paralelamente pode ter, na área do universo molecular, um efeito como o movimento browniano, mas não se acrescenta algo à explicação do fenômeno invocado como sua ‘causa’ o referido movimento, ou pior ainda, afirmando que a ‘realidade objetiva’ do fato se verifica no nível do mundo molecular.

A Natureza nos fala, portanto, por meio de linguagens próprias a cada área. Reduzindo os fenômenos observados, dentro de uma área, a ‘causas’ existentes em outras, é procurar obter uma resposta em uma linguagem imprópria. A resposta perde o seu sentido quando formulada em uma linguagem estranha. Ora, quando se dá uma explicação mecanicista e quantificada para um fenômeno que o organismo sensorial do ser humano vivencia como qualitativo, a linguagem da resposta é imprópria. Por esse motivo, a atitude de Descartes[5] de admitir em um objeto apenas as qualidades ‘primárias’, as qualidades secundárias, implica uma abstração ilícita; pois o objeto não é captado em sua realidade, já que tamanho e movimento não podem ser considerados independentemente do resto. Igualmente, o tamanho e as demais qualidades ‘objetivas’ são revelados por nossos sentidos, ou por aparelhos que os substituem.

Convém fazer, nesta altura, uma ressalva. O “goetheanismo” não significa, de modo algum, que o ser humano deixe de raciocinar; significa apenas a negação de um raciocínio unilateralmente matemático e mecanicista, em áreas onde só um pensar mais amplo é capaz de captar toda a realidade. Não é correto que as verdades matemáticas sejam mais simples ou de compreensão mais fácil do que as outras.

Goethe realça, de certo modo, as qualidades ‘secundárias’, porque são elas que afetam, de forma mais intensa, o maravilhoso organismo sensorial do ser humano, que o cartesianismo tacha desdenhosamente de subjetivo.

Nunca devemos esquecer que é o ser humano (o Ego humano, que é um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui) que se encontra, com suas perguntas, diante da Natureza e é como ser humano que deve receber as respostas; e deve recebê-las de forma humana. A inobservância desse princípio básico é a causa da alienação do ser humano em relação às ciências e da alienação das ciências em relação à realidade.

Ao enfrentar um fenômeno da Natureza, o ser humano o faz como ser total (um Tríplice Espírito que trabalha em um Tríplice Corpo e uma Mente, todos veículos construídos por ele mesmo em cada vida que ele vive aqui); ele tem diante de si o fenômeno como algo total. Se o raciocínio abstrato for a única função do observador, e se as únicas qualidades captadas do objeto forem as acessíveis a esse pensar mecânico-matemático, a relação do ser humano-objeto nunca poderá ser completa; será restrita e, portanto, falsa. Para que a pergunta — que sempre envolve o ser humano total — possa ser satisfatoriamente respondida, deve haver uma comunhão total entre ele e a Natureza. Goethe afirma que tal comunhão intuitiva — chama-a também de juízo contemplativo — é possível porque o próprio ser humano emana da Natureza e continua a fazer parte dela. O ser humano contém a Natureza; foi ela que plasmou seus órgãos sensoriais — existe, pois, uma afinidade intrínseca entre o seu ser e o ser da Natureza. O olho não apareceu no ser humano ‘por acaso’, permitindo-lhe, depois, enxergar a luz; foi ela que plasmou o olho (afinal, a luz preexistente criou o olho que a pudesse ver, ou ainda, a Natureza construiu os olhos para receberam a luz, em resposta à função já existente, lá na Época Atlante). Existe, portanto, uma afinidade básica, essencial, entre o órgão da visão e o Mundo visível; isto é, iluminado pela luz. A cognição do mundo pressupõe uma correspondência íntima entre o modo de ser da Natureza e o modo de conhecer do observador; de outro lado, essa correspondência é suficiente para se ter a verdadeira contemplação ou intuição, que permite vislumbrar na ‘realidade’ a ideia do que nela se ‘realiza’.

Em sua ‘Teoria das Cores’[6], Goethe dirigiu uma forte crítica a Newton. Não poderemos julgar equitativamente essa polêmica se não tivermos em mente que a maneira de ambos abordarem a Natureza é totalmente diversa. Não há medida comum possível; eles falam, de certa forma, línguas diferentes.

Compreendemos a Natureza nos compenetrando por meio de uma investigação intuitiva junto às leis intrínsecas de cada um dos seus reinos e setores. Captar essas ideias não significa viver uma atitude de misticismo sonhador, mas, sim, de penetrar até os últimos segredos da Natureza.

Em cada setor ou reino, essas ideias se realizam através de graus de intensidade que a vivência íntima do observador permite captar. A Natureza brinca, de certo modo, com formas primordiais, e produz a multiplicidade das suas formas visíveis por meio de uma atividade criadora, que é afim com o impulso criador do artista. E assim como mergulhamos dentro de uma obra de arte sem dissecá-la, identificamo-nos também com a essência dessas formas através de uma atitude de contemplação ativa; ou seja, uma identificação que é, ao mesmo tempo, inteligente e intuitiva, e que nos faz chegar às ideias mestras que se expressam em um fenômeno da Natureza; isso é o que Goethe chama de ser realista e objetivo.

As ideias ativas dentro da Natureza se realizam segundo os princípios da polaridade e da intensificação. Cada ideia produz, em dado momento, uma multiplicidade dentro da unidade. Sem ter a rigidez formal da dialética hegeliana[7], esse princípio da polaridade explica a diversidade das formas. Além disso, cada força pode atuar com um maior ou menor grau de intensidade. Esses dois princípios — o da polaridade acoplado ao da intensidade (‘Polaritât und Steigerung’) — produzem uma quase ilimitada riqueza de formas e fenômenos. São energias intrínsecas que o observador pode e deve vivenciar como tais. Se ele quer analisar um fenômeno, aplicando-lhe um critério exterior — em outras palavras, se o ‘mede’ com um metro proveniente de outro setor (medir é comparar uma grandeza com um ‘metro’ que não lhe é estranho) — ele não capta a realidade intrínseca, mas apenas aquelas qualidades que o fenômeno possa ter em comum com o setor do qual foi tirado o metro.

Também no campo da Natureza orgânica existem formas básicas, que podem servir de critério para a compreensão de qualquer forma particular. Goethe os chama de ‘tipos’, e todas as suas concepções botânicas e zoológicas têm por objetivo a metamorfose desses tipos básicos, que causa a diversidade das formas e fenômenos concretos. Segundo ele, os fenômenos da vida só podem ser compreendidos dessa forma, e nunca por uma análise químico-física que usa exclusivamente parâmetros da Natureza inorgânica. O cientista age também incorretamente quando transpõe os critérios de ‘um’ setor da Natureza inorgânica para a ‘explicação’ de um fenômeno observado em outro setor, também da Natureza inorgânica.

Segundo Goethe, o objetivo das ciências não é a “dissolução” de um fenômeno em uma fórmula (com a perda de todas as suas características individuais), mas sua integração no resto dos fenômenos da mesma área.

Cabe aqui, mais uma vez, uma observação a respeito do uso da matemática nas ciências. Leibniz[8] tinha afirmado que uma ciência é ciência só na medida em que contém matemática. Goethe diverge fundamentalmente dessa opinião — embora negue peremptoriamente ser um inimigo da matemática. Ele lhe reconhece os grandes méritos, dentro de uma determinada área: o objetivo da matemática são as grandezas; ora, há muita coisa no mundo que não é grandeza, ou que é mais do que simples grandeza.

Igualmente, a matemática abrange princípios formais que não são meras ‘grandezas’. Encontramos também em Goethe um profundo respeito perante esse tipo de matemática, que se aproxima do pitagorismo[9].

Sem estar ligado a qualquer dogma, Goethe era um homem profundamente religioso. Para ele, a Natureza é obra divina, e revela a existência e a atuação de forças divinas.


[1] N.R.: Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) foi um polímata, autor e estadista alemão do Sacro Império Romano-Germânico que também fez incursões pelo campo da ciência natural. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX.

[2] N.R.: Iphigenia in Tauris (alemão: Iphigenie auf Tauris) é uma reformulação de Johann Wolfgang von Goethe da antiga tragédia grega Iphigeneia en Taurois de Eurípides. O título de Eurípides significa “Iphigenia entre os taurinos”, enquanto o título de Goethe significa “Iphigenia in Taurica”, o país dos tauri.  Aqui um resumo da obra: Os sofrimentos do jovem Werther ou no original em língua alemã Die Leiden des jungen Werthers (1774) é um romance de Johann Wolfgang von Goethe. Marco inicial do romantismo, considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, é uma das primeiras obras do autor, de tom autobiográfico — ainda que Goethe tenha cuidado para que nomes e lugares fossem trocados e, naturalmente, algumas partes fictícias acrescentadas, como o final. Neste livro, o suposto Werther envia, por um longo período, cartas ao narrador, que, em notas de rodapé, afirma que nomes e lugares foram trocados. O romance é escrito em primeira pessoa e com poucas personagens. Após a sua primeira publicação, em 1774, teria ocorrido, na Europa, uma onda de suicídios, atribuída à influência do personagem de Goethe, que foi chamada “efeito Werther”. No entanto, esse impacto do romance sobre o número de suicídios nunca foi demonstrado. Apenas mais recentemente foram realizadas tentativas científicas de examinar a existência desse possível efeito de Werther.

[3] N.R.: Amado pelos deuses por sua sabedoria, o semideus Tântalo uma vez foi convidado para sua comunhão. Tornando-se turbulento enquanto celebrava com eles, ele começou a se gabar e roubou o néctar e a ambrosia dos deuses, seu alimento de imortalidade. Quando os deuses vieram ver Tântalo, por sua vez, ele testou sua onisciência oferecendo seu próprio filho Pélope a eles como refeição. Ofendido pelo engano, os deuses baniram Tântalo de sua comunidade para o Tártaro e amaldiçoaram ele e sua família, a Casa de Atreus. Isso ficou conhecido como a maldição dos tântalo, na qual os descendentes de Tântalo em todas as gerações subsequentes foram levados por vingança e ódio ao assassinato de seus próprios familiares. Assim Agamenon, comandante do exército e bisneto de Tântalo, ofereceu sua filha mais velha Ifigênia à deusa Diana (em grego conhecida como Ártemis) para garantir ventos favoráveis ​​para a viagem de Áulis, moderna Avlida, a Tróia, onde pretendia travar a guerra. contra Tróia. Na crença equivocada de que seu marido Agamenon havia assassinado sua filha Ifigênia, Clitemnestra então matou Agamenon após seu retorno da Guerra de Tróia. Como resultado, Orestes e Electra, irmão e irmã de Ifigênia, guardaram rancor contra a mãe pelo assassinato de seu pai, e Orestes, com a ajuda de Electra, assassinou sua mãe Clitemnestra. Sendo agora culpado de um assassinato, ele também caiu sob a maldição da família. Em uma tentativa de fugir de seu destino iminente de ser vítima de vingança e de ser morto por seu crime, ele fugiu. Consultando o Oráculo de Delfos de Apolo, ele foi instruído a trazer “a irmã” para Atenas e que essa seria a única maneira de acabar com a maldição. Como supunha que sua irmã Ifigênia já estava morta, Orestes supôs que o oráculo devia significar a irmã gêmea de Apolo, a deusa Diana. Ele, portanto, planejou roubar a estátua de Diana do templo em Tauris e partiu com seu velho amigo Pílades para a costa de Tauris.

[4] N.R.: Fausto (em alemão: Faust) é um poema trágico do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, dividido em duas partes. Está redigido como uma peça de teatro com diálogos rimados, pensado mais para ser lido que para ser encenado. É considerado uma das grandes obras-primas da literatura alemã. A criação da obra ocupou toda a vida de Goethe, ainda que não de maneira contínua. A primeira versão foi composta em 1775, mas era apenas um esboço conhecido como Urfaust (Proto-Fausto). Outro esboço foi feito em 1791, intitulado Faust, ein Fragment (Fausto, um fragmento) e, também, não chegou a ser publicado. A versão definitiva só seria escrita e publicada por Goethe no ano de 1808, sob o título Faust, eine Tragödie (Fausto, uma tragédia). A problemática humana expressada no Fausto foi retomada a partir de 1826, quando ele começou a escrever uma segunda parte. Esta foi publicada postumamente sob o título de Faust. Der Tragödie zweiter Teil in fünf Akten (Fausto. Segunda parte da tragédia, em cinco atos) em 1832.

[5] N.R.: René Descartes (1596-1650) foi um filósofo, físico e matemático francês.

[6] N.R.: Teoria das Cores é um livro do alemão Johann Wolfgang von Goethe publicado em 1810. Contém uma descrição do fenômeno das cores que veio influenciar fortemente os artistas pré-rafaelistas.

[7] N.R.: O pensamento filosófico de Hegel é um sistema complexo de unidades no qual a mesma estrutura processa-se em áreas diferentes do conhecimento. Hegel, como um grande filósofo sistemático, aplica as mesmas categorias aos mais variados problemas. Sua dialética tríade domina sua forma de apresentar e superar os mesmos.

[8] N.R.: Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) foi um proeminente polímata e filósofo alemão e figura central na história da matemática e na história da filosofia. Sua realização mais notável foi conceber as ideias de cálculo diferencial e integral, independentemente dos desenvolvimentos contemporâneos de Isaac Newton

[9] N.R.: A Escola Pitagórica, fundada por Pitágoras, foi uma influente corrente da filosofia grega à qual pertenciam alguns dos mais antigos filósofos pré-socráticos. Os pitagóricos foram muito importantes no desenvolvimento da matemática grega. A própria palavra “matemática” surgiu com os pitagóricos (mathematikós, em grego), com a concepção de um sistema de pensamento em bases dedutíveis, e deles advêm o conhecido aforisma de que “a matemática é o alfabeto com o qual os deuses escreveram o universo”. Até então, a geometria e a aritmética tinham um caráter utilitário, intuitivo, fulcrado em problemas práticos, sendo fruto dos pitagóricos a classificação dos números em pares, ímpares, primos e racionais (estes são todos os números que podem ser representados na forma de fração). Também dos pitagóricos advêm estudos sistematizados de alguns poliedros e polígonos regulares, sobre proporções, números decimais e a seção áurea ou divina. A sua vez, a matemática influenciou sua posição filosófica concebendo que os números são os princípios de todas as coisas.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)

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As Razões Visíveis e Esotéricas para o Equinócio de Setembro

Razões Visíveis: No Equinócio de Setembro o Sol “cruza” o equador celeste de Norte para Sul – como sabemos a Astrologia funciona em projeção geocêntrica e consultando as Efemérides Planetárias verificaremos que à medida que os dias se vão aproximando de Setembro, a declinação do Sol vai reduzindo: passa de 23º 26′ para 0º.

Essas razões físicas são as partes visíveis que verificamos como evidências de que o Equinócio de Setembro é o momento em que, mais uma vez, estamos no tempo da estação da Primavera, para o hemisfério sul (e, portanto, da estação do Outono, para o hemisfério norte).

Razões Esotéricas: a passagem do Sol por Libra, a balança, simboliza o trabalho do Cristo para restabelecer o equilíbrio das forças que insistimos em desequilibrar, por meio das atividades discordantes nos seis meses que se passaram (de março até setembro).

É quando o Cristo Cósmico toca a atmosfera do nosso Planeta, “descendo” do Mundo do Espírito de Vida. Este Mundo estabelece um vínculo comum entre os Planetas do nosso Sistema Solar e, do mesmo modo que para ir-se da América à África é necessário se ter um meio de locomoção, assim também se requer um veículo apropriado ao Mundo do Espírito de Vida, sob controle consciente, para se poder viajar de um a outro Planeta. Sem esse veículo, conscientemente, é impossível tal viagem!

É bom lembrar que Cristo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, emprega, geralmente, o Espírito de Vida como Seu veículo inferior, pois tem seu lar lá no Mundo do Espírito de Vida. Funciona tão conscientemente no Mundo do Espírito de Vida como nós, aqui, no Mundo Físico.

Rogamos ao Estudante Rosacruz que note, de modo particular, este ponto porque o Mundo do Espírito de Vida é o primeiro Mundo Universal. Nesse mundo cessa a diferenciação e começa a manifestar-se a unidade, pelo menos quanto ao nosso Sistema Solar. É onde a Sabedoria flui no seu cotidiano. É onde a Fraternidade faz parte do dia a dia. E de onde tomamos, via a intuição, a solução perfeita para qualquer problema que temos aqui. É o lugar onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza. É o Reino do Amor.

É a partir do Mundo do Espírito de Vida que começa a volta do Cristo, com foco de atenção ao nosso Planeta, onde ele, mais uma vez, dá toda a Sua luz, toda a Sua vida e todo o Seu amor para vivificar esta massa morta (que nós cristalizamos do Sol) anualmente, e isto constitui um grilhão, um empecilho, uma prisão para Ele; por isso os nossos corações deveriam ficar voltados para Ele, neste tempo, em gratidão, pelo sacrifício que Ele faz por nossa causa, compenetrando este Planeta com Sua vida para renovar todo o material que insistimos em cristalizar anualmente, o qual permaneceria se Ele não nascesse no seu interior para vivificá-lo!

Sem esta infusão anual de vida e energia divina, todas as coisas vivas sobre a nossa Terra pereceriam imediatamente e todo o progresso ordenado seria frustrado, pelo menos no que diz respeito à nossa linha atual de desenvolvimento. É a “queda” (ou descida) do Raio Espiritual do Sol nesses quatro meses que dá origem às atividades mentais e espirituais nos quatro meses seguintes.

A mesma força germinadora que ativa a semente na terra e a prepara para produzir sua espécie em múltiplo, agita também a Mente humana e promove as atividades altruístas que fazem o mundo melhor.

Assim é que as poderosas vibrações espirituais da onda Crística, doadora de vida, estão na atmosfera terrestre durante os meses que temos pela frente e podem ser, por nós, usadas com muito maior proveito, se soubermos disso e se redobrarmos nossos esforços, o que não faríamos se desconhecêssemos esse fato. O Cristo ainda está gemendo e sofrendo as dores do parto, esperando pelo dia da Sua libertação, pela “manifestação dos Filhos de Deus” (Rm 8:19); e apressamos verdadeiramente esse dia, cada vez que alimentamos nossos veículos superiores com pensamentos, sentimentos, desejos e emoções utilizando somente materiais das Regiões superiores dos respectivos Mundos, isto é, cada vez que participamos da ceia simbolizada pelo “pão e vinho místicos”.
Todas as vezes que nos damos a nós mesmos no serviço amoroso e desinteressado aos outros – focando esse serviço na divina essência oculta em cada irmão e em cada irmã (que é o que realmente somos e nos faz filhos e filhas de Deus –, desenvolvemos mais o  nosso Corpo-Alma, que é constituído pelos Éteres superiores do nosso Corpo Vital e que é o veículo fundamental para ajudarmos efetivamente o Cristo. Atualmente é o Éter Crístico que mantém a Terra flutuando no espaço, porém, lembremo-nos que se quisermos apressar o dia de Sua libertação, devemos desenvolver em número suficiente nossos próprios Corpos-Alma até ao ponto em que possamos manter a Terra flutuando. Dessa forma poderemos tomar conta da carga de Cristo e libertá-Lo das limitações da existência física.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cristo: Sua Trajetória e Sua Missão para nos salvar

Há milhões de anos atrás, um grandioso Ser solar que havia cumprido as Leis da sua esfera de ação com a máxima perfeição, tornou-se o Iniciado mais elevado da Onda de Vida dos Arcanjos. Esse Ser, chamado o Cristo Cósmico, funciona, normalmente, num veículo feito de substância do Mundo do Espírito de Vida, Mundo esse onde cessa toda a separatividade. Seu trabalho também se harmoniza e se relaciona com outros dois Grandes Elevados Iniciados de outras Ondas de Vida que também colabora com Deus na evolução criadora do Sistema Solar no Mundo de Deus.

No início da nossa jornada no Período de Saturno (o primeiro Período de um total de sete, que compõe o nosso atual Esquema da Evolução) foi fornecido o Átomo-semente do Corpo Denso, a nós, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana. Nessa jornada ou Esquema de Evolução, depois desse Período, passamos pelos Períodos Solar e Lunar e chegando ao início do Período Terrestre (o quarto Período). Lembramos, aqui, que cada Período é composto de 7 Globos e de 7 Revoluções em torno desses Globos de densidades diferentes. Nesse momento, nosso Campo de Evolução ainda estava no Sol. Com o tempo, verificou-se que o desenvolvimento desses Espíritos Virginais da Onda de Vida humana não acompanhava, com a mesma rapidez, os demais, atrasando a evolução do conjunto todo. Assim, os Planetas: Urano, Saturno, Júpiter, Terra, Marte, Vênus e Mercúrio foram expelidos do Sol, um a um, de forma a servirem de campo de atividades e evolução dos Espíritos Virginais em seus diferentes estados de desenvolvimento; cada um a distância exata necessária e com o tamanho e composições ideais para ser o melhor Campo de Evolução para cada grupo de Espíritos Virginais. Assim é que se formou o nosso Planeta, a Terra, separada do Sol, Campo de Evolução da nossa Onda de Vida humana.

A um certo tempo de evolução, já aqui no Planeta Terra, passamos a ser guiados e orientados pela terceira manifestação da Divindade ou o terceiro aspecto de Deus, nosso criador – o Espírito Santo, Jeová, o Iniciado mais avançado da Onda de Vida Angélica. É dele a autoria de todas as Religiões de Raça que serviu (e ainda serve, em algumas circunstâncias específicas) para nos conduzir a humanidade do Período Terrestre. Esse auxílio, prestado a toda humanidade nesta fase de desenvolvimento, teve a participação ativa de hostes de Arcanjos (como Espíritos de Raça) e Anjos (como Mensageiros e Anjos da Guarda) e foi prestado a partir de fora da Terra. Ou seja, foi necessário que as orientações para as nossas atividades na Região Química do Mundo Físico nessa época fossem dirigidas através de fontes exteriores.

Quando chegamos à metade quarta Revolução desse Período Terrestre, houve a necessidade de haver mais segmentações no nosso Campo de Evolução, a fim de facilitar a aprendizagem das lições que estavam reservadas para nós. Essas segmentações são chamadas de Épocas. Durante a Época Lemúrica e Atlante (a terceira e quarta das 7 Épocas, respectivamente) foi acrescentado um novo veículo em nossa evolução: a Mente. Também, foi na Época Atlante que surgiram, para nós, os seres atrasados da Onda de Vida dos Anjos, chamados Espíritos Lucíferos (ou Anjos Lucíferos ou, ainda, Anjos caídos). Eram atrasados porque não conseguiam evoluir no Esquema de Evolução dos Anjos sem a necessidade de um cérebro – tal como os Anjos que nunca precisaram de um – mas também não conseguiam construir um, já que, originalmente, os Anjos não necessitam. Naquela Época a nossa consciência ainda estava ligada aos planos superiores (ou seja: não estamos com a nossa consciência de vigília, focada na Região Química do Mundo Físico, como temos hoje). Os Espíritos Lucíferos sugeriram para nós que o cérebro era uma estrutura física, capaz de auxiliar-nos a entender como criar outros Corpos Densos, aqui nesse Mundo Físico, sem se sujeitar a direção de Jeová e dos Anjos (que era como era feito até então) e, assim, seríamos dono de nós mesmos e conheceríamos o bem e o mal.

Consequentemente, a grande maioria de nós (e não todos!) aceitou a sugestão e passou a viver dessa maneira: usando e abusando da força sexual criadora. Logo, derivando para ambições egoístas, aprendendo a mentir, a praticar a astúcia desenfreadamente, a desenvolver a vontade do “eu inferior”, a se revoltar contra os preceitos de Jeová. Sob a Lei de Consequência (ou Lei de Causa e Efeito) tivemos castigos severos por desobediência a essa Lei. Fomos divididos em Raças e essas em nações. A fim de entender que o “caminho do transgressor é sofrido” e nos dar a oportunidade da escolha, sempre que preciso, uma Raça era utilizada para guerrear contra outra: uma que obedecia aos preceitos do seu Senhor (Jeová) contra outra que insistia em não obedecer. E o objetivo aqui era que cada um controlasse o seu Corpo de Desejos.

Como quando o Átomo-semente da Mente foi dado a nós, estávamos acostumados a caminhar somente pelo desejo inferior (satisfazendo-o a qualquer custo e preço), então associamos a Mente juvenil um instrumento da natureza de desejos. Conclusão: facilmente a Mente se tornou um meio de justificar e arquitetar pensamentos que evidenciasse o nosso “eu inferior” (a Personalidade) e deixou de servir o “Eu Superior” (a Individualidade). Renascimentos e renascimentos aqui praticando o abuso da força sexual criadora, por meio de ondas de paixões, desejos inferiores, sensualidades, astúcias e mentiras nos assolou e criamos dívidas e mais dívidas de Destino Maduro (aquele que só há uma maneira de pagar: expiando). Até que a cristalização do nosso Corpo Denso (e a incapacidade do nosso Corpo Vital em vivificá-lo) se tornou de tal grau que quase não era possível evoluir nele; assim como a própria Terra – o nosso Campo de Evolução – foi-se cristalizando em grande intensidade até que surgiu o perigo de que toda a nossa evolução humana poderia chegar a um grau tão alto de cristalização que poderia surgir à segunda Lua da Terra!

Para evitar esta calamidade foi necessário um novo nível de ajuda espiritual que viesse até nós. Cristo, o Espírito do Sol, era o único que poderia nos ajudar, porque ele trabalha e domina totalmente a substância do Mundo do Espírito de Vida, o primeiro Mundo debaixo para cima onde cessa toda a separatividade, onde a fraternidade é um cotidiano, a partir do amor ágape – o amor verdadeiramente desinteressado e focado na divina essência do ser a que amamos. E isso foi feito por meio de um grande sacrifício cósmico. Ele, como qualquer outro Arcanjo, só conseguia construir, como veículo mais inferior, o Corpo de Desejos. Mas Ele precisava estar entre nós (viver o nosso dia a dia, para mostrar como a partir do nosso interior poderíamos sair dessa situação que nós mesmos nos colocamos), para sentir a dificuldade que estávamos sentindo e, assim, nos prescrever exatamente o que devíamos fazer para sair desse estágio perigoso. Assim, precisava se adaptar à existência material. Para isto teve que recorrer aos Corpos Vital e Denso de um ser humano. O mais indicado, pelo seu grau de evolução, foi o ser humano de Jesus. Ele cedeu, voluntariamente nesse renascimento, o seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital à Cristo.

O Corpo Denso e o Corpo Vital de Jesus foram aperfeiçoados e sutilizados em sua juventude e até aos 30 anos de idade pelos Essênios, de forma a sintonizarem-se com as vibrações elevadíssimas para que mais tarde esses veículos pudessem ser cedidos por Jesus, no Batismo, a Cristo, quando as ligações entre o Corpo de Desejos de Cristo e os Corpos Denso e Vital de Jesus foram feitas. Esse foi o Seu primeiro passo do sacrifício cósmico: entrar nesses veículos (Vital e Denso). A dualidade deste maravilhoso “Ser” conhecido por Cristo-Jesus tornou-se única entre todos os Seres dos sete Mundos que compõe o universo. Só Ele possui os doze veículos que unem diretamente o ser humano no Corpo Denso a Deus. Ninguém melhor do que Ele podia compreender, com maior compaixão, a nossa posição e as nossas necessidades e nos trazer alívio total.

Nos três anos de seu ministério, Cristo-Jesus ensinou a verdadeira Religião Cristã Esotérica: a unificação futura de todos nós. O amor impessoal, focado na divina essência de um ser, e a Fraternidade Universal são os dois grandes mandamentos de Amor que constituem o alicerce imediatamente necessário à nossa evolução espiritual.

A Crucificação ocorreu no momento em que Cristo-Jesus deu o passo final e se tornou o Espírito Planetário da Terra. O sangue que jorrou da coroa de espinhos e dos ferimentos do seu Corpo Denso penetrou no Planeta Terra libertando Cristo dos veículos de Jesus e tornando-O o Espírito Interno da Terra. Nesse instante a Terra foi permeada com o Seu Corpo de Desejos que lavou os pecados do mundo, não do indivíduo. Assim, purificou o Corpo de Desejos que estava contaminado da Terra – o Mundo do Desejo –, libertando-a das influências negativas, inferiores e cristalizantes que se haviam acumulado e sendo tão nefastas para a humanidade. A partir deste momento, todos nós, com vontade e esforço, temos condições de purificar os nossos veículos e acelerar o nosso desenvolvimento espiritual – se quisermos –, pois foi possível o acesso a esta substância espiritual pura.

Devido a este extraordinário sacrifício, Cristo agora vive parte do ano limitado e oprimido na nossa Terra, aguardando o Dia de Sua Libertação. Esse tempo é marcado pelo Equinócio de Setembro quando Cristo toca a atmosfera da Terra e termina no Equinócio de Março, que marca o fim do trabalho na Terra voltando ao seio do Pai, para preparar o seu retorno no próximo ano.

Cristo sente todo ódio, raiva, egoísmo, astúcia, discórdia e todos os outros desejos, sentimentos e outras emoções, tomando os materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo, que nós geramos todos os dias. Mas, Ele recebe também uma extraordinária ajuda dos Irmãos Maiores que trabalha, diariamente, para transmutar todo o mal em forma de pensamentos, sentimentos, palavras, atos, obras e ações em fatores positivos através de Sua força de vida. Mesmo sabendo que a maioria de nós não está ciente deste trabalho, nós como Estudantes Rosacruzes devemos procurar não expressar estes desejos, sentimentos e outras emoções, tomando os materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo. Se não o fizermos aliviaremos o sofrimento do nosso Salvador Cristo e apressaremos a Sua libertação.

A nossa dívida com o Cristo é imensa, e se quisermos começar a saldá-la, mesmo que muito modestamente, comecemos a praticar na nossa vida diária o serviço amoroso e desinteressado, servindo a divina essência do irmão e da irmã que vive ao nosso lado, no nosso cotidiano, seja quem for. Assim teceremos o Corpo-Alma, o veículo que encontraremos com Ele na Sua segunda vinda e nos possibilitará dar o próximo passo para frente e para cima nesse Esquema de Evolução. A decisão é nossa!

“Que as rosas floresçam em vossa cruz”

 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Controle Mental do Coração gravemente danificado ou com mau funcionamento

Muitas pessoas com corações gravemente danificado ou com mau funcionamento (cardiopatias graves) vivem por anos; outros sucumbem em poucos meses. Há tanta diferença em pacientes com coração gravemente danificado ou com mau funcionamento quanto naqueles que perderam braços ou pernas ou que, também, sofrem por esses estarem gravemente danificado ou com mau funcionamento. Uma pessoa que perdeu os dois braços aprenderá a usar os dedos dos pés e a boca de várias maneiras; ela pode até se tornar autossustentável. Outra não fará nada e permanecerá uma inválida lamurienta. É o mesmo entre os casos de coração; entre aqueles que aparentemente estão igualmente aflitos, alguns se deitarão e morrerão, enquanto outros se levantarão e terão uma vida longa e útil.

Temos as velhas frases: ‘coração forte’, ‘coração vigoroso’ e ‘coração valente’, e não há dúvida de que a pessoa que tem um coração fisicamente são é muito mais capaz de resistir aos golpes de adversidades do que aquela que tem um coração com alguma deficiência ou que sofre com má circulação sanguínea. Mas o órgão físico tem um poder espantoso de recuperação e de adaptação às condições desfavoráveis; isto é, quando outros fatores dentro dela estão trabalhando em harmonia com o coração.

Sabe-se agora que as substâncias peculiares que chamamos de “secreções internas”, produzida pelas Glândulas Endócrinas têm uma ação muito distinta no controle do coração. E as últimas investigações avançaram um passo e mostraram que essas secreções internas são amplamente influenciadas pelo estado mental. Por exemplo, a preocupação ou outras emoções fortes perturbarão completamente alguns desses processos, alterando as próprias reações químicas e causando estados realmente mórbidos do sistema. Esta descoberta explicará os bons resultados que a cura pela fé tem sobre muitos processos de doença; a Mente é colocada em um estado de calma, de confiança, de forte esperança, que tende a normalizar essas secreções internas e, assim, restaurar o bom funcionamento dos órgãos.

Isso só reforça o motivo do lema Rosacruz ser: uma Mente Pura; um Coração Nobre e um Corpo São!

E, também, dá razão de termos no Credo Rosacruz o desejo de que: “cada coração seja repleto de amor fraternal”.

(Publicada na Revista Rays from the Rose Cross de setembro/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Veículos do Ser Humano: um Instrumento Musical Composto

O pensamento pertence ao mais elevado poder do Espírito, que é a vontade. Portanto, à medida que os poderes potenciais da vontade se desenvolvem, assim também acontece com o poder do pensamento; e tempo virá em que o ser humano, por meio do poder de pensamento e da imaginação, será capaz de criar coisas por meio da palavra falada. Todas as coisas na natureza foram criadas por meio da Palavra de Deus, que se fez carne. O som (a música), ou pensamento falado, será a próxima força da humanidade em manifestação, uma força que fará da humanidade seres humanos criadores como Deus.

No entanto, esse passo para frente não pode ser realizado até que o desenvolvimento do ser humano na escola da vida o tenha preparado para usar esse enorme poder para o bem de todos, independentemente do interesse próprio. Portanto, é extremamente necessário que cada indivíduo aprenda, por si mesmo, como realizar esse desenvolvimento da maneira mais rápida e segura. O ser humano tem conhecimento do método, mas depende especificamente dele se colocará isso em prática ou não. Os poderes potenciais do ser humano, o Espírito, são: a Vontade, que é o poder de fazer, instigar a ação; Sabedoria, que é, conjuntamente, o poder de atração, coesão e união e Atividade, que é o poder da germinação, criação e desenvolvimento.

Um dos maiores auxiliares do Espírito, no desenvolvimento de seus poderes potenciais para a eficiência dinâmica, é a música, pois manifesta esses mesmos poderes de Deus em um estado aperfeiçoado. Seu poder da vontade está expresso na melodia, seu poder de Sabedoria está expresso na harmonia e seu poder de Atividade está expresso no ritmo. O poder do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com a Vontade, e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de sua vontade. O Espírito de Vida do ser humano está correlacionado com o Sabedoria e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de suas potencialidades de Sabedoria.

O poder do Espírito Humano do ser humano desenvolve sua habilidade para criar. O poder ou a Vontade do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com o Corpo Denso, e o poder do Espírito Humano está correlacionado com o Corpo de Desejos. Isso fornece três fontes diretas, das quais o Espírito obtém ajuda no desenvolvimento de seus poderes potenciais. Não há ajuda maior no desenvolvimento dos poderes potenciais do Espírito do que a música, pois ela é composta das três partes, que a correlacionam aos poderes potenciais do Espírito.

Não existe nenhuma ajuda maior no desabrochar dos poderes potenciais do Espírito do que a música, pois é composta das três partes que a correlacionam às potencialidades do Espírito. A boa música eleva a vibração de cada uma das fontes de desenvolvimento do Espírito, a saber, o Espírito Divino, o Espírito de Vida, o Espírito Humano e o elo da Mente que une o Espírito aos seus: Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos. O despertar da vibração dessas sete fontes de poder desenvolve os poderes do Espírito. No entanto, músicas discordantes abaixam sua vibração, cuja continuação resultará em perda de poder e desintegração dos quatro veículos inferiores.

Faremos um resumo do porquê e como a música ajuda a desenvolver os poderes potenciais do Espírito:

  • A nota-chave do Espírito Divino é Lá# maior, escrita na escala de quatro sustenidos; e qualquer música escrita nesse tom, quatro sustenidos, ajuda a desenvolver o poder do Espírito Divino, despertando o de um estado comparado à dormência.
  • A nota-chave do Espírito de Vida é Sol# maior, e sua escala tem seis sustenidos e um duplo sustenido. Música escrita nessa escala ajuda a desenvolver os poderes de Espírito de Vida, despertando os acordes do Sol# maior. Ainda não existem muitas músicas escritas nesta escala.
  • A nota-chave do Espírito Humano é Fá# maior, cuja escala tem seis sustenidos. Música escrita nessa escala incita os poderes do Espírito Humano para manifestação ativa. Não existe muita música nessa escala.

E, agora, um resumo do porquê e como a música ajuda a desenvolver os poderes potenciais de cada Corpo e da Mente:

  • O germe do Corpo Denso foi dado à humanidade pela Onda de Vida de Leão, e como esse germe levava a vibração da nota-chave Lá# maior daquela Onda de Vida, o Corpo Denso ou físico de cada indivíduo vibra em uníssono com a vibração da Onda de Vida de Leão. Portanto, a nota-chave do Corpo Denso é Lá# maior e toda música escrita nesse tom ajuda a desenvolver o Corpo Denso do ser humano.
  • O germe do Corpo Vital foi dado à humanidade pela Onda de Vida de Virgem. Portanto, o Corpo Vital vibra na nota-chave daquela Onda de Vida que é Dó natural. Toda música cuja nota-chave é Dó natural ajuda a desenvolver os poderes do Corpo Vital.
  • O germe do Corpo de Desejos foi uma dádiva da Onda de Vida de Libra e carrega a vibração de Libra que é sintonizada em Ré maior. Portanto, toda música escrita nesse tom ajuda a desenvolver os poderes do Corpo de Desejos.
  • O germe da Mente foi dado à humanidade pela Onda de Vida sagitariana, portanto, vibra na sua nota-chave que é Fá maior. Toda música escrita no tom de Fá maior ajuda a desenvolver os poderes da Mente cujo desenvolvimento é uma das maiores realizações a serem alcançadas durante a presente Época Ária. Muitas músicas foram escritas nesse tom, particularmente canções populares e religiosas.

Para cada um do Tríplice Espirito e do Triplice Corpo há os acordes de cada nota-chave. Vamos ver quais são esses acordes: o piano não é o resultado do esforço do ser humano para reproduzir os tons do seu próprio eu interior, mas é um produto da percepção do ser humano materializada na música e, consequentemente, é um instrumento puramente terrestre. Portanto, não é apenas um instrumento interessante, mas um instrumento valiosíssimo para aqueles verdadeiros músicos que são capazes de contatar a autêntica música do Mundo celestial, trazê-la à Terra e fazendo com que o ser humano produza um instrumento capaz de reproduzi-la. O piano é o instrumento que preenche quase todo o espectro de frequência, e é um dos únicos.

Ainda que todos os instrumentos mecânicos e o rádio sejam de grande utilidade, nunca substituirão o piano, para aqueles que aprenderam o valor dos acordes correlacionados ao desenvolvimento do Espírito e de todos os seus veículos. O teclado do piano apresenta para o executante suas 88 teclas (52 brancas e 36 pretas), que produzem 124 notas.

As teclas brancas produzem 52 (5+2) dos 124 (1+2+4) tons, e as teclas pretas produzem 72 (7+2) tons.

As notas são essas – e a frequência (em Hertz – Hz) de cada uma delas, considerando o padrão: Lá em 440 Hz:

Nove é o número da humanidade e sete (3+4) é o número dos três (3) poderes espirituais do ser humano (N.R: Espírito DivinoEspírito de Vida e Espírito Humano), mais seus quatro (4) veículos – Corpo DensoCorpo VitalCorpo de Desejos e Mente.

Existem cinco (5) linhas na pauta musical e quatro (4) espaços – 5 + 4 = 9 – e temos outra vez o número da humanidade:

Existem sete notas na escala musical: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, que mudam de posição na pauta. Por exemplo, se a escala é Dó natural, o primeiro Dó é encontrado na linha acrescentada abaixo da pauta (isso na clave de Sol):

Se há um sustenido do Dó, ele deve ser indicado junto da nota, ou na armadura, logo depois da clave de Sol, no espaço entre a terceira e quarta linhas da pauta. Isto nos indicará que estamos no tom de Ré Maior (escala com dois sustenidos: Fá # e Dó #):

Se há um bemol – por exemplo: Sib – ele deve ser indicado logo depois da armadura da clave de Sol, na terceira linha da pauta. E teremos, então, o tom de Fá Maior, sendo que a nota Fá será escrita no primeiro espaço da pauta (entre a primeira e segunda linhas):

A nota-chave de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior) que tem cinco bemóis, a saber: Sol bemol, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Touro é Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior), que tem 3 bemóis, a saber: Lá bemol, Si bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior), que tem 6 sustenidos, a saber: Lá sustenido, Dó sustenido, Ré sustenido, Mi sustenido, Fá sustenido e Sol sustenido.

A nota-chave de Câncer é Lá sustenido Maior, que tem 4 bemóis, a saber, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Leão é Si sustenido Maior, que tem 2 bemóis, a saber, Si bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Virgem é Dó natural Maior e não tem sustenido ou bemol.

A nota-chave de Libra é Ré Maior, e tem 2 sustenidos, ou seja, Fá sustenido, Dó sustenido.

A nota-chave de Escorpião é Mi Maior e tem 4 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido e Ré sustenido.

A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e tem 1 bemol, a saber, Si bemol.

A nota-chave de Capricórnio é Sol Maior e tem 1 sustenido, a saber, Fá sustenido.

A nota-chave de Aquário é Lá Maior e tem 3 sustenidos, Fá sustenido, Dó sustenido e Sol sustenido.

A nota-chave de Peixes é Si Maior, e tem 5 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido, Ré sustenido, Lá sustenido (Mi e Si são as únicas não sustenidos).

A música contém dentro de si os três grandes poderes primários de Deus: Vontade, Sabedoria e Atividade; e são esses poderes dinâmicos combinados que têm sido usados pelo Criador desde o início da manifestação.

São João, o grande revelador, cita que no princípio era o Verbo; e Max Heindel afirma que foi o majestoso ritmo da Palavra de Deus que transformou a substância primitiva, Arche, nas numerosas formas que compõem o mundo dos fenômenos; e além disso, que essa Palavra de Deus ainda soa para manter as órbitas em marcha e para impeli-las à frente em seus caminhos circulares; e que a Palavra Criadora continua a produzir formas de eficiência cada vez maiores como um meio de expressar a vida e a consciência. É a enunciação harmoniosa das sílabas consecutivas na Palavra Criadora Divina que marca os estágios sucessivos no desenvolvimento, tanto do mundo quanto do ser humano; e quando a última sílaba for soada e a Palavra completa pronunciada, a humanidade terá alcançado o grau mais próximo da perfeição, tanto quanto é possível no atual esquema de evolução.

Todo o Sistema Solar é um vasto instrumento musical, fato este conhecido por todos os estudantes ocultistas avançados. Eles percebem que os doze semitons na escala cromática estão correlacionados com os doze Signos do Zodíaco, e que as sete teclas brancas, ou tons inteiros, no teclado do piano estão correlacionados com os Sete Espíritos diante do Trono, comumente designados como: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano, que trabalham por meio das vibrações enviadas por eles mesmos. O ocultista avançado estabelece uma relação entre: os Signos do Zodíaco, a caixa de ressonância da harpa cósmica e os sete Planetas para com as cordas, cujos planetas emitem sons diferentes à medida que passam pelos vários Signos Zodiacais e, portanto, influenciam a humanidade de várias maneiras.

Um fato surpreendente, até desconhecido e não percebido, é que cada indivíduo é, em si mesmo, um instrumento musical, onde várias partes de sua composição total estão correlacionadas, através de tons vibratórios, aos Sete Espíritos diante do Trono e aos doze Signos do Zodíaco, todos os quais são guiados e dirigidos pelo Criador do nosso Sistema Solar. É por essa razão que a música é um fator de grande poder no desenvolvimento das potencialidades do ser humano. Sem isso, não poderia haver manifestação e, portanto, nenhum progresso. Aqui encontramos a razão oculta para a admoestação dos iluminados: “Homem, conhece a si mesmo”. Assim que cada indivíduo chegar à compreensão consciente de sua verdadeira natureza, ele possuirá a chave de todo o progresso futuro.

 (trecho do Livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução, digitalmente publicado Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: É lícito a um médico permitir a morte de uma criança, que tem debilidades mentais ou que é portador de deficiências físicas, quando uma cirurgia poderia evitar sua morte? A criança que tem debilidades mentais haure alguma experiência em sua vida? O Ego tem consciência das suas deficiências físicas e ou mentais durante uma encarnação e poderá aprender dessa experiência? Podemos classificar a loucura ou insanidade como uma doença hereditária?

Resposta: Suponhamos que uma criança normal receba durante seus folguedos um forte golpe na cabeça, tornando-se, consequentemente, um anormal, ou entrando em estado de coma, não haveria hesitação em proceder-se a uma cirurgia craniana para lhe restaurar o estado normal de consciência.

Analogamente, qual o motivo para não se dedicar iguais cuidados a um bebê recém-nascido? Será criminoso permitir a morte da uma criança por falta de cuidados médicos, independentemente de sua idade. É igualmente lamentável o descuido para com um recém-nascido, uma vez que após a passagem do Ego pelo útero materno, a fim de adquirir experiências na escola da vida, assumimos a responsabilidade de ajudá-lo em seus esforços para a manutenção da vida, de todos os modos possíveis.

Pergunta-se: O Ego haure experiências de uma vida transcorrida num estado de insalubridade mental? SIM. O Ego, em si mesmo, não está sujeito à loucura ou à insanidade. Há, isso sim, ligações defeituosas entre os vários veículos, a Mente, o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso, que se manifestam em estados de loucura ou insanidade.

Quando a ligação imperfeita se produz entre os terminais cerebrais e o Corpo Vital, o resultado será uma criança “idiota”, em muitos dos casos, melancólica, mas geralmente inofensiva. Quando a anomalia se registra entre o Corpo de Desejos e o Corpo Vital, observaremos condições quase similares, notando-se casos como a epilepsia, dança de São Vito (doença Coreia reumática de Sydenham), etc. A loucura de natureza violenta resulta de uma ligação imperfeita entre o Corpo de Desejos e a Mente. Quando há conexão imperfeita entre o Ego e a Mente, teremos então um indivíduo que poderíamos classificar de “desalmado”, o mais perigoso de todos. Ele se caracteriza pela astúcia, que usará do modo mais diabólico possível.

Se considerarmos o corpo, ou os vários corpos do ser humano como um instrumento musical sobre o qual o Ego executa a sua partitura, ele conseguirá uma sinfonia de maior ou menor beleza de acordo com a sua condição evolutiva. Quando há, porém, conexões defeituosas ou mesmo interrompidas, o Ego se encontra na mesma posição de um grande músico forçado a executar a sua música num instrumento com um número incompleto da cordas. Só conseguirá emitir sons dissonantes. Para o músico, a execução em tais condições seria uma tortura. É exatamente essa a posição de um Ego encarnado numa Personalidade mentalmente insana. Por motivos oriundos de vidas passadas deverá utilizar um corpo incapaz de ser controlado. O sofrimento é maior ou menor, conforme o grau de evolução, podendo, dessa maneira, assimilar as suas lições na escola da vida, em sua escala rumo à perfeição. É, de fato, uma triste condição. Não devemos, porém, olvidar que a duração de uma vida, um longo período para nós, constitui um momento fugaz para o espírito. E caso tenha assimilado bem a sua lição, poderá retornar à Terra, no próximo renascimento, em um corpo sem esses problemas.

Quanto à última parte da pergunta, se podemos considerar a loucura ou insanidade como uma doença hereditária podemos responder tanto na afirmativa como na negativa, dependendo do aspecto do problema a ser considerado. Do ponto de vista espiritual, conforme mencionado, a insanidade não é um defeito do Ego. Não poderá, contudo, devido às suas falhas de caráter, construir um corpo que não expresse essa insanidade. Assim sendo, será encaminhado a uma família de idênticas tendências, segundo o princípio da atração dos semelhantes. Os músicos geralmente se congregam em teatros, auditórios e conservatórios. Procuram sempre renascer em família de músicos. Assim renascerão dotados de certas faculdades como dedos longos e ágeis, fibras de Corti extremamente delicadas, ensejando-lhes sensibilidade em sua expressão musical. Os jogadores se reúnem nos hipódromos, cassinos etc. Os malfeitores também têm seus grupos, similarmente, pessoas com iguais defeitos serão atraídas para famílias com idênticos problemas.

Assim, examinando o problema pelo ângulo da forma trata-se, de fato, de mal hereditário. Alguns cientistas analisam a questão através de um enfoque exclusivamente materialista. Defendem o ponto de vista segundo o qual deve-se limitar ou impedir o nascimento de débeis mentais, ensejando-se, dessa maneira, a erradicação completa do mal. Desconhecem, entretanto, a analogia entre o ser humano e o caracol. Assim como a substância fluida do corpo do caracol produz a sua casa (que ele carrega consigo), assim os antigos atos do Espírito cristalizam-se num corpo o qual deverá habitar até seu desgaste completo.

Não haverá solução através de terapias dirigidas somente para o Corpo Denso, como um caracol doente não poderia ser curado por meio de aplicações em sua casa. Como disse Emerson: “O doente não é mais do que um pecador pagando abertamente suas transgressões para com as leis naturais”. Os insanos pertencem a essa categoria, para ajudá-los devemos aplicar meios espirituais de educação, pois todos os outros métodos não passam de paliativos que poderão amenizar o sofrimento, sem, contudo, atingir a fonte da moléstia.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1977 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: A Lei do Êxito para os Assuntos Espirituais

Janeiro de 1919

Parece apropriado iniciar nossa correspondência para 1919 desejando a você um Feliz e Próspero Ano Novo. Mas, como diz o provérbio: “Se querer fosse poder”. É necessário algo mais para garantir o êxito e a felicidade do que meros desejos e, talvez, os meus possam resultar em melhores frutos se eu explicar a você a Lei do Êxito.

Os Estudantes Rosacruzes estão familiarizados com o fato de que não existe “sorte” e estão bem de acordo com Mefistófeles em Fausto quando diz:

O quão intimamente a sorte está ligada ao mérito,

Nunca ocorre ao tolo.

Eu juro, ele tinha a pedra do sábio,

Não tinha a Pedra Filosofal.

Porém, aqui uma pergunta surgirá imediatamente à Mente de muitos: “É possível reduzir o êxito a uma lei?”

Sim, existe uma Lei do Êxito, tão certa e imutável como qualquer outras das grandes Leis Cósmicas. E, embora eu deva aplicá-la somente aos assuntos espirituais, certamente, não posso ocultar de vocês que ela também trará certa prosperidade nos assuntos materiais. Mas antes de aplicá-la nessa direção, considere cuidadosamente que, ao fazer isso implicará suicídio espiritual, pois “não podeis servir a Deus e a Mamon[1]. É preferível que “buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça; e todas as outras coisas vos serão dadas por acréscimo[2]. Eu posso dar testemunho da veracidade dessa promessa, por estar vivendo-a há muitos anos.

Portanto, a Lei do Êxito pode ser enunciada da seguinte forma:

Primeiro, determine e defina claramente o que você deseja – desenvolvimento do poder de cura, aumento da visão espiritual, ser um Auxiliar Invisível, possuir a habilidade em se comunicar e disseminar a mensagem Rosacruz a outras pessoas, etc.

Segundo, ao estabelecer a sua meta, jamais admita, nem por uma momento, um pensamento de medo ou de fracasso, mas cultive uma atitude de determinação invencível para realizar seu objetivo, apesar de todos os obstáculos. Mantenha constantemente o pensamento: “Eu posso e farei”.

Não comece a fazer planos sobre como alcançar tal meta até que tenha adquirido o estado de absoluta confiança em si mesmo e na capacidade de fazer o que almeja, porque uma Mente influenciável pelo mais leve temor de fracasso não pode fazer planos que terão pleno êxito. Portanto, seja paciente e se certifique primeiro de cultivar uma fé absoluta em si mesmo e na sua capacidade de obter êxito, apesar de todas as adversidades.

Quando você atingir esse ponto, no qual estará totalmente convencido de que poderá ter êxito e positivamente determinado no sucesso da sua busca, não haverá poder na terra ou no céu que poderá resistir a você nesse desenvolvimento em particular; e você poderá, então, planejar como irá alcançar o desejo do seu coração com certeza de êxito.

Espero que você aplique essa lei fervorosamente na realização pelo crescimento da alma, não apenas durante o próximo ano, mas em todos os anos futuros.

(Carta nº 97 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Mt 6:24

[2] N.T.: Mt 6:33

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Tocha da Razão por Guia

Einstein afirmou em certa ocasião: “Nunca perca a sua santa curiosidade”. E que dádiva maravilhosa essa santa curiosidade nos outorgou! Por seu intermédio encontramos ensinamentos capazes de nos explicar tão claramente a época tão conturbada em que vivemos, ajudando-nos a manter uma conduta serena em meio ao rugir das tempestades.

Enquanto aprofundávamo-nos à procura das respostas, nem imaginávamos quão bem ocultas estavam as pérolas tão avidamente almejadas.  Cristo-Jesus asseverou: “Conhecereis a verdade e a verdade vós libertará[1]. Pôncio Pilatos tão somente soube perguntar: “O que é a verdade?” Como não recebia respostas do seu mundo interior, nenhuma resposta lhe foi dada do exterior.

Muitos encontram fragmentos da verdade e por eles combatem tenazmente. Julgando único seu fragmento, investem desabridamente contra todos os outros. Esse não é um bom método para se alcançar a verdade. Há verdades de maior ou menor profundidade. Há ângulos enfocando certas fases dessa verdade e há profundezas que o nosso entendimento não alcança.

O Hino Rosacruz de Abertura[2] nos ensina que, tendo a tocha da razão por guia, compreenderemos pontos até então completamente obscuros. Suas palavras irradiam essa verdade: pelo uso da razão e pela persistência, seremos capazes de anular a discórdia produzida no mundo.

Nesses poucos versos do hino, Max Heindel procurou imprimir ênfase a cada palavra para que obtenhamos respostas às nossas indagações: como? Por quê? Qual o método? Qual o nosso raio de ação? O fundador da Fraternidade Rosacruz sempre destacou o fator tempo. Sua vida nos mostrou essa imagem: cada hora tem de ser aproveitada; não há imobilismo, nem pausas, tampouco saltos ou recuos para outras sendas. Assegurou-nos de que assim agindo, seremos capazes de sublimar o mal do mundo pelo bem do qual somos canais.

Todas as Religiões e todas as ciências ocultas velam as suas verdades transcendentais. Há acesso somente para aqueles conhecedores da chave indispensável à percepção da verdade no meio das falsas explicações, mitos e símbolos. Esses servem para iludir aqueles que merecem ser iludidos, preservando a verdade da qual ainda devem ser afastados. A verdade é perigosa para quem é destituído de mérito ou preparo, da mesma forma como o fogo oferece riscos a uma criança. Siegfried teve de deixar pai e mãe, credo, convencionalismos, ideias preconcebidas, opiniões e desejos mundanos antes de iniciar sua busca, como lemos no livro “Mistérios das Grandes Óperas”.

A esse respeito Max Heindel nos ensina em “Cartas aos Estudantes”: “devemos viver nas condições e ambiente em que nos encontramos, procurando aprender as lições que essas condições proporcionam. Quem flutua nas nuvens em busca de ideias espirituais, negligenciando seus deveres no mundo, erra da mesma forma como aqueles que batalham no lodo do materialismo impelidos pela ambição, atraídos pelas luzes multicores da glória, ou por outros valores mundanos”.

As duas categorias de pessoas necessitam de ajuda, porém em direções diferentes. Uns devem colocar firmemente seus pés na Terra. Outros devem elevar-se até enxergar as luzes do céu, para onde cumprem dirigir seus esforços na acumulação de tesouros de valor mais permanente.

Max Heindel afirma que só há uma Grande Verdade: Deus. Esse, porém, possui infinitas facetas, ou várias formas de manifestação. Essa é a razão de todas as Religiões. Cada agrupamento tem a sua lição a aprender. A criança na fase pré-escolar recebe um ensinamento; no curso fundamental outro; no universitário tem direito a um currículo mais avançado. E o que é verdadeiro para o filósofo, não o será necessariamente para o camponês. Cada Mente recebe a verdade de modo diferente. Todos nós já palmilhamos muitos caminhos em nossas vidas: sob o raio de Marte, impelindo-nos à atividade e à paixão, muitas vezes às custas dos nossos semelhantes; sob a suavidade de Vênus, ou a austeridade de Saturno, ou ainda sob a benevolência de Júpiter. Alegramo-nos na esperança de perceber a amplitude de consciência que nos será outorgada pelo raio de Urano, mesmo que devamos nos contentar, hoje, com o raio de Mercúrio. Estamos ascendendo para a Luz Branca, do Sol, e que unirá todas os outros matizes.

Como podemos considerar-nos afortunados por viver em uma época em que esses conhecimentos foram liberados pelos Irmãos Maiores para todos que os procuram. Antigamente eram acessíveis unicamente aos Iniciados. Após a crucificação de Cristo Jesus, porém, o Véu do Templo rasgou de alto a baixo, revelando-nos que a Luz Branca é um reflexo ainda imperfeito da Grande Luz. Por isso, é exortado que usemos “a tocha da razão por guia”. É por isso que Max Heindel escreveu: “Devemos ser capazes de reconhecer a verdade internamente”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro/1977 – Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.T.: Jo 8:32

[2] N.T.: Hino Rosacruz de Abertura

Seguindo a órbita a girar

lei firme, o astro vem mostrar;

do eterno Deus ele é expressão

quais ciclos de alternação.

O Astro dança em linha oval;

no espaço e tempo em espiral,

e as harmonias ao girar

de esferas vão ressoar.

Por não saber a lei geramos dor,

a morte e desarmonia;

sofrendo, agora, procuramos

ter, de novo, paz e harmonia.

A lei buscamos aprender

e a verdade conhecer,

e o que encontrarmos da verdade

dar ao bem da humanidade.

Cumpramos todos o dever

do nobre e reto proceder;

sem ódio por amor agir

e nunca ao nosso dever fugir.

Sabendo por amor obrar

e o repetindo sem cessar,

o medo e o pecado, assim,

iremos dominar enfim.

Co’a tocha da razão por guia

nós buscamos restaurar

a juventude e harmonia

que só a verdade pode dar.

Falhando, embora, vamos ver

a persistência há de vencer,

e num crescendo gradual

o bem sublimará o mal.

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