Resposta: À luz da investigação oculta de alguns dos métodos modernos, parece que o nascimento é um acontecimento sobre o qual não temos nenhum poder de controle. Quando parecemos estar fazendo isso, na realidade, tornamo-nos agentes do destino, a fim de acelerá-lo ou retardá-lo até ter chegado o momento apropriado. Esse ponto de vista justifica-se pela experiência do autor em Astrologia Rosacruz horária. A filosofia da Astrologia Rosacruz horária é que no momento em que alguém se sente impelido a fazer uma pergunta a respeito de um assunto importante, o céu contém também a resposta, e uma figura fixada naquele momento conterá a solução para o problema. Mas devemos notar, particularmente, que o momento em que se deve fixar essa figura é quando a pergunta é feita ao Astrólogo Rosacruz, quando é feita pessoalmente. Quando foi feita por meio de correio (eletrônico ou não), o Astrólogo Rosacruz fixa a figura baseada no momento em que ele lê a pergunta.
Em várias ocasiões recebemos cartas contendo perguntas, mas que tinham sofrido atrasos em decorrência de inundações ou incêndios, mas a figura traçada para o momento da leitura sempre dava a resposta, mostrando que o atraso tinha parte ativa no plano. Tampouco devemos nos surpreender que as grandes Inteligências, isto é, os Ministros do Destino, prevejam e permitam contingências que estão muito além da compreensão da Mente humana. O fato da Mente Infinita dedicar igual atenção ao desenhar a anatomia de uma mosca, um rato ou um leão não nos leva a concluir que uma atenção similar, que vai até as minucias, não prevaleça em todos os aspectos da vida? Quando parece que estamos retardando ou acelerando um nascimento não estaremos, na realidade, ajudando a natureza a prosseguir em seu curso predeterminado, como foi dito na sentença introdutória desse artigo?
Não obstante, há sempre pessoas perguntando ao Astrólogo Rosacruz qual o melhor momento para nascer. Os jovens Astrólogos também querem, frequentemente, saber não que eles tenham qualquer intenção de controlar os nascimentos, mas para que, ao verem um horóscopo ou ao serem informados sobre a hora de nascimento de uma pessoa, eles possam fazer um rápido cálculo mental no sentido de determinar se essa pessoa possui um horóscopo mais tendendo para o benéfico ou para o adverso. Tal julgamento se basearia, naturalmente, apenas na posição do Sol em um Signo e na Casa próxima, sendo, portanto, um julgamento muito genérico e superficial. Pode-se dizer, no entanto, que sendo iguais às outras posições astrais, é melhor nascer quando a Lua aumenta a luminosidade, ou seja, no período compreendido entre a Lua Nova até a Cheia, do que quando ela é Minguante, da Cheia até a Nova, pois a Lua Crescente aumenta, também, a vitalidade e favorece nossos negócios.
E auspicioso nascer em abril ou agosto, quando o Sol vitalizante se encontra em seu Signo de Exaltação, Áries ou em Leão, Signo que ele rege, pois então entramos no mar da vida na crista da onda da vitalidade e somos sustentados na batalha pela existência por uma abundante reserva de energia.
Também é bom nascer em maio e julho, quando a luz vitalizante do Sol está focalizada através do Signo de Exaltação da Lua e no Signo que a Lua rege, respectivamente Touro e Câncer e, especialmente, como já foi dito, quando a Lua está Crescente. Essas configurações proporcionam, também, uma abundante vitalidade, que se torna uma grande vantagem na vida física.
Quanto à hora do dia mais favorável para o nascimento, podemos dizer que as crianças nascidas, aproximadamente, ao nascer do Sol ou pela manhã das 8 às 12 horas, enquanto o Sol está passando pelas Casas dos amigos e do prestígio social, são as mais “ditosas”, pois elas serão ajudadas de todas as maneiras. Crianças nascidas entre o meio-dia e meia-noite são menos “ditosas”. Quando o Sol atinge o nadir, a “sorte” retorna, pois, embora as crianças nascidas pela manhã, enquanto a estrela matutina está ascendendo em direção ao horizonte oriental tenham que abrir com esforço o seu caminho no mundo, as oportunidades lhe serão fornecidas em abundância.
Portanto, podemos resumir as nossas conclusões dizendo que é melhor nascer ao quando nasce do Sol e ou pela manhã, preferivelmente em abril ou agosto, quando a Lua está crescendo em luminosidade.
Finalmente, devemos sempre entender que não há “sorte” no sentido geralmente imaginado, mas tudo o que temos ou o que deixamos de ter, sob todos os aspectos, deve-se as nossas próprias ações passadas. No futuro poderemos ter o que agora nos falta, se tivermos um comportamento correto.
(Pergunta nº 124 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
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Para esse Mês Solar tome como material para os seus Exercícios Esotéricos: Cristo inicia Seu Sacrifício Anual aqui na Terra
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Resposta: “Um homem persuadido contra sua vontade continua, dentro de si, com a mesma opinião”[1], diz um provérbio antigo, e isso é verdade. Enquanto seu amigo estiver propenso a discutir e não inclinado a examinar as provas com uma Mente aberta, será uma perda de tempo tentar fazê-lo mudar de opinião. Sugeriríamos que você pare de discutir; ele poderá, então, ficar ansioso e propenso a descobrir algo mais. Quando isso acontecer, haverá várias maneiras de provar a existência e realidade do Corpo Vital. Podemos citar algumas.
Em primeiro lugar, há a máquina fotográfica. Talvez você possa encontrá-la em sua cidade, entre os espiritualistas, alguém que esteja capacitado a tirar “fotografias de espíritos”. Embora haja truques bem conhecidos pelos fotógrafos, que permitem a composição de tais fotografias, no entanto, em determinadas condições, foram tiradas fotos de pessoas que passaram para o além sem que houvesse nisso qualquer vislumbre de fraude. Essas pessoas se revestiram de Éter, material com o qual o Corpo Vital é formado, e que é visível às lentes fotográficas. O próprio escritor já foi apanhado por uma câmara ao viajar, em seu Corpo Vital, de Los Angeles a San Pedro para ver um amigo a bordo de um navio a vapor. Isso aconteceu porque me coloquei entre esse amigo e a câmara de outro amigo que estava justamente tirando uma foto instantânea do navio, e a semelhança foi tão boa que fui reconhecido por várias pessoas.
Temos, também, o fenômeno dos cachorros seguindo a trilha de certas pessoas por meio do odor obtido das roupas que elas usaram. Essas roupas ficam impregnadas pelo Éter do Corpo Vital, Corpo esse que se expande cerca de uns quatro centímetros além da periferia do Corpo Denso. Assim, a cada passo que damos, a Terra é penetrada por esse fluido invisível e radiante. Entretanto, verificou-se certa vez, que cães de caça da raça sabujo seguindo o rastro de um criminoso fugitivo falharam e perderam a pista, porque o fugitivo usava patins, evadindo-se através do gelo. Isso lhe permitiu ficar acima do solo, de forma que o Corpo Vital, que se estendia além de seus pés, não impregnou o gelo e, por conseguinte, não havia odor pelo qual os cães sabujos pudessem segui-lo. Resultados similares foram obtidos por uma pessoa que andou sobre “pernas de pau” no local do crime cometido por ela.
Há também o caso do curador magnético que retira do seu paciente as partes doentes do Corpo Vital, as quais são substituídas por Éteres novos que permitem às forças vitais circularem através do órgão físico afetado e, desse modo, realizar a cura. Se o curador magnético não tiver o cuidado de se livrar do fluido etérico negro, de consistência gelatinosa, miasmático, que ele atraiu para seu próprio Corpo, ele cairá doente, e se não existisse tal fluido invisível do qual falamos, o fenômeno da recuperação do paciente e a posterior doença do curador magnético não poderia acontecer.
Finalmente, podemos dizer que se você puder achar as condições e ir ao fundo da questão, há uma maneira e uma condição que permitem a muitas pessoas ver o Corpo Vital com os próprios olhos. Isso pode ser realizado mais facilmente em lugares onde os mortos são enterrados rapidamente logo após a morte. Escolha um período tão próximo quanto possível da Lua Cheia. Então, procure nos noticiários (jornais, internet, etc.) as notícias sobre falecimentos nas últimas vinte e quatro horas e vá ao cemitério na noite seguinte ao enterro da pessoa. Provavelmente, você poderá ver por cima do túmulo recém-fechado, flutuando ao luar, a forma tênue do Corpo Vital que permanece ali e que se decompõe sincronicamente com o Corpo Denso que jaz no túmulo. Isso pode ser observado em qualquer ocasião por um Clarividente, mas só se torna suficientemente denso e visível para a pessoa comum na primeira noite após o funeral. Se não puder vê-lo a princípio, ande ao redor do túmulo e olhe firmemente em sua direção a partir de ângulos diferentes. Terá, então, a mais convincente prova ocular que poderá ser fornecida a seu amigo.
(Pergunta nº 131 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: de Mary Wollstonecraft (1759-1797), escritora, filósofa, e defensora dos direitos da mulher, inglesa.
Você sabia que, quando os Estados Unidos da América eram um jovem país, acreditava-se que os tomates fossem venenosos? Que, se as pessoas viajassem em trens com velocidade superior a 38 quilômetros por hora, teriam ataques cardíacos e morreriam? E que ninguém seria capaz de voar? É uma pena, porque a vida sempre fica melhor quando a verdade é revelada. É por isso que algumas das maiores pessoas de todos os tempos dedicaram suas vidas ao estudo da verdade.
Um dos mais famosos deles nasceu em 1564, em Florença, uma bela cidade da Itália. Seu nome era Galileu. Mesmo quando menino, ele se interessava por muitas coisas e pelo modo como elas funcionavam. Acima de tudo, ele acreditava que tudo devesse fazer sentido. Não se deve acreditar em algo só porque alguém disse — nem mesmo se foi um homem chamado Aristóteles. Aristóteles foi um estudioso famoso que viveu cerca de dois mil anos antes de Galileu. Por ter descoberto muitas coisas maravilhosas, as pessoas passaram a acreditar que tudo o que ele havia dito e escrito era verdade. Na verdade, nos dias de Galileu, quando alguém declarava que Aristóteles tivesse dito algo, essa era a última palavra; ninguém deveria discutir.
Mas, Galileu achou que isso estivesse errado. Ele sabia que as pessoas cometem erros; provavelmente isso incluía Aristóteles. Ele disse isso ao seu professor na escola, que ficou muito zangado com o que ouviu; por isso ele repreendeu Galileu: “Como você ousa duvidar de Aristóteles!”, gritou com o garoto um dia.
Você não consegue imaginar como Galileu deve ter se sentido? Afinal, ele era apenas um menino. Quem era ele para desafiar aquilo em que os estudiosos acreditavam por quase dois mil anos? Mas ele tinha que provar que Aristóteles cometeu erros. Essa era a única maneira de convencer os outros. Então ele teve que manter os olhos bem abertos para encontrar algo, em algum lugar, que mostrasse que Aristóteles realmente houvesse cometido um erro. Eventualmente, sua oportunidade apareceu.
Como você sabe, naquela época não havia luz elétrica. As pessoas usavam velas ou tochas que tinham que ser acesas; às vezes, elas pendiam do teto. Ocasionalmente, no processo de acender, elas começavam a balançar um pouco. Galileu uma vez assistiu a isso. Ele imediatamente se lembrou do que Aristóteles havia escrito — coisas grandes e pesadas caem mais rápido do que as pequenas e leves. Galileu agora acreditava, depois de ver tochas e velas de vários tamanhos balançando da mesma maneira, que Aristóteles estivesse errado.
Sua grande chance de provar isso veio quando era professor na Universidade de Pisa. Talvez você já tenha ouvido falar dessa cidade; é famosa porque tem uma torre inclinada. Qual a melhor maneira de provar que coisas com pesos diferentes caem igualmente rápido do que derrubar dois desses objetos do topo da torre?
Naturalmente, Galileu não poderia simplesmente subir até lá e deixá-los cair. Ele precisava obter permissão e definir um horário para o que havia planejado — alguém, em baixo, poderia se machucar, caso estivesse lá na hora errada!
Não foi fácil para Galileu obter a permissão. Afinal, a própria ideia de questionar Aristóteles era algo inédito. Ele não deveria estar sempre certo? Contudo, finalmente Galileu obteve permissão. A hora foi definida, e as pessoas iriam para assistir.
Dois objetos deveriam ser soltos simultaneamente, um pesando cerca de cinco quilos e o outro de apenas meio quilo. Os dois alcançaram o solo exatamente ao mesmo tempo. Galileu provou que estava certo! Mas você pensa que as pessoas o aplaudiram? Apenas algumas ficaram para apertar sua mão; a maioria simplesmente foi embora. Elas não sabiam o que fazer com isso. Deveriam manter o que aprenderam durante toda a vida ou acreditar no que viram?
Os dirigentes da Universidade sabiam o que fazer: mandaram Galileu sair. Eles não deveriam tê-lo recompensado? Não, eles disseram que ele tinha sido contratado para ensinar conhecimentos antigos, não para desafiá-los. Disseram ainda que ele tinha perturbado a mente de seus alunos e isso não era uma coisa muito legal de se fazer.
Então, Galileu teve que procurar outros lugares para ensinar, como Pádua e Florença. Mais importante, ele agora tinha mais certeza do que nunca de que Aristóteles nem sempre estivera certo. Isso despertou nele o interesse por um livro que encontrou, escrito por um homem chamado Nicolau Copérnico, ex-aluno de Pádua, onde, por acaso, ele ministrava as aulas dele, na época.
Nesse livro, leu que Aristóteles errou ao acreditar que o Sol se movia ao redor da Terra; o contrário era verdade, mas não podia ser provado. Fazia todo sentido para Galileu e o ajudou a compreender muitas outras coisas. Entretanto, ele não podia provar.
Isto é, não até 1609, quando ouviu o viajante de um país distante contar uma história incrível. Alguém nos Países Baixos (atualmente conhecidos como Bélgica e Holanda) inventara algo para fazer objetos distantes parecerem se aproximar e ficarem muito maiores, aparentemente. Isso, é claro, você conhece como telescópio.
Contudo, havia algo de errado com o telescópio inventado: quando se olhava por ele, as coisas pareciam de cabeça para baixo. Isso era confuso. Galileu começou a corrigir esse defeito. Agora, quando alguém olhava através dele, objetos distantes podiam ser ampliados quase mil vezes e estavam com o lado certo para cima. Galileu recebeu muita honra e fama por fazer seu progresso; mas é claro que seu verdadeiro interesse ainda era descobrir se o Sol se movia ao redor da Terra ou se o contrário era correto.
Ele foi muito encorajado por um fato: pouco antes, uma bela e brilhante nova estrela apareceu no céu. Mas, Aristóteles, 2.000 anos antes, havia dito que nenhuma nova estrela apareceria. Visto que ele se enganou quanto a esse fato sobre os céus, não poderia ele também estar errado ao afirmar que o Sol se movia em torno da Terra? Não poderia ser o inverso, a Terra se movendo em redor do Sol?
Galileu agora passava praticamente todo o tempo olhando pelo telescópio. Às vezes, ele se esquecia de comer e dormir. Porém, mesmo que sua saúde não fosse das melhores, ele continuou se esforçando, com medo de não viver o suficiente para aprender a verdade sobre o que está no centro, o Sol ou a Terra.
Ele fez isso. Como? Ele sabia que, se Vênus e Marte se moviam em torno do Sol, a Terra também o fazia. Ele também sabia que, se o fizessem, pareceriam ficar menores, algumas vezes, e, outras, maiores, como a Lua fica quando se torna Lua Nova e, depois, Lua Cheia. E foi isso exatamente o que ele viu Vênus e Marte fazer. Eles pareciam mudar de tamanho.
Galileu também descobriu “manchas” no Sol, embora não devesse haver nenhuma. Quanto mais ele estudava os céus com seu telescópio, mais ele percebia que boatos muitas vezes são apenas isso — boatos.
Galileu escreveu tudo em um livro para que o maior número possível de pessoas pudesse ler sobre o assunto. Hoje em dia, algumas pessoas ficam ricas e famosas após escreverem livros. Não Galileu. Ele foi jogado na prisão. As autoridades tentaram fazer com que ele “se retratasse”; isto é, que anulasse o que havia dito e escrito, prometendo que não acreditasse mais nisso.
Mas como ele poderia? Só porque a maioria das pessoas havia acreditado por muito tempo no conhecimento antigo, isso não o tornava certo. E, se as pessoas algum dia lhe disserem para acreditar em algo só porque muitos acreditaram por muito tempo, você saberá o que dizer a eles, não é? Você vai apenas contar a eles sobre Galileu: e nada mais!
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de setembro-outubro/1995 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
A Lua na Tradição Oculta – Parte II – A Significância Espiritual da Lua Cheia
Corinne Heline
Como a Lua Nova marca o tempo de novos começos, da nova Dedicação e nova Consagração aos mais elevados ideais aos quais alguém pode aspirar, então a Lua Cheia marca o tempo de Realização, Consecução e Cumprimento, as três palavras que expressam a nota-chave espiritual dela. E como o Batismo, que foi geralmente observado na época da Lua Nova como o cerimonial da nova dedicação e nova consagração do Ego àquilo que é mais elevado no ser humano, o Deus Interior, assim também o aprofundamento, o aumento e a glória da realização sublime estão incluídos no belo cerimonial da Festa do Amor Místico ou Eucaristia que, nos Templos de Mistério, era celebrado em noites de Lua Cheia.
A elevada realização do mistério da Eucaristia não pode ser adquirida em poucos meses ou mesmo anos; mas requer um período de muitas vidas. No entanto, um antegozo dessa glória toca a consciência de cada Aspirante à vida superior sincero, em qualquer parte do Caminho onde estiver, por mais humilde que seja. Participar do Rito da Realização significa que a personalidade se tornou a serva obediente, em todos os momentos, dos ditames do Espírito. Significa que alcançou a conquista suprema, a do “eu”. Na vida de Dante, isso foi alcançado quando ele chegou ao topo do Monte do Purgatório e Virgílio, seu mestre e guia espiritual, disse a ele: “Com coroa e mitra eu te nomeio soberano sobre ti mesmo!”. Quando nos voltamos para a Bíblia, aquele supremo Livro da Vida, encontramos entre seus personagens mais importantes aqueles que alcançaram esse alto nível de desenvolvimento.
No décimo quinto capítulo do Êxodo, Moisés canta sua canção triunfal da autorrealização. Ele declara: “O Senhor é minha força e meu cântico. O Senhor é minha salvação. Por causa Dele triunfei”. Com essas palavras, ele descreve sua passagem milagrosa pelo Mar Vermelho. Esotericamente, esse mar é apropriadamente chamado de Vermelho porque simboliza a cor marciana da paixão física à qual a natureza emocional está sujeita. As hostes do Faraó, que perseguiam os israelitas e foram engolfadas e afogadas pelas águas do Mar Vermelho, representam aqueles que não superaram suas propensões emocionais, inferiores e, consequentemente, são engolfados pelas águas da paixão e do desejo. Moisés e os israelitas, por outro lado, representam aqueles que dominaram sua natureza inferior e se tornaram obedientes aos conselhos e orientação do seu eu superior. Para eles, as inundações emocionais retrocedem e caminham a seco para as vistas gloriosas da Terra Prometida. Pela autorrealização, todo obstáculo que barraria o caminho para o autodomínio e a iluminação é infalivelmente removido.
Os Salmos de Davi são hinos de vários graus de Iniciação. Alguns são dirigidos ao iniciante ou neófito; outros foram compostos para aqueles que avançaram mais no Caminho; e ainda há os que expressam o estado exaltado de almas que alcançaram a consciência cósmica. No Salmo 24, por exemplo, ouvimos os acordes triunfantes de uma canção de Iniciado: “Abri, ó portas, ó portas eternas, para que o Rei da Glória possa entrar”. Esse Rei da Glória não é apenas o Senhor Deus dos Exércitos. Ele também é o Ser luminoso que chega à consciência e expressão na alma que alcançou o lugar de onde pode abrir as portas para os mundos espirituais e entrar e sair à vontade. Com essa conquista, vem a capacidade de estudar, ensinar e servir conscientemente nos planos interno e externo, conforme as condições e circunstâncias exigirem.
Em suas Epístolas, São Paulo delineou o caminho do Iniciado tal como ele próprio o havia vivido. Por isso, foi capaz de pronunciar aquelas palavras comoventes que incontáveis “atletas de Deus” proclamaram depois dele: “Eu combati o bom combate. Eu mantive a fé. Eu terminei a corrida”.
O Senhor Cristo reteve Seu ensino mais avançado até o final do Seu ministério terreno. Os mistérios mais profundos que Ele veio a revelar foram transmitidos aos Seus Discípulos mais avançados quando eles se reuniram no “Cenáculo” e compartilharam a “Última Ceia”. Essa observância perpetuou os cerimoniais anteriores do Templo, conhecidos como Festa do Amor Místico, e santificou-os como os mais sagrados dos sacramentos cristãos. A Eucaristia, ou Sagrada Comunhão, conforme observada pela Igreja, está no próprio cerne da fé e da prática cristã.
Em nosso volume O Mistério dos Cristos citamos: “A Última Ceia ou Rito da Eucaristia fez parte de todo ensinamento iniciático que já foi dado ao ser humano. No Egito, o pão e o vinho místicos significavam as bênçãos do Deus Sol, Rá. Na Pérsia, a Eucaristia fazia parte dos Mistérios Mitraicos. Na Grécia, o pão era sagrado para Perséfone e o vinho, para Adônis. O Rito também é referido em um fragmento antigo do Rigueveda, na Índia. – “Você bebeu soma”, diz uma passagem, “nos tornamos imortais; entramos na luz; nós conhecemos os deuses”.
Todas as épocas, pessoas e Religiões receberam esse ritual sagrado do “pão e do vinho” e ele sempre é visto como o cerimonial que carrega os mais elevados ensinamentos espirituais que podem ser ministrados à época. Em cada época e religião sucessivas, à medida que a revelação divina se estende, o ritual da Eucaristia assume significados mais profundos, alcançando seu mais alto significado espiritual quando o Cristo, o supremo Instrutor do Mundo, celebra o rito com Seus Discípulos no Cenáculo, à meia-noite da Quinta-feira Santa, imediatamente antes da Sexta-Feira Santa ou Dia da Paixão.
Na hora da Última Ceia, esse serviço sagrado foi dividido em três partes. A primeiro consistia principalmente de orações e hinos com o objetivo de criar um espírito de pura comunhão entre os reunidos, porque somente em um estado de harmonia um eficaz trabalho espiritual pode ser realizado.
A segunda parte do Serviço consistia dos ensinamentos que Cristo deu a estes, Seus Discípulos mais avançados, relativos à doutrina do balanço, ou equilíbrio, entre as forças masculina e feminina da mente e do coração. O pão personificava a força positiva, ou masculina (a mental), e o vinho, a força negativa ou feminina (o coração). Enquanto o Cristo administrava aos Discípulos o pão e o vinho, ao mesmo tempo derramava do Seu próprio Ser esses poderes duais que possuía em um estado perfeito de equilíbrio. Essas duas forças também são representadas como o Maná do Céu, ou Pão da Verdade, e o Vinho do Amor.
Astrologicamente, o pão se correlaciona com o Signo terrestre de Virgem, a virgem do céu, que carrega um feixe de trigo; enquanto o fruto da videira, o poder do amor feminino, relaciona-se ao Signo ígneo e masculino de Leão, o rei leão. Nessas relações estelares, descobrimos como a mistura dos opostos é tecida na própria estrutura do Universo. Assim, a Hierarquia feminina de Virgem carrega consigo poderes masculinos ocultos e a Hierarquia masculina de Leão, as potências femininas. A interação harmoniosa entre esses poderes, seja na abóbada dos céus ou nos interiores da alma humana, é o estado que leva à totalidade ou santidade.
De muitos pontos de vista, o registro bíblico indica a necessidade que o ser humano tem de atingir o estado de consciência no qual é justo dizer-se que ele pode pensar com o coração e amar com a mente. Com tal realização, vem a Iluminação. O ser humano pode então andar na Luz como Ele está na Luz.
No terceiro e último estágio do cerimonial da Eucaristia, aberto apenas aos “Poucos” ou “Remanescentes”, o Mestre ensinou a Seus Discípulos como derramar os poderes espirituais da polaridade Amor-Sabedoria nas substâncias físicas, resultando que, assim magnificados – engrandecidos com louvor –, irradiaram poderes de cura. Que as potências vivas e energizantes são transmitidas a objetos tocados por um Mestre foi intuitivamente reconhecido em todas as religiões, desde os primeiros tempos e, embora isso tenha dado origem a muitas práticas supersticiosas em relação a talismãs e relíquias, ainda existe uma realidade espiritual e subjacente a elas.
Depois da Ascensão e da partida do Mestre, os Discípulos se reuniam todas as noites naquele Cenáculo, que era sagrado para a memória do Banquete Místico. A ocorrência mais importante do dia para eles foi a celebração da sagrada Festa do Amor. Depois que os elementos do pão e do vinho eram energizados com a vital força cósmica, os Discípulos os levavam para os enfermos e aflitos; tão poderosas eram suas emanações magnéticas que muitos eram curados simplesmente tocando ou mesmo olhando para eles.
Na tarde da Páscoa, durante a festa e a caminho de Emaús, dois Discípulos convidaram um estranho que passava para entrar e jantar com eles. Eles não O reconheceram como o Mestre até que, à mesa, Ele colocou as mãos sobre o pão, o qual, de repente, tornou-se luminoso como ouro fundido. Foi então que eles souberam que o Cristo ressuscitado estava no meio deles. Quando, mais tarde, Ele desapareceu de suas vistas, eles saíram com alegria, proclamando que o Mestre ressuscitado havia retornado para eles.
Em uma de suas interpretações mais importantes, a Bíblia pode ser verdadeiramente denominada “O Livro da Angelologia”. Muitos dos seus ilustres personagens foram acompanhados, dirigidos e iluminados por visitantes angelicais. Alguns dos eventos mais maravilhosos da Bíblia acontecem por meio da intercessão angelical. Há apenas um ligeiro reconhecimento desse ministério celestial em nossos dias, devido à luz ofuscante do materialismo. Mesmo nas igrejas, onde se esperaria que fosse um ensino muito proeminente, ele falhou em receber a ênfase que merece. E, no entanto, para aqueles que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir, o ministério angélico continua a ser tão essencial e eficaz para a vida humana como sempre foi.
Durante as horas da noite, hostes de Anjos se reúnem acima das cidades do mundo, dissipando as escuras nuvens astrais que pairam sobre elas. Essa névoa cancerígena é composta pela combinação dos pensamentos negativos e sentimentos malignos da população. O medo, o desânimo, a crueldade, o ódio, a luxúria e os elementos discordantes e destrutivos de todo tipo escurecem e sobrecarregam a atmosfera psíquica. Para neutralizar essa condição, que surge no curso das atividades diárias, o ministério angélico trabalha durante a noite com o fim de dissipar a nuvem e limpar a atmosfera, de modo que melhores condições prevaleçam na madrugada do próximo dia para o progresso do ser humano.
Embora o ministério angélico seja incessante, é à noite, quando os humanos estão dormindo e suas mentes quietas, que eles respondem melhor às influências espirituais desse ministério.
Onde quer que haja problemas, tristeza e sofrimento, mensageiros angélicos estão sempre presentes para prestar Serviço amoroso e útil. Eles se reúnem em grande número nos campos de batalha, onde trazem paz aos recém-mortos e confortam os que sofrem. Os Anjos também visitam casas, hospitais e instituições psiquiátricas durante o dia e a noite. Eles trazem luz a lugares escuros, força aos fracos, esperança aos desanimados, conforto aos enlutados e paz de espírito às mentes perturbadas e alienadas. Embora não façam acepção de pessoas, sendo ministros de acordo com a necessidade e não o mérito, eles são mais felizes no ambiente daquelas cujas vidas estão em sintonia com os níveis superiores de consciência e expressão. Eles também se reúnem em grande número dentro, e ao redor, de lugares sagrados; por exemplo, os Templos de Mistério no plano etérico e onde quer que os devotos se reúnam na observância do Santo Sacramento da Eucaristia. Sua presença e participação são sentidas interiormente pelos devotos adoradores e são claramente vistas por aqueles que possuem uma segunda visão. Em ambos os casos, as bênçãos de suas emanações áuricas são inconfundíveis.
Nas lendas do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda, que na verdade são descrições veladas das atividades do Templo que ocorriam na época medieval, cada cavaleiro recebia uma cadeira específica na qual sempre se sentava. Acima de cada cadeira e sobre a cabeça de cada cavaleiro via-se uma forma angelical. Pois foi dito que Deus designou a cada cavaleiro um Anjo que o acompanhava em todas as suas aventuras, ou testes, para sustentá-lo no fracasso e ampará-lo na justiça, regozijando-se com ele em sua realização espiritual, enquanto progredia em seu Caminho de Iniciação.
Realização, Consecução e a grande glória da Consumação — essas são as bases espirituais que transmitem o verdadeiro significado da noite de Lua Cheia. As lendas nos contam que, depois que Pedro negou seu Senhor, ele sofreu terríveis agonias de contrição e humilhação que foi literalmente reformado e sua natureza inferior passou por uma transmutação completa. Foi então que ele se tornou de fato e de verdade São Pedro, o Iniciado; foi a Iniciação de Pedro a que o Senhor Cristo Se referiu por estas palavras: “Sobre esta pedra fundamental edificarei a minha igreja”. Foi assim que, de acordo com a lenda, Pedro atingiu tal santidade que, enquanto caminhava, onde quer que sua sombra caísse nos enfermos, eles eram curados e, ao se levantarem, com alegria e exultação proclamavam o Santo Nome e seu poder transformador.
“Eu combati o bom combate. Eu mantive a fé. Eu terminei a corrida”. Esse é o glorioso ideal defendido por aqueles grandes Discípulos espirituais, São Pedro e São Paulo. E, à medida que avançamos no Caminho da Luz, também aprenderemos a superar as turbulentas águas do Mar Vermelho. Nós também estaremos em terra seca e teremos um vislumbre daquela Terra Prometida, que é a aurora dourada da Nova Era, agora se aproximando tão rapidamente… Aquela Era em que a “Paternidade de Deus” e a “Fraternidade do Homem” se tornarão uma realização viva em todo o mundo.
(Publicado na Revista New Age Interpreter – Corinne Heline second quarter, 1964 – traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
A Lua na Tradição Oculta – Parte I – A Significância Espiritual da Lua Nova
Corinne Heline
Os primeiros ensinamentos do Templo foram dados quase no início da civilização. Nenhum desses ensinamento está perdido; mas, através dos tempos foram endereçados aos cuidados das Escolas de Mistérios e ainda estão disponíveis aos “poucos” que estão prontos para recebê-los. Muitos dos belos cerimoniais simbólicos e pertencentes aos antigos Templos de Mistérios foram incorporados às várias Religiões do mundo. Talvez os dois mais importantes desses cerimoniais, levados à primitiva Igreja Cristã, sejam o cerimonial do Batismo e o da Festa do Amor Místico que, na terminologia da igreja, é chamado de Eucaristia ou Sagrada Comunhão.
Esses dois cerimoniais, como observados nos antigos Templos de Mistérios, geralmente eram comemorados nas noites de Lua Nova e Lua Cheia. Os neófitos do Templo eram ensinados que esses são os pontos espirituais elevados de cada mês, porque nas noites de Lua Nova e Lua Cheia há uma liberação adicional de energias espirituais em todo o Planeta Terra, exterior e interiormente.
É significativo que em vários livros do Antigo Testamento o leitor seja advertido contra a participação nos festivais da Lua, e eles são o objeto de muitas repreensões veementes de vários profetas. A razão para isso é que os cerimoniais religiosos pertencentes à Era de Touro, embora belos e puros em suas concepções originais, no tempo do Antigo Testamento degeneraram em feitiçaria e sensualismo do tipo mais degradante. As assembleias da Lua Nova haviam se tornado conclaves sombrios e sinistros, sob a égide dos deuses e deusas da feitiçaria, enquanto as festas da Lua Cheia eram tempos de folia licenciosa, descritos no Antigo Testamento como a adoração ao bezerro de ouro. À parte desses festivais degenerativos, no entanto, havia verdadeiros Mistérios da Lua que eram celebrados nos santuários mais internos do Templo, que sempre foram uma forma da ordem celestial mais elevada e sagrada.
Para o Aspirante no Templo do Mistério, a Lua Nova é uma época de novos começos. É tempo de consagração e dedicação aos mais exaltados ideais aos quais ele aspira. No final de cada mês lunar, portanto, ele examina cuidadosamente, em retrospecto, todas as obras do mês que acabou de terminar e observa em que falhou em viver fiel a esses ideais, tentando descobrir o motivo dessas falhas.
Um dos mais notáveis videntes modernos disse que o único e verdadeiro fracasso que alguém pode conhecer é deixar de tentar; e, assim, o Discípulo do Templo de Mistério tem a oportunidade de rever suas falhas. Por mais lamentáveis que sejam, ele sabe que não são irremediáveis, porque não parou de tentar.
Logo após o festival da Lua Nova e a cada mês, o Discípulo é instruído a se doar a um ideal pessoal ou de um movimento que contribuirá, por menor que seja, para a elevação da humanidade e o aprimoramento do mundo. Isso é feito para provar sua abnegação total e irrestrita, em harmonia com o belo mantra Rosacruz: “O serviço amoroso e desinteressado é o caminho mais curto, mais seguro e mais agradável que conduz a Deus”.
Nos ensinamentos do Templo, o cerimonial batismal era, geralmente, observado nas noites de Lua Nova e a Festa do Amor Místico, ou Eucaristia, nas noites de Lua Cheia.
O serviço batismal que foi organizado para se harmonizar com a lei esotérica está disponível hoje. Simples na forma, ainda que rico em substância espiritual e poderoso em invocação da torrente cósmica.
Os Quatro Elementos são usados nesse cerimonial e cada um é dedicado ao serviço do Aspirante. Eles são: Sal, Óleo, Água e Fogo (Luz). O sinal da Cruz também é usado, como na igreja. A Cruz é um símbolo pertencente aos primeiros ensinamentos do Templo e sua assinatura é um ato litúrgico de “magia” espiritual que sela a unidade do ser humano com o cosmos. É um símbolo cósmico em ação. Ele invoca as bênçãos de Câncer, a Hierarquia do Norte; Capricórnio, a Hierarquia do Sul; Leão, a Hierarquia do Oriente; Aquário, a Hierarquia do Ocidente. Câncer representa os Elementos da Água; Capricórnio, os da Terra; Leão, o do Fogo e Aquário, o do Ar.
Uma bênção é pedida aos quatro grandes Seres que operam através dos Quatro Elementos Cósmicos que são tão importantes no trabalho evolucionário do nosso Planeta Terra e dos seres residentes nele.
Na bênção dos Quatro Elementos, o sinal da Cruz é feito primeiro no Coração e depois na testa; sendo o Coração o núcleo de amor do corpo e a cabeça, o centro da Mente. O ponto crucial dos ensinamentos do Templo sempre foi a unificação das forças da Mente com as do Coração. A Bíblia nos mostra que devemos aprender a pensar com o Coração e a amar com a Mente. Quando essas duas forças são estabelecidas em equilíbrio dentro do ser humano, ele “nasce” como um Iniciado. É a união das duas forças cósmicas que a Bíblia retrata simbolicamente como uma Festa do Casamento Místico. É com uma Festa do Casamento Místico que o Evangelho Segundo São João começa. São João foi o mais avançado dos Discípulos de Cristo e, por isso, seu Evangelho contém os ensinamentos do Templo mais exaltados já dados ao mundo.
Um por um, os Quatro Elementos Sagrados são abençoados para o serviço do Aspirante. Em primeiro lugar, o Elemento Sal, símbolo de pureza: a pureza do alimento que sustenta e nutre o Corpo Denso; a pureza do amor que desperta o Coração; a pureza do pensamento que ilumina a Mente; a pureza da ação que embeleza a vida. Aquele que realiza o rito batismal coloca suas mãos sobre o Sal em bênção e, então, faz o sinal da Cruz no Coração do Aspirante, dizendo: “Cristo ensina que somente os puros de Coração verão a Deus”. Em seguida, o sinal da Cruz é feito na testa, com as palavras: “Quando a pureza é alcançada na consciência do ser humano, isso é conhecido como um grande poder espiritual. Do servo de Deus é dito que sua força é como a força de dez, cujo Coração é puro”.
Então as mãos são colocadas em bênção sobre o Óleo, que é o símbolo da harmonia, unidade, cooperação, da cura, do companheirismo, da fraternidade. Novamente o sinal da Cruz é feito no Coração, com as palavras: “Se andarmos na Luz como Ele está na Luz, seremos fraternais uns com os outros”. E novamente o sinal da Cruz é feito na testa, com as palavras: “Que a aspiração do seu pensamento o eleve sempre à realização harmoniosa com o ideal da Paternidade de Deus e da Fraternidade do Homem”.
Em seguida, as mãos são colocadas em bênção acima da vela acesa, pois o Fogo é o símbolo da fé e a fé tem sua casa no Coração. O sinal da Cruz é feito no Coração e as palavras são pronunciadas: “Que a bela fé de uma criança viva sempre e floresça em seu Coração”. O sinal da Cruz é, então, feito na testa, junto às palavras: “Cristo disse: se tiverdes fé como um grão de mostarda, tudo quanto pedirdes será feito a vós”.
Em seguida, as mãos são abençoadas acima da vela acesa. São João deu a única descrição perfeita da Luz quando disse: “Deus é Luz”. Ao que acrescentou: “Deus é Amor”. Mais uma vez o sinal da Cruz é feito acima do Coração: “Que este Amor-Luz celestial sempre brilhe em seu Coração e ilumine sua vida e a vida de todos aqueles que você encontrar”. Novamente o sinal da Cruz é feito na testa e as palavras de São Paulo são ditas: “Que esteja em vós aquela Mente que também estava em Cristo Jesus”.
Agora, as mãos são colocadas na Água; mais uma vez é abençoada e algumas gotas são colocadas sobre a cabeça do aspirante no encerramento da bênção: “Que você ande sempre na Luz como Ele está na Luz e que você sempre viva, mova-se e tenha seu ser n’Ele. Amém”.
O cerimonial do batismo ocupou um lugar de destaque na vida da primitiva comunidade Cristã. Foi observado em muitas estações; talvez a mais importante delas sendo o Sábado Santo, à noite, imediatamente antes do amanhecer da Páscoa. Foi nessa época que os recém-batizados foram encontrados esperando para tomar parte naquela gloriosa procissão da Páscoa, que ocorre nas altas esferas espirituais e que é conduzida por nosso bendito Senhor, o Cristo.
(Publicado na Revista New Age Interpreter – Corinne Heline – first quarter, 1963 – traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)