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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Prática do Hipnotismo

A prática do hipnotismo traz sérias consequências tanto para o praticante como para suas vítimas.

Envolve interferência com o livre arbítrio do Ego.

O hipnotizador projeta-se no cérebro de outra pessoa e torna-a sujeita à sua vontade.

Mesmo quando isso é feito com o propósito altruísta de libertar uma pessoa de um hábito que a escraviza, como drogas ou bebidas alcoólicas, não é justificável.         

A cura não é permanente até que o próprio sofredor tenha vencido o vício por si mesmo. Portanto, quando um hipnotizador cura o corpo, ao expulsar a vontade do Ego, usando-o e suplantando-o com seu próprio poder de vontade, ele simplesmente priva o Ego da oportunidade de aprender a lição que algum dia deverá dominar.

O ganho aparente imediato é realmente uma perda.

A lição a ser aprendida foi adiada; também, o poder da vontade da vítima foi enfraquecido pelo processo.

O livre arbítrio é a herança mais valiosa de um Ego, durante esta peregrinação terrestre.

Uma pessoa que trabalha para suplantar a vontade de outra, mesmo quando os motivos possam ser definidos como bons, traz para si consequências desastrosas.

Pelo poder da vontade, o Ego monta a escada da evolução que conduz à divindade.

Essa vontade é enfraquecida no indivíduo que se submete ao hipnotismo, no qual o estado da vontade do hipnotizador suplanta a vontade dos hipnotizados, que estão completamente sob domínio dele.

No entanto, uma pessoa não pode ser colocada “sob o feitiço” se sua própria vontade for mais positiva do que a do hipnotizador.

Quando o controle sobre outro é para fins de diversão ociosa ou para ganhar alguma vantagem egoísta, as consequências do erro são ainda mais graves.

Aqueles que entregam sua vontade a outro têm a tarefa de recuperar o poder de vontade que se perdeu.

Aqueles que tenham vitimado outros serão convocados, sob a Lei da Justiça, para ajudar suas vítimas a recuperar seus poderes enfraquecidos.

Eles também estão sujeitos a graves enfermidades físicas em futuros renascimentos.

Tal é o destino frequente de um hipnotizador profissional. Através de um corpo deformado e inútil, o Espírito aprenderá a enormidade do erro em usar o corpo de outra pessoa indefesa, substituindo sua própria vontade pela de seu legítimo ocupante.

A prática generalizada do hipnotismo em nosso tempo, juntamente com o fluxo de literatura favorável ao assunto, é outra evidência das forças desintegradoras que ameaçam retardar nossa civilização e causar o colapso.

A integridade no pleno significado dessa palavra é a grande necessidade do nosso tempo – integridade em nossa vida pessoal e pública, integridade na vida comercial, profissional e governamental.

O ser humano deve se tornar um ser atuante harmonioso e único, antes de poder construir uma vida bem-sucedida e tornar-se uma unidade sintonizada com a construção de uma comunidade saudável, uma cultura saudável e uma civilização duradoura.

Assim, todos os nossos vícios, defeitos, falhas, erros, problemas e os outros desejos inferiores estão no Corpo de Desejos e é nosso dever dominá-los pelo poder da vontade. 

Essa é a razão pela qual estamos na escola da experiência chamada vida, e nenhum outro ser pode crescer moralmente por nós, como, também, ninguém pode digerir o alimento por nós. 

A Natureza não pode ser ludibriada.

O único caminho permanente, para se vencer qualquer vício, é pela própria vontade.

É nosso dever nos proteger de quaisquer tentativas de nos dominar por algo externo.

Por esse motivo é melhor não nos expormos desnecessariamente tomando parte como espectadores em demonstrações de hipnotismo, porque a atitude negativa que a pessoa adote pode conduzir facilmente à obsessão.

Deveríamos seguir sempre o conselho de São Paulo e revestir-nos com a armadura de Deus.

Devemos ser sempre positivos em nossa luta pelo bem contra o mal e nunca perder a ocasião de colaborar com os Irmãos Maiores em palavras ou atos, na Grande Guerra que se efetua pela supremacia espiritual.

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Nossa Maior Capacidade de Realizar qualquer coisa Via o Livre Arbítrio

Livre arbítrio e determinismo: em quais proporções cada um destes elementos entra no destino do ser humano?

A definição mais simples é dada pelas Religiões que admitem que Deus criou uma alma virginal à cada nascimento; a partir do momento em que ela é criada, esta alma é livre para escolher entre o bem e o mau; essa escolha determina a vida da alma por toda a eternidade.

Aquele que raciocina constata, imediatamente, que os seres humanos não são iguais desde o nascimento; o meio onde a criança nasceu age profundamente sobre o destino dela. Como consequência, todas as crianças não partem do mesmo ponto; a fortuna dos pais, o ambiente no qual aquela criança cresceu, e outras considerações ainda fazem com que o meio tenha uma influência considerável; a luta pela vida não é a mesma para todos; alguns parecem favorecidos e outros parecem sacrificados.

Nós estimamos que haja uma causa para tal diferença, dado que a ciência materialista admite que isso esteja ligado à evolução da vida nas formas, que é um efeito biológico dado ao acaso.

O Princípio da Causa e Efeito indica que a sorte não é nada além de um nome dado à uma lei pouco conhecida.

A Lei de Causa e Efeito é absoluta; ela é aplicada em tudo. É necessário refletir frequentemente, meditá-la por bastante tempo e admiti-la completamente. Nada escapa a essa Lei. Aplicando o princípio de tal Lei, nós consideramos o nascimento como um Efeito; nós concluímos que deve haver uma Causa pré-existente e que o acaso – inexistente por si só – não pode ser levado em conta.

No entanto, a cadeia de causas e efeitos não é uma repetição monótona. Há sempre um influxo contínuo de causas novas e originais. Esta é a espinha dorsal da evolução – a única realidade que lhe dá sentido e a converte em algo mais que a simples expansão de qualidades latentes. Este importante fator é o único que pode explicar de modo satisfatório o sistema a que pertencemos.

Com a divina prerrogativa do livre-arbítrio, temos o poder da iniciativa, de forma que podemos adotar uma nova linha de conduta a qualquer momento que queiramos!

Lembremo-nos que por muito degradado que seja um ser humano, tem sempre o poder de semear o bem, mas deve esperar até que essa semente possa florescer num ambiente propício. Cada um de nós, ainda que sujeito aos dias passados, é livre no que diz respeito ao amanhã. 

Há uma Parábola na Bíblia que nos auxilia a compreender e a aplicar melhor esse conceito:

Pois será como um homem que, viajando para o estrangeiro, chamou os seus próprios servos e entregou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois, a outro um. A cada um de acordo com a sua capacidade. E partiu. Imediatamente, o que recebera cinco talentos saiu a trabalhar com eles e ganhou outros cinco. Da mesma maneira, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas aquele que recebera um só o tomou e foi abrir uma cova no chão. E enterrou o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo, o senhor daqueles servos voltou e pôs-se a ajustar contas com eles. Chegando aquele que recebera cinco talentos, entregou-lhe outros cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me confiaste cinco talentos. Aqui estão outros cinco que ganhei’. Disse-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!’ “Chegando também o dos dois talentos, disse: ‘Senhor, tu me confiaste dois talentos. Aqui estão outros dois talentos que ganhei’. Disse-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!’ Por fim, chegando o que recebera um talento, disse: ‘Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste. Assim, amedrontado, fui enterrar o teu talento no chão. Aqui tens o que é teu’. A isso respondeu-lhe o senhor: ‘Servo mau e preguiçoso, sabias que eu colho onde não semeei e que ajunto onde não espalhei? Pois então devias ter depositado o meu dinheiro com os banqueiros e, ao voltar, eu receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe o talento que tem e dai-o àquele que tem dez, porque a todo aquele que tem será dado e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem será tirado. Quanto ao servo inútil, lançai-o fora nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes!‘”  (Mt 25:14-30).

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: A Epigênese e a Lei de Causa e Efeito

Cartas de Max Heindel: A Epigênese e a Lei de Causa e Efeito

Novembro de 1917

Alguns erros são tão frequentemente cometidos pelos Estudantes que se precisa chamar a atenção deles de tempos em tempos. O erro mais frequente é a ideia equivocada de que tudo o que nos acontece é o resultado ou efeito de alguma causa ou ação que nós mesmos fizemos no passado, geralmente, em alguma vida anterior a esta. Teoricamente, os Estudantes sabem que essa atitude é errada. Eles estão conscientes que, além do destino trazido conosco de existências anteriores, para liquidá-lo nesta vida, todos os dias estamos exercendo uma influência causal pelos nossos atos. Uma parte considerável dos atos praticados neste Corpo Denso irá resultar em efeitos antes que a morte termine com nossa permanência no nosso ambiente atual, ao passo que os atos que não forem liquidados serão retidos e formarão a base do destino de uma existência futura, em que poderemos colher o que tenhamos semeados. Esse destino transferido de uma vida para outra é mostrado em nosso horóscopo e nos fornece certas características, tendências ou linhas de menor resistência. No entanto não podemos ignorar que esse destino do passado nos fornece certo viés ou certa tendência para uma determinada linha de ação. Entretanto, há um relativo livre arbítrio em uma grande porcentagem das nossas ações, deixando espaço para o exercício da Epigênese, a atividade divina criadora que é a base da evolução.

Como dissemos, teoricamente todos os Estudantes conhecem isso perfeitamente bem. Mas, ao nos relacionar com os problemas práticos da vida cotidiana parecem que, persistentemente, tomam a atitude de que tudo o que acontece é o desdobramento de algo que já existiu. Isso é particularmente verdadeiro para aqueles que estudaram as Religiões orientais antes de dedicarem-se aos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Com essa atitude mental de ignorar a Epigênese, eles retardam o crescimento da alma deles alheios ao elevado grau de prejuízo que estão ocasionando ao seu próprio desenvolvimento anímico. Na verdade, está acontecendo com eles algo muito parecido ao que acontece com o materialista durante sua existência post-mortem, quando ele permanece na Região Limítrofe[1] entre o Purgatório e o Primeiro Céu, numa monotonia terrível de se contemplar. A Região Limítrofe é, por assim dizer, um redemoinho fora do fluxo da vida, onde o progresso está com todas as suas atividades ou movimentos cessados. O materialista está ali por causa de sua negação da existência post-mortem, o que o colocou fora de contato das correntes espirituais que geram movimento e ação durante esta existência.

Da mesma forma, quando enfatizamos, constantemente, a Lei da Causa e Efeito e de forma consistente e persistentemente ignoramos a Lei da Epigênese, nos colocamos fora dessa última linha de ação, e nossas oportunidades para exercer a iniciativa da Epigênese são negligenciadas na maioria das vezes, o que resulta em nos tornamos cada vez mais estéreis, à medida que os anos passam. Contrariamente, se nos esforçarmos, inteligentemente, quando considerarmos os problemas da vida, exemplificados nas ações daqueles que nos rodeiam, assim como nas nossas próprias ações, procurando o princípio da Epigênese e observando funcionamento dela, com certeza encontraremos oportunidades para ações de iniciativas que se abrem ante nós, em uma quantidade que nunca seria possível crer. Observando a maneira como a Epigênese se aplica em outras vidas, podemos aprender o modo de aplicá-la na nossa própria.

Espero que você mantenha sempre esse pensamento bem perto de você e que, com isso, possa colher muitos benefícios por meio da prática persistente desse princípio.

 (Carta nº 84 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Ela está localizada na quarta Região do Mundo do Desejo, entre o Purgatório (localizado nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo) e o Primeiro Céu (localizado nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo); uma espécie de fronteira – nem céu nem inferno. Aqui estão as pessoas honestas e corretas, incluindo o materialista; que não causaram danos a ninguém, mas que estiveram tão intensamente imersos nos seus negócios materiais que não tiveram tempo de pensar na vida superior, na vida espiritual. Para essas pessoas, o Mundo do Desejo é um estado indescritível de monotonia. O suicida também permanece nessa região até completar o tempo de vida que tinha programado no seu arquétipo. Nessa Região, as pessoas geralmente estão fora do alcance de qualquer ajuda e sofrem muito mais do que qualquer outra pessoa. Até quando? Até ela chegar à conclusão de que há vida espiritual, se arrepender sinceramente de não ter considerado isso durante o seu último renascimento e desejar intensamente reformar essa sua posição. Ou seja: só depende dela e de mais ninguém. Uma vez isso alcançado, pelo seu próprio esforço e força de vontade, ela parte para o Purgatório e segue no Ciclo de Vidas e Mortes, como qualquer outro ser humano.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Atitude e a Aplicação no Trabalho da Vida

A Atitude e a Aplicação no Trabalho da Vida

Vejam essa estória já famosa:

“Jerry era um tipo de pessoa que vocês iriam adorar. Ele sempre estava de alto astral e sempre tinha algo positivo para dizer. Quando alguém perguntava para ele: ‘Como vai você?’, ele respondia: ‘Melhor que isso, só dois disso!’.

Ele era o único gerente de uma cadeia de restaurantes, por quem todos os garçons seguiam seu exemplo. A razão disso era por causa de suas atitudes. Ele era naturalmente motivador. Se algum empregado estivesse tendo um mau dia, Jerry prontamente estava lá, contando ao mesmo como olhar para lado positivo da situação.

Seu estilo de ser realmente deixava-me curioso. Por isso, um dia perguntei para Jerry: ‘Eu não acredito! Você não pode ser positivo o tempo todo. Como você consegue?’. Ele respondeu: ‘Toda manhã eu acordo e digo para mim mesmo: Jerry você tem duas escolhas hoje. Escolher entre:

  • estar de alto astral ou
  • estar de baixo astral

Então escolho estar de alto astral. A todo o momento que acontece alguma coisa desagradável, posso escolher:
– ser vítima da situação ou
– aprender algo com isso

Eu escolho aprender algo com isso.

A todo o momento que alguém vem reclamar da vida comigo, posso escolher:

  • aceitar a reclamação ou
  • apontar o lado positivo da vida para a pessoa.

Eu escolho apontar o lado positivo.’.

Então eu argumentei: ‘’Tá certo! Mas não é tão fácil assim!’. ‘É fácil sim’, disse Jerry. ‘A vida consiste em escolhas. Quando você tira todos os detalhes e enxuga a situação, o que sobra são escolhas, decisões a serem tomadas. Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como as pessoas irão afetar o seu astral. Você escolhe estar feliz ou triste, calmo ou nervoso. Em suma: você escolhe como viver a sua vida!’.

Eu refleti sobre o que Jerry disse. Algum tempo depois eu deixei o restaurante para abrir meu próprio negócio. Nós perdemos o contato, mas frequentemente, sempre que tinha que tomar uma decisão, eu pensava nele. Alguns anos mais tarde, eu ouvi dizer que Jerry havia feito algo que nunca se deve fazer tratando-se restaurantes: ele deixou a porta dos fundos aberta e foi rendido por três assaltantes armados. Enquanto ele tentava abrir o cofre, sua mão estava trêmula e errou a combinação para abertura. Os ladrões entraram em pânico, atiraram nele e fugiram. Por sorte Jerry foi encontrado relativamente rápido e foi levado às pressas ao pronto socorro local. Depois de dezoito horas de cirurgia e algumas semanas de tratamento intensivo, Jerry foi liberado do hospital com alguns fragmentos de balas ainda em seu corpo. Eu me encontrei com Jerry seis meses após o acidente. Quando eu perguntei: ‘Como vai você?’. Ele respondeu: ‘Melhor que isso, só dois disso! Quer ver minhas cicatrizes?’.

Enquanto eu olhava as cicatrizes, eu perguntei o que passou pela mente dele quando os ladrões invadiram o restaurante. ‘A primeira coisa que veio à minha cabeça foi que eu deveria ter trancado a porta dos fundos…’, ele respondeu. ‘Então, depois quando eu estava baleado no chão, eu lembrei que eu tinha duas escolhas ou podia escolher:

  • viver ou
  • morrer

Eu escolhi viver. ‘Eu perguntei: ‘Você não ficou com medo? Você não perdeu os sentidos?’. Jerry continuou: ‘Os paramédicos eram ótimos; eles ficaram o tempo todo me dizendo que tudo ia dar certo, que tudo ia ficar bem. Mas quando eles me levaram de maca para a sala de emergência e eu via as expressões nos rostos dos médicos e enfermeiras, eu fiquei com medo.’. Nos seus olhos eu lia: ‘Ele é um homem morto.’. ‘Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.’.

‘O que você fez?’, eu perguntei.

‘Bem, havia uma mulher grande e forte me fazendo perguntas. Ela perguntou se eu era alérgico a alguma coisa. Eu respondi que sim. Então eles pararam imediatamente para que eu continuasse minha resposta. Eu respirei fundo e respondi que era alérgico a balas…’.

Enquanto eles riam, eu disse: ‘Estou escolhendo viver; me operem como se estivesse vivo, não morto!’.

Jerry sobreviveu graças à experiência e habilidade dos médicos, mas também por causa de sua atitude espetacular.

Eu aprendi com ele que todos os dias temos que escolher:

  • viver a vida na sua plenitude,
  • viver por completo.

A partir de então acho que atitude é tudo.”.

***

Esse livre arbítrio conquistado por cada um de nós, Egos – Espíritos Virginais da onda de vida humana manifestados –, é o grande propulsor da nossa Evolução. A vontade de melhorar sempre nos inclina a alterar as matérias: física, etérica, de desejos e mental continuamente, buscando aprender, com nossas experiências, como melhor utilizá-las. Isso implica numa mudança contínua da constituição dos nossos veículos: Corpo Denso, Vital, de Desejos e da Mente.

Aos poucos vamos tomando decisões corretas em todos os desafios que são colocados para nós. E isso reflete em alterações nas matérias que constituem nossos veículos. Temos que ter a consciência que nossa vida na Terra é um tempo de semear e que colheremos os frutos na nossa vida após a morte material. Com isso, nossas decisões devem estar em harmonia com esse objetivo. Como, então, devemos decidir qual o modo melhor de semear?

A situação em si, pouco importa. O que importa é a atitude. Se nos apercebermos, tal situação se repete através de infinitos matizes para inúmeras pessoas. Afinal, como lemos em Eclesiastes Capítulo 1 versículos de 9 a 11: “O que foi, será; o que aconteceu, acontecerá: nada há de novo debaixo do Sol. Mesmo que se afirme: ‘Olha: isto é novo’, eis que já aconteceu em outros tempos, muito antes de nós. Não ficou memória dos antepassados, Nem dos vindouros ficará lembrança para os que vierem depois”.

Além do mais, quer saibamos ou não, cada ato das nossas vidas apressa ou prolonga o fim dessa nossa existência terrestre, na medida em que a nossa atitude esteja ou não em harmonia com a lei. Se as decisões que tomamos nos levam para caminhos inadequados ao crescimento da nossa alma, nossa vida discordante destruirá o arquétipo.

Esse arquétipo nós mesmos construímos no Mundo do Pensamento, como molde vivente de tudo aquilo que escolhemos aprender nessa existência.

Enquanto estamos dispostos a aprender o que escolhemos, ou seja: nos dedicarmos sinceramente ao propósito da nossa existência, que é a aquisição de experiências, o nosso arquétipo vibrará harmoniosamente, reforçando as suas imagens:

Aumenta, assim, a vida desses veículos e, portanto, a nossa existência aqui. Se temos a plena consciência de que aqui é o tempo para semear o máximo possível para que colhamos o máximo possível na nossa existência após a morte física, então, nos esforçaremos o máximo para prolongar a nossa existência aqui, pois cada ano acrescentado de vida aumenta enormemente o nosso tesouro celestial.

Os anos adicionados darão mais tempo para o cultivo da Alma, e o fruto dos últimos anos poderá, facilmente, superar os colhidos na primeira parte da vida. Agora, para que façamos isso de modo mais eficiente possível, é indispensável cuidarmos dos nossos veículos com o maior zelo possível:

  • Para a Mente, alimentos superiores, como pensamentos e ideias altruístas, construtivas e ordenadas, conhecimento aplicado, domínio próprio e decisões harmonizadas com a lei;
  • Ao Corpo de Desejos, alimentos superiores, como desejos, emoções e sentimentos altruístas, edificantes, virtuosos, forças construtivas, entusiasmos, paciência, tolerância e afins;
  • Ao Corpo Vital, alimentos superiores, como repetição de coisas boas, formação de bons hábitos, amor, estabilidade e equilíbrio e afins;
  • Ao Corpo Denso, alimentos que supram as reais necessidades físicas, proteínas, vitaminas, sais minerais, compostos de fibras, grãos, frutas, legumes, verduras, muita água; praticando exercícios físicos, equilibrando todos os nove sistemas que compõe o nosso Corpo Denso.

De modo a chegarmos a idades avançadas com veículos que ainda sejam eficazes para adquirir as experiências que se apresentarem.

Por fim, resta-nos a pergunta: Como saber quando semear? Ou em outras palavras: Como alcançar o máximo grau de realização nessa existência, de modo que quando terminar possamos aproveitar o máximo de todas as oportunidades que nos foram apresentadas?

Os Astros e os Signos relatam a história. Elas mostram nossas faculdades e o momento mais propício, tanto para plantar as sementes da Alma como para auxiliar e curar todas as nossas enfermidades. Por isso, a Fraternidade Rosacruz tem muito empenho no estudo da Astrologia Rosacruz. O conhecimento dessa escrita astral é a força para melhor agir, e assim obter um maior crescimento anímico, da Alma.

Utilizando a Astrologia Rosacruz como orientação para as nossas vidas, podemos deixar de nos arrastar pela corrente da vida governando conscientemente o fluxo e refluxo da matéria, dentro e fora do nosso ser. Deixaremos de ser joguetes das circunstâncias. Só assim viveremos na consciência solar, determinando nossas experiências pela radiação do nosso próprio centro, e não pela resposta aos impulsos e tendências externas, sejam dos nossos planetas no nosso tema, seja advinda das circunstâncias.

Afinal, como lemos numa oração bem antiga, que devemos sempre repetir quando notamos estarmos sendo levados pela corrente da vida:

Eu não sou meu Corpo Físico, senão o Ego que o usa.

Eu não sou meus desejos, senão o Ego que os controla.

Eu não sou meus pensamentos, senão o Ego que os cria.

Essas coisas não são senão expressões temporais de mim, o Eu Eterno.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A importância da dedicação para alcançarmos resultado em uma escola preparatória como a Fraternidade Rosacruz

A importância da dedicação para alcançarmos resultado em uma escola preparatória como a Fraternidade Rosacruz

O lema Fraternidade Rosacruz é “Uma Mente Pura, um Coração Nobre e um Corpo São”, o que fornece uma ideia de seu programa de realização, muito mais formativo do que informativo.

Tomando o ser humano como realmente é, potencialmente divino, desvela a cada Aspirante as possibilidades que têm de se transformar em altamente iluminado, segundo o nível interno e empenho que ponha na sua regeneração. Seu lema é um convite e ao mesmo tempo um desafio para essa integralidade que vai muito além do conceito materialista de que somos meramente uma criatura carnal. Contudo, a realização dessa integralidade pressupõe um sincero e perseverante esforço, utilizando meios seguros de elevação, dados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz que já percorreram essa ascese e voltaram para ajudar e orientar com segurança, a escalada dos que vêm atrás. São os mais adiantados no Caminho Rosacruz que já se consagraram na elevação da humanidade, em serviço amoroso e altruísta.

Nada cobram e como irmãos e amigos ajudam seus companheiros, respeitando-lhes a índole e nível pessoais, suscitando-lhes os meios de realização interna. No entanto, cada membro tem o dever moral de contribuir, na medida de suas posses, na divulgação do ideal, uma vez que a ele se ligam para considerá-lo edificante.

Sua tônica é: servir – partindo da convicção de que ninguém pode receber sem primeiramente dar: o efeito se segue a causa. Ninguém tem o direito de avaramente reter o que pode edificar os demais: “A quem mais for dado, mais lhe será exigido”.

Ademais, o exercício do dar traz o crescimento interno. Desse modo depositamos no “Banco Interno” os meios e asseguramos os “juros” de seu emprego no amoroso SERVIR, “acumulando tesouros nos céus, onde o ladrão não rouba, a ferrugem não corrói e a traça não destrói”. Esse depósito é valioso porque podemos “sacar” recursos de equilíbrio, de intuição, de graça, de discernimento, nas horas de desafio. Daí a ênfase que damos à vivência: a verdade que não é assimilada, é inútil; mas a verdade vivida é a que nos transforma internamente em novas criaturas.

Como disse Cristo: “Por seus frutos os conhecereis”.

A Fraternidade Rosacruz é uma associação Cristã de âmbito mundial. Foi fundada em 1909 por Max Heindel, ramificando-se rapidamente.

A ela podem se filiar todas as pessoas, de ambos os sexos, sinceramente desejosas de um aprimoramento mental, espiritual, moral e físico.

Ela busca preparar e encaminhar os Aspirantes de boa vontade, de modo que um dia atinjam as portas da iluminação. Observa a vida do candidato, até admiti-lo como Estudante Preliminar. Nesse estágio avalia seu grau de compreensão interna, disciplina, aspiração, no curso de doze lições – que servem como introdução para ele compreender a terminologia Rosacruz e ter os primeiros contatos com os Ensinamentos Rosacruzes – e fidelidade na oficiação dos rituais e na prática dos exercícios esotéricos. Já aqui é lhe fornecido os 10 Preceitos do Estudante Rosacruz para que ele tenha a oportunidade de ir exercitando cada um, se dedicando ao que cada um solicita e internalizando cada um na sua vida cotidiana:

  1. Cristo-Jesus será seu ideal;
  2. Recordando a exortação de Cristo “que o maior entre vós seja o servo de todos”, esforçar-se-á diariamente por servir seu semelhante, em qualquer oportunidade que se apresente, com amor, simplicidade e humildade;
  3. Tendo fé inquebrantável na Sabedoria e Bondade de Deus, trabalhará de acordo com a Lei de Evolução, procurando falar, atuar e ver somente o Bem nas relações diárias com seus semelhantes e com tudo que o rodeia;
  4. Sendo a Verdade, a Honestidade e a Justiça qualidades fundamentais da Divindade Interior, procurará expressá-las em todos pensamentos, palavras e ações;
  5. Sabendo que suas condições atuais são o resultado das ações que praticou no passado e que pode construir o seu futuro destino, melhorando-o mediante uma atuação reta no presente, não deverá invejar ninguém, dedicando, pelo contrário, suas aspirações a exercitar a prerrogativa divina do Livre Arbítrio que possui, lançando desde já, boas sementes para o amanhã;
  6. Considerando que o silêncio, em verdade, é um dos maiores auxiliares para o crescimento da alma, procurará sempre que, no ambiente onde se encontra, predomine a paz, a harmonia e a calma;
  7. Sendo a autossuficiência uma virtude fundamental para o Aspirante Espiritual, fará o possível por praticá-la tanto através de seus pensamentos como de seus atos;
  8. Sabendo que a Divindade Interior é o único Tribunal Real da Verdade, se esforçará para estabelecê-lo, submetendo todos os assuntos ao seu veredicto final;
  9. Reservará, todos os dias, um certo período à Meditação e à Oração, procurando elevar-se nas asas do Amor e da Sublime Aspiração ao próprio Trono do Pai;
  10. Sabendo que o fracasso reside apenas em deixar de lutar ante qualquer obstáculo, procurará paciente e persistentemente atingir o alvo proposto, procurando realizar os elevados ideais ensinados por Cristo através da sua vivência diária.

Vencida a primeira etapa, o candidato é admitido à qualificação de Estudante Regular, com inscrição na Sede Mundial, a The Rosicrucian Fellowship, em Mount Ecclesia, passando de lá a receber uma lição periódica, submetendo-se à aplicação do que recebeu no seu dia a dia e voltados para o seu desenvolvimento interno. Ao mesmo tempo vai fazendo o Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz, para se aprofundar nos conhecimentos, nas terminologias e nas respostas às questões da vida. Nesse período, se lhe sobra tempo para outros estudos, além dos trabalhos citados e fidelidade na oficiação dos Rituais e na prática dos exercícios esotéricos, pode se dedicar aos Cursos de Astrologia Rosacruz e Estudos Bíblicos Rosacruzes.

Após dois anos no segundo grau, o Estudante ativo e fiel é considerado apto e convidado a ingressar no Probacionismo, terceiro grau. Nesse estágio recebe instruções especiais, mediante Cartas e lições periódicas específicas também da Sede Mundial, a The Rosicrucian Fellowship, em Mount Ecclesia – além de instruções durante o sono, se o seu preparo e sinceridade fizerem jus. As Cartas e Lições contêm ensinamentos definidos e científicos para prevenir o Probacionista quanto aos perigos da ilusão e das decepções do Mundo em que vive e dos Mundos suprafísicos.

Definimos o Probacionista autêntico àquele que nos seus pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, obras e ações diárias procura “Amar, Honrar e Obedecer ao Eu Verdadeiro e Superior”. Se é realmente sincero, dedicado e fiel nos seus deveres internos e externos, chegará ao ponto de ser admitido ao quarto grau e último da Fraternidade Rosacruz: o Discipulado.

Para isso, sua aura deverá atrair a atenção do Irmão Maior da Ordem Rosacruz responsável por tal atividade que o submeterá a uma prova (sem que o candidato saiba) para avaliar seu preparo ao Discipulado.

Do exposto se vê que a Fraternidade Rosacruz tem uma parte oculta. Oculta porque nossos cinco sentidos comuns não percebem. Os que se preparam e desenvolvem as faculdades latentes podem chegar a ponto de “ver” a “porta” e bater, para ser admitido, à Ordem Rosacruz.

A Ordem Rosacruz são as raízes sustentadoras dessa grande árvore que é a Fraternidade Rosacruz. A ordem é o alicerce, o fundamento; a Fraternidade é a parte pública, visível, do plano físico, ou seja: da Região Química do Mundo Físico.

Uma entidade esotérica que não tenha esse fundamento, esse alicerce, essa parte oculta, Iniciática, não é autêntica: é meramente humana, por mais boa vontade que tenham seus membros.

E prevenimos que há entidades com nome de “Rosacruz” ou com designações similares, que não pertencem à Ordem Rosacruz.

A Fraternidade Rosacruz é essencialmente Cristã. Não no sentido do cristianismo popular, que respeitamos e que, no entanto, é apenas uma fase elementar da verdadeira Religião do Cristo, que florescerá na Era de Aquário. Nosso trabalho é preparar essa nova compreensão da mensagem do Cristo, revelando aspectos até agora desconhecidos.

Cristo, para os Rosacruzes, não foi simplesmente mais um Profeta ou Iluminado que, de tempos em tempos, foram enviados para ajudar um certo povo ou uma parte da humanidade.

Cristo é a maior luz que jamais se manifestou aos seres humanos. É o mais elevado iniciado dos Arcanjos, moradores do Sol. Com o objetivo de poder “aparecer” aqui em Corpo Denso, Jesus cedeu o seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital, de livre e espontânea vontade, no Batismo do Rio Jordão e, dali em diante se tornou Cristo Jesus: Jesus, o mais elevado iniciado humano, cujos veículos, de elevadíssima vibração, permitiram a manifestação direta do Cristo, como “um homem, entre os homens”, nos três anos de mistério que marcaram a consciência da humanidade para uma nova era espiritual.

A tarefa sobre-humana que o Cristo veio realizar (porque os seres humanos mais avançados eram incapazes de tanto) foi de transformar as condições vibratórias de nosso Planeta. Nosso Globo estava ameaçado de ir para o Caos, comprometido com as gravações de todos os erros acumulados pela humanidade em seus estratos. O Pai Universal interferiu em nosso favor e, com a colaboração dos seres humanos mais avançados da Terra, realizou o Plano de Salvação, e, através do sangue de Jesus, derramado no Gólgota, o Cristo pôde penetrar no nosso Planeta (“desceu aos infernos”) e conquistá-lo diretamente, de dentro, dando-lhe um novo impulso espiritual.

Ao mesmo tempo, nas entrelinhas dos Evangelhos são revelados, sob a forma de palavras, frases-chave e símbolos diversos, os degraus conducentes à cristificação. Aquilo que o Cristo revelou, como um modelo, devemos e podemos realizar, à nossa maneira, internamente, desde que nos disponhamos, resolutamente, à metanoia (transmutação pregada por São João Batista, o precursor), que nos levará à anunciação (umbral) e daí a percorrer os alegóricos passos do ministério Crístico: Batismo, Tentação, Transfiguração, Última-Ceia e Lava-pés, Getsemani, Estigmata, Crucifixão, Ressurreição e Ascensão.

Para “os Rosacruzes” a Bíblia (composta pela Velha e Nova Dispensação, isto é, Antigo e Novo Testamentos) é um relato do Espírito humano que está evoluindo; uma jornada através de diversos estágios de consciência, a conduzi-lo de Adão (Adi-aham ou primeiro Ego) ao último Adão (o Cristo ou ungido, pela fusão da consciência humana à divina).

Como entidade esotérica, a Fraternidade Rosacruz tem muitos pontos comuns a outras Escolas de Pensamento.

O Estudante encontrará nos nossos ensinos: a Cosmogênese (origem e evolução do Universo); a Antropogênese (origem, estado atual e futuro do gênero humano); as Leis de Causa e Efeito (Consequência), de Renascimento, da Atração, dos Semelhantes, etc. São verdades universais ensinadas pelos Mestres das diversas escolas.

O que distingue a Fraternidade Rosacruz (como as outras entidades esotéricas) é o Método de Desenvolvimento Interno. Cada Escola tem seu método próprio, provado e estabelecido. É indispensável que o Candidato, uma vez satisfeito o seu íntimo e confirmada sua sintonia com ela, permaneça fiel, a ela se dedicando exclusivamente. Não é que subestimemos outras Escolas sérias e julguemos a Rosacruz a única certa. Longe disso! Uma pessoa pode ver obras de todas as escolas e devorar tudo o que se refira a ocultismo, a esoterismo. O livre arbítrio é sagrado. Isso é compreensível, enquanto a pessoa está no diletantismo intelectual; na curiosidade superficial em nossa época de superficialidade informativa. Há muita gente que vai de escola em escola, de conferência em conferência, de livro em livro, ávida de “novidades”.

Sentimos desiludir: não há novidades, mas sim verdades antigas em novas roupagens. As novidades não estão em novas formas de apresentação, exigidas pela época, pela analogia científica etc. Não! A novidade está na constante descoberta interna, daquilo que vamos vivenciando. Contudo, isso requer penetração além do estudo superficial.

Por isso exigimos concentração de esforços na Fraternidade Rosacruz. Ninguém tem o direito de afirmar que um método de desenvolvimento é falho, se não o provou sinceramente; se não o testou profunda e sistematicamente. Ora, na Fraternidade Rosacruz não miramos o conhecimento apenas, senão a vivência, a realização da verdade, a iluminação interna. E isso pressupõe a prática fiel e persistente do método indicado pelos Irmãos Maiores.

Um exemplo bem próximo pode demonstrar a razoabilidade do que afirmamos: se uma pessoa, ao buscar uma profissão, praticar apenas uma semana em cada uma (alfaiate, relojoeiro sapateiro, etc.), ao fim de um ano ou dois o que será que aprendeu de fato? Será apenas um conhecedor superficial delas. Se alguém deseja ser engenheiro, deve se dedicar exclusivamente ao seu estudo, até se formar; depois deve praticar seriamente para adquirir segurança e descortino na especialidade escolhida. Não é assim? No entanto, no assunto esotérico (oculto, interno, espiritual), muito mais complexo e delicado, as pessoas têm a pretensão de conhecer e dominar em curto tempo!

Depois que um engenheiro se considera como tal, pode se dar ao prazer de fazer outros cursos e estudos correlatos, para enriquecer o seu conhecimento.

Igualmente, quando alcançamos a realização interna e uma visão definida do esoterismo, em qualquer escola séria, podemos nos dedicar ao estudo comparativo, muitas vezes necessário na tarefa de conferencista, para esclarecer honestamente os outros. Antes disso, não.

Ainda em relação ao ocultismo, é corrente a curiosidade por fenômenos, a que o espiritismo, a umbanda, a parapsicologia e outros similares muito têm contribuído.

Maior ainda é o interesse do povo em resolver seus problemas, apelando para alguém que tenha “poderes” para “dar um jeitinho”.

Esclarecemos de início que a Fraternidade Rosacruz conhece bem a origem e o mecanismo dos fenômenos das magias “branca”, “cinzenta” e “negra”, mas absolutamente não se dedica a isso.

Ela desaconselha tacitamente seus Aspirantes a perseguir poderes e provocar fenômenos.

Seu programa é formativo: primeiro ela ajuda a formar o caráter; a consolidação, integralização a um reto viver; a uma busca e encontro do Divino interno – advertindo que os fenômenos são naturais decorrências das aberturas internas; que os poderes internos são flores feiticeiras do Caminho, cujo aroma pode retardar ou desviar da jornada. Nunca se dá um poder ou faculdade a quem não pode usá-lo reta e edificantemente. O ensino do Mestre é claro: “Busca, em primeiro lugar, o Reino de Deus (que está dentro de ti) e sua justiça, e tudo o mais lhe será dado por acréscimo”.

Temos provas, em nosso viver, de que todos os problemas devem ser solucionados dentro de nós. A vida externa (as circunstâncias, suas limitações, dores etc.) é apenas uma projeção ampliada de nosso íntimo.

Quando harmonizamos o íntimo, pela obediência às Leis Divinas, quebramos automaticamente a sequência do destino maduro, e transformamos nossa vida para melhor. Tal é a solução definitiva e real que devemos conquistar, em cada escaninho de nossa vida. As soluções forçadas são como os remédios: amenizam os efeitos, mas não removem as causas, não curam. O indivíduo reto não cede aos vícios, pois sabe que a recaída é bem pior.

Os centros Rosacruzes da Fraternidade Rosacruz espalhados pelo mundo, da mesma maneira que a Sede Mundial, a The Rosicrucian Fellowship, possuem um Departamento de Cura, dirigido por pessoas competentes, que atendem aos vários aspectos da saúde integral: mental, espiritual, emocional, psíquico e físico.

Cada centro Rosacruz da Fraternidade procura, ao mesmo tempo, orientar os enfermos a uma dieta racional, a novos hábitos conducentes à estável harmonia.

Em resumo, como recomendou Cristo, pregamos e curamos – o que é a mesma coisa, porque uma decorre da outra. Um indivíduo são se vai tornando ao mesmo tempo são (de integral, santo) no seu interior, que é a causa e o físico é o efeito. Tudo o que se manifesta no físico nasceu primeiramente no mental e no emocional, ou seja, no Espírito. Se corrigimos o íntimo, curamos o externo e o indivíduo se torna integralmente harmonioso.

Os Estudantes Rosacruzes que estiverem impossibilitados de frequentar a Sede de um Centro Rosacruz e o seu Templo, podem realizar seus estudos por correspondência (física ou eletrônica). Contudo, devem sempre que possível, buscar uma frequência física, tanto para melhor orientação, como para um melhor proveito, especialmente da egrégora construída em um verdadeiro Templo solar.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Efeito do Temor do Ponto de Vista Espiritual

O Efeito do Temor do Ponto de Vista Espiritual

Sabemos que no nosso Sistema Solar evoluem muitas ondas de vida.

No Mundo Físico, cuja Região Química é a que chamamos de visível, estão as ondas de vida mineral, vegetal, animal e humana. Falaremos aqui da nossa onda de vida, a humana.

Vamos voltar um pouco no tempo e lembrar que, na Época Lemúrica, o Ego tomou posse de seus veículos, constituindo os órgãos dos sentidos, a laringe e, sobretudo, o cérebro. E parte da força sexual criadora foi empregada na construção do cérebro, órgão com que o Ego adquiriu o poder de criar e de expressar pensamentos aqui no Mundo Físico.

O ser humano é constituído por quatro veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente; cada um desses veículos é formado de matéria de seu respectivo Mundo. E é com esses corpos que nos preparamos para trabalhar, aprender e servir aqui neste Mundo que é o baluarte de nossa evolução.

Nós, como Egos, através da Região do Pensamento Abstrato, utilizamos os sentidos para observar o mundo exterior e por meio dessas impressões obtidas são gerados os sentimentos e emoções no Corpo de Desejos que finalmente são refletidos na Mente. Aí surgem as “ideias” que revestida de material mental da Região do Pensamento Concreto se expressam através da Mente em “pensamento-forma” ou imaginação.

O pensamento é a mola que impulsiona toda a atividade humana. E hoje em dia nos encontramos em meio de tantas mudanças internas e externas, muitas vezes repentinas e sempre acompanhadas de um estado de agitação e desassossego. Onde as Mentes das pessoas têm estado em constante alteração, isso acaba por se refletir nos seus atos, nos seus pensamentos e também no modo de se expressar.

É no caminho da espiritualidade que devemos tentar superar um dos maiores obstáculos que o Aspirante enfrenta: o temor. Acredito que qualquer pessoa tenha passado por isso e continuará passando, se não procurar vencer essas debilidades e aprender com elas.

Os temores que nos assombram são: o desastre, a perda de um familiar ou amigo, o fracasso, a enfermidade, o medo de andar de avião, de água, da morte, a timidez e tantos outros que existem, dos quais, por meio de desculpas nos escondemos de alguma maneira para não os enfrentar.

Acontece que se agirmos dessa maneira, negaremos nosso Deus Interno. Pois sabemos que esses temores nada mais são do que uma debilidade da nossa Mente humana, uma fraqueza da nossa imaginação, uma desconfiança em nós mesmos.

Que efeitos o temor pode nos causar?

Os efeitos do temor sobre o Corpo de Desejos são muitos prejudiciais ao nosso desenvolvimento anímico. Para se ter uma ideia, podemos comparar o temor à água, quando congelada, porque os Corpos de Desejos das pessoas que abrigam esses pensamentos, estão imóveis, como o gelo e nada pode alguém dizer ou fazer que irá alterar essa condição ou situação da pessoa.

Sempre que alguém tiver um pensamento de temor, irá congelar as correntes do Corpo de Desejos e com isso a pessoa se isolará de receber amor, simpatia e carinho de todos que a rodeiam.

Os efeitos dele no Corpo Vital também são danosos. Pois sabemos que o sangue é o mais elevado produto do Corpo Vital.

Quando se cria um Pensamento-forma de natureza destrutiva, projeta-se esse pensamento no mundo e gasta-se inutilmente sua energia que depois do trabalho executado é retornado ao criador com mais força do que foi. O resultado dessa viagem é impresso via Éter Refletor no que chamamos de Mente subconsciente.

O pensamento negativo também destrói os tecidos do Corpo Denso. Eles acabam por destruir o poder de resistência do corpo, expondo-o a várias enfermidades.

Então, podemos perceber que a cada ato que realizamos, a cada emoção que expressamos, a cada pensamento que emitimos, estamos fazendo repercutir em nossa saúde, em nosso ambiente e também em nosso destino, seja construtiva ou destrutivamente.

Portanto, toda vez que isso acontecer seremos influenciados pelas vibrações mais baixas do Mundo do Desejo e apoiaremos unicamente a parte humana do nosso ser, esquecendo a parte divina. Toda vez que nos alimentamos de pensamentos negativos, alimentaremos nosso arquétipo de substância mental negativa, atrasando, consequentemente, a construção do nosso Templo, assim como a nossa chegada até o Pai. Violaremos a Lei do Amor, trazendo desordem e sofrimento a nós.

Existe, no Mundo do Desejo, a Lei de Atração, que está constantemente agindo em nossas vidas. Sabemos que “semelhante atrai semelhante” ou que “o imã atrai a limalha de ferro”. Isso é muito notado quando as coisas ao nosso redor começam a não correr bem, quando achamos que o mundo inteiro está contra nós, quando a nossa saúde não vai bem, quando as coisas materiais nos são negadas e até mesmo as espirituais. E toda vez que nos alimentamos desses sentimentos, seremos mais e mais suscetíveis a erros e fraquezas.

De que vale termos olhos e não vermos? Termos recursos e não sabermos apreciar o verdadeiro, o belo e o bom? É momento de mudar a maneira de pensar. É momento de mantermos firmemente o nosso foco mental em pensamentos elevados. Encontraremos muita ajuda por parte dos Líderes Espirituais que esperam de nós essa atitude louvável para progredir.

Porque nós somos dotados do livre-arbítrio, portanto só quando expressamos a força de vontade interna é que começaremos a receber a ajuda necessária, mas mergulhados na ignorância acabamos por empregá-lo mal.

É por meio de pensamentos de amor e bondade que despertaremos qualidades boas nos outros. É por esses pensamentos também que atrairemos pessoas com boas qualidades. É através deles que poderemos curar nossas enfermidades. E como buscar o equilíbrio no meio de todo esse tormento?

No livro da Revelação (Apocalipse) lemos: “Ao que vencer, farei dele um pilar do templo do meu Deus e dele não sairá mais”. Devemos buscar a fé como instrumento poderoso para expulsar o temor de nosso espírito, pois ela é o canal que se abre com Deus e nos coloca internamente ligados a Ele. Devemos também permanecer leal a nosso propósito de vida que é estarmos neste mundo para adquirir experiência e não a busca da felicidade.

Devemos também mediante a oração produzir pensamentos delicados e puros que possam purificar o Corpo Vital. A oração do Pai Nosso, dada por Cristo, é a mais completa de todas.

Ela ajuda na conquista do domínio próprio por meio da repetição (nota-chave do Corpo Vital) e harmoniza o Corpo Vital tornando-nos mais fraternos. Em Romanos Cap. 12:2 lemos: “Não vos conformeis com este mundo; mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento (espírito), para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que Lhe agrada e o que é perfeito“.

Lembre-se: “Herói não é o que realiza façanhas sensacionais. Herói é o que aceita o desafio das pequenas dificuldades diárias, uma a uma, mediante o conhecimento e o domínio próprio. Cada vitória alcançada, cada pouco caso ou insulto perdoado, cada pensamento e sentimento de mágoa substituído por ato de boa vontade, manifestado em circunstância difícil, é um expressivo passo à frente, na direção de uma vida harmoniosa, feliz e cheia de paz”.

Portanto, como o pensamento é uma força criadora que sempre precede nossas ações, devemos ter somente pensamentos de pureza, pensamentos construtivos e construirmos nosso arquétipo de substância mental elevada.

Max Heindel diz no “Conceito Rosacruz do Cosmos” (nossa obra básica) que: “O que somos, o que temos, todas nossas boas qualidades, são o resultado de nossas próprias ações no passado. E aquilo que precisamos física, moral e mentalmente, poderá ser nosso no futuro“.

“Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Epigênese: aprendamos a utilizar para alavancar nosso desenvolvimento espiritual

Epigênese: aprendamos a utilizar para alavancar nosso desenvolvimento espiritual

O próprio Ego que renasce incorpora em si a quintessência de seus primitivos Corpos Vitais; além disso, faz um pequeno trabalho original. Isso acontece para que na vida futura possa haver lugar para a expressão individual original, expressão que não esteja determinada por ações passadas.

Existe uma grande tendência para se pensar que tudo o que existe agora é o resultado de algo que existiu previamente; mas, se esse fosse o caso, não haveria margem para esforços novos e originais que exigem novas causas. A cadeia de causas e efeitos não é uma repetição monótona. Há um influxo contínuo de causas novas, originais. Essa é a base real da evolução, a única coisa que lhe dá significado e que a converte em algo mais do que um simples desdobramento ou desenvolvimento de qualidades latentes. Isto é EPIGÊNESE, o livre-arbítrio que supõe a eleição entre dois cursos de ação. Esse é o fator importante que sozinho pode explicar de maneira satisfatória o sistema ao qual pertencemos.

A forma foi construída pela Evolução; o Espírito a construiu e entrou nela pela Involução; porém o meio para inventar os melhoramentos é a Epigênese.

O pai e mãe dão a substância de seus corpos para construir o corpo do filho; no entanto, especialmente nas pessoas que renascem no ocidente do Planeta Terra, a Epigênese faz possível que se agregue algo, o que torna o filho diferente dos seus pais.

Quando a Epigênese não atua ou torna-se inativa no indivíduo, na família, na nação ou na raça, a evolução cessa e começa a degeneração.

Durante toda a vida a qualidade que os Rosacruzes chamam de Epigênese está em atividade; essa qualidade é o poder de pôr em ação um número limitado de causas novas que não são determinadas nem impostas a nós por atos do passado. Se estivéssemos totalmente sujeitos ao passado e incapazes de gerar novas causas, seria impossível desenvolver um poder criador e original, nem haveria livre-arbítrio. Vem aqui nos ajudar a faculdade espiritual da Epigênese, portanto; capacitando-nos, se for essa a nossa vontade, a abrir caminho para esferas ainda maiores de poder e atividade proveitosa.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1970)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Somos Espíritos!

Somos Espíritos!

Amigo leitor: somos espíritos, partes integrantes de Deus, que é Espírito também, Fonte de todo o Amor e de todo o Bem. N’Ele não existe um só vestígio de mal. Por essa razão, não podemos atribuir-Lhe nossos sofrimentos, como tantas pessoas o fazem.

Desde que o ser humano completou sua instrumentação com a Mente, com a razão, começou a dirigir-se sozinho. O livre-arbítrio e a experiência passaram a ser os dois fatores de elevação. É bom pensar muito bem nisso. Se existe qualquer dificuldade ou sofrimento em sua vida, não os atribua a Deus. Antes, deve encará-los como desafios à perfeição que um dia deveremos alcançar, segundo o desejo do Pai: “Sede perfeitos como vosso Pai Celestial”. Se o leitor é pai, não deseja que seu (sua) filho (a) se torne maior ainda que você? E para isso não deve ele aprender a fazer as coisas sozinho?

“Mas devemos ter assistência, como a que damos a nossos filhos” – poderá responder.

Sim, recebemos, desde que as desejemos. Quem procura, encontra.

Temos inúmeras provas disso. Um dia encontramos, como por acaso, a Fraternidade Rosacruz, e nela nos ofereceram um manancial de razões que nos transformaram o viver e nos tornaram possível suportar muita coisa que nada tem a ver com Deus, senão com nossas próprias falhas. Desde então as fomos corrigindo. Consideramos essa uma correta orientação, uma perfeita assistência. Dá-nos meios para que nós mesmos nos corrijamos.

Uma causa única existe para nossos males: é o desvio às leis naturais, mantenedoras da harmonia do Universo. Muita gente, presa de sofrimento e dificuldades por esse mundo afora, já ouviu falar nisso, porém, de uma forma insatisfatória. Suas dúvidas continuaram e as perguntas surgem naturalmente: se somos partes de Deus, que é o Supremo Amor e Bem, em Quem não há sequer o menor vestígio de mal, por que sofremos, então? Por que tantas dificuldades em nossa vida? Que Pai é esse que se compraz com nossos sofrimentos?

Quando alguém procura a causa de seus sofrimentos já é um importante passo para encontrar sua solução.

No íntimo de seu ser reconhece que deve haver uma causa. E há mesmo. Eu poderia desfiar agora mesmo uma série delas, as mais importantes e prováveis ao seu caso. Mas cada indivíduo é um mundo à parte. Suas condições internas são singulares. O modo como recebe as coisas, também. Por isso me permito sugerir-lhe: vá conhecer a Fraternidade Rosacruz e a maravilhosa filosofia de viver que ela oferece.

Tudo ali se faz no sincero intuito de elevar a humanidade, por meios cristãos e seguros e sem objetivos comerciais.

Não lhe exigirão nada, nem compromissos. Não há esforço de proselitismo na Fraternidade. Mas tudo lhe oferecem para que você mesmo encontre a felicidade de seu viver: entrevistas, cursos, revistas, livros, palestras públicas, folhetos informativos, etc. Há até cursos por correspondência ou por e-mail, para os que dispõem de pouco tempo, baseados em sua obra mestra “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, onde você encontrará respostas a todas as perguntas que lhe suscite o íntimo, sejam de ordem material ou espiritual.

Nela você encontrará tudo o que deseja saber a respeito de Deus, da criação e de sua própria evolução.

Reafirmamos que não desejamos convencer ninguém. Apenas, como disse São Paulo Apóstolo: “se sua vida carece ainda de esclarecimento, procure-o”. Nós lho oferecemos. E para isso não precisará sair de sua crença. Como alguém que entra para estudar numa Faculdade qualquer, sem que essa lhe afete a crença religiosa, a Fraternidade Rosacruz também não aconselha a ninguém que abandone o lugar em que está.

Nem é necessário. Seja homem ou mulher, a Filosofia Rosacruz lhe ensina que Deus está em todo lugar e principalmente no coração de quem esteja sinceramente pondo em prática os princípios cristãos.

E conforme esses princípios mesmos é que nos dirigimos ao Amigo, oferecendo-lhe de graça o que de graça recebemos. Somos Irmãos, porque filhos de um Pai comum – Deus, em Quem “vivemos, nos movemos e temos nossa existência”. É um simples dever que um Irmão faça pelo outro o que lhe estiver ao alcance. Em nosso caso, fazemo-lo com amor.

Em nome do Senhor aqui me despeço, até próxima oportunidade.

 (De David Dias dos Santos – Publicado na revista Serviço Rosacruz –10/66)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Exemplo Notável: “por que não eu?”

Um Exemplo Notável: “por que não eu?”

Max Heindel costumava dizer: “Se há alguma coisa a ser feita, por que não eu?”.

O ser humano, com seu egoísmo e ignorância, vem cometendo muitos erros, comprometendo, não raro, os seus semelhantes. Mas isso, no curso da evolução, é compreensível: estamos aprendendo a usar as faculdades. Temos uma margem de livre arbítrio para isso. Pelas consequências vamos aprendendo a conhecer e a corrigir as causas.

A moderna ciência da ecologia vem demonstrando como o ser humano está provocando desequilíbrio na natureza, em seu próprio prejuízo. Isto é sinal de que já estão voltando os olhos às leis naturais e reconhecendo uma sabedoria superior a dirigir as coisas.

A respeito, queremos resumir um belo relato de Jean Giono, uma história verídica acerca de um homem que plantou esperança e criou felicidade.

“Há cerca de 40 anos fiz uma longa caminhada através de serras desconhecidas dos turistas, naquela antiga região onde os Alpes caem em direção à Provença no sul da França. Naquela época, tudo ali era terra estéril e incolor. Nenhuma vegetação, além da lavanda silvestre. Eu atravessei a região em sua parte mais ampla e, após caminhar três dias, encontrei-me em meio à mais completa desolação. Acampei perto dos vestígios de uma aldeia abandonada. A água que levava acabara na véspera, e precisava encontrar alguma. Aquelas casas agrupadas, apesar de serem apenas ruínas, semelhantes a um velho ninho de marimbondos, sugeriam que deveria haver ali uma fonte, ou um chafariz. Havia, de fato, uma fonte, mas estava seca. As cinco ou seis casas, destelhadas, roídas pelo vento e pela chuva, a pequena capela com sua torre desmoronada, se situavam como casas e capelas de uma aldeia abandonada.

Era um lindo dia de junho: brilhava o sol, mas sobre essa paisagem desprotegida, o vento soprava feroz, insuportável, rugindo entre as ruínas como um leão perturbado. Tive que mudar o acampamento.

“Após cinco horas de marcha ainda não encontrara água nem sinal algum que me fizesse esperar encontrá-la. A meu redor tudo era seca; por todo lado, o mesmo capim grosseiro. Pareceu-me ver ao longe uma pequena silhueta escura, ereta; tomei-a por um tronco de árvore isolada. De qualquer maneira dirigi-me em sua direção. Era um pastor. Trinta ovelhas estavam deitadas ao seu redor, sobre a terra quente e seca.

“Ofereceu-me um gole de seu cantil e, mais tarde, levou-me ao seu abrigo. Ele tirava sua água — excelente água — de um poço natural muito profundo, por cima do qual havia construído uma primitiva manivela.

“O homem falava pouco. É o hábito dos que vivem sós. Sentia-se que ele estava seguro de si, e confiante em sua segurança. Isto era surpreendente naquela terra estéril. Ele não vivia num barraco, mas em uma verdadeira casa de pedras, que revelava claramente os esforços que empenhara em recuperar a ruína que ali havia encontrado. O telhado era forte e sólido. O vento, soprando sobre as telhas, imitava o ruído do mar quebrando na praia.

“O lugar estava arrumado, a louça lavada, o chão varrido; a sopa fervia no caldeirão da lareira. Percebi, então, que ele estava de barba feita, que sua roupa tinha os botões bem presos e que estava remendada meticulosamente, a ponto de serem quase invisíveis os remendos. Repartiu comigo sua sopa e, quando lhe ofereci minha bolsa de fumo, respondeu que não fumava. Seu cão, silencioso como o dono, era amistoso sem ser, no entanto, servil.

“Ficou desde logo subentendido que eu pousaria ali naquela noite; a aldeia mais próxima ficava a mais de um dia e meio de viagem. Aliás, eu estava perfeitamente familiarizado com o tipo das raras aldeias daquela região. Eram quatro ou cinco aldeias bem afastadas entre si, nas encostas das montanhas, em meio a bosques de árvores, no final de estradas de carroças. As famílias, aglomeradas, vivendo em um clima excessivamente rude, tanto no inverno quanto no verão, não conseguiam escapar de constantes brigas entre si. Uma ambição irracional atingia proporções desordenadas sob o constante desejo de fuga. Os homens levavam à cidade suas cargas de carvão e regressavam. Mesmo os de mais firme caráter sucumbiam sob a rotina amordaçante. As mulheres cultivavam seus desgostos. Reinava rivalidade a qualquer propósito, sobre o preço do carvão, sobre o banco reservado na igreja, etc. E sobre tudo isso soprava o vento, incessante, a desgastar os nervos. Ocorriam epidemias de suicídio, e eram frequentes os casos de insanidade mental, geralmente levando a homicídios.

“O pastor foi buscar um pequeno saco e derramou sobre a mesa um punhado de sementes de carvalho. Começou a examiná-las, uma por uma, muito concentrado, separando as boas das más. Eu fumava meu cachimbo. Ofereci-lhe minha ajuda. Ele disse que era tarefa sua. E, realmente, vendo o cuidado que ele dedicava ao que fazia, não insisti.

“Nossa conversa limitou-se a isso. Após ter separado um monte de sementes aprovadas, ele as dividiu em montinhos de dez, eliminando ainda algumas pequenas ou ligeiramente machucadas, pois agora as examinava mais de perto.

“Tendo selecionado, assim, cem sementes perfeitas, parou sua tarefa e fomos dormir.

“Reinava a paz ao redor desse homem. No dia seguinte, perguntei- lhe se poderia descansar ali mais um dia. Ele achou o pedido natural, ou melhor, deu-me impressão de que nada poderia surpreendê-lo. Eu não precisava tanto de repouso, mas estava interessado, e desejava saber mais sobre ele. Ele abriu o cercado e levou suas ovelhas ao pasto. Antes de partir, mergulhou as sementes, cuidadosamente selecionadas e contadas, num balde com água.

“Notei que o bastão que levava era uma vara de ferro de espessura de um polegar e de um metro e pouco de comprimento. Eu descansava, caminhando por um trilho paralelo ao dele. O pasto ficava num vale. Ele deixou o pequeno rebanho aos cuidados do cão e subiu em direção ao lugar onde eu estava. Pensei que queria censurar minha indiscrição, mas estava enganado: era o caminho que ele queria trilhar e convidou-me a acompanhá-lo, caso não tivesse outra coisa a fazer. Galgou o topo da elevação, a cerca de 100 metros.

“Ali começou a furar a terra com seu bastão de ferro, abrindo um buraco no qual plantou uma semente; em seguida cobriu o buraco com terra.

“Estava plantando carvalhos. Perguntei-lhe se a terra lhe pertencia. Ele respondeu que não. Quem era o proprietário? Ele não sabia. Supunha que fosse propriedade do governo ou talvez pertencesse a pessoas desinteressadas. Ele não se preocupava em saber de quem era a terra. Plantou suas cem sementes com extremo cuidado. Depois do almoço, recomeçou a plantar. Acho que insisti bastante em minhas perguntas, pois ele me respondeu.

“Havia três anos que ele estava plantando árvores naquele deserto. Já plantara 100.000. Destas, 20.000 haviam brotado. Das 20.000, ele calculava que ainda perderia a metade por causa de animais roedores ou das intenções imprevisíveis do destino. Restariam 10.000 árvores a crescer onde nada crescera antes.

“Foi então que comecei a pensar sobre a idade que podia ter esse homem. Tinha mais que cinquenta e cinco, disse-me ele. Seu nome era Elzéard Bouffier. Possuíra uma fazenda na planície. Ali vivera sua vida. Perdera o filho único e depois, também a mulher. Retirara-se então para essa solidão, acompanhado de seu cão e de suas ovelhas. Achava que essa terra estava morrendo por falta de árvores. E, não tendo nada de urgente a fazer para si mesmo, resolvera remediar esta situação.

“Eu, apesar de jovem, levava naquela época uma vida solitária, e sabia, por isso lidar com gente solitária. Mas o fato mesmo de ser jovem, fazia-me encarar o futuro em relação a mim mesmo, e com uma certa procura da felicidade. Disse-lhe que seus 10.000 carvalhos estariam magníficos após trinta anos. Ele respondeu simplesmente, que, se Deus lhe concedesse vida, dentro de trinta anos ele teria plantado tantos carvalhos que esses 10.000 seriam como uma gota de água no oceano.

“Além disso, ele estava estudando a reprodução das faias (outro tipo de árvore daquela região) e já tinha um canteiro com mudas de faia ao lado de sua cabana. Essas mudas, protegidas das ovelhas por uma cerca de arame, estavam muito bonitas. Ele pensava ainda em plantar bétulas (outra árvore) nos vales onde, conforme disse, havia uma certa umidade, alguns metros abaixo do solo.

“No dia seguinte nos despedimos. Anos mais tarde tive desejo de rever o solitário pastor. Admirei-me com a transformação. As faias já estavam crescendo no vale, muito viçosas. Como supusera Bouffier, ali havia umidade quase à superfície do solo. As bétulas, delicadas como as mocinhas, estavam bem desenvolvidas.

“Parecia ter sido desencadeada uma criação em série. Ele não se importava; simplesmente prosseguia sua tarefa, com perseverança e determinação. Ao voltarmos em direção à aldeia, vi água correndo nos leitos de riachos secos desde tempos imemoriais. Foi esse o mais impressionante resultado de reação em série que eu já havia visto. Os riachos ressecados haviam carregado água, há muito tempo. Algumas das tristes aldeias que mencionei haviam sido construídas no local de antigos acampamentos romanos cujos vestígios ainda existiam; e os arqueólogos, pesquisando na região, tinham encontrado anzóis, num lugar onde, no século XX, era preciso cavar poços para obter um pouco de água.

“O vento também espalhava sementes. À medida que a água reaparecia, ressurgiam também salgueiros, junco, prados, jardins e flores e um certo sentido para a vida. Mas a transformação ocorria aos poucos, modificando o ambiente sem causar surpresa. É verdade que os caçadores, escalando os penhascos desertos à procura de lebres ou javalis, notavam o crescimento súbito de pequenas árvores, mas o atribuíram a algum capricho da terra. Eis porque ninguém interferiu no trabalho de Elzéard Bouffier. Se tivesse despertado a atenção, logo teria surgido uma oposição. Não o descobriram. Ninguém, nas aldeias ou na administração, poderia ter sonhado com tal perseverança nascida de tão magnífica generosidade.

“Para formar-se uma ideia aproximada daquele caráter excepcional, não deve ser esquecido o fato de ter ele trabalhado em solidão absoluta: tão absoluta que, na velhice, perdeu o hábito da fala. Ou talvez, não mais a achasse necessária.

“Em 1933, recebeu a visita de um guarda florestal que lhe transmitiu uma ordem: proibição de acender fogo ao ar livre, para proteger o crescimento daquela floresta “natural”. O homem disse ao guarda, inocentemente, que pela primeira vez ouvia falar em uma floresta que crescia por conta própria. Nessa época, Bouffier se estava preparando para plantar faias a cerca de 12 quilômetros de sua cabana. Para evitar constantes caminhadas — pois ele já contava 75 anos — planejou a construção de um abrigo de pedra no sítio da plantação. No ano seguinte, realizou esse plano.

“Em 1935, toda uma delegação do governo chegou para examinar a “floresta natural”. Havia um alto funcionário do Serviço Florestal, um deputado e técnicos. Houve muitas conversas ineficientes. Decidiu-se que algo tinha que ser feito e, felizmente, nada se fez além da única medida útil: toda a floresta foi colocada sob a proteção do governo e proibiu-se a carvoagem, pois era impossível não se ficar cativado pela beleza dessas jovens árvores em pleno desenvolvimento, cujo encanto envolveu até mesmo o deputado.

“Um amigo meu fazia parte daquela delegação. Expliquei-lhe o mistério. Um dia, na semana seguinte, fomos ambos visitar Elzéard Bouffier. Encontramo-lo arduamente trabalhando, a cerca de dez quilômetros do local onde havia sido feita a inspeção.

“Esse funcionário do Serviço Florestal sabia perceber a valor das coisas. E sabia manter silêncio. Entreguei a Bouffier os ovos que trouxera como presente. Almoçamos juntos, os três, e passamos várias horas a contemplar, em silêncio, a paisagem.

“Na direção de onde viéramos, as encostas estavam cobertas de árvores que mediam entre seis e oito metros. Lembrei-me do que ali havia em 1913: Um deserto… O trabalho regular e tranquilo, o vigoroso ar da montanha, a frugalidade e, sobretudo, o espírito sereno haviam dotado aquele velho com uma saúde que inspirava respeito. Ele era um dos atletas de Deus. Fiquei imaginando quantos acres ele ainda iria cobrir de árvores.

“Antes de partir, meu amigo simplesmente fez alguma sugestão quanto a certas espécies de árvores para as quais o solo parecia apropriado. Não insistiu. “Pela simples razão” disse-me ele mais tarde, “que Bouffier entende mais disto do que eu”. Após caminharmos mais de uma hora — e tendo meditado sobre aquilo — disse ainda: “Ele sabe muito mais do que qualquer outro. Ele descobriu um modo maravilhoso de ser feliz”.

“Foi graças a esse funcionário que ficou protegida a floresta. Designou para aquela região três guardas florestais nos quais incutiu tanto medo, que eles ficaram insubornáveis, por mais litros de vinho que lhes oferecessem os carvoeiros.

“A única vez em que o trabalho de Bouffier ficou seriamente ameaçado foi durante a guerra de 1939. Os carros eram movidos por gasogênio (geradores alimentados por lenha) e sempre faltava lenha. Começaram a derrubar os carvalhos de 1910, mas como a região era muito afastada de qualquer via férrea, o empreendimento se revelou financeiramente insustentável e foi abandonado. O pastor nada tinha visto. Estava a 30 quilômetros dali, trabalhando em paz, sem tomar conhecimento da guerra de 1939, como fizera também em 1914.

“Vi Elzéard Bouffier pela última vez, em junho de 1945. Ele completara 87 anos. Eu resolvera atravessar novamente o caminho daquelas terras áridas; mas, apesar da desordem deixada pela guerra, havia agora um ônibus que passava entre o vale da Durance e a montanha. Atribuí à relativa velocidade do transporte o fato de não reconhecer as paisagens de minhas viagens anteriores. Foi somente ao ver o nome de uma aldeia que me convenci de estar realmente naquela região, que fora só de ruínas e desolação.

“O ônibus me deixou em Vergons. Em 1913, essa aldeia, de dez ou doze casas, tinha três habitantes. Eram criaturas selvagens, odiavam-se mutuamente, viviam de caça por armadilhas e pouco se distanciavam, física e moralmente, das condições do homem pré-histórico. Os restos das casas abandonadas estavam cobertos de urtigas. A condição daquela gente não admitia qualquer esperança. Nada mais lhes restava senão esperar pela morte — situação que dificilmente podia predispô-los à virtude.

“Tudo agora estava mudado. Até mesmo o ar. Ao invés do vento seco e áspero que me atacara, soprava uma brisa suave carregada de perfume. Da montanha descia um som semelhante ao da água; era o vento na floresta; e, surpresa ainda maior, ouvi um ruído de água, de fato, caindo num tanque; vi que havia sido construído um chafariz, onde a água corria livremente e o que mais me emocionou — que alguém plantara, ao lado do chafariz, uma tília; a tília que devia ter uns quatro anos, coberta de folhas, era o símbolo incontestável da ressurreição.

“Além disso, a cidadezinha Vergons apresentava os sinais evidentes de trabalho que só empreende quem tem esperança. A esperança, portanto, havia voltado. As ruínas tinham sido afastadas e cinco casas estavam restauradas. Eram agora vinte e oito os habitantes, entre os quais quatro jovens casais. As casas novas, recém-rebocadas, estavam cercadas de jardins onde cresciam, em conjunto, verduras e flores, repolhos e rosas, alho-poró, funcho e anêmonas. Era agora uma aldeia onde se gostaria de viver.

“Desde então, em apenas oito anos, toda a região passou a irradiar saúde e prosperidade. No local das ruínas que eu vira em 1913 existem, agora, casas de lavradores, limpas e rebocadas, atestando uma vida feliz e confortável. Nos antigos leitos, alimentados pelas chuvas e pela neve que a floresta conserva, correm novamente os riachos. Águas foram canalizadas. Em cada propriedade rural, entre pequenos bosques, há fontes cujas águas transbordam sobre tapetes de hortelã. Aos poucos, as aldeias foram reconstruídas.

“Gente da planície, onde o terreno é caro, viera estabelecer-se aqui, trazendo juventude, movimento, evolução. Ao longo das estradas, encontram-se homens e mulheres sadios, meninos e meninas que sabem rir, e que redescobriram o sabor dos convescotes. Incluindo a população anterior, irreconhecível agora, a viver confortavelmente, mais de 10.000 pessoas devem a sua felicidade a Elzéard Bouffier (sem o saber).

“Quando penso que um homem, munido unicamente de seus próprios recursos físicos e morais, foi capaz de fazer nascer desse deserto uma tal Canaã, sinto a convicção de que, apesar de tudo, a humanidade é digna de admiração. Mas quando calculo a infalível grandeza de espírito e a tenacidade da benevolência necessária para alcançar esse resultado, sinto um respeito imenso pelo velho camponês sem instrução, que foi capaz de completar uma obra digna para Deus.

Elzéard Bouffier morreu em paz, em 1947, no asilo de Banon”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto/1976)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Liberdade ou Direito de ser Livre

Liberdade ou Direito de ser Livre

“Livre vontade não é a liberdade de fazer o que quiser, senão o poder de fazer aquilo que deve ser feito, mesmo que seja contrário a um violento impulso. Eis aí, em verdade, o que é Liberdade” – K. B. MacDonald.

A liberdade que ganhamos pela obediência às leis é a única que conta. Se ESCOLHERMOS obedecer às leis, não podemos perder nossa liberdade. Porém, o ser licencioso e insultar à lei da terra, fará com que percamos nossa amada liberdade. O objetivo das leis na terra é dar o direito de ser livres a todos para a execução de nossas atividades, com segurança. É mais importante ainda considerar as Leis de Deus na natureza, pois elas tornam possível a evolução. Estamos num estado de mudança constante e, a seleção do justo ou errado pode mudar nosso destino. Não há descanso no caminho que nos conduz para o Criador.

Quando compreendemos o que é justo e verdadeiro, trabalhando constantemente para chegar à nossa meta, nosso progresso não será perturbado por repetidos erros e não teremos muito que retificar.

Então usaremos nosso tempo na Terra, que parece curto, trabalhando pela libertação do espírito.

Quando um Ego se acha pronto para retornar à Terra, se lhe permite escolher entre distintas vidas, porém uma vez feita a escolha não pode haver evasivas no que se refere aos acontecimentos principais durante essa vida particular na Terra. Temos livre vontade no que concerne ao futuro, porém o destino maduro está envolto na vida que escolhemos e não poderá ser evitado. O ser humano pode exercitar o livre arbítrio em muitos casos, porém se acha atado pelo destino que formou pelas dívidas criadas em vidas anteriores.

As grandes Inteligências, que têm a seu cargo esse assunto, sabem que requisitos são necessários para o ajuste de nossas obrigações. Entre as múltiplas relações que tivemos no passado, eles selecionam certo número de possíveis existências. Essas são mostradas ao Ego que está pronto para renascer e, portanto, pode selecionar uma ou várias delas. Escolhe, entre todas essas oportunidades, as que estão disponíveis no tempo particular desse renascimento, e amiúde existem grandes quantidades dessas oportunidades.

Uma vez feita a seleção, a vida do Ego seguirá a linha escolhida, porém: “não nos deixemos enganar pela ilusão de que o destino nos impele a agir mal em todo o tempo. A lei trabalha sempre, e apenas, para o bem, e o mal, em cada vida, é o primeiro a ser expurgado depois da morte, e apenas a tendência de fazer o mal em particular permanece com o sentimento de aversão gerado pelo sofrimento experimentado no processo de expurgação”. Não existe nunca a obrigação de fazer o mal.

É bom saber, e isso deve dar-nos uma certa firmeza em nossos esforços para resistir ao mal, pois nunca somos destinados para fazer o mal, senão que, cada ato mal feito, é um ato de livre vontade. Nossa consciência nos avisa, e somos livres para resistir, sempre que elejamos, entre o justo e o injusto. Nossa consciência nos impele para frente, para fazer tudo o que é construtivo e bom, pois a consciência é o resultado da dor e sofrimento experimentados em vidas anteriores.

Um fator muito importante e evidente em nossas múltiplas existências é a Epigênese. Brota do livre arbítrio e se manifesta como ação original. Essa divina e criadora atividade é a base da evolução da humanidade. A medida que o tempo avança haverá mais e mais oportunidade para esse divino atributo.

Parece ser, então, que estamos sujeitos a fatos maiores, porém, temos liberdade nos detalhes de nossas vidas, isto é, que temos muita liberdade no modo em que desejamos aprender nossas lições, sempre que, em verdade, as estejamos aprendendo, e existe a oportunidade para um trabalho novo e original, o qual chamamos Epigênese.

Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental promovem a liberdade pessoal dos indivíduos quando seguem os Ensinamentos da Filosofia Rosacruz. Ninguém deve obedecer a mestres, cada qual deve seguir seus próprios ditames internos. Aqueles que aspiram conhecer os ensinamentos internos e vivem no Mundo Ocidental não podem encostar-se ou depender de mestre ou guias. Não tendo um mestre sobre o qual encostar-se, o estudante tem que obter poder espiritual por sua própria iniciativa. Portanto, é óbvio, que cada qual tem que assumir a responsabilidade de suas próprias ações. Como existiria muito pouco progresso sem essa responsabilidade que mencionamos, devemos desejar assumi-la, sempre que aparecer a oportunidade. Desde logo, temos que estar certos em cumprir com as tarefas que se nos apresentem.

Quando fazemos o melhor que podemos e admitimos que as consequências de nossas próprias ações são nossas mesmo, ainda assim cometemos erros no cumprimento de nosso dever, então podemos aprender muito e ganhar em compreensão. Um coração compreensivo é muito desejável e difícil de se obter.

Desde o tempo em que a humanidade surgiu da densa atmosfera da Atlântida, entrou no mundo como um agente livre, com expressão das leis da natureza e de seu prévio e próprio destino adquirido. Desde então, o ser humano teve que aprender a se sustentar por si mesmo. Isto não é adquirido facilmente. Mais e mais reponsabilidades têm sido colocadas sobre seus ombros. Manter-se por si e assumir as consequências de suas próprias ações pode, às vezes, não ser muito agradável, porém é inevitável. Para desenvolver nossos poderes latentes espirituais, e assim tornar-nos ativos, temos que trabalhar, e enquanto trabalhamos temos que orar, pois assim nos manteremos em contato com os Mundos Superiores e receberemos a força necessária para seguir adiante.

O desenvolvimento futuro da humanidade dependerá mais e mais de sua própria iniciativa, e isso só leva a cabo quando o ser humano é livre. No princípio da evolução do ser humano, este vivia em pacífica ignorância, porém, desde que cresceu em conhecimento, começou a compreender muitas coisas. Durante inúmeras vidas aprendeu pela experiência e assim trocou sua ignorância pelo conhecimento da virtude.

O estudante sincero sabe, em seu interior, que o maior ladrão de sua liberdade é o tornar-se escravo de seus próprios desejos e apetites, e lamenta como São Paulo: “Porque o bem que quero, isto não faço; mas o mal que não quero, isto eu faço”. Para nos convertermos em verdadeiramente livres, temos que trabalhar pela nossa própria salvação, utilizando os poderes latentes, para o bem da humanidade.

Existem seres nos Mundos superiores sempre prontos para ajudar, se puderem fazê-lo, sem tirar esse nosso direito de liberdade. Copiando Max Heindel, no Livro: “Carta aos Estudantes”: “…porque embora ninguém possa interferir com o livre arbítrio da humanidade, e embora seja contrário ao plano divino o coagir, de alguma maneira, para que alguém faça o que não quer fazer, não existem barreiras contra as sugestões em assuntos que a ele possam agradar. É devido à sabedoria e ao amor desses grandes seres que o progresso em linhas humanitárias é a palavra de aviso de hoje em dia”.

O Mineral, a Planta e o Animal, todos os reinos, estão sujeitos à vontade dos Espíritos-Grupo; o ser humano é o único que possui livre vontade e iniciativa. À medida que o tempo avança, ele se fará cada vez menos susceptível às influências externas. “A Liberdade, é a herança mais preciosa da alma”, e podemos fazer pleno uso dessa herança sempre que sejamos cuidadosos em não interferir com o direito dos demais.

À medida que nossa consciência se desenvolve, temos que aprender a fazer o que é justo, conscientemente e de nossa própria vontade. Pode ser que seja necessário, para um Ego, selecionar uma vida cheia de duras lições para aprender, e essa nova existência pode estar cheia de calamidades, porém, ele pode escolher entre viver essa mesma vida honestamente e com humana dignidade, ou chafurdar-se na lama de modo vergonhoso. Ninguém pode interferir no modo em que ele trabalha em seu destino.

Copiando Max Heindel nas Cartas aos Estudantes: “Devemos aprender a lição do trabalho para um propósito comum, sem lideranças. Cada qual, igualmente induzido pelo espírito de amor que lhe vem do íntimo, deve empenhar-se pela elevação física, moral e espiritual da humanidade à altura de Cristo – o Senhor é a Luz do mundo”, e “onde está o Espírito do Senhor, aí há Liberdade” (IICo 3:17).

“Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus Discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Joa 8:31-32).

 (Publicada revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/86)

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