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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Prazer de Servir

Toda a natureza é um anelo de “serviço”.

Serve a nuvem; serve o vento; serve o sulco.

Onde houver uma árvore para plantar, plante-a você; onde houver um erro para corrigir, corrige-o você; onde houver uma tarefa que todos recusam, aceite-a você.

Seja quem tira a pedra do caminho, o ódio dos corações e as dificuldades dos problemas.

Há alegria de ser sincero e de ser justo; porém, há mais que isso: a formosa, a imensa alegria de servir.

Como seria triste o mundo se tudo já estivesse feito, se não houvesse uma roseira para plantar, uma iniciativa para tomar!

Não seduzam você as obras fáceis. É belo fazer tudo que os outros se recusam a executar.

Não cometa, porém, o erro de pensar que só tem merecimento executar as grandes obras; há pequenos préstimos que são bons serviços: enfeitar uma mesa, arrumar uns livros, pentear os cabelos de uma criança.

Aquele é quem critica, este é quem destrói, seja você quem serve.

O servir não é próprio de seres inferiores. Deus, que nos dá o fruto e a luz, serve. Poderia chamar-se: o Servidor.

E tem seus olhos fixos em nossas mãos e nos pergunta todos os dias: “serviu você hoje? A quem? A árvore, ao seu amigo, a sua amiga, a sua mãe, a seu pai, a um desconhecido ou desconhecida?”.

Lembremo-nos sempre o “modelo de serviço” preconizado pela Fraternidade Rosacruz: “serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao irmão e à irmã ao seu lado, esquecendo os defeitos deles e focando na divina essência oculta que está dentro deles e dentro você”. Afinal, é essa divina essência oculta a base da Fraternidade!

(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – agosto/1964 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Verdadeira Fraternidade na prática do nosso dia a dia

A Verdadeira Fraternidade na prática do nosso dia a dia 

Fraternidade é: harmonia, amizade, irmandade e parentesco entre irmãos. É a identificação de seres oriundos de um Pai comum, Divino ou humano.

Os “filhos da carne” são “irmãos de carne”; os “filhos de Deus” são “irmãos em Espírito”.

Os Anjos, hábeis manipuladores de Éter, conseguem através do sangue – que é o mais elevado meio de expressão do Corpo Vital – a ligação entre irmãos. Muitos espíritos renascem sob tais circunstâncias para harmonização de desentendimentos passados. Porém, muitas vezes nem a ligação do sangue é capaz de lhes promover a harmonia que uma fraternidade mais elevada, a espiritual, reclama. Mesmo sem causa remota de destino, amiúde ocorre a desavença entre irmãos por motivos egoístas, principalmente em partilhas de herança.

Bem se disse que a “carne e o sangue não podem herdar o Reino dos Céus” (São Paulo), e que “o nascido de carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito” (Jo 2:6). Importa-nos em verdade nascer de novo, nos regenerar, nos despirmos do “homem velho” e nos revestirmos do “homem novo”, em novidade de espírito; transcendermos os limites da carne, se desejamos sinceramente estabelecer uma verdadeira fraternidade.

Ninguém tem autoridade, se esta não lhe for dada pelos céus. As verdades cósmicas são eternas e, essencialmente, as mesmas através dos tempos. A humanidade é que, segundo os seus conhecimentos, recobrem-nas com sua Epigênese, dão-lhe nome e roupagens diferentes.

Recorro novamente a maior autoridade do mundo para nos dizer “qualquer um que fizer a vontade do Pai celestial, esse é meu irmão e irmã.” (Mt 12:50) – ou ainda: “Meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam.” (Lc 8:21).

Quem pode contestar-lhe? Os sábios materialistas? A que nos tem levado suas descobertas? Guerras mercenárias! Guerras fratricidas! Escravização de povos! Angústias e temores!

Repouso na confiança de Deus. Ele nos guia. Ele é Amor, Ele é Luz. Por mais que nossos potentes telescópios devassem a imensidão do espaço, até milhões de anos-luz, encontrarão sempre para amesquinhar a pretensão intelectual dos seres humanos, a Luz, a Harmonia e a Sabedoria a reger as esferas em sua matemática procissão. Que é a Terra diante dessa grandiosidade inteira? E quem somos nós, senão poeirinhas pretensiosas?

Entretanto, Deus nos ama e com simpatia nos acompanha os esforços, ajudando-nos em tudo, mesmo que pensemos ser o mérito apenas nosso. E toma também suas medidas quando seus infantis filhinhos estão em vias de se machucar com suas “invenções”.

Partamos da convicção do que realmente somos. Isso é humildade!

Tenhamos confiança incondicional no Pai Celeste. Essa é a maneira de nos sintonizarmos com Sua Luz, com Seu Amor, com sua Verdade, a fim de que nos ajude a sobrepor a nós mesmos e tenhamos a possibilidade de sermos verdadeiros irmãos.

Nossa Natureza inferior divide, critica, ambiciona, disputa e prejudica.
A nossa Natureza superior não. Ela é atração, é amor, é Luz, é Vida e Poder da Alma. Ela nos guinda sobre nós mesmos e nos impele a amar o próximo, acima de todos os preconceitos, das barreiras de sangue, de raça, de nação, de povo, de parentesco, de vizinhança, de coleguismo, de corporativismo, de comodismo, de credo, na vivência de um verdadeiro CRISTIANISMO.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 08/1966 – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Novamente o Trabalho em Grupo

Novamente o Trabalho em Grupo

“Devemos aprender a trabalhar em conjunto ou nos desatualizaremos”.

Comovente ao proclamar: “A Fraternidade é a nova ordem da Era que se aproxima. Ou nos entendemos ou nos limitaremos cada vez mais.”

(De Elvin Joseph Noel no livreto “A Libertação através do Trabalho em Grupo traduzido da Revista “Rays from The Rose Cross” e publicado aqui: https://goo.gl/pbQfEv ).

Somos apologistas do trabalho de equipe. Observamo-lo portador de inúmeras vantagens, como, por exemplo, o alcance de um rendimento máximo em tempo mínimo, mediante o aproveitamento racional das qualidades e aptidões de cada um em função do todo. Além disso, sua ação faz-se sentir individualmente, revertendo em benefício de cada um, em forma de disciplina, solidariedades, harmonia, companheirismo e expansão natural das próprias qualidades.

Mas não se pense que o desenvolvimento do trabalho grupal depende, única e exclusivamente, da aglutinação de pessoas dotadas de capacidade para realizar a obra proposta. Não. Não é tão simples assim. Certas aptidões, conhecimentos e habilidades são importantes e desejáveis. Mas por si só não asseguram o êxito final de um trabalho coletivo. Há certos requisitos prioritários, tais como: boa vontade, sinceridade, desprendimentos, altruísmo, harmonia, ausência de personalismo e outros. São essas qualidades, de natureza moral, que possibilitam a um grupo relativamente heterogêneo empreender e concretizar obras de vulto, num sentido comum.

É importante, na quadra atual, cada um meditar sobre isso, e perguntar-se: estou preparado para trabalhar em equipe? Estão se formando novos Grupos Rosacruzes. E através deles os Estudantes têm a oportunidade de contribuir com sua parcela de esforço para a disseminação do Ideal Rosacruz.

O Método Rosacruz de Desenvolvimento oferece meios de realização estritamente individuais, objetivando o aprimoramento espiritual do aspirante, de modo a permitir-lhe transcender os entraves internos separatistas, integrando-o cada vez mais no puro sentido de equipe.

Decorridos onze anos de sua publicação, as ideias contidas no artigo de Elvin Joseph Noel mostram-se extraordinariamente mais atualizadas, mais vidente a realidade de seus conceitos, mais necessária a aplicação prática de seus princípios.

Sugerimos a todos, lerem e meditarem sobre ele. Mas, particularmente aos jovens, sequiosos de canalizar sua vibrante energia em uma obra edificante, recomendamos a atenta leitura do trabalho acima mencionado. Ele servirá de orientação, sem dúvida alguma.

Todos temos alguma coisa a realizar, pois o mundo necessita de pessoas responsáveis, decididas a arregaçar as mangas e trabalhar. Não fiquemos aguardando o surgimento de condições favoráveis. Não esperemos o emergir do amanhã acenando-nos com as oportunidades. Estas já estão por aí à espera da nossa decisão. Nos dias que correm o “futuro é hoje”. E o trabalho deve ser realizado “aqui e agora”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1977)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Verdadeira Escola Espiritual

Uma Verdadeira Escola Espiritual

Muitas vezes, pode parecer a um investigador menos avisado, que a Fraternidade Rosacruz tem por escopo oferecer aos seus Estudantes o desenvolvimento de seus poderes “ocultos” e que, para tanto, irá lhes fornecer alguns exercícios “especiais”. Mas após um curto tempo, o suficiente para tomar contato com os ensinamentos da Escola podemos notar em seus semblantes a amarga decepção. Quanta ilusão traziam dentro de suas Mentes a respeito da Fraternidade! Poucos são os que compreendem que a missão de uma legítima Escola Espiritual é indicar a Via Libertadora que, desta vida de morte e pesares, conduz-nos à Vida brilhante, plena de liberdade.

Uma genuína Escola Espiritual nunca favorecerá um indivíduo, seja ele quem for, na realização de seus projetos mundanos, porque o Reino almejado por seus adeptos não é deste mundo (em grego a palavra é Kosmos, que significa: “ordem de coisas”).

O que a verdadeira Rosacruz pode ensinar ao iniciando é aspirar sinceramente por esta outra ordem de coisas e viver a vida consoante os ensinamentos recebidos. Somente no contato social, familiar, na própria vivência diária é que se torna possível um amadurecimento integral. Por isso a Fraternidade diz ao aluno: “Não fuja do mundo”. “Viva a Vida e aplique suas capacidades em favor da humanidade”.

“A Senda do serviço, do auto esquecimento, é a mais alegre, mais curta via para atingir-se a meta: Deus”.

Com um tipo imaturo, inapto, a Escola nunca poderá contar. Hoje ele poderá dizer aos quatro ventos que ama a Escola. Amanhã, porém, quando por força do próprio caminho no qual enveredou, lhe for pedido tudo, então reagirá de forma espantosa e recuará atemorizado ante a iminência do sacrifício próximo. Mas isso é natural, reconhecemos, pois, é próprio da natureza humana, quando ainda imatura, esse instinto de auto conservação. Assim, muitas vezes, a estória do jovem rico da parábola evangélica se repete.

Pode surgir a pergunta seguinte, então: “Como se desenvolve a vida do aspirante, dentro da Rosacruz? O que deve ele fazer para atingir esse estado ideal?”. Como anteriormente dissemos, as únicas coisas que deve fazer, são: ASPIRAR e VIVER A VIDA. O mandamento: “Aquele que quiser ser o maior dentre vós seja o servidor de todos”, lhe serve de guia. Atuando dessa forma, atrairá os elementos essenciais à construção de seu Corpo-Alma. Sob os auspícios do Campo formado pela Escola, verá seus poderes espirituais latentes desabrocharem-se dia a dia.

Diariamente a Escola lhe proporcionará o pão e o Vinho que alimenta a alma. Não o pão material ou o espírito do vinho fermentado “fora”, que produz a embriaguez e a loucura, mas o pão de vida, e o espírito fermentado “dentro”, o produtor de Sabedoria.

Estes pão e vinho lhe são dados na Antecâmara da Rosacruz. Com o auxílio da Hierarquia de Cristo e a força crística contida na energia solar, absorvida por uma Vida da aspiração, o candidato constrói seu corpo solar ou espiritual. Este é um verdadeiro Templo construído “sem ruído de martelo”.

Por aí, vemos o grande erro que se comete ao confundir-se a Fraternidade Rosacruz com uma escola de “magia”.

Há grande diferença entre Magia e magia. A sra. Blavatsky fez alusão a essa diferença, quando disse que, entre a Verdadeira Arte ou Arte Real e os artifícios ocultos, há uma longa distância. Os artifícios pertencem às pseudo-escolas espirituais que oferecem toda sorte de poderes e vantagens pessoais a troco de algumas moedas.

A Arte Real ou verdadeira Magia não pode ser vendida. Conhecê-la e aplicá-la requer total inegoísmo, completo abandono do “eu” ilusório, que deseja obter, dominar, brilhar, endeusar-se.

Segundo Paracelso, a sabedoria humana somente cria “sapos”, enquanto a Sabedoria Divina cria “lírios”. Em outras palavras poderíamos dizer: os artifícios causam sensação em toda parte, devido ao grande alarde que fazem os seus adeptos. São semelhantes aos sapos, muitas vezes mestres na magia negra, criaturas desprezíveis.

A Arte Real, porém, cria lírios, cheios de formosura, símbolos da pureza, deleite para os olhos cansados de ver tanta torpeza, tanto mal e tanta tristeza. Para o conhecimento da Verdadeira Arte é mister a Sabedoria Divina. Fique bem claro, porém, que, como Magia entendemos, como também o entendia Paracelso, O Espírito Divino ou Deus da Natureza.

A sabedoria humana atua na horizontal e pode, por meio de artifícios, obter algum resultado, mas este será também horizontal. Somente Divina Sophia pode rasgar verticalmente o luminoso caminho rumo ao Infinito, à Liberdade dos Filhos de Deus.

Portanto, tudo se resume no seguinte: A Fraternidade Rosacruz não oferece ao aluno um céu remoto, que pode ser conseguido por meio de artes mágicas ou então um despertar súbito dos poderes esotéricos latentes. Ensina sim, a buscar primeiramente o Reino dos Céus e Sua Justiça, porque, o resto, virá por acréscimo.

O desenvolvimento de tais poderes advirá como consequência lógica do trilhar o Caminho da Libertação. Isto equivale a dizer que a Rosacruz não faz um fim daquilo que é um meio. Esses poderes são, quando desabrochados, marcos indicadores de que estamos no Caminho. E como tais, deverão ser deixados para trás a cada passo que dermos em busca de coisas maiores.

Se, porém, nos deixamos entreter pelas fontes e pequenos poços em meio do caminho que nos leva ao cume da montanha, acabaremos nos esquecendo que nossa meta é o Grande Manancial donde jorram Águas Vivas.

Por isso dissemos que, para ser aluno da verdadeira Rosacruz, isto é, dos Irmãos Maiores, é necessária maturidade. E isto somente o tempo e as experiências podem trazer. A maturidade dá o necessário discernimento para distinguir-se o falso do verdadeiro, o certo do errado, o essencial do supérfluo.

O aluno nestas condições encontra-se apto a conhecer a diferença entre a Verdadeira Arte e os artifícios.

Consequentemente não mais se contentará com os mãe-pastos, as comidas dos porcos. Por isso, levantar-se-á e irá para seu Pai, conforme a parábola evangélica do Filho Pródigo. E para este retorno, o que necessita não são alguns “exercícios ocultos”, algumas práticas mágicas ou algum outro artifício. Estes, não acrescentam um átomo sequer ao Templo da Alma. É o toque da força espiritual da Escola, do Espírito Santo prometido pelo Senhor que, numa apoteose semelhante a Pentecostes acende o Divino Fogo Regenerador em seu ser, fazendo de sua alma uma virgem. O pão e o vinho ofertados na Antecâmara lhe servem de alimento durante a jornada. Entretanto, tudo isso requer pureza moral e total dedicação de sua personalidade ao serviço» da Grande Obra. Tal dedicação demonstra-se na vida diária do discípulo. O intenso desejo de servir a humanidade doente e moralmente abatida deve ser sua tônica constante.

Concluindo: a Senda Rosacruz nada oferece além daquilo que o próprio aspirante possui e seja suscetível de despertamento. Por outro lado, exige tudo do discípulo. Na brilhante obra “Iniciação Antiga e Moderna” encontramos o seguinte: “Devemos estar preparados todo instante para obedecer ao Cristo Interno quando nos disser: Segue-me… porque, sem este abandono decidido e completo de tudo na vida pela Luz, pelos propósitos superiores e espirituais, não pode haver grande progresso nesse caminho de perfeição”.

E concluímos, ainda, com as palavras da citada obra: “Da mesma forma como o Espírito Santo desceu sobre Jesus ao sair da água batismal da consagração, assim também o maçom místico que se banha no Lavabo do Mar Fundido, começa a ouvir debilmente a voz do Senhor dentro de seu coração, ensinando-lhe os segredos da Arte que deve usar para o benefício de seus semelhantes”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 9/72 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Fraternidade Rosacruz como Impulso Espiritual para o Mundo e os Dez Primeiros Anos de um Século

A Ordem Rosacruz é uma das Sete Grandes Escolas de Mistérios do Ocidente. Seus representantes escolheram Max Heindel como mensageiro de Sua admirável Filosofia, que tem por finalidade lançar luz sobre o lado científico e espiritual dos problemas relacionados a origem e evolução do ser humano e do Universo. Desde a publicação do livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” um novo impulso espiritual foi lançado ao mundo, sendo que muitos avanços foram realizados por aqueles que responderam ao mesmo. Entretanto, há ainda muito trabalho para ser feito, e se deixarmos de empregar nossos talentos em prol dessa Grande Obra “o trabalho ficará incompleto e seremos servos improdutivos dos Irmãos Maiores”. Além disso, tal obra necessita de muitos colaboradores e a não ser que tomemos consciência de sua importância e da melhor época para semearmos novas ações que fortaleçam o mencionado impulso, a colheita para o próximo século será pouco produtiva. Vamos ver a importância e papel da Fraternidade Rosacruz no mundo, do período referente aos dez primeiros anos de um século e da responsabilidade de cada Aspirante neste processo.

No meio científico, antes que um novo método possa ser empregado como parte da solução de um problema, requisitos básicos devem ser preenchidos. Dentre estes, dois se destacam:

(1) provas de que o método seja eficaz e eficiente;

(2) e garantias sobre a replicabilidade de seus resultados.

Do mesmo modo, verdadeiros ensinamentos espirituais destinados a contribuir com o avanço espiritual do ser humano devem, antes de serem ministrados à maioria, produzir resultados seguros a uma minoria e, ainda, que as experiências espirituais sejam totalmente subjetivas, sua replicabilidade se refere ao desenvolvimento seguro de todos aqueles que legitimamente seguiram seus procedimentos. A Fraternidade Rosacruz possui e disponibiliza um método espiritual seguro, eficaz e eficiente, capaz de despertar em qualquer Aspirante suas potencialidades latentes em poderes dinâmicos, de modo a torná-lo um verdadeiro Discípulo de Cristo.

O Fundador da Ordem Rosacruz, juntamente com os Doze Irmãos Maiores, realizou profundas pesquisas relacionadas às tendências pelas quais as Mentes da humanidade atual respondem, bem como a provável direção que elas seguirão no futuro. Estas pesquisas indicaram que as principais necessidades espirituais ou fontes de pecado da humanidade provavelmente seriam: “o orgulho intelectual, a intolerância e a impaciência diante das limitações e restrições”. Por isso, um método de desenvolvimento espiritual capaz de satisfazer tanto o exigente intelecto, como o anseio do coração foi desenvolvido, ensinando o ser humano como vencer suas próprias limitações, por meio do autodomínio e da compreensão dos mistérios do ser e do Universo.

Períodos propícios para iniciar um trabalho espiritual como o acima mencionado ocorrem apenas duas vezes durante um século. São exatamente durante as primeiras e sextas décadas de um século que um novo ciclo espiritual dá início, e a possibilidade de pôr em movimento novas forças nesses períodos traz, ao mundo, muitos benefícios que em outros é raro conseguir. Esse é o motivo pelo qual a publicação do método Rosacruz de desenvolvimento ocorreu durante a primeira década do séc. XX. O fato é que estamos presentemente vivenciando os últimos 12 meses relacionados a um novo ciclo como esse e, como representantes do impulso espiritual que a Fraternidade Rosacruz estabeleceu há 100 anos, não há momento mais propício para empregarmos nossos talentos em prol dessa Grande Obra.

O Aspirante sincero pode, neste momento, estar se perguntando qual seria a linha de ação eficaz que poderia auxiliá-lo a fortalecer ainda mais esse impulso. Como o método Rosacruz é ausente de fórmulas prontas ou mestres externos, uma breve recapitulação do caminho pelo qual o ser humano percorreu no passado e das lições que ele deveria ter aprendido durante as Era que viveu pode fornecer direções úteis que o auxilie nessa busca.

Quando Deus criou o ser humano (a Sua Imagem e Semelhança), a humanidade era um Grande Todo e sem a separatividade. Um grande trabalho, então, para que cada ser humano adquirisse uma consciência separada teve início. Para isso, o meio pelo qual isso poderia ocorrer era construindo veículos separados por cujo intermédio seu Espírito poderia se manifestar. O período em que ocorreu esse trabalho é denominado, na Filosofia Rosacruz, como período de “Involução”. Como efeito deste processo, o ser humano foi gradativamente percebendo a realidade do mundo exterior e vislumbrando a diferença entre si, o “eu” e os outros. Então, compreendeu que era separado e, desde então, a consciência do “eu”, o egoísmo, predominou.

No final deste período de Involução o ser humano tinha conquistado uma constituição de Corpos completa e estava apto para iniciar uma nova jornada: a de transformar suas potencialidades divinas latentes em poderes dinâmicos. Este segundo período é denominado, pela Filosofia Rosacruz, de período de “Evolução”. Assim, o ser humano iniciou sua jornada para aprender lições que o tornará uma Grande Inteligência Criadora. Entretanto, tais lições não eram dadas de uma vez, mas seguindo uma espécie de cronograma (ou Eras) que obedece ao movimento de precessão do Sol no Zodíaco.

Além disso, conforme um número mínimo necessário de seres humanos completava seu aprendizado, novas lições eram gradativamente sendo apresentadas. Até o presente, duas Eras foram completamente vivenciadas e uma terceira está chegando ao fim.

Quais são as Eras e suas respectivas lições? As Eras são: Era de Touro, de Áries e de Peixes, e suas lições incluem tanto aprendizado de conceitos e experiências do Mundo Físico (incluído o aprimoramento de seus Corpos e do Planeta Terra como campo de evolução), como o aprendizado espiritual que o ser humano deveria alcançar. Seus detalhes são descritos abaixo.

A primeira Era, ou Era de Touro, tinha o objetivo de tornar o ser humano ainda mais consciente da Região Química do Mundo Físico. Para isso ele deveria conquistar e dominar esta Região, pelo acúmulo de bens materiais e domínio dos elementos químicos que constituem Mundo Físico. Por meio destas lições, incorporou o primeiro e então necessário valor: EU TENHO. A prática espiritual desta Era constituía-se da seguinte maneira: o ser humano separava-se em castas que serviam de Sacerdotes nos Templos (Tabernáculo do Deserto) e buscava o lado oculto das coisas disponíveis apenas a estes (sacerdotes tinham acesso à iniciação e a população geral não; por isso o restante seguia a orientação daqueles e sacrificavam suas melhores posses).

A segunda Era, ou Era de Áries, tinha o propósito de ensinar o ser humano a deixar de TER, e desenvolver a capacidade de SER. Foi-lhe, então, ensinado os conceitos de pioneirismo, iniciativa e ambição. Correlato bíblico desta época refere-se à resposta que Deus deu a Moisés, quando este último não acreditava que poderia influenciar as grandes massas daquela época: Resposta: “EU SOU AQUELE QUE SOU”. “Eis como responderás aos israelitas: EU SOU, envia-me junto de vós.” (Ex 2:12-14). No entanto, nem todos os seres humanos tinham acompanhado o percurso natural da evolução, sendo que o valor EU TENHO estava tão enraizado em sua identidade que se recusava aceitar qualquer nova lição ou convite para dar esse novo passo. O Estudante Rosacruz pode compreender o quão difícil deveria ser deixar esse antigo valor de lado, pois as reminiscências desta Era ainda persistem até os dias atuais. Concomitante a essas novas lições, as condições da Terra estavam mudando e somente àqueles que tinham se adaptado às novas lições espirituais aprenderam a aprimorar seus veículos para sobreviver sobre a nova Terra. Aqueles que persistiam em não dar o próximo passo acabaram por sucumbir e atrasaram todo o progresso da humanidade. O correlato bíblico que descreve essa transição é: “Eles comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento”, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consumiu a todos (Lc 17:27). Como ideais espirituais da segunda Era estavam: a justiça, a perfeição, o coração justo e reto. Um exemplo Bíblico destes valores está na seguinte passagem: “Esta é a história de Noé. Noé era um homem justo e perfeito no meio dos homens de sua geração. Ele andava com Deus.” (Gn 6:1-9).

A terceira Era (atual) ou Era de Peixes convida o ser humano a aprender incorporar em seu Ser a compaixão para com seus irmãos e irmãs, o desenvolvimento do senso da unidade com toda a vida, de inspiração e renúncia. Os ideais espirituais que deveria desenvolver era o de serviço, da pureza, do discernimento e da análise. Muitos desses ideais são muito bem promulgados pelo Cristianismo Exotérico das Igrejas. Contudo, novamente, as reminiscências das duas Eras anteriores estavam (e ainda estão) frustrando o desenvolvimento espiritual do ser humano. É isso o que a afirmação “vivemos na Era de Touro e Áries durante a Era de Peixes” quer dizer.

Atualmente, a Era de Peixes está chegando ao fim, sendo possível sentir as influências da quarta Era ou Era de Aquário. Nessa nova Era, será possível dar significados mais lógicos a muitos dos mistérios da vida e do universo. Entretanto, a persistência em conquistar o Mundo Físico, de acumular bens materiais (Era de Touro), da ambição pessoal (Era de Áries) e do egoísmo faz com que as Mentes atuais incorporem tais significados lógicos como “orgulho intelectual, intolerância e impaciência diante das limitações e restrições” dos outros.

A Ordem Rosacruz envia um impulso espiritual diário que estimula, de forma direta e indireta, o desenvolvimento espiritual do ser humano e o influencia contra essas tendências intelectuais egoístas. Por exemplo, o avanço da ciência faz com que os níveis de exigência para novas descobertas sejam tão altos que é praticamente impossível uma pessoa realizá-las sozinha. Ainda que haja muitas Mentes brilhantes coordenando diversos laboratórios experimentais no mundo, tais Mentes sabem que sem a ajuda de uma rede de ação harmoniosa, que conta com o trabalho coletivo de diversos integrantes e parceiros, é impossível atingir progresso. Do mesmo modo, muitas empresas já compreenderam que quanto mais assistência se dá a seus clientes (servindo-os quase que incondicionalmente), mais retorno e maiores probabilidades de vendas ocorrem.

Esse serviço, ainda que não aceito ou percebido por empresários que apenas visam lucros e acumular bens, constitui um preceito básico Cristão: “Aquele que quiser o maior entre vós, seja o servo de todos”. Em nossas vidas pessoais, todas as vezes que sentimos medo ou ambição, e acabamos por acumular riquezas, poderes e bens com a justificativa de termos que estabelecer uma condição financeira estável, dar o melhor para nossos filhos, suprir as necessidades e imprevistos e que temos que acumular para poder gozar de boa vida durante a velhice, indubitavelmente estamos vivendo as lições do passado (Era de Touro e de Áries) no presente.

Obviamente que todos necessitam de bens materiais, de estudo e de bons empregos e não há nenhum problema moral em possuir tudo isso. Entretanto, todas as vezes que nossas ações são direcionadas apenas a esses propósitos, não há como negar que estamos respondendo as reminiscências passadas. O fato é que muitas das dádivas materiais que Deus nos fornece acabam por não ser suficiente para suprir os padrões ilusórios de necessidade e conforto que queremos ter. Uma reflexão sincera sobre quais são os reais motivos que constituem os fatores motivacionais de nossos pensamentos e comportamentos revelará que a astúcia taurina e a ambição ariana estão mais do que presentes em nossas vidas, e representam boa parte do conjunto de nossas ações.

É tempo de responder ao impulso espiritual que nos convida a dar novo significado aos valores da vida, a afinar nossas ações com o propósito do Esquema da Evolução e a perceber que as falhas e restrições de nossos irmãos são, em realidade, nossas próprias falhas. Isto porque o esforço individual terá pouco efeito se não aprendermos a progredir conjuntamente. É uma verdade indiscutível que todas as vezes que auxiliamos nosso próximo, também progredimos na senda do desenvolvimento. Contudo, devemos ir além de um conceito intelectual a respeito das necessidades espirituais do ser humano. Todo esse conhecimento é bastante interessante para brincarmos com nossas Mentes e para fazermos profundas discussões metafísicas com nossos amigos. Porém, esse saber intelectual não nos ajudará no caminho da evolução, a menos que saibamos utilizá-lo na prática. Quando aprendemos um novo ideal espiritual não devemos utilizá-lo apenas algumas vezes ou quando for conveniente. Devemos tratá-lo com profundo respeito e utilizá-lo em todos os momentos de nossas vidas, como parte de nós.

Tão certo como transformações ocorreram no passado, são iminentes as transformações futuras. Tão certo como os pioneiros da Era de Touro foram salvos na “Arca” por terem desenvolvido pulmões necessários para que pudessem respirar sob as novas condições de Áries, tempo virá em que somente aqueles que possuam um Corpo-Alma poderão viver sob as condições da Nova Terra, da qual São João fala no Livro do Apocalipse. É somente por meio do Serviço amoroso e desinteressado que podemos construir esse Corpo-Alma (Lições das Eras de Peixes e Aquário).

Nos próximos 12 meses que constituem o último ano propício para alimentarmos o impulso espiritual, reservemos um tempo em nossos tumultuados dias para empregar nossos talentos e habilidades para elevação de nossos irmãos. O objetivo principal do Aspirante Cristão é (ou deveria ser) alcançar a UNIÃO COM CRISTO. Max Heindel fez um trabalho digno de reverência nos últimos anos que compuseram a primeira década do séc. XX. Esse trabalho despertou novo impulso espiritual e iluminou muitas almas sedentas durante todo o século que passou. Os próximos 12 meses são “momentos de ouro” e temos uma maravilhosa oportunidade para plantar sementes espirituais que florescerão no futuro. Possam nossos esforços ser abundantes neste período e que possamos estar aptos para contribuir com esse abençoado impulso espiritual. Se assim o fizermos, temos a certeza de que um maravilhoso crescimento anímico pessoal e coletivo ocorrerá e, deste modo, poderemos adiantar o dia da libertação de Nosso Senhor.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

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