Quando o Sol entrar por Precessão dos Equinócios no Signo celestial de Aquário, o Aguador, virá uma nova fase da Religião do Cordeiro, a Religião Cristã. Esotericamente, o ideal que devemos perseguir está indicado no Signo oposto: Leão.
A Lua, habitação de Jeová – o Regente autocrático das Raças e o dador de Leis – está em Exaltação em Touro. Quando o Sol transitou, por Precessão dos Equinócios, pelo Signo de Touro, todas as Religiões de Raça, mesmo a fase mosaica da Religião Ária do Cordeiro, pediam uma vítima propiciatória para cada transgressão da Lei.
Mas, o Sol está em Exaltação em Áries e ao entrar nesse Signo, por Precessão dos Equinócios, o grande Espírito Solar, Cristo, veio como um Sumo Sacerdote da Religião Ária e revogou o sacrifício de outros ao oferecer-se a Si mesmo como um sacrifício perpétuo pelos pecados do mundo.
Observando o ideal maternal de Virgem, durante a Era de Peixes, e seguindo o exemplo de Cristo como um serviço de sacrifícios, a Imaculada Concepção converte-se numa experiência real para cada um de nós, e Cristo, o Filho do Homem (Aquário) nasce internamente.
Deste modo, gradualmente a terceira fase da Religião Cristã se manifestará e um novo ideal será encontrado no Leão de Judá (Leão). Valor e convicção, fortaleza de caráter e virtudes semelhantes, farão de nós, realmente o Rei da Criação, digno da confiança e do afeto dos Reinos de vida inferiores ao nosso, bem como do amor das divinas Hierarquias Criadoras que sobre nós estão.
Assim, a mensagem mística da nossa evolução está marcada em caracteres de fogo no campo celestial, onde qualquer investigador pode ler. E quando estudemos o propósito de Deus, revelado no Zodíaco, aprenderemos a nos conformarmos inteligentemente com Seus desígnios e, desse modo, abreviar o dia da emancipação do nosso limitado ambiente atual, para sermos perfeitamente, livres como Egos, sobrepondo-nos à lei do pecado e da morte, por meio de Cristo, o Senhor do Amor e da Vida.
Todos nós podemos e devemos decifrar a mensagem e resolver o mistério do Universo.
A entrada do Sol em Aquário, em que teremos mais estreita união com o Cristo, por uma forma elevada da Religião Cristã, está indicada, além do Zodíaco, no Evangelho Segundo São Lucas: “Respondeu-lhes: “Logo que entrardes na cidade, encontrareis um homem levando uma bilha de água. Segui-o até à casa em que ele entrar. Direis ao dono da casa: ‘O Mestre te pergunta: onde está a sala em que comerei a Páscoa com os meus discípulos?” (22:10-11), no Evangelho Segundo São Marcos: “Enviou então dois dos seus discípulos e disse-lhes: “Ide à cidade. um homem levando uma bilha d’água virá ao vosso encontro. Segui-o. Onde ele entrar, dizei ao dono da casa: ‘O Mestre pergunta: Onde está a minha sala, em que comerá a Páscoa com os meus discípulos?’ E ele vos mostrará, no nadar superior, uma grande sala arrumada com almofadas. Preparai-a ali para nós.” (14:13-15) e no Evangelho Segundo São Mateus: “Ele respondeu: ‘Ide à cidade, à casa de alguém e dizei-lhe: ‘O Mestre diz: o meu tempo está próximo. Em tua casa irei celebrar a Páscoa com meus discípulos’.” (26:18), pois o Cristo Solar é simbolizado na Astrologia pelo Sol, quer na evolução da humanidade como das nações e do mundo.
Aquário, às vezes, é representado por uma mulher derramando água de um cântaro; outras vezes por um menino e outras, ainda, por um homem. O correto é o de um rapaz, que simboliza o Cristo já crescido no ideal dentro de nós; a água que se derrama sob controle do cântaro, pelo rapaz, significa o equilíbrio das emoções. Será, pois, a Era do amor racional, inteligente, o equilíbrio entre o Coração e a Mente, preconizado nos Ensinamentos Rosacruzes.
A palavra-chave de Aquário, como Signo fixo, é: ESTABILIDADE.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1964-Fraternidade Rosacruz-SP)
Lemos na Bíblia, em Gênesis, 1:27 que os Elohim formaram o “homem à sua semelhança”, isto é, fizeram-nos macho e fêmea como Eles (os Elohim). Ali temos a descrição da nossa Época Atlante.
Quem eram esses Elohim? Eram, nada mais nada menos, que as Hierarquias Criadoras que, nesse primeiro capítulo do Gênesis, foram chamados de Elohim: “Eloh”, um nome feminino em que a letra “h” indica o gênero e “Im”, a desinência de plural masculino.
Portanto, trata-se de uma hoste de seres bissexuais, masculino-femininos, expressões da energia dual criadora, positivo-negativa. Pois Deus é um ser composto.
Jeová era e é uma dessas Hierarquias Criadoras, portanto, um Elohim. Sua presença aparece mais explícita a partir do segundo capítulo do Gênesis no texto hebraico. E não poderia ser de outra maneira, pois sua parte especial no trabalho da Criação começa efetivamente a partir dali. Jeová é o Guia dos Anjos, a Onda de Vida que atingiu o “grau de humanidade” do Período Lunar, e é o regente da Lua atual. O trabalho de Jeová é a construção de corpos ou formas concretas, por meio das forças lunares cristalizantes e endurecidas. Seu trabalho é multiplicar o que existe sobre o nosso Planeta Terra. Portanto, Ele é o dador de crianças e os Anjos são os mensageiros nesta obra. Jeová também não é somente o “Deus dos Judeus”. Ele é também o autor de todas as Religiões de Raça que nos conduzem ao Cristianismo. Como Deus de Raça, tem características que o faz ser um Deus ciumento e zeloso, como um feitor que nos obriga a fazer isto ou aquilo, ou nos proíbe de fazer outras coisas.
Pela sua Lei, quem não obedece é expulso, sofre e é abandonado. É a Lei do “Olho por Olho, Dente por Dente”. Assim, no Velho Testamento temos a história de toda a nossa descida até a esse Mundo Físico: nossa transgressão as leis de Jeová, como Jeová nos guiou no passado e como nos guiará no futuro até que alcancemos o Reino dos Céus; e é justamente aqui que vamos buscar a origem das duas tendências que operam atualmente no mundo: de um lado, a de buscar compreender tudo e do outro, a de aceitar tudo como é.
Vamos começar dizendo que o relato bíblico tem pontos coincidentes e pontos discrepantes com respeito à Lenda Maçônica.
No capítulo 1 de Gênesis, 22, diz-se que Deus criou Eva, o ser feminino. A Lenda Maçônica diz que Jeová criou Eva. E que o Espírito Lucífero Samael se uniu a ela. Mas este foi expulso por Jeová e forçado a deixá-la antes do nascimento do fruto dessa união, Caim. Ora, Samael é um dos espíritos marcianos que, liderados por Lucífer, ajudou a humanidade incipiente a comer da Árvore do Conhecimento.
Aquele ensinamento relatado na Bíblia em Gênesis 3:1-8, nada mais era do que chamar a atenção da humanidade que ela poderia procriar sozinha, sem a ajuda dos Anjos ou de Jeová. Motivo pelo qual foram expulsos do paraíso.
Voltando a Lenda Maçônica, temos que depois Jeová criou Adão para ser companheiro de Eva. E dessa união nasceu Abel. Assim, Caim ficou sendo filho de natureza semidivina, fruto da união de um espírito de Lúcifer, Samael, com um ser humano, Eva. Abel ficou sendo filho da união de dois seres humanos: Adão e Eva.
Pelo fato de Samael ter que abandonar Eva, mesmo antes do nascimento de Caim, este, então, ficou conhecido como “Filho da Viúva”. Afinal, Samael nunca assumiu sua função de marido ou de pai, portanto, o seu filho era, como já foi dito, o filho de uma viúva.
Já como Adão permaneceu com Eva mesmo após o nascimento de Abel, este ficou conhecido como “Filho do Homem”. Afinal, Adão assumiu sua função de marido e de pai, portanto, o seu filho era, como já foi dito, o filho do homem.
Essa diferença desses dois seres tornou o principal diferencial de toda a nossa evolução. Caim, por ser um produto semidivino, tinha o impulso divino da criação. Abel, por ser um produto totalmente humano, contentava em aceitar tudo como estava.
Como lemos na Bíblia, Gênesis 4:2: “Abel tornou-se pastor e Caim lavrador“. Abel contentava-se em guardar rebanhos, criados também por Jeová. Abel e esses rebanhos se alimentavam do alimento vegetal que crescia naturalmente, sem esforço nenhum de Abel, ou seja, uma dádiva dos deuses. Caim, não. Tinha o desejo dominante de criar algo. Não se sentia satisfeito enquanto não realizasse algo por iniciativa própria. Portanto, ele: plantou as sementes que achou, fez crescer o grão e ofereceu a Jeová o fruto do trabalho de suas mãos.
Mas, como lemos em Gênesis 4:3-5: “… ofereceu Caim frutos da Terra em oblação ao Senhor. Abel, de seu lado, ofereceu dos primogênitos do seu rebanho e das gorduras dele; e o Senhor olhou, com agrado, para Abel e sua oblação, mas não olhou para Caim, nem os seus dons“.
Ora, Abel fazia tudo que Jeová dizia. Era obediente e, portanto, harmonioso num regime de Leis. Estava satisfeito em aceitar o seu modo de vida, cônscio de sua descendência divina, gerada sem esforço e iniciativa própria.
Por outro lado, Caim não era obediente e, portanto, desarmonioso num regime de Leis. Imbuído com a dinâmica energia marcial herdada de seu divino antecessor, era agressivo, progressista e possuidor de grande iniciativa, mas impaciente à repressão ou autoridade, tanto humana como divina. Reluta em aceitar ideias pela fé e inclina-se a provar tudo à luz da razão.
Em consequência, criou-se uma animosidade entre Caim e Abel, e como lemos em Gênesis 4:8: “Caim disse então a Abel, seu irmão: ‘Vamos ao campo’. Logo que chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre seu irmão e matou-o“.
Ao saber do que Caim tinha feito Jeová o amaldiçoou, como lemos em Gênesis 4:11: “De ora em diante, serás maldito e expulso da Terra… E tu serás peregrino e errante sobre a Terra… E o Senhor pôs em Caim um sinal na sua fronte“.
Assim, Caim perdeu sua visão espiritual e foi aprisionado no Corpo Denso, através do sinal em sua fronte, lugar onde se diz que Caim foi marcado. Ele vagou como filho pródigo na relativa escuridão do mundo material, esquecido do seu estado divino.
Então, Adão conheceu outra vez Eva e ela deu à luz a Seth, como lemos em Gênesis 4:25: “Deus deu-me uma posteridade para substituir Abel, que Caim matou“. Seth tinha as mesmas características de Abel, e as transmitiu aos seus descendentes, os Filhos de Seth, que continuavam a confiar inteiramente em Jeová e viviam pela fé e não pelo trabalho.
Por outro lado, os descendentes de Caim, os Filhos de Caim, através da árdua e enérgica diligência nos trabalhos do mundo, adquiriram: a sabedoria mundana e o poder temporal. Tornaram-se mestres na arte da política, governantes temporais. Enquanto os Filhos de Seth, tomando o Senhor por guia, tornaram-se canais para a sabedoria divina e poder espiritual. Tornaram-se mestres na arte do sacerdócio, guias espirituais.
A animosidade entre Caim e Abel perpetuou-se de geração a geração entre seus respectivos descendentes. E não poderia ser de outro modo, pois essas gerações deram origem a duas correntes de ações no mundo: uma classe, como governantes temporais, aspirava elevar o bem-estar físico da humanidade através da conquista do mundo material; enquanto a outra classe, como sacerdotes ou guia espiritual, estimulava seus seguidores a abandonar o mundo perverso e a buscar consolo em Deus.
Assim, formaram-se duas escolas: uma visa formar mestres trabalhadores, peritos no uso de ferramentas com as quais possam tirar seu sustento da terra, e a outra produz mestres mágicos, hábeis no uso da palavra para fazer invocações e, dessa forma, ganham aqui o apoio daqueles que trabalham e rezam para que eles alcancem o céu.
Da progênie semidivina de Caim descendem várias gerações de filhos que originaram todas as artes e ofícios e as cidades e a habilidade para se trabalhar com fogo. Deve-se a eles: essa nossa indomável coragem de ousar; essa nossa inquebrantável vontade de fazer e esse nosso diplomático discernimento de saber calar.
Vejamos na Bíblia, em Gênesis 4:19-22: “Ada deu à luz a Jabel e Jubal. Jabel foi construtor das tendas. Jubal foi o pai de todos aqueles que tocam a cítara e os instrumentos de sopro. Sela deu à luz Tubal-Caim, o pai de todos aqueles que trabalham o cobre e o ferro“.
Já da progênie humana de Abel descendem várias gerações de filhos que originaram todo tipo de sacerdócio e de guia espiritual, tais como: Noé, Abraão, Isaac, Jacó, Davi, Salomão, Jesus.
Em Gênesis 4:26, lemos: “Seth também teve um filho a quem chamou de Enós. Foi então que se começou a invocar o nome do Senhor“. Enós é considerado o Iniciador da Religião ou do culto a Deus.
Um exemplo da união dessas duas forças para a construção de algo extremamente elevado e espiritual podemos achar na construção do Templo do Rei Salomão (em IReis 5:9-32 e 6:1-38).
O Rei Salomão era descendente dos Filhos de Seth, “Filho do Homem”. Salomão era o ser humano mais sábio que existia no mundo. Nele concentrava toda a sabedoria divina de todos os Filhos de Seth que o precederam. Como descendente dos filhos de Seth, Salomão não era especialista na construção concreta do Templo. O seu papel foi o de instrumento realizador do plano divino revelado a Davi por Jeová. Por isso, Salomão buscou a cooperação do Rei Hiram de Tyro, descendente dos filhos de Caim, “Filho da Viúva”.
Esse por sua vez escolheu Hiram Abiff para ser o mestre de todos que trabalhavam na construção. Hiram Abiff era o mais habilidoso artífice no trabalho do mundo. Nele se concentrava toda a arte e ofício de todos os Filhos de Caim que o precederam. Assim, a habilidade material dos Filhos de Caim foi tão necessária para a construção deste Templo como o era a concepção espiritual dos Filhos de Seth.
E, portanto, durante o período de construção, as duas classes uniram forças, esqueceram a inimizade latente.
Essa foi de fato a primeira tentativa de unir os Filhos de Caim e os Filhos de Seth. Se essa união tivesse alcançado sucesso, nossa história teria sido provavelmente alterada substancialmente. E por que não deu certo?
Porque quando Hiram Abiff, descendente dos Filhos de Caim, “Filho da Viúva”, estava perto de acabar a obra prima do Templo, que seria o Mar Fundido, os Filhos de Seth, “Filho do Homem”, tentaram apagar o fogo utilizado por Hiram Abiff, jogando água e por pouco não conseguiram. Com isso frustrou o plano divino de reconciliação entre essas duas classes.
Mas esses dois personagens, expoentes maiores das duas classes hoje existentes – “Filho do Homem” e o “Filho da Viúva” – continuaram trabalhando nesse objetivo de reconciliação, renascendo de tempos em tempos, trabalhando tanto de um lado como do outro.
Salomão renasceu como Jesus de Nazaré, o “Filho do Homem”.
Hiram Abiff renasceu, nos tempos de Jesus de Nazaré, como Lázaro e, depois como Christian Rosenkreuz.
Jesus, o “Filho do Homem”, trabalhou e trabalha até hoje entre as igrejas, onde a Religião é cultivada e o ser humano é conduzido de volta a Deus por meio do caminho sincero da devoção.
Christian Rosenkreuz, o “Filho da Viúva”, trabalha com todas as potências do mundo, as indústrias e a ciência, a fim de efetuar a união das forças temporais e espirituais, a “cabeça e o coração”, que deve ser realizada antes que o Cristo, Filho de Deus, possa vir novamente.
Pois, na época que isso ocorrer, no Reino do Cristo, só haverá um regente. Cristo será ambos: Rei e Sacerdote ou como fala São Paulo na sua Epístola aos Hebreus 5:6-10 e 7:1-18: Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, desempenhando o duplo ofício de cabeça espiritual e temporal.
Enquanto isso, nós estamos sendo educados para alcançar essa união. Nossos dirigentes devem se aproximar cada vez mais desse ideal: sendo sábios o suficiente para governar um estado e bons o bastante para guiar o coração dos seres humanos.
E é essa a condição que Christian Rosenkreuz, o “Filho da Viúva” e Jesus, o “Filho do Homem”, se esforçam por trazer ao estado e as igrejas atuais.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
(*) Pintura: The Body of Abel Found by Adam and Eve-1826-William Blake
Surge Um Mundo Novo
Um mundo novo está surgindo, como consequência do impulso originado de uma melhor compreensão da vida.
O ser humano já se apercebe de que com a decadência do já ultrapassado pensamento filosófico e religioso, a Divindade está preparando para si e para a humanidade, mudanças substanciais, capazes de ensejar uma concepção mais ampla sobre o significado da vida. A velha ordem de coisas está no fim e, simultaneamente, assistimos ao alvorecer de algo novo. Uma consciência que permaneceu adormecida durante Eras está despertando. Deus, que sempre trabalhou na essência mesma das coisas está desenvolvendo uma nova expressão da vida eterna que lhe é inerente.
A guerra e seus terríveis sofrimentos constituem as dores do parto. A seu devido tempo, o recém-nascido aportará a toda a humanidade, concedendo-lhe uma liberdade mais ampla, uma mentalidade mais forte e amor em maior profusão. A dor provocada por tão horrível carnificina trouxe triste pesar à nossa mãe-terra, mas sua convalescença já começou. No mundo inteiro está surgindo um ideal mais elevado que por séculos esperou o momento oportuno para manifestar-se.
No mundo trava-se uma luta da qual somos partícipes. Ela é parte da evolução que sempre se evidenciou através da submissão do inferior ao superior, do imperfeito ao perfeito. Esse conflito eterno e universal acompanha o ser humano desde as remotas épocas em que Deus o projetou como um pensamento no reino do Espírito. Passo a passo essa luta contínua e cruenta vai aperfeiçoando o espírito, até o estado atual.
Uma nova luz está projetando seus raios sobre a humanidade, luz de um conhecimento mais profundo. Os ensinamentos rosacruzes pretendem que o desenvolvimento da Mente se encontre em seu primeiro estágio, o mineral de sua evolução. O ser humano recebeu a Mente na Época Atlante para um propósito determinado. Mas como nessa época o Ego era excessivamente débil a seus desejos muito fortes, o nascente intelecto fracassou, unindo-se ao Corpo de Desejos. Daí originou-se a astúcia.
“Na Época Ária iniciou-se o desenvolvimento da Mente e da razão por intermédio do trabalho do Ego no sentido de dominar o Corpo de Desejos e conduzi-lo à realização da perfeição espiritual, que é o objetivo da evolução” (Conceito Rosacruz do Cosmos).
Na agonia da transição, muitas almas devotas assistem à derrota da religião, à eclipse da fé e ao desaparecimento das mais caras expectativas da humanidade. Porém, como a verdade é eterna não pode desaparecer. O conflito do ser humano com a realidade é parte essencial do progresso. Não estando preparado para receber a nova luz, a verdade a cega, o perturba e a dúvida atormenta.
Neste momento da vida é quando o ser humano mais necessita do auxílio de um mentor espiritual que o oriente, até que seja capaz de, por si mesmo, compreender a nova verdade que floresce. Chegou o momento em que ao estudante rosacruz se oferecem mil oportunidades de servir. “A seara é imensa, mas poucos são os trabalhadores”.
O século XX caracteriza-se por um grande despertar espiritual e filosófico. Desde o advento de Cristo-Jesus nunca se viu tantas igrejas, tantos novos cultos, nem tanto interesse renovado pela religião.
Quando faltavam uns 500 anos para o nascimento de Jesus, surgiram por todos os rincões da Terra novos instrutores e novas religiões. As mudanças que influenciaram o globo terrestre, por precessão dos equinócios, trouxeram muitas inquietudes à humanidade, pois essa se preparava para responder aos novos tempos. Foi assim que a Era de Áries, regida pelo belicoso Marte foi substituída pela influência jupteriana de Peixes.
Todas as decadentes filosofias devem ser substituídas por sistemas mais avançados. Novas religiões surgiram e se disseminaram pela Terra. Naqueles tempos o profeta e instrutor mais avançado, Isaias, assentava as bases daquilo que seria a religião cristã. A vida intelectual chegava ao seu ponto culminante.
Essas mudanças excitaram ao mesmo tempo os elementos inferiores, dando margem a guerras e crimes de toda espécie. É um fato bem conhecido dos esoteristas que quando um novo impulso ativo a religião, o mal e os elementos mais baixos são também postos em ação. A humanidade daquele tempo se dividiu, tal como predisse Cristo ao afirmar que “as ovelhas estão separadas das cabras”.
A Era Aquária, que se aproxima, é a Era do AR. Uma fase de características marcadamente intelectuais onde se produzirá o despertar intelectual da humanidade. Aquário é um Signo mental, cientifico e elétrico, capaz de despertar as multidões como nunca o fez Signo algum do zodíaco. Esse Signo representa o FILHO DO HOMEM.
Existem duas classes de pessoas capazes de responder às vibrações aquarianas: em primeiro lugar está o tipo saturnino, inflexível, duro, que se manifesta por atitudes cruéis; em segundo lugar encontra-se o tipo mais evoluído da humanidade, aquele que alcança as regiões do infinito, representado pelos seres de ciência, pelos pensadores avançados e os religiosos sensíveis às mais elevadas influências espirituais.
Como afirmou o casal Heindel no Livro A Mensagem das Estrelas: “Podemos dizer que o FILHO DO HOMEM é o “super-homem”; por tal motivo, quando o Sol transitar pelo Signo celeste de Aquário, entraremos (esotericamente) em uma nova fase da religião do Cordeiro, e o ideal para o qual haveremos tender é indicado por Leão, o Signo oposto”.
Todo exército tem sua vanguarda. A evolução também tem a sua. Existe sempre uma classe evoluída, destinada a preparar a humanidade para futuras transformações. De acordo com os ensinamentos rosacruzes, esses períodos evolucionários se estreitam à medida que nos elevamos no caminho. Conforme a Mente se organiza, alcança-se um estado de consciência mais elevado e com o tempo tomará uma forma semelhante à dos demais veículos superiores. A Mente do ser humano também se espiritualiza. Na Era de Aquário o veículo mental alcançará um grande desenvolvimento como consequência dos esforços científicos e espirituais do ser humano. Há um grande número de pessoas já conscientes da existência dos poderes internos, ansiosas por obter e aplicar os conhecimentos avançados.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 08/86)
Pergunta: Se Cristo era divino, um Arcanjo, o Iniciado mais elevado do Período Solar, conforme você diz, por que foi Ele chamado “O Filho do Homem”?
Resposta: Para entender convenientemente o título “O Filho do Homem”, é necessário conhecer a lenda Maçônica sobre a criação do mundo e do ser humano que nele habita, e também a história bíblica. Visto que nem todos os Estudantes leram as lições contidas no livro “A Maçonaria e o Catolicismo”, repetiremos esta lenda, ou melhor, os seus pontos essenciais.
No princípio, o Elohim Jeová criou Eva, e o Elohim Samael, que é o embaixador de Marte na Terra, uniu-se a ela. Caim foi o fruto dessa união. Depois, o Elohim Jeová criou também Adão, e Adão uniu-se a Eva, e Abel foi o produto dessa união. Abel era, portanto, filho de pais humanos, ambos criaturas de Jeová, era dócil e receptivo às ordens de Deus que ele considerava seu Criador; ao passo que Caim era o produto semidivino de uma mãe humana e de um pai divino. Por essa razão, ele tinha o impulso divino da criação. Abel contentava-se em guardar os rebanhos, criados também por Jeová, os quais, como ele, se alimentavam do alimento vegetal que crescia naturalmente sem esforço de sua parte, uma dádiva dos deuses. Caim era diferente. Tinha o desejo dominante de criar algo, esse impulso divino de fazer crescer duas folhas de grama onde antes só havia uma, era uma força dominante irresistível, e ele não se sentia satisfeito enquanto não realizasse algo por iniciativa própria. Portanto, ele plantou as sementes que achou, fez crescer o grão, e ofereceu a Jeová o fruto do trabalho de suas mãos, Não obstante, suas oferendas não agradaram ao Deus Jeová, que via nele um possível rival — alguém que não seria completamente dominado. Em consequência, criou-se uma animosidade entre Caim e Abel, e o sangue desse foi derramado. Adão uniu-se novamente a Eva, e dessa união nasceu Seth. Desde então, sempre houve no mundo duas classes de pessoas, os Filhos de Caim e os Filhos de Seth. Um deu origem à longa linhagem de reis, que exerciam essa função “pela graça de Deus” e que culminou com Salomão. Essa linhagem é a do filho dos homens, isto é, nasceram de pai e de mãe humanos, a saber, Adão e Eva, ambos criados por Deus e obedientes às Suas ordens — ambos total e inteiramente humanos.
Quanto a isto, os Filhos de Seth diferem radicalmente dos Filhos de Caim. Caim era virtualmente o filho de uma viúva, porque Eva foi abandonada por seu divino esposo, Samael, no momento em que se consumou a fecundação. Ele nunca assumiu sua função de marido ou de pai, portanto, o seu filho era, como já foi dito, o filho de uma viúva.
Dessa progênie semidivina, Caim, descendem várias gerações de filhos que originaram todas as indústrias, como poderão verificar consultando a Bíblia. Eles inventaram todas as artes e todas as ciências. Deve-se a eles todo o progresso material do mundo, e sua estirpe culminou na época em que Salomão, o filho do homem, ocupava o trono de Israel, e o nascimento de um filho de uma viúva, chamado Hiram Abiff está também registrado na Bíblia. Não confundir Hiram de Tiro com Hiram, o mestre-artífice, que foi enviado pelo Rei Hiram de Tiro para construir o Templo de Salomão. Vemos que ele era “o filho da viúva”, e Salomão o “filho do homem”. Posteriormente, esses dois personagens do drama mundial renasceram. Salomão tornou-se Jesus de Nazaré, o Filho do Homem. Hiram Abiff tornou-se Lázaro. Ele foi também o Filho da Viúva de Naim, e as duas ressurreições registradas são um acontecimento referentes à Iniciação.
Desde então, esses dois personagens, o Filho do Homem e o Filho de uma Viúva, têm trabalhado para os mesmos objetivos, embora em esferas diferentes. Jesus, o Filho do Homem, trabalhou e trabalha até hoje entre as igrejas. Christian Rosenkreuz é o último nome de Hiram Abiff e de Lázaro, o Filho de uma Viúva. Jesus, o Filho do Homem, é o gênio protetor de todas as igrejas onde a religião seja cultivada e o ser humano seja conduzido de volta a Deus através do caminho sincero da Devoção.
Christian Rosenkreuz, o Filho da Viúva, trabalha com as potências do mundo, as indústrias e a ciência, a fim de efetuar a união das forças temporal e espiritual, a cabeça e o coração, que deve ser realizada antes que Cristo o Filho de Deus, possa vir novamente.
Com referência a essa união, lemos no “Conceito” que a segunda vinda de Cristo ocorrerá numa época em que o Estado e a Igreja estiverem unidos, mas reconhecemos que essa não foi uma expressão feliz. Queremos lembrar que recebemos nossos ensinamentos na Alemanha, e em tal quantidade que era muito difícil encontrar imediatamente uma expressão inglesa adequada para cada termo. Muitas vezes, fizemos uma tradução por demais literal. As palavras estado e igreja, da forma usada pelo Mestre, queriam transmitir a ideia de que em algum tempo, os poderes temporal e o clerical deverão trabalhar de mãos dadas e unir-se cada vez mais; pois, na época em que isso acontecer e que aguardamos, o Reino de Cristo, só haverá um regente. Ele será ambos, Rei e Sacerdote e, por essa razão, a raça humana deve ser educada de forma tal que os seus dirigentes humanos se aproximem cada vez mais desse ideal, sendo sábios o bastante para governar um estado, e bons o bastante para guiar os corações dos homens. Assim e somente assim, poderemos aproximar-nos do Reino de Deus, portanto, essa é a condição que Christian Rosenkreuz e Jesus esforçam-se por trazer à Igreja e ao Estado.
(Pergunta nº 92 do livro A Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas”, Vol. II)
Pergunta: Diz-se que quando o “Filho do Homem” é mencionado no Novo Testamento, esta referência se dirige ao Espírito Solar. Adoradores do Sol foram considerados idólatras. Nós também seríamos considerados como tais?
Resposta: Todo aquele que não se amolda aos padrões atuais é um idólatra. Na época em que o Sol, por precessão, deixou a constelação de Touro e entrou em Áries, foi emitida a ordem: “Não adoreis o bezerro de ouro, isso é idolatria”. Mais tarde, quando chegou a era Cristã, houve uma nova aliança, não se devia mais praticar o judaísmo com seus holocaustos ardentes, porque Cristo chegou e houve um único sacrifício por todos.
Não há outro nome enviado pelos céus que possa representar a salvação, a não ser o nome de Jesus Cristo.
Mais tarde, quando Cristo entregar tudo nas mãos do Pai, será estabelecida uma nova norma, e voltar aos nossos ideais de hoje será considerado idolatria.
(Pergunta 139 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel)
Todos nós podemos e devemos decifrar a mensagem e resolver o mistério do Universo: eis um exemplo
Diz-se amiúde e com razão, por certo, que “o menino é o pai do homem” e sobre o mesmo princípio podemos dizer que o Filho do Homem é o Super-homem. Portanto, quando o Sol entrar, por precessão, no Signo celestial de Aquário, o aguador, virá uma nova fase da religião do Cordeiro exotericamente e o ideal que devemos perseguir está indicado no Signo oposto: Leão.
A Lua, habitação do regente autocrático da raça e o dador de leis, Jeová, está, exaltada em Touro, Signo do touro, e quando o Sol transitou, por precessão, por esse Signo, todas as religiões de raça, mesmo a fase mosaica da religião ária do Cordeiro, pediam uma vítima propiciatória para cada transgressão da lei.
Mas o Sol está exaltado em Áries e ao entrar nesse Signo, por precessão, o grande espirito Solar, Cristo, veio como um Sumo Sacerdote da Religião Ária, ab-rogou o sacrifício de outros ao oferecer-se a Si mesmo como um sacrifício perpétuo pelo pecado do mundo.
Observando o ideal maternal de Virgem durante a Era de Peixes e seguindo o exemplo de Cristo como um serviço de sacrifícios, a imaculada concepção converte-se numa experiência real para cada um de nós, e Cristo, o Filho do Homem (Aquário), nasce internamente.
Deste modo, gradualmente a fase terceira da religião Ária se manifestará e um novo ideal será encontrado no Leão de Judá (Leão). Valor e convicção, fortaleza de caráter e virtudes semelhantes farão do ser humano realmente o Rei da Criação, digno da confiança e do afeto dos reinos inferiores de vida, bem como do amor das divinas Hierarquias que sobre ele estão.
Assim, a mensagem mística da evolução do ser humano está marcada em caracteres de fogo no campo celestial, onde qualquer investigador pode ler.
E quando estudemos o propósito de Deus, revelado no Zodíaco, aprenderemos a nos conformarmos inteligentemente com Seus desígnios e deste modo abreviar o dia da emancipação de nosso limitado ambiente atual, para sermos perfeitamente livres como espíritos, sobrepondo-nos à lei do pecado e da morte, por meio de Cristo, o Senhor do Amor e da Vida.
Todos nós podemos e devemos decifrar a mensagem e resolver o mistério do Universo.
A entrada do Sol em Aquário, em que teremos mais estreita união com o Cristo, por uma forma elevada da religião do Cordeiro, está indicada, além do Zodíaco, no Evangelho de São Lucas (22:10-11), São Marcos (14:13-15) e São Mateus (26:18), pois o Cristo Solar é simbolizado em Astrologia pelo Sol, quer na evolução do ser humano, como das nações e do mundo. Aquário, às vezes, é representado por uma mulher derramando água de um cântaro; outras vezes por um menino e outras ainda, por um homem. O correto é de um rapaz, que simboliza o Cristo já crescido no ideal dentro de nós; a água que se derrama sob controle do cântaro, pelo rapaz, significa o equilíbrio das emoções. Será, pois, a época do Amor racional, inteligente, o equilíbrio entre o Coração e a Mente, preconizado pelos Rosacruzes.
A palavra chave de Aquário, como Signo Fixo, é: Estabilidade.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 01/64)
Resposta: Há duas classes de pessoas no mundo, mencionadas na Lenda Maçônica como os Filhos de Seth e os Filhos de Caim, representados atualmente pela Franco-Maçonaria e o Catolicismo, a política e o sacerdócio – os que escutam a voz do intelecto e se deixam levar pela cabeça, e os que obedecem à voz do coração, seguindo suas emoções e sentimentos. Os Filhos de Seth, pessoas que trilham o caminho da devoção e seguem sua religião, não importa em que país estejam, não entram em contato com nenhuma Escola de Mistérios em toda a sua existência. Eles seguem seus mestres espirituais, dóceis como cordeiros, como a água que flui suavemente num canal artificial, e entre os seus líderes, desde o tempo de Abel, o pastor, encontramos grandes luzes como Salomão, que renasceu mais tarde como Jesus, e é atualmente o pilar espiritual invisível da Igreja, que ele finalmente guiará sob o abrigo do Reino de Cristo. Essas pessoas são os protótipos divinos, Adão e Eva, criados por Jeová, o Regente da Lua, a Rainha das águas do mundo e das emoções humanas. Nossas emoções são tão instáveis quanto a água, que é regida em seus fluxos e refluxos periódicos pela Lua.
A outra corrente da humanidade, chamada os Filhos de Caim, é a classe na qual a essência divina, o Ego, se faz sentir como um fogo ardente. O instinto criador original é agudo e perspicaz neles, pois quando a humanidade estava no berço, eles ouviram a voz dos Espíritos Lucíferos e comeram da Árvore do Conhecimento. Por essa razão tornaram-se iluminados. A Mente desenvolveu-se em detrimento do coração. De Caim, Tubal-Caim, e Matusalém descendem todos os artesãos do mundo. Foram os que construíram o Templo de Salomão sob a liderança de Hiram Abiff, o Mestre Maçom, que renasceu posteriormente como o Filho da Viúva de Naim, ressuscitado pela garra potente do Leão de Judá, e que atualmente trabalha na indústria e política sob o nome de Christian Rosenkreuz, a fim de conduzir seus companheiros ao reino de Cristo, onde as duas correntes se unirão – onde não haverá prelados nem reis, mas exclusivamente um, o Cristo justo, que exercerá o duplo cargo de Rei e Sacerdote.
Em toda grande comunidade humana, sempre há os que ficam para trás e os que vão à frente, e podemos encontrar indivíduos pertencentes a cada uma dessas duas correntes da humanidade entre os tipos inferiores, como também entre as pessoas mais civilizadas da Terra. Ao longo do caminho evolutivo há, podemos dizer, portões que levam ao caminho da Iniciação e que podem ser destravados por todo aquele que tenha a chave apropriada.
As fechaduras diferem nos diferentes pontos encontrados no caminho da evolução, tornando-se cada vez mais complexas, já que todos nós estamos aprendendo hoje, através da trilha evolutiva, lições que só eram ensinadas em eras passadas no processo de Iniciação nas Escolas de Mistérios.
A cada vida nascemos com um novo horóscopo. O nosso Ascendente e nossos Astros serão muito diferentes a cada vida, de acordo com as lições que temos de aprender e as dívidas do passado que temos de saldar.
Em uma vida podemos ter Marte como Regente, em outra podemos ser regidos por Vênus ou por qualquer um dos outros Astros. O Espírito deve aprender todas as coisas para se tornar perfeito, e deve, por conseguinte, evoluir sob a influência de todos os Astros para que todos os aspectos da sua natureza sejam igualmente equilibrados. Não obstante, a marca da nossa Estrela-Pai ou Fogo-Pai está sempre presente, e isto fez com que um espírito inerentemente marcial seja diferente de outro que venha do Raio de Júpiter, embora seus horóscopos possam ser bem semelhantes, como, por exemplo, no caso de gêmeos.
As crianças nascidas com o mesmo Tempo Médio de Greenwich em Madrid, Nova York ou Honolulu serão de tipos bem diferentes, marcadas por suas peculiaridades nacionais e raciais, mas mesmo assim seus horóscopos assemelhar-se-ão muito. Isto demonstra que não é o horóscopo em si que conta, mas a influência invisível devida à identidade do Fogo-Pai ou Estrela-Pai e, quando um homem ou uma mulher estão prontos para transpor o portão ou empreender o caminho que leva à Escola de Mistérios, ele ou ela sentirão a atração espiritual correta através da vibração da cor básica da aura. Se essa atração for respeitada, ela os levará, sem dúvida, ao lugar correto, onde não serão rejeitados.
Falando de um modo geral, pode-se dizer que todos os povos do Mundo Ocidental pertencem à Escola da Sabedoria Ocidental dos Rosacruzes, e que eles se enganam quando tentam entrar para uma escola pertencente ou que divulgue a filosofia oriental. Quando Moisés conduziu os Israelitas para fora do Egito, a terra do Touro, onde o animal era adorado quando o Sol, por Precessão, se encontrava no Signo de Touro, ele deu ao povo ao qual guiava, um novo símbolo, o do Cordeiro. Desde a época em que o Sol, por precessão, atravessou o Signo de Áries, o Cordeiro, tornou-se idolatria adorar o Bezerro de Ouro (Touro), ou, reverenciar as serpentes e os escorpiões, que eram os sacerdotes dessa dispensação (porque Escorpião é o Signo oposto a Touro). Então, veio Cristo, o Cordeiro de Deus, assim chamado para inaugurar uma nova religião; e ouvimos falar de um julgamento quando Ele voltar novamente sob o Signo de Libra, a balança, oposto a Áries, para julgar o mundo inteiro.
Mais tarde, por precessão, o Sol passou pelo Signo de Peixes, os peixes, e por dois mil anos, abstivemo-nos de comer carne em determinados dias, comendo peixe em seu lugar, enquanto adorávamos o Signo oposto Virgem, a Virgem Imaculada. Atualmente o Sol está entrando, por precessão, na órbita do Signo celestial de Aquário, o Filho do Homem e, na futura Era Aquariana, teremos um padrão totalmente diferente do que tivemos até hoje. De fato, devemos aprender a venerar o Cristo interno, e esse Cristo não é o mesmo para cada um de nós. Ele é o Salvador que nos conduzirá além da nossa atual condição.
A diferença é o raio planetário básico que está em cada um e em todos nós. Assim, há o raio horoscópico, governado pelo Astro que rege o nosso horóscopo em cada vida; há o raio individual, governado pelo sub-raio do nosso Fogo-Pai ou Estrela-Pai sob o qual nos originamos, e, finalmente, há o próprio Fogo-Pai ou Raio em si. É esse último que não é revelado senão na última Iniciação.
Nosso raio individual é-nos revelado no momento em que recebemos as instruções do discipulado, e o raio horoscópico torna-se evidente tão logo calcularmos nosso tema e soubermos interpretá-lo.
Esclarecemos esse ponto de um outro ângulo, ilustrando-o em cores. Há sete cores no espectro: vermelho, laranja, amarelo, etc., mas, dentro do vermelho também encontramos sete subrraios, vermelho-escuro, o vermelho-alaranjado, o vermelho-amarelado, etc. O mesmo sucede com o raio amarelo; nele encontramos o amarelo-vermelhado, o amarelo-escuro, etc. Da mesma forma, sob o raio de Marte, encontramos alguns que são Marte-Saturno, outros Marte-Sol, outros ainda Marte-Vênus, e assim por diante. Marte é, então, a Estrela-Pai, enquanto o nome do outro Astro designa o Raio individual. Por essa razão, encontramos nas Escolas de Mistérios espalhadas pelo mundo, pessoas nascidas com qualquer um dos doze Signos elevando-se e com qualquer um dos Astros governando. Também encontramos pessoas com raios individuais do Sol, Vênus, Marte, Mercúrio, etc., tanto nas Escolas de Mistérios Orientais como nas Ocidentais. Mas a Escola de Mistérios em si é colorida pela profunda e predominante influência planetária do Fogo-Pai, a Estrela-Pai, sob a qual se originou.
Podemos entender, baseados no fato que o Fogo-Pai só é revelado na última Iniciação, que a natureza básica de toda Escola de Mistérios não pode ser revelada abertamente ao público. Mas, devemos diferenciar entre uma Escola de Mistérios e uma associação como a Fraternidade Rosacruz e outras sociedades semelhantes, que são apenas escolas preparatórias para suas respectivas ordens ocultas. Tais escolas, como a Fraternidade Rosacruz e organizações semelhantes, seriam naturalmente dominadas pela influência astral advinda da nascente. Portanto, essa não pode ser dada.
Há muitas pessoas que pretendem saber tudo e que sorriem misteriosamente ou emitem falsas informações que não podem ser contestadas e desmentidas porque dizem respeito aos segredos da Iniciação. O autor sempre teve como princípio declarar honestamente e sem hesitação diante de qualquer pergunta que ele não podia responder: “Não sei”. Aparentar onisciência equivale a aparentar divindade. Embora o autor tenha encontrado muitos “professores”, encontrou pouquíssimos “possuidores”, e o consulente terá que esperar pela resposta a essa pergunta até que chegue o momento apropriado na Iniciação.
Mesmo no caso do raio individual, que é dado aos Discípulos no momento em que ingressam no caminho do discipulado, verificou-se que pessoas sob o Signo de Gêmeos, por exemplo, que se supunha serem regidas por Mercúrio, tinham em seu raio individual todos os outros diferentes Astros, e o mesmo acontecia com os que pertenciam aos outros Signos. O autor dedicou tempo e estudo esforçando-se por descobrir uma regra, mas isso provou ser totalmente inútil. Há apenas uma explicação fornecida pelos Irmãos Maiores, isto é, o raio individual é retido pelo Espírito ao longo de toda a série de suas vidas, e é perfeitamente independente dos raios horoscópicos que mudam de acordo com o seu nascimento, meio ambiente e as lições a serem aprendidas a cada vida.
(Perg. 156 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Diz-se que quando o Novo Testamento menciona o “Filho do Homem” quer se referir ao Espírito Solar. Os adoradores do Sol foram considerados idólatras. Nós também seríamos considerados como tais?
Resposta: Todo aquele que não segue os padrões de seu tempo é um idólatra. Quando o Sol, por precessão, a deixou constelação de Touro e entrou em Áries foi emitida a ordem “Não adoreis o bezerro de ouro; isso é idolatria”.
Posteriormente, quando chegou a era Cristã, houve uma nova aliança e não se devia mais praticar o Judaísmo com suas oferendas, pois Cristo chegara e houve um único sacrifício por todos. Tornou-se idolatria executar o antigo sacrifício. Não há nenhum outro nome dado sob o céu pelo qual nós devemos ser salvos, a não ser o nome de Jesus Cristo. Mais tarde, quando Cristo entregar tudo nas mãos do Pai, haverá um novo padrão e será idolatria voltar aos nossos ideais de hoje.
(Revista Serviço Rosacruz – 12/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)