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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Procurando a Luz

Uma recente visitante de Mount Ecclesia assistiu, pela primeira vez, a oficiação do Ritual de Serviço Devocional do Templo, na Pro-Ecclesia, também chamada de “Capela”. Ela ficou muito impressionada com a legenda na parede: “DEUS É LUZ” e, também com o tempo dedicado à “Concentração sobre o Serviço”, que é dedicado após à leitura do texto do Ritual e antes de começarmos a parte final com a Oração Rosacruz. Ela observou que a luz enchia literalmente a Capela e que esse sentimento de “estar” na luz a acompanhou por muito tempo.

E não é verdade? Essa “é” uma “capela de luz”. É reverenciada ao longo dos anos pela prece, pelo amor, pelos pensamentos focados na cura, paz, adoração e os anseios e as lutas daqueles que prestaram ao ofício do Ritual. Na verdade, o lugar em que oficiamos os Rituais é um local “sagrado”, e é a esse local que vimos “procurar a luz”.

Max Heindel menciona no livro Coletâneas de um Místico – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz que “o inspirado Apóstolo São João quando ele escreveu: ‘Deus é Luz’[1]”. E Max Heindel continua dizendo: “Qualquer um que use essa passagem como assunto de Meditação encontrará, seguramente, uma maravilhosa recompensa à sua espera, pois não importa quantas vezes tomemos esse assunto, nosso próprio desenvolvimento, conforme os anos passam, nos assegura uma compreensão cada vez mais completa e melhor. Cada vez que mergulhamos nessas três palavras, sentimo-nos banhados por uma fonte espiritual de inesgotável profundidade e, a cada vez, sondamos mais minuciosamente as profundezas divinas e nos aproximamos mais do nosso Pai celestial”.

Quando começamos a estudar este assunto, surge naturalmente a pergunta: “De onde vem a luz?”. No primeiro capítulo do Livro do Gênesis dizem-nos que: “O Espírito de Deus movia-se sobre as águas[2]. E Deus disse: “Faça-se a luz[3], e fez-se a luz. E Deus viu a luz, e viu que era boa; e Deus separou a luz da escuridão. E Deus chamou à luz dia, e à escuridão noite… Assim, Deus criou o “homem à sua própria imagem[4]; à imagem de Deus o criou a ele.

Aprendemos pelos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental que a luz passou a “existir” no segundo Período, o Período Solar, do nosso setenário Esquema de Evolução, quando a nebulosa, que continha o nosso Sol e os Planetas, havia alcançado um estado de incandescência. Esse Período, o Solar, vem descrito no terceiro versículo do primeiro capítulo do Livro do Gênesis: “Faça-se a luz[5].

Mas ainda não éramos um Ego totalmente individualizado e para saber quando nós, como Ego, pela primeira vez tivemos contato com a luz, aprendemos na Fraternidade Rosacruz: “A primeira vez que nossa consciência se dirigiu para a Luz, foi logo após sermos dotados da Mente. Quando entramos definitivamente em nossa evolução como seres humanos na Atlântida – a terra da névoa – nas profundezas das bacias de nosso planeta, a neblina quente, emitida da terra que se resfriava, pairava como um denso nevoeiro sobre a Terra. Nessa época, as estrelas nas grandes alturas do universo nunca eram vistas, e nem a luz prateada da Lua podia penetrar a atmosfera densa e nebulosa que pairava sobre aquela antiga Terra. Mesmo o esplendor ígneo do Sol estava quase totalmente extinto, e quando estudamos a Memória da Natureza daquela época, vemos que ele se assemelhava a um lampião colocado num poste num dia enevoado. Era bastante obscuro e tinha uma aura de variadas cores, muito similar àquelas observadas ao redor de um arco de luz.

Mas, essa luz tinha um fascínio. Os antigos Atlantes foram instruídos pelas Hierarquias Divinas, que os acompanhavam, que aspirassem a luz e, como a visão espiritual já estava, então, em declínio (até mesmo os mensageiros, ou Elohim, eram percebidos com dificuldade pela maioria) eles aspiravam cada vez mais ardentemente à nova luz, pois temiam as trevas das quais se tornaram conscientes por meio da dádiva da Mente.

Então, ocorreu o inevitável dilúvio, quando a neblina esfriou e se condensou. A atmosfera clareou e o “povo escolhido” foi salvo. Aqueles que trabalharam internamente e aprenderam a construir os órgãos necessários para respirar numa atmosfera semelhante à atual, sobreviveram e vieram para a luz. Não foi uma escolha arbitrária; o trabalho do passado consistiu na construção do corpo. Aqueles que só possuíam fendas parecidas com brânquias, tal como o embrião humano que ainda as tem em seu desenvolvimento pré-natal[6], não estavam preparados fisiologicamente para entrar na nova Era[7], como não estaria o embrião humano se nascesse antes de construir os pulmões. O embrião humano morreria como morreram aqueles povos antigos quando a atmosfera rarefeita tornou inúteis as fendas parecidas com brânquias.

Desde o dia que saímos da antiga Atlântida, nossos corpos estão praticamente completos, isto é, não tivemos o acréscimo de novos veículos; mas, desde aqueles tempos e de agora em diante, os que desejam seguir a luz precisam se esforçar para obter o crescimento anímico. Os corpos que cristalizamos ao nosso redor precisam ser dissolvidos, e a quintessência da experiência extraída, que como “alma” pode ser amalgamada com o Espírito, para fomentá-lo da impotência à onipotência. Por isso, o Tabernáculo no Deserto foi proporcionado aos antigos e a luz de Deus desceu sobre o Altar dos Sacrifícios. Isso tem uma grande significância: o Ego tinha acabado de descer para dentro do seu tabernáculo, o corpo. Todos nós conhecemos a tendência do instinto primitivo para o egoísmo e, se tivéssemos estudado as éticas superiores, saberíamos quão subversiva do bem é a indulgência às tendências egoístas; portanto, Deus imediatamente colocou ante a Humanidade, a Luz Divina sobre o Altar dos Sacrifícios.”[8].

Isso foi de grande significação, pois indicou que o Ego havia descido até seu próprio Tabernáculo, o Corpo Denso.

Talvez nesta altura seja bom recordar que o século anterior ao nascimento de Jesus viu o mundo civilizado mergulhado numa orgia de imoralidade, traição e maldade. Roma, o maior poder desse tempo, era o centro do deboche e perversa intriga. Roma havia conquistado a Palestina no ano 63 A.C. Na década seguinte veio a rápida ascensão de Júlio César ao poder. A depravação e corrupção da corte e do governo eram disfarçadas sob a mais magnífica ostentação de fausto e opulência que o mundo jamais havia visto. Nesse tempo Herodes foi nomeado governador da Galileia e de Jerusalém. Foi sucedido pelo seu filho, que continuou a sua perseguição ao povo e exterminou todas as coisas virtuosas e puras. A evolução humana havia quase chegado a um ponto morto. A vida espiritual do mundo estava em decadência. Foi esse reinado de perversidade que precedeu a vinda de Cristo.

Por conseguinte, o advento do Cristo assinala o mais importante acontecimento da evolução humana. A sua significação e seu objetivo formam o enigma dos Mistérios Cristãos, porque esta encarnação de um Raio do Cristo Cósmico na Terra tornou possível a nós avançarmos na senda espiritual. O Corpo de Desejos da Terra foi purificado, e o Princípio de Cristo, que se encontra dentro de cada um de nós, foi consequentemente levado a se expandir.

O Cristo Cósmico é representado, no Evangelho Segundo S. João, pela Palavra, o Verbo, sem o qual nada do que foi feito se fez[9]. É esse segundo Princípio do Deus Trino e Uno do nosso Sistema Solar. E uma vez que fomos feitos à imagem do nosso Criador, também somos Trinos e Unos e temos latente o Poder de Cristo dentro de nós. Nós somos todos Cristos em essência, e só podemos cumprir o nosso elevado destino mediante os novos ensinamentos de Cristo: o Evangelho do Amor.

Buscando a luz na Escola dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental sabemos que Amor e Serviço, como foi exemplificado por Cristo Jesus, devem ser o nosso lema. Amando e servindo amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível) o irmão e a irmã – focando na divina essência oculta que existe em cada um de nós, e que é a base da Fraternidade – atraímos a nós os dois mais elevados Éteres que formam o Corpo-Alma[10], o radioso traje de luz usado por toda pessoa Cristã verdadeiramente espiritualizada.

Aprendemos algo sobre o que o poder da luz espiritual e do amor Crístico podem nas nossas vidas. Alguns acariciaram vislumbres dessa luz, lampejos momentâneos de qualquer coisa dentro de si, deixando um brilho na sua consciência. Uma vez que somos abençoados com tal sensação, sabemos que temos tocado as orlas exteriores de algo que não é físico, emocional ou mesmo mental, mas sim qualquer coisa profunda, real e verdadeiramente espiritual. Experimentamos um sentimento nascente de companhia, talvez a razão pela qual algumas pessoas nunca se sentem sós, nunca necessitam de prazeres exteriores para se sentirem felizes.

Que devemos fazer para que a luz se manifeste através de nós em toda a sua glória? Amar e servir (por meio do amor Crístico e do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao irmão e a irmã – focando na divina essência oculta que existe em cada um de nós, e que é a base da Fraternidade, respectivamente), sim – após haver erradicado da nossa Mente todos os pensamentos de raiva, ódio, egoísmo, cólera, inveja, ciúmes, preguiça, desgraça, medo, temor e afins. Se usarmos nossa força de vontade para fazer isso repetidas vezes, uma modificação alquímica se realizará gradualmente. Certos átomos do nosso Corpo Denso se transmutam, de forma a podermos ser sensíveis às vibrações mais elevadas de abnegação, paciência, tolerância e amor. Morremos para a antiga vida, porque estamos “caminhando na luz”.

(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross e Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – dezembro/1976-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.T.: IJo 1:5

[2] N.T.: Gn 1:2

[3] N.T.: Gn 1:3

[4] N.T. Gn1:26

[5] N.T.: Gn 1:3

[6] N.T.: são fendas e arcos nos seus pescoços que são idênticos as fendas e arcos branquiais dos peixes atuais.

[7] N.T.: se refere à Era de Áries.

[8] N.T.: do capítulo XII – Um Sacrifício Vivente do livro:  Coletâneas de um Místico – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

[9] N.T.: Jo 1:3

[10] N.T.: O Éter Luminoso (ou de Luz) e o Éter Refletor.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O “Novo Homem”

E vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes de verdade.” (Ef 4:24).

E vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.” (Col 3:10).

Aboliu na sua carne a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse em si mesmo um novo homem, fazendo a paz.” (Ef 2:15).

E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (II Cor 5:17).

Existe um profundo significado oculto no termo “homem novo”, segundo o usou S. Paulo em suas distintas Epístolas, e para aqueles que desejam se adiantar nesses tempos de velocidade, essa é a chave para a vida diária.

Uma resolução “para por em prática o novo homem”, baseada sobre um claro entendimento do que significa exatamente esse termo, é procurar se corrigir ao começar de um novo ciclo, que pode ser até um ano novo.

Durante os Períodos de Saturno, Solar e Lunar e parte do Período Terrestre de nosso Esquema de Evolução, que é sétuplo e é de manifestação, o nosso trabalho, como um Espírito Virginal diferenciado em Deus (e não de Deus) consistiu na construção dos nossos Corpos e veículo, porém, desde o tempo em que saímos da antiga Atlântida (na Época Atlante desse Período Terrestre) e de agora em diante (até o final do Período de Vulcano), se desejamos seguir o Caminho da Evolução, para frente e para cima, em um processo evolutivo devemos nos esforçar pelo crescimento da nossa Alma, o Crescimento Anímico. Os Corpos Denso, Vital e de Desejos, que cristalizamos ao nosso redor (tomando material dos Mundos e das Regiões recíprocas), devem ser sutilizados e descristalizados e deles extrairmos a quintessência da experiência, a qual como “Alma” será amalgamada por nós em cada um dos nossos veículos espirituais (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano) para alimentar cada um deles e, assim, nos converter “homem velho” em “homem novo”.

Para assinalar esse Caminho de Evolução de progresso, foi nos fornecido, quando renascíamos na Época Atlante o Tabernáculo no Deserto (a primeira igreja) e a Luz de Deus desceu sobre o Altar dos Sacrifícios. Naquela Época, nós tínhamos acabado de tomar posse de nosso “Tabernáculo”: acabávamos de concentrizar todos os pontos do nosso Corpo Denso e Corpo Vital e, com isso, passamos a governar nossos Corpos internamente. A fim de restringir o primitivo instinto de egoísmo e nos guiar para fora da indulgência das tendências egoísticas, Deus colocou imediatamente ante ele a Luz Divina sobre o Altar dos Sacrifícios no Tabernáculo no Deserto. Desse modo, o sacrifício se fez a “Luz” que nos guiou ao caminho da Alma, o caminho que conduz ao processo do “novo homem”.

Por meio do sacrifício dos interesses pessoais, formos aprendendo a nos elevar sobre a Lei das Religiões de Raça, criando “dentro de nós mesmos um ser novo, e por esse ser realizando a paz”. Agora, temos tudo o que precisamos para nos tornarmos amorosos e servidores dos demais, plenos de um verdadeiro senso da unidade de cada um com todos. Essa realização vai libertando o poder do Amor Eterno e as cristalizações, nascidas do egoísmo começam a desaparecer. A Mente se volta para canais construtivos e os pensamentos, aborrecimentos, temores vão sendo substituídos pela tolerância, compreensão e compaixão, se seguirmos esse Caminho.

As ligaduras pelas posses materiais começam a se afrouxar, e vem um profundo sentimento de realização que só aquelas qualidades espirituais que “nem a traça e nem a ferrugem corroem, nem os ladrões arrombam para roubar.” (Mt 6:19) são substanciais.

Os esforços persistentes diários para amar e servir amorosa e desinteressada (portanto, o mais anônimo possível) ao irmão e a irmã que está ao nosso lado, focando na divina essência oculta em cada um de nós, nos capacitam para ganhar a ascendência e, assim, teremos “abolido em sua carne a inimizade, de acordo com a lei dos mandamentos contidos nas escrituras” (Ef 2:15).

Uma crescente reverência para toda classe de vida pode nos levar a nos alimentar somente de alimentos que não venham de Corpos dos nossos irmãos menores, os animais (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins) e, em consequência, a uma limpeza na corrente sanguínea. Todos nós estamos aptos para funcionar em grandes propósitos em nosso veículo físico e “eis aqui, que todas as coisas se fazem novas.” (IICor 5:17).

(Publicado na Revista Rosacruz do Centro Rosacruz de Córdoba, Argentina, traduzido e publicado na Revista Rosacruz de maio/1983-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Sais Celulares – Por um Estudante

Há doze sais no corpo conhecidos como sais celulares; eles são vitais e representam os doze Signos do Zodíaco. Esses sais são necessários para construção do corpo. Não são sais minerais, como geralmente se supõe, mas sim vegetais. O mineral não tem Corpo Vital e é apenas por meio do Corpo Vital que a assimilação é conseguida. Por isso temos que obter esses sais por meio do Reino vegetal.

1. Para fazer download ou imprimir (e ter acesso as figuras, que muito ajudam na compreensão):

Livro: Os Sais Celulares – Por um Estudante

2. Para estudar no próprio site:

OS SAIS CELULARES

Por

Um Estudante

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Coletado, Traduzido e Revisado de acordo com:

Artigo Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto/1931 por Augusta Foss Heindel

Palestra proferida por Max Heindel na Pro-Ecclesia em 1914

Artigo Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro/1957

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

ÍNDICE

INTRODUÇÃO.. 4

COMPRIMIDOS, CÁPSULAS E SAIS CELULARES. 5

COMIDA VIVA E O FOGO SAGRADO.. 9

A ASTRODIAGNOSE E OS SAIS DE SCHUESSLER.. 11

INTRODUÇÃO

Há doze sais no corpo conhecidos como sais celulares; eles são vitais e representam os doze Signos do Zodíaco. Esses sais são necessários para construção do corpo. Não são sais minerais, como geralmente se supõe, mas sim vegetais. O mineral não tem Corpo Vital e é apenas por meio do Corpo Vital que a assimilação é conseguida. Por isso temos que obter esses sais por meio do Reino vegetal.

O calor destrói o Corpo Vital da planta e sobra apenas a parte mineral. Portanto, se desejamos renovar o suprimento desses sais no nosso corpo, devemos obtê-los de vegetais não cozidos. Como cozinhar destrói os valiosos sais celulares, a nossa dieta deveria conter uma grande porcentagem de alimentos crus.

COMPRIMIDOS, CÁPSULAS E SAIS CELULARES

Augusta Foss Heindel

P. T. Barnum, o conhecido circense que teve experiências tão variadas na atração de multidões para seus espetáculos, fez a afirmação: “A cada minuto nasce um otário”. E certamente podemos acreditar que ele estivesse certo, quando vemos quantos estão prontos a seguir qualquer coisa que seja brilhantemente anunciada, prontos para seguir o falsário que paga preços fabulosos ao seu agente de publicidade para “colocá-la” no público.

As colunas de publicidade dos nossos jornais e revistas de saúde estão atualmente inundadas com publicidade gritante de sais celulares, que dizem conter vitaminas extraídas de vegetais e todo tipo de coisa que cresce sob o solo e acima dele, alegando que eles são a essência da vida e uma cura segura para anemia, tuberculose, problemas cardíacos, câncer e todas as outras doenças conhecidas que podem ser encontradas no dicionário médico.

Esses supostos sais que salvam vidas são vendidos por um preço que varia de um dólar a dois dólares por caixa, uma ou duas dúzias de pílulas ou cápsulas em uma caixa. Alguns são colocados em forma de pó. Afirma-se que contêm todos os doze sais necessários ao corpo humano. Eles são acondicionados em embalagens individuais e rotulados como “cálcio”, “enxofre”, “ferro”, “iodo” e assim por diante. Alguns estão vendendo esses sais de acordo com o horóscopo do paciente, afirmando que cada Signo do Zodíaco corresponde a um tipo particular de sal celular. Esses medicamentos que não contêm droga devem restaurar esse mineral que está faltando no corpo humano.

Mas quem, por favor, pode dizer do que o corpo do paciente realmente precisa? Apenas uma coisa é realmente necessária para todos nós, e isso é uma grande dose de força de vontade e bom senso. A humanidade precisa principalmente do alimento adequado e na quantidade certa. Muitos podem contar tudo sobre o corpo humano, podem ser capazes de nomear suas partes e órgãos e descrever suas funções, e podem ter passado por faculdades e ter Doutorado; mas, quando eles se sentam à mesa, o quanto melhor estão em relação à comida que comem, com todo o seu conhecimento, do que a pessoa que cava na rua? Eles, como o cavador de valas, geralmente comem o que sua natureza deseja. A quantidade também é determinada por seus desejos e geralmente é cerca do dobro do necessário para manter o corpo em boas condições. Pode-se dizer que a pessoa “cave sua cova com os dentes”.

Quando tal pessoa começa a sofrer, ele está pronto para gastar seus dólares em sais celulares que ele acha que o ajudarão a neutralizar a condição ácida do seu estômago e intestinos. Aproximadamente, quatro em cada cinco pessoas sofrem dessa fraqueza, que está na raiz de muitas doenças. Se pararmos para raciocinar, perceberemos que ninguém pode nos dizer a condição dos minerais em nosso corpo, a menos que pegue uma gota de sangue e a análise; portanto, como podemos adquirir conhecimento sobre isso de um total estranho que talvez esteja a centenas de quilômetros de distância? Quem deve julgar, a não ser nós mesmos, quando estamos violando as leis da natureza? Estamos comendo tanto que estamos desgastando nosso aparelho digestivo?

Estaríamos mastigando nossa comida às pressas, roubando-lhe assim os fluidos digestivos que são liberados pela mastigação e que devem ser trabalhados quando a comida se encontra na boca? Temos bebido muita água com nossa comida, o que causa hiperacidez? Ou nosso problema é causado por estimulação anormal? Ninguém além de nós mesmos pode dar as respostas a essas perguntas.

Mas, agora que o dano está feito, o que devemos fazer para repará-lo? O QUE DEVEMOS COMER?

Dentro dessas quatro pequenas palavras está toda a solução. O velho ditado de que “uma pessoa é o que ela come” é parcialmente verdadeiro. O Corpo Denso é a habitação do Deus interior, e se esse Deus deve estar confortável, Ele deve ter uma habitação limpa e agradável.

Quão cuidadosamente a pessoa seleciona o material, quando deseja construir uma casa! A madeira deve ser bem curada e todos os materiais de construção são cuidadosamente escolhidos para que a casa seja forte e resistente. Se escolhêssemos o melhor material para construir o templo humano, que mundo feliz seria este!

Consideremos agora a seguinte questão: se, por falta de vontade ou de julgamento enfraquecemos nosso templo terreno, como devemos repará-lo? Se estamos sofrendo de uma quantidade excessiva de ácido, devemos fazer um estudo dos valores dos alimentos para descobrir quais são formadores de ácidos e quais são aglutinantes, e devemos tentar equilibrá-los. A laranja é um dos presentes mais valiosos da natureza, pois é rica em sais alcalinos, que combatem a acidose e ajudam a estimular a ação peristáltica.

Em seguida, vem o belo e rico tomate, que é recheado com muito suco. Ele também é rico em elementos de ligação de ácido e pode ser dado com segurança até mesmo para bebês. Para neutralizar a acidez no sistema, recomenda-se uma quantidade generosa de alimentos ricos em elementos alcalinos, como feijão verde, vagem, cenoura, aipo, espinafre, salsa, pimentão, alface e acelga. Na linha de frutas, figos secos, ameixas secas, abacaxi, maçãs e mirtilos são benéficos.

O consumo excessivo de bebidas durante as refeições, especialmente bebidas estimulantes, é prejudicial. A água gelada é sempre prejudicial. Bebidas estimulantes excitam as células gástricas e as forçam a trabalhar demais para eliminar o líquido antes que a matéria volumosa possa ser tratada. Outra falha na alimentação é o uso excessivo de pão e batatas, principalmente o pão branco. Isso é causa de acidose. Todo o excesso de ácido produzido deve ser transportado pelos rins. Considere esses pequenos órgãos através dos quais corre um fluxo constante de fluidos venenosos. Quanto tempo você acha que uma caixa de metal duraria, se venenos poderosos estivessem constantemente fluindo por ela? Então, como podemos esperar que esses pequenos órgãos façam o impossível? Como podemos esperar que a carne macia e os músculos do corpo humano continuem a resistir a tais ataques por cinquenta, sessenta ou setenta anos? Não pode ser feito com sucesso, mas é isso que a pessoa, em sua ignorância egoísta, espera da natureza.

Para resumir todo esse problema de saúde, afirmamos que, se uma pessoa deseja ser feliz, saudável e sábia, deve aprender a tornar-se o “senhor do seu próprio templo”. Para se tornar um mestre construtor, ele deve aprender a escolher e usar apenas o melhor e mais duradouro material, e então o Espírito que habita dentro do templo ficará confortável e o caminho da evolução será encurtado.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto/1931 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

COMIDA VIVA E O FOGO SAGRADO

Max Heindel

“Há doze sais no corpo. Eles são muito vitais e representam os doze Signos do Zodíaco. Esses sais são necessários para a construção do corpo. Eles não são sais minerais como geralmente se supõe, mas são vegetais. O mineral não tem Corpo Vital e é somente por meio do Corpo Vital que se faz a assimilação, por isso temos que obter esses sais do reino vegetal.

Os médicos afirmam que fazem isso na composição de seus remédios, mas não sabem que o fogo usado no processo expulsa e destrói o Corpo Vital da planta, assim como a cremação faz com o nosso corpo, e deixa apenas as partes minerais. Portanto, se desejamos renovar o suprimento de qualquer sal em nosso corpo, devemos obtê-lo das plantas cruas. Assim é que deveriam ser administrados aos enfermos.

Não devemos, todavia, chegar à conclusão de que cada um de nós teria que deixar de comer carne e dedicar-se a comer vegetais crus. Em nosso estado atual de evolução são muito poucos os que podem fazê-lo. Você e eu, vivendo como vivemos entre tantas vibrações materialistas, devemos tomar cuidado para não aumentar a vibração dos nossos corpos muito rapidamente, pois temos que continuar a trabalhar entre essas outras condições e devemos ter um corpo adequado para o trabalho. Mas vamos manter o pensamento de vibração mais elevada sempre conosco.

Há no crânio, na base do cérebro, um fogo. Ele queima continuamente na medula, e, como o fogo no Altar dos Sacrifícios do Tabernáculo no Deserto, é de origem divina. Esse fogo emite um som cantante como o zumbido de uma abelha, que é a tônica do indivíduo, e como a tônica do arquétipo ele constrói e cimenta essa massa de células conhecida como nosso corpo. Esse fogo queima alto ou baixo, claro ou turvo, de acordo com o alimento que damos a ele.

Há fogo em tudo na natureza, exceto no reino mineral, que não tem Corpo Vital e, portanto, nenhum caminho para a entrada do Espírito de Vida, o fogo. Reabastecemos esse fogo sagrado em parte com a força vital do Sol que entra no Corpo Vital através da contraparte etérica do baço e procede de lá para o Plexo Celíaco, onde é colorido e então levado para cima, através do sangue. Também alimentamos esse fogo com o fogo vivo que absorvemos dos alimentos crus que comemos e assimilamos.” (Princípios Ocultos de Saúde e Cura – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz).

O trabalho em nossos corpos, a atividade dos nossos órgãos, é realizado por outros espíritos que não o Ego que trabalha em nós. O Ego atua apenas no sangue, mas esses outros espíritos atuam sobre nós através do Espírito Planetário, de acordo com a parte do corpo sob o controle de qualquer Planeta em particular. Alguns dos Espíritos que trabalham sobre nós são nossos chamados amigos mortos. Na Região do Pensamento Concreto eles aprendem a construção do corpo e trabalham em nossos corpos para aperfeiçoá-los. Também do Mundo do Desejo vêm certos espíritos chamados pelos persas de izzards. Eles são muito numerosos. Eles selecionam inteligentemente o nutriente da comida e constroem o corpo conforme necessário.

(Palestra proferida por Max Heindel na Pro-Ecclesia em 1914)

A ASTRODIAGNOSE E OS SAIS DE SCHUESSLER

No estudo da Astrodiagnose olhamos, primeiramente, para qualquer Astro com algum Aspecto adverso no mapa astral, depois para o Signo onde ele se encontra e, então, para a posição nas Casas. Naturalmente, um Astro com Aspecto adverso exercerá diferentes efeitos sobre a saúde conforme o Signo em que esteja localizado, pois cada Signo governa uma parte diferente do corpo humano e como cada Aspecto envolve dois Planetas, ou luminares, em Signos diferentes, exceção feita à Conjunção, o efeito de ambos os Astros deve ser considerado. Leve-se em conta também que a 1ª Casa e a 6ª Casa são dois pontos vitais para a Astrodiagnose, pois a primeira representa o corpo e a última, a saúde.

Tudo o que foi dito, até aqui, constitui o procedimento habitual pelo qual o Estudante pode determinar pontos frágeis na anatomia. Esses pontos frágeis podem levar a doenças graves quando ativados por negligência à saúde e não importa se a negligência foi proposital ou devida à ignorância. Pontos frágeis no mapa natal são indicativos de doenças físicas e são sempre o resultado da falta de exercício da vontade em vidas passadas. A reação na vida presente ocorre no veículo oposto, assim, a falta de ação mental apropriada determina uma reação no Corpo Denso. Isso ocorre devido a um defeito no arquétipo, produzido pelo indivíduo durante a preparação para o renascimento. Qualquer que seja a falha na utilização positiva da vontade no passado, da mesma maneira ocorrerá a impossibilidade de usá-la satisfatoriamente quando da construção do arquétipo para a próxima vida.

Podemos, então, verificar o quanto é necessário e importante utilizar, construtivamente, a vontade no controle das inclinações negativas em relação a certos tipos de alimentos que possuem ação prejudicial sobre o corpo físico. Assim procedendo, estamos aptos para construir corretamente, na próxima vida, a parte deficiente do Corpo Denso.

Conhecer, por meio do mapa atual, as tendências dos pontos mais fracos, constitui o único passo na direção correta. É tão importante quanto saber o que fazer para superar a fraqueza antes que se torne aguda; para isso há necessidade do auxílio de um médico.

É necessário conhecer e aceitar o fato de que um Planeta ou luminar, com Aspectos adversos, constitui uma indicação de que houve transgressão das leis da Natureza na vida anterior. Essa deficiência aí está para ser superada na vida atual mediante a vontade ou sucumbir novamente. O reto viver pode manter adormecidos esses pontos fracos e quando isso acontece significa que a pessoa está controlando sua fraqueza particular.

Os mesmos pontos fracos podem surgir por várias razões: medo, raiva, preocupação, tensão nervosa e pensamentos constantemente negativos. Entretanto, a causa mais frequente de todas é representada pela alimentação inapropriada. Somos inclinados sempre a comer demais. Comemos por prazer, para satisfazer o paladar e não para as necessidades nutricionais.

Há algumas pessoas que pensam que podem comer como quiserem, sabendo que o que comem não é nutritivo, e então tentam ajustar a deficiência nutricional na dieta tomando pílulas de vitaminas. Essa é uma maneira artificial de obter nutrição, mas pode ajudar se o organismo reagir adequadamente às pílulas de vitaminas. No entanto, é um fato conhecido que algumas pessoas não respondem adequadamente às pílulas de vitamina no processo de metabolismo.

A melhor forma de se alimentar consiste em utilizar a alimentação natural sempre que possível. No entanto, nem todos os alimentos nutrem todos da mesma maneira, como bem sabemos. Cada pessoa tem necessidades individuais em relação ao tipo e a quantidade de minerais necessários à manutenção do Corpo Denso, e a Astrologia Rosacruz auxilia a determinar essas necessidades.

Em 1873, o médico alemão Willian H. Schuessler publicou uma série de trabalhos científicos provando que determinados sais minerais, chamados por ele de Sais tissulares, eram vitais para o funcionamento normal do corpo físico. Concluiu então que 12 sais tissulares são vitais para a função da célula.

Cada Signo do Zodíaco rege um sal celular no Corpo Denso. A deficiência de um desses 12 sais leva a um desequilíbrio da estrutura química do Corpo Denso.

Os sais tissulares de Schuessler, também denominados de Sais Celulares Zodiacais, com os respectivos Signos governantes são os seguintes, com a abreviação latina correspondente:

  • Áries – Fosfato de potássio – Kali. Phos.
  • Touro – Sulfato de sódio – Nat Sulph
  • Gêmeos – Cloreto de potássio – Kali Mur
  • Câncer – Fluoreto de sódio – Calc. Fluor
  • Leão – Fosfato de magnésio – Mag. Phos
  • Virgem – Sulfato de potássio – Kali Sulph
  • Libra – Fosfato de sódio – Nat. Phos
  • Escorpião – Sulfato de cálcio – Calc. Sulph
  • Sagitário – Dióxido de silício – Silica |
  • Capricórnio – Fosfato de cálcio – Calc. Phos |
  • Aquário – Cloreto de sódio – Nat Mur.
  • Peixes – Fosfato de ferro – Ferr. Phos.

Em relação aos sais de Schuessler pode-se afirmar que podem ser ingeridos com outros medicamentos sem causar mal algum. Também não há o perigo de superdosagem. Devem ser dissolvidos na língua e começam a agir em poucas horas. Nas doenças crônicas, há necessidade de ingerir os sais por vários meses para que os resultados possam ser percebidos, às vezes até por 6 meses.

Podem ser ingeridos como comprimidos ou usados através de aplicações externas. Por exemplo, cortes e abrasões curam-se mais facilmente com a aplicação local de Ferr. Phos. (10 comprimidos dissolvidos em meio copo de água fervida e fria).

Em relação à Astrologia Rosacruz, haverá maior necessidade do sal correspondente aos Signos onde estiverem a Lua e os Planetas com Aspectos adversos.

Os comprimidos de sais tissulares podem ser encontrados em farmácias homeopáticas, embora não sejam medicamentos homeopáticos e sim, bioquímicos. Um medicamento selecionado de acordo com o princípio da similaridade é um medicamento homeopático, enquanto um medicamento que é homogêneo em relação às substâncias minerais do organismo, com seu uso baseado na química fisiológica, constitui um medicamento bioquímico.

Caso você tenha dificuldades para adquirir os comprimidos desses sais, segue uma lista dos Signos, Astros Regentes, sais correspondentes e alimentos ricos desses sais:

SignosRegenteSal CelularAlimentos que contém
ÁriesMarteFosfato de Potássiomaçãs, couve-flor, pepino, repolho, raiz forte, feijão, lentilha, alface, azeitona, cebola, abóbora, espinafre
TouroVênusSulfato de Sódiobeterraba, couve-flor, repolho, pepino, cebola, abóbora
GêmeosMercúrioCloreto de Potássioaspargo, feijão verde, beterraba, cenoura, couve-flor, milho, aipo, laranja, pera, pêssego, abacaxi, espinafre, tomates
CâncerLuaFluoreto de Cálciorepolho, couve-flor, queijo, gema de ovo, alface, leite, tomate, agrião
LeãoSolFosfato de Magnésioaspargo, maçã, amêndoas, cevada, amora, milho, coco, pepino, figo, ovos, laranja, cebola e trigo
VirgemMercúrioSulfato de Potássioamoras, escarola, cerejas, cenoura, lentilha, vegetais folhosos, aveia, pêssego, centeio, trigo integral
LibraVênusFosfato de Sódiomaçãs, amêndoas, aspargo, beterraba, aipo, milho, cenoura, coco, figo, ervilhas, arroz, uvas passas, morangos, trigo, agrião
EscorpiãoPlutãoSulfato de Cálcioaspargo, couve-flor, cereja, cacau, figo, alho, couve, cebola, ameixa, nabo, alho poró, amoras e morangos
SagitárioJúpiterSilícioaspargos, amêndoas, cevada, cenoura, figos, alface, aveia, ervilha, amoras, trigo
CapricórnioSaturnoFosfato de Cálcioaspargo, feijão, amoras, cevada, pepino, cacau, alface, lentilhas, leite, centeio, trigo
AquárioUranoCloreto de Sódiomaçãs, aspargo, beterraba, cenoura, repolho, cacau, pepino, lentilhas, leite, rabanetes e morangos
PeixesNetunoFosfato de Ferroaspargo, beterraba, cenoura, fruta-do-conde, uvas, uva-passa, espinafre, gema de ovo, alface

Há muito mais valor nutritivo obtido de alimentos que podem ser consumidos crus do que daqueles que devem ser cozidos, pois contêm o fogo vivo da vida. Cozinhar tende a desvitalizar os alimentos e, da lista acima, os alimentos consumidos crus fornecerão a maior nutrição. Os Iniciados em Iniciações Maiores ou Cristãs praticamente vivem de tais alimentos, e são capazes de manter uma vida de ordem muito elevada consumindo muito menos alimentos do que o indivíduo comum, que não segue esta regra natural.

As influências astrais dos alimentos são: Júpiter: amidos, gorduras e óleos; Marte: condimentos e outros alimentos estimulantes; Vênus: doces; Lua: alimentos que contém muita água e salgados; Mercúrio: alimentos que fortalecem os nervos; Saturno: alimentos para construção óssea.

Na seleção de alimentos adequados para a nutrição devemos ter em mente que, embora precisemos de todos os tipos de alimentos mencionados acima, há uma reação negativa e positiva a aspectos que influenciam nossa escolha e desejo por alimentos. Amidos, óleos e gorduras são muito necessários na dieta, mas podemos exagerar no uso eles, o que não é propício para uma boa saúde. Uma pessoa com Júpiter que apresenta Aspecto adverso (Quadratura, Oposição e algumas Conjunções) no mapa natal tende a reagir negativamente a essa radiação. A qualidade expansiva de Júpiter é frequentemente mal aplicada. Quando esse Planeta está em Touro em um mapa natal, há uma tendência a “fazer da cozinha a razão de viver”. Júpiter com Aspecto adverso em Câncer proporciona uma tendência a comer demais. Isso pode resultar em doenças estomacais, com Câncer governando essa parte da anatomia. Há também uma forte inclinação neste aspecto para exagerar em todos os tipos de carboidratos.

Quando Vênus está com Aspecto adverso (Quadratura, Oposição e algumas Conjunções), há uma tendência a comer excessivamente açúcar e doces. Isso é especialmente aplicável quando Vênus está em Câncer e por reflexo em Capricórnio. Essas pessoas precisam controlar essa tendência, porque Câncer governa a glândula pancreática, e pode resultar em diabetes. Quando Vênus está com Aspecto adverso em Touro, há também uma forte tendência a gostar muito de doces, pois esse Signo rege o paladar. Se reagirmos positivamente aos aspectos de Vênus, obteremos a energia de que precisamos dos doces, incluindo alguns açúcares integrais, como mel, melaço, açúcar mascavo e frutas doces na dieta, em vez de comer muito açúcar branco desvitalizado, refrigerantes, picolés e doces.

O sal que o corpo humano necessita deve ser obtido principalmente de vegetais frescos, mas quando a Lua está com Aspecto adverso (Quadratura, Oposição e algumas Conjunções), a tendência é usar sal refinado com muita liberdade, o que não é nada recomendado.

Um Marte com Aspecto adverso (Quadratura, Oposição e algumas Conjunções) proporciona uma inclinação para se entregar muito livremente a condimentos e alimentos estimulantes, especialmente no Signo de Câncer, e por reflexo em Capricórnio. No primeiro, pode causar distúrbios inflamatórios do estômago e, no segundo, distúrbios gástricos. A estimulação que tais pessoas desejam na comida pode ser obtida naturalmente nos alimentos listados aqui sob os Signos regidos por Marte.

Os alimentos necessários para o sistema nervoso estão listados sob os Signos regidos por Mercúrio, e os alimentos para a construção óssea estão listados sob Capricórnio,

Na questão da alimentação adequada, precisamos olhar para a localização de Saturno no mapa natal. Quando Saturno está em Câncer, pode haver obstrução ao fluxo de sucos gástricos no estômago que são necessários para a digestão adequada. Isso também se aplica por reflexo quando Saturno está posicionado em Capricórnio. Em ambos os casos, os alimentos que são facilmente digeridos devem ser consumidos. Quando Saturno está em Virgem, há necessidade de comer alimentos que sejam facilmente assimilados no processo de digestão intestinal, porque esse Signo rege o intestino delgado e Saturno aqui pode restringir a assimilação adequada dos alimentos. Saturno nesse Signo também torna a pessoa muito crítica e exigente em relação aos alimentos que, por reação mental, podem interferir na digestão adequada.

A natureza fornece tudo o que precisamos para a nutrição corporal, mas cada indivíduo deve aprender a selecionar adequadamente para suas necessidades, conforme indica seu mapa natal.

Para finalizar, devemos lembrar que os sais tissulares são seguros, que ajudam o organismo a se auto-curar e que, diferentemente dos medicamentos alopáticos receitados pelos médicos clássicos, os sais tissulares podem ainda desencadear um processo natural de cura para o corpo físico, às vezes de maneira desconhecida.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro/1957 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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Os Sais Celulares

Há doze sais no corpo conhecidos como sais celulares; eles são vitais e representam os doze Signos do Zodíaco. Esses sais são necessários para construção do corpo. Não são sais minerais, como geralmente se supõe, mas sim vegetais. O mineral não tem Corpo Vital e é apenas por meio do Corpo Vital que a assimilação é conseguida. Por isso temos que obter esses sais por meio do Reino vegetal.

Quer saber mais sobre esse assunto?

Acesse aqui: Os Sais Celulares

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Algumas Correlações do Signo de Touro

 

SIGNO: Touro, o touro

QUALIDADE: Fixo; ou consciência dirigida gradual e consistentemente para estabelecer e manter um centro estável.

ELEMENTO: Terra; ou consciência em harmonia com o tangível, dimensões exteriores e manifestações da vida. Entre outras coisas, o elemento Terra corresponde aos sólidos, o Corpo Denso, a Região Química do Mundo Físico e o Tríplice Corpo.

NATUREZA ESSENCIAL: Tranquilidade

ANALOGIA FÍSICA: Terra ou solo fértil.

PLANETA REGENTE: Vênus. Porque ele é capaz de expressar suas funções mais fáceis e livremente quando ele está situado nesse Signo. Vênus representa a necessidade de expressar o amor e a afeição, experimentar a paz, a harmonia e a beleza, e se esforça para a elevação moral e o refinamento estético.

CASA CORRESPONDENTE: a 2ª Casa corresponde a Touro e representa o desejo para a segurança no Mundo exterior. Combinando os fatores precedentes nós vemos que Vênus em Touro e na segunda Casa representa a consistente e firme necessidade de expressar o amor e a afeição, a paz experimentada, a harmonia e a beleza, e se esforça para a elevação moral e o refinamento estético em uma maneira tangível e externa, através do desejo de obter segurança no mundo exterior.

ANATOMIA ESOTÉRICA: representa o Corpo de Desejos.

ANATOMIA EXOTÉRICA: específica: crânio e base do cérebro, cerebelo, pons varolii, medula oblongata, mandíbula inferior, língua, palato, garganta, faringe, laringe, tonsilas, adenoides, ouvidos, Tubo de Eustáquio, vértebra e nervos cervicais, glândulas salivares, glândula Tireoide e glândulas paratireoides.

FISIOLOGIA: Vênus, o Regente de Touro, governa o processo fisiológico envolvidos no gosto, cheiro, metabolismo dos carboidratos (aqui junto com Mercúrio), filtração dos resíduos nos níveis celulares e orgânicos, produção (aqui junto com a Lua) dos hormônios femininos, produção de insulina, circulação do sangue nas veias e o funcionamento da glândula Timo.

TABERNÁCULO NO DESERTO: representa o Altar dos Sacrifícios, que ficava dentro do Portão Leste. Esse Altar simboliza o sacrifício dos nossos próprios desejos, a fim de que as necessidades para o nosso progresso espiritual possam ser realizadas. Nossos desejos para termos facilidades e conforto e para termos ganho pessoal e poder, deve dar lugar ao desejo de participar em um plano mais abrangente que veja além do momento atual e além da personalidade. Esse sacrifício fornecerá o combustível para alimentar nossas aspirações espirituais.

MITOLOGIA GREGA: Na mitologia grega Vênus eram os deuses: Afrodite, Hera e Eros. Afrodite é a deusa do amor, Hera, a deusa do casamento (refletindo o regente de Libra que também é Vênus) e Eros que corresponde ao Cupido da mitologia romana, é o atendente de Afrodite. Eros representa a força de atração e de coesão entre as pessoas.

CRISTIANIDADE CÓSMICA: Em sua ascensão aos Mundos superiores, o Cristo passa através do Mundo do Desejo e nesse tempo do ano Ele se esforça para purificar as condições lá prevalecentes. Então, Ele ajuda a dispersar os miasmas do egoísmo e de outras forças astrais negativas, tornando possível para nós obtermos material mais puro para construirmos melhores Corpos de Desejos.  Isso acelera o dia em que nós sejamos capazes de conquistar nossa natureza inferior.

(traduzido da Revista: Rays from the Rose Cross – maio/1978 pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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Tabernáculo no Deserto: A Sombra da Cruz

São Paulo, em sua Carta aos Hebreus[1], forneceu uma descrição do Tabernáculo e muitas informações sobre os costumes que lá se usavam, os quais beneficiariam o Estudante a conhecê-los. Entre outras coisas observe que ele chama o Tabernáculo de “uma sombra das boas coisas que virão”[2].

Há, nesse antigo Templo de Mistério, uma promessa feita que ainda não foi cumprida, uma promessa que é tão boa hoje como o foi naquele tempo em que foi feita.

Se visualizarmos em nossa Mente a disposição dos objetos no interior do Tabernáculo, facilmente veremos a sombra da Cruz.

Começando pelo portão oriental havia o Altar dos Sacrifícios; um pouco além, em direção ao Tabernáculo, encontramos o Lavabo da Consagração, o Mar Fundido, no qual se lavavam os Sacerdotes. Logo depois de entrarmos na Sala Oriental do Templo encontramos uma peça de mobiliário, o Candelabro Dourado, no lado extremo esquerdo de quem entra, e a Mesa dos Pães da Proposição no lado extremo direito de quem entra, os dois formando uma cruz com o caminho que temos seguido ao longo do Tabernáculo. No centro e em frente do segundo véu, encontramos o Altar de Incenso, que forma o centro da cruz, enquanto a Arca, colocada na parte mais ocidental da Sala Ocidental, o Santo dos Santos, representa a parte mais curta ou superior da Cruz. Desse modo, o símbolo do gradual desenvolvimento ou revelação espiritual, que hoje é o nosso específico ideal, foi representado ou indicado vagamente no antigo Templo de Mistério, e aquela consumação que se atinge no topo da cruz, a plenitude da lei dentro de nós como estava dentro da Arca é a única que deve interessar atualmente a todos nós. A Luz que brilha sobre o Propiciatório no Santo dos Santos, no topo da cruz, no fim do caminho nesse mundo, é a luz ou o reflexo do Mundo invisível, em que o candidato procura entrar quando, ao seu redor, tudo no mundo se tornou para ele sombrio e obscuro. Só quando atingimos esse estado, em que percebemos a luz espiritual que nos acena, a luz que paira sobre a Arca, somente quando permanecemos à sombra da Cruz, podemos conhecer o significado, o objetivo e a meta da vida.

Atualmente, podemos aproveitar as oportunidades que são oferecidas e prestar o serviço com maior ou menor eficiência, porém, somente quando por meio desse serviço desenvolvermos a luz espiritual dentro de nós, que é o Corpo-Alma, e assim tivermos obtido acesso à Sala Ocidental, chamada o Vestíbulo da Libertação, então perceberemos e compreenderemos realmente o motivo pelo qual estamos no mundo e o que necessitamos para nos tornarmos propriamente úteis. Entretanto, nós não podemos permanecer ali quando tenhamos obtido acesso. Ao Sumo Sacerdote era permitido entrar somente uma vez por ano; havia um longo intervalo de tempo entre esses lampejos do real propósito da existência. Durante esse intervalo, o Sumo Sacerdote precisava sair e viver entre seus irmãos, a humanidade, servindo-os da melhor maneira que pudesse e, porque não era perfeito, pecava, para de novo entrar no Santo de Santos, após ter feito as reparações devidas pelos seus pecados.

Atualmente, sucede algo similar conosco. Por vezes, nós obtemos vislumbres das coisas que nos estão reservadas e das coisas que devemos fazer para seguirmos Cristo ao lugar para onde Ele foi. Você relembra que Ele disse aos Seus Discípulos: “Não podes seguir-me agora aonde vou, mas me seguirás mais tarde[3]. E sucede o mesmo conosco. Devemos olhar repetidamente para dentro desse templo escuro, o Santo dos Santos, antes de estarmos realmente capacitados para permanecer lá; antes que estejamos realmente preparados para darmos o último passo e, assim, subir até o cume da Cruz, o lugar da caveira, aquele ponto, em nossas cabeças, por onde o Espírito sai quando deixa o seu Corpo quando da morte, ou entrando e saindo como um Auxiliar Invisível. Esse Gólgota é a melhor realização humana alcançável e devemos estar preparados para entrar muitas vezes na sala obscura antes que estejamos prontos para esse clímax final.


[1] N.T.: Capítulos 8, 9 e 10.

[2] N.T.: Hb 10:1: a sombra dos bens futuros.

[3] N.T.: Jo 13:36

(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro  Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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O Candelabro de Ouro ou de Sete Braços – o Místico Significado da Sala Leste do Tabernáculo no Deserto

O Candelabro era de ouro puro; ele era todo cinzelado: pedestal, haste, cálices, botões e flores formarão com ele uma só peça. Dos seus lados saiam seis braços, três de cada lado. Cada braço tinha três cálices, com formato de flor de amêndoa, com botão e flor; e três cálices com flor de amêndoa no outro lado, com botão e flor. Assim eram os seis braços saindo do candelabro. Mas o tronco do candelabro tinha quatro cálices com formato de flor de amêndoa, com botão e flor: um botão sob os dois primeiros braços que saíam do candelabro, um botão sob os dois braços seguintes, e um botão sob os dois últimos braços; assim se tinha com os seis braços que saíam do candelabro. Os botões e os braços formarão uma só peça com o candelabro. E tudo será feito com um bloco de ouro batido. Havia também sete lâmpadas, de modo que ficavam elevadas e iluminavama parte dianteira.

Quando o sacerdote se posicionava no centro da Sala Leste do Tabernáculo, o Candelabro de sete Braços ficava à sua esquerda em direção ao sul.

Faça um candelabro de ouro puro; ele será todo cinzelado: pedestal, haste, cálices, botões e flores formarão com ele uma só peça. Dos seus lados sairão seis braços, três de cada lado. Cada braço terá três cálices, com formato de flor de amêndoa, com botão e flor; e três cálices com flor de amêndoa no outro lado, com botão e flor. Assim serão os seis braços saindo do candelabro. Mas o tronco do candelabro terá quatro cálices com formato de flor de amêndoa, com botão e flor: um botão sob os dois primeiros braços que saem do candelabro, um botão sob os dois braços seguintes, e um botão sob os dois últimos braços; assim se fará com os seis braços que saem do candelabro.Os botões e os braços formarão uma só peça com o candelabro. E tudo será feito com um bloco de ouro batido. Faça também sete lâmpadas, de modo que fiquem elevadas e iluminem a parte dianteira.” (Ex 25: 31-40 e 37: 17-24).

Isso simbolizava o fato de que os sete dadores de luz, ou Planetas que trilham a dança do círculo místico ao redor da órbita central, o Sol, deslocam-se na estreita faixa abrangendo oito graus de cada lado do caminho do Sol, que é chamado de Zodíaco. “Deus é luz” e os “Sete Espíritos diante do Trono” são Ministros de Deus; portanto, eles também são mensageiros da luz para a humanidade.

Além disso, como os céus ficam iluminados, quando a Lua em suas fases chega à ‘plenitude’ na parte oriental dos céus, também a Sala Leste do Tabernáculo ficava cheia de LUZ, indicando visivelmente ali a presença de Deus e Seus sete ministros, os Anjos Estelares.

Podemos observar, de passagem, a luz do Candelabro de Ouro, que era clara e a sua chama sem odor, e compará-la com a esfumaçada chama no Altar dos Sacrifícios que, em certo momento, gerava escuridão ao invés de dissipá-la. Mas, há um significado ainda mais profundo e sublime nesse símbolo do fogo, que não entraremos em discussão até tratarmos da Glória de Shekinah, cujo brilho deslumbrante pairava sobre o Propiciatório na Sala Ocidental. Antes de entrarmos nesse assunto, precisamos compreender todos os símbolos que estão entre o Candelabro de Ouro e o sublime Fogo do Pai, que era o ponto mais elevado do Santo dos Santos (Sanctum Sanctorum), a parte mais sagrada do Tabernáculo no Deserto.

(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro  Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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O Altar dos Sacrifícios ou o Altar de Bronze do Tabernáculo no Deserto

O Altar de Bronze, Altar dos Sacrifícios ou Alta dos holocaustos do Tarbernáculo no Deserto estava localizado dentro do portão leste[1] e era utilizado para o sacrifício de animais durante o serviço no templo.

Os varais serão enfiados nas argolas, de modo que fiquem dos dois lados do altar, quando este for transportado. Faça o altar com tábuas e oco, conforme o modelo que foi mostrado a você na montanha.” (Ex 27; 3-8).

Eis o que você deverá oferecer sobre o altar: dois cordeiros machos de um ano, cada dia e perpetuamente. Ofereça um dos cordeiros pela manhã e outro pela tarde. Com o primeiro, ofereça quatro litros e meio de flor de farinha amassada, com um litro e meio de azeite de olivas amassadas, e uma libação de um litro e meio de vinho. Pela tarde, ofereça o segundo cordeiro, junto com uma oferta e uma libação, como aquelas da manhã, uma oferta de suave odor queimada para Iaweh. Esse é o holocausto perpétuo por todas as gerações, na presença de Iaweh, junto à entrada da tenda da reunião, onde me encontrarei com vocês para falar. Aí eu irei me encontrar com os filhos de Israel.  E o lugar ficará consagrado com a minha glória.” (Ex 29; 38-43).

A ideia de utilizar bois e bodes como sacrifícios parece bárbaro para a mentalidade moderna, e não podemos alcançar a compreensão de que isso pudesse resultar em algo eficaz como efeito ao sacrifício. De fato, a Bíblia relata sobre isso detalhadamente e fornece uma explicação sobre o assunto, quando nos diz, repetidamente, que Deus não deseja sacrifícios, mas um espírito aquebrantado e um coração contrito[2], e que Ele não quer sacrifícios de sangue[3]. À vista desse fato, parece estranho que os sacrifícios fossem uma vez sido ordenados. Contudo, devemos entender que nenhuma religião pode elevar aqueles a quem lhe foi concebido ajudar, se seus ensinamentos estiverem muito acima do seu nível intelectual ou moral. Para apelar a um bárbaro, a religião deve ter certos traços bárbaros. Uma religião de amor nunca poderia ter sido atraente para aquelas pessoas; por isso, a elas foram fornecidas uma lei que exigia “um olho por um olho e um dente por um dente[4]. Não há, no Velho Testamento, qualquer menção à imortalidade, porque essas pessoas não poderiam compreender um céu e nem a ele aspirar. Entretanto, elas amavam as posses materiais e, por isso, foram instruídas que, se procedessem corretamente, elas e sua descendência habitariam na Terra para sempre e, que seu gado seria multiplicado, etc.

Elas adoravam as posses materiais e sabiam que o aumento dos seus rebanhos ocorria pela disposição de Deus, e dado por Ele segundo o mérito. Assim, elas foram ensinadas a agir corretamente na esperança de uma recompensa nesse mundo atual. Também foram dissuadidas de praticar o mal, devido ao rápido castigo que sofreriam em consequência da retribuição por seus pecados. Isso era a única maneira que elas entendiam. Elas não podiam fazer o bem pelo simples prazer de fazer o bem, e muito menos podiam compreender o princípio de se tornarem elas próprias “sacrifícios viventes” e, provavelmente, sentiam tanto a perda de um animal quando cometiam o pecado, assim, como nós sentimos as dores agudas da consciência por nossas más ações.

O Altar era feito de bronze, um metal não encontrado na natureza, porém, fabricado pelo ser humano a partir de cobre e zinco. Assim, simbolicamente, é mostrado que o pecado não estava originalmente previsto em nosso Esquema de Evolução[5], e é uma anomalia na natureza, bem como suas consequências, isto é, a dor e morte, que são simbolizadas pelas vítimas sacrificadas. Contudo, enquanto o próprio Altar era feito de metais compostos artificialmente, o fogo que queimava incessantemente era de origem divina, e era mantido aceso ano após ano com o mais zeloso cuidado. Nenhum outro fogo jamais foi usado, e podemos notar um resultado declarado que, quando dois sacerdotes presunçosos e rebeldes ousaram desobedecer a esse mandamento e usar um fogo estranho, eles depararam, como retribuição, uma morte horrível e instantânea[6]. Quando, uma vez prestado um juramento de lealdade ao Mestre místico, o Eu Superior, é extremamente perigoso desconsiderar os preceitos então fornecidos.

Quando o candidato aparece no portão leste, se encontra “pobre, nu e cego”. Naquele momento, ele é digno de compaixão, precisando ser vestido e trazido à luz, mas, isso não pode ser feito imediatamente no Templo místico.

Durante o período do seu progresso, da condição de nudez até que ele tenha sido trajado com as vestes resplandecentes do sumo sacerdote, há um longo e difícil caminho a ser percorrido. A primeira lição que lhe é ensinada é que o ser humano progride somente por meio de sacrifícios e sozinho. Na Iniciação Cristã Mística , quando o Cristo lava os pés dos Seus Discípulos, a explicação fornecida é que a menos que seja oferecida a decomposição dos minerais como forma de alimento ao reino vegetal, não haveria vegetação; também, se os alimentos vegetais não fossem o sustento para os animais, esses últimos não conseguiram se expressar; e assim sucessivamente – o superior está sempre se alimentando do inferior. Portanto, o ser humano tem uma obrigação para com os animais, e assim o Mestre lava os pés dos Seus Discípulos, simbolizando nesse humilde serviço o reconhecimento do fato de que eles O serviram como bases de apoio para algo mais elevado.

Do mesmo modo, quando o candidato é trazido ao Altar de Bronze, aprende a lição de que o animal é sacrificado por sua causa, dando seu corpo como alimento e sua pele como vestuário. Além disso, ele vê a densa nuvem de fumaça flutuando sobre o Altar e percebe dentro dela uma luz, porém, essa luz é muito tênue e muito encoberta pela fumaça para servir como orientação permanente para ele. Seus olhos espirituais são frágeis, portanto, não faria sentido expô-los imediatamente à luz das verdades espirituais mais elevadas.

O Apóstolo São Paulo nos ensinou que o Tabernáculo no Deserto era uma sombra de grandes coisas que vêm. Por isso, pode ser interessante e proveitoso ao candidato que vem ao Templo em tempos atuais descobrir qual é o significado desse Altar de Bronze, com seus sacrifícios e a queima da carne. A fim de que possamos compreender esse mistério, primeiro de tudo, devemos assimilar a grande e absoluta ideia essencial que fundamenta todo verdadeiro misticismo; a saber, que essas coisas estão dentro e não fora de nós. Angelus Silesius diz sobre a Cruz:

“Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém,

Se não nascer dentro de ti, tua alma segue extraviada.

Olharás em vão a Cruz do Gólgota,

Enquanto ela não se erguer dentro de ti mesmo novamente.”

Essa ideia deve ser aplicada a todo símbolo e a toda fase da experiência mística.

Não é o Cristo externo que salva, mas o Cristo interno. O Tabernáculo foi construído no passado; é claramente visto na Memória da Natureza quando a visão interior tenha sido suficientemente desenvolvida para tal; porém, ninguém deve esperar qualquer ajuda do símbolo externo. Devemos construir o Tabernáculo dentro dos nossos corações e da nossa consciência. Devemos vivenciar, como uma real experiência interna, o ritual completo do serviço lá demonstrado. Devemos ser, tanto o Altar dos Sacrifícios como o animal sacrificado repousado sobre ele. Devemos ser, igualmente, o sacerdote que imola o animal e o próprio animal imolado. Mais tarde, devemos aprender a nos identificar com o Lavabo místico e devemos aprender a nos lavar nele, em espírito. Em seguida, devemos adentrar pelo primeiro véu, servir na Sala Oriental, e prosseguir através de todo serviço do Templo até nos tornarmos o maior de todos esses antigos símbolos, a Glória de Shekinah,ou isso de nada nos beneficiará. Em resumo, antes que o símbolo do Tabernáculo possa, realmente, nos ajudar, devemos transferi-lo do deserto para um lar em nossos corações, para que quando nós nos tornarmos em tudo que aquele símbolo é, também tenhamos nos tornados naquilo que ele significa em espiritualidade.

Vamos começar, então, a construir dentro de nós o Altar dos Sacrifícios, primeiramente, para que nele possamos imolar nossas transgressões e depois expiá-las no crisol do remorso. Isso é realizado, no moderno sistema de preparação para o Discipulado, por um exercício que se executa à noite[7], e que foi cientificamente elaborado pelos Hierofantes da Escola de Mistérios Ocidental para crescimento do Aspirante no caminho que conduz ao Discipulado. Outras escolas ensinaram um exercício similar, mas esse difere de todos os métodos anteriores, em um ponto particular. Depois da explanação dos exercícios, daremos a razão dessa grande e fundamental diferença. Esse método especial tem um efeito de longo alcance, que possibilita que se aprenda agora, não somente as lições que se deveria aprender, normalmente, nessa vida, mas a alcançar um desenvolvimento que, de outro modo, não poderia ser alcançado senão somente em muitas vidas futuras.

À noite, quando nos retiramos para dormir, o corpo deve estar relaxado. Isso é muito importante, pois quando alguma parte do corpo está tensa, o sangue não circula livremente; tal parte está temporariamente aprisionada, sob pressão. Como todo desenvolvimento espiritual depende do sangue, o esforço máximo para alcançar o crescimento anímico não pode ser feito, enquanto qualquer parte do corpo está sob tensão.

Quando o relaxamento ideal é alcançado, o Aspirante à vida superior começa a rever as cenas do dia, porém, não deve começar com as ocorrências da manhã e encerrar com os acontecimentos da noite. Ele as revive em ordem inversa: primeiro as cenas da noite, então os acontecimentos da tarde e, por fim, as ocorrências da manhã. A razão para isso é que no instante do nascimento, quando a criança inala a sua primeira completa respiração, o ar inspirado pelos pulmões carrega com ele uma imagem do mundo exterior e, à medida que o sangue passa pelo ventrículo esquerdo do coração, cada cena da vida é retratada em um pequeno Átomo-semente ali localizado. Cada inspiração traz consigo novas imagens que ficam gravadas naquele pequeno Átomo-semente, um registro de cada cena e de cada ação praticada durante toda a nossa vida, desde a primeira respiração até o último suspiro. Após a morte, essas imagens formam a base da nossa existência no Purgatório. Sob as condições dos Mundos espirituais, sofremos dores cruciantes de consciência tão agudas, inacreditáveis, por cada má ação cometida e, assim, nos sentimos desencorajados em continuar no caminho do transgressor. A intensidade das alegrias que experimentamos devido as nossas boas ações praticadas atua como um estímulo para seguir o caminho da virtude nas vidas futuras. Porém, na existência post-mortem esse panorama da vida é revisto na ordem inversa, a fim de mostrar, primeiramente, os efeitos e depois as causas que os geraram, para que o espírito possa aprender como a Lei de Causa e Efeito funciona na vida. Por esse motivo, o Aspirante, que está sob a orientação científica dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, recebe ensinamentos para realizar seu exercício noturno também na ordem inversa, julgando-se diariamente e, assim, ele pode escapar do sofrimento no Purgatório após a morte. Contudo, devemos compreender que não haverá mérito algum se as cenas do dia forem feitas superficialmente. Não é suficiente quando revemos uma cena em que nós tenhamos prejudicado seriamente e causado a alguém muita dor e sofrimento e dizer simplesmente: “Bem, lamento muito pelo que fiz. Eu gostaria de nunca ter feito isso”. Nesse momento, somos o animal sacrificado repousado sobre o Altar dos Sacrifícios e, a menos que consigamos sentir em nossos corações o fogo divinamente inflamado do remorso queimando até o mais profundo do nosso ser, devido às nossas más ações praticadas durante o dia, de nada valerá.

Durante a antiga Dispensação[8], todas os sacrifícios eram esfregados com sal, antes de colocadas no Altar dos Sacrifícios. Todos sabemos como dói e queima quando, acidentalmente, esfregamos sal em um ferimento recente. Esse salgamento nos sacrifícios naquele Antigo Templos de Mistérios simbolizava a intensidade da dor que devemos sentir, quando nós, como sacrifícios vivos, nos colocamos sobre o Altar dos Sacrifícios. É o sentimento do remorso, o profundo e sincero arrependimento pelo que fizemos, que erradica a imagem do Átomo-semente, limpando-o e deixando-o sem manchas e, assim como na antiga Dispensação os transgressores eram justificados, quando traziam uma oferenda para ser queimada ali no Altar dos Sacrifícios, assim também nós, nos tempos atuais, ao realizar cientificamente o exercício noturno de Retrospecção, eliminamos o registro de nossos pecados. É uma conclusão precipitada que não poderemos continuar, noite após noite, a executar esse sacrifício vivo sem nos tornarmos consequentemente melhores e, deixando pouco a pouco de cometer os erros, pois do contrário seremos obrigados a nos responsabilizar quando nos recolhemos para fazer o exercício noturno. Assim, além de nos purificar de nossas falhas, esse exercício nos eleva a um nível mais elevado de espiritualidade que, de outra maneira, não poderíamos alcançar na vida atual.

Também vale ressaltar que quando um indivíduo cometia um grave delito e se refugiava no santuário, ele encontrava proteção à sombra do Altar dos Sacrifícios, pois, ali, somente o fogo divinamente inflamado podia executar o julgamento. Ele escapava das mãos dos seres humanos, mas se colocava sob as mãos de Deus. Também, de modo semelhante, o Aspirante que reconhece suas más ações todas as noites, se refugiando no altar do julgamento vivente, alcança o santuário da Lei de Causa e Efeito, e “mesmo que seus pecados sejam escarlates, ficarão tão brancos como a neve.”[9].


[1] N.T.: No Átrio do Tabernáculo

[2] N.T.: Sl 51:19

[3] N.T.: Sl 51:18

[4] N.T.: Ex 21:24

[5] N.T.: Nosso Esquema de Evolução começou no Período de Saturno e vai até o Período de Vulcano.

[6] N.T.: Lv 10:1

[7] N.T.: Esse exercício noturno é chamado de Exercício de Retrospecção.

[8] N.T.: Primeira e Segunda Dispensações, de um total de quatro.

[9] N.T.: Is 1:18

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Resumo do mobiliário do Tabernáculo no Deserto

Antes de tudo, pode-se perguntar: por que um Estudante Rosacruz deve se aplicar em estudar com afinco o Tabernáculo no Deserto?

O Apóstolo São Paulo nos ensinou que o Tabernáculo no Deserto era uma sombra de grandes coisas que vêm. Por isso, pode ser interessante e proveitoso ao candidato que vem ao Templo em tempos atuais descobrir qual é o significado desse Altar de Bronze, com seus sacrifícios e a queima da carne. A fim de que possamos compreender esse mistério, primeiro de tudo, devemos assimilar a grande e absoluta ideia essencial que fundamenta todo verdadeiro misticismo; a saber, que essas coisas estão dentro e não fora de nós. Afinal, não é o Cristo externo que salva, mas o Cristo Interno. O Tabernáculo foi construído no passado; é claramente visto na Memória da Natureza quando a visão interior tenha sido suficientemente desenvolvida para tal; porém, ninguém deve esperar qualquer ajuda do símbolo externo. Devemos construir o Tabernáculo dentro dos nossos corações e da nossa consciência. Devemos vivenciar, como uma real experiência interna, o ritual completo do serviço lá demonstrado.

Vamos a um resumo do mobiliário do Tabernáculo no Deserto:

Vamos detalhar algumas peças e mobiliários do Tabernáculo no Deserto:

  • O Candelabro de Sete Braços ou o Candelabro de Ouro: ao sacerdote era exigido não permitir nunca que nenhuma lamparina se apagasse do candelabro. Todos os dias o sacerdote examinava uma a uma as lamparinas, limpava-as e as abastecia com azeite (Ex 25:31-40). Os três primeiros semicírculos do Candelabro representam os já passados Períodos de Saturno, Solar e Lunar. A haste central simboliza o atual Período Terrestre e a luz que precedia do Candelabro simbolizava o que devemos desenvolver dentro de nós (o Dourado Manto Nupcial, o nosso Corpo-Alma).
  • Os Pães da Proposição: duas pilhas de pães, cada uma com seis pães. Representavam as oportunidades para crescimento da alma, através dos doze Departamentos da vida, simbolizados pelas doze Casas do horóscopo, sob soberania das sagradas doze Hierarquias Divinas do Zodíaco.
  • O Altar de Incenso: o incenso queimado (doce aroma ao senhor) representa as ações virtuosas de nossas vidas; o serviço amoroso e desinteressado para com os outros. Este Altar de Incenso era feito de Acácia (Ex 30:1-6), não podendo ser estranho ao recomendado e nem mesmo ser utilizado para outros propósitos (Ex 30:7-10).
  • A Arca da Aliança, que continha em seu interior: o Pote de ouro do maná (Maná = Ego; Pote de ouro = Aura dourada do Corpo-Alma); a Vara de Arão = Divina força criadora; as Tábuas da Lei = a emancipação de toda a influência externa.

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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Tabernáculo no Deserto – Antigo Templo de Mistérios Atlante – Vista Externa

A figura mostra as partes externas do Tabernáculo no Deserto: Altar dos Sacrifícios, o Lavabo de Bronze, a Sala Oriental e a Sala Ocidental

O Pai nos fala na linguagem simbólica que ao mesmo tempo encobre e revela as verdades espirituais que devemos entender antes de voltarmos a Ele.

O Tabernáculo no Deserto foi dado para que pudéssemos encontrar Deus quando nos qualificássemos pelo serviço e tivessem subjugado a natureza inferior pelo “eu superior”.

Foi a nossa primeira igreja, quando o “caminho de volta para Deus” tinha que ser começado a ser trilhado por nós (fim da Involução e início da Evolução).

Lemos na Bíblia a história de como Noé e o remanescente de seu povo foram salvos com ele do dilúvio e formaram o núcleo da humanidade da Época do Arco-Íris, na qual vivemos agora. Lá, também, afirma que Moisés conduziu seu povo para fora do Egito, a terra do touro, do Signo de Touro, através das águas que tragaram seus inimigos. Levou-o, a salvo, liberto, como o povo escolhido para adorar o Cordeiro, do Signo de Áries, em cujo signo o Sol entrara por Precessão dos Equinócios. Essas duas narrativas se referem a um mesmo incidente, conhecido como o surgimento da humanidade infantil do continente perdido da Atlântida, atual Era dos ciclos alternantes, onde verão e inverno, dia e noite, fluxo e refluxo, se sucedem ininterruptamente. Como a humanidade havia acabado de ser contemplada com a Mente, começou a notar a perda da visão espiritual que possuía até então, e desenvolveu um anseio pelo Mundo espiritual e por seus guias divinos, sentimento que permanece até os dias de hoje, pois a humanidade nunca deixou de lamentar a perda deles. Portanto, o antigo Templo de Mistérios Atlante, o Tabernáculo no Deserto, foi providenciado aos seres humanos para que pudessem encontrar o Senhor, quando se qualificassem pelo serviço e pela subjugação da natureza inferior pelo “Eu Superior”. Projetado por Jeová, era a personificação das grandes verdades cósmicas ocultas por um véu de simbolismo, o qual falava ao “Eu interno” ou “Eu Superior”. Em primeiro lugar, é digno de nota que esse Tabernáculo, divinamente projetado, foi dado a um povo escolhido, que deveria construí-lo a partir de ofertas voluntárias, doadas do fundo dos seus corações. Eis aqui uma lição bem específica, pois o modelo divino do caminho para o progresso nunca é fornecido a alguém que não tenha feito, primeiro, uma aliança com Deus, em que assume o compromisso de servi-Lo, disposto a Lhe ofertar o sangue de seu coração em uma vida de serviço altruísta.

O próximo ponto que exige nossa atenção prévia é a localização do templo em relação aos pontos cardeais, e verificamos que ele foi colocado na direção do leste para o oeste. Assim, vemos que o caminho do progresso espiritual é do leste para o oeste. O Aspirante entrava pela porta leste e seguia o caminho que passava pelo Altar dos Sacrifícios, pelo Altar de Bronze e pelo Lugar Santo, na parte mais ocidental do Tabernáculo, onde estava localizada a Arca, o maior de todos os símbolos, no Santo dos Santos.

A natureza ambulante desse Tabernáculo no Deserto é, portanto, uma excelente representação simbólica da natureza migratória do ser humano, um eterno peregrino, passando sempre dos limites do tempo à eternidade e vice-versa. À medida que um Planeta gira em sua jornada cíclica ao redor do Sol principal, o ser humano, o pequeno mundo ou o microcosmo, viaja numa dança cíclica ao redor de Deus, que é a fonte e a meta de todos.

O grande cuidado e atenção aos detalhes relativos à construção do Tabernáculo no Deserto mostra que algo muito mais elevado do que os nossos sentidos podiam alcançar foi planejado em sua construção. Em sua mostra terrena e material foi projetada uma representação de fatos celestiais e espirituais que continham instruções ao candidato à Iniciação; e essa reflexão não deveria nos estimular a procurar uma ligação mais íntima e familiar com esse antigo santuário? Certamente ele nos exorta a considerar todas as partes do seu plano com a devida, cuidadosa e reverente atenção, recordando a cada passo, a origem divina de tudo isso e, humildemente, almejar penetrar através das sombras dos serviços terrenos, nas sublimes e gloriosas realidades que, de acordo com a sabedoria do espírito, ele descortina para nossa contemplação solene.

Para que possamos ter uma concepção correta desse lugar sagrado, devemos considerar o próprio Tabernáculo, seu mobiliário e seu átrio, que veremos nas próximas figuras.

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