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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Você acredita em conversão?

Resposta: Certamente, mas há conversões e conversões. Há a conversão que ocorre numa reunião de avivamento ao soar de tambores, ao bater de palmas, ao cantar de hinos evangélicos e o insistente chamado do revivalismo[1] para “vir antes que seja tarde demais”. Todas essas assistências à conversão produzem uma intensa influência hipnótica, que atua sobre a natureza emocional de muitas pessoas e, de tal maneira que esses chamados “pecadores”, não conseguem mais permanecer em seus lugares, pois, no sentido literal, são forçados a obedecer ao comando e se apresentar ao “banco dos enlutados”[2]. Geralmente, esse tipo de conversão é de pouquíssimo valor. Os revivalistas descobrem que é extremamente fácil converter as pessoas dessa maneira. O problema exasperadamente difícil é, como um deles expressou, “fazer com que isso perdure, que a pessoa volte”, pois quando a vítima do revivalista hipnótico deixa a reunião, a influência desaparece gradualmente e, mais cedo ou mais tarde, ele recai em sua atitude original. E embora esses “desviados” possam não sentir nenhuma angústia ao retroceder, a próxima reunião de avivamento os atrai para o banco dos enlutados novamente, com a mesma certeza de que um ímã atrai uma agulha. Eles são convertidos repetidamente e retrocedem regularmente todas as vezes que há uma reunião de avivamento, para o desgosto do revivalista e para a diversão da comunidade, que não sabe que é um simples caso de hipnotismo moderado.

No entanto, há outra conversão, porém, sempre acompanhada por influências astrais (Sol, Lua e Planetas) e conforme a força e intensidade dessas influências a conversão ou mudança na vida, será mais ou menos radical. Isso mostra, então, que a alma atingiu um certo ponto em sua peregrinação, em que sentirá uma atração pela vida superior. A causa imediata da conversão pode ser um sermão, uma palestra, um livro, um versículo da Bíblia ou algo dessa natureza, mas, na verdade, essa é apenas a causa física de algo que já era um fato espiritual. A partir desse momento, o homem ou a mulher começará a considerar uma nova visão da vida, deixará de lado os velhos vícios, seguirá novas linhas de pensamento e de realizações. Pode mudar toda a sua atitude em relação à vida e, também, em relação ao seu ambiente. De fato, muito frequentemente uma viagem o (a) tirou momentaneamente do ambiente habitual, para lhe proporcionar a condição apropriada para o plantio da nova semente.

(Pergunta nº 114 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: O avivamento ou revivalismo é um conjunto de práticas religiosas que produzem uma atmosfera de intensidade espiritual com dois objetivos em mente: convencer os não-cristãos a se converterem ao cristianismo e convencer os cristãos a revitalizar sua fé. O avivamento centra-se na pregação vigorosa e na plateia cantando canções religiosas populares. A pregação e o canto visam provocar respostas racionais e emocionais do público. O revivalismo protestante desenvolveu-se a partir de dois movimentos europeus do final do século XVII — o puritanismo inglês e o pietismo continental. Os puritanos contribuíram com ênfase na conversão visível. Esperava-se que adultos ou crianças mais velhas fossem capazes de contar a história de como se conscientizaram de sua pecaminosidade e de sua consequência final – a morte – e como se tornaram cristãos como resultado. Os puritanos frequentemente descreviam o evento de se tornar um cristão como o “Novo Nascimento”. Em outros momentos e lugares, tem sido descrito como “confiar em Cristo”, “experimentar a salvação”, tomar uma “decisão por Cristo” ou “nascer de novo”.

[2] N.T.: O banco dos enlutados, também conhecido como propiciatório ou banco da ansiedade, nas igrejas metodistas e outras igrejas cristãs evangélicas, é um banco localizado em frente à capela-mor. A prática foi instituída por John Wesley, o fundador da Igreja Metodista. Indivíduos se ajoelham no banco dos enlutados para experimentar o Novo Nascimento e alguns dos que já tiveram o Novo Nascimento vão lá para receber a inteira santificação, enquanto outros, especialmente apóstatas, usam o banco dos enlutados para confessar seus pecados e receber o perdão, em para continuar o processo de santificação. No banco dos enlutados, os indivíduos recebem conselhos espirituais de um ministro. De acordo com a doutrina da mortificação da carne, os penitentes não se ajoelham em almofadas de joelhos, mas sim no chão. Hoje, muitas, mas não todas, as igrejas metodistas suplantam o banco dos enlutados com trilhos da capela-mor, onde os metodistas (assim como outros cristãos evangélicos) recebem a Sagrada Comunhão, além de experimentar o novo nascimento, arrepender-se de seus pecados e orar.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Fogos de São João

Pensando sobre os “Fogos de São João”, apresentam-se vários aspectos sobre o tema, como de símbolos, de uma história verídica e, também, mística, em que a pessoa que chamamos São João, o Batista, está envolvida. A humanidade está intimamente ligada a essa pessoa, eminentemente desenvolvida, através dos milênios do passado.

Pela história bíblica sabemos que São João, o Batista, era o último dos Profetas em Israel, filho do sumo sacerdote Zacarias e de sua esposa Isabel. Isso consta nos Evangelhos. Max Heindel informa em seus estudos, como Elias, Profeta que existiu 700 anos antes da Era Cristã, como João Batista, era capacitado de dotes espirituais poderosos em vidas anteriores, por haver formado em si o Verbo Divino, a Vida Divina no ser humano.

Podemos ver essa afirmativa no segundo Capítulo 2, versículo 5, do Segundo Livro dos Reis, que diz o seguinte: “Os irmãos profetas que moravam em Jericó aproximaram-se de Eliseu e lhe disseram: ‘Sabes que hoje Iahweh vai levar teu mestre por sobre tua cabeça?’. Ele respondeu: ‘Sei; calai-vos’”.

Por essa conversa íntima entre os filhos dos Profetas (veja todo o segundo Capítulo[1]) a respeito de Elias (João Batista) com o Profeta Eliseu, podemos avaliar a sua educação espiritual. Eliseu, como discípulo de Elias, tinha conhecimentos sobre o afastamento de Elias da Terra num turbilhão de Fogo (“carro e cavalos em fogo”, versículo 11[2]) que separou o Mestre de seu Discípulo. Elias afasta-se em um redemoinho de fogo da Terra.

Os fatos acima tiveram relação fundamental na Anunciação do nascimento, vida e morte de São João Batista. A Anunciação da Concepção com Isabel foi feita em circunstâncias de ‘Fogos espirituais’, pois o Anunciador, o Anjo Gabriel, do plano do Espírito Santo, foi escolhido para essa sublime missão; foi o mesmo, que mais tarde, meses após, anunciaria a Maria a Concepção de seu filho Jesus. Zacarias e Isabel, como também José e Maria, em relação à Anunciação, ensinam que as personagens tinham Iniciações dos planos do Espírito de Vida, pois se aproximava a eles o Anjo Gabriel. Os Corpos Densos e suprafísicos deles mesmos tinham alcançado qualidades, onde a esfera Angelical os tangia.

O que nos importa nesses acontecimentos, puramente esotéricos, é sabermos a respeito de Elias em sua “ascensão fogosa” 700 anos A.C. e se manifestando mais tarde, no tempo de Cristo, como de anunciador d’Ele num fulgor de Verbo espiritual, anunciando a vinda “Daquele que havia de vir”, a quem prepararia o caminho, pregando as sábias palavras do arrependimento. Pois, clamava, que sem o arrependimento não haveria acesso do Salvador para suas almas. Disse que não haveria mais perdão por meio dos sacrifícios dos animais.

Sabemos perfeitamente, como Estudantes Rosacruzes, que o arrependimento resulta em nossos Corpos de Desejos, onde reside o fogo inferior dos desejos e da nossa Mente inferior, o limite para a ascensão aos planos de Deus. Os fogos inferiores dos Corpos de Desejos, com o meio do arrependimento, devem-se dar a purificação, resultando a ascensão para os “fogos espirituais do Espírito de Vida de Cristo, e de Seu Pai”.

Pensando sobre símbolos, mesmo tratando-se de datas, que se apresentam ao Estudante Rosacruz, no fato de Isabel concebendo João Batista (Elias), seis meses antes de Maria conceber a do Jesus, espírito que guiava o Rei Salomão, e antes de 3000 anos da Era Cristã, o guia espiritual da antiga Índia denominado Krishina, mostra por meio destes acontecimentos históricos-religiosos-espirituais, o valor que representam na evolução humana.

Colocando as datas calendários a nossa frente, dia 21 de junho para o nascimento de São João Batista, e Jesus no dia 24 de dezembro verificamos, em linha reta, a oposição dos Signos Zodiacais com os seus devidos Regentes. Encontramos o Signo de Câncer com o seu Regente, a Lua, para João Batista-Elias, e o Signo de Capricórnio, Regente de Saturno, para Jesus. Essa linha aparentemente oposta trata do equilíbrio dentro do Sistema Solar. Não é uma oposição cósmica, pelo contrário, uma harmonia perfeita, Água-Terra; sabemos que o Sol deriva do Período Saturno do Pai, e entra em seu avanço evolutivo ao Período Lunar. Mostra-se a Trindade. Havemos o perfeito equilíbrio, Sol em Câncer e em Capricórnio. Saturno-Sol-Lua. No plano Solar entra em função os Solstícios nas datas acima. As forças solares interligam-se às condições gerais da Terra.

Procurando a ligação entre os eminentes personagens em foco, Jesus-João Batista, verificamos que eles foram, pela Hierarquia, escolhidos para serem utilizados como conciliadores entre os seres humanos da Terra e os demais exaltados elementos celestiais.

Podemos também pensar, com base nos estudos, que eles não tinham mais necessidade de renascer por causa de sua Ressurreição em tempos passados, como dito, em um redemoinho de fogo. Para Jesus-Salomão seria o mesmo sentido de aplicar. Os Solstícios coincidem com seus renascimentos constantes em planos de revoluções solares, os quais incitam os tempos propícios para as Iniciações dos seres humanos da Terra.

Voltando para explicar a nossa preocupação a respeito da salvação da humanidade, verificamos, ainda, fora das palavras do arrependimento, as sábias palavras de São João Batista, que dizem, “Eu batizo com água. No meio de vós, está alguém que não conheceis, aquele que vem depois de mim, do qual não sou digno de desatar a correia da sandália” (Jo 1:26-27), e Ele batiza com fogo.

Percebemos, nisso, que a divisa seria o Batismo do Fogo e do Espírito resultante do arrependimento. Mais logo haveria o batismo da Água e do Fogo, da água da Vida-do Corpo de Cristo ligado ao Espírito Santo. Cristo bem disse à Samaritana na fonte quando solicitava água que, se Ele ofereceria água, nunca mais sentiria sede, e haveria alcançado a Vida Eterna (a longa vida dos alquímicos, a Pedra Filosofal, que é o Cristo). Por meio do arrependimento assegura-se a mutação, a transfiguração do ser humano, a sua incorruptibilidade no corpo de Cristo.

(de F. PH. Preuss – Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1984 – Fraternidade Rosacruz – SP)

(Pintura: John Baptist Birth – de Bartolomé-Esteban Murillo)


[1] N.T.: Segundo Capítulo do Segundo Livro dos Reis: 1Eis o que aconteceu quando Iahweh arrebatou Elias ao céu no turbilhão: Elias e Eliseu partiram de Guilgal, 2e Elias disse a Eliseu: “Fica aqui, pois Iahweh me enviou até Betel”; mas Eliseu respondeu: “Tão certo como Iahweh vive e tu vives, não te deixarei!”. e desceram a Betel. 3Os irmãos profetas que moravam em Betel foram ao encontro de Eliseu e disseram-lhe: “Sabes que hoje Iahweh vai levar teu mestre por sobre tua cabeça?”. Ele respondeu: “Sei; calai-vos”. 4Elias lhe disse: “Eliseu, fica aqui, pois Iahweh me envia só até Jericó”; mas ele respondeu: “Tão certo como Iahweh vive e tu vives, não te deixarei!”. E foram para Jericó. 5Os irmãos profetas que moravam em Jericó aproximaram-se de Eliseu e lhe disseram: “Sabes que hoje Iahweh vai levar teu mestre por sobre tua cabeça?”. Ele respondeu: “Sei; calai-vos. 6Elias lhe disse: “Fica aqui, pois Iahweh me envia só até o Jordão”; mas ele respondeu: “Tão certo como Iahweh vive e tu vives, não te deixarei!”. E partiram os dois juntos. 7Cinquenta irmãos profetas foram também e ficaram parados a distância, ao longe, enquanto eles dois se detinham à beira do Jordão. 8Então Elias tomou seu manto, enrolou-o e bateu com ele nas águas, que se dividiram de um lado e de outro, de modo que ambos passaram a pé enxuto. 9Depois que passaram, Elias disse a Eliseu: “Pede o que queres que eu faça por ti antes de ser arrebatado da tua presença”. E Eliseu respondeu: “Que me seja dada uma dupla porção do teu espírito!”. 10Elias respondeu: “Pedes uma coisa difícil: todavia, se me vires ao ser arrebatado da tua presença, isso te será concedido; caso contrário, isso não te será dado”. 11E aconteceu que, enquanto andavam e conversavam, eis que um carro de fogo e cavalos de fogo os separaram um do outro, e Elias subiu ao céu no turbilhão. 12Eliseu olhava e gritava: “Meu pai! Meu pai! Carro e cavalaria de Israel!”. Depois não mais o viu e, tomando suas vestes, rasgou-as em duas. 13Apanhou o manto de Elias, que havia caído, e voltou para a beira do Jordão, onde ficou. 14Tomou o manto de Elias e bateu com ele nas águas, dizendo: “Onde está Iahweh, o Deus de Elias?”. Bateu nas águas, que se dividiram de um lado e de outro, e Eliseu atravessou o rio. 15Os irmãos profetas viram-no a distância e disseram: “O espírito de Elias repousa sobre Eliseu!”.; vieram ao seu encontro e se prostraram por terra, diante dele. 16Disseram-lhe: “Há aqui com teus servos cinquenta homens valentes. Permite que saiam à procura de teu mestre; talvez o Espírito de Iahweh o tenha arrebatado e lançado sobre algum monte ou em algum vale”. Mas ele respondeu: “Não mandeis ninguém”. 17Mas eles o importunaram a ponto de aborrecê-lo, e, então, disse: “Mandai!”. Mandaram, pois, cinquenta homens, que procuraram Elias durante três dias, sem encontrá-lo. 18Voltaram para junto de Eliseu, que tinha ficado em Jericó, o qual lhes disse: “Não vos dissera eu que não fôsseis?”  19Os homens da cidade disseram a Eliseu: “A cidade tem um ambiente agradável, como bem pode ver, o meu senhor, mas suas águas são ruins e tornam o país estéril”. 20Disse ele: “Trazei-me um prato novo e ponde nele sal”; e eles lho trouxeram. 21Ele foi à fonte das águas, lançou-lhe sal e disse: “Assim fala Iahweh: Eu saneio estas águas e elas não mais causarão nem morte nem esterilidade”. 22E as águas se tornaram sadias até hoje, segundo a palavra que Eliseu pronunciara. 23De lá subiu a Betel; ao subir pelo caminho, uns rapazinhos que saíram da cidade zombaram dele, dizendo: “Sobe, careca! Sobe, careca!”. 24Eliseu virou-se, olhou para eles e os amaldiçoou em nome de Iahweh. Então saíram do bosque duas ursas e despedaçaram quarenta e dois deles. 25Dali foi para o monte Carmelo e depois voltou para Samaria.

[2] N.T.: “11E aconteceu que, enquanto andavam e conversavam, eis que um carro de fogo e cavalos de fogo os separaram um do outro, e Elias subiu ao céu no turbilhão.”

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Superando a Morte

Por Max Heindel

Algum tempo atrás eu tive o privilégio de falar com vocês sobre o assunto “a nota-chave do Cristianismo” e no decorrer dessa palestra trouxemos à nossa Mente o encontro de Pilatos com Cristo, em que a grande e importante pergunta foi feita: “O que é a verdade?”. Vamos olhar para essa imagem mais uma vez. Lá está Pilatos, o representante de César e, em virtude desse fato, uma encarnação do mais alto poder temporal, um governante de todo o mundo com poder sobre a vida e a morte, um homem diante de quem todos tremem. Diante dele está o Cristo, manso e humilde, mas muito maior, pois enquanto esse homem, Pilatos, tem poder sobre o mundo presente, que é evanescente e temporal, ele mesmo está sujeito à morte. Mas Cristo é o Senhor da Vida, o Príncipe de um Reino espiritual que não passa. Ele não responde à pergunta de Pilatos, “O que é a verdade?”, mas em outra ocasião, ele disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida[1]; e “A Verdade vos libertará[2].

Não se pode negar que estamos agora sob a lei do pecado e sujeitos à morte. A grande questão é, portanto: como encontrar a verdade que nos libertará real e verdadeiramente? Com o propósito de encontrar o caminho, vamos dar uma olhada na aurora dos tempos, quando a humanidade infantil veio pela primeira vez à Terra. De acordo com a Bíblia, uma névoa subiu da Terra quando a crosta do Planeta, que esfriava, secou; quando olhamos para essa Época na Memória da Natureza, encontramos um maravilhoso crescimento tropical de tamanho gigantesco cobrindo a bacia da Terra onde agora está o Oceano Atlântico. Realmente, era um verdadeiro jardim, mas a névoa era tão densa que a luz do Sol nunca poderia penetrá-la; então a humanidade infantil vivia nesse paraíso como filhos do Grande Pai. Eles tinham corpos nessa Época como têm agora, mas não tinham consciência deles, embora pudessem usá-los, assim como usamos nosso aparelho digestivo sem estarmos conscientes disso. E embora eles fossem incapazes de ver fisicamente, a visão espiritual era uma faculdade ainda possuída por todos. Assim eles se viam alma-a-alma; não havia malícia nem hipocrisia, mas a verdade estava com todos.

Gradualmente, no entanto, a névoa clareou e se tornou uma enorme nuvem, envolvendo o Planeta. Simultaneamente, esses “filhos da névoa”, os Niebelungos, começaram a se ver vagamente; tornaram-se cada vez mais “internalizados” em seus Corpos Densos e perceberam finalmente que esse veículo é uma parte do ser humano. Contudo, ao mesmo tempo, eles gradualmente perderam contato com os Mundos espirituais; já não viam a alma com clareza e até mesmo a voz das Hierarquias espirituais, que antes os guiavam como um pai guia seus filhos, tornou-se fraca e vaga. Com o passar do tempo, a nuvem que pairava sobre esse vale havia se condensado o suficiente na atmosfera fria, de um tão denso que se liquefez e caiu sobre a Terra em diversos dilúvios que levou esses “filhos da névoa” até as terras altas, onde, na atmosfera clara e sob arco-íris, eles se viram cara-a-cara pela primeira vez. Gradualmente a grande ilusão de que “somos corpos” tomou conta de tudo; a alma não era mais vista, nem podiam eles ouvir a voz do Grande Pai que cuidou deles durante sua infância, naquele estado paradisíaco. A humanidade ficou órfã, à deriva no deserto do mundo. A vida tornou-se uma luta contra a Morte.

Logo, a maioria da humanidade parecia esquecer que havia um estado tão feliz, embora a história vivesse em canções, em lendas, e houvesse, como ainda há, em cada peito humano um profundo e inerente reconhecimento dessa verdade, uma memória de algo que se perdeu, algo mais precioso do que qualquer coisa que o mundo possa dar. E há, portanto, em cada peito humano um profundo anseio por aquela companhia espiritual que perdemos pela identificação com nossas naturezas inferiores. Encontramos uma encarnação desse anseio no Tannhauser[3], que entrou no Monte de Vênus para satisfazer seu desejo inferior. Depois de algum tempo, ele anseia pelo mundo que deixou e implora a Vênus que permita que ele parta para que possa desfrutar novamente do sofrimento, das torturas de um amor não correspondido, pois ele se cansou do que ela lhe deu gratuitamente. Como ele diz:

Um Deus pode amar sem cessar,

Mas sob as leis do alternar,

Nós, mortais, precisamos em medida ter

Nossa parcela de dor, assim como de prazer.

Esse foi o propósito quando a humanidade foi conduzida da Atlântida[4] para a presente Era do arco-íris[5]; a Lei da Alternância foi dada para que possamos colher como semeamos (Gl 6:7), para que a tristeza e a alegria mudem conforme as estações se sucedem em uma sequência ininterrupta; e, assim, deve continuar até que o sofrimento gerado por nossas transgressões tenha demolido a crisálida que agora mantém a alma agrilhoada, enquanto a natureza inferior se alimenta das cascas da materialidade. A princípio, a humanidade se deleitou com o poder sobre o mundo e nasceu o orgulho da vida; a luxúria dos olhos era grande, mas, embora “os moinhos dos Deuses moam lentamente, eles moem extremamente bem”[6]; mesmo que possamos alcançar o poder, embora a saúde e a prosperidade possam ser nossos servos hoje, chegará um dia em que, como Fausto[7], sentiremos que a vida não tem valor. Então começa a luta de que Fausto fala a seu amigo Wagner com as seguintes palavras:

Tu, por um único impulso, és possuído;

Inconsciente do outro ainda permanece.

Duas almas estão lutando em meu peito

E batalham lá pelo reinado indiviso.

Uma pela terra, com desejo apaixonado,

E a roupa bem colada ainda adere;

Acima da névoa a outra aspira

Com ardor sagrado a esferas mais puras.

São Paulo também descobre que há dentro dele uma natureza inferior, “os desejos da carne[8], que luta contra as ânsias e os desejos do espírito, mas Goethe, com a maravilhosa penetração do Místico, resolve o grande problema para nós. À pergunta “O que devemos fazer para que possamos alcançar a libertação?”, ele responde:

De todo poder que mantém a alma acorrentada,

O homem se liberta quando o autocontrole ele ganha na sua Jornada.

Podemos, como Pilatos, ter autoridade, talvez não tão grande autoridade. Mas, mesmo supondo que fosse possível a qualquer um de nós se tornar um “governante do mundo” e exercer autoridade sobre a vida e a morte de toda a humanidade, de que isso nos serviria, se não fôssemos capazes de conquistar e controlar a nós mesmos? Por meio de agressão física, César, o mestre de Pilatos (a quem ele representa) conquistou o mundo e todos lhe prestaram homenagens; mesmo assim o seu reino durou apenas alguns anos. Então, o sombrio espectro da morte veio para acabar com sua vida e seu domínio no Mundo Físico. Olhe para o outro, o Cristo, que permaneceu manso e humilde, mas capaz de dizer: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; (…) todo aquele que crê em Mim não perecerá, mas terá a vida eterna[9]. O governante do mundo, apesar de todo o seu poder e pompa aparentes, ainda está sujeito à morte, mas Aquele que aprendeu a ter poder sobre si mesmo, Aquele que conquistou sua natureza inferior, o corpo de morte, assim se fez ele mesmo o Senhor da Vida, com um reino que é eterno nos Céus. E é dever de cada um de nós seguir Seus passos, pois Ele disse: “estas coisas que eu faço vós também as fareis e maiores[10]. Cada um de nós é um Cristo em formação, um vencedor no sinal da cruz.

E quando será isso? Quando o sentimento do egoísmo aprisionou o espírito no corpo, perdemos a alma de vista e a morte se tornou nossa porção. Assim que superarmos esse sentimento de egoísmo pelo altruísmo, assim que abandonarmos e esquecermos de nós mesmos e formos iluminados pelo Espírito Universal, teremos vencido o grande inimigo. Então, estaremos prontos para subir na cruz e voar para as esferas mais altas com aquele glorioso grito de triunfo: “Consummatum est” — foi realizado.

O Caminho é pelo Serviço. A verdade é que pelo serviço servimos a nós mesmos, pois todos somos um em Cristo. A Vida é a Vida do Pai, em Quem nós vivemos, nós nos movemos e existimos, e em Quem, consequentemente, não pode haver morte.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto/1917 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)


[1] N.T.: Jo 14:6

[2] N.T.: Jo 8:32

[3] N.T.: Tannhäuser und der Sängerkrieg aus Wartburg (Tannhäuser e o torneio de trovadores de Wartburg, em alemão) é uma ópera em três atos com a música de Richard Wagner, e com o libreto do próprio compositor, de 1845. A ação decorre ao pé de Wartburg, terra de grandes cavaleiros trovadores, onde se realizavam pacíficos concursos de canto, no século XIII. Reza a lenda que ao pé de Wartburg existia o monte de Vênus onde a bela deusa atraía e mantinha cativos no puro deleite, os cavaleiros trovadores. Tannhäuser caiu na quentes garras de Vênus. Essa obra é estudada no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz.

[4] N.T.: na Época Atlante

[5] N.T.: a presente Época Ária

[6] N.T.: antigo provérbio alemão

[7] N.T.: Fausto (em alemão: Faust) é um poema trágico do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, dividido em duas partes. Está redigido como uma peça de teatro com diálogos rimados, pensado mais para ser lido que para ser encenado. É considerado uma das grandes obras-primas da literatura alemã. Essa obra é estudada no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz.

[8] N.T. Rm 13:14

[9] N.T.: Jo 14:6 e 11:25

[10] N.T.: Jo 14:12

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Influência de Seres mais que Interplanetários

No princípio desse Grande Dia de Manifestação, Deus nos diferenciou dentro de si mesmo e nos deu o nome de Espíritos Virginais. Por isso que se diz que: “Em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser

Como lemos em no Livro do Gênesis: 1:26: “Os Elohim disseram: ‘Façamos o homem à nossa imagem e segundo nossa semelhança’”.

Com isso, todas as qualidades de Deus estão contidas em cada um de nós, ainda que latentes. Além delas também há um atributo importante de Deus contido em cada um de nós: o germe da vontade que torna possível originarmos novas causas, exercitando nosso poder criador. Assim, durante a Evolução essas qualidades latentes vão se transformando em poderes dinâmicos, enquanto a vontade independente produz a chamada Epigênese, a qual dá a Evolução algo mais que o simples desdobramento ou desenvolvimento de qualidades latentes.

Deus, nosso criador, é Uno. É assim que ele se apresenta no Seu Mundo, o Mundo de Deus. Quando deseja se manifestar torna-se Trino, torna-se Tríplice: Vontade, Sabedoria e Atividade.

Como nós fomos criados à Sua imagem e semelhança, também, quando não manifestado, somos uno: um Espírito Virginal. É assim que nos apresentamos no nosso Mundo, o Mundo dos Espíritos Virginais, no nosso Plano Cósmico, o primeiro Mundo logo abaixo do Mundo de Deus (veja detalhes nos diagramas 6 e 14 do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos).

Quando nos manifestamos, tornamo-nos Tríplice:

.. Espírito Divino, imagem e semelhança da VontadeDeus Pai.

.. Espírito de Vida, imagem e semelhança da SabedoriaDeus Filho.

.. Espírito Humano, imagem e semelhança da Atividade – Deus Espírito Santo.

Deus se manifesta na criação. Criando os Mundos e tudo que neles há. Diferenciando dentro de Si tudo que hoje existe. Mundos esses que são campos de oportunidade de evolução para as infinitas formas de vida. Ele é o Macro e o Microcosmo.

Nós, criados a Sua imagem e semelhança, mas como Deuses em formação, nos manifestamos na peregrinação pelos diversos Mundos que ele criou.

Como diz São Paulo em sua Epístola aos Romanos 8:16-17: “… somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros: herdeiros de Deus”. Somos o microcosmos.

Diz uma lenda que quando Deus criou os Mundos, disse aos Espíritos Virginais: “Meus filhos, eis a nossa morada. Percorra-a e conheça tudo que nela há. Pois, Eu a fiz para vocês”. E nós, filhos obedientes e cheios de gratidão, iniciamos a nossa peregrinação.

Lógico que em nosso Mundo (Mundo dos Espíritos Virginais) estávamos mais bem acomodados. Tínhamos a consciência divina. Mas não a consciência do “eu”, de indivíduos separados. Éramos omniscientes como Deus, mas não conscientes de nós mesmos.

Deus tem essa consciência individual. A consciência de diferenciar Ele de outro Deus de outro Sistema Solar. E aqui encontramos o objetivo dessa peregrinação pelos Mundos que Deus nos criou: tornarmo-nos conscientes de nós mesmos, como indivíduos separados. Convertendo-nos, Espíritos Virginais, em seres humanos e depois em Deuses.

Afinal, como disse S. Paulo: “Não sabeis que sois Deus em formação?

Contudo, em que consiste essa peregrinação?

Simplesmente, na nossa passagem pelos cinco Mundos mais densos situados logo abaixo do nosso Mundo, o Mundo dos Espíritos Virginais.

E quais são eles?

¨      Mundo do Espírito Divino

¨      Mundo do Espírito de Vida

¨      Mundo do Pensamento

¨      Mundo do Desejo

¨      Mundo Físico

A passagem por esses Mundos tem como objetivos:

1-conhecermos como eles funcionam,

2-conhecermos para que servem,

3-conhecermos quais são as leis que os regem

E, principalmente, para mostrarmos ao nosso Deus, nosso criador, a gratidão que o temos por nos dar essa oportunidade de evolução.

Ora, para podermos passar por cada um desses Mundos existe uma Lei Cósmica que diz: “Nenhum ser, por mais elevado que seja, pode funcionar em qualquer Mundo sem um veículo construído com material desse Mundo”. Um exemplo claro está aqui quando da necessidade da cessão dos Corpos Vital e Denso de Jesus para que Cristo pudesse aparecer entre nós.

Assim, tínhamos que ter um veículo construído com material de cada um desses Mundos.

Então, vejamos:

¨ Para o Mundo do Espírito Divino, temos a nossa expressão como Espírito Tríplice: o veículo Espírito Divino

¨ Para o Mundo do Espírito de Vida, temos a nossa expressão como Espírito Tríplice: o veículo Espírito de Vida

¨ Para a Região Abstrata do Mundo do Pensamento, temos a nossa expressão como Espírito Tríplice: o veículo Espírito Humano

Todavia, e para a Região Concreta do Mundo do Pensamento, para o Mundo do Desejo e o Mundo Físico?

Não tínhamos veículos próprios. Além disso, não sabíamos como construí-los. Tudo bem, tínhamos veículos para o Mundo do Espírito Divino, Mundo do Espírito de Vida e a Região Abstrata do Mundo do Pensamento, mas não sabíamos como trabalhar lá. E o que dizer do Mundo do Desejo e do Mundo Físico que nem veículos tínhamos?

Aqui entra a regra de ouro que permeia toda a evolução em todo o Universo: “O Serviço amoroso e desinteressado para com os outros”.

Em outras palavras: desde o início de tudo fomos ajudados, de um modo que sem essa ajuda não teríamos condições sequer de começar. Desde aqui começa a nossa ingratidão. Pois se estivéssemos conscientes da imensa importância dessa ajuda, o serviço amoroso e desinteressado seria praticado em nossas vidas como um hábito qualquer, sem a necessidade do mais mínimo esforço, mas… um dia aprenderemos.

Afinal, quem nos ajudou?

Como sempre acontece nessas horas, em qualquer Esquema de Evolução, seres mais superiores na escala evolutiva que nós.

Na terminologia Rosacruz esses seres são conhecidos como:

¨ Hierarquias Divinas ou Hierarquias Criadoras

¨ Ou Jerarquias Divinas ou Jerarquias Criadoras

.. Ou, ainda, Hierarquias Zodiacais ou Hierarquias Divinas

Primeiro, penetramos no Mundo do Espírito Divino. Lembrem-se, já tínhamos o veículo: o Espírito Divino. Faltava somente saber como utilizá-lo. Afinal não sabíamos como se manifestar.

Aí apareceu a primeira Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Chama. Assim chamados devido:

¨ à brilhante luminosidade dos seus corpos

¨ aos seus grandes poderes espirituais

Encontramos na Bíblia com o nome de Tronos na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Emitindo uma fortíssima luz dos seus corpos, projetavam suas imagens sobre a superfície desse nosso Planeta Terra. E através dessas projeções implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente do nosso Corpo Denso. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais dessa Região Química do Mundo Físico (sólidos, líquidos e gasosos) e, assim, construir um Corpo Denso (o nosso corpo físico).

Portanto, devemos a possibilidade de construir um Corpo Denso a Hierarquia Criadora dos Senhores da Chama.

Mas, eles fizeram mais.  Foram eles que nos ajudaram:

¨ a penetrar no Mundo do Espírito Divino

¨ a despertar o nosso veículo Espírito Divino, para podermos funcionar nesse Mundo

Está aqui o porquê da relação entre o Espírito Divino e o Corpo Denso.

Depois, penetramos no Mundo do Espírito de Vida. Lembrem-se, já tínhamos o veículo: o Espírito de Vida. Faltava somente saber como utilizá-lo. Afinal não sabíamos como se manifestar.

Então apareceu a segunda Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Sabedoria.

Encontramos na Bíblia com o nome de Dominações na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Emitindo uma fortíssima sugestão dos seus corpos, projetavam suas imagens sobre a superfície desse nosso Planeta Terra. E através dessas projeções implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente do nosso Corpo Vital. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais dessa Região Etérica do Mundo Físico (Éter Químico, de Vida, Luminoso e Refletor) e, assim, construir um Corpo Vital.

Portanto, devemos a possibilidade de construir um Corpo Vital a Hierarquia Criadora dos Senhores da Sabedoria.

Agora, nesse momento tínhamos, também, que ser ajudados para despertar o nosso veículo Espírito de Vida.

Para isso, recebemos ajuda de outra Hierarquia:  são conhecidos como Querubins, seres mais desenvolvidos que os Senhores da Sabedoria.

Foram eles que nos ajudaram a:

¨ a penetrar no Mundo do Espírito de Vida

¨ a despertar o nosso veículo Espírito de Vida, para podermos funcionar nesse Mundo

Está aqui o porquê da relação entre o Espírito de Vida e o Corpo Vital.

Está aqui, também, porque foram os Querubins que se prostraram na porta do Jardim do Éden quando fomos de lá expulsos.

Como lemos no Livro do Gênesis: 3:23-24:

O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, para que ele cultivasse a terra donde tinha sido tirado. E expulsou-o; e colocou ao oriente do Jardim do Éden Querubins armados de uma espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida

Em seguida, penetramos na Região Abstrata do Mundo do Pensamento. Lembrem-se, já tínhamos o veículo: o Espírito Humano. Faltava somente saber como utilizá-lo. Afinal não sabíamos como se manifestar.

Então apareceu outra Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Individualidade.

Encontramos na Bíblia com o nome de Virtudes na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Emitindo a substância formadora dos seus corpos, implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente do nosso Corpo de Desejos. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais do Mundo do Desejo (emoções, sentimentos, desejos) e, assim, construir um Corpo de Desejos.

Portanto, devemos a possibilidade de construir um Corpo de Desejos a Hierarquia Criadora dos Senhores da Individualidade.

Agora, nesse momento, tínhamos, também que sermos ajudados para despertar o nosso veículo Espírito Humano.

Para isso, recebemos a ajuda de outra Hierarquia: são conhecidos como Serafins, seres mais desenvolvidos que os Senhores da Individualidade.

Foram eles que nos ajudaram a:

¨ a penetrar no Mundo do Pensamento, mais precisamente: na Região do Pensamento Abstrato

¨ a despertar o nosso veículo Espírito Humano, para podermos funcionar na Região Abstrata do Mundo do Pensamento

Está aqui o porquê da relação entre o Espírito Humano e o Corpo de Desejos.

Daqui por diante perdemos definitivamente a nossa omnisciência. Vimo-nos forçados a dirigir a nossa consciência para dentro, ali encontrando-nos separados e à parte de todos os outros.

E foi assim que nos vimos encerrados dentro de um tríplice véu.

O véu externo, o Espírito Humano, cerrou a consciência ao sentimento da unidade da Vida convertendo-nos em Ego, seres separados, prontos para sermos indivíduos.

Até esse ponto o que tínhamos para funcionar?

.. Um Corpo Denso

.. Um Corpo Vital

.. Um Corpo de Desejos

.. Um Espírito Divino

.. Um Espírito de Vida

.. Um Espírito Humano

Ainda tínhamos mais uma Região para penetrarmos: a Região Concreta do Mundo do Pensamento.

Percebam que essa Região é que liga os Mundos inferiores:

.. Região Química do Mundo Físico

.. Região Etérica do Mundo Físico

.. Mundo do Desejo

Aos Mundos superiores:

.. Mundo do Espírito Divino

.. Mundo do Espírito de Vida

.. Mundo do Espírito Humano

Então apareceu outra Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Mente.

Encontramos na Bíblia com o nome de Poderes das Trevas na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Nesse nosso Período Terrestre, essa Hierarquia alcançou o estado de Criador, um Deus Criador.

Emitindo a substância formadora dos seus corpos, implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente da nossa Mente. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais da Região Concreta do Mundo do Pensamento (pensamentos-formas) e, assim, construir uma Mente.

Portanto, devemos a possibilidade de construir uma Mente à Hierarquia Criadora Senhores da Mente.

Com a Mente tornamo-nos capazes de focalizar e podemos focalizar nossos propósitos ou objetivos, enquanto Egos, em nossos veículos mais densos, pois precisávamos de algo que unisse o nosso Tríplice Espírito a esse Tríplice Corpo. Ela é o meio de união entre a Personalidade e a Individualidade, nós, o Ego.

E, assim, graças a um belo Serviço amoroso e desinteressado estamos aqui podendo evoluir, construir a nossa Tríplice Alma, fruto do nosso trabalho no nosso Tríplice Corpo.

Graças a esse serviço prestado é que temos o exemplo a seguir de: “o Serviço Amoroso e desinteressado para com os outros é o caminho mais curto, mais seguro e o mais agradável que nos conduz a Deus”.

Ah! E que fim deram essas Hierarquias Criadoras?

.. Os Senhores da Chama, os Querubins e os Serafins elevaram-se da existência limitada à libertação

.. Os Senhores da Sabedoria, que nos ajudaram com o nosso Espírito de Vida, evoluíram e nos ajudam até hoje desenvolvendo o nosso veículo Espírito Divino

.. Os Senhores da Individualidade, que nos ajudaram com o nosso Espírito de Humano, evoluíram e nos ajudam até hoje desenvolvendo o nosso veículo Espírito de Vida

.. Outra Hierarquia apareceu, conhecida como Senhores da Forma, e nos ajudam até hoje desenvolvendo o nosso veículo Espírito Humano

.. Os Senhores da Mente continuam nos ajudando nesse veículo mais recente, a Mente

.. O nosso Corpo de Desejos, dado pelos Senhores da Individualidade, são objetos de ajuda da Hierarquia Criadora dos Arcanjos

.. E o nosso Corpo de Vital, dado pelos Senhores da Sabedoria, são objetos de ajuda da Hierarquia Criadora dos Anjos

Faltou um veículo. Qual? O Corpo Denso.

Pois é, qual a Hierarquia Criadora que está nos ajudando, nessa especialização de um corpo formado por sólidos, líquidos e gases?

A Hierarquia Criadora dos Espíritos Virginais, ou seja, nós mesmos!

E por quê?

Porque o mesmo serviço amoroso e desinteressado que todos esses Seres mais que Interplanetários prestaram a nós, também, estamos e sempre devemos prestar a todos os seres que necessitarem de Corpos Densos para evoluir.

Em particular, nesse momento do atual Esquema de Evolução, o Reino de vida mineral ou a Onda de Vida Mineral.

Ou seja, nessa Esquema de Evolução estamos nos desenvolvendo para sermos especialistas em construção e utilização de corpos formados de matéria da Região Química do Mundo Físico, de modo a poder ajudar Ondas de Vida que necessitam desse corpo para se manifestar nessa Região. Do mesmo modo que:

.. os Anjos são especialistas em corpos formados de matéria da Região Etérica do Mundo Físico

.. os Arcanjos são especialistas em corpos formados de matéria do Mundo do Desejo

.. os Senhores da Mente são especialistas em corpos formados de matéria da Região Concreta do Mundo do Pensamento

.. E assim por diante

Demonstremos a nossa gratidão a Deus e a todos esses Seres que nos ajudam nesse Esquema de Evolução, servindo ao irmão e à irmã no nosso entorno, sempre focando na sua divina essência e sempre da única maneira que é correta: amorosa e desinteressadamente, utilizando para isso todas as formas que temos: pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras, atos, obras e ações.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Antigas e Modernas Escolas de Mistérios ou de Iniciação

Nas Antigas Escolas de Mistérios as formas de adoração mais amplamente disseminadas foram as de Ísis, Orfeu, Dionísio, Ceres e Mitras. Muitas nações bárbaras receberam seu conhecimento dos Mistérios em honra dessas divindades. Os Mistérios de Elêusis, celebrados em Atenas, em honra de Ceres, absorveram, por assim dizer, todos os outros. Estenderam-se através do Império Romano e ainda além de seus limites. Aristides chamou-os de “o templo comum de todo o mundo”.

Não é surpreendente dar-se conta que os ensinamentos desses antigos Mistérios têm relação pelo menos com os da Ordem Rosacruz, quando se trata dos Mistérios ou Iniciações Menores. Platão afirmou que o objetivo dos Mistérios era converter a alma à sua pureza primitiva e a esse estado de perfeição o qual havia perdido. A pureza moral e a elevação da alma eram requisitos indispensáveis aos Iniciados. Esses eram considerados os únicos indivíduos afortunados, os possuidores de incomuns virtudes, talvez viessem da Índia, porque todas velhas nações eram acordes em chamar a Ásia de o “berço da raça humana”. E a Filosofia Rosacruz ensina que os Semitas Originais, a quinta Raça atlante, surgiu do continente condenado, sendo conduzida a vagar pelo deserto de Gobi, até que uma nova Terra fosse preparada para eles. Durante esse intervalo de sua peregrinação, a maioria desobedeceu às instruções recebidas, deveriam manter puro seu sangue, casando-se com as “filhas dos homens”, enquanto as tribos fiéis extraviaram-se e pereceram. Mas, embora seus corpos morressem, renasceram na Terra Prometida, tal como é hoje, na forma da Raça Ária.

A corrente de vida humana fluiu para a Índia, China, Egito, Arábia e Fenícia. Assim, os Semitas Originais chegaram a ser a semente das sete Raças da presente Época. No Egito, toda Religião, ainda que em suas piores formas, era em menor ou maior grau um Mistério. A teologia popular e superficial deixava um anelo insatisfeito nas almas. A Religião, não obstante, poderia suprir e satisfazer os pensamentos mais profundos e as aspirações do ser. Nota-se aí um paralelo com condições atuais.

A Fraternidade Rosacruz esforça-se em ensinar a Religião Cristã com a pureza dos primeiros tempos, sem obscurecê-la com a teologia e dogmatismo do Cristianismo popular. E por meio desses Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, o Estudante Rosacruz obtém o conhecimento de como se tornar um Aspirante à vida superior, se preparando para as Iniciações Menores e depois para as Iniciações Maiores ou Cristãs na Ordem Rosacruz.

Há outra coisa em comum entre os antigos Mistérios e os do nosso tempo. Os poderes reverenciados nesses Mistérios dizem respeito à realidade dos deuses da Natureza. Os Mistérios ensinavam a doutrina da Divina Unidade. A essência de todos os antigos Mistérios girava em torno do conceito de um Ser inacessível, uniforme e eterno. Eram um drama sagrado exibindo alguma lenda significativa das transformações da natureza do Universo visível, na qual se revelava a Divindade. O método da sugestão indireta por meio da alegoria ou símbolo é mais eficaz que a linguagem. O mesmo método Cristo, nosso Mestre e Salvador, usou em Suas pregações populares durante Seu ministério. Os espetáculos dos Mistérios continham sugestões, quando não lições adaptadas para contribuir à elevação do caráter dos espectadores, ensejando-lhes vislumbrar algo do propósito da existência.

Sem dúvida, as cerimônias de Iniciação foram originalmente poucas e simples. Porém, como as grandes verdades da primitiva revelação se dissiparam da memória dos povos e a perversidade estendeu-se sobre a Terra, chegou a ser necessária a discriminação, requerendo-se mais tempo de prova e experiência aos candidatos. Pelo revelado nas grandes obras pictóricas, em especial nas obras Cristãs, os escritores deduziram que os Mistérios não só existem originalmente, como também se mantiveram rodeados de uma essência de pureza.

Antigamente, as cerimônias da Iniciação celebravam-se na quietude da noite, bem no “interno” da Terra ou no centro de uma pirâmide. Inumeráveis cerimônias, algumas aterradoras e outras plenas de inspiração, foram agregadas de tempos em tempos aos símbolos dos conhecimentos originais. No livro Cristianismo Rosacruz de Max Heindel-Fraternidade Rosacruz, conferência n.º 9, lemos: “As investigações baseadas nas imperecíveis imagens encontradas na Memória da Natureza, fixam a data da construção da grande pirâmide de Gizeh em 250.000 anos A.C., aproximadamente, quando era empregada como templo de Iniciação nos Mistérios e era o lugar onde se guardava um grande talismã”.

Encontramos vários Mistérios na Idade Média. Os Trotes do norte da Rússia ensinavam uma fase dos Mistérios do mundo. Os outros eram os Cavaleiros da Távola Redonda do rei Artur, e os Druidas da Irlanda. No norte da Espanha existiu o Mistério do Santo Graal. A lenda de Parsifal faz alusão aos Santos Cavaleiros, moradores do Castelo de Monte Salvat.

Na conferência n.º 17 do livro “Cristianismo Rosacruz” lemos: “Esse Mistério era custodiado por um grupo de santos cavaleiros residentes no Castelo de Monte Salvat e seu grande propósito era proclamar à humanidade, as grandes verdades espirituais em forma inteligível, apresentando por meio de imagens o que o intelecto não poderia compreender diretamente”. Os antigos Mistérios (os da Idade Média) e os de hoje são o trabalho de grandes instrutores que nos guiam em nossa evolução.

Na Fraternidade Rosacruz, o Estudante Rosacruz pode obter uma sabedoria e compreensão incomensuráveis desde que se esforce por viver a vida.

Que possamos ser guiados na busca da perfeição, não por ganância ou vaidade pessoal, mas como trabalhadores na “Vinha do Senhor”, o Cristo, nosso Salvador.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1974-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Importância da Alimentação em nosso Esforço Evolutivo

Grande parcela do contingente da população alimenta-se mal no lar, em alguns casos por ignorância, em outros, por insuficiência de recursos financeiros.

Os fatos acima relatados deixam entrever as perspectivas de que, gradativamente, a proteína vegetal venha a substituir a animal, face ao preço elevado e inconveniências da última.

Os Estudantes Rosacruzes vislumbram, em tudo isso, o trabalho pleno de sabedoria das Forças Superiores, condutoras da nossa evolução, preparando o ser humano para novos estágios de progresso.

A ação regeneradora do Cristo, como Espírito Regente da Terra, vem purificando, de dia para dia, os veículos do Planeta. Conseguintemente, a humanidade tem a oportunidade de prover seus veículos de material cada vez mais refinado. As condições em que vivemos estão se metamorfoseando. Futuramente viveremos em outras condições ambientais, porquanto um novo elemento surgirá.

O orbe terrestre, apesar da imperfeição de seus habitantes, está se eterizando. E os Egos, à medida que renascem, têm o privilégio de construir corpos cada vez mais sutis.

Isso implica na necessidade de transformações e novas adaptações. Nossa dieta insere-se nesse contexto. Ela deve ser mais pura, mais saudável, composta, preferencialmente, de alimentos superabundantes de Éter. Ganham especial destaque, nesse quadro, as frutas e hortaliças frescas.

Nossa alimentação exige um zelo todo especial. O Corpo Denso, por ser nosso veículo mais antigo, alcançou um maior estágio de perfeição do que os outros. Vem sendo aprimorado desde o longínquo Período de Saturno, quando recebemos seu germe através de uma Hierarquia Divina, denominada pelos Rosacruzes de “Senhores da Chama”.

Tornou-se, assim, o mais útil instrumento do Espírito. Mantê-lo em bom estado constitui o dever elementar de todo Estudante Rosacruz.

Razões como essas, alinhavadas acima, justificam a enfatização da dieta vegetariana como a mais adequada à constituição do corpo humano. Todavia alguns Estudantes Rosacruzes cometem o equívoco de, simplesmente, eliminar a carne animal (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins) de sua alimentação, sem proceder, racionalmente, às devidas substituições. Não basta apenas deixar de comer carne animal. É mister fazer uma cuidadosa avaliação da dieta, procurando verificar se ela atende às suas necessidades orgânicas individuais.

Ao Estudante Rosacruz, quando no cumprimento de seu programa evolutivo, cabe dar um sentido integral ao autoconhecimento. Assim, não é suficiente apenas conhecer-se mental, emocional e espiritualmente. Deve estar, também, familiarizado com a sua constituição física, a par de suas carências somáticas, etc.

À luz dessas verdades, nada mais sensato que organizar uma dieta consoante a própria formação, temperamento e tipo de atividade profissional. O Estudante Rosacruz sinceramente interessado no assunto poderá encontrar diversas fontes de informações. O Livro Conceito Rosacruz do Cosmos oferece aos leitores uma tabela de valores alimentícios, elaborada dentro de critérios absolutamente científicos, pela Universidade de Campinas – SP.

Sabemos, perfeitamente, que em cidades grandes muitas pessoas exercem suas atividades profissionais em locais bem distantes de suas residências. Não podem, dessa forma, tomar suas refeições em casa. São obrigadas a almoçar em restaurantes, cujos cardápios contêm pouquíssimos e mal constituídos pratos vegetarianos.

Atualmente há uma relação de restaurantes vegetarianos, instalados em grandes e médias cidades. Quaisquer pesquisas em sites na internet terão como resultado muitos endereços a diversos preços. Prefira esses porque é onde você tem uma maior garantia que não se utiliza recipientes onde foram trabalhados quaisquer tipos de carne, onde os temperos não têm componentes de origem animal e onde as pessoas que preparam o alimento, se também vegetarianos, possuem maior amor na lida com os alimentos, do que as pessoas que tratam das carnes dos nossos irmãos menores falecidos, os animais.

A outra opção, muito em moda, é trazer o alimento de casa, acondicionado em lindas marmitas ou recipientes apropriados.

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz – março/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Piano, as Notas, as Frequências, Escala Musical e correlação com os nossos veículos

O piano não é o resultado do esforço do ser humano para reproduzir os tons do seu próprio eu interior, mas é um produto da percepção do ser humano materializada na música e, consequentemente, é um instrumento puramente terrestre. Portanto, não é apenas um instrumento interessante, mas um instrumento valiosíssimo para aqueles verdadeiros músicos que são capazes de contatar a autêntica música do Mundo celestial, trazê-la à Terra e fazendo com que o ser humano produza um instrumento capaz de reproduzi-la. O piano é o instrumento que preenche quase todo o espectro de frequência, e é um dos únicos.

Ainda que todos os instrumentos mecânicos e o rádio sejam de grande utilidade, nunca substituirão o piano, para aqueles que aprenderam o valor dos acordes correlacionados ao desenvolvimento do Espírito e de todos os seus veículos. O teclado do piano apresenta para o executante suas 88 teclas (52 brancas e 36 pretas), que produzem 124 notas.

As teclas brancas produzem 52 (5+2) dos 124 (1+2+4) tons, e as teclas pretas produzem 72 (7+2) tons.

As notas são essas – e a frequência (em Hertz – Hz) de cada uma delas, considerando o padrão: Lá em 440 Hz:

Nove é o número da humanidade e sete (3+4) é o número dos três (3) poderes espirituais do ser humano (N.R: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano), mais seus quatro (4) veículos – Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente.

Existem cinco (5) linhas na pauta musical e quatro (4) espaços – 5 + 4 = 9 – e temos outra vez o número da humanidade:

Existem sete notas na escala musical: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, que mudam de posição na pauta. Por exemplo, se a escala é Dó natural, o primeiro Dó é encontrado na linha acrescentada abaixo da pauta (isso na clave de Sol):

Se há um sustenido do Dó, ele deve ser indicado junto da nota, ou na armadura, logo depois da clave de Sol, no espaço entre a terceira e quarta linhas da pauta. Isto nos indicará que estamos no tom de Ré Maior (escala com dois sustenidos: Fá # e Dó #):

Se há um bemol – por exemplo: Sib – ele deve ser indicado logo depois da armadura da clave de Sol, na terceira linha da pauta. E teremos, então, o tom de Fá Maior, sendo que a nota Fá será escrita no primeiro espaço da pauta (entre a primeira e segunda linhas):

A nota-chave de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior) que tem cinco bemóis, a saber: Sol bemol, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Touro é Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior), que tem 3 bemóis, a saber: Lá bemol, Si bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior), que tem 6 sustenidos, a saber: Lá sustenido, Dó sustenido, Ré sustenido, Mi sustenido, Fá sustenido e Sol sustenido.

A nota-chave de Câncer é Lá sustenido Maior, que tem 4 bemóis, a saber, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Leão é Si sustenido Maior, que tem 2 bemóis, a saber, Si bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Virgem é Dó natural Maior e não tem sustenido ou bemol.

A nota-chave de Libra é Ré Maior, e tem 2 sustenidos, ou seja, Fá sustenido, Dó sustenido.

A nota-chave de Escorpião é Mi Maior e tem 4 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido e Ré sustenido.

A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e tem 1 bemol, a saber, Si bemol.

A nota-chave de Capricórnio é Sol Maior e tem 1 sustenido, a saber, Fá sustenido.

A nota-chave de Aquário é Lá Maior e tem 3 sustenidos, Fá sustenido, Dó sustenido e Sol sustenido.

A nota-chave de Peixes é Si Maior, e tem 5 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido, Ré sustenido, Lá sustenido (Mi e Si são as únicas não sustenidos).

 (trecho do Livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução, digitalmente publicado pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder da Cura e a Luz Interior

Podemos ajudar muito as pessoas ao lembrá-las e fazê-las sentir que a Luz Interior é o mais poderoso remédio que temos ao nosso dispor. Estaríamos ajudando todos aqueles que estão viciados e saturados de remédios para cura de males reais e imaginários, assim como aqueles que se valem somente de remédios como suplementos nutritivos e fortificantes, ao primeiro sinal de alguma debilidade física.

A Luz Interior é a essência da natureza divina que é nossa herança, graças ao fato de que somos faíscas divinas do Deus Solar, destinadas a tornarmo-nos perfeitos, como Ele. Cada um de nós a possui e é nosso dever fazê-la brilhar cada vez mais, à medida que evoluímos. Quanto mais perto estivermos da nossa meta, mais a Luz Interna brilhará. Quanto mais brilhante ela estiver, mais próximos da perfeição estaremos; quanto mais perto da perfeição estivermos, mais perto estaremos da saúde perfeita.

A saúde perfeita depende do grau de obediência às leis naturais e a Luz Interior brilhará de acordo com esse grau de obediência. A mais sublime lei natural é a Lei do Amor. Se obedecermos a essa lei, implicitamente gozaremos da saúde perfeita. Isso tudo pode parecer simples, mas o Aspirante à vida superior, o Estudante Rosacruz, sabe o quanto é difícil darmo-nos de todo o coração, na personificação da Lei que nos foi dada por Jesus Cristo.

Os veículos de Jesus, assumidos pelo Espírito de Cristo, eram os mais perfeitos disponíveis na humanidade. É inconcebível que Cristo-Jesus tenha sucumbido a males e comoções às quais estamos submetidos. É inconcebível que Ele tenha recorrido a remédios ou cura. Pelo contrário, Ele era a cura personificada.

Para que a figura tão sublime como a de Cristo habite em qualquer tipo de Corpo Denso é necessário que esse Corpo esteja totalmente livre das imperfeições que caracterizam os Corpos da maioria da humanidade. Jesus pode fornecer o instrumento perfeito a Cristo porque viveu suas muitas vidas terrenas anteriores de maneira pura e sem egoísmo. Ele, obviamente, praticou a Lei do Amor muito antes de transmiti-la a humanidade e, ao fazê-lo permitiu que sua Luz Interior brilhasse com mais intensidade. Ele estava completamente livre da doença e da imperfeição humana e, portanto, pode fornecer ao Cristo os instrumentos puros para o Santo Ministério.

Esta é a condição a qual todos nós, seriamente, devíamos ficar atentos e nela trabalhar. Cada um de nós, antes de abandonar o corpo físico pela última vez, deveria ter desenvolvido seu Corpos Denso e seu Corpo Vital a tal grau de relativa perfeição, que um Ser de proporções cosmicamente esplêndidas como Cristo poderia utilizá-los, se necessário.

Isso quer dizer, em consequência, que deveríamos ter perfeita saúde no que diz respeito ao Mundo Físico. A saúde perfeita não será conseguida por meio de remédios, nos consultórios médicos com o auxílio de fortificantes. A saúde perfeita depende de como pensamos e agimos, não só do que tomamos como remédio.

Quando levamos em consideração o grau de perfeição alcançado por Jesus, na formação de seus dois veículos inferiores – Corpo Denso e Corpo Vital –, podemos ver aí o quanto ainda temos que evoluir. Todo pensamento ou ação egoísta, todo ato de submissão ao desejo imoderado, todo ouvido surdo ao grito de um irmão ou irmã em desgraça, coloca-nos longe dessa meta. Muitas pessoas, hoje em dia, não conseguem ver uma correlação entre o egocentrismo e a doença; essa correlação, porém, é muito real e verdadeira.

A Luz Interior brilha com seu maior esplendor quando nos tornamos abnegados. Abnegação implica em renúncia e sacrifício, assim como assumir a responsabilidade de ajudar e de prestar serviço em todas as ocasiões necessárias.

É possível alcançar um bom grau de abnegação para com todos mesmo quando não nos liga o amor, isto é, podemos agir com abnegação de acordo com a nossa consciência, porque sabemos que é a maneira certa de agir e não só porque amamos quem está ao nosso lado. Muitas vezes agimos abnegadamente, porque não queremos sentir as dores da consciência ou porque não queremos passar por egoístas durante o Exercício noturno da Retrospecção; agimos, portanto, para nos livrarmos do remorso e dos problemas. Essa atitude pode, de certo modo, ser uma evolução do tipo de egoísmo que existia antes, mas, ainda, não é o auge do desenvolvimento que almejamos.

Somente quando servimos continuamente e alegremente, porque estamos imbuídos do amor impessoal de Cristo, é que alcançaremos a perfeição do desenvolvimento humano, no Mundo Físico. A realização dessa condição exige uma dedicação intensa, autodisciplina e persistência que são percebidas muito vagamente ainda, quando o Aspirante à vida superior inicia o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

A saúde do Aspirante à vida superior está propensa a mudanças, à medida que ele intensifica sua indagação espiritual. Da mesma forma, à medida que ele não se entrega mais a desejos inferiores e não necessita de alimentação pesadas, seus veículos, aos poucos vão se sensibilizando. Uma pessoa ainda não acostumada a tão alto grau de sensibilidade poderá de início ter dificuldades em adaptar-se e até a atribuir essas dificuldades a “nervos”.

É aqui que o desenvolvimento do equilíbrio adquire particular importância. À medida que o Aspirante à vida superior vai conseguindo dominar e alcançar o “pensamento certo e a ação certa” ele poderá começar a usar seus veículos que vão se tornando altamente sensibilizados e, portanto, mais espirituais, para fins mais nobres, não só para sua própria evolução, mas, também no desenvolvimento do serviço para com os outros irmãos e as outras irmãs.

Equilíbrio, em sua essência, é um produto de adesão a Lei do Amor. A prática ativa e constante dessa suprema Lei Natural desenvolve, dentro de nós, o Ego, um sentimento de calma, satisfação e realização que não pode ser encontrada de nenhuma outra maneira. Quando isso acontece os benefícios para a nossa saúde são enormes. A harmonia do nosso estado mental e emocional se reflete no nosso estado físico; todas as partes e órgãos do nosso Corpo Denso trabalham correta e harmoniosamente e não existe nem a doença, nem a enfermidade. A Luz Interior, brilhando intensamente, apagou todo o conflito interior!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1982 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pense Positivamente e Goze Boa Saúde

A saúde física e psíquica depende mais de uma atitude positiva em relação à vida do que de medicamentos e consultas médicas. Aliás, grande parte das drogas e remédios produzidos pelos laboratórios provocam efeitos colaterais e reduzem a resistência do organismo.

Já foi provada a existência de uma relação definida entre os pensamentos do ser humano e as condições de seu corpo. Sabe-se que crianças têm sido envenenadas pelo leite sorvido ao seio de mulheres enraivecidas. Pessoas tensionadas sofrem perdas de apetite. Outras padecem de problemas gástricos. São muitos os efeitos de estados mentais discordantes, mormente nessa época de crises e perturbações sociais.

Mas aí, justamente aí, torna-se necessária uma atitude positiva em relação à vida.

E, logicamente, à ideia de “vida” cabe um papel importante nesse contexto. Enquanto o ser humano não a compreender como um processo cósmico, universal, não se tornar uno com ela e não a expressar dessa forma, continuará a infringir as leis dela. A consequência natural é a doença e a enfermidade.

As pessoas sofrem males físicos e psíquicos porque alimentam concepções limitadas de vida. Pouca gente admite ser isso uma falta grave. É um pecado na verdadeira acepção da palavra. Exprimir ideias que se tornem manifestas como fraqueza e doença não é sinal de virtude. Agir dessa forma é prejudicar-se a si mesmo e aos outros também.
A vida é um princípio universal, onipresente. Isto é vida de acordo com a Ideia Divina. E a vida assim expressa sempre se manifesta como vigor e abundância.

Enquanto o ser humano não se conscientizar de sua origem divina, de que é parte integrante da vida universal, lhe será impossível desfrutar uma existência plena. Os fantasmas da pobreza, da doença, da morte e da solidão continuarão a povoar seus pensamentos. E como os pensamentos são coisas, acabarão por manifestar-se no cotidiano dele.

A saúde pode ser restabelecida e conservada pela atitude mental correta. Para sabermos se o nosso pensamento é correto, positivo, basta submetê-lo ao crivo representado por estas três perguntas: “É belo? É bom? É verdadeiro?”.
As causas das doenças e enfermidades são muito mais sutis do que possamos imaginar. Tanto isso é verdade, que qualquer doença se manifesta primeiramente no Corpo Vital para depois aparecer no Corpo Denso.

O estado de sanidade revela uma equilibrada disposição interior. Isso é que permite a um ser humano conservar-se tranquilo em todas as ocasiões, guiando-se pelo bom senso em cada decisão tomada. Ninguém poderá ser perturbado mental, emocional ou fisicamente se os seus pensamentos forem positivamente direcionados.

Um pensamento positivo em relação à vida compreende também atitudes concretas. E um dos primeiros requisitos é respeitar a vida em todas as suas manifestações. Essa forma de amor universal implica em proteção aos animais, cuidado com as plantas e busca da paz entre os humanos. Todos os seres vivos têm o direito de evoluir. O ser humano não deve se considerar senhor da criação, mas apenas um dos canais através do qual a vida universal se expressa. Tal pensamento conduz a uma perfeita saúde.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1983 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Criança Prodigiosa

Tão estranha e interessante como possa parecer, existe uma força mística que é capaz de mudar a tua, as nossas vidas, tão profunda, radical e perfeitamente que, terminando o processo, teus amigos e, mesmo tu, não te conhecerás mais. Tu te perguntarás a ti mesmo: “Será que sou eu aquela mulher ou aquele homem que andou sob meu nome há seis meses ou há seis anos atrás? Será que fui eu aquela pessoa?”

A verdade é que, num certo sentido, és ainda aquela mesma pessoa, porém, noutro sentido, és alguém bem diferente. Essa força mística, absolutamente real, poderá elevar-te ainda hoje, agora, já, neste justo momento, do meio da tua desgraça, da tua angústia, da tua aflição, de toda a tua miséria, e, então, como diz São Paulo, poderás resolver os teus problemas, aplainar as tuas dificuldades, livrar-te das tuas complicações e colocar-te, com segurança, firme e feliz, no caminho da liberdade e das oportunidades de melhoramento.

Essa força mística pode levantar-te do leito da doença, pode curar-te, fortificar-te e tornar-te apto para caminhar livremente no mundo e transformar a tua vida assim como desejarias que ela fosse. Essa força poderá abrir as portas dos presídios e libertar os presidiários, possuindo um bálsamo mágico e curador, será capaz de curar qualquer coração quebrantado. Essa força mística poderá ensinar-te tudo o que devias saber, se fores suscetível e quiseres ser ensinado. Ela poderá inspirar tuas ideias e teus pensamentos e tornar a tua obra realmente original. Ela poderá dar-te uma sabedoria nova e maravilhosa, de toda espécie, se procurares realmente tal sabedoria e tais conhecimentos que nenhuma escola poderá ensinar-te e que não acharás em livro algum. Ela poderá fazer o que para ti, será o mais importante no estado atual de tua evolução.

Ela achará e te colocará em teu verdadeiro lugar na vida. Ela procurará para ti teus verdadeiros amigos, as mesmas almas que estiverem interessadas nas mesmas ideias e se esforçam para fazer o mesmo que tu fazes. Ela poderá construir teu lar ideal e verdadeiro, trazer aquela abastança que significa a liberdade de ser e de fazer o que tua alma aspira.

Essa força incomum é absolutamente real, não é uma imaginação abstrata, mas de fato, o objeto mais prático que existe. A existência dessa força é hoje em dia conhecida por milhares de pessoas em todo o mundo, e certas almas iluminadas já a conheciam há milhares de anos.

Na verdade, essa força não é nada mais senão a primeira força da existência, e o descobrimento dessa força é um direito primordial divino de todos os seres humanos. É também o teu direito e privilégio entrar em relação com essa força e permitir que Ela atue através do teu corpo, do teu espírito, das tuas propriedades, para que, no meio das dificuldades e das restrições não necessites mais rastejar no chão de tua própria ignorância, mas elevar-te, com asas de águia, para as alturas da liberdade e da alegria.

Porém, muitos poderão perguntar, onde e como se poderá entrar em contato com essa força mística, onde poderemos achá-la, como poderá ser transmutada em fatos? A resposta é bem simples. Essa força tu acharás em tua própria consciência, no último, no mais íntimo lugar, em que a maioria das pessoas não a procura. No meio de tua própria mentalidade jaz uma fonte inesgotável, mais forte e de maior força explosiva do que toda eletricidade. Para atuar em todos os teus assuntos, para conseguir os resultados mencionados, nada mais é necessário do que entrar em contato com essa força. O verdadeiro sentido da Bíblia é este: “O Reino de Deus está dentro de vós, procurai primeiro o Reino de Deus e tudo o mais recebereis por acréscimo”. Essa interna força, essa luz interna ou essa ideia espiritual, é denominada na Bíblia, de “a Criança” e através dela em toda santa Escritura, a expressão “Criança” tem sempre o mesmo sentido simbólico. Os símbolos da Bíblia têm a sua própria e bela lógica. A Bíblia simboliza a alma como mulher e, assim, a ideia espiritual nascida da alma, simboliza sempre a Criança. Assim, com a descoberta consciente de que essa força reside dentro de ti se a puseres em atividade conscientemente, nascerá em teu Íntimo a Criança. A razão desse símbolo é facilmente reconhecível no fato de pequeno ser, que deverá nascer em tua consciência, ser tão fraco e desamparado como realmente uma criança recém-nascida. Porém, dia a dia, ela crescerá, tornando-se mais forte, e, com o tempo, já não necessitará mais da ajuda e dos seus cuidados da mãe. Pelo contrário, ao se tornar adulto a situação se modificará, e será ele então, quem doravante cuidará de sua mãe, pagando assim suas dívidas e seus cuidados. Da mesma forma, ao entrares em contato com essa força mística, tuas aptidões, no início, serão fracas e desajeitadas, contudo, desenvolver-se-ão, devagar, mas firmemente, até que um dia chegarás a entregar a essa força, a tua vida, inteira.

A história da vida de Jesus, a principal figura do Novo Testamento, simboliza plenamente essa verdade. Está escrito que Ele nasceu de uma virgem, numa manjedoura miserável, e sabemos que Ele cresceu e tornou-se o Salvador do mundo. No simbolismo da Bíblia, a alma virgem significa aquela alma que está voltada só para Deus, e, nesse estado de alma, será possível nascer a ideia espiritual da criança. Se chegarmos até esse estado, seja através do sofrimento ou da sabedoria, então estaremos preparados, aconteça o que acontecer, a deixar que Deus resolva todos os nossos problemas.

O menino Jesus nasce numa estrebaria quando todo o mundo esperava que Ele nascesse num palácio. Isso significa profundamente que quando essa santa Criança nascer em nossa própria alma, nós, com a consciência de nossa própria dignidade, sentiremos bem claro e pesarosamente, que Ele, o Cristo, nasceu mais uma vez numa estrebaria. Aqui temos a inspirada indicação de que esse fato não poderá impedir que Ele, o Cristo Interno, a Criança, se torne, com o seu crescimento, o Salvador de nossa própria individualidade.

Direta e indiretamente, a Bíblia nos conta muito a respeito do nascimento e crescimento dessa Criança e o que isso significa para nós. Um enunciado importante contém o livro de Isaias, cap. 9, versículos 2, 6 e 7, e vale a pena tomá-lo em consideração. Isaias diz: “Este povo que andava em trevas, viu uma grande Luz, aos que habitavam a região da sombra da morte, nasceu-lhes o dia”.  Essa predição maravilhosa acontece quando a ideia espiritual da Criança tiver nascido em nossa alma. Andar na escuridão moral e fisicamente, habitando o país da sombra e da morte, a morte da alegria e da esperança, e muitas vezes até, do respeito de si mesmo descreve muito bem o estado de muitos homens, antes que a Luz brilhe em suas vidas tristes e dolorosas. E o profeta fala entusiasmado e com palavras de louvor, expondo a salvação que essa força mística cria. “Porquanto já um pequenino se acha nascido para nós, e um filho nos foi dado, e foi posto o principado sobre o seu ombro, e o nome com que se apelidado será, ADMIRÁVEL CONSELHEIRO, DEUS FORTE, PAI DO FUTURO SÉCULO, PRÍNCIPE DA PAZ.” Essa interpretação domina com simplicidade e precisão a semente do assunto inteiro, isto é, que o domínio e o governo foram postos sobre os Seus ombros. A compreensão desse predicado confirma o próprio fato e dispensa comentários. Ela significa que, se conseguiste realmente entrar em contato com essa força mística e se lhe permitiste que tomasse conta de tuas responsabilidades, então ela dirigirá os teus assuntos, por mais insignificantes que sejam, sem qualquer engano ou dificuldade. A direção de tua vida deveria descansar nos Seus ombros! Se estás cansado, se te sentes fraco, doente, deprimido, é, porque tentaste carregar a carga sozinho. E a carga era pesada demais e tu te dobraste sob o seu peso. Mas, assim que entregares a direção de teus problemas, a tua carga de preocupação em ganhar teu pão, curar teu corpo ou apagar as tuas faltas a Ele, ao Cristo Interno, à Criança que jamais se cansa, Ele, o Onipotente, o Onisciente, o Auxiliar de todos os seres, encarregar-se-á, com alegria, da tua carga e de todos os teus problemas. E as tuas preocupações acabam quando ainda nem começaram.

O profeta vai além, e fala dos nomes dessa CRIANÇA. Se conhecermos alguma coisa da simbologia da Bíblia, percebamos que agora aprendemos algo fundamental, porque o nome de qualquer coisa na Bíblia significa o caráter e a natureza do objeto, e, assim, reconhecemos que o nome não significa somente uma denominação arbitrária, mas, na realidade, é o hieróglifo da alma. O profeta deu a essa Criança nada menos do que cinco nomes ou características. Vamos examiná-los um instante, e ver o que eles significam.

Em primeiro plano, diz Isaias que o nome dessa Criança é prodigiosa, e, de fato essa é a primeira e extraordinária denominação. A Criança é uma criança prodigiosa. A palavra prodigiosa, como é empregada aqui, necessita uma interpretação cuidadosa. Como é empregada na Bíblia, significa simples e claramente que é um Prodígio, um Milagre, precisamente isso e nada mais, e temos de levar em consideração que a Bíblia, da primeira à última página, ensina só milagres, e ocorrem mesmo. Assim, ela nos dá tantos pormenores como também descrições detalhadas de casos especiais. Muitas vezes ela repete que milagres ocorrem sempre, principalmente quando achamos isso possível e estamos com vontade de reconhecer e invocar o poder de Deus.

Nas últimas gerações foram feitas muitas tentativas para corrigir a Bíblia e destruir a crença dos milagres. Foram feitas muitas tentativas para provar que a Bíblia podia ser verdadeira e útil, contudo, quanto aos milagres, estaria enganada. Em outras palavras: a Bíblia seria uma coleção misteriosa que contém tanto a verdade como também a mentira. Um crítico afirmou aberta e categoricamente: “Não há milagres”. E assim encerrou o assunto.

A resposta acertada é a seguinte: Se não existissem milagres, então a Bíblia seria do princípio ao fim uma absurda mistura sem sentido, não seria nada mais do que mera fábula. Contudo acontecem milagres, e, como Galileu terminou sua revogação com as palavras, referindo-se à rotação da Terra: “e, contudo, ela se move”, assim também podemos dizer, em relação aos milagres, “quando todas as revogações estiverem suplantadas, de qualquer maneira, ocorrem milagres”.

A primeira característica que Isaias confere a essa criança, é dizer que ela é uma criança prodigiosa, isso é, milagrosa, que pode fazer milagres. Isso significa para ti que, logo que essa criança prodigiosa nascer em tua consciência, começam a ocorrer milagres em tua vida, milagres positivos. Medita: Isso não quer dizer que te submetas às circunstâncias atuais ou que possas enfrentar as mesmas dificuldades com maior coragem e melhor compreensão. Não. Isso se refere só ao milagre. Significa que a criança prodigiosa não atua em tua vida num sentido simbólico, ou mutável, mas certo e verdadeiro, num sentido mais compreensível, efetuando milagres. Essa criança realizará tais coisas independentemente das tuas atuais circunstâncias, sem nenhuma restrição.

O ponto principal é que a criança prodigiosa será capaz de elevar-te das tuas dificuldades, pondo-te em outras circunstâncias. A criança prodigiosa é de fato uma criança prodigiosa,

Vamos contemplar o segundo ponto que o profeta atribui a essa criança. Ele a denomina CONSELHEIRO, e sabemos que Conselheiro é alguém que dá conselhos e pode dirigir a tua conduta. Logo que a criança nascer em teu íntimo, será teu Conselheiro, que nunca falhará e te guiará sempre. Se fores indeciso e não souberes se deves dar um passo importante, aceitar ou rejeitar uma oferta, assinar um documento decisivo, aceitar uma sociedade, abandonar tua posição fazer uma viagem de importância ou preferir ficar em casa. Se podes confiar em alguém, dizer algo, ou se será melhor calar-te, a criança prodigiosa te aconselhará sempre, e podes ter certeza absoluta de que ela nunca se enganará.

No terceiro ponto, o profeta nos revela quem é em realidade essa criança prodigiosa. Ninguém mais senão Deus, o Deus Onipotente, e Isaías nos recorda que esta força mística que transforma e reorganiza, é Deus sempre presente no íntimo de cada ser, e sempre prestativo, principalmente se aceitaste e compreendeste esta grande ideia espiritual. E, por ser Deus, a atividade desta criança é independente de todas as circunstâncias externas.

O quarto nome que o profeta atribui a esta criança é PAI ETERNO. Este ponto assinala nosso parentesco com Deus em termos inequívocos. Também Jesus indicou claramente que Deus é nosso Pai, não só nosso Criador, e nós, como filhos de um Pai bom, podemos esperar que Ele nos abasteça com tudo de que o corpo e a alma necessitam. Porém, cada um tem que reconhecer, por si mesmo, em sua própria consciência, esta realidade, e, como a nossa demonstração é simplesmente a medida de nosso conhecimento, é da nossa compreensão, que esta realidade divina, vem a ser o fruto de nossa própria alma e pode ser misticamente denominado de “nossa criança”.

Enfim, no quinto ponto, a criança é denominada pelo profeta PRÍNCIPE DA PAZ. Experimente meditar o que significa esta denominação na prática. Nada menos do que ser esta criança prodigiosa, a ideia espiritual nascida na tua alma, o PRÍNCIPE DA PAZ. Medita: que significaria para ti a paz de alma perfeita se tu a tivesses já conseguido? Se a tua alma tivesse de fato encontrado a paz, será que poderias admitir que teu corpo haveria de ser vulnerável à doença? Pressupondo que tivéssemos a verdadeira paz na alma, como seria fácil ocuparmos no mundo o nosso verdadeiro lugar! Que não haveria de significar para nós a riqueza, a felicidade, o contentamento? Com quanta facilidade poderias concluir a tua obra? Trabalhos que talvez nunca tenhas feito em tua vida, poderias realizá-los pela metade do tempo usual. Deves ficar bem certo é de que, se conseguires a perfeita paz da alma, então será possível, a esta força mística, a esta criança prodigiosa ensinar-te coisas que aqui na terra ninguém esperava ter capacidade de fazer, porém, ela só te ensinará se tu assim o desejares, e estiveres disposto a fazer tais coisas. Assim, a verdadeira natureza desta criança prodigiosa é dar-te a paz da alma, e por isto denominada de PRÍNCIPE DA PAZ.

Isaias vai além disso e diz: uma vez começado o caminho, não há mais fim, e subimos às alturas mais elevadas no nosso estado de consciência até o dia esperado. O seu império se estenderá cada vez mais, e a paz não terá fim, assentar-se-ia sobre o trono de Davi, e sobre o seu reino, para o firmar e fortalecer em juízo e justiça, desde então e para sempre. “O trono de Davi” significa Jerusalém, a qual é JERUSALÉM, a cidade da paz, daquela paz da qual falamos, e Jerusalém significa simbolicamente, a consciência despertada. De fato, o progresso e o crescimento desse governo, dessa condição, não terão fim e, devido à possibilidade de as almas mais fracas, os ímpios, os desanimados e os medrosos, acharem impossível acreditar que tão boa mensagem possa ser verdadeira, reúne o profeta todo o assunto numa afirmação definitiva: “O zelo do Senhor dos exércitos fará isso”.

Essa explanação deverá remover todo o sentimento de responsabilidade pessoal, porque, teremos então percebido, através dela, que a semente está precisamente escondida nesta afirmativa: “O governo e a direção deviam descansar nos Seus ombros”, nos ombros de Deus, da Criança prodigiosa, que é o Cristo Interno, na Filosofia Rosacruz.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)

(*) Pintura: Detalhe de Ensinamentos no Templo-Boy Jesus in the Temple-Heinrich Hofmman (1881)

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