Arquivo de categoria Relação do Ser Humano com outros Seres

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que ocorre no Equinócio de Março com o Cristo

Estudamos no seu livreto “A Interpretação Mística da Páscoa” de Max Heindel, que quando Cristo foi crucificado no Gólgota, Seu grande sacrifício pela Humanidade somente tinha começado: “Todos os anos, desde esse tempo, quando o Sol passa do Signo zodiacal de Virgem para o de Libra, o Espírito de Cristo, retornando à nossa Terra, toca a sua atmosfera. Ele começa a sua jornada de descida em torno de 21 de junho (varia entre 20 e 21 de junho, dependendo do ano), no Solstício de Junho, quando o Sol entra no Signo de Câncer. Ele chega ao centro da nossa Terra à meia-noite de 24 de dezembro. Aí Ele fica por três dias e, depois, começa a voltar. Esta volta completa-se Equinócio de Março (varia entre 20 e 21 de março, dependendo do ano). Desse Equinócio até o Solstício de Junho Ele está passando pelos Mundos espirituais e chega ao Mundo do Espírito Divino, o Trono do Pai, a 21 de junho (ou 20, dependendo do ano). Durante julho e agosto, quando o Sol está em Câncer e Leão, Ele reconstrói o seu veículo Espírito de Vida, que Ele trará ao mundo, novamente, e, com esse veículo, Ele voltará a rejuvenescer a Terra e os reinos de vida que nela evolucionam. Do Natal até a Páscoa Ele se dá a Si mesmo sem limitações nem medida, imbuindo com vida, não apenas as sementes adormecidas, mas todas as coisas sobre e dentro da Terra.”.

Numa manhã de uma quarta-feira, 21 de março, então Equinócio de Março, o Grande Espírito Solar Cristo se elevou da Terra. Se o Estudante Rosacruz atingiu a um grau de desenvolvimento no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz é possível assistir a esse evento anual no Mundo do Desejo.

E junto a isso pode se ver uma quantidade de Seres Exaltados e de Liberados (seres humanos com todas as Iniciações Maiores e/ou a última a do Libertador). Continuando, e ver os Arcanjos, os Anjos e, em seguida, os Iniciados com Iniciações Menores e algumas Iniciações Maiores. Todos estarão rodeados por grandes e lindas auras de cores delicadas, de uma luz branca deslumbrante e de outra luz dourada que é impossível descrevê-las.

É possível ouvir a música das esferas e o canto dos Anjos. O mundo inteiro parece como uma grande esfera de luz branca e, quando Cristo sai da Terra, os seres que iam em procissão, em Sua direção, formaram um quadrado, com Ele no centro.

Os seres radiantes formam, ao redor do Cristo, cinco grandes quadrados de vários tamanhos, que parecem ser uma forte e poderosa guarda pessoal de grandes Seres em seus elevados veículos.

É possível observar o Cristo sair da Terra até se perder de vista.

Devemos lembrar que Ele (ainda que somente um raio do Cristo Cósmico) ficou confinado na Terra por seis meses e sentiu as tristezas, os pecados e sofrimentos de toda a vida durante esse período. A aura de Cristo iluminou toda a Terra.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Reflexões Antes da Despedida

Não importa que saibamos ser a morte uma benção e libertação, nem o quão preparados estamos, para nos alegrar pelo fato de aquele que se foi estar livre dos grilhões do Corpo Denso; isso tudo geralmente não ajuda, porém pode ser um recurso para nós quando uma pessoa querida passa para o além.

Sabemos que nosso amigo ou nossa amiga está bem e ficamos contentes com isso, mesmo que não possamos ajudá-lo ou ajudá-la e sentimos saudades dele ou dela. Deparamo-nos ouvindo os seus passos na escada ou a sua voz na porta e, como isso não se confirma, inevitável será que a nossa natureza egoísta vá se erguer até o ponto em que nos encontramos lutando contra a solidão. A menos que nos encontremos entre aqueles afortunados, os quais são relativamente poucos, que podem ver e se comunicar com os Egos do outro lado. Muitos de nós somos ainda humanos o suficiente para sentir saudade em certas circunstâncias, mesmo quando olhamos a morte de um ente querido com o positivismo implícito nos Ensinamentos Rosacruzes dados pelos Irmãos Maiores.

Poderá ser ligeiramente mais fácil suportar essa solidão e até desviá-la para canais construtivos, se pudermos assegurar que, durante o seu tempo de vida terrena, lhe prestamos o máximo de serviço possível, e que apreciamos suas boas qualidades, e demonstramos nossa gratidão pelo privilégio de tê-lo conhecido tão bem. Geralmente nos tornamos conscientes dessas ponderações somente após o desaparecimento da pessoa.

Quão maravilhoso e benéfico seria se chegássemos a essas considerações cotidianamente, enquanto essa pessoa está ainda fisicamente conosco. Serviço e amabilidade para com a pessoa amada é, sem dúvida, uma fonte de alegria, particularmente se pudermos sentir o seu aproveitamento e a forma pela qual ela se beneficia com isso.

Pelo simples motivo de estarem nossos amados próximos de nós, eles são obrigados, muitas vezes, a suportar o impacto de nossos erros, em forma de impaciência, cólera ou aborrecimento, erros esses que na maioria das vezes evitamos na presença de outras pessoas, não tão chegadas a nós.

De fato, nossos entes queridos são geralmente aqueles que assistem às nossas piores facetas, isso porque somos mais propensos a desabafos em sua presença, enquanto reservamos o nosso controle para contatos com novas amizades ou para com os estranhos. Triste, porém, que exatamente aquelas pessoas que nós tanto amamos não possam usufruir das nossas melhores qualidades, de forma que, vivendo conosco, possam sentir a mesma felicidade que nós por viver com elas.

Sejamos animados e positivos na presença delas, pensemos duas vezes antes de afligi-las com nossos problemas, e, o mais importante, devemos estar alertas para com os serviços que pudermos lhes render, desde as mais bem refletidas palavrinhas de otimismo e bondade, até, quiçá, as mais oportunas e proveitosas ações de ajuda.

A apreciação das boas qualidades dos nossos entes queridos, e da divina essência oculta, é também quase sempre negligenciada em nossa vida dia a dia. Frequentemente, em virtude da sua aproximação, suas imperfeições nos aborrecem, e podem tomar proporções exageradas em nossas mentes, no entanto permanecemos inconscientes a esse fato, e mesmo insensíveis às suas notáveis qualidades.

Concentremo-nos em suas características positivas enquanto eles estiverem conosco, elogiando-os e engrandecendo-os sempre que pudermos, alegrando-os com isso, para adquirirmos a certeza de, sempre que possível, podermos ajudar um amigo a vencer suas falhas. Façamos isso, porém sempre de forma construtiva.

Poderemos nos esfomear para dar-lhe um pouco da nossa energia, criticando-o positivamente (quando necessário se torna), certamente sem aborrecê-lo, nem o repreender, e ajudá-lo a dominar o mal dentro dele, tornando-o consciente do seu poder, de sua inata bondade e natureza divina.

Um dos pontos mais importantes a ser convenientemente examinado na retrospecção noturna, é a nossa conduta e os nossos sentimentos para com esses nossos entes queridos. Teríamos nós negligenciado de dizer-lhes ou fazer-lhes alguma coisa que poderia tê-los ajudado? Ao estarem ao nosso redor, chegamos a nos impacientar ou a nos aborrecer a ponto de deixá-los inconformados ou infelizes? Apreciamos e nos alegramos com sua presença e suas boas qualidades, ou os temos considerados simplesmente como amigos certos?

Essas considerações ponderadas à noite e praticadas durante o dia seguinte, alargarão as nossas relações com nossos amados neste plano, e farão com que possamos suportar mais facilmente a sua eventual partida física.

Finalmente, e quem sabe, o mais importante de tudo, é nunca esquecermos de nos mostrar agradecidos por termos junto de nós os nossos amigos.

O mero fato de amá-los é um privilégio, a sua presença ou aproximação é outra benção, que temos a tendência de não a considerar devidamente. Agradecer a Deus diariamente por essas benções, não é somente a maneira de demonstrar a nossa gratidão, mas, também, o meio de aumentá-la. Por isso, certo é que se agradecermos genuinamente uma benção, maior será o benefício que dela virá.

Evidentemente, melhor seria que nossos agradecimentos por conhecer nossos estimados, fossem manifestados diariamente, quando eles estiverem conosco, do que quando são exclusivamente reservados para a ocasião da saudade ou talvez do arrependimento após a morte deles.

Se tomarmos consciência dessas coisas, e se vivermos a vida com nossos amados, tão intensamente produtiva e positiva quanto nos seja possível, sempre dentro de um trabalho orientado por alegria e consciente gratidão, nos beneficiaremos largamente com as nossas experiências com eles, da mesma forma que eles com as experiências deles conosco.

Quando chegar o momento da passagem de um deles, então estaremos aptos a acalmar nossa solidão, não somente por alegrar-nos com ele, mas também pela honestidade, humildade e agradecimento, podendo então dizer: “devo ser uma boa pessoa pelo fato de tê-lo conhecido”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP de novembro/1969)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Segredos para uma Educação Feliz

A educação nunca foi tão universal e tão popular como em nossos dias. É a época áurea do conhecimento. Parece que a aquisição de bens intelectuais, acumulados durante anos e anos, tem sido revelada na atual geração. Como uma necessidade econômica e cultural, a educação é universalmente reconhecida. Cada um de nós, para conquistar um ideal, precisa abeberar-se na fonte do conhecimento e chegar até a formar peregrinações aos patronos da educação.

Conquistar é adquirir. O sábio fala que bem-aventurado é o indivíduo que adquire o conhecimento. Bem-aventurado, porque conquista um ideal, um conhecimento, uma sabedoria, algo mais valioso que os rubis; “e tudo o que pode desejar não se compara a ela”, continua o sábio.

E toda criança e todo jovem aspira por um ideal. Todos lutam pela sublimidade. Qual a pessoa que não tem um ideal a alcançar?

Há tempos travei uma conversa com dois jovens estudantes. Jovens de bela aparência e de grande inteligência, filhos de excelentes famílias. Nossa conversa enveredou-se para o fator da conquista dos seus estudos. Um estudava para ser médico, o outro desejava ser odontologista. Profissões nobres e liberais.

O que estudava medicina disse que se sentiria feliz quando chegasse ao término de seus estudos e poder ser chamado médico. “Aprecio, imensamente, a arte de curar. Meu anelo é ser um bom médico.”.

O estudante de odontologia, aspirando ser, no futuro, o maior dentista, declarou satisfeito: “O dia em que eu receber meu diploma, serei o homem mais feliz da Terra. Abracei esta carreira e dela faço o meu ideal”.

Quão bela é a luta pelo ideal, porém mais bela é a conquista! Como esses dois jovens, assim são muitos outros. E agora surge a pergunta: Estamos ajudando os meninos e as meninas na luta pelo ideal? Estamos guiando nossos filhos na conquista de um ideal, que os enobreça e que os faça felizes?

O mundo se orgulha com a grande Via-Láctea de guias educacionais que possui, mas são eles, verdadeiramente, os agentes que Deus determinou para ajudarem nossos filhos na conquista do ideal? Aquele que coopera com o propósito divino…, e ao lhe moldar o caráter em harmonia com o Seu (Deus), realiza uma elevada e nobre obra.

Se há algo de belo é o ideal pelo que é nobre, sério, edificante e elevado. É lindo ver-se um jovem batalhando pelo ideal.

Três operários preparavam pedras para a construção de um grande templo.

Aproximei-me do primeiro e perguntei-lhe, fitando-o com simpatia:

— Que estás fazendo, meu amigo?

— Preparo pedras. — respondeu-me secamente.

Encaminhei-me para o segundo, e interroguei-o do mesmo modo;

— Trabalho pelo meu salário! — foi a resposta.

Dirigi-me, então, ao terceiro e fiz a mesma pergunta com que já havia interpelado os outros dois:

— Que estás fazendo, meu amigo?

O operário, fitando-me cheio de alegria, respondeu com entusiasmo:

— Pois não vê? Estou construindo uma catedral!

Reparem no modo tão diverso como cada operário cumpria o seu dever. O primeiro desobrigava-se de uma tarefa para ele material e grosseira; o segundo não visava senão o dinheiro a receber pelo trabalho e o terceiro contemplava o ideal. Felizes são os que lutam e sofrem por um grande ideal.

Num tempo como este parece não ser próprio e adequado, mas imperativo que façamos um inventário de nosso programa educativo e seu produto. É preciso fazer-se um estudo minucioso quanto a nossas atitudes e interesses para com o rebanho que Deus nos tem confiado. Mais elevado que o pensamento humano pode atingir é o ideal de Deus para com Seus filhos.

Que devemos fazer para ajudar os meninos e meninas na conquista do ideal? Damos a seguir uma lista de fatores, embora não seja completa:

  1. Viver o que ensinar;
  2. O companheirismo;
  3. Manifestar confiança;
  4. Sugerir com poder;
  5. Conseguir a cooperação;
  6. Mostrar interesse;
  7. Citar experiências;
  8. Usar ilustrações;
  9. Estimular coragem e iniciativa;
  10. Ajudar fazendo.

A galeria das pessoas que lutaram pela conquista de um ideal é grande. Nela encontramos Osvaldo Cruz, o médico que salvou o Brasil; Florence Nightingale, a benção da enfermagem mundial; Kreisler, dedicou grande parte de seu tempo à procura de um violino cujo som não parecesse deste mundo; Colombo, o mais arrojado navegante; Pasteur, o pai da bacteriologia; Jenner, o inventor da vacina; Jesus, o dominador do coração da humanidade; Paulo de Tarso, o zeloso pelas doutrinas de sua época; e muitos outros.

Se você ama seu filho, sua filha ou uma criança que está sob sua responsabilidade ou com quem você convive, deve ajudá-lo(a) na conquista de um ideal nobre e elevado!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro de 1969 – Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Correção

A datilógrafa tirou da máquina a ficha e começou a passar a borracha em um certo ponto. Havia errado e estava apagando. Primeiramente passou o lado de “tinta” para remover com mais força. Depois aplicou o lado branco, de “lápis”, para completar a limpeza do erro. Terminada a tarefa de raspagem virou a ficha e despejou os detritos no cesto de lixo. Era uma mistura de papel branco raspado, de borracha verde e branca.

Fiquei pensando nesse trabalho. Muitas vezes nos distraímos na vida e erramos. Um pensamento errado, um sentimento indesejável, um ato feio, são gravações íntimas que não condizem com nossa natureza espiritual.

Vale a pena rever as “fichas” de nossa vida diária, no exercício noturno da Retrospecção. Assim, podemos “apagar”, com o arrependimento sincero, o que, consciente ou inconscientemente, “escrevemos” de mal.

Parece que desse modo a vida vai mais devagar, mas a alma fica limpa… Assim, como nosso patrão nos avalia a eficiência pela segurança, honestidade, limpeza e discernimento demonstrados em nosso serviço, igualmente não podemos fugir de revelar o que vamos gravando dentro de nós por meio dos pensamentos, sentimentos, emoções, palavras, ações, obras e atos. E é por aí que nos capacitamos, perante Deus, a mais elevados cargos, a mais nobres missões em seu Reino.

É do mesmo modo como a melhoria de condições numa firma nos acarreia conforto, consideração, bem-estar, também as consequências favoráveis que provocamos com nossos esforços internos cumulam-nos de paz, de sabedoria, de felicidade, que se refletem em condições físicas melhores.

Melhor seria que não errássemos: a tarefa sai mais depressa e perfeitamente limpa. Mas, estamos aprendendo neste mundo… Errar é humano. Persistir no erro é que é diabólico. Meditei nos detritos jogados no cesto, na dor e nos esforços de que não podemos nem devemos fugir, na correção dos enganos. Vale a pena. Assim é que o diamante se transforma em brilhante.

A bancária interrompeu minhas reflexões. Entregou-me o comprovante, o que havia sido raspado… Olhei-a com simpatia. Havia-me proporcionado uma importante lição.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP em outubro/1969)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As maravilhas do uso do livre arbítrio e o risco de se perder no abuso do próprio livre arbítrio

Uma das primeiras perguntas que nós podemos nos fazer já no começo de nossa caminhada espiritual Cristã-Rosacruz é esta do livre arbítrio e do determinismo; em quais proporções cada um destes elementos entra no destino do ser humano? A fé determina os graus de influência destes fatores do destino. A definição mais simples é dada pelas religiões que admitem que Deus criou uma alma virginal à cada nascimento; a partir do momento em que ela é criada, esta alma é livre para escolher entre o bem e o mal; esta escolha determina a vida da alma por toda a eternidade.

Aquele que raciocina constata imediatamente que os seres humanos não são iguais desde o nascimento; o meio onde a criança nasceu age profundamente sobre o destino da mesma. Como consequência, todas as crianças não partem do mesmo ponto; a fortuna dos pais, o ambiente no qual aquela criança cresceu, e outras considerações ainda fazem com que o meio tenha uma influência considerável; a luta pela vida não é a mesma para todos; alguns parecem favorecidos e outros parecem sacrificados.

Portanto, não somos forçados a agir em determinada direção por estarmos num determinado ambiente ou porque toda a nossa existência anterior nos deu uma tendência para uma exata finalidade.

Com a divina prerrogativa do livre arbítrio, o ser humano tem o poder da Epigênese ou iniciativa, de forma que pode adotar uma nova linha de conduta a qualquer momento que queira. Não poderá separar-se instantaneamente de toda a sua vida passada – isto requer muito tempo, talvez várias vidas – mas, gradualmente, pode ir cultivando o ideal que uma vez semeou.

Como vemos, a vida progride não só pela Involução e Evolução, mas especialmente pela Epigênese. Cada um de nós, ainda que sujeito aos dias passados, é livre no que diz respeito ao amanhã. Nossa vida atual é, em parte, resultado das anteriores, ficando uma margem variável, ao livre arbítrio. Quanto mais comprometidos estamos com o passado, tanto menos livre arbítrio, e vice-versa.

Nossa vida é como um quadro de luz e sombras, uma mescla de tristezas e alegrias, uma sinfonia ainda cheia de dissonâncias. Se queremos alcançar a felicidade futura, é importante não assumirmos novos e pesados encargos e ao mesmo tempo nos aplicarmos diligentemente a um bem orientado esforço da regeneração.

A Parábola do Argueiro e da Trave é muito interessante nesse contexto:

Por que olhas o cisco no olho de teu irmão, e não percebes a trave que há no teu? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não vês a trave em teu próprio olho? Hipócrita, tira primeiro a trave de teu olho, e então verás bem para tirar o cisco do olho de teu irmão.  Não há árvore boa que dê fruto mau, e nem árvore má que dê fruto bom; com efeito, uma árvore é conhecida por seu próprio fruto; não se colhem figos de espinheiros, nem se vindimam uvas de sarças. O homem bom, do bom tesouro do coração tira o que é bom, mas o mau, de seu mal tira o que é mau; porque a boca fala daquilo de que está cheio o coração.” (Lc 6:41-45).

Assim, voltemos nossa impiedosa crítica contra nós mesmos! Ninguém é tão perfeito que não necessite melhorar. Quanto mais impecável é o ser humano menos se inclina a encontrar faltas nos demais e atirar a primeira pedra nos outros. Ao assinalarmos alguma falta e indicarmos o meio de corrigi-la, devemos fazer isso impessoalmente. Procuremos sempre o bem que se acha oculto em tudo. O cultivo desta atitude de discernimento é especialmente importante.

 Que as Rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Prática do Hipnotismo

A prática do hipnotismo traz sérias consequências tanto para o praticante como para suas vítimas.

Envolve interferência com o livre arbítrio do Ego.

O hipnotizador projeta-se no cérebro de outra pessoa e torna-a sujeita à sua vontade.

Mesmo quando isso é feito com o propósito altruísta de libertar uma pessoa de um hábito que a escraviza, como drogas ou bebidas alcoólicas, não é justificável.         

A cura não é permanente até que o próprio sofredor tenha vencido o vício por si mesmo. Portanto, quando um hipnotizador cura o corpo, ao expulsar a vontade do Ego, usando-o e suplantando-o com seu próprio poder de vontade, ele simplesmente priva o Ego da oportunidade de aprender a lição que algum dia deverá dominar.

O ganho aparente imediato é realmente uma perda.

A lição a ser aprendida foi adiada; também, o poder da vontade da vítima foi enfraquecido pelo processo.

O livre arbítrio é a herança mais valiosa de um Ego, durante esta peregrinação terrestre.

Uma pessoa que trabalha para suplantar a vontade de outra, mesmo quando os motivos possam ser definidos como bons, traz para si consequências desastrosas.

Pelo poder da vontade, o Ego monta a escada da evolução que conduz à divindade.

Essa vontade é enfraquecida no indivíduo que se submete ao hipnotismo, no qual o estado da vontade do hipnotizador suplanta a vontade dos hipnotizados, que estão completamente sob domínio dele.

No entanto, uma pessoa não pode ser colocada “sob o feitiço” se sua própria vontade for mais positiva do que a do hipnotizador.

Quando o controle sobre outro é para fins de diversão ociosa ou para ganhar alguma vantagem egoísta, as consequências do erro são ainda mais graves.

Aqueles que entregam sua vontade a outro têm a tarefa de recuperar o poder de vontade que se perdeu.

Aqueles que tenham vitimado outros serão convocados, sob a Lei da Justiça, para ajudar suas vítimas a recuperar seus poderes enfraquecidos.

Eles também estão sujeitos a graves enfermidades físicas em futuros renascimentos.

Tal é o destino frequente de um hipnotizador profissional. Através de um corpo deformado e inútil, o Espírito aprenderá a enormidade do erro em usar o corpo de outra pessoa indefesa, substituindo sua própria vontade pela de seu legítimo ocupante.

A prática generalizada do hipnotismo em nosso tempo, juntamente com o fluxo de literatura favorável ao assunto, é outra evidência das forças desintegradoras que ameaçam retardar nossa civilização e causar o colapso.

A integridade no pleno significado dessa palavra é a grande necessidade do nosso tempo – integridade em nossa vida pessoal e pública, integridade na vida comercial, profissional e governamental.

O ser humano deve se tornar um ser atuante harmonioso e único, antes de poder construir uma vida bem-sucedida e tornar-se uma unidade sintonizada com a construção de uma comunidade saudável, uma cultura saudável e uma civilização duradoura.

Assim, todos os nossos vícios, defeitos, falhas, erros, problemas e os outros desejos inferiores estão no Corpo de Desejos e é nosso dever dominá-los pelo poder da vontade. 

Essa é a razão pela qual estamos na escola da experiência chamada vida, e nenhum outro ser pode crescer moralmente por nós, como, também, ninguém pode digerir o alimento por nós. 

A Natureza não pode ser ludibriada.

O único caminho permanente, para se vencer qualquer vício, é pela própria vontade.

É nosso dever nos proteger de quaisquer tentativas de nos dominar por algo externo.

Por esse motivo é melhor não nos expormos desnecessariamente tomando parte como espectadores em demonstrações de hipnotismo, porque a atitude negativa que a pessoa adote pode conduzir facilmente à obsessão.

Deveríamos seguir sempre o conselho de São Paulo e revestir-nos com a armadura de Deus.

Devemos ser sempre positivos em nossa luta pelo bem contra o mal e nunca perder a ocasião de colaborar com os Irmãos Maiores em palavras ou atos, na Grande Guerra que se efetua pela supremacia espiritual.

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Mundo do Desejo Inferior

Augusta Foss Heindel

Há, atualmente, na humanidade, um desejo extraordinário em saber algo a respeito da vida nos reinos invisíveis. Muitos ainda são incrédulos e não aceitam a ideia de uma outra existência após deixarem seus Corpos Densos, mas há um desejo crescente de entender e contatar esses reinos invisíveis e isso tem atraído muitos irmãos e irmãs materialistas.

Não podemos mais duvidar de que influências astrais (Sol, Lua e Planetas) são também responsáveis por essa mudança de atitudes no mundo.

Ouvimos com frequência a expressão: “Está no ar”, e até o incrédulo está agora mais propenso a convencer-se.

Estamos em um momento nesse Esquema de Evolução que aqueles que puderem responder às vibrações mais elevadas de Saturno, Netuno e Urano ajudarão no trabalho pioneiro de divulgar os Ensinamentos Cristãos Esotéricos, a Religião do futuro. Os que buscam e aceitam essas verdades avançadas, não mais duvidarão da existência da vida além-túmulo, tampouco temerão o assim chamado sobrenatural.

Aprendemos no livro o “Conceito Rosacruz do Cosmos” que somos um Tríplice Espírito e que funcionamos em um Tríplice Corpo; desses Corpos somente um pode ser visto com os olhos físicos. Diz São Paulo no 15º Capítulo, da Primeira Epístola aos Coríntios, Versículo 40: “Existem também corpos celestiais e corpos terrestres”; no versículo 44, “Existe um corpo natural e existe um corpo espiritual”.

Sem dúvida, aprendemos nos Ensinamentos Rosacruzes que temos mais de um Corpo, e que o Corpo Denso é interpenetrado pelo Corpo Vital, que constrói e restaura durante o sono o que nós, com nossos desejos, destruímos durante o dia, e por um veículo ainda mais delicado conhecido como o Corpo de Desejos. Esse Tríplice Corpo corresponde a diversos Mundos Invisíveis que o cercam, consistindo-se dos mesmos graus de substância. A Região Química e a Região Etérica do Mundo Físico e o Mundo do Desejo, os diversos planos de existência, são de diferentes graus de densidade e se interpenetram mutuamente. Por exemplo, no Mundo do Desejo a densidade da matéria de desejo faz com que ele atue de forma análoga à fumaça, o que é mais pesado mantém-se baixo, próximo à Terra, enquanto o mais puro ou mais leve eleva-se no ar.

Durante a nossa vida no Mundo Físico, estamos constantemente utilizando nossos Corpos invisíveis por meio dos nossos pensamentos, desejos, sentimentos e emoções. Se os nossos desejos nos puxam para baixo, para uma vida de gratificações, de prazeres terrestres, de busca por satisfações mundanas, se o nosso tempo é gasto em prazeres inúteis e autogratificantes, ou se não tem outra aspiração mais elevada senão acumular riquezas materiais, então, nosso Corpo de Desejos poderá ser comparado a uma fumaça negra pesada. Depois que passamos para a vida além-túmulo, iremos, com o nosso Corpo de Desejos gravitar para uma região chamada Purgatório (que se encontra nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo), e que se encontra mais próxima do denso plano físico. Aí, nos purgaremos de todos os desejos, emoções e sentimentos inferiores que colocamos em ação durante a vida recém-finda; deveremos limpar o Corpo de Desejos antes que possamos nos elevar àquela Região mais elevada, que é chamada o Primeiro Céu (localizada nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo).

Se levássemos uma pessoa refinada, sensível, que tenha vivido uma vida pura e limpa, a um lugar sujo e promíscuo de uma grande cidade e a forçássemos a viver nesse ambiente, ela iria sofrer, ficar doente e, na primeira oportunidade, iria voltar ao seu meio. Da mesma forma, se tomarmos uma pessoa rude e degradada, que tenha sempre vivido em ambientes de vício, entre a imundice e a desonestidade e a colocarmos em um lugar refinado no meio de gente culta, ela irá se sentir muito desconfortável e na primeira oportunidade voltará aos seus antigos lugares. Condições semelhantes existem no Mundo do Desejo. A pessoa que tenha vivido uma vida limpa e espiritual, após falecer, permanecerá um curto período na parte inferior do Mundo do Desejo. Assim que se liberte de seu Corpo Denso, ascenderá rapidamente às Regiões mais elevadas do Mundo do Desejo. Mas, a pessoa que nunca soube o que significa uma vida pura, que nunca pensou na vida além-túmulo, é como a fumaça espessa e negra, e paira próximo ao plano físico. Prefere se apegar ao seu antigo ambiente, especialmente se guardar algum rancor contra alguém no plano terrestre e quiser se vingar, então, permanecerá apegado à Terra até que tenha conseguido concretizar sua vingança contra aquela pessoa ou até que tal vontade morra por inanição. Pairará em lugares onde se pratica a incorporação de espíritos desencarnados ou no local em que viva seu inimigo, até que consiga influenciar alguma pessoa fraca ou negativa para executar seu plano de vingança. Com frequência tomamos conhecimento que um assassino ou ladrão declarou em juízo que, de repente, sentiu algo contra o qual não pôde resistir e que o levou a cometer o crime, alguma força obrigou-o a fazê-lo.

O pobre e fraco bêbado também é usado por espíritos desencarnados e, com frequência, é obrigado a beber, pois dessa maneira o degenerado no Mundo do Desejo obtém alguma satisfação.

No filme intitulado “Apegados à Terra” (Earthbound) de 1940, baseado na história de autoria de Basil King, um espírito apegado à Terra é retratado de forma maravilhosa, mostrando como ele influenciou seus amigos e parentes depois de ter sido alvejado por um amigo ciumento, com cuja esposa estava prestes a fugir. Imediatamente após o tiro e antes que seus parentes tomassem conhecimento da tragédia, sua filhinha, que brincava com o seu cachorro de estimação, viu o espectro do corpo de seu pai atravessando a sala. A criança correu para a mãe dizendo: “Papai esteve aqui há pouco, mas ele estava diferente!”. A mãe acusou a criança de estar mentindo. Infelizmente, é isso que frequentemente acontece com os pais, alegam que seus filhos têm imaginação fértil ou que faltam com a verdade, enquanto a criança é simplesmente clarividente e consegue ver o que o pai ou a mãe não veem.

Há alguns anos, uma senhora idosa faleceu aqui e era uma velha conhecida da autora. Tinha alcançado uma idade avançada e sua vida havia sido pura, altruísta; por causa de um corpo frágil, tinha passado muitos anos sentada tranquilamente em meditação.

Quando veio a falecer poderia ser comparada a um fruto muito maduro, que não pôde mais manter-se preso à árvore; portanto, o rompimento do Cordão Prateado, que comumente leva três dias e meio, no seu caso, levou menos de três horas.

Durante sua última doença e no seu delírio, ela pedia uma bengala que tinha pertencido a seu marido, o qual já havia passado a uma vida mais elevada vinte anos antes, e que ela se habituara a usar desde então. Morreu com a bengala, segurando-a firmemente com ambas as mãos e os parentes ficaram relutantes em separá-la de algo que tanto tinha amado em vida, de tal modo que a bengala foi cremada com seu corpo. Pouco tempo após seu desaparecimento, ela voltou para uma visita à autora; vê-la, foi, na verdade, uma visão magnífica. Seu Corpo de Desejos consistia somente dos braços, mãos e a cabeça e ela segurava a bengala (que tinha o aspecto tão natural como qualquer bengala de madeira poderia ter) com ambas as mãos. Ela parecia uma leve pena branca tentando levantar voo, porém, presa por uma pedra. Era tão leve que, se não fosse pela bengala que segurava firme com as duas mãos e que era como um peso a retê-la, teria passado Purgatório no Mundo do Desejo em poucos dias. Quando pedimos a ela que largasse a bengala, segurou-a com força, dizendo: “Não, eu preciso ficar mais um pouco”. A tristeza de uma de suas filhas mantinha-a presa à Terra. Ela queria muito consolar a filha, mas depois de cerca de seis semanas tornou-se impossível para ela continuar.

Uma das filhas dessa mesma senhora faleceu cerca de um ano após a morte de sua mãe. Estava em perfeita saúde e na plenitude de sua vida, vindo a falecer depois de alguns dias de doença. O marido que não acreditava em cremação, enviou o corpo para o agente funerário e foi usado um líquido para embalsamento. Cerca de três semanas após, ela nos visitou e estava em grande aflição, implorou para que disséssemos ao marido e aos filhos que jamais enviassem alguém novamente aos agentes funerários e, com grande angústia, declarou que eles a tinham cortado como em um açougue. Disse: “Oh, como sofri quando cortaram meu corpo! Procurei pedir-lhes que parassem, mas não consegui que me ouvissem ou percebessem”. Perguntou também por que não conseguia encontrar a mãe. Disse-me: “Eu a tenho procurado por toda a parte, porque é que o Sr. S. que morreu vinte e cinco anos antes de minha mãe ainda está aqui e eu não consigo encontrá-la?”. Disseram-lhe que sua mãe, devido à sua vida pura e altruísta, já havia passado para os planos mais elevados. No entanto, o Sr. S. estava preso à Terra por conta de muitas maldades que tinha feito à sua família durante sua vida terrena e não podia passar para Regiões mais elevadas enquanto aqueles a quem causou tanto mal, não estivessem também livres do corpo, para que ele pudesse, então, ter uma oportunidade de reparar parte das ofensas. Ela foi aconselhada a permanecer afastada de assuntos terrenos e trabalhar com o objetivo de passar a planos mais elevados onde poderia, finalmente, juntar-se a seu pai e à sua mãe.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Visão da Fraternidade Rosacruz em relação à Acidentes Coletivos

Vira e mexe nos deparamos com textos que contam as razões pelas quais várias pessoas tenham sobrevivido a acidentes coletivos, como por exemplo ao “atentado do 11 de setembro às torres gêmeas do WTC nos EUA”. Razões muito simples são alguns dos fatos citados que fizeram com que eles não estivessem no World Trade Center no momento exato do atentado. Segue o exemplo de um dos textos:

“Depois do atentado do 11 de setembro, uma empresa que tinha o seu escritório em um dos andares do World Trade Center, convidou os seus sócios e empregados que por alguma razão haviam sobrevivido ao ataque, para compartilhar as suas experiências.

Aquelas pessoas estavam vivas pelas razões mais simples da vida, eram pequenos detalhes como esses:

  • O diretor de uma pequena companhia chegou tarde porque foi participar de uma reunião na escola do seu filho;
  • Uma mulher se atrasou porque o seu despertador não alarmou a tempo;
  • Outro funcionário havia se atrasado porque pegou um caminho diferente afim de chegar mais rápido e acabou atolado em um engarrafamento pois havia acontecido um acidente na rodovia que havia pegado;
  • Outro funcionário perdeu o ônibus;
  • Uma funcionária foi atingida por cocô de pombo e precisou voltar para se trocar;
  • Um dos sócios teve problemas ao ligar o carro e precisou chamar um mecânico;
  • Outro funcionário teve que atender um telefone que acabou resultando em poucos minutos de atraso antes do atentado;
  • Uma secretaria entrou em trabalho de parto;
  • Um zelador não conseguiu um táxi;

Mas a história que mais me impressionou foi a de um senhor que ficou com uma bolha no calcanhar, devido ao seu sapato ser novo e antes de chegar ao trabalho ele decidiu parar em uma farmácia para comprar um curativo e por isso ele está́ vivo hoje.

Agora, quando eu fico preso no trânsito, quando perco um ônibus, quando preciso me atrasar porque tive que atender alguém e muitas outras coisas que me desesperariam, penso primeiro

“Este é o lugar exato no que devo estar, nesse exato e precioso momento”.

Na próxima vez que a tua manhã for uma loucura, que teus filhos demorem em se arrumar, ou que você não esteja conseguindo achar as chaves do carro, não fique chateado ou frustrado.

VOCÊ ESTÁ EXATAMENTE NO LUGAR QUE DEVERIA ESTAR, nesse grande quebra cabeça da vida. Aplique a gratidão agora e seja grato por como você está́ agora e pelas coisas que tem”.

Isso suscita a seguinte pergunta: Por que morreram tantas pessoas e outras se salvaram por um triz?

Acidentes coletivos são, na realidade, resgastes coletivos, ou seja, segundo a Lei de Consequência somos responsáveis por nossos atos nesse mundo e colhemos o justo resultado de nossas obras, boas ou más. Temos responsabilidades por nossas ações individuais e pelas coletivas, grupal ou nacional.

Por sermos membros de uma comunidade ou nação, algumas vezes, atuamos como um grupo gerando causas boas ou más e quando tais atos são maus, a dívida assim contraída é geralmente liquidada no curso dos chamados acidentes de grandes proporções, ou seja, os Egos participantes dessas ações são atraídos para colherem, em conjunto, o que em conjunto efetuaram. Importante enfatizar que por estarmos em uma teia de destino, não necessariamente as causas que colocamos em ação nessa vida gerarão efeitos nessa vida. O que acontece, muitas vezes e que nos dá essa sensação é que o efeito de uma causa já está latente no nosso horóscopo (e isso é até fácil de descobrir, difícil é a pessoa aceitar) e uma vez que ativamos a causa, o efeito acontece. Agora, para tais efeitos que nos levam a sermos retirados dessa vida terrena são causas que colocamos em ação em vidas passadas.

Os Anjos do Destino tomam todas as providências para que nada seja alterado por interferência humana, que impeça que alguém experimente os efeitos da causa gerada, ou seja, nesse caso, o destino será cumprido, pois é a melhor maneira que existe para aprendermos a lição que nos é apresentada.

Há um caso citado no “Conceito Rosacruz do Cosmos” de um senhor que foi alertado sobre um acidente que ele sofreria. Ele então se programou para não sair de casa naquele dia. Só que ele se enganou com a data e acabou sendo ferido numa colisão de trens. Entendemos que o sofrimento decorrente desse acidente lhe era destinado como uma expiação de determinados erros.

Contudo, o inverso também é verdadeiro, pois se está previsto a queda de um avião, onde várias pessoas resgatarão uma dívida, e nesse avião tem passageiros que não fizeram parte dessa geração de dívidas, tenha a certeza de que essas pessoas, por qualquer razão, não embarcarão nesse voo.

Resumindo, todas as Leis da Natureza, incluindo a Lei de Consequência estão sob a administração de grandes Seres de sublime espiritualidade e sabedoria. Essas Leis são feitas para que possamos evoluir, nunca para nos prejudicar ou como vingança. Tudo está sob a orientação de Deus – em Quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. Estamos sob Sua proteção amorosa em tudo, portanto, nada nos pode acontecer que não esteja em harmonia com o Seu grande plano divino.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Desejos de Natal do Estudante Rosacruz

No ciclo dos grandes acontecimentos cósmicos a que chamamos de Solstícios e Equinócios, mas que esotericamente sabemos se tratar de planos de ação e fases do grande trabalho de Cristo para a redenção da humanidade, chega novamente o NATAL.

É certo que, em cada dia do ano, buscamos nos animar com um propósito altruísta e amoroso. Mas, nesta época sentimos, sob o contagiante influxo do Salvador, um desejo quase irreprimível de infundir nosso entusiasmo, idealismo e fé no futuro da humanidade.

Como Estudantes Rosacruzes sabemos que devemos desejar a cada irmão e irmã com que convivemos que a presença viva e real do Salvador possa figurar em uma cadeira vazia de sua ceia, exortando, por vibração, a uma integração ativa e consciente na grande família do futuro, intuindo a suprema verdade de que todos precisamos de todos; isto é, de que a Fraternidade Rosacruz, não importa onde cada um de nós esteja, é alimentada e fortificada, em cada momento e dia do ano, pelas nossas boas ações, nobres sentimentos, pensamentos edificantes e esforço contínuo e persistente em aprender e aplicar os Ensinamentos Rosacruzes no nosso dia a dia.

Como Estudantes Rosacruzes sabemos que devemos desejar a cada irmão e irmã com que convivemos que o anúncio dos Anjos, no eco da ação Crística que se renova, aceite em cada um de nossos corações e entendimentos, o sentido atual que reclama: “Eis que vos trago novas de grande alegria. É-nos nascido o Salvador. Ide e adorai-O. Glória a Deus nas maiores alturas; e na Terra, paz e boa vontade entre os homens”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro de 1968 da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Irmão Maior Jesus e a continuação do Seu trabalho entre nós

Durante os últimos 2000 anos o Mundo Ocidental vem celebrando o nascimento do “Cristo Menino”, o nascimento do Menino Jesus. Anualmente, inúmeros seres humanos relembram esse maravilhoso acontecimento que marcou a aurora de uma nova era, o fim de uma velha ordem de coisas, o começo de um novo regime.

Desde o início, observada à luz da sabedoria material, essa nova Religião foi vítima de perseguições. Nem o próprio nascimento pôde ter um lugar num ambiente humano normal. Esse espírito brilhante; essa joia da coroa da humanidade ao entrar no cenário de sua provação e agonia, não teve sequer os menores confortos de um modesto lar camponês.

O perigo rondou sua vida infantil. Herodes tentou matá-lo. Mas, apesar de todos os obstáculos, esse Ego escolhido levou avante, resolutamente, o trabalho que devia executar.

A atenção de todos os que respondem aos Raios do Cristo tem sido concentrada sobre os incidentes da infância de Jesus. E particularmente pelo Natal, tais incidentes tornam-se profunda realidade na consciência do Mundo Ocidental. Tal consciência é retrospectiva. É uma realização, por meio do estudo da vida do nosso grande Irmão Maior Jesus e de Cristo-Jesus da distante mudança que deverá ter lugar antes de que qualquer progresso real possa ser feito durante Seu regime. Mais ainda, por esse estudo temos um vislumbre do que vem sendo feito por Jesus atualmente para auxiliar-nos, de Sua atividade nos negócios da complicada vida e evolução humanas.

Poucos Egos existem no Plano Terrestre que estão além da massa humana. Esses poucos desenvolveram poderes e faculdades além da compreensão da maioria não desenvolvida. À frente desse grupo de pioneiros está nosso Irmão Maior Jesus. O exemplo da nossa Onda de Vida. E esses pioneiros, com seus poderes e faculdades adquiridos pela aplicação ao serviço, podem atingir os planos nos quais Jesus age. Devido a esse contato, eles conhecem o trabalho levado a efeito e, obedientemente, transmitem seus conhecimentos aos Estudantes Rosacruzes sinceros e fiéis aos Ensinamentos Rosacruzes que trilham o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz.

Desde o sacrifício do Gólgota, Jesus tem continuado o ministério de curar os doentes e de ensinar a humanidade pecadora. Seu auxílio nunca foi negado.

Muitas pessoas conhecem o quadro intitulado “O Companheiro Branco”. Descreve um campo de combate de Flandres durante a guerra de 1914 pejado de cadáveres. Um soldado ajuda um companheiro ferido. A seu lado está Jesus, com vestes brancas e glorioso, olhando com sublime compaixão para a vítima do ódio humano. Realmente o artista mostrou conhecer algo do serviço realizado por nosso Irmão Maior.

Jesus visita os hospitais e irradia amor e compaixão a todas as almas que sofrem. Ele sente a dor que as abate, pois estão pagando as dívidas que contraíram pela violação das Leis de Deus, e Seu compassivo coração pulsa forte ao testemunhar tanta agonia. Na verdade, está onde a necessidade é maior. Mas passa sem ser visto.

O Natal é a ocasião especial para Jesus entrar em contato com Seus fiéis seguidores. Como a Noite Santa veste-se de paz e os seres humanos e Anjos cantam “Paz na Terra e boa vontade entre os homens” lá, no ambiente do primeiro aniversário do Cristianismo abre-se aos nossos olhos uma visão gloriosa se realmente pudermos “ver”.

Ele é uma forma radiante que ultrapassa qualquer descrição terrestre; Sua voz soa com o tom da música das esferas e ressoa nos Éteres do espaço, e o grupo de almas enlevadas em adoração experimenta viva alegria e harmonia.

Aos corações ansiosos, Ele envia uma mensagem:

Bem-aventurados vós que trilhais os caminhos das penas e misérias terrenas; vós que estais engajados na batalha entre o bem e o mal; vós que tendes combatido na luta aparentemente desigual, por vezes permanecendo eretos, e outras vezes caídos no pó da humilhação e do fracasso, mas que levantais de novo e travais o combate interminável pelo vosso objetivo. O caminho que agora trilhais, Eu o percorri há muitos anos. Conheço vossas tristezas e sofro convosco.”

Vossa paciência foi provada ao máximo, mas permanecestes firmes, firmes até a morte. Mas, agora, o tempo de provações passou. A vitória das Hostes de Deus desponta no horizonte. Coragem e paciência são as palavras de passe. Os Poderes da Luz juntam-se para a destruição final daquilo que impede a vinda do Reino de Cristo. Sede calmos e equilibrados para que as sutilezas do inimigo não vos confundam. Esperai em prontidão para quando vier o chamado estejais prontos para responder.

As infalíveis leis de retidão e de justiça dirigirão o curso de todos os acontecimentos, e desta escuridão, desta tristeza surgirá a aurora de um NOVO DIA.

Que as bênçãos de Deus e a paz do Natal possam renovar em vós a força para ganhardes a batalha.

(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross e publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro de 1969 e de 1971 – da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

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