Quando uma pessoa passa ao outro Mundo em virtude de circunstâncias fatídicas, tais como incêndio, desastre, subitamente pela queda de um edifício ou de uma montanha, numa batalha, ou quando em certos níveis de lamentações dos parentes ao redor de um morto recente se tornam impossível a pessoa recém-falecida se concentrar no Panorama da Vida recém-finda, então a fixação dos eventos nesse Panorama nos dois Éteres Superiores, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, e a gravação desse Panorama no Átomo-semente no Corpo de Desejos não se efetua ou se efetua em uma qualidade tão baixa que não servirá para nada. Nesses casos a pessoa não perde a consciência. A colheita da vida perdeu-se.
Bem diferente de quando uma pessoa passa ao outro Mundo em circunstâncias comuns. Nesses casos o Átomo-semente do Corpo Denso é removido do coração e o Cordão Prateado rompido, e vem um período de inconsciência que dura até três dias e meio, e durante esse período o Panorama da Vida recém-findada é gravado totalmente e com ótima qualidade no Átomo-semente do Corpo de Desejos.
Na imensa maioria das vezes, quando uma pessoa passa ao outro Mundo em virtude das circunstâncias fatídicas detalhadas acima, não houve fixação dos eventos do Panorama da Vida recém-finda nos veículos mais sutis, como acontece normalmente; assim a pessoa não passa pelo Purgatório; isto é, não colhe o que semeou, não há sofrimento em consequência de seus erros, e não há sentimentos de alegria e amor em vista do bem que praticou, no Primeiro Céu. Repetindo: a colheita da vida perdeu-se!
Para contrabalançar este grande desastre, o Ego, ao entrar em sua próxima vida terrena, é forçado a morrer na infância (no que se refere ao Corpo Denso) – eis aqui uma das razões da mortalidade infantil. Porém, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente (que normalmente não nascem senão quando o Corpo Denso tem sete, quatorze e vinte e um anos, respectivamente) permanecem com o Ego em transição, pois, o que não foi vivificado não pode morrer; o Ego permanece então no Segundo Céu de um a vinte anos, recebendo instruções e lições objetivas tais como lhes seriam ensinadas pelo Panorama de sua Vida passada, se não tivesse sido interrompido por uma circunstância fatídica. Desse modo renasce pronto a tomar seu lugar correto no Caminho de Evolução.
Há nessas considerações grandes soma de alimento espiritual. A grande percentagem de mortalidade infantil de nossos dias tem suas raízes, por exemplo, nas guerras de épocas anteriores. As perdas de vida foram relativamente pequenas, embora as mortes decorrentes de guerras patrióticas tivessem seu número bastante aumentado por duelos, rixas e querelas comuns, onde armas mortais foram usadas naqueles tempos. Não obstante a soma total dessas ocorrências parece insignificante, quando comparada à espantosa carnificina de nossos dias. E se isso tiver de ser corrigido da mesma maneira, as futuras gerações terão uma colheita de lágrimas. Mas, como já deixamos bem claro em outras ocasiões, cada lágrima derramada por alguém a quem amamos, está dissolvendo a crosta que recobre nossos olhos, até o dia em que possamos ver com bastante clareza a fim de penetrar o véu que agora nos separa daqueles a quem chamamos erradamente de mortos. Virá então a vitória sobre a morte, e estaremos aptos a exclamar: “Ó, Morte, onde está teu aguilhão? Ó Túmulo, onde está tua vitória?”[1].
(Publicado na Revista “Rays from the Rose Cross” de fevereiro/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: ICor 15:55
INTRODUÇÃO
Vamos conceituar, primeiro, o que é um Audiobook ou Audiolivro: nada mais é do que a transcrição em áudio de um livro impresso digital ou fisicamente.
Basicamente, é a gravação de um narrador lendo o livro de forma pausada e o arquivo é disponibilizado para o público por meio de sites. Assim, ao invés de ler, o interessado pode escolher ouvi-lo.
Um audiobook que obedece ao conceito de “livro-falado” tenta ser uma versão a mais aproximada possível do “livro em tinta” (livro impresso), a chamada “leitura branca”, que, mesmo desprovida de recursos artísticos e de sonoplastia, obedece às regras da boa impostação de voz e pontuação, pois parte do princípio de que quem tem de construir o sentido do que está sendo lido é o leitor e não o ledor (pessoas que utilizam a voz para mediar o acesso ao texto impresso em tinta para pessoas visualmente limitadas).
Para que serve audiolivro?
O audiolivro é um importante recurso, na inserção do no ecossistema da leitura, para:
O audiolivro é apreciado por um público de diversas idades, que ouve tanto para aprendizado como para entretenimento.
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Em publicação…
Como já aprendemos através dos nossos estudos do livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, o motor-mestre de todos os pensamentos, atos, todas as ações e obras, sejam bons ou maus, tem origem no desejo. O desejo de apaziguar a fome nos leva a comer; o desejo de companhia nos faz procurar os outros; e assim por diante. Antes de possuirmos um Corpo de Desejos (antes do Período Lunar), éramos imóveis e semelhantes a uma planta. A nossa forma tinha vida e capacidade de se mover, mas nenhum incentivo para fazer isso. Esse incentivo era fornecido pelas forças ativas no Mundo do Desejo que trabalhavam através do nosso Corpo de Desejos macrocósmico e nos impeliam a movimentar o nosso Corpo Denso nesta ou naquela direção.
Primeiro foi nos fornecido o germe do Corpo Denso; depois foi nos fornecido o germe do Corpo Vital, como meio de vitalizar o Corpo Denso. Depois foi acrescentado o germe do Corpo de Desejos, que pôs em ação o Corpo Denso e o Corpo Vital, resultando disso desejos, vontades, paixões, sentimentos e emoções. Em seguida, foi nos fornecido o germe da Mente, através do qual podemos ganhar experiências e, assim, aprender a controlar as atividades do nosso Tríplice Corpo. E agora nós, o Ego (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui), estamos devidamente equipados para começar o nosso aprendizado na grande Escola da Vida de Deus.
Depois de cumprida uma certa quantidade de trabalho renascido, mais uma vez, aqui, aprendemos como se encerra o dia quando atravessamos o portal do que se chama de mais uma morte aqui. O caminho para o nosso verdadeiro lar, que é o Segundo Céu, nos leva primeiro ao Purgatório – que se situa nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo –, onde é purgado de cada partícula de mal, por menor que seja, e a memória do sofrimento resultante dessa purgação é incorporada na consciência; depois vem o Primeiro Céu, que se situa nas três Regiões mais elevadas, ou superiores, do Mundo do Desejo.
Os nomes dessas três Regiões superiores do Mundo do Desejo são: Região da Vida Anímica, Região da Luz Anímica e Região do Poder Anímico. Nelas residem todas as atividades da vida da Alma. E aqui, mais uma vez, a realidade é trazida até nós: o nosso grau de felicidade nos Mundos celestiais depende de quanto crescimento de Alma nós praticamos durante a vida no Mundo material.
Aqui, no Primeiro Céu, nos encontramos purificados novamente do panorama da nossa vida passada, que se desenrola de novo para trás; mas dessa vez os bons atos da vida são a base do sentimento. E agora, note bem isto, — assim como foi na passagem pelo Purgatório, assim é nos Mundos celestes — exatamente na proporção dos atos, das ações, e obras praticados por meio do nosso Corpo Denso que baseou a nossa existência purgatorial, acontece o mesmo em relação à bem-aventurança celeste no Primeiro Céu. Poucos, se é que alguém, da Humanidade da nossa fase atual de evolução são inteiramente bons para escapar apenas um pouco do fogo refinador que separa a escória do ouro puro que há no Purgatório. E poucos são os que não têm suficiente bem armazenado no registo do seu passado para lhes dar alguma porção de alegria nos Mundo celestiais, que há no Primeiro Céu.
À medida que o panorama do passado se desenrola no Primeiro Céu, quando nos deparamos com as cenas em que ajudamos os outros irmãos, percebemos de novo toda a alegria de ajudar que era nossa no momento em que o ato, a ação ou a obra de bondade foi praticado e, além disso, sentimos toda a gratidão que nos foi derramada pelo destinatário da nossa ajuda. Quando chega às cenas em que fomos ajudados por outros, sentimos toda a gratidão que, então, sentiu o nosso benfeitor. Vemos assim a importância realmente grande de apreciar os favores que nos são feitos pelos outros, porque a gratidão é um meio de crescimento de Alma e tal crescimento é a grande obra da nossa época. Aqui também está a chave para a nossa felicidade nos Mundos celestes, pois ela depende da alegria e do regozijo que damos aos outros irmãos (Serviço) e da valorização que damos ao que os outros fizeram por nós. O livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz ensina isso.
É um grande erro pensar que a capacidade de prestar serviço, de dar esteja investida principalmente em pessoas de posses. A doação indiscriminada de quaisquer tipos de recursos financeiros pode causar mal! Mas não há alguém tão pobre em bens mundanos que não possa fornecer um olhar bondoso, um sorriso, uma expressão de confiança amorosa e simpática (um “bom dia”, uma “boa tarde”, “boa noite”, um “Olá”, um “como vai”, um “muito obrigado”, um “com licença”), palavras animadoras de coragem e fé, um pensamento útil ou uma ótima risada. O que importa é o ato, a obra, a ação de ajudar o irmão ou a irmã de um modo desinteressado (se possível, anonimamente) – sempre esquecendo os defeitos deles e, assim focando na divina essência oculta em cada um de nós), seja mental, moral ou fisicamente, a se ajudar e não a torná-lo dependente nem de nós e nem dos outros, pois a dependência gera fraqueza, enquanto todo esforço produz força. Não é isso que repetimos todas as vezes que oficiamos o Ritual do Serviço Devocional do Templo quando rezamos no final da Oração Rosacruz: “… E, com todo o nosso poder, possamos elevar todas as Almas, a fim de que vivam em harmonia e na luz de uma perfeita Liberdade.”.
No livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz aprendemos que o Primeiro Céu é um lugar de alegria, sem uma única gota de amargura. Lá, nós estamos além da influência das condições materiais ou terrenas e assimilamos todo o bem contido na nossa vida passada, enquanto a vivemos de novo. Aqui se realizam, em toda a sua plenitude, todas as aspirações enobrecedoras a que aspiramos. É um lugar de repouso e, quanto mais dura tiver sido a nossa vida aqui, tanto mais intensamente será desfrutado o repouso e o regozijo lá.
A doença, a tristeza e a dor são desconhecidas aqui. É no Primeiro Céu que os pensamentos do Cristão devoto construíram a Nova Jerusalém, a partir do material de desejos sutil de que esta região é composta. Belas casas, árvores e flores, para citar alguns exemplos, são a porção daqueles que as desejaram e, embora construídas com material sutil, são tão reais e tangíveis para eles, quanto as nossas são para nós. Todos obtêm aqui a satisfação que lhes faltou na vida terrena.
Este Céu é também um lugar de progressão para todos os que foram estudiosos, artísticos ou altruístas. Aqui o estudante e o filósofo têm acesso a todas as bibliotecas do mundo. O artista tem um prazer infinito nas combinações de cores em constante mudança, pois aprende rapidamente que os seus próprios pensamentos misturam e moldam essas cores à sua vontade. Suas criações brilham e cintilam com uma vida impossível de alcançar para quem trabalha com os pigmentos baços do mundo terreno, pois aqui ele está, por assim dizer, pintando com materiais vivos e brilhantes; assim, é capaz de executar os seus projetos com uma facilidade que enche a sua alma de prazer.
Tal como o Mundo Físico é o mundo da forma e por isso a forma é aqui mais acentuada, também a cor é particularmente acentuada no Mundo do Desejo. O músico ainda não alcançou o lugar onde sua arte se expressará em toda a sua extensão, pois a música pertence ao Mundo do Pensamento, onde estão localizados o Segundo Céu e o Terceiro Céu. O Mundo do Pensamento é a esfera do tom e a música celestial é um fato, não uma simples figura de linguagem. Embora o tom seja mais acentuado no Mundo do Pensamento, os ecos dessa música celestial chegam até nós, aqui, no Mundo Físico, e são os nossos bens mais preciosos, embora sejam tão excessivamente elusivos que não possam ser criados permanentemente como podem outras obras de arte — a escultura, a pintura ou a literatura. No Mundo Físico o tom desaparece no momento em que nasce, mas no Primeiro Céu os ecos são, naturalmente, muito mais belos e têm mais permanência; por isso o músico ouve sons mais doces do que já ouviu durante a sua vida terrena.
No livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz lemos sobre a bela vida celestial que as crianças têm no Primeiro Céu, e nos dizem que, se pudéssemos vê-las lá, a nossa dor cessaria rapidamente aqui. Quando uma criança morre antes do nascimento do Corpo de Desejos, que ocorre por volta do décimo quarto ano na vida aqui, ela não vai além do Primeiro Céu, porque não é responsável pelos seus atos, suas obras ou ações, assim como o recém-nascido não é responsável pela dor que causa à sua mãe, quando se movimenta no seu ventre. Portanto, a criança não tem existência purgatorial. O que não é vivificado não pode morrer e por isso o Corpo de Desejos de uma criança, junto da Mente, persistirá até um novo nascimento; por essa razão tais crianças são muito aptas a se lembrar da sua vida anterior, como no caso citado em outro lugar do livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz.
Para essas crianças, o Primeiro Céu é um lugar de espera, onde permanecem de um a vinte anos até que uma oportunidade para um novo nascimento seja oferecida. No entanto, é mais do que um simples lugar de espera, porque há muito progresso feito durante esse tempo. Quando uma criança morre, há sempre um parente, um conhecido que a quer muito bem que a espera ou, na falta destes, há pessoas que amaram ser “mães” de crianças na vida terrena e que encontram prazer em cuidar de uma pequena solitária. A extrema plasticidade do material de desejo facilita a formação dos mais requintados brinquedos vivos para as crianças e a vida delas é um belo jogo; no entanto, a sua instrução não é negligenciada. São agrupadas em classes, de acordo com os seus temperamentos, mas independentemente da idade.
No Mundo do Desejo é fácil dar lições objetivas sobre a influência das paixões boas e más na conduta e na felicidade. Essas lições ficam indelevelmente impressas no sensível e emocional Corpo de Desejos da criança e permanecem com ela após o renascimento, de modo que muitos que vivem uma vida nobre devem muito disso ao fato de terem recebido esse treinamento. Muitas vezes, quando um Ego fraco nasce, os Seres Compassivos (os Líderes invisíveis que guiam a nossa evolução) fazem com que ele morra aqui no início da vida para que possa ter esse treinamento adicional lá, que o prepara para o que pode ser uma vida difícil. Este parece ser o caso, particularmente, quando a gravação no Átomo-semente do Corpo de Desejos foi fraca e prejudicada, em consequência de uma pessoa moribunda ter sido perturbada pelas lamentações dos seus parentes, ou porque encontrou a morte por acidente ou no campo de batalha ou seu Corpo Denso, depois que morreu, foi dissecado, cutucado, furado, cortado, embalsamado. Ela não experimentou, nessas circunstâncias, a intensidade apropriada de sentimento em sua existência post-mortem; logo, quando ela nasce e morre no início da vida, a perda é compensada.
Muitas vezes, o dever de cuidar dessa criança na vida celeste pertence àqueles que foram a causa da anomalia. Eles têm assim a possibilidade de compensar a sua falta e de aprender melhor. Ou talvez se tornem os pais da pessoa que prejudicaram e cuidem dela durante seus poucos anos de vida. Então não importa se lamentam histericamente a morte dessa criança, porque não haverá imagens de qualquer consequência no Éter Refletor do Corpo Vital da criança. E assim a “dívida é paga” e a “conta é liquidada” como sempre deve ser.
Nenhuma pessoa que passa por uma vida terrena egoísta, crítica, egocêntrica, censuradora e sem caridade, buscando seus principais prazeres nas coisas físicas, materiais — ou seja, no que pode ser obtido e desfrutado apenas por meio dos sentidos puramente físicos e, ainda assim, porque uma vez colocou seu nome em um registro de uma Igreja ou frequenta alguma “Religião exotérica” por motivo de dever ou como se fosse uma espécie de bálsamo para uma consciência ultrajada — deve esperar que lhe seja permitido ficar por muito tempo ou desfrutar muito a estada no Primeiro Céu. Porque o Primeiro Céu é, verdadeiramente, a Região da Alma e a Alma é a essência da simpatia e da ajuda feita e prestada aqui, que é a quintessência do serviço amoroso e desinteressado (se possível, anonimamente) – sempre esquecendo os defeitos deles e, assim focando na divina essência oculta em cada um de nós) – prestado durante a nossa vida terrestre, ou seja: aqui, especial e principalmente por meio de atos, obras e ações, usando o nosso Corpo Denso.
Ou seja, uma vida assim: egoísta, crítica, egocêntrica, censuradora e sem caridade, buscando seus principais prazeres nas coisas físicas, materiais – ou seja, no que pode ser obtido e desfrutado apenas por meio dos sentidos puramente físicos e, ainda assim, porque uma vez colocou seu nome em um registro de uma Igreja ou frequenta alguma “Religião exotérica” por motivo de dever ou como se fosse uma espécie de bálsamo para uma consciência ultrajada – não pode ser produtiva de grande quantidade de ambos. Porque nenhuma qualidade pode se tornar parte de nós até que a tenhamos incorporado na nossa natureza, vivendo-a no dia a dia. Podemos pensar em altruísmo, podemos falar sobre altruísmo e podemos acreditar em altruísmo, mas para realmente possuirmos o altruísmo temos que vivê-lo, colocá-lo em prática por meio de atos, obras e ações. Não há outro caminho! É exatamente assim que o crescimento anímico – o crescimento da Alma – funciona. A Alma não é um órgão físico nem um sentido físico, como a visão e o tato. Cada Alma é o resultado do nosso trabalho (o Ego) em cada um dos nossos três Corpos, a saber: a Alma Consciente, resultado do trabalho por meio de atos, obras e ações boas no nosso Corpo Denso; a Alma Emocional, resultado do trabalho por meio de desejos, emoções e sentimentos superiores no nosso Corpo de Desejos; a Alma Intelectual, resultado da memória dos atos, obras e ações boas, e desejos, emoções e sentimentos superiores gravados no nosso Corpo Vital. Assim, os nossos veículos devem se tornar o “servo” e não o “senhor”, porque são simplesmente os nossos instrumentos, nossas “ferramentas de trabalho”.
Você quer encurtar a sua permanência no Purgatório? Então tente não incorporar em seu Panorama de Vida – quando morrer mais uma vez aqui – as coisas das quais será purgado para se tornar puro. Quer ter uma ajuda que acelera a redução desses registros que levam a estada no Purgatório? Pratique o Exercício Esotérico Rosacruz noturno de Retrospecção.
Gostaria de saborear a sua estada no Primeiro Céu, essa região de alegria e regozijo, sem uma única gota de amargura, onde todas as suas aspirações mais elevadas se realizam em toda a sua extensão e você obtém a satisfação que a vida terrena não deu? Então procure ter uma vida que faça sua Alma crescer. Busque diligentemente os doze tipos de oportunidade que nos chegam todos os meses e, quando encontrar, seja atencioso no serviço amoroso e desinteressado (se possível, anonimamente) – sempre esquecendo os defeitos deles e, assim focando na divina essência oculta em cada um de nós) – prestado durante a nossa vida terrestre!
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross junho/1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
No princípio, Deus diferenciou dentro de Si uma hoste de Espíritos como faíscas de um fogo. Esses Espíritos não eram chama, embora dotados de consciência total – omnisciência –, não tinham autoconsciência. Eles tinham todas as possibilidades de ser, mas não eram realmente onipotentes como Deus, porque não tinham o poder dinâmico disponível para uso, a qualquer momento, de acordo com sua vontade. Para que pudessem desenvolver essas qualidades, começaram sua peregrinação pela matéria.
Aprendemos na Filosofia Rosacruz que o nome deles é Espírito Virginal e que nós, Espíritos Virginais da Onda de Vida humana estamos manifestados em um Tríplice Espírito — Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano — (como Deus, nosso criador, está manifestado também: de forma Tríplice), possuímos um veículo Mente, por meio da qual estamos aprendendo a governar um Tríplice Corpo — Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos — cujo germe ganhamos de Hierarquias Criadoras e por meio do nosso trabalho (Tríplice Espírito) sobre esse Tríplice Corpo fomos enriquecendo os Átomos-sementes de cada um desses três Corpos, com o propósito de coletar experiência. E, aos poucos, vamos transmutando esse Tríplice Corpo em uma Tríplice Alma por meio da qual iremos da impotência à onipotência.
Durante a Involução (a primeira das duas partes desse Esquema de Evolução), nós – o Ego, um Espírito Virginal da Onda de Vida humana – progredimos construindo um Tríplice Corpo e vamos conquistando o controle sobre esses Corpo por meio do elo da Mente. A Mente é o ponto básico sobre o qual a Involução se transforma em Evolução e nós, que entramos em nossos veículos (o Tríplice Corpo), começamos a desenvolver a Tríplice Alma — Alma Consciente, Alma Intelectual e Alma Emocional.
E o processo é o seguinte: toda atividade que executamos via nosso veículo Espírito Divino sobre o nosso Corpo Denso, que resulta em observação e ação retas, promove o crescimento da Alma Consciente, alimento para aumentar a consciência do veículo Espírito Divino, a fim de um dia termos um Corpo Espírito Divino.
O Corpo Denso é trabalhado pelo Espírito Divino porque ele é a oitava inferior desse Espírito Divino. A Alma Consciente cresce pela observação, ação, pelos impactos externos e experiência. Essas são as lições que nos são dadas na grande Escola de Deus, o ambiente diário que nos cerca e do qual frequentemente reclamamos amargamente; ainda assim, quando corretamente enfrentadas, na realidade elas se tornam nossas maiores bênçãos, pois são o alimento que nutre a Alma Consciente e ela aumenta a consciência do Espírito Divino porque ela é a quintessência do Corpo Denso, que é a contraparte inferior – ou oitava inferior – do Espírito Divino.
Toda atividade que executamos via nosso veículo Espírito de Vida sobre o nosso Corpo Vital, que resulta em memória da observação e ação retas e dos desejos, sentimentos e emoções superiores, promove o crescimento da Alma Intelectual, alimento para aumentar a consciência do veículo Espírito de Vida, a fim de um dia termos um Corpo Espírito de Vida.
Repare que a Alma Intelectual, como mediadora entre a Alma Consciente e a Alma Emocional, cresce pelo exercício do discernimento e da memória pela qual ela liga experiências passadas e presentes às ações feitas pelo Corpo Denso, pelos desejos, sentimentos, emoções do Corpo de Desejos, pensamentos e ideias, criando simpatia e antipatia; isso não poderia existir sem a memória, porque os sentimentos resultantes apenas da experiência seriam evanescentes.
O Corpo Vital é trabalhado pelo Espírito de Vida porque ele é a oitava inferior desse Espírito de Vida. A Alma Intelectual fornece poder adicional ao Espírito de Vida, porque ela é extraída do Corpo Vital, que é a contraparte inferior – ou oitava inferior – do Espírito de Vida.
Toda atividade que executamos via nosso veículo Espírito Humano sobre o nosso Corpo de Desejos, que resulta em desejos, sentimentos e pelas emoções superiores (ou seja: criados por nós usando somente materiais das três Regiões superiores do Mundo do Desejo) promove o crescimento da Alma Emocional, alimento para aumentar a consciência do veículo Espírito Humano, a fim de um dia termos um Corpo Espírito Humano.
Ou seja: o Corpo de Desejos é trabalhado pelo Espírito Humano, porque ele é a oitava inferior desse Espírito Humano. Repare que os desejos, sentimentos e as emoções inferiores não fazem crescer a Alma Emocional. A Alma Emocional, que é o extrato do Corpo de Desejos, é acrescentada à eficiência do Espírito Humano, que é a contraparte espiritual – ou oitava superior – do Corpo de Desejos.
A Alma é, por assim dizer, a quintessência, o poder ou força do Tríplice Corpo; quando um Corpo é completamente construído e levado à perfeição através das Épocas e Períodos, como descrito previamente, a Alma é totalmente extraída dele para ser absorvida por um dos três aspectos do Espírito.
O Espírito Divino, que tem a sua contraparte o Corpo Denso, promove o crescimento da Alma Consciente; essa Alma será absorvida pelo Espírito Divino na sétima Revolução do Período de Júpiter. O Espírito de Vida, que tem a sua contraparte o Corpo Vital, promove crescimento da Alma Intelectual; essa Alma será absorvida pelo Espírito de Vida na sexta Revolução do Período de Vênus. O Espírito Humano, que tem a sua contraparte o Corpo de Desejos, promove crescimento da Alma Emocional, que será absorvida pelo Espírito Humano na quinta Revolução do Período Vulcano.
Quanta ou quão pouca Alma um ser humano tem depende da quantidade de trabalho que ele realizou em seu Tríplice Corpo, pois a Alma é o produto espiritualizado do Corpo. É importante enfatizar demais a extrema importância desta parte do nosso trabalho, porque é a parte em que estamos realmente engajados hoje. Agora mesmo, cada um de nós está construindo, ou então negligenciando construir, esta Tríplice Alma.
E lembre-se de que os esforços necessários para que possamos promover o crescimento da Alma são os seguintes: observação, ações corretas, a memória dessas ações, desejos, sentimentos e emoções superiores, tais como: gratidão, olhares gentis, expressões de confiança, simpatia, ajuda amorosa, discernimento, esforço para ajudar os necessitados a se ajudarem, boas ações, firme contenção de tendências ao autoritarismo, o esforço para conter o apetite e as paixões animais, devoção, serviço prestado independentemente de conforto e prazer pessoal e coisas afins a essas. Nessas qualidades são encontrados todos os elementos necessários para o crescimento da Alma. Cada ato e cada pensamento são fatores determinantes na construção da Tríplice Alma
Não devemos prolongar a nossa estada no Purgatório – quando terminar mais uma vida terrestre –, pois não podemos deixar esta Região enquanto uma única propensão ao mal não for purgada. E assim nossa permanência no Purgatório depende não do desejo de Deus de nos punir pelos erros cometidos enquanto estamos vivendo aqui, mas inteiramente de cada um de nós e do tempo que usamos para nos apegar às práticas malignas que apreciávamos enquanto estávamos revestidos com nossa vestimenta de carne. Pois, sabemos que “a morte não tem poder de limpeza”. Se nos deleitávamos em fazer o mal ou em nada fazer de bom (“deixa a vida me levar”) enquanto levávamos nossa vida terrena, então temos exatamente os mesmos gostos e inclinações após a morte, pois sempre somos nós e não o nosso Corpo Denso quem sentia prazer em fazer o mal ou em se deleitar em nada fazer de bom. O Corpo Denso por si só não tem vontade para o certo nem para o errado; ele é simplesmente um veículo através do qual funcionamos na Região Química do Mundo Físico, e quando nos retiramos, ele rapidamente perde toda sua forma e retorna aos seus elementos originais na Natureza.
Há uma classe de pessoas que se esforçam para se esquivar, por assim dizer, da Lei de Causa e Efeito, tomando uma espécie de rota intermediária entre o bem e o mal. Essas pessoas não são malfeitoras, em sentido geral. Nem estão preocupadas com o trabalho de construir a Tríplice Alma. Elas são honestas, corretas e não são injustas com os outros; mas estão profundamente imersas nos negócios delas aqui e não pensam sobre a vida espiritual e, logicamente, nem sobre o que realmente estamos fazendo aqui e nem para onde vamos depois daqui. Este mundo é suficientemente bom para elas. Elas sentem que se deva ser decente para não desejar prejudicar outros e o principal negócio da sua vida é prover abundantemente para si e para a família; quiçá para alguns no seu entorno que, logicamente, interessa a ela. São os que tem estada garantida na Região Limítrofe. O Purgatório ocupa as três Regiões inferiores do Mundo do Desejo. O Primeiro Céu está nas três Regiões superiores. A Região central – Região Limítrofe – é uma espécie de terra de fronteira — não é o Purgatório nem o Céu; aqui encontramos essas pessoas após a morte. Para elas o Mundo do Desejo é um estado de monotonia indescritível.
Não há “negócios” naquele lugar nem algo que seja parecido; então essas pessoas têm muita dificuldade para pensar em coisas mais elevadas do que resultados financeiros, contas no banco ou ganhos monetários. Aqueles que pensaram no problema da vida e chegaram à conclusão de que “a morte acaba com tudo”, que negaram a existência de coisas fora do mundo material-sensorial, esses também sentem essa terrível monotonia. Eles esperavam que a morte implicasse a aniquilação da consciência e do Corpo; mas em vez disso eles se percebem com uma percepção aumentada de pessoas e objetos ao seu redor. Estavam acostumados a negar a realidade espiritual tão veementemente na Terra que, muitas vezes, imaginam que o Mundo do Desejo é uma alucinação e podem ser ouvidos frequentemente exclamando no mais profundo desespero: “Quando isso vai acabar? Quando vai acabar?”.
Essas pessoas estão realmente em um estado lamentável. Geralmente, estão além do alcance de qualquer ajuda e sofrem muito mais do que qualquer outra pessoa. Além disso, elas têm pouca coisa a fazer nos Mundo celestes, onde a construção de Corpos para uso futuro é ensinada; logo, projetam todos os seus pensamentos cristalizantes no Corpo que será construído para sua vida futura; um Corpo assim moldado tem as tendências de endurecimento que vemos, por exemplo, em doenças consultivas, como por exemplo a tuberculose, pneumonia e afins. Às vezes, o sofrimento de tais Corpos decrépitos eleva os pensamentos das entidades que os animam para Deus e sua evolução pode prosseguir; mas na Mente materialista reside o maior perigo de perder o contato entre o Ego (o que realmente ele é) e os Corpos e se tornar um pária nessa vida.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio de 1916, e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
A morte é a passagem do indivíduo de um Mundo para outro, uma remoção para outro plano onde vivemos sem qualquer alteração, pois apenas o nosso ambiente e as condições exteriores são alterados. Essa ida de um Mundo para outro é, geralmente, acompanhada por mais inconsciência ou menos. Quando despertamos no Mundo do Desejo, nós somos, com uma exceção, a mesma pessoa com todos os aspectos que tínhamos antes da morte. Qualquer um que nos visse lá iria nos reconhecer, se nos conheceu aqui, na Região Química do Mundo Físico.
Não há poder transformador na morte; o nosso caráter não muda! O ser humano perverso e o bêbado continuam perverso e bêbado; o avarento ainda é um avarento; o ladrão é tão desonesto como antes. Mas há uma grande e importante mudança em todos eles: todos perderam seu Corpo Denso e isso faz toda a diferença em relação à satisfação de seus vários desejos. O bêbado não pode beber nada, pois ele não tem estômago (nem físico e nem vital) e embora tente de todas as maneiras possíveis satisfazer o seu desejo de bebida alcoólica, é estritamente impossível e em consequência disso ele sofre as torturas de Tântalo[1] até que, finalmente, o desejo se queima por falta de satisfação, como acontece com todos os desejos, sentimentos e emoções, inclusive na nossa vida física aqui.
Note que não é uma Divindade vingadora que mede o sofrimento no Purgatório, nem um demônio que executa o julgamento; mas os desejos, sentimentos e as emoções malignos, cultivados em cada vida terrena por nós e incapazes de gratificação no Mundo do Desejo, é que causam o sofrimento, até que, com o tempo, eles são dissipados. Assim, o sofrimento é estritamente proporcional à força de cada hábito maligno praticado na vida recém-finda.
Enquanto nossos maus hábitos são tratados dessa maneira geral, nossas ações más e específicas são tratadas da seguinte maneira: no momento da morte, antes que nós, o Espírito ou Ego humano, vestido com a bainha da Mente e do Corpo de Desejos, seja inteiramente retirado da forma física, um Panorama da Vida prestes a terminar é gravado no Corpo de Desejos e esse panorama começa a se desdobrar para trás da morte ao nascimento, após nossa entrada no Purgatório, que está localizado nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo. No Corpo de Desejos de alguns existe uma preponderância de matéria de desejo grosseira ou inferior e, em outros, de matéria de desejo fina ou superior; isso faz a diferença no nosso ambiente e status quando entramos no Mundo do Desejo após a morte, pois então a matéria do Corpo de Desejos, enquanto assume o aspecto e a forma do Corpo Denso que foi descartado, ao mesmo tempo se organiza de modo que a matéria mais sutil e pertencente às Regiões superiores do Mundo do Desejo forma o centro do veículo, enquanto a matéria das três Regiões inferior fica na periferia desse Corpo.
Quando mais uma vida terrena nossa termina, nós exercemos uma força centrífuga para nos libertarmos do nossos Corpos. Seguindo a mesma lei que faz um Planeta lançar ao espaço a parte de si mesmo que é mais densa e cristalizada, primeiramente descartamos o nosso Corpo Denso. E isso nós chamamos de “morte”. Esse é o momento em que o Panorama da Vida é gravado no nosso Corpo de Desejos. Quando entramos no Mundo do Desejo, essa força centrífuga continua a agir de modo a lançar a matéria mais grosseira ou inferior desse Corpo de Desejos para fora; assim somos forçados a permanecer nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo, o Purgatório, até ser purgado dos desejos, sentimentos e emoções mais grosseiros que foram incorporados à nossa matéria de desejo. A matéria de desejo mais grosseira ou inferior está, portanto, sempre na periferia do nosso Corpo de Desejos, enquanto passamos pelo Purgatório, sendo gradualmente eliminada pela força centrífuga.
Durante esse tempo, o Panorama da Vida é, gradualmente, desdobrado para trás, da morte ao nascimento, como dito acima, a uma taxa de, aproximadamente, três vezes a velocidade da nossa vida física, de modo que alguém que tivesse sessenta anos no momento da morte viveria sua vida no Mundo do Desejo em vinte anos. No Purgatório, enquanto o Panorama da Vida que acabou se desenvolve, o bem contido nele não causa qualquer impressão em nós, mas todo o mal reage sobre nós de tal forma que, nas cenas em que nós fizemos outro ser sofrer, nós próprios nos sentimos sofrendo como o ser que fizemos sofrer sofreu. Sofremos toda a dor e angústia que nossa vítima sentiu; como a velocidade da vida é triplicada aqui, o sofrimento também é! E ainda mais agudo, pois o Corpo Denso tem uma vibração tão lenta que diminui até mesmo o sofrimento, mas no Mundo do Desejo, quando estamos sem o veículo físico, o sofrimento é muito mais intenso e quanto mais nítida a impressão panorâmica da vida passada for gravada no Corpo de Desejos no momento da morte, mais sofreremos e mais claramente sentiremos em nossas vidas futuras que a transgressão deve ser evitada, ou que “vida do transgressor é dura e sofrida” (Pb 13:15).
Assim, somos purgados de todo tipo de mal, pois a missão do Purgatório é erradicar os nossos hábitos prejudiciais, tornando nossa gratificação impossível. É por causa do nosso sofrimento lá que aprendemos a agir gentilmente, honestamente e com tolerância para com os outros aqui. Quando nascemos de novo, estamos livres dos maus hábitos e nova obra, ação ou todo novo ato malignos que cometemos vem do livre-arbítrio. Às vezes, essas tendências nos tentam, proporcionando-nos uma oportunidade de nos posicionar do lado da misericórdia, da compaixão, da paciência e da virtude, contra o vício e a crueldade.
Mas para indicar o ato, a ação ou a obra correta e nos ajudar a resistir às armadilhas e artimanhas da tentação, temos o sentimento resultante da expurgação de hábitos malignos e da expiação dos atos errados de vidas passadas: a consciência moral produzida pelo sofrimento purgatorial. Se dermos atenção a esse sentimento e nos abstermos do mal a tentação cessará: nós nos libertaremos dela para sempre. Se cedermos, porém, experimentaremos um sofrimento mais agudo do que antes até que finalmente tenhamos aprendido a viver pela Regra de Ouro (Mt 7:12), porque o “caminho do transgressor é muito difícil”. Logo, o Purgatório tem influência fundamental no Crescimento da Alma.
Entretanto aprendemos na Fraternidade Rosacruz que há um benefício inestimável em conhecer o método e o objetivo dessa purgação, porque assim somos capazes de evitá-la, vivendo nosso Purgatório aqui e agora, dia a dia, avançando muito mais rápido do que seria possível de outra forma. Um exercício é fornecido na última parte do livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, cuja intenção é a purificação como ajuda para o desenvolvimento da visão espiritual. Consiste em refletir sobre os acontecimentos do dia após se retirar para dormir, à noite, e julgar cada incidente para verificar se agimos corretamente ou não. Se dessa maneira superarmos conscientemente nossas fraquezas, também faremos um avanço muito objetivo na Escola da Evolução. Mesmo se falharmos em corrigir nossas ações, teremos um imenso benefício ao julgar a nós mesmos, gerando assim aspirações para o bem que, com o tempo, certamente darão frutos em forma de ações corretas.
Arrependimento e reforma íntima também são fatores poderosos para encurtar a existência purgatorial, pois a natureza nunca desperdiça esforços em processos inúteis. Quando percebemos o erro de certos hábitos ou atos em nossa vida e determinamos erradicar esse hábito e compensar o erro, nós drenamos suas imagens da Memória ou Mente Subconsciente e eles não estarão no Purgatório para nos julgar após a morte. Mesmo que não sejamos capazes de fazer a restituição por um erro cometido, a sinceridade do nosso arrependimento será suficiente. A indenização pode ser oferecida à nossa vítima de outras maneiras.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio de 1916, e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: Em sua história, conta-se que, ousando testar a omnisciência dos deuses, roubou os manjares divinos e serviu-lhes a carne do próprio filho Pélope num festim. Como castigo foi lançado ao Tártaro, onde, em um vale abundante em vegetação e água, foi sentenciado a não poder saciar sua fome e sede, visto que, ao aproximar-se da água essa escoava e ao erguer-se para colher os frutos das árvores, os ramos moviam-se para longe de seu alcance sob a força do vento. A expressão suplício de Tântalo refere-se ao sofrimento daquele que deseja algo aparentemente próximo, porém, inalcançável, a exemplo do ditado popular “Tão perto e, ainda assim, tão longe”.
Há uma classe de sensitivos com caracteres fortes positivos por seu poder interno, de acordo com os ditados de sua própria vontade. Esses caracteres podem ser treinados para se converter em Clarividentes voluntários e serem seus próprios senhores em lugar de serem escravos de um Espírito desencarnado (de um irmão ou de uma irmã que morreu e não entrou no Purgatório, ou seja: um “Espírito apegado à Terra”, vivendo nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo por meio do seu Corpo de Desejos).
Em alguns sensitivos é possível extrair parte do Éter que forma o Corpo Vital. Quando um Espírito desencarnado obtém acesso a um sujeito de tal natureza, desenvolve esse sensitivo como um Clarividente involuntário, chamado de “médium materializante”.
O ser humano que é capaz de extrair os dois Éteres superiores do seu Corpo Vital por um ato volitivo se converte em um cidadão de dois Mundos, consciente, independente e livre. São conhecidos, geralmente, como Auxiliares Invisíveis Conscientes. Por meio dos Exercícios Esotéricos fornecidos pela Escola dos Ensinamentos Ocidentais, a Fraternidade Rosacruz, pode-se lograr, com o tempo, separar os dois Éteres Superiores do dois Éteres inferiores do Corpo Vital – que chamamos de Corpo-Alma –, então, pode sair de seu Corpo Denso, o físico, deixando-o abandonado momentaneamente, rodeado e vitalizado somente pelos dois Éteres Inferiores do seu Corpo Vital. Com esse Corpo-Alma ele pode sair levando o seu Corpo de Desejos e a sua Mente para quaisquer distâncias, mantendo-se ligado ao Corpo Denso por meio do Cordão Prateado.
Os Auxiliares Invisíveis são seres humanos que chegaram a um grau de evolução tal, que, ao mesmo tempo que observam durante o dia, em seu Corpo Denso, uma vida consagrada ao serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao seu irmão e a sua irmã, focando na divina essência oculta que há dentro de nós – e que é a base da Fraternidade, têm merecido o privilégio de ser, durante a noite, os colaboradores assíduos dos Irmãos Maiores. Os Auxiliares Invisíveis podem dirigir correntes de força vital solar para fins de cura para os irmãos e as irmãs doentes e, também, podem materializar mãos para manipular a parte enferma do Corpo Vital desses irmãos e dessas irmãs. Todos eles trabalham sob a direção dos Irmãos Maiores, que são os geradores da Panaceia Espiritual Curativa.
Contudo, para se converter em um Auxiliar Invisível é necessário, primeiramente, ser um Auxiliar Visível, ou seja, levar uma vida durante o dia voltada: a ajudar os nossos irmãos e as nossas irmãs; a fazer os Exercícios Esotéricos Rosacruzes; a oficiar diariamente os Rituais dos Serviços Devocionais; a trilhar o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz e, importantíssimo voltada a prática do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao seu irmão e a sua irmã que estão ao seu lado, focando na divina essência oculta que há dentro de nós – e que é a base da Fraternidade.
(Publicado no O Encontro Rosacruz – Fraternidade Rosacruz de Santo André – SP – abril/1982)
Resposta: Antes de mais nada, vamos conceituar o que o perguntante entende por “consciência”. A consciência aqui referida difere-se da Consciência de Vigília e/ou dos elementos que são passíveis de serem percebidos por uma pessoa (tomar conhecimento de). No presente artigo, o termo “consciência” se refere ao resultado das reações sentidas pelo Ego sobre as experiências de uma vida, normalmente, produzida durante a estada no Purgatório e Primeiro Céu. Sabe-se que o Exercício Esotérico Rosacruz noturno de Retrospecção, quando realizado adequadamente, também permite a formação desta consciência moral.
De acordo com os Ensinamentos Rosacruzes, quando o Espírito sai da vida física por ocasião da morte, ele vê diante de si, o Panorama de sua Vida passada, em ordem inversa. Nessa ocasião, os quadros que compõem a história de sua vida são gravados nos veículos mais sutis que o Ego leva consigo para os Mundos invisíveis. A reação aos quadros em que o Espírito fez algum mau ato constitui sua experiência de purgação. Essa purgação extirpa desses quadros do Panorama da Vida, mas deixa um “aroma” – que nós chamamos consciência – para prevenir ao Espírito, em sua vida seguinte, de não fazer as coisas que anteriormente lhe causaram sofrimentos de purgação.
O escrúpulo é a qualidade positiva da consciência negativa. A consciência nos previne de não fazer aquilo que é errado; o escrúpulo nos incita a fazer aquilo que é correto.
Mitologicamente, Saturno é o ceifeiro com a foice e a ampulheta. O “anjo da morte”, que nos tira da vida terrestre para uma existência de purgação onde colhemos o que semeamos. Neste sentido, portanto, Saturno está na base da consciência.
Ele nos admoestará sempre, dizendo “não, não, não”, e se ouvimos sua voz no passado e o temos atualmente numa boa posição em relação aos outros Astros (Planetas, Sol e Lua), especialmente Júpiter, o Planeta da lei, da ordem e da ética, e também o Sol, que nos fornece nossos ideais mais elevados; seremos, então, homens e mulheres realmente conscientes, e sempre executaremos nossa tarefa na vida, não importa quão árdua ela seja e quanta perseverança e persistência seja necessária, ou quanto autossacrifício seja exigido.
A consciência, portanto, não é produto de um só Astro, mas é necessária a combinação das virtudes mais elevadas envolvendo vários Astros para originá-la em sua expressão mais nobre e sublime.
Naturalmente há muitas pessoas que são conscientes devido à influência de outros Astros, mas a fase mais elevada exige a cooperação do Sol, de Júpiter e Saturno.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz fevereiro/1964 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Resposta: Durante a vida aqui, no estado de Consciência de Vigília, os nossos veículos (Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente) se mantem todos juntos, concentricamente. Mas, ao morrer, nós – o Ego, ou seja, um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui –, envolto na Mente e no Corpo de Desejos, nos retiramos do nosso Corpo Denso. Como as funções vitais terminaram, então o nosso Corpo Vital também se retira do nosso Corpo Denso, deixando-o inanimado sobre o lugar em que ele se encontra. Nós levamos conosco o Átomo-semente do Corpo Denso que está na posição referencial do ápice do ventrículo esquerdo do coração. O Corpo Denso passa a se desintegrar. Então, se inicia um processo sobremaneira importante e os que assistem o defunto devem tratar zelosamente para que reine a maior quietude em toda a casa ou no velório, porque, então ocorre a revisão do Panorama da Vida que recém terminou. As imagens de mais uma vida aqui que acaba de terminar e que se achavam impressas no Átomo-semente do Corpo Denso, começam a passar como um filme, ante os “olhos do Espírito”, em progressão lenta e ordenada, porém, no sentido inverso, ou seja, do momento da morte para trás, passando pela senilidade, maturidade, juventude, infância, até o nascimento. Esse Panorama da Vida que recém terminou dura entre algumas horas até três dias e meio, segundo: a evolução do Ego, as circunstâncias da morte, o ambiente em que se acha o Corpo Denso e a capacidade de concentração do Ego naquele momento. Mas, o principal fator de duração é a força vital do Corpo Vital, que determina o tempo que o Ego poderá se manter desperto, assistindo ao Panorama da Vida que recém terminou. Mesmo em vida, algumas pessoas podem se manter ativas e despertas durante sessenta ou mais horas, antes de ficarem exaustas. Todavia, outras só permanecem despertas umas poucas horas.
A razão por que se torna necessário a quietude no velório ou onde o Corpo Denso fica depois da morte, até três dias e meio (logicamente para que não se decomponha nesse tempo, o Corpo Denso deve ficar em um refrigerador mortuário, também chamado de caixa de congelamento de armazenamento frio de cadáveres – que se encontram, normalmente, em hospitais), decorre do processo panorâmico: as cenas da vida devem se imprimir sobre o Átomo-semente do Corpo de Desejos, que será o nosso (Ego) veículo, no Mundo do Desejo, em cujas Regiões inferiores poderemos ter que passar, onde fica o Purgatório – onde formamos a consciência resultante dos atos, das ações e obras que fizemos de errado ou que prejudicamos alguém –, e em cujas Regiões superiores também poderemos ter que passar, onde fica o Primeiro Céu – onde assimilará o bem realizado resultante dos atos, das ações e obras que fizemos de correto ou reto ou que ajudamos alguém.
Quando a vida recém terminada foi muito intensa (para o “bem ou para o mal”) e o Corpo Vital é forte em sua composição etérica, o tempo do Panorama da Vida será mais longo do que se a vida não foi tão intensa e o Corpo Vital é débil. Durante o Panorama da Vida o Corpo Denso está conectado aos veículos superiores por meio do Tríplice Cordão Prateado, mais precisamente, por meio do primeiro seguimento, o etérico, entre o Átomo-semento do Corpo Denso e o Átomo-semente do Corpo Vital que fica na posição referencial do Plexo Celíaco (ou Plexo Solar ou, popularmente, a “boca do estômago”). E através dessa ligação, nós (o Ego) sentiremos, até certo ponto, os incômodos físicos, químicos e vibrações, bem como quaisquer danos causados ao nosso Corpo Denso. Assim, o embalsamento, as autópsias, a cremação, feitos dentro desse período de três dias e meio após a morte clínica do Corpo Denso serão sentidos dolorosamente por nós. Daí que não devam ser feitos durante esse período.
Após os três dias e meio o Panorama da Vida já foi transferido para o Átomo-semente do Corpo de Desejos. Então, o Cordão Prateado se rompe primeiro seguimento. O Corpo Vital (especialmente os dois Éteres inferiores) é atraído para o Corpo Denso para se decompor sincronicamente com ele. Toda conexão entre nós e o nosso Corpo Denso fica definitivamente rompida. Seguimos nós, o Ego, livremente, para iniciar mais uma Vida Celeste, se assim desejarmos.
Quando se enterra um Corpo Denso, o Corpo Vital permanece sobre a tumba. O Clarividente pode vê-lo, decompondo-se sincronicamente com o Corpo Denso. Por exemplo, quando o braço enterrado já se decompôs, o etérico também se desfaz e desaparece, até que desapareça o último vestígio do Corpo Denso. Mas quando se realiza a cremação, o Corpo Vital se desintegra imediatamente. Esse veículo é o que conserva as imagens das experiências da vida acabada de terminar. Essas imagens precisam ser transferidas para o Átomo-semente do Corpo de Desejos pelo processo do Panorama da Vida recém terminada já mencionado, a fim de formar a base da vida no Purgatório e no Primeiro Céu; assim, seria grandemente prejudicial que a cremação se efetuasse dentro dos três dias e meio após a morte clínica do Corpo Denso.
Perde-se algo quando ocorre a cremação logo após a morte, antes do Cordão Prateado se romper por si só. A impressão sobre o Átomo-semente do Corpo de Desejos não é, então, tão profunda como deveria ser. Isso tem efeito nas vidas posteriores, porque, quanta mais forte for a impressão, tanto mais agudos são os sofrimentos no Purgatório, pelo “mal realizado”, e tanto mais intensos serão os regozijos no Primeiro Céu, resultantes das “boas obras” da vida passada. São estes sofrimentos e regozijos os que nos formam a chamada consciência. Quando perdemos a advertência do sofrimento, perdemos, também, na formação da conduta, porque a purificação purgatorial nos adverte contra a repetição do mal, em vidas posteriores, ao se apresentarem de novo as tentações que antes nos vitimaram. Portanto, os efeitos da cremação prematura devem ser levados em muita conta. Triste é dizê-lo: temos a Ciência do Nascimento, com o concurso de médicos obstétricos, parteiras experimentadas, antissépticos e todo o necessário para o conforto e segurança da criança que vai nascer e de sua mãe, mas nos falta a Ciência da Morte que nos permita despedir, convenientemente, dos nossos amigos deste mundo e nos preparar para mais um nascimento nos Mundos Celestes.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – novembro/1975 – Fraternidade Rosacruz SP)
Resposta: Sim, certamente nós os encontramos e os reconhecemos, porque a morte não encerra poder transformador algum. A pessoa surge ali na mesma forma que o conhecemos aqui, porquanto ela se crê ainda possuidor dessa forma, mas, o lugar em que poderemos encontrá-la depende de vários fatores.
Em primeiro lugar, se tivermos vivido uma vida muito religiosa, não teremos que passar pelo Purgatório e, também, teremos uma existência muito curta no Primeiro Céu, e iremos quase que diretamente para o Segundo Céu[1], enquanto aquele a quem o amor era de tal natureza que ele teria uma longa estada no Mundo do Desejo, então, é claro que não deveríamos nos encontrar até que ele chegasse ao Segundo Céu. Se morremos aqui logo após esse ente querido, talvez o encontro não aconteceria, pelo menos, antes de vinte anos, mas isso não importância, porque nas referidas Regiões do Mundo do Desejo a pessoa está totalmente inconsciente do tempo.
A pessoa materialista, se tivesse vivido uma existência moralmente sã, como costumamos descobrir que essas pessoas fazem, permaneceria na quarta Região do Mundo do Desejo[2], durante certo número de anos, de acordo com o tempo vivido no plano físico, posteriormente passaria pelo Purgatório e Primeiro Céu e depois para o Segundo Céu, embora não tivesse lá uma consciência tão ampla e clara, como a pessoa devotada às realidades do Espírito.
Nós o veríamos, o reconheceríamos e associando-nos a ele durante séculos, na obra de engendrar o futuro ambiente, e lá ele não seria nada materialista, porque ao atingir essa elevada Região[3], o Espírito não se encontra dominado pelas ilusões que, muitas vezes, o envolveram no Mundo material. Todos e cada um se reconhecem como seres espirituais, lembrando-se desta vida terrestre da forma como recordamos algum pesadelo. O Espírito, ao penetrar no Segundo Céu, já sente a sua verdadeira natureza.
(Pergunta nº 56 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: No Mundo do Pensamento.
[2] N.T.: Região Limítrofe
[3] N.T.: o Segundo Céu, no Mundo do Pensamento
INTRODUÇÃO
Vamos conceituar, primeiro, o que é um Audiobook ou Audiolivro: nada mais é do que a transcrição em áudio de um livro impresso digital ou fisicamente.
Basicamente, é a gravação de um narrador lendo o livro de forma pausada e o arquivo é disponibilizado para o público por meio de sites. Assim, ao invés de ler, o interessado pode escolher ouvi-lo.
Um audiobook que obedece ao conceito de “livro-falado” tenta ser uma versão a mais aproximada possível do “livro em tinta” (livro impresso), a chamada “leitura branca”, que, mesmo desprovida de recursos artísticos e de sonoplastia, obedece às regras da boa impostação de voz e pontuação, pois parte do princípio de que quem tem de construir o sentido do que está sendo lido é o leitor e não o ledor (pessoas que utilizam a voz para mediar o acesso ao texto impresso em tinta para pessoas visualmente limitadas).
Para que serve audiolivro?
O audiolivro é um importante recurso, na inserção do no ecossistema da leitura, para:
O audiolivro é apreciado por um público de diversas idades, que ouve tanto para aprendizado como para entretenimento.
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Audiobook – A Luz Além da Morte – Dos Escritos de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Em Publicação…