Santo Agostinho disse: “De Deus viemos e para Deus voltaremos”.
Aprendemos nos Ensinamentos Rosacruzes que o propósito da nossa Evolução é o nosso desenvolvimento desde um Deus estático a um Deus dinâmico, um criador.
Começamos nossa evolução totalmente inconsciente dos Mundos que nos rodeiam e que Deus criou para nós, como campo de nossa evolução. Tínhamos a consciência divina, mas não a consciência de nós mesmos.
Essa consciência individual (de nós mesmos, como indivíduos separados), o poder anímico (o poder da Alma) e a Mente criadora são faculdades que adquirimos durante todo o processo de Evolução que vamos explicar agora.
Estávamos desnudos: sem nenhum Corpo, mas também sem nenhuma experiência. Éramos puros, mas ingênuos, incapazes de construirmos algo, incapazes de funcionar nos Mundos que Deus criou para nós.
A isso é conhecido como início da nossa peregrinação evolutiva através dos cinco Mundos de substância mais densa a do nosso Mundo dos Espíritos Virginais.
Esses Mundos são:
5. Mundo Físico
O objetivo de toda essa peregrinação, ou seja, da nossa evolução é tornarmos conscientes e capazes de dominar a matéria desses Mundos.
Atualmente estamos trabalhando somente em três desses 5 Mundos, quais sejam:
3. Mundo Físico
Com isso, já deduzimos o que somos: somos um Ego (um Espírito Virginal da Onda de Vida Humana manifestado), definido como a Vida que se junta a Forma para, por seu intermédio, obter a Consciência.
Estamos sozinhos nessa empreitada?
Logicamente que não. Seria muita pretensão achar que somos capazes de adquirirmos essa consciência sem ajuda! Também, muita arrogância achar que Deus criou tudo isso somente para nós, somente para nossa evolução. Há muitos outros seres que evoluem conosco.
E para isso utilizam a forma mais eficiente de evoluir: o serviço amoroso e desinteressado para com os outros. Esses seres são o que conhecemos na Bíblia como: Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, Tronos, Principados, Poder das Trevas, Poder dos Ares, etc.
A primeira parte desse nosso trabalho de evolução é chamada de descendente ou de “Involução”.
É assim denominada porque: para conquistarmos os três Mundos que falamos acima precisamos, primeiro, aprender a construir Corpos com material desses Mundos. E por quê?
Porque para funcionar em qualquer Mundo e expressar as qualidades que são peculiares é necessário possuir um veículo formado da matéria desse Mundo.
Ou seja: precisamos mergulhar nesses Mundos, indo: do Mundo dos Espíritos Virginais ao Mundo Físico. Para isso temos um Esquema de Evolução, baseado em Períodos, Globos, Revoluções, Recapitulações, Noites Cósmicas, Épocas e Eras.
Aprendemos nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental que os sete Períodos de desenvolvimento têm os nomes dos Astros que regem os dias da semana, porque, usado o termo em seu sentido mais amplo, tais Períodos são os sete Dias da Criação. Significam, também, as transformações do nosso Planeta Terra, nada tendo a haver com os Astros do céu, exceto que as condições que eles representam aproximam-se das dos Astros de mesmo nome.
Assim temos os sete Períodos denominados:
4. Período Terrestre (dividido em 2 metades: Marciana e Mercuriana)
Nosso trabalho inicial foi o de aprender a construir Corpos para funcionar nos Mundos: Físico, de Desejos e do Pensamento. Para isso peregrinamos por alguns desses Períodos, pois precisávamos de determinadas condições do nosso atual Planeta Terra.
E quais foram esses Períodos?
4. Metade Marciana do Período Terrestre
Durante todo esse tempo passamos aprendendo a construir Corpos, experimentá-los nos Mundos respectivos e funcionando nesses Mundos.
De onde concluímos que: durante os três Períodos e meio precedentes à nossa condição atual, isto que agora chamamos de Planeta Terra juntamente com tudo o que nela há inclusive nós, foram gradativamente solidificados a partir de um sutil estado até outro de densidade muito maior.
É essa parte da Evolução que chamamos de Involução: um trabalho inconsciente, ajudado por aqueles seres que falamos acima, de construção de corpos ou veículos para cada um dos Mundos, em um Campo de Evolução que se alterava para facilitar tal aprendizagem.
Ou seja: a Involução nos traz à matéria pela nossa cristalização em Corpos. Nessa parte do nosso caminho, nossa consciência (essa consciência que hoje utilizamos para nos expressar nesse Mundo Físico, como agora, ou no Mundo do Desejo, quando temos nossas emoções e sentimentos, ou no Mundo do Pensamento, quando criamos nossas ideias e pensamentos-forma) estava dirigida para dentro, para construirmos esses Corpos, ajudados e muito, por seres superiores, cada um especialista em um tipo de matéria.
Foi de onde viemos até chegarmos aqui.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Por Corinne Heline
CAPÍTULO VIII – OITAVA SINFONIA – FA MAIOR – OPUS 93
Nunca a arte ofereceu ao mundo algo tão sereno como as Sinfonias em Lá e em Fá Maior e todos aqueles trabalhos tão intimamente relacionados a elas que o mestre produziu durante o período divino de sua surdez. O seu primeiro efeito sobre um ouvinte é colocá-lo livre de um sentimento de culpa, enquanto dá nascimento a um sentimento de paraíso perdido ao retornar ao mundo dos fenômenos. Desse modo, esses maravilhosos trabalhos preconizam arrependimento e reparação no sentido da divina revelação.
Nesta Sinfonia, há pensamentos musicais intensos, há passagens que, por um momento, soam as profundezas e alcançam as alturas… Sem a grandiosidade da Quinta Sinfonia ou o romance da Sétima, ela contém um final perfeito e um rico estoque de bom humor.
Romaine Rolland[1]
A Oitava Sinfonia teve sua primeira apresentação em Viena, em 20 de abril de 1813. Sua nota-chave espiritual é harmonia.
Os antigos declararam que o número oito contém a marca da divindade e isso é o que a Oitava Sinfonia representa. Berlioz[2] declara que o modelo dessa Sinfonia foi formulado no céu e caiu dentro do cérebro do compositor. Um crítico de arte, escrevendo sobre essa Sinfonia, diz que ela é um brinquedo divino na região do pensamento tonal. Mais adiante, ele diz que a Sétima é uma arte épica ao máximo, então a Oitava Sinfonia é arte lírica em sua plenitude. A Oitava tem sido chamada de “um épico de humor”. Suas quatro divisões são permeadas com um sopro de alegria e transbordam em excêntrico humor. Um leve e caprichoso espírito de felicidade se difunde completamente. É deliciosa em sua totalidade. Dizem que Beethoven olhava-a com ternura e se referia a ela como sua “pequenina”. Talvez fosse por causa de seu espírito despreocupado e, também, porque é a menor das nove.
As duas primeiras partes estão cheias de alegria e suas harmonias extasiantes continuam a tecer e a entretecer através de toda a terceira parte. Ao invés do usual Scherzo, esse terceiro movimento é um lindo e majestoso minueto. Embora delicadamente caprichoso, ele, ao mesmo tempo, toca uma nota mais grave. Foi comparado por alguns escritores a uma exultante risada. E é verdade. Ele soa uma gargalhada triunfante de uma alma emancipada que encontrou sua própria herança divina de imortalidade consciente e a divina bem-aventurança da liberdade cósmica. Como Pitts Sanborn diz “não é o riso de regozijo infantil ou de frivolidade desesperante e imprudente”. Pelo contrário, é o “vasto e interminável riso de que Shelley[3] fala em Prometheus Unbound[4]. É o riso de um homem que amou e sofreu e, escalando as alturas, alcançou o cume. Só uma ou outra nota de rebeldia se intromete momentaneamente; e, às vezes, em repouso lírico… uma intimidação da Divindade mais do que o ouvido descobre”.
O Finale sobe a alturas ilimitadas em ritmo e fantasia. Irregularidades repentinas e ritmos interrompidos servem para criar uma atmosfera de mistificação deliberada. É fantasia altamente carregada designada para levar o ouvinte além dos estreitos confins da mente concreta.
A Oitava Sinfonia é, no entanto, uma outra composição que o grande gênio criativo de Beethoven deu ao ser humano para ajudá-lo em seus objetivos espirituais, que era seu verdadeiro destino perseguir e cumprir.
George Grove[5], em seu trabalho “Beethoven´s Nine Immortals” descreve o poder de Beethoven de abstrair-se do mundo externo e viver num mundo de sonho dele próprio. Seu ideal, como o de todos os grandes heróis, teve pouco interesse no mundo e nas poucas pessoas em volta dele. Ele foi um pico de uma montanha solitária e elevada que olhava para os vales. Seus olhos testemunhavam um solitário homem espiritualmente faminto. Seu idealismo sobrepassava seu julgamento. Era difícil para ele aceitar coisas realmente diferentes das que ele idealizava. Nos seus últimos anos ele mergulhou em profunda ternura e doce melancolia, resultando no que ele denominou sua “tendência feminina”.
Beethoven foi um instrumento usado pelo Espírito da Música para se realizar mais do que um homem que meramente compôs música. Em sua música, sempre criando mundos, seu grande gênio foi mostrado em seus movimentos rápidos, pois eles refletem os ritmos das órbitas celestes que se movem com mais velocidade que a luz.
Gustav Nottebohn[6], em seus Esboços de Eroica, observa que Beethoven alcançou um tipo de melodia que alguns chamaram de absoluta e, compondo seus últimos trabalhos, ele ficava verdadeiramente “possuído”. Sua Mente Superior assumiu a direção. Então, não trabalhou do pormenor para o todo, mas começou do todo para o pormenor. Sob um estado subconsciente, uma composição era como um todo antes que ele começasse a pensar nos detalhes. Um poeta expressou essa mesma verdade nas palavras: “Você não teria me procurado a menos que já tivesse me encontrado”.
Referimo-nos repetidamente às Nove Sinfonias como música cósmica. Quando Beethoven as escreveu, elas eram obviamente para demonstrar musicalmente as verdades fundamentais da polaridade. As Sinfonias ímpares possuem a grandiosidade, a rapidez, a ousadia, a coragem, a inovação e todas as qualidades masculinas dominantes. As de números pares são doces, ternas, dóceis, calmas, características do feminino.
A Quinta em Dó Menor teria seguido a Terceira, ou a Eroica. Beethoven colocou em prática esboços como elas originalmente chegaram a ele, de acordo com seus biógrafos. Algo em sua natureza antecipou isso até que a mais gentil Sinfonia em Si Maior, a Quarta, inseriu-se num modelo divino que a colocou imediatamente depois da poderosa Terceira. Então, seguindo a Épica Quinta, segue-se a Sexta ou Sinfonia Pastoral como um companheiro contemplativo.
Outra vez, após um espaço de quatro anos, Beethoven produziu outro par de afinidades complementares: a Sétima, de força masculina, e a Oitava, de atributos femininos, as duas produzidas em 1862 em sequência.
Finalmente, quase dez anos mais tarde, apareceu a magnífica mistura de opostos, que tinham se alternado nas precedentes oito Sinfonias e culminou na grandiosidade da Nona.
Oitava Iniciação
A oitava Iniciação está relacionada com a oitava camada da Terra conhecida como Estrato Atômico. O poder dessa Iniciação é tal que um objeto situado nesse Estrato, quando usado como um núcleo, pode ser multiplicado à vontade. Era o poder dessa oitava Iniciação que o Senhor estava demonstrando aos Discípulos quando multiplicou os cinco pães e os dois peixes e alimentou cinco mil – com doze cestas cheias de sobra[7].
Muito pode ser dito sobre essa Iniciação, excetuando que o participante tem que ter conquistado domínio sobre si mesmo e sobre o Mundo material. Uma harmonia básica é um requisito para a entrada nesse elevado Rito. As essências da experiência adquiridas através das Iniciações que precederam são aqui transformadas em poder anímico de tal força que uma tão esperada harmonia se torna a nota-chave da vida. O ser nunca mais explodirá numa experiência emocional, nem será indevidamente sacudido por eventos dolorosos ou agradáveis. Ele achou agora para sempre aquela profunda e intensa calma e paz à qual São Paulo se referiu quando disse que de fato nenhuma das coisas do mundo exterior o comoviam.
A esfera celestial chamada no ocultismo de Mundo dos Espíritos Virginais está refletida no oitavo Estrato da Terra. É nesse nível de vida que Deus diferencia dentro d´Ele as entidades que constituem uma Onda de Vida evolutiva. É desse plano que esses seres divinos em embrião entram em sua jornada evolutiva eterna através do tempo, espaço e matéria. Nesse estágio, os Espíritos Virginais possuem só consciência divina. O fim a ser atingido através de sua Involução dentro da matéria é a autoconsciência, quando o processo evolutivo o leva de volta à consciência Divina.
Na oitava Iniciação, o Iniciado é levado para muito além do mundo humano. As palavras são inadequadas para descreverem as maravilhas e as glórias daquele Mundo espiritual no qual ele é permitido entrar. A sublime música da Oitava Sinfonia transcreve algumas das maravilhas daquele Mundo.
Toda alma iluminada canta sua própria canção de realização. Essa canção é, às vezes, uma expressão de aspiração, busca, agonia, desilusão e mesmo de completa escuridão. Então, como a agonia continua, segue-se uma nova, fresca e sempre profunda dedicação, que culmina eventualmente numa vitória de completa conquista de si próprio. Essa foi a canção de alma que Moisés cantou na vitória do Mar Vermelho, uma vitória que se referiu não tanto a uma ocorrência física, mas a uma transmutação perfeita em seu interior. Outras canções de alma de tal alcance são os imortais Salmos de Davi e a melhor de todas as canções de amor, o 13º capítulo da 1ª Epístola aos Coríntios[8]. Também a Canção do Cisne de Lohengrin naquele magnífico drama musical que leva o seu nome.
É essa mesma Canção de Realização que é ouvida na Oitava Sinfonia de Beethoven composta não em palavras, mas na linguagem tonal trazida inspiradamente do mundo celeste do som. O Finale dessa Sinfonia ressoa toda a profunda alegria do Ser Emancipado. É a Canção de Alma daquele que aprendeu, por sua divindade inata, a reivindicar sua herança que é a Liberdade Cósmica. Essa é a nota-chave da oitava Iniciação e o elevado tema musical da Oitava Sinfonia.
O elevado trabalho dessa oitava Iniciação está exemplificado na música dessa Sinfonia que é tão suave, linda e cheia de tal corrente de força que parece cantar a habilidade de acalmar a violenta tempestade ou de remover montanhas de seus lugares. A música da Oitava Sinfonia é a expressão do Feminino altamente aperfeiçoado, aquele poder espiritual que o alquimista descreveu como o Feminino em Exaltação.
[1] N.T.: Romain Rolland (1866-1944) foi um novelista, biógrafo e músico francês.
[2] N.T.: Hector Berlioz (1803-1869) foi um compositor romântico francês.
[3] N.T.: Percy Bysshe Shelley (1792-1822) foi um dos mais importantes poetas românticos ingleses.
[4] N.T.: Prometheus Unbound é um drama lírico em quatro atos de Percy Bysshe Shelley, publicado pela primeira vez em 1820. Trata-se dos tormentos da figura mitológica grega Prometeu, que desafia os deuses e dá fogo à humanidade, pelo qual é submetido ao castigo eterno e sofrimento nas mãos de Zeus.
[5] N.T.: Sir George Grove CB (1820-1900) foi um engenheiro e escritor inglês sobre música, conhecido como o editor fundador do Grove’s Dictionary of Music and Musicians.
[6] N.T.: Martin Gustav Nottebohm (1817-1882) foi um pianista, professor, editor musical e compositor que passou a maior parte de sua carreira em Viena. Ele é particularmente celebrado por seus estudos de Beethoven.
[7] N.T.: “Cristo Jesus, ouvindo isso, partiu dali, de barco, para um lugar deserto, afastado. Assim que as multidões o souberam, vieram das cidades, seguindo-o a pé. Assim que desembarcou, viu uma grande multidão e, tomado de compaixão, curou os seus doentes. Chegada a tarde, aproximaram-se dele os seus discípulos, dizendo: “O lugar é deserto e a hora já está avançada. Despede as multidões para que vão aos povoados comprar alimento para si”. Mas, Cristo Jesus lhes disse: “Não é preciso que vão embora. Dai-lhes vós mesmos de comer”. Ao que os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. Disse Cristo Jesus: “Trazei-os aqui”. E, tendo mandado que as multidões se acomodassem na grama, tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos ao céu e abençoou. Em seguida, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões. Todos comeram e ficaram saciados, e ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram. Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.” (Mt 14:13-21).
[8] N.T.: “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como um bronze que soa ou como um címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, eu nada seria. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade, isso nada me adiantaria. A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais passará. Quanto às profecias, desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão. Quanto à ciência, também desaparecerá. Pois o nosso conhecimento é limitado, e limitada é a nossa profecia. Mas, quando vier a perfeição, o que é limitado desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança. Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido. Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, essas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade.” (ICor 13:1-13).
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Aqui a Oitava Sinfonia em MP3:
O primeiro dos Dez Mandamentos dados por Deus a Moisés foi: “amar a Deus sobre todas as coisas“. Que também pode ser interpretado como: “não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20:1-3).
Além disso, estes Dez Mandamentos é um magnífico sumário da melhor legislação antiga. Entretanto, Cristo-Jesus conseguiu ainda apresentar-nos uma síntese que mais do que genial deve ser qualificada como divina. Esses 10 mandamentos estão contidos nos dois preceitos: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:40).
Embora dados por Deus no Antigo Testamento, são estes Dez Mandamentos o fundamento da moral Cristã, porque foram explicitamente ratificados por Cristo e seus Apóstolos: “não julgueis que vim destruir a lei ou os profetas. não vim a destruí-los, mas sim a dar-lhes cumprimento.” (Mt 5:17 e Rom 8:7).
E por falar em Lei, estas, em sua maioria, se constituem de proibições. O motivo é que a Lei é uma súmula do que devemos observar obrigatoriamente. O resto fica por conta do livre arbítrio de cada indivíduo e do seu modo de ser.
O Primeiro Mandamento deixa subentender a onipresença de Deus. De fato, Ele está em toda a criação e além dela. Dependendo do grau de consciência do Reino de Vida ou do indivíduo em evolução, a manifestação de Deus é vista de uma ou de outra maneira.
Durante a chamada Involução, curva descendente que nos levou do nosso Mundo, o Mundo dos Espíritos Virginais, a esse Mundo Físico estávamos sob um processo de desenvolvimento inconsciente. O foco era o interesse pessoal de se desenvolver, de formar os nossos veículos para que pudéssemos trabalhar nos diversos Mundos. E foi assim que nos afastamos da compreensão da onisciência de Deus.
Por outro lado, foi esse foco no interesse pessoal que nos fez avançar no Caminho da Evolução. Com esse afastamento da compreensão da onisciência de Deus, criamos outros deuses, acreditando que estes são verdadeiros, tais como: Riquezas, Poder e Fama.
Parece que nos esquecendo da existência de outro Mundo senão esse Mundo Físico, (aliás, nem todo o Mundo Físico, senão somente a Região Química), criamos, cortejamos, idolatramos e buscamos esses deuses desse Mundo.
Entretanto, o Primeiro Mandamento nos instrui a não termos outros deuses. E é certo que ninguém pode servir a dois senhores: ou servimos a Deus ou servimos ao Mundo! Por isso exorta, insistentemente, o Apóstolo São Pedro que: “vivamos neste mundo como estrangeiros e peregrinos” (1Pdr 2:11).
Agora, isso não quer dizer que devemos ser materialmente pobres, ou que recusemos cargos importantes relacionados ao nosso trabalho, ou que, ainda, fujamos da fama e que nos afastemos do amor. Pelo contrário, ao exercermos essas habilidades, mostremo-nos desapegados, tratando-as como uma administração de talentos que temos o privilégio de receber de Deus para melhor evoluirmos. Nada disso nos pertence!
Quando nos é colocado uma oportunidades como essa a disposição, é para que multipliquemos nossos talentos. É para usarmos como exemplos para os nossos irmãos mais débeis. Como podemos ver na Parábola dos Talentos em no Evangelho Segundo São Mateus 25:14-30. Somos somente depositários dessas habilidades!
Todo esse apego a tais habilidades, buscando enfocá-las nesse Mundo Físico fazia sentido durante a Involução. Lá sim, era espantosa a nossa avidez em acumular bens seja por meio: do poder, da fama, da fortuna ou do egoísmo. Isso é totalmente coerente e explicável, naqueles tempos. Isso porque estávamos somente sob o regime de Jeová. Esses bens acumulados se convertiam em sinais externos de que estávamos vivendo conforme suas diretrizes, suas Leis. No entanto, o processo de involução e conquista da Região Química do Mundo Físico já constituiu nossos objetivos de vida na Terra e já usufruímos de toda a experiência que esse estágio poderia nos oferecer! Estamos há muito tempo na Evolução, a curva ascendente que está nos levando desse Mundo de volta ao nosso Mundo, o Mundo dos Espíritos Virginais.
Então, agora, quando recebemos de Deus o privilégio de administrar esses talentos o objetivo é outro. Não precisamos mais acumular esses bens para mostrar a Jeová que estamos vivendo sob suas Leis!
Já aprendemos a construir os nossos veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente. Já estamos utilizando-os para nosso progresso. Já estamos funcionando sob a diretriz do Cristo.
Nesse caminho ascendente da Evolução o objetivo é outro: a aquisição de experiência através da sutilização dos nossos Corpos. E como se sutiliza um Corpo? Através da obtenção da quintessência extraída de cada um deles, trabalhando na parte superior de cada um. Assim, não os deixaremos que eles se cristalizem. Utilizar os nossos Corpos para servir é sutilizá-los.
Por outro lado, utilizar os nossos Corpos para acumular é cristalizá-los. Mais uma vez: isso não significa que devemos ser pobres materialmente ou que recusemos cargos influentes ou que fujamos a fama ou que nos afastemos do amor.
Afinal, muitas vezes, a pobreza material não é virtude; é sinal de omissão, de irresponsabilidade ou de dívidas contraídas em vidas anteriores e pagas nesta! Virtude, sim, é ter e não possuir.
O fato de termos posses materiais deve ser encarado como privilégio dado por Deus de podermos administrar essas posses, mostrando-nos desapegados delas creditando tudo a Deus. Mas, não nos preocupemos em adquirir mais e mais posses materiais. Lembremo-nos que a única fortuna pela qual “devemos lutar é somente a abundância de oportunidades para servir os nossos irmãos”. Essa orientação pode ser buscada no Evangelho Segundo São Lucas 12:27: “Olhai como crescem os lírios: eles não trabalham, nem fiam e, contudo, eu vos afirmo que nem Salomão em toda a sua glória se vestia como um deles. Se, pois, ao feno do campo, que hoje é e amanhã é lançado no forno, Deus veste assim quanto mais a vós, Homens de pouca fé?“
Ou, ainda de outra forma no Evangelho Segundo São Mateus 6:33: “Buscai, pois primeiramente o Reino de Deus e a sua justiça e, todas essas coisas se vos acrescentarão“.
Muitas vezes a ausência do poder pode ser sinônimo: de egoísmo, de comodismo ou de restrição nesta vida como consequência do abuso do poder em vidas anteriores. O poder é um talento dado por Deus para que possamos auxiliar nossos irmãos no Caminho da Evolução.
O poder aqui mencionado não é aquele usado para tirar vantagem de um irmão ou de uma irmã mais débil. Não é aquele que, aliado a astúcia, nos faz esmagar o irmão ou a irmã que precisa de ajuda tirando dele tudo o que podemos para proveito próprio. Se a nós foi dado o privilégio de exercer esse poder, ele deve ser usado para melhorar a humanidade, para nos ajudar a discernir onde podemos aplicá-lo e servir melhor e mais eficientemente, com amor e sincero profundo sentimento de serviço. Ilusório acharmos que o poder que adquirimos aqui e que julgamos com o qual influenciar o nosso entorno é verdadeiro. “qual sombra acaba a vida do homem.” (Sl 143:4).
Muitas vezes a ausência de fama significa: comodismo, apatia, egoísmo, medo ou covardia. As oportunidades nos são dadas de acordo com o nosso grau de desenvolvimento. Se esse requer nossa exposição, devemos aproveitar para darmos um bom exemplo de como devemos viver a vida. O saber que estamos sendo observados e comentados deve ser encarado como grande responsabilidade de administrar um talento dos mais importantes. Afinal, aprendemos que: “um exemplo vale mais do que mil palavras”.
Mas a fama aqui não é o desejo de ser: cortejado, paparicado, aparecer nas colunas sociais, ser tido como exemplo intelectual num grupo ou ser reconhecido como um guru, um orientador, um guia espiritual. A fama que fazemos referência aqui é aquela que todos nós devemos aspirar, ou seja, aquela que possa aumentar a nossa capacidade de transmitir a Boa Nova, a fim dos sofredores poderem encontrar o descanso para a dor de seu coração.
Afinal, a fama desse mundo é transitória. Busquemos a graça de Deus! Pois toda a fama temporal e toda grandeza humana, comparada com a glória de Deus não passa de vaidade. Como estudamos no Evangelho Segundo São João 5:44: “busquem os judeus a fama uns dos outros, eu busco aquela que vem só de Deus“. O perigo de todo esse processo é sermos envolvidos pela vaidade, orgulho pessoal e desvirtuar esse importante talento, tornando-nos um guru ou um guia para um determinado grupo, fato totalmente contrário por quem seguem os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, a Fraternidade Rosacruz.
Lembremo-nos da importantíssima premissa do método Rosacruz de conhecimento direto: “O método Rosacruz procura desenvolver, desde o princípio no aspirante, a confiança em si, o domínio próprio o esclarecimento a respeito de sua própria natureza e Deus que o criou.”. Se queremos que seja assim conosco, ajudemos a despertar nos nossos irmãos e em nossas irmãs essa mesma diretriz desde o momento primeiro!
Muitas vezes o afastamento do amor significa: uma opção pela vida em egoísmo, ou em amor familiar, ou em amor escolhido como se tivéssemos sabedoria suficiente para saber quem está certo ou errado quem supostamente “mereceria” o nosso amor. O amor-próprio nos prejudica mais que qualquer outra coisa no mundo.
Cada coisa pode nos prender mais ou menos a esse mundo material, segundo o amor que temos para com essa coisa. Se o nosso amor for puro, simples e bem ordenado, tenhamos a certeza de que de nenhuma dessas coisas seremos escravo.
Portanto, o amor que devemos buscar, cultivar, aspirar e vivenciar é aquele “unicamente da alma, que abarca todos os seres elevados e inferiores e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe”.
Pois: “nada há estável debaixo do Sol, onde tudo é vaidade e aflição de espírito.” (Ecle 1:14).
Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz
O Diagrama 2 dá uma ideia compreensível dos sete Mundos que formam a esfera do nosso desenvolvimento, contudo, devemos fixar cuidadosamente que esses Mundos não estão colocados uns acima dos outros, como o Diagrama sugere, mas se interpenetram. Isto é, relacionando o Mundo Físico ao Mundo do Desejo e comparando o Mundo do Desejo com as linhas de força na água em congelamento e a água em si mesma com o Mundo Físico, podemos, igualmente, imaginar essas linhas de força equivalendo a qualquer um dos sete Mundos e a água, segundo o nosso exemplo, correspondendo ao próximo Mundo mais denso na escala.
Não será demais fazer aqui uma recomendação relativa aos diagramas empregados para ilustração. O Estudante deve recordar que nunca pode ser exato o que é reduzido das suas reais dimensões. O desenho de uma casa significaria pouco ou nada se nunca tivéssemos visto uma casa. Nada mais veríamos no desenho do que linhas e manchas, e não teria para nós significado algum. Os diagramas empregados para ilustrar assuntos suprafísicos são representações da realidade, muito menos verdadeiros pela simples razão de que, no caso do desenho, as três dimensões da casa foram reduzidas somente a duas, enquanto no caso de diagramas dos Mundos as realidades possuem de quatro a sete dimensões. Logo, os diagramas de duas dimensões, com que se intenta representá-los, estão muito longe de retratá-los corretamente. Tenhamos sempre em mente que esses Mundos se interpenetram, e que o modo como aparecem nos diagramas é análogo ao retirar todas as engrenagens de um relógio, e dispô-las umas ao lado das outras para mostrar como ele indica as horas. Para que tais diagramas sejam de alguma utilidade para o Estudante, é necessário que esse tenha deles uma concepção espiritual. Caso contrário, servirão mais para confundir do que para iluminar.
O Diagrama 2 nos mostra que o Universo está dividido em 7 (sete) Mundos, ou podemos dizer: está dividido em 7 (sete) estados de consciência.
E estes Mundos são:
O que acontece normalmente com o ser humano é achar que a matéria é só aquilo que podemos observar e sentir através dos sentidos físicos, mas, se observarmos dentro e ao redor de nós, saberemos que além do corpo material, existe algo a mais que não podemos ver e muitas vezes sentir.
Entendemos que tais Mundos são interpenetrados. O Mundo de Deus interpenetra a todos. O Mundo dos Espíritos Virginais interpenetra a todos, menos o Mundo de Deus e assim por diante. Por questões de vibrações os seres que vivem nesses Mundos permanecem exercendo suas atividades nas partes mais elevadas desses: ou seja: nas partes não interpenetráveis.
Cada Mundo possui 7 Divisões, 7 Regiões ou 7 Estados de Matéria
Vamos analisar esse Diagrama de “baixo para cima”. O Mundo Físico fornece material físico para trabalharmos e se divide em 2 Regiões: Química (com Sólidos, Líquidos e Gases) e Etérica (com Éter Químico (assimilação e excreção), Éter de Vida (reprodução e procriação), Éter de Luz ou Luminoso (sentidos e calor do sangue) e Éter Refletor (memória e transmissão do pensamento)). Temos dois veículos para trabalhar nesse Mundo: é o Corpo Denso para a Região Química e o Corpo Vital para a Região Etérica.
O Mundo do Desejo fornece material para expressarmos os desejos, as emoções e os sentimentos e se divide em 7 Regiões: da Paixão e Desejos Sensuais, da Impressionabilidade, do Desejo, Sentimentos, da Vida Anímica, da Luz Anímica e do Poder Anímico. Temos um veículo para trabalhar nesse Mundo: é o Corpo de Desejos.
Esses três Corpos formam o que chamamos de Personalidade.
O Mundo do Pensamento: fornece material para criar e trabalhar com os nossos pensamentos, conclusões e ideias. É dividido em 2 Regiões: Pensamento Concreto (com as subdivisões: Continental, Oceânica, Aérea e das Forças Arquetípicas) e Pensamento Abstrato (com as subdivisões: Ideia Germinal do Desejo e da Emoção, Ideia Germinal da Vida e Ideia Germinal da Forma). Temos dois veículos para trabalhar nesse Mundo: a Mente para a Região Concreta e o Espírito Humano para a Região Abstrata (esse é a origem do nosso terceiro aspecto espiritual que nos liga com Jeová, Deus Espírito Santo.
O Mundo do Espírito de Vida que é a origem do nosso segundo aspecto espiritual que nos liga com Cristo, Deus Filho, e é dividido em 7 Regiões. Temos um veículo para trabalhar nesse Mundo: é o Espírito de Vida.
O Mundo do Espírito Divino que é a origem do nosso primeiro aspecto espiritual que nos liga com Deus Pai e é dividido em 7 Regiões. Temos um veículo para trabalhar nesse Mundo: é o Espírito Divino.
Esses três veículos: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano somos nós, o Ego, o verdadeiro “Eu”, o “Eu” superior.
Aqui reparem no importantíssimo papel da Mente: o elo de ligação entre a Personalidade e o Ego.
O Mundo dos Espíritos Virginais é dividido em 7 Regiões. É de onde viemos quando fomos diferenciados de Deus. Para onde estamos voltando, alcançando lá a onisciência, a onipotência e a onipresença, exatamente como Deus que nos criou.
O Mundo de Deus é dividido em 7 Regiões. Envolve todos os Mundos e onde está o nosso Criador, Deus: onisciente, onipotente e onipresente.
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Que as rosas floresçam em vossa cruz
O trabalho apresentado a seguir é um registro espiritual das funções do Corpo Pituitário e da Glândula Pineal, bem como as suas relações com a Astrologia Rosacruz, demonstradas com exemplos de Configurações e posicionamento dos Astros.
As pesquisas levadas a efeito por Augusta Foss Heindel são uma contribuição decisiva à matéria endocrinológica e deveria ser reservada para uso de todos os Estudantes de medicina e das ciência ocultas.
1. Para fazer download ou imprimir:
A Astrologia e as Glândulas Endócrinas – Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz
2. Para estudar no próprio site:
Por
Augusta Foss Heindel
Fraternidade Rosacruz
Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido e Revisado de acordo com:
10ª Edição em Inglês, 1973, Astrology and the Ductless Glands, editada por The Rosicrucian Fellowship
1ª Edição em Português, 1973, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP
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ÍNDICE
CAPÍTULO II – DO JARDIM DO ÉDEN.. 16
CAPÍTULO III – DUAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS. 19
CAPÍTULO IV – O GÁS ESPINHAL.. 23
A Astrologia era uma das sete ciências sagradas cultivadas pelos Iniciados do Mundo antigo. Era estudada e praticada por todas as grandes nações da antiguidade. As origens da pesquisa astrológica são inteiramente obscurecidas pela noite do tempo que precedeu a alvorada da história. Segundo as tradições, a ciência astrológica foi aperfeiçoada pelos filósofos magos da Época Atlante. Uma coisa é evidente: A Astrologia provém daqueles remotos dias, adornada com as descobertas e os embelezamentos de milhares de culturas. A história da Astrologia é na verdade a história do pensamento e das aspirações humanas. As leituras dos Astros, como apresentadas nos tabletes cuneiformes[1] de Sargon[2], são ainda usadas pelos astrólogos desta geração. Somente modificações tem sido feitas, na medida em que os fundamentos culturais se impõem.
Duas escolas distintas de Astrologia têm sido reconhecidas desde o começo do período histórico. Com o declínio dos últimos atlantes e o surgimento do primitivo sacerdócio ariano e a profanação dos mistérios que agora são chamados de ciências, as quais foram separadas de suas antepassadas tradições religiosas, a Astrologia e a medicina foram as primeiras a proclamarem-se instituições independentes. Os sacerdotes do Estado Religioso não mais exerceram o monopólio sobre as artes proféticas e médicas. Começando com Hipócrates[3], novas categorias de adivinhos e curadores surgiram inteiramente ignorantes da fundamental unidade entre as ciências físicas e espiritual.
A divisão do aprendizado da essência do conhecimento em fragmentos competitivos (ou, pelo menos, não cooperativos), acabou por destruir a síntese. Frustrada pela divisão e discórdia, a total estrutura da educação rompeu-se em inumeráveis partes discordantes. A ciência médica dividida, de sua fonte espiritual deteriorou-se na Idade Média em Charlatanismo. A situação era tão penalizante, que levou o nobre médico Paracelso[4] a dizer: “Feliz do homem que não venha a perecer pela mão de seu médico”. A Astrologia vinha sendo igualmente corrompida pela comercialização de horóscopos. Separada de seu divino propósito ficou sujeita à ação de um trabalho indiferente e insubstancial de emitir predições terríveis ou compondo emplastros planetários para coceiras.
Entretanto, um pequeno grupo de homens e mulheres cultos e iluminados, preservou os segredos dos esotéricos da medicina e da Astrologia, em meio àqueles séculos de superstições e ambiguidades, que ora chamamos de Idade Média. Os Rosacruzes se incluíam entre esses grupos de seres humanos de elevada estatura mental. Eles honraram Paracelso como um chefe, um seu mentor. Graças a ele e à Rosacruz os segredos espirituais da natureza foram restaurados, vindo a ocupar o lugar primordial do conhecimento. O conhecimento foi interpretado misticamente. As ciências profanas refletiram meramente como formas exteriores dos mistérios internos. Mas os segredos da interpretação mística eram ocultados do vulgo e dados somente àqueles que anelavam por coisas do Espírito. A “Divindade Mística” de Dionísio – o Aeropagita[5] – tornou-se o livro-texto de um sempre crescente número de homens e mulheres devotos e amantes de Deus, que viam em todas as formas e instituições externas, as sombras e as semelhanças da verdade interior.
O Mundo moderno, que tanto se sacrificou pelo direito de pensar, em seu próprio conceito cresceu em sabedoria. Educadores ignoravam aqueles valores espirituais que constituem os ingredientes inestimáveis da composição química que chamamos civilização. A ciência material tornou-se uma instituição orgulhosa, um agrupamento de pedagogos e demagogos. Não deixaram lugar para o misticismo, nos cânones de seus super-escolásticos. Hipnotizados pela estranha fascinação que a matéria exercia sobre os materialistas, os sábios modernos ignoram a alma, aquela realidade invisível na qual se apoiam as ilusões de todo o Mundo.
Foi Lord Bacon[6] quem disse: “Um pouco de conhecimento inclina as Mentes dos homens para o ateísmo, porém a grandeza de conhecimentos devolve-os a Deus”. Essa maravilhosa frase expressa a cadência da idade moderna: Um Mundo desiludido, abatido pela insignificância das coisas materiais, que está clamando por aquelas verdades místicas que, por si só, explicam e satisfazem. A volta ao misticismo traz consigo um interesse renovado pela Astrologia e Cura.
O misticismo traz um novo padrão interpretativo. Mas, para corresponder à exata exigência de interpretação mística, todos os ramos de aprendizado devem ser purificados e restabelecidos. Para o místico, a Astrologia não é, meramente, predição ou fonte de conselhos, é a chave para atingir filosoficamente as verdades espirituais para ser estudada pelo que ela é em si.
Embora a ciência tenha classificado, catalogado e denominado todas as partes e funções do corpo, não pode descrever nem explicar o que o ser humano realmente é, de onde veio, porque está aqui, ou para onde irá. Em face da ignorância concernente a estes assuntos vitais, é difícil apreciar um conhecimento elaborado em matérias secundárias.
Os Iniciados da antiguidade estavam primeiramente interessados com o aspecto universal ou cósmico do ser humano, mesmo porque para alguém viver bem, deve orientar-se, deve conhecer, pelo menos em parte, o plano de viver. Com este conhecimento pode, então, cooperar com “o plano”. A vida filosófica recomendada por Pitágoras[7] consistia meramente em conhecer a verdade e vivê-la.
Os cientistas procuraram as causas daquelas energias que motivam e sustentam o Mundo; decidiram, por meio de um processo de eliminação, que essas causas devem estar numa estrutura subjetiva do universo, a esfera invisível de vibrações. Assim, a moderna tendência para atribuir à vibração, tudo aquilo que não pode ser explicado de outro modo. No momento em que reconhecemos estar o universo mantido por uma energia invisível que se manifesta através da lei de vibração, a física passa a tornar-se suprafísica; a fisiologia se torna psicologia; e a astronomia se torna Astrologia. A Astrologia nada mais é que o estudo dos corpos celestes, em termos de energias que deles irradiam e não apenas uma mera apreciação de suas aparências e estruturas.
Os primitivos Rosacruzes se apegavam à teoria geralmente rejeitada pelos homens de ciência e agora conhecida como teoria microcósmica. Paracelso foi o mais destacado expoente deste conceito de ordem e relação universal. Ele disse: “Assim como existem estrelas nos céus, assim também há estrelas dentro do ser humano. Portanto, nada existe no universo que não tenha seu equivalente no microcosmo (o corpo humano)”. Em outra ocasião ele disse: “O Espírito do homem deriva das constelações (estrelas fixas); sua alma, dos planetas; e seu corpo, dos elementos”.
É completamente impossível, mesmo para o mais altamente treinado cientista, examinar e apreciar devidamente os valores da infinita difusão do cosmos, com suas ilhas, galáxias e incompreensíveis aspectos do espaço incomensurável, embora a total aparência dos Mundos é evidentemente dominada por leis todo-suficientes. O ser humano mesmo é menos difuso, ainda que, de outra maneira, não menos difícil de analisar. As células do corpo humano são incontáveis como as estrelas do céu. Inumeráveis categorias de coisas vivas, espécies, tipos gêneros, estão se desenvolvendo na carne, músculos, ossos e tendões da constituição corpórea humana. A dignidade do microcosmos dá ao cientista alguma ideia da sublimidade do macrocosmo. Pelo uso da Astrologia é possível descobrir a inter-relação das forças celestiais entre o macrocosmo e o microcosmo. Os centros do corpo físico, por onde penetram as energias siderais foram descobertos e classificados pelos antigos gregos, egípcios, hindus e chineses. Existe uma grande oportunidade no trabalho de examinar não somente o corpo físico, como também as auras que se estendem do corpo, formando um esplêndido traje de luz cósmica.
Os últimos anos testemunham um excepcional progresso no ramo da ciência médica chamada endocrinologia, ou seja, o estudo da estrutura e funções das Glândulas de secreção interna, com a pesquisa de métodos terapêuticos para tratamento de suas anomalias. Estas Glândulas são agora aceitas como reguladoras de função física; governadoras e diretoras da estrutura corporal, profundamente significante, não somente em suas reações físicas, mas também sobre a mentalidade, emoções, reflexos sensoriais, e ainda sobre a chamada função espiritual ou metafísica. Quase todos endocrinologistas admitem que a Glândula Pineal[8] é a mais difícil de ser tratada e de ser entendida. Ela pode ser geralmente atingida, agora, somente através do tratamento de outras Glândulas sobre as quais ela atua com capacidade de um “generalíssimo”. As funções físicas das Glândulas já estão razoavelmente bem classificadas. Todavia, as presentes opiniões ainda serão revistas e ampliadas. Os médicos estão propensos a admitir que as funções das Glândulas não terminam meramente com seus efeitos sobre o corpo. Doutra parte, os cientistas ainda não estão preparados para fazer qualquer pronunciamento, além do campo da reação materia1[9].
No entanto, é assaz significativo afirmar que, através da combinação da clarividência e da Astrologia é possível examinar as Glândulas endócrinas e descobrir os elementos metafísicos de seus funcionamentos. O moderno Clarividente usa para seu trabalho o mesmo método que usavam os sacerdotes Iniciados do Mundo antigo, e como os velhos adeptos ele dá sua contribuição para a soma de conhecimentos que somente agora estão sendo considerados pelo cientista-materialista, depois de séculos de experiências.
O trabalho apresentado a seguir é um registro espiritual das funções do Corpo Pituitário e da Glândula Pineal. Sinto que as pesquisas levadas a efeito pela Sra. Max Heindel são uma contribuição decisiva à matéria endocrinológica e deveria ser reservada para uso de todos os estudantes de medicina e ciência ocultas.
Manly P. Hall
“Então Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus e criou-o varão e fêmea.” (Gn 1:27)
No estudo da origem do ser humano e seu estado pré-histórico, tropeçamos constantemente em mistérios inexplicáveis, especialmente quando lemos com pontos de vistas materialistas o Antigo Testamento, que é a maravilhosa história do ser humano. Desse modo nos vemos obrigados a escalar, pelas mais formidáveis rochas da dúvida. Mas quando lemos as entrelinhas ou vemos o passado com a Mente aberta, então o Livro do Gênesis se torna uma mina cheia de gemas das mais raras espécies.
No Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” aprendemos que o Mundo está dividido em sete diferentes estados de consciência. Começando com o mais denso, temos a matéria física com a qual está formado o corpo físico do ser humano. Embora não seja visível aos sentidos físicos. Sabemos e temos provas positivas de que existe alguma coisa mais, dentro e ao redor de nós, de natureza sutil, mais delicada do que nosso corpo físico, porque o interpenetra. É certo que não podemos vê-la, nem sentí-la. Todavia a eletricidade é uma força que o ser humano sente, mas não vê, sabemos que a atmosfera existe, mas não podemos vê-la. Do mesmo modo podemos sentir e saber, que esta sutil vida rarefeita existe. Vemos a tempestade e sentimos a força dela; vemos as gotas de chuva descendo sobre a Terra e, pela ciência, aprendemos que essa chuva é atraída para cima, por evaporação, causando a umidade nas nuvens. Sabemos que o vento sopra e sentimos a refrescante influência dele. A ciência tem uma explicação para todas essas mudanças e explica tais fenômenos atmosféricos, de acordo com suas investigações materialistas.
O ocultista explica estes fenômenos, segundo um ponto de vista superior ou espiritual, dizendo aos cientistas que as grandes regiões invisíveis de onde os ventos provêm, são povoadas por inteligências superiores e que os elementos são controlados por grandes Espíritos. Que eles tem seres que executam suas ordens, por exemplo: o Espírito da água tem seus trabalhadores, as Ondinas. O Espírito controlador do vento trabalha através dos Silfos[10]. E assim temos os elementos que o ser humano deve reconhecer, como existentes, todos com seus invisíveis lideres e seus trabalhadores que existem no grande Universo de Deus, tal como o pobre materialista, que nega tudo o que não pode ver, com os olhos físicos, e, quando se pede uma explicação desses grandes mistérios, nada poderá dizer.
Como dissemos, O “Conceito Rosacruz do Cosmos” reconhece sete diferentes Mundos. Como podem ser chamados? Não importa, porque nós podemos somente reconhecer como matéria aquilo que o ser humano comum pode ver com sua vista física. Contudo, existem seis estados superiores de consciência. Os quais, designemos pelos nomes que foram dados a Max Heindel pelos grandes seres, que viram nele a pessoa adequada para confiarem esse conhecimento:
São apenas nomes. Não explicam as condições destes diferentes estados. Para ajudar, tomemos a ilustração da chaleira com água. Sabemos que o ar filtra-se através dessa água. Se colocarmos a chaleira com água em cima de um bloco de gelo, a água irá se esfriando até congelar-se. Tomemos depois a chaleira e coloquemo-la num fogão a esquentar. Em pouco tempo o gelo se liquefaz e a água se evapora na atmosfera, perdendo-se de nossa vista. Para onde foi? Algum lugar onde os olhos incrédulos do materialista não podem seguir, mas que o ocultista pode acompanhar. Ele sabe que nada se perde no Universo de Deus.
O ser humano, que é o mais perfeito trabalho de Deus, é composto de cada elemento existente nos citados sete Mundos. Tal como o vemos hoje, com sua Mente e Corpos maravilhosamente desenvolvidos e complexos, foi feito de barro e num só dia, como induzem más interpretações do primeiro capítulo do Livro do Gênesis. O estado atual do ser humano é produto de desenvolvimento gradual através de idades sem conta. Podemos seguir o ser humano quando ele entra na arena da vida como um Espírito Virginal, um pensamento, uma faísca do Pai Divino, largado no espaço com tal força que somente Deus pode usar. Este pensamento-forma tem seu nascimento no Mundo dos Espíritos Virginais, de onde as flamas divinas começam sua longa peregrinação através da matéria, colhendo material cada vez mais denso de cada Mundo e abrindo seu caminho através de etapas do mineral, vegetal, animal, até chegar, finalmente, ao estágio humano. Dentro desta faísca divina desenvolvem-se todas as potencialidades do Pai Divino. Assim como o pensamento de um edifício é gerado por um ser humano e gradualmente vai tomando forma em sua Mente. É assim, como põe seus planos no papel e imediatamente providencia os materiais necessários a sua edificação. Do mesmo modo se manifestou o pensamento de Deus, a faísca que se deveria tornar ser humano, também se tornou manifesta e nós a vemos hoje se expressando em um corpo a respeito do qual Davi, louvando a Deus no Salmo 139, disse: “Eu Te louvarei, pois sou assombrosa e maravilhosamente feito”. Paracelso disse: “O próprio corpo físico é o maior de todos os mistérios, porque nele estão contidas, em estado condensado, solidificado e corpóreo, as verdadeiras essências com as quais é feita a substância do ser humano espiritual, este é o segredo da Pedra Filosofal”.
Existem mistérios dentro desse templo humano que o ser humano é incapaz de solucioná-los, e por cuja solução, têm se sacrificado muitas vidas, tanto do reino humano como do animal. Os vivisseccionistas têm arriscado suas próprias almas no empenho de resolver esses mistérios. Os animais têm sido submetidos aos mais cruciantes sofrimentos pela ciência no seu esforço para arrancar estes segredos de Deus. Porém a ciência material não pode ir mais além porque se encontra frente a uma muralha, que não pode ser franqueada pelos seus instrumentos e suas mentalidades científicas, que nada podem fazer. Há apenas um instrumento que a ciência não pode ou não admite reconhecer, e é o único, que poderia penetrar ou romper essa muralha: é o Espírito humano. O Clarividente Voluntário treinado, sozinho, tem acesso as mais elevadas Regiões, as quais infortunadamente o materialista por não ter prova material, não admite a sua existência. Contudo, devemos dar-lhe crédito por ter conseguido maravilhas nos seus esforços para compreender as enfermidades humanas. A medicina tem conseguido coisas maravilhosas.
Existem duas forças na natureza que o ser humano admite como existentes em cada átomo. A força positiva, masculina, e a força negativa, feminina. Encontramo-las, igualmente, nos metais que usamos para gerar a eletricidade: no cobre, no zinco, etc.; também nas plantas encontramos os mesmos elementos. O próprio átomo mais diminuto do corpo humano está carregado com estas duas forças. Estas mesmas energias, atuam através de seu corpo, e sem elas não poderiam manter-se juntas, as partículas que o formam. O homem com um Corpo Denso masculino, embora possa expressar fisicamente positivo, ainda que seu Corpo Vital seja negativo, ajuda-o a manter coesas as partículas físicas positivas. Igualmente a mulher expressando-se num Corpo Denso feminino negativo é equilibrada pelo Corpo Vital positivo.
As várias formas de desenvolvimento do corpo do ser humano durante a vida pré-natal são recapitulações de seus desenvolvimentos durante o chamado período involutivo. Na Época Polar, seu corpo era globular, semelhante ao óvulo e também formado de substância gelatinosa. Ao principio não havia mais que um órgão, que se projetava da parte superior dessa forma globular, ou em forma de bolsa. Este órgão era os olhos e ouvidos, pois era na verdade o núcleo por meio do qual o resto do corpo foi construído e o meio pelo qual recebeu a vida do Pai. Este órgão é hoje chamado epífise neural, ou Glândula Pineal. As energias do ser humano, naquele tempo, como as do feto hoje, eram dirigidas para dentro, para construção dos futuros órgãos. E tal como a vida pré-natal do Corpo Denso de hoje é dirigida e ajudada pela mãe, assim também o ser humano era assistido no período involutivo pelas Hierarquias Divinas. Ele estava em direto contato com os reinos superiores e não tinha ainda consciência de seu ambiente físico. Nesse meio tempo, os olhos, os ouvidos, e os vários órgãos foram tomando forma dentro desse corpo ovoide, ao passo que a Glândula Pineal que, ainda é um mistério para a ciência médica, era seu único meio de comunicação com o Mundo exterior. Esse órgão era muito maior que atualmente, e de sua extremidade cônica projetava-se um longo transparente e flexível tentáculo, que o auxiliava na locomoção e na sensação. Este apêndice ainda pode ser observado na pequena extremidade da Glândula Pineal. Tem atualmente a aparência de um pequeno pedaço de pele e suas funções serão relatadas em outro capítulo.
A Evolução do ser humano, nesse Período Terrestre, até o presente momento é dividida, segundo os Ensinamentos Rosacruzes, em cinco Épocas. Descrevemos o seu desenvolvimento corporal durante a Época Polar. Agora faremos um estudo dele durante a Época seguinte, ou seja, a Época Hiperbórea. Anteriormente, o ser humano era idéntico ao mineral; posteriormente ele desenvolveu o Corpo Vital e era parecido ao vegetal[11]. Na terceira Época, a Época Lemúrica, desenvolveu o Corpo de Desejos, tornando-se parecido ao animal[12]. A Terra já havia formado algumas incrustações e havia endurecído em certos lugares, ao passo que a atmosfera era idêntica a uma densa neblina. O ser humano vivia, então, na mais densa das vegetações para se proteger do excessivo calor, enquanto seu Corpo havia adquirido uma forma gigantesca – grandes braços e mãos, maciças mandíbulas, sem testa, o topo da cabeça era muito próximo de onde hoje temos as sobrancelhas. O esqueleto estava parcialmente formado e sua estrutura era de uma cartilagem branda. O ser humano não estava ainda apto a andar ereto. O sangue, que até então fora frio, passou a receber o ferro e a desenvolver corpúsculos vermelhos, que, por sua vez, endureceram a estrutura corporal, tornando possível ao ser humano caminhar verticalmente.
Chegamos agora à Época de desenvolvimento humano relatado no segundo capítulo do Gênesis, quando o Senhor deu a Adão uma companheira, procedendo-se a separação dos sexos. Até, então, o ser humano era hermafrodita, porém, agora, chegamos ao tempo mencionado na história bíblica de Adão e Eva, quando eles foram expulsos do Jardim do Éden, em virtude de seus pecados. A mudança dos sexos não foi conseguida em um dia, como se poderia concluir pela leitura do Livro do Gênesis. Realizou-se lenta e gradativamente. Como a Terra se tornou mais cristalizada, a evolução do ser humano seguiu paralelamente a tal mudança, e daí se tornou necessário que o Ego penetrasse dentro do Corpo, a fim de exercer seu domínio sobre ele. Para isso foi necessário conseguir que um cérebro e uma laringe fossem adicionadas, e, para tal, ao ser humano foi necessário sacrificar metade de sua força criadora. Daí, então, o ser humano atingiu ao ponto de ser uma entidade individualizada e pensante, um criador, e tornou-se apto a iniciar seu trabalho com os minerais.
O ser humano, nesse tempo, era inconsciente da mudança dos sexos e também inconsciente de seu ambiente exterior, porque seus olhos ainda não tinham sido abertos. Similarmente aos peixes de águas profundas ou às topeiras não tinhamos necessidade desses órgãos, porque a atmosfera era demasiado densa e enevoada. Contudo, depois que a Terra foi lançada do Sol Central, a luz que vinha do interior do ser humano passou a vir de fora. E como a natureza sempre supre cada necessidade, dai, então, os olhos do ser humano começaram, lentamente, a se desenvolver. Identicamente o cérebro foi se desenvolvendo por etapas; da mesma maneira outros órgãos relacionados com o cérebro foram se formando de acordo com as exigências do desenvolvimento humano.
Conforme se separaram os sexos e o ser humano expressou exteriormente apenas um dos sexos; a Glândula Pineal, que nas Épocas Polar, Hiperbórea e na primeira parte da Época Lemúrica sobressaia do topo da cabeça, nessa ocasião, recolheu-se ao interior do crânio.
Há, ainda, pequeno órgão dentro do cerebro do ser humano, o Corpo Pituitário, que tem muito a haver com seu desenvolvimento físico e mental, e que é tão importante quanto à epífise cerebral, a Glândula Pineal. O Corpo Pituitário ou hipófise é muito necessário para a vida humana e seu desenvolvimento. Ele desabrocha no feto, na quarta semana.
Na vida é possível seguir o desenvolvimento do corpo humano, em todas as suas fases, desde o início até ao maravilhoso mecanismo atual; primeiramente vemos como uma diminuta partícula de matéria gelatinosa é atraída por outra partícula de vibração oposta, formando os polos positivo e negativo. Seguindo o embrião através de seu desenvolvimento ele adquire a forma semelhante a uma bolsa; a primeira tentativa de dar forma e é idêntica à que foi descrita no capítulo precedente, a forma globular e gelatinosa da Época Polar. Este pequeno saco embrionário possui dentro de si todas as potencialidades do presente Corpo aperfeiçoado, com as duas polaridades: positiva, masculina e negativa, feminina; a Glândula Pineal e o Corpo Pituitário. Seguimos o embrião humano através de seu crescimento e de suas transformações, as quais, tal como no caso do ser humano pré-histórico, passam através dos estágios equivalentes ao mineral, vegetal, adquire o estágio de réptil, com sua característica cauda, a qual desaparece na nona semana. Seguindo em seu estágio animal, com sua face semelhante à do cão, na qual há como que uma pequena mancha, que se tornará mais tarde os olhos, os ouvidos, etc. Em certo estágio de seu desenvolvimento, a Glândula Pineal projeta-se através da forma idêntica à de uma bolsa, e essa pequena forma passa pelo hermafroditismo, tal como na Época Hiperbórea, quando não havia diferenciação de sexo exteriormente. Assim podemos seguir a evolução do corpo humano pelas transformações operadas no crescimento pré-natal da criança na matriz materna.
A Glândula Pineal e o Corpo Pituitário são dois órgãos que não tiveram de sofrer mudanças extensivas até o presente estágio. Estes órgãos estavam presentes no Corpo saciforme durante a Época Polar, semelhantemente ao botão em sua forma ovoide, que contém em si o estame e o pistilo; a Glândula Pineal e o Corpo Pituitário, respectivamente, são os núcleos das forças positiva e negativa, por meio das quais o nosso crescimento físico tem se processado.
Estes pequenos órgãos eram maiores no ser humano primitivo do que no presente. Através deles as Hierarquias Criadoras, designadas na Filosofia Rosacruz por Senhores da Forma, puderam ajudar o Ego a construir seu Corpo e levá-lo até o estado atual de perfeição.
O Corpo Pituitário[13] recebeu esse nome porque a ciência médica cria que a pituita ou o muco nasal provinha deste Corpo. Atualmente esta ideia foi abandonada e, conquanto que a medicina afirmasse que as funções reais do Corpo Pituitário fossem principalmente especulações, nos últimos anos, entretanto, adquiriu-se muito conhecimento, não havendo mais especulações sobre o assunto. Esta Glândula é encontrada numa depressão em forma de sela do osso esfenoide, entre os olhos, e diretamente atrás da raiz do nariz, onde se juntam os dois nervos óticos. É impossível indicar o seu tamanho, porque muda com a idade, com o temperamento e a moral de cada pessoa. Gray[14] descreve o Corpo Pituitário como sendo um ponto de união na vida do primitivo embrião do hipoblasto, que é a camada mais interna; do epiblasto que é a camada mais externa, que mais tarde acaba por converter-se no sistema nervoso e na pele e do mesoblasto que é a camada intermediária. Dentro destas três camadas estão contidos todos os órgãos germinais do Corpo em formação. Consequentemente, o Corpo Pituitário é a estação central através da qual todo o crescimento é dirigido, mas a Glândula Pineal é o poder real e verdadeiro que está atrás de tudo isso, a respeito de cuja formação nos ocuparemos mais tarde.
A Glândula Pituitária é um pequeno corpo ovoide, composto de dois lóbulos; o anterior ou glandular, e o posterior ou nervoso, tendo cada um deles funções distintas e variando igualmente em cor. O lóbulo anterior é composto de uma substância cinzento-amarelado-rósea, enquanto que o posterior é mais escuro.
A ciência médica tem realizado algumas investigações valiosas nos últimos tempos, e entre outras coisas sustenta que o Corpo Pituitário é menor no homem do que na mulher, e que seu tamanho aumenta rapidamente entre o nascimento e a puberdade; sustenta, também, que o lóbulo posterior age sobre a circulação e sobre os fluidos do Corpo, regulando a assimilação dos hidratos de carbono e outros alimentos, secreções renais, temperatura do Corpo, etc.
Um de nossos Estudantes, que é médico, nos escreveu em certa ocasião, que jamais sairia de sua casa para atender um caso de obstetrícia, sem levar em sua maleta extrato pituitário, o que, se empregado devidamente, reduz as dores do parto e apressa-o de uma a até quatro horas. Entretanto, esse extrato em mãos inexperientes, é como uma espada de dois gumes.
A Glândula Pituitária está relacionada diretamente e governa a forma externa do cérebro e da coluna espinhal, a dura máter; essa coluna encerra o grande princípio materno protetor, recobre o cérebro e a medula espinhal, protegendo-os contra impactos exteriores; também alimenta os vasos sanguíneos e nervos.
A Glândula Pineal[15] é um pequeno Corpo em forma de cone, que varia de tamanho, conforme o estado mental e espiritual da pessoa; chama-se assim por sua semelhança com a “pinha”, a cuja forma se assemelha. É maior na criança do que no adulto, e maior nas mulheres que nos homens. A ciência conhece pouco de suas funções, sendo que é dito que ela governa diretamente os órgãos geradores e o cérebro. Os extratos da Glândula Pineal quando injetados na circulação produzem ligeira dilatação dos vasos sanguíneos. É grande no momento de nascer e encontra-se totalmente desenvolvida na puberdade. Sua evolução estrutural começa na idade dos sete anos. Dana e Berkeley[16] em suas investigações constataram que esse órgão é menor e destituído de substância nas crianças mentalmente retardadas. A ciência oficial também pode verificar que existe uma relação entre esta Glândula e as funções da Glândula intersticial e do cérebro, mas estas conclusões são meramente especulativas.
A Glândula Pineal é mantida em seu lugar mercê a “pia mater”, uma membrana delgadíssima que envolve ou cobre todo o cérebro e a medula espinhal, da qual todo o sistema nervoso central se alimenta, e da qual partem inúmeras raízes de pequenos nervos que se exteriorizam por entre as vértebras da coluna dorsal. A “dura mater” é o invólucro exterior, enquanto que a “pia mater” é o invólucro interior. A Glândula Pineal tem uma certa aparência com um pequeno órgão masculino e repousa sobre o que a ciência denomina quadrigêmeo, que são quatro saliências arredondadas, colocadas em dois pares. Os dois inferiores denominamos traseiros, e os dois superiores, dianteiros. A pequena Glândula Pineal repousa no centro deles.
O Corpo Pituitário está conectado com a “dura mater”, o principio maternal, pelo lado anterior do terceiro ventrículo. A Glândula Pineal, que é o órgão masculino ou positivo, está ligada com a “pia mater” e se localiza no terminal posterior do terceiro ventrículo, consequentemente, esta diminuta cavidade ou ventrículo é da maior importância, como veremos mais tarde.
De acordo com as doutrinas Rosacruzes, o sangue é um gás e não um líquido, como a ciência oficial afirma. Quando uma pessoa que tenha a visão espiritual desenvolvida observa a coluna espinhal, o gás que existe nela tem a aparência de uma corrente luminosa muito fina, cuja cor varia conforme o temperamento e a moral da pessoa. Entre as pessoas sensuais, esse fogo espinhal é um vermelho-tijolo sombrio, matizado com um tênue colorido azulado.
Conforme as suas aspirações vão se elevando e desperta-se o seu amor pelos demais, essa cor vai se fazendo mais e mais clara e a luminosidade azul começa a ascender-se com ligeiras tonalidades róseas. Quando se observa o gás espinhal de um ser humano espiritualmente desperto, que tenha purificado a sua Mente e seu corpo por meio de elevados ideais e de uma vida de serviço e abnegação, especialmente quando observado sobre o efeito da meditação e da oração, a sua visão é realmente maravilhosa. O fogo espinhal é de um intenso azul etéreo, sumamente difícil de ser descrito. O azul que mais se lhe aproxima é o azul da chama de gás, com suavíssimos matizes de amarelo, os quais se manifestam através dela. Desde a parte inferior da região sacra, até a parte superior da região lombar, as cores encontram-se, todavia, mescladas de vermelho, porém, o gás espinhal acende e ascende, tornando-se cada vez mais puro e diáfano.
Esse fogo espinhal durante a meditação e a oração se torna cada vez mais ativo e à medida que vai tocando os nervos espinhais, emite pequenas chispas no começo de cada um, até alcançar a medula oblongada, que parece atuar como transformador ou uma estação separadora, onde as cores sofrem uma mudança, descendo as cores obscuras e sujas, ao passo que o gás mais leve segue para cima.
Existe na extremidade inferior do quarto ventrículo, uma espécie de cavidade em forma de peneira, que está relacionada com a medula oblongada. Nessa última, o gás parece que sofre um processo de purificação, passando logo do quarto ventrículo ao terceiro, onde passa por um esplendor dourado, semelhante à fornalha, quando então é absorvido pela Glândula Pineal.
A cor dessa chama é diferente, sem dúvida, no adulto de natureza terrena, cheio de paixões e desejos, cujo corpo só se alimenta das carnes dos animais, e que está impregnado de fumo, álcool, etc. O gás espinhal de uma pessoa é de cor rosa e tem certa tendência de aderir-se à parte inferior da coluna espinhal. Essa pessoa necessitará fazer um esforço considerável para extrair algo desse gás e fazer com que ele ascenda ao cérebro a fim de alimentar o trabalho mental, e sua coloração não é do azul-diáfano que se encontra no ser humano de elevadas aspirações.
A Glândula Pineal da pessoa sensual, que dissipa seus fluidos vitais, é muito pequena, enquanto que na criança e no adulto que leva uma vida pura e limpa, esse órgão é grande.
A água quando atinge um certo grau de calor se converte em vapor, dissipando-se no ar, deixando, porém, um pequeno resíduo ou sedimento cristalizado no fundo do recipiente. Ao contrário, o sangue, enquanto está no interior do corpo, é um gás, porém, quando entra em contato com o ar se torna líquido, condensando-se. Assim, seria impossível para a ciência, sob semelhantes condições, investigar com seus instrumentos materiais e claramente entender as funções destes dois órgãos tão vitais, como a Glândula Pineal e o Corpo Pituitário, cuja inacessibilidade os torna quase impossível de serem removidos sem que mudem a forma deles.
Quando o ser humano com a faculdade da visão espiritual investigar as funções fisiológicas desses órgãos, não necessitará extraí-los, mas, simplesmente, dirigirá sobre eles sua visão de raios-X e observará a ação deles.
A autora teve o privilégio, enquanto sob a direção de um Iniciado Rosacruz, de observar as duas Glândulas Endócrinas, ora focalizadas, em ação. O momento e a oportunidade foram idealmente preparados e uma pessoa viva serviu de estudo. Ambos os órgãos eram muito grandes, o que permitiu uma grande clareza em nossas observações.
A pessoa era uma mulher em estado de meditação espiritual, uma mulher que tinha uma vida pura e cheia de elevadas aspirações, cujo alimento, por muitos anos, consistiu de frutas, legumes e cereais.
O Corpo Pituitário, em que se registram em primeiro lugar essas aspirações, estava muito avolumado. O lóbulo posterior estava voltado para trás com seu pescoço em forma de funil, aumentado com uma boca aberta na extremidade. Dessa boca aberta exalava um gás de cor rosa suave, ligeiramente matizado de amarelo e azul claro. A coluna espinhal estava cheia de um éter azulado, claro e mesclado de suave tonalidade rosa e amarelo. Depois que esse gás abandonava a medula oblongada e entrava na Glândula Pineal era de um maravilhoso colorido azul, como as tonalidades que as montanhas parecem ter depois do sol se pôr. A Glândula Pineal está também avolumada com a ponta do cone estirando-se em direção ao Corpo Pituitário. O diminuto apêndice de pele, mencionado em capítulo anterior, que se encontra no final da Glândula Pineal, está alongado e emite uma pequena chama, semelhante à chama azul de um jato de gás. Os dois órgãos vibram intensamente estirando-se, um em direção ao outro, sobre o terceiro ventrículo, uma cavidade oblonga que existe entre os tálamos óticos. Quando a vida do Aspirante à Vida Superior tem sido pura, o ventrículo citado aparece ao ocultista como um forno diminuto, resplandecente, de luz dourada, que supre a vitalidade do corpo.
A Glândula Pineal, como já foi dito, tem a aparência de um minúsculo órgão masculino, enquanto que o Corpo Pituitário, com sua boca aberta, é semelhante ao órgão feminino. Dessa maneira podemos ver que a ciência oficial, que procura provar que esses órgãos estão diretamente relacionados com as funções do cérebro e dos órgãos geradores, está certa.
Têm influência direta sobre o ser humano, desde as duas extremidades da medula espinhal, como demonstra o fato de que todos os pervertidos sexuais se tornam degenerados. A conservação dos fluidos vitais e a vida casta e pura fortalecem o cérebro; daí o aumento das duas Glândulas, ao passo que na pessoa sensual se atrofiam. A ciência oficial tem razão ao afirmar que tais órgãos são maiores nas crianças e nas mulheres que nos homens, embora se trate de homens que tenham tido uma vida muito pura.
No esforço de comprovar as asserções astrológicas feitas acima, a escritora comparou horóscopos de pacientes que têm estado em contato com o Departamento de Cura da Sede Mundial da Fraternidade Rosacruz, em Oceanside – Califórnia – USA. Ela encontrou dez horóscopos de moços e moças epiléticos.
Em quatro dos pacientes foi constatado que a Lua estava em Conjunção com Netuno, no Signo de Touro. Esse Signo rege a garganta e, também, indiretamente, sobre os órgãos geradores. Aqui, novamente, verificamos o que disse Max Heindel, que Netuno é a oitava superior de Mercúrio e não de Vênus, como admitem alguns astrólogos. Porque esse Planeta que rege a Glândula Pineal, também rege o cérebro e as faculdades espirituais.
Dois dos dez pacientes tinham Netuno em Quadratura com a Lua, sendo que um tinha Netuno em Conjunção com Marte e o outro tinha Netuno em Oposição a Saturno. Em todos esses casos verificamos que eles tinham formado um hábito sexual abusivo durante a infância, o que ocasionou uma dissipação dos fluidos vitais necessários à construção do cérebro, e daí, então, a deficiência mental fronteiriça à idiotice.
Se os médicos pudessem abrir os cérebros desses pacientes para lhes examinar as Glândulas, encontrá-las-iam enfermas, em conformidade com as aflições planetárias, as quais poderiam tomar forma de atrofia, de tumor ou, no caso da Glândula Pineal, inflamação.
Os astrólogos do passado asseguravam que Urano era a oitava superior de Mercúrio e regia as qualidades mentais superiores, e que Netuno era a oitava superior de Vênus. Ao mesmo tempo admitiam que Urano, aflito nos ângulos do horóscopo, causava separações no casamento, e que a Quadratura ou Conjunção entre Vênus e Urano, num horóscopo feminino, atrairia indevidas atenções do sexo oposto, portanto, comprometendo-lhe moralmente. Urano foi sempre associado com licenciosidade e lassidão moral, amores ilícitos, enquanto que Netuno é relacionado com ordens secretas, decepções e fraudes. A autora admirou-se porque esses dois Planetas altamente espirituais foram relacionados inversamente pelos astrólogos, quando apresentam características opostas. Investigações espirituais mostram as oitavas superiores como seguem: Netuno, regente da Glândula Pineal, é a oitava superior de Mercúrio; Urano, regente do Corpo Pituitário, é a oitava superior de Vênus.
O alcoólatra, quando sob a influência de bebidas, tem um forte estímulo do Corpo Pituitário, o que ocasiona tonturas e condições hilariantes. Essa Glândula regula a natureza emocional e a circulação sanguínea. Regida por Urano, a oitava superior de Vênus, o regente da música, o Corpo Pituitário é influenciado pela música e pela harmonia que o coloca em vibrações. O que utiliza a morfina ou cocaína recebe seu estimulo pela Glândula Pineal.
Temos lido muito nos jornais a respeito de rejuvenescimento por meio de enxerto de Glândulas de animais nos seres humanos, para lhes restaurar a juventude. Se tal prática nefasta for levada em certa proporção, as próximas gerações estarão expostas a ter muitos filhos degenerados, enchendo as instituições de pervertidos mentais (quase 40 anos após a predição da autora, os hospitais de doenças mentais se enchem, como testemunho dos abusos passados e clamando por normas espirituais de vida). Os animais doadores dessas Glândulas são o bode e o macaco, que se multiplicam rapidamente e naturalmente produzem um efeito degenerativo no ser humano que foi bastante tolo para permitir que tal enxerto fosse feito em seu corpo. Além disto, esse rejuvenescimento é por curto período de tempo. Se o ser humano continuasse vivendo a vida dos sentidos, ele cedo dissiparia essa nova energia, a qual teria de ser suprida, novamente, de tempos em tempos.
Porém, há uma Fonte de Juventude, um elixir de vida que são os alimentos e os nossos pensamentos.
Se vivermos uma vida simples e pura, altruísta, comendo somente legumes e vegetais, e mantendo a devida vigilância sobre nossos desejos, então já não necessitamos de sacrificar vida de animal para recuperar as nossas energias desperdiçadas. Ponce de Leon procurou a fonte da perpétua juventude em terras distantes, ignorando que ele tinha duas pequenas taças dentro de seu próprio cérebro. Se ele tivesse pago o preço de efetuar a mudança da vida mundana dos sentidos para a vida de pureza espiritual, ele teria tido o elixir da vida.
F I M
[1] N.T.: A escrita cuneiforme foi desenvolvida pelos baygons, sendo a designação geral dada a certos tipos de escrita feitas com auxílio de objetos em formato de cunha. É juntamente com os hieróglifos egípcios, o mais antigo tipo conhecido de escrita.
[2] N.T.: Rei Assírio
[3] N.T.: Hipócrates (?460 a.C.-?370 a.C.), nascido em uma ilha grega, é considerado por muitos uma das figuras mais importantes da história da Medicina, frequentemente considerado “pai da medicina”.
[4] N.T.: Paracelso (1493-1541), pseudônimo de Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, foi um médico, alquimista, físico, astrólogo e ocultista suíço-alemão.
[5] N.T.: Pseudo-Dionísio, o Areopagita ou simplesmente Pseudo-Dionísio é o nome pelo qual é conhecido o autor de um conjunto de textos (Corpus Areopagiticum) que exerceram, segundo os historiadores da filosofia e da arte, uma forte influência em toda a mística cristã ocidental na Idade Média. Esses textos foram muito lidos e admirados pelo Abade Suger de Saint-Denis, construtor do primeiro grande exemplar de arquitetura gótica: a basílica de Saint-Denis (ou Pseudo-Dionísio, em português). O autor se apresenta como Dionísio, o ateniense membro do Areópago, o único convertido por São Paulo (em Atos 17:34), no Século I.
[6] N.T.: Francis Bacon, também referido como Bacon de Verulâmio (1561-1626) foi um político, filósofo e ensaísta inglês. É considerado como o fundador da ciência moderna.
[7] N.T.: Pitágoras de Samos (? 570-?495 a.C.) foi um filósofo e matemático grego jônico creditado como o fundador do movimento chamado Pitagorismo.
[8] N.T.: A ciência, hoje, sabe que a Glândula Pineal atua, até certo ponto, na regulagem de desenvolvimento sexual; ajuda a sincronizar as mudanças rítmicas do Corpo, bem como atuar no misterioso mecanismo do acordar, por intermédio de seus hormônios.
[9] N.T.: Sabe-se, hoje, que a Glândula Pineal funciona, em anfíbios e peixes, como um órgão sensorial, sofrendo reações à luz.
[10] N.T.: ou Sílfides
[11] N.T.: Refere-se ao estado de consciência, tendo os mesmos veículos que um ser vegetal, atualmente. O ser humano nunca foi vegetal. Veja mais detalhes no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos.
[12] N.T.: Refere-se ao estado de consciência, tendo os mesmos veículos que um ser animal, atualmente. O ser humano nunca foi animal. Veja mais detalhes no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos.
[13] N.T.: Glândula Pituitária ou Hipófise: pequena glândula com cerca de 1 cm de diâmetro. Aloja-se na sela túrcica ou fossa hipofisária do osso esfenoide na base do cérebro. Está localizada abaixo do hipotálamo.
[14] N.T.: Henry Gray, FRS, no livro: Anatomy and The Human Body, 12ª Edição, 1918.
[15] N.T.: ou epífise neural ou simplesmente pineal é uma pequena glândula endócrina localizada perto do centro do cérebro, entre os dois hemisférios.
[16] N.T.: Dana, C. L., and W. N. Berkeley: 1913. Med. Rec. S3: S35
Nos Ensinamentos Rosacruzes, o Universo divide-se em sete diferentes Mundos ou estados de matéria, a saber:
2.Mundo dos Espíritos Virginais
Essa divisão não é arbitrária, mas necessária, porque a substância de cada um desses Mundos está sujeita às leis que são praticamente inoperantes nos outros. Por exemplo, no Mundo Físico a matéria está sujeita à gravidade, à contração e à expansão. No Mundo do Desejo não existem frio nem calor, e as formas levitam tão facilmente como gravitam. Distância e tempo são fatores predominantes no Mundo Físico, mas quase inexistentes no Mundo do Desejo.
A matéria desses Mundos varia em densidade também, sendo o Mundo Físico o mais denso dos sete.
Cada Mundo subdivide-se em sete Regiões, ou subdivisões de matéria. No Mundo Físico os sólidos, os líquidos e os gases formam as três subdivisões mais densas, e as quatro restantes são constituídas por Éteres de densidades variadas. Nos outros Mundos são necessárias subdivisões idênticas porque a densidade da matéria de que são compostos não é uniforme.
Há ainda duas distinções a fazer. As três subdivisões densas do Mundo Físico (sólidos, líquidos e gases) constituem o que se chama de Região Química. A substância dessa Região é a base de todas as Formas densas.
O Éter também é matéria física. Não é homogêneo, como a ciência material afirma, mas existe em quatro estados diferentes. Constitui o meio de ingresso para o espírito vivificante, o qual infunde vitalidade às formas da Região Química. Essas quatro subdivisões mais sutis ou Etéricas do Mundo Físico constituem o que se conhece por Região Etérica.
No Mundo do Pensamento as três subdivisões superiores são a base do pensamento abstrato, daí o conjunto ser chamado Região do Pensamento Abstrato. As quatro subdivisões mais densas suprem a matéria mental com a qual incorporamos e concretizamos nossas ideias sendo, portanto, denominadas de Região do Pensamento Concreto.
A cuidadosa consideração dada pelo ocultista àquilo que caracteriza o Mundo Físico poderia parecer supérflua, não fosse o fato de ele encarar as coisas sob um ponto de vista amplamente diferente daquele do materialista. Esse reconhece apenas três estados de matéria: sólido, líquido e gases. Tais matérias são todas químicas, já que derivam dos componentes químicos da Terra. Dessa matéria química constituíram-se todas as formas: mineral, vegetal, animal e humana, daí serem esses Corpos tão químicos como as substâncias assim comumente chamadas. Portanto, quer consideremos a montanha, quer a nuvem que envolve o seu topo, a seiva da planta ou o sangue do animal, a teia de aranha, a asa de borboleta ou os ossos do elefante, o ar que respiramos ou a água que bebemos – tudo é composto da mesma substância química.
O que determina, pois, a conformação dessa substância básica nas múltiplas variedades de Formas que observamos ao nosso redor? É o Espírito Universal Uno, expressando-se a Si próprio no Mundo Visível sob a forma de quatro grandes correntes de Vida, em variados graus de desenvolvimento. Esse quádruplo impulso espiritual modela a matéria química da Terra na variedade de formas dos quatro Reinos: mineral, vegetal, animal e humano. Quando uma forma serviu ao seu propósito, como veículo de expressão para as três correntes superiores de vida, as forças químicas desintegram essa forma. Então a matéria pode voltar ao estado primordial, ficando assim em disponibilidade para a constituição de novas formas. Consequentemente, o espírito ou vida que modela a forma numa expressão de si mesmo é tão estranho ao material que usa como o carpinteiro é estranho e pessoalmente independente da casa que constrói para sua habitação.
Como todas as formas mineral, vegetal, animal e humana são químicas, logicamente deverão ser tão mortas e desprovidas de sensação como a matéria química no seu estado primitivo. Os Rosacruzes afirmam que sim.
Alguns cientistas sustentam haver sensação em toda a matéria, viva ou morta, pertencente a quaisquer dos quatro Reinos. Nessa afirmação incluem até, como capazes de sentir, as substâncias ordinariamente classificadas como minerais. E, como prova, apresentam diagramas com curvas de energia obtidas em experiências. Para outra classe de pesquisadores a sensação não existe nem mesmo no Corpo humano, excetuado o cérebro, que é a própria sede da sensação. Assim, dizem, se ferimos um dedo é o cérebro, não o dedo, que sente a dor. Dessa maneira, nesse como em outros pontos a casa da Ciência está dividida contra si mesma. A posição de cada oponente é parcialmente correta, dependendo do que se entenda por “sensação”. Se significar uma simples resposta aos impactos – tal como o rebote de uma bola de borracha atirada ao chão – é exato atribuir-se sensação ao mineral, à planta e aos tecidos animais. Contudo, se querem significar prazer e dor, amor e ódio, alegria e tristeza, seria absurdo atribuí-los às formas inferiores de vida, a um tecido orgânico solto, aos minerais em seu estado natural, ou mesmo ao cérebro, porque tais sentimentos são expressões do Espírito imortal autoconsciente. Já o cérebro é apenas o teclado do magnífico instrumento em que o espírito humano executa a sinfonia de sua vida, da mesma forma que um músico se expressa em seu violino.
Assim como há pessoas que são absolutamente incapazes de compreender a existência de Mundos superiores, outras há que, tendo-se relacionado com tais Reinos apenas superficialmente, habituam-se a menosprezar o Mundo Físico. Semelhante atitude é tão errônea quanto à do materialista. Os grandes e sábios Seres, que executam a vontade e os planos de Deus, colocaram-nos nesse Mundo Físico para aprendermos grandes e importantíssimas lições que só nestas condições seria possível aprender. É nosso dever, portanto, empregar o conhecimento que tenhamos dos Mundos superiores para aprender o melhor possível as lições que esse Mundo material tem para nos ensinar.
Em certo sentido, o Mundo Físico é uma espécie de Escola-Modelo ou um laboratório experimental, onde se aprende a trabalhar corretamente nos outros Mundos, conheçamos ou não a sua existência, o que prova a grande sabedoria dos criadores do plano. Se apenas conhecêssemos os Mundos superiores, cometeríamos muitos erros que só se revelariam quando as condições físicas fossem utilizadas como critério. Para ilustrar, imaginemos o caso de um inventor que idealiza uma máquina: primeiro ele a constrói em pensamento, mentalmente ele a vê completa e realizando com perfeição o trabalho para o qual foi planejada. Em seguida ele a desenha, e ao fazê-lo possivelmente julga necessária alguma modificação no modelo primitivo. Quando, a partir do desenho, dá-se por satisfeito ao ver sua ideia praticável, passa então a construir a máquina com o material apropriado.
Agora, é quase certo haver necessidade de novas modificações antes que a máquina funcione como se pretendia. Pode ainda ser necessário modificá-la totalmente, ou até mesmo concluir-se que o modelo, em seu todo e como se apresenta seja completamente inútil, deva ser rejeitado e um novo plano precise ser elaborado. Contudo, observe o seguinte, porque isto é importante: a nova ideia, ou plano, será reformulada para eliminar os defeitos da máquina primitiva. E se não fosse construída uma máquina material que evidenciasse os defeitos da primeira ideia, uma segunda e correta ideia não poderia ser formulada.
Isto se aplica, igualmente, a todas as condições da vida: sociais, comerciais e filantrópicas. Muitos projetos, parecendo excelentes a quem os concebe e continuando a parecer bons quando trasladados para o papel, ao serem experimentados na prática frequentemente falham. Isto, porém, não deve desanimar-nos. É certo que “aprendemos mais com os nossos erros do que com os nossos êxitos”. Devemos, pois contemplar o Mundo Físico através da luz apropriada; considerá-lo uma valiosa escola de experiências, onde aprendemos lições da mais alta importância.