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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Primeiros Passos para a Aspiração Espiritual

A definição de “aspiração” implica numa persistência em realizar algo que se deseja ansiosamente. Assim, pode-se dizer que o Aspirante à vida superior é uma pessoa que anseia e deseja profundamente realizar os seus ideais espirituais. O verdadeiro Aspirante à vida superior não pode, por definição, ter uma vontade ou desejo morno ou fraco de se aperfeiçoar. Para que aspire, no verdadeiro sentido da palavra, é preciso que se dedique aos seus ideais espirituais com todo o entusiasmo, apesar dos muitos obstáculos e dificuldades que irá encontrar no caminho.

Pode se dizer que a Humanidade, de modo geral, evolui por meio de método lento e automático, isto é, de tentativa e erro. Contudo, o Aspirante à vida superior, pelo contrário, funciona conscientemente e tenta atingir os seus fins por meios bem definidos e apropriados à sua constituição individual. As suas palavras-chaves tônicas são persistência e esforço constante. Se não se empenhar continuamente, diariamente e incansavelmente em cumprir os seus deveres e os seus exercícios esotéricos, não poderá nunca atingir o objetivo espiritual.

O primeiro dever é desenvolver o seu Corpo-Alma; se isso não for prioridade na vida do Estudante Rosacruz, quando quer ser um Aspirante à vida superior, todas as tentativas de funcionar conscientemente nos Mundos invisíveis resultarão em desastre e frustração interna. Não existe nenhum guia ou causa exterior que lhe possa assegurar uma entrada segura, consciente e permanente nos planos espirituais. Somente o próprio Aspirante poderá fazê-lo.

É necessária a purificação de todos os veículos, iniciando pelo Corpo Denso. Isso implica na escolha dos alimentos de digestão fácil, pois quanto mais rápida for à extração de energia do alimento, mais tempo terá o organismo de recuperar antes da próxima alimentação a ser ingerida. É evidente que a ingestão de carne de mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios e outros seres da onda de vida animal é nociva para a purificação dos veículos, pois aqueles que matam ou obrigam outros a matarem não podem avançar muito na senda da santidade. O Corpo é o Templo de Deus; corrompê-lo, destruí-lo ou mutilá-lo, tanto por atos como por omissões, não é digno de nenhum Aspirante à vida superior. O melhor que o Aspirante tem a fazer é encontrar alimentos que o organismo necessita para que seja um instrumento do Espírito, sendo saudável, forte e eficaz. O regime lacto-ovo-vegetariano é o mais indicado. Assim, cumprindo a primeira parte do lema Rosacruz: “Corpo São”.

A purificação do Corpo Vital é feita pela repetição dos bons hábitos, eliminação dos vícios e pelo desenvolvimento dos dois Éteres superiores – Éter Luminoso e Refletor – que ocorre quando nos esforçamos por ter uma vida pura, limpa e altruísta. A vitória do Corpo Vital sobre o Corpo de Desejos se dará pelo hábito de um equilíbrio inabalável das emoções, os sentimentos e desejos diante de toda e qualquer provocação ou situação adversa. Tendo um temperamento equilibrado, um comportamento sempre calmo e paciente ajudará a nos capacitar para cumprir todos os deveres mundanos e executar os exercícios esotéricos que temos que fazer, independentemente do caos externo que nos rodeia. Eventualmente quando as emoções, os sentimentos e desejos se tornam, gradualmente, mais equilibrados e a serenidade do Estudante se torna mais pronunciada, ele passa a viver a vida aqui em plenitude, esforçando-se por cumprir tudo aquilo a que ele mesmo optou no Terceiro Céu, quando escolheu o panorama dessa vida. A repetição e a oração incessante são indispensáveis à purificação do Corpo Vital, constituindo-se também de suma importância a oficiação dos Rituais e a execução dos exercícios esotéricos.

A purificação do Corpo de Desejos é feita pela transmutação das tendências das nossas emoções, dos nossos desejos e sentimentos passionais, indignos e maus – enfim, inferiores – em emoções, desejos e sentimentos superiores. Isso se faz preenchendo o nosso Corpo de Desejos de material das três Regiões superiores do Mundo do Desejo: Vida Anímica, Poder Anímico e Luz Anímica. Para isso, o Aspirante sublima as suas emoções, os seus desejos e sentimentos inferiores substituindo-os por emoções, desejos e sentimentos superiores, por exemplo, de: altruísmo, bondade, gratidão, gentileza, filantropia, fraternidade, amor incondicional, fé racional e afins. O “não cair em tentação” aqui é a chave. O Aspirante precisa utilizar sua força sexual criadora de forma que seja para fins de serviço amoroso e desinteressado, criando, aplicando e, por meio da Epigênese, colocando coisas novas, para ele, nunca colocadas em ação.

Os seis Exercícios Esotéricos Rosacruzes fornecidos no livro “Conceito Rosacruz dos Cosmos” – Retrospecção, Concentração, Observação, Meditação, Contemplação e Adoração ao Ser Supremo – são meios para atingir o ideal espiritual. Sem a aplicação nas suas execuções, obedecendo os critérios, as sequências e o modo detalhado naquele livro não se chegará a lugar algum como Aspirante à vida superior pelo método Rosacruz. A Retrospecção noturna e a Concentração matutina são os mais importantes exercícios esotéricos quando se começa a caminhada como Aspirante. A Retrospecção noturna prepara o Aspirante para se conhecer e para compreender as suas próprias complexidades de pensamento e de caráter mais sutis, no encadeamento do que ele entende como causa e efeito, arrependimento e reforma íntima; pois o autoconhecimento é indispensável para o avanço espiritual. A Concentração matutina é, também, imprescindível, porque tem a tarefa difícil de desenvolver uma disciplina mental intensa para o progresso espiritual, focando exclusivamente em um único assunto, e não se deixando levar por outros.

A paciência e a persistência em “fazer bem sem olhar a quem” – o serviço amoroso e desinteressado e, portanto, anônimo – são qualidades que o Aspirante deve aliar a todas as suas atividades, não só para promover o crescimento da alma como para evitar que se distraia com os “prazeres do mundo” que sempre estarão lhe atraindo – e cada vez com mais sutilidade, na medida que ele avança. Todas essas digressões terão de ser eliminadas uma a uma, primeiras as mais flagrantes, depois as mais sutis até que um dia, finalmente, após muito tempo de dedicação total, o Aspirante atingirá o caminho mais “reto e estreito” da via espiritual, via o conhecimento direto.

É preciso, também, aprender o discernimento em todas as coisas. Para o Aspirante à vida superior que está utilizando o método Rosacruz, os métodos orientais constituem um perigo, tanto para o seu desempenho, como para os seus Corpos, especialmente no que concerne a métodos que prometem um “despertar espiritual” ou “poderes psíquicos” de maneira rápida e fácil. Nunca é demais repetir que o avanço espiritual seguro se consegue unicamente com os esforços contínuos e, muitas vezes, penosos que segue um programa de autopurificação e de serviço a Deus e aos demais; processo este que o leva de degrau a degrau, sem pular etapas, sozinho e focado.

O Aspirante à vida superior também deve fazer o sacrifício de si próprio e não das coisas. Ele tem que aprender a colocar o amor, seus conhecimentos, suas energias, seu tempo, suas considerações e tudo o que é igualmente intangível, à disposição dos irmãos e irmãs que estão no seu entorno, estando sempre pronto para ajudar, para servir, ainda que seja por meio de um sorriso, de um cumprimento, de uma palavra amiga ou de uma ação efetiva. Automaticamente os velhos interesses vão sendo sacrificados também nesse processo de autocorreção. A consagração a uma vida regenerada e a intensidade desse ideal mitiga, eventualmente, a importância que ele dava aos assuntos mundanos que parecem tão significativos. Acontece, às vezes, que o Aspirante à vida superior tem até que sacrificar temporariamente certas relações pessoais, pois sucede que os chamados amigos e amigas ou até os familiares nem sempre acompanham ou aceitam as suas novas tendências ou atitudes. Cria-se, portanto, certa fricção e choque, que levam as relações a mudarem ou a se desintegrarem, às vezes, lenta, outas vezes rápida, e muitas inteiramente. Ele deve entender e praticar o seguinte conceito: “todas as relações devem ser completadas pelo amor dele para com o próximo”, aqui independentemente do que o próximo acha ou deixa de achar; mas durante algum tempo – uma ou mais vidas – o Aspirante poderá ter que aprender a enfrentar a situação com compaixão, paciência, compreensão e tato. Tudo isso faz parte das provas que ele terá que passar para polir e se purificar.

Essas provas e dificuldades são fornecidas ao Aspirante à vida superior com o único objetivo de que ele possa liquidar as suas dívidas de destino – geradas nos seus muitos renascimentos – mais rapidamente e, assim, libertar-se do que o liga ainda a um comportamento passado inaceitável, por ele próprio criado. Para isso, é mister que ele entenda que todos os seus problemas nada mais são do que oportunidades para aprender a lição da qual tanto se esquivou e, ao aplicar isso na sua vida, ao em vez de protestar e lamentar, avançará muito. Antes que lhe seja concedidos maiores poderes espirituais ou uma esfera de trabalho maior, é necessário que ele tenha dado provas da prática, por meio de atos, ações e obras do seu altruísmo em todas as esferas. É obvio que existe o perigo de se utilizar esses poderes espirituais de forma egoísta e sem discernimento; por isso, é preciso que ele mostre que é digno de recebê-los. E quanto mais ele se ocupa e se preocupa em saber em que estágio está, menos ele avança, mais ele se impacienta e mais aumenta a tendência em desistir. Por isso que o foco deve ser sempre em servir, amorosa e desinteressadamente, cumprindo com aquilo que se propôs nessa vida. Com toda certeza, quando estiver alcançando o estágio que é necessário, um Irmão Maior será atraído pela sua luz nos Mundos internos e virá até ele. Então começarão as outras etapas da sua evolução espiritual, para frente e para cima. Até lá, trabalhe, trabalhe e trabalhe como um colaborador, ainda que inconscientemente, “na obra benfeitora dos Irmãos Maiores para o serviço da Humanidade.”.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como é Importante Expressarmos a Gratidão

Como é Importante Expressarmos a Gratidão

A gratidão produz crescimento anímico. Devemos ser gratos por tudo que recebemos. Já ouvimos Estudantes argumentarem que os Aspirantes Rosacruzes estão na fase do dever e, portanto, não cabem em nossas mútuas ações e serviços o reconhecimento e a gratidão: não há sacrifício, pois fazemos prazerosamente.

É certo que agimos por dever e por amor desinteressado; mas que devamos dispensar a gratidão, isso não. Apenas não devemos exigir reconhecimento dos outros. Há de ser espontâneo. Contudo, que devemos aprender a ser gratos, isto é inegável e há razões ocultas para justificá-lo.

Vemos em “O Conceito Rosacruz do Cosmos” que a força mental pode ser dirigida a três direções. Tanto age dentro, como fora de nós. Quando age fora, pode ser para dar informações, como no caso da telepatia, ou para incentivar alguém, quando se quer fazer o bem.

No trabalho de Cura da Fraternidade Rosacruz fazemos uma ideia bem definida de ajuda e a vivificamos com um forte sentimento, um desejo de servir, de transmitir nossa vitalidade, decisão, otimismo, fé; enfim, todas as qualidades positivas de que precisam os doentes para vencer suas próprias limitações e ajudar-se na recuperação da saúde física e psíquica. Esse pensamento, sem o sentimento, seria vazio, fraco, frio, estéril.

Assim também, quando somos gratos a alguém, envolvemos o pensamento de gratidão com o sentimento correspondente e o enviamos ao nosso benfeitor, fazendo espontaneamente uma imagem mental dessa pessoa. Essa força vai até ele, lhe circunda a aura e a penetra, gravando-se em seu átomo-semente através do éter do ar que lhe penetra os pulmões e dali passa ao coração. Esse é o processo oculto-científico.

Após a morte do corpo, havendo passado pela purgação dos maus atos nas regiões inferiores do Mundo do Desejo, penetramos no Primeiro Céu e os acontecimentos bons da nossa passada existência começam a desfilar em ordem inversa. Ali, não só o que fizemos de bem, como o que recebemos de bem, voltam a ser sentidos. Numa cena em que ajudamos alguém, revivemos gostosamente o bem-estar que, em nós, o ato produziu, acrescido pelo sentimento de gratidão que o outro emitiu a nosso favor. Inversamente, todo sentimento de gratidão que tenhamos gerado pelos outros que nos ajudaram e favoreceram em diversas circunstâncias, tornamos a experimentar no estágio do Primeiro Céu.

Em decorrência, vemos que a gratidão, seja a nossa relação com os outros ou a dos outros em relação a nós, produz crescimento anímico. É desse modo que se vai alimentando o altruísmo, a filantropia e todos os sentimentos da vida superior da alma, para formação da vida, da luz e do poder anímicos. Primeiro é preciso vivermos nobremente, a fim de gerarmos a luz da alma e, por corolário, o poder da alma. É uma ordem lógica de desenvolvimento interno. A luz só pode nascer do bem. O lírio que nasce do lodo é símbolo da pureza que se extrai do sofrimento que passamos, por haver condescendido com as práticas inferiores de vida, e concluirmos que o “caminho do transgressor é muito duro”. Melhor é o caminho da virtude, que se alcança pela observação e equilíbrio, sem necessidade de passarmos pela experiência do mal.

Voltando à gratidão, observemos ainda que nos é recomendado, no exercício de retrospecção feito ao nos deitarmos para dormir, à noite, que devemos sentir fortemente o bem praticado ou recebido para imprimi-lo consciente e fortemente em nós. A razão é a que expusemos.

Em nossa oração diária, de íntima conversa com o Cristo interno e deste com o Pai, costumamos agradecer por tudo que recebemos. Isso aprendemos quando, mocinhos ainda, lemos sobre a vida extraordinária de Hellen Keller, que nasceu privada de visão, de audição e de fala e mesmo com essas limitações, ajudada por uma amiga, certamente uma companheira de outras vidas, aprendeu, tateando os lábios e a laringe de sua professora, várias línguas. Depois, ela se exprimia com o tato na mão da amiga e dirigia ao mundo mensagens de incentivo e de fé que abalaram vários continentes.

E nós? Temos tudo. Que fazemos como administradores dessas bênçãos de Deus? Por que não as usar adequadamente, agora e aqui, o melhor possível? Por isso agradecemos a Deus pelos olhos que nos permitem ver as belezas de sua criação, a luz, as cores, as mensagens evolutivas nos rostos das criaturas, os contrastes da natureza, as experiências legadas nos livros pelas gerações que se foram, poder ler a Filosofia Rosacruz.

Somos gratos pelos ouvidos que nos permitem ouvir o riso das crianças, o cantar dos passarinhos, a divina música, o modo de expressar dos seres humanos e dos animais, as vozes dos elementos da natureza.

Somos gratos pelo olfato que nos permite sentir o odor das flores e dos alimentos. Somos gratos pelo tato que nos permite sentir a aragem dos campos, a brisa do mar, a carícia de meus filhos, o conjunto de tudo que me rodeia, a percepção da densidade.

Somos gratos pelo paladar, que nos permite discernir entre o agradável e o desagradável, entre o sadio e o estragado, que nos permite incentivar as glândulas salivares e iniciar uma boa digestão.

Somos gratos pela saúde do corpo e pela enfermidade, que nos adverte, pela alegria e pela tristeza, pela sombra e pela luz, pelo feio e pelo bonito, esses contrastes que nós mesmos criamos, esse quadro que nós mesmos pintamos para aprender a apreciar a unidade branca, a pedra filosofal, e vender tudo o que temos para possuí-la. Aprender quando nos damos.

Disse Whitman: “Vede! Não me limito a dar. Ser grato é avaliar o que se recebe e o que se dá. Só o amor não basta. É preciso o entendimento. Os dois, mutuamente se ajudando, produzem o Amor-Sabedoria, a tônica do Filho, do Cristo, em nós. Isso, sem esmolas ou conferências. Dou-me a mim mesmo!”.

E quando aprendemos a ser gratos, aprendemos a amar também, com sabedoria e discernimento. E vemos que nos libertamos de nós mesmos, porque em nós estavam os bloqueios, os diques que impediam o livre fluxo do amor divino, de nós para os outros.

Tínhamos um propósito definido, ao falar-lhes de gratidão.

Vejamos a vida de Max Heindel: toda sua vida, como exemplo vivo, foi de ajuda à humanidade; ele era grato por tudo que o Senhor lhe dera e empregava seus dons físicos, psíquicos e espirituais como um administrador zeloso e fiel. Multiplicou seus talentos de forma admirável. Não pensava em sua própria evolução, mas apenas em servir. Com tais singulares virtudes e desenvolvimento interno, foi o escolhido pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Eles, que veem nosso interno amadurecimento na cor e expansão da aura individual, sabiam-no preparado. Todavia, submeteram-no a uma prova. Sem ele saber, ele venceu. Depois disso Max Heindel foi Iniciado e conscientemente pôde investigar nos mundos invisíveis todas as verdades transmitidas pelo “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Além desse livro básico de nossa Fraternidade, deixou-nos inúmeras outras obras, complementos valiosos daquela, condensados de suas observações e experiências, que constituem um patrimônio inestimável de orientação à posteridade, um guia seguríssimo de desenvolvimento, de preparação para o mundo de Aquário, normas lógicas e objetivas de como devemos vencer a transição que nos anunciam os Evangelhos: “Assim como nos dias de Noé será no dia do Senhor”; em que a religião do Filho, a religião Cristã, brilhará em sua mais pura expressão, escoimada dos vícios e egoísmos gerados pelas religiões de raça que ainda nos maculam as formas religiosas.

A grande mensagem dos Irmãos Maiores, através de Max Heindel, foi apresentar o Cristianismo, em sua prístina pureza, como um sublime ideal que devemos atingir. E deu-nos os meios, o método para alcançar esse fim glorioso do desenvolvimento humano; ele deu a maior ajuda, a de preparar cada ser de modo a emancipar-se de todas as dependências, de erguer-se e caminhar com suas próprias pernas, de ser autossuficiente, uma lei em si mesmo, à luz dos conhecimentos das Leis divinas que regem a Criação, particularmente o ser humano. Como disse o Iniciado Goethe: “O ser humano se liberta de todas as forças que encadeiam o mundo quando alcança o domínio de si mesmo”.

Na época áurea da Grécia antiga já ensinou Sócrates o “conhece-te a ti mesmo” e seu iniciado discípulo, Platão, completou-o, descrevendo o ideal de “ser atleta, santo e sábio”. Hoje, a Fraternidade Rosacruz realiza publicamente esse Ideal, que naquela época estava limitado a poucos escolhidos, mediante o lema deixado por Max Heindel: “Corpo são, Coração nobre, Mente pura”.

Max Heindel deu-se a si mesmo, inteiro, e hoje trabalha nos planos internos, em seu Corpo-Alma, realizando, pelo serviço, uma colheita que um ser humano comum levaria muitas vidas para ceifar. Ser-lhe grato é fácil para nós, que sentimos os benefícios dessa Filosofia Rosacruz em nossas vidas. Mais fácil ainda para os que, mais desenvolvidos e havendo penetrado mais profundamente em sua obra e sua mensagem, avaliam-lhe melhor pelo que deu ao mundo.

E somos gratos também à sra. Augusta Foss Heindel, sua companheira de lutas e de realizações, profunda em Astrologia oculta e continuou a obra da Fraternidade até 1949.

Ao relembrar, nesta descolorida síntese, o valor da gratidão e a oportunidade de expressá-la a esse casal admirável, lembremo-nos de um irmão Probacionista que sempre dizia: “Há coisas que não se pode expressar com palavras. Somente a alma pode senti-las integralmente”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1965)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Relação entre a Música e a Espiritualização

A Relação entre a Música e a Espiritualização

“Ao músico foi entregue a mais elevada missão, porque, como um modo de expressão da vida anímica, a música é a soberana”. Estas palavras de Max Heindel inspiraram-me a escrever este artigo sobre a relação existente entre a música e o crescimento espiritual.

Quando digo “música” quero referir-me unicamente a música de verdadeira eufonia, dádiva maravilhosa do Pai Celestial. Vias de regra, a maior parte daquilo que popularmente concebe-se como sendo música é justamente o contrário, porquanto não emana de Deus e sim das distorções da Mente humana. Esta se enquadra no mesmo plano da enfermidade que resulta, tão somente, da violação das Leis Divinas. Deus nos concedeu as melodias e vibrações para construirmos harmonias e ritmos belos, porém, o ser humano emprega-as erroneamente, usando-as em combinações desarmônicas, similarmente ao que faz, arruinando sua saúde, ingerindo alimentos que não se coadunam com a constituição do Corpo Denso.

O Deus do nosso Sistema Solar está representado por um triângulo, simbolizando o Poder Trino. Desse poder emanam as três qualidades: Vontade, Sabedoria e Ação. Do primeiro poder, que por sinal é o mais elevado, emana a Vontade, cuja vibração é Melodia e a cor é o azul. O segundo poder é a Sabedoria, cuja vibração é Harmonia e o amarelo a tonalidade correspondente. O Terceiro poder é representado pela Ação, cuja vibração é Ritmo e a cor correspondente é o vermelho. De modo que a música e a cor correspondem à mesma coisa, diferenciando-se como sons na música e como cores para a nossa vista; contudo, as vibrações são as mesmas. Assim como obtemos diversas combinações das três cores primárias mencionadas, de maneira idêntica combinamos os sons, pela mescla das três maiores ou primárias vibrações da música, o que estabelece a Eufonia, provando-se que a mais alta consecução em música se obtém por meio de um perfeito entrelaçamento de Melodia, Harmonia e Ritmo.

Por outro lado, a desarmonia é um resultado de um desajustamento na combinação da Melodia, Harmonia e Ritmo; e tem o mesmo efeito sobre os ouvidos sensitivos, como o tem a violenta combinação de cores sobre a vista delicada. Sons discordantes, que erroneamente recebem o nome de música, só podem ser apreciados por ouvidos carentes de sensibilidade. Do mesmo modo como há pessoas que mirando uma pintura não percebem as gradações da cor, assim também existem outras que não podem captar as combinações sutis dos três elementos da música. Para eles não existe diferença entre a verdadeira música e o que é uma degeneração dela, muitas delas ditas nos ritmos quentes.

A melodia e a cor azul estão ligadas à Mente. É uma agradável sucessão de simples sons musicais percebidos através do sentido da audição, conectado com o cérebro, que é o veículo físico da transmissão do pensamento. Portanto, através do veículo mental pode o ser humano se relacionar com a Melodia e a cor azul. A Harmonia e a cor amarela estão ligadas ao Corpo de Desejos. A Harmonia é uma combinação de sons acordes percebidos ao mesmo tempo, estando ligada ao Corpo de Desejos por intermédio de nossos sentimentos e emoções, sobre o que exercem sua influência junto com a cor correspondente. O Ritmo e a cor vermelha se acham ligados ao Corpo Vital (Max Heindel afirmou que o Corpo Vital apresenta uma cor parecida com a flor do pessegueiro, recém-aberta). É uma tonalidade derivada do vermelho. O Ritmo se manifesta pelo Poder de Deus, na ação e no movimento. A força ativa ou vital é absorvida pelo Corpo Vital quando prevalece uma saúde normal e essa energia mantém o Corpo Denso. Todas e cada uma das coisas existentes têm a sua nota-chave ou tom. Kepler disse que ouvia as diferentes notas emitidas pelos Astros e Max Heindel também afirmou que os cientistas ocultistas “escutam a música ordinária do deslocamento dos corpos celestes”. Eles formam a harpa e as cordas da lira de sete cordas de Apolo. Também asseveram que uma simples discordância afetaria a harmonia celeste, advindo uma grande hecatombe na matéria e um choque entre os mundos.

No Mundo Celeste, ainda que a cor e o som se achem presentes, deve-se ressaltar que dos sons é que se originaram as cores, e construíram todas as formas no Mundo Físico. Segundo Max Heindel, as formas que vemos ao nosso redor são figuras-sons cristalizadas das forças arquetípicas que trabalham dentro dos arquétipos no Mundo Celeste. O músico pode perceber certos tons em distintas partes da natureza, tais como o vento na floresta, o som das águas, o rumor do oceano, etc. Estes tons combinados formam um todo que é a nota-chave da Terra. Percebe-se esse tom na quietude do bosque, onde é mais perceptível devido à profunda calma reinante. Richard Wagner também o escutou, porque assim o expressa por meio de sua ópera Parsifal.

Alguns exemplos destes “certos tons nas distintas partes da natureza”, os quais Max Heindel nos afirmou que são ouvidos pelos músicos, encontram-se em algumas obras tais como “Nuvens” e “Mar” de Debussy. Nesta última composição o tom do espírito do mar encontra-se descrito magicamente apresentando com impressionante realidade o “Diálogo do Mar e do Vento”. Encontramos outro exemplo na “Sinfonia Pastoral” de Beethoven, na qual ele expressa diversos tons da natureza, entre os quais encontram-se os pássaros, os riachos e as tempestades. Mendelssohn captou a nota do mar, quando visitou a Escócia e a exprimiu em um de seus mais belos trabalhos sinfônicos. Rimsky-Korsakow em “Scheherezade” descreveu de um modo assaz realístico uma tempestade no mar, pois, o contato que teve com o oceano, quando integrava a Armada Russa, facultou-lhe uma ampla oportunidade marítima, tanto na calma como durante a tempestade. Estes são alguns poucos exemplos que podemos citar como prova.

O Segundo Céu é a verdadeira pátria da música, porque este é o reino do som. Quando o espírito abandona o Primeiro Céu, situado no Mundo do Desejo, entra no Segundo Céu localizado na Região do Pensamento Concreto. Agora, está livre de sua vida passada e vive em perfeita harmonia com Deus. Quando penetra nesta Região, desperta a Música das Esferas ao seu redor, cuja melodia transcende a tudo que havia ouvido na Terra. Este lugar, em verdade, é um paraíso para o compositor, porque aqui ele se eleva com a música, tal qual a havia concebido quando compunha no Mundo Físico, mas no qual não podia transcrevê-la para o papel de uma maneira concreta. Aqui, no Segundo Céu, ele compõe, inspirado nas coisas mais profundas do seu ser, com a mais incrível facilidade e prazer imersos, obtendo grandiosas melodias que traz ao plano físico depois, para alegrar aos corações daqueles que se acham ungidos ao mesmo. Se ele deseja, pode reencarnar como músico (e eu não posso imaginar um grande músico renunciando a este privilégio) preparando-se convenientemente para tal. Aprenderá a construir ouvidos, mãos e nervos supersensitivos e, nesse particular é ajudado pelos Mestres das Grandes Hierarquias. Max Heindel afirmou que a extensão do ajuste dos canais semicirculares do ouvido, aliado a uma delicadeza extrema nas “fibras de Corti”, das quais existem aproximadamente umas dez mil no ouvido humano, cada uma é capaz de interpretar cerca de vinte e cinco gradações de tom. Estas fibras nos ouvidos da maioria das pessoas não respondem a mais de três ou dez das tonalidades possíveis. Um músico comum não alcança mais do que cinco tons em cada fibra, ao passo que o verdadeiro mestre possui uma capacidade bem mais ampla. Portanto, é fácil compreender porque os Mestres das Grandes Hierarquias devem auxiliar especialmente o músico e o compositor, porque como disse Max Heindel: “o elevado estado de seu desenvolvimento demanda isto, e o instrumento por meio do qual o ser humano percebe a música é o sentido mais perfeito do corpo humano”.

Mozart, aos cinco anos de idade, compunha; aos dez havia completado uma sinfonia; aos quinze um oratório; aos doze uma ópera e aos dezoito havia composto umas vinte e três sonatas, oitenta e uma obras sinfônicas, nove missas, três oratórios, cinco sonatas para órgão e outros trabalhos de vulto.

Schubert, quando chegou aos dezesseis anos de idade, entre muitos outros trabalhos, compusera uma sinfonia, e quando tinha vinte e um anos havia escrito mais cinco. Mendelssohn começou a compor aos doze anos; havia escrito uma sinfonia aos dezesseis e com apenas dezessete anos brindou o mundo com a encantadora “Sonho de Uma Noite de Verão”. Estes exemplos e muitos outros, aqui não mencionados de músicos que já compunham em tenra idade provam que eles foram músicos em existências anteriores.

Em vidas passadas sempre ampliavam suas possibilidades musicais. Cada vez que atingia o Segundo Céu, entre as encarnações, construíam um arquétipo mais sensitivo que o último para captar as vibrações musicais do Cosmos, sendo neste particular, assessorados pelos Mestres das mais elevadas Hierarquias.

A música e a cor têm relação com a ordenação de nossa existência, através dos números: 1, 3, 7 e 12. Na figura do número 1 temos a escala musical completa; o total da luz solar. No 3 temos as três fases de Deus: Vontade, Sabedoria e Atividade, ou seja, Melodia, Harmonia e Ritmo e as três cores primárias, que são: Azul, Amarelo e Vermelho. Na figura do 7 temos as sete Hierarquias, os sete Mundos, os sete Planetas do nosso Sistema Solar. Na música a escala completa contém sete notas; nas cores, o branco contém as sete cores do espectro. Na figura do 12 temos os doze Signos do Zodíaco, os doze Irmãos Maiores, os doze Discípulos de Cristo. Na música, os sete tons da escala se decompõem em doze semitons. As sete cores do espectro se decompõem em doze, cinco das quais são vistas somente pelos Clarividentes exercitados.

Nós podemos elevar nossas vibrações por meio da música. Essa foi uma das razões por que a música foi escolhida como um meio de expressão espiritual nas cerimonias religiosas. Na maioria dos casos se inspira na Bíblia, e o sentimento de alívio que se experimenta é notável. Este é um exemplo do aumento das vibrações produzidas pela música. Esta é uma grande tônica para os nervos. A fadiga corporal pode ser removida, desde que nos sentemos em um lugar tranquilo, com música elevada purificando o ambiente.

O poder curativo da música tem sido alvo de várias experiências em diversos hospitais no mundo inteiro. Não obstante, a sua aplicação como terapêutica é pouco conhecida. A medicina tornar-se-á desnecessária, quando aprendermos a usar a música em relação aos nossos diferentes veículos. Ele pode se dizer com referência às cores.

Nas frases de Max Heindel, “como um modo de expressão para a vida da alma, a música reina de um modo supremo” constituem uma realidade, pois existem passagens nas grandes composições musicais, de natureza tão sublime que nos fazem sentir a presença de Deus, de uma maneira patente. Podemos citar algumas tais como a ópera de Parsifal de Wagner, onde o motivo da “Última Ceia” e sua evolução sinfônica é solenemente grandioso, e o motivo da “” soa muito alto cada vez que se repete, como a fé que se eleva cada vez mais se esforçando para chegar a Deus. Também na “Paixão Segundo São João” de Bach, excelsa veneração sempre presente, culmina no puro e tranquilo coro de “Descansa Aqui em Paz Redentor”.

Quando um músico expressa sua obra no papel, nada mais efetua do que apresentar uma partícula daquilo que sente interiormente quando se coloca em sintonia com as vibrações cósmicas. Qualquer compositor confirmará que suas composições estão além daquilo que concretiza no papel. Não importa quão portentosa seja sua obra quando em forma concreta, pois jamais atingirá a excelência de quando foi sentida em sua alma. Estamos no presente estado evolutivo impossibilitados de expressar materialmente, com absoluta fidelidade, estas correntes musicais ou vibrações.

Poucas músicas atingiram a culminância de um Bach, porque ele podia penetrar mais adiante do que qualquer outro e sintonizar-se com as vibrações musicais mais sublimes. Ainda que ele não pudesse transcender a mais alta vibração ou corrente, mesmo assim, quando considerarmos a perfeição ao nosso desenvolvimento, pressentiremos algo divinal.

Talvez possamos atingir tal estado na Era de Aquário, quando tivermos avançado o suficiente para que se fundam a Arte, a Ciência e a Religião em uma unidade espiritual. Desse modo veremos que a relação da música com o crescimento espiritual resume-se em poucas palavras como segue: “Com Deus tudo é Melodia, Harmonia e Ritmo, porque os Seus pensamentos são Melodias, Suas criações Harmonia e Seus movimentos (ou gestos) são Ritmos”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 06/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Astrologia: Nossas Ações Presentes Determinam as Condições Futuras

De acordo com o Livro A Mensagem das Estrelas – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, a Astrologia é o “Relógio do Destino”. Os doze Signos do Zodíaco correspondem ao mostrador; o Sol e os Planetas correspondem ao ponteiro das horas, que indica o ano; a Lua corresponde ao ponteiro dos minutos, indicando o mês do ano em que ocorrências diferentes na pontuação do destino maduro atribuído a cada vida devem se resolver. Embora haja algumas coisas das quais não podemos escapar, temos algum livre-arbítrio para modificar as causas já postas em movimento. Nossas ações presentes determinam as condições futuras.

A Lei de Consequência trabalha em harmonia com os Astros, de forma que a pessoa nasce no momento em que a posição dos planetas no Sistema Solar lhe dê as condições necessárias para sua experiência e avanço na escola de vida. Esse trabalho está sob a administração de grandes seres de espiritualidade sublime e sabedoria superlativa, que administram todas as coisas com uma inteligência, além da compreensão de nossas Mentes finitas. Verificou-se, no entanto, que as tentativas de fugir de uma colheita de tristeza que se acumulou de certo destino maduro são balanceadas por outro movimento por parte dos administradores invisíveis dessa Lei.

No Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, lemos sobre um conferencista que foi avisado por Max Heindel que se ele saísse de sua casa em determinado dia, sofreria um acidente. Ele confundiu o dia, pensando que 28 fosse 29, fez uma viagem para outra cidade e foi ferido como previsto, em uma colisão ferroviária. Ele havia sido avisado, acreditou no aviso e pretendia acatá-lo, mas sem dúvida o sofrimento decorrente daquele acidente lhe era adequado como expiação de certos erros. Portanto, os agentes da Lei da Consequência, evidentemente, o fizeram esquecer o dia.

Independentemente das condições em que nos encontramos, o conhecimento de que as fizemos nos ajuda a suportar com paciência e nos fornece a satisfação de sermos árbitros do nosso destino e podermos fazer do futuro o que quisermos. Isso é, em si, um poder. É claro que ainda temos que enfrentar o passado e, talvez, muitos infortúnios ainda possam advir de ações erradas; contudo, podemos olhar com alegria para cada aflição como se estivéssemos liquidando uma conta antiga e aproximando o dia em que teremos os registros limpos.

É possível fazer previsões com certeza para a maioria da humanidade, porque essas pessoas seguem o rio da vida. As previsões falham no caso de quem cuida, prioriza e se esforça para cuidar da sua parte espiritual, entretanto, em proporção à sua realização espiritual e à sua força de vontade.

Além do destino trazido conosco de vidas passadas para liquidação nesta vida, todos os dias exercemos influência causal por meio dos nossos atos. Uma parte considerável das ações feitas nesse Corpo produzirá efeitos antes que a morte termine nossa estada aqui, enquanto as que não forem liquidadas serão retidas e formarão a base de uma existência futura, em que colheremos o que plantamos. O destino transportado de uma vida para outra é mostrado em nosso horóscopo e fornece alguma base ou tendência para determinada linha de ação. No entanto, existe o livre-arbítrio relativo em grande porcentagem de nossas ações, o que nos deixa espaço para o exercício da Epigênese, a atividade criativa e divina que é a base da evolução. Max Heindel nos encoraja a buscar o princípio da Epigênese e aprender a aplicá-lo a nossas vidas.

É bom reconhecer que estamos continuamente tecendo a teia do destino no tear do tempo e criando para nós mesmos uma vestimenta de glória ou escuridão, de acordo com nosso bom ou mal trabalho; além disso, esse destino maduro não pode ser contornado. O que se segue é de uma palestra proferida por Max Heindel, em 1916:

“Uma lenda árabe relata que o bom e sábio Paxá Suleiman, tendo mostrado grande zelo pela propagação do Islã, uma noite foi visitado por Deus em um sonho e, então, teve a opção de escolher qualquer favor que pudesse pedir. Suleiman, sempre humilde e temeroso de que o orgulho e a arrogância entrassem em seu coração e desviasse seu rosto de Deus, pediu que todos os dias o Anjo da Morte o visitasse para impressionar sobre ele a natureza fugaz e evanescente do poder, da glória e o fato de que, ao final de uma curta vida, o homem deva enfrentar o portal da morte para encontrar seu Deus e prestar contas de sua gestão na Terra. Certo dia, enquanto o Anjo da Morte caminhava pela corte do Paxá Suleiman, ele olhou surpreso para um dos cortesãos, um homem muito próximo ao coração do sábio Suleiman. Esse nobre estava tão distraído e perturbado pela atenção dispensada a ele pelo Anjo da Morte que foi ao Paxá em busca de ajuda e conforto, porque temia que o Anjo da Morte viesse para ele naquele mesmo dia. Ele tinha apenas um pensamento: fugir da morte.

O sábio Paxá tentou confortá-lo da melhor maneira possível, mas sem sucesso. O homem alegou que só houvesse uma saída: ele precisava fugir o mais rápido possível. Para tanto, implorou ao Paxá que lhe emprestasse seu cavalo, Abdullah, famoso garanhão árabe da melhor raça, tão veloz que não houvesse uma única criatura conhecida por alcançá-lo. Depois de muitos esforços, em vão, para acalmar seu amigo, o Paxá finalmente concordou e deu a seu amigo o famoso garanhão. Ele cavalgou e cavalgou, o dia inteiro e toda a noite, com a velocidade do vento, até que finalmente o nobre garanhão caiu morto na areia. Então o cortesão caiu de cara no chão, chorando amargamente, ao pensar que não poderia ir mais longe.

Em seguida, o Anjo da Morte apareceu e acenou para ele. Sabendo que não existisse via de escape, ele se preparou para obedecer à convocação, mas antes de deixar a Terra perguntou ao Anjo da Morte: “Por que você me olhou de forma tão estranha, ontem, na corte do Paxá Suleiman?”. Ao que o Anjo da Morte respondeu: “Fui ordenado por Alá para abordá-lo neste mesmo lugar esta manhã e, quando o vi ontem de manhã no tribunal do Paxá Suleiman, fiquei surpreso, pois não conseguia entender como seria possível para você chegar a este lugar distante em tão pouco tempo; se você não tivesse o nobre corcel do Paxá, teria sido uma impossibilidade”.

Assim, ao se esforçar para escapar do destino que o esperava, ele de fato cavalgou e muito para encontrá-lo, gastando toda a sua energia para achar seu destino no tempo determinado.

Os Planetas giram em torno do Sol, ano após ano, século após século, com precisão invariável, mas eles têm alguma latitude (uma liberdade de movimento). Dentro do curso prescrito, cada um pode variar um certo número de graus de espaço e o mesmo acontece na vida do ser humano. Os grandes eventos, o nascimento e a morte, são incidentes inevitáveis na vida do Espírito, vida que nunca acaba, nunca começa. Como Sir Edwin Arnold diz:

Nunca o Espírito nasceu,

O Espírito deixará de existir nunca.

Nunca houve tempo em que não existiu.

Fim e começo são sonhos.

Sem nascimento e sem morte permanece o Espírito para sempre.

Embora certos eventos devam acontecer a todos os seres humanos, no entanto, há alguma latitude na vida, um livre-arbítrio que podemos exercer a fim de moldar nossas vidas como desejamos e trabalhar o destino para nós mesmos à nossa própria maneira. Isso é bem afirmado, como segue:

Um navio navega para o leste e outro para o oeste,

Com os mesmos ventos que sopram.

É o sistema de vela e não o vendaval.

Isso é o que determina o caminho que segue a nau.

Existe um propósito geral na vida e somos guiados por certo caminho amplo, denominado Caminho da Evolução, pelas Hierarquias Criadoras, também chamadas de Hierarquias Zodiacais. Temos a liberdade de escolher nossos cursos individuais, nessa estrada larga, e não é por acaso, portanto, que alguns de nós conheceram, estudam, vivenciam, se desenvolvem e promovem os Ensinamentos Rosacruzes como preconizados pela Fraternidade Rosacruz. O Sol, pelo seu movimento de Precessão dos Equinócios, agora está se aproximando da cúspide de Aquário e uma Nova Era será introduzida em breve. Novas características nas pessoas estão para aflorar em seus novos renascimentos.

É nossa missão guiar o trabalho do mundo ao longo de caminhos novos e mais elevados — para promover novos ideais, para que possamos entrar na próxima espiral da evolução. Afinal a Fraternidade Rosacruz é o arauto da Era de Aquário!

Na antiga Época Atlante, quando a Época Ária estava para ser introduzida, Deus, por meio de Seus profetas, falou ao povo em quem viu certas qualidades que poderiam ser aproveitadas: “Saia do meio deles e seja meu povo; Eu serei o seu Deus e dar-lhe-ei uma terra onde transborda o leite e o mel; a sua semente será tão numerosa como as areias da praia”.

Essa chamada soa hoje, mas dentro do peito de cada indivíduo. Muitas pessoas estão elaborando seus destinos, como desejado pelas Hierarquias Criadoras, pela atração causada pela ilusão do ouro, que concebem ser uma recompensa por seu trabalho. Há um número crescente de pessoas, no entanto, cujo discernimento interior tornou claro para elas que trabalhar por uma recompensa material, na forma de ouro, que devem abandonar quando o Anjo da Morte chegar, é loucura. Essas pessoas agora ouvem o chamado em seus corações: “Saia do meio deles e seja meu povo; Eu serei o seu Deus” (IICor 6:17). Embora ainda possam continuar a cumprir seus deveres no mundo, doravante não será por causa do ouro material, que eles sabem ser verdadeiramente inútil, mas por Deus, independentemente de uma recompensa material que esteja além das necessidades com as quais manter o corpo e a alma juntos. Assim, eles servem na vinha do Mestre e acumulam, quer pensem nisso ou não, uma recompensa espiritual, um tesouro no Céu que é maior do que o ouro terreno.

É esclarecedor observar o cadinho em que o ferreiro funde o metal com o qual vai fazer a junta. Vários pedaços de chumbo são colocados no cadinho, mas gradualmente perdem sua forma distinta e separada para se fundir em uníssono com os outros, até que todos se tornem um. Ainda assim, há em cada peça alguma escória que não derrete nem é incorporada ao metal; é jogada para cima pelo calor e o ferreiro a remove até que o metal esteja limpo — tão claro que ele possa ver seu próprio rosto ali. Da mesma forma, na Fraternidade Rosacruz somos muitas formas distintas e separadas, cada uma com suas próprias características e idiossincrasias. Fomos jogados no caldeirão e cada Corpo deve afundar sua personalidade na causa comum, se quisermos ter sucesso em nosso trabalho de divulgação dos Ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e na preparação do caminho para a Nova Era. Pode não ser fácil, para qualquer um de nós, esquecer-se de si mesmo, mas pelo calor e fricção que é gerado nesse processo de amálgama, as arestas agudas são arredondadas e derretidas para que nos ajustemos a nossos irmãos e irmãs. Adaptabilidade é a grande palavra de ordem; sem isso não podemos amalgamar; contudo, devemos esperar ser descartados como a escória do caldeirão, enquanto os nossos corações não tenham sido perfeitamente purificados para que a face de Deus seja vista neles, Ele não poderá fazer o melhor uso de nós em Sua obra.

Portanto, que nos esforcemos dia a dia para trabalhar séria e honestamente na “vinha do Mestre”, onde quer que estejamos colocados, lembrando o grande e glorioso destino que está diante de nós. Vamos considerar todas as tribulações atuais como indignas de serem mencionadas. Embora possamos ser mal compreendidos por aqueles que nos são próximos e queridos e, até, ser desprezados por quem pense apenas em um bom tempo e em acumular o ouro que se deve largar às portas da morte, voltemos os nossos rostos para a meta do nosso chamado e trabalhemos fielmente pelos tesouros espirituais, que perduram para sempre.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1984 – Traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Preparação para a Era de Aquário

Preparação para a Era de Aquário

Nós, Estudantes Rosacruzes, a despeito dos quadros não muito animadores que o mundo nos oferece, mantemos inabalável a fé no futuro da humanidade.

Quando instituições, dogmas e estruturas das mais diversas parecem se encontrar a beira de um colapso, prestes a fundirem-se num caos total, nossa maneira de encarar as coisas, por paradoxal que possa parecer, é otimista.

Nossa visão dos fatos não é apocalíptica, no sentido exotérico do termo. Cremos estar próximo o fim, não do mundo, mas de uma Era, de um estado de coisas.

Toda essa confusão prenuncia o desabamento de estruturas obsoletas, de sectarismos, de preconceitos. Esse sofrimento vivido na época atual compelirá o ser humano a se desapegar, de uma vez por todas, de um estilo de vida já inadequado as suas necessidades evolutivas.

“Eis que as coisas se farão novas”. Você percebe que nos encontramos em fase de transição? Você está consciente do significado dessas transformações?

Em 1918, Max Heindel escreveu: “O trabalho de preparação para a Era de Aquário já se iniciou”.

Como se trata de um Signo de Ar, científico, intelectual, depreende-se que a nova religião deverá se alicerçar em bases racionais, sendo capaz de resolver o enigma da vida e da morte de tal forma a satisfazer tanto o intelecto como o coração.

Abriu-se, então, o caminho para o alvorecer da Era de Aquário. Sobre os escombros da Era atual, florescerão um ideário mais avançado, estruturas mais dinâmicas e, consequentemente, uma nova humanidade.

Lembramos, também, que dia a dia surgem condições favoráveis ao desenvolvimento das faculdades latentes do espírito. O gradativo crescimento da quantidade de Éter no Planeta já está afetando as pessoas mais sensíveis. Não constitui exagero afirmar que a própria ciência já se encontra no umbral da Região Etérica.

Desde as primeiras Eras viemos desenvolvendo os cinco sentidos por meio dos quais nos foi possível contatar e conhecer a Região Química do Mundo Físico. Da mesma forma, futuramente, a humanidade desenvolverá outro sentido, que deverá capacitá-la a perceber a Região Etérica, seus habitantes, inclusive aqueles entes queridos que não estão aqui renascidos e que permanecem na Região Etérica do Mundo Físico e no Mundo do Desejo durante os estágios iniciais nos planos internos.

As pessoas mais evoluídas já estão, mesmo que tênue e esporadicamente, ensaiando seus primeiros passos no Éter.

O dilúvio, responsável pela submersão da Atlântida, tornou mais seca a atmosfera, fazendo baixar sua umidade para o mar. Quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, entrar em Aquário, a eliminação da umidade será bem maior. As vibrações mais facilmente transmissíveis através do Éter serão mais intensas, gerando condições para a sensibilização do nervo ótico, requisito necessário à abertura de nossa visão a Região Etérica.

Mesmo não tendo concluído suas pesquisas sobre os Éteres, Max Heindel legou-nos conhecimentos notáveis a respeito desse elemento.

Em verdade, estamos próximos a grandes transformações, principalmente no campo das ideias.

Cabe-nos, portanto, mantermo-nos atentos às mudanças que se operarão, preparando-nos para interpretá-las e, posteriormente a elas nos integrarmos.

Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz não limitam suas atividades aos Estudantes e Probacionistas, nem a nenhum outro grupo específico. Trabalham também através dos cientistas, embora estes nem sempre estejam conscientes disso. O propósito deles é estabelecer a Fraternidade Universal. Sendo assim, o campo de ação deles é de uma amplitude inimaginável.

Segundo Augusta Foss Heindel, “a Nova Era mostrará a verdade indiscutível do espaço interestelar, novas aventura cósmicas para o Espírito Humano e uma Filosofia Cósmica mais perfeita”.

E, então, você está cultivando uma sincera e verdadeira afinidade com o ideal aquariano?

(De Gilberto A V Sillos – no Editorial da Revista Serviço Rosacruz de 2/80)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Audiobook: Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – 2ª Edição – por Ger Westenberg

INTRODUÇÃO

Vamos conceituar, primeiro, o que é um Audiobook ou Audiolivro: nada mais é do que a transcrição em áudio de um livro impresso digital ou fisicamente.

Basicamente, é a gravação de um narrador lendo o livro de forma pausada e o arquivo é disponibilizado para o público por meio de sites. Assim, ao invés de ler, o interessado pode escolher ouvi-lo.

Um audiobook que obedece ao conceito de “livro-falado” tenta ser uma versão a mais aproximada possível do “livro em tinta” (livro impresso), a chamada “leitura branca”, que, mesmo desprovida de recursos artísticos e de sonoplastia, obedece às regras da boa impostação de voz e pontuação, pois parte do princípio de que quem tem de construir o sentido do que está sendo lido é o leitor e não o ledor (pessoas que utilizam a voz para mediar o acesso ao texto impresso em tinta para pessoas visualmente limitadas).

Para que serve audiolivro?

O audiolivro é um importante recurso, na inserção do no ecossistema da leitura, para:

  • o incentivo à leitura e promoção da inclusão de pessoas com deficiências visuais ou disléxicos
  • quem tem dificuldades para ler ou até que, infelizmente, não sabem ler
  • para quem gosta de aprender escutando, já que a forma de absorver conhecimento varia de indivíduo para indivíduo.
  • para crianças dormirem durante a noite.
  • para desenvolver a cognição. Ao escutar um audiobook, a cognição pode ser desenvolvida de uma forma mais ampla, uma vez que, além de escutar, será necessário imaginar as situações, diferenciar ambientes e personagens.

O audiolivro é apreciado por um público de diversas idades, que ouve tanto para aprendizado como para entretenimento.

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Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Prefácio 1ª Edição, Prefácio 2ª Edição e Sumário
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 1 – A Origem da Ordem Rosacruz
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 2 – De Carl Grasshoff à Max Heindel
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 3 – A Teosofia na Alemanha nos idos de 1900
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 4 – Max Heindel na Alemanha
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 5 – Mensageiro dos Rosacruzes
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 6 – Expansão da Fraternidade Rosacruz
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 7 – Aquisição de um Terreno para a Sede Central
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 8 – Construtor – Material e Espiritual
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 9 – Mais Atividades de Construção
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 10 – Ainda mais Atividades de Construção
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 11 – Destaques Espirituais e o Falecimento de Max Heindel
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 12 – Augusta Foss Heindel como sucessora de Max Heindel
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 13 – Disputa pelo Poder
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 14 – Finalmente Paz
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 15 – Em Direção a um Novo Ciclo
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Capítulo 16 – Método Ocidental de Iniciação
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 1 – Manifestos Rosacruzes: Fama Fraternitatis R. C. ou os rumores da Fraternidade, da muito louvável Ordem Rosa Cruz
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 1 – Manifestos Rosacruzes: Assertio
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 1 – Manifestos Rosacruzes: Confessio
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 2 – Certidão de Nascimento
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 3 – Florence May Holbrook
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 4 – Carta de Max Heindel para CW Leadbeater
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 5 – A Família Foss
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 6 – Alma von Brandis
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 7 – Rudolf Steiner
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 8 – Diferenças importantes entre os Ensinamentos de Max Heindel e de Rudolf Steiner
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 9 – Troca de cartas entre Max Heindel, Laura Bauer e Hugo Vollrath
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 10 – Simbolismo Collegium Fraternitatis, O Cadinho, O Emblema Rosacruz e A Capa dos Livros
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 11 – Duas Baladas
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 12 – Mapas Natais
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Adendo 13 – Rosacruzes e Rosacruzes
Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Cronologia e Bibliografia
PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Fraternidade: demonstremos pelos nossos atos coerentes de amor e entendimento

Fraternidade: demonstremos pelos nossos atos coerentes de amor e entendimento

Seria maravilhoso se pudéssemos estar reunidos, todos nós que vibramos de forma uníssona neste sublime ideal, em um espontâneo diálogo, de simpatia e esclarecimento, uma osmose em que todos pudéssemos absorver as experiências de cada um, em real comunhão de ideias, sentimentos e esforços.

Não sendo isso possível, ficamos no monólogo, em que nós falamos, mas não escutamos; em que dizemos o que pensamos e não aprendemos o que você, leitor, acrescentaria ao assunto. Contudo, pelo menos permanece o conforto de nos estender até vocês com sentimentos de comunhão, simpatia e incentivo, dizendo: estudemos e assimilemos juntos os Ensinamentos Rosacruzes. Dentro desses Ensinamentos, vibramos em uma nota-chave de iluminação e serviço, dentro do Plano Etérico, em um grande todo a que chamamos FRATERNIDADE, não de prédios de tijolos, mas formada por ALMAS-tijolos, que tomam toda a área do mundo, acima das limitações rácicas e ideológicas que muram e adstringem os irmãos e irmãs menos preparados.

Graças damos ao irmão Max Heindel. Sua mensagem libertadora gravou-se em nossas consciências com letras de fogo, indelevelmente. Ele teve o dom de fazer ecoar com novas modalidades a voz do Bom Pastor, que há quase dois milênios vibrou na Palestina, espalhando-se em todos os sentidos pelos vales e serras dos homens e mulheres, em busca de consonância; a voz do amor e da sabedoria, conhecida por seus cordeiros; o radar divino que denuncia, pela resposta, a distância e a posição de seus eleitos.

Max Heindel teve o mérito de, como ninguém depois do evento Cristão, graças ao seu treinamento oculto, verter-nos em primeira mão e pela primeira vez publicamente os mistérios Cristãos com tal poder penetrador que fez vibrar todas as almas afins, como um chamado familiar, estranhamente familiar, que nos descortina uma nova terra prometida, uma nova ordem de coisas — a Era de Aquário.

Temos uma grande obra a realizar, embora nos reconheçamos humildes pedreiros, de acordo com os desígnios do Grande Arquiteto, seguindo as linhas de uma Pedra Angular — O Cristo.

Cada ação nobre será um tijolo que poderemos juntar à construção com a argamassa do amor. E a melhor homenagem que podemos prestar ao fundador da Fraternidade Rosacruz, Max Heindel, é mostrar, por nossos atos COERENTES de amor e entendimento, o que aprendemos da inestimável mensagem que ele nos legou.

Trabalhemos todos para sermos dignos dessa herança, não importando se estejamos distantes e isolados dos Centros e Grupos de Estudos Rosacruzes. O que realmente vale é estarmos afinados com o Ideal através de nossos pensamentos, emoções e atos. Eles é que mostrarão, como frutos, que a semente lançada caiu em terra fértil; eles é que farão erguer o mais expressivo sentimento de gratidão ao iluminado mensageiro dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz!

(de Olga Guerreiro – publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1965)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A importância da dedicação para alcançarmos resultado em uma escola preparatória como a Fraternidade Rosacruz

A importância da dedicação para alcançarmos resultado em uma escola preparatória como a Fraternidade Rosacruz

O lema Fraternidade Rosacruz é “Uma Mente Pura, um Coração Nobre e um Corpo São”, o que fornece uma ideia de seu programa de realização, muito mais formativo do que informativo.

Tomando o ser humano como realmente é, potencialmente divino, desvela a cada Aspirante as possibilidades que têm de se transformar em altamente iluminado, segundo o nível interno e empenho que ponha na sua regeneração. Seu lema é um convite e ao mesmo tempo um desafio para essa integralidade que vai muito além do conceito materialista de que somos meramente uma criatura carnal. Contudo, a realização dessa integralidade pressupõe um sincero e perseverante esforço, utilizando meios seguros de elevação, dados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz que já percorreram essa ascese e voltaram para ajudar e orientar com segurança, a escalada dos que vêm atrás. São os mais adiantados no Caminho Rosacruz que já se consagraram na elevação da humanidade, em serviço amoroso e altruísta.

Nada cobram e como irmãos e amigos ajudam seus companheiros, respeitando-lhes a índole e nível pessoais, suscitando-lhes os meios de realização interna. No entanto, cada membro tem o dever moral de contribuir, na medida de suas posses, na divulgação do ideal, uma vez que a ele se ligam para considerá-lo edificante.

Sua tônica é: servir – partindo da convicção de que ninguém pode receber sem primeiramente dar: o efeito se segue a causa. Ninguém tem o direito de avaramente reter o que pode edificar os demais: “A quem mais for dado, mais lhe será exigido”.

Ademais, o exercício do dar traz o crescimento interno. Desse modo depositamos no “Banco Interno” os meios e asseguramos os “juros” de seu emprego no amoroso SERVIR, “acumulando tesouros nos céus, onde o ladrão não rouba, a ferrugem não corrói e a traça não destrói”. Esse depósito é valioso porque podemos “sacar” recursos de equilíbrio, de intuição, de graça, de discernimento, nas horas de desafio. Daí a ênfase que damos à vivência: a verdade que não é assimilada, é inútil; mas a verdade vivida é a que nos transforma internamente em novas criaturas.

Como disse Cristo: “Por seus frutos os conhecereis”.

A Fraternidade Rosacruz é uma associação Cristã de âmbito mundial. Foi fundada em 1909 por Max Heindel, ramificando-se rapidamente.

A ela podem se filiar todas as pessoas, de ambos os sexos, sinceramente desejosas de um aprimoramento mental, espiritual, moral e físico.

Ela busca preparar e encaminhar os Aspirantes de boa vontade, de modo que um dia atinjam as portas da iluminação. Observa a vida do candidato, até admiti-lo como Estudante Preliminar. Nesse estágio avalia seu grau de compreensão interna, disciplina, aspiração, no curso de doze lições – que servem como introdução para ele compreender a terminologia Rosacruz e ter os primeiros contatos com os Ensinamentos Rosacruzes – e fidelidade na oficiação dos rituais e na prática dos exercícios esotéricos. Já aqui é lhe fornecido os 10 Preceitos do Estudante Rosacruz para que ele tenha a oportunidade de ir exercitando cada um, se dedicando ao que cada um solicita e internalizando cada um na sua vida cotidiana:

  1. Cristo-Jesus será seu ideal;
  2. Recordando a exortação de Cristo “que o maior entre vós seja o servo de todos”, esforçar-se-á diariamente por servir seu semelhante, em qualquer oportunidade que se apresente, com amor, simplicidade e humildade;
  3. Tendo fé inquebrantável na Sabedoria e Bondade de Deus, trabalhará de acordo com a Lei de Evolução, procurando falar, atuar e ver somente o Bem nas relações diárias com seus semelhantes e com tudo que o rodeia;
  4. Sendo a Verdade, a Honestidade e a Justiça qualidades fundamentais da Divindade Interior, procurará expressá-las em todos pensamentos, palavras e ações;
  5. Sabendo que suas condições atuais são o resultado das ações que praticou no passado e que pode construir o seu futuro destino, melhorando-o mediante uma atuação reta no presente, não deverá invejar ninguém, dedicando, pelo contrário, suas aspirações a exercitar a prerrogativa divina do Livre Arbítrio que possui, lançando desde já, boas sementes para o amanhã;
  6. Considerando que o silêncio, em verdade, é um dos maiores auxiliares para o crescimento da alma, procurará sempre que, no ambiente onde se encontra, predomine a paz, a harmonia e a calma;
  7. Sendo a autossuficiência uma virtude fundamental para o Aspirante Espiritual, fará o possível por praticá-la tanto através de seus pensamentos como de seus atos;
  8. Sabendo que a Divindade Interior é o único Tribunal Real da Verdade, se esforçará para estabelecê-lo, submetendo todos os assuntos ao seu veredicto final;
  9. Reservará, todos os dias, um certo período à Meditação e à Oração, procurando elevar-se nas asas do Amor e da Sublime Aspiração ao próprio Trono do Pai;
  10. Sabendo que o fracasso reside apenas em deixar de lutar ante qualquer obstáculo, procurará paciente e persistentemente atingir o alvo proposto, procurando realizar os elevados ideais ensinados por Cristo através da sua vivência diária.

Vencida a primeira etapa, o candidato é admitido à qualificação de Estudante Regular, com inscrição na Sede Mundial, a The Rosicrucian Fellowship, em Mount Ecclesia, passando de lá a receber uma lição periódica, submetendo-se à aplicação do que recebeu no seu dia a dia e voltados para o seu desenvolvimento interno. Ao mesmo tempo vai fazendo o Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz, para se aprofundar nos conhecimentos, nas terminologias e nas respostas às questões da vida. Nesse período, se lhe sobra tempo para outros estudos, além dos trabalhos citados e fidelidade na oficiação dos Rituais e na prática dos exercícios esotéricos, pode se dedicar aos Cursos de Astrologia Rosacruz e Estudos Bíblicos Rosacruzes.

Após dois anos no segundo grau, o Estudante ativo e fiel é considerado apto e convidado a ingressar no Probacionismo, terceiro grau. Nesse estágio recebe instruções especiais, mediante Cartas e lições periódicas específicas também da Sede Mundial, a The Rosicrucian Fellowship, em Mount Ecclesia – além de instruções durante o sono, se o seu preparo e sinceridade fizerem jus. As Cartas e Lições contêm ensinamentos definidos e científicos para prevenir o Probacionista quanto aos perigos da ilusão e das decepções do Mundo em que vive e dos Mundos suprafísicos.

Definimos o Probacionista autêntico àquele que nos seus pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, obras e ações diárias procura “Amar, Honrar e Obedecer ao Eu Verdadeiro e Superior”. Se é realmente sincero, dedicado e fiel nos seus deveres internos e externos, chegará ao ponto de ser admitido ao quarto grau e último da Fraternidade Rosacruz: o Discipulado.

Para isso, sua aura deverá atrair a atenção do Irmão Maior da Ordem Rosacruz responsável por tal atividade que o submeterá a uma prova (sem que o candidato saiba) para avaliar seu preparo ao Discipulado.

Do exposto se vê que a Fraternidade Rosacruz tem uma parte oculta. Oculta porque nossos cinco sentidos comuns não percebem. Os que se preparam e desenvolvem as faculdades latentes podem chegar a ponto de “ver” a “porta” e bater, para ser admitido, à Ordem Rosacruz.

A Ordem Rosacruz são as raízes sustentadoras dessa grande árvore que é a Fraternidade Rosacruz. A ordem é o alicerce, o fundamento; a Fraternidade é a parte pública, visível, do plano físico, ou seja: da Região Química do Mundo Físico.

Uma entidade esotérica que não tenha esse fundamento, esse alicerce, essa parte oculta, Iniciática, não é autêntica: é meramente humana, por mais boa vontade que tenham seus membros.

E prevenimos que há entidades com nome de “Rosacruz” ou com designações similares, que não pertencem à Ordem Rosacruz.

A Fraternidade Rosacruz é essencialmente Cristã. Não no sentido do cristianismo popular, que respeitamos e que, no entanto, é apenas uma fase elementar da verdadeira Religião do Cristo, que florescerá na Era de Aquário. Nosso trabalho é preparar essa nova compreensão da mensagem do Cristo, revelando aspectos até agora desconhecidos.

Cristo, para os Rosacruzes, não foi simplesmente mais um Profeta ou Iluminado que, de tempos em tempos, foram enviados para ajudar um certo povo ou uma parte da humanidade.

Cristo é a maior luz que jamais se manifestou aos seres humanos. É o mais elevado iniciado dos Arcanjos, moradores do Sol. Com o objetivo de poder “aparecer” aqui em Corpo Denso, Jesus cedeu o seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital, de livre e espontânea vontade, no Batismo do Rio Jordão e, dali em diante se tornou Cristo Jesus: Jesus, o mais elevado iniciado humano, cujos veículos, de elevadíssima vibração, permitiram a manifestação direta do Cristo, como “um homem, entre os homens”, nos três anos de mistério que marcaram a consciência da humanidade para uma nova era espiritual.

A tarefa sobre-humana que o Cristo veio realizar (porque os seres humanos mais avançados eram incapazes de tanto) foi de transformar as condições vibratórias de nosso Planeta. Nosso Globo estava ameaçado de ir para o Caos, comprometido com as gravações de todos os erros acumulados pela humanidade em seus estratos. O Pai Universal interferiu em nosso favor e, com a colaboração dos seres humanos mais avançados da Terra, realizou o Plano de Salvação, e, através do sangue de Jesus, derramado no Gólgota, o Cristo pôde penetrar no nosso Planeta (“desceu aos infernos”) e conquistá-lo diretamente, de dentro, dando-lhe um novo impulso espiritual.

Ao mesmo tempo, nas entrelinhas dos Evangelhos são revelados, sob a forma de palavras, frases-chave e símbolos diversos, os degraus conducentes à cristificação. Aquilo que o Cristo revelou, como um modelo, devemos e podemos realizar, à nossa maneira, internamente, desde que nos disponhamos, resolutamente, à metanoia (transmutação pregada por São João Batista, o precursor), que nos levará à anunciação (umbral) e daí a percorrer os alegóricos passos do ministério Crístico: Batismo, Tentação, Transfiguração, Última-Ceia e Lava-pés, Getsemani, Estigmata, Crucifixão, Ressurreição e Ascensão.

Para “os Rosacruzes” a Bíblia (composta pela Velha e Nova Dispensação, isto é, Antigo e Novo Testamentos) é um relato do Espírito humano que está evoluindo; uma jornada através de diversos estágios de consciência, a conduzi-lo de Adão (Adi-aham ou primeiro Ego) ao último Adão (o Cristo ou ungido, pela fusão da consciência humana à divina).

Como entidade esotérica, a Fraternidade Rosacruz tem muitos pontos comuns a outras Escolas de Pensamento.

O Estudante encontrará nos nossos ensinos: a Cosmogênese (origem e evolução do Universo); a Antropogênese (origem, estado atual e futuro do gênero humano); as Leis de Causa e Efeito (Consequência), de Renascimento, da Atração, dos Semelhantes, etc. São verdades universais ensinadas pelos Mestres das diversas escolas.

O que distingue a Fraternidade Rosacruz (como as outras entidades esotéricas) é o Método de Desenvolvimento Interno. Cada Escola tem seu método próprio, provado e estabelecido. É indispensável que o Candidato, uma vez satisfeito o seu íntimo e confirmada sua sintonia com ela, permaneça fiel, a ela se dedicando exclusivamente. Não é que subestimemos outras Escolas sérias e julguemos a Rosacruz a única certa. Longe disso! Uma pessoa pode ver obras de todas as escolas e devorar tudo o que se refira a ocultismo, a esoterismo. O livre arbítrio é sagrado. Isso é compreensível, enquanto a pessoa está no diletantismo intelectual; na curiosidade superficial em nossa época de superficialidade informativa. Há muita gente que vai de escola em escola, de conferência em conferência, de livro em livro, ávida de “novidades”.

Sentimos desiludir: não há novidades, mas sim verdades antigas em novas roupagens. As novidades não estão em novas formas de apresentação, exigidas pela época, pela analogia científica etc. Não! A novidade está na constante descoberta interna, daquilo que vamos vivenciando. Contudo, isso requer penetração além do estudo superficial.

Por isso exigimos concentração de esforços na Fraternidade Rosacruz. Ninguém tem o direito de afirmar que um método de desenvolvimento é falho, se não o provou sinceramente; se não o testou profunda e sistematicamente. Ora, na Fraternidade Rosacruz não miramos o conhecimento apenas, senão a vivência, a realização da verdade, a iluminação interna. E isso pressupõe a prática fiel e persistente do método indicado pelos Irmãos Maiores.

Um exemplo bem próximo pode demonstrar a razoabilidade do que afirmamos: se uma pessoa, ao buscar uma profissão, praticar apenas uma semana em cada uma (alfaiate, relojoeiro sapateiro, etc.), ao fim de um ano ou dois o que será que aprendeu de fato? Será apenas um conhecedor superficial delas. Se alguém deseja ser engenheiro, deve se dedicar exclusivamente ao seu estudo, até se formar; depois deve praticar seriamente para adquirir segurança e descortino na especialidade escolhida. Não é assim? No entanto, no assunto esotérico (oculto, interno, espiritual), muito mais complexo e delicado, as pessoas têm a pretensão de conhecer e dominar em curto tempo!

Depois que um engenheiro se considera como tal, pode se dar ao prazer de fazer outros cursos e estudos correlatos, para enriquecer o seu conhecimento.

Igualmente, quando alcançamos a realização interna e uma visão definida do esoterismo, em qualquer escola séria, podemos nos dedicar ao estudo comparativo, muitas vezes necessário na tarefa de conferencista, para esclarecer honestamente os outros. Antes disso, não.

Ainda em relação ao ocultismo, é corrente a curiosidade por fenômenos, a que o espiritismo, a umbanda, a parapsicologia e outros similares muito têm contribuído.

Maior ainda é o interesse do povo em resolver seus problemas, apelando para alguém que tenha “poderes” para “dar um jeitinho”.

Esclarecemos de início que a Fraternidade Rosacruz conhece bem a origem e o mecanismo dos fenômenos das magias “branca”, “cinzenta” e “negra”, mas absolutamente não se dedica a isso.

Ela desaconselha tacitamente seus Aspirantes a perseguir poderes e provocar fenômenos.

Seu programa é formativo: primeiro ela ajuda a formar o caráter; a consolidação, integralização a um reto viver; a uma busca e encontro do Divino interno – advertindo que os fenômenos são naturais decorrências das aberturas internas; que os poderes internos são flores feiticeiras do Caminho, cujo aroma pode retardar ou desviar da jornada. Nunca se dá um poder ou faculdade a quem não pode usá-lo reta e edificantemente. O ensino do Mestre é claro: “Busca, em primeiro lugar, o Reino de Deus (que está dentro de ti) e sua justiça, e tudo o mais lhe será dado por acréscimo”.

Temos provas, em nosso viver, de que todos os problemas devem ser solucionados dentro de nós. A vida externa (as circunstâncias, suas limitações, dores etc.) é apenas uma projeção ampliada de nosso íntimo.

Quando harmonizamos o íntimo, pela obediência às Leis Divinas, quebramos automaticamente a sequência do destino maduro, e transformamos nossa vida para melhor. Tal é a solução definitiva e real que devemos conquistar, em cada escaninho de nossa vida. As soluções forçadas são como os remédios: amenizam os efeitos, mas não removem as causas, não curam. O indivíduo reto não cede aos vícios, pois sabe que a recaída é bem pior.

Os centros Rosacruzes da Fraternidade Rosacruz espalhados pelo mundo, da mesma maneira que a Sede Mundial, a The Rosicrucian Fellowship, possuem um Departamento de Cura, dirigido por pessoas competentes, que atendem aos vários aspectos da saúde integral: mental, espiritual, emocional, psíquico e físico.

Cada centro Rosacruz da Fraternidade procura, ao mesmo tempo, orientar os enfermos a uma dieta racional, a novos hábitos conducentes à estável harmonia.

Em resumo, como recomendou Cristo, pregamos e curamos – o que é a mesma coisa, porque uma decorre da outra. Um indivíduo são se vai tornando ao mesmo tempo são (de integral, santo) no seu interior, que é a causa e o físico é o efeito. Tudo o que se manifesta no físico nasceu primeiramente no mental e no emocional, ou seja, no Espírito. Se corrigimos o íntimo, curamos o externo e o indivíduo se torna integralmente harmonioso.

Os Estudantes Rosacruzes que estiverem impossibilitados de frequentar a Sede de um Centro Rosacruz e o seu Templo, podem realizar seus estudos por correspondência (física ou eletrônica). Contudo, devem sempre que possível, buscar uma frequência física, tanto para melhor orientação, como para um melhor proveito, especialmente da egrégora construída em um verdadeiro Templo solar.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Conceito Rosacruz do Cosmos ou Cristianismo Místico – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

Este livro fornece uma descrição completa dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, até o ponto onde podem ser tornados públicos, atualmente.

Ele contém um esboço abrangente do processo evolutivo do ser humano e do universo, correlacionando a Ciência com a Religião.

O autor recebeu esses Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz pessoalmente, dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.

É a sua última comunicação.

O Livro é um material de estudos e consultas, portanto sua leitura é permanente para quem está trilhando Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

É dividido em 3 partes, a saber:

Parte I – trata dos Mundos Visível e Invisíveis, do Método da Evolução do Ser Humano, Renascimento e Lei de Causa e Efeito.

Parte II – trata do Esquema de Evolução, em geral, e da Evolução do Sistema Solar e da Terra, em particular.

Parte III – trata do Cristo e da Sua Missão, do Futuro Desenvolvimento do Ser Humano e da Iniciação, do Treinamento Esotérico e do Método Seguro de Adquirir o Conhecimento Direto.

Há 4 meios de você acessar esse Livro, obra básica da Fraternidade Rosacruz:

  1. Em formato PDF (para download): O Conceito Rosacruz do Cosmos ou Cristianismo Místico – por Max Heindel – Fraternidade Rosacruz em PDF
  2. Para ler no próprio site: O Conceito Rosacruz do Cosmos ou Cristianismo Místico – por Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – on line
  3. Em forma audiobook ou audiolivro: O Conceito Rosacruz do Cosmos ou Cristianismo Místico – por Max Heindel – Fraternidade Rosacruz em MP3
  4. Em forma de videobook ou videolivro no nosso canal do Youtube, que é esse: https://www.youtube.com/@fraternidaderosacruzcampinasbr/videos

    onde você encontra o videobook ou videolivro do CONCEITO aqui:

    O Conceito Rosacruz do Cosmos ou Cristianismo Místico – por Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – videobook

Bons Estudos 🙂

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Espíritos Obsessores da Onda de Vida Humana

Espíritos Obsessores da Onda de Vida Humana

Hoje trataremos do tema “Obsessão”. Apesar de ser um assunto complexo, é fundamental abordá-lo para que possamos nos proteger contra esses espíritos obsessores.

Vamos focar aqui nos espíritos obsessores oriundos da nossa onda de vida: a humana. Ou seja, de irmãos e irmãs que em momentos da sua evolução, infelizmente, se tornam tal classe de seres.

Inicialmente, seria bom esclarecer a relação entre inferno e purgatório. O “inferno” é tido popularmente como o lugar em que ficaremos sofrendo depois da morte, se praticarmos o mal nesta vida. Nos Ensinamentos Rosacruzes, o chamado inferno nada mais é do que o Purgatório.

O Purgatório ocupa as três regiões inferiores do Mundo do Desejo, para onde vamos logo após a morte. Aqui os registros gravados de nossas ações errôneas na vida terrena provocam uma reação da força de repulsão e esses sofrimentos são três vezes mais curtos e três vezes mais intensos; pois não temos o Corpo Denso para amenizar essa dor.

Nesse processo ocorrido no Purgatório desenvolvemos, por meio da dor, a consciência, aquela voz interna que nos permite discernir entre o bem e o mal, quando despertos neste Mundo Físico.

No “Conceito Rosacruz do Cosmos”, Max Heindel nos mostra que trabalhamos, atualmente, por meio de três Corpos – o Tríplice Corpo. Resultado da nossa manifestação tríplice – um Espírito Tríplice – exatamente como Deus, em manifestação, que nos criou. Porém, somente o Corpo Denso é visível aos nossos olhos físicos.

Na Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 15 e versículos de 40 a 44, São Paulo diz o seguinte: “Há corpos celestes e corpos terrestres… e há corpo animal e há corpo espiritual”.

O Corpo Denso está interpenetrado pelo chamado Corpo Vital (cópia fidedigna daquele) e que mantém a saúde do Corpo Denso, uma vez que esse é, constante e diariamente, destruído pelos desejos inferiores que nós mesmos geramos no nosso dia a dia.

Durante a nossa vida no Mundo Físico temos a chance de desenvolver nossos Corpos invisíveis e superiores por meio de: bons hábitos (Corpo Vital), pensamentos superiores (Mente), desejos, sentimentos e emoções superiores (Corpo de Desejos). Contudo, quando os nossos desejos deixam de ser direcionados para a construção dos veículos superiores e nos negligenciamos desses desejos, sentimentos e emoções superiores e insistimos a praticar maus hábitos, acabamos sendo atraídos, após a nossa morte, até ao Purgatório e lá deveremos nos purgar desses desejos, sentimentos e emoções inferiores e dos maus hábitos. Agora, se não nos apegamos somente a essa existência terrestre, se fazemos fiel e cotidianamente o exercício de Retrospecção e se vivemos para desenvolver o nosso lado espiritual por meio do serviço amoroso e desinteressado para com os nossos irmãos, seguimos o nosso caminho rumo às Regiões superiores do Mundo do Desejo e ao Mundo do Pensamento.

Porém, existem alguns irmãos nossos que, durante a vida aqui, são apegados aos seus bens terrestres – alguns chegando até a conclusão de que nada mais existe -, não dão a mínima para o seu próprio desenvolvimento espiritual e adoram ser servidos, muito mais do que servir – se é que isso lhe passa pela cabeça – e, então, após a morte continuam se apegando à vida terrena e não deixam seus veículos espirituais aprenderem novas lições. E, em razão disso, os chamamos de “espíritos apegados à Terra”. Como o livre arbítrio é sempre respeitado, pode ficar nessa condição por um tempo que quiserem, até que se esgote nele a disposição em se manter nessa situação.

E como não possuem um Corpo Denso para se manifestar ficam perambulando na atmosfera da Terra, próximos a superfície, utilizando os Corpos Densos e Vital de outros irmãos que entram em sintonia ou vibração com esses espíritos apegados à Terra. Sabe-se que ao nosso redor existem muitos desses “espíritos sem luz”, pobres irmãos apegados à sua última vida terrestre. Sim, é um grande fator de atraso na evolução deles!

Chamamos de “espíritos sem luz” porque após a morte não seguiram seu caminho de aceitação aos Mundos superiores, onde a luz é permanente.

E por não aceitarem a separação do Corpo Denso e de tudo o que aqui deixaram, ficam presos à atmosfera tentando satisfazer seus prazeres mundanos. Quando esses espíritos desencarnados desejam influenciar seres aqui renascidos, precisam de um veículo da mesma densidade de vibração da sua para atingir os centros cerebrais. Max Heindel, no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, diz que as Regiões inferiores do Mundo do Desejo estão cheias de “espíritos apegados à Terra” ou espíritos potencialmente obsessores que estão em contato com o Mundo Físico. Quando deixam esse Mundo Físico – quando morrem -cheios de inconformismo, ódio, raiva, inveja, ciúmes, cobiça, desejo de vingança, sentimento de abstinência a um vício, desejo de sentir o mesmo prazer que sentia e outros desejos, emoções e/ou sentimentos inferiores, se encontram despreparados para viver nos planos invisíveis.

Nessas Região inferiores do Mundo do Desejo encontramos: os viciados em drogas, alcoólatras, suicidas, assassinos, muitos que morreram em guerras, pessoas que nutrem ódio, rancor, desejo de vingança, pessoas apegadas à bens materiais como casas, terras, finanças, posses, pessoas, etc. Esses últimos espíritos – os apegados à bens materiais – são os que mais existem nos dias de hoje.

Exemplifiquemos o caso do assassino que cumpre sua pena perante a sociedade na prisão. Poderá ocorrer que o remorso, pelo seu ato cometido, o leve mediante a oração e o íntimo arrependimento a apagar o ódio nutrido à sua vítima.

E quando seu Espírito estiver livre no Mundo do Desejo poderá caminhar feliz e, quem sabe, numa vida futura procurará ajudar aquelas pessoas a quem maltratou na vida anterior. Contudo, se a sociedade quiser se vingar do criminoso e levá-lo à pena de morte pelo crime cometido, ele, achando que foi injustiçado, permanecerá por muito tempo entre os aqui estão vivendo renascidos, incitando outras pessoas a cometerem semelhante crime. E toda vez que isso acontece, quando a vítima cai nas garras da justiça, esses espíritos, aqui se tornando, obsessores conseguem se realizar e deixam a pessoa para ir atrás de outras. Se isso sempre acontecer, certamente teremos uma epidemia de assassinatos espalhados em comunidades!

Para entender como isso ocorre, vamos falar de clarividência. Podemos classificar a clarividência em duas classes:

  1. A de caráter positivo, onde a pessoa se torna um clarividente voluntário, treinado, um Auxiliar Invisível: aqui os vórtices do Corpo de Desejos giram na direção dos ponteiros de um relógio e;
  2. A de temperamento negativo, onde a pessoa se torna um clarividente involuntário: aqui os vórtices do Corpo de Desejos giram na direção contrária aos ponteiros de um relógio. Esse é um dos meios de se reconhecer os que são de uma ou da outra classe.

Na pessoa que se tornou um clarividente involuntário sempre há o grande risco de ser obsidiado pelos chamados “guias espirituais” e que agem como espíritos de controle em busca de sua satisfação. Para se manifestarem no Mundo Físico podem retirar o Corpo Vital da pessoa por meio do baço e usar temporariamente o Éter, do qual é composto, a fim de se materializar, devolvendo o Éter à pessoa após terminadas as ações que ele deseja fazer. Transforma suas vítimas no que conhecemos como “médiuns de transe” ou em “médiuns de materialização”. O espírito obsessor, tomando posse do corpo de sua vítima, utiliza-o à mercê de sua vontade, e mesmo que a pessoa tente, não conseguirá deter a influência dele, pois houve a permissão para a posse. Um clarividente voluntário jamais permitirá isso, sendo que a direção dos vórtices do Corpo de Desejos também é uma grande barreira para quaisquer tentativas de espíritos que queiram obsidiar.

Nesse ponto, é importantíssimo lembrar que o nosso Corpo Denso é o bem mais precioso que temos nessa vida terrestre. É o Corpo que está mais próximo de alcançar a perfeição. Está no seu quarto estágio de evolução. Os outros Corpos estão, ainda, bem atrás. É por meio do nosso Corpo Denso que conseguimos evoluir, aprender as lições, desenvolver o Corpo-Alma e seguir o plano de Cristo, aqui e agora. A Fraternidade Rosacruz nos orienta a tratar muito bem do nosso Corpo Denso, tão via alimentação, como nos seus cuidados de sempre estar de posse consciente dele.

Sabemos que existem famílias inteiras a mercê desses espíritos obsessores. Por isso que Max Heindel nos orienta para não assistir reuniões, encontros ou demonstrações onde haja atividades que evocam “os espíritos dos mortos”, que “dão passe”, que estimulam a possessão de parte ou de todo o Corpo Denso da pessoa, que haja demonstrações hipnóticas, que façam sessões de uso de bola de cristal, que queimam incensos, defumadores, e outros “tipos de fumaça” com o objetivo de “chamar os espíritos, etc.

Normalmente, toda vez que a pessoa frequenta tais ambientes, os chamados “guias” a convocam para desenvolver a clarividência involuntária, muitas vezes chamadas de mediunidade dela, só que de forma negativa. Essa é a maneira de estarem formando sua grande falange de controle.

É evidente que a maioria dos clarividentes involuntários não compreende o grande perigo que os aguarda após a morte.

E mesmo nesta vida não sabem o perigo que está por vir, pois enquanto fazem tudo que seus obsessores ordenam, esses são dóceis e compassivos. Contudo, se algum deles tentar recusar a ceder seu corpo ao desencarnado, logo sentirá a espada do obsessor.

Todos nascemos com a clarividência. Se quisermos desenvolvê-la, façamos de maneira voluntária, positiva, por meio dos exercícios dados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Existe um método seguro, onde a pessoa está sempre de posse dos seus Corpos, consciente do que está fazendo e com total controle.

Sabemos que existem pessoas que em determinados momentos de sua vida se deixam arrastar por pensamentos, desejos, sentimentos e emoções negativos, chegando a ficarem perturbados, irritados e, às vezes, desequilibrados emocionalmente e, muitas vezes, não encontram o caminho de volta à razão. É bom lembrar que essa crise foi gerada pela própria pessoa, e é nesse momento que damos abertura ou permissão para a invasão de espíritos obsessores. Tornamo-nos assim joguete desses espíritos perturbadores e essas entidades jamais vão se preocupar com a reputação daqueles cujos corpos violaram. Isso acontece diariamente e, muitas vezes, não sabemos se aquela pessoa está obsidiada ou não. Todavia, existe uma forma infalível de descobrirmos se uma pessoa está possuída: por meio do diagnóstico dos olhos. Max Heindel nos diz que “os olhos são as janelas da alma”, pois somente o verdadeiro dono do corpo é capaz de contrair e dilatar a íris. Naquele que estiver possuído, notaremos que a íris de seus olhos não se dilatará quando penetrar em um quarto escuro ou quando fixar um objeto distante ou, ainda, quando fixar em uma fonte de luz brilhante (uma lanterna ou em um ambiente bem claro), a pupila não se contrairá. Isto é, a íris não responde nem à luz nem à distância.

O que podemos fazer para nos proteger contra a obsessão? Simplesmente manter uma atitude positiva da Mente, pois temer alguma coisa é atraí-la. Devemos construir uma aura protetora e invulnerável contra qualquer classe de ataque ou influência negativa.

Max Heindel expressa que “ao vivermos existências de pureza, quando os nossos dias estão preenchidos com serviços a Deus e a nossos semelhantes, com atos e pensamentos da mais elevada nobreza, então construímos o ‘manto dourado nupcial’, que é uma força radiante do bem. Nenhum mal é capaz de penetrar por essa armadura e então ele é refletido em direção àquele que o emitiu”.

É sempre oportuno recordar uma frase de São Paulo que diz: “Orai e vigiai para não cair em tentação”.

Lembremos o seguinte: “Não temos mestres. Os Irmãos Maiores são nossos amigos e nossos instrutores. Nunca ordenam, nem exigem obediência a nenhuma de suas sugestões, seja em que condição for. O mais que fazem é aconselhar, deixando-nos livres para seguirmos as suas sugestões ou não”.

E dentre os preceitos para o Estudante Rosacruz temos:

“Sendo a confiança em si mesmo a virtude cardeal para o Aspirante espiritual, fará o possível para praticá-la tanto em seus pensamentos como em seus atos.”.

“Conhecendo que o Interno é o único tribunal real da Verdade, se esforçará por estabelecê-lo, submetendo-lhe todos os assuntos para a sua final decisão”.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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