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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Você sabe estudar?

Você sabe estudar?

Muitas pessoas e, especialmente nossos filhos, começam a estudar e são obrigados a aprender a técnica do estudo por meio da experiência e do erro, perdendo com isso um tempo precioso que poderiam aproveitar melhor.

Para o Estudante Rosacruz esse conhecimento é indispensável para que ele possa caminhar a passos largos no Caminho Rosacruz!

Estudar requer habilidade e uma série de requisitos que, por certo, interessam a todos que desejam melhorar o nível de rendimento cultural em suas horas vagas. Antes de iniciar seus estudos, procure estabelecer as seguintes condições.

  1. Economize tempo. Saiba, precisamente, o que vai fazer, a matéria que vai estudar, os livros de que necessitará, as notas das quais dispõe.
  2. Arrume todo o material de estudo em local próximo e de fácil alcance. Não esqueça o dicionário de português e o de termos analógicos.
  3. Tome notas de todas as dúvidas e inicie, imediatamente, a resolução delas, evitando deixá-las para depois, o que prejudicaria seu aproveitamento no estudo.
  4. Divida corretamente o tempo destinado ao estudo, a fim de evitar que se torne cansativo e improdutivo. Longos períodos de estudo dificultam a absorção da matéria e a compreensão do assunto.
  5. Forme um programa sobre os assuntos que vai estudar. Não permita que a curiosidade o afaste do programa traçado e lhe cause atrasos. A curiosidade recomendável por todos os títulos pode tornar-se, quando excessivamente alimentada, um elemento de dispersão que prejudica a concentração no assunto e o seu devido aproveitamento.
  6. Escolha um local adequado para estudar. Essa escolha deve incluir: a) silêncio; b) conforto; c) boa iluminação que seja indireta e venha pelo ombro esquerdo do Estudante; d) ausência de elementos de distração como animais, relógio, rádio, conversa, janela aberta para a rua, pessoas entrando e saindo a todo instante, telefone celular, etc.

A boa técnica de estudo inclui as seguintes atividades:

  1. Obter uma ideia do assunto em sua generalidade;
  2. Correr os olhos pelo assunto todo, página por página;
  3. Ler atenciosa e cuidadosamente todas as páginas;
  4. Fechar o livro e reconstituir com palavras próprias o assunto, como se estivéssemos explicando a outra pessoa;
  5. Recapitular e insistir em determinados pontos que nos parecem mais difíceis;
  6. Tomar notas do assunto estudado e guardá-las para futura referência, devidamente identificadas.

Para obter uma ideia do assunto em sua totalidade, tomamos conhecimento dos títulos, subtítulos e parágrafos do capítulo a ser estudado. Obtemos, assim, uma visão panorâmica e da divisão das matérias do capítulo em questão. Correr os olhos pelo assunto significa folhear as páginas ainda sem ler palavra por palavra, olhando porções esparsas, frases soltas que nos chamam a atenção.

Ler cuidadosamente o texto implica aprender o significado dos assuntos, relendo o que for necessário e retendo os conceitos encontrados. Ao contrário da visão panorâmica anterior, agora é necessário explicar lenta e conscienciosamente as frases e as páginas.

A reconstituição do texto com palavras próprias é um exercício de memória, de conhecimento e nos dá confiança em nós mesmos. O confronto com o livro nos mostra os pontos que esquecemos e precisamos rememorar: fórmulas, números, nomes, datas, autores… Finalmente, as notas nos auxiliam a recordar rapidamente assuntos estudados há algum tempo e que, por esse meio, são rapidamente postos em dia.

A técnica de estudo exposta talvez pareça complicada demais. Entretanto, depois de aprendida e dominada, impõe-se pelo benefício e rendimento que, com a sua aplicação, conseguiremos, especialmente para aqueles que dispõem de pouco tempo e têm muita matéria para estudar.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro/1965)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ser um Estudante Rosacruz

Ser um Estudante Rosacruz

Quando alguém, seja homem ou mulher, torna-se Estudante Rosacruz, é porque acordou para realidades mais elevadas. Esse despertar mostra ter o Aspirante à Vida Superior alcançado já certo amadurecimento interno, fruto de sua peregrinação, embora estivesse, até então, inconsciente disso.

O referido amadurecimento interno é que o leva a se ligar à Misteriosa Escola Rosacruz. Feita a ligação com essa Escola, recebe o Estudante a orientação necessária, assim como o auxílio dos Irmãos Maiores, a fim de que possa realizar, daí em diante e conscientemente, a sua evolução que antes se processava de maneira inconsciente. Nesse caso, ela se realiza com lentidão e muito sofrimento, enquanto no outro caso ocorre exatamente o contrário. É que, ao se ligar à Escola, tomou o Estudante o caminho de atalho.

Aproveita o tempo e pode fazer na atual vida o que não faria em várias, de outro modo. Convém esclarecer que, uma vez ligado à Escola, o maior ou menor avanço na senda depende exclusivamente da dedicação do Estudante. A parte de incentivo e orientação que compete à Escola e aos Irmãos Maiores jamais faltou ou faltará. Cada Estudante é atendido prontamente, no nível da sua dedicação. Aliás, não poderia ser de outra forma.

Quanto mais o Estudante se dedica, maior compreensão lhe surge, quase que automaticamente, dos mistérios da vida e da mencionada Escola que o orienta e apoia. Os horizontes vão se alargando até que, um dia, o simples Estudante torna-se um Iniciado. Portanto, querido amigo, é sobremaneira importante esforçar-se. Todo esforço traz um resultado positivo na Economia da Natureza. Do preparo de cada um depende a capacidade para melhor e mais SERVIR.

(de Hélio de Paula Coimbra – publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro de 1965)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os cuidados de um Estudante Rosacruz trilhando o Caminho de volta à Deus

Os cuidados de um Estudante Rosacruz trilhando o Caminho de volta à Deus

Nesse atual Esquema de Evolução em que estamos inseridos, houve um momento em que éramos ingênuos e inocentes. Guiados em tudo, protegidos em tudo, não tomávamos decisões próprias. Contudo, de acordo com o plano traçado por nosso Criador Deus Pai tínhamos que conhecer todas “as moradas” que ele criou para nós, os Seus filhos. E, ainda, considerando que fomos “feitos à Sua imagem e semelhança”, dentro de nós temos o preceito divino de criar por nós mesmos, de ousar, de ser original. Daí que continuar a ser autômato, guiado em tudo, não poderia ser um estado a durar todo o Esquema de Evolução.

Afinal, a Epigênese, aquela faculdade definida como “a liberdade para inaugurar algo inteiramente novo e não uma simples escolha entre dois cursos de ação”, faz parte de cada um de nós. Fomos criados com ela. Deus Pai já nos criou com ela. Então, como poderíamos ser autômatos, guiados em tudo para sempre?

Foi, então, graças à ajuda de seres vindos do Planeta Marte, os seres lucíferos – também conhecidos como Anjos caídos, espíritos lucíferos – que conseguimos nos livrar dessa dependência eterna.

Conhecemos o bem e o mal, usamos e abusamos da força sexual criadora. Conhecemos a dor e o sofrimento. Vivenciamos o egoísmo e a ambição. Todavia, conquistamos a Região Química do Mundo Físico. Transformamos essa Região num paraíso na Terra. Um lugar agradável de passarmos a nossa existência física. Tudo isso, como planejado pelo nosso Deus Pai.

Mergulhamos nessa Região do Mundo Físico a tal ponto de esquecermos dos outros Mundos! Acostumamo-nos a viver tão bem nesse Mundo que, para muitos, é impossível a existência de outros Mundos!

Estamos tão à vontade nesse Mundo, que tudo que procuramos fazemos comparações com algo desse Mundo. Pensar no concreto ficou mais fácil do que pensar no abstrato! Somos treinados a assim proceder desde que renascemos nesse Mundo, vida após vida.

Quando crianças, devido às forças que operam pelo polo negativo do Éter Refletor do nosso Corpo Vital serem extremamente ativas, temos uma clarividência involuntária. Ou seja: podemos “ver” outros Mundos, além deste. Frequentemente, quando crianças, falamos daquilo que, então, vemos, até que, por “dizer bobagens”, os castigos ou o ridículo que os adultos nos impõem nos fazem desistir de falar. É fato que as crianças têm invisíveis companheiros de brinquedo, que os visitam com frequência durante alguns anos de idade. Portanto, em virtude dessa insistência dos adultos e do mergulho na idade escolar – onde começamos a nossa convivência com a sociedade -, vamos fixando mais nossa atenção na Região Química do Mundo Físico.

Entretanto, estamos no mundo ocidental, no lado ocidental desse campo de evolução que conhecemos como Planeta Terra. Particularmente, estamos na parte onde estão a aprendizagem mais avançada para a espiritualidade: o Cristianismo.

Em outras palavras: os nossos irmãos e irmãs que renascem e vivem nesse lado já passaram o Nadir da Materialidade, o ponto mais baixo, mais denso que nós, como Espíritos Virginais, podemos alcançar na Região Química do Mundo Físico. Ou seja: já aprendemos a obter dessa Região tudo que poderíamos obter. Já conquistamos essa Região! Já conhecemos essa “morada” que Deus criou para nós. Ou ainda: já terminamos a Involução – a parte do Esquema de Evolução em que nos dedicamos à aquisição da consciência e à construção dos veículos (Corpos Denso, Vital, de Desejos e a Mente) – e começamos a subir novamente na evolução – a parte do Esquema de Evolução onde convertemos os nossos Corpos em Almas e desenvolvemos a consciência até convertê-la em divina omnisciência. Ou seja, o objetivo é transformar e desenvolver as possibilidades latentes em poderes dinâmicos.

Tal qual lemos na Parábola do Filho Pródigo (Lc 15:11-32) em que o filho mais jovem sai da casa do pai. Após gastar tudo que tinha e conhecer tudo que podia, volta arrependido, mas cheio de conhecimento de outras moradas. Do mesmo modo, nós saímos da casa do Pai, ingênuos e inocentes – portanto, ignorantes – e começamos a nossa longa peregrinação através dos cinco Mundos mais densos que o Mundo que habitávamos no início (o Mundo dos Espíritos Virginais), os quais são: Mundo do Espirito Divino, Mundo do Espírito de Vida, Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo e Mundo Físico.

Estamos voltando já com o conhecimento adquirido na Região Química do Mundo Físico. Não somos mais ingênuos neste Mundo. Somos conscientes e conseguimos conhecer este Mundo. Já sabemos compreender e podemos vivenciar o verdadeiro propósito desta vida, ou seja, a aquisição de experiências (e não a busca da felicidade).

E, mais ainda, já aprendemos que existem dois modos de adquirir essas tão valiosas experiências: pessoalmente (mediante a experimentação, muitas vezes dolorosa e dura) ou observando os atos alheios (raciocinando e refletindo sobre eles, guiados pela luz da experiência que já tenhamos alcançado).

Só o fato de já sabermos que esse é o objetivo desta existência mostra que estamos voltando à “casa do Pai”. E a aquisição dessas experiências é a nossa demonstração ao Pai de que aproveitamos o que ele criou para nós, que nos exercitamos como criadores.

São os talentos da Parábola que lemos em Mt 25:14-30, em que aqueles que utilizaram e multiplicaram tudo que Deus lhes deu, receberam mais. Entretanto, o preguiçoso, o medroso, o sovina, o avarento, até o único talento que tinha foi-lhe tirado, como lemos no versículo 29 do mesmo capítulo 25 citado acima: “Pois ao que tem muito, mais lhe será dado e ele terá em abundância. Mas ao que não tem, até mesmo o pouco lhe será tirado”.

Essa volta significa uma reorientação na nossa existência terrestre. É certo que continuaremos ainda, por muito tempo, na roda de nascimentos e mortes neste Mundo Físico, morrendo e voltando de tempos em tempos. É certo que continuaremos ainda, por muito tempo, com relações familiares, com obrigação de adquirir bens, de passarmos por tudo isso que significa funcionar no Mundo Físico. Afinal aqui é o baluarte da nossa evolução. Entretanto, considerando que a finalidade de nossa existência neste Mundo não é mais a aquisição de bens até ficarmos ricos, não é mais protegermos somente nossa família ou os nossos conhecidos, amparando-os e defendendo dos outros desconhecidos, enfim, não é mais a conquista deste Mundo, nem o de mostrar para os outros como se faz, então está na hora de buscarmos essa reorientação.

Com esse propósito de reorientarmos nossa existência, poderemos: assimilar melhor as lições que aqui aprendemos; construir corpos perfeitos para funcionar em cada Região de cada Mundo que Deus criou nos tornando conscientes dos outros Mundos, funcionar neles conscientemente e ajudar, mais eficientemente, nossos irmãos que tanto necessitam, companheiros na jornada, em direção à Deus.

Essa reorientação significa a renúncia de nós mesmos, detalhada pormenorizadamente na Bíblia, particularmente no Novo Testamento, que foi escrito especialmente para os que buscam a realização espiritual pelo único meio que é possível: o Cristianismo. Afinal, “a Bíblia foi nos dada pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento”.

Ao nos submetermos em viver os ensinamentos de Cristo, conforme fornecidos no Novo Testamento, oferecemos voluntariamente nossos Corpos como um sacrifício vivente sobre o altar da fraternidade e do amor incondicional, amor ágape.

Essa renúncia não é nada fácil. E também não haveria de ser. Passamos tanto tempo exercitando a aquisição de tudo que podíamos que, quando chega o tempo de exercitarmos o desapego, é lógico que haverá dificuldades.

Se a renúncia se dá com alguma reserva, porque talvez não se tenha plena confiança em Deus, sofremos por achar que não conseguimos fazer nada correto, que Deus é injusto. É o caso, por exemplo, de confiar em Deus, mas procurar se resguardar cultuando várias religiões ao mesmo tempo – em especial as não-cristãs –, pedindo para todas a solução do problema. É o caso de quando se tem uma doença (ou alguém querido doente) ir a todos os médicos, do mais barato ao mais caro e, só depois (quantas vezes quando a situação não pode ser explicada pelos médicos, ou que se trata de problema complicado!) “apelar” a Deus, e ainda tentando barganhas.

Se a renúncia se dá de uma maneira desordenada e superficial, a princípio tudo se oferece, despe-se de tudo, mas depois, combatido pela tentação, voltam às comodidades e não se progride em nada. Entristece-se e se revolta com os que buscam a verdadeira renúncia, não compreendendo que o problema está dentro da própria pessoa.

Nem os do primeiro, nem os do segundo caso chegarão à verdadeira renúncia que traz a verdadeira liberdade do coração puro.

Engana-se quem acha que engana a Deus.

Os dois primeiros casos estão como a história do jovem rico que lemos em Mt 19:16-22: “E eis que alguém se aproximou e Lhe disse: ‘Mestre, que de bom devo fazer para alcançar a vida eterna?’. Cristo disse: ‘Por que me perguntas pelo bom? Um só é o bom. Se quiseres entrar na vida, observa os mandamentos’. Disse-lhe ele: ‘Quais?’. Cristo respondeu: ‘Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não prestarás testemunho falso, honra pai e mãe e ama teu próximo como a ti mesmo’. Disse o jovem: ‘Tudo isso tenho observado. O que ainda me falta?’. Respondeu-lhe Cristo: ‘Se quiseres ser perfeito, vai vende tudo que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus; depois vem e me segue’”.

Ao ouvir isso, o jovem se foi triste, porque possuía muitos bens.

A renúncia a que Cristo sugere é bem entendida, em sua totalidade, no livro de Jó, no Antigo Testamento.

Lá lemos exemplos de total desapego de si mesmo, das suas posses, da sua felicidade, de todos a quem ele ama, por amor e confiança em Deus.

Esse desapego e renúncia nos liberam para o próximo passo para cima e para frente: a conquista e o trabalho consciente na Região Etérica do Mundo Físico.

E por que é tão necessária essa renúncia, esse desapego das coisas que, até então, nos agarramos?

Devido à Região Etérica do Mundo Físico ser a contraparte do Mundo do Espírito de Vida, o primeiro Mundo, de baixo para cima, onde cessa toda a separatividade, onde reina a fraternidade, onde Cristo — nosso guia e salvador — tem, como o Iniciado mais elevado do Período Solar, dos Arcanjos, o seu corpo mais inferior: o corpo Espírito de Vida.

Portanto, ao exercitarmos essa renúncia aqui, estamos adiantando para funcionarmos na Região Etérica num futuro não tão longínquo como todos pensam. Ao mesmo tempo estamos ajudando os nossos irmãos a percorrer esse caminho.

Se estamos numa Escola de Preparação para a Iniciação como a Fraternidade Rosacruz, Aspirante à Ordem Rosacruz, podemos ter certeza de que não é por acaso. Se somos verdadeiramente Aspirantes à Vida Superior, também não é por acaso. Simplesmente, chamamos para nós a responsabilidade de sermos vanguardeiros. Cada um sendo esteio no meio que está inserido. Cada um sendo a luz pequenina em cima do monte à disposição de quem dela precisa. Cada um sendo exemplo no meio em que está apontando o caminho, na maioria das vezes, não com pregações ou proselitismo, mas com exemplos de vida, de comportamento no seu dia a dia.

Afinal, enquanto Estudantes Rosacruzes são muitos os que nos observam e fazem de nós exemplos para suas vidas. São muitos os que dependem de nós, saibamos ou não. Portanto, se tropeçamos muitos tropeçam também. Se desistimos, muitos fracassam também. Contudo, a maior responsabilidade sempre será nossa. Afinal, escolhemos, de livre vontade, esse caminho. O caminho que vai de volta para a Casa do Pai!

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como servir a Fraternidade: dê, pelo menos, um pouco do que você recebeu

Será que nós, Estudantes Rosacruzes, ao efetuarmos diariamente nosso exame de consciência, já indagamos a nós mesmos, se por ventura, temos concorrido com um mínimo de cooperação para que a disseminação do ideal Rosacruz seja uma realidade? Será que temos contribuído dentro de nossas possibilidades para o engrandecimento da obra encetada por Max Heindel?

Em verdade, somente a nossa consciência pode alertar-nos para o papel que nos cumpre desempenhar dentro da Fraternidade, avaliando os nossos talentos e indicando-nos como eles poderão ser aplicados dentro do programa de expansão Rosacruz. A obra carece de ajuda, dependendo muito da nossa dedicação, da nossa sinceridade e do nosso trabalho para consolidar-se como precursora de Aquário.

A Fraternidade Rosacruz talvez seja algo muito mais grandioso do que imaginamos. Não podemos restringi-la, conceituando-a apenas como uma comunidade filosófica espiritualista, como outras que existem por aí, orientando e instruindo os interessados através de livros, folhetos e conferências.

A missão, o ideal, os meios, o programa e a estrutura da Fraternidade Rosacruz formam um conjunto que transcende a tudo que podemos conceber como sendo edificante.

Os Irmãos Maiores, por meio de Max Heindel, outorgaram ao mundo algo inédito, original, sem paralelos; uma filosofia que expõe e elucida os mais intrincados problemas sociais e espirituais, dentro de um elevado padrão de lógica e reverência, diante do qual se esboroam todos os argumentos contrários. Max Heindel colocou ao nosso alcance um cabedal de conhecimentos, cuja beleza mal pode ser expressa por palavras. Tais princípios atendem perfeitamente as exigências de uma época onde o racionalismo e o espírito inquiridor ante-empírico repelem tudo o que não se enquadra em seus domínios. A Filosofia Rosacruz é atualíssima e, concomitantemente, abre perspectivas maravilhosas quanto ao futuro da humanidade.
Se verdadeiramente sentimos que ela veio preencher algo em nossas vidas, se ela nos tem proporcionado um vislumbre maior do mundo em que vivemos, se através de seus ensinamentos estamos penetrando e conhecendo nosso próprio ser, então, é necessário que sejamos coerentes conosco mesmos, arregaçando as mangas e trabalhando pelo seu crescimento, da maneira que pudermos.

Sozinhos, pouco ou nada poderemos realizar, mas se houver união de esforços, concatenando-se os talentos de cada um em prol de um objetivo, as possibilidades de êxito serão bem maiores.

Nunca será demasiado repetir que o ser humano isolado é uma impossibilidade. Reiteramos sempre por nosso Oficio Devocional: “um só carvão não produz fogo. Mas, quando se juntam vários carvões, o calor latente em cada um deles pode produzir chama, irradiando luz e calor”.

Somos apologistas do trabalho de equipe, porquanto este apresenta inúmeras vantagens, como por exemplo, o alcance de um máximo rendimento em tempo mínimo, mediante o aproveitamento racional das qualidades e aptidões de cada um em função do todo. Além disso, sua ação faz-se sentir individualmente, revertendo em benefício de cada elemento, em forma de disciplina, solidariedade, harmonia, companheirismo e expansão natural das próprias qualidades. Contudo, o trabalho em equipe requer também uma boa dose de boa vontade, de sinceridade, de entendimento, de sentimento altruísta e ausência de personalismo. São estes requisitos que possibilitam a um grupo relativamente heterogêneo empreender e concretizar obras de vulto, num sentido comum.

Essencialmente Cristão, o método Rosacruz de desenvolvimento prevê esses dois aspectos: individual e coletivo. O trabalho coletivo se realiza por meio dos Núcleos Rosacruzes (Centros e Grupos Formais e Informais) ou de esforços empreendidos por irmãos nossos, não importa sob qual título, com objetivos edificantes. De outro lado, o método Rosacruz indica meios de realização estritamente individuais, que objetivam aprimorar o Aspirante, de modo a permitir-lhe transcender os entraves internos separatistas e integrá-lo cada vez mais perfeitamente no puro sentido de equipe, dentro da unidade cristã que representará o coroamento da presente época evolutiva: “um só rebanho e um só Pastor”: o Cristo.

Em decorrência, todo e qualquer trabalho executado pela Fraternidade Rosacruz deve ser executado dentro daquele princípio que denominamos SERVIÇO AMOROSO E DESINTERESSADO AOS DEMAIS. Se algo feito com amor, despido de qualquer sentimento de interesse pessoal, será por certo duradouro; porém, se levar a marca do egoísmo, será como um castelo edificado sobre a areia e, mais cedo ou mais tarde, acabará em ruínas.

Nosso labor não deve esperar recompensa, mas, sim, resultados que beneficiem a coletividade. Felizes seremos quando formos capazes de prodigalizar tudo aos demais sem nada esperarmos em troca, a não ser novas oportunidades de servi-los. O simples pensamento de RECEBER já revela indícios de egoísmo, ao passo que o desejo de DAR suscita o sentimento de amor. Isto se ajusta à seguinte afirmação de um pensador: “Quem professa a filosofia do receber, confessa sua falência em dar”.

O Estudante sincero e devotado não procura saber o que poderá receber da Fraternidade Rosacruz, mas sim o que lhe possa dar.

Estamos trabalhando na “vinha do Cristo” e isso, somente isso, já justifica e compensa plenamente todo o sacrifício e esforço que empreendamos em prol desse ideal sublime.

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1967)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ser Probacionista ou Provacionista

Ser Probacionista ou Provacionista

O Estudante Rosacruz, após certo período de estudo (que o iniciou basicamente na Filosofia Rosacruz) ingressa no Probacionismo. Deverá então, estar consciente de que o único, mas grande privilégio que adquire é a maior possibilidade de receber mais luz espiritual. Isto, porém, lhe advirá tão somente em consequência proporcional ao cumprimento consciente e correto da obrigação e responsabilidade que a si mesmo impõe ao aceitar o Probacionismo. É um privilégio, sim, o despertar para as obrigações inerentes a todo ser desejoso de evoluir espiritualmente. Deverá ser a meta daquele que recebeu o chamado Rosacruz, o chamado de Cristo. O Probacionista consciente sabe que doravante os erros cometidos pesarão em dobro de responsabilidade, pois comprometeu-se a “amar e honrar o ‘Eu’” verdadeiro e superior e dedicar sua vida ao serviço amoroso e altruísta. Isto pressupõe orar e vigiar, viver no mundo e não lhe pertencer. Desfazer-se a pouco e pouco de todo o sentimento de egoísmo até automatizar os hábitos de seu Corpo Vital na direção dos aspectos superiores da vida. Não perder as oportunidades de exprimir bons pensamentos e desejos, de realizar os pequenos e grandes serviços ao próximo.

Ora, o serviço não é só trabalho, atividade física senão também atitude mental, emocional, moral, ou seja, principalmente atividade interna. É domínio próprio, é humildade, é buscar e exaltar o lado bom de tudo, enfim, é amor, que nos reverte em paz de consciência. E uma vez haja buscado, encontrado e desenvolvido em certa extensão as virtudes de caráter, cumpre-lhe exemplificá-las e predicá-las humildemente aos que lhas pedirem. A menos que exercite o que aprendeu e conquistou em serviço aos demais, sua conquista é avara e fatalmente atrofiará, por contrariar as leis da natureza. Conhecer meramente a filosofia ou realizar superficialmente trabalhos de assistência, não avançam a alma no “caminho”, pois a convicção apenas, o conhecimento, o trabalho de “fachada” sem o amor, é como o metal que soa, conforme disse São Paulo Apóstolo.

O Probacionista consciente sabe o que é amar ao próximo, considerando a transitoriedade da existência terrena e sobretudo, seus efeitos físicos, morais e mentais. As ações de cada pessoa, via de regra, correspondem às causas e hábitos gerados anteriormente, pelos quais é responsável. Não cabem, pois, as críticas, as intromissões, as malquerenças. Em vez de agir negativamente como as pessoas comuns, o Probacionista ajuda com orações e pensamentos positivos. Com isso não atrai as reações das leis naturais, respeita o livre arbítrio de seu semelhante e exercita o domínio próprio, caso a desinteligência o procure envolver.

O Probacionista consciente recebe os desafios da vida como oportunidades de exercitamento anímico: serenidade, reconhecimento de erros próprios, esforço sincero de arrependimento e emenda, superação das falhas, cultivo do bem e da verdade. Ele sabe que do Alto só lhe vêm oportunidades de elevação e as forças necessárias para a ascensão?

Esse desejo constante de progresso anímico, de forma equilibrada, através da autossuperação e do serviço, é o verdadeiro caráter do Probacionista, é o reflexo natural da filosofia superior que abraçou, cuja luz dele emanará onde estiver, credenciando-o cada vez mais à confiança e a serviços de esferas progressivamente mais largas, no mundo. E disto é que o Cristo necessita em sua Vinha: auxiliares reais. Quando haja um número suficiente de seres humanos desse caráter, o mundo estará efetivamente salvo e Sua missão terminará. E seremos a força ascensora e levitadora do Globo, participando realmente da Obra e da Evolução Divina.

Até lá, oremos e vigiemos para não perdermos a sintonia com o alto, de onde nos vem o Poder, a Sabedoria, o Amor e a Força Motora de realização. Até lá, oremos para não nos deixarmos vencer pelas ciladas da vaidade, do personalismo, que cegam e desviam muitas vezes, de sua meta, os escolhidos.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 05/70)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Desafios do Aspirante Espiritual da Fraternidade Rosacruz baseado nos Preceitos para o Estudante Rosacruz

Os Desafios do Aspirante Espiritual da Fraternidade Rosacruz baseado nos Preceitos para o Estudante Rosacruz

Os Preceitos para o Estudante Rosacruz (originalmente publicados pela The Rosicrucian Fellowship – Precepts for the Rosicrucian Student) são em número de 10:

1. Cristo-Jesus será seu ideal;
2. Recordando a exortação do Cristo – “que o maior entre vós seja o servo de todos” – se esforçará diariamente por servir seu semelhante, em qualquer oportunidade que se apresente, com amor, simplicidade e humildade;
3. Tendo fé inquebrantável na sabedoria e bondade de Deus, trabalhará de acordo com a Lei de Evolução, se esforçando para falar, agir e ver somente o bem nas relações diárias com seus semelhantes e com tudo que o rodeia;
4. Sendo a Verdade, a Honestidade e a Justiça qualidades fundamentais da Divindade Interior procurará expressá-las em seus pensamentos, suas palavras e ações;
5. Sabendo que suas condições atuais são um resultado das ações que praticou no passado e que pode construir o seu futuro destino, melhorando-o por meio de uma atuação reta no presente, não gastará seu tempo invejando os outros, dedicando, pelo contrário, suas aspirações a exercitar a prerrogativa divina do Livre Arbítrio, semeando boas sementes para o amanhã;
6. Considerando que o silêncio é um dos maiores auxiliares para o crescimento da alma, procurará sempre que, no ambiente onde se encontre predomine a paz, a harmonia e a calma;
7. Sendo a autossuficiência uma virtude fundamental para o Aspirante Espiritual, fará o possível por praticá-la tanto em pensamentos como em atos;
8. Sabendo que a Divindade Interior é o único Tribunal Real da Verdade, se esforçará para estabelecê-lo submetendo todos os assuntos ao seu Verdadeiro Final;
9. Reservará, todos os dias, um certo período à Meditação e à Oração, procurando se elevar nas asas do Amor e da Aspiração ao próprio Trono do Pai;
10. Sabendo que o fracasso reside apenas em deixar de lutar ante qualquer obstáculo, procurará paciente e persistentemente atingir o alvo proposto, procurando realizar os elevados ideais ensinados por Cristo.

Desses preceitos advêm os desafios. Vamos detalhá-los a seguir.

O Aspirante Espiritual da Fraternidade Rosacruz deve prestar a atenção e estar pronto, vigilante e encarar os seguintes desafios: ter sempre o Cristo, nosso Salvador e Redentor, como o seu ideal. Aquele que ele procura imitar na sua vida cotidiana. Para isso o Aspirante precisa conhecê-Lo. O Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos já fornece TODA a informação necessária e suficiente sobre quem Ele é e qual é a Sua missão para com o Aspirante, um ser da onda de vida humana. O Aspirante precisa conhecer o que Ele fez na sua primeira vinda. Os 4 Evangelhos da Bíblia fornecem farto material para ele saber e entender como Cristo se portou, o que ensinou, como ensinou e o que deixou para ele aprender e praticar. Afinal, como enfatiza Max Heindel: “os Evangelhos são fórmulas de Iniciação” e “cada passagem da vida do Cristo é exatamente cada passagem que o Aspirante viverá no seu caminho”. Assim, o bom Aspirante é um assíduo estudante da Bíblia, todos os dias.

Seguindo um dos dois Mandamentos do Cristo, que é enfatizado na Fraternidade Rosacruz, o Aspirante tem o desafio de um dia chegar a ser um Auxiliar Invisível Consciente que tem a principal missão de Curar definitivamente a doença e a enfermidade de cada pessoa (ou seja, curar o Corpo, a Alma e o Espírito). É a Cura Espiritual.

Para isso precisa conhecer o que realmente é isso, se preparar e praticar. Para conhecer, ele começa por entender como isso é feito. Volta aos Evangelhos e aos Milagres de Cura executados por Cristo e estuda os seus tipos, quando pode ocorrer e quando não pode, quando é obsessão e não é doença ou enfermidade e todos os outros detalhes de cada um deles. Para se preparar, ele começa com a leitura de livros e textos da Literatura da Fraternidade Rosacruz sobre a Cura Rosacruz, qual é o método utilizado, os diversos papéis que se exercem, o que é a Panaceia Espiritual e os outros detalhes do processo. O livro Princípios Ocultos de Saúde e Cura é a base e o Livro Astrodiagnose e Astroterapia: um Guia de Cura é o melhor para entender como se deve (e não de outra maneira) ser aplicada a Astrologia Rosacruz. Há muito outros em assuntos como O Mistério das Glândulas Endócrinas, O Papel da Música na Cura, A Teia do Destino, Princípios Rosacrucianos de Educação Infantil e outros.

Para praticar, ele faz, todos os dias, os exercícios para o seu treinamento esotérico denominados Rituais (Devocional do Templo, todos os dias; o de Cura nos dias específico; Equinócios e Solstícios nas vésperas desses acontecimentos cósmicos e de Véspera de Natal e outros específicos, dependendo do ponto onde está no Caminho da Preparação Rosacruz). Concomitantemente, faz, todos os dias, os dois Exercícios, o noturno de Retrospecção e o matutino de Concentração. Com o tempo de repetições e persistências em fazê-los cada vez com maior qualidade, sobrará tempo, à noite, para fazer parte das atividades como Auxiliar Invisível Inconsciente, nos trabalhos de Cura espiritual. Esse é o começo!

Outro Desafio é o sublimar o modo como é feito o seu relacionamento com as outras pessoas (independentemente de gênero, posição social, financeira, emocional, simpatia/antipatia, se tem algo que lhe interessa ou não, profissionalmente ou não). Aprende a olhar e somente considerar nos outros a “divina essência”, oculta em cada um, que é a base da Fraternidade, que será uma realidade para cada um na próxima Época, a 6ª, a Nova Galileia, onde o amor se fará altruísta e a razão aprovará seus ditames. E é somente nessa “divina essência” que ele foca quando se relaciona em pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras e/ou atos com alguém. Assim, e somente assim, ele garante que qualquer relacionamento é o servir seu semelhante, em qualquer oportunidade que se apresente, com amor, simplicidade e humildade.

Mais um desafio é a pratica da fé inquebrantável na Sabedoria e Bondade de Deus. No início de Estudante e no início de cada etapa se esforça por praticar a “fé infantil”, típica de quando se é criança, na qual não existe sombra de dúvida, conservando os Ensinamentos que recebe até comprovar para si mesmo a certeza ou o erro. Com certeza absoluta ele nada considera como fato estabelecido, porque compreende perfeitamente quanto é importante manter a sua Mente no estado fluídico de adaptabilidade que caracteriza a criança. Compreende, com todas as fibras do seu ser, que “agora vemos como em espelho, obscuramente” e está sempre alerta, anelando por “luz, mais luz”. E é assim que chegará à fé inquebrantável na Sabedoria e Bondade de Deus. E é por meio dela que ele chega ao ponto de viver amando o bem por ser o bem.

Procura ordenar sua conduta de acordo com este princípio, sem ter em conta seu benefício ou sua desgraça presente, ou os resultados dolorosos em algum tempo futuro. E é por meio dela que demonstrará a sua “fé por obras”, trabalhando de acordo com a Lei de Evolução, procurando falar, atuar e ver somente o Bem nos relacionamentos diários com seus semelhantes e com tudo que o rodeia. E aqui cabe salientar que o Aspirante já entendeu e procura viver sabendo que primeiramente satisfaz, buscando se provar no entendimento de que, no universo tudo é razoável. Isso o ajudará a triunfar sobre o seu rebelde intelecto. E, junto a isso, não mais fazer crítica a nada.

Junto à fé inquebrantável, cultiva e executa a verdadeira disposição de aceitar, provisoriamente, como verdade provável, afirmações que, de imediato, não pode constatar. Pois já sabe que então, e somente então, desenvolverá as faculdades superiores pelo treinamento esotérico. É nesse ponto que ele deixa de ser um simples ser humano de fé, para passar ao conhecimento direto.

Apesar disso, conforme progride no conhecimento direto e se habilita a investigar por si próprio, o Aspirante entende que há sempre outras verdades além do seu alcance. Sabe serem verdades, mas seu insuficiente avanço não lhe permite investigar. Ou seja, pratica a máxima de “um véu atrás do outro é levantado para se encontrar um véu após o outro por detrás”. E enquanto estiver usando somente a sua Mente concreta é isso que encontrará.

Outro Desafio é o de seus pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras e atos serem sempre norteados pela Verdade, Honestidade e Justiça que são as qualidades fundamentais do Espírito Virginal, o “você verdadeiro”, quando não manifestado em Ego (o Tríplice Espírito). E o fato de cair na tentação, não conseguindo expressá-los nos seus pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras e atos será um dos principais motivos de purgação quando fizer o Exercício de Retrospecção. Tendo uma certeza absoluta e inexorável de que ele é o que ele próprio escolheu; ele tem exatamente o que precisa, em bens materiais e suprafísicos; o que ele não tem é porque não precisa, no momento; quando ele precisar de mais alguma coisa, ela lhe será dada na medida e no momento exato; se ele a tivesse agora, lhe atrapalharia e o impossibilitaria de aprender o que precisa para dar um passo à frente, pelo que não inveja a nada e nem a ninguém. E se prepara para lançar sempre boas sementes para o amanhã, pois sabe que deve exercitar a prerrogativa divina do Livre Arbítrio. Enquanto o Aspirante não alcança a capacidade de poder ver, de um só relance, o passado e o presente e assim determinar as causas, as crises e as condições atuais para diagnosticar, conhecer a si mesmo e saber exatamente que lições tem a aprender, utiliza as muletas que tem – diagramas, livros, infográficos – dentre elas a Astrologia Rosacruz (vejam mais detalhes sobre isso no livro Cartas aos Estudantes nº 57). E aqui está a razão principal para todo e verdadeiro Aspirante Espiritual da Fraternidade Rosacruz se esforçar por aprender, por si só, a levantar seu tema astrológico, utilizando a Astrologia Rosacruz, desde o início até o seu final, com suas Progressões e Trânsitos, tanto para lhe ajudar, como para lhe dar a segurança necessária quando trabalhar na Cura Rosacruz.

Pratica o silêncio. Como um exercício bem preliminar que irá exercer como um voto quando for Iniciado, já na 1ª Iniciação Menor da Ordem Rosacruz. Entende e vivencia o ensinamento que nos diz que o silêncio, em verdade, é um dos maiores auxiliares para o crescimento da alma. Está convicto que está aqui encarnado para adquirir experiência, conquistar o mundo, se sobrepor ao eu inferior (criado, alimentado por ele mesmo) e alcançar o domínio próprio. E é por esse domínio próprio que busca, incessantemente, praticar o bom hábito da autossuficiência, repetidamente, de modo a transformá-la em uma virtude fundamental. Para isso procura se emancipar de toda dependência dos outros, se tornando autoconfiante no mais alto grau, de maneira a poder permanecer só em todas as circunstâncias e enfrentar todas as condições. Isso é o que difere o Método da Fraternidade Rosacruz de todos os outros sistemas existentes de desenvolvimento cristão espiritual.

Afinal, somente aquele que for tão bem equilibrado pode ajudar ao débil. Eis a razão do porquê de todo Estudante da Fraternidade Rosacruz efetuar seus exercícios esotéricos de Retrospecção, Concentração, Observação, Discernimento, Meditação, Contemplação e Adoração sozinho. Seguindo este método, se obtêm resultados mais lentamente. Porém, quando tais resultados aparecerem se manifestarão como poderes cultivados por ele mesmo, e poderão ser empregados independentemente dos demais.

Com essa técnica apurada, consegue retirar dos Ensinamentos Rosacruzes o que precisa para construir um caráter que, ao tempo em que desenvolve suas faculdades espirituais, lhe resguarda da tentação de perverter os poderes divinos, em busca do prestígio mundano.

Outro desafio muito importante é o estabelecimento do seu Tribunal Real da Verdade. O Verdadeiro Aspirante Espiritual da Fraternidade Rosacruz já chegou à conclusão de que o Eu Interno é o único tribunal da verdade.

Leva, consciente e persistentemente, todos os seus problemas e dificuldades ante este tribunal. Pois entendeu que assim desenvolve, com o tempo, um senso superior da verdade que, instintivamente, onde ouvir uma ideia avançada, sabe se ela é ou não correta e legítima. A Bíblia, em várias passagens, exorta para que ele esteja atento a todas as espécies de doutrinas que flutuam no ar e ao nosso redor, porque muitas são perigosas e perturbam a Mente. Livros são lançados para promover este, aquele ou outro sistema de filosofia. A menos que tenha estabelecido ou começando a estabelecer este Tribunal Interno da Verdade, ele pode ficar vagueando de um lugar para outro, sem encontrar descanso na sua vida e, no final, sabendo pouco mais ou talvez até menos do que no princípio. O Verdadeiro Aspirante Espiritual da Fraternidade Rosacruz nunca aceita, nunca rejeita ou nunca segue cegamente qualquer autoridade. Ele se esforça para estabelecer internamente o Tribunal Interno da Verdade.

Remete todos os assuntos a esse tribunal. Comprova todas as coisas e absorve firmemente tudo o que nele existir de bom. Dentre os instrumentos que são fornecidos pela Fraternidade Rosacruz, os Exercícios de Retrospecção noturna e de Concentração matutina são os melhores para ajudá-lo a construir e desenvolver esse Tribunal Interno da Verdade (veja mais detalhes no livro Cartas aos Estudantes nº 83).

Sabe que o assunto Oração merece uma profunda atenção e estudo. E pratica a verdadeira oração científica, pois já entendeu ser ela um dos métodos mais poderosos e eficazes para encontrar graça diante de nosso Pai, e receber a imersão na luz espiritual, que transforma alquimicamente o pecador em santo e o envolve com o Dourado Manto Nupcial de Luz, o luminoso Corpo-Alma. “Ora e Labora” é seu jeito de ser, pois também aprendeu que a oração por si só não pode efetuar essa transformação. Mas sim a sua vida inteira, tanto desperto como em sono, se torna uma oração para a iluminação e santificação.

Sabe que o fracasso reside apenas em deixar de lutar ante qualquer obstáculo. Como diz Max Heindel muito bem: “O único fracasso é deixar de lutar”. Por isso, procura, paciente e persistentemente, atingir o alvo proposto, ou seja, realizar os elevados ideais ensinados por Cristo através da sua vivência diária. Afinal, o Aspirante Espiritual só pode mostrar o que é na hora de adversidade. Pois, como se lê: “Deus prova aqueles a quem ama”, mas também lemos que “se Ele dá o fardo, dá juntamente, as forças para suportá-lo”. A luta valoriza o esforço e a vitória do Aspirante Espiritual da Fraternidade Rosacruz. E, se vez por outra ele cai, que importa?

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Que Posso Esperar “Vivendo a Vida”?

Que Posso Esperar “Vivendo a Vida”?

Uma pergunta, uma resposta.

Todo estudante Rosacruz, sincero em seus propósitos, é um autêntico “buscador da verdade”. E como tal, naturalmente, fará perguntas. Uma delas poderá ser esta: “Que posso esperar vivendo a vida conforme os ensinamentos contidos no Conceito Rosacruz do Cosmos? Vejamos, então.

Como a finalidade da vida não é o usufruto do prazer, mas a aquisição de experiências, estas tendem a absorver o dia-a-dia de quem está consciente desta verdade. Ainda assim, o estudante vê-se, amiúde, aspirando algo diferente. E deve ser assim mesmo, pois caso contrário não seria um aluno aplicado dos ensinamentos da Sabedoria Ocidental.

Quando isso ocorre as indagações podem, talvez, resumir-se numa só: o que é que está por tornar-se realidade?

Uma faculdade de deslocar-se conscientemente no Mundo do Desejo? Ter poder para curar os enfermos? Afinal, somos compassivos e sensíveis ao sofrimento alheio.

Max Heindel afirma em sua obra INICIAÇAO ANTIGA E MODERNA: “O ser humano sofre, continuamente, um processo de purificação, erradicador das substâncias mais inferiores e grosseiras que fazem parte de seus veículos. Com o tempo e mediante a evolução, esse trabalho de espiritualização, tornará “nossa carne” transparente e radiante. Radiante como o rosto de Moisés, o corpo de Buda e o Cristo na Transfiguração”.

Que quer dizer tudo isto para um estudante? Significa que deve compreender a necessidade de eliminar, na medida do possível, os pensamentos negativos, os desejos e emoções inferiores, e os hábitos nocivos, capazes de escravizá-lo, retardando sua realização espiritual.

O ódio e a inveja em relação ao próximo, a ironia, o desdém, a soberba e o ressentimento, degradam e obstaculizam a evolução. Uma influência negativa parece envolver e desprender-se de quem assim procede.

Aqueles mais sensíveis, via de regra, não se sentem muito à vontade em sua presença. Evitam-no até.

Um estudante cujos ideais e aspirações sejam elevados e fortes o suficiente para resistir aos apelos da natureza inferior, terá, por certo, grandes possibilidades de obter êxito em seus esforços anímicos. Mas, nem por isto deixará de frequentemente, ser perseguido pelas tentações. Haverá até ocasiões em que a dureza das provas conseguirá derrubá-lo, abalando seus anseios. Talvez sinta ímpetos de atirar-se novamente nos braços dos antigos e nocivos hábitos. São momentos difíceis, requerendo uma decidida capacidade de reação.

Em fases assim, de conflitos e incertezas, o aspirante vive, aparentemente, na tristeza. Procurando descartar sua própria desilusão, ele ora, ora, ora, clamando por uma luz, desejando ser guiado. Em seu nível espiritual passa a viver as agruras do Getsêmani. Finalmente, vencida esta etapa, crucifica seus baixos desejos, libertando sua vida espiritual.

Todo esse processo é essencialmente purificador. Enseja ao aspirante maior abertura em relação ao mundo em que vive e aos seres humanos. Desperta-lhe um profundo sentimento de compaixão em relação às falhas alheias, pelo reconhecimento da cegueira dos demais, em face de suas próprias vidas obscuras. Compassivo, compreensivo, faz-se mais cuidadoso e tolerante no trato com as pessoas.

A Páscoa, conforme narrada nos Evangelhos, indica a direção e a promessa de uma liberdade transcendental.

Cristo veio para apontar-nos esse caminho. Seu sacrifício em favor da humanidade, pelo trabalho de refinar o Corpo de Desejos da Terra, tornou accessível o caminho para a liberdade espiritual, através do Amor de nosso Divino Pai. Sua tentação, Sua angústia no Getsêmani, Sua crucificação e Sua ascensão, foram suportadas para que se nos surgissem perspectivas reais de elevação.

Consciente de sua responsabilidade, o estudante deve indagar-se: Estou me empenhando de maneira efetiva, no sentido de aliviar a imensa carga do Cristo?

A maneira mais eficiente de colaborar com o nosso Salvador é SERVINDO a humanidade. O serviço amoroso e desinteressado para com os outros, é o caminho mais curto, mais seguro e o mais agradável que nos conduz a Deus, assegura o Ofício Devocional Rosacruz. Em Deus somos livres, vivendo em plenitude. Max Heindel assegura-nos que nas entrelinhas do Conceito Rosacruz do Cosmos encontramos o Evangelho do Serviço.

Portanto, orientando-nos por essa linha de raciocínio, tornar-se-á clara uma resposta à indagação proposta no início deste artigo: vivendo os sublimes ensinamentos contidos na obra básica da Filosofia Rosacruz, o estudante logrará libertar-se, paulatinamente, de todas as limitações inerentes ao mundo material?. Essa transposição para um nível de consciência superior constitui nossa Páscoa interna, quando bradamos gloriosamente o CONSUMATUM EST.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: Preço nas Lições e nas Curas

Preço nas Lições e nas Curas

Pergunta: Entendemos que a Fraternidade Rosacruz considera um pecado pôr preço em suas lições ou em suas curas; mas não é “o trabalhador digno de seu salário“?

Resposta: No capítulo 10 do Evangelho Segundo São Mateus, Cristo disse aos seus Discípulos que fossem atrás das ovelhas perdidas de Israel e que pregassem o Evangelho e curassem aos enfermos. Porém, Ele também lhes ordenou “não levar ouro, nem prata, nem cobre em suas bolsas“, “nem alforje para o caminho“. No décimo capítulo da 1ª Epístola aos Coríntios, São Paulo também sustenta essa ideia: pregar o Evangelho gratuitamente. Conforme orientados pelos Rosacruzes, que seguem essa prática desde o princípio e nunca cobram nada por seus Ensinamentos, a Fraternidade Rosacruz não cobra nenhum valor financeiro, nem direta nem indiretamente.

Pergunta: Pode um Estudante Rosacruz cobrar por ensinar algo ou para curar?

Resposta: Nenhum verdadeiro Estudante Rosacruz, seguidor dos elevados Ensinamentos Rosacruzes, cobrará pelas lições ou pela cura nem solicitará quotas mensais, financeiras ou não. Isto o denunciará no ato como um impostor. Se tivermos fé e trabalhamos altruisticamente, Deus terá sempre cuidado com os seus e as manifestações de amor serão suficientes para satisfazer ao Aspirante à Vida Espiritual em suas necessidades.

Pergunta: Porém, isto não animaria a alguns a tomar tudo e não dar nada? Não estimularia o egoísmo em alguns?

Resposta: Sim, muitos frequentam as igrejas, conferências e aulas sem nunca deixar cair um único centavo na sacola de coleta, crendo que isto é desnecessário, a menos que se lhes acerquem e peçam, e naturalmente assim estes tomarão tudo e não darão nada.

Pergunta: Existe uma lei da natureza de que não podemos obter nada em vão?

Resposta: Sim, eles não raciocinam sobre o assunto desde o ponto de vista das Leis de Deus, as quais operam silenciosamente por meio da Lei de Causa e Efeito; alguma vez e em algum lugar estas dívidas serão cobradas da alma que pensa que está correndo através da vida, defraudando, tomando tudo e não dando nada em troca. “Eu darei o pagamento, diz o Senhor“.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz – abril/1981 – Fraternidade Rosacruz)

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