Em Busca do que é a Verdade nessa Vida que vivemos aqui
No Evangelho Segundo São João, capítulo 18, versículos 37-38 temos a conversa entre Cristo Jesus e Pilatos:
“- Disse Cristo Jesus: Para isso nasci, para isso vim ao mundo, para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que é da Verdade ouve a minha voz.
– Disse-lhe Pilatos: O que é a Verdade?”
E nós aqui perguntamos: O que é a Verdade?
Será que a Verdade é o que vemos com os nossos olhos físicos? O que sentimos? O que ouvimos? Será que são as nossas posses? Nossos recursos intelectuais, emocionais, sentimentais?
Não… Essas coisas são muito limitadas para serem a Verdade.
Essas explicações e outras que são demonstráveis material ou concretamente e que tencionam explicar tudo sobre o ser humano e seu meio só satisfazem o intelecto, a Mente.
Raciocinar nesse Mundo dos Fenômenos, dos Efeitos, em que vivemos buscando a verdade é ilusão.
O que temos aqui são os efeitos da Verdade que se expressa como causas nos Mundos superiores.
Como disse Cristo:
“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.”
Contudo, como conheceremos a Verdade, estando aqui vivendo neste Mundo dos efeitos, dos fenômenos, onde tudo está obscurecido ou torcido, irreconhecível sob essas condições ilusórias?
À medida que deixemos de lado todas as nossas aspirações para aquisições materiais, buscando amontoar tesouros no céu, quanto mais servirmos amorosa e desinteressadamente tanto mais rapidamente conheceremos a Verdade e, então mesmo vivendo neste Mundo dos fenômenos, poderemos falar como um Iniciado:
“Vivo neste Mundo, mas não sou deste Mundo”.
Portanto: para uma pessoa que um dia parou para pensar e chegou à brilhante conclusão que não sabe nada sobre o assunto, e, como diz Max Heindel, compreendeu sua ignorância e, assim, deu o primeiro passo para o conhecimento desse assunto, sente internamente, que algo maior existe e aspira conhecer a Verdade, mesmo sabendo que dificilmente alcançará pelos próprios meios.
Todavia, o que é esse “sentir internamente”? Não é nada mais, nada menos do que o coração aspirando por esclarecimentos mais profundos.
Vamos a um exemplo:
Quantas vezes estamos trabalhando afincadamente para resolver um problema e por mais que fazemos não conseguimos chegar à conclusão alguma.
Aí, eis que um belo dia, sem mais nem menos, um fio de intuição nos dá a solução que satisfaz todos os requisitos.
Nesse momento paramos para pensar no dito popular:
“O coração tem razões que a própria razão desconhece”.
E mais: todo ato motivado por uma intuição pura raramente deixa de produzir um resultado positivo.
Aqui surge mais uma pergunta: O que é a intuição? Ou, ainda, para não fugirmos do assunto: e o que ela tem a ver com a busca da Verdade?
Para entendermos o que seja a intuição, precisamos entender os nossos três tipos de Memória todas relacionadas com a nossa Mente, que nos conduz à Região Abstrata do Mundo do Pensamento, onde começa a realidade, e, portanto, o vislumbre da Verdade. Porque nesse reino de realidades abstratas a Verdade não está obscurecida pela matéria. Ela é evidente por si mesma.
A Memória Consciente, também conhecida como Memória Voluntária, está Relacionada totalmente com as experiências desta Vida. Basicamente é formada pelas ilusórias e imperfeitas percepções dos nossos 5 sentidos: olfato, audição, visão, paladar e tato. Essas percepções são gravadas no Éter Refletor do nosso Corpo Vital como impressões dos acontecimentos. Tais impressões podem ser modificadas ou até apagadas. Temos acesso instantâneo a ela. De onde se veem duas coisas: Os nossos 5 sentidos sãos os veículos da Memória Consciente e as diversas regiões do Cérebro são os pontos onde acessamos para compor a nossa Memória Consciente. Experimente fechar os olhos e lembrar de algo. Acabou de utilizar a sua Memória Consciente ou Voluntária.
É através da utilização dessa nossa Memória e da execução persistente do exercício da Observação como um dos exercícios do método para adquirir o conhecimento direto (detalhado no Conceito Rosacruz do Cosmos) que compreendemos o que Cristo quis dizer no Evangelho Segundo São Marcos, capítulo 8, versículo 18 com: “Tendes olhos e não vedes. Tendes ouvidos e não ouves.”.
A Memória Subconsciente, também conhecida como Memória Involuntária, relaciona-se totalmente com as experiências desta vida. Basicamente é formada pelo Éter contido no ar que aspiramos. Esse Éter leva consigo uma imagem fiel e detalhada de tudo o que está em nossa volta, tenhamos observado ou não. Portanto, muito mais precisa na gravação do que a Memória Consciente ou Voluntária. Esse ar impregnado com o Éter chega aos nossos pulmões através das vias respiratórias. Do pulmão é absorvido pelo sangue no processo de oxigenação. Através das quatro Veias Pulmonares o sangue chega até a Aurícula esquerda do Coração. E passando pela Válvula Mitral, o sangue vai até o Ventrículo Esquerdo. No Ápice desse Ventrículo está localizado o Átomo-semente do nosso Corpo Denso, o físico. O sangue ao passar por aí deixa gravado nesse Átomo-semente todo pensamento, emoção, desejo, sentimento, palavra, obra, ação e ato registrado no Éter que o acompanha. De onde se veem duas coisas: o sangue é o veículo da Memória Subconsciente e esse registro é a nossa Memória Subconsciente.
Assim, esse Átomo-semente contém as recordações de toda a vida nos seus mínimos detalhes e são essas imagens que serão tanto o árbitro do nosso destino após a morte, como a base da nossa vida futura. Isso ocorre as 24 horas do dia, 7 dias por semana desde a nossa primeira respiração que inalamos ao nascer até o último alento ao morrer.
Também tais impressões podem ser modificadas ou até apagadas por meio de outro exercício do método para adquirir o conhecimento direto, o exercício de Retrospecção (detalhado no Conceito Rosacruz do Cosmos).
Não temos acesso instantâneo a essa Memória. Daqui vemos a importância de se ter um Corpo são, pois o estado do sangue afeta o cérebro e todos os outros órgãos do nosso Corpo.
A Memória Supraconsciente contém todas as nossas faculdades e conhecimentos adquiridos em todas as vidas anteriores. Ou seja: está relacionada com as nossas vidas passadas e não com esta como as outras duas Memórias. É o resultado de todas as nossas lições aprendidas em todas as nossas vidas passadas. É o que entendemos como Verdade. Verdade segundo o nosso ponto de vista. Essas faculdades e conhecimentos são gravados no nosso veículo Espírito de Vida. O nosso Espírito de Vida está permanentemente em estreito contato com o nosso coração. Pois, o nosso Espírito de Vida é a contraparte superior do nosso Corpo Vital e tem o seu assento secundário no nosso coração. O Espírito de Vida é um dos nossos três veículos espirituais e que retrata o amor e a unidade. Por isso o coração é o foco do amor altruísta.
Esse nosso veículo do Espírito de Vida funciona no Mundo do Espírito de Vida. Esse Mundo é o primeiro Mundo, de baixo para cima, onde cessa toda a separatividade, onde o cotidiano é a Fraternidade Universal e é onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza.
O Espírito de Vida vê mais claramente no seu Mundo do que em qualquer um dos Mundos mais densos. Contudo, as recordações gravadas na Memória da Natureza, quando trazidas pelo Espírito de Vida, não voltam pelos nossos sentidos físicos, mas sim por meio do Éter Refletor do nosso Corpo Vital.
Assim, quando estamos com algum problema, podemos utilizar nosso veículo Espírito de Vida para buscar a solução, a verdadeira solução. Essa solução é enviada através do Éter Refletor até o nosso coração, como orientação e iniciativa. Tão logo a recebe, o nosso coração a retransmite ao nosso cérebro através do Nervo Pneumogástrico. Isso é como se torna impulso emanado diretamente da fonte da sabedoria e do amor cósmico. O processo é extremamente rápido. O nosso coração o elabora muito antes da nossa Mente, mais lenta, poder considerar a situação. Normalmente, esse impulso atua como: consciência e caráter. Ou, ainda, compele a ação com uma força tão grande que chega até a contradizer a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos.
Perceba que, para compelir a ação esse impulso não precisa se envolver em matéria Mental ou de Desejos, como ocorre com as nossas ideias. Pena que, na maioria dos casos, após esse verdadeiro impulso intuitivo, vem o raciocínio e o cérebro acaba dominando o coração.
Em outras palavras: a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos frustram o nosso próprio objetivo e, assim, junto com os nossos Corpos sofremos as consequências. De qualquer modo, quanto mais estivermos dispostos a seguir essa orientação da nossa Memória Supraconsciente, tanto mais frequentemente ela falará, para o nosso próprio benefício.
Com isso vemos que através da utilização mais frequente da nossa Memória Supraconsciente podemos aplicar a Verdade aqui na nossa vida cotidiana. Daqui percebemos que tanto a fé como o conhecimento são somente meios para se chegar a um fim comum: chegar a Deus.
E para chegar a Deus precisamos buscar a união entre o Coração e Mente. Equilibrando a nossa fé com as ações.
Pois quando as perguntas da nossa Mente são respondidas, o nosso coração está livre para amar. E, ajudada pela nossa intuição, a nossa Mente pode penetrar nos mistérios do nosso ser.
Esse equilíbrio é fundamental para chegarmos a um conhecimento mais verdadeiro de nós próprios e do mundo que vivemos. E, portanto, entenderemos que buscar a verdade aqui, não é mais nada senão buscar viver a vida superior. Despojarmo-nos do nosso egoísmo e viver o bem pelo simples prazer de fazer o bem.
Quanto mais acharmos difícil é porque estamos perto de conseguir o objetivo, pois nisso estamos mostrando que já compreendemos a luta interna, aqui dentro, entre o nosso “eu inferior”, a personalidade, e o nosso “eu superior”, a individualidade, o Ego, o que realmente somos.
Uma luta árdua, constante, sem descanso. E uma vozinha lá dentro, baixinha, mas firme, a nos empurrar para cima e para frente, dizendo-nos, constantemente: “O único fracasso é deixar de lutar”.
Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz
Mês de Agosto: Senhor Cristo reconstrói o Seu Corpo Espírito de Vida
Durante Julho e Agosto, quando o Sol está em Câncer e Leão, o Cristo reconstrói o seu veículo – na verdade, um Corpo – do Espírito de Vida, que trará ao mundo e, com esse veículo, Ele voltara voltará a rejuvenescer a Terra e os reinos que nela evolucionam.
Durante o mês de agosto, onde estamos na estação de inverno – para o Hemisfério Sul, as influências cósmicas fornecem o maior auxílio para o discípulo aspirante para fazer do amor a foça dominante e motivadora da sua vida. É tempo para embelezar cada palavra, pensamento e ato seu com essa magia do coração.
O décimo terceiro capítulo da Segunda Epístola de São Paulo aos Coríntios, uma das maiores canções de amor da alma, é o mantra perfeito tanto para meditação como para a motivação, durante o período em que o Sol está transitando pelo Signo majestoso de Leão.
Quando o Sol deixa o seu trono no Solstício de Junho, a 21 de junho, entra no Signo de Leão – o Leão de Judá (de 24 de julho a 23 de agosto). Temos então a festa católica da “Assunção”, a 15 de agosto, com o Sol em Leão. Daí ele avança em direção ao seu nodo ocidental e entra no Signo de Virgem a 22 de agosto. Assim, é como se a Virgem nascesse do Sol.
Sobre a festa católica da Assunção e seu paralelo na astronomia: “No final de oito meses, quando o deus-sol – o Cristo – tendo aumentado, atravessa o oitavo Signo, Ele absorve a Virgem celestial em seu curso de fogo, e Ela desaparece no meio dos raios luminosos e da glória de seu filho. Este fenômeno, que acontece todos os anos em meados de agosto, deu origem a um festival que ainda existe, e na qual se supõe que a mãe de Cristo, deixando de lado sua vida terrena, está associada com a glória de seu filho, e é colocado ao seu lado no céu. O calendário romano de Columella (Col. 1. II. cap. ii. p. 429) assinala a morte ou o desaparecimento de Virgem neste período. O Sol, diz ele, passa por Virgem no décimo terceiro dia antes das calendas de setembro. Este é o lugar onde os católicos dão lugar à Festa da Assunção, ou o reencontro da Virgem com seu Filho. (Você pode ter mais material para estudos em: Interpretação Mística da Páscoa – Alegorias Astronômicas da Bíblia – Max Heindel; O Maravilhoso Livro das Épocas – Vol. VI – Vol. VII – Vol. X – Corinne Heline; Os Ensinamentos Secretos de todos os tempos – Manly P. Hall))
De acordo com a Bíblia o ser humano é composto de três partes: Corpo, Alma e Espírito.
Cada um de nós é um Espírito Virginal da Onda de Vida humana. Um ser que começou o seu desenvolvimento no Período de Saturno e o terminará no Período de Vulcano, pelo menos no que se refere a este Grande Dia de Manifestação.
Um membro da Onda de Vida dos Espíritos Virginais. Diferenciados dentro de Deus como chispas de uma Chama, com as mesmas qualidades dela e capazes de se expandir até se converter em chamas.
“E os Elohim formaram o homem à sua semelhança e imagem” (Gn 1:27). Portanto, em todos os Espíritos Virginais estão contidas todas as possibilidades de Deus, inclusive o germe da vontade independente, o livre arbítrio, que nos torna capazes de originar novas fases, além das latentes, fases originais, o que corresponde à faculdade da Epigênese.
Vemos, portanto, que é um fato que: “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”. Nada pode existir fora de Deus.
A Onda de Vida dos Espíritos Virginais forma a Hierarquia Criadora de Peixes. Uma Hierarquia Criadora é um grupo de seres duplos ou bissexuais que coletivamente são Deus (chamados de Elohim no Gênesis) e que trabalham ativamente para se cumprir o plano evolutivo criado por Deus neste Grande Dia de Manifestação – em Gn 22:1: “Assim foram acabados os céus, a terra e todo seu exército”.
Como cada Hierarquia Criadora tem seu trabalho no Plano Evolutivo de Deus, nós também temos o nosso. E temos, ao nosso cargo, a Evolução da Onda de Vida que começou no Período Terrestre e que hoje anima os minerais.
Atualmente estamos trabalhando com eles por meio da imaginação, dando-lhes formas, fazendo com eles: livros, edifícios, pontes, máquinas, carros, etc…
Perceba que só trabalhamos com as formas minerais dos três reinos inferiores. Contudo, não podemos trabalhar com a vida que as anima. Isso porque, atualmente, a nossa Mente está no estado ou forma “mineral”. Tempo virá em que poderemos “imaginar formas que viverão e crescerão”. E depois, criar “coisas com vida, sensíveis e capazes de crescer”. E por último, seremos capazes de “imaginar a criação de seres que viverão, crescerão, sentirão e pensarão”.
Em harmonia com o Esquema da Evolução, traçado por Deus, cada Hierarquia só entra em atividade quando tenham sido criadas condições necessárias para o seu trabalho. Os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana, nós, só entraram em atividade quando as Hierarquias Criadoras prepararam as condições para o seu desenvolvimento.
Cada Hierarquia tem o seu trabalho. Por exemplo, os Anjos, a Hierarquia Criadora de Aquário, têm como objetivo conquistar, dominar e funcionar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico. Tornaram-se especialistas na matéria dessa região. Para isso tiveram que descer a essa Região e aprender como lidar com tal matéria. Foi-lhes fornecido todo tipo de ajuda para tal, desde alimentação até instruções, experiências e orientação. Conquistarão e expandirão sua consciência nos quatro Mundos superiores a essa Região do Mundo Físico.
Do mesmo modo, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana têm como objetivo conquistar, dominar e funcionar conscientemente na Região Química do Mundo Físico. Devem se tornar especialistas na matéria dessa Região. Peritos na construção das formas constituídas de substâncias minerais químicas. Para isso tivemos que descer a essa Região e estamos aprendendo como lidar com tal matéria. Tivemos que adquirir a consciência de nós próprios. Portanto, “somos a vida que se juntou à forma, para, por meio de Deus, obter consciência”. Aperfeiçoaremos os nossos veículos e expandiremos a nossa consciência nos cinco Mundos superiores a essa Região do Mundo Físico, por nosso esforço e vontade. Estamos aprendendo, através da experiência, como fazer isso.
O Espírito é um só, entretanto, observado do Mundo Físico, ele refrata-se em três aspetos: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano. Como Deus, que nos criou, refrata-se em três: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Cada um desses aspectos corresponde a um aspecto da Deidade.
E na oração o Pai-Nosso, fornecida por Cristo, cada um expressa a sua adoração. O Espírito Humano é a contraparte do Espírito Santo (Jeová): “Santificado seja O vosso nome”. Ele expressa a ATIVIDADE, o MOVIMENTO, atributos do Espírito Santo.
O Espírito de Vida é a contraparte do Filho (Cristo): “Venha a nós o Vosso reino”. O reino do Filho, da Fraternidade Universal. Ele expressa o AMOR, a SABEDORIA.
O Espírito Divino é a contraparte do Pai: “Faça-se a Tua vontade”. Reverenciando a onipotência do Pai. Ele expressa o Poder, a Vontade.
Durante a involução, conforme nós passamos por cada Mundo vindo em direção à Região Química do Mundo Físico, foi despertado cada um desses aspectos, por cada uma das Hierarquias Criadoras que nos ajudaram.
Assim, quando entramos no Mundo do Espírito Divino, foi despertado o nosso Espírito Divino pelos Senhores da Chama.
Descendo a um grau a mais de densidade, mergulhamos no Mundo do Espírito de Vida. Então, foi despertado o nosso Espírito de Vida pelos Querubins.
Depois, descemos a mais um grau de densidade, e entramos na Região Abstrata do Mundo do Pensamento. Quando, então, foi despertado o nosso terceiro aspecto: o Espírito Humano, pelos Serafins. Quando isso aconteceu, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana perderam a onisciência, pois essa Região é a primeira Região separatista, de cima para baixo.
Assim, já não podendo descerrar seus véus (os três aspectos) para observar as coisas exteriores (espirituais) ou perceber os outros, nos vimos forçados a dirigir a consciência para dentro, ali encontrando nosso próprio “EU” ou EGO, separado e à parte de todos os outros à nossa volta. Foi assim que os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana se viram envoltos no seu Tríplice Espírito.
Perceba que é o Espírito Humano que encerrou o Espírito Virginal. É a capa externa – é o Ego.
Portanto, o Ego humano é um Espírito Virginal da Onda de Vida humana envolto em um Tríplice Véu de matéria que obscurece sua consciência divina original.
Nosso atual Esquema de Evolução é dividido em duas partes: a involução e a evolução. Durante a involução, o Ego mantém a ilusão da separatividade. O Ego vai descendo na matéria, entrando em Mundos e em Regiões de maior densidade.
Assim, já é fácil deduzir que o Espírito Virginal da Onda de Vida humana precisava funcionar conscientemente no Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo e Mundo Físico. Entretanto, para funcionar num determinado Mundo (ou Região desse Mundo) e expressar as qualidades que lhe são realizáveis é necessário construir um veículo formado de matéria desse Mundo. Para funcionarmos na Região Química do Mundo Físico precisamos de um Corpo Denso. Para expressar vida e crescimento, ou as outras qualidades da Região Etérica do Mundo Físico, precisamos de um Corpo Vital. Para expressar sentimentos, desejos e emoções precisamos de um Corpo formado de matéria do Mundo do Desejo, ou seja, de um Corpo de Desejos. E para manifestar o pensamento, precisamos de um veículo formado de matéria da Região do Pensamento Concreto, ou seja, de uma Mente. Esses são os instrumentos que utilizamos atualmente; cada um em seu estágio de evolução; todos interpenetrados; sendo que a Mente é o elo entre esse Tríplice Corpo e o nosso Tríplice Espírito.
Para que pudéssemos possuir cada um desses Corpos e veículos, as Hierarquias Criadoras nos deram o germe, ou irradiaram de si mesmo o germe de cada um deles.
No Período de Saturno, os Senhores da Chama irradiaram de si mesmo o germe do Corpo Denso. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado ápice do coração.
No Período Solar, os Senhores da Sabedoria irradiaram de si mesmo o germe do Corpo Vital. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado Plexo Celíaco.
No Período Lunar, os Senhores da Individualidade irradiaram de si mesmo o germe do Corpo de Desejos. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado fígado.
E, por fim, agora no Período Terrestre, os Senhores da Mente irradiaram de si mesmo o germe do veículo Mente. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado meio do sinus frontal.
Cada um desses germes serviu para o Ego humano (ou o Espírito Virginal envolto no Tríplice Espírito) aprender a construir cada corpo e veículo durante a involução.
Eles continham, e ainda contêm, o núcleo para a formação de cada Corpo e de cada veículo.
Hoje cada um desses Átomos-sementes forma parte de todos os veículos já usados por um Ego humano. Esses Átomos-sementes estão ligados entre si pelo Cordão Prateado, enquanto estamos aqui renascidos, nesta vida. E é esse Cordão Prateado que mantém unidos os veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente.
Durante a involução, ou seja, do início do Período de Saturno até à Época Atlante no Período Terrestre as energias dos Espíritos Virginais da Onda de Vida humana estavam dirigidas para dentro, para a construção desses Corpos e veículos. Essas energias são as mesmas que o ser humano hoje emprega para construir casas, pontes, estradas e qualquer coisa que melhore as condições externas na Região Química do Mundo Físico.
O caminho que compreende a involução e evolução desse Esquema de Evolução é a peregrinação dos Espíritos Virginais da Onda de Vida humana da total inconsciência à consciência individual.
Hoje nos reconhecemos como um indivíduo, um ser pensante, unidos no Corpo místico de Deus, mas separados um do outro, um criador, como o nosso Pai que nos criou.
Esses Corpos e veículos são os instrumentos de trabalho do Ego humano. Como diz São Paulo em ICor 15:44-45: “Se há um corpo animal <Corpo Denso e Vital>, também há um espiritual <Corpo de Desejos e Mente>. Como está escrito: ‘o primeiro ser humano, Adão, foi feito alma vivente; o segundo Adão é Espírito vivificante’”.
É por meio deles que o Ego humano obtém a experiência. Como disse São Paulo em ICor 6:13-20: “Não sabeis que o vosso corpo é Templo do Espírito Santo, que habita em vós, O qual recebeste de Deus (…), glorificam, pois, a Deus no vosso corpo”.
Assim, cada aspecto do Tríplice Espírito trabalha sobre um dos três Corpos.
Novamente, na oração do Pai-Nosso podemos ver como isso se dá: O Espírito Divino pede à sua contraparte, o Deus Pai, pelo Corpo Denso: “O pão nosso de cada dia”.
O Espírito de Vida pede à sua contraparte, Deus Filho, pelo Corpo Vital: “Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.
O Espírito Humano pede à sua contraparte, Deus Espírito Santo, pelo Corpo de Desejos: “não nos deixeis cair em tentação”.
Por fim, os três aspectos (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano) se juntam na súplica pela Mente ao Pai, Filho e Espírito Santo: “livrai-nos do mal”.
Vale a pena lembrar que qualquer trabalho sobre um Corpo reflete em todos os outros. Por isso é importantíssimo o Aspirante à vida superior cuidar de cada um dos seus Corpos da melhor maneira possível. Sem isso é impossível se desenvolver espiritualmente em uma Escola como a Fraternidade Rosacruz.
Os três aspectos (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano), ou nossos veículos superiores, possuem assentos particulares no Corpo Denso.
O Espírito Humano possui um assento na Glândula Pineal e no sistema nervoso cérebro-espinhal. O Espírito de Vida possui um assento no Corpo Pituitário e no coração. O Espírito Divino possui um assento na impenetrável área conhecida como raiz do nariz.
Quando nós obtivemos o domínio dos nossos corpos por meio do foco mental, da Mente, começamos a desenvolver a Alma, trabalhando de dentro dos nossos Corpos. A Alma também é Tríplice. Cada vez que agimos bem, praticamos boas ações, servindo altruisticamente, a Alma Consciente cresce, e o Espírito Divino a assimila do Corpo Denso, assentando sua consciência. Cada vez que sentimos o bem, esforçando-nos por ter desejos e sentimentos superiores, emoções elevadas, alimentamos a nossa Alma Emocional e o Espírito Humano a assimila do Corpo de Desejos. Cada vez que exercitamos a nossa memória, originando a simpatia, ligando as experiências, alimentamos a nossa Alma Intelectual e o Espírito de Vida a assimila do Corpo Vital. Portanto, a Alma nada mais é do que o produto espiritualizado dos nossos Corpos; é a quintessência desses, o seu poder ou a sua força. É através desse trabalho que o Ego humano adquire a perfeição de cada um dos Corpos.
E nesse trabalho, percorrendo a parte conhecida como evolução desse Esquema de Evolução, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana vão da consciência de vigília (que temos agora) à onisciência, da impotência à onipotência. A evolução da vida, da consciência e da forma; a tríplice manifestação do Espírito Virginal da Onda de Vida humana, completando o Plano de Deus que nos criou neste Grande Dia de Manifestação.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Poder espiritual: muitos anelam, mas poucos sabem no que ele constitui
A Filosofia Rosacruz descreve surpreendentemente todo o processo pelo qual o ser humano, desde a condição de chispas divinas, abandonou sua pátria celeste e iniciou o processo de manifestação individual. O objetivo dessa manifestação era de transformar cada chispa, que possuí toda a divindade em potencial dentro de si (assim como uma semente é uma árvore em potencial), em um Deus dinâmico criador e desenvolvido.
Para essa aquisição grandiosa, teve que receber veículos que permitisse esse processo. Assim como Deus é tríplice (Pai, Filho e Espírito Santo) o ser humano, Sua imagem e semelhança, também se manifestou de modo tríplice: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano (o Ego).
Contudo, tal condição, apesar de necessária, não era suficiente. O Ego também deveria possuir uma ferramenta material correspondente a cada Espírito que recebeu. Somente assim poderia viabilizar o desenvolvimento do inato potencial divino que possui. A ferramenta do Espírito Divino é o Corpo Denso, o físico. O modo pelo qual o Espírito Divino pode desenvolver sua potencialidade depende daquilo que o Ego extrai de experiências produzidas pelo Corpo Denso. A essência dessa experiência é denominada Alma Consciente (ou quintessência do Corpo Denso). Aquilo que o Ego extrai das experiências produzidas pelo Corpo Vital, constitui o alimento do Espírito de Vida. Esse alimento é denominado Alma Intelectual (ou quintessência do Corpo Vital). Finalmente, o que o Ego extrai do Corpo de Desejos constitui o alimento do Espírito Humano. Tal produto é denominado Alma Emocional (ou quintessência do Corpo de Desejos). O verdadeiro poder espiritual é exatamente o quanto de Alma pode-se produzir. Quanto mais Alma ou crescimento anímico (essência das experiências), maior será o poder espiritual do Ego. Todo o restante sobre o significado do que é poder espiritual, é fantasia ou vaidade.
O objetivo da vida é empregar todo o esforço possível para amalgamar ao Ego as experiências que constituem a Alma. De modo prático, isso é feito pelo trabalho que realizamos no mundo. Não é raro encontrarmos pessoas sonhadoras, anelando por dons espirituais, conhecimento da verdade e luz espiritual. Juntamente a esse forte desejo, também está a fraca compreensão e decisão de trabalho direcionado a renunciar as más intenções pessoais, que é condição sine qua non* para aquisição desse poder. Além disso, mesmo que um Mestre deseje iniciar um discípulo, este último deve possuir o poder para tal. Se faltar energia elétrica, jamais poderá acender uma lâmpada, mesmo que a pessoa tenha a lâmpada e os fios necessários para acendê-la.
Quando se diz que o trabalho de aquisição de poder espiritual se dá pelo trabalho no mundo, estamos referindo ao momento único pelo qual é possível realizar progressos espirituais: o momento em que o Ego está renascido aqui. Aqui, na Região Química do Mundo Físico, tão desprezada por alguns espiritualistas, o ser humano está em condições perfeitas e com a cadeia completa de Corpos (Denso, Vital, Desejos) e Mente, para aproveitar as oportunidades de testar a vontade do Tríplice Espírito. Isso permite o desenvolvimento de seu poder até que atinja maturação espiritual.
É Lei de Polaridade a seguinte afirmação: O poder espiritual se adquire durante o renascimento na matéria. A Escola de Sabedoria Ocidental, também conhecida como Fraternidade Rosacruz, é uma escola “inversa”. Quando um Discípulo ocidental descobre o que significa o poder espiritual, e o que ele deve fazer para adquiri-lo, jamais permanece em condição alheia ao mundo e a seu ambiente. Pelo contrário, inicia um processo de trabalho incessante jamais ocorrido em sua vida.
Novamente, não é raro encontrarmos pessoas que anelam poder espiritual ou a tão almejada união com Deus. Deste modo, iniciam uma vida de muita meditação, muito estudo, muita especulação, muito discurso, muito egocentrismo, poucos relacionamentos, pouco movimento e nenhum serviço. Conforme o tempo vai passando, o aspecto material torna-se totalmente abandonado e em desordem. O renascimento, momento pelo qual é a única condição em que o Ego pode se desenvolver em plenitude, é desperdiçada com justificativas metafísicas.
Essa condição nos faz lembrar o poema A Lenda Formosa, de Henry H. Longfellow e também a história do asceta. Essa última é descrita abaixo:
Um asceta estava meditando em uma caverna. De repente, um rato entrou e deu uma mordida em sua sandália. Aborrecido, o asceta abriu os olhos.
– Por que você está perturbando a minha meditação?
– Estou com fome – guinchou o rato.
– Vai embora, rato louco – pregou o asceta. – estou procurando a união com Deus. Como se atreve a me perturbar?
– Como espera tornar-se um com Deus – perguntou o rato – se nem mesmo consegue tornar-se um comigo?
A ingenuidade é filha da ignorância. É bastante nobre o desejo de busca por poder espiritual, mas é muito mais nobre ser capaz de compreender a responsabilidade e o equilíbrio necessário que esse poder exige.
“Falei eu com o meu coração, dizendo: Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houveram antes de mim em Jerusalém; e o meu coração contemplou abundantemente a sabedoria e o conhecimento. E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras, e vim a saber que também isto era aflição de espírito. Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor”. (Ecl 1:16-18)
O conhecimento deve ser mesclado com amor. A razão deve guiar o sentimento, do mesmo modo como um cano direciona o curso da água. Já o amor, permite que uma pessoa iniba sua tendência egoísta de fazer justiça a todo preço, afinal à lógica mostra que um pecador deve pagar o preço pelos seus erros. Sem um guia, o amor pode ser desperdiçado ou mal dosado; sem amor, a razão pode gerar ainda mais separatividade.
O poder espiritual somente será alcançado por aqueles que aprenderam a equilibrar os sentimentos com a razão (o lado místico com o lado ocultista; a cabeça e o coração). Sem esse equilíbrio, não poderá receber e acessar as verdades que os planos internos oferecem. Por mais estranho que possa ser, a incompreensão de toda a verdade, pela falta de poderes espirituais, favorece a evolução do próprio homem.
Não é raro verificar pessoas que já conhecem os mecanismos da Lei de Causa e Efeito e sobre o Livre arbítrio relatarem a seus familiares que atos errantes produzirão efeitos desastrosos no futuro (ex.: hábito de fumar e aparecimento de câncer; má alimentação e obesidade contribuindo para hipertensão ou diabetes). E que se isso ocorrer, não poderão fazer nada em seu favor, afinal, todos são livres e devem ter a responsabilidade de assumir as consequências futuras dos atos presentes.
Essa mesma pessoa, no entanto, possui um filho que tem uma síndrome genética acompanhada de retardo mental. Por não ter habilidades espirituais, como a capacidade de realizar a leitura na Memória da Natureza, ele é incapaz de verificar que esse filho, em outras vidas, realizou atos bem piores em relação aos atos presentes de seus outros familiares ou amigos. Por desconhecer os pecados passados de seu filho, ele o acolhe com muito amor e consegue a união com ele (união que o Asceta não conseguiu com o rato).
A conclusão lógica desse fato é: será que o Aspirante está realmente preparado para ter poderes espirituais e conhecer a verdade? Um dos principais motivos de ação do ser humano atual é a justiça aliada ao egoísmo e se ainda lhe fosse dado poderes espirituais, jamais o equilíbrio das desarmonias que geramos no passado seria atingido. Sábios são os Líderes da humanidade que nos mostram pelo exemplo que somente pelo amor, desprendimento e muito trabalho, enquanto renascido aqui e agora, é que o ser humano poderá se tornar UM COM TODOS E COM DEUS, é lhe será possível despertar seus poderes espirituais.
*Sine qua non ou condição sine qua non originou-se do termo legal em latim para “sem o qual não pode ser”
Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz
É fato que tanto o altruísmo impulsionado por Cristo, ano após ano, quanto a gradual expansão de consciência, promove alterações na dinâmica do funcionamento biológico de partes do Corpo Denso do ser humano. Tais mudanças são efeitos de alterações na composição de outros Corpos mais sutis e das alterações da composição atmosférica da Terra. O presente artigo busca descrever parte destas mudanças graduais, que está estreitamente relacionada à promoção de maior longevidade e até mesmo a tão mal compreendida vida eterna.
Para fins didáticos, o texto é divido em três partes:
Parte I – Recapitulação do modo como o ser humano tornou-se consciente no Mundo Físico
A recapitulação do modo pelo qual ser humano tornou-se consciente do Mundo Físico se faz necessária para traçar uma linha de referência de seu desenvolvimento. Conforme bem explorado pela Filosofia Rosacruz, o Espírito Virginal desceu dos mundos superiores na involução. Com o propósito de desenvolver os três princípios divinos (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano) que herdou de Deus (pois tal como Deus, quando se manifesta, o faz de forma tríplice – Pai, Filho, Espírito Santo), o ser humano, criado a Sua imagem e semelhança, por ação recíproca constituiu três Corpos compostos por materiais correspondentes aos Mundos pelos quais passava – o Corpo Denso, oitava inferior do Espírito Divino (Pai); o Corpo Vital, oitava inferior do Espírito de Vida (Filho); e o Corpo de Desejos, oitava inferior do Espírito Humano (Espírito Santo).
Mas para que houvesse união e comunicação entre os princípios herdados e seus instrumentos, um veículo mental teve de ser construído. A partir daqui o Espírito se torna um Ego: um Espírito Virginal manifestado em forma sétupla (Tríplice Espírito, Tríplice Corpo e a Mente). Neste ponto do desenvolvimento, a dual força criadora (pólo masculino ou vontade e pólo feminino ou imaginação) ainda era direcionada para baixo, isto é, ambos os pólos, fluíam para o mesmo sentido e conferia ao ser humano a capacidade de ser hermafrodita.
No entanto, para que as vivências exteriores pudessem ser capturadas e para que as ideias concebidas pela Mente pudessem ser transmitidas, adaptações nos Corpos deveriam ocorrer. Especialmente para o Corpo Denso e Vital, deveria ser construído um encéfalo que fosse capaz de processar as informações provenientes do meio e enviar tais códigos para que o Espírito trabalhe sobre as mesmas, e, por fim, transmitir estas conclusões de volta ao meio. Também uma laringe para facilitar a comunicação das conclusões que foram produzidas pelo processamento das informações provenientes do meio.
Concomitante a essas necessidades, a matéria que hoje constitui nosso planeta Terra foi arrojada do Sol e, posteriormente, a matéria que forma a Lua foi arrojada da Terra. Tais separações promoveram expressões separadas de forças (força do Sol e força da Lua). Deste modo, alguns Corpos passaram a serem melhores condutores das forças solares e outros lunares. Um dos pólos da dual força criadora foi internalizado e direcionado para cima, a fim de construir o cérebro e a laringe. No caso do Corpo masculino (condutor da influência do Sol), o pólo feminino foi internalizado para este fim. Já o Corpo feminino (condutor da influência da Lua), o oposto. A condição de ser hermafrodita cessou e a necessidade da cooperação do sexo oposto para procriar se fez necessária. Além disso, um meio físico que suportasse as altas vibrações do Espírito individualizado era necessário para sua manifestação no Mundo Físico e para governo de seus Corpos. O sangue vermelho e quente constitui tal veículo.
O metal marciano conhecido como ferro é o elemento essencial para a produção deste sangue vermelho e quente. Já é bem consolidado pela ciência atual que durante a realização de uma tarefa, grande quantidade de sangue é direcionada a determinadas regiões do Corpo Denso necessárias para realização da mesma. O ocultista sabe que tal fenômeno significa o Ego utilizando sua ferramenta corporal para governar o Corpo e adquirir experiências.
Foi somente na Época Lemúrica – uma das Épocas que atravessamos nesse Período Terrestre desse atual esquema de evolução – que o ferro pode ser livremente utilizado (após a eliminação da influência marciana sobre a Terra) e, assim, o sangue tornar-se mais quente no interior do Corpo Denso em relação à temperatura ambiente. Com o sangue quente e vermelho e com um cérebro e uma laringe bem formados, o ser humano pôde alcançar o estado de consciência de vigília, parecido com o que temos atualmente.
O plano inicial era o seguinte: quando o Ego renasce em um corpo feminino (mulher) era exposto a estímulos ambientais extremamente fortes* (tempestades gigantescas, ventos, explosões vulcânicas): o objetivo era despertar a consciência das mulheres para fora, e, por meio desta exposição a acontecimentos alheios, a atenção seria direcionada também para isso. Isto iniciou um processo de construção de representações mentais das coisas externas (criação de códigos para que o Espírito pudesse interpretar o meio externo). A neurociência atual comprovou este fenômeno, pois mostra que tudo aquilo que o cérebro interpreta é, em realidade, representações mentais subjetivas que servem como código ou referência. Não se enxerga as coisas como são, mas se enxerga as representações mentais que se criou para interpretar tais coisas. O meio pelo qual as representações foram criadas ocorreu pela imaginação (pólo feminino da força criadora).
Porém, quando o Ego renasce em um corpo masculino (homem), estímulos corporais de dor e de estados de prisões eram determinados. Os estados de prisões eram realizados de modo que o, então homem, pudesse, com um pouco de força de vontade, se libertar. Já a dor, fazia com que um movimento para que a mesma cessasse fosse realizado. Ambos tinham o objetivo de despertar a vontade (força masculina).
Vemos, deste modo, as duas polaridades sexuais agindo separadamente, e métodos de aprendizagem adaptados a cada um eram necessários. Juntamente com esses estímulos, os Arcanjos – seres que estão a dois graus de evolução acima dos seres humanos – neutralizavam o Corpo de Desejos do ser humano, e este só era libertado em épocas propícias para a procriação. A procriação era orientada pelos Anjos – seres que estão a um grau de evolução acima dos seres humanos.
Diferentemente dos Anjos, que direcionam toda sua energia criadora para fora de si e, em troca, recebem sabedoria, o ser humano internalizou metade de sua força criadora para construção de uma laringe e um cérebro. A internalização para autosserviço determina uma característica de individualismo genuíno para ele. Se o estudante meditar sobre este caminho, compreenderá que o processo era demasiadamente lento, mas garantia o despertar seguro da vontade e da imaginação humana. Isto é, naquela época, a Personalidade e o temperamento não agiam como um fator de dificuldade tal como ocorre nos dias de hoje. Pelo menos até o ponto em que este plano pôde perdurar.
Mesmo que a morte do Corpo Denso ocorresse naquela época, a longevidade era muito maior do que atualmente, pois não se conhecia o pecado (transgressões das leis). A mulher, pela imaginação, já conseguia identificar muitas coisas que ocorria fora de si mesma. Mas ela também conservava a visão etérica das coisas. Por isso, quando ela percebia a morte do Corpo Denso e, ao mesmo tempo, também percebia a permanência do Corpo Vital (isto é, a pessoa que morreu no Mundo Físico permanecia viva nos planos internos), esse fato a deixava extremamente confusa.
Para acelerar o processo de evolução, os Espíritos Lucíferos – uma parte da onda de vida Angélica que se atrasou – entraram em contato com a mulher pela coluna espinhal, relatando que poderia gerar um novo Corpo Físico que morria. Para isso, deveria realizar o ato sexual (“comer o fruto da Árvore do Conhecimento”) sem esperar o comando dos Anjos. Isso a tornaria, juntamente com o homem, semelhante aos deuses (com capacidade de “criar”). Esse ato também favoreceria a libertação do Corpo de Desejos, pois haveria motivação para procriação sem a presença dos Arcanjos.
Por isso a Bíblia relata que Lúcifer era uma serpente sábia (coluna espinhal) que apareceu para Eva em uma árvore. Lúcifer (portador da luz) tentou adiantar o processo, ensinando ao ser humano como se libertar da influência dos Anjos e dos Arcanjos, assumindo sua própria evolução e geração de novos Corpos. Isto é relatado na Bíblia como a expulsão da humanidade do Jardim do Éden, que a obrigou a “comer poeira todos os dias de tua vida” e “com o suor de teu rosto, comer teu pão, até que retornes ao solo” (Gn 3:14 e 19). O problema é que o Corpo de Desejos estava em situação muito rudimentar, composto, praticamente, apenas de materiais das regiões inferiores do Mundo do Desejo. A Mente também estava em situação similar, sendo muito fraca para refrear os desejos e direcioná-los para motivação de propósitos do Ego. Tal condição precária somada a genuína condição de individualismo, o egoísmo e as paixões predominaram e uma série de desequilíbrios deu início.
O ser humano deve, pois, a Lúcifer e a seus “Anjos caídos”, à capacidade de ser autômato e da possibilidade de se desenvolver ao ponto de se tornar semelhante aos deuses – por isso, a ideia de que Lúcifer é mau e que deve ser abominado está incutido no inconsciente humano, isto é, foi ele que ensinou a humanidade a desobedecer aos deuses e lhe abriu o caminho para ser semelhantes aos mesmos (superiores aos Anjos). Essa desobediência não deve ser confundida com emancipação de Deus, mas como um novo caminho autômato em Deus (pois nele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser).
O problema é que tal estado só será alcançado quando a Personalidade for dominada (estado ainda sonhado pela maioria das pessoas que já despertaram para a vida espiritual). O individualismo genuíno, transformado agora em egoísmo e orgulho pela Personalidade, fez com que cada ato do ser humano fosse direcionado para benefício próprio e quase nenhuma cooperação era conseguida. A sabedoria divina incutindo determinadas motivações no âmago da Personalidade, fez com que a evolução não fosse totalmente frustrada. As motivações foram: Amor, Fortuna, Poder e Fama. O desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo pelo qual se faz ou deixa de fazer algo. Isso promove alguma experiência e aprendizado. O livro O Conceito Rosacruz do Cosmos já explorou todos os fatos mencionados até o momento com extraordinária maestria. Convidamos o leitor para estudar este livro, a fim de que tenha uma ideia melhor de tudo isso.
Parte II – Mudanças físicas que estão ocorrendo devido à correspondência ao altruísmo
Agora que foi recapitulado o processo de aquisição do estado de consciência vigília e esclarecido o modo pelo qual deixamos o plano inicial de evolução e iniciamos o processo de evolução “por nossa própria conta e risco”, o segundo objetivo do presente artigo pode ser trabalhado. Isto é, que mudanças físicas estão ocorrendo devido ao aumento da consciência e altruísmo no mundo?
O Corpo Denso é um instrumento que, atualmente, possui duração pré-determinada de utilidade para servir ao propósito do Ego que é: extrair a quintessência das experiências vividas. Com o passar do tempo, suas funções vão declinando (devido à incompetência do ser humano em não deixá-lo cristalizar), até que a morte (a incapacidade do ser humano em se manter encarnado nesse Corpo Denso) sobrevém.
Dois fatores importantes atrapalham o desenvolvimento dos poderes do Ego: 1) a busca da satisfação pessoal imposta pela Personalidade que inclui o gasto demasiado da força sexual, a gula, os vícios, os maus hábitos, as omissões, as preguiças e irresponsabilidades com a saúde, entre outros, todos constituem maiores prazeres físicos e encurtamento da vida; 2) a influência da Lei de Consequência, pois muitos desequilíbrios foram gerados a partir da falsa iluminação lucífera. As doenças limitam, consideravelmente, a qualidade da produção anímica pelo Ego.
Presença de doença não significa ausência de possibilidades para geração de produção anímica. A Graça Divina é tamanha que há espaço para o desenrolar concomitante de produção anímica e o reequilíbrio das Leis transgredidas. Esse plano só pôde ser concretizado a partir do trabalho misericordioso de Nosso Senhor (o Cristo), que anualmente “retira o pecado do mundo”, isto é, purifica o Mundo do Desejo da Terra com seu Altruísmo. Com isso, disponibiliza materiais para que a humanidade possa avançar no caminho, mesmo que ainda tenha muitos pecados.
O tema astrológico natal revela as tendências de pontos fracos, cuja ciência material compreende como de origem genética e ambiental. Tais tendências são determinadas a partir dos desequilíbrios praticados em vidas precedentes e de desequilíbrios que tenderemos a realizar na presente vida. Por meio da progressão pode-se saber o momento em que tais tendências estarão ativas e fortes.
Independente do tipo de doença e do tratamento que o doente e seus cuidadores devem buscar, duas são as fontes de energia que, se deficitárias, acelerarão o desenvolvimento de qualquer patologia: 1) a energia vital que vem diretamente do Sol e é absorvida através do baço; e 2) a energia proveniente dos alimentos físicos, produto da respiração celular realizada, principalmente, pelas mitocôndrias. “É a fusão dessas duas correntes que produz o poder latente que está armazenado em nosso Corpo Vital até converter-se em energia dinâmica pelo desejo marciano natural” (veja mais detalhes no livro O Mistério das Glândulas Endócrinas), e, assim, o ser humano pode utilizar essa energia para produzir crescimento anímico.
Com foco na corrente de energia proveniente do consumo de alimentos, Max Heindel descreve: “o sangue que entra em contato com o ar, todas as vezes que respiramos, passa pelos pulmões e, da mesma maneira que uma agulha é atraída para um imã, o oxigênio do ar inspirado se mistura com o ferro no sangue. Realiza-se, então, um processo de combustão que é semelhante à ferrugem ou oxidação que observamos no ferro exposto ao ar”. Continua: “a experiência ensinou-nos que o material combustível pode ser colocado em uma fornalha com todas as condições necessárias para a combustão, porém, até que se use o fósforo, os materiais não serão consumidos. Aqueles que estudaram as leis de combustão sabem que uma corrente de ar bem forte leva consigo grande quantidade de oxigênio, que é necessário para se obter calor do combustível que contém muito mineral”. Assim, oxigênio é o acelerador deste processo. “Um processo similar ocorre dentro do corpo, que é o templo do espírito” (veja mais detalhes no livro Maçonaria e Catolicismo).
O processo de combustão que ocorre dentro do Corpo é um pouco diferente da combustão verificada, por exemplo, quando se queima gasolina, madeira ou papel. Neste último, o processo de retirada de energia ocorre em grande quantidade e de uma única vez. Por outro lado, a respiração celular promove quebra das cadeias de carbono (processo químico necessário para a retirada de energia das moléculas) de modo gradativo e em pequenas parcelas. Isto é necessário para a preservação da estrutura das células, pois se a combustão ocorresse como no primeiro exemplo, as células pereceriam pelo excesso de energia. Além disso, a energia retirada pelas mitocôndrias não é consumida rapidamente, mas permanece dissolvida na célula e, gradativamente, é utilizada no metabolismo.
Um dos problemas é que durante a extração de energia, moléculas incompletas de oxigênio também são geradas: incompletas por conterem um número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. Este elétron ímpar, que se estabelece após cada quebra das cadeias de carbono, pode não ser pareado com o restante dos elétrons do átomo em questão. Em outras palavras, sua órbita segue uma rota diferente da órbita dos demais elétrons. Tal característica confere-lhe grande capacidade de reagir com outras biomoléculas que existem na célula, contra as quais colidem. Essa reação forçará a retirada de elétrons de outras moléculas que já são completas e possuem função importante dentro do sistema biológico (principalmente lipídios e proteínas das membranas celulares e, até mesmo, o DNA). Essa retirada de elétrons modificará suas adequadas estruturas e funções. Os exemplos mais comuns de radicais de oxigênio altamente reativos são: radicais superóxido (O2-), hidroxila (OH-), peroxila (RO2), alkoxila (RO) e hidroperoxila (HO2). O óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2) são espécies reativas de nitrogênio.
O organismo normalmente consegue equilibrar os efeitos desses radicais de oxigênio reativos (radicais livres). Porém, há casos em que ocorrem desequilíbrios a favor do sistema pró-oxidantes em detrimento do sistema antioxidantes. Isto é denominado estresse oxidativo. O acúmulo dos efeitos do estresse oxidativo promove danos nas células e acelera o surgimento de doenças e envelhecimento (principalmente se ocorrer em órgãos do corpo relacionados a vulnerabilidades que acumulamos em outras vidas), fatores estes que limitam as oportunidades do Ego de gerar experiências e crescimento anímico.
Dentre as doenças já comprovadas pela ciência física que estão relacionadas aos efeitos dos radicais livres, somados a outros fatores estão: demência de Alzheimer, doença de Parkinson, aterosclerose, complicações da diabetes mellitus, câncer, doenças cardiovasculares, catarata, declínio do sistema imunológico, disfunções cerebrais, o envelhecimento precoce, enfisema pulmonar, doenças inflamatórias, entre outras.
Sobre a respiração celular e oxigênio dentro do Corpo Denso, Max Heindel continua: “É a chama que acende o fogo interior e gera o produto espiritual que se exterioriza de todas as criaturas de sangue quente, da mesma maneira que o calor se irradia de uma estufa. Estas linhas radiantes de força que emanam de nossos Corpos Densos de maneira invisível à visão física, são nossa aura, como já foi dito, e, não obstante a cor da aura de cada indivíduo diferir da dos outros, existe uma cor básica ou fundamental que mostra sua posição na escala da evolução. Nas raças inferiores esta cor básica é um vermelho fraco, semelhante ao vermelho de um fogo que queima lentamente, que indica sua natureza passional e emocional (isso indica que a pessoa ainda responde a Lúcifer e a Jeová). Ao examinarmos as pessoas que estão em grau mais elevado na escala da evolução, a cor básica ou a vibração irradiada por elas parece ser de uma tonalidade alaranjada, que é o amarelo do intelecto misturado com o vermelho da paixão”.
O uso de antioxidantes, pela alimentação, naturalmente pode evitar os danos corrosivos dos radicais livres de oxigênio. O problema é que as transgressões das Leis Divinas e a natureza passional, em muitos casos, são tamanhas, que o uso de oxidantes nem sempre é suficiente, e os danos ainda permanecem. A produção de radicais livres constitui um fator natural do Corpo Físico e sempre foi programada por nós mesmos. Afinal, o propósito da existência física é o acúmulo de experiências e não devemos permanecer na Terra para “todo o sempre”. Naturalmente, processos que facilitam a morte e o desgaste do Corpo Físico devem ocorrer. O comer da árvore da vida, provavelmente, implicaria em também solucionar o problema dos efeitos dos radicais livres, dentre outros relacionados a doenças e morte do Corpo Físico.
“A auréola dourada ao redor dos santos, pintada por artistas dotados de visão espiritual, é a representação física de uma promessa espiritual que se aplica à humanidade como um todo, embora isto tenha sido compreendido apenas por alguns poucos, que são chamados Santos. Após vidas de luta com suas paixões, perseverança no fazer o bem, cultivando nobres aspirações e depois de aderir firmemente a propósitos superiores, estas pessoas elevaram-se acima do raio vermelho e estão agora totalmente imbuídas com o raio dourado de Cristo e sua vibração.” Max Heindel continua: “A cor dourada natural é o raio de Cristo, que encontra sua expressão química no oxigênio, um elemento solar”.
Naturalmente, o aspirante pode concluir que conforme a correspondência às vibrações Crísticas e o estabelecimento de uma vida com propósitos superiores, tanto a eficiência das mitocôndrias no processo de respiração celular quanto fatores que neutralizam os radicais livres aumentarão, promovendo menores danos às células e maior longevidade saudável. Porém, tal conclusão parece ser equivocada. Lembre-se: o propósito do Ego não é permanecer na Região Química do Mundo Físico, mas retornar ao Pai com sua herança divina despertada e totalmente desenvolvida (Parábola dos Talentos). A compreensão de como ocorre a longevidade é fator chave para a terceira etapa (conclusão) deste artigo.
Parte III – Que se deve fazer para acompanhar as mudanças que necessariamente devem ocorrer
Qual a diferença de desempenho de uma pessoa experiente e de outra iniciante, em uma dada tarefa em comum? A diferença básica é que a pessoa experiente já aprendeu todos os mecanismos e as técnicas necessárias para desempenhar, com segurança, cada etapa de uma tarefa. Por isso, aplica de modo direcionado, com paciência e observação, a quantidade ideal de energia (vontade) e estratégias para cumprir o propósito com eficiência. Já o inexperiente, por não conhecer os mecanismos e nem as técnicas, necessita muito tempo para aprender e tirar conclusões. Além disso, mesmo que realize todo este movimento, se realmente não se dedicar na extração da experiência, pouca memória formará. Isso significa que “viveu as cegas”, e continuará a gastar bastante energia todas as vezes que se deparar com a mesma situação, sendo um eterno aprendiz das mesmas coisas.
O acúmulo de experiência permite o menor gasto de energia e assim, menor necessidade das funções das mitocôndrias para gerar energia. Isso não significa que há menos atividades ou produção anímica. Inversamente, se faz muito mais com muito menos! Conforme a correspondência de vida vai gradativamente se afinando com as lições Cristãs, o uso dos Corpos pelo Ego ocorre mais adequadamente. Isto é, o Eu Superior domina a Personalidade e a espiritualiza. Este domínio pode ser ilustrado da seguinte maneira:
Vemos, pois, que uma vida bem vivida está pautada no acúmulo de sabedoria e firmada a propósitos superiores. Não há outro propósito maior do que estes. A fé, o amor universal, o propósito de contribuir com a evolução da humanidade e a convivência com verdades espirituais, revelam caminhos tão sublimes e infinitos que tornam cada ato da vida uma nota musical afinada à grande sinfonia divina. Não haverá mais espaços para desequilíbrios ou transgressões das leis, mas sim ações que nos aproximam de Deus.
A lógica do menor esforço e maior eficiência é o padrão de ouro para a vida espiritual, mas ela exige o emprego constante da observação e do aprendizado. Com o tempo, passaremos a evocar as experiências de modo tão eficiente que não mais necessitaremos dos arquivos do cérebro denso para nos fornecer referência de como agir, mas iremos acessar diretamente o éter refletor, não mais necessitando de energia física. Consequentemente haverá menos necessidade de mitocôndrias e menos radicais livres. Passaremos a utilizar o éter, um material com vibração superior aos elementos químicos do sangue, para manifestação do estado de vigília (já o fazemos atualmente, mas a quantidade será muito maior), pois o poder do Ego será tamanho que necessitará de materiais mais vibrantes para dar conta de sua expressão. Neste estado de Corpo de Vida, não mais conheceremos a morte e a vida eterna será, então, uma realidade.
Para finalizar, é importante considerar que um dos pólos da dual força criadora foi internalizada e direcionada para cima, a fim de construir um cérebro e uma laringe (mencionado na primeira parte deste artigo). Antes, ambas eram direcionadas para baixo com o propósito de gerar Corpos Físicos. Com o novo Corpo de Vida, não mais haverá mortes e desnecessária a geração de Corpos Densos, sendo o ser humano Cristificado isento da paixão lucífera.
O casamento místico, conforme bem expressado por Salomão em seu “Cântico dos Cânticos”, mostra a reunião dos polos da força criadora, mas agora com parte que permaneceu para baixo também direcionada para cima. “O homem deve se casar com a mulher que possui dentro de si mesmo, e a mulher com seu homem interno”. O mito denominava cada polo como Anima (feminino) e Animus (masculino). Com esta “re-união” dos polos criadores, mas direcionados para cima, a palavra fornecerá o molde (o verbo se fará carne) para gerar obras tão grandiosas como as obras dos deuses.
*note que as condições da Terra nesta época era bem diferentes das condições atuais.
Que as Rosas Floresçam em vossa cruz
A filosofia oculta ensina: o ser humano é realmente “feito à imagem e semelhança” (ESPIRITUAL) de Deus, sendo dotado, em potencial, de todos os Seus poderes. Assim, o espírito é tríplice, como Deus. Seu Espírito Divino corresponde ao atributo da Vontade, em Deus: seu Espírito de Vida corresponde ao aspecto Sabedoria, de Deus, e o seu Espírito Humano corresponde ao princípio da Atividade, no seu Criador. Isso demonstra que o princípio Crístico encontra-se no interior do ser humano e a sua contraparte é o Corpo Vital, ou etérico.
É o trabalho especial, por assim dizer, o programa de nossa época, permitir o desenvolvimento do nosso Cristo interno, a fim de que possa brilhar através das trevas de nosso mundo materialista e de nossos corpos inferiores, tecendo o Vestido Dourado de Bodas, o “soma psuchicon” mencionado por São Paulo.
O Espírito de Vida contém registros indeléveis de todas as faculdades, talentos e sabedoria alcançados pelo Tríplice Espírito nas vidas passadas. Esse registro, chamado hoje de “Memória Supraconsciente”, manifesta-se como consciência, caráter e, às vezes, como “orientador” compelindo-nos à ação vez por outra frontalmente contrária à nossa razão e desejos. Pode também, imprimir sua mensagem diretamente no Éter Refletor do Corpo Vital. Essa mensagem é levada pelo sangue até o coração, de onde é transmitida ao cérebro através do nervo pneumogástrico. O impulso é chamado de “intuição” e traz ao corpo humano, chamado por São Paulo de “veste da corrupção”, as frequências de alta vibração do Mundo do Espírito de Vida, instando a Personalidade a obedecer a Lei do Amor, que é o Caminho da Libertação.
Astrologicamente falando, o poder da intuição é governado pelo Planeta Urano, e pelo Signo Aquário.
Pessoas que têm esses aspectos fortemente marcados em seus horóscopos, são notavelmente intuitivas. Elas lutaram nas vidas passadas para cultivar um interesse e um amor impessoal, abrangendo não somente a família, a comunidade ou povo, mas sim TODOS OS SERES HUMANOS, sem diferença de casta, credo ou cor. É objetivo da humanidade ocidental ampliar, fortalecer, e intensificar o impulso da INTUIÇÃO, porque ela há de tomar o lugar da razão, como o tribunal mais elevado do ser humano. Isso ajudará, e muito, para se chegar a uma solução dos problemas que a humanidade enfrenta hoje, e que são o resultado da escravidão do ser humano às ordens de sua mente, impregnada de desejos egoístas e inferiores.
Para esquematizar o método próprio para o desenvolvimento da faculdade da intuição, o Aspirante deve conhecer, em primeiro lugar, o funcionamento do Corpo Vital, — a contraparte do Espírito da Vida.
É composto de quatro Éteres, e interpenetra os átomos do corpo físico. Os dois Éteres inferiores – Químico e de Vida – são o canal das forças responsáveis pela assimilação, crescimento e propagação. Os dois Éteres superiores, — o Luminoso e o Refletor — são formados novamente em cada vida, e sua qualidade depende da natureza e quantidade de serviço que o indivíduo prestou aos seus semelhantes. Purificamos os nossos Corpos de Desejos através da oração, pureza de pensamentos, e concentração, sensibilizando ao mesmo tempo o Corpo Vital, enquanto que amando e servindo aos nossos semelhantes, tecemos o Dourado Manto Nupcial formado pelos dois Éteres superiores — o elo entre o Espírito de Vida (morada do Cristo) e o coração. Há uma correlação entre esses fatores: quanto maior e mais luminoso o Dourado Manto Nupcial, mais forte é a faculdade da intuição. Funcionamos nesse veículo luminoso quando o nosso corpo físico repousa adormecido e saímos do corpo, consciente ou inconscientemente. É através desse mesmo veículo que o ser humano é “ressuscitado” e pode “ascender” aos mundos superiores após a “morte”. Assim, despertamos a voz interna, formando esse veículo resplandecente do qual São Paulo falava e atingimos a libertação, no mais profundo sentido da palavra.
É de particular importância para quem deseja desenvolver a faculdade da intuição notar no “Pai Nosso” — que é uma fórmula algébrica para a elevação e purificação de todos os veículos do ser humano — a petição do Espírito da Vida, para a sua contraparte, o Corpo Vital: “Perdoai as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos devedores”. Essa oração ensina a doutrina da remissão dos pecados nas palavras “perdoai as nossas dívidas” e a doutrina da Lei de Consequência nas palavras “como nós perdoamos”, fazendo de NOSSA ATITUDE PARA COM OS OUTROS a medida de nossa emancipação. É óbvio, dessa maneira, que o Estudante desejoso de obter a intuição ensejada pelo Espírito de Vida (Cristo) deverá e com bastante assiduidade cultivar uma atitude de PERDÃO!
Num futuro remoto, quando a humanidade, como um todo, tenha desenvolvido suficientemente seus poderes coletivos mediante um RETO VIVER COLETIVO, o Cristo estará finalmente livre, podendo retirar-se definitivamente do Planeta.
Da mesma forma, quando um indivíduo desenvolver os seus atributos divinos suficientemente poderá sair de seus veículos físicos, de sua “prisão” e estará apto a executar maiores trabalhos nos Mundos invisíveis, vestido como já vimos do seu luminoso veículo etérico.
A Páscoa é assim: não somente o tempo da Libertação do nosso Espírito Planetário o Cristo, um sacrifício que deveria evocar em nós o máximo de gratidão e confiança.
É também a magna segurança para as nossas almas de que algum dia cada ser humano, como Cristo em formação, será libertado da prisão do Corpo Denso e da Personalidade.
O Espírito Interno, que é o “Homem Real”, aprende vida após vida, em ciclos sem número, a viver de acordo com as Leis de Deus, transcendendo finalmente a ilusão dos sentidos, e se libertando, no mais profundo sentido da palavra, da ignorância, do sofrimento e da morte, e entrando num outro estado de consciência, glorificado, iluminado e cheio de paz.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1975-Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP)
Não nos foi possível desenvolver nossos poderes, enquanto não construímos os nossos três veículos inferiores os Corpos: Denso, Vital e de Desejos. É deles que nós obtemos o alimento com o qual nutrimos e desenvolvemos nossos poderes potenciais.
Esse alimento-essência é chamado de Alma. Do Corpo Denso nós extraímos, automaticamente, a Alma Consciente, mediante a prática da ação reta em relação aos impactos externos, pelas experiências e observações. Esse pábulo ou alimento transmuta os poderes latentes do Espírito Divino (o veículo espiritual mais elevado em que nós nos manifestamos) em forças dinâmicas que se manifestam como vontade, inteligência, sabedoria, o princípio “Pai”, o poder de “fazer”, a força positiva do ser.
Do Corpo Vital extraímos o alimento-essência que chamamos de Alma Intelectual, também automaticamente, por meio do discernimento entre as coisas importantes, essenciais, reais da vida e as irreais, sem importância, não essenciais.
O que se chama de Alma Intelectual alimenta e transmuta em poderes dinâmicos as forças do Espírito de Vida (o segundo mais elevado veículo espiritual em que nós nos manifestamos), que são a imaginação, a intuição, o poder receptor, o poder de assimilar a natureza amorosa, o princípio “Mãe”.
Finalmente, pelo refreamento dos instintos animais, pela devoção aos sentimentos e desejos elevados e sublimes, pelas emoções geradas através da ação reta e por experiências purificadoras, nós, automaticamente, extraímos do Corpo de Desejos o alimento-essência conhecido como Alma Emocional. Com ele alimentamos e desenvolvemos as potencialidades do Espírito Humano (o terceiro mais elevado veículo espiritual em que nós nos manifestamos; note: manifestação tríplice, como Deus que nos criou): o poder criador (físico e mental), a fecundação, a expansão, a germinação e o crescimento; transformando-os em forças dinâmicas sob o domínio da nossa vontade.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1975)
A Relação dos Tríplices Espíritos, Almas e Corpos em cada um de nós
O ser humano é um tríplice Espírito que possui uma Mente, governando com ela um Tríplice Corpo que emanou de si mesmo para adquirir experiência. Esse Tríplice Corpo se transforma em Tríplice Alma, da qual se nutre, elevando-se assim da impotência à onipotência.
O Espírito Divino emanou de si Corpo Denso extraindo como fruto a Alma Consciente.
O Espírito de Vida emanou de si o Corpo Vital extraindo como fruto a Alma Intelectual.
O Espírito Humano emanou de si o Corpo de Desejos extraindo como fruto a Alma Emocional.
O Tríplice Espírito lançou uma tríplice sombra sobre o reino da matéria e desse modo o Corpo Denso foi evoluindo como contraparte do Espírito Divino, o Corpo Vital como réplica do Espírito de Vida, e o Corpo de Desejos como imagem do Espírito Humano.
Finalmente, e o mais importante de tudo, formou-se o degrau da Mente como enlace entre o Tríplice Espírito e seu Tríplice Corpo. Esse foi o começo da consciência individual e marca o ponto onde acaba a Involução do espírito na matéria e onde começa o processo evolutivo pelo qual o espírito é extraído da matéria. A Involução significa a cristalização do espírito em corpos distintos, mas a evolução depende da dissolução dos Corpos, da extração da substância da Alma deles e da amálgama alquímica dessa Alma com o espírito.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro de 1970)
A Capa padrão que aparece em todas as publicações dos Livros da Fraternidade Rosacruz
Parece-nos oportuno, com a mudança de formato e de capa de nossa Revista, explicar aos que ainda não entendem nosso símbolo, a razão desse clichê colorido.
Notem que há as três cores primárias, designativas da Trindade (Deus Trino) e correspondentes às notas musicais Dó – Mi – Sol que formam o acorde perfeito. A cor Vermelha correspondente ao Espírito Santo, é a nota Dó; o amarelo, correspondente ao Filho, é a nota Mi; e o azul, correspondente ao Pai, é a nota Sol. Designam também os três meios mais importantes da educação humana: a Religião, a Arte e a Ciência.
A Filosofia Rosacruz é um ensinamento integral, dado ao mundo ocidental para corresponder permanentemente às necessidades desta parte do globo, pois leva-nos a conceber a Unidade da Trindade a expressar em todos os nossos atos o Belo (arte), o Verdadeiro (ciência) e o Bom (religião). Ela se propõe para tornar a Religião artística e científica; para fazer a Arte religiosa e científica; e para criar a Ciência religiosa e artística.
Nos antigos templos de mistérios, a Ciência, a Religião e a Arte eram ensinadas conjuntamente, mas tornou-se necessário, para melhor desenvolvimento de cada uma delas, separá-las durante algum tempo. A Religião reinou na Idade Média; a Arte floresceu na Renascença; e a Ciência Moderna predomina hoje, subjugando suas companheiras. Tornando-se materialista, a Ciência afastou-se do lado oculto da criação. Prevendo os desastrosos efeitos das ideias materialistas na evolução humana e a fim de neutralizar tão grandes prejuízos, a Ordem dos Rosacruzes foi fundada por um grande instrutor espiritual que tem o nome simbólico de Christian Rosenkreuz – o Cristão Rosacruz. Posteriormente, sob sua orientação (no início deste século) fundou-se a Fraternidade Rosacruz, que é a expressão material dessa Ordem Oculta no mundo, por meio de Max Heindel, com o objetivo de lançar uma luz oculta sobre a mal-entendida Religião Cristã e para explicar o mistério da Vida e do Ser do ponto de vista científico, em harmonia com a Religião.
Hoje, espalhada por todo o mundo livre, a Filosofia Rosacruz busca eliminar o abismo criado entre a mente e o coração, harmonizando e equilibrando as forças do lado místico e do lado ocultista. É o que representamos no clichê com a lanterna a esquerda (intelecto, sabedoria) e o coração à direita (sentimento, intuição) na cor de Cristo, do Filho, cujo atributo é Amor-Sabedoria. Esse atributo deve ser desenvolvido dentro do ser humano, pela sublimação de suas atividades etéricas, que são governadas pelas forças Crísticas.
Tal desenvolvimento formará o “Filho de Cristo”, o Dourado Manto Nupcial, dentro de cada um de nós, pondo-nos em consonância com o Mundo do Espírito de Vida, o Primeiro Plano Cósmico onde atua Cristo, a fim de que flua através do nosso coração a Sabedoria Cósmica e unitária de que falamos atrás. Notem que a lanterna (mencionada simbolicamente na, história de Aladim) e o coração estão no mesmo plano, dentro da estrutura filosófica Rosacruz.
Eis a razão por que escolhemos essa Capa. Ela aparece em todas as publicações de nossa biblioteca, identifica de imediato a “THE ROSICRUCIAN FELLOWSHIP” – Associação Internacional de Cristãos Místicos, com sede mundial em Oceanside, na Califórnia, USA, e diversos Centros e Grupos de Estudos por toda a parte do território nacional, além de inúmeros estudantes isolados.
Cumpre-nos esclarecer que existem outras organizações com nome de Rosacruz ou similar, até mesmo centros espíritas. Gostaram do nome e usaram. A liberdade é sagrada, mas é mister explicar, sem intuito de crítica, que a Ordem Rosacruz e sua contraparte material, a Fraternidade Rosacruz, de cunho essencialmente cristão, desinteressado, traz sempre o apêndice “The Rosicrucian Fellowship”, fundada por Max Heindel.
Quanto ao emblema Rosacruz que aparece no centro da capa, temos já explicado sua simbologia por diversas vezes, sob diversos aspectos, nesta revista. Remetemos o caro Amigo e Estudante ao “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, obra básica de nossa Filosofia. Aqueles que ainda não a possuem, recomendamos adquiri-la, estudá-la e divulgá-la, passando, com isto, a gozar do privilégio de participar desse glorioso movimento de elevação da humanidade pelo verdadeiro caminho, o da razão, harmonizado com o do coração.
Como disse o Senhor: “Aquele que quiser ser o maior entre vós, seja o servo de todos”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1962)
Pergunta: Qual parte do Espírito Tríplice constitui o Eu Superior? Será o Espírito Divino? Afirma-se no “CONCEITO” que o Espírito Humano é o Ego. O Espírito de Vida não é uma parte do Ego? O Ego inteiro fica no plano físico durante a vida terrena, ou somente parte dele, conforme o ensinamento hindu?
Resposta: O Eu superior é o Espírito Tríplice: o Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano, mas não se deve conceber esses três como separados um do outro. O Espírito é indivisível, como a luz branca que vem do Sol através do espaço interplanetário, mas da mesma forma que a luz pode ser refratada em três cores primárias – azul, amarelo e vermelho – ao atravessar a atmosfera mais densa da Terra, o Espírito Virginal também aparece como sendo tríplice durante a manifestação, devido a estar rodeado por envoltórios de matéria de densidade variável.
Quando envolto apenas na substância do Mundo do Espírito Divino, é o Espírito Divino; quando o Espírito Divino recebe em acréscimo um envoltório de material oriundo do Mundo do Espírito de Vida, torna-se o Espírito de Vida; e quando, finalmente, é revestido na matéria da Região do Pensamento Abstrato, torna-se o Espírito Humano – o Ego. É por isso que o Espírito Virginal, enredado nessas três camadas de matéria, está apartado de toda consciência de seu Pai Divino e, estando tão encoberto pela matéria que não consegue mais ver as coisas do ponto de vista cósmico ao atingir o exterior, ele volta sua consciência para dentro e vê-se separado e isolado de todos os outros. Por isso, ele é um Ego – um indivíduo. Nesse ponto nasce o egoísmo, e começa a busca individual.
Quando o Espírito Humano atrai ao redor de si, para uma melhor expressão, os veículos inferiores e mais concretos – a Mente, o Corpo de Desejos, o Corpo Vital submergindo neles e mesmo descendo até o Mundo Físico, ele adquire novamente a consciência das coisas externas. A partir daquele momento, tendo perdido o conhecimento do Mundo de Deus, de onde veio originalmente, ele começa a conquistar o mundo físico e a dominá-lo para atingir seus próprios fins.
Neste aspecto, ele difere radicalmente dos Espíritos dos outros três reinos – mineral, vegetal e animal. O Espírito-Grupo do reino mineral desceu apenas até a Região do Pensamento Abstrato. Por essa razão, a consciência do mineral assemelha-se ao estado mais profundo de transe. O Espírito-Grupo do reino vegetal desceu para a Região do Pensamento Concreto. Por isso, a consciência do reino vegetal assemelha-se à que possuímos no mais profundo sono sem sonhos. Os Espíritos-Grupo dos animais são encontrados no Mundo do Desejo, que está próximo ao mundo em que vivemos. Consequentemente, a consciência do animal é uma consciência interna pictórica, semelhante àquela que temos nos sonhos, sendo as imagens enviadas pelos Espíritos-Grupo aos animais para que se grave neles o que têm de fazer sob determinadas circunstâncias. Aquilo que chamamos de instinto é, portanto, a sabedoria dos Espíritos-Grupo que se imprime no animal para que este saiba agir. Somente o Espírito Humano, em todos os reinos de vida em evolução na Terra, é um Ego individualizado, e habita os veículos que estão reunidos no mundo físico durante as horas de vigília do dia. Desse modo, atingimos a consciência desperta, e assim tornamo-nos totalmente cientes e despertos para todas as coisas pertencentes ao mundo no qual, então, atuamos e onde somos capazes de usar a nossa própria razão, expressar os nossos desejos e emoções, e agir segundo as diretrizes do nosso Eu individual Superior – o Espírito Interno, o Ego.
(Perg. 153 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)