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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Liderança ou Emancipação?

Por ser um movimento aquariano, a Fraternidade Rosacruz dispensa, em seu meio, a figura do líder. Sua renovada mensagem procura estimular o trabalho de equipe, sendo que as qualidades individuais se completem e os esforços se somem em torno de um ideal comum. Substitui-se a imposição pelo consenso. Delibera-se a partir do livro debate.

Opta-se pelo trabalho em grupos, ao invés da ação unipessoal. Todo esforço comunitário nada mais é do que uma expressão antecipada da próxima Era, a de Aquário.

No entanto, a consecução desse objetivo maior tem sido uma tarefa das mais difíceis, pois apenas uma minoria encontra-se preparada para tal.

Essa elevada aspiração não será concretizada sem prévia transposição de alguns obstáculos. Removê-los consiste em árduo trabalho, porque arraigados estão na própria natureza humana. O ser humano acomodou-se, desde vidas passadas, a obedecer, transferindo a outrem a responsabilidade de decisão. As comunidades primitivas eram chefiadas pelos mais fortes e corajosos fisicamente. Essa foi a gênese da liderança.

Os modernos líderes reúnem atributos tais como inteligência, visão e, principalmente, uma personalidade forte e arrebatadora. Como raras vezes esses atributos vêm temperados com amor, vias de regra, transformam-se numa tirania, ostensiva ou sub-reptícia.

Tais lideranças, obviamente, acabam por se tornarem nocivas ao grupo. Não obstante, a força da inércia é tão grande, a ponto de as pessoas se acomodarem até àquilo que lhes é prejudicial.

Os povos do oriente, com algumas exceções, é claro, tanto política como religiosamente, encontram dificuldades para se libertar da necessidade de liderança. Basta atentar-nos para suas comunidades religiosas e constatarmos como se obedece fielmente ao chefe ou guru. Não há meio termo. Entretanto, alguns líderes mais avançados, não se atribuem essa condição. Conscientes de sua missão procuram apenas indicar o caminho a seu povo, respeitando-lhe, ao máximo, o livre arbítrio. Mas como a humanidade não resiste ao fascínio de uma personalidade magnética, nem sempre lograram se livrar de seu carisma.

O estudo do carisma constitui um interessante exercício para os modernos psicólogos. O que torna um indivíduo um líder? A grosso modo, uma personalidade forte, atraente, destemida, oratória fluente, somadas a outras qualidades pessoais devidamente inseridas num contexto todo especial – as condições vigentes são importantes – são os ingredientes básicos do espírito de liderança. Certos fenômenos conjunturais servem de campo fértil ao surgimento dessa postura.

Não é justo, entretanto, omitir um ponto importante: alguns seres humanos se converteram em líderes face à sua elevada formação espiritual. Muitas vezes esses são fisicamente frágeis e pouco atraentes, às vezes até com uma voz desagradável, lembrando muito mais um mendigo do que um líder, sabe se impor ao respeito dos seus e do mundo, graças à sua bondade natural. É esse sentimento humanitário que confere a posição de um líder, quando há necessidade de um verdadeiro nessa Era, a de Peixes.

Seja qual for a sua origem, a liderança tende a dar lugar a algo mais elevado. Aos poucos o ser humano vai aprendendo a se libertar de tutelas, assumindo responsabilidades na sociedade em que vive. Quanto maior seu avanço espiritual, tanto mais acentuada sua emancipação em relação a pessoas e sua participação na vida comunitária.

As decisões tomadas em conjunto são, comprovadamente, mais sensatas. Havendo consenso, as responsabilidades pelos erros e acertos serão divididas, evitando-se, ou pelo menos minimizando-se cisões ou traumatismos na coletividade.

Para muitos, esse ideal avançado é considerado como utópico. Nós, Estudantes da Fraternidade Rosacruz, todavia, não pensamos assim. Utopia é a verdade que não foi levada à prática. A distância não torna uma meta inatingível. Tanto estamos convencidos disso, que a Fraternidade Rosacruz tem sido uma das vanguardeiras do desenvolvimento espiritual sem lideranças. Líder é o Cristo, nosso paradigma e Luz do Mundo. Mas, se alguém entre nós deseja destacar que comece sendo o “servo de todos”. Que procure, sinceramente, se identificar com nosso ideário. Tornar-se-á, então, o “maior”, no bom sentido.

Pode ocorrer que Estudantes novos ou menos avisados, impressionarem-se com as qualidades de algum membro mais antigo. Elegendo-o como modelo, acabam, não raro, por decepcionarem-se, tão logo lhe constatem falhas de caráter. Esquecem-se que ele é um ser humano, lutando por aprimorar-se, sujeito a quedas. Se assim não fosse ele não seria membro da Fraternidade, mas sim da Ordem Rosacruz. E mesmo os membros da Ordem, embora se encontrem acima do ser humano comum, também evoluem e queimam etapas.

Alguns Estudantes Rosacruzes – e até simpatizantes – se empolgam com os palestrantes ou conferencistas, deixando-se fascinar por um carisma de que, às vezes, eles nem se dão conta. Quando, no momento de uma maior intimidade, lhe descobrem o lado humano, chegam a desiludir e abandonar o ideal, como se a Fraternidade Rosacruz fosse os seus membros. É uma pena que isso, às vezes, aconteça.

Os palestrantes ou conferencistas, ao tomarem a posição de expositores para falar sobre a nossa amada filosofia, carregam uma grande responsabilidade sobre os ombros. Fazem-nos desprendidamente, conscientes de suas possibilidades e limitações. Procuram apenas colaborar no esforço de divulgação. Não são líderes, não se arvoram em “mestres”, nem se julgam “donos da verdade”. Apenas aspiram a que os Estudantes entendam este posicionamento: numa palestra ou conferência o importante não é o conferencista ou palestrante, mas a mensagem por ele transmitida. Não se conceda destaque ou louvor a “quem fala”, mas ao “que fala”. Como disse Descartes: “É preciso tornar as pessoas discípulas da verdade e não sectárias, obstinados do que o expositor ensina”.

Esperamos, assim, que todos os Estudantes Rosacruzes procurem emancipar de quaisquer influências externas, consolidando, dessa forma, a Fraternidade Rosacruz como a precursora da Era de Aquário.

(Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de 1/79)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os meios pelos quais um Estudante Rosacruz pode investigar, por si, todos os fatos estudados na Fraternidade Rosacruz

Vamos ver quais são os meios pelos quais um Estudante Rosacruz pode investigar, por si, todos os fatos estudados na Fraternidade Rosacruz.

São pequenos passos, a se manter sempre para cima e para frente com persistência, persistência e persistência.

A ninguém é concedido “dons” especiais. Todos podem adquirir as verdades relacionadas com a peregrinação da alma, a evolução passada e o destino futuro do mundo, sem depender da veracidade de outrem.

Há um método para adquirir essa faculdade inestimável, capacitando o Estudante Rosacruz para perscrutar esses domínios suprafísicos, diretamente, por ele próprio, sem intermediários, sejam esses domínios outros seres humanos ou objetos inanimados.

Sabemos que um profissional (independentemente da profissão que exerça) nada poderia fazer sem os instrumentos ou ferramentas de seu ofício.

Além disso, todo bom profissional se caracteriza por ser muito cuidadoso com os instrumentos ou as ferramentas que usa, pois sabe que o trabalho depende tanto do conhecimento do ofício como dos instrumentos ou das ferramentas que emprega.

Nós, o Ego, temos vários instrumentos ou várias ferramentas, quais sejam: um Corpo Denso, um Corpo Vital, um Corpo de Desejos e uma Mente.

Da qualidade e do estado desses instrumentos depende o trabalho que possamos realizar na aquisição de experiência.

Se esses nossos instrumentos forem débeis e sem flexibilidade, haverá muito pouco crescimento espiritual e a vida será quase perdida, pelo menos no que diz respeito ao principal propósito dela, relativamente a nós, o Ego.

Para tal, inicialmente, devemos ter um conceito claro do que seja, realmente, o “êxito” da vida de cada um dos renascidos aqui.

Do único ponto de vista que vale a pena, o espiritual, nós estamos aqui para adquirir experiência por intermédio dos nossos instrumentos.

Essas ferramentas, que recebemos a cada nascimento aqui, são boas, ruins ou de pouco proveito, de acordo com o que, para a sua construção, aprendemos nas nossas experiências passadas.

Se desejarmos fazer algo vantajoso, temos de trabalhar com elas tais como são.

Daqui já se percebe que considerar o “êxito” de uma vida pela conta corrente do banco, pela posição social adquirida ou pela felicidade resultante de um bom ambiente ou de uma vida sem cuidados é sinal de alguém que ainda não entendeu a missão que realmente tem de cumprir aqui, como filho de Deus.

Afinal, o que só pertença a esta vida aqui é vaidade.

De valor real é tão só o que podemos levar para além do umbral da morte, como tesouro do Espírito.

No entanto, quando uma fortuna financeira, uma facilidade em ganhar dinheiro ou a posse de recursos físicos e financeiros são utilizados como meios para pensar filantropicamente, para ajudar os seres humanos a se aperfeiçoarem, podem, tais bens e dom, nesses casos, constituírem-se em uma grande bênção para o seu possuidor.

Mas quando esses recursos são utilizados com propósitos egoístas e opressivos, não podem ser considerados senão como terrível desgraça.

Quando despertamos da letargia corrente e desejamos progredir, surge, naturalmente, a pergunta: Que devo fazer?

Já vimos acima que sem boas ferramentas ou instrumentos um bom profissional não consegue executar nenhum trabalho perfeito. Semelhantemente, os nossos instrumentos devem ser purificados e afinados.

Uma vez isso feito, podemos começar a trabalhar para realizar nosso propósito.

À medida que esses maravilhosos instrumentos são usados no trabalho, eles mesmos melhoram com o uso apropriado, e se tornam mais e mais eficientes na obra em que nos ajudam.

E qual é o objetivo desse trabalho?

A união interna entre nossos dois “Eus”: o “Eu inferior” (a Personalidade, que criamos a cada vida, com base nas anteriores) e o “Eu Superior” (a Individualidade, eterna, evoluída a partir da inconsciência até a presente consciência, rumo à onisciência).

Há três graus no trabalho da conquista do nosso “eu inferior”.

Sucedem-se uns aos outros, mas, em certo sentido, vão juntos.

No estado atual, o primeiro recebe maior atenção, menos o segundo e menos ainda o terceiro.

Quando o primeiro passo tenha sido dado completamente, prestaremos maior atenção, obviamente, aos outros dois.

O primeiro grau é dominar o Corpo de Desejos, nos preparando para a união com o Espírito Santo. Exemplo? Pode ser visto no Dia de Pentecostes.

O segundo grau é a purificação e governo do Corpo Vital, nos preparando para a união com Cristo.

Exemplo: veja S. Paulo, quando se refere a esses estados, dizendo-nos: “até que Cristo seja formado em vós”, em que exorta seus seguidores a se desembaraçarem de todos os empecilhos, como os atletas numa corrida.

A oração, como exemplo, é um meio de produzir pensamentos delicados e puros que agem sobre o Corpo Vital.

Cristo nos deu uma oração que, tal como Ele mesmo, é a única e universal.

Há nela sete orações distintas e separadas, uma para cada um dos sete princípios do ser humano: o Tríplice Corpo, o Tríplice Espírito e o elo, a Mente.

Cada oração está particularmente adaptada para promover, no ser humano, o progresso da parte a que é dirigida. É a Oração do Senhor, o Pai-Nosso.

O terceiro grau ainda nos será fornecido e vagamente podemos compreender o que será.

Somente podemos dizer que seu ideal será superior à Fraternidade e que, por seu intermédio, o Corpo Denso será espiritualizado.

Ele nos preparará para a união com o Pai.

O Estudante Rosacruz, para obter todo esse conhecimento superior, trabalha conscientemente e emprega métodos bem definidos, de acordo com a sua constituição atual.

A fórmula obtém-se por meio do Treinamento Esotérico ou oculto. Não havendo dois Estudantes Rosacruzes iguais, o trabalho eficaz, na esfera de ação de cada um, é sempre individual.

O importante é que o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz é o mesmo para todos! É por meio dele que leva o Estudante da Fraternidade Rosacruz à Ordem Rosacruz, trilhando os 4 níveis dessa Escola (Estudante Preliminar, Estudante Regular, Probacionista e Discípulo) e lá por mais 3 níveis (Irmão Leigo ou Irmã Leiga, Adepto e Irmão Maior), completando o Caminho da Iniciação.

Sigamos o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz, independentemente das dificuldades que temos, pois ele é difícil, mas é feito para chegar. Muitos já chegaram, muitos outros estão trilhando e muitos são setas nesse caminho.

Aproveitemos esse nosso renascimento nos últimos graus de uma Era, a de Peixes, já na Órbita de Influência da próxima Era, a de Aquário, momento em que temos o dobro de oportunidades, de possibilidades, de recursos e de auxílio para acelerar o nosso desenvolvimento espiritual e, assim, ter o mérito de servir “em outras paragens“, além dessas e nos tornar, de fato, “um colaborador consciente na obra benfeitora dos Irmãos Maiores a serviço da Humanidade“.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que está errado no Mundo?

O que está errado no Mundo?

A avalanche de mudanças de condições e problemas que se abateu sobre todos nós, supostamente inesperada e repentina, não foi surpresa para os astrólogos, filósofos e estudantes da Bíblia. Eles estavam preparados para isso.

Para os astrólogos, os sinais eram claros, sabendo que as mãos do Zodíaco, o relógio dos céus, operado pela Lei Universal, apontavam para uma nova época – e que grandes mudanças estavam chegando tanto ao universo, como à Terra e aos seus habitantes ao nos aproximarmos da conclusão de um ciclo e do começo de uma nova Era – à medida que passamos da Era de Peixes para a dispensação na Era de Aquário, várias centenas de anos a partir de agora.

Os filósofos, conhecendo a Lei de Causa e Efeito, têm a certeza que dela não se pode fugir sem colher a consequência negativa, já que a presente condição das nações e dos indivíduos tem sido causada por violações lamentáveis ​​e repetitivas da Lei Cósmica. Se nós estivéssemos vivendo e administrando os assuntos mundanos em harmonia com a Lei, agora no final dessa dispensação se poderia misturar à nova dispensação sem essa situação de pensar e fazer as coisas erraticamente e não claramente em harmonia.

O que estamos passando agora não deveria ser chamado de uma depressão ou repressão, mas um despertar, de um modo em pensar como nunca pensamos antes. Estamos começando a usar uma faculdade que há muito tempo estava adormecida e que é altamente essencial para nosso avanço sob essas condições variáveis.

Para entender a causa desses grandes problemas que nos confrontam, devemos voltar à história e desvendar o passado. Há sempre uma solução para cada problema, mas às vezes não é do modo que queremos nem do modo de estamos pensando.

Para chegarmos a uma conclusão lógica, devemos considerar o plano invisível, assim como o visível (também conhecidos como o plano criador e o plano onde se pratica, respectivamente), uma vez que nos manifestamos em ambos os planos, e como são interdependentes, eles não podem ser separados.

O Livro do Gênesis na Bíblia nos fornece o nosso primeiro conhecimento da nossa existência, como ser humano, mostrando que somos uma alma vivente, e como tal fomos criados pela primeira vez no plano Invisível, à imagem de Deus: um ser andrógino, masculino e feminino. Com o tempo, fomos constituídos do pó do chão, uma substância densa e material. Tivemos o auxílio na construção de um corpo para nos manifestar e evoluindo fomos desenvolvendo as qualidades necessárias para dominar um plano material. Então, Deus considerou apropriado nos fornece uma ajuda, não só para que facilitasse a nossa aprendizagem, mas que pudéssemos criar aqui nesse mundo material. Nesse momento, nos tornamos sexuados; quando renascido como homem retemos o polo positivo da força criadora e quando renascido como mulher retemos polo negativo ou intuitivo da força criadora. Quando a assim chamada “serpente” apareceu, ele pôde tentar Eva (o estereótipo da nossa encarnação como mulher), porque era possível se comunicar com ela através de sua faculdade intuitiva. Adão (o estereótipo da nossa encarnação como homem) não poderia ser atingido devido a não ter desenvolvido essa faculdade a bom termo.

Quando olhamos para o céu e observamos o glorioso Sol, a Lua e as estrelas movendo-se em perfeito equilíbrio; os maravilhosos oceanos, lagos, rios e florestas sobre a terra, respondendo às leis naturais; os animais, pássaros e insetos cumprindo seu destino, vivendo em liberdade e se alimentando; o nascer do Sol, a neve e a chuva para variar o clima e nutrir nossa vegetação; os vastos recursos sob a nossa disposição, com as riquezas nas montanhas e nos vales – quando vemos tudo isso, somos inundados de êxtase pelo maravilhoso sistema criado e pelo plano estabelecido pelo Criador.

E perguntamos, por que tudo isso foi criado e com que finalidade?

Novamente, consultando o Gênesis, vimos que nós deveríamos ser o Regente dessa Terra. Tudo deveria estar sob nossa tutela. Certamente, deveríamos ter feito alguma coisa, em nossa existência passada, para sermos merecedores de uma herança tão grande – mas, com esse presente generoso, veio a responsabilidade e um teste de integridade.

Repetidamente, em cada dispensação espera-se que nós entendamos e aprendamos o que é ensinado e necessário. A história registra as oportunidades que nos foram dadas para resolver os nossos problemas, mas nós escolhemos o nosso próprio caminho, e, ao fazê-lo, sofremos tristezas e misérias incalculáveis, e impérios caíram, para nunca mais se levantar.

Deus nos deu uma ajuda para nos confortar, nos inspirar e para equilibrar nossas decisões e nossos deveres; contudo, nós nunca a reconhecemos como tal, nem mesmo as qualidades que antes eram nossas. Durante séculos, quando renascidos como homem consideramos a mulher inferior, esmagamos as aspirações dela e a tratamos como um brinquedo para o nosso prazer e nossa diversão, a considerando necessária apenas para povoar a Terra – tornando-a, assim, nossa dependente. Quando renascidos como mulheres permanecemos sem voz nos problemas mundiais, fomos forçados a nos embelezar e a recorrer a todo tipo de subterfúgios para agradar aos renascidos como homens e obter favores; pois nossa própria vida e existência, quando renascidos como mulheres, dependiam do nosso tato, da nossa astúcia e do nosso poder de enganar. Como o renascimento é, normalmente, alternado, cada um de nós praticamos isso, ora como homem, ora como mulher!

Mesmo em nossos dias, frequentemente, a pergunta é feita: será que quando renascidos como mulher chegaremos a expressar aqui a capacidade intelectual de quando renascido como homem? Por que não perguntar, também, se quando renascido como homem chegaremos a expressar aqui as qualidades intuitivas de quando renascido como mulher?

O homem real é positivo e criativo e possui excelentes qualidades de força, bravura e nobreza, enquanto a mulher real tem as qualidades adoráveis da bondade, simpatia e generosidade. Tudo isso é essencial e necessário – uma combinação maravilhosa para governar e promover uma administração harmoniosa no lar e fora dele.

Contudo, nós preferimos viver no paraíso dos tolos – lutando contra a guerra e o crime, que são filhos de uma força concentrada e positiva na sua pior forma. Nós, ainda, estamos usando a força para tentar trazer paz e harmonia. Nada jamais produzirá o oposto de seu tipo!

Os cientistas nos dizem que o Universo adquire seu equilíbrio por meio da combinação harmoniosa entre as forças positivas e negativas. Nós temos usado a força positiva apenas em nossa decisão. Agora tornou-se pesado e fora de seu controle e é como uma locomotiva correndo a esmo. Tudo o que precisa é da força negativa, para reverter o acelerador e, assim, evitar a completa destruição.

Guerra, armamento para defesa, manutenção de exércitos e marinhas: esses são os obstáculos mais estupendos para o avanço de uma nação, minando a própria vida dos cidadãos; esvaziando suas bolsas e enchendo o mundo de tristeza, pobreza e dependentes desamparados chorando por pão em meio à abundância – tudo por causa da nossa visão errada e da administração de um sistema desequilibrado.

Mais uma vez, algo está fadado a fracassar ou a ser destruído, devido a presença de certos “sinais ruins” ou “maus presságios”. Estamos no momento em que as implicações positivas e negativas desses atos estão sendo considerados e decisões estão sendo tomadas e, para complicar, nos encontramos carentes. Traímos nossa grande confiança. No entanto, continuamos a fazer Conferências, participando de reuniões entre nações e de alianças diplomáticas secretas – o que apenas o fará se envolver ainda mais e que não dará em nada, a menos que revertamos as rodas de ação da força para a razão, e a menos que cada um de nós, em nossa vida cotidiana, assim como no governo, reconheçamos as nossas responsabilidades, não apenas para com o outro ser humano – nosso irmão e semelhante-, mas para com o nosso Criador, pela parte que assumimos no Seu plano.

A menos que ajudemos a construir, em vez de destruir, e nos tornemos mais abrangentes em nossas ideias, mais amáveis em nossos corações, a história se repetirá e a civilização será novamente destruída. Grandes e nobres mestres vieram em cada ciclo para nos ajudar a emancipar e nos provar a imortalidade da nossa alma e a existência de uma vida eterna. Porém, eles receberam apenas a nossa ingratidão. Eles receberam o cálice do veneno e foram queimados na fogueira e até mesmo o glorioso corpo de Cristo-Jesus foi crucificado por nós!

Todos foram mal compreendidos, quando tentavam nos poupar exatamente pelo que estamos passando agora. Contudo, Deus é misericordioso e compassivo, e nos fornece a chance de se redimir em cada Era. Não podemos alegar desconhecimento de um Plano para nos guiar. A astrologia, a ciência das estrelas, revela a nossa vida desde o seu nascimento e através de nossas vidas anteriores. Isso nos revela nossas características individuais e, a partir delas, podemos saber no que mais encaixamos e qual a vocação deveríamos seguir para ser bem-sucedido. Para as nações, mostra um “plano azul” de seu destino; os eventos importantes na vida, os seus dirigentes e os problemas que eles enfrentarão.

Os arqueólogos nos dizem que nas paredes internas da Grande Pirâmide do Egito as mudanças dos ciclos estão escritas em sinais e símbolos, quando esperá-los, também o passado, presente e futuro das raças dos seres humanos e das nações. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento na Bíblia nos mostra a ascensão, o declínio e a queda das nações, e as causas disso; e a história comprova isso. Patriarcas, filósofos, profetas, de uma vida exemplar e antiga, nos deram um modelo, um projeto, e nos disseram como lidar com o nosso próximo. Todos eles esperavam que a gente despertasse no devido tempo o conhecimento da verdade e encontrasse a sua filosofia de vida.

Do mesmo modo que a rosa tenta insistente e firmemente se desenvolver nesse solo nada fértil e consegue, finalmente, desabrochar as suas pétalas uma a uma até alcançar a beleza suprema, também assim as nossas glórias serão manifestas e surgirão da noite longa e escura, quando percebermos que Deus tem um propósito para nós, bem como para o universo do qual nós, permanentemente, fazemos parte, e compreenderemos o valor das qualidades positivas e negativas e as utilizaremos para equilibrar e harmonizar nossos assuntos materiais e nossa vida cotidiana. Assim, a paz e a felicidade serão a nossa recompensa na Nova Era, cujo amanhecer já vislumbramos!

(Publicado na Revista ‘The Rosicrucian Magazine’ – “Rays from the Rosecross” de fevereiro/1940 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Éter: A Nova Fronteira

Éter: A Nova Fronteira

Nesta lição trataremos da Região Etérica do Mundo Físico. Se bem que o Éter não seja visível para a grande maioria das pessoas, pertence, ainda assim, ao plano físico e é considerado como matéria física. O Éter envolve os átomos físicos como uma aura que os rodeia, interpenetra e protege todo o tempo. Os átomos físicos nadam num mar de Éter. Quando os desejos de uma pessoa tenham esgotado a estes átomos, o Corpo de Desejos atrai, do Sol e por meio do baço, a vitalidade necessária para revivificá-los. O Corpo Denso está constantemente sofrendo mudanças e seus átomos necessitam constante renovação. O Corpo de Desejos está sempre em estado cambiante e em rodamoinho, mas os átomos etéricos prismáticos do Corpo Vital assumem uma posição estacionária, permanecendo sempre no mesmo lugar desde o nascimento até a morte, se bem que estejam, ao mesmo tempo, pulsando e enviando suas forças com sua influência protetora através do Corpo Denso inteiro. Acontece o mesmo com relação aos Éteres planetários da Terra, das plantas e dos animais.

O Éter está dividido em quatro estados de crescente vibração, a saber: o Éter Químico, o Éter de Vida, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, cada um deles desempenhando funções específicas. O Éter Químico, que é o mais denso, pode ser visto como uma bruma azul que rodeia as montanhas. Especialmente é este o caso ao amanhecer e ao anoitecer, quando as forças vitais da Terra são mais fortes. O Éter Químico tem dois polos. O polo positivo atua na assimilação dos elementos nutritivos, no crescimento ou na acumulação de tais elementos no corpo e na conservação da forma. Estas funções involuntárias são executadas sob a direção dos Espíritos da Natureza que têm a seu cargo a construção das formas minerais dos quatro reinos. As forças que trabalham pelo polo negativo controlam a eliminação e a excreção das toxinas e dos catabólitos. O Éter Químico é o construtor e o limpador. Podemos compará-lo à enfermeira, que alimenta, cuida e restaura a saúde, mas também limpa, purifica e elimina todos os detritos. Os Éteres Químicos e de Vida encontram-se e rodeiam as folhas e a vegetação apodrecidas, os corpos mortos do animal e do ser humano, até que a decomposição tenha destruído inteiramente os átomos físicos, que são devolvidos ao reino mineral.

O Éter de Vida é um fator determinante na propagação da espécie. As forças que atuam pelo polo positivo deste Éter, trabalham durante a gestação através da matriz colocada pelos Anjos no útero da mãe, para dar à luz um novo Ego. O sexo é determinado antes de que esta matriz seja colocada no útero. Se a matriz é constituída por átomos etéricos positivos, atraem para si átomos físicos de polaridade negativa, os quais constroem um corpo feminino; mas, se a matriz é feita de átomos etéricos negativos, então constrói um corpo masculino. O polo negativo do Éter de Vida permite ao macho produzir o sêmen.

Os cientistas estão lutando por compreender as leis que determinam o sexo. Até agora têm sido capazes de controlar em certo grau o sexo de várias espécies, mas, ao que se refere à onda de vida humana fica mais difícil. Se bem que seja possível trabalhar com as ondas de vida mais jovens, que estão sob o controle dos Espíritos-Grupo, devemos recordar que o ser humano é um ser individualizado e é o senhor de seu próprio destino. Seu destino, resultado das vidas passadas, está escrito no diminuto átomo-semente, do qual extraem os Anjos Arquivistas (ou Anjos do Destino ou Senhores do Destino) o núcleo para a matriz, que é feito especialmente para acomodar-se a cada Ego particular, quando este está pronto para o renascimento, e o sexo é determinado pela escolha feita quando o Ego está ainda no Terceiro Céu (na Região do Pensamento Abstrato). Portanto, um cientista com o fim de controlar o sexo de qualquer ser humano teria que ser sapientíssimo e poderoso, e começar a controlar as circunstâncias dos mundos internos e ainda das vidas anteriores ao presente renascimento desse Ego.

O Éter Luminoso e as forças que trabalham através do seu polo positivo geram calor e movimento; também controlam a circulação da seiva nas plantas, do sangue nas artérias e veias e do fluido rosado nos nervos motores. As forças que trabalham através do polo negativo fazem funcionar os sentidos, manifestando-se como funções passivas da sensação, audição, visão, olfato e paladar. Também constroem e nutrem os órgãos sensoriais (particularmente o olho) e seus correspondentes nervos. Esta é também a avenida de depósito para os pigmentos e matéria colorante, não apenas do sangue, do cabelo e da pele do animal e do ser humano, mas também das folhas e pétalas das plantas e das flores.

O Éter Refletor é a avenida através da qual a Mente do ser humano se comunica com o cérebro físico. Também registra ou reflete todos os acontecimentos que tenham sucedido, algum dia, nas vidas passadas e presentes do ser humano. Tudo faz uma impressão que é registrada sobre este Éter em forma de memória. Também reflete impressões e formas de pensamentos armazenadas na verdadeira Memória da Natureza, que se encontra nos reinos superiores.  Existem, pelo menos, três principais níveis de memória: a memória subconsciente do Éter Refletor, que tem assento no sangue; a memória consciente no Mundo do Pensamento, mas que também é refletida no Éter Refletor, tratando estas duas classes de memória com a presente vida terrestre, e a memória supraconsciente no Mundo do Espírito de Vida, que pode evitar a Mente e impressionar ao Éter Refletor diretamente em forma de lampejos de intuição, tratando esta última classe de memória, essencialmente  com as atividades das vidas passadas.

Até recentes décadas a Ciência tem conhecido muito pouco a respeito destes Éteres, mas várias de suas especialidades modernas, tais como a Astronomia, a Astrofísica, a Biologia, a Bioquímica, a Física Nuclear e as Ciências do Espaço para citar apenas algumas têm-se esforçado em estudar e compreender coisas tais como a transmissão da luz, a gravidade, as comunicações espaciais, a fotossíntese, a reprodução celular, a engenharia genética, a fusão nuclear, as estruturas subatômicas, e assim sucessivamente, as quais estão sob o ordenado controle dos Éteres. Neste último terço da Era de Peixes a Ciência vai se tornar mais forte e finalmente nos levará a redescobrir a perfeita ordem subjacente no Mundo Físico, revelando a maravilhosa sabedoria de Deus — seu Criador — com Quem logo devemos aprender a trabalhar e viver em harmonia.

Mediante orações repetidas e concentração tem sido atraídos os Éteres superiores ao Templo de Cura de Mount Ecclesia, e agora o banham, com um poder que aumenta a cada dia. Quando nos colocamos em sintonia, atraímos para nós um mar destes Éteres superiores e nos convertemos em poderosos agentes de Cristo e de seu bálsamo curador, para ajudar a humanidade. Assim como os atlantes tiveram que desenvolver os pulmões com a finalidade de respirar acima da atmosfera carregada de névoa, assim nós devemos desenvolver o Corpo Anímico, composto dos Éteres superiores, o que permitirá que nos elevemos sobre a densa atmosfera para flutuar à vontade, através dos Éteres, a fim de ajudar a humanidade que sofre.

Nossos astronautas do presente estão simplesmente indicando o caminho, e à falta de um Corpo-Alma devem colocar-se em um traje espacial. Contudo, quando regeneramos nossas vidas e com alegria nos damos para servir desinteressadamente à humanidade, construímos o novo traje espacial etérico, o Corpo-Alma, o qual rapidamente nos abrirá a Nova Fronteira do Espírito: o Espaço.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ –  Jul/Ago/88)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A relação entre a Água e as Emoções

A relação entre a Água e as Emoções

No Evangelho Segundo São Mateus 8:23-27 lemos:

“Então, entrando Ele no barco seus Discípulos o seguiram. E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Entretanto Cristo Jesus dormia. Mas os Discípulos vieram acordá-Lo clamando: ‘Salva-nos, pereceremos’. Acudiu-lhes então Cristo Jesus: ‘Por que sois tímidos, homens de pequena fé?’. E levantando-se repreendeu os ventos e o mar e fez-se grande bonança. E maravilharam-se os homens dizendo: ‘Quem é Este que até o vento e o mar Lhe obedecem?’”

No Evangelho Segundo São Mateus 14:22-33:

“Logo a seguir compeliu Jesus os Discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto Ele despedia as multidões. E, despedidas as multidões, subiu ao monte a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde lá estava Ele, só. Entretanto, o barco já estava longe, a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas porque o vento era contrário. Na quarta vigília da noite foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. E os Discípulos ao verem-no andando por sobre as águas ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma. E tomados de medo gritaram, mas Cristo Jesus imediatamente lhes falou: ‘Tende bom ânimo. Sou eu. Não temais’. Respondendo-lhe Pedro disse: ‘Se és tu Senhor, manda-me ir ter contigo por sobre as águas’. E Ele disse: ‘Vem’. E Pedro descendo do barco andou sobre as águas e foi ter com Cristo Jesus. Reparando, porém, na força do vento, teve medo e começando a submergir, gritou: ‘Salva-me Senhor’. E, prontamente Cristo Jesus estendendo a mão tomou-o e lhe disse: ‘Homem de pequena fé, porque duvidastes?’. Subindo ambos para o barco, cessou o vento. E os que estavam no barco o adoraram dizendo: ‘Verdadeiramente és Filho de Deus’”.

Nessas passagens desse Evangelho observamos algo muito mais transcendente do que Cristo Jesus produzindo uma de suas maravilhas. Ele não estava literalmente dominando os elementos próprios do Mundo Físico, tais como a tempestade, ventos e ondas fortíssimas. Na realidade, estas passagens do Novo Testamento relatam experiências ocorridas em outra dimensão. Na literatura ocultista a água simboliza as emoções e o Mundo do Desejo.

À natureza da água lembra muito o Mundo do Desejo cuja substância encontra-se em constante movimento. Max Heindel afirma em suas obras que a permanência no Mundo do Desejo requer muito equilíbrio e discernimento. Quando faltam essas qualidades ocorre justamente o pânico que sobressaltou Pedro no capítulo 14 de São Mateus.

Pedro deixou o barco (o corpo) e aventurou-se na região das emoções. Porém, ainda não conseguia manter-se sereno para lá permanecer, tendo assim que receber a ajuda do Cristo. Caminhar sobre as águas é dominar os elementos do Mundo do Desejo.

Max Heindel diz no Conceito Rosacruz do Cosmos: “A lei que rege a matéria da Região Química é a inércia, a tendência a permanecer em status quo. É necessária certa soma de energia para vencer essa inércia, para fazer com que se mova um corpo em repouso ou para deter um que esteja em movimento. Tal não acontece com a matéria componente do Mundo do Desejo. Em si própria é quase vivente, está em movimento incessante, fluídico. Pode tomar formas inimagináveis com inconcebível facilidade e rapidez brilhando ao mesmo tempo com milhares de cores coruscantes sem termos de comparação com qualquer coisa que conhecemos neste estado físico de consciência. Desta ligeira descrição pode-se deduzir quão difícil será para o neófito que acaba de abrir os olhos internos, encontrar o equilíbrio no Mundo do Desejo. É um manancial de toda espécie de perturbações e perplexidades”.

No Conceito Rosacruz do Cosmos lemos: “A característica principal dos globos lunares pode-se descrever como ‘umidade’. Os ocultistas-cientistas chamam ‘água’ aos globos do Período Lunar e descrevem sua atmosfera como se fosse névoa ígnea”.

No mesmo livro dessa obra básica dos Ensinamentos Rosacruzes, Max Heindel afirma que cada dia da semana corresponde a um dos Períodos e é regido por um Astro em particular. À segunda-feira corresponde ao Período Lunar e é regida pela Lua que exerce decisiva influência sobre as águas, os fluídos, as marés, etc.

O domínio das emoções representa uma transição de um estado de consciência para outro. Os israelitas para entrar na Terra Prometida, primeiro tiveram de atravessar o Mar Vermelho e depois o Rio Jordão.

Cruzar as águas é uma vitória sobre as emoções, sobre si próprio. Se você supera alguma dificuldade, você cruzou o Jordão.

A arca de Noé, esotericamente interpretada representa um estado de consciência mais elevado, uma vitória sobre a comoção e insegurança causadas por grandes transformações. O dilúvio é uma alegoria do desaparecimento da Atlântida. Os sobreviventes simbolizam um tipo superior de humanidade, capaz de responder positivamente às necessidades evolutivas da Época Ária.

As Épocas contêm em si mesmas espirais evolutivas menores. As Eras são algumas dessas espirais. O ser humano da Era de Peixes é emotivo por excelência. Eis porque esta Era está intimamente ligada ao elemento água: o batismo com água nas igrejas cristãs, a água benta, a emotividade que envolve a devoção.

Na próxima Era — Aquário — essas características serão modificadas. O ser humano aquariano será mais racional. A atmosfera mais seca e elétrica que predominará ensejará o fortalecimento da atividade intelectual. A representação astrológica de Aquário consiste em um homem, o aguador, despejando a água do seu cântaro.

Num futuro mais distante ainda, às emoções serão totalmente sublimadas e amalgamadas à constituição espiritual do ser humano. Isso foi anunciado no Capítulo 21 do Apocalipse: “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeiro terra passaram e o mar já não existe”. Temos, portanto, uma árdua tarefa pela frente.

(Publicada na revista ‘Serviço Rosacruz’ – mar/abr – 88)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sementes da Nova Era, ainda aqui na Era de Peixes

Sementes da Nova Era, ainda aqui na Era de Peixes

A Era (ou Idade) de Peixes apresenta algumas características marcantes. Uma delas é a predominância de uns poucos sobre a maioria. Tal faceta pode ser notada com facilidade se observarmos, principalmente, os campos da religião e da política.

Nos últimos séculos, todas as grandes decisões que marcaram a vida das nações foram tomadas por poucos indivíduos, por grupos hegemônicos, ou em função do que eles pensavam e lhes atendia os interesses.

Os povos se acomodaram a essa situação, permitindo que um indivíduo tomasse iniciativa por eles. Não se discutia o valor das decisões, quais os critérios que a norteavam e se o objetivo final era o bem coletivo. O líder decidiu e ponto final. Revogam-se as disposições em contrário.

Esse sistema de lideranças foi legítimo numa época em que era necessário promover o desenvolvimento coletivo. Mas hoje, quando a influência de Aquário se faz sentir com intensidade crescente, esse estado de coisas tende a mudar.

O crescimento da individualidade assume importância prioritária e isso já vem promovendo uma significativa mudança na ordem social. As lideranças estão desaparecendo gradativamente, dando lugar a formas mais democráticas de tomadas de decisões. Os direitos individuais devem ser respeitados e a liberdade de expressão defendida, como sendo embriões de uma sociedade mais consciente de seus direitos, deveres e ideais.

A medida em que o líder carismático se torna uma figura do passado, as nações e as instituições passam a ser dirigidas por pessoas responsáveis, a quem são delegados poderes para tal, mediante critérios justos e democráticos.

Desses dirigentes exige-se competência, probidade e, acima de tudo,um acendrado amor aos seus concidadãos. Todos os seus atos devem representar e expressar as aspirações e vontades coletivas. Só se justifica a tomada de grandes decisões após amplos e profundos debates entre a população e, na medida do possível, procurar-se-á sempre o consenso.

Esse respeito à liberdade individual, propugnado e praticado no seio da Fraternidade Rosacruz, constitui um prelúdio do que será a futura sociedade humana.

Como membros da Fraternidade Rosacruz e colaboradores na disseminação do evangelho da Era (ou Idade) de Aquário, façamos uma autocrítica, verificando se nossos hábitos, ideias e procedimentos ainda recebem a influência de Peixes. Caso isso ocorra empenhemo-nos num esforço consciente e perseverante, no sentido de transmutar essa maneira de ser, dando-lhe características aquarianas. Notaremos, então, como nossa colaboração será muito mais eficiente.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/86)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Todos nós podemos e devemos decifrar a mensagem e resolver o mistério do Universo: eis um exemplo

Todos nós podemos e devemos decifrar a mensagem e resolver o mistério do Universo: eis um exemplo

Diz-se amiúde e com razão, por certo, que “o menino é o pai do homem” e sobre o mesmo princípio podemos dizer que o Filho do Homem é o Super-homem. Portanto, quando o Sol entrar, por precessão, no Signo celestial de Aquário, o aguador, virá uma nova fase da religião do Cordeiro exotericamente e o ideal que devemos perseguir está indicado no Signo oposto: Leão.

A Lua, habitação do regente autocrático da raça e o dador de leis, Jeová, está, exaltada em Touro, Signo do touro, e quando o Sol transitou, por precessão, por esse Signo, todas as religiões de raça, mesmo a fase mosaica da religião ária do Cordeiro, pediam uma vítima propiciatória para cada transgressão da lei.

Mas o Sol está exaltado em Áries e ao entrar nesse Signo, por precessão, o grande espirito Solar, Cristo, veio como um Sumo Sacerdote da Religião Ária, ab-rogou o sacrifício de outros ao oferecer-se a Si mesmo como um sacrifício perpétuo pelo pecado do mundo.

Observando o ideal maternal de Virgem durante a Era de Peixes e seguindo o exemplo de Cristo como um serviço de sacrifícios, a imaculada concepção converte-se numa experiência real para cada um de nós, e Cristo, o Filho do Homem (Aquário), nasce internamente.

Deste modo, gradualmente a fase terceira da religião Ária se manifestará e um novo ideal será encontrado no Leão de Judá (Leão). Valor e convicção, fortaleza de caráter e virtudes semelhantes farão do ser humano realmente o Rei da Criação, digno da confiança e do afeto dos reinos inferiores de vida, bem como do amor das divinas Hierarquias que sobre ele estão.

Assim, a mensagem mística da evolução do ser humano está marcada em caracteres de fogo no campo celestial, onde qualquer investigador pode ler.

E quando estudemos o propósito de Deus, revelado no Zodíaco, aprenderemos a nos conformarmos inteligentemente com Seus desígnios e deste modo abreviar o dia da emancipação de nosso limitado ambiente atual, para sermos perfeitamente livres como espíritos, sobrepondo-nos à lei do pecado e da morte, por meio de Cristo, o Senhor do Amor e da Vida.

Todos nós podemos e devemos decifrar a mensagem e resolver o mistério do Universo.

A entrada do Sol em Aquário, em que teremos mais estreita união com o Cristo, por uma forma elevada da religião do Cordeiro, está indicada, além do Zodíaco, no Evangelho de São Lucas (22:10-11), São Marcos (14:13-15) e São Mateus (26:18), pois o Cristo Solar é simbolizado em Astrologia pelo Sol, quer na evolução do ser humano, como das nações e do mundo. Aquário, às vezes, é representado por uma mulher derramando água de um cântaro; outras vezes por um menino e outras ainda, por um homem. O correto é de um rapaz, que simboliza o Cristo já crescido no ideal dentro de nós; a água que se derrama sob controle do cântaro, pelo rapaz, significa o equilíbrio das emoções. Será, pois, a época do Amor racional, inteligente, o equilíbrio entre o Coração e a Mente, preconizado pelos Rosacruzes.

A palavra chave de Aquário, como Signo Fixo, é: Estabilidade.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 01/64)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Qual o significado das palavras de Jesus quando disse à sua mãe Maria: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2:4)

Pergunta: Qual o significado das palavras de Jesus quando disse à sua mãe Maria: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2:4).

Resposta: Este é mais um caso em que os tradutores da Bíblia traduziram incorretamente o texto grego de uma maneira injustificável. A observação foi feita na ocasião das Bodas de Caná, onde Maria, a mãe de Jesus, segundo a Bíblia, veio a ele dizendo que não havia mais vinho. Jesus respondeu-lhe, então, com as seguintes palavras em grego: “Ti emoi kai soi gunai”. Traduzido literalmente, temos: “O que (é isso) para mim e para ti, mulher? Ainda não é chegada a minha hora“. Mesmo se não levarmos em consideração o sentido esotérico dessa observação, isso parece bem mais agradável que a resposta áspera atribuída a Jesus na versão popular da Bíblia do Rei James.

Devemos também lembrar que o Cristo não era o filho de Maria no mesmo sentido em que o era Jesus, pois, embora Ele usasse o corpo de Jesus, Ele não reconhecia qualquer parentesco físico com Maria, portanto, o dirigir-se a ela chamando-a “mulher”, estava perfeitamente justificado.

Contudo, há outro significado mais profundo em todo o relato das bodas de Caná. Ensinou-se na literatura Rosacruz que os Evangelhos não são histórias sobre a vida de um indivíduo chamado Jesus, que foi uma figura única na humanidade. Embora o Jesus dos Evangelhos tenha existido realmente, os Evangelhos em si são histórias ou fórmulas de iniciação, e as bodas de Caná, onde Cristo realizou o Seu primeiro grande milagre, foi algo bem maior do que uma simples cerimônia de casamento entre um homem e uma mulher na vida comum. Foi, na realidade, um casamento místico do “Eu superior” com o “Eu inferior” sob a nova ordem do Serviço do Templo inaugurado, então, por Cristo. Na Época Atlante a água foi usada nos templos, mas na Época Ária o vinho era essencial.

Raças diferentes viveram sobre a Terra em várias Épocas, e elas eram constituídas diferentemente do que nós o somos hoje. A primeira raça humana é simbolizada na Bíblia pelo nome de Adão. Os seres eram da terra, terrenos, isto é, tinham somente um corpo mineral – um Corpo Denso -, pois eram formados dos minerais da Terra. A segunda raça é simbolizada pelo nome de Caim. Eles tinham um Corpo Denso mineral e, também, um Corpo Vital, formado de Éteres. Eram semelhantes às plantas e alimentavam-se de vegetais. Por isso, ouvimos dizer que Caim cultivava o solo e plantava sementes. A terceira raça desenvolveu um Corpo de Desejos e devido a sua natureza emocional e passional os seres humanos tornaram-se semelhantes ao animal. Assim, foi-lhes dado alimento animal ou carne para comer, e lemos na Bíblia que Nimrod foi um poderoso caçador. Por último, a Mente foi-lhes acrescentada formando um elo entre o Tríplice Corpo e o Tríplice Espírito. O Espírito introduziu-se então no corpo, tornando-se um morador, um Ego.

Para que esse Ego pudesse aprender a lição na Terra, ele deveria esquecer, durante algum tempo, sua origem espiritual celeste. Para esse fim, um novo alimento foi-lhe dado, e o vinho, um espírito fermentado fora do corpo, foi usado pela primeira vez por Noé, o Hierarca Atlante, para amortecer o verdadeiro Espírito que habitava o corpo.

Sob a influência intoxicante desse pseudo-espírito, o ser humano esqueceu gradualmente sua origem divina e focalizou toda a sua atenção nas lições que deveriam ser aprendidas neste Mundo. Embora a humanidade se tenha entregado a este novo gênero de nutrição, o vinho, a despeito até das orgias realizadas em cerimônias exotéricas, nos santuários de todas as antigas dispensações só era utilizado água, e os santos e sumos sacerdotes nunca permitiam que o vinho tocasse seus lábios.

Consequentemente, eles não eram líderes cegos conduzindo outros cegos, mas viam claramente os Mundo invisíveis e conheciam o sagrado mistério da vida.

Durante as Épocas primitivas da evolução o ser humano foi guiado por mensageiros visíveis das Hierarquias Divinas que ele reverenciava como Deus, e mesmo depois que eles o deixaram, os profetas e os videntes continuaram a aparecer entre os seres humanos para testemunhar a realidade de Deus e dos Mundos invisíveis. As antigas Religiões ensinaram também a doutrina do Renascimento e, assim, o ser humano soube que progredia por meio da experiência adquirida utilizando uma série de corpos terrenos de textura cada vez mais aprimorada. É por essa razão que muitos hindus, que acreditam no Renascimento, acham que não há necessidade de pressa em termos de evolução. Contudo, para que o ser humano do Mundo ocidental, onde habitam os seres humanos pioneiros, pudesse se aplicar com toda a sua alma e sua Mente no domínio dos segredos da vida terrena, foi determinado privá-lo totalmente desse ensinamento. Os próprios conselheiros espirituais ficaram, por algum tempo, cegos quanto ao conhecimento consciente de Deus e da visão dos Mundos internos, para que dessa forma, toda a humanidade pudesse se tornar autossuficiente durante a Nova Dispensação, se aplicando inteiramente à evolução material que lhe estava reservada. O vinho teve, desde o início, essa contribuição em termos exotéricos, e o seu uso foi sancionado no templo pelo primeiro milagre.

Sob a Antiga Dispensação, somente a água era usada no Serviço do Templo, mas, com o decorrer do tempo, o vinho se tornou um fator na evolução humana. Um deus do vinho, Baco, foi adorado e as orgias desregradas se realizavam a fim de abafar as aspirações do Espírito, para que este pudesse se entregar inteiramente à conquista do Mundo Físico. Sob a Dispensação Mosaica (Antiga Dispensação) os sacerdotes eram estritamente proibidos de usar vinho ao oficiar no templo, mas Cristo, em Sua primeira aparição pública, transformou a água em vinho, aprovando seu uso na ordem das coisas então existentes. Notemos que isto foi efetuado publicamente, e este foi o Seu primeiro ato de ministério público. Contudo, na última sessão esotérica do Cristo com Seus Discípulos, no qual foi celebrada a Nova Aliança, não havia carne de cordeiro (Áries), como exigia a Lei Mosaica. Tampouco havia vinho, mas apenas pão – um produto vegetal – e o cálice do qual falaremos a seguir. Baseados em Suas palavras proferidas naquele momento: “Em verdade vos digo, já não beberei do fruto da videira até aquele dia em que beberei o vinho novo do Reino de Deus”.” (Mc 14:25), o suco recém extraído da uva não contém um espírito proveniente da fermentação e decomposição, mas é um alimento vegetal puro e nutritivo. Assim, os seguidores da doutrina esotérica foram instruídos, por Cristo, a adotarem uma dieta que não incluísse nem a carne animal, nem bebidas alcóolicas.

Supõe-se, geralmente, que o cálice usado por Cristo na Última Ceia continha vinho, no entanto, não há fundamento na Bíblia para essa suposição. Foram dados três relatos sobre a preparação desta Páscoa. Enquanto São Marcos e São Lucas declaram que os mensageiros foram enviados a uma determinada cidade para procurar um homem transportando um cântaro de água, nenhum dos Evangelistas disse que o cálice continha vinho. Além disso, pesquisas na Memória da Natureza mostram que a água era a bebida usada, pois o vinho, sob o ponto de vista esotérico, já tinha cumprido sua função. Com esse ato se iniciou o movimento da temperança, pois essas mudanças cósmicas envolvem uma longa preparação nos mundos internos antes que possam manifestar-se externamente na sociedade. Milhares de anos nada representam em tais processos.

O uso da água na Última Ceia também se harmoniza com os requisitos astrológicos e éticos. O Sol estava deixando Áries, o Signo do Cordeiro, entrando em Peixes, o Signo dos Peixes, um Signo aquático (tudo isso pelo movimento da Precessão dos Equinócios). Uma nova nota de aspiração iria soar, uma nova fase de elevação humana devia ser introduzida durante a Era Pisciana que se aproximava. A autoindulgência iria ser superada pelo espírito da renúncia. O pão, sustento da vida, feito da semente imaculadamente gerada, não alimenta as paixões como a carne; também o nosso sangue, quando diluído na água, não se altera tão bruscamente como quando está saturado de vinho. Portanto, o pão e a água são alimentos adequados e símbolos de ideais durante a Era Peixes-Virgem. Eles representam a pureza, e a Igreja Católica deu aos seus seguidores a água pisciana colocada à porta de seus templos e o pão virginiano no altar, recusando-lhes o cálice de vinho durante o Ofício.

Não obstante, mesmo o que foi exposto acima não nos leva ao cerne do mistério culto no “Cálice da Nova Aliança”. A antiga taça de vinho que nos foi dada quando entramos em na Época Ária, a terra da geração, era portadora de destruição, da morte e do veneno, e a palavra que, então, aprendemos a proferir estava morta e impotente.

A nova taça de vinho mencionada, como a representação do ideal da futura época, a Nova Galileia (que não deve ser confundida com a Era de Aquário), é um órgão etérico formado dentro da cabeça e da garganta pela força sexual não gasta que, à visão espiritual, se assemelha à haste de uma flor, elevando-se da parte inferior do tronco. Este cálice, ou cálice-semente, é realmente um órgão criador, capaz de enunciar a palavra de vida e de poder.

Atualmente, a palavra é articulada por movimentos musculares desajeitados que regulam a laringe, a língua e os lábios para que o ar, proveniente dos pulmões, emita determinados sons, mas o ar é um meio pesado, quando comparado às forças mais sutis da Natureza, como a eletricidade que se move no Éter. Quando este novo órgão tiver evoluído, terá o poder de pronunciar a palavra de vida, de infundir vitalidade em substâncias até hoje inertes. Este órgão está sendo hoje formado por nós, por meio do serviço prestado amorosa e desinteressadamente.

Lembremo-nos que Cristo não deu o cálice à multidão, mas aos Seus Discípulos, que eram os Seus mensageiros e servidores da Cruz. Atualmente, aqueles que bebem da taça do autossacrifício, os que colocam sua força criadora ao serviço amoroso e desinteressado dos outros, estão construindo esse órgão juntamente com o Corpo-Alma, o “Dourado Manto Nupcial”. Eles estão aprendendo a usá-lo, em pequena escala, como Auxiliares Invisíveis, quando deixam seus corpos à noite e é nessas circunstâncias que aprendem a proferir a palavra de poder que remove a doença e cria tecidos sadios.

Quando a Época Atlante se aproximava do fim e a humanidade abandonou seu lar da infância, onde estivera sob a tutela direta dos Mestres divinos, fez-se a Antiga Aliança, e foi-lhes concedido a carne animal e o vinho, sendo que estes elementos, aliados ao uso irrestrito da força sexual, transformaram a Época Ária numa era de morte e destruição. Estamos chegando, agora, ao término dela.

A Era Pisciana, ou o período em que o Sol, pelo movimento de precessão, passa pelo Signo de Peixes, os peixes, está chegando ao fim. Durante esse período, o Signo oposto a Peixes, Virgem, representou o ideal humano. Ela foi venerada por um sacerdócio celibatário que recomendava aos fiéis o uso do “peixe” como alimento em certos dias da semana e do ano. No Zodíaco ilustrado, o Signo de Virgem tem uma espiga de trigo na mão. Tanto a semente como a uva são produtos do reino vegetal, e a Imaculada Virgem Celestial incorporou, portanto, o primeiro princípio da Imaculada Concepção, o sangue (vinho) e o corpo (pão) do Cristo. O clero celibatário, orientando o culto, ressaltou a importância desses elementos durante a Era de Peixes que terminará em breve, portanto, o vinho está sendo rapidamente abolido nos ofícios do templo e entre as massas, e isso está gerando um grau maior de sensibilidade que estamos experimentando hoje. O Espírito Divino, oculto dentro de cada ser humano, está despertando do seu sono tóxico produzido pelo espírito do vinho, e está começando a se recordar de sua origem divina e de sua herança da vida, à qual não tem início nem fim.

Vale a pena notar que, tanto o clero dos diversos países do Velho Mundo quanto os padres católicos das Américas ainda continuam a incluir o vinho e as bebidas alcoólicas diariamente, e é bem significativo que quando o Parlamento da Inglaterra, o Rei e os nobres, que representam o poder político, tentaram aprovar leis que proibissem a venda de bebidas alcoólicas no país, a medida fracassou devido à determinada oposição dos mais altos dignitários da Igreja.

Esta atitude do clero europeu não implica, de modo algum, numa degradação por parte deles, nem que devam ser censurados. A humanidade tem ainda muitas lições para aprender, e estas só podem ser proporcionadas durante a “era do vinho”. Quando cessar a necessidade do espírito falso, este cairá em desuso sem que seja necessário recorrer a medidas legislativas, que geralmente não são eficientes, pois é totalmente impossível legislar a moralidade num povo. Até que uma lei seja aprovada internamente, a pessoa a infringirá para garantir a satisfação de seus desejos, independente de quaisquer medidas restritivas.

(Pergunta nº 90 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Fraternidade Rosacruz como Impulso Espiritual para o Mundo e os Dez Primeiros Anos de um Século

A Ordem Rosacruz é uma das Sete Grandes Escolas de Mistérios do Ocidente. Seus representantes escolheram Max Heindel como mensageiro de Sua admirável Filosofia, que tem por finalidade lançar luz sobre o lado científico e espiritual dos problemas relacionados a origem e evolução do ser humano e do Universo. Desde a publicação do livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” um novo impulso espiritual foi lançado ao mundo, sendo que muitos avanços foram realizados por aqueles que responderam ao mesmo. Entretanto, há ainda muito trabalho para ser feito, e se deixarmos de empregar nossos talentos em prol dessa Grande Obra “o trabalho ficará incompleto e seremos servos improdutivos dos Irmãos Maiores”. Além disso, tal obra necessita de muitos colaboradores e a não ser que tomemos consciência de sua importância e da melhor época para semearmos novas ações que fortaleçam o mencionado impulso, a colheita para o próximo século será pouco produtiva. Vamos ver a importância e papel da Fraternidade Rosacruz no mundo, do período referente aos dez primeiros anos de um século e da responsabilidade de cada Aspirante neste processo.

No meio científico, antes que um novo método possa ser empregado como parte da solução de um problema, requisitos básicos devem ser preenchidos. Dentre estes, dois se destacam:

(1) provas de que o método seja eficaz e eficiente;

(2) e garantias sobre a replicabilidade de seus resultados.

Do mesmo modo, verdadeiros ensinamentos espirituais destinados a contribuir com o avanço espiritual do ser humano devem, antes de serem ministrados à maioria, produzir resultados seguros a uma minoria e, ainda, que as experiências espirituais sejam totalmente subjetivas, sua replicabilidade se refere ao desenvolvimento seguro de todos aqueles que legitimamente seguiram seus procedimentos. A Fraternidade Rosacruz possui e disponibiliza um método espiritual seguro, eficaz e eficiente, capaz de despertar em qualquer Aspirante suas potencialidades latentes em poderes dinâmicos, de modo a torná-lo um verdadeiro Discípulo de Cristo.

O Fundador da Ordem Rosacruz, juntamente com os Doze Irmãos Maiores, realizou profundas pesquisas relacionadas às tendências pelas quais as Mentes da humanidade atual respondem, bem como a provável direção que elas seguirão no futuro. Estas pesquisas indicaram que as principais necessidades espirituais ou fontes de pecado da humanidade provavelmente seriam: “o orgulho intelectual, a intolerância e a impaciência diante das limitações e restrições”. Por isso, um método de desenvolvimento espiritual capaz de satisfazer tanto o exigente intelecto, como o anseio do coração foi desenvolvido, ensinando o ser humano como vencer suas próprias limitações, por meio do autodomínio e da compreensão dos mistérios do ser e do Universo.

Períodos propícios para iniciar um trabalho espiritual como o acima mencionado ocorrem apenas duas vezes durante um século. São exatamente durante as primeiras e sextas décadas de um século que um novo ciclo espiritual dá início, e a possibilidade de pôr em movimento novas forças nesses períodos traz, ao mundo, muitos benefícios que em outros é raro conseguir. Esse é o motivo pelo qual a publicação do método Rosacruz de desenvolvimento ocorreu durante a primeira década do séc. XX. O fato é que estamos presentemente vivenciando os últimos 12 meses relacionados a um novo ciclo como esse e, como representantes do impulso espiritual que a Fraternidade Rosacruz estabeleceu há 100 anos, não há momento mais propício para empregarmos nossos talentos em prol dessa Grande Obra.

O Aspirante sincero pode, neste momento, estar se perguntando qual seria a linha de ação eficaz que poderia auxiliá-lo a fortalecer ainda mais esse impulso. Como o método Rosacruz é ausente de fórmulas prontas ou mestres externos, uma breve recapitulação do caminho pelo qual o ser humano percorreu no passado e das lições que ele deveria ter aprendido durante as Era que viveu pode fornecer direções úteis que o auxilie nessa busca.

Quando Deus criou o ser humano (a Sua Imagem e Semelhança), a humanidade era um Grande Todo e sem a separatividade. Um grande trabalho, então, para que cada ser humano adquirisse uma consciência separada teve início. Para isso, o meio pelo qual isso poderia ocorrer era construindo veículos separados por cujo intermédio seu Espírito poderia se manifestar. O período em que ocorreu esse trabalho é denominado, na Filosofia Rosacruz, como período de “Involução”. Como efeito deste processo, o ser humano foi gradativamente percebendo a realidade do mundo exterior e vislumbrando a diferença entre si, o “eu” e os outros. Então, compreendeu que era separado e, desde então, a consciência do “eu”, o egoísmo, predominou.

No final deste período de Involução o ser humano tinha conquistado uma constituição de Corpos completa e estava apto para iniciar uma nova jornada: a de transformar suas potencialidades divinas latentes em poderes dinâmicos. Este segundo período é denominado, pela Filosofia Rosacruz, de período de “Evolução”. Assim, o ser humano iniciou sua jornada para aprender lições que o tornará uma Grande Inteligência Criadora. Entretanto, tais lições não eram dadas de uma vez, mas seguindo uma espécie de cronograma (ou Eras) que obedece ao movimento de precessão do Sol no Zodíaco.

Além disso, conforme um número mínimo necessário de seres humanos completava seu aprendizado, novas lições eram gradativamente sendo apresentadas. Até o presente, duas Eras foram completamente vivenciadas e uma terceira está chegando ao fim.

Quais são as Eras e suas respectivas lições? As Eras são: Era de Touro, de Áries e de Peixes, e suas lições incluem tanto aprendizado de conceitos e experiências do Mundo Físico (incluído o aprimoramento de seus Corpos e do Planeta Terra como campo de evolução), como o aprendizado espiritual que o ser humano deveria alcançar. Seus detalhes são descritos abaixo.

A primeira Era, ou Era de Touro, tinha o objetivo de tornar o ser humano ainda mais consciente da Região Química do Mundo Físico. Para isso ele deveria conquistar e dominar esta Região, pelo acúmulo de bens materiais e domínio dos elementos químicos que constituem Mundo Físico. Por meio destas lições, incorporou o primeiro e então necessário valor: EU TENHO. A prática espiritual desta Era constituía-se da seguinte maneira: o ser humano separava-se em castas que serviam de Sacerdotes nos Templos (Tabernáculo do Deserto) e buscava o lado oculto das coisas disponíveis apenas a estes (sacerdotes tinham acesso à iniciação e a população geral não; por isso o restante seguia a orientação daqueles e sacrificavam suas melhores posses).

A segunda Era, ou Era de Áries, tinha o propósito de ensinar o ser humano a deixar de TER, e desenvolver a capacidade de SER. Foi-lhe, então, ensinado os conceitos de pioneirismo, iniciativa e ambição. Correlato bíblico desta época refere-se à resposta que Deus deu a Moisés, quando este último não acreditava que poderia influenciar as grandes massas daquela época: Resposta: “EU SOU AQUELE QUE SOU”. “Eis como responderás aos israelitas: EU SOU, envia-me junto de vós.” (Ex 2:12-14). No entanto, nem todos os seres humanos tinham acompanhado o percurso natural da evolução, sendo que o valor EU TENHO estava tão enraizado em sua identidade que se recusava aceitar qualquer nova lição ou convite para dar esse novo passo. O Estudante Rosacruz pode compreender o quão difícil deveria ser deixar esse antigo valor de lado, pois as reminiscências desta Era ainda persistem até os dias atuais. Concomitante a essas novas lições, as condições da Terra estavam mudando e somente àqueles que tinham se adaptado às novas lições espirituais aprenderam a aprimorar seus veículos para sobreviver sobre a nova Terra. Aqueles que persistiam em não dar o próximo passo acabaram por sucumbir e atrasaram todo o progresso da humanidade. O correlato bíblico que descreve essa transição é: “Eles comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento”, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consumiu a todos (Lc 17:27). Como ideais espirituais da segunda Era estavam: a justiça, a perfeição, o coração justo e reto. Um exemplo Bíblico destes valores está na seguinte passagem: “Esta é a história de Noé. Noé era um homem justo e perfeito no meio dos homens de sua geração. Ele andava com Deus.” (Gn 6:1-9).

A terceira Era (atual) ou Era de Peixes convida o ser humano a aprender incorporar em seu Ser a compaixão para com seus irmãos e irmãs, o desenvolvimento do senso da unidade com toda a vida, de inspiração e renúncia. Os ideais espirituais que deveria desenvolver era o de serviço, da pureza, do discernimento e da análise. Muitos desses ideais são muito bem promulgados pelo Cristianismo Exotérico das Igrejas. Contudo, novamente, as reminiscências das duas Eras anteriores estavam (e ainda estão) frustrando o desenvolvimento espiritual do ser humano. É isso o que a afirmação “vivemos na Era de Touro e Áries durante a Era de Peixes” quer dizer.

Atualmente, a Era de Peixes está chegando ao fim, sendo possível sentir as influências da quarta Era ou Era de Aquário. Nessa nova Era, será possível dar significados mais lógicos a muitos dos mistérios da vida e do universo. Entretanto, a persistência em conquistar o Mundo Físico, de acumular bens materiais (Era de Touro), da ambição pessoal (Era de Áries) e do egoísmo faz com que as Mentes atuais incorporem tais significados lógicos como “orgulho intelectual, intolerância e impaciência diante das limitações e restrições” dos outros.

A Ordem Rosacruz envia um impulso espiritual diário que estimula, de forma direta e indireta, o desenvolvimento espiritual do ser humano e o influencia contra essas tendências intelectuais egoístas. Por exemplo, o avanço da ciência faz com que os níveis de exigência para novas descobertas sejam tão altos que é praticamente impossível uma pessoa realizá-las sozinha. Ainda que haja muitas Mentes brilhantes coordenando diversos laboratórios experimentais no mundo, tais Mentes sabem que sem a ajuda de uma rede de ação harmoniosa, que conta com o trabalho coletivo de diversos integrantes e parceiros, é impossível atingir progresso. Do mesmo modo, muitas empresas já compreenderam que quanto mais assistência se dá a seus clientes (servindo-os quase que incondicionalmente), mais retorno e maiores probabilidades de vendas ocorrem.

Esse serviço, ainda que não aceito ou percebido por empresários que apenas visam lucros e acumular bens, constitui um preceito básico Cristão: “Aquele que quiser o maior entre vós, seja o servo de todos”. Em nossas vidas pessoais, todas as vezes que sentimos medo ou ambição, e acabamos por acumular riquezas, poderes e bens com a justificativa de termos que estabelecer uma condição financeira estável, dar o melhor para nossos filhos, suprir as necessidades e imprevistos e que temos que acumular para poder gozar de boa vida durante a velhice, indubitavelmente estamos vivendo as lições do passado (Era de Touro e de Áries) no presente.

Obviamente que todos necessitam de bens materiais, de estudo e de bons empregos e não há nenhum problema moral em possuir tudo isso. Entretanto, todas as vezes que nossas ações são direcionadas apenas a esses propósitos, não há como negar que estamos respondendo as reminiscências passadas. O fato é que muitas das dádivas materiais que Deus nos fornece acabam por não ser suficiente para suprir os padrões ilusórios de necessidade e conforto que queremos ter. Uma reflexão sincera sobre quais são os reais motivos que constituem os fatores motivacionais de nossos pensamentos e comportamentos revelará que a astúcia taurina e a ambição ariana estão mais do que presentes em nossas vidas, e representam boa parte do conjunto de nossas ações.

É tempo de responder ao impulso espiritual que nos convida a dar novo significado aos valores da vida, a afinar nossas ações com o propósito do Esquema da Evolução e a perceber que as falhas e restrições de nossos irmãos são, em realidade, nossas próprias falhas. Isto porque o esforço individual terá pouco efeito se não aprendermos a progredir conjuntamente. É uma verdade indiscutível que todas as vezes que auxiliamos nosso próximo, também progredimos na senda do desenvolvimento. Contudo, devemos ir além de um conceito intelectual a respeito das necessidades espirituais do ser humano. Todo esse conhecimento é bastante interessante para brincarmos com nossas Mentes e para fazermos profundas discussões metafísicas com nossos amigos. Porém, esse saber intelectual não nos ajudará no caminho da evolução, a menos que saibamos utilizá-lo na prática. Quando aprendemos um novo ideal espiritual não devemos utilizá-lo apenas algumas vezes ou quando for conveniente. Devemos tratá-lo com profundo respeito e utilizá-lo em todos os momentos de nossas vidas, como parte de nós.

Tão certo como transformações ocorreram no passado, são iminentes as transformações futuras. Tão certo como os pioneiros da Era de Touro foram salvos na “Arca” por terem desenvolvido pulmões necessários para que pudessem respirar sob as novas condições de Áries, tempo virá em que somente aqueles que possuam um Corpo-Alma poderão viver sob as condições da Nova Terra, da qual São João fala no Livro do Apocalipse. É somente por meio do Serviço amoroso e desinteressado que podemos construir esse Corpo-Alma (Lições das Eras de Peixes e Aquário).

Nos próximos 12 meses que constituem o último ano propício para alimentarmos o impulso espiritual, reservemos um tempo em nossos tumultuados dias para empregar nossos talentos e habilidades para elevação de nossos irmãos. O objetivo principal do Aspirante Cristão é (ou deveria ser) alcançar a UNIÃO COM CRISTO. Max Heindel fez um trabalho digno de reverência nos últimos anos que compuseram a primeira década do séc. XX. Esse trabalho despertou novo impulso espiritual e iluminou muitas almas sedentas durante todo o século que passou. Os próximos 12 meses são “momentos de ouro” e temos uma maravilhosa oportunidade para plantar sementes espirituais que florescerão no futuro. Possam nossos esforços ser abundantes neste período e que possamos estar aptos para contribuir com esse abençoado impulso espiritual. Se assim o fizermos, temos a certeza de que um maravilhoso crescimento anímico pessoal e coletivo ocorrerá e, deste modo, poderemos adiantar o dia da libertação de Nosso Senhor.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

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