Os Arquétipos são criados por forças arquetípicas que trabalham nas quatro Regiões inferiores do Mundo do Pensamento Concreto.
Arquétipos vivem, movem-se e criam, como a qualquer coisa mecânica feita pelo ser humano – mas sem racionalidade.
Quando o Arquétipo é construído e colocado em vibração, e enquanto a forma continuar vibrando, a vida é sustentada. Quando o Arquétipo cessa de vibrar, a forma se desintegra.
Se quiser saber mais sobre esse interessante assunto é só acessar aqui: Audiobook – Arquétipos – Dos Escritos de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Os Arquétipos são criados por forças arquetípicas que trabalham nas quatro Regiões inferiores do Mundo do Pensamento Concreto.
Arquétipos vivem, movem-se e criam, como a qualquer coisa mecânica feita pelo ser humano – mas sem racionalidade.
Quando o Arquétipo é construído e colocado em vibração, e enquanto a forma continuar vibrando, a vida é sustentada.
Quando o Arquétipo cessa de vibrar, a forma se desintegra.
Há 3 meios de você acessar esse Livro:
1. Em formato PDF (para download):
Arquétipos – Dos Escritos de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
2. Em forma audiobook ou audiolivro:
Audiobook – Arquétipos – Dos Escritos de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
3. Para estudar no próprio site (ou para fazer download ou imprimir):
ARQUÉTIPOS
Dos Escritos de
Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido e Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, 1950, Archetypes, editada por The Rosicrucian Fellowship
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
SUMÁRIO
A PERMANÊNCIA DO ARQUÉTIPO.. 6
FORMAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS QUANDO RENASCEMOS AQUI. 10
A EVOLUÇÃO DOS ARQUÉTIPOS DOS NOSSOS CORPOS. 15
A EVOLUÇÃO DOS ARQUÉTIPOS A PARTIR DA VINDA DE CRISTO.. 19
SITUAÇÕES DOS ARQUÉTIPOS DE ALGUMAS CLASSES DE PESSOAS. 23
ONDE SE ENCONTRAM OS ARQUÉTIPOS. 25
O ENVOLVIMENTO DOS ARQUÉTIPOS QUANDO MORREMOS E QUANDO ESTAMOS NOS PREPARANDO PARA RENASCER.. 34
Não há palavras adequadas para exprimir o que o Espírito sente quando se encontra diante dessa presença, muito acima deste Mundo, onde o véu da carne esconde as realidades vivas debaixo de uma máscara; e muito além do Mundo do Desejo e da ilusão, onde formas fantásticas e ilusórias nos levam a acreditar que elas são algo muito diferentes do que são na realidade. Somente na Região do Pensamento Concreto, onde os Arquétipos de todas as coisas se unem no grande coro celestial, ao qual Pitágoras referiu-se como a “harmonia das esferas”, é que nós encontramos a verdade revelada em toda a sua beleza.
(Do Livro: Capítulo XII – Do Livro Mistérios das Grandes Óperas-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Se não nos aplicarmos ao trabalho da vida, ou se nós persistentemente seguirmos um caminho que é subversivo ao crescimento da alma, nossa vida destruirá o Arquétipo. O renascimento em um ambiente alterado, então, nos dará a chance de recuperar as oportunidades que foram negligenciadas. Por outro lado, quando vivemos em harmonia com o plano da vida inscrito no Arquétipo de nosso Corpo Denso, há uma consonância construtiva em suas vibrações que prolonga a vida do Arquétipo e, consequentemente, também a vida do Corpo Denso.
Quando percebemos que a nossa vida na Terra é o tempo de semear, e que o valor de nossa existência post-mortem está em relação direta ao incremento que ganhamos em nossos talentos, será imediatamente evidente como sumamente importante que nossas faculdades devem ser utilizadas na direção correta. Embora esta lei se aplique a toda Humanidade, é insuperavelmente vital para as almas aspirantes, pois quando nós trabalhamos para o BEM com toda a nossa força e poder e a cada ano a mais vivido incrementa enormemente nosso tesouro celestial. A cada ano a mais vivido ganhamos maior eficácia no progresso da alma, e os frutos alcançados nos últimos anos podem, facilmente, superar os adquiridos na primeira parte da vida.
(Carta nº 33 – Do Livro: Carta aos Estudantes-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Os objetos no Mundo Físico ocultam sempre suas construções ou naturezas internas; nós vemos somente a superfície. No Mundo do Desejo vemos os objetos fora e dentro de nós mesmos, mas eles nada nos dizem deles mesmos, nem da vida que os anima. Na Região Arquetípica[1] parece não haver circunferência, mas, para onde quer que dirijamos nossa atenção, ali está o centro de tudo, e a nossa consciência, instantaneamente, se enche do conhecimento em relação ao ser ou à coisa que estivermos olhando. É mais fácil gravar num fonógrafo[2] o tom que nos chega do céu, do que mencionar as experiências que passamos naquele reino, pois não há palavras adequadas para expressá-las; tudo o que podemos fazer é tentar vivê-las.
(Carta nº 40 – Do Livro: Carta aos Estudantes-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
De acordo com isso, nós devemos perceber que cada ato de cada ser humano produz um efeito direto nos Arquétipos do corpo. Se o ato está em harmonia com a lei da vida e da evolução, fortalece o Arquétipo e possibilita um prolongamento da vida, na qual o indivíduo alcançará o máximo de experiência e obterá um crescimento anímico proporcional, de acordo com seu estado evolutivo e sua capacidade de aprendizagem. Deste modo, menos encarnações serão necessárias para ele chegar à perfeição comparado com um outro que desperdiça a corrente vital e tudo faz para escapar de seu destino ou com outro, ainda, que aplica sua força destrutivamente. Neste caso, o Arquétipo esgota-se e romper cedo. Aqueles, cujos atos são contrários à lei, encurtam as suas vidas e têm que renascer mais vezes que as pessoas que vivem em harmonia com a lei. Este é outro exemplo de que a Bíblia é exata quando nos exorta a fazer o bem para que possamos ter uma vida mais longa aqui.
Esta lei é aplicada a todos sem exceção, mas tem maior significado na vida dos que estão trabalhando, conscientemente, com a lei da evolução do que aqueles que não o fazem. O conhecimento destes fatos deve aumentar dez ou cem vezes o nosso zelo e interesse pelo bem. Mesmo que comecemos, como se costuma dizer, “tarde na vida” podemos facilmente acumular um “tesouro” maior nos últimos anos do que o obtivemos em algumas vidas anteriores. Acima de tudo, nós estamos conquistando a admissão para um começo mais cedo nas próximas vidas.
(Carta nº 96 – Do Livro: Carta aos Estudantes-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
No momento em que o Ego está vindo para renascer, ele forma o Arquétipo criador de sua forma física no Segundo Céu com a ajuda das Hierarquias Criadoras. Esse Arquétipo é uma coisa sonora, vibrante, que é posta em vibração pelo Ego, com uma certa força que é proporcional à duração do tempo a ser vivido na Terra, e até que o Arquétipo cesse de vibrar, a forma, que é construída dos elementos químicos da Terra, continuará a existir.
Quando o Ego está descendo para o renascimento, ele desce através do Segundo Céu. Lá será ajudado pelas Hierarquias Criadoras na construção do Arquétipo do seu próximo Corpo Denso, e instila nesse Arquétipo uma vida que durará certo número de anos. Esses Arquétipos são espaços ocos e eles têm um som ou movimento vibratório que atrai o material do Mundo Físico e coloca todos os átomos no Corpo para vibrar em sintonia com um pequeno átomo que está no coração, chamado de Átomo-semente, que como um diapasão dá uma afinação a todo o resto do material do corpo. No momento em que a plena vida seja vivida na Terra, as vibrações no Arquétipo cessam e o Átomo-semente é retirado, o Corpo Denso se decompõe e o Corpo de Desejos, no qual o Ego vai funcionar no Purgatório e Primeiro Céu, assume a forma do Corpo Denso. Então, o ser humano começa seu trabalho de expiar seus maus hábitos e atos no Purgatório, assimilando o que é bom de sua vida no Primeiro Céu.
Os parágrafos anteriores descrevem as condições normais, quando o curso da Natureza não é perturbado, mas o caso do suicídio é diferente. Nesse o ser humano tirou o Átomo-semente, mas o Arquétipo oco ou vazio, ainda continua vibrando. Ele se sente como se estivesse vazio e experimenta um sentimento corroendo por dentro que pode ser comparado às dores de uma fome intensa. O material para construção de um Corpo Denso está ao seu redor, mas tendo em vista que não possui o medidor do Átomo-semente, é impossível para ele assimilar essa matéria e construí-la num Corpo. Esse terrível sentimento de vazio dura o tempo que deveria durar sua última vida terrestre.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Pergunta Nº 47-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
A Lei de Causa e Efeito é o árbitro que determinará como a vida deve ser vivida, e como algumas oportunidades de crescimento espiritual serão colocadas diante do Ego em vários momentos de sua vida terrestre. Se essas oportunidades forem aproveitadas, a vida continuará pelo caminho reto, mas se for ao contrário, será divergida, por assim dizer, para um beco sem saída, onde a vida será findada pelas Hierarquias Criadoras, que destruirão o Arquétipo no Mundo celestial. Assim podemos dizer que a duração de uma vida terrena poderá ser abreviada se negligenciarmos as oportunidades. Há também a possibilidade, no caso de algumas pessoas, quando a vida foi vivida intensamente, e onde a pessoa se esforçou de todas as maneiras para viver de acordo com as oportunidades dadas, de adicionar mais vida no Arquétipo e, assim a existência poderá ser prolongada, mas como foi dito, somente em casos excepcionais.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Pergunta Nº 47 – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
O ser humano, devido à sua natureza divina, é o único ser que possui a prerrogativa de desordenar o esquema do seu desenvolvimento e da mesma forma que pode pôr fim à sua vida usando a própria vontade, assim também, pode pôr um fim à vida do seu próximo antes que o tempo dele tenha findado. O sofrimento do suicida seria também o sofrimento das vítimas do assassinato, pois o Arquétipo do seu corpo estaria juntando material que lhe seja impossível assimilar. Mas, no seu caso, a intervenção de outras entidades impede esse sofrimento (dos assassinados) e ele será encontrado vagueando aqui e ali no seu Corpo de Desejos, num estado letárgico, pelo período que normalmente teria vivido.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Pergunta Nº 60-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Como já afirmei, a minha visão tonal e a capacidade de funcionar na Região do Pensamento Concreto era indiferente e principalmente limitada às subdivisões inferiores, mas uma pequena ajuda dos Irmãos naquela noite me permitiu entrar em contato com a quarta Região, onde se encontram os Arquétipos, e lá recebi os ensinamentos e a compreensão do que é contemplado como o mais elevado ideal e a missão da Fraternidade Rosacruz.
Vi nossa sede e uma multidão de pessoas, vindo de todas as partes do mundo para receber os ensinamentos. Vi-os saindo dali para levar bálsamo aos aflitos próximos e distantes. Ao passo que neste mundo é necessário investigar, a fim de descobrir alguma coisa; lá, a voz de cada Arquétipo traz consigo, como ao mesmo tempo, que impressiona a consciência espiritual, o conhecimento do que esse Arquétipo representa. Assim, naquela noite, recebi um entendimento que está muito além do que minhas palavras podiam expressar; pois o mundo em que vivemos se baseia no princípio do tempo, enquanto no reino superior dos Arquétipos tudo é um eterno agora. Esses Arquétipos não revelam sua história como esta é narrada, mas produzem sobre a consciência uma concepção instantânea de toda a ideia, muito mais clara do que poderia ser transmitida em palavras.
(Do Livro: Ensinamentos de um Iniciado – Capítulo XXI – Parte II-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
A Região do Pensamento Concreto, como você deve se lembrar de nossos outros ensinamentos, é o reino do som, onde a harmonia das esferas, a música celestial, que penetra tudo que existe, da mesma forma que a atmosfera da Terra circunda e envolve tudo o que é terreno. Pode-se dizer que nessa região tudo está envolto e permeado de música. Vive e cresce pela música. Lá, a palavra de Deus soa adiante e forma todos os vários modelos que mais tarde se cristalizam nas coisas que nós contemplamos no mundo terrestre.
No piano, cinco teclas escuras e sete brancas formam a oitava. Além dos 7 Globos nos quais evoluímos durante um Dia de Manifestação, há cinco Globos escuros que atravessamos durante as Noites Cósmicas. Em cada ciclo de vida, o Ego retira-se por um tempo para o mais denso desses cinco, isto é, o Caos, o mundo sem forma onde nada permanece salvo, a não ser os centros de força conhecidos como átomos-semente. No início de um novo ciclo de vida, o Ego desce novamente na Região do Pensamento Concreto, onde a “música das esferas” imediatamente faz vibrar os Átomos-semente.
Há sete esferas; os Planetas de nosso Sistema Solar. Cada um tem sua nota-chave e emite um som diferente de todos os outros Planetas. Um ou outro, dentre eles, vibra em particular sincronia com o Átomo-semente do Ego, que então busca a encarnação. Então, esse Planeta corresponde à “tônica” da escala musical e, embora os tons de todos os Planetas sejam necessários para construir um organismo completo, cada um é modificado e feito para adaptar-se ao impacto básico dado pelo Planeta mais harmonioso, que é, portanto, o regente dessa vida, sua Estrela do Pai. Assim, como na música terrestre, também na celestial existem harmonias e dissonâncias, e todos influenciam sobre o Átomo-semente e ajudam a construir o Arquétipo. Assim as linhas vibratórias de força são formadas, que mais tarde atraem e organizam partículas físicas, como acontece com esporos ou areias que formam figuras geométricas sobre uma placa de bronze à vibração de um arco de violino.
Mais tarde, ao longo dessas linhas arquetípicas de vibração, o Corpo Denso é formado e se expressa com precisão à harmonia das esferas como era tocada durante o período de construção. Esse período, entretanto, é muito mais longo do que o período atual da gestação, e varia de acordo com a complexidade da estrutura requerida pela vida que busca a manifestação física. Tampouco é contínuo o processo de construção do Arquétipo, pois sob os aspectos dos Planetas que emitem notas, às quais as forças vibratórias do Átomo-semente não podem responder, ele simplesmente sussurra sobre as que já aprenderam, e assim, engajado, espera por um novo som que possa usar na construção de organismo que se deseja para se expressar.
Portanto, sabendo que o organismo terrestre, que cada um de nós habita, é formado segundo linhas vibratórias produzidas pela música das esferas, nós podemos entender que as dissonâncias que se manifestam como enfermidades são produzidas primeiramente pela desarmonia espiritual interna. Torna-se mais evidente que, se pudermos obter conhecimentos precisos sobre a causa direta da desarmonia e saná-la, a manifestação física da doença logo desaparecerá. É essa a informação dada pelo tema astrológico da pessoa, pois nele cada Astro em sua Casa e Signo expressam harmonia ou discórdia, saúde ou doença. Portanto, todos os métodos de cura são adequados apenas na proporção em que levam em consideração as harmonias e discordâncias astrais manifestadas na roda da vida – o horóscopo.
(Do Livro: Ensinamentos de um Iniciado – Capítulo XXII – Parte III-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Nos Mundos celestes há imagens de modelos-Arquétipos. Na língua grega a palavra “apxn” significa “no princípio”, isto é, no início. O Cristo disse de Si mesmo, ou melhor, o Iniciado que já compreendeu Sua própria divindade diz: “Eu sou o princípio (apxn) e o fim”. Há nessa palavra “princípio” (apxn) o núcleo gerador de tudo que temos aqui.
No Templo (Tabernáculo) foi colocada uma Arca, a Arca de Aliança. Foi disposta de tal modo que suas hastes não poderiam ser removidas. Durante toda a viagem através do deserto as hastes deveriam permanecer imóveis. De fato, jamais foram removidas enquanto a arca peregrinava até ser conduzida ao Templo de Salomão. Temos aqui uma condição, onde um determinado símbolo, um Arquétipo, algo transportado desde o princípio, é elaborado de tal modo que possa ser reativado em determinadas ocasiões e reconduzido mais adiante. Nessa arca estava o núcleo ao redor do qual todas as coisas gravitavam. Havia o Cajado de Aarão, o Pote do Maná e, também, as duas Tábuas da Lei.
Nós acabamos de descrever o símbolo perfeito da verdadeira constituição do ser humano, pois, enquanto ele atravessa o vale da matéria e transita continuamente de um lugar a outro, as hastes, sob nenhuma hipótese, podem ser removidas. Elas permanecerão intactas até que chegue à condição simbólica descrita no Apocalipse. Onde se diz: “Aquele que triunfar, eu o farei um pilar no templo de meu Deus; e dali nunca mais sairá”.
Durante o transcorrer do tempo, desde o momento no qual o ser humano começou sua viagem através da matéria, ele possui esse espírito de peregrinação. Nunca ficou parado. Algumas vezes, o templo (Tabernáculo) era conduzido, assim como a Arca para um novo lugar. Assim também o ser humano está sempre sendo impelido de um lugar para outro, de um ambiente para outro, de uma condição para outra. Não é uma jornada sem objetivo, pois tem como meta a Terra prometida, a Nova Jerusalém, onde haverá paz. Mas, enquanto o ser humano estiver nesta jornada, deve estar ciente de que não haverá descanso e nem paz.
(Do Livro: Ensinamentos de um Iniciado, Capítulo XXVI – A Jornada Através do Deserto-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Como está escrito no Livro “Conceito Rosacruz do Cosmo”, com referência à constituição do nosso Planeta, o caminho da Iniciação passa através da Terra, da periferia ao centro, um estrato de cada vez e, embora nossos corpos físicos sejam delineados dessa forma pela força da gravitação, sua densidade evita que a traspassemos, tão eficazmente quanto a força de levitação que repele a classe despreparada mencionada nos recintos sagrados. Somente quando, pelo poder de nosso próprio Espírito deixamos nosso Corpo Denso instruído por e em consequência da maneira reta de viver, seremos capazes de ler o registro etérico com melhor proveito. Em um ponto mais avançado do progresso, o “estrato aquoso” da Terra será aberto ao Iniciado, que, então, estará num estado de desenvolvimento apropriado para ler o registro dos acontecimentos passados, impressos permanentemente na substância viva da Região das Forças Arquetípicas, onde o tempo e espaço são praticamente inexistentes, e onde tudo é um eterno Aqui e Agora.
(Do Livro: A Teia do Destino – Segunda Parte – O Cristo Interno – A Memória da Natureza-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
É curioso como a perpetração do suicídio em uma vida e o consequente sofrimento post-mortem, no tempo em que ainda existe o Arquétipo, muitas vezes gera nestas pessoas um medo mórbido da morte na próxima vida; de modo que, quando a morte ocorre naturalmente no curso normal da vida, os suicidas parecem frenéticos depois de abandonar o corpo e tão ansiosos em voltar ao Mundo Físico que, frequentemente, cometem o crime da obsessão da forma mais tola e impensada.
(Do Livro: A Teia do Destino – Quinta Parte – Obsessão do Ser Humano e dos Animais-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Uma máxima ocultista diz que “uma mentira é ao mesmo tempo assassina e suicida no Mundo do Desejo”. Os ensinamentos dos Irmãos Maiores, contidos no “Conceito Rosacruz do Cosmo” explicam que sempre que ocorrer um incidente, um pensamento-forma gerado nos Mundos invisíveis faz o registro deste acontecimento. Toda vez que se fala ou se comenta deste acontecimento cria-se uma nova forma de pensamento que se funde com o original e o fortalece, desde que ambos sejam verdadeiros e possuam a mesma vibração. Mas se uma mentira é contada sobre o ocorrido, então as vibrações do original e da reprodução não serão idênticas; eles se chocam e o atrito entre eles acaba destruindo-se mutuamente. Se o pensamento-forma verdadeiro e bom for suficientemente forte, conseguirá o domínio da situação e destruirá os pensamentos-forma baseados na mentira; consequentemente o bem vencerá o mal, mas se os pensamentos maliciosos e mentirosos forem mais fortes, estes podem vencer o pensamento-forma verdadeiro e, assim, destruí-lo. Depois, haverá discórdia entre eles e todos, por sua vez, serão aniquilados.
Assim, uma pessoa que vive uma vida pura, esforçando-se para obedecer às leis de Deus e lutando fervorosamente pela verdade e pela justiça, criará pensamentos-forma de natureza semelhante; sua Mente trilhará caminhos em harmonia com a verdade e quando chegar o momento, no Segundo Céu, de criar o seu Arquétipo para a vida futura, ele prontamente e intuitivamente, pela força do hábito adquirido na vida passada, alinhar-se-á com as forças da retidão e da verdade. Estas linhas, formadas em seu corpo, criarão harmonia nos novos veículos, e, portanto, a saúde será a consequência natural em sua próxima vida. Aqueles que formaram em vidas anteriores uma visão distorcida das coisas, que desprezaram a verdade, exercitando a astúcia, o egoísmo exagerado e a desconsideração pelo bem-estar dos outros, acham-se obrigados, no Segundo Céu, a ver as coisas de um modo oblíquo, porque este é o seu habitual modo de pensar. Portanto, o Arquétipo construído por eles incorporará linhas de erro e de falsidade; e consequentemente, ao renascer, ele terá uma fraqueza em vários órgãos, quando não em todo o ser.
(Do Livro: A Teia do Destino – Sétima Parte – A Causa das Enfermidades – Esforços do Ego para escapar do Corpo – Efeitos da Lascívia-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Somente quando entramos nos reinos mais elevados, e particularmente na Região do Pensamento Concreto, é que as verdades eternas são percebidas. Por isso, devemos, necessariamente, cometer erros uma vez ou outra, apesar dos nossos mais sinceros esforços em procurar conhecer e dizer a verdade. Portanto, é impossível para nós construir um veículo totalmente harmonioso. Se isso fosse possível, tal Corpo seria realmente imortal, e nós sabemos que a imortalidade da carne não é o desígnio de Deus; pois segundo São Paulo: “A carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus”[3].
Contudo, sabemos que, atualmente, apenas uma pequena porcentagem de pessoas está disposta a viver em harmonia com a verdade, para confessá-la e professá-la diante dos seres humanos por meio do serviço e da vida reta e que não faz o mal. Sabemos, também, que isto aconteceu com muito poucos ao retrocedermos na história, quando o ser humano não havia desenvolvido o altruísmo que começou no nosso Planeta com o advento do Nosso Senhor e Salvador, Cristo Jesus. Nesse tempo, os padrões de moralidade eram muito inferiores e o amor à verdade quase desprezível para a maioria da Humanidade, que se encontrava absorvida em seus esforços para acumular riquezas e adquirir poder ou prestígio, quanto fosse possível. Portanto, as pessoas estavam, naturalmente, inclinadas a ignorar os interesses dos demais, e contar uma mentira não parecia, de modo algum, um ato repreensível, pelo contrário, muitas vezes era tida como mérito. Consequentemente, os Arquétipos estavam, constantemente, cheios de fraquezas, e as funções orgânicas do Corpo, atualmente, estão prejudicadas em um grau bastante elevado, particularmente os Corpos ocidentais porque estão se tornando cada vez mais forte e mais sensível à dor, devido ao crescimento da consciência do Espírito.
(Do Livro: A Teia do Destino – Sétima Parte – A Causa das Enfermidades – Esforços do Ego para Escapar do Corpo – Efeitos da Lascívia-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
A assimilação dos frutos de cada vida passada acontece antes que o Espírito desça para o renascimento e, consequentemente, o caráter gerado é totalmente formado e se expressa na sutil e móvel matéria mental da Região do Pensamento Concreto, onde o Arquétipo do Corpo Denso é construído. Se o Espírito que procura renascer é amante da música, procurará construir um ouvido perfeito, com os canais semicirculares devidamente situados e com o tímpano mais delgado e sensível à vibração; tentará formar dedos compridos e finos para executar os acordes celestes captados por seus ouvidos. Mas, se não apreciava a música em vidas passadas, fechava seus ouvidos aos acordes da alegria ou da tristeza, o desejo de se afastar da companhia dos demais, então formado, causaria a negligenciar a construir o ouvido, quando construísse o Arquétipo e, como consequência, esse órgão seria defeituoso em um grau proporcional à negligência causada, pelo seu caráter, em sua existência anterior.
Da mesma forma acontece com os outros sentidos; quem bebe de uma fonte de conhecimento e se esforça para compartilhar seu conhecimento com os que o rodeiam estabelece as bases para adquirir a faculdade de oratória em uma vida futura, porque o desejo de comunicar seu conhecimento o fará prestar uma atenção especial na formação e fortalecimento de seu órgão vocal, quando estiver construindo o Arquétipo de futuro Corpo. Por outro lado, aqueles que se esforçam por acessar os mistérios da vida por simples curiosidade ou satisfazer o orgulho de seu próprio intelecto negligenciam na construção de um órgão adequado para sua expressão e, ficam sujeitos à debilidade na voz ou ao impedimento na expressão da palavra. Dessa forma, vêm-lhes o reconhecimento de que a expressão é um bem valiosíssimo. Embora o cérebro de um indivíduo, assim aflito, não possa compreender a lição, o Espírito aprende que somos estritamente responsáveis pelo uso que fazemos de nossos talentos, e que devemos assumir nossas dívidas algum dia se negligenciamos em transmitir a palavra de Vida para Iluminar nossos irmãos ou irmãs no caminho, sempre, naturalmente que estejamos preparados para isso.
(Do Livro: A Teia do Destino – Oitava Parte – Os Raios de Cristo Constituem o “Impulso Interno” – Visão Etérica – Destino Coletivo-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Quando o Ego está a caminho do renascimento passando pela Região do Pensamento Concreto, pelo Mundo do Desejo e pela Região Etérica, toma de cada uma delas certa quantidade de material. A qualidade deste material é determinada pelo Átomo-semente, baseado no princípio de que semelhante atrai semelhante. A quantidade depende do quanto de matéria será necessário e requerido pelo Arquétipo na construção feita por nós mesmos no Segundo céu. A partir da quantidade de átomos etéricos prismáticos apropriados para determinado Espírito, os Anjos do Destino e seus agentes constroem uma forma etérica que, então, é colocada no útero da mãe e, gradualmente, envolvida de matéria física formando o corpo visível da criança recém-nascida.
(Do Livro: A Teia do Destino – Quarta Parte – A Natureza dos Átomos Etéricos – A Necessidade de Equilíbrio-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Nas três regiões inferiores da Região do Pensamento Concreto se encontram os Arquétipos de tudo o que vemos no Mundo Físico, como minerais, vegetais, animais e humano, Arquétipos dos continentes, rios e oceanos; e aqui o Clarividente exercitado, cuja faculdade o capacita a alcançar esses planos mais elevados, vê também o oceano universal da vida fluente, em que todas as formas estão imersas; vê o mesmo impulso vital movendo-se de forma a forma em ciclos rítmicos, sustentando a forma especializada pelo Ego humano ou pelo Espírito-Grupo do animal e do vegetal.
Esses Arquétipos não são meramente modelos no sentido geral do termo, algo assim como uma coisa em miniatura, ou de material mais refinado. São Arquétipos criadores, modelando todas as formas visíveis, como vemos no mundo, à sua própria imagem e semelhança, ou melhor, às suas próprias semelhanças, porque frequentemente muitos Arquétipos trabalham juntos para formarem certas espécies, cada um dando parte de si mesmo para construírem a determinada forma. Eles são dominados e dirigidos pelas “Forças Arquetípicas” que são encontradas na quarta região. É da substância das quatro regiões inferiores que nossa Mente é formada, capacitando também ao ser humano a formar pensamentos e criar imagens que depois possa reproduzir no ferro, na pedra ou na madeira, de modo que por meio da Mente obtida desse Mundo, o ser humano se torna um criador no Mundo Físico, de modo análogo às Forças Arquetípicas.
Mas, o que é que dirige a Mente, assim como as Forças Arquetípicas dirigem os Arquétipos? É o Ego, o qual obtém suas vestimentas das três regiões superiores, que formam a chamada Região de Pensamento Abstrato, ou Região das Ideias.
(Do Livro: Cristianismo Rosacruz – Conferência III – Visão Espiritual e Mundos Espirituais – Mundo do Pensamento-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Há duas classes de pessoas para quem o processo purgatorial não começa de imediato: os suicidas e as vítimas de assassinato. No caso do suicida o processo não se inicia até que se complete o tempo em que o corpo deveria morrer no decurso natural, mas, nesse ínterim, ele sofre por seu ato de uma maneira tão terrível quanto peculiar. Ele tem a sensação de estar oco, por assim dizer, e de habitar num doloroso vazio, uma vez que o Arquétipo de sua forma contínua ativo na Região do Pensamento Concreto.
No caso de pessoas, jovens ou idosas, que morrem naturalmente ou por acidente, cessam as atividades arquetípicas; os veículos superiores sofrem, então, uma modificação na morte, de modo que a perda do Corpo Denso em si não produz nenhuma sensação de desconforto. Contudo, o suicida não experimenta tal mudança até que o Arquétipo de seu Corpo deixe de funcionar, no momento em que a morte teria ocorrido naturalmente. O espaço onde seu Corpo Denso deveria ocupar está vazio, porque o Arquétipo é oco, e isto o faz sofrer indescritivelmente. Assim, ele também aprende que não é possível ausentar da escola da vida sem causar consequências desagradáveis, e em vidas futuras, quando o caminho lhe parecer difícil, ele recordará em sua alma, que a tentativa covarde de fugir pelo suicídio só pode acrescentar-lhe maiores sofrimentos.
Há pessoas que se suicidam por razões altruístas, para livrar outros de um fardo, e estes naturalmente, são recompensados de outra maneira, mas não escapam do sofrimento do suicida, da mesma maneira que aquela pessoa que entra num edifício em chamas para salvar outros não está imune de se queimar.
A vítima do assassinato escapa a esse sofrimento porque, via de regra, fica em estado de coma até o tempo em que a morte natural deveria ocorrer, e neste caso deve-se ter o mesmo cuidado que se tem com as vítimas dos chamados acidentes, só que estas vítimas ficam conscientes imediatamente ou pouco depois da morte. Se o assassino for executado entre a época do crime e aquela em que sua vítima deveria morrer em circunstâncias naturais, o Corpo de Desejos comatoso deste é atraído magneticamente ao seu matador, seguindo-o aonde ele vá, sem um momento de trégua. A cena do assassinato passa, então, a apresentar-se sempre diante dele, causando-lhe os dolorosos sofrimentos e angústias que inevitavelmente deve acompanhá-lo com esta incessante repetição de seu crime em todos os horríveis detalhes. Isso continua por um tempo que correspondente ao período de vida do qual privou sua vítima. Se o assassino escapou da forca, de modo que sua vítima tenha passado além do Purgatório antes de morrer, o “cascão ou coscorão” da sua vítima subsiste para representar a parte de Nêmesis[4] no drama do crime revivido.
(Do Livro: Cristianismo Rosacruz – Conferência V – Morte – Vida no Purgatório-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Assim, o cientista oculto atribui todas as causas à Região do Pensamento Concreto e nos diz como elas são geradas ali pelos Espíritos humanos e super-humanos.
Recordando que os Arquétipos criadores de todas as coisas que vemos no Mundo visível encontram-se no Mundo do Pensamento, que é o reino do som, estamos preparados para compreender que as Forças Arquetípicas estão constantemente agindo por meio desses Arquétipos que, então, emitem certo tom, ou, quando vários deles se agrupam para criar uma espécie de forma vegetal, animal ou humana, momento em que os diferentes sons se fundem em um grande coro. Esse tom ou coro é, conforme o caso, a nota-chave da forma assim criada, e enquanto isso vibra a forma ou a espécie perdura; quando ela cessar, também a única forma morre ou a espécie desaparece.
Uma confusão de sons não é música, do mesmo modo que muitas palavras juntas ao acaso não formam uma sentença, mas o som rítmico ordenado é o construtor de tudo o que existe, conforme diz São João nos primeiros versículos de seu Evangelho: “No princípio era o verbo… e sem Ele nada foi feito”; também diz que “o Verbo se fez carne”.
Vemos assim que o som é o criador e o mantenedor de todas as formas, pelo que, no Segundo Céu, o Ego se torna UM com as Forças da Natureza. Com elas trabalha sobre os Arquétipos da Terra e do mar, na flora e na fauna, provocando mudanças que gradualmente alteram a aparência e a condição da Terra, e assim proporciona um novo ambiente, feito por si mesmo, quando poderá colher nova experiência.
Nesse trabalho, o Ego é dirigido por grandes instrutores pertencentes às Hierarquias Criadoras, que são chamados Anjos, Arcanjos e outros nomes, constituindo-se Ministros de Deus. Eles instruem, de modo consciente, na divina arte da criação, tanto no mundo como em sua matéria existente. Eles ensinam como construir uma forma para si mesmo, dando-lhe os chamados “Espíritos da Natureza” como auxiliares, e dessa maneira, todas as vezes que o ser humano passa pelo Segundo Céu está servindo e aprendendo a se tornar um Criador. Ali ele constrói o Arquétipo da forma que posteriormente exteriorizará ao renascer.
(Do Livro: O Cristianismo Rosacruz – Conferência VI – Vida e Atividade no Céu-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Examinando mais minuciosamente as diversas divisões da Região do Pensamento Concreto, constatamos que os Arquétipos das formas físicas – não importam a qual Reino elas pertençam – encontram-se na sua subdivisão mais inferior, ou seja, na “Região Continental”. Nessa Região Continental estão também os Arquétipos dos continentes e das ilhas do mundo, os quais são moldados de acordo com esses Arquétipos. As modificações da crosta terrestre devem produzir-se primeiramente na Região Continental. Enquanto o Arquétipo-modelo não for modificado, as Inteligências, que para encobrir a nossa ignorância denominamos “Leis da Natureza”, não podem produzir as condições físicas que alteram a conformação da Terra e que são determinadas pelas Hierarquias que dirigem a evolução. Essas planejam as mudanças como o arquiteto projeta as alterações num edifício, antes que os operários lhe deem expressão concreta. Da mesma forma efetuam-se mudanças na flora e na fauna, devido às metamorfoses dos respectivos Arquétipos.
Quando falamos dos Arquétipos de todas as diferentes formas do Mundo Físico, não devemos julgar que esses Arquétipos sejam simples modelos, no mesmo sentido em que falamos de um objeto feito em miniatura ou feito de outro material diferente do apropriado ao seu uso final. Não são simples semelhanças nem modelos das formas que vemos em torno de nós, mas são Arquétipos criadores, isto é, modelam as formas do Mundo Físico à sua própria semelhança ou semelhanças, porque, frequentemente, muitos trabalham em conjunto para produzir certa espécie, cada Arquétipo dando de si mesmo a parte necessária para a construção da forma requerida.
A segunda subdivisão da Região do Pensamento Concreto denomina-se “Região Oceânica”. Poderia ser mais bem descrita como vitalidade fluente e pulsante. Todas as Forças que atuam pelos quatro Éteres que constituem a Região Etérica são vistas aqui como Arquétipos. É uma corrente de vida que flui através de todas as formas, assim como o sangue circula pelo corpo – a mesma vida em todas as formas. Nessa Região o clarividente treinado pode comprovar quanto é verdade que “toda vida é una”.
A “Região Aérea” é a terceira divisão da Região do Pensamento Concreto. Aqui encontramos os Arquétipos dos desejos, das paixões, dos sentimentos e das emoções, tais como os que experimentamos no Mundo do Desejo. Aqui todas as atividades do Mundo do Desejo parecem condições atmosféricas. Os sentimentos de prazer e de alegria chegam aos sentidos do clarividente como o beijo das brisas estivais. As aspirações da alma assemelham-se à canção do vento na ramaria do arvoredo, e as paixões das nações em guerra aos lampejos dos relâmpagos. Nessa atmosfera da Região do Pensamento Concreto encontram-se também as imagens das emoções do ser humano e dos animais.
A “Região das Forças Arquetípicas” é a quarta divisão da Região do Pensamento Concreto. É a Região Central e a mais importante dos cinco mundos onde se efetua a evolução total do ser humano. De um lado dessa Região estão as três regiões superiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Espírito de Vida e o Mundo do Espírito Divino. No lado oposto dessa Região de Forças Arquetípicas estão as três regiões inferiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Desejo e o Mundo Físico. Portanto essa região torna-se uma espécie de “cruz”, limitada de um lado pelos Reinos do Espírito e do outro pelos Mundos da Forma. E o ponto focal por onde o Espírito se reflete na matéria.
Como seu nome indica, essa Região é o lar das Forças Arquetípicas que dirigem a atividade dos Arquétipos na Região do Pensamento Concreto. Dessa Região é que o Espírito trabalha na matéria de maneira formativa. O Diagrama 1 demonstra essa ideia em forma esquemática: as formas, nos mundos inferiores, sendo reflexos do Espírito nos Mundos superiores.
Diagrama 1 – O Mundo Material: um reflexo reverso dos Mundos espirituais
A quinta Região que é a mais próxima do ponto focal pelo lado do Espírito, reflete-se na terceira Região, a mais próxima do ponto focal pelo lado da Forma. A sexta Região reflete-se na segunda, e a sétima na primeira.
(Do Livro: Conceito Rosacruz do Cosmos: Os Mundos Visível e Invisíveis – O Mundo do Pensamento-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
O suicida, que procurou fugir da vida, apenas descobre que está mais vivo do que nunca, e que se encontra na mais lastimável condição. É capaz de observar aqueles a quem, com seu ato, talvez tenha prejudicado e, pior que tudo, tem uma inexplicável sensação de estar “oco”. A parte da aura ovoide, que geralmente contém o Corpo Denso, está vazia e, ainda que o Corpo de Desejos tenha tomado a forma do Corpo Denso descartado, ele se sente como uma concha vazia, pois o Arquétipo criador do corpo persiste, por assim dizer, como um molde vazio na Região do Pensamento Concreto por tanto tempo quanto deveria viver o Corpo Denso. Quando uma pessoa morre de morte natural, mesmo no vigor da vida, a atividade do Arquétipo cessa e o Corpo de Desejos por si mesmo se ajusta para ocupar toda a forma. Mas no caso do suicida, o horrível sentimento de “vazio” permanece até o tempo em que deveria ocorrer a morte natural
(Do Livro: Conceito Rosacruz do Cosmos – O Ser Humano e o Método de Evolução – Morte e Purgatório-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Estrato Aquoso: nesse estrato estão as possibilidades germinais de tudo quanto existe na superfície da Terra. Aqui estão as Forças Arquetípicas que se ocultam atrás dos Espíritos-Grupo, como também as Forças Arquetípicas dos minerais, porque essa é a expressão física direta da Região do Pensamento Concreto.
(Do Livro: Conceito Rosacruz do Cosmos – Constituições da Terra e Erupções Vulcânicas – Número da Besta-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Diz-se que Jesus era o filho de um carpinteiro, mas a palavra grega é tekton e significa construtor; ARCHE é o nome grego de matéria primordial. Diz-se que Jesus era também um carpinteiro (tekton). É verdade, ele era um tekton, construtor ou maçom, um Filho de Deus, o Grande Archetekton. Com a idade de trinta e três anos, quando havia recebido os três vezes três (9) graus da Maçonaria Mística, Ele desceu ao centro da Terra. A mesma coisa faz qualquer outro tekton, maçom ou Phree Messen (filho da luz), como os Egípcios os chamavam que desce através dos nove estratos da Terra em forma de arco. Encontraremos, na época do primeiro advento de Cristo, tanto Hiram Abiff, o Filho de Caim, quanto Salomão, o Filho de Seth, renascidos para receber d’Ele a grande Iniciação dos Mistérios Cristãos.
(Do Livro: Maçonaria e Catolicismo – Parte VIII – O Caminho da Iniciação-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Diz-se na Bíblia que José foi um carpinteiro, mas a palavra grega “tekton”deve ser traduzida por “construtor”. Na Maçonaria Mística, Deus é chamado O Grande Arquiteto.
Archeem grego significa a substância primordial e um tektoné um construtor. Assim, Deus é o Grande Mestre Construtor, o qual moldou o mundo com a matéria primordial preparando um campo evolutivo para vários graus de seres. Ele usa no Seu universo muitos tektonsou construtores de vários graus. Qualquer um que siga a Senda do desenvolvimento espiritual, esforçando-se por trabalhar construtivamente com as leis da natureza – como um servo da Humanidade – é um tektonou construtor, no sentido que se acha qualificado para ajudar e dar nascimento a uma grande alma. É por isso que se diz que Jesus era um carpinteiro e filho de um carpinteiro, e entendemos que ambos eram tektonsou construtores numa linhagem cósmica.
(Do Livro: Iniciação Antiga e Moderna – Capítulo I – A Iniciação Mística Cristã-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Goethe, o grande místico, finaliza, apropriadamente, sua versão (de Fausto) com o mais místico de todos os versos encontrados em qualquer literatura:
“Tudo que é perecível,
É somente uma ilusão.
O inatingível,
É aqui consumação.
O indescritível,
Aqui ele está pronto.
O Eterno Feminino,
É para nós uma atração.”
Esta estrofe confunde todos os que não são capazes de penetrar nos reinos onde ela é cantada, isto é, no céu.
Ele fala de tudo o que é ser perecível, mas somente uma ilusão, isto é, as formas materiais que estão sujeitas à morte e à transmutação são apenas uma ilusão do Arquétipo visto no céu. “O inatingível aqui é realizado” o que parecia impossível na Terra é realizado no céu. Ninguém sabe disso melhor do que quem é capaz de funcionar nesse reino, pois toda aspiração elevada e sublime se concretiza. Os indescritíveis anseios, ideias e experiências da alma, que mesmo não podendo se expressar, são claramente definidos no céu. O Eterno Feminino, a grande Força Criadora na Natureza, o Deus Mãe, que nos conduz pelo caminho da evolução, torna-se uma realidade. Assim, o mito de Fausto conta a história do Templo do Mundo, que as duas classes de pessoas estão construindo, e que serão finalmente o Novo Céu e a Nova Terra profetizados no Livro dos Livros.
(Do Livro: Mistérios das Grandes Óperas – Cap. VI – O Preço do Pecado e Os Caminhos da Salvação-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
O som gerado num vácuo não pode ser ouvido no Mundo Físico, mas a harmonia que procede da cavidade vazia de um Arquétipo celestial é a “Voz do Silêncio”, e essa se faz audível quando todos os sons terrestres cessam. Elias não a ouvia, enquanto a tormenta rugia, nem podia percebê-la durante a turbulência do terremoto, nem no ruído do fogo crepitante; mas quando os sons destrutivos e dissonantes deste Mundo se fundiram no silêncio, então “a pequena voz silenciosa” enviava suas ordens para salvar a vida de Elias (IReis 19).
(Do Livro: Mistérios Rosacruzes – Mundo do Pensamento – Região do Pensamento Concreto-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
A outra classe de seres que devemos mencionar é a que a Escola de Ocultismo Ocidental chama de Forças Arquetípicas. Elas dirigem as energias dos Arquétipos Criadores, originados nesse plano: trata-se de uma classe de seres compostos de inteligências de graus muito diferentes e há um estágio na jornada cíclica do Espírito Humano do qual ele faz parte o qual e, também, trabalha. Porque, como o Espírito Humano também está destinado a converter-se em uma grande inteligência Criadora, em algum tempo futuro e se não houvesse ambiente em que pudesse gradualmente aprender a criar, não lhe seria possível adiantar-se, porque nada na natureza é feito repentinamente. Uma semente de carvalho plantada no solo não se converte numa árvore majestosa da noite para o dia, pois requer muitos anos de lento e persistente crescimento antes de alcançar a altura que tem esses gigantes das florestas.
(Do Livro: Mistérios Rosacruzes – Capítulo: III – O Mundo do Pensamento – Região do Pensamento Concreto-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Aprendemos anteriormente, ao estudar o Mundo do Pensamento, que cada forma desses Mundos invisíveis tem o seu Arquétipo, um molde oco vibratório, que emite certo som harmonioso. Esse som atrai e modela a matéria física em formas muito semelhantes às figuras geométricas que se formam numa placa de vidro cheia de areia, cujas bordas sejam postas em vibração por meio de um arco de violino; a areia modela-se em diferentes figuras geométricas, que mudam de forma quando o som muda.
O pequeno Átomo-semente do Corpo Denso no coração é a amostra e o centro em torno do qual se agrupam os átomos do nosso Corpo. Quando esse Átomo-semente é forçado a retirar-se do Corpo na morte voluntária, aquele centro fica vazio, mesmo que o Arquétipo continue vibrando até o limite desta vida, como explicamos anteriormente, não pode atrair nenhuma matéria para esse molde oco do Arquétipo. Por esta razão, o suicida sente uma temível dor que corrói uma sensação de vazio que só poderia ser comparada a angústia da fome.
Neste caso, o intenso sofrimento continuará exatamente durante tantos anos quantos o indivíduo deveria viver em seu Corpo Denso. Ao expirar esse tempo, o Arquétipo sofre o colapso, tal como no caso da morte natural. Então cessa a dor do suicida e começa o seu período de purgação, como acontece com aqueles que morrem de morte natural. Contudo, a memória dos sofrimentos experimentados em consequência do suicídio permanecerá com ele em vidas futuras, e isso o refreará no caso de tentar repetir o mesmo erro.
(Do Livro: Mistérios Rosacruzes – Capítulo V – Primeiro Céu-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Depois que o Espírito fez sua escolha, desce ao Segundo Céu, onde é instruído pelos Anjos e Arcanjos sobre como construir um Arquétipo do Corpo que mais tarde habitará na Terra. Aqui também notamos a manifestação da grande lei da justiça, que decreta que devemos colher o que semeamos. Se os nossos gostos são grosseiros e sensuais, construiremos um Arquétipo que expressará esses defeitos; se, pelo contrário, somos de gostos refinados e estéticos, construiremos um Arquétipo de um refinamento correspondente, mas ninguém pode obter um Corpo mais perfeito do que aquele que é capaz de construir. Então, assim como um arquiteto que constrói uma casa, na qual há de viver depois, sofrerá incômodos se se descuidar de providenciar uma ventilação apropriada, assim também o Espírito se sentirá mal num Corpo construído deficientemente. Como o arquiteto aprende a evitar os erros e as imperfeições anteriores quando constrói uma nova casa, assim também o Espírito que sofre devido aos defeitos do Corpo que construiu para si próprio aprende, com o passar do tempo, a construir veículos cada vez mais eficientes.
(Do Livro: Mistérios Rosacruzes – Capítulo V – Terceiro Céu-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Na Região do Pensamento Concreto, o Espírito também atrai para si os materiais da sua nova Mente. Assim como um imã atrai a limalha de ferro, deixando de lado as outras substâncias, do mesmo modo cada Espírito atrai somente a espécie de matéria mental que usou em sua vida anterior e mais aquela que tenha aprendido a usar em sua vida post-mortem. Depois disso, ele desce ao Mundo do Desejo, onde reúne o material para seu novo Corpo de Desejos, de natureza tal que possa expressar adequadamente as suas características morais. Em seguida, atrai certa quantidade de éter, que se incorpora ao molde do Arquétipo construído no Segundo Céu e que age como argamassa entre os materiais sólidos, líquidos e gasosos recebidos dos Corpos dos pais, que formam assim o Corpo Denso da criança, que renascerá no devido tempo.
(Do Livro: Mistérios Rosacruzes – Capítulo V – Terceiro Céu-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Na Região do Pensamento Concreto todos os objetos sólidos aparecem como cavidades vazias de onde uma nota chave básica é continuamente tocada, assim, quem os vê, também houve dele a história completa de sua existência. Pensamentos-forma que não se cristalizara, ainda em ação concreta ou ser físico, não se apresentam ao observador como uma cavidade, mas ali, os pensamentos não são silenciosos. Ele fala uma linguagem inconfundível e transmitem, de uma forma muito mais precisa do que as palavras, a sua intenção, até que a energia dispendida pelo seu criador se esgote. Como vibram no tom peculiar à pessoa que lhes deu origem, é comparativamente fácil para o ocultista treinado investigar sua fonte.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 64-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Por outro lado, o que realmente causa a morte é o colapso do Arquétipo do Corpo Denso.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 105-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
O local em que crescerá esta parte do Cordão Prateado está indicado no Arquétipo, mas são necessários aproximadamente vinte e um anos para que a junção se complete.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 137-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Este Corpo Denso é formado de acordo com um molde invisível chamado Arquétipo e, enquanto este Arquétipo persistir, o nosso Corpo Denso permanecerá vivo. Quando a morte é decorrente de causas naturais, ou mesmo nos chamados acidentes (que geralmente não são realmente acidentes, mas acontecimentos surgindo para pôr fim a uma vida conforme o plano dos guardiões invisíveis dos assuntos humanos), o Arquétipo é destruído e o Espírito fica liberto.
Um suicídio, no entanto, é diferente. Neste caso, o Arquétipo persiste após a morte durante vários anos até o momento em que ocorreria a morte de acordo com os acontecimentos naturais, portanto, sendo incapaz de afastar de si os átomos físicos, o suicida terá durante esses anos de existência “post-mortem”, uma contínua sensação de dor, semelhante ao suplício da fome, ou a uma dor de dente indefinida, mas excessivamente dolorosa.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 152-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Ao mesmo tempo, ele vê um Arquétipo em fase de construção, que mostra a forma que terá a Terra nessa região quando um cataclismo ou uma série de cataclismos tiver destruído a atual configuração desse continente e do oceano adjacente. Talvez seja arriscado determinar quando começará essa remodelação da Terra, mas o Arquétipo ou matriz moldada em matéria mental e representando o pensamento criador do Grande Arquétipo e de Seus construtores estão tão próximo de conclusão que, ao julgar pelo progresso realizado durante os anos em que o autor observou a sua construção, parece seguro dizer que até a metade do século atual (1950), senão antes, as elevações se terão iniciado.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 155-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
F I M
[1] N.T.: Quarta Região do Mundo do Pensamento
[2] N.T.: Fonógrafo é um aparelho inventado em 1877 por Thomas Edison para a gravação e reprodução de sons através de um cilindro. É o precursor dos equipamentos eletrônicos que gravam atualmente.
[3] N.T.: ICor 15:50
[4] N.T.: Nêmesis é um substantivo masculino com origem no grego, que indica vingança ou indignação justificada.
INTRODUÇÃO
Vamos conceituar, primeiro, o que é um Audiobook ou Audiolivro: nada mais é do que a transcrição em áudio de um livro impresso digital ou fisicamente.
Basicamente, é a gravação de um narrador lendo o livro de forma pausada e o arquivo é disponibilizado para o público por meio de sites. Assim, ao invés de ler, o interessado pode escolher ouvi-lo.
Um audiobook que obedece ao conceito de “livro-falado” tenta ser uma versão a mais aproximada possível do “livro em tinta” (livro impresso), a chamada “leitura branca”, que, mesmo desprovida de recursos artísticos e de sonoplastia, obedece às regras da boa impostação de voz e pontuação, pois parte do princípio de que quem tem de construir o sentido do que está sendo lido é o leitor e não o ledor (pessoas que utilizam a voz para mediar o acesso ao texto impresso em tinta para pessoas visualmente limitadas).
Para que serve audiolivro?
O audiolivro é um importante recurso, na inserção do no ecossistema da leitura, para:
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Em publicação…
O Mundo do Pensamento é conhecido como o Mundo do Som.
Quando se diz que o Segundo Céu, que está localizado dentro das Regiões do Mundo do Pensamento Concreto, é o Mundo do Som, não se deve pensar que nele não haja cores. Para muitos de nós, sabemos que há uma relação muito íntima entre a cor e o som; pois, quando se toca certa nota gera-se, simultaneamente, a cor que lhe corresponde.
Portanto, podemos dizer que no Mundo Celeste a cor e o som estão presentes ao mesmo tempo, mas, é o som que origina a cor.
Por isso se diz que o Mundo do Pensamento é especialmente o Mundo do som, e esse som é que constrói todas as formas do Mundo Físico.
O Som é de suma importância, pois, graças a ele os mundos foram criados, e por outro lado o Som é, particularmente, indispensável na vida do aspirante enquanto caminha no desenvolvimento espiritual. A expressão máxima do som em nosso Mundo Físico, vamos encontrar quando cantamos um dos Hinos Astrológicos Rosacruzes que é Harmonia Cósmica (Touro) quando o Sol transita pelo Signo de Touro que diz: “Pelo som da Palavra, este mundo apareceu. Da harmonia alegre e pura, a matéria o caos rompeu…”. Outro ponto também é na música pura e elevada. Pois, de todos os milhões de pessoas que povoam a Terra, pouquíssimas são capazes de compreender a música em sua essência primitiva. Pelo contrário, a maioria prefere ritmos sensuais.
O músico pode ouvir certos sons em diferentes partes da Natureza, tal como o do vento no bosque, o rumor das ondas quebrando nas praias, o bramido do oceano e o ruído sonoro das águas. A combinação de tais sons forma um todo que é a nota-chave da Terra, seu “tom”.
Todo Aspirante à vida superior deve cultivar o gosto pela boa música, se não tocar um instrumento, ouvindo frequentemente a mais elevada que os grandes compositores (aqueles que produziram obras em que a harmonia, a melodia e o ritmo estão alinhados com as superiores vibrações do Mundo do Pensamento) nos transmitiram.
Então, todas as formas que vemos em torno de nós são figuras cristalizadas de sons produzidos pelas forças que atuam nos arquétipos no Mundo Celeste.
No Mundo Físico, o som morre logo que nasce. No Primeiro Céu (no Mundo do Desejo), porém, esses ecos são muito mais formosos e permanentes, daí o músico poder ouvir, ali, os mais doces acordes que jamais ouviu em toda sua vida terrena. O ser humano percebe a música através do mais perfeito órgão dos sentidos do corpo humano.
Tal como a luz, o som pode refletir-se, como o sabemos pelo eco: o reflexo múltiplo das ondas sonoras que produz a reverberação do som nos grandes auditórios.
É através do som e da cor que trabalhamos sobre os Arquétipos da Terra, do mar, na flora e na fauna, provocando mudanças que gradualmente alteram a aparência e a condição da Terra, e assim proporcionam um novo ambiente, feito por nós mesmo, quando colheremos nova experiência na próxima vida.
Entendamos mediante dois exemplos, como as vibrações ou o som no Mundo Celeste (Mundo do Desejo e Mundo do Pensamento) pode traduzir em efeitos concretos para o ser humano.
Primeiramente, a oração é um auxílio que, dito conscientemente, produz vibrações, tudo de acordo com o som utilizado. Esses sons reduzem as vibrações negativas e produzem um ritmo suave da mesma natureza que você deseja obter do “alto”. É por isso que a nota repetida várias vezes pode produzir um efeito de vida ou morte.
O outro é referente à história do Antigo Testamento sobre a batalha de Jericó, que diz que o som emitido por trombetas feitas de chifre de carneiro fez com que as muralhas da cidade desabassem enquanto os artistas marchavam pela cidade.
Assim, podemos concluir que a cor e som estão simultaneamente presentes, mas o som (como já foi dito) é que origina a cor. Por isso, podemos ver a importância do som, sob cujo impulso os mundos foram criados; é um aspecto particularmente indispensável na vida do aspirante no Caminho da Realização.
Como dissemos anteriormente, há uma relação muito íntima entre Cor e Som nos Mundos invisíveis, até porque sabemos que o Som origina a Cor. E numa Carta aos Estudantes de Max Heindel (intitulada: Mensagem Mística do Natal) aprendemos que: “S. Paulo nos exortou a estarmos sempre preparados para dar uma razão à nossa fé, e há uma razão mística para as muitas práticas da igreja, as quais são transmitidas às gerações, desde a mais remota antiguidade. Em que mostra o costume do soar o sino quando a vela acende sobre o altar e essa prática foi iniciada por videntes espiritualmente iluminados para demonstrar a unidade cósmica da Luz e do Som. Fala também do badalo metálico do sino que traz a mensagem mística de Cristo à humanidade, tão claramente hoje como da primeira vez que Ele anunciou o amoroso convite: ‘Vinde a Mim todos os que estão cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei’ (Mt 11:28). Portanto, o sino é um símbolo de Cristo.”.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Existem doze as Hierarquias Criadoras (ou Hierarquias Zodiacais) distintas que têm trabalhado com a humanidade desde o início do Período de Saturno. Seus nomes são:
Cada uma dessas Hierarquias Criadoras possui uma nota-chave:
A nota-chave de uma peça musical é a nota tônica ou o tom fundamental sobre o qual a composição musical é construída.
O período total da involução e evolução do ser humano está fundamentado na escala musical, que é de origem celestial.
Max Heindel nos diz que a humanidade passou por três estágios elementares antes do Período de Saturno, e estes estágios estão representados na extremidade inferior do teclado do piano por: Lá, Lá# e Si.
O Período de Saturno começa com o som representado por Dó baixo no teclado do piano e sobe até Si, cujo tom está incluído, perfazendo 12 notas, 7 das quais são brancas e 5 escuras. Sete Irmãos da Ordem da Rosacruz saem pelo mundo e trabalham entre a humanidade. Cinco não são vistos no mundo.
Antes dos seres humanos perderem contato com a Região do Pensamento Concreto eles sabiam que essa era uma Região de sons musicais e que esses sons permearam e construíram todos os Arquétipos de todas as coisas existentes no Mundo do Desejo e no Mundo Físico, incluindo eles próprios, portanto, tinham esses sons dentro de si mesmos.
Sabiam que eram instrumentos musicais vivos, cujos sons eram ouvidos por eles próprios através de um tipo de percepção sensorial interna. A superconsciência do ser humano sabe tudo isto, como também conhece o poder tremendo contido nesses sons musicais.
Tendo perdido o poder de controle desta força interior e também de contatá-la verdadeiramente dentro de si, o ser humano tem procurado, por meio de instrumentos musicais, reproduzir externamente os sons vagamente percebidos em sua memória meio submersa.
(trecho do Livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução, digitalmente publicado pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Observemos que as notas da escala musical: Do, Re, Mi, Fa, Sol, La, Si formam um intervalo de sete tons, a base da Harmonia das Sete Esferas. As vibrações de Urano e Netuno só atuaram no progresso material do ser humano muito depois da época de Pitágoras. Contudo, os mais avançados da humanidade estão começando a sentir suas vibrações. Os tons destes dois Planetas acrescentados aos sete, perfazem nove, o número da humanidade.
Os sete tons maiores da escala, quando tocados corretamente, possuem dentro de si os poderes criativos e construtores de Deus. A manifestação dos tons menores é subjetiva ou assimilativa por natureza, portanto, não criativa. O lar dos 5 tons menores é o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato).
Quando o Espírito abandona o Corpo Denso no momento da morte, ele passa pelo Mundo do Desejo, o Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Concreto (Segundo Céu), e o Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Abstrato (Terceiro Céu), onde permanece algum tempo antes de voltar a renascer na Terra. Quando chega o momento do renascimento, ele deixa o Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Abstrato e penetra no Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Concreto.
Aí, a Música das Esferas põe imediatamente o Átomo-semente do Corpo Denso em vibração. Um dos sete Planetas vibra em particular harmonia com o Átomo-semente do Corpo Denso do Espírito. Cada tom planetário é modificado para adaptar se ao tom básico desse Planeta, em harmonia com o denso Átomo-semente do Corpo Denso do Espírito, tornando se, assim, o Regente planetário dessa particular vida terrena do Espírito.
Quando os tons dos vários Planetas se chocam com o ente do Corpo Denso, cada um, por Sua vez, ajuda a construir o Arquétipo do Espírito. Mais tarde, as linhas de força vibratórias, formadas no Arquétipo, atraem e ordenam adequadamente os átomos densos do Corpo Denso. Assim, tanto o Arquétipo quanto o Corpo Denso expressam, de forma acurada, a Harmonia das Esferas, exatamente como foi tocada durante o período da construção arquetípica.
O tempo transcorrido desde o momento em que o Espírito deixa o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato) até que penetre no corpo de sua futura mãe, é muito mais longo do que o período de gestação (9 meses), e varia de acordo com a complexidade da estrutura requerida pelo Espírito que aspira renascer. Nem o processo da construção do Arquétipo é contínuo, pois, sob certos Aspectos (Quadraturas, Trígonos, etc.) os Astros podem produzir notas às quais os poderes vibratórios do Átomo-semente não podem responder. E, mais uma vez, o Espírito simplesmente sussurra tons que já aprendeu e, assim empenhado, aguarda um novo tom que possa utilizar para construir melhor o organismo pelo qual deseja se expressar.
Também é requerido tempo para atrair o material necessário nas sete Regiões do Mundo do Desejo para daí construir um novo Corpo de Desejos. O Arquétipo controla a quantidade do material, e o átomo semente do Corpo de Desejos a sua qualidade. Na Região Etérica do Mundo Físico, esse material precisa ser atraído para um novo Corpo Vital, e os Anjos do Destino e seus agentes também separam uma porção dele para formar a matriz etérica do Corpo Denso que será construído mais tarde.
Lembremo-nos que estamos trabalhando agora sob a influência dos sete tons no meio do teclado do piano, a oitava do meio, havendo três oitavas de cada lado dela. Completamos as lições pertencentes às três oitavas mais baixas. Estamos aprendendo agora as lições pertencentes à oitava do meio.
Observemos que as lições pertencentes à oitava mais baixa no teclado do piano, Período de Saturno, estavam empenhadas na construção do Corpo Denso (nota-chave de Leão, La# maior) e no despertar dos poderes negativos do Espírito Divino.
As lições pertencentes à segunda oitava do teclado do piano, Período Solar, estavam correlacionadas aos tons produzidos por aquela oitava e estavam empenhadas na construção do Corpo Vital (Virgem, nota chave Do natural), e no despertar dos poderes negativos do Espírito de Vida, a Onda de Vida de Câncer, nota-chave Sol# maior.
As lições pertencentes aos tons da terceira oitava no teclado do piano (Período Lunar) estavam correlacionadas aos tons produzidos por aquela oitava. Elas dizem respeito à construção do Corpo de Desejos (Libra, nota-chave Ré maior) e ao despertar dos poderes negativos do Espírito Humano (Gêmeos, nota-chave Fa# maior).
As lições pertencentes à quarta oitava ou tom do meio, Período Terrestre, relacionam se com a construção da Mente e com o desenvolvimento da Mente; o mais importante desses tons para a humanidade atual é Fa maior, a nota-chave dos Senhores da Mente, os Sagitarianos. O ser humano, tendo adquirido seus Corpos Denso, Vital, de Desejos e a Mente precisa, durante o Período Terrestre, aprender a cuidar deles e a mantê-los em condições saudáveis. Isto depende quase inteiramente do estado da Mente.
Em geral, a Mente forma uma perfeita conexão entre o Espírito e seus três Corpos. No entanto, quando esta ligação se torna falha ou mesmo completamente rompida, sérios transtornos mentais poderão advir. Doenças mentais podem ocorrer na união da Mente descontrolada com o Corpo de Desejos, ou pelo prolongado som violento de uma ou de todas as vibrações astrais, sejam da Lua, Mercúrio, Urano ou Netuno. Usadas desta maneira, elas têm o poder de destruir a própria Mente e, também, os Corpos de Desejos, Vital e Denso, enquanto vibrações baixas, suaves, rítmicas desses Astros suavizam e curam.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
O Diagrama 1 do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos demonstra a ideia em forma esquemática de como as formas, nos Mundos inferiores são reflexos do Espírito nos Mundos superiores.
Nesse Diagrama perceba que a quarta divisão do Mundo do Pensamento, nomeada a “Região das Forças Arquetípicas”, é a Região Central e a mais importante dos cinco Mundos onde se efetua a evolução total do ser humano (repare não é a evolução atual que é nos 3 Mundos, mas a total, nos 5 Mundos).
De um lado dessa Região estão as três divisões superiores do Mundo do Pensamento (que compõe a Região Abstrata do Mundo do Pensamento), mais o Mundo do Espírito de Vida e o Mundo do Espírito Divino.
No lado oposto dessa Região das Forças Arquetípicas estão as três divisões inferiores do Mundo do Pensamento (que compõe a Região Concreta do Mundo do Pensamento), mais o Mundo do Desejo e o Mundo Físico.
Portanto essa Região torna-se uma espécie de “cruz”, limitada de um lado pelos Reinos do Espírito e do outro pelos Mundos da Forma. É o ponto focal por onde o Espírito se reflete na matéria.
Vamos ver como utilizamos essa Região das Forças Arquetípicas no nosso dia a dia.
Já sabemos que essa Região é o lar das Forças Arquetípicas que dirigem a atividade dos arquétipos na Região do Pensamento Concreto.
Já vimos, também, que é dessa Região que o Espírito trabalha na matéria de maneira formativa. Ou seja, tudo começa quando utilizamos a nossa vontade e com ela colocamos em ação a nossa imaginação – exatamente como Deus, nosso criador, faz todas as vezes que cria e ele sempre está criando!
E assim, com a vontade e a imaginação trabalhando geramos a ideia, por exemplo de um barco. Dessa ideia utilizamos a nossa Mente para construirmos o pensamento-forma desse barco. E a partir dele podemos utilizar as forças do Mundo do Desejo e pelo interesse e atração, utilizarmos os nossos Corpos Vital e Denso para construir o barco físico.
Vejam aqui, claramente, a Lei do Reflexo: as formas, nos Mundos inferiores são reflexos do Espírito nos Mundos superiores:
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
A Atitude e a Aplicação no Trabalho da Vida
Vejam essa estória já famosa:
“Jerry era um tipo de pessoa que vocês iriam adorar. Ele sempre estava de alto astral e sempre tinha algo positivo para dizer. Quando alguém perguntava para ele: ‘Como vai você?’, ele respondia: ‘Melhor que isso, só dois disso!’.
Ele era o único gerente de uma cadeia de restaurantes, por quem todos os garçons seguiam seu exemplo. A razão disso era por causa de suas atitudes. Ele era naturalmente motivador. Se algum empregado estivesse tendo um mau dia, Jerry prontamente estava lá, contando ao mesmo como olhar para lado positivo da situação.
Seu estilo de ser realmente deixava-me curioso. Por isso, um dia perguntei para Jerry: ‘Eu não acredito! Você não pode ser positivo o tempo todo. Como você consegue?’. Ele respondeu: ‘Toda manhã eu acordo e digo para mim mesmo: Jerry você tem duas escolhas hoje. Escolher entre:
Então escolho estar de alto astral. A todo o momento que acontece alguma coisa desagradável, posso escolher:
– ser vítima da situação ou
– aprender algo com isso
Eu escolho aprender algo com isso.
A todo o momento que alguém vem reclamar da vida comigo, posso escolher:
Eu escolho apontar o lado positivo.’.
Então eu argumentei: ‘’Tá certo! Mas não é tão fácil assim!’. ‘É fácil sim’, disse Jerry. ‘A vida consiste em escolhas. Quando você tira todos os detalhes e enxuga a situação, o que sobra são escolhas, decisões a serem tomadas. Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como as pessoas irão afetar o seu astral. Você escolhe estar feliz ou triste, calmo ou nervoso. Em suma: você escolhe como viver a sua vida!’.
Eu refleti sobre o que Jerry disse. Algum tempo depois eu deixei o restaurante para abrir meu próprio negócio. Nós perdemos o contato, mas frequentemente, sempre que tinha que tomar uma decisão, eu pensava nele. Alguns anos mais tarde, eu ouvi dizer que Jerry havia feito algo que nunca se deve fazer tratando-se restaurantes: ele deixou a porta dos fundos aberta e foi rendido por três assaltantes armados. Enquanto ele tentava abrir o cofre, sua mão estava trêmula e errou a combinação para abertura. Os ladrões entraram em pânico, atiraram nele e fugiram. Por sorte Jerry foi encontrado relativamente rápido e foi levado às pressas ao pronto socorro local. Depois de dezoito horas de cirurgia e algumas semanas de tratamento intensivo, Jerry foi liberado do hospital com alguns fragmentos de balas ainda em seu corpo. Eu me encontrei com Jerry seis meses após o acidente. Quando eu perguntei: ‘Como vai você?’. Ele respondeu: ‘Melhor que isso, só dois disso! Quer ver minhas cicatrizes?’.
Enquanto eu olhava as cicatrizes, eu perguntei o que passou pela mente dele quando os ladrões invadiram o restaurante. ‘A primeira coisa que veio à minha cabeça foi que eu deveria ter trancado a porta dos fundos…’, ele respondeu. ‘Então, depois quando eu estava baleado no chão, eu lembrei que eu tinha duas escolhas ou podia escolher:
Eu escolhi viver. ‘Eu perguntei: ‘Você não ficou com medo? Você não perdeu os sentidos?’. Jerry continuou: ‘Os paramédicos eram ótimos; eles ficaram o tempo todo me dizendo que tudo ia dar certo, que tudo ia ficar bem. Mas quando eles me levaram de maca para a sala de emergência e eu via as expressões nos rostos dos médicos e enfermeiras, eu fiquei com medo.’. Nos seus olhos eu lia: ‘Ele é um homem morto.’. ‘Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.’.
‘O que você fez?’, eu perguntei.
‘Bem, havia uma mulher grande e forte me fazendo perguntas. Ela perguntou se eu era alérgico a alguma coisa. Eu respondi que sim. Então eles pararam imediatamente para que eu continuasse minha resposta. Eu respirei fundo e respondi que era alérgico a balas…’.
Enquanto eles riam, eu disse: ‘Estou escolhendo viver; me operem como se estivesse vivo, não morto!’.
Jerry sobreviveu graças à experiência e habilidade dos médicos, mas também por causa de sua atitude espetacular.
Eu aprendi com ele que todos os dias temos que escolher:
A partir de então acho que atitude é tudo.”.
***
Esse livre arbítrio conquistado por cada um de nós, Egos – Espíritos Virginais da onda de vida humana manifestados –, é o grande propulsor da nossa Evolução. A vontade de melhorar sempre nos inclina a alterar as matérias: física, etérica, de desejos e mental continuamente, buscando aprender, com nossas experiências, como melhor utilizá-las. Isso implica numa mudança contínua da constituição dos nossos veículos: Corpo Denso, Vital, de Desejos e da Mente.
Aos poucos vamos tomando decisões corretas em todos os desafios que são colocados para nós. E isso reflete em alterações nas matérias que constituem nossos veículos. Temos que ter a consciência que nossa vida na Terra é um tempo de semear e que colheremos os frutos na nossa vida após a morte material. Com isso, nossas decisões devem estar em harmonia com esse objetivo. Como, então, devemos decidir qual o modo melhor de semear?
A situação em si, pouco importa. O que importa é a atitude. Se nos apercebermos, tal situação se repete através de infinitos matizes para inúmeras pessoas. Afinal, como lemos em Eclesiastes Capítulo 1 versículos de 9 a 11: “O que foi, será; o que aconteceu, acontecerá: nada há de novo debaixo do Sol. Mesmo que se afirme: ‘Olha: isto é novo’, eis que já aconteceu em outros tempos, muito antes de nós. Não ficou memória dos antepassados, Nem dos vindouros ficará lembrança para os que vierem depois”.
Além do mais, quer saibamos ou não, cada ato das nossas vidas apressa ou prolonga o fim dessa nossa existência terrestre, na medida em que a nossa atitude esteja ou não em harmonia com a lei. Se as decisões que tomamos nos levam para caminhos inadequados ao crescimento da nossa alma, nossa vida discordante destruirá o arquétipo.
Esse arquétipo nós mesmos construímos no Mundo do Pensamento, como molde vivente de tudo aquilo que escolhemos aprender nessa existência.
Enquanto estamos dispostos a aprender o que escolhemos, ou seja: nos dedicarmos sinceramente ao propósito da nossa existência, que é a aquisição de experiências, o nosso arquétipo vibrará harmoniosamente, reforçando as suas imagens:
Aumenta, assim, a vida desses veículos e, portanto, a nossa existência aqui. Se temos a plena consciência de que aqui é o tempo para semear o máximo possível para que colhamos o máximo possível na nossa existência após a morte física, então, nos esforçaremos o máximo para prolongar a nossa existência aqui, pois cada ano acrescentado de vida aumenta enormemente o nosso tesouro celestial.
Os anos adicionados darão mais tempo para o cultivo da Alma, e o fruto dos últimos anos poderá, facilmente, superar os colhidos na primeira parte da vida. Agora, para que façamos isso de modo mais eficiente possível, é indispensável cuidarmos dos nossos veículos com o maior zelo possível:
De modo a chegarmos a idades avançadas com veículos que ainda sejam eficazes para adquirir as experiências que se apresentarem.
Por fim, resta-nos a pergunta: Como saber quando semear? Ou em outras palavras: Como alcançar o máximo grau de realização nessa existência, de modo que quando terminar possamos aproveitar o máximo de todas as oportunidades que nos foram apresentadas?
Os Astros e os Signos relatam a história. Elas mostram nossas faculdades e o momento mais propício, tanto para plantar as sementes da Alma como para auxiliar e curar todas as nossas enfermidades. Por isso, a Fraternidade Rosacruz tem muito empenho no estudo da Astrologia Rosacruz. O conhecimento dessa escrita astral é a força para melhor agir, e assim obter um maior crescimento anímico, da Alma.
Utilizando a Astrologia Rosacruz como orientação para as nossas vidas, podemos deixar de nos arrastar pela corrente da vida governando conscientemente o fluxo e refluxo da matéria, dentro e fora do nosso ser. Deixaremos de ser joguetes das circunstâncias. Só assim viveremos na consciência solar, determinando nossas experiências pela radiação do nosso próprio centro, e não pela resposta aos impulsos e tendências externas, sejam dos nossos planetas no nosso tema, seja advinda das circunstâncias.
Afinal, como lemos numa oração bem antiga, que devemos sempre repetir quando notamos estarmos sendo levados pela corrente da vida:
Eu não sou meu Corpo Físico, senão o Ego que o usa.
Eu não sou meus desejos, senão o Ego que os controla.
Eu não sou meus pensamentos, senão o Ego que os cria.
Essas coisas não são senão expressões temporais de mim, o Eu Eterno.
Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz
Aprendemos no Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos que depois da primeira Grande Iniciação (Iniciação Maior ou Cristã) o Estudante alcança o grau de Adepto.
Ou seja: todos aqueles que já deixaram para trás os Mistérios Menores (as Iniciações Menores) e são Estudantes dos Mistérios Maiores (Iniciações Maiores ou Cristãs) são chamados de Adeptos; mas, ainda assim, nem mesmo eles alcançaram a situação privilegiada dos Doze Irmãos da Ordem Rosacruz ou dos Hierofantes de qualquer Escola de Mistérios Menores.
O Clarividente é aquele que pode ver os Mundos invisíveis. O Iniciado é capaz de ver os Mundos invisíveis e compreender o que vê. O Adepto vê, conhece e tem poder sobre as coisas e forças ali existentes.
1. Para fazer download ou imprimir:
O Caminho Estreito do Adepto – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz
2. Para estudar no próprio site:
O Caminho Estreito
do Adepto
Por um Estudante
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido, Compilado e Revisado
pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Sumário
PERSONAGENS DA BÍBLIA E O ADEPTADO.. 28
algumas características de um adepto.. 33
Aprendemos no Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos que depois da primeira Grande Iniciação (Primeira Iniciação Maior ou Cristã) o Estudante Rosacruz alcança o grau de Adepto.
Ou seja: todos aqueles que já deixaram para trás os Mistérios Menores (as Iniciações Menores) e são Estudantes dos Mistérios Maiores (Iniciações Maiores ou Cristãs) são chamados de Adeptos; mas, ainda assim, nem mesmo eles alcançaram a situação privilegiada dos Doze Irmãos da Rosacruz ou dos Hierofantes de qualquer Escola de Mistérios Menores.
O Clarividente é aquele que pode ver os Mundos invisíveis. O Iniciado é capaz de ver os Mundos invisíveis e compreender o que vê. O Adepto vê, conhece e tem poder sobre as coisas e forças ali existentes.
Quando se alcança o conhecimento superior como no caso de um Adepto, é natural que se faça todo o nosso serviço em silêncio. O Adepto retira-se o máximo possível da atividade exterior, trabalha isoladamente e, se vive em uma comunidade, vive como qualquer outro. Relaciona-se com a Ordem Rosacruz, atendendo às três regras que são: a primeira, fidelidade aos Ensinamentos dos Irmãos Maiores e seus representantes, pelo que sem fidelidade não se evolui; a segunda regra pode ser enunciada como humildade e a terceira como serviço.
A fim de entendermos onde se situa o grau de Adepto no Caminho de Iniciação Rosacruz, observem a figura abaixo:
Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil
Todos os movimentos espiritualistas, bem como as comunidades religiosas dogmáticas, estão, de uma ou outra forma, relacionadas a fatores Iniciáticos pela simples razão de crerem num Deus. Todos se prendem, indistintamente, ao ensinamento básico segundo o qual toda a criação e o que nela se manifesta é obra de Deus, devendo, portanto, a Ele retornar. O estágio máximo é atingido quando do nascimento do Pensador, isto é: o ser humano. Daí inicia-se a onda ascendente, o retorno à Vida Universal, Deus, na forma de Adepto.
Damos a seguir algumas explicações a respeito do que seja um Adepto. O que é e o que não é. Nesse sentido devemos dizer, de antemão, que este trabalho não foi escrito para curiosos ou especuladores em assuntos espirituais.
Foi escrito para aqueles que, tendo obtido alguns conhecimentos básicos, são capazes de desvencilharem-se das vestes exteriores da letra e buscar a essência, o espírito que tudo vivifica.
Tais pessoas não desconhecem a atuação vital dos grandes poderes universais, onde têm sua existência e se movem, e percebem perfeitamente, o acúmulo desses poderes interiormente, demandantes do próprio Espírito que, durante centenas de anos, em diferentes renascimentos, lugares, latitudes geográficas os vêm atualizando e desenvolvendo. Dessa forma, são retidas em seu Eu, em sua forma espiritual, as diversas estruturas das várias existências, completando dessa forma a grande síntese que manifestará sua absoluta independência vital-espiritual. Isso é o Adeptado.
O constante aumento da consciência sobre os elementos do passado que se configuram dentro dos átomos aperfeiçoados através dos tempos, aumentam o poder espiritual que conduz à meta desejada: a consciência como poder de se encontrar como um criador no Corpo Divino de Deus. O efeito dessa consciência divina não é outro senão um domínio absoluto sobre os átomos e sobre o esquema Arquétipo para, a qualquer momento que se faça necessário, movimentar o Poder Criador sobre eles, dissolvendo-os e conjugando-os novamente, para a criação de um novo corpo, em diversos lugares. Tais fatos são demonstrados nos arquivos espirituais sobre o Conde de Saint-Germain e outros, sobre os quais falaremos posteriormente. Por intermédio dessa breve descrição a respeito do “esquema” da vida de um “adiantado”, pode-se chegar à conclusão seguinte: nesse estágio o ser humano não mais está sujeito à Morte e nem ao Renascimento, pois, tendo em si mesmo o poder da força criadora, sujeita a sua vontade aqueles átomos que antes se espalhava aos quatro ventos. Portanto, o Corpo Denso de um Adepto não pode mais morrer.
Devido ao seu conhecimento abranger a fórmula exata de seu Arquétipo, pode movimentá-lo à vontade, sistematizar o serviço executável em sua existência egotista, na qualidade de mensageiro de “boas novas”, a serviço das Hierarquias Criadoras. Não se deverá pensar que o Adepto seja um todo-poderoso.
Longe disso! Ele está ligado à Ordem Total, a um Todo-Indivisível. Um Adepto é apenas uma parte desse Todo, em cumprimento de um serviço em prol da Humanidade[1] em evolução. Ele é apenas um Servo de um grande complexo, ao qual se subordina. Tendo adquirido domínio sobre o seu corpo, ora em forma densa (Corpo Denso), ora fluido-etérico-elétrico-magnético (Corpo Vital), emocional-sentimental (Corpo de Desejos) ou mental (Mente), sobrepõe-se à força da despolarização entre Corpos de tipo especial e os domina em conjunto. O mesmo não se dá com o ser humano ordinário que, uma vez desfeitas as linhas da vida, não mais se reconhece em sua natureza física. No corpo do Adepto, porém, não há decomposição alguma, podendo desaparecer de um determinado local para surgir ou ser recomposto em outro.
Isso nos traz à mente o desaparecimento do corpo de Jesus, o Senhor, da tumba, quando, no dia seguinte após o sepultamento foi visto e reconhecido por aqueles que o procuravam. Como definir esses fenômenos? Todos os espiritualistas definem a eternidade como união de Força e Matéria, ou seja, a Matéria é Espírito Cristalizado. A essa altura cabe dizer que todo o espiritualista em estágio já avançado conhece seu Corpo Denso à parte de seu corpo espiritual, pois o contato com seu Ego é perfeito. Somos, assim, levados a compreender que é impossível o desaparecimento de materiais, pois, cada um desses têm um papel espiritual a executar, podendo apenas haver transferência ou transformação de consciência dos átomos que, no devido tempo, serão incorporados pelo Espírito em seu corpo espiritual. O conjunto de átomos forma, assim, a entidade. Como se pode conceber tudo isso? Ora, todo Discípulo de uma Escola Espiritual o faz através daquilo que conhecemos como eternidade, isto é, o Espírito Universal sem começo e sem fim: a sempre-existência. Assim também são os átomos: sempre existentes. Consultemos um trecho do Evangelho Segundo São João, Capítulo 21, Versículos 21 e 22: “Pedro, vendo-o (refere-se a São João), disse a Jesus: ‘Senhor, e este?’. Jesus lhe disse: ‘Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me’.”.
Comentário: São Pedro tinha conhecimento das faculdades transcendentais de São João, e por isso formula a pergunta: “E deste, que será?”. É sabido, por muitos, que todos os Discípulos eram Adeptos, não havendo para eles, aquilo que se denomina morte no sentido comum da palavra. Eles apenas não tinham, ainda, conhecimento da forma como seriam transferidos a outros departamentos dentro do campo da evolução. São João era o “Discípulo amado”, o que significa que estava mais intimamente ligado ao coração do Mestre, tendo aprendido a respeito do sistema geral da Iniciação humana, mais que os outros. A resposta de Jesus: “Se quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?”[2] — revela-nos a perfeita união ou comunhão entre Mestre e Discípulo, a coordenação harmônica das forças atômicas indestrutíveis entre ambos. O Sistema Solar, isto é, a Luz de Cristo não se apagava em São João, por ser ele um ser humano. Pelo contrário, o Discípulo acumulava as forças vitais solares num corpo aparentemente terreno. Dizemos aparentemente porque os átomos universais foram, temporariamente, levados a um grau inferior de vibração, devido a uma irradiação exclusiva da Salvação, por meio do próprio Espírito Solar, Cristo. Assim, então, vinha a pergunta de Jesus:
“— Que te importa”, o que equivaleria dizer: “— Acaso tens algo em contrário ao fato de eu querer que ele fique?”. E com veemência diz o Mestre a São Pedro: “— Segue-me tu”. Deduz-se dessas palavras que, não apenas São João, como também São Pedro, poderiam seguir as pegadas do Mestre por meios espirituais. Sublimadas estavam todas as forças terrenas pela avalanche das forças espirituais (provenientes do Corpo Cósmico) que se concentravam de forma extraordinária na pessoa de Cristo.
Trazemos à lembrança do prezado leitor que aquilo que acima acabamos de tratar refere-se a algo muito transcendental, que se eleva sobre a mera compreensão intelectual ou clérigo-dogmática. Nós nos orientamos por meio de conhecimentos espirituais.
Dessa forma não deve haver confusão, como geralmente acontece com os conhecimentos intelectuais de uma ciência muitas vezes imprecisa e especulativa. No mundo dos fenômenos espirituais não têm valor os diplomas. O que vale é a grandeza da alma renascida no Espírito de Deus. O resto é, aplicando o vocabulário clerical, diabólico, a prostituição da Verdade.
No Capítulo 21, Versículo 23 do Evangelho Segundo São João, encontramos as significativas palavras: “Divulgou-se, então, entre os irmãos, a notícia de que aquele discípulo (refere-se a São João) não morreria”.
Comentário: Ora, se os irmãos, doze ao todo, comentaram entre si o fato de que São João não haveria de morrer, é porque sabiam de sua sublimação física, conhecendo, naturalmente, suas faculdades superiores. Os Discípulos tinham chegado a tal ponto em conhecimentos diretos — o que mais tarde veio a ser confirmado em Pentecostes[3], a Vida Divina — que houve uma total exclusão de suas vidas puramente humanas, dos átomos inferiores. Por ocasião de Pentecostes, ficou demonstrada a penetração dos átomos solares em seus corpos ainda terrenos.
Com tácitas palavras, o Versículo 23 segue ainda: “Jesus, porém, não disse que ele (refere-se a São João) não morreria, mas: ‘Se quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?’”.
Comentário: Aqui parece haver uma dúvida quanto à concepção dos Discípulos no que se refere à possibilidade de São João continuar a viver uma vida física. Porém, Jesus mesmo confirma essa possibilidade quando diz: “Mas se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?”.
Com essas palavras, subentende-se que era possível ao Discípulo permanecer até Sua volta, sem que tivesse que provar a morte física. Assim, as palavras do Senhor levam-nos a confirmar as palavras de São João no Capítulo 17, Versículo 5: “E agora, glorifica-me, Pai, junto de ti, com a glória que eu tinha junto de Ti antes que o mundo existisse.”.
Convém ler-se todo o Capítulo, pois ele nos leva a tomar conhecimento de uma certa classe de Adeptos, relativa à total integração em Deus e Suas Obras. A Criação estava em Deus e em Cristo, e em todos que conseguiram juntar-se à unidade. A respeito dessa unidade, diz o Versículo 21 do Capítulo 17: “a fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. Nessas palavras de despedida do Senhor, chegamos à perfeita compreensão da unidade entre Deus, Cristo e a Humanidade. E se falamos de átomos do Pai, temos que, forçosamente, conceber a existência desses mesmos átomos no Filho, o Cristo de Deus, o que está em conformidade com as palavras do Versículo 21, que diz: “a fim de que todos sejam um”.
Como nos conforta a evidência de que tudo o que está no Pai, também está no Filho, e tudo aquilo que está contido nessa divina dualidade, está também no ser humano! Com essas últimas palavras, Cristo nos dá uma visão da origem humana, provocando um total desligamento de tudo quanto é humano para conceber o estado do Adeptado.
O Iniciado tem, como já dissemos, conhecimento de seu Arquétipo, que lhe possibilita a descentralização dos átomos que compõem seu Corpo Denso, de sua entidade espiritual, podendo, porém, a qualquer momento, reuni-los novamente a sua vontade, segundo exija o trabalho que deva ser feito dentro do Plano da Salvação. Não há, portanto, como pudemos ver, uma despolarização de átomos entre si. O decreto espiritual é: harmonia por toda a parte, pois Deus é harmonia. Cabe dizer aqui, também, que se houvesse dissonância no Arquétipo, as linhas de força nele contidas desmantelar-se-iam, por certo. Temos que entender que os Arquétipos dos Mundos celestes são regidos e mantidos pela Força-Poder do Espírito Universal, sobre o qual Cristo fala em sua oração sacerdotal, aludindo à unidade. O mundo não pode ser desagregado devido a sempre-existência, a sempre-imortalidade do Absoluto, Deus, em Quem a morte é impossível. Aquilo que na ciência chamam de Matéria, na verdade, não tem existência. Há sim, Espírito em todas as formas de matéria que se entendem dentro do infinito Plano de Criação. O desaparecimento do Corpo de Cristo não significou, absolutamente, o seu desaparecimento. Da mesma forma sucederá a toda a Humanidade, ao globo terrestre e a todo o Universo.
Sem dúvida, também desaparecerão os Mundos Celestes, mas aqueles que os sustentam, os Elohim, os Tronos e outras exaltadas Potestades jamais poderão desaparecer após cessadas suas atividades nos Planetas. Gravemos, pois, em nossas Mentes o seguinte: não há nem pode haver desaparecimento de um ínfimo átomo sequer no Universo; do contrário, Deus deveria também desaparecer, o que é inconcebível e exclui toda a ideia de eternidade, visto que os átomos estão ligados, polarizados entre si pela lei transubstancial (que é Deus). Quando esses átomos se materializam, fazem-no pelo polo positivo ou masculino, desmaterializando-se pelo polo negativo ou feminino. Essa desmaterialização não significa perda das forças em si, mas a apresentação dessas como substância-existencial ou matéria primordial. Vê-se assim que não há perda ou desagregação no mundo atomístico, assim como não pode haver desconexão entre a massa e seu volume da força assimiladora nos vários planos da Natureza e do Espírito, como ativador e incentivador em todas as manifestações. Vem-nos à mente a clássica frase hermética: “— Assim como é em cima, também é em baixo”, ou, segundo Paracelso[4], — “Cada coisa interna tem o seu sinal externo”. Quando a apresentação do ser humano no mundo natural se faz necessária, o ser humano espiritual põe-se em movimento nos planos espirituais e vem ao encontro de seu Corpo Denso ou “natural”, para nascer de uma mulher. Vemos assim que o Ego (ser humano espiritual) atrai ao nascer, por força da Lei de Afinidades, átomos dos diversos planos da Natureza, até apresentar-se, finalmente, como um ser humano espiritual-natural, conforme definição de São Paulo em suas Cartas ou Epístolas.
Essa explicação nos mostra a diferença de atividades das leis naturais para com um candidato ao nascimento normal e para com um Adepto possuidor de grandes conhecimentos dessas mesmas leis. Devido a esses conhecimentos, o Adepto consegue, de acordo com sua vontade, atrair e reunir átomos ao redor do esquema de seu Arquétipo, de conformidade com o corpo necessário. No caso de um nascimento natural e normal, o Ego não coopera com sua vontade na formação do novo corpo. O Ego atua somente com a Força-Lei de afinidades, contida em Arquétipo, lei essa que desconhece, o que não sucede com o Adepto que comanda e organiza todas as funções de um nascimento extra-humano, ou seja: sem cooperação de pai e mãe. No fenômeno do nascimento humano comum, o Arquétipo é responsável pela direção que deverá ser tomado pelo destino, sem a colaboração do futuro portador desse, estando totalmente inconsciente do que se passa. Já com o Adepto, pelo contrário, há pleno conhecimento e o total domínio de Sua vontade sobre os acontecimentos. Não queremos dizer com isso, como já explicamos anteriormente, que o Adepto não esteja subordinado à uma Ordem Superior. No Mundo de Deus tudo tem Poder e Inteligência, porém, de forma inconcebível pela inteligência limitada do ser humano. Quanto a isso, basta dizer-se que a maior parte dos seres humanos não chega ainda a responder ao seu “subconsciente-alma”, isto é, à lembrança de suas pretéritas existências, não sabendo pensar subconscientemente. Já com o Adepto é diferente, como bem podemos comprovar nos fatos ligados ao Conde de Saint Germain[5] que, segundo os relatos, falava todas as línguas e até dialetos de diferentes regiões. Em Saint Germain havia uma continuidade de memória no vasto fio que transpassa as vidas sucessivas. Trazemos à lembrança do leitor o elucidativo acontecimento de Pentecostes, quando, sob a forma de línguas de fogo, desceu o Espírito Santo por sobre os Discípulos, levando-os a falar em diversas línguas, sendo ouvidos por todos os presentes a esse acontecimento. Não desejamos demorar-nos sobre este fato, portanto, damos por encerrado estas sucintas explicações, recordando-nos que Deus é a síntese de todas as coisas, portanto, de todas as línguas.
Como bem poderá o leitor ter percebido, vimos repetindo um mesmo assunto por várias vezes, pois acreditamos que somente assim é possível gravar perfeitamente aquilo que desejamos trazer a sua compreensão, e ajudá-lo a conceber o elevado estágio alcançado por um Adepto. Ser-nos-á muito mais fácil traçar, por meio da imaginação subconsciente, aquilo que desejamos transmitir do que por meio da compreensão intelectual. Portanto, a repetição faz-se necessária. Para efeito de nossos estudos devemos levar em conta a Força-Incriada, que em outros termos significaríamos por Palavra ou Verbo, o Deus não criado ou criado em Si mesmo. Tudo quanto é Criador por Aquele que é incriado pode ser concebido como Verbo-Divino, por meio do Qual tudo foi feito. Esse Verbo-Divino estava no princípio de todas as coisas, como Lei Fundamental de tudo e que existe. A totalidade das coisas em sua potência é Amor, inteirando em si o Poder de Criação, surgindo daí o fenômeno, o Criado.
Todo fenômeno ou construção arquitetônica é uma manifestação da dualidade: Verbo-Amor, não importando que chamamos, nos vários níveis da criação, pelo nome de Pedra, Planta, Animal, Ser Humano, Anjo, Inteligência Cósmica ou algo distante para nossa percepção como, por exemplo, um Astro longínquo, visível por meio de potentes telescópicos. Nada disso importa em presença da existência de um Arquétipo gerado pelo Poder-Amor do Verbo Divino. Nada, pois, se perde ou desaparece. A impotência de nossa visão ou insensibilidade de nossa Alma é o que nos causa a impressão de desaparecimento. O Fiat-Lux, pois, está sempre em constante atividade, inteirando em si todo o Criado, nunca cessando de ser. Se o Fiat-Lux tivesse sido criado, indubitavelmente deveria desaparecer.
Conscientizamo-nos de que essa Luz e Poder Unidos manifestam-se como Amor. Essa é a mola propulsora de toda Criação. Portanto, não há diferença entre o amor que nutrimos por um animalzinho e o amor que ele nutre por nós. O Amor a tudo envolve, permeia, penetra. É a essência da própria Vida! É a virtude por excelência.
Portanto, fora desse Amor outro não há. Somente o Amor Divino tem procedência. Tudo o mais não passa de emotividade, de paixão, de erotismo.
A Centelha-Divina eterna que jaz em nosso coração não tem nenhuma ligação com as partes inferiores da entidade humana, que se encontram subordinadas apenas a uma inteligência egoísta e astuta. No berço da Centelha-Divina, o coração, reúnem-se as radiações solares mais sublimes, em colorido ouro, em ondas magnificentes de ternura oniabarcante por todo o criado. O Adepto que vive na afável consciência dessa Luz, em seu coração iluminado, sente-se unido ao coração de Deus, à incriada Potência Divina do Absoluto. Alguém poderá objetar dizendo: “Tal coisa é muito fácil de dizer e muito belo para se ouvir, mas, quem a alcançará?”. Tal objeção demonstra total falta de conhecimentos espirituais! Nós partimos da compreensão de que o ser humano natural, sujeito, portanto, a falhas vê-se obrigado a se levantar de sua impotência, à busca da onipotência, por força de constantes renascimentos. Logo, compreende-se que o Verbo da Vida Onipotente um dia há de ressuscitar naquilo que, até então, era não evoluído ou não desenvolvido. Todo ser humano que leva a sério seus estudos esotéricos Rosacruzes terá que se esforçar para chegar à compreensão desses fatos, pois, foi feito à imagem e semelhança de Deus. A escolha é qual rumo tomar: a ascensão ou a queda. E isso é algo muito pessoal. Tivemos em Cristo uma expressiva lição, a qual deve ser aprendida por cada um de nós. Quase todos conhecem os Versículos do Capítulo 14 do Evangelho Segundo São Lucas, porém, não chegamos a penetrar devidamente em seu sentido, relacionado ao trabalho que Cristo deseja levar a efeito na Alma humana. Para melhor compreensão do leitor, citaremos alguns versículos e, a seu respeito, faremos alguns comentários. Os Versículos 26 e 27, dizem o seguinte: “Se alguém vem a mim e não odeia seu próprio pai e mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não vem após mim, não pode ser meu discípulo.”.
O Versículo 33 acentua: “Igualmente, portanto, qualquer de vós, que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo.”.
Vejamos a relação existente entre os três versículos citados e o caminho estreito que deve ser perseguido por todo aquele que busca o Adeptado. Devemos, conforme as palavras de Cristo, romper as algemas familiares, com as regras hipócritas, com a nossa própria vida natural, inferior, desvinculando-nos de tudo quanto seja terreno. Por conseguinte, deve haver uma perfeita inversão de interesses e de meta por parte de todo Discípulo. Suas vistas devem voltar-se para uma outra ordem de conceito. O Espírito de Cristo deve ser alcançado, portanto não é possível uma vida subordinada puramente às finalidades desse Mundo ao Discípulo.
Cristo é Espírito. E somente o alcançaremos se seguirmos os Seus mandamentos, abandonando tudo quanto supomos ser nosso. Logicamente, o Senhor não pregou o abandono de tudo que é do mundo, e sim um desligamento dos interesses mundanos pessoais, a fim de que a natureza do candidato possa florescer. A esse respeito encontramos algo no Capítulo 17 do Evangelho Segundo São João, Versículos 15 e 16: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno. Eles não são do mundo como eu não sou do mundo”.
Logo, conforme o versículo 26 do Evangelho Segundo São Lucas, quando os nossos interesses não mais se voltarem aos negócios do mundo, ser-nos-á possível segui-lO, pois, a morte não mais terá o seu aguilhão. E no versículo 27 compreendemos que nos é possível tomar nossa cruz e segui-lO como Discípulos. Já em cumprimento de uma quase lei, como insinua o versículo 33, temos que renunciar a tudo quanto temos, se desejamos ser Seus Discípulos.
Ressaltamos que aquele que não mais leva em conta a vida do mundo já se encontra morto para ela, qualificando-se como um ser fora da jurisdição humana. Tal indivíduo coloca-se à disposição daquilo que é Celeste. O Discípulo de quem fala Cristo, nesse caso, é o Adepto. Compreendamos que a renúncia ao mundo representa acumulado amor por Cristo e total emprego das capacidades a favor de Sua ação redentora, em prol daqueles que ainda não encontraram o Caminho. Essa renúncia representa também aquilo que se denomina “União Mística”, ou “Bodas Alquímicas de um Cristão Rosacruz-1459”, título da obra, como Testamento dos Rosacruzes, de Johann Valentin Andreae[6].
A renúncia ao mundo abre ao candidato a oportunidade de transmutar seu veículo físico, possibilitando-lhe a seguir ao Cristo na descida da Cruz, em fulgor luminoso. Assim também, à semelhança de seu Mestre, é desligado (desce) da cruz do mundo. Bem disse Cristo-Jesus, ao Senhor: “Pai, eles não são mais do mundo, assim mesmo como eu não sou do mundo. Por esses eu não peço, mas por aqueles que ainda estão no mundo”[7].
A meta de todo ser humano é o Adeptado, graças a Deus! E cada qual deve esforçar-se para abandonar o mundo da ilusão e partir ao encontro da verdade. E como podemos conceber essa oportunidade em relação à Humanidade em geral? Já falamos sobre esse ponto, mas repetimos: O ser humano-Espírito, feito à imagem e semelhança de seu Criador, vive na Eternidade, na sempre-existência, e não pode, por isso, ser afetado pela morte. Ainda que hoje essa aperte os seus aguilhões será finalmente abolida, dando nascimento a algo sublime, difícil de conceber-se cerebralmente. Já nesse estágio, não seremos mais seres humanos, e sim, Deuses. O ser humano natural, terreno, terá desaparecido juntamente com a Terra, o globo maciço e cristalizado. Enquanto o globo existir, logicamente existirá também o ser humano natural, que se afina às qualidades desse mesmo Planeta. Quando, porém, a Terra tiver perdido sua característica de densidade (as águas, os minerais e os vegetais) sua alimentação, indubitavelmente constituir-se-á de outras matérias, chamadas espirituais ou etéricas.
Verdadeiramente, o ser humano não vive somente de pão (terreno), mas de toda Palavra que sai da boca de Deus (Luz). Oxalá, saibamos todos que, um dia, deveremos regressar para onde viemos. E porque não devemos desde já encetar a caminhada? O dogma das Igrejas crê, apenas, na ressurreição do “último dia! Miseráveis erros cometem os que creem no poder da morte sobre a vida! Por isso mesmo, Cristo disse: “Deixem que os mortos enterrem seus mortos”[8].
Perdoe-nos o leitor se o chocamos com tais palavras. Contudo, quem assim fala não somos nós. Não é o ser humano, mas o próprio Senhor da Vida! Deus não é um deus dos mortos, mas sim dos vivos.
O Evangelho Segundo São Lucas, Capítulo 9, Versículos 59 até 62, insiste na espiritualização do ser, tornando-o apto para o Adeptado. Leiamos os versículos citados:
Versículo 59: “Segue-me”. Ele (o Discípulo em provas) respondeu: “Permita-me, ir primeiro, sepultar meu pai” (subordinação à lei, e não a Deus).
Versículo 60: Cristo Jesus insistindo (rigorosamente): “deixai os mortos (que ainda vivem) sepultar os seus mortos (que ainda vivem). Tu, porém, vai, e prega o Reino de Deus”.
O Discípulo já conhecia o Reino de Deus, e Cristo estava a sua frente, pleno de Luz, insistindo para que pregasse o Reino de Deus, do Eterno Logos.
Isso é o que nos faz entender o versículo 60, que acima transcrevemos.
Versículo 61: Outro lhe disse: “Seguir-te-ei, Senhor; mas deixe-me primeiro despedir-me dos de casa”.
Versículo 62: Cristo Jesus respondeu: “Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”.
A maior parte dos seres humanos ainda não pode, por causa do avanço do tempo, abandonar a sua sequela, seus subordinados e seus costumes assim sem mais nem menos procurando, desse modo, protelar a nova Era que já desponta.
E assim o faz com temor de ver-se desprovido daquilo que considera de maior importância em sua vida e que, por ignorância, teima em conservar. O dogma é o maior culpado por essa desordem geral. O ensinamento que prega as artes do diabo, ao invés de reconhecer a onipotência de Deus, instalou a barbárie da chamada santa inquisição que, ainda hoje, prevalece sob formas disfarçadas, e que debate sobre a natureza do ser humano, gerando polêmicas infrutíferas. Todo aquele que adota o celibato, o faz por um abandono normal de suas funções sexuais. Antes não é possível, devido a sua natureza estar ligada ao sexo. O ser humano, em parte, é ainda um mamífero, que se destina, por evolução cósmica, a transpor os limites impostos pela lei do cosmos. Chegará, porém, um tempo em que o celibato será natural e normal, por falta de sexo. Seremos, então, tal como fomos em princípios da Criação, conforme relatado na Epístola de São Paulo aos Hebreus no Capítulo 2, Versículo 7: “Tu o fizeste um pouco menor que os Anjos, de glória e de honra o coroaste, e o constituíste sobre as obras de tuas mãos”.
Assim, pudemos verificar, pelos versículos acima e os comentários feitos que, à convocação do Senhor, o Discípulo poderia ter se tornado um Adepto, caso não tivesse alegado que desejasse sepultar seu pai, isto é, a si mesmo no pai; o mesmo sucedendo com o outro Discípulo que, O desejando seguir, pediu permissão para antes despedir-se dos de sua casa, isto é, voltar aos laços do sentimentalismo.
Cristo havia chamado, convidando-os a deixar tudo para trás, já passado e inconveniente no futuro. Pudemos ver que a emancipação de tudo, pai, mãe, filhos, esposa, marido, tempo, modos de pensar etc. é muito importante. Com a Luz que tem sua raiz em Cristo, e que ilumina o Discípulo, não é mais possível voltar atrás, para despedir-se dos seus, mas um avançar constante, através de suas próprias faculdades interiores, do Cristo interno, pois, todo ser humano traz a Centelha do Pai em seu coração, o ser humano Verdadeiro, que aguarda o dia da libertação. E por força disso, o ser humano natural deve desaparecer do teatro do mundo.
Realmente o mundo é um teatro, onde se vive de representações da Verdade. Destarte, o ser humano representa apenas um pequeno papel perante os olhos de Deus e das Hierarquias Criadoras que se encontram muito acima do plano evolutivo da Terra. Mesmo assim, não podemos aceitar a ideia de que o ser humano seja apenas um mamífero, sem uma finalidade qualquer além do plano evolutivo traçado para a Terra. Absolutamente! Por trás desse laborioso trabalho evolutivo levado a efeito, e que atravessa diversas fases de desenvolvimento há a ideação divina, que prevê um fim glorioso para suas criaturas: o Adepto, o ser humano feito Espírito Vivificante. Nesses cumes sobrevive, apenas aquele que veio do Céu. Isso significa que o Planeta que habitamos, a Terra, composta de toda Humanidade, representa apenas uma frágil apresentação teatral dentro do Cosmos, com um longo caminho a seguir, até atingir o alto grau de perfeição como um corpo vivo dentro do Sistema Solar. Fazemos questão de frisar constantemente o abandono de tudo, porque, somente assim torna-se possível atingir este estado de perfeição. Toda dependência torna-nos escravos, o que não pode ser aceito pela Hierarquia de Cristo. Por esse motivo, Ele nos aponta o único tribunal e verdadeiro Senhor dentro de nós mesmos, fazendo-nos tomar consciência de Deus-Pai em nossa Centelha Divina que é Ele mesmo, o Cristo interno.
Rogamos ao amado leitor ter um pouco de paciência, aceitando as constantes repetições, tão necessárias para uma boa compreensão, ao citarmos mais uma vez os versículos anteriores, que confirmam aquilo que dissemos acima.
O Senhor também disse: “Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos Céus”[9] — admitindo nossa Divindades-Universalidade, pois, tudo que existe nos pertence por herança, porque somos coerdeiros em Cristo.
Estas palavras devem ser entendidas sem reservas ou formulações intelectuais, e não serem consideradas blasfêmias.
As condições requeridas para o Adepto podem, à primeira vista, parecer um tanto rudes. E mesmo sendo levados a considerar aquilo que dissemos nestas linhas, como algo não descomunal, encontramos, por uma justa apreciação dos elevados princípios, em seu contraponto, a perfeita vontade de Deus e Seu grande Amor. Que o leitor, portanto, não seja levado por uma reação negativa, devido às nossas palavras. O nosso intento apenas é o de despertá-lo, a fim de não ser sepultado como morto, segundo o Espírito.
O segredo da vida eterna está em morrer em vida, em Deus. Isso é o segredo do almejado lapis filosoforum[10]. Fazemos jus a ele quando rejeitamos as concepções diabólicas, a escravidão da carne e os terríveis dogmas. Jamais um dogma salvou o ser humano, senão já teríamos sido libertados no corpo de Cristo e de Deus.
O ser humano foi feito da pura substância da luz. Deus é Luz, e como tal o ser humano deve sentir-se, provar-se como um lume no Céu. Assim como as estrelas movimentam-se no Corpo Divino, irradiando sua luz, deve o ser humano movimentar-se a sua semelhança na obscuridade do mundo, como um peregrino, a fim de que o céu, o interior dos seres humanos, seus irmãos, possa iluminar-se.
Nossa vida é somente realizável dentro do foco da Divindade, e não na corrupção. Porventura, veio a Luz do Mundo para ser treva ou para com sua Luz acender tudo aquilo que possa ser aceso, para que haja uma única Luz? Quando Jesus, o Senhor, envolto em faixas na manjedoura onde nascera, como uma dádiva do Pai, trouxe a humildade a Luz da Vida, não o teria feito também a todos os outros Reinos, aos seres irracionais simbolizados pelos animais que o rodeavam? Sua Luz foi derramada abundantemente para tudo e para todos, a fim de propiciar a descoberta do Reino dos Céus. E não fomos nós, porventura, concitados a alimentar-nos de Seu Corpo e Sangue, a fim de que fôssemos iluminados interiormente pela força mágica que Ele trazia dentro de Si?
Amigo leitor, compreenda que você está vivendo dentro dessa Luz esplendorosa de Cristo, Luz que deseja manifestar-se, desde que deseje ardentemente ser nascido na Luz. Não há outro caminho para a felicidade a não ser esse, pois, somente essa Luz pode vivificá-lo e a todo Universo. Foi-nos ensinado que deveríamos nos alimentar de Seu Corpo (Luz), a fim de permanecermos n’Ele e com Ele no Pai (em nós) Universal. Aquele que não compreendeu o Amor de Deus, nada entendeu.
Após esta digressão, voltemos ao nosso tema: o Adepto.
Maria, a Santa Maria, a Alma do Mundo, havia gerado e dado à luz a Seu Filho: o Espírito Universal. Perguntamos: acaso esse Espírito Universal já não estava com Ela, isto é, em seu interior? Por ventura, não se passa o mesmo conosco? Não trazemos nós o mesmo Espírito em nosso seio? Não podemos também receber a semente mais fecunda do Espírito Santo em nossa alma? Entre Maria e nossa Alma não há diferença alguma! Todos teremos que ressuscitar das trevas em que nos encontramos, à semelhança de Maria antes de trazer à luz seu filho. Teremos que passar da Galileia material para Belém espiritual, onde nascemos novamente no estábulo do mundo, junto dos animais, para uma vida superior, conscientes da superioridade do ser humano que se move no seio da Luz de uma Nova Vida.
A grande Ordem conhecida como Rosacruz não se limitou, apenas, a meros conceitos e símbolos a respeito da Luz. Em seu símbolo há o conceito da existência absoluta e consciente da divina Luz humana por todas as partes. Essa Luz, como já dissemos, é a essência do próprio Amor, é a Criação Onipotente, com a qual edificamos nosso ser espiritual, que existia antes que o mundo fosse feito, segundo as palavras de Cristo. Aquele que sacrifica, crucificando o seu pequeno “eu” na cruz, alcança o Cristo, pois, não nos exortou Ele, porventura, a que tomássemos nossa cruz e O seguíssemos? Que cada qual tome, pois, sua Cruz, o “eu egoísta”, não olhe para trás, nem queira despedir-se dos seus, se realmente deseja seguir ao Senhor Cristo e retornar à Casa do Pai. “Quem vê a mim, vê ao Pai que me enviou”[11].
Para o Adepto, os títulos já não mais existem, pois, o mundo já passou com todas as suas vaidades. O jogo de sombras ilusórias prende somente aqueles que ainda desejam envolver-se em suas malhas. O mundo é como um grande campo de batalha dos paradoxos. Quando o abandonamos, por amor de Deus, ele se volta contra nós, ainda que o nome de Deus se arraste de lábios para lábios, e se esforce em tantos templos e casas de oração, como geralmente acontece.
Por ventura, não temos um grande exemplo de seu estado contraditório nas próprias guerras, quando o anseio pela paz é tão grande? “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei.”[12]. E quem, hoje, não se encontra cansado e oprimido? A Humanidade sente-se infeliz, desassossegada, pois, levada pela incredulidade e pelo materialismo, apaixonou-se doidamente pelo espírito da negação, que ofusca a visão, ludibria e destrói. A Humanidade desconhece, de há muito, o que seja a paz.
“A Minha paz vos deixo; a Minha paz vos dou” — e ainda — “Não vo-lo dou, como o mundo a dá”[13] — são palavras que ressoam por entre os ouvidos moucos, ensurdecidos pelo ódio, pela cobiça e pelo orgulho. E aturdida, com olhos que não veem e ouvidos que não mais ouvem, a Humanidade implora pela paz, pelo conforto e pela Luz Universal: Deus.
Quase toda a Humanidade desconhece o fato de que o Pai nos envia, ano após ano, o Seu Filho, fruto de Seu imenso amor por nós, por ocasião do Natal. O Místico apercebe-se dessa vibração universal, o Amor do Pai, atravessando sua alma. E isso ele faz indistintamente, pois, em Deus não há acepção de pessoas, mas, a Humanidade não O pode mais sentir, tão grande é o abismo em que desceu! Essa vibração universal é o próprio Cristo, que deseja brilhar em nossas Almas e salvar-nos da brutalidade existente. Bem disse o Senhor: “Eu não vim para julgar o mundo, mas sim, para salvá-lo”[14]. Quando as luzes cintilam nos templos externos, cintilam também em nossas almas. Teremos, então, comunhão com Ele. As lamparinas do nosso corpo, girando em maior velocidade, nos trarão a mensagem de salvação. De sua ação passarão a desprender-se cores de fulgor celestial. Ah! Inefável felicidade, pois, Cristo, o Amor do Mundo, faz-se presente em Luz, na meditação e no cantar dos cânticos em louvor de Deus.
Nesses instantes sublimes sentimos, com toda clareza, que a Terra não é nossa pátria. Abre-se, assim, o véu para o além, e conosco rejubilam os Anjos do Senhor em majestática apoteose, tal como quando foi anunciado o nascimento do Salvador em Belém: “gloria in excelsis deo”[15]. E a Alma, Maria, saúda e abençoa seu Filho-Solar recém-nascido — pois, nascemos novamente para o Sol, nossa fonte de origem.
Nasceu em nós a Glória de Deus, que nos transforma em habitantes de um mundo luminoso. Mesmo que trajemos ainda uma vestimenta corruptível, humana, nasce-nos a certeza inabalável de não mais pertencermos à Terra. A partir desse momento o Adepto encontra-se totalmente concentrado em sua vida futura, não fazendo a mínima questão em ter ou não um “corpo de trevas”, pelo qual Cristo também teve que passar e ressuscitar.
Para todos nós, indistintamente, encontra-se aberta a porta pela qual deveremos passar a caminho da Eternidade. Essa é a “Porta das Ovelhas”[16], a Passagem para o “Corpus Christi”[17], em plenitude de Luz e Amor. O Natal mostra-nos esse fato. Tudo, ou melhor, toda criação tem que passar pela onda de Cristo e somente por essa “porta” torna-se possível, a toda criatura, inteirar-se no Cosmos, o Pai.
As luzes cintilantes do Natal expressam perfeitamente a unidade universal, pois são luzes que não pertencem a este mundo, não são deste mundo, e sim as Luzes Hierárquicas do Todo, como uma grande escada que principia com o Verbo que estava no começo da criação. A apresentação de Jesus por Maria é material e ao mesmo tempo completa. O Adepto que se prepara para a perfeição futura, até chegar a ser perfeito como o Pai é perfeito, perfaz em si, o material e imaterial, o físico e suprafísico. Separa o espiritual do não espiritual, o temporal do não temporal, fazendo prevalecer o substancial no não substancial, o verdadeiro no aparente, a forma no sem-forma. Em vidas passadas, o Adepto já obteve conhecimentos, sem dúvida alguma, de como guiar, criar, destruir e edificar com sabedoria, qualidade que falta ao ser humano ordinário, que faz prevalecer a força e a astúcia ao invés do conhecimento. O ser humano atual, e Adepto futuramente, acumula, por força da Lei de Atração (Amor) todos os poderes relativos a esse alto grau na escala evolutiva, quando dá cumprimento à Lei do Amor e a transcende, porque o que para o ser humano sem ideais é uma lei, uma obrigatoriedade, para ele tornou-se uma questão de vivência! Ele não ama; Ele é o Amor! E como todo verdadeiro Amor vê-se obrigado a cooperar na obra de destruição de tudo quanto não sirva à essa lei básica.
Cristo disse a São Pedro: “Afasta-te de mim Satanás, pois não cogitas das coisas do Céu, e sim das da Terra”[18]. “A carne e o sangue não herdarão o Reino dos Céus”[19] — diz São Paulo. Então por que nos agarramos, ainda, aos pensamentos sombrios e à adoração da carne? Se o Espírito Universal não se manifesta em carne, para que, então, luta o ser humano pela carne e pelo sangue? Já o Adepto não inquire sobre os fenômenos do mundo, passando logo às obras do Espírito Universal, pelo poder do qual foi feito o mundo. O Adepto vai lá, onde existe o Deus Inominável, Incompreensível e Sempre Existente, inexplicável pelo intelecto humano. Tudo se dissolve naquilo que não se pode chamar de propriedade, virtude humana, pois Deus não tem atributos tais como: Bondade, Sabedoria, Amor. Ele é a Bondade, a Sabedoria e o Amor. Exposto isso, resta-nos submergir profundamente nas palavras: o Verbo Divino é o Amor Universal.
“Vós sois deuses”[20] — disse Cristo. Aquele que mergulhou nas profundas raízes de seu divino ser pode exclamar: “Ex Deo nascimur” (Em Deus nascemos). Muitas pessoas podem duvidar da existência de seres que alcançaram tão privilegiada condição, como a do Adepto, e perguntar: “Quem são e onde estão esses personagens tão discutidos?”.
Os Apóstolos foram escolhidos por Cristo devido às relações perfeitas entre eles e o Mestre; e como o Senhor não era desse mundo, do mundo não eram os Discípulos. Moisés foi encontrado no Nilo por uma princesa egípcia que o criou segundo os moldes faraônicos. Posteriormente, segundo o relato bíblico, deu-se sua morte em circunstâncias desconhecidas no Monte Nebo. Sua sepultura nunca foi descoberta. Morreu, como dizem as escrituras, sozinho. Os livros sagrados dizem não ter havido nunca, em Israel, um profeta com o qual Deus tivesse tanta convivência pessoal. Essa convivência nada mais significa que a perfeita comunhão entre Deus e o Ser humano-Divinizado, pois, do contrário, não seriam possíveis as profecias, a coordenação harmônica entre os pensamentos e ações determinantes em ordem divino-humana, numa atuação exata e maravilhosa, tal como conhecemos. Isso nos mostra o indestrutível liame espiritual entre Deus e suas criaturas. Posteriormente, Moisés aparece no plano físico como Elias e logo a seguir como João Batista numa constante demonstração da Glória de Deus, revelando-nos a Luz Perfeita em que não há trevas, na forma humana.
Conclui-se, facilmente, por uma simples leitura da Bíblia, ter havido uma estirpe denominada “Filhos dos Profetas”. Em Reis II, Capítulo 2 e versículo 5, lemos: “Sabes que hoje o Senhor vai levar teu mestre por sobre tua cabeça?” (Dizem isso os filhos dos profetas a Eliseu, Discípulo de Elias). <Eliseu> “Ele respondeu: ‘Sei; calai-vos’”.
Essa estirpe “Filhos dos Profetas”, poderia, com justa razão, ser denominada como “Filo-profetas”, filhos dos conhecimentos da linhagem profética, da mesma maneira como hoje denominamos os “Filósofos” pessoas que se dedicam ao conhecimento da filosofia. Ainda no Capítulo 2, versículo 6, vemos relatos de grandes acontecimentos, pois, “Elias lhe disse: ‘Fica aqui, pois o Senhor me envia só até a Betel”; mas ele respondeu: ‘Tão certo como o Senhor vive e tu vives, não te deixarei!’. E partiram os dois juntos”.
Analisemos, ligeiramente, as palavras acima, pois revelam fatos importantes àqueles que se preparam para uma vida superior. Elias diz a Eliseu: “Fica aqui, pois o Senhor me envia só até a Betel”.
Betel, são duas palavras juntas que significam:
Bet — Casa
El — Deus
Betel significa então: Casa do Senhor Deus. Pelo exposto podemos perceber perfeitamente que houve um encontro nos planos espirituais entre o Senhor Deus e Elias. O Senhor envia, então, Elias para um plano superior.
Eliseu, sabendo por Elias o que iria ocorrer, lhe diz que não o deixaria sozinho nessa tarefa. Elias não quis levá-lo, talvez por desconfiar que Eliseu não pudesse afastar-se completamente de seu físico, mas pleno conhecedor de suas possibilidades, Eliseu é levado a responder que não se afastaria. Então os dois encetam a viagem aos planos internos: vão à “Casa do Senhor”, para Betel.
O Versículo 3 nos revela algo surpreendente: então os Filhos dos Profetas que estavam em Betel, foram a Eliseu e lhe disseram: “Sabes que hoje o Senhor vai levar teu mestre por sobre tua cabeça?”. <Eliseu> “Ele respondeu: ‘Sei; calai-vos’”.
Os versículos que se seguem, nos mostram, perfeitamente, a união entre as forças divinas e humanas, que vêm e manifestando na seguinte ordem: Moisés, Elias, Eliseu. Moisés dividiu as águas do Mar Vermelho; Elias fez o mesmo com o Rio Jordão (vide versículo 8[21]). Logo mais tarde encontramos a separação de Elias e seu discípulo Eliseu quando, andando, no clímax das forças espirituais, é arrebatado num carro de fogo (fogo do espaço): versículo 11[22]. O versículo 14 diz o seguinte: Eliseu tomou a capa de Elias que lhe caíra, e feriu as águas, e disse: “<Eliseu> Tomou o manto de Elias e bateu com ele nas águas, dizendo: ‘Onde está o Senhor, o Deus de Elias?’. Bateu nas águas, que se dividiram de um lado e de outro, e Eliseu atravessou o rio”.
Pelo versículo acima podemos ver que não se tratava de um manto comum, pois trazia em si um poder, que foi transposto a Eliseu. Esse, fazendo uso dele, dividiu as “Águas do Jordão” (águas inferiores do próprio corpo e qualidades) para passar à outra banda e prosseguir em seu trabalho Iniciático. No que se refere a Elias, podemos dizer que, anteriormente, já havia se manifestado como Moisés, reaparecendo finalmente como João Batista, o precursor de Cristo batizando com as Águas do Jordão. Notamos aí, uma continuidade em crescendo, dos poderes místicos — mágicos. João, o Batista, que endireita as veredas do Senhor, separa por fim as águas (à semelhança de Elias e Eliseu) do fogo, pois aquele que vinha após ele, não mais batizaria com água, mas com Espírito e Fogo. O versículo 4 reza: “Elias lhe disse: ‘Eliseu, fica aqui, pois o Senhor me envia só até Jericó’; mas ele respondeu: ‘Tão certo como o Senhor vive e tu vives, não te deixarei!’. E foram para Jericó”.
É-nos interessante saber o que significa Jericó. Essa palavra também é composta de duas palavras hebraicas:
Je — significa divino
Ricó — em hebraico significa Ruach: Espírito
A palavra Jeruach significa: Divino Espírito. Vemos, por aí, que o profeta Elias e seu Discípulo Eliseu dirigiram-se ao Divino Espírito ou ao Espírito Divino. Havia neles grande iluminação de forma visível, como bem o acentua o versículo 14.
No versículo 15 vemos para nossa satisfação, confirmado aquilo que acima dissemos: “Os irmãos profetas viram-no <a Elias e Eliseu> a distância e disseram: ‘O espírito de Elias repousa sobre Eliseu!’.; vieram ao seu encontro e se prostraram por terra, diante dele.”. Eliseu tendo recebido a iluminação na outra banda, o que foi percebido pelos “filo-profetas”, fez com que esses se prostrassem ante a Luz irradiada de seu corpo transmutado, da mesma forma como ocorrera com Moisés ao descer do Monte Sinai com as Tábuas da Lei, não ousando ninguém lhe olhar o rosto iluminado. O espiritualista, seguindo por esse fio de raciocínio, será levado a reconhecer uma ação portentosa do Espírito Universal sobre um ser que trilha o perfeito caminho estreito do Adeptado, e que ascende a postos cada vez mais elevados, desenvolvendo poderes incomuns. O “habitat” humano, a velha cabana adâmica desaparece transmutando-se em glorioso templo do Espírito Universal. O ser humano, após longa peregrinação nas mais variadas formas, eleva-se até Deus, isto é, transforma-se em Deus. No versículo acima percebe-se, por parte dos “filo-profetas”, uma perfeita libertação daquilo que é puramente humano, dirigindo-se eles por um conhecimento profundo da atividade do Espírito-Universal.
Os “filo-profetas” haviam criado uma atmosfera espiritual que nos permite falar sobre acontecimentos sobrenaturais, tendo como exemplo o caso de Elias. Todos eles conheciam as condições exatas para uma elevação às forças universais. Pela simples leitura do texto bíblico não nos é possível saber ao certo qual era a missão de Elias. Porém, percebe-se, claramente, uma incomum iluminação interior naqueles que se prostraram aos pés do profeta Eliseu, ao transformar-se em guia da Escola dos Profetas, ao voltar da outra banda da Luz Universal do Celeste. Essa iluminação interior tornou-se possível devido à receptibilidade de suas almas às forças surgidas do além. Poderíamos chamar essas forças, em conjunto, de Amor, a máxima expressão da emancipação humana sobre o ser humano-animal. O espírito humano se emancipa quando se intera das Leis Divinas dentro de si próprio, podendo, dessa maneira, atuar independentemente, utilizando seu próprio poder e vontade, ou seja, a vontade do Amor.
Os fatos até agora relatados revelam aos estudiosos que toda faculdade transcendental, compreendida como Fogo Divino, segundo a linguagem dos Santos Evangelhos e do Antigo Testamento, nada mais é senão a potencialidade amorosa em plena atuação, determinando a total libertação do ser humano espiritual. Daí o ser humano passa a viver como um “deus entre deuses”.
Já fizemos alusão às palavras de Cristo ao chamar “o homem um deus”, dizendo-se também, de Si mesmo Filho de Deus. Portanto, os deuses herdam as qualidades de seu Divino Pai. Porém, nós, que somos ainda em parte mortais, não devemos nos orgulhar de sermos chamados deuses, porque ainda não adquirimos o Poder total do Amor. Ou seja, ainda não despertamos suficientemente a chama do Divino Amor latente em nossos corações, a fonte de nossa imortalidade.
Basta-nos, por ora, a promessa contida nas palavras: “vós sois deuses”[23]. Por enquanto, podemos apenas vislumbrar a divina presença em nós. Lembremo-nos das Hierarquias que dirigem os vários departamentos do Universo. Todos os Seres ou Entidades que compõem essas Hierarquias foram humanos nos passados Períodos evolutivos. Futuramente, quando já não existir mais a Terra, tal como a conhecemos atualmente, seremos também seres humanos, com todo aperfeiçoamento inerente ao Globo mais sutil que habitaremos. Tudo depende de acumularmos, desde já, as qualidades necessárias para vivermos no futuro elemento no inominável Corpo de Deus, na amorosa força do Espírito Universal.
Este estágio é o que denominamos de Adeptado. Em todos os meios pressente-se haver um clima de inquietação geral, os sinais dos tempos que se aproximam, trazendo-nos as vibrações de Aquário, a Era da Luz, da vibração, da cor, quando tudo se explicará por si próprio.
Diz-se que Aquário trará a Era da Fraternidade. Aí imperará o Ego-sum, isto é, o “Homem-Deus”, o Adam do princípio-luz, ou seja, o Verbo Divino no Ser humano. E o Verbo terá sido feito Carne. Eis a apoteose final da Criação. O ser humano criado por Deus e sendo em Deus torna-se um Criador. Trazendo esses conceitos para o campo da Biologia diríamos que o unicelular se desdobra, continuando, porém, sempre unicelular. Desse modo, continua sempre sendo a parte original.
Não poderíamos, em nosso estudo, deixar de trazer à mente do leitor o fato de muitos Adeptos terem passado pelo mundo. Os Profetas, os Discípulos de Cristo e muitos outros desconhecidos pela história. Deduz-se daí que os espiritualistas, em geral, pertençam a que escola pertencerem, são responsáveis pelos trabalhos aqui levados a efeito, sob a direção das Hierarquias Criadoras, devendo, portanto, colaborar harmoniosamente com a grande finalidade que elas têm em vista.
Para tão grande fim a Hierarquia necessita também de Adeptos, que servem de ponte entre Planos Espirituais Superiores e a Terra, pois Deus serve-se de Suas criaturas para levar a efeito a obra de Suas mãos. O Adepto vive em Deus e Deus nele. Pois, como Deus é Onipotente, o Adepto também se serve dessa onipotência, Ele é a Onipotência, desde que na Onipotência não pode haver diferenciação. Em verdade, dentro do conceito que temos de Deus como o Absoluto, pois n’Ele vive, move-se e tem sua existência. Daí vemos a absoluta necessidade de se viver dentro desse nível de Amor constantemente, pois tudo aquilo que não é Amor não se coloca ao nível do Absoluto. À mínima sombra, o menor disfarce da Verdade não é mais Amor, não mais podendo qualificar-se como Poder e Amor.
Todos sabemos que da Fonte das Águas Vivas todos podem mitigar a sede. Se, porém, dela beber-se ilicitamente, isto é, sem sentir a espiritualidade do Amor puro e santo, a bebida deixará de ser saudável. Aquele que crê acumula sua fé, dinamiza sua potência com a presença das ondas suprassensíveis provenientes das alturas (tal como Cristo que anualmente vem das alturas do Pai até nós), e deve, portanto, transferir essa potência, obrigatoriamente, dentro de seu campo de atividades. Para tanto faz-se necessário a sublimação, por parte daquele que transfere essas forças divinas, de toda negatividade, da neutralidade mórbida que não se encontra em ascensão, pois, essa representa a decomposição das Águas da Vida. O indivíduo positivo almeja pelos Céus. O resto, para ele, de nada vale. “Assim, porque és morno, nem frio nem quente, estou para te vomitar de minha boca” (Apo 3:16). “Pois dizes: sou rico, enriqueci-me e de nada mais preciso. Não sabes, porém, que és tu o infeliz: miserável, pobre, cego e nu!” (Apo 3:17). Essas são as palavras de Deus através de São João na Ilha de Patmos, ditas no Livro do Apocalipse a todo aquele que é morno. Elas são dirigidas, mui especialmente, aos espiritualistas. O que diz o Senhor em sua declarada aversão aos mornos? Que Ele é o Espírito dos Espíritos e não admite em Sua presença a tais mornos! Aquele, porém, que se ocupa, positivamente, com o Espírito de Deus em seu coração, encontra-O e com Ele vive, pensa e d’Ele se alimenta, não podendo ser vomitado de Sua boca.
Quando vivemos em permanente estado de meditação interior, em Sua Santa presença, também trazemos Sua Lei gravada em nossos corações; não a lei exterior, formulada por seres humanos falíveis, leis que prescrevem isto e condenam aquilo. Em Deus esse jogo lúgubre dos opostos não existe; n’Ele há a eterna perfeição, a qual devemos atingir. Cristo disse: “Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”[24]. Os seres humanos criam, inteligentemente, suas próprias convenções que deixarão de ser leis amanhã, por conveniências pessoais, para serem subsumidas por outras julgadas melhores, como sendo a vontade de Deus. A história está repleta de excomunhões, assassínios, todos feitos em nome de Deus, pela vontade de Deus. O ser humano é astuto, mas toda estultícia cairá em sua própria armadilha. Toda sabedoria humana perante Deus é loucura, demência, e o sábio segundo o mundo será vomitado fora da boca de Deus. O Reino de Deus é Sabedoria, Paz e Longanimidade. O Seu Reino é Perfeição. Contudo, infelizmente, os seres humanos fizeram imagens, criaram um antideus, e o entronizaram nas igrejas, templos, sinagogas e outros lugares afins com esculturas em ouro e adornadas com preciosas gemas. O espírito puro, genuíno, do Cristianismo foi conspurcado, corrompido pelo falso, pelo dinheiro, por uma instituição antirreligiosa que, na ânsia de juntar riquezas, esqueceu-se do mandamento do Senhor: “Não leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos, nem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado, pois o operário é digno do seu sustento.”[25].
Viver é amar. Esse Amor é a única arma do Cristão e sua única riqueza.
Cristo Jesus, o Senhor, disse: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.”[26]. O que será esse Alfa e Ômega, que é no princípio, no meio, e no fim? O Amor…
Em Cristo não havia outro elemento, senão esse: o Amor do Pai, dado para o resgaste de muitos, e esse é o caminho áureo traçado para todos os verdadeiros Cristãos. Aquele que não ama não está em Deus e nem Deus nele!
Isso é lógico! O caminho real, apontado pelo Senhor, é o Caminho da Cruz, e porque não possuímos ainda esse Amor que o Cristo nos aponta como Ideal, devido às impurezas de nossa Mente, a natureza geme sob o peso de sua impotência de amor: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”[27].
Para o pensamento inferior do ser humano, que não abarca o sentido de sua própria existência dentro da totalidade, há a ideia de separação dos demais entes, e o mandamento acima significa para ele o caminho da cruz da natureza. Entretanto, esse caminho transforma-se em algo positivo, pleno de vida, quando nasce a compreensão e o conhecimento de si próprio como um ser indivisível, uno com toda Criação, que se encontra envolvido pelo Amor de Cristo.
Se dissemos que Deus não tem virtudes, quisemos dizer com isso que n’Ele não se pode encontrar, em manifestação separada, a Verdade, a Sabedoria, o Poder e a Inteligência, tal como sucede com os seres humanos. Em Deus sintetizam-se todas as virtudes, por isso Ele é perfeito! Deve-se dizer, para melhor entendermos, que n’Ele não há transubstanciação de uma determinada espécie de material para outra, porque, desse modo, Ele não seria o Absoluto. No ser humano há o Absoluto em transmutação e transubstanciação, se bem que não haja, ainda assim, aquilo que poderíamos denominar transubstanciação última, devido a sua forma humana fenomenal. Contudo, na integração progressiva e inteligente das radiações cósmicas em sua figura física, em seus sentimentos e em seus conhecimentos mentais abstratos, a sensibilidade se refina dia a dia, e expressa forças e poderes provenientes de outros planos de existência, dos seres solares ou então daquilo que se denomina supranatureza, vindo desse modo, por meio de transmutações e transubstanciações, a equilibrar a força alquímica, tornando-se um deus entre os deuses. Dessa maneira, conhece-se, conforme descrição da literatura ocultista, não mais como ser humano, mas como Deus. Torna para nós fácil compreender aquilo que acima dissemos, se recordarmos que, quando dormimos, o nosso Espírito se reconhece em outros planos de onde traz, muitas vezes, para o estado de vigília no Corpo Denso, os conhecimentos ali obtidos. O Ego recorda-se de ocorrências que se deram nas paragens suprassensíveis, ora vagamente, ora com nitidez. Poderíamos dizer que há uma tramitação de qualidades alquímicas nas alturas onde o Ego se encontra, até que haja uma perfeita incorporação de uma outra força que eclode numa dada existência, e que incorpora em si, qualidades divinas desabrochadas em outras vidas, força que chamamos gênio. Exemplos clássicos do gênio temos em Mozart, Beethoven, Leonardo da Vinci, Shakespeare, Goethe, Schubert e em outras tantas inumeráveis personalidades humanas, porém de uma outra linhagem.
Como dissemos, seguimos por várias camadas de diversas densidades espirituais, que nos conduzem, finalmente, à eclosão de todo potencial divino germinal, fazendo conhecer-nos como gênios-divinos. Nós somos a totalidade do Universo, assim como uma gota de água do mar contém todo o oceano.
Por isso, somos denominados de microcosmos. Participamos do Todo em todas as Suas manifestações, tanto material quando imaterialmente. Somos dispostos numa involução aparente e evolução constante a fim de atingirmos o estado de compreensão total. Utilizamos a palavra compreensão em dois sentidos. Além do sentido comum, usamo-la no sentido de abarcar, conter. Teriam sido as radiações dos Luminares Celestes colocadas fora do nosso alcance, a ponto de não sermos influenciados por elas? Sabemos que para esses diferentes luminares existem diferentes estados de consciência.
Muitos podem enfocar planos diferentes de consciência. Ali, podem perceber coisas que, na Terra, em estado de consciência de vigília nem sonhavam, porque nos momentos em que se veem livres do peso morto tão comum aos Corpos Densos são mais sensíveis às radiações celestiais, vendo-se obrigados a vibrar o “tônus” com todo o conjunto.
Quando mais possa o Ego fundir-se ou sintonizar-se com escalas de maior vibração, de luminares mais adiantados, mais próximo achar-se-á da transubstanciação. Deduz-se daí que com o tempo e conforme avança, ser-lhe-á necessária uma alimentação espiritual. “Nem só de pão vive o ser humano, mas, de toda palavra que sai da boca de Deus.”[28]. Futuramente, não será preciso, também, o trabalho de sábio para decifrar e estudar os enigmas, pois, serão acessíveis a todos, indistintamente. Todo aquele que já leu alguma coisa a respeito da Ciência Oculta sabe que uma Mente avançada, poderosa, tem o poder de transmitir, em forma de quadros, determinados ensinamentos ou ideias, sem que sejam necessários os recursos físicos humanos. Desse modo, futuramente, não haverá necessidade de um corpo que possua cérebro, um sistema nervoso ou circulação sanguínea, pois, o Espírito é alheio à matéria que anima e modela.
Também assim o Adepto instrui, por meio de quadros pictóricos viventes, o candidato à Iniciação. De maneira similar atuam os Espíritos-Grupo ao guiar sua espécie animal desde os planos internos. Levando em consideração o que dissemos acima, percebe-se facilmente a unidade na diversidade, a conversão de todos os Reinos em um todo que denominamos Deus em Unidade com Sua Criação. Todas as Hierarquias Criadoras seguem a marcha ascendente delas, isto é, via Deus. Assim também o ser humano. A Física ensina que aquilo que denominamos perda não existe na matéria e na força (energia), pois força (energia) e matéria são uma e mesma coisa. Desse modo não há superior nem inferior, mas por lei de evolução uma manifestação de Deus na matéria, como imanência, além da manifestação como transcendência. O filho herda o sangue dos pais; o filho é semelhante a seu Pai. Dessa maneira chegamos a compreender a fantástica frase: “Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança”[29], de iguais recursos aos nossos, Filhos de Deus ou Deuses. Assim somos levados a compreender que entre Deus, Cristo e a Humanidade não há diferenças quaisquer em essência. Cristo Jesus falou claramente a respeito dessa unidade fundamental: “A fim de que todos sejam um; é como és tu, ó Pai, o és em mim e eu em Ti, também sejam eles um em Nós; para que o mundo creia que Tu me enviaste”. “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como Nós o somos” (Jo 17:21-22).
Se desejarmos buscar a diferença entre Deus, Cristo e a Humanidade, aplicando os versículos acima, não chegaremos a encontrá-la, pois se há Unidade entre o Espírito Humano, o Cristo e o Pai, qual então é a diferença entre os três? O “Espírito do Homem” tanto está no Filho como no Pai, bem como no Espírito Santo, que mais se adapta ao trabalho levado a efeito pela Hierarquia para a Humanidade. Tudo se resume numa eterna unidade.
Com o que dissemos acima, chegamos a uma outra apreciação importante, no que concerne, principalmente, ao ser humano, ou seja, à Onda de Vida que iniciou sua peregrinação no longínquo Período de Saturno. Os Ensinamentos Rosacruzes e a Bíblia concordam no ensinamento segundo o qual o Espírito de Deus, no princípio, pairava sobre as águas[30].
Nossos pensamentos devem sempre juntar-se aos acontecimentos descritos nas Santas Escrituras, a fim de possibilitar a nós, o Ego, uma penetração mais profunda naquilo que se deseja transmitir em suas extraordinárias mensagens. A nossa própria originalidade deve se revelar nessas meditações profanas a respeito de determinadas passagens bíblicas ou qualquer outro tema místico-religioso. O que se revela, geralmente, é exatamente aquilo que nossos antecessores puderam captar da Mensagem Divina em suas inspirações. O Livro do Gênesis nos fala do princípio da Criação, o Fiat Lux (“Faça-se a Luz”), o Verbo Divino, do qual tudo foi feito. Esse Verbo Divino foi, inicialmente, pronunciado no Período de Saturno.
Nesse Período obscuro, reinava o germe da qualidade material ou mineral em forma de “calor”. Calor não significa gás. Esse é apenas um estado de sua existência em relação ao meio biológico, químico ou biofísico.
No entanto, e o Verbo Divino pronunciado no princípio formando primeiramente o mineral-calor? Qual era a sua própria composição, para que pudesse formar o primeiro degrau para o princípio da evolução? O Espírito de Deus pairava sobre as águas quando soou a primeira palavra da criação. Que águas eram essas sobre as quais pairava o Espírito, dando início ao Período de Saturno, com as características de Calor, do qual as primeiras criaturas se alimentavam? Realmente, ser-nos-á de grande utilidade demarcarmo-nos um pouco sobre tais considerações. Admitimos nossa existência desde os primórdios de Saturno como calor. Contudo, e antes desse calor, qual era o nosso estágio de vida? Não nos esqueçamos que a Vida é que manifesta o calor! Algo que vem corroborar nossa ideia é o exemplo do útero materno. Teria sido o Período de Saturno uma espécie de Útero Universal onde foi gerado o Fiat-Lux? Quando falamos sobre geração, procriação, fecundação, não temos outra saída senão pensarmos logo no útero. No Período de Saturno havia criaturas que estavam ligadas ao Centro do Globo constituído de calor. Logo a seguir, as Centelhas Divinas foram separadas, principiando sua manifestação no Corpo Universal. Temos aí a imagem da mãe dando à luz o filho que, desligado de seu ventre, principia sua manifestação separada no mundo. Quanto mistério se esconde por detrás dessas coisas que, facilmente, se torna compreensível a todo aquele que com ele se sintonize! Por ventura, não é a semente um pequeno útero do qual pela fecundação dá à luz e na terra surge uma nova planta, uma nova semente? Não põe o pássaro um pequenino ovo, um útero, em que se realiza um novo ser? Tudo isso é mais que evidente; e não poderíamos dizer que Deus, em seu imenso Universo, o Grande Ovo ou Útero Universal, também faça o mesmo, ao engendrar todas as suas criaturas?
Prosseguindo em nossas explanações por meio de estudos cosmológicos espirituais, voltemos ao Período de Saturno, quando a Humanidade principiava sua marcha. Nesse Período surgiram os Grandes Luminares, as Hierarquias, que estavam acima desse globo, e que auxiliaram a Humanidade infante por meio da Luz inerente a seus Corpos, promovendo uma lenta densificação das partículas desse Globo nascente que, posteriormente, transformou-se em Luz. A alimentação da Humanidade nessa época era constituída de Calor, e, posteriormente, passou a ser Luz. Se aceitarmos tal fato como verdade, teremos que convir, que essa mesma Luz, ainda hoje, nos serve de alimentação.
Não é possível haver vida sem essa Luz que se encontra tanto dentro, como fora de nosso organismo. Não somos mais tão ingênuos a ponto de acreditarmos que o mundo não seja uma expressão da Luz de Deus, pois Deus é Luz, da qual tudo foi feito, e que se propaga e tem sua eterna existência (Vide Evangelho Segundo São João, Capítulo 1).
Assim, toda nossa alimentação é um produto da Luz que produz em nós o Calor existente desde os primórdios de Saturno. Esse calor manifesta-se em nosso sangue sem o qual, o Espírito, o Ego, não teria possibilidade de manifestação. Lembremo-nos que o calor do sangue é a posição vantajosa do Ego em seus veículos. Os quatro Éteres que fazem parte da constituição estão intimamente ligados à nossa existência física densa, bem como às funções puramente transcendentais.
Assim compreendemos claramente o seu valor cooperante, intrínseco, desde o Período de Saturno (calor sanguíneo), Período Solar (Luz, transformação de calor em Fogo, concordante com o Éter de Vida, Luminoso e com a formação do sistema nervoso) e, finalmente, o Éter Refletor, que traz ao nosso cérebro físico a percepção do Universo fora de nós. Notamos haver, portanto, um alimento concordante com as quatro modalidades de Éteres que sustentam o organismo humano. Através de etapas, de uma aprendizagem pelos Períodos, Épocas e Revoluções, o ser humano, atingido o grau de Adepto, consegue dispensar os alimentos desses Períodos, pois, as forças criadoras passam a atuar nele com todo seu potencial.
Por isso nos torna compreensível que o espiritualista tenha que se abster de alimentos cárneos (mamíferos, aves, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins), procurando uma dieta mais natural, concordante com a finalidade que tem em vista. À nossa disposição estão os alimentos vegetais, as frutas, os legumes etc., todos eles fontes excelentes de energias solares.
Podemos, ainda, juntar que o Espírito Universal é um alimento perfeito, como bem o expressou Cristo, o Senhor: “Nem só de pão Vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.” (Mt 4:4).
Isso significa que da boca de Deus sai o alento, a Vida que sustenta todo ser humano que vem a este mundo. Esse é o verdadeiro alimento; e outro não há, pois, mesmo apresentando-se sob várias formas e aspectos, o Espírito é UM e sempre o mesmo. A todo aquele que desejar futuramente habitar nos Céus, ou seja, a Celeste Jerusalém, exorta-se a alimentar-se, desde já, do maná dos céus, isto é, do Espírito.
Desse mesmo Espírito testificam todas as Escrituras Sagradas. Não resta nenhuma dúvida de que aquele que não se alimentar desse Pão de Vida, futuramente, não terá condições de habitar nas novas condições do próximo Período, pois não será encontrado vestido com suas Vestes Nupciais. Estará, segundo as Escrituras, nu. Expliquemos, portanto, o desenrolar do processo que nos leva a atingir o estágio mencionado por Cristo, com as palavras: “Vós sois deuses”. Os deuses vivem no Paraíso, conforme descreve a Bíblia no Gênesis, ao se referir aos seres que constituíam a Humanidade nessa fase, com os nomes de Adão e Eva, luzes que existiam antes que o mundo fosse feito, de acordo com as palavras de Cristo em Sua oração sacerdotal. Já mencionamos essa passagem. À Porta desse Paraíso se postam Querubins trazendo em Suas mãos alguns lírios. Isso significa que não podem franquear passagem para esse Reino Celestial àquele que não trouxer em si os lírios espirituais. Aqui não se trata de flores comuns, tampouco de “salvação”, pois já “está salvo” pela Luz Branca e transparente, o que significa que na Alma já não se encontra mácula alguma. Cristo é a Luz e a Porta do Paraíso, no que se vive em perfeita Unidade com o Absoluto. Humanamente não temos outra palavra à disposição para designar o Paraíso, mas temos, internamente, qualidades condizentes com esse estado paradisíaco, conhecido também como a Nova Jerusalém que desce dos céus para dentro da alma humana, conforme as palavras do Apocalipse. Nessa Nova Jerusalém, o Senhor, a Nova Alma, ceia conosco em uma Mesa, do mesmo manjar. Cristo é Quem nos dá o manjar espiritual, na expressão mais exata d’Ele mesmo, quando na Santa Ceia fala aos Seus Discípulos com as seguintes palavras: “Tomai, comei, este é o meu corpo”. “E tomando o cálice, dando graças, disse: Bebei todos. Porque isto é o meu sangue, o sangue no novo testamento, que é derramado por muitos, para a remissão dos pecados.” (Mt 26:26-28).
Se imaginarmos a Santa Ceia em que Cristo presidiu à mesa, e se tivermos um pouco de percepção espiritual, ser-nos-á possível encontrar uma ação impressionante, pois o Pão que entregou aos Discípulos não era o pão comum: era a própria Luz que o Senhor entregava. Ele mesmo disse: “Isto é o meu corpo” – isto é – a Luz Solar, a Luz do Espírito de Vida, a Água da Vida ou Árvore da Vida que estava plantada no Centro do Paraíso, mencionada no Livro do Gênesis e no Livro do Apocalipse. Logo, deve-se compreender que a Luz de Cristo foi derramada abundantemente sobre o pão do qual todos eram transformados pela aliança do Novo Testamento, a Luz das alturas em que Cristo tem Sua Morada. Aqueles que se dirigem ao Adeptado devem sentir a Presença quando comem, por ordem espiritual, a imensa Luz que se derrama sobre eles. Na essência do pão e no suco dos frutos maduros, tomamos como alimento, o próprio Corpo de Deus que é Luz.
No Apocalipse lemos: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.” (Apo 22:13). Uma ligeira análise dessas palavras nos mostra a finalidade de Cristo e de Seus súditos na Nova Jerusalém, que desce do Infinito, e na qual Cristo habita juntamente com a Humanidade. Se configurarmos as palavras “Alfa e Ômega”, entrelaçadas, formando um círculo, isto é, se sobre a letra “A” colocarmos a última letra do alfabeto grego, “O”, praticamente não saberemos onde começa nem onde terminam “A” ou “O”.
Deus não tem começo e nem fim. O Alfa está no Ômega, e vice-versa. Partindo dessas explicações podemos, agora, ler o Capítulo 14, versículo 1 do Apocalipse, que diz: “E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o Monte Sião e com Ele 144.000 que em suas testas tinham o nome d’Ele e de seu Pai”. No versículo 2 lemos: “Ouvi uma voz de muitas águas, como voz de trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem as harpas”.
O que nos surpreende nesses Versículos, e aliás em todo o Livro, é a sua construção e a clareza de seus dizeres místicos. Nos últimos dois versículos está explicado que o Pai, o Filho, a Humanidade e o Universo em seu movimento (atividade), o Espírito Santo, formam, em conjunto uma grande sonoridade. A Humanidade é representada pelo número 144.000 que, cabalisticamente, simboliza a Humanidade. O nome em hebraico é ADM ou ADAM:
Aleph é o número 1
Daleth é número 4
Mem o número 40
Adam, portanto, é igual ao número 144; adicionando-se os três algarismos, teremos o número nove. Os três zeros finais querem significar que a Humanidade já passou por três grandes Período de desenvolvimento: Saturno, Solar e Lunar, tendo entrado para o quarto grande Período denominado Terrestre. Nos versículos acima, representa-se uma Humanidade redimida, perfeita, pois todos trazem em suas testas o Sinal do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Nas três vezes em que se refere à voz, o Apocalipse queria significar a Harmonia Absoluta dentro de toda criação, pois todos serão salvos por Cristo, o “Alfa e o Ômega”, o Princípio e o Fim, na Unidade Perfeita: o Absoluto. Ainda analisando o número “9” de ADAM, ou seja, daqueles que trarão em suas testas o Sinal do Pai, Filho e Espírito Santo, o Consolador prometido por Cristo em Sua despedida, encontramos três trindades; no princípio das coisas como “Aleph”, do qual tudo foi feito, e que se desdobra para o nove. Se aceitamos que no Pai está o Filho e o Espírito Santo, deparamos com o número três. Se olharmos para o Filho, encontramos o Pai e o Espírito Santo, o número três, no uno. Se olharmos para o Espírito Santo, encontramos o Pai e o Filho, que nos levam novamente para o número três, no uno.
Assim temos: 3 +3 + 3 = 9.
Voltemos, ainda, ao 14º Capítulo, versículo 1 do Apocalipse, em que está escrito: “E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o Monte Sião e com Ele 144.000 que em suas testas tinham escrito o nome d’Ele e de seu Pai”.
Lembremo-nos, inicialmente, que o Espírito Santo foi enviado por Cristo, que voltou ao Pai, depois de deixado o mundo, tendo sido imolado como um Cordeiro no Altar da Humanidade, a fim de salvar o gênero humano decaído, por meio de Seu Sangue, a Luz de Deus. Daí o Espírito Santo ter sido enviado a fim de continuar o trabalho de salvação, até que Cristo volte novamente para uma Humanidade gloriosa, aperfeiçoada. Por essa ocasião todos deverão trazer nas testas o Sinal do Pai e do Filho. Que configuração poderá ser esse Sinal?
Falemos antes da Trindade. Nessa Trindade manifesta-se o uno. Haverá, então, uma estrela nas testas daqueles que se salvarem. Isso encontra-se descrito no Capítulo 22, versículo 16: “Eu, Jesus, enviei meu Anjo para vos atestar estas coisas a respeito das Igrejas. Eu sou o rebento da estirpe de Davi, a brilhante Estrela da manhã.”.
Resta-nos somente, dizer o seguinte, juntamente com o versículo 17 que diz: “O Espírito <Ego Humano, a Centelha Divina> e a Esposa <Alma>” dizem: “Vem!”. Que aquele que ouve diga também: “Vem!”. Que o sedento venha, e quem o deseja receba gratuitamente água da vida.”.
Com essas palavras podemos compreender que uma Humanidade perfeita trará, como Sinal de Salvação, a brilhante estrela da manhã de nove pontas em sua testa. O Espírito uniu-se em matrimônio a sua noiva, a Alma, para receber a Água da Vida, para nunca mais sair do Corpo do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
FIM
[1] N.R.: substantivo que designa o conjunto de todos os seres humanos.
[2] N.R.: Jo 21:23
[3] N.R.: a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos de Jesus Cristo.
[4] N.R.: ou Paracelsus – Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (1493-1521) – físico, botânico, alquimista, astrólogo e ocultista suíço-germânico.
[5] N.R.: um dos últimos renascimentos de Christian Rosenkreuz, o fundador da nossa sagrada Ordem Rosacruz.
[6] N.R.: Teólogo alemão (1586-1654) era de uma família tradicional de Teólogos Luteranos. Escreveu vários livros sobre os Rosacruzes, como esse citado (Scheikundig huwelijk: Christiani Rosencreutz-1459)
[7] N.R.: Jo 17:1-9
[8] N.R.: Mt 8:22
[9] N.R.: Mt 5:48
[10] N.R.: a Pedra Filosofal, em latim.
[11] N.R.: Jo 12:45
[12] N.R.: Mt 11:28
[13] N.R.: Jo 14:27
[14] N.R.: Jo 12:47
[15] N.R.: Glória a Deus nos mais altos céus (Lc 2:14)
[16] N.R.: A porta das ovelhas (Nm 3:1) é algo que tem um significado especial para nós que cremos que Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Cristo também disse que Ele é a porta, e que Ele é o bom pastor.
[18] N.R.: Mt 16:23
[19] N.R.: ICor 15:50
[20] N.R.: Jo 10:34
[21] N.R.: Então Elias tomou seu manto, enrolou-o e bateu com ele nas águas <do Rio Jordão>, que se dividiram de um lado e de outro, de modo que ambos passaram a pé enxuto.
[22] N.R.: E aconteceu que, enquanto andavam e conversavam, eis que um carro de fogo e cavalos de fogo os separaram um do outro, e Elias subiu ao céu no turbilhão.
[23] N.R.: Sl 82:6
[24] N.R.: Mt 5:48
[25] N.R.: Mt 10:9-10
[26] N.R.: Apo 22:13
[27] N.R.: Jo 15:12
[28] N.R.: Mt 4:4
[29] N.R.: Gn 1:26
[30] N.R.: Gn 1:2
A matéria contida neste livro foi compilada de trabalhos de Max Heindel e contém informações muito valiosas de como nosso Sistema Solar e tudo que está dentro dele foi criado pelo grande Ser solar, que conhecemos pelo nome sagrado de Deus.
Informações, até agora desconhecidas, nos foram fornecidas em relação às várias ondas de vida que surgiram, incluindo a nossa, sua evolução passada e futura, seu destino final, e o papel que a música desempenhou, desde o início, no desenvolvimento do grande esquema cósmico, e que continuará a desempenhar até que o som final seja emitido e a perfeição realizada.
1. Para fazer download ou imprimir:
A Escala Musical e o Esquema de Evolução – Compilado por Um Estudante
2. Para estudar no próprio site:
A ESCALA MUSICAL
E O
ESQUEMA DE EVOLUÇÃO
Compilado por
Um Estudante de Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido e Revisado de acordo com:
The Musical Scale and the Scheme of Evolution
1ª Edição em Inglês, 1949, The Rosicrucian Fellowship
1ª Edição em Português, Fraternidade Rosacruz-SP.
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Este pequeno volume é dedicado a Max Heindel, em reconhecimento aos maravilhosos ensinamentos transmitidos por ele a seus estudantes, que não conseguem como expressar em palavras sua gratidão.
ÍNDICE
Capítulo I – Assim como era no Princípio. 6
Capítulo II – O Monocórdio do Ser Humano. 11
Capítulo III – O Poder da Música. 14
Capítulo IV – A Correlação da Música com o Deus Solar 19
Capítulo V – Nossos Arquétipos Musicais. 26
Capítulo VI – As Oitavas Musicais e o Esquema Cósmico. 32
Capítulo VII – Nosso Espírito-Grupo, Jeová e Nossa Própria Onda de Vida 43
Capítulo VIII – A Harmonia das Esferas. 51
Capítulo IX – O Arquétipo e o Corpo Denso. 56
Capítulo X – O Poder Curador da Música. 59
Capítulo XI – Os Auxiliares Invisíveis e a Cura. 63
Capítulo XII – A Música como um Poder Construtor 69
Capítulo XIII – O Cérebro, a Oficina Física do Ser Humano. 74
Capítulo XIV – Desenvolvendo a Eficiência da Mente e do Cérebro. 80
Capítulo XV – Os Veículos do Ser Humano, um Instrumento Musical Composto 89
A matéria contida neste livro foi compilada de trabalhos de Max Heindel e contém informações muito valiosas de como nosso Sistema Solar e tudo que está dentro dele foi criado pelo grande Ser solar, que conhecemos pelo nome sagrado de Deus. Informações, até agora desconhecidas, nos foram fornecidas em relação às várias ondas de vida que surgiram, incluindo a nossa, sua evolução passada e futura, seu destino final, e o papel que a música desempenhou, desde o início, no desenvolvimento do grande esquema cósmico, e que continuará a desempenhar até que o som final seja emitido e a perfeição realizada.
Mount. Ecclesia
Novembro 1949
Todo o Sistema Solar é um imenso instrumento musical, citado na mitologia grega como sendo a “Lira de Sete Cordas de Apolo”. Os Signos do Zodíaco podem ser considerados como a caixa sonora da harpa cósmica e os sete Planetas são as cordas; emitem sons diferentes conforme passam pelos diversos Signos e, portanto, influenciam a humanidade de diferentes maneiras. Se essa harmonia falhasse por um só instante ou se se produzisse a menor dissonância nessa orquestra celestial, todo o Universo será destruído.
Max Heindel
O método usado pelas Hierarquias Criadoras para ajudar o ser humano a desenvolver seus poderes latentes foi planejado de acordo com os veículos que ele necessitava para contatar as várias regiões, onde o trabalho ligado ao seu desenvolvimento devia ser realizado. Os veículos necessários eram um Corpo Denso, um Corpo Vital, um Corpo de Desejos e uma Mente; e o método usado pelos grandes Seres para construir esses veículos estava e está correlacionado com os diferentes Períodos evolucionários na Terra, e cada um foi e continua sendo permeado por uma determinada nota‑chave.
A arquitetura, que se relaciona com a construção das formas, foi a primeira lição dada à humanidade. O ser humano iniciou essa tarefa no Período de Saturno, quando começou a reunir o material necessário para construir um Corpo Denso. Nesse período, sua consciência era o mais profundo estado de transe. Ele trabalhava, automaticamente, sob a direção dos Senhores da Chama, a onda de vida de Leão, cuja nota‑chave é Si bemol Maior (Bb ou Sib M). A arquitetura está, portanto, correlacionada com o Período de Saturno da existência terrestre, e o Corpo Denso, que começou a se desenvolver no início daquele Período, foi impregnado daquele tom particular.
Toda construção arquitetônica, da mais diminuta célula até Deus, está baseada na lei cósmica e é executada consoante a certos modelos prescritos, e qualquer desvio do plano geral é a causa das anomalias e incongruências. Tais desvios produzem o mesmo efeito que tocar uma nota falsa em um acorde musical.
A escultura, que determina o contorno das formas, foi a segunda tarefa de desenvolvimento dada à humanidade. Esse trabalho teve seu início no Período Solar da existência do mundo, quando a formação do Corpo Vital se tornou necessária para dar forma ao Corpo Denso.
A consciência do ser humano, naquela época, era de sono profundo e ele desempenhava seu trabalho, automaticamente, sob a direção das seguintes ondas de vida: os Senhores da Chama (Leão), os Senhores da Sabedoria (Virgem) e os Querubins (Câncer). A escultura está correlacionada ao Período Solar e ao Corpo Vital; e esse veículo sempre determina a direção em que uma determinada força é usada e, portanto, ela procura dar o contorno correto para todas as formas. A nota‑chave de Leão é Si bemol Maior (Si bemol Maior (B flat Major ou Bb ou Sib Maior)), a de Virgem é Dó natural (C ou Do), e a nota‑chave de Câncer é Lá bemol Maior (A flat Major ou Ab ou Lab Maior).
A pintura foi a terceira arte que o ser humano começou a desenvolver. Seu impulso se deve à tentativa de reproduzir os quadros vistos no Período Lunar da existência da Terra, dos quais o ser humano se recorda vagamente através da sua visão de consciência pictórica. O trabalho do Período Lunar era feito, automaticamente, sob a direção das seguintes ondas de vida: os Senhores da Sabedoria (Virgem), os Senhores da Individualidade (Libra) e os Serafins (Gêmeos). A nota‑chave de Virgem é Dó natural (C ou Do), a de Libra é Ré Maior (D ou Ré), e a de Gêmeos é Fá Sustenido Maior (F sharp ou F# ou Fá sustenido).
A pintura está correlacionada ao Período Lunar e ao Corpo de Desejos, e ambos começaram seu desenvolvimento neste Período. Pitágoras, um mestre ocultista, afirmou que o mundo surgiu do caos pela harmonia do som e foi construído de acordo com os princípios da escala musical: que os sete Planetas, que regem o destino dos mortais, têm um movimento harmonioso e intervalos que correspondem aos intervalos musicais, tornando os vários sons tão perfeitamente harmonizados que eles produzem a mais doce melodia, que é de tal grandeza sonora que se torna inaudível para o ser humano, pois sua audição é incapaz de recebê‑la.
Pitágoras representou a distância da Terra à Lua como um tom inteiro; da Lua a Mercúrio um semitom; de Mercúrio a Vênus um semitom; de Vênus ao Sol um tom inteiro e um semitom; do Sol a Marte um tom inteiro; de Marte a Júpiter um semitom; de Júpiter a Saturno um semitom; de Saturno ao Zodíaco um tom inteiro e um semitom. Isso forma um intervalo de sete tons, a base da harmonia universal.
Max Heindel afirmou que Pitágoras não estava romanceando quando falava da música das esferas, pois cada uma das órbitas celestes tem seu tom definido, e juntas entoam uma sinfonia celestial. Ele corrobora as declarações de Pitágoras, isto é, que cada estrela tem sua própria nota‑chave e viaja ao redor do Sol em velocidades tão variadas, que sua posição não pode ser repetida a não ser depois de aproximadamente vinte e seis mil anos. A harmonia celeste muda a cada momento da vida. À medida que ela muda, também as pessoas no mundo alteram suas ideias e ideais. O movimento circular dos Planetas ao redor do Sol, no tom da sinfonia celestial criada por eles, marca o progresso do ser humano ao longo do caminho da evolução. Os ecos, desta música celestial, chegam até nós aqui no Mundo Físico. São nossas posses mais preciosas, muito embora sejam tão fugazes quanto uma quimera e não possam ser permanentemente criados. No Primeiro Céu, esses ecos são, naturalmente, muito mais belos e permanentes, e no Mundo do Pensamento, onde o Segundo e Terceiro Céus estão localizados, se encontra a esfera do som.
Em nossa vida terrena estamos tão imersos nos pequenos ruídos e sons de nosso limitado meio‑ambiente, que somos incapazes de ouvir a música produzida pelas esferas em marcha. O verdadeiro músico, quer consciente ou inconscientemente, sintoniza‑se com a Região do Pensamento Concreto[1], onde ele pode ouvir uma sonata ou uma sinfonia inteira como um único acorde resplandecente que, mais tarde, transpõe para uma composição musical de sublime harmonia, graça e beleza. O ser humano tem sido comparado a um monocórdio – instrumento musical de uma única corda – que se estende da Terra aos confins longínquos do Zodíaco.
A vontade do ser humano teve sua origem na vontade de Deus, e o músico, por meio de sua própria força de vontade, ouve esse poder da vontade de Deus, expressa em sons e tons, permeando o Sistema Solar. E, através de sua própria habilidade criadora, nascida da vontade e da imaginação, ele é capaz de reproduzir em sons e tons, tanto os tons do poder‑vontade de Deus, que criou o Sistema Solar, quanto Suas ideias tonais imaginativas, por meio das quais Ele materializou o Sistema Solar. A Arquitetura, a escultura e a pintura foram impressas no ser humano pelos grandes Seres espirituais, e essas artes se tornaram parte da sua natureza. Entretanto, é através do poder da própria vontade do ser humano que o músico é capaz de perceber os tons expressos pela vontade de Deus e, até certo ponto, reproduzi‑los. Essa é a origem de nossa música no Mundo Físico, criação própria do ser humano.
A música produz expressões de tom que procedem do poder mais elevado de Deus e do ser humano, isto é, da vontade e, portanto, podemos facilmente ver que o ser humano está construindo para si uma terrível causa, ao profanar a música, ao introduzir nela todos os tipos de dissonâncias, ruídos estridentes e penetrantes, gemidos e desarmonias que afetam os nervos. Um conhecido filósofo expressou bem uma grande verdade cósmica quando disse: “Deixem‑me escrever a música para uma nação e não me preocuparei com quem faça suas leis”. O termo músico aqui usado não se aplica ao cantor ou ao executante musical comum, mas a mestres criadores de música, tais como Beethoven[2], Mozart[3], Wagner[4], Liszt[5], Chopin[6] e outros da mesma classe. A arquitetura pode ser comparada à música congelada; a escultura à música aprisionada; a pintura à música lutando para se libertar; a música à livre e flutuante manifestação do som.
A corda única do monocórdio encontra sua contraparte na medula espinhal do ser humano, cuja parte inferior está conectada aos órgãos de reprodução, e a parte superior ao cérebro, órgão físico que está relacionado ao pensamento. Os Espíritos de Lúcifer estão trabalhando particularmente com a medula, e governam a parte da medula espinhal que controla os nervos motores (ação) e que consomem a energia dinâmica armazenada no corpo pelo sangue. A seção da medula que governa a função responsável pela manutenção e o bem-estar do corpo está sob controle dos Anjos. A parte da medula que marca e registra as sensações transmitidas pelos nervos é controlada pelos Mercurianos. O gás espiritual espinhal, que enche o canal central da medula espinhal, é o campo de ação da grande Hierarquia espiritual de Netuno.
Os Espíritos Lucíferos fazem seus trabalhos através do poder da nota chave soada por Marte. Os Anjos fazem seu trabalho através do poder da nota chave soada pela Lua. Os Netunianos fazem através do poder da nota chave soada por Netuno. As vibrações produzidas por essas quatro notas chave estão, continuamente, interferindo na medula espinhal e com a essência do espírito espinhal, no canal central da medula. Na humanidade comum, o fogo espiritual espinhal se encontra, por assim dizer, adormecido, e permanecerá assim até que o Espírito seja capaz de obter melhor controle de dois de seus veículos, o Corpo de Desejos e a Mente; e essa essência ígnea é uma força de vida que constrói ou destrói, dependendo da maneira como é usada.
De acordo com o precedente, é fácil perceber que os Astros que mais rigorosamente afetam a medula espinhal – o monocórdio do ser humano – na parte física são Marte, Lua e Mercúrio; e que, nos mais avançados da raça Ária, a vibração de Netuno está começando a ser sentida. A música é composta de três elementos primários: melodia, harmonia e ritmo. A melodia se compõe de uma sucessão de sons harmoniosos sentidos pelos nervos auditivos que estão conectados ao cérebro – um órgão físico que contata a Mente. Portanto, é através do veículo Mente que o Espírito é capaz de sentir a melodia produzida no plano físico. Um idiota ou uma pessoa insana não respondem à melodia.
A harmonia consiste em uma agradável mistura de tons e está relacionada aos sentimentos ou emoções. Sentimentos ou emoções são expressões do Corpo de Desejos, em consequência, a harmonia pode ter um efeito tanto sobre o ser humano como sobre os animais, pois ambos possuem Corpos de Desejos. O ritmo é um movimento medido e balanceado, e é expresso pela força vital que aciona gestos e outros movimentos físicos. O Corpo Vital absorve uma superabundância de força vital (energia solar) que transmite ao Corpo Denso para mantê-lo vivo e em funcionamento. Assim, o ritmo está correlacionado ao Corpo Vital. As plantas têm um Corpo Vital e, portanto, são sensíveis ao ritmo.
O ser humano tem dentro de seu cérebro sete cavidades que durante a vida são comumente consideradas vazias. Na realidade, essas cavidades estão cheias de uma essência do espírito, sendo que cada cavidade tem seu próprio tom e cor. Os tons produzidos por essas cavidades estão correlacionadas àqueles dos Sete Espíritos diante do Trono: Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus e Mercúrio. As cavidades ou ventrículos, começando pela frente do cérebro, são:
(1) ventrículo olfativo,
(2) ventrículo lateral,
(3) terceiro ventrículo,
(4) quarto ventrículo,
(5) Corpo Pituitário,
(6) Glândula Pineal.
A sétima cavidade é o crânio, que reúne todos os elementos em um grande todo.
O sistema solar é um vasto instrumento musical. Assim como existem doze semitons na escala cromática, temos no céu doze Signos do Zodíaco e, assim como temos as sete teclas brancas ou tons no teclado do piano, temos os sete Planetas. Os Signos do Zodíaco podem ser considerados como a caixa de ressonância da harpa cósmica, e os sete Planetas são as cordas influenciando a humanidade de diversas maneiras. Na Bíblia notamos como a lira de sete cordas de Davi representa, astrologicamente, as notas chave da corrente planetária sétupla. A nota chave de cada Planeta é composta da quintessência de seus sons agregados.
Uma amalgamação das tristezas e alegrias de nossa Terra, os sons de seus ventos e mares, o ritmo de toda as suas forças viventes combinadas, formam seu tom ou nota-chave. Da mesma maneira, e em escala sempre ascendente, soam as notas de toda a corrente planetária, sendo que sua união constitui a sublime Música das Esferas … “Não existe a menor orbe que observes que, em seu movimento, não cante como um Anjo”. Assim escreveu o grande poeta iniciado, Shakespeare. Essa música celestial é o produto daquele Verbo ao qual São João se referia quando escreveu: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus … e nada do que foi feito, foi feito sem Ele” (Jo 1:1-3).
A música é, portanto, na saúde a mestra da perfeita ordem e é a voz da obediência dos Anjos, a companheira do curso das esferas celestes; e na depravação, ela é também a mestra da perfeita desordem e desobediência.
Ruskin
Na música, entre a melodia e o ritmo, encontramos a harmonia, que pode ou se elevar e se misturar com a vibração do pensamento puro, melodia, ou descer se misturando com o movimento puro da atividade impulso. Se o puro elemento melódico na música, que carrega a vibração da vontade de Deus e do Espírito, for omitido em uma composição, então, o poder diretor não estará lá para controlar as atividades dos Corpos de Desejo e Denso e, então, os desejos se revelam em excitação e, estando sem o poder controlador da razão, o resultado provavelmente será um desastre. É a probabilidade da harmonia se misturando com o impulso que explica a razão pela qual é possível para a chamada música moderna, que tende a trazer confusão ao invés de coerência unificante, poder se tornar realidade.
Antes da 1ª Guerra Mundial, as condições psíquicas do ser humano eram tão malignas, e suas emoções tão inconscientemente excitadas e a um nível tão alto, que foram compelidas a encontrar uma saída e se exteriorizar em ação, mas de alguma forma intensificada. Como os Espíritos de Lúcifer se regozijam e crescem por meio da intensidade de sentimentos, foi essa a sua oportunidade de penetrar e insinuar na consciência humana uma forma intensificada de atividade rítmica e, como um resultado, apareceu o “ragtime”[7]. A guerra chegou. As emoções se elevaram ainda mais e condições desconcertantes introduziram o “blues”[8] – reclamações, prantos e lamentos; tudo agitando febrilmente. A tendência descendente estava agora em plena liberdade de ação, e o “jazz”[9] apareceu como música – afoitamente fantástico e delirantemente grotesco.
O “swing”[10], considerado um degrau mais baixo, seguido do “jazz”, vindo depois o “jitterbug”[11] que, em toda sua atordoante e maníaca histeria de massa, arrebatou o país. Desde então, esses barulhentos ruídos, mais ou menos demoníacos, têm, gradualmente, tomado o lugar da música celestial, e os nervos das vítimas, desgastados e estimulados, devido a esses barulhos cruciantes, rapidamente se rompem, causando uma variedade de formas sem esperanças de demência. Agora, a menos que alguma força seja acionada em uma ação que, literalmente force as massas a um estado de espírito de mais tranquilidade e reflexão, certamente condições ainda piores prevalecerão. Se isso não puder ser feito, ou for considerado desaconselhável pelos grandes Seres que estão dirigindo a evolução da humanidade, então, alguma forma de salvação terá que ser providenciada para os que a merecem. E os restantes serão simplesmente eliminados por uma tremenda conflagração cósmica de algum tipo, em data mais adiante – possivelmente em um outro Dia de Manifestação, e a estes desafortunados serão dados oportunidades para recuperar suas perdas.
Enfrentando tais fatos tremendamente aterrorizantes, em que direção o ser humano deverá procurar o remédio e o mais rapidamente possível? É possível procurar e encontrar no passado ou no futuro, podendo encontrar uma pista que, quando aplicada, salvará a situação.
A história sempre se repete. O continente lemuriano foi destruída por cataclismos vulcânicos, quando uma parcela de seu povo deixou de progredir. A Atlântida foi destruída pela água quando seu povo mergulhou de tal forma no mal, que se tornou insensível para receber às instruções que lhe foram dadas por seus líderes sábios. A Época Ária se ergueu do grande abismo, e outra oportunidade foi dada à humanidade para continuar com sua evolução. Agora, o ser humano, novamente se vê escorregando perigosamente próximo ao final de uma descida. Pitágoras, considerado um dos maiores videntes, dizia a seus alunos que a lira era o símbolo secreto da estrutura humana – que o Corpo representava a forma física, as cordas, os nervos e o músico que a reproduziu, representavam o Espírito do ser humano. “Tocando em seus nervos”, ele dizia, “o Espírito criou uma função harmoniosa e normal que, porém, a qualquer momento, pode ser facilmente modificada para a dissonância, se a natureza do ser humano se tornar corrompida”. Nota‑se aqui o aviso oculto.
Novamente, Platão, um grande filósofo grego e estudante dos Mistérios, desaprovou a ideia de que a música se destinava unicamente a criar emoções alegres e agradáveis, contudo sustentou que ela deveria inculcar o amor por tudo que é nobre, e uma aversão por tudo que é mesquinho, degradante e baixo, e que nada poderia influenciar mais fortemente o íntimo do ser humano do que a melodia e o ritmo. Estava tão firmemente convencido desse fato, que não concordou com a introdução de uma nova e presumivelmente enervante escala musical, pois acreditava que ela iria pôr em perigo o futuro de toda uma nação; que não era possível alterar uma única nota, sem abalar os próprios alicerces do Estado.
Mais tarde, Platão afirmou que a música que enobrece a Mente (melodia) é de uma categoria mais elevada do que aquela que simplesmente apela para os sentidos. Insistiu, energicamente, que era dever supremo da Legislatura suprimir toda música de caráter lascivo, e encorajar somente a que fosse pura e dignificante. O máximo cuidado deveria ser tomado na seleção de toda música instrumental, porque a ausência de palavras poderia tornar seu significado duvidoso, tornando difícil prever se ela exerceria uma influência benéfica ou prejudicial sobre as pessoas; o gosto popular, sempre sendo estimulado para a parte sensual e, aparentemente atraente, mas tendo na realidade nenhum valor ou integridade (barulhento), devia ser tratado com o merecido desprezo. Temos aqui a resposta para a maneira sensível de mudar as condições indesejáveis: substituir as práticas do mal, às quais produzem resultados mais ou menos calamitosos, por atividades positivas, de vibrações elevadas, que levem maiores benefícios para um maior número de pessoas.
Evitando o “ragtime”, o “jazz”, o “swing”, o “bebop”[12] e outros sons, nada da verdadeira música seria perdida. Em seu apelo para os desejos sensuais e sentimentais, por meio de uma variedade excessiva das denominadas combinações harmônicas, de sucessões dissonantes de intervalos entre notas, provenientes da complexidade da música moderna e seus acordes perturbadores, nenhum elemento novo foi realmente introduzido, mas simplesmente uma confusão e um excesso de elaboração dos elementos antigos. No elemento musical rítmico, super-enfatizado, encontrado em certos tipos da chamada música popular, a verdadeira experiência musical não pode descer, por meio da harmonia, para uma atividade de movimento artístico, mas é forçada a baixar para rotações físicas ao extremo.
As três divisões primárias da música – melodia, harmonia e ritmo – estão correlacionadas aos três poderes primários de Deus: Vontade, Amor‑Sabedoria e Atividade. A Vontade, que inclui intelecto e razão, unida ao Amor-Sabedoria, produz um modo de Atividade correlacionado ao equilibrado, balanceado ritmo (atividade) celestial de Deus, que ordenou os átomos de nosso Sistema Solar, na matriz das várias formas preparadas para elas pelos poderes da energia de amor do Criador. Separando‑se a Vontade (melodia) do Amor (harmonia), e se unindo o Amor com a Atividade (ritmo), e os dois, sendo privados do poder dirigente da Vontade (intelecto e razão), podem produzir qualquer tipo de monstruosidade que as forças do mal podem desejar formar. Descontroladas, suas atividades maléficas certamente poderão destruir, com o tempo, uma nação. Nenhuma tentativa de revolucionar a arte da música pode produzir resultados desejados, a menos que comece com o princípio artístico de coerência, e com um equilíbrio correto dos três elementos dos quais a música é composta: melodia, harmonia e ritmo.
Triplicidade de Deus | Aspectos de Deus |
Expressão | |
1 – Melodia | Pai | Vontade | Inteligência |
2 – Harmonia | Cristo | Amor | Sentimento |
3 – Ritmo | Jeová | Atividade | Movimento |
Melodia, o mais elevado poder da música, inclui razão, intelecto e julgamento. Quando a harmonia e o ritmo se unem e se divorciam da melodia, temos uma sucessão de tons não dirigidos pela inteligência, que despertam os sentimentos (harmonia) e se expressam em uma série de movimentos (moções) giratórios, fora da realidade e sensuais. Isso pode levar à forma mais baixa de excessos emocionais (atividade), alguns dos quais o regente de banda de jazz, Benny Goodman[13], descreve como o tipo de indivíduo que chuta o que encontra pela frente; o tipo valentão que arremessa garrafas, que grita, que parece ter a doença de São Vito[14]; quando os pés sapateiam fora do tempo e os braços se sacodem com o ritmo, girando como um moinho de vento em um furacão; e a histeria das massas, um tipo de pesadelo – e tudo como reação da música que está sendo tocada em algumas de nossas escolas, na maioria das vezes em lugares públicos e universalmente nos salões de dança.
Exatamente aqui se situa a forma de música enervante (que reduz o vigor da força mental ou moral) mencionada por Platão, como um perigo para o futuro de qualquer nação. O Sr. Goodman menciona, particularmente, como quando Ziggy Elman[15], ao soprar em seu trompete “uma nota aguda e prolongada que penetrava na pessoa, lhe arrepiando a espinha”, fazia os dançarinos perderem o autocontrole, e quando Gene Krupa[16] produzia uma série de notas em sua bateria, semelhantes a uma metralhadora, eles agitavam seus olhos esbugalhados e começavam a sacudir freneticamente a cabeça e os braços.
Do ponto de vista físico, há um grande perigo em tocar uma nota prolongada e aguda em um instrumento.
Cada pessoa tem sua própria nota-chave localizada na parte inferior detrás da cabeça, na base do cérebro. Se essa nota for tocada lenta e calmamente, ela construirá e descansará o Corpo, tonificará os nervos e restaurará a saúde. Se, por outro lado, se esta nota-chave for tocada de uma maneira dominante, barulhenta e prolongada, ela matará, do mesmo modo que uma bala disparada de uma arma; portanto, em uma multidão, existe sempre o perigo de ser tocada uma nota aguda, dominante e prolongada em qualquer instrumento; e o contínuo ruído das explosões de jazz nos tímpanos das crianças, provavelmente, desenvolverá uma raça de neuróticos.
Notemos que a chamada música “jazz” é uma profanação da força de Cristo (harmonia) e da Egoística energia criadora (ritmo). A primeira profanação da força Jeovística ocorreu durante a Época Lemúrica e é designada como a “Queda do Homem”. Esse desvio do caminho da evolução, projetada e apresentada por Jeová foi causado pelos Espíritos Lucíferos (prestemos atenção) que se revelam e evoluem por meio da intensidade do sentimento. A natureza de uma emoção não lhes é tão essencial como a intensidade, de acordo com seu propósito. Portanto, eles excitam as paixões humanas de natureza inferior, que são mais intensas em nosso estágio atual de evolução do que os sentimentos de alegria e amor.
Consequentemente, esses seres não hesitam em profanar ambas as forças de Deus, do amor (Cristo) e as da vida (Jeová), para realizar seus propósitos. Eles são hábeis ao apresentarem, inteligentemente, discórdias dissimuladas em nossa música, e enfatizando-as com instrumentos de sons altos e barulhentos como corneta, trompete, trombone, saxofone, bateria e outros. Quando conseguem introduzi-las, vemos sua influência nefasta se manifestando em todos os lugares. Em nossa literatura, encontramos essas dissonâncias mostradas nas formas de sexo e em todos os tipos criminosos de histórias excitantes; na pintura, em figuras distorcidas e grotescas de todos os tipos; na escultura, a nudez desnecessária retratando toda sorte de incongruências. A beleza, habilidade artística e estética, em todos os lugares induzindo para o mau gosto e indo para o lado grosseiro – muitas vezes se aproximando da verdadeira vulgaridade, na forma mais baixa de indecência.
À medida que a visão espiritual do ser humano se torna mais clara e sua vontade individual mais forte, ele vai, gradualmente, se libertando da influência dos Espíritos Lucíferos e se alinhando com a força de Cristo, que é o Amor. Então, a Vontade (melodia) e o Amor (harmonia) desenvolverão a Atividade (ritmo), um novo poder (Epigênese), cuja força promoverá o progresso espiritual do ser humano com uma rapidez até agora desconhecida. Os Espíritos Lucíferos percebem que a humanidade, por meio do poder combinado da Vontade e do Amor, será capaz de se libertar de suas influências e do seu controle parcial.
Eles sabem, também, que o corpo do ser humano é construído e sustentado pelo poder da música. Agora, se os seres humanos podem perverter essa música até ao ponto em que desordene seu Corpo Denso por meio do sistema nervoso, não sendo mais capaz de obter a quantidade necessária da essência da Alma Consciente para desenvolver seu poder de vontade, esses seres podem continuar a retê-lo em parcial servidão e usá-lo para seu próprio benefício; e isso é, exatamente, o que eles têm feito. Esses seres não têm qualquer desejo de prejudicar a humanidade, mas como precisam dos corpos dos seres humanos para trabalhar, não pretendem liberá-los enquanto necessitarem desses veículos e tiverem o poder de dominá-los. Aqueles que aceitam a chamada nova música e permitem que ela penetre neles, são os que terão seu desenvolvimento espiritual atrasado.
Aqueles que se recusam a aceitá-la e permanecem fora de sua influência, o quanto for possível, terão seu progresso espiritual pouco ou nada prejudicado. Os que são responsáveis pela produção dessa chamada música, e aqueles cujos nervos se tornaram irremediavelmente alterados por ouvi-la, serão permitidos a irem para a guerra como soldados e enfermeiras a fim de serem afastados das atuais condições terrestres e lhes dar uma oportunidade futura para recomeçar a vida em um ambiente melhor. Os Espíritos Lucíferos, através da desobediência absoluta ao plano cósmico, malograram enormemente seu esquema de evolução, e agora estão aproveitando todos os meios possíveis para reaver seu estado perdido.
Toda essa informação foi dada à humanidade por meio dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, e uma libertação do domínio de Lúcifer é oferecida a todos por meio do desenvolvimento do poder de amor de Cristo e de sua união com a vontade do Pai, ambos encontrados, como réplica, em toda a humanidade. Relembremos que o “Conceito Rosacruz do Cosmos”, o livro dado à humanidade pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz que, dirigidos pelo Arcanjo Cristo, estão incumbidos da atual evolução da humanidade, e este livro foi miraculosamente espalhado pelo mundo, e seu preço foi mantido tão baixo que está disponível para todos que estejam prontos para receber as verdades reveladas nele.
A Vontade melódica do Pai, unindo-se com o Amor harmônico do Cristo tem o poder de produzir uma ativa vibração rítmica, cuja força não pode ser detida e nem seu objetivo desviado, pois é essa mesma energia manifestada pelo Deus de nosso Sistema Solar que trouxe tudo o que É como criação, e tem o poder de levar tudo ao Caos a qualquer momento que Ele o desejar. Portanto, é absolutamente impossível para qualquer das criações de Deus, das mais avançadas em Suas ondas de vida até as mais jovens em evolução, definitivamente frustrar o pleno desenvolvimento de Seus planos, pois eles são tão eternos e inabaláveis em Seus processos como o é Deus em Si mesmo.
É possível, no entanto, que membros de uma determinada onda de vida, ou mesmo indivíduos dela, se rebelem e, consequentemente, frustrem seu próprio progresso evolutivo, apesar de toda a assistência que lhes está sendo dispensada por aqueles que são mais sábios e mais avançados que essa onda de vida. Em tais casos, os responsáveis por essa evolução, às vezes, permitem que esses seres prossigam e destruam seus próprios físicos por sua própria desobediência, causada pela própria ignorância dos resultados benéficos obtidos por meio da administração divina; tudo isso acontece para que possam retornar à Terra em uma data futura, sob uma influência melhor e um ambiente mais aperfeiçoado, isento de todo ódio e do desejo de destruir seus semelhantes. Essas mudanças são realizadas na Região do Purgatório[17], por agentes benfeitores, purificadores e ativos.
Quando uma onda de vida, uma nação, uma comunidade ou mesmo um indivíduo se esforçam ao máximo para seguir o exemplo do Cristo, manifestando Seus preceitos em suas vidas diárias, todos podem ficar certos de que as coisas necessárias para ajudar no seu próprio desenvolvimento, sejam, aparentemente boas ou más, virão até eles. Se as lições são aprendidas e praticadas corretamente resultarão em um bem inestimável e num efeito benéfico, não só para si próprio como também para as pessoas que se relacionam nas suas vidas diárias.
Todas as condições no mundo de hoje estão sendo levadas a mudanças enormes, tão grandes em sua magnitude que quase não podem ser concebidas por nossa atual consciência limitada. Mais duas sub-raças vão evoluir e cada uma irá trilhar seu próprio percurso, que será curto; os preparativos já começaram para o desenvolvimento dos precursores da sexta grande raça, cujo aumento de consciência, desenvolvimento físico e mental, e surpreendentes realizações espirituais os colocarão na dianteira dos super-seres humanos da Terra. Então, um grande continente certamente emergirá do leito do Oceano Pacífico, cuja vastidão, beleza tropical e abundância material que não podem ser concebidas e nem imaginadas pelo atual ser humano mortal.
Como existe uma razão definida entre a quantidade de terra e de água a ser mantida para que a Terra preserve seu equilíbrio gravitacional, será necessário que certa quantidade de terra imerja no oceano para equilibrar o que emergiu dele. Essa terra levará consigo muitos de seus habitantes, que se envolveram na materialidade e tal método terá que ser aplicado para quebrar essa condição cristalizada e adaptar o ser humano para um crescimento futuro. No entanto, nada é perdido no Reino de Deus. Os atrasados e mesmo fracassados poderão retornar, pois tão generoso é o Criador que, na plenitude do tempo, Ele reúne até mesmo aqueles desafortunados e os ajuda a começar, novamente, em um ambiente apropriado sob a direção de grandes Seres que, com infinita paciência tomaram a seu cargo a tarefa hercúlea de redimir e reconstruir aquilo que parecia estar perdido.
Antes de prosseguirmos, é conveniente explicar algo do processo de criação em relação ao nosso Sistema Solar, como foi revelado pela Ordem Rosacruz, que diz o seguinte: o Deus do nosso Sistema Solar criou sete regiões distintas, nas quais Ele está conduzindo a evolução de todas as coisas criadas por Ele. Os nomes dessas regiões (dito Mundos), começando com os primeiros desenvolvidos são: o Mundo de Deus, o Mundo das Espíritos Virginais, o Mundo do Espírito Divino, o Mundo do Espírito de Vida, o Mundo do Pensamento, o Mundo do Desejo e o Mundo Físico. O Mundo do Pensamento é dividido em duas partes: Região do Pensamento Abstrato e Região do Pensamento Concreto. O Mundo Físico também tem duas divisões: Região Etérica e Química.
O Deus do nosso Sistema Solar cria ondas de vida que consistem em um incontável número de Espíritos Virginais e classificados por Ele de acordo com a época em que foram criadas. O nome da primeira onda de vida criada por Ele é Áries, a segunda Touro, a terceira Gêmeos, a quarta Câncer, a quinta Leão, a sexta Virgem, a sétima Libra, a oitava Escorpião, a nona Sagitário, a décima Capricórnio, a décima primeira Aquário, e a décima segunda Peixes. Esses mesmos nomes são, também, usados no Zodíaco, mas se referem a um esquema de criação totalmente diferente. As mencionadas ondas de vida dos seres estão espalhadas pelos sete Mundos. A décima segunda onda de vida, a Pisciana, é composta da nossa atual humanidade, e quando habitam os Corpos Densos se encontram no Região Química do Mundo Físico. O tempo necessário para prosseguir o trabalho de certas fases da evolução é dividido em períodos: o Período de Saturno, seguido do Período Solar, Período Lunar, Período Terrestre, Período de Júpiter, Período de Vênus, e por último, o Período de Vulcano, que é seguido por uma noite cósmica de repouso.
No alvorecer da criação nada existia, até que um arquétipo foi construído pela primeira vez. Ao formar um Sistema Solar, o primeiro poder de Deus é a Vontade, desejo de criar, e ela desperta o segundo poder, Amor Sabedoria. Esta segunda força, através do poder da Imaginação, concebe a ideia (arquétipo) de um Sistema Solar; então, o terceiro poder, Atividade, trabalhando na substância Cósmica, produz o movimento, e o poder melódico, harmônico e rítmico constrói um arquétipo distinto para tudo que adquire forma, desde o barro até Deus. Na Quarta Região do Pensamento Concreto são encontrados os arquétipos de todas as formas que se manifestam aqui no Mundo Físico. Lá, porém, todos os objetos sólidos da Terra aparecem como cavidades vazias (oca), de onde o som de uma nota chave básica é continuamente emitido. Um arquétipo é uma cavidade oca que vibra e canta, que vive, se move e cria, da mesma forma que um instrumento mecânico produzido pelo ser humano que trabalha sem ter compreensão disso. Parece como um molde de gesso aqui nesse Mundo. Assim como o gesso é colocado no molde de gesso e ali forma uma estátua, também os átomos físicos são dispostos em um molde idêntico e formam um corpo vivente, seja ele de uma planta, de um animal ou de um ser humano. Cada arquétipo emite um tom musical harmonioso, e é esse som que atrai e modela os átomos físicos, dando-lhes a forma.
Em todo ser humano, na região da medula oblongada[18], na parte superior da medula espinhal, há uma chama que pulsa e vibra de uma maneira maravilhosa. É colorida, com raios diferentes de acordo com a natureza individual de cada ser humano. Esse fogo emite um som cantante como o zumbido de uma abelha, e este som é a nota chave do Corpo Denso, emitida também pelo arquétipo. O tom do arquétipo muda durante a vida e, como ele muda, assim também o Corpo Denso sofre certas mudanças.
Todo ato do ser humano tem um efeito direto sobre o arquétipo de seu corpo. Se o ato praticado está em harmonia com as leis da vida e evolução, ele fortalecerá o arquétipo e o proporcionará uma vida mais longa, na qual o indivíduo terá o máximo de experiência e alcançará o crescimento anímico em proporção à sua condição de vida e à sua capacidade de aprender. Assim, uma menor quantidade de renascimentos será necessária para que ele alcance a perfeição que para alguém que se esquiva do desafio da vida e tenta escapar de suas responsabilidades ou empregam seus esforços de maneira destrutiva. Nesse último estilo de vida, o arquétipo é forçado e se rompe mais cedo. Como foi citado, aqueles cujos atos são contrários à lei, abreviam suas vidas e têm que procurar novos renascimentos, muito mais vezes do que os que vivem em harmonia com a lei. Isso é aplicado a todos, sem exceção, mas tem maior significado nas vidas daqueles que estão trabalhando conscientemente com as leis da evolução do que na dos outros que não estão. O conhecimento desses fatos deveria aumentar uma centena de vezes o nosso zelo e entusiasmo para fazer o bem. Mesmo que comecemos, como se pode dizer, “tarde na vida”, ainda assim podemos facilmente acumular mais “tesouros” nesses últimos poucos anos do que o fizemos em muitas vidas anteriores. Acima de tudo, também estamos nos preparando para começar mais cedo na próxima vida.
Existem doze ondas de vida distintas, que trabalham com a humanidade, algumas, desde o início do Período de Saturno. Seus nomes são: Áries (Xeophim), Touro (Teraphim), Gêmeos (Serafim), Câncer (Querubim), Leão (Senhores da Chama), Virgem (Senhores da Sabedoria), Libra (Senhores da Individualidade), Escorpião (Senhores da Forma), Sagitário (Senhores da Mente), Capricórnio (Arcanjos), Aquário (Anjos), Peixes (Espíritos Virginais, ou humanidade). Cada uma dessas ondas de vida tem uma nota-chave diferente: Áries, Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior); Touro, Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior); Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior), Câncer é Lá bemol Maior (A flat Major ou Ab ou Lab Maior), Leão é Si bemol Maior (B flat Major ou Bb ou Sib Maior), Virgem Dó natural (C ou Do), Libra é Ré Maior (D ou Re), Escorpião Mi Maior (E ou Mi), Sagitário Fá Maior (F ou Fá), Capricórnio Sol Maior (G ou Sol), Aquário Lá Maior (A ou Lá), Peixes Si Maior (B ou Si). A nota-chave de uma peça musical é a tônica ou o tom fundamental sobre o qual a composição musical é construída.
Todo o período da involução e evolução do ser humano está fundamentado na escala musical, que é de origem celestial. Max Heindel nos diz que a humanidade passou por três estágios elementares antes do Período de Saturno, e esses estágios estão representados no lado esquerdo do teclado do piano por Lá, Lá sustenido e Si. O Período de Saturno começa com o som representado por Dó baixo no teclado do piano e sobe até Si, cujo tom está incluído, perfazendo 12 notas, 7 das quais são brancas e 5 pretas[19]. Os Sete Irmãos da Ordem da Rosacruz saem pelo mundo e trabalham entre a humanidade. Cinco não são vistos no mundo. Antes da humanidade perder o contato com a Região Espiritual do Pensamento Concreto, ela sabia que essa era uma região de tons musicais e que esses tons permeavam e construíam todos os arquétipos de todas as coisas existentes nos mundos inferiores, incluindo ela própria; portanto, tinha todos esses tons dentro de si mesma. Sabia que todos os seres humanos eram instrumentos musicais vivos, cujos tons eram ouvidos por eles próprios através de um tipo de percepção sensorial interna.
A superconsciência do ser humano sabe tudo isso, como também conhece o poder tremendo contido nesses tons musicais. Tendo perdido o poder de controlar essa força interior ou mesmo de contatá-la verdadeiramente dentro de si, o ser humano procurou, por meio de instrumentos musicais, reproduzir os tons vagamente percebidos em sua memória meio submersa. No lugar do ser humano, um instrumento musical internamente consciente, temos agora instrumentos musicais criados pelo ser humano; e esses instrumentos expressam alguma fase de sua natureza interna. Os instrumentos de sopro estão correlacionados à melodia – a vontade o intelecto, a cabeça, o pensamento – e o ar ou a melodia que emitem é facilmente memorizada. Os instrumentos de cordas estão correlacionados à harmonia – a emoção, a imaginação, o coração – e despertam sentimentos de felicidade, alegria, prazer, dor, tristeza, saudade e arrependimento. Os instrumentos de percussão estão correlacionados com o movimento do ritmo – músculos, ação dos membros superiores e inferiores – e estimulam, em seus ouvintes, o desejo da ação, tais como marchar, dançar, bater palmas, bater os pés em tempo rítmico.
O próprio ser humano é realmente um tríplice instrumento musical, mas, em seu estado atual de consciência, ele perdeu o contato com o conhecimento de seus poderes internos temporariamente. No entanto, em algum ponto no futuro, ele irá restabelecer esse contato, primeiro pelo sentido, depois por uma percepção interna, ouvindo realmente a nota chave de seu próprio Corpo Denso soando na parte de trás e inferior de sua cabeça. Esse tom o conectará com a lira de sete cordas localizada no cerebrum[20]. Portanto, somente é uma questão de tempo de desenvolvimento até que ele seja capaz de criar por meio do poder musical da palavra falada. Além do mais, será capaz de contatar os tons musicais usados na construção dos seus Corpos Vital e de Desejos e, através de uma consciência objetiva de seu trabalho, se tornará tão consciente desses veículos e de como eles funcionam, como agora o é de seu Corpo Denso.
É o Espírito que vê, ouve, cheira, saboreia e sente, e não os seus órgãos dos sentidos. Na verdade, eles são totalmente inúteis para tais propósitos quando o Espírito está ausente do Corpo. Eles são apenas instrumentos por meio dos quais o Espírito entra em contato com o Mundo Físico; contudo, o Espírito em si mesmo é dotado de todas essas faculdades, e mais ainda quando está funcionando nos planos invisíveis, durante o tempo em que o Corpo está dormindo, ou ainda quando, como um Iniciado, deixa o Corpo conscientemente e funciona nas regiões mais elevadas. Quando a consciência de vigília diária contatar, conscientemente, os sentidos do Espírito, o ser humano estará preparado para iniciar o trabalho referente à Iniciação, pois os sentidos de seu Espírito vão lhe revelar, passo a passo, conscientemente, tudo o que se passou desde que iniciou seu trabalho de desenvolvimento no Período de Saturno, e tudo isso será realizado por meio do poder da palavra falada – som musical.
Então, o ser humano aprenderá, conscientemente, por meio da visão, como os grandes Anjos Estelares, dirigidos e auxiliados pelo Deus do Sistema Solar, criaram tudo o que nele existe. Verá como, pelo poder do som musical, as várias ondas de vida foram criadas e trazidas até seu atual estado de evolução. Ele não deve parar aqui, pois, por seus próprios esforços, poderá progredir e aprender sobre o desenvolvimento futuro que está reservado a futuras revoluções e períodos. Todo o Sistema Solar é um vasto instrumento musical, que é Deus. No Período de Saturno, os tons emitidos por Ele e Seus auxiliares são representados pelos sons produzidos pela oitava mais baixa da escala musical. Foram esses tons, começando com o mais baixo, que construíram sucessivamente os sete Globos nos quais toda a vida existia e iniciou, assim, seu lento desenvolvimento.
As teclas brancas de todas as oitavas musicais produzem os tons construtores, positivos; e as teclas pretas produzem os tons assimilativos, negativos; ambos os tons são necessários para produzir os resultados (vontade, amor, atividade pai, mãe, filho/filha; assim como é em cima, assim é embaixo). As ondas de vida que trabalharam conosco durante o Período de Saturno foram Áries, Touro e Leão. A nota-chave de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior). A nota chave de Touro é Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior) e a nota chave de Leão é Si Maior. Note que as teclas pretas no piano são assimilativas, e foi durante a Primeira Revolução do Período de Saturno que os leoninos, Senhores da Chama, conseguiram implantar na estrutura evoluinte do ser humano, o germe do Corpo Denso. Nessa época, o ser humano era Espírito diferenciado puro, colocado na Região do Espírito Divino, que é a região da vontade pura.
São os sentidos internos do ser humano, tomados coletivamente, que no tempo devido, o capacitarão para se manifestar em qualquer plano, sem ajuda de órgãos especializados que tenham relação com esse plano, e o farão compreender a consciência objetiva de vigília. Quando esse estado de desenvolvimento for alcançado, o ser humano poderá ver, ouvir, cheirar, degustar e sentir o tato com todo o seu Corpo Denso. Mais tarde, ele será capaz de exercitar os mesmos sentidos da mesma maneira (controle pela vontade) em relação ao seu Corpo Vital, depois em relação ao seu Corpo de Desejos e, ainda mais tarde, em relação ao seu veículo mental. Todo esse desenvolvimento se manifestará por meio do poder da palavra falada de Deus, o Criador do nosso Sistema Solar.
O primeiro sentido interno ou espiritual a ser contatado pela consciência objetiva de vigília do ser humano será a audição (som); em seguida o tato, depois o paladar, o olfato, e finalmente a visão. O método usado para fazer esse contato com os sentidos internos ou espirituais, é a concentração. A concentração é uma manifestação unidirecional, realizada pelo Espírito por meio do poder de sua vontade, pelo qual o Espírito é capaz de excluir, absolutamente, todas as condições físicas da consciência objetiva de vigília e de fazer essa consciência ciente de seus (do Espírito) poderes espirituais internos, enquanto o Espírito ainda está dentro de seus quatros veículos interpenetrados – os Corpos Denso, Vital, de Desejos e a Mente.
O piano não é o resultado do esforço do ser humano para reproduzir os tons do seu próprio eu interior, mas é um produto da percepção do ser humano materializada na música, e, consequentemente, é um instrumento puramente terrestre. Portanto, não é apenas um instrumento interessante, mas um instrumento valiosíssimo para aqueles verdadeiros músicos que são capazes de contatar a autêntica música do mundo celestial, trazê-la à Terra e fazendo com que o ser humano produza um instrumento capaz de reproduzi-la[21]. Ainda que todos os instrumentos mecânicos e o rádio sejam de grande utilidade, nunca substituirão o piano, para aqueles que aprenderam o valor dos acordes correlacionados ao desenvolvimento do Espírito e de todos os seus veículos.
O teclado do piano disponibiliza, bem à frente do músico, suas 88 teclas (52 brancas e 36 pretas), que produzem 124 tons. As teclas brancas produzem 52 (7[22]) dos 124 (7[23]) tons e as teclas pretas produzem 72 (9[24]) tons. Nove (9) é o número da humanidade e sete (7) é o número dos três (3) poderes espirituais do ser humano[25], mais seus quatro (4) veículos: Mente, Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso. Existem cinco (5) linhas na pauta musical e quatro (4) espaços – novamente, cinco (5) e quatro (4) igual a nove (9), o número da humanidade. Há sete (7) letras na escala musical: C, D, E, F, G, A, B[26]; que ocupam a mesma posição na pauta musical. Há 7 notas na escala musical, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si; que mudam de posição na pauta. Por exemplo, se a escala é Dó natural, o primeiro Dó é encontrado na linha abaixo da pauta.
Se há um sustenido do Dó[27], ele pode ser colocado na segunda linha da pauta. Se assim o for, então um bemol do Dó[28] deve ser colocado no primeiro espaço da pauta, etc. Cada uma das ondas de vida pertencente ao nosso Sistema Solar -Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes – tem sua própria nota-chave.
A nota-chave de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior) que tem cinco bemóis, a saber: Sol bemol, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Touro é Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior), que tem 3 bemóis, a saber: Lá bemol, Si bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior), que tem 6 sustenidos, a saber: Lá sustenido, Dó sustenido, Ré sustenido, Mi sustenido, Fá sustenido e Sol sustenido.
A nota-chave de Câncer é Lá sustenido Maior, que tem 4 bemóis, a saber, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Leão é Si sustenido Maior, que tem 2 bemóis, a saber, Si bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Virgem é Dó natural Maior e não tem sustenido ou bemol.
A nota-chave de Libra é Ré Maior, e tem 2 sustenidos, ou seja, Fá sustenido, Dó sustenido.
A nota-chave de Escorpião é Mi Maior e tem 4 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido e Ré sustenido.
A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e tem 1 bemol, a saber, Si bemol.
A nota-chave de Capricórnio é Sol Maior e tem 1 sustenido, a saber, Fá sustenido.
A nota-chave de Aquário é Lá Maior e tem 3 sustenidos, Fá sustenido, Dó sustenido e Sol sustenido.
A nota-chave de Peixes é Si Maior, e tem 5 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido, Ré sustenido, Lá sustenido (Mi e Si são as únicas não sustenidos).
Os 12 semitons da oitava estão em conformidade com os 12 meses do ano e as 12 ondas de vida criadas pelo Deus do nosso Sistema Solar, como, também as 12 Hierarquias Criadoras que compõem o Zodíaco. Os 7 tons, representados por Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, estão de acordo com os 7 Espíritos diante do Trono. As 5 teclas escuras na oitava representam as cinco ondas da vida, Áries, Touro, Gêmeos, Câncer e Leão, que primeiro trabalharam com nossa humanidade. As 7 teclas claras representam as ondas de vida hierárquicas, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes, que ainda estão trabalhando com a humanidade durante o Período Terrestre. À medida que os mistérios ocultos são revelados, compreendemos, de imediato, o significativo fato de que, do princípio ao fim das complexidades do mundo, existe um princípio metódico verdadeiro que nunca se desvia nas suas manifestações.
Uma das primeiras coisas a se tornar aparente para o verdadeiro estudante do ocultismo é o fato de que o Cosmos é construído sobre os aspectos 1-3-5-7-10 e 12, e que os 12 semitons da oitava musical correspondem, em todos os detalhes, ao esquema cósmico – de fato, isso confunde um pouco: quando lembramos que na oitava musical é necessário contatar o mundo do tom, o Segundo Céu, localizado na Região Concreta do Mundo do Pensamento, que, embora comparativamente intangível aos sentidos físicos, ainda é a verdadeira base da manifestação material. Vemos esse mesmo esquema numérico representado tanto no Espírito individualizado como em Deus, o Criador do nosso Sistema Solar. Por exemplo: Deus é um (1). Seus três (3) poderes são Vontade, Amor-Sabedoria e Atividade. Seus sete (7) auxiliares planetários, na Bíblia, são chamados os Sete Espíritos diante do Trono.
O ser humano possui três (3) poderes, designados como Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano, um elo (1) da Mente, e seus três (3) veículos inferiores – os Corpos de Desejos, Vital e Denso – dos quais ele extrai uma essência Tríplice (3) chamada Alma[29]. Antes de prosseguir, é bom rever os seguintes fatos: a escala cromática inclui todos os tons da oitava, tanto as teclas brancas como pretas, tomadas em ordem regular começando pelo Dó. O Dó está sempre antes de duas teclas pretas agrupadas no piano. Existem doze (12) tons na escala cromática[30]. A escala diatônica é composta apenas pelos tons produzidos pelas teclas brancas do piano – nenhuma tecla preta. Há sete (7) tons (teclas) na escala diatônica[31]. Notemos outras semelhanças com essas escalas: existem doze (12) cores, sete (7) visíveis e cinco (5) invisíveis à visão física. Existem doze (12) orifícios no corpo, sete (7) visíveis e cinco (5) invisíveis.
Existem doze (12) grandes ondas de vida evoluindo em nosso esquema de evolução, cinco (5) das quais completaram seu trabalho e se retiraram da manifestação: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer e Leão. As outras sete (7) estão ativas durante o Período Terrestre: Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. A regra geral para um acorde na música é: duas notas na clave de Fá (positiva e negativa) e três na clave de Sol, a trindade. Dois mais três (2+3) somam cinco (5), o número dos sentidos do ser humano, como estão desenvolvidos atualmente. Um acorde na música é composto de uma combinação de tons que se misturam harmoniosamente quando tocados juntos, sendo que o tom mais baixo é a raiz ou nota-chave, e as outras duas notas, que formam o acorde, devem estar em harmonia com essa determinada nota, do contrário o resultado será uma dissonância.
Em toda parte da natureza encontramos o tom manifestado, como também o número, a cor e a forma; e isso sem exceção. A primeira oitava completa da escala cromática contendo 12 tons, dos quais procedem todos os temas celestiais, forneceu os tons usados durante o Período de Saturno. Durante cada um dos Sete Períodos, nossa onda de vida mergulha na matéria e sai dela novamente sete (7) vezes. Na aurora do Período de Saturno os Senhores da Mente (onda de vida de Sagitário) eram a humanidade; a onda de vida Arcangélica estava em um estágio semelhante à do animal; a onda de vida Angélica estava no estágio semelhante à do vegetal e a nossa própria onda de vida estava em um estágio semelhante aos minerais. O veículo mais inferior de cada onda de vida era constituído da substância da Região do Pensamento Concreto, e o único veículo do ser humano, o germe de seu atual Corpo Denso, também era feito dessa substância.
A onda de vida Ariana trabalhou com os vários veículos dessas quatro ondas de vida, – Senhores da Mente, Arcanjos, Anjos e nossa própria onda de vida (Peixes) – por meio do poder incorporado no tom Ré bemol, a onda de vida Taurina pelo poder produzido por Mi bemol, e a onda de vida Leonina pela força contida em Lá sustenido. As ondas de vida de Ariana e Taurina foram as primeiras a aparecer, preparando as condições apropriadas para o futuro desenvolvimento das quatro ondas de vida que evoluíram durante o Período de Saturno. Então, durante a primeira imersão (Revolução) de nossa própria onda de vida (Pisciana), quando essa tinha alcançado o ponto mais inferior (Região do Pensamento Concreto), por meio do poder da nota-chave Lá sustenido, os Leoninos[32] irradiaram de seus próprios corpos para os nossos, o germe do nosso atual veículo Denso. Mais tarde, durante nossa sétima imersão (Revolução) na Região do Pensamento Concreto, essa mesma onda de vida dos Leoninos, pelo poder da nota-chave Lá sustenido, despertaram a passiva força do nosso Espírito Divino.
Assim, a humanidade, ao final do Período de Saturno, possuía o germe do Corpo Denso, construído da substância da Região do Pensamento Concreto, e um Espírito Divino desperto, que mais tarde se desenvolveria no poder da Vontade. Durante o Período de Saturno, as várias ondas de vida envolvidas começaram a trabalhar no Mundo do Espírito Divino, depois entraram no Mundo do Espírito de Vida, em seguida na Região do Pensamento Abstrato e, finalmente, na Região do Pensamento Concreto (4). Após cada imersão completa (Revolução) na matéria que foram 7 em 7 globos, descansaram no Mundo dos Espíritos Virginais (1) assimilando tudo o que tinham contatado e preparando-se para outro Dia de Manifestação. Quatro (4) Mundos e mais um são cinco (5), o número de Cristo, indicando o tremendo poder que esse grande Ser se tornou no esquema da evolução.
Depois que todas as sete (7) imersões (revoluções) se completaram ao longo período de assimilação e descanso, onde toda a vida evoluinte se juntou, se misturando livremente desde a mais elevada até a mais inferior, as altas vibrações, por indução, elevaram as mais inferiores a um grau considerável. Isso aconteceu entre cada um dos Sete Períodos: Saturno, Solar, Lunar, Terrestre, de Júpiter, de Vênus e de Vulcano. A segunda oitava da escala cromática forneceu os sons musicais usados durante o Período Solar, e as primeiras ondas de vida a aparecer foram as de Leão, Senhores da Chama, nota-chave Lá sustenido, Virgem, Senhores da Sabedoria, nota-chave Dó em segunda oitava; Libra, Senhores de Individualidade, nota-chave Ré; Escorpião, Senhores da Forma, nota-chave Mi. Seguiram-se as de Sagitário, Senhores da Mente, nota-chave Fá, depois Capricórnio, Arcanjos, nota-chave Sol; Aquário, Anjos, nota-chave Lá, e depois Peixes, nossa própria onda de vida, nota-chave Si. Os Arcanjos foram a humanidade do Período Solar.
Durante a sexta imersão (Revolução) na matéria de nossa atual humanidade, a onda de vida de Câncer, os Querubins, cuja nota-chave é Sol sustenido, reapareceu e por meio do poder incorporado em sua nota-chave, despertou a passiva força do nosso Espírito de Vida. Ao final do Período Solar, nossa onda de vida possuía o germe aperfeiçoado do que se tornaria um Corpo Denso; depois o germe de um Corpo Vital, um Espírito Divino que despertou e um Espírito de Vida também despertado, que mais tarde se manifestaria como poder do Amor-Sabedoria. Durante o Período Solar, as várias ondas de vida começaram seu trabalho no Mundo do Espírito de Vida, depois entraram na Região do Pensamento Abstrato, depois na Região do Pensamento Concreto e, por último, no Mundo do Desejo. Após cada imersão completa na matéria (Revolução) – 7 delas sobre 7 globos – todas descansaram no Mundo do Espírito Divino, novamente assimilando tudo o que haviam contatado, e se preparando para outro Dia de Manifestação.
O veículo mais inferior da onda de vida evoluinte era, então, composto de substância do Mundo do Desejo. Notemos que, após o término do Período Solar, seguiu outro grande período de descanso assimilativo. A terceira oitava da escala cromática forneceu os sons musicais usados durante o Período Lunar. Na aurora do Período Lunar, começaram a aparecer as várias ondas de vida em evolução. Primeiro surgiram os Senhores da Sabedoria, Virgem, trazendo consigo os veículos germinais do ser humano em evolução; os Senhores da Individualidade, Libra, foram os seguintes imediatos e tiveram a tarefa especial da evolução material do Período Lunar. Durante o Período de Saturno, o Corpo Denso germinal do ser humano começou a desenvolver os órgãos dos sentidos. A música era no tom Lá sustenido, a nota-chave de Leão (Si bemol Maior (B flat Major ou Bb ou Sib Maior)). Para sustenizar uma letra (ou nota), toca-se a tecla preta logo acima dela.
Para bemolizar uma letra (ou nota), toca-se a tecla preta logo abaixo dela. Se a chave de Lá sustenido (ou Si bemol) foi usada para desenvolver os órgãos dos sentidos no germe do Corpo Denso, então, os tons da escala de Lá sustenido (ou Si bemol) podem ser usados para fornecer a continuidade desse desenvolvimento. A escala Lá sustenido contém quatro notas sustenidas: Lá sustenido, Si sustenido, Ré sustenido, Mi sustenido e três notas dobradas sustenidos: Fá dobrado sustenido, Dó dobrado sustenido, Sol sobrado sustenido. Os acordes são:
A escala Si bemol contém duas notas bemolizadas, mas observem que as notas, exceto os sustenidos e bemóis, são exatamente as mesmas. As notas são bemolizadas são Si e Mi.
Os Senhores da Chama exerceram a liderança durante o Período de Saturno; e como sua escala musical, Lá sustenido (ou Si bemol), continha os tons usados para despertar o poder do Espírito Divino, que é a Vontade, então, esses mesmos tons possuem um imenso valor para futuramente desenvolver ainda mais esse poder tão elevado do Espírito, a Vontade.
Na segunda imersão (Revolução) na matéria, no Período Solar, a onda de vida de Virgem (Senhores da Sabedoria) irradiou de seus próprios corpos o germe do Corpo Vital do ser humano, incluindo todas as possibilidades que ele possuía, e o implantou no próprio corpo do ser humano. A onda de vida de Virgem tem Dó natural como sua nota-chave; e consequentemente, os acordes pertencentes a essa escala, a escala de Dó natural, quando tocados, ajudarão no desenvolvimento futuro das potencialidades do Corpo Vital. Esses acordes são:
Algumas das potencialidades do Corpo Vital são crescimento, desenvolvimento das percepções sensoriais, propagação, desenvolvimento e ação das glândulas e de todos os órgãos físicos, que utilizem da substância etérica, possuídos pelo Corpo Físico. Durante a sexta imersão (Revolução) na matéria, no Período Solar, a onda de vida de Câncer despertou o germe do Espírito de Vida. A nota-chave de Câncer é Sol sustenido Maior (Lá bemol), e os tons de acordes pertencentes a essa onda de vida é que foram usados para obter os resultados.
Os acordes pertencentes a Sol sustenido Maior são:
Se os tons de Sol sustenido Maior (Lá bemol) despertaram o germe do Espírito de Vida, esses mesmos tons musicais ajudarão a estimular e a desenvolver poderes potenciais do Espírito de Vida. A terceira oitava da escala cromática forneceu os tons musicais usados durante o Período Lunar. No Período Lunar, durante a terceira imersão (Revolução) em substância mais densa do corpo, a onda de vida de Libra, Senhores da Individualidade, irradiaram de si mesmos o germe que mais tarde se desenvolveu no Corpo de Desejos do ser humano. O nota-chave de Libra é Ré Maior, e os tons pertencentes a essa escala, representados pelos seus acordes, é que foram usados para realizar esse trabalho. Os acordes pertencentes a Ré Maior são encontrados na escala que usa dois sustenidos. As notas sustenidas são Dó e Fá.
Os acordes dessa escala são:
Os tons encontrados nos acordes em Ré Maior ajudarão a desenvolver o Corpo de Desejos, de acordo com o perfeito padrão cósmico. Durante a quinta imersão (Revolução) em substância mais densa no Período Lunar, a onda de vida de Gêmeos, os Serafins, reapareceram e despertaram, até então passivo, o Espírito Humano. A nota-chave da onda de vida de Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior). As notas sustenidas são: Lá, Dó, Ré, Mi, Fá e Sol (todas sustenidas, exceto o Si). Os acordes de Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior) são:
Os tons usados para estimular e ajudar a promover o desenvolvimento do Espírito Humano são encontrados nos tons de acordes pertencentes à tonalidade de Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior).
No final do Período Lunar, o terceiro grande Dia Cósmico, encontramos as seguintes condições: as ondas de vida, por meio do poder de seus respectivos tons musicais incorporados em escalas e acordes, trabalharam sobre o desenvolvimento do ser humano: Áries Ré bemol; Touro, Mi bemol; Gêmeos, Fá sustenido; Câncer, Sol sustenido Maior; Leão, Lá sustenido; Virgem, Dó natural; Libra, Ré Maior. Como resultado de seus trabalhos, o espírito-ser humano possuía despertos os poderes do Espírito: Divino e de Vida e Humano os Corpos: Denso, Vital e de Desejos, muito pouco desenvolvidos, e que estavam ainda no início de sua manifestação. Os tons usados pelas ondas de vida em seus trabalhos são encontrados no piano, começando com Ré bemol na extremidade inferior do teclado e se estendendo até ao Dó central, no meio do teclado. Nessa época, o ser humano ainda estava fora de seus veículos e, todo o trabalho que executava era automático e dirigido pelos grandes Seres mencionados acima, que estavam encarregados de sua evolução.
No final do Período Lunar houve uma divisão no Globo ou no Planeta na qual estávamos evoluindo, e esse Planeta menor foi arremessado ao espaço. Esse Planeta se condensou muito rapidamente e permanecendo o campo da nossa evolução até o final do Período Lunar. Com relação a essa época, Max Heindel diz: “Imagine um imenso globo girando no espaço como um satélite ao redor de globo de origem. É o Corpo do Grande Espírito, Jeová. Assim como agora somos constituídos de carne macia e ossos duros, assim também a parte central do Corpo de Jeová era mais densa que a externa, que era nebulosa e semelhante à nuvem. Embora sua consciência interpenetrasse o todo, ele próprio aparecia principalmente na nuvem, juntamente com seus Anjos e outras Hierarquias Criadoras. Desse grande firmamento de nuvens pendiam milhões de cordões, cada um com sua própria bolsa fetal, pairando próximo à densa parte central da nuvem. E, assim como a corrente vital da mãe humana circula por meio do cordão umbilical, nutrindo o embrião durante a vida pré-natal com o propósito de desenvolver um veículo onde o espírito possa habitar independentemente quando o período de gestação for completado, também, a vida divina de Jeová nos cobria na nuvem e acompanhou toda a família humana durante aquele estágio embrionário de nossa evolução. Éramos, então, tão incapazes de iniciativa como o feto o é hoje”.
No final do Período Lunar, as partes divididas do globo original foram dissolvidas e imersas no Caos geral, que precedeu a reorganização do globo para o Período Terrestre. No Período Terrestre, a onda de vida de Virgem, os Senhores da Sabedoria, nota-chave Dó natural (também Dó central do Piano), se encarregaram do desenvolvimento do Espírito Divino, o poder-vontade do ser humano. Os acordes de Dó natural são encontrados no Capítulo VI. A onda de vida de Libra, os Senhores da Individualidade, estava suficientemente avançada para despertar o segundo poder do ser humano, o poder do amor do Espírito de Vida de atração e coesão, colocado sob seus cuidados. Sua nota-chave é Ré Maior e, também, os acordes de Ré Maior podem ser encontrados no Capítulo VI.
A onda de vida de Escorpião, os Senhores da Forma, se encarregaram do terceiro poder do ser humano, o Espírito Humano, que é o poder da sua atividade e se manifesta como fecundação – o poder de produzir e crescer. A nota-chave de Escorpião é Mi Maior, e tem 4 sustenidos, a saber, Dó sustenido, Ré sustenido, Fá sustenido e Sol sustenido. Os acordes são:
Durante a quarta imersão na matéria (ou Revolução), na Época Atlante, a onda de vida de Sagitário, os Senhores da Mente, irradiaram de si mesmos para o interior do nosso ser, o núcleo do material com o qual estamos, agora, procurando construir uma Mente organizada. A Mente é formada pela substância das quatro Regiões do Pensamento Concreto. A segunda Região contém os arquétipos da vitalidade universal; a terceira contém os arquétipos do desejo e da emoção; a quarta região contém as forças arquetípicas da mente humana, sendo que a primeira, ou região mais inferior, contém os arquétipos da forma.
A Região das Ideias Germinais, na Região do Pensamento Abstrato, é refletida na primeira Região do Pensamento Concreto. As Ideias Germinais de Vida, na Região do Pensamento Abstrato, são refletidas na segunda Região do Pensamento Concreto, e a Região das Ideias Germinais Abstratas do Desejo e das Emoções são refletidas na terceira Região de Pensamento Concreto. Na última parte da Época Lemúrica uma pequena parte da nossa humanidade estava suficientemente desenvolvida para que pudesse receber o germe da Mente. A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e tem um bemol, que é o Si. Os acordes são:
Observe que esse acorde está correlacionado com a Mente, o último veículo adquirido pelo ser humano e o menos desenvolvido dos quatro que possui: Denso, Vital, de Desejos e Mente. Aqui temos a chave para o rápido desenvolvimento mental, os acordes de Fá Maior, que contém Si bemol (Sib). Max Heindel afirma que as tonalidades musicais ou encantamentos são usadas em todas as ordens ocultas e para todos os propósitos. Nas ordens ocultas, como a dos Rosacruzes, a nota-chave do encantamento entoado em cada grau é de uma medida vibratória diferente da nota-chave de todos os outros graus e aquele que não possuir a chave é incapaz de se harmonizar nesse grau, se sentindo paralisado, como se houvesse uma muralha invisível de vibração circundando o Templo.
Max Heindel afirma ainda que a música tem uma missão maior do que simplesmente a de nos proporcionar prazer. De fato, a Harmonia das Esferas é a base de toda evolução, pois sem ela não poderia haver qualquer progresso; e no momento em que nossos ouvidos estabelecem harmonia com ela, alcançaremos a “chave” para todo avanço. Ele diz que no Segundo Céu o Espírito possui o conhecimento dos sete Planetas, que formam a caixa de ressonância e as sete cordas da lira de Apolo. Os Senhores da Mente, Sagitário, só trabalham com a humanidade no plano terrestre, pois não tratam com nada que seja inferior à substância mental. Os Arcanjos são especialistas em construir Corpos a partir da substância do desejo e, portanto, são capazes de ensinar o ser humano e aos animais a moldar e usar o Corpo de Desejos. A nota-chave dos Arcanjos, a onda de vida de Capricórnio, é Sol Maior. Sua escala tem um sustenido, a saber, Fá sustenido (Fá#). Seus acordes são:
Os Anjos são extremamente experientes na construção do Corpo Vital, pois no Período Lunar, quando eram humanos, o Éter era o estado mais denso da matéria. Devido a sua habilidade de construir e modelar o Éter, eles são realmente os instrutores do ser humano, do animal e das plantas, em relação às funções vitais, incluindo a propagação e nutrição. A nota-chave dos Anjos, os Aquarianos, é Lá Maior. Sua escala tem 3 sustenidos, ou seja, Fá sustenido (Fá#), Dó sustenido (Dó#), Sol sustenido (Sol#). Seus acordes são:
Nossa própria onda de vida humana está aprendendo a se tornar perita na construção de Corpos a partir da substância física e, portanto, as pessoas estão ficando aptas a se tornarem instrutoras para o reino mineral, quando os membros desse reino estiverem suficientemente individualizados para utilizar formas distintas.
Já estamos começando a modelar vários minerais em formas individuais. A nota-chave da humanidade, os piscianos, é Si Maior. Sua escala tem 5 sustenidos, a saber, Fá sustenido (Fá#), Dó sustenido (Dó#), Sol sustenido (Sol#), Ré sustenido (Ré#) e Lá sustenido (Lá#). Seus acordes são:
A nota-chave da onda de vida de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior). Sua escala contém 5 bemóis, a saber, Sol bemol (Solb), Si bemol (Sib), Ré bemol (Réb), Mi bemol (Mib), Lá bemol (Láb). Seus acordes são:
A nota-chave da onda de vida de Touro é Mib maior. Sua escala contém 3 bemóis, a saber, Láb, Sib, Mib. Seus acordes são:
Cada parte do corpo do ser humano foi construído pelas notas-chave vibratórias das doze grandes ondas da vida assistidas pelos Sete Espíritos diante do Trono: Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus, Mercúrio, mais a ação de Netuno, Lua terrestre. Os poderes espirituais do ser humano foram despertados por algumas das doze grandes ondas da vida, como mencionado nos capítulos anteriores.
Esse trabalho foi e continua sendo executado em toda a humanidade, independentemente do Signo Solar planetário do indivíduo. Todos esses grandes Auxiliares Invisíveis estavam, ou estão agora, executando suas atividades sob a direção do Deus do nosso Sistema Solar, e são, por assim dizer, Seus embaixadores terrestres. O Deus do nosso Sistema Solar cria em ondas de vida, como já mencionado. Doze dessas ondas de vida têm os mesmos nomes que os Signos do Zodíaco e serão usadas mais tarde por Eles como Signos de Seu próprio Zodíaco, quando Ele se dissolver na unidade para formar o invólucro de um Sistema Solar para um outro Deus.
As ondas de vida de Áries e Touro estão agora no Mundo de Deus; as ondas de vida de Gêmeos, Câncer e Leão estão no Mundo dos Espíritos Virginais; a onda de vida de Virgem está no Mundo Espírito Divino; a onda de vida de Escorpião está na Região do Pensamento Abstrato do Mundo do Pensamento; a onda de vida de Sagitário está na Região do Pensamento Concreto no Mundo do Pensamento; a onda de vida de Capricórnio está no Mundo do Desejo; a onda de vida de Aquário está na Região Etérica do Mundo Físico; e a onda de vida de Peixes está na Região Química do Mundo Físico. Isso não significa que os seres pertencentes a essas doze ondas de vida estejam confinados dentro dos limites de uma determinada Região ou Mundo.
Essas regiões são simplesmente seus lares; eles estão livres para prestar serviço em muitas outras localidades ou em outros planos, da mesma forma que nossa própria onda de vida, durante a atual manifestação, funciona em Mundos tão elevados quanto o Mundo do Pensamento Abstrato. Quanto mais compreendermos a criação, melhor entenderemos a música e vice-versa. Por exemplo, um acorde perfeito é formado da primeira, terceira e quinta letras ou notas na escala. As letras são C, E, G; as notas são Dó, Mi, Sol, sendo que tanto as letras quanto as notas representam o mesmo tom. Para sabermos qual a onda de vida planetária que rege espiritualmente um Período devemos primeiro atentar para a onda de vida humana daquele período.
Os Sagitarianos ou Senhores da Mente eram a humanidade do Período de Saturno. Agora, começando por Sagitário conte mais cinco ondas de vida para cima e chegaremos à onda de vida de Leão ou Senhores da Chama, que tinham aos seus cuidados os impulsos espirituais começando a agir sobre a humanidade do Período de Saturno. Lembremos que a nota-chave de Leão é Lá sustenido (musicalmente usado: Sib Maior – Bb Major), cuja música está relacionada com o trabalho feito para o crescimento do Corpo Denso e o despertar do Espírito Divino. Assim, qualquer música escrita na tonalidade de Lá sustenido (Bb Major) favorecerá o trabalho executado durante o Período de Saturno. A humanidade do Período Solar eram os Capricornianos ou Arcanjos.
Começando aqui e contando para cima até cinco, encontramos os Virginianos ou Senhores da Sabedoria, como a onda de vida encarregada dos impulsos espirituais que estavam começando a atuar sobre a humanidade do Período Solar. A nota-chave de Virgem é Dó natural. O trabalho especial que estava sendo feito se relaciona com o crescimento do Corpo Vital e o despertar do Espírito de Vida. Consequentemente, qualquer música escrita na tonalidade de Dó natural ajudará o trabalho iniciado no Período Solar. A humanidade do Período Lunar era a dos Aquarianos ou Anjos. Começando com eles e contando para cima até cinco, encontramos a onda de vida de Libra ou dos Senhores da Individualidade, encarregados dos impulsos espirituais que estavam agindo sobre a humanidade do Período Lunar. A nota-chave de Libra é Ré Maior. O trabalho especial que estava sendo feito se refere ao crescimento do Corpo de Desejos e o despertar do Espírito Humano.
Consequentemente, qualquer música escrita na tonalidade de Ré Maior ajudará o trabalho iniciado no Período Lunar. A humanidade do Período Terrestre é a dos Piscianos, nossa própria onda de vida. Começando com Peixes e contando para cima até cinco, encontramos as ondas de vida de Escorpião ou Senhores da Forma, encarregados dos impulsos espirituais que agora estão sendo dirigidos para nós, a humanidade do Período Terrestre. A nota-chave de Escorpião é Mi Maior. O trabalho especial que está sendo feito durante o Período Terrestre se refere ao desenvolvimento do veículo Mente. Consequentemente, qualquer música escrita na tonalidade de Mi Maior ajudará o crescimento da Mente, que é o trabalho do Período Terrestre. O propósito da regência espiritual é principalmente dar os impactos necessários para que atuem como um estímulo de ação na onda de vida inferior, sobre a qual o impacto é dirigido, pois todo desenvolvimento é o resultado de algum tipo de atividade musical.
Resumindo o que foi dito, encontramos:
Os acordes relacionados aos três poderes do Espírito e aos quatro veículos do ser humano, como também, toda música escrita na nota-chave dos acordes, podem ser efetivamente usados para desenvolver os três poderes espirituais do ser humano e os seus quatro veículos.
A Harmonia das Esferas não está composta de tom único; varia de dia a dia e de mês a mês, conforme o percurso do Sol e dos Planetas através de cada Signo. Há, também, variações anuais periódicas devido à Precessão dos Equinócios. Há real e uma infinita variedade na Música das Esferas, e que realmente deve acontecer, pois a constante mudança da vibração espiritual é a base de toda a evolução física e espiritual. Nos meses de março e abril predominam os tons de Áries e Marte, propícios à germinação, renovação de vida e crescimento nos reinos humano e vegetal. Se pudéssemos ter uma leve ideia da Música das Esferas nessa época, ouviríamos canções de Páscoa como:
Jesus Cristo ressuscitou hoje, Aleluia!
Nosso dia sagrado e triunfante, Aleluia!
Aquele que na Cruz pregado, Aleluia!
Sofreu para nos resgatar da perdição, Aleluia![33]
Cristo Jesus é a personificação do amor espiritual; portanto, a música composta na tonalidade de Libra (Ré Maior), regida por Vênus, o Planeta do amor, está em total harmonia com a Sua vibração, e com a desse grande Ser. Em junho e julho, os tons produzidos por Câncer e pela Lua predominam, auxiliados pelos tons de Leão e pelo Sol, os quais tendem a amadurecer os processos iniciados pelos tons energizantes de março, abril, maio e junho. Durante junho, julho, agosto e setembro, o amor e a vida agem intensamente nos corações em regozijos, pois são Mestres na luta pela existência, enquanto o Sol é exaltado nos céus do norte até ao máximo de seu poder na época do Solstício de Junho. Essa é a época em que o Cristo, tendo alcançado o trono do Pai (o Mundo do Espírito Divino), depois de ter completado Seu trabalho terrestre por mais um ano, é saudado pelas hostes celestiais, os Senhores da Sabedoria, que também habitam lá.
Em honra a esse grande Ser, que deu a Sua vida até a exaustão, é apropriado nos juntarmos àquele coro celeste cantando:
Aclamem todos o poder do nome de (Cristo) Jesus!
Deixe os Anjos prostrarem-se;
Tragam o diadema real
E como o Senhor de todos, coroem-No[34].
A nota-chave de Leão é Lá sustenido Maior (musicalmente Si bemol). O Sol, seu Regente, e sua palavra-chave é Vida. A nota-chave de Câncer é Sol Maior e sua palavra-chave é a fecundação. Em setembro, outubro, novembro e dezembro os tons de Virgem, cuja nota-chave é Dó natural, e a palavra-chave de Mercúrio, razão energizada pelos tons de Escorpião, nota-chave é Mi Maior e pela palavra-chave de Marte, energia dinâmica, se prepararam para o encontro com a força dos raios do Cristo que se aproxima, na sua descida anual à Terra, e cujas poderosas vibrações espirituais estão na atmosfera da Terra e a humanidade seria capaz usá-las, com maior proveito, se conhecesse os fatos e redobrasse seus esforços para prestar o serviço amoroso e desinteressado aos seus semelhantes.
Apresentamos aqui a letra e a música que podem ser de grande valia a cada um de nós para o seu desenvolvimento evolutivo:
Oh, adorem o Rei, todos que são gloriosos no além,
E com gratidão, cantem Seu maravilhoso amor;
Nosso Amparo e Defensor, o Venerável dos Dias vem,
Envolvido em grande luz e cingido com louvor[35].
Verdadeiramente é assim; pois a medida em que Cristo desce para à Terra, uma canção harmoniosa, rítmica e vibratória, uma hosana é cantada pelas hostes celestiais enchendo a atmosfera da Terra e atuando sobre todos, como um impulso em direção à aspiração espiritual. Durante dezembro, janeiro, fevereiro e março, os tons do filantrópico Sagitário, nota-chave Fá Maior, regido pelo otimista e benevolente Planeta Júpiter, cuja palavra-chave é idealismo, e o quieto e metódico Capricórnio, nota-chave Sol Maior, regido pelo conservador e perseverante Saturno, cuja palavra-chave é obstrução, com suas sistemáticas atividades construtivas, preparam a Terra para receber o raio do amor de Cristo e nutri-la, até que esteja preparada para a liberação, até o centro da Terra e, então, começa sua viagem para fora, em direção a periferia da Terra, alcançando-a na época do Equinócio de Março.
Quando os dias são curtos e as noites longas, na Noite Santa[36], o raio do Espírito de Cristo alcança o centro da Terra. Aqui Ele permanece por três dias e três noites liberando de Si mesmo a germinante força do Espírito Santo que, lentamente, vai permear a Terra e frutificá-la para o próximo ano. Sem esse poder vitalizante e energizante liberado pelo Cristo, a Terra permaneceria fria, estéril e sombria; todos os seres viventes pereceriam e todo progresso ordenado seria frustrado, no que se refere ao nosso atual esquema de desenvolvimento. Portanto, seria mais apropriado que na época Santa do Natal emanássemos nosso sincero reconhecimento e adoração, juntando-nos às hostes celestiais, entoando canções de louvor sintonizadas à música celestial, dada a nós pelo grande músico e mestre Felix Mendelssohn[37]:
Ouçam! Os Anjos mensageiros cantam;
Glória ao recém-nascido Rei;
Paz na Terra e suave misericórdia,
Deus e pecadores reconciliados;
Alegre, que todas as nações se elevam,
Junta-te ao triunfo dos céus; com a hoste angelical proclamar, Cristo nasce em Belém.[38]
As ondas de vida Hierárquicas e os Signos zodiacais não são os únicos auxiliares da humanidade para ajudá-la em sua evolução. Os Sete Espíritos ante o Trono: Marte, Mercúrio, Vênus, Terra, Saturno, Júpiter e Urano prestaram e estão prestando um grande serviço à humanidade e, no momento, em contato muito íntimo com a humanidade. Cada um desses Planetas têm uma nota-chave própria, e é através do poder vibratório delas que os Planetas são capazes de prestar auxílio. Quando o Espírito inicia os preparativos para o renascimento, ele constrói o arquétipo criativo de sua forma física no Segundo Céu, a Região do Pensamento Concreto do Mundo do Pensamento, com a assistência dos Sete Espíritos ante o Trono. Esse arquétipo é um modelo ou um molde sonoro, vibrante, uma cavidade oca posta em ação pelo Espírito, com uma certa força que é proporcional ao tempo a ser vivido na Terra.
Até que o arquétipo cesse de vibrar, a forma correspondente, construída dos elementos químicos da Terra, continuará a existir. A Região do Pensamento Concreto é o reino do som, onde a Harmonia das Esferas, uma música verdadeiramente celestial, impregna tudo que lá existe, assim como a atmosfera da Terra circunda e envolve tudo aqui. Podemos dizer que todas as coisas nessa região estão envolvidas e permeadas por música – vivem e crescem por meio da música. Tudo isto demonstra, claramente, que nossa música terrena não aconteceu por acaso, mas foi estabelecida sobre bases encontradas nos Mundos espirituais mais elevados, cuja origem está na palavra falada de Deus, o Criador do nosso Sistema Solar.
Observemos que as notas da escala musical são: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si[39], que formam um intervalo de sete tons, a base da Harmonia das Sete Esferas. As vibrações de Urano e Netuno só atuaram no progresso material do ser humano muito depois da época de Pitágoras, quando começou a sentir suas vibrações. Os tons desses dois Planetas, acrescentados aos sete, perfazem nove, o número da humanidade.
Os sete tons maiores da escala, quando tocados corretamente, possuem dentro de si os poderes criativos e construtores de Deus. A manifestação dos tons menores é subjetiva ou assimilativa por natureza, portanto, não criativa. O lar dos cinco tons menores é o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato).
Quando o Espírito abandona o Corpo Denso (físico) no momento da morte, ele passa pelo Mundo do Desejo, Mundo do Pensamento Concreto (Segundo Céu) e Mundo do Pensamento Abstrato (Terceiro Céu), onde permanece algum tempo antes de voltar a renascer na Terra. Quando chega o momento do renascimento, ele deixa o Mundo do Pensamento Abstrato e penetra no Mundo do Pensamento Concreto. Ali, a Música das Esferas põe, imediatamente, o Átomo-semente do Corpo Denso em vibração, e um desses sete Planetas vibra, em particular harmonia com o Átomo-semente do Corpo Denso do Espírito. Cada tom planetário é modificado para se adaptar ao tom básico desse Planeta, em harmonia com o denso Átomo-semente do Corpo físico do Espírito, tornando-se, assim, o Regente planetário dessa próxima vida terrena do Espírito.
Quando os tons dos vários Planetas se chocam com o Átomo-semente do Corpo Denso, cada um deles ajuda a construir o arquétipo do Espírito, e mais tarde, as linhas de força vibratórias formadas no arquétipo, atraem e ordenam adequadamente os átomos densos do Corpo físico. Assim, tanto o arquétipo quanto o Corpo Denso expressam, de forma acurada, a Harmonia das Esferas exatamente como foi tocada durante o período da construção arquetípica. O período de tempo transcorrido desde o momento em que o Espírito deixa o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato do Mundo do Pensamento), até que penetre no Corpo de sua futura mãe, é muito mais longo do que o período de gestação (9 meses) e varia de acordo com a complexidade da estrutura necessária pelo Espírito que procura renascer.
Nem o processo da construção do arquétipo é contínuo; pois sob certos Aspectos (Quadraturas, Oposições, Trígonos, Sextis, Conjunções e Paralelos), os Astros podem produzir notas às quais os poderes vibratórios do Átomo-semente podem não responder; e, mais uma vez, o Espírito simplesmente sussurra tons que já aprendeu e, assim empenhado, aguarda um novo tom que possa utilizar para construir melhor o organismo pelo qual deseja se expressar. Também é necessário tempo para atrair o material que se precisa nas várias regiões do Mundo do Desejo (7 Regiões), para construir um novo Corpo de Desejos, onde o arquétipo controla a quantidade do material e o Átomo-semente do Corpo de Desejos controla a sua qualidade.
Na Região Etérica do Mundo físico, esse material precisa ser atraído para um novo Corpo Vital, mas fica a cargo do Anjos do Destino e seus agentes a separação de uma parte desse material para formar a matriz etérica para o Corpo Denso, que será construído mais tarde. Lembremo-nos de que estamos agora trabalhando sob influência dos sete tons no meio do teclado do piano, que é a oitava do meio, havendo três oitavas de cada lado dela. As lições pertencentes às três oitavas abaixo devem ser, por nós, completadas. As lições pertencentes à oitava do meio são as que estamos aprendendo. Note que as lições pertencentes aos tons da oitava mais inferior no teclado do piano – Período de Saturno – estavam empenhadas na construção do Corpo Denso e no despertar dos poderes negativos do Espírito Divino. As lições pertencentes à segunda oitava do teclado do piano – Período Solar – estavam correlacionadas aos tons produzidos por essa oitava e estavam empenhadas na construção do Corpo Vital (Virgem, nota-chave Dó natural), e no despertar dos poderes negativos do Espírito de Vida, a onda de vida de Câncer, nota-chave Sol sustenido Maior (musicalmente Lá bemol). As lições, pertencentes aos tons da terceira oitava no teclado do piano – Período Lunar – estavam correlacionadas aos tons produzidos por essa oitava. Elas dizem respeito à construção do Corpo de Desejos (Libra, nota-chave Ré Maior) e ao despertar dos poderes negativos do Espírito Humano (Gêmeos, nota-chave Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# Maior)). As lições pertencentes aos tons da quarta ou oitava do meio – Período Terrestre – se relacionam com a construção do veículo Mente e com o seu desenvolvimento; o mais importante desses tons para a humanidade atual é Fá Maior, a nota-chave dos Senhores da Mente, os Sagitarianos.
O ser humano tendo adquirido seus Corpos: Denso, Vital, de Desejos e o veículo Mente, precisa aprender a cuidar deles e mantê-los em condições saudáveis durante o Período Terrestre, o que depende quase inteiramente do estado da Mente. Em geral, a Mente forma uma perfeita conexão entre o Espírito e seus quatro veículos, mas é possível que essa conexão se torne falha ou mesmo completamente rompida, e então, sérios transtornos mentais poderão advir. As doenças mentais podem ocorrer na união da Mente descontrolada com o Corpo de Desejos, ou pelo prolongado som violento de uma ou de todas as vibrações astrais, sejam da Lua, de Mercúrio, Urano ou Netuno. Usadas dessa maneira, elas têm o poder de destruir não só a própria Mente, mas também o Corpo Denso, Vital e de Desejos, enquanto que vibrações de baixa intensidade, suaves e rítmicas desses Astros suavizam e curam.
A vibração é vida manifestada, e é a origem de todas as coisas criadas que existem ou sempre existiram. A inércia, seu oposto, resulta em separação, desintegração e deterioração. Música e cor, ambas, são o produto de certos graus do poder vibratório. Os graus vibratórios harmoniosos são saudáveis, criadores e construtivos; os discordantes são destrutivos, fazem perder a integridade e são susceptíveis à dissolução. O som é a origem da cor e tão somente um som claro e melodioso pode produzir uma cor bela, atraente e inspiradora.
O espectro solar reflete sete cores distintas: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta. Existem sete tons produzidos no teclado do piano pelas teclas brancas de uma oitava. Dó corresponde ao vermelho, Ré ao laranja, Mi ao amarelo, Fá ao verde, Sol ao azul, Lá ao índigo e Si ao violeta. Quando uma oitava musical termina, outra começa e progride exatamente com duas vezes mais vibrações que as usadas na primeira oitava, e as mesmas notas são repetidas em uma escala mais delicada. É o mesmo que ocorre com o olho normal: quando essa escala é completada na cor violeta, outra oitava mais delicada de cores, invisíveis, com duas vezes mais vibrações, terá início e progredirá de acordo com a mesma lei. Áries tem a regência geral da cabeça e dos vários órgãos dentro da cabeça e sobre os olhos; mas o nariz está sob a regência de Escorpião. Assim, uma doença de algum desses órgãos, exceto o nariz, será beneficiada pela música tocada suavemente na escala de: Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior). Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Áries são: a dor de cabeça, a nevralgia, o coma e as condições de transe, as doenças do cérebro e hemorragias cerebrais. O tratamento para combater essas doenças é a música tocada suavemente na tonalidade de: Lá bemol Maior (A flat Major ou Ab ou Lab Maior). Touro rege o pescoço, a garganta, o palato, a laringe, as tonsilas, a mandíbula inferior, os ouvidos, a região occipital do cérebro, o cerebelo, a vértebra atlas[40], as vértebras cervicais, as artérias carótidas, as veias jugulares e os vasos sanguíneos menores. A música tocada suavemente na tonalidade de Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior) é de grande benefício quando um desses órgãos começa a mostrar sinais de doença. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Touro são: o bócio, a difteria, a crupe e a apoplexia. Como cada Signo sempre reage sobre o Signo oposto, as aflições em Touro também podem produzir as doenças venéreas, a constipação ou menstruação irregular. Gêmeos rege os braços e as mãos, os ombros, os pulmões, a glândula timo e a caixa torácica superior. Qualquer doença em uma dessas partes pode ser tratada por música tocada suavemente na tonalidade de Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior). Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Gêmeos são: a pneumonia, as doenças pulmonares, a pleurisia, o bronquite, a asma e a inflamação do pericárdio. Música tocada suavemente na nota-chave de Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior) é benéfica para neutralizar a atividade dessas doenças. Câncer rege o esôfago, o estômago, o diafragma, o pâncreas, as mamas, os vasos lácteos, os lóbulos superiores do fígado e o ducto torácico. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Câncer são a indigestão, o gás no estomago, a tosse, os soluços, a hidropisia, a melancolia, a hipocondria, a histeria, os cálculos biliares e a icterícia. Doenças mencionadas sob a regência de Câncer são neutralizadas por música tocada suavemente em Sol sustenido (musicalmente: Lá bemol) Maior[41]. Leão rege o coração, a região dorsal da coluna vertebral, a medula espinhal e a aorta. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Leão são: a regurgitação, a palpitação, os desmaios, o aneurisma, a meningite espinhal, a curvatura da coluna vertebral, a arteriosclerose, a angina do peito, a hiperemia, a anemia e a hidremia. Música tocada suavemente na nota-chave de Lá sustenido (musicalmente Si bemol) Maior[42] traz alívio para quem sofre dessas doenças. Virgem rege a região abdominal, os intestinos grosso e delgado, os lobos inferiores do fígado e o baço. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Virgem produzem: a peritonite, a tênia e desnutrição, a interferência na absorção do quilo, a febre tifoide, a cólera e o apendicite. A melhor música tocada para aliviar qualquer uma das aflições mencionadas é a de Dó natural[43] suavemente executada. Libra rege os rins, as suprarrenais e a região lombar da espinha, o sistema vasomotor e a pele. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Libra são: a poliúria ou supressão da urina, a inflamação dos ureteres, que conectam os rins com a bexiga, a doença de Bright[44], o lumbago, a eczema e outras doenças de pele. A música para o tratamento dessas doenças deve ser tocada suavemente na tonalidade de Ré Maior[45]. Escorpião rege: a bexiga, a uretra, os órgãos genitais em geral, também o reto e o cólon descendente, a flexura sigmoide, a próstata e os ossos nasais. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Escorpião são: o catarro nasal, as adenoides, o pólipo, as doenças do útero e dos ovários, as várias doenças venéreas, o estrangulamento e alargamento da glândula da próstata, as irregularidades da menstruação, a leucorreia, a hérnia, os cálculos renais e a litíase. A nota-chave de Escorpião é Mi Maior[46]. Música tocada suavemente nesse tom dissipa as doenças de Escorpião. Sagitário rege: os quadris e as coxas, o fêmur, o íleo, as regiões do cóccix e sacral da coluna vertebral, as artérias e veias ilíacas e os nervos ciáticos. Música tocada suavemente na tonalidade de Fá Maior[47] é o melhor tratamento quando alguma dessas partes do corpo sofrem das doenças próprias dessas partes. Capricórnio rege: a pele, os joelhos e tem também uma ação reflexa sobre o estômago, que é governado pelo Signo oposto, Câncer. Música tocada suavemente na tonalidade de Sol Maior[48] é melhor para curar as doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Capricórnio, que são: o eczema e outras doenças de pele, a erisipela, a hanseníase e os distúrbios digestivos. Aquário rege: os tornozelos, os membros desde os joelhos até os tornozelos, e tem uma ação reflexa em seu Signo oposto, Leão; daí aflições em Aquário produzirem as varizes, provocar a entorse de tornozelo, as irregularidades da ação do coração e a hidropisia. A nota-chave de Aquário é Lá Maior[49]. Música tocada suavemente nesse tom é melhor para curar as doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Aquário. Peixes governa os pés e os dedos dos pés. Também exerce efeito reflexo sobre região abdominal governada pelo Signo oposto Virgem; portanto, as aflições neste Signo indicam os problemas e as deformações dos pés, as doenças intestinais e a hidropisia; também desejo por bebida e drogas que podem levar ao delirium-tremens. Música tocada suavemente na tonalidade de Si Maior[50] é melhor para as doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Peixes.
O Serviço de cura espiritual da Fraternidade Rosacruz é realizado pelos Probacionistas que trabalham à noite, enquanto estão fora de seus Corpos Densos que ficam adormecidos. Eles são chamados de Auxiliares Invisíveis porque não podem ser vistos pela visão física. Seu trabalho de cura depende dos seguintes fatores principais: o tom do Corpo Vital do paciente e do Probacionista Auxiliar Invisível curador devem estar em perfeita harmonia (isso está sob os cuidados dos Irmãos Maiores).
O Probacionista Auxiliar Invisível, em sua consciência de vigília, deve ter decidido se tornar um Auxiliar para a cura no plano invisível. Esses Auxiliares Invisíveis devem ser Probacionistas, porque ao estarem nesse degrau eles começam a vibrar em uníssono com os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e, a cada manhã, quando realizam seu exercício matinal de Concentração, eles fortalecem essa vibração.
Os Auxiliares Invisíveis são de valor inestimável pela seguinte razão: o Corpo Vital do paciente, sobre o qual os Auxiliares Invisíveis trabalham, tem um tom particular (que é determinado pelo Signo Ascendente), e os Auxiliares Invisíveis são selecionados pelos Irmãos Maiores e enviados para trabalhar nos pacientes cujo grau de vibração, ou tom do Corpo Vital, esteja em perfeita harmonia com o do Auxiliar Invisível. Essa é a chave para o sucesso do trabalho efetuado pelos Auxiliares Invisíveis.
O Probacionista Auxiliar Invisível, em sua consciência de vigília, conformou sua Mente para estar disposto a ser um trabalhador no plano invisível, e estando sintonizado com a vibração dos Irmãos Maiores, estes supervisionam o seu trabalho. Essa é a razão pela qual um (a) enfermeiro (a) Probacionista, em nosso estabelecimento para o tratamento de pessoas que estão convalescendo ou estão doentes (ou enfermo), é de valor inestimável, pois esse (a) enfermeiro (a) está sintonizada tanto com a nota-chave do Corpo Vital do paciente, como com a vibração (o tom) dos Irmãos Maiores, que são os mentores de todo o trabalho espiritual realizado aqui.
Como ninguém nunca se torna um Auxiliar Invisível até que conforme a sua Mente para se tornar um, e uma vez que o desenvolvimento da Mente é o principal trabalho do Período Terrestre, é absolutamente necessário considerarmos como esse desenvolvimento mental é alcançado. Nenhum desenvolvimento espiritual pode ser alcançado sem a ajuda da Mente, pois a Mente é o elo entre o Espírito e seus veículos inferiores. Os poderes do Espírito são desenvolvidos pela essência da alma, pábulo, alimento extraído do Tríplice Corpo; a Mente é o único meio de transmitir essa essência alimentar para o Espírito.
Quanto mais desenvolvida for a Mente, mais eficiente ela se tornará como condutora do pábulo dos três veículos – Corpo Denso, Vital e de Desejos – para o Espírito. No Período Terrestre, os Senhores da Mente irradiaram de si mesmos para dentro dos seres humanos, o germe da Mente. A nota-chave dos Senhores da Mente (Sagitarianos) é Fá Maior. Sua escala tem um bemol, a saber, Si bemol. Qualquer música escrita no tom de um bemol tenderá a influenciar e a desenvolver os poderes mentais da humanidade. Exemplos: America; Work, for the Night is Coming[51]; Where He Leads Me I Will Follow[52].
Os acordes de Fá Maior são:
O Espírito está inteiramente no Mundo Físico enquanto vive sua vida terrena, exceto quando o Corpo está adormecido ou inconsciente por qualquer causa. Durante as horas de vigília, o Espírito está habitando e contatando conscientemente o Mundo exterior por meio do poder da Mente. Quanto mais desenvolvida for a Mente, melhor o Espírito será capaz de contatar o Mundo exterior. No momento atual, a Mente é uma nuvem disforme, que penetra e circunda a cabeça.
A Mente ainda não desenvolveu nenhum órgão. Age como um espelho que reflete o Mundo exterior e capacita o Espírito a transmitir seus comandos por meio de pensamentos e palavras, e compelir à ação. O Espírito gera o pensamento e injeta-o na Mente, a Mente passa-o para os centros cerebrais e estes transmutam-no em incentivos à ação. Entretanto, atualmente, a Mente não está focada de um modo a ser capaz de dar uma clara e verdadeira imagem daquilo que o Espírito imagina. Não está concentrada em um ponto, excluindo todo o resto. Consequência: produz imagens distorcidas e nebulosas.
Daí a necessidade de experiências para mostrar as imperfeições de uma primeira concepção, e em seguida, efetuar novas concepções e ideias, até que a imagem produzida pelo Espírito na substância mental, seja reproduzida na substância física. Na melhor das hipóteses, somos capazes de moldar por meio da Mente apenas aquelas imagens relacionadas à forma, porque a Mente só começou a atuar no Período Terrestre e, portanto, está agora em sua forma ou estágio mineral, daí; portanto estamos limitados às formas minerais em nossas ações.
Podemos imaginar maneiras e meios de trabalhar com as formas minerais dos três reinos inferiores, mas pouco ou nada podemos fazer com Corpos vivos. É certo que enxertamos galhos vivos em árvores vivas, partes vivas de animais ou seres humanos em outras partes vivas, mas não é com a vida que estamos trabalhando; é somente com a forma. Na verdade, estamos fazendo condições diferentes, mas a vida, que já habitou a forma, faz as conexões permanentes e não é o ser humano que faz.
Todas as formas criadas pelo ser humano são inanimadas e, continuarão a ser assim até que a Mente se torne viva – isto é, até que alcance um estágio semelhante ao da planta em seu desenvolvimento. Três das Glândulas Endócrinas estão intimamente ligadas à Mente do ser humano. As sete Glândulas Endócrinas, mencionadas por Max Heindel como as sete rosas na cruz do Corpo Vital, são centros espirituais correlacionados com Netuno, Urano, Mercúrio, Vênus, Sol e Júpiter. Netuno é o regente da Glândula Pineal[53], Urano da Pituitária[54], Mercúrio da Tiroide, Vênus do Timo, Sol do Baço e Júpiter das duas Suprarrenais.
A nota-chave de cada um desses Astros, ao tocar continuamente seu tom, aos poucos está despertando o centro espiritual correspondente à Glândula com o qual está relacionado. Quando o centro espiritual em cada uma dessas Glândulas se tornar desperto e em atividade dinâmica, as sete Glândulas endócrinas conectarão o Espírito ao plano invisível com o qual cada Astro está correlacionado.
O tom de Júpiter, regente das duas suprarrenais, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessas duas Glândulas e, assim, ajudará o ser humano a aprender a lição pertencente à Região Química do Mundo Físico.
O tom do Sol, regente do baço, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessa Glândula e, assim, ajudará o ser humano a aprender as lições pertinentes à Região Etérica do Mundo Físico.
O tom de Vênus, regente da Glândula timo, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessa Glândula e ajudará o ser humano a aprender as lições pertinentes ao Mundo do Desejo. O tom de Mercúrio, regente da Glândula tiroide, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessa Glândula e, assim, ajudará o ser humano a aprender as lições pertinentes ao Mundo do Pensamento.
O tom de Urano, regente do Corpo Pituitário, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessa Glândula e, assim, ajudará o ser humano a aprender as lições pertinentes ao Mundo do Espírito de Vida.
O tom de Netuno, regente da Glândula Pineal, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessa Glândula e, assim, ajudará o ser humano a aprender as lições pertinentes ao Mundo do Espírito Divino.
No progresso evolutivo da humanidade existem, atualmente, quatro classes distintas de pessoas, a saber: os fracassados, que são aqueles que definitivamente fracassaram no esquema atual e terão que voltar ao início (em outro Período de Saturno) e começar tudo novamente; os atrasados, que se trabalharem com afinco o suficiente, terão a oportunidade de alcançar nosso atual esquema de evolução e prosseguir nele; as massas, que estão lentamente aprendendo suas lições e, sem dúvida, serão bem sucedidas; e os pioneiros, aqueles que avançaram e, consequentemente, são a vanguarda da evolução.
Os seres do último grupo estão se tornando instrutores e líderes da humanidade. Os principais, entre eles, são os Irmãos Leigos, os Adeptos e os Irmãos Maiores que compõem os membros das sete Escolas de Mistérios Menores e as cinco de Mistérios Maiores que hoje existem na Terra. No passado longínquo, as principais lições do ser humano estavam relacionadas à construção do Corpo, incluindo os Corpos Denso, Vital e de Desejos, e enquanto realizava esse trabalho, ele era dirigido e ajudado pelas onze Hierarquias Criadoras das ondas de vida que precederam as suas próprias, e pelas mais avançadas pertencentes a ela também.
Do Período de Saturno até a Época Lemúrica do Período Terrestre o ser humano era hermafrodita e capaz de produzir Corpos por meio do duplo poder de sua própria força criadora, isto é, seu poder de atividade germinadora. Ele era insensato e, portanto, fazia seu trabalho de forma automática, estando o Espírito inteiramente fora de seus veículos. Um registro de todo o trabalho feito era fielmente impresso nos Átomos-semente de seus três veículos: Corpos Denso, Vital e de Desejos, que ele então possuía.
Haviam somente três Átomos-semente, um para cada um de seus três veículos, até que lhe foi dado o germe da Mente, o que resultou em quatro veículos e quatro Átomos-semente. Todos os Corpos são construídos por meio do poder incorporado dentro de seu próprio Átomo-semente, que é uma partícula minúscula, invisível e sonora da substância do Espírito, e é propriedade exclusiva daquele a quem foi dada.
Quando os membros da nossa onda de vida progrediram o suficiente para estarem prontos para o próximo passo na evolução, houve uma separação dos poderes positivos e negativos da força da atividade germinadora em cada um deles, sendo que metade dessa força foi dirigida para cima, para construir um cérebro e uma laringe, e o ser humano, então, cessou de ter o poder de produzir novos corpos sem o auxílio de outro ser humano. Na metade da onda de vida, a força vital positiva foi dirigida para cima e, na outra metade, a força negativa foi canalizada para cima. Aqueles em que a força positiva foi dirigida para cima foram chamadas fêmeas, e aqueles em que a força negativa foi voltada para cima, foram denominados machos.
Como resultado, a mulher é positiva no plano mental (Região Concreta do Mundo do Pensamento), e o homem é negativo; enquanto a mulher é negativa no plano físico, o homem é positivo. Uma das razões para construção de um cérebro e de uma laringe era que a humanidade estava prestes a receber o germe da Mente e precisava de um veículo físico com o qual pudesse conectá-lo com o Mundo Físico, pois, o Espírito ainda não havia sido capaz de contatá-lo, exceto em uma consciência de sono com sonhos.
Outra razão foi que a força geradora também tinha que ser elevada à cabeça e os atuais órgãos da geração iam se atrofiar e, gradualmente, se tornarem extintos. O Espírito, então, reproduziria o seu veículo denso através do poder do pensamento e da palavra falada, usando o cérebro e a laringe como seus instrumentos. O Espírito, guiado e dirigido pelos Anjos, construiu o cérebro e a laringe pelo poder do amor. A nota-chave da humanidade é Si Maior (5 sustenidos).
A nota-chave dos Anjos é Lá Maior (3 sustenidos), e a nota-chave dos Senhores da Mente (Sagitário), que irradiaram o germe da Mente de si próprios para dentro de nós, é Fá Maior (1 bemol). Portanto, estas notas-chave, seus acordes e qualquer música escrita na escala pertencente à nota-chave de Fá Maior, Si Maior e Lá Maior ajudarão o desenvolvimento dos poderes da Mente e do cérebro, de maneira que possam expressar as coisas que o Espírito deseja objetivar no Mundo Físico.
Os Senhores da Mente (Sagitário), nota-chave Fá Maior (1 bemol), os acordes e a canção, Nearer, my God, to Thee[55]:
A onda de vida Angélica, nota-chave Lá Maior (3 sustenidos), os acordes e canção, The Home Over There[56]:
A nota-chave da humanidade é Si Maior (5 sustenidos), e os acordes e canção, Star-Spangled Banner[57]:
Músicas escrita no tom de Si Maior (5 sustenidos) é difícil de ser encontrada.
Exemplos de música escrita em Lá Maior (3 sustenidos), nota-chave da onda de vida Angélica) são: Will There Be Any Stars in My Crown?[58], O Think of a Home Over There[59] e O Come All Ye Faithful[60]. Era intenção das Hierarquias Criadoras que quando o cérebro do ser humano estivesse completo, os Senhores de Mercúrio, Irmãos Maiores de nossa atual humanidade que sobressaíram em inteligência, deveriam ensinar a humanidade a usar o cérebro como um veículo da Mente; mas esse plano foi frustrado pelos Espíritos Lucíferos, que eram os atrasados da onda de vida Angélica.
Esses seres de Marte obtiveram acesso ao cérebro do ser humano por meio da medula espinhal, na qual eles, por serem etéricos, entraram; e agora regem o hemisfério esquerdo do cérebro. Esta parte da onda de vida Angélica que manteve seu trabalho na evolução no Período Lunar, desenvolveu o poder de raciocínio e o de obter conhecimento sem o uso de um cérebro; mas os atrasados da onda de vida Angélica, tendo se rebelado contra o plano evolucionário de Jeová, não desenvolveram esse poder.
No Período Terrestre, as condições haviam mudado; para desenvolver o poder da razão e obter conhecimento, era necessário um cérebro para associar os Lucíferos com as atividades do Mundo Físico, a fim de desenvolver neles esse poder. Assim, após a humanidade desenvolver um cérebro, os Lucíferos entrando no canal espinhal da humanidade e, dessa maneira, ganharam acesso ao seu cérebro (que os associou ao Mundo Físico) e assim, atraíram a atenção do ser humano para seu Corpo Denso, do qual não havia ainda tomado consciência, bem como para o Mundo Físico ao seu redor, onde agora iria ganhar conhecimento para progredir em seu desenvolvimento.
Eles assim procederam para que pudessem se beneficiar, pois, estando ligados ao cérebro do ser humano, estavam capacitados a ganhar o conhecimento que o ser humano adquiriu e, assim, evoluir através dele.
Marte trabalha com as forças solares, e seus raios agem diretamente sobre o terceiro poder da humanidade, a atividade. Esses raios, sendo positivos, desenvolvem uma forte constituição, resistência física, energia, coragem e autoconfiança.
Uma das manifestações da atividade é a germinação – uma força vital – na qual os marcianos instilaram intenso desejo e paixão que, por sua vez, despertaram essas emoções na humanidade. Fizeram isso com um propósito egoísta. Os Espíritos Lucíferos deleitam-se com a intensidade de sentimento e desenvolvem-se por meio dessa vibração. A natureza do desejo ou da emoção não tem importância para eles, mas a intensidade sim. Portanto, eles excitam as paixões humanas de natureza inferior, que são mais intensas em nosso atual estágio de evolução do que nossos sentimentos de regozijo ou amor.
De acordo com o exposto, observamos que os Lucíferos se associaram à humanidade por duas razões principais, a saber: para obterem contato com seu cérebro e assim adquirirem conhecimento através de suas experiências no Mundo Físico, e para poderem induzir forte paixão e assim, fazê-la evoluir pela intensidade do sentimento despertado.
O cérebro está dividido em três partes principais: o cérebro (grande cérebro superior), o cerebelo (pequeno cérebro central) e a medula oblongata (pequeno cérebro inferior). O cérebro é usado pelo Espírito para expressar a consciência física e pensamento direto. É o instrumento usado pelo Espírito para expressar seus poderes mais elevados no plano físico – a vontade. O cerebelo é a parte do cérebro que o Espírito usa para realizar a coordenação em relação aos movimentos do corpo, ligando as separadas atividades nervosas a uma ação equilibrada e harmoniosa através do poder unificante da coesão.
O cerebelo está correlacionado ao segundo aspecto do ser humano, o poder do amor-sabedoria. A medula oblongata é aquela parte do cérebro usada pelo Espírito para controlar o batimento cardíaco, a contração dos vasos sanguíneos e a respiração. Sem essa atividade cerebral, os processos da vida física não poderiam continuar. A medula oblongata é, portanto, ligada ao terceiro poder do ser humano, sua atividade em manifestação. O cérebro é permeado pela substância do Corpo Vital, do Corpo de Desejos e pela substância do Pensamento Abstrato e Concreto.
É, portanto, a oficina física particular do Espírito com seu material próprio e com todos os seus vários veículos, convenientemente reunidos e prontos para serem usados. Impressões causadas pelo Mundo exterior atingem o Espírito por meio de um ou dos cinco sentidos físicos, por meio do canal do Corpo Vital.
O Espírito, o ser humano real, é o pensador. O processo de pensar é o seguinte: a vontade desperta a imaginação e visualiza uma ideia composta de substância de Pensamento Abstrato, que permeia o cérebro; essa ideia de Pensamento Abstrato é então projetada pelo poder da vontade na lente da Mente, que transfere a ideia para a substância de Pensamento Concreto contida naquela parte do veículo mental do indivíduo, que permeia o cérebro.
Aqui, a ideia é revestida pela substância do Pensamento Concreto e é agora um pensamento-forma. O pensamento-forma, assim criado, é projetado na substância do Mundo do Desejo, que permeia o cérebro. Essa substância do Mundo do Desejo dá ao pensamento-forma poder para agir, o que geralmente resulta em algum tipo de manifestação. No estudo do pensamento e da Mente, lembremo-nos que o pensamento é um poder do Espírito, e o veículo mental ou Mente – composto de substância do Pensamento Concreto – é o veículo que liga o Espírito ao seu cérebro etérico e físico. O veículo mental está harmonizado com Fá Maior ou um Bemol, e sua escala começa com Fá. O Corpo Vital está harmonizado com Dó natural e sua escala começa com Dó.
O Corpo Denso está em sintonia com Lá Sustenido Maior, que tem dois bemóis. Portanto, toda música escrita nesses três tons tem um efeito decisivo sobre a Mente, sobre o cérebro do Corpo Vital e sobre o cérebro do Corpo Físico, e todos estão intimamente conectados com o Espírito e com o desenvolvimento de seus poderes potenciais que são: vontade (poder do Espírito Divino), amor-sabedoria (poder do Espírito de Vida) e atividade de germinação (poder do Espírito Humano). O pensamento está correlacionado com a vontade, o primeiro poder do Espírito. Ele se expressa primeiro como uma ideia, que ainda não adquiriu forma. Depois o segundo poder do Espírito, o amor, atrai substância do Pensamento Concreto para a ideia e, então, temos um pensamento-forma.
Um pensamento-forma pode ser puramente mental, se não for alterado pelo desejo. No entanto, no nosso presente estágio de evolução, poucos pensamentos estão isentos de algum grau de desejo. O Mundo do Pensamento é o reino da música e o lar da onda de vida Sagitariana, os Senhores da Mente; consequentemente, seria completamente impossível produzir um pensamento-forma separado da música. Quando o pensamento-forma está revestido pela substância de desejo, a cor é acrescentada a ele, uma vez que o Mundo do Desejo é o reino da cor. Para resumir a construção do pensamento-forma: o Espírito desperta sua vontade. O poder da vontade produz uma vibração irradiante, musical, que se manifesta como som. O som produz uma ideia.
A ideia toma forma e um pensamento passa a existir. O pensamento-forma é colorido pela substância do desejo. Uma forma flutuante colorida é produzida. Os pensamentos não são silenciosos. Eles falam em uma linguagem inconfundível e transmitem com muito mais precisão do que com as palavras, e permanecem até que a força que seu criador empregou para produzi-los tenha sido gasta. Como eles soam em um tom peculiar à pessoa que os deu o gerou, é comparativamente fácil para o ocultista treinado descobrir sua procedência, buscando a fonte que os originou. Falta espontaneidade aos pensamentos-forma; eles agem mais ou menos como autômatos. Eles se movem e atuam somente em uma direção, de acordo com a vontade do pensador, que é o poder motivador interno. Quem estudou este assunto, sabe quantas pessoas são ativadas pelos pensamentos-forma que pensam ser delas mesmas, mas que, na verdade, se originaram na Mente de outra pessoa.
É dessa maneira que o que chamamos de opinião pública é formada. Pensadores poderosos que possuem determinadas ideias sobre algum assunto em particular, criam e irradiam pensamentos-forma de si próprios, e outros menos positivos ou simpatizantes à ideia expressa naqueles errantes pensamentos-forma, julgam que os pensamentos se originaram dentro deles e os adotam como seus. Assim, gradualmente, um certo sentimento cresce até que o pensamento original iniciado por um único indivíduo pode se tornar não somente aceito, mas também defendido por toda uma comunidade, um estado ou mesmo uma nação. Pensamentos expressos em palavras faladas se tornam muito mais poderosos, particularmente, se pronunciados por um orador vigoroso.
Os Pensamentos-forma diminuem em poder, na proporção da distância percorrida por eles. A distância percorrida e a persistência que os tornam efetivos dependem da força, da exatidão e clareza do pensamento original. De maneira geral, os pensamentos-forma podem ser agrupados em três classes específicas:
Pensamento-forma construído pela inveja e cobiça
Oração e a Resposta ao Alto
Pensamentos-forma dirigidos a um indivíduo produzem um resultado muito interessante. Ou eles encontram entrada na aura do indivíduo, ou ricocheteiam da aura daquela pessoa e retornam ao remetente. Todo pensamento-forma carrega um determinado grau de vibração, e só pode afetar o indivíduo que tenha uma vibração semelhante. Se um pensamento-forma é gerado por um motivo maligno e é enviado a uma determinada pessoa, se não há nenhuma vibração semelhante dentro da aura dessa pessoa, então ela não pode, de maneira alguma, afetar a aruá dela. Consequentemente, ela retorna ao seu criador, ricocheteando com a mesma força com que foi enviado. Todos os impactos externos alcançam o Espírito de um indivíduo através do Corpo Vital, cujos dois Éteres superiores, o Luminoso e Refletor, formam o Corpo-Alma.
É esse veículo que repele todos os maus pensamentos, contanto que esteja suficientemente organizado, pois age como um bumerangue, isto é, reverte para aquele que enviou o pensamento maligno, com o mesmo mal que desejou provocar na pessoa alvejada. Se os frequentadores de certos tipos de salões de dança, de casas de jogos e lugares similares pudessem ver os enxames de pensamentos-forma arremessando-se de um lado para outro, e ouvir os tons barulhentos, sensuais, insinuantes, emitidos por eles, abandonariam tais lugares tão rapidamente como sairiam de um hospital ou de um edifício infectado pela peste bubônica; e esses lugares devem ser evitados, pois essas vibrações pervertidas só servem para instigar o mal e fortalecê-lo.
Infelizmente, na atualidade, nenhum de nós é completamente bom, e não podemos esconder de nós mesmos o fato que, muitas vezes, o bem que deveríamos fazer, não o fazemos, e os atos maus que deveríamos evitar, frequentemente os praticamos. Com muito mais frequência, nossas boas resoluções não são cumpridas, e agimos erradamente porque julgamos mais fácil ou mais agradável fazê-lo assim; tudo isso realça o fato de que, até certo ponto, somos todos ativados pelo “eu inferior”; isso abre caminho para que os maus pensamentos nos atinjam e procure nos influenciar. A principal questão a ser lembrada aqui é que todo ato, seja bom ou mau, é dirigido pelo pensamento.
Portanto, cada indivíduo está auxiliando no trabalho executado pelas forças do bem ou do mal. Consequentemente, cabe a nós mantermos uma vigilância constante sobre nossos pensamentos, pois se eles são íntegros, nossos atos serão sempre dirigidos para o bem. Existem quatro maneiras pelas quais a Mente, dirigida pelo Espírito, usa o cérebro como um veículo de expressão do pensamento:
O cérebro é construído, praticamente, pelas mesmas substâncias que as outras partes do Corpo, com a adição do fósforo que é uma característica peculiar do cérebro. A proporção e variação que essa substância é encontrada é proporcional ao estado e estágio de inteligência do indivíduo, que supra seu cérebro com essa substância necessária. A maioria das verduras e frutas contém uma certa quantidade de fósforo, que também é encontrado nas uvas, cebolas, sálvia, feijão, cravo da índia, abacaxi e nas folhas e talos da beterraba, da cenoura, da linhaça e nas folhas do nabo. O método para assimilar o fósforo em maior quantidade não é pelo metabolismo químico, mas por um processo alquímico de crescimento da alma.
O fósforo no cérebro é a avenida de ingresso do impulso divino. Literalmente, é o portador da luz, mas não a luz propriamente dita, é aquela luz que vem do Espírito. Consequentemente, à medida que nos tornamos capazes de assimilar aquela substância (fósforo), ficamos plenos de luz e começamos a brilhar internamente. Note, no entanto, que o fósforo é somente um meio físico que capacita a luz espiritual a se expressar utilizando o cérebro físico. A luz, propriamente dita, é o produto do Espírito, e se torna mais intensa com o crescimento da alma, que capacita o cérebro a assimilar uma quantidade crescente de fósforo. O crescimento da alma é conseguido por meio do serviço amoroso e desinteressado para com os outros. A Bíblia declara que, “Pois, quem faz o mal odeia a luz e não vem para a luz <que o revelará>. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus <por uma consciência iluminada>” [62].
Em seguida, vamos ver como a Mente, que é o elo entre o Espírito e o cérebro, pode ser aperfeiçoada:
Pensamentos-forma poderosos, sejam bons ou maus, com muita frequência, se tornam animados por elementais[64] que, por sua natureza, atraem o bem ou o mal para nós, causando um efeito realmente poderoso sobre o nosso bem-estar. Na música, os tons maiores expressam júbilos, alegrias, esperança, satisfação, aspiração, etc.; enquanto os tons menores produzem um lamento de tristeza, um gemido de mágoa, um suspiro de depressão, etc. Naturalmente, os elementais brilhantes e alegres são atraídos pelos bons pensamentos-forma, que são sempre simétricos e vivazes em suas colorações; enquanto os elementais de baixa vibração são atraídos por pensamentos-forma melancólicos, insípidos, repugnantes em forma e sombrios na cor.
Então, eles tocam suas notas-chave individuais no interior da nossa aura, enchendo nossa atmosfera imediata com luminosidade e alegria, ou então, com tristeza, temor, malícia, etc., conforme o caso. Além disso, os elementais desprendem um odor muito particular. Os elementais de escala maior exalam certos perfumes semelhantes àqueles desprendidos pelas flores de cheiro doce. Os de tom menor desprendem um tipo de odor depressivo, debilitante similar àquele do gambá, e alguns deles cheiram quase tão mal quanto corpos em decomposição. Nesses momentos, alguns destes pensamentos-forma são vistos nas auras das pessoas e muitos deles já foram sentidos pelo olfato. Eis um fato que vale a pena saber. Pensamentos-forma são mantidos vivos e fortalecidos pela repetição dos mesmos pensamentos, os quais originalmente os construíram.
Pensamento-forma originado por uma bênção
Se os pensamentos não são repetidos, as formas gradualmente se desintegram e os elementais, que os animam, vão para outro lugar onde estabelecerão morada. Portanto, nós temos isso em nosso poder para nos livrarmos de ambos: tanto dos pensamentos-forma como dos elementais que não desejamos que permaneçam ao nosso redor. O medo, a preocupação, a melancolia, as queixas, as manifestações temperamentais, etc., podem encher tanto uma aura com visões e cheiros desagradáveis, que pode tornar uma pessoa um incômodo público. À luz do que foi dito, é fácil compreender porque a presença de algumas pessoas nos encorajam, enquanto outras causam um efeito desanimador aos que entram em contato com elas.
Não devemos pensar que todos os pensamentos-forma que vibram em tons maiores ou menores são animados por elementais, mas alguns deles certamente são e quando um elemental anima um pensamento-forma, se sua própria vibração for maravilhosa, alegre e vibrante, o pensamento-forma vibra em um tom maior. No entanto, se sua vibração for sombria, melancólica, morosa, triste, deprimida, é atraída para pensamentos-forma que vibram em um tom menor. Tudo isso está em harmonia com a lei cósmica de que semelhante atrai semelhante. Assim, é evidente que todo indivíduo tem dentro de si uma galeria de imagens e um instrumento musical muito complexo. Na verdade, ele leva consigo duas distintas galerias de imagens: uma no Átomo-semente do seu Corpo Denso e a outra em sua aura.
A primeira galeria mencionada ele é capaz de esconder dentro de si próprio, mas a segunda está à vista de todos os clarividentes que são capazes de ver as auras e os pensamentos-forma. A qualidade do instrumento musical do ser humano depende do seu estágio de desenvolvimento. Os elementais, como vimos, respondem a um único tom, seja maior ou menor. O ser humano, por outro lado, se tornou capaz de responder a sete tons distintos, representados pelos sete tons da escala musical, ou seja, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, e muitas de suas variações, tanto na escala maior, quanto na menor. Sabemos que a aura é composta dos veículos Vital, de Desejos e Mental. Cada aura tem uma cor básica.
Max Heindel afirma que a cor básica do americano (raça branca) é laranja. A cor, no entanto, varia continuamente de acordo com o estado emocional do ser humano. Por exemplo, tomemos um indivíduo belicoso que está tentando incitar uma greve em uma indústria. Naturalmente, ele está muito excitado, e embora a cor básica de sua aura seja laranja escura, essa cor, naquele momento, irá ser substituída por uma tonalidade escarlate brilhante. O contorno de seu Corpo de Desejos será como o corpo de um porco espinho, com seus espinhos saindo em todas as direções, prontos para atacar. Pensamentos de medo e preocupação dão à aura uma cor cinzenta, semelhante ao aço. Aqueles que possuem tais auras são chamados de homens ou mulheres de aço.
Eles têm medo de milhares de coisas que nunca acontecem, cristalizando uma armadura ao seu redor que parece protegê-los de interferências externas, mas que, na realidade, encerram os próprios pensamentos-forma perturbadores dentro de sua própria aura e lá são alimentados e avivados por cada pensamento semelhante gerado por eles. Tais auras estão afinadas em um tom menor, que soa como uma canção triste que pode ser sentida pelas pessoas sensitivas e, frequentemente, leva algum tempo para que elas se livrem do sentimento de depressão que isso gera. Essa barreira áurica saturnina é tão forte que é preciso um choque violento para rompê-la; às vezes, é até necessário retirar tais pessoas de seu antigo ambiente e colocá-las em outros lugares totalmente diferentes.
Pensamento-forma originado pelo medo
Elas parecem estar dentro de uma concha, por assim dizer, e suas conchas saturninas precisam ser quebradas para podermos ter acesso a essas pessoas e tirá-las de seu estado deplorável. Muitas vezes, um susto repentino pode formar essa concha instantaneamente, como frequentemente acontece durante batalhas terríveis. Então, a vítima entra em estado de choque, o que na verdade é, na maioria dos casos, o repentino medo sofrido pela vítima ofendem certos nervos, resultando em uma ausência do poder de coordenação, necessário para pensar claramente, deixando a pobre vítima tão incapaz de se ajudar, como seria incapaz de fugir se estivesse trancada em uma cela de prisão.
Há ocasiões em que outro forte choque pode quebrar a concha e restabelecer a ordem e o ritmo harmonioso no desordenado sistema nervoso. Mais uma vez, o tempo sabe fazer o ajuste necessário. Toda vez que pensamentos de preocupação e medo são aceitos, eles diminuem a vibração de todos os veículos do indivíduo, o que tende a congelar as correntes do Corpo de Desejos e a construir uma concha azul de aço, na qual a pessoa que, habitualmente, alimenta o medo e a preocupação, algum dia se encontrará isolada do amor, da compaixão e da ajuda de todo o mundo. Portanto, devemos nos esforçar para sermos bem-dispostos, mesmo sob circunstâncias adversas, caso contrário, estaremos na séria condição descrita acima.
Podemos observar, pelo que foi dito, que existem diferentes graus nos quais esse envoltório da concha pode ser cristalizado e o correspondente alívio pode ser dado; mas a única segurança positiva reside em jamais permitir que isso se inicie. O efeito do medo e da preocupação sobre o Corpo de Desejos é diferente de todas as outras emoções. Geralmente, a emoção tende a excitar o Corpo de Desejos e a formar suas correntes em algum padrão específico, que persistem até que essa emoção cesse. O efeito da preocupação no Corpo de Desejos pode ser comparado à água que está prestes a se congelar sob uma temperatura em declínio. O medo pode ser comparado a essa mesma água quando congelou, pois, as correntes do Corpo de Desejos estão quase imóveis e é praticamente impossível despertar qualquer outra atividade emocional nelas.
Não há nada mais eficaz quanto uma música alegre para elevar a vibração das vítimas que estão com medo e preocupadas, pois é necessária uma vibração acelerada para dissolver a concha de aço, construída por elas mesmas. Nenhum indivíduo consegue permanecer melancólico por muito tempo, se seu ser estiver inundado por música inspiradora. Outro tipo de pensamentos-forma assustadores de se ver são os criados pela raiva, ódio, ira, fúria, cólera, etc. Esses pensamentos-forma produzem correntes vermelhas sinuosas no Corpo de Desejos, cheias de objetos pontiagudos, semelhantes a adagas que se contorcem e se retorcem, e finalmente explodem na aura, enchendo-a de formas rodopiantes de uma cor vermelha escura e sombria. A raiva desperta a vibração do Corpo de Desejos sem que o veículo tenha controle de si mesmo, causando uma ruptura temporária entre o Ego e a Mente de um lado, e o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e Corpo Denso, de outro.
Todos os tipos de música marcial são dominados pelo ritmo e tendem a excitar o Corpo de Desejos em atividades erráticas. A música onde a melodia e a harmonia predominam são as adequadas para acalmar o Corpo de Desejos, quando esse está recebendo estímulos nocivos e restitui-lo à normalidade. Maus pensamentos-forma, na aura, têm um movimento centrífugo. Bons pensamentos-forma têm um movimento centrípeto. Tanto os bons como os maus, geralmente, são compostos em tons maiores, exceto os de melancolia, depressão, medo, preocupação, tristeza, etc., que são em tons menores, na sua expressão.
Como os pensamentos-forma de cada indivíduo são compostos de acordo com a sua nota-chave particular, tempo virá em que seremos capazes de descobrir o criador de cada pensamento-forma que contatamos, por meio do próprio tom específico. Na verdade, como afirma a Bíblia, as coisas que nos parecem estar ocultas serão proclamadas, não do alto dos telhados, mas da nossa própria aura individual.
O pensamento pertence ao mais alto poder do Espírito, que é a vontade. Portanto, à medida que os poderes potenciais da vontade se desenvolvem, assim também acontece com o poder do pensamento; e tempo virá em que o ser humano, por meio do poder de pensamento e da imaginação, será capaz de criar coisas por meio da palavra falada. Todas as coisas na natureza foram criadas por meio da Palavra de Deus, que se fez carne. O som (a música), ou pensamento falado, será a próxima força da humanidade em manifestação, uma força que fará da humanidade seres humanos criadores como Deus.
No entanto, esse passo para frente não pode ser realizado até que o desenvolvimento do ser humano na escola da vida o tenha preparado para usar esse enorme poder para o bem de todos, independentemente do interesse próprio. Portanto, é extremamente necessário que cada indivíduo aprenda, por si mesmo, como realizar esse desenvolvimento da maneira mais rápida e segura. O ser humano tem conhecimento do método, mas depende especificamente dele se colocará isso em prática ou não. Os poderes potenciais do ser humano, o Espírito, são: a Vontade, que é o poder de fazer, instigar a ação; Amor-Sabedoria, que é, conjuntamente, o poder de atração, coesão e união e Atividade, que é o poder da germinação, criação e desenvolvimento.
Um dos maiores auxiliares do Espírito, no desenvolvimento de seus poderes potenciais para a eficiência dinâmica, é a música, pois manifesta esses mesmos poderes de Deus em um estado aperfeiçoado. Seu poder da vontade está expresso na melodia, seu poder de Amor-Sabedoria está expresso na harmonia e seu poder de Atividade está expresso no ritmo. O poder do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com a Vontade, e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de sua vontade. O Espírito de Vida do ser humano está correlacionado com o Amor-Sabedoria e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de suas potencialidades de Amor-Sabedoria.
O poder do Espírito Humano do ser humano desenvolve sua habilidade para criar. O poder ou a Vontade do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com o Corpo Denso, e o poder do Espírito Humano está correlacionado com o Corpo de Desejos. Isso fornece três fontes diretas, das quais o Espírito obtém ajuda no desenvolvimento de seus poderes potenciais. Não há ajuda maior no desenvolvimento dos poderes potenciais do Espírito do que a música, pois ela é composta das três partes, que a correlacionam aos poderes potenciais do Espírito.
A boa música eleva a vibração de cada uma das fontes de desenvolvimento do Espírito, a saber, o Espírito Divino, o Espírito da Vida, o Espírito Humano e o elo da Mente, que conecta o Espírito aos seus Corpos: Denso, Vital e de Desejos. O despertar da vibração dessas sete fontes de poder desenvolve os poderes do Espírito. Porém, a chamada música discordante reduz suas vibrações, e a continuação desse tipo de música resultará na perda de poder e desintegração dos quatro veículos inferiores. Faremos, a seguir, um resumo da causa e de como a música ajuda a desenvolver os poderes potenciais do Espírito: a nota-chave do Espírito Divino é Lá sustenido Maior (musicalmente, Si bemol Maior, escrita na escala com cinco bemóis) e qualquer música escrita nesse tom ajuda a desenvolver o poder do Espírito Divino, despertando-o de um estado comparado à dormência.
Os acordes dessa escala são encontrados no Capítulo VI: Abide with Me[65] e Onward Christian Soldiers[66] são dois hinos bem conhecidos e escritos no tom de Si bemol Maior. A nota-chave do Espírito de Vida é Sol sustenido Maior (musicalmente, Lá bemol Maior (A flat Major ou Ab ou Lab Maior), escrita na escala com quatro bemóis). A música escrita nessa escala ajuda a desenvolver os poderes do Espírito da Vida, despertando-os para a atividade. Os acordes de Sol sustenido Maior (musicalmente, Lá bemol Maior (A flat Major ou Ab ou Lab Maior)) são dadas no Capítulo VI. Já o Corpo Denso ou Físico de cada indivíduo vibra em uníssono com a vibração da onda de vida de Leão. Portanto, a nota-chave do Corpo Denso é Lá sustenido Maior (musicalmente, Si bemol Maior) e toda a música escrita nesse tom ajuda a desenvolver o Corpo Denso do ser humano.
Os principais acordes de Lá sustenido Maior (musicalmente, Si bemol Maior) são encontrados no Capítulo VI. Como foi dito anteriormente, o germe do Corpo Denso foi dado à humanidade pela onda de vida de Leão; e como esse germe carregava a vibração da nota-chave de Lá sustenido Maior (musicalmente, Si bemol Maior) daquela onda de vida, o Corpo Denso ou físico de cada indivíduo vibra em uníssono com a vibração da onda de vida de Leão. Portanto, a nota-chave do Corpo Denso é Lá sustenido Maior (musicalmente, Si bemol Maior) e toda a música escrita nesse tom ajuda a desenvolver o Corpo Denso do ser humano. O germe do Corpo Vital foi dado à humanidade pela onda de vida de Virgem.
Consequentemente, o Corpo Vital vibra com a nota-chave dessa onda de vida que é Dó natural. Toda música cuja nota-chave é Dó natural ajuda a desenvolver os poderes do Corpo Vital. Os acordes de Dó natural são encontrados no Capítulo VI.
O germe do Corpo de Desejos foi uma dádiva da onda de vida de Libra e carrega a vibração de Libra que é sintonizada em Ré maior. Portanto, toda música escrita nesse tom ajuda a desenvolver os poderes do Corpo de Desejos. Os acordes de Ré maior são encontrados no Capítulo VI.
O germe da Mente foi dado à humanidade pela onda de vida sagitariana e, portanto, vibra na sua nota-chave, que é Fá Maior. Toda música escrita na tonalidade do Fá Maior ajuda a desenvolver os poderes da Mente, cujo desenvolvimento é uma das maiores realizações a serem alcançadas durante a presente Época Ária. Muitas das músicas escritas nesse tom, são, particularmente, canções populares e religiosas; duas delas são: Work, for the Night I Coming[67], e America, My Country, ‘Tis of Thee[68]. Os acordes de Fá Maior são encontrados no Capítulo VII. A música contém dentro de si os três grandes poderes primários de Deus: Vontade, Amor-Sabedoria e Atividade; e são esses poderes dinâmicos combinados que têm sido usados pelo Criador desde o início da manifestação.
São João, o grande revelador, cita que no princípio era o Verbo; e Max Heindel afirma que foi o majestoso ritmo da Palavra de Deus que transformou a substância primitiva, Arche, nas numerosas formas que compõem o mundo dos fenômenos; e além disso, que essa Palavra de Deus ainda soa para manter as órbitas em marcha e para impeli-las à frente em seus caminhos circulares; e que a Palavra Criadora continua a produzir formas de eficiência cada vez maiores como um meio de expressar a vida e a consciência. É a enunciação harmoniosa das sílabas consecutivas na Palavra Criadora Divina que marca os estágios sucessivos no desenvolvimento, tanto do mundo quanto do ser humano; e quando a última sílaba for soada e a Palavra completa pronunciada, a humanidade terá alcançado o grau mais próximo da perfeição, tanto quanto é possível no atual esquema de evolução.
Todo o Sistema Solar é um vasto instrumento musical, fato este conhecido por todos os estudantes ocultistas avançados. Eles percebem que os doze semitons na escala cromática estão correlacionados com os doze Signos do Zodíaco, e que as sete teclas brancas, ou tons inteiros, no teclado do piano estão correlacionados com os Sete Espíritos diante do Trono, comumente designados como: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano, que trabalham por meio das vibrações enviadas por eles mesmos. O ocultista avançado estabelece uma relação entre: os Signos do Zodíaco, a caixa de ressonância da harpa cósmica e os sete Planetas para com as cordas, cujos planetas emitem sons diferentes à medida que passam pelos vários Signos Zodiacais e, portanto, influenciam a humanidade de várias maneiras.
Um fato surpreendente, até desconhecido e não percebido, é que cada indivíduo é, em si mesmo, um instrumento musical, onde várias partes de sua composição total estão correlacionadas, através de tons vibratórios, aos Sete Espíritos diante do Trono e aos doze Signos do Zodíaco, todos os quais são guiados e dirigidos pelo Criador do nosso Sistema Solar. É por essa razão que a música é um fator de grande poder no desenvolvimento das potencialidades do ser humano. Sem isso, não poderia haver manifestação e, portanto, nenhum progresso. Aqui encontramos a razão oculta para a admoestação dos iluminados: “Homem, conhece a si mesmo”. Assim que cada indivíduo chegar à compreensão consciente de sua verdadeira natureza, ele possuirá a chave de todo o progresso futuro.
Quando a Luz sua face radiante revelou,
E, em seu abraço o mundo acalentou,
Quando no espaço os Planetas a girar,
Esta canção o coro celestial cantou:
“Oh sagrada vibração! Oh divina lei!
Todo propósito e todo o poder é vosso,
A vida para sempre vai continuar”.[69]
FIM
[1] N.T.: No Mundo do Pensamento
[2] N.T.: Ludwig van Beethoven (1770-1827) foi um compositor alemão, do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e o Romantismo (século XIX). É considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos.
[3] N.T.: Wolfgang Amadeus Mozart, batizado Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart (1756-1791) foi um prolífico e influente compositor austríaco do período clássico.
[4] N.T.: Wilhelm Richard Wagner (1813-1883) – maestro, compositor, diretor de teatro e ensaísta alemão
[5] N.T.: Franz Liszt (1811-1886) foi um compositor, pianista, maestro e professor e terciário franciscano húngaro do século XIX. Seu nome em húngaro é Liszt Ferenc.
[6] N.T.: Frédéric François Chopin, também chamado Fryderyk Franciszek Chopin (1810-1849), foi um pianista polonês-francês radicado na França e compositor para piano da era romântica. É amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos pianistas mais importantes da história.
[7]N.T.: É um gênero musical norte-americano que teve seu pico de popularidade entre os anos 1897 e 1918.
[8] N.T.: gênero e forma musical originado por afro-americanos no extremo sul dos Estados Unidos em torno do fim do século XIX. O gênero se desenvolveu a partir de raízes das tradições musicais africanas, canções de trabalho afro-americanas, spirituals e música tradicional. O blues incorporou spirituals, canções de trabalho, canto de campo, ring shout, chant e baladas narrativas simples e rimadas.
[9] N.T.: uma manifestação artístico-musical originária de comunidades de Nova Orleans, nos Estados Unidos. Tal manifestação teria surgido por volta do final do século XIX na região de Nova Orleans, tendo origem na cultura popular e na criatividade das comunidades negras que ali viviam, um de seus espaços de desenvolvimento mais importantes.
[10] N.T.: é um estilo de jazz que foi muito popular na década de 1930, usualmente arranjado para grande orquestra dançante, caracterizado por uma batida menos acentuada que a do estilo tradicional do Sul dos EUA, e menos complexo, rítmica e harmonicamente falando, do que o jazz moderno.
[11] N.T.: um tipo de dança popularizado nos Estados Unidos no início do século XX, e está associado a vários tipos de danças do balanço, como o Lindy Hop, Jive e Leste Coast Swing.
[12] N.T.: representa uma das correntes mais influentes do Jazz.
[13] N.T.: Benjamin “Benny” David Goodman (1909-1986) foi um clarinetista e músico de jazz norte-americano.
[14] N.T.: Coreia reumática de Sydenham (do grego khorea, dança) ou a dança de São Vito é um distúrbio neurológico que afeta a coordenação motora de 20 a 40% dos portadores de febre reumática; mais frequente entre meninas e/ou crianças e adolescentes.
[15] N.T.: Harry Aaron Finkelman (1914-1968), mais conhecido pelo nome artístico Ziggy Elman, era um trompetista de jazz americano, associado a Benny Goodman, embora também liderasse seu próprio grupo conhecido como Ziggy Elman e Sua Orquestra.
[16] N.T.: Gene Krupa (1909-1973) foi um influente baterista de jazz e compositor estadunidense, famoso por seu estilo enérgico e extravagante.
[17] N.T.: Localizada nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo.
[18] N.T.: Também conhecido como: Bulbo raquidiano, bolbo raquidiano, medula oblongata, medula oblonga ou simplesmente bulbo é a porção inferior do tronco encefálico, juntamente com outros órgãos como o mesencéfalo e a ponte, que estabelece comunicação entre o cérebro e a medula espinhal. A forma do bulbo lembra um cone cortado, no qual a substância branca é externa e a cinzenta, interna. É um órgão condutor de impulsos nervosos.
[19] N.T.: brancas: teclas brancas do piano; pretas: teclas pretas do piano
[20] N.T.: Ou telencéfalo: conhecido informalmente como o cérebro, que envolve todo o córtex cerebral (fina capa de tecido cinzento, arrugado em estrias e dobras), o hipocampo e os gânglios basais.
[21] N.T.: o piano é o instrumento que preenche quase todo o espectro de frequência, e é um dos únicos!
[22] N.T.: 5+2=7
[23] N.T..: 1+2+4=7
[24] N.T.: 7+2=9
[25] N.T.: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano
[26] N.T.: As notas musicais são: DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI; que na notação inglesa é C – D – E – F – G – A – B, respectivamente.
[27] N.T.: Dó sustenido, Do# ou C#.
[28] N.T.: Dó bemol, Dob ou Cb.
[29] N.T.: Alma Emocional, Alma Intelectual e Alma Consciente, respectivamente.
[30] N.T.: Dó, Réb, Ré, Mib, Mi, Fá, Solb, Sol, Láb, Lá, Sib, Si
[31] N.T.: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si
[32] N.T.: também chamados de Senhores da Chama.
[33] N.T.: de autoria desconhecida, datada de cerca de 1372.
[34] N.T.: de autoria de Edward Perronet (1726-1792), compositor inglês.
[35] N.T. de autoria de Robert Grant (1779-1838) que foi um advogado e político inglês.
[36] N.T.: referindo-se ao hemisfério norte.
[37] N.T.: Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy conhecido como Felix Mendelssohn (1809-1847) foi um compositor, pianista e maestro alemão do início do período romântico. Algumas das suas mais conhecidas obras são a suíte Sonho de uma Noite de Verão (que inclui a famosa marcha nupcial), dois concertos para piano, o concerto para violino, cerca de 100 Lieder, e os oratórios São Paulo e Elijah entre outros.
[38] N.T. Cantam anjos harmonias (Hark! The herald angels sing). Famosa em português: Eis dos anjos, a harmonia! / Cantam glória ao Rei Jesus. / Paz aos homens! Que alegria! / Paz com Deus em plena luz.
[39] N.T.: na notação inglesa: C – D – E – F – G – A – B; e na alemã: C – D – E – F – G – A – H
[40] N.T.: Atlas é a primeira vértebra cervical e também a primeira das 33 vértebras da coluna vertebral.
[41] N.T.: em inglês G sharp major e A flat major, respectivamente
[42] N.T.: em inglês A sharp major e B flat, respectivamente
[43] N.T.: em inglês: C
[44] N.T.: é um termo antigo que já não é usado nos nossos dias, mas que enaltece o médico e cientista que a estudou e descreveu pela primeira vez, Richard Bright. Hoje falamos de insuficiência renal crónica (IRC).
[45] N.T.: em inglês: D major
[46] N.T.: em inglês: E major
[47] N.T.: em inglês: F major
[48] N.T.: em inglês: G major
[49] N.T.: Em inglês: A major
[50] N.T.: Em inglês: B major
[51] N.T.: um hino escrito em Fá maior: Letra de Anna Louisa Walker Coghill (1836-1907) e música de Lowell Mason (1792-1872)
[52] N.T.: um hino escrito por: Ernest W. Blandy, 1890
[53] N.T.: Também conhecida como conarium, Epífise cerebral ou simplesmente pineal.
[54] N.T.: Também é conhecida como Corpo Pituitário, Hipófise e Glândula mestra.
[55] N.T.: um hino cristão do século 19, composto por Sarah Flower Adams, baseado em Gn 28:11-19, a história do sonho de Jacó.
[56] N.T.: um hino cristão de DeWitt Clinton Huntington, de 1873.
[57] N.T.: é o hino nacional dos Estados Unidos. A letra da canção foi escrita em 1814 por Francis Scott Key.
[58] N.T.: um hino cristão escrito por John R. Sweney, 1897.
[59] N.T.: um hino cristão escrito por DeWitt Clinton Huntington, 1873.
[60] N.T.: um hino cristão atribuído a John Francis Wade.
[61] N.T.; também chamado de nervo vago, nervo vagal ou nervo parassimpático. Trata-se de um nervo muito longo e localizado de cada lado do organismo, percorrendo do crânio até o abdômen.
[62] N.T.: Jo 3:20-21
[63] N.T.: do Esquema de Evolução, detalhados no Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz.
[64] N.T.: onda de vida sub-humana.
[65] N.T.: um hino cristão criado pelo escocês anglicano Henry Francis Lyte, em 1847.
[66] N.T.: um hino inglês do século XIX, escrito por Sabine Baring-Gould e música de Arthur Sullivan, em 1865.
[67] N.T.: um hino cristão criado por Mrs. Harry Coghill, escrito em 1854.
[68] N.T.: um hino cristão criado por Samuel Francis Smith, escrito em 1832.
[69] N.T.: do poema Song of Life de Edson B. Russell.