Em razão de nossa dual natureza, espiritual e humana, não podemos ainda, infelizmente, manter um permanente contato com Deus, através de nossa Divina Centelha. Mas, nem por isso devemos cruzar os braços admitindo, antecipadamente, a derrota, sob a justificativa de que o caminho é muito longo e difícil. Temos orientação segura, amorosa e desinteressada na Fraternidade Rosacruz. Arregacemos as mangas e tratemos, sob tal orientação, de dispor os tijolinhos de nossos pequenos e continuados esforços, com a argamassa do amor, para a, pouco e pouco, edificarmos nosso templo interior.
Não importa que ao nosso redor muitos corram na louca ânsia de sorver os prazeres do mundo: a indigestão os fará retornar aos alimentos sadios. Deus não tem pressa. Ninguém se perderá. Através de sábias leis, lenta e seguramente, Ele promove a elevação de suas células espirituais. Todos os caminhos conduzem a Roma. Cabe-nos escolher.
Atendemos bem para isto: o segredo está no acúmulo persistente de pequenas conquistas. Mais vale um grama de realidade do que um quilo de sonhos. Aspirar e não realizar é incompleto. Deus desejou criar o Universo; idealizou-o e depois o Verbo se fez carne. Fazer é crescer. A fé, sem obras, é morta. E quem cresce pode melhor servir. E quem melhor serve, mais recebe para dar.
O desenvolvimento espiritual se realiza assim. Devagar e sempre. Lembra Max Heindel: “é, comparativamente, mais fácil realizarmos uma grande proeza num impulso de heroísmo, do que vencermos as pequenas batalhas das dúvidas, das condescendências próprias, dos descuidos. Os que o conseguem são os verdadeiros heróis anônimos, reconhecidos por Deus”.
De fato! Podemos ter momentos de elevação e de contato com nossa Deidade Interna, nas reuniões de Fraternidade e nos exercícios e preces que realizamos em casa. Mas, e os intervalos? Quando deixamos o altar de nossas consciências, e voltamos ao trabalho do mundo, continuamos, na presença de nosso Cristo ou dele nos despedimos, furtando-nos a seus penetrantes olhos, por que somos obrigados a agir como homens e mulheres comuns?
Aqui está o segundo ponto, prolongamento do primeiro: para haver pequenos e continuados esforços espirituais, devemos vigiar e orar, ou seja, orar sem cessar, isto é, manter atitude mental, comportamento emocional e coerência em atos íntegros no mais puro sentido do termo, servos de Deus; expressão de Sua Vontade em nós. E se achamos que nossas atividades não nos permitem agir dessa maneira, oremos para que Deus nos inspire a encontrar outro caminho. Estamos nos justificando pelo desejo de lucro ilícito? Não temos convicção bastante para afirmar nossa lealdade espiritual, sem perder de vista a prudência com as fraquezas humanas? Temos receio de iniciar outra atividade mais afim a nosso ideal Cristão?
Mas nem sempre é esse o caso. A vida moderna reconhece cada vez mais a necessidade de lealdade e lisura nas relações humanas. Ao contrário, o ser humano correto e prudente é sempre respeitado e fatalmente guindado a postos de confiança.
O problema está nas negligências, nas condescendências, para sermos agradáveis aos outros. As palavras que falamos na vida diária, no lar, no trabalho, no lazer, nas rodas de piadas, quando estamos aborrecidos ou irados, são essas palavras que nos traem e comprometem muito mais do que pensamos, porque as palavras têm poder.
Stephen Vicent Benét nos exorta: “a vida não é perdida quando morre o corpo, senão nos minutos, dias e anos preenchidas de pequenas e descuidadas falhas”. No Livro dos Provérbios, Salomão admoesta: “a língua dos sábios produz a cura. Quem guarda a sua boca, conserva a vida. Mas a boca do tolo é sua destruição.” (Pb 12:18-19).
Na Época Lemúrica, pelo poder da palavra moldávamos os corpos dos animais e vegetais. Desde o mais remoto passado o ser humano temeu a maldição e desejou bênçãos. Os braceletes atuais são reminiscências de objetos que no passado as pessoas usavam no braço, no pulso, com inscrições de palavras edificantes e protetoras, tiradas de seus livros sagrados.
Não importa se os outros nos percebem: se pensamos, se sentimos erroneamente, já pusemos em ação uma força modeladora de algo desagradável. Foi isso que inspirou alguém a dizer: “Ó Deus, ajuda-me a tornar doces e edificantes os meus pensamentos, sentimentos e palavras, porque um dia terei de engoli-los…”.
Meditemos muito nisso. Fazer um pouco por dia, todos podemos! Vigiar e orar é buscar manter uma unidade ativa coerente com a vontade de nosso Cristo Interno.
Talvez na ausência dessa prática resida a explicação de nosso lento evoluir espiritual.
Nesse caso, comecemos agora mesmo, segundo o conselho de São Paulo Apóstolo: “Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4:22-24).
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1969 – Fraternidade Rosacruz –SP)
À primeira vista, é evidente que há algo de errado ou estranho com os horóscopos desses trigêmeos, porque seria natural ver o grau mais baixo de um Signo no Ascendente no momento em que o primeiro nasceu e, então, os outros dois deveriam nascer com graus gradualmente mais altos desse Signo no Ascendente; mas aqui é diferente. Leão, está no Ascendente, a 8 graus, quando o primeiro nasce; depois, temos Leão está no Ascendente, a 3 graus, para o segundo e Leão no Ascendente a 5 graus, no caso do terceiro. Isso dá uma rápida impressão de que quem calculou esses horóscopos deve ter cometido um erro grave, porque se eles estiverem certos, o primeiro trigêmeo deve ter nascido aproximadamente vinte e quatro horas antes dos outros dois, o que seria uma ocorrência bastante incomum, para dizer o mínimo.
O mistério se aprofunda quando olhamos para a Lua no horóscopo do primeiro trigêmeo e a comparamos com o lugar da Lua nos horóscopos dos outros dois. Nos dois últimos horóscopos, a Lua está até mais de 26 graus à frente quando comparada com o primeiro horóscopo e seriam necessários pelo menos dois dias para ela viajar essa distância.
Assim, é evidente que, se o horóscopo do primeiro trigêmeo estiver correto, ele deve ter nascido aproximadamente dois dias antes dos outros, uma condição quase inacreditável. No entanto, esse é o fato! O primeiro trigêmeo nasceu em 22 de setembro de 1915, às 1h50. O segundo nasceu em 24 de setembro de 1915, às 1h15 e o terceiro nasceu dez minutos mais tarde.
Assim, os horóscopos mostrados aqui são astronomicamente corretos e, como resultado, há uma diferença nos horóscopos. O primeiro tem todos os Signos Fixos nos ângulos, enquanto os outros apresentam uma mistura de Signos Fixos e Cardeais. No primeiro, Áries e Libra estão interceptados na 3ª e na 9ª Casas. No segundo, Gêmeos e Sagitário estão interceptados na 6ª e na 12ª Casas. No terceiro, Touro e Escorpião estão interceptados na 4ª e na 10ª Casas.
Isso proporcionará uma diferença muito considerável na vida dessas crianças, porque quando os Signos estão interceptados com Astros neles, os efeitos que de outra forma seriam significativos, em grande parte, permanecem latentes.
O segundo e o terceiro são prodígios musicais, porque o Sol, Vênus e Mercúrio estão no Signo da voz, que é Libra. Sol e Vênus fazem Sextil com Netuno. Esses dois Astros também fazem Sextil com Netuno no horóscopo do primeiro, mas como Vênus e Mercúrio estão interceptados aqui esse trigêmeo terá imensa dificuldade em expressar essa faculdade tão bem quanto seu irmão e sua irmã.
A posição e o Aspecto da Lua foram particularmente afetados pelo atraso de dois dias, no caso do segundo e terceiro trigêmeos; isso causa uma grande diferença na vida dos três. No caso do primeiro, a Lua está em Trígono com Saturno e Marte, mas nos outros a Lua está em Quadratura com Saturno. Isso proporcionará ao primeiro, que tem o Trígono, características em ser muito diplomático em relação ao seu ambiente, enquanto os outros poderão ser mais diretos e francos. Assim, o primeiro trigêmeo poderá discutir determinado assunto e suas observações serão muito bem recebidas; contudo, se o segundo disser a mesma coisa em outras palavras, a ofensa será tomada; mas por causa da interceptação de Saturno (no terceiro horóscopo) ele não criará tanta agitação como o terceiro trigêmeo, que provocará a inimizade secreta das pessoas com quem entrar em contato: irão se opor a ela por princípio. O Trígono entre a Lua e Saturno proporcionará ao primeiro uma popularidade e capacidade de ser bem-sucedido. Ele avançará no mundo, mas trabalhará muito para isso.
Não é um favoritismo imerecido que traz o primeiro trigêmeo para frente. Os outros, no entanto, podem trabalhar tão arduamente quanto ele, mas terão uma imensa dificuldade para serem tão bem-sucedido nesse particular, o que também será justo, pois eles serão muito mais egoístas e relutantes em obedecer aos outros do que o primeiro. Em dois outros departamentos da vida, a diferença de sexo será um fator determinante na maneira como esses Aspectos da Lua afetam nossos trigêmeos. A saber: a saúde e o casamento.
A Lua é o significador da saúde no horóscopo da mulher, regulando o fluxo menstrual etc., enquanto o Sol é o significador da saúde do homem. Por outro lado, no caso do casamento, a Lua feminina significa a esposa para o homem, enquanto o Sol masculino significa o marido para a mulher. Assim, nesses horóscopos, a Quadratura de Saturno com a Lua indica que o menino, o segundo trigêmeo, tende a ter uma grande dificuldade no casamento e a maioria dos seus problemas virão dessa fonte, se ele fizer alguma união conjugal.
Os mesmos Aspectos no horóscopo do terceiro trigêmeo, que é uma menina, nada têm a ver com casamento, mas afetarão gravemente a saúde, causando indigestão, dores de cabeça e problemas com o fluxo menstrual; enquanto o primeiro trigêmeo será fornecido um extremo benefício pelo Trígono da Lua com Saturno em seu horóscopo, no que diz respeito à saúde e à digestão.
O atraso de dois dias também mudou o Aspecto astrológico entre a Lua e Urano, dois Astros que formam Sextil no horóscopo do segundo e terceiro trigêmeos. Isso proporcionará a esses dois muito mais intuição e inspiração do que no outro. Provavelmente eles desenvolverão a faculdade da psicometria e no caso do menino (segundo trigêmeo), com certeza, proporcionará uma imensa facilidade em se especializar em eletricidade, por conta disso.
Não foi o nosso propósito aqui fazer uma leitura regular desses horóscopos, mas apenas ilustrar a diferença que o atraso incomum resultou, no caso do segundo e terceiro trigêmeos. Ela poderia facilmente ter sido muito maior, supondo que o primeiro tivesse nascido seis, doze ou dezoito horas antes do seu irmão e irmã; ou trinta, trinta e seis, quarenta e duas horas antes; então, a posição das Casas teria sido totalmente mudada e a vida dessas três crianças teria sido totalmente diferente.
No entanto, mesmo a diferença de sexo entre o segundo e o terceiro proporcionará a eles uma experiência variada, como parcialmente mostrado em nosso delineamento. Mas há algo mais a ser dito a esse respeito, do ponto de vista oculto, algo que deve ter a atenção dos médicos, pois tem uma influência enorme na vida das crianças, embora isso não seja totalmente compreendido.
Todos concordamos que seria absolutamente errado se um médico apressasse alguém, que estivesse prestes a morrer, a cruzar a soleira entre esse mundo e o outro. Um médico pego cometendo tal ato seria condenado ao ostracismo pela profissão, seu negócio seria arruinado e, provavelmente, ele seria indiciado por assassinato. No entanto, não é diferente quando um médico apressa o nascimento de uma criança, pois se deve entender que ninguém pode matar a vida. O médico que fornece a um moribundo uma dose excessiva de morfina, por exemplo, só o está levando mais rápido para o outro mundo – os Mundos invisíveis –; assim, do mesmo modo é o obstetra que usa instrumentos ou drogas para apressar o nascimento de uma criança, um Ego que vem dos Mundo invisíveis, para o nosso lugar de habitação atual.
Quando entendemos que a composição química da atmosfera muda a cada minuto; que as vibrações astrais, prevalecentes neste momento, não se repetirão por, em torno de, 25.868 anos (o tempo que o Sol leva para dar uma volta no Zodíaco, por Precessão dos Equinócios); que essa mistura, carregada com as vibrações astrais e peculiares ao momento em que a criança faz sua primeira respiração completa, automaticamente marca cada átomo do pequeno corpo sensível da criança e imprime nela o horóscopo, de modo que, em todos os anos após isso, a criança responderá ao raio de Marte, do Sol ou de qualquer outro Astro que estiver em determinada posição quando o horóscopo foi marcado, então nós poderemos enxergar a causa para o fato de que certas pessoas não parecem se encaixar em seus ambientes — elas foram trazidas às pressas para o mundo, sob uma vibração astral que não era de forma alguma destinada a elas.
No caso desses trigêmeos, a Sra. Lundstead, a mãe, foi atendida por sua tia, que atuava como enfermeira e parteira. Ela deixou a natureza seguir seu curso. Se esse método fosse seguido pelos obstetras, haveria menos desajustados no mundo. Algum dia, quando aprendermos a lei e a guardarmos em nosso coração, saberemos como fornecer o verdadeiro auxílio e a diminuir o sofrimento que tantos de nós causamos aos outros.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro/1916 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Mercúrio é o mais sensível de todas as vibrações dos Astros. Isto significa que ele é o mais afetado pelo Signo em que se encontra. Ambos os Signos de sua regência são comuns: Gêmeos e Virgem. Mercúrio como intelecto não é emocional. Pela regência do Signo ele é a raiz de padrões de relacionamentos fraternais, e a duplicidade de sua natureza aflora claramente na natureza de Urano, Regente do Signo da nona Casa de Gêmeos (quando Gêmeos está no Ascendente, então Aquário estará na nona Casa, cujo Regente é Urano), o qual é o símbolo da bipolaridade criadora.
O intelecto é também uma faculdade bipolar porque ambos os sexos devem exercitá-la em toda existência. Essa faculdade não é masculina e nem feminina, mas tão pouco é peculiar a um ou outro. Uma das evidências da fusão de polaridade é o desenvolvimento e exercício do intelecto por nós quando renascemos aqui como mulheres, assim como o cultivo da afabilidade e delicadeza no trato constitui um aprimoramento da nossa natureza quando renascemos aqui como homens. A Mente deve exercitar-se na coordenação e expressão dos poderes da emoção, do sentimento e do desejo em todas as oitavas evolutivas.
Mercúrio representa, como faculdade da razão, a consciência por meio da qual se aprende a Lei de Causa e Efeito. A Mente consciente observa o mundo material, de onde se desenvolve uma consciência da exteriorização de causas internas. Na mitologia o alípede Mercúrio era o mensageiro dos deuses para a humanidade. O termo “Os Deuses” é simplesmente uma fórmula simbólica de referir-se aos princípios de vida. Quando nós emergimos de uma pura reação de sentimentos, preparamos o caminho para retirar nossa consciência do mundo material e dos princípios que este expressa e por meio dos quais funciona.
Aprendemos sobre uma ação quando percebemos seu efeito; aprendemos acerca de nossa própria consciência como fonte de todas nossas ações e expressões. Se somos avessos à força da razão – se é que alguém pode sê-lo completamente –, então recusamos a descobrir a nossa consciência à voz de Mercúrio. Se assim procedemos não analisamos e não relacionamos as nossas ações com os efeitos produzidos. Não estudamos as coisas e as outras pessoas como manifestação da lei, não nos integramos, portanto, na forma. Permanecemos num torvelinho desenfocado de reações emocionais, sem controle e sem direção. As Quadraturas entre os Astros e Mercúrio representarão a potencialidade para sermos irrazoável.
Tenha isto em sua Mente quando analisar o seu tema astrológico utilizando a Astrologia Rosacruz. Mercúrio é o meio pelo qual aprendemos a desintegrar as obstruções e a concretizar ideais!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1975 – Fraternidade Rosacruz – SP)
(Revista Serviço Rosacruz – 07/75 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Para entrar na Sala Oeste propriamente dito também há um véu que pende. Essa Sala Oeste do Santuário,também é chamada de Santos dos Santos (Sanctum-Sanctorum).
Vimos, anteriormente, que o véu na entrada do pátio exterior e o véu em frente à Sala Leste do Tabernáculo eram confeccionados em quatro cores – azul, vermelho, púrpura e branca. Porém, o segundo véu, que dividia a Sala Leste do Tabernáculo da Sala Oeste, diferia em relação à caracterização dos outros dois. Foi forjado com as figuras dos Querubins. Só que agora os Querubins não segurava mais em suas mãos a espada flamejante (como era quando fomos expulsos do Jardim do Éden); em lugar dela, segurava uma flor, um símbolo pleno de significado místico. Vamos a ele:
Se compararmos o ser humano com a flor perceberemos, então, a grande importância e significado desse emblema: A flor, contém o órgão gerador da planta. Seu verde pedúnculo leva a seiva, o sangue vegetal, incolor e sem paixão. Realiza a fecundação da maneira mais pura e casta. Seus órgãos reprodutores são projetados para cima, para o Sol. É um espetáculo de rara beleza ! Já, nós, os seres humanos revestimos nosso amor de paixão e temos os nossos órgãos sexuais, utilizados na geração, voltados para a terra, escondendo-os com vergonha devido a essa mácula de nossa paixão. Nós nos alimentamos pela boca e na direção de cima para baixo. A planta recebe alimento pelas raízes, forçando-o para cima. Por fim, nós exalamos o mortífero dióxido de carbono (CO2), enquanto a planta inala esse veneno, transmuta-o e devolve o puro, doce e perfumado oxigênio (O2).
Lembrando, então que no Livro do Gênesis encontramos a descrição da expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden por eles terem comido do fruto proibido da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. Em conseqüência de seu pecado, os Querubins montam guarda diante do portão, brandindo uma espada flamejante para impedir que o ser humano, por meio do acesso à Árvore da Vida, possa adquirir os segredos do Corpo Vital e aprender, desse modo, a imortalizar sua imperfeita forma física. Agora, no segundo Véu (aquele que dá acesso à Sala Oeste), os Querubins não seguram mais em suas mãos a espada flamejante. Em lugar dela, segura uma flor, um símbolo pleno de significado místico, como vimos. Isso retrata a conquista de um Iniciado, cujo corpo está misticamente descrito como um jardim florido. Nesse jardim, os dois principais centros de flores são o coração, a estrela diurna do corpo, e a glândula pituitária, o mais elevado dos dois centros espiritualizados da cabeça. E para chegarmos a isso temos que praticar a pureza nos nossos pensamentos, sentimentos, palavras e atos. E como iniciamos isso? Parando de gerar destino ruim. Praticando os exercícios descritos na última parte do Conceito. Persistência, persistência e persistência. Eis a chave para a nossa conquista!
Examinemos o segundo recinto do Tabernáculo, a sala ocidental, chamado de Santíssimo ou Santo dos Santos (Sanctum Sanctorum). Atrás do segundo véu, nessa segunda sala, nenhum mortal poderia passar a não ser o Sumo Sacerdote e, mesmo assim, era permitido a ele entrar somente uma vez por ano, a saber, no Yom Kippur, no Dia da Expiação, e somente após a mais solene preparação e com o maior reverente cuidado. O Santo dos Santos era revestido com a solenidade de outro mundo; estava repleto de uma grandeza sobrenatural. O Tabernáculo inteiro era o santuário de Deus, mas, aqui nesse local estava a certeza absoluta da Sua presença, a morada especial da Glória Shekinah, e qualquer ser mortal tremia ao se apresentar dentro desses recintos sagrados, como deveria acontecer com o Sumo Sacerdote, no Dia da Expiação.
A Sala Ocidental do Tabernáculo era tão escura como os céus quando o luminar menor, a Lua, está no lado ocidental dos céus, ao entardecer, junto com o Sol; isto é, na Lua Nova, que inicia um novo ciclo em um novo Signo do Zodíaco.
A Sala Oeste é o umbral da Libertação. Através dele, seremos conduzidos a reinos mais elevados, onde um maior desenvolvimento anímico poderá ser conseguido alcançar.
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Você já pensou no porquê de algumas pessoas serem pobres e outras serem ricas; alguns serem deformados, outros serem bonitos; alguns serem azarados, outros serem muito sortudos; alguns serem doentes e outros serem dotados de boa saúde? Você já tentou encontrar uma razão para essa falta de igualdade que se manifesta no mundo? Surpreende você o fato de alguns membros da família humana estarem habitando em corpos negros, outros, em corpos marrons e ainda outros, em corpos brancos? Você já levou em conta a existência dos homens da floresta da Austrália, os pigmeus da África, os esquimós da Groenlândia ou os índios primitivos selvagens da Patagônia?
Esses quebra-cabeças e inúmeros outros foram apresentados a você para solução? Caso sim, qual é a sua resposta?
Por que existem alguns pobres e outros ricos? Alguns doentes e outros em plena saúde? Alguns com Mentes comuns e outros com mentalidades brilhantes? E então? Você já parou para pensar por que estamos todos aqui, qual é o significado da própria vida fugaz? Suponha que você faça essas perguntas a seus amigos, tabule suas respostas e compare-as. Seria um experimento interessante. Alguns diriam que os pobres são pessoas indigentes e os ricos são pessoas econômicas. Outros lhe responderiam que os pobres são natural e justamente azarados e os ricos são sortudos.
Outros lhe dirão que é errado perguntar sobre as condições do mundo de Deus; que o Criador, em sabedoria, ordenou tais coisas e que, por natureza elas devem ser corretas; e ainda outra explicação poderia ser dada, que Deus é responsável por tudo o que é bom, e um ser repreensível comumente conhecido como o diabo é a causa de tudo o que é mau. Há muitos que olhariam para você com olhos cansados e diriam que nada sabem; que os problemas da vida são muito profundos e complicados para serem resolvidos; que os cristãos ortodoxos não satisfazem seu senso de razão; que as conclusões dos ateus os deixaram horrorizados; e, consequentemente, devem ser lançados ao mar, sem saber para onde ir. Se Deus é justo, por que Ele favorece alguns de Sua criação e não outros? Se ele não é justo, então ele certamente não é Deus. Por outro lado, se Deus não existe, então como o mundo veio à existência e tudo o que nele há?
Existe uma resposta para esses vários problemas que se apresentam às Mentes dos homens pensantes, bem como às mulheres de hoje, uma resposta que seja lógica, que resista ao teste da razão? Certamente há uma resposta.
A teoria materialista como postulada pelos ateus nunca pode ser satisfatória para a humanidade. Quando a Mente humana exauriu a ciência, o laboratório e a química retruca em seu desejo de buscar aquele algo intangível que anima a forma humana, e não o tendo descoberto, por despeito declara que o que se busca tão diligentemente é algo ilusório e que nada mais é do que certas correlações da matéria, designadas como Mente, e que perece quando o corpo se desintegra. Porque alguns indivíduos possuem uma qualidade melhor dessas “certas correlações” (Mente) do que outros, essa teoria não tenta explicar.
A teoria postulada pelos teólogos ortodoxos é um pouco melhor. Afirma que todas as coisas vivas foram criadas por Deus e têm apenas uma vida terrena para viver e que somente o ser humano foi dotado de um Espírito que é imortal; que, independentemente da condição em que nasceu, ele é responsável pelas dívidas contraídas durante a vida, e que sua felicidade ou miséria, após a morte, por toda a eternidade, é determinada por suas ações durante o curto período de vida que ocorre entre o nascimento e a morte. Os animais, as plantas, em suma, tudo o que existe, supostamente foi criado para sua conveniência e uso expressos.
É de admirar que a pessoa que realmente pensa agora também rejeite essa teoria e, finalmente, decida se entregar por enquanto a todas as coisas prazerosas que o ajudam a esquecer que um dia terá que enfrentar a morte, que na melhor das hipóteses é um mergulho no escuro?
Felizmente, há outra teoria, uma teoria que se baseia na verdade. É conhecida pelo nome de Renascimento. A doutrina do Renascimento postula um processo lento de desenvolvimento alcançado com persistência constante por meio de repetidas encarnações em formas ou corpos mais eficientes. Por meio desses processos, todos os seres criados, com o tempo, desenvolverão suas potencialidades latentes em poderes divinos.
O Deus do nosso universo criou Ondas de Vida, e os seres pertencentes a cada onda particular de vida não se cruzam com os dos outros. As Ondas de Vida com a qual estamos mais familiarizados são a mineral, a vegetal, a animal e a humana. Cada Onda de Vida é composta de muitos Espíritos Virginais potencialmente dotados de todos os poderes de seu divino Criador, e os seres de cada Onda de Vida finalmente alcançarão a divindade. Cada Onda de Vida se desenvolverá de acordo com sua natureza inerente. Os seres que pertencem à Onda de Vida dos Anjos nunca se tornarão Arcanjos. Eles alcançarão a divindade trabalhando em uma linha diferente de desenvolvimento. Nós nunca nos tornaremos Anjos; nosso desenvolvimento será totalmente diferente. Os animais nunca serão seres humanos como nós, embora passem por um estado que chamamos de “humanidade”, aqui conceituado como o ponto mais denso pelo qual uma Onda de Vida passa durante esse Esquema de Evolução.
Nunca fomos animais e, no entanto, passamos por um estado chamado de “animal”. Da mesma forma, as plantas passarão por um estado “animal” em um período posterior e os minerais atingirão o estado “vegetal”. Em nenhum caso, porém, serão do mesmo tipo que nossos animais e plantas de hoje. Cada Onda de Vida tem seu método de desenvolvimento separado e distinto; porém, no final, os Espíritos Virginais que compõem esta onda alcançarão a perfeição, pois este é o único objetivo da evolução.
Agora vejamos como a teoria do Renascimento responde aos problemas da vida.
Por que algumas pessoas são ricas e outras pobres? Cada vida é um dia na grande escola de Deus. Alguns de nós estão aprendendo um tipo de lição e alguns de nós estão aprendendo outras. Aqueles que são pobres em uma vida estão aprendendo lições sobre o valor real de certos confortos; lições inventivas que ensinam da melhor maneira como obter o máximo benefício com o mínimo de esforço. Eles estão aprendendo a planejar e apreciar tudo o que possuem.
Aqueles que têm riquezas estão aprendendo qual é o real valor delas. Eles estão aprendendo seu real poder de compra; se isso pode trazer felicidade ou dor, bem como exaltá-los ou degradá-los; seja isso uma benção ou uma maldição. Eles estão aprendendo que as riquezas às vezes podem comprar a honra dos homens e a virtude das mulheres; que possam resultar em sua própria queda, mas que as coisas que são realmente valiosas para o Espírito nunca podem ser compradas. Em última análise, todas as pessoas confiantes no valor do dinheiro devem aprender a lição de que são apenas administradores de suas posses e que cabe a elas usar sabiamente e bem o que lhes foi confiado.
Por que alguns têm Corpos Densos deformados? De um modo geral, nenhum Espírito pode habitar um corpo melhor do que aquele que aprendeu a construir em suas vidas anteriores; mas o seguinte é a exceção à regra; no que diz respeito às anormalidades e deformidades físicas, a regra parece ser que a indulgência nas paixões durante uma vida reage sobre o estado de espírito em uma existência posterior; e o abuso de poderes mentais durante uma vida leva a deficiências em vidas subsequentes. Por outro lado, uma bela forma denota que seu dono fez um trabalho especializado na construção do corpo em vidas anteriores; às vezes em detrimento dos processos mentais as pessoas que aqui apresentam problemas são aquelas que deliberadamente negligenciaram suas oportunidades em vidas anteriores. Eles agora são privados de todas as coisas que uma vez obtiveram facilmente, para ensiná-los a apreciar as vantagens quando vierem novamente. O ser humano tido como “sortudo” em uma vida aprendeu que o que parece ter sido tão fácil para ele nesta vida é na verdade um prêmio de mérito.
O indivíduo cujo Corpo Denso está doente quebrou as Leis da Natureza nesta vida ou em qualquer vida passada e está pagando a penalidade. O ser humano saudável prestou muita atenção à formação perfeita de seus órgãos no passado.
O Renascimento responde inteligentemente a todas as desigualdades na vida. As condições em que encontramos muitos são o resultado composto de nossos esforços passados ou da falta deles. Cada ser humano é uma soma exata de todas as suas atividades passadas e não a vítima de um Deus caprichoso ou um planejador do mal. Não temos ninguém para culpar, a não ser nós mesmos, se estragamos as coisas. Se não estamos satisfeitos com a vida que encontramos, agora é a hora de começar a preparar um ambiente melhor para as vidas futuras; e se estivermos realmente bem despertos e sinceramente desejando o final, será possível modificar nosso ambiente na presente encarnação.
O ser humano inteligente hoje não se satisfaz mais com trivialidades na busca da verdade em relação à vida. Por isso, pedimos a cada leitor que procure uma solução para os muitos problemas que a vida nos apresenta. Aplique esta chave mestra, Renascimento, e prove por si mesmo a eficácia de sua verdade.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Há momentos em que o Cristo Interno nos fala e dispomo-nos a ouvi-Lo, intimamente ajoelhados, a Personalidade apequenada em sua justa posição de serva, momentos sublimes! Banhamo-nos num indizível sentimento de convicção de todas as possibilidades divinas latentes, de todo o bem que nos está sendo oferecido, pela simples aceitação de Sua Vontade, pela entrega incondicional de nossa vida a Ele, pela disposição sincera de seguir-Lhe os princípios. Como, então, se nos incendeia o ser, inconformado e triste, ante as limitações que nossa natureza humana interpõe à divina Graça! É um gemido de nosso Ego à lentidão da caminhada, à estagnação da graça que não flui, sua mágoa ao ver os divinos talentos expostos na vitrine do personalismo, à admiração pública.
A Voz, suave e marcante nos exorta:
“Não te nego nada. Jamais te neguei. Se mais não tens é porque não dás. É mister que minha graça jorre de ti, em serviço amoroso, silencioso, e altruísta, para que renoves a provisão, com os juros do bom emprego que dela fizeste. Sou a videira verdadeira e tu, as varas. Se estás ligado e te abres a mim, minha seiva fluirá através de ti e se manifestará em rosas de virtudes em frutos suculentos de meu corpo e de meu sangue, para teu alimento e de todos os que ajudares, em meu nome. Aquele que não comer de meu corpo e não beber de meu sangue não tem parte comigo. Mas cuida bem de não te envaideceres quando atribuírem a ti a qualidade e origem de meus frutos, principalmente quando já forem mais abundantes e saborosos que no comum das pessoas. As tentações espreitam em cada curva da escalada. Quanto mais sobes, tanto maior é a queda, mais deprimente a sensação do tombo, mais aguda a fome da alma, que se segue, mais contundente o contraste, entre a confusão que se estabelece, então, em teu íntimo, e a paz que anteriormente gozavas. Mais ainda, quando caias, estarei contigo, sofrerei contigo, sentindo, entretanto, a necessidade da poda, para que frutifiques mais. E ainda que demores, aguardo que busques arrependido, para então reconfortar-te através de verdes brotos, esperançosos de uma nova primavera. Só virará fracasso se deixares de lutar. Quando levantares terás tu a consciência aumentada, poderás ligar a causa ao efeito, abrirás caminho para meu cumprimento e encontrarás nova disposição para aplicares a experiência em mais altas e seguras realizações.
E chegará o tempo, eu te espero sempre, em que aprenderás pelo meio mais fácil, da Observação e do Discernimento, principalmente ouvindo a intuição que te mando.
Então verás a razão de tudo, um movimento meu, crescendo, enquanto, seus orientadores me ouvem e a mim te ligam, outro movimento, sempre conduzido, porque seus responsáveis dizendo trabalhar para mim, fecharam as portas a meu suprimento, preferindo recebê-lo de seus recursos personalistas. Então verás como a tua palavra terá mais força de persuasão, terá espírito, poder de cura, terá essa faculdade de induzir ao íntimo de todos, minha mensagem, quando falas comigo e por mim. Contrariamente constatarás que teu personalismo te envaidecerá, tornar-te-ás exigente, crítico, intolerante, tirar-te-á este meu dom de te relacionares eficientemente com os outros, despertando-lhes e aproveitando-lhes o que tem de bom, em minha vinha.
Não há fugir, meu filho, aquilo que fizeres a um de meus pequeninos, a Mim o farás. Se não amas e não serves a teus irmãos, jamais poderás amar-Me e servir-Me. Eu Sou o espírito em ti e neles. Quando os amas, em verdade Me amas. Busca-Me em todos e achar-Me-ás, se o fizeres com amor. Eis o segredo do êxito na divulgação da minha obra. É desse modo que poderás ajudar a unir e estabelecer minha família universal.
“Abre-me, pois, a tua porta, para que eu entre e em ti faça morada. Ao girares a maçaneta de tua liberdade, ligarás ao mesmo tempo o interruptor de tua personalidade à minha Luz. Terás, então, consciência de Mim, e dirás também: ‘Não sou eu quem faço as obras, mas o Pai em Mim, não sou mais eu quem vivo, mas o Cristo em Mim’.”
(publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Cristo foi o Grande Pastor, mas chamou Seus Discípulos para serem “pescadores de homens”, pois o Sol, por Precessão, estava saindo do Signo do Carneiro e entrando no de Peixes, o Signo dos peixes.
Por conseguinte, uma nova fase da Religião Ária estava começando.
O Novo Testamento, pois, não menciona o Touro ou o Carneiro, mas inúmeras são as referências aos peixes.
Também encontramos a Virgem Celestial proeminente, e a espiga de trigo de Virgem é o Pão da Vida, a ser conseguido somente por meio da pureza imaculada.
Por isso Cristo alimentou a multidão com peixes (Peixes) e pães (Virgem).
A Religião do Carneiro haveria de se projetar durante a passagem do Sol por Precessão através do Signo de Peixes, os peixes. É a Religião Cristã.
Essa profecia vem se cumprindo, pois, durante os mais de 2.000 anos que passaram; desde o nascimento de Jesus, a Religião ocidental tem sido ensinada por sacerdotes celibatários, os quais adoram uma virgem imaculada, simbolizada pelo Signo celestial de Virgem, o Signo oposto a Peixes.
Já nos quinhentos anos, aproximadamente, que faltam para a Era de Aquário introduzir-se definitivamente, nós faremos, com toda probabilidade, grandes progressos tanto vencendo a luxúria da carne quanto a vontade de se alimentar dela.
Pois Virgem, a imaculada virgem celestial, e as espigas de trigo contidas no Signo mostram esses dois ideais como proveitosos ao crescimento anímico na era atual.
Júpiter, o Planeta da benevolência e da filantropia, Regente de Peixes, tem sido um fator proeminente na promoção do altruísmo durante os dois últimos milênios.
Isso tudo começou lá atrás, ao findar a Época Atlante, quando o Sol, por Precessão, deixou o Signo de Touro e entrou em Áries (o Cordeiro). A humanidade entrou, então, na Época Ária que compreende as Eras de Áries, Peixes e Aquário.
Cristo surgiu na Era de Peixes e a lição que trouxe foi a do Amor, o que ainda deverá ser devidamente aprendido na Era seguinte – a de Aquário.
Por isso ele é que nos está ajudando a entrarmos na Era de Aquário, a Era da Fraternidade Universal.
Os seres humanos mais avançados já estão sentindo o impulso em direção a esses ideais.
Há muitas parábolas que Cristo nos deixou sobre como trabalhar na Era de Peixes para alicerçar o nosso desenvolvimento oculto.
Uma delas é a da casa sobre a rocha e a casa sobre a areia:
“Todo aquele que ouve essas minhas palavras e as põe em prática será comparado a um homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha.
Por outro lado, todo aquele que ouve essas minhas palavras, mas não as pratica, será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia.
Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande sua ruína!”. (Mt 7:24-28)
Que as Rosas floresçam em vossa cruz
Max Heindel
Quando Cristo esteve diante de Pilatos, esse Lhe fez uma pergunta que tem sido repetida por todas as eras desde que o ser humano começou a buscar conhecimento sobre o problema cósmico, a saber: “o que é a Verdade?“. A Bíblia responde à pergunta dizendo que: “Tua palavra é Verdade”. E, quando nós nos voltamos para o maravilhoso primeiro capítulo do místico Evangelho Segundo São João, lemos que “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus; e nada do que tem sido feito foi feito sem Ele, n’Ele havia a Vida”. Assim, temos um maravilhoso alimento para meditação a partir desses significados e relações de sinônimo entre as palavras Verdade, Deus e Vida.
Um grande obstáculo para a maioria dos que buscam a verdade é que eles procuram encontrar uma fé que seja entregue “de uma vez por todas”, completa e imutável. Falham em ver que a Verdade é a Palavra de Deus. A primeira sílaba do decreto criador foi proferida no início da Evolução e cada uma das suas palavras, desde então, tem soado para nossa elevação, como as palavras de uma frase que lentamente revelam o significado projetado pelo orador.
A nota-chave de todo avanço ainda está soando; enquanto toda a Palavra não tenha sido proferida, a sentença não estará completa e a Verdade não estará revelada a nós em Sua plenitude, até que nossa própria trilha de desenvolvimento espiritual nos tenha dado o poder de espírito necessário para entender a Verdade final.
Logo, vemos que a grande Palavra criadora da Verdade e da vida está reverberando no universo hoje, mantendo e sustentando tudo o que é e nos revelando a medida tão grande da Verdade quanto agora somos capazes de compreender. É dever nosso procurar entender essa Verdade divina da melhor maneira possível para que possamos vivê-la e nos encaixar no Plano Divino; também devemos manter nossas Mentes em um estado de flexibilidade para que, à medida que visões maiores e mais nobres da Verdade se desdobrem diante de nossos olhos espirituais, possamos estar preparados para assumir o novo, deixando o velho para trás, como o Náutilos mencionado por Oliver Wendell Holmes, que constrói sua pequena câmara, uma um pouco maior do que a anterior e assim por diante, até que finalmente deixe a casca superada e parta a uma nova evolução. Portanto, que esse também seja nosso o esforço:
Ó minha alma, constrói para ti mansões mais majestosas
Enquanto as estações passam ligeiramente!
Abandona o teu invólucro finalmente;
Deixa cada novo templo mais nobre que o anterior,
Com cúpula celeste com domo bem maior,
E que te libertes decidida, largando tua concha superada nos agitados mares
desta vida!
Em cumprimento a essa política divina de adequar a Verdade à nossa capacidade de compreensão, diferentes Religiões foram fornecidas à humanidade em vários momentos, cada uma adaptada àquela classe específica de pessoas que devessem crescer com ela. Para os chineses veio o Confucionismo; aos indianos foi ensinada pela primeira vez a doutrina da Trindade na Unidade: Brahma, Vishnu e Shiva — o Criador, o Preservador e o Destruidor eram aspectos de uma Deidade que a tudo incluía, análoga ao nosso próprio Pai, Filho e Espírito Santo. Depois veio o Budismo, que tem sido chamado de Religião sem Deus, porque enfatiza particularmente a responsabilidade do ser humano por suas próprias condições.
Não pergunte algo aos deuses indefesos com oração ou hino,
Nem os suborne com sangue, nem alimente com frutas ou bolos.
Dentro de vocês, a libertação deve ser buscada,
Cada homem que sua prisão faz,
Cada um tem poderes como os mais altos,
Não com deuses ao redor, acima, abaixo,
E com todas as coisas e tudo o que respira
Aja com alegria ou desgraça.
Como o Hinduísmo afirma a existência do poder divino acima do ser humano, o Budismo afirma a divindade do próprio ser humano. Também descobrimos que Moisés, o líder divino que guiou seu povo para a mesma conquista, enfatizou isso de maneira semelhante, no chamado “Cântico de Moisés”, onde chama a atenção dos hebreus para o fato de que já tinhamsido liderados pelos poderes divinos, mas depois receberam a escolha, a prerrogativa de poder moldar seu próprio destino.
Contudo, ele também lhes disse que seriam responsabilizados pelas consequências de seus atos sob as leis outorgadas por seu governante divino, mas daí em diante invisível. Gradualmente, outras Religiões evoluíram no Egito, na Pérsia, Grécia e em Roma; também os países escandinavos do Norte receberam um sistema religioso prenunciando, em grande parte, a Religião mais recente e sublime de todas; a saber, a Religião ocidental — o Cristianismo.
Acabamos de celebrar o final do drama cósmico, que se repete anualmente; sendo seu começo o nascimento místico do Cristo no Natal e a morte mística na Páscoa, o seu fim. Pouco antes do ato final do drama, a crucificação, como retratada nos Evangelhos, encontramos o Cristo participando da Última Ceia com Seus Discípulos. Afirma-se que Ele pegou o pão, partiu-o e lhes deu para comer, dizendo: “Este é o meu corpo”. Ele também pegou o “vinho” e todos beberam do sangue místico. Então veio a injunção que iremos observar particularmente: “Façam isso em memória de mim, até que Eu venha”.
Ele também afirmou isso e nesse mandamento depositou a base do Cristianismo: “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o coração, toda a mente e ao próximo como a ti mesmo”. É fácil ir à mesa do Senhor nos domingos para comer ou beber com Ele; no entanto, e infelizmente, quão difícil é carregar Sua cruz na segunda-feira, negando a nós mesmos para servir e ajudar os outros. Agindo assim, mais do que merecemos a acusação do poeta: “a desumanidade do ser humano para com o próprio ser humano produz incontáveis lamentações”.
A pergunta “O que é o amor?” parece difícil de responder. O maravilhoso 13° capítulo da Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios nos fornece uma ideia; porém é bastante abstrata e, logo, precisamos de algo mais concreto para que possamos trabalhar e trazer a nossas vidas. Tomemos, portanto, como ilustração o amor fraterno em uma família. Nela, os filhos são dos mesmos pais e, portanto, pertencem a um relacionamento real de sangue entre irmãos. Dentro do círculo familiar podemos encontrar um excelente material para nos orientar em relação ao círculo maior da comunhão humana.
Uma das evidências mais impressionantes é que embora, às vezes, irmãos e irmãs discordem e briguem entre si, o amor ainda permanece e eles defenderão alguém da família, se ofendido, tão prontamente quanto qualquer outro também da família. Quando um é atacado, parece agir como apelo ao resto para reunir-se ao resgate e sempre fazem isso, em uma família normal. Se um membro da família comete ato vergonhoso, seus irmãos e irmãs não o publicam nem se alegram com o seu infortúnio, procurando, contudo, encobrir seu erro e achar justificativas, porque sentem uma unidade com ele.
Assim também nos sentiríamos em relação à família maior, se estivéssemos imbuídos do senso Cristão de amor. Procuraríamos desculpar os erros daqueles que chamamos de criminosos, ajudá-los, reformar e não retaliar; além disso, deveríamos sentir que sua desgraça também seja, em realidade e verdade, parcialmente nossa. Quando um de nossos compatriotas consegue um feito notável, sentimos que tenhamos o direito de desfrutar de suas honras. Apontamos com orgulho para todos os filhos notáveis de nossa nação e, em nome da consistência, sentimos vergonha daqueles que falharam devido às condições da família nacional, já que somos verdadeiramente responsáveis por sua queda, talvez até mais do que pelas honras daqueles que as alcançaram.
Na pequena família, quando um dos membros mostra talento, geralmente, todos se unem para lhe dar a oportunidade e a educação que os desenvolverão, pois todos são motivados pelo verdadeiro amor fraterno. Nós, da família universal, geralmente obstruímos e sufocamos os precoces sob o calcanhar da necessidade econômica de ganhar a vida. Não lhes deixamos lazer para a realização. Oh! Que possamos entender nossa responsabilidade universal e procurar, por meio de comissões, nossos irmãos e irmãs mais novos, que sejam talentosos em qualquer direção, para que possamos promover seus talentos visando ao eterno bem-estar da humanidade, bem como socorrer aqueles que agora pisoteamos como criminosos.
Mas o amor não consiste em doações indiscriminadas. Também leva em consideração o motivo por trás dos presentes. Muitas pessoas alimentam o vagabundo na porta dos fundos porque as deixam desconfortáveis pensar que um humano esteja com fome. Isso não é amor. Às vezes, de fato, pode ser um grande ato de amor justamente recusar comida aos mendigos — mesmo que soframos ao pensar em sua atual situação —, se o fizermos com o objetivo de forçá-lo a procurar trabalho e se tornar um membro útil da sociedade. A indulgência com os maus hábitos em pessoas, sem discriminação, pode realmente levar um irmão ou irmã ao caminho descendente. Pode ser necessário, mesmo que desagradável e inoportuno, impedir que tais pessoas sigam desejos tolos. O ponto é esse: independentemente do que nossas ações possam parecer, sob o ponto de vista superficial, devem ser ditadas pela nota-chave do Cristianismo — Amor. Por falta disso, a Igreja está definhando. A luz sobre o altar está quase apagada, muitos foram procurá-la em outro lugar.
Aí reside outro erro grave, pois tal conduta é análoga à da tripulação de um navio que afunda e demora para usar os barcos e salvar o navio. Está certo buscar a luz, mas deve haver o propósito de usá-la adequadamente. Você já esteve perto de uma ferrovia, em uma noite escura, e viu um trem se aproximando? Notou como o farol brilhante envia seus poderosos raios à frente da pista por uma grande distância? Como, quando se aproxima, esses raios cegam aos olhos? Como passa rápido e então, num momento, você está na escuridão total? A luz que brilhava tão forte na frente não envia o menor raio para trás e, portanto, a escuridão parece ainda mais profunda.
Há muitas pessoas que buscam a luz mística e adquirem bastante iluminação; entretanto, como o motor da locomotiva mencionada, elas se concentram e focalizam a pista que elas mesmas devem seguir. Tomam todo o cuidado possível para que nenhum raio se desvie desse caminho, para que todo vestígio de luz possa ser aproveitado e iluminar seu próprio caminho. Trabalham exclusivamente a este propósito: atingir poderes espirituais para si próprios. Estão tão concentrados nesse objetivo que nunca suspeitam da escuridão profunda que envolve todo o resto do mundo.
No entanto, Cristo ordenou que deixássemos nossa luz brilhar, que a colocássemos, como em uma cidade, sobre a colina para que ninguém pudesse deixar de ver; para nunca a escondermos debaixo de um alqueire, mas sempre deixá-la iluminar nosso arredor, até onde seus raios chegassem. Somente na medida em que seguimos essa ordem, somos justificados para buscar a luz mística. Nunca devemos manter um único raio para nosso uso particular, mas nos esforçar dia após dia para nos tornar tão puros que não haja obstrução à divina luz interior, que ela possa fluir através de nós em sua plenitude para toda a família humana, que está sofrendo por falta de Luz e Amor. Muitos de fato são chamados e poucos são escolhidos. Levemos isso a sério, sendo muito zelosos por Cristo em todos os nossos tratos e ações, para que realmente sejamos escolhidos: selecionados para fazer Sua obra de Amor.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de julho de 1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Observemos que as notas da escala musical: Do, Re, Mi, Fa, Sol, La, Si formam um intervalo de sete tons, a base da Harmonia das Sete Esferas. As vibrações de Urano e Netuno só atuaram no progresso material do ser humano muito depois da época de Pitágoras. Contudo, os mais avançados da humanidade estão começando a sentir suas vibrações. Os tons destes dois Planetas acrescentados aos sete, perfazem nove, o número da humanidade.
Os sete tons maiores da escala, quando tocados corretamente, possuem dentro de si os poderes criativos e construtores de Deus. A manifestação dos tons menores é subjetiva ou assimilativa por natureza, portanto, não criativa. O lar dos 5 tons menores é o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato).
Quando o Espírito abandona o Corpo Denso no momento da morte, ele passa pelo Mundo do Desejo, o Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Concreto (Segundo Céu), e o Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Abstrato (Terceiro Céu), onde permanece algum tempo antes de voltar a renascer na Terra. Quando chega o momento do renascimento, ele deixa o Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Abstrato e penetra no Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Concreto.
Aí, a Música das Esferas põe imediatamente o Átomo-semente do Corpo Denso em vibração. Um dos sete Planetas vibra em particular harmonia com o Átomo-semente do Corpo Denso do Espírito. Cada tom planetário é modificado para adaptar se ao tom básico desse Planeta, em harmonia com o denso Átomo-semente do Corpo Denso do Espírito, tornando se, assim, o Regente planetário dessa particular vida terrena do Espírito.
Quando os tons dos vários Planetas se chocam com o ente do Corpo Denso, cada um, por Sua vez, ajuda a construir o Arquétipo do Espírito. Mais tarde, as linhas de força vibratórias, formadas no Arquétipo, atraem e ordenam adequadamente os átomos densos do Corpo Denso. Assim, tanto o Arquétipo quanto o Corpo Denso expressam, de forma acurada, a Harmonia das Esferas, exatamente como foi tocada durante o período da construção arquetípica.
O tempo transcorrido desde o momento em que o Espírito deixa o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato) até que penetre no corpo de sua futura mãe, é muito mais longo do que o período de gestação (9 meses), e varia de acordo com a complexidade da estrutura requerida pelo Espírito que aspira renascer. Nem o processo da construção do Arquétipo é contínuo, pois, sob certos Aspectos (Quadraturas, Trígonos, etc.) os Astros podem produzir notas às quais os poderes vibratórios do Átomo-semente não podem responder. E, mais uma vez, o Espírito simplesmente sussurra tons que já aprendeu e, assim empenhado, aguarda um novo tom que possa utilizar para construir melhor o organismo pelo qual deseja se expressar.
Também é requerido tempo para atrair o material necessário nas sete Regiões do Mundo do Desejo para daí construir um novo Corpo de Desejos. O Arquétipo controla a quantidade do material, e o átomo semente do Corpo de Desejos a sua qualidade. Na Região Etérica do Mundo Físico, esse material precisa ser atraído para um novo Corpo Vital, e os Anjos do Destino e seus agentes também separam uma porção dele para formar a matriz etérica do Corpo Denso que será construído mais tarde.
Lembremo-nos que estamos trabalhando agora sob a influência dos sete tons no meio do teclado do piano, a oitava do meio, havendo três oitavas de cada lado dela. Completamos as lições pertencentes às três oitavas mais baixas. Estamos aprendendo agora as lições pertencentes à oitava do meio.
Observemos que as lições pertencentes à oitava mais baixa no teclado do piano, Período de Saturno, estavam empenhadas na construção do Corpo Denso (nota-chave de Leão, La# maior) e no despertar dos poderes negativos do Espírito Divino.
As lições pertencentes à segunda oitava do teclado do piano, Período Solar, estavam correlacionadas aos tons produzidos por aquela oitava e estavam empenhadas na construção do Corpo Vital (Virgem, nota chave Do natural), e no despertar dos poderes negativos do Espírito de Vida, a Onda de Vida de Câncer, nota-chave Sol# maior.
As lições pertencentes aos tons da terceira oitava no teclado do piano (Período Lunar) estavam correlacionadas aos tons produzidos por aquela oitava. Elas dizem respeito à construção do Corpo de Desejos (Libra, nota-chave Ré maior) e ao despertar dos poderes negativos do Espírito Humano (Gêmeos, nota-chave Fa# maior).
As lições pertencentes à quarta oitava ou tom do meio, Período Terrestre, relacionam se com a construção da Mente e com o desenvolvimento da Mente; o mais importante desses tons para a humanidade atual é Fa maior, a nota-chave dos Senhores da Mente, os Sagitarianos. O ser humano, tendo adquirido seus Corpos Denso, Vital, de Desejos e a Mente precisa, durante o Período Terrestre, aprender a cuidar deles e a mantê-los em condições saudáveis. Isto depende quase inteiramente do estado da Mente.
Em geral, a Mente forma uma perfeita conexão entre o Espírito e seus três Corpos. No entanto, quando esta ligação se torna falha ou mesmo completamente rompida, sérios transtornos mentais poderão advir. Doenças mentais podem ocorrer na união da Mente descontrolada com o Corpo de Desejos, ou pelo prolongado som violento de uma ou de todas as vibrações astrais, sejam da Lua, Mercúrio, Urano ou Netuno. Usadas desta maneira, elas têm o poder de destruir a própria Mente e, também, os Corpos de Desejos, Vital e Denso, enquanto vibrações baixas, suaves, rítmicas desses Astros suavizam e curam.
Que as rosas floresçam em vossa cruz