O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as atividades públicas de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior:
1. Para acessá-lo (formatado e com as figuras) com as seguintes atividades que desenvolvemos em março, com as seguintes sessões:
CLIQUE AQUI: ECOS nº 71 – Abril de 2022
2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras):
A Fraternidade Rosacruz é uma escola de filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o entro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: Ecos.
Informação De acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) na prevenção do avanço da pandemia de corona vírus (Covid 19), as atividades presenciais continuam suspensas em nossa sede em Campinas-SP por tempo indeterminado. Nossas reuniões semanais estão ocorrendo virtualmente.
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Abril/2022:
Publicações de textos no nosso Site (www.fraternidaderosacruz.com) e nas nossas Redes Sociais:
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MAIO – Sol transitando pelo Signo de Touro (abril-maio)
Touro mantém o modelo cósmico de toda a forma terrestre, enquanto que Áries, uma Hierarquia ígnea, mantém o segredo da vida, em si mesma. Os Senhores de Touro guardam o arquétipo cósmico de um órgão maravilhoso, destinado a se converter em uma parte do futuro Corpo humano. Esse novo órgão, semelhante a uma rosa dourada, estará situado na garganta e será o centro por meio do qual o ser humano da Nova Era pronunciará a palavra Criadora. Mediante o seu poder, a geração se converterá em regeneração e o ser humano será capaz de modelar a substância a sua vontade. No plano onde as forças de Touro são mais ativas e luminosas, pode-se vislumbrar essa perfeição e meditar sobre ela. Então se percebe o glorioso desenvolvimento que lhe espera no futuro e compreende o sentido das palavras do salmista: “Tu o fez um pouco inferior aos Anjos e o corou de glória e honra.” (Sl 8:6).
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap XIV – Análise Oculta do Gênesis – A Mescla de Sangue no Casamento
Qual Hierarquia Criadora foi destinada por Jeová para ser a influência orientadora de um Espírito de Raça?
Por que tal Hierarquia foi destinada por Jeová para ser a influência orientadora de um Espírito de Raça?
Porque os Arcanjos, sendo especialistas em Corpos de Desejos, têm domínio sobre as Raças e os povos, assim também sobre os Animais, porque ambos os Reinos possuem Corpo de Desejos.
Os Arcanjos são hábeis arquitetos da matéria de desejo, pois no Período Solar, o Globo mais denso era composto de matéria de desejos. Portanto, os Arcanjos são especialmente capacitados para auxiliar as Ondas de Vidas atuais e posteriores, através do estágio em que elas necessitaram aprender a construir e dominar um Corpo de desejos
Quais são as expressões mais elevadas do Corpo de Desejos?
O cérebro e o sistema nervoso
O Espírito de Raça, de Família ou de Comunidade tem entrada no sangue por qual meio?
Pelo ar que respiramos
Em qual Época iniciou-se as Raças
Época Lemúrica: Raça Lemúrica – uma única Raça.
Quantas Raças teremos e em quais Épocas?
Dezesseis Raças:
Época Lemúrica: (1 Raça) Raça Lemúrica – uma única Raça.
Época Atlante (7 Raças): A Rmoahals; Os Tlavatlis; Os Toltecas; Os Turânios; Os Semitas originais; Os Acádios e Os Mongóis.
Época Ária (7 Raças): Ária; Babilônio-Assíria-Caldeu; Persa-Greco-Latina; Céltica; Teuto-Anglo-Saxônica; Eslava e Descendentes da 6ª Raça.
Sexta Época (1 Raça): da união das diversas nacionalidades vivendo na América, surgirá então a última Raça.
Qual foi a primeira Raça a casar-se com pessoas de outras tribos?
Os Semitas Originais foram os primeiros a desenvolver à vontade, e casar-se com pessoas de outras tribos.
Porque as Raças são chamadas de os dezesseis caminhos da destruição, qual é o real e o grande perigo que corremos?
As dezesseis Raças são chamadas os “dezesseis caminhos para a destruição” devido ao perigo das almas se aderirem demasiadamente às características de cada uma delas, a ponto de se tornarem incapazes de sobre passar a ideia de Raça e obstar seu progresso.
Há também o perigo das almas se cristalizarem tanto na Raça, até que se aprisionem aos Corpos de Raça, mesmo quando estes comecem a degenerar, como sucedeu aos judeus.
Conforme o ser humano progrediu através desses estágios e perdeu gradualmente o contato com os Mundos internos, lamentou a perda e ansiava a volta da “visão interna”.
Quais são as quatro causas que contribuíram para essa condição?
As quatro causas que contribuíram para isso foram:
O clareamento da neblina atmosférica do continente Atlântico.
A entrada do Corpo Vital no físico, pelo ajustamento do ponto da raiz do nariz com o mesmo ponto do Corpo Vital.
A eliminação da endogamia (consanguinidade, casamento dentro da mesma Raça) e a consequente substituição pelo matrimônio entre tribos ou famílias.
O emprego de estimulantes tóxicos.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap XIV – Análise Oculta do Gênesis – A “Queda do Homem”
Que Onda de Vida atravessou o seu estágio “humanidade” do Período de Saturno? Do Período Solar e do Período Lunar?
Período de Saturno – “Senhores da Mente”
Período Lunar – “Anjos”
O que ocorre entre cada dois Períodos?
Ocorre um intervalo de repouso ou atividade subjetiva – uma Noite Cósmica, análoga à noite de sono.
Como era o ambiente do Planeta Terra no Período de Saturno?
Era escuro e gasoso.
Como é chamado o ser humano, na Bíblia, na Época Polar?
Adão.
Adão modelou seu Corpo sob a orientação de qual Hierarquia?
Sob a orientação dos Senhores da Forma.
No Período Solar o Corpo Denso do ser humano foi interpenetrado por um: Corpo Denso, Corpo Vital ou Corpo de Desejos?
Um Corpo Vital.
No Período Solar, a Terra alcançou a densidade da Região Química do Mundo Físico, Região Etérica do Mundo Físico ou do Mundo do Desejo?
No final do Período Solar, o ser humano possuía um duplo Espírito e um duplo Corpo?
No final do Período Solar, o ser humano possuía um duplo Espírito despertado (Espírito Divino e Espírito de Vida) e um duplo corpo, com os Átomos-sementes recebidos (Corpo Denso e Corpo Vital)
No início do Período Terrestre, qual veículo faltava a humanidade?
Faltava ainda o elo de ligação entre o Tríplice Corpo e o Tríplice Espírito, a Mente.
Durante a Época Atlante do Período Terrestre predominou os sentimentos de Amor e Fraternidade?
Não. A astucia, paixão e a perversidade predominaram na Época Atlante.
O que veio a ser o dilúvio ou inundação atlântica?
A atmosfera nebulosa condensou-se, caindo em torrentes e inundando os vales da Atlântida.
Quem eram os Espíritos Lucíferos?
Os Espíritos Lucíferos eram os atrasados da Onda de Vida dos Anjos.
O que significa a mulher viu os Espíritos Lucíferos, como serpentes?
A mulher viu os luminosos Espíritos Lucíferos entrarem na sua medula espinhal de uma forma serpentina.
O que significa “Lúcifer abriu os olhos da mulher”?
Lúcifer abriu os olhos da mulher, ela viu o seu Corpo Denso e o Corpo Denso dos que estavam próximos, e ele ensinou a ela como podia conquistar a morte, criando novos Corpos.
Qual foi a consequência, nos humanos, em comer da Árvore do Conhecimento?
A humanidade se capacitou a livremente criar um novo Corpo ao perder o antigo veículo e ter o parto com dor.
Qual seria a consequência do ser humano ter comido da Árvore da Vida?
Se o tivesse conseguido se teria feito imortal, mas não poderia mais progredir. Se não pudesse obter novos e mais perfeitos veículos por meio de sucessivas mortes e renascimentos, se teria estagnado.
Qual órgão do nosso Corpo Denso usaremos para falar a “Palavra perdida” ou o “Fiar Criador”?
A laringe falará novamente a “Palavra perdida” ou o “Fiar Criador”.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap XV – Cristo e sua Missão – A Evolução da Religião
Se conforme vamos nos civilizando, a nossa Religião vai se tornando mais humana. Quais Religiões não estão “tão humanas” quanto poderiam estar?
As Religiões não Cristã – ou seja, a que não seguem os ensinamentos de Cristo, que envolve o sair do separatismo (necessário em um momento e nos fornecido pelas Religiões de Raça) para a unidade (por meio do veículo unificante Espírito de Vida do Cristo). A lei deve ceder lugar ao Amor, e as Raças e nações separadas devem unir-se numa Fraternidade Universal.
Cristo possibilitou a todos os seres humanos o direito de buscar as Iniciações; abriu o caminho da Iniciação para todos os que quisessem alcançá-lo.
Por exemplo, o Hinduísmo, ainda está focada na separatividade de castas.
Mas é importante dizer que todas as Religiões foram ensejadas pela Divindade, por obra de um dos Mensageiros de Deus, estando cada uma perfeitamente adaptada ao povo onde se originou.
As Religiões que fazem sacrifícios com animais – porque os animais são nossos jovens irmãos e, como nós, eles constroem formas no intuito de adquirir experiência no Mundo material. Privando-os de seu Corpo Denso, nós atrapalhamos o seu progresso. Se não podemos criar sequer uma partícula de barro, não temos o direito de destruir a forma mais insignificante. Todas as formas são expressões da Vida Divina. Una por excelência. Devemos praticar de fato e em toda a sua extensão, o “vivei e deixai viver”.
Olhando ao nosso redor é fácil ver que para os corpos a lei é “a sobrevivência dos mais aptos”. Cite um exemplo na natureza onde o mais apto é o que sobrevive.
Animais: crocodilos, baratas, dragão-de-komodo, escorpião, tuatara, Rato-da-pedra-laociano, tartaruga, Caranguejo-ferradura, Ocapi, Tubarão-cobra,
Plantas: sequoia, cavalinha, samambaias, as cicas, gingko biloba
Quando estamos na nossa consciência de vigília, o que utilizamos no nosso Corpo Denso para se relacionar com o Mundo externo, com o nosso entorno?
Os 5 sentidos
Vamos falar sobre ressonância: se um pelotão de soldados vai marchar sobre uma ponte de madeira, quando é que essa tem um maior risco de se desmantelar toda?
Quando a vibração de todos estiverem no mesmo tom (nota chave) da ponte
Em que Região de que Mundo estão os Arquétipos dos nossos Corpos e da nossa Mente atuais?
De que Corpos é formada a nossa Personalidade?
3 Corpos: Corpo Físico, Corpo de Desejos e Corpo Vital e, devido a nossa insistência em mantê-la ligada ao Corpo de Desejos, a Mente Concreta.
Nós, como Egos, nos expressamos por meio de quais veículos espirituais?
Espírito Humano, Espírito de Vida e Espírito Divino
Qual é o outro nome que é conhecida a Lei de Consequência?
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap XV – Cristo e sua Missão – Jesus e Cristo Jesus – Parte 1
Como o 2° aspecto do Ser Supremo (O Verbo), se manifesta na matéria?
Como força de atração e coesão. O Fiat Criador, modela a Substância Raiz Cósmica.
O Filho é o mais elevado Iniciado de qual Período?
Qual o Veículo Inferior usado pelo Cristo?
Como que se relaciona o Espírito Humano?)
Com o Mundo do Pensamento Abstrato.
Qual o evento que, sendo uma realidade próxima, gerou a intervenção de Cristo?
A Era de Aquário.
De que forma Cristo alcança a humanidade?
De dentro para fora.
A Região Etérica do Mundo Físico é reflexo de qual Mundo?
Mundo Espírito de Vida.
O que nos permite pensar com Sabedoria?
O coração, assento do Espírito de Vida.
Cristo, como Arcanjo que é, tinha como seu veículo inferior o Corpo de Desejos, mas, como o mais elevado Iniciado, qual Ele usava?
Como era o Corpo Vital de Jesus?
Positivo e com muito mais Éteres superiores (Luminoso e Refletor)
Qual o tamanho da Aura de Jesus?
Até quilômetros além de seus Corpos
Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Abril:
Cuidado com o que falamos
Todos nós temos um membro insubordinado, repleto de veneno. Não acreditam? Sim, infelizmente temos.
A nossa língua. Pasmem!! Ela é um mal perturbador, repleto de veneno.
Com a língua bendizemos a Deus, o Pai, e com ela amaldiçoamos irmãos e irmãs que foram feitos à imagem e semelhança desse mesmo Deus.
Isso é terrível. Não deveria ser assim, jamais.
Se uma pessoa não ofende por palavras, essa sim é perfeita, e pode refrear todo o seu corpo, mas se a língua não tem freio, essa pessoa causa muito mal, destila veneno.
A língua é um fogo, um mundo de iniquidades, ela pode perverter todo o corpo.
Todas as espécies de animais, de aves, de répteis, todo ser que vive nos mares, podem ser subjugadas e até domesticadas pelo gênero humano. Já a língua, nenhum ser humano pode domar; ela é um membro insubordinado.
Pensem, quantos de nós estaríamos aqui, depois de picar um semelhante com palavras mordazes, duras??
Se soubéssemos que morreríamos depois de picar alguém, será que não domaríamos nossas línguas?
Irmãos, devemos aprender a analisar mais, a amar mais, a ouvir mais, antes de falarmos, antes de criticarmos, de empregarmos palavras maldosas, muitas vezes sem necessidade.
A língua faz com que nos vangloriemos muitas vezes pelo feito, mas se fizermos o Exercício de Retrospecção, à noite, veremos o quão tristes deixamos alguém. Quem faz o mal não entristece, mas quem recebe se entristece, e muito.
Lembremos que cada vez que somos maldosos, criamos mais Destino Maduro, além de aumentarmos nosso sofrimento quando da nossa passagem pelo Purgatório. Lá, sem o Corpo Denso para amortecer esse sofrimento, sofremos três vezes mais para purgarmos todo mal que aqui fizemos.
A Lei de Consequência, ou Causa e Efeito é para todos, sem exceção.
Comecemos já a domar nossas línguas, a pensar duas vezes antes de falar.
Falar é de prata, ouvir é de ouro!!!
O Mundo está passando hoje por grandes Mudanças
Primeiro veio a Pandemia, Covid-19 (desde março de 2021 e ainda não acabou), e agora essa guerra absurda, por poder e ganância.
Diante disso as pessoas são colocadas diante de provas, fazendo, quer queiram ou não, grandes ajustes, onde a pessoa se fortalece ou sucumbe.
Às pessoas sem uma visão de futuro, que caminham pela vida com indiferença, não acumulam tesouros nos Céus, falta o espírito de iniciativa, de mudanças, ficam perdidos, não encontram uma saída, ficam à espera de ajuda externa.
Para as pessoas que entendem o real propósito de estarem aqui no Mundo Físico, que seguem os Ensinamentos dados pelos Irmãos Maiores – os Ensinamentos Rosacruzes -, entendem o momento, estudam, refletem, observam, discernem, se concentram, se exercitam esotericamente, se preparam, são Cristãos Ocultistas e Cristãos Místicos, são fortes o bastante para se ajudarem e ajudarem aos seus semelhantes.
Cristo disse: “Não só de pão vive o homem” (Mt 4:4). Entendemos então que devemos cuidar sempre da nossa parte espiritual, se preparar para mudanças, para provas, construir o Templo sem as mãos, cuidando dos nossos pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras, ações, obras e atos, a todo momento, com persistência, muita força de vontade, muita paciência e muita fé.
Os Ensinamentos Rosacruzes nos ajudam a entender que cada Aspirante à Vida Superior é responsável pelas condições que o envolvem.
Dificuldades, perdas, deficiências e outras limitações não são o resultado do acaso, mas o produto de uma necessidade e que revela a Sabedoria de Deus, com Seus grandes e perfeitos ajustes, mesmo que com dor e sofrimento.
Só existem dois caminhos a seguir: do amor ou o da dor, não existe e jamais existirá um terceiro caminho.
Estamos sendo testados constantemente para ver se reagimos com amor e compaixão, se fazemos o bem porque é correto fazer o bem, se desenvolvemos o poder anímico (o Poder da Alma), o autocontrole, o altruísmo, se realmente entendemos que Cristo aqui esteve, antes que nos perdêssemos mais e mais, ou se estamos sempre a julgar e a criticar, e numa grande inércia.
A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de treinamento para Cristãos Esotéricos, onde os Estudantes estudam os Ensinamentos Rosacruzes, trabalham sobre eles mesmos, e se preparam para estarem a serviço da humanidade, como colaboradores conscientes dos Irmãos Maiores no seu serviço em prol de todos; ainda mais intenso devido a aproximação da Era de Aquário.
Precisamos de vez em quando parar e fazer uma fervorosa reflexão e superar nossas tendências egoístas, e devotarmo-nos cada vez mais ao serviço amoroso e desinteressado aos demais, de modo que, dia após dia, possamos contribuir para um mundo melhor, onde a força altruísta do Amor Universal possa purificar nossos corações e Mentes, para que possamos ver o bem em tudo e em todos.
Façamos tudo com paciência, fé, atitude e pensamento positivo, visando a construção do nosso Corpo-Alma, o Dourado Manto Nupcial, nosso veículo Etérico, tão necessário para a funcionarmos nos Mundos suprafísicos e que nos habilitará a sermos muito melhores servidores.
Crescimento Espiritual
Sabemos que todo crescimento espiritual vem de dentro, que há a necessidade de muita força de vontade, determinação, coragem e muita fé, uma vez que há muitos obstáculos a serem vencidos.
As pessoas determinadas, de caráter forte e excelentes qualidades, sobem rapidinho às mais elevadas posições mesmo nos caminhos acidentados da vida.
Essas pessoas destacam-se pela sua força interna, pelo impulso que geram.
Já pessoas de vontade fraca, que vivem na inércia, que remam a favor das águas, que não tem fé, não são determinadas, com pouca força de vontade, nem buscam a parte espiritual, reclamam de tudo e ainda acham que tem que ser ajudados, essas pessoas não crescem, não evoluem, porque em tudo colocam dificuldades, se acomodam com facilidade.
Cada um de nós deve trabalhar em prol do seu crescimento espiritual e determinar em qual nível quer permanecer (superior ou inferior, determinado ou acomodado).
Frente aos grandes problemas que se apresentam, grandes oportunidades também esperam aqueles que estão dispostos a assumir responsabilidades, a colocarem-se frente aos desafios.
Se desejamos nos elevar espiritualmente, arregacemos as mangas, procuremos viver os Ensinamentos Rosacruzes, estes iluminam nossos caminhos, nos encorajam, nos dão respostas para o “mistério da vida”, vamos então viver esses Ensinamentos, afinal foram dados pelos Irmãos Maiores, que estão sempre dispostos a nos ensinar, a nos mostrar o caminho.
Busquemos dentro de nós a força que nos fará crescer.
Sejamos determinados, de caráter forte.
Tenhamos muita força de vontade e persistência.
Deixemos acender e brilhar fortemente a luz que há dentro de nós. (Todos temos, basta que queiramos acendê-la).
O caminho é para todos!! Aproveitem!!
Exercício de Retrospecção
Pelos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz, temos alguns exercícios esotéricos muito importantes para nosso crescimento espiritual e que se forem feitos fielmente, devocionalmente, sinceramente, rapidinho aceleramos a construção do nosso Corpo-Alma.
Um exercício muito importante e que ultrapassa qualquer perspectiva, é o Exercício noturno da Retrospecção, um exercício devocional, porém não de memória, feito todas as noites.
Eis como fazê-lo:
Ao deitar-se, à noite, relaxe o corpo; comece depois a rever as cenas do dia em ordem inversa, começando com os acontecimentos havidos imediatamente antes de se deitar, passando às ocorrências da tarde e da manhã; os acontecimentos que julgue mais importantes a serem purgados, julgados com uma atitude moral em cada cena.
Procure julgar-se a si mesmo:
Esse exercício se feito fielmente, procurando vivê-lo o mais próximo do que acontece no Purgatório, nos ajuda imensamente, expurgar diariamente as ocorrências indesejáveis da nosso Memória Subconsciente, de modo que nossos pecados serão apagados do Átomo-semente do Corpo Denso e nossas auras começarão a brilhar.
E, também, pela vivência do de bem fizemos, encurtaremos nosso tempo no Primeiro Céu, depois da vida aqui findada.
Outra coisa importante; se bem-feito, tendo extraído diariamente a essência das experiências que fazem o crescimento da Alma, tendo-as amalgamado ao Espírito, passaremos a viver em uma atitude mental e agindo de modo que, ordinariamente, nos estaria reservado para vidas futuras, ou seja, estamos nos adiantando.
Cada acontecimento da vida de Cristo-Jesus, durante a Semana da Paixão, representa alguma fase da Iniciação nos Mistérios Cristãos. A Entrada Triunfal (também popularmente conhecido como Domingo de Ramos) representa as alegrias, assim como o Calvário simboliza os sofrimentos.
Para as massas que presenciavam a procissão do Domingo de Ramos, esta não era senão a atribuição das honras ao grande Mestre Cristo que, durante os últimos três anos, realizou tais milagres entre eles, que havia feito os cegos enxergarem, os paralíticos andarem e curar definitivamente os doentes.
Contudo, para os Cristãos esotéricos seu significado era mais profundo.
Para eles era a manifestação externa da santa alegria que experimentará toda a humanidade quando alcance a consciência crística, tornada possível graças ao recentemente instaurado novo procedimento de Iniciação nos Mistérios Cristãos.
As hosanas da multidão que bordeavam o caminho, ao longo do qual o Mestre passou durante Sua Entrada Triunfal, não eram senão o eco dos coros angélicos que saudaram o nascimento de Jesus. Então cantavam: “Paz na Terra e Boa Vontade para os Homens”; no dia de Sua entrada em Jerusalém para os acontecimentos finais de Seu ministério terreno, cantavam: “Bendito seja o Rei que veio em nome do Senhor; paz nos céus e glória nas alturas”. Portanto, anunciavam o amanhecer da Nova Dispensação, sob a qual, cada ser humano está destinado a se converter em rei de seu próprio reino espiritual e a caminhar no nome do Senhor ou na Lei do Amor, da Luz e da Verdade.
(*) Pintura: Christs Entry Into Jerusalem, 1800 – William Blake (1757–1827)
A cena da Entrada Triunfal foi Jerusalém, a cidade da Paz, que representa o coração ou o centro do amor no Corpo, o primeiro onde começa a viver o Espírito de Cristo. O jumento, sobre o qual Cristo cavalgava, simboliza a Sabedoria Antiga. E as palmas espalhadas sobre o caminho representam as consecuções vitoriosas. Portanto, Cristo encenou, por meio da Sua Entrada Triunfal, algo que apontava à glória da Nova Era, quando as verdades dos Mistérios Cristãos se converterão na Religião universal da humanidade.
O mestre enviou a dois dos seus Discípulos, Pedro e João, para preparar a Sua entrada, lhes dizendo que “fossem ao povo antes deles”, onde encontrariam um jumentinho; que o trouxesse e, sobre ele, Cristo cavalgaria para Jerusalém.
O “povo à frente” é o Caminho, que sempre se estende ante o Aspirante; e o jumentinho, símbolo da sabedoria, que nunca tinha sido montado, é o recém-liberado impulso espiritual, que deu nascimento aos Mistérios Cristãos. O fato de que esses Discípulos sabiam o caminho do povo e como trazer o jumentinho significa que eles já tinham sido iniciados no Caminho Cristão da Iluminação Espiritual.
A Última Ceia
Também na quinta-feira da Semana Santa ocorreu o que ficou conhecida como a Última Ceia.
Esotericamente é o Rito da Eucaristia que tem sido parte de todos os ensinamentos Iniciáticos que foram dados aos seres humanos em todos os tempos.
Tem o mais profundo significado espiritual quando Cristo, o Supremo Mestre do Mundo, celebrou o Rito com Seus Discípulos na Sala Superior, à meia-noite da Quinta-feira Santa, imediatamente antes da Sexta-feira Santo ou o Dia da Paixão.
O suco da videira (o vinho místico) simboliza o Corpo de Desejos, limpo e transformado, do Discípulo. O pão representa o puro e luminoso Corpo Vital. Mediante a combinação das duas forças espirituais desses dois veículos, devidamente separados, podem se manifestar os poderes correspondentes ao Mestre.
Cada um dos santos homens e mulheres que participaram na Última Ceia com Cristo, purificaram seus Corpos de Desejos e Vital, de tal modo que foram capazes de receber e transmitir os poderes crísticos para a cura e a iluminação espiritual de todos aos que lhe foi dado servir.
Vivendo uma vida pura e inofensiva durante um período, cuja duração varia segundo o desenvolvimento anterior existente, a conservação da força Criadora da vida produz uma força vital de ordem superior que irradia do Corpo e que pode ser dirigida e utilizada à vontade nos serviços para com os outros. Essa emanação etérica, na noite da Última Ceia, alcançou nos Discípulos um grau de luminosidade que nunca antes havia sido alcançado. Cada um deles entregou essa emanação anímica a Cristo no momento da Última Ceia. Dirigindo essa força para Si mesmo e a incrementando com Seus próprios poderes divinos, Cristo apareceu ante eles em toda a glória do Corpo de Sua Transfiguração. Então, derramou essa poderosa corrente de energia sobre o pão e o vinho, magnetizando-os com a magia da alquimia espiritual, até que ambos brilharam com o esplendor de joias indescritíveis.
(*) Detalhe da Pintura Last Supper (1509-1511) – Gustave Dore
A Ceia daquela primeira noite de Quinta-feira Santa foi concluída com o Pai-Nosso, uma oração de imenso poder, se for empregada corretamente, e com o “beijo da paz”. Com ela se expressavam a unidade e a harmonia que conseguiram alcançar e a reserva em comum do poder espiritual que geraram, com o objetivo de derramar o impulso de Cristo pelo mundo, para o seu consolo e sua redenção. Alcançaram a verdadeira fraternidade, que é o primeiro requisito para o êxito efetivo do grupo.
Aqui se encontra a resposta à pergunta, tantas vezes formulada: “Judas Iscariotes esteve presente na Última Ceia”?
No exaltado estado de consciência alcançado durante o cerimonial da Ceia, os Discípulos puderam ver os “registros cósmicos” e contemplar ali os acontecimentos que ocorreriam nos anos que lhe restavam de vida. Então, tiveram a possibilidade de aceitar ou não, livremente, esses acontecimentos. O fato de escolherem aceitá-los, difíceis como eram para suportar, evidencia o elevado estado que alcançaram, já que, em todos os casos, o previsto conduzia à diversas perseguições e, frequentemente, ao martírio. Contudo, renunciaram ao “eu” pessoal; saíram como almas Crísticas, tão fortificados que não importava o que lhe pudesse suceder com o Corpo físico; a alma seguia adiante, segura e serena, para o triunfo certo.
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Judas Iscariotes sucumbe à tentação
Na quarta-feira da Semana Santa, Judas Iscariotes sucumbiu à tentação dos sumos sacerdotes, que tipificam a razão ou Mente mortal humana, não iluminada pelo poder do espírito (Mt 26:15).
As trinta moedas de prata se referem, numericamente, à tríade (3+0) composta pelo Corpo Denso, o Corpo de Desejos e a Mente inferior concreta.
Quando esses Corpos e Veículos – ou princípios – atuam no nível inferior, como sucedeu com Judas ao executar a grande traição, se destroem sempre a si mesmos, como ocorreu com ele, ao se suicidar.
Esse fracasso de Judas indica que não havia conseguido passar pelo Primeiro Grau ou Rito da Purificação.
(*) Pintura: Judas e as trinta moedas de prata – Rembrandt (1629)
Rito da Eucaristia
Na quinta-feira da Semana Santa, para preparar o Rito da Eucaristia, Cristo orientou a dois de Seus Discípulos para ir à cidade, onde encontrariam a um homem com um cântaro de água. Deviam segui-lo até uma casa onde deveria se preparar uma grande “habitação superior” para a chegada do Mestre e dos Seus Discípulos. Iriam celebrar juntos, ali, a ceia da Páscoa.
Essas instruções são, realmente, um anagrama crítico pertencente ao desenvolvimento esotérico do Aspirante. O homem que leva um cântaro de água faz referência a Aquário, o Signo Portador de Água, regente da Nova Era, na qual o espírito da verdadeira iluminação será derramado de novo sobre a carne, e cuja preparação ocorreria nesse momento.
A “habitação superior” é a cabeça, a qual, quando está “mobiliada e pronta”, graças ao despertar dos centros espirituais de seu interior, proporciona a visão dos Mundos internos e superiores.
Com a Glândula Pineal (a epífise) e o Corpo Pituitário (a hipófise) despertos e ativos, se levanta o véu do Sanctum Sanctorum e nos encontramos na presença do nosso próprio “Eu Superior”, como criado a imagem e semelhança de Deus e capaz de manifestar os poderes de um ser humano Crístico.
À luz dessa leitura simbólica podemos deduzir qual era o estado espiritual de São Pedro e São João, os dois Discípulos enviados à frente, pelo Mestre. Ambos estavam aptos a entrar na “sala superior”. O privilégio de preparar o caminho para qualquer um que, em qualquer tempo futuro, desejasse seguir seus passos era deles dois.
Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes
O Cristo sabia que seria crucificado pela humanidade? Se sim, por que pediu para o Pai afastar d’Ele este “cálice amargo”? Se não sabia, como pode um ser grandioso como Ele não ter previsto essa tragédia?
Resposta: Logicamente que não tinha como ele ter a certeza de que isso aconteceria. O ser humano tem o livre arbítrio e com todo o conhecimento que Ele forneceu ao longo dos seus 3 anos de ministério (fora os outros mais de 2.000 anteriores onde profetas e outros seres humanos evoluídos prenunciaram a sua vinda, a do Messias, ao do Salvador) havia a possibilidade disso não precisar ter acontecido para que ele pudesse e precisasse se tornar o Regente da Terra. A decisão de crucificá-lo foi inteiramente nossa.
Por Ele não ter a certeza é que Ele “pediu para o Pai afastar d’Ele este ‘cálice amargo’”, e pelo fato de ter ocorrido, sabedor de quanto essa nossa decisão iria causar o sofrimento, o atraso, as dores e o prejuízo na evolução de cada ser humano, Ele tentou, como sempre tenta, interceder por nós, dado a sua misericórdia e compaixão infinita.
Perceba que Cristo é um ser grandioso de fato (o mais elevado Iniciado do Período Solar, o Arcanjo que, aprendendo tudo que deveria aprender nesse Esquema de Evolução até a sétima Revolução do Período de Vulcano, conseguiu produzir um corpo com material do Mundo de Deus). No entanto, Ele não sabe tudo e Ele mesmo disso isso: “sobre esse dia, só o Pai sabe”. Ele sabia que havia a tendência, mas devido ao nosso livre arbítrio essa tendência poderia não se torna fato.
Lúcifer é um Anjo. Arimã, para citar um nome vindo de Rudolf Steiner, é um Arcanjo. Ambos se rebelaram contra Deus e Seu projeto, apesar de serem muito evoluídos. Então mesmo seres que alcançaram este nível de progresso espiritual podem ser corrompidos por egoísmo e ambição?
Resposta: Você está enganado: nenhum Arcanjo, até hoje, se rebelou e isso aprendemos na Fraternidade Rosacruz, uma Escola de Preparação para a Iniciação Rosacruz. Os Espíritos Lucíferos, que são Anjos, sim, por seus livres arbítrios não quiseram seguir o Plano desse Esquema de Evolução para a Onda de Vida dos Anjos e se rebelaram…e depois chegaram a mesma conclusão que chegamos quando insistimos, aqui, de não cuidar da parte espiritual e nos entregamos somente as “delícias e prazeres” da parte material: “quem procura enganar a Deus descobrirá que o caminho do transgressor é difícil, quando suas asas são chamuscadas na chama”. Tanto que correram para buscar “alcançar” o estágio em que os outros Anjos estão (a “sabedoria flui nos Anjos”) e para isso “prestaram o serviço a onda de vida humana, como verdadeiros benfeitores” (leia aqui: https://fraternidaderosacruz.com/as-verdades-espirituais-nos-mitos-antigos/ e aqui https://fraternidaderosacruz.com/construindo-a-nova-jerusalem/).
O Poder Maior permite que os animais sofram para que possam aprender o valor da solidariedade e, no futuro, quando forem humanos, não usar o poder sobre os outros de maneira inadequada. Não haveria outra forma de ensinar nossos irmãos menores a serem fraternos? O sofrimento animal é mesmo necessário para esse fim?
Resposta: Quando você tem em uma Onda de Vida um Espírito-Grupo responsável pela evolução dessa onda, quem sofre sempre será o Espírito-Grupo, no caso, um Arcanjo. Quanto ao irmão menor, animal, ele é credor do ser humano que o faz sofrer e dia virá que esse ser humano terá que quitar essa dívida com o irmão menor. Alguns casos de irmãos e irmãs que se dedicam 100% das suas vidas em cuidar dos nossos irmãos menores é fruto de uma consciência muito bem firmada durante as passagens deles pelo Purgatório. Assim, quando vem em um renascimento, vem com toda a vontade e disposição de quitar essas dívidas, contraídas em vidas passadas…. e quitam…e “lição aprendida, ensino suspenso”.
A maior parte da população, pelo menos 90%, ainda precisa de milhões de anos para evoluir o suficiente para entrar na Nova Jerusalém. Então, não tem sentido imaginar que o Cristo volte já nos próximos cinco ou seis mil anos, como deduz H. W. Hoogstraat, no texto “Simbolismo de Natal”?
Resposta: Como seria bom se tivéssemos certeza de que “pelo menos 90%, ainda precisa de milhões de anos para evoluir o suficiente para entrar na Nova Jerusalém”, se nem o próprio Cristo disse não saber, senão o próprio Pai! O “tempo de Deus” é totalmente diferente do “tempo dos homens”. O que o escritor disse foi uma opinião pessoal considerando o modo de cálculo que utilizamos quando estamos na Memória da Natureza, observamos um fato e queremos saber em que “tempo terrestre” isso aconteceu. Logicamente não tem como cravar esses cinco ou seis mil anos. Lembre-se sempre já há muitos irmãos e irmãs que vivem na Nova Jerusalém e que estão no meio de nós desempenhando várias funções para ajudar “a todos chegarem juntos”, como é o Plano do nosso Salvador (logicamente, quem assim quiser, pois o livre arbítrio será sempre respeitado).
Por que muitas pessoas tentam honestamente e com fé comunicar-se com Deus, sobretudo quando estão desesperadas, e nada conseguem, nem mesmo sentir uma gota da misericórdia Dele? Sentem com o coração que “Ele não quer ajudar: estou sozinho”. A própria Madre Teresa confessou que não sentisse “a presença Dele há vários anos”. Nesse caso, é fácil entender por que há ateus?
Resposta: Depende do conceito que se tem no que se refere à “comunicar-se com Deus”. Se for falar com ele e ele falar com você como falamos com qualquer ser vivo aqui renascido, isso nunca acontecerá. Como você vai querer falar com “alguém” em que “você vive, se move e tem o seu ser” como você fala com “alguém” em quem “você não vive, não se move e não tem o seu ser”, ou seja, um ser limitado em matéria física, etérica, de desejos e de pensamentos (sem falar em outras matérias de Mundos mais sutis)? Além do mais, se fosse possível, por que você teria esse privilégio? Veja que aqui há dois problemas: o conceito da pessoa sobre quem é Deus e a ignorância de achar que ele é como se fosse uma pessoa (só falta, aqui, descrevê-lo como um homem velho, barbudo e cabeludo, de cor branca e, quiçá, olhos azuis!).
São Paulo nos ensina que “há um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo”. Então…por que não se comunicar com esse Ser, o Filho de Deus, o segundo Aspecto de Deus, o nosso Salvador, nosso Redentor, Regente da Terra, que veio até nós, se tornou um de nós, viveu o que vivemos, sofreu o que sofremos, sabe exatamente o que cada um de nós sente e, mais, sabe exatamente qual a solução para resolver o sofrimento que estamos passando?
Quem a pessoa acha que é para “by-passar” esse Mediador?
Por que essa prepotência, esse orgulho, essa ignorância, disfarçada de astúcia e falsa piedade?
Por que, ao invés de viver nessa “falsa bondade” não se esforçar para desenvolver espiritualmente o que precisa desenvolver para ter o mérito de poder se comunicar com, no mínimo, irmãos e irmãs que já trilharam esse caminho e que conceituamos como: Adeptos e Irmãos Maiores em uma Escola Ocultista Cristã, como a Fraternidade Rosacruz, e como Santos (os verdadeiros) em uma Escola Mística Cristã, como uma Religião Cristã (séria)?
E o que se precisa desenvolver para alcançar esse mérito? Um veículo, somente um veículo: o Corpo-Alma que faz nascer em cada um o Cristo interno!
Dizer que “não sente uma gota de misericórdia d’Ele” é simplesmente não entender o conceito de Criador que Ele é. Nem compreender o que é “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” e, ainda, verbalizar a sua ingratidão, como criatura criada à Sua imagem e semelhança, em reconhecer que Deus cria e continua criando 24 horas por dia e se deixasse de cuidar de sua criação ou milionésimo de segundo (ou até menos que isso) tudo se dissolveria no caos do Universo.
Dizer que “Ele não quer ajudar: estou sozinho” é sinal de egocentrismo, ignorância e um grande orgulho pessoal, digno de quem só quer receber e nada quer dar.
Sobre Madre Teresa de Calcutá. Já com a saúde debilitada e sentiu que mais uma vida física aqui estava terminando ela verbalizou frases como: “Sinto que Deus não é Deus (…) que Ele realmente não existe (…) Eu chamo, eu me agarro, eu quero, mas há Alguém que responda. Ninguém, ninguém… Eu não tenho fé alguma. Nenhuma fé”. Veja a sabedoria de quem alcança a posição de Santo: Deus realmente não existe! Ele é! Não tem como “sentir Deus”. Se você acha que o sente, então não é Deus que você sente! Realmente não tem como você O chamá-lo, tentar se agarrar a Ele, ou querer que Ele lhe responda. Se a sua fé é calcada nessas frases, então, isso não é fé, você não tem o que conceituamos como fé! E ela alcançou essas verdades e fez questão de externá-las para que servissem de base para que, aos que se interessassem, refletissem e tomassem a decisão de rever seus conceitos de Deus e de fé. Que exemplo de despojamento, de humildade e querer nos ensinar na altura espiritual que alcançou! Afinal, como tentar uma comunicação com esses sentimentos humanos primitivos a um Ser em “quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”, em que é Onipresente (é tudo, é todos), Onisciente (é toda a ciência, todo conhecimento, toda sabedoria) e Onipotente (é todo o poder) e cujo nome (dado por Ele mesmo na Bíblia) é: EU SOU?
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura
Datas de Cura:
Maio: 05, 13, 19, 25
“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças; contudo nós o consideramos castigado por Deus, por Deus atingido e afligido. Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados.” (Isaías 53: 4-5)
Os Estudantes da Filosofia Rosacruz sabem que Lúcifer, a falsa Luz da Época Lemúria, implantou a paixão, inaugurando a procriação do pecado e, consequentemente, o surgimento da tristeza, da dor e da morte. Sabem que Cristo, a verdadeira Luz da vindoura Nova Galileia, inaugurará a imaculada Concepção e pregou o Evangelho da redenção do pecado pelo amor.
É um fato científico que o estado do sangue afeta a Mente e vice-versa; sangue puro é, portanto, indispensável para uma mentalidade sadia.
Uma Mente pura pode transcender a paixão, somente um corpo são pode gerar outro corpo são. Os Irmãos Maiores da Rosacruz têm almejado curar o corpo para que possa abrigar uma Mente pura e um amor puro, pois cada purificação sobre o Corpo Físico é um passo adiante para o dia da vinda do Senhor, pelo qual todos nós anelamos mui ardentemente.
Essa é a razão para as atividades de cura e é o significado do nosso tema “Mente pura, Coração nobre e Corpo são”.
Essa declaração feita por Max Heindel deixa claro que a cura definitiva necessita de educação nos princípios ou nas leis superiores ou espirituais, que regem a vida do ser humano.
Não é suficiente que tenhamos nossas dores temporariamente aliviadas e nossas doenças temporariamente “curadas”. Devemos perceber que não podemos ter uma cura definitiva até que aprendamos a controlar nossos pensamentos, sentimentos e emoções.
Somente dessa maneira a causa espiritual da doença poderá ser removida de dentro de nós.
Temos sido egoístas, gulosos, ciumentos, intolerantes, mentirosos, desconfiados? Então podemos estar certos de que o nosso sangue foi afetado por esses desequilíbrios e que esse sangue contaminado foi transportado para dentro dos tecidos afetando todo o organismo.
Temos sido amáveis, bondosos, tolerantes, úteis? Então podemos estar certos de que esses pensamentos e sentimentos, também afetaram o corpo e o sangue, mas, por esse lado, beneficamente.
Pureza de vida e de pensamento é o caminho principal para a saúde. Todo aquele que se propuser a seguir os passos de Cristo, harmonizando-se com o Seu amor, conquistará uma Mente pura, um Coração nobre e um Corpo são.
(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – julho-agosto/1995)
O Desenvolvimento do Coração e a Iniciação
Maio de 1917
Enquanto elaborava a lição deste mês, me ocorreu perguntar se vocês estão obtendo ou não, todos os benefícios proporcionados por essas lições. Tudo depende da maneira como estão estudando, pois vocês não podem obter mais delas do que aquilo a que se dedicarem por si mesmos. Portanto, pensei que seria oportuno dedicar essa carta a uma pequena discussão sobre o método mais adequado de utilizá-las com o máximo de benefício possível.
Sabemos que o objetivo dos Ensinamentos Rosacruzes é desenvolver, equitativamente, a Mente e o Coração; fornecendo todas as explanações de uma maneira tão lógica que a Mente esteja pronta para aceitar e, assim, o coração fique livre e à vontade para trabalhar sobre o material recebido. Se vocês simplesmente lerem a lição e refletirem sobre ela, achando até lógica e racional a explanação sobre o assunto abordado mensalmente e, em seguida, a deixarem de lado e a esquecerem, de pouco valerá, pois utilizarão apenas o intelecto e não o coração. A maneira apropriada, após a lição ter sido assimilada e aceita intelectualmente, é praticá-la de uma forma devocional durante o resto do mês, em diferentes ocasiões, quando sentirem a necessidade e a predisposição para realizar esse exercício. Depois, deverão não pensar mais na lição, se esforçando para não raciocinarem sobre qualquer assunto que ela contenha, deixando o intelecto o mais longe possível que puderem. Esforcem-se para senti-la, pois, o sentimento é uma função do coração. Tentem visualizar os diferentes detalhes e assuntos nela contidos.
Por exemplo, a lição que acompanha esta presente carta aborda sobre a humanidade durante o estágio em que fomos hermafroditas. Ela nos recorda a entrada dos espíritos de Lúcifer, bem como o caminho da regeneração sob a orientação de Mercúrio. Se visualizarem ante sua visão interior a condição do ser humano durante os diferentes estágios que se sucederam, colherão grande benefício. Fazendo dessa forma, podem visualizar e sentir as mudanças que ainda estão por vir no futuro, pois na consciência interna de vocês permanecem latentes todos os sentimentos que experimentaram durante todas as vidas passadas da evolução, e será apenas uma questão de prática serem capazes de contatá-las, quando quiserem.
Lembrem-se do que foi dito no Conceito Rosacruz do Cosmos sobre o método de Iniciação que, em algum momento, quando chegarem a esse ponto, terão que retroceder ao longo do caminho que percorreram para sentir e ver, conscientemente, aquilo que trilharam de maneira inconsciente. Portanto, a prática acima mencionada é uma preparação. Quanto mais puderem ver por si mesmos, no estado de espírito indicado acima, mais profundamente poderão sentir a condição correspondente e perceberão a mão protetora e condutora das Hierarquias Divinas, que nos têm ajudado no caminho da evolução; assim, estarão melhor preparados para o tempo vindouro, quando tiverem que passar pelo processo da Iniciação. É seguro dizer que, dessa maneira, receberão muito mais benefícios da Iniciação do que se estivessem despreparados.
Nessa prática de sentir a lição, vocês encontrarão um auxílio muitíssimo grande para o progresso espiritual; e se usado corretamente, iluminará as lições e lhes fornecerá uma percepção espiritual que não poderá ser alcançada de nenhuma outra maneira. Portanto, sinceramente, eu espero que levem isso a sério e decidam praticar esse modo de estudar a lição regularmente, mesmo naquelas que, à primeira vista, possam lhes parecer monótonas e desinteressantes. Esse processo permitirá a vocês extrair as pérolas escondidas sob a superfície, com as quais jamais sonhariam.
(Carta nº 78 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
As Verdades Espirituais nos Mitos Antigos
No Livro Mistérios das Grandes Óperas, de Max Heindel, lemos: “Temos dito frequentemente, em nossas publicações, que um mito é um símbolo velado, contendo uma grande verdade cósmica, um conceito que difere radicalmente daquele que é geralmente aceito. Tal como apresentamos às nossas crianças livros em quadrinhos para transmitir lições que estão além de seu entendimento intelectual, assim os grandes Mestres deram à humanidade em formação esses símbolos. Dessa forma, de uma maneira inconsciente, uma apreciação dos ideais apresentados tem se gravado em nossos veículos mais sutis.”
O desenvolvimento espiritual, o progresso e a evolução requerem um esforço constante na consecução de objetivos maiores e ideais mais elevados do que aqueles que já alcançamos. A complacência e a satisfação própria não devem ter guarida na vida do aspirante espiritual. Assim como a verdade espiritual é eterna, igualmente eterna deve ser a busca daquela verdade.
Na busca da verdade deve haver uma mudança contínua, ou, mais precisamente, uma transformação. Tais mudanças não podem, todavia, acontecer repentinamente, do nada. Deve haver sempre o tempo de preparação que precede a mudança em si. As mudanças das quais falamos não devem ser mentalizadas como meramente alterações nas condições exteriores e circunstâncias, mas também como modificações ocorrendo dentro do próprio ser humano: modificações em seu estado de consciência, em seu nível de percepção, em seu grau de entendimento e compreensão, em sua capacidade de dirigir e controlar certas forças, e assim por diante.
Uma das vias de preparação através das quais o ser humano é conduzido a reconhecer e participar das mudanças que marcam seu progresso evolucionário é a mitologia. A mitologia está para a verdade espiritual na mesma relação que o corpo está para o Espírito. Em cada caso o primeiro é o traje que reveste o último.
No passado, quando o ser humano estava mais relacionado aos mundos espirituais do que atualmente, era igualmente consciente das forças espirituais que criavam as realidades que experimentava. Porém, essa percepção devia-se ao que podemos chamar de “uma consciência automática” — uma percepção que era recebida sem qualquer entendimento de seu significado ou participação autoconsciente em seu propósito.
Naquela época, as forças que trabalhavam através da humanidade conduziam o ser humano mais e mais em contato com o Mundo Físico que hoje conhecemos e no qual presentemente nossa consciência de vigília está focalizada. Em consequência, as verdades espirituais começaram a se revelar à sua consciência numa forma mais definida, ou seja, sua percepção das verdades espirituais começou a tomar forma em termos do Mundo Físico no qual estava cada vez mais vinculado. E estas formas tornaram-se símbolos das verdades que ele anteriormente percebia mais diretamente.
O Mundo Físico é um mundo de formas definidas. E formas definidas implicam em separatividade. A primeira manifestação da descida do ser humano para o Mundo Físico — de separatividade — foi a formação das raças, na qual agrupamentos humanos vivendo sob condições diferentes de clima e solo começaram a desenvolver características diferentes. Cada grupo começou a perceber as verdades espirituais em termos das condições peculiares que o cercavam e separavam dos demais. Dessa forma vieram à existência as muito diferentes mitologias, oriundas dessas diferentes culturas.
Não obstante a percepção da verdade espiritual aparecesse em diferentes roupagens, era ainda a mesma verdade essencial que se encontrava por detrás de todas elas. Essas verdades, falando ao ser humano através de seu mito, pareciam a ele mui real e viva, por mais absurda que possa parecer à nossa consciência moderna.
A consciência do ser humano atual não pode aceitar uma interpretação literal dos mitos antigos, como queremos crer que seres humanos daqueles tempos antigos faziam. Pode ser ainda que nem o ser humano da antiguidade acreditava em seus mitos no sentido literal, como imaginamos que ele cria. No entanto, acreditava na realidade literal que animava aqueles mitos. Todavia, ele não admitia isso. Tal ocorria devido a que ele ainda vivia a maior parte do tempo num estado de consciência automática que lhe permitia perceber e participar de uma coisa sem ter um entendimento consciente próprio da mesma.
Os requisitos que se apresentam ao ser humano moderno são de ordem bem diferente. A consciência automática deve ser descartada em favor de uma consciência própria, plena, vigilante. Somente dessa maneira o ser humano se capacitará a compreender a verdade que percebe, e, por meio dessa compreensão, se colocar numa posição de adquirir domínio de si mesmo e se tornar o dono de seu destino.
Essa transição de estado de consciência não ocorre de uma vez, e, nesse entretempo é possível que muitas complicações se apresentem. Quando ocorre a perda da consciência automática, então, e somente então, surge o perigo de que o ser humano comece a acreditar numa interpretação literal de seus mitos. Nesse ponto podem acontecer duas coisas. Uma consciência que começa a demandar mais e mais entendimento e explicação daquilo que percebe pode rejeitar os mitos que uma vez lhe falaram por causa do agora aparente absurdo. Ou, tornando-se incapaz de distinguir entre a roupagem exterior de um mito e a verdade interna que ele contém, alguém pode também se tornar incapaz de distinguir entre símbolos e realidades.
A tarefa que, hoje em dia, o ser humano enfrenta é a de apanhar a verdade espiritual direta e conscientemente onde ele antes apanhava indireta e automaticamente. Um estudo da mitologia pode auxiliá-lo a fazer isso, se ele a encarar da maneira apropriada. Cabe-lhe deixar de pensar nos mitos como coisas de mera curiosidade ou encantadores pequenos exemplos da ignorância dos povos antigos e pré-históricos. Deve reconhecer que há uma verdade espiritual que permanece atrás e constitui a origem de um mito, da mesma forma como há um ser espiritual como origem do corpo físico. Então, plenamente consciente, deve-se esforçar para perceber o que é aquela verdade espiritual que em outras idades lhe falava automaticamente. Com essa convicção vem o conhecimento, e desse conhecimento pode se desenvolver uma força que é a alma daquele mito. De forma idêntica, a alma do ser humano é criada por seu Espírito, trabalhando através de seus três diferentes veículos: os Corpos Denso, Vital e de Desejos.
Quando efetivamente chegamos a um entendimento lúcido das verdades espirituais contidos em certos mitos, isso produz um efeito sobre nossa consciência, difícil de explicar. É semelhante ao que experimentamos quando encontramos novamente um ser querido ou um amigo chegado, para nós desaparecido por muitos e muitos anos. O processo de amadurecimento que ambos atravessaram torna o reatamento muito mais agradável e possibilita a cada um compartilhar com o outro de uma maneira mais completa do que antes. Em cada um uma apreciação mais profunda em relação ao outro é despertada.
Acontece o mesmo com o ser humano e seus mitos. Esses mitos têm estado perdidos para ele por um longo tempo. E ele agora readquire algumas de suas forças e beleza, como uma criança em sua fascinação com contos de fada. Mas quando alcança uma compreensão autoconsciente de seus significados, esses mitos lhe falarão novamente. Esse novo relacionamento não é meramente uma continuação da mesma coisa que experimentou no passado, mas é a complementação de alguma coisa que não havia se completado naquela ocasião. As impressões que a mitologia causou em nossas vidas há tempos ressuscitarão para uma nova vida, na qual o ser humano, o microcosmo, pode ser auxiliado a encontrar o seu caminho de volta ao macrocosmo, plenamente consciente.
Naturalmente, devemos reconhecer que muitos mitos, da forma em que nos chegam, são uma corrupção de sua verdade, causada pela interferência de nossa consciência automática. Isso, porém, não deveria fazer com que desprezássemos seu valor integral.
Na Mitologia Grega encontramos a estória de Prometeu e Hércules. Prometeu era filho dos parentes de Titã e ele próprio era considerado como um Titã. Era campeão do ser humano e antagonista de Zeus, o chefe dos deuses, a favor do ser humano. Falava-se que ele havia moldado o ser humano da argila e muitas das artes da civilização eram atribuídas a ele. A dádiva com ele sempre associada é o fogo, que roubou do céu numa haste de cânhamo e trouxe à terra. Prometeu também enganou a Zeus na aceitação da pior parte nos sacrifícios que o ser humano oferecia aos deuses. Em punição a tudo isso Zeus confinou Prometeu ao pico de uma montanha e mandou uma águia para devorar seu fígado. Depois de idades de sofrimento Prometeu foi finalmente libertado por Hércules.
Hércules era filho de Zeus e Alomena, um deus e uma mortal. Foi o mais renomado dos matadores de gigantes e monstros — um aventureiro e irrequieto batalhador, que realiza façanhas aparentemente impossíveis. Embora Hércules participasse praticamente de qualquer espécie de aventura concebível, as mais importantes, além de libertar Prometeu, foram seus doze trabalhos.
Os mitos relacionados com Prometeu e Hércules são de especial importância aos estudantes dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, pois falam do relacionamento de Lúcifer e Cristo com a evolução espiritual da humanidade.
A estória de Prometeu é a estória de Lúcifer, que, em desobediência ao mandamento de Jeová, despertou prematuramente no ser humano uma consciência de sua força criadora. Induziu o ser humano a se rebelar contra a diretriz de Jeová, impondo-se-lhe ser “como deuses, conhecendo o bem e o mal.” O elemento de ferro no sangue foi também introduzido por Lúcifer, capacitando o ser humano a produzir sangue quente no corpo, tornando-se um Espírito interno. Lúcifer trabalha no ser humano através de um dos três segmentos do cordão espinhal, representado pela haste de cânhamo, e incita suas intensas paixões, representadas pelo elemento “fogo”.
Dessa maneira, Lúcifer tem assumido um papel importante na criação do ser humano como ele hoje existe. Efetivamente, muitas de nossas mais valiosas posses devem-se à sua influência, seja em seu todo ou em parte. Entre elas incluem-se o cérebro e a laringe, a habilidade de pensar e adquirir conhecimento independentemente, a capacidade e a inspiração para conquistar o mundo material e a eventual habilidade de se tornar participante consciente nos mundos espirituais.
Em certo sentido, portanto, deve-se agradecer a Lúcifer pelo que tem feito por nós. A desobediência, todavia, tem seu preço, e, ambos, Lúcifer e o ser humano, têm tido o que pagar. O ser humano, através das penas e sofrimentos, da dor e das lutas, pelo mau uso de seu conhecimento e de sua força criadora, despertados e estimulados por Lúcifer. Lúcifer tem de pagar através da perda de sua liberdade e subsequente dependência do ser humano. Ele evolui através da intensidade de sentimento, que só pode provocar através do ser humano. Dessa maneira, tenta nos conduzir às profundezas de nossas emoções. E, se nos permitimos que estas vivifiquem nossos desejos e paixões inferiores, então ambos, ele e nós seremos arrastados para dentro da cova. Porém, se nos afirmamos e lhe permitimos somente intensificar nossas mais refinadas e edificantes emoções, então estaremos conquistando a redenção, tanto de Lúcifer como da humanidade.
A perda da liberdade de Lúcifer é simbolizada por Prometeu sendo acorrentado no pico da montanha. A águia, um símbolo do Signo zodiacal Escorpião, que rege a força criadora no ser humano, devora o fígado de Prometeu. O fígado é a raiz da ligação entre o Corpo Denso e o Corpo de Desejos. Assim indica-se que a redenção de Lúcifer e o fim de sua influência negativa sobre o ser humano só podem se efetivar mediante a purificação e o controle de nossas emoções.
Com sua própria força, todavia, a grande maioria da humanidade é incapaz de transformar a influência negativa de Lúcifer num fator para o bem. Portanto é necessário dar-lhe alguma espécie de auxílio. E esse auxílio veio com Jesus Cristo.
Recordamos que Hércules nasceu de seres divinos e mortais, indicando a natureza composta de Jesus Cristo. Cristo é o mais elevado Iniciado dos Arcanjos, o Espírito Solar, pela Palavra do Qual todas as coisas de nosso sistema solar foram criadas. Jesus foi o mais nobre e puro ser humano disponível na ocasião do advento de Cristo. Foi, portanto, escolhido como o veículo através do qual Cristo se manifestou na Terra durante Seus três anos de ministério como Jesus-Cristo, do batismo à crucificação.
Durante Sua curta permanência na Terra, usando um corpo humano, Cristo foi capaz de passar e sobrepujar todos os diferentes males e tentações aos quais o ser humano está sujeito. Isto é simbolizado pelos doze trabalhos de Hércules, que representa toda a variedade de experiências que sobrevêm ao ser humano através dos doze Signos do Zodíaco. Passando através do Mistério do Gólgota, Ele nos deu o poder de também ultrapassar todos esses males e tentações. Dessa maneira, através do poder de Cristo, podemos vencer o mal com o bem, para a redenção da humanidade e de Lúcifer. Assim é que Hércules finalmente consegue libertar Prometeu e terminar seu sofrimento.
Muitos mitos e lendas contam essa mesma estória. Portanto, há uma lista de muitos lideres e mestres espirituais que padronizaram suas vidas com base nessa estória. Se não aprendemos a distinguir o símbolo da realidade, é possível incorrermos em grande erro. Esse erro é acreditar em que a vida de Jesus Cristo é apenas uma outra vida padronizada nessa mesma arquetípica estória, nada tendo de peculiar que O distinguisse dos outros de uma categoria idêntica.
A verdade é que a vinda do Cristo se constituiu no único e maior evento na história espiritual da humanidade. Todos os mitos, lendas e vidas de seres humanos de poder espiritual que precederam a Cristo serviram para preparar a consciência humana para aquele evento; apenas anteciparam um vislumbre daquilo que viria. Em Cristo temos aquilo que foi enunciado; temos a realização daquilo que foi preparado. Em Jesus Cristo temos a verdadeira presença de Deus na Terra; a presença do Criador em Sua Criação. Todos os que vieram antes foram apenas Seus servidores. Todos os que vierem depois, seguirão Suas pegadas.
Portanto, se somos capazes de perceber corretamente isso dentro de nós mesmos, reconhecemos que certos mitos, lendas e vidas de seres humanos de poder espiritual prepararam o ser humano para entender essa verdade: “que ante o nome de Jesus Cristo todo joelho se dobra e toda boca deve confessar que Jesus Cristo é o Senhor, para a Glória de Deus Pai.”
(Traduzido da Revista Rays from The Rose Cross e Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1977)
Pergunta: O que sucedeu ao Corpo Denso de Jesus, colocado no túmulo e não encontrado na manhã da Páscoa? Se o Corpo Vital de Jesus foi preservado para ser novamente usado por Cristo, o que faz Jesus, nesse meio tempo, para obter um Corpo Vital? Não seria mais prático conseguir um novo Corpo Vital para Cristo, quando da Sua Segunda Vinda?
Resposta. O estudo das Escrituras nos revela que Cristo costumava afastar-se de Seus discípulos, os quais ignoravam nesses momentos o Seu paradeiro — ou se sabiam, nunca mencionaram. Não obstante, isso é explicado pelo fato de que, sendo um Espírito tão glorioso, Suas vibrações eram por demais elevadas até mesmo para os melhores e mais puros veículos físicos. Por conseguinte, era necessário que o Espírito se retirasse, deixando o Corpo em completo repouso por algum tempo para que os átomos pudessem reduzir a sua frequência até atingir o nível costumeiro. Cristo acostumara-se a recorrer aos Essênios, deixando o Corpo aos seus cuidados. Esses eram peritos nisso e o Cristo não sabia lidar com os veículos que recebera de Jesus. Não tivesse recebido esses cuidados e o repouso necessário, o Corpo Denso de Jesus teria sido desintegrado muito antes que se concluíssem os três anos do Seu ministério e o Gólgota nunca teria sido alcançado.
No momento oportuno, quando Seu ministério terreno terminou, os Essênios cessaram de interferir. Os acontecimentos retomaram o seu curso natural e a tremenda força vibratória concedida aos átomos os espalhou aos quatro ventos; assim, quando o túmulo foi aberto, poucos dias mais tarde, não se encontrou o menor sinal do Corpo.
Isso está em perfeita harmonia com as leis naturais conhecidas por nós através de sua ação no mundo físico. Correntes elétricas de baixo potencial queimam e matam, enquanto uma voltagem muitas vezes superior pode passar através do Corpo sem qualquer efeito nocivo. A luz, cuja frequência vibratória é tremenda, é agradável e benéfica para o Corpo, mas quando focalizada através de uma lente, sua frequência vibratória diminui e temos uma força destrutiva. Da mesma maneira, quando Cristo, o grande Espírito Solar, entrou no denso Corpo de Jesus, a frequência vibratória foi reduzida devido à resistência da matéria densa, o que poderia reduzir o Corpo a cinzas, como ocorre na cremação, se não tivesse havido uma interferência. A força foi a mesma, o resultado idêntico — exceto que, sendo um fogo invisível o que consumiu o Corpo de Jesus e não o fogo comum, não houve cinzas. Com relação a isso, é bom lembrar que esse fogo jaz invisível em todas as coisas. Apesar de não o vermos na planta, no animal ou na pedra, ele está presente, visível à visão interna e capaz de manifestar-se a qualquer momento, contanto que se revista com uma chama de substância física.
Considerando que o autor do Conceito Rosacruz do Cosmos praticamente não teve ajuda na revisão das provas desse livro, é motivo para congratulações não serem encontrados muitos erros. O Capítulo XV, O Sangue Purificador, refere-se ao presente assunto. Foi corrigido e a palavra “Átomo-semente” substituiu a expressão “outros veículos”. A frase ficou assim: “Depois da morte do Corpo Denso de Jesus, os Átomos-semente foram devolvidos a seu primitivo dono.”. Durante os três anos de intervalo entre o Batismo, quando cedeu seus veículos, e a Crucificação, que ocasionou a volta dos Átomos-semente, Jesus adquiriu um veículo de Éter, da mesma forma que um Auxiliar Invisível adquire matéria física sempre que for necessário materializar todo o seu Corpo ou parte dele. Contudo, um material que não combine com o Átomo-semente não pode se adaptar definitivamente. Ele se desintegra tão logo se esgote a força de vontade nele reunida; portanto, isso foi apenas um paliativo. Quando o Átomo-semente do Corpo Vital retornou, um novo Corpo foi formado e, nesse veículo, Jesus atua desde então, trabalhando com as igrejas. Ele nunca mais tomou para si um Corpo Denso, embora fosse perfeitamente capaz de fazê-lo. Provavelmente pelo fato de seu trabalho ser inteiramente desligado das coisas materiais e diferir diametralmente do trabalho de Christian Rosenkreuz, que tratou dos problemas do Estado, da indústria e da política. O último, portanto, necessitou de um Corpo físico para poder aparecer diante do público.
A razão pela qual o Corpo Vital de Jesus está sendo preservado para a Segunda Vinda de Cristo, ao invés de ser formado um novo veículo, é dada em Fausto, um mito que expõe, em termos pictóricos, uma grande verdade espiritual de valor inestimável para a alma que busca. Fausto, desejando adquirir um grande poder espiritual antes de merecê-lo, atrai um Espírito disposto a satisfazer seu desejo — mas exige uma retribuição, pois o altruísmo é uma virtude que ele simplesmente não possui. Quando Lúcifer se volta para sair, ele fica temeroso ao ver um pentagrama diante da porta, com uma ponta voltada em sua direção. Ele pede a Fausto que remova o símbolo para que ele possa sair, porém esse último pergunta-lhe por que não sai pela janela ou pela chaminé. Lúcifer admite relutantemente que: “Para fantasmas e Espíritos, é lei que por onde entraram, devam sair”.
De acordo com o curso natural dos acontecimentos, o Espírito, ao nascer, entra no Corpo Denso pela cabeça, trazendo consigo os veículos superiores. Ao deixar o Corpo, à noite, ele sai pelo mesmo caminho e da mesma forma que reentrará pela manhã.
O Auxiliar Invisível também sai e reentra no Corpo pela cabeça. Finalmente, quando a nossa vida na Terra termina, alçamo-nos para fora do Corpo pela última vez através da cabeça, que é, então, reconhecida como sendo o caminho de entrada e saída natural do Corpo. Portanto, o pentagrama com uma ponta para cima é o símbolo da magia branca que trabalha em harmonia com a lei da evolução.
O mago negro, que age contra a natureza, subverte a força vital, dirigindo-a para baixo através dos órgãos inferiores. A passagem pela cabeça fecha-se para ele; então, retira-se pelos pés e o cordão prateado estende-se em direção aos órgãos inferiores. Por conseguinte, Lácifer entrou facilmente no gabinete de Fausto, pois o pentagrama estava com duas pontas voltadas para ele, representando o símbolo da magia negra. No entanto, ao tentar sair, ele encontra somente uma ponta voltada para si e tem que se curvar diante do símbolo da magia branca. Ele só podia sair pela porta, pois havia entrado por ela e assim vê-se preso, ao descobrir que esse caminho esteja bloqueado. Da mesma forma, Cristo tinha a liberdade de escolher Seu veículo de entrada na Terra, onde está agora confinado; contudo, uma vez escolhido o veículo de Jesus, Ele é forçado a sair pelo mesmo caminho. Se esse veículo fosse destruído, Cristo permaneceria neste ambiente tão limitado até que o Caos dissolvesse a Terra. Isto seria uma grande calamidade e é por tal razão que o veículo usado por Ele é guardado com o máximo cuidado pelos Irmãos Maiores.
Nesse meio tempo, Jesus foi quem perdeu todo o crescimento anímico obtido durante os trinta anos terrestres anteriores ao Batismo e contido no veículo cedido a Cristo. Esse foi e é um grande sacrifício feito para nós; mas, como todas as boas ações, esse sacrifício redundará em maior glória no futuro. Esse veículo será usado por Cristo quando Ele vier estabelecer e aperfeiçoar o Reino de Deus; estará tão espiritualizado e glorificado que, quando for novamente restituído a Jesus no momento em que Cristo entregar o Reino ao Pai, será o mais maravilhoso de todos os veículos humanos. Embora isso não tenha sido ensinado, o autor acredita que Jesus será o mais elevado fruto que o Período Terrestre produziu nesse sentido, vindo Christian Rosenkreuz em segundo lugar. “Não há maior ser humano do que aquele que dá a sua própria vida” e o fato de dar não somente o Corpo Denso mas também o Corpo Vital, por tanto tempo, certamente é o supremo sacrifício.
(Pergunta nº 96 do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume II)
A Mente é o “Mensageiro de Deus”
Algumas lições antigas da Fraternidade chamam a Mente de “O Mensageiro de Deus”. Sua importância na atual fase de desenvolvimento é indiscutível, embora ainda se encontre no seu estágio mineral de evolução.
O grande valor da Mente, como um “Mensageiro de Deus” ao ser humano, é facilmente compreendido pelo fato de que os Estudantes da Filosofia Rosacruz trabalham com seu Corpo Denso; os Probacionistas com o Corpo Vital; os Discípulos com o Corpo de Desejos e os Irmãos Leigos com o Corpo Mental. Os últimos trabalham com a Mente, se esforçando por transmutar os pensamentos de sensualidade, avareza, egoísmo, violência e materialismo em pensamentos de amor, benevolência, compaixão, altruísmo, aspiração espiritual, devolvendo-os ao mundo para estimular todas as manifestações do bem.
Os Estudantes Rosacruzes, fieis aos ditames de seu coração, se esforçam por fazer a vontade de Deus, conforme a sentem. Entendem que nesta época de profundo racionalismo, em que o cérebro predomina sobre o coração, é necessário alcançar uma compreensão intelectual de Deus. Portanto, se lhes oferece, por meio da Filosofia Rosacruz, uma gama de conhecimentos científicos, lógicos e completos. Desse modo creem em seu coração aquilo que o intelecto sancionou e passam a viver uma vida religiosa.
Quando a humanidade se desviou do esquema original da evolução sob a influência de Lúcifer, os Senhores de Vênus tiverem de se esforçar por prover o amor em vez da luxúria. Ao mesmo tempo os Senhores de Mercúrio apelaram àqueles que haviam desenvolvido alguma capacidade mental por meio dos sagrados ensinamentos, para que a humanidade se tornasse menos egoísta.
Os Senhores de Mercúrio eram, originalmente, Hierofantes dos Mistérios Menores, aos quais estamos harmonizados como membros de uma associação de cristãos místicos. Iniciaram os mais avançados seres humanos, tornando-os reis e governantes, para o bem de todos e não para o autoengrandecimento.
Astrologicamente, Mercúrio é o educador mental da humanidade. Sendo assim, é o Planeta da razão, considerado mitologicamente o “Mensageiro dos Deuses”. O símbolo de Mercúrio expressa a característica da Mente como um elo ou mensageiro entre o Espírito e o corpo em suas manifestações.
Para interpretar com crescente clareza a mensagem de Deus devemos purificar a Mente, cultivando um interesse cada vez maior por assuntos religiosos e intelectuais de natureza abstrata. Uma Mente capaz de entender matemáticas pode se elevar ao mundo do Espírito sem estar aprisionada ao plano das sensações e desejos. Assim podemos sobrepor-nos à existência concreta que obscurece a verdade.
Não esqueçamos: a lógica é o melhor guia em qualquer Mundo, e ela nos preservará do orgulho intelectual, tornando-nos justos, porque “quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado”.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/86)
Construindo a Nova Jerusalém
Fisiologistas e frenologistas têm admitido há muitos anos que o cérebro possui centros que controlam as atividades do indivíduo. Porém, o que eles aparentemente não descobriram, é que até esta data o lado direito do cérebro encontra-se praticamente inativo, fato esse que não apresenta nenhuma novidade para o cientista ocultista.
Numa conferência proferida por Max Heindel no início de 1900, intitulada “Lúcifer: Tentador ou Benfeitor?”, ele afirma: “O nosso cérebro não é um conjunto homogêneo. Está dividido em duas metades, sendo um fato conhecido pelos fisiologistas que usamos apenas um desses hemisférios cerebrais. A metade direita está praticamente inativa. O coração também está no lado esquerdo do corpo, porém está começando a se mover para o direito. O lado direito do cérebro está se tornando também mais e mais ativo. Em consequência dessas duas mudanças, a tonalidade do caráter do ser humano vai se tornando diferente. O lado esquerdo está sob a influência dos Lucíferos, predominando o egoísmo, porém, o Ego obterá mais e mais controle na medida em que o lado direito do cérebro for impregnado pelo poder que atua sobre o corpo com o reto discernimento”.
“Está se processando uma mudança no coração, fazendo dele uma anomalia e um enigma o que não é novidade para os fisiologistas. Temos duas classes de músculos: Uma sob o controle da vontade, como por exemplo, os músculos do braço e da mão. São os músculos estriados longitudinalmente e transversalmente. O coração é uma exceção, não se encontra sob o controle do desejo e apesar disso já estão surgindo fibras transversais como só pode acontecer com os músculos voluntários”.
“No devido tempo as estrias cruzadas desenvolver-se-ão completamente, ficando assim o coração sob controle do ser humano. Quando chegar esse tempo estaremos aptos a dirigir a corrente sanguínea para a parte do corpo que desejarmos, o que nos possibilitará a evitar a irrigação do lado esquerdo do cérebro. Então, a Babilônia, a cidade de Lúcifer, cairá”.
“Quando enviarmos o sangue para o lado direito iniciaremos a construção da Nova Jerusalém, o que representa o início das estrias cruzadas em nosso coração, baseada nos ideais altruístas”.
Max Heindel em seus vários livros nos dá não somente uma explanação clara do desenvolvimento passado do ser humano, como também do seu futuro crescimento, provando assim a mais surpreendente verdade dos tempos presentes.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1978)
Pelos ensinamentos da lição do mês passado, compreendemos que não há absolutamente qualquer fundamento em relação ao ponto de vista, comumente aceito, sobre as almas perdidas. Não há uma só palavra na Bíblia que leve em si a ideia que costumamos atribuir à palavra “para sempre”. A palavra grega é aionian e significa “um período de tempo indefinido, uma era”, e quando lemos na Bíblia as palavras “eternamente e para sempre”, deveríamos interpretá-las “por séculos e séculos”. Além disso, como é uma verdade da natureza que “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”, uma alma perdida significaria que uma parte de Deus se havia perdido e, naturalmente, isto é inconcebível.
Depois que escrevi a lição anterior, ocorreu-me outro ponto que mostrará como a “perda” de um Período está relacionada com o próximo. Devem lembrar-se que falamos dos espíritos de Lúcifer como atrasados do Período Lunar, e dissemos que não poderiam achar campo para a sua evolução no presente esquema de manifestação. Os Arcanjos habitam o Sol, os Anjos têm a seu cargo todas as Luas, mas os espíritos de Lúcifer foram incapazes de residir em qualquer desses luminares. Não podiam ajudar na geração, pura e desinteressadamente, como o fazem os Anjos, uma vez que atuavam sob as forças da paixão e dos desejos egoístas, pelo que houve necessidade alojá-los num lugar separado. Assim, foram colocados no Planeta Marte, fato bem conhecido pelos antigos astrólogos, que atribuíam à Marte a Regência sobre Áries, que tem domínio sobre a cabeça (lembrem-se que o cérebro é construído por forças sexuais subvertidas), e também comprovaram que aquele Planeta é o Regente de Escorpião, que governa os órgãos de reprodução. Áries está na primeira Casa de um horóscopo e denota o princípio da vida; Escorpião está na oitava, significando a morte; nisso está contida a lição de que tudo o que é gerado pela paixão e pelos desejos está condenado à dissolução. Assim, Marte é esotericamente e astrologicamente “o Diabo”; e Lúcifer, o chefe entre os Anjos caídos, é realmente o adversário de Jeová, que dirige a força de fecundação vinda do Sol por meio da atividade lunar.
No entanto, os Espíritos de Lúcifer estão ajudando o processo de evolução. Deles recebemos o ferro que, por si só, torna possível viver numa atmosfera oxigenada. Foram e continuam sendo os agitadores para o progresso material, portanto, não temos o direito de antagonizá-los. A Bíblia tacitamente proíbe-nos de ultrajar os deuses. Conforme lemos na Epístola de São Judas, nem o Arcanjo Miguel ousou ultrajar Lúcifer, e no livro de Jó fala-se como estando entre os filhos de Deus. O seu Embaixador na Terra, Samael, é o Anjo da morte, representado por Escorpião, mas é também o Anjo da vida e da ação simbolizada por Áries. Se não fossem pelos ativos impulsos marcianos, talvez não sentíssemos as dores tão agudamente como as sentimos, nem tão pouco poderíamos progredir na mesma proporção, e é seguramente melhor “cansar-se do que enferrujar-se”.
Deste modo, podemos constatar que estas “ovelhas perdidas” de uma era anterior, recebem todas as oportunidades de recuperar o seu atraso no atual esquema de evolução. Estão atrasadas, e como atrasadas aparecem sempre como más, mas não estão “perdidas para além da redenção”. Podem salvar-se servindo-nos, provavelmente mediante a transmutação de Escorpião em Áries, quer dizer, a geração em regeneração.
(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 17)
Influências Fisionômicas e de Personalidade dos Astros
(*) Advertência: A descrição aqui apresentada é mais exata quando o Astro é o Regente do horóscopo e bem-aspectado.
(Veja mais no Livro: Mensagem das Estrelas – Capítulo XIX – Max Heindel e Augusta Foss Heindel)
Marte
O Planeta Marte rege Escorpião. Ele leva, aproximadamente, um ano terrestre para passar por todos os Signos do Zodíaco.
Marte é chamado de diabo, ou o pequeno malfeitor (Lúcifer). A 8ª Casa se refere à sexualidade e Marte é o Planeta que impele o ser a se proliferar e sustentar. Marte proporciona a energia, o gosto pela luta e a ânsia da expansão. É o fogo que se colocada em bom canal – não sob pressão – pode levar a pessoa a coisas incomuns.
O marciano tem características dos cabelos vermelhos, uma pele clara com sardas e muitas vezes faz as orelhas se afastarem da cabeça (em um ângulo de 90º).
Pessoas com Marte muito forte são bons militares, cirurgiões, montadores e nas posições onde se exige uma coragem inabalável.
Tradução feita pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil, do original: ASTROLOGISCHE TYPELOGIE – Hans Stein – Fishe-tekst – Fraternidade Rosacruz – Alemanha
A fim de facilitar o estudo desse assunto dividiremos nas seguintes partes:
Deste modo, será mais fácil, para aqueles que não estudaram os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, compreenderem a ideia.
Há 3 meios de você acessar esse Livro:
1. Em formato PDF (para download):
Quando Conheceremos Cristo quando Ele voltar? – Max Heindel
2. Em forma audiobook ou audiolivro:
Como Conheceremos Cristo quando Voltar? – Max Heindel – audiobook
3. Para estudar no próprio site:
COMO CONHECEREMOS CRISTO QUANDO VOLTAR
Relatório Taquigrafado de uma Palestra Proferida em Los Angeles Study Center, Rx. F., em 18 de maio de 1913, por Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, How shall we know Crist at his coming, editada por The Rosicrucian Fellowship
1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
ÍNDICE
PARTE II – POR QUE CRISTO VEIO À TERRA PELA PRIMEIRA VEZ?
PARTE III – POR QUE ELE DEVE VIR OUTRA VEZ
PARTE IV – COMO CONHECEREMOS CRISTO QUANDO ELE VOLTAR?
Relatório Taquigrafado de uma Palestra Proferida em Los Angeles Study Center, Rx. F., em 18 de maio de 1913, por Max Heindel
Existe um quadro em minha Mente, ele está lá há anos; algumas vezes, quando tenho tempo disponível para voltar-me para dentro de mim mesmo e olhar aquele arquivo, este aparece. Deixe-me descrevê-lo: Acompanhe-me, regredindo no tempo, cerca de dois mil anos. A cena passa-se na Palestina; as colinas estão desertas; vê-se um pequeno grupo de homens e no rosto de cada um reflete-se a tristeza. Eles estão pranteando. Aquele que, pensavam, tinha vindo para fazer grandes coisas foi-lhes tirado por mãos implacáveis e Sua vida parecia-lhes destruída, e eles perguntavam-se: “Será este o fim”? Isto emocionava-os profundamente. Ele os tinha chamado de amigos. Disse-lhes: “Vós sois meus amigos”[1], e eles choravam por Ele, como a um amigo. Disse-lhes também: “Se Eu for embora, Eu virei novamente”[2], e eles discutiam, ansiosamente, procurando saber quando esse advento ocorreria.
Assim foi o início, mas, desde então, isto continua sendo um assunto de interesse para todos que, pela graça de Cristo, intitulam-se Seus amigos. Tem sido um tema de entusiástica e constante indagação: Quando Ele virá novamente, e como O conheceremos quando Ele voltar?
Ele disse a Seus seguidores na Palestina que muitos viriam para enganar: que se lhes fosse dito para irem ao deserto, a este ou aquele lugar para procurá-Lo, eles não deveriam ir. Disse-lhes, também, que os Anjos no céu não sabiam o dia em que Ele retornaria; que mesmo o Filho não sabia, mas somente o Pai. Como descrevi antes, eles estavam discutindo, procurando saber o tempo aproximado do advento e, particularmente, como cada um poderia conhecê-Lo quando Ele aparecesse.
Pretendentes – tem havido muitos desde aquele dia – têm alegado ser Cristo; alguns enganam-se a si próprios e aos outros, acreditando que são realmente aquele exaltado e elevado Mestre. Existem outros que, deliberada e maliciosamente, procuram usurpar Seu lugar. Portanto, há um interesse permanente na pergunta: Como vamos reconhecê-Lo?
Há um ano atrás, apareceu em uma revista inglesa, um artigo intitulado “Arautos Ocultos”. Nele foram apresentados resumos dos Ensinamentos dos Mistérios Ocidentais como são fornecidos no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e do Ocultismo Oriental, representado por uma sociedade que promulga aquela doutrina. Os líderes das duas sociedades e suas obras foram comparados. Semelhanças foram encontradas, mas o autor do artigo também percebeu, com notável perspicácia, o que Estudantes superficiais dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental não perceberam, isto é, a diferença Vital e irreconciliável nos dois ensinamentos, no que diz respeito a Cristo e Sua vinda. Foi mostrado que, de acordo com os ensinamentos Orientais, tanto Cristo quanto Buda foram homens de vida comum, enquanto nos ensinamentos do Mistério Ocidental diz-se, com ênfase, que Cristo é um Hierarca divino, não de nossa evolução, mas, “que por nós, homens, veio” e que, tendo uma vez deixado o Corpo Denso, Ele jamais aparecerá em um veículo físico.
Como esta é uma das principais diferenças entre a Sabedoria do Ocidente e os Ensinamentos Orientais, constituindo isto um dos maiores problemas atuais, parece Vital que todos os Estudantes dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental compreendam perfeitamente o assunto.
Para sistematizar nossa exposição, vamos dividi-la em quatro partes, cada uma dedicada à consideração de uma questão que tenha relação definida com nosso assunto:
Deste modo, será mais fácil para aqueles que não estudaram os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, compreenderem a ideia.
O primeiro ponto que precisamos colocar é a identidade de Cristo, como é ensinada na Escola dos Mistérios Ocidentais. De acordo com a figura anterior, “Os Sete Dias da Criação”, o ser humano passou por um período de involução compreendendo os Períodos de Saturno, Solar e Lunar, como também metade do Período Terrestre. Nesta peregrinação através da matéria, ele adquiriu os veículos que hoje possui.
Durante o Período de Saturno, quando éramos semelhantes aos minerais, alguns seres eram humanos como nós somos hoje, mas eram de uma onda de evolução diferente. Desde então, eles têm avançado e tornaram-se os Senhores da Mente. O mais elevado daquela evolução – da Onda de Vida que estava, então, no estágio humano – é chamado no esoterismo de o Pai.
O mais elevado Iniciado do Período Solar, quando aqueles seres, que agora são Arcanjos, eram humanos, é chamado o Filho, ou seja, o Cristo.
Os Anjos atuais eram humanos no Período Lunar e o mais elevado Iniciado, que agora chamamos de Jeová, é também chamado Espírito Santo.
Temos aqui a categoria dos três mais ativos grandes seres – os líderes da evolução.
A humanidade do Período Solar não podia descer mais no mar da matéria além do Mundo do Desejo (veja a figura acima), portanto, seu veículo inferior era o Corpo de Desejos e, como é uma lei cósmica que nenhum ser pode criar um veículo que não aprendeu a construir durante sua evolução, era impossível para o Espírito Cristo nascer em um Corpo Denso. Ele não poderia formar tal veículo. Nem poderia formar o Corpo Vital, feito de Éter. Faltava-Lhe também a habilidade de funcionar na última substância, pois Ele nunca a havia adquirido em Sua evolução. Para fornecer os veículos necessários para Cristo, Jesus, um ser humano da nossa evolução – um homem nascido de um pai e de uma mãe, ambos altos Iniciados, que fizeram do ato criador um sacrifício e chegaram à concepção imaculada sem paixão – entregou seus Corpos Denso e Vital no Batismo para o Espírito Sol, Cristo, que, então, entrou no mundo material e tornou-se mediador, possuindo todos os veículos necessários para funcionar entre Deus e o ser humano. Cristo Jesus é, portanto, absolutamente único, e a Bíblia nos diz que não há nenhum outro nome pelo qual devemos ser salvos, a não ser pelo nome de Cristo Jesus. Este é o único Credo Cristão autorizado.
Tendo explicado a identidade de Cristo e de Jesus, como é apresentada nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, nosso problema seguinte é:
No Gólgota, o Corpo Denso de Jesus foi destruído, ao mesmo tempo em que se manifestavam certos fenômenos relatados na Bíblia, e o Espírito de Cristo penetrou na Terra. Até aquele momento, a Terra vinha sendo governada de fora. Do mesmo modo que os Espíritos-Grupo guiam os animais de fora, também a Terra foi guiada em sua órbita e a humanidade também o foi, no caminho de evolução, dirigida quase que inteiramente por Jeová, mas, desde aquele momento, o Cristo se tornou nosso Espírito Interno da Terra. Agora, Ele guia nosso Planeta em sua órbita e está procurando substituir o regime de guerra, inaugurado por Jeová de um lado e pelos marciais espíritos Lucíferos de outro, por um regime de altruísmo, um reino de Fraternidade Universal. Ouvimos falar muito sobre Fraternidade Universal, mas não é necessário formarem-se sociedades para proclamar que somos irmãos. Todos sabemos disto, não há necessidade de chamar atenção para este fato. Irmãos e irmãs nem sempre são harmoniosos, mas devem procurar sê-lo, se pretendem ser amigos. Cristo instituiu um ideal muito mais elevado, quando chamou Seus Discípulos de amigos: “Vós sois meus amigos se fizerdes tudo que Eu vos mandar”[1].
Enquanto temos a promessa enfática do retorno de Cristo, existem muitos Cristãos que não acreditam no Segundo Advento, de maneira que será melhor, analisar se existe alguma razão compelindo Seu retorno.
Para elucidar este ponto, tomemos um episódio iluminador de “Fausto”. Embora escrito por Goethe, este drama não foi uma ficção, pois a lenda de Fausto é mais velha que a história; é um dos mitos que expressa, em termos fantasiosos, pictóricos, a história da alma em busca da luz. Estes contos foram transmitidos à humanidade infantil para que pudesse, subconscientemente, absorver os ideais que, em épocas posteriores, deveria viver. Na verdade, usamos o mesmo método de instrução quando damos a nossos filhos livros com ilustrações para inculcar-lhes ideias que não podem captar intelectualmente, por serem muitos novos.
Fausto leu livros durante sua vida inteira e, gradualmente, aprendeu que nós sabemos somente o que vivemos. Se não for para aplicação prática na vida diária, o aprendizado através de livros não terá nenhum valor. Quando a alma desperta para este fato, coloca-se no limiar do verdadeiro conhecimento olhando em direção à LUZ. Mas, a estrada se bifurca: um caminho é tranquilo e fácil, por toda sua extensão existem guias serviçais e risonhos prontos para encorajar o viajante e assisti-lo em tudo que desejar, e, no final, está Lúcifer, o portador da luz, disposto a dar honras mundanas àqueles que lhe prestam culto. O outro caminho é áspero, escarpado e perigoso; algumas vezes é muito escuro; muitos corações doloridos estão nele e, frequentemente, podemos ouvir o grito de angústia: “Quanto tempo mais, Ó, Senhor! Quanto tempo”? Mas, ainda que a alma lute aparentemente sozinha, sempre escuta uma voz interior, suave, tênue e silenciosa, mas inconfundivelmente clara: “Vinde, vós que estais fatigados e sobrecarregados e Eu vos darei repouso”[2]. Às vezes, a “Verdadeira Luz”, Cristo, a meta da alma que procura, é vista através de uma brecha nas nuvens tempestuosas, que precisam ser transpostas para que o aspirante alcance o topo da realização e, a partir da visão beatificada, a alma que busca reúne novas forças.
No caminho escuro, Lúcifer favorece todos os apetites sem restrições ou reserva. Enquanto a alma é levada pela correnteza, tudo aparenta ser fácil e o prazer parece estar a espera a cada passo. No entanto, quanto a alma finalmente chega ao fim do rio da vida, em lugar de voar muito alto em direção à própria meta, é arrastada para baixo pelos apetites vis que se uniram a ela, como a polpa de sua fruta verde está colada na presente; e ela experimenta, com uma intensidade mil vezes maior, a dor que sobrevém quando pretende se libertar dos grilhões consolidados pelo pecado.
Thomas A. Kempis menciona o desejo da maioria de viver uma longa vida e como poucos se preocupam em viver uma boa vida. Eu posso parafrasear isto, exclamando: “Oh, quantos desejam alcançar poderes espirituais, mas como são poucos os que se esforçam para cultivar a espiritualidade”! A história de Fausto dá-nos uma visão daquilo que pode acontecer, se exclamássemos com toda a intensidade de nosso ser, como ele o fez:
“Oh! Há Espíritos no ar,
Que flutuam entre o céu e a terra em domínio atuando?
Inclinai-vos aqui de vossa atmosfera dourada,
Para cenários, nova vida e plena rendição ides me guiando.
Se eu possuísse um manto mágico, simplesmente,
Para transportar-me como que em invisíveis asas, largamente,
Muito mais do que custosas vestes eu prezaria,
E nem por um manto real o trocaria”.
Por esta impaciência e desejo de obter alguma coisa em troca de nada, de colher onde não semeou, ele atrai para si um espírito de natureza indesejável, pois os habitantes dos Mundos invisíveis não são, de modo algum, diferentes das pessoas daqui. Um filantropo não é encontrado a cada curva do caminho neste mundo, nem encontramos Anjos por todos os lados quando atravessamos fronteira, e a única proteção é esforçar-nos para sermos dignos de entrar conscientemente naqueles reinos. Quando tivermos alcançados o caráter requerido, não teremos que esperar.
Não precisamos referir-nos ao tipo de barganha que foi proposta a Fausto por Lúcifer, que seguiu sua vítima em perspectiva até seu gabinete; mas, quando ele se volta para a porta e está prestes a sair, ele vê, aflito, uma estrela de cinco pontas, com duas pontas viradas para a porta e uma ponta à sua frente. Esta, ele pede a Fausto que a remova, mas ao ser rigorosamente interpelado e convidado a sair pela janela ou chaminé, Lúcifer finalmente confessa:
“Para os fantasmas e espíritos é uma lei
Por onde entrarmos, por aí sair devemos”.
Isto é um ponto muito importante, pois, assim como Lúcifer entrou no gabinete de Fausto pela porta e é forçado a sair pelo mesmo caminho, Cristo entrou na Terra por meio do Corpo Vital de Jesus e precisa, em Seu retorno, sair da Terra redimida por esse mesmo caminho em direção ao Sol, Seu lar celestial. Nenhum outro veículo o fará.
Mas existem mais coisas de interesse nesta situação e na ligação entre Fausto e Lúcifer. A porta está aberta, então, por que a estrela de cinco pontas iria barrar a saída de Lúcifer, especialmente quando ele a havia transposto ao entrar no gabinete?
A estrela de cinco pontas é o emblema do ser humano com seus membros separados e braços estendidos; uma ponta está no topo, representando a cabeça que é a porta natural do espírito. Por aí ele entra em seu futuro Corpo cerca de 18 dias depois da concepção, daí saindo quando o Corpo dorme, retornando pela mesma passagem pela manhã. Para os Auxiliares Invisíveis esta é, também, a saída e a entrada. Finalmente, quando a morte chega, o espírito se retira por meio da cabeça.
Por esta razão, a estrela de cinco pontas, com uma ponta para cima, como está representada no emblema da Fraternidade Rosacruz, é o símbolo de magia branca, que trabalha por meios naturais, em harmonia com a lei de evolução.
O Estudante de uma Escola de Mistérios aprende a dirigir a força criadora para cima, para o cérebro e transmutá-la em poder anímico através de uma vida de castidade e auto sacrifício. Esse poder anímico ele o usa para projetar-se nas esferas superiores por meio da cabeça. O seguidor da magia negra, incapaz de auto sacrifício, obtém o poder através do uso pervertido da força de vida de suas vítimas, que o projetam para baixo por meio dos pés, e ele deve retornar pelo mesmo caminho. O Cordão Prateado, então, projeta-se através do órgão inferior. Portanto, a estrela de cinco pontas, com duas pontas apontando para cima e uma para baixo, é o símbolo da magia negra. Foi fácil para Lúcifer entrar no gabinete de Fausto porque as duas pontas da estrela estavam apontando para a entrada, mas, quando ele quis sair e defrontou-se com uma ponta do símbolo, sua alma pervertida foi repelida pelo emblema da pureza e do amor.
Realmente, não temos qualquer prova legal de que Cristo tenha entrado na Terra e esteja lá parcialmente confinado, como estamos confinados em nossos Corpos Densos, mas existe nisto muita evidência mística e, pela Lei da Analogia, está evidente que Cristo, passa Seus dias-santos, parte dentro e parte fora da Terra.
Câncer, regido pela Lua, é o Signo que rege a concepção. Os Egípcios o retrataram como um besouro e, para eles, o escaravelho era o símbolo da alma. Quando a Luz do Mundo, o Sol, entra em Câncer, em Junho, o poder criador do último ciclo que deu vida à Terra foi gasto e, para renovar esta vida, que caso contrário se desvaneceria, o Sol precisa descer novamente. No Equinócio de Setembro, a balança se inclina e a força germinativa entra em nossa Terra, alcançando o Centro no Natal, quando o Sol está em seu ponto mais baixo de declínio, o Solstício de Dezembro. Daí a força germinante, o raio de Cristo, se irradia para frutificar novamente a matéria e alcançar a periferia da Terra no momento em que o Sol cruza o equador celeste, no Equinócio de Março. Então, o Salvador, o Cordeiro de Deus, morre para o Mundo, mas se torna vivo para as esferas superiores.
Assim como estamos confinados em nossos Corpos Densos, de manhã até a noite pelas atividades do dia, também Cristo está confinado na Terra, do Equinócio de Setembro até o Equinócio de Março, que é o período em que as atividades físicas estão bastante inativas, mas onde os esforços espirituais trazem melhores resultados. E, da mesma forma que somos libertados de nossos Corpos à noite e entramos nos Mundos invisíveis para recuperar-nos (para o espírito) das condições difíceis da existência física, o Cristo também é temporariamente libertado da Terra na cruz (cificação) quando vemos o Sol passar o equador celeste e elevar-se às alturas celestiais. Esta é, portanto, a ocasião em que sentimos o impulso espiritual enfraquecer e utilizamos nossa energia nas atividades físicas, no cultivo do solo, fazendo crescer duas folhas de erva onde havia apenas uma.
De acordo com a opinião comum sobre o assunto, Cristo completou o Sacrifício no Gólgota, mas, na verdade, aquilo foi só o início. Ele ainda está confinado à Terra como nós estamos em nossos “Corpos de Morte”. Ele sofre como nós sofremos, mas com uma intensidade que não podemos avaliar. Ele ainda está “gemendo e labutando esperando pela manifestação dos Filhos de Deus”[3], que somos nós mesmos. Quando um número suficiente de pessoas sentir o nascimento do Cristo Interno, de modo que possam suportar a carga de seus irmãos e dar suas vidas como Cristo está agora dando a Sua, então, a hora da libertação soará e Cristo poderá retornar permanentemente para o Sol. Mas, da mesma forma que Ele entrou na periferia da Terra quando veio, assim também, sob a lei que acabamos de explicar, Ele deve voltar para a superfície da Terra e isto, em si, é o que constitui a Segunda Vinda.
Não existe na Bíblia aviso mais enfático do que aquele dado por Cristo contra os que pretendem ser Cristos. Ele declarou que alguns produziriam sinais e maravilhas que poderiam enganar o próprio escolhido, e nós devemos lembrar-nos de Suas palavras, quando começamos a considerar nossa última pergunta:
Cristo disse: “Tende cuidado para que nenhum ser humano vos engane; pois muitos virão em meu nome, dizendo, Eu sou Cristo; e enganarão muitos. E, se algum ser humano vos disser, olhai, aqui está Cristo, ou olhai, ele está lá, não acrediteis nele. Pois falsos Cristos e falsos profetas surgirão e produzirão sinais e milagres para enganar, se isto fosse possível, o verdadeiro escolhido… então, eles verão o Filho do homem vindo nas nuvens com grande poder e glória … Ele enviará Seus Anjos e juntará Seu escolhido dos quatro ventos …, mas, deste dia e hora, nenhum ser humano o sabe, nem os Anjos que estão no céu, nem o Filho, mas só o Pai”.[4]
Por essas passagens, vemos como precisamos ser cuidadosos para não sermos atraídos por impostores. Existe, também, muita luz a guiar-nos para o caminho certo e alguns sinais são os indicadores pelos quais podemos, certamente, reconhecer Cristo dos imitadores. O sinal mais conclusivo dos impostores é que, não importa quanto seu argumento possa ser inteligente, eles vêm revestidos em um Corpo físico. Existem boas razões para entendermos que:
Cristo Não Virá em um Corpo Físico[5]
Nenhum veículo poderia suportar a tremenda vibração de tão grande Espírito. Pelas Escrituras, sabemos que Cristo frequentemente afastava-Se de Seus Discípulos. Nessas ocasiões, Ele levava o Corpo de Jesus para os Essênios, que eram homens de nossa evolução e hábeis médicos esotéricos, peritos nos cuidados com o Corpo. Eles restauravam o seu vigor e energia e, dessa forma, mantiveram o Corpo de Jesus unido por três anos. Do Gólgota, o Corpo foi levado para o túmulo e, como a influência coesiva foi retirada, os átomos espalharam-se em todas as direções e quando o túmulo foi aberto, somente a vestimenta foi encontrada.
Para obter outro veículo físico para a Segunda Vinda, da mesma maneira que o primeiro foi preparado, seria muito difícil, mas poderia ser conseguido. No entanto, sob a lei de que um espírito deve sair por onde entrou, somente aquele único Corpo de Jesus seria utilizado e, como foi destruído, é impossível que Cristo apareça em um veículo físico. Portanto, como já foi dito, possuir tal Corpo revela o impostor.
Supondo que essa “lei” seja uma invenção da imaginação do autor e que a Lei de Analogia, citada como defesa, seja somente uma coincidência, nossa argumentação é ainda apoiada pela Bíblia, não obstante todas as outras evidências. Cristo disse: “Se eles disserem para vós; Olhai, Ele está no deserto; não ides. Olhai, Ele está nas câmaras secretas; não acrediteis”[6]. Assim Cristo não deve ser encontrado em nenhum lugar físico. São Paulo também declara enfaticamente que “carne e sangue” não herdarão o reino. Se nós estamos para ser “revestidos com uma casa que nos vem do céu”, por que o líder da Nova Dispensação deveria Ter um veículo físico?
A Bíblia não abandona o assunto e diz-nos onde não procurar Cristo. Ele disse enfaticamente: “O Filho do Homem virá nas nuvens”[7]. Quando Ele finalmente deixou Seus Discípulos, “Ele foi levado para cima, e uma nuvem O recebeu, sem ser visto por eles. E, enquanto eles olhavam fixamente para o céu, à medida que Ele subia, dois homens permaneceram perto deles em trajes branco, os quais também disseram: Ele voltará do mesmo modo que O vistes ir para o céu” (At 1:10-11). São Paulo diz: “O Senhor, Ele mesmo descerá do céu… depois nós … seremos arrebatados por entre nuvens para encontrar o Senhor, no ar” (ITes 4:16-17). São João viu o primeiro céu e a terra desaparecerem – o mar secou e uma cidade santa desceu do céu, da qual Cristo era o regente. Estas coisas são, evidentemente, impossibilidades físicas. Um Corpo de carne e sangue não pode elevar-se no ar, e São Paulo afirma, categoricamente, que “carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus”. Se nós não podemos entrar naquele traje, como pode Cristo, o líder, usar um Corpo físico em um universo de lei?
Se pudéssemos, agora, descobrir que tipo de veículo Ele usou, saberíamos como reconhecê-Lo e, também, como seremos constituídos, pois “seremos como Ele” de acordo com São João: “Amados, agora nós somos os filhos de Deus, e não aparece ainda o que seremos: mas nós saberemos que, quando Ele aparecer, nós seremos como Ele.” (IJo 3:2). São Paulo diz: “nossa comunidade (não conversação, como foi traduzido; a palavra grega é “politeuma” – forma de governo ou comunidade e é usada pelo apóstolo para se referir ao novo céu e terra) está no céu, de onde também estamos esperando o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso Corpo vil, fazendo-o semelhante ao Seu Corpo glorioso.” (Fp 3:20-21).
O Corpo que Cristo usou depois do evento do Gólgota era também capaz de entrar em uma sala com portas fechadas, pois Ele assim apareceu para Seus Discípulos e deixou Tomás tocá-lo. Podem pseudo-Cristos, em um Corpo físico, fazer isto? Acredito que não.
Este fato requer um veículo mais sutil que o físico e nenhum sofisma poderá invalidar este argumento, isto é, de que Cristo usará um veículo mais sutil que o físico. A Bíblia diz que Cristo usou um Corpo tão sutil depois da ressurreição, que Ele ascendeu ao Céu dentro dele, que Ele deverá voltar neste mesmo Corpo e que, neste aspecto, nós mudaremos para um estado onde seremos como Ele.
Surge a pergunta final: Ensina-nos a Bíblia que veículo é esse e existe alguma informação pela qual possamos obter conhecimento completo e definitivo com respeito a este novo veículo? Devemos procurar a resposta no inimitável capítulo XV da 1ª Epístola aos Coríntios, onde São Paulo ensina a doutrina do Renascimento por meio dos Átomos-semente, tão claramente quanto a dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental de hoje.
Na versão inglesa, o versículo 44 diz: “Existe um Corpo natural e um Corpo espiritual”; mas o Novo Testamento não foi escrito em inglês e, como os tradutores nada sabiam dos ensinamentos internos, não tinham ideia de como traduzir a palavra grega que para eles parecia sem sentido, por isso, a traduziram como a compreenderam. Contudo, deixarei que vocês a traduzam, mesmo que não sejam Estudantes de grego. A palavra que é usada e traduzida como “corpo natural” é soma psuchicon. Soma é uma palavra grega que, todos concordam, é Corpo – não há dúvidas quanto a isto. Mas Psuchicon – psuche – (psyche) – a alma – um Corpo-Alma do qual nunca ouviram falar; provavelmente pareceu-lhes tolice, de maneira que traduziram a palavra como “Corpo natural”. É verdade que São Paulo diz na 1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:23, que o ser de todo ser humano é Espírito, Alma e Corpo, mas, provavelmente, eles interpretaram alma e espírito como sinônimos. Existe, porém, uma grande diferença, como é explicado nos Mistérios Rosacruzes: este Corpo-Alma é o veículo a que São Paulo se refere e no qual encontraremos Cristo. É composto de Éter e, portanto, capaz de levitação e de passar por paredes, uma vez que toda matéria densa é permeada com Éter. Os Auxiliares Invisíveis o usam hoje, como Cristo o fez.
De início, parece muito estranho saber que encontraremos o Senhor “no ar”, que esta terra vai ser deixada para trás. Mas não é estranho se considerarmos que o caminho da evolução sempre foi de dentro para fora. Na última parte da Época Lemúrica, quando esta terra estava em um estado ígneo, o ser humano vivia na crosta que estava sendo formada próxima ao centro ígneo, em um Corpo que começava também a ser formado. Ele viveu na Época Atlante, nas bacias da Terra, sob a densa neblina que se levantava da terra que se esfriava, como é mencionado no capítulo segundo do Livro do Gênesis. Então, a humanidade foi chamada, como relata a história folclórica alemã “Niebelungen” – Niebel, que significa neblina e Ungen, filhos: Filhos da Neblina. A Bíblia conta-nos como eles foram guiados por seus mestres e, gradualmente, como esta atmosfera nebulosa da terra condensou-se quando o Planeta resfriou e, finalmente, como as águas desceram do céu no chamado “o dilúvio”.
Nessa ocasião, sabemos que o ser humano deixou as terras baixas, que estavam submersas pela neblina condensada, o mar, e entrou em uma nova era de desenvolvimento sob as atuais condições. Então, ele viu o arco-íris pela primeira vez, quando o Sol brilhou sobre as nuvens e foi-lhe dito que, enquanto aquele sinal permanecesse, a sucessão de mudanças, que conhecemos como estações, continuaria. Enquanto tivermos as atuais condições atmosféricas, esta era de alternâncias continuará. Devagar, mas seguramente, estamos subindo em direção aos cumes da terra; procuramos níveis cada vez mais altos.
Quanto mais elevada for a evolução das raças, mais elas quererão subir em direção ao ar e, gradualmente, vão deixando as terras baixas.
Como aconteceu na época de Noé, dia virá que ocorrerá uma grande mudança cósmica. Cristo refere-se a isto ao falar de Sua vinda: “Assim como foi nos dias de Noé, assim será nos dias do Filho do homem”[8]. Pessoas movimentavam-se como sempre o haviam feito. Casavam-se e eram dadas em casamento; comiam e bebiam e viviam suas vidas mundanas. Mas, de repente, o dilúvio desceu sobre a antiga Atlântida e os veículos que tinham não lhes eram mais úteis. Necessitavam de veículos onde pudessem adaptar-se às novas condições atmosféricas, da mesma maneira que o bebê, quando nasce, precisa instantaneamente adaptar-se, da respiração que tinha dentro da água, à respiração no ar. Se não puder fazer isto, ele morrerá e foi o mesmo no caso dos Atlantes que estavam acostumados a respirar em sua atmosfera aquosa e nebulosa. Aqueles que não estavam fisiologicamente ajustados para esta mudança, afogaram-se.
Cristo disse que uma condição semelhante ocorrerá à Sua vinda. Aqueles que viviam na Atlântida, talvez não tenham percebido o desenvolvimento fisiológico que ocorreu em alguns e que os preparou para mudar da respiração aquosa para a respiração do ar, usando diretamente os pulmões. Do mesmo modo, há uma mudança acontecendo na humanidade, não observável por aqueles que não cultivam a visão espiritual. É um fato que uma atmosfera áurica envolve todo ser humano. Sabemos que, frequentemente, sentimos a presença de uma pessoa que não vemos e sentimos isto porque existe esta atmosfera fora de nossos Corpos Densos. Ela está, pouco a pouco, mudando; está se tornando cada vez mais dourada no Oeste. Quanto mais caminhamos com Cristo, mais esta cor dourada aumentará – esta que é a cor do Cristo e dos semelhantes a Ele: os Santos que os pintores retrataram com uma auréola. Gradualmente, estamos nos tornando mais semelhantes a Ele e esse “soma psuchicon” ou Corpo-Alma está adquirindo forma, está sendo preparada como nosso “traje nupcial”.
Um número crescente de pessoas está se tornando capaz de funcionar neste veículo e muitos estão se preparando para o dia da vinda de Cristo. Esta mudança não é realizada por processo físico, mas pelo serviço, pelo amor, pelo que conhecemos no mundo ocidental como altruísmo, que está se difundindo cada vez mais na sociedade. Estamos ficando mais humanos; cada vez mais iguais a Cristo, embora longe de sermos perfeitos. Talvez o dia da vinda de Cristo não seja nesse século ou no outro, nem no próximo milênio, não obstante, podemos observar uma mudança espiritual acontecendo na humanidade e depende de nós apressarmos o dia da vinda de Cristo, pois como Ele mesmo disse: “Este dia nenhum ser humano conhece”[9]. Nenhum ser humano está habilitado a dizer quando e quantas pessoas terão desenvolvido o soma psuchicon, de tal forma que estejam capacitados a fazer a obra que Ele está agora fazendo para nós.
Descemos até ao vale da matéria e, por nossa causa, foi necessário que Cristo entrasse na Terra para nos ajudar de dentro. Por nossa causa, Ele está agora sofrendo e labutando lá, esperando pela manifestação dos filhos de Deus e depende de nós apressarmos ou retardarmos este dia. Cada ato nosso tem algum efeito nesse sentido – cada um de nós tem seu trabalho neste mundo e quanto mais cedo aprendermos a fazê-lo, melhor será para nós. Não deveríamos procurar o Cristo fora – Ele não se encontra lá. Ele mesmo disse, “Não vás para o deserto”. Não O procuremos nestes lugares: o Cristo é formado de dentro. O Corpo-Alma que está, gradualmente, tornando-se capaz de elevar-se sobre as montanhas, é o resultado do esforço de cada aspirante que esforça para ser admitido à vida superior. Como diz Fausto:
“Duas almas, oh! Moram dentro do meu peito,
E aí lutam por um indivisível reino;
Uma aspira pela terra, como vontade apaixonada
À íntimas entranhas ainda está ligada.
Acima das névoas, a outra aspira, de certeza,
Com ardor sagrado por esferas onde reine a pureza”.
Amigos, em cada um de nós há essa luta travada entre a natureza superior e a inferior. São Paulo teve que lutar essa batalha e toda alma que procura deve lutar, também. Mas, não pensem que é saindo para o extenso mundo e nele lutar, que encontraremos o que procuramos. Sir Launfal saiu de sua casa ainda jovem, passou toda uma vida procurando o Graal. Quando voltou para seu castelo, encontrou o mesmo mendigo que ele havia desdenhosamente ignorado quando partiu de casa, mas, quando agiu certo, quando o amoroso espírito do serviço entrou nele, então, o Cristo se manifestou.
“Ele partiu em duas, sua única côdea de pão,
Ele quebrou o gelo da beira do córrego;
E ao leproso deu de comer e beber pela mão”.
O Salvador, diante dele, disse: “Este é meu Corpo e este é meu sangue”.
“Santa Ceia é mantida, na verdade,
Por tudo que ajudamos o outro em sua necessidade”
Não é o que damos, mas é o que compartilhamos que realmente tem valor. Aqueles que dão somente quando têm em abundância, quando dão coisas que não necessitam – coisas que são realmente um peso para eles, coisas de que não sentem falta – não sabem o que é dar a vida por um amigo. Enquanto não se derem, suas dádivas serão estéreis. “Não há maior amor que o do ser humano que dá sua vida por um amigo”. Este não deve ser um único ato – o dar a vida por um amigo – mas sim um auto sacrifício constante, diário. “Eu estava com fome e tu me deste de comer; eu estava com sede e tu me deste de beber … eu estava doente e tu me visitaste”[10]. Este é o único requisito. Que nós possamos aprendê-lo, amigos. Não precisamos procurá-Lo tão longe: está perto de nós, ao nosso lado.
Conhecemos aquele pequeno poema sobre deixar nossa luz brilhar exatamente onde estamos. Nem todos podem ser uma estrela, nem podem brilhar, nem ser um líder, mas cada um pode fazer algo, acender sua própria velinha e deixar que ela dissipe um pouco a escuridão ao redor. Isto é o que temos que fazer e se fizermos somente este tanto, descobriremos que aquela vela será como uma estrela ardente para guiar-nos para o Cristo, na Sua próxima vinda. Então, teremos certeza de reconhecê-Lo, pois encontraremos a resposta dentro de nós. Diz-se que O conheceremos porque seremos como Ele e, como Ele não tem Corpo Denso para vir, temos que desenvolver aquele veículo da alma, o soma psuchicon. Para que nós possamos encontrá-Lo quando Ele aparecer, mas deveremos estar trajados com o “Dourado Manto Nupcial”.
F I M
[1] N.T.: Jo 15:14
[2] N.T.: Mt 11:28
[3] N.T.: Rm 8:18
[4] N.T.: Mt 24 4-36 e Mc 13:5-32
[5] N.T.: em um Corpo Denso
[6] N.T.: Mt 24:26
[7] N.T.: Mt 24:30; Lc 21:27 e Mc 13:26
[8] N.T.: Mt 24:37
[9] N.T.: Mt 24:36
[10] N.T.: Mt 25:35-36