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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Relato do Passamento de Max Heindel

Segunda-feira, 6 de janeiro, às 8:25 da noite, o Sr. Max Heindel foi chamado para o além. Ele estava se sentindo muito bem até algumas horas antes, estava de pé em frente à mesa da Sra. Heindel esperando uma sugestão dela sobre uma carta que havia escrito. Ele caiu lentamente no chão com um golpe de apoplexia, enquanto sorria para ela, e não recuperou a consciência completa.

Seu falecimento não foi totalmente inesperado para a Sra. Heindel, conhecendo sua condição física há anos, e que sua grande persistência e vida pura possibilitaram que ele prolongasse sua permanência em um corpo que era pequeno demais para o grande espírito que havia sofrido por anos por causa de um ferimento no pé esquerdo quando criança, e maus-tratos dos médicos que retiraram todas as artérias principais e mutilaram o osso, atrapalhando a circulação perfeita. Mas ele estava sempre sorrindo, nunca reclamando, embora raramente estivesse livre da dor.

Ele estava muito feliz em sentir que agora o trabalho havia alcançado o estágio em que ele e a Sra. Heindel poderiam deixar Mount Ecclesia, que havia membros e trabalhadores fiéis à Fraternidade Rosacruz e eficientes que agora podiam cuidar do movimento Rosacruz em rápido crescimento, poderiam atender às solicitações de livros, também poderia cuidar das correspondências, etc. Enquanto muitos Probacionistas e Discípulos já estavam espalhando a mensagem dos Irmãos Maiores por meio das palestras e conferências, ele estava pensando em começar, no início de abril, uma viagem para o leste e para a Inglaterra, mas Deus tinha um trabalho maior para ele fazer.

(Publicado na Revista Rays from the Rosecross de março de 1919 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

O passamento de Max Heindel

Relato de Augusta Foss Heindel

“Sábado à tarde, dia 4 de janeiro, tínhamos a nossa celebração retardada de Ano Novo. Alguns de nossos amigos das cidades vizinhas estiveram presentes para celebrar conosco e a biblioteca estava cheia de rostos alegres. Nesta noite, Max Heindel era o mais animado de todos e cantou várias canções com sua profunda e melodiosa voz. Uma canção de que ele gostava muito era “Ben Bolt”. No domingo e na segunda-feira ele estava muito quieto e pensativo, trabalhando para organizar os seus papéis. Estava desejoso que a autora lhe fizesse companhia no seu escritório. No seu último dia de vida (6 de janeiro de 1919), por várias vezes pediu à autora, que se sentasse ao seu lado para conversar. Quando ela lhe respondia que não desejava atrapalhar o seu trabalho, ele respondia: “Mas eu gosto muito de tê-la por perto, adoro suas visitas.”. Alguns minutos depois das 16 horas ele entrou no escritório dela com uma carta que havia escrito ao agente postal. Tratava-se de um requerimento para o correio organizar um sistema de entrega diária para Mount Ecclesia. Ele sempre fazia questão de ouvir a opinião da autora sobre qualquer coisa que lhe ocupava a atenção.

Enquanto a Sra. Heindel lia aquela carta, ele permaneceu próximo a ela apoiando a mão na escrivaninha. De repente ele deslizou para o solo, caindo ao seu lado. Era uma queda estranha, pois parecia que mãos invisíveis cuidavam da sua queda, permitindo que deslizasse suavemente. Quando ela se debruçou sobre ele, suas últimas palavras foram: “Estou bem, querida”. Em seguida perdeu a consciência, sendo carregado para o quarto dele, adjacente aos escritórios. Os funcionários fizeram na Pró-Eclésia (capela) uma reunião de cura por ele. A autora permaneceu ao seu lado, e em torno das oito horas ele abriu os olhos, sorriu para ela, e partiu da sua morada terrestre para outra morada no lar de Deus.

O mais notável em torno da sua passagem foi que o seu veículo físico manteve sua aparência perfeita mesmo sem estar refrigerado (e naturalmente sem líquido de embalsamamento). Permaneceu tão natural durante três dias e meio que alguns amigos recearam que ele não estivesse morto. Suas bochechas mantiveram a cor que tinham quando ele ainda vivia. A autora havia decidido que, se não houvesse nenhuma mudança no estado do corpo até chegar ao crematório de San Diego, eles o guardariam por vários dias; mas isso não foi preciso, pois enquanto na Capela liam o ritual, Max Heindel apareceu à autora, para assegurar-lhe que tudo estava em ordem. O corpo foi então cremado e as cinzas jogadas nas raízes da roseira e nos pés da Cruz do Símbolo Rosacruz.

Alguns amigos levantaram a questão: “Não seria possível que Max Heindel estivesse ciente da sua morte próxima?” Durante várias semanas antes do acontecido, calculávamos juntos as Efemérides para o ano de 1920 e dividíamos os trabalhos: ele, calculando as longitudes e a autora as declinações. Porém, desta vez, Max Heindel começou a insistir com a autora para ela calculasse as Efemérides inteira. Um dia ela perguntou: “Querido, por que motivo você me está pedindo para fazer este trabalho sozinha? Você pensa que vai me deixar?”. E ele respondeu: “Não querida, eu só quero poder dizer às pessoas que você fez sozinha estas Efemérides toda. Quero que elas se orgulhem de você.”. Esta solicitude e a preparação cuidadosa continuou por várias semanas antes que fosse chamado. Todos os seus papeis estavam cuidadosamente ordenados. Dois meses antes de morrer, ele encontrou-se com seu advogado em San Diego para tratar de alguns documentos. Lá, sem mencionar que tinha essa intenção transferiu como doação, todos os direitos autorais, incluindo as gravuras, para o nome da autora. Em anos posteriores, este gesto foi de grande valia, pois significou a salvação de Mount Ecclesia e a continuidade do trabalho da Fraternidade Rosacruz.

Quando seu testamento foi analisado, constatou-se que o terreno tinha sido adquirido por ele antes que a Fraternidade fosse incorporada. Na escritura ele afirmou que tinha adquirido este terreno para a Fraternidade na condição de curador. Quando a escritura foi discutida e o testamento autenticado, o Juiz decidiu que, como não tinha havido incorporação na ocasião de autenticação do testamento, o terreno pertencia a Sra. Heindel e seus herdeiros.

O testamento foi aprovado em 1919, e em 1920 a autora doou as terras para a Fraternidade Rosacruz. Hoje a Fraternidade tem a posse legal de todos os cinquenta acres que compõem a Sede Central (Mount Ecclesia).

Sempre houve muita especulação em torno da continuidade dos trabalhos depois que Max Heindel e Augusta Heindel fossem para o grande além. Numerosos esforços foram feitos, com Max Heindel ainda vivo, para se ter o controle de todas as publicações como também da Fraternidade. E quando se perguntava a Max Heindel quem seria o líder em Mount Ecclesia quando o casal Heindel tivesse partido, a resposta dele sempre era a mesma: aqui não haverá líderes; o Conselho Diretor se encarregaria da direção de todo o trabalho que então estaria sob a sua responsabilidade direta.”.

Memoirs about Max Heindel and The Rosicrucian Fellowship

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A participação do Estudante Rosacruz na transmutação do “Amor Divino” em Força Curadora

O Estudante Rosacruz deve ajudar a divulgar o Método Rosacruz (Cristão Esotérico) de Cura dos irmãos e irmãs que estão doentes ou enfermos.

Assim, quando a Lua transita por um Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio), que está conectado às duas Regiões do Mundo Físico (Química e Etérica), somos convidados a usar a parte etérea dessa energia Cardeal para ajudar a gerar “a Força de Cura”, oficiando o Ritual Devocional do Serviço de Cura às 18h30, Hora Local (em torno do pôr do Sol).

Ao final da oficiação desse Ritual Devocional realizamos nossa Oração/Concentração/Visualização, durante a qual transmutamos o “Amor Divino” (eternamente jorrando de Deus no Mundo do Espírito de Vida) em Força Curadora (uma Força Arquetípica Mental gerada na Mente e no Coração)”. Visualizamos, então, o envio da Força Curadora para o Símbolo Rosacruz no Templo Etérico em Mount Ecclesia, que é guardada para uso futuro. Então, os Irmãos Maiores da Ordem Rosa Cruz, durante a oficiação do Serviço à meia-noite no Templo Etérico, recolhem essa Força Curadora Mental básica e posteriormente a transmutam na “Panaceia” Etérica Curadora chamada de Bálsamo de Gileade, preparada em pequenos pacotes usados pelos Auxiliares Invisíveis, quando partem para curar os doentes e enfermos durante a noite, em grupos de 12, em torno de um Irmão Leigo ou de uma Irmã Leiga. Com essa prática semanal de Cura, cada Estudante Rosacruz pode contribuir para um valioso serviço de amor desinteressado à humanidade, ao nosso próprio lar, como uma dádiva.

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Altar dos Sacrifícios ou o Altar de Bronze do Tabernáculo no Deserto

O Altar de Bronze, Altar dos Sacrifícios ou Alta dos holocaustos do Tarbernáculo no Deserto estava localizado dentro do portão leste[1] e era utilizado para o sacrifício de animais durante o serviço no templo.

Os varais serão enfiados nas argolas, de modo que fiquem dos dois lados do altar, quando este for transportado. Faça o altar com tábuas e oco, conforme o modelo que foi mostrado a você na montanha.” (Ex 27; 3-8).

Eis o que você deverá oferecer sobre o altar: dois cordeiros machos de um ano, cada dia e perpetuamente. Ofereça um dos cordeiros pela manhã e outro pela tarde. Com o primeiro, ofereça quatro litros e meio de flor de farinha amassada, com um litro e meio de azeite de olivas amassadas, e uma libação de um litro e meio de vinho. Pela tarde, ofereça o segundo cordeiro, junto com uma oferta e uma libação, como aquelas da manhã, uma oferta de suave odor queimada para Iaweh. Esse é o holocausto perpétuo por todas as gerações, na presença de Iaweh, junto à entrada da tenda da reunião, onde me encontrarei com vocês para falar. Aí eu irei me encontrar com os filhos de Israel.  E o lugar ficará consagrado com a minha glória.” (Ex 29; 38-43).

A ideia de utilizar bois e bodes como sacrifícios parece bárbaro para a mentalidade moderna, e não podemos alcançar a compreensão de que isso pudesse resultar em algo eficaz como efeito ao sacrifício. De fato, a Bíblia relata sobre isso detalhadamente e fornece uma explicação sobre o assunto, quando nos diz, repetidamente, que Deus não deseja sacrifícios, mas um espírito aquebrantado e um coração contrito[2], e que Ele não quer sacrifícios de sangue[3]. À vista desse fato, parece estranho que os sacrifícios fossem uma vez sido ordenados. Contudo, devemos entender que nenhuma religião pode elevar aqueles a quem lhe foi concebido ajudar, se seus ensinamentos estiverem muito acima do seu nível intelectual ou moral. Para apelar a um bárbaro, a religião deve ter certos traços bárbaros. Uma religião de amor nunca poderia ter sido atraente para aquelas pessoas; por isso, a elas foram fornecidas uma lei que exigia “um olho por um olho e um dente por um dente[4]. Não há, no Velho Testamento, qualquer menção à imortalidade, porque essas pessoas não poderiam compreender um céu e nem a ele aspirar. Entretanto, elas amavam as posses materiais e, por isso, foram instruídas que, se procedessem corretamente, elas e sua descendência habitariam na Terra para sempre e, que seu gado seria multiplicado, etc.

Elas adoravam as posses materiais e sabiam que o aumento dos seus rebanhos ocorria pela disposição de Deus, e dado por Ele segundo o mérito. Assim, elas foram ensinadas a agir corretamente na esperança de uma recompensa nesse mundo atual. Também foram dissuadidas de praticar o mal, devido ao rápido castigo que sofreriam em consequência da retribuição por seus pecados. Isso era a única maneira que elas entendiam. Elas não podiam fazer o bem pelo simples prazer de fazer o bem, e muito menos podiam compreender o princípio de se tornarem elas próprias “sacrifícios viventes” e, provavelmente, sentiam tanto a perda de um animal quando cometiam o pecado, assim, como nós sentimos as dores agudas da consciência por nossas más ações.

O Altar era feito de bronze, um metal não encontrado na natureza, porém, fabricado pelo ser humano a partir de cobre e zinco. Assim, simbolicamente, é mostrado que o pecado não estava originalmente previsto em nosso Esquema de Evolução[5], e é uma anomalia na natureza, bem como suas consequências, isto é, a dor e morte, que são simbolizadas pelas vítimas sacrificadas. Contudo, enquanto o próprio Altar era feito de metais compostos artificialmente, o fogo que queimava incessantemente era de origem divina, e era mantido aceso ano após ano com o mais zeloso cuidado. Nenhum outro fogo jamais foi usado, e podemos notar um resultado declarado que, quando dois sacerdotes presunçosos e rebeldes ousaram desobedecer a esse mandamento e usar um fogo estranho, eles depararam, como retribuição, uma morte horrível e instantânea[6]. Quando, uma vez prestado um juramento de lealdade ao Mestre místico, o Eu Superior, é extremamente perigoso desconsiderar os preceitos então fornecidos.

Quando o candidato aparece no portão leste, se encontra “pobre, nu e cego”. Naquele momento, ele é digno de compaixão, precisando ser vestido e trazido à luz, mas, isso não pode ser feito imediatamente no Templo místico.

Durante o período do seu progresso, da condição de nudez até que ele tenha sido trajado com as vestes resplandecentes do sumo sacerdote, há um longo e difícil caminho a ser percorrido. A primeira lição que lhe é ensinada é que o ser humano progride somente por meio de sacrifícios e sozinho. Na Iniciação Cristã Mística , quando o Cristo lava os pés dos Seus Discípulos, a explicação fornecida é que a menos que seja oferecida a decomposição dos minerais como forma de alimento ao reino vegetal, não haveria vegetação; também, se os alimentos vegetais não fossem o sustento para os animais, esses últimos não conseguiram se expressar; e assim sucessivamente – o superior está sempre se alimentando do inferior. Portanto, o ser humano tem uma obrigação para com os animais, e assim o Mestre lava os pés dos Seus Discípulos, simbolizando nesse humilde serviço o reconhecimento do fato de que eles O serviram como bases de apoio para algo mais elevado.

Do mesmo modo, quando o candidato é trazido ao Altar de Bronze, aprende a lição de que o animal é sacrificado por sua causa, dando seu corpo como alimento e sua pele como vestuário. Além disso, ele vê a densa nuvem de fumaça flutuando sobre o Altar e percebe dentro dela uma luz, porém, essa luz é muito tênue e muito encoberta pela fumaça para servir como orientação permanente para ele. Seus olhos espirituais são frágeis, portanto, não faria sentido expô-los imediatamente à luz das verdades espirituais mais elevadas.

O Apóstolo São Paulo nos ensinou que o Tabernáculo no Deserto era uma sombra de grandes coisas que vêm. Por isso, pode ser interessante e proveitoso ao candidato que vem ao Templo em tempos atuais descobrir qual é o significado desse Altar de Bronze, com seus sacrifícios e a queima da carne. A fim de que possamos compreender esse mistério, primeiro de tudo, devemos assimilar a grande e absoluta ideia essencial que fundamenta todo verdadeiro misticismo; a saber, que essas coisas estão dentro e não fora de nós. Angelus Silesius diz sobre a Cruz:

“Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém,

Se não nascer dentro de ti, tua alma segue extraviada.

Olharás em vão a Cruz do Gólgota,

Enquanto ela não se erguer dentro de ti mesmo novamente.”

Essa ideia deve ser aplicada a todo símbolo e a toda fase da experiência mística.

Não é o Cristo externo que salva, mas o Cristo interno. O Tabernáculo foi construído no passado; é claramente visto na Memória da Natureza quando a visão interior tenha sido suficientemente desenvolvida para tal; porém, ninguém deve esperar qualquer ajuda do símbolo externo. Devemos construir o Tabernáculo dentro dos nossos corações e da nossa consciência. Devemos vivenciar, como uma real experiência interna, o ritual completo do serviço lá demonstrado. Devemos ser, tanto o Altar dos Sacrifícios como o animal sacrificado repousado sobre ele. Devemos ser, igualmente, o sacerdote que imola o animal e o próprio animal imolado. Mais tarde, devemos aprender a nos identificar com o Lavabo místico e devemos aprender a nos lavar nele, em espírito. Em seguida, devemos adentrar pelo primeiro véu, servir na Sala Oriental, e prosseguir através de todo serviço do Templo até nos tornarmos o maior de todos esses antigos símbolos, a Glória de Shekinah,ou isso de nada nos beneficiará. Em resumo, antes que o símbolo do Tabernáculo possa, realmente, nos ajudar, devemos transferi-lo do deserto para um lar em nossos corações, para que quando nós nos tornarmos em tudo que aquele símbolo é, também tenhamos nos tornados naquilo que ele significa em espiritualidade.

Vamos começar, então, a construir dentro de nós o Altar dos Sacrifícios, primeiramente, para que nele possamos imolar nossas transgressões e depois expiá-las no crisol do remorso. Isso é realizado, no moderno sistema de preparação para o Discipulado, por um exercício que se executa à noite[7], e que foi cientificamente elaborado pelos Hierofantes da Escola de Mistérios Ocidental para crescimento do Aspirante no caminho que conduz ao Discipulado. Outras escolas ensinaram um exercício similar, mas esse difere de todos os métodos anteriores, em um ponto particular. Depois da explanação dos exercícios, daremos a razão dessa grande e fundamental diferença. Esse método especial tem um efeito de longo alcance, que possibilita que se aprenda agora, não somente as lições que se deveria aprender, normalmente, nessa vida, mas a alcançar um desenvolvimento que, de outro modo, não poderia ser alcançado senão somente em muitas vidas futuras.

À noite, quando nos retiramos para dormir, o corpo deve estar relaxado. Isso é muito importante, pois quando alguma parte do corpo está tensa, o sangue não circula livremente; tal parte está temporariamente aprisionada, sob pressão. Como todo desenvolvimento espiritual depende do sangue, o esforço máximo para alcançar o crescimento anímico não pode ser feito, enquanto qualquer parte do corpo está sob tensão.

Quando o relaxamento ideal é alcançado, o Aspirante à vida superior começa a rever as cenas do dia, porém, não deve começar com as ocorrências da manhã e encerrar com os acontecimentos da noite. Ele as revive em ordem inversa: primeiro as cenas da noite, então os acontecimentos da tarde e, por fim, as ocorrências da manhã. A razão para isso é que no instante do nascimento, quando a criança inala a sua primeira completa respiração, o ar inspirado pelos pulmões carrega com ele uma imagem do mundo exterior e, à medida que o sangue passa pelo ventrículo esquerdo do coração, cada cena da vida é retratada em um pequeno Átomo-semente ali localizado. Cada inspiração traz consigo novas imagens que ficam gravadas naquele pequeno Átomo-semente, um registro de cada cena e de cada ação praticada durante toda a nossa vida, desde a primeira respiração até o último suspiro. Após a morte, essas imagens formam a base da nossa existência no Purgatório. Sob as condições dos Mundos espirituais, sofremos dores cruciantes de consciência tão agudas, inacreditáveis, por cada má ação cometida e, assim, nos sentimos desencorajados em continuar no caminho do transgressor. A intensidade das alegrias que experimentamos devido as nossas boas ações praticadas atua como um estímulo para seguir o caminho da virtude nas vidas futuras. Porém, na existência post-mortem esse panorama da vida é revisto na ordem inversa, a fim de mostrar, primeiramente, os efeitos e depois as causas que os geraram, para que o espírito possa aprender como a Lei de Causa e Efeito funciona na vida. Por esse motivo, o Aspirante, que está sob a orientação científica dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, recebe ensinamentos para realizar seu exercício noturno também na ordem inversa, julgando-se diariamente e, assim, ele pode escapar do sofrimento no Purgatório após a morte. Contudo, devemos compreender que não haverá mérito algum se as cenas do dia forem feitas superficialmente. Não é suficiente quando revemos uma cena em que nós tenhamos prejudicado seriamente e causado a alguém muita dor e sofrimento e dizer simplesmente: “Bem, lamento muito pelo que fiz. Eu gostaria de nunca ter feito isso”. Nesse momento, somos o animal sacrificado repousado sobre o Altar dos Sacrifícios e, a menos que consigamos sentir em nossos corações o fogo divinamente inflamado do remorso queimando até o mais profundo do nosso ser, devido às nossas más ações praticadas durante o dia, de nada valerá.

Durante a antiga Dispensação[8], todas os sacrifícios eram esfregados com sal, antes de colocadas no Altar dos Sacrifícios. Todos sabemos como dói e queima quando, acidentalmente, esfregamos sal em um ferimento recente. Esse salgamento nos sacrifícios naquele Antigo Templos de Mistérios simbolizava a intensidade da dor que devemos sentir, quando nós, como sacrifícios vivos, nos colocamos sobre o Altar dos Sacrifícios. É o sentimento do remorso, o profundo e sincero arrependimento pelo que fizemos, que erradica a imagem do Átomo-semente, limpando-o e deixando-o sem manchas e, assim como na antiga Dispensação os transgressores eram justificados, quando traziam uma oferenda para ser queimada ali no Altar dos Sacrifícios, assim também nós, nos tempos atuais, ao realizar cientificamente o exercício noturno de Retrospecção, eliminamos o registro de nossos pecados. É uma conclusão precipitada que não poderemos continuar, noite após noite, a executar esse sacrifício vivo sem nos tornarmos consequentemente melhores e, deixando pouco a pouco de cometer os erros, pois do contrário seremos obrigados a nos responsabilizar quando nos recolhemos para fazer o exercício noturno. Assim, além de nos purificar de nossas falhas, esse exercício nos eleva a um nível mais elevado de espiritualidade que, de outra maneira, não poderíamos alcançar na vida atual.

Também vale ressaltar que quando um indivíduo cometia um grave delito e se refugiava no santuário, ele encontrava proteção à sombra do Altar dos Sacrifícios, pois, ali, somente o fogo divinamente inflamado podia executar o julgamento. Ele escapava das mãos dos seres humanos, mas se colocava sob as mãos de Deus. Também, de modo semelhante, o Aspirante que reconhece suas más ações todas as noites, se refugiando no altar do julgamento vivente, alcança o santuário da Lei de Causa e Efeito, e “mesmo que seus pecados sejam escarlates, ficarão tão brancos como a neve.”[9].


[1] N.T.: No Átrio do Tabernáculo

[2] N.T.: Sl 51:19

[3] N.T.: Sl 51:18

[4] N.T.: Ex 21:24

[5] N.T.: Nosso Esquema de Evolução começou no Período de Saturno e vai até o Período de Vulcano.

[6] N.T.: Lv 10:1

[7] N.T.: Esse exercício noturno é chamado de Exercício de Retrospecção.

[8] N.T.: Primeira e Segunda Dispensações, de um total de quatro.

[9] N.T.: Is 1:18

(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro  Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Irmãos Maiores, os Auxiliares Invisíveis e os Probacionistas no Processo de Cura Rosacruz

O método de Cura Rosacruz não é assunto inteiramente espiritual. São utilizados meios físicos, toda vez que é possível.

Os pacientes são orientados a irem a um médico, para que obtenha alívio rápido, mediante certo tratamento que não poderíamos proporcionar por outros meios. Além disso, a dieta dos pacientes merece a maior atenção, porque como o Corpo Denso é formado de substâncias físicas, na realidade estamos lhe dando remédios quando empregamos os alimentos adequados. Além do que a prova do restabelecimento do Corpo Denso é muito melhor obtida por meio de exames médicos e clínicos, do que pela própria percepção do paciente que pode, em alguns casos, até ser subjetiva.

No entanto, o trabalho de curar definitivamente é efetuado pelos Irmãos Maiores por intermédio de um grupo de Auxiliares Invisíveis a quem estão instruindo. Esses Auxiliares Invisíveis são os Probacionistas que durante o dia se esforçam por viver uma existência de bondade e serviço, sendo fiéis a aplicação dos Ensinamentos Rosacruzes, que estudaram, no seu dia a dia, sendo fiel à obrigação que fez por livre e expontânea vontade e se preparando para alcançar o privilégio de serem utilizados como instrumentos pelos Irmãos Maiores, durante a noite, depois de executar o Exercício Noturno de Retrospecção e de restaurar o seu Corpo Denso.

Estes Probacionistas são reunidos em grupos de acordo com os seus temperamentos e capacidades. Estão sob a orientação de outros Probacionistas que são médicos, enfermeiros, profissionais de saúde durante os dias de vigília aqui, trabalhando todos sob a direção dos Irmãos Maiores que são, naturalmente, os seres que animam toda a obra.

A maneira de formar e selecionar um grupo de Auxiliares Invisíveis se baseia nos eflúvios dos seus Corpos Vitais. O primeiro destes eflúvios é obtido quando o Probacionista assina o seu compromisso e é renovado diariamente quando faz suas anotações no formulário correspondente. Enquanto se mantenha fiel, cumpra com suas obrigações como um Estudante Rosacruz e leve uma vida de pureza e serviço constituirá um elo inquebrantável entre ele e os Irmãos Maiores.

Cada grupo de curadores é composto, geralmente, de doze Probacionistas, além do líder, e em geral são escolhidos na mesma localidade, porque a noite chega ao mesmo tempo para todos eles. Não seria razoável agrupar um que viva na Austrália com outro que resida no Alasca, porque enquanto um estivesse dedicado ao seu trabalho diário, o outro estaria dormindo. Mas as pessoas residentes na maioria das localidades com mesmo fuso horário têm as mesmas horas de repouso e estes Probacionistas podem ser agrupados de acordo com os seus Signos Ascendentes, de maneira que formem um círculo completo.

Emprega-se o mesmo método para encontrar aqueles que escreveram a um Centro Rosacruz, que tem um Departamento de Cura, pedindo ajuda para selecionar os Probacionistas que serão treinados para trabalharem como Auxiliares Invisíveis.

Aos que solicitam ajuda, pede-se que escrevam uma carta com caneta à base de tinta nanquim LÍQUIDA ou “pena mosquitinho” que você molha em um recipiente com tinta LÍQUIDA nanquim). Desta forma o papel fica impregnado por uma certa quantidade da substância do seu Corpo Vital que é extraída da carta pelos Irmãos Maiores. Isto proporciona um índice exato do estado do indivíduo de quem procede e que atua como verdadeiro “abre-te sésamo” para os Auxiliares Invisíveis que forem encarregados de determinado caso. Graças a ele, os Auxiliares Invisíveis têm acesso ao corpo do doente, e um número considerável de pacientes que solicitaram o nosso auxílio escreveram dizendo que sentiam os Auxiliares Invisíveis trabalhando no interior e no exterior de seus corpos.

Conforme mude o estado do paciente, muda igualmente o registro. Por isso se pede que escrevam com caneta à base de tinta nanquim LÍQUIDA ou “pena mosquitinho” que você molha em um recipiente com tinta LÍQUIDA nanquim algumas palavras todas as semanas, remetendo-as ao Departamento de Cura do Centro Rosacruz que o paciente solicitou ajuda. Desta maneira os Irmãos Maiores estão em contato contínuo com o seu estado e podem dirigir inteligentemente o trabalho de restauração de sua saúde.

Este trabalho jamais cessa. Continua ininterruptamente porque o Sol está sempre ausente de alguma parte do globo e os Probacionistas dessa parte estão em atividade em seu trabalho de cura definitiva e prestando auxílio durante as horas de repouso do corpo.

Anatomicamente o ser humano pertence aos mamíferos, cujos corpúsculos sanguíneos não são nucleados. Os núcleos que se encontram no sangue dos animais inferiores são o ponto de apoio dos Espíritos-Grupo, mas os animais superiores estão tão adiantados no caminho da individualização, que seu sangue está livre desta influência. No feto, onde a mãe atua como uma espécie de Espírito-Grupo nas primeiras semanas, ela nucleia o sangue, mas logo que o Ego começa a atuar, a primeira coisa que faz é desintegrar esses corpúsculos sanguíneos nucleados e quando ocorre o nascimento, não resta nenhum corpúsculo nucleado. O Ego é dono do seu veículo; herança que ninguém pode disputar-lhe sob nenhum pretexto. Fazê-lo seria magia negra, saiba-o ou não a pessoa, e mesmo que uma intenção bondosa possa exercer certo efeito mitigante em outra direção, o fato subsiste, não obstante, de que a pessoa se coloca em terreno perigoso quando procura intrometer-se no sangue de alguém que não o deseje e cujo auxílio não tenha sido solicitado.

Há apenas uma exceção a esta regra: as crianças até a idade de quatorze anos são, por assim dizer, parte de seus pais, porque ainda têm armazenada na glândula Timo uma essência sanguínea dos pais que ela emprega para produzir o seu próprio sangue durante a infância, enquanto o Corpo de Desejos vai sendo gerado. Conforme transcorra o tempo, o suprimento da glândula Timo vai se tornando cada vez menor e a criança alcança a realização de sua própria individualidade. Quando a glândula Timo se esvazia dessa essência sanguínea, o Corpo de Desejos já alcançou a maturidade suficiente para permitir-lhe tomar parte na alquimia da transmutação do esqueleto Saturnino no veículo Jupteriano, que assim incorpora a essência do atual Corpo Denso. Toda interferência no sangue paralisa este processo. Por isso os pais só podem agir em nome da criança até aos quatorze anos, fornecendo-lhe o Éter que permite o trabalho do Auxiliar Invisível.

O maior inconveniente com que se tropeça na obra de Cura Rosacruz procede da negligência dos pacientes. Os pedidos são muito simples. Solicitamos que escrevam uma vez por semana, com caneta tinteiro e na data de cura semanal, de modo que os eflúvios que procedem da mão ao escrever, possam prover os Auxiliares Invisíveis com uma chave de admissão ao organismo do paciente. Mas por simples que seja esta regra, são muitos os que deixam de cumpri-la (e depois não compreendem porque o “método de Cura Rosacruz não funcionou”). Temos em mãos o caso de uma pessoa que durante muitos anos tivera uma vértebra deslocada que foi curada com o nosso tratamento, embora procurasse muitos osteopatas, quiropratas e outros que tentaram em vão colocá-la no devido lugar. Este pobre homem passava a maior parte do tempo deitado, com dores, completamente incapaz de trabalhar. O tratamento dos nossos Auxiliares Invisíveis ajustou sua vértebra que ainda está no lugar. O homem ficou maravilhado e pode voltar ao trabalho. Estava, porém, tão entusiasmado com a ideia de que já estava completamente curado, que descuidou de nos escrever semanalmente, de modo que nossos Auxiliares Invisíveis tivessem oportunidade de manter a vértebra em seu lugar um tempo suficientemente grande para não mais se deslocar. Mais tarde recebemos uma carta que demonstrava que tínhamos razão ao pedir-lhe que escrevesse regularmente. Nessa carta dizia: “Faz algum tempo escrevi que já me sentia curado e que deixaria de escrever-lhes semanalmente. Agora vejo que cometi um grande erro. Desde que suspendi as cartas, minhas costas têm doído e estou ficando novamente curvado, embora a vértebra esteja no seu lugar. Parece-me que estou pedindo demais ao rogar que novamente vos ocupeis de mim, mas não imaginava a influência dos Auxiliares Invisíveis e quanto dependia deles”.

Assim, para que não haja dúvidas e que o processo de Cura Rosacruz se complete é importante fazer os exames médicos e clínicos que comprovem a restauração do Corpo Denso e depois disso e de informar ao Departamento de Cura do Centro Rosacruz que o paciente sollicitou ajuda aguardar o posicionamento desse Departamento de Cura. Suspender o tratamento em um Departamento de Cura sem esses cuidados é colocar em risco todo o tratamento e ficar a mercê da doença ou enfermidade voltar, pois a causa-raiz não foi totalmente eliminada, por melhor que o paciente diga que está se sentindo.


(“Texto inspirado no livro: Princípios Ocultos de Saúde e Cura” – Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Destino e o Futuro da Fraternidade Rosacruz

A Fraternidade Rosacruz, como todo agrupamento formal de indivíduos no plano material, tem suas provações e privações. Tais dificuldades se situam na própria natureza da existência terrestre e na falibilidade humana. Estamos aqui reeditando um artigo da revista Rays From the Rose Cross sobre certas críticas sobre a Fraternidade Rosacruz precisamente para mostrar que elas são permanentes na sua natureza e amplas devido aos julgamentos humanos desequilibrados e restritos e a expectativa implausível de que toda organização satisfaz completamente as diversas necessidades e ideias de todos os seus membros. As questões colocadas nesse artigo, quando apareceram pela primeira vez em 1936, são atuais – e também o são as respectivas respostas.

Agora é o tempo de novas ideias, novos programas revolucionários e inícios de novas maneiras de agir em todo lugar e para todas as coisas. As pessoas que atacam crenças e instituições estão ocupadas, e isso é bom, porque onde há completa autossatisfação sabemos que também há sempre a crescente inércia e a crescente ineficiência.

Um estado de inteira autossatisfação é, realmente, a única coisa que nós deveríamos estar alertas. Enquanto há um espírito de questionamento, investigação e de progresso, nós sabemos que, decididamente, chegaremos a algum lugar. A Fraternidade Rosacruz, fundada por Max Heindel há 25 anos atrás sob as diretas orientações de um Mestre, um dos treze Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, é alvo de uma quantidade de críticas construtivas e muitas outras destrutivas. O objetivo desse artigo é examinar os fatos desses casos e apresentar alguns pontos de vistas e expor algumas conclusões que, acredita o autor, têm uma influência vital sobre o assunto em questão.

Para começar, vamos considerar a Fraternidade Rosacruz em si mesma: ela é os Ensinamentos de Sabedoria Ocidental para as pessoas que vivem no ocidente, porque a Ordem Rosacruz, de onde ela se originou, é encarregada da evolução do ocidente. Vários ensinamentos orientais, que surgem no continente americano, de tempos em tempos, tem seu mérito, mas eles são, particularmente, adequados para as pessoas do oriente, e não são apropriados para o tipo de Mente do ocidental. A Filosofia Rosacruz é essencialmente uma filosofia Cristã, explanando a doutrina Cristã do ponto de vista esotérico. Portanto, está melhor adaptada às necessidades do povo do ocidente. Max Heindel disse a um amigo do autor, que estava presente na primeira Escola de Verão em Mount Ecclesia em 1913, que a Filosofia Rosacruz estava destinada a, dentro de 500 anos, a se tornar a Religião dominante em toda a parte ocidental. Isso gerou uma profunda impressão no autor e, à luz disso, sempre lhe pareceu particularmente valioso poder ajudar a disseminar essa Filosofia, além dos próprios benefícios derivados da aplicação dessa mesma Filosofia.

A Fraternidade Rosacruz foi elaborada de modo a ser o instrumento da Ordem Rosacruz e seu representante exotérico para apresentar a Filosofia Rosacruz ao mundo. Portanto, ela tem um grande destino, antes de que isso alcance todas as suas possibilidades. Mais do que isso, ela tem todo o aparato material e um quarto de século de experiência e treinamento, o que lhe fornece um grande impulso e a faz, particularmente, um instrumento útil para a obra a que foi designada.

Há uma grande necessidade de oferecer a Filosofia Rosacruz para todas as partes do ocidente. Há uma nova leva de sensitivos sendo desenvolvidos a cada ano que podem utilizar a Filosofia com grande vantagem. O mundo, atualmente, está repleto de pessoas que buscam a luz e uma solução para os seus problemas. Elas estão prontas para a nossa Filosofia. E para servir a sua necessidade, temos, na opinião do autor, o melhor do mundo filosófico atual.

Quero considerar, brevemente, algumas das sugestões e críticas que surgiram no decorrer do ano, para a melhoria do trabalho da Fraternidade Rosacruz e para a eliminação das características consideradas indesejáveis. Essas críticas e sugestões serão analisadas somente com o desejo de averiguar a verdade.

Primeiro: nós ouvimos dizer, em alguns lugares, que a Fraternidade Rosacruz está tão cristalizada que, como qualquer outra coisa que se cristaliza a tal ponto, ela está se acabando. Contudo, a Fraternidade está, de fato, apenas em sua infância. Um movimento que está destinado a revolucionar a Religião do mundo ocidental não nascerá e nem se realizará em um pequeno período de 25 anos. A igreja católica existe há mais de 1500 anos e não se pode dizer que está se cristalizando a ponto de se acabar. É verdade que devemos distinguir entre a Filosofia Rosacruz e Fraternidade Rosacruz; já que a Fraternidade Rosacruz foi precisamente criada para executar o trabalho pioneiro de oferecer a Filosofia Rosacruz ao mundo e estabelecer a Fraternidade Rosacruz por meio de um trabalho de base, durante esse tempo de agora, e é completamente injustificável falar sobre cristalização nessa fase. A Fraternidade Rosacruz terá seus altos e baixos, seus ciclos de fortaleza e fraqueza, como qualquer outra instituição humana. Daqui a cem ou duzentos anos as influências cristalizantes poderão até se tornar sérias a ponto de significar uma dissolução, caso em que será substituída por outro movimento melhor adaptado para continuar o trabalho. No entanto, com certeza, esse estágio ainda não foi nem remotamente abordado.

Segundo: ouvimos o desejo de muitos para termos mais ensinamentos esotéricos, além do que já nos foi disponibilizado, e a crítica de que nada de novo foi produzido pela Fraternidade Rosacruz. Isso não é verdade, pois há muitas coisas novas chegando. Contudo, de muito maior importância é o fato de que Max Heindel nos deu material de Filosofia Rosacruz suficiente para durar por centenas de anos, sem a necessidade de se acrescentar nem uma linha a mais. Nem conseguimos começar a assimilar aquilo que nós já recebemos, então por que a demanda por mais material? A Filosofia Rosacruz, tal como nos foi fornecida, é um esboço e um tratado completo sobre: a história do Cosmos, a natureza básica do ser humano e o treinamento e desenvolvimento esotérico. Por que pedir mais além disso? Parece, ao autor, que somente os buscadores de fenômenos, que necessitam de uma sensação após outra a fim de que possam manter o interesse estimulado, fazem esse tipo de exigência. É algo como as crianças do ensino fundamental que exigem ensinos universitários, quando ainda não aprenderam suas lições básicas. O que se precisa é fornecer a essas pessoas o acesso à literatura Rosacruz já disponível. A literatura Rosacruz fará o trabalho. Nós não precisamos de fenômenos; nós não precisamos de experiências esotéricas sensacionalistas. Nós precisamos, somente, de uma apresentação clara das verdades vitais e fundamentais e que já temos. A seu tempo, conforme declarado pelo próprio Max Heindel, um Líder mundial aparecerá. Não sabemos quando. No entanto, não podemos esperar. Na verdade, não precisamos esperar, pois já recebemos tudo o que precisamos da Filosofia Rosacruz agora.

Terceiro: há e sempre houve muitas críticas sobre as pessoas que dirigem o trabalho da Fraternidade Rosacruz. Contudo, tal crítica não é muito filosófica. Ninguém é perfeito. Nenhuma pessoa, ligada à Fraternidade Rosacruz, jamais foi perfeita. Max Heindel não era perfeito. Se tivesse sido, ele não teria estado aqui. A mera presença de um indivíduo nessa esfera terrestre denuncia o fato, já de início, de que sua Personalidade é imperfeita e que ele está aqui com o principal propósito de aperfeiçoá-la e desenvolvê-la. Não podemos julgar uma filosofia pelas imperfeições dos seus seguidores. Se a Religião Cristã tivesse sido julgada dessa forma, teria sido descartada do mundo há, pelo menos, mil e quinhentos anos atrás. Se todos aqueles que estão promovendo e dirigindo o trabalho de qualquer organização filosófica são honestos, devotados e consagrados ao trabalho, fazendo o melhor que podem então, logicamente, não podemos criticá-los. Só podemos ajudá-los, sempre que tivermos oportunidade, e pedirmos que Deus nos envie a ajuda necessária, já que só d’Ele pode vir o que precisamos.

Quarto: parece que há alguma confusão, para algumas pessoas do público em geral, quanto à relativa autenticidade, profundidade, alcance e sabedoria intrínseca dos Ensinamentos Rosacruzes, tal como vemos nas obras de Max Heindel e nos ensinamentos de outros escritores metafísicos contemporâneos a ele, que se uniram em um esforço comum e em certa medida, com os escritos dele. Parece que a melhor maneira de esclarecer o assunto seria declarar a fonte e a autoridade espiritual dos Ensinamentos Rosacruzes que nos foram fornecidos por Max Heindel, e depois deixar que o leitor tire suas próprias conclusões.

Max Heindel foi um Irmão Leigo da Ordem Rosacruz, e alcançou, conforme podemos acercar em seus escritos, quatro das nove Iniciações dos Mistérios Menores. Os ensinamentos básicos, que ele incorporou no seu trabalho, foram obtidos diretamente dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, embora, subsequentemente, ele fez muita pesquisa espiritual independente, e que aparece nos seus últimos trabalhos. No início de sua missão ele gastou um tempo considerável no lar material físico dos Irmãos Maiores na Europa central, onde eles ditaram a ele a essência da Filosofia Rosacruz como eles quiseram que fosse fornecida ao ocidente, e ele escreveu e publicou de acordo com as instruções deles.

A Ordem Rosacruz é composta de doze Irmãos Maiores com Christian Rosenkreuz, o décimo terceiro, como Responsável Máximo e Líder. Todos os treze membros da Ordem têm as nove Iniciações dos Mistérios Menores e as quatro Iniciações dos Mistérios Maiores ou Cristãs. Portanto, eles alcançaram o estado de “super-homens”. Eles já passaram esse estágio da humanidade comum. Eles têm a sabedoria, o poder e o desenvolvimento que a humanidade alcançará no fim do Período de Vulcano, quando o atual Esquema de Evolução estará completado. Sua sabedoria está completamente além de qualquer pesquisa humana sob linhas ocultistas ou metafísicas.

Relativo ao assunto que estamos considerando, é bem evidente que eles não distribuíram dois ou três diferentes estilos de filosofia para serem disseminados ao mesmo tempo. Portanto, a conclusão é inevitável que os trabalhos de outros escritores metafísicos são o produto de suas próprias experiências ocultas independentes; pelo menos, no que diz respeito a quaisquer características Rosacruzes e, portanto, deve ser julgado de acordo com isso. Não deve, no entanto, haver nenhuma rivalidade entre diferentes linhas de pensamento filosófico. Cada indivíduo deve selecionar e seguir aquilo que o agrada como sendo verdadeiro. Além disso, não deve haver nenhum esforço para atrair ou manter os Estudantes, exceto quando são atraídos e mantidos pelo valor intrínseco da própria Filosofia Rosacruz. Max Heindel disse, em particular, que não devemos fazer o proselitismo, que devemos apresentar nossa Filosofia Rosacruz e depois deixar o restante para a orientação interna do Estudante, se a rejeitará ou a aceitará; também deixar isso para sua orientação interna se ele permanecerá na organização ou se decidirá ir para outro lugar.

A organização não tem, em si, nenhuma importância, exceto por ser um instrumento para servir. A motivação para uma organização não deve ser a de ser construída e mantida a fim de preservar sua própria reputação e prestígio.

Se essa é a motivação, tanto a organização como o prestígio estão condenados. Entretanto, se a motivação é para fornecer a verdade para aqueles que a estão buscando e manter a organização a menor possível e quase desapercebida, então essa organização será forte e se tornará o poder para o bem, porque se tornou um meio e não o um objeto.

Organizações devem, também, aprender a respeitar a Lei e se libertar do medo. A Lei em questão: “busque o Reino de Deus e sua justiça e o mais vos será dado por acréscimo” se aplica às organizações com exatamente a mesma força que se aplica aos indivíduos. O destino bom – gerado pelo uso sábio de todos os recursos para servir o máximo possível e vivendo pela fé na capacidade e disposição de saber que os Poderes Superiores suprirão as necessidades – demonstrará que qualquer organização, que está fazendo um trabalho verdadeiro, terá sucesso em qualquer situação que se encontrar.

A Fraternidade Rosacruz, como todos os instrumentos humanos, está em evolução; mas não devemos confundir evolução com dissolução. A Fraternidade Universal, que é a razão pela qual a Fraternidade Rosacruz foi concebida e que há todos os motivos para se acreditar que ela pode cumprir, pode ser realizada muito mais por ela do que por grupos dispersos. O autor ama a Fraternidade Rosacruz. Ele é membro da Fraternidade Rosacruz e trabalhou, com o melhor que pode fazer, desde 1910 – quase desde a sua criação – tanto nos Centros Rosacruzes locais quando na Sede em Mount Ecclesia, incluindo aqui dois anos proferindo palestras. Portanto, ele teve a oportunidade especial de observar as atividades e toda a evolução da Fraternidade Rosacruz. Ele tem certeza de que ela tem um destino maravilhoso a cumprir. Exigirá autossacrifício e autodisciplina para realizar esse destino, mas estes estarão em evidência, à medida que os períodos críticos aparecerem e a necessidade exigir. Por meio do auxílio das forças ocultas que trabalham para a evolução da Fraternidade Rosacruz, seus vários problemas serão resolvidos no seu devido tempo.

Em vista do exposto, seria muito aconselhável que os amigos da Fraternidade Rosacruz não descartassem sua lealdade e seu apoio devido a informações incompletas ou defeituosas que podem lhe chegar, mas que reconheçam o grande instrumento que a Fraternidade Rosacruz pode e continuará sendo no serviço e na iluminação do ser humano; depois disso, dobre a sua lealdade, o seu apoio e o seu pensamento construtivo, de modo a ajudar o máximo possível aqueles que, a qualquer momento, são incumbidos do dever de dirigir esse trabalho.

(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross, de Janeiro de 1936 e depois republicado da edição de Julho-Agosto de 1998, de autoria de Joseph Darrow)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e o nosso papel

Esta manhã eu quero falar sobre os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e o trabalho deles.

Temos o privilégio de contarmos com a inspiração da Filosofia da Fraternidade Rosacruz, que nos foi dada pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.

Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz são seres humanos que passaram pelas nove Iniciações Menores e pelas quatro Iniciações Maiores. Vamos explicar tudo isso nesse texto à frente.

O trabalho dos Irmãos Maiores é nos explicar todo o processo, desde a criação até a Involução, a Evolução e a realização divina. Eles trabalharam com nosso fundador, Max Heindel, para realizar esta obra monumental chamada “Conceito Rosacruz do Cosmos”, que é muito rica em significado espiritual.

No século XIV, no ano 1313, Christian Rosenkreuz, um elevado Iniciado nos Mistérios Cristãos, fundou a Ordem Rosacruz. Ele escolheu doze irmãos, todos Adeptos e Iniciados nos Mistérios Maiores, cuja missão seria expandir os Mistérios Cristãos por meio da Escola de Mistérios Rosacruz e promover a evolução espiritual do ser humano, particularmente no mundo ocidental.

Agora, o que realmente queremos dizer com Iniciação? Iniciações são experiências internas que, primeiro, conectam-nos ao nosso passado, na fase de Involução; depois, aos dias atuais e, finalmente, elas nos movem através das etapas da nossa Evolução futura. A Iniciação envolve a expansão da consciência humana, a ativação consciente do relacionamento mais próximo conosco mesmo (Ego, um Espírito Virginal da Onda de Vida Humana manifestado), dentro do qual está o que chamamos de nosso “eu superior”, e inclui o desenvolvimento prático de nossas faculdades criativas e divinas, em uma base diária.   Em última análise, isso leva à compreensão e à ativação de nossa onipotência, onisciência e onipresença divinas. Durante a Involução-Evolução cósmica da nossa jornada, nós nos sintonizamos com o eu superior por meio de uma vida correta. A vida correta consiste em praticar a ação correta, o sentimento correto, o pensamento correto e a intenção correta – e realmente viver uma vida de serviço aos outros, à luz do amor e da abnegação.

Essas experiências espirituais são o domínio, o poder, e são supervisionadas pelas Escolas de Mistérios. O que são as Escolas de Mistérios? Existem 12 Escolas de Mistérios na Terra e cada uma delas é representada por um pequeno círculo ao redor do grande centro.  Essas Escolas de Mistérios não estão no plano físico como as escolas regulares na Terra estão em um distrito escolar. Na verdade, elas estão no plano invisível e estão subdivididas em sete Escolas de Mistérios Menores, das quais a Fraternidade Rosacruz é uma. Essas Escolas atendem às necessidades dos Aspirantes à vida superior por meio do processo de trabalho de nove Iniciações Menores.   Então, como há sete Escolas de Mistérios Menores, há cinco Escolas de Mistérios Maiores que trabalham com Aspirantes à vida superior que já completaram as nove Iniciações Menores por meio do trabalho das Escolas de Mistérios Menores.

Cada uma das Escolas de Mistérios é, na verdade, uma Ordem com doze Irmãos Maiores e ao redor deles está o décimo terceiro membro. Um dos propósitos das Escolas de Mistérios é fornecer o Treinamento Esotérico ou a Educação Esotérica a todos os Aspirantes à vida superior que entrem no caminho da luz, a fim de acelerar o processo da própria evolução deles e agilizar a evolução de nossos Planetas, guiando-os de dentro para fora a fim de que se capacitem para entrar no portão dourado do templo etérico e interno, em que a Iniciação realmente ocorre.

Por que treze? Isso se baseia no princípio matemático e universal da geometria sagrada, a relação das partículas de matéria cósmica no espaço. Se vocês pegarem uma caixa com bolas de pingue-pongue, todas do mesmo tamanho, tomar uma e quiser escondê-la, colocando outras bolas ao redor dela, quantas bolas seriam necessárias? Na verdade, seriam necessárias doze bolas para esconder uma. É um exemplo, uma proporção matemática, algo que vocês não podem argumentar a favor ou contra. É um fato do universo. A Ordem Rosacruz tem doze Irmãos em torno de Christian Rosenkreuz, que é o décimo terceiro e o augusto líder da Ordem Rosacruz.

Agora, cada uma das doze Escolas de Mistérios tem um décimo terceiro membro. Pensemos assim: quando os doze Líderes se reúnem eles formam um nível superior de Escola que você pode chamar de conselho central da Fraternidade Branca. É centralizado, então eles se reúnem aqui, todos eles se reúnem na Fraternidade Branca, em torno do seu décimo terceiro, que é o Líder do Planeta, a quem chamaremos de Espírito Planetário da Terra e que está, atualmente, e desde a crucificação, sob a presença do Cristo.

Vamos falar sobre o Esquema, Obra, Caminho da Evolução para situarmos a necessidade dessas Escolas. O processo de Evolução, conforme indicado na Bíblia, ou o processo de criação, no Gênesis, leva sete “dias” ou sete etapas. Max Heindel e os Irmãos Maiores explicam que os sete Períodos são Períodos de manifestação que incluem Criação, Involução e Evolução. Assim, no livro do Gênesis, Deus, o Espírito dentro do Universo, faz Sua criação por meio de sete etapas cósmicas. Esses dias cósmicos duram eras de tempo. Eles não são dias de 24 horas. Eles são vastas extensões de tempo; na verdade, estão além do tempo, como o conceituamos atualmente.

Quando lidamos com esses Períodos, realmente temos que lidar com uma escala que está além do tempo e do espaço. Está nos Mundos celestiais. Mas vamos dar uma forma para que possamos nos relacionar com ela. Temos uma Mente concreta que precisa ter algo para ver, tocar e ao qual se apegar.

Então, na primeira fase da Evolução (que nós chamamos de Período de Saturno) estávamos envolvidos com o recebimento do germe do Corpo Denso e o início do seu desenvolvimento. Na fase seguinte (ou Período Solar) estávamos envolvidos com o recebimento do germe do Corpo Vital e o início do seu desenvolvimento. Na terceira fase (Período Lunar) estávamos envolvidos com o recebimento do germe do Corpo de Desejos e o início do seu desenvolvimento. E na primeira metade do Período Terrestre (a Metade Marciana) passamos pelo processo do recebimento do germe da Mente e o início do seu desenvolvimento (eu digo “nós” porque Deus e Sua criação não podem ser separados). Somos parte da Sua criação e, também, parte de Deus.

Na verdade, nossos Corpos e o nosso veículo Mente não são o que nós realmente somos. Eles são apenas instrumentos que usamos para adquirir sabedoria e experimentar as faculdades divinas. A parte real em nós é a chama do Espírito (a chispa divina, o Espírito Virginal da Onda de Vida Humana), que é invisível para a maioria e que, na verdade, não tem começo nem fim, vivendo para sempre. Ele permanece como um impulsionador dentro dos Corpos e dos seus veículos, enquanto passamos por nossas experiências.

Atualmente, estamos nesse estágio de criação. Começando deste ponto em diante, estamos agora iniciando a fase de Evolução. Quando descemos do Período de Saturno e começamos a trabalhar nesses germes, estávamos nos movendo do Mundo dos Espíritos Virginais para a Região Química do Mundo Físico (a fase da Involução nesse Esquema de Evolução). Agora, que estamos focados na Região Química do Mundo Físico, estamos começando a desfazer tudo isso e voltar ao Mundo dos Espíritos Virginais. Esse processo é chamado de fase da Evolução nesse Esquema de Evolução. Portanto, a segunda metade do Período Terrestre está envolvida com o aperfeiçoamento da Mente e com a assimilação de todas as qualidades e poderes do Corpo Denso pela Mente — aprender as leis do Mundo Físico. Agora, com a ciência, a orientação da filosofia espiritual e as experiências do coração podemos penetrar cada vez mais nos Mistérios da vida para que possamos entender de onde viemos, porque estamos aqui e para onde vamos.

O próximo Período é o Período de Júpiter, no qual estaremos envolvidos com a criação de um Corpo para o Espírito Humano ou a Mente abstrata, que é o veículo espiritual mais inferior do Ego. Na Religião Cristã esotérica nós nos referimos ao Espírito como um ser tríplice quando em manifestação – como estamos agora -, o Tríplice Espírito (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano). Falamos sobre o Espírito Santo, o Filho e o Pai, que basicamente representam três energias cósmicas — todas em um só Espírito. No Período de Júpiter, criaremos um Corpo que poderá usar o poder do Espírito Humano ou do Espírito Santo.

No próximo Período, o Período de Vênus, estaremos envolvidos na criação de um Corpo para o Espírito de Vida, o Espírito de Amor representado pelo Filho. Iremos assimilar todas as informações desse Corpo na Mente.

De lá, vamos para a próxima fase que é o Período de Vulcano, o “Dia Final da Criação”, no qual criaremos um Corpo para o Espírito Divino, o Pai, e espiritualizaremos nossa Mente, assimilando todas essas qualidades, para que tenhamos um Tríplice Corpo espiritual e uma Mente espiritualizada que nos ajudará a tornar criadores. No final do Período de Vulcano, que é o último Dia da Criação, seremos Deuses criadores. Teremos alcançado a onipotência divina com o pleno desenvolvimento de nossos poderes criativos; teremos alcançado a onisciência com o pleno desenvolvimento de nosso conhecimento consciente dos cinco degraus da evolução; teremos alcançado a onipresença com plena consciência nos reinos que estão envolvidos nesta fase de Evolução. Então, esse é um processo muito longo e amplo.

Para que possamos acelerar esse processo, temos a oportunidade de passar pelas nove Iniciações Menores. O primeiro voto do Iniciado é o de “silêncio”, o que significa que não há muita informação disponível sobre a Iniciação. Esse é um processo interno e individualizado. Cada um de nós passa por isso de maneira particular, em seu próprio tempo e, portanto, é difícil descrever para outra pessoa algo que ela mesma não tenha experimentado; mas Max Heindel e os Irmãos Maiores nos deram algumas dicas que podemos usar para falar sobre isso e ter uma ideia adequada sobre a Iniciação.

Os Aspirantes à vida superior aos nove Mistérios Menores são treinados esotericamente através de uma das sete Escolas de Mistérios Menores. As primeiras quatro Iniciações Menores conduzem o Aspirante à vida superior através de uma recapitulação dos quatro Períodos anteriores de Evolução. O Período de Saturno, quando construímos o Corpo Denso; o Período Solar, quando construímos o Corpo Vital; o Período Lunar, quando construímos o Corpo de Desejos; e a primeira metade do Período Terrestre (Metade Marciana), quando construímos a Mente. A quinta das Iniciações Menores o leva ao Período atual ou Metade Mercuriana do Período Terrestre. As últimas quatro Iniciações Menores conduzem a questões que abordam o desenvolvimento futuro, até o final do Período Terrestre. Todas as nove Iniciações Menores culminam na primeira Iniciação Maior, que resume todo o Período Terrestre. Depois disso, há mais três Iniciações Maiores que lidam com o estado de consciência dos próximos três Períodos desse Esquema de Evolução (o Período de Júpiter, o Período de Vênus e o Período de Vulcano), que eventualmente nos levam à libertação.

E esse caminho, na Fraternidade e Ordem Rosacruz, nós trilhamos iniciando como um Estudante Preliminar, depois Estudante Regular, depois Probacionista, depois Irmão Leigo e depois Adepto, antes de atingirmos o grau de Irmão Maior.

Agora, vamos falar sobre os Adeptos; o que queremos dizer com Adepto? Um Adepto é uma pessoa que se graduou, pelo menos, na primeira Iniciação Maior, o que significa que ela experimentou, internamente, com sucesso as nove Iniciações Menores e está prosseguindo em direção às quatro Iniciações Maiores (ou Iniciações Cristãs). Quando o Adepto passa pela primeira Iniciação Maior (que é uma experiência interna, é claro), ele passa por um processo alquímico que inclui uma transmutação biológica que muda a relação entre seus Corpos Denso e Vital, bem como entre os Corpos de Desejos e Mental, usando todo o poder armazenado no Dourado Manto Nupcial, no seu “super” Corpo-Alma.

Ao espiritualizar o seu Corpo Mental com práticas espirituais, disciplina mental e positiva, pensamentos edificantes e outros usos construtivos da Mente, eles moldam suas Mentes abstratas e concretas para processar mais luz espiritual. Ao purificar e elevar o Corpo de Desejos, o corpo por meio do qual expressamos sentimentos e emoções, eles se conectam com as Regiões superiores do Mundo do Desejo, ativando sentimentos mais nobres, mais compassivos e mais altruístas para criar uma conexão anímica mais profunda com os outros e com o universo. Ao ativar mais energias etéricas através de bons hábitos e boas intenções no dia a dia, de melhor higiene, do uso responsável da força criativa e da repetição de coisas boas, eles sobrecarregam os dois Éteres superiores do Corpo Vital; ou seja, o Éter de Luz e o Éter Refletor. Esses estão envolvidos com a percepção sensorial, cognição, atividade mental e memória; e isso permitem a eles fazer um trabalho maior nos planos internos, como Auxiliares Invisíveis e de forma plena e perfeitamente consciente.

Os Adeptos mantêm o Corpo Denso saudável com uma quantidade mínima de exercícios físicos, seguindo uma nutrição apropriada e assimilando quantidades suficientes de fósforo nos Corpos Densos, engajando-se em atividades positivas, construtivas e num estilo de vida altamente espiritual; quando prontos, os Adeptos iniciam conscientemente uma transmutação alquímica da sua estrutura bioquímica: de uma base de carbono para uma química à base de fósforo. O carbono tem quatro valências, o fósforo tem cinco; portanto, a base química é alterada. Esse processo é, em essência, a maneira como eles se tornam invisíveis, o que lhes permite navegar entre os reinos visível e invisíveis à vontade.

Eles, então, têm a capacidade de materializar e desmaterializar seus Corpos Densos à vontade. Isso lhes permite prestar um serviço maior à humanidade, pois atuam como agentes invisíveis ou auxiliares na orientação dos governos mundiais, como cientistas, artistas, filósofos, inventores, pensadores… Eles ajudam a promover um maior avanço da cultura nas áreas da arte, ciência, espiritualidade ou filosofia religiosa.

A Ordem Rosacruz consiste em doze Irmãos Maiores, ao redor de Christian Rosenkreuz, e um desses Irmãos está especificamente conectado à Fraternidade Rosacruz, porque ela é uma Escola preparatória para a Escola de Mistérios Rosacruz, nos planos internos: a Ordem Rosacruz.

É por isso que na Fraternidade Rosacruz nós aprendemos a importância do desenvolvimento de uma Mente sã, de um Coração nobre e de um Corpo são, bem como o treinamento diário e completo para o desenvolvimento do Corpo-Alma, que chamamos de Dourado Manto Nupcial, e é necessário à transição para uma vida consciente nos planos internos. Por analogia, imagine o Corpo-Alma como o traje espacial do astronauta. Esse Corpo-Alma é usado para viajar por uma região diferente, um mar invisível de energia que nos cerca, mas do qual, nesse momento, temos muito pouca percepção.

Para compreender melhor a necessidade de nos aplicar o máximo possível agora, nessa vida, nesse momento, a construção do Corpo-Alma, vamos falar sobre as Épocas anteriores a atual, a Época Ária. Seguindo a Época Lemúrica, passando pela aquosa Atlântida, quando a atmosfera tinha muita água e estávamos respirando por meio de órgãos semelhantes as guelras, dos peixes atuais, precisamos construir pulmões. Várias inundações atlantes precipitaram a água dos oceanos e, então, precisamos respirar ar fresco. As inundações vieram em uma série. Não houve apenas uma inundação; houve uma série delas, durante um longo período de tempo. A última inundação data de cerca de 10.000 anos (contando, como base, a maneira do tempo atual), quando o Sol estava cruzando, por Precessão dos Equinócios, o Signo de Câncer.

Então, esses foram os pioneiros da Época Ária, a Época atual. Eles se reuniram e subiram nas montanhas, acima das névoas e da água; eles já tinham desenvolvido os pulmões e podiam respirar o ar rarefeito. Contudo, as pessoas que viviam nas terras baixas ainda estavam na atmosfera aquosa e tiveram que aprender a construir pulmões, porque ainda respiravam por órgãos parecidos como guelras. Quando as várias séries de inundações se tornaram raras, aqueles que não construíram os pulmões não sobreviveram. No momento, ainda temos 85% de água em nossos Corpos Densos, mas quando entrarmos na Era de Aquário, daqui a 500 anos, aproximadamente, a água finalmente evaporará e será substituída por Éteres. Aqueles que não treinaram seus Corpos Vitais não serão capazes de sobreviver na superior atmosfera etérica da Era de Aquário. Portanto, é importante que desenvolvamos nossos Corpos Vitais agora, focando na construção do Corpo-Alma.

E quem nos fornece todo o conhecimento e a técnica para tal são os Irmãos Maiores, ou seja, eles fornecem o Treinamento Esotérico preciso e necessário para cada geração de buscadores ocidentais que enfatizam a construção de um Corpo Vital superforte. Os Irmãos Maiores trabalham muito para superar os efeitos destrutivos do materialismo, da nacionalidade, da ganância, do egoísmo e do pensamento negativo. Todas as noites, à meia-noite, eles realizam o serviço religioso da meia-noite, no templo etérico da Ordem Rosacruz. Eles atraem esses tipos de energias negativas a fim de transmutá-las em amor puro, benevolência, altruísmo, positivismo e alta aspiração espiritual que eles eventualmente enviam de volta ao mundo para elevar e encorajar todo o bem. Se não fosse por suas poderosas vibrações espirituais, as forças do materialismo já teriam esmagado todos os esforços espirituais.

Portanto, é imperativo que os ajudemos, aprendendo a fazer esse trabalho — que os ajudemos fazendo o trabalho nós mesmos —; ou seja, praticando em nossa vida diária os princípios positivos que eles nos ensinam. Então, toda vez que você se notar tendo um pensamento negativo, você tem que parar e pensar sobre isso. Você deve fazer um retrospecto e ver como pode mudá-lo, enfatizando o que é mais construtivo. Quando se depara com situações em que as pessoas lhe fazem algo ruim e você começa a nutrir ressentimentos e sentimentos ruins, examine isso, porque o deixa doente, de qualquer maneira. Não só destrói seus Éteres, como queima sua energia interior; assim, é importante aprender a perdoar, aprender a praticar os princípios de Cristo, porque todos os princípios de Cristo são princípios alquímicos que mudam as energias internas e externas. Tudo o que fazemos tem um efeito. Se você tem um pensamento, esse pensamento afeta suas funções internas e, também, afeta seu ambiente. Ele afeta sua aura, é claro, mas também afeta o solo, as energias ao seu redor e as outras pessoas.

A mesma coisa é válida para os seus sentimentos. Se você tem sentimentos negativos por coisas com as quais tem dificuldade em lidar emocionalmente, você precisa se concentrar nelas para buscar uma solução, uma forma de transmutar os sentimentos negativos em algo mais construtivo. É o trabalho da alquimia. É um processo consciente que exige certa quantidade de esforço.

O mesmo vale para suas intenções e seus motivos. Quais são seus motivos? Eles são universais? Você está tentando fazer algo de bom para o todo ou está apenas se apegando a si mesmo, querendo unicamente ajudar a si próprio? Se for esse o caso, você tem que repensá-los, porque estamos todos no mesmo barco — um único Planeta onde tudo o que fazemos afeta todos os outros.

Se começarmos a gerar pensamentos positivos, sentimentos positivos, intenções positivas e, por consequência, geramos ações positivas, vamos mudar nosso Planeta e torná-lo um mundo melhor para todos. Não apenas devemos nos esforçar para praticar essa filosofia positiva, mas também devemos sair e ensiná-la ao mundo.

Ao contrário de outros, não fazemos proselitismo. Tudo o que precisamos fazer é ser um exemplo daquilo em que acreditamos. Quando mostramos, por meio de nossas próprias obras, os princípios da nossa Filosofia, estamos na verdade ensinando. Devemos ser exemplos vivos daquilo em que acreditamos. Devemos educar o mundo sobre como viver a vida, um modo de vida positivo que não faz mal a pessoa alguma, que respeita toda forma de vida, que nutre o Planeta, que protege seus recursos, que ensina a amar e respeitar os irmãos e irmãs.  Quando digo irmãos e irmãs, não me refiro apenas a irmãos e irmãs humanos. Também quero dizer nossos irmãos animais, nosso respeito pelo Reino vegetal e pela própria Terra, o reino mineral. Devemos colocar em prática o princípio cósmico de amor e compaixão universais que o Cristo nos deu há mais de 2.000 anos. À medida que a Era de Aquário se aproxima na Terra, quando então uma Idade de Ouro, de vida consciente e luz espiritual desabrochará, aboliremos todas as guerras e eliminaremos as doenças. Homens e mulheres de boa vontade devem compartilhar o amor e a paz por 1000 anos.

É nossa responsabilidade cuidar da Terra e do seu povo; nós somos os guardiões dos nossos irmãos e irmãs. Devemos praticar o amor conforme ensinado por Jesus Cristo, em atos e em verdade, não apenas em palavras; devemos nos empenhar pela fraternidade universal.

(Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz – uma palestra proferida na Pro-Ecclesia em 9/agosto/2009 por um Probacionista e traduzida pela Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Espírito Avançado: o realce e exemplo da importância da liberdade individual

Augusta Foss Heindel foi uma dessas raras pessoas, em cuja existência as coisas do Espírito ocuparam sempre um lugar preponderante.

Uniu-se a Max Heindel em 1910, cumprindo juntos, uma enobrecedora missão. Foi uma união de duas almas sensíveis ao sofrimento humano, e dispostas a laborar para atenuá-lo. Sua participação na fundação da Sede Mundial e em tudo o que foi empreendido, posteriormente, foi mais que decisiva.

Max Heindel e Augusta foram obrigados a assumir grandes responsabilidades, em face das dificuldades inerentes a uma Obra de caráter pioneiro. No início, como relatou o fundador da Fraternidade, parecia faltar-lhes fôlego e forças para prosseguirem. Mas, sem deixar-se abater, foram aos poucos acumulando experiências, que lhes permitiam, com segurança, assentar as bases da Escola Preparatória dos Rosacruzes.

Em 1919, após anos de grandes esforços, que lhe exauriram a própria saúde física, Max Heindel passava para o além. Augusta deu continuidade a sua Obra, revelando uma incomum capacidade de trabalho. Suas cartas, suas palestras, seus artigos publicados na Revista Rays from The Rose Cross constituíram uma semeadura de sabedoria.

Sintonizada com os mais elevados ideais dos Irmãos Maiores manteve-se inabalavelmente zelosa, no cumprimento das normas estabelecidas para a Fraternidade Rosacruz, de desempenhar o relevante papel Espiritual que lhe cabe no mundo.

Sabe-se que foi uma Iniciada na Ordem Rosacruz. Porém, jamais fez uso próprio dessa privilegiada condição. Jamais reivindicou honrarias ou posições de liderança. Suas mensagens procuravam sempre orientar e estimular o trabalho de equipe, onde as qualidades individuais pudessem se completar, e os esforços se somarem em torno de objetivos comuns. Sempre os fez com humilde simplicidade.

Augusta realçava e exemplificava a importância da liberdade individual, dentro do movimento a que se consagrou. Sempre fez ver como a Escola Rosacruz respeita essa prerrogativa, ao invés de impor seus princípios, quando muito indicando, sugerindo e mostrando alternativas. O exemplo maior quanto a esse comportamento, parte dos próprios Irmãos Maiores, que “nunca dão ordens, não censuram e nem elogiam”. Não fazem pelo Aspirante o que este pode e deve fazer por si mesmo. É mais sábio ensinar “alguém a plantar do que dar-lhe alimentos”, parafraseando um milenar provérbio chinês.

Após o passamento de seu querido esposo, Augusta, ainda por trinta anos, trabalhou incansavelmente em Mount Ecclesia, deixando em tudo a marca de seu coração amoroso.

Desencarnou em 1949, após infundir-se e consumir-se inteiramente nessa Obra, como o sal no alimento, deixando para sempre o sabor de sua iluminada colaboração.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1981 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Panaceia Espiritual: remédio para todos os males

Todo trabalho de Cura é dado pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz por meio dos Auxiliares Invisíveis os quais são instruídos por Eles. Esse serviço amoroso e desinteressado está de acordo com o mandamento de Cristo: “Pregar o Evangelho e Curar os Enfermos”.

Da mesma maneira que a vida do Cristo, no Gólgota, ao irromper na Terra, começou a dissipar a crosta do temor criado pela lei inexorável que caía como um manto sobre ela, lançando, consequentemente, milhões de seres humanos no caminho da paz e da boa vontade, assim também, quando se aplica a Panaceia Espiritual, a vida do Cristo, nela concentrada, irrompe através do corpo do paciente e infunde em cada célula a vida e o ritmo que desperta o Ego aprisionado.

Nos dias atuais, a ciência médica já comprovou que os estados emocionais têm influência significativa sobre a saúde física do paciente. O medo, as preocupações e o estresse podem interferir nos processos metabólicos do organismo humano. Muitas vezes se associa a má digestão com a comida, porém o problema está em se alimentar sob pressão emocional.

Acabamos por não mastigar devidamente o alimento e sobrecarregamos nosso organismo com um trabalho forçado para atender as suas necessidades internas e consequentemente, transformamos esses alimentos em componentes danosos para nosso corpo.

Não é a quantidade de alimento que ingerimos que nos proporcionará saúde, mas a combinação, a qualidade e a mastigação deles. Todo mau aspecto emocional está em desacordo com o funcionamento do nosso Corpo de Desejos, o veículo que nos impulsiona à ação.

No livro “A Teia do Destino” lemos: “A preocupação é um estado no qual as correntes de desejo não se movem em grandes linhas curvas em parte alguma do Corpo de Desejos, senão que o veículo fica cheio de redemoinhos. A pessoa assim afetada não se esforça em reagir, vê calamidades que não existem e, ao invés de gerar correntes que levem à ação e que possam evitar o que ela teme, cada pensamento inquietante produz um redemoinho no Corpo de Desejos e, consequentemente, ela não faz nada.

Esse estado de preocupação no Corpo de Desejos pode ser comparado à água que está próxima do congelamento sob uma temperatura baixa.

O medo que se expressa como ceticismo, cinismo e pessimismo, pode ser comparado a essa mesma água quando congelada, pois o Corpo de Desejos dessas pessoas está quase sem movimento e nada do que se possa dizer ou fazer terá poder de alterar essa condição”. Podemos concluir que do ponto de vista físico e oculto o controle emocional é importantíssimo para a saúde. Sem o cultivo do equilíbrio não podemos alcançar “a paz que ultrapassa todo o entendimento” que é tão importante para a saúde física como para o progresso espiritual. A panaceia espiritual é um remédio para todos os males, sejam físicos, psicológicos ou espirituais.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A mania de trabalharmos só por resultados palpáveis e visíveis e por que isso atrapalha o nosso desenvolvimento espiritual

Pensando inicialmente, trabalhar sem nenhuma esperança de resultado parece algo de pura estupidez e até absurdo!

Ainda mais quando concluímos que uns trabalham para resultados materiais, como dinheiro, posses, etc. Outros esperam resultados nas dimensões sociais, mentais e/ou emocionais, como reconhecimento, gratidão, elogios, fama, poder, etc. E, ainda, há outros que acham que podem barganhar com Deus e nada esperam de resultados neste mundo presente, mas trabalham com a certeza de que depois que morrerem serão recompensados com “bons resultados no céu”.

Se você está procurando se desenvolver espiritualmente utilizando o método Rosacruz da Fraternidade Rosacruz, então, entender que prestar “serviço amoroso e desinteressado” é igual a semear o bem sem nenhuma segunda intenção (“fazer o bem pelo simples prazer de fazer o bem”), sem especular quaisquer tipos de retribuição, nem aqui, nem depois da sua morte: “semear sem a menor esperança de participar da festa da colheita”.

E mesmo que tudo que você semeou falhar totalmente, entenda que a sua autorrealização e a certeza do bom exemplo arrastará muitos irmãos e irmãs que estão à procura e acharão o caminho espiritual, graças a você!

Afinal, desde a vinda do Cristo o princípio do altruísmo começou a ter uma influência maior sobre todos nós; gradualmente, vamos perdendo o costume de olhar exclusivamente para os nossos próprios interesses, ao mesmo tempo que acumulamos tesouros ao tomar consciência da necessidade de colaborarmos para o bem-estar do nosso próximo.

Cristo disse: “Aquele que for o maior dentre vós, seja o servo de todos“. O nosso real valor se mede pelos nossos serviços amorosos e desinteressados à comunidade que está ao nosso redor. Isso também se refere a uma associação, e como existem grupos de pessoas que nela trabalham, sua eficiência, como um todo, depende do interesse e do entusiasmo de cada um dos seus membros. Todos temos um compromisso para como os Irmãos Maiores pela luz que temos recebido, e é nosso dever sagrado fazer com que essa luz brilhe para que outros possam desfrutar do nosso grande privilégio (não negligenciando outros deveres).

Afinal, como São Paulo descreve no famoso Capítulo 13 da primeira Epístola aos Coríntios: “O amor não é invejoso, não se ufana, não se ensoberbece, não busca os seus interesses, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”.

A Parábola que nos ajuda a compreender isso é a do Semeador: “Eis que o semeador saiu para semear. E ao semear, uma parte da semente caiu à beira do caminho e as aves vieram e a comeram. Outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra. Logo brotou, porque a terra era pouco profunda. Mas, ao surgir o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou. Outra ainda caiu entre os espinhos. Os espinhos cresceram e a abafaram. Outra parte, finalmente, caiu em terra boa e produziu fruto, uma cem, outra sessenta e outra trinta. Quem tem ouvidos, ouça!”. (…) Ouvi, portanto, a parábola do semeador. Todo aquele que ouve a Palavra do Reino e não a entende, vem o Maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Esse é o que foi semeado à beira do caminho. O que foi semeado em lugares pedregosos é aquele que ouve a Palavra e a recebe imediatamente com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando surge uma tribulação ou uma perseguição por causa da Palavra, logo sucumbe. O que foi semeado entre os espinhos é aquele que ouve a Palavra, mas os cuidados do mundo e a sedução da riqueza sufocam a Palavra e ela se torna infrutífera. O que foi semeado em terra boa é aquele que ouve a Palavra e a entende. Esse dá fruto, produzindo à razão de cem, de sessenta e de trinta”.  (Mt 13: 4-9 e 18-23; Mc 4:1-9 e 10-25; Lc 8:4-8 e 9-18)

 Que as Rosas floresçam em vossa cruz

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