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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Esotérico “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry

O “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry é uma das joias da literatura esotérica destinadas a crianças (grandes).

Vamos o simbolismo por parte de algumas partes, personagens e coisas.

1. Para fazer download ou imprimir (ter acesso às figuras que muito ajudam na compreensão):

O Esotérico “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry

2. Para estudar no próprio site:

O esotérico “Pequeno Príncipe”

O “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry é uma das joias da literatura esotérica destinadas a crianças (grandes).

Como não temos espaço para explanar longamente a estória, vamos sintetizá-la em seus pontos essenciais:

  1. Um menino se impressionou com a ilustração de uma cobra “boa” engolindo um animal. Faz o desenho de uma cobra estufada pela forma de um elefante que engolira. Mostra-os aos “adultos” e eles o interpretam como um chapéu.

Ele se entristece e faz outro desenho em “raio x”, mostrando o elefante de pé, dentro da cobra.

Aí os adultos o dissuadem de desenhar e aconselham-no a estudar as coisas humanas para ser “pessoa sensata”.

  • O menino se torna moço e aviador. Um dia, como piloto de prova, seu avião sofre uma “pane” e é obrigado a fazer um pouso de emergência no deserto de Saara.
  • Está tentando reparar o defeito do motor quando lhe aparece, em meio à solidão do deserto, um menino trajado de príncipe, com uma espada na mão,

a pedir que lhe faça um desenho de ovelha.

Ele faz um e o menino rejeita porque lhe parece uma ovelha triste;

faz outro e também recusa porque parece velha;

faz outra, mas ele alega que é muito grande para seu pequeno país; então desenha uma caixa furada e diz que a ovelha está lá dentro. O menino fica satisfeito.

  • O menino se preocupa com a possibilidade da ovelha comer a única flor que ele tem em seu asteroide. O aviador, impaciente, retrucava-lhe que isto não tem importância. O menino fica triste e desaparece. Ele fica desesperado e se põe a procurá-lo. Quando está outra vez a consertar o avião, o menino reaparece e ele se desculpa e busca soluções para o asteroide.
  • Conversavam à noite. O menino começa a relatar sua vida no asteroide, onde ele vivia só, com seus três vulcões (um extinto e dois que ele limpava sempre); seus baobás (plantas que podiam crescer e ele tinha de cortar, para que não tomassem conta do asteroide) e a rosa que florescera.

Com a rosa aprendera como era ignorante. Saiu, pois, de seu asteroide para aprender alguma coisa do Universo que o tornasse capaz de melhor dirigir seu asteroide.

  • Levado pelas aves pousa em sete planetas:
  • Planeta do Rei que estava triste porque não tinha sobre quem reinar
  • Planeta do vaidoso megalomaníaco
  • Planeta do bebedor que fugia de si mesmo
  • Planeta do negociante preocupado com seus lucros
  • Planeta do homem que acendia os lampiões
  • Planeta do geógrafo
  • Na Terra conheceu em primeiro lugar a serpente, cuja picada tinha o condão de levar a alma aos céus.

Depois conheceu um jardim cheio de rosas

e finalmente uma raposa arisca, a quem domesticou e do qual se tornou amigo.

  • Neste ponto da narrativa acaba a água do aviador e ele fica transtornado. O menino disse que há um poço. O aviador receia perder-se no deserto e o menino vai à frente, guiando-o com segurança até as águas.

Bebem muita água, a ponto de ela ficar chocalhando na barriga. Voltam ao avião e, finalmente, o aviador consegue por o avião em funcionamento.

  • O menino se afasta e ao procurá-lo, o aviador o encontra dependurado em um muro, onde havia uma serpente, que tinha lhe picado.

Chora de tristeza e o leva ao avião. Conversam um pouco, o menino se despede, dizendo que ele não fique triste, porque continuará ouvindo seu riso, não apenas de seu asteroide, mas de todas as estrelas do céu.  Vão dormir. O menino desaparece. O aviador o procura em vão, pelo deserto. É noite. Das estrelas chegam o riso do pequeno príncipe.

O aviador decola e vai ao encontro do céu.

Os simbolismos:

  1. O aviador representa uma pessoa pura e elevada, que busca algo essencial como razão da vida. A serpente é símbolo de sabedoria. A figura do elefante dentro da cobra é a imensidão que existe escondida na sabedoria do mundo e do ser. Mas ninguém enxerga. Todos veem apenas a aparência, a superfície. Assim a sociedade abafa os anseios puros de uma criança elevada.
  2. Essa pessoa cresce insatisfeita com a superficialidade do mundo e vai buscar coisas elevadas (voar). Em uma de suas investigações mais sérias, não encontrando solução externa, entra em crise. Permanece em solidão (deserto) buscando uma solução interna (procura consertar a pane). Mas a solução não está na Mente.
  3. Ele clama e tem a revelação interna que lhe corrige e os conceitos condicionadores de que a criatura deva ser uma pessoa triste ou pensar em idade (porque o espírito é eterno) ou ter ideias de grandeza. Leva-o a compreender as coisas essenciais, além das aparências, que ele mesmo via em criança (a ovelha dentro da caixa).
  4. Mas a tendência de continuar buscando solução humana continua sem dar a devida importância aos lampejos internos (pequeno príncipe), e, por não dar interesse maior a eles, perde contato com o íntimo que deseja preservar as faculdades nascentes (a rosa desabrochada). Depois cai em si e retorna à busca do Ser interno e o reencontra quando está em quietude nos seus esforços de elevação (consertando o avião). Dedica mais interesse, então, aos reclamos divinos,
  5. Conversar à noite com o menino significa a comunhão interna, para conhecimento de si. O asteroide em que o “pequeno príncipe” mora é nosso corpo. Os três vulcões representam três veículos que temos (o Corpo Denso – já eterificado no Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente). Um deles já estava purificado (Denso eterificado) e permitiu o voo. Os baobás são os vícios que podem crescer pelo hábito e escravizar-nos, devendo ser cortados pela raiz. A rosa é o florescimento das faculdades divinas latentes. No início de nossa evolução espiritual é que tomamos consciência de nossa ignorância. “Não saber que nada sabemos” é ignorância: “saber que nada sabemos” é o começo da sabedoria. É o ponto inicial da Busca.
  6. Levados pela intuição e pelos pequeninos “Eus” nobres que formamos em nós (os pássaros), vamos tomar consciência de nosso íntimo (sete indica uma série). Aí chegamos à triste constatação do quanto ainda somos sedentos de poder (rei); escravos da vaidade (vaidoso); escapista (bebedor que fugia de sua própria realidade); apegados à segurança e sedução dos bens (negociante); dominados pelos fatores terrenos de tempo e espaço, que nos aumenta cada vez mais o ritmo febricitante das atividades e desenvolve a impaciência (homem do lampião); o quanto estamos condicionados pelos conceitos humanos da realidade do ser (geógrafo) e, finalmente resolvemos conhecer nossa parte humana (Terra) que deve ser transmutada.
  7. Só, então, nos advém a sabedoria (serpente) e a prudência (raposa) que nos ensinam a lidar com a natureza humana e transformá-la. Neste ponto veremos em cada semelhante o mesmo ser espiritual e a humanidade como um imenso jardim de rosas. Oportuno lembrar a carta de despedida da raposa: “O essencial é invisível para os olhos. Não se vê bem, a não ser com o coração”.
  8. Assim preparado, o Ser pode ser guiado pelo íntimo (pequeno príncipe) a fonte de água viva do Cristo interno. Acaba-se a água do conhecimento humano e passamos a nos dessedentar daquela água que Cristo prometeu à Samaritana. Aí restauramos os recursos para voar, agora em melhores condições (o avião consertado).
  9. Elevando-nos internamente (menino que se dependura no muro) chegamos ao despertar espiritual para esferas mais altas. É o picar da serpente, ou seja, o fogo espinhal que se eleva e toca os centros superiores da cabeça. Aí nos elevamos a outros planos e passamos a ver a divina essência em tudo (decolar com o avião e escutar o riso do “pequeno príncipe” em cada estrela).

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz de out/1975)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

UMA PALAVRA AO SÁBIO

O fundador da Religião Cristã emitiu uma máxima oculta quando disse: “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Mc 10:15). Todos os ocultistas reconhecem a imensa importância desse ensinamento de Cristo, e tratam de “vivê-lo” dia a dia.

Quando uma nova filosofia se apresenta ao Mundo é encarada de forma diferente pelas mais diversas pessoas. Algumas se apoderam avidamente de qualquer novo esforço filosófico, procurando ver em que proporção ele serve de apoio às suas próprias ideias. Para essas a filosofia em si mesma é de pouca valia. Terá valor se reforçar as SUAS ideias. Se a obra os satisfizer a esse respeito, adotá-la-ão entusiasticamente, a ela aderindo com o mais desarrazoado partidarismo. Caso contrário, afastarão o livro, aborrecidos e desapontados como se o autor os tivesse ofendido pessoalmente.

Outras adotam uma atitude cética tão logo descobrem que a obra contém alguma coisa a cujo respeito nada leram nem ouviram anteriormente, ou sobre a qual ainda não lhes ocorrera pensar. E, provavelmente, repelirão como extremamente injustificável a acusação de que sua atitude mental é o cúmulo da autossatisfação e da intolerância. Contudo, esse é o caso, e desse modo fecham suas Mentes à verdade que eventualmente possa estar contida naquilo no que rejeitam.

Ambas as classes se mantêm na sua própria luz. Suas ideias pré-estabelecidas os tornam invulneráveis aos raios da Verdade. A tal respeito “uma criança” é precisamente o oposto dos adultos, pois não está imbuída do sentimento dominador de superioridade, nem inclinada a tomar aparência de sábio ou ocultar, sob um sorriso ou um gracejo, sua ignorância em qualquer assunto. É ignorante com franqueza, não tem opiniões preconcebidas nem julga antecipadamente, portanto é eminentemente ensinável. Encara todas as coisas com essa formosa atitude de confiança a que denominamos “fé infantil”, na qual não existe sombra de dúvida, conservando os ensinamentos que recebe até comprovar para si mesmo a certeza ou o erro.

Em todas as escolas ocultistas o aluno é primeiramente ensinado a esquecer de tudo o que aprendeu ao ser-lhe ministrado um novo ensinamento, a fim de que não predomine o juízo antecipado nem o da preferência, mas para que mantenha a Mente em estado de calma e de digna expectativa. Assim como o ceticismo efetivamente nos cega para a verdade, assim também essa calma atitude confiante da Mente permitirá à intuição ou “sabedoria interna” apoderar-se da verdade contida na proposição. Essa é a única maneira de cultivar uma percepção absolutamente certa da verdade.

Não se pede ao aluno que admita de imediato ser negro determinado objeto que ele observou ser branco, ainda que se lhe afirme. Pede-se a ele sim, que cultive uma atitude mental suscetível de “admitir todas as coisas” como possíveis. Isto lhe permitirá pôr de lado momentaneamente até mesmo aquilo que geralmente se considera um “fato estabelecido”, e investigar se existe algum outro ponto de vista até então não notado sob o qual o objeto em referência possa parecer negro. Certamente ele nada considerará como fato estabelecido, porque compreenderá perfeitamente quanto é importante manter a sua Mente no estado fluídico de adaptabilidade que caracteriza a criança. Compreenderá, com todas as fibras do seu ser, que “agora vemos como em espelho, obscuramente” e, como Ajax, estará sempre alerta, anelando por “luz, mais luz”.

A grande vantagem dessa atitude mental quando se investiga determinado assunto, ideia ou objeto, é evidente. Afirmações que parecem positivas e inequivocamente contraditórias, e que causam intermináveis discussões entre os respectivos partidários, podem, não obstante, conciliar-se, conforme se demonstra em exemplo mais adiante. Só a Mente aberta descobre o vínculo da concordância. Embora essa obra possa parecer diferente das outras, o autor solicitaria um auditório imparcial, como base, para julgamento subsequente. Se, ao ponderar esse livro, alguém o considerasse de pouco fundamento, o autor não se lamentaria. Teme unicamente um julgamento apressado e baseado na falta de conhecimento do sistema que ele advoga, ou que diga que a obra não tem fundamento, sem, previamente, dedicar-lhe atenção imparcial. E deve acrescentar, ainda: a única opinião digna de ser levada em conta precisa basear-se no conhecimento.

Há mais uma razão para que se tenha muito cuidado ao emitir um juízo: muitas pessoas têm suma dificuldade em retratar-se de qualquer opinião prematuramente expressa. Portanto, pede-se ao leitor que suspenda suas opiniões, de elogio ou de crítica, até que o estudo razoável da obra convença do seu mérito ou demérito.

O Conceito Rosacruz do Cosmos não é dogmático nem apela para qualquer autoridade que não seja a própria razão do Estudante. Não é uma controvérsia. Publica-se com a esperança de que possa ajudar a esclarecer algumas das dificuldades que no passado assediaram a Mente dos Estudantes das filosofias profundas. Todavia, a fim de evitar equívocos graves, deve ser firmemente gravado na Mente do Estudante que não há, sobre esse complicado assunto, qualquer revelação infalível que abranja tudo quanto está debaixo ou acima do sol.

Dizer que essa exposição é infalível seria o mesmo que pretender que o autor fosse onisciente. Até os próprios Irmãos Maiores nos dizem que eles mesmos enganam-se, às vezes, nos juízos que fazem. Assim, está fora de qualquer discussão um livro que queira proferir a última palavra sobre o mistério do mundo, e é intenção do autor dessa obra apresentar apenas os ensinamentos mais elementares dos Rosacruzes.

A Fraternidade Rosacruz tem a concepção mais lógica e ampla sobre o mistério do mundo, e a tal respeito o autor adquiriu algum conhecimento durante os muitos anos que consagrou exclusivamente ao estudo do assunto. Pelo que pôde investigar por si próprio, os ensinamentos desse livro estão de acordo com os fatos tais como ele os conhece. Todavia, tem a convicção de que o Conceito Rosacruz do Cosmos está longe de ser a última palavra sobre esse assunto e de que, à medida que avançamos, apresentam-se aos nossos olhos novos aspectos e esclarecem-se muitas coisas que, antes, só víamos “como em espelho, obscuramente”. Ao mesmo tempo crê firmemente que todas as outras filosofias do futuro seguirão as linhas mestras dessa filosofia, por lhe parecerem absolutamente certas.

Ante o exposto, compreender-se-á claramente que o autor não considera essa obra como o Alfa e o Ômega, ou o máximo do conhecimento oculto. Embora tenha por título “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, deseja o autor salientar com firmeza que essa filosofia não deve ser entendida como uma “crença entregue de uma vez para sempre” aos Rosacruzes pelo fundador da Ordem ou por qualquer outro indivíduo. Convém enfatizar que essa obra encerra apenas a compreensão do autor sobre os ensinamentos Rosacruzes relativos ao mistério do mundo, revigorados por suas investigações pessoais nos mundos internos, a respeito dos estados pré-natal e pós-morte do ser humano, etc. O autor tem plena consciência da responsabilidade em que incorre quem, bem ou mal, guia intencionalmente a outrem, desejando ele precaver-se contra tal contingência e também prevenir aos outros para que não venham a errar.

O que nessa obra se afirma deve ser aceito ou rejeitado pelo leitor segundo o seu próprio critério. Pôs-se todo o empenho em tornar compreensíveis os ensinamentos e foi necessário muito trabalho para poder expressá-los em palavras de fácil compreensão. Por esse motivo, em toda a obra usa-se o mesmo termo para expressar a mesma ideia. A mesma palavra tem o mesmo significado em qualquer parte. Quando pela primeira vez o autor emprega uma palavra que expressa determinada ideia, apresenta a definição mais clara que lhe foi possível encontrar. Empregando as palavras mais simples e expressivas, o autor cuidou constantemente de apresentar descrições tão exatas e definidas quanto lhe permitia o assunto em apreço, a fim de eliminar qualquer ambiguidade e para apresentar tudo com clareza. O Estudante poderá julgar em que extensão o autor logrou o seu intento. Entretanto, tendo-se esforçado o possível para sugerir as ideias verdadeiras, considera-se também na obrigação de defender-se da possibilidade de a obra vir a ser considerada como uma exposição literal dos Ensinamentos Rosacruzes. Sem essa recomendação esse trabalho teria mais valor para alguns Estudantes, mas isto não seria justo nem para a Fraternidade nem para o leitor. Poder-se-ia manifestar certa tendência para atribuir à Fraternidade a responsabilidade dos erros que nesse trabalho, como em toda obra humana, possam ocorrer. Daí a razão dessa advertência.

Segundo uma narrativa hindu, aquele que tenha duas linhas semicirculares na palma da mão, na articulação exterior do polegar “leva consigo um grão de arroz”. Isto quer dizer que será bem recebido e hospitaleiramente tratado onde quer que vá. O autor tem o sinal mencionado, e, no seu caso, o prognóstico se cumpriu maravilhosamente. Em todos os lugares encontrou amigos, e por eles foi bem tratado. O mesmo aconteceu com o “Conceito Rosacruz do Cosmos”. A Dra. Alma Von Brandis facilitou os meios para a primeira aproximação com os ensinamentos Rosacruzes. Comandante Kingsmill e Jessie Brewster auxiliaram-no lealmente na parte literária, Mrs. M. E. Rath Merril e Miss Allen Merril executaram certo número de desenhos, e quanto a Wm. M. Patterson não só prestou ao autor serviços pessoais, mas ainda prestou o seu auxílio financeiro para que esse livro pudesse ser oferecido pelo preço de custo. Esse trabalho foi, portanto, produzido com Amor. Ninguém, com ele relacionado, recebeu e deve receber um centavo de recompensa. Todos, desinteressadamente, deram tempo e dinheiro. Portanto, o autor deseja expressar todo o reconhecimento a eles, esperando que venham a encontrar outras e maiores oportunidades de exercerem os seus préstimos com igual desinteresse.

Max Heindel

Acréscimo nas Edições Posteriores: Durante os quatro anos decorridos, desde que foram escritos os parágrafos anteriores, o autor continuou suas investigações nos Mundos invisíveis e experimentou a expansão de consciência relativa a esses Reinos da natureza, o que se consegue mediante a prática dos preceitos ensinados pela Escola de Mistérios do Ocidente. Outros que também seguiram o método de desenvolvimento anímico aqui prescrito, e particularmente apropriado aos povos ocidentais, de igual modo foram capazes de constatar, por si mesmos, muitas das coisas expostas nessa obra. Desse modo o autor teve certa confirmação do que compreendera dos ensinamentos ditados pelos Irmãos Maiores, parecendo-lhe que os mesmos foram substancialmente corretos, pelo que se julga no dever de dar essa explicação para que sirva de estímulo aos que ainda não são capazes de ver por si próprios.

Seria mais exato dizer que o Corpo Vital é formado por prismas em vez de pontos, posto que, refratando-se através desses minúsculos prismas é que o fluído solar incolor muda para um tom rosáceo, tal como outros escritores, além do autor, têm indicado.

Fizeram-se outras novas e importantes descobertas. Por exemplo: sabemos agora que em cada vida nasce um novo Cordão Prateado; que uma parte do mesmo surge do Átomo-semente do Corpo de Desejos, situado no grande vórtice do fígado; que a outra parte surge do Átomo-semente do Corpo Denso, no coração; que as duas partes se encontram no Átomo-semente do Corpo Vital no plexo solar, e que essa união dos veículos superiores com os inferiores produz o despertar do feto. O desenvolvimento ulterior do Cordão entre o coração e o plexo solar, durante os primeiros sete anos, tem importante relação com o mistério da infância, assim como o seu maior desenvolvimento, do fígado ao plexo solar, que ocorre no segundo período setenário, é fator contribuinte para a adolescência. A formação total do Cordão Prateado marca o fim da vida infantil. A partir desse momento a energia solar que entra pelo baço, e que se cobre pela refração através do Átomo-semente prismático do Corpo Vital situado no plexo solar, começa a dar um colorido individual e característico à aura que observamos nos adultos.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

PRIMEIRA PARTE – CONSTITUIÇÃO ATUAL DO SER HUMANO E O MÉTODO DO SEU DESENVOLVIMENTO – CAPÍTULO I – OS MUNDOS: VISÍVEL E INVISÍVEIS – O Mundo do Desejo

Como o Mundo Físico e qualquer outro Reino da Natureza, o Mundo do Desejo tem sete subdivisões, denominadas “Regiões”, mas não tem como o Mundo Físico, as grandes divisões correspondentes às Regiões: Química e Etérica. A matéria de desejos no Mundo do Desejo persiste através das suas sete subdivisões ou regiões, como substância para a concretização dos desejos. Assim como a Região Química é o Reino da forma e assim como a Região Etérica é o lar das forças que conduzem as atividades vitais nessas formas, capacitando-as a viver, mover-se e propagar-se, assim também as forças do Mundo do Desejo, trabalhando no Corpo Denso despertado, impelem-na a mover-se em tal ou qual direção.

Se ali existissem apenas as atividades das Regiões Química e Etérica do Mundo Físico, então haveria formas vivas capazes de se mover, mas sem qualquer incentivo para tal. Esse incentivo é proporcionado pelas forças cósmicas ativas no Mundo do Desejo, e sem essa atividade que atua em todas as fibras do corpo vitalizado, impelindo-o a agir nessa ou naquela direção, não haveria experiência nem crescimento moral. As funções dos diferentes Éteres cuidariam do crescimento da forma, mas o desenvolvimento moral ficaria totalmente omisso. A evolução seria impossível tanto para a vida como para as formas, porque estas últimas só evoluem para estágios superiores em razão das sucessivas exigências do crescimento espiritual. Vemos assim a grande importância desse Reino da natureza.

Desejos, aspirações, paixões e sentimentos expressam-se na matéria das diferentes regiões do Mundo do Desejo, como as formas e aspectos se expressam na Região Química do Mundo Físico. Tomam formas que duram mais ou menos tempo, de acordo com a intensidade do desejo, aspiração ou sentimento que encerram. No Mundo do Desejo a distinção entre força e matéria não é tão definida e aparente como no Mundo Físico. Pode-se dizer até que ali as ideias de força e matéria são idênticas ou permutáveis. Não é propriamente assim, mas podemos afirmar que até certo ponto o Mundo do Desejo se compõe de força-matéria.

Embora seja certo que a matéria do Mundo do Desejo é um grau menos densa do que a matéria do Mundo Físico, não devemos absolutamente imaginar que tal matéria seja matéria física sutilizada. Essa ideia, muito embora defendida por alguns que estudaram as filosofias ocultas, é absolutamente errônea, e é causada principalmente pela dificuldade em dar-se descrições completas e claras, necessárias a uma perfeita compreensão dos Mundos superiores. Infelizmente nossa linguagem, feita para descrever as coisas materiais, é completamente inadequada para descrever as condições dos Reinos suprafísicos. Consequentemente, tudo o que se diz sobre esses Reinos deve ser tomado mais como semelhança do que como descrição exata.

Embora a montanha e a margarida, o ser humano, o cavalo e uma barra de ferro sejam compostos de uma única e final substância atômica, isto não quer significar que a margarida seja uma forma de ferro mais sutil. Semelhantemente, é impossível explicar com palavras a mudança ou diferença que ocorre na matéria física quando convertida em matéria de desejos. Se não houvesse tal diferença, a última estaria sujeita às leis do Mundo Físico, o que de fato não acontece.

A lei que rege a matéria da Região Química é a da inércia, ou seja, a tendência a permanecer em status quo. É necessária certa soma de força para vencer-se essa inércia e movimentar-se um Corpo em repouso, ou para deter-se outro que esteja em movimento. Tal não acontece com a matéria do Mundo do Desejo. Essa matéria em si própria é quase vivente. Está em movimento incessante, fluídico, tomando todas as formas imagináveis e inimagináveis, com inconcebível facilidade e rapidez, brilhando ao mesmo tempo com milhares de cores coruscantes, sem termo de comparação com qualquer coisa que conhecemos nesse estado físico de consciência. As irradiações iridescentes de uma concha de nácar[1] em movimento sob a luz do Sol dar-nos-iam talvez uma pálida ideia dessa matéria.

Isto é o Mundo do Desejo: luz e cor sempre cambiantes, onde as forças do animal e do ser humano se misturam com as forças de inumeráveis Hierarquias de seres espirituais que não aparecem no Mundo Físico, mas que são tão ativas no Mundo do Desejo como nós o somos aqui. De algumas delas falaremos mais adiante, assim como de sua relação com a evolução do ser humano.

As forças emitidas por essa vasta e variegada hoste de Seres modelam a matéria cambiante do Mundo do Desejo em formas inumeráveis e diferentes, de maior ou menor durabilidade consoante à energia cinética do impulso que lhes deu origem.

Como é difícil ao neófito que acaba de abrir os olhos internos encontrar seu equilíbrio no Mundo do Desejo. O Clarividente treinado logo deixa de se espantar com as descrições impossíveis fornecidas pelos médiuns. Esses podem ser perfeitamente honestos, mas as possibilidades de paralaxe e a dificuldade de conseguirem um foco perfeito de visão são tão grandes e de natureza tão sutil que seria surpreendente se pudessem apresentar uma descrição correta. Todos nós, na infância, tivemos que aprender a ver, conforme podemos comprovar observando um bebê: por ser totalmente incapaz de avaliar distâncias, ele tenta de igual modo alcançar objetos no outro lado da sala, na rua, ou na Lua. O cego que acaba de recuperar a visão, de início, muitas vezes, fecha os olhos para ir de um lugar a outro. E até que aprenda a usar seus olhos, é-lhe mais fácil guiar-se pelos outros sentidos do que pela visão. Da mesma forma aquele, cujos órgãos internos de percepção foram vivificados, deve se exercitar para usar com acerto a nova faculdade. A princípio o neófito tentará aplicar no Mundo do Desejo os conhecimentos derivados da sua experiência no Mundo Físico. Isso por não ter aprendido ainda as leis dos Mundos em que está penetrando, que é um manancial de toda espécie de perturbações e perplexidade. Portanto, antes que possa entender, deve se tornar como uma criança, que assimila o conhecimento sem se preocupar com experiências anteriores.

Para se chegar à compreensão exata do Mundo do Desejo é preciso compreender que esse é o Mundo dos Sentimentos, Desejos e Emoções, que estão sob o domínio de duas grandes forças: Atração e Repulsão. Essas forças atuam nas três regiões mais densas do Mundo do Desejo de modo diferente daquele em que agem nas três regiões mais sutis ou superiores. A Região Central pode ser chamada de neutra.

Essa Região Central é a Região do Sentimento. Aqui o interesse ou a indiferença por alguma ideia ou objeto produz o desequilíbrio em favor de uma ou outra das forças já mencionadas, relegando assim, o objeto ou ideia às três regiões superiores ou às três regiões inferiores do Mundo do Desejo, ou mesmo expulsando-as dali. Vejamos, agora, como isso se realiza.

Na substância mais fina e sutil das três regiões superiores do Mundo do Desejo só a Força de Atração atua, embora ela também se encontre presente em certo grau na matéria mais densa das três regiões inferiores, onde atua contra a força de Repulsão que ali domina. A desintegrante Força de Repulsão destruiria, de imediato, qualquer forma que entrasse nessas três regiões inferiores, não fora a ação neutralizadora daquela. Na região mais densa e mais inferior, onde é mais poderosa, a Força de Repulsão agita e dissolve violentamente as formas ali constituídas, ainda que não seja uma força vandálica. Nada é vandálico na Natureza. Tudo que assim parece trabalha apenas para o bem, o que sucede com essa força em sua ação na região mais inferior do Mundo do Desejo. As formas que ali se encontram são criações demoníacas, construídas pelas paixões e desejos mais brutais dos animais e do ser humano.

A tendência de todas as formas no Mundo do Desejo é atrair para si as de natureza semelhante, e consequentemente crescer. Se esta tendência para a atração fosse predominante nas regiões inferiores, o mal cresceria como o joio e, a anarquia, em vez da ordem, predominaria no Cosmos. Isso é evitado pela preponderante Força de Repulsão nessa Região. Quando uma forma criada por um desejo brutal é atraída para outra da mesma natureza, cada uma exerce sobre a semelhante um efeito desintegrante, produto da desarmonia existente nas respectivas vibrações. Assim, em vez de fundirem-se mal com mal, mutuamente eles se destroem, e desse modo o mal no mundo conserva-se dentro de limites razoáveis. Quando compreendemos o efeito destas duas forças gêmeas em ação, podemos também entender a máxima ocultista que diz: “uma mentira no Mundo do Desejo é, ao mesmo tempo, assassina e suicida”.

Tudo quanto sucede no Mundo Físico é refletido em todos os outros Reinos da Natureza e, como vimos, cria sua forma apropriada no Mundo do Desejo. Quando se descreve com exatidão um acontecimento, é construída no Mundo do Desejo uma forma exatamente igual à descrita. Uma atrai a outra, juntam-se e mutuamente se fortificam. Todavia, se for dada versão diferente ou falsa, produz-se uma forma diferente, contrária à primeira, ou seja, à verdadeira. Convergentes no mesmo assunto unem-se, mas como as vibrações são diferentes atuam uma sobre a outra de maneira mutuamente destruidora. Portanto, o mal e as mentiras maliciosas quanto mais fortes e amiúde repetidos podem destruir o que é bom. Contudo, pelo contrário, se buscarmos o bem no mal, com o tempo o mal acabará se transformando em bem. Se a forma que se constrói para diminuir o mal é fraca, não terá efeito algum e será destruída pela forma maligna; mas se é forte e repetida frequentemente, sua ação desintegrará o mal e substitui-lo-á pelo bem. Esse resultado, bem entendido, não se alcança lutando contra o mal, nem o negando ou mentindo, mas sim procurando o bem. O ocultista científico pratica rigidamente o princípio de procurar o bem em todas as coisas, por saber quanto poder tem esse princípio para reprimir o mal.

Conta-se algo de Cristo que ilustra esse ponto. Uma vez, caminhando com Seus Discípulos passaram pelo cadáver de um cachorro em estado de putrefação. Os Discípulos voltaram o rosto, comentando com aborrecimento o nauseante espetáculo, mas Cristo olhou o cadáver e disse: “As pérolas são menos alvas que seus dentes”. Ele estava determinado a encontrar o bem naquilo, pois sabia do benéfico efeito que produziria no Mundo do Desejo ao dar-lhe expressão.

A Região mais inferior do Mundo do Desejo é chamada “Região da Paixão e do Desejo Sensual”. A segunda subdivisão é mais bem descrita por “Região da Impressionabilidade”. Aqui o efeito das forças gêmeas (Atração e Repulsão) é bem equilibrado. Essa é uma região neutra, daí todas as nossas impressões, formadas por matéria dessa região, serem também neutras. Somente quando os sentimentos gêmeos da quarta Região entram em ação, é que as forças gêmeas começam a atuar. A mera impressão de alguma coisa em si ou de si mesmo é inteiramente separada do sentimento gerado. Tais impressões são neutras e constituem uma atividade da segunda Região do Mundo do Desejo, onde as imagens se formam pelas forças de percepção sensorial do Corpo Vital do ser humano.

Na terceira Região do Mundo do Desejo a Força de Atração, integrante e construtiva, sobrepõe-se à tendência destruidora da Força de Repulsão. Se compreendermos que a mola, o motivo da Força de Repulsão é a afirmação de si mesma, pelo que repele todas as demais, podemos entender por que a substância da terceira Região do Mundo do Desejo, dominada principalmente pela Força de Atração, abre caminho aos desejos de outras coisas, mas de uma maneira egoísta. Por isso é chamada “Região dos Desejos”.

A Região da Paixão e do Desejo Sensual pode se comparar aos sólidos do Mundo Físico; a Região da Impressionabilidade aos fluidos e a Região dos Desejos, de natureza flutuante e evanescente, pode comparar-se à parte gasosa do Mundo Físico. Estas três regiões proporcionam, às formas, a substância necessária à experiência, ao crescimento anímico e à evolução, purificando-as completamente e retendo os materiais que podem ser utilizados para o progresso.

A quarta Região do Mundo do Desejo é a “Região do Sentimento”. Dela surgem os sentimentos relativos às formas já descritas e, dos sentimentos por elas gerados, depende a vida que terão e, também, o efeito que exercerão sobre nós. Nesse estágio não importa que os objetos ou ideias sejam bons ou maus. Nosso sentimento, seja de Interesse seja de Indiferença, é aqui o fator determinante do destino do objeto ou da ideia.

Se o sentimento produzido pela impressão de um objeto ou de uma ideia é de Interesse, tal sentimento tem sobre essa impressão o mesmo efeito que a luz solar e o ar sobre a planta. Tal ideia crescerá e florescerá em nossas vidas. Se, ao contrário, o sentimento produzido por uma impressão é de Indiferença, essa impressão murchará como uma planta posta em sótão escuro.

Assim, dessa Região Central do Mundo do Desejo vem o incentivo para a ação ou a deliberação para refreá-la (ainda que essa última seja também uma ação aos olhos do ocultista cientista), pois em nosso presente estágio de desenvolvimento, os sentimentos gêmeos Interesse e Indiferença proporcionam o incentivo para a ação e são as molas que movem o mundo. Em estágio ulterior de desenvolvimento esses sentimentos deixarão de ter importância. Então, o fator determinante será o dever.

O Interesse desperta as Forças de Atração ou as de Repulsão.

A Indiferença simplesmente enfraquece o objeto ou ideia aos quais se endereça, pelo menos no que tange à nossa ligação com ele.

Se nosso interesse por um objeto ou ideia gera a Repulsão, isso naturalmente leva-nos a cortar, de nossas vidas, qualquer conexão com esse objeto ou ideia que a despertou. Contudo, existe uma grande diferença entre a ação da Força de Repulsão e o simples sentimento de Indiferença. Talvez uma ilustração torne mais clara a atuação dos sentimentos gêmeos e das Forças gêmeas.

Suponhamos que três homens vão por um caminho e encontram um cachorro doente, coberto de chagas, sofrendo intensamente com dores e sede.  É uma evidência para os três homens – os seus sentidos assim o dizem. Agora, vem o sentimento. Dois desses homens têm “interesse” pelo animal, mas no terceiro produz-se um sentimento de “indiferença”. Esse se afasta deixando o cão entregue ao seu destino. Os outros dois detêm-se: ambos estão interessados, mas cada um se manifesta de maneira bastante diferente. O interesse de um homem lhe desperta a simpatia e o desejo de socorrer, impelindo-o a ajudar o pobre animal, a lhe mitigar a dor, a curá-lo. Nele o sentimento de Interesse despertou a Força de Atração. O Interesse do outro homem é de natureza diferente: ele vê apenas um espetáculo repugnante que lhe provoca náuseas, dele desejando livrar-se e ao mundo o mais rapidamente possível. Aconselha, pois que matem o animal e o enterrem. Nesse o Interesse gera a força destrutiva da Repulsão.

Quando o sentimento de Interesse desperta a Força de Atração e é dirigido para objetos e desejos inferiores, estes atuam nas regiões inferiores do Mundo do Desejo, onde a Força de Repulsão neutralizante se manifesta do modo já indicado. A luta travada entre essas duas forças gêmeas – Atração e Repulsão – produz todas as dores e sofrimentos resultantes das ações errôneas e dos esforços mal orientados, sejam ou não intencionais.

Por conseguinte, bem podemos ver quanto é importante o nosso sentimento em relação às coisas, porque dele depende a natureza do ambiente que criamos para nós mesmos. Se amarmos o bem, resguardaremos e alimentaremos tudo o que é bom em volta de nós quais anjos da guarda. Se fizermos o contrário povoaremos nosso caminho de demônios, criados por nós mesmos.

Os nomes das três Regiões Superiores do Mundo do Desejo são: “Região da Vida Anímica”, “Região da Luz Anímica” e “Região do Poder Anímico”. Nestas regiões habitam a Arte, o Altruísmo, a Filantropia e todas as atividades superiores da vida anímica. Quando pensamos nessas regiões como irradiando sobre as formas das regiões inferiores as qualidades indicadas pelos seus nomes, podemos compreender de forma exata as atividades superiores e inferiores. Não obstante, o poder anímico pode ser empregado durante algum tempo com propósitos maléficos, assim como pode ser empregado para o bem. Contudo, finalmente a Força de Repulsão destrói o vício, e sobre as desoladas ruínas, a Força de Atração edifica a virtude. Todas as coisas, em última análise, trabalham em conjunto para o bem.

O Mundo Físico e o Mundo do Desejo não são separados um do outro pelo espaço. Estão “mais próximos do que as mãos e os pés”. Não é necessário deslocar-se para ir de um a outro, nem para ir de uma região a outra que lhe seja próxima. Assim como em nosso Corpo se encontram os sólidos, os líquidos e os gases, interpenetrando-se uns aos outros, assim também estão as diferentes Regiões do Mundo do Desejo dentro de nós. Podemos, outra vez, comparar as linhas de força pelas quais os cristais de gelo se formam na água com as causas invisíveis originárias do Mundo do Desejo, as quais aparecem no Mundo Físico e dão-nos incentivo para agir em qualquer direção.

O Mundo do Desejo, com seus inúmeros habitantes, compenetra o Mundo Físico como as linhas de força compenetram a água – invisível, mas presente e potente em toda parte como “causa” de tudo no Mundo Físico.


[1] N.R.: Madrepérola ou nácar é uma substância, dura, irisada, rica em calcário, produzida por alguns moluscos, no interior de sua concha.

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