A Cabeça do Dragão é o Nodo Norte da Lua. Nodos são pontos, na órbita de um Planeta, onde ele cruza a Eclíptica ou curso do Sol. O ponto no qual ele cruza do sul para o norte é chamado Nodo ascendente ou Nodo Norte; o outro ponto em que ele cruza do norte para o sul é chamado Nodo descendente ou Nodo Sul.
Quando está a leste e cruza o Equador celeste do sul para o norte, o Sol entra no marciano Signo de sua Exaltação, Áries, como um rei conquistador no Equinócio de Março. Então, a natureza inteira desperta para a vida, para o amor e para a labuta de outro ano. Por conseguinte, o ponto em que o luminar menor cruza e entra na declinação norte também está sujeito à benigna influência do doador de vida, o que se atribui à Cabeça do Dragão, que estimula e promove todas as coisas sob sua influência. Em setembro, porém, Saturno, Satã — ou o adversário — ergue-se em seu Signo de exaltação, Libra, para dominar com sua mão fria e viscosa o vivificante Sol e conduzi-lo ao seu Nodo descendente, deixando o Hemisfério norte em lamentações e morte. Portanto, o Nodo Sul da Lua, chamado Cauda do Dragão, é considerado saturnino em seus efeitos, obstruindo todas as coisas às quais esteja ligado.
Na Astrologia Rosacruz, a Cabeça do Dragão e a Cauda do Dragão exercem influência no horóscopo somente quando em Conjunção com um Astro (Sol, Lua e Planetas) ou com o Ascendente. Uma órbita de influência de apenas 3 graus é admitida.
A Cabeça do Dragão é considerada benéfica, sendo sua influência análoga à do Sol em Áries, e seu efeito jupiteriano. A Cauda do Dragão é considerada adversa, sendo saturnina em qualidade e tendo uma influência semelhante à de Saturno em Libra.
Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz
Onde quer que caia a Cabeça do Dragão, nos Signos e Casas do Tema, seu efeito sobre os assuntos daquele departamento será como os do Sol em Áries (quando o Sol está em Exaltação): adianta e acelera os negócios pessoais, tal como faria Júpiter. Ela lubrifica a máquina da manifestação onde quer que esteja colocada, aumentando a força dos Astros benéficos, com os quais entre em Conjunção. Ao mesmo tempo ameniza a influência dos Astros adversos, com os quais esteja em Conjunção.
Em Oposição exata à Cabeça do Dragão sempre está a Cauda do Dragão, procurando anular os benefícios da Cabeça. Assim, a Cabeça e a Cauda do Dragão se assemelham às naturezas espiritual e material, constantemente em luta em nosso íntimo. A Cauda do Dragão tem efeito restritor semelhante ao de Saturno. Quando associado a algum Aspecto Adverso (algumas Conjunções, Quadratura e Oposição), aumenta-lhe o prejuízo. Quando em Conjunção com qualquer Astro benéfico (Sol, Júpiter, Vênus) rouba-lhes o benefício como a fúria de um dragão.
A Cabeça do Dragão é o ponto espiritual mais sensível no horóscopo, enquanto que a Cauda indica o ponto de maior limitação. A Cabeça mostra a linha de maior desenvolvimento do nativo; a Cauda revela o ponto em que ele é mais falto de espiritualidade.
A Cabeça do Dragão é benevolente — uma força ígnea, masculina. Ela confere a determinação para que o nativo se sobreponha ao horóscopo, firme sua própria divindade e crie seu próprio destino. Representa as virtudes conquistadas em vidas anteriores, ao seu dispor agora.
A Cauda do Dragão é adversa, aquosa, feminina e induz o nativo a continuar transgredindo e retrocedendo. Representa as falhas de caráter não regeneradas, de outras vidas, que agora tentam à repetição.
Cabeça e Cauda do Dragão figuram a batalha do céu, até que o Dragão seja vencido e cai aos pés da Alma Aspirante, como bem simboliza a figura de S. Jorge, com o cavalo branco (um corpo puro), armadura (da virtude) e uma lança (o poder espiritual), dominando o Dragão escuro (a natureza inferior).
Consideremos, agora, suas manifestações no mapa natal ou no tema progredido:
Na lª e 7ª Casas: A Cabeça do Dragão inclina o nativo a receber favores e honras. Proporciona mais atrativo e poder ao nativo. Mas, nessa posição terá a Oposição da Cauda do Dragão na 7ª Casa, que procura proporcionar tendências negativas e tornar o nativo mal reconhecido ou ingrato aos favores recebidos. Indica inimigos declarados e competidores, buscando antagonizá-lo através de demandas com sócios, desentendimentos com a esposa, forçando-o de todos os modos para libertá-lo das associações. Saturno está em Exaltação em Libra e na 7ª Casa e na época das provas é um coletor das más qualidades de caráter. Ora, Saturno é relacionado com a Cauda do Dragão. Pelo contrário, a Cabeça do Dragão na 7ª Casa tende a diminuir o número de inimigos, proporciona êxito em todas as uniões ou associações, apesar de, a Cauda, na lª Casa, opôr tribulações, escândalos, falta de magnetismo pessoal e buscando inclinar o nativo a uma vida curta e sem proveito.
Na 2ª e 8ª Casas: A Cabeça do Dragão na 2ª Casa ajuda o afluxo de recursos, elimina as ansiedades. A Cauda em Oposição na 8ª Casa procura varrer os lucros através de decepções e pode provocar morte violenta e repentina. Se a posição é invertida, a Cabeça na 8ª e a Cauda na 2ª Casa, a saúde do nativo tende a ser duradoura e tende a ter uma longa vida, com dádivas e heranças legítimas de parentes, pelos benefícios da Cabeça na 8ª Casa. Mas a Cauda, na 2ª Casa, tende a trazer perdas e danos nos negócios, adversidade nas finanças, ansiedades e medos nos assuntos de dinheiro e posses.
Na 3ª e 9ª Casas: a Cabeça na 3ª Casa tende a trazer lucros, através dos irmãos e íntimos, viagens, facilidade de expressão, Mente progressista e facilidade nos assuntos educacionais. A Cauda, na 9ª Casa procurará varrer a fé, indica viagens miseráveis, conclusões desafortunadas, sonhos com previsões falsas. A Cabeça do Dragão na 9ª Casa tende a aumentar a fé, inclina aos assuntos religiosos e espirituais, favorece as viagens e residência em lugares estrangeiros, adiciona veracidade aos sonhos e visões, aumenta a intuição profética. A Cauda na 3ª Casa tende a trazer ansiedade mental, dificuldades com irmãos e com pessoas íntimas e rouba disposição à expressão verbal e escrita.
Na 4ª e 10ª Casas: a Cabeça na 4ª Casa augura boa sorte para a mãe. A velhice tende a ser feliz para o nativo e sua mãe. A 10ª Casa terá a Cauda indicando prejuízos para o pai, perda de empregos, honras e favores para o nativo. A Cabeça na 10ª Casa proporciona benefícios ao pai, honras e postos elevados ao nativo. Já a Cauda na 4ª Casa rouba a alegria e paz da mãe, provoca distúrbios entre o nativo e a genitora, na infância. Na velhice, o nativo pode ver sua carreira abalada em confusão.
Na 5ª e 11ª Casas: a Cabeça na 5ª Casa liberta o nativo de muitas dificuldades, lhe proporcionando alegrias e ocupações alegres e felizes, filhos afortunados e muita satisfação em seus afazeres. A oposição da Cauda na 11ª Casa atrai amizades indesejáveis e a morte dos mais caros ideais e esperanças. Pelo contrário, a Cabeça na 11ª Casa atrai amizades meritórias que vão colaborar com o nativo na realização de seus anelos. A Oposição da Cauda na 5ª Casa nega os filhos ou os destrói, não permitindo nenhuma alegria com eles. Também traz sofrimentos, pela indulgência em prazeres prejudiciais.
Na 6ª e 12ª Casas: a Cabeça na 6ª Casa promete um corpo forte e são. A Cauda, oposta na 12ª Casa inclina a perseguições de inimigos secretos, com possibilidade de ser preso e inclinando à própria ruína. Inversamente, a Cabeça na 12ª Casa tende a trazer lucros por meio de empresas secretas e êxito em assuntos ocultistas, ainda que a Cauda, na 6ª Casa, lhe roube a saúde, provoque lutas, desgastes físicos prolongados e duros, dificultando cada atividade pelas debilidades do corpo.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)