Os Arquétipos são criados por forças arquetípicas que trabalham nas quatro Regiões inferiores do Mundo do Pensamento Concreto.
Arquétipos vivem, movem-se e criam, como a qualquer coisa mecânica feita pelo ser humano – mas sem racionalidade.
Quando o Arquétipo é construído e colocado em vibração, e enquanto a forma continuar vibrando, a vida é sustentada.
Quando o Arquétipo cessa de vibrar, a forma se desintegra.
Há 3 meios de você acessar esse Livro:
1. Em formato PDF (para download):
Arquétipos – Dos Escritos de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
2. Em forma audiobook ou audiolivro:
Audiobook – Arquétipos – Dos Escritos de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
3. Para estudar no próprio site (ou para fazer download ou imprimir):
ARQUÉTIPOS
Dos Escritos de
Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido e Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, 1950, Archetypes, editada por The Rosicrucian Fellowship
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
SUMÁRIO
A PERMANÊNCIA DO ARQUÉTIPO.. 6
FORMAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS QUANDO RENASCEMOS AQUI. 10
A EVOLUÇÃO DOS ARQUÉTIPOS DOS NOSSOS CORPOS. 15
A EVOLUÇÃO DOS ARQUÉTIPOS A PARTIR DA VINDA DE CRISTO.. 19
SITUAÇÕES DOS ARQUÉTIPOS DE ALGUMAS CLASSES DE PESSOAS. 23
ONDE SE ENCONTRAM OS ARQUÉTIPOS. 25
O ENVOLVIMENTO DOS ARQUÉTIPOS QUANDO MORREMOS E QUANDO ESTAMOS NOS PREPARANDO PARA RENASCER.. 34
Não há palavras adequadas para exprimir o que o Espírito sente quando se encontra diante dessa presença, muito acima deste Mundo, onde o véu da carne esconde as realidades vivas debaixo de uma máscara; e muito além do Mundo do Desejo e da ilusão, onde formas fantásticas e ilusórias nos levam a acreditar que elas são algo muito diferentes do que são na realidade. Somente na Região do Pensamento Concreto, onde os Arquétipos de todas as coisas se unem no grande coro celestial, ao qual Pitágoras referiu-se como a “harmonia das esferas”, é que nós encontramos a verdade revelada em toda a sua beleza.
(Do Livro: Capítulo XII – Do Livro Mistérios das Grandes Óperas-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Se não nos aplicarmos ao trabalho da vida, ou se nós persistentemente seguirmos um caminho que é subversivo ao crescimento da alma, nossa vida destruirá o Arquétipo. O renascimento em um ambiente alterado, então, nos dará a chance de recuperar as oportunidades que foram negligenciadas. Por outro lado, quando vivemos em harmonia com o plano da vida inscrito no Arquétipo de nosso Corpo Denso, há uma consonância construtiva em suas vibrações que prolonga a vida do Arquétipo e, consequentemente, também a vida do Corpo Denso.
Quando percebemos que a nossa vida na Terra é o tempo de semear, e que o valor de nossa existência post-mortem está em relação direta ao incremento que ganhamos em nossos talentos, será imediatamente evidente como sumamente importante que nossas faculdades devem ser utilizadas na direção correta. Embora esta lei se aplique a toda Humanidade, é insuperavelmente vital para as almas aspirantes, pois quando nós trabalhamos para o BEM com toda a nossa força e poder e a cada ano a mais vivido incrementa enormemente nosso tesouro celestial. A cada ano a mais vivido ganhamos maior eficácia no progresso da alma, e os frutos alcançados nos últimos anos podem, facilmente, superar os adquiridos na primeira parte da vida.
(Carta nº 33 – Do Livro: Carta aos Estudantes-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Os objetos no Mundo Físico ocultam sempre suas construções ou naturezas internas; nós vemos somente a superfície. No Mundo do Desejo vemos os objetos fora e dentro de nós mesmos, mas eles nada nos dizem deles mesmos, nem da vida que os anima. Na Região Arquetípica[1] parece não haver circunferência, mas, para onde quer que dirijamos nossa atenção, ali está o centro de tudo, e a nossa consciência, instantaneamente, se enche do conhecimento em relação ao ser ou à coisa que estivermos olhando. É mais fácil gravar num fonógrafo[2] o tom que nos chega do céu, do que mencionar as experiências que passamos naquele reino, pois não há palavras adequadas para expressá-las; tudo o que podemos fazer é tentar vivê-las.
(Carta nº 40 – Do Livro: Carta aos Estudantes-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
De acordo com isso, nós devemos perceber que cada ato de cada ser humano produz um efeito direto nos Arquétipos do corpo. Se o ato está em harmonia com a lei da vida e da evolução, fortalece o Arquétipo e possibilita um prolongamento da vida, na qual o indivíduo alcançará o máximo de experiência e obterá um crescimento anímico proporcional, de acordo com seu estado evolutivo e sua capacidade de aprendizagem. Deste modo, menos encarnações serão necessárias para ele chegar à perfeição comparado com um outro que desperdiça a corrente vital e tudo faz para escapar de seu destino ou com outro, ainda, que aplica sua força destrutivamente. Neste caso, o Arquétipo esgota-se e romper cedo. Aqueles, cujos atos são contrários à lei, encurtam as suas vidas e têm que renascer mais vezes que as pessoas que vivem em harmonia com a lei. Este é outro exemplo de que a Bíblia é exata quando nos exorta a fazer o bem para que possamos ter uma vida mais longa aqui.
Esta lei é aplicada a todos sem exceção, mas tem maior significado na vida dos que estão trabalhando, conscientemente, com a lei da evolução do que aqueles que não o fazem. O conhecimento destes fatos deve aumentar dez ou cem vezes o nosso zelo e interesse pelo bem. Mesmo que comecemos, como se costuma dizer, “tarde na vida” podemos facilmente acumular um “tesouro” maior nos últimos anos do que o obtivemos em algumas vidas anteriores. Acima de tudo, nós estamos conquistando a admissão para um começo mais cedo nas próximas vidas.
(Carta nº 96 – Do Livro: Carta aos Estudantes-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
No momento em que o Ego está vindo para renascer, ele forma o Arquétipo criador de sua forma física no Segundo Céu com a ajuda das Hierarquias Criadoras. Esse Arquétipo é uma coisa sonora, vibrante, que é posta em vibração pelo Ego, com uma certa força que é proporcional à duração do tempo a ser vivido na Terra, e até que o Arquétipo cesse de vibrar, a forma, que é construída dos elementos químicos da Terra, continuará a existir.
Quando o Ego está descendo para o renascimento, ele desce através do Segundo Céu. Lá será ajudado pelas Hierarquias Criadoras na construção do Arquétipo do seu próximo Corpo Denso, e instila nesse Arquétipo uma vida que durará certo número de anos. Esses Arquétipos são espaços ocos e eles têm um som ou movimento vibratório que atrai o material do Mundo Físico e coloca todos os átomos no Corpo para vibrar em sintonia com um pequeno átomo que está no coração, chamado de Átomo-semente, que como um diapasão dá uma afinação a todo o resto do material do corpo. No momento em que a plena vida seja vivida na Terra, as vibrações no Arquétipo cessam e o Átomo-semente é retirado, o Corpo Denso se decompõe e o Corpo de Desejos, no qual o Ego vai funcionar no Purgatório e Primeiro Céu, assume a forma do Corpo Denso. Então, o ser humano começa seu trabalho de expiar seus maus hábitos e atos no Purgatório, assimilando o que é bom de sua vida no Primeiro Céu.
Os parágrafos anteriores descrevem as condições normais, quando o curso da Natureza não é perturbado, mas o caso do suicídio é diferente. Nesse o ser humano tirou o Átomo-semente, mas o Arquétipo oco ou vazio, ainda continua vibrando. Ele se sente como se estivesse vazio e experimenta um sentimento corroendo por dentro que pode ser comparado às dores de uma fome intensa. O material para construção de um Corpo Denso está ao seu redor, mas tendo em vista que não possui o medidor do Átomo-semente, é impossível para ele assimilar essa matéria e construí-la num Corpo. Esse terrível sentimento de vazio dura o tempo que deveria durar sua última vida terrestre.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Pergunta Nº 47-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
A Lei de Causa e Efeito é o árbitro que determinará como a vida deve ser vivida, e como algumas oportunidades de crescimento espiritual serão colocadas diante do Ego em vários momentos de sua vida terrestre. Se essas oportunidades forem aproveitadas, a vida continuará pelo caminho reto, mas se for ao contrário, será divergida, por assim dizer, para um beco sem saída, onde a vida será findada pelas Hierarquias Criadoras, que destruirão o Arquétipo no Mundo celestial. Assim podemos dizer que a duração de uma vida terrena poderá ser abreviada se negligenciarmos as oportunidades. Há também a possibilidade, no caso de algumas pessoas, quando a vida foi vivida intensamente, e onde a pessoa se esforçou de todas as maneiras para viver de acordo com as oportunidades dadas, de adicionar mais vida no Arquétipo e, assim a existência poderá ser prolongada, mas como foi dito, somente em casos excepcionais.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Pergunta Nº 47 – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
O ser humano, devido à sua natureza divina, é o único ser que possui a prerrogativa de desordenar o esquema do seu desenvolvimento e da mesma forma que pode pôr fim à sua vida usando a própria vontade, assim também, pode pôr um fim à vida do seu próximo antes que o tempo dele tenha findado. O sofrimento do suicida seria também o sofrimento das vítimas do assassinato, pois o Arquétipo do seu corpo estaria juntando material que lhe seja impossível assimilar. Mas, no seu caso, a intervenção de outras entidades impede esse sofrimento (dos assassinados) e ele será encontrado vagueando aqui e ali no seu Corpo de Desejos, num estado letárgico, pelo período que normalmente teria vivido.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Pergunta Nº 60-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Como já afirmei, a minha visão tonal e a capacidade de funcionar na Região do Pensamento Concreto era indiferente e principalmente limitada às subdivisões inferiores, mas uma pequena ajuda dos Irmãos naquela noite me permitiu entrar em contato com a quarta Região, onde se encontram os Arquétipos, e lá recebi os ensinamentos e a compreensão do que é contemplado como o mais elevado ideal e a missão da Fraternidade Rosacruz.
Vi nossa sede e uma multidão de pessoas, vindo de todas as partes do mundo para receber os ensinamentos. Vi-os saindo dali para levar bálsamo aos aflitos próximos e distantes. Ao passo que neste mundo é necessário investigar, a fim de descobrir alguma coisa; lá, a voz de cada Arquétipo traz consigo, como ao mesmo tempo, que impressiona a consciência espiritual, o conhecimento do que esse Arquétipo representa. Assim, naquela noite, recebi um entendimento que está muito além do que minhas palavras podiam expressar; pois o mundo em que vivemos se baseia no princípio do tempo, enquanto no reino superior dos Arquétipos tudo é um eterno agora. Esses Arquétipos não revelam sua história como esta é narrada, mas produzem sobre a consciência uma concepção instantânea de toda a ideia, muito mais clara do que poderia ser transmitida em palavras.
(Do Livro: Ensinamentos de um Iniciado – Capítulo XXI – Parte II-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
A Região do Pensamento Concreto, como você deve se lembrar de nossos outros ensinamentos, é o reino do som, onde a harmonia das esferas, a música celestial, que penetra tudo que existe, da mesma forma que a atmosfera da Terra circunda e envolve tudo o que é terreno. Pode-se dizer que nessa região tudo está envolto e permeado de música. Vive e cresce pela música. Lá, a palavra de Deus soa adiante e forma todos os vários modelos que mais tarde se cristalizam nas coisas que nós contemplamos no mundo terrestre.
No piano, cinco teclas escuras e sete brancas formam a oitava. Além dos 7 Globos nos quais evoluímos durante um Dia de Manifestação, há cinco Globos escuros que atravessamos durante as Noites Cósmicas. Em cada ciclo de vida, o Ego retira-se por um tempo para o mais denso desses cinco, isto é, o Caos, o mundo sem forma onde nada permanece salvo, a não ser os centros de força conhecidos como átomos-semente. No início de um novo ciclo de vida, o Ego desce novamente na Região do Pensamento Concreto, onde a “música das esferas” imediatamente faz vibrar os Átomos-semente.
Há sete esferas; os Planetas de nosso Sistema Solar. Cada um tem sua nota-chave e emite um som diferente de todos os outros Planetas. Um ou outro, dentre eles, vibra em particular sincronia com o Átomo-semente do Ego, que então busca a encarnação. Então, esse Planeta corresponde à “tônica” da escala musical e, embora os tons de todos os Planetas sejam necessários para construir um organismo completo, cada um é modificado e feito para adaptar-se ao impacto básico dado pelo Planeta mais harmonioso, que é, portanto, o regente dessa vida, sua Estrela do Pai. Assim, como na música terrestre, também na celestial existem harmonias e dissonâncias, e todos influenciam sobre o Átomo-semente e ajudam a construir o Arquétipo. Assim as linhas vibratórias de força são formadas, que mais tarde atraem e organizam partículas físicas, como acontece com esporos ou areias que formam figuras geométricas sobre uma placa de bronze à vibração de um arco de violino.
Mais tarde, ao longo dessas linhas arquetípicas de vibração, o Corpo Denso é formado e se expressa com precisão à harmonia das esferas como era tocada durante o período de construção. Esse período, entretanto, é muito mais longo do que o período atual da gestação, e varia de acordo com a complexidade da estrutura requerida pela vida que busca a manifestação física. Tampouco é contínuo o processo de construção do Arquétipo, pois sob os aspectos dos Planetas que emitem notas, às quais as forças vibratórias do Átomo-semente não podem responder, ele simplesmente sussurra sobre as que já aprenderam, e assim, engajado, espera por um novo som que possa usar na construção de organismo que se deseja para se expressar.
Portanto, sabendo que o organismo terrestre, que cada um de nós habita, é formado segundo linhas vibratórias produzidas pela música das esferas, nós podemos entender que as dissonâncias que se manifestam como enfermidades são produzidas primeiramente pela desarmonia espiritual interna. Torna-se mais evidente que, se pudermos obter conhecimentos precisos sobre a causa direta da desarmonia e saná-la, a manifestação física da doença logo desaparecerá. É essa a informação dada pelo tema astrológico da pessoa, pois nele cada Astro em sua Casa e Signo expressam harmonia ou discórdia, saúde ou doença. Portanto, todos os métodos de cura são adequados apenas na proporção em que levam em consideração as harmonias e discordâncias astrais manifestadas na roda da vida – o horóscopo.
(Do Livro: Ensinamentos de um Iniciado – Capítulo XXII – Parte III-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Nos Mundos celestes há imagens de modelos-Arquétipos. Na língua grega a palavra “apxn” significa “no princípio”, isto é, no início. O Cristo disse de Si mesmo, ou melhor, o Iniciado que já compreendeu Sua própria divindade diz: “Eu sou o princípio (apxn) e o fim”. Há nessa palavra “princípio” (apxn) o núcleo gerador de tudo que temos aqui.
No Templo (Tabernáculo) foi colocada uma Arca, a Arca de Aliança. Foi disposta de tal modo que suas hastes não poderiam ser removidas. Durante toda a viagem através do deserto as hastes deveriam permanecer imóveis. De fato, jamais foram removidas enquanto a arca peregrinava até ser conduzida ao Templo de Salomão. Temos aqui uma condição, onde um determinado símbolo, um Arquétipo, algo transportado desde o princípio, é elaborado de tal modo que possa ser reativado em determinadas ocasiões e reconduzido mais adiante. Nessa arca estava o núcleo ao redor do qual todas as coisas gravitavam. Havia o Cajado de Aarão, o Pote do Maná e, também, as duas Tábuas da Lei.
Nós acabamos de descrever o símbolo perfeito da verdadeira constituição do ser humano, pois, enquanto ele atravessa o vale da matéria e transita continuamente de um lugar a outro, as hastes, sob nenhuma hipótese, podem ser removidas. Elas permanecerão intactas até que chegue à condição simbólica descrita no Apocalipse. Onde se diz: “Aquele que triunfar, eu o farei um pilar no templo de meu Deus; e dali nunca mais sairá”.
Durante o transcorrer do tempo, desde o momento no qual o ser humano começou sua viagem através da matéria, ele possui esse espírito de peregrinação. Nunca ficou parado. Algumas vezes, o templo (Tabernáculo) era conduzido, assim como a Arca para um novo lugar. Assim também o ser humano está sempre sendo impelido de um lugar para outro, de um ambiente para outro, de uma condição para outra. Não é uma jornada sem objetivo, pois tem como meta a Terra prometida, a Nova Jerusalém, onde haverá paz. Mas, enquanto o ser humano estiver nesta jornada, deve estar ciente de que não haverá descanso e nem paz.
(Do Livro: Ensinamentos de um Iniciado, Capítulo XXVI – A Jornada Através do Deserto-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Como está escrito no Livro “Conceito Rosacruz do Cosmo”, com referência à constituição do nosso Planeta, o caminho da Iniciação passa através da Terra, da periferia ao centro, um estrato de cada vez e, embora nossos corpos físicos sejam delineados dessa forma pela força da gravitação, sua densidade evita que a traspassemos, tão eficazmente quanto a força de levitação que repele a classe despreparada mencionada nos recintos sagrados. Somente quando, pelo poder de nosso próprio Espírito deixamos nosso Corpo Denso instruído por e em consequência da maneira reta de viver, seremos capazes de ler o registro etérico com melhor proveito. Em um ponto mais avançado do progresso, o “estrato aquoso” da Terra será aberto ao Iniciado, que, então, estará num estado de desenvolvimento apropriado para ler o registro dos acontecimentos passados, impressos permanentemente na substância viva da Região das Forças Arquetípicas, onde o tempo e espaço são praticamente inexistentes, e onde tudo é um eterno Aqui e Agora.
(Do Livro: A Teia do Destino – Segunda Parte – O Cristo Interno – A Memória da Natureza-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
É curioso como a perpetração do suicídio em uma vida e o consequente sofrimento post-mortem, no tempo em que ainda existe o Arquétipo, muitas vezes gera nestas pessoas um medo mórbido da morte na próxima vida; de modo que, quando a morte ocorre naturalmente no curso normal da vida, os suicidas parecem frenéticos depois de abandonar o corpo e tão ansiosos em voltar ao Mundo Físico que, frequentemente, cometem o crime da obsessão da forma mais tola e impensada.
(Do Livro: A Teia do Destino – Quinta Parte – Obsessão do Ser Humano e dos Animais-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Uma máxima ocultista diz que “uma mentira é ao mesmo tempo assassina e suicida no Mundo do Desejo”. Os ensinamentos dos Irmãos Maiores, contidos no “Conceito Rosacruz do Cosmo” explicam que sempre que ocorrer um incidente, um pensamento-forma gerado nos Mundos invisíveis faz o registro deste acontecimento. Toda vez que se fala ou se comenta deste acontecimento cria-se uma nova forma de pensamento que se funde com o original e o fortalece, desde que ambos sejam verdadeiros e possuam a mesma vibração. Mas se uma mentira é contada sobre o ocorrido, então as vibrações do original e da reprodução não serão idênticas; eles se chocam e o atrito entre eles acaba destruindo-se mutuamente. Se o pensamento-forma verdadeiro e bom for suficientemente forte, conseguirá o domínio da situação e destruirá os pensamentos-forma baseados na mentira; consequentemente o bem vencerá o mal, mas se os pensamentos maliciosos e mentirosos forem mais fortes, estes podem vencer o pensamento-forma verdadeiro e, assim, destruí-lo. Depois, haverá discórdia entre eles e todos, por sua vez, serão aniquilados.
Assim, uma pessoa que vive uma vida pura, esforçando-se para obedecer às leis de Deus e lutando fervorosamente pela verdade e pela justiça, criará pensamentos-forma de natureza semelhante; sua Mente trilhará caminhos em harmonia com a verdade e quando chegar o momento, no Segundo Céu, de criar o seu Arquétipo para a vida futura, ele prontamente e intuitivamente, pela força do hábito adquirido na vida passada, alinhar-se-á com as forças da retidão e da verdade. Estas linhas, formadas em seu corpo, criarão harmonia nos novos veículos, e, portanto, a saúde será a consequência natural em sua próxima vida. Aqueles que formaram em vidas anteriores uma visão distorcida das coisas, que desprezaram a verdade, exercitando a astúcia, o egoísmo exagerado e a desconsideração pelo bem-estar dos outros, acham-se obrigados, no Segundo Céu, a ver as coisas de um modo oblíquo, porque este é o seu habitual modo de pensar. Portanto, o Arquétipo construído por eles incorporará linhas de erro e de falsidade; e consequentemente, ao renascer, ele terá uma fraqueza em vários órgãos, quando não em todo o ser.
(Do Livro: A Teia do Destino – Sétima Parte – A Causa das Enfermidades – Esforços do Ego para escapar do Corpo – Efeitos da Lascívia-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Somente quando entramos nos reinos mais elevados, e particularmente na Região do Pensamento Concreto, é que as verdades eternas são percebidas. Por isso, devemos, necessariamente, cometer erros uma vez ou outra, apesar dos nossos mais sinceros esforços em procurar conhecer e dizer a verdade. Portanto, é impossível para nós construir um veículo totalmente harmonioso. Se isso fosse possível, tal Corpo seria realmente imortal, e nós sabemos que a imortalidade da carne não é o desígnio de Deus; pois segundo São Paulo: “A carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus”[3].
Contudo, sabemos que, atualmente, apenas uma pequena porcentagem de pessoas está disposta a viver em harmonia com a verdade, para confessá-la e professá-la diante dos seres humanos por meio do serviço e da vida reta e que não faz o mal. Sabemos, também, que isto aconteceu com muito poucos ao retrocedermos na história, quando o ser humano não havia desenvolvido o altruísmo que começou no nosso Planeta com o advento do Nosso Senhor e Salvador, Cristo Jesus. Nesse tempo, os padrões de moralidade eram muito inferiores e o amor à verdade quase desprezível para a maioria da Humanidade, que se encontrava absorvida em seus esforços para acumular riquezas e adquirir poder ou prestígio, quanto fosse possível. Portanto, as pessoas estavam, naturalmente, inclinadas a ignorar os interesses dos demais, e contar uma mentira não parecia, de modo algum, um ato repreensível, pelo contrário, muitas vezes era tida como mérito. Consequentemente, os Arquétipos estavam, constantemente, cheios de fraquezas, e as funções orgânicas do Corpo, atualmente, estão prejudicadas em um grau bastante elevado, particularmente os Corpos ocidentais porque estão se tornando cada vez mais forte e mais sensível à dor, devido ao crescimento da consciência do Espírito.
(Do Livro: A Teia do Destino – Sétima Parte – A Causa das Enfermidades – Esforços do Ego para Escapar do Corpo – Efeitos da Lascívia-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
A assimilação dos frutos de cada vida passada acontece antes que o Espírito desça para o renascimento e, consequentemente, o caráter gerado é totalmente formado e se expressa na sutil e móvel matéria mental da Região do Pensamento Concreto, onde o Arquétipo do Corpo Denso é construído. Se o Espírito que procura renascer é amante da música, procurará construir um ouvido perfeito, com os canais semicirculares devidamente situados e com o tímpano mais delgado e sensível à vibração; tentará formar dedos compridos e finos para executar os acordes celestes captados por seus ouvidos. Mas, se não apreciava a música em vidas passadas, fechava seus ouvidos aos acordes da alegria ou da tristeza, o desejo de se afastar da companhia dos demais, então formado, causaria a negligenciar a construir o ouvido, quando construísse o Arquétipo e, como consequência, esse órgão seria defeituoso em um grau proporcional à negligência causada, pelo seu caráter, em sua existência anterior.
Da mesma forma acontece com os outros sentidos; quem bebe de uma fonte de conhecimento e se esforça para compartilhar seu conhecimento com os que o rodeiam estabelece as bases para adquirir a faculdade de oratória em uma vida futura, porque o desejo de comunicar seu conhecimento o fará prestar uma atenção especial na formação e fortalecimento de seu órgão vocal, quando estiver construindo o Arquétipo de futuro Corpo. Por outro lado, aqueles que se esforçam por acessar os mistérios da vida por simples curiosidade ou satisfazer o orgulho de seu próprio intelecto negligenciam na construção de um órgão adequado para sua expressão e, ficam sujeitos à debilidade na voz ou ao impedimento na expressão da palavra. Dessa forma, vêm-lhes o reconhecimento de que a expressão é um bem valiosíssimo. Embora o cérebro de um indivíduo, assim aflito, não possa compreender a lição, o Espírito aprende que somos estritamente responsáveis pelo uso que fazemos de nossos talentos, e que devemos assumir nossas dívidas algum dia se negligenciamos em transmitir a palavra de Vida para Iluminar nossos irmãos ou irmãs no caminho, sempre, naturalmente que estejamos preparados para isso.
(Do Livro: A Teia do Destino – Oitava Parte – Os Raios de Cristo Constituem o “Impulso Interno” – Visão Etérica – Destino Coletivo-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Quando o Ego está a caminho do renascimento passando pela Região do Pensamento Concreto, pelo Mundo do Desejo e pela Região Etérica, toma de cada uma delas certa quantidade de material. A qualidade deste material é determinada pelo Átomo-semente, baseado no princípio de que semelhante atrai semelhante. A quantidade depende do quanto de matéria será necessário e requerido pelo Arquétipo na construção feita por nós mesmos no Segundo céu. A partir da quantidade de átomos etéricos prismáticos apropriados para determinado Espírito, os Anjos do Destino e seus agentes constroem uma forma etérica que, então, é colocada no útero da mãe e, gradualmente, envolvida de matéria física formando o corpo visível da criança recém-nascida.
(Do Livro: A Teia do Destino – Quarta Parte – A Natureza dos Átomos Etéricos – A Necessidade de Equilíbrio-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Nas três regiões inferiores da Região do Pensamento Concreto se encontram os Arquétipos de tudo o que vemos no Mundo Físico, como minerais, vegetais, animais e humano, Arquétipos dos continentes, rios e oceanos; e aqui o Clarividente exercitado, cuja faculdade o capacita a alcançar esses planos mais elevados, vê também o oceano universal da vida fluente, em que todas as formas estão imersas; vê o mesmo impulso vital movendo-se de forma a forma em ciclos rítmicos, sustentando a forma especializada pelo Ego humano ou pelo Espírito-Grupo do animal e do vegetal.
Esses Arquétipos não são meramente modelos no sentido geral do termo, algo assim como uma coisa em miniatura, ou de material mais refinado. São Arquétipos criadores, modelando todas as formas visíveis, como vemos no mundo, à sua própria imagem e semelhança, ou melhor, às suas próprias semelhanças, porque frequentemente muitos Arquétipos trabalham juntos para formarem certas espécies, cada um dando parte de si mesmo para construírem a determinada forma. Eles são dominados e dirigidos pelas “Forças Arquetípicas” que são encontradas na quarta região. É da substância das quatro regiões inferiores que nossa Mente é formada, capacitando também ao ser humano a formar pensamentos e criar imagens que depois possa reproduzir no ferro, na pedra ou na madeira, de modo que por meio da Mente obtida desse Mundo, o ser humano se torna um criador no Mundo Físico, de modo análogo às Forças Arquetípicas.
Mas, o que é que dirige a Mente, assim como as Forças Arquetípicas dirigem os Arquétipos? É o Ego, o qual obtém suas vestimentas das três regiões superiores, que formam a chamada Região de Pensamento Abstrato, ou Região das Ideias.
(Do Livro: Cristianismo Rosacruz – Conferência III – Visão Espiritual e Mundos Espirituais – Mundo do Pensamento-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Há duas classes de pessoas para quem o processo purgatorial não começa de imediato: os suicidas e as vítimas de assassinato. No caso do suicida o processo não se inicia até que se complete o tempo em que o corpo deveria morrer no decurso natural, mas, nesse ínterim, ele sofre por seu ato de uma maneira tão terrível quanto peculiar. Ele tem a sensação de estar oco, por assim dizer, e de habitar num doloroso vazio, uma vez que o Arquétipo de sua forma contínua ativo na Região do Pensamento Concreto.
No caso de pessoas, jovens ou idosas, que morrem naturalmente ou por acidente, cessam as atividades arquetípicas; os veículos superiores sofrem, então, uma modificação na morte, de modo que a perda do Corpo Denso em si não produz nenhuma sensação de desconforto. Contudo, o suicida não experimenta tal mudança até que o Arquétipo de seu Corpo deixe de funcionar, no momento em que a morte teria ocorrido naturalmente. O espaço onde seu Corpo Denso deveria ocupar está vazio, porque o Arquétipo é oco, e isto o faz sofrer indescritivelmente. Assim, ele também aprende que não é possível ausentar da escola da vida sem causar consequências desagradáveis, e em vidas futuras, quando o caminho lhe parecer difícil, ele recordará em sua alma, que a tentativa covarde de fugir pelo suicídio só pode acrescentar-lhe maiores sofrimentos.
Há pessoas que se suicidam por razões altruístas, para livrar outros de um fardo, e estes naturalmente, são recompensados de outra maneira, mas não escapam do sofrimento do suicida, da mesma maneira que aquela pessoa que entra num edifício em chamas para salvar outros não está imune de se queimar.
A vítima do assassinato escapa a esse sofrimento porque, via de regra, fica em estado de coma até o tempo em que a morte natural deveria ocorrer, e neste caso deve-se ter o mesmo cuidado que se tem com as vítimas dos chamados acidentes, só que estas vítimas ficam conscientes imediatamente ou pouco depois da morte. Se o assassino for executado entre a época do crime e aquela em que sua vítima deveria morrer em circunstâncias naturais, o Corpo de Desejos comatoso deste é atraído magneticamente ao seu matador, seguindo-o aonde ele vá, sem um momento de trégua. A cena do assassinato passa, então, a apresentar-se sempre diante dele, causando-lhe os dolorosos sofrimentos e angústias que inevitavelmente deve acompanhá-lo com esta incessante repetição de seu crime em todos os horríveis detalhes. Isso continua por um tempo que correspondente ao período de vida do qual privou sua vítima. Se o assassino escapou da forca, de modo que sua vítima tenha passado além do Purgatório antes de morrer, o “cascão ou coscorão” da sua vítima subsiste para representar a parte de Nêmesis[4] no drama do crime revivido.
(Do Livro: Cristianismo Rosacruz – Conferência V – Morte – Vida no Purgatório-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Assim, o cientista oculto atribui todas as causas à Região do Pensamento Concreto e nos diz como elas são geradas ali pelos Espíritos humanos e super-humanos.
Recordando que os Arquétipos criadores de todas as coisas que vemos no Mundo visível encontram-se no Mundo do Pensamento, que é o reino do som, estamos preparados para compreender que as Forças Arquetípicas estão constantemente agindo por meio desses Arquétipos que, então, emitem certo tom, ou, quando vários deles se agrupam para criar uma espécie de forma vegetal, animal ou humana, momento em que os diferentes sons se fundem em um grande coro. Esse tom ou coro é, conforme o caso, a nota-chave da forma assim criada, e enquanto isso vibra a forma ou a espécie perdura; quando ela cessar, também a única forma morre ou a espécie desaparece.
Uma confusão de sons não é música, do mesmo modo que muitas palavras juntas ao acaso não formam uma sentença, mas o som rítmico ordenado é o construtor de tudo o que existe, conforme diz São João nos primeiros versículos de seu Evangelho: “No princípio era o verbo… e sem Ele nada foi feito”; também diz que “o Verbo se fez carne”.
Vemos assim que o som é o criador e o mantenedor de todas as formas, pelo que, no Segundo Céu, o Ego se torna UM com as Forças da Natureza. Com elas trabalha sobre os Arquétipos da Terra e do mar, na flora e na fauna, provocando mudanças que gradualmente alteram a aparência e a condição da Terra, e assim proporciona um novo ambiente, feito por si mesmo, quando poderá colher nova experiência.
Nesse trabalho, o Ego é dirigido por grandes instrutores pertencentes às Hierarquias Criadoras, que são chamados Anjos, Arcanjos e outros nomes, constituindo-se Ministros de Deus. Eles instruem, de modo consciente, na divina arte da criação, tanto no mundo como em sua matéria existente. Eles ensinam como construir uma forma para si mesmo, dando-lhe os chamados “Espíritos da Natureza” como auxiliares, e dessa maneira, todas as vezes que o ser humano passa pelo Segundo Céu está servindo e aprendendo a se tornar um Criador. Ali ele constrói o Arquétipo da forma que posteriormente exteriorizará ao renascer.
(Do Livro: O Cristianismo Rosacruz – Conferência VI – Vida e Atividade no Céu-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Examinando mais minuciosamente as diversas divisões da Região do Pensamento Concreto, constatamos que os Arquétipos das formas físicas – não importam a qual Reino elas pertençam – encontram-se na sua subdivisão mais inferior, ou seja, na “Região Continental”. Nessa Região Continental estão também os Arquétipos dos continentes e das ilhas do mundo, os quais são moldados de acordo com esses Arquétipos. As modificações da crosta terrestre devem produzir-se primeiramente na Região Continental. Enquanto o Arquétipo-modelo não for modificado, as Inteligências, que para encobrir a nossa ignorância denominamos “Leis da Natureza”, não podem produzir as condições físicas que alteram a conformação da Terra e que são determinadas pelas Hierarquias que dirigem a evolução. Essas planejam as mudanças como o arquiteto projeta as alterações num edifício, antes que os operários lhe deem expressão concreta. Da mesma forma efetuam-se mudanças na flora e na fauna, devido às metamorfoses dos respectivos Arquétipos.
Quando falamos dos Arquétipos de todas as diferentes formas do Mundo Físico, não devemos julgar que esses Arquétipos sejam simples modelos, no mesmo sentido em que falamos de um objeto feito em miniatura ou feito de outro material diferente do apropriado ao seu uso final. Não são simples semelhanças nem modelos das formas que vemos em torno de nós, mas são Arquétipos criadores, isto é, modelam as formas do Mundo Físico à sua própria semelhança ou semelhanças, porque, frequentemente, muitos trabalham em conjunto para produzir certa espécie, cada Arquétipo dando de si mesmo a parte necessária para a construção da forma requerida.
A segunda subdivisão da Região do Pensamento Concreto denomina-se “Região Oceânica”. Poderia ser mais bem descrita como vitalidade fluente e pulsante. Todas as Forças que atuam pelos quatro Éteres que constituem a Região Etérica são vistas aqui como Arquétipos. É uma corrente de vida que flui através de todas as formas, assim como o sangue circula pelo corpo – a mesma vida em todas as formas. Nessa Região o clarividente treinado pode comprovar quanto é verdade que “toda vida é una”.
A “Região Aérea” é a terceira divisão da Região do Pensamento Concreto. Aqui encontramos os Arquétipos dos desejos, das paixões, dos sentimentos e das emoções, tais como os que experimentamos no Mundo do Desejo. Aqui todas as atividades do Mundo do Desejo parecem condições atmosféricas. Os sentimentos de prazer e de alegria chegam aos sentidos do clarividente como o beijo das brisas estivais. As aspirações da alma assemelham-se à canção do vento na ramaria do arvoredo, e as paixões das nações em guerra aos lampejos dos relâmpagos. Nessa atmosfera da Região do Pensamento Concreto encontram-se também as imagens das emoções do ser humano e dos animais.
A “Região das Forças Arquetípicas” é a quarta divisão da Região do Pensamento Concreto. É a Região Central e a mais importante dos cinco mundos onde se efetua a evolução total do ser humano. De um lado dessa Região estão as três regiões superiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Espírito de Vida e o Mundo do Espírito Divino. No lado oposto dessa Região de Forças Arquetípicas estão as três regiões inferiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Desejo e o Mundo Físico. Portanto essa região torna-se uma espécie de “cruz”, limitada de um lado pelos Reinos do Espírito e do outro pelos Mundos da Forma. E o ponto focal por onde o Espírito se reflete na matéria.
Como seu nome indica, essa Região é o lar das Forças Arquetípicas que dirigem a atividade dos Arquétipos na Região do Pensamento Concreto. Dessa Região é que o Espírito trabalha na matéria de maneira formativa. O Diagrama 1 demonstra essa ideia em forma esquemática: as formas, nos mundos inferiores, sendo reflexos do Espírito nos Mundos superiores.
Diagrama 1 – O Mundo Material: um reflexo reverso dos Mundos espirituais
A quinta Região que é a mais próxima do ponto focal pelo lado do Espírito, reflete-se na terceira Região, a mais próxima do ponto focal pelo lado da Forma. A sexta Região reflete-se na segunda, e a sétima na primeira.
(Do Livro: Conceito Rosacruz do Cosmos: Os Mundos Visível e Invisíveis – O Mundo do Pensamento-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
O suicida, que procurou fugir da vida, apenas descobre que está mais vivo do que nunca, e que se encontra na mais lastimável condição. É capaz de observar aqueles a quem, com seu ato, talvez tenha prejudicado e, pior que tudo, tem uma inexplicável sensação de estar “oco”. A parte da aura ovoide, que geralmente contém o Corpo Denso, está vazia e, ainda que o Corpo de Desejos tenha tomado a forma do Corpo Denso descartado, ele se sente como uma concha vazia, pois o Arquétipo criador do corpo persiste, por assim dizer, como um molde vazio na Região do Pensamento Concreto por tanto tempo quanto deveria viver o Corpo Denso. Quando uma pessoa morre de morte natural, mesmo no vigor da vida, a atividade do Arquétipo cessa e o Corpo de Desejos por si mesmo se ajusta para ocupar toda a forma. Mas no caso do suicida, o horrível sentimento de “vazio” permanece até o tempo em que deveria ocorrer a morte natural
(Do Livro: Conceito Rosacruz do Cosmos – O Ser Humano e o Método de Evolução – Morte e Purgatório-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Estrato Aquoso: nesse estrato estão as possibilidades germinais de tudo quanto existe na superfície da Terra. Aqui estão as Forças Arquetípicas que se ocultam atrás dos Espíritos-Grupo, como também as Forças Arquetípicas dos minerais, porque essa é a expressão física direta da Região do Pensamento Concreto.
(Do Livro: Conceito Rosacruz do Cosmos – Constituições da Terra e Erupções Vulcânicas – Número da Besta-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Diz-se que Jesus era o filho de um carpinteiro, mas a palavra grega é tekton e significa construtor; ARCHE é o nome grego de matéria primordial. Diz-se que Jesus era também um carpinteiro (tekton). É verdade, ele era um tekton, construtor ou maçom, um Filho de Deus, o Grande Archetekton. Com a idade de trinta e três anos, quando havia recebido os três vezes três (9) graus da Maçonaria Mística, Ele desceu ao centro da Terra. A mesma coisa faz qualquer outro tekton, maçom ou Phree Messen (filho da luz), como os Egípcios os chamavam que desce através dos nove estratos da Terra em forma de arco. Encontraremos, na época do primeiro advento de Cristo, tanto Hiram Abiff, o Filho de Caim, quanto Salomão, o Filho de Seth, renascidos para receber d’Ele a grande Iniciação dos Mistérios Cristãos.
(Do Livro: Maçonaria e Catolicismo – Parte VIII – O Caminho da Iniciação-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Diz-se na Bíblia que José foi um carpinteiro, mas a palavra grega “tekton”deve ser traduzida por “construtor”. Na Maçonaria Mística, Deus é chamado O Grande Arquiteto.
Archeem grego significa a substância primordial e um tektoné um construtor. Assim, Deus é o Grande Mestre Construtor, o qual moldou o mundo com a matéria primordial preparando um campo evolutivo para vários graus de seres. Ele usa no Seu universo muitos tektonsou construtores de vários graus. Qualquer um que siga a Senda do desenvolvimento espiritual, esforçando-se por trabalhar construtivamente com as leis da natureza – como um servo da Humanidade – é um tektonou construtor, no sentido que se acha qualificado para ajudar e dar nascimento a uma grande alma. É por isso que se diz que Jesus era um carpinteiro e filho de um carpinteiro, e entendemos que ambos eram tektonsou construtores numa linhagem cósmica.
(Do Livro: Iniciação Antiga e Moderna – Capítulo I – A Iniciação Mística Cristã-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Goethe, o grande místico, finaliza, apropriadamente, sua versão (de Fausto) com o mais místico de todos os versos encontrados em qualquer literatura:
“Tudo que é perecível,
É somente uma ilusão.
O inatingível,
É aqui consumação.
O indescritível,
Aqui ele está pronto.
O Eterno Feminino,
É para nós uma atração.”
Esta estrofe confunde todos os que não são capazes de penetrar nos reinos onde ela é cantada, isto é, no céu.
Ele fala de tudo o que é ser perecível, mas somente uma ilusão, isto é, as formas materiais que estão sujeitas à morte e à transmutação são apenas uma ilusão do Arquétipo visto no céu. “O inatingível aqui é realizado” o que parecia impossível na Terra é realizado no céu. Ninguém sabe disso melhor do que quem é capaz de funcionar nesse reino, pois toda aspiração elevada e sublime se concretiza. Os indescritíveis anseios, ideias e experiências da alma, que mesmo não podendo se expressar, são claramente definidos no céu. O Eterno Feminino, a grande Força Criadora na Natureza, o Deus Mãe, que nos conduz pelo caminho da evolução, torna-se uma realidade. Assim, o mito de Fausto conta a história do Templo do Mundo, que as duas classes de pessoas estão construindo, e que serão finalmente o Novo Céu e a Nova Terra profetizados no Livro dos Livros.
(Do Livro: Mistérios das Grandes Óperas – Cap. VI – O Preço do Pecado e Os Caminhos da Salvação-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
O som gerado num vácuo não pode ser ouvido no Mundo Físico, mas a harmonia que procede da cavidade vazia de um Arquétipo celestial é a “Voz do Silêncio”, e essa se faz audível quando todos os sons terrestres cessam. Elias não a ouvia, enquanto a tormenta rugia, nem podia percebê-la durante a turbulência do terremoto, nem no ruído do fogo crepitante; mas quando os sons destrutivos e dissonantes deste Mundo se fundiram no silêncio, então “a pequena voz silenciosa” enviava suas ordens para salvar a vida de Elias (IReis 19).
(Do Livro: Mistérios Rosacruzes – Mundo do Pensamento – Região do Pensamento Concreto-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
A outra classe de seres que devemos mencionar é a que a Escola de Ocultismo Ocidental chama de Forças Arquetípicas. Elas dirigem as energias dos Arquétipos Criadores, originados nesse plano: trata-se de uma classe de seres compostos de inteligências de graus muito diferentes e há um estágio na jornada cíclica do Espírito Humano do qual ele faz parte o qual e, também, trabalha. Porque, como o Espírito Humano também está destinado a converter-se em uma grande inteligência Criadora, em algum tempo futuro e se não houvesse ambiente em que pudesse gradualmente aprender a criar, não lhe seria possível adiantar-se, porque nada na natureza é feito repentinamente. Uma semente de carvalho plantada no solo não se converte numa árvore majestosa da noite para o dia, pois requer muitos anos de lento e persistente crescimento antes de alcançar a altura que tem esses gigantes das florestas.
(Do Livro: Mistérios Rosacruzes – Capítulo: III – O Mundo do Pensamento – Região do Pensamento Concreto-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Aprendemos anteriormente, ao estudar o Mundo do Pensamento, que cada forma desses Mundos invisíveis tem o seu Arquétipo, um molde oco vibratório, que emite certo som harmonioso. Esse som atrai e modela a matéria física em formas muito semelhantes às figuras geométricas que se formam numa placa de vidro cheia de areia, cujas bordas sejam postas em vibração por meio de um arco de violino; a areia modela-se em diferentes figuras geométricas, que mudam de forma quando o som muda.
O pequeno Átomo-semente do Corpo Denso no coração é a amostra e o centro em torno do qual se agrupam os átomos do nosso Corpo. Quando esse Átomo-semente é forçado a retirar-se do Corpo na morte voluntária, aquele centro fica vazio, mesmo que o Arquétipo continue vibrando até o limite desta vida, como explicamos anteriormente, não pode atrair nenhuma matéria para esse molde oco do Arquétipo. Por esta razão, o suicida sente uma temível dor que corrói uma sensação de vazio que só poderia ser comparada a angústia da fome.
Neste caso, o intenso sofrimento continuará exatamente durante tantos anos quantos o indivíduo deveria viver em seu Corpo Denso. Ao expirar esse tempo, o Arquétipo sofre o colapso, tal como no caso da morte natural. Então cessa a dor do suicida e começa o seu período de purgação, como acontece com aqueles que morrem de morte natural. Contudo, a memória dos sofrimentos experimentados em consequência do suicídio permanecerá com ele em vidas futuras, e isso o refreará no caso de tentar repetir o mesmo erro.
(Do Livro: Mistérios Rosacruzes – Capítulo V – Primeiro Céu-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Depois que o Espírito fez sua escolha, desce ao Segundo Céu, onde é instruído pelos Anjos e Arcanjos sobre como construir um Arquétipo do Corpo que mais tarde habitará na Terra. Aqui também notamos a manifestação da grande lei da justiça, que decreta que devemos colher o que semeamos. Se os nossos gostos são grosseiros e sensuais, construiremos um Arquétipo que expressará esses defeitos; se, pelo contrário, somos de gostos refinados e estéticos, construiremos um Arquétipo de um refinamento correspondente, mas ninguém pode obter um Corpo mais perfeito do que aquele que é capaz de construir. Então, assim como um arquiteto que constrói uma casa, na qual há de viver depois, sofrerá incômodos se se descuidar de providenciar uma ventilação apropriada, assim também o Espírito se sentirá mal num Corpo construído deficientemente. Como o arquiteto aprende a evitar os erros e as imperfeições anteriores quando constrói uma nova casa, assim também o Espírito que sofre devido aos defeitos do Corpo que construiu para si próprio aprende, com o passar do tempo, a construir veículos cada vez mais eficientes.
(Do Livro: Mistérios Rosacruzes – Capítulo V – Terceiro Céu-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Na Região do Pensamento Concreto, o Espírito também atrai para si os materiais da sua nova Mente. Assim como um imã atrai a limalha de ferro, deixando de lado as outras substâncias, do mesmo modo cada Espírito atrai somente a espécie de matéria mental que usou em sua vida anterior e mais aquela que tenha aprendido a usar em sua vida post-mortem. Depois disso, ele desce ao Mundo do Desejo, onde reúne o material para seu novo Corpo de Desejos, de natureza tal que possa expressar adequadamente as suas características morais. Em seguida, atrai certa quantidade de éter, que se incorpora ao molde do Arquétipo construído no Segundo Céu e que age como argamassa entre os materiais sólidos, líquidos e gasosos recebidos dos Corpos dos pais, que formam assim o Corpo Denso da criança, que renascerá no devido tempo.
(Do Livro: Mistérios Rosacruzes – Capítulo V – Terceiro Céu-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Na Região do Pensamento Concreto todos os objetos sólidos aparecem como cavidades vazias de onde uma nota chave básica é continuamente tocada, assim, quem os vê, também houve dele a história completa de sua existência. Pensamentos-forma que não se cristalizara, ainda em ação concreta ou ser físico, não se apresentam ao observador como uma cavidade, mas ali, os pensamentos não são silenciosos. Ele fala uma linguagem inconfundível e transmitem, de uma forma muito mais precisa do que as palavras, a sua intenção, até que a energia dispendida pelo seu criador se esgote. Como vibram no tom peculiar à pessoa que lhes deu origem, é comparativamente fácil para o ocultista treinado investigar sua fonte.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 64-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Por outro lado, o que realmente causa a morte é o colapso do Arquétipo do Corpo Denso.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 105-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
O local em que crescerá esta parte do Cordão Prateado está indicado no Arquétipo, mas são necessários aproximadamente vinte e um anos para que a junção se complete.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 137-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Este Corpo Denso é formado de acordo com um molde invisível chamado Arquétipo e, enquanto este Arquétipo persistir, o nosso Corpo Denso permanecerá vivo. Quando a morte é decorrente de causas naturais, ou mesmo nos chamados acidentes (que geralmente não são realmente acidentes, mas acontecimentos surgindo para pôr fim a uma vida conforme o plano dos guardiões invisíveis dos assuntos humanos), o Arquétipo é destruído e o Espírito fica liberto.
Um suicídio, no entanto, é diferente. Neste caso, o Arquétipo persiste após a morte durante vários anos até o momento em que ocorreria a morte de acordo com os acontecimentos naturais, portanto, sendo incapaz de afastar de si os átomos físicos, o suicida terá durante esses anos de existência “post-mortem”, uma contínua sensação de dor, semelhante ao suplício da fome, ou a uma dor de dente indefinida, mas excessivamente dolorosa.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 152-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Ao mesmo tempo, ele vê um Arquétipo em fase de construção, que mostra a forma que terá a Terra nessa região quando um cataclismo ou uma série de cataclismos tiver destruído a atual configuração desse continente e do oceano adjacente. Talvez seja arriscado determinar quando começará essa remodelação da Terra, mas o Arquétipo ou matriz moldada em matéria mental e representando o pensamento criador do Grande Arquétipo e de Seus construtores estão tão próximo de conclusão que, ao julgar pelo progresso realizado durante os anos em que o autor observou a sua construção, parece seguro dizer que até a metade do século atual (1950), senão antes, as elevações se terão iniciado.
(Do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 155-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
F I M
[1] N.T.: Quarta Região do Mundo do Pensamento
[2] N.T.: Fonógrafo é um aparelho inventado em 1877 por Thomas Edison para a gravação e reprodução de sons através de um cilindro. É o precursor dos equipamentos eletrônicos que gravam atualmente.
[3] N.T.: ICor 15:50
[4] N.T.: Nêmesis é um substantivo masculino com origem no grego, que indica vingança ou indignação justificada.
Esse livro se refere ao nascimento místico e à morte do grande Espírito Cristo, abordados sob o ponto de vista de um Clarividente.
O mais pronunciado materialista deve se convencer da divindade do ser humano, após ler as revelações do autor sobre o significado profundo do Cristo e os princípios por Ele proclamados.
Esperamos que a leitura cuidadosa e atenta desse volume sobre a vida sagrada de Cristo incentive uma maior veneração pela Religião Cristã, tornando-a mais aceitável à razão por meio da obra inspirada desse autor, cujo principal objetivo, enquanto viveu, foi o de trazer o ideal de Cristo e a vida simples de servir mais próximo dos corações das pessoas.
Há 3 meios de você acessar esse Livro:
1. Em formato PDF (para download):
A Interpretação Mística do Natal – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz
2. Em forma audiobook ou audiolivro:
Audiobook – A Interpretação Mística do Natal – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz
3. Para estudar no próprio site (ou para fazer download ou imprimir):
A Interpretação Mística do
Natal
Seis Dissertações Sobre a Questão do Natal do Ponto de Vista Místico, mostrando o Significado Oculto desse Grande Evento
Por
Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, 1920, The Mystical Interpretation of Christmas, editada por The Rosicrucian Fellowship
10ª Edição em Inglês, 2012, The Mystical Interpretation of Christmas, editada por The Rosicrucian Fellowship
1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
ÍNDICE
CAPÍTULO I – A SIGNIFICÂNCIA CÓSMICA DO NATAL.. 6
CAPÍTULO II – LUZ ESPIRITUAL – O NOVO ELEMENTO E A NOVA SUBSTÂNCIA.. 10
CAPÍTULO III – O SACRIFÍCIO ANUAL DE CRISTO.. 16
CAPÍTULO IV – O MÍSTICO SOL DA MEIA-NOITE.. 21
CAPÍTULO V – A MISSÃO DE CRISTO E O FESTIVAL DAS FADAS. 26
CAPÍTULO VI – O CRISTO RECÉM-NASCIDO (incluído na 10ª edição) 31
O conteúdo desse livro foi enviado em forma de cartas periódicas pelo autor aos Estudantes. Elas abrangem somente cinco[1] das suas noventa e nove composições em forma de carta. A principal característica dessas lições é o nascimento místico e a morte do grande Espírito Cristo, abordados sob o ponto de vista de um Clarividente. O autor recebeu essas preciosidades raras da verdade por meio da iluminação divina. O materialista mais pronunciado deve se tornar convencido da divindade do ser humano, após ler essas revelações do autor sobre a significância espiritual do Cristo e dos princípios que Ele proclamou.
Dezessete desses folhetos foram impressos em forma de livro sob o título: A Teia do Destino, incluindo os temas: O Efeito Oculto das Nossas Emoções, A Oração – Uma Invocação Mágica e Métodos Práticos para se Alcançar o Sucesso. Nove foram publicadas sob o título: Maçonaria e Catolicismo, como visto por de trás do cenário. As restantes sessenta e oito lições publicaremos no segundo volume da coletânea, conforme o tempo o permita[2].
Nós temos a esperança de que a leitura cuidadosa e atenta desse volume sobre a vida sagrada de Cristo estimule uma maior veneração pela Religião Cristã, tornando-a mais aceitável à razão por meio da obra inspirada desse autor, cujo principal objetivo, enquanto viveu, foi o de trazer o ideal de Cristo e a vida simples de um serviço mais próximo dos corações das pessoas.
28 de outubro de 1920
Augusta Foss Heindel
Mais uma vez, no decorrer de um ano, estamos às vésperas do Natal. A visão de cada um de nós sobre essa festividade não é a mesma e nem semelhante entre uma e outra. Para o religioso devoto é um período santificado, sagrado e repleto de mistério, não menos sublime por ser incompreendido. Para o ateu é uma tola superstição. Para o puramente intelectual é um enigma, pois está além da razão.
Nas igrejas a história é narrada de como na noite mais santa do ano, Nosso Senhor e Salvador, imaculadamente concebido, nasceu de uma virgem. Nenhuma outra explicação é fornecida; o assunto é deixado a critério do ouvinte que o aceita ou rejeita, de acordo com o seu temperamento. Se a Mente e a razão prevalecem, a fé é excluída; se ele pode acreditar apenas no que pode ser demonstrado aos sentidos, então, é forçado a rejeitar a narrativa como absurda e desarmônica com as várias e imutáveis leis da natureza.
Várias interpretações diferentes foram fornecidas para satisfazerem a Mente, principalmente as de natureza astronômica. Elas estabelecem de como na noite de 24 para 25 de dezembro, o Sol começa sua jornada do sul para o norte. Ele é a “Luz do Mundo”. O frio e a fome inevitavelmente exterminariam a Onda de Vida humana se o Sol permanecesse sempre no Sul[4]. Por isso, é um motivo de grande regozijo quando ele começa sua jornada em direção ao norte. Ele é, então, aclamado o “Salvador”, pois vem “salvar o mundo”, vem para dar o “pão da vida”, quando amadurece “o grão e a uva”. Assim, “Ele dá a sua vida” na cruz (quando cruza) do equador (no Equinócio de Setembro) e começa sua ascensão no céu (norte). Na noite em que começa sua jornada em direção ao norte, o Signo de Virgem, a Virgem Celestial, a “Rainha do Céu”, está no horizonte oriental à meia-noite e é, então, astrologicamente falando, seu “Signo Ascendente”. Portanto Ele “nasce de uma virgem”, sem intermediários, sendo assim “concebido imaculadamente”.
Essa explicação pode satisfazer a Mente quanto à origem da suposta superstição, mas o dolorido vazio que existe no coração de todo cético, esteja ou não ciente do fato, deve permanecer até que a iluminação espiritual seja alcançada, a qual fornecerá uma explicação aceitável tanto ao Coração como à Mente. Derramar tal luz sobre esse mistério sublime será nosso esforço nas páginas seguintes. A Imaculada Concepção será o assunto de uma lição futura; por hora queremos mostrar como as forças materiais e espirituais fluem e refluem alternadamente no decurso do ano, e porque o Natal é verdadeiramente um “dia santo”.
Digamos que concordamos com a interpretação astronômica como sendo válida, desse ponto de vista, como o que se segue é verdadeiro, quando contemplamos o mistério do nascimento sob outro ângulo. O Sol nasce, ano após ano, na noite mais escura. O Salvador do Mundo Cristo também nasce, quando a escuridão espiritual da Humanidade é a maior. Há um terceiro aspecto de suprema importância, isto é, não há nenhuma futilidade nas palavras de S. Paulo quando ele fala do Cristo sendo “formado em você”[5]. É um fato sublime que todos somos Cristos-em-formação, de modo que quando compreendemos que temos que cultivar o Cristo interno antes que possamos perceber o Cristo externo, mais apressaremos o dia da nossa iluminação espiritual. Nesse sentido, novamente citamos o nosso aforismo preferido, de Angelus Silesius[6], cuja sublime percepção espiritual fê-lo proferir:
“Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém,
Se não nascer dentro de ti, tua alma segue extraviada.
Olharás em vão a Cruz do Gólgota,
Enquanto ela não se erguer dentro de ti mesmo novamente.”
No Solstício de Junho a Terra está mais distante do Sol, mas o raio solar a atinge quase em ângulo reto, em relação ao seu eixo no hemisfério norte, assim resultando no alto grau da atividade física. Nessa ocasião, as radiações espirituais do Sol são oblíquas nessa parte da Terra e são tão fracas como os raios físicos, quando esses são oblíquos.
Por outro lado, no Solstício de Dezembro, a Terra está mais perto do Sol. Os raios espirituais caem em ângulos retos na superfície da Terra no hemisfério norte, promovendo a espiritualidade, enquanto as atividades físicas diminuem devido ao ângulo oblíquo em que o raio solar atinge a superfície dessa parte da Terra. Por esse princípio, as atividades físicas estão no seu mais baixo nível e as forças espirituais no seu mais elevado fluxo na noite entre 24 e 25 de dezembro, por isso, ela é chamada a “noite mais santa” do ano. Por outro lado, no meio do verão é a época de divertimento para os duendes e para as entidades semelhantes compromissadas com o desenvolvimento material do nosso Planeta, conforme demonstrado por Shakespeare no seu Sonho de Uma Noite de Verão.
Se nadarmos quando a maré está mais forte, alcançaremos uma distância maior e com menos esforço do que em qualquer outra ocasião. É de grande importância para o Estudante esotérico saber e compreender as condições particularmente favoráveis que prevalecem na época do Natal. Sigamos a exortação de S. Paulo, no Capítulo 12 da Epístola aos Hebreus[7], jogando fora toda carga à mais, como fazem as pessoas que participam de corridas. Batamos no ferro enquanto ele está quente; isso significa que devemos, nessa época do ano, concentrar todas as nossas energias nos esforços espirituais e para colher o que não conseguiríamos obter em nenhuma outra ocasião do ano.
Lembremo-nos, também, que o autoaperfeiçoamento não deve ser a nossa única consideração. Nós somos Discípulos de Cristo. Se aspirarmos a tal distinção, lembremo-nos do que Ele disse: “Aquele que quiser ser o maior entre vós, seja o servo de todos”[8]. Há um sentimento muito grande de tristeza e sofrimento à nossa volta; há muitos corações solitários e doloridos em nosso círculo de conhecidos. Busquemo-los de maneira discreta. Em nenhuma outra época do ano eles serão mais acessíveis aos nossos apelos. Espalhemos a luz do Sol em seus caminhos. Desse modo, ganharemos suas bênçãos e também as dos nossos Irmãos Maiores. Por sua vez, as vibrações resultantes promoverão um crescimento espiritual impossível de ser atingido de qualquer outro modo.
No ano passado, nosso Curso de Cristianismo Místico, por correspondência, começou com uma lição sobre o Natal, do ponto de vista cósmico. Explicamos que os Solstícios de Junho e Dezembro, juntamente com os Equinócios de Março e Setembro, constituem os momentos decisivos na vida do Grande Espírito da Terra, assim como a concepção assinala o começo da descida do Espírito humano ao Corpo físico, resultando no nascimento, o qual inaugura o período de crescimento até que a maturidade seja alcançada. Neste ponto se inicia uma época de sobriedade e amadurecimento, juntamente com um declínio das energias físicas que terminam em morte. Este acontecimento liberta o ser humano dos tresmalhos da matéria e o conduz a um período de metabolismo espiritual, por meio do qual nossa colheita de experiências terrenas é transmutada em poderes anímicos, talentos e tendências, a fim de serem multiplicados e utilizados nas vidas futuras e, assim, termos condições para crescer mais rica e abundantemente com tais tesouros e sermos considerados dignos, como “administradores fiéis”, para assumirmos postos cada vez mais elevados entre os servos da Casa do Pai.
Essa ilustração se apoia sobre o firme alicerce da grande Lei de Analogia, tão sucintamente expressa pelo axioma hermético: “Assim como é em cima, é em baixo”. Baseados nisso, que é uma chave-mestra para todos os problemas espirituais, dependemos também de um “abre-te sésamo” para as nossas lições do Natal desse ano, que nós esperemos poder corrigir, confirmar ou completar os pontos de vista dos nossos Estudantes, conforme requeira cada caso.
Os corpos, originalmente cristalizados na terrível temperatura da Lemúria, eram demasiado quentes para conter umidade suficiente que permitisse ao Espírito acesso livre e irrestrito a todas as partes da anatomia deles, do mesmo modo que o Espírito consegue, atualmente, por meio do sangue circulante. Mais tarde, no começo da Atlântida, de fato os corpos continham sangue, mas se moviam com dificuldade, e teriam se ressecado rapidamente, em razão da alta temperatura interna, não fora o fato de prevalecer naquela atmosfera aquosa uma farta umidade. A inalação desse solvente atenuava grandemente o calor e abrandava o Corpo, até que uma quantidade suficiente de umidade pudesse ser retida dentro dele, permitindo a respiração na atmosfera comparativamente seca que mais tarde ocorreria.
Os corpos dos primitivos Atlantes eram de uma substância granulosa e fibrosa, não diferentes dos nossos atuais tendões e, também, semelhante a madeira; contudo, com o tempo, o hábito adquirido de comer carne, capacitou o ser humano a assimilar a quantidade de albumina suficiente para construir tecidos elásticos necessário à formação dos pulmões e das artérias, assim permitindo a livre circulação do sangue, conforme se verifica agora em todo o sistema humano. Na época em que aconteceram essas mudanças interna e externamente, o grande e glorioso arco de sete cores surgiu no céu carregado de nuvens para assinalar o advento do Reino do Homem, aonde as condições viriam a ser tão variadas como os matizes que colorem a atmosfera ao refratar a luz solar de uma só cor. Então, o primeiro aparecimento do arco-íris nas nuvens marcou o início da Era de Noé, com suas estações e períodos alternantes, dos quais o Natal é um deles.
Entretanto, as condições prevalecentes nesse período não são permanentes, como não o eram as dos períodos anteriores. O processo de condensação que transformou o nevoeiro ardente da Lemúria na atmosfera de umidade densa da Atlântida, e mais tarde se liquefez em água, que inundou as cavidades da Terra e impeliu a Humanidade para as montanhas e os altiplanos, ainda continua. Ambas, a atmosfera e a nossa condição fisiológica estão mudando, assinalando, aos que sabem ver e compreender, que a aurora de um novo dia no horizonte virá ou acontecerá em breve, uma era de unificação, mencionada na Bíblia como o Reino de Deus.
A Bíblia não nos deixa dúvidas a respeito das mudanças. Cristo disse que, como nos dias de Noé, assim deverá ser nos dias vindouros. Ambos, a Ciência e os descobrimentos, agora encontram condições que não existiam anteriormente. É um fato científico que o oxigênio está sendo consumido em quantidades alarmantes, alimentando os fornos e outros processos que necessitam desse combustível das indústrias; os incêndios nas florestas também sorvem em grande escala o nosso estoque desse elemento importante, além de aumentar o processo secante a que a atmosfera está naturalmente submetida. Eminentes cientistas ressaltam que chegará o dia em que o globo não poderá sustentar a vida que depende da água e do ar para existir. Suas ideias não nos afligem tanto, pois a data que apontam ainda está muito distante; mas, mesmo que seja assim, o destino da Época Ária é tão inevitável quanto o da Atlântida inundada.
Pudesse um Atlante ser transferido para nossa atmosfera ele seria asfixiado, como um peixe fora de seu elemento natural. Quadros vistos na Memória da Natureza provam que os aviadores pioneiros, daquela Época, de fato desmaiavam quando encontravam essas correntes de ar que desciam, gradualmente, sobre a terra que habitavam, e tais experiências suscitavam muitos comentários e especulações. Os aviadores de hoje já estão encontrando o novo elemento e experimentando a sensação de asfixia, do mesmo modo que experimentaram os seus ancestrais Atlantes e, por razões análogas, encontraram um novo elemento descendo do alto, o qual tomará o lugar do oxigênio da nossa atmosfera. Há também uma nova substância se introduzindo na constituição humana e que substituirá a albumina. Ademais, assim como os aviadores da Atlântida desmaiavam e eram impedidos, pela corrente descendente de ar, de penetrar na Época Ária, a terra prometida, dessa maneira prematura, também assim o novo elemento desafia os aviadores de hoje e a Humanidade em geral, até que todos tenham aprendido a assimilar seus aspectos materiais. E tal como os Atlantes, cujos pulmões não estavam desenvolvidos e sucumbiram na inundação, assim também a nova Era encontrará alguns sem o “Manto Nupcial”, e, portanto, incapacitados para entrar nela, até que se qualifiquem num período posterior. Por isso, é da maior importância para todos saber a respeito do novo elemento e da nova substância. A Bíblia e a Ciência, unidas, fornecem ampla informação a respeito do assunto.
Como mencionamos anteriormente, na Grécia antiga, a Religião e Ciência eram ensinadas nos templos de mistério, juntamente com as belas-artes e as habilidades manuais, como uma doutrina única de vida e de ser; contudo, essa condição foi temporariamente suspensa para facilitar determinadas fases do desenvolvimento. A união das linguagens religiosa e científica na Grécia antiga facilitava a compreensão dessas matérias; no entanto, hoje em dia, as complicações repousam no fato de que a religião traduziu e a Ciência simplesmente transferiu seus termos do Grego original, o que tem causado muitas divergências e uma perda do elo entre as descobertas da Ciência e os ensinamentos da Religião.
Para chegarmos a uma desejada compreensão das mudanças fisiológicas que continuam agora em nosso sistema, podemos lembrar que, segundo a Ciência, os lóbulos frontais do cérebro estão entre as estruturas humanas de mais recente desenvolvimento e que, proporcionalmente, este órgão é muito maior no ser humano do que em qualquer outra criatura. Agora, a pergunta: existe no cérebro alguma substância peculiar, e se existe, qual pode ser a sua significância?
A primeira parte da pergunta pode ser respondida por qualquer obra científica relativa ao assunto, mas o livro O Conceito Rosacruz do Cosmos fornece mais subsídios, conforme transcrevemos abaixo:
“O cérebro (…) é constituído pelas mesmas substâncias que as demais partes do Corpo, mas, além delas, tem o fósforo, peculiar somente ao cérebro. Conclusão lógica a tirar: o fósforo é o alimento particular mediante o qual o Ego pode expressar pensamentos… A quantidade desta substância é proporcional ao estado de consciência e ao grau de inteligência do indivíduo. Os idiotas têm muito pouco fósforo. Os profundos pensadores têm muito. (…) Portanto, é de suma importância que o Aspirante ansioso de se empregar em trabalhos mentais e espirituais dê ao cérebro esta necessária substância”.
A indiscutível religiosidade dos Católicos é verificável, em parte, na prática de comer peixe, alimento rico em fósforo, às sextas-feiras e durante a Quaresma. Ainda que o peixe pertença a uma ordem de vida inferior, O Conceito Rosacruz do Cosmos não aprova a sua matança, indicando ao Estudante certas verduras por meio das quais pode conseguir, fisicamente, abundância dessa desejável substância. Existem outros e melhores meios para essa obtenção, embora não mencionados em O Conceito Rosacruz do Cosmos.
Não foi por acaso que os instrutores da Escola de Mistério Grega denominaram assim essa substância luminosa que conhecemos por fósforo. Para eles era patente que “Deus é Luz” – a palavra grega designativa de luz é phos. Portanto, muito apropriadamente, eles denominaram a substância do cérebro, que é a avenida de ingresso do impulso divino, phos-phorus, literalmente “portador da luz”. Na medida em que formos capazes de assimilar essa substância, nos tornamos cheios de luz e começamos a brilhar a partir de dentro, nos circundando, então, de um halo como uma marca de santidade. O fósforo, contudo, é apenas um meio físico que possibilita a luz espiritual se expressar por meio do cérebro físico, sendo a luz, em si mesma, um produto do crescimento anímico. Entretanto, o crescimento anímico capacita o cérebro a assimilar quantidades crescentes de fósforo; assim, o método para a aquisição dessa substância, em maiores quantidades, não deve ser pelo metabolismo químico e sim pelo processo alquímico do crescimento anímico, o que foi totalmente esclarecido por Cristo quando Ele disse a Nicodemos:
“Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo… Quem nele crê não é julgado; quem não crê, já está julgado.
… Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram mais trevas à luz…
… Pois quem faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam demonstradas como culpáveis. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus” (Jo 3:17-21).
O Natal é a época do ano da luz espiritual mais intensa que há. Durante esta Época de ciclos alternantes há marés altas e baixas de luz espiritual, como acontece com as águas do oceano. A primitiva Igreja Cristã marcou a concepção no mês de setembro, de modo que até hoje o evento é celebrado pela Igreja Católica, quando a grande Onda de Vida e luz espirituais começa a sua descida na Terra. O ponto máximo de maré é alcançado no Natal, que é verdadeiramente a época santa do ano, a ocasião em que essa luz espiritual é mais facilmente contatada e especializada pelo Aspirante, por meio dos atos de compaixão, gentileza e amor. As oportunidades para praticar esses atos não faltam, nem mesmo para os mais pobres, porque, conforme enfatizam frequentemente os Ensinamentos Rosacruzes, o serviço conta mais que os auxílios financeiros, que pode até ser prejudicial a quem o recebe. Todavia, a quem muito é dado, muito será exigido e, se alguém foi abençoado com abundância de bens do mundo, uma cuidadosa distribuição dos mesmos deveria, necessariamente, ser observada em qualquer oportunidade de servir. Recordemos, ainda, as palavras de Cristo: “Em verdade vos digo, sempre que fizerdes isto a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fazeis”[9]. Então, nós devemos segui-Lo como luzes ardentes e brilhantes, mostrando o caminho para a Nova Era.
Você já esteve ao lado do leito de um amigo ou parente que se encontrasse preste a passar desse Mundo para o além? Muitos de nós já tivemos essa experiência, pois qual o lar que não foi visitado pelo Pai Tempo? Nem é incomum a fase que se segue ao ocorrido, à qual devemos prestar atenção especial. A pessoa prestes a passar desse Mundo para o além, muitas vezes fica em estado de estupor[10]; então desperta e vê não apenas esse Mundo, mas também o Mundo em que está preste a entrar; é muito significante que nesses momentos ela vê as pessoas que foram suas amigas ou parentes durante a parte da sua vida – filhos, filhas, esposa (ou marido) ou qualquer pessoa que lhe tenha sido realmente muito próxima ou muito querida – postadas ao redor do seu leito e aguardando o momento da transição. A mãe poderá estender os braços: “Oh! É o João e como ele cresceu! Que rapaz esplêndido e enorme ele está!”. E, desse modo, ela reconhecerá, um após outro, todos os filhos já falecidos. Estes estão reunidos em volta da sua cama à espera que ela vá se unir a eles, animados pela mesma sensação que assalta as pessoas quando uma criança está prestes a nascer nesse Mundo: o regozijo pela chegada de alguém que eles sentem, instintivamente, ser um amigo que está voltando para eles.
Assim, o mesmo se dá com as pessoas que, tendo passado antes ao além, se reúnem para receber um amigo (ou uma amiga) que está prestes a cruzar a fronteira e se juntar a eles do outro lado do véu. Vemos, assim, que o nascimento em um Mundo é morte, sob o ponto de vista do outro Mundo, isto é, a criança que vem a nós morre para o Mundo espiritual, e a pessoa que sai do alcance dos nossos olhos, ao transpor o véu pela morte, nasce em um novo Mundo e se junta a seus amigos lá.
Como é em cima, assim é em baixo; a Lei da Analogia, que é a mesma para o microcosmo e para o macrocosmo, nos diz que aquilo que acontece aos seres humanos sob determinadas condições, também deve se aplicar ao super-humano, em circunstâncias análogas. Estamos nos aproximando do Solstício de Dezembro, os dias mais escuros do ano, a época em que a luz brilha com menos intensidade, quando o hemisfério norte se torna frio e melancólico. Porém, na noite mais longa e mais escura do ano, quando o Sol retoma o seu caminho ascendente, a luz de Cristo nasce de novo na Terra e o mundo inteiro se rejubila. Conforme a nossa analogia, quando Cristo nasce na Terra, Ele morre no céu. Assim como o Espírito livre está, no momento do nascimento, firme e fortemente enclausurado no véu da carne, que o restringe por toda a vida física, assim também o Espírito de Cristo é agrilhoado e tolhido, toda vez que Ele nasce na Terra. Esse grande Sacrifício Anual começa quando soam os nossos sinos de Natal, quando os alegres sons do nosso louvor e gratidão ascendem aos céus. No mais literal sentido da palavra, Cristo é aprisionado desde o Natal até a Páscoa.
O ser humano pode zombar da ideia de que existe, nessa época do ano, um influxo de vida e luz espirituais, não obstante, isso é um fato, creiamos ou não. Nessa época do ano, no mundo inteiro, todos se sentem mais leves, diferentes, algo como se um fardo fosse tirado dos seus ombros. O espírito de “paz na terra e boa vontade entre os homens” prevalece, e o espírito de que nós também deveríamos dar algo se expressa nos presentes de Natal. Esse espírito não pode ser negado, já que é evidente a qualquer observador; e isso é um reflexo da grande onda de dádiva divina. Deus tanto amou o mundo, que Ele deu Seu Filho único ou unigênito. O Natal é a época das dádivas, mesmo que a consumação do sacrifício aconteça apenas na Páscoa; aqui está o ponto crucial, o momento decisivo, o lugar onde sentimos que alguma coisa aconteceu e que garante a prosperidade e a continuidade do mundo.
Quão diferente é o sentimento do Natal daquele que se manifesta na Páscoa! Nesse último há uma expressão de desejo, uma energia que se expressa em amor sexual, visando à perpetuação de si mesmo como nota-chave; quão diferente disso é do amor que se expressa no espírito de dar ao invés de receber, que sentimos no Natal.
Agora, observe as igrejas; nunca suas velas brilham tanto quanto nesse dia mais curto e mais escuro do ano. Em nenhuma outra ocasião os sinos ressoam tão festivos, do que quando proclamam para o mundo a mensagem para o mundo esperançoso: “O Cristo nasceu!”.
“Deus é Luz”[11], diz o inspirado Apóstolo e nenhuma outra descrição é capaz de comunicar ou expressar tanto da natureza de Deus quanto essas três pequenas palavras. A luz invisível, que se encontra envolvida pela chama sobre o altar, é uma representação apropriada de Deus, o Pai. Nos sinos, temos um símbolo muito apropriado de Cristo, a Palavra, pois suas línguas metálicas proclamam a mensagem do Evangelho da paz e boa vontade, enquanto o incenso, simbolizando um maior fervor espiritual, representa o poder do Espírito Santo. Por conseguinte, a Trindade é simbolicamente parte da celebração que faz do Natal a época do ano de maior regozijo espiritual, sob o ponto de vista da Onda de Vida humana que está envolvida e trabalhando, atualmente, no Mundo Físico.
Todavia, não se deve esquecer, conforme dissemos no terceiro parágrafo desse capítulo, que o nascimento de Cristo na Terra é a Sua morte para a glória dos céus; que, quando nos rejubilamos pelo Seu regresso anual a nós, de fato Ele toma novamente sobre Si o pesado fardo físico que cristalizamos ao nosso redor, e que é agora a nossa habitação – a Terra. Nesse pesado corpo, Ele é incrustado e espera, ansiosamente, pelo dia da libertação final. Podemos compreender, naturalmente, que existem dias e noites, tanto para os maiores Espíritos quanto para os seres humanos; que, do mesmo modo que vivemos em nossos Corpos durante o dia, cumprindo o destino que nós mesmos criamos no Mundo Físico e somos liberados à noite para nos recuperarmos nos Mundos superiores, assim também existe essa alternância para o Espírito de Cristo. Parte do ano Ele habita o interior do nosso globo, e depois se retira para os Mundos superiores. Assim, o Natal é para Cristo o começo de um dia de vida física, o início de um período de restrição.
Qual deveria ser, portanto, a aspiração do místico devotado e iluminado, que percebe a grandeza do Seu sacrifício, a grandeza desse dom que está sendo concedido à Humanidade por Deus nessa época do ano; que percebe esse grande sacrifício de Cristo por nossa causa; essa dádiva de Si mesmo Se sujeitando a uma morte virtual para que possamos viver esse maravilhoso amor que está sendo derramado sobre a Terra nessa época? Unicamente a de imitar, mesmo que em pequena escala, as maravilhosas obras de Deus! Ele deveria aspirar fazer de si mesmo um servo da Cruz como jamais o fora antes; mais disposto a seguir o Cristo em todas as coisas, se sacrificando pelos seus irmãos e irmãs; colaborando, dentro de sua esfera imediata de trabalho, para a elevação da Humanidade, de modo a apressar o dia da libertação pela qual o Espírito de Cristo está esperando, gemendo e trabalhando penosamente. Estamos aqui falando de uma libertação permanente, do dia e do advento de Cristo.
Para alcançarmos essa aspiração na medida mais ampla, avancemos pelo ano que está a nossa frente plenos de autoconfiança e fé. Se até aqui temos sentido que não há esperanças sobre a nossa capacidade de trabalhar para Cristo, ponhamos de lado esse sentimento, pois afinal Ele nos disse: “Maiores obras que estas vós o fareis!”[12]. Ele, que era a Palavra da Verdade, teria dito tais coisas, se elas não fossem possíveis de serem alcançadas? Todas as coisas são possíveis àqueles que amam a Deus. Se realmente trabalharmos em nossa própria pequena esfera, não buscando coisas maiores até havermos feito aquelas que estão à mão, então descobriremos que um maravilhoso crescimento anímico pode ser atingido, de forma que as pessoas que nos rodeiam possam ver em nós algo que não saberão definir, mas que, não obstante, lhes será evidente – elas verão a luz do Natal, a luz do Cristo recém-nascido brilhando dentro da nossa esfera de ação. Isso pode ser conseguido; depende apenas de nós mesmos aceitá-Lo por meio da Sua palavra, cumprindo o que Ele ordenou: “Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos céus”[13]. A perfeição pode parecer uma longa caminhada; nós podemos perceber mais agudamente quando olhamos para Ele quão longe estamos de viver de acordo com nossos ideais. Mesmo assim, é pelo esforço diária, hora após hora, que finalmente chegaremos lá, e a cada dia algum progresso pode ser feito, algo pode ser realizado; de um modo ou de outro podemos deixar a nossa luz brilhar para que os seres humanos possam vê-la como faróis na escuridão do Mundo. Possa Deus nos ajudar durante o próximo ano a alcançar uma semelhança com Cristo maior do que jamais conseguimos antes. Possamos viver a vida de tal modo que, quando outro ano tiver passado, quando contemplarmos novamente as luzes do Natal e ouvirmos os sinos chamando para as cerimônias da Noite Santa, possamos sentir que não temos vivido em vão.
Cada vez que nos damos ao serviço em benefício dos outros, acrescentamos brilho aos nossos Corpos-Alma, que são feitos de Éter. É o Éter de Cristo que permite esse nosso globo flutuar, e recordemos que, se quisermos trabalhar por Sua libertação, devemos, juntos com uma quantidade suficiente de pessoas, desenvolver nossos Corpos-Alma até ao ponto em que essa quantidade de pessoas possa fazer flutuar a Terra. Desse modo poderemos tomar o Seu fardo e O livrar da dor da existência física.
Exotericamente, e desde tempos imemoriais, o Sol é venerado como o dador de vida, porque a multidão era incapaz de ver, além do símbolo material, uma grande verdade espiritual. Contudo, além daqueles que adoravam a órbita celeste, que é vista com os olhos físicos, sempre houve e continua a haver uma pequena, mas crescente minoria, um sacerdócio consagrado mais pela retidão do que pelos rituais, que viu e vê as eternas verdades espirituais, por trás das formas temporais e evanescentes que revestem essas verdades, nas mudanças das vestes cerimoniais, conforme o momento, e às pessoas a que foram, originalmente, destinadas. Para eles, a lendária Estrela de Belém brilha todos os anos como o Místico Sol da Meia-Noite, quando os três atributos divinos: Vida, Luz e Amor penetram em nosso Planeta no Solstício de Dezembro e começam a irradiar do centro do nosso globo. Esses raios de esplendor e poder espirituais inundam o nosso globo com uma luz sobrenatural que envolve todos sobre a Terra, do mais insignificante ao mais importante, sem distinção alguma. Todavia, nem todos podem participar desse maravilhoso dom na mesma medida; alguns conseguem mais, outros menos e alguns nem participam da grande oferta de amor que o Pai preparou para nós em Seu Filho Unigênito, porque ainda não desenvolveram o imã espiritual, o Cristo menino interno, que sozinho pode nos guiar ao Caminho, à Verdade e à Vida.
“Que adianta o Sol brilhar,
Se eu não tiver olhos para ver?
Como saberei que o Cristo é meu,
a não ser através do Cristo em mim?
Essa voz silenciosa dentro do meu coração
é o penhor do pacto
entre Cristo e eu – ela transmite
para a fé a força do Feito”
Essa é, sem dúvida, uma experiência mística que soa verdadeira para muitos de nossos Estudantes, tão verdadeira como a noite segue ao dia e ao inverno segue o verão. A menos que tenhamos Cristo dentro de nós, a menos que um maravilhoso pacto fraternal de sangue tenha sido consumado, não podemos ter parte no Salvador, embora os sinos de Natal nunca parem de soar. Contudo, quando Cristo se formar em nós, quando a Imaculada Concepção se tornar uma realidade em nossos próprios corações, quando nós nos prostrarmos aos pés do Cristo recém-nascido, para Lhe oferecer os nossos presentes, dedicando a natureza inferior ao serviço do Eu Superior, então, e só então, as festividades natalinas serão compartilhadas por nós, ano após ano. E, quanto mais arduamente tenhamos trabalhado na “Vinha do Mestre”, mais clara e distintamente poderemos ouvir a voz silenciosa dentro dos nossos corações, sussurrando o convite: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo… porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.”[14]. Então, ouviremos uma nova nota nos sinos de Natal como nunca ouvimos antes, pois em todo ano não há dia mais feliz do que o do Nascimento de Cristo, quando Ele renasce na Terra, trazendo com Ele presentes para os filhos dos seres humanos – presentes que significam a continuação da vida física; porque sem essa vitalizante e energizante influência do Espírito de Cristo, a Terra permaneceria fria e árida; não haveria uma nova canção da primavera, nem os pequeninos coristas da floresta para alegrar os nossos corações à chegada do verão; a pressão gélida dos polos Boreais manteria a Terra agrilhoada e muda para sempre, nos impossibilitando de prosseguir em nossa evolução material, tão necessária para aprendermos a usar o poder do pensamento por meio de apropriados canais criativos.
O espírito de Natal é, pois, uma realidade viva para todo aquele que já desenvolveu o Cristo interno. O homem e a mulher comuns sentem esse espírito somente nas proximidades das festas natalinas, mas o místico iluminado pode vê-lo e senti-lo meses antes e meses depois do seu ponto culminante na Noite Santa. Em setembro ocorre uma mudança na atmosfera terrestre; uma luz começa a reluzir nos céus; essa luz parece permear todo o universo solar; gradualmente, vai crescendo em intensidade, parecendo envolver o nosso globo; então, ela penetra na superfície do Planeta e, pouco a pouco, se concentra no centro da Terra, onde os Espíritos-grupo das plantas residem. Na Noite Santa ela alcança o mínimo de seu tamanho e o máximo de seu esplendor. Então, começa a irradiar a luz concentrada, fornecendo nova vida à Terra para que essa prossiga com as atividades da Natureza no ano entrante.
Isso é o começo do grande drama cósmico “do Berço à Cruz”, que acontece anualmente durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
Cosmicamente, o Sol nasce na mais longa e escura noite do ano, quando o Signo zodiacal Virgem, a Virgem Celestial, está no horizonte oriental à meia-noite, para dar à luz o filho Imaculado. Durante os meses que se seguem, o Sol transita pelo violento Signo de Capricórnio onde, miticamente, todos os poderes das trevas se concentram em frenético esforço para matar o Portador-da-Luz, uma fase do drama solar que é apresentado, misticamente, no episódio da perseguição movida pelo Rei Herodes, e da fuga para o Egito, a fim de escapar da morte.
Quando o Sol entra no Signo de Aquário – o Portador-da-Água –, e em fevereiro (estando o Sol ainda em Aquário) temos a época das chuvas e tempestades; e do mesmo modo que o batismo misticamente consagra o Salvador à sua obra de serviço, assim também a abundância de umidade, que desce sobre a Terra, a torna amaciada e pronta para que possa produzir frutos que preservam a vida de todos os que nela habitam.
A seguir, o Sol transita pelo Signo de Peixes – os peixes. Nessa altura, os estoques de alimentos do ano anterior já foram quase totalmente consumidos, de forma que as provisões dos seres humanos ficam escassas. Temos, por conseguinte, o longo jejum da Quaresma, que misticamente representa para o Aspirante o mesmo ideal mostrado cosmicamente pelo Sol. Nesse momento do ano ocorre o carne-vale, o adeus à carne, pois todo aquele que aspira a vida superior precisa, algum dia, se despedir da natureza inferior com todos os seus desejos e se preparar para a Páscoa que, então, se aproxima.
Em abril, quando o Sol cruza o equador celestial e entra no Signo de Áries – o Cordeiro – a cruz se ergue como um símbolo místico que o candidato à vida superior precisa aprender e, em seguida, aprender a abandonar o veículo mortal e começar a escalada para o Gólgota, o lugar na caveira; e daí cruzar o limiar do Mundo invisível. Finalmente, imitando a subida do Sol para os céus do norte, ele precisa aprender que o seu lugar é com o Pai e, com todo fervor, deve se elevar até aquele exaltado lugar. Assim como o Sol não permanece naquele elevado grau de declinação, mas ciclicamente desce para o Equinócio de Setembro e Solstício de Dezembro a fim de completar novamente o círculo para benefício da Humanidade, do mesmo modo todo aquele que aspira se tornar um Caráter Cósmico, um salvador da Humanidade, precisa ser preparado para se oferecer, muitas vezes, como um sacrifício em benefício de seus semelhantes.
Esse é o grande destino colocado diante de nós; cada um é um Cristo-em-formação, se o quiser ser, porque como disse Cristo aos Seus Discípulos: “Aquele que crer em Mim fará também as obras que faço, e maiores ainda.”[15]. Além disso, e de acordo com a máxima: “A necessidade do ser humano é a oportunidade de Deus”, nunca houve tão grande oportunidade de imitar o Cristo, de fazer as obras que Ele fez, como nos dias atuais, quando todo o continente europeu vive sob o paroxismo de uma guerra mundial[16] e quando o maior de todos os cânticos de Natal: “Paz na Terra e boa vontade entre os homens”[17] parece mais longe de se concretizar do que nunca. Temos em nós o poder de apressar o dia da paz ao falar, pensar e viver em PAZ, pois a ação conjunta de milhares de pessoas transmite uma impressão ao Espírito de Raça, quando a ele é direcionada, especialmente quando a Lua está em Câncer, Escorpião ou Peixes, que são os três grandes Signos psíquicos mais apropriados para trabalhos ocultos dessa natureza. Usemos os dois dias e meio que a Lua transita por cada um desses Signos para propósito de meditar sobre a paz – “paz na Terra e boa vontade entre os homens”. Todavia, ao fazê-lo, estejamos certos de não tomar partido, a favor ou contra, por quaisquer das nações conflitantes; lembremos a todo instante que cada um dos seus membros é nosso irmão. Cada um merece o nosso amor tanto quanto o outro. Vamos manter o foco do pensamento de que nós queremos é ver a Fraternidade Universal ser realizada sobre a Terra, ou seja, “a paz na Terra e boa vontade entre os homens”, a despeito de terem os combatentes nascidos de um lado ou de outro das linhas imaginárias traçadas nos mapas, ou como eles se expressam nesse, naquele ou em qualquer outro idioma. Oremos para que a paz possa reinar sobre a Terra; uma paz duradoura e uma boa vontade entre todos os seres humanos, não importando quaisquer diferenças de raça, cor ou religião. Na medida em que tenhamos êxito em formular com os nossos corações, e não apenas com os nossos lábios, essa prece impessoal a favor da paz, anteciparemos a chegada do Reinado de Cristo para recordar que é a Ele que estamos todos destinados na época oportuna – o Reino dos Céus, onde Cristo é “Rei dos reis e Senhor dos senhores”[18].
Sempre que nos defrontamos com um dos mistérios da natureza que não conseguimos explicar, simplesmente acrescentamos um novo termo ao nosso vocabulário, uma espécie de truque para ocultar a nossa ignorância a respeito do assunto. Tal ocorre com a palavra ampère que utilizamos para medir o volume da corrente elétrica, o volt que empregamos para medir a força da corrente, e o ohm que empregamos para demonstrar o grau de resistência que um dado condutor oferece à passagem da corrente. Dessa maneira, depois de muito estudar a respeito de palavras e figuras, as Mentes mestras da Ciência elétrica tentam se persuadir e persuadir aos demais que compreenderam o que significa tais coisas após pensarem muito sobre tal penetrando no mistério dessa força difícil de descrever e que desempenha um papel tão importante no trabalho do mundo; mas, depois de tudo dito e eles entrarem em consenso, esses seres humanos iminentes admitem que as mais brilhantes luzes da Ciência elétrica não conhecem senão um pouquinho mais do que uma criança da escola primária, quando começa a experiência com pilhas e baterias.
O mesmo se passa com as outras Ciências; os anatomistas não podem distinguir o embrião de um cão do de um ser humano durante um longo período, e enquanto o fisiologista discorre com autoridade sobre o metabolismo, não pode deixar de admitir que as experiências de laboratório, pelas quais se esforça para imitar nosso processo digestivo, devem ser e são muito diferentes das transmutações que se operam no laboratório químico do corpo, pela alimentação que ingerimos. Isso não é dito para desacreditar ou menosprezar as maravilhosas descobertas da Ciência, mas para demonstrar que existem fatores por detrás de todas as manifestações da natureza – inteligências de diversos graus de consciência, construtivas e destrutivas, que desempenham parte importante na economia da natureza – e até que esses agentes sejam reconhecidos e suas atividades estudadas, nós não podemos ter um conceito adequado do modo como atuam essas forças da natureza, as quais chamamos: calor, eletricidade, gravidade, ação química, etc.. Para os que cultivam a visão espiritual, é evidente que os chamados mortos empregam parte de seu tempo em aprender a construir corpos sob a direção de certas Hierarquias espirituais. Eles são os agentes metabólicos e anabólicos; eles são os fatores invisíveis na assimilação e é, portanto, literalmente exato que seríamos incapazes de viver sem a importante ajuda daqueles que nós chamamos mortos.
Para conceber a ideia de como esses agentes trabalham e da sua relação conosco, podemos citar um exemplo mencionado no Livro Mistérios Rosacruzes: “suponhamos que um carpinteiro está construindo uma mesa, e um cachorro, que é um Espírito em evolução pertencente à outra Onda de Vida, está observando-o. Ele vê o processo de cortar tábuas; gradualmente a mesa é formada desse material e finalmente fica pronta. No entanto, ainda que o cachorro esteja atento ao trabalho do carpinteiro, ele não tem um conceito claro de como esse trabalho foi feito, nem do uso final da mesa. Suponhamos, ainda mais, que o cachorro estivesse dotado somente de uma limitada visão e incapaz de perceber o carpinteiro e suas ferramentas; veria somente as tábuas de madeira, gradualmente, sendo divididas em partes, depois se juntarem e ficarem dispostas de outra maneira até a mesa tomar forma e ficar pronta. Ele veria o processo da formação e o objeto terminado, mas não teria ideia que a ação ativa do carpinteiro foi necessária para transformar a madeira em mesa”. Se o cachorro pudesse falar, explicaria a origem da mesa como Topsy[19] se referiu a si mesma dizendo: “simplesmente cresceu”.
Nossa relação com as forças da natureza é semelhante àquela do cachorro com o invisível carpinteiro, e também nós somos tão capazes de explicar os mistérios da natureza, como Topsy o fez. Nós, cultamente, narramos às crianças como o calor do Sol evapora a água dos rios e oceanos, fazendo que esse vapor ascenda às regiões mais frias do ar onde se condensa em nuvens, que se tornam, finalmente, tão saturadas de umidade que elas gravitam em direção à terra em forma de chuva para encher os rios e oceanos, e novamente a água é evaporada. É tudo perfeitamente simples: um belo processo automático de movimento contínuo. Contudo, é só isso? Não há, nessa teoria, um número de omissões? Sabemos que sim, embora não possamos nos desviar muito do nosso assunto para discuti-lo. Uma coisa que está faltando explicar completamente é a ação das, nomeadamente, semi-inteligente Sílfides[20] que levantam as delicadas partículas da água volatilizada em vapor de água preparadas pelas Ondinas, e que as levam o mais alto possível antes que aconteça a condensação parcial e as nuvens são formadas. Essas partículas de água são guardadas pelas Sílfides, até que as Ondinas as forcem a libertá-las. Quando dizemos que há tempestades, na verdade, batalhas estão sendo travadas na superfície do mar e no ar, algumas vezes com a ajuda das Salamandras, para acender a tocha do relâmpago da separação entre hidrogênio e oxigênio, e enviar seu aterrorizante zigue-zague através da negra escuridão, seguida do poderoso troar do trovão na atmosfera clareada, enquanto as Ondinas, triunfalmente, lançam as resgatadas gotas de água sobre a terra, para que elas possam novamente se unir ao seu elemento materno.
Os pequenos Gnomos são necessários para construir as plantas e as flores. Seu trabalho é pintá-las com matizes inumeráveis de cores, que deleitam os nossos olhos. Eles, também, cortam os cristais em todos os minerais e elaboram as gemas valiosas que cintilam nos diademas preciosos. Sem eles não haveria ferro para nossas máquinas e nem ouro com que pagá-las. Eles estão em todas as partes e a proverbial abelha não é tão atarefada como eles. Enquanto para a abelha é dado todo o crédito pelo trabalho que ela faz, os pequenos Espíritos da Natureza, que desempenham uma parte imensamente importante no trabalho do mundo, são desconhecidos, salvo por alguns que são chamados de sonhadores ou loucos.
No Solstício de Junho e no hemisfério norte as atividades físicas da natureza estão no apogeu ou zênite, portanto, é na “Noite do meio do Verão” que se realiza o grande Festival das Fadas, que trabalharam para construir o universo material; nutriram o gado, cultivaram o grão e estão saudando com alegria e dando graças à onda de força, que é a sua ferramenta, para colorir as flores, na assombrosa variedade de delicados matizes requeridos por seus arquétipos, pintando-as em inúmeras tonalidades que são o prazer e o desespero do artista.
Na maior de todas as noites da alegre estação do verão, as Fadas se reúnem vindas dos pântanos e das florestas, dos estreitos e pequenos vales para o Festival das Fadas. Elas realmente cozem e preparam seus alimentos etéricos e, mais tarde, dançam em êxtases de alegria – a alegria de terem realizado o seu trabalho e desempenhado importante papel na economia da natureza.
É um axioma científico que a natureza não tolera o que é inútil; os parasitas e os zangões são uma abominação; o órgão que se torna supérfluo se atrofia, assim também acontece com o membro ou o olho que não é usado. A natureza tem um trabalho a fazer e necessita da colaboração de todos que se propuseram a justificar suas existências, pois todos são partes desse trabalho. Isso se aplica à planta, ao Planeta, ao ser humano, ao animal e também às Fadas. Elas têm seu trabalho a cumprir; elas são hostes ativas e suas atividades são a solução para muitos mistérios da natureza, como já foi explicado.
Nós estamos agora no outro polo do ciclo anual, quando os dias são curtos e as noites mais longas[21]; fisicamente falando, a escuridão cai sobre o hemisfério norte, mas a onda espiritual de luz e vida, que será à base do crescimento e progresso do próximo ano, agora está na maior altura e força. Na Noite de Natal, no Solstício de Dezembro, quando o celestial Signo da Virgem Imaculada está no horizonte oriental à meia noite, o Sol do novo ano nasce para salvar a Humanidade do frio e da fome, que continuariam se a manifestação dessa luz fosse suprimida. Nessa ocasião, o Espírito Cristo nasce na Terra e começa a fermentar e fertilizar os milhões de sementes que as Fadas prepararam e regaram para que possamos ter alimento físico. No entanto, “o ser humano não vive somente de pão”[22]. Importante como é o trabalho das Fadas, se torna insignificante comparado com a missão de Cristo, que nos traz, a cada ano, o alimento espiritual necessário para que avancemos no caminho do progresso, para que possamos alcançar a perfeição no amor com tudo o que ele implica.
É o advento dessa maravilhosa luz de amor que nós simbolizamos pelas lamparinas acesas no altar e pelo soar dos sinos do Natal que, a cada ano, anunciam as boas novas do nascimento do Salvador, pois no sentido espiritual, luz e som são inseparáveis; a luz é colorida e o som é modificado de acordo com o tom vibratório. A luz do Natal que brilha sobre a Terra é dourada, induzindo os sentimentos de altruísmo, alegria e paz, os quais nem mesmo a grande guerra consegue obscurecer.
A guerra passou e como normalmente damos mais valor ao que perdemos, esperemos que toda a Humanidade se una nesse Natal para o canto dos cantos: “Paz na Terra e Boa Vontade entre os homens”.
Temos repetido com frequência em nossa literatura, que o sacrifício de Cristo não foi um acontecimento que teve lugar no Gólgota, nem foi consumado de uma vez por todas em poucas horas, mas que os nascimentos e mortes místicas do Redentor são contínuas ocorrências cósmicas. Concluímos que esse sacrifício é necessário à nossa evolução física e espiritual durante a presente fase do nosso desenvolvimento. Como se aproxima a época do nascimento anual de Cristo, mais uma vez é-nos apresentado um tema para meditação, um tema que nunca envelhece e é sempre novo. Podemos tirar muito proveito refletindo sobre ele e dedicando-lhe uma oração, para que faça nascer em nossos corações uma nova luz que nos guie no caminho da regeneração.
O Apóstolo deu-nos uma maravilhosa definição da Divindade quando disse: “Deus é Luz”, pelo que a “Luz” tem sido usada para ilustrar a natureza do Divino nos Ensinamentos Rosacruzes, especialmente o mistério da Trindade na Unidade. As Sagradas Escrituras de todos os tempos ensinam claramente que Deus é uno e indivisível. Ao mesmo tempo verificamos que, do mesmo modo que a luz branca una se refrata nas três cores primárias – vermelho, amarelo e azul – Deus também se revela em papel tríplice durante a manifestação pelo exercício de três funções divinas: criação, preservação e dissolução.
Quando Ele exercita o atributo criação, Deus se revela como Jeová, o Espírito Santo; Ele é o Senhor da lei e da geração, projetando a fertilidade solar indiretamente através dos satélites lunares de todos os Planetas em que seja necessário fornecer Corpos para seus seres evoluintes.
Quando Ele exercita o atributo preservação, com o propósito de sustentar os Corpos gerados por Jeová sob as leis da Natureza, Deus se revela como Redentor, Cristo, e irradia os princípios de amor e regeneração diretamente a qualquer Planeta onde as criaturas de Jeová requeiram essa ajuda para se libertarem das malhas da morte e do egoísmo, e alcançarem o altruísmo e a vida sem fim.
Quando do exercício do divino atributo dissolução, Deus aparece como o Pai; quem nos chama de volta ao lar celestial, para assimilarmos os frutos das experiências e do crescimento anímico que acumulamos durante o dia de manifestação. Esse Solvente Universal, o raio do Pai, emana então do invisível Sol Espiritual.
Esses processos divinos de criação e nascimento, preservação e vida, dissolução, morte e retorno ao Autor de nosso ser, nós os vemos em toda parte, em tudo o que nos cerca. Então, reconhecemos o fato de que são atividades do Deus Trino em manifestação. Porventura já nos demos conta de que no Mundo espiritual não existem acontecimentos definidos, nem condições estáticas; que o começo e o fim de todas as aventuras, de todas as eras estão presentes no eterno “aqui” e “agora”? Do seio do Pai há um fluxo eterno de semeadura de coisas e eventos que incorporam o reino do “tempo” e do “espaço”. Lá gradualmente cristaliza-se e torna-se inerte, necessitando dissolução para que haja espaço para outras coisas e outros eventos.
Não há como escapar dessa lei cósmica, que se aplica a tudo no reino do “tempo” e do “espaço”, inclusive ao raio Crístico. Como o lago que se derrama no oceano volta a se encher quando a água que o abandonou se evapora e a ele retorna em forma de chuva, para tornar novamente a correr incessantemente em direção ao oceano, assim o Espírito do Amor que nasce eternamente do Pai se derrama incessantemente, dia após dia, hora após hora, no universo solar para nos libertar do Mundo material que nos prende em seus grilhões mortais. Portanto, onda após onda parte do Sol em direção a todos os Planetas, o que proporciona um impulso rítmico às criaturas que neles evoluem.
No sentido mais verdadeiro e literal, é um Cristo recém-nascido que saudamos em cada festa natalina, e o Natal é o mais importante acontecimento anual para a Humanidade, quer tenhamos consciência disso ou não. Não se trata meramente de comemorar o aniversário de nascimento do nosso amado Irmão Maior, Jesus, mas sim da chegada da rejuvenescente vida-amor do nosso Pai Celestial, por Ele enviada para libertar o mundo do glacial abraço da morte. Sem essa nova infusão de vida e energia divinas, logo pereceríamos fisicamente, frustrando o nosso progresso no que tange as atuais linhas de desenvolvimento. Precisamos nos esforçar por compreender muito bem esse ponto, a fim de que possamos aprender a apreciar o Natal, da maneira mais profunda possível; a esse respeito, como em muitos outros, podemos aprender uma lição observando nossos filhos ou recordando a nossa própria infância. Como eram fortes nossas expectativas quando da aproximação dos festejos natalinos! Como ansiosamente esperávamos pela hora de receber os presentes que pensávamos serem deixados pelo Papai Noel, o misterioso benfeitor universal que distribuía os brinquedos! Como nos sentiríamos se nossos pais nos dessem apenas as bonecas estragadas e os tamborzinhos já gastos do ano passado? A sensação seria certamente de infelicidade total, além de uma profunda quebra de confiança em tudo, sentimentos que os pais achariam cada vez mais difícil restaurar. Isso nada seria comparado à calamidade cósmica que se abateria sobre a Humanidade, se o nosso Pai Celestial deixasse de enviar como Presente Cósmico de Natal, o Cristo recém-nascido.
O Cristo do ano anterior não nos pode livrar da fome física, como as chuvas daquele ano não podem agora encharcar o solo e desenvolver os milhões de sementes que dormitam na terra, à espera que as atividades germinadoras da vida do Pai as façam crescer. Assim como o calor do último verão já não nos pode aquecer, o Cristo do ano passado não pode acender de novo em nossos corações as aspirações espirituais que nos impelem para cima em busca de algo mais. O Cristo do ano passado nos deu seu amor e sua vida sem restrições ou medidas. Quando Ele renasceu na Terra no Natal anterior, Ele impregnou de vida as sementes adormecidas, que cresceram e muito gratamente encheram os nossos celeiros com o pão da vida física. O amor que o Pai Lhe deu, Ele o derramou profusamente sobre nós, e do mesmo modo que a água do rio volta para o céu pela evaporação, assim também Ele se eleva outra vez ao seio do Pai, após esgotar toda a sua vida e morrer na Páscoa.
Entretanto, o amor divino jorra infinitamente. Como um pai se apieda de seus filhos, assim também nosso Pai Celeste se compadece de nós, pois Ele conhece a nossa fragilidade e dependências física e espiritual. Por conseguinte, esperamos mais uma vez, confiantemente, o nascimento místico do Cristo que virá com renovada vida e renovado amor. O Pai O envia a nós acudindo a fome física e espiritual que sofreríamos, se não tivéssemos d’Ele essa amorosa oferenda anual.
As almas jovens, via de regra, acham difícil separar em suas Mentes as personalidades de Deus, de Cristo e do Espírito Santo, de modo que algumas podem amar apenas a Jesus, o homem. Esquecem Cristo, o Grande Espírito, que introduziu uma Nova Era na qual as nações estabelecidas sob o regime de Jeová serão destroçadas, a fim de que a sublime estrutura da Fraternidade Universal possa ser edificada sobre as suas ruínas. No devido tempo, o mundo inteiro saberá que “Deus” é Espírito, para ser adorado em “Espírito e em verdade”. É bom que amemos Jesus e O imitemos; desconhecemos ideal mais nobre e alguém mais digno. Se pudesse ter sido encontrado alguém mais nobre, não teria sido Ele o escolhido para ser o veículo do Grande Unigênito, Cristo, em que reside a Divindade. Fazemos bem em seguir “Seus passos”.
Ao mesmo tempo devemos exaltar Deus em nossas próprias consciências, aceitando a afirmação bíblica de que Ele é Espírito e que não podemos tentar representar a Sua imagem, nem retratá-Lo, pois Ele a nada se assemelha, quer nos céus quer na Terra. Podemos ver os veículos de Jeová circulando como satélites em volta de diversos Planetas. Também podemos ver o Sol, que é o veículo visível de Cristo. Contudo, o Sol invisível, que é o veículo do Pai e fonte de tudo, esse só pode ser visto pelos maiores Clarividentes e apenas como a oitava superior da fotosfera do Sol, revelando-se como um anel de luminosidade azul-violeta por trás do Sol. Contudo, nós não precisamos vê-Lo. Podemos sentir Seu amor e essa sensação nunca é tão grande como na época do Natal, quando Ele nos está dando o maior de todos os presentes: o Cristo do novo ano.
F I M
[1] N.T.: na 10ª Edição foi acrescentada mais uma carta, totalizando seis cartas.
[2] N.T.: Depois de 1920: dezenove no livro Os Mistérios das Grandes Óperas; vinte e quatro sob o título: Coletâneas de Um Místico.
[3] N.T.: a riqueza da experiência.
[4] N.T.: para o hemisfério norte e para os extremos do hemisfério sul isso é um fato inquestionável. Para o restante do hemisfério sul, também, só que aqui seria pelo fortíssimo calor e pela fome, por sua resultante escassez.
[5] N.R.: Gl 4:4
[6] N.R.: Pseudônimo de Johannes Scheffler (1624-1667) – Místico cristão, filósofo, médico, poeta, jurista alemão.
[7] N.T.: Hb 12:1-2 – “também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor, rejeitando todo fardo e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é proposto, com os olhos fixos naquele que é o autor e realizador da fé, Cristo Jesus”.
[8] N.R.: Mt 20:27; Lc 22:26; Mc 9:15
[9] N.T.: Mt 25:40
[10] N.T.: estado de inconsciência profunda, com desaparecimento da sensibilidade ao meio ambiente e da faculdade de exibir reações motoras. A pessoa não consegue pensar, falar, ver ou ouvir com clareza.
[11] N.R.: IJo 1:5
[12] N.R.: Jo 14:12
[13] N.R.: Mt 5:8
[14] N.R.: Mt 11:29-30
[15] N.T.: Jo 14:12
[16] N.T.: Refere-se à Primeira Grande Guerra
[17] N.T.: Lc 2:14
[18] N.T.: Apo 19:16
[19] N.R.: Personagem do romance A Cabana do Pai Tomás, (em inglês: Uncle Tom’s Cabin; or, Life Among the Lowly), livro da escritora estadunidense Harriet Beecher Stowe.
[21] N.R.: Para o hemisfério norte
[22] N.R.: Mt 4:4
Como indicado no Livro: Mensagem das Estrelas, Capítulo XVIII, A Doutrina da Delineação em Poucas Palavras (para acessá-lo clique aqui), Max Heindel utilizou a técnica da combinação das palavras-chave de todos os outros Astros e Aspectos da Tabela que consta naquele capítulo para fazer as interpretações desses horóscopos e sugere que os Estudantes Rosacruzes também o façam. Nas palavras dele: “Isso os capacitará a uma boa leitura de qualquer horóscopo, mesmo com pouca prática. Para mais demonstrações práticas desse método sugerimos aos Estudantes que examinem os horóscopos de crianças publicados nos Livros Interpretações Astrológicas de Temas de Criança. Esses horóscopos constituem uma fonte de ensino que nenhum Estudante Rosacruz desejoso de se aperfeiçoar na ciência estelar pode dispensar. As palavras-chave proporcionarão o que foi dito a respeito da natureza geral dos Astros sob consideração; isso ele poderá combinar com a natureza dos Signos e das Casas em que os Astros estão, caso queira uma interpretação completa.”.
Essas interpretações astrológicas dos horóscopos feitas por Max Heindel, mensageiro dos Irmãos Maiores da Rosacruz e fundador da Fraternidade Rosacruz, foram publicadas primeiramente na Revista da Fraternidade Rosacruz, Rays from the Rose Cross, durante os anos de 1918 e 1919.
Não foram impressas anteriormente em formato de livro, mas a base espiritual de sua apresentação, juntamente com sua clareza e concisão, as fez merecedoras de uma audiência maior.
Acreditamos que todos os Estudantes de Astrologia irão achar o estudo dessas vinte e oito delineações de um valor especial para aprender a interpretar corretamente os diferentes Aspectos dos Astros, assim como a sintetizar o mapa como um todo.
O conselho sábio dado aos pais das crianças representadas é outro recurso valioso dessas leituras.
“Se você é um pai ou uma mãe o horóscopo ajudará você a detectar as más intenções em seu filho ou sua filha e ensinará você como é melhor “prevenir do que remediar”. Também mostrará a você os pontos positivos nele ou nela, de modo que você possa ajudar a formar, a partir do seu filho ou filha, um homem ou uma mulher bem melhor, com o Ego que lhe foi confiado. O horóscopo lhe revelará fraquezas sistemáticas e permitirá que você proteja a saúde do seu filho ou da sua filha; mostrará quais talentos existem e como a vida pode ser vivida em toda a sua plenitude. Portanto, a mensagem dos Astros que estão em marcha é tão importante que você não pode se dar o luxo de ignorar isso tudo.”
Max Heindel
Oceanside CA, Setembro de 1915
1. Para fazer download ou imprimir:
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Kathryn L.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Karl Robert M.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – June Naoma S.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – George Raymond On.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – George Newton K.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Frederick Henry J.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Cedric G.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Eduardo Gerardo McP.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Carleen H. G.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Bertha F. McM.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Lavona L.D.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Jack Mc. N.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Edith E. F.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Jessie W.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Neeltja B.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Frederick D. W. Ogden
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Helen M. T.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Ellen J.
O Horóscopo de Sua Criança – Max Heindel – Volume VI – Clifford Ernest H.
2. Para estudar no próprio site:
INTERPRETAÇÕES ASTROLÓGICAS DE TEMAS DE CRIANÇAS
Por
Max Heindel
VOLUME 6
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido e Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, Rays from the Rose Cross 1919 a 1920 editada por The Rosicrucian Fellowship
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Esse é o sexto volume das interpretações astrológicas dos horóscopos feitas por Max Heindel, mensageiro dos Irmãos Maiores da Rosacruz e fundador da Fraternidade Rosacruz. Elas foram publicadas primeiramente na Revista da Fraternidade Rosacruz, Rays from the Rose Cross, durante os meses de janeiro de 1919 a julho de 1920.
Não foram impressas anteriormente em formato de livro, mas a base espiritual de sua apresentação, juntamente com sua clareza e concisão, as fez merecedoras de uma audiência maior. Acreditamos que todos os Estudantes de Astrologia irão achar o estudo dessas vinte e oito delineações de um valor especial para aprender a interpretar corretamente os diferentes Aspectos dos Astros, assim como a sintetizar o mapa como um todo. O conselho sábio dado aos pais das crianças representadas é outro recurso valioso dessas leituras.
“Se você é um pai ou uma mãe o horóscopo ajudará você a detectar as más intenções em seu filho ou sua filha e ensinará você como é melhor “prevenir do que remediar”. Também mostrará a você os pontos positivos nele ou nela, de modo que você possa ajudar a formar, a partir do seu filho ou filha, um homem ou uma mulher bem melhor, com o Ego que lhe foi confiado. O horóscopo lhe revelará fraquezas sistemáticas e permitirá que você proteja a saúde do seu filho ou da sua filha; mostrará quais talentos existem e como a vida pode ser vivida em toda a sua plenitude. Portanto, a mensagem dos Astros que estão em marcha é tão importante que você não pode se dar ao luxo de ignorar isso tudo.”
Max Heindel
Oceanside CA, Setembro de 1915
ÍNDICE
KATHRYN L. – NASCIDA EM 10 DE JUNHO DE 1910 ÀS 9:45 PM… 6
KARL ROBERT M. – NASCIDO EM 25 DE MAIO DE 1916 ÀS 3:20 PM… 9
JUNE NAOMA S. – NASCIDA EM 3 DE JUNHO DE 1915 ÀS 2:50 PM… 12
GEORGE RAYMOND ON – NASCIDO EM 14 DE JULHO DE 1916 ÀS 12:15 PM… 15
GEORGE NEWTON K. – NASCIDO EM 12 DE JUNHO DE 1905 ÀS 10:00 AM… 18
FREDERICK HENRY J. – NASCIDO EM 5 DE JULHO DE 1911, ÀS 3:15 PM… 20
CEDRIC G. – NASCIDO EM 27 DE AGOSTO DE 1913 ÀS 9:44 PM… 23
EDUARDO GERARDO McP. – NASCIDO EM 30 DE MAIO DE 1913 ÀS 6:00 PM… 26
CARLEEN H. G. – NASCIDA EM 17 DE NOVEMBRO DE 1917 ÀS 2:30 AM… 29
BERTHA F. MCM. – NASCIDA EM 4 DE SETEMBRO DE 1916 ÀS 2:20 AM… 31
LAVONA L.D. – NASCIDA EM 2 DE NOVEMBRO DE 1912 ÀS 12:40 AM… 34
JACK McN. – NASCIDO EM 10 DE AGOSTO DE 1913 ÀS 12:30 AM… 38
EDITH E. F. – NASCIDA EM 7 DE OUTUBRO DE 1900 ÀS 9:13 PM… 40
FREDERICK D.W. OGDEN – NASCIDO EM 26 DE OUTUBRO DE 1912, ÀS 8:15 AM… 43
HELEN M.T. – NASCIDA EM 11 DE ABRIL DE 1918 ÀS 3:20 PM… 46
ELLEN J. – NASCIDA EM 7 DE FEVEREIRO DE 1917 ÀS 6:00 PM… 49
CLIFFORD ERNEST H. – NASCIDO EM 29 DE NOVEMBRO DE 1918 ÀS 5:00 PM… 51
————————————————————–
KATHRYN L. – NASCIDA EM 10 DE JUNHO DE 1910 ÀS 9:45 PM
EM SOMERSET, KY., EUA
Aqui temos uma jovem com uma estranha e muito infeliz combinação de Planetas. O não convencional e irresponsável Urano em Capricórnio no Ascendente, com o combativo, discordante e impulsivo Marte em Oposição na 7ª Casa e esse último em Conjunção com Netuno, Netuno sendo muito poderoso – em Exaltação – no Signo aquoso de Câncer. Isso lhe proporciona uma Mente mais teimosa, obstinada e errática; proporciona uma disposição para trilhar o seu próprio caminho e para passar por cima de qualquer um que tente interferir com ela. Ela é propensa a falar muito bruscamente, e até cruelmente quando irritada, e sempre inquieta, querendo mudança ou diversão.
Essas configurações proporcionam uma disposição para ela nunca seguir ninguém, mas sempre querer liderar. Se for para esse lado trará muito sofrimento e tristeza para si mesma, por sua não convencionalidade. Essas configurações, também, tendem a ela se importar pouco com a opinião dos outros, pois Urano, no Signo saturnino de Capricórnio, proporciona a ela ideias estranhas de vestimenta e, também, estranhas nas suas ações e atitudes. Naturalmente, tais configurações proporcionam a ela muita popularidade, justamente por causa desse temperamento estranho, sendo muito direta e contundente em seu discurso. Marte, o Regente da 10ª Casa, em Oposição a Urano, proporciona a ela uma tendência a impelir a se comportar de tal maneira que poderá resultar em calúnia sobre si mesma, embora não merecida.
Ela deve ser ensinada, desde criança, a agir com discrição; ensine-a também a falar com bondade e amor e sempre se ater à verdade. No entanto, Mercúrio em Aspecto benéfico com Urano e Marte proporciona a ela uma diplomacia suficiente para superar alguns dos impulsos dos Planetas na 1ª e 7ª Casa, pois essas configurações proporcionarão a ela muita rapidez e brilhantismo mental, absorção de conhecimento sem esforço e, estando Mercúrio no Signo lento e determinado de Touro, a ajuda a não parar no problema mais difícil até que o domine.
Há, também, um lado bom nesse horóscopo, mas isso será revelado e desenvolvido mais tarde na vida, isto é, depois que Kathryn tiver sofrido com sua natureza impulsiva e inquieta, pois o casamento lhe tende a lhe trazer muita desarmonia e infelicidade. O primeiro casamento tende a ser muito malsucedido e a separação é quase certa, mas e se houver o segundo casamento aí ela terá a oportunidade de ser mais bem sucedida. A Lua magnética e imaginativa no Signo de Leão, o coração, em Quadratura com Vênus proporcionará a ela problemas durante o namoro. Agora, a Lua em Sextil com Júpiter na 8ª Casa e o segundo casamento proporcionará a ela grande benefício financeiro e, também, a ajudará a desenvolver o caráter.
O ponto forte de Kathryn é a originalidade. Ajude-a a expressar isso por meio da música e do canto. Sob inspiração, ela pode improvisar. Infelizmente, o Sol, sem nenhum Aspecto, proporcionará a ela pouca ajuda para trazer à tona o que está dentro dela. Portanto, os pais ou os responsáveis por ela devem fazer tudo ao seu alcance para lhe dar essa assistência, para que ela possa usar os talentos latentes. Afinal se ela puder perceber que construirá os corpos e veículos que ela usará nas vidas futuras, que o ontem dela é um trampolim para o amanhã dela, cabe a nós ajudarmos tais crianças, como ela, a trazer à tona e fortalecer todas as suas possibilidades latentes para que elas possam construir bons alicerces. Se tais crianças não podem usá-los nesta vida, a alma tem isso para levar consigo para as vidas futuras, e os pais perdem uma oportunidade valiosa quando negligenciam um filho. Mesmo que o talento seja fraco, pelo cuidado e atenção, este pode ser trazido à tona e fortalecido, possibilitando que aquela alma se expresse algum tempo, mesmo que seja em uma vida a seguir.
Quanto à saúde, deve-se cuidar dela na puberdade, pois ela tem a tendência a sofrer com a menstruação restrita e má circulação. Também Marte e Netuno em Câncer lhe proporcionarão um apetite muito voraz e estranho, um desejo por líquidos, e ela pode comer e beber em excesso, especialmente café ou chá, e uma pessoa com Urano afligido no Ascendente ficaria muito nervosa e a ação do coração pode sofrer.
KARL ROBERT M. – NASCIDO EM 25 DE MAIO DE 1916 ÀS 3:20 PM
EM ALBANY, ORE, EUA
Aqui temos um amável e brilhante menino, com o Signo de Libra, cujo Regente é Vênus, o Planeta do amor, no Ascendente, e o perspicaz e hábil Mercúrio, também no Signo que é Regente, o Signo de Gêmeos na 9ª Casa, em Trígono com o original e inventivo Urano, também no Signo que é Regente, o Signo de Aquário. Tanto Mercúrio quanto Urano estão em Sextil com Júpiter na 7ª Casa. Essas posições e esses Aspectos benéficos proporcionam a Karl uma Mente muito brilhante e inventiva, com tendência à originalidade em seus pensamentos.
Infelizmente Mercúrio e Urano estão, ambos, Retrógrados, e a Lua estando em Quadratura a Mercúrio proporcionarão a Karl uma maior dificuldade em realizar tudo mentalmente, pois a Mente dele tende a ser inquieta, e aconselhamos os pais a ensinarem-no o exercício de concentração e encorajá-lo a terminar tudo o que começar. Os Aspectos benéficos mencionados acima proporcionarão a ele grande habilidade com os dedos, rapidez em digitar, a montar qualquer coisa, a operar instrumentos que exijam destreza manual ou a realizar qualquer trabalho em que venha a utilizar seus dedos ágeis. O Regente da 6ª Casa, Júpiter, estando bem-aspectado na 7ª Casa em Áries, fornecerá a Karl a habilidade de ser venturoso com o público, de ter uma maneira agradável e suave de conhecê-los, e de ter muito sucesso no trabalho mercantil, como vendedor, especialmente de vestuário feminino.
Marte em Quadratura ao Sol a partir do Signo Fixo de Leão e Vênus afligido pela Conjunção de Saturno em Câncer, proporcionará a Karl circulação sanguínea restrita e, se houver tensão no Corpo Denso dele, haverá a tendência a problemas cardíacos. Mas o maior perigo está em Saturno e Vênus em Câncer. Ele deve ser ensinado na moderação de sua alimentação. Não permitam que ele adquira o hábito de comer doces e sobremesas com suas refeições. Ensine-o a ser muito comedido em sua alimentação. Isso lhe poupará muito desconforto físico, pois quando o estômago está sobrecarregado e a circulação sanguínea está lenta, a ação do coração também fica prejudicada.
Sol em Sextil com Netuno e Urano em Sextil com Júpiter proporciona a Karl facilidade em se apegar, naturalmente, aos ensinamentos religiosos, especialmente na forma esotérica avançada. Esses Aspectos benéficos facilitarão profundamente o interesse no trabalho humanitário, bondoso e benevolente, e aconselhamos os pais, ou responsáveis, fornecer a ele um treinamento religioso, pois o que ele tem de bom e melhor será expresso através da 9ª Casa – Religião.
JUNE NAOMA S. – NASCIDA EM 3 DE JUNHO DE 1915 ÀS 2:50 PM
EM COLUMBUS, OHIO, EUA
Encontramos aqui uma jovem que tem um dos Signos Cardinais no Ascendente, o símbolo retratado no calendário como a Balança, e assim que uma balança de pratos pende para um lado e para outro, uma parte bate para cima e para a luz, depois desce até o fundo, assim também o libriano, como um pêndulo, se equilibra entre alegrias e tristezas, indo até a mais intensa alegria e o mais intenso regozijo e depois descendo até o fundo da profunda tristeza e do profundo desespero. Não há meio caminho com o libriano, ele quer ir ao limite em tudo. Esse é o Signo onde o Sol cruza do hemisfério norte para o hemisfério sul. O libriano tem duas naturezas distintas, uma regida por Vênus, que é o Regente desse Signo, e aqui também o sombrio, pessimista e sério Saturno está em Exaltação. Os temperamentos do libriano são rápidos e curtos, mas não guardam ressentimentos, perdoam prontamente e esquecem. Assim também se comportam em suas vocações: eles se apegam um hobby e se entregam a ele com todo o seu coração e alma, e logo se cansam, e vai atrás se apegar em outra coisa.
E aqui encontramos essa jovem com o Sol no versátil e mutável Signo de Gêmeos, em Trígono com o errático e inquieto Urano. Esse posicionamento e Aspecto proporciona a June o desejo de mudar de uma coisa para outra e, por isso, deve ser ensinada a pegar um pensamento, segurá-lo e resolvê-lo até terminar. Os pais podem fazer muito para levar essas crianças a um estado de espírito mais firme e estável. Aqui encontramos cinco Astros em Signo de Água, e sete Astros estão em Signos negativos, portanto essa jovem será fortemente influenciada por seus ambientes e associações. Esses posicionamentos também proporcionam a ela uma Mente muito influenciável. A Lua está no Signo de Água de Peixes. Essa posição da Lua proporcionará a June uma mentalidade preguiçosa, não desejando se esforçar. Mas Marte está com Aspectos benéficos (em Sextil com Saturno e Mercúrio) e no Signo determinado e persistente de Touro. Saturno e Mercúrio estão em Conjunção no Signo Cardinal de Câncer no Meio do Céu, ajudarão a Lua e, portanto, proporcionarão à June uma mentalidade brilhante, ativa e persistente (assim, cabe a ela escolher: isso ou manifestar uma Mente preguiçosa). Enquanto Saturno equilibrará e manterá o indisciplinado Marte sob sujeição, ainda será uma ajuda maravilhosa para June. Ela pode realizar tudo o que ela se propõe a fazer. Marte expressa seu lado mais cruel quando no Signo bestial de Touro e June pode derivar para uma mentalidade fria, dura e cristalizada, pois a combinação de Marte e Saturno, quando regem a Mente tende a cristalizar, e o coração deve ser desenvolvido, a natureza do amor fortalecida, para que eles equilibrem isso. June poderá ser bem-sucedida como professora, principalmente em um orfanato ou em alguma instituição. Se ela se dedicasse à dietética ou à ciência doméstica, seria muito bem-sucedida.
Com Vênus em Touro em Quadratura a Urano, aconselhamos os pais a tomarem muito cuidado com June, pois na puberdade, ela poderá ter problemas com períodos menstruais irregulares e dolorosos. Além disso, à medida que ela se tornar mulher, há o perigo de que ela seja abusada ou se envolva com associações indesejáveis.
Com Saturno e Mercúrio em Conjunção no Signo de Câncer, embora não estando com Aspectos adversos, há uma tendência à indigestão nervosa. June costuma ser muito estudiosa, muito persistente em suas atividades mentais e, a menos que seja cuidadosa em sua alimentação, Saturno retarda a digestão, e quando uma tensão é colocada no sistema nervoso, haverá falta de fluido necessário para ajudar na digestão. Ensine-a a mastigar bem a comida, a mastigar com muito cuidado e devagar e ela pode nunca sentir o menor efeito de Saturno em Câncer.
Ensine-a a comer com moderação e comida simples, pois com Marte e Vênus em Touro proporciona a ela um desejo de querer degustar, de querer doces e coisas boas para comer, de gostar demais dos prazeres da mesa.
GEORGE RAYMOND ON – NASCIDO EM 14 DE JULHO DE 1916 ÀS 12:15 PM
SAN DIEGO, CALIFORNIA, EUA
Aqui temos outro libriano muito amável, gentil e simpático, com o Regente, o harmonioso Vênus, em Câncer no Meio do Céu, em Conjunção com o eloquente e intelectual Mercúrio e em Sextil com o reverente e opulento Júpiter no artístico e musical Signo de Touro.
Essas configurações proporcionam à George sempre olhar para o lado brilhante e esperançoso da vida, de um modo sempre alegre, honrado e honesto, com uma profunda natureza amorosa. Mas Saturno e Sol em Conjunção em Câncer lhe proporcionará um desejo a ter elogios e lisonjas, desejando ser apreciado. Se não lhe disserem o quão bem ele fez uma coisa, ele ficará desanimado, e ele está propenso a ser muito egoísta e, por isso, é bom vocês, pais, verificarem isso, caso contrário, isso pode se tornar dominante e torná-lo arrogante e pretencioso. Mas há tanta coisa boa nesse jovem que vai contrabalançar a referida falta. Marte em Sextil com Saturno e Sol no Meio do Céu proporcionará a ele grande habilidade executiva, persistência, mentalidade rápida, e facilidades em se erguer na vida, em ser autodidata, em ter muito tato, premeditação e organização. Essas configurações favorecem a ele trabalhar em órgãos públicos, especialmente em áreas que lidem com agricultura ou química. Favorece, também, lidar com tudo o que lida com a arrecadação de alimentos ou distribuição de alimentos, também em posições de gerência ou de atividades em restaurantes ou cafeterias.
Mas aconselhamos os pais a ensinarem-no a seguir um método adequado de alimentação, pois Saturno em Câncer, em Oposição à Lua, proporcionará a ele gostos e desgostos estranhos quanto à comida, despertando o desejo em comer o que queira e a qualquer hora, e em tomar bebidas alcoólicas. Agora, Marte e Sol em Sextil proporcionará a ele uma grande capacidade de resistir às doenças e até de superara-las.
A Conjunção de Vênus e Mercúrio ambos em Sextil com Júpiter, no segundo Signo de Touro, proporcionarão a ele facilidade para atrair recursos financeiros, ser muito frugal e cuidadoso com esses recursos financeiros, mas há uma tendência à especulação. Ele deve evitar investir seu dinheiro em grandes corporações, especialmente aquelas que são frequentemente organizadas com a intenção de fraudar. Pois esse tipo de investimento atrairá a atenção de George e ele tende a, depois de economizar seu dinheiro, investir dessa maneira e, portanto, aumentando o risco de perder tais recursos financeiros.
GEORGE NEWTON K. – NASCIDO EM 12 DE JUNHO DE 1905 ÀS 10:00 AM
EM WOODSTOCK, N.B., EUA
No momento do nascimento de George, os últimos graus de Leão estão ascendendo, lhe fornecendo as características do próximo Signo, Virgem, com o Regente Mercúrio no Signo que ele rege, Gêmeos, em Elevação e em Quadratura com Saturno.
Essa aflição proporcionará a George uma natureza muito sarcástica e crítica, mas com o harmonioso, alegre e suave Vênus no Signo que ele rege, Touro,
no Meio do Céu e, também, com o opulento e cumpridor da lei Júpiter no mesmo Signo na cúspide do Meio do Céu, ele pode superar todas as tendências adversas da Quadratura de Mercúrio e Saturno. Pois com Vênus em Sextil com Saturno e com o oculto, profético, inspirador e musical Netuno, George pode realizar muito por meio das boas influências trazidas enquanto jovem pelos pais dele, se eles desenvolverem as qualidades da 9ª Casa; isto é, a Religião e as aspirações mais elevadas, e proporcionarem a ele um treinamento musical, um cultivo da voz e encorajá-lo a cantar em, por exemplo, um coral na igreja. Esses Aspectos benéficos fornecem a ele uma voz musical e, também, poderá se expressar a partir de uma posição social pública. O Trígono do vital e digno Sol com a magnética Lua no Signo da 7ª Casa, Libra – as balanças de prato –, lhe proporcionará facilidades de se expor diante do público.
Ensinem George a ser o mais verdadeiro e honesto em todos os momentos, pois com Mercúrio e Saturno em Quadratura, e o egoísta, apaixonado e impulsivo Marte em seu próprio Signo, Escorpião, Retrógrado e em Oposição a Vênus, a natureza inferior poderá ser ressaltada e ser um grande prejuízo para ele, especialmente devido a Urano na 5ª Casa em Oposição a Netuno, que lhe fornecerá a propensão a cultivar más companhias. “Vinho, mulheres e música” pode ser seu lema. E cabe aos pais terem cuidado com o treinamento desse menino, pois Netuno em Câncer afligido por Urano, lhe proporcionará desejos para bebedeira, pois os amigos dele serão seus maiores inimigos.
FREDERICK HENRY J. – NASCIDO EM 5 DE JULHO DE 1911, ÀS 3:15 PM
EM SYDNEY, AUSTRÁLIA
Aqui temos o horóscopo de um jovem que tem o Signo que rege o raciocínio rápido, que é o hábil e intelectual Signo de Gêmeos no Ascendente, com o Regente, Mercúrio, em combustão com o Sol. Os raios quentes do Sol, quando a três graus de Mercúrio, queimam a força desse Planeta intelectual, especialmente porque temos o Sol ígneo no Signo frio e aquoso de Câncer.
Mas, o que auxilia aqui Mercúrio influenciar o jovem é Saturno no Signo determinado, impassível e fixo de Touro, em Sextil com Mercúrio. Isso proporcionará a ele a profundidade e o equilíbrio à mentalidade. Mas, também, lhe proporcionará gosto por elogios e crédito por tudo o que fizer, e se os pais desejam encorajar Frederick a fazer um trabalho mental, deve lhe mostrar apreço. Isso lhe proporcionará muita perseverança em seu trabalho intelectual, apesar da Conjunção entre Sol e Mercúrio, pois tanto Câncer quanto Touro são lentos, persistentes e determinados, quando se propõem a fazer alguma coisa.
Aquelas configurações lhe proporcionarão um desejo de sempre querer liderar seus amigos e se não puder liderar, não seguirá. Também, tais configurações lhe proporcionará um humor tão divertido e espirituoso que facilmente atrairá amigos para ele, especialmente uma classe que gosta de música e arte. Mas há um outro lado dele. Se os amigos, que ele atraiu, não o elogiarem ou lhe derem crédito por sua sagacidade, ou se o ofenderem de alguma forma, isso pode fazer com que o comportamento do Frederick se torne vingativo e implacável. Ele é muito propenso a se associar a corporações, pois tem Netuno na Casa do dinheiro – a 2ª Casa – em Quadratura com Marte e em Oposição a Urano, o que lhe proporcionará a fazer investimentos espúrios, o que, provavelmente, o levaria a perdas, se não fosse por Saturno no cauteloso, impassível e persistente Touro, em Sextil com Netuno. Isso lhe proporcionará a cautela e a solução que necessita, mas ele deve sempre evitar os conselhos de amigos em seus investimentos.
As configurações acima proporcionarão a ele um gosto pelo lar e se torna muito triste se a desarmonia o cercar justamente no lar. Uma sugestão aqui é os pais convidar os amigos dele para casa, entretê-los com música e arte. Isso porque a Conjunção de Lua e Júpiter em Escorpião lhe proporcionará a capacidade de ser um anfitrião generoso. Os pais podem fazer muito, pois ele é naturalmente generoso, de coração aberto e bondoso, e isso se expressará no lar.
As configurações acima proporcionarão a ele, também, um apreço pelas crianças, e uma forte influência sobre elas. Isso lhe facilita ser bem-sucedido como professor, educador ou até enfermeiro em um hospital.
CEDRIC G. – NASCIDO EM 27 DE AGOSTO DE 1913 ÀS 9:44 PM
EM BUTTE, MONTANA, EUA
Aqui temos um menino com Signos Fixos e Cardinais nos quatro ângulos, o que lhe proporciona grande força de vontade e persistência, com o hábil e perspicaz Mercúrio no Signo de Fogo de Leão em seu lar natural, a 5ª Casa, em Sextil ao cauteloso, deliberado, econômico e diplomático Saturno e o construtivo Marte, no ágil Signo de Gêmeos, que rege os braços e as mãos.
Isso proporciona a Cedric um talento maravilhoso para as artes mecânicas; ele tem habilidades para fazer qualquer coisa com ferramentas; tem capacidade para ser um engenheiro esplêndido ou um professor de artes mecânicas e, também, tem a capacidade de dominar muito bem a arte de impressão em uma editora. Aquelas configurações também lhe proporciona uma Mente profunda com muita premeditação, pois Saturno auxilia a manutenção do equilíbrio do Aspecto entre Marte e Mercúrio.
A Conjunção de Saturno e Marte em um Signo mercurial proporciona a ele uma tendência à crueldade na fala, se alguém tentar contrariá-lo, pois ele quer o seu próprio caminho, e se ofendido pode se tornar rancoroso e vingativo.
As configurações descritas no início desse texto lhe proporcionarão uma esplêndida capacidade de ganho, mas tende a se tornar muito ganancioso, a menos que responda à boa influência de Júpiter em Capricórnio na 9ª Casa em Trígono com o Sol em Virgem na 5ª Casa. Isso lhe proporcionará um estado de espírito muito religioso, mas um tanto conservador e ortodoxo. Também lhe fornece uma grande confiança por parte dos seus superiores ou empregadores e lhe proporciona facilidades em ser fiel e leal a eles. Infelizmente a Lua não está fazendo Aspectos, embora esteja em seu próprio Signo na 3ª Casa.
Também, Urano está em sua própria Casa, em Aquário, na 10ª Casa sem Aspectos. Essa configuração indica que ele receberá pouca ajuda dos dois Planetas ocultos. Devido a Vênus e Netuno estarem em Conjunção no quarto Signo, Câncer – o lar – ele respira uma atmosfera espiritual, e os pais podem fazer muito para desenvolver o que há de melhor nesse jovem, por meio do amor e de um treinamento religioso. Aconselhamos que o cerquem com música, mas devem ser advertidos contra a livre indulgência em boas coisas para comer e beber, doces, etc. para alguém com Mercúrio em Aspecto com Marte e Saturno, no Signo agitado de Gêmeos, o que poderá ter problemas com os pulmões e o coração, se o estômago não for cuidado, pois tosses e resfriados são frequentemente os meios pelos quais o corpo elimina as impurezas; um resfriado é, muitas vezes, uma válvula de segurança. Essas configurações proporcionarão a ele gostos peculiares em relação à alimentação e, com Netuno em Conjunção com Vênus, o Regente de Touro, a garganta, esse menino deve ter cuidado com doenças venéreas à medida que se torna adulto; deve ser ensinado a viver com pureza e advertido contra o perigo de cair em excessos.
EDUARDO GERARDO McP. – NASCIDO EM 30 DE MAIO DE 1913 ÀS 6:00 PM
EM CIDADE DO MÉXICO, MÉXICO
Eduardo nasceu quando o jovial Signo de Sagitário estava no ângulo oriental, o Ascendente. Sagitário, geralmente, proporciona aos nativos uma natureza gentil e benevolente, sempre prontos para ajudar quando necessário, generosos ao extremo. Mas esse menino tem o Regente de sua 1ª Casa, Júpiter, no Signo saturnino de Capricórnio na 2ª Casa, regendo suas finanças, e Júpiter está em Quadratura com o combativo, discordante e apaixonado Marte e a frívola Lua da 5ª Casa, a Casa de prazeres e especulações. Esses dois Aspectos adversos fornece uma compensação e até a eliminação do lado bom de Sagitário e, ainda, um foco voltado para o lado material, o que pode redundar em uma natureza mais gananciosa, com uma disposição em ganhar dinheiro, embora que com os Aspectos acima ele não seja capaz de reter esses recursos financeiros, e esses podem se esvair por entre seus dedos, como resultado de uma vida desenfreada. A gratificação dos sentidos, prazeres, o gosto pelas bebidas alcoólicas, por mulheres e por música tendem a ser a causa dessa perda financeira. Ninguém além de Eduardo apreciará o gasto dos seus próprios recursos financeiros. Há, também, uma grande tendência dele se voltar para o jogo ou para a especulação, através dessa Quadratura na 5ª Casa e, especialmente, com Mercúrio, o Regente da Mente, no Signo que ele é Regente, Gêmeos, na 7ª Casa em Conjunção com o cauteloso, deliberado e diplomático Saturno e o determinado e aventureiro Sol. Essa configuração proporciona a ele uma Mente ativa e alerta e uma capacidade de se esforçar para investir o dinheiro dele de uma maneira que trará a ele grandes retornos. Também lhe proporcionará ganhos financeiros rápidos, perspicácia em finanças, mas uma forte tendência para perder novamente devido às condições da 5ª Casa. Portanto, é bom que os pais observem essa tendência em se voltar ao jogo ou a bebidas alcoólicas, pois também encontramos Vênus em Áries na 5ª Casa, em Quadratura com Netuno em Câncer na 8ª Casa.
Outro ponto fraco do qual gostaríamos de alertar os pais é que a Lua e Marte em Conjunção em Áries estão em Quadratura com Júpiter, mostrando uma tendência à mentira e à procrastinação. Ensine-o a ser honesto e sincero em todos os momentos, pois lembre-se de que vocês têm uma grande responsabilidade por esse menino. À medida que ele amadureça, essa tendência deve ser superada por meio de um treinamento muito cuidadoso. Ele é um menino extraordinariamente brilhante e deveria aprender matemática, pois tem uma Mente muito aguçada, capaz de resolver os problemas mais profundos, pois com o perspicaz e hábil Mercúrio no Signo que ele é Regente, Gêmeos, em Conjunção com os metódicos Saturno e Sol, os três Astros em Trígono com Urano em sua própria Casa, Aquário, da 3ª e da 7ª Casa, essa é uma configuração maravilhosa para a mentalidade, e Eduardo seria bem-sucedido como um esplêndido professor de matemática. Em algum momento ele poderá escrever um livro sobre o assunto acima mencionado e, se o fizer, a publicação será aceita pelas editoras e lhe proporcionará um grande retorno financeiro.
Alertamos os pais contra o esforço da visão, pois com essa Mente matemática o menino pode ser muito estudioso, se vocês puderem interessá-lo em algo que seja do seu agrado mental, pois encontramos Mercúrio, Saturno e Sol em Oposição à estrela fixa Antares, que tem influência direta sobre os olhos. Além disso, a configuração acima tem um efeito sobre os capilares dos pulmões, mostrando falta de oxigenação, e ele deve ser ensinado a respirar profundamente e andar com o peito para fora, pois os sagitarianos tendem a se curvar, suas mãos e seus braços tendem a ser muito pesados e eles têm um andar curvado peculiar e sentam-se eretos com os ombros e a cabeça para trás, respiram profundamente para que os pulmões sejam bem desenvolvidos e expandidos, e vocês podem evitar muitos problemas para ele no futuro.
CARLEEN H. G. – NASCIDA EM 17 DE NOVEMBRO DE 1917 ÀS 2:30 AM
EM DULUTH, MINNESOTA, EUA
Carleen tem o Signo de Libra no Ascendente, e os librianos são muito dedicados às pessoas mais próximas e queridas. Isso, junto com o Regente do Ascendente, Vênus, na 4ª Casa, em Trígono com o demonstrativo e impulsivo Marte, fornece a essa jovem facilidade em expor o que quer e sociabilidade no lar dela. Proporciona a ela uma capacidade para falar muito, pois Marte no Signo mercurial de Virgem adora conversar, e com o Sol em Escorpião em Quadratura com Urano do Signo Aquário, também com Mercúrio interceptado em Sagitário em Oposição a Júpiter em Gêmeos, Retrógrado e Interceptado e em Quadratura com Marte, ela terá muito a dizer e, portanto, recorrerá à imaginação dela e nem sempre expressará a verdade. Os pais devem ficar atentos para que ajudá-la a nunca contar uma história que não seja verdadeira.
Eles devem corrigi-la com bondade e amor e lhe contar pequenas histórias sobre o que pode ser o resultado de menininhas contando coisas que não são bem assim. Não foquem demais no mal, mas diplomaticamente leve-a a ter cuidado para que o que ela falar também ser a verdade. É muito perigoso dizer a uma criança que ela é travessa e está mentindo. Os pais mal percebem que a criança é uma esponja perfeita e absorve todas as sugestões, sejam elas boas ou más. Constantemente lembrá-la de que é travessa, com o tempo, imprimirá a sugestão sobre ela e fará disso parte da natureza dela. Nunca reconheça que o mal vem dela; ela é sempre boa, mas “aquela que vem de vez em quando com a nossa Carleen é safada e mamãe e papai não querem que Carleen fique com ela”. E com o tempo a criança realmente tentará ser boazinha e fará o possível para não ser tão travessa.
Essa garotinha será muito sensível e impressionável. Júpiter na 9ª Casa em Sextil com o inspirador Netuno em Leão, também Saturno no Signo de Leão em Oposição com Urano e esse em Sextil com a Lua, proporciona a essa criança capacidades de desenvolvimento espiritual negativo e verá coisas que os outros não veem e, portanto, quando ela contar o que ela vê, tente fazer com que ela explique claramente e não a acuse de mentira. Os pais devem ter muito cuidado para tentar descobrir se o que a criança conta é realmente o que ela viu em outros Mundos, os invisíveis. Ela nunca deve ser levada a lugares onde se utilizam de incorporações de espíritos desencarnados (seja parcial ou total), pois com Urano em Oposição a Saturno, em Quadratura com o Sol, há uma tendência ao desenvolvimento anormal ou ser presa de obsessão.
BERTHA F. MCM. – NASCIDA EM 4 DE SETEMBRO DE 1916 ÀS 2:20 AM
EM SAN FRANCISCO, CALIFORNIA, EUA
Essa jovem, certamente, será um problema, um estudo profundo, um mistério para os pais e amigos dela. Isso porque Netuno, o Planeta tão pouco compreendido, em Leão no Ascendente, fornece ao nativo um comportamento um tanto estranho, alguém que adora viver apartado dos demais. Essa configuração proporciona a ela um Corpo pequeno, com rosto redondo, com uma tez muito pálida, especialmente devido a Saturno estar acima do Ascendente, o que proporciona uma forma menos atarracada do que o esperado na média, por Netuno estar em Leão. Essa configuração proporciona a ela um Corpo mais esbelto e um cabelo mais escuro.
Bertha não será popular por causa dos segredos dela, pois Vênus e Saturno e a Conjunção com a Cauda do Dragão em Câncer, interceptados na 12ª Casa, em Quadratura com Marte na 4ª Casa, fornecerá a ela uma condição um tanto desagradável no lar. Tais configurações também proporcionam a ela uma manutenção em se fixar nas próprias opiniões e uma natureza muito egoísta em relação a irmãs, aos irmãos e pais. Essa mesma tendência também se expressará em suas amizades, já que o afligido Vênus também rege a 11ª Casa, bem como a 4ª Casa.
Netuno, no Signo impulsivo e amoroso de Leão, proporciona a ela uma tendência à expressão e ao desejo de ser amiga de toda a humanidade, mas Saturno, Vênus e a Cauda do Dragão interceptados na 12ª Casa ofuscam este Netuno com um manto de reserva e sigilo, fazendo se manifestar duas naturezas distintas, com uma luta constante entre as duas, deixando-a muito infeliz e inquieta às vezes; ou seja, uma sensação tal qual um cachorro que está acorrentado e limitado, uma inquietação interior e infelicidade que, às vezes, vai ser difícil de superar.
Agora, já que apresentamos os pontos fracos da disposição e do corpo dela, nos empenharemos em apresentar o outro lado — o que há de bom em Bertha. Encontramos Netuno, o Planeta da divindade, das vibrações mais sutis, das ideias visionárias e impraticáveis (do ponto de vista mundano) no Signo de Leão, o coração, o que fornece a esta jovem um amor maravilhoso pela humanidade. Isso pode não ser expresso até anos posteriores, depois que ela sofreu e o lado do coração foi desenvolvido. Netuno em Sextil com Mercúrio na 3ª Casa, a Casa da Mente, e Mercúrio em Sextil com a Lua em Sagitário, outro Signo da Religião, o Signo natural da 9ª Casa, proporciona a ela ser extraordinariamente brilhante. Aqui encontramos oportunidades maravilhosas de desenvolvimento oculto e espiritual. Se a Mente dessa jovem for treinada de acordo com essas linhas, ela expressará o que há de mais elevado. Vênus e Saturno em Câncer na 12ª Casa proporcionará a ela uma atração para o silêncio, porque ela desejará ficar sozinha. Isso é muito bom para quem tem inclinação para os ensinamentos superiores, pois é necessário ficar sozinho e meditar em silêncio.
Mas é absolutamente necessário para seu desenvolvimento que ela tenha completa harmonia no lar, embora com Marte na 4ª Casa em Quadratura com Saturno e Vênus haja indícios de desarmonia, brigas e dissensões. Também encontramos Júpiter elevado na 10ª Casa no Signo musical de Touro, em Trígono ao Sol em Virgem: outra indicação de benevolência e amor pela humanidade. Portanto, cabe aos pais ou responsáveis cercá-la com a maior harmonia e tentar desenvolver a natureza espiritual de Bertha para que ela tenha a oportunidade de expressar o que há de mais elevado dentro dela.
Quanto à saúde, desaconselhamos o excesso de doces, pois com Vênus, Saturno e a Cauda do Dragão em Conjunção no Signo de Câncer, o estômago, em Quadratura com Marte em Libra, indica-se excesso de comida, isto é, a comida será muito rica e indigesta para quem tem Saturno em Câncer, e a vida simples é aconselhável.
LAVONA L.D. – NASCIDA EM 2 DE NOVEMBRO DE 1912 ÀS 12:40 AM
EM PUEBLO, COLORADO, EUA
Aqui temos uma marcante Personalidade dupla que fará de Lavona uma séria responsabilidade para seus pais ou responsáveis, que devem se esforçar para reprimir as características indesejáveis e trazer à tona os esplêndidos traços de caráter revelados como o outro lado da natureza dela. Primeiro de tudo, há o afetuoso, harmonioso, artístico, adorável e suave Vênus em Conjunção com o obediente às leis, o conservador, reverente, otimista, opulento e benevolente Júpiter, que está fortemente fortalecido em seu próprio Signo, Sagitário, Signo que rege. Este é Esse Aspecto também lhe fornecerá uma Mente liberal, tolerante com as opiniões dos outros – mesmo quando ela for radicalmente diferente –, apreciadora dos prazeres, das viagens, festas e capaz de aproveitar a vida ao máximo. Também lhe proporcionará um talento para a música, que deve ser cultivado, e favorece o acúmulo de riquezas financeiras para que sempre haja os meios para fazer o que ela deseja.um dos melhores Aspectos da gama astrológica, fornecendo um sucesso geral pelas características que confere. É uma boa indicação de um casamento bem-sucedido e feliz, de prestígio social e do respeito de todos com quem a pessoa entra em contato; proporciona uma disposição jovial, otimista, generosa e de grande coração, e fornecendo a ela uma tendência a ser hospitaleira até certo ponto, interessada e ativa em medidas filantrópicas.
Esse Aspecto também lhe fornecerá uma Mente liberal, tolerante com as opiniões dos outros – mesmo quando ela for radicalmente diferente –, apreciadora dos prazeres, das viagens, festas e capaz de aproveitar a vida ao máximo. Também lhe proporcionará um talento para a música, que deve ser cultivado, e favorece o acúmulo de riquezas financeiras para que sempre haja os meios para fazer o que ela deseja.
A emocional e magnética Lua está em Trígono com Vênus e Júpiter; isso lhe proporcionará uma natureza gentil, afetuosa e simpática, uma Personalidade envolvente e uma atração pelo sexo oposto, um magnetismo poderoso, ideais elevados e uma imaginação frutífera, uma franqueza e honestidade de coração aberto que conquistará o respeito de todos dentro da esfera social dela.
O perspicaz, versátil, eloquente e hábil Mercúrio está em Trígono com o oculto, profético, inspirador e devocional Netuno e, também, em Sextil com o independente, original, amante da liberdade e inventivo Urano. Esses Aspectos proporcionarão a ela esplêndido poder de raciocínio, de independência e de originalidade, preferindo ter seu próprio pensamento sobre todos os assuntos e eles, provavelmente, a colocarão em contato com o ocultismo, de tal maneira que deixará uma marca duradoura em sua vida.
Todas essas são características esplêndidas e se for possível para vocês, pais ou responsáveis, apresentá-las, vocês terão uma pessoa que se fará sentir em seu ambiente e que será um crédito para vocês em todos os aspectos da vida. Mas, naturalmente, onde há uma luz forte, há também uma sombra profunda, e descobrimos que o outro lado de sua natureza também é fortemente marcado. É indicada pela negativa, sonhadora, visionária, insípida, frívola e vacilante Lua, em Quadratura com o preguiçoso, sem ambições e covarde Sol, e com o egoísta, discordante, destrutivo e temperado Marte.
Com relação a isso, podemos também notar que Mercúrio, o Planeta da expressão, está em Escorpião; assim, tudo o que ela disser será dito com considerável força. Ela tem um temperamento muito forte e quando isso é despertado, Mercúrio em Escorpião “pica como uma víbora”. Se permitir que essa tendência cresça sem ser controlada, ela terá uma língua muito mordaz quando estiver em um acesso de raiva, de modo que nessas ocasiões fará inimigos ferrenhos e perderá o respeito daqueles que gostariam de ser seus amigos. Portanto, é da maior importância que vocês se esforcem, desde o início, para controlar seu temperamento e ensinar-lhe o autocontrole. Essas configurações também proporcionam a ela uma extremada temeridade nos empreendimentos dela, quando estiver nesse estado de espírito, portanto, sujeita a acidentes e ferimentos de natureza grave; por isso vocês têm uma responsabilidade muito grande e só esperamos que a realize plenamente, tome as devidas precauções e, assim, vença o mal e fomente o bem.
Com relação à saúde, descobrimos que o significador, a Lua, está em Quadratura com o Sol e Marte.
Isso diminui a vitalidade geral e a torna suscetível a febres e queixas inflamatórias. É necessário, portanto, mantê-la vestida com roupas quentes, principalmente nos ombros e no peito, pois Saturno, o Planeta do frio, está em Gêmeos, a região que governa essas partes; mas não dê a ela uma dieta que seja muito quente. Deixe-a fazer bastante exercício e viver tanto quanto possível ao ar livre, para que se torne insensível à vida ao ar livre. Se vocês prestarem atenção nisso desde a infância, é provável que ela se torne forte, sã e vigorosa, apesar dessa aflição.
JACK McN. – NASCIDO EM 10 DE AGOSTO DE 1913 ÀS 12:30 AM
EM GEORGETOWN, GUIANA
Os astrólogos atribuíram a Gêmeos uma natureza inquieta, e com a natureza mercurial encontramos essa mutabilidade. Neste horóscopo natal, que vamos ler, encontramos uma configuração maravilhosa. Marte, o Planeta da energia dinâmica, está ascendendo em Gêmeos no grau exato do Ascendente, em Trígono com o inventivo Urano em sua própria Casa, Aquário, e na 9ª Casa, e em Sextil com o Regente do Ascendente, Mercúrio, na 3ª Casa que rege a escrita; Mercúrio também está em Trígono com a Lua na 6ª Casa que rege o serviço por meio do trabalho. Isso proporciona a Jack oportunidade de deixar sua marca no mundo e, também, em algum momento da vida, a possibilidade de fazer um trabalho maravilhoso por meio da escrita. Encontramos Saturno na 1ª Casa, em Sextil com o vital e aventureiro Sol, que está no Signo que rege, Leão, o Signo natural das publicações na 5ª Casa; o Sol também está na 3ª Casa, que rege a escrita. Com todos os Aspectos benéficos acima, encontramos uma pessoa que tem um talento maravilhoso para escrever. Com a presença de todos esses Aspectos, Jack poderia permitir que a impulsividade o dominasse e, com isso, não conseguiria produzir algo, mas o sério e cauteloso velho pai Saturno, que está próximo do Ascendente, lhe proporciona auxílio para que a sua Mente seja mais profunda e mais séria; essa posição de Saturno proporciona a Jack firmeza e um maravilhoso poder de expressão. Os pais dele deveriam fornecer a esse menino todas as oportunidades de desenvolver esse lado da sua natureza. Jack tem a tendência de se voltar naturalmente ao misticismo e, algum dia, poderá até a ser capaz de escrever em linhas ocultistas. A escrita de cenários lhe proporciona a oportunidade de exercitar a sua capacidade literária e, também, de expressar algumas das suas ideias intuitivamente místicas.
Aqueles Aspectos benéficos também lhe proporcionam uma saúde acima da média, mas com Vênus em Câncer em Oposição a Júpiter será bom que os pais lhe ensinem a moderação no comer e no beber.
Jack não se sente à vontade em seguir a alguém, mas tem a tendência a ser um líder. O inquieto Gêmeos e o dinâmico Marte no Ascendente em Aspectos benéficos com Urano e Mercúrio lhe proporcionam o poder de estimular outros a fazerem coisas; também lhe facilitam exercer poderes maravilhosamente persuasivos e ser um político nato, mas sempre pela melhoria pública e pela melhoria do serviço público. Marte, com Aspectos benéficos, e Regente da 6ª Casa e Corregente da 11ª Casa proporcionam a ele ideais elevados e com amigos e amigas prontos para segui-lo; e, também, amigos e colegas de trabalho tendem a ser leais a ele e a estarem prontos para cumprir as ordens dele.
EDITH E. F. – NASCIDA EM 7 DE OUTUBRO DE 1900 ÀS 9:13 PM
EM RICHMOND HILL, L. I., NEW YORK, EUA
Aqui temos outro horóscopo com um Signo mercurial no Ascendente – Gêmeos –, mas de um tipo muito diferente. Os dois horóscopos anteriores tinham a mistura de Marte e Mercúrio, proporcionando energia e impulso, enquanto essa jovem tem o Planeta sonhador e místico de Netuno no Ascendente em Gêmeos, e uma Oposição entre Netuno e Saturno que está em Sagitário e na 7ª Casa, o que proporciona ao corpo mais receptivo as impressões pelos sentidos advindos do ambiente externo.
Ela é romântica e uma grande amante da arte e da ciência, pois encontramos Netuno em Sextil com Vênus, o Planeta da música e da arte, no Signo de Leão. Netuno também está em Trígono com Mercúrio, o Regente do Ascendente, na 5ª Casa. O Sol está no Signo da voz – Libra –, também na 5ª Casa, em Sextil com Urano, o que proporciona um talento para a música e para a oratória. Essa jovem deveria estar perante o público como professora e oradora, pois o Regente da 7ª e da 10ª Casas, Júpiter, está na 6ª Casa e em Conjunção com o Planeta inspirador Urano, e ambos estão em Trígono com a Lua, na 11ª Casa, também fazendo um Trígono com o ambicioso e enérgico Marte na 2ª Casa, a Casa das finanças. Isso mostra que o dinheiro de Edith advirá das atividades regidas pelas 5ª, 7ª e 10ª Casas, locais de atividades que envolvem o entretenimento e o público.
Com esse horóscopo místico aconselhamos essa jovem a dedicar as suas energias ao trabalho espiritual; as qualidades netunianas e uranianas deveriam ser desenvolvidas. Ao se expressar por meio das suas inspirações, ela poderia influenciar muitos a viverem vidas melhores e mais puras, e poderia ser um poder para a elevação da Humanidade, já que o Regente da 9ª Casa, Urano, é o Planeta com Aspecto mais forte de todos. Seus amigos também lhe providenciarão grande ajuda, pois o Trígono da Lua e de Marte com Urano é formado por três Signos de Fogo, a saber: Áries, Leão e Sagitário. Isso proporcionará uma inspiração maravilhosa e, ao seguir a vocação de conferencista e professora de conhecimento místico, ela satisfará o anseio inquieto de mudança de cenário que vem de Netuno em Gêmeos no Ascendente.
Edith tem um horóscopo maravilhosamente afortunado e isso proporcionará a ela perfeita liberdade para realizar seus planos. Seu futuro dependerá da energia investida em seus estudos. Ela pode melhorar ou estragar sua vida, pois há muitas poucas aflições. Netuno em Oposição a Saturno e Marte em Quadratura com Mercúrio são os únicos dois Aspectos adversos, e são compensados por muitos Trígonos e Sextis que são Aspectos benéficos.
Uma tendência à impulsividade na fala é mostrada com Marte e Mercúrio em Quadratura em Leão e Escorpião, respectivamente, e há, também, uma tendência a tosses e resfriados, pois Netuno afligido em Gêmeos apresenta má oxigenação dos pulmões. Aconselhamos que ela procure respirar corretamente, expanda o peito e durma em um quarto com bastante ar fresco. Com Saturno na 7ª Casa, afligido pela Oposição de Netuno, o casamento apresentará muitas dificuldades.
FREDERICK D.W. OGDEN – NASCIDO EM 26 DE OUTUBRO DE 1912, ÀS 8:15 AM
EM UTAH, EUA
Esse jovem tem o Signo marcial de Escorpião no Ascendente com o Regente, Marte, em seu próprio Signo e acima do Ascendente na 12ª Casa; Marte também está em Conjunção com o Sol. Isso proporcionará a Frederick uma abundância de energia que, se usada na direção certa, trará muitos benefícios. Mas há um grande perigo nesse horóscopo, pois encontramos a vacilante Lua no seu Signo de Exaltação, Touro (quanto maior a força do Astro, mais poderosa é a sua influência, seja para o bem ou para o mal) e em Oposição ao dinâmico Marte, que também é poderoso em sua própria Casa.
Esses Astros com Aspectos adversos predominarão na vida, e Frederick tende a ser seu pior inimigo, já que a 12ª Casa é a casa da autodestruição.
Mercúrio em Escorpião proporciona impulso na fala. Frederick tem esse Planeta sem Aspecto no Ascendente e, portanto, não será restringido por outros Planetas. Ele tende a ser bastante falante e terá muitas ideias, mas tenderá a não as executar. Essa condição proporciona a ele dificuldades para manter amigos, pois falará muito, mas sua conversa tende a ser dispersa e não objetiva. O Sol na 12ª Casa e em Escorpião fornece a ele a atração de muitos amigos, mas também proporciona dificuldades em mantê-los. Também esses amigos tendem não ser fiéis a ele, mas tendem a buscar a amizade dele para adquirir vantagens nos prazeres mundanos, pois com a Lua em Touro (a garganta), ele tende a apreciar as coisas boas para comer e beber. Assim, seus amigos tendem a buscar sua companhia para se divertirem a custas deles, pois ele tende a ser dotado de uma bela voz e poderá entretê-los com música.
Existem, no entanto, outros Aspectos nesse horóscopo que, se cultivados, compensarão os Aspectos adversos acima mencionados. Netuno está em Câncer – um Signo em que esse Planeta está Exaltado (portanto, fortalecido). A Lua está em seu Signo de Exaltação, Touro, e Urano está muito próximo do Signo que rege, Aquário, em Trígono com o diplomático e perseverante Saturno e em Sextil com Vênus.
Marte e Júpiter também estão nos Signos que são Regentes (Escorpião e Sagitário, respectivamente). Este número de Planetas fortíssimos em suas influências pode, até certo ponto, contrabalançar as Quadraturas e Oposições, e se os pais desenvolverem o lado humanitário dele, as qualidades uranianas, então a estabilidade de Saturno compensará o impulso de Mercúrio, Marte e Lua.
Frederick tende a ser muito hábil com as mãos e os dedos, e hábil com máquinas, mas de tipo pequeno; os pequenos trabalhos de um relógio o atrairiam e ele se sairia bem como joalheiro ou relojoeiro.
Netuno em Câncer (o estômago) em Oposição a Urano fornecem problemas no estômago. Com a Lua em Touro afligida pela Oposição do Sol e de Marte e da 12ª Casa, é bom vigiar esse menino para que não adquira um hábito secreto que prejudicaria sua saúde. Além disso, esses Aspectos, se não controlados, trarão problemas com relações sexuais mais tarde na vida. Se ele tiver problemas com as tonsilas ou adenoides, não permita de forma alguma uma cirurgia, pois esse problema é apenas o resultado de uma tendência à inflamação da garganta, quando o estômago está fora de ordem ou ele recebe muita comida rica em nutrientes, comida forte (pesada), comida que enche rápido e/ou comida calórica.
HELEN M.T. – NASCIDA EM 11 DE ABRIL DE 1918 ÀS 3:20 PM
EM ESPANOLA, WASHINGTON, EUA
Temos aqui uma jovem com o Signo mercurial e intelectual de Virgem no Ascendente, com Marte na Cúspide da 1ª Casa e em Trígono com o Regente Mercúrio, na 9ª Casa em Touro. Isso lhe proporciona uma Mente muito rápida, persistente e perspicaz. Marte em Signo mercurial fornece impulso, mas com o Planeta mental, Mercúrio, no Signo lento, persistente e fixo de Touro, fornece à Helen um apego tenaz aos estudos e uma disposição para não desistir até que tenha dominado o problema em que se encontra interessada.
Também encontramos o Regente Mercúrio em Sextil com o harmonioso e artístico Planeta Vênus em Peixes na 6ª Casa. Aqui Vênus está em Exaltação, portanto, forte no Signo jupiteriano de Peixes, e proporciona um grande amor pela harmonia; também com Mercúrio e a Lua no Signo da garganta, os pais deverão dar à Helen oportunidade de desenvolver a voz, tanto no canto como na elocução. Júpiter na Cúspide do Meio do Céu no Signo de Gêmeos lhe proporcionará habilidade manual; já Júpiter em Sextil com Saturno e Netuno no Signo Fixo de Leão lhe proporcionará facilidades em trabalhar com os braços e as mãos. Esses Aspectos também fornecem a Helen capacidades para tocar música instrumental e muita inspiração para isso. Seus talentos poderão ser muito admirados por seus amigos, mas isso não necessariamente lhe trará benéficos financeiros por seus talentos, pois encontramos o Regente da 2ª Casa das finanças, Vênus, em Quadratura o Meio do Céu e, também, com Júpiter, Regente da 7ª Casa.
Além disso, Mercúrio, o Regente do Ascendente e da Mente, está em Quadratura com Netuno e Saturno, os Regentes da 7ª e 5ª Casas, respectivamente, o que proporciona talentos maravilhosos a esta jovem, mas também fornecem dificuldades em apresentá-los ao público.
O Regente, Mercúrio, que está em Quadratura com Saturno, o Planeta obstrutivo, proporciona a ela a descoberta de que ela própria é a sua pior inimiga; e por isso ela tende a não se esforçar mentalmente e tende a desejar depender da ajuda de seus amigos; mas esses Aspectos fornecem amigos traiçoeiros, e que tendem a não lhe dar a assistência e, portanto, lhe causando perdas financeiras. Marte no Signo mercurial de Virgem proporciona a ela muita rapidez e impulsividade no discurso, e uma maneira de falar afiada, rápida e severa. Também Marte em Quadratura com Júpiter no Meio do Céu, fornece a ela dificuldades em ser popular e isso pode lhe causar muitas críticas, justamente pelo seu estilo rápido de falar.
Deve colocar seu talento musical ao serviço do poder de cura, o que lhe experimentará maior eficácia. Como enfermeira num hospital, ela poderia usar a sua música para ajudar e curar os doentes. Como organista de uma igreja, Júpiter em Gêmeos, na 9ª Casa, em Sextil com Netuno e Saturno no 5º Signo de Leão, a tornaria muito bem-sucedida.
Quanto à saúde, com o Signo negativo de Virgem no Ascendente e Marte neste Signo em Quadratura com Júpiter, a circulação arterial tende a ficar restrita; e com quatro Planetas nos Signos Fixos de Touro e Leão traz a tendências a problemas durante seus períodos menstruais, devido a essa circulação restrita e, às vezes, por correlação direta um pequeno problema na garganta.
ELLEN J. – NASCIDA EM 7 DE FEVEREIRO DE 1917 ÀS 6:00 PM
EM WINIFRED, MONTANA, EUA
Essa jovem senhorita tem o Signo real de Leão, o Signo do coração, no Ascendente. A natureza amorosa das pessoas de Leão é muito forte. Encontramos a Lua, que indica as pessoas comuns, as massas, na cúspide do Ascendente e em Trígono com o opulente e benevolente Júpiter em Áries, na 9ª Casa. O Regente do Ascendente, o Sol, está em Conjunção com Urano, o Regente da 6ª e 7ª Casas, Essencialmente Dignificado em Aquário e, também, em Conjunção com Marte, o Planeta da Energia Dinâmica, e Regente da 4ª e da 9ª Casas.
Esses três Astros mencionados estão em Conjunção na 6ª Casa, a Casa que rege o trabalho, e no Signo humanitário de Aquário. Isso proporciona a Ellen um profundo interesse pelo bem-estar das pessoas comuns, aquelas que lutam na sujeição, sofrem na pobreza, e o seu coração ficará cheio de compaixão.
Mercúrio está interceptado na 5ª Casa, no Signo saturnino de Capricórnio, e os únicos Aspectos que faz são a Oposição a Saturno, interceptado na 11ª Casa, e a Conjunção com Vênus. Isso fornece a Ellen, uma predisposição para não se dedicar, prontamente, ao trabalho mental; pois isso gera no cérebro um cansaço rápido e aconselharíamos os pais a não forçá-la a estudar. À medida que ela se torne adulta, encoraje-a no trabalho de serviço social, mas deve-se tomar cuidado para que ela não desenvolva tendências radicais, pois com a Conjunção de Marte e Urano, ela pode querer lutar pelos direitos daqueles que ela sente que não estão sendo tratados com consideração. Se ela puder ser ensinada a trabalhar através do benevolente Júpiter e perceber que mais pode ser realizado “por meio do amor do que da força”, e assim desenvolver a diplomacia e a paciência, ela poderá ser de grande valor na elevação da Humanidade.
Saturno Retrógrado e interceptado em Câncer, na Casa dos amigos, em Oposição a Mercúrio e Vênus, na Casa dos prazeres e desejos mundanos, proporciona a Ellen amigos que nunca serão de grande benefício; portanto, seus amigos tenderão a ser traiçoeiros e poderão causar perdas por meio de especulações.
Na saúde, alertaríamos os pais quanto à sua dieta, pois com Saturno em Câncer ela deveria ser ensinada a mastigar bem os alimentos; Saturno tem uma influência restritiva sobre os sucos estomacais e, portanto, é necessário que as glândulas salivares da boca forneçam grande parte dos fluidos para a digestão. Gostaríamos também de alertar os pais para nunca permitirem que os médicos operem as tonsilas ou as adenoides, pois isso interferiria muito na sua saúde durante a puberdade.
CLIFFORD ERNEST H. – NASCIDO EM 29 DE NOVEMBRO DE 1918 ÀS 5:00 PM
LONDRES, INGLATERRA
Aqui temos um jovem menino com o perspicaz e intelectual Signo de Gêmeos no Ascendente, com o Regente Mercúrio na 7ª Casa em Sextil com o inventivo e mental Planeta Urano, que tem grande poder no Meio do Céu e no Signo no qual ele é Regente, Aquário. Mercúrio também faz um Trígono com o racional e reservado Saturno, e um Sextil com a Lua em Libra, que denota uma tendência científica. Essa configuração de Astros é maravilhosamente forte para a matemática e pesquisa científica. Com Saturno e Urano em Signos Fixos e Angulares e, também, Mercúrio na 7ª Casa, no Signo de Fogo de Sagitário, isso proporciona uma Mente profunda, perspicaz, clara e ativa. Ele poderá ter muito sucesso como professor de matemática e, em algum momento da sua vida ele pode deixar sua marca escrevendo sobre os dois assuntos acima. Se assim o for, seus livros terão aceitação das editoras, pois vemos que a Lua, Regente da 2ª Casa, que dentre outros rege o assunto finanças, está na 5ª Casa, que dentre outros rege o assunto publicações, e no sétimo Signo de Libra, o público. Com Saturno, o Planeta do pessimismo na 4ª Casa, que dentre outros rege o assunto lar, em Oposição a Urano, o Planeta do impulso na 10ª Casa, como essas duas Casas representam os pais, há indicações de desarmonia e muita crítica no lar. Isso pode interferir nas oportunidades do menino e poderá vir a ser perigoso para a sua saúde, pois como Saturno está no Signo de Leão, o coração, e Urano em Aquário, o Signo dos nervos, o coração e o sistema nervoso estarão em desarmonia.
Há, também, outro grupo de Astros com Aspectos bem fortalecidos e que terão uma boa influência na vida de Clifford. Encontramos o inspirador e musical Netuno em Leão, o Signo do coração na 3ª Casa em Trígono com o Sol, Regente de Leão, e Vênus, o Planeta da harmonia. Estes dois últimos Planetas estão na 6ª Casa, que dentre outros rege o assunto trabalho, que proporcionam a Clifford um talento para a música. O efeito desses Aspectos oferece a Clifford a capacidade de improvisar e compor músicas. A influência da mãe o ajudará a desenvolver esse talento, enquanto o pai, que é de um tipo mais intelectual, desejará que menino entre em atividades científicas e intelectuais. Os pais não serão capazes de chegar a um acordo sobre uma escolha vocacional para o filho, mas se eles permitirem que o próprio filho escolha por si mesmo, eles não vão errar.
Encontramos Júpiter, o Planeta que rege o sangue arterial, no Signo de Câncer, que rege o estômago, em Oposição ao inflamatório Marte na 8ª Casa. Isso demonstra que se Clifford tem a tentação da gula presente na sua vida (Júpiter em Câncer proporciona a tendência a comer e em grandes quantidades, ainda mais sendo afligido por Marte) e isso tender a haver problemas no estômago. Isso, também, poderá ser agravado com a Oposição de Saturno e Urano, onde o coração sofreria como resultado dessa prática.
F I M
Este livro contém os últimos escritos de Max Heindel, o místico. Nele temos alguns dos pensamentos mais profundos dele e são o resultado de anos de pesquisa e investigação oculta. Ele, também, poderia dizer como Parsifal: “Por meio do erro e do sofrimento, através de muitos fracassos e de incontáveis sofrimentos, arrependimentos e dores, eu vim”. Finalmente, foi fornecida a ele a água vivificante com a qual pôde saciar a sede espiritual de muitas almas. Ele, também, desenvolveu profundamente a piedade, o amor e pôde sentir o palpitar do coração da humanidade sofredora.
Aqui encontramos vinte e quatro lições que foram, originalmente, enviadas aos Estudantes Rosacruzes. É um desejo da autora desta introdução, que essas lições possam levar uma mensagem de amor e ânimo às almas famintas e esperança aos desconsolados.
Há 3 meios de você acessar esse Livro:
1. Em formato PDF (para download):
Coletâneas de um Místico – por Max Heindel – Fraternidade Rosacruz em PDF
2. Em forma audiobook ou audiolivro:
Audiobook – Coletâneas de um Místico – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
3. Para estudar no próprio site (ou para fazer download ou imprimir):
COLETÂNEAS DE UM MÍSTICO
Por
Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, 1922, Gleanings of a Mystic, editada por The Rosicrucian Fellowship
1ª Edição em Português, 1986, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
O conteúdo desse livro está entre os últimos escritos de Max Heindel, o Místico. Eles contêm alguns de seus pensamentos mais profundos e são o resultado de anos de pesquisa e investigação ocultas. Ele, também poderia dizer como disse Parsifal: “Eu vim através do erro e por meio do sofrimento; vim através de muitos fracassos e por meio de incontáveis angústias”. Finalmente, a ele foi fornecida a água vivificante com a qual foi capaz de saciar a sede espiritual de muitas almas. Ele, também, desenvolveu profundamente a piedade e o amor e pôde sentir o palpitar do coração da Humanidade sofredora.
Normalmente, as almas fortes são dotadas de grande energia e impulso e, por meio dessas mesmas forças, com dispêndio de muito esforço chegam às primeiras fileiras, embora muitas vezes sofram muito. Como resultado disso, eles sentem imensa compaixão pelos outros. O autor dessas lições sacrificou esse seu Corpo Denso no altar do serviço.
Ao escrever os livros e as lições mensais da Fraternidade, em suas palestras e aulas, e no árduo trabalho pioneiro de fundar a Sede Mundial no curto período de dez anos, Max Heindel realizou mais do que muitos, que são abençoados com uma ótima saúde, poderiam ter realizado em toda a vida. Seu primeiro livro, sua obra-prima, “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, foi escrito sob a orientação direta dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Esse livro leva uma mensagem vital para o mundo. Satisfaz não apenas o intelecto, mas também o coração. Seu livro “A Maçonaria e o Catolicismo” pode ser encontrado em muitas bibliotecas maçônicas. O Ocultista tem aprendido muito com o estudo do livro “A Teia do Destino”, que é uma fonte de conhecimentos místicos e de proveitosas verdades ocultas. É também um guia para o investigador, quando indica os sinais de perigo aos aventureiros que desejam tomar o céu por assalto. Para a Ciência da Astrologia, ele forneceu, em poucos anos, mais informações do que haviam sido fornecidas anteriormente, em séculos. Seus dois valiosos trabalhos, “Astrologia Científica Simplificada” e “A Mensagem das Estrelas” tratam amplamente dos aspectos espirituais e da saúde e respectivos tratamentos de doenças da Astrologia. A obra “A Mensagem das Estrelas” fornece os métodos de diagnóstico e de cura, o que constitui um acréscimo valioso para os trabalhos de outros autores, tanto antigos quanto modernos. Esses livros podem ser encontrados nas bibliotecas de muitos profissionais da saúde da escola antiga.
Em “Coletâneas de um Místico” encontramos vinte e quatro lições que foram, originalmente, enviadas aos Estudantes. É um desejo da autora desse prefácio que essas lições levem uma mensagem de amor e ânimo aos leitores com sede de conhecimentos espirituais e esperança aos desconsolados.
Augusta Foss Heindel
Sumário
CAPÍTULO I – INICIAÇÃO: O QUE É E O QUE NÃO É – PARTE I. 7
CAPÍTULO II – INICIAÇÃO: O QUE É E O QUE NÃO É – PARTE II. 13
CAPÍTULO III – O SACRAMENTO DA COMUNHÃO – PARTE I. 19
CAPÍTULO IV – O SACRAMENTO DA COMUNHÃO – “em memória de Mim” – PARTE II. 24
CAPÍTULO V – O SACRAMENTO DO BATISMO.. 30
CAPÍTULO VI – O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO.. 37
CAPÍTULO VII – O PECADO IMPERDOÁVEL E AS ALMAS PERDIDAS. 43
CAPÍTULO VIII – A IMACULADA CONCEPÇÃO.. 48
CAPÍTULO IX – A VINDA DO CRISTO.. 54
CAPÍTULO X – A PRÓXIMA ERA.. 60
CAPÍTULO XI – A CARNE ANIMAL E A BEBIDA ALCOÓLICA COMO FATORES NA EVOLUÇÃO.. 66
CAPÍTULO XII – UM SACRIFÍCIO VIVENTE.. 71
CAPÍTULO XIII – A MAGIA BRANCA E A MAGIA NEGRA.. 77
CAPÍTULO XIV – NOSSO GOVERNO INVISÍVEL.. 83
CAPÍTULO XV – PRECEITOS PRÁTICOS PARA PESSOAS PRÁTICAS. 89
CAPÍTULO XVI – O SOM, O SILÊNCIO E O CRESCIMENTO ANÍMICO.. 95
CAPÍTULO XVII – O “MAGNO MISTÉRIO” DA ROSACRUZ.. 103
CAPÍTULO XVIII – PEDRAS DE TROPEÇO.. 110
CAPÍTULO XIX – A ECLUSA DA ELEVAÇÃO.. 118
CAPÍTULO XX – O SIGNIFICADO CÓSMICO DA PÁSCOA – PARTE 1. 123
CAPÍTULO XXI – O SIGNIFICADO CÓSMICO DA PÁSCOA – PARTE 2. 130
CAPÍTULO XXII – O CRISTO RECÉM-NASCIDO.. 136
CAPÍTULO XXIII – PORQUE SOU UM ESTUDANTE ROSACRUZ.. 141
CAPÍTULO XXIV – O OBJETIVO DA FRATERNIDADE ROSACRUZ.. 147
Frequentemente recebemos perguntas referentes à Iniciação e, também com frequência, nos pedem para informar se essa ordem ou aquela sociedade é genuína e se as Iniciações que elas oferecem aos interessados – algumas estipulando até o preço – são “feitas de boa-fé, sem fraude ou engano”. Por essa razão, nos parece necessário escrever uma exposição sistemática sobre o assunto, incluindo uma discussão metódica dos fatos e princípios envolvidos e uma conclusão clara, para que os Estudantes da Fraternidade Rosacruz possam ter um esclarecimento oficial que lhes sirva de referência e orientação no futuro.
Em primeiro lugar, deixemos aqui bem claramente entendido que nós consideramos repreensível expressar uma condenação sobre qualquer ordem ou sociedade, independentemente do que ela pratique. Pode ser perfeitamente sincera e honesta, de acordo com a sua luz. Não acreditamos que possamos nos elevar no conceito das pessoas discriminando homens e mulheres por meio de menções em termos depreciativos; nem labutamos sob a falsa crença que nós temos toda a verdade e que as outras sociedades estão imersas nas trevas. Reiteramos o que muitas vezes já dissemos, que todas as Religiões foram dadas à Humanidade pelos Anjos do Destino, que conhecem as necessidades espirituais de cada classe, nação e povo, e têm a inteligência de fornecer a cada uma a forma de adoração perfeitamente ajustada à sua necessidade em particular; assim, o Hinduísmo é apropriado ao indiano, o Islamismo ao árabe e a Religião Cristã aos nascidos no hemisfério ocidental.
As Escolas de Mistérios de cada Religião fornecem aos membros mais avançados do povo ou nação que a adote um ensinamento mais elevado, o qual, se vivenciado, os promovem a uma esfera superior de espiritualidade em relação aos seus irmãos da mesma Religião. Mas, assim como a Religião das Raças mais atrasadas é de uma ordem mais inferior que a Religião dos pioneiros, os povos Cristãos, assim também os Ensinamentos das Escolas de Mistérios Orientais são mais elementares que os do Ocidente, e o Iniciado hindu ou chinês está em um grau de realizações correspondentemente inferior ao do Místico ocidental. Por favor, pondere isso muito bem, para que você não seja mais uma vítima de pessoas mal-informadas que tentam persuadir os outros dizendo que a Religião Cristã é cruel, comparada com os cultos orientais. Sempre para o oeste, seguindo o sol brilhante, a luz do mundo, caminhou a estrela do império e, não é razoável supor que a luz espiritual acompanhou a civilização ou, até mesmo, a precedeu do mesmo modo que o pensamento precede a ação? Nós sustentamos que esse é o caso, que a Religião Cristã é a mais elevada, em caráter e em espírito, já fornecida ao ser humano, e que repudiá-la, seja esotericamente ou exotericamente, por qualquer outro sistema mais antigo, é análogo a preferir livros científicos desatualizados ao invés dos mais novos que contém as descobertas recentes.
Nem as práticas, executadas pelos aspirantes orientais para uma vida mais elevada, devem ser imitadas pelos Aspirantes à vida superior ocidentais; referimo-nos, particularmente, aos exercícios respiratórios. Esses são benéficos e necessários ao desenvolvimento do hindu, mas a mesma coisa não se aplica ao Aspirante à vida superior ocidental. Para ele, é perigoso praticar tais exercícios de respiração, almejando o desenvolvimento anímico; esses exercícios se provarão, até mesmo, ser uma causa de atraso ou interrupção do desenvolvimento anímico, e inclusive são absolutamente desnecessários. A razão é explicada a seguir.
Durante a Involução, o Tríplice Espírito, gradualmente, se incrustou em um Tríplice Corpo. Na Época Atlante, o ser humano estava no Nadir da Materialidade. Presentemente, estamos circulando pelo ponto mais baixo no arco da Involução e começamos a subir o arco da Evolução. Nesse ponto, então, toda a Humanidade está enclausurada nesta prisão terrestre, e de tal forma que as vibrações espirituais estão quase extintas. Isso é, claro, particularmente verdade para as raças atrasadas e para as classes mais inferiores do mundo ocidental. Os átomos nos corpos das pessoas dessas raças atrasadas estão vibrando com uma intensidade extremamente baixa, e quando, com o decorrer do tempo, uma dessas pessoas se desenvolve a um ponto em que é possível elevar o seu tom vibratório no caminho da realização, se faz necessário aumentar essa velocidade de rotação vibratória do átomo para que o Corpo Vital, que é o agente do crescimento oculto, possa ser, até certo ponto, liberado da força enfraquecedora do átomo físico. Esse resultado é atingido por meio de exercícios respiratórios que, com o tempo, aceleram a vibração do átomo e permitem o crescimento espiritual necessário para que o indivíduo consiga atingir esse estado.
Esses exercícios também podem ser praticados por muitas pessoas no mundo ocidental, particularmente por aquelas que não estão de fato interessadas no desenvolvimento espiritual. Mas, mesmo entre aquelas que desejam o crescimento anímico, há muitas ainda que não atingiram o ponto em que os átomos dos seus corpos tenham evoluídos a um tom de vibração que uma aceleração, além da usual, poderia prejudicá-las. Nesses casos, os exercícios respiratórios não causariam nenhum dano; mas, se forem fornecidos a uma pessoa que, realmente, tem a capacidade de entrar no caminho do desenvolvimento, normalmente preparado para os precoces irmãos e irmãs Hinduístas no oeste, ou em outras palavras, quando ela está quase pronta para a Iniciação e poderia ser beneficiada por exercícios espirituais, então, o caso se torna bem diferente.
Durante todo um período incomensuravelmente longo que nós percorremos na evolução, desde quando estávamos em corpos indianos, os tons vibratórios dos nossos átomos vêm acelerando enormemente e, como foi explicado no caso da pessoa que está, realmente, quase pronta para a Iniciação, o tom de vibração está mais elevado do que o da média dos outros seres humanos. Portanto, a pessoa não precisa dos exercícios respiratórios para acelerar esse grau, mas de certos exercícios espirituais, individualmente adequados, que a fará avançar no caminho certo. Se nesse período crítico, ela encontra alguém que, ignorante e inescrupulosamente, lhe fornece exercícios respiratórios, e se ela segue as instruções fidedignamente na esperança de obter resultados mais rápidos, ela os obterá rapidamente, mas não da forma que esperava, pois a taxa vibratória dos átomos em seu corpo se tornará, em muito pouco tempo, acelerado a um tom que se assemelhará como se ela estivesse caminhando no ar; então, também, poderá ocorrer uma divisão imprópria no Corpo Vital, e um desgaste físico ou uma doença mental grave se seguirá. Agora, por favor, grave bem em sua consciência e com letras de fogo, o seguinte: a Iniciação é um processo espiritual, e o progresso espiritual não pode ser concluído por meios físicos, mas somente por exercícios espirituais.
Existem muitas ordens no ocidente que alegam iniciar qualquer pessoa, desde que pague por isso. Algumas dessas ordens têm nomes muito parecidos com o nosso e muitos Estudantes Rosacruzes, constantemente, nos perguntam se estão afiliadas a nós. A fim de resolver essa questão de uma vez por todas, por favor, percebam que a Fraternidade Rosacruz tem ensinado constantemente que nenhum dom espiritual pode ser negociado por dinheiro. Se você pensar nisso especialmente como um alerta, você poderá deduzir que nós não temos conexão com qualquer ordem que solicite dinheiro para a transferência de nenhum tipo de poder espiritual. Aquele que tem algo a oferecer de natureza verdadeiramente espiritual, não o permutará por dinheiro. Recebi uma injunção particular a esse respeito dos Irmãos Maiores no Templo Rosacruz, quando me disseram para ser o mensageiro deles no mundo de língua inglesa, uma declaração que não tenho a expectativa que você acredite, salvo se você vir que ela é justificada pelos seus frutos.
Agora, então, voltemos à Iniciação. O que é? É uma cerimônia da forma como é afirmada por certas ordens? Se assim for, qualquer ordem poderá, certamente, inventar cerimônias de um tipo mais ou menos elaborado. Podem, por meio de vestes esvoaçantes e cruzamento de espadas, apelar para as emoções; podem apelar para o senso de deslumbramento e de emoção que combina de forma variada o temor, a veneração e a admiração – inspirada pela autoridade – chacoalhando correntes e ressoando fortemente gongos e, assim produzir em seus membros uma “sensação oculta”. Muitos se deleitam com as aventuras e experiências do herói do “O Irmão do Terceiro Grau”[1], pensando que isso é, de fato, Iniciação, mas eu asseguro que isso está muito longe de ser Iniciação. Nenhuma cerimônia pode fornecer a alguém a experiência interna que constitui a Iniciação, não importa quanto foi pago ou quão impactante foi a declaração solene da verdade ou inviolabilidade das palavras de alguém, quão terrível ou linda foi a cerimônia, ou quão deslumbrantes são as vestimentas, o fato é que não é passando por uma cerimônia que se pode converter um pecador em um santo, pois a conversão é, para o religioso exotérico, exatamente o que a Iniciação é para o misticismo mais elevado. Por favor, considere esse ponto com muito cuidado e terá a chave do problema.
Você acha que alguém poderia se aproximar de uma pessoa de caráter depravado, concordar em convertê-la em troca de uma certa soma de dinheiro e cumprir com a parte dele no acordo? Certamente, você sabe que nenhuma quantia de dinheiro poderia realizar essa transformação no caráter de um ser humano. Pergunte a um verdadeiro convertido onde e como obteve a sua religiosidade. Um poderá lhe dizer que a recebeu na estrada, enquanto caminhava; outro lhe dirá que a luz e a sua transformação o alcançaram na solidão do seu quarto; outro, ainda, que a luz incidiu sobre ele, como aconteceu a São Paulo na estrada de Damasco, convertendo-o. Cada um tem uma experiência diferente, mas, em cada caso, é uma experiência interna e a manifestação externa dessa experiência interna é que transforma toda a vida do ser humano, desde o menor até os maiores de todos os seus aspectos.
Assim, tudo isso acontece, também, com a Iniciação; ela é uma experiência interna, totalmente separada e à parte de qualquer cerimonial e, portanto, é uma impossibilidade absoluta que alguém possa vendê-la para qualquer outra pessoa. A Iniciação transforma por completo a vida de um ser humano. Fornece a ele uma confiança que jamais possuiu. Envolve-o com um manto de autoridade que nunca lhe será retirado. Não importam as circunstâncias que se apresentem na vida, ela difunde uma luz sobre todo seu ser que é simplesmente maravilhosa. Nenhuma cerimônia pode efetuar tal transformação. Portanto, nós repetimos que aquele que oferece a Iniciação em uma ordem ocultista por meio de cerimoniais que envolve, de qualquer forma, um preço financeiro, se qualifica de imediato como um impostor. Se um Aspirante se aproximar de um verdadeiro Mestre e oferecer a ele uma quantia financeira – seja de que forma – para obter os conhecimentos espirituais, o verdadeiro Mestre responderá, indignamente, usando as mesmas palavras proferidas por São Pedro a Simão, o feiticeiro, que lhe ofereceu dinheiro para obter poderes espirituais: “Tua prata perecerá contigo”[2].
Para obter uma melhor compreensão do que constitui a Iniciação e quais são os seus pré-requisitos, primeiro de tudo, o Estudante deve fixar firmemente em sua Mente que uma grande parte da Humanidade, como um todo, está progredindo lentamente no Caminho da Evolução e, assim, muito lentamente, quase imperceptivelmente, está alcançando estados de consciência cada vez mais elevados. O Caminho da Evolução é uma espiral quando o observamos unicamente sob o ponto de vista físico, mas é uma lemniscata quando visto tanto em seu lado físico como no espiritual (Veja o Diagrama do caduceu químico no Conceito Rosacruz do Cosmos). Na lemniscata, ou forma de “oito”, há dois círculos que convergem para um ponto central e esses círculos podem ser considerados símbolos do espírito imortal, do Ego em evolução. Um dos círculos significa sua vida no Mundo Físico, do nascimento à morte. Durante esse intervalo de tempo, ele planta uma semente em cada ato praticado e, em troca, deve colher uma correspondente quantidade de experiência. No entanto, do mesmo modo que podemos semear e nada colher, porque a semente caiu em um solo pedregoso, entre espinhos, etc., também a semente da oportunidade pode ser desperdiçada devido à negligência em cultivar o solo. A vida, então, será infrutífera. Por outro lado, assim como o interesse ou cuidado aplicado no cultivo aumentam, imensamente, o poder produtivo da semente, assim também a séria dedicação aos vários afazeres da vida – o aproveitamento das oportunidades para aprender as lições da vida e extrair delas a experiência que contêm – resulta em mais oportunidades; e ao fim de um dia de existência, o Ego se encontra à porta da morte repleto com os mais ricos frutos colhidos durante a vida.
Ao terminar o trabalho objetivo da existência física, com o consequente findar dos dias dedicados às ações, o Ego entra no trabalho subjetivo da assimilação, realizado durante sua permanência nos Mundos invisíveis, compreendendo o período desde a morte até ao nascimento, simbolizado pelo outro anel da lemniscata. Como o método da realização dessa assimilação já foi minuciosamente descrito em várias partes da nossa literatura, não é necessário repeti-lo aqui. É suficiente dizer que no momento em que um Ego chega ao ponto central na lemniscata, o qual divide o Mundo Físico dos Mundos psíquicos, e que chamamos a porta do nascimento ou da morte, dependendo se o Ego está entrando ou saindo da vida aqui, ele tem consigo um conjunto de faculdades ou talentos adquiridos em todas as suas vidas anteriores, e que poderá usá-los ou não durante sua próxima existência; assim, seu crescimento anímico dependerá do uso que fizer dessas suas faculdades ou desses seus talentos.
Se por muitas vidas ele alimentou, principalmente, a natureza inferior, vivendo para comer, beber e se divertir, ou se sonhou e passou a vida em especulações metafísicas sobre a natureza de Deus, diligentemente se abstendo de todas as ações necessárias, gradualmente será deixado para traz pelos mais ativos e progressistas. Agrupamentos desses que passam o tempo ociosamente formam o que chamamos de “raças atrasadas”, enquanto os ativos, os atentos e os completamente despertos, que aproveitam a maior quantidade possível das oportunidades, são os pioneiros. Contrariamente à ideia comumente aceita, isso se aplica também àqueles engajados em trabalhos sistemáticos especialmente para algum propósito útil ou a criação de algo de valor (por exemplo, em qualquer tipo de empresa, na prestação de serviços, na agricultura, etc.). O fato de ganhar dinheiro é somente uma circunstância, um incentivo. Além desse aspecto, o trabalho deles é tão ou mais espiritual que o daqueles que passam seu tempo orando em prejuízo de um trabalho útil.
Do que foi dito, torna-se claro que o método de crescimento da alma, alcançado pelo processo da evolução, requer ação na vida física, seguido de um processo de reflexão no estado “post-mortem”, o qual se efetiva por um repassar repetidamente e muitas vezes casualmente ou lentamente, durante o qual as lições da vida são extraídas e completamente incorporadas à consciência do Ego, embora as experiências, em si mesmas, sejam esquecidas – do mesmo modo que esquecemos o nosso esforço quando aprendemos a tabuada, embora a faculdade de utilizá-la permaneça conosco.
Esse processo extremamente vagaroso e tedioso está perfeitamente de acordo com as necessidades da imensa maioria das pessoas; porém, há alguns que consomem inteira e normalmente as experiências fornecidas, exigindo, então, e merecendo um campo maior para utilizar suas energias. A diferença de temperamento é a responsável pela divisão desses grupos em duas classes.
Uma classe, guiada por sua devoção a Cristo, simplesmente segue os ditames do coração nos trabalhos deles de amor por seus semelhantes – índoles maravilhosas, tornam-se luzes de amor num mundo sofredor; nunca são movidas por motivos egoístas, mas estão sempre prontas a abdicar de seu conforto pessoal para ajudar os outros. Assim foram os santos; eles tanto trabalharam como rezaram; nunca se esquivando do dever e da oração. Não estão mortos hoje. A Terra seria um deserto estéril, apesar de toda a sua civilização, se eles não tivessem circulado pelo mundo com mensagens de perdão, iluminando a vida dos sofredores com a luz da esperança que irradia de seus semblantes amorosos. Se eles tivessem apenas o conhecimento possuído pela outra classe, certamente, não teriam ajudado tanto, incentivando e acompanhando juntos, os que buscam o caminho para o Reino.
A Mente é a característica predominante da outra classe. Com o objetivo de ajudar essa classe em seus esforços para obter o conhecimento, as Escolas de Mistérios foram inicialmente estabelecidas onde o drama do mundo estava sendo representado para fornecer à alma aspirante, enquanto estava admirada e repleta de interesse e atenção, respostas às perguntas sobre a origem e o destino da Humanidade. Uma vez ciente disso, era instruída na ciência sagrada de como ascender mais seguindo o método da natureza – que é Deus em manifestação – plantando a semente da ação, meditando sobre a experiência e incorporando a moral essencial para obter, finalmente, um crescimento anímico correspondente; também, por meio desse importante método, considerando o curso normal das coisas, se uma vida inteira for dedicada à semeadura e uma existência inteira “post-mortem” dedicada ao processo de repassar repetidamente e muitas vezes casualmente ou lentamente e à incorporação da substância anímica, então esse ciclo de mais ou menos mil anos[3] pode ser reduzido a um dia, como assegura a máxima mística: “Um dia é como mil anos e mil anos como um dia”[4]. Para ser mais explícito, seja qual for o trabalho executado em um único dia, se repassado repetidamente e muitas vezes casualmente ou lentamente à noite, antes de cruzarmos o ponto neutro entre o estado de vigília e o sono, pode ser incorporado à consciência do espírito como um valioso poder anímico. Quando esse exercício é executado fielmente, os pecados de cada dia, assim revistos, são realmente eliminados e a pessoa começa cada dia como se fosse uma nova vida, com um poder anímico adicional, obtido em todos os dias precedentes de sua vida de Probacionista[5].
Mas! – sim, há um grande “MAS”; a natureza não deve ser enganada; Deus não pode ser zombado. “O que o homem semear, isso colherá”[6]. Não devemos pensar que uma revisão superficial dos acontecimentos de um dia com, talvez, admitindo despreocupadamente ou sem seriedade: “gostaria de não ter feito isso”, ao rever uma cena em que tenhamos feito algo obviamente e perceptivelmente errado, nos salvará da punição retributiva futura. Quando, ao morrer, abandonamos o Corpo Denso e entramos no Purgatório e o panorama da nossa vida passada se desenrola em ordem inversa para nos mostrar, primeiro, os efeitos e depois as causas das nossas ações, sentimos em uma proporção intensificada a dor que causamos aos outros; e a menos que efetuemos nossos exercícios de um modo único em que vivamos todas as noites nosso inferno, sentindo aguda e criticamente toda a dor extrema – seja física ou psíquica, seja agonia ou sofrimento – que infligimos, esses exercícios de nada valerão. Da mesma forma, devemos nos esforçar para sentir, com a mesma intensidade, a gratidão pela bondade que recebemos dos outros e a aprovação pelo bem que tenhamos feito aos outros.
Somente assim estaremos realmente vivendo a existência “post-mortem” e avançando cientificamente em direção à Iniciação. O maior perigo do Aspirante, que está trilhando esse caminho, é que ele pode ficar enredado na armadilha do egotismo[7], e sua única proteção deve advir do cultivo das faculdades da fé, devoção e compaixão para com todos. É difícil, mas pode ser feito, e quando isto acontece, a pessoa se torna um maravilhoso poder para o bem no mundo.
Agora, se o Estudante ponderou bem os argumentos anteriores, provavelmente compreendeu – a natureza, a significância e o significado – da analogia entre o ciclo longo da evolução e os ciclos curtos ou degraus percorridos no Caminho da Preparação. Deve ficar bem claro que ninguém pode fazer esse trabalho “post-mortem” por nós e nos transmitir crescimento anímico resultante, assim como uma pessoa não pode comer o alimento físico de outra e lhe transmitir o sustento e o crescimento. Você acha contrário à natureza, à razão ou ao senso comum quando um sacerdote (seja de qualquer religião) oferece encurtar a permanência de uma alma no purgatório. Como, então, podemos acreditar que alguém possa – não importa quais as considerações feitas – antecipar e prevenir ou até considerar algumas existências purgatoriais desnecessárias para o nosso próprio benefício e transmitir a você, de uma vez só, o poder anímico que você mesmo deveria ter adquirido prosseguindo o curso normal da vida, até o dia que estivesse pronto para a Iniciação? Portanto, é isso que é: contrário à natureza, à razão ou ao senso comum a oferta para iniciar uma pessoa que ainda não está pronta para a Iniciação. Você deve ter o poder anímico necessário para a Iniciação, caso contrário, ninguém poderá lhe iniciar. Se você tiver esse poder, estará pronto graças aos seus próprios esforços, sem dever nada a ninguém, e pode solicitar a Iniciação como um direito que ninguém ousaria refutar ou deter. Se você não a possuísse e pudesse comprá-la, seria muito barato mesmo por vinte e cinco milhões de dólares, e a pessoa que a oferece por vinte e cinco dólares é tão ridícula como aquela que foi lograda. Por favor, lembre-se que se alguém se oferece para lhe iniciar em uma ordem ocultista, não importa se tem o nome de “Rosacruz” ou qualquer outro, exigindo pagamento (direta ou indiretamente) por uma taxa de Iniciação, imediatamente, o considere e o classifique como um impostor. Explicações de que a taxa será usada para comprar insígnias, etc., são outras evidências da natureza fraudulenta da ordem. Por tudo isso é dito que “a Iniciação, enfaticamente, não é uma cerimônia externa, mas uma experiência interna”. Posso acrescentar ainda que os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz no Templo Místico, onde eu recebi a Luz, deixou clara uma condição de que a ciência sagrada deles nunca deve ser negociada por dinheiro. Gratuitamente a recebi e gratuitamente fui exigido a dar. Tenho obedecido a esse preceito, tanto em espírito como em tudo o que escrevo, como é do conhecimento de todos que se relacionam com a Fraternidade Rosacruz.
Para obter um conhecimento detalhado e completo em todos os aspectos da profunda e abrangente significância do modo como o Sacramento da Comunhão foi instituído, é necessário considerar a evolução do nosso Planeta e a composição do ser humano, assim como a química dos alimentos e a sua influência sobre a Humanidade. A fim de elucidar melhor, nós recapitularemos sucintamente os Ensinamentos Rosacruzes e nos vários pontos envolvidos aqui. Isso foi fornecido amplamente no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” e em outros trabalhos nossos.
Os Espíritos Virginais, que hoje são a Humanidade, começaram sua peregrinação através da matéria na aurora dos tempos e, pelo atrito da existência concreta, seus poderes latentes puderam ser transmutados em energia cinética como um poder anímico utilizável. Três véus sucessivos de matéria, cada vez mais densa, foram adquiridos pelos Espíritos em evolução durante os Períodos de Saturno, Solar e Lunar. Assim, cada Espírito foi separado de todos os outros e a consciência, que não podia penetrar as paredes da prisão da matéria e se comunicar com os outros, foi forçada a se interiorizar e, ao fazê-lo, se descobriu A SI MESMA. Assim foi obtida a consciência de si mesmo.
Uma cristalização ulterior dos véus acima mencionados ocorreu no Período Terrestre durante as Épocas Polar, Hiperbórea e Lemúrica. Na Época Atlante, a Mente foi acrescentada como um ponto focal entre o Espírito e o corpo, completando a constituição do ser humano que ficou, então, equipado para conquistar o mundo e gerar força anímica pelo seu esforço e experiência, tendo individualmente vontade própria e livre-arbítrio, exceto quando limitado pelas leis da natureza e por suas próprias ações anteriores.
À medida que o ser humano em formação evoluía, grandes Hierarquias Criadoras guiavam os seus passos. Nada era deixado ao acaso. Até o alimento era escolhido, para que obtivesse daí o material necessário para construir os vários veículos de consciência necessários para realizar o processo do crescimento anímico. A Bíblia menciona essas várias etapas, embora coloque Nimrod em lugar errado ao fazê-lo simbolizar os reis da Atlântida que viveram antes do Dilúvio.
Na Época Polar, a matéria mineral pura tornou-se uma parte constituinte do ser humano. Assim, Adão foi feito de terra, isto é, quanto ao seu Corpo Denso.
Na Época Hiperbórea, o Corpo Vital foi acrescentado e assim sua constituição tornou-se semelhante à de uma planta, e Caim, o ser humano dessa época, viveu dos frutos do solo.
A Época Lemúrica presenciou a evolução de um Corpo de Desejos que fez o ser humano semelhante aos animais atuais. O leite, produto dos animais vivos, foi acrescentado à dieta humana. Abel era um pastor, mas em nenhum lugar consta que tenha matado um animal.
Naquele tempo, a Humanidade vivia inocente e pacificamente na atmosfera nebulosa que envolvia a Terra durante a última parte da Época Lemúrica, como está descrito no capítulo sobre o “Batismo”. Os homens eram como crianças sob os cuidados de um pai comum, até que receberam a Mente no início da Época Atlante. A atividade do pensamento desgasta o tecido que precisa ser reposto. Quanto mais baixo e mais materialista for o pensamento, maior será a destruição e mais premente a necessidade de albumina por meio da qual se efetuam reparos rápidos. Daí a necessidade, a mãe da invenção, de iniciar a repugnante prática de comer carne e, enquanto continuarmos com pensamentos voltados só para os negócios e puramente materialistas, temos que prosseguir usando nosso estômago como receptáculo de nossas vítimas: os corpos em decomposição dos animais assassinados. Contudo, como veremos mais adiante, a alimentação carnívora possibilitou-nos alcançar o maravilhoso progresso material no Mundo Ocidental, enquanto os vegetarianos hindus e chineses permaneceram num estado quase primitivo. É triste saber que eles serão forçados a seguir nossos passos e verter o sangue desses animais quando nós já tivermos acabado com esta prática bárbara, da mesma forma que acabamos com o canibalismo.
Quanto mais crescermos espiritualmente, mais nossos pensamentos se harmonizarão com o ritmo de nosso corpo, e menos albumina será necessária para reconstituir os tecidos. Consequentemente, uma dieta vegetariana preencherá nossas necessidades. Pitágoras pregou abstinência de vegetais aos alunos mais avançados por achar que eram ricos em albumina e reavivariam os apetites inferiores. Não vá o estudante concluir, apressadamente, que deve eliminar os vegetais de sua dieta. Muitos não estão ainda preparados para tais extremos, e nem mesmo aconselharíamos todos os estudantes a absterem-se totalmente da carne. A mudança deve vir de dentro. No entanto, verificamos que a maioria das pessoas come carne demais pensando que lhe faz bem. Mas isto é uma digressão, portanto, voltemos à evolução ulterior da Humanidade no que se relaciona ao Sacramento da Comunhão.
Quando a neblina densa que envolvia a Terra esfriou, condensou-se e inundou as diversas bacias, a atmosfera clareou e, em consequência dessa mudança atmosférica, houve uma adaptação fisiológica no ser humano. As fissuras em forma de brânquias, que haviam permitido que ele respirasse no ar denso carregado de água (que são vistas no feto humano até hoje), gradualmente se atrofiaram e sua função foi exercida pelos pulmões, com o ar puro entrando e saindo deles através da laringe. Isso permitiu que o Espírito, confinado pelo véu da carne, pudesse expressar-se em palavras e ações.
Foi nos meados da Época Atlante, que o Sol brilhou pela primeira vez sobre o SER HUMANO como o conhecemos hoje. Foi quando ele nasceu pela primeira vez no mundo. Até então, havia estado sob o controle absoluto das grandes Hierarquias espirituais, mudo, sem voz ou escolha no que se referia à sua educação, do mesmo modo que uma criança está agora sob o controle de seus pais.
Porém, no dia em que finalmente emergiu da atmosfera densa da Atlântida, quando contemplou pela primeira vez e claramente a silhueta das montanhas e os contornos nítidos da abóbada azul-celeste; quando se deparou com a beleza das charnecas, das campinas, das criaturas que se moviam, dos pássaros no ar, e viu seu semelhante, o ser humano; quando sua visão se tornou clara por não mais existir aquela obscuridade parcial da nebulosa que antes embaraçava a percepção e, acima de tudo, quando tomou conhecimento de SI MESMO como ser separado e à parte de todos os outros, brotou de seus lábios o grito glorioso e triunfante, “EU SOU”.
Agora, já possuía faculdades que o possibilitavam entrar na escola da experiência, o mundo fenomenal, como um agente livre para aprender as lições da vida, sem impedimentos, exceto pelas leis da natureza e pela reação de suas próprias ações anteriores, que se converteram em destino.
A dieta contendo um excesso de albumina proveniente da carne, com a qual se fartava, sobrecarregava seu fígado além de sua capacidade e obstruía o sistema, tornando-o moroso, obstinado e brutal. Assim, foi perdendo a visão espiritual que lhe revelava os anjos guardiães nos quais confiava, e viu somente as formas dos animais e dos homens. Os Espíritos, com os quais viveu em amor e fraternidade durante o início da Época Atlante, foram obscurecidos pelo véu da carne. Tudo era muito estranho e ele os temia.
Daí tornou-se necessário dar-lhe um novo alimento que pudesse ajudar seu Espírito a dominar as moléculas de carne altamente individualizadas (como é explicado no “O Conceito Rosacruz do Cosmos”; no capítulo sobre Assimilação), apoiá-lo na batalha do mundo e estimulá-lo em sua autoafirmação.
Assim como nossos corpos visíveis formados de componentes químicos desenvolvem-se somente com alimentos químicos, assim também é necessário o Espírito para atuar sobre o Espírito, para ajudar a dissolver a pesada substância proteica e estimular o decaído Espírito humano.
O emergir da Atlântida inundada, a liberação da Humanidade do governo absoluto dos visíveis guardiães sobre-humanos, sua colocação sob a Lei de Consequência e as Leis da Natureza, e a dádiva do VINHO são fatos descritos nas narrativas de Noé e Moisés, embora em relatos diferentes de um mesmo acontecimento.
Tanto Noé quanto Moisés conduziram seus prosélitos através da água. Moisés clama aos céus e à terra para que testemunhem que colocou diante deles a bênção e a maldição, exorta-os a escolher o bem ou arcar com as consequências de seus atos. Em seguida, deixa-os.
O fenômeno do arco-íris necessita que o Sol esteja perto do horizonte, quanto mais perto melhor, e requer uma atmosfera límpida e uma nuvem escura na parte oposta do céu. Sob tais condições, um observador que permanecer de costas para o Sol, poderá ver os raios deste astro refletidos através das gotas da chuva como um arco-íris. No início da Época Atlante, quando ainda não havia chuva e a atmosfera era uma névoa úmida e quente, através da qual o Sol parecia uma de nossas lâmpadas num dia de neblina, o fenômeno do arco-íris era uma impossibilidade. Só teve condições de aparecer quando a névoa se condensou em chuva, inundou as bacias da Terra e deixou a atmosfera clara como descrita na história de Noé, que assim aponta os ciclos da Lei de Alternância que trazem o dia e a noite, o verão e o inverno, em sequência invariável, à qual o ser humano está sujeito na época atual.
Noé cultivou a vinha e forneceu uma bebida alcoólica para estimular o ser humano. Dessa forma, equipado com uma constituição heterogênea, com uma dieta apropriada à ocasião e leis divinas para guiá-lo, o ser humano tornou-se responsável por suas próprias iniciativas na batalha da vida.
“… na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim”. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim”. Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha. Eis porque todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação. Eis porque há entre vós tantos débeis e enfermos e muitos morreram.” (ICor 11:23-30).
Nos trechos acima há um significado esotérico profundamente oculto que é particularmente obscuro na tradução inglesa, mas em alemão, latim e grego o Estudante Rosacruz ainda tem um indício do que realmente foi pretendido com essa última admoestação do Salvador a Seus Discípulos. Antes de examinar esse aspecto do assunto, vamos considerar primeiro as palavras: “em memória de Mim”. Estaremos, então, talvez em melhores condições para compreender o que significa o “cálice” e o “pão”.
Suponhamos que uma pessoa procedente de um lugar distante venha ao nosso país e viaje através dele, visitando vários lugares. Por toda parte verá pequenas comunidades se reunindo ao redor da Mesa do Senhor para celebrar esse rito mais sagrado para todos os Cristãos, e se perguntasse a razão de fazerem isso, as pessoas lhe responderiam que elas faziam isso em memória d’Aquele que viveu uma vida mais nobre do que qualquer um que já viveu nesta Terra; d’Aquele que foi a bondade e o amor personificados; d’Aquele que foi o servo de todos sem se preocupar em ganhar ou perder. Se esse estranho comparasse a atitude dessas comunidades religiosas aos domingos na celebração desse rito com as vidas deles durante o restante da semana, o que veria?
Cada um de nós sai para o mundo para batalhar pela existência. Sob a lei da necessidade, esquecemos o amor que deveria ser o fator principal nas vidas Cristãs. A mão de uma pessoa está sempre contra seu irmão ou sua irmã. Todos lutam por posição, riqueza e pelo poder que advém com esses atributos. Esquecemos na segunda-feira o que, reverentemente, relembramos no domingo e, em consequência, todo o mundo é digno de pena por isso. Fazemos, também, uma distinção entre “o pão e o vinho” que bebemos na chamada “Mesa do Senhor” e o alimento que comemos ou bebemos durante os intervalos entre o comparecimento à Comunhão. Porém, nada é mencionado nas Escrituras que justifique tal distinção, como qualquer um pode verificar mesmo na versão inglesa, que omite as palavras impressas em itálico inseridas pelos tradutores para dar o que pensavam ser o sentido da passagem. Pelo contrário, é-nos dito que tudo o que comermos, bebermos ou qualquer coisa que fizermos, deveria ser feito para a glória de Deus. Todos os nossos atos deveriam ser uma oração. A “ação de graças” superficial que fazemos às refeições é, na realidade, uma blasfêmia e o pensamento silencioso de gratidão Àquele que nos dá o pão de cada dia está longe de ser o suficiente. Quando lembramos, à cada refeição, que o alimento retirado da substância da Terra é o corpo do Espírito de Cristo que ali habita, que aquele corpo está sendo repartido para nós diariamente, podemos compreender apropriadamente a bondade amorosa que O impele a Se dar por nós; por isso vamos, também, relembrar que não há um momento, dia ou noite, que Ele não esteja sofrendo por estar aprisionado a esta Terra. Portanto, quando comemos e percebemos a verdadeira situação, de fato estamos proclamando a morte do Senhor Cristo, cujo espírito está gemendo e labutando, esperando pelo dia da libertação, quando não haverá necessidade de uma envoltura tão densa como a que necessitamos agora.
Mas há um outro mistério, maior e mais maravilhoso ainda, oculto nessas palavras de Cristo. Richard Wagner, com a rara intuição do gênio do músico, percebeu essa ideia quando, sentado em meditação à beira do Lago de Zurique numa Sexta-Feira Santa, sentiu brotar em sua Mente um pensamento: “Que conexão há entre a morte do Salvador e os milhões de sementes que germinam na terra nessa época do ano?”. Se meditarmos sobre aquela vida que anualmente brota na primavera, vemo-la como algo gigantesco e inspirador; uma intensidade enorme de vida que transforma o globo, de um momento próximo à morte congelante a uma vida rejuvenescida, em um curto espaço de tempo; e a vida que assim se propaga nos brotos de milhões e milhões de plantas é a vida do Espírito da Terra.
Dela vem tanto o trigo como a uva. Esses representam o corpo e o sangue do aprisionado Espírito da Terra, incumbido de sustentar a Humanidade durante a presente fase da evolução dela. Nós repudiamos a argumentação daqueles que alegam que o mundo tem a obrigação de lhes dar uma vida boa, sem que eles se esforcem e onde não tenham nenhuma responsabilidade material da parte deles; no entanto, nós insistimos que há uma responsabilidade espiritual conectada com “o pão e o vinho” servidos na Última Ceia do Senhor: devem ser ingeridos dignamente, caso contrário, causarão problemas de saúde e até mesmo a morte. Superficialmente lido, poderá parecer um conceito forçado, porém, quando meditamos à luz do esoterismo, examinando outras traduções da Bíblia e observando as condições atuais do mundo, veremos que não é assim tão forçado.
Retornemos ao momento na Evolução em que o ser humano vivia sob a guarda dos Anjos, construindo, inconscientemente, o Corpo que agora ele usa. Isso foi na antiga Época Lemúrica. Era necessário um cérebro para evolução do pensamento e uma laringe para expressão verbal desse mesmo pensamento. Portanto, metade da força criadora foi dirigida para cima e usada pelo ser humano para formar esses órgãos. Por isso, a Humanidade se tornou separada em sexos masculino e feminino, e foi forçada a procurar um complemento quando foi necessário criar um outro novo Corpo Denso e um Corpo Vital para servir como um instrumento numa fase mais elevada da evolução.
Enquanto o ato do amor era consumado sob a sábia custódia dos Anjos, a existência do ser humano estava livre de angústias e tristezas profundas, e de dores e da morte. Mas quando, sob a tutela dos Espíritos Lucíferos, ele comeu da Árvore do Conhecimento e perpetuou a raça, sem levar em conta as linhas de forças interplanetárias, transgrediu a lei e os Corpos assim formados se cristalizaram excessivamente e se tornaram sujeitos à morte, de uma maneira muito mais perceptível do que haviam estado até então. Por isso, foi forçado a criar Corpos novos mais frequentemente, à medida que seu período de vida aqui se encurtava. Os guardiães celestiais da força criadora expulsaram o ser humano do jardim de amor para o deserto do mundo, e ele se tornou responsável por suas ações sob a lei cósmica que governa o universo. Desde então, por um longo tempo, o ser humano continua essa luta difícil e esgotante para conseguir sua própria salvação, e a Terra, em consequência disso, se cristalizou cada vez mais.
Hierarquias divinas, incluindo o Espírito de Cristo, trabalharam sobre a Terra externamente, assim como o Espírito-Grupo guia os animais sob sua proteção; mas, como diz São Paulo tão corretamente: “Ninguém pode ser justificado sob a lei, pois sob ela todos pecaram e todos devem morrer”[8]. Não há no antigo pacto nenhuma esperança além da presente, salvo um presságio de alguém que há de vir e que restaurará o agir de acordo com a Lei Divina, livre de culpa ou pecado. Por isso, São João proclama que a lei foi dada por Moisés e a graça veio por meio de Cristo[9]. Mas, o que é a graça? Ela pode trabalhar contra a lei e revogá-la completamente? Certamente não. As Leis de Deus são imutáveis e firmes, ou o universo se tornaria um caos. A lei de gravidade mantém nossas casas em posição relativa às outras casas e por isso, quando saímos delas sabemos, com certeza, que as encontraremos no mesmo lugar ao retornarmos. Pelo mesmo princípio, todas as outras divisões no universo estão sujeitas a leis imutáveis.
Assim como a lei, separada do amor, originou o pecado, assim também a lei temperada com amor é a graça. Tomemos um exemplo de nossas condições sociais concretas: temos leis que decretam uma certa penalidade para uma ofensa específica e, quando a lei é observada, chamamos isso de justiça. Porém, a longa experiência está começando a nos ensinar que justiça, pura e simples, é como os dentes do dragão Colchian[10] que gera disputas e lutas cada vez maiores. O chamado criminoso permanece criminoso e se torna cada vez mais embrutecido pelas penalidades da lei; mas, quando um regime menos rigoroso, nos tempos atuais, permite que a sentença imputada àquele que transgrediu a lei seja suspensa, então ele estará sob a graça e não sob a lei. Também, o Cristão que procura seguir os passos do Mestre é emancipado da lei do pecado pela graça, desde que abandone o caminho do pecado.
Esse foi o pecado dos nossos progenitores na antiga Época Lemúrica que eles espalharam suas sementes independentemente da lei e sem o amor. Mas é o privilégio do Cristão se redimir pela pureza da sua vida, em memória do Senhor. São João diz: “Sua semente permanece nele”[11] e esse é o significado oculto do “pão e vinho”. Na versão inglesa lemos simplesmente: “Esse é a taça do Novo Testamento”, mas no alemão, a palavra que designa cálice é “Kelch” e em latim é “Calix”[12], ambas significando a parte externa que envolve a semente da flor. Em grego temos um significado mais sutil ainda, não expresso em outras línguas, na palavra “poterion”, um significado que se torna evidente quando consideramos a etimologia da palavra “pot”. Isso nos fornece, imediatamente, a mesma ideia de cálice ou “calix” – um receptáculo; e verbo latino “potare” (beber) também mostra que a “taça” é um receptáculo capaz de reter um líquido. As palavras inglesas “potente” e “impotente”, designando possuir ou ter falta da força viril, mostra o significado dessa palavra grega que indica a evolução do “homem para um super-homem”.
Já vivemos existências semelhantes ao mineral, à planta e ao animal, respectivamente, antes de nos tornarmos humanos como o somos hoje e, diante de nós existem ainda outras evoluções até nos aproximarmos cada vez mais do Divino. Prontamente aceitamos como verdade e válido que são nossas paixões animais que nos retêm no caminho da realização; a natureza inferior está constantemente em luta com o “eu superior”. Isso acontece, pelo menos, com os que já experimentaram um despertar espiritual; uma guerra está sendo travada silenciosamente no interior e pior seria se isso fosse reprimido. Goethe[13], com arte magistral, exprimiu esse sentimento nas palavras de Fausto, a alma aspirante, ao se dirigir a seu amigo materialista, Wagner:
“Por um só impulso tu estás possuído,
Inconsciente do outro permaneces, ainda não o tens sentido.
Duas almas, oh! moram dentro do meu peito,
E aí lutam por um indivisível reino;
Uma aspira pela terra, com vontade apaixonada
Às íntimas entranhas ainda está ligada.
Acima das névoas, a outro aspira, de certeza,
Com ardor sagrado por esferas onde reine a pureza”.
Foi o conhecimento dessa necessidade absoluta de castidade (exceto quando o objetivo é a procriação) por parte daqueles que já haviam tido um despertar espiritual, que inspirou as palavras de Cristo e o Apóstolo Paulo exprimiu uma verdade esotérica quando disse que aqueles que tomam a comunhão sem viver a vida, estão em perigo de doença e morte. Assim como, sob uma tutela espiritual, a pureza de vida pode elevar o Discípulo de uma maneira maravilhosa, assim também a falta de castidade produz um efeito muito maior sobre os Corpos mais sensibilizados do que sobre aqueles que estão ainda sob a lei e não se tornaram participantes da graça, pelo cálice da Nova Aliança.
Tendo estudado a significância esotérica das festividades Cristãs, tais como a do Natal e a da Páscoa, e tendo também estudado a doutrina da Imaculada Concepção, agora podemos dedicar a nossa atenção ao significado interno dos Sacramentos da igreja que são ministrados a cada pessoa em todos os países Cristãos, desde o berço até o túmulo, e que fazem parte de todos os momentos importantes da vida de um Cristão.
Assim que ele inicia a jornada da vida, a igreja o admite em seu meio pelo rito do Batismo, que lhe é concedido quando ele ainda não é responsável por si mesmo; mais tarde, quando sua mentalidade já está um pouco mais desenvolvida, ele ratifica aquele pacto e é admitido na Comunhão, em que o pão é partido e o vinho é bebido em memória do Fundador da nossa fé. Mais adiante, ele se depara com o sacramento do Matrimônio e, finalmente, quando seu caminhar na Terra expira e o Espírito, novamente, se retira e retorna para o céu, de onde se originou, o corpo terreno é entregue ao pó, de onde veio, acompanhado pelas bênçãos da igreja.
Em alguns movimentos Protestantes, o espírito do protesto é desenfreado ao extremo e os discordantes erguem suas vozes se rebelando contra a arrogância ilusória dos Católicos e desaprovam os Sacramentos, qualificando-os como meras fantasias, ridículos e hipócritas. Em consequência dessa atitude, essas funções se tornaram de pouco ou nenhum efeito na vida da comunidade; dissensões surgiram entre os próprios responsáveis pelas igrejas e várias seitas se formaram e se afastaram da congregação apostólica original.
Apesar de todos os protestos, as várias doutrinas e os Sacramentos da igreja são, contudo, as próprias pedras angulares no arco da evolução, pois inculcam moralidade da mais sublime, nobre e elevada natureza, e até mesmo cientistas materialistas, como Husley[14], admitiram que, enquanto a autoproteção promove “a sobrevivência do mais forte” no Reino Animal e é, consequentemente, a base da evolução animal, o autossacrifício é o princípio sustentador do progresso humano. Quando isso é o caso entre os simples mortais, nós podemos muito bem acreditar que assim deva ser, também, em extensão muito maior, no Autor Divino do nosso ser.
Entre os animais, a força é um direito, mas nós reconhecemos que os fracos reivindicam a proteção dos fortes. A borboleta põe seus ovos no lado de baixo de uma folha verde e os abandona sem se importar com o bem deles. Nos mamíferos, o instinto materno é fortemente desenvolvido e vemos a leoa cuidando dos seus filhotes e pronta para defendê-los com sua própria vida; mas, somente quando o Reino Humano é alcançado, é que o pai começa a desempenhar plenamente a sua responsabilidade como alguém que ampara, que sustenta, que educa e que ajuda a criança a se desenvolver. Entre os selvagens, o cuidado com os filhos praticamente termina quando esses já são capazes fisicamente de se cuidarem sozinhos, mas, quanto mais ascendemos em civilização, mais o jovem recebe cuidados de seus pais e maior esforço é despendido na sua educação mental, para que, quando alcançar a maturidade, a batalha pela vida possa ser travada com mais vantagens do ponto de vista mental do que do físico; quanto mais avançamos no caminho da evolução, mais desenvolvemos o poder da Mente sobre a matéria. Pelo autossacrifício cada vez mais prolongado dos pais, a Onda de Vida humana vai se tornando cada vez mais com uma sensibilidade aguçada e fino discernimento e o que perdemos em rudeza material, ganhamos em percepção espiritual.
À medida que essa faculdade cresce e se torna cada vez mais forte e mais desenvolvida, o desejo ardente do Espírito, encerrado dentro desse Corpo Denso, busca mais intensamente a compreensão do lado espiritual do seu desenvolvimento. Wallace[15] e Darwin[16], Huxley e Spencer[17] apontaram como a evolução da forma é realizada na natureza; Ernest Haeckel[18] tentou resolver o enigma do universo, mas nenhum deles pôde explicar, satisfatoriamente, o Autor Divino daquilo que vemos. A grande deusa, a Seleção Natural, está sendo abandonada ou deixada de lado por um após o outro de seus defensores à medida que os anos passam. Mesmo Haeckel, o eminente materialista, em seus últimos anos demonstrou uma ansiedade quase histérica para achar um lugar para Deus em seu sistema, e o dia virá, em um futuro não muito longínquo, quando a ciência se tornará tão religiosa quanto a própria Religião. A igreja, por outro lado, embora ainda extremamente conservadora, está, entretanto, pouco a pouco abandonando o seu dogmatismo autocrático e se tornando mais científica em suas explicações. No devido tempo, veremos a união da ciência e da Religião como existia nos antigos templos de mistérios e, quando isso acontecer, as doutrinas e Sacramentos da igreja estarão fundamentadas em leis cósmicas imutáveis, tão importantes quanto a lei da gravidade que mantém os Planetas em marcha nos seus trajetos ao redor do Sol. Assim como os pontos dos Equinócios e Solstícios são marcos decisivos no caminho cíclico de um Planeta, marcados por festividades como o Natal e a Páscoa, assim também o nascimento no Mundo Físico, a admissão na igreja, a cerimônia do matrimônio e, finalmente, a partida da vida física, são marcos no caminho cíclico do Espírito humano ao redor de sua fonte central – Deus – e são caracterizados pelos Sacramentos do Batismo, da Comunhão, do Matrimônio e da Extrema Unção.
Consideraremos agora o rito do Batismo. Muito foi dito pelos dissidentes contra a prática de se levar uma criança, no seu primeiro período de vida, para a igreja e prometer, em seu nome, uma vida religiosa. Discussões inflamadas quanto ao aspergir da água versus o mergulhar na água resultaram em divisões de igrejas. Se quisermos obter a noção verdadeira do Batismo, temos que retroceder aos princípios da história da Onda de Vida humana, como está gravada na Memória da Natureza. Tudo que já aconteceu está indelevelmente gravado no Éter, do mesmo modo que uma cena cinematográfica está impressa sobre uma película, e essa mesma cena pode ser reproduzida sobre uma tela a qualquer momento. As imagens na Memória da Natureza podem ser vistas por um Clarividente treinado, mesmo que milhões de anos já tenham passados desde que as cenas lá retratadas foram promulgadas na vida.
Quando consultamos aquele incontestável registro, observamos que houve um tempo em que a nossa Terra saiu do Caos, escura e não organizada regularmente em forma ou ordem, como diz a Bíblia. As correntes desenvolvidas pelos agentes espirituais nessa massa nebulosa geraram calor, e a massa se inflamou quando Deus pronunciou: “Faça-se a luz”[19]. O calor da massa ígnea e o espaço frio que a circundava geraram um líquido difundido ou condensado em quantidade relativamente pequena; a névoa incandescente ficou cercada por água que fervia, e o vapor foi projetado na atmosfera; então, “Deus dividiu as águas… das águas…”[20] – a água densa que estava mais próxima da névoa incandescente do vapor (que é água em suspensão), como está relatado na Bíblia.
Quando a água contendo sedimento é fervida repetidamente, uma crosta é formada e, similarmente, a água que circundava nosso Planeta finalmente formou uma crosta ao redor do centro ígneo. A Bíblia nos informa, mais adiante, que uma névoa subiu do solo, e podemos muito bem imaginar como aquele líquido difundido ou condensado em quantidade relativamente pequena foi gradualmente se evaporando do nosso Planeta naqueles dias longínquos.
Os mitos antigos são, atualmente e em geral, tidos como superstições, mas, na realidade, cada um deles contém uma grande verdade espiritual em símbolos pictóricos. Essas histórias fantásticas foram dadas à Humanidade infantil para ensiná-la lições morais que seus intelectos recém-nascidos não estavam, ainda, preparados para receber. Ela era ensinada por meio de mitos – do mesmo modo que ensinamos nossas crianças por meio de livros com ilustrações e fábulas – lições além de sua compreensão intelectual.
Uma das mais famosas histórias desse gênero é “O Anel dos Niebelungos[21]”, que nos fala de um maravilhoso tesouro escondido sob as águas do Reno[22]. Era uma massa de ouro em seu estado natural. Colocada sobre um alto rochedo, iluminava todo o cenário submarino, onde as Ninfas[23] se exibiam inocentemente em alegres brincadeiras. Porém, um dos Niebelungos, levado pela cobiça, roubou o tesouro, tirou-o da água e fugiu. Entretanto, era impossível para ele dar forma a essa massa, se não renunciasse ao amor. Então, ele o transformou num anel que lhe deu poder sobre todos os tesouros da Terra, mas, ao mesmo tempo, isso deu início a dissenções e conflitos. Por sua causa, amigo traiu amigo, irmão matou violentamente irmão, e em todos os lugares causou opressão, tristeza e angústias profundas, pecado e morte, até que, finalmente, foi devolvido ao elemento aquoso e a Terra se consumiu em chamas. Contudo, mais tarde, como uma nova fênix[24] das cinzas da velha ave, um novo céu e uma nova Terra se ergueu onde a retidão foi restabelecida.
Essa antiga história popular nos fornece uma maravilhosa imagem da evolução humana. O nome Niebelungen é derivado das palavras alemãs nebel (que significa névoa), e ungen (que significa filhos). Assim, a palavra Niebelungen significa filhos da névoa e refere-se ao tempo em que a Humanidade vivia na atmosfera nublada que circundava nossa Terra, no estágio de desenvolvimento anteriormente mencionado. Ali, a Humanidade infantil vivia numa grande fraternidade, inocente de todo o mal como um bebê de hoje, e iluminada pelo Espírito Universal, simbolizado pelo Ouro do Reno, que irradiava sua luz sobre as Ninfas de nossa história. Contudo, com o tempo, a Terra foi ficando cada vez mais fria, a neblina se condensou, a água inundou as depressões da terra, a atmosfera clareou, os olhos do ser humano foram abertos e ele se percebeu como um Ego separado. Então, o Espírito Universal de amor e solidariedade foi posto de lado pelo egoísmo e interesse próprio.
Esse foi o desenrolar do roubo do Ouro do Reno e a tristeza e angústia profundas, o pecado, a discórdia, a traição e o assassinato substituíram o amor infantil que existia entre a Humanidade daquele estado primitivo, quando ela habitava naquela atmosfera aquosa tempos atrás. Gradualmente essa tendência está se tornando cada vez mais marcante e a maldição do egoísmo cresce mais e mais visivelmente. “A desumanidade do homem para com homem”[25] pesa como uma mortalha sobre a Terra e deve, inevitavelmente, trazer a destruição das condições existentes. Toda a criação está gemendo e labutando, esperando pelo dia da redenção, e a Religião Ocidental faz soar a palavra-chave do caminho da realização, quando nos exorta a amar nosso próximo como amamos a nós mesmos; dessa forma, o egotismo – o amor exagerado pela própria personalidade – será revogado pela fraternidade universal e pelo amor.
Portanto, quando uma pessoa é admitida na igreja, que é uma instituição espiritual onde o amor e a fraternidade são as molas principais da ação, é conveniente colocá-la sob as águas do batismo, como símbolo da condição da inocência infantil e do amor que prevaleceram quando a Humanidade habitava sob a neblina naquele período longínquo. Naquele tempo os olhos do ser humano infantil ainda não haviam sido abertos para as vantagens materiais deste mundo. A pequena criança que é trazida para a igreja ainda não está desperta para o poder de atração ou da fascinação da vida, e outros se propõem a guiá-la para lhe proporcionar uma existência santa e proveitosa, porque a experiência adquirida desde o Dilúvio nos ensinou que o amplo caminho do mundo está coberto de dor, tristeza e angústia profundas e decepções; que só pelo caminho reto e estreito podemos escapar da morte e entrar na vida eterna.
Portanto, vemos que há uma significância maravilhosamente profunda e mística por trás do Sacramento do Batismo; que é para nos lembrar das bênçãos que caem sobre aqueles que são membros de uma fraternidade, em que o interesse próprio é colocado em segundo plano e o serviço ao próximo é a palavra-chave e a mola propulsora da ação. Enquanto estamos no mundo, o serviço é o que temos de melhor para dominar os outros com sucesso. Na igreja, temos a definição de Cristo: “Aquele que quiser ser o maior entre vós, seja o servo de todos”[26].
Quando despojados das coisas não essenciais, os argumentos da Religião Cristã ortodoxa podem ser resumidos conforme abaixo.
Primeiro: que tentados pelo demônio, nossos primeiros pais pecaram e foram exilados do estado anterior deles de bem-aventurança celestial, postos sob a lei, sujeitos à morte, ficando incapazes de se libertarem disso por seus próprios esforços.
Segundo: que Deus amou tanto o mundo que Ele enviou Cristo, Seu único Filho gerado, para a redenção do mundo e para estabelecer o Reino dos Céus. Assim, a morte será finalmente absorvida pela imortalidade.
Essa simples crença tem provocado o sorriso dos ateus e dos puramente intelectuais que estudaram filosofias transcendentais com suas sutilezas de lógica e argumentação; e até mesmo de alguns Estudantes dos Ensinamentos dos Mistérios Ocidentais.
Tal atitude mental é inteiramente gratuita. Deveríamos saber que os líderes divinos da Humanidade não permitiriam que milhões de pessoas continuassem em erro por milênios. Quando os Ensinamentos dos Mistérios Ocidentais se despojam de suas explicações excessivas e das suas descrições detalhadas, e quando seus ensinamentos básicos são expostos, vemos que estão em exata concordância com os ensinamentos Cristãos ortodoxos.
Houve, sim, um tempo em que a Humanidade vivia em um estado livre de pecado, quando a tristeza profunda, a dor e a morte eram desconhecidas. Nem o tentador pessoal do Cristianismo é um mito, pois podemos seguramente dizer que os Espíritos Lucíferos são os Anjos caídos, e a tentação que eles exercem na Humanidade resultou na focalização da consciência do ser humano na fase material da existência, em que ele está sob a lei da decrepitude e da morte. Igualmente verdadeira é a missão de Cristo no auxílio à Humanidade, elevando-a a um estado mais etérico, em que a morte aqui não mais será necessária para livrá-la dos veículos que se tornaram muito pesados para uso futuro. O que temos agora é um “corpo de morte”, no qual só uma ínfima quantidade de material está realmente viva, visto que parte de seu volume é matéria nutriente que ainda não foi assimilada e a outra grande parte já está no caminho para ser eliminada, e somente entre esses dois polos é que pode ser encontrado o material que é totalmente vivificado pelo Espírito.
Em outros capítulos consideramos o Sacramento do Batismo e da Comunhão, Sacramentos esses que estão muito ligados ao Espírito. Procuremos, agora, compreender o lado mais profundo do Sacramento do Matrimônio, que tem a ver, particularmente com o corpo. Como os outros Sacramentos, a instituição do matrimônio teve seu começo e, também, terá seu fim. Seu início foi descrito por Cristo quando Ele disse: “Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher?” e que disse: “Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne?”(Mt 19:4-6). Pelo que Ele indicou também o fim do matrimônio ao dizer: “Com efeito, na ressurreição, nem eles se casam e nem elas se dão em casamento, mas são todos como os Anjos no céu.” (Mt 22:30).
Sob essa luz, a lógica do ensinamento é evidente, pois o matrimônio se tornou necessário para que o nascimento pudesse proporcionar novos instrumentos para substituir os que foram desfeitos pela morte; e quando a morte for absorvida pela imortalidade e não houver necessidade de prover novos instrumentos, o matrimônio será, também, desnecessário.
A ciência, com admirável audácia, tem tentado resolver o mistério da fecundação e já desvendou como a invaginação[27] se processa dentro das paredes do ovário; como o pequeno óvulo é formado na reclusão de sua cavidade escura; como emerge daí e entra na trompa de Falópio; como é penetrado pelo espermatozoide do macho e como o núcleo de um corpo humano se completa. Supõe-se que assim seja “a fonte e a origem da vida”! Mas a vida não tem começo e nem fim, e o que a ciência erradamente considera a fonte da vida é, na realidade, a fonte da morte, pois tudo que vem do útero está destinado, mais cedo ou mais tarde, a terminar no túmulo. A festa do matrimônio, que prepara para o nascimento, ao mesmo tempo provê o alimento para a insaciável garra da morte, e enquanto o matrimônio for necessário para a geração e o nascimento, a desintegração e a morte devem ser os resultados inevitáveis. Portanto, é de suma importância conhecer a história do matrimônio, suas leis e atividades envolvidas, a duração dessa instituição e como pode ser transcendida.
Quando obtivemos nossos Corpos Vitais na Época Hiperbórea, o Sol, a Lua e a Terra ainda estavam unidos e as forças solares-lunares permeavam cada ser em proporção igual, de maneira que todos eram capazes de perpetuar sua espécie por meio de brotos e esporos como fazem certas plantas atualmente. Os esforços do Corpo Vital para suavizar o Corpo Denso e conservá-lo vivo, em nada interferia nele e esses corpos primitivos, semelhantes à planta, viviam por muito tempo. Mas o ser humano era inconsciente e estacionário como uma planta; não fazia nenhum esforço, nem se empenhava nisso. O acréscimo de um Corpo de Desejos forneceu o incentivo e desejo, e a consciência resultou da luta entre o Corpo Vital, que constrói, e o Corpo de Desejos, que destrói o Corpo Denso.
Assim, a dissolução se tornou apenas uma questão de tempo, principalmente porque a energia construtiva do Corpo Vital foi também dividida, posto que uma parte ou polo foi usada nas funções vitais do corpo e a outra serviu para substituir o veículo destruído pela morte. Mas, como os dois polos de um ímã ou dínamo são necessários para a manifestação, assim também dois seres unissexuais se tornaram necessários para a geração; dessa forma, o matrimônio e o nascimento foram necessariamente instituídos para compensar o efeito da morte. A morte, então, é o preço que pagamos pela consciência no mundo atual; o matrimônio e os repetidos nascimentos são nossas armas contra a morte, até que a nossa constituição seja alterada e que nos tornemos como os Anjos.
Preste bastante atenção aqui: isso não quer dizer que vamos nos tornar Anjos, mas que vamos ser como os Anjos; eles são a Humanidade do Período Lunar; eles pertencem a uma corrente de evolução totalmente diferente da nossa, tão diferente como os espíritos humanos o são dos animais atuais. São Paulo diz, em sua Epístola aos Hebreus, que o ser humano foi feito por pouco tempo inferior aos Anjos[28]; o ser humano desceu mais baixo na escala de materialidade durante o Período Terrestre, enquanto os Anjos nunca habitaram um globo mais denso que o Éter. Da mesma maneira que construímos nossos corpos com os constituintes químicos da Terra[29], os Anjos constroem os seus corpos de Éter[30]. Essa substância é o caminho direto de todas as forças de vida, e quando o ser humano conseguir se tornar como os Anjos e aprender a construir seu corpo de Éter, naturalmente, não haverá mais morte e nem a necessidade do matrimônio para promover os nascimentos.
Porém, considerando o matrimônio sob outro ponto de vista, reconhecendo-o como uma união de almas, ao invés de uma união de sexos, entramos em contato com o maravilhoso mistério do Amor. Logicamente, a união dos sexos deve servir para perpetuar a Onda de Vida humana aqui, mas o verdadeiro matrimônio é também um companheirismo de almas que transcende o sexo completamente. Aqueles que realmente forem capazes de encontrar esse elevado plano de intimidade espiritual, alegremente, oferecem seus corpos como sacrifícios vivos sobre o altar do Amor ao Não Nascido, atraindo amorosamente um Espírito que está esperando para renascer em um corpo imaculadamente concebido. Assim, a Humanidade poderá ser salva do reinado da morte.
Isso manifesta-se facilmente à compreensão tão logo consideremos a ação não áspera, nem severa nem violenta do Corpo Vital em contraste com o do Corpo de Desejos num período curto e repentino de raiva descontrolada, quando se diz que uma pessoa “perdeu o controle de si mesma”. Sob tais condições, os músculos se tornam tensos e a energia nervosa é gasta em grau suicida, de maneira que, depois de tal explosão, o Corpo Denso pode ficar prostrado, algumas vezes, por várias semanas. O mais árduo trabalho não traz a fadiga proporcionada por um período curto e repentino de raiva descontrolada; do mesmo modo, uma criança concebida sob paixão, sob as tendências cristalizantes da natureza do desejo terá, certamente, uma existência curta aqui, e é um fato lamentável que a duração de vida aqui seja, atualmente, quase um contrassenso; em vista da espantosa mortalidade infantil, devíamos chamá-la de brevidade de existência.
As tendências construtivas do Corpo Vital, que é o veículo do amor, não são tão facilmente consideradas, porém, essa observação prova que a satisfação prolonga a vida daquele que cultiva essa qualidade e, seguramente, podemos concluir que uma criança concebida sob condições de harmonia e amor tem uma maior possibilidade de ser bem-sucedida na vida do que aquela concebida sob condições de raiva, de embriaguez e de paixão.
De acordo com o Gênesis foi dito à mulher: “na dor darás à luz filhos”[31] e sempre foi um delicado enigma para aqueles que comentam a Bíblia explicar que conexão lógica pode existir entre o ato de comer uma fruta e as dores do parto. Mas, quando compreendemos as castas referências da Bíblia ao ato de geração, a conexão é facilmente percebida. Enquanto uma mulher negra, que vive no interior da África, ou uma mulher índia, que ainda vive no seu ambiente natural – ambas possuidoras de corpos menos sensíveis – dão à luz e voltam logo aos seus trabalhos no campo, a mulher ocidental, que vive nas cidades ou nas vilas, tendo um corpo mais sensível e de temperamento mais nervoso, a cada ano que passa acha mais difícil desempenhar a tarefa da maternidade, embora auxiliada pelas melhores e mais sofisticadas ajudas científicas.
As razões que contribuem para isso são várias: em primeiro lugar, enquanto insistimos em selecionar os nossos cavalos e gado para a reprodução, enquanto insistirmos no pedigree dos nossos animais para que possamos obter a melhor linhagem – a fim de melhorar a espécie, promovendo corpos mais sadios, mais altivos –, não agimos com tanto cuidado com respeito à escolha de um pai ou uma mãe para nossos filhos. Unimo-nos por impulso e depois nos lastimamos e nos arrependemos, auxiliados por leis que tornam muito fácil entrar ou sair dos laços sagrados do Matrimônio. As palavras pronunciadas pelos padres, pastores ou juízes são tomadas como permissão para uma indulgência sem limites, como se qualquer lei feita pelo ser humano pudesse permitir a contravenção da lei de Deus. Enquanto os animais se cruzam somente em certas épocas do ano e a mãe não é molestada durante o período de gravidez, o mesmo não acontece com a Onda de Vida humana.
Tendo em vista esses fatos, não é de estranhar que encontremos tanto medo da maternidade e já não é tempo de solucionar esse problema por meio de uma relação mais sã entre os cônjuges? A astrologia revelará o temperamento e as tendências de cada ser humano; ela capacitará duas pessoas a combinarem suas personalidades de tal maneira que uma vida de amor possa ser vivida, e indicará os períodos em que as linhas de força interplanetárias estão mais propícias para um parto sem dor. Assim, a astrologia nos permite tirar das entranhas da natureza crianças nascidas do amor, capazes de viver longas vidas com excelente saúde. Finalmente, chegará o dia em que esses corpos serão feitos com tal perfeição em sua pureza etérica, que perdurarão do começo ao fim da próxima Era, tornando assim supérfluo o matrimônio.
Mas, se nós podemos amar agora, quando nos vemos um ao outro “obscuramente, como por espelho”, através da máscara da personalidade e do véu da incompreensão, então mais convictos estaremos de que o amor da alma para alma, purificado da paixão no crisol do sofrimento, será nossa joia mais preciosa e brilhante no céu, assim como o peso de sua sombra está agora na Terra.
Alguns dos nossos Estudantes Rosacruzes já foram esclarecidos sobre o pecado imperdoável, e como esse assunto tem uma certa ligação relativa ao matrimônio, o primeiro considerado um sacrilégio e o segundo, um sacramento, será melhor elucidar essa matéria sob um ponto de vista diferente daquele anteriormente abordado em nossa literatura.
Inicialmente, vejamos o significado de um sacramento e porque os Ritos do Batismo, da Comunhão, do Matrimônio e da Extrema Unção são apropriadamente assim chamados; então, estaremos numa posição para compreender o porquê de um sacrilégio ser imperdoável.
Os Rosacruzes ensinam, embora com mais detalhes, a mesma doutrina que São Paulo pregou no décimo quinto Capítulo da Primeira Carta aos Coríntios, começando no trigésimo quinto Versículo, quando diz que além do “corpo de carne e sangue”, temos um Corpo-Alma, um soma psuchicon (mal traduzido para corpo “natural”), e um “corpo espiritual”; que cada um desses Corpos cresce de um Átomo-semente diferente e que há três estágios de desenvolvimento para Adão ou o ser humano. O primeiro Adão foi tirado da terra e não tinha vida senciente. A alma foi acrescentada ao segundo Adão; por isso, ele tinha uma vida interior, como um fermento trabalhando para promovê-lo de um torrão de terra à Deus. Quando o potencial da alma extraído do corpo físico tiver sido elevado ao espiritual, o último Adão se tornará um espírito dador de vida, capaz de transmitir o impulso da vida diretamente a outros, do mesmo modo que a chama de uma vela pode ser passada para muitas outras sem diminuir a magnitude da luz original.
Entretanto, o germe para nosso corpo terrestre tinha que ser apropriadamente colocado em solo frutífero para o crescimento de um veículo adequado e, desde o início, foram fornecidos órgãos geradores para alcançar esse propósito. Está declarado no Livro do Gênesis (1:27) que os Elohim os criaram macho e fêmea. As palavras em hebreu são “sacre va n’cabah”. Esses são os nomes dos órgãos sexuais. Traduzido literalmente, sacr significa “portador do germe”. Assim, o casamento é um sacr-amento, pois abre o caminho para transmissão de um Átomo-semente físico do pai para a mãe, e tende a preservar a Onda de Vida aqui contra as devastações da morte. O Batismo, como um Sacramento, significa a força ou o impulso germinal que empreende a realização, com energia e entusiasmo, da alma para a vida superior. A Sagrada Comunhão, na qual partilhamos do pão (feito da semente de plantas castas) e do vinho (o cálice simbolizando o pistilo desprovido de paixão), aponta-nos para a Era que virá, uma Era quando será desnecessário transmitir a semente através de um pai e de uma mãe, uma vez que poderemos nos alimentar diretamente da vida cósmica e, então, conquistar a morte. Finalmente, a Extrema Unção é o Sacramento que marca o rompimento do Cordão Prateado e a extração do germe sagrado, libertando-o até que possa, novamente, ser implantado em outro n’cabah, ou mãe.
Como a semente e o óvulo são as raízes e a base do desenvolvimento da Onda de Vida aqui, é fácil compreender que nenhum pecado pode ser mais sério do que aquele que abusa da função criadora, já que por aquele “sacr-ilégio” impedimos o crescimento normal, o desenvolvimento ou o progresso de futuras gerações e transgredimos contra o Espírito Santo, Jeová, que é guardião das forças criadoras lunares. Seus Anjos anunciam nascimentos, como nos casos de Isaac, João Batista e Jesus. Quando Jeová queria recompensar seus seguidores mais fiéis, prometia fazer a semente deles tão numerosa quanto as areias da praia. Ele também ordenou que os sodomitas deveriam ser punidos por terem cometidos “sacr-ilégio”, por usarem ou empregarem a semente de uma forma incorreta e desapropriada. Inclusive ele impôs aos filhos os pecados dos pais até a terceira e quarta gerações, pois, sob seu regime, a Lei reinava suprema. O ser humano ainda não evoluiu ao ponto em que possa responder ao amor. Age com seus inimigos pela regra do “olho por olho” e, da mesma maneira como mede, é medido pelos outros.
Embora isso nos pareça muito cruel, em virtude de estarmos diariamente desenvolvendo mais e mais as faculdades do amor e do perdão, precisamos lembrar que essa justiça retributiva se relaciona puramente com o Corpo Denso, que está sob as Leis da Natureza, tanto quanto qualquer outra composição química no Universo. Quando os abusos tenham enfraquecido esse Corpo Denso, ele se torna incapaz de cumprir sua missão e de responder às nossas exigências, como ocorre com qualquer outra máquina que tenhamos construído com os materiais que estão em torno de nós. Portanto, não há milagres como um que seria necessário para gerar um corpo são, vigoroso e saudável vindo de pais que transgrediram as Leis da Natureza pelos seus abusos; consequentemente, aquele pecado não pode ser redimido, mas deve ser expiado; porém, quando o tempo e o cuidado restaurarem a necessária força e vigor, o Corpo Denso desempenhará novamente as suas funções de uma maneira normal e saudável.
Assim, compreendemos que sob a Lei não existe a misericórdia, pois a misericórdia é ditada pelo amor. Logo, isso estava em perfeita consonância com a ordem cósmica quando Cristo, o Senhor do Amor, disse que todas as coisas feitas por qualquer pessoa contra Ele seriam perdoadas, pois o amor é a característica predominante no Seu Reino; porém, o que for feito contrário à Lei de Jeová terá seu justo castigo. Nunca poderemos ser suficientemente gratos pela maravilhosa Religião que Ele nos deu, particularmente se a comparamos com aquelas Religiões sob as quais nossos irmãos e irmãs menos evoluídos estão agora enfrentando resolutamente. Tomemos, por exemplo, os budistas: embora seu fundador tenha sido grande e sublime, ele viu somente o sentimento de profunda tristeza e lamentação, um combate constante contra as Leis da Natureza. Ele aspirava ensinar seus seguidores a transcenderem aquela condição por meio da perfeita obediência, tal como nós conquistamos as leis da eletricidade e outras forças da natureza. O budista nada vê além da lei fria e impiedosa; por outro lado, nós do Mundo Ocidental temos diante de nossos olhos, desde o berço até o túmulo, um quadro maravilhoso de Alguém que disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso”[32].
Porém, pode-se perguntar: “E as almas perdidas”, elas são também coisas da nossa imaginação? Para essa questão podemos responder que “sim”, embora isso precise de alguns esclarecimentos. Compreenderemos melhor o caso se retrocedermos na história da Humanidade e examinarmos as experiências daqueles que transgrediram, pois eles nos fornecerão um exemplo do que pode acontecer. A fim de demonstrar esse ponto de maneira apropriada devemos reiterar algumas partes dos Ensinamentos Rosacruzes que detalham a gênese da Terra e do ser humano que a habita. Três grandes estágios de desenvolvimento e desdobramento precederam o atual Período Terrestre. O Pai é o mais elevado Iniciado do Período de Saturno, particularmente habitando o Sol Espiritual. O Filho, o Cristo Cósmico, é o mais elevado Iniciado do Período Solar, habitando o Sol Central e guiando os Planetas em suas órbitas por meio de um raio refletido de Si mesmo, que se torna o Espírito morador dentro de cada Planeta, quando esse amadureceu suficientemente para conter tão grande Inteligência. Jeová, o Espírito Santo, é o mais elevado Iniciado do Período Lunar e tem sua morada interna no Sol físico visível. Ele é o regente das diversas Luas derivadas dos diferentes Planetas, com o propósito de fornecer aos seres que tenham ficado para trás na marcha de evolução, uma disciplina mais rígida, sob uma Lei mais firme, para despertá-los e impeli-los, se possível, na direção certa.
Quando olhamos para o espaço, percebemos que alguns Planetas têm um certo número de Luas e outros não têm nenhuma; mas, do mesmo modo que existem pessoas que ficam para trás (que se atrasam, que demoram para avançar) em qualquer grupo e como as Luas são necessárias para auxiliar esses retardatários a alcançarem o estado em que se perderam, se for possível, podemos estar certos de que os Planetas que agora não têm Luas, já as tiveram no passado. Aqueles Grandes Seres, os quais no Conceito Rosacruz do Cosmos são chamados de “Senhores de Vênus” e “Senhores de Mercúrio,” eram, de fato, retardatários daqueles dois Planetas. No ofuscado e distante passado, eles habitavam Luas que circundavam seus respectivos Planetas e foram bem-sucedidos em alcançarem o estado em que eles se perderam por meio de muita disciplina que lhes foi imposta. Mais tarde, receberam a oportunidade de servir a Humanidade da nossa Terra e por esse serviço asseguraram um retorno ao Planeta natal do qual haviam sido exilados. Estavam perdidos sob a Lei, porém redimidos pelo amor; e assim podemos inferir que as oportunidades para servir também trarão para outros seres, que se “perderam”, a oportunidade de reaver o passado.
Uma vez que isso pode confundir o Estudante Rosacruz quanto ao que acontece com as Luas em que tais seres habitam por um tempo, podemos dizer que o Sistema Solar deve ser visto como o corpo do Grande Espírito a quem chamamos Deus e, da mesma maneira que um tumor motivado por um processo anormal no nosso corpo nos causa dor, assim também essas cristalizações em Luas são fontes de desconforto para aquele Grande Ser. Além disso, assim como nosso próprio sistema orgânico se esforça por eliminar tais anomalias, como os tumores, o universo também se esforça para expelir Luas que já tenham cumprido o propósito delas. Enquanto os seres que foram exilados para uma Lua lá permanecem, o Espírito Planetário do Planeta do qual se originou a Lua, por seu cuidado para com esses seres, conserva a Lua em sua órbita, e falamos do seu amor por eles como a Lei de Atração; mas, quando eles retornam ao Planeta que originou a Lua, o Espírito Planetário não tem mais interesse naquela habitação semelhantes a cinzas. Então, lentamente, a órbita da Lua desocupada se dilata, começando a se desintegrar e, finalmente, é expelida para o espaço interestelar. Os asteroides são remanescentes de Luas que, uma vez, circundaram Vênus e Mercúrio. Há, também, outras Luas e fragmentos lunares semelhantes em nosso Sistema Solar, porém o Conceito Rosacruz do Cosmos não se ocupa delas, pois estão fora dos limites da evolução.
A periódica alteração, de um modo regular e repetitivo, das forças materiais e espirituais que envolvem a Terra são as causas invisíveis das atividades físicas, morais e mentais do nosso globo.
De acordo com o axioma hermético “assim como é em cima, assim é embaixo”, uma atividade similar deve acontecer no ser humano, que não é mais do que uma edição menor da Mãe Natureza.
Os animais têm vinte e oito pares de nervos espinhais e estão, agora, em seu estágio lunar, perfeitamente sintonizados com os vinte e oito dias que a Lua leva para transitar pelo Zodíaco. No estado selvagem em que eles se encontram, o Espírito-Grupo regula o acasalamento, com o objetivo de procriação. Com isso não há extravasamento com eles. Por outro lado, o ser humano está num estágio de transição; ele progrediu o suficiente para não ser influenciado pelas vibrações lunares, pois tem trinta e um pares de nervos espinhais. Mas não está, ainda, sintonizado com o mês solar de trinta e um dias e pratica a reprodução sexual em qualquer época do ano; consequentemente o fluxo periódico na mulher, sob condições apropriadas, é utilizado para formar parte do corpo de uma criança mais perfeita que seus pais. Similarmente, o fluxo periódico na Humanidade se torna a força resiliente sólida e a fundação ou a parte mais substancial do avanço dos povos; e o fluxo periódico das forças espirituais da Terra, que ocorrem por ocasião do Natal, resulta no nascimento dos Salvadores que, de tempos em tempos, proporcionam um impulso renovador para o progresso espiritual da Onda de Vida humana.
Há duas partes na nossa Bíblia: o Antigo e o Novo Testamentos. Depois de fazer um breve relato de como o mundo surgiu, o Antigo Testamento nos conta a história da “Queda”. Considerando o que foi escrito em nossa literatura, compreendemos que a “Queda” foi ocasionada pelo uso impulsivo e ignorante das forças sexuais pelo ser humano em momentos nos quais os raios interplanetários eram adversos, obstrutivos ou prejudiciais à concepção de melhores e mais puros veículos. Dessa forma, gradualmente, o ser humano se tornou prisioneiro num Corpo Denso, cristalizado pela paixão pecaminosa e, consequentemente, um veículo imperfeito, sujeito à dor e à morte.
Dessa forma, ele começou a peregrinação através da matéria, e por milênios tem vivido nesse duro e rígido envoltório do corpo que obscurece a luz do céu ao Espírito interno. O Espírito é como um diamante bruto, e os lapidários celestiais, os Anjos do Destino, estão constantemente se esforçando para remover essa camada bruta a fim de que o Espírito possa brilhar por meio do veículo que ele dota e imbui de uma alma.
Quando o lapidário coloca o diamante nas máquinas para clivagem e raspagem, essa pedra emite um guincho agudo semelhante a um grito de dor à medida que a camada opaca é removida; mas, gradualmente, com muitas sucessivas aplicações de clivagem e raspagem, o diamante bruto pode se tornar uma gema de transcendente beleza e pureza. Similarmente, os seres celestiais encarregados da nossa evolução nos mantêm próximos à clivagem e raspagem da experiência. Daí resultam a dor e o sofrimento, que despertam o Espírito que está adormecido dentro de nós. O ser humano que até então se contenta com as coisas materiais, indulgente com seus sentidos e com o sexo, se torna imbuído de uma inquietação divina que o impele a procurar uma vida superior.
Contudo, a satisfação dessa aspiração não é normalmente realizada sem um esforço extenuante e severo diante das dificuldades ou oposições impostas pela nossa natureza inferior. Foi durante esses esforços extenuantes diante de dificuldades ou oposições que São Paulo exclamou com toda a angústia de um coração devoto e aspirante: “Infeliz de mim!… (…) Com efeito, não faço o bem que eu quero, mas pratico o mal que não quero. (…) 22Eu me comprazo na lei de Deus segundo o homem interior; mas percebo outra lei em meus membros, que peleja contra a lei da minha razão e que me acorrenta à lei do pecado que existe em meus membros.” (Rm 7:19-24).
Quando a flor é amassada ou espremida, seu perfume é liberado e enche o ambiente ao redor com uma agradável fragrância, deliciando todos aqueles que, privilegiadamente, se encontram próximos. Os golpes esmagadores do destino podem abater um homem ou uma mulher que tenham alcançado o estágio de eflorescência; mas, tais golpes servirão para exteriorizar a doçura da natureza e intensificar a beleza da alma, até que ela brilhe com um esplendor que marque, com uma auréola, a pessoa que a possui. Então, ela está no Caminho da Iniciação. Ela tem aprendido como o uso desenfreado do sexo, sem levar em conta os raios astrais, a tem aprisionado no corpo e como esse restringe seu progresso, e como pelo uso apropriado dessa mesma força em harmonia com os Astros pode, gradualmente, melhorar e eterizar seu corpo e, finalmente, libertá-la da existência concreta.
Um construtor naval não pode construir um forte navio de carvalho com a casca de abeto; não “se vindimam uvas de sarças”[33]; semelhante sempre atrai o semelhante, e um Ego possuidor de uma natureza apaixonada é atraído para pais de natureza semelhante, quando, então, seu corpo é concebido pelo impulso do momento, num sopro de paixão.
A alma que tenha experimentado o cálice da amargura, em consequência do abuso da força sexual criadora, e tenha bebido a parte mais indesejável, amarga, nele contida, procurará, gradualmente, por pais de natureza cada vez menos passional, até que alcance a Iniciação.
Tendo sido ensinada a influência dos raios astrais sobre o parto, durante o processo de Iniciação, o próximo corpo proporcionado será gerado por pais Iniciados sem paixão, sob a constelação mais favorável ao trabalho que é contemplado pelo Ego. É por esse motivo que os Evangelhos (que são fórmulas de Iniciação) começam com o relato sobre a Imaculada Concepção e terminam com a Crucificação, ambos ideais maravilhosos que nós devemos alcançar um dia, porque cada um de nós é um Cristo em formação e, algum dia, iremos passar tanto pelo nascimento místico como pela morte mística delineados nos Evangelhos. Por meio do conhecimento podemos antecipar o dia cooperando, inteligentemente, ao invés de, como fazemos agora e muitas vezes, frustrando, pela ignorância, o objetivo do desenvolvimento espiritual.
Em relação à Imaculada Concepção, prevalecem interpretações errôneas em vários pontos: a virgindade perpétua da mãe, mesmo depois de ter dado à luz a outros filhos; a humilde profissão de José, o suposto padrasto, etc. Vamos examiná-las abaixo, brevemente, sob a luz dos fatos como são revelados na Memória da Natureza.
Em algumas partes da Europa, pessoas de classes sociais mais altas são chamadas de “bem-nascidas” ou mesmo de “muito bem-nascidas”, indicando que são filhos de pais de elevada posição social. Tais pessoas, normalmente, olham com desprezo para aquelas de posição mais modesta. Nada temos contra a expressão “pessoa bem-nascida”; nós desejaríamos que todas as crianças fossem bem-nascidas, isto é, nascidas de pais possuidores de elevada reputação moral, não importando sua posição social na vida. Há uma virgindade de alma que é independente do estado do corpo, uma pureza de Mente que levará quem a possui ao ato de gerar sem a mácula de paixão, e permitirá que a mãe carregue seu filho em gestação com o coração cheio de um amor que nada tem a ver com sexo.
Isso teria sido impossível antes da primeira vinda do Cristo entre nós. Nos primeiros tempos da nossa caminhada na Terra, a quantidade era desejável e a qualidade era de menor importância. Assim, a ordem dada era: “Ide, sede férteis e multiplicai-vos”. Além disso, era necessário que nós esquecêssemos, temporariamente, a nossa natureza espiritual e concentrássemos nossas energias nos objetivos materiais. A indulgência com a paixão sexual favoreceu esse objetivo e foi fornecido um domínio pleno à natureza de desejos. A poligamia floresceu e quanto maior o número de filhos, mais dignos de respeito se tornavam um homem e uma mulher, enquanto a esterilidade era vista como a pior das desgraças possíveis.
Em outras direções, a natureza de desejos estava sendo reprimida pelas Leis dadas por Deus, e a obediência aos mandamentos divinos era imposta pela punição imediata ao transgressor, tal como guerras, pestes ou fome. Recompensas para aquele que estava pleno ou motivado pelo senso de dever em cumprir a Lei não eram poucas, também; aos “filhos do homem honrado”, o seu gado e as colheitas eram numerosos; ele se sentia vitorioso sobre seus inimigos e era, para ele, a evidência da bondade e da benção de Deus para com ele.
Mais tarde, quando a Terra já estava suficientemente povoada, depois do Dilúvio Atlante, a poligamia se tornou cada vez mais obsoleta, o que resultou em uma melhor qualidade dos corpos e, na época de Cristo a natureza de desejos se tornou tão suscetível de ser controlada pelos mais avançados da Humanidade, que o ato de gerar uma criança podia ser executado sem paixão, advindo do amor puro, de maneira que a criança podia ser concebida imaculadamente.
Assim aconteceu com os pais de Jesus. Diz-se que José era um carpinteiro, mas ele não trabalhava com madeira. Ele era um “construtor”, no sentido mais elevado. Deus é o Grande Arquiteto do Universo. Sob Ele estão muitos construtores de diversos graus de esplendor espiritual, alguns ainda abaixo dos que conhecemos como Maçons. Todos estão empenhados em construir um templo sem o ruído de martelo, e José não era exceção.
Pergunta-se, algumas vezes, porque os Iniciados são sempre homens. Não é assim; nos graus mais baixos há muitas mulheres, mas, quando um Iniciado é capaz de escolher seu sexo, normalmente, escolhe o positivo Corpo Denso masculino, uma vez que a vida que o levou à Iniciação espiritualizou seu Corpo Vital e o tornou positivo sob todos os aspectos, de maneira que ele consegue ter um instrumento altamente eficiente.
No entanto, há ocasiões em que as exigências requerem um Corpo Denso feminino, como, por exemplo, para prover um Corpo do tipo mais elevado para receber um Ego superlativamente evoluído. Então, um elevado Iniciado pode escolher vir em um Corpo Denso feminino, disposto a passar pela experiência da maternidade novamente, talvez depois de ter evitado por motivos práticos nas várias vidas anteriores, como aconteceu com o lindo caráter que conhecemos como Maria de Belém.
Concluindo, lembremo-nos dos principais pontos apresentados. Explicamos que nós somos todos Cristos em formação; que, algumas vezes, devemos cultivar o nosso caráter livre de impurezas de forma que sejamos dignos de habitar em corpos que são imaculadamente concebidos; e quanto mais cedo começarmos a purificar nossas Mentes de pensamentos passionais, mais cedo alcançaremos esse grau. Numa análise final, isso depende exclusivamente da seriedade dos nossos propósitos e da força da nossa vontade. As condições atuais são tais que nós podemos viver vidas puras, quer estejamos casados ou solteiros, não sendo exigidas as frias relações do gênero irmã-irmão.
Será que uma vida de absoluta pureza ainda está fora do nosso alcance? Não nos devemos desencorajar; Roma não foi construída em um dia. Continue aspirando a ela, mesmo que erre muitas vezes, pois o único fracasso é deixar de lutar.
Que Deus fortaleça suas aspirações para a pureza.
Vimos, anteriormente, como a infante Humanidade da Atlântida vivia em uma condição de harmonia, de união, sob a orientação direta dos líderes divinos, e como ela foi retirada da água e levada para uma atmosfera clara, onde a separatividade de cada indivíduo dos demais se tornou imediatamente evidente.
“Deus é Luz”[34] – a Luz que se tornou vida no ser humano. Ela era fraca e acromaticamente difusa na atmosfera enevoada dos primórdios da Atlântida, tão incolor quanto o ar o é num dia coberto por uma intensa umidade nos dias de hoje, daí a unidade de todos os seres que viviam nessa luz. Mas, quando o ser humano se elevou acima das águas, quando emergiu no ar onde a manifestação divina, a Luz, era refratada em numerosos matizes, essa luz multicolorida foi absorvida de forma diferenciada por cada pessoa. Assim se iniciou a diversidade, quando a Humanidade contemplou o grandioso arco-íris com suas variegadas e belas cores. Portanto, esse arco pode ser considerado um portão de entrada para “a Terra Prometida”, o mundo como está atualmente constituído. Aqui, a luz de Deus não é mais um único e insípido matiz, como no início da Atlântida. O atual deslumbrante jogo de cores nos diz que o lema da Época atual é a segregação e, portanto, enquanto permanecermos na condição atual, sob a Lei de Ciclos Alternantes, em que o verão e o inverno, as marés, alta e baixa, se sucedem numa sequência ininterrupta, enquanto o arco de Deus permanecer no céu, um símbolo da diversidade, ainda estaremos no “reino dos homens”, e o Reino de Deus permanecerá em um estado temporário de inatividade.
Entretanto, tão certo como as condições Edênicas sobre o cinturão de fogo das ilhas da antiga Lemúria terminaram na separação dos sexos, cada um expressando um elemento do fogo criador, e tornando a união do homem e da mulher tão necessária à geração de um corpo, assim como a união do hidrogênio e oxigênio o é para a produção da água; e tão certo como a emersão da atmosfera aquosa da Atlântida no meio ambiente aéreo da Ariana, o mundo de hoje, estimulou uma segregação posterior entre nações e indivíduos, que lutam e se oprimem uns aos outros (porque as formas nitidamente diferenciadas que eles observam não os permitem ver a unidade inalienável de cada alma com as demais); assim também a condição atual desse mundo dará lugar a um “novo Céu e uma nova Terra, onde habitará a justiça”[35].
No início da Atlântida vivíamos nas bacias mais profundas da Terra, onde a névoa era mais densa; respirávamos por meio de um órgão (parecido com as brânquias dos peixes atuais) para obter oxigênio da água e seria impossível viver numa atmosfera como a que temos agora. Com o decorrer do tempo, o desejo de explorar mais além levou à invenção de aeronaves mais leves que o ar com sistemas de propulsão baseados na força expansiva do grão em germinação. A história da “arca”[36] é uma lembrança deturpada desse fato. Aquelas naves, na verdade, paravam e caíam nos topos das montanhas onde a atmosfera era muito rarefeita para suportá-las. Hoje, nossas naves flutuam sobre o elemento no qual as naves atlantes, naquele passado, estiveram imersas. Agora, já foram formados e criados engenhosa e artisticamente vários meios de propulsão capazes de nos transportar sobre as partes mais elevadas e montanhosas da Terra, e estamos começando a alcançar a atmosfera para conquistar esse elemento, da mesma maneira que subjugamos as águas; e assim como nossos ancestrais atlantes abriram um caminho pelo elemento aquoso em que respiravam e daqui se elevaram acima dele, para viver em um novo elemento, do mesmo modo e certamente deveremos conquistar o ar e, depois, nos elevaremos acima dele, para o recém-descoberto elemento que chamamos Éter.
Dessa forma, cada Época tem suas condições e leis peculiares; os seres que evoluem têm uma constituição fisiológica adequada ao meio ambiente daquela Época, porém, são dominados pelas forças da natureza prevalecentes no momento, até que aprendam a se ajustar a elas. Então, essas forças se tornam auxiliares de imenso valor como, por exemplo, o vapor e a eletricidade, que temos aproveitados parcialmente. A lei de gravidade ainda nos segura na sua aderência poderosa, apesar de estarmos, por meios mecânicos, tentando escapar para um novo elemento. Deveremos, dentro de pouco tempo, obter o domínio do ar, mas como as embarcações da Atlântida caíram e pararam nos topos das montanhas da Terra, porque a flutuabilidade delas era insuficiente para permiti-las que se elevassem acima na clara névoa daquelas altitudes e porque a respiração era difícil, assim também a rarefação crescente da nossa atual atmosfera nos impedirá de entrar no “novo Céu e na nova Terra”, que servirão de cenário para a Nova Dispensação.
Antes de atingirmos esse estado, mudanças fisiológicas e, também, morais e espirituais devem ocorrer. O texto grego do Novo Testamento não nos deixa dúvidas quanto a isso, embora a falta de conhecimento dos ensinamentos dos mistérios tenha impedido os tradutores de mencioná-los na versão inglesa. Se apenas acreditássemos na Bíblia, como a temos, seríamos poupados de muitas ilusões e inquietações em relação ao tempo disso. Comunidades religiosas, seitas, movimentos espiritualistas inteiros se dispuseram dos seus pertences pela antecipação do advento de Cristo que, segundo eles, aconteceria num determinado dia, e sofreram incontáveis privações posteriores. Impostores fizeram-se passar por Cristo ou mesmo por Deus, se casaram, constituíram família e morreram, deixando a seus filhos a crença que eram Cristos e que lutassem por seu reino. Um governo secular foi forçado a banir um desses “Cristos” militantes para uma ilha do Mediterrâneo, e outro para uma cidade asiática onde ele está atualmente sob vigilância militar. Não há sinais de que tais pretendentes venham a diminuir no futuro; pelo contrário, a impostura sacrílega está se espalhando.
Podemos ficar tranquilos que os líderes divinos da evolução não cometeram nenhum erro quando deram a Religião Cristã ao Mundo Ocidental – o mais avançado ensinamento para os mais precoces entre a Humanidade. Portanto, pode ser considerado como um detrimento quando uma organização se propõe introduzir uma Religião Hindu (que é excelente para as pessoas a quem foi divinamente dada) sobre o nosso povo. Os exercícios de respiração importados dos orientais Hindus têm, certamente, levados muitas pessoas para hospitais psiquiátricos, unidades de saúde mental ou unidades de saúde comportamental.
Se acreditássemos nas palavras de Cristo: “Meu Reino não é deste mundo”[37] (kosmos, a palavra grega usada para “mundo” significa “ordem das coisas”, ao invés de nosso Planeta, a Terra, que é chamada gee) saberíamos melhor como procurar Cristo atualmente.
“A carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus”[38], do mesmo modo que a criatura que respirava por meio de um órgão (parecido com as brânquias dos peixes atuais) para obter oxigênio da água, no início da Época Atlante, não estava preparada para viver sob as condições naturais prevalecentes na presente Época, onde existe “o Reino dos homens”. São Paulo, falando sobre a Ressurreição, não diz como está na versão inglesa: “Há um corpo natural e um corpo espiritual” (ICor 15:14). Ele afirma que há um “soma psuchicon”, um Corpo-Alma, e diz nos versículos anteriores como isso é gerado de uma “semente”, da mesma forma como é explicado nos Ensinamentos Rosacruzes. A Bíblia afirma que nossos corpos são corruptíveis. (Também nos ensina que um órgão, o coração, é uma exceção. Isto se refere ao Átomo-semente no coração (Sl 22:26)). Consequentemente, nossos corpos precisam ser mudados antes que Cristo possa vir.
Se acreditássemos verdadeiramente nisso, poucas pessoas correriam atrás dos impostores, pois o trabalho deles nada representaria. Mas, infelizmente, a imprensa ocidental dá notoriedade a tais maquinadores, embora os trate como uma piada, como o são realmente, pois seria contrário à razão ou ao bom senso, para não dizer absurdo, acreditar que o grande e sábio Ser que guia a evolução pudesse ser de uma visão tão acanhada que não saberia que o Mundo Ocidental nunca aceitaria seguir um caminho que reputa semibárbaro e que essa missão fosse atribuída ao seu Salvador.
Quando os preparativos para a vinda do Salvador do mundo foram feitos, há 2000 anos, a Galileia era a Meca dos espíritos errantes. Para lá afluíam povos da Ásia, África, Grécia, Itália e de outras partes do mundo daquele tempo. As condições lá existentes eram excepcionalmente atraentes e agradavelmente adequadas à natureza, aos gostos e às perspectivas, e a Galileia era, como declarado por muitos estudiosos que investigaram o assunto, tão cosmopolita quanto Roma. De fato, era o “crisol” daqueles dias. Entre muitos, José e Maria, os pais de Jesus, haviam emigrado da Judeia para Nazaré, na Galileia, antes do nascimento do seu primogênito, e o corpo gerado naquele ambiente era diferente do corpo comum da raça judaica.
É um fato incontestável que o ambiente desempenha um grande papel no processo da evolução. Temos hoje na Terra, três grandes raças. Uma, a negra, tem o fio do cabelo de secção chata e a cabeça é alongada, estreita e achatada nos lados. A órbita do globo ocular é também alongada e estreita. Os negros são descendentes da Raça Lemúrica.
Os Mongóis e povos semelhantes têm cabeças arredondadas. O fio de seu cabelo tem secção redonda, assim como as órbitas de seus olhos. São os descendentes da Raça Atlante.
A Raça Ariana tem o fio do cabelo oval, assim como o crânio e as órbitas dos olhos, com secção oval, sendo que esses traços são mais pronunciados nos Anglo-Saxões, que são o florescer da raça atual.
Na América, a Meca das nações de hoje, essas várias raças estão claramente representadas. Esse é o “crisol” onde elas estão sendo amalgamadas. Verifica-se que aqui há uma diferença entre as crianças que pertencem a uma mesma família. Os crânios das crianças que nascem na América são mais ovais do que o de seus irmãos mais velhos nascidos em outra parte do mundo.
Por esse e por outros fatos, que não precisam ser mencionados aqui, é evidente que uma nova Raça está nascendo no continente americano; e, raciocinando do fato conhecido de que o Cristo veio da parte mais cosmopolita do mundo civilizado 2.000 anos atrás, seria bem lógico esperar que, se um renascimento estivesse sendo preparado para esse exaltado Ser, Seu corpo seria, provavelmente, formado de uma nova Raça, ao invés de uma Raça antiga. Por outro lado, se fosse conveniente buscar um Salvador nas Raças antigas, porque não um Bushman[39] ou um Hotenote[40]?
Contudo, podemos ter certeza de que, embora os impostores iludam por algum tempo, mais cedo ou mais tarde eles serão descobertos e seus planos estão fadados ao fracasso. Enquanto isto, o progresso continua nos levando para mais próximo da Era de Aquário, e um Mestre está vindo para fornecer à Religião Cristã um estímulo e encorajamento, resultando em um aumento de atividades, numa nova direção.
Quando falamos da “Próxima Era”, “do Novo Céu e da Nova Terra” mencionados na Bíblia e, também, da “Era de Aquário”, as diferenças entre elas podem não ser claras nas Mentes dos nossos Estudantes Rosacruzes. A confusão dos conceitos é um dos campos mais férteis para a falácia, e os Ensinamentos Rosacruzes procuram evitar isso usando uma nomenclatura ou um conceito particularmente definido. Algumas vezes, um esforço extra se faz necessário para dissipar a confusão ou a distorção gerada por concepções nebulosas engendradas por outros, tão sinceros como o presente escritor, porém, não tão afortunados em ter acesso aos incomparáveis Ensinamentos da Sabedoria Ocidental.
Em nossa literatura aprendemos que quatro grandes Épocas de desenvolvimento gradual precederam a atual ordem das coisas; que a densidade da Terra, suas condições atmosféricas e as Leis da Natureza que prevaleciam numa Época eram tão diferentes das de outras Épocas, como a correspondente constituição fisiológica da Humanidade em uma Época era bem diferente das de outras Épocas.
Os corpos de ADM (o nome significa terra vermelha), a Humanidade da ígnea Lemúria, foram formados do “pó da terra”, da lama vermelha, quente e vulcânica, e estavam adaptados ao meio ambiente deles. A carne e o sangue teriam se atrofiado e se enrugado, especialmente pela perda de umidade, no calor intenso daqueles dias e, embora adaptados às condições presentes, São Paulo nos diz que “eles não podem herdar o Reino de Deus”[41]. É evidente, portanto, que antes que uma nova ordem de coisas possa ser inaugurada, a constituição fisiológica da Humanidade precisa ser radicalmente alterada, isto sem mencionar a atitude espiritual. Serão necessários milhões de anos para regenerar toda a Onda de Vida humana e torná-la apta a viver em corpos etéricos[42].
Por outro lado, nem mesmo um novo ambiente surge de um momento para o outro, mas a terra e os povos vêm evoluindo juntos, desde os menores e mais primitivos primórdios. Quando a neblina da Atlântida começou a assentar, alguns dos nossos antepassados já haviam desenvolvido pulmões embrionários, e foram compelidos a subir para as montanhas muito antes de seus pares ou companheiros. Eles vagaram pelo “deserto” enquanto a “Terra Prometida” estava emergindo das névoas mais tênues e, ao mesmo tempo, seus pulmões em crescimento estavam os preparando e os ajustando para viverem sob as condições atmosféricas atuais.
Mais duas Raças nasceram nas bacias da Terra, antes que uma sucessão de inundações os forçasse a ir para as montanhas; a última inundação aconteceu no momento quando o Sol entrou no Signo aquoso de Câncer, há cerca de dez mil anos atrás, como disseram os sacerdotes egípcios a Platão. Como vimos, não há uma mudança súbita no organismo humano ou no meio-ambiente para toda a Onda de Vida humana, quando uma nova Época é introduzida, mas uma sobreposição de condições que tornam isso possível para a maioria dos seres da Onda de Vida humana, por meio de um ajustamento gradual para entrar na nova condição, embora a mudança possa parecer súbita ao indivíduo que fez toda a mudança preparatória inconscientemente. A metamorfose do girino, de um habitante do elemento aquoso para um habitante do elemento aéreo, fornece uma analogia do passado, e a transformação de uma lagarta em uma borboleta se elevando pelo ar é uma ilustração apropriada da próxima Era. Quando o celestial marcador do tempo entrou em Áries, por Precessão[43], um novo ciclo se iniciou e as “boas-novas” foram pregadas por Cristo. Ele enfatizou que o Novo Céu e a Nova Terra não estavam ainda prontos, quando disse a Seus discípulos: “Não podes seguir-me agora aonde vou, mas me seguirás mais tarde”[44] (..) “vou preparar-vos um lugar, e quando eu me for e vos tiver preparado um lugar, virei novamente e vos levarei comigo”[45].
Mais tarde São João viu, numa visão, a Nova Jerusalém procedendo do Céu e São Paulo exortou os Tessalonicenses “pela palavra do Senhor”[46] que aqueles que vivem em Cristo, na Sua próxima vinda, deverão ser arrebatados no ar para se encontrarem com Ele e estar com Ele para a Nova Era.
Porém, durante essa mudança, há pioneiros que entram no Reino de Deus antes de seus irmãos e de suas irmãs em Cristo. Cristo disse, no Evangelho Segundo São Mateus 11:12: “Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e violentos se apoderam dele”. Essa não é uma tradução correta. A tradução deve ser: “O Reino dos Céus foi invadido (biaxetai) e os invasores se apoderaram dele”. Homens e mulheres já aprenderam, por meio de vidas santas e baseadas na prestação de serviços e auxílios, a deixar de lado o corpo de carne e de sangue, seja intermitente ou permanentemente, e caminhar pelos céus com pés alados, atentos aos assuntos do Senhor deles, vestidos do etérico “Manto Nupcial”[47] da Nova Dispensação. Essa mudança pode ser conseguida por meio de uma vida de simples serviço, de ajuda, de auxílio e de oração e prece, como a praticada pelos Cristãos devotos, não importando a que igreja estejam afiliados, assim como por meio dos Exercícios Esotéricos específicos fornecidos pela Fraternidade Rosacruz. Esses Exercícios Esotéricos não trarão nenhum resultado, a não ser que sejam acompanhados por frequentes atos de amor, pois o amor será a palavra-chave da próxima Era, do mesmo modo que a Lei é a palavra-chave da presente ordem. A expressão intensa das qualidades mencionadas acima que aumenta a luminosidade fosforescente é a densidade dos Éteres em nossos Corpos Vitais; as correntes ígneas cortam a ligação com os cuidados e as preocupações do dia a dia, e o ser humano, uma vez nascido da água em sua emersão da Atlântida, agora nasce do espírito, para o Reino de Deus. A força dinâmica do seu amor abriu um caminho para a terra do amor, e é indescritível o regozijo daqueles que já se encontram lá quando novos seres chegam, pois cada um que chega apressa a vinda do Senhor e o estabelecimento definitivo do Reino.
Entre os religiosamente inclinados há um clamor definido e incessante: “Quanto tempo, Oh Senhor, quanto tempo?”. E, apesar da afirmação enfática de Cristo de que o dia e a hora são desconhecidos, mesmo para Ele, profetas continuam ganhando credibilidade quando predizem Sua volta para uma determinada data, embora cada um se frustra quando o dia passa e nada acontece. A questão também tem sido debatida entre nossos Estudantes Rosacruzes, e esse capítulo é uma tentativa de mostrar a falsa ou errada ideia de esperarmos pelo Segundo Advento no próximo ano, nos próximos cinquenta ou nos próximos quinhentos anos. Os Irmãos Maiores se recusam a expressar uma opinião e assinalam só o que deve ser realizado primeiramente.
Nos dias de Cristo, o Sol estava ao redor dos sete graus de Áries. Foram necessários quinhentos anos para, por Precessão, chegar ao décimo terceiro grau de Peixes. Durante este tempo, a nova igreja viveu fases de violência ofensiva e defensiva, justificando bem as palavras de Cristo: “Eu não vim trazer a paz, mas uma espada”[48]. Passaram-se mais mil e quatrocentos anos sob a influência negativa de Peixes, que tem fomentado o poder da igreja e sujeitado o povo pelo credo e pelo dogma.
Em meados do último século[49], o Sol entrou na Órbita de Influência do Signo científico de Aquário e, embora ainda leve cerca de seiscentos anos para que a Era de Aquário comece, é altamente instrutivo notar que mudanças ao mero contato com esse Signo tem acontecido e disponibilizadas para o uso no mundo. Nosso limitado espaço nos impede de enumerar os maravilhosos avanços realizados desde então; mas não demais dizer que a ciência, as invenções e a indústria decorrentes desse desenvolvimento, tem mudado o mundo completamente, tanto na vida social como nas condições econômicas. Os grandes progressos realizados por meio da comunicação, têm contribuído muito para quebrar as barreiras do preconceito racial, nos preparando para as condições da Fraternidade Universal. Os instrumentos de destruição têm sido elaborados tão assustadoramente eficientes, que as nações militantes serão forçadas, dentro de pouco tempo, a “quebrar as suas espadas, transformando-as em arados, e as suas lanças, a fim de fazerem podadeiras”[50]. A espada tem tido seu reinado durante a Era de Peixes, mas a ciência governará na Era de Aquário.
Na terra do sol poente podemos esperar vislumbrar as condições ideais da Era de Aquário: uma mescla de Religião e ciência, formando uma ciência religiosa e uma Religião científica, que proporcionarão a saúde, a felicidade e o regozijo de uma vida vivida em sua plenitude.
O Açúcar pelo Álcool
No capítulo que elucida a Lei de Assimilação, no livro Conceito Rosacruz do Cosmos, afirmamos que os minerais não podem ser assimilados porque lhes falta um Corpo Vital, e é a falta dele que torna impossível o ser humano elevar o grau vibratório deles até o seu próprio. As plantas[51] têm um Corpo Vital e não têm uma consciência própria, daí serem mais facilmente assimiladas e permanecerem com o ser humano por mais tempo do que as células da carne animal (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins), que são permeadas por um Corpo de Desejos. A taxa vibratória dessas últimas é elevada, e muita energia é necessária na assimilação; suas células também escapam rapidamente e o carnívoro tem necessidade de ir atrás de alimento mais frequentemente.
Estamos cientes de que o álcool é um “espírito estranho” e um “espírito de decadência”, porque é gerado pela fermentação FORA do organismo daquele que o bebe. Sendo um “espírito”, vibra com rapidez tão intensa que o espírito humano é incapaz de regulá-lo e controlá-lo como o faz com o alimento e, por isso, o metabolismo é impossível. Ainda mais, como não podemos reduzir sua taxa vibratória às taxas dos nossos corpos, esse espírito estranho pode acelerar as taxas vibratórias dos nossos corpos e nos controlar, como acontece no estado de embriaguez. Assim, álcool é um grande perigo para a Humanidade e precisamos nos emancipar dele, antes que possamos realizar a nossa natureza divina.
Um espírito estimulante é necessário, enquanto vivemos numa dieta baseada de carne animal, ou o progresso pararia, e um alimento foi fornecido aos pioneiros do ocidente para preencher todos os requisitos necessários. Chama-se “açúcar”[52]. Do açúcar, o próprio Ego gera o álcool DENTRO do organismo pelo simples processo do metabolismo. Esse produto é, portanto, alimento e estimulante, perfeitamente em sintonia com a taxa vibratória do corpo. Tem todas as boas qualidades do álcool, em proporção maior e nenhuma das suas desvantagens e dos seus inconvenientes. Para percebermos claramente os efeitos desse alimento, vamos tomar como exemplo os povos da Europa oriental, onde pouco açúcar é consumido. São servis; falam de si mesmos em termos depreciativos; o pronome “eu” é sempre escrito em letras minúsculas e “você” em maiúsculas. A Inglaterra consome cinco vezes mais açúcar “per capita” do que a Rússia. Na primeira, há um espírito diferente: o maiúsculo “Eu” e o minúsculo “você”. Na América, as confeitarias são as grandes rivais dos bares e botecos, pois o ser humano que come doces não ingere bebidas alcoólicas, e não há cura melhor para o alcoolismo do que induzi-lo a comer doces livremente. O beberrão tem aversão ao açúcar, enquanto seu organismo está sob a influência do “espírito estranho”.
O movimento de temperança no uso de bebidas alcoólicas começou na terra onde mais açúcar é consumido, e tem gerado “o espírito do autorrespeito”.
Em capítulos anteriores, vimos como a Humanidade infantil era cuidada por guardiães sobre-humanos que lhe forneciam um alimento apropriado, afastavam-na dos perigos, protegiam-na sob todos os aspectos até alcançar a estatura humana, e preparavam-na para entrar na escola da experiência e aprender as lições da vida no Mundo fenomenal. Vimos, também, como o arco-íris indica as leis naturais peculiares da Época atual[53]; como foi fornecido à Humanidade o livre-arbítrio sob essas leis, e como o espírito do vinho foi-lhe ofertado para animar e estimular seu próprio Espírito tímido e temeroso e, assim, lhe proporcionar a força moral e a coragem para enfrentar a batalha do mundo.
De maneira análoga, a criancinha irresponsável, é trazida sob as águas do Batismo por seus guardiães naturais, é cuidada durante os anos da infância enquanto seus vários veículos estão sendo organizados. Quando o sangue dos pais, armazenado na Glândula Timo, se extingue a criança, então, se emancipa deles, desperta para a Individualidade, para o sentimento do “EU SOU”. Está, então, preparada com um conhecimento do bem e do mal, com o qual enfrentará a batalha da vida e, neste momento, o jovem ou a jovem é levado (a) à igreja e lá recebe o “pão e o vinho” para lhe proporcionar a força moral e a coragem e, também, para nutri-lo (a) espiritualmente. Isso simboliza que ele (a) é, daqui em diante, um (a) agente livre e responsável perante as Leis de Deus. Essa liberdade pode ser uma bênção ou uma maldição, dependendo da maneira como for usada.
Nos primórdios da Atlântida, a Humanidade era uma fraternidade universal, composta de crianças submissas, sem incentivo algum para entrar em conflitos de maneira ativa ou vigorosa ou, ainda, para brigar. Mais tarde, a Humanidade foi segregada em nações e as guerras inculcaram a lealdade à família e ao país. Cada soberano era um autocrata absoluto, com poder sobre a vida e os pertences dos seus súditos, que chegavam a ser centenas de milhares, os quais lhe rendiam a pronta e servil submissão, uma atitude mantida até o presente entre os milhões de asiáticos, que são vegetarianos e, consequentemente, não precisam da bebida alcoólica.
Quando se iniciou o hábito de comer carne animal, o vinho se tornou cada vez mais uma bebida comum. Em consequência da alimentação carnívora, houve um grande progresso material antes da vinda de Cristo e, devido à prática de beber vinho, um número crescente de seres humanos se declararam líderes. Disso resultou que, em lugar de poucas grandes nações como os povos da Ásia, muitas nações pequenas se formaram na porção sudoeste da Europa e Ásia Menor.
Porém, embora a grande massa de pessoas que formaram essas várias nações estivessem à frente de seus irmãos e irmãs asiáticos como artesãos, eles continuavam submissos a seus dirigentes e viviam tão arraigados às suas tradições como esses últimos. Cristo os repreendeu, pois se gloriavam de ser a semente de Abraão. Ele lhes disse: “Antes que Abraão existisse, EU SOU”[54], querendo dizer que o Ego sempre existiu.
É Sua missão emancipar a Humanidade da Lei e conduzi-la para o AMOR, para destruir “o reino dos homens” com todos os seus antagonismos, e construir sobre suas ruínas, “o Reino de Deus”. Uma ilustração elucidará melhor esse método.
Se temos um certo número de construções de alvenaria e desejamos uni-las numa única e grande estrutura, é necessário demoli-las primeiro, e limpar cada tijolo da argamassa que as liga. Do mesmo modo, cada ser humano deve ser libertado dos grilhões da família, por isso, Cristo ensinou-nos que: “A menos que um homem deixe pai e mãe, ele não poderá ser Meu discípulo”[55]. Ele deve superar o partidarismo religioso e o patriotismo, e aprender a dizer o que o incompreendido e caluniado Thomas Paine[56] disse: “O mundo é minha pátria e fazer o bem é minha Religião”.
Cristo não quis dizer que abandonemos aqueles que pedem a nossa ajuda e o nosso apoio, mas que não devemos permitir a anulação da nossa Individualidade em condescendência às tradições familiares e às crenças.
Consequentemente, Cristo veio “não para trazer a paz, mas uma espada.”[57], e enquanto as Religiões orientais desencorajam o uso do vinho, o primeiro milagre de Cristo foi transformar a água em vinho. A espada e o cálice de vinho são sinais da Religião Cristã, pois, por meio deles, nações se destroçaram e o indivíduo se emancipou. O governo pelo povo e para o povo é uma realidade no noroeste da Europa, onde os governantes são mais de nome que de fato.
Porém, o alimentar o espírito marcial, tal como prevalece na Europa, foi somente um meio para atingir um fim. A segregação que causou deve dar lugar a um regime de fraternidade, como professado por Paine. Um novo passo foi necessário para que isso se realizasse; um novo alimento devia ser encontrado para agir sobre o espírito de maneira a encorajar a Individualidade através da afirmação de si própria, sem a opressão de outras e sem a perda do autorrespeito. Já enunciamos isso como uma lei, isto é, somente o Espírito pode agir sobre o Espírito e, consequentemente, esse alimento precisa ser um espírito, mas diferindo em outros aspectos dos intoxicantes.
Antes de explicar isso, vejamos o que a carne animal fez para a evolução do mundo.
Vimos, anteriormente, que durante a Época Polar, o ser humano tinha somente um Corpo Denso; era como os minerais de hoje nesse aspecto e, por natureza, era inerte e passivo.
Ao absorver os cristaloides preparados pelas plantas, o ser humano desenvolveu um Corpo Vital durante a Época Hiperbórea e se tornou semelhante à planta de hoje, tanto em constituição quanto em natureza, pois vivia sem esforço e tão inconsciente quanto as plantas.
Mais tarde, extraiu leite dos então estacionários animais. O desejo por esse alimento de mais fácil digestão o estimulou a se esforçar e, gradualmente, sua natureza de desejos evoluiu durante a Época Lemúrica. Assim, sua constituição se tornou semelhante a atual classe de animais que se alimentam por meio de pastagem ou forragem (ervas, folhas e outras substâncias vegetais). Embora possuidor de uma natureza passional, ele era dócil e não se sentia induzido a lutar, a não ser para se defender, defender aos seus companheiros e à sua família. Só a fome tinha o poder de torná-lo agressivo.
Portanto, quando os animais começaram a se movimentar e procuraram escapar desse impiedoso parasita, aumentou a dificuldade do ser humano encontrar o tão cobiçado alimento, e isso elevou seu desejo a tal extremo que, quando tinha que caçar um animal, não mais se contentava em sorver seus úberes até secá-los, mas começou a se alimentar do seu sangue e da sua carne. Assim, ele se tornou tão feroz quanto nossos atuais animais da ordem dos mamíferos que se alimentam principalmente de carne.
A digestão da carne animal requer uma reação química muito mais poderosa e uma eliminação mais rápida dos resíduos do que aquela produzida por uma dieta vegetariana, como ficou provado pelas análises químicas dos sucos gástricos dos animais, e pelo fato de que os intestinos da classe de animais que se alimentam por meio de pastagem ou forragem (ervas, folhas e outras substâncias vegetais) serem muitas vezes mais longos do que os dos animais carnívoros de igual tamanho. Os animais da ordem dos mamíferos que se alimentam principalmente de carne, em geral, tornam-se sonolentos e aversos ao esforço físico.
Quando incitado a agir pela dor intensa da fome, o lobo feroz persegue sua presa com uma inabalável perseverança, e o salto e o posterior agachamento do leão, o rei dos animais, supera a alta velocidade do veado. Por meio de emboscadas, a família dos felinos frustra os mais velozes nas suas tentativas de fugir. A astúcia da raposa é proverbial, e os hábitos noturnos de ataque da hiena e de outros animais que se alimentam de carniça ilustram a profunda perversão resultante de uma dieta de carne putrefata.
Alguns dos padrões de comportamento anormal, que é prejudicial à saúde, resultantes da ingestão da carne animal podem ser a fadiga, a ferocidade, a astúcia e a depravação. Podemos domar o boi e o elefante, que são herbívoros. São dóceis e armazenam uma enorme força que, obedientemente, usam ao nosso serviço executando longos e árduos trabalhos. A ingestão de carne necessária às peculiaridades constitucionais dos animais da ordem dos mamíferos que se alimentam principalmente de carne, faz com que se tornem perigosos e incapazes de serem completamente domesticados. Um gato pode arranhar a qualquer momento, e os regulamentos nas cidades para que os cães sejam amordaçados são provas suficientes desse perigo. Além disso, a energia contida na dieta dos animais da ordem dos mamíferos que se alimentam principalmente de carne é tão utilizada na digestão, que eles ficam indolentes e incapazes de executar trabalhos mais árduos, como os desempenhados pelo cavalo e pelo elefante.
Volumes e volumes e livros – e até bibliotecas inteiras – já foram escritos para explicar a natureza de Deus, mas, provavelmente é uma experiência universal que quanto mais lemos a respeito das explanações feitas por outras pessoas, menos nós compreendemos. Há uma descrição, fornecida pelo inspirado Apóstolo São João quando ele escreveu: “Deus é Luz”[58], que é tão esclarecedora para a Mente, quanto as outras são confusas. Qualquer um que use essa passagem como assunto de Meditação encontrará, seguramente, uma maravilhosa recompensa à sua espera, pois não importa quantas vezes tomemos esse assunto, nosso próprio desenvolvimento, conforme os anos passam, nos assegura uma compreensão cada vez mais completa e melhor. Cada vez que mergulhamos nessas três palavras, sentimo-nos banhados por uma fonte espiritual de inesgotável profundidade e, a cada vez, sondamos mais minuciosamente as profundezas divinas e nos aproximamos mais do nosso Pai celestial.
Para mantermo-nos nesse assunto, voltemos no tempo para obter a posição e a direção da nossa futura linha de progresso.
A primeira vez que nossa consciência se dirigiu para a Luz, foi logo após sermos dotados da Mente. Quando entramos definitivamente em nossa evolução como seres humanos na Atlântida – a terra da névoa – nas profundezas das bacias de nosso planeta, a neblina quente, emitida da terra que se resfriava, pairava como um denso nevoeiro sobre a Terra. Nessa época, as estrelas nas grandes alturas do universo nunca eram vistas, e nem a luz prateada da Lua podia penetrar a atmosfera densa e nebulosa que pairava sobre aquela antiga terra. Mesmo o esplendor ígneo do Sol estava quase totalmente extinto, e quando estudamos a Memória da Natureza daquela época, vemos que ele se assemelhava a um lampião colocado num poste num dia enevoado. Era bastante obscuro e tinha uma aura de variadas cores, muito similar àquelas observadas ao redor de um arco de luz.
Mas, essa luz tinha um fascínio. Os antigos Atlantes foram instruídos pelas Hierarquias Divinas, que os acompanhavam, que aspirassem a luz e, como a visão espiritual já estava, então, em declínio (até mesmo os mensageiros, ou Elohim, eram percebidos com dificuldade pela maioria) eles aspiravam cada vez mais ardentemente à nova luz, pois temiam as trevas das quais se tornaram conscientes por meio da dádiva da Mente.
Então, ocorreu o inevitável dilúvio, quando a neblina esfriou e se condensou. A atmosfera clareou e o “povo escolhido” foi salvo. Aqueles que trabalharam internamente e aprenderam a construir os órgãos necessários para respirar numa atmosfera semelhante à atual, sobreviveram e vieram para a luz. Não foi uma escolha arbitrária; o trabalho do passado consistiu na construção do corpo. Aqueles que só possuíam fendas parecidas com brânquias, tal como o embrião humano que ainda as tem em seu desenvolvimento pré-natal[59], não estavam preparados fisiologicamente para entrar na nova Era[60], como não estaria o embrião humano se nascesse antes de construir os pulmões. O embrião humano morreria como morreram aqueles povos antigos quando a atmosfera rarefeita tornou inúteis as fendas parecidas com brânquias.
Desde o dia que saímos da antiga Atlântida, nossos corpos estão praticamente completos, isto é, não tivemos o acréscimo de novos veículos; mas, desde aqueles tempos e de agora em diante, os que desejam seguir a luz precisam se esforçar para obter o crescimento anímico. Os corpos que cristalizamos ao nosso redor precisam ser dissolvidos, e a quintessência da experiência extraída, que como “alma” pode ser amalgamada com o espírito, para fomentá-lo da impotência à onipotência. Por isso, o Tabernáculo no Deserto foi proporcionado aos antigos e a luz de Deus desceu sobre o Altar dos Sacrifícios. Isso tem uma grande significância: o Ego tinha acabado de descer para dentro do seu tabernáculo, o corpo. Todos nós conhecemos a tendência do instinto primitivo para o egoísmo e, se tivéssemos estudado as éticas superiores, saberíamos quão subversiva do bem é a indulgência às tendências egoístas; portanto, Deus imediatamente colocou ante a Humanidade, a Luz Divina sobre o Altar dos Sacrifícios.
Sobre esse altar, eles foram forçados, por uma terrível necessidade, a oferecer suas mais preciosas posses por cada transgressão cometida, pois imaginavam Deus como um chefe severo, a cujo desagrado era perigoso incorrer. Mesmo assim, a Luz os atraia. Eles sabiam, então, que era inútil tentar escapar das mãos de Deus. Eles nunca não tinham ouvido as palavras de São João: “Deus é Luz”, mas eles já tinham aprendido sobre os céus que, de algum modo, lhe davam o significado do infinito, como algo medido pelo reino da luz, pois ouvimos Davi exclamar: “Para onde ir, longe do teu sopro? Para onde fugir, longe da tua presença? Se subo aos céus, tu lá estás; se me deito no Xeol, aí te encontro. Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar, mesmo lá é tua mão que me conduz, e tua mão direita me sustenta. Se eu dissesse: ‘Ao menos a treva me cubra, e a noite seja um cinto ao meu redor’ — mesmo a treva não é treva para ti, tanto a noite como o dia iluminam”[61].
Com o passar dos anos, com o auxílio dos mais poderosos telescópios que a engenhosidade e as habilidades mecânicas do ser humano foram capazes de construir para penetrar nas profundezas do espaço, se tornou mais evidente que a infinitude da luz nos mostra a infinitude de Deus. Quando ouvimos que “os homens preferiram mais trevas à luz, porque as suas obras eram más”[62], isto também se amolda ao que, infelizmente, conhecemos como fatos atuais, e ilumina a natureza de Deus para nós; pois não é verdade que sempre que nos sentimos em perigo no escuro, a luz nos proporciona uma sensação de segurança semelhante ao sentimento de uma criança que se sente protegida pela mão de seu pai?
Tornar permanente essa condição de estar na Luz foi o passo seguinte do trabalho de Deus para conosco, o qual culminou com o nascimento de Cristo que, como presença física do Pai, trouxe em Si mesmo aquela Luz, pois a Luz veio ao mundo para que todos que acreditassem em Cristo não perecessem, mas tivessem vida eterna. Ele disse: “Eu sou a Luz do Mundo”[63]. O Altar dos Sacrifícios no Tabernáculo no Deserto ilustrou o princípio do sacrifício como o meio de regeneração, por isso, Cristo disse a Seus discípulos: “Nenhum ser humano tem maior amor que este, o que dá sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos”[64]. E, imediatamente, Ele começou um sacrifício que, contrário à opinião ortodoxa vigente, não foi consumado em umas poucas horas de sofrimento físico numa cruz material, mas é tão perpétuo quanto eram os sacrifícios feitos no Altar dos Sacrifícios do Tabernáculo no Deserto, pois impõe uma descida anual para dentro da Terra e um enfrentamento de todas as condições cristalizadoras e limitadoras, como um aprisionamento, da Terra que deve significar para esse tão grande espírito.
Isto deve continuar até que um número suficiente de pessoas tenha evoluído a ponto de suportar a carga dessa densa massa de escuridão que nós chamamos de Terra, e que pende como uma pedra de moinho sobre o pescoço da Humanidade[65] impedindo seu futuro crescimento espiritual. Até que aprendamos a seguir “Seus passos”, não nos elevaremos em direção à Luz.
Conta-se que quando Leonardo da Vinci completou sua famosa obra “A Última Ceia”, pediu a um amigo para observá-la e dizer-lhe o que pensava a respeito.
O amigo olhou-a criticamente por alguns minutos e depois disse:
“Acho que você cometeu um erro ao pintar os cálices dos apóstolos tão ornamentados e parecendo ser de ouro. Pessoas na posição deles não iriam beber em recipientes tão caros”.
Da Vinci, então, passou o pincel sobre os cálices que tinham sido alvo das críticas de seu amigo, mas, ficou profundamente desgostoso, pois havia pintado aquele quadro com toda a sua alma, mais do que com suas mãos, na intenção de que este pudesse transmitir uma mensagem para o mundo. Havia colocado toda a grandeza de sua arte e a mais sincera devoção de sua alma no esforço de pintar um Cristo que, através de Sua palavra, levasse os seres humanos a seguir Seus passos.
Podemos vê-Lo como sentado naquela mesa na significativa reunião, a INCORPORAÇÃO DA LUZ, e proferindo aquelas maravilhosas palavras místicas: “Esse é meu corpo, (…) esse é meu sangue, dados a vós.”[66] – um sacrifício vivente.
No período anterior do nosso caminho espiritual, estávamos procurando uma Luz exterior a nós mesmos, porém, agora, chegamos ao ponto onde devemos procurar a luz de Cristo dentro de nós e tentar imitá-Lo, tornando-nos “sacrifícios viventes”, como Ele está fazendo. Vamos nos relembrar que, quando o sacrifício que está à nossa porta parece agradável e ao nosso gosto, quando nos sentimos capazes de escolher nosso trabalho “na vinha do Senhor” e fazer o que nos agrada, não estamos fazendo um verdadeiro sacrifício como Ele o fez, e nem quando somos vistos pelos outros a nossa volta e aplaudidos por nossa benevolência. Porém, quando estamos prontos para segui-Lo, desde aquela reunião significativa, onde Ele era o mais honrado entre os amigos, até o jardim de Getsemani onde Ele ficou sozinho e envolvido, como se estivesse em uma luta violenta e determinada, com o grande problema diante d’Ele enquanto Seus amigos dormiam, então, aí sim, estamos fazendo um sacrifício vivente.
Quando nos sentirmos satisfeitos em seguir “Seus passos” a ponto do autossacrifício, onde nós pudermos dizer do fundo do coração “Tua vontade e não a minha”[67], então, certamente teremos a luz interior e, desde esse momento, nunca mais existirá em nós o que entendíamos ser a escuridão. Andaremos na luz[68].
Esse é nosso glorioso privilégio, e a meditação sobre as palavras do apóstolo: “Deus é Luz”[69] nos ajudará a perceber esse ideal, desde que acrescentemos obras à nossa fé e digamos, pelos nossos atos, o mesmo que disse o Cristo: “Esse é o meu corpo e esse é o meu sangue”, um sacrifício vivente sobre o altar da Humanidade.
De tempos em tempos, conforme a exigência da ocasião, nós advertimos os Estudantes da Fraternidade Rosacruz, em nossas cartas individuais, para não participarem de sessões espíritas, de lugares em que evocam “espíritos”, de demonstrações hipnóticas ou de lugares onde o incenso é queimado pelos diletantes do ocultismo. A Magia Negra é praticada tanto consciente como inconscientemente e, de tal forma, que chega a ser até inacreditável. O “perverso magnetismo animal”, que é somente outro nome dado à Força Negra, é responsável por mais fracassos nas atividades profissionais, na perda da saúde e infelicidade nos lares do que a maioria das pessoas pode imaginar. Mesmo os que perpetram tais ultrajes são, muitas vezes, inconscientes do mal que praticam. Portanto, me parece oportuno dedicar um capítulo à explanação de algumas leis de magia, que são as mesmas para a branca e para a negra. Há somente uma força, e essa pode ser usada para o bem ou para o mal; e de acordo com as razões que a motivam e do uso que é feito dela, se torna negra ou branca.
É um axioma científico que “Ex nihil, nihil fit” (do nada, nada vem). Deve haver uma semente antes que haja uma flor, porém, de onde veio a primeira semente é algo que a ciência não consegue explicar. O ocultista sabe que todas as coisas vieram do arche, a essência infinita do Caos, usada por Deus, o Grande Arquiteto, para a construção do nosso universo; e dado o núcleo de alguma coisa, o mago proficiente, como resultado da prática e de treinamento, pode usar, como uma fonte de recurso, a mesma essência para uma necessidade posterior. Cristo, por exemplo, tinha alguns pães e alguns peixes[70] e, por meio daqueles núcleos, Ele usou, como uma fonte de recurso, a essência primordial do Caos para suprir o que Lhe faltava, realizando o milagre de alimentar uma multidão. Um mago humano, cujo poder não é tão elevado, pode mais facilmente usar, como fonte de recurso, as coisas que já se tenham materializado, vindas do Caos. Ele pode pegar flores ou frutas pertencentes a alguém, numa distância de quilômetros ou centenas de quilômetros, desintegrá-las em seus constituintes atômicos, transportá-las através do ar e fazer com que elas assumam suas formas físicas regular no lugar onde está entretendo as pessoas a sua volta com o objetivo de surpreendê-las. Tal magia é, no mínimo, cinza, ainda que ele envie o pagamento pelas flores ou frutas que ele tirou de quem as pertencia; se ele assim não o fizer, é Magia Negra, pois roubou bens que pertencia a alguém. A magia para ser branca precisa, sempre, ser utilizada altruisticamente, e mais ainda: com propósitos nobres – como, por exemplo, salvar uma pessoa que está sofrendo. Cristo, quando alimentou a multidão, a partir do Caos, justificou Sua atitude pelo fato dessas pessoas estarem com Ele há vários dias e, se tivessem que voltar para os seus lares sem o alimento físico, por certo, desmaiariam pelo caminho e sofreriam privações.
Deus é o Grande Arquiteto do Universo e os Iniciados das Escolas de Magia Brancas são, também, “arche-tektons”, construtores da essência primordial em suas atividades beneficentes à humanidade. Esses Auxiliares Invisíveis necessitam de um núcleo do Corpo Vital do paciente que, como sabem os Estudantes da Fraternidade Rosacruz, lhes é fornecido pelos eflúvios vindos da mão do solicitante e que impregnam o papel[71] quando ele assina pedindo auxílio e cura. Com esse núcleo do Corpo Vital do paciente, eles podem usar, como fonte de recurso, a matéria virgem necessária para restaurar a saúde, reconstruindo e fortalecendo o organismo afetado.
Os Magos Negros são espoliadores, atuam pelo ódio e pelo desejo de causar dor, injúria e angústia a outra pessoa. Eles, também, precisam de um núcleo para suas ações nefastas e conseguem mais facilmente obter tal núcleo do Corpo Vital da vítima nas sessões espíritas, em lugares em que evocam “espíritos” ou em sessões hipnóticas, onde os participantes relaxam, se colocam num estado mental negativo, deixam cair seus maxilares, enfraquecendo suas individualidades por meio de outras práticas distintas mediúnicas. Mesmo as pessoas que não frequentam esses lugares não estão totalmente imunes, pois há certas partes do Corpo Vital que são ignorantemente dispersadas pelas pessoas e que podem ser usadas eficazmente pelos Magos Negros. As principais partes do Corpo Vital que são utilizadas pelos Magos Negros são o cabelo e as unhas. Os praticantes da magia vodu[72] usam a placenta para seus propósitos horríveis. Um ser humano particularmente perverso, cujas práticas foram expostas há alguns anos atrás, obtinha de meninos o fluído vital que ele usava para seus atos demoníacos. Até mesmo uma coisa tão simples como um copo com água, colocado bem próximo a certas partes do corpo de uma vítima em perspectiva, pode absorver uma parte do Corpo Vital da vítima, enquanto o Mago Negro conversa com ela. Isso fornecerá ao Mago Negro o núcleo necessário, ou poderá obter esse núcleo necessário de um pedaço de roupa da pessoa. A mesma emanação invisível contida em uma vestimenta, que orienta um cão de caça na pista de determinada pessoa, não só guiará o Mago Branco ou Negro à residência daquela pessoa, como ainda fornecerá a chave do seu organismo ao Mago Branco ou Negro, que poderá ajudar ou prejudicar aquela pessoa, de acordo com a intenção do Mago.
Há, porém, métodos para se proteger das influências com disposições hostis, inimigas ou prejudiciais, as quais faremos menção na última parte desse capítulo. Debatemos longamente o fato de ser ou não prudente chamar a atenção dos Estudantes Rosacruzes para esses fatos, e chegamos à conclusão de que não devemos imitar o avestruz, que esconde sua cabeça num buraco na areia quando o perigo se aproxima. É melhor estarmos esclarecidos quanto às coisas que nos ameaçam para que, numa emergência, possamos tomar as precauções necessárias. A batalha entre as forças do bem e do mal está sendo travada com tal intensidade, que quem não estiver empenhado no verdadeiro combate não poderá compreender a natureza e o significado disso. Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e outras ordens afins que, podemos dizer, representam o Santo Graal em sua totalidade, vivem do amor e da essência do serviço altruísta, que eles recolhem e armazenam como as abelhas que juntam o mel, de todos os que estão se esforçando para viver a vida na sua plenitude. Isso acrescenta brilho ao Santo Graal, que se torna mais esplendoroso irradiando uma influência mais forte sobre aqueles que estão espiritualmente inclinados, permeando-os e influenciando-os de um maior ardor, de um maior zelo e de uma maior dedicação ao trabalho amoroso, no combate da luta pelo bem. Semelhantemente, as forças do mal do Graal Negro florescem através do ódio, da traição, da crueldade e de todos os atos demoníacos do calendário do crime. Tanto as forças do Graal Branco como as do Graal Negro necessitam de um sustento, de um pábulo – um fornecido pelo bem, o outro pelo mal – para a continuidade da existência deles e poder para lutar. Se eles não conseguirem obter o que necessitam, eles passam fome e se tornam enfraquecidos. Daí a luta implacável que está ocorrendo entre os dois.
Todas as noites, à meia-noite, os Irmãos Maiores prestam um serviço onde abrem os seus peitos para atrair os dardos de ódio, inveja, dos desejos de causar dor, injúria e angústia a outra pessoa e de todo o mal que tenha sido perpetrado nas últimas vinte e quatro horas. Primeiro, para que eles possam privar as forças do Graal Negro de obter alimento; e segundo, para que eles possam transmutar o mal em bem. Então, da mesma maneira que as plantas juntam o inerte dióxido de carbono exalado pela humanidade e a partir daí constroem seus corpos, os Irmãos do Santo Graal transmutam o mal dentro do templo; e da mesma maneira que as plantas expelem o oxigênio renovado tão necessário à vida humana, assim também os Irmãos Maiores devolvem à humanidade a essência do mal transmutado como remorso, contrição ou compunção para que, juntamente com o bem, o mundo cresça cada dia melhor.
Os Irmãos Negros, ao invés de transmutar o mal, infundem a esse mal uma energia dinâmica maior e, em sua missão, o lançam em vãos esforços para conquistar os poderes do bem. Para esses fins, eles usam os Elementais e outras entidades desencarnadas, as quais, sendo de uma ordem inferior, estão disponíveis para tais práticas repulsivas, qual delas necessitam. No passado, quando as pessoas queimavam óleo advindo de gordura animal ou velas feitas do sebo de animais, os Elementais se aglomeravam ao redor do óleo ou das velas como diabos ou demônios, procurando obsediar aquele que oferecesse urna oportunidade. Até mesmo as velas de cera oferecem alimento para essas entidades, porém, os modernos métodos de iluminação por eletricidade, carvão ou mesmo velas de parafina são inadequados para os Elementais. Eles ainda gravitam por bares, matadouros e lugares semelhantes onde existem animais e pessoas parecidas com os animais. Eles também gostam muito de lugares onde se queime incenso, pois isto lhes oferece um meio de acesso fácil, e quando os participantes de sessões inalam o odor do incenso, estão inalando também os espíritos Elementais que os vão afetar de acordo com o caráter de cada um.
É aqui onde podemos usar a proteção da qual falamos anteriormente. Quando vivemos vidas de pureza, quando nossos dias são preenchidos em serviços para Deus e para nossos irmãos e as nossas irmãs com pensamentos e ações da mais alta nobreza, então estamos criando para nós o Dourado Manto Nupcial, que é uma força radiante para o bem. Nenhum mal é capaz de penetrar essa armadura, pois o mal age, então, como um bumerangue e retorna para aquele que o enviou, devolvendo-lhe o mal que ele engendrou.
Mas, infelizmente, nenhum de nós é completamente bom. Conhecemos muito bem a guerra travada entre a carne e o Espírito. Não podemos ignorar o fato de que, assim como São Paulo, “com efeito, não faço o bem que eu quero, mas pratico o mal que não quero.”[73]. Frequentemente nossas boas resoluções redundam em nada e fazemos o mal porque é mais fácil. Portanto, todos temos o núcleo do mal dentro de nós, que permite o “abre-te-sésamo” para que essas forças do mal possam agir. Por esta razão, é melhor não nos expormos sem necessidade em lugares onde são efetuadas sessões com espíritos invisíveis, mesmo que seus ensinamentos pareçam elevados para os mais incautos. Mesmo como espectadores, não devemos participar de demonstrações hipnóticas, pois uma atitude negativa pode deixar a pessoa sujeita ao perigo da obsessão. Deveríamos seguir sempre o conselho de São Paulo e nos revestir com a completa armadura de Deus. Devemos ser positivos em nossa luta pelo bem contra o mal, e nunca perder uma oportunidade de ajudar os Irmãos Maiores por meio da palavra ou da ação na Grande Luta pela supremacia espiritual.
É bem sabido dos Estudantes da Filosofia Rosacruz que cada espécie de animal é dominada por um Espírito-Grupo, que é o guardião e que cuida dela – como um protetor – com o objetivo de guiá-la pelo Caminho da Evolução naquilo que for mais conveniente para o desenvolvimento de cada espécie animal; não importa qual a posição geográfica desses animais; o leão nas selvas da África é dominado pelo mesmo Espírito-Grupo do leão que está na jaula de um zoológico em qualquer lugar do mundo. Portanto, esses animais são semelhantes em todas as suas principais características: têm os mesmos gostos e as mesmas aversões com respeito à alimentação, e agem de maneira quase idêntica sob circunstâncias similares. Se alguém quer estudar a espécie dos leões ou dos tigres tudo o que é necessário é estudar um deles, pois esse não tem o poder de escolha nem de prerrogativa, mas age inteiramente de acordo com o que dita o Espírito-Grupo. O mineral não pode escolher se vai se cristalizar ou não; a rosa é impelida a desabrochar; o leão é compelido a caçar e matar por comida; e em cada caso a atividade é ditada completamente pelo Espírito-Grupo.
Porém, o ser humano é diferente; quando queremos estudá-lo, percebemos que cada indivíduo é como se fosse uma espécie única em si mesmo. O que um faz sob determinada circunstância, não indica o que o outro fará em circunstância idêntica; “o que é bom para um, pode não ser para outro”; cada um tem diferentes preferências e aversões. Isso ocorre porque o ser humano, como o vemos no Mundo Físico, é a expressão de um Espírito interno individual, aparentemente tendo escolhas e prerrogativas.
Mas, na verdade, o ser humano não é tão livre quanto parece; todos os estudiosos da natureza humana já observaram que, em certas ocasiões, um grande número de pessoas agiria como se estivesse dominado por um único espírito. É fácil notar, também, sem recorrer ao ocultismo, que as diferentes nações têm certas características físicas próprias. Todos nós conhecemos os tipos alemães, franceses, ingleses, italianos e espanhóis. Cada uma dessas nações tem características que diferem das de outras nações, indicando assim que deve haver um “espírito de raça” na raiz dessas peculiaridades. O ocultista que é dotado de visão espiritual sabe que isso é um fato, que cada nação tem um Espírito de Raça diferente que a envolve e paira como uma nuvem sobre o país inteiro. Nele as pessoas vivem, se movimentam e têm a existência delas; é o guardião delas e está constantemente trabalhando para o desenvolvimento delas, construindo a civilização delas e amparando ideais da mais elevada natureza, compatíveis com a capacidade delas para o progresso.
Na Bíblia nós lemos que Jeová, Elohim, que era o Espírito de Raça dos judeus, foi adiante deles numa coluna ou numa nuvem, e no Livro de Daniel tomamos um conhecimento considerável do funcionamento e mecanismo desses Espíritos de Raça. A imagem vista por Nabucodonosor com cabeça de ouro e pés de argila mostrava, claramente, como uma civilização construída inicialmente com ideais dourados, pouco a pouco, degenerou até que na última parte de sua existência os pés eram de argila instável e desagregada e a imagem foi condenada a ruir. Assim, todas as civilizações quando cuidadas e orientadas, durante os estágios iniciais da existência, pelos diferentes Espíritos de Raça tiveram grandes e dourados ideais, mas a humanidade, por ter algum livre-arbítrio e algum poder de escolha, não segue implicitamente os ditames dos Espíritos de Raça, como os animais seguem os comandos dos Espíritos-Grupo. Por essa razão, com o correr do tempo, uma nação para de crescer e, como não pode haver imobilidade no cosmos, começa a degenerar até que, finalmente, os pés são de argila e é necessário desferir um golpe para destruí-la, para que outra civilização possa ser construída sobre suas ruínas.
Mas, os impérios não caem sem um forte golpe físico e, consequentemente, um instrumento do Espírito de Raça de uma nação é sempre levantado no momento em que essa nação está condenada a cair. Nos Capítulos X e XI do Livro de Daniel[74] temos uma explicação de uma visão do funcionamento e mecanismo dos governos invisíveis dos Espíritos de Raça, os poderes por detrás do trono. Daniel estava muito perturbado em espírito; jejuava por três semanas completas, rezando por iluminação e, ao final desse período, um Arcanjo, um Espírito de Raça, apareceu diante dele e lhe dizendo: “Não temas, homem das predileções, pois desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a te mortificar na presença de teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras e eu vim por causa dos teus rogos. Porém, o príncipe do reino dos Persas resistiu-me por vinte e um dias; mas eis que veio em meu socorro Miguel, um dos primeiros príncipes, e eu fiquei lá junto do rei dos Persas”. Em seguida, explica a Daniel o que irá acontecer: “Sabes tu porque eu vim ter contigo? Tenho de voltar para combater o Príncipe da Pérsia: quando eu tiver partido, deverá vir o Príncipe de Javã. Ninguém me presta auxílio para essas coisas senão Miguel, vosso Príncipe”. O Arcanjo também disse: “e eu, no primeiro ano de Dario, o Medo, me mantive firme para ajudá-lo e sustentá-lo.”.
Assim, quando a sentença é dada, alguém se erguerá para gerir o golpe; pode ser um Ciro, um Dario, um Alexandre, um César, um Napoleão ou um kaiser. Esse poderá pensar que é o primeiro a iniciar tal movimento, um indivíduo livre agindo por sua própria escolha e prerrogativa, mas, na verdade, é somente o instrumento do governo invisível do mundo, o poder por detrás dos tronos, os Espíritos de Raça, que veem a necessidade de destruir civilizações que já viveram além da utilidade delas, de modo que a humanidade possa ter um novo começo e possa evoluir sob um novo ideal, mais elevado do que aquele que a animava antes.
O próprio Cristo, quando na Terra na sua primeira vinda, disse: “Vim não para trazer a paz, mas uma espada”[75], pois era evidente para Ele que, enquanto a humanidade estivesse dividida em raças e nações, não poderia haver “paz na Terra e boa vontade entre os homens”[76]. Somente quando as nações se unirem numa fraternidade universal é que a paz será possível. As barreiras do nacionalismo devem ser abolidas e, para esse fim, os Estados Unidos da América têm sido trabalhado para ser um cadinho, onde tudo aquilo que há de bom das nações antigas está sendo reunido e amalgamado para que uma nova raça com ideais mais elevados e sentimentos de fraternidade universal possa nascer para a Era Aquariana. Entretanto, as barreiras do nacionalismo já foram parcialmente destruídas na Europa, através do terrível conflito que teve seu fim há pouco tempo[77]. Isso faz aproximar o Dia da Amizade universal e a realização da Fraternidade entre os seres humanos.
Há, também, outro objetivo a ser conquistado. De todos os terrores aos quais a humanidade está sujeita, não há nenhum maior que a morte, que nos separa daqueles que amamos, pois somos incapazes de vê-los depois que deixaram os seus corpos. Mas, tão certamente como ao dia se segue a noite, assim também todas as lágrimas vertidas destruirão a camada que agora cega os olhos do ser humano ocultando-lhe a terra dos mortos que vivem. Já dissemos, repetidas vezes e reafirmamos agora, que uma das maiores bênçãos que advirá da guerra[78] será a visão espiritual que se desenvolverá num grande número de pessoas. A intensa e profunda angústia, tristeza e arrependimento dos milhões de seres humanos, o anseio de rever os entes queridos que lhes foram arrebatados tão brusca e cruelmente, são uma força de incalculável potência e poder. Da mesma maneira, aqueles que morreram prematuramente e se encontram agora nos Mundos invisíveis estão igualmente desejosos de rever seus entes próximos e queridos para lhes transmitir palavras de conforto que possam convencê-los de seu bem-estar. Assim, podemos dizer que dois grandes exércitos compostos de milhões e milhões estão, com enorme energia e intensidade, abrindo um túnel com o propósito de ligar os Mundos invisíveis ao Mundo visível. Dia após dia, esse véu está ficando mais tênue e, mais cedo ou mais tarde, os vivos e os mortos que vivem se encontrarão no meio do túnel. Antes que percebamos, a comunicação será estabelecida e isso constituirá uma experiência tão comum que, quando nossos entes amados saírem de seus corpos gastos e doentes, não sentiremos nenhuma angústia ou tristeza e nem a perda, porque seremos capazes de vê-los em seus corpos etéricos, movimentando-se entre nós como costumavam fazer. Então, sairemos vitoriosos do grande conflito com a morte e poderemos dizer: “Oh, morte, onde está teu aguilhão? Oh, tumba, onde está tua vitória?”[79].
“Se eu tivesse que fazer negócios seguindo os princípios formulados no Sermão da Montanha, estaria totalmente arruinado em menos de um ano”, disse um crítico, recentemente. “Isso porque é absolutamente impraticável seguir a Bíblia em nossas atuais condições econômicas; é impossível viver de acordo com ela.”
Se isso é verdade, aqui está uma boa razão para o ceticismo nas questões de fé e de Religião do mundo, mas como num tribunal é sempre permitido ao acusado um julgamento justo, então vamos examinar a Bíblia do começo ao fim antes de julgá-la. Quais são as acusações específicas? “Porque elas são incontáveis”, respondeu o crítico, “mas para citar apenas algumas delas, vamos tomar certas passagens como: ‘Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus’, ‘Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra’[80], ‘Por isso, não andeis preocupados, dizendo: Que iremos comer? Ou, que iremos beber? Ou, que iremos vestir?’[81].
“Muito bem”, diz o apologista, “consideremos primeiramente a última asserção. A versão da Bíblia do Rei Jaime diz: “Nenhum homem pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. Por isso eu vos digo: Não vos preocupeis pela vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que a comida, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu; pois elas não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai Celeste as alimenta. Não sois vós muito melhores do que elas? Mas quem de vós, com suas preocupações, poderá acrescentar um côvado à sua estatura? E quanto às vestes, por que vos preocupeis? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, vestiu-se como um deles. Portanto, se Deus assim veste a grama do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais, ó vós de pequena fé? Portanto, não fiqueis ansiosos, dizendo: O que comeremos ou o que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas essas coisas os gentios buscam). Porquanto vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas essas coisas. Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”[82] .
Se isso pretende significar que devemos desperdiçar gastando prodigamente tudo o que temos, vivendo de maneira perdulária ou desenfreada, então, é realmente uma ideia impraticável, além de desmoralizante. Contudo, tal interpretação não está de acordo com o conteúdo e o ensinamento de toda a Bíblia, e não é isso que se quer dizer. A palavra grega merimnon significa ser excessivamente cuidadoso ou ansioso, e se lermos a passagem com essa alteração nós descobriremos que ela ensina uma lição diferente, que é inteiramente praticável. “Mammon” é a palavra siríaca[83] para as riquezas desejadas pelas pessoas sem bom senso ou sem julgamento, imprudentes ou néscias. No parágrafo anterior, Cristo exortou-os a não se tornarem servos ou escravos das riquezas, as quais devem ser abandonadas quando o Cordão Prateado se rompe e o Espírito retorna a Deus e, além disso, que almejassem viver vidas praticando o amor, servindo e acumulando tesouros de boas ações, que poderão levar consigo para o Reino dos Céus. Nesse meio tempo, Ele exortou-os para que não ficassem excessivamente ansiosos quanto ao que eles mesmos deveriam comer, beber ou vestir. Por que a preocupação? Você não pode acrescentar nem um milésimo de milímetro a mais na sua altura, nem um fio de cabelo em sua cabeça com essa preocupação. A preocupação é a mais inútil e extenuante de todas as nossas emoções e não traz nada de bom e nem faz bem. O seu Pai celestial sabe que você precisa das coisas materiais, portanto, busque primeiro o Seu Reino e a justiça, e tudo o mais necessário será acrescentado. Em, pelo menos, duas ocasiões, quando multidões acompanhavam Cristo em lugares distantes de seus lares e longe de cidades onde podiam obter o necessário para o sustento, Ele demonstrou isso; Ele deu à multidão primeiro o alimento espiritual que procuravam e, então, atendeu às suas necessidades físicas diretamente de uma fonte espiritual de abastecimento.
Isso funciona nos dias modernos? Certamente tem havido tantas demonstrações a esse respeito que não é necessário relatar nenhuma em especial. Quando trabalhamos e oramos, oramos e trabalhamos, e fazemos das nossas vidas uma prece viva de oportunidades para servir os outros, então, todas as coisas terrenas virão naturalmente conforme tenhamos necessidades delas, e continuarão vindo, cada vez em maior escala, de acordo com o grau em que forem usadas à serviço de Deus. Se nos consideramos apenas como administradores e guardiões de quaisquer bens terrenos que possuímos, então somos realmente “pobres de espírito”, no que diz respeito aos evanescentes tesouros terrenos, mas ricos nos tesouros mais duradouros do Reino dos Céus; se não formos totalmente materialistas, certamente essa é uma atitude prática.
Não faz muito tempo que “caveat emptor”[84], “o comprador que fique esperto”, era o lema dos negociantes vendedores que procuravam riquezas terrenas e consideravam o comprador como sua presa legítima. Quando já tinham vendido suas mercadorias e recebido o dinheiro, não se importavam se o comprador ficava satisfeito ou não. Ainda se gabavam por ter vendido um artigo inferior que logo se desgastaria, como fica evidente no lema: “a fragilidade da mercadoria é a força do comércio”. Porém, aos poucos, as mesmas pessoas que desprezavam a ideia de introduzir a Religião em seus negócios, estão rejeitando esse “caveat emptor” como uma conduta e estão, inconscientemente, adaptando o preceito de Cristo: “Aquele que quiser ser o maior entre vós, seja o servo de todos”[85]. Em toda parte, os mais esclarecidos seres humanos que negociam vendas são insistentes em sua reivindicação em proteger e cuidar bem do que venderam, com base no serviço que prestam ao comprador, porque é uma política que tem retorno e que se paga e pode, consequentemente, ser classificada como outro dos preceitos práticos da Bíblia.
No entanto, algumas vezes, acontece que, apesar do desejo desses mais esclarecidos seres humanos que negociam vendas em servir corretamente a seus clientes, alguma coisa não corre bem, e um comprador zangado e insatisfeito chega falando alto e agressivamente, depreciando até publicamente a mercadoria que adquiriu. Sob o antigo e imprevisível regime de “caveat emptor”, o vendedor teria simplesmente sorrido ou expulsado o cliente do recinto. Não é assim que o vendedor moderno se comporta, aquele que aplica a Bíblia em seus negócios. Ele relembra a sabedoria de Salomão que dizia: “Uma resposta branda aplaca a ira”[86] e a asserção de Cristo: “os humildes herdarão a terra”[87]. Assim, ele se desculpa pelos defeitos da mercadoria, oferece uma restituição e o comprador, anteriormente insatisfeito, sai sorrindo e ansioso para contar a forma corretíssima como o trataram. Então, obedecendo os preceitos práticos da Bíblia, mantendo sua disposição de mansidão, de suavidade e de humildade, o vendedor ganha mais clientes que confiam nele e têm certeza de que receberão um tratamento justo, e o lucro adicional nas vendas será suficiente para equilibrar a perda ocasionada pelas mercadorias que causaram a insatisfação dos outros clientes. Esse comportamento de mansidão resulta em um aumento financeiro, no entanto o aumento do ponto de vista moral e espiritual será bem maior. Não existe um lema melhor para os negócios do que aquele que pode ser encontrado no Livro de Eclesiastes: “Mais vale sabedoria do que armas…”[88]. “Que tua boca não se precipite e teu coração não se apresse em proferir uma palavra…”[89]. “…pois a irritação mora no peito dos insensatos.”[90] Tato e diplomacia são sempre melhores que a força; pois como diz o Livro de Deus: “Se o machado está cego e não for afiado, é preciso muita força; é mais vantajoso usar sabedoria”[91]. A linha de menor resistência, desde que seja pura e honrada, é sempre a melhor. Assim, “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem…”[92] “…e faça o bem a eles”[93]:
É uma boa prática de negócios tentar nos reconciliar com aqueles que nos prejudicaram para que não façam outra vez; e é melhor para nós superarmos nossas animosidades ou nossos ressentimentos do que os nutrir, pois o que o ser humano semear, isso também colherá, e se semeamos desejos de ferir, de aborrecer ou ofender alguém ou, ainda, se semeamos a mesquinharia, a baixeza, a mediocridade, a injustiça, reproduzimos e produzimos, como efeito e consequência, sentimentos da mesma natureza nos outros. Tudo isso se aplica, também, à vida particular e aos relacionamentos sociais como nos negócios cotidianos. Quantas discussões acaloradas e discordantes – geralmente sobre assuntos triviais e entre pessoas que, geralmente, têm bons relacionamentos – não poderiam ser evitadas se cultivássemos a virtude da mansidão, da suavidade e da humildade em nossos lares; quanto regozijo obteríamos; quanta felicidade entraria em nossas vidas, se em nossos relacionamentos sociais e profissionais aprendêssemos a “fazer aos outros o que gostaríamos que fizessem a nós”![94]
Não há necessidade para a grande tensão mental que muitos de nós despendem na preocupação do que deveriam comer e o que deveriam beber. Nosso Pai Celestial possui a Terra e toda abundância que nela há; os rebanhos de animais e tudo o mais em milhares de campos são d’Ele. Se aprendermos verdadeiramente a entregar nossos cuidados a Ele, não há dúvida que a solução para resolver todas as nossas dificuldades será providenciada. É um fato, conhecido por todos que investigaram o assunto, que poucas pessoas, comparativamente, morrem por falta de recursos necessários à vida, mas, muitos morrem pela indulgência excessiva – especialmente excessivo consumo de alimentos, de bebidas, etc. – aos seus apetites. É experiência prática e constante do autor, e de muitas outras pessoas, que se nós fizermos fielmente o nosso trabalho do dia a dia da forma como ele se apresenta diante de nós, dando o melhor que pudermos, o melhor da nossa capacidade, os recursos para o amanhã sempre serão fornecidos. Se seguirmos as instruções da Bíblia, fazendo tudo “como se fosse para o Senhor”[95], não importa que linha de trabalho honesto realizemos: nós estaremos, então, ao mesmo tempo, buscando o Reino de Deus. Mas, se somos apenas servos temporários, trabalhando por medo ou favor, não poderemos esperar ser bem-sucedidos a longo prazo; saúde, riqueza e felicidade podem nos servir por pouco tempo, mas fora dos fundamentos sólidos da Bíblia não pode haver prazer duradouro na vida e nem a real prosperidade nos negócios.
Os Estudantes sinceros da Ciência da Alma são, naturalmente, ansiosos para “crescerem na graça”[96] a fim de que eles possam servir o melhor possível no Grande Trabalho de Ascensão Humana. Sendo humildes e modestos, estão tristemente conscientes das suas deficiências, mas, frequentemente, enquanto procuram ao redor por meios que facilitam o progresso, eles se perguntam: “O que dificulta ou torna tão lento o meu progresso?”. Alguns, especialmente em tempos passados, quando a vida era menos intensa do que agora, perceberam que a vivência cotidiana entre as pessoas comuns tinha muitas desvantagens. Para vencê-las e promover o crescimento anímico, se retiravam da comunidade para um mosteiro ou para as montanhas, onde podiam se dedicar à vida espiritual sem serem perturbados.
Nós sabemos, no entanto, que aquele não é o caminho. Está bem definido nas Mentes da maioria dos nossos Estudantes Rosacruzes que se nós fugimos de uma experiência hoje, iremos confrontá-la novamente amanhã, e que a palma da vitória[97] é conseguida vencendo ou superando o mundo, não fugindo dele. O ambiente no qual fomos colocados pelos Anjos do Destino foi de nossa própria escolha, quando estávamos no momento decisivo do nosso ciclo de vida no Terceiro Céu. Éramos, então, espíritos puros[98], livres da cegueira ou ilusão da matéria que agora cobre a nossa visão. Assim, sem dúvida, aquela experiência contém as lições necessárias para nós, e cometeríamos um grave erro se tentássemos escapar dela completamente.
Contudo, recebemos uma Mente para um propósito definido: raciocinar sobre coisas e condições de modo que possamos aprender a discernir entre o que é essencial e o que não é essencial, entre o que é projetado para dificultar ou tornar tão lento com o propósito de nos ensinar uma virtude para sobrepassá-la e aquilo que é um empecilho, que abala as nossas sensibilidades e arruína os nossos nervos sem qualquer ganho espiritual compensatório. Será maior o proveito se nós pudermos aprender a diferenciar a fim de conservarmos as nossas forças, aceitando apenas o que devemos suportar em prol do nosso bem-estar espiritual. Então, economizaremos muita energia e teremos muito mais entusiasmo para seguirmos em direções mais produtivas do que temos agora. Os detalhes desse problema são diferentes em cada vida aqui; entretanto, há certos princípios gerais que nos beneficiarão a compreender e a aplicá-los em nossas vidas, e entre eles está o efeito do silêncio e do som no crescimento anímico.
Em um primeiro vislumbre ou uma primeira impressão pode nos surpreender a afirmação de que o som e o silêncio são fatores muito importantes no crescimento anímico, mas, quando examinamos o assunto, logo percebemos que isso não é uma noção absurda. Primeiro, consideremos a expressão gráfica: “A guerra é um inferno”, e depois vamos imaginar uma cena de guerra. A visão é aterrorizante, ainda mais para aqueles que veem isso com uma visão espiritual mais clara do que para os que estão limitados pela visão unicamente física, pois esses últimos podem, pelo menos, fechar os olhos deles para isso se o quiserem, porém, o verdadeiro horror da situação é sentido, pesadamente, no coração do Auxiliar Invisível, que não só ouve e vê, mas sente em seu próprio ser a angústia e a dor de tudo que o circunda, sofrendo como Parsifal[99] sentia, no coração dele, a ferida de Amfortas[100], o rei do Graal seriamente ferido; de fato, sem aquele intenso sentimento íntimo de unidade com o sofrimento, não poderia haver nem a cura nem o auxílio. No entanto, há uma coisa da qual ninguém pode escapar, o terrível barulho das granadas, o estrondear ensurdecedor dos canhões, o pipocar violento das metralhadoras, os gemidos profundos indicativos de dores dos feridos e as ofensivas expressões de raiva e outras emoções semelhantes de uma certa classe de participantes. Não precisamos de nenhum outro argumento para concordar que é, realmente, um “ruído infernal” e tão subversivo ao crescimento anímico quanto possível. O campo de batalha é o último lugar que alguém, com uma Mente sã, escolheria para obter crescimento anímico, embora não devamos esquecer que muito desse crescimento anímico foi alcançado pelas ações nobres e de autossacrifício ali realizadas; mas, tais resultados foram alcançados apesar das condições e não por causa delas.
Por outro lado, consideremos uma igreja ressoando com acordes de um canto gregoriano[101] ou de um oratório de Haendel[102], sobre os quais as orações da alma aspirante voam em direção ao Autor do nosso Ser. Essa música pode ser, certamente, denominada “celestial” e a igreja designada como oferecendo uma condição ideal para o crescimento anímico, mas, se lá permanecêssemos permanentemente, negligenciando nossos deveres, fracassaríamos, apesar da condição ideal.
No entanto, resta apenas um método seguro para nós, isto é, um método que nos possibilite permanecer no barulho dos campos da batalha do mundo, esforçando-nos para extrair, das condições menos promissoras, o material necessário para o crescimento anímico, por meio do serviço altruísta, e, ao mesmo tempo, construir dentro de nós um santuário repleto daquela música silenciosa que soa sempre na alma de quem serve amorosamente, como uma fonte de elevação acima de todas as vicissitudes da existência terrena. Possuindo aquela “igreja viva” interna, tornando-nos de fato, sob aquela condição, “templos vivos”, podemos voltar a qualquer momento, quando nossa atenção não for legitimamente exigida pelos assuntos temporais, para aquela casa espiritual, não construída por mãos, nos banhando em sua harmonia. Podemos fazer isso muitas vezes durante o dia e, assim, continuamente restaurar a harmonia que foi perturbada pelas discórdias das relações mundanas.
Então, como devemos construir este Templo e enchê-lo com a música celestial que tanto desejamos? O que ajudará e o que atrasará, impedirá ou evitará? Essas são questões que pedem uma solução prática, e devemos tentar elaborar respostas da maneira mais simples possível, pois esse é um assunto de vital importância. As pequenas coisas são particularmente importantes, pois o neófito precisa levar em conta até aquelas aparentemente insignificantes. Se acendermos um fósforo em meio a um vento muito forte, ele se apaga antes que alcance qualquer ponto perceptível de fogo, mas, se a pequena chama for colocada em um monte de mato ou galhos secos, e tiver a chance de crescer devagar e com calma, o vento crescente atiçará a chama ao invés de apagá-la. Os Adeptos ou as Grandes Almas podem permanecer serenos sob condições que perturbariam o Aspirante à vida superior comum, motivo por que tal Aspirante deve utilizar o discernimento e não se expor desnecessariamente às condições contrárias ao crescimento anímico; o que precisa, mais do que tudo, é um estado de equilíbrio estável, e nada é mais hostil ou prejudicial para alcançar essa condição do que o ruído.
Não podemos negar que nossas comunidades são lugares, cenas e até situações em que há alvoroços e confusões e que temos um direito legítimo de fugir, se possível, de alguns ruídos tais como os dos automóveis ao fazerem uma curva. Não precisamos viver nessas esquinas em detrimento dos nossos nervos ou em prejuízo dos nossos esforços de concentração, porém, se temos uma criança doente, chorando, que necessita dia e noite da nossa atenção, não importando, inclusive, como isso afete os nossos nervos, nós não temos o direito, perante Deus e os seres humanos, de fugir ou negligenciar o nosso dever com o pretexto de nos concentrar. Esses fatos são perfeitamente óbvios e aceitos imediatamente, mas, as coisas que mais ajudam ou impedem são, na maioria e como já dissemos, as tão pequenas que escapam inteiramente à nossa atenção. Quando começamos a enumerá-las, poderão provocar um sorriso de incredulidade, porém, se forem ponderadas e praticadas, logo perceberemos que é por aí mesmo, pois considerando o axioma, “pelos seus frutos os conhecereis.”[103], elas demonstrarão resultados e justificarão a nossa afirmação de que “o silêncio é um dos maiores auxiliares para o crescimento anímico”, e deve ser cultivado pelo Aspirante à vida superior em seu lar, em seu comportamento pessoal em relação aos outros, em suas caminhadas, em seus hábitos e, por mais paradoxal que pareça, até em suas conversas.
Uma prova do benefício da Religião é que ela faz as pessoas felizes, mas, a maior felicidade é, geralmente, muito profunda para ser mostrada externamente. Preenche todo nosso ser com tal plenitude, que é algo de extraordinário, e um modo de agir barulhento, tempestuoso ou turbulento nunca caminha junto com a verdadeira felicidade, pois o ruído é o sinal da superficialidade. A voz alta, a risada espalhafatosa, os modos de agir barulhentos, os saltos rijos dos sapatos que soam como batidas de martelo, o bater de portas e o barulho de pratos são as marcas características de pessoas de sentimentos grosseiros, pois elas gostam muito de zoada e quanto mais, melhor, pois excitam os Corpos de Desejos delas. Para tais pessoas, a música sacra ou litúrgica é um anátema; um conjunto musical ou uma banda de instrumentos metálicos é preferível a qualquer outra forma de divertimento, e quanto mais selvagem for a dança, melhor. Mas, isso não acontece, ou não deveria acontecer, com o Aspirante à vida superior.
Quando o menino Jesus foi perseguido por Herodes, que tinha uma intenção criminosa, a única salvação dele era a fuga e, por meio desse expediente foram preservados a sua vida e o seu poder para, assim, crescer e cumprir com a missão dele. Similarmente, quando o Cristo interno nasce no Aspirante à vida superior, ele pode melhor preservar essa vida espiritual fugindo ou se mantendo bem longe dos ambientes frequentados por pessoas que têm tais sentimentos grosseiros, onde essas coisas que atrasam a evolução são praticadas, e procurar um lugar entre pessoas de ideais semelhantes, desde que possa fazê-lo; mas, se colocado numa posição de responsabilidade para com uma família, é o dever dele dedicar um esforço e uma energia árduos para alterar as condições por meios de preceitos e exemplos, particularmente pelo exemplo, de maneira que, com o tempo, aquela atmosfera refinada e suave que transmite harmonia e vigor possa reinar sobre toda a casa. Não é essencial, para a felicidade das crianças, que lhes sejam permitidas o gritar com toda intensidade das vozes ou correr freneticamente pela casa, batendo portas e quebrando móveis em sua desabalada carreira; é, de fato, decidida e obviamente prejudicial, pois ensina-lhes a desrespeitar os sentimentos dos outros para a própria gratificação delas. Elas se beneficiarão mais do que a mãe ao utilizarem calçados com solas de borracha ou de material que não faça barulho ao caminhar e se forem ensinadas a reservar suas brincadeiras barulhentas para locais ao ar livre, brincando silenciosamente dentro de casa, fechando as portas com cuidado e falando em tom de voz moderado, como os pais ou responsáveis devem fazer.
Na infância começamos a danificar os nossos nervos, os quais, mais tarde, nos incomodarão. Assim, se ensinarmos às nossas crianças as lições acima indicadas, nós as pouparemos de muitos problemas na vida e, também, ajudaremos o nosso próprio crescimento anímico agora. Isso pode levar alguns anos para corrigir um lar que tenha esses erros aparentemente insignificantes e assegurar uma atmosfera que contribua para esse crescimento da alma, especialmente se as crianças já se tornaram adultas e se ressentem de correções dessa natureza, mas vale muito a pena tentar. Nós podemos e precisamos cultivar, pelo menos, a virtude do silêncio em nós mesmos ou nosso próprio crescimento anímico será muito pouco. Talvez, se considerarmos esse problema sob o ponto de vista oculto em conexão com o importante veículo, o Corpo Vital, essa necessidade ficará bem mais evidente.
Sabemos que o Corpo Vital está sempre armazenando força no Corpo Denso para ser utilizada nesta “Escola de Experiência” e que, durante o dia, o Corpo de Desejos está constantemente dissipando essa energia em ações que constituem a experiência a qual é, finalmente, transmutada em crescimento da alma. Sabemos isso muito bem, mas, o Corpo de Desejos tem a tendência a se exceder, se não for contido com rédea curta. O Corpo de Desejos tem intenso prazer e satisfação quando há movimentos sem restrições, quanto mais loucuras praticar, melhor, e se desenfreado age sobre o Corpo Denso fazendo-o assobiar, cantar, pular, dançar e fazer tantas outras coisas desnecessárias, tolas, impróprias e carentes de dignidade que são, obviamente, tão nocivas e danosas a esse crescimento anímico. Enquanto sob tal forte influência e atração de desarmonia e discórdia, a pessoa está como morta para as oportunidades espirituais no Mundo Físico e, à noite, quando deixa seu Corpo Denso, o processo de restauração desse veículo consome tanto tempo que sobra muito pouco, ou nenhum tempo para o trabalho espiritual, mesmo que a pessoa tenha a inclinação para pensar seriamente em se dedicar a esse trabalho espiritual.
Portanto, devemos, por todos os meios, fugir dos ruídos que não somos obrigados a ouvir, e cultivar, pessoalmente, o comportamento calmo e gentil, a voz modulada, o andar silencioso, a presença discreta e todas as outras virtudes que contribuem para a harmonia a fim de que o processo de restauração seja rapidamente realizado e, assim, ficarmos livres, a maior parte da noite, para trabalhar nos Mundos invisíveis, para adquirir mais crescimento anímico. Lembremo-nos, nessa tentativa de melhoria, de não nos deixarmos intimidar pelos fracassos ocasionais, recordando a admoestação de São Paulo de continuarmos fazendo o bem com paciência persistente.
Ocasionalmente, nós recebemos cartas de Estudantes Rosacruzes se queixando de que eles estão sozinhos no estudo da Filosofia Rosacruz, que os maridos deles, as esposas deles, os filhos deles ou outros parentes deles não simpatizam ou até mesmo são contrários aos Ensinamentos Rosacruzes, apesar de todos os esforços dos referidos Estudantes Rosacruzes para despertar o interesse desses amigos e, assim, obter a companhia deles nos estudos ou, pelo menos, a liberdade para seguir o caminho escolhido por eles. Esse atrito lhes causa uma certa infelicidade, de acordo com cada temperamento, e nós somos solicitados por esses Estudantes Rosacruzes a aconselhá-los como superar o antagonismo das pessoas com quem eles se relacionam e convertê-las. Isso já temos feito por meio de cartas pessoais e temos sido privilegiados por ajudar a mudar as condições em muitos lares quando nossas sugestões foram seguidas; mas, nós sabemos que, frequentemente, aqueles que sofrem mais agudamente não se manifestam e, portanto, decidimos tornar a discorrer um pouco sobre esse assunto.
Diz-se muito acertadamente que “pouco conhecimento é uma coisa perigosa”[104], e isso se aplica inteiramente tanto aos Ensinamentos Rosacruzes como a outros assuntos. Portanto, o primeiro passo de todos é avaliar se você tem o conhecimento suficiente para se certificar se está pronto para as perguntas e respostas que virão. Então, deixe-me fazer uma pergunta: “O que são os Ensinamentos Rosacruzes que você está tão ansioso para compartilhar com os outros e a quais desses Ensinamentos as pessoas se opõem? São as Leis gêmeas de “Causa e Efeito” e de “Renascimento”? Elas são excelentes para explicar uma imensa quantidade de problemas da vida, são um grande conforto quando o ceifador[105] da vida aparece e nos rouba de nosso lar um ente próximo e querido. Mas, você deve relembrar que há muitas pessoas que não sentem a necessidade de ter explicações sobre tais assuntos. Elas são, na sua estrutura, composição ou constituição tão inaptas para aplicar esses conhecimentos, quanto um surdo-mudo o é para usar um telefone. É verdade que trabalhamos com um aproveitamento maior quando conscientes da Lei e dos objetivos dela, mas tenhamos consciência do fato que essas Leis trabalham para o bem de todos, quer tenhamos conhecimento disso ou não e, portanto, esse conhecimento não é essencial. As pessoas não sofrerão nenhuma grande perda por não assumirem prontamente ou com prazer essa doutrina, e podem escapar do perigo que carregam o possuir “pouco conhecimento”.
Na Índia, onde essas verdades são conhecidas e milhões de pessoas acreditam nelas, as pessoas fazem pouco esforço para o progresso material, porque sabem que elas têm um tempo infinito, e o que não conseguirem realizar nesta vida podem esperar até na próxima vida ou nas outras à frente. Muitos ocidentais que assumiram prontamente ou com prazer a doutrina do renascimento deixaram de ser membros úteis e ativos em sua comunidade adotando uma vida de indolência, provocando, desse modo, a reprovação e a repreensão de muitos a esses chamados ensinamentos superiores. Se seus amigos não quiserem aceitar esses ensinamentos, os deixem em paz. Fazer conversões não é de modo algum o ponto essencial dos Ensinamentos Rosacruzes. O Guardião do Umbral não os examinará quanto ao conhecimento, e eles podem admitir que são totalmente ignorantes sobre esse assunto, e bater à porta na cara de outros que dedicaram a vida deles a estudar e a ensinar essas Leis.
Então, se as doutrinas de “Causa e Efeito” e “Renascimento” não são essenciais, o que dizer da complexa constituição do ser humano? Certamente é essencial saber que nós não somos meramente esse corpo visível, mas que temos um Corpo Vital que carrega esse corpo visível com energia, um Corpo de Desejos para gastar essa força, uma Mente para guiar nossos esforços físicos ou mentais pelos canais da razão, e que somos Espíritos Virginais envoltos em um véu tríplice como Egos. Não é essencial saber que o corpo físico é a contraparte material do Espírito Divino; que o Corpo Vital é uma réplica do Espírito de Vida e que o Corpo de Desejos é a sombra do Espírito Humano, enquanto a Mente forma a conexão entre o Tríplice Espírito e o Tríplice Corpo?
Não, não é essencial saber essas coisas. Esse conhecimento, quando usado apropriadamente, é uma vantagem, mas pode ser, também, uma desvantagem evidente no caso daqueles que possuem somente “pouco conhecimento” sobre esses assuntos. Há muitos que estão sempre meditando sobre o “Eu superior” enquanto se esquecem inteiramente dos muitos “eu inferiores” gemendo de miséria nas portas deles. Há muitos que sonham, dia e noite, com o momento de empreenderem seus voos de alma diários como “Auxiliares Invisíveis” e aliviarem os sofrimentos dos doentes e daqueles que sofrem com profundas angústias, tristezas ou profundos arrependimentos, ainda que não gastariam um só centavo numa corrida de táxi e nem uma hora do seu tempo para levar uma flor ou uma palavra de carinho a uma pobre e solitária alma que está num hospital. Repito que é mais provável que o Guardião do Umbral admita aquele que fez o que pôde, do que aquele que sonhou muito e nada fez para ajudar seus semelhantes que sofrem.
Se você pudesse fazer com que as pessoas estudassem os Ensinamentos Rosacruzes sobre a morte e a vida “post mortem”, você acharia importante que deveriam, também, conhecer sobre o Cordão Prateado, que permanece sem se romper por um período de, aproximadamente, três dias e meio depois que o Espírito deixa o Corpo Denso, e que o Corpo Denso deve ficar sem nenhum tipo de perturbação enquanto o Panorama da Vida que acaba de findar está sendo gravado no Corpo de Desejos, para servir como árbitro da vida da pessoa nos Mundos invisíveis? Você apreciaria que as pessoas conhecessem tudo sobre a vida do Espírito no Purgatório – como as más ações da vida recém-finda reagem sobre ele em forma de dor para criar a consciência e evitar que se repita, numa vida posterior, os atos que causaram sofrimento a alguém? Você gostaria que elas soubessem como as boas ações da vida recém-finda são transformadas em virtudes que serão utilizadas em vidas posteriores, como já foi explicado em nossa Filosofia Rosacruz?
Você, sem dúvida, ficou surpreso com a afirmação de que o conhecimento das grandes Leis gêmeas não é essencial. Provavelmente, a próxima afirmação que é irrelevante se os outros aprenderam sobre a constituição do ser humano, como a conhecemos, pode ter escandalizado você; e você, indubitavelmente, se sente chocado ao ouvir que os Ensinamentos Rosacruzes, referentes à morte e à passagem do Espírito para os Mundos invisíveis são, comparativamente, desnecessários para o objetivo que visamos alcançar. Realmente não importa se os seus pais compreendem ou acreditem nesses Ensinamentos Rosacruzes. No que diz respeito ao seu próprio falecimento, um pedido sincero para que deixem seu Corpo Denso quieto e imperturbável pelo período apropriado, provavelmente, será cumprido ao pé da letra, pois as pessoas têm uma consideração quase supersticiosa por esse “último pedido”; e se algum dos nossos amigos morrer, você está lá com o seu conhecimento e pode proceder da maneira correta para com ele. Então, não importa se eles se recusarem a admitir essa parte dos Ensinamentos Rosacruzes.
Mas, o Estudante Rosacruz pode dizer: “Se um conhecimento dos assuntos mencionados acima, que parecem de tanto valor prático é irrelevante para a progresso, então segue-se que os estudos sobre os Períodos, as Revoluções, os Globos, os Mundo, etc., também são totalmente irrelevantes. Isso refuta tudo o que foi ensinado no livro ‘Conceito Rosacruz do Cosmos’ e nada resta dos Ensinamentos Rosacruzes que temos abraçado e aos quais depositamos a nossa fé!”.
Nada resta? Sim, de fato, TUDO RESTA, pois os pontos acima mencionados são somente a casca que você deve remover para chegar ao fruto, à essência, ao cerne de tudo. Talvez você já tenha lido o livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” muitas vezes. Talvez você já o tenha estudado e se sente orgulhoso do seu conhecimento dos mistérios do mundo, porém, você algum dia já leu o mistério escondido em cada entrelinha? Esse é o maior e o mais essencial ensinamento, o único a ser ensinado e que desperta o interesse aos seus amigos, mas só se você conseguir encontrá-lo e fornecê-lo a eles. O livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” prega, em cada página, o EVANGELHO DO SERVIÇO.
Por nossa causa, a Divindade manifestou o universo. Todas as grandes Hierarquias Criadoras foram e algumas delas ainda são nossas servas. Os luminosos Anjos estelares, cujos corpos ígneos vemos movimentando-se rapidamente por todo o espaço, têm trabalhado conosco desde eras e, no devido tempo, Cristo veio para nos trazer o ímpeto espiritual necessário para aquele momento. Também é extremamente significativo que na Parábola do Juízo Final[106], Cristo não diz: “Bem fizeste, ó grande e erudito filósofo, … conheces a Bíblia, a Kabala, o “Conceito” e todas as outras literaturas misteriosas que revelam os intrincados trabalhos da natureza”, mas Ele disse: “Bem fizeste tu, bom e fiel servo… entrarás na alegria do teu Senhor… Pois Eu estava com fome e Me deste de comer, Eu estava com sede, e Me deste de beber…” Não há menção alguma à palavra conhecimento; toda a ênfase estava reservada à fidelidade e ao serviço.
Há uma profunda razão oculta para isso: o serviço constrói o Corpo-Alma, o glorioso Traje Nupcial, sem o qual nenhum ser humano pode entrar no Reino dos Céus, ocultamente chamado de “A Nova Galileia”, e não importa se somos conscientes de que estamos indo nesse caminho, contanto que realizemos o nosso trabalho. Além do mais, à medida que o luminoso Corpo-Alma cresce internamente e ao redor de uma pessoa, essa luz lhe ensinará os Mistérios sem a necessidade de livros, e aquele que assim aprende sobre Deus, conhece mais do que tudo que está contido em todos os livros do mundo. Em seu devido tempo, a visão interna lhe será aberta e o caminho para o Templo lhe será mostrado. Se você quer ensinar os seus amigos, não importa quão céticos possam ser, eles acreditarão em você, se você pregar o evangelho do serviço.
Mas, você deve pregar por meio da prática. Você deve se tornar um servo de todos, se quiser que acreditem em você. Se você quiser que eles o sigam, você deve servir como um canal, caso contrário, eles terão o direito de questionar a sua sinceridade. Lembre-se: “Tu és uma cidade sobre uma colina”[107], e quando você faz declarações de crenças nos Ensinamentos Rosacruzes, eles têm o direito de lhe julgar por meio dos seus frutos; portanto, fale pouco, sirva muito.
Há muitos que adoram discutir sobre a vida pacífica e inofensiva no jantar, alheios ao fato de que a carne assada na mesa e o cigarro na boca embotam o efeito. Há outros que endeusam o estômago e prefeririam estudar mais sobre gastronomia do que sobre a Bíblia; eles estão sempre dispostos a atrair a atenção dos seus amigos e os deter em conversas, mesmo contra a vontade deles, discorrendo sobre as últimas novidades gastronômicas. Eu conheci um homem que era dirigente de um grupo esotérico. A esposa dele era contra e se opunha ao ocultismo e à dieta sem carne animal. Ele a obrigava a preparar os vegetais dele em casa e a avisou que se ousasse trazer carne para a cozinha dele ou contaminar os pratos dele com a carne animal, ele a expulsaria de casa juntamente com todos os utensílios, acrescentando que se ela quisesse fazer o papel de porco, poderia ir comer carne num restaurante.
É de se admirar que ela julgou a Religião pelo homem e que não queria ter nada com ela? Certamente ele foi o culpado, sendo o “guardião do seu irmão”[108], e embora esse seja um caso extremo, torna a lição mais óbvia. É um louvor eterno para Maomé que a esposa dele se tornou a primeira discípula dele e ele ter sempre falado sobre a gentileza e a consideração no lar. Esse é um exemplo que todos deveríamos seguir, se quisermos conduzir nossos amigos para a vida superior, pois embora todos os sistemas religiosos difiram externamente, a essência de todos é o AMOR.
Não raramente, pessoas que não simpatizam com a ideia ou que não aspiram a viver uma vida superior, alegam que isso os torna incapazes para o trabalho do mundo. Infelizmente não podemos negar que há uma justificativa aparente para essa afirmação embora, na realidade, o primeiro requisito para se viver uma vida superior envolva uma obrigação em se comportar irrepreensivelmente ao lidar com assuntos materiais, pois, a menos que sejamos honestos nas pequenas coisas, como podemos esperar ser confiados em maiores responsabilidades? Portanto, julgamos conveniente dedicar uma lição à discussão de algumas coisas que atuam como pedras de tropeço na vida dos Aspirantes à vida superior.
Estudamos, na bíblia, uma passagem em que o rei enviou seus servos com convites para o banquete que havia preparado, e lemos lá que seus convites foram recusados por vários motivos[109]. Cada um tinha algum motivo material para usar como desculpas: compras, vendas, casamentos, portanto não podiam participar de algo espiritual e podemos dizer que tais pessoas representam a maior parte da humanidade de hoje, as quais estão muito absorvidas com os interesses do mundo para devotarem mesmo um pensamento à aspiração de um objetivo superior. Porém, há outras que se tornam tão entusiasmadas com a primeira experiência dos ensinamentos superiores, que estão prontas a desistir de todo trabalho no mundo, a repudiar toda a obrigação e a devotar o tempo delas àquilo que, com prazer, chamam de “ajudar a humanidade”. Elas rapidamente admitem que toma tempo aprender a ser um relojoeiro, um sapateiro, um engenheiro ou um musicista, e elas não sonhariam, nem por um momento, em desistir da atual atividade material delas para se estabelecerem como sapateiros, relojoeiros ou professores de música só porque se animaram com esses trabalhos ou se sentiram inclinadas a aprender esta ou aquela profissão. Elas compreenderiam que sem o preparo e o treinamento adequados estariam destinados ao fracasso e, no entanto, elas pensam que só porque se entusiasmaram pelos ensinamentos superiores estão imediatamente aptas para abandonar o trabalho do mundo e dedicar o tempo delas a serviços semelhantes, embora em menor grau, ao prestado pelo Cristo em Seu ministério.
Uma pessoa escreveu para Mount Ecclesia: “Desisti de comer carne animal e sinto um forte e poderoso desejo para viver uma vida ascética, longe do barulho do mundo que tem um efeito duramente desagradável em mim. Quero dar minha vida pela humanidade”. Outro diz: “Quero viver a vida espiritual, mas tenho uma esposa que precisa do meu carinho e apoio. Você acha que seria justo abandoná-la para ajudar meus semelhantes?”. Ainda, outro diz: “E estou em um negócio que não é espiritual; todos os dias tenho que fazer coisas que estão em oposição à minha natureza superior, mas tenho uma filha cuja educação depende de mim. Que devo fazer: continuar ou desistir?”. Claro que há muitos outros problemas que nos são apresentados, mas esses servem como bons exemplos, pois representam uma classe que está pronta para desistir do mundo à menor palavra de encorajamento, e correr para as montanhas na esperança de imediatamente criar asas. Se as pessoas que são dessa classe tiverem quaisquer laços que as prendam, elas o romperão sem escrúpulos ou ponderações.
Outras pessoas ainda sentem alguma obrigação, mas seriam facilmente persuadidas a repudiá-la a fim de viver o que chamam de “a vida espiritual”. Não podemos ignorar que quando as pessoas chegam a esse estado de espírito, quando perdem o desejo ardente delas de trabalhar no mundo, quando se tornam incapazes e negligentes com as obrigações delas, merecem a reprovação da comunidade.
Mas, como já foi dito, tal conduta está baseada na incompreensão dos ensinamentos superiores e não é, de maneira alguma, aprovada pela Bíblia ou pelos Irmãos Maiores.
É um passo na direção certa quando uma pessoa cessa de se alimentar de carne animal (mamífero, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins) porque sente compaixão pelo sofrimento dos animais. Há muitas pessoas que se abstêm de comer carne animal só por motivos de saúde, mas esse motivo delas é um motivo egoísta, tal sacrifício não traz consigo nenhum mérito. Em circunstâncias em que o Aspirante à vida superior é levado a se abster de comer carne animal porque percebe que a influência refinadora de uma dieta isenta de carne animal sobre o Corpo o ajudará em sua busca, porque torna o Corpo mais sensível às influências espirituais, também não há um mérito real. De fato, as pessoas que se abstêm de comer carne animal por causa da saúde serão muito beneficiadas, e as que não comem carne animal para que seu Corpo se torne mais sensível, também terão a recompensa delas àquele respeito, mas, do ponto de vista espiritual, nenhuma delas alcançará o verdadeiro objetivo. Por outro lado, aquelas que se abstêm de comer carne animal porque percebem que a vida de Deus é imanente em todos os animais, assim como nelas mesmas, que compreendem, em última análise, que Deus sente todos os sofrimentos experimentados pelos animais, que é uma Lei Divina – “Não matarás” – e que elas devem se abster por compaixão, então essas pessoas não são beneficiadas apenas na saúde, nem apenas em tornar os Corpo delas mais sensíveis aos impactos espirituais, mas, devido aos motivos que as impelem, elas colherão uma recompensa no crescimento anímico imensuravelmente mais preciosa do que qualquer outra que se possa considerar. Assim, nós diríamos, de todas as formas, para se abster de comer carne animal, mas se certificar de tomar essa decisão inspirado no motivo espiritual correto, caso contrário, isso não afetará os seus interesses espirituais nem um pouco.
Quando um entusiasta diz que quer se retirar do mundo e do barulho que o atordoa para viver a vida ascética, isso é realmente uma ideia estranha de servir ao próximo. A razão pela qual estamos aqui neste mundo é para podermos acumular experiência, que então é transmutada em crescimento anímico. Se um diamante bruto for colocado numa gaveta e aí permanecer por muitos anos, permanecerá exatamente igual e em nada mudará, mas quando é submetido a uma pedra de esmeril, o processo de lapidação removerá até a última partícula da camada bruta e o transformará numa bela e preciosa gema. Cada um de nós é um diamante bruto, e Deus, o Grande Lapidário, usa o mundo como uma pedra de esmeril que, pela lapidação, retira a camada áspera e feia, deixando que nosso “Eu” espiritual brilhe e se torne luminoso. Cristo foi um exemplo vivo disso. Ele não se afastou dos centros da civilização, mas estava sempre entre os sofredores e os pobres, ensinando, orando e ajudando até o momento em que, pelo glorioso serviço prestado, Seu corpo se tornou luminoso no Monte da Transfiguração e Ele, que havia trilhado o Caminho, exortou Seus seguidores a “estarem no mundo, mas não serem do mundo”[110]. Essa é a grande lição que todo Aspirante à vida superior tem que aprender.
Uma coisa é ir para as montanhas onde não há uma só pessoa para nos contradizer ou abalar a nossa sensibilidade e manter facilmente nosso autocontrole e manter uma postura equilibrada; é outra coisa, inteiramente diferente, manter nossas aspirações espirituais e permanecer equilibrados num mundo onde tudo nos afeta; mas, quando permanecemos nesse caminho, ganhamos um autocontrole inatingível de qualquer outra maneira.
Contudo, embora tenhamos o cuidado de preparar bem a nossa comida e nos abstermos de comer carne animal ou evitemos qualquer outra influência contaminadora externa; embora desejemos fugir para as montanhas para escapar das coisas sórdidas da vida na cidade, e queiramos nos livrar de todas as coisas externas que podem ser uma pedra de tropeço para nosso progresso, o que acontece com as coisas que vêm de dentro, os pensamentos que temos em nossas Mentes e o nosso alimento mental? Em nada nos ajudará o alimentarmos nossos Corpos com néctar e ambrosia – o alimento etérico dos deuses – quando a Mente é um ossuário – onde se guardam os ossos humanos em um cemitério –, um habitat de pensamentos inferiores, pois, então seremos somente sepulcros caiados, belos de ser por fora, mas, por dentro, cheios de um fedor nauseante[111] e essa delinquência mental pode ser mantida com a mesma facilidade e talvez até com mais facilidade na solidão das montanhas ou num chamado retiro espiritual do que numa cidade onde estamos ocupados com o nosso trabalho cotidiano. É verdadeiro o axioma popular que diz: “um cérebro desocupado é a oficina do diabo”, e a maneira mais segura de alcançar a pureza e a limpeza interna é manter a Mente ocupada o tempo todo, encaminhando nossos desejos, sentimentos e nossas emoções para os problemas práticos da vida, e trabalhando, cada qual no seu próprio ambiente, para ajudar os pobres e necessitados e, assim, lhes fornecer a ajuda suficiente que cada caso requeira e para aqueles que mereçam. As pessoas que não têm laços próprios podem, com muito proveito, fazer laços de amor e amizade com aqueles que estão carentes desses dois importantes sentimentos.
Se é o cuidado de um parente – esposa, marido, filho, filha – ou qualquer um que nos peça ajuda, lembremo-nos das palavras de Cristo quando Ele disse: “Quem é minha mãe e quem é meu irmão?”[112]. E Ele respondeu à própria pergunta, dizendo: “Aqueles que fazem a vontade de Meu Pai”[113]. Essa afirmação foi interpretada erroneamente por alguns, que julgaram que Cristo repudiou os relacionamentos físicos d’Ele e preferiu os relacionamentos espirituais, mas é só nos lembrar que nos últimos momentos da vida d’Ele aqui na Terra, Ele chamou para perto d’Ele o Discípulo que mais amava e disse à mãe d’Ele que ali estava o filho dela e disse ao Discípulo que ali estava a mãe dele, encarregando-o de cuidar dela[114]. O amor é a força unificante na vida e, de acordo com os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, é indispensável amar nossos parentes, mas também estender nossa natureza amorosa de modo a incluir todos os nossos semelhantes. É bom que amemos os nossos pais, entretanto, devemos amar também os pais, irmãos e as irmãs dos outros, pois a fraternidade universal nunca se tornará uma realidade enquanto nosso amor estiver confinado somente à família. É preciso que todos sejam incluídos, indistintamente.
Havia, entre os Discípulos, um que Cristo amava especialmente e seguindo o exemplo d’Ele podemos, também, conceder uma afeição particular a alguns, embora devamos amar todos e fazer o bem, mesmo àqueles que se manifestam para nós por meio da malícia e do ódio. Esses são ideais elevados e difíceis de serem alcançados em nosso atual estágio de desenvolvimento, mas, assim como o marinheiro guia o seu navio se orientando por uma estrela-guia e alcança o seu porto desejado, embora nunca alcançando a própria estrela, assim também ao colocarmos os nossos ideais em planos elevados, viveremos vidas mais nobres e melhores do que se a nada aspirássemos e, futuramente, com o tempo e através de muitos renascimentos, finalmente alcançaremos esse estágio, porque a divindade inerente a nós o torna imperativo.
Afinal então, para resumir, realmente não importam as condições em que estejamos colocados na vida, se numa posição mais elevada ou em outra qualquer. O ambiente atual, com suas oportunidades e limitações, está exatamente de acordo com as nossas necessidades individuais, tais como determinadas pelo destino autocriado em existências anteriores. Portanto, isso encerra para nós uma lição que precisamos aprender a fim de progredirmos corretamente ou apropriadamente. Se temos uma esposa, um marido, um filho, uma filha ou outros relacionamentos de família que nos ligam a um ambiente comum, todos eles devem ser considerados como parte do que temos que enfrentar e, cumprindo com o nosso dever para com eles, aprendemos a lição necessária. Se eles são contrários à nossa crença, se não veem com simpatia nossas aspirações, se nós temos que levar adiante um trabalho, uma atividade ou um negócio por causa deles e fazer coisas que não nos agradam, é porque devemos aprender algo sobre isso, e o caminho correto para um Aspirante à vida superior sincero é encarar as condições diretamente com o objetivo de descobrir com exatidão o que é necessário. Isso pode não ser uma consideração fácil. Pode levar semanas, meses ou anos para resolver o problema, mas, se o Aspirante à vida superior se dedicar devotamente a essa tarefa, ele pode estar certo de que a luz brilhará um dia e, então, verá o que é necessário e o porquê dessas condições lhe terem sido impostas. Então, tendo aprendido a lição ou descoberto os propósitos dela, ele irá, se tiver o espírito esclarecido, suportar o fardo devotamente e em oração, pois saberá que está no caminho certo e que é uma certeza absoluta que, assim que a lição naquele ambiente for aprendida, um novo caminho lhe será aberto indicando o próximo passo no caminho do progresso. Assim, as “pedras de tropeço” terão sido transformadas em trampolim, o que nunca aconteceria se ele as tivesse evitado. Com relação a isso citaremos este belo pequeno poema[115]:
“Não desperdicemos nosso tempo ardentemente desejando
Feitos brilhantes, mas impossíveis.
Não fiquemos indolentemente esperando
O nascimento de asas angelicais visíveis.
Não desprezemos as pequenas luzes brilhando,
Pois nem todos podem ser uma estrela reluzente;
Mas, vamos realizar nossa missão, iluminando
O lugar onde estamos presentemente.
As velas pequenas são tão indispensáveis
Como o é no céu o Sol fulgente.
E as ações mais nobres são realizáveis
Quando as fazemos dignamente.
Talvez agora não consigamos, caminhando,
Alumiar a escuridão das distantes regiões, claramente.
Mas, vamos realizar nossa missão, iluminando
O lugar onde estamos presentemente.”.
Você já viu como os navios que sobem um canal ou um rio são elevados de um nível para outro? É um processo muito interessante e instrutivo. Primeiro, o navio é levado para uma pequena eclusa onde o nível da água é o mesmo que o da parte mais baixa do rio em que antes navegava. Depois, as entradas da eclusa são fechadas e o navio fica isolado do mundo externo pelas altas paredes do recinto. Não pode voltar para o rio; a própria luminosidade ao seu redor se torna bem menor, mas, acima dele as nuvens em movimento ou o brilho do Sol são visíveis como se estivessem acenando para ele. O navio não pode subir sem ajuda, e a lei de gravidade impossibilita a água, naquela parte do rio onde o navio estava navegando, a se elevar a um nível mais alto, uma vez que não há possibilidade de ajuda daquela parte.
Também há comportas na parte superior da eclusa que impedem que as águas do nível superior invadam a parte inferior, caso contrário, a água invasora inundaria a eclusa rapidamente, afundando o navio que está na parte inferior, porque ela age em conformidade com a mesma lei de gravidade. Contudo, é de cima que deve vir a força para o navio atingir um nível mais elevado do rio e, para ser feito com segurança uma pequena correnteza é dirigida para o fundo da eclusa que eleva o navio muito lenta e gradualmente, mas com segurança, ao nível do rio acima. Quando esse nível é alcançado, as comportas superiores podem ser abertas sem perigo para o navio, e esse pode prosseguir a viagem na ampla superfície do curso mais elevado do rio. Então, a eclusa é esvaziada lentamente e a água nela contida se junta à água do nível mais baixo que, dessa maneira, se eleva, mesmo que levemente. Assim, a eclusa está pronta para levantar outra embarcação.
Isso é, como foi dito no começo, uma operação física muito interessante e instrutiva, mostrando como a capacidade e o engenho humano vencem grandes obstáculos pelo uso das forças da natureza. Porém, é uma fonte de iluminação ainda maior quando se refere a assuntos espirituais, que são de vital importância para todos aqueles que aspiram e se esforçam por viver a vida superior, pois isso ilustra bem o único método seguro pelo qual o ser humano pode se elevar do mundo temporal para os Mundos Espirituais e refuta, também, aqueles falsos instrutores ou mestres que, para benefício próprio, jogam com os intensos anseios das pessoas ainda imaturas e se declaram habilitados para abrir os portões dos Mundos invisíveis, mediante uma taxa para obter a Iniciação. Nosso exemplo mostra que isso é impossível, pois as imutáveis Leis da Natureza não permitem que isso aconteça.
Para uma melhor elucidação, vamos chamar nosso rio de rio da vida e nós, como indivíduos, somos os navios que nele navegam; o rio mais baixo é o mundo temporal e quando já o tivermos navegado em todo o seu comprimento e largura através de muitas vidas, inevitavelmente, chegaremos à eclusa elevada que está localizada ao final. Podemos ficar muito tempo rondando e observando a entrada, impelidos por uma força interior para entrar, mas somos puxados, por outro impulso, para o largo rio da vida, o do lado de fora. Muitas vezes essa eclusa de elevação, com suas paredes altas e despidas, nos parece proibitiva e solitária, em comparação com o alegre e divertido rio da vida, repleto de embarcações coloridas que navegam vistosamente pelo rio, mas, quando o desejo interno se torna realmente intenso, finalmente nos dirigimos à eclusa de elevação, e nos imbuímos com uma determinação de não voltar para o rio da vida mundana. Porém, mesmo nesse estágio há algumas pessoas que vacilam e temem em fechar a comporta atrás de si; elas aspiram ardentemente aos momentos da vida em um nível mais elevado, mas isso faz com que se sintam menos sozinhas ao olhar para trás, para o rio da vida mundana e, algumas vezes, permanecem nessa condição por vidas inteiras, se perguntando por que não progridem, porque não experimentam nenhum derramamento espiritual[116], porque não há nenhuma melhoria espiritual em suas vidas. Nossa ilustração torna o motivo disso muito claro; não importa o quanto o capitão possa implorar, o encarregado da eclusa jamais pensaria em soltar a correnteza da água de cima até que a comporta da eclusa estivesse totalmente fechada atrás do navio, pois o fluxo da água não poderia levantar o navio nem um só centímetro nessas condições, mas escoaria através das comportas abertas para se perder no nível mais baixo do rio. Nem os guardiães dos portões dos Mundos superiores nos abririam o fluxo da elevação, não importa o quanto fervorosamente rezemos até que tenhamos fechado a porta do Mundo atrás de nós, e fechado muito bem em relação à concupiscência dos olhos[117] – ou seja: o desejo pecaminoso de possuir o que vemos ou ter todas as coisas que possuem apelo visual, especialmente quando delas não precisamos de fato – e ao orgulho da vida[118] – ou seja: qualquer coisa que se refira à busca de honras, títulos e pedigrees; gabando-se de ascendência, conexões familiares, grandes cargos, conhecidos honrosos e coisas do gênero –, pecados que tão facilmente nos cercam e que são cultivados por nós, descuidadamente, nestes dias mundanos. Devemos fechar a porta sobre todas elas, antes que estejamos realmente em uma condição para receber o fluxo da elevação, mas, uma vez que tenhamos fechado a porta e, irrevogavelmente, nos dirigirmos para frente, o derramamento começa, lento, mas de forma segura, assim como a correnteza da eclusa que eleva a embarcação.
Entretanto, tendo deixado o mundo temporal com todos os seus atrativos, e tendo voltado a sua face para os Mundos espirituais, o anseio do Aspirante à vida superior se torna mais intenso. À medida que o tempo passa, ele sente, cada vez mais, um vazio que o atinge nos dois lados de si mesmo. O mundo temporal e tudo relacionado a ele foram largados como uma roupa já usada; ele pode estar fisicamente neste mundo, desempenhando seus deveres, mas perdeu interesse; ele está no mundo, mas não faz parte dele[119], e os Mundos espirituais, onde aspira obter cidadania, parecem igualmente distantes. Ele se sente sozinho e todo seu ser chora e se contorce de dor, ansiando por luz.
Então, chega a vez do tentador: “Tenho uma escola de Iniciação e sou capaz de fazer com que meus alunos avancem rapidamente, mediante uma taxa”, ou palavras semelhantes e, geralmente, mais sutis; e quem pode culpar os pobres Aspirantes à vida superior que caem diante da astúcia desses impostores? Afortunados são eles se, como geralmente é o caso, passarem simplesmente por um cerimonial e lhes conferirem algum grau sem valor, mas, ocasionalmente, eles podem encontrar alguém que realmente os envolvem superficial ou intermitentemente com magia e que é capaz de abrir os portões da correnteza que vem do nível superior. Então, a entrada repentina do poder espiritual despedaça o organismo do malsucedido tolo, do mesmo modo que as águas do rio que estão acima despedaçaria um navio que está no fundo da eclusa, se uma pessoa ignorante ou mal-intencionada abrisse as comportas. A embarcação precisa ser elevada lentamente até por motivos de segurança e, assim também deve ser com o Aspirante à vida superior; paciência e uma persistência inabalável em fazer o bem são atributos absolutamente indispensáveis, e a porta para os prazeres do mundo deve ser mantida fechada. Se isso for feito, seguramente e sem nenhuma dúvida nós conseguiremos ascender às alturas dos Mundos invisíveis com todas as oportunidades lá encontradas para um crescimento anímico, porque isso é um processo natural governado por Leis da Natureza, do mesmo modo que ocorre com a elevação de um navio para níveis mais elevados de um rio por um sistema de eclusas.
Mas, como posso permanecer na eclusa da elevação e servir ao meu próximo? Se o crescimento anímico vem somente por meio do serviço, como posso avançar, isolando-me? Essas são perguntas que podem, naturalmente, surgir diante dos Estudantes Rosacruzes. Para respondê-las, mais uma vez devemos enfatizar que nenhuma pessoa pode elevar outra se ela própria não estiver num nível superior, não tão elevado a ponto de ser inatingível, mas suficientemente perto para poder ser alcançada. Há, infelizmente, muitos que professam os ensinamentos superiores, mas vivem ao nível de homens e mulheres vulgares do mundo ou mesmo abaixo desse nível. As declarações e as afirmações solenes deles tornam os ensinamentos superiores um sinônimo de desprezo e atraem o escárnio dos céticos. Mas, aqueles que vivenciam os ensinamentos superiores não têm necessidade de professá-los oralmente; mantêm-se discretos, mas são notados apesar de tudo, e embora prejudicados pelos erros dos “que professam o que não sabem”, com o tempo, conquistam o respeito e a confiança daqueles que os cercam; e, finalmente, despertam nesses o desejo para se esforçarem e chegarem ao resultados daqueles que realmente vivenciam os ensinamentos superiores, colhendo em troca desse serviço um crescimento anímico proporcional ao esforço.
Época de Natal é o momento do ano quando uma onda de poder espiritual envolve o mundo. Culmina no Solstício de Dezembro, quando o Cristo renasce em nosso Planeta e, embora impedido pelas condições da deplorável guerra[120] atual (sob o limitado ponto de vista), Sua vida, que nos é dada, pode ser, nesse momento do ano, mais facilmente auferida pelo Aspirante à vida superior para assim impulsionar o seu crescimento espiritual; portanto, todos aqueles que desejam alcançar os níveis superiores agiriam corretamente se empregassem esforços especiais naquela direção durante essa época do ano.
Na manhã da Sexta-Feira Santa de 1857, Richard Wagner[121], o maior artista do século dezenove, sentou-se na varanda de uma casa de veraneio que ficava às margens do lago de Zurich[122] na Suíça. A paisagem ao redor dele estava banhada por uma gloriosa luz solar; a paz e boa vontade pareciam vibrar através da Natureza. Toda a criação vibrava ritmicamente com a vida; o ar estava carregado com a deliciosa fragrância perfumada dos bosques de pinheiros em flor – um bálsamo gratificante para um coração atormentado ou uma Mente inquieta.
Então, de repente, como um raio de um céu azul, surgiu na alma profundamente mística de Wagner uma lembrança do portentoso significado daquele dia – o mais profundamente angustioso e triste do ano Cristão. Isso quase o dominou de tristeza, ao contemplar o contraste. Havia uma incongruência tão marcante entre o cenário aprazível e agradável que tinha diante de si, a clara atividade notável da natureza, em luta pela renovação da vida após o longo sono do inverno, e o mortal esforço de um Salvador torturado na cruz; entre o entoado canto de vida e amor por milhares de pequenos coristas emplumados na floresta, na charneca e no prado, e os portentosos gritos de ódio emitidos por uma multidão enfurecida que insultava e zombava do mais nobre ideal que o mundo já conheceu; entre a maravilhosa energia criadora manifestada pela natureza na primavera[123] e o elemento destruidor no ser humano, que assassinou o caráter mais nobre que já agraciou a Terra.
Enquanto Wagner meditava assim sobre as incongruências da existência, lhe ocorreu a pergunta: “há alguma conexão entre a morte do Salvador por crucificação, na Páscoa, e a energia vital que se manifesta tão prodigamente na primavera, quando a Natureza começa a vida de um novo ano?”.
Embora Wagner não percebesse e nem compreendesse, conscientemente, o significado total da conexão entre a morte do Salvador e o rejuvenescimento da natureza, ele havia, involuntariamente, esbarrado na chave de um dos mais sublimes mistérios com que o Espírito humano já deparou em sua peregrinação do “torrão de terra para Deus”.
Na noite mais escura do ano, quando a Terra dorme mais profundamente no abraço do frio Boreal, quando as atividades materiais descem ao nível mais baixo, uma onda de energia espiritual carrega em sua crista a divina criadora “Palavra do Céu” para um nascimento místico no Natal; e como uma nuvem luminosa, o impulso espiritual paira sobre o mundo que “não o conheceu”[124] porque ele “brilha nas trevas”[125] do inverno, quando a natureza está paralisada e muda.
Essa “Palavra” criadora divina contém uma mensagem e tem uma missão. Nasceu para “salvar o mundo”[126] e “para dar Sua vida pelo mundo”[127]. Deve, necessariamente, sacrificar Sua vida para conseguir o rejuvenescimento da natureza. Gradualmente, Ele se enterra na Terra e começa a infundir Sua própria energia vital nas milhões de sementes que jazem adormecidas no solo. Ele sussurra a “palavra de vida” nos ouvidos dos animais e pássaros, até que o evangelho ou as boas novas seja pregado a todas as criaturas. O sacrifício é totalmente consumado quando o Sol cruza seu nodo[128] oriental no Equinócio de Março. Então, a Palavra divina criadora expira. Em um sentido místico, Ele morre na cruz na Páscoa, enquanto profere um último brado triunfante: “Está Consumado”[129] (Consummatum est).
Mas, do mesmo modo que um eco volta a nós, muitas vezes, repetido, assim também a canção celestial de vida é repercutida na Terra. Toda a criação entoa um cântico de louvor. Um coro de uma legião de línguas repete sem cessar. As pequeninas sementes no seio da Mãe Terra começam a germinar, brotando e despontando em todas as direções, e logo um maravilhoso mosaico de vida, um tapete verde aveludado bordado com flores multicoloridas, substitui o manto de imaculado branco invernal. Das espécies de animais de pelo e pena, a “palavra de vida” ressoa como uma canção de amor, impelindo-os ao acasalamento. Geração e multiplicação é o lema em toda parte – o Espírito ressuscitou para uma vida mais abundante.
Assim, misticamente, podemos notar todos os anos o nascimento, a morte e a ressurreição do Salvador como o fluxo e o refluxo de um impulso espiritual que culmina no Solstício de Dezembro – época do Natal – e sai da Terra logo após a Páscoa, quando a “palavra” sobe ao Céus, no Domingo de Pentecostes. Mas, não permanece lá para sempre. Foi-nos ensinado que “dali retornará”, “no Juízo”. Portanto, quando o Sol atravessa a linha do equador em direção ao sul do Planeta Terra, em outubro, através do Signo de Libra – quando, no hemisfério norte, os frutos do ano são colhidos, pesados e classificados por tipos – inicia a descida do Espírito do novo ano. Essa descida culmina no nascimento, no Natal.
O ser humano é uma miniatura da Natureza. O que acontece em grande escala na vida de um Planeta, como a nossa Terra, ocorre em escala menor ao longo da vida do ser humano. Um Planeta é o corpo de um maravilhosamente grande e exaltado Ser, um dos Sete Espíritos diante do Trono (do Pai Sol). O ser humano também é um Espírito “feito à Sua imagem e semelhança”[130]. Assim como um Planeta orbita em seu caminho cíclico ao redor do Sol, de onde é emanado, assim também o Espírito humano se move numa órbita em volta de sua fonte central – Deus. As órbitas planetárias, sendo elípticas, possuem pontos muitíssimo próximos e pontos extremamente afastados dos seus centros solares. Similarmente, a órbita do Espírito humano é elíptica. Nós estamos mais perto de Deus quando nossa jornada cíclica nos leva à esfera de atividade celeste – os Céus – e estamos mais longe d’Ele durante a vida terrestre. Tais mudanças são necessárias ao nosso crescimento anímico. Assim como as festividades do ano marcam os eventos recorrentes importantes na vida de um Grande Espírito, do mesmo modo nossos nascimentos e nossas mortes são eventos de recorrência periódica. É tão impossível para o Espírito humano permanecer perpetuamente nos Céus ou na Terra, como o é para um Planeta se deter em sua órbita. A mesma lei imutável de periodicidade que determina a ininterrupta sequência das estações do ano, da alternação do dia com a noite e os fluxos e refluxos das marés governam também, a marcha progressiva do Espírito humano, tanto nos Céus quanto na Terra.
Dos reinos de luz celestial onde vivemos em liberdade, livres das limitações de tempo e de espaço, onde vibramos em sintonia com a harmonia infinita das esferas, nós descemos para nascer no Mundo Físico, onde nossa visão espiritual é obscurecida pela espiral mortal que nos cega para essa fase limitada da nossa existência. Vivemos aqui, na Terra, por algum tempo; depois nós morremos e ascendemos aos céus, para renascer e morrer novamente. Cada vida terrena é um capítulo da história seriada de vida, extremamente humilde em seus primórdios, mas crescendo em interesse e importância à medida que ascendemos a níveis cada vez mais elevados de responsabilidade humana. Nenhum limite é concebível, pois somos divinos em essência e, portanto, temos latentes em nós as infinitas possibilidades de Deus. Quando tivermos aprendido tudo o que este mundo tem para nos ensinar, uma órbita mais ampla, uma esfera maior de utilidade sobre-humana, se abrirá para nossas maiores capacidades.
“Constrói Alma minha, as mais belas mansões
Enquanto as estações se sucedem!
Deixa teu humilde passado!
Que cada novo templo, mais nobre que o anterior,
Te separe dos céus com um domo mais amplo,
Até que, por fim, possas ficar livre,
Abandonando tua pequena concha no revolto mar da vida!”[131]
Assim diz Oliver Wendell Holmes[132], comparando a progressão espiral com a concha espiralada com seções ou compartimentos separados de um náutilo à expansão da consciência que é o resultado do crescimento anímico em um ser humano em evolução.
“Mas, e quanto a Cristo?”, alguém pode perguntar. “Você não acredita n’Ele? Você está discorrendo sobre a Páscoa, a festividade que comemora a morte cruel e a ressurreição gloriosa e triunfante do Salvador, mas parece se referir a Ele mais de um ponto de vista alegórico do que como um fato real.”.
Certamente nós cremos em Cristo; nós O amamos de todo o coração e com toda a nossa alma, mas queremos enfatizar o ensinamento de que Cristo é a primícia[133] da Onda de Vida humana. Ele disse que nós poderíamos fazer as coisas que Ele fez, “e maiores ainda”[134]. Portanto, somos Cristos-em-formação.
“Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém,
Se não nascer dentro de ti, tua Alma segue extraviada.
Olharás em vão a Cruz do Gólgota,
Enquanto ela não se erguer dentro de ti mesmo novamente.”
Assim declara Angelus Silesius[135], com a verdadeira compreensão mística dos fundamentos para nos realizarmos espiritualmente.
Temos o hábito de olhar para um Salvador externo, enquanto abrigamos um demônio interior; mas, até que Cristo seja formado EM NÓS, conforme diz São Paulo[136], buscaremos em vão, pois é impossível para nós percebermos a luz e a cor, embora estejam ao nosso redor, a menos que o nosso nervo ótico registre as vibrações da luz e da cor, e permanecemos inconscientes do som quando os tímpanos dos nossos ouvidos estão insensíveis, também devemos permanecer cegos à presença de Cristo e surdos a Sua voz até que despertemos nossa natureza espiritual interna. Mas, uma vez que essa natureza espiritual tenha despertada, elas revelarão o Senhor do Amor como uma realidade primordial; isso com base no princípio de que, fazendo-se vibrar um diapasão, outro diapasão de mesmo tom começará também a vibrar, enquanto outros diapasões de tons diferentes permanecerão imóveis, sem nenhuma vibração. Por isso Cristo disse que Suas ovelhas O conheciam pelo som de Sua voz, à qual respondiam, mas não ouviam a voz do estranho (Jo 10:5). Não importam nosso credo, todos somos irmãos em Cristo, portanto nos regozijemos, o Senhor ressuscitou! Busquemos a Ele e esqueçamos nossos credos e outras diferenças de menor importância.
Mais uma vez chegamos ao ato final do drama cósmico que envolve a descida do Raio solar de Cristo na matéria de nossa Terra, que se completa no Nascimento Místico celebrado no Natal e, depois, na Morte Mística e na Libertação, que são celebradas logo após o Equinócio de Março, quando o Sol do novo ano inicia sua ascensão às esferas superiores dos céus setentrionais, depois de verter sua vida para salvar a Humanidade e revigorar todas as coisas sobre a Terra. Nessa época do ano, uma nova vida, uma energia intensificada circula com força irresistível nas veias e artérias de todos os seres vivos, inspirando-os e incutindo neles novas esperanças, novos anseios veementes de alcançar objetivos e uma nova vida, e impelindo-os para novas atividades pelas quais eles aprendem novas lições na escola da experiência. Consciente ou inconscientemente, tudo o que tem vida se beneficia desse manancial de energia fortalecida que transborda e revigora tudo o que tem vida. Até a planta responde com uma maior circulação da seiva, o que resulta em um crescimento adicional das folhas, flores e dos frutos, meios pelos quais essa classe de vida se expressa atualmente e evolui para um estado superior de consciência.
Mas, por mais maravilhosas que sejam essas manifestações físicas externas, e por mais gloriosa que possa ser chamada a transformação que converte a Terra de um deserto de neve e gelo num formoso jardim florido, tudo isso se torna insignificante diante das atividades espirituais que se efetuam paralelamente a ela. As características salientes do drama cósmico são idênticas, no momento, aos efeitos materiais do Sol nos quatro Signos Cardeais – Áries, Câncer, Libra e Capricórnio – pois os eventos mais significativos ocorrem nos pontos equinociais e solsticiais.
É realmente verdade que “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”[137]. Fora d’Ele não poderíamos existir; vivemos por e através de Sua vida; nos movemos e agimos por e através de Sua fortaleza; ela é o Seu poder que sustenta a nossa morada, a Terra, e sem Seus incansáveis e inabaláveis esforços o próprio Universo se desintegraria. Somos ensinados que o ser humano foi feito à semelhança de Deus, assim como a compreender que, de acordo com a Lei de Analogia, possuímos certos poderes latentes dentro de nós que são similares àqueles que vemos tão poderosamente manifestados pela Deidade na obra do Universo. Isso desperta em nós um particular interesse no drama cósmico anual que envolve a morte e a ressurreição do Sol. A vida do Deus-Homem, Cristo-Jesus, foi moldada em conformidade com a história solar, e prenuncia de modo semelhante a tudo o que pode acontecer ao Homem-Deus, a quem Cristo-Jesus profetizou quando disse: “As obras que Eu faço vós fareis também, e maiores ainda.”[138]; para onde Eu vou agora vós não podeis ir, mas depois podereis seguir-Me”.
A Natureza é a expressão simbólica de Deus. Ela não faz nada em vão ou gratuitamente, mas há um propósito por trás de cada coisa e de cada ato. Portanto, devemos estar alertas e observar cuidadosamente os sinais nos céus, pois eles têm um significado profundo e importante em relação às nossas próprias vidas. A compreensão inteligente do seu propósito nos permite trabalhar com muito mais eficiência com Deus em Seus maravilhosos esforços para a emancipação de nossa Onda de Vida humana, da escravidão às Leis da Natureza e, mediante essa liberação, alcançarmos a plena estatura de filhos de Deus – coroados com glória, honra e imortalidade, livres do poder do pecado, da doença e do sofrimento que agora encurtam nossas existências terrenas por causa da nossa ignorância e da inconformidade às Leis de Deus. O propósito divino exige essa emancipação, mas se essa emancipação vai ser alcançada por meio do longo e tedioso processo da Evolução ou pelo caminho muitíssimo mais curto e rápido da Iniciação, depende da nossa vontade em cooperar. A maioria da Humanidade passa a vida com olhos que não veem e ouvidos que não ouvem. Segue absorvida em seus negócios materiais, comprando e vendendo, trabalhando e se divertindo sem a devida apreciação ou compreensão dos propósitos da existência e, ainda que tais propósitos se tornassem claros, é provável que dificilmente se conformasse e cooperasse em virtude do sacrifício que isso envolve.
Não é de se admirar que Cristo se dirigiu particularmente aos pobres e que Ele enfatizou a dificuldade dos ricos entrarem no Reino dos Céus, pois, mesmo até hoje, quando a Humanidade já avançou mais de dois milênios na escola da evolução, vemos que a grande maioria valoriza ainda mais as suas casas e terras, as suas roupas e vestimentas, os prazeres sociais, as festas e os banquetes do que os tesouros celestiais que são acumulados pelo serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao irmão e à irmã que estão ao lado da pessoa e pelo autossacrifício. Embora possam perceber intelectualmente a beleza da vida espiritual, o desejo da pessoa em alcançá-los se torna insignificante quando comparado ao sacrifício exigido para obtê-los. Tal como o jovem rico, ela seguiria voluntariamente Cristo, não fora a necessidade de tanto sacrifício. Prefere prosseguir assim quando percebe que o sacrifício é a única condição que a conduziria ao Discipulado. Portanto, para tais pessoas a Páscoa é simplesmente uma ocasião de regozijo, porque representa uma mudança de estação, que convida a outros tipos de prazeres e diversões.
Mas, para aqueles que escolheram definitivamente o caminho do autossacrifício que conduz à Libertação, a Páscoa é o sinal anual que lhes é fornecido como prova da base cósmica das esperanças e aspirações deles. Como S. Paulo afirma apropriadamente naquele glorioso capítulo XV da Primeira Epístola aos Coríntios[139]:
“E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé. Acontece mesmo que somos falsas testemunhas de Deus, pois atestamos contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, quando de fato não ressuscitou, se é que os mortos não ressuscitam. Pois, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, ilusória é a vossa fé; ainda estais nos vossos pecados. Por conseguinte, aqueles que adormeceram em Cristo estão perdidos. Se temos esperança em Cristo tão-somente para esta vida, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram.”.
Mas, no Sol da Páscoa, que no Equinócio de Março começa a percorrer os céus setentrionais, após verter sua vida na Terra, temos o símbolo cósmico da veracidade da Ressurreição. Quando tomado como um fato cósmico, em conexão com a Lei de Analogia que relaciona o macrocosmo com o microcosmo, é uma garantia de que algum dia todos nós alcançaremos a consciência cósmica e saberemos positivamente, e por nossa própria experiência, que a morte não existe, e o que isso parece ser apenas uma transição para uma esfera mais sutil.
É um símbolo anual para fortalecer nossas almas no afã de fazer o bem, para que possamos tecer o Dourado Manto Nupcial necessário para nos convertermos em filhos de Deus, no sentido mais elevado e mais santo. É literalmente verdade que a menos que “andemos na luz, como Deus na luz está, não seremos fraternais uns com os outros”[140]; mas, ao fazermos os sacrifícios e prestarmos o serviço altruísta e desinteressado para ajudar a emancipação da Onda de Vida humana, estamos construindo o Corpo-Alma de radiante luz dourada, que é a substância especial emanada do Espírito do Sol, o Cristo Cósmico e, também, emanada dele mesmo. Quando essa substância dourada nos revestir com a densidade suficiente, seremos capazes de imitar o Sol da Páscoa e voar para as esferas mais elevadas.
Com esses ideais firmemente impressos em nossas Mentes, o tempo da Páscoa se torna numa estação em que é necessário rever a nossa vida durante o ano que passou e tomarmos novas resoluções, no tempo que se segue, com vistas à promoção do nosso crescimento anímico. É uma época em que o símbolo do Sol nascente deve nos levar a uma compreensão profunda do fato de que somos apenas peregrinos e estrangeiros na Terra; que, como Espíritos (que é o que realmente somos), nosso verdadeiro lar está no Céu; e que devemos nos esforçar para aprender as lições desta escola da vida tão depressa quanto nos permitam os caminhos apropriados, de modo que, como o Dia da Páscoa marca a Ressurreição e a libertação do Espírito de Cristo dos planos inferiores, assim também possamos olhar continuamente para a aurora daquele dia em que nos libertaremos, permanentemente, das malhas da matéria, do Corpo de Pecado e da morte, juntamente com todos os nossos irmãos e todas as nossas irmãs em escravidão, pois nenhum verdadeiro Aspirante à vida superior conceberia uma libertação que não incluísse todos os que estivessem em situação semelhante.
Essa é uma tarefa gigantesca; a contemplação disso pode muito bem desalentar o mais valente coração, e se estivéssemos sozinhos não poderíamos realizá-la; mas, as Hierarquias Divinas, que têm guiado a Humanidade no Caminho de Evolução desde o começo da nossa jornada, ainda estão ativas e trabalhando conosco desde os Mundos siderais e, com sua ajuda seremos finalmente capazes de conseguir, de realizar essa elevação da Humanidade como um todo e alcançar uma realização individual de glória, honra e imortalidade. Tendo em nós essa enorme esperança, essa grande missão no mundo, trabalhemos como nunca para sermos melhores homens e mulheres e que, por nossos exemplos, possamos despertar nos outros o desejo de levar uma vida que conduza à libertação.
O apóstolo inspirado nos deu uma definição maravilhosa da Deidade quando disse que “Deus é Luz”[141] e, portanto, “luz” tem sido usada para ilustrar a natureza do Divino nos Ensinamentos Rosacruzes, especialmente o mistério da Trindade na Unidade. É claramente ensinada nas Sagradas Escrituras de todos os tempos que Deus é uno e indivisível. Ao mesmo tempo descobrimos que, do mesmo modo que a luz branca una se refrata nas três cores primárias – vermelho, amarelo e azul – Deus também Se revela em um papel tríplice durante a manifestação, pelo exercício das três funções divinas: criação, preservação e dissolução.
Quando Ele exerce o atributo criação, Deus SE revela como Jeová, o Espírito Santo; Ele é, então, o Senhor da lei e da geração, e projeta o princípio da fertilização solar indiretamente por meio dos satélites lunares de todos os planetas onde for necessário fornecer Corpos para seus seres em evolução.
Quando Ele exercita o atributo preservação, com o propósito de sustentar os corpos gerados por Jeová sob as Leis da Natureza, Deus Se revela como o Redentor, Cristo, e irradia os princípios de amor e regeneração diretamente a qualquer Planeta, onde as criaturas de Jeová requeiram essa ajuda para se libertarem das malhas da mortalidade e do egoísmo, a fim de alcançar o altruísmo e a vida infinita.
Quando Deus exerce o atributo divino da dissolução, Ele aparece como O Pai que nos chama de volta ao nosso lar celestial, para assimilarmos os frutos das experiências e do crescimento anímico que acumulamos durante o dia de manifestação. Esse Solvente Universal, o raio do Pai, emana do Sol Espiritual Invisível.
Esses processos divinos de criação e nascimento, preservação e vida, e dissolução, morte e retorno ao Autor do nosso ser, vemos em toda parte ao nosso redor, e reconhecemos o fato de que são atividades do Deus Triuno em manifestação. Mas, já nos demos conta de que nos Mundo espirituais não existem acontecimentos definidos nem condições estáticas; que o começo e o fim de todas as aventuras, de todas as épocas, estão presentes no eterno “aqui” e “agora”? Do seio do Pai brota eternamente a essência das coisas e dos acontecimentos, que penetra nos reinos do “tempo” e do “espaço”. Lá gradualmente tudo se cristaliza e se torna inerte, necessitando de dissolução para que possa haver espaço para outras coisas e outros eventos.
Não há como escapar dessa Lei Cósmica; se aplica a tudo no reino do “tempo” e do “espaço”, incluindo o raio de Cristo. Assim, como o lago que deságua no oceano se reabastece quando a água que o deixou se evaporou e retorna a ele em forma de chuva, para fluir novamente incessantemente em direção ao oceano, assim o Espírito do Amor nasce eternamente do Pai, dia após dia, hora após hora, para o universo solar para nos redimir do mundo da matéria que nos envolve em suas garras mortais. Onda após onda é assim impelida do Sol em direção a todos os Planetas, o que proporciona um impulso rítmico às criaturas em evolução.
E assim é, no sentido mais verdadeiro e literal, um Cristo recém-nascido que saudamos em cada festa de Yule[142] que se aproxima, e o Natal é o evento anual mais importante para toda a Humanidade, quer tenhamos consciência ou não. Não é apenas uma comemoração do nascimento do nosso amado Irmão Maior, Jesus, mas sim da chegada ou do advento da vida amorosa rejuvenescedora do nosso Pai Celestial, enviada por Ele para redimir o mundo do glacial abraço da morte. Sem essa nova infusão de vida e energia divinas, logo pereceríamos fisicamente, frustrando o nosso progresso no que tange às atuais linhas de desenvolvimento. Esse é um ponto que devemos nos esforçar para compreender completamente, a fim de que aprendamos a apreciar o Natal, tão profundamente quanto deveríamos.
Podemos aprender uma lição a esse respeito, como em muitos outros, com os nossos filhos ou com as recordações da nossa própria infância. Quão vivas eram as nossas expectativas quando se aproximavam os festejos natalinos! Quão ansiosamente esperávamos pela hora em que receberíamos os presentes que sabíamos que viriam do Papai Noel, o misterioso benfeitor universal que trazia os brinquedos! Como nos sentiríamos se nossos pais ou responsáveis nos tivessem dado bonecas quebradas e os tambores danificados do ano passado? Certamente seria uma sensação como de um infortúnio avassalador, e teria deixado uma profunda sensação de quebra de confiança que mesmo com o tempo seria difícil de ser restabelecida; no entanto, não teria sido nada comparado à calamidade cósmica que se abateria sobre a Humanidade, se o nosso Pai Celeste não conseguisse providenciar o Cristo recém-nascido como a nossa dádiva cósmica de Natal.
O Cristo do ano passado não pode nos salvar da fome física, assim como as chuvas do ano passado não podem agora encharcar o solo e fazer crescer os milhões de sementes que dormitam na terra, à espera de que as atividades germinativas da vida do Pai as façam começar a crescer; o Cristo do ano passado não pode reacender em nossos corações as aspirações a ideais elevados que nos impelem a avançar espiritualmente, assim como o calor do verão passado não pode nos aquecer agora. O Cristo do ano passado nos deu o Seu amor e a Sua vida até o último suspiro, sem restrição ou medida; quando Ele nasceu na Terra no Natal passado, Ele impregnou de vida as sementes adormecidas, que cresceram e muito gratamente encheram os nossos celeiros com o pão da vida física; Ele derramou sobre nós o amor que lhe foi dado pelo Pai, e quando Ele gastou toda a Sua vida, Ele morreu na época da Páscoa para ressuscitar novamente para o Pai, como o rio volta para o céu pela evaporação.
Mas o amor divino jorra infinitamente; assim como os pais têm compaixão dos seus filhos, também nosso Pai Celestial se compadece de nós, pois Ele conhece a nossa fragilidade e as nossas dependências física e espiritual. Portanto, aguardamos agora com confiança o nascimento místico do Cristo de mais um ano, carregado de renovada vida e de renovado amor, enviado pelo Pai para nos preservar da fome física e espiritual, que seriam certas se não fosse essa oferta anual de amor.
As almas mais jovens, geralmente, acham difícil separar em suas Mentes a personalidade de Deus, de Cristo e do Espírito Santo, de modo que algumas só conseguem amar a Jesus, o ser humano. Elas se esquecem de Cristo, o Grande Espírito, que inaugurou uma nova Era, na qual as nações estabelecidas sob o regime de Jeová serão destroçadas, e a sublime estrutura da Fraternidade Universal poderá ser edificada sobre as suas ruínas. Com o tempo, todo o mundo perceberá que “Deus é espírito”[143], e é para ser adorado em “espírito e em verdade”. É bom amar Jesus e O imitar; desconhecemos um ideal mais nobre e mais digno. Se alguém mais nobre tivesse sido encontrado, Jesus não teria sido escolhido para ser o veículo do Grande Unigênito, Cristo, em que habita a Divindade. Portanto, fazemos bem em seguir “Seus passos”.
Ao mesmo tempo, exaltaremos Deus em nossas próprias consciências, aceitando a afirmação bíblica de que Ele é espírito e de que não podemos tentar representar a Sua imagem, nem retratá-Lo, pois Ele não se assemelha a nada nem a ninguém, quer nos céus quer na Terra. Podemos ver os veículos físicos de Jeová circulando como satélites em volta de diversos Planetas. Também podemos ver o Sol, que é o veículo visível de Cristo; mas o Sol Invisível, que é o veículo do Pai e fonte de tudo, aparece aos maiores Clarividentes apenas como a oitava superior da fotosfera do Sol, um anel de luminosidade azul-violeta por trás do Sol. Mas nós não precisamos vê-Lo; podemos sentir Seu amor, e esse sentimento nunca é tão grande como na época do Natal, quando Ele nos dá o maior de todos os presentes: o Cristo do novo ano.
Frequentemente aparece alguém que aproveita a oportunidade de estar conosco para explicar por que é Batista, Metodista, Católica, Cientista Cristão ou outra Religião que professe. Muitas vezes, nossos Estudantes nos pedem algo que os ajudassem a esclarecer por que adotaram os Ensinamentos Rosacruzes dos Irmãos Maiores, promulgados pela Fraternidade Rosacruz, em preferência à fé que eles deixaram. Tentarei, portanto, fornecer um resumo sucinto das razões que nos parecem suficientes, mas os Estudantes, sem dúvida, encontrarão muitas outras razões, igualmente boas ou até melhores, que poderão acrescentar verbalmente ao que é dito aqui.
Antes de tudo, deve ficar claro que os Estudantes da Fraternidade Rosacruz não se autodenominam Rosacruzes. Esse título se aplica aos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, que são os Hierofantes dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Eles estão muito além do maior santo vivo com relação ao desenvolvimento espiritual, assim como um santo está acima do mais baixo adorador de ídolos ou de fetiches.
Quando o barco da nossa vida navega levemente sobre os mares calmos e tranquilos, levado pelos bons ventos da saúde e prosperidade; quando os amigos estão sempre presentes, prontos para nos ajudar a compartilhar conosco dos prazeres que aumentarão os nossos desfrutes dos bens do mundo; quando as honras sociais ou os poderes políticos nos são conferidos em esferas em que nossas inclinações possam se expressar, então, de fato, poderemos dizer e parecer justificados em dizer de todo o nosso coração e a nossa alma: “Este mundo é bom e suficiente para mim”. Mas, quando o mar de sucessos acaba; quando o turbilhão da adversidade nos lança para as costas rochosas e uma onda de sofrimento ameaça nos engolir; quando os amigos nos abandonam e toda a ajuda humana nos parece estar longe e inacessível, então, como faz o marinheiro quando conduz o seu barco contra o ímpeto das ondas, nós devemos buscar orientação nos céus.
Mas, quando o navegante examina o céu em busca de uma estrela que o possa guiar com segurança, ele descobre que todo o céu está em movimento. Portanto, seguir simplesmente uma das miríades de estrelas visíveis a olho nu seria desastroso. Para atender aos requisitos a estrela-guia deve ser totalmente visível e parecer o mais imóvel possível, e só há uma, a saber, a Estrela Polar[144]. Por meio da luz orientadora dela, o marinheiro pode, com total confiança, conduzir e levar o seu barco a um lugar de descanso e segurança. Da mesma forma, quem procura uma orientação em quem possa confiar nos dias de provação – quando a angústia e a tristeza profundas e as adversidades se tornam presentes –, deve abraçar uma Religião fundada sobre leis eternas e princípios imutáveis, capaz de explicar o mistério da vida de uma maneira lógica, para que seu intelecto possa ser satisfeito e, ao mesmo tempo, contendo uma forma de devoção que possa satisfazer o Coração, para que esses fatores gêmeos na vida possam receber igual satisfação. Só quando a pessoa tenha uma concepção intelectual clara do esquema do desenvolvimento humano é que ela está em condições de se alinhar com ele. Quando ficar claro que esse esquema é benéfico e benevolente no mais elevado grau, que tudo é verdadeiramente governado pelo amor divino, então essa compreensão, mais cedo ou mais tarde, despertará nele uma verdadeira devoção e aquiescência sincera que se transformará no desejo de se tornar um colaborador de Deus na obra do mundo.
Quando almas que estão buscando ajuda se aproximam da Igreja procurando alívio para as angústias e tristezas profundas que estão passando, elas não podem ficar satisfeitas com banalidades de que é a vontade de Deus que sofram essas angústias e tristezas profundas; que em Sua Divina Providência Ele achou por bem flagelá-las e que elas devem interpretar tudo isso como uma indicação de que Ele as considera como Seus filhos amados e que estão satisfeitos, não importa o que lhes aconteça. Não conseguem ver que a Deidade faz justiça quando torna alguns ricos e outros pobres, alguns saudáveis e outros doentes; e muitas vezes fica evidente que a iniquidade é próspera enquanto a retidão as levou à miséria.
Os Ensinamentos Rosacruzes fornecem informações claras e lógicas sobre o mundo e o ser humano; eles convidam a se fazer perguntas em vez de desencorajá-las, para que aqueles que buscam a verdade espiritual possam receber plena satisfação intelectual; suas explicações são estritamente científicas e reverentemente religiosas. Esses Ensinamentos nos encaminham para obter informações sobre os problemas da vida, as leis que são tão imutáveis em sua esfera de ação, como imutável é a Estrela Polar no céu.
Embora a Terra gire em torno do seu eixo a uma velocidade incrível em torno de 1.666 quilômetros por hora, nós permanecemos em pé sobre a sua superfície, porque o princípio de gravidade nos impede de sermos lançados ao espaço por essa incrível velocidade. Sabemos que a lei de gravidade é eterna; não agirá hoje para ser suspensa amanhã. Quando entramos em um elevador hidráulico, permanecemos seguros sobre uma coluna de água ou de óleo, porque esse fluído exerce menos pressão que os sólidos e essa propriedade foi a mesma ontem, é hoje e o será sempre. Se a sua ação fosse suspensa, mesmo que por alguns momentos, milhares de pessoas morreriam; mas, essa lei é firme e constante e nós confiamos nela.
A Lei de Causa e Efeito também é imutável; se atirarmos uma pedra para cima, o ato não estará completo até que, pela lei da gravidade, ela volte à superfície da Terra. “Tudo o que o homem semear, assim também colherá”[145], é a forma com que essa Lei se expressa no domínio da moral. “Os moinhos de Deus moem devagar, mas moem extremamente fino” e, uma vez que um ato foi realizado, a reação ocorrerá em algum momento e de alguma maneira, tão certo quanto a pedra que foi atirada para cima volta à superfície da Terra.
Mas, é claro que nem todas as causas que colocamos em funcionamento na vida têm seu efeito na presente existência e, portanto, devem produzir seus efeitos em alguma parte ou em alguma outra ocasião, ou a Lei seria invalidada, uma proposição que seria tão absolutamente impossível quanto a suspensão da lei da gravidade, pois qualquer uma das duas coisas transformaria o Cosmos em caos. Os Ensinamentos Rosacruzes explicam isso afirmando que o ser humano é um Espírito que veio à Escola da Vida com o propósito de desenvolver o seu poder espiritual latente, e que para esse propósito ele vive muitas vidas em corpos terrestres de textura cada vez mais fina que o anterior, o que o capacita a se expressar cada vez melhor. Nos primeiros graus dessa Escola de evolução, o ser humano tem poucas faculdades ativas. Todos os dias da sua vida ele vem para a escola na manhã da infância e recebe lições que deve aprender e, à noite, quando idoso a cuidadora “Morte” o põe para dormir para que ele possa descansar de seus trabalhos até o amanhecer de um outro novo corpo infantil e outras novas lições. A cada dia, a “Experiência”, a mestra da Escola o ajuda a aprender algumas lições de vida e, gradualmente, ele se torna mais proficiente. Algum dia ele terá aprendido todo o currículo da Escola que inclui a construção de Corpos e, também, como utilizá-los.
Assim, quando vemos alguém que demonstra poucas faculdades, sabemos que é uma alma jovem que frequentou a Escola da Vida apenas por alguns dias; e quando encontramos um caráter belo, vemos que é uma alma experiente, que já passou por muitas vidas aprendendo, assimilando e praticando as suas lições. Portanto, não nos desesperemos do amor de Deus quando vemos as desigualdades, pois sabemos que, algum dia, tudo será perfeito, assim como nosso Pai Celestial é perfeito.
Os Ensinamentos Rosacruzes também tiram o aguilhão das angústias e das tristezas profundas da maior de todas as provações: a perda dos nossos entes queridos, mesmo que esses tenham sido o que se chama de rebeldes ou ovelhas negras; pois sabemos que é um fato que “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”[146]; portanto, se uma única alma se perdesse, uma parte de Deus se perderia, e tal proposição é absolutamente impossível. Sob a imutável Lei de Causa e Efeito, estamos fadados a encontrar esses entes queridos em algum momento no futuro, sob outras circunstâncias, e aí o amor que nos une deve continuar até encontrar a sua mais elevada expressão. As Leis da Natureza seriam violadas se uma pedra atirada para cima ficasse suspensa na atmosfera e, sob essas leis imutáveis aqueles que passam para as esferas mais elevadas devem regressar. Cristo disse: “É necessário nascer outra vez”[147] e “Se eu for para meu Pai, retornarei”[148].
Mas, embora a nossa razão possa alcançar os mistérios da vida, ainda há um estágio mais elevado, o conhecimento direto, em primeira mão. Na verdade, as proposições anteriores são passíveis de verificação por cada um, pois todos temos um sexto sentido latente em nosso ser, que em algum momento nos permitirá ver os Mundos espirituais com a mesma clareza com que vemos o mundo temporal. Esse sexto sentido será desenvolvido por todos durante o curso da evolução, e existem certos meios pelos quais ele pode ser desenvolvido agora por todos que se dedicam ao trabalho e se esforçam para fazê-los. Alguns alcançaram esse resultado e nos contaram suas viagens pela terra da alma. Acreditamos no seu testemunho sobre esse lugar, tal como acreditamos no que as pessoas que viajaram para a África ou para a Austrália nos dizem sobre esses países. E tal como dizemos que sabemos que a Terra gira sobre o seu eixo e gira na sua órbita em torno do Sol, porque fomos assim informados pelos cientistas que fizeram as investigações e os cálculos que estabelecem esses fatos, assim também dizemos que sabemos que os mortos vivem, e que mortos ou vivos, no corpo ou fora dele, estamos todos envolvidos no amor de nosso Pai Celestial, sem cuja Vontade nem a menor folha cai no chão e que Ele cuida de todos e guia nossos passos em harmonia com Seus planos para desenvolver nossos poderes espirituais no mais elevado grau possível.
Assim, devido à filosofia de vida lógica e satisfatória da alma dada pelos Rosacruzes, seguimos os seus ensinamentos, preferindo-os a outros sistemas, e convidamos todos que desejem partilhar as suas bençãos a investigar.
O objetivo da Fraternidade Rosacruz já foi claramente apresentado em nossa literatura, assim como já foram enunciados os meios pelos quais se espera alcançar o fim a que se propõe; mas, em atendimento a inúmeros pedidos resolvemos dedicar o presente capítulo à apresentação de um resumo desse assunto.
O mundo é a escola de instrução de Deus. No passado aprendemos a construir diferentes veículos, entre eles o Corpo Denso. Através desse trabalho somos promovidos de nível em nível, cada um com seu escopo particular de consciência. Desenvolvemos olhos para podermos ver, ouvidos para podermos ouvir e outros órgãos para podermos saborear (paladar), para podermos cheirar (olfato) e para podermos sentir (tato). Mas, nem todos os Egos foram promovidos a cada passo. Quando, na Época Atlante, a névoa úmida que compunha o ar se condensou e encheu as bacias da Terra com oceanos de água líquida, forçando os seres humanos a rumarem para os lugares mais altos, muitos morreram por asfixia, porque não tinham pulmões desenvolvidos. Eles não puderam passar pelo portal do arco-íris que foi, por assim dizer, o portão de entrada da nova Era com as suas condições atmosféricas secas.
Outra grande transformação neste mundo está por vir, não sabemos quando; até o próprio Cristo confessou Sua ignorância quanto ao dia e à hora; mas, Ele nos alertou que o dia chegaria como o ladrão à noite, e Ele profetizou que as condições do mundo seriam, então, semelhantes às que prevaleceram nos dias de Noé; eles viviam despreocupados e se divertindo quando, de repente, as comportas do céu se abriram e a morte e a destruição se propagaram diante deles.
Cristo nos disse que é possível tomar de assalto o Reino de Deus[149] e alcançar a consciência e as condições que ali prevalecem. No entanto, S. Paulo nos informa que a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus[150]; ele afirma que temos um Corpo-Alma (soma psuchicon – ICor 15:44), e que encontraremos o Senhor no ar, quando Ele vier. Esse Corpo-Alma é, portanto, tão necessário para entrar na nova Era do Reino de Deus, como o corpo equipado com os pulmões foi necessário para os Atlantes que desejavam entrar na Era que vivemos agora. Portanto, é necessário que façamos a nossa parte, trabalhando para a nossa vocação e eleição, preparando a Veste Dourada de Bodas, o Corpo-Alma, o único que pode garantir a nossa admissão ao casamento místico.
O povo está se movendo lentamente na direção certa, conduzido pelas diferentes Religiões Cristãs, mas há uma classe sempre crescente que, por assim dizer, sente as asas do Corpo-Alma brotando, pessoas que sentem um desejo interior de tomar o Reino de Deus por assalto. Embora não possuam nenhum ideal definido, sentem uma verdade maior e uma luz mais evidente do que aquelas que as Religiões Cristãs atuais irradiam; elas estão cansadas de parábolas e anseiam aprender os fatos subjacentes aos próprios pés de Cristo.
A Fraternidade Rosacruz foi instituída com o propósito de alcançar essa classe de pessoas, para lhes mostrar o caminho para a iluminação, para ajudá-las a construir o Corpo-Alma delas e desenvolver os poderes anímicos, que as capacitarão a entrar, conscientemente, no Reino de Deus e obter o conhecimento direto.
Esse é um grande empreendimento, o maior de todos, e mesmo sob as condições mais favoráveis existentes, o progresso deve ser lento, mas, se o Aspirante à vida superior continuar com paciente perseverança em fazer o bem, isso pode ser feito.
Os métodos são definidos, científicos e religiosos; foram criados pela Escola Ocidental da Ordem Rosacruz e, portanto, são especialmente adequados para os povos ocidentais. Às vezes, mas muito raramente, produzem resultados a curto prazo; geralmente são necessários anos e até vidas antes que o Aspirante à vida superior alcance o objetivo dele, mas ao seguir esses métodos alcançará, ao final, a realização de tudo que o coração dele deseja.
O Tabernáculo no Deserto[151] era uma representação simbólica do caminho para Deus e, como diz S. Paulo, continha uma sombra das boas coisas que estavam por vir. Tudo nele tinha um significado espiritual. A Mesa dos Pães da Proposição[152] nos fornece uma lição importante pertinente à nossa atual situação. Os Estudantes Rosacruzes devem estar lembrados de que os antigos israelitas eram instruídos a levar os Pães da Proposição ao Tabernáculo em intervalos determinados. O grão, com o qual esses Pães foram feitos, foi fornecido por Deus, mas foram eles que deviam preparar o solo em que o grão iria crescer, eles é que tinham que plantar e cultivar, que deviam capinar e regar, de modo a garantir o maior crescimento possível; eles deveriam colher e debulhar, moer e cozer e, dessa forma, obtinham os Pães que traziam ao Tabernáculo como o pão da proposição, resultado do trabalho árduo e pesado deles. Da mesma forma, Deus fornece a todos nós a oportunidade de servir, mas é nosso dever cultivar essas oportunidades, nutri-las e alimentá-las no solo da bondade amorosa, para que possam alcançar um maior desenvolvimento. Devemos levar sempre em consideração as palavras de Cristo quando Ele diz que veio para prover e servir. Portanto, qualquer pessoa que aspire a seguir Seus passos e ser grande no Reino de Deus deve estar sempre atenta às oportunidades de servir aos seus semelhantes. Cada dia deve ser preenchido, tanto quanto possível, com atos, ações ou obras bondosos e prudentes, pois são a urdidura e a trama com o que é tecida a Veste Dourada das Bodas. Sem esses “atos, ações e obras” nenhuma oração, nenhum jejum ou outros exercícios religiosos terão valor. É inútil ir ao Templo sem esse Pão da Proposição para mostrar que realmente trabalhamos no serviço do Mestre.
O que foi dito acima é, também, o ensinamento das Religiões que praticam o Cristianismo exotérico; mas, o que exporemos a partir daqui são os ensinamentos e o método científico exclusivamente Rosacruz, baseado no mais profundo conhecimento dos fatos espirituais, por meio dos quais o Aspirante à vida superior é capaz de obter o máximo crescimento da alma em cada vida, de modo que seu avanço espiritual seja acelerado além de seus sonhos mais almejados. Portanto, esse é o ensinamento espiritual mais importante que foi fornecido a nós nos tempos atuais, e ninguém que tente honestamente seguir esse método pode deixar de ser enormemente beneficiado.
O Éter é o meio de transmissão da luz, e é aquele que grava uma imagem numa película sensível ou em um filme fotográfico. Ele permeia o ar e em cada respiração quando inspiramos, desde o nascimento até a morte, o Éter entra em nosso organismo e grava uma imagem de tudo que nos rodeia e das nossas ações em um pequeno átomo no coração[153]. Assim, cada um de nós carrega consigo um registro completo da sua vida, que é assimilado depois da morte. A expiação das más ações causa a dor e angústia quando no Purgatório. Essas são, assim, transmutadas em consciência para evitar a repetição dos mesmos erros nas vidas seguintes aqui; do mesmo modo as boas ações são transmutadas em amor e benevolência. Em vez de esperar por essa transmutação post-mortem do Pão da Proposição da vida, o Aspirante à vida superior que deseja “tomar o céu por assalto” pode assimilar os frutos de cada dia depois de se recolher à noite e antes de dormir, repassando as ações, obras e atos realizados. Os acontecimentos diários devem ser revistos e considerados na ordem inversa, isto é, se revê primeiro o que foi feito na noite, depois os acontecimentos da tarde, do meio-dia e da manhã. Isso é importante porque está de acordo com a forma como o Panorama da Vida é revisto depois da morte, desenrolando-se primeiro os acontecimentos que precederam a morte e recuando, sucessivamente, até os dias da infância. O objetivo é mostrar os efeitos das ações, obras e dos atos praticados e depois as causas que os originaram[154].
Nessa retrospectiva, não fará bem ao Aspirante à vida superior recapitular os acontecimentos do dia e se culpar moderadamente pelos erros que cometeu e se elogiar com entusiasmo pelas boas ações praticadas. Mas, ele deve se lembrar do Altar dos Sacrifícios[155], em que eram oferecidos os sacrifícios pelo pecado. Primeiro, esses sacrifícios eram esfregados com sal e depois colocados no Altar para serem consumidos por um fogo divinamente aceso.
Qualquer um sabe a dor intensa causada quando se esfrega sal em uma ferida, e essa fricção com sal simboliza a dor que o Aspirante à vida superior deve sentir pelo seu erro. Agora, observe que não era permitido depositar o sacrifício no Altar até que fosse esfregado com sal. Deus não o aceitaria antes, mas, depois de salgado, era consumido por um fogo aceso pelo próprio Deus.
Isso nos diz que, a menos que tenhamos lavado nossas más ações, obras e nossos maus atos do dia no sal de nossas lágrimas e com sincera contrição, Deus não aceitará nosso sacrifício de arrependimento; mas, quando realmente nos arrependemos, nossos pecados serão lavados e o nosso Átomo-semente ficará limpo, tão branco como a neve. Com respeito às nossas boas ações, podemos lembrar que havia duas pequenas pilhas de incenso sobre os Pães da Proposição. Essas pilhas de incenso eram oferecidas no Altar de Incenso[156], em que a fumaça subia como um suave aroma ao Senhor, bem diferente do odor nauseabundo que subia do Altar em que as oferendas pelos pecados eram queimadas. É de admirar que Deus não tenha se agradado do sacrifício de touros e bezerros, mas sim de um coração contrito e de um espírito arrependido?
É esse extrato espiritual aromático de nossas boas ações, obras e bons atos que constrói nosso Corpo-Alma. Pelo processo natural normal, são necessários cerca de um terço dos anos da nossa existência post-mortem, enquanto vivíamos aqui nesse Corpo Denso, para colher o que semeamos. Mas, quando um Aspirante à vida superior assimilou os frutos da vida por meio da fiel execução do Exercício Esotérico noturno de Retrospecção, ao final de cada dia, ele se torna livre assim que deixa o Corpo Denso ao morrer aqui, e pode utilizar os anos passados por outros no Purgatório e no Primeiro Céu da maneira que lhe aprouver. Além disso, como não precisa de alimento, de abrigo ou de dormir, pode passar as vinte e quatro horas do dia fazendo o bem. Assim, ele tem, praticamente, tantos anos de serviço e de crescimento anímico após a morte aqui, quanto os anos de sua vida terrena recém-finda; e sendo treinado e instruído nessa atividade, suas realizações são, provavelmente, maiores do que poderiam ser obtidas em várias vidas vividas de maneira normal.
Para auxiliar os Aspirantes à vida superior merecedores, ensinamentos ainda mais profundos e definidos são fornecidos pelos Irmãos Maiores por meio da Fraternidade Rosacruz. Os Estudantes que sentem esse impulso interior podem pedir informações sobre esses ensinamentos.
FIM
[1] N.T.: do inglês “The Brother of the Third Degree”, livro publicado pela primeira vez em 1894, de autoria de Will L. Garver.
[2] N.T.: At 8:20
[3] N.T.: tempo médio entre dois renascimentos de um Ego da Onda de Vida humana.
[4] N.T.: IIPe 3:8
[5] N.T.: Esse exercício é chamado de Exercício Esotérico noturno da Retrospecção.
[6] N.T.: Gl 6:7
[7] N.T.: Diferente do egoísta, pessoa que manifesta o egotismo, ou seja, o egocentrismo se caracteriza pela simples aplicação prática do egoísmo. … Priorizando o seu ego, o egocêntrico simplesmente prioriza a sua razão sobre a razão de terceiros, ignorando o Ego dos outros. Já o egoísta, o que pratica o egoísmo, se coloca no centro do seu universo.
[8] N.T.: Rm (2:12)
[9] N.T.: Jo 1:17
[10] N.T.: No mito grego, os dentes do dragão aparecem com destaque nas lendas do príncipe fenício Cadmo e na busca de Jasão pelo Velocino de Ouro. Em cada caso, os dragões estão presentes e cospem fogo. Seus dentes, uma vez plantados, se transformariam em guerreiros totalmente armados. Cadmo, o portador da alfabetização e da civilização, matou o dragão sagrado que guardava a fonte de Ares. A deusa Atena disse-lhe para semear os dentes, de onde surgiu um grupo de guerreiros ferozes chamados spartoi (um povo mítico que surgiu dos dentes do dragão semeados por Cadmo e foram considerados os ancestrais da nobreza tebana.). Ele jogou uma joia preciosa no meio dos guerreiros, que se viraram na tentativa de se apoderar da pedra. Os cinco sobreviventes juntaram-se a Cadmo para fundar a cidade de Tebas. Da mesma forma, Jason foi desafiado pelo Rei Aeëtes da Cólquida a semear dentes de dragão (daí dragão de Colchian) em Atenas para obter o Velocino de Ouro. Medea, filha de Aeëtes, aconselhou Jason a jogar uma pedra entre os guerreiros que surgiram da terra. Os guerreiros começaram a lutar e matar uns aos outros, não deixando nenhum sobrevivente além de Jason. As lendas clássicas de Cadmo e Jasão deram origem à frase “semear dentes de dragão”. Isso é usado como uma metáfora para se referir a fazer algo que tem o efeito de fomentar disputas.
[11] N.T.: IJo 3:9
[12] N.T.: Na língua portuguesa temos a tradução como cálice.
[13] N.T.: Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) foi um polímata, autor e estadista alemão do Sacro Império Romano-Germânico que também fez incursões pelo campo da ciência natural. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX.
[14] N.T.: Aldous Leonard Huxley foi um escritor inglês e um dos mais proeminentes membros da família Huxley. Mais conhecido pelos seus romances, como Admirável Mundo Novo e diversos ensaios.
[15] N.T.: Alfred Russel Wallace (1823-1913) foi um naturalista, geógrafo, antropólogo e biólogo britânico.
[16] N.T.: Charles Robert Darwin (1809-1882) foi um naturalista, geólogo e biólogo britânico, célebre por seus avanços sobre evolução nas ciências biológicas.
[17] N.T.: Herbert Spencer (1820-1903) foi um filósofo, biólogo e antropólogo inglês, bem como um dos representantes do liberalismo clássico.
[18] N.T.: Ernst Heinrich Philipp August Haeckel (1834-1919) foi um biólogo, naturalista, filósofo, médico, professor e artista alemão que ajudou a popularizar o trabalho de Charles Darwin e um dos grandes expoentes do cientificismo positivista.
[19] N.T.: Gn 1:1
[20] N.T.: Gn 1:6
[21] N.T.: Os Nibelungos são, na mitologia nórdica, um povo formado por anões. Eles habitavam Niflheim, também chamada de Mistland, ou Terra das Neblinas.
[22] N.T.: O rio Reno é um curso de água com 1 233 km de comprimento que atravessa a Europa de sul a norte, desaguando no mar do Norte no delta do Reno–Mosa–Escalda. Seu nome é de origem celta e significa “fluir”.
[23] N.T.: um dos Espíritos da Natureza das águas.
[24] N.T.: A fénix ou fênix, fênice é um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em autocombustão e, passado algum tempo, ressurgia das próprias cinzas.
[25] N.T.: A frase “A desumanidade do homem para com o homem” foi documentada pela primeira vez no poema de Robert Burns, chamado “O homem foi feito para lamentar: A Dirge” em 1784. É possível que Burns tenha reformulado uma citação semelhante de Samuel von Pufendorf, que em 1673 escreveu: “Mais desumanidade foi cometida pelo próprio homem do que qualquer outra causa da natureza.”
[26] N.T.: Mt 20:26
[27] N.T.: nesse caso, são os processos morfogênicos pelos quais um embrião toma forma, e é a etapa inicial de gastrulação, a enorme reorganização do embrião a partir de uma simples esfera de células, a blástula, em um organismo multicamadas, com camadas diferenciadas: endoderme, mesoderma e ectoderme. As invaginações mais localizadas também ocorrem mais tarde no desenvolvimento embrionário.
[28] N.T.: Hb 2:7
[29] N.T.: Corpo Denso
[30] N.T.: Corpo Vital
[31] N.T.: Gn 3-16
[32] N.T.: Mt 11:28
[33] N.T.: Lc 16:44
[34] N.T.: IJo 1:1
[35] N.T.: IIPd 3:13
[36] N.T.: se trata da Arca de Noé.
[37] N.T.: Jo 18:36
[38] N.T.: ICor 15:50
[39] N.T.: Ou bushmen que vivem na região rural, inexplorada, conhecida como “bush” da Austrália. Bush é um termo usado principalmente no vernáculo inglês da Austrália e Nova Zelândia, onde é amplamente sinônimo de sertão, referindo-se a uma área natural não desenvolvida. A fauna e a flora contidas nesta área devem ser nativas da região, embora espécies exóticas muitas vezes também estarão presentes.
[40] N.T.: Os hotentotes constituem uma etnia negra, nativa da África do Sul, de cultura bastante primitiva. Caracterizam-se pela vida nômade, baseada na caça e na coleta, hoje combinada com a atividade pastoril e cultivos itinerantes.
[41] N.T.: ICor 15:50
[42] N.T.: Corpos Vitais
[43] N.T.: Movimento de Precessão dos Equinócios
[46] N.T.: ITess 4:15
[47] N.T.: Corpo-Alma
[49] N.T.: Século XIX
[51] N.T.: ou a Onda de Vida Vegetal
[52] N.T.: o mascavo e não o branco polido ou demerara ou cristal.
[53] N.T.: A Época Ária
[54] N.T.: Jo 8:58
[55] N.T.: Lc 14:26
[56] N.T.: Thomas Paine (1737-1809) foi um político britânico, além de panfletário, revolucionário, inventor, intelectual e um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos da América. Thomas Paine foi, a um só tempo, ator, intérprete e testemunho não apenas das Revoluções Americana e Francesa, mas também dos movimentos revolucionários ingleses em fins do século XVIII e, em menor medida, do movimento revolucionário nos Países Baixos e na Irlanda, onde ele era continuamente citado e admirado.
[57] N.T.: Mt 10:34
[58] N.T.: IJo 1:5
[59] N.T.: são fendas e arcos nos seus pescoços que são idênticos as fendas e arcos branquiais dos peixes atuais.
[60] N.T.: se refere à Era de Áries.
[61] N.T.: Sl 139:7-12
[62] N.T.: Jo 3:19
[63] N.T.: Jo 8:12
[64] N.T.: Jo 15:13-15
[65] N.T.: O enforcamento literal de uma pedra de moinho (ou mó) no pescoço é mencionado como uma punição no Novo Testamento, fazendo com que o malfeitor fosse afogado. Eis a passagem bíblica: “E aquele que receber uma criança como esta por causa do meu nome, recebe a mim. Caso alguém escandalize um destes pequeninos que creem em mim, melhor será que lhe pendurem ao pescoço uma pesada mó e seja precipitado nas profundezas do mar.” (Mt 18:5-6)
[66] N.T.: Lc 22:19-20
[67] N.T.: Lc 22:42
[68] N.T.: IJo 1:7
[69] N.T.: IJo 1:5
[70] N.T.: veja na Bíblia em Mc 8:1-9 e Mt 15:32-39
[71] N.T.: Ou seja, uma caneta carregada de fluído, como é o nanquim da caneta tinteiro (ou pena mosquitinho), que é um condutor de magnetismo muito maior do que um lápis seco ou uma caneta esferográfica ou hidrográfica ou, ainda, qualquer outro tipo de meio de escrita. O Éter, que impregna o papel sobre o qual o paciente escreve, semana a semana, fornece uma indicação de sua condição no momento da escrita, e é uma chave de entrada para acesso à parte (ou -partes) doentes do seu Corpo. Conforme mude o estado do paciente, muda igualmente o registro nas Fichas semanais! É algo que ele deu voluntariamente e com o propósito expresso de fornecer acesso aos Auxiliares Invisíveis. A menos que o doente faça a sua parte nesse aspecto, os Auxiliares Invisíveis são incapazes de fazer qualquer coisa pelo paciente. Portanto: os eflúvios que procedem da mão do paciente ao escrever proveem aos Auxiliares Invisíveis uma chave de admissão ao organismo do paciente. Por mais simples que seja essa regra, são muitos os que deixam de cumpri-la!
[72] N.T.: também escrito: vodum, vudu é uma tradição religiosa que é derivada do politeísmo africano e do culto aos ancestrais e é praticada principalmente no Haiti.
[73] N.T.: Rm 7:19
[74] N.T.: Capítulo 10 – No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, uma palavra foi revelada a Daniel, cognominado Baltassar. A palavra era verídica, e referia-se a uma grande luta. Ele compreendeu a palavra, e teve dela o entendimento em visão. Nesses dias, eu, Daniel, mortifiquei-me por três semanas: não comi nenhum alimento saboroso, carne e vinho não entraram em minha boca, nem me ungi de maneira alguma até se completarem três semanas. No vigésimo quarto dia do primeiro mês, estando às margens do grande rio, o Tigre, levantei os olhos para observar. E vi: Um homem revestido de linho, com os rins cingidos de ouro puro, seu corpo tinha a aparência do Crisólito e seu rosto o aspecto do relâmpago seus olhos como lâmpadas de fogo, seus braços e suas pernas como o fulgor do bronze polido, e o som de suas palavras como o clamor de uma multidão. Somente eu, Daniel, vi essa aparição. Os homens que estavam comigo não viam a visão e, no entanto, um grande tremor se abateu sobre eles, a ponto de fugirem para se esconderem. Fiquei, pois, sozinho a contemplar essa grande visão: não restou força alguma em mim, a bela cor do meu rosto mudou-se em lividez, perdi todo o vigor.
Aparição do anjo — Ouvi, então, o som de suas palavras. Ao ouvir o som de suas palavras, desfaleci sobre o meu rosto, meu rosto contra a terra. Mas eis que uma mão me tocou e me fez levantar, tremendo, sobre os joelhos e as palmas de minhas mãos. E ele disse-me: “Daniel, homem das predileções, compreende as palavras que vou te dizer. Põe-te de pé no teu lugar, porque é para ti que fui enviado”. Ao dizer-me ele essas palavras, levantei-me, todo trêmulo. E prosseguiu: “Não temas, Daniel. Pois desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender, mortificando-te diante do teu Deus, tuas palavras foram ouvidas. E é por causa de tuas palavras que eu vim. O Príncipe do reino da Pérsia me resistiu durante vinte e um dias, mas Miguel, um dos primeiros Príncipes, veio em meu auxílio. Eu o deixei afrontando os reis da Pérsia e vim para fazer-te compreender o que sucederá a teu povo, no fim dos dias, porque há ainda uma visão para esses dias”. Tendo-me ele falado essas coisas, inclinei meu rosto para o chão e emudeci. Foi quando alguém, com a semelhança de um filho de homem, tocou meus lábios. E abri a boca para falar, e disse ao que estava diante de mim: “Meu senhor, angústias me sobrevieram por causa da aparição e não tenho mais forças. Como, pois, este servo do meu senhor poderá falar com o meu senhor, quando não há mais força em mim e sequer me resta o próprio alento?”. De novo uma como aparência de homem tocou-me e me reconfortou. E disse: “Não temas, homem das predileções! A paz seja contigo! Toma força e coragem!”. Enquanto ele falava comigo eu me senti reanimar e disse: “Que fale o meu senhor, pois tu me reconfortaste!”.
O anúncio profético — Então ele disse: “Sabes por que vim ter contigo? Mas vou anunciar-te o que está escrito no Livro da Verdade. Tenho de voltar para combater o Príncipe da Pérsia: quando eu tiver partido, deverá vir o Príncipe de Javã. Ninguém me presta auxílio para essas coisas senão Miguel, vosso Príncipe,
Capítulo 11 – e eu, no primeiro ano de Dario, o medo, me mantive firme para ajudá-lo e sustentá-lo. E agora, vou anunciar-te a verdade.
Primeiras guerras entre Selêucidas e Lágidas — Surgirão ainda três reis na Pérsia. Depois o quarto acumulará mais riquezas que todos eles. E, quando se tiver tornado poderoso por suas riquezas, levantar-se-á contra todos os reinos de Javã. Surgirá então um rei guerreiro, o qual dominará um vasto império e fará o que bem lhe aprouver. Logo, porém, que se tiver estabelecido, seu reino será destroçado e dividido entre os quatro ventos do céu, e não em proveito de sua descendência. E não será mais governado como ele o havia feito, porque seu reino será extirpado e entregue a outros, e não a seus descendentes. O rei do sul tornar-se-á poderoso. Mas um de seus príncipes o ultrapassará em poder e seu império será maior que o dele. Alguns anos mais tarde eles celebrarão uma aliança, e a filha do rei do sul virá para junto do rei do norte para se ratificarem os acordos. Mas, a força do seu braço não a sustentará, nem a sua descendência subsistirá; ela será entregue, ela com os da sua comitiva e o seu filho, bem como o que teve poder sobre ela. A seu tempo, um rebento de suas raízes se levantará em seu lugar. Ele marchará contra o exército e penetrará na fortaleza do rei do norte; e, agindo contra eles, os vencerá. Até seus deuses, suas estátuas e seus objetos preciosos de ouro e prata, serão o espólio que ele arrebatará para o Egito. Depois, por alguns anos manterá distância do rei do norte. Esse, por sua vez, virá contra o reino do rei do sul e depois retornará para o seu território. Seus filhos levantar-se-ão e reunirão uma multidão de forças poderosas, e um deles avançará, desdobrar-se-á, passará e levará o ataque até a sua fortaleza. Então o rei do sul, exasperado, partirá em guerra contra o rei do norte, o qual recrutará imensa multidão; mas a multidão será entregue em suas mãos. Sendo aniquilada essa multidão, seu coração se exaltará: ele fará cair dezenas de milhares, mas não crescerá em força. O rei do norte voltará, depois de recrutar multidões mais numerosas que as primeiras: após alguns anos ele irromperá, com um grande exército e abundante equipamento. Nesses tempos, muitos se insurgirão contra o rei do sul, e os violentos dentre o teu povo se levantarão para cumprirem a visão, mas, eles hão de cair. Virá então o rei do norte, o qual construirá terraplenos e se apoderará da cidade fortificada. As forças do sul não o deterão, e nem mesmo a elite do seu povo terá a força de resistir-lhe. O invasor fará o que bem quiser, pois ninguém poderá detê-lo; e se estabelecerá no país do Esplendor, levando em suas mãos a destruição. Ele terá em mente conquistar todo o seu reino: fará um pacto com ele e lhe oferecerá uma dentre suas filhas para arruiná-lo, mas isso não dará resultado e ele não o conseguirá. Então se voltará para as ilhas e conquistará diversas delas. Mas um magistrado porá fim à sua arrogância, sem que ele possa revidar-lhe o ultraje. Ele voltará ainda seus olhares para as cidades fortificadas do seu próprio país, mas vacilará, cairá e não mais será encontrado. Em seu lugar surgirá um outro, o qual fará passar um exator pelo Esplendor do seu reino: em poucos dias ele será eliminado, mas não à vista de todos nem na guerra.
Em seu lugar levantar-se-á um miserável, a quem não se dariam as honras da realeza. Mas, ele se insinuará sorrateiramente e, à força de intrigas, apossar-se-á do reino. As forças de guerra serão dispersadas diante dele e até aniquiladas, o mesmo sucedendo a um príncipe da Aliança. A despeito de pactos firmados, ele agirá com perfídia. E irá crescendo e fortificando-se, embora com poucos partidários. Sorrateiramente penetrará nas regiões mais férteis da província e fará o que não haviam feito seus pais nem os pais de seus pais: distribuirá despojos, lucros e riquezas entre os seus, maquinando planos contra as cidades fortificadas, mas isso até certo tempo. Dirigirá então sua força e o seu coração contra o rei do sul, com um grande exército. O rei do sul por sua vez entrará na guerra com um exército extremamente grande e poderoso, mas não poderá resistir, porque se urdirão conjurações contra ele. Os que comem à sua mesa o arruinarão; seu exército será destroçado, e muitos cairão mortalmente feridos. Ambos esses reis, com o coração voltado para o mal, falarão mentirosamente à mesma mesa. Mas nada conseguirão, porque ainda há um prazo antes do tempo marcado. Ele voltará para o seu país com grandes riquezas, tendo no coração más intenções contra a Aliança sagrada. Ele as realizará, e então retornará à sua terra. No tempo fixado voltará em campanha contra o sul, mas o fim não será como o começo. Pois navios dos Cetim virão contra ele, tirando-lhe a coragem. Por isso, ao voltar, ele enfurecer-se-á contra a Aliança sagrada e, de novo, agirá de acordo com os que abandonam a Aliança sagrada. Tropas enviadas por ele virão profanar o Santuário-cidadela e abolirão o sacrifício perpétuo, ali introduzindo a abominação da desolação. Os que transgredirem a Aliança, ele os perverterá com suas lisonjas; mas o povo dos que conhecem o seu Deus agirá com firmeza. Os homens esclarecidos dentre o povo darão a compreensão a muitos; mas serão prostrados pela espada e pelo fogo, pelo cativeiro e pela pilhagem — durante longos dias. Ao serem oprimidos, pequeno será o auxílio que de fato receberão; muitos, porém, pretenderão associar-se a eles por intrigas. Entre esses homens esclarecidos alguns serão prostrados a fim de que entre eles haja os que sejam acrisolados, purificados e alvejados — até o tempo do Fim, porque o tempo marcado ainda está por vir. O rei agirá a seu bel-prazer, exaltando-se e engrandecendo-se acima de todos os deuses. Ele proferirá coisas inauditas contra o Deus dos deuses e, no entanto, prosperará, até que a cólera chegue a seu cúmulo — porque o que está decretado se cumprirá. Sem consideração para com os deuses de seus pais, sem consideração para com o favorito das mulheres ou para com qualquer outro deus, é a si mesmo que ele exaltará acima de tudo. Mas, cultuará em seu lugar o deus das fortalezas; cultuará com ouro e prata, pedras preciosas e joias, um deus que seus pais não conheceram. Como defensores das fortalezas tomará o povo desse deus estrangeiro. E dará grandes honras àqueles que ele reconhecer, conferindo-lhes autoridade sobre a multidão e concedendo-lhes a terra em arrendamento.
No tempo do Fim, entrará em luta com ele o rei do Sul, contra o qual o rei do Norte se lançará com seus carros de guerra, seus cavaleiros e seus numerosos navios. Ele entrará em suas terras e, transbordando, as atravessará. E penetrará no país do Esplendor, onde muitos cairão. Esses, porém, hão de escapar de suas mãos: Edom, Moab e os sobreviventes dos filhos de Amon. Ele continuará a estender a mão sobre outras terras, e a terra do Egito não lhe escapará. Ele se tornará dono dos tesouros de ouro e prata e de todas as preciosidades do Egito, e os líbios e cuchitas pôr-se-ão a seus pés. Mas virão perturbá-lo notícias provindas do Oriente e do Norte, e ele partirá com grande furor para destruir e exterminar a muitos. Armará as tendas do seu palácio entre os mares e a montanha do santo Esplendor. E chegará a seu termo, sem que ninguém lhe venha em auxílio.
[75] N.T.: Mt 10:34
[76] N.T.: Lc 2:14
[77] N.T.: O autor se refere à Primeira Guerra Mundial.
[78] N.T.: O autor se refere à Primeira Guerra Mundial.
[79] N.T.: ICor 15:55
[80] N.T.: Mt 5:3-4
[81] N.T.: Mt 6:31
[82] N.T.: Mt 6:24-33
[83] N.T.: a língua da Síria antiga, um dialeto ocidental do aramaico no qual muitos textos Cristãos primitivos importantes são preservados e que ainda é usado pelos Cristãos sírios como língua litúrgica.
[84] N.T.: Caveat emptor é uma expressão em língua latina (ou latim) que significa, literalmente, “(toma) cuidado, comprador”. Em uma tradução livre, significa “o risco é do comprador”.
Ao colocar à venda um produto sob as regras do “caveat emptor”, o vendedor diz que não garante a qualidade ou procedência do produto. Cabe ao comprador avaliar a situação do bem e entender que defeitos ocultos não serão reembolsados. Esse tipo de venda é comum em leilões de carros, em que não é possível fazer um “test drive” ou uma revisão prévia do automóvel. Compra-se o que se vê. Qualquer defeito que o carro tiver, faz parte do pacote. Cabe ao consumidor munir-se de informações e cuidados para tomar a decisão de compra, não recaindo sobre o ofertante responsabilidades maiores, além de atuar dentro dos limites da lei.
A situação oposta ao “caveat emptor” é o “caveat venditor”. Nesse caso, o vendedor do produto deve dar a garantia de que, se o produto estiver estragado ou tenha procedência duvidosa, será trocado por um novo – ou o dinheiro pago será devolvido pelo vendedor. Entretanto, o vendedor pode estabelecer limites à garantia, desde que tais limites sejam previamente informados ao comprador. Esse tipo de situação impera nas relações de consumo no Brasil, desde a vigência do Código de Defesa do Consumidor.
[85] N.T.: Mt 20:26
[86] N.T.: Pb 15:1
[87] N.T.: Mt 5:5
[90] N.T.: Ecl 7:9
[91] N.T.: Ecl 10:10
[92] N.T.: Mt 5:44
[93] N.T.: Mc 6:35
[94] N.T.: Lc 6:31
[95] N.T.: Cl 3:23
[96] N.T.: 2Pd 3:18
[97] N.T.: O ramo de palmeira é um símbolo da vitória, do triunfo, da paz. A palma tornou-se tão intimamente associada à vitória na cultura romana antiga que a palavra latina palma poderia ser usada como uma metonímia para “vitória”, e era um sinal de qualquer tipo de vitória.
[98] N.T.: Ego humano sem o Tríplice Corpo e sem a Mente (somente com os quatro Átomos-sementes desses veículos).
[99] N.T.: Parsifal é uma ópera ou drama musical em três atos de Richard Wagner, e sua última composição. O libreto é vagamente baseado no poema épico alemão médio do século XIII Parzival do Minnesänger Wolfram von Eschenbach, contando a história do cavaleiro arturiano Parzival (Percival) e sua busca pelo Santo Graal.
[100] N.T.: A ópera Parsifal se passa nas legendárias colinas do Monte Salvat, na Espanha, onde vive uma fraternidade de cavaleiros do Santo Graal. O mago negro Klingsor teria construído um jardim mágico povoado com mulheres que, com seus perfumes e trejeitos, seduziriam os cavaleiros e faria com que eles quebrassem seus votos de castidade, e teria ferido Amfortas, rei do Graal, com a lança que perfurou o flanco de Cristo, e todas as vezes em que Amfortas olha em direção ao Graal sente a ferida arder. Tal redenção só poderia ser realizada por um “inocente casto” (significado da palavra “Parsifal”). Esse, em sua primeira aparição na ópera, surge ferindo um dos cisnes que purificavam a água do banho de Amfortas, e a todas as perguntas que os cavaleiros lhe fazem responde dizendo que não sabe de nada, nem ao menos seu nome. Parsifal atravessa o jardim mágico de Klingsor e é seduzido pela amazona Kundry, que ora é uma fiel serva do Graal, ora é escrava de Klingsor. Ao beijá-la, sente os estigmas das feridas que afligiam Amfortas e, quando Klingsor atira a lança contra ele, a lança dá a volta em seu corpo, e todo o castelo mágico é destruído. Tempos depois, tendo os cavaleiros se convencido de que ele é o “inocente casto” que faria a salvação, Parsifal cura as feridas de Amfortas e o destrona, assumindo a nova condição de rei do Graal.
[101] N.T.: É um gênero de música sacra cristã de recitação salmódica. Tem seu início no Cristianismo primitivo. É um canto monódico executado em uníssono com eventuais trechos em solo e executado sem acompanhamento de instrumentos, exceto acompanhamento pelo órgão de tubos, já que esse foi inventado justamente para substituir as vozes faltantes.
[102] N.T.: Georg Friedrich Händel ou Haendel (1685-1759) foi um compositor alemão, naturalizado cidadão britânico, considerado um dos maiores compositores da música barroca.
[103] N.T.: Mt 7:16
[104] N.T.: O provérbio ‘Um pouco de conhecimento é uma coisa perigosa’ expressa a ideia de que uma pequena quantidade de conhecimento pode levar as pessoas a pensarem que são mais experientes do que realmente são, o que pode levar a erros. Tal provérbio é atribuído a Alexander Pope (1688-1744).
[105] N.T.: uma personificação da morte na forma de um esqueleto encapuzado empunhando uma grande foice.
[106] N.T.: Quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os Anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. E serão reunidas em sua presença todas as nações e ele separará os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então dirá o rei aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes ver-me’. Então os justos lhe responderão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos forasteiro e te recolhemos ou nu e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te ver?’ Ao que lhes responderá o rei: ‘Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes’. Em seguida, dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer. Tive sede e não me destes de beber. Fui forasteiro e não me recolhestes. Estive nu e não me vestistes, doente e preso, e não me visitastes’. Então, também eles responderão: ‘Senhor, quando é que te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso e não te servimos?’ E ele responderá com estas palavras: ‘Em verdade vos digo: todas as vezes que o deixastes de fazer a um desses pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer’. E irão estes para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”. (Mt 25:31-46).
[107] N.T.: Mt 5:14
[108] N.T.: A frase “guardião do meu irmão” é uma referência à história bíblica de Caim e Abel do Livro de Gênesis. É geralmente entendido como sendo responsável pelo bem-estar de um irmão ou outro irmão ou, por extensão, de outros seres humanos em geral.
[109] N. T.: “Cristo Jesus lhes falou novamente por parábolas, dizendo: ‘O Reino dos céus é como um rei que preparou um banquete de casamento para seu filho. Enviou seus servos aos que tinham sido convidados para o banquete, dizendo-lhes que viessem; mas eles não quiseram vir. (…)” (Mt 22:1-3).
[110] N.T.: Jo 17:14
[111] N.T.: Mt 23:27
[112] N.T.: Mt 12:48
[113] N.T.: Mt 12:50
[114] N.T.: Jo 19:25-34
[115] N.T.: do poema: “Shining Just Where We Are” – de Autor Desconhecido
[116] N.T.: como, por exemplo, aconteceu no evento Pentecostes (At 2) com os Discípulos.
[117] N.T.: IJo 2:16
[118] N.T.: IJo 2:16
[119] N.T.: Jo 15:19 e Jo 17:14-16
[120] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial, época em que esse livro foi escrito.
[121] N.T.: Wilhelm Richard Wagner (1813-1883) – maestro, compositor, diretor de teatro e ensaísta alemão.
[122] N.T.: ou Zurique é a maior cidade da Suíça, um país do hemisfério norte.
[123] N.T.: a Suíça fica no hemisfério norte, onde, em março, é a estação da primavera.
[124] N.T.: Jo 1:10
[125] N.T.: Jo 1:5
[126] N.T.: Jo 12:47
[127] N.T.: Jo 3:17
[128] N.T.: nodo, em astronomia, é a interseção do plano da órbita de algum corpo celeste, como a Lua, um Planeta, com o plano da eclíptica (o caminho aparente do Sol entre as estrelas) conforme projetado na esfera celeste. O nodo ascendente é aquele onde o corpo cruza do lado sul para o lado norte da eclíptica, sendo o oposto o nodo descendente. Por exemplo, em março o Sol cruza o equador da Terra (em uma visão geocêntrica) do sul para o norte, ou seja, é o nodo ascendente do Sol.
[129] N.T.: Jo 19:30
[130] N.T.: Gn 1:26
[131] N.T.: do poema “The Chambered Nautilus” de Oliver Wendell Holmes.
[132] N.T.: (1809-1894) – médico americano, professor, palestrante e autor.
[133] N.T.: ICor 15:20-23. Repare que como as primícias do Antigo Testamento simbolizavam e consagravam toda a colheita que se seguiria, a Ressurreição de Cristo foi a antecipação da ressurreição de todos os Cristãos que ainda viriam. Sua Ressurreição é nossa garantia de que um dia todos os Cristãos serão ressuscitados dentre os mortos e receberão novos corpos ressuscitados.
[134] N.T.: Jo 14:12
[135] N.T.: Pseudônimo de Johannes Scheffler (1624-1667) – Místico Cristão, filósofo, médico, poeta, jurista alemão.
[136] N.T.: Gl 4:19
[137] N.T.: At 17:28
[138] N.T.: Jo 14:12
[139] N.T.: ICor 15:14-20
[140] N.T.: IJo 1:7
[141] N.T.: IJo 1:5
[142] N.T.: Jól (do nórdico antigo: júl) ou Yule (do inglês antigo: géol ou géola) é uma comemoração do Norte da Europa pré-Cristã. Os pagãos Germânicos celebravam o Yule desde os finais de dezembro até aos primeiros dias de janeiro, abrangendo o Solstício de Dezembro. Foi a primeira festa sazonal comemorada pelas tribos neolíticas do norte da Europa, e é até hoje considerado o início da roda do ano por muitas tradições Pagãs. Embora Yule seja o nome do Solstício de Dezembro, originalmente é um tronco de árvore, possivelmente parecido com um tipo de pinheiro. Yule, o menino da promessa; semente de luz; festa medieval que comemorava a chegada do inverno no hemisfério norte; na língua inglesa significa em torno do Natal; natalício.
[143] N.T.: Jo 4:24
[144] N. T.: Polar (Polaris, α UMi, α Ursae Minoris, Alpha Ursae Minoris, comumente chamada de Estrela do Norte ou Estrela Polar) é a estrela mais brilhante da constelação da Ursa Menor, e situa-se aproximadamente no polo norte celeste, daí recebendo seu nome. Por esse motivo, ela permanece praticamente fixa no céu noturno, enquanto todas as outras estrelas parecem girar ao seu redor. A Estrela Polar tem sido usada, há séculos, como referência para orientação, tendo sido crucial, por exemplo, na navegação.
[145] N.T.: Gl 6:7
[146] N.T.: At 17:28
[147] N.T.: Jo 3:4-5
[148] N.T. Jo 16:28
[149] N.T.: Mt 11:12
[150] N.T.: ICor 15:50
[151] N.T.: Foi a primeira igreja erigida pela Humanidade sobre a Terra, quando constatada a necessidade de darmos início ao trilhar do “caminho de volta para Deus” (fim da Involução e início da Evolução). Estávamos na Época Atlante, por isso ficou conhecido como o Templo de Mistérios Atlante. Sua localização estava relacionada aos pontos cardeais, e foi colocada na direção leste para oeste (o caminho da evolução espiritual). Foi dado para que pudéssemos encontrar Deus quando nos qualificássemos pelo serviço e tivéssemos subjugado a natureza inferior pelo “Eu superior”. E essa mesma natureza ambulante dele que é uma excelente representação simbólica da nossa natureza migratória: um eterno peregrino, passando sempre do limite do tempo à eternidade – o nosso verdadeiro lar – para voltar novamente (ciclo de nascimentos e mortes). O Tabernáculo no Deserto mostra algo muito além do que a visão alcança. Em outras palavras, sob a aparência material e terrena estava esquematizada uma representação de fatos celestiais e espirituais que continham instruções aos candidatos à Iniciação.
[152] N.T.: A Mesa dos Pães da Proposição era um dos três objetos principais que compunham o mobiliário da Sala Leste (Lugar Santo – Sanctum) do Tabernáculo no Deserto e estava colocada ao lado norte, de modo a estar à mão direita do sacerdote quando ele se encaminhasse ao segundo véu. Doze pães sem fermento eram continuamente mantidos sobre a mesa. Eram colocados em duas pilhas, um pão sobre o outro, e em cima de cada pilha havia uma pequena quantidade de incenso. Esses pães eram chamados os Pães da Proposição ou pão da face, porque foram colocados solenemente diante da presença do Senhor que habitava a Glória de Shekinah, atrás do segundo véu. Todos os sábados, os pães eram substituídos pelo sacerdote, sendo os velhos retirados e os novos colocados no mesmo lugar. Os pães retirados eram entregues aos sacerdotes para comerem e ninguém mais tinha permissão de prová-los; também não era permitido comê-los em nenhum lugar fora do Santuário porque era santíssimo e, portanto, só poderia ser consumido por pessoas consagradas e em solo sagrado. O incenso que ficava sobre as duas pilhas dos Pães da Preposição era queimado quando havia a troca dos pães como uma oferta queimada ao Senhor por um memorial em lugar do pão. Detalhando um pouco mais: sobre essa mesa havia duas pilhas de Pães da Proposição, cada uma com seis pães, e sobre cada pilha havia uma pequena quantidade de incenso. O Aspirante que chegasse à porta do Templo, “pobre, nu e cego”, era conduzido à luz do Candelabro de Sete Braços, obtendo um determinado grau de conhecimento cósmico para ser utilizado unicamente a serviço de seus semelhantes. A Mesa do Pães da Proposição simboliza esse conceito.
[153] N.T.: Átomo-semente do Corpo Denso que está situado no Ápice do Ventrículo esquerdo do Coração.
[154] N.T.: Esse é o Exercício Esotérico noturno de Retrospecção.
[155] N.T.: O Altar de Bronze ou Altar dos Sacrifícios era uma peça que fazia parte do Tabernáculo no Deserto e que estava localizado dentro do portão leste (no Átrio do Tabernáculo) e era utilizado para o sacrifício de animais durante o serviço no templo. A ideia de utilizar bois e bodes como sacrifícios parece bárbaro para a mentalidade moderna, e não podemos alcançar a compreensão de que isso pudesse resultar em algo eficaz como efeito ao sacrifício. Mas, não devemos esquecer que o Tabernáculo no Deserto é um assunto do Antigo Testamento e se refere ao momento da primeira e segunda Dispensação, sobre as Religiões de Raça. Nessas Dispensações adorávamos as posses materiais e sabíamos que o aumento dos nossos rebanhos ocorria pela disposição de Deus, e dado por Ele segundo o mérito. Assim, fomos ensinados a agir corretamente na esperança de uma recompensa nesse mundo atual. Também fomos dissuadidos de praticar o mal, devido ao rápido castigo que sofreríamos em consequência da retribuição por nossos pecados. Isso era a única maneira que nós entendíamos. Nós não podíamos fazer o bem pelo simples prazer de fazer o bem, e muito menos podíamos compreender o princípio de nos tornarmos nós próprios “sacrifícios viventes” e, provavelmente, sentíamos tanto a perda de um animal quando cometíamos o pecado, assim, como nós sentimos as dores agudas da consciência por nossas más ações.
[156] N.T.: O Altar do Incenso ou Altar de Ouro era um dos três objetos principais que compunham o mobiliário da Sala Leste (Lugar Santo – Sanctum) do Tabernáculo no Deserto. Ficava no centro da sala, isto é, a meio caminho entre as paredes norte e sul, em frente ao segundo véu. Nenhuma carne jamais foi queimada nesse altar e nenhum sangue jamais fora derramado sobre ele, exceto em ocasiões muito solenes, e apenas os seus chifres eram marcados com a mancha vermelha. A fumaça que era vista no topo, nunca foi outra, senão a fumaça do incenso queimado. Isso acontecia todas as manhãs e todas as noites, preenchendo o Santuário com uma nuvem de fragrância agradável que impregnava todo o ambiente interior e que se estendia por todo o país de todos os lados por milhas ao redor.
Para compreender como se tece e destece a “Teia do Destino” será necessário que partamos do seu início; para perceber que os primeiros fatos fundamentais da existência são a continuidade da vida e que a ação é a expressão desta mesma vida em manifestação.
No momento exato em que o espírito executa sua primeira ação ele gera uma causa que, forçosamente, há de produzir um efeito correspondente.
Isso é uma absoluta necessidade a fim de que o equilíbrio do Universo possa ser mantido.
Para que se possa efetuar investigações necessárias com o objetivo de compreender como se tece e destece a “Teia do Destino”, é necessário possuir a faculdade de sair, por livre e espontânea vontade própria, do Corpo físico e funcionar fora dele, no Corpo-Alma, formado pelos dois Éteres superiores, estando também revestido pelo Corpo de Desejos e pela Mente.
Vamos ver, nesse livro, como isso se dá e como há outras condições na teia do destino.
Há 4 meios de você acessar esse Livro:
1. Em formato PDF (para download):
A Teia do Destino – Max Heindel – como se Tece e Destece
2. Em forma audiobook ou audiolivro:
A Teia do Destino – Como se Tece e Destece – Max Heindel – audiobook
3. Em forma de videobook ou videolivro no nosso canal do Youtube: https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas/featured
aqui:
A Teia do Destino – Como se Tece e Destece – Max Heindel – videobook
4. Para estudar no próprio site:
Como se tece e destece
Também:
O Efeito Oculto das Nossas Emoções
A Oração – uma Invocação Mágica
Métodos Práticos de se Alcançar o Sucesso
Por
Max Heindel
(1865-1919)
Uma Série de Lições sobre o Lado Oculto da Vida, Mostrando as Forças Ocultas que Moldam o Nosso Destino
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido e Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, editada por Augusta Foss Heindel, em 1920
1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz Rio de Janeiro – Guanabara – Brasil
2ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
A série de dezessete lições impressas nesse volume é parte das noventa e nove lições mensais enviadas pelo autor a seus Estudantes, durante os últimos anos de sua vida no corpo. Elas são, agora, publicadas pela primeira vez em forma de livro.
Uma série já foi publicada sob o título “Maçonaria e Catolicismo”, como é visto por trás do cenário.
Esses livros contêm os tesouros inestimáveis das últimas investigações desse grande místico, e levam uma mensagem de amor Cristão impregnada de sabedoria divina, que somente um Iniciado nos mais profundos mistérios poderia nos transmitir.
Esperamos que essas lições sejam o meio de reintegrar muitas pessoas de volta à Deus e de fortalecer sua reverência e seu amor por Cristo.
Os Santos Sacramentos, Cristo e Sua Missão, A Significância Oculta das Óperas de Wagner e outros assuntos muito interessantes serão publicados mais tarde.
Augusta Foss Heindel
ÍNDICE
PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO DE 1920. 3
PARTE I – INVESTIGAÇÃO ESPIRITUAL – O CORPO-ALMA.. 6
PARTE II – CRISTO INTERNO – A MEMÓRIA DA NATUREZA.. 12
PARTE III – “O GUARDIÃO DO UMBRAL” – ESPÍRITOS APEGADOS À TERRA.. 19
PARTE IV – “O CORPO DO PECADO” – POSSESSÃO POR DEMÔNIOS AUTOCRIADOS – ELEMENTAIS. 27
PARTE V – OBSESSÃO DO SER HUMANO E DOS ANIMAIS. 32
PARTE VI – A CRIAÇÃO DO AMBIENTE – GÊNESE DAS DEFICIÊNCIAS MENTAIS E FÍSICAS. 37
OS EFEITOS OCULTOS DAS NOSSAS EMOÇÕES. 52
PARTE I – A FUNÇÃO DO DESEJO.. 52
PARTE IV – A NATUREZA DOS ÁTOMOS ETÉRICOS – A NECESSIDADE DA ESTABILIDADE.. 68
PARTE V – OS EFEITOS DO REMORSO OS PERIGOS DO EXCESSO DE BANHOS. 73
A ORAÇÃO: UMA INVOCAÇÃO MÁGICA.. 79
PARTE I – A NATUREZA DA ORAÇÃO E A PREPARAÇÃO PARA A ORAR.. 79
Preparação para a Oração – Ora et Labora. 80
PARTE II – AS ASAS E O PODER – A INVOCAÇÃO – O CLÍMAX.. 85
MÉTODOS PRÁTICOS PARA ALCANÇAR O SUCESSO BASEADOS NA CONSERVAÇÃO DA FORÇA SEXUAL.. 90
Embora muitos esclarecimentos e muita informação foram fornecidos sobre esse assunto no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e em outras nossas obras, temos recebido muitas cartas de Estudantes nos pedindo mais esclarecimentos sobre alguns pontos, tais como obsessão, mediunidade, insanidade, condições anormais do caráter, etc. Isso tem dado ao autor uma motivação para investigar o assunto mais profundamente que antes. A máxima que diz que “a prática leva à perfeição” pode se aplicar, com a mesma propriedade, tanto aos reinos espirituais como para as coisas físicas. Assim, esperamos que a luz derramada sobre estes assuntos, nas páginas que se seguem, possa ajudar o Estudante a perceber, com mais clareza, as causas que produzem os efeitos observados nessa vida.
A fim de que possamos compreender perfeitamente o problema, será necessário que partamos do seu início; para perceber que os primeiros fatos fundamentais da existência são a continuidade da vida e que a ação é a expressão desta mesma vida em manifestação. No momento exato em que o Espírito executa sua primeira ação ele gera uma causa que, forçosamente, há de produzir um efeito correspondente. Isso é uma absoluta necessidade a fim de que o equilíbrio do Universo possa ser mantido. Se esta ação for física, isto é, realizada pelo Espírito em um Corpo Denso, a reação deverá ser, forçosamente, também física. Se é assim de fato, é evidente que devemos renascer neste Mundo, de tempos em tempos, pois é um fato comprovado que, quando geramos causas nesse Mundo, na existência diária, e essas causas não apresentam uma reação adequada, e, também, quando não nos é possível colher o que tivermos semeado, devemos necessariamente voltar em um Corpo novo; do contrário, a lei seria invalidada. Se a Lei de Causa e Efeito é verdadeira, então o renascimento periódico é uma consequência lógica de absoluta necessidade. Assim, pois, tanto se o compreendermos ou não, tanto se nos agrade ou não, estamos encerrados dentro de um círculo e, devido as nossas próprias ações do passado, constrangidos a que estas ajam e reajam sobre nós, até que desenvolvamos uma força superior à que agora nos subjuga. O que é esta força, Goethe, o grande místico alemão, nos revela em poucas palavras:
“De todas as forças que encadeiam o mundo,
o ser humano se liberta quando adquire o domínio de si mesmo”.
E, como o conhecimento é poder, é evidente que quanto mais completo seja o nosso conhecimento, em relação a cada detalhe e não superficial ou parcial, de como operam as leis gêmeas de Consequência e do Renascimento, mais facilmente encontraremos o caminho da libertação, mais facilmente nós encontraremos o caminho da libertação, e também melhor saberemos como ajudar aos demais.
A ciência deve ser muito elogiada pelo talento, pela paciência e a persistência que ela exibe na invenção de instrumentos para descobrir os segredos da natureza. Porém, enquanto isso se consegue com êxito no que concerne à matéria, os segredos da vida e do Espírito são um livro fechado para o sábio, segundo diz Mefistófeles, com fina ironia ao Estudante que bate à porta de Fausto, solicitando admissão a sua escola:
“Qualquer pessoa que quiser conhecer e tratar com alguma coisa viva,
Busque, primeiro, o Espírito vital que a anima.
Pois tem somente em suas mãos fragmentos inertes,
A ele falta, ai!, o alento do Espírito vital”.
Há somente um instrumento adequado para investigar as coisas do Espírito, e este, é o próprio Espírito. Assim como é necessário preparar um ser humano para a pesquisa científica aqui no mundo material, também é necessário um longo e lento processo para adaptá-lo às investigações do Mundo espiritual. Do mesmo modo como o cientista deve pagar o preço de seu conhecimento com meses e anos de trabalho constante e tenaz, o investigador místico também deve sacrificar muitos anos de sua vida para compreender e se capacitar a respeito das suas investigações espirituais.
Como você sabe, o que agora é o nosso Corpo Denso foi o primeiro veículo que o ser humano adquiriu como pensamento-forma, tendo sobre si um imenso período de evolução e organização até chegar ao que é agora, ou seja, o esplêndido instrumento que tão bem lhe serve conquanto seja pesado, difíci1 de governar e de agir com ele. O veículo adquirido logo após, foi o Corpo Vital, que também atravessou um longo período de desenvo1vimento, até se condensar e tomar consistência etérica. O terceiro veículo, o Corpo de Desejos, foi adquirido, relativamente, muito mais tarde, achando-se ainda em estado fluídico. Por último, o ser humano tomou posse da Mente, que é apenas uma nuvem informe e não merece ainda o nome de veículo, servindo, entretanto, de união ou de laço entre os três veículos mencionados e o Espírito.
Estes três veículos, o Corpo Denso (o físico), o Corpo Vital e o de Desejos ligados à Mente, são os instrumentos do Espírito em sua evolução. E, ao contrário da crença geral, a habilidade do Espírito para investigar os planos superiores, não depende tanto dos Corpos mais sutis, como depende do mais denso de todos. A prova dessa asserção é evidente e está ao alcance de nossas mãos, e, sem dúvida alguma, todo aquele que quiser tentar com seriedade, poderá confirmá-la por si mesmo. E terá resultados imediatos se seguir certas determinações para mudar as condições de sua Mente. Suponhamos que uma pessoa formou certos hábitos de pensamento que ele não gosta. Talvez, após uma experiência religiosa, ele percebe que, a despeito de todos seus desejos, esses hábitos de pensamentos não o deixam. Porém, se ele decidir limpar completamente a Mente de forma que só contenha pensamentos bons e puros, ele poderá conseguir o que pretende simplesmente recusando admitir pensamentos impuros. Notará então que, depois de uma ou duas semanas de esforços, sua Mente está, notadamente, mais pura do que quando começou tal esforço; que isso se mantém se preferir e procurar gerar pensamentos de caráter religioso nela. Até uma Mente a mais anormal ou degenerada pode ser totalmente purificada em poucos meses de esforço. Este resultado já foi comprovado por muitos que fizeram isso, e, qualquer pessoa que o deseja e seja suficientemente tenaz para tentá-lo pode ter a mesma experiência e gozará de uma Mente pura e limpa, em muito pouco tempo.
Entretanto, enquanto os nossos pensamentos purificados nos fazem avançar consideravelmente no caminho da perfeição, as emoções e os desejos do nosso Corpo de Desejos não são dominados com tanta facilidade, por ser este veículo muito mais desenvolvido do que a Mente. Enquanto a Mente regenerada está pronta a aceitar a ideia de que devemos amar a nossos inimigos, a natureza passional e emocional do Corpo de Desejos anseia pela vingança, com todas as suas forças, aferrando-se ao “olho por olho e dente por dente”. Algumas vezes até depois de anos e anos de luta, quando supomos que a serpente adormecida foi realmente dominada e que nós temos, finalmente, obtido o domínio sobre isso e, que isso não poderá mais transtornar a nossa paz, inesperadamente ela desperta, desvanecendo as nossas esperanças; e, arrebatada por um acesso de raiva, pode morder-nos, clamando vingança por qualquer agravo real ou imaginário. Então, será necessário empregar todo o poder da natureza superior para dominar esta parte rebelde do nosso ser. Isso, acha o escritor, é o espinho da carne sobre o qual São Paulo suplicou ao Senhor três vezes e recebeu a resposta: “Minha graça é suficiente para ti”[1]. Certamente se necessita toda a graça que se possa conceber, para vencer e, como uma vigilância permanente é o preço da segurança, vamos “vigiar e orar”[2].
O Corpo de Desejos é o responsável por todas as nossas ações, quer sejam boas, más ou indiferentes. Por esta razão, os filósofos orientais prescreveram algumas instruções a seus discípulos com o objetivo de matar o desejo, ensinando-os a se absterem de agir, bem ou mal, dentro do possível, com o objetivo de se libertarem da lei do nascimento e da morte. Porém, esses mesmos arroubos que constituem tão séria ameaça quando nos dominam, podem ser muito eficazes para o serviço, se forem conduzidos sob nossa própria orientação. Jamais pensaríamos em tirar o gume de uma faca, pois ela nada cortaria. O temperamento do Corpo de Desejos deve ser controlado, mas nunca, de nenhum modo, ser morto. O poder dinâmico do movimento e da ação nos Mundos invisíveis está armazenado no Corpo de Desejos e, a menos que este permaneça intacto não podemos nos controlar, do mesmo modo que um transatlântico, cujas máquinas estiverem funcionando mal, não poderia enfrentar os embates numa tempestade. Existem certas sociedades que ensinam métodos negativos de desenvolvimento, e uma de suas primeiras instruções para o aluno é afrouxar o maxilar e se tornar perfeitamente negativo. Qualquer pessoa que se dirigir do Mundo material ao Mundo espiritual equipada com tais métodos estará como uma tábua abandonada em pleno oceano, ao sabor das ondas, joguete de toda a espécie de correntes. E, como acontece aqui, existem, nos Mundos internos, seres que nada tem de bondosos e que estão dispostos a se aproveitarem de quem se aventure ao seu Mundo sem estar devidamente preparado para se proteger deles. Vemos, assim, que é de primordial importância sujeitar nossos desejos ao domínio do Espírito aqui nesse mundo e reforçar o Corpo de Desejos antes de tentarmos penetrar nos Mundos internos. Aqui está, em grande medida, mantido sob controle pelo fato de que ele é interpolado dentro do Corpo Denso e, portanto, não pode nos jogar de um lado para outro, da mesma forma quando se liberta da prisão física.
Porém, ainda assim, o governo do Corpo de Desejos, mesmo sendo difícil de conseguir, não servirá para tornar o ser humano consciente nos Mundos invisíveis. Isso porque o Corpo de Desejos ainda não evoluiu até o ponto em que possa servir como um instrumento de consciência. Na grande maioria dos seres humanos se encontra, ainda, em estado informe e nebuloso. Existem nele somente uma quantidade de vórtices como centros de sentidos ou centros de consciência; esses não estão suficientemente desenvolvidos para que possam servir a um propósito, sem qualquer ajuda extra. Portanto, é necessário trabalhar sobre e educar o Corpo Vital para que possa ser utilizado nos voos da alma. Este veículo, como já sabemos, é composto de quatro Éteres. É pela ação deste Corpo que podemos manipular o mais denso dos nossos veículos, o Corpo Denso, que geralmente supomos constituir o ser humano, como um todo. Os Éteres Químico e de Vida formam a matriz dos nossos Corpos físicos. Cada molécula do Corpo Denso está submersa numa rede de Éter que a interpenetra e lhe infunde vida. É por meio destes Éteres que as funções do corpo, tais como a respiração e outras, se realizam, e, a consistência e densidade destas matrizes de Éter determinam o estado da nossa saúde. Porém, a parte do Corpo Vital formada pelos dois Éteres Superiores, o Éter Luminoso e o Refletor, constituem o que em nossa doutrina denominamos de CORPO-ALMA; isto é: é mais intimamente ligado com o Corpo de Desejos e com a Mente e é mais sensível ao contato espiritual do que os dois Éteres inferiores. É o veículo do intelecto, responsável por tudo o que faz o ser humano verdadeiramente um ser humano. Nossas observações, aspirações, caráter, etc., são devidos ao trabalho do Espírito sobre os Éteres Superiores que se tornam mais ou menos luminosos de acordo com a natureza de nosso caráter e de nossos hábitos. Assim como o Corpo Denso assimila partículas de alimento, ganhando sustância física, os Éteres Superiores também assimilam as boas ações durante a vida, aumentando, consequentemente, de volume. Desta forma, em harmonia com os nossos atos durante a vida terrestre, aumentamos ou diminuímos a bagagem que trazemos ao nascer. Se tivermos nascido com um caráter doce, expressado pelos Éteres Superiores, não nos será fácil mudar esta condição, porque o Corpo Vital já se consolidou durante os milhares de anos em que tem durado a sua evolução. Por outro lado, se temos sido preguiçosos e negligentes, se fomos muito indulgentes com os hábitos considerados prejudiciais, se formamos um mau caráter em nossas vidas passadas, também nos será muito difícil dominar devido à natureza do Corpo Vital, e serão necessários vários anos de esforço constante. Para mudar a sua estrutura. Esta é a razão dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental afirmarem que todo desenvolvimento místico começa com o Corpo Vital.
Há muitas pessoas que associam espiritualidade com um grande show de emocionalismo, mas, como vimos no capítulo anterior, esta ideia não tem nenhum fundamento; ao contrário, o tipo de espiritualidade que é desenvolvida e associada à natureza emocional do Corpo de Desejos é extremamente enganadora; esse é um dos tipos que é gerada em reuniões de revivificação, onde o emocionalismo é elevado ao seu mais alto grau, provocando em uma pessoa grande fervor religioso, que logo se desfaz e a deixa exatamente como era antes, para desconsolo dos revivalistas e outras pessoas empenhadas nos trabalhos evangélicos. Mas, o que mais podiam esperar? Eles se propõem a salvar as almas ao som de tambores e cornetas, com cânticos rítmicos revivificantes, com invocações feitas em um tom de voz que se eleva e abaixa em ondas harmônicas, e que têm sobre o Corpo de Desejos o mesmo poder efetivo das tormentas que encrespam o mar e depois se acalmam. O Corpo Vital é muito mais consistente, e ele é afetado somente quando a conversão se firma e permanece no homem ou na mulher durante toda a vida. Aqueles que possuem verdadeira espiritualidade não se consideram salvos em um só dia, nem se sentem no sétimo céu de êxtase, para, em seguida, se sentirem deprimidos e miseráveis pecadores incapazes de serem perdoados; isso porque a sua religião não está apoiada sobre a natureza emocional que provoca tais reações, mas sim enraizada no Corpo Vital, que é o veículo da razão, sempre firme e persistente no caminho escolhido. Assim como as formas novas são propagadas por meio do segundo Éter do Corpo Vital, o “EU SUPERIOR”, o CRISTO INTERNO é formado por intermédio desse mesmo veículo de geração, o Corpo Vital, em seus aspectos mais elevados, incorporados nos dois Éteres superiores.
No entanto, da mesma forma que uma criança necessita de nutrição ao nascer neste mundo, assim também o Cristo, que nasce internamente, é como uma bebê e precisa ser nutrido para que alcance o desenvolvimento característico de adulto. E como o Corpo Denso cresce mediante a assimilação contínua de matérias pertencentes à Região Química – sólidos, líquidos e gases – assim também, à medida que o Cristo cresce, os dois Éteres superiores aumentam em volume e formam uma nuvem luminosa em torno do homem ou da mulher suficientemente esclarecidos, que olham em direção do céu; isso revestirá o peregrino com uma luz tão brilhante, que ele, na verdade, “caminha na luz”. Por meio dos exercícios dados pela Escola Ocidental de Mistérios dos Rosacruzes, se torna possível, com o tempo, separar os dois Éteres superiores e, então, o ser humano poderá sair de seu Corpo Denso, deixando-o momentaneamente revestido e vitalizado somente pelos dois Éteres inferiores; ele é, então, o que nós chamamos de um Auxiliar Invisível.
Há vários graus de visão espiritual. Um deles habilita o ser humano a ver o Éter, normalmente invisível, com as miríades de seres que habitam esse reino. Outros e mais elevados graus lhe proporcionam a faculdade de ver o Mundo do Desejo e até o Mundo do Pensamento, permanecendo, não obstante, no seu Corpo Denso. Entretanto, essas faculdades, ainda que valiosas quando se exercem sob o controle da vontade humana, não são suficientes para se ler na “Memória da Natureza” com absoluta exatidão. Para que isto seja possível e, também, para que se possa efetuar investigações necessárias com o objetivo de compreender como se tece e destece a “Teia do Destino”, é necessário possuir a faculdade de sair, por livre e espontânea vontade própria, do Corpo Denso e funcionar fora dele, no Corpo-Alma, o qual já dissemos é formado pelos dois Éteres superiores, estando também revestido pelo Corpo de Desejos e pela Mente. Desse modo, o investigador se achará na posse total de suas faculdades; ele sabe tudo que conheceu no Mundo Físico e tem a habilidade de trazer novamente à consciência física, as coisas que aprendeu fora. Quando ele obtém essa capacidade, deve aprender também a se examinar, para compreender as coisas que vê do lado de fora, para que fica claro o seguinte: não é suficiente ser capaz de abandonar o Corpo para entrar em outro mundo e ver o que lá existe; nós não nos tornamos oniscientes por esse fato, nem sabemos o uso de tudo, ou como tudo funciona aqui nesse mundo físico, só porque vivemos aqui, dia após dia, ano após ano. Necessita-se de muito estudo e aplicação para se familiarizar com os fatos dos Mundos invisíveis, da mesma maneira que com os fatos do mundo em que estamos vivendo com nossos Corpos físicos. Por isso, o livro, a “Memória da Natureza”, não é fácil de ser lido à primeira ou à segunda tentativa, porque, da mesma forma que uma criança necessita empregar muito tempo para aprender a ler nos livros escolares, muito esforço e tempo são necessários para aprender a decifrar essa maravilhosa película.
É um fato conhecido, por todos Estudantes de ciência, que a história da Terra está escrita em caracteres inconfundíveis sobre as rochas e geleiras; sobre cada pedra se encontra algum sinal que guia o investigador treinado a decifrar sua mensagem concernente ao desenvolvimento da Terra nas épocas passadas e é maravilhoso ler nos livros que tratam deste assunto, o modo como os investigadores científicos são capazes de reconstruir a história, se valendo desses muitos indícios. Da mesma forma, é sabido que cada movimento individual que fazemos, deixamos, atrás de nós, vestígios que podem ser reconhecidos, ainda que sejam invisíveis a nós mesmos. A grande capacidade dos índios em perseguir e descobrir amigos ou inimigos através da selva virgem, guiados por arbustos quebrados etc., segundo citações de Fenimore Cooper[3] e de outros, é superada extraordinariamente pelos cientistas atuais, os quais são capazes de identificar criminosos pelas impressões digitais. As façanhas aparentemente fantásticas de Sherlock Holmes estão comprovadas mediante as atuais experiências de averiguação criminal. Os movimentos da humanidade de hoje podem ser reproduzidos, graças à câmara cinematográfica, mesmo depois que se tenham transcorridos muitos anos da morte de seus verdadeiros atores; e, assim, iluminados pelas últimas descobertas, podemos preparar nossas Mentes para aceitar a ideia de que existe um registro automático de cada vida humana e também das vidas de comunidades, preservado, no que podemos chamar, por falta de melhor denominação, na Memória da Natureza. Essa nos mostra os estados de evolução alcançados por todos os seres viventes e proporciona aos ministros de Deus, os Anjos Relatores, a perspectiva necessária de nos ajudar no esforço para alcançarmos a sabedoria, o conhecimento e o poder; eis os motivos pelos quais estas lições são necessárias para nosso avanço no Caminho. No que se refere ao indivíduo, este registro começa no momento exato em que ele emite sua primeira respiração, prosseguindo até que o último sopro de vida tenha esvaziado as artérias do sangue. Nós sabemos que todo o universo vibra com vida, que cada objeto emite, constantemente, ondas vibratórias que revelam sua natureza e sua presença. Também sabemos que, quando um recém-nascido efetua sua primeira respiração, as condições fisiológicas do coração se modificam, o forame oval é fechado e o sangue é forçado a circular através do coração e dos pulmões. Dessa forma, entra em contato com o ar que tem a imagem do ambiente que o cerca. Então, o sangue, que é o veículo do Ego, absorve pelos pulmões essa imagem completa do mundo exterior. Quando passa através do ventrículo esquerdo do coração, imprime os acontecimentos sobre o diminuto Átomo-semente situado no ápice, o que corresponde a um filme da câmera fotográfica. Não devemos duvidar de ser possível se imprimir tão grande quantidade de imagens sobre uma superfície tão pequena. Quando consideramos que a imagem da Lua, que vemos em nossa retina, é menor do que cinco centésimas partes de cada centímetro de diâmetro, concluímos que uma pequena imagem pode ser muito clara, pois mesmo dentro desse pequeno espaço notamos na Lua, a olho nu, grande número de montanhas e vales. A imagem de um homem, à distância de trinta e um metros, segundo fonte autorizada, não chega à centésima parte de um centímetro e, no entanto, nessa diminuta imagem podemos distinguir a expressão do rosto, o traje do homem, etc. Analogamente, existe sobre esse pequeno Átomo-semente uma imagem de todas as ações realizadas, de todas as cenas em que tomamos parte durante a nossa vida, desde o nascimento até a morte. George du Maurier[4] e Jack London[5] descrevem em “Peter Ibbetson” e em “The Star Rover”, como um prisioneiro pode reviver as ocorrências de sua infância, se vendo a si mesmo, a seus companheiros de brinquedo, a seus pais, a todo o seu ambiente pela reprodução do registro etérico de sua vida infantil, e até de vidas passadas. Qualquer um que conheça o segredo de como se colocar em contato com tais imagens, pode encontrar e ler a vida das pessoas com as quais mantém contato, como está provado pelos médiuns. Porém, enquanto se pode ler os acontecimentos recentes e atuais com relativa facilidade, se torna, gradualmente, mais difícil fazê-lo à medida que retrocedem. Isso porque os registros gravados no Éter são pouco nítidos, quando comparados com os que se encontram nos planos superiores, e, por isso, se desvanecem gradualmente.
Quando um vidente observa uma pessoa que está para adoecer, percebe que o Corpo Vital vai se tornando mais tênue, e quando este atinge um ponto de fragilidade em que já não é possível sustentar o Corpo Denso, os sintomas da enfermidade começam a se manifestar. Da mesma forma, antes de se constatar o restabelecimento físico, o Corpo Vital começa a adquirir mais densidade, e aí começa o período de convalescença. Sabemos que as vítimas de acidentes não sofrem tanto quando acabam de ser acidentadas, como vão sofrer logo depois; isso acontece porque o Corpo Vital, no momento do acidente, permanece ileso e, portanto, o efeito total não se nota até que esse veículo se tenha tornado mais tênue e incapaz de manter o processo vital. Assim, podemos ver que existem mudanças no Éter de um ser humano e, de acordo com o axioma místico “Como é em cima, assim é embaixo” e vice-versa, existem também mudanças no Éter planetário, que constitui o Corpo Vital do Espírito Terrestre. Como a Memória consciente dos acontecimentos recentes, que é intensa no ser humano, esmaece gradualmente, assim também o registro etérico, que é o aspecto mais inferior da Memória da Natureza, esmaece com o tempo.
Na subdivisão mais elevada da Região do Pensamento Concreto, justamente na linha divisória entre o Espírito puro e a matéria, se efetua uma impressão das coisas e dos acontecimentos deste mundo mais límpida e duradoura que a do registro etérico; porque, enquanto as ocorrências inscritas nesse registro etérico se desvanecem em manchas no decurso de algumas centenas de anos, e até os acontecimentos importantes podem durar somente mil ou dois mil anos, o registro impresso na subdivisão mais elevada da Região do Pensamento Concreto permanece durante o Período Terrestre. Enquanto as imagens gravadas no Éter Refletor podem ser lidas por alguém destituído de treinamento, mas que possui um pouco de visão espiritual, é necessário passar por várias Iniciações antes que seja possível, a quem quer que seja, ler as imagens conservadas na elevada Região citada acima. Compreenderemos facilmente a relação que existe entre este registro e o impresso no Éter e, também, entre as recordações absolutamente permanentes inscritas no Mundo do Espírito de Vida, se examinarmos o Diagrama N° 1 do “Conceito Rosacruz do Cosmos”[6].
Paracelso chama o registro feito no Éter de Luz Sideral, e Eliphas Levi, o grande cabalista, fala dessas gravações como as que estão conservadas na Luz Astral. Esta é uma definição verídica, pois, mesmo que não tenha nada a ver com as estrelas, como se poderia interpretar pelo seu nome, as impressões se acham na Região Etérica, fora da atmosfera da Terra. O médium ou a vítima hipnótica, que abandona o corpo por um método negativo sob controle alheio, levita por essas regiões tão naturalmente como nosso Corpo Denso gravita na Terra.
Como já dissemos no “Conceito Rosacruz do Cosmos” com referência à constituição de nosso Planeta, o caminho da Iniciação passa através da Terra, da periferia ao centro, um estrato de cada vez, e, mesmo que nossos Corpos físicos sejam impelidos naquela direção pela força de gravidade, sua densidade evita que a trespassemos, assim como eficazmente faz a força de levitação que repele a classe despreparada, citada acima, dos recintos sagrados. Somente quando, pelo poder de nosso próprio Espírito, nós tenhamos deixado o nosso Corpo Denso, instruídos por, e em consequência da reta maneira de viver, seremos capazes de ler o registro etérico com proveito. Em um ponto mais avançado do progresso, o “estrato aquoso” da Terra será aberto ao Iniciado, que se colocará num estado conveniente para ler o registro dos acontecimentos passados, impressos permanentemente na substância vivente da Região das Forças Arquetípicas[7], onde o tempo e espaço praticamente não existem, e onde tudo é um eterno Aqui e Agora.
Enquanto estivermos estudando este Livro “A Teia do Destino, Como se Tece e Destece”, será conveniente dedicarmos alguma atenção ao misterioso “Guardião do Umbral”, um assunto que é tão mal compreendido. Nossas investigações sobre as vidas passadas de um grupo de pessoas que solicitaram auxílio da Fraternidade Rosacruz para se livrar da assim chamada obsessão, provaram que seus problemas são devidos a uma fase que foi chamada, equivocadamente por investigadores anteriores, de “O Guardião do Umbral”. Quando esses casos são examinados simplesmente por meio da visão espiritual ou pela leitura dos registros etéricos, se pode cair, facilmente, em semelhante erro, ou seja, confundir tal aparição com o verdadeiro Guardião do Umbral. Porém, assim que analisamos esses casos nos registros imperecíveis que se encontram na Região das Forças Arquetípicas[8], o assunto se esclarece imediatamente, e as conclusões tiradas dessas investigações podem ser assim resumidas:
No momento da morte, quando o Átomo-semente no coração é interrompido, e que contém todas as experiências da vida que acaba de findar em um quadro panorâmico, o Espírito abandona o Corpo Denso, levando consigo os veículos mais sutis. Ele flutua, então, sobre o Corpo Denso, que agora está morto, como assim dizemos, por um período de tempo que varia de algumas horas até três dias e meio. O fator determinante desta variação de tempo é o vigor do Corpo Vital, o veículo que constitui o Corpo-Alma[9] de que fala a Bíblia. Há, em seguida, uma reprodução pictórica da vida, um panorama em ordem inversa, desde a morte até o nascimento, e as imagens são impressas sobre o Corpo de Desejos, por meio do Éter Refletor neste Corpo Vital. Durante esse tempo a consciência do Espírito está concentrada no Corpo Vital, ou pelo menos deveria ser assim, e por isso nada sente deste processo. A imagem que foi impressa sobre o veículo do sentimento e da emoção, o Corpo de Desejos, é a base do subsequente sofrimento no Purgatório, em consequência das más ações, e também a base do regozijo que sentiremos no Primeiro Céu, em virtude do bem praticado na vida passada.
Esses foram os pontos principais que o autor pôde observar pessoalmente acerca da morte, na época em que lhe foi dado conhecer os primeiros ensinamentos, e quando foi levado, com a ajuda do Mestre, a presenciar as reproduções panorâmicas das vidas de pessoas que estavam atravessando as portas da morte, mas investigações posteriores vieram revelar um fato adicional, isto é, que existe outro processo em ação nos dias importantes que se seguem à morte. Uma divisão se realiza no Corpo Vital, semelhante à do processo de Iniciação. Uma grande parte deste veículo, que pode ser chamado “alma”, se une aos veículos superiores e forma a base da consciência nos Mundos invisíveis, depois da morte. A parte inferior, que é descartada, volta ao Corpo Denso e flutua sobre a tumba, na maioria dos casos, como já foi explicado no “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Essa separação do Corpo Vital não é a mesma em todas as pessoas, mas depende da natureza da vida vivida e do caráter de quem estiver passando para o além. Em casos extremos, essa divisão varia muitíssimo dos considerados casos normais. Esse ponto importante nos levou a pensar, em muitos casos que foram investigados pela Sede Mundial, em suposta obsessão de Espíritos; de fato, foram esses casos que desenvolveram descobertas assombrosas e de alcance extraordinário, efetuadas em nossas investigações mais recentes, relativas à natureza da obsessão sofrida pelas pessoas que nos procuraram. Como seria esperado, logicamente, a divisão, em tais casos, indicou uma preponderância do mal; efetuaram-se, então, grandes esforços para descobrir se havia outra classe de pessoas com uma divisão diferente, em que se manifestasse a preponderância do bem. É uma satisfação reconhecer que assim acontece e, depois de analisarmos os casos descobertos e confrontá-los uns com os outros, podemos fazer uma descrição correta das condições observadas e suas razões:
O Corpo Vital procura sempre construir o Corpo Denso, ao passo que os nossos desejos e emoções o destroem. É a luta entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos que produz a consciência no Mundo Físico e que endurece os tecidos, de modo que o Corpo tenro da criança vai se tornando, com os anos, cada vez mais rígido e encolhe na velhice, seguindo-se a morte. A moralidade ou imoralidade dos nossos desejos e emoções atuam de maneira semelhante sobre o Corpo Vital. Quando a devoção aos ideais elevados é a mola principal de ação, onde a natureza devocional pôde se manifestar durante anos, livre e frequentemente, e, sobretudo, quando isso foi acompanhado dos exercícios científicos indicados aos Probacionistas da Fraternidade Rosacruz, há uma diminuição gradual da quantidade dos Éteres Químicos e de Vida, à medida que os apetites animais desaparecem, e se manifesta um aumento progressivo dos Éteres Luminoso e Refletor. Como consequência, a saúde física não é tão robusta entre os que seguem o caminho superior, como entre aqueles em que a satisfação das paixões inferiores atrai os Éteres Químico e o de Vida, conforme a extensão e a natureza dos vícios, com exclusão parcial ou total dos dois Éteres superiores.
Várias consequências muito importantes relacionadas com a morte acompanham esse acontecimento. Como é o Éter Químico que consolida as moléculas do Corpo Denso, para que permaneçam em seus respectivos lugares e as conservam nele durante toda a vida, quando existe somente um mínimo desse material, a desintegração do veículo físico, depois da morte, com certeza é muito rápida. Isso o autor não pôde comprovar porque foi muito difícil encontrar seres humanos de vocação espiritual elevada que tivessem falecido na ocasião, mas parece que deve ser assim pelo fato registrado na Bíblia referente ao Corpo de Cristo, que não foi achado na tumba quando o povo foi buscá-Lo. Como já dissemos em relação a este assunto, Cristo espiritualizou o Corpo de Jesus tão altamente, tornando-o tão vibrante, que lhe era quase impossível conservar as partículas no lugar durante o seu ministério. Esse fato já era do conhecimento do autor por meio dos ensinamentos dos Irmãos Maiores e das investigações feitas, por ele mesmo, na Memória da Natureza, porém, a conexão desse fato sobre a morte e a existência “post-mortem”, não era, até então, do seu conhecimento, até recentemente.
O verdadeiro “Guardião do Umbral” é uma entidade elemental criada nos planos invisíveis por todos os maus pensamentos e obras que não se transmutaram durante todo o período passado de nossa evolução. Este “guardião” está guardando a entrada dos Mundos invisíveis e desafia nosso direito para neles penetrar. Esta entidade deve ser, finalmente, redimida ou transmutada. De nossa parte, devemos gerar equilíbrio e força de vontade suficientes para enfrentá-lo, antes que possamos entrar, conscientemente, nos Mundos suprafísicos.
Como já dissemos, uma vida mundana aumenta a proporção dos Éteres inferiores do Corpo Vital, em prejuízo dos mais elevados. Da mesma forma, uma pessoa que leva unicamente uma assim chamada “vida pura” e sem excessos, tem uma saúde melhor do que a do Aspirante à vida superior, pois as atitudes do último constroem um Corpo Vital composto, principalmente, dos Éteres superiores. Ele ama o “pão da vida” mais do que o sustento físico e, portanto, o seu instrumento se torna cada vez mais flexível, nervoso e delicado, uma condição sensível que, gradualmente, impulsiona para as coisas do Espírito, mas que se torna uma tarefa difícil, do ponto de vista físico.
Na maior parte das pessoas há uma tal preponderância de egoísmo e um desejo de extrair o máximo da vida que, ou estão empenhados em afastar as adversidades de sua porta ou se acham acumulando posses e cuidando delas, e assim elas têm muito pouco tempo ou inclinação para se dedicarem à cultura da alma, tão necessária ao verdadeiro sucesso na vida. Muitas vezes, o autor as ouvia dizerem que se elas pagassem o ministro para estudar a Bíblia durante os seis dias e no sétimo dia lhes fazer um resumo, então teriam tudo que é necessário para adquirirem um bilhete para o céu. Elas se filiam às igrejas, fazem as coisas normalmente consideradas nobres e retas; no resto do tempo se divertem. Consequentemente, é tão pouco os que persistem, em cada vida, e a evolução é tão desesperadamente lenta que, até que possam ver o ato da morte das regiões superiores do Mundo do Pensamento Concreto e, por assim dizer, olhar para baixo, parece que nada se salva do Corpo Vital. Esse Corpo parece que retorna completo ao Corpo Denso, flutuando sobre a tumba até se desintegrar simultaneamente com o último. Na verdade, uma grande parte adere aos veículos superiores e segue com eles até o Mundo do Desejo, onde formará a base da consciência, durante a passagem pelo Purgatório e pelo Primeiro Céu, geralmente permanecendo aí até que o ser humano entre no Segundo Céu e se una às forças da natureza, no esforço de criar, para si mesmo, um novo ambiente. Nessa ocasião, já foi absorvido ou quase totalmente absorvido pelo Espírito, e qualquer coisa que ali permaneça, de natureza material, desaparecerá rapidamente. Desse modo, a personalidade da vida passada se desvanece e o Espírito não voltará a encontrá-la em suas vidas futuras nessa Terra.
Entretanto, existem pessoas de natureza tão perversa que apreciam a vida gasta em vícios e práticas degeneradas, vidas brutais, e até se deleitam em fazer sofrer. Algumas vezes, chegam a cultivar artes ocultas com propósitos malignos, para poderem ter maior domínio sobre suas vítimas. Suas artes demoníacas, suas práticas imorais resultam no endurecimento do seu Corpo Vital.
Em tais casos extremos, em que a vida animal predominou; quando na vida terrena precedente não houve expressão de alma, a divisão do Corpo Vital, de que falamos antes, não pode ocorrer com a morte, uma vez que não existe linha divisória. Assim, se o Corpo Vital gravitasse de volta ao Corpo Denso e ali se desintegrasse gradualmente, o efeito de uma vida perversa não teria consequências tão sérias, mas, infelizmente, em tais casos existe uma algema interna entre os Corpos Vital e o de Desejos, que evita a separação. Temos observado que quando um ser humano vive quase exclusivamente uma vida superior, seus veículos espirituais são alimentados em detrimento do inferior. Pelo contrário, quando sua consciência está enfocada nos veículos inferiores, ele os fortalece imensamente. Devíamos entender que a vida do Corpo de Desejos não se acaba com a partida do Espírito, pois permanece um resíduo de vida e de consciência. O Corpo Vital também é capaz de sentir levemente as coisas durante alguns dias após a morte (daí o sofrimento causado pelo embalsamento, pelas autópsias etc. logo após a morte), porém, quando uma vida grosseira o endureceu e o robusteceu grandemente, ele possui uma tenacidade para se aferrar à vida, e uma habilidade para se nutrir dos odores dos alimentos e das bebidas alcoólicas. Algumas vezes, tal como um parasita, se alimenta das pessoas com quem se põe em contato, como se fosse um vampiro.
Assim, um ser humano que é mau pode viver, invisivelmente, entre nós durante muitos e muitos anos, e tão junto que estará mais perto do que nossas mãos e nossos pés. Ele é muito mais perigoso do que um criminoso em Corpo Denso, porque tem meios para impelir outras pessoas a praticarem atos puníveis, degenerados e criminosos, sem que tenha medo de ser detido e castigado pela lei.
Semelhantes seres são, portanto, uma das maiores ameaças para a sociedade. São culpados de terem causado a prisão de muitos, de dissolver muitos lares e do haver provocado uma quantidade incrível de infelicidades. Sempre abandonam as suas vítimas quando estas caem nas garras da justiça. Saboreiam a dor e a desgraça delas, constituindo isso parte do seu esquema diabólico. Há outras classes que se deleitam em adotar uma postura “angélica” nas sessões espíritas. Eles também encontram vítimas lá e ensinam a elas práticas imorais. Os denominados “Poltergeist”[10], que se comprazem em quebrar pratos, derrubar mesas, levantar os chapéus das cabeças de uma plateia que se deleita, e fazer outras brincadeiras dessa natureza, também estão incluídos nesta classe. A força e a densidade do Corpo Vital de tais seres lhes facilitam essas manifestações físicas muito mais do que para aqueles que ultrapassaram o Mundo do Desejo; de fato, os Corpos Vitais desta classe de Espíritos são tão densos que quase se aproximam do estado físico, e constitui um mistério para o autor que as pessoas que foram enganadas por tais entidades não as tenham visto. Se pudessem ver seus rostos perversos e assustadores, a ilusão de que fossem anjos logo se dissiparia.
Existe ainda outra classe de Espíritos que pertencem a esta mesma categoria e que se apegam às pessoas que procuram desenvolvimento espiritual fora da linha espiritualista, sugerindo serem mestres individuais, e dão às suas vítimas uma série de ensinamentos tolos e sem sentido. Eles jogam com a credulidade de suas vítimas de uma maneira inacreditável e, mesmo que guardem suas intenções secretas durante anos, algum dia se mostrarão com sua verdadeira aparência. Por conseguinte, nunca será demais repetir que não devemos aceitar de ninguém, seja visível ou invisível, ensinamentos que não se amoldem, ainda que no grau mais sutil, à nossa mais elevada concepção de ética. É muito perigoso confiarmos em pessoas deste mundo e lhes dar nossa total confiança; nós sabemos disso por experiência e agimos de acordo com nossos princípios. Portanto, nós devemos ser mais cuidadosos quando a questão se refere aos assuntos da alma e não confiar tão importante matéria, como é o nosso bem-estar espiritual, às mãos de alguém que não podemos, pelo menor, ver ou julgar, adequadamente. Há muitos Espíritos que não têm aptidão para fazer grande mal às suas vítimas, se contentando em rondá-las durante anos, sem resultados particularmente nefastos. Contudo, a autoconfiança é a virtude essencial a ser cultivada neste estágio de nossa evolução; a máxima mística: “Se és Cristo, ajuda-te”, deve ressoar constantemente nos ouvidos daqueles que desejam encontrar e seguir o verdadeiro caminho. Por isso, devemos conduzir sempre a nossa vida sem medo e sem ajuda de qualquer Espírito.
Quando se pesquisa o passado na Memória da Natureza é espantoso encontrar o quanto tem prevalecido, através de séculos e de milênios, esta ligação dos Corpos Vital e o de Desejos. Nós percebemos, logicamente, de uma forma abstrata, que quanto mais regredimos na história dos seres humanos, mais selvagens os encontramos, contudo, na própria história atual, a selvageria tem sido tão comum e tão brutal que seu poder tem representado a medida indiscutível do que seja o certo, e essa verificação constitui para o autor uma experiência chocante. Já disse que o egoísmo e o desejo foram decididamente estimulados, sob o regime de Jeová, para dar incentivo à ação. Isso com o transcurso do tempo endureceu de tal modo o Corpo de Desejos que, quando o advento de Cristo aconteceu, não existia quase ideia da vida celestial no seio da humanidade daquela época, mas o autor, pessoalmente, não havia percebido o significado desse fato, até que deu início às recentes investigações da “A Teia do Destino”.
Os povos antigos não se contentavam em fazer somente todo o mal possível na vida e seguir adiante, mas eles tinham também que matar seus cavalos de guerra, colocar suas armas em seus esquifes, fazendo tudo para que se conservassem ali, porque o Éter desses instrumentos de guerra que lhes havia pertencido durante a vida, exercia uma atração sobre eles e era um meio de mantê-los presos à esfera terrestre. Isso os permitia assombrar, porque, na verdade, eles vagavam pelos castelos por muitos e muitos anos e, logicamente, essas entidades não pertenciam somente à classe dos ricos ou de guerreiros, mas de outras classes também. Em caso de brigas sangrentas, nas quais as pessoas se matavam uns aos outros, os fantasmas incitavam seus familiares vivos para que os vingassem, permanecendo a seu lado e os ajudando a finalizar os feitos sangrentos. Dessa forma, se perpetuava a maldade, e o mundo permanecia em constante agitação, com sangue e luta; ainda essa condição não se dissipou, inteiramente, em nossos dias, no chamado tempo moderno. Quando morre uma pessoa que manteve em seu coração ódio e maldade, estes sentimentos entrelaçam os Corpos de Desejos e o Vital, a convertendo numa séria ameaça para a comunidade que ninguém que não investigou pode imaginar. Portanto, mesmo que não houvesse outras razões, a pena de morte devia ser abolida, para que não se mantivessem sobre a comunidade essas entidades de características tão perigosas, capazes de incitar os seres humanos moralmente fracos, a seguir as suas pegadas.
Os Espíritos apegados à Terra, como já foi dito, gravitam nas regiões inferiores do Mundo do Desejo, o qual interpenetra o Éter, e ficam em constante e estreito contato com pessoas da Terra que estão em situação mais semelhantes para ajudá-los nos seus maus desígnios. Permanecem nessa situação durante cinquenta, sessenta ou setenta e cinco anos, porém, têm-se visto casos extremos em que tais pessoas permanecem assim durante séculos. Com referência às descobertas do autor até o presente, parece que não há limite para o que eles possam fazer, ou quando deixarão de fazê-lo. Porém, vão amontoando sobre si uma carga horrorosa de pecados, a qual não poderão escapar sem sofrimento, pois o Corpo Vital reflete e grava profundamente no Corpo de Desejos um registro de tais maldades, e quando, finalmente, abandonam a vida errática e entram na existência purgatorial, eles encontram a retribuição e o castigo que merecem. O seu sofrimento será, naturalmente, de uma duração proporcional ao tempo em que permaneceram em suas práticas perniciosas depois da morte do Corpo Denso – o que vem provar mais uma vez que, “os moinhos de Deus moem devagar, mas moem extraordinariamente bem”.
Quando o Espírito abandonou o Corpo de Pecado, como chamaremos este veículo para contrastá-lo com o Corpo-Alma, a fim de ascender ao Segundo Céu, ele não se desintegra tão rapidamente como acontece com o invólucro deixado para trás, como acontece, normalmente, com as pessoas; isso porque, nele, a consciência se acha aumentada por uma dupla composição, isto é, sendo composto de um Corpo Vital e de um Corpo de Desejos tem uma consciência individual ou pessoal muito marcante. Não pode raciocinar, mas existe uma astúcia inferior que faz com que pareça ter o aspecto de um Espírito, um Ego, e isso lhe facilita viver uma vida separada por muitos séculos. Entretanto, o Espírito que partiu entra no Segundo Céu, porém, não tendo efetuado nenhum trabalho na Terra que o faça merecer uma prolongada estada ali ou no Terceiro Céu, permanece nesses lugares somente o tempo suficiente para criar um novo ambiente para si e, então, renasce muito antes do tempo normal, para satisfazer seu desejo de coisas materiais que tão intensamente o atraem.
Quando o Espírito retorna à Terra, seu Corpo de Pecado é atraído, naturalmente, para ele e, geralmente, permanece a seu lado toda a sua vida, como um demônio. As investigações demonstraram que esta classe de criaturas sem alma existiu em abundância nos tempos bíblicos e foi a elas que o nosso Salvador se referia como demônios, sendo a causa de diversas obsessões e enfermidades corporais a que se refere a Bíblia. A palavra grega “daimon” os descreve com precisão. Ainda hoje, numa parte do sul da Europa e do Oriente, eles perturbam, sendo que esta situação aflitiva se encontra mais agravada na Sicília, Córsega e Sardenha. Tribos inteiras da África, nas quais prevalece a prática da magia Vodu, têm esses espectros horrorosos; os indígenas dos Estados Unidos da América e os negros do Sul desse país estão, também, sujeitos a eles.
Infelizmente, o mal não está só confinado a essas chamadas raças inferiores ou atrasadas. Mesmo aqui, entre os habitantes que chamamos de países civilizados, no norte da Europa e nas Américas do Norte e do Sul, vemos que possessões demoníacas estão longes de não ser frequentes, mesmo que, logicamente, sua forma não seja de natureza tão miserável como nos casos acima citados, em que a ação demoníaca é acompanhada, frequentemente, de práticas abomináveis e repulsivas.
Em certa época, o autor esteve muito apreensivo com o efeito que a guerra poderia ter no entrelaçamento do Corpo Vital e o de Desejos, pensando que pudesse produzir o nascimento de legiões de monstros que afligiriam as futuras gerações. No entanto, é com grande alegria que reafirmo que não devemos temer por isso. Somente quando o ser humano é, premeditadamente, mau e vingativo, e persistentemente nutrem esse desejo, sentimento e propósito focado em alguém; somente quando tais desejos e emoções são cultivados, estimulados e mantidos é que produzem o endurecimento do Corpo Vital e criam uma ligação interna entre esses veículos. Sabemos, pelos registros da grande guerra, que as tropas não alimentam tais sentimentos umas contra as outras, contudo os adversários se relacionam como amigos, entrando, muitas vezes, em contato e se confraternizando. Ainda que a guerra seja responsável por uma tremenda mortalidade, e, em consequência, acarretando uma deplorável mortalidade infantil em idade futura, não pode ser acusada pelas doenças terríveis engendradas pela obsessão, nem pelos crimes sugeridos por esses demoníacos Corpos de Pecado.
Os Corpos de Pecado abandonados, a que nos referimos anteriormente, habitam, de preferência, as regiões mais inferiores do Éter e se condensam muito próximo à linha da visão física. Algumas vezes, podem fazer uso de alguns constituintes do ar, tornando-se perfeitamente visíveis para as pessoas a quem costumam molestar, embora suas vítimas tenham sempre muito cuidado para evitar que alguém perceba essa presença demoníaca à sua volta, isto é, pelo menos no mundo ocidental; parece não haver tal sutileza na parte sul da Europa.
Seguindo investigações anteriores, o autor tentou várias experiências com Espíritos que se encontravam nos reinos superiores do Éter e que acabavam de morrer e, também com pessoas que haviam estado no Mundo do Desejo, por um tempo curto ou longo, e que estavam quase prontos para passar para o Primeiro Céu. Muitos Espíritos que haviam partido desta vida procuraram cooperar, bondosamente, sobre o assunto. O objetivo destas experiências era determinar até que ponto lhes seria possível se revestirem nos materiais das regiões etéricas inferiores e mesmo das regiões gasosas. Foi comprovado que aqueles que acabavam de morrer podiam aguentar facilmente as vibrações etéricas inferiores, e, embora sendo seres de bom caráter, não se sentiam satisfeitos em lá permanecer mais tempo do que o necessário, pois aquela situação lhes era desconfortável. Porém, ao fazer a experiência com Espíritos vindos das sucessivas regiões superiores do Mundo de Desejo e do Primeiro Céu, notamos que se tornou cada vez mais difícil para eles se envolverem no Éter ou penetrar nele. A opinião geral foi que sentiram uma sensação semelhante a descida ao interior de um poço profundo, chegando até à asfixia. Também se comprovou que foi absolutamente impossível às pessoas do Mundo Físico avistá-los. Tentamos, por todos os meios de sugestão, dar uma sensação da nossa presença às pessoas congregadas em salões que visitávamos, mas não percebemos resposta às nossas manifestações, embora, em alguns casos, as formas que condensamos parecessem ao autor tão escuras como as das pessoas físicas cuja atenção desejávamos atrair. Colocamos nossos elementos experimentais entre as pessoas físicas e a luz, mas, mesmo assim, não obtivemos nenhum êxito, tanto com aqueles que procediam das regiões superiores, como com os que acabavam de morrer e podiam permanecer, durante um tempo considerável, na posição e na densidade que lhes foram dadas.
Além disso, entre as entidades já mencionadas anteriormente, e que moram em um Corpo de Pecado construído por elas mesmas e, por isso, sofrem intensamente durante o período de expiação, encontramos duas classes que, em certo sentido, são iguais entre si, embora, em outros, sejam completamente diferentes. Além das Hierarquias Divinas e das quatro ondas de vida dos Espíritos que se acham agora evoluindo no Mundo Físico, por meio dos reinos mineral, vegetal, animal e humano, existem outras ondas de vida que se manifestam nos vários Mundos invisíveis. Entre elas há certa classe de Espíritos sub-humanos que são chamados elementais. Ocorre, algumas vezes, que um desses elementais se apossa do Corpo de Pecado de alguém de uma tribo selvagem, e, deste modo, acrescenta a tal ser, uma inteligência extra. No renascimento daquele Espírito que gerou esse Corpo de Pecado, a atração natural os une; porém, devido ao elemental que anima o Corpo de Pecado, o Espírito se torna diferente dos outros membros da tribo e daí o vermos atuando entre os seus como curandeiro ou outras ocupações semelhantes. Estes Espíritos elementais que animam os Corpos de Pecado dos indígenas, também atuam como Espíritos de controle sobre o médium e, alcançando poder sobre ele durante a vida, quando este morre, estes Espíritos de controle elementais expulsam-no dos veículos que contém a sua experiência de vida e, como consequência, o Espírito do médium pode se atrasar em sua evolução durante eras, porque não há poder capaz de obrigar os elementais a abandonar suas presas sobre quem obtiveram total controle. Portanto, mesmo que a mediunidade não produza efeito maléfico visível no curso de uma vida, existe um grande perigo, depois da morte, para a pessoa que permitiu que seu corpo fosse assim possuído. O espiritismo prestou ao mundo um serviço necessário. Foi provavelmente o principal meio para provar o materialismo absoluto da ciência, e trouxe consolo a milhares de almas sofredoras que lamentavam a perda de seus entes queridos; fez, também, com que muitos céticos acreditassem numa existência superior. Não temos intenção de menosprezar os militantes deste credo, mas não podemos deixar de emitir nossa advertência, pois acreditamos ser um dever apontar o enorme perigo em que se encontram aqueles que, habitualmente, permitem ser controlados por Espíritos que não podem ver e de quem absolutamente nada sabem.
É um fato curioso como os elementais sub-humanos, algumas vezes, agregam-se a determinadas pessoas, a uma família ou até as sociedades religiosas; mas em tais casos, tem-se visto que os veículos usados por eles não consistem em um Corpo de Pecado endurecido, composto pela ligação dos Corpos Vital e de Desejos, mas tais veículos são obtidos por meio da mediunidade praticada por uma pessoa normalmente de bom caráter, e o Éter desse veículo estava em estado de desintegração. Para preservar e prolongar o seu domínio sobre tal veículo, pedem àquele a quem servem, que lhes ofereçam regularmente alimento e lhes queimem incenso; ainda que não possam, naturalmente, assimilar o alimento físico, podem e vivem dos vapores e do cheiro que eles exalam, assim como da fumaça do incenso.
Essa é mais uma ilustração de que os motivos, por mais puros que sejam, não nos protegerão quando agimos contra as leis de Deus, assim como não podemos deixar de queimar as mãos se as pusermos no fogo, não importa a razão porque o fizemos. Entretanto, temos observado que quando um médium se deixa dominar por motivos puros ou por uma elevada devoção religiosa, é muito difícil a essas entidades malignas sustentarem a possessão do Corpo Vital por muito tempo; cansam-se depressa do esforço e vão procurar outra vítima mais de acordo com a sua natureza. Sabe-se que no sul da Europa e no Oriente distante existem elementais que se apossam dos Corpos Vitais de uma família por gerações seguidas, deixando um Corpo por outro, realizando certos serviços para a família, como compensação pelo alimento que lhes é dado regularmente. Alguns desses elementais são demasiado malignos para se satisfazerem com simples alimentos e exigem sangue, até sangue humano, sendo responsáveis por tribos como as dos caçadores de cabeças das Filipinas e a dos estranguladores da Índia, que cometem assassinatos como um rito religioso. Isso, também, é a base do Culto aos Antepassados no Oriente.
Estes elementais, assim como os corpos de pecado que não são animados por uma inteligência externa, são denominados “OS GUARDIÃES DO UMBRAL”, devido ao fato de que quando a pessoa, por quem este demônio foi originalmente gerado, renasce esse demônio se agrega a ela e se torna um tentador e um Espírito do mal para ele em toda sua vida. Frequentemente se verifica que uma pessoa, que em uma vida gerou tal demônio, mas aprendeu as lições na existência purgatorial, e quando renasce se esforça com o máximo empenho para viver uma vida pura, honesta e decente, ainda assim encontrará ao seu lado esse Corpo de Pecado para atrapalhá-la. Muitas pessoas torturadas desse modo eram tão sinceras em seus desejos de reforma que entraram para mosteiros e praticaram mortificações severas em seus Corpos, acreditando que o demônio que as rodeava e de cuja presença estavam conscientes, era o próprio diabo ou um dos seus emissários.
Diz-se, na verdade, que o menino é o pai do homem. Similarmente, nossas existências anteriores são progenitoras de nossa vida presente e futura. E é muito certo que, pelo menos nesse sentido, “os pecados dos pais recaiam sobre os filhos”. Não podemos negar a justiça desse fato, pois, as crueldades praticadas pelas pessoas que deram origem a formação dos corpos de pecado foram, geralmente, da natureza mais atroz que se possa imaginar.
Você, provavelmente, já ouviu falar que quando um cachorro buldogue prende uma vítima com seus dentes, não quer largá-la. Isso implica em dizer que o animal tem o poder de fazer o que quiser. O mesmo não acontece com uma cobra; seus dentes são virados para o fundo da boca e, uma vez que os tenha enterrado na carne de sua vítima, não pode desprendê-los e terá, forçosamente, que engolir a presa. Por curioso que nos pareça, acontece algo semelhante com a obsessão.
Lembram-se que o autor tem dito sempre que os Espíritos de controle estão do lado de fora do Corpo de sua vítima e por detrás dela, manipulando o órgão da voz ou todo o Corpo, segundo o caso, através do cerebelo e da medula oblongada, onde a chama da vida arde com um som duplo e sibilante, composto de dois tons que indicam a resistência do Corpo às manipulações do intruso. Nossas últimas investigações, entretanto, revelaram o fato de que o Espírito de controle que atua pelo lado de fora da vítima, é da classe dos argutos que se acautelam para não serem apanhados numa armadilha. Enquanto estão fora podem abandonar a presa a qualquer momento, e permitem que suas vítimas sigam a própria vida como desejarem, como eles também o fazem. Porém, existem outros Espíritos que não são tão sagazes, que são talvez mais arrojados ou que estão ansiosos por penetrar no mundo material e por isso põem de lado qualquer precaução. Penetrando no Corpo de suas vítimas, acham-se quase na mesma situação de uma presa nos dentes de uma cobra; o Corpo de suas vítimas os mantêm firmemente presos e não podem se livrar em circunstâncias normais. Nesses casos, a obsessão se torna permanente e a personalidade da vítima se transforma totalmente.
Se o Espírito obsessor for uma entidade elemental ou sub-humana, que não é capaz de usar a Mente ou a laringe, uma vez que esses órgãos foram as últimas aquisições humanas, a pessoa assim obsidiado se converte num lunático irremediável, não raro de natureza perversa, cuja faculdade de linguagem frequentemente se torna danificada. É quase impossível desalojar tal entidade, uma vez que ela tenha entrado. Investigações de vidas anteriores indicam que tal aflição é geralmente o resultado de um desejo de fugir às experiências da vida, pois, aqueles que estão obsidiados, frequentemente, foram suicidas em uma existência anterior. Tiveram um Corpo que desprezaram e, em uma vida posterior, a mentalidade se debilitou como resultado de alguma doença física, de um grande choque ou mesmo de uma obsessão. Em quaisquer desses casos, o Espírito foi expulso do seu Corpo, pairando à sua volta ansioso por possuí-lo, mas incapaz de fazê-lo devido à falta da Mente, por meio da qual poderia focar o pensamento sobre o cérebro, ou devido à obsessão de uma entidade alheia.
A dor e o desapontamento são causas frequentes do suicídio, e, muitas vezes, uma grande tristeza foi o motivo para arruinar a Mente; entretanto, o Espírito é capaz de compreender e enfrentar a situação, ainda que não seja capaz de usar seus veículos devido ao escasso foco da Mente. Porém, no caso que se tenha desejado fugir da situação pelo suicídio, o indivíduo aprende, pela maneira já descrita, a conhecer o valor de um Corpo e de suas ligações, não havendo no futuro causa suficiente para decidi-lo a romper o Cordão Prateado. Algumas vezes, a dor vem para tentar uma pessoa que cometeu suicídio em vida anterior; e, quando ele resiste à prova, mostra que já está imune à tentação. Sob o mesmo princípio, o alcoólatra de vidas anteriores é tentado a beber para testar sua estabilidade de caráter, ao rejeitar conscientemente a bebida.
É curioso como a perpetração do suicídio em uma vida e consequente sofrimento post-mortem ao tempo em que ainda existe o arquétipo, frequentemente gera no suicida um medo mórbido da morte na próxima vida, assim, quando a morte chega, no decurso normal, os suicidas parecem frenéticos depois de abandonar o Corpo e tão ansiosos de voltar ao mundo material que, com frequência, cometem o crime da obsessão da forma mais tola e irrefletida. Entretanto, como nem sempre há pessoas negativas sujeitas à obsessão (e ainda que as houvesse, não é fácil à pessoa que acaba de morrer, e que procura uma oportunidade de voltar, encontrar alguém que a possa abrigar), uma coisa estranha e horrível acontece: o Espírito expulsa o verdadeiro possuidor de um Corpo animal e passa a animar este veículo. Acha-se, assim, na horrorosa contingência de viver uma existência pura e simplesmente animal. Se o animal está sujeito a crueldades por parte do dono, o Espírito humano obsessor sofre como sofreria o Espírito animal; se o animal é sacrificado para prover alimento, o ser humano, dentro dele, vê e compreende os preparativos para o abate, vendo-se obrigado a passar pelas horrorosas experiências relacionadas com isso. Casos dessa natureza não são tão raros como se poderia supor; ao contrário, ocorrem frequentemente, como uma visita a alguns dos grandes matadouros da América do Norte, onde o autor tomou conhecimento disso; e compreendeu a situação, chegando à mais dolorosa convicção da necessidade de educar o ser humano com respeito à grande verdade de que a morte, assim como o nascimento, é somente um acontecimento frequente na vida eterna do Espírito imortal.
Uma fé total nessa doutrina eliminaria incontáveis misérias da humanidade, e devemos fazer tudo que esteja ao nosso alcance para ajudar a divulgar este Evangelho de Vida.
Algumas vezes, também, um ser humano perverso incorpora um animal feroz e sente um prazer diabólico em aterrorizar uma comunidade. Quando Cristo andou na Terra, casos de obsessão animal por Espíritos humanos aconteciam diariamente, e os exemplos registrados na Bíblia não são, em absoluto, mitos ou loucuras para aqueles que são dotados de visão espiritual e capazes de ler na Memória da Natureza, pois veem que essas coisas ocorreram realmente; com efeito, os antigos videntes que observaram essa entrada de pessoas de caráter baixo e vil nos Corpos de animais, ao abandonarem seu próprio Corpo na morte, pensavam que isso era o curso normal da natureza, ao invés de ser uma condição anormal. Daí terem formulado a doutrina da Transmigração.
É um fato evidente, depois de uma simples observação, que enquanto os animais atuam de modo semelhante, sob as mesmas circunstâncias, por estarem sendo guiados por um Espírito-Grupo, o ser humano não age assim. Na humanidade há tantas espécies quantos são os indivíduos, sendo que cada um é uma lei em si mesmo; e ninguém pode predizer as ações de um ser humano, ou como um outro agirá em circunstâncias análogas; o mesmo indivíduo pode agir distintamente, e provavelmente o fará, diante de condições idênticas e em ocasiões diferentes. Por essa razão, é muito difícil tratar ou elucidar devidamente um assunto como o da “A Teia do Destino”, quando nós, seres humanos, ainda possuímos Mentes presentemente com capacidade reduzida. Para compreender totalmente esse assunto precisaríamos da sabedoria de grandes seres como são os Anjos do Destino, que têm a seu cargo este intrincado departamento da vida.
No entanto, não se deve pensar que o autor esteja dando, nesse livro, uma ideia superficial de como se faz ou desfaz o destino. Cada ato de cada indivíduo produz uma determinada vibração no universo, que incide sobre ele e sobre os outros ao seu redor; e simples Mente humana não pode ver ou calcular os resultados dessas ações e reações que se produzem em poucos meses, anos ou vidas. Tivemos a oportunidade de ver, graças ao quadro geral impresso em nossa Mente quando desenvolvíamos este tema, o modo de classificar as causas geradas no passado, segundo se nos apresentam, e seus efeitos na vida atual. No decurso desse estudo investigamos centenas de pessoas e, em alguns casos, retrocedemos três, quatro e até mais vidas, com o objetivo de chegar à raiz da questão e determinar como as ações do passado reagem para criar as atuais condições de nossas vidas presentes. Embora tenhamos feito o melhor possível, pedimos aos Estudantes que não considerem isso como uma conclusão definitiva sobre o assunto, mas antes como um início, que confiamos possa ajudá-los a resolver determinados problemas.
No que concerne ao ambiente, parece-nos que as pessoas que são de natureza difícil de conviver com outras e que têm diante de si uma vida árdua, nascem frequentemente entre estranhos, dos quais não receberão simpatia e onde seus sofrimentos não despertarão, nas pessoas do mesmo sangue, nenhum sentimento de apoio apreciável; às vezes, ficam órfãs, ou são abandonadas pelos pais, ou fogem de casa na tenra idade. Quando é esse o caso, essa alma, muitas vezes, anseia pelo afeto que ela recusou dar aos outros em vidas anteriores. Também vimos casos em que determinados indivíduos cometeram atrocidades no passado e levaram a desonra e a vergonha a seus familiares, os quais sofreram muito devido ao grande amor que dedicavam a esses depravados. Quando tal alma errante se dispõe a se emendar e purgar os erros do passado, encontrar-se-á em um ambiente totalmente hostil, com fome e sede por um amor que desprezou anteriormente; então isso lhe causa agora uma vida tão difícil. Se o ser humano não aprendeu a lição em uma só vida, muitas outras vidas com experiências semelhantes lhe ensinarão a ser amável com aqueles que o amam, bem como a agir correta e honestamente com os outros.
Também observamos que, muitas vezes, uma alma que viveu erradamente em vidas passadas, não teve uma assistência bondosa por parte de sua família, que lhe devia ter dado atenção, apoio e amor. Naturalmente, a falta deste ambiente afetivo não foi uma justificativa para os seus erros perante a lei, e a pessoa foi obrigada a expiá-los em vidas posteriores. No entanto, em tais casos, os papéis foram, normalmente, trocados; a família, que em vidas passadas a repudiou, agora a amou profundamente e, então, sentiu intensamente toda a mágoa e todo sofrimento que ela teve que passar por conta de seu passado. Assim, a família também expiou suas ações do passado dando a pessoa o que faltou em simpatia e bondade.
Esses são casos extremos, e, naturalmente, não podemos tirar conclusões definitivas de casos pouco nítidos, pois quanto mais nebulosos eles forem, mais fácil será tabulá-los. A lei aplicada nos casos extremos também se aplica aos de menor importância, com as modificações necessárias às diferenças de ambiente.
Os fatos relatados acima indicam, de forma clara, que somos realmente os guardiães de nossos irmãos e que convém que todos nós exteriorizemos muita simpatia e bondade aos desafortunados, tanto da nossa família como aos demais. Mesmo que vendo as coisas superficialmente e olhando a vida somente sob o ponto de vista da nossa encarnação atual, pode parecer que não temos responsabilidade alguma pelas ações de nossos infelizes familiares; no entanto, se pudéssemos ver mais amplamente o sentido da vida, ver por trás do véu, provavelmente descobriríamos que nós mesmos os ajudamos a se afundarem na degradação.
Frequentemente ouvimos a expressão que uma pessoa é o “pesadelo” em uma certa família; e nós podemos, muito de perto, sempre considerarmos que essa pobre alma é uma estranha entre gente estranha, devendo estar ali por algum desajuste praticado no passado. O “sangue é mais espesso que a água”, diz um velho provérbio; na verdade, o laço de sangue não traz consequências, a menos que as pessoas de uma família estejam unidas entre si pelo amor ou pelo ódio do passado, os quais determinam as verdadeiras relações da vida atual. Uma alma pode nascer em determinada família, pode se sentar à sua mesa, ter o direito legítimo de herança e ser, entretanto, tão estranha a ela como qualquer mendigo que lhe chegue à porta pedindo um prato de comida. Recordemos que Cristo disse: “Eu estava faminto e vós Me destes de comer; Eu estava sedento e Me destes de beber; Eu era um estranho e Me admitistes ao vosso lado”[11]. Depois: “Tudo o que fizestes em favor do menor de meus irmãos, a Mim mesmo o fizestes”[12]. Quando nós encontrarmos tal tipo de alma, “estranha”, solitária e estrangeira em seu meio ambiente, é nosso dever, como cristãos, imitar o exemplo de nosso Senhor; nós devemos nos esforçar para que essa alma estrangeira se sinta em casa e aplique seus conhecimentos pelo amor de Cristo, sem tomar em conta suas excentricidades.
As deficiências que afetam a humanidade podem ser divididas em duas grandes classes: mentais e físicas. As perturbações mentais, quando congênitas, são especialmente consequências do abuso da força criadora, com uma só exceção que veremos depois. Pode-se incluir no caso as debilidades dos órgãos vocais. Isso é lógico e compreensível. O cérebro e a laringe foram construídos com a metade da força criadora pelos Anjos, assim, o ser humano, que antes da aquisição desses órgãos era bissexual e capaz de criar por si mesmo, sozinho, perdeu essa faculdade quando esses órgãos foram criados e, agora, depende da cooperação de alguém do outro sexo ou polaridade oposta, a fim de gerar um veículo novo para um Espírito que renasce.
Quando usamos a visão espiritual para observar um ser humano na Memória da Natureza, durante a época em que ainda estava em formação, vemos que, onde quer que agora exista um nervo, existia antes uma corrente de desejos; que pelo próprio cérebro foi feito, de início, de substância de desejos, bem como a laringe. Foi o desejo que primeiramente enviou um impulso motivador por meio do cérebro e criou tais correntes nervosas para que o Corpo pudesse se mover e dar ao Espírito qualquer gratificação que fosse indicada pelo desejo. A linguagem, da mesma forma, é utilizada com o propósito de obter um objeto ou alcançar uma finalidade desejada. Por meio dessas faculdades, o ser humano alcançou certo domínio sobre o mundo e, se pudesse voar de um Corpo a outro, não teria fim o abuso de seu poder para satisfazer qualquer capricho ou desejo. Porém, sob a Lei de Consequência, ele leva com ele, em um Corpo novo, as faculdades e órgãos semelhantes àqueles que utilizou em Corpos precedentes.
Quando a paixão arruinou o Corpo em uma vida, isso fica gravado no Átomo-semente. Na descida para o próximo renascimento é impossível para este Espírito juntar material puro com o qual possa organizar um cérebro de construção estável. Nesse caso, renasce geralmente sob um dos Signos Comuns[13] e, muitas vezes, os quatro Signos Comuns se acham nos ângulos; porque, através de tais Signos, o desejo passional encontra dificuldade para se manifestar. Em consequência, este poderoso impulso que anteriormente regeu seu cérebro e que poderia ser usado agora com o propósito de renovação, acha-se ausente; ele tem falta de incentivo na vida e, com isso, se converte em um inútil, uma tábua sobre o oceano da vida, e, frequentemente, um insano.
Porém, o Espírito não é insano; ele vê, conhece e tem um desejo veemente de utilizar seu Corpo, embora ser uma impossibilidade, pois, muitas vezes, não pode nem sequer enviar um impulso adequado aos seus nervos. Os músculos do rosto e do corpo não estão sob o controle de sua vontade. Isso é devido à falta de coordenação que faz com que o maníaco tenha tão lamentável aspecto. Assim, o Espírito aprende uma das mais duras lições da vida, pois é muito pior do que a morte se achar sujeito a um Corpo vivo e ser incapaz de se expressar por meio dele. Isso porque a força de desejos necessária para realizar o pensar, o falar e o se mover, foi arruinada em uma vida de depravação no passado, deixando o Espírito sem a energia necessária para manipular seu atual instrumento.
Ainda que as incapacidades mentais, quando congênitas, sejam em geral produzidas pelo abuso da função criadora em vidas passadas, há uma notável exceção a essa regra, como nos casos mencionados no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e em outras partes de nossa literatura, e descritos a seguir: quando um Espírito que tem diante de si uma vida particularmente penosa está prestes a renascer, e sente, no momento de entrar no útero materno, que o panorama da vida futura que lhe é exibido naquele momento marca uma existência dura e infeliz demais para ser suportada, algumas vezes tenta fugir à escola da vida. Nessa ocasião, os Anjos do Destino, ou seus agentes, já fizeram no feto em formação as conexões necessárias entre o Corpo Vital e os centros sensoriais do cérebro; portanto, o esforço do Espírito para fugir do útero materno é frustrado, mas, o deslocamento produzido pela torção dada pelo Ego, altera a conexão entre os centros sensoriais etéricos e físicos, daí o Corpo Vital não ficar em posição concêntrica com o físico, fazendo com que a cabeça etérica sobressaia do crânio físico. Resulta disto a impossibilidade do Espírito usar seu veículo denso, achando-se ligado a um corpo sem Mente que não poderá utilizar, e o renascimento será inútil.
Temos casos em que uma grande comoção durante a vida faz com que o Espírito tente escapar do Corpo com os veículos invisíveis. Como consequência da torção, se produzem emoções iguais nos centros sensoriais etéricos do cérebro e esse choque desorganiza a expressão mental. Provavelmente todos já devem ter experimentado uma sensação semelhante ao receber um susto; há uma agitação como se algo se esforçasse para escapar do Corpo Denso; se trata do Corpo de Desejos e do Corpo Vital, que são tão velozes em seus movimentos, que um trem expresso comparado a eles pareceria uma lesma. Estes Corpos sentem o perigo e se enchem de temor antes que o medo se transmita ao inerte e lento Corpo Denso, ao qual estão ligados e do qual não podem fugir em condições normais.
Às vezes, como já dissemos, o susto e o choque são suficientemente fortes e podem atuar com tal impulso que os centros sensoriais etéricos se desorganizam. Isso ocorre mais frequentemente com as pessoas que nasceram sob Signos Comuns, que são os mais fracos do Zodíaco. Tal como um ligamento que foi distendido e rompido pode recuperar gradualmente uma relativa elasticidade, assim também é mais fácil restaurar as faculdades mentais nesses casos do que naqueles onde a insanidade congênita, acarretada por vidas passadas, ocasionou uma conexão indevida.
Comprovou-se que a histeria, a epilepsia, a tuberculose e o câncer são o resultado de tendências errôneas de uma vida passada. Observou-se que muitos indivíduos, que haviam sido quase maníacos na satisfação de sua lascívia em vidas anteriores, possuíam ao mesmo tempo uma natureza altamente devota e religiosa; e em tais casos, parece que o Corpo Denso gerado na vida presente era de saúde normal, havendo unicamente incapacidade mental; enquanto que em outros casos onde a indulgência com a natureza passional estava unida a um caráter maligno e a um grande desrespeito aos semelhantes, a epilepsia, o raquitismo, a histeria e uma deformação corporal foram os resultados desses erros, assim como o câncer, em especial no fígado e no seio.
Nessa conexão, entretanto, sentimos o dever de advertir os Estudantes que não tirem conclusões apressadas de que as manifestações citadas anteriormente representem regras fixas e inflexíveis. As muitas investigações levadas a efeito, embora tenham sido árduas para um só investigador, são ainda escassas para que sejam conclusivas e onde estão envolvidos milhões de seres humanos. De qualquer modo, estão em harmonia com os ensinamentos contidos no “Conceito Rosacruz do Cosmos” ministrados pelos Irmãos Maiores, que exemplificaram os efeitos do materialismo como produtor do raquitismo, isto é, o amolecimento de uma parte do corpo que deveria ser dura e da tuberculose que endurece tecidos que deviam permanecer moles e flexíveis. O câncer é essencialmente semelhante em seus efeitos; e quando consideramos que o signo de Câncer é regido pela Lua, o Astro da geração, estando a esfera lunar sob o controle de Jeová, o Deus da reprodução, cujos Anjos anunciam e presidem o nascimento, como nos casos de Isaac, Samuel, João Batista e Jesus, nós compreendemos facilmente que o abuso das funções geradoras pode causar tanto o câncer como a insanidade nas mais variadas formas.
Portanto, com respeito às anormalidades e deformidades físicas, parece ser regra geral que, assim como a indulgência física com as paixões atua sobre o estado mental, os abusos dos poderes mentais em uma vida conduzem à incapacidade física em existências posteriores. Uma máxima oculta diz que “uma mentira é ao mesmo tempo assassina e suicida no Mundo do Desejo”. Os ensinamentos dos Irmãos Maiores, contidos no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, explicam que sempre que um incidente ocorre, um determinado pensamento-forma gerado no Mundos invisíveis registra o acontecimento. Cada vez que se fala e se comenta o caso, cria-se uma nova forma de pensamento que se funde com o original e o robustece, desde que ambos possuam a mesma vibração. Se não se diz a verdade acerca do sucedido, então as vibrações do original e da reprodução não serão idênticas e o resultado é que investem uma contra a outra, destruindo-se mutuamente. Se o pensamento-forma verdadeiro e bom for suficientemente forte, conseguirá o domínio da situação e aniquilará os pensamentos-forma baseados na mentira; consequentemente, o bem vencerá o mal. Ao contrário, se os mais fortes forem os pensamentos mentirosos e maliciosos, estes podem vencer o pensamento-forma verdadeiro, destruindo-o. Depois haverá discórdia entre eles e, um a um, todos serão aniquilados.
Deste modo, a pessoa que leva uma vida pura, se esforçando por obedecer às leis de Deus e lutando ardentemente pela verdade e pela justiça criará pensamentos-forma de natureza semelhante; sua Mente trilhará caminhos em harmonia com a verdade; e quando chegar o momento de criar seu próprio arquétipo para a vida futura, essa pessoa, pela força do hábito adquirido em sua vida terrestre anterior, estará pronta, e, intuitivamente, colocar-se-á com as forças da retidão e da verdade. Tais linhas, uma vez somadas ao seu Corpo, criarão harmonia nos novos veículos e a saúde será a consequência natural em sua próxima vida. Por outro lado, aqueles que formaram uma visão distorcida das coisas em suas vidas anteriores, que desprezaram a verdade, exercitando a astúcia, o egoísmo exagerado e a desconsideração pelo bem-estar dos outros, se acham impelidos, no Segundo Céu, a ver também as coisas de modo oblíquo, já que este é o seu habitual modo de pensar. Consequentemente, o arquétipo construído por eles incorporará linhas de erro e de falsidade; e, consequentemente, ao renascer, vários órgãos de seu Corpo serão fracos, quando não todo o seu organismo.
Novamente advertimos aos leitores que não tirem conclusões apressadas destas regras experimentais. Não é nossa intenção insinuar que todo aquele que possua um Corpo aparentemente sadio tenha sido um exemplo de virtude em sua vida passada, nem que aquele que sofre alguma anomalia ou incapacidade física foi um crápula ou um inútil. Nenhum de nós está capacitado atualmente para dizer “a verdade completa e nada mais que a verdade”. Podemos nos enganar porque nossos sentidos são ilusórios. Uma rua longa aparenta ser mais estreita à distância, quando em realidade tem a mesma largura, tanto no lugar onde estamos colocados como a um quilômetro de distância. O Sol e a Lua parecem muito maiores quando estão próximos do horizonte do que quando se encontram no zênite, porém, nós sabemos que, na realidade, não aumentam de tamanho ao descer no horizonte, nem diminuem chegar no zênite. Na verdade, estamos sempre retificando e corrigindo a ilusão de nossos sentidos e também em referência a muitas outras coisas do mundo. O que nos parece certo nem sempre o será, e o que hoje é verdade com respeito às condições da vida, poderá mudar amanhã. É impossível conhecermos a verdade final sob as condições evanescentes e ilusórias da existência física.
Somente quando entramos nos reinos superiores, especialmente na Região do Pensamento Concreto, é que nos apercebemos das verdades eternas; eis porque é natural que uma ou outra vez nos equivoquemos, apesar de nossos mais sinceros esforços em colocar-nos sempre em condições de conhecer e dizer só a verdade. Por tal razão, nos é impossível construir um veículo totalmente harmonioso. Se fosse possível, tal Corpo seria realmente imortal, e nós sabemos que a imortalidade na carne não é o desígnio de Deus, pois segundo São Paulo: “A carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus”[14].
Contudo, nós sabemos que, atualmente, apenas um número muito reduzido de pessoas está disposto a viver em harmonia com a verdade, a confessá-la e professá-la diante dos outros, por meio do serviço e de uma vida inofensiva e reta. Nós, também, entendemos que isso aconteceu com muito poucos ao retrocedermos na história, quando o ser humano não havia ainda desenvolvido o altruísmo iniciado em nosso Planeta com o advento de nosso Senhor e Salvador, Cristo Jesus. Nesse tempo, os padrões de moralidade eram muito inferiores e o amor à verdade quase insignificante, para a maior parte da humanidade, a qual estava focada em acumular riquezas e adquirir tanto poder e prestígio quanto fosse possível. Eles desconsideravam os interesses dos demais e dizer uma mentira não parecia um ato censurável, pelo contrário, muitas vezes era admitida como meritória. Consequentemente, os arquétipos estavam cheios de fraquezas, e as funções orgânicas do Corpo atual estão prejudicadas em um grau bastante elevado, porque, particularmente, os Corpos ocidentais estão se tornando mais sensíveis à dor devido ao crescimento da consciência do Espírito.
A assimilação dos frutos de cada vida passada acontece antes que o Espírito renasça e, consequentemente, o caráter gerado é totalmente formado e se expressa de imediato na sutil e móvel matéria mental da Região do Pensamento Concreto, onde o arquétipo do Corpo Denso é construído. Se o Espírito que procura renascer é amante da música, tentará construir um ouvido perfeito, com os canais semicirculares devidamente situados e com o tímpano mais delgado e sensível à vibração; tentará construir dedos compridos e finos com os quais possa executar os acordes celestes captados por seus ouvidos. Se não aprecia a música, e, em sua vida anterior fechou os ouvidos aos acordes da alegria ou ao pranto da dor, e desejou se afastar da companhia dos demais, isto fará com que se esqueça de construir o arquétipo de seu ouvido e, como consequência, esse órgão será defeituoso em proporção ao grau de negligência exercida em sua existência anterior.
De maneira similar ocorre com os outros sentidos; aquele que bebe de uma fonte de conhecimento e se esforça em compartilhar seu saber com os que o rodeiam, estabelece as bases para adquirir a faculdade da oratória em sua vida futura, porque o desejo de comunicar seu conhecimento vai induzi-lo a prestar atenção especial à formação e fortalecimento de seu órgão vocal, quando estiver construindo o arquétipo de seu futuro corpo. Por outro lado, aqueles que se esforçam para ganhar acesso aos mistérios da vida por simples curiosidade ou para satisfazer o orgulho de seu próprio intelecto, deixam de construir o órgão adequado para sua expressão e ficam sujeitos a debilidades na voz ou a impedimentos da palavra. Deste modo, vem-lhes o reconhecimento de que a expressão é um bem valioso. Embora o cérebro de um indivíduo, assim afligido, não possa compreender a lição, o Espírito aprende que somos considerados somente pelo uso que fazemos de nossos talentos e que devemos pagar a dívida, algum dia, em algum lugar, se descuidarmos de transmitir a palavra de Vida para iluminar nossos irmãos e irmãs no caminho, sempre que estivermos, pelo conhecimento, qualificados para isso.
Com respeito à cegueira ou distúrbios do órgão da visão, é de longa data que os investigadores sabem que é o efeito de extrema crueldade praticada em vidas passadas. Investigações recentes vieram demonstrar que muitas afecções dos olhos, agora comum entre os seres humanos, são devidas ao fato de que nossos olhos estão mudando; esses órgãos, de fato, estão se tornando mais sensíveis a uma oitava superior da visão, porque o Éter que rodeia a Terra está se tornando mais denso e o ar mais rarefeito. Isto é verdade principalmente como o sul da Califórnia e outros certos lugares do mundo. É digno de nota saber que a Aurora Boreal está se tornando cada vez mais frequente e seus efeitos mais poderosos sobre a Terra. Nos primórdios da Era Cristã, esse fenômeno era quase desconhecido, mas, com o decorrer do tempo, com a onda de Cristo descendo para o interior da Terra durante uma parte do ano, infundindo mais e mais Sua própria vida na amortecida e pesada massa terrestre, os Raios Etéricos Vitais vão se tornando cada vez mais visíveis. Posteriormente, eles se tornaram mais e mais numerosos e, agora, já começam a interferir com as atividades elétricas, especialmente com o telégrafo que, por vezes, não funciona bem, devido a essas correntes de irradiação.
É, também, digno de se observar que tais distúrbios estão limitados aos fios que vão para leste e oeste. Se o leitor quiser recorrer ao “Conceito Rosacruz do Cosmos”, no capítulo II – Os Quatro Reinos[15], poderá entender que existem raios ou linhas de força dos Espíritos-Grupo dos vegetais que irradiam em todas as direções desde o centro da Terra até a periferia e depois para fora, passando através das plantas ou árvores, subindo até suas copas.
Já as correntes de força dos Espíritos-Grupo animais, por outro lado, rodeiam a Terra. As correntes relativamente fracas e invisíveis geradas pelos Espíritos-Grupo dos vegetais e os poderosos raios de força gerados pelo Espírito de Cristo, agora se tornando visíveis como a Aurora Boreal, têm sido até aqui quase da mesma natureza que a eletricidade estática, enquanto as correntes, geradas pelos Espíritos-Grupo animais que circundam a Terra, podem ser comparadas à eletricidade dinâmica que deu à Terra seu poder de movimento em épocas passadas. Atualmente, as correntes de Cristo estão se tornando cada vez mais poderosas e sua eletricidade estática está sendo liberada. O impulso etérico que elas dão inaugurará uma nova era, e os órgãos dos sentidos que o ser humano possui hoje deverão se adaptar à tal mudança. Em lugar dos raios etéricos que emanam de um objeto trazerem à retina a imagem refletida, o chamado “ponto cego” será sensibilizado e veremos através do olho diretamente sobre a própria imagem, em vez desta se refletir sobre a nossa retina. Assim, não somente veremos a superfície do objeto, como também seremos capazes de ver através dele, da mesma forma que fazem os que já têm cultivada a visão etérica.
À medida que o tempo passa e Cristo, com Seus benéficos ensinamentos, atrai cada vez mais e mais Éter interplanetário para a Terra, tornando o Corpo Vital da Terra mais luminoso, nós estaremos caminhando como se andássemos sobre um mar de luz e quando aprendermos a abandonar nossos modos egoístas e egotistas, por meio do constante contato com estas vibrações benéficas de Cristo, também nós nos tornaremos luminosos. Então, o olho, tal como está constituído atualmente, não nos será de utilidade alguma, assim é que está começando a mudar e estamos experimentando os incômodos inerentes a toda reconstrução. Com referência à Aurora e aos seus efeitos sobre nós, podemos dizer que estes raios são irradiados para todas as partes da Terra, a qual é o Corpo de Cristo, desde o centro a periferia, mas, nos pontos povoados do mundo, tais raios são absorvidos pela humanidade, da mesma forma que os raios dos Espíritos-Grupo dos vegetais são absorvidos pela flor. Estes raios constituem o “impulso interno”, que está lenta, mas seguramente impelindo a humanidade a adotar uma atitude altruísta. São os raios fecundantes que fertilizam a nossa alma e, algum dia, se manifestará a Imaculada Concepção e o Cristo nascerá dentro de cada um de nós. Quando todos estivermos perfeitamente impregnados por esses raios, a luz de Cristo começará a se irradiar de nós. Então, caminharemos na luz como Ele na Luz está, e seremos fraternais uns com os outros.
Para terminar estas lições, diremos algumas palavras sobre o destino coletivo:
Além do destino individual gerado por nós mesmos em cada vida, existe também um destino coletivo, ao qual estamos sujeitos por sermos membros de uma comunidade ou nação. É bem sabido que as comunidades, algumas vezes, atuam como um todo, tanto para o bem como para o mal, e é compreensível que estas ações coletivas tenham também um efeito coletivo em vidas futuras sobre os membros de tais comunidades ou nações que tomaram parte nelas. Observou-se que, quando tais atos são maus, a dívida assim contraída é geralmente liquidada no curso dos chamados acidentes de grandes proporções. Também já se explicou que não existem acidentes, salvo nos casos em que o ser humano, que tem prerrogativa divina de iniciar causas novas, intervenha na vida de outros, produzindo mudanças em suas condições, ou quando, por negligência, tira a vida de um semelhante. Isso sim, em muitos casos, constitui um acidente. Porém, os grandes cataclismos como os que presenciamos na Sicília, o terremoto em São Francisco, a Grande Guerra Europeia, etc. não são acidentes, mas atos causais da comunidade envolvida ou o resultado de tais atos em vidas anteriores. Conhecendo a lei de mortalidade infantil, podemos compreender por que centenas de milhares de pessoas, vítimas da Grande Guerra, ao passarem dos campos de batalha para o além, não puderam gravar o panorama da vida que findou e, por isso, precisam morrer durante a infância na próxima existência, e como poderá acontecer esta espantosa mortalidade de crianças no futuro, senão por meio de alguma epidemia ou algum cataclismo? Baseados em tal hipótese, podemos ver no terremoto da Sicília, na destruição de São Francisco, na “epidemia” de fome da Irlanda e da Índia e em outras catástrofes nacionais similares a ação do destino vinda do passado, trazendo, à cada nação, os frutos de suas vidas ações passadas, como uma comunidade.
O que foi dito é simplesmente uma indicação de como se faz e desfaz o destino. Por favor, lembremos que as poucas centenas de casos examinados não podem dar base adequada para um ponto de vista geral da ação da Lei, e o Estudante está exposto a encontrar incongruências em casos individuais acerca do que foi dito. Algumas questões indubitavelmente se apresentarão em relação a esse, àquele ou a outro caso específico, e enquanto é relativamente fácil investigar casos individuais e especificar que causas em uma vida produziram certos efeitos em outra vida da mesma pessoa, é diferente quando procuramos estabelecer uma lei geral, como vimos tentando fazer nessa obra. Para desempenhar essa missão de forma perfeita, são necessários conhecimentos e sabedoria super-humanos, e o presente esforço pode talvez ser considerado um caso de ímpeto tolo, onde até os Anjos teriam medo de pôr as mãos. Pessoalmente, o autor conquistou mais conhecimentos do que tem sido capaz de comunicar e confia que estas revelações possam servir de alguma utilidade ao Estudante, no que se refere ao grande mistério da vida.
Que esses estudos na “Teia do Destino” possam suscitar em cada Estudante um intenso desejo de viver, dia após dia, de modo a contribuir para que haja mais paz na Terra e boa vontade entre os seres humanos.
Aqueles que estão familiarizados com o estudo deste assunto, conhecem os desastrosos efeitos que um sentimento agudo de medo ou de ansiedade que produz sobre o Corpo Denso. Sabemos como essas emoções alteram a digestão, interferem no metabolismo, na eliminação dos detritos e, em suma, transtornam todo o sistema, com o resultado que, em alguns casos, a pessoa se vê forçada a ficar de cama por maior ou menor espaço de tempo, conforme a importância da crise e do poder de resistência de sua constituição. Contudo, existe um efeito oculto que pode ser tão sério ou até pior, e que geralmente não é compreendido, e, portanto, pode ser um benefício considerável estudar o efeito oculto do equilíbrio e da paixão, da ira e do amor, do pessimismo e otimismo.
Do estudo do “Conceito Rosacruz do Cosmos”, aprendemos que nosso Corpo de Desejos foi gerado no Período Lunar. Se você deseja obter uma imagem mental do modo que as coisas se pareciam, veja a figura do feto, como mostrado em qualquer livro de anatomia. Nele há três partes principais: a placenta, que está cheia do sangue da mãe; o cordão umbilical, que conduz esta corrente vital, e o feto, que é nutrido, desde o estado embrionário até o amadurecimento, por aquela corrente. Imagine, agora, naqueles tempos idos, o firmamento com uma imensa placenta da qual pendiam bilhões de cordões umbilicais, cada um com seu apêndice fetal. Por toda a família humana, então em formação, circulava a única essência universal do desejo e da emoção, gerando em todos, os impulsos necessários para a ação, que agora se manifesta em todas as fases do trabalho do mundo. Estes cordões umbilicais e apêndices fetais eram moldados de uma úmida substância de desejos pelas emoções dos Anjos Lunares, enquanto as correntes ígneas de desejos que se esforçavam em animar a vida latente da Humanidade, então em formação, eram geradas pelos ígneos e marcianos Espíritos Lucíferos. A cor da primeira e lenta vibração que eles puseram em movimento, naquela matéria emocional de desejos, foi o vermelho.
Enquanto aquela coloração de movimento (pois assim é realmente esta corrente constante, esta eterna intranquilidade que, sem pausa e sem paz, impulsiona os seres humanos) se achava circulando em nosso interior, o Planeta em que nós habitávamos também circundava um sol, que não deve ser confundido com o atual dador da luz, mas compreendido como uma passada encarnação da substância que compõe nosso atual universo solar, e nós, por sua vez, circundávamos o globo sobre o qual morávamos, da luz às trevas, do calor ao frio. Deste modo, éramos trabalhados por fora e por dentro, num esforço para excitar nossa consciência adormecida. E houve uma resposta, pois, ainda que nenhum dos Espíritos parcialmente separados, habitando uma bolsa fetal individual, pudessem sentir aqueles impactos, apesar de serem muito fortes, as sensações acumuladas de bilhões de Espíritos semelhantes eram sentidas como um som do universo, um grito cósmico – a primeira nota da harmonia das esferas – tocada em uma única corda. Entretanto, foi bastante expressiva e adequada aos impulsos latentes e às aspirações da incipiente raça humana daqueles dias distantes.
Desde então, esta natureza de desejos tem evoluído; o ígneo e marciano substrato de paixão e as bases aquosas lunares da emoção se tornaram capazes de numerosas combinações. Da mesma forma que o pensamento sulca o cérebro com circunvoluções e o rosto com linhas, também as paixões, os desejos e as emoções vêm mudando a matéria móvel de desejos em linhas curvas, em espirais, redemoinhos, corredeiras e vórtices que parecem uma torrente no momento em que essa se acha na maior agitação – sendo muito raro ficarem num descanso relativo. Essa matéria de desejos, em sucessivos períodos de sua evolução, foi respondendo a cada uma das sete vibrações astrais emanadas do Sol, de Vênus, de Mercúrio, da Lua, de Saturno, de Júpiter e Marte. Durante aquele tempo, cada Corpo de Desejos individual tem sido tecido sob um único modelo e, como a lançadeira do tempo corre incessantemente de um lado para outro sobre o tear do destino, este modelo está sendo aumentado, embelezado e melhorado, mesmo que não possamos percebê-lo. Assim como o tecelão realiza seu trabalho no avesso do tapete, estamos também tecendo o desenho supremo, sem compreender realmente e sem ver a sublime beleza do mesmo, porque ainda se encontra oposto a nós o lado oculto da natureza.
Porém, para que possamos compreender melhor, tomemos alguns destes emaranhados fios de paixão e emoção para vermos o efeito que têm neste modelo que Deus, o Mestre Fiandeiro, deseja que teçamos.
Os mitos antigos sempre espalham um brilho luminoso sobre os problemas da alma e nós podemos, com proveito, levar em consideração certa parte da lenda maçônica. Os maçons são uma sociedade de construtores, “tektons” em grego – a mesma sociedade a que pertenciam José e Jesus, pois a eles a Bíblia grega chamava de “tektons” – construtores – e não carpinteiros, segundo a versão ortodoxa. Os maçons, sob Salomão, foram os construtores deste templo místico projetado por Deus, o Grande Archetekton ou Mestre Construtor, construído sem ruído de martelo, a respeito do qual o personagem Manson fala na maravilhosa peça “O Servente da Casa”[16]. Este nos diz que “o templo não é um monte de pedras mortas e vigas insignificantes, mas é uma coisa vivente. Quando você entra nele, ouve um som, um som como o de um vigoroso poema cantado, isto é, se você tem ouvidos; se você tem olhos, poderá agora ver o próprio templo, um mistério de formas e sombras indistintas, projetando-se verticalmente do solo à cúpula. Ele está ainda sendo construído e reconstruído; às vezes, a obra segue sob escuridão profunda, outras vezes, sob luz ofuscante”. Todo verdadeiro maçom sabe o que significa esse templo e se esforça por construí-lo. A antiga lenda maçônica nos conta que quando Hiram Abiff, o mestre de obras encarregado da construção do templo de Salomão, um edifício de Deus construído sem ruído de martelo, estava terminando os preparativos para executar sua obra mestra, o “mar fundido”, ele reuniu material de todos os recantos da Terra, pondo-os em um forno ardente, porque era um descendente de Caim, um filho do fogo, o qual, por sua vez, era um filho de Lúcifer, o Espírito do fogo. Hiram se propunha a fazer uma liga de metais de claridade cristalina, capaz de refletir toda a sabedoria do mundo. Porém, segundo diz a história, houve entre os trabalhadores alguns traidores – espiões do Filhos de Seth – os quais, por meio de Adão e Eva, eram descendentes do Deus lunar Jeová, que tinha afinidade pela água e odiava o fogo. Esses traidores jogaram água na matriz no qual o mar fundido, a Pedra Filosofal, ia ser moldado. No momento do encontro do fogo com a água se produziu uma grande explosão. Hiram Abiff, o mestre de obras, sendo incapaz de harmonizar os elementos em luta, assistiu com indescritível aflição a erupção destruidora de sua obra mestra. Enquanto se achava observando a luta dos Espíritos da água e do fogo, Tubal Caim, seu antecessor, apareceu e o convidou a se atirar na massa fervente. Foi, então, levado ao centro da Terra, onde encontrou seu primeiro antecessor, Caim, que lhe deu uma palavra nova e um novo martelo que o tornariam capaz, uma vez que se tornasse proficiente no seu uso, de misturar os elementos antagônicos e extrair deles a Pedra Filosofal, a mais alta aquisição humana possível.
Há nessa história simbólica mais sabedoria do que a que podemos obter em livros que dizem respeito ao desenvolvimento da alma humana. Se o Estudante ler nas entrelinhas e meditar sobre as diversas expressões simbólicas, ganhará muito mais do que podemos dizer, uma vez que a verdadeira sabedoria é gerada interiormente e a missão dos livros é apenas dar um indício.
Desde aqueles dias distantes, os Anjos lunares se encarregaram, principalmente, do aquoso e úmido Corpo Vital, composto dos quatro Éteres e que se relaciona com a propagação e nutrição das espécies, enquanto os Espíritos de Lúcifer se encarregaram, especialmente, do seco e ígneo veículo de desejos. A função do Corpo Vital é a de construir e manter o Corpo Denso, enquanto que a do Corpo de Desejos envolve a destruição dos tecidos. Assim, há uma guerra constante entre os Corpos de Desejos e Vital, e é essa guerra no céu que produz a nossa consciência física na Terra. Durante inumeráveis vidas temos atuado em todos os tipos de climas e de lugares e, de cada vida, extraímos certa quantidade de experiência, reunida e armazenada como força vibratória nos Átomos-sementes de nossos diversos veículos. Por conseguinte, cada um de nós é um construtor, construindo o templo do Espírito imortal sem ruído de martelo; cada um de nós é um Hiram Abiff reunindo material para o desenvolvimento da alma e jogando-o no forno da experiência de nossa própria vida, para ali manipulá-lo mediante o fogo da paixão e do desejo. Devagar, mas seguramente bem feito, todo o material está sendo expurgado em cada existência purgatorial e a quintessência do crescimento da alma está sendo extraída através de muitas vidas. Dessa maneira, cada um de nós está se preparando para a Iniciação – nos preparando, quer o saibamos ou não, a aprender a amalgamar as paixões do fogo com as mais suaves e gentis emoções. O novo martelo, com o qual o mestre trabalhador dirige seus subordinados, é agora uma cruz de sofrimento e a nova palavra é o autocontrole.
Vejamos agora como o Corpo de Desejos se modifica sob a ação de variados sentimentos, desejos, paixões e emoções, para que possamos aprender a construir, sabiamente e bem, o templo místico que vamos habitar.
Ao estudarmos uma das ciências físicas, seja anatomia ou arquitetura, que tratam de coisas tangíveis, nossa tarefa é facilitada pelo fato de termos palavras com que descrever as coisas de que tratamos, mas ainda assim, o quadro mental que envolve o significado de uma palavra é diferente para cada indivíduo. Ao falar de uma “ponte”, alguém pode mentalizar uma ponte construída em ferro no valor de um milhão de dólares e outra pessoa pensará numa simples prancha atravessando um córrego. A dificuldade que sentimos em produzir impressões adequadas do que queremos dizer, aumenta logo que tentamos exprimir ideias referentes às forças intangíveis da natureza, tal como a eletricidade. Medimos a intensidade da corrente em volts, o volume em ampères e a resistência dos condutores em ohms, porém, na realidade, tais termos servem somente para encobrir a nossa ignorância sobre a matéria. Todos sabemos o que é um quilo de café, porém, os maiores cientistas do mundo não têm uma concepção mais acurada do que sejam os volts, ampères e ohms – sobre os quais tão sabiamente discorrem – do que a de um Estudante de uma escola que escuta esses termos pela primeira vez.
Não nos surpreendemos quando os assuntos suprafísicos são frequentemente descritos em termos vagos e desorientadores, pois não possuímos palavras, em qualquer linguagem física, para descrever claramente esses assuntos, e temos de confessar a nossa impotência e perplexidade por não encontrarmos termos adequados para expressar-nos a respeito deles. Se fosse possível projetar sobre uma tela cinematográfica, os quadros em cores do Corpo de Desejos e mostrar como esse incansável veículo muda de contorno e de cor conforme as emoções, nem assim seria compreensível para aquele que não é capaz de ver essas coisas por si mesmo. Isso porque os veículos de qualquer ser humano diferem dos demais na medida em que respondem a certas emoções. Aquilo que induz alguém a sentir um intenso amor, ódio, raiva, medo ou qualquer outra emoção, pode deixar um outro absolutamente insensível.
Inúmeras vezes, o autor observou as multidões para estabelecer comparações a este respeito, e encontrou sempre algo surpreendentemente novo e diferente do que havia observado antes. Certa ocasião, um demagogo se esforçava em incitar um sindicato de trabalhadores à greve; ele mesmo se achava vivamente exaltado e, ainda que a cor básica laranja escuro fosse perceptível naquele momento, estava quase obscurecida por uma cor escarlate de matiz mais brilhante e o contorno de seu Corpo de Desejos era quase como o de um porco-espinho com as pontas eriçadas. Existia um potente elemento de oposição naquela reunião e, à medida que falava, podia-se distinguir claramente as duas facções pelas cores de suas respectivas auras. Um grupo de homens mostrava o escarlate da raiva, porém, no outro grupo, esta cor estava mesclada com o cinza, a cor do medo. Era também digno de nota o fato de que, ainda que os homens da cor cinza estivessem em maioria, os outros eram ressaltados, porque cada medroso se acreditava sozinho ou pelo menos com poucos defensores e, por conseguinte, temia defender sua própria opinião. Se alguém que pudesse perceber esta condição estivesse presente, e tivesse se dirigido a cada um que manifestava em sua aura os sinais de dissensão, e assegurado que eles eram a maioria, o curso das coisas caminharia em direção oposta. Muitas vezes isso acontece nos assuntos humanos, já que, atualmente, a maioria das pessoas é incapaz de ver além da superfície do Corpo Denso e, desta maneira, perceber a verdadeira condição de pensamentos e de sentimentos dos demais.
Noutra ocasião, o autor foi a uma reunião de revivificação, onde milhares de espectadores estavam presentes para ouvir um orador de reputação nacional. No princípio da reunião era evidente, pelo estado das auras das pessoas, que a maior parte delas tinha vindo com o único propósito de passar alguns momentos agradáveis e ver algo divertido. Os pensamentos, sentimentos e emoções da vida comum de cada um eram plenamente visíveis, se bem que, em alguns, a cor azul escuro revelasse uma atitude de preocupação; era como se tivessem sofrido alguma desilusão na vida e estivessem muito apreensivos. Ao aparecer o orador, deu-se um curioso fenômeno: sabemos que os Corpos de Desejos estão usualmente num estado de movimento constante, porém, naquele momento, toda aquela vasta audiência reteve a respiração em atitude de expectativa, e as cores variadas dos Corpos de Desejos individuais cessaram, e uma cor básica, laranja, foi perfeitamente perceptível, por alguns momentos; logo depois, cada um voltou às suas atividades emocionais anteriores, enquanto o prelúdio estava sendo tocado. Em seguida, começou o cântico de hinos e esse fato revelou o valor e o efeito da música, pois todos se uniram, cantando as mesmas palavras e no mesmo tom, e pareciam ser envolvidos pelas mesmas vibrações rítmicas em seus Corpos de Desejos, tornando-os, momentaneamente, quase um ser único. Um bom número deles estava sentado em atitude céptica, se recusando a cantar e a se unir aos demais. À visão espiritual pareciam como homens de aço, vestindo uma armadura daquela cor, e, de cada um deles, sem exceção, desprendia-se uma vibração que expressava mais do que poderiam dizer por palavras: “Deixem-me em paz, vocês não me comoverão”. Algo interior os havia arrastado até ali, porém sentiam-se mortalmente amedrontados de entregar-se e, por conseguinte, toda a sua aura expressava a cor acinzentada do medo, que é uma armadura da alma contra interferências externas.
Terminado o primeiro canto, a unidade de cor e a vibração desapareceram quase imediatamente e cada um revestiu-se de sua atmosfera habitual de pensamentos e, se nada mais tivesse sido feito, cada pessoa teria voltado à sua vida interior habitual. Porém, o evangelista, ainda que incapaz de ver isso, por experiência sabia que seu auditório ainda não estava preparado, e, por conseguinte, uma sucessão de cânticos se elevaram com acompanhamento de palmas, bater tambores e gesticulações do líder, ajudado por um coral treinado. Isso reuniu outra vez as almas dispersas em um laço de harmonia; gradualmente, as pessoas foram dominadas pelo fervor religioso e se estabeleceu a unidade necessária para o trabalho seguinte. Pela música, pelas palmas do regente e pelo apelo dos cânticos, aquela vasta audiência se havia transformado em uma só. Os homens de aço, os céticos de tom cinzento, que se acreditavam demasiado sábios para serem enganados (quando, em realidade, sua emoção era realmente medo) eram agora uma parte insignificante naquela vasta congregação. Todos os outros estavam afinados, da mesma forma que as diversas cordas de um grande instrumento, e o evangelista que se erguia diante deles era um soberbo artista tocando com as emoções. Incitava-os do riso às lágrimas, do pesar à vergonha. Grandes ondas de cores correspondentes pareciam cobrir toda a assistência em um quadro magnífico e assombroso. Vieram, a seguir, as invocações de costume: “Levantai para receber Jesus”; a solicitação para os “que se lamentam”, etc., e cada um desses chamados extraía de toda a audiência uma resposta emocional determinada, mostrada plenamente nas cores dourada e azul. Seguiram-se mais cânticos, mais palmas e gesticulações que, momentaneamente, trouxeram a unidade e deram àquela assembleia uma experiência parecida com o sentimento de fraternidade universal e a realidade da Paternidade de Deus. As únicas pessoas sobre quem a música não surtiu efeito foram os indivíduos revestidos da armadura azul de aço do medo. Esta cor parece ser impenetrável a qualquer emoção e, ainda que o sentimento experimentado pela grande maioria fosse relativamente fugaz, as pessoas se beneficiaram com a revivificação, excetuando aqueles homens de aço.
Pelo que o autor pôde aprender, a sensação interna do medo de se render à emoção – o medo é saturnino em seus efeitos e irmão gêmeo da preocupação – parece exigir um choque, o qual afastará de seu ambiente aquela pessoa que o experimentar e o transportará para um novo lugar, em novas condições, antes que as antigas condições possam ser dominadas.
A preocupação é uma condição na qual as correntes de desejos não circulam em grandes linhas curvas em alguma parte do Corpo de Desejos, porque o veículo está cheio de redemoinhos – só redemoinhos, em casos extremos. A pessoa assim afetada não se esforça por atuar em coisa alguma; vê calamidades onde não existem e, em vez de gerar correntes que a levem à ação para evitar o que lhe produz medo, alimenta pensamentos inquietantes que produzem um redemoinho em seu Corpo de Desejos e, em consequência, ela nada faz. Essa condição de preocupação no Corpo de Desejos pode ser comparada à água que está próxima do congelamento sob uma temperatura baixa; o medo, que se expressa como ceticismo, cinismo e pessimismo, pode ser comparado a esta mesma água quando já congelada, porque o Corpo de Desejos dessas pessoas está quase sem movimento e nada do que se possa dizer ou fazer terá poder de alterar essa condição. Para usar uma expressão comum que traduz exatamente essa condição, diremos que estão “presos em uma concha” e essa concha saturnina deverá ser rompida antes que se possa chegar a esses indivíduos e ajudá-los em seu deplorável estado.
Essas emoções saturninas de medo e de preocupação são comumente causadas pela apreensão dos que sofrem dificuldades econômicas ou sociais. “Talvez tenha prejuízo nesse investimento que acabo de fazer, pois pode baixar a cotação ou até desvalorizar-se totalmente; posso perder meu emprego e me encontrar subitamente na miséria; tudo o que empreendo parece dar errado; meus vizinhos falam mal de mim e tratam de prejudicar minha posição social; meu marido (ou esposa) não se preocupa mais comigo; meus filhos se mostram displicentes comigo”; e uma centenas de outras sugestões parecidas se apresentam sempre à sua Mente. Ele deveria se lembrar que, cada vez que um desses pensamentos é gerado e introduzido em seu interior, estará ajudando a congelar as correntes de seu Corpo de Desejos e a construir ao seu redor, uma concha de aço de cor azul em que pessoa, que habitualmente alimenta o medo e a preocupação, se encontrará, algum dia, encerrada e isolada do amor, da simpatia e da ajuda de todos. Por conseguinte, devemos nos esforçar por ser alegres, ainda que em circunstâncias adversas, a menos que queiramos correr o risco de permanecer em tristes condições aqui e na vida futura.
“É muito fácil estar contente
Quando a vida flui como uma canção,
Mas o ser humano digno e valente
É aquele que sorri,
Quando tudo é provação”[17].
No início da Grande Guerra[18] as emoções na Europa foram se tornando horríveis, primeiro entre os chamados “vivos” e depois entre os que foram mortos – quando despertavam. Esse despertar levava muito tempo devido às detonações dos grandes canhões e, conforme a Guerra corria, mais tempo ainda. Toda a atmosfera dos países envolvidos fervia em correntes de ira e ódio, igual a uma nuvem vermelha-escura que pairasse sobre os seres humanos e sobre a região. Depois, apareceram faixas negras semelhantes a mortalhas, que parecem se gerar sempre em crises de desastres súbitos, quando a razão não trabalha e o desespero domina o coração. Isso, sem dúvida, ocorreu quando os povos envolvidos perceberam que aquela catástrofe era de tal magnitude, que eles não eram capazes de compreender o que estava acontecendo. Os Corpos de Desejos da maioria giravam em alta velocidade, em grandes ondas de pulsações rítmicas que falavam mais alto do que as palavras: “Matar, matar, matar”. Quando dois ou três indivíduos ou uma multidão se encontravam e começavam a discutir sobre a guerra, as pulsações rítmicas, indicando o firme propósito de agir e desafiar, cessavam e os pensamentos e sensações de excitação gerados pela discussão ou conversa tomavam a forma de projeções cônicas, que rapidamente cresciam a uma altura de quinze a vinte centímetros, então, estouravam e emitiam uma língua de fogo. Alguns indivíduos geravam grande número dessas estruturas vulcânicas de uma só vez, outros geravam uma ou duas ao mesmo tempo. Enquanto prosseguia a discussão e quando uma dessas bolhas estourava, aparecia outra em alguma parte do Corpo de Desejos, e as chamas que delas emergiam iam colorir de escarlate a nuvem sobre a região entorno. Quando uma multidão se desagregava ou os amigos se separavam, depois de uma discussão, o borbulhar e as erupções diminuíam e se tornavam menos frequentes, cessando, finalmente, para dar lugar de novo às grandes pulsações rítmicas acima mencionadas.
Essas condições são agora muito raras, se é que são vistas ainda; a ira explosiva para com o inimigo, conforme foi demonstrado, já é uma coisa do passado, pelo menos no que concerne à grande maioria. A cor alaranjada básica da aura dos povos ocidentais é novamente visível, e tanto os oficiais como os seres humanos parecem que se fixaram na guerra como se fosse um jogo; cada um anseia superar o outro e excedê-lo em astúcia. A guerra não é mais do que um canal para a sua habilidade; porém, alguns dos Irmãos Leigos da Ordem Rosacruz creem que a condição de ira voltará a aparecer em uma forma modificada, quando cessarem as hostilidades ativas e começarem as negociações de paz.
A esta forma de emoção podemos chamar de ira abstrata e difere amplamente do que se observa no caso de duas pessoas que se enraivecem entre si, na vida privada, quer comecem a brigar fisicamente ou não. Vistas do lado oculto da natureza, há hostilidades antes que os golpes sejam desferidos. Formas de desejos, em formatos de adagas pontudas, se projetam umas contra as outras como lanças, até que a fúria que as gerou se esgote. Nos casos de ira envolvendo o patriotismo não existem um inimigo pessoal e, por conseguinte, as formas de desejos são mais bruscas e explodem sem abandonar o indivíduo que as gerou.
Os “homens de aço”, tão comuns na vida privada, onde a preocupação por mil e uma coisas, que nunca ocorrem, cristalizam uma armadura ao seu redor, permitindo que o velho Saturno os aprisione, estavam e estão totalmente ausentes. No entanto, o autor crê na hipótese de que a tensão de seu meio-ambiente os forçou a se alistarem e o choque deve ter rompido a concha; então, a familiaridade com o perigo chegou a agradá-los. É certo que essas pessoas se beneficiaram grandemente com a guerra, pois nenhum estado é tão obstrutor para o desenvolvimento da alma do que o medo e a preocupação constante. É um fato igualmente notável que, embora os seres humanos arrastados pela guerra sofram pavorosas privações, a maior parte deles está cultivando um matiz azul celeste pálido que significa esperança, otimismo e um nascente sentimento religioso, dando um toque altruísta ao caráter. Isso vem indicar que aquele sentimento de fraternidade universal, que não reconhece distinção de credo, cor ou nação, está crescendo no coração humano.
No começo da guerra, os Corpos de Desejos dos combatentes giravam a uma espantosa velocidade, e se notava que, enquanto as pessoas que morriam por enfermidade, velhice ou acidentes comuns recobravam sua consciência em curto lapso de tempo, variando de poucos minutos a alguns dias, os mortos na guerra permaneciam na inconsciência por várias semanas e, ainda que pareça estranho, os que foram estraçalhados despertavam muito mais depressa do que os milhares que sofreram somente ferimentos insignificantes. Esse enigma não foi decifrado por muitos meses. Antes de estudarmos as causas que motivavam esse fenômeno, devemos nos recordar que nos primeiros tempos de guerra, quando as pessoas que morriam cheias de ira e despertavam nos Mundos invisíveis, queriam reiniciar suas pelejas com o inimigo, e até que o grande trabalho educativo iniciado pelos Irmãos Maiores e seus Auxiliares Invisíveis produzisse frutos, essas pessoas peregrinavam errantes pelo espaço com seus corpos mutilados e cheios de amargura, sentindo a falta dos seres queridos deixados para trás. Agora, tais acontecimentos são extremamente raros e prontamente solucionados, pois todos aprenderam que o pensamento criará um novo braço, membro ou rosto; o ódio patriótico desapareceu e os “inimigos” que sabem falar a língua do outro, frequentemente, se confraternizam, com proveito para ambos. A nuvem vermelha de ódio está desaparecendo, o véu negro do desespero acabou; não há explosões vulcânicas de paixão, nem nos vivos nem nos mortos, e, até onde o autor pôde ler os sinais dos tempos na aura das nações, existe um propósito determinado por fim a esse jogo. Mesmo nos lares despojados de vários membros, isso parece ser aceito. Existe uma saudade profunda pelos amigos que foram para o além, mas não há ódio pelos inimigos terrenos. Essa saudade é compartilhada pelos amigos invisíveis, e muitos estão atravessando o véu, pois a intensidade de sua saudade desperta no “morto” o poder de se manifestar, atraindo uma quantidade de Éter e gás que, frequentemente, é extraída do Corpo Vital de um amigo “sensitivo”, da mesma maneira que os Espíritos materializantes usam o Corpo Vital de um médium em transe. Deste modo, os olhos cegos pelas lágrimas são, muitas vezes, abertos por um coração saudoso, de maneira que os seres queridos, agora no Mundo espiritual, são vistos novamente face a face, coração a coração. Este é um método da natureza para cultivar o sexto sentido que, futuramente, capacitará todos a saber que o ser humano é um Espírito imortal e que a continuidade da vida é um fato na natureza.
Para compreender a lentidão com que os mortos durante a guerra recobravam a consciência no Mundo espiritual, devemos antes de tudo empreender um estudo mais apurado dos quatro Éteres, como descrito no “Conceito Rosacruz do Cosmos”.
Os átomos dos Éteres Químico e de Vida, reunidos em torno do núcleo do Átomo-semente[19], situado no Plexo Celíaco, têm a forma de prismas. Todos estão situados de tal maneira que, quando a energia solar penetra em nosso Corpo, através do baço, o raio refratado é vermelho. Essa é a cor do aspecto criador da Trindade, chamado Jeová, o Espírito Santo, que rege a Lua, o Astro da fecundação. Por conseguinte, o fluido vital que vem do Sol e que penetra no corpo humano por meio do baço, toma a cor rosa pálida, frequentemente notado pelos videntes, quando o fluído corre ao longo dos nervos, como a eletricidade corre pelos fios de um sistema elétrico. Assim carregados, os Éteres Químico e de Vida são as avenidas da assimilação, que preservam o indivíduo, e da fecundação, que perpetuam a raça.
Durante a vida, cada átomo vital prismático penetra em um átomo físico e o faz vibrar. Para se ter uma ideia dessa combinação, imaginemos um cesto de arame em forma de pera, cujas paredes de arame torcido em espiral correm obliquamente de polo a polo. Esse é o átomo físico; sua forma é aproximadamente a da nossa Terra; e o átomo vital prismático se introduz por cima, o qual é a parte mais larga e corresponde ao polo norte da Terra. Desta maneira, a ponta do prisma penetra no átomo físico pelo seu ponto mais estreito, que corresponde ao polo Sul de nossa Terra, e o todo se parece a um pião girando, balançando e vibrando. Desse modo, nosso Corpo adquire vida e é capaz de se movimentar (É conveniente notar que nossa Terra é, de modo semelhante, permeada por um corpo cósmico de Éter, e que aquelas manifestações a que chamamos Aurora Boreal e Aurora Austral são correntes etéricas circundando a Terra, do polo ao Equador, como fazem as correntes dos átomos físicos).
Os Éteres de Luz e Refletor são avenidas de consciência e de memória. São um pouco atenuados nos indivíduos comuns e ainda não tomaram uma forma definida; interpenetram o átomo como o ar interpenetra uma esponja, e formam uma ligeira atmosfera áurica no exterior de cada átomo.
Com a morte acontece uma separação; o Átomo-semente[20] se retira do ápice do coração ao longo do nervo saturnino pneumogástrico, através dos ventrículos, saindo pelo crânio (Gólgota). Todos átomos do Corpo Vital ficam libertos da cruz do Corpo Denso, pelo mesmo movimento em espiral que desprende cada átomo prismático de Éter do seu envoltório físico.
Esse processo se verifica com maior ou menor violência, conforme a causa da morte. Uma pessoa de idade, cuja vitalidade declinou lentamente, pode dormir e, ao despertar se achar do outro lado do véu sem a menor consciência de como ocorreu a mudança; uma pessoa devota e religiosa, que se preparou pela oração e meditação para ingressar no além, poderá se desligar facilmente; aqueles que morrem de frio encontram o que o autor acredita ser a mais fácil das mortes por acidente, seguindo-se à do afogado.
Porém, quando um indivíduo é jovem e saudável, especialmente se inclinado ao ateísmo e irreligiosidade, o átomo etérico prismático se acha tão estreitamente envolvido pelo átomo físico, que requer um puxão considerável para se separar do Corpo Vital. Quando a separação do Corpo Denso dos veículos superiores foi efetuada e o indivíduo morre, como dissemos, os Éteres de Luz e Refletor são separados dos átomos prismáticos. É essa matéria, como se descreve no “Conceito”, que molda as imagens da vida passada e as grava no Corpo de Desejos, o qual, então, começa a sentir tudo que havia de dor ou prazer na vida. A parte do Corpo Vital composta de átomos prismáticos dos Éteres Químico e de Vida retorna ao Corpo Denso, flutuando sobre a sepultura e se desintegrando sincronicamente com ele.
Agora chegamos ao âmago da nossa explanação. O Éter é matéria física e enquanto os que morreram por armas menores em combates de menor importância podem, algumas vezes, serem vistos perambulando, aturdidos, mas conscientes, as aterradoras detonações dos grandes canhões, tão extensamente usados, têm o efeito de transformar inteiramente os átomos etéricos prismáticos e destroçar (não esparramar) o invólucro áurico dos Éteres de Luz e Refletor, que são a base do sentido da percepção e da memória. Até que isto seja explicado dentro da sua relatividade original, o ser humano permanece aturdido, numa condição comatosa que perdura, muitas vezes, por semanas. Sob tais condições, essa matéria sutil etérica não pode ser utilizada para a formação das imagens da vida passada – em sua grande parte está congelada.
Quando o Ego caminha para o renascimento através da Região do Pensamento Concreto, do Mundo do Desejo e da Região Etérica, toma certa quantidade de material de cada uma delas. A qualidade desse material é determinada pelo Átomo-semente, baseado no princípio de que o “semelhante atrai o semelhante”. A quantidade depende do volume da matéria necessária pelo arquétipo construído por nós mesmos no Segundo Céu. Os Anjos do Destino e seus agentes constroem uma forma etérica utilizando a quantidade de átomos etéricos prismáticos apropriados por um determinado Espírito, que, então, é colocada no útero da mãe e, gradualmente, envolvida de matéria física, formando o Corpo visível da criança recém-nascida.
Somente uma pequena porção de Éter apropriado para um determinado Ego é assim utilizada, e o restante do Corpo Vital da criança, ou melhor dizendo, o material com o qual este veículo será posteriormente feito, fica fora do Corpo Denso. Por esta razão, o Corpo Vital de uma criança sobressai da periferia do Corpo Denso muito mais do que o do adulto. Durante o período do crescimento, essa reserva de átomos etéricos é aplicada para vitalizar os acréscimos dentro do Corpo, até que, quando for atingida a idade adulta, o Corpo Vital sobressai somente 2,5 a 4 centímetros da periferia do Corpo Denso.
A ciência física confirmou que os átomos em nosso Corpo Denso estão mudando constantemente, de maneira que todo o material que compõe nosso veículo no presente desaparecerá dentro de poucos anos; contudo, é um fato conhecido que as cicatrizes e outras manchas de nascença se mantêm da infância à velhice. A razão disso é que os átomos etéricos prismáticos, que compõem nosso Corpo Vital, permanecem imutáveis do berço ao túmulo. Estão sempre na mesma posição relativa – isto é, os átomos etéricos prismáticos que fazem vibrar os átomos físicos nos dedos dos pés ou das mãos nunca chegam às mãos, às pernas ou a qualquer outra parte do Corpo, pois permanecem exatamente no mesmo lugar em que foram colocados a princípio. Uma lesão nos átomos físicos implica numa impressão idêntica nos átomos etéricos prismáticos. A nova matéria física, modelada sobre eles, continua a tomar forma e textura semelhantes à que possuíam originalmente.
As observações precedentes se aplicam somente aos átomos etéricos prismáticos, que correspondem aos sólidos e aos líquidos no Mundo Físico, pelo fato de adotarem uma certa forma definida que eles preservam. Além disso, cada ser humano nesse estado de evolução possui também determinada quantidade de Éteres de Luz e Refletor, que são os veículos dos sentidos da percepção e da memória, mesclados em seu Corpo Vital. Podemos dizer que o Éter de Luz corresponde aos gases de nosso Mundo Físico; talvez a melhor descrição que podemos fazer do Éter Refletor é lhe dar o nome de hiper-etérico. É uma substância vazia, de cor azulada, semelhante em aparência ao núcleo azul de uma chama de gás. Parece transparente, como se revelasse tudo o que contém dentro dele, entretanto, esconde todos os segredos da natureza e da humanidade. Nele está contido um registro da Memória da Natureza. Os Éteres de Luz e Refletor são de natureza exatamente opostas aos estacionários átomos etéricos prismáticos. São voláteis e migratórios. Uma pessoa pode possuir pouco ou muito desse material, no entanto, ele constituirá sempre um fator de crescimento, como resultado de suas experiências na vida. Dentro do Corpo se mistura com a corrente sanguínea e, à medida que cresce por meio do serviço e do sacrifício da pessoa na escola da vida, e já não pode quase ser contido no Corpo, é visto do lado de fora como um Corpo-Alma azul e dourado. O azul revela o tipo mais elevado de espiritualidade e, por conseguinte, é o menor em volume e pode ser comparado ao núcleo azul de uma chama de gás, enquanto que a matiz dourada forma a maior parte e corresponde à luz amarela que circunda o núcleo da chama de gás. A cor azul não aparece no exterior do Corpo Denso, salvo nos casos dos maiores santos – somente o amarelo é geralmente observado nele. Com a morte essa parte do Corpo Vital é gravada no Corpo de Desejos com o panorama da vida que ela contém. A quintessência de toda a nossa experiência de vida se imprime, então, no Átomo-semente como consciência ou virtude, que nos levará a evitar o mal e a fazer o bem na próxima vida terrestre. É assim que se altera a qualidade do Átomo-semente de uma vida a outra. A quintessência do bem, extraída da parte migratória do Corpo Vital numa vida, determina a qualidade dos átomos etéricos prismáticos estacionários na próxima vida terrestre. O mais elevado em uma vida será o mais baixo na seguinte e, assim, gradualmente, nós nos elevamos pela escada da evolução até a divindade.
Do que foi dito, se torna evidente que o Corpo Vital é um veículo de hábitos; todos os pais deveriam saber que durante os sete primeiros anos da infância, quando esse veículo está sendo gestado, é que as crianças adquirem um hábito atrás do outro. A repetição é a nota-chave do Corpo Vital, assim como os hábitos dependem dessa repetição. Isto é diferente em relação ao Corpo de Desejos, pois ele é o veículo dos sentimentos e das emoções que estão variando constantemente; mesmo que se diga que o Éter que forma nosso Corpo-Alma está em constante movimento e se mistura com a corrente sanguínea, esse movimento é relativamente lento comparado com a rapidez das correntes do Corpo de Desejos; podemos até afirmar que o Éter se move como um caracol, comparado com a luz.
O que dissemos anteriormente pode ser assim resumido:
Não importa o que as pessoas falem de nós ou para nós; suas palavras carecem de poder intrínseco para ferir – é nossa própria atitude mental com relação ao que elas disseram que determina o efeito de suas palavras sobre nós, para o bem ou para o mal. São Paulo, ao se defrontar com a perseguição e calúnia, afirmou que “nenhuma destas coisas me comove”. Todos que esperam avançar espiritualmente, devem cultivar um estado de equilíbrio, pois, sem ele, o Corpo de Desejos correrá desenfreado ou se congelará, conforme a natureza das emoções geradas pelas relações com os demais, seja preocupação, raiva ou medo. Sabemos que o Corpo Denso é o nosso veículo de ação, que o Corpo Vital dá a ele o poder para agir, que o Corpo de Desejos fornece o incentivo para a ação e que a Mente foi dada como um freio para os impulsos. Aprendemos no Livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos” que os pensamentos-forma, dentro e fora do nosso Corpo, estão sendo projetados continuamente sobre o Corpo de Desejos, em um esforço para despertar o sentimento que conduzirá à ação, e que a razão deve reger a natureza inferior, deixando que o Ego superior alcance a expressão de suas tendências divinas. Sabemos igualmente que um pensamento habitual tem o poder de modelar inclusive a matéria física, pois a natureza do sensualista é tão facilmente perceptível em seus aspectos vulgares e grosseiros, como são delicados e finos os de uma Mente espiritualizada. O poder do pensamento é ainda maior em sua potência para modelar as vestimentas mais sutis. Acabamos de ver como os pensamentos de medo e preocupação congelam o Corpo de Desejos da pessoa que seja indulgente com esse hábito, e é igualmente certo que cultivando um estado mental otimista, sob qualquer circunstância, podemos sintonizar nossos Corpos de Desejos a qualquer posição que quisermos. Depois de um tempo isto se tornará um hábito. Admitimos que é difícil sujeitar o Corpo de Desejos sob uma linha definida, porém, pode ser conseguido e essa tentativa deve ser feita por todos os que aspirem o avanço espiritual.
Quanto ao efeito dessa polarização, sob o ponto de vista oculto, podemos aprender muito sobre certos costumes das chamadas sociedades secretas. Como sabemos, tais organizações colocam sempre à porta um guardião com instruções para proibir a entrada daquele que não saiba a palavra-passe e os sinais, e isto surte muito bom efeito até com as pessoas que funcionam unicamente em seus Corpos físicos. No entanto, os chamados segredos dessas organizações não são, em hipótese alguma, segredos para aqueles que são capazes de entrar nesses lugares de reunião em seus Corpos Vitais. De forma muito diversa ocorre numa verdadeira ordem esotérica como, por exemplo, a dos Rosacruzes. Nenhum guardião impede a entrada ao Templo quando é celebrada a Missa Mística da Meia-noite, todas as noites da semana. A porta está escancarada para todos aqueles que aprenderam a pronunciar o “abre-te-sésamo”. Porém, esta não é uma senha falada; o Iniciado que deseja comparecer deve saber como sintonizar seu Corpo-Alma ao grau de vibração particular mantido naquela noite. No entanto, essa vibração difere todas as noites da semana, de maneira que aqueles que aprenderam a se harmonizar com a vibração mantida aos sábados à noite, quando se reúne o primeiro grau, tem sua entrada efetivamente barrada ao Templo quando se reúnem aqueles que executam seu trabalho aos domingos, na segunda-feira, na terça-feira etc., como qualquer outra pessoa comum.
A lei cósmica, sob a qual atua o que foi dito, tem também sua aplicação para o controle e efeito de nossos pensamentos, sentimentos e emoções. Bem disse São Paulo quando manifestou que nós somos o templo do Deus vivo (nosso “Eu Superior”). Também criamos uma aura sutil em torno de nós sob a salvaguarda das Divinas Hierarquias que regem os sete Astros: Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Saturno e Júpiter. O Universo, ou o grande mundo, é chamado misticamente a lira de sete cordas de Apolo. Nosso organismo individual, ou microcosmo, é uma réplica ou imagem de Deus, e devemos despertar em nós um eco dessa música das esferas. Muitos de nós aprendemos a responder bastante às vibrações saturninas de pesar, tristeza, medo e preocupação que congelam nossos Corpos de Desejos e seria um benefício duradouro se tratássemos de cultivar as vibrações espirituais do Sol, enchendo nossas vidas de otimismo e de luz solar que dissipariam a tristeza e o desalento saturninos, impedindo que tais pensamentos penetrassem em nossa aura no futuro.
A primeira necessidade para o adiantamento é o estado de equilíbrio. Todos os que aspiram devem adotar o lema de São Paulo: “Nenhuma dessas coisas me comove”.
Como existem muitos Estudantes Rosacruzes que praticam os exercícios aconselhados pelos Irmãos Maiores para o desenvolvimento progressivo da alma, mas que ainda não se sentiram inclinados a penetrar no Caminho, nos parece conveniente considerar o efeito oculto das emoções geradas por esses exercícios.
No exercício de Retrospecção quando o Aspirante à vida superior revê os acontecimentos do dia em ordem inversa e chega a um incidente no qual injuriou alguém, deixou de ajudar outro ou não se comportou como crê ser o ideal de conduta, ele aprende a cultivar um intenso remorso pelo que fez de mal, com o objetivo de erradicar esse registro do Átomo-semente do coração, onde ficou impresso aquele ato e onde permanecerá até ser apagado pelo sofrimento no Purgatório, a menos que, previamente, tenha sido eliminado por outros meios, sendo um desses meios esse exercício de Retrospecção.
No Purgatório, o processo de purificação é efetuado pela força centrífuga da repulsão que arrasta e destroça a matéria de desejos, na qual o quadro é formado por cima de sua matriz de Éter, fora do Corpo de Desejos. Nessa ocasião, a alma sofre como fez sofrer os outros, por causa da condição própria das regiões inferiores do Mundo do Desejo, onde está localizado o Purgatório. Alguns videntes, incapazes de contatar as regiões superiores, falam do Mundo do Desejo como ilusório, e estão certos no tocante às regiões inferiores, porque ali todas as coisas aparecem invertidas como nós as vemos em um espelho. Essa particularidade não foi feita sem propósito – nada no Reino de Deus o é; todas as coisas servem a um fim sábio. Essa inversão coloca a alma daquele que errou na posição de sua vítima, de maneira que, quando se desenrola na tela uma cena da sua vida passada, em que fez mal a alguém, a alma não permanece apenas como simples espectadora contemplando a cena representada, mas se torna, naquele momento, a vítima do erro, sentindo a dor do injuriado, já que a força centrífuga de repulsão exercida para destruir o quadro do Corpo de Desejos do pecador, deve, ao menos, igualar ao ódio e à raiva da vítima que imprimiu a cena sobre o Átomo-semente no momento da ocorrência.
Durante a Retrospecção, o Aspirante se esforça por reproduzir essas condições; experimenta visualizar as cenas em que fez algo de errado, e o remorso que procura sentir deve, pelo menos, se igualar ao ressentimento sofrido por aquele que prejudicou. Produz-se, então, o mesmo efeito do apagar o registro da ofensa, como o faz a força centrífuga de repulsão que efetua a erradicação do mal no Purgatório, com o propósito de extrair dali a qualidade de alma que conhecemos com o nome de Consciência, e que age como um dissuasivo na hora da tentação. Assim usada, a emoção do remorso limpa profundamente e purifica o Corpo de Desejos das ervas daninhas e do joio, deixando livre o terreno e favorecendo o desenvolvimento de todas as virtudes que florescem no avanço espiritual e oferecem as maiores oportunidades para o serviço na vinha do Senhor.
Contudo, assim como a força latente da pólvora e substâncias explosivas similares podem ser utilizadas para impulsionar os maiores objetivos da civilização ou para levar a efeito os piores atos de barbarismo, também a emoção do remorso pode ser utilizada de tal maneira que passa a ser um obstáculo e um prejuízo para a alma, em vez de constituir um auxílio. Quando nos entregamos ao remorso diariamente e de hora em hora, estamos desperdiçando um poder imenso que pode ser utilizado para os mais nobres objetivos da vida, já que uma constante mania de se lastimar afeta o Corpo de Desejos, em uma maneira similar à que causam os banhos excessivos no Corpo Denso, como já descrevemos em “Vício de Excessiva Limpeza”, um artigo publicado em nossa revista “Rays from the Rose Cross”. Afirmou-se nesse artigo que a água tem grande afinidade com o Éter, absorvendo-o avidamente como se demonstrou em vários exemplos; afirmou-se também que ao tomar um banho em condições normais, expulsamos boa quantidade de Éteres venenosos e miasmáticos de nosso Corpo Vital, desde que permaneçamos na água por pouco tempo. Depois de um banho, o Corpo Vital enfraquece ligeiramente e, por conseguinte, sentimos uma sensação de fraqueza, mas, se gozamos de boa saúde e não permanecemos demasiado tempo na água, aquela deficiência se modifica imediatamente em uma corrente de força que flui para o nosso Corpo por meio do baço. Quando esse influxo de Éter fresco tiver substituído a substância prejudicial levada pela água, sentimos novo vigor que atribuímos ao banho, sem nos darmos conta dos fatos como são detalhados aqui.
Entretanto, quando uma pessoa que não goze de perfeita saúde e adquire o hábito de se banhar todos os dias, inclusive duas ou três vezes por dia, extrai de seu Corpo Vital um excesso de Éter. A provisão que entra pelo baço diminui igualmente pela falta de tonificação do Átomo-semente colocado no plexo solar e pelo enfraquecimento do Corpo Vital. Dessa maneira, é impossível a tal pessoa se recuperar entre tão repetidas abluções e, em consequência, a saúde do Corpo Denso sofre; perde continuamente as forças e se predispõe a ser um inválido.
“Como é em cima assim é em baixo, e como é em baixo assim é em cima”, diz o aforismo hermético, explicando a grande lei da analogia que é a chave mestra de todos os mistérios. Ao utilizar a força centrífuga do remorso, durante o exercício noturno de Retrospecção, para erradicar de nossos corações as faltas cometidas, o efeito é semelhante à ação da água que remove o venenoso Éter miasmático de nossos Corpos Vitais durante o banho, deixando lugar para um influxo de Éter puro e saudável. Depois de queimarmos os erros cometidos no sacrifício do fogo do remorso, a substância tóxica assim extirpada deixa lugar para um influxo de matéria de desejos, que moralmente é mais saudável, e deixa terreno mais propício para praticarmos as ações nobres. Quanto mais exaustivamente nos purguemos pelo remorso, tanto maior será o vazio produzido e melhor será o grau de material novo que atrairemos para os nossos veículos mais sutis.
Contudo, por outro lado, se nos entregarmos ao remorso e aos pesares durante as horas de vigília, como fazem alguns, excederemos o nosso Purgatório e, ainda que esse tempo seja dedicado à extirpação do mal, a consciência de cada quadro volta, e este já foi extirpado pela força de repulsão. Aqui, devido a conexão entre os Corpos de Desejos e Vital, podemos reviver o quadro mentalmente tantas vezes quanto o desejarmos e, enquanto o Corpo de Desejos se dissolve gradualmente no Purgatório pela expurgação do panorama da vida, uma porção determinada é acrescida durante a existência no Mundo Físico para substituir a que se expulsou por meio do remorso. Quando nos entregamos ao remorso e ao pesar excessivos, se produz o mesmo efeito sobre o Corpo de Desejos que o banho excessivo sobre o Corpo Vital. Ambos os veículos ficam destituídos de força devido a excessiva limpeza profunda e, por esta razão, é tão perigoso para a saúde moral e espiritual se entregar, indiscriminadamente, aos sentimentos de pesar e remorso, como é fatal ao bem-estar físico o se banhar demasiado. O discernimento deve imperar em ambos os casos.
Quando nós praticamos o exercício de Retrospecção, devemos nos entregar ao sentimento de pesar e remorso com toda a nossa alma; devemos procurar verter lágrimas de fogo que queimem até o mais íntimo de nosso ser; devemos fazer o processo purificador da maneira mais profunda e completa possível, com o objetivo de poder crescer em graça até ao máximo possível. Porém, uma vez terminado o exercício, devemos fazer o mesmo que se faz no Purgatório – considerar os incidentes do dia liquidados e esquecê-los completamente, salvo em casos que necessitem restituição, desculpas ou atos subsequentes que a consciência nos aponte. Resgatada assim a dívida, nossa atitude deve ser de um inquebrantável otimismo. “Ainda que vossos pecados sejam escarlates, tornar-se-ão tão brancos como a neve”[21]. “Se Deus está conosco, quem estará contra nós?”[22]. Por aquela atitude morremos diariamente para a vida passada, para renascer a cada dia para caminhar em uma nova vida espiritual, já que nossos Corpos de Desejos são assim renovados e preparados para servir a um fim mais elevado na vida, do que o do dia anterior.
E porquanto nós discutimos sobre o pesar e o remorso aplicados ao problema do crescimento da alma, com seu efeito sobre os nossos Corpos sutis, podemos, vantajosamente, também mencionar o efeito do pesar voltado para outras direções. Há pessoas que vivem com o pesar como um companheiro agradável, levam-no para a cama a noite e despertam com ele pela manhã; levam-no ao trabalho, às compras ou à igreja; sentam-se com ele à mesa e tratam-no com cuidado como se fosse a coisa mais preciosa que possuíssem, e deixariam até de viver, mas não de manifestar seu pesar por essa, aquela ou outra coisa.
Como um vampiro que suga o Éter do Corpo Vital de sua vítima e se alimenta dele, os pensamentos perpétuos de pesar e de remorso, concernentes a determinados fatos, se tornam um elemental de desejo que age como um vampiro e extrai a vida da pobre alma a quem deu forma, e, em virtude da atração do semelhante pelo semelhante, alimenta a continuidade desse mórbido hábito de pesar.
Não será com nossos remorsos que ajudaremos os seres queridos que partiram dessa vida e, embora pensemos que os ajudamos com nossa fidelidade, na verdade, estamos prejudicando-os. Eles abandonaram a esfera atual de experiência e seguem adiante para outros reinos, onde existem outras lições a aprender, e nós os detemos em seu caminho com nossos pensamentos, porque eles nos sentem mais profundamente depois que passaram para o além, e nós temos que considerar um dever lhes dirigir pensamentos de carinho e amor, em lugar do pesar egoísta que os prejudica tanto quanto a nós. O pesar é destrutivo para o desenvolvimento espiritual, porque, enquanto o assim criado pensamento elemental permanece agarrado a nós como um vampiro, não podemos nos elevar pelo escarpado caminho.
Repugnantes como o abutre, que se alimenta de restos decompostos e hediondos dos mortos, são os vãos remorsos que vivem na mórbida contemplação do passado e de seus erros. É nosso dever expulsá-los de nosso ambiente mental como expulsaríamos de nosso lar o primeiro abutre que nele tentasse penetrar.
Ao invés disso, cultivemos sempre e em tudo, uma atitude de otimismo, pois todas as coisas trabalham juntas para o bem – Deus está no leme e nada pode sair realmente errado, e tudo sairá certo, dentro do tempo de Deus.
O assunto Oração deve merecer uma profunda atenção e estudo por todos aqueles que aspiram à espiritualidade, e confiamos que as explicações que se seguem possam ajudar nossos estudantes em seus esforços neste sentido.
Há uma só força no Universo, nomeada o Poder de Deus, que Ele enviou através do espaço em forma de uma Palavra; não uma simples palavra, mas o fiat criador, cuja vibração sonora amalgamou milhões de átomos caóticos em uma infinidade de figuras e de formas, desde a estrela do mar à estrela do firmamento, do micróbio ao ser humano, tudo o que constitui e habita o Universo. À medida que as sílabas e os sons dessa Palavra Criadora foram sendo emitidos, uns após outros no transcurso dos tempos, espécies foram sendo criadas e as mais antigas desenvolvidas, tudo de acordo com o pensamento e o plano concebido pela Mente Divina, antes que a força dinâmica da energia criadora fosse enviada para fora, para o abismo do espaço.
Isso, então, é a única fonte de poder na qual real, verdadeira e literalmente vivemos, nos movemos e temos o nosso ser, tão certo como os peixes vivem na água. Não podemos escapar ou nos afastar de Deus, do mesmo modo que o peixe não pode viver e nadar na terra seca. Não era um mero sentimento poético quando o salmista disse: “Para onde ir, longe do teu sopro? Para onde fugir, longe da tua presença? Se subo aos céus, tu lá estás; se me deito no túmulo, aí te encontro. Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar, mesmo lá é tua mão que me conduz, e tua mão direita me sustenta.”[23].
Deus é Luz, e nem mesmo o mais potente telescópio moderno, que pode alcançar milhões de quilômetros no espaço, conseguiu descobrir os limites da luz. Contudo, nós sabemos que, se não tivéssemos olhos para perceber a luz e ouvidos que registrassem as vibrações do som, caminharíamos pela Terra em eterna escuridão e silêncio; similarmente, para perceber a Luz Divina, que sozinha pode iluminar nossa escuridão espiritual, e para ouvir a voz do silêncio, que é a única voz que poderá nos guiar, devemos cultivar nossa visão e audição espirituais; e a oração, a verdadeira oração científica, é um dos métodos mais poderosos e eficazes para encontrar graça diante de nosso Pai, e receber a imersão na luz espiritual, que transforma alquimicamente o pecador em santo e o envolve com o Dourado Manto Nupcial de Luz, o luminoso Corpo-Alma.
Preparação para a Oração – Ora et Labora
Devemos estar cientes de que a oração por si só não pode efetuar essa transformação. A menos que nossa vida inteira, tanto despertos como em sono, seja uma oração para a iluminação e santificação, nossas preces jamais penetrarão na Divina Presença, e nem trarão até nós um batismo do Seu Poder. “Ora et labora” – ora e trabalha – é um preceito oculto a que todos os aspirantes devem obedecer ou terão sucesso muito pequeno. Nesse sentido, uma antiga lenda de São Francisco de Assis confirmará o que dissemos. Ela demonstra a luz derramada sobre alguém cuja vida foi inteiramente consagrada ao serviço de Deus.
Um dia, São Francisco se aproximou de um jovem monge no mosteiro, com o convite: “Vem, irmão, vamos à cidade e a pregar ao povo”. O jovem monge aceitou o convite com entusiasmo, radiante com a perspectiva de um passeio com o santo padre, pois sabia que fonte de elevação espiritual isto seria. Caminharam para a vila, subindo e descendo por várias ruas e praças, absorvidos o tempo todo em uma interessante conversa espiritual, e finalmente regressaram ao mosteiro. Só então o jovem monge percebeu que haviam estado tão profundamente absorvidos na conversa que esqueceram por completo o objetivo de sua ida à vila. Delicadamente lembrou a omissão a São Francisco, ao que esse respondeu: “Filho, enquanto estávamos caminhando pelas ruas da vila, as pessoas nos observavam, ouvindo trechos da nossa conversa e constatando que falávamos do Amor de Deus e de Seu Filho querido, nosso Salvador; eles notaram nossas carinhosas saudações e as palavras de ânimo e de consolo aos aflitos que encontrávamos, e até o nosso traje lhes falava a linguagem e o chamado à religião; assim, estivemos pregando durante todo o tempo de nossa presença entre eles, de um modo mais efetivo do que se lhes tivéssemos discursado horas e horas em praça pública”. São Francisco não tinha outro pensamento senão Deus e fazer o bem em Seu nome, portanto, estava em grande harmonia com a vibração divina, e não nos devemos surpreender que quando ele fazia suas orações regulares se tornava um poderoso ímã para a Vida e Luz divinas, que se difundiam por todo o seu ser.
Nós que estamos empenhados no trabalho secular do mundo e forçados a fazer coisas que nos parecem mesquinhas, muitas vezes sentimos que estamos afastados e impedidos de sentir a Luz Divina; porém, se “fizermos todas as coisas como se fossem para o Senhor” e “formos fiéis nas coisas pequenas” veremos que, com o tempo, se apresentarão oportunidades como jamais havíamos sonhado. Assim como a agulha magnética, momentaneamente afastada do Norte por uma pressão externa, volta instantaneamente e ansiosamente à sua posição natural quando se liberta da pressão, também nós devemos cultivar tal anseio por nosso Pai, que fará com que nossos pensamentos se voltem imediatamente para Ele ao terminarmos nosso trabalho diário no mundo e ficarmos livres para agir segundo nossa própria inclinação. Devemos cultivar um sentimento similar ao que anima os jovens enamorados quando, depois de uma ausência, voltam a se encontrar e correm para se abraçarem em um êxtase de felicidade. Essa é uma preparação absolutamente essencial para a oração e, se voarmos em direção ao nosso Pai da maneira indicada, a Luz de Sua presença e a doçura de Sua voz nos ensinarão e nos animarão muito além de nossas mais ardentes esperanças.
O próximo ponto que requer consideração se refere ao lugar da oração, e isso é de vital importância por uma razão geralmente desconhecida, até mesmo pelos estudantes de ocultismo. Toda oração, quer falada ou não, todo canto de louvor e toda leitura das passagens da Sagrada Escritura que ensinam ou exortam, se são feitas por um leitor cuidadosamente preparado, que ama e vive o que lê, derrama e difunde a graça do Espírito tanto sobre aquele que ora, quanto sobre o lugar da oração. Desse modo, com o tempo, se constrói uma igreja invisível em torno da estrutura física, a qual, no caso de uma congregação de devotos se torna tão bela que transcende toda imaginação e dispensa descrição. O personagem Manson no livro “Servente da Casa”[24] nos dá um sutil vislumbre do que é isso, quando ele diz ao velho Bispo:
“Eu receio que você não considere esse templo de grande importância. Ele deve ser visto de certo modo e sob determinadas condições. Algumas pessoas nunca o veem na sua totalidade. Você deve compreender que ele não é um monte de pedras mortas e vigas insignificantes, mas é uma Coisa Vivente. Quando você entra nele, ouve um som, um som como o de um vigoroso poema cantado. Escute-o bem, e você aprenderá que esse som é feito pelo palpitar de corações humanos, de música não nominadas das almas dos seres humanos, isto é, se você tem ouvidos para ouvir. Se você tem olhos, logo verá o próprio templo, um enorme mistério de muitas formas e imagens, projetando-se verticalmente do solo à cúpula, a obra de um extraordinário construtor. Suas colunas se levantam como vigorosos troncos de heróis; a delicada matéria humana de homens e mulheres é modelada em torno de seus fortes e inexpugnáveis baluartes. Em cada pedra fundamental, rostos sorridentes de crianças; seus espantosos vãos e arcos são as mãos unidas dos companheiros e; em cima, nas alturas e espaços, acham-se inscritas as inumeráveis meditações de todos os idealistas do mundo. Ele se acha ainda em construção e a construção continua. Às vezes, a obra segue sob escuridão profunda – outras vezes, sob luz ofuscante – ora, sob o peso de indizível angústia, ora, com a música de sonoras risadas e aclamações heroicas como o ribombar do trovão. Às vezes, no silêncio da noite, se pode ouvir o suave martelar dos companheiros trabalhando na cúpula, os companheiros que chegaram no alto”.
Contudo, esse edifício invisível não é um lugar meramente fascinante como um castelo de fadas no sonho de um poeta; é, como disse Manson, uma coisa vivente, vibrante com a força divina de imensa ajuda para os fiéis, porque os auxilia no ajuste das caóticas vibrações do mundo que permeiam sua aura quando eles entram em uma verdadeira “Casa de Deus”, em atitude apropriada de oração. Desse modo, são ajudados a se elevarem em aspiração ao trono da graça divina, para oferecer ali seu louvor e adoração, solicitando do Pai uma nova efusão espiritual e recebendo a amorosa resposta: “Este é meu Filho amado em quem Me comprazo”[25].
Tal lugar de adoração é essencial ao crescimento espiritual pela oração científica, e aqueles que são tão afortunados para ter acesso a tal templo deveriam sempre ocupar o mesmo lugar nele, porque este fica impregnado com suas vibrações individuais e eles se adaptam àquele ambiente mais facilmente do que em qualquer outra parte e, consequentemente, lograrão melhores resultados.
No entanto, tais lugares são raros, porque para a oração científica é necessário um verdadeiro santuário. Não deve haver nele, nem em suas proximidades, qualquer rumor ou conversa profana, porque esses fatos alteram as vibrações; as vozes devem ser contidas e as atitudes reverentes; cada um deve ter em mente que está em um lugar sagrado e agir de acordo com ele. Por esta razão, nenhum lugar aberto ao público será apropriado.
Além disso, o poder da oração aumenta imensamente com cada nova pessoa que ali ora. O crescimento pode ser comparado a uma progressão geométrica, se os que ali oram estiverem devidamente harmonizados e habituados à oração coletiva; acontecendo exatamente o contrário se não o estiverem.
Talvez o seguinte exemplo esclareça esse princípio. Suponhamos que um certo número de músicos que jamais tenham tocado com juntos e que não possuam ainda domínio suficiente do seu instrumento fossem solicitados para tocar em um concerto; não é necessária uma imaginação perspicaz para compreender que seu primeiro esforço seria marcado por muita desarmonia, e o mesmo aconteceria se um amador se dispusesse a tocar com eles, ou mesmo com uma orquestra já formada, não importando quão sério e intenso fosse seu desejo, ele, inevitavelmente, estragaria a música. Idênticas condições científicas governam a prece coletiva; para que seja eficaz, os participantes devem estar igualmente preparados, como já explicamos no capítulo anterior; devem ter as mesmas influências harmoniosas em seus horóscopos. Quando um aspecto adverso em um tema astrológico se encontra no Ascendente do outro, estes dois seres não poderão tirar nenhum proveito da oração em comum; eles devem dominar seus Astros e viver em paz, se são almas evoluídas, mas carecem da harmonia básica, que é absolutamente essencial para a oração coletiva. Só a Iniciação remove esse obstáculo.
Ficou claro na primeira parte eu há determinadas razões ocultas que não aconselham a oração coletiva, exceto em circunstâncias especiais.
O conhecimento dessas dificuldades foi que levou Cristo a advertir seus Discípulos para que não fizessem suas preces diante de outras pessoas e os aconselhou que, quando necessitassem ou quisessem orar, se recolhessem a seus aposentos. Não podemos ter, individualmente, um edifício bonito e grande para as nossas devoções, nem o necessitamos; com muita frequência, a pompa e a exibição fazem com que afastemos os nossos corações de Deus. Porém, a maioria de nós pode, perfeitamente, dedicar uma pequena parte de nosso aposento para a devoção, o separando com uma cortina ou com um biombo do resto da habitação, ou ainda podemos transformar um cômodo em um santuário completo. Não importa o tipo das paredes que o separem; é a separação e a invisível Casa de Deus que construímos com nossas orações, e a graça divina que recebemos como resposta de nosso Pai que são importantes. Pode-se colocar na parede uma imagem de Cristo e o símbolo da Rosacruz, se o desejarmos, porém isso não é o essencial. O Olho que Tudo Vê é o preferido por alguns ocultistas avançados que conhecemos, como um símbolo do Pai. Porém, recordemos as palavras de Cristo: “O Pai e Eu somos um”, e mesmo não tendo uma imagem autêntica de Cristo, podemos utilizar a que tivermos, já que sabemos que os nossos pensamentos não se perderão por falta de autenticidade. Cristo é o Senhor dessa era; mais tarde, naturalmente, o Pai tomará este lugar, mas agora Cristo é o mediador dos povos.
Cremos ser desnecessário dizer que não importam as dimensões do lugar de oração, pois qualquer cômodo ou habitação do aspirante fiel acha-se compenetrado por uma atmosfera de santidade, pois todos os pensamentos que ele gerou legitimamente, depois de haver cumprido religiosamente suas obrigações com o mundo, provêm do Pai Celestial, assim que o lugar reservado ao santuário logo se encherá de supremas vibrações espirituais; entretanto, qualquer aspirante que pretenda seguir o método científico de oração deve procurar, antes de tudo, um lugar permanente de residência, porque, se se mudar de um lugar para outro, sofrerá uma perda importante e terá que voltar a formar as mesmas vibrações. O templo invisível que ele constrói se desintegra gradualmente quando a adoração cessa.
É uma máxima mística que “todo o desenvolvimento espiritual começa no Corpo Vital”. Esse é o mais próximo em densidade ao nosso Corpo Denso, sua nota-chave é a repetição, e é o veículo dos hábitos, sendo assim difícil de modificá-lo ou influenciá-lo, mas, uma vez que alguma mudança se tenha operado e um hábito tenha sido adquirido pela repetição, sua atuação se torna, até certo ponto, automática. Essa característica é boa e má com respeito a oração, porque a impressão registrada nos Éteres desse veículo impulsionará o aspirante ao fiel cumprimento de suas devoções nas datas marcadas, ainda que possa ter perdido o interesse no exercício e suas preces sejam meras fórmulas. Se não fosse por esse hábito formando tendências no Corpo Vital, os aspirantes não se fariam conscientes do perigo no momento exato em que o verdadeiro amor começasse a diminuir e não seria fácil recuperar a perda e permanecer no Caminho. Portanto, o aspirante deve se examinar cuidadosamente, de tempos em tempos, para ver se ainda possui as asas e o poder com os quais possa se elevar segura e rapidamente ao nosso Pai que está nos Céus. As asas são duas: Amor e Aspiração são seus nomes, e a força irresistível que as move é um intenso anseio. Sem eles e uma compreensão inteligente para dirigir a invocação, a prece é uma tagarelice, enquanto que bem realizada é o mais poderoso método conhecido para o crescimento da alma.
A posição do corpo importa pouco para a oração individual; a melhor é aquela que nos proporciona a concentração mais completa; mas, na oração coletiva, os ocultistas experientes têm o costume de permanecerem com a cabeça inclinada e as mãos enlaçadas de maneira apropriada. Isso forma um circuito magnético que une todos espiritualmente, desde o princípio dos exercícios. Em comunidades não tão avançadas, se observa que o canto de hinos feitos de pé, da maneira acima mencionada, produz um grande benefício, desde que todos participem.
Oração é uma palavra da qual se tem abusado tanto, que já não expressa, realmente, o exercício espiritual a que nos referimos. Como já dissemos, sempre que formos ao nosso santuário devemos ir como o amante que vai ao encontro de sua amada; nosso Espírito deve voar à frente de nosso lento corpo, em ansiosa antecipação das delícias que nos estão reservadas, e devemos esquecer tudo o mais para só dar lugar aos pensamentos de adoração que nos ocorrem no caminho. Isso é literalmente verdadeiro; o sentimento necessário para alcançar bons resultados é unicamente comparável àquele que impele o amante para a sua amada. “Como a corça bramindo por águas correntes, assim minha alma está bramindo por ti, ó meu Deus!”[26] é uma experiência real daquele que verdadeiramente é amante de Deus. Se não tivermos esse Espírito, podemos cultivá-lo por meio da oração, e uma das mais autênticas orações que deveríamos pronunciar constantemente, é a seguinte: “Aumenta meu amor por Ti, ó Deus, para que eu possa servir-Te melhor cada dia que passa. Faze que as palavras da minha boca e as meditações do meu coração sejam agradáveis à Tua presença, ó Senhor, minha Força e meu Redentor”[27].
As invocações usadas para pedir coisas temporais são magia negra; pois temos a promessa de: “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.”[28]. Cristo nos indicou o limite a que podíamos aspirar no Pai Nosso, quando ensinou Seus discípulos a dizer: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Tanto no que diz respeito a nós mesmos como aos demais, devemos nos resguardar de ultrapassar esse limite na invocação científica. Mesmo quando oramos por bênçãos espirituais, devemos evitar que se manifeste qualquer sentimento egoísta, o que destruiria o nosso crescimento anímico. Todos os santos nos testemunharam seus dias de obscuridade, e a consequente depressão, quando o divino Amante oculta a Sua face. Isso depende da natureza e da força da nossa devoção: amamos a Deus por Ele mesmo ou O amamos pelas alegrias que experimentamos na doce comunhão com Ele? Se for somente por este último motivo, nosso afeto é essencialmente tão egoísta como os sentimentos da multidão que O seguia pelo alimento que Ele havia fornecido, e agora, como naquele tempo, é necessário que Ele oculte de nós a manifestação de Seu terno amor e solicitude para que nos ajoelhemos envergonhados e arrependidos. Felizes somos nós se vencermos os defeitos de nosso caráter e aprendermos a lição de uma fidelidade firme, tal como a agulha magnética que aponta para o Norte sem vacilar, embora chova, haja tormenta ou o céu esteja coberto de nuvens negras que ocultam a visão da sua amada estrela.
Dissemos que não devemos orar por coisas temporais e que devemos ter muito cuidado até em nossas orações por dádivas espirituais; portanto, é autêntica esta pergunta: Qual deve ser o objetivo da nossa invocação? E a resposta é, geralmente, louvar e adorar. Devemos abandonar a ideia de que toda vez que nos dirigimos a nosso Pai Celestial devemos Lhe pedir alguma coisa. Não ficaríamos contrariados se os nossos filhos estivessem a todo momento nos pedindo coisas? Entretanto, não podemos imaginar que Deus se desgoste por nossas importunas petições, nem devemos esperar que Ele nos conceda tudo o que pedimos porque, muitas vezes, nos prejudicaria. Por outro lado, quando oferecemos ações de graças e orações, estamos nos colocando em situação favorável com a Lei de Atração, estamos em um estado receptivo no qual poderemos receber uma nova descida do Espírito do Amor e da Luz e, deste modo, ficaremos mais perto do nosso ideal adorado.
Não é necessário que a invocação, audível ou não, seja mantida durante todo o tempo da oração. Quando nas asas do Amor e da Aspiração, impelidos pela intensidade de nosso zelo, aproximamo-nos do Trono do nosso Pai, chegará o momento da doce, mas silenciosa comunhão, mais deliciosa do que qualquer outro estado ou condição; é algo análogo ao contentamento dos enamorados que ficam sentados horas e horas, um ao lado do outro, sem romper o silêncio, pois se acham em um estado que transcende, em muito, o estágio onde precisam da fala para se entreterem. Assim também é no clímax final, quando a alma descansa em Deus, com todos os desejos satisfeitos pela sensação de comunhão expressa pelas palavras de Cristo: “Meu Pai e Eu somos Um”[29]. Quando atingimos este clímax, a alma terá provado a quintessência da alegria, e não importa quão sórdido possa parecer o mundo ou quão triste seja o destino que tenhamos de enfrentar, o amor de Deus, que sobrepassa toda a compreensão, é uma panaceia para tudo.
Entretanto, este clímax final só é obtido em toda a sua plenitude em intervalos muito raros. Pressupõe não somente a intensidade de propósito, para se elevar ao divino, como também um fundo de reserva para permanecer fixo naquele ponto, o que a maioria de nós nem sempre consegue. É muito conhecido o ditado de que nada de valor se alcança sem esforço. Tudo o que o ser humano fez, o ser humano poderá fazer, e se começarmos a cultivar o poder da invocação ao longo de linhas científicas aqui especificadas, dia chegará em que colheremos resultados com os quais nem sequer sonhamos.
Que Deus nos Céus abençoe os nossos esforços!
É tão impossível alcançar um sucesso verdadeiro e duradouro sem viver em harmonia com as leis da vida, como é para o criminoso viver em paz na sociedade cujas leis ele desrespeitou. E, da mesma forma que ele é castigado, encarcerado e reprimido devido a seus hábitos predatórios, a natureza também nos castiga, encarcera e restringe quando desobedecemos às suas leis. Essa restrição se chama doença e é inimiga da felicidade, pois ninguém pode ser feliz, não importa quão rico seja ou que posição ocupe no mundo, quando se encontra fisicamente enfermo. Então, é preciso termos em conta que uma das condições vitais que deve ser adquirida pelo homem ou pela mulher que aspira a felicidade e o êxito na vida, em sua plenitude, é a saúde, incluindo o vigor, pois somente com boa saúde poderemos ser, suficientemente, otimistas, alegres e vigorosos para alcançar o sucesso que procuramos.
A Bíblia nos diz que a morte e a enfermidade vieram ao mundo por termos comido da “Árvore do Conhecimento” e ainda que, sob o ponto de vista materialista, isso possa parecer pueril, não desprezemos a história sem a estudarmos profundamente. Poderemos comprovar que se acha em perfeita harmonia com os fatos científicos mostrados atualmente. Consideremos, em primeiro lugar, o significado da Árvore do Conhecimento, por meio dos seguintes princípios: “Adão conheceu sua esposa e essa deu à luz a Abel”; “Adão conheceu sua esposa e essa deu à luz a Seth”, e as palavras de Maria ao Anjo: “Como poderei conceber, se não conheço nenhum homem?”. Por essas e por muitas outras observações semelhantes, se conclui evidentemente que a Árvore do Conhecimento era uma expressão simbólica do ato gerador. A humanidade foi, como diz a Bíblia, concebida em pecado e, portanto, sujeita à morte da qual não haveria maneira de escapar.
Devemos relembrar que a evolução é uma realidade na natureza; que o ser humano atual é o resultado de um passado distante e que o presente estado não é o ponto final de uma meta de perfeição, mas que existem maiores alturas à nossa frente. Assim, todos estamos em um estado de desenvolvimento perpétuo; não existem paradas ou descansos, pois o caminho é tão ilimitado como a idade do Espírito. O que somos hoje é o resultado do que fomos ontem, portanto, o que seremos amanhã, dependerá do modo como utilizarmos, atualmente, as nossas faculdades. Examinemos, pois, o passado, para que, ao conhecermos o que temos sido, alcancemos um vislumbre do que haveremos de ser.
De acordo com a Bíblia, a humanidade foi hermafrodita antes de ser separada em dois sexos distintos como homem e mulher. Ainda temos entre nós hermafroditas que, como pensamos atualmente, têm essa formação anormal para provar a verdade dessa afirmação Bíblica; e fisiologicamente, o órgão do sexo oposto se acha latente em todos nós. Durante o período em que o ser humano esteve assim constituído, a fecundação devia ocorrer dentro de si mesmo; isto não difere muito do que sucede com muitas plantas hoje em dia.
Vejamos, segundo nos diz a Bíblia, qual o efeito da autofecundação nos dias primitivos. Existem dois fatos principais que são muito significativos: o primeiro, havia gigantes na Terra naqueles dias; o segundo, os patriarcas viveram centenas de anos; e essas duas características, grande desenvolvimento físico e longevidade, muitas plantas as possuem atualmente. O tamanho das árvores e a duração de suas vidas são fatos maravilhosos; elas vivem séculos, enquanto o ser humano vive um número reduzido de anos. Daí nos ocorre perguntar: qual a razão da vida efêmera do ser humano e qual o remédio? Examinemos primeiro os motivos desta razão, e o remédio aparecerá.
É bem sabido pelos horticultores que as plantas param de crescer durante um florescimento muito prolífero. Uma roseira, ao florescer intensamente, pode morrer; por essa razão, o jardineiro sábio poda os brotos da planta para que a força se manifeste, parcialmente, em crescimento, em vez de dar somente flores. Desse modo, conservando a semente dentro de si mesma, guarda a força necessária para o crescimento e a longevidade. Esse é o segredo da altura e da longa vida das raças primitivas, como também é o segredo do tamanho e da longevidade das plantas atuais.
Que a essência criadora na semente é uma substância espiritual é evidente, quando comparamos a intrepidez e impetuosidade do touro e do garanhão, com a docilidade do boi e dos animais castrados. Além disso, sabemos que os libertinos e os degenerados se convertem em estéreis e fracos. Quando esses fatos se fixam em nossa consciência, não nos é difícil entender a verdade da Bíblia quando diz que o fruto da carne, que nos põe sob a lei do pecado e da morte, é antes de tudo e principalmente a fornicação, enquanto os frutos do Espírito, que conduzem à imortalidade, ainda segundo a Bíblia, são especialmente a continência e a castidade.
Consideremos também a criança e como a força criadora empregada internamente e para ela própria, produz um extraordinário desenvolvimento durante os primeiros anos, mas, na puberdade, o nascimento da paixão começa a dominar o desenvolvimento; então a força vital produz a semente com objetivo de alcançar o desenvolvimento e a expressão em outra direção, sendo que, desde aquele momento, termina o crescimento. Se continuássemos crescendo, como acontece na infância, seríamos gigantes, como o foram os divinos hermafroditas do passado.
A força espiritual gerada desde a puberdade e através da vida, pode ser usada com três propósitos: geração, degeneração ou regeneração. Depende de nós qual dos três métodos escolheremos; mas a escolha que fizermos terá uma influência importante sobre toda nossa vida, porque o uso dessa força não está confinado ao momento ou à ocasião em que é empregada. Abrange todos os momentos de nossa existência e determina a nossa atitude em cada uma das fases da vida entre nossos semelhantes; com a forma de como enfrentaremos os problemas da vida; se seremos capazes de agarrar as oportunidades ou as deixarmos escapar; se seremos saudáveis ou doentes; e se nós vivemos nossa vida com um propósito satisfatório; tudo isso depende da forma de usar nossa força vital. Esta força é a fonte de toda a existência, o elixir da vida.
A parte da força criadora que é legitimamente sacrificada, sobre o altar da paternidade e maternidade, é tão pequena que pode ser completamente desprezada nessas considerações. Não há razão, sob o ponto de vista espiritual ou físico, para que deva ser imposto o celibato em uma ordem religiosa, e nem essa imposição se encontra em qualquer passagem da Bíblia. A mera supressão da atração sexual não é virtude em si mesma; de fato pode até ser um vício muito sério, pois não há dúvida que milhares de pessoas que foram proibidas ou impedidas de buscar a satisfação natural, acabem caindo nos vícios mais inconfessáveis. Ainda que se abstenham do ato sexual, seus pensamentos serão de tal índole que as converterão em sepulcros caiados, horríveis por dentro, mesmo que externamente possam parecer puros e brancos. O próprio São Paulo, embora não na condição mencionada, disse: “É preferível se casar do que se abrasar”; essa expressão natural é, de longe, preferível ao estado acima descrito.
Embora existam poucas pessoas que defendam o abuso da função geradora, existem muitos indivíduos que, mesmo seguindo os preceitos espirituais em outros aspectos, mantém a crença de que a frequente satisfação dos desejos nos prazeres sexuais não é prejudicial; e existem outros que julgam que esse ato é tão necessário como qualquer outra função orgânica. Isso está errado por duas razões: primeiro, cada ato criador exige e consome uma certa dose de força e o organismo deve ser reabastecido com uma quantidade extra de alimento. Isso fortalece e aumenta o Éter Químico. Segundo, como a força propagadora atua por meio do Éter de Vida, esse constituinte do Corpo Vital também aumenta a cada gratificação dos sentidos. Deste modo, os dois Éteres inferiores do Corpo Vital se fortificam dirigindo a força criadora para baixo, para satisfazer o nosso prazer; e as ligações assim formadas e que oprimem os dois Éteres superiores que formam o Corpo-Alma, vão se tornando mais compactas e mais poderosas com o tempo. Como a evolução dos poderes anímicos e a faculdade de viajar em nossos veículos mais sutis dependem da separação que se efetua entre os Éteres inferiores e o Corpo-Alma, é evidente que frustramos o objetivo que temos em vista, retardando o desenvolvimento pela satisfação da natureza inferior.
Se dirigirmos novamente nossa atenção para o jardim, obteremos uma demonstração palpável e luminosa dos resultados em seguir o conselho do Apóstolo, quando disse: “guardai a semente dentro”, considerando as qualidades das diversas variedades de frutas sem semente. As frutas sem semente são maiores e de um sabor mais agradável do que as que possuem sementes, porque naquelas toda a seiva é empregada com o único propósito de tornar a fruta deliciosa e suculenta. Similarmente, se nós, em vez de desperdiçarmos nossa substância, vivermos castamente e dirigirmos a nossa força criadora para a regeneração, refinaremos e eterizaremos nossos Corpos físicos, ao mesmo tempo que fortaleceremos nosso Corpo-Alma. Desse modo, poderemos materialmente prolongar a nossa vida e, como consequência, aumentar nossas oportunidades para o crescimento anímico e avançar no Caminho de forma mais marcante.
Quando tivermos compreendido que o sucesso não consiste em acumulação de riquezas, mas no desenvolvimento anímico, se tornará evidente que a continência é um fator importante para o êxito na vida.
F I M
[1] N.T.: IICor 12:9
[2] N.T.: Mt 26:41
[3] N.T.: James Fenimore Cooper (1789-1851) foi um político e popular escritor dos Estados Unidos do início do século XIX.
[4] N.T.: George du Maurier (1834-1896) – cartunista e autor franco-britânico.
[5] N.T.: Jack London foi o pseudônimo de John Griffith Chaney (1876-1916), autor, jornalista e ativista social norte-americano, pioneiro no que era, então, o novo mundo das revistas comerciais de ficção.
[6] N.T.:
Diagrama 1 – O Mundo Material: um reflexo reverso dos Mundos Espirituais
[7] N.T.: nome da quarta divisão ou Região do Pensamento Concreto.
[8] N.T.: Quarta Região do Mundo do Pensamento
[9] N.T.: Também chamado de: Vestes de Bodas; Vestidos de Bodas, Veste Nupcial, Traje Nupcial. São Paulo chama de soma psuchicon (ICor 15:44).
[10] N.T.: do alemão: poltern (barulho), e geist (fantasma), também chamado por alguns parapsicólogos como Psicocinesia Recorrente Espontânea (em inglês: Recurrent Spontaneous Psychokinesis, RSPK), é um tipo de evento paranormal que se manifesta em um ambiente no qual existem ocorrências físicas, tais quais, chuva de pedras, movimentação, aparecimento e desaparecimento de objetos, sons, pirogenia, luzes, entre outras. Pode envolver até ataques físicos.
[11] N.T.: Mt 25:25
[12] N.T.: Mt 25:40
[13] N.T.: Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes
[14] N.T.: ICor 15:50
[15] N.T.: Leia a partir da seguinte sentença: “As relações das plantas, dos animais e do ser humano com as correntes de vida na atmosfera terrestre são representadas simbolicamente pela cruz…”
[16] N.T.: de Charles Rann Kennedy (1871-1950): foi um escritor anglo-americano.
[17] N.T.: do poema: Worth While de Ella Wheeler Wilcox (1850-1919), escritora e poeta estadunidense.
[18] N.T.: Refere-se à Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
[19] N.T.: Átomo-semente do Corpo Vital.
[20] N.T.: Átomo-semente do Corpo Denso.
[21] N.T.: Is 1:18
[22] N.T.: Rm 8:31
[23] N.T.: Sl 139:7-10
[24] N.T.: do livro: The Servant in the House por Charles Rann Kennedy
[25] Mt 3:17
[26] N.T.: Sl 42:2
[27] N.T.: Oração do Estudante Rosacruz
[28] N.T.: Mt 6:33
[29] N.T.: Jo 10:30
Como indicado no Livro: Mensagem das Estrelas, Capítulo XVIII, A Doutrina da Delineação em Poucas Palavras (para acessá-lo clique aqui), Max Heindel utilizou a técnica da combinação das palavras-chave de todos os outros Astros e Aspectos da Tabela que consta naquele capítulo para fazer as interpretações desses horóscopos e sugere que os Estudantes Rosacruzes também o façam. Nas palavras dele: “Isso os capacitará a uma boa leitura de qualquer horóscopo, mesmo com pouca prática. Para mais demonstrações práticas desse método sugerimos aos Estudantes que examinem os horóscopos de crianças publicados nos Livros Interpretações Astrológicas de Temas de Criança. Esses horóscopos constituem uma fonte de ensino que nenhum Estudante Rosacruz desejoso de se aperfeiçoar na ciência estelar pode dispensar. As palavras-chave proporcionarão o que foi dito a respeito da natureza geral dos Astros sob consideração; isso ele poderá combinar com a natureza dos Signos e das Casas em que os Astros estão, caso queira uma interpretação completa.”.
Essas interpretações astrológicas dos horóscopos feitas por Max Heindel, mensageiro dos Irmãos Maiores da Rosacruz e fundador da Fraternidade Rosacruz, foram publicadas primeiramente na Revista da Fraternidade Rosacruz, Rays from the Rose Cross, durante os anos de 1918 e 1919.
Não foram impressas anteriormente em formato de livro, mas a base espiritual de sua apresentação, juntamente com sua clareza e concisão, as fez merecedoras de uma audiência maior.
Acreditamos que todos os Estudantes de Astrologia irão achar o estudo dessas vinte e oito delineações de um valor especial para aprender a interpretar corretamente os diferentes Aspectos dos Astros, assim como a sintetizar o mapa como um todo.
O conselho sábio dado aos pais das crianças representadas é outro recurso valioso dessas leituras.
“Se você é um pai ou uma mãe o horóscopo ajudará você a detectar as más intenções em seu filho ou sua filha e ensinará você como é melhor “prevenir do que remediar”. Também mostrará a você os pontos positivos nele ou nela, de modo que você possa ajudar a formar, a partir do seu filho ou filha, um homem ou uma mulher bem melhor, com o Ego que lhe foi confiado. O horóscopo lhe revelará fraquezas sistemáticas e permitirá que você proteja a saúde do seu filho ou da sua filha; mostrará quais talentos existem e como a vida pode ser vivida em toda a sua plenitude. Portanto, a mensagem dos Astros que estão em marcha é tão importante que você não pode se dar o luxo de ignorar isso tudo.”
Max Heindel
Oceanside CA, Setembro de 1915
1. Para fazer download ou imprimir:
Interpretações Astrológicas de Temas de Crianças – Vol. IV – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
2. Para estudar no próprio site:
ÍNDICE
ADA N. – NASCIDA EM 30 DE JUNHO DE 1918 ÀS 5:02 PM… 6
ALAN B. O. – NASCIDO EM 18 DE OUTUBRO DE 1911 ÀS 12:20 AM… 10
ALICE E. – NASCIDA EM 15 DE JANEIRO DE 1913 ÀS 2:00 PM… 13
BETTY LOUISE F. – NASCIDA EM 28 DE ABRIL DE 1917 ÀS 1:20 AM… 16
DOROTHY A. H. – NASCIDA EM 12 DE DEZEMBRO DE 1913 ÀS 4:10 AM… 20
EDITH B. – NASCIDA EM 2 DE JUNHO DE 1912. 22
ELEANOR D. – NASCIDA EM 11 DE DEZEMBRO DE 1914 ÀS 1:40 AM… 26
ELIZABETH ELLEN S. NASCIDA EM 14 DE NOVEMBRO DE 1913 A 1:00 PM… 29
ELLIS ELDON D. – NASCIDO EM 25 DE FEVEREIRO DE 1907 ÀS 3:00 AM… 32
ERMAN C. – NASCIDO EM 23 DE JANEIRO DE 1913 ÀS 3:00 AM… 35
ETHEL C. – NASCIDA EM 1 DE JANEIRO DE 1899 ÀS 4:00 AM… 38
GERTRUDE B. – NASCIDA EM 22 DE MAIO DE 1915 ÀS 3:32 AM… 40
Gladys G. – Nascida em 10 de abril de 1904 às 7:10 AM… 43
Guy S. M. – Nascido em 26 de setembro de 1916 às 4:25 PM… 46
Gwennyth C. C. – Nascida em 3 de Agosto de 1901 às 7:00 PM… 50
Harold C. – NASCIDO EM 7 de agosto de 1917 às 8:30 PM… 52
Hazel P. – Nascida em 27 de Agosto de 1895 às 9:30 am… 55
Helen G. – NASCIDA EM 18 de julho de 1912 às 4:00 AM… 57
Herbert W. – Nascido em 13 de janeiro de 1908 às 7:30 PM… 60
HOWARD ARTHUR R., NASCIDO EM 17 DE DEZEMBRO DE 1913 ÀS 7:11 AM… 63
JOSEPHINE B. – NASCIDA EM 13 DE ABRIL DE 1915 ÀS 4:30 AM… 66
M. B. R. – NASCIDO EM 21 de setembro de 1916 às 0:30 Pm… 69
MARIE W. M. – NASCIDa EM 25 de Julho de 1913 às 8:20 PM… 72
May M. D. – NASCIDA EM 17 de março de 1909 às 7:30 AM… 76
Mildred B. – NascidA EM 6 de abril de 1905 às 11:15 AM… 79
Miska Maria D. – NASCIDA EM 28 de outubro de 1901 às 11:00 PM… 83
MURIEL P. – NASCIDA EM 23 de abril de 1905 às 0:15 AM… 85
ADA N. – NASCIDA EM 30 DE JUNHO DE 1918 ÀS 5:02 PM
EM FRESNO, CALIFÓRNIA, EUA
No momento do nascimento de Ada, havia quatro Signos Comuns nos ângulos e a magnética, imaginativa, plástica, mutável e emocional Lua estava em Sextil com o harmonioso, artístico, belo, adorável, suave e afetuoso Vênus. Ela também estava em Trígono com o oculto, profético, inspirador, espiritual, devocional e musical Netuno. Isso proporcionará a Ada uma disposição muito sonhadora e uma imaginação extremamente fértil e vívida, um amor ao prazer, à música e arte, uma personalidade envolvente, muito atraente para o sexo oposto, porque tende a ser gentil, afetuosa e simpática. Isso tende a sucessos gerais na vida e lhe proporcionará um talento considerável como uma musicista inspiradora.
Há também um Trígono do energético, entusiástico e construtivo Marte com Júpiter, que ajudará a torná-la um pouco mais prática do que seria de outra forma; mas tende a torná-la muito extravagante e pródiga com seu dinheiro, de modo que em algum momento ela poderá sentir o aperto da pobreza. Portanto, seria bom se vocês pudessem instrui-la durante a infância sobre o uso correto do dinheiro.
A Lua também está em Trígono com Netuno e isso fornecerá a ela um aumento da faculdade da imaginação a um ponto superlativo. Favorece sonhos e visões proféticas que fornecerão a ela a chance de se colocar em contato com os Mundos invisíveis. Indica habilidade nas artes ocultas e sucesso em sua prática, pois torna a natureza extremamente inspiradora, mas também proporciona uma disposição gentil e simpática, a mesma que já foi observada no caso de Vênus.
As qualidades espirituais podem não ser aparentes, mesmo para a própria Ada, mas serão latentes e capazes de desenvolvimento. Também é seguro dizer que em algum momento, ou outro durante sua vida, ela terá oportunidades de entrar em contato e será muito atraída pelo oculto, quer as qualidades da alma sejam subsequentemente desenvolvidas ou não.
Saturno, o Planeta da cautela, do método, sistema, da perseverança, do tato e da diplomacia, está sem Aspectos e, portanto, não podemos procurar essas características na natureza de Ada. Seu personagem será dominado pela Lua, Netuno e Vênus, o que proporcionará a ela dificuldades em ser prática.
Também descobrimos que o inteligente, versátil, eloquente e hábil Mercúrio, o Planeta da razão, está sem Aspectos; este é outro ponteiro na mesma direção. Será difícil para ela aprender as lições comuns da vida, mas terá outros meios de obter conhecimento e será um tanto diferente do normal para as outras crianças.
Sua falha principal está indicada pelo preguiçoso e sem ambições Sol em Quadratura com a sonhadora, vacilante, insípida, frívola e preocupante Lua, e com o egoísta, discordante, apaixonado e temperamental Marte. Isso, às vezes, fornecerá a ela ser uma criança muito difícil de controlar. Se isso acontecer a sua Mente será vacilante, incapaz de decidir sobre um curso ou outro, onde quer que haja uma escolha; impaciente e temperamental quando é forçada a fazer algo que não deseja.
Como já foi dito, é fornecida a ela uma natureza sonhadora e sem energia, exceto em certas direções, principalmente nas atividades sociais e na música. Portanto, será necessário que vocês se esforcem para controlar essas qualidades indesejáveis durante a infância. Certifiquem-se de tentar inculcar sistema e método, também perseverança, de modo que quando ela concordar em fazer qualquer coisa, ela seja forçada a seguir com sua resolução, para o bem ou para o mal, para que ela possa aprender pela experiência real como formar julgamentos.
Existe outra desvantagem na educação de Ada. O Sol, que é o doador da vida, está em Quadratura com a Lua, o árbitro principal das funções femininas e, consequentemente, da saúde. Estando em Quadratura em Signos Cardinais, o Sol estando no Signo fraco de Câncer, mostra que a vitalidade de Ada não é muito forte, principalmente porque a Lua está em Oposição a Marte, o Planeta da energia dinâmica. Por causa disso, ela será naturalmente muito mimada, e com razão, mas ao mesmo tempo vocês devem ver que enquanto está mimando as deficiências físicas, vocês não põem em risco o bem-estar espiritual da alma, pois estamos aqui em vida para aprender pela experiência as lições da grande escola e, a menos que nos apliquemos, teremos que continuar voltando vida após vida para aprender as mesmas lições; portanto, vocês devem se esforçar para encontrar o meio-termo dourado entre a simpatia correta e os mimos desnecessários.
Saturno em Leão, o Signo que governa o coração, e Marte em Libra, o Signo que governa os rins, nos mostram dois pontos fracos principais em sua constituição física.
O Sol está no Signo de Câncer, regendo o estômago e afligido. Isso indica que o coração, os rins e o estômago são os elos fracos da cadeia.
Portanto, vocês devem ter cuidado com sua dieta; também vejam que ela não se esforce demais nas brincadeiras e prejudique indevidamente a saúde. Lembrem-se de que, por meio do cuidado adequado e inteligente na infância até mesmo as grandes aflições podem ser superadas.
ALAN B. O. – NASCIDO EM 18 DE OUTUBRO DE 1911 ÀS 12:20 AM
EM UTICA, N.Y., EUA
Aqui encontramos quatro Signos Fixos nos ângulos do horóscopo, mostrando que Alan é convicto por onde quer que ande, o que é muito bom, desde que seus esforços sejam direcionados por canais adequados. Também descobrimos que Vênus, o Planeta do amor, está em Sextil com Júpiter, o Planeta da
benevolência, e em Trígono com Saturno, o Planeta do método, dos processos, da ordem, previsão e capacidade construtiva. Isso lhe proporciona uma natureza basicamente gentil e benevolente, juntamente com algumas das melhores qualidades que garantem o sucesso na vida. Mercúrio, o Planeta da razão, precede o Sol para iluminar o intelecto, e Marte, o Planeta da energia dinâmica, está em um Signo mercurial, que também tende a aguçar a habilidade para ser divertido. Assim, vemos que Alan está muito bem equipado para fazer a sua parte e ser bem-sucedido na batalha da vida.
Contudo, o seu horóscopo não mostra apenas coisas boas, e podemos dizer felizmente isso, porque são os obstáculos e as obstruções, as provações e tentações que nos ajudam a desenvolver nosso músculo espiritual para superá-los, desde que escolhamos a direção correta. Aqui descobrimos que Vênus, o Planeta do amor, está em Quadratura com Marte, o Planeta do impulso e da paixão, e Vênus está na 2ª Casa, governando as finanças; isso mostra uma tendência amorosa bastante desenfreada por parte do Alan, e que ele poderá desperdiçar grande parte de seus bens em uma vida desregrada e sofrer por isso.
Portanto, é dever dos pais instruí-lo cuidadosamente, desde os primeiros anos em que possa compreender a respeito, da tristeza profunda e do sofrimento que poderão surgir devido a essa tendência. A configuração é de Signos Comuns e flexíveis, Virgem e Gêmeos, e se vocês utilizarem da franqueza e sinceridade para com ele, terão a oportunidade de serem bem-sucedidos em seus apelos à razão e ao seu lado sensível, poupando-lhe de muitos problemas e experiências desagradáveis.
Já falamos da mentalidade brilhante do Alan, mas isso tem seus perigos, pois ele possui um espírito de investigação, e como o Sol e Mercúrio estão em Quadratura com Urano e Netuno, os Planetas que lidam com o ocultismo, será motivo de grande apreensão, caso ele mergulhe em uma destas fases negativas
do ocultismo e se torne seduzido pela mediunidade e seja dominado pelos espíritos de controle; pois Netuno está na Casa da tristeza, angústia e autodestruição, no Signo psíquico de Câncer, e Urano está na 6ª Casa, governante das doenças.
Portanto, durante a infância, vocês devem tomar cuidado em mantê-lo afastado de movimentos, reuniões e dos respectivos locais onde haja a evocação de espíritos e outras forças negativas, seja de maneira direta ou indireta, parcial ou completa, e nunca permitam que ele esteja na companhia de pessoas que adotam tal prática. Este problema ele terá que enfrentar em algum momento, porém, se ele for prevenido, ele também será precavido e, portanto, o conhecimento desses assuntos é essencial para que ele se mantenha fora de perigo.
Com relação à saúde, descobrimos que Marte, o Planeta da febre e inflamação, está em Gêmeos, o Signo que governa os pulmões, e em Quadratura com a Lua, que domina o fluxo corrente de ar nesses órgãos. Saturno, o Planeta do frio e da obstrução, está no Signo de Touro, governante da garganta, e todos esses sinais apontam para uma inflamação das mucosas, devido à falta de ar, portanto, é aconselhável que vocês ensinem a ele exercícios respiratórios fisioterápicos para que ela possa desenvolver uma capacidade pulmonar para resistir ao frio do inverno e aumentar sua vitalidade, que também está comprometida pela Quadratura de Netuno e Urano com o Sol.
EM PUERTO RICO, EUA
O primeiro aspecto que observamos nessa figura é que a Lua está na 12ª Casa, a da tristeza profunda, angústia e autodestruição, e em Quadratura com o Sol, doador de vida. Essa é a única nota que está totalmente em desacordo com o restante do horóscopo, pois assinala uma Mente vacilante, decepções, dificuldades financeiras e infortúnios gerais na vida, principalmente por existir uma tendência a uma personalidade egoísta e proibitiva. Como o Aspecto vem da 12ª Casa é, no entanto, algo latente e que pode ser superado por um treinamento adequado na infância, para que praticamente não seja ativado durante a vida. E vocês, como pais, devem prestar atenção e tentar erradicar essas características sempre que elas se mostrarem. E como o lado bom desse horóscopo é muito mais forte do que a tendência adversa já mencionada, não há dúvida de que vocês serão capazes de ajudar a superar.
Mesmo porque esse é um bom horóscopo e muito forte. Os quatro Signos Fixos estão nos ângulos, indicando uma vontade forte e muita determinada. E esse também é um cenário em que Saturno desempenha um papel particularmente bom e mostra todas as suas boas qualidades. Pois ele está no Ascendente e em Trígono com o Sol e Urano, Sextil com Netuno. Isso fornecerá a Alice uma disposição metódica e organizada. Isso lhe proporcionará a modéstia, a habilidade para o tato, a diplomacia; também, muito econômica e uma boa gerente de qualquer negócio. Ela estará bem-preparada para assumir responsabilidades, pois isso lhe confere uma intuição muito profunda e penetrante, de modo que ela certamente obterá sucesso em tudo que empreender. Portanto, ela certamente crescerá na vida.
A Quadratura da Lua com o Sol, provavelmente, causará inveja considerável por parte daqueles que, desde o princípio, serão seus superiores, mas o Trígono de Saturno com Urano lhe proporcionará persistência, perseverança e todas as outras qualidades necessárias para se posicionar acima de qualquer oposição e chegar ao topo da escada, onde os outros procurarão admirá-la. Os demais aspectos do horóscopo contribuem para esse objetivo e apontam na mesma direção. Marte, o Planeta da energia dinâmica, está em Conjunção com Mercúrio, o Planeta da razão e da destreza; e, também, com Júpiter, o Planeta da nobreza, da boa amizade e todas as outras qualidades desejáveis. Isso proporcionará a Alice uma Mente prática, mecânica, construtiva e empreendedora, uma personalidade muito magnética, entusiasta e cheia de energia, por meio da qual atrairá outras pessoas para si. Isso proporcionará a ela a franqueza, a abertura para conversar, honestidade e a autossuficiência. Sempre pronta para ajudar outras pessoas que precisam e, por isso, ela ganhará inúmeros amigos.
Contudo, seria bom que ela procurasse ter mais amigos do sexo masculino, pois, devido à configuração já mencionada – Quadratura da Lua com o Sol, a Lua estando na 12ª Casa, da tristeza profunda, da angústia e inimizade secreta e hostilidade – as mulheres irão se mostrar falsas e traiçoeiras com ela, apesar de todos os seus esforços em ajudá-las. Saturno no Ascendente tem a tendência de tornar as pessoas tímidas, para evitar a companhia de outras pessoas, porém, no horóscopo de Alice, descobrimos que Marte e Mercúrio estão em Sextil com Vênus, o Regente do Ascendente. Isso proporcionará a Alice um elevado gosto pela música e pelo convívio social prazeroso, para que ela desfrute a vida em sua plenitude, e as indicações da 8ª Casa mostram que, além do ganho financeiros é provável que ela obtenha uma herança e, portanto, sempre estará em boas circunstâncias financeiras.
No que diz respeito à saúde, no entanto, descobrimos, infelizmente, que Alice não se encontra como em outras circunstâncias da vida, pois mesmo que Saturno esteja bem Aspectado, sua posição no Ascendente enfraquece o organismo até certo ponto e a Lua, que é a significadora de saúde para uma mulher está em Quadratura com o Sol, doador da vida, na 12ª Casa, também é uma indicação de que a prudência seja necessária. Cuidado com as gripes durante a infância e não deixe que sobrecarregue suas forças.
EM OAKLAND, CALIFÓRNIA, EUA
temos uma menininha com uma 10ª Casa extremamente bem-fortificada: o Sol vivificante para que ela atraia a atenção daqueles que tem autoridade e seja capaz de ajudá-la a crescer socialmente; o grande benéfico, Júpiter, fornecendo um testemunho adicional de um relacionamento social onde prevaleça o favor, as coisas boas e a cordialidade; o gentil Vênus, que promove o prazer e o regozijo, está particularmente forte por causa de sua posição em Touro, o Signo que Vênus rege. Mercúrio, o Planeta da razão e da expressão, também está na 10ª Casa, mostrando a habilidade para conversações.
Marte, o Planeta da energia dinâmica, está perto do Meio do Céu no Signo que ele rege, Áries, proporcionando a ela uma natureza cheia de determinação e determinada a ser bem-sucedida, e é certo que ela sempre será uma líder em qualquer cenário em que se encontre, pois tem uma habilidade muito excepcional para isso. Contudo, uma posição elevada na sociedade sempre coloca aquele que a mantém a mercê da inveja e dos ciúmes daqueles que não têm tanta competência, e Betty não será exceção à regra. O turbulento Marte está em Áries, o Signo que governa a cabeça e Saturno, o Planeta que governa o esqueleto, o Planeta de inimigos secretos e maliciosos, e está na 12ª Casa, a Casa da tristeza, da angústia e da autodestruição.
Isso mostra uma tendência a uma atitude arrogante e dominadora, um mau hábito de se zangar repentinamente e consequentes problemas com pessoas que tentarão prejudicá-la, cujas ações será muito difícil de se certificar, porque serão dissimuladas. Bem, aqui é o ponto em que vocês podem ajudar muito a Betty, ensinando-a a praticar o autocontrole e a paciência com os outros; a também ser gentil e misericordiosa. É uma benção para vocês e para Betty que esse horóscopo tenha sido levantado enquanto ela ainda está em sua infância. Isso lhe proporciona a chance de trabalhar com ela desde o início da vida e, pelo conhecimento da principal falha latente nela, vocês podem lhe prestar um serviço incalculável, ajudando-a a superar tudo isso.
Toda demonstração de se zangar repentinamente deve ser tratada com firmeza, mas com gentileza. Há um método usado com muito sucesso e benefício para a criança: consiste em colocar dois espelhos em um canto e sempre que a criança se zangar repentinamente, sentá-la em uma cadeirinha perto dos dois espelhos, para que não possa se virar, mas que seja forçada a ver suas características distorcidas no vidro. O efeito é geralmente mágico; a criança não gosta de se ver nesse estado e, depois de alguns instantes, sorri por entre as lágrimas, e o acesso de se zangar terá passado.
Assim, com o tempo, as crianças aprendem o autocontrole e o que quer que seja firmemente inculcado durante os primeiros sete anos de vida, quando os hábitos são formados no Corpo Vital que ainda está para nascer, permanece com elas durante o resto de sua existência na Terra. Nesse momento é a hora de começar o trabalho de ajudá-la. Vocês verão que Betty é uma criança muito inquieta, pois a agitada Lua e Netuno, o andarilho sem casa, estão em Conjunção com seu Ascendente.
Isso lhe proporcionar um desejo de viajar insaciável, mas ela se beneficiará de todas as mudanças que fizer, pois ela tem uma Mente profunda e poderosa, fornecida pelo Sextil de Mercúrio com Saturno, e sempre se sairá bem, não importa o quão arriscado possa parecer; exceto em uma coisa. O casamento lhe trará problemas, pois o Sol, que é o significador do marido para uma mulher, e Vênus, o Planeta do amor, estão em Quadratura com a Lua e Netuno.
Além disso, Urano, o Planeta da liberdade e da independência, está na 7ª Casa, que rege o casamento, e isso mostra que ela nunca se submeterá às restrições que são necessariamente incidentes na vida de casados e, consequentemente, se ela tentar esse empreendimento, será uma falha sombria. Com relação à saúde, descobrimos que Saturno está em Câncer, o Signo que rege o estômago, e na 12ª Casa, denotando doenças e confinamentos. E em Quadratura com Marte, o Planeta do fogo e da febre, mostrando que Betty é suscetível a distúrbios digestivos e febris.
Contudo, sempre defendemos que mais vale prevenir do que remediar e se isso é aplicado na infância, poderá ser salva na adolescência ou na idade adulta. Portanto, se vocês forem cuidadosos ao ensinar Betty a comer corretamente, isso pode ser superado. Ela será muito exigente com a comida e terá preferência por doces e bolos, que arruinarão seu estômago, mas se vocês a ensinarem a seguir uma boa dieta sensata desde a infância, isso também poderá ser alterado.
EM BERKELEY, CALIFÓRNIA, EUA
Aqui temos uma pequena jovem delicada que precisa de todo o cuidado que seus pais possam lhe prover, a fim de trazê-la com segurança à feminilidade e torná-la forte e saudável. Temos quatro Signos Fixos nos ângulos; essa ajuda é para fortalecer a saúde e a habilidade do seu corpo em combater as doenças, mas, infelizmente, o Sol que é o doador da vida, está em Oposição a Saturno, o Planeta da obstrução, e Vênus está em Oposição à Lua, que é o principal fator na saúde de uma mulher. Vocês deveriam sempre tomar cuidado para que ela não seja exposta ao frio durante a infância e, isso seria algo muito bom para que, quando ela ficasse mais velha, pudesse compreender o que isso significa e, também, o porquê da necessidade de seguir as orientações para fazer exercícios respiratórios específicos, com o objetivo de que ela aprenda a usar os pulmões em sua capacidade máxima.
E acima de tudo, certifiquem-se de não a sobrecarregar com roupas apertadas ou usar corpetes ou cintas apertadas; ela deve ficar perfeitamente mais livre possível para fazer movimentos de seu corpo e deve ficar o máximo possível ao ar livre, e pelo maior tempo possível; isso, é claro, mais fácil na maior parte do tempo na ensolarada Califórnia. Com relação à Mente, descobrimos que ela será bem cuidada por Mercúrio, o Planeta da razão e expressão, e que está no Ascendente, vindo antes do Sol. Ele está na cúspide, entre Escorpião e Sagitário e em Conjunção com o gentil Planeta Vênus. Daqui podemos concluir que Dorothy será extremamente brilhante e rápida em suas atividades mentais e que ela aprenderá sem aparentemente ter que se aplicar. Ela, também, terá um tipo particular de caráter muito amigável e amoroso.
A Oposição do Sol com Saturno, que ocorre da 2ª à 8ª Casa, ambas governando as finanças, e a Oposição de Vênus com a Lua, que é das mesmas Casas, mostra que há uma probabilidade de Dorothy receber uma ou mais heranças, mas também que ela terá problemas em lidar com elas. Portanto, seria aconselhável focar a atenção e aos cuidados extras de como ela deve lidar com esse assunto, e embora ela não seja o que chamamos de abastada, pode-se dizer que ela terá sempre o suficiente para viver bem. Portanto, a principal responsabilidade de vocês como pais será salvaguardar a saúde dela, para que possa aproveitar seus recursos financeiros e não os gastar em desperdícios e coisas fúteis.
EM JUNEAU, ALASKA, EUA
No momento do nascimento de Edith, Saturno estava em Conjunção com Mercúrio na 9ª Casa, que governa a Mente, e isso proporciona a ela uma tendência para a preocupação e para a dúvida, para ser sarcástica e cética em questões religiosas. A Lua, o outro significador da Mente, não tem Aspectos em Capricórnio; portanto, Edith assumirá as características do Signo saturnino e parecerá fria e não afetada superficialmente, por mais profundamente que ela possa sentir sobre qualquer assunto. O Sol, que é a maior influência espiritual, está na 10ª Casa, mas está em Oposição a Júpiter, o legislador, e isso a torna muito impaciente com a contenção, uma característica que será acentuada pela Oposição de Marte a Urano. Tanto o Sol em Gêmeos, quanto a 10ª Casa, e Marte em Leão, a deixam imensamente orgulhosa, e se vocês tentarem destruir sua autoestima ou tirar sua alegria na vida ou tirar a sua fé e alegria em quem ela é, ou tirar seus sonhos e a vida que ela espera, vocês simplesmente a aniquilarão, pois ela nunca superará a humilhação.
Saturno em Conjunção com Mercúrio na 9ª Casa proporcionará a ela facilidade em pensar em punições até que a vida se torne insuportável para ela. Portanto, vemos que Edith é de uma natureza extremamente difícil de criar, e vai exigir a paciência, o amor e a devoção de vocês para criá-la direito. Há, entretanto, sob o exterior orgulhoso frio e inacessível, um vulcão de amor, representado por Urano em Trígono com Vênus, e a atitude externa resulta em parte de uma tentativa de esconder esse lado de sua natureza. É essa natureza de amor que vocês, como pais, devem se esforçar para fomentar com o seu amor.
Ela terá muitas variações de humores; Vênus em Gêmeos confere inconstância de afeição e seu Trígono com Urano a tornará muito pouco convencional quando crescer até a meninice.
Portanto, vocês devem se esforçar para tornar o lar tão atraente que ela nunca mais desejará estar em outro lugar. Júpiter na 4ª Casa proporcionar a ela um amor pelo lar e um orgulho dele que pode ser nutrido com grande vantagem.
O que vai causar a Edith o maior problema em sua vida é que ela não consegue se expressar exatamente como quer. Em primeiro lugar, suas ideias estão muito avançadas para a maioria das pessoas, e Saturno em Conjunção com Mercúrio, em Touro, o Signo da voz, fornece a ela uma disposição em falar coisas que chocam outras pessoas, que a interpretarão mal e a caluniarão, e sua frieza à atitude externa será em grande parte devido a esse fato, pois naturalmente ela logo perceberá que não importa o quão bem suas intenções sejam, ela está fadada a ser mal compreendida, e ela realmente tem direito a toda a tolerância e simpatia que pode ser dada a ela. Essa posição da 9ª Casa também a torna sujeita a ações judiciais, e a perda inevitavelmente seguirá daí. Ela deveria ser ensinada a se proteger e nunca, sob qualquer provocação, ir à justiça.
Edith sempre será confortavelmente abastecida com as coisas do mundo. Marte em Leão e Júpiter na 4ª Casa mostram que isso é particularmente verdadeiro na última parte da vida. Essa é uma bênção em todas as suas provações e dificuldades; além disso, ela nunca será má e mesquinha com o que tem, mas sempre doará coisas liberalmente e até generosamente aos amigos.
Infelizmente, porém, como Marte está na 11ª Casa em Oposição a Urano, os beneficiários de sua generosidade quase invariavelmente serão muito ingratos e aumentarão a decepção em sua vida. Ela é generosa e certamente ganhará com sua generosidade, não importa o que os outros façam em troca.
Haverá mais de um casamento, pois o Sol, que é o significador da mulher, está em Gêmeos, um Signo duplo, e Peixes, outro Signo dual, está na 7ª casa; assim, ela está fadada a experimentar, em algum grau, o amor do qual tem fome; embora, infelizmente, seus ideais sejam tão elevados que seria impossível para o parceiro viver de acordo com eles.
Com relação à saúde, certifique-se de que ela não pratique exercícios pesados na infância. O Sol em Oposição a Júpiter e Marte em Leão, o Signo do coração, em Oposição a Urano, mostra tendências para a agitação do coração. Existem certos exercícios físicos e de respiração profunda que corrigirão essa tendência, de modo que com o passar dos anos a ação do coração ficará forte e rítmica, se for cuidada desde o início.
Este é um caso em que um pai pode prestar um serviço maravilhoso à filha sabendo dessa falha e aplicando o máximo de prevenção. Algum dia os médicos aprenderão Astrologia em suas escolas e, então, serão uma verdadeira ajuda para os pais, levantando horóscopos dos filhos que trazem ao mundo e aconselhando desde o início como devem ser tratados.
Quanta tristeza e problemas eles poderiam economizar se fossem assim iluminados e capazes de dar conselhos valiosos aos pais. Então, mais tarde na vida da criança, eles poderiam observar e ver como as tendências funcionavam; assim, ajudando a cultivar Corpos Densos fortes e saudáveis para a expressão do espírito. A Conjunção de Saturno com Mercúrio em Touro apresenta tendência a resfriados na garganta, mas a respiração, conforme recomendado acima, também ajudará a controlar esse efeito.
EM NEVADA, EUA
Aqui temos outra jovem brilhante e versátil, pois descobrimos que Mercúrio, o Planeta da razão, está em Sextil com a Lua, o Astro da imaginação, e com Urano, o Planeta da intuição, e, também, em Conjunção com Vênus, o Planeta do amor e da beleza. Isso proporciona à Eleanor uma Mente muito rápida e intuitiva; será excepcionalmente assim e, além disso, proporciona a ela a capacidade de se expressar em uma bela linguagem conferida pela Conjunção de Vênus e Mercúrio. Assim, atrairá uma série de amigos e será muito solicitada por todos que a conhecem, particularmente por pessoas do sexo oposto. E descobrimos que, nesse aspecto, ela também nasce sob uma boa estrela, pois Júpiter, o Planeta da benevolência, cordialidade e jovialidade, está na 5ª Casa, que governa os namoros, e ele está em Sextil com o Sol e Marte, que são os significadores do casamento para uma mulher.
Marte rege a 7ª Casa, que governa o casamento, e a 2ª Casa, que governa as finanças, e por sua Conjunção com o vitalizante Sol e seu Sextil com Júpiter, o Planeta da benevolência e da opulência, certamente é muito evidente que Eleanor se beneficiará enormemente do casamento, tanto no que diz respeito à felicidade quanto nas circunstâncias financeiras. Assim, pode dar a impressão de uma vida singularmente cheia das coisas boas e abençoada pela ausência das coisas más, mas há um ponto sinistro que merece sua atenção, ou seja, a Lua em Quadratura com Saturno. A Lua é o Astro da fecundação; ela, por assim dizer, frutifica as sementes dos eventos que são semeados em nossas vidas e os faz acontecer, e Saturno é o Planeta da obstrução, que sempre retêm tudo o que entra em contato com ele.
Assim, essa Quadratura pode causar decepções na vida; aquelas que, naturalmente, temos um motivo para esperar, se tornarão realidade frustradas ao parecer por circunstâncias fora de nosso controle. E a Lua está na Casa da profunda tristeza, angústia e autodestruição, a 12ª Casa, mostrando que dessa causa surgirá os sofrimentos de Eleanor. Há, no entanto, tanta coisa no horóscopo que é improvável que isso tenha todo o efeito igual ao de um horóscopo onde existem muitas outras Quadraturas e Oposições. Contudo, não há dúvida de que, como o Sol e Marte em Conjunção lhe proporcionarão uma grande quantidade de energia, vitalidade e ambição impulsiva, esse Aspecto entre Saturno e a Lua define uma espécie de roda de equilíbrio para conter sua impaciência e ensiná-la a ser paciente.
Também encontramos Netuno, o Planeta da inspiração, em Leão, o Signo do coração e do sentimento, e Vênus está prestes a entrar em Sagitário e está em Conjunção com Mercúrio. Mercúrio faz um Trígono com Netuno e proporcionará a Eleanor um talento que se expressará por meio de músicas inspiradoras, com uma capacidade incomum de se apresentar. Esse talento deve ser cultivado desde os primeiros anos, pois será uma fonte de grande prazer para Eleanor e a todos com quem ela entrar em contato. Com relação à saúde, descobrimos que há uma grande quantidade de fogo na natureza fornecida pelo Sol e por Marte, mas Saturno está prestes a entrar no Signo de Câncer, que rege o estômago, e ele está em Quadratura com a Lua. Sem dúvida, isso causará problemas na digestão, a menos que Eleanor seja ensinada a ter cuidado com seus hábitos alimentares. A Lua está em Libra, e em Quadratura com Saturno, o Planeta da obstrução, também proporcionará uma tendência à obstrução da urina, pois Libra, o Signo onde a Lua está, governa os rins. Assim, há uma tendência do estômago e dos rins estarem com a temperatura muito abaixo do que a normal, que deve ter sua cuidadosa atenção, para que isso possa ser evitado enquanto a ela está crescendo e a capacidade do seu corpo em lutar contra as doenças está sendo fortalecida.
EM OAKLAND, CALIFORNIA, EUA
Nesse horóscopo encontramos o Signo intelectual avançado de Aquário no Ascendente, com Urano, seu Regente, nele, e esse é o Planeta com mais Aspectos em todo o horóscopo. Ele forma um Sextil com Mercúrio, o Planeta da razão, um Trígono com a Lua, o Planeta da imaginação, uma Oposição a Netuno, a oitava de Mercúrio, e uma Quadratura com Vênus, sua própria oitava. Isso marca Elizabeth como um forte caráter uraniano, com os defeitos e as virtudes desse Signo e desse Planeta.
Isso proporcionará a ela muita intuição e engenhosidade, com ideias originais muito à frente do seu tempo, extremamente ciumenta dos seus direitos e da sua liberdade, e muito impaciente com as restrições; boêmia e extremamente não convencional em seus gostos, em suas ideias e em seus hábitos; além disso, é absolutamente certo que ela não pode ficar longe do estudo do ocultismo, da mesma forma que um pato não pode ficar sempre fora da água. Enquanto criança, vocês descobrirão que ela “verá coisas”, e não está claro em nossa Mente se ela perderá esta faculdade como as crianças costumam fazer ou não; mas se o fizer, ela retomará o contato com os Mundos invisíveis em um estágio posterior da sua vida.
O doador de vida Sol, em Trígono com Marte, o Planeta da energia dinâmica, proporcionará a ela uma grande quantidade de energia vital, que lhe assegurará uma abundância de energia e vigor, e a Lua, que é o significador particular da saúde para um mulher, e que está em Trígono com Urano mostra que ela terá, ao mesmo tempo, um temperamento extremamente sensível e tenso. Essas qualidades nem sempre são encontradas juntas, pois aqueles que são muito sensíveis e muito tensos, geralmente, também são muito delicados, mas se Elizabeth não abusar seriamente de seu corpo, ela será, ao mesmo tempo, tensa, sensível e saudável. O ponto mais fraco do seu organismo, geralmente, é indicado por Saturno. Ele está em Gêmeos, o Signo que rege os pulmões, mas como ele não tem Aspectos e, portanto, não está afligido, ela provavelmente não terá problemas vindos daquela direção.
Há, entretanto, outro ponto em que as forças vitais dela podem ser minadas, e o principal valor para vocês, como pais desta leitura, será descobrir isso. Como dissemos no início, Elizabeth será muito pouco convencional em suas ideias e descobrimos que Urano, o Planeta da não-convencionalidade, está em Quadratura com Vênus, o Planeta do amor, que está em Escorpião, o Signo que governa os órgãos genitais, sendo que Urano está na décima segunda Casa, a Casa da tristeza, dos problemas e da autodestruição. Isso mostra que Elizabeth será imbuída por um desejo sexual muito forte, e que ela pode se esforçar para satisfazer esse desejo de uma maneira incomum, a ponto de prejudicar sua saúde. Portanto, é absolutamente necessário que uma estrita vigilância seja mantida sobre ela durante os dias da infância, que ela receba instruções tão claramente quanto possível sobre os perigos do abuso dessa função, e que ela dever ser educada com uma dieta fria[1] e não estimulante, sem ovos, carnes de animais (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, frutos do mar), especiarias ou temperos fortes. Ela também deve ser colocada para executar atividades, ou brincar, de uma natureza extenuante, para que possa ter uma válvula de escape para sua vitalidade. Se vocês cuidarem dela, com respeito a esses assuntos, é provável que possa eliminar essa falha latente; mas não se engane, o Aspecto é de Signos Fixos, o que mostra que está muito arraigado em sua natureza e exige um tratamento forte, persistentemente continuado.
EM HARPER CO., OKLAHOMA, EUA
Esse é um horóscopo forte, tanto para o bem como para o mal. Existem quatro Signos Cardinais nos ângulos, proporcionando a Ellis uma natureza ativa e enérgica. Saturno, o Regente do Ascendente, está em Conjunção com Mercúrio. Isso pode tornar a Mente profunda e lhe confere poder de concentração, além disso, existe a tendência de ver o lado sombrio das coisas. No entanto, isso é consideravelmente modificado pelo Sextil de Saturno com Vênus, o Planeta do amor, da luz e da alegria, de modo que, provavelmente, o um sentimento de grande tristeza e falta de esperança não será tão profundo quanto se fosse o contrário. Além disso, o Sol, que é o doador de vida, está em Trígono com Júpiter, o Planeta do otimismo, e, também, em Trígono com Netuno e em Sextil com Urano, o Planeta da intuição.
Todas essas influências iluminam a disposição e lançam a luz do sol na vida dele. Porém, Marte, o Planeta da energia dinâmica, está na 12ª Casa em Quadratura com Saturno, o Planeta da obstrução, indicando uma tendência a um sentimento de grande tristeza (todas as vezes que algo terrível acontecer com ela) e autoanulação. Isso proporcionará a Ellis uma tendência a se enraivecer de repente e excepcionalmente violento, o que poderá lhe causar problemas. Tudo isso torna sua natureza cruel, egoísta e enganadora e isso poderá gerar inimizades com os que o cercam. Até existe o risco passivo de prisão.
Infelizmente ele já tem dez anos de idade e, portanto, o melhor período para trabalhar sobre essas tendências com ela ficou para trás. No entanto, a aflição ocorre a partir de Signos Comuns ou flexíveis e há tantas outras boas características nesse horóscopo que torna possível a vocês ajudarem a moldar o caráter dele, de tal maneira que poderão ajudá-lo a minimizar essas tendências. Provavelmente vocês já perceberam essas características em manifestações embrionárias e já lutam contra elas. Nesse caso, deve ser possível ajudá-lo a superar.
Acima de tudo, tentem ensiná-lo a refrear a sua tendência a se enraivecer de repente, pois, sem dúvida, qualquer que seja o problema que lhe ocorrer, será porque, no momento, em que ele perder o controle de si mesmo, agirá precipitadamente pelo impulso momentâneo. No que diz respeito as fortunas financeiras, Ellis vai ter muitos altos e baixos na vida. O Sol está em Trígono com Júpiter, o Planeta da opulência, de modo que a coisas boas na área financeira podem ocorrer, às vezes, com ele e lhe proporcionará abundância em relação os bens do mundo, frequentemente de maneira mais súbita e inesperada, como indica o Sextil do Sol com Urano.
Contudo, a Quadratura de Marte na 12ª Casa, a Casa do sentimento de tristeza profunda, pode proporcionar perdas e dificuldades financeiras. Ele terá disponível uma quantia considerável, mas tende a não ser capaz de mantê-lo e algo semelhante tende a ocorrer com a sua saúde. A sua saúde e a habilidade do seu corpo para enfrentar as doenças e enfermidades é fisicamente forte, mas a Quadratura de Marte com o Sol e Saturno mostra uma tendência a gripes e febres, doenças inflamatórias e acidentes e uma natureza sensual que poderá minar sua vitalidade; em suma, como dissemos no início da leitura do horóscopo, é uma natureza forte, dividida entre o bem e o mal e, de acordo com o que ele escolher, a vida será feliz ou infeliz.
Contudo, existe uma bênção mostrada nesse horóscopo, que é uma quantidade considerável de liberdade de escolha para que ele tenha a chance de escolher por si mesmo, sem ser seriamente prejudicado, e se vocês puderem ajudá-lo apenas na questão do autocontrole, minimizará maravilhosamente as tendências para os problemas futuros e aumentará suas chances de uma vida bem-sucedida e feliz na mesma intensidade.
ERMAN C. – NASCIDO EM 23 DE JANEIRO DE 1913 ÀS 3:00 AM
EM OGDEN, IOWA, EUA
Esse é um horóscopo estranho e bem focado: cinco dos Astros estão na 2ª Casa, que rege as finanças, sendo três no Signo terrestre de Capricórnio; Saturno está no Signo terrestre de Touro; e Virgem, o terceiro da triplicidade terrestre, está no Meio do Céu. Com as boas configurações que estão nesse horóscopo, o qual indica uma carreira material de muito sucesso, duvidamos se Erman, algum dia, ouvirá ou se interessará por algo que tenha a ver com a vida superior, embora à sua maneira ele crescerá e se desenvolverá pelo cumprimento fiel das responsabilidades que serão colocadas sobre seus ombros.
Marte, o Planeta da energia dinâmica, é o Regente do horóscopo, já que Escorpião está no Ascendente. Ele está na 2ª Casa em Conjunção com Júpiter, o Planeta da benevolência e opulência, mostrando que Erman tem uma natureza aberta, generosa e liberal, cheia de energia, iniciativa e ambição, que ele será muito filantrópico e de espírito público, um líder em tudo o que ele empreender. Pois isso também lhe proporciona a capacidade de gerenciar e dirigir os outros de uma maneira gentil, o que garantirá o respeito e a lealdade dos outros.
Saturno, o Planeta da justiça, do sistema, da ordem, do método e da premeditação, do tato e da diplomacia, indica uma Mente profunda, marcada por um comportamento calmo, seriamente atenciosa, caracterizada por pensamentos cuidados e fundamentados, capaz de assumir muitas responsabilidades e ocupar importantes cargos de confiança, com honra para si mesmo e satisfação para aqueles que o colocam lá. Mostra, também, que ele tem uma natureza empresarial cuidadosa, conservadora, íntegra e honrada, pela qual conquistará o respeito e a estima da comunidade e, incidentalmente, a localização de todos esses Astros – Júpiter, Marte, o Sol, Mercúrio e Urano – na 2ª Casa, governando as finanças e com Aspectos benéficos, indica que ele acumulará considerável riqueza, apesar disso ele será livre, liberal e generoso em seu trabalho filantrópico e humanitário.
Honras políticas também são indicadas, mas nessas ocasiões o único aspecto ruim é: Mercúrio, o Planeta da expressão, em Oposição a Netuno, sua oitava superior, proporcionará a difamação e calúnia, que, no entanto, não podem realmente afetar uma natureza como a de Erman.
No que diz respeito à saúde, o Sol em Conjunção à Urano, no Signo de Aquário, atuará no Signo oposto de Leão, que governa o coração, e isso proporciona uma tendência à palpitação.
Mas como Saturno, o Planeta da obstrução, está em Trígono com Júpiter, não achamos que isso jamais se tornará sério. Por outro lado, Mercúrio, o Regente do sistema nervoso, em Oposição a Netuno, o Planeta do caos, em Câncer, o Signo que rege o estômago, mostra que há uma tendência à indigestão, e a única coisa que pode prevenir isso é a vida simples, que acreditamos que vocês ensinarão a Erman tanto por preceito quanto por exemplo durante sua infância, para que quando ele crescer não se sinta impelido a satisfazer seu apetite indevidamente. O Sol e Urano em Oposição à Ascelli, uma mancha nebulosa em 6º de Leão, também indicam uma leve tendência à fraqueza dos olhos.
Portanto, seria melhor que vocês o observassem desde a mais tenra idade, de modo que se a qualquer momento vocês o virem semicerrar os olhos ou forçar, vocês possam ter olhos dele cuidados por um oftalmologista competente e evitar complicações nos últimos anos de vida.
O único outro Aspecto que não mencionamos é o Sextil de Vênus, o Planeta do amor, na Quarta Casa, indicando o lar, e Mercúrio, o Planeta da razão e da expressão.
Esse, também, é um Aspecto benéfico para ganho material na vida, mas, além disso, torna a natureza otimista, espirituosa, bem-humorada e genial. Vênus é a senhora da cúspide da 7ª Casa, e Mercúrio, o Senhor do Signo que Gêmeos, interceptou na Sétima Casa, que rege o casamento. Portanto, isso mostra também um casamento feliz, afortunado e próspero.
Na verdade, Erman é muito fortunado, e acreditamos que ele perceberá tudo de bom previsto em seu horóscopo.
EM YARMOUTH, NOVA ESCÓCIA – CANADÁ
No momento do seu nascimento, Júpiter, o grande Planeta benéfico das coisas boas que acontecem na vida, estava no Ascendente no Signo marcial de
Escorpião. Isso lhe proporciona uma natureza energética e uma disposição jovial, enchendo-a de vitalidade e um magnetismo que a torna muito atraente para todos com quem entra em contato, mas particularmente para os do sexo oposto, pois Júpiter também está em Sextil com o Sol, o que indica o parceiro no horóscopo da mulher.
Portanto, temos muita dúvida se ela se manterá em uma atividade profissional por muito tempo. Ela, muito provavelmente, será obrigada a achar alguém que desejará monopolizá-la e mesmo sendo é, também, uma conclusão inevitável que o casamento proverá felicidade e benéfico para ela. Do ponto de vista financeiro, essa configuração de Sol com Júpiter, o Regente da sua 2ª Casa, mostra que ela sempre terá uma abundância de bens materiais, de modo que, em muitos assuntos, tudo parecerá bom e próspero para ela, mas há um ponto específico em que ela poderá encontrar problemas e que poderá causar muita dor de cabeça, e, se possível, será melhor prepará-la para essa situação aplicando a sugestão de que “é melhor prevenir do que remediar”. Isso está relacionado à maternidade.
Marte, o Planeta da cirurgia, está elevado e no 5º Signo, Leão. Marte governa, também, a 5ª Casa, que rege os filhos, o namoro e o prazer. Isso mostra, por sua configuração com Urano, que ela pode ter problemas no parto e, portanto, seria de grande benéfico fazer exercícios durante o período da gravidez. Se ela fizer isso, não temos dúvidas, de que poderá escapar e enfrentar o perigo desses eventos sem a aplicação de quaisquer instrumentos cirúrgicos, mas se ela se deixar levar pela negatividade durante esse período e relaxar, atrairá problemas.
Caso seja necessário procurar emprego até próximo ao casamento, Júpiter em Escorpião, o grande Signo da cura, e na 12ª Casa indica sucesso como uma enfermeira e todos os Astros da 1ª Casa dela mostram que ela é muito benevolente e de natureza atraente com um grande magnetismo e um efeito
calmante sobre os outros; essas qualidades a ajudarão a beneficiar os outros aliviando dores e sofrimentos delas.
EM SAN FRANCISCO, CALIFÓRNIA, EUA
Aqui está outra pequena jovem com uma mentalidade incomum, pois descobrimos que Urano, o Planeta da intuição, está em seu próprio Signo intelectual, Aquário, e em Trígono com Mercúrio, o Planeta da Razão, que também está Essencialmente Dignificado (no seu Regente) em seu próprio Signo de Gêmeos. Isso proporcionará a ela muita originalidade em seu pensamento, na sua linguagem e ação, além de lhe proporcionar uma faculdade incomum de expressão. Também encontramos Saturno, o Planeta da obstrução, em Sextil com a Lua, o Astro da imaginação, o que proporciona à Gertrude uma imaginação esplêndida, mas sempre será mantida dentro de limites, de modo que ela nunca se tornará visionária.
Finalmente, encontramos Júpiter, o Planeta do altruísmo, da benevolência e cordialidade, em Trígono com Netuno, a oitava superior de Mercúrio. Júpiter está no seu Regente, o Signo de Peixes, e Netuno está Exaltado no Signo psíquico de Câncer, que proporcionará a oportunidade de Gertrude entrar em contato com o Mundos invisíveis, em algum momento da sua vida, e proporcionará a ela uma margem ampla de sua mentalidade, a mais do que essa esfera de ação atual. Ela também tenderá a ter uma personalidade muito cativante e significativa, pois Vênus, o Planeta da Beleza, está surgindo no seu Regente, o Signo, Touro, e em Sextil com Saturno e Trígono com a Lua.
Isso proporcionará a ela muito solicitação, principalmente por parte das pessoas mais velhas do que ela. Há, no entanto, um lado de sua natureza que não é muito desejável; isso está indicado por Marte, o Planeta do impulso e mau humor, em Conjunção com Vênus e Quadratura com Netuno e, também, pelo Sol em Quadratura com a Lua; o Sol em sua Individualidade e a Lua em sua Personalidade. Claramente, haverá uma luta entre a natureza superior e a inferior, e ela tenderá a ter uma mania de facilmente se zangar, caso não lhe seja imputado algumas restrições. Isso tenderá a lhe trazer muitos problemas, como indicado por Marte na 12ª Casa, a da tristeza e autodestruição.
Portanto, deve ser dever dos pais guiá-la, cuidadosamente, durante os anos da infância e nunca permitir que um comportamento de se zangar com tamanha facilidade passe sem uma repreensão adequada, não necessariamente na forma de punição, mas de maneira que ela ganhe autocontrole e equilíbrio mental. Com relação à saúde, descobrimos que Marte, o Planeta da energia dinâmica, está Essencialmente Dignificado (no seu Regente) em seu próprio Signo, Áries, e em estreita Conjunção com o Planeta Vênus, e na cúspide do Ascendente. Touro, no Ascendente, é um sinal de grande vitalidade, e Vênus e Marte são mais esplendidamente fortalecidos por um Trígono com a Lua, que é o significador particular de saúde no horóscopo da mulher. Portanto, podemos considerar que Gertrude terá uma saúde esplêndida por toda a vida, mas a Quadratura de Marte em Áries, que governa a cabeça, com Netuno, proporcionará a ela uma propensão a dor de cabeça. E Saturno em Câncer pode lhe causar problemas no estômago, a menos que seja cuidadosa. Ensine-a a comer para viver, evitar comer avidamente e ser gulosa.
Gladys G. – Nascida em 10 de abril de 1904 às 7:10 AM
EM ALBUQUERQUE, NOVO MÉXICO, EUA
Aqui temos uma jovem com os quatro ângulos do horóscopo com Signos Fixos; isso indica que ela é bem definida em suas ideias e uma vez formulada uma conclusão, não será fácil mudar de opinião. Isso é bom para ela, porque a maioria das pessoas é muito instável e mutável e as únicas pessoas que realmente realizam alguma coisa são pessoas com uma vontade forte. Portanto, Gladys deve se cuidar para que permaneça aberta às opiniões racionais e não seja teimosa; isso é uma maneira excelente de não desperdiçar suas ideias. Verificamos no horóscopo que Gladys tem um excelente dom em se expressar, pois Marte, o Planeta da energia dinâmica, está em Conjunção com Mercúrio, o Planeta da expressão, que está no Signo de Touro, que governa a garganta.
Portanto, é evidente que ela nunca está sem uma resposta ou sem argumentos para defender o seu lado a qualquer ideia que possam expor a ela. Contudo, infelizmente, essa Conjunção ocorre na 12ª Casa, que é a Casa da tristeza profunda, da angústia e da autodestruição. Portanto, Gladys deve tomar cuidado para não ser radical demais em suas expressões, ou poderá ter problemas futuros devido a esse comportamento. Por outro lado, se usar o dom exposto acima com critério e bom senso, será um de suas principais vantagens que a ajudará a avançar para uma boa posição, tanto social quanto economicamente.
Ela está bem-preparada para ter e manter tal posição; a Mente é brilhante e rápida, como indicado por essa mesma Conjunção de Marte com Mercúrio. Porém, não faltará profundidade, pois encontramos a Lua, que é outro significador da Mente, em Conjunção com Saturno, o Planeta da obstrução. Essa mão obstrutiva de Saturno sempre exerce uma influência muito benéfica, quando afeta os significadores da Mente, pois proporciona uma profundidade e concentração específica à Mente, impedindo-a de ser instável e permitindo à pessoa focar em um ponto, para que possa se concentrar por completo e estudar qualquer problema que lhe tenha chamado a atenção. Além disso, Saturno e a Lua estão no Signo intelectual de Aquário e em Sextil com o Sol, que é muito poderoso em seu Signo de Exaltação, Áries.
Todas essas coisas mostram que Gladys tem uma mentalidade de uma qualidade positiva incomum e que tenderá a ter êxitos por meio do próprio esforço; logicamente, somente se puder se controlar em relação aos assuntos conforme detalhados nos parágrafos acima. Também, a Conjunção da Lua com Saturno mostra que ela não é tagarela, mas consegue manter um segredo dos outros e guardar o seu próprio. Esse é um aspecto muito valioso da vida. Apenas em uma coisa Gladys deve tomar cuidado: amigos. Pois descobrimos que Vênus, o Planeta do amor, está na 11ª Casa, que governa os amigos, e em Conjunção com a Cauda do Dragão Saturnina e, também, em Quadratura com Urano.
Portanto, ela poderá sofrer por traição e fraude por parte de seus amigos e eles a derrubarão com facilidade, e sem nenhum motivo aparente. Isso se aplica particularmente aos jovens. Ela terá mais sucesso se escolher para amigos aqueles que são mais velhos do que ela.
Com relação à saúde, verificamos que Saturno não está afligido e até está com um Aspecto de Sextil com o Sol, o doador da vida. Portanto, pode-se dizer que Gladys desfrutará de boa saúde por toda a vida, porém, o ponto mais fraco de seu sistema será o coração, porque Saturno está em Aquário e trabalha de maneira oposta no Signo de Leão, que governa esse órgão. Ele também, devido a sua posição em Aquário, lhe causará alguns problemas devido ao frio nos membros inferiores; portanto, seria prudente tomar cuidado em não exercitar demais o coração com exercícios violentos, como correr, pular ou algo parecido.
Guy S. M. – Nascido em 26 de setembro de 1916 às 4:25 PM
EM SAN DIEGO, CALIFÓRNIA, EUA
Aqui temos um pequeno rapaz que é muito afortunado em certas dimensões, pois aquilo que determina nosso sucesso ou fracasso na vida é o nosso caráter e as nossas características. Esses colorem a nossa perspectiva da vida e impelem nossas ações em uma direção ou em outra. Essa criança tem Urano, o Planeta da intuição, em estreito Trígono com Mercúrio, o Planeta da razão, e ambos estão em Signos de Ar, onde estão mais fortes. Assim, ele tende a ser muito rápido em pensar e em compreender as coisas para tirar conclusões corretas a respeito de qualquer problema que for colocado diante dele. Sempre que ele encontrar alguém, será capaz de ler o seu caráter como um livro e, dessa maneira, será capaz de selecionar seus companheiros dentre aqueles que serão benéficos para ele e evitar aqueles que o prejudicariam.
Saturno é o Planeta da obstrução, mas não devemos concluir que essa é sempre uma qualidade adversa, pois quando ele está com Aspectos benéficos, ele nos mantém afastados de ações impulsivas, das quais mais tarde lamentaríamos, e ele provê as condições que torna fácil praticar a premeditação, virtude, justiça entender o processo como um todo, etc. No horóscopo de Guy, Saturno está duplamente forte porque está em Conjunção com o nó ocidental da Lua, chamado também de Cauda do Dragão, e ambos estão colocados no Signo Cardinal de Câncer. Isso intensifica a sua ação, e Saturno está em Sextil com o Sol e a Lua que, em um horóscopo, representam a individualidade e a personalidade, respectivamente.
Essa é uma parte do horóscopo muito boa, especialmente quando tomado em conjunto com o que já mencionamos, a saber, Urano em Trígono com Mercúrio, pois ele o protegerá efetivamente contra os impulsos, de modo que, mesmo que ele possa perceber com precisão que as intenções de certas pessoas em relação a ele não são boas, esse Sextil do Sol, da Lua e de Saturno lhe confere tato e diplomacia, para que ele não as deixe saber o que vê, mas as evite sem ofendê-las. Em outros casos, onde ele sente que as pessoas serão benéficas para ele, ele também terá as qualidades para atraí-las e alegrá-las em servi-lo por causa das excelentes virtudes saturninas conferidas pelo cenário que estamos considerando.
Por causa dessas qualidades, Guy se desenvolverá bem na vida, principalmente por seus próprios esforços, e alcançará uma posição relativamente elevada e de responsabilidade, levando consigo o respeito de todos com quem ele entrar em contato. Seu pior defeito é mostrado por Marte, o Planeta do impulso, em Quadratura com Urano, o Planeta da ação semelhante a um raio, o último estando na Décima Segunda Casa, a da tristeza, dos problemas e do abatimento. Isso mostra, em primeiro lugar, que Guy tem uma tendência muito violenta para se tornar zangado de repente e facilmente o que é suscetível, em momentos desprotegidos, de anular o autocontrole saturnino e se expressar de uma maneira tão surpreendente que um raio do céu pode parecer lento em comparação.
Vocês ainda têm vários anos em que sua personalidade pode ser moldada com o maior sucesso e deve ser o esforço sincero de vocês ensiná-lo a se autocontrolar, pois, a menos que ele seja ensinado, essa característica mitigará consideravelmente o sucesso na vida. As pessoas sempre perdem o respeito por umas pessoas que não consegue manter a calma; vocês têm um bom terreno para trabalhar na dimensão que explicamos acima e esse objetivo pode ser alcançado; de fato, ele alcançará em algum momento, pois, caso contrário a experiência o ensinará e ele aprenderá sentindo na pele. Contudo, é muito mais fácil e ajudará muito se puder ser ensinado a ele durante os anos da infância, de um a sete anos.
Em relação à saúde, notamos que Marte, o Planeta da expressão positiva sexual, está em Escorpião, o Signo que rege os órgãos geradores, em Quadratura com Vênus, regente da força sexual negativa, colocada na Sexta Casa, a da doença; e Marte também está em Quadratura com Urano, que é a oitava superior ou a expressão elevada de Vênus. Urano está na Décima Segunda Casa, governando hospitais e semelhantes locais de confinamento. Isso mostra que a natureza sexual de Guy é muito forte e que o abuso dela pode causar doenças e confinamentos; portanto, seria vantajoso se a natureza horrível das doenças causadas pelo abuso das funções generativas lhe fosse explicada minuciosamente durante a adolescência e se lhe fosse ensinada a santidade da paternidade. Também encontramos, como já mencionado, Saturno, o Planeta da obstrução, associado à Cauda do Dragão em Câncer, o Signo que rege o estômago. Isso mostra que a digestão é inerentemente fraca, embora não haja aflições, mas até um bom Aspecto do Sol e da Lua. Indica um ponto fraco no corpo e, portanto, seria bom cuidar dele e ensiná-lo a comer apenas as coisas que lhe são boas.
Gwennyth C. C. – Nascida em 3 de Agosto de 1901 às 7:00 PM
EM NORTH WALES, PENSILVÂNIA, EUA
Descobrimos que na data do seu nascimento Saturno estava no Ascendente no Regente Signo de Capricórnio e Retrógrado. Júpiter e Urano também estavam Retrógados. Os Astros também estão espalhados por todo o horóscopo. Isso mostra que você tem uma natureza muito versátil e é capaz de mudar de opinião em muitas coisas, mas é tímida em se apresentar perante o público ou diante de qualquer pessoa estranha, e essa condição continuará sendo difícil pelo menos até o vigésimo sétimo ano, quando alguns dos Planetas mencionados se tornarão Diretos.
Naquele momento, porém, o Sol, que é o significador do parceiro no horóscopo de uma mulher, estará em Conjunção com Vênus, em sua sétima Casa e é provável que você encontre alguém com quem se sinta inclinada a se casar. No entanto, isso significaria o fim de qualquer carreira que você tivesse escolhido no mundo dos negócios, pois assumiria os deveres de cuidar de casa e do lar. Porém, enquanto isso, se for necessário encontrar algum emprego com o qual possa se sustentar, vemos que deve ser uma ocupação em algum lugar isolado, longe dos olhos do público e você, provavelmente, encontrará trabalho como enfermeira em um hospital e será de uma ótima realização profissional, pois Júpiter está na 12ª Casa que governa esses tipos de instituições.
Qualquer que seja a ocupação que você ocupe, no entanto, pode ter certeza de que é apenas temporária, pois, como foi dito, no seu vigésimo sétimo ano, provavelmente ocorrerá um casamento e a pessoa indicada em seu horóscopo, pelo Trígono de Sol com Urano, será um marido muito bom e dedicado.
Harold C. – NASCIDO EM 7 de agosto de 1917 às 8:30 PM
EM NOVA YORK, NY, EUA
Aqui temos um jovem com uma das configurações que mais lhe ajudarão sempre a ser bem-sucedido de toda a gama astral; o Sol, que dá a vida, está em Trígono com a Lua, que é o fator fecundante da natureza. O Sol está em seu próprio Signo, Essencialmente Dignificado (ou no Regente), e a Lua está na 1ª Casa, no Signo Cardinal de Áries. Não há melhor indicação de sucesso geral na vida. É a marca de uma alma com muitas boas qualidades que é voltada a encontrar o reconhecimento por elas. Há uma natureza sincera com uma vontade forte, um ideal elevado e uma adaptabilidade às circunstâncias e condições, de modo que, independentemente do ambiente, ele está voltado a tirar o melhor proveito disso. Essa condição também assegura a ajuda de pessoas que são mais elevadas que ele na escala social e pode ajudá-lo a se elevar acima de seus conhecidos da mesma idade ou que tem o mesmo tipo de emprego ou, ainda, da mesma classe social, portanto, sempre terá o favor daqueles que estão em posição de autoridade, caso pleiteie uma mudança de posição social; e ele sempre encontrará a porta aberta em outro emprego e com um bom salário lhe esperando. De fato, a Lua, sendo governante da 2ª Casa, e em Trígono com o Sol vivificante, lhe proporcionará, provavelmente, o acúmulo de uma fortuna confortável.
Contudo, essas coisas não vão cair em seu colo; terá que se esforçar para recebê-las, pois, Áries, o Signo onde a Lua se encontra, está interceptado, e um Astro em um Signo interceptado nunca terá o mesmo poder de um Signo que detém uma das cúspides. Vemos, da Quadratura de Júpiter com Mercúrio, que há uma tendência à autoindulgência e indolência mental, que devem ser superadas para garantir o que é prometido pelo Sol e pela Lua. Portanto, vocês devem estimular cuidadosamente, hábitos sobre metodologia, organização e devoção ao dever em Harold, enquanto ele cresce durante os anos da infância, pois, hábitos bons ou ruins são formados especialmente nos primeiros sete anos.
Conhecendo seus pontos fracos, vocês têm o privilégio inestimável de ajudá-lo a fortalecer seu caráter, e se vocês lhe ensinar uma devoção ao dever, independentemente do conforto pessoal, os hábitos então formados o levarão a não se entregar a indolência e o conduzirão na estrada do sucesso. Pois sua Mente é brilhante, rápida em compreender as coisas e com muita energia e determinação, como mostrado por Marte, o Planeta da energia dinâmica, em Sextil com Mercúrio, o Planeta da razão. Ele sempre tende a ser mentalmente muito rápido em compreender as coisas e não difícil de ser enganado, contudo, é a indolência física que vocês precisam ajudá-lo a superar.
Com relação à saúde, vemos que o dador da vida, o Sol que dá vida, em Trígono com a Lua é uma das maiores promessas de uma boa saúde em geral, pois aumenta as forças vitais que surgem através do corpo e mesmo que a doença, em algum momento, tome conta de Harold, ele tem maravilhosos poderes de recuperação.
No entanto, existem alguns pontos fracos em seu organismo, da mesma forma que há em qualquer outro organismo. Marte, o Planeta da energia dinâmica, em Conjunção com a Cauda do Dragão Saturnina em Câncer, o Signo que rege o estômago, e estando Saturno, o Planeta de obstrução, em Leão, o Signo que rege o coração, mostram que esses são os pontos mais vulneráveis. Ensine a Harold a vida simples desde a infância, para que seu estômago não seja injustamente abusado, caso contrário isso lhe trará muitos problemas e grandes sofrimentos, causados por enfermidades. Vocês também devem observar para ele não esteja sujeito à tensão relacionada ao esporte e ao atletismo, pois o coração sofreria e, nos anos vida, quando o corpo começar a ficar menos flexível, ele teria que pagar pelas imprudências da juventude com dor e sofrimento. No entanto, é muito mais fácil, na juventude, prevenir do que remediar, abstendo-se de esforços violentos, e com os devidos cuidados diários, não há razão para Harold não ter uma vida longa, saudável e feliz.
Hazel P. – Nascida em 27 de Agosto de 1895 às 9:30 am
EM IOWA, EUA
No momento do seu nascimento, quatro Signos Cardinais estavam nos ângulos, mostrando uma vida de ação e que você tem muita energia.
O Signo artístico de Libra está no Ascendente, e Vênus está em Sextil com Júpiter, o Planeta da benevolência, e com a Lua, o Astro da fecundidade. Assim, você tem uma natureza inerentemente artística e um amor à beleza; os Astros se distribuindo por cerca de metade do seu horóscopo demonstra que você tem uma boa dose de versatilidade, acrescido a isso a 11ª Casa muito bem fortificada com o Sol, o doador da vida, Mercúrio, o Planeta da razão, e Marte, o Planeta da energia dinâmica, no Signo de Virgem.
A Conjunção de Marte e Mercúrio proporciona a você uma capacidade latente de escrever e a presença do Sol também lhe proporciona encontros com amigos que, na sociedade, estão mais elevados do que você e que lhe ajudarão a realizar suas esperanças, seus desejos e suas ambições. Se você ainda não o fez, deve começar o estudo da escrita e da linguagem.
Há uma coisa que particularmente a atrapalha na vida: é a timidez. Saturno, o Planeta da obstrução, está em sua 1ª Casa em Quadratura com Júpiter, o Planeta da benevolência, opulência, etc. Júpiter está na 10ª Casa. Supere sua timidez e você descobrirá que todos os obstáculos se afastarão de você e que seu caminho na vida será mais claro.
Ao olhar para o seu horóscopo, notamos que a Lua está em Antares, o ponto nebuloso em Sagitário, e em Quadratura com Sol e Mercúrio. Isso demonstra que os seus olhos estão fracos e aconselhamos que você consulte um bom oftalmologista para que eles sejam analisados e, se for o caso, que sejam prescritos óculos adequados, a fim de evitar qualquer tensão indevida nesses órgãos vitais.
Helen G. – NASCIDA EM 18 de julho de 1912 às 4:00 AM
EM CHIPPESA FALLS, WISCONSIN, EUA
No momento do nascimento de Helen encontramos o fraco Signo de Câncer no Ascendente e isso, geralmente, proporciona uma vitalidade pobre, porém,
no caso de Helen esse presságio foi alterado pelo fato de que o Sol e Vênus estão lá e o Sol está em Sextil com a Lua. Esta é uma configuração maravilhosa porque fortalecer a saúde e a habilidade do corpo para lutar contra a doença e enfermidade e é um dos Aspectos mais favoráveis para uma vida bem-sucedida. Aumenta a energia e a determinação para ser bem-sucedido, torna-a adaptável às circunstâncias e mostra que ela terá o auxílio de pessoas acima dela na escala social, que a ajudarão e serão amigas durante toda a vida, para que ela alcance uma posição superior em sua esfera de existência e possa conquistar a honra, estima e amizade dos outros.
Caso haja necessidade de procurar emprego, ela não terá dificuldade em encontrá-lo e poderá receber uma boa remuneração e promoção rápida. Ela conquistará seu caminho por sua maneira gentil e atenciosa demonstrada nos seus atos. Mercúrio, o Planeta da razão, está sem Aspecto no horóscopo de Helen. Isso mostra que ela poderá não ser uma pessoa boa para utilizar a argumentação lógica. Ao mesmo tempo, ela poderá ter conclusões corretas, pois Urano, o Planeta da intuição, está em Sextil com Júpiter e em Trígono com Saturno. Isso, junto com o Sextil da Lua com Netuno, mostrará que a intuição proporcionará uma solução correta de qualquer problema que ela tenha.
Contudo, também há adversidades no horóscopo da Helen. Descobrimos que, subjacente a essa natureza externa, há outra que poderá aparecer às vezes e está indicada por Marte em Quadratura com Saturno e Júpiter. Quando estiver respondendo a esses Aspectos adversos, ela poderá apresentar uma tendência violento para ficar zangada de repente e facilmente e uma natureza muito impulsiva. Saturno e Júpiter estão em Oposição na 5ª e 11ª Casas, e sob tais condições ela também pode apostar em especulações e perder. Com isso, também poderá se relacionar com pessoas de uma natureza desonesta, indicadas por Saturno na 11ª Casa, e tais pessoas podem levá-la a ruína.
Vocês ainda têm alguns anos nos quais será possível ensiná-la o controle necessário de dessa tendência a se zangar de repente e facilmente e nós insistimos, seriamente, que vocês não permitam que nenhuma oportunidade passe e que nenhuma demonstração de paixão se mostre, sem lidar com isso de maneira adequada, pois essa é sua pior falha e poderá trazer muito prejuízo ao seu sucesso na vida. Já dissemos algo em relação a sua saúde em conexão com o Aspecto entre o Sol e a Lua, mas vemos que Saturno está em Gêmeos, o Signo que rege os pulmões. Ele está em Quadratura com Marte e em Oposição a Júpiter. Isso mostra que os pulmões são o ponto mais fraco da anatomia de Helen e que ela precisará de roupas quentes para manter esses órgãos sempre bem protegidos. Vocês também devem fazer com que ela participe de aulas de exercícios físicos e que faça exercícios respiratórios, especialmente nos anos mais jovens, pois os hábitos formados permanecerão ao longo de toda a vida e evitarão sérias desenvolvimentos dessa dificuldade. É uma das maiores bênçãos do horóscopo quando nos mostra nossos pontos fracos e nos vale sempre mais prevenir do que remediar e confiamos que vocês aproveitarão adequadamente essa sugestão que damos.
Herbert W. – Nascido em 13 de janeiro de 1908 às 7:30 PM
EM BELLINGHAM, WASHINGTON, EUA
Aqui temos um jovem nascido sob condições que lhe ajudarão sempre a ser bem-sucedido. Pois, no momento de seu nascimento, o régio Signo de Leão estava no Ascendente com o grande Planeta benéfico Júpiter um pouco acima do horizonte. Isso lhe proporcionará um temperamento amistoso e jovial que, certamente, atrairá muitos amigos ao longo da vida. Também verificamos que havia quatro Signos Fixos nos ângulos, no momento do nascimento de Herbert. Isso mostra que ele tem um caráter forte, capaz de tirar suas próprias conclusões e com uma força física ou mental que permite que ele continue fazendo algo por um longo tempo sem se cansar suficiente para impor, uma vez formadas, as suas ideias. De modo que, embora ele tenha um temperamento muito gentil, ele também será bastante firme, e isso contribuirá muito para o seu sucesso. A Lua, sendo significadora da Mente, está no Signo mercurial de Gêmeos e em Sextil com Júpiter, o Planeta do otimismo, da benevolência e cordialidade; ela também está em Sextil com Marte, o Planeta da energia dinâmica, que está Essencialmente Dignificado (no seu Regente) no Signo de Áries.
Isso proporcionará ao Herbert uma Mente muito ativa e benevolente, percepção rápida e uma imaginação aguçada. Juntando isso ao fato de que Mercúrio, o portador da luz, estar antes do Sol, verificamos que os poderes mentais de Herbert estão muito acima da média. Também descobrimos que o Sol, em Conjunção com Mercúrio, está em Sextil com Saturno, o Planeta da organização, ordem, habilidade mecânica, justiça e do pensar cuidadosamente antes de sair fazendo; isso fornece profundidade a sua Mente e lhe proporcionará a faculdade de construção mecânica e da capacidade executiva. Todas essas coisas contribuem para o sucesso ao longo da vida.
Existe apenas um Planeta no horóscopo que está sem Aspecto e solitário, o Planeta do amor, Vênus. Por outro lado, descobrimos que Netuno e Urano estão em Oposição e que isso ocorre na 5ª e na 11ª Casa; a 5ª Casa governa o amor e o namoro antes do casamento. Urano, a oitava de Vênus, está afligido pela Oposição com Netuno. Assim, podemos julgar que Herbert é capaz de adotar algumas das ideias uranianas a respeito do amor e do casamento para as quais a sociedade ainda não está pronta, e que essa visão pode levar a relacionamentos clandestinos que trarão tristezas e problemas a seu tempo. Seria, portanto, bom ensiná-lo a sacralidade da relação entre os sexos e como e porque isso deveria estar confinado nos laços do casamento sob a atual constituição da sociedade. Se vocês puderem ajudar a torná-lo um pouco mais ortodoxo em suas ideias ao longo dessa linha, ele economizará uma grande dose de profunda tristeza e decepção.
Saturno, na 8ª Casa em Peixes, o 12º Signo indicador da tristeza, dos problemas, etc., e em Sextil com o Sol, mostra que há uma probabilidade de Herbert receber uma herança, mas que ele terá um problema considerável por causa disso e, portanto, seria bom que alguém o instruísse em como se munir de instrumentações legais que o amparasse, de modo a reduzir as possibilidades de ter problemas com os outros ou com a lei, sobre esse assunto.
Com relação à saúde, encontramos Saturno em Peixes, o Signo que governa os pés. Isso é uma indicação de má circulação nas extremidades e consequentes gripes; também obstrução na região abdominal, mas como Saturno está em Sextil com o Sol que dá vida e não é afetado por uma Quadratura ou Oposição, podemos concluir que essas tendências, provavelmente, serão muito leves e podem ser bastante minimizadas pelo cuidado tanto nos exercícios físicos como no uso de roupas.
Portanto, vocês, como pais, devem tentar inculcar nela o mais elevado respeito pelas convenções e seu lema deve ser evitar até mesmo a mais leve aparência do mal, pois, assim fazendo vocês pouparão a ela muitas tristezas e muitos problemas.
HOWARD ARTHUR R., NASCIDO EM 17 DE DEZEMBRO DE 1913 ÀS 7:11 AM
EM NOVA YORK, NY, EUA
Na época do nascimento de Howard, o Signo de Sagitário estava no Ascendente junto com o Sol, Vênus e Mercúrio. Isso mostra que ele está fortemente marcado pelas características desse Signo, de natureza cheia de humor, jovial, mas inquieto e apaixonado por esportes e exercícios ao ar livre. Também há uma tendência nesse Signo de ser um tanto impulsivo. Essas características do Signo de Sagitário são muito realçadas pela Conjunção de Vênus, o Planeta do amor, com Mercúrio, o Planeta da razão, e o Trígono entre a Lua e Vênus. Eles proporcionarão a ele muita atratividade e amabilidade por parte dos outros.
Aliás, eles também lhe proporcionarão bons retornos financeiros; ele tem mais chances de ser bem-sucedido em alguns negócios relacionados com o atendimento à clientes que apreciem iguarias, como confeitaria, sorveteria e produtos similares. Contudo, o sucesso na vida não chegará a Howard apenas por causa de sua personalidade atraente e modos suaves. Ele será um bom empresário de primeira linha. A Lua é um dos significadores da Mente e está em Sextil com Saturno, o Planeta da prudência e da parcimônia. Isso proporcionará a Howard tato e diplomacia para que ele saiba como lidar e orientar os outros; isso proporcionará a ele as qualidades da atenção e do conservadorismo, da economia e do cuidado com todos os assuntos de negócios, de modo que tudo o que empreender está destinado a prosperar e ele, sem dúvida, assumirá uma posição de responsabilidade por si mesmo no mundo. A inquieta Lua em Oposição ao errático Urano indica suas falhas mais proeminentes como impaciência e inquietação, sempre que a menor limitação for colocada ante ele. Ele não pode e não suportará restrições; sob tal provocação ele se irritará e se tornará extremamente sarcástico. Esta é uma falha em um caráter que tem tudo para ser esplêndida que, talvez, vocês possam fazer muito para erradicá-la durante os anos da infância, pois está previsto que, a menos que isso seja corrigido, ele terá muitos problemas com os amigos e perderá o apoio das e respeito pelas pessoas que ele poderá ofender.
Também temos Júpiter, o Planeta da benevolência, em Oposição a Marte, o Planeta da energia dinâmica, e Netuno, o Planeta que indica fraude e logro, quando está sob tensão. Isso mostra que Howard, às vezes, será muito impulsivo em sua generosidade e que, por conta disso, está sujeito a sofrer de fraudes e desonestidade por parte de outras pessoas. O Sextil da Lua com Saturno, o Planeta da prudência, normalmente o protegerá, mas há momentos em que essa influência é enfraquecida pelos trânsitos e, então, os outros Aspectos podem torná-lo sujeito às já mencionadas adversidades por parte de pessoas inescrupulosas. Se ele souber disso, provavelmente, será capaz de se proteger contra isso.
No que diz respeito à saúde, vemos que a inquieta Lua está em Oposição ao espasmódico Urano em Leão, o Signo que governa o coração. Assim, esse órgão é marcado como um dos pontos fracos, e vocês farão bem em protegê-lo contra o esforço excessivo durante a infância; além disso, para alertá-lo de que o sofrimento inevitavelmente surge nos anos posteriores, quando o coração é muito exigido no início da vida. Temos Marte, o Planeta de energia dinâmica, em Conjunção com Netuno no Signo de Câncer, que rege o estômago. Isso mostra que Howard pode sobrecarregar seu estômago com coisas que são inadequadas para o seu organismo e sofrer por causa disso. Essa tendência, provavelmente, pode ser corrigida se vocês o ensinarem a seguir uma dieta simples durante a infância. Também vemos Saturno, o Planeta da obstrução, no Signo de Gêmeos, que rege os pulmões e em Oposição a Vênus, o Planeta que rege a circulação venosa. Isso mostra uma tendência ao frio no peito e deve ser corrigido ensinando-lhe um sistema de exercícios respiratórios, de modo que seus pulmões possam estar bem desenvolvidos durante a infância e a juventude. Se isto for feito, não há razão para que, com todas as boas indicações neste horóscopo, ele não seja um indivíduo saudável, mas é sempre melhor aplicar o máximo de prevenção antes que algo de natureza grave ocorra.
JOSEPHINE B. – NASCIDA EM 13 DE ABRIL DE 1915 ÀS 4:30 AM
EM SCHENECTADY, N.Y., EUA
No momento em que Josephine nasceu, encontramos quatro Signos Comuns nos ângulos com o Ascendente em Peixes e isso, geralmente, proporciona uma natureza preguiçosa e indolente; mas, nesse caso, notamos que são os últimos graus dos Signos que estão nos ângulos, de modo que, na realidade, eles não têm poder, pois os ângulos são ocupados pelos Signos Cardeais que proporcionam mais energia, vida e ação. Também encontramos cinco Astros agrupados na 1ª e na 12ª Casas, tornando a natureza focada em uma extensão considerável, e podemos primeiro notar que Mercúrio, o Planeta da razão e da expressão, está em Conjunção com a Lua, o Planeta da imaginação, em Áries, o Signo que governa a cabeça e o cérebro. O doador de vida, o Sol, está em Touro e em Sextil com Netuno, o Planeta da inspiração. Isso proporciona um caráter esplêndido e uma excelente mentalidade. Vocês descobrirão que Josephine tem uma natureza agressiva e ambiciosa, pronta para combater quaisquer obstáculos que a impeçam; muito inteligente e otimista, com plena confiança em sua própria habilidade.
Isso é um grande trunfo, pois há muitas pessoas que são muito capazes, mas não têm a confiança em si mesmas e o otimismo necessário para seguir em frente e ter sucesso na vida. Vocês também descobrirão que Josephine fala muito bem; na verdade, ela provavelmente se tornará uma palestrante inspiradora.
Há apenas um defeito em relação a isso: ela terá uma tendência a exagerar e a ser um tanto melindrosa; portanto, seria bom tentar prendê-la aos fatos como eles são e desencorajar os exageros desde a infância. Ela também tem um talento latente como musicista inspiradora; provavelmente sua melhor expressão será em instrumentos de cordas, pois essa parece ser a especialidade de Netuno. Vênus, o Planeta do amor e da arte, em Conjunção com Júpiter, o Planeta da benevolência, opulência, filantropia e boa camaradagem, proporcionará a ela muitos amigos do tipo mais desejável, e como Vênus é a senhora da Segunda Casa, governando as finanças, podemos também julgar que ela terá considerável sucesso financeiro, que usará em parte em sua própria maneira refinada para trazer beleza para sua vida, e em parte em esquemas filantrópicos e benevolentes. Essa também é uma boa indicação de sucesso no casamento, e todo o posicionamento das estrelas nessa parte do horóscopo indica uma conexão de maneira proeminente e prática com alguma sociedade ou movimento oculto.
Ela tem uma falha grave, indicada pelo turbulento, impulsivo e imprudente Marte em Quadratura com o obstrutivo, malicioso e rancoroso Saturno. Isso mostra que ela tem um temperamento muito ruim e uma tendência a manter rancor, mas como a configuração ocorre a partir de Signos Comuns, deve ser possível superá-la, e qualquer ajuda que vocês possam dar a Josephine, nesse sentido, tenderá a suavizar seu caminho na vida e torná-lo melhor para si mesma e para aqueles com quem ela entrar em contato. Uma expressão precipitada da qual a pessoa pode se arrepender, mesmo quando a avisa, pode desfazer uma amizade e um amor que levou anos para construir, de uma hora para outra. Portanto, trabalhe duro com ela a esse respeito.
Com relação à saúde, descobrimos que Josefina é de uma natureza muito sensível, conforme indicado pelo Sextil do Sol com Netuno e a Lua em Conjunção com Mercúrio. É provável que o problema surja de Netuno no Signo de Câncer, que governa o estômago. Isso mostra que é necessário cuidado com a alimentação, ou ela terá problemas de estômago.
Saturno, o Planeta das obstruções e resfriados, no Signo de Gêmeos, governando os pulmões, e em Quadratura com o inflamável Marte, mostra que há uma tendência a problemas naquele ponto, e recomendamos um clima mais ameno do que aquele em que vocês vivem, se isso for possível; caso contrário, certifique-se de que ela está bem protegida dos rigores do inverno. Vocês não precisam, no entanto, ficar indevidamente alarmados com essas tendências, pois com Marte, o Planeta da energia dinâmica e vitalidade, no Ascendente próximo à cúspide de Áries, seus poderes de recuperação serão tais que ela eliminará as doenças rapidamente e completamente.
M. B. R. – NASCIDO EM 21 de setembro de 1916 às 0:30 Pm
EM CHICAGO ILLINOIS, EUA
Esse pequeno companheiro chega até nós sem um nome, pois seus pais deixaram de fornecê-lo ao enviar a data de nascimento e podemos dizer que, à primeira vista, foi uma surpresa para nós que essa criança tenha sobrevivido ao nascimento, pois encontramos a Lua em Conjunção com a Cauda do Dragão saturnina e com Saturno, o Planeta da morte e obstrução, tudo na Oitava Casa, que é a Casa da morte. Entretanto, uma inspeção mais minuciosa do horóscopo mostra que o Sol, que é o doador da vida, está em Sextil a esses fatores da morte e, assim, a criança sobreviveu e provavelmente viverá até uma idade avançada, pois Saturno, sob bons Aspectos, fornece muita tenacidade persistente.
O Sol está muito elevado e próximo ao Meio do Céu, portanto, extremamente poderoso e em Sextil com Saturno, o Planeta da organização, do método, da habilidade mecânica, etc., e com a Lua, o Planeta da fecundação, que traz à vida e ação tudo o que é mostrado pelos outros Astros, indica que esse garotinho será dotado de várias virtudes cardeais que contribuem para o sucesso geral da vida, independentemente do fato de existirem vários testemunhos no horóscopo que apontam para o contrário. Sua principal falha é mostrada por Mercúrio, o Planeta da expressão, em Quadratura com a Lua e Saturno, o Planeta do engano.
Isso indica a tendência de ser falso e, como não pode haver sucesso na vida, a menos que seja baseado no firme fundamento de honestidade e integridade, os pais devem pegá-lo pela mão com muita firmeza e tentar erradicar essa falha, sempre que ela se mostrar. No que diz respeito à saúde, descobrimos que existem vários pontos fracos em seu horóscopo. A Lua, a Cauda do Dragão e Saturno estão em Câncer, o Signo que domina o estômago. Isso mostra uma tendência decidida a obstruir a função digestiva e exige o melhor cuidado em educá-lo na ciência da vida correta.
Obviamente, isso deve ser feito pelo exemplo: para as crianças, se lhes for negado o que seus pais apreciam e se deleitam, algum tempo depois satisfará seu próprio desejo pelos luxos que não lhes são dados na infância e, a partir daí um sentimento amargo em relação aos pais que os privam será alimentado. Também encontramos Urano, o Planeta da ação espasmódica, em Oposição a Vênus, que governa o sangue venoso. Vênus está em Leão, o Signo que governa o coração, e, portanto, podemos julgar que o coração do pequenino não é forte e que pode palpitar, a menos que seja tomado cuidado para instruí-lo, desde os primeiros anos da infância, a não se exercitar correndo, pulando ou qualquer outro movimento violento, acima de um determinado limite indicado por um cardiologista. Isso está a seu favor, no entanto, pois o Sol é o mais elevado de todos os Astro, enérgico e livre de todas as aflições, de modo que, mesmo quando a doença atingir o pequeno, ele logo se recuperará.
MARIE W. M. – NASCIDa EM 25 de Julho de 1913 às 8:20 PM
EM NEWARK, N.J., EUA
Na época do nascimento de Marie, o Sol estava em Sextil com Marte, e isso lhe proporciona uma disposição franca e aberta. Contundente, mas direta, ela é enérgica e ambiciosa, mas muito dominadora, portanto, sujeita a ter a antipatia dos outros. Isso se aplicará particularmente no lar, pois Saturno, o Planeta da obstrução e do egoísmo, está em Conjunção com Vênus, o Planeta do amor, em Gêmeos, o Signo da 3ª Casa, a Casa das irmãs e dos irmãos, e como esse Signo está na Cúspide da 4ª Casa, que indica o lar, podemos supor que toda a atmosfera doméstica será permeada por esse espírito de Maria, se ela permitir, mas claro, ela não deveria. É o dever de vocês como pais neutralizar esse egoísmo latente; nunca permita que ela negligencie compartilhar com os outros o que quer que seja dado a ela.
Se vocês persistirem nisso durante os primeiros sete anos da vida dela, é provável que o hábito de compartilhar seja formado e tornará a vida muito mais agradável para ela e aos que estão por perto. No horóscopo, o Sol sempre indica a individualidade e a Lua representa a personalidade. Aqui no horóscopo de Marie eles estão em Quadratura, mostrando que haverá uma luta constante entre a natureza superior e a inferior. Isso é realmente bom, pois indica que a alma está despertando para a vida superior e, no final, é obrigada a dominar os traços indesejáveis. Contudo, enquanto essa grande luta se trava, às vezes e por vidas, a personalidade, que é tudo o que costumamos ver, não nos atrai, pois, esses aspectos geralmente se manifestam de uma natureza vacilante, incapaz de chegar a conclusões e realizar um programa; eles estão sempre oscilando e tudo está em jogo.
Há uma oportunidade esplêndida para vocês, como pais, ajudarem essa alma que veio a vocês em busca de orientação. Durante os primeiros anos da infância, vocês podem fazer muito para ajudá-la a corrigir os defeitos latentes, por isso, quando Marie tiver tomado uma decisão, se é boa ou ruim em sua opinião, não permita que ela volte atrás na primeira decisão sem mostrar uma razão muito boa, pois mesmo que cometa um erro, aprenderá algo com isso e estará mais apta a formar uma conclusão correta da próxima vez. Urano é o Planeta do não convencional; está na 12ª Casa, que nos traz nossas tristezas e problemas, e está em Oposição ao Sol, que no horóscopo de uma mulher indica o marido. Isso mostra que se Maria conseguir se casar, apesar do fato de Saturno, o Planeta da obstrução, estar em Conjunção com Vênus, o Planeta do amor, o marido será um devasso, causando-lhe muita infelicidade, talvez até uma doença de uma natureza muito indesejável.
Portanto, é absolutamente essencial que ela aprenda profundamente o que é certo e errado quanto à relação dos sexos. No que diz respeito à saúde, encontramos o Sol, o dador da vida e Marte, o Planeta de energia dinâmica, em Sextil. Isso é bom, mas infelizmente é contrabalançado pela Quadratura entre os luminares; um Sol afligido sempre tem um efeito prejudicial sobre a saúde, e a Lua é o significador da saúde para uma mulher. Esses dois luminares estão adversamente configurados na 6ª Casa, que governa a saúde, e podemos, portanto, concluir que a constituição de Marie não é robusta; ela precisa de cuidados. O ponto fraco é mostrado por Saturno, o Planeta da obstrução, que está no Signo de Gêmeos, que rege os pulmões.
Marte também está prestes a entrar nesse Signo. Isso significa que Maria deve ser cuidadosamente protegida contra gripes, mas não adianta transformá-la em uma planta de estufa. É melhor se esforçar para fortalecê-la. A aflição do Sol no Signo de Leão, que rege o coração, particularmente sua Oposição a Urano, o Planeta da excitabilidade, mostra que há uma tendência à palpitação; portanto, Maria deve fazer exercícios mais suaves para promover a saúde. E por último, mas não menos importante, encontramos uma aflição latente que nos alegra com o privilégio de escrever este horóscopo e ajudar um semelhante. Neste horóscopo, o quente e inflamatório Marte está no conglomerado nebular do Zodíaco chamada Plêiades (Touro, 29°).
Também encontramos o ardente Sol em outro conglomerado nebular chamado Ascelli (Leão 6°), em Quadratura com a Lua e em Oposição a Urano. Isso nos mostra que há uma fraqueza latente nos olhos de Marie, que vocês devem observar com muita atenção e de perto, para que na primeira manifestação possam ser dados, de acordo com as orientações de um oftalmologista experiente, para salvaguardar a visão dela e prevenir quaisquer complicações graves que possam resultar por negligência. Nesse ínterim, a mantenha longe do brilho do Sol, especialmente do reflexo na neve, tanto quanto possível, e usem todos os meios de bom senso que sua razão possa sugerir para impedir que a tendência latente se manifeste. Se vocês fizerem sua parte, Marie provavelmente nunca terá problemas sérios, mas negligenciar é perigoso.
May M. D. – NASCIDA EM 17 de março de 1909 às 7:30 AM
EM KENNETH, CALIFÓRNIA, EUA
No momento do nascimento de May, quatro Signos Cardinais (ou Cardeais) estavam nos ângulos, indicando que a sua vida seria ativa e, também, encontramos o Sol, que é o doador da vida, e traz ação para a nossa existência, em Sextil com a Lua e Urano, o Planeta da originalidade e intuição. Isso confere a May uma natureza original, intuitiva, mas um tanto independente e não convencional. Ela irá querer ter a sua própria opinião sobre as coisas e moldar seu próprio curso na vida sem ouvir sugestões das pessoas que possam impedir ou interferir. Isto é muito bom, pois há muitas pessoas no mundo que desejam preguiçosamente serem bem-sucedidas, mas que não se esforçam e nem se motivam para alcançar isso e, por isso, nunca conseguem. Existe, é claro, o perigo daquelas pessoas com o mesmo temperamento de May também chegarem aos extremos, mas se elas puderem continuar no rumo certo, elas se beneficiarão a si mesmo e beneficiarão as outras pessoas com quem entrarem em contato.
Agora que vocês conhecem essa tendência, provavelmente também poderão ajudá-la durante os anos da infância a formar suas ideias e ideais, de tal maneira que ela não se torne extremista. Essa configuração também fornece a May uma inclinação distinta em relação ao lado oculto da natureza, a fim de que ela possa desenvolver a sua capacidade intuitiva e, dessa forma, ela saberá, sem sombra de dúvidas, qual é a linha de ação correta que deve seguir. Esse é um Aspecto esplêndido para ser bem-sucedida na vida e ter popularidade; infunde à personalidade uma energia e um magnetismo que não deixarão de atrair os outros e, assim, ela colherá benefícios com isso.
Também encontramos Vênus, o Planeta do amor e da atração, em Sextil com Marte, o Planeta da energia dinâmica. Isso mostra que May pode depender de circunstâncias financeiras confortáveis. Ela terá um poder aquisitivo esplêndido, mas também uma tendência a gastar seus recursos o mais rápido possível. É provável que ela seja um excelente exemplo do velho ditado: “o que vem fácil, vai fácil”. E isso também se aplica em outra direção, pois a torna um tanto quanto perigosamente atraente para o sexo oposto. Dizemos “perigosamente” porque Marte, altamente Elevado na 10ª Casa do horóscopo de uma mulher, sempre a sujeita a calúnias e aos escândalos.
Além disso, encontramos Saturno, o Planeta da obstrução, em Quadratura com Marte e Mercúrio, o Planeta da mentalidade, em Oposição a Júpiter, o Planeta da autoindulgência, na 5ª Casa, governante do namoro e dos filhos. Portanto, vocês devem ensinar May a ser muito cautelosa em suas ações e a evitar até qualquer comportamento que alguém possa achar que é mau, não apenas fugindo daquilo que é mau, como fugindo daquilo que parece mal, para que ela possa escapar da tristeza profunda e dos problemas que sempre estão relacionados à indiscrição, seja a censura real merecida ou não.
Falamos no início dessa interpretação astrológica da intuição de May, mas há outro Aspecto que modifica isso, desde que ela responda a essa influência. Isto é Mercúrio em Oposição a Júpiter, que está no Signo Mercurial de Virgem. Isso incrementa a sua mentalidade e a torna mais alerta, mas também a deixa vacilante e com medo de confiar em sua intuição. Portanto, ela tenderá a perder oportunidades, deixando-as escapar ou tomando decisões ou fazendo mudanças infelizes. Se vocês puderem ensiná-la a confiar sempre em sua primeira impressão, independentemente de qualquer coisa que ela possa pensar ou sentir posteriormente, vocês a ajudarão a superar esse problema. Ela também tem uma falha de fazer as coisas com pressa, e daí gerar maus resultados, devido à tendência de se tornar zangada repentina e facilmente, se apegando demais aos seus erros, ainda que supostos. Esta é uma condição muito infeliz e, quando a virem com esse humor, tentem fazê-la se libertar e mostrar-lhe o perigo, assim que tiver idade suficiente para compreender isso.
Com relação à saúde, descobrimos que Saturno em Áries, o Signo que governa a cabeça, em Quadratura com Marte, a tornará sujeita a dores de cabeça, constipação das fossas na cabeça, prurido no nariz e olhos lacrimejantes. A razão pode ser encontrada no fato de que Saturno, o Planeta da obstrução, também está em Quadratura com Netuno no Signo de Câncer, que governa o estômago. É necessária atenção à dieta desde a mais tenra infância e, se ela for educada com uma seleção muito simples de alimentos, com o máximo de exercícios ao ar livre possível, provavelmente, evitará que essa tendência se desenvolva.
Mildred B. – NascidA EM 6 de abril de 1905 às 11:15 AM
EM WICHITA, KANSAS, EUA
Aqui temos uma jovem interessante que é uma musicista natural inspirada, como mostram os quatro Astros em Touro, o Signo da arte e da música. Encontramos Vênus, o Planeta do amor e da harmonia, Essencialmente Dignificado em Touro; também encontramos a Lua, o Astro da fecundação, que frutifica tudo na Terra, inclusive os talentos. Há Mercúrio também, o Planeta da expressão e da destreza, proporcionando a Mildred não apenas a capacidade de aprender e amar a música, mas de como se apresentar e expressar em si mesma; e por último, não menos importante, Júpiter, o Planeta da devoção e dos ideais.
Esses Astros estão todos na 11ª Casa, que rege esperanças, os desejos e as aspirações, mostrando que os ideais e ambições de Mildred serão realizados e, também, podemos dizer que o Sol está em seu Signo de Exaltação, Áries, onde é muito forte e poderoso. O Sol percorre um grau por ano, aproximadamente, a partir do momento do nascimento. Assim, aos catorze anos de idade, ele entrará no Signo de Touro, e aos dezoito forma uma Conjunção com Mercúrio, depois com a Lua, depois com Júpiter e depois com Vênus. Assim, dos dezoito aos vinte e cinco anos, Mildred pode esperar que seus sonhos se realizem da maneira mais bela e, aos vinte e nove, quando o Sol estiver em Conjunção com Vênus, ela encontrará um companheiro de vida e conquistará os desejos de seu coração, pois o Sol em um horóscopo feminino sempre significa o parceiro do casamento.
Mildred não é aquela pessoa que flutua nos céus e de meros sonhos, pois Saturno, o Planeta do tato e da diplomacia, da concentração, da organização, da virtude, etc., está em Sextil com Mercúrio, a Lua e Júpiter. Isso lhe proporciona uma cabeça fria e claros poderes de raciocínio. No entanto, há um “mas” em tudo isso e um “se”. Ou seja, descobrimos que o Sol, que é o doador da vida, e Marte, o Planeta da energia dinâmica, estão sem Aspectos. Ambos são fortes, o Sol está altamente elevado e Exaltado e Marte está Essencialmente Dignificado em Escorpião, mas, como estão sem Aspectos não são fatores tão fortes no horóscopo, como quando estão formando Aspectos com outros Astros.
Portanto, ela pode não ter ou expressar a energia adequada necessária para obter o melhor de sua vida e deve perceber claramente que o horóscopo mostra apenas tendências, mas não faz as coisas acontecerem, a menos que trabalhemos para isso. É necessário que todos ajudem os seus Astros; pois do contrário eles não poderão nos ajudar. Vamos dar uma ilustração, como exemplo: o sistema humano é automático em grande parte e, quando nos acostumamos a jantar às doze horas, automaticamente sentimos fome naquele momento. Assim, somos ansiados por esse desejo de comida para ir buscar o nosso jantar; mas, embora o desejo possa aparecer, a menos que caminhemos para a mesa e façamos o trabalho físico de comer e mastigar nossa comida, a fome permanecerá. É o mesmo com os Aspectos no horóscopo. Eles darão o impulso interno e a oportunidade para a realização de toda qualidade e tudo de bom ou ruim, mas, a menos que nós mesmos ajudemos a trazer essas coisas, eles permanecerão latentes. Mildred agora tem idade suficiente para entender esse ponto e perceber que ela mesma deve fazer algum trabalho ou, caso contrário, as coisas que a representam no horóscopo podem não acontecer.
Ela não pode desenvolver suas faculdades musicais simplesmente -se sentando e sonhando com o dia em que estará em uma grande sala de concertos, onde ela será o centro das atenções de todos os olhos e ouvidos, enquanto reproduz sinfonias maravilhosas. Ela deve seguir o curso habitual e começar com pequenas coisas, antes de poder fazer as melhores. Ela deve focar no trabalho e, com o tempo, realizará seus objetivos. Os pais devem estimulá-la e incentivá-la a estudar, de todas as maneiras possíveis.
Ela será mais atraída e mais bem-sucedida em abranger o lado devocional da música, particularmente em instrumentos parecidos com o órgão de tubos. Isso é demonstrado pela colocação de Saturno na 9ª Casa, regendo na igreja ou em uma obra religiosa, e a inspiração vem de seu Trígono com Netuno em Câncer, o Signo psíquico inspirado. Na época do nascimento de Mildred, Netuno estava ascendendo em Câncer. Essa configuração sempre proporciona uma tendência a resfriados e Câncer é um Signo de pouca vitalidade; portanto, é bom proteger Mildred contra essas tendências. Isso também tende a causar problemas no estômago e Marte em Escorpião é capaz de produzir hemorroidas, se seu desejo por alimentos altamente condimentados for realizado.
Miska Maria D. – NASCIDA EM 28 de outubro de 1901 às 11:00 PM
EM DENVER, COLORADO, EUA
Pelo seu horóscopo, vemos que a Lua e Mercúrio estão sem Aspectos com Astros. Isso dificultará o trabalho mental para você, embora o Sol e Mercúrio estejam no Signo marcial de Escorpião e, assim, energizem a Mente, em certa
medida. Contudo, para compensar esse presságio desfavorável, encontramos Urano, o Planeta da intuição, em Conjunção com Marte, o Planeta da energia dinâmica na nona Casa, no Signo de Sagitário, que governa a Mente. Portanto, você tem a capacidade de entender as coisas de maneira intuitiva e possui uma mentalidade muito original, o que resulta em não ser necessário que você utilize o processo mais lento ou de raciocinar sobre as coisas. Você sempre pode depender de sua primeira impressão e descobrirá que isso será prejudicial, se você não agir de acordo com os estímulos daquela voz interior.
Saturno, o Planeta da obstrução, está em Conjunção com Júpiter, o Planeta da lei, religião e filosofia no Signo saturnino de Capricórnio. Isso também afeta sua Mente. Isso irá estabilizá-la para que você não seja susceptível de sair pela tangente. Todos os Astros, exceto a Lua e Netuno, estão agrupados em torno da quarta, quinta e sexta Casas e, ao nosso ver, o interesse centra-se na quinta Casa, que tem a ver com o ensino e a diversão, as atividades educacionais, etc. Lá encontramos Urano, o Planeta da originalidade, em Conjunção com Marte, o Planeta da energia dinâmica, e Vênus, o Planeta da harmonia.
Isso mostra que o ensino será uma boa vocação para você, mas não o ensino na escola comum. Você seria mentalmente incapaz de praticar isso e se desgastaria à toa. Sua capacidade segue linhas originais de expressão, cultura física, higiene e dieta. O Sol e Mercúrio em Escorpião lhe proporcionarão uma inclinação nessa direção e Saturno, em Conjunção com Júpiter, na sexta Casa, a ajudará a permanecer em tudo o que empreender, de modo que você alcance o sucesso na empreitada.
No que diz respeito ao casamento, recomendamos que você não entre nesse tipo de relacionamento, devido às configurações da quinta Casa, já mencionadas. Você acharia extremamente difícil se associar a rapazes sem se arriscar. Existe uma condição de perigo e trapaça nas relações ou no namoro e no casamento, se isso acontecer, que achamos melhor que você não a faça,
pelo menos até os anos mais maduros; além disso o seu horóscopo também mostra alguma dificuldade por problemas no parto.
MURIEL P. – NASCIDA EM 23 de abril de 1905 às 0:15 AM
EM BROOKLYN, NY, EUA
Aqui temos uma mocinha com um calibre mental muito incomum, pois vemos que Saturno, o Planeta da premeditação e concentração, está em Sextil com Urano, o Planeta da intuição, e em Trígono com Netuno, o Planeta da percepção espiritual, também em Sextil com o Sol que proporciona a vida e com Mercúrio, o Planeta da razão. Não há realmente nenhum superlativo na linguagem que seja suficientemente forte para transmitir uma ideia de como é essa Mente, e não sabemos como descrevê-la. Todos nós sabemos o que é a razão, o que é a premeditação, mas juntá-los à intuição e à percepção espiritual e amalgamar tudo isso em uma única Mente humana pode torná-la nada mais, nada menos do que sublime. E isso não é tudo, pois Vênus, o Planeta do amor, e Júpiter, o Planeta da benevolência, estão em Conjunção, e em Sextil com Netuno e em Trígono com Urano. Portanto, Muriel deve ter um caráter de rara beleza, que é muito difícil ser encontrado nesse Planeta de profunda tristeza, ou seria transformado em um jardim de regozijo.
Verificamos, também, que ela possui um dos mais belos talentos latentes, a saber, a música de natureza altamente inspiradora, como mostrado por Vênus, o Planeta do amor e da arte, em Sextil com Netuno, o Planeta que parece ser o transportador da música inspiradora. Vênus também está em Trígono com Urano, o Planeta da originalidade. Isso mostra que ela não será uma imitadora, mas uma criadora original, capaz de compor sua própria música, trazendo do Mundo Celestial os acordes que ouve. Além disso, vemos que Vênus, o Planeta da arte, está Essencialmente Dignificado em seu próprio Signo, Touro, que governa a garganta e em Conjunção com Júpiter e com Mercúrio, o Planeta da expressão, também em Sextil com Netuno e em Trígono com Urano. Isso mostra que ela tem uma voz de calibre muito incomum, que deve ser treinada.
Contudo, toda rosa tem seus espinhos, nada e ninguém é totalmente bom nesse mundo; todo mundo tem pontos fracos, uns mais outros menos, e vemos Marte, o Planeta da energia dinâmica, embora esteja altamente Elevado e Essencialmente Dignificado em seu próprio Signo, Escorpião, está sem Aspecto e Retrógrado. Isso tira a qualidade de ser forte de Muriel. Também vemos que a Lua, que é o significador da saúde para a mulher, está confinada e sem Aspecto na 12ª Casa, indicando o confinamento e a restrição devido a imperfeições corporais. Então, também vemos Urano, o Planeta errático e espasmódico, no fraco Signo de Capricórnio, próximo do Ascendente e em Oposição a Netuno, o Planeta do caos e da angústia, no Signo de Câncer, que rege o estômago.
A julgar por esses sinais, descobrimos que Muriel é de uma natureza extremamente tensa, que há uma fraqueza dos órgãos digestivos, que se manifestará em desarranjo nervoso, e que, como consequência, ela pode ser confinada em hospitais para seu grande detrimento.
Portanto, advertiríamos os pais, quando a doença acontecesse, para que tivessem muito cuidado com a dieta de Muriel e nunca permitissem que ela fosse retirada do lar para esse tipo de tratamento, pois com os dois benéficos Planetas na Casa do lar (Júpiter e Vênus) e o dador de vida Sol e Mercúrio próximos à cúspide da 4ª Casa, é certo que ela se recuperará muito mais rapidamente no seu lar do que em qualquer outro lugar e, assim, isso a poupará de muito sofrimento desnecessário, pois seu corpo está muito fraco e precisa de todos os cuidados ternos que podem ser prestados até que ela atinja a maturidade e seja capaz de cuidar de si mesma.
F I M
[1] N.T.: além de preferir alimentos em temperatura ambiente ou mornos (não muito quentes), aqui prefira os seguintes alimentos: frutas como bananas, morangos, melancias, kiwi, damascos; leites e iogurtes; chá verde frio; vegetais como: cenouras, cogumelos, tomates, aspargos, alface e beringela. Evitar, por não fazer parte de uma dieta fria, ou comer o mínimo necessário: cebolas, pimentas, alhos, gengibre, batatas, brócolis, espinafres, feijões, maçãs, laranjas, mangas, mostarda.
Como indicado no Livro: Mensagem das Estrelas, Capítulo XVIII, A Doutrina da Delineação em Poucas Palavras (para acessá-lo clique aqui), Max Heindel utilizou a técnica da combinação das palavras-chave de todos os outros Astros e Aspectos da Tabela que consta naquele capítulo para fazer as interpretações desses horóscopos e sugere que os Estudantes Rosacruzes também o façam. Nas palavras dele: “Isso os capacitará a uma boa leitura de qualquer horóscopo, mesmo com pouca prática. Para mais demonstrações práticas desse método sugerimos aos Estudantes que examinem os horóscopos de crianças publicados nos Livros Interpretações Astrológicas de Temas de Criança. Esses horóscopos constituem uma fonte de ensino que nenhum Estudante Rosacruz desejoso de se aperfeiçoar na ciência estelar pode dispensar. As palavras-chave proporcionarão o que foi dito a respeito da natureza geral dos Astros sob consideração; isso ele poderá combinar com a natureza dos Signos e das Casas em que os Astros estão, caso queira uma interpretação completa.”.
Essas interpretações astrológicas dos horóscopos feitas por Max Heindel, mensageiro dos Irmãos Maiores da Rosacruz e fundador da Fraternidade Rosacruz, foram publicadas primeiramente na Revista da Fraternidade Rosacruz, Rays from the Rose Cross, durante os anos de 1918 e 1919.
Não foram impressas anteriormente em formato de livro, mas a base espiritual de sua apresentação, juntamente com sua clareza e concisão, as fez merecedoras de uma audiência maior.
Acreditamos que todos os Estudantes de Astrologia irão achar o estudo dessas vinte e oito delineações de um valor especial para aprender a interpretar corretamente os diferentes Aspectos dos Astros, assim como a sintetizar o mapa como um todo.
O conselho sábio dado aos pais das crianças representadas é outro recurso valioso dessas leituras.
“Se você é um pai ou uma mãe o horóscopo ajudará você a detectar as más intenções em seu filho ou sua filha e ensinará você como é melhor “prevenir do que remediar”. Também mostrará a você os pontos positivos nele ou nela, de modo que você possa ajudar a formar, a partir do seu filho ou filha, um homem ou uma mulher bem melhor, com o Ego que lhe foi confiado. O horóscopo lhe revelará fraquezas sistemáticas e permitirá que você proteja a saúde do seu filho ou da sua filha; mostrará quais talentos existem e como a vida pode ser vivida em toda a sua plenitude. Portanto, a mensagem dos Astros que estão em marcha é tão importante que você não pode se dar o luxo de ignorar isso tudo.”
Max Heindel
Oceanside CA, Setembro de 1915
1. Para fazer download ou imprimir:
Interpretações Astrológicas de Temas de Crianças – Vol. V – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
2. Para estudar no próprio site:
INTERPRETAÇÕES ASTROLÓGICAS DE TEMAS DE CRIANÇAS
Por
Max Heindel
VOLUME 5
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido e Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, Rays from the Rose Cross 1918 a 1919 editada por The Rosicrucian Fellowship
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
PREFÁCIO
Esse é o quinto volume das interpretações astrológicas dos horóscopos feitas por Max Heindel, mensageiro dos Irmãos Maiores da Rosacruz e fundador da Fraternidade Rosacruz. Elas foram publicadas primeiramente na Revista da Fraternidade Rosacruz, Rays from the Rose Cross, durante os meses de janeiro de 1918 a julho de 1919.
Não foram impressas anteriormente em formato de livro, mas a base espiritual de sua apresentação, juntamente com sua clareza e concisão, as fez merecedoras de uma audiência maior. Acreditamos que todos os Estudantes de Astrologia irão achar o estudo dessas vinte e oito delineações de um valor especial para aprender a interpretar corretamente os diferentes Aspectos dos Astros, assim como a sintetizar o mapa como um todo. O conselho sábio dado aos pais das crianças representadas é outro recurso valioso dessas leituras.
“Se você é um pai ou uma mãe o horóscopo ajudará você a detectar as más intenções em seu filho ou sua filha e ensinará você como é melhor “prevenir do que remediar”. Também mostrará a você os pontos positivos nele ou nela, de modo que você possa ajudar a formar, a partir do seu filho ou filha, um homem ou uma mulher bem melhor, com o Ego que lhe foi confiado. O horóscopo lhe revelará fraquezas sistemáticas e permitirá que você proteja a saúde do seu filho ou da sua filha; mostrará quais talentos existem e como a vida pode ser vivida em toda a sua plenitude. Portanto, a mensagem dos Astros que estão em marcha é tão importante que você não pode se dar ao luxo de ignorar isso tudo.”
Max Heindel
Oceanside CA, Setembro de 1915
ÍNDICE
WILMA T. – NASCIDA EM 16 DE ABRIL DE 1911 ÀS 2:15 AM… 6
WILLIAM M. MCM. – NASCIDO EM 2 DE MAIO DE 1913 ÀS 5:18 PM… 9
ROBERT SCHWARTZ – NASCIDO EM 16 DE JUNHO DE 1903 ÀS 11:00 AM… 12
PETER D. F. – NASCIDO EM 23 DE OUTUBRO DE 1914 ÀS 7:15 AM… 15
SORAB R. A. – NASCIDA EM 7 DE NOVEMBRO DE 1916 ÀS 1:00 AM… 18
PORTER R. D. – NASCIDO 6 DE NOVEMBRO DE 1913 ÀS 6 PM… 20
WILLARD H. – NASCIDO EM 11 DE NOVEMBRO DE 1912 ÀS 8:30 AM… 23
O FILHO DE ROBERT G. – NASCIDO EM 3 DE JULHO DE 1916 ÀS 3:20 PM… 26
SETON C. – NASCIDO EM 9 DE OUTUBRO DE 1908 ÀS 7:15 PM… 29
SAMUEL R. – NASCIDO EM 21 DE MARÇO DE 1909 ÀS 3:45 AM… 33
PETER C. – NASCIDO EM 20 DE MAIO DE 1916 ÀS 12:25 PM… 36
RUDOLF W. – NASCIDO EM 15 DE JANEIRO DE 1903. 40
NEELTJE B. – Nascida em 12 DE AGOSTO DE 1.911 ÀS 7:27 AM… 44
DAVID V. C. – 9 DE MARÇO DE 1914 ÀS 8:40 PM… 48
IAN H. H. – NASCIDO EM 20 DE ABRIL DE 1917 ÀS 6:36 AM… 51
HAZEL IRENE M. – NASCIDA EM 13 DE FEVEREIRO DE 1911 ÀS 7:30 AM… 55
MARY A. McK. – NASCIDA EM 10 DE FEVEREIRO DE 1917 ÀS 12:07 am… 59
RUTH ELIZABETH A. – NASCIDA EM 1 DE DEZEMBRO DE 1915 ÀS 9:30 AM… 63
MARSHALL RIDDLE Il – Nascido em 23 DE MAIO DE 1913 ÀS 11:54 PM… 66
RUBY ALBERTA E., NASCIDA EM 10 DE MARÇO DE 1915 ÀS 2:45 PM… 69
JEAN A.B. – NASCIDA EM 12 DE JULHO DE 1908 ÀS 7:00 AM… 72
HATTIE D. – NASCIDO EM 7 DE FEVEREIRO DE 1912 ÀS 10:00 Pm… 74
DANIEL HALL N. – NASCIDa EM 23 DE MAIO DE 1908 ÀS 8:35 AM… 76
CLIFFORD B. – NASCIDo EM 7 DE JULHO DE 1908 – 7:30 pM… 79
BERYL A. A. – NASCIDA EM 23 DE NOVEMBRO DE 1914 ÀS 6:30 AM… 82
ALICE M. – NASCIDA EM 8 DE OUTUBRO DE 1918 ÀS 1:26 AM… 84
MARGUERITE HW. – NASCIDA EM 18 DE DEZEMBRO DE 1912, ÀS 11:35 AM… 87
WILMA T. – NASCIDA EM 16 DE ABRIL DE 1911 ÀS 2:15 AM
EM CHICAGO, ILLINOIS, EUA
Aqui temos uma jovem menina com os quatro Signos Fixos nos ângulos e Marte, o Planeta da energia dinâmica, no Ascendente em Sextil com o Sol. Isso lhe concede uma natureza muito definida e determinada, que apesar de todos os obstáculos, a fará seguir em frente em tudo o que ela decidir, e que a municia de uma quantidade enorme de força para executar seus planos e, certamente, irá remover quaisquer obstáculos do caminho para ser bem-sucedida. Essa pode ser uma boa característica ou não, levando em conta as direções das energias escolhidas por ela e, portanto, esse deve ser o objetivo de vocês: orientá-la, cuidadosamente, durante os anos vindouros, enquanto a natureza ainda é um tanto plástica, pois vocês podem preparar a sua Mente para quando chegar o dia, e esse não estará longe, quando vocês nunca mais serão capazes de influenciá-la em particular e, o mais grave é que ela poderá agir sob um impulso de forma considerável, como mostra o fato de Urano, o Planeta da atividade relâmpago, estar em Quadratura com o Sol, que indica a individualidade, e Marte, o Planeta do impulso, estar em Quadratura com a Lua, que indica a personalidade.
Essa Lua afligida em Escorpião, o Signo que governa o sexo, está altamente elevada no Meio do Céu, mostrando a probabilidade de um escândalo em algum momento da vida. Não é agradável dizer isso, mas vocês nos procuraram em busca de ajuda e seríamos negligentes em nosso dever, se não os alertássemos sobre as tendências iminentes. Vocês, ainda, têm alguns anos em que poderão ajudar a moldar a sua personalidade e cabe a vocês empreender o ensino adequado e ajudá-la pelo exemplo correto, o máximo possível, a superar as tendências assinaladas. Caso não consigam ajudá-la no todo, pelo menos podem modificá-las bastante. Vocês não devem inferir ou concluir do que foi exposto sobre Wilma de que ela tenha o que, geralmente, chamamos de mau caráter; longe disso, ela é realmente o contrário disso, mas ela tem e expressa alguns ideais muito elevados sobre os genes, a hereditariedade e a variação dos organismos e a forma como estes transmitem as características biológicas de geração para geração e sobre as relações sexuais. Disso ela fará uma religião e se esforçará para expressá-la, independentemente das convenções da atualidade.
Isso é demonstrado por Júpiter, o Planeta da lei, ética e filantropia na 9ª Casa em Escorpião, o Signo que governa os órgãos geradores e em Oposição a Saturno, o Planeta da obstrução e a Mercúrio, o Planeta da razão na 3ª Casa, indicando vizinhos, amigos, irmãos, irmãs, etc. e, também, pelo Sol, que representa a individualidade, em Quadratura com Urano, a oitava de Vênus e regente dos impulsos idealistas do amor. Urano está na 12ª Casa, a Casa das grandes tristezas, dificuldades e do fazer as coisas que você é obrigada a fazer, mesmo não querendo, e, portanto, todos os sinais apontam para o fato de que existem situações em que ela poderá ser prejudicada indevida, maliciosa ou intencionalmente, devido a esses ideais. Marte, o Planeta do impulso, em Quadratura com Vênus, o Planeta do amor, também mostra que a aflição e a angústia estarão presentes na vida dela. Contudo, Vênus em Trígono com sua oitava mais elevada, Urano, mostra que, apesar disso, Wilma terá uma satisfação apropriada a sua a vida, que a compensará por qualquer coisa que nós, do ponto de vista convencional, poderíamos considerar como um infortúnio.
Ela será uma líder e a sua vida será muito ativa, de modo que, do ponto de vista espiritual, sua vida será frutífera, o que, afinal de contas, é o que realmente importa. Com relação à saúde, vemos que a Lua, que governa as funções femininas, está em Escorpião, que governa os órgãos geradores, e em Oposição a Vênus, que governa a circulação do sangue. Também vemos que Júpiter, o Planeta que governa a circulação arterial, está em Escorpião e em Oposição a Saturno, o Planeta da obstrução, e a Mercúrio. Isso mostra que Wilma é suscetível a problemas e obstrução na menstruação. Vocês, também, devem tomar cuidado em relação a constipações, advinda de inflamações da garganta, porque Saturno, o Planeta das constipações, está em Touro; mas como o Sol, o doador da vida, e Marte, o doador de energia, estão em Sextil, Wilma terá uma vitalidade superabundante e dominará facilmente quaisquer comprometimentos das funções fisiológicas que afetem partes ou todo o seu organismo, de modo que sua vida será, em geral, uma vida de boa saúde.
WILLIAM M. MCM. – NASCIDO EM 2 DE MAIO DE 1913 ÀS 5:18 PM
EM SAN DIEGO, CALIFÓRNIA, EUA
Esse é outro jovem afortunado, do ponto de vista mundano, pois Júpiter, o Planeta da opulência, está em Trígono com o Sol e o Aspecto ocorre nos Signos de Terra. Isso mostra que poderá ser bem-sucedido de modo geral na vida e, também, na aquisição de coisas materiais – finanças e propriedades. Também que a vida parecerá repleta de coisas boas; prazeres e prosperidades o acompanharão o tempo todo. Urano, o Planeta da intuição, está em Sextil com a Lua, um dos significadores da Mente, e em Trígono com Saturno, o Planeta da organização, ponderação e deliberação.
Isso lhe proporcionará uma perspectiva aguçada nos negócios, de modo que, sem precisar raciocinar muito, ele sempre saberá se uma proposta é ou não a seu favor. Vocês descobrirão que ele tem uma voz que vale a pena cultivar, pois o Sol e Vênus estão em Touro, um Signo de Vênus, um Signo da voz e expressão, e Vênus também é o Regente do Ascendente, Libra, outro Signo da voz, e que também indica o público. Marte, o Planeta da energia dinâmica, está em Sextil com Vênus na 5ª Casa, o que indica prazeres, teatros, locais de entretenimento etc., e, portanto, achamos que ele terá sucesso na profissão teatral e isso o ajudará, se vocês trabalharem na sua educação tendo isto como objetivo.
Suas falhas são mostradas, em primeiro lugar, por Júpiter, o Planeta da lei, ordem e ética, em Quadratura com Mercúrio, o Planeta da razão e da expressão, e em Oposição a Netuno, a oitava mais elevada de Mercúrio. Isso mostra uma tendência à falsidade e a desconsiderar as promessas feitas por ele. Obviamente, vocês saberão como lidar com essa falha latente. Marte, o Planeta do impulso e da imprudência, em um Signo de Água, particularmente em Peixes, como aqui é o caso, proporciona uma tendência à indulgência para bebidas alcoólicas fortes e está em Sextil com Vênus, que está em Touro, o Signo que governa o garganta e palato.
Isso mostra que William gosta muito dos prazeres da mesa, coisas boas para comer e beber, vinho, mulheres e música; mas se lhe for ensinado e indicado a vida simples na infância, ele poderá evitar muita tristeza e muito sofrimento, pois, naturalmente há consequências tanto físicas e como morais que se segue à indulgência excessiva. No que diz respeito à saúde, descobrimos que William é singularmente abençoado, pois o Sol, no forte e vital Signo de Touro e em Trígono com Júpiter, lhe confere uma habilidade física da saúde e do seu corpo em lutar contra as doenças muito robusta e ele nunca se tornará um inválido crônico; mas Urano, o Planeta da ação espasmódica, em Quadratura com o Sol, em Touro, que governa a garganta, mostra que ele estará sujeito a períodos de tosse, e Saturno em Gêmeos, que governa os pulmões, mostra que há uma possibilidade de congestões nessa parte.
“É melhor prevenir do que remediar” e, portanto, esses ataques agudos podem ser evitados pelo cuidado que todos deveriam dar a si mesmos. Quem adota a profissão vocal deve, em particular, tomar muito cuidado com essas partes.
ROBERT SCHWARTZ – NASCIDO EM 16 DE JUNHO DE 1903 ÀS 11:00 AM
EM COLUMBUS, OHIO, EUA
À primeira vista, esse horóscopo pareceria enfraquecido, porque há quatro Signos Comuns nos ângulos; Virgem está no Ascendente. Porém, após uma inspeção mais detalhada, fica claro que Robert tem uma Mente acima do padrão que se vê. Mercúrio, o Planeta da Razão, está em seu próprio Signo, Gêmeos, altamente elevado no Meio do Céu. Está em Trígono com Saturno, o Planeta da premeditação e concentração, que está no Signo intelectual de Aquário e, também com Marte, o Planeta da Energia Dinâmica, que está no Signo Cardeal de Libra, na Segunda Casa.
Assim, Robert tem a energia necessária tanto para ser bem-sucedido na vida como a capacidade de exercitar a razão e a premeditação em relação aos problemas que a pessoa enfrenta na vida cotidiana, de modo que ele será levado a obter sucesso em qualquer vocação que possa escolher. No entanto, uma coisa sobre a qual vocês devem alertá-lo é que, não importa o que ele empreenda, ele deve fazê-lo sozinho e nunca, sob nenhuma circunstância, nutrir a ideia de parceria com outra pessoa, pois descobrimos que Júpiter, o Planeta da benevolência, opulência e, geralmente, o Bom Companheiro, está na Sétima Casa, que governa as Parcerias, mas em Quadratura com o Sol e o traiçoeiro Urano. Isso significa que, desde que Robert trabalhe sem sócios ou parceiros, é provável que seja bem-sucedido, mas no momento em que leva alguém com ele, a traição e a duplicidade inexplicável dessa pessoa trarão problemas para ele.
Infelizmente, essa posição também é uma má indicação de um casamento bem-sucedido, e descobrimos que Vênus, o Planeta do Amor, está em Oposição a Saturno, o Planeta da Obstrução, na Quinta Casa, governando os namoros, de modo que será difícil, se não impossível, que Robert encontre uma parceira na vida e, se ele conseguir, contra todos os sinais improváveis, quando o casamento for consumado, ele ficará em pior situação, e a união, provavelmente, será dissolvida no tribunal por meio de divórcio, indicado pela Quadratura de Júpiter com Urano. O Sol, que proporciona a vida e Mercúrio, o Planeta da Destreza, está altamente elevado em Gêmeos, o Signo que governa as mãos. Isso garante a Robert um crescimento na vida pelo favor dos que têm autoridade.
O Sextil de Vênus, o Planeta da Beleza, com Mercúrio, além da destreza, proporcionará a ele um modo agradável de expressão e competência, e atraindo muito favor para ele, além de confortos financeiros, pois Vênus também é Regente de Libra, o Signo que está na cúspide da segunda Casa, que governa os assuntos financeiros. Com relação à saúde, descobrimos que Vênus, o Regente da circulação venosa, está em Leão, o Signo que governa o coração, e em Oposição a Saturno, o Planeta da Obstrução. Podemos, portanto, julgar que Robert está sujeito a algum problema cardíaco, a menos que seja esclarecido para ele que é necessário conservar sua energia e não sujeitar seu corpo a exercícios desgastantes demais.
Se isso for feito, é bem provável que a dificuldade não seja tão grande. Também encontramos Marte, o Planeta da febre e do calor excessivo, em Libra, o Signo que rege os rins, e em Quadratura com Netuno, que está em Câncer, o Signo que rege o estômago. Isso mostra que há uma tendência a problemas estomacais e urinários; mas aqui também “o prevenir mais que remediar” provará que vale muito a pena. Cuidando bem dele e o ensinando a comer alimentos não estimulantes, essas tendências podem ser minimizadas, se não totalmente superadas.
PETER D. F. – NASCIDO EM 23 DE OUTUBRO DE 1914 ÀS 7:15 AM
EM THE DALLES, OREGON, EUA
Aqui temos um pequeno jovem com um caráter determinado e uma energia indomável. Quaisquer obstáculos que possam aparecer na sua vida terão que desviar de seu caminho ou ele passará por cima, pois há quatro Signos Fixos nos ângulos; o Signo marcial de Escorpião está no Ascendente, com seu Regente Essencialmente Dignificado e o Sol também está próximo a cúspide do Ascendente. Mercúrio também está na 1ª Casa, mostrando que Peter poderá desenvolver uma nitidez mental e inventividade, um raciocínio rápido em encontrar respostas para tudo e a qualquer momento. Contudo, Marte, o Planeta da impulsividade, está em Quadratura com Júpiter, o Planeta do bom julgamento, e isso mostra que, às vezes, ele poderá ser muito impulsivo em suas ações e terá muitos arrependimentos. Essa característica é ainda mais fortalecida pela Oposição de Saturno, o Planeta que ajuda a pensar cuidadosamente e planejar antes de fazer, à Lua, que é o outro significador da Mente.
Portanto, vocês deverão manter um forte controle sobre ele durante sua infância – pelo menos até os sete anos; não obstruindo sua energia e nem inibindo seu espírito, mas de uma maneira que vocês sempre o aconselhe a pensar duas vezes antes de agir. Não será uma tarefa fácil, pois Peter será muito obstinado e determinado em suas ideias; não esperem que irão conquistá-lo e ajudá-lo sendo severos. Todavia, se vocês usarem o método da gentileza e apelar para sua razão, muitas vezes encontrarão um ouvido sensível, embora ele possa se irritar, terrivelmente, com qualquer restrição. Vênus, o Planeta da atração, está em Sagitário e na 2ª Casa, em Sextil com Júpiter e Urano. Júpiter é o Planeta da opulência e Urano é a oitava superior de Vênus, proporcionando uma intuição e um inato conhecimento das coisas, que é superior à razão.
A 2ª Casa governa as finanças e, portanto, essa configuração de Vênus mostra que Peter acumulará uma autossuficiência dos bens desse mundo para que ele sempre esteja confortavelmente bem financeiramente. Ele tenderá a ser portador de uma grande capacidade mental que, provavelmente, se especializará com vocação para assuntos sobre eletricidade ou sobre ar, e colherá a recompensa de seu trabalho árduo e da sua competência.
Em relação à saúde, encontramos Saturno no Signo de Câncer, que governa o estômago, e em Oposição à Lua, que governa a passagem da comida pelo canal alimentar e, também vemos Marte, o Planeta do fogo, das chamas e erupções, juntamente com o Sol, dador de vida, no Signo de Escorpião, governando os órgãos de eliminação, mostrando que Peter tem um gosto muito estranho para a comida e, portanto, passível de indigestão, o que fornece uma tendência a doenças inflamatórias do reto, como sangramento, hemorroidas e um fluxo urinário com queimação ou dor. Portanto, vocês devem instruí-lo cuidadosamente sobre os modos de viver e focar, durante a sua infância, na formação de bons hábitos – esse é o melhor período da vida para tal – a fim de que ele possa aprender a gostar de comer alimentos saudáveis e a facilitar a eliminação das coisas que prejudicarão o trabalho do seu estômago.
SORAB R. A. – NASCIDA EM 7 DE NOVEMBRO DE 1916 ÀS 1:00 AM
EM MUMBAI, ÍNDIA
Aqui temos uma pequena jovem delicada que precisa de todo o cuidado que seus pais possam lhe prover, a fim de trazê-la com segurança à feminilidade e torná-la forte e saudável. Temos quatro Signos Fixos nos ângulos; essa ajuda é para fortalecer a saúde e a habilidade do seu corpo em combater as doenças, mas, infelizmente, o Sol que é o doador da vida, está em Oposição a Saturno, o Planeta da obstrução, e Vênus está em Oposição à Lua, que é o principal fator na saúde de uma mulher. Vocês deveriam sempre tomar cuidado para que ela não seja exposta ao frio durante a infância e, isso seria algo muito bom para que, quando ela ficasse mais velha, pudesse compreender o que isso significa e, também, o porquê da necessidade de seguir as orientações para fazer exercícios respiratórios específicos, com o objetivo de que ela aprenda a usar os pulmões em sua capacidade máxima.
E acima de tudo, certifiquem-se de não a sobrecarregar com roupas apertadas ou usar corpetes ou cintas apertadas; ela deve ficar perfeitamente mais livre possível para fazer movimentos de seu corpo e deve ficar o máximo possível ao ar livre, e pelo maior tempo possível; isso, é claro, mais fácil na maior parte do tempo na ensolarada Califórnia. Com relação à Mente, descobrimos que ela será bem cuidada por Mercúrio, o Planeta da razão e expressão, e que está no Ascendente, vindo antes do Sol. Ele está na cúspide, entre Escorpião e Sagitário e em Conjunção com o gentil Planeta Vênus. Daqui podemos concluir que Dorothy será extremamente brilhante e rápida em suas atividades mentais e que ela aprenderá sem aparentemente ter que se aplicar. Ela, também, terá um tipo particular de caráter muito amigável e amoroso.
A Oposição do Sol com Saturno, que ocorre da 2ª à 8ª Casa, ambas governando as finanças, e a Oposição de Vênus com a Lua, que é das mesmas Casas, mostra que há uma probabilidade de Dorothy receber uma ou mais heranças, mas também que ela terá problemas em lidar com elas. Portanto, seria aconselhável focar a atenção e aos cuidados extras de como ela deve lidar com esse assunto, e embora ela não seja o que chamamos de abastada, pode-se dizer que ela terá sempre o suficiente para viver bem. Portanto, a principal responsabilidade de vocês como pais será salvaguardar a saúde dela, para que possa aproveitar seus recursos financeiros e não os gastar em desperdícios e coisas fúteis.
PORTER R. D. – NASCIDO 6 DE NOVEMBRO DE 1913 ÀS 6 PM
EM SAN FRANCISCO, CALIFÓRNIA, EUA
No momento do nascimento de Porter, o Signo Mercurial de Gêmeos estava no Ascendente e Mercúrio, o Planeta da razão, em Sextil com Urano, o Planeta da intuição. Isso lhe proporcionará uma Mente original e disposta a considerar e aceitar as ideias e opiniões de outras pessoas, de uma natureza engenhosa e científica, e que o ajudará a evitar seguir os caminhos trilhados do pensamento e que dê a ele o que muitos chamarão de ideias muito excêntricas. No entanto, ele escapará de muitas críticas, ou podem ser pelo menos minimizadas, porque Saturno, o Planeta da obstrução, perto do Ascendente, proporcionará a ele a timidez e a lentidão para se expressar. Contudo, ele terá a capacidade para ser um pensador muito profundo de natureza científica e as linhas de pesquisa original que ele seguirá, finalmente, poderão levá-lo ao reconhecimento na literatura ou na ciência, e o trabalho de sua vida está destinado a ter sucesso. Também encontramos Júpiter, o Planeta da benevolência, em Sextil com o Sol, que está no Signo que tem bastante energia e determinação marcial, Escorpião.
Isso também proporcionará a Porter uma natureza com muita energia, determinação e empreendedora e que, com todas as suas ideias excêntricas, mas avançadas, ele não irá além dos limites, pois estará muito ansioso por ter a estima e o respeito dos outros e com medo de fazer qualquer coisa que possa perder justamente essa estima e respeito. Isso proporcionará a ele diplomacia, para que ele seja muito bem-sucedido em conquistar a amizade de pessoas influentes, que se interessarão bastante por ele e o ajudarão a obter boas posições, onde ele pode elaborar suas ideias da melhor maneira possível.
E embora Saturno no Ascendente o torne bastante tímido e lento para se expressar, ele buscará se adentrar na sociedade, porque gosta de companhia e de um tempo para se socializar, e porque sente que, ao fazer isso, pode melhor cultivar o conhecimento daqueles que podem ser benéficos para ele. Contudo, não se deve inferir que ele está apenas buscando a sociedade das pessoas para o bem que elas possam lhe fazer. Saturno, o Planeta da sinceridade, está em Trígono com Vênus no sétimo Signo, o de Libra, o que indica a sociedade e, portanto, mostra que ele será um amigo muito fiel e, também, muito apegado à sua família.
Um membro modelo de qualquer comunidade e inteiramente digno do respeito de seus companheiros que ele busca e valoriza. Essa configuração de Saturno e Vênus, também, proporcionará a ele um sentido econômico, conservador e perspicaz em seus investimentos. Isso lhe proporcionará uma habilidade comercial de primeira classe e essas características, juntamente com a assistência que ele é impulsionado a receber de amigos influentes, permitirão que ele acumule uma competência confortável e o coloque em circunstâncias financeiras fáceis durante toda a vida.
Com relação à saúde, descobrimos que Júpiter, o grande Planeta magnético, está em Sextil com o Sol, o doador de vida. Esse é um dos melhores sinais de saúde radiante que pode ser encontrado em qualquer horóscopo e permitirá que ele se livre de quase todas as influências inimigas da saúde e que a mantenha ao longo da vida. No entanto, há pequenas indicações de possíveis problemas com dois pontos fracos, que consideramos melhor mencionar para que vocês possam prevenir, que sempre é melhor do que remediar e, assim, reforçar a possibilidade de cura. Saturno, o Planeta da obstrução, está no Ascendente, no Signo de Gêmeos, que rege os pulmões. Isso mostra uma tendência a problemas com esses órgãos e seria bom instruí-lo a respirar corretamente durante a infância, para que ele possa superar essa deficiência. Marte, o Planeta do fogo, em Conjunção com o aquoso Netuno em Câncer, o Signo que rege o estômago, também mostra a tendência a problemas com esse órgão; uma tendência à indiscrição na dieta e, portanto, vocês devem ter o cuidado de ensinar a Porter a simplicidade e a frugalidade da dieta.
WILLARD H. – NASCIDO EM 11 DE NOVEMBRO DE 1912 ÀS 8:30 AM
EM VANCOUVER, B.C, CANADÁ
Quando Willard nasceu, os quatro Signos Comuns estavam nos ângulos, Sagitário no Ascendente, e isso à primeira vista nos daria a impressão de que ele seria de uma natureza vacilante e flexível, sem energia e sem ambição. Felizmente, porém, o Sol, o doador de vida, e Marte, o Planeta da energia dinâmica, estão em Conjunção no Signo marcial de Escorpião. E, embora essa configuração ocorra na Décima Segunda Casa, ela lhe proporcionará um grande fundo de vitalidade e empreendedorismo. Além disso, a inquieta Lua está na Primeira Casa, em Conjunção com Júpiter, o grande beneficente, e com Vênus, o que afasta o risco de que ele se torne um procrastinador ou sonhador. Ele se decidirá, no devido tempo, e fará sua parte do trabalho do mundo. É um pouco decepcionante ver Mercúrio, o Planeta da razão, sem Aspectos, embora bem colocado no Signo mental de Sagitário, mas a Lua, o Astro da imaginação, está em Conjunção com Júpiter e Vênus, demonstrando uma alegre, gentil e afetuosa disposição; generoso, honesto e benevolente, Willard tende a ganhar muito na vida por conta da confiança que lhe será depositada por causa dessas excelentes qualidades.
Também não se deve imaginar que ele será um tolo por causa da sua falta de poder de raciocínio. Saturno, no Signo mercurial de Gêmeos, em Trígono com Urano, que está na cúspide do Signo intelectual de Aquário, e em Sextil com Netuno, no Signo psíquico de Câncer, fornecerá a ele uma capacidade intuitiva, uma visão espiritual que resolverá seus problemas além de tudo o que poderia sempre ser realizado pela razão. E é essa faculdade que lhe proporcionará a capacidade de aconselhar os outros e de tal maneira que o resultado, quase sempre, justifique a confiança nele depositada.
Contudo, sob esse exterior gentil, tão bom e nobre que o tornará muito procurado por todos que entrarem em contato com ele, há outra natureza indicada pela Conjunção do Sol com Marte em Escorpião e na Décima Segunda Casa, que é o departamento de tristeza profunda, dos problemas e da autorruína. Ele terá algumas qualidades e faculdades esplêndidas advindas deste Aspecto; isso lhe proporcionará coragem e energia, como já foi dito, mas, além disso, proporcionará a ele obstinação, autoritarismo, egoísmo e inclinação para brigar com os outros. As esplêndidas condições da Primeira Casa, que já vimos, provavelmente empurrarão esse outro lado de sua natureza para segundo plano, de modo que esse outro lado muito raramente virá à tona, e talvez nem venha, se ele aprender a se controlar sob circunstâncias difíceis.
Contudo, é sempre bom que os pais conheçam as falhas latentes, para que possam tomar medidas para combatê-las nos anos da infância, em que a natureza ainda é plástica e antes que essas tendências se manifestem. Portanto, vocês devem ter o cuidado de promover o lado bom de sua natureza e franzir a testa com extrema seriedade e, provavelmente, serão capazes de erradicar completamente essa tendência. Por causa das condições da Primeira Casa, já mencionadas, Willard gosta muito de prazer e de se socializar.
Ele terá um olho aberto para tudo o que for belo e ganhará ao lidar com mulheres, que serão muito atraídas por ele. Isso seria um perigo para a maioria das pessoas, mas, felizmente, a Conjunção da Lua com Júpiter proporcionará à Willard uma elevada valorização da opinião da comunidade e ele, provavelmente, não fará nada que possa levá-lo à desgraça. Ele terá muito sucesso em qualquer conexão comercial com roupas femininas ou linhas semelhantes. A Conjunção lunar com Júpiter e Vênus lhe proporcionará prosperidade e felicidade por meio do casamento com uma mulher de uma disposição muito doce. Essa configuração também oferece a ele um maravilhoso fundo de saúde e vitalidade, embora seja possível, por causa da Conjunção da Décima Segunda Casa entre o Sol e Marte, que ele possa ser vítima de acidentes, febre e perigo de incêndio.
O FILHO DE ROBERT G. – NASCIDO EM 3 DE JULHO DE 1916 ÀS 3:20 PM
EM RUSHFORD, MINN, EUA
Como não houve nenhum nome enviado com esses dados, teremos que chamar esse pequeno jovem de Robert em homenagem a seu pai, e notamos em primeiro lugar que existem quatro Signos Fixos nos ângulos, o Signo marcial, Escorpião, está no Ascendente e Marte, o Planeta da energia dinâmica, está na 10ª Casa perto do Meio do Céu. Todas essas indicações mostram que Robert não é um fraco, mas tem concentração de força muito rápida e a capacidade de fazer um grande trabalho mental. Contudo, infelizmente, esse aspecto também traz consigo uma tendência à argumentatividade, ao sarcasmo e ao estado explosivo de sentimento ou de espírito em um determinado momento, geralmente dominado por uma única emoção forte.
Sob tais condições, Robert tende a agir precipitadamente e, naturalmente, há uma ameaça de ter problemas nessas ocasiões. Portanto, deve ser o seu cuidado em particular ensiná-lo a controlar essa disposição à explosão durante a infância, quando a natureza é mais plástica. Sempre mostre a ele, por preceito e exemplo, a necessidade de manter a cabeça fria, pois se vocês puderem chamá-lo a atenção para com essa falta, vocês o salvarão de muitos problemas na vida. Com toda a probabilidade, ele chegará a uma posição de alguma proeminência por causa do Sextil de Marte com Saturno, o que aumentará consideravelmente sua mentalidade e o tornará com uma grande capacidade executiva, embora um pouco mais arrogante e imprudente.
Essas posições e Aspecto são muito bons para o sucesso na área do direito, da construção e da engenharia, pois essas pessoas nunca sabem o significado da derrota. Eles superam todos os obstáculos e, normalmente, alcançam seus objetivos.
Há também um outro lado do caráter de Robert que pode atenuar um pouco a tendência impulsiva: a Lua e Netuno, tanto imaginativos quanto mediúnicos, estão em Conjunção na 9ª Casa, a Casa dos sonhos. Isso lhe proporcionará uma boa quantidade de inspiração e um caráter sonhador, até mesmo visionário, mas duvidamos que a expressão dessas qualidades seja constante, em uma natureza tão energética e prática como a dele. Esses Astros estão em Quadratura com Júpiter na 6ª Casa, mostrando a tendência de sofrer a desonestidade por parte dos outros; mas isso é amplamente compensado pelo Sextil de Marte com Saturno, como já mencionado, pois isso o tornará suficientemente afiado e astuto para se proteger.
Robert também não vai ser um mero imitador, pois encontramos Urano, o Planeta da inventividade e da originalidade, no Signo intelectual e inventivo de Aquário, em Trígono com Mercúrio, o Planeta da razão, em Gêmeos, seu próprio Signo. Isso mostra que ele será original, inventivo e intuitivo; então, como dissemos, ele é amplamente capaz de cuidar de si mesmo na batalha da vida e lutar no seu caminho para alcançar o sucesso.
No que diz respeito à saúde, infelizmente descobrimos que o vivificante Sol está na 8ª Casa e sem Aspectos. A Lua e Netuno no Signo de Leão, que rege o coração, também mostram que o coração é um ponto fraco que convém cuidar na infância; isto é, vocês devem cuidar para que ele não pratique esportes de natureza extenuante, que possam forçar indevidamente o coração durante os anos de crescimento. Saturno em Câncer, o Signo que rege o estômago, e em Conjunção com Vênus, o Planeta do prazer, mostra que ele é capaz de gostar demais dos prazeres da mesa, comer demais e sofrer de problemas digestivos, como consequência disso.
Também há uma importante precaução a lhe dar durante os primeiros anos, ensinando-lhe hábitos de frugalidade que terá um efeito benéfico. Contudo, além disso, Robert não vai ser um fraco de forma alguma, pois Marte, o Planeta da energia dinâmica, em Sextil com Saturno, o Planeta da perseverança, persistência e resistência farão com que ele demonstre coragem ante os momentos difíceis e os sofrimentos e ele não se deixará abater facilmente por quaisquer doenças das quais possa sofrer. Portanto, se vocês o colocarem no caminho certo durante os primeiros anos da infância, ele certamente manterá uma saúde toleravelmente boa durante a vida.
SETON C. – NASCIDO EM 9 DE OUTUBRO DE 1908 ÀS 7:15 PM
NA CIDADE DE NOVA YORK, NY, EUA
À primeira vista, isso é o que as pessoas, normalmente, chamam de um horóscopo infeliz, porque há um número de Quadraturas e Oposições; a Lua está em Oposição ao Sol, Urano em Oposição a Netuno, e esses quatro formam uma cruz perfeita, em Quadraturas entre si. Saturno e Marte também estão em Oposição. Contudo, como dissemos repetidamente: são as Quadraturas e as Oposições que trazem a ação à vida, e a ação sempre resulta em crescimento da alma.
Portanto, do ponto de vista mais elevado, depois que o problema passageiro passa, o Ego colhe um crescimento de alma mais rico de horóscopo como esse do que daquele que tem apenas os Aspectos benéficos e onde a pessoa é tão boa que não serve para nada. Existem quatro Signos Fixos nos ângulos, o que ajuda a proporcionar estabilidade ao caráter. Além disso, o Sextil de Mercúrio com Urano e a Conjunção de Vênus com Júpiter têm a tendência de trazer luz para a vida e proporcionar uma medida de alegria para alternar com a estação da tristeza e do sofrimento.
Em primeiro lugar, notamos que o Sol e a Lua estão em Oposição nas 6ª e a 12ª Casas. Isso indica uma baixa vitalidade, e Saturno, o Planeta da obstrução, em Oposição a Marte, confirma ainda mais esse testemunho. Portanto, podemos julgar que Seton tem uma natureza basicamente letárgica e inerte, com uma aversão a se despertar para qualquer esforço que não seja absolutamente necessário. Aí, provavelmente, vocês terão que apoiá-lo, pois sua vitalidade é muito baixa e é justificável que ele a conserve. O trabalho físico nunca será seu forte, mas é bem provável que ele brilhe mentalmente, como veremos abaixo.
No entanto, há outro efeito dessa Oposição do Sol com a Lua onde vocês podem trabalhar com ele e ajudá-lo. A tendência é torná-lo irresoluto e mutável; esse é um mau tipo de caráter, e vocês devem ensiná-lo que quando ele tiver tomado uma decisão, ele deve permanecer com ela e não vacilar de uma ideia para outra, caso contrário, a Mente pode se tornar bastante caótica por causa das Quadraturas de Urano e Netuno com o Sol e a Lua. Além disso, nunca permitam que ele vá a qualquer lugar onde haja atividades que trabalhem com clarividência negativa, incorporações ou outros tipos de atividades de comunicação com que já morreu, porque ele seria uma presa muito fácil para o espírito de controle, e isso poderia arruinar sua vida inteiramente. Façam tudo que puderem para fortalecer sua vontade e torná-lo tão positivo quanto é em sua natureza, pois ele precisará de toda a energia para permanecer firme em meio às correntes conflitantes de sua vida.
Há outra falha latente nele, mostrada por Mercúrio, o Planeta da expressão, em Escorpião, o Signo marcial. Isso sempre proporciona uma picada na língua, que ele realmente não pretende colocar lá, pois Vênus, o Planeta do amor, em Conjunção com Júpiter, o Planeta da benevolência, o tornará muito gentil, simpático e generoso; mas mesmo sem essa intenção, Mercúrio em Escorpião pode traí-lo com sua língua e fazê-lo dizer coisas desagradáveis às vezes, que ferirão aqueles a quem se dirigem e das quais ele se arrependerá depois. Portanto, seria bom ensiná-lo a conter a língua e a exercer o autocontrole durante os primeiros anos; então, quando o hábito for formado, não se manifestará nos anos posteriores. Mercúrio, o Planeta da razão, em Sextil com Urano, o Planeta da originalidade, invenção e intuição, na 9ª Casa, que governa a Mente, mostra que ele tem uma mentalidade aguda, intuitiva, original e que, provavelmente, fará sucesso em direito, ciência ou literatura. Vênus, o Planeta do amor, em Conjunção com o benéfico Júpiter na 5ª Casa, governante dos noivados, pressagia um casamento feliz e próspero, com circunstâncias confortáveis.
Para falar especificamente no que diz respeito à saúde, para que tenham a oportunidade de ajudá-lo a fortalecer a sua estrutura, composição e sua parte física, podemos dizer que os pontos fracos são a cabeça, o coração, o estômago e os rins, evidenciados pela já mencionada Quadratura entre o Sol e a Lua, Urano e Netuno; também a Oposição de Saturno a Marte.
Saturno, o Planeta da obstrução, junto com a Lua em Áries, que governa a cabeça, indicam particularmente uma obstrução do nervo pneumogástrico, que afetará os demais órgãos mencionados, e ao mesmo tempo sua posição ali trará dores de cabeça de severa natureza e, também, resfriados na cabeça. Netuno em Câncer, o Signo que rege o estômago, e afligido ainda pela Quadratura com o Sol e a Lua e a Oposição com Urano, mostra que esse é um dos grandes pontos que precisam de atenção. Uma dieta leve e simples e exercícios leves, mesmo quando ele o faz de má vontade e tem de ser forçado, muito fará para fortalecer a sua estrutura, composição e sua parte física e minimizar os perigos dessas indicações.
Marte, estando a 29º50’ de Virgem, está para todos os efeitos e propósitos em Libra, o Signo que governa os rins, junto com o Sol; isso pode tornar a secreção de urina muito abundante, exceto nos momentos em que os Aspectos do Planeta oposto Saturno podem interferir e interrompê-la completamente. No entanto, uma dieta como a que mencionamos, com tantos vegetais verdes e frutas quanto vocês puderem dar a ele, provavelmente, dará ao organismo o tom certo e minimizará o efeito de suas configurações desfavoráveis.
SAMUEL R. – NASCIDO EM 21 DE MARÇO DE 1909 ÀS 3:45 AM
EM CHICAGO, IL., EUA
Aqui temos um pequeno jovem afortunado, pois Marte, o Planeta da energia dinâmica, está em Sextil com Vênus, o Planeta do amor e da arte, e em Conjunção com Urano, o Planeta da originalidade e da invenção. Esse Aspecto benéfico de Vênus proporcionará a Samuel uma personalidade muito agradável e de modos suaves, o que atrairá muitos amigos, especialmente entre as mulheres, e seus amigos sempre serão um benefício para ele; além disso, isso lhe proporcionará um amor pela música e uma capacidade de se apresentar em público acima da média.
Provavelmente ele irá até mesmo compor, pois Netuno, o Planeta do caos – que é a sementeira do Cosmos, o reino das ideias – também está em Trígono com Vênus. Isso o encherá de inspiração e lhe proporcionará um talento incomum. Também está previsto por esses Aspectos com Vênus que ele tenderá a ganhar muito dinheiro, mas a tendência é que o que vem tão rápido também irá rápido, talvez até mais rápido, pois ele vai ser muito dispendioso para com seus gostos e para com o seu desejo por conforto; além disso, ele será muito generoso e desapegado com o que possui. Esses Aspectos também lhe proporcionará uma Mente brilhante e intuitiva, um senso aguçado de gosto pelas coisas boas da vida e ideais elevados como o objetivo de sua aspiração.
Além disso, esses ideais exercerão um grande poder na vida, de modo que, embora ele se entregue ao prazer e à alegria, nunca será o lado grosseiro ou sórdido da vida que o atrai, mas o lado estético e belo da vida. Já falamos das qualidades mentais, mas há mais dois Aspectos relacionados a esse assunto, a saber. Um é o Sextil da Lua com Urano. Esse Aspecto fortalece a imaginação e a intuição, mas o segundo, a Oposição entre Mercúrio, o Planeta da razão, e Júpiter (que está em um Signo mercurial) indica a procrastinação, a lassidão da Mente e a aversão ao esforço mental. Mercúrio está na 12ª Casa, a Casa da tristeza e angústia, e a aflição entre esses dois Planetas indica que existe a possibilidade de Samuel estragar sua vida por negligência tentando levar vantagens indevidas no treinamento educacional que lhe foi oferecido na infância.
Esse é um ponto onde os pais devem ser muito rígidos com ele. Ele, provavelmente, vai querer negligenciar a escola ou a prática da música ou qualquer outra tarefa que possa ser definida para ele, por causa disso, daquilo, ou do outro prazer, mas isso não deve ser tolerado, pois será muito danoso para ele mais tarde na vida, se lhe for permitido cair em hábitos mentais desleixados e desmazelados, ou negligenciar o dever pelo prazer; pois então, aos poucos, ele chegará ao ponto em que só trabalhará quando for conveniente ao seu prazer, ou quando a necessidade o impulsionar. Portanto, muito cuidado deve ser dado à correção desta falha durante os primeiros anos de vida dele.
Também vemos que o turbulento, impulsivo e imprudente Marte está em Quadratura com Saturno, o Planeta do ódio e da malícia. Isso mostra que Samuel tem um temperamento precipitado e é capaz de guardar rancor. Pelos Aspectos mencionados acima ele terá muitos amigos, como já foi dito, mas se ele permitir que seu temperamento e rancor aflorem, estará sujeito em algum momento a perder aqueles que ele mais preza, e isso pode lhe causar muita tristeza e problemas em sua vida; portanto, por todos os meios possíveis que puderem se esforcem para ajudá-lo a controlar seu temperamento e lhe mostrar que toda vez que ele se deixa levar, ele perde o respeito das pessoas, que em sua Mente ele valoriza muito, e se machuca muito física, mental e moralmente, se guardar rancor. Tudo o que vocês puderem fazer por ele a esse respeito será de grande ajuda para ele durante a sua vida.
No que se diz respeito à saúde, vemos que o Sol em seu Signo de Exaltação Áries e em Conjunção com a Lua proporcionará a Samuel um bom nível de vitalidade, mas Netuno, o Planeta da desordem, no Signo de Câncer, Regente do estômago, em Oposição à Marte, o Planeta da energia dinâmica e, também, em Oposição ao espasmódico Urano indicam gostos anormais nos alimentos, que podem causar problemas estomacais se forem tolerados. Saturno, o Planeta da obstrução, no Signo de Áries governando a cabeça, em Quadratura com Marte e Netuno, mostra que isso provavelmente provocará dores de cabeça e, como os Astros também atuam nos Signos opostos, Saturno também prejudica os rins, governados por Libra.
Todavia, a raiz de tudo, seja qual for o seu problema, pode ser atribuída aos métodos errados de alimentação. Portanto, vocês o ajudarão muito se ensiná-lo a viver uma vida simples e uma alimentação saudável desde a infância.
PETER C. – NASCIDO EM 20 DE MAIO DE 1916 ÀS 12:25 PM
EM OMAHA, NEBRASCA – EUA
Na época do nascimento de Peter, o Signo mercurial de Virgem estava no Ascendente, e Mercúrio, o Regente, estava perto do Meio do Céu no outro Signo que também é Regente, Gêmeos; ele está em Trígono com Urano, o Planeta da intuição. Isso mostra que Peter não é um imitador, mas um pensador original, com uma Mente extremamente aguçada e intuitiva. Ele nunca precisará se dedicar, por muito tempo, analisando e estudando para resolver os seus problemas, pois, será capaz de chegar à solução antes que a situação nem chegue na sua metade. Júpiter, o Planeta da lei e filosofia, também está em Sextil com Mercúrio, o Planeta da razão, e Urano, o Planeta da intuição, fornecendo a Pedro uma capacidade ainda maior de pensar profunda, clara e logicamente. Essa configuração também torna a Mente criativa, generosa e humana. É um dos Aspectos que contribuem para o sucesso geral na vida. Júpiter também é o Planeta da opulência e, portanto, Peter tem uma situação financeira confortável; além disso, provavelmente, ganhará com legados e heranças. Por outro lado, ele será muito querido na comunidade, pois Júpiter, o Planeta da benevolência, está em Trígono com Marte, o Planeta do liberalismo, mostrando que Peter será livre, aberto, generoso e liberal com todos os meios colocados à sua disposição. Em certo sentido, isso é estranho, pois as pessoas geralmente têm vergonha daqueles que estão um pouco separados do rebanho comum, e Peter será muito original, estranho e excêntrico em muitos aspectos, como mostrado por Urano, o Planeta da excentricidade em Trígono com Mercúrio, o Planeta da Mente. A partir dessas configurações, Peter também deriva uma habilidade inventiva, especialmente ao longo das linhas de ar e eletricidade que, provavelmente, será a fonte de sua renda. Os Signos Comuns e flexíveis nos ângulos, geralmente, não são bons presságios para o sucesso na vida, porque indicam falta de energia e iniciativa com tendência à lassitude e procrastinação. Mas, no caso de Peter, descobrimos que Júpiter está em Trígono com Marte, o Planeta da energia dinâmica, e isso lhe p o espírito empreendedor necessário para ter sucesso na vida. Contudo, lamentamos dizer que nem tudo está bem nesse horóscopo. Há um outro Peter muito diferente daquele que acabamos de descrever. Na verdade, existe um “O Médico e o Monstro”[1] escondido em seu filho, e acreditamos que vocês possam promover o lado do “O Médico” e subjugar o outro. Isso é descrito em primeiro lugar pelo Sol, doador de vida, em Quadratura com Marte, o Planeta da energia dinâmica, que mostra um temperamento extremamente ígneo, uma tendência a agir sob impulso e fazer coisas das quais ele se arrependerá depois, e uma falta de continuidade na execução dos planos nascidos de uma natureza superior e mais nobre. Quando Vênus está afligido, sua beleza fica restrita a preguiça e a negligência, e aqui nós a encontramos em Conjunção com Saturno, o Planeta da obstrução, no Signo de Água de Câncer e em Oposição à Lua, mostrando uma tendência a ter o prazer em tomar bebidas alcoólicas com várias companhias. É uma tarefa muito desagradável dizer-lhe essas coisas, mas o prevenido vale por dois. Vocês podem começar agora a ensiná-lo a controlar o temperamento e a diminuir o apetite para coisas de natureza inferior (como as bebidas alcoólicas) antes que a fatal de controle ganhe um ponto de apoio e, ao aplicar o mínimo de prevenção em uma natureza flexível como a de Peter, provavelmente, vocês eliminarão o vício dele antes que ele se manifeste.
No que diz respeito à saúde, descobrimos que o ponto mais sensível é o estômago, conforme indicado por Saturno, o Planeta da obstrução, em Câncer, o Signo que rege o estômago, e em Oposição à Lua. Isso mostra uma tendência à indigestão, e vocês devem ter muito cuidado para criá-lo com uma dieta simples e frugal, livre de temperos altos, para que o trato digestivo seja fortalecido durante a infância e seja mais capaz de suportar as tensões mais tarde na vida. Também descobrimos que o Sol está em Quadratura com Marte, o Planeta da energia dinâmica, em Leão, o Signo que rege o coração. Isso mostra perigo de problemas cardíacos, também tendência a febre e acidentes. Mas se vocês usarem a dieta da qual já falamos, certamente, ficará imune às febres, e por meio de cuidados simples, a maioria dos acidentes pode ser evitada. Vocês têm um problema difícil em mãos com esta criança, mas as boas tendências superam em muito as más; além disso, vocês estão iniciando a correção de falhas por um conhecimento completo do que está latente. Portanto, temos a certeza de que vocês terão sucesso em seu trabalho de amor, por esta alma que veio a vocês em busca de ajuda e proteção.
RUDOLF W. – NASCIDO EM 15 DE JANEIRO DE 1903
EM IOWA, EUA
Nesse horóscopo encontramos os Signos Cardinais nos quatro ângulos com o Sol no Meio do Céu em Conjunção com Saturno. Isso fornece a essa pessoa, Rudolf, uma disposição muito forte para buscar obter um objetivo e, assim, subir na vida, embora tenha muitas dificuldades para fazê-lo.
Aqui temos um chamado horóscopo natural, os Signos e as Casas coincidem, ou seja, Áries o primeiro Signo está na 1ª Casa – a sua Casa natural –, Touro o segundo Signo, está na cúspide da 2ª Casa e assim por diante, portanto, tanto o Signo quanto o as influências domésticas são semelhantes e, portanto, as pessoas com Áries no Ascendente, Câncer na 4ª Casa, Libra na 7ª Casa e Capricórnio na 10ª Casa são pessoas fortes em qualquer direção que o horóscopo indique que suas atividades apontem.
Eles têm uma individualidade marcante e querem moldar todos os outros em sua forma. O que eles dizem é certo, é o melhor caminho deles, etc. Depende de como essa característica é expressa, se ela é boa ou não. Algumas pessoas de Áries não têm absolutamente nada para apoiar sua reivindicação de liderança, e dar a elas seu próprio caminho significaria um desastre.
Esse é particularmente o caso de pessoas que têm uma Conjunção adversa em Áries. Se Saturno, Marte, Netuno e Urano estão em Conjunção com Mercúrio na 10ª Casa em Áries, o Signo que governa a cabeça, isso fornece a pessoa uma obstinação e um egoísmo além da conta. Essas pessoas merecem a antipatia que encontram e engendram em todos os lugares.
Existem outros, no entanto, que são profissionalmente qualificados para liderar, e Rudolph é um deles. Urano, o Planeta da intuição, está em Sagitário, o 9º Signo.
Está na 9ª Casa, que rege a Mente, e Júpiter, o Regente de Sagitário, está em Sextil. Urano também está em Trígono com a Lua, um dos significadores da Mente. Mercúrio, o outro significador da Mente, está no Signo intelectual de Aquário, em Trígono com Marte. Todos esses Aspectos apontam para uma mentalidade rápida, alerta e ativa, uma inteligência aguçada e a posse de altruístas e tendências avançadas.
Marte está na 6ª Casa, que governa o serviço que prestamos no mundo; está em Trígono com Mercúrio, e essa é uma boa indicação de que Rodolfo se erguerá no mundo, porque fornece a ele o entusiasmo, força para alcançar um objetivo, a força e o empreendimento para avançar no mundo, mas a Conjunção de Saturno com Vênus, e esse último também está em Trígono com Marte, mostra que ele será muito censurado, principalmente por mulheres. Deve-se lembrar, porém, que, assim como uma árvore que dá fruto é sempre apedrejada pelas pessoas, a árvore humana que dá fruto está fadada a ser alvo de pedras daqueles que são eles próprios atrasados e estéreis.
Talvez grande parte dessa crítica venha porque suas ideias são incrivelmente únicas, como mostrado pelo Sextil de Júpiter a Urano; Urano estando na 9ª Casa que governa a Mente. O Trígono da Lua com Urano proporciona a ele habilidade ao longo das linhas uranianas, provavelmente eletricidade, e como o Sol está na 10ª Casa, é provável que ele seja empregado pelo governo em alguma posição de confiança.
Mas a Conjunção de Saturno com o Sol proporciona a ele muitos obstáculos para atingir e manter sua posição, ele realmente precisará de todo o seu entusiasmo marcial para conduzi-lo; nada que valha a pena vem fácil, no entanto.
Touro está na cúspide da 2ª Casa, que governa as finanças, e Vênus, o governante de Touro, em Trígono com Marte, fornece a ele habilidade para ganhar um dinheiro considerável, mas também fornece a ele a probabilidade de gastar abundantemente.
E agora chegamos ao pecado que assedia, que deve ser erradicado na infância.
A Oposição da Lua a Júpiter proporciona a ele o gosto pelo jogo e, se assim o fizer, está fadado a perder; a Lua está na 5ª Casa de especulação e Júpiter na 11ª Casa, governando esperanças e desejos; portanto, ele nunca pode ter sucesso agindo desse maneira.
Falando sobre finanças, podemos dizer que Urano em Sextil com Júpiter proporciona a Rodolfo benefícios para ganhar herança ou legado.
Mercúrio na 11ª Casa proporciona muitos conhecidos, mas poucos amigos.
A Conjunção de Saturno com Vênus, e a Oposição da Lua a Júpiter, fornece a ele a necessidade de ter cuidado com o sexo oposto o máximo possível.
Os Aspectos que a Lua faz por Progressão mostram os casamentos do homem e, nesse caso, existem várias Oposições antes que, por volta dos trinta anos de idade, a Lua alcance o Trígono com o Sol.
Portanto, um casamento precoce seria definitivamente prejudicial.
Com relação à saúde, vemos que a Conjunção do Sol com Saturno e a Oposição da Lua a Júpiter, no Signo do coração, Leão, obstruem a ação do coração em alguma extensão. Portanto, ele não deve praticar nenhum esporte que exija alta performance, apenas fazer os exercícios necessários de acordo com as linhas científicas para fortalecer a constituição física, sem forçar o coração. Por outro lado, ele tem um corpo saudável, embora haja uma tendência ao excesso de urina e com uma temperatura acima do normal, por causa da presença de Marte em Libra, o Signo que rege os rins, mas com a devida atenção à alimentação isso pode ser prontamente corrigido.
NEELTJE B. – Nascida em 12 DE AGOSTO DE 1.911 ÀS 7:27 AM
EM ROTTERDAM, HOLANDA
No momento do nascimento de Neeltje havia quatro Signos Comuns nos ângulos e o inteligente, versátil, eloquente, lógico e hábil Mercúrio estava no Ascendente em seu Signo de Exaltação, Virgem. Ele estava com Aspectos benéficos por meio de um Trígono com o cauteloso, deliberado, metódico, perseverante, atencioso, diplomático e econômico Saturno e, também, com o empreendedor, enérgico, entusiástico e construtivo Marte, mas afligido por uma Oposição à sonhadora, vacilante, insípida, frívola e preocupante Lua.
O raio saturnino atuará como um freio sobre a Mente volúvel e fornecerá a ela uma seriedade e capacidade de concentração, que é de valor inestimável na vida. A previdência e a capacidade de raciocínio profundo indicadas por esse Aspecto garantem o sucesso em qualquer vocação que ela possa assumir; a persistência paciente que não permite nenhuma falha temporária em impedir o sucesso final. A cautela e a diplomacia a proporcionarão oportunidades que a torna invencível no longo prazo; portanto, ela se tornará, provavelmente, proeminente em conexão com algum empreendimento sério na vida, pois será capaz de preencher uma posição onde uma mão firme e uma Mente perspicaz são necessárias. Isso também a fornecerá capacidades de honestidade e imparcialidade ao lidar com os outros.
A partir do Trígono de Marte e Mercúrio, sua Mente proporcionará uma virada brusca, engenhosa e cheia de recursos. Isso fornecerá a ela um entusiasmo com qualquer proposta que a atraia e, também, lhe proporcionará a capacidade de entusiasmar os outros e impressioná-los com seus pontos de vista. Isso lhe fornecerá a capacidade de se tornar uma trabalhadora incansável em qualquer causa que desperte sua simpatia, mas também o gosto para discussões e debates. Esse Aspecto também proporciona a ela uma elevação em grande medida da seriedade saturnina e a uma veia de sagacidade e bom humor, às vezes mesclada com o sarcasmo que sempre atinge seu alvo, mas nunca cruelmente ou maliciosamente.
Isso lhe proporcionará uma destreza incomum e a habilidade de direcionar sua mão para qualquer tarefa necessária e fazê-la com velocidade, facilidade e expedição. Dificilmente fará algo de maneira lenta ou pela metade. Tudo o que ela empreender, tende a fazer com pressa e colocar toda a sua energia nisso, para que possa cumprir sua tarefa e fazê-la bem. Consequentemente, isso também contribuirá para seu sucesso na vida em quase qualquer linha de empreendimento que ela escolher.
Os dois Aspectos anteriores compensarão amplamente a Oposição entre Mercúrio e Lua, o que, de outra forma, proporcionaria a ela uma tendência a tempestades cerebrais e histeria.
Mas o sucesso não cairá em seu colo, ela terá que superar certas características indesejáveis que são indicadas pelo preguiçoso e sem ambições Sol, em Quadratura com o pessimista, fanático e estreito Saturno e, também, com o egoísta, discordante e temperamental Marte. Isso, às vezes, proporcionará a ela uma indolência e uma destituição de ambições. Nesse sentido por se tornar pessimista, preocupada e deprimida, se as coisas não correrem do jeito que ela deseja e, se assim agir, ser verá vacilante e sem coragem para seguir em frente. Às vezes, também, poderá agir com um comportamento explosivo, de modo que, nesses casos, ela perderá completamente o controle das coisas.
Se essas tendências prevalecerem, haverá pouco sucesso para Neeltje, por isso é necessário que vocês a orientem cuidadosamente durante os anos de infância e tentem incutir nela todas as boas qualidades indicadas pelos Aspectos que mencionamos anteriormente e tentar reprimir essas características para que não venham à tona.
A preguiça, a melancolia e a perda de humor arruínam qualquer vida, portanto, tomem cuidado. Não é uma tarefa difícil que vocês tem diante de si, pois existem muitos Aspectos benéficos para compensar essas tendências adversas.
Também encontramos a magnética, imaginativa, plástica e emocional Lua em Trígono com o obediente à lei, conservador, reverente, otimista, opulento e benevolente Júpiter. Isso a ajudará muito, pois proporcionará a Neeltje honestidade, justiça e simpatia de coração aberto, de modo que ela poderá ser universalmente popular, se puder trazer esse lado a se manifestar na vida. Esse Aspecto também fortalecerá suas faculdades de raciocínio e sua constituição física, proporcionando a ela uma Mente forte e fortalecerão o seu Corpo Denso, resultando, portanto, em um poderoso magnetismo pessoal que pode ser usado com grande vantagem na relação com os outros. Isso lhe proporcionará ideais elevados e uma imaginação fértil com o poder de adquirir riquezas, que será maior se for usada em empreendimentos filantrópicos, com os quais ela estará propensa a sonhar. Esse é um dos melhores Aspectos na gama de sucesso geral na vida, tanto física quanto espiritualmente. Vênus, o Planeta da harmonia, está em Sextil com o musical Netuno e em Trígono com Urano. Isso lhe proporcionará um talento incomum para a música que deve ser cultivado.
No que diz respeito à saúde, encontramos o doador de vida Sol em Quadratura com Saturno, o Planeta do frio e da obstrução, no Signo de Touro, governando a garganta, e, também, em Quadratura com Marte, o Planeta da inflamação; portanto, tomem cuidado com essas partes do Corpo Denso dela.
DAVID V. C. – 9 DE MARÇO DE 1914 ÀS 8:40 PM
EM EDMOND, WEST, B.C., CANADÁ
No momento do nascimento de David, encontramos o Trígono do harmonioso, artístico, bonito, adorável, suave e afetuoso Vênus com o oculto, profético, inspirador, espiritual, devocional e musical Netuno.
O Signo de Vênus, Libra, está no Ascendente, e o próprio Vênus está na cúspide da 6ª Casa, indicando o trabalho nessa vida. Netuno está Elevado no Meio do Céu, mostrando a posição social, e tomados em conjunto os augúrios indicam que proporcionará à David um talento para se tornar um músico inspirador de habilidades incomuns. Portanto, vocês farão bem em cultivar esse talento desde o mais cedo possível, pois ele certamente deixará uma marca no mundo nessa linha.
Mas, há uma grande desvantagem que vocês devem ajudá-lo a superar. Descobrimos que a Lua, que traz atividade à vida, está sem Aspectos, o mesmo pode ser dito de Marte, o Planeta da energia dinâmica, e isso fornece à David uma certa indolência portanto, descobrimos que David tem a tendência a sonhar com seu tempo e não se dedicar a nenhuma tarefa a menos que seja forçado a fazê-lo. Essas características e tendências são mais facilmente superadas durante os anos de infância; portanto, certifiquem-se de fazer com que ele se ajude em tudo, faça por si mesmo tudo o que ele possa fazer e lhe forneça certas tarefas todos os dias para que ele se acostume a trabalhar de uma forma ou de outra.
Por causa das configurações acima mencionadas, a música chegará a ele tão facilmente que dificilmente haverá um esforço necessário; no entanto, para alcançar algo realmente valioso nesse quesito, a prática é absolutamente necessária, e desse trabalho enfadonho ele tentará escapar; portanto, deve ser dever de vocês forçá-lo a fazer seu trabalho de maneira cabal, sem se esquivar.
Também encontramos o perspicaz, versátil, eloquente e hábil Mercúrio em estreita Conjunção com o Sol, em combustão, como chamamos; mas ele está em Trígono com o oculto, profético e inspirador Netuno e, portanto, o que foi dito a respeito da música também pode ser dito em grande parte a respeito da Mente. Ele será muito perspicaz e as coisas virão a ele em um momento, passarão por sua Mente, mas então elas irão embora novamente. Ele não vai querer fazer nenhum estudo e, portanto, isso também deve fazer parte de seu treinamento por uma disciplina rígida. Marte, o Planeta de energia dinâmica, está Elevado em Câncer e, embora sem Aspectos, terá uma influência considerável na vida, proporcionando a David uma disposição para o amor ao lar; mas ele estará mais à vontade a mostrar acesso de raiva lá do que fora de casa; portanto, se vocês puderem ensiná-lo a se controlar dentro de casa durante os anos de infância, tanto melhor para a paz e o conforto que ele obterá quando tiver que tomar conta de si mesmo.
O obediente às leis, conservador, reverente, otimista, opulento e benevolente Júpiter está em Sextil com o original e independente Urano, e essa configuração proporcionará à David uma disposição ampla e humana e uma tendência para mergulhar nas artes e ciências ocultas. Favorece a associação com ordens secretas e proporciona uma promessa de prosperidade na vida; também fornece a ele a honestidade, sinceridade, sociabilidade, hospitalidade e, provavelmente, se beneficiará muito de amigos influentes. Essa posição também confere capacidade executiva e sucesso em relação a instituições de ensino. Assim, como Vênus está na 5ª Casa, o que tem a ver com educação, ele talvez tenha mais sucesso se se dedicar ao ensino de música em tal instituição.
No que diz respeito à saúde, descobrimos que Marte, o Planeta do calor e da inflamação, está em Câncer, o Signo que rege o estômago; portanto, é necessário ensinar David a comer bem, para que ele não sobrecarregue o seu organismo e fique sujeito a problemas gástricos de natureza inflamatória. Também descobrimos que Saturno, o Planeta da obstrução, está em Gêmeos, o Signo que rege os pulmões. Isso mostra que há tendência para resfriados nesses órgãos e, portanto, vocês devem mantê-lo o mais agasalhado possível, principalmente porque ele vive em um clima muito frio, e se vocês puderem encontrar meios de procurar um local de residência mais ameno e quente, será muito melhor para ele. Mas Saturno não está sob tensão e, portanto, vocês não precisam ter medo de que, com os cuidados normais, algo mais sério se desenvolverá do que um resfriado comum.
IAN H. H. – NASCIDO EM 20 DE ABRIL DE 1917 ÀS 6:36 AM
EM LINCOLN, INGLATERRA
No momento do nascimento de Ian, o Signo mercurial de Gêmeos estava no Ascendente e Mercúrio, o Regente, está esplendidamente fortificado por uma Conjunção com Júpiter em Touro, o Signo da voz. Está também em Sextil com Saturno, o Planeta da premeditação, do tato, da diplomacia e do sistema. Júpiter é o Planeta da reverência, benevolência, do otimismo e da opulência, e Touro é o Signo da voz; isso lhe proporcionará uma Mente esplêndida, não uma Mente estreita que é rapidamente decidida, mas uma Mente expansiva que leva tempo para chegar a uma conclusão, mas uma vez formada, será quase tão muitíssimo difícil mudar. No entanto, por ser baseado na razão, o julgamento de tais pessoas também é extremamente confiável. Ian praticará completamente o antigo ditado de que “o silêncio vale ouro”; ele não será um tagarela, mas pode confiar que ele manterá um segredo.
Ao mesmo tempo, a Conjunção com Júpiter evitará qualquer tendência de se tornar um recluso; isso proporcionará a ele uma disposição agradável, sociável, jovial, apreciador de diversão e recreação, amor pela música, arte e literatura, de modo que a ser totalmente simpático e popular. Isso proporcionará a ele uma disposição alegre e otimista, com capacidade de ver o lado bom das coisas e manter o ânimo na hora da adversidade; resultando em Mente ampla, versátil e capaz de raciocinar corretamente para formar um julgamento confiável por deliberação cuidadosa. Se ele se preocupa em estudar direito ou literatura, qualquer uma delas será uma esplêndida vocação para ele. Júpiter também fornecerá a ele o respeito da comunidade e uma situação financeira confortável.
Do Sextil entre Saturno e Júpiter, sua Mente ganhará mais seriedade, profundidade e o poder de concentração que é de valor inestimável na vida. A previdência e a capacidade de raciocínio profundo indicadas por este Aspecto garantem o sucesso em qualquer vocação que ele possa seguir. Isso também proporcionará a ele uma persistência paciente que não permitirá nenhuma falha temporária em impedir o sucesso final, e a cautela e diplomacia que proporcionarão a ele uma persistência no longo prazo, de modo que no final tem a possibilidade de se tornar proeminente em conexão com alguma empresa séria, bancos, investimentos, política ou assuntos governamentais. Isso proporcionará a ele a capacidade de ocupar uma posição elevada em grandes empreendimentos em que uma mão firme é necessária ao leme. Mas embora ele tenha uma boa voz e o poder de expressão, provavelmente, ele será tão modesto a ponto de não ser notado, exceto em círculos onde suas excelentes qualidades mentais são conhecidas.
Mas existem dois perigos para sua carreira; o primeiro é indicado por uma Quadratura do fanático e irreprimível Urano a Mercúrio, mostrando que há algum perigo de que ele saia pela tangente e se torne um tanto anarquista e radical em suas ideias.
Este perigo não é tão grande por causa das outras configurações já mencionadas, mas o perigo real reside no fato de que Mercúrio e Júpiter estão na 12ª Casa e em um Signo interceptado. Tudo o que está na 12ª Casa mostra uma latência e uma tendência às tristezas, aos problemas e à autodestruição; os Signos interceptados também mostram uma dificuldade de revelar o que está nos Astros neles contidos.
Portanto, há uma dupla limitação para Ian e será necessário que vocês pressionem muito para fazê-lo expressar as boas qualidades que existem nele. Ele possui uma rapidez para aprender e observar, e uma memória excepcional, mas o perigo é que ele guarde tudo dentro de si e vocês devem, portanto, tentar fazer com que ele tenha um papel o mais ativo possível em tudo o que diz respeito aos exercícios, jogos e funções sociais da infância e da mesma natureza; também está colocado na 12ª Casa.
Saturno, o Planeta da obstrução, em Câncer, o Signo que rege o estômago, e em Quadratura com o Sol doador de vida e com Vênus, que estão ambos localizados na 12ª Casa, a das tristezas e angústias, mostram que a vitalidade dele não é muito forte e que essa pode ser a razão para a tendência antes mencionada de se infiltrar em uma concha e evitar a expressão de seus talentos. Portanto, é necessário que vocês tomem cuidado para que ele não coma demais ou coma coisas que não são boas para ele, para que os órgãos da digestão não sejam prejudicados e o sistema entupido de venenos, por mais talentosa que uma pessoa possa ser, se for vítima de indigestão, é deficiente e prejudicado, de modo que a vida que, de outra forma, teria sido um sucesso pode se tornar um fracasso.
HAZEL IRENE M. – NASCIDA EM 13 DE FEVEREIRO DE 1911 ÀS 7:30 AM
EM EUREKA, CALIFORNIA, EUA
No momento do nascimento de Hazel encontramos o afetuoso, adorável e suave Vênus no Ascendente no Signo de Peixes e em Trígono com o otimista, opulento e benevolente Júpiter, também com o oculto, profético, inspirador e devocional Netuno. Isso lhe proporcionará uma natureza muito emocional e uma simpatia e uma caridade para com os outros.
A configuração com Júpiter é um dos melhores sinais de sucesso e fortuna geral; favorece o acúmulo de riquezas e o gozo de todas as coisas boas da vida; é uma boa indicação de um casamento bem-sucedido e feliz, de prestígio social e do respeito de todos com quem ela entrará em contato. Isso lhe proporcionará uma disposição jovial, cordial, otimista, generosa e de coração grande, e uma hospitalidade, interessada e ativa em medidas sociais e filantrópicas, e uma Mente liberal, tolerante com os opiniões dos outros, mesmo quando divergem radicalmente das dela. Fornece a ela habilidades para adorar o prazer, as viagens, festas e o aproveitar a vida ao máximo.
Esses Aspectos, principalmente o de Netuno, conferem-lhe um talento considerável para a música, que deve ser cultivado por todos os meios. Existem quatro Signos Comuns nos ângulos e se não houvesse nenhum testemunho para compensar isso, ela tenderia a ser apática e mutável; na verdade, ela tem alguma tendência nessa direção conferida pela Oposição do Sol com a Lua; portanto, às vezes, vocês a acharão vacilante e instável na disposição, mutável e incapaz de seguir um curso fixo na vida, precipitada em mergulhar em alguma coisa, mas sem a persistência ou continuidade de propósito para levá-la a uma conclusão bem-sucedida.
Se isso, como disse, e o testemunho dos Signos Comuns nos ângulos, não fossem contrabalançados por uma influência poderosa, teria uma tendência a torná-la um fracasso na vida; mas também descobrimos que o empreendedor, enérgico, entusiasta e construtivo Marte está em Sextil com Júpiter e Vênus.
Isso lhe proporcionará um acréscimo ao gosto pelo prazer já mencionado e lhe fornecerá uma natureza aspirante e aventureira; isso também a proporcionará uma facilidade em demonstrar o seu afeto e uma liberdade com qualquer recurso financeiro que possa obter. Como Marte está em Conjunção com o licencioso, não convencional, fanático e irreprimível Urano, será necessário que vocês cuidem dela com muita atenção durante os anos de juventude, pois isso pode levá-la a um casamento muito apressado e precoce que na época pode não parecer a seu melhor proveito, mas no final provavelmente ficará tudo bem, pois não há aflição com Vênus. Há tantas coisas boas e favoráveis nesse horóscopo que não parece que nenhum mal duradouro possa acontecer a ela.
A magnética, imaginativa, plástica e emocional Lua está em Trígono com o cauteloso, deliberado, metódico, perseverante e diplomático Saturno; isso fornece a ela todas as melhores qualidades saturninas à Mente dela, tornando-a autossuficiente e sistemática, cuidadosa e econômica em seus negócios, e vai ajudá-la a ter sucesso na vida por meio de trato diplomático e cheias de tato com outras pessoas. Desse modo, compensará os efeitos dos Aspectos marcianos um tanto bruscos.
Isso também lhe proporcionará paciência e persistência, mas infelizmente o mentiroso e desonesto Mercúrio também está em Quadratura com Saturno. Isso lhe proporcionará a tendência a ser enganosa e astuta, e por causa disso ela enfrentará problemas e tristezas. Isso, também, lhe proporcionará a tendência de se tornar, às vezes, amarga e sarcástica e, portanto, corre o risco de perder o prestígio que ganha por suas boas características.
Como vocês sabem, reputações são facilmente perdidas, mas dificilmente conquistadas; portanto, vocês devem ter muito cuidado para incutir nela uma alta consideração pela verdade e um trato justo com todos em todas as circunstâncias; façam com que ela se apegue a tudo que ela empreender e obedeça a qualquer acordo que ela fizer. Ela já ultrapassou os anos da primeira infância e não é tão fácil de administrar como se vocês tivessem vindo antes até nós e recebido esta informação, mas vocês ainda podem fazer muito por ela.
Com relação à saúde, descobrimos que ela é uma criança muito nervosa por causa da Quadratura entre Mercúrio e Saturno, e como este Planeta está em Touro, Signo que rege a garganta, há tendências a resfriados e distúrbios da garganta, também dos órgãos geradores sexuais. Tenha cuidado para mantê-la aquecida; sua vitalidade não é muito boa por causa da Oposição do Sol e da Lua; portanto, ela precisa de roupas extras, principalmente para manter os pés aquecidos.
MARY A. McK. – NASCIDA EM 10 DE FEVEREIRO DE 1917 ÀS 12:07 am
EM COLUMBUS, OHIO, EUA
No momento do nascimento de Mary, encontramos quatro Signos Fixos nos ângulos, o Sol também está no Signo Fixo de Aquário, em Conjunção com o avançado, independente, original, amante da liberdade e inventivo Urano, e o empreendedor, enérgico, entusiasta e construtivo Marte. Isso proporcionará à Mary uma natureza independente, uma disposição para seguir o seu próprio caminho, apesar de todos os obstáculos, e de se ressentir ao máximo de qualquer interferência em sua autoexpressão e liberdade. Portanto, se assim o for ela tenderá a ser uma criança muito difícil de criar e vai exigir todo o tato e diplomacia de vocês para guiá-la, pois vocês podem muito bem verificar que será impossível levá-la a fazer qualquer coisa ela não está disposta a fazer.
Mas ela tem algumas características muito boas e não há dúvida de que, com a atitude adequada da parte de vocês, ela crescerá e proporcionará muitas alegrias para si mesma e para vocês.
Encontramos a emocional, magnética, imaginativa, plástica e mutável Lua em Sextil com o cauteloso, deliberado, metódico, perseverante, atencioso, diplomático e econômico Saturno e em Trígono com o lógico, perspicaz, versátil, eloquente, literário e hábil Mercúrio. Também deve ser notado que Mercúrio vai antes do Sol, iluminando a Mente, e isso proporcionará a Mary uma Mente muito receptiva e uma memória retentiva, duas qualidades muito raras. Portanto, esse Aspecto é uma boa indicação de sucesso na vida, especialmente em uma das ocupações mercuriais, literária, clerical ou que envolva viagens.
Ela tem a tendência de ser bastante prolixa, embora no caso dela Saturno seja um tanto restritivo nessa direção; mas de qualquer forma ela tende a ter uma boa expressão e habilidade como linguista ou oradora pública treinada em produção de voz e gestos e entrega, tipo de: oradora, oradora público, retórica, locutora, orador, uma pessoa que faz um discurso ou uma oratória. Isso proporcionará a ela a tendência de ver o lado bom da vida e ter prazer na sociedade. Isso a tornará autossuficiente, sistemática, cuidadosa nos negócios e lhe conferirá um agudo senso de responsabilidade. Ela tende a ser muito confiável em todos os assuntos que envolvam honra e justiça, e por isso será muito estimada entre seu círculo de amizades. Isso, também, lhe proporcionará muita paciência e persistência, de modo que, em conjunto, esses Aspectos que mencionamos aqui são suficientes para garantir o sucesso na vida, se vocês puderem desenvolver esse lado de seu caráter.
Também encontramos o entusiasmado e enérgico Marte em Sextil com o obediente às leis, conservador, otimista, opulento e benevolente Júpiter. É da natureza de Júpiter ser um tanto conservador e digno, mas, quando misturado com o fogo de Marte, fornece entusiasmo e capacidade de influenciar os outros e os imbuir do mesmo sentimento; torna a natureza nobre, sincera, honesta e direta. Esse Aspecto também favorece a prosperidade financeira, pois tanto Marte quanto Júpiter, quando com Aspectos benéficos, atraem recursos financeiros.
Mas eles diferem no que diz respeito ao desembolso: Júpiter é um tanto conservador nesse aspecto, mas onde os aspectos marcianos e jupterianos são mesclados por um Aspecto benéfico, o resultado é uma natureza ideal e generosa, nem muito pródiga nem muito conservadora, mas capaz de se manter no meio-termo. Isso proporcionará a Mary uma grande dose de engenhosidade e capacidade construtiva, e tudo o que ela fizer, colocará todo o seu coração nisso; portanto, aumentará o sucesso dos aspectos já mencionados e a tornará popular na sociedade. Isso também lhe proporcionará um gosto por esportes e jogos ao ar livre, um amor por viagens e muito prazer com isso.
Mas há um outro lado de sua natureza que é indicado pelos Aspectos adversos entre Júpiter, Mercúrio e Saturno. Mercúrio em Quadratura com Júpiter, às vezes, proporcionará a ela uma disposição vacilante e hesitante, de modo que ela tende a não ser capaz de se decidir quando mais de um curso de ação estiver a sua disposição; portanto, pode levar à procrastinação, que é fatal para o sucesso na vida. Este Aspecto também proporciona o risco de escândalo e calúnia por causa de companheiros traiçoeiros, e a Quadratura de Saturno a Júpiter acentua essas qualidades, tornando a Mente tímida e vacilante, desconfiada, indolente e inclinada a mudar com a maré. Quando vocês virem sintomas dessa natureza tentem incitá-la, por todos os meios, para que ela não entre nessa rotina, pois isso arruinaria suas perspectivas.
Marte rege a hemoglobina no sangue e seu Sextil a Júpiter proporciona uma abundância de energia e vitalidade. A Conjunção do Sol com o energético Marte também é outro testemunho na mesma direção, mostrando que Mary pode esperar gozar de boa saúde, principalmente ao longo da vida. Mas Saturno, o Planeta da obstrução, em Câncer, o Signo que rege o estômago, pode interferir na digestão, e Netuno, o Planeta do ocultismo e dos sonhos, na 9ª Casa, em Oposição a Vênus, mostra que um excesso de indulgência irá ser produtiva de sonhos muito maus que interferirão em seu descanso; assim, ela pode ficar sujeita à insônia. Cuide bem da alimentação dela e tudo ficará bem.
RUTH ELIZABETH A. – NASCIDA EM 1 DE DEZEMBRO DE 1915 ÀS 9:30 AM
EM CLEVELAND, OHIO, EUA
Tivemos dois horóscopos de moças com o Signo de Leão no Ascendente, mas aqui temos um Ascendente de natureza totalmente diferente para lidar, a saber: Capricórnio; um Signo saturnino, com o Regente em Detrimento em Câncer — o estômago. As pessoas de Capricórnio possuem a característica de pouca vitalidade. Quando crianças, muitas vezes, são delicadas, tímidas, ofendendo-se com a menor coisa dita, e a parte infeliz disso é que não podem perdoar ou esquecer, mas guardam rancor. Eles prosperam com a aprovação do que fazem e, se os pais desejam extrair o melhor que há na criança de Capricórnio, devem elogiar seu trabalho. Eles têm as possibilidades de uma boa capacidade executiva, mas o menor desânimo faz com que a ambição desapareça. Eles devem ser apreciados para expandir, e os pais são advertidos a não manter as rédeas muito apertadas sobre essas crianças, não usar a palavra “’não” com muita frequência, para dar-lhes a liberdade que precisam.
Ruth, no entanto, tem o Sol – o doador da vida – no Signo jupiteriano de Sagitário, e Júpiter também está em seu próprio Signo, pois esse opulento Planeta está fortíssimo em dois Signos – Sagitário e Peixes, pois ele é Regente desses.
Júpiter irradia seu espírito benevolente e bondoso fazendo um Trígono com o Regente desse horóscopo – Saturno –, animando e fortalecendo o sério, pensativo e econômico Saturno.
O entusiasta Marte está no alegre e aspirante Signo de Leão, em Trígono com o amante do prazer, o suave Vênus no Signo de Sagitário, e isso superará muito da influência saturnina e proporcionará a Ruth uma natureza alegre, otimista e, também, nobre; o lado sério de Saturno será, assim, bem equilibrado.
Com o místico Netuno em Leão, Signo Fixo, e na 7ª Casa, em Trígono com Mercúrio e com o Sol, e com Urano em seu próprio Signo, Aquário, na 1ª Casa, em Sextil com o Sol, proporcionará à Ruth muita facilidade em absorver o conhecimento; ela não precisará trabalhar muito mentalmente para isso, porque o espírito saberá por meio das intuições despertadas.
A Lua no Signo de Virgem, regendo os intestinos, e na 8ª Casa, em Quadratura com Vênus, proporcionará à Ruth a tendência em formar hábitos desordenados. Seu quarto e suas roupas não são mantidos tão em ordem, pois a Quadratura dos dois Atros acima indica preguiça e indiferença à ordem. Aconselhamos os pais dessa jovem a ensiná-la a ter um lugar para tudo e cada coisa em seu lugar, ou ela será muito infeliz nos próximos anos, pois se ela tiver o lar dela e uma família própria e a indolência for permitida, levará a muita infelicidade; esse é um caso em que “é melhor prevenir do que remediar”.
Com Saturno, o Planeta da obstrução, em Câncer, o Signo que rege o estômago, e a Lua em Virgem, em Quadratura com Vênus, as partes fracas do Corpo Denso de Ruth serão o estômago e os intestinos.
Ela será muito peculiar em seus gostos e desgostos em relação à alimentação, especialmente amante de doces, bolos e amidos, e nos últimos anos, quando uma pressão for colocada sobre o corpo, o estômago não terá os fluidos necessários para a digestão. Também com a Lua em Quadratura com Vênus, a circulação será lenta e o intestino delgado, especialmente, não assimilará a comida. Portanto, é sábio que os pais comecem agora a ensinar esta criança a se alimentar de maneira simples e vegetariana e poderão poupar muito sofrimento para ela no futuro.
Com o Sol e Mercúrio em Trígono com Netuno e com o Sol em Sextil com Urano, Ruth aceitará prontamente assuntos místicos e seus ideais estarão acima da média.
MARSHALL RIDDLE Il – Nascido em 23 DE MAIO DE 1913 ÀS 11:54 PM
EM HALFWAY, OREGON, EUA
Marshall é um nome bem escolhido para um jovem com esse horóscopo. Ele certamente fará sua parte ajudando a posicionar, ordenar de forma adequada e eficaz a Nova Era. Ele liderará movimentos progressistas, tendo o avançado, original e amante da liberdade Urano em seu próprio Signo, o Signo humanitário de Aquário, no Ascendente e tão maravilhosamente fortificado.
O enérgico, construtivo e entusiasmado Marte também está em seu próprio Signo, o ardente e enérgico Áries, e está em Sextil com o Ascendente e com Urano. Com essa configuração planetária, os dois Planetas mais impulsivos e ativos tão bem situados, proporciona a esse menino a chance de fazer algo que o mundo sentirá sua presença. Tem a capacidade de ser original e excêntrico e, ainda, de promover novas ideias e, como Marte é o Regente da 9ª Casa (Religião), seu treinamento deve seguir essas linhas mais elevadas, pois sua Mente é aguçada e profunda. Descobrimos que o cauteloso, perseverante e pensativo Saturno está em Conjunção com o vivificante e digno Sol, no Signo mercurial de Gêmeos (que rege as mãos e os braços), em Sextil com Marte e em Trígono com Urano. Saturno ajudará a equilibrar os impulsos e fornecerá a estabilidade e profundidade à mentalidade. E, também, encontramos Mercúrio no Signo da garganta, em Sextil com Netuno no Signo místico e oculto de Câncer na 6ª Casa, mostrando que Marshall deveria se expressar com palestrante, ou como escritor. Ele será muito hábil com as mãos, inventivo e poderá, algum dia, inventar algo relacionado a linhas elétricas.
Como demos apenas o que há de bom no horóscopo de Marshall, também é necessário, se quisermos ajudá-lo, que apontemos os pontos fracos para que os pais o ajudem a fortalecer esse lado de sua natureza. Encontramos Júpiter, o Regente da 10ª Casa, em Conjunção com a vacilante e negativa Lua em Capricórnio na 12ª Casa, mostrando hospitais, em Oposição a Netuno no Signo aquoso de Câncer, que rege o estômago, e na 6ª Casa; Netuno também está Quadratura com Vênus na 2ª Casa – finanças; Marte está em Quadratura com Júpiter da Segunda à 12ª Casa; tudo isso indicando que o ponto fraco de Marshall será encontrado no estômago; proporcionará a ele gostos estranhos e exagero na comida e, principalmente, na bebida; seus companheiros o levarão a excessos que prejudicarão sua saúde e seu dinheiro será gasto em hospitais em um esforço para recuperar a saúde.
Com a Lua também em Quadratura com Vênus, há uma tendência em gastar seu dinheiro em elegância e vida desenfreada. Isso pode ser verificado se, enquanto menino, for treinado para ser moderado e cuidadoso na questão de sua alimentação e para economizar seus tostões. Ensine-lhe o valor do dinheiro, e isso terá um efeito duradouro sobre ele. Mas também encontramos Saturno na 4ª Casa (o Lar), e os pais são, portanto, muito propensos a restringir esse menino, essa alma impulsiva e avançada que não pode fazer nada como as outras crianças. Ele é original e quer sua liberdade e deve se expressar com originalidade, mas a palavra “não” é alta tendência para ser usada em seu lar. Isso vai acabar com o melhor dele e ele está muito apto a sair de casa, se houver muitas restrições impostas a ele. Tente liderá-lo e amá-lo a fazer as coisas, mas nunca o force.
RUBY ALBERTA E., NASCIDA EM 10 DE MARÇO DE 1915 ÀS 2:45 PM
EM EDENVALE, CALIFORNIA, EUA
Aqui temos outra jovem que tem o nobre, ambicioso e magistral Signo de Leão no Ascendente, mas uma criança de natureza completamente diferente. O Regente do Ascendente está na 8ª Casa – a Casa das limitações – e em Quadratura com o obstrutivo Saturno, o Regente da 6ª Casa – doença –, mostrando que a vitalidade estará baixa e que há uma tendência a tosses e resfriados; uma oxigenação pobre também é mostrada. Portanto, aconselhamos os pais a proporcionar um ambiente onde há muito ar fresco no quarto onde ela dorme. Ensine-a a respirar profundamente, enchendo o peito para desenvolver os pulmões. Mas com a força de vontade, o Signo vital de Leão no Ascendente, ela será capaz de dominar essas tendências e superar; caso ela tivesse um Signo mais fraco, por exemplo, o Signo de Virgem no Ascendente, ela poderia cair em uma doença crônica pela condição de fraqueza física.
Ruby encontrará dificuldade em expressar os poderes latentes dentro dela, pois muito poucos de seus Astros estão aspectados. Ela pode amar a música e a harmonia, mas não será capaz de se expressar nisso, pois Vênus, Urano, Júpiter e Netuno não têm Aspectos, mostrando oportunidades negligenciadas em vidas anteriores. Essa alma teve essas oportunidades, mas não as agarrou.
Cabe a todos nós fazer o nosso melhor para avançar e agarrar cada oportunidade que vem a nós nessa vida, pois estamos construindo uma base, de modo que seremos conduzidos ao próximo corpo com um horóscopo no qual os Astros estão fazendo Aspectos benéficos. É como W. E. Henley diz em seu “Invictus”:
“Não importa quão estreito seja o portão,
Quão carregado de punição o pergaminho,
Eu sou o mestre do meu destino,
Eu sou o capitão da minha alma.”
Apesar de todas as dificuldades a serem superadas em relação aos Astros não aspectados acima, Ruby tem uma Mente muito profunda e perspicaz. Isso a ajudará a superar muitas dificuldades, pois encontramos Mercúrio, o Planeta da razão, no Signo Fixo e de Ar de Aquário em Trígono com o parcimonioso e perseverante Saturno. Esses dois Planetas também estão em recepção mútua, o que é muito bom. Isso proporcionará a Ruby uma Mente brilhante e equilibrada pela vontade do Signo Fixo de Leão; os Signos Fixos em todos os ângulos, proporcionará a ela uma esplêndida habilidade executiva e possibilidades de ser bem-sucedida no trabalho administrativos em escritórios. Ela poderia se encarregar de um grande escritório e teria um controle maravilhoso sobre aqueles sob ela ou em seu emprego.
JEAN A.B. – NASCIDA EM 12 DE JULHO DE 1908 ÀS 7:00 AM
EM PITSBRUGH, PA, EUA
Aqui temos uma jovem com o régio, nobre e aspirante Signo de Leão, um Signo de Fogo, no Ascendente. E com o perspicaz, enérgico e ardente Marte também no Signo de Leão, Jean tende a ter sua presença reconhecida neste mundo. Ela exigirá atenção e não poderá ficar muito tempo em uma sala lotada sem que todos os presentes percebam que ela está entre eles.
Marte em Leão é muito impulsivo e demonstrativo. O único Aspecto que esse Planeta faz é uma Quadratura com o Meio do Céu, dos dois Signos bestiais de Leão e Touro, portanto, ela não receberá os benefícios de Marte, as energias serão dissipadas, e principalmente porque o Planeta está na 12ª Casa com nenhum Aspecto astral. Também com o Sol no Signo místico de Câncer, em Conjunção com o Planeta místico Netuno e em Oposição ao Planeta do impulso – Urano, Jean pode, em algum momento, ser levada a desenvolver seus poderes latentes por meio da mediunidade. E o Sol também na 12ª Casa — a Casa da autodestruição — seus impulsos podem levá-la à autodestruição. Com o inquieto e nervoso Mercúrio em Conjunção com Vênus e Netuno no Signo de Câncer, regendo o estômago, em Quadratura com o obstrutivo Saturno em Áries (a cabeça) e em Oposição a Urano na 5ª Casa dos prazeres, Jean tende a sofrer com má digestão e fortes dores de cabeça, se ela permitir que seus impulsos levem a excessos de prazeres, em especial aqueles ligados aos apetites.
Agora há também um lado muito fino e nobre de Jean, no qual os elevados ideais de Leão terão a oportunidade de se expressar através de um Júpiter reverente, otimista e cumpridor da lei, que está na cúspide do Ascendente. Júpiter está sempre pronto para se expressar através do coração e no Signo de Leão, que rege o coração, proporcionará a Jean uma natureza nobre, generosa e amorosa. Ela vai querer amar o mundo inteiro, e o Trígono de Júpiter com o cauteloso e pensativo Saturno na 9ª Casa equilibrará o amor. Se o lado religioso da natureza for estimulado, Jean pode ser um poder para o bem, especialmente se os Aspectos da 11ª e 5ª Casas puderem ser controlados — os apetites e desejos de prazer.
Os pais têm uma grande responsabilidade na formação de uma alma forte, como é mostrado nesse horóscopo, e é um privilégio maravilhoso ser os guardiões de alguém tão dotado. Que Deus lhes dê sabedoria e amor para guiá-la corretamente.
HATTIE D. – NASCIDO EM 7 DE FEVEREIRO DE 1912 ÀS 10:00 Pm
EM CORPUS CHRISTI, TEXAS, EUA
As crianças de Libra, geralmente, se expressam por meio de duas naturezas, pois Libra é o Signo da balança de pratos, e esses estão ou para cima ou para baixo. Um lado é a natureza suave e doce de Vênus que é muito amorosa e alegre, e o outro assume a melancolia e o pessimismo de Saturno, pois Saturno está em Exaltação nesse Signo. Mas essa jovem expressará uma natureza inquieta, com a Conjunção da Lua com a Cauda do Dragão (uma influência saturnina), no Ascendente, em Quadratura com o aquoso e despido Netuno em Câncer, o quarto Signo – também representando o lar. Também com a Conjunção de Urano, amante da liberdade, com o inquieto Mercúrio na 4ª Casa, Hattie vai querer ir, ir, ir, e se ela for restringida por aqueles que moram com ela, ela se tornará muito sombria e vingativa, pois o sombrio Saturno está no Signo taciturno e teimoso de Touro na 8ª Casa, em Quadratura com o Sol a partir da 5ª Casa, mostrando que seu lado mais teimoso será despertado, se suas liberdades ou prazeres forem interferidos.
Hattie tem muita habilidade manual, pois com Urano em Conjunção com Mercúrio, e em Trígono com o construtivo Marte no Signo que rege as mãos e os braços – Gêmeos, original é garantido o fornecimento da originalidade no que faz e deve ser encorajada a se expressar em escrever ou desenhar. Com Saturno, o obstrutor, em Touro, em Quadratura ao vivificante Sol, no Signo de Aquário (esses Astros também estão paralelos entre si), o ponto fraco do corpo de Hattie será a ação do coração. Essa fraqueza só se desenvolverá mais tarde na vida, e muitos problemas podem ser evitados se ela for ensinada a viver corretamente. Com Urano em Conjunção a Mercúrio do Signo nervoso de Aquário, em Trígono com o inquieto e energético Marte no Signo de Gêmeos, também regendo os nervos, há uma tendência em dissipar sua energia. Tende a ser muita ativa e deve ser ensinada a pensar antes de agir. É bom treiná-la para organizar seu trabalho do dia, pensar sobre isso e depois ir devagar e deliberadamente para seguir o que o cérebro formulou primeiro, de modo a poupar todo o trabalho desnecessário. Dessa forma, ela pode criar o hábito de se mover lentamente e, ainda, realizar tanto quanto de outra forma.
DANIEL HALL N. – NASCIDa EM 23 DE MAIO DE 1908 ÀS 8:35 AM
EM THE DALLES, OREGON, EUA
Os Astros no horóscopo de Daniel estão agrupados de uma forma muito interessante. Sabemos que nada acontece por acaso, e que o que trazemos para essa vida terrena, ou seja, o caráter, é o que esculpimos e moldamos em vidas passadas. Esse jovem tem uma natureza verdadeiramente sensível e mística, que exigirá um treinamento cuidadoso. Ele não está preparado para lutar com os problemas difíceis do mundo; é uma planta muito tenra que deve ser cercada por um determinado ambiente para que desabroche e que murcha, se não for cuidada. Câncer no Ascendente anseia-lhe proporciona timidez e anseio por amor e simpatia no lar, pois Câncer é o Signo da 4ª Casa.
Com o Planeta místico Netuno em Conjunção com Vênus, o Planeta da arte e da música, e em Conjunção com a Cabeça do Dragão que fornece uma influência jupiteriana, todos em Trígono com a Lua, o Regente do Ascendente, na 9ª Casa da Religião, e no Signo místico e oculto de Peixes, Daniel tem habilidade para ser um ocultista nato e aceitará prontamente todas as coisas pertencentes aos ensinamentos religiosos mais avançados.
Urano também está em Sextil com a Lua, o que fortalece a tendência ao desenvolvimento místico. Mas, também, há perigo associado a tal desenvolvimento. Os dois Planetas idealistas, Netuno e Vênus, no Signo plástico da Lua – Câncer – proporciona a Daniel uma falta de discernimento e uma incapacidade de distinguir o mal do bem; ou, como diz o ditado comum, ele será um “alvo fácil”, especialmente com suas amigas. Vênus, o Regente da 11ª Casa dos amigos, está na 12ª Casa em Conjunção com Netuno e em Oposição ao não convencional Urano e, também, Marte, o Regente do Meio do Céu e da 5ª Casa, está na 12ª Casa da autodestruição em Quadratura com Saturno, proporciona a Daniel uma discrição e uma sujeição a escândalos e acidentes. Os pais devem ensiná-lo a ser cauteloso e a ser sempre o mais verdadeiro, pois Marte e Saturno em Quadratura, e a aflição do Ascendente, fornecem uma tendência à falsidade. O Ascendente estando a 29 graus e 28 minutos de Câncer lhe proporciona uma vontade mais forte do que se estivesse em graus menores desse Signo, pois estando nos últimos graus lhe facilitará utilizar a força do Signo de Leão.
Júpiter, o Planeta opulento e cumpridor da lei em Leão, fazendo um Trígono com Saturno no Meio do Céu e, também, um Sextil com o Sol em Gêmeos, lhe fornece um grande desejo de honra e compensará amplamente a Quadratura de Marte e Saturno. Se os pais desenvolverem o lado reverente e benevolente de sua natureza, como mostra a influência na 9ª Casa da Religião por meio da qual ele pode expressar a música (talvez no órgão da igreja), equilibrará a outra natureza, harmonizará as duas e despertará o que há de melhor nele.
CLIFFORD B. – NASCIDO EM 7 DE JULHO DE 1908 – 7:30 pM
EM OGDEN, UTAH, EUA
A mãe nos contou que Clifford nasceu prematuramente. O dicionário define prematuro como “antes do tempo devido”.
Os raios estelares são estampados na vida da criança em seu primeiro choro ou respiração completa. O Relógio do Destino registra o nascimento do Ego e o tempo é definido pelos Senhores do Destino ou Anjos do Destino.
Nada é prematuro, mas as oportunidades devem ser abraçadas pelo Ego que retorna, atraído pela vida terrena, quando uma oportunidade favorável é apresentada para sua expressão e experiência. Como estudamos no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos, “A Lei da Consequência trabalha em harmonia com as estrelas”, e o ser humano nasce no próprio dia (sete ou nove meses), quando os Atros trazem as condições necessárias para o progresso, quando for melhor para ele pagar as dívidas de vidas passadas, e quando essa alma puder obter a maior experiência na grande escola da vida.
Clifford nasceu no Signo avançado e humanitário de Aquário, quando os Astros estavam situados da maneira mais maravilhosa. Será que nos admiramos que a mãe diga que ele é um problema? É um menino de Personalidade forte, destinado a liderar e não a seguir, uma alma forte que deixará o mundo um lugar melhor por ter vivido nele.
Júpiter, o Planeta benevolente e opulento em Leão, o Signo do coração, fornece uma natureza nobre, com grande autoconfiança, compaixão e justiça, e com a Conjunção de Marte empreendedor, construtivo e energético, a mistura dos dois Planetas acima na 7ª Casa e no forte e Signo Fixo de Leão, esse menino não pode fazer coisas pequenas. Leão deve se destacar, deve governar, e especialmente com os Planetas mencionados acima nesse Signo, também o Sol Essencialmente Dignificado – ou seja, no seu Regente – em Leão, e a Conjunção magnética da Lua, todos no ângulo ocidental.
Os pais não podem fazer muito para treinar Clifford, ele tem uma Personalidade muito forte, sabe o que quer e não será conduzido por mais que tentem orientá-lo. Eles podem amá-lo em muitas coisas, mas Clifford sabe o que quer e realizará o que se propõe a fazer, independentemente do que os pais possam dizer.
À medida que envelhecer, poderá influenciar as pessoas, em especial a classe trabalhadora. O Regente da 6ª (Lua), 7ª (Sol), 9ª (Marte) e 10ª (Júpiter) Casas todos na 7ª Casa ou perto da cúspide, e o perseverante Saturno fazendo um Trígono com esses Planetas, proporciona a ele grande diplomacia e a capacidade de resolver disputas trabalhistas e liderar o povo trabalhador em canais racionais e espirituais.
Tem todas as competências para o bem e para deixar a sua marca. Mas, encontramos Mercúrio e Netuno em Conjunção no Signo de Câncer em Oposição a Urano, também na 6ª Casa – trabalho. Os pais devem liderar ou influenciar Clifford para sempre manter sua palavra, quando ele faz uma promessa, e nunca permitir que ele a quebre (“sim e não” deve sempre ser seu lema). Há uma tendência aqui de fugir da verdade e, às vezes, sob certas aflições, ele pode tirar vantagem daqueles com quem está empregado. Portanto, ensine Clifford a ser honesto e verdadeiro em todos os momentos, pois Saturno em Quadratura com Vênus, Mercúrio, Netuno e Urano proporcionará a ele muita sutileza e dissimulação ao lidar com as classes trabalhadoras, e se assim agir poderá tirar vantagem indevida delas. Se ele se afiliar a grandes corporações, ele perderá dinheiro e ajudará outros a investir e perder, portanto, esse é o ponto mais fraco do horóscopo.
Com Câncer – o Signo que rege o estômago, há uma tendência a problemas nos órgãos digestivos e nos rins, pois Saturno está em Áries trabalhando no Signo oposto de Libra. Ensine Clifford a comer cautelosa e cuidadosamente a comida vegetariana simples e vocês evitarão muitos problemas.
BERYL A. A. – NASCIDA EM 23 DE NOVEMBRO DE 1914 ÀS 6:30 AM
EM BEAR CREEK, MONT., EUA
Com o pensativo, sério e retraído Saturno Retrógrado no sensível e contraído Signo de Câncer no Ascendente, essa criança precisará do maior cuidado e da maior consideração, pois, esse posicionamento fornece uma timidez que deve ser bem-cuidada e tratada com o maior cuidado e amor. Os pais devem atrair essa criança para desenvolvê-la mental e fisicamente. Tende a se atrasar na escola, a ser extremamente sensível e a se esquivar das críticas, a querer ficar sozinha e se entregar aos sonhos. Pois com Netuno Retrógrado em Leão, em
Trígono com o Sol, e a sonhadora Lua, Regente do Ascendente, na 9ª Casa (a Casa dos sonhos e das visões) em Trígono com Saturno, todas essas configurações proporcionarão a ela muito intuição, e por meio dela obterá o que outra criança terá que trabalhar muito para obter mentalmente.
Beryl deve ser ensinada a se expressar por meio da música (especialmente via instrumentos de cordas), pois o Planeta musical Vênus está em Conjunção com o Sol e Marte na 6ª Casa, com Sol e Marte, ainda, em Sextil com Urano em seu próprio Signo, Aquário, e com o Sol também Trígono com Netuno no Signo musical de Leão. Essa criança deve ter a oportunidade de se expressar por meio da música inspiradora, especialmente a do órgão de tubos ou a música sacra na igreja. Não tente forçá-la a fazer muito mentalmente ou ela ficará nervosa e sofrerá fisicamente, pois seus pontos fracos serão o estômago e o sistema nervoso. Com Mercúrio em Escorpião em Quadratura com o nervoso e inquieto Planeta Urano, além do Saturno em Câncer, a indigestão nervosa levaria muito prejuízo à saúde dessa criança se vocês a forçarem a fazer o que ela não gosta. Deixe-a trabalhar no jardim, ensine-a a plantar e a cavar no solo, deixe-a trabalhar ao Sol o máximo possível e não faça dela uma planta de casa.
ALICE M. – NASCIDA EM 8 DE OUTUBRO DE 1918 ÀS 1:26 AM
EM LOS ANGELES, CALIFÓRNIA, EUA
Aqui temos uma jovem com o Signo Fixo e da realeza de Leão no Ascendente, com o melancólico e sério Saturno no Ascendente em Quadratura com a inquieta e versátil Lua e em Oposição ao impulsivo Urano na 7ª Casa. Esses Aspectos infelizmente estão em Casas Angulares e em Signos Fixos. Eles compensarão grandemente a influência amorosa, nobre e obstinada de Leão. Alice vai querer trilhar o seu próprio caminho e vai expressar essa tendência para aqueles do seu lar, que dificilmente poderão conduzi-la. Eles terão que amá-la e, por meio desse amor demonstrado ela poderá até ouvi-los e seguir as sugestões deles; mas ela precisará de elogios constantes para evitar que fique desanimada com seu trabalho.
Ela é uma estudante natural do ocultismo e muito mediúnica, mas advertimos seus pais sobre o desenvolvimento perigoso da mediunidade. Com Netuno, o Planeta do ocultismo, logo acima do Ascendente na 12ª Casa, a Lua na 4ª e Urano na 7ª, estando esses dois últimos Astros mencionados em Quadratura e Oposição a Saturno, ela tem facilidades em se desenvolver rapidamente em linhas mediúnicas, mas com grande perigo de ser vítima da obsessão.
Alice apreciará ficar sozinha e pensar, e viver mergulhada em pensamentos, e ela gosta de ter maravilhosos devaneios e grandes ideais. Se os pais a ajudarem a expressar alguns desses ideais e conquistar sua confiança, seu trabalho será único. Com o Planeta místico Netuno logo acima do Ascendente em Leão fazendo um Sextil com o musical, artístico Vênus e com Mercúrio, ambos no Signo de Libra, e fazendo um Trígono com o construtivo Marte no enérgico e idealista Sagitário, Alice tem a capacidade de se expressar por meio das artes e da música, de uma maneira um tanto diferente das outras. Ela nunca vai querer copiar, mas será pioneira em sua própria linha particular. Ela vai gostar de escultura e deve ser incentivada nessa forma da arte.
Júpiter está no Signo que rege o estômago e em Quadratura com o Sol em Libra, que é o Signo de sua Queda. Quando encontramos um Planeta no Signo de sua Exaltação, como Júpiter em Câncer, ou em sua Queda como o Sol em Libra, sua influência é maior para o bem em um caso – pois potencializa a tendência para o bem – ou para o mal no outro – pois enfraquece a tendência para o bem. Portanto, podemos esperar que Júpiter e o Sol sejam muito ativos no horóscopo de Alice. Um resultado será uma tendência a comer demais. Portanto, o apetite precisará ser controlado, pois a digestão será prejudicada se isso for permitido. Ensine-lhe moderação. As perspectivas para o casamento não são muito favoráveis. Com Urano em Oposição a Saturno da 7ª e 1ª Casas, pode ocorrer separações conjugais.
MARGUERITE HW. – NASCIDA EM 18 DE DEZEMBRO DE 1912, ÀS 11:35 AM
EM GLENWOOD SPRINGS, COLO, EUA
Aqui temos uma jovem com muitas qualidades refinadas, uma vez que quando se expor proeminentemente diante do público, poderá contar com os benefícios do abundante, farto e benevolente Júpiter, o Regente da 1ª e 10ª Casas, em Conjunção com o dignificado Sol no Meio do Céu.
Essa é uma das melhores posições possíveis, pois demonstra o sucesso geral na vida e a tendência a ter os favores de governos e de conseguir posições de confiança. Essas pessoas conquistam a amizade dos seus superiores, costumam ser bem respeitadas e tem a facilidade em brilhar em cargos de responsabilidade. Com a energética e empreendedora Conjunção de Marte com o perspicaz e literário Mercúrio no não convencional Signo de Sagitário, a Mente será extraordinariamente ativa e rápida e as posições sobre assuntos religiosos serão amplas.
Mas Marguerite é muito apta a expressar seus pontos de vista de tal maneira, franca e sem diplomacia, que poderá infelicidade sobre si mesma por essa liberdade de expressar seus pontos de vista avançados que ela desejará compartilhar com o mundo. Ela não pode guardá-los para si mesma. O que Marguerite aprecia ela quer compartilhar com seus amigos, pois, o avançado e amante da liberdade Urano em Conjunção com Vênus, no Signo original e independente de Aquário, proporcionará a ela o querer compartilhar suas visões religiosas com o mundo e, especialmente, com seus amigos, e com os estudantes de ocultismo, que são um pouco livres em sua expressão, tende a encontrar grandes tristezas e decepções no mundo, ao tentar compartilhar seus pontos de vista com todos com quem entram em contato, e muitos que são estreitos e intolerantes vão zombar e rir dela. Este poderá ser o destino de Marguerite até certo ponto. Ela deve ser ensinada a falar devagar e usar mais tato. Suas ideias de amizade e amor serão muito avançadas, pois os ideais uranianos ainda são estranhos para a maioria das pessoas, e essa alma será mais incomum em sua amizade e poderá causar críticas, especialmente com Marte no Meio do Céu. Mas seus amigos serão leais, embora de natureza incomum e errática; os verdadeiros tipos uranianos serão atraídos por ela.
Esse é um dos horóscopos mais afortunados que vimos, pois na maioria há Trígonos e Sextis. Contudo, como Max Heindel tem dito, muitas vezes em seus escritos: quando um horóscopo é tão bom, às vezes é tão perigoso também, pois aprendemos nossas lições e ganhamos resistência e força por meio dos golpes duros e das decepções, desapontamentos e desilusões. Como encontramos um Signo Comum negativo e tímido no Ascendente (Peixes) com tantos Aspectos benéficos, tudo chega a essa alma sem esforço, e os piscianos tendem a se tornar preguiçosos e apáticos, deixando sua barca da vida flutuar com a maré. Encontramos alguns dos melhores horóscopos com Júpiter no Meio do Céu e, ainda assim, tais pessoas com essa posição não foram capazes de realizar nada na vida; elas se tornaram indolentes e parcimoniosos, e esse será o maior perigo para Marguerite.
Há, também, um grande perigo ao longo das linhas ocultas. Encontramos a Lua negativa e visionária no imprudente e impulsivo Signo de Áries. Fogo e Água geralmente criam vapor e, nesse caso, encontramos a Lua em Quadratura com o Planeta aquoso Netuno em Câncer, outro Signo ocultista visionário. Essas configurações proporcionam a Marguerite perturbações na sua mentalidade e criações de uma busca inquieta por coisas ocultas ou incomuns e pode levar Marguerite a círculos espiritualistas negativos (onde se evoca a presença de espíritos desencarnados, e junto vem os Elementais), ou ela pode se tornar uma presa do hipnotismo; ela deve ser fortemente protegida contra isso.
Mas, esperemos que o Trígono de Saturno com Urano a ajude a equilibrar isso, a faça buscar as verdades mais elevadas e avançadas e a conduza a canais racionais.
Alertamos os pais quanto à saúde de Marguerite. Com a Lua em Quadratura com Netuno no Signo aquoso de Câncer, se lhe for permitido abusar do estômago com alimentos impróprios, há uma tendência a tosses e resfriados, além de nervosismo extremo. Isso causará algum distúrbio durante a puberdade e haverá restrições durante os períodos menstruais.
F I M
[1] N.T.: Dr. Jekyll and Mr. Hyde (O Médico e o Monstro) é um filme estadunidense de 1941, do gênero drama de horror. O filme é baseado no romance Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde (O Estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde) de Robert Louis Stevenson, publicado em 1886. A história se passa em Londres, no século XIX. O médico e pesquisador Henry Jekyll crê que bem e mal existam em todas as pessoas. Jekyll tem muita determinação para provar sua teoria, que é criticada por quase todos que conhece, inclusive por Charles Emery, o pai de sua noiva Beatrix. Após trabalhar incansavelmente em seu laboratório, Jekyll elabora uma fórmula. Não querendo colocar em risco a vida de ninguém, ele mesmo a bebê. Como resultado, seu lado demoníaco é revelado, que ele chama de Mr. Hyde. Mas o pior ainda estava por vir, pois, inicialmente, Jekyll acreditava poder controlar as aparições de Hyde, mas logo ele veria que estava totalmente enganado.
De tempos em tempos, Estudantes de ocultismo de diversas partes do mundo nos perguntam qual deveria ser a atitude deles perante a guerra[1] e qual o propósito dela sob o ponto de vista espiritual. Já indicamos a posição dos Ensinamentos Rosacruzes referentes ao objetivo da guerra em vários artigos nossos, qual seja: para as pessoas se voltarem para Deus pela consolação devido à profunda angústia, tristeza e arrependimento delas, e para romper o véu que existe entre os Mundos visível e invisíveis, ajudando um considerável número de pessoas a adquirir a visão espiritual e a capacidade de se comunicar com aqueles que já passaram para o além. Mas, embora as explicações fornecidas satisfaçam a maioria dos Estudantes de ocultismo em até certo ponto, outros há que não se convenceram ainda; eles procuram algo mais diretamente relacionado com as condições estabelecidas. (trecho da Carta aos Estudantes nº 92).
É isso que trataremos nesse livreto.
Há 2 meios de você acessar esse livreto:
1.Em formato PDF (para download): O Lado Oculto da Guerra – Uma Operação de Catarata Espiritual – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – em PDF
2. Em forma audiobook ou audiolivro:
3.Em forma de videobook ou videolivro no nosso canal do Youtube: https://www.youtube.com/@fraternidaderosacruzcampinasbr/videos
aqui:
4.Para ler no próprio site:
O LADO OCULTO DA GUERRA
– UMA OPERAÇÃO DE CATARATA ESPIRITUAL
Por
Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, War an Operation for Spiritual Cataract – 1st Part in Rays from the Rose Cross Magazine – a Magazine of Mystic Light – November 1915; 2nd Part in Rays from the Rose Cross Magazine – a Magazine of Mystic Light – December 1915; 3rd Part in Rays from the Rose Cross – a Magazine of Mystic Light – January 1916
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – A PARTE DA GUERRA TRAVADA NOS MUNDOS INVISÍVEIS. 8
CAPÍTULO II – EXEMPLOS DA ATUAÇÃO DOS ESPÍRITOS DE RAÇA, CONFUNDIDOS COM OUTROS SERES DIVINOS. 15
CAPÍTULO III – VISÃO ESPIRITUAL ABERTA TEMPORARIAMENTE.. 21
CAPÍTULO IV – SOLICITANDO UMA EXPLICAÇÃO AO IRMÃO MAIOR.. 24
CAPÍTULO V – “OS DEZESSEIS CAMINHOS PARA A DESTRUIÇÃO”. 30
Você já deve ter estudado, no livro Conceito Rosacruz do Cosmos, que houve uma Raça no final da Época Lemúrica, sete Raças na Época Atlante, sete Raças na Época Ária e haverá uma na vindoura Época Nova Galileia, totalizando dezesseis Raças. Você também se lembra que essas dezesseis Raças são chamadas pelos Irmãos Maiores de “os dezesseis caminhos para a destruição”, porque o risco de se enredar nos corpos de qualquer Raça é tão alto, que o Espírito ficará incapaz de seguir os outros Espíritos ao longo do Caminho da Evolução. Durante os Períodos e as Épocas sempre há tempo suficiente para que os Líderes da humanidade possam reunir e ordenar da forma mais adequada e eficaz os que estão sob as suas responsabilidades. Contudo, os judeus são o exemplo do que pode acontecer a um povo que se tornou tão intensamente imbuído do espírito racial, que eles se recusam totalmente a abandonar tal espírito racial. Eles continuam como uma anomalia entre o restante da humanidade, um povo sem uma pátria, um rei ou outro qualquer dos fatores que impulsionam a evolução racial.
Essa foi a tendência entre as nações da Europa até a guerra atual[1]. Assim, o patriotismo e o ideal de Raça são fomentados, o que as conduz para longe de Deus. As inúmeras descobertas científicas foram precedidas por uma era de dúvida e de ceticismo, e as Raças pioneiras no mundo ocidental foram levadas muito próximas à beira da destruição. Por conseguinte, se tornou necessário que os Irmãos Maiores concebessem medidas para que a humanidade abandonasse o caminho do prazer e cultivasse o caminho da devoção, e isso só poderia ser feito removendo a catarata espiritual de um número suficientemente grande de pessoas para que, então, superar a dúvida e o ceticismo do restante da humanidade.
Quando nós habitávamos sob as águas na primitiva Época Atlante, éramos, como você sabe, incapazes de ver o Corpo Denso ou até mesmo senti-lo, porque a nossa consciência estava focada nos reinos espirituais. Víamo-nos uns aos outros, alma a alma. Estávamos inconscientes tanto do nascimento como da morte, e não sentíamos a separação daqueles que amávamos. Mas, quando nós, gradualmente, nos tornamos conscientes dos nossos Corpos Densos, e a nossa consciência foi focada no Mundo Físico desde ao nascimento até a morte aqui, e nos Mundos espirituais da morte até o nascimento lá, houve uma separação e o consequente pesar devido ao advento da morte. No entanto, em tempos passados, havia muitos seres humanos que eram capazes ver em ambos os mundos; eles formavam um número considerável entre toda a população humana. Os testemunhos desses seres humanos sobre a continuidade da vida foram um grande conforto para aqueles que ficavam desolados com a morte, pois eles acreditavam plenamente que aqueles que haviam morrido ainda estavam vivos e felizes, embora incapazes de se dar a conhecer. Mas, gradualmente, o mundo se tornou cada vez mais materialista; a fé na realidade da vida após a morte aqui se desvaneceu, e tornando-se mais intensa e profunda a angústia, a tristeza e até o arrependimento pela perda dos entes queridos, e ainda hoje muitos acreditam que a separação é definitiva. Para esses, a palavra “renascimento” é uma palavra vazia de sentido e, portanto, a angústia profunda e pungente é imensa.
Mas essa angústia profunda e pungente é o remédio da natureza para a catarata espiritual. Tão certo como o desejo de crescimento construiu o complicado canal alimentar desde o começo mais simples para que o anseio de crescimento pudesse ser satisfeito; tão certamente quanto o desejo de movimento desenvolveu as maravilhosas articulações, os tendões e ligamentos com os quais isso é realizado; com a mesma certeza, o intenso anseio de continuar os relacionamentos rompidos pela morte construirá o órgão para sua gratificação – o olho espiritual. Portanto, essa matança em massa de milhões de seres humanos ajudou e está ajudando mais a preencher o abismo entre os Mundos invisível e o Mundo visível do que mil anos de pregação poderiam fazer. Ao longo da história do mundo, foi registrado que os guerreiros (das batalhas e guerras) viram as chamadas manifestações sobrenaturais, e há muitos testemunhos de que estas visões também foram vistas na guerra atual. O choque da ferida, os sofrimentos nos hospitais, as lágrimas das viúvas, dos viúvos e dos órfãos, tudo isso está abrindo os olhos espirituais da Europa, e os tempos da dúvida e do ceticismo, aos poucos, desaparecerá. Em lugar de ficar envergonhado por ter fé em Deus, o mundo honrará o ser humano mais por sua devoção do que por suas proezas, e isso num futuro não muito distante. Elevemos uma prece para este dia chegar.
Max Heindel
De fato, seria novidade para a grande maioria das pessoas, se lhes disséssemos que a grande guerra[2] que está sendo travada tão arduamente na Europa, envolvendo uma grande destruição de corpos humanos e de construções muitas centenárias, testemunhas da civilização, esteja sendo travada com mais ferocidade nos Mundos invisíveis e que os participantes do lado oculto da vida têm ainda mais em jogo do que as coisas que são consideradas valiosas neste mundo, como aquisição territorial, indenização financeira, etc. Tal é, no entanto, o caso. A guerra começou nos Mundos invisíveis antes de se cristalizar em ação física. E lá deve cessar, antes de uma paz permanente ser negociada. Quem vê e conhece também sabe que essa grande influência espiritual que causou a guerra foi instigada pelos Espíritos de Raça dos vários países, que se ampliaram com o intenso patriotismo demonstrado por toda parte entre os povos da Europa.
Cada Espírito de Raça luta através do seu povo e por seu povo, como mostramos na palestra nº 13 do Livro Cristianismo Rosacruz, cuja tema “Anjos como fatores de evolução” [3] e embora muitas pessoas possam zombar e caçoar, os fatos permanecem.
Cada Espírito de Raça luta através do seu povo e por seu povoe embora muitas pessoas possam escarnecer, os fatos permanecem.
Instâncias e evidências dessa liderança invisível na guerra atual[4] podemos ver na Retirada dos Aliados de Mons[5]. Afirmou-se, com confiança, que vários oficiais haviam presenciado então um curioso fenômeno na forma de uma estranha nuvem que se interpôs entre os alemães e os britânicos. Essa afirmação foi confirmada por um correspondente do jornal “Light” de 8 de maio, afirmando que “na ação de retaguarda, houve um momento especialmente crítico, quando a cavalaria alemã avançava rapidamente e superava em muito as nossas forças; de repente, vimos uma espécie de nuvem luminosa ou neblina, que se interpôs entre os alemães e nossos homens. Nessa nuvem parecia haver objetos brilhantes se movendo. No momento em que apareceu, o ataque alemão pareceu receber um xeque. Os cavalos podiam ser vistos empinando e deixaram de avançar”. Essa intervenção angelical, na opinião do narrador, salvou toda a força da aniquilação.
A história anterior parece ser a mesma narrada pelo Dr. R. F. Horton[6] em um sermão recente na Igreja de Brighton, em Manchester. Ele descreve a ocorrência relatada a ele por tantas testemunhas que, se algo pode ser estabelecido por evidência corroborativa, deve ser verdade. “Uma seção da linha de batalha”, disse o Dr. Horton, “estava em perigo iminente e parecia que seria derrubada e eliminada. Alguns dos homens presentes viram uma companhia de Anjos interposta entre eles e a cavalaria alemã, quando os cavalos dos alemães bateram os pés. Evidentemente os animais viram o que os nossos homens viram. Os soldados alemães tentaram trazer os cavalos de volta para a linha, mas eles fugiram e isso foi a salvação dos nossos homens”. Outro relato, derivado de outras testemunhas da ocorrência, é citado em uma carta conforme a seguir.
“No domingo passado encontrei a senhorita Marrable, filha do conhecido cônego Marrable, e ela me disse que conhecia os oficiais que tinham visto os Anjos que salvaram nossa ala esquerda dos alemães, quando eles os atacaram durante a Grande Retirada de Mons.”.
“Eles esperavam aniquilação, pois estavam quase indefesos quando, para seu espanto, os alemães ficaram atordoados e nem sequer tocaram em suas armas ou se mexeram, até que nos viramos e escapamos por alguma encruzilhada.”
“Um dos amigos da senhorita Marrable, que não era um homem religioso, disse a ela que viu uma tropa de Anjos entre nós e o inimigo e tem sido um homem transformado desde então. Ela conheceu o outro homem em Londres, na semana passada, e perguntou a ele se ele ouviu falar sobre a maravilhosa história dos Anjos. Ele disse que os viu pessoalmente. Enquanto ele e sua companhia estavam recuando, eles ouviram a cavalaria alemã correndo atrás deles. Eles correram para um lugar onde pensaram que um abrigo pudesse ser feito com alguma esperança de segurança, mas antes que pudessem alcançá-lo a cavalaria alemã estava sobre eles; então se viraram e enfrentaram o inimigo, esperando a morte instantânea; então, para sua surpresa, viram entre eles e o inimigo uma tropa inteira de Anjos. Os cavalos dos alemães se viraram apavorados e dispararam. Os homens puxavam suas rédeas, enquanto os pobres cavalos se afastavam na direção oposta aos nossos homens. Ele jurou que viu os Anjos, a quem os cavalos alemães viram claramente, talvez até mesmo os soldados alemães, e isso deu aos nossos homens tempo para chegar ao pequeno forte, ou qualquer que fosse o abrigo, e se salvarem”.
Uma contribuição adicional para esses registros da Retirada de Mons foi fornecida pelo Sr. Lancaster, um clérigo de Weymouth, em seu sermão de 30 de maio. O reitor leu no púlpito uma carta de um soldado da linha de frente que se encontrava em Retirada de Mons e dizia, na carta, que o seu regimento estava sendo perseguido por muitos homens da cavalaria alemã, da qual se refugiaram em uma grande pedreira onde os alemães os encontraram e estavam a ponto de matá-los. Naquele momento, afirmou o autor da carta, toda a borda superior da pedreira estava forrada de Anjos, que foram vistos por todos os soldados e pelos alemães. Os alemães pararam de repente, deram meia-volta e galoparam em alta velocidade. O narrador acrescenta que isso é atestado não apenas pelos Tommies[7], mas também pelos oficiais do regimento.
Vemos aqui certas variantes do que aparentemente seja a mesma história; mas, no primeiro caso a aparição surge apenas como uma nuvem estranha; no segundo, como uma nuvem com objetos brilhantes movendo-se dentro dela; e no terceiro, quarto e quinto aparece definitivamente como uma companhia de Anjos. Não parece improvável que a mesma aparição tenha se mostrado com essas variações devido ao acordo entre ela, o temperamento psíquico e o desenvolvimento do observador.
É um fato oculto e óbvio para quem é dotado de visão espiritual que um Espírito de Raça governa seu povo na forma de uma nuvem. Nele, ou dentro dele, eles realmente vivem, movem-se e têm o seu ser. Seus pensamentos e ideias os permeiam com o que é chamado de “espírito nacional” e é bastante concebível que sob a tensão e o estresse da batalha, um ou outro dos Espírito de Raça, vendo seu povo em terrível aflição, ofereça ajuda e se interponha entre eles e seus inimigos.
Se voltarmos à Bíblia, encontraremos uma ocorrência semelhante na época em que os israelitas foram tirados do Egito. Eles foram então perseguidos pelo exército do Faraó, e El Shaddai (em hebraico, Deus Todo-poderoso), o Senhor dos Exércitos, que os guiou na forma de uma coluna de nuvem, interpôs-Se entre os israelitas e os egípcios até que as águas do mar se dividiram e eles estivessem prontos para atravessar. Então o pilar de nuvem foi até eles de novo e os guiou pela água. Seus inimigos, que os seguiram, foram engolidos pelo mar.
Em circunstâncias normais, as pessoas podem não ser capazes de perceber essas vibrações mais elevadas e sentir os seres que estão sempre ao nosso redor, invisíveis, mas, ainda assim, muito mais vivos do que nós, potentes também como fatores para o bem ou para o mal. Mas quando chega um momento de grande estresse, quando um grupo de homens se encontra em um canto muito apertado, por assim dizer, cara-a-cara com a morte, quando a tensão nervosa é elevada a um nível suficientemente alto, eles começam a sentir o mundo suprafísico e os seres que estão com eles. Essa tem sido a regra em todas as épocas. Sir Walter Scott[8], em um dos seus livros, conta certos casos de natureza semelhante; mas, embora a manifestação sobrenatural, em cada caso citado, tenha sido testemunhada por muitas pessoas, Sir Walter Scott procura desacreditar seu testemunho e menosprezar a ocorrência como superstição, um método que tem sido seguido por vários jornais ingleses em relação à ocorrência na Retirada de Mons.
Ele diz que “mesmo no campo da morte e em meio ao próprio cabo de combate mortal, uma forte crença operou a mesma maravilha que até agora mencionamos como ocorrendo na solidão e em meio à escuridão, e aqueles que estavam, eles próprios, à beira do mundo dos espíritos ou ocupados em enviar outros para as regiões sombrias imaginavam ter visto a aparição dos seres a quem sua mitologia nacional associava a tais cenas. Nesses momentos de batalha indecisa, em meio à violência, pressa e confusão de ideias inerentes à situação, os antigos gregos supunham ver suas divindades Castor e Pólux lutando na vanguarda para seu encorajamento; o escandinavo viu as Valquírias, as Escolhedoras dos Mortos; e os católicos não foram menos facilmente levados a reconhecer na guerra São Jorge ou São Tiago bem na frente da luta, mostrando-lhes o caminho da conquista. Tais aparições sendo geralmente visíveis para uma multidão, em todos os tempos foram apoiadas pela maior força do testemunho”.
O primeiro exemplo citado por Sir Walter Scott é do livro História Verdadeira da Conquista da Nova Espanha de Don Bemal Diaz del Castillo[9], um dos companheiros do célebre Cortez em sua conquista mexicana. Depois de obter uma grande vitória contra todas as probabilidades, ele menciona o relato inserido na contemporânea crônica de Gomara, de que São Tiago apareceu em um cavalo branco na vanguarda do combate e levou seus amados espanhóis à vitória.
É muito curioso observar a convicção interna do cavaleiro castelhano de que o boato surgiu de um engano, cuja causa ele explica por sua própria observação, enquanto ao mesmo tempo não se atreve a negar o milagre. O honesto conquistador reconhece que ele mesmo não viu essa aparição angélica; ou melhor, ele viu um cavaleiro chamado Francisco de Moria montado em um cavalo castanho e lutando arduamente no mesmo lugar onde São Tiago supostamente teria aparecido. No entanto, em vez de concluir que toda a sua companhia estivesse alucinada, o devoto Conquistador exclama: “Pecador que sou, quem sou eu para ter visto o abençoado Apóstolo!”.
Segue-se o outro exemplo do que Sir Walter Scott chama de “o caráter infeccioso da superstição”.
“No ano de 1686, nos meses de junho e julho, diz o honesto cronista, muitos ainda vivos podem testemunhar isso sobre o Crossford Boat, aproximadamente dois quilômetros abaixo de Lanark, especialmente no Mains, na água de Clyde, muitas pessoas se reuniram por várias tardes, onde houve chuvas de gorros, chapéus, revólveres e espadas que cobriram as árvores e o chão; companhias de homens armados marchando em ordem à beira-mar; grupos conhecendo grupos e passando por outros; depois todos caindo no chão e desaparecendo; outras companhias imediatamente apareciam marchando da mesma maneira… Fui lá três tardes e, como observei, dois terços das pessoas viram e um terço não viu; embora eu não pudesse ver qualquer coisa, havia tanto medo e tremor naqueles que viam, que era perceptível a todos os que não viam.
“Havia um cavalheiro de pé ao meu lado que falava como muitos outros e disse: ‘Um bando de malditos bruxos e bruxas que têm a segunda visão! O diabo não vejo’; e imediatamente houve uma mudança perceptível em seu semblante. Com tanto medo e tremor como qualquer mulher que vi ali, ele gritou: ‘Todos vocês que não veem, não digam coisa alguma; pois eu os convenço de que é fato e discernível para todos os que não são cegos’; então aqueles que viram disseram que aparência as armas tinham, qual era seu comprimento e largura; também falaram que cabo as espadas tinham, se eram pequenos, de três barras ou do tipo Highland Guard, e os nós dos gorros, se pretos ou azuis. Aqueles viram, sempre que estavam no exterior, observaram um gorro e uma espada cair no caminho.
No segundo livro de Samuel, no capítulo 22, nos versículos de 7 a 18, lemos.
“Na minha angústia invoquei a Iahweh, ao meu Deus lancei meu grito, ele escutou do seu Templo a minha voz e o meu clamor chegou aos seus ouvidos. “E a terra tremeu e vacilou, os fundamentos do céu se abalaram (pela sua ira eles oscilaram); fumo se elevou de suas narinas e da sua boca um fogo devorador (carvões inflamados saíam dele). Ele inclinou os céus e desceu, uma névoa escura debaixo dos seus pés; cavalgou um querubim e alçou voo, planou sobre as asas do vento. Fez das trevas a sua companhia e sua tenda, treva d’água, nuvem sobre nuvem; um fulgor adiante dele inflamou granizo e brasas de fogo. Iahweh trovejou desde os céus, o Altíssimo fez ouvir a sua voz; disparou setas e as espalhou, fez cintilar os relâmpagos e os dissipou. O leito dos mares apareceu, os fundamentos do mundo se descobriram, pela repreensão de Iahweh e ao sopro do vento de suas narinas. Enviou das alturas e me tomou, e me tirou das águas profundas; livrou-me do feroz inimigo, de adversários mais fortes do que eu.”.
No trecho acima, Davi dá uma descrição do Senhor dos Exércitos saindo para guerra para ajudar seus seguidores. E no décimo capítulo de Daniel (6-7) é dito como esses Arcanjos realmente ajudam uma nação contra outra a fim de trazer vitória ou derrota onde quer que seja necessário punição ou recompensa.
Daniel nos diz que “seu corpo tinha a aparência do Crisólito e seu rosto o aspecto do relâmpago seus olhos como lâmpadas de fogo, seus braços e suas pernas como o fulgor do bronze polido, e o som de suas palavras como o clamor de uma multidão. Somente eu, Daniel, vi esta aparição. Os homens que estavam comigo não viam a visão e, no entanto, um grande tremor se abateu sobre eles, a ponto de fugirem para se esconderem.” (Esse é outro caso em que um viu, enquanto outros sentiram a presença).
O Arcanjo disse a Daniel (10-13): “O Príncipe do reino da Pérsia me resistiu durante vinte e um dias, mas Miguel, um dos primeiros Príncipes, veio em meu auxílio. Eu o deixei afrontando os reis da Pérsia”.
“Então ele disse: “Sabes por que vim ter contigo? Mas vou anunciar-te o que está escrito no Livro da Verdade. Tenho de voltar para combater o Príncipe da Pérsia: quando eu tiver partido, deverá vir o Príncipe de Javã. Ninguém me presta auxílio para estas coisas senão Miguel, vosso Príncipe, meu apoio para me prestar auxílio e me sustentar.” (Dn 10:20a-21b e 11:1).
Do exposto fica claro que em todas as épocas, quando as pessoas estavam em grande estresse, sua visão espiritual foi aberta de forma temporária.
Vamos ver, agora, como a guerra é realmente uma operação para remover a catarata espiritual, um meio de abrir permanentemente a visão espiritual da humanidade.
Por muitos meses um assunto tem sido o principal nas Mentes de milhões de pessoas no mundo ocidental: a saber, a guerra. Foi lamentada por todos; todos os combatentes tentaram se desculpar por participar e buscaram colocar a responsabilidade sobre os ombros dos seus adversários. Assim, pela primeira vez na história do mundo, os senhores da guerra admitem que a guerra seja um erro. Toneladas de tinta e papel têm sido usadas pelas potências em conflito para culpar seus inimigos e poderem se desculpar, aliviando uma consciência dolorida. Mas nem desculpas nem tentativas de incriminação podem aliviar os corações doloridos de milhões de pessoas que clamam por uma solução para o problema e, às vezes, perguntam se Deus ainda Se importa com o Seu mundo ou se Ele está permitindo passivamente esse terrível massacre.
Para chegar a uma compreensão correta do assunto é necessário perceber que cada ser humano é cercado por uma aura sutil que é invisível para a maioria das pessoas, mas prontamente percebida por aquele que cultivou sua percepção espiritual. Essa aura é colorida de acordo com as vibrações que cada indivíduo estabelece em seu interior, por seus gostos e desgostos; é um índice de cor preciso do seu caráter. À medida que seus hábitos mudam, essa nuvem de cores assume diferentes tonalidades. Através dessa aura ele vê o mundo como através de um vidro e colore todos com quem entra em contato, de modo que imagina que eles tenham as mesmas virtudes e vícios que ele próprio possui e, com base no princípio de que quando um diapasão é tocado, ele evoca sons em outros de igual afinação, ele realmente evoca naqueles que encontra os traços que estão em si mesmo, um fato dentro da experiência de todos. Quem nunca foi despertado para a raiva, quando na presença de alguém que perdeu a paciência; quem ainda não sentiu irritabilidade, ao discutir qualquer assunto com um homem irritável? Da mesma forma, as nações se veem através da nuvem invisível do nacional Espírito de Raça e imaginam umas às outras como muito diferentes do que realmente são.
É significativo que homens e mulheres ingleses que viviam na Alemanha antes do início da guerra estivessem firmemente convencidos de que aquele país estivesse certo, antes de serem obrigados a voltar para casa; e que os alemães que residiam na Inglaterra fossem igualmente fanáticos em seu apoio a esse país, denunciando a Alemanha como agressora. No entanto, seu retorno à sua terra nativa, onde respiraram o espírito de Raça nacional, logo mudou sua atitude e todos começaram a ver “o outro lado” e apresentar sua fidelidade ao seu próprio Espírito de Raça.
Assim sendo, a guerra não é o resultado de ódio individual, pois não ouvimos que os soldados nas trincheiras confraternizavam sempre que surgisse uma oportunidade? Mas é o trabalho dos Espíritos de Raça que guiam as nações em seu caminho de progresso; ou melhor, deveríamos dizer, é permitido por eles, pois são os Irmãos da Sombra, as forças negras que fomentaram o lado maligno da vida nacional; orgulho, arrogância e busca de prazer para afastar a humanidade do lado mais sério da vida. Portanto, os espíritos raciais das nações, que estão sempre trabalhando para o bem, permitiram esta guerra não exatamente como um castigo, mas um meio de trazê-las de volta ao verdadeiro propósito da existência.
Isso já é conhecido há muito tempo pelo escritor, mas ele sabia e sentia no íntimo do seu coração que deveria haver outro propósito maior e que o bem a ser alcançado deveria ser proporcional ao sofrimento envolvido em sua obtenção; portanto, deve ser um grande e maravilhoso bem, uma bênção para a humanidade de inestimável importância. Mas o quê? Recordemos as palavras de Cristo: “Não vim trazer a paz, mas a espada”. Sempre consideramos a paz como um ideal, no entanto, e não conseguimos conciliar essa sentença com o Sermão da Montanha. Será que há uma virtude oculta na guerra que não percebemos até agora, uma virtude que possa justificá-la como um meio para um fim? Esse era um problema desconcertante.
Longos meses este escritor sofreu em silêncio por causa da terrível carnificina que vem acontecendo na Europa. Não é fácil trabalhar todas as noites entre as cenas angustiantes do campo de batalha, trazendo socorro aos feridos e trabalhando com os mortos de muitas nações, nos mundos invisíveis, em um esforço para aliviar sua angústia e acalmar seu ressentimento e, ao mesmo tempo, manter-se suficientemente preparado para continuar o trabalho na sede durante o dia. Durante esse tempo, estudantes de vários países pediram que tomássemos uma posição a favor do lado que eles defendiam e escrevêssemos nossas ideias sobre a guerra. Naturalmente, não tomaríamos posição contra qualquer um de nossos irmãos. A Fraternidade inclui o mundo inteiro e o amor universal nunca foi mais necessário do que agora. Nós nos esforçamos por lhe dar a expressão mais completa possível. E quanto à “escrita”: enquanto sentíamos e sabíamos que o resultado dessa grande calamidade deveria ser bom, não tínhamos luz e nunca foi nosso costume lidar com chavões ou encher nossas páginas com palavras, apenas palavras; então trabalhamos e oramos por luz, mês após mês, até que finalmente o suspense se tornou insuportável.
Ultimamente, a agonia daquela vasta massa de humanidade entre a qual trabalhamos há tantos meses parecia concentrar-se em nossa presença como um grande “Por quê?” escrito em letras de sangue e chamas durante nossas horas de vigília e, embora sozinho e tudo estivesse exteriormente quieto, o som daquele enorme “Por quê?” parecia preencher o Céu e a Terra em seu apelo intensamente apaixonado por uma resposta.
Por fim, não aguentei mais e quando o Irmão Maior que é o meu mentor apareceu em resposta ao meu grito de angústia, fiz a pergunta. A regra da Grande Ordem é que os Irmãos Leigos devem usar todos os esforços para resolver seus próprios problemas e apenas pedir ajuda como último recurso; contudo, até então tímido por causa disso, a agonia de um milhão de seres humanos parecia subir pela minha garganta quando eu o vi tão calmo e sereno: “Sei que o seu coração não é calejado, Irmão, que bate com tanta compaixão pelos milhões que até mesmo essa agonia de simpatia que agora dilacera o meu peito é nada em comparação; como então você pode ficar tão calmo enquanto milhões de pessoas sofrem inacreditavelmente! Qual é o propósito desse conflito cruel?”.
Nunca a música soou tão docemente ao meu ouvido; nunca experimentei uma sensação de alívio tão grande, uma modificação tão completa de sentimentos. Eu parecia saltar do pântano do desespero para o pináculo do louvor e da ação de graças, quando a resposta veio naquela voz sempre vibrante de bondade e compaixão, mas nessa ocasião essas qualidades foram tão intensificadas que as palavras não conseguem descrever.
Pare com sua tristeza, meu Irmão, e tenha bom ânimo; se você tivesse um amigo que tivesse perdido a visão por causa de uma catarata e ele fosse forçado a se submeter a uma operação, você provavelmente sentiria pena da dor atual, mas você se alegraria com a restauração iminente de sua visão e, talvez, na alegria da antecipação, você quase esquecesse a dor presente.
Da mesma forma, no caso desta guerra, o mundo, que se tornou espiritualmente cego, não admitirá pelo intelecto coisa alguma que não possa provar como demonstra um problema matemático. A dúvida e o ceticismo cresceram como enormes ervas daninhas entre os líderes do pensamento e os levou à louca busca do prazer; agora, a indulgência dos sentidos e a indiferença em relação a qualquer coisa que contribua para o crescimento da alma são características comuns entre as massas. Nem a pregação nem a oração podem despertar o mundo. Portanto, os Líderes Invisíveis da Evolução permitiram aos Irmãos da Sombra tentar os governantes das nações e, assim, os cães da guerra foram soltos junto do que parecem ser resultados absolutamente calamitosos.
Mas alegre-se, esta é na realidade uma operação de catarata espiritual em grande escala. É a sentença de morte da era do agnosticismo e do ceticismo em relação às verdades espirituais, pois abrirá a visão espiritual de tantos que seu testemunho terá sentido para aqueles que permanecem cegos; assim, o mundo ocidental se voltará para Deus com um novo zelo que não poderia ser despertado por mil anos de pregação.
Como lhes ensinamos no início e como está registrado no Conceito Rosacruz do Cosmos, a humanidade ainda está na parte mais perigosa do caminho do progresso, que chamamos de “os 16 Caminhos para a destruição”, e nunca em todas as anteriores corridas chegou tão perigosamente perto da beirada. Mas regozijai-vos e novamente digo: regozijai-vos! Pois o perigo já passou, a guerra salvou o mundo de um destino infinitamente pior e logo ressoará com louvor a Deus pela bênção forjada pela maldição da guerra.
Como os nossos leitores que não estão familiarizados com os Ensinamentos Rosacruzes podem não entender a referência aos 16 Caminhos e sua relação com esse problema e, também, como pode não ser intuitivo a todos o que se entende por “operação de catarata espiritual”, ou como a guerra pode abrir a visão espiritual, continuaremos este artigo no próximo mês com o propósito de elucidar esses pontos. Enquanto isso, os seguintes artigos do Literary Digest mostrarão que a previsão feita já começa a ser verificada.
No parágrafo final do nosso artigo sobre esse assunto afirmamos que o ser humano está agora passando pelo período mais perigoso do seu desenvolvimento: “as Dezesseis Raças”. E que a guerra salvou a humanidade de um destino infinitamente pior do que o atual massacre em massa. Os fatos são os seguintes: durante o desenvolvimento da humanidade em nosso atual Período Terrestre, a Terra mudou para proporcionar ao ser humano o ambiente adequado à sua constituição versátil e aos requisitos evolutivos. As grandes divisões de tempo ocupadas por essas mudanças são chamadas de Épocas. As Época Polar, Época Hiperbórea, Época Lemúrica e Época Atlante já passaram; agora estamos na Época Ária. Quando ela acabar, outra Época, a Época Nova Galileia, será inaugurada.
Durante as duas primeiras Épocas, o ser humano era tão inocente da sua Individualidade quanto as crianças atualmente; mas, no final da Época Lemúrica alguns eram diferentes da maioria e formavam o que poderia ser chamado de Raça. Havia sete Raças na Época Atlante; cinco nasceram desde então e mais duas devem aparecer na Época Ária; uma delas nascerá no início da Época Nova Galileia. Com a última das dezesseis Raças, a humanidade estará novamente unida em Amor e Fraternidade, mas enquanto os líderes da evolução tiveram muito tempo para guiar a humanidade nas primeiras Épocas, em que longos períodos de tempo foram consumidos na evolução de uma certa faculdade, nos períodos de tempo em que há Raças, por essas serem comparativamente evanescentes, há um grande perigo de que algumas pessoas possam ficar tão enredadas no ideal de Raça que não consigam prosseguir para o próximo estágio superior; portanto, as Dezesseis Raças são chamadas de “os dezesseis caminhos para a destruição”.
As mudanças mais profundas na formação geológica da Terra e na constituição fisiológica do ser humano ocorreram no último terço da Atlântida (na Época Atlante), quando a Época Ária estava prestes a ser inaugurada, porque essas Épocas sempre se sobrepõem, de modo que uma começa antes que a anterior esteja inteiramente terminada. As mudanças foram as seguintes.
Essas mudanças geológicas e fisiológicas tiveram, como dissemos, consequências de longo alcance e são diretamente responsáveis pela opressão individual e pela guerra, como veremos.
Durante as Épocas anteriores, quando o Espírito moldava o veículo que estava destinado a habitar, o ser humano, em formação, quase não tinha consciência física e mesmo nos primeiros dois terços da Atlântida, quando o Espírito entrou em sua morada, a consciência se concentrava principalmente nos Mundos espirituais e a neblina escura impossibilitava que os atlantes percebessem claramente o Corpo Denso uns dos outros; mas eles viam a alma e “caminhavam com Deus”, o Divino Hierarca que os guiava como Pai, pois Ele era visível para eles como uma entidade espiritual. Portanto, tudo era paz.
Então veio o dilúvio e limpou a atmosfera com os seguintes resultados: aqueles que evoluíram a visão física, viram seus semelhantes com clareza e aprenderam a diferenciar entre “Eu” e “Você”, “Meu” e “Teu”, lançando as bases para o egoísmo e a luta. Assim, a humanidade, como um todo, não podia mais ser guiada por um líder, mas foi subdividida e guiada por vários Espíritos de Raça que, como “poderes do ar”, assumiram o controle da laringe e dos pulmões do povo. A cada respiração as pessoas inalavam esse Espírito de Raça, até que ele penetrou todo o seu ser e suas cordas vocais vibraram em seu tom peculiar, tornando a fala de um grupo diferente da de outras Raças; assim, ele envolveu todo o seu povo como uma nuvem, colorindo ambos, o povo e as paisagens, da sua terra natal, com suas próprias vibrações de cores específicas; isso foi sentido por todos os seus dependentes como um vínculo sagrado que os une uns aos outros e à terra que habitam. Tão forte é o domínio sobre o pulmão, a laringe e a terra mantido pelo Espírito de Raça, que seu povo lutará até o último suspiro pela língua materna e pela pátria.
Esse sentimento de companheirismo incutido pelo Espírito de Raça em seus dependentes é chamado de patriotismo. Era o objetivo dos Espíritos de Raça, fomentando o amor pela família, educar a humanidade a amar sua nação ou seus compatriotas. Através do patriotismo eles esperavam gerar o altruísmo, que transcende todas as fronteiras imaginárias no mapa, em um esforço para abraçar a todos no amor universal.
No entanto, em vez de realizar esse nobre propósito, o patriotismo, o amor à família e à pátria fomentaram, em muitos, o ódio a todas as outras nações junto ao desejo de persegui-las e submetê-las ao seu próprio engrandecimento. Na medida em que qualquer Raça, nação ou povo fez isso, provou ser contrária ao bem universal, pois deve ser lembrado que as Raças são apenas um aspecto da Personalidade, somente os corpos são carimbados com características raciais, mas os Espíritos não estão sob tais restrições ilusórias, quando desencarnados.
Assim, há grande perigo de que, por excesso de patriotismo, os Espíritos se tornem tão enredados nos grilhões da família e do país que não deixem a Raça quando o impulso evolutivo seguir adiante, esforçando-se para perpetuar a Raça indefinidamente, procurando renascer repetidamente nela, como os judeus fizeram e, assim, ir para a ruína através de um daqueles dezesseis caminhos de destruição, como os Irmãos Maiores chamam as dezesseis Raças. Por isso Cristo disse: “Não vim trazer a paz, mas a espada”. Portanto, as nações Cristãs têm sido as mais militantes sobre a Terra, talvez com exceção dos maometanos, que são seus parentes, e há amplo testemunho em quase toda guerra para mostrar que um número de pessoas teve sua visão espiritual aberta, pelo menos temporariamente, de modo que a guerra sempre foi um meio de remover a catarata espiritual que nos cega para a unidade de toda a vida.
Nas três Épocas anteriores, o ser humano não sabia que possuía um Corpo Denso, embora o usasse como usamos nossos pulmões, independentemente do fato de nunca os termos vistos; ele estava inconsciente do nascimento e da morte, também, embora tenha passado por ambos repetidamente, pois sua consciência estava focada nos Mundos espirituais e permaneceu ininterrupta pelas vicissitudes do Corpo. Porém, no alvorecer da Época Ária, quando a atmosfera clareou, ele se percebeu fisicamente e aprendeu que a consciência que anima o Corpo Denso o deixa frio e morto, após um período mais longo ou mais curto. O véu da carne escondia os Mundos espirituais, onde moram os chamados mortos, da visão física dele, como uma catarata espiritual que se adensou com o passar do tempo, até que hoje em dia aqueles que não negam ativamente a existência dos Mundos interiores se resignaram à ideia de que nada pode ser conhecido do estado dos chamados de mortos.
Por causa dessa falsa ideia, essa cegueira, a dor intensa pela perda de entes queridos que estão além da nossa visão física, obscureceu os olhos de todo o mundo. Lágrimas correram em torrentes dos olhos dos enlutados, mas não em vão: pois cada lágrima suaviza a catarata espiritual, cada pontada de dor pela perda de um ente querido é um corte pela faca do Grande Cirurgião que se esforça para restaurar nossa visão espiritual, para que possamos continuar nosso companheirismo com os amigos e com as amigas que abandonaram a espiral mortal. E tão certo como o desejo de crescer desenvolveu e aperfeiçoou o canal alimentar e a luz preexistente construiu o olho para sua percepção, assim também e com certeza o desejo intenso por nossos entes queridos que ultrapassaram o limiar da morte quebrará a casca da catarata e abrirá nossa visão espiritual. Aqueles que vivem a chamada “vida superior” e são fortalecidos em tempos de angústia por uma compreensão mais avançada do fenômeno da morte, muitas vezes, sentem que a intensa dor dos enlutados que ignoram esses fatos é imprópria e prejudicial à saúde do Espírito que abandonou o Corpo Denso. E assim é, quando expresso durante os primeiros dias após a mudança; mas, ao mesmo tempo, essa dor intensa e a tensão incidentes com a aproximação da morte são os meios pelos quais a multidão, que percorre o Caminho da Evolução, acabará por preencher a lacuna e recuperar a consciência espiritual. Assim sendo, ela toma o lugar dos Exercícios Esotéricos dados nas Escolas de Mistérios, como a Fraternidade Rosacruz.
A criação da prisão corporal emparedou o Espírito e excluiu os Mundos espirituais de seu alcance.
A destruição dos corpos dos Discípulos, como um sacrifício vivente, restaura seu contato consciente com os Mundo invisíveis, despertando sua visão espiritual por um processo de magia branca.
A destruição do corpo de outra pessoa pelo sacrifício na guerra tem o mesmo efeito. Os vapores do sangue, o rugido dos tiros, os gritos dos feridos e moribundos, sejam audíveis ou inaudíveis, mas carregados da mais intensa dor e tristeza, são sentidos por todos como um poder psíquico que tende a atrair cada um dos participantes à beira da Grande Divisão e, que maravilha que os olhos deles estejam temporariamente abertos e eles vejam os habitantes dos reinos suprafísicos que estão sempre entre nós, mas particularmente quando e onde alguém esteja passando pela fronteira da nossa esfera para a deles.
Além disso, aqueles que morreram também não são passivos; o seu desejo de ser visto por seus entes queridos é um grande fator para estabelecer a comunicação. Muitos casos foram registrados, comprovando esse fato; há o da mãe que, por exemplo, se materializou e chamou seus pequeninos para longe de um poço que estava sendo cavado, embora ela não possuísse os segredos da Iniciação. Seu intenso desejo forjou para ela uma temporária vestimenta física. Ora, quanto mais não pode ser feito quando meses ou anos de matança aumentaram a tensão nervosa de milhões de pessoas, todas ansiando por relações com algum ente querido nesse ou no outro mundo! Esse grande desejo resultará um despertar permanente da visão espiritual de um número de pessoas grande demais para ser ignorado!
Em todas as câmaras da morte estamos perto do portal dos Mundos invisíveis e um grande número daqueles que estão desmaiando vê seus entes queridos esperando ao redor da cama para recebê-los, regozijando-se pela morte, que os libertou do Corpo Denso e os fez nascer no Além. A tensão nervosa sentida pelo homem e pela mulher comum é extraordinariamente alta e propícia para provocar a ligeira extensão da visão necessária para perceber a multidão que espera do outro lado; não fosse o horror irracional que os faz fugir quando ocorrem manifestações e esconder o fato de terem visto alguma coisa, muitos saberiam que não há morte, mas que a continuidade da vida é um fato na natureza.
Esse processo é lento, no entanto; e periodicamente as pessoas se afundam em um estado de incredulidade e indiferença. Então as guerras são permitidas para acelerar a evolução pela matança massiva que separa o Espírito do seu Corpo Denso. As pessoas são, então, desviadas da busca do prazer para enfrentar os fatos da Vida e da Morte.
Portanto, a guerra fará mais que mil anos de pregação, para acabar com a era do agnosticismo e levar o povo a Deus, além disso, quando esse contato com os Mundos espirituais for restabelecido, não poderá haver mais guerras, pois todos aprenderão que há, na realidade, não o judeu, nem o gentio, nem o grego ou o romano, que todas as Raças são manifestações ilusórias e evanescentes e que somos todos filhos de Deus, assim, através da carnificina, o perigo de destruição nas Raças terá passado e a humanidade começará a expressar o ideal da próxima Raça que é a Fraternidade Universal.
Assim, o propósito da guerra é despertar a visão espiritual através da dor e da saudade intensa por aqueles que faleceram. É também o propósito de fazer com que aqueles que partiram se esforcem para retornar e gerar a visão espiritual em todos os combatentes, pela tensão e pelo estresse da batalha, restabelecendo assim a comunicação entre os dois Mundos, roubando da morte seu terror e promovendo elevando ideais, em vez das preocupações sórdidas da existência concreta.
FIM
[1] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial.
[2] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial
[3] N.T.: CONFERÊNCIA Nº 13 – OS ANJOS COMO FATORES DA EVOLUÇÃO
Quando falamos de evolução, a ideia disso no ocidente é, principalmente, focada no materialismo. Acostumamo-nos a olhar a matéria pelo ponto de vista puramente científico: que o nosso Sistema Solar procede daquilo que, uma vez, foi uma incandescente nebulosa, cujas correntes foram geradas e postas em um movimento a partir de um movimento espontâneo. Essa nebulosa assumiu a forma esférica e lançou de si anéis conforme se contraía. Esses anéis se romperam e formaram, assim, os Planetas que se esfriaram e se solidificaram. Pelo menos um Planeta – nossa Terra – espontaneamente gerou organismos simples que mais tarde, pelo processo evolutivo, se tornaram cada vez mais complexos, elevando-se na escala através dos Radiados (ouriços, estrelas do mar, etc.), depois pelos Moluscos (ostras, mexilhões, etc.) e daí pelos Articulados (caranguejos, lagostas, etc.) até as espécies vertebradas. Após percorrer as quatro classes de vertebrados – Peixes, Répteis, Aves e Mamíferos – esse impulso evolutivo espontâneo alcançou o seu mais elevado estágio no ser humano, que é considerado a fina flor da evolução – a mais elevada inteligência do Cosmos.
O cientista materialista expressará desprezo ou impaciência com tudo aquilo que sugere a existência de um Deus, ou mesmo de qualquer outro agente externo, como totalmente desnecessária para explicar o universo. Em apoio a essa sua posição, ele pega uma vasilha com água e despeja nela um pouco de óleo. A água representa o espaço, e o óleo a nebulosa incandescente. A seguir, ele começa a mexer o óleo, girando-o na vasilha até formar uma “bola” no centro, e essa vai engrossando mais nas bordas, formando um anel, até se desprender desse anel. Isso formará uma esfera menor e revolve sobre a massa central como um Astro em volta do Sol. Então, o cientista pode, triunfalmente, se voltar e indagar com um sorriso compassivo: “Agora, você viu quão natural é isso, como é supérfluo o seu Deus?”.
Na verdade, é de causar pasmo a constatação de quão obtusas podem ser as mais brilhantes inteligências quando influenciadas por noções preconcebidas. É de pasmar também que alguém, capaz de idealizar essa excelente demonstração, seja ao mesmo tempo incapaz de ver que ele próprio representa, em sua experiência, o Autor do nosso sistema a quem chamamos Deus, porque a experiência jamais teria sido imaginada, nem o óleo jamais teria sido posto a girar sobre a água, formando algo semelhante a um sistema planetário, não fora o pensamento e a ação atuarem sobre a matéria. Por isso, ao invés de provar a “superficialidade” da existência de Deus, sua demonstração da teoria nebular prova, no sentido mais amplo, a absoluta necessidade de uma Causa Primeira – seja ela chamada Deus ou tenha qualquer outro nome. Percebendo isso foi que Herbert Spencer, o grande pensador do século XIX, rejeitou essa teoria. Contudo, foi por sua vez incapaz de explicar satisfatoriamente a origem do sistema solar independentemente da mesma, que considerou falha. A ciência, pois, embora não queira reconhecê-lo, também apoia a teoria da origem do mundo que requer a ação inteligente de um ser ou seres estranhos à matéria do universo: um Criador ou Criadores.
Propriamente compreendida, essa teoria está em perfeita harmonia com a Bíblia que nos fala de um certo número de diferentes Seres que tomam parte ativa na evolução da Terra e das criaturas que nela vivem. Ouvimos falar de Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, Tronos, Principados, Poder das Trevas, Poder dos Ares, etc., de modo que a Mente indagadora não pode deixar de perguntar: “Quem são todos eles? Que papel desempenharam no passado? Qual o seu trabalho no presente?”. Porque a Mente indagadora não pode acreditar que os Anjos sejam seres humanos transformados pela morte em entidades espirituais cujo único prazer e única tarefa consiste em soprar uma trombeta e dedilhar uma harpa, quando na vida terrena eram incapazes até de distinguir uma nota de outra. Tal suposição contraria a razão e está em desacordo com todos os métodos da Natureza, que exige que nos esforcemos para desenvolver nossas faculdades.
Os ensinamentos ocultos – em harmonia com a Bíblia e com as modernas teorias científicas – e que se encontram no Capítulo “Análise Oculta do Gênesis” de “Conceito Rosacruz do Cosmos” dizem que o corpo que agora é a Terra nem sempre foi tão denso e sólido como no presente, mas que já passou por três Períodos de desenvolvimento antes de chegar ao atual Período Terrestre, e que, “após este, haverá ainda mais outros três antes de completar-se nossa evolução”.
Durante os três Períodos precedentes à nossa atual condição, isto que agora é a Terra, juntamente com o ser humano sobre ela, foram ambos gradativamente solidificados a partir de um sutil estado etéreo até outro de densidade muito maior do que é presentemente. Enquanto a “Involução” – o processo de consolidação – prosseguia, o Espírito que agora é o Ego humano construía um corpo ou um veículo para cada grau de densidade. Trabalhava inconscientemente, mas nisso era ajudado por diferentes Hierarquias espirituais, tais como os Tronos, os Querubins e os Serafins.
Quando o máximo de densidade foi alcançado, o Espírito teve a consciência despertada para si mesmo como um Ego separado no mundo material. Esse foi o ponto decisivo para o retorno, pois, uma vez consciente, o Espírito não pode continuar submergindo-se na matéria. Assim, à medida que sua consciência espiritual paulatinamente desponta, ele também aos poucos espiritualiza seus corpos, deles extraindo a alma que é a essência do poder de cada um.
Desse modo, ele se elevará gradativamente das regiões materiais mais densas, juntamente com a Terra, durante o resto do Período Terrestre e nos três Períodos subsequentes.
Nos primórdios da evolução, o tríplice “Espírito Virginal” estava “desnudo” e era inexperiente. Sua Involução implicava na construção de corpos, o que ele conseguiu inconscientemente com a ajuda de poderes superiores. Quando seus corpos foram concluídos e o Espírito tornou-se consciente, então a Evolução teve início. Mas esta exige crescimento anímico, que só pode ser alcançado mediante os esforços individuais do espírito no ser humano, o Ego, que ao final desta fase possuirá poder anímico como fruto de sua peregrinação através da matéria. E será daí uma Inteligência Criadora.
Os Rosacruzes deram aos sete Períodos de desenvolvimento os nomes dos Astros que regem os dias da semana porque, usando o termo em seu sentido mais amplo, tais Períodos são os Sete Dias da Criação. Significam também metamorfoses da Terra, nada tendo a ver com os Astros no céu, exceto que as condições que eles representam aproximam-se das dos Astros de mesmo nome, como segue: 1) Período de Saturno; 2) Período Solar; 3) Período Lunar; 4) Período Terrestre (cuja primeira metade é chamada “Marciana” e a segunda “Mercurial”, segundo o exposto no “Conceito Rosacruz do Cosmos”); 5) Período de Júpiter; 6) Período de Vênus; 7) Período de Vulcano.
Nossa evolução começou na Terra como ela era no quente e escuro Período de Saturno, em que a matéria era constituída de uma substância gasosa extraída da Região do Pensamento Concreto. Ali, o Espírito Divino (que é o mais elevado aspecto do tríplice “Espírito Virginal”, feito à semelhança de Deus) foi despertado pelos Senhores da Chama, também chamados Tronos no esoterismo Cristão, os quais irradiaram de si próprios o germe do pensamento-forma como contraparte material do Espírito Divino. Esse pensamento-forma foi mais tarde aperfeiçoado e consolidado na forma do Corpo Denso do ser humano, pelo que o seu mais elevado Espírito e o mais inferior dos seus corpos são frutos do Período de Saturno.
No Período Solar, a Terra alcançou a densidade do Mundo do Desejo, convertendo-se em algo assim como um nevoeiro incandescente de brilhante luminosidade. Então, os Querubins despertaram o segundo aspecto do Espírito Virginal tríplice: o Espírito de Vida. Sua contraparte – o Corpo Vital – nasceu aí como pensamento-forma e foi feito para interpenetrar o Corpo Denso germinal que se tinha consolidado e alcançado a mesma densidade da Terra. Foi, portanto, formado de matéria de desejos.
Ao fim das condições a que chamamos Período Solar, o ser humano possuía um duplo espírito e um duplo corpo.
No Período Lunar, a densidade da Terra aumentou a tal ponto que alcançou o estado de matéria que constitui a chamada Região Etérica. Era então um núcleo ígneo envolto em vapor e recoberto por uma atmosfera de nevoeiro quente ou de gás também vaporoso e quente. Quando a água esquentava pela proximidade com o núcleo ígneo, dele se afastava evaporando-se para o exterior; e quando resfriada pelo contato com o espaço externo, o vapor tornava a descer em direção ao núcleo ígneo.
Dessa substância úmida é que se formou o corpo mais denso dos “humanos aquáticos”. O pensamento-forma do Corpo Denso havia se consolidado em um gás úmido; o pensamento-forma do nosso atual Corpo Vital havia descido até o Mundo do Desejo, pois da matéria desse Mundo foi formado, conforme vimos anteriormente. O pensamento-forma do nosso atual Corpo de Desejos foi acrescentado a esse duplo corpo no Período Lunar, tendo sido os Serafins que despertaram aí o terceiro aspecto do Espírito Virginal: o Espírito Humano. Foi então que o Espírito Virginal se tornou um “Ego”, de modo que, ao fim do Período Lunar, o ser humano nascente possuía um Tríplice Espírito e um Tríplice Corpo, a saber:
1) o Espírito Divino e sua contraparte – o Corpo Denso;
2) o Espírito de Vida e sua contraparte – o Corpo Vital;
3) o Espírito Humano e sua contraparte – o Corpo de Desejos.
O Tríplice Corpo é a “sombra” do Tríplice Espírito, lançada na Região do Pensamento Concreto nos três Períodos que precederam o atual Período Terrestre. Desde ali, todos esses pensamentos-forma condensaram-se: 1 grau o Corpo de Desejos, 2 graus o Corpo Vital e 3 graus o Corpo Denso, antes de alcançarem sua presente densidade.
Os Senhores da Chama (Tronos), os Querubins e os Serafins trabalharam para o ser humano voluntariamente e por puro Amor. De uma evolução como a nossa, eles nada podiam aprender. Agora que já se retiraram no atual Período Terrestre, os “Poderes” (Exusiai) do Cristianismo Esotérico – chamados Senhores da Forma pelos Rosacruzes – assumiram um encargo especial, porque este é um Período eminentemente da “Forma” e foi essa Hierarquia espiritual quem deu a todas as coisas suas atuais, definidas e nítidas formas concretas, as quais eram incipientes e indistintas nos Períodos anteriores.
Além das Hierarquias espirituais mencionadas, houve outros que ajudaram, mas vamos ater-nos somente aos seres que alcançaram no desenvolvimento a condição de humanos nos três Períodos precedentes. Esses seres avançaram naturalmente, de modo que a humanidade do Período de Saturno estão agora três passos à frente dos humanos atuais, sendo conhecidos como “Senhores da Mente”. A humanidade do Período Solar encontra-se dois passos adiante de nós e são chamados “Arcanjos”. E a humanidade do Período Lunar acha-se apenas um passo à nossa frente: são os “Anjos”.
Os Períodos são dias da Criação e, entre cada dois Períodos, há um intervalo de repouso ou atividade subjetiva – uma Noite Cósmica, análoga à noite de sono restaurador que desfrutamos entre um dia e outro de nossa vida terrena. Quando a vida em evolução emerge do “Caos” na aurora de um novo Período, efetua-se em primeiro lugar uma recapitulação um grau à frente do trabalho realizado nos Períodos anteriores, antes de iniciar-se a obra do novo Período. Assim é alcançado o apogeu da perfeição capaz de ser atingida.
Portanto, a evolução do ser humano sobre a Terra, tal como se acha agora constituída, divide-se em “Épocas”, nas quais ele primeiro recapitula o seu passado, indo depois em frente às condições que prefiguram desenvolvimento e que só alcançarão expressão plena em Períodos futuros.
Na primeira – ou Época Polar – “Adão” ou humanidade – foi formado de “terra”. Atravessava ele aquela fase puramente mineral do Período de Saturno em que possuía somente o Corpo Denso, modelado por ele próprio sob a orientação dos Senhores da Forma. Estava submerso no então escuro e gasoso Astro que acabava de emergir do caos, “sem forma e vazio”, como diz a Bíblia. Pois, do mesmo modo que as framboesas são formadas de pequenas bagas, assim foi a nossa “mãe Terra” formada da multidão de corpos densos parecidos com minerais de todos os reinos, e as correntes de vida que se expressavam como minerais, animais e homens, trabalhavam para libertá-los.
Na segunda – ou Época Hiperbórea – disse Deus: “Haja luz”, e o calor transformou-se em uma nuvem incandescente idêntica àquela do Período Solar. Nessa Época, foi o Corpo Denso do ser humano interpenetrado por um Corpo Vital, ficando a flutuar de um lado para outro sobre a Terra ígnea como uma enorme coisa em forma de saco. O ser humano era então como as plantas porque dispunha dos mesmos veículos que estas possuem agora, enquanto os Anjos o auxiliavam a organizar seu Corpo Vital, conforme continuam fazendo até o presente.
Isso pode parecer uma anomalia, já que os Anjos são a humanidade do Período Lunar, no qual o ser humano obteve seu Corpo de Desejos. Mas não é, porque somente no Período Lunar a Terra em evolução condensou-se em Éter, tal como o que agora forma a substância de nosso Corpo Vital. A humanidade de então (os atuais Anjos) aprenderam ali a construir seus corpos mais densos de matéria etérea, assim como aprendemos a construir os nossos com matéria sólida, líquida e gasosa da Região Química. E nisso os Anjos tornaram-se peritos, conforme seremos também na construção de nossos Corpos Densos ao fim do Período Terrestre.
Eles estão, portanto, especialmente preparados para ajudar as outras Ondas de Vida em funções que digam respeito às importantes expressões do Corpo Vital. Ajudam assim na formação e manutenção das plantas, dos animais e do ser humano, relacionando-se muito de perto com a assimilação, crescimento e propagação desses reinos. Os Anjos anunciaram o nascimento de Isaac ao fiel Abraão, mas foram também os arautos da destruição de Sodoma por abusar-se ali das funções criadoras. O Anjo Gabriel (não Arcanjo, de acordo com a Bíblia) predisse os nascimentos de Jesus e João. Outros Anjos já haviam anunciado os nascimentos de Samuel e Sansão.
Os Anjos atuam particularmente nos Corpos Vitais dos vegetais porque a corrente de vida que anima esse reino iniciou sua evolução no Período Lunar, quando os Anjos eram humanos e trabalhavam com os vegetais do mesmo modo que agora trabalhamos com os minerais. Há, portanto, uma afinidade especial entre o Anjo e o Espírito-Grupo das plantas. Pode-se assim explicar a enorme assimilação, crescimento e fecundidade das plantas. O ser humano também alcançou enorme estatura na segunda Época – ou Época Hiperbórea – que estava principalmente a cargo dos Anjos. A mesma coisa se dá com a criança em sua segunda Época setenária de vida, porque então os Anjos podem trabalhar mais amplamente sobre ela de maneira que, ao fim dessa Época, aos quatorze anos, a criança alcança a puberdade e torna-se apta a reproduzir sua espécie – também com a ajuda dos Anjos.
A terceira – ou Época Lemúrica – apresentava condições análogas ao Período Lunar, embora mais densas. O núcleo ígneo da Terra ficava ao centro. Envolvendo-o, havia uma fervilhante camada de água em ebulição que, por sua vez, era envolvida na parte mais externa por uma atmosfera vaporosa de “neblina ardente”, pois assim “havia Deus dividido a terra das águas”, segundo o Gênese. Com a umidade mais densa do vapor, podia o ser humano viver em ilhas com crostas sólidas em formação espalhadas num mar de águas ferventes. Sua forma era então completamente firme e sólida, possuía tronco e membros e a cabeça começava a formar-se. O Corpo de Desejos foi acrescentado e aí o ser humano passou ao encargo dos Arcanjos.
Temos aqui outra vez o que se parece com uma anomalia, pois os Arcanjos foram a humanidade do Período Solar, Período em que nasceu o Corpo Vital, quando o ser humano não possuía ainda Corpo de Desejos. A dificuldade, porém, se desvanece quando recordamos que cada veículo nosso é a sombra de um dos aspectos do Espírito, conforme dissemos anteriormente, e que tais veículos não foram dados por essas Hierarquias. Essas simplesmente ajudam o ser humano no aperfeiçoamento de determinado veículo, dada a sua especial aptidão para trabalhar com a matéria dele. Os Arcanjos são educadores do nosso Corpo de Desejos, pois se fizeram peritos na construção e uso de tal veículo quando eram humanos no Período Solar. Nesse Período, eles construíram o seu corpo mais denso com “matéria de Desejos”, da mesma forma que agora construímos nosso corpo mais denso com matéria química mineral.
Os Arcanjos são também o principal apoio do Espírito-Grupo animal, porque os atuais animais começaram como minerais no Período Solar. Na Época Lemúrica, o ser humano encontrava-se em idêntica situação à daqueles na Época atual: o Espírito estava fora do corpo que tinha de dirigir, ainda que os corpos de todos já tivessem sido impregnados com o germe da personalidade individual, conforme esclareceremos a seguir. Desse modo, os seres humanos não eram tão fáceis de guiar como os animais do presente, pois o espírito separado de cada um desses ainda está inconsciente. O desejo então predominava, necessitando por isso de uma forte sujeição. Isso foi feito em alguns dos mais dóceis entre a nascente humanidade da Época Lemúrica, os quais, no devido tempo, vieram a ser instrutores dos demais. A grande maioria, contudo, não recebeu tal vantagem.
Na quarta – ou Época Atlante – teve início o verdadeiro trabalho do Período Terrestre. O Tríplice Espírito estava destinado a entrar no Tríplice Corpo e converter-se num Espírito interno para alcançar pleno domínio sobre seus veículos, mas faltava ainda o elo da Mente. Tal elo, nós o devemos aos Senhores da Mente que haviam antes impregnado os corpos com a sensação de personalidade separada. Essa preponderou sobre a primitiva sensação de unidade com o todo, possibilitando a cada um colher experiências individuais de condições semelhantes.
Os Senhores da Mente alcançaram o estado humano no Período de Saturno. Não eram “deuses” vindos de uma evolução anterior como os Querubins e os Serafins. Daí a tradição oriental de os chamar de “A-suras” – “Não-deuses” – e a Bíblia os denominar “Poderes das Trevas”, em parte porque procederam do escuro Período de Saturno e em parte porque os considera como o mal. São Paulo apóstolo fala do nosso dever de lutar contra eles.
São Paulo estava certo, mas é bom compreendermos que não existe nada absolutamente de mal, e que no passado eles foram os benfeitores do gênero humano. O mal não é outra coisa senão o bem mal colocado ou não desenvolvido. Por exemplo: suponhamos um especialista em fabricação de órgãos que construa um, todo especial – sua obra-prima. Nesse caso, ele é uma encarnação do bem. Mas se ele leva o órgão até a igreja e, mesmo não sendo músico, insiste em tocá-lo substituindo o organista, então ele representa o mal.
Quando os Senhores da Mente eram humanos no Período de Saturno e a Terra era constituída de substância da Região do Pensamento Concreto, aí começamos nossa evolução como minerais. Então, os Senhores da Mente aprenderam a construir seus corpos mais densos com esses minerais, do mesmo modo que agora construímos nossos corpos dos presentes minerais. Assim, especializaram-se no uso dessa “matéria mental”, estabelecendo também, portanto, uma relação extraordinariamente íntima conosco.
Chegado o tempo em que o Tríplice Corpo estava pronto para que o Espírito nele habitasse, o ser humano precisou da Mente para servir como elo entre o Espírito e o corpo. Mas isso os deuses não lhe podiam dar. Era demasiado para eles. Os Arcanjos e os Anjos ainda não podiam criar, mas os Senhores da Mente já haviam alcançado o terceiro Período além daquele em que tinham sido humanos, tornando-se, pois, Inteligências Criadoras. Assim, puderam naturalmente preencher a lacuna irradiando de si a substância de que está formada a nossa Mente.
Procedendo de tal forma, nossa Mente tinha de ser, como é de fato, naturalmente separatista e inclinada a ressentir-se da autoridade. Devia ser o instrumento do infante Espírito no governo do Tríplice Corpo e um freio ao desejo imoderado. Contudo, ela veio acrescentar ao desejo a poderosa astúcia, depois paixão e malvadez, sendo por si mesma mais difícil de domar que um potro selvagem. À Mente, agrada mais dominar o inferior do que obedecer ao superior. Por conseguinte, a paixão e a perversidade predominaram na Época Atlante. A raça degenerou e então tornou-se imperiosa a criação de outra e sob diferentes condições.
Entretanto, a atmosfera quente e vaporosa da Lemúria havia-se esfriado e condensado, convertendo-se em espesso nevoeiro na Época Atlante. Ali viveram os “niebelungen” (“filhos da névoa”) das velhas lendas, que foram os atlantes. Então, Deus ordenou que “as águas se juntassem em um lugar e que aparecesse a terra seca”. A névoa condensou-se gradualmente, caindo em torrentes e inundando os vales da Atlântida. A raça perversa pereceu, com exceção de uns poucos, conhecidos depois como “o povo eleito”, e escolhidos para serem o núcleo da atual raça ariana e herdarem a terra prometida: a Terra como é agora constituída. Esses poucos foram salvos conforme relatado diversamente nas histórias de Noé e Moisés, esse tirando o povo de Deus do Egito (Atlântida) e guiando-o através do Mar Vermelho (o dilúvio ou inundação atlântica), onde o Faraó (o malvado rei atlante) pereceu com todos os seus seguidores.
As Hierarquias espirituais têm sido seriamente embaraçadas em seus esforços para ajudar o ser humano desde a Época em que esse recebeu a luz da razão e se lhe abriu o entendimento, porque então tinha de lidar com assuntos dos quais não possuía o menor conhecimento, como por exemplo a propagação da espécie. Por ignorar as Leis Cósmicas que a regiam, o parto tornou-se doloroso e a morte converteu-se na experiência mais frequente e desagradável. Severas medidas impuseram-se, portanto, para controlar a natureza inferior. Isso foi feito por Jeová, o mais alto Iniciado do Período Lunar e regente dos Anjos, auxiliado nessa tarefa pelos Arcanjos, que são os Espíritos de Raça (Dn 12:1).
Jeová ajudou o ser humano a controlar a Mente e a dominar o Corpo de Desejos impondo leis e decretando castigos para as transgressões. O temor de Deus opôs-se então aos desejos da carne, e assim foi o pecado manifestado ao mundo.
Os Arcanjos, como Espíritos de Raça, lutavam a favor ou contra uma nação por intermédio de outra para castigar aquela em que houvesse pecado (Dn 10:20).
Eram os Anjos que faziam vicejar ou secar os trigais e vinhedos; os que aumentavam ou diminuíam os rebanhos; os que multiplicavam ou reduziam a família, conforme fosse necessário recompensar ou punir o ser humano por sua obediência ou transgressão às leis do Chefe dos Espíritos de Raça – Jeová. Sob o reinado desse, todas as Religiões de Raça – Confucionismo, Taoísmo, Budismo, Judaísmo, etc. – floresceram e atuaram no Corpo de Desejos como Religiões do Espírito Santo. Jeová ajudou o ser humano a dominar o Corpo de Desejos porque esse foi obtido no Período Lunar.
Mas a Lei conduz ao pecado, pois é separatista. Além disso, o ser humano deve aprender a agir bem, independentemente do medo. Portanto, Cristo, o mais alto Iniciado do Período Solar, veio para ensinar a Religião do Filho, que atua sobre o Corpo Vital, obtido no Período Solar. Ele ensinou que o Amor é superior à Lei. O amor perfeito lança fora o temor e liberta a humanidade do racismo, da casta e do nacionalismo, conduzindo-o à Fraternidade Universal, que será um fato quando o cristianismo for vivenciado.
Quando o Cristianismo houver espiritualizado plenamente o Corpo Vital, um passo ainda mais elevado será dado com a Religião do Pai, o qual, como o mais alto Iniciado do Período de Saturno, ajudará o ser humano a espiritualizar o corpo que obteve nesse Período: o Corpo Denso. Então, até a Fraternidade Universal será superada. Não haverá mais eu ou tu, porque todos serão conscientemente “Um” em Deus, e o ser humano terá sido emancipado da tutela dos Anjos, dos Arcanjos e dos Poderes ainda maiores.
[4] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial.
[5] N.T.: A Grande Retirada, também conhecida como a Retirada de Mons, foi a longa retirada para o rio Marne em agosto e setembro de 1914 pela Força Expedicionária Britânica (BEF) e pelo Quinto Exército Francês. As forças franco-britânicas na Frente Ocidental na Primeira Guerra Mundial foram derrotadas pelos exércitos do Império Alemão na Batalha de Charleroi (21 de agosto) e na Batalha de Mons (23 de agosto). Uma contraofensiva do Quinto Exército, com alguma ajuda do BEF, na Primeira Batalha de Guise (Batalha de St. Quentin 29-30 de agosto) não conseguiu acabar com o avanço alemão e a retirada continuou sobre o Marne. De 5 a 12 de setembro, a Primeira Batalha do Marne encerrou a retirada aliada e forçou os exércitos alemães a se retirarem em direção ao rio Aisne e a lutar na Primeira Batalha do Aisne (13 a 28 de setembro). Tentativas recíprocas de flanquear os exércitos adversários ao norte, conhecidas como Corrida para o Mar, ocorreram de 17 de setembro a 17 de outubro.
[6] N.T.: Robert Forman Horton (1855-1934), escritor inglês e pastor da Igreja Protestante Não-Conformista.
[7] N.T.: gíria britânica na época que quer dizer soldado sem patente.
[8] N.T.: Sir Walter Scott, PRSE (1771-1832) foi um romancista, poeta, dramaturgo e historiador escocês, o criador do verdadeiro romance histórico. Principais obras: A dama do lago (1810); Waverley (1814); Guy Mannering (1815); Rob Roy (1817); Ivanhoé (1819); Uma lenda de Montrose (1819); Kenilworth (1821); Peveril of the peak (1822); Woodstock (1826); Ano de Geirstein (1829). Ivanhoé é a mais conhecida e tornou-se filmes, seriados e peças de teatro.
[9] N.T.: Bernal Díaz del Castillo (1492-1584) foi um conquistador e cronista espanhol, que escreveu um relato da conquista espanhola do México liderada por Hernán Cortés, junto de quem serviu.
Max Heindel, considerado por alguns o maior espiritualista ocidental do século XX, oferece um método simples e prático de levantar horóscopo utilizando a Astrologia Rosacruz, que traz a arte e o ofício para o domínio de qualquer pessoa que saiba fazer matemática básica. Você vai aprender a interpretar as Casas do Zodíaco, a lidar com fusos horários, a entender os Signos Ascendentes, a calcular as posições dos Astros, etc.
Há 2 meios de você acessar esse Livro:
1.Em formato PDF (para download):
Astrologia Científica e Simplificada – Introdução – O Valor Prático da Astrologia
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo III – Os Signos e as Casas – Parte 1
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo III – Os Signos e as Casas – Parte 2
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo IV – O Signo Ascendente e as Doze Casas – Parte 1
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo IV – O Signo Ascendente e as Doze Casas – Parte 2
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo IV – O Signo Ascendente e as Doze Casas – Parte 3
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo V – Como Calcular as Posições dos Astros – Parte 1
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo V – Como Calcular as Posições dos Astros – Parte 2
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo V – Como Calcular as Posições dos Astros – Parte 3
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo V – Como Calcular as Posições dos Astros – Parte 4
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo V – Como Calcular as Posições dos Astros – Parte 5
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo V – Como Calcular as Posições dos Astros – Parte 6
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo V – Como Calcular as Posições dos Astros – Parte 7
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo VI – Os Aspectos
Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo VII – Como fazer o Índice
Astrologia Científica Simplificada – Parte 2 – Enciclopédia Filosófica de Astrologia-P.1
2.Para ler no próprio site:
************************************************************************
Para ler e estudar no próprio site:
INTRODUÇÃO – O VALOR PRÁTICO DA ASTROLOGIA
Há um lado da Lua que nunca vemos; contudo, essa metade oculta é um fator tão poderoso em causar o fluxo e refluxo das marés da Terra, tanto quanto o é a parte visível da Lua. De maneira análoga, há uma parte invisível do ser humano que exerce uma poderosa influência na vida, e como as marés são medidas pelo movimento do Sol e da Lua, assim também, as possibilidades da existência são medidas pelos Astros que circulam, podendo, portanto, serem chamados de “Relógio do Destino”, e a importância desse conhecimento é de um poder imenso, pois para o astrólogo competente o horóscopo revela todos os segredos da vida.
Por conseguinte, quando você entrega a um astrólogo a data do seu nascimento, você deu a ele a chave do mais íntimo da sua alma, e não há segredo que ele não possa desvendar, pesquisando cuidadosamente. Esse conhecimento pode ser usado tanto para o bem como para o mal, tanto para ajudar como para prejudicar, de acordo com a natureza do astrólogo. Somente a um amigo considerado bom, fiel e experimentado deve ser confiado essa chave da sua alma, e nunca deve ser entregue a alguém que tenha condições suficientes para prostituir uma ciência espiritual por meio de ganhos materiais.
Para um ou uma profissional de saúde, a Astrologia Rosacruz é de valor inestimável no diagnóstico de doenças ou enfermidades e na prescrição de remédios, pois, ela revela a causa oculta de todos os distúrbios do corpo ou de todas as doenças e enfermidades. Essa fase da ciência é abordada no livro “A Mensagem das Estrelas”, que fornece muitos horóscopos para demonstrar como as indicações de várias doenças e enfermidades aparecem na escrita astral. O autor diagnostica, infalivelmente, por esse método, os distúrbios do corpo, as doenças e enfermidades dos pacientes de várias partes do mundo e o amor também iluminará o caminho para todos aqueles que almejam seguir os passos de Cristo como curadores dos enfermos e dos doentes.
Se você é um pai, uma mãe ou um responsável por uma criança, o horóscopo irá lhe ajudar a identificar o mal latente na criança e lhe ensinar a aplicar as medidas preventivas. Também lhe mostrará os aspectos bons, para que você possa ajudar essa criança, que foi confiada aos seus cuidados, a ser uma pessoa melhor. Revelará as fraquezas do organismo dela e habilitará você a preservar a saúde da criança; mostrará que talentos ela possui e como a vida pode ser vivida em sua plenitude. Portanto, a mensagem dos Astros em movimento é de máxima importância e, pelo que temos demonstrado sobre o grande perigo de se fornecer os dados de nascimento a qualquer pessoa, só nos resta uma saída: cada um de nós estudar pessoalmente essa ciência.
Esse livro e o método simplificado que ele contém para levantar um horóscopo, de maneira completamente científica, é publicado para possibilitar que qualquer pessoa que saiba somar e subtrair possa fazer todos os cálculos e atividades sozinha, em vez de confiá-los a outra pessoa. Desse modo, a pessoa obterá um conhecimento mais profundo das causas que atuam em sua vida, ao invés de confiar naquilo que qualquer astrólogo profissional desconhecido possa lhe oferecer.
CAPÍTULO I
OS PLANETAS: OS SETE ESPÍRITOS DIANTE DO TRONO
A Teoria Nebular explica com uma maravilhosa engenhosidade, do ponto de vista material, de como um Sistema Solar constituído do Sol e dos Astros pode ser formado a partir de uma névoa ígnea central, desde que essa névoa ígnea seja posta em movimento. Para alguém que não conhece sobre a névoa ígnea, pode julgá-la desnecessária como início de tudo, no entanto, como demonstrado por Herbert Spencer, que rejeitou a teoria nebular porque implica um Argumento da causa primeira[1], porém, não foi capaz de enunciar uma hipótese além dessa que é uma imperfeição questionável que reduz ou dificulta o convencimento, segundo ele. Assim, a teoria científica da origem de um Sistema Solar coincide com o ensino religioso de um Argumento da causa primeira, chame-a de Deus ou de qualquer outro nome, que é a inteligência superior que ordena o caminho das esferas em movimento, visando um fim e um objetivo definido. Talvez, nós não sejamos ainda capazes de perceber totalmente esse fim, mas em nosso planeta e a nossa volta, se observarmos não podemos deixar de notar que um desenvolvimento ordenado de todas as coisas rumo à perfeição, e pode se inferir que um processo semelhante de evolução deve estar em andamento em todos os demais Planetas, naturalmente variando em consonância com as diversas condições existentes em cada um deles.
O ensinamento místico sobre a formação de um Sistema Solar está de acordo com a Teoria Nebular que afirma que os anéis foram lançados da massa central do Sol formando, em sucessão, os vários Planetas, sendo que os mais distantes do Sol foram os primeiros a serem formados, enquanto Vênus e Mercúrio, os mais próximos do Sol, foram formados por último.
Por trás de cada ato existe um pensamento, e por trás de cada fenômeno visível há uma causa invisível. Portanto, na formação dos Planetas em um Sistema Solar, há uma razão espiritual para formação deles, bem como uma explicação material.
Podemos considerar a névoa ígnea central como a primeira manifestação visível do Deus Trino, o Senhor dos Exércitos[2], em Quem contém dentro de Seu Ser uma multidão de outros seres em diferentes estágios de desenvolvimento. As diversas necessidades desses seres exigem diferentes ambientes externos. Com a finalidade de proporcionar as condições apropriadas, vários Planetas foram lançados da massa central, sendo cada um diferentemente constituído e cada um tendo uma condição climática diferente dos demais. Contudo, eles estão todos no Reino de Deus, o Sistema Solar. “N’Ele vivem, se movem e têm o seu ser” no sentido mais literal, pois todo o Sistema Solar pode ser considerado como o corpo de Deus e os Planetas como os órgãos naquele corpo, animados por Sua Vida, movendo-se em Sua Força e de acordo com Sua Vontade.
Cada Planeta visível é a incorporação de uma grande e exaltada inteligência espiritual; essa é o ministro de Deus naquele departamento de Seu Reino, se esforçando para cumprir a Sua Vontade, focando no bem supremo[3], apesar do mal temporário.
Esses Espíritos Planetários exercem uma influência particular sobre os seres que evoluem no Planeta, que é a incorporação d’Eles, mas também exercem uma influência sobre os seres em evolução em outros Planetas, de acordo com o desenvolvimento alcançado por tais seres. Quanto mais baixo um ser se encontra na escala evolutiva, mais poderosos são os efeitos das influências planetárias; e quanto mais elevado, mais sábio e mais individualizado for um ser, mais capacitado estará em moldar o seu próprio curso e estará menos sujeitos às vibrações astrais. É por isso que a Astrologia Rosacruz nos ajuda, quando aplicada diariamente a nossa vida. Ela nos fornece um conhecimento das nossas fraquezas e as tendências para o mal em nossa natureza; ela nos mostra forças nossas qualidades ou nosso estado de ser forte, seja na capacidade de esforço ou na resistência e os momentos na nossa vida aqui mais propícios para o desenvolvimento de maior potência para o bem. Em todas as Religiões ouvimos falar dos Sete Gênios Planetários: o Hindu fala de Sete Rishi, a Persia de Sete Ameshapentas, o Maometano de Sete Arcanjos e a nossa Religião Cristã tem os seus Sete Espíritos diante do Trono.
[1] N.T.: O Argumento da causa primeira ou Argumento cosmológico é um raciocínio filosófico que visa buscar uma causa primeira (ou uma causa sem causa) para o Universo. Por extensão, esse argumento é frequentemente utilizado para a existência de um ser incondicionado e supremo, identificado como Deus.
A premissa básica é que, já que há um universo em vez de nenhum, ele deve ter sido causado por algo ou alguém além dele mesmo. E essa primeira causa deve ser Deus. Esse raciocínio baseia-se na lei da causalidade, que diz que toda coisa finita ou contingente é causada agora por algo além de si mesma.
Esse argumento é tradicionalmente conhecido como argumento a partir da causalidade universal, argumento da causa primeira, argumento causal ou o argumento da existência. Qualquer que seja o termo empregado, há três variantes básicas do argumento cosmológico, cada uma com distinções sutis, mas importantes: os argumentos da causa (causalidade), da essência (essencialidade), do devir (tornando-se), além do argumento da contingência. Esse raciocínio tem sido utilizado por vários teólogos e filósofos ao longo dos séculos, desde a Grécia Antiga com Platão e Aristóteles, passando pela Idade Média com São Tomás de Aquino.
[2] N.T.: Designação de Deus no Antigo Testamento (por exemplo em ISm 1:3)
[3] N.T.: o único bem que é desejável por si mesmo (como um fim em si mesmo) e não por causa de outra coisa (como um meio para algum outro fim).
O astrônomo moderno separa o aspecto espiritual da ciência celestial, a Astrologia, que ele expressa o seu desprezo como “uma superstição notória”, da fase material, a Astronomia, considerando oito Planetas iniciais[1] em nosso Sistema Solar – Netuno, Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus, Mercúrio. Ele demostra, por meio do telescópio, que os Planetas existem e com isso ele pensa que conseguiu provar que a Religião nada sabe a esse respeito quando afirma que existem sete Planetas no Sistema Solar. No entanto, o Místico ressalta a Lei de Bode[2] como que justificando a sua afirmação de que Netuno não pertence realmente ao nosso Sistema Solar[3].
A Lei é a seguinte: se escrevermos uma série de 4 e somamos 3 ao segundo, 6 ao terceiro, 12 ao quarto, etc., toda vez sempre dobrando o número adicionado, a série de números resultante será uma aproximação bem próxima às distâncias relativas dos Planetas ao Sol, com exceção de Netuno[4]. Assim, segue a ilustração:
MERCÚRIO | VÊNUS | TERRA | MARTE | ASTERÓIDES | JÚPITER | SATURNO | URANO | NETUNO |
4 | 4 | 4 | 4 | 4 | 4 | 4 | 4 | 4 |
– | 3 | 6 | 12 | 24 | 48 | 96 | 192 | 384 |
4 | 7 | 10 | 16 | 28 | 52 | 100 | 196 | 388 |
Se dividirmos essa série por 10 (dez) obtemos “1” para a distância da Terra ao Sol e, os outros números representam as distâncias dos outros Planetas em termos da distância da Terra. A proximidade com que essa lei simples estabelece a distância é mostrada da seguinte forma: sendo a coluna intitulada “Bode”, mostra as distâncias de acordo com essa Lei, enquanto a coluna intitulada “Distância” fornece os valores exatos em termos de distâncias da Terra.
Bode | Distância | Bode | Distância | |||
Mercúrio | 0,4 | 0,4 | Júpiter | 5,2 | 5,2 | |
Vênus | 0,7 | 0,7 | Saturno | 10,0 | 9,5 | |
Terra | 1,0 | 1,0 | Urano | 19,6 | 19,2 | |
Marte | 1,6 | 1,5 | Netuno | 38,8 | 30,0 | |
Asteroides | 2,8 | 2,6 | Plutão | 40,0 | 77,2 |
Assim, podemos ver que, com exceção dos valores encontrados para o caso de Netuno[5], os números representam, muito próximos, as distâncias proporcionais relativas do Sol, dos sete Planetas e até da camada de asteroides[6] que estão dentro de nosso Sistema Solar, mas falham definidamente quando aplicados a Netuno[7], sendo esse a externalização de um Grande Espírito das Hierarquias Criadoras que normalmente nos influenciam a partir do Zodíaco. Esse gênio planetário trabalha, especificamente, com aqueles que estão se preparando para a Iniciação[8] e, parcialmente, com aqueles que estudam Astrologia e a praticam em suas vidas diariamente, pois estes também estão se preparando para o caminho da realização espiritual. As cintilações das estrelas fixas que estão fora do nosso Sistema Solar são as pulsações dos impulsos espirituais enviados pelos guardiões dos Mistérios Maiores[9]; e os Mercurianos, os Deuses da Sabedoria, enviam impulsos similares referentes aos Mistérios Menores[10], razão pela qual, Mercúrio cintila como uma estrela fixa.
Os Planetas orbitam em torno do Sol[11] em variadas taxas de velocidades, os Planetas menores, que são os mais próximos do Sol, movem-se muito mais rapidamente do que os maiores que, além disso, descrevem círculos mais amplos.
Mercúrio faz um período orbital[12] em torno do Sol em | 88 dias |
Vênus faz um período orbital em torno do Sol em | 224,5 dias |
Terra faz um período orbital em torno do Sol em | 365,25 dias |
Marte faz um período orbital em torno do Sol em | 1 ano/322 dias |
Júpiter faz um período orbital em torno do Sol em | 12 anos |
Saturno faz um período orbital em torno do Sol em | 29,5 anos |
Urano faz um período orbital em torno do Sol em | 84 anos |
Netuno faz um período orbital em torno do Sol em | 165 anos |
Plutão faz um período orbital em torno do Sol em | 248 anos |
A velocidade horária dos Planetas em suas órbitas é a seguinte:
quilômetros por hora | |
Mercúrio | 172.000 |
Vênus | 124.000 |
Terra | 105.000 |
Marte | 85.000 |
Júpiter | 47.000 |
Saturno | 34.000 |
Urano | 24.000 |
Netuno | 19.000 |
Plutão | 17.000 |
Além de girarem em suas órbitas ao redor do Sol, os Planetas também giram sobre seus eixos na mesma direção em que giram em suas órbitas; isto é, de Oeste para Leste. Esse movimento é chamado de rotação diurna[13].
O tempo estimado pela rotação diurna dos Planetas é o seguinte:
O Sol também gira em torno de um eixo, mas requer cerca de 608 horas ou 25 dias e 1/3 do dia para completar uma rotação.
O eixo de um Planeta pode ser perpendicular ou oblíquo à sua órbita. As atuais inclinações aproximadas dos eixos são as seguintes:[16]
A inclinação do eixo do Sol ao plano da eclíptica é de cerca de 7,5 graus.
As inclinações dos eixos acima não coincidem em todos os casos com os números determinados pela ciência física, nem endossamos seu ponto de vista de que essas inclinações permanecem praticamente inalteradas, salvo por um leve movimento oscilatório chamado Nutação[17]. Há um terceiro movimento extremamente lento dos Planetas, pelo qual, o atual Polo Norte da Terra, no futuro, como fez no passado, apontará diretamente para o Sol. Mais tarde estará na posição onde agora está o Polo Sul, e no devido tempo alcançará novamente a sua posição atual. Assim, o clima tropical e as épocas glaciais se sucedem em todos os pontos de cada Planeta.
Além disso, esse movimento gradual de, aproximadamente, de 50 segundos de espaço por século, pelo qual uma volta ao eixo da Terra se completa em, aproximadamente, dois milhões e meio de anos, também ocorreram mudanças repentinas numa época em que o que é agora o Polo Norte apontava diretamente para o Sol. O hemisfério sul se encontrava, então, continuamente na escuridão e frio.
As condições resultantes causaram, na última vez, uma melhoria muito grande e súbita em todo o nosso globo. Entretanto, desde essa época o Espírito, que anteriormente guiava a Terra de fora, penetrou dentro de sua esfera e tal acontecimento será impossível no futuro.
O Sr. Pierre Bezian, um mecânico francês, construiu um aparelho que demonstrava esse terceiro movimento. Ele disse ter recebido essa ideia de um estudo dos ensinamentos promulgados entre vários povos antigos, por meio de sacerdotes, que eram dotados de conhecimento místico, particularmente os Egípcios. Ele demonstrou como esse terceiro movimento explicava a flora e a fauna tropicais encontradas no gelado do norte, que não podem ser explicados de outra forma. Ele, também, demonstrou que durante o curso desse terceiro movimento, a inclinação do eixo de um Planeta se torna maior que os 90 graus e seu Polo Norte começa a apontar em direção ao sul, os satélites desse Planeta parecerão girar na direção oposta à dos satélites de outros Planetas, como é o caso dos satélites de Urano e Netuno; um fato que deixa os astrônomos perplexos e em busca de uma explicação.
Em relação a Urano e Netuno, o Sol também nasce no oeste e se põe no leste pela mesma razão: a inversão de seus polos.
Como uma última diferença entre os ensinamentos da ciência moderna e os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental dos Rosacruzes, podemos observar que os astrônomos de hoje falam de Vênus e Mercúrio como Planetas inferiores, porque aparecem sempre próximos ao Sol; Vênus é visto apenas como uma “estrela da manhã ou da tarde”; Mercúrio raramente é visto, pois está muito próximo do Sol.
Os outros Planetas são chamados superiores, porque são vistos de todas as distâncias do Sol, mesmo se posicionando no ponto oposto do horizonte do Sol.
Essa denominação de inferior e superior, o místico teria um ponto de vista oposto, pois para ele é evidente que o Sol é a externalização da mais alta inteligência espiritual em nosso Sistema Solar. No início de nossa atual fase evolutiva, tudo o que está agora fora do Sol, estava dentro, mas nem todos os seres podiam continuar vibrar na elevadíssima taxa de vibração que era estabelecida ali; alguns ficaram para trás, cristalizaram-se e, com o tempo, tornaram-se um empecilho para outras classes. Com a cristalização, eles se dirigiram para os polos, onde o movimento é lento, mas gradualmente com o aumento da densidade deles, foram impelidos para o equador, onde o movimento é mais rápido e, consequentemente, foram expelidos do Sol pela força centrífuga.
Mais tarde, outros seres também não conseguiram se manter nesse movimento vibratório, ficando para trás e foram expelidos a uma distância apropriada para que as vibrações solares pudessem lhes fornecer a rapidez necessária ao desenvolvimento deles.
Os Espíritos mais avançados permaneceram mais tempo no Sol e, consequentemente, se a denominação inferior e superior é para ser aplicada, deveria ser usada de maneira inversa.
A fim de evitar qualquer mal-entendido, pode-se dizer que Júpiter foi expelido com um enorme volume de substância ígnea, porque os jupterianos alcançaram um grau elevadíssimo de desenvolvimento, onde precisavam tanto de altas vibrações como de autonomia. Júpiter é, portanto, em alguns aspectos, uma exceção à regra; um caso em que uma lei superior prevalece sobre uma inferior.
Concluindo, nós reiteramos que os Planetas do nosso Sistema Solar são externalizações visíveis dos Sete Espíritos diante do Trono de Deus, o Sol, e assim como nos é possível transmitir por telégrafo sem fio a força que move a chave do telégrafo, que acende uma lâmpada, que puxa uma alavanca, etc., assim também esses Grandes Espíritos exercem uma influência sobre os seres humanos, numa proporção ao nosso grau de individualidade. Se almejamos agir em harmonia com as Leis do Deus, nos elevemos acima de todas as leis e nos tornemos uma lei em nós mesmo; colaboradores de Deus e auxiliares na natureza. Isso é nosso privilégio, mas se deixarmos de viver de acordo com nossas mais elevadas possibilidades, isso será o nosso fracasso.
Esforcemo-nos, portanto, em saber o que podemos fazer e, acima de tudo, tomemos cuidado para não prostituir a Ciência dos Astros, colocando-a como mera adivinhação. O Ouro de Mamon[18] pode ser nosso se lutarmos por isto, mas a “paz de Deus que excede todo o entendimento”[19] nos trará um regozijo duradouro, se usarmos nosso conhecimento no serviço altruísta aos outros.
[1] N.T.: e Plutão depois de 1930.
[2] N.T.: A lei de Titius-Bode (às vezes denominado de Lei de Bode) é uma lei matemática que define, muito aproximadamente, as distâncias planetárias. Foi desenvolvida em 1766 por Johan Daniel Tietz (1729–1796), mais conhecido por seu nome latinizado Titius (pronuncia-se Tícius) e muito divulgada pelo astrônomo alemão Johann Elert Bode (1747–1826), diretor do Observatório de Berlim, que acabou definindo a sequência final, que hoje conhecemos como Lei de Titius-Bode.
[3] N.T.: e nem Plutão, depois de descoberto em 1930
[4] N.T.: e, também, de Plutão, depois de 1930.
[5] N.T.: e Plutão, depois de 1930.
[6] N.T.: situados entre a órbita do Planeta Marte e do Planeta Júpiter.
[7] N.T..: e a Plutão, depois de 1930.
[8] N.T.: no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz são os Estudantes Rosacruzes que estão, no mínimo, no grau de Discípulo.
[9] N.T.: Também denominadas Iniciações Maiores ou Iniciações Cristãs.
[10] N.T.: Também denominadas Iniciações Menores.
[11] N.T.: Conhecido como movimento de translação em torno do Sol.
[12] N.T.: O período orbital (também conhecido como período de revolução) é o tempo que um determinado objeto astronômico leva para completar uma órbita em torno de outro objeto e se aplica em astronomia geralmente a Planetas ou asteroides orbitando o Sol, para o nosso Sistema Solar. Depois de 1930, consideremos Plutão que faz um período orbital em torno do Sol de 248 anos.
[13] N.T.: O movimento diurno (ou rotação diurna) é um termo astronômico que se refere ao movimento aparente do Sol ao redor de um Planeta – no nosso Sistema Solar -, ou mais precisamente, movimento em torno dos dois polos celestes, ao longo de um dia. É causado pela rotação do Planeta em torno de seu eixo. Isso também resulta em observarmos que quase todas as estrelas parecem seguir um caminho de arco circular chamado círculo diurno.
[14] N.T.: Últimas observações científicas feitas através dos satélites artificiais na década de 90, pela NASA
[15] N.T.: Últimas observações científicas feitas através dos satélites artificiais na década de 90, pela NASA
[16] N.T.:
[17] N.T.: A Nutação é, na astronomia, uma pequena oscilação periódica do eixo de rotação da Terra com um ciclo de 18,6 anos, sendo causada pela força gravitacional da Lua sobre a Terra.
[18] N.T.: Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade.
[19] N.T.: Fp 4:7
CAPÍTULO II
O TEMPO E O LUGAR COMO FATORES NO CÁLCULO DO HORÓSCOPO
Parte 1
Um horóscopo é simplesmente um mapa dos céus mostrando uma determinada posição dos Astros[1] e Signos Zodiacais em relação entre si e em relação à Terra. As constelações permanecem na mesma posição uma em relação à outra e, portanto, são chamadas de “estrelas fixas”, mas a Terra e os outros Astros mudam suas posições constantemente. Eles não retornam à mesma posição relativa antes de decorridos, aproximadamente, vinte e seis mil anos. Assim, todo horóscopo calculado de forma cientifica é absolutamente individual e mostra uma influência astral diferente daquela experimentada em qualquer outra vida iniciada numa época diferente. Por causa da rotação da Terra sobre o seu próprio eixo é acrescido um novo grau ao Zodíaco, a cada quatro minutos percorridos, assim mesmo os horóscopos de gêmeos podem diferir consideravelmente. Por isso, o Estudante Rosacruz deve perceber a importância da Hora como um fator preponderante em um horóscopo. Há, contudo, vários métodos para determinar a hora e erigir um horóscopo correto para quem não sabe a hora exata de seu nascimento, mas esse assunto pertence a um nível mais avançado deste estudo.
No entanto, a hora não é a mesma em todo o mundo. Quando o Sol nasce onde vivemos, ele se põe em outro lugar, e isso estabelece outra diferença nos horóscopos mesmo se calculados para crianças nascidas no mesmo horário, mas em lugares opostos do globo, pois se for meio-dia no local de nascimento de uma delas, o Sol estará elevado nos céus acima no globo terrestre, e no local de nascimento de outra criança seria meia-noite, mas com o Sol diretamente abaixo no globo terrestre. Sabemos que o efeito químico do raio solar tem variação de acordo com sua posição, de maneira que, quando a mudança é fisicamente perceptível, o efeito espiritual também deve diferir. Portanto, é evidente que a hora e o lugar são fatores básicos no cálculo de um horóscopo. Mas, primeiro mostraremos como determinar o lugar de nascimento e depois abordaremos a questão da hora.
O LUGAR
Geograficamente, a Terra está dividida por dois conjuntos imaginários de círculos. Um círculo que corre de leste para o oeste, a meio caminho entre os polos norte e sul, como ilustrado nos gráficos abaixo, é chamado de Equador.
Outros círculos, chamados Paralelos de Latitude, são imaginados, estendendo-se paralelamente ao Equador, sendo utilizados para medir a distância de qualquer lugar ao Norte ou ao Sul do Equador. Agora tomemos um atlas e olhemos o mapa da América do Norte. Ao longo das bordas direita e esquerda, você verá ver alguns números. Note que uma linha curva se estende desde o número 50 à direita até o número 50 à esquerda no mapa. Esse é o Paralelo 50 graus de latitude. Todas as cidades situadas ao longo dessa linha, na América, Europa ou Ásia estão equidistantes do Equador e, assim, podemos dizer que estão localizadas na “Latitude 50 graus Norte”.
Outra linha se estende do número 40 do lado esquerdo até o número 40 do lado direito. Podemos observar algumas das principais cidades sobre essa linha ou próximas a ela. São Francisco está um pouco mais ao sul; Denver está em cima da linha; Chicago e Nova York um pouco ao norte. Agora, tomemos o mapa da Europa. Há os números da direita e da esquerda, cujos círculos de conexão também são latitudes, e no número 40 você verá Lisboa (um pouco para baixo) e Madri (quase em cima). Prosseguindo para leste, Roma e Istambul aparecem um pouco ao norte (ou para cima) dessa linha.
Pode-se dizer, para fins de ensino elementar, que esses lugares estão no mesmo grau de latitude e, portanto, outro determinador deve ser usado para diferenciar a localização de cada um dos lugares.
Isso é feito dividindo a Terra longitudinalmente, de polo a polo, por outro conjunto de círculos imaginários chamados Meridianos de Longitude e que são mostrados na figura abaixo.
Todos os lugares ao longo desses círculos têm o meio-dia igual para todos, independentemente de quão distantes possam estar do Equador, ou de quão perto estejam do Polo Norte ou Sul.
Agora, olhemos novamente para o mapa da Europa. Lá você verá linhas numeradas traçadas da parte superior até a parte inferior do mapa. Essas são as linhas de longitude. Uma é numerada como “0”. Se você seguir essa linha, encontrará Londres e, perto dela, um lugar chamado Greenwich. Essa é a localização do maior observatório do mundo[2] e, para fins de cálculo astronômico, todos os pontos da Terra são considerados como sendo tantos graus a oeste ou a leste de Greenwich[3].
Assim, por Latitude obtemos a localização de um determinado lugar ao norte ou ao sul do Equador.
Por Longitude, designamos sua posição se é a leste ou a oeste de Greenwich.
Quando a localização de um ponto é estabelecida em termos de latitude e longitude, isso estabelece um determinado ponto fora de qualquer possibilidade de confusão com qualquer outro lugar e fornece ao astrólogo um dos fatores primordiais que são necessários para calcular um horóscopo científico: o lugar[4].
A latitude é o principal fator na localização dos Signos do Zodíaco por meio das “Tabelas das Casas”[5], as quais se aplicam a todos os lugares em um determinado grau de latitude. Essas tabelas são praticamente imutáveis como o são as estrelas fixas às quais se aplicam; elas permanecem as mesmas de ano para ano, e sua alteração é tão pequena que não é significativa no decorrer de toda uma vida.
A longitude é o fator principal em todos os cálculos relacionados aos Astros móveis. Para calcular suas posições no momento do nascimento de uma pessoa é necessário ter um almanaque astronômico do ano de nascimento. Esse recebe o nome de Efemérides pois registra a posição efêmera ou transitória dos Astros, conforme vistos pelo observatório de Greenwich diariamente ao meio-dia[6].
[1] N.T.: Sol, Lua e os Planetas (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão)
[2] N.T.: O autor se refere no início do século XX.
[3] N.T.: a oeste (ou seja, à sua esquerda – olhando o mapa de frente para você) ou a leste (ou seja, à sua direita)
[4] N.T.: Por exemplo: um lugar situado à 38º53’ de Latitude Norte e 77º de Longitude Oeste. Atualmente é mais fácil consultar na internet. É só pesquisar no seu navegador (Google Chrome, Mozilla Firefox, Safari e Microsoft Edge) colocando: o nome da cidade, estado e/ou país e acrescentar as palavras: latitude e longitude (para a Astrologia Rosacruz escolha sempre os valores expressos em graus, minutos e segundos – exe: 23º32’19” – e não expressos em pontos decimais depois dos graus – exe: 23,0256).
[5] N.T.: Aqui já há muitas cidades com suas respectivas latitudes e longitudes: Tabelas das Casas Científica e Simplificada – Latitude 1 a 66 Graus – The Rosicrucian Fellowship
[6] N.T.: para facilitar temos as Efemérides Rosacruzes, já levantadas para serem utilizadas na Astrologia Rosacruz. Aqui alguns exemplos: Efemérides Científica e Simplificada – Calculada para Meio-dia (Noon) Greenwich
A HORA
Um Dia Solar é o período de tempo que o Sol leva para se mover de um determinado Meridiano de longitude até retornar ao mesmo Meridiano no dia seguinte. Devido ao movimento variável da Terra em sua órbita e da obliquidade da eclíptica, o caminho do Sol, os dias solares não tem todos a mesma duração, mas como o propósito da vida social e civil necessitam de uma divisão uniforme, uma média foi adotada para todos os dias solares do ano, e isso leva o nome de Dia Solar Médio. Esse começa à meia-noite, quando o Sol está no nadir. Os relógios são regulados para mostrar seu início, seu fim e, também, suas divisões em 24 horas diárias. Há, portanto, uma diferença entre a hora Solar e a hora do relógio[1].
A partir do momento que o Sol se encontra mais perto da Terra (Periélio) – por volta de catorze dias após o Solstício de Dezembro (próximo do dia 4 de janeiro –, até o momento em que se encontra o mais distante da Terra (Afélio) – por volta do dia 4 de julho –, a hora do relógio está adiantada em relação à hora Solar. De 21 de junho a 24 de dezembro, o Sol está adiantado em relação ao relógio, ocorrendo a diferença maior, de 16 minutos, no início de novembro.
Quando o movimento desigual da Terra em sua órbita e a obliquidade da eclíptica atuam juntas, a diferença entre a hora Solar e a hora do relógio é a maior; mas, quatro vezes ao ano elas se igualam: 15 de abril, 15 de junho, 1º de setembro e 24 de dezembro.
Um Dia Sideral é o tempo que decorre entre a saída de uma estrela fixa, a um certo grau de longitude, até que ela retorne ao mesmo ponto no dia seguinte. Esse é o tempo exato de uma revolução[2] completa da Terra sobre seu eixo; e é o único movimento absolutamente uniforme observado nos céus, não tendo sofrido nenhuma alteração desde as primeiras observações registradas.
Devido ao movimento da Terra em sua órbita[3] em torno do Sol, um Dia Solar é mais longo do que um Dia Sideral, pois como o Sol se adianta mais para o leste durante o período de rotação diária da Terra sobre seu eixo, a Terra precisa girar um pouco mais em seu eixo para que um certo Meridiano se alinhe com o Sol. O Dia Solar é, portanto, cerca de quatro minutos mais longo que o Dia Sideral, porém, devido ao movimento variável da Terra em sua órbita e à obliquidade da eclíptica mencionada anteriormente, essa diferença também varia a cada dia.
Antigamente, a hora dos relógios de cada cidade ou cada pequena vila se diferenciavam das horas dos relógios de todos os outros lugares, uma vez que todos eles eram ajustados para a Hora Local, porém, isso causava muita confusão para as pessoas que viajavam; portanto, em 18 de novembro de 1883, a América adotou o que conhecemos por Hora Padrão[4]. Para as pessoas nascidas após aquela data é necessário se fazer uma correção, em que se converte a hora indicada pelos relógios em Hora Local Exata, pois essa é a hora utilizada para calcular um horóscopo. O diagrama ajudará os Estudantes Rosacruzes a entenderem o que é a Hora Padrão, como desfazer quaisquer confusões e como é elaborada a correção mencionada anteriormente.
Foi sugerido que, se o país fosse dividido em zonas horárias[5], em que cada uma teria cerca 15 graus de longitude de largura (por ser essa a distância que o Sol viaja em uma hora), e sendo todos os relógios de cada divisão acertados para uma hora uniforme, estabelecido por um Meridiano localizado no centro da zona horária correspondente, a confusão para os viajantes seria evitada.
Consequentemente, os Estados Unidos da América foi dividido em quatro dessas zonas por três linhas imaginárias, conforme está ilustrado no diagrama.
Na Zona Horária do Leste, os relógios são ajustados seguindo o Meridiano 75 graus, com 5 horas a menos da Hora de Greenwich.
Na Zona Horária Central, a hora é regulado pelo Meridiano 90 graus, que é 6 horas a menos da Hora de Greenwich.
Na Zona Horária das Montanhas, os relógios são regulados de acordo com o Meridiano 105 graus, que é 7 horas a menos da Hora de Greenwich.
Na Zona Horária do Pacífico, o horário é regulado para o Meridiano 120 graus, que é 8 horas a menos da Hora de Greenwich.
(Há uma quinta zona no extremo leste, compreendendo Maine, Nova Escócia, etc. Essa zona foi omitida para que nosso diagrama pudesse abranger um espaço maior.).[6]
Em todas as cidades localizadas no mesmo Meridiano padrão (veja o diagrama), tais como Filadélfia e Denver, a Hora Padrão é também a Hora Local Exata e nenhuma correção de horário é necessária para o cálculo dos horóscopos. Mas Detroit[7], que está posicionado na linha divisória entre a Zona Leste e a Zona Central, e que está a 7 graus a leste do Meridiano 90º e, portanto, seus relógios estão 28 minutos atrasados, pois quando assinalam meio-dia, de acordo com o Meridiano Padrão de 90º, a Hora Local Exata é de 28 minutos depois do meio-dia (12h28 P.M.[8]). Você verá que Chicago está um pouco a leste do Meridiano de 90 graus (em torno de 2 graus). Quando os relógios assinalam meio-dia, na verdade são 12h08 P.M. Os relógios de São Francisco assinalam meio-dia quando a Hora Local Exata é ainda 11h50 A.M., porque essa cidade está 2 graus e 30 minutos (2º30’) a oeste do Meridiano Padrão 120º. Assim, a correção se faz necessária.
A regra para obter a Hora Local Exata é a seguinte:
Para o Horário do Meridiano Padrão mais próximo:
Quando uma criança nasce, deve-se notar o momento exato em que ela respira pela primeira vez, já que este momento, e não a hora do parto, é a hora do nascimento do ponto de vista do astrólogo.
A razão pela qual se toma a hora da primeira inspiração que vem, geralmente, acompanhada de um choro, como o momento do nascimento se deve à condição química da atmosfera que muda a cada momento à medida que mudam as vibrações astrais. Notamos tal mudança na atmosfera de acordo com a posição do Sol no céu durante as diferentes horas do dia ou da noite. O ar noturno é diferente da atmosfera ao meio-dia. Essas não são mudanças repentinas, mas são provocadas por e para nós em níveis imperceptíveis. Nós, que somos mais insensíveis às mudanças contínuas, não as sentimos, mas a forma pouco sensível de uma criança recém-nascida é eminentemente suscetível à irrupção dessa primeira carga de ar em seus pulmões e, à medida que o oxigênio contido nessa carga se espalha por todo o corpo, em virtude da mistura com o sangue, cada átomo recebe uma impressão peculiar que se mantém ao longo da vida, embora os átomos mudem, da mesma forma que uma cicatriz se perpetua no corpo, apesar da mudança de átomos. Essa primeira impressão é a base física das idiossincrasias e características instáveis que fazem com que cada um de nós aja diferentemente sob as mesmas condições astrais; é a base das tendências da nossa natureza física e está em harmonia com nosso estágio de realização, conforme estabelecido pela Lei de Causa e Efeito, que nos proporciona em cada vida as faculdades desenvolvidas durante todas as nossas existências anteriores. Assim, não temos um determinado destino porque nascemos em um determinado momento, mas nascemos no momento em que os raios astrais nos fornecem as tendências para cumprir o destino gerado em vidas passadas.
Essa distinção é muito importante, pois marca a diferença entre o ponto de vista do astrólogo materialista e o conceito religioso da Astrologia.
Em março de 1918, o governo dos EUA aprovou o “Daylight Saving Act” (“horário de verão”), pelo qual todos os relógios deveriam ser adiantados uma hora à meia-noite anterior ao último domingo do mês de março, e depois atrasados uma hora à meia-noite anterior ao último domingo do mês de outubro. Esse Ato vigorou somente em 1918 e 1919. Portanto, todas as datas de nascimento registradas nesse período devem ter uma hora subtraída para obter a Hora Padrão.
[1] N.T.: a hora do relógio é também chamada de hora legal.
[2] N.T.: também chamada de rotação: cada giro da Terra em torno do seu próprio eixo define um dia.
[3] N.T.: Movimento de Translação
[4] N.T.: Embora se use também a expressão “Hora Padrão”, a denominação mais consagrada aqui no Brasil é “Hora Legal”.
[5] N.T.: As zonas horárias ou fusos horários são cada uma das vinte e quatro áreas em que se divide a Terra e que seguem a mesma definição de tempo
[6] N.T.: Note com bastante atenção, então, que os Meridianos padrões para o Estados Unidos são: 60o, 75o, 90o, 105o e 120o
Já no Brasil os Meridianos padrões são: 30o, 45o, 60o e 75o
[7] N.T.: Detroit adotou a Hora Padrão Leste a 15 de maio de 1915.
[8] N.T.: Em grande parte dos países de língua inglesa é costume especificar as horas do dia de um a doze, seguidas de AM ou PM conforme o período. Nesses países é necessário informar sempre o período a que se refere a hora indicada. Por exemplo, 15h corresponde a 3:00 PM.
AM e PM (podendo ser escrita em maiúsculas ou minúsculas, com ou sem pontos a seguir às letras) são duas siglas com origem no latim utilizadas para referir cada um dos dois períodos de 12 horas em que está dividido o dia: AM (Ante Meridiem) significa “antes do meio-dia” e PM (Post Meridiem) significa “após o meio-dia”.
AM é o período com início à meia-noite (00:00) e término às 11:59; PM é o período com início ao meio-dia (12:00) e término às 23:59. Assim, meio-dia se escreve como 12:00 PM e meia-noite se escreve como 12:00 AM.
CAPÍTULO 3 – OS SIGNOS E AS CASAS
Embora estejamos muitos milhões de quilômetros mais próximos do Sol[1] durante os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, seus raios transmitem menos calor do que nos meses de junho, julho, agosto e setembro, quando nos encontramos mais afastados dele[2] ; por conseguinte, é evidente que a distância não influência na transmissão dos raios de calor, mas à medida que o Sol se eleva ao nascer em direção ao zênite, seja no verão ou no inverno, o calor aumenta, sendo o máximo alcançado no meio do verão, quando os raios solares estão mais próximos do ângulo perpendicular, ocasião em que, consequentemente, se registram as temperaturas mais elevadas. Por isso, é evidente que o ângulo do raio[3] é o único fator determinante de sua influência.
A Astrologia trata com ângulos astrais e os efeitos deles observados na humanidade; e para determinar esses ângulos e tabular essas considerações, as estrelas fixas, ao longo da trajetória do Sol, foram divididas em grupos ou constelações, e a Terra, como vista a partir do lugar do nascimento de uma criança foi dividida em Casas. A grande maioria dos novos Estudantes Rosacruzes muitas vezes se confundem em diferenciar o que são Signos e o que são Casas, mas se memorizarem que os Signos são divisões dos Céus, e as Casas são divisões da Terra, não haverá nenhuma dificuldade. Os Signos influenciam determinadas partes do Corpo Denso; as Casas governam as condições da vida.
Como em qualquer outro círculo[4], o Zodíaco é dividido em 360 graus, de modo que cada um dos doze Signos tem 30 graus[5]. Os nomes e os símbolos deles são mostrados no diagrama acima. As partes do Corpo Denso governadas por esses Signos são as seguintes[6]:
Signo | Parte do Corpo Denso |
Áries | Cabeça |
Touro | Cerebelo e Pescoço |
Gêmeos | Braços e Pulmões |
Câncer | Estômago |
Leão | Coração e Medula Espinhal |
Virgem | Intestinos |
Libra | Rins |
Escorpião | Órgãos Sexuais e Reto |
Sagitário | Quadris e Coxas |
Capricórnio | Joelhos |
Aquário | Tornozelos |
Peixes | Pés |
Essas doze constelações constituem o Zodíaco Natural e estão sempre nas mesmas posições relativas, mas devido ao movimento dos polos da Terra, o Sol cruza o equador num ponto ligeiramente diferente a cada ano no Equinócio de Março, e esse ponto de mudança é considerado na Astrologia como sendo o primeiro grau de Áries, o início do que chamamos de Zodíaco Intelectual. Esse Zodíaco muda a uma taxa, em média, de 50,1 segundos de ano para ano, 1 grau em 72 anos, 1 Signo em 2.156 anos, completando o círculo de 12 Signos em, aproximadamente, 25.868 anos. Esse movimento retrógrado é chamado de “Precessão dos Equinócios”.
Do ponto de vista materialista, parece não haver razão para essa alteração do Zodíaco, mas do ponto de vista do místico não é de modo algum arbitrária, ao contrário, é necessária e está em harmonia com o caminho espiral da evolução, seguido tanto pela estrela fixa quanto pela estrela do mar, observável em toda a natureza. Após a conclusão de cada ciclo, os Zodíacos Intelectual e Natural se ajustam (a última vez aconteceu em 498 d.C.), então começa um novo período mundial, uma nova fase de evolução, um ciclo da espiral mais elevado em que estamos sempre caminhando em direção a Deus. Mesmo sob o ponto de vista material é evidente que o caminho em espiral do Sistema Solar, observado pelos astrônomos, deve mudar o ângulo de incidência dos raios luminosos das estrelas fixas, e como o ângulo de incidência dos raios do Sol sobre nossa Terra possui o efeito de produzir as mudanças climáticas de verão e inverno, é razoável que uma mudança semelhante deve suceder-se à nossa mudança de posição em relação às estrelas fixas, o que pode ser responsável por mudanças graduais de condições, tais como estações de inverno menos frios e estações de verão menos quentes em algumas partes do mundo.
[1] N.T.: em torno de 147,1 milhões de quilômetros, atingindo o periélio por volta de catorze dias após o solstício de dezembro, próximo do dia 4 de janeiro.
[2] N.T.: em torno de 152,1 milhões de quilômetros, atingindo o afélio por volta de catorze dias após o solstício de junho, próximo do dia 4 de julho.
[3] N.T.: inclinação do eixo da Terra em relação ao Sol – 23,5 graus. Graças a ela, os raios solares incidem de forma diferente ao longo do ano.
[4] N.T.: como estudamos na geometria
[5] N.T.: invariavelmente
[6] N.T.: aqui são listadas somente a parte principal regida por cada Signo. Para uma lista completa consultar o Livro Astrodiagnose e Astroterapia.
Além do mais, observou-se que as condições climáticas dispõem de um impacto nítido em nossas características ou inclinações habituais ou, ainda, no nosso modo de responder às emoções – nos sentimos de maneira diferente tanto no verão como no inverno – e não pode essa mudança lenta em relação às estrelas fixas ser a causa dessa mudança na humanidade, que conhecemos por evolução? O místico afirma que sim. Assim como os raios do Sol, pela mudança do ângulo de incidência, suscitam as folhas e flores da planta em determinado momento, e em outro as fazem murchar, assim também os raios das estrelas fixas suscitam e produzem as maiores mudanças na flora e fauna; eles são responsáveis pela ascensão e queda das nações e pela mudança marcada pela sensibilidade excessiva e alterações de humor impulsivas que chamamos de civilização.
Indo mais longe com a analogia, o Zodíaco Natural é composto pelas constelações que são vistas nos céus, e o Zodíaco Intelectual começa sua mudança no exato ponto onde o Sol cruza o Equador no Equinócio de Março. Essa é a época em que a Natureza faz nascer tudo aquilo que ela germinou no ventre dela no inverno anterior. Assim, o horóscopo do mundo muda de ano para ano. “Como em cima, assim embaixo”, é a Lei da Analogia e os mesmos pontos salientes são observáveis na evolução do ser humano, do micróbio, da estrela do céu e da estrela do mar.
No mapa natal do ser humano temos, também, o que pode ser chamado de horóscopo natural, que é o mapa levantado e calculado segundo as regras da Astrologia, em que qualquer Signo pode estar no Ascendente ou na Primeira Casa. A mudança do Equinócio de Março corresponde ao primeiro grau de Áries, no Zodíaco Intelectual, assim, o Ascendente no horóscopo de qualquer ser humano também tem uma influência correspondente a esse grau. A Segunda Casa corresponde a Touro, a Terceira Casa a Gêmeos, e assim por diante, formando a contraparte do Zodíaco Intelectual no horóscopo do ser humano.
Assim como os raios do Sol se intensificam quando focalizados através de uma lente, do mesmo modo ocorre com a vida espiritual do Sol quando focalizada através das duas Casas de Marte[1] para trazer uma vida a partir dos Mundos invisíveis.
Câncer, o primeiro dos Signos de Água, era representado como um escaravelho (besouro) entre os antigos Egípcios, que era o emblema deles da alma, e os ocultistas sabem que o Átomo-semente do Corpo é implantado[2] quando o Sol da Vida (o Ego) está em Câncer, a esfera da Lua, o Astro da fecundação.
Quatro meses depois, quando o Sol da Vida passa pelo segundo Signos de Água, Escorpião, que está sob a regência de Marte, o Planeta da paixão e da emoção, o Cordão Prateado está vinculado, ligando o Corpo de Desejos aos veículos inferiores[3], e temos a ‘vivificação’ quando o feto principia a mostrar vida senciente. A essa altura, o Ego já dissolveu os corpúsculos sanguíneos nucleados através dos quais a vida da mãe já se manifestou naquele organismo crescente, e então pode começar a funcionar no fluido vital e manifestar sinais de vida separada no Corpo até que o Sol da Vida tenha completado o ciclo de vida dele e, novamente, alcance a mística Oitava Casa.
Oito meses depois que o Átomo-semente foi introduzido naquele ambiente apropriado, o Sol da Vida, o Espírito, entra em Peixes, o último dos Signos de Água do Zodíaco místico, o qual está sob o expansivo e benéfico raio de Júpiter. Sob essa benévola influência, as águas do parto se avolumam e rompem as paredes distendidas do útero, quando se completam, mais ou menos, os nove meses de gestação, lançando a alma recém-nascida no Oceano da Vida ao primeiro ponto de Áries, onde é aquecida e animada pela combinação dos raios de Marte, como Regente do Signo de Áries, e do Sol no Signo de Áries, onde o Sol está em Exaltação. Assim, ele é preparado para a batalha da existência pelo energético deus da guerra, e sua fonte de vida, seja ela grande ou pequena, é totalmente preenchida pelo Sol, do grande reservatório cósmico de energia vital.
AS CASAS
Num horóscopo o lugar do nascimento é sempre suposto estar no ponto mais alto da Terra. Ele é indicado por uma seta na figura abaixo e o ponto bem acima dele no céu é chamado de Meio-do-Céu. Como um observador no hemisfério norte precisa sempre olhar na direção sul para ver o Sol do meio-dia, segue que o leste fica à sua esquerda e o oeste à sua direita. Os astrólogos chamam o horizonte oriental de Ascendente, porque nesse ponto as estrelas nascem ou ascendem em direção ao Meio-do-Céu, e pela razão inversa chamam o horizonte ocidental de Descendente. Os raios de estrelas localizadas nesses pontos extremos incidem no lugar do nascimento em diferentes ângulos, portanto, a influência deles pode variar e, também, pode haver uma diferença considerável do efeito nos pontos intermediários entre o horizonte e o Meio-do-Céu, além do que, os Astros posicionados abaixo da Terra também exercem a capacidade de influenciar, embora não na mesma proporção de quando posicionados acima do lugar do nascimento. A influência dos Astros nos vários departamentos da vida tem sido observada como se segue:
1ª Casa | a condição física do Corpo como um todo ou das suas partes; a forma física do Corpo; o ambiente durante a infância; o lar na infância |
2ª Casa | as finanças |
3ª Casa | a literatura; as habilidades e os métodos de assuntos práticos (tecnologia, manufatura e artesanato); a inteligência prática (a capacidade de aplicar, usar e implementar o que a pessoa sabe); as jornadas de curta duração (viagens, processos curtos de aprendizagem ou de autodescoberta); irmãos e irmãs |
4ª Casa | o lar e as condições na fase de senilidade (quando estamos experimentando o processo patológico de envelhecimento) dessa vida |
5ª Casa | os meios de se divertir ou se entreter; os namoros; os filhos; as especulações (formar uma teoria ou conjectura sem evidência firme) |
6ª Casa | a saúde; empregados (as) ou funcionários (as); o trabalho que produz valor de uso (servir) e não somente valor de troca |
7ª Casa | as parcerias e sociedades; os casamentos e as uniões conjugais; as belas-artes (como pintura, escultura ou música) focadas, principalmente, com a criação de belos objetos; o público |
8ª Casa | as heranças (de coisas tangíveis: recursos financeiros, bens físicos, propriedades e coisas afins); a morte |
9ª Casa | a Religião; a filantropia; o idealismo; a justiça; as jornadas de longa duração (viagens, processos longos de aprendizagem ou de autodescoberta) |
10ª Casa | a profissão; a posição social (a posição da pessoa em uma dada sociedade ou cultura); a ambição (o desejo de alcançar um determinado fim e que requer determinação e árduo trabalho) |
11ª Casa | os amigos; as esperanças; os desejos |
12ª Casa | as prisões e os aprisionamentos; os hospitais; as angústias profundas, as tristezas, os arrependimentos; os problemas, as dificuldades |
[1] N.T.: que são a Primeira Casa (Áries) e Oitava Casa (Escorpião) num horóscopo natural.
[2] N.T.: O Átomo-semente do Corpo Denso é colocado na cabeça do espermatozoide do papai que irá fecundar o óvulo e o Átomo-semente do Corpo Vital é colocado no útero da futura mamãe.
[3] N.T.: Corpo Denso e Corpo Vital.
CAPÍTULO 4 – O SIGNO ASCENDENTE E AS DOZE CASAS
Para ilustrar como se levanta um horóscopo, nós, primeiro, levantaremos quatro horóscopos de quatro pessoas nascidas na cidade de Chicago – Estado de Illinois, EUA – em 2 de agosto de 1909, uma às 2h15 A.M., outra às 8h15 A.M., outra às 2h15 P.M e a última às 8h15 P.M., até o ponto de encontrarmos e inserirmos os Signos nas Cúspides das Casas. As Cúspides são as linhas divisórias entre duas Casas.
Localizando a cidade de Chicago no mapa[1], notamos que ela está situada próximo aos 42 graus de latitude norte e próximo dos 88 graus de longitude oeste de Greenwich.
Nosso primeiro passo é calcular a Hora Local Exata do Nascimento. Primeiramente, retornemos à regra fornecida no Capítulo 2 que diz: “para o Horário do Meridiano Padrão mais próximo, some quatro minutos para cada grau quando o lugar de nascimento estiver a leste do Meridiano correspondente a esse horário.
Se o lugar de nascimento estiver a oeste desse Meridiano, subtraia quatro minutos para cada grau em que estiver a oeste dele”.
A Hora do Meridiano Padrão mais próxima é a Hora Central aferida pelo meridiano 90 graus. Chicago localizada a 88 graus de longitude oeste, se encontra a 2 graus a leste do Meridiano 90 graus. Portanto, somamos duas vezes quatro, ou oito minutos, ao horário mostrado pelo relógio a fim de encontrar a Hora Local Exata. No caso do primeiro horário do nascimento, quando o relógio marcava 2h15 A.M., em 2 de agosto, a Hora Local Exata é, portanto, 2h23 A.M. Essa Hora Local Exata do Nascimento será usada em todos os cálculos subsequentes do horóscopo. Observe, no entanto, que essa correção da Hora Padrão para a Hora Local se aplica aos Estados Unidos da América para datas posteriores a 18 de novembro de 1883, quando a Hora Padrão foi adotada[2].
Agora procederemos para encontrar a Hora Sideral (abreviatura: H.S.[3]) do lugar e da hora do nascimento. Como ponto de partida para nossos cálculos tomemos a H.S. (Hora Sideral) de Greenwich ao meio-dia. A partir disso, podemos calcular a Hora Sideral no lugar e na hora de nascimento pela seguinte regra:
À Hora Sideral (H.S.) do meio-dia anterior à Hora Local Exata do nascimento (encontrado nas Efemérides) some:
Primeiro: 10 segundos de correção para cada 15 graus de longitude, se o lugar de nascimento ficar a oeste de Greenwich.
Segundo: intervalo entre o meio-dia anterior e o nascimento.
Terceiro: correção de 10 segundos para cada hora desse intervalo.
Seguindo a regra acima, consultemos novamente a Efemérides do ano de 1909, em que encontraremos a coluna intitulada Sideral Time (S.T. ou Hora Sideral). Como nossa primeira hora de nascimento é 2 de agosto com a Hora Local Exata de 2:23 A.M., notamos que o meio-dia anterior é 1º de agosto. Ao lado dessa data, encontramos a Hora Sideral (S.T.), como sendo 8 horas e 37 minutos, que colocamos assim:
HORA SIDERAL – H.S. | HH MM SS |
H.S. em Greenwich ao meio-dia anterior ao nascimento | 08:37:00 |
Correção de 10 segundos para cada 15 graus de longitude Oeste do Lugar de nascimento (SOMAR) | 00:00:59 |
Intervalo entre o meio-dia anterior (1º de agosto) e a Hora Local Exata do nascimento (2 de agosto às 2:23 A.M.) | 14:23:00 |
Correção de 10 segundos por hora de intervalo entre o meio-dia anterior e a H.L.E. (2:23 A.M.) que é igual a 144 segundos ou 2 minutos e 24 segundos | 00:02:24 |
Hora Sideral (H.S.) no lugar e hora do nascimento | 23:03:23 |
Quando o lugar de nascimento se encontra na longitude leste, a correção da longitude é subtraída. Se a criança tivesse nascido em 2 de agosto às 2:15 A.M., nos 42 graus de latitude norte, mas à 88 graus de longitude leste, a Hora Sideral seria calculada da seguinte forma:
HORA SIDERAL – H.S. | HH MM SS |
H.S em Greenwich ao meio-dia anterior ao nascimento | 08:37:00 |
Correção de 10 segundos para cada 15 graus de longitude Leste do Lugar de nascimento (SUBTRAIR) | 00:00:59 |
Resultado parcial | 08:36:01 |
Intervalo entre o meio-dia anterior (1º de agosto) e a Hora Local Exata do nascimento (2 de agosto às 2:23 A.M.) | 14:23:00 |
Correção de 10 segundos por hora de intervalo entre o meio-dia anterior e a H.L.E. (2:23 A.M.) que é igual a 144 segundos ou 2 minutos e 24 segundos | 00:02:24 |
Hora Sideral (H.S.) no lugar e hora do nascimento | 23:01:25 |
Como as Casas são regulamentadas pela latitude, usa-se a mesma Tabela de Casas para a criança que nasce em Chicago.
Com o cálculo dessa Hora Sideral, voltamos à Tabela de Casas e procuremos a latitude do lugar de nascimento, 42 graus. Lá encontraremos uma coluna com o título SIDERAL TIME que é a nossa Hora Sideral (H.S.) para o nascimento de 23:03:23. E o mais próximo dessa hora é 23:04:46. De acordo com essa Hora Sideral encontraremos os vários graus dos Signos a serem colocados em nosso horóscopo.
Na primeira coluna sob a latitude 42º N acompanhamos até encontrar o número 15 que se encontra na mesma linha que corresponde à Hora Sideral que encontramos de 23:04:46s; e no topo da coluna encontramos o Signo de Peixes, e acima dele o número 10, significando que os 15º graus de Peixes devem ser colocados na Cúspide da 10ª Casa, conforme mostra o horóscopo abaixo:
Na coluna seguinte, seguindo a mesma linha da nossa Hora Sideral (Sideral Time), encontramos o número 20, seguindo a coluna para cima encontramos o Signo de Áries, e no topo está o número 11, significando que os 20 graus de Áries devem ser colocados na Cúspide da 11ª Casa.
Na terceira coluna, de acordo com a nossa Hora Sideral (Sideral Time), está o número 1, seguindo a coluna para cima encontramos o Signo de Gêmeos, e no topo está o número 12, significando que o 1º grau de Gêmeos deve ser colocado na Cúspide da 12ª Casa.
A coluna mais larga, que vem a seguir marca o Ascendente (ASC). Nela encontramos os algarismos 8:10 alinhados com a nossa Hora Sideral (H.S.), e o Signo de Gêmeos no topo, mas desconsideramos esse Signo porque o Signo de Câncer está colocado entre nossa linha e o topo e sempre pegamos o primeiro Signo acima de nossa linha. Assim, colocamos os 8 graus e 10 minutos de Câncer no Ascendente.
Prosseguindo em nossa linha, vemos o próximo número 27 na primeira coluna logo depois da coluna do ASC. No topo está o Signo de Câncer, novamente, e o número 2. Assim, colocamos os 27 graus de Câncer na Cúspide da 2ª Casa.
Na coluna da extrema direita encontramos o número 19, o Signo de Leão e o número 3 no topo da coluna. Portanto, vamos colocar os 19 graus de Leão na Cúspide da 3ª Casa.
Obtivemos, assim, números para seis de nossas Casas; agora nas seis Casas opostas colocamos os Signos e graus opostos das seis já encontradas.
Tendo os 15 graus de Peixes na 10ª Casa, colocamos os mesmos 15 graus no Signo oposto de Virgem, na Cúspide da 4ª Casa, que é oposta à 10ª Casa.
Áries nos 20 graus na 11ª Casa é o oposto de Libra nos 20 graus colocado na Cúspide da 5ª Casa.
Sagitário no 1º grau colocado na Cúspide da 6ª Casa, forma exatamente o oposto de Gêmeos em 1º grau da 12ª Casa.
O Ascendente é sempre oposto à 7ª Casa e Capricórnio colocado no Ascendente é o oposto de Câncer a 8º10’ na 7ª Casa.
Os 27 graus de Câncer na 2ª Casa serão apropriadamente opostos aos 27 graus de Capricórnio na 8ª Casa, e os 19 graus de Aquário colocado na 9ª Casa está em oposição aos 19 graus de Leão na 3ª Casa.
Assim, todas as cúspides das Casas estão preenchidas, mas devido à inclinação do eixo da Terra, alguns dos Signos podem estar Interceptados entre duas Cúspides, portanto, é necessário verificar se todos os doze Signos estão em nosso horóscopo antes de prosseguirmos. Começando por Áries, depois vemos Gêmeos a seguir. Notamos que Touro está ausente e, portanto, o colocamos em sua devida posição entre Áries e Gêmeos.
Quando um determinado Signo é interceptado, seu oposto também estará ausente. Portanto, podemos de imediato colocar Escorpião em sua devida posição entre Libra e Sagitário.
Constatamos, agora, que todos os doze Signos estão colocados em nosso horóscopo, dos quais Câncer e Capricórnio estão ocupando, cada um, duas Cúspides. Ao colocarmos, assim, os Signos em suas devidas posições em relação às Casas, aqui finalizamos essa parte, completando-a, e deixemo-la de lado, por enquanto, uma vez que este é o ponto até onde pretendíamos tratar do assunto no momento.
[1] N.T.: atualmente é mais fácil encontrar diretamente tanto a latitude como a longitude de uma localidade na internet, por meio de uma simples pesquisa.
[2] N.T.: Para os outros países há que consultar a partir de que data a Hora Padrão foi adotada. Por exemplo, no Brasil a Hora Padrão foi adotada em 1º de janeiro de 1914.
[3] N.T.: em inglês S.T. ou ST.
CAPÍTULO 4 – O SIGNO ASCENDENTE E AS DOZE CASAS
Calcularemos, agora, outro para uma pessoa nascida no mesmo dia e lugar, porém, seis horas mais tarde: em Chicago, na data de 2 de agosto, às 8h15 da manhã (A.M.).
Primeiro, nós precisamos calcular a Hora Local Exata do Nascimento (H.L.E.). Conforme visto acima, acrescentamos oito minutos à hora indicada pelo relógio, ou seja, 8h15 A.M. Isso resulta em 8h23, que é a Hora Local Exata do Nascimento.
Nossa regra para encontrar a Hora Sideral (H.S.) na hora e local do nascimento requer que observemos o seguinte:
HORA SIDERAL – H.S. | HHMMSS |
H.S. em Greenwich ao meio-dia anterior ao nascimento (1º de agosto), conforme indicado nas Efemérides | 08:37:00 |
Correção de 10 segundos para cada 15 graus de longitude Oeste no local de nascimento (Chicago, 88º O) | 00:00:59 |
Intervalo entre o meio-dia anterior (1º de agosto) e a hora do nascimento (2 de agosto as 8:23 A.M.) | 20:23:00 |
Correção de 10 segundos para cada hora de intervalo (20:23) que é igual a 204 segundos ou 3 minutos e 24 segundos | 00:03:24 |
Hora Sideral (H.S.) no local e hora do nascimento | 29:04:23 |
Subtrair um ciclo de 24 horas | -24:00:00 |
Hora Sideral (H.S.) no local e hora do nascimento | 05:04:23 |
Como um dia só pode ter 24 horas, então devemos subtrair 24 quando necessário e trabalhamos com o restante, nesse caso 05:04:23 que é a Hora Sideral em Chicago na data do nascimento. Procuremos no livro Tabela de Casas para a latitude de Chicago, que é 42º N, essa hora encontrada ou a mais próxima dela.
A hora mais próxima é 05:03:30, e seguindo a mesma linha encontramos os graus para as várias cúspides das nossas Casas. Na primeira coluna da latitude de 42º N seguindo a linha da Hora Sideral (H.S.) está o número 17. No topo da coluna está o Signo de Touro e o número 10. Mas, veja que entre o número 17 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Gêmeos. Assim, colocamos os 17 graus de Gêmeos na cúspide da 10ª Casa.
Na próxima coluna à direita está o número 21. No topo da coluna, o Signo de Gêmeos e o número 11. Mas, veja que entre o número 21 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Câncer, então colocamos os 21 graus de Câncer na cúspide da 11ª Casa.
A próxima coluna da direita tem o número 22. Logo no topo encontramos o Signo de Câncer e o número 12. Mas, veja que entre o número 22 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Leão, assim, colocamos os 22 graus de Leão na cúspide da 12ª Casa.
A grande coluna marcada com Ascendente (ASC) tem o Signo de Leão no topo e na linha da Hora Sideral o número 18:56, então colocamos 18 graus e 56 minutos (18:56). Mas, veja que entre o número 18:56 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Virgem; assim colocamos no Ascendente ou na 1ª Casa os 18:56 de Virgem do nosso horóscopo.
Ao lado da coluna do Ascendente na sua direita, veremos o número 14. Logo no topo encontramos o Signo de Virgem e o número 2. Mas, veja que entre o número 14 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Libra, assim, colocamos os 14 graus de Libra na cúspide da 2ª Casa.
Na coluna da extrema direita encontramos o número 13. Logo no topo encontramos o Signo de Libra e o número 3. Mas, veja que entre o número 13 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Escorpião, assim, colocamos os 13 graus de Escorpião na cúspide da 3ª Casa.
Já colocamos os seis Signos em suas respectivas Casas, agora podemos colocar os seis Signos opostos nas Casas opostas restantes como fizemos antes: veja que na cúspide da 10ª Casa temos Gêmeos a 17 graus, portanto, seu oposto é a 4ª Casa em Sagitário, onde colocaremos também os 17 graus. Seguindo, na cúspide da 11ª Casa temos Câncer a 21 graus, em seu oposto está a 5ª Casa em Capricórnio a 21 graus. Na cúspide da 12ª Casa está Leão a 22 graus e no seu oposto colocamos Aquário a 22 graus na 6ª Casa. Na próxima temos no Ascendente o Signo de Virgem a 18:56 e no seu oposto colocamos Peixes a 18:56 na cúspide da 7ª Casa. Na cúspide da 2ª Casa está Libra a 14 graus e em seu oposto na 8ª Casa vamos colocar Áries a 14 graus e, na cúspide da 3ª Casa temos Escorpião a 13 graus, portanto, no seu oposto vamos colocar Touro a 13 graus na 9ª Casa.
Agora todas as cúspides do horóscopo estão preenchidas e, a seguir contemos os Signos para sabermos se todos estão presentes ou se é necessário colocar algum que pode estar interceptado. Começamos por Áries e descobrimos que todos os doze Signos estão representados. Portanto, estando esta parte concluída, deixamo-la de lado, por enquanto.
Vamos, agora, erigir o horóscopo de uma pessoa nascida em Chicago em 2 de agosto às 2:15 P.M. A Hora Local Exata do nascimento é 8 minutos mais tarde, ou seja, 2:23 P.M. Vemos que o meio-dia anterior é de 2 de agosto e, assim, começamos nossos cálculos da seguinte forma:
HORA SIDERAL – H.S. | HHMMSS |
H.S. em Greenwich ao meio-dia anterior ao nascimento (2 de agosto) | 08:4:00 |
Correção de 10 segundos para cada 15 graus de longitude Oeste no local de nascimento (88º O) | 00:00:59 |
Intervalo entre o meio-dia anterior e a hora do nascimento (meio-dia às 2:23 P.M.) | 02:23:00 |
Correção de 10 segundos para cada hora de intervalo | 00:00:24 |
Hora Sideral (H.S.) no local e hora do nascimento | 11:05:23 |
Voltando à nossa Tabela de Casas para a latitude 42ºNorte, verificando a H.S. mais próxima de 11:05:23 será de 11:04:45.
Seguindo a linha da Hora Sideral, na coluna da latitude 42º N. está o número 15, colocando o dedo em cima desse número e correndo o dedo para cima veremos o Signo de Virgem e no topo da coluna está o número 10. Portanto, os 15 graus de Virgem vamos colocar na cúspide da 10ª Casa.
Na segunda coluna temos o número 16, colocando o dedo em cima desse número e correndo o dedo para cima veremos o Signo de Libra e no topo o número 11, assim, os 16 graus de Libra devem ser colocados na cúspide da 11ª Casa.
O número 10 está na terceira coluna, e logo acima o Signo de Escorpião e chegando ao topo observamos o número 12e colocamos os 10 graus de Escorpião na cúspide da 12ª Casa.
Na coluna mais larga vemos o número 29:16, e no topo encontramos o Ascendente (ASC) e, assim, colocamos no Ascendente o Signo de Escorpião.
Na coluna à direita da do Ascendente vemos o número 1 e acima dele está o Signo de Capricórnio e, no topo vemos o número 2. Portanto, colocamos 1 grau do Signo de Capricórnio na cúspide da 2ª Casa.
A coluna da extrema direita mostra o número 8 e um pouco acima encontramos o Signo de Aquário e no topo da coluna o número 3. Assim, colocamos 8 graus de Aquário na cúspide da 3ª Casa.
Agora, com as seis das nossas cúspides preenchidas, passemos a colocação dos Signos opostos e graus nas outras seis cúspides, conforme demonstrado detalhadamente nos dois primeiros horóscopos. Quando isso tenha sido feito, contamos os nossos Signos a partir de Áries para ver se todos estão representados dentro do horóscopo. Notamos o fato da ausência de Gêmeos e Sagitário, portanto, vamos inseri-los em seus devidos lugares – Gêmeos entre Touro e Câncer, Sagitário entre Escorpião e Capricórnio. Assim, completamos nosso horóscopo no que tange aos Signos e Casas, mas vamos parar por aqui para erigir a última de nossas quatro datas de exemplos para uma pessoa nascida em Chicago, 2 de agosto de 1909, às 8:15 P.M. A Hora Local Exata do lugar de nascimento é de 8 minutos mais tarde ao horário de nascimento, ou 8:23 P.M.
Como antes, notamos o:
HORA SIDERAL – H.S. | HHMMSS |
H.S. em Greenwich ao meio-dia anterior ao nascimento (2 de agosto) | 08:41:00 |
Correção de 10 segundos para cada 15 graus de longitude Oeste no local de nascimento | 00:00:59 |
Intervalo entre o meio-dia anterior e a hora do nascimento | 08:23:00 |
Correção de 10 segundos para cada hora de intervalo entre o meio-dia anterior e o nascimento | 00:01:24 |
Hora Sideral (H.S.) no local e hora do nascimento | 17:06:00 |
Com esta Hora Sideral, voltamos às Tabelas de Casas para a latitude do local de nascimento, 42º N, e encontramos a H.S..S.H. mais próxima de 17:06:00 que é 17:07:49.
Na primeira coluna sob latitude 42º N, encontramos o número 18. No topo dessa coluna está Sagitário e o número 10, portanto, vamos colocar os 18 graus de Sagitário na Cúspide da 10ª Casa.
Na segunda coluna encontramos o número 9. Capricórnio está logo acima e no topo da coluna está o número 11, dessa maneira, colocamos os 9 graus de Capricórnio na Cúspide da 11ª Casa.
A terceira coluna estreita tem o número 2 com o Signo de Aquário logo acima e no topo da coluna temos o número 12, assim, encontramos os 2 graus de Aquário que pode ser colocado na cúspide da 12ª Casa.
Na coluna mais larga está o número 7:8 do Signo de Peixes acima e no topo está o ASC (Ascendente), então colocamos 7:8 (7/8 sete graus e oito minutos) de Peixes na cúspide do Ascendente.
À direita da coluna larga encontramos o número 25; logo acima está Áries e no topo da coluna está o número 2, assim, podemos colocar 25 graus de Áries na cúspide da 2ª Casa.
A coluna da extrema direita tem o número 26 e o Signo de Touro está logo acima na coluna e no topo encontramos o número 3. Dessa maneira, vamos completar colocando os 26 graus de Touro na cúspide da 3ª Casa.
Havendo completado as seis cúspides, passemos ao preenchimento das seis cúspides opostas com os seus respectivos Signos.
Assim, temos 18 graus de Gêmeos na 4ª Casa em oposição a 18 graus de Sagitário na 10ª Casa. Temos 9 graus de Câncer na 5ª Casa em oposição a 9 graus de Capricórnio na 11ª Casa, e assim por diante. Quando todas as cúspides estiverem preenchidas, contamos os Signos para ver se todos os doze estão presentes; dessa maneira, verificamos que nosso horóscopo alcançou o mesmo estágio que o dos demais calculados anteriormente.
CAPÍTULO 4 – O SIGNO ASCENDENTE E AS DOZE CASAS
Esses horóscopos das quatro crianças nascidas na mesma cidade (Chicago), no mesmo dia e no mesmo ano (2 de agosto de 1909), mas, em horas diferentes, mostram graficamente que as pessoas podem nascer e nascem, sob a influência de todos os doze Signos em qualquer lugar, dia e ano.
Quando nós comparamos os quatro horóscopos que levantamos, podemos aprender várias lições importantes. Em primeiro lugar, podemos ver a inutilidade das afirmações que tantas vezes ouvimos: “Nasci no Signo de Touro” ou “Nasci no Signo de Escorpião”, o que simplesmente significa que a pessoa nasceu em maio ou novembro, quando o Sol transitava nesses Signos. Tal declaração expõe, ao mesmo tempo, que a pessoa se mostra ignorante da ciência da Astrologia e revela o fato de que, se ela tem o seu horóscopo em mãos, esse foi levantado por um astrólogo incompetente. Essas são, às vezes, as propagandas para atrair a atenção de quem quer ter um horóscopo seu: “adivinhamos tudo desde o seu berço até o seu túmulo” por uma quantia muito pequena. Mas, um Astrólogo consciencioso não pode dar um simples delineamento de caráter sem gastar, pelo menos, uma hora em cálculo e concentração focada e, fazer previsões que abrangem uma vida inteira exigiria vários dias de trabalho árduo. O Astrólogo científico pode afirmar que uma pessoa tem Touro ou Escorpião no Ascendente e, essa afirmação imediatamente mostra que foram feitos cálculos levando em consideração ano, mês, dia, hora e local do nascimento, o que torna o horóscopo absolutamente individual; enquanto o outro tipo de horóscopo (?) é determinado unicamente pelo mês em que a pessoa nasceu, sem levar em conta o dia, a hora ou até mesmo o ano.
Se um horóscopo pudesse ser levantado por tal método, ou melhor, sem nenhum método, certamente haveria na Terra somente doze tipos de pessoas e todas as nascidas no mesmo mês teriam o mesmo destino. Tal coisa, definitivamente, não é o caso; de fato, não há duas pessoas cujas experiências sejam exatamente iguais, e uma Astrologia que não faça tal distinção não pode ser uma ciência verdadeira.
O astrólogo científico solicita primeiro o ano de nascimento porque sabe que os Astros não entram nas mesmas posições relativas mais de uma vez em um Grande Ano Sideral[1]; assim, o horóscopo de uma criança levantado para 1909 não poderá ser duplicado por 25868 anos. Depois disso, ele pergunta o mês, porque disso dependerá a posição do Sol, que está em um Signo diferente a cada mês do ano.
O dia determina, particularmente, a posição da Lua, que transita de um Signo para outro a cada dois dias e meio; e a hora também é algo necessário para fixar a posição da Lua, já que ela se move, aproximadamente, 12 graus por dia.
Mesmo com todos esses dados, o horóscopo careceria de individualidade, pois se uma criança nascesse a cada segundo, isso significaria que 3600 pessoas nasceriam na mesma hora. Se pudermos reduzir esses dados para caber em dez minutos da hora real do nascimento, teríamos meios para calcular as posições relativa dos Astros, de tal modo que caberia apenas 600 das pessoas na Terra. Se acrescentarmos o último dado, o lugar de nascimento, que nos permite calcular o Signo Ascendente e o grau dele, então, teremos um horóscopo absolutamente individual, pois, de fato, raramente duas pessoas nascem no mesmo lugar, na mesma hora e no mesmo minuto. Mesmo os gêmeos nascem com intervalos de vinte minutos a várias horas e, podemos, prontamente, compreender que um dos gêmeos teria um grau diferente em seu Ascendente. E quando o final de um Signo é Ascendente para um dos gêmeos, geralmente, o outro nascerá sob o Signo seguinte como Ascendente. Como o Signo Ascendente é um dos principais significadores na moldagem do Corpo Denso, a aparência do segundo gêmeo pode ser totalmente diferente da do primeiro gêmeo.
Uma comparação dos Signos Ascendentes mostra uma aparente falta de uniformidade no movimento diurno da Terra. Às 2h15 A.M., o Signo de Câncer está ascendendo a 8º10’, enquanto, doze horas depois temos Escorpião no Ascendente a 29º16’, mostrando que o local de nascimento avançou apenas cerca de 141 graus nessas doze horas. Porém, para completar a volta toda no círculo ele deve percorrer 219 graus nas doze horas restantes. Mas, como a rotação diurna da Terra em seu eixo é uniforme, a falta de uniformidade no movimento observado acima se deve ao fato de que esse não é um movimento diurno verdadeiro. Essa condição é causada pela obliquidade da Eclíptica e a consequente divisão desigual destes últimos pelos planos que separam as Casas, sendo esses planos o do horizonte e do meridiano e quatro intermediários em intervalos de 30 graus. Por essa razão, certos Signos ascendem mais lentamente do que outros e, portanto, são chamados de Signos de Ascensão Longa, enquanto seus opostos são chamados de Signos de Ascensão Curta. Ficará evidente que a maioria das pessoas nascem sob os Signos de Ascensão Longa – Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião e Sagitário no Hemisfério Norte, e seus opostos no Hemisfério Sul.
[1] N.T: Ano Sideral é contado por meio do aparente movimento do Sol na abóbada celeste, em relação às 12 constelações zodiacais. O Sol percorre todo o Zodíaco em cerca de 25.868 anos.
CAPÍTULO 5 – COMO CALCULAR A POSIÇÃO DOS ASTROS
Como as Efemérides Rosacruzes são calculadas para Greenwich e para o momento em que o relógio do Observatório de Greenwich marca 12 horas (meio-dia), é necessário fazer correções para outros horários e lugares a leste ou oeste daquele ponto quando se deseja calcular os dados de um horóscopo.
Acrescentando-se à Hora Local Exata do nascimento quatro minutos por cada grau de longitude, se o local do nascimento fica a oeste de Greenwich, nós obtemos a Hora Média de Greenwich, como marcada pelo relógio do Observatório. Esse horário se escreve apenas pelas suas iniciais: H.M.G.
Podemos aplicar essa regra para calcular a H.M.G. para o horóscopo de 2 de agosto, às 8:15 A.M. em Chicago (EUA), que se situa nos 88 graus de longitude oeste:
HH MM SS | ||
Hora Local Exata do nascimento (como calculamos anteriormente) | 08:23:00 AM | De 2 de agosto |
Correção de 4 minutos que vezes 88 graus é igual a 352 minutos | 05:52:00 | |
Hora Média de Greenwich (H.M.G.) | 02:15:00 PM | De 2 de agosto |
Observe: multiplicando-se os graus de longitude oeste de Chicago (88 graus) por 4 minutos temos 352 minutos, que dividimos por 60, porque cada hora tem 60 minutos. Obtemos assim 5 horas e 52 minutos, que somamos à Hora Local Exata do nascimento, 8 horas e 23 minutos da manhã, e o resultado é 2 horas e 15 minutos da tarde, a qual é a H.M.G.
Isto quer dizer que no mesmo momento em que a criança nascia e os relógios de Chicago marcavam 8:15 da manhã (AM), o relógio do Observatório de Greenwich marcava 2:15 da tarde (PM).
Esse último horário é o que se deve usar para calcular as posições dos Astros (Sol, Lua e Planetas) e, para que se tenha em mente tão somente o mínimo indispensável de fatores, sugerimos que o principiante esqueça a Hora Local do nascimento, uma vez calculada a H.M.G.
Nas longitudes ocidentais a H.M.G. pode avançar no dia seguinte ao do nascimento, em virtude da soma dos 4 minutos por cada grau de longitude. Nos casos em que a longitude do lugar do nascimento é a leste de Greenwich, os 4 minutos por cada grau de longitude são subtraídos e, portanto, a H.M.G. pode retroceder para o dia que antecede ao do nascimento. Desse modo não falemos de data ou horário de nascimento, mas de data e horário H.M.G. [1]
O que precisamos fazer agora é achar o movimento dos Astros no dia H.M.G., que vai do meio-dia anterior à H.M.G. até ao meio-dia posterior à H.M.G. As posições dos Astros são fornecidas pelas Efemérides Rosacruzes[2].
Como a nossa H.M.G. é 2:15 A.M. do dia 2 de agosto de 1909, se queremos calcular o percurso diário do Sol anotamos a longitude dele ao meio-dia de 2 de agosto (meio-dia anterior à H.M.G.) e a do dia 3 de agosto (meio-dia posterior à H.M.G.). Como vamos subtrair, escrevamos em cima a posição do Astro no meio-dia seguinte, pois isso facilita a operação.
HH MM SS | |
A longitude do Sol ao meio-dia de 3 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | 10:28 |
A longitude do Sol ao meio-dia de 2 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | 09:31 |
Percurso do Sol no dia da H.M.G. | 00:57 |
O passo seguinte é achar o intervalo entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo, pois isto também é uma base para a nossa correção. No horóscopo que estamos utilizando a H.M.G. é 2:15 P.M. de 2 de agosto. O meio-dia mais próximo é, obviamente, às 12 horas A.M. do mesmo dia 2 de agosto, e o intervalo entre as 12:00 A.M. e as 2:15 P.M. é, assim, 2 horas e 15 minutos[3].
Tendo encontrado o percurso do Astro no dia H.M.G. e o intervalo entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo, nosso problema pode ser posto assim:
Se o Sol percorre 57 minutos de espaço em 24 horas, quanto ele percorre em 2 horas e 15 minutos? A resposta é: 5 minutos[4].
Esse método de trabalhar com correções pela simples proporção pode ser utilizado com vantagem quando o percurso do Astro é menor que 1 grau; nos casos de Vênus, Mercúrio e, particularmente, no caso da Lua, é muito mais rápido, muito mais seguro e muito mais exato fazer as correções por meio dos logaritmos. Nas últimas páginas das Efemérides Rosacruzes de qualquer ano se encontra uma Tabela de Logaritmos, que também pode ser encontrada no apêndice desse livro e seu uso é extremamente simples.
No alto dessa Tabela há uma sequência de números, de 0 a 23. Esses números tanto são para nos fornecer as horas como para nos fornecer os graus (já que ambos são divididos em 60 minutos); no lado esquerdo há uma coluna que nos fornecem os minutos (tanto para as horas como para os graus) com números de 0 a 59.
Se queremos achar o logaritmo de certo número que está em horas e minutos (ou em graus e minutos), simplesmente pomos nosso dedo indicador no número correspondente ao de horas (ou graus) desejados, daí descendo pela coluna até alcançarmos a linha correspondente aos minutos dados. No ponto em que a linha de minutos intercepta a coluna de horas (ou graus) temos o valor do logaritmo procurado.
Por exemplo, o percurso diário do Sol no horóscopo que estamos calculando é de 0 grau e 57 minutos. Pomos nosso indicador na coluna com o “0” no topo. Corremos o dedo página abaixo até alcançarmos a linha com o número “57” que representa os minutos. No ponto em que essa linha intercepta ou encontra a coluna do “0” vemos o número 1.4025, que é o logaritmo do percurso do Sol no dia H.M.G., que vai do meio-dia de 2 de agosto ao meio-dia de 3 de agosto.
De modo semelhante podemos achar o logaritmo do intervalo entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo. Neste caso, como calculamos acima, o intervalo é de 2 horas e 15 minutos. Corremos nosso indicador de cima para baixo na coluna encabeçada pelo número “2” e achamos o número 1.0280 na linha com o número “15”, na coluna dos minutos. Este é o logaritmo do intervalo: 1.0280.
O movimento diário de cada Astro difere do movimento diário de todos os outros Astros. Portanto, o percurso de cada um deles precisa ser calculado separadamente e o respectivo logaritmo precisa ser encontrado, mas o intervalo entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo se aplica igualmente no cálculo de todos os Astros, de forma que, uma vez determinado o intervalo, seu logaritmo pode ser usado no cálculo das posições de todos os Astros.
[1] N.T.: Exemplo: 1) uma pessoa que nasceu na data de 2 de agosto de 1909, às 8:15 P.M. em Chicago (EUA), que se situa nos 88 graus de longitude oeste. Calculando veremos que a HLE será 8:23 PM. E a HMG será 8:23 PM + 5:52 = 2:15 AM do dia 3 de agosto de 1909.
2) uma pessoa que nasceu na data de 31 de dezembro de 1909, às 8:15 P.M. em Chicago (EUA), que se situa nos 88 graus de longitude oeste. Calculando veremos que a HLE será 8:23 PM. E a HMG será 8:23 PM + 5:52 = 2:15 AM do dia 1 de janeiro de 1910.
[2] N.T.: Aqui a página com as Efemérides para o mês de agosto de 1909 com as longitudes dos Astros:
[3] N.T.: já que 02:15 PM é o mesmo que 14:15, pensemos assim, talvez facilite: 14:15 – 12:00 = 02:15.
[4] N.T.: é só aplicar a “regra de 3 simples”: 57 -> 60 então 5 -> x; x = 5,2 ou arredondando 5 minutos.
Continuando nossos cálculos:
LOGARÍTMOS | |
Logaritmo do Percurso do Sol no dia da H.M.G. (00:57) | 1.4025 |
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo | 1.0280 |
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida pelo Sol durante o Intervalo | 2.4305 |
O valor desse logaritmo em graus e minutos é determinado ao achar o mesmo valor na Tabela dos Logaritmos Proporcionais, ou o que seja mais próximo do Logaritmo da Distância Percorrida pelo Sol durante o Intervalo, calculado acima. No exemplo acima o logaritmo mais próximo é 2,4594[1]. Esse número está na coluna encabeçada pelo grau 0, e na mesma linha que tem o número 5 na coluna dos minutos, que é a primeira da esquerda. Por conseguinte, o valor correspondente do logaritmo é 0 grau e 5 minutos que é o Incremento de Correção. E assim obtemos o mesmo resultado para o nosso problema (Quando o Sol percorre 57 minutos em 24 horas, quanto percorrerá em 2 horas e 15 minutos?), tanto usando logaritmos quanto o método proporcional. Esse último pode parecer mais fácil ao principiante, mas uma vez determinado o Logaritmo do Intervalo, o método logarítmico será considerado mais fácil, rápido e mais preciso, pois as respostas obtidas pelos dois métodos nem sempre coincidem perfeitamente e, particularmente, no caso da Lua o método logarítmico deve ser usado.
Tendo encontrado a distância percorrida pelo Astro durante o intervalo entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo, para achar a posição do Astro na H.M.G. (que é o fim e objetivo de todos os nossos cálculos) devemos somar esse Incremento de Correção à longitude do Astro no meio-dia mais próximo ao dia H.M.G. Se essa H.M.G. for P.M., é porque neste caso o Astro foi além da posição mostrada nas Efemérides Rosacruzes.
Se, por outro lado, a H.M.G. for anterior ao meio-dia (A.M.) o Astro ainda não alcançou a posição indicada pelas Efemérides ao meio-dia, pelo que se faz necessário subtrair a distância percorrida no intervalo – o Incremento de Correção – da longitude do Astro dado pelas Efemérides no meio-dia mais próximo à H.M.G.
No caso presente a H.M.G. é posterior ao meio-dia (P.M.), portanto, nós somamos:
SIGNO | GG MM | |
Longitude do Sol no meio-dia mais próximo à H.M.G., 2 de agosto, como lido das Efemérides de agosto de 1909 | Leão | 09:31 |
SOMA-SE ao Incremento de Correção | 00:05 | |
Resultado é a Longitude do Sol à H.M.G. | Leão | 09:36 |
Essa é a posição do Sol que deve ser inserida no horóscopo.
Para conveniência do Estudante nós, agora, enunciaremos os passos da regra para encontrar as posições dos Astros, na devida ordem de cálculo:
6.a) Quando a H.M.G. é anterior ao meio-dia (A.M.), subtraia o Incremento de Correção da Longitude do Astro no meio-dia mais próximo à H.M.G., como lido das Efemérides do mês e do ano de nascimento.
6.b) Quando a H.M.G. é posterior ao meio-dia (P.M.), some o Incremento de Correção à Longitude do Astro no meio-dia mais próximo à H.M.G., como lido das Efemérides do mês e do ano de nascimento.
NOTA IMPORTANTE: Quando o Astro está Retrógrado, inverta-se as condições do item 6[7].
O resultado, em qualquer um dos casos acima, será a posição exata do Astro na H.M.G, e deve ser inserido no horóscopo, no seu devido lugar.
Essas regras são aplicadas no cálculo da posição de um Astro – o Sol –, mas como a H.M.G. (no caso, 2:15 P.M. de 2 de agosto) e o Logaritmo do Intervalo (1.0280) são os mesmos para todos os Astros, nós não precisamos calculá-los (nem a H.M.G e nem o Logaritmo do Intervalo), como vimos nos itens 1) e 2) acima. Assim, vamos começar nossos cálculos sobre a Lua e outros Planetas a partir do item 3) acima:
SIGNO | HH MM SS | |
A longitude da Lua ao meio-dia de 3 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Peixes | 02:39 |
A longitude da Lua ao meio-dia de 2 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Aquário | 17:55 |
Percurso da Lua no dia da H.M.G. | 14:44 |
O Estudante deve se lembrar que cada Signo tem 30 graus e que cada grau tem 60 minutos. Na subtração acima foi necessário tomar emprestado 1 grau[8] e somar seus 60 minutos aos 39, pois somente assim podemos tirar 55 do total de 99 minutos, conforme exigia a operação, sobrando ainda 44 minutos[9]. De modo semelhante, tomamos emprestado um Signo inteiro (30 graus) para acrescentá-lo ao 1 grau que sobrou de Peixes após tomar dele 1 grau para efetuar a subtração de minutos[10]. Portanto, subtraímos 31 de 17 graus, o que deixa um resto de 14 graus.
De acordo com o item 4) da nossa regra, fazemos:
HH MM SS | |
Logaritmo do Percurso da Lua no dia da H.M.G. (14:44) | 0.2119 |
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo | 1.0280 |
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida pela Lua durante o Intervalo | 1.2399 |
Aplicando a regra no seu item 5) que nos diz como achar o valor desse logaritmo, e em nossa Tabela de Logaritmos Proporcionais podemos verificar como o valor mais próximo o 1.2393. Acima dele, no topo da coluna, vemos o número 1, na extremidade esquerda está o número 23, significando isso que a Lua se deslocou 1 grau e 23 minutos durante o intervalo (entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo). Esse é, pois, o Incremento de Correção.
O item 6.b acima diz que devemos somar esse Incremento de Correção à Longitude da Luz no meio-dia mais próximo à H.M.G., como lido das Efemérides de agosto de 1909:
SIGNO | GG MM | |
Longitude da Lua no meio-dia mais próximo à H.M.G., 2 de agosto, como lido das Efemérides de agosto de 1909 | Aquário | 17:55 |
SOMA-SE ao Incremento de Correção | 01:23 | |
Resultado é a Longitude do Sol à H.M.G. | Aquário | 19:18 |
[1] N.T.: pois 2.4594 – 2.4305 = 0.0289 e 2.4305 – 2.3802 = 0.1503; assim 2.4594 está mais próximo de 2.4305 e esse que deve ser utilizado.
[2] N.T.: suponhamos que a longitude do lugar de nascimento é 88 graus oeste e a H.L.E. é 8:23 AM de 2 de agosto: Então, façamos 4 x 88 = 352 minutos ou 05:52. Como a longitude do lugar de nascimento é oeste, então somemos: 8:23 + 5:52 = 2:15 P.M de 2 de agosto. Esse é o valor da H.M.G.
[3] N.T.: se a H.M.G. é 2:15, então o valor do Logaritmo do Intervalo será, consultando a Tabela, de 1.0280.
[4] N.T.: Por exemplo, se o percurso do Astro no dia H.M.G. foi de 0 grau e 57 minutos, então vamos à Tabela de Logaritmos Proporcionais com esse valor e encontramos: 1.405 que é o Logaritmo do Percurso do Astro durante o dia H.M.G.
[5] N.T.: Se o Logaritmo do Percurso do Astro durante o dia H.M.G. é 1.405 e o Logaritmo do Intervalo é 1.0280, então o Logaritmo do Percurso do Astro durante o Intervalo é 2.4305.
[6] N.T.: Se o Logaritmo do Percurso do Astro durante o Intervalo é de 2.4305, então, vamos à Tabela de Logaritmos Proporcionais com esse valor e encontramos: 0 grau e 5 minutos (00:05).
[7] N.T.: 6.a) Quando a H.M.G. é anterior ao meio-dia (A.M.), SOME o Incremento de Correção da Longitude do Astro no meio-dia mais próximo à H.M.G., como lido das Efemérides do mês e do ano de nascimento.
6.b) Quando a H.M.G. é posterior ao meio-dia (P.M.), SUBTRAIA o Incremento de Correção à Longitude do Astro no meio-dia mais próximo à H.M.G., como lido das Efemérides do mês e do ano de nascimento.
[8] N.T. …do valor 02:39 e, assim, os 2 graus viraram 1 grau e os 39 minutos viraram 60 + 39 = 99 minutos. Com isso podemos escrever os 02:39 como 01:99.
[9] N.T.: fizemos a primeira parte da conta, começando pelos minutos: 99 – 55 = 44 minutos.
[10] N.T.: pois após a operação com os minutos, ao invés de 2 graus de Peixes, ficamos com 1 grau de Peixes. Tomando 30 graus emprestados, ficamos com 31 graus.
O movimento de Netuno, Urano, Saturno e Júpiter no dia H.M.G. do meio-dia de 2 de agosto ao meio-dia de 3 de agosto pode se ver numa consulta às Efemérides de agosto de 1909[1], em poucos minutos. Consequentemente, a distância que eles percorreram no intervalo é insignificante, pelo que se escreve no horóscopo as posições que eles têm no meio-dia mais próximo à H.M.G. de 2 agosto. Marte se moveu 15 minutos no dia H.M.G., portanto, podemos acrescentar 1 minuto para o deslocamento durante o intervalo à longitude (ou posição) dele em 2 de agosto, como mostrado nas Efemérides; assim, anotamos no horóscopo a posição de Marte como estando em Áries 03:58 (ou 3º58’).
Vênus precisará da correção logarítmica[2]:
SIGNO | HH MM SS | |
A longitude de Vênus ao meio-dia de 3 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Virgem | 06:21 |
A longitude de Vênus ao meio-dia de 2 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Virgem | 05:09 |
Percurso de Vênus no dia da H.M.G. | 01:12 |
LOGARÍTMOS | |
Logaritmo do Percurso de Vênus no dia da H.M.G. (01:12) | 1.3010 |
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo | 1.0280 |
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida por Vênus durante o Intervalo | 2.3290 |
O Incremento de Correção (o valor do logaritmo 2.3290 ou do valor mais próximo encontrado na Tabela de Logaritmos Proporcionais, que neste caso é 2.3133) é 00:07 (ou 00º07’).
SIGNO | GG MM | |
Longitude de Vênus no meio-dia mais próximo à H.M.G., 2 de agosto, como lido das Efemérides de agosto de 1909 | Virgem | 05:09 |
SOMA-SE ao Incremento de Correção | 00:07 | |
Resultado é a Longitude de Vênus à H.M.G. (e que será inserido no horóscopo) | Virgem | 05:16 |
Mercúrio também se moveu o suficiente para exigir cálculo de sua posição exata na H.M.G. do nascimento por meio da correção logarítmica:
SIGNO | HH MM SS | |
A longitude de Mercúrio ao meio-dia de 3 de agosto de 1909 – após a H.M.G. (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Leão | 09:22 |
A longitude de Mercúrio ao meio-dia de 2 de agosto de 1909 – antes da H.M.G. (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Leão | 07:17 |
Percurso de Mercúrio no dia da H.M.G. | 02:05 |
LOGARÍTMOS | |
Logaritmo do Percurso de Mercúrio no dia da H.M.G. (02:05) | 1.0614 |
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo | 1.0280 |
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida por Mercúrio durante o Intervalo | 2.0894 |
O Incremento de Correção (o valor do logaritmo 2.0894 ou do valor mais próximo encontrado na Tabela de Logaritmos Proporcionais, que neste caso é 2.0792) é 00:12 (ou 00º12’).
SIGNO | GG MM | |
Longitude de Mercúrio no meio-dia mais próximo à H.M.G., 2 de agosto, como lido das Efemérides de agosto de 1909 | Leão | 07:17 |
SOMA-SE ao Incremento de Correção | 00:12 | |
Resultado é a Longitude de Mercúrio à H.M.G. (e que será inserido no horóscopo) | Leão | 07:29 |
[1] N.T.: Efemérides de agosto de 1909, para o meio-dia, com as longitudes dos Astros:
[2] N.T.: A Tabela de Logaritmos Proporcionais:
Agora, vamos encontrar as posições da Cabeça do Dragão, ou Nodo Lunar, e da Cauda do Dragão. A longitude da Cabeça do Dragão em 2 de agosto, ao meio-dia mais próximo da H.M.G., encontrada na Efemérides de agosto de 1909, está em Gêmeos 13:47 (ou 13º47’). A Cauda do Dragão ocupa o ponto oposto, ou seja: Sagitário 13:47 (ou 13º47’). Essas posições devem ser anotadas no horóscopo.
Ainda resta outro fator para completar o horóscopo: a Parte da Fortuna[1],um ponto imaginário calculado a partir das longitudes do Sol, da Lua e do Ascendente. A conceituação da Parte da Fortuna está em saber que o corpo humano é produzido pelas forças lunares. No momento da concepção[2] pode ser matematicamente demonstrado que a Lua se encontrava no mesmo grau do Ascendente no nascimento, ainda que na ocasião do nascimento ela esteja numa longitude diferente. Pode-se dizer que numa dessas posições a Lua magnetizou o polo positivo, e em outra, magnetizou o polo negativo do Átomo-semente[3], o qual, à semelhança de um ímã, atrai para si as substâncias químicas que formam o Corpo Denso. As forças solares vitalizam o Corpo Denso, mas como esse sofre um processo constante de deterioramento, se faz necessário uma suspensão ou solução de nutrientes em estado adequado para absorção – um pábulo – a fim de reparar as perdas. Esse tipo de associação de nutrientes e todas as posses materiais são, portanto, astrologicamente falando, derivadas das influências combinadas do Sol e das duas posições da Lua mencionadas acima. Quando os Aspectos relativos à Parte da Fortuna com os outros Astros são benéficos, o sucesso e a prosperidade materiais são favorecidos; quando são adversos, podem ser esperadas dificuldades ao lidar com assuntos materiais. A natureza do Astro que está com algum Aspecto com a Parte da Fortuna, bem como o Signo e a Casa em que a Parte da Fortuna se encontra, são as fontes das quais podemos esperar uma coisa ou outra, nos mostrando, assim, para onde direcionar as nossas energias ou o que devemos evitar.
Os Signos do Zodíaco são contados a partir de Áries, que é o primeiro Signo, e são assim numerados:
Nome | Número Equivalente | Nome | Número Equivalente | |
Áries | 1 | Libra | 7 | |
Touro | 2 | Escorpião | 8 | |
Gêmeos | 3 | Sagitário | 9 | |
Câncer | 4 | Capricórnio | 10 | |
Leão | 5 | Aquário | 11 | |
Virgem | 6 | Peixes | 12 |
Para encontrarmos a posição da Parte de Fortuna:
Some: a longitude do Ascendente (Signo, Grau e Minutos) com a longitude da Lua (Signo, Grau e Minutos);
Dessa soma, subtraia a longitude do Sol (Signo, Grau e Minutos);
O resultado é a longitude de Parte da Fortuna (Signo, Grau e Minutos).
Aplicando essa regra ao horóscopo que estamos levantando, anotamos os fatores envolvidos no cálculo da seguinte forma:
SIGNO | Número Equivalente | HH MM SS | |
A longitude do Ascendente | Virgem | 6 | 18:56 |
A longitude do Sol | Leão | 5 | 09:36 |
A longitude da Lua | Aquário | 11 | 19:18 |
Seguindo as regras acima, somamos:
SIGNO | Número Equivalente | HH MM SS | |
A longitude da Lua | Aquário | 11 | 19:18 |
A longitude do Ascendente | Virgem | 6 | 18:56 |
RESULTADO DA SOMA | 18 | 08:14 |
E, em seguida, subtrair:
SIGNO | Número Equivalente | HH MM SS | |
RESULTADO DA SOMA | 18 | 08:14 | |
A longitude do Sol | Leão | 5 | 09:36 |
Longitude da Parte da Fortuna | Peixes | 12 | 28:38 |
O 12º Signo é Peixes, portanto, a longitude da Parte da Fortuna no horóscopo é: Peixes em 28:38 (ou 28º38’).
No exemplo acima, o Estudante perceberá que quando somamos os graus da Lua e do Ascendente: 19 + 18 e mais 1 grau, tomado da soma dos minutos, o resultado foi “38”, mas como só existem 30 graus num Signo, então um Signo foi levado e somados aos outros Signos, do mesmo modo como somamos 60 minutos aos graus ou às horas.
Se, depois da subtração da longitude do Sol, houver mais que 12 signos, subtraímos o círculo total de 12 e ficamos com o que sobrar.
Também pode acontecer que a longitude do Signo onde está o Sol exceda as longitudes da Lua e a do Ascendente, sendo impossível se efetuar a subtração. Por exemplo, se a:
SIGNO | Número Equivalente | HH MM SS | |
A longitude do Ascendente | Áries | 1 | 25:55 |
A longitude da Lua | Áries | 1 | 25:50 |
RESULTADO DA SOMA | 3 | 21:45 |
Se o Sol está em Capricórnio, o 10º Signo, não podemos subtrair 10 de 3, portanto, somamos um ciclo de 12 Signos:
SIGNO | Número Equivalente | HH MM SS | |
RESULTADO DA SOMA | 3 | 21:45 | |
Ciclo de 12 Signos | 12 | 00:00 | |
RESULTADO DA SOMA | 15 | 21:45 |
Então, podemos subtrair da Longitude do Sol:
SIGNO | Número Equivalente | HH MM SS | |
RESULTADO DA SOMA | 15 | 21:45 | |
A longitude do Sol | Capricórnio | 10 | 29:55 |
Longitude da Parte da Fortuna | Câncer | 4 | 21:50 |
Assim, o 4º Signo é Câncer, portanto, a longitude da Parte da Fortuna no horóscopo seria: Câncer em 21:50 (ou 21º50’).
Na subtração acima: 45 minutos menos 55, tomamos “emprestado” 1 grau, ou 60 minutos, e adicionamos aos 45 minutos e, então, dessa soma, 105 minutos, subtraímos os 55, restando, portanto, 50 minutos.
Vamos continuar a operação: repare que depois da operação acima não temos mais 21 graus (do RESULTADO DA SOMA), mas sim 20 graus, pois tomamos “emprestado” 1 grau para a subtração dos minutos. Assim, para subtrairmos 29 graus dos 20 graus, também tomamos “emprestado” 1 Signo dos 15 (do RESULTADO DA SOMA). Os 30 graus desse Signo somamos aos 20 graus, o que totaliza 50 graus. Agora sim, destes 50 graus subtraímos os 29 graus, restando 21 graus. Como dos 15 tomamos “emprestado” 1 Signo, sobraram 14 e, assim, subtraindo 10 desses 14 restaram 4. O 4º Signo é Câncer, por conseguinte, a longitude da Parte da Fortuna é Câncer 21:50 (ou 21º50’).
[2] N.T.: Na concepção, o óvulo maduro é fertilizado por um espermatozoide. A fertilização acontece quando o espermatozoide atinge o óvulo e consegue perfurar com sucesso a membrana externa dele.
[3] N.T.: Átomo-semente do Corpo Denso.
Agora faremos uma lista das Longitudes dos Astros como nós temos calculado, antes de inseri-los no horóscopo:
Nome do Astro | Signo | Longitude | |
Grau | Minutos | ||
Sol | Leão | 9 | 36 |
Lua | Aquário | 19 | 18 |
Netuno | Câncer | 17 | 42 |
Urano | Capricórnio | 18 | 15 M |
Saturno | Áries | 23 | 13 |
Júpiter | Virgem | 15 | 10 |
Marte | Áries | 3 | 58 |
Vênus | Virgem | 5 | 16 |
Mercúrio | Leão | 7 | 29 |
Parte da Fortuna | Peixes | 28 | 38 |
Cabeça do Dragão | Gêmeos | 13 | 47 |
Cauda do Dragão | Sagitário | 13 | 47 |
Os Astros podem ser inseridos no horóscopo.
Ao inserir os Astros, o Estudante Rosacruz deve considerar, de modo especial, dois pontos:
Primeiro – Que os Astros são inseridos nas próprias Casas onde calculamos e na devida ordem. Os Signos e os respectivos graus do Zodíaco seguem na direção indicada na ordem natural deles; consequentemente, começando por Áries 0º (que deve estar na 7ª Casa, já que Áries nos 14º está na cúspide da 8ª Casa), vemos que Marte está em Áries 3:58, portanto colocamo-lo na 7ª Casa mais próximo à cúspide da 8ª Casa do que da 7ª Casa. Como Áries nos 14º está na cúspide ou na linha que assinala a entrada na 8ª Casa, e Saturno está em Áries a 23:13, colocamos esse na 8ª Casa, e mais perto da cúspide dessa Casa do que da 9ª Casa. Assim, ambos os Planetas estão em relação adequada um com o outro e com as Casas, e eles estão colocados de tal maneira que, vendo-os não podemos nos enganar quanto ao Signo em que se encontram. Se Marte fosse colocado mais perto da cúspide da 7ª Casa, à primeira vista pareceria estar em Peixes, e Saturno posto mais perto da cúspide da 9ª Casa pareceria estar em Touro. Isso causaria um erro na leitura, o qual pode ser evitado com um cuidado mínimo. Se o Estudante observar cuidadosamente o método aqui utilizado para colocação dos Astros nesse horóscopo, nunca terá dúvidas quanto aos Signos em que os Astros estão ocupando.
Segundo – As posições dos Astros devem ser legíveis sem a necessidade de virar ou inclinar a Folha do Horóscopo, o que contraria as condições para uma boa concentração. Se as posições dos Astros nas 3ª, 4ª, 9ª e 10ª Casas forem anotadas conforme anotamos as de Netuno e Urano, tal inconveniente não existirá.
O horóscopo agora está levantado e está completo. A maioria dos astrólogos, agora, começa a interpretá-lo, mas que essa interpretação seja mais completa é necessário fazer um índice, tal como apresentamos no último capítulo desta parte.
Com o objetivo de familiarizar bem o Estudante com o modo de levantar um horóscopo, primeiramente vamos completar o horóscopo que levantamos parcialmente da data de 2 agosto às 8:15 P.M.[1], pois esse horóscopo oferece certas peculiaridades que vale a pena darmos atenção, conforme exporemos a seguir.
Para determinar a H.M.G. de 2 de agosto, somamos à Hora Local Exata de Nascimento (08:23:00 P.M.) os 4 minutos por cada um dos 88 graus (4 x 88) de Longitude oeste de Greenwich em que se situa o lugar do nascimento, que convertido temos 05:52:00, resultado a H.M.G que já cai no dia seguinte, 3 de agosto no horário de 02:15:00 A.M.
Colocando em uma tabela:
HH MM SS | ||
Hora Local Exata do nascimento (como calculamos anteriormente) | 08:23:00 PM | De 2 de agosto |
Correção de 4 minutos que vezes 88 graus é igual a 352 minutos | 05:52:00 | |
Hora Média de Greenwich (H.M.G.) | 02:15:00 AM | De 3 de agosto |
Aqui está um ponto importante. Quando acrescentamos 5 horas e 52 minutos às 08:23:00 P.M. levamos a H.M.G para o dia seguinte; isso significa que no mesmo instante em que essa criança nascia em Chicago, com os relógios marcando 8:15 da noite de 2 de agosto, o relógio do Observatório de Greenwich marcava 2:15 da madrugada de 3 de agosto. Assim, o meio-dia de 3 de agosto é o mais próximo da H.M.G., e o intervalo entre a H.M.G. (2:15 A.M.) e o meio-dia mais próximo é, portanto, 9 horas e 45 minutos, cujo logaritmo é 0,3912.
Executemos, agora, os cálculos e as operações matemáticas prescritas no início deste Capítulo V:
HH MM | |
A longitude do Sol ao meio-dia de 3 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | 10:28 |
A longitude do Sol ao meio-dia de 2 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | 09:31 |
Percurso do Sol no dia da H.M.G. | 00:57 |
LOGARÍTMOS | |
Logaritmo do Percurso do Sol no dia da H.M.G. (00:57) | 1,4025 |
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo | 0,3912 |
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida pelo Sol durante o Intervalo | 1,7937 |
O valor do logaritmo 1,7937, ou seja, o Incremento de Correção é 0 grau e 23 minutos.
SIGNO | GG MM | |
Longitude do Sol no meio-dia mais próximo da H.M.G. | Leão | 10:28 |
SUBTRAIA do Incremento de Correção | 00:23 | |
Resultado é a Longitude do Sol à H.M.G. | Leão | 10:05 |
Essa é a posição em que inserimos para o Sol no horóscopo, ou seja: 10 graus e 5 minutos do Signo de Leão.
Observe que no horóscopo anterior (o de 2 agosto às 8:15 A.M., em Chicago (EUA)) nós somamos o Incremento de Correção à longitude de cada Astro (Sol, Lua e Planetas), porque a H.M.G. era após ao meio-dia. No atual horóscopo (o de 2 agosto às 8:15 P.M., em Chicago (EUA)) a H.M.G. é antes do meio-dia, assim subtraímos do Incremento de Correção da longitude de cada Astro no meio-dia mais próximo da H.M.G., conforme determina o item 6.b da regra que usamos para calcular a posição exata do Astro na H.M.G.[2].
SIGNO | HH MM | |
A longitude da Lua ao meio-dia após à H.M.G. (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Peixes | 02:39 |
A longitude da Lua ao meio-dia antes da H.M.G. (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Aquário | 17:55 |
Percurso da Lua no dia da H.M.G. | 14:44 |
HH MM | |
Logaritmo do Percurso da Lua no dia da H.M.G. (14:44) | 0,2119 |
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo | 0,3912 |
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida pela Lua durante o Intervalo | 0,6031 |
O valor do logaritmo 0,6031, ou seja, o Incremento de Correção é 5 graus e 59 minutos.
SIGNO | GG MM | |
Longitude da Lua no meio-dia mais próximo da H.M.G. | Peixes | 02:39 |
SUBTRAIA do Incremento de Correção | 05:59 | |
Resultado é a Longitude da Lua à H.M.G. | Aquário | 26:40[3] |
Conforme fizemos no primeiro horóscopo, neste também podemos dispensar cálculos para as posições de Netuno, Urano e Saturno sem a correção (fornecida por meio do Incremento de Correção), e apenas anotando as longitudes de cada um deles no meio-dia mais próximo à H.M.G. O percurso de Marte no dia H.M.G. é de 15 minutos, e seu percurso durante o intervalo de 9 horas e 45 minutos[4] deve, portanto, ser aproximadamente 6 minutos[5]. subtraindo 6 minutos da posição de Marte em 3 de agosto (no meio-dia mais próximo à H.M.G.), a posição de Marte no horóscopo será Áries 04:06. Do mesmo modo, Júpiter requer uma correção de 4 minutos[6], ficando sua posição em Virgem 15:17.
[1] N.T.: Atente bem que no início do Capítulo V nós calculamos os dados para um horóscopo que levantamos parcialmente da data de 2 agosto às 8:15 A.M., em Chicago (EUA).
[2] N.T.: veja no início desse Capítulo V
[3] N.T.: Uma maneira prática de fazer essa conta de subtração (quanto a parcela superior é menor do que a parcela inferior). Repare que estamos em uma circunferência e lá medimos as distâncias em graus e minutos. Sabemos, também que cada Signo tem 30 graus (sempre). E aqui sabemos que depois de Aquário vem Peixes, ou, antes de Peixes vem Aquário:
Outro modo: considerando uma reta de 0º a 360º, segmentada de 30 em 30 graus (o tamanho invariável de cada Signo), e sabendo que Aquário vem depois de Peixes, podemos considerar o ponto 2:39º de Peixes como se fosse o ponto 32:39 de Aquário. Agora se fizermos a subtração 32:39 – 05:59 = 31:99 – 05:59 = 26:40.
[4] N.T.: que é o intervalo de tempo entre a H.M.G., que é 2h15 AM de 3 de agosto, e o meio-dia mais próximo da H.M.G., que é o meio-dia do próprio 3 de agosto: 12:00 – 02:15 = 11:60 – 02:15 = 9:45.
[5] N.T.: ou seja: entre o meio-dia mais próximo à H.M.G. e a própria H.M.G (intervalo de 9 horas e 45 minutos). Ora se Marte se movimenta 15 minutos de 2 a 3 de agosto (portanto, 24 horas), então quanto ele se deslocou em 9 horas e 45 minutos? Apliquemos a Regra de Três simples: 15 m – > 24 h assim como x <- 9h45m, ou seja: 9h45m x 15m = 9,75h x 15m = 146,3 e 146,3/24 = 6,1 minutos, arredondando para baixo: 6 minutos!
[6] N.T.: O percurso de Júpiter no dia H.M.G. é de 11 minutos. Assim, entre o meio-dia mais próximo à H.M.G. e a própria H.M.G, ou seja, o intervalo de 9 horas e 45 minutos. Ora se Júpiter se movimenta 11 minutos de 2 a 3 de agosto (portanto, 24 horas), então quanto ele se deslocou em 9 horas e 45 minutos? Apliquemos a Regra de Três simples: 11 m – > 24 h assim como x <- 9h45m, ou seja: 9h45m x 11m = 9,75h x 11m = 107 e 107/24 = 4,4 minutos, arredondando para baixo: 4 minutos!
SIGNO | HH MM | |
A longitude de Vênus ao meio-dia após à H.M.G. – 3 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Virgem | 06:21 |
A longitude de Vênus ao meio-dia antes à H.M.G. – 2 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Virgem | 05:09 |
Percurso de Vênus no dia da H.M.G. | 01:12 |
HH MM | |
Logaritmo do Percurso de Vênus no dia da H.M.G. (01:12) | 1,3010 |
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo | 0,3912 |
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida por Vênus durante o Intervalo | 1,6922 |
O valor do logaritmo 1,6922, ou seja, o Incremento de Correção é 0 graus e 29 minutos.
SIGNO | GG MM | |
Longitude de Vênus no meio-dia mais próximo da H.M.G. | Virgem | 06:21 |
SUBTRAIA do Incremento de Correção | 00:29 | |
Resultado é a Longitude de Vênus à H.M.G. | Virgem | 05:52[1] |
Mercúrio é o último Planeta que temos que calcular:
SIGNO | HH MM | |
A longitude de Mercúrio ao meio-dia após à H.M.G. – 3 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Leão | 09:22 |
A longitude de Mercúrio ao meio-dia antes à H.M.G. – 2 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909) | Leão | 07:17 |
Percurso de Mercúrio no dia da H.M.G. | 02:05 |
HH MM | |
Logaritmo do Percurso de Mercúrio no dia da H.M.G. (01:12) | 1,0614 |
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo | 0,3912 |
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida por Mercúrio durante o Intervalo | 1,4526 |
O valor do logaritmo 1,4526, ou seja, o Incremento de Correção é 0 graus e 51 minutos.
SIGNO | GG MM | |
Longitude de Mercúrio no meio-dia mais próximo da H.M.G. | Leão | 09:22 |
SUBTRAIA do Incremento de Correção | 00:51 | |
Resultado é a Longitude de Mercúrio à H.M.G. | Virgem | 08:31[2] |
As posições da Cabeça do Dragão (<), ou Nodo Lunar, e da Cauda do Dragão (>) também precisam ser encontradas. Segundo as Efemérides, no dia 3 de agosto, o meio-dia mais próximo da H.M.G., a Cabeça do Dragão está em Gêmeos 13:44[3]. A Cauda do Dragão ocupa o ponto oposto, ou seja, de Sagitário 13:44.
Agora só resta calcular a Parte da Fortuna (ou Roda da Fortuna), e para tal dispomos os fatores do cálculo como segue:
SIGNO | GG MM | |
Longitude do Ascendente no 12º Signo | Peixes | 07:08 |
Longitude do Sol no 5º Signo | Leão | 10:05 |
Longitude da Lua no 11º Signo | Aquário | 26:40 |
Procedemos de acordo com a regra fornecida:
Nº do SIGNO | GG MM | |
Longitude do Ascendente no 12º Signo | 12 | 07:08 |
Longitude da Lua no 11º Signo | 11 | 26:40 |
SOMANDO OS DOIS | 23 | 33:48 |
MENOS: | ||
Longitude do Sol no 5º Signo | 5 | 10:05 |
RESULTADO | 18 | 23:43 |
Como passou de 12 (o máximo número de Signos, então SUBTRAIMOS: | 12 | |
RESULTADO: Posição da Parte da Fortuna | 6 | 23:43 |
Ou: a Longitude da Parte da Fortuna é: Virgem em 23:43
Agora, façamos uma lista dos Astros (Sol, Lua e Planetas) e os Elementos astrológicos calculados, a fim de inseri-los no horóscopo:
ASTRO ou ELEMENTO ASTROLÓGICO | SIGNO | GG MM |
Sol | Leão | 10:05 |
Lua | Aquário | 26:40 |
Netuno | Câncer | 17:44 |
Urano | Capricórnio | 18:13M |
Saturno | Áries | 23:14 |
Júpiter | Virgem | 15:17 |
Marte | Áries | 04:06 |
Vênus | Virgem | 05:52 |
Mercúrio | Leão | 08:31 |
Parte da Fortuna | Virgem | 23:43 |
Cabeça do Dragão | Gêmeos | 13:44 |
Cauda do Dragão | Sagitário | 13:44 |
Acabamos de erigir dois horóscopos, e uma comparação entre ambos revela o fato de que, embora sejam de duas pessoas nascidas na mesma cidade e no mesmo dia e ano, as características de uma pessoa são inteiramente opostas às da outra e, uma vez que o caráter é o determinador do destino, as vidas dessas duas pessoas deverão ser totalmente opostas.
Antes de podermos interpretar esses dois horóscopos é necessário que nós obtenhamos uma clara concepção das relações dos Astros (Sol, Lua e Planetas) entre si, dos Astros com os Signos do zodíaco, e dos Astros com as Casas, conforme se encontram em cada um dos dois horóscopos, e com esta finalidade nós faremos um índice que deve revelar esses relacionamentos num relance, de maneira que nossas mentes não possam ser embaraçadas pela matemática no momento de interpretarmos o horóscopo, mas sejam livres e concentradas no significado dos diferentes Aspectos astrológicos e nas posições dos Signos, Astros e Elementos astrológicos.
RETROGRADAÇÃO
Na página das Efemérides Rosacruzes, que tem uma amostra nesse livro[4], você encontrará nas colunas de Saturno, Urano e Marte uma letra “R” em maiúsculo. Esse símbolo tem o seguinte significado:
Os Planetas do nosso Sistema Solar se movem em uma única direção, do oeste para leste, mas suas órbitas em torno do Sol têm amplitudes variáveis, a mesma coisa se dando com as suas velocidades. A Terra desloca-se a uma velocidade de, aproximadamente, 108.000 quilômetros por hora e, ainda, sua circunferência da órbita – em torno do Sol – é tão grande que requer em torno de 365 dias para que ela contorne o Sol. Mercúrio descreve uma circunferência da órbita bem menor em volta do Sol, mas se desloca a uma velocidade de, aproximadamente, 180.000 quilômetros por hora, de modo que completa sua revolução em torno de 88 dias. A velocidade de Urano é de apenas, aproximadamente, 27.000 quilômetros por hora, mas sua órbita é tão grande que requer em torno de 84 anos para completá-la. Os demais Planetas mostram semelhantes variações de velocidade. Se eles se deslocassem em linha reta, os menores e mais rápidos logo deixariam para trás os mais pesados e mais lentos, mas como se movem em círculos, eles cruzam um ponto de observação repetidas vezes. Se tal ponto fosse central e estacionário, esse constante movimento para a frente dos Planetas, em suas respectivas órbitas, seria perceptível a todos os observadores, mas essa é a questão, não há ponto estacionário; toda partícula de Júpiter, o gigante do nosso Sistema Solar, à menor partícula de “poeira”, se move incessantemente em torno de um centro comum e, por conseguinte, às vezes um Planeta se desloca quase transversalmente ao curso de outro corpo em movimento, e isso fica parecendo, por algum tempo, que ele fica parado em sua órbita. Os astrônomos dizem que tal Planeta está Estacionário. Outras vezes, esse movimento oblíquo dos Planetas, em relação à posição da Terra em sua órbita, os faz parecer se moverem para trás no Zodíaco, e a esse movimento chamamos Retrógrado. Nas Efemérides vemos um símbolo parecendo com um “R” maiúsculo na linha do dia em que o Planeta começa, aparentemente, a retroceder, e essa retrogradação continua até onde se encontra um “D” maiúsculo, o qual indica que volta a se observar o movimento do Planeta para a frente.
Embora esse movimento retrógrado de um Planeta seja apenas aparente, ele tem um efeito muito real no que tange à influência exercida por tal Planeta, pois é o ângulo do seu raio que determina a influência de um Planeta. Os Planetas são focos que transmitem e intensificam as propriedades das estrelas fixas, de tal maneira que nos afetam em um grau muito maior do que quando não se acham focalizados sobre o ponto de observação, o lugar do nascimento.
Vamos supor que no momento do nascimento de uma criança observamos Saturno e por detrás dele, diretamente em linha com o nosso ponto de observação, vemos a estrela fixa Antares, que se acha próxima aos 8 graus de Sagitário; a criança então está propensa a sofrer afecções nos olhos, as quais são suficientemente graves mesmo que o Planeta se mova “direto” em sua órbita, como geralmente acontece, pois então Antares sairá de foco gradativamente, e Saturno não voltará a formar a Conjunção adversa com Antares antes de completar sua revolução em torno do Sol (que leva cerca de 29 anos). Se, por outro lado, vemos que no dia seguinte ao nascimento Saturno retrograda um pouco e ainda mais no dia seguinte, e desse modo por uma ou duas semanas, então também nesse caso Antares sai fora de foco, mas há essa diferença importante, que em vez de demorar 29 anos para formar a Conjunção adversa seguinte, Saturno pode se voltar a ficar “direto”, e forma a segunda Conjunção adversa com Antares, dentro de poucas semanas após o nascimento, e essa repetição do raio adverso pode agravar o defeito inato a tal ponto que a criança poderá se tornar cega. Assim, nós reiteramos que, mesmo sendo apenas aparente, o movimento retrógrado de um Planeta exerce uma influência muito real sobre os interesses humanos.
[1] N.T.: 06:21 – 00:29 = 05:81 – 00:29 = 05:52
[2] N.T.: 09:22 – 00:51 = 08:82 – 00:51 = 08:31
[3] N.T. Efemérides de Agosto de 1909 – Longitude dos Astros
[4] N.T.:
CAPÍTULO 6 – OS ASPECTOS
O círculo do Zodíaco, como qualquer outro círculo, é dividido em 360 graus. Dentro desse círculo os corpos celestes do nosso Sistema Solar se movem, ainda que seus movimentos estejam longe de ser uniformes, como mostrado no primeiro capítulo. Portanto, aqueles Astros que se deslocam mais lentamente são alcançados, ultrapassados e novamente ultrapassados pelos Astros mais rápidos.
Quando um Astro (Sol, Lua e Planetas) se encontra a certo número de graus de outro Astro dizemos que estão em Aspecto[1]:
Tabela de Aspectos | |
A Oposição | os Astros estão a 180 graus um do outro. |
A Quadratura | os Astros estão a 90 graus um do outro. |
O Sextil | os Astros estão a 60 graus um do outro. |
O Trígono | os Astros estão a 120 graus um do outro. |
A Conjunção | os Astros estão a 0 graus um do outro. |
O Aspecto Paralelo acontece quando dois Astros têm o mesmo grau de Declinação, não importando que um esteja ao norte (Declinação Norte) e outro ao sul (Declinação Sul) do Equador Terrestre. Isto será esclarecido nos cálculos que se seguirão mais tarde.
Dos Aspectos mencionados na Tabela anterior, a Oposição e a Quadratura dizemos que são adversos; o Sextil e o Trígono dizemos que são benéficos, enquanto a Conjunção e o Paralelo se classificam como indeterminados (benéficos ou adversos); se a Conjunção ou o Paralelo ocorrem entre os chamados Astros benéficos, eles possuem uma influência benéfica, mas se ocorrem entre os chamados Astros adversos, eles possuem uma influência adversa. Um horóscopo é considerado como trazendo alguma coisa boa não prevista como certa (ou seja: é um horóscopo auspicioso) se nele há mais Sextis e Trígonos do que Quadraturas e Oposições. Um horóscopo é considerado como não auspicioso se nele há mais Quadraturas e Oposições do que Sextis e Trígonos.
Tal ponto de vista é errado. No Reino do Pai não há o “mal”. O que parece ser “mal” é apenas o “bem” em formação. Quando um lapidador de joias lapida uma pedra preciosa, ele aplica o esmeril a cada um dos lados da pedra bruta, e a cada esmerilhada nós podemos ouvir um grito alto da pedra, como se estivesse sentindo uma dor. Entretanto, gradualmente, como consequência do processo de esmerilhamento rigoroso, a pedra preciosa adquire uma superfície lindamente polida, com inúmeras facetas capazes de receber, refletir e refratar a luz solar brilhante.
Deus e Seus Ministros — os Sete Espíritos Planetários diante do Trono — são os lapidários, e nós somos um diamante bruto. Para polir e revelar sua natureza espiritual são necessárias várias experiências. Tais experiências podem ser agradáveis ou não, conforme indiquem os comumente chamados Aspectos benéficos ou adversos. Mas, pode se dizer com segurança que as experiências adversas que nos chegam sob os chamados Aspectos adversos são tão potentes desenvolvedores de músculos espirituais, removendo muito do nosso egoísmo, servindo para nos tornar mais tolerantes e compassivos, do mesmo modo que o duro esmeril serve para remover a crosta áspera do diamante. Embora um horóscopo repleto de Quadraturas e Oposições possa indicar o que normalmente é chamado de uma vida difícil, tal horóscopo é infinitamente preferível (sob o ponto de vista espiritual) àquele que só tenha Aspectos “benéficos”, pois, enquanto esse último proporciona apenas uma existência insípida, o horóscopo “ruim” proporciona ação e uma qualidade agradavelmente excitante à vida em uma ou outra direção.
Além disso, como as “estrelas” não obrigam, mas apenas proporcionam tendências, cabe a nós, em grande medida, afirmar nossa Individualidade e transmutar o “mal” presente em “bem” futuro. Assim, trabalharemos em harmonia com as “estrelas” e as regemos pela obediência à Lei Cósmica.
A influência de um Aspecto entre os Planetas[2] no nascimento é sentida mesmo que eles não estejam exatamente a 0, 60, 90, 120 ou 180 graus um do outro; admite-se uma “Órbita de Influência”, por assim dizer, de 6 graus.
No horóscopo que serve de exemplo, abaixo, Saturno e Júpiter estão dentro da “Órbita de Influência”, porque um está a 1 grau de Áries e o outro está a 7 graus do mesmo Signo, Áries. Saturno estando a 1 grau de Áries, também está dentro “Órbita de Influência” dos Aspectos com Marte (3 graus) e Mercúrio (5 graus), mas não dentro da “Órbita de Influência” do Aspecto com o Sol, ou com a Lua e nem com Vênus, pois há mais de 6 graus de 1 grau (de Saturno) a 10, 12 e 14 graus do Sol, da Lua e de Vênus, respectivamente[3].
A razão espiritual para essa “Órbita de Influência” é a seguinte: além do corpo visível percebido por nossos sentidos[4], também possuímos veículos invisíveis chamados por S. Paulo de corpos espirituais, sendo que nós somos Espíritos. Quando tivermos desenvolvido a faculdade da visão espiritual, faculdade essa latente em todos nós, poderemos ver esses Corpos mais sutis[5] sobressaindo muito além do Corpo Denso que está localizado no centro dessa “aura”[6], do mesmo modo que a gema de um ovo está no centro desse ovo, rodeada de clara por todos os lados.
Antes que dois seres humanos entrem em contato físico próximos, suas “auras” se interpenetram; essa é a razão pela qual “sentimos a presença do outro”, às vezes antes de o percebermos por meio de nossos sentidos comuns[7].
“Como é em cima, assim é embaixo”. Somos feitos à imagem de Deus e de Seus Ministros, os Anjos-estelares. Cada Planeta tem Seus Mundos invisíveis[8] que sobressaem no espaço, além da esfera densa visível e perceptível pelo olho físico[9]. Quando essas “auras” planetárias entram em Aspecto, uma influência é sentida, embora ainda possam faltar 6 graus na formação de um Aspecto ou eles podem ter ultrapassado os 6 graus do Aspecto.
Para determinar rapidamente qual é o Aspecto que os Planetas formam entre si em um horóscopo, quando dentro das Órbitas de Influência, observemos as divisões dos Signos do Zodíaco:
Os Planetas em Signos Cardeais estão em Conjunção, Quadratura ou Oposição, se dentro da Órbita de Influência. Os Planetas em Signos Fixos também estão em Conjunção, Quadratura ou Oposição se dentro dessa Órbita de Influência, e o mesmo acontece com os Planetas em Signos Comuns. Uma rápida olhada no horóscopo revelará qual dos três Aspectos está formado.
Outra divisão do Zodíaco é: Signos de Fogo, Signos de Terra, Signos de Ar e Signos de Água:
Os Planetas em Signos de Fogo estão em Conjunção ou Trígono, se dentro da Órbita de Influência. Os Planetas em Signos de Terra estão em Trígono ou Conjunção; assim também estão os Planetas em Signos de Ar e de Água, conforme se vê no diagrama acima.
Essencialmente Dignificados e em Exaltação:
Diz-se que o Planeta “rege” ou está “Essencialmente Dignificado” em certos Signos onde a natureza essencial tanto do Planeta quanto do Signo concorda. Quando estão em Signos opostos – àqueles que estão Essencialmente Dignificados – diz-se que eles estão em “Detrimento” e, portanto, em desarmonia com o ambiente.
Os Planetas são mais poderosos em certos Signos do que em outros, pelo que se diz estarem “em Exaltação” quando colocados em tais Signos. Quando ocupam os Signos Opostos – àqueles que estão em Exaltação – eles estão em “Queda” e, portanto, comparativamente fracos.
A Tabela de Potências Astrais a seguir mostrará os Astros e os Signos nos quais eles são fortes ou fracos, de acordo com o exposto acima. Note-se que cada um dos Planetas, exceto Urano e Netuno, rege dois Signos, ao passo que o Sol e a Lua regem apenas um cada. Observe também que Urano e Saturno são co-Regentes de Aquário, e que Netuno e Júpiter são co-Regentes de Peixes.
Tabela de Potências Astrais
Graus Críticos:
A Tabela de Graus Críticos dos Signos a seguir mostra certos graus do Zodíaco que são designados como “Graus Críticos”. Quando um Astro se encontra dentro da Órbita de Influência de três graus de quaisquer desses pontos[10], tal Astro exercerá uma influência muito mais forte na vida do que de outra forma. Essa influência tenderá a aumentar a intensidade de uma “Exaltação”, como também a compensar a fraqueza resultante de um Astro estar “em Queda” ou “em Detrimento”. Também aumentará a força dos Aspectos desse Astro.
Signos Cardinais | Signos Fixos | Signos Comuns |
1O 13O 26O | 9O 21O | 4O 17O |
Áries | Touro | Gêmeos |
Câncer | Leão | Virgem |
Libra | Escorpião | Sagitário |
Capricórnio | Aquário | Peixes |
Tabela de Graus Críticos dos Signos
Elevação:
Diz-se estar “Elevado” o Astro que está na 9ª ou 10ª Casa ou próximo a elas. Quanto mais próximo do Meio-do-Céu, mais Elevado se encontra. O Astro Elevado é muito mais poderoso, tanto quando está com Aspecto benéfico ou quando está com Aspecto adverso, do que quando colocado em um local mais baixo.
Ângulos:
Quando os Astros se encontram nos “Ângulos” do horóscopo (primeira, quarta, sétima e décima Casas), diz-se que estão Angulares ou Acidentalmente Dignificados. Quando assim posicionados, eles exercem uma influência maior tanto quando está com Aspecto benéfico ou quando está com Aspecto adverso do que quando localizados nas outras Casas.
Quando o Estudante tiver assimilado as informações acima, ele deve prosseguir para fazer uma Tabela ou um Índice de Relacionamento dos Astros, conforme o exemplo abaixo:
Tabela ou um Índice de Relacionamento dos Astros
[1] N.T.: São somente esses Aspectos astrológicos que a Astrologia Rosacruz considera como necessários e suficientes para uma completa interpretação astrológica utilizando o método da Astrologia Rosacruz. O motivo disso, o próprio Max Heindel e a própria Augusta Foss Heindel nos fornecem a explicação no Livro “A Mensagem das Estrelas”, que replicamos aqui: … uma galáxia completa de Aspectos que envolva bi-Quintil, Sesquiquadratura e outras insensatezes altissonantes e absurdas forem incluídas também, certamente o Astrólogo se perderá no labirinto matemático de tal modo que será incapaz de ler uma única sílaba da “mensagem das estrelas”. Durante o primeiro ano de seus estudos astrológicos, um dos autores, originalmente de natureza matemática, tinha o hábito de levantar horóscopos e tabular os Aspectos de forma tão maravilhosa e ousada que tais tabulações superavam o proverbial “enigma chinês”; eram verdadeiros “Nós Górdios”, pelos quais o destino de um ser humano ficava tão emaranhado em cada mapa que nem o autor daquela abominação, nem outra qualquer pessoa poderiam esperar desembaraçar dele a pobre alma envolvida. Possa ele ser perdoado, pois já se corrigiu e agora é extremamente cuidadoso no eliminar do horóscopo tudo o que não seja essencial, mas como estava envolvido pelo labirinto da matemática, sua experiência deve servir como uma advertência. Nossas Mentes, no melhor dos casos, são instrumentos frágeis para compreender o destino e, certamente, teremos uma grande oportunidade de ser bem-sucedidos se aplicarmos nosso conhecimento a fatores mais importantes e esses, geralmente, são os mais simples.
[2] N.T.: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.
[3] N.T.: 8, 11 e 13 graus, respectivamente.
[4] N.T.: o Corpo Denso.
[5] N.T.: Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente.
[6] N.T.: Corpo Vital e Corpo de Desejos.
[7] N.T.: visão, audição, olfato, paladar e tato.
[8] N.T.: Região Etérica do Mundo Físico, Mundo do Desejo e Mundo do Pensamento.
[9] N.T.: o Corpo Denso dele que nada mais é do que a Região Química do Mundo Físico.
[10] N.T.: Sol no 15o de Áries está em “Grau Crítico”, pois está a 2 graus da culminação do “Grau Crítico” 13 graus de Áries (15 – 13 = 2 graus), portanto dentro da “Órbita de Influência” de 3 graus.
CAPÍTULO 7 – COMO FAZER O ÍNDICE
Olhando para o horóscopo levantado para as 8:15 P.M., notamos que Saturno e Marte estão em Áries, um Signo Cardinal. Assim sendo, pomo-los no Índice na linha dos Signos Cardinais. Netuno está em Câncer, que é o Signo Cardinal seguinte, portanto, esse também vai para a linha dos Signos Cardinais. Libra, o terceiro Signos Cardinais, não tem Astro algum. Capricórnio é o último dos Signos Cardinais; Urano está em Capricórnio e quando o inseridos no Índice, nós completamos a lista dos Astros que, nesse horóscopo, estão situados nos Signos Cardinais.
O Signos Fixos são Touro, Leão, Escorpião e Aquário. Em Touro não há Astros. O Sol e Mercúrio estão em Leão, assim, os colocamos no Índice, na linha dos “Signos Fixos”. Em Escorpião não há Astros, mas a Lua está em Aquário. Ela é, então, inserida no Índice na linha dos “Signos Fixos”.
Nesse horóscopo os Signos Comuns de Gêmeos, Sagitário e Peixes não têm Astros, mas Virgem, outro Signo Comum, tem Júpiter e Vênus, os quais pomos na linha dos Signos Comuns, juntamente com a Parte da Fortuna.
Isso completa a nossa classificação dos Astros no que tange ao temperamento, e, para nos certificarmos de que pusemos todos no Índice, devemos contá-los: quatro estão em Signos Cardinais; três estão classificados como Signos Fixos e dois como Signos Comuns, perfazendo um total de nove Astros, além da Parte da Fortuna.
Está correto; então, vamos prosseguir do mesmo modo anotando os Astros nos Signos de Fogo. Colocamo-los no Índice. A seguir os de Signos de Terra, os Signos de Ar e os Signos de Água. Temos, portanto, nossa classificação de acordo com os Elementos e, novamente, para nos certificarmos de que anotamos todos os Astros, contamo-los de novo. Quatro estão em Signos de Fogo; três estão em Signos de Terra; um está em Signo de Ar e um em Signo de Água. O total perfaz nove, que está correto!
Em seguida anotamos os Astros que estão em Exaltação, etc.[1], conforme exige o Índice.
Agora estamos preparados para notar os Aspectos, e solicitamos de modo especial ao Estudante para seguirem o sistema que esboçamos aqui; pois ele não permite a omissão de nenhum Aspecto.
Ponha o dedo indicador da mão esquerda sobre o primeiro Astro à esquerda, na linha dos Signos Cardinais do Índice (nesse caso, Marte). Com a mão direita, ponha a ponta do lápis sobre o próximo Astro à direita, na mesma linha dos Signos Cardinais (nesse caso, Saturno). Observe no horóscopo se estes dois Astros estão dentro das esferas ou Órbitas de Influência um do outro (6 graus). A resposta aqui é não. Um está no 4º grau, o outro está no 23º grau. Portanto, eles não estão formando um Aspecto. Mantenha o dedo indicador da mão esquerda no mesmo lugar, mas desloque a ponta do lápis para a direita, até o Astro seguinte (aqui Netuno), e verifique igualmente se estão dentro das esferas ou Órbitas de Influência um do outro (6 graus) – novamente a resposta é não. Desloque, novamente, a ponta do lápis para a direita, até o último Astro na linha dos Signos Cardinais (Urano); examinando se ambos os Planetas, o do dedo indicador da mão esquerda e o da ponta do lápis na mão direita, formam aspecto entre si. Constatamos que não.
Assim, concluímos que o Planeta sob o nosso indicador esquerdo (Marte), não forma Aspectos com nenhum outro Astros em Signos Cardinais. Agora, então, movimentamos nosso indicador da mão esquerda para uma posição à direita (para Saturno), pomos a ponta do lápis sobre o próximo Planeta à direita daquele (em Netuno aqui) e, novamente, repetimos a pergunta: os dois Planetas, o do indicador da mão esquerda e o da ponta do lápis à direita (aqui Saturno e Netuno) estão dentro da Órbita de Influência de algum Aspecto? Uma olhada ao horóscopo mostra que eles formam; um está no 17º grau e o outro no 23º grau. Assim, eles estão em Aspecto. Nossa regra estabelece que os Astros em Signos Cardinais, Fixos ou Comuns podem formar Conjunções, Quadraturas ou Oposições, se estiverem em Órbita de Influência.
Uma olhada nas posições de Saturno e Netuno mostra que ambos não estão em Conjunção, nem estão em Oposição; devem, então, estarem em Quadratura um com outro. Assim sendo, desenhamos a figura de um quadrado e o símbolo de Saturno na linha de Netuno, no Índice; também desenhamos a figura de um quadrado e o símbolo de Netuno na linha de Saturno. Temos assim anotado este Aspecto.
Deixamos nosso indicador da mão esquerda sobre Saturno, mas movimentemos a ponta do lápis para a direita, até Urano. E repetimos a nossa questão: Estão ou não dentro da Órbita de Influência um do outro? A resposta é sim, e suas posições indicam que o Aspecto é uma Quadratura. Isso é anotado nas linhas de Saturno e Urano, conforme o fizemos no caso anterior. Temos, então, anotados todos os Aspectos de Saturno aos Astros a sua direita, e agora movemos o indicador da nossa mão esquerda para a direita (para Netuno e Urano) e repetimos a nossa questão se estão em Órbita de Influência. A resposta é sim. Netuno e Urano estão dentro da Órbita de Influência um do outro formando, assim, uma Oposição. Esse Aspecto é também anotado no Índice e completa os Aspectos de Netuno.
E assim anotamos, de um modo completo e sistemático, todos os Aspectos entre os Astros na linha Cardinal. O mesmo modo de proceder nós empregaremos com os Astros nas outras linhas, percorrendo invariavelmente cada linha da esquerda para a direita. Se esse método for seguido, nenhum Aspecto poderá ser esquecido de ser anotado.
Em se tratando de Astros em Signos de Fogo, de Ar, de Terra e de Água, lembramo-nos, naturalmente, que eles formam Trígonos ou Conjunções, se estiverem dentro da Órbita de Influência.
Para se obter os Sextis é necessário usar um método diferente. Comecemos com Marte (aqui no 4º grau de Áries), somemos 60 graus, o que resulta em 4 graus de Gêmeos[2]. Faça a pergunta: há algum Astro dentro da Órbita de Influência do 4º de Gêmeos? A resposta é não. Passemos o indicador da mão esquerda ao Planeta seguinte no horóscopo (Saturno). Ele está em 23º de Áries; somando 60 graus esses 23 graus, temos o 23º de Gêmeos. Aqui também não existe nenhum Astro dentro da Órbita de Influência. O indicador a mão esquerda é passado para o Astro seguinte (Netuno) no 17º de Câncer. Nós somando 60 graus, temos o 17º de Virgem. Façamos nossa pergunta: há algum Astro na Órbita de Influência neste ponto? A resposta é sim – Júpiter no 15º de Virgem. Então, Netuno e Júpiter estão em Sextil e anotamos no Índice, nas linhas de ambos os Astros.
Prosseguindo, movimentamos o indicador da mão esquerda por cada Astro no horóscopo; somando 60 graus e repetindo a nossa pergunta. Quando completarmos a volta ao círculo, teremos também anotado todos os Sextis, sem omitirmos nenhum.
A Cabeça do Dragão e a Cauda do Dragão exercem uma influência no horóscopo somente quando em Conjunção com um Astro ou com o Ascendente. Uma Órbita de Influência de apenas 2 graus ou, no máximo, até 3 graus, é permitida. A Cabeça do Dragão é considerada benéfica, sendo sua influência análoga à daquela do Sol em Áries, e seu efeito jupiteriano. A Cauda do Dragão é considerada adversa, sendo saturnina em qualidade e tendo uma influência semelhante à de Saturno em Libra. No caso presente, nem a Cabeça nem a Cauda do Dragão estão em Conjunção com algum Astro, pelo que não há Aspectos a anotar no Índice.
Mas ainda restam os Paralelos. Para determiná-los, precisamos consultar a página das Efemérides[3] para o mês do nascimento (no caso, agosto), que se encontra no fim desse livro[4]. No topo da página nós temos os nomes dos Astros: Netuno, Urano, Saturno, etc., embaixo de cada um deles sua Declinação para os dias do mês, que constam na coluna à esquerda.
Como nossa H.M.G. é na parte da manhã do dia 3 de agosto, anotamos no Índice as Declinações de 3 de agosto, ao lado de cada Astro.
Uma exceção é a Declinação da Lua, que requer uma correção logarítmica de acordo com a H.M.G. Essa correção é feita pelo mesmo método usado para se obter a Longitude (ou posição) da Lua. Assim, nós achamos a Declinação da Lua como 17 graus e 02 minutos (17:02).
A Declinação da Parte da Fortuna é a mesma do Sol quando esse se encontra no mesmo Signo e no mesmo Grau.
Aqui a Parte da Fortuna está em Virgem 23:43. Tome uma Efemérides de qualquer ano e veja quando o Sol passa ali. A data é 17 de setembro, e a Declinação do Sol nessa data é 2:25 (Efemérides de 1909). Esta é, pois, a Declinação da Parte da Fortuna. Caso se queira, as Declinações do Meio-do-Céu e do Ascendente podem ser determinadas do mesmo modo.
Anotadas todas as Declinações no Índice, ponha o indicador da mão esquerda sobre a Declinação de Netuno lá embaixo; a ponta do lápis sobre a Declinação mais próxima acima (Urano); se pergunte se elas estão dentro da Órbita de Influência de 1 grau e meio (01:30). A resposta é sim e, portanto, anote-as na coluna dos Aspectos Paralelos. Movimente a ponta do lápis para cima, notando, a cada passo, se as Declinações dos Astros sob o indicador da mão esquerda e a ponta do lápis estão dentro da Órbita de Influência (um grau e meio). Quando a ponta do lápis alcançar o topo da coluna, todos os Paralelos sob o dedo indicador da mão esquerda terão sido verificados e anotados. Então, movimente o indicador da mão esquerda para o Astro seguinte acima (Urano), e a ponta do lápis para a Declinação do próximo Astro sobre aquele; note se estão em Paralelo; movimente a ponta do lápis para cima para a Declinação seguinte, passo a passo, seguindo o mesmo método de partir debaixo para cima para achar a Declinação, do mesmo modo seguindo pela movimentação do dedo indicador da mão esquerda e da ponta do lápis da esquerda para a direita, para determinar as Conjunções, Quadraturas, Trígonos e Oposições.
Quando os Paralelos tiverem sido anotados, o Índice estará terminado; e se colocado abaixo do horóscopo, numa folha de papel, conforme mostrado na ilustração abaixo, o estudante terá, prontamente, à mão todos os meios para interpretar o Horóscopo sem precisar desviar sua atenção para o cálculo dos Aspectos. Desse modo se consegue uma maior concentração mental. Tampouco o processo de fazer o Índice é tão complicado quanto o processo de descrevê-lo; de fato, em si mesmo ele é simples, já que não envolve cálculos matemáticos, mas apenas o uso metódico e adequado do indicador da mão esquerda e a movimentação da ponta de um lápis para a direita ou para cima com a pergunta: os Astros na ponta do dedo indicador da mão esquerda e da ponta do lápis estão dentro da Órbita de Influência? Seguindo esse método o estudante nunca omitirá um Aspecto e será capaz de fazer um Índice completo entre 15 e 20 minutos.
Figura: Índice do Horóscopo de 2 de agosto de 1909, às 8:15 PM
Para um melhor desempenho, o estudante deve se esforçar por fazer o Índice do horóscopo levantado para 2 de agosto, 8:15:00 A.M.
Aspectos formados com o Ascendente, que representa o Corpo Denso, influem sobre a saúde. Aspectos formados com o Meio-do-Céu indicam a natureza das oportunidades que a pessoa pode ter para o avanço espiritual. Mas desde que raramente se conhece a hora exata do nascimento, e já que um pequeno erro nessa resulta em vários graus de diferença no Ascendente e no Meio-do-Céu, previsões baseadas nos Aspectos formados com esses pontos não são, provavelmente, dignas de confiança. Por isso deixamos de anotá-los no Índice.
___________
NOTA: Uma observação muito importante ao que foi exposto acima: Planetas nos últimos 6 graus de qualquer Signo devem ser comparados com todos os Planetas nos primeiros 6 graus dos outros Signos, pois esses podem formar Aspectos entre si, mesmo sem estarem enquadrados em qualquer das regras precedentes. Aqui alguns exemplos desses casos:
Marte em Áries 24:30 está em Conjunção com Vênus em Touro 00:30; Mercúrio em Touro 26:00 está em Sextil com Júpiter em Leão 02:00; Saturno em Gêmeos 27:00 está em Quadratura com Urano em Libra 02:00; Netuno em Câncer 28:00 está em Trígono com Marte em Sagitário 03:00; Vênus em Leão 29:30 está em Oposição a Mercúrio com Peixes 05:30.
OBSERVAÇÃO AOS ESTUDANTES:
Os capítulos precedentes descrevem as bases da Astrologia e ilustram, em detalhes, o método de erigir horóscopos. Indicam, também, os elementos da Ciência de interpretar um horóscopo. Uma grande quantidade de informações adicionais nesse sentido é fornecida na Enciclopédia Filosófica que vem a seguir. Mas o próximo volume dessa série, o livro A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz, é o livro-texto da Fraternidade Rosacruz sobre a Ciência da Interpretação Astrológica e da aplicação da Astrologia em nossa vida diária. Ele contém uma exposição completa dos métodos usados na interpretação do horóscopo radical, também usada na progressão de um horóscopo e nas previsões a partir desta. A Astrologia Médica e o Diagnóstico de Doenças são abordados de modo compreensível, como também o são o papel da Astrologia na evolução, na Natureza em geral e nos efeitos das vibrações astrais. Recomendamos esse livro a todos os que desejam se a
[1] N.T.: Essencialmente Dignificado (no Regente), Angulares, Graus Críticos e quem é o Regente do horóscopo.
[2] N.T.: Fica mais fácil se você olhar a roda astrológica dada no início desse Capítulo: se estamos em 4 graus de Áries e somarmos 30 graus, alcançaremos os 4 graus de Touro. Agora, se somarmos mais 30 graus, alcançaremos os 4 graus de Gêmeos.
[3] N.T.: que se refere às “Declinações dos Planetas”
[4] N.T.: e, também, aqui:
II PARTE
ENCICLOPÉDIA FILOSÓFICA DE ASTROLOGIA
Aflição:
Um Astro (Sol, Lua ou Planetas) está afligido quando está em Paralelo, em algumas Conjunções com, em Quadratura com ou em Oposição a: Marte, Saturno, Urano ou Netuno, ou quando em Quadratura ou Oposição a quaisquer outros Astros (veja Combustão).
Angular:
Diz-se que um Astro é angular quando ele está nos Ângulos de um horóscopo. Essa posição fortalece consideravelmente a influência do Astro para “o bem ou para o mal”, dependendo da natureza desse Astro e de seus Aspectos.
Ângulos:
É uma denominação que se dá às: 1ª Casa, 4ª Casa, 7ª Casa e 10ª Casa.
O Ângulo oriental com Áries, onde Marte é o Regente, sugere o Sol nascendo para as atividades materiais do dia. Como o Sol, significador do Espírito, está sob a cruz, significadora da matéria, mas ascendendo para ela, isso significa o começo da Vida no mundo material, e Marte, o Regente, representa a natureza do desejo, que atrai o Espírito para a existência material a fim de que ele possa conquistar a matéria.
O Ângulo meridional com Capricórnio, onde Saturno é o Regente, sugere o Sol cruzando o meridiano, como o faz ao meio-dia. O Sol percorreu metade da sua jornada prescrita pelo céu, portanto o semicírculo é omitido e o outro semicírculo é retido sob a cruz, no símbolo de Saturno. Portanto, Saturno denota persistência, habilidade mecânica, etc., e a 10ª Casa significa as realizações mundanas do ser humano.
O Ângulo ocidental com Libra em equilíbrio e onde as atividades materiais se voltam para o âmbito espiritual, divide o dia da noite, o movimentado verão do inativo inverno. Transforma as horas de vigília dedicadas à vida material ativa, na noite onde o ser humano contata os Mundos invisíveis. Portanto, o círculo – Espírito – está acima da cruz da matéria, a natureza do desejo foi conquistada, e o símbolo de Marte virado de cabeça para baixo, de tal maneira que se torna o símbolo de Vênus, o Planeta do amor que rege essa Casa, a qual é, também, a casa das uniões, das parcerias, a Casa que denota o mais próximo e querido para nós.
O Ângulo setentrional, com o Signo de Câncer, marca o momento em que o Sol está no seu ponto mais baixo. O Signo é simbolizado por dois sóis, com linhas de força projetando-se de cada um, mas em direções opostas. A linha do Sol que aponta para o leste indica a direção em que o Sol físico se move. O Sol cuja linha aponta para oeste indica o caminho para o qual se voltam as influências espirituais após o Sol físico haver cessado suas atividades. Esse Ângulo, portanto, é o Ângulo de mistério, do ocultismo e do lado obscuro e invisível da natureza humana; portanto, tem como seu Regente o luminar da noite: a Lua.
Ano Sideral:
É o período de tempo que decorre entre uma Conjunção do Sol com qualquer estrela fixa e seu retorno, outra vez, à mesma Conjunção.
Antares:
Ver “Estrelas fixas”.
Aparência Física:
O tipo físico é determinado por quatro fatores principais. Esses são: pelo Ascendente ou Signo Ascendente, que representa o Corpo Denso, pelo Regente do Ascendente, pelos Astros no Ascendente, ou seja, pelos Astros na 1ª Casa, particularmente quando estão no Signo que ocupa a cúspide dessa Casa, e pelo Signo onde está o Sol. Note-se, porém, que o Sol deve ter alguma Força Astral em questão de posição (p. exe.: Regente, Exaltado) e de Aspectos para evidencias as características físicas do seu Signo. Os elementos acima são organizados pela ordem de sua importância. Sua combinação determina se a uma pessoa tende a ser alta ou baixa, clara ou escura, e assim com todas as demais peculiaridades físicas. Para maiores detalhes sobre o assunto veja o livro “A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz”.
Ascelli:
Ver “Estrelas Fixas”.
Ascendente:
É o grau do Zodíaco que está no horizonte oriental em um determinado momento do tempo. Um novo grau desponta a cada quatro minutos, um novo Signo a cada duas horas aproximadamente, e os doze Signos despontam em todos os lugares da Terra a cada vinte e quatro horas. Qualquer que seja o Signo no Ascendente, é chamado Signo Ascendente. Ver “Hyleg”.
Ascensão:
Sob esse título podem ser agrupados: Signos de Ascensão Longa, Signos de Ascensão Curta, de Ascensão Reta e de Ascensão Oblíqua.
Os Signos de Ascensão Longa são: Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião e Sagitário.
Os Signos de Ascensão Curta são: Capricórnio, Aquário, Peixes, Áries, Touro e Gêmeos.
São assim chamados porque os Signos de Ascensão Longa se elevam lentamente nas latitudes setentrionais, despendendo muito mais tempo que as duas horas necessárias, se todos os doze Signos se elevassem a uma velocidade uniforme durante as vinte e quatro horas. Leão leva cerca de duas horas e quarenta e cinco minutos na Latitude 40 Norte, onde se situa Nova York-EUA, e Peixes e Áries, dois Signos de Ascensão Curta, levam somente uma hora e dez minutos. O motivo reside na obliquidade da Eclíptica[1]. O efeito disso é que, no Hemisfério norte, a maioria das pessoas nasce sob os Signos de Ascensão Longa.
No Hemisfério sul os Signos relacionados acima como de Ascensão Curta são Signos de Ascensão Longa, pelo que a maioria das pessoas deste hemisfério nascem sob os mesmos, enquanto os Signos setentrionais de Ascensão Longa elevam-se rapidamente no sul, sendo, portanto, relativamente poucas as pessoas que nascem sob os mesmos. Assim, as pessoas de hemisférios opostos são também opostas em suas naturezas internas, apresentando características diferentes.
A Ascensão Reta e a Ascensão Oblíqua são usadas no sistema astrológico geralmente em voga, exceto no cálculo das Casas, coisa com que a média dos Estudantes não se preocupa. A longitude é medida sobre a Eclíptica — ou caminho do Sol —, desde o primeiro grau de Áries, mas a Ascensão Reta é medida sobre o Equador equinocial ou Equador celestial.
[1] N.T.: Vamos a um exemplo para ajudar na compreensão: uma comparação dos Signos Ascendentes mostra uma aparente falta de uniformidade no movimento diurno da Terra. Por exemplo, às 2h15 A.M., o Signo de Câncer está ascendendo a 8º10’, enquanto, doze horas depois temos Escorpião no Ascendente a 29º16’, mostrando que o local de nascimento avançou apenas cerca de 141 graus nessas doze horas. Porém, para completar a volta toda no círculo ele deve percorrer 219 graus nas doze horas restantes. Mas, como a rotação diurna da Terra em seu eixo é uniforme, a falta de uniformidade no movimento observado acima se deve ao fato de que esse não é um movimento diurno verdadeiro. Essa condição é causada pela obliquidade da Eclíptica e a consequente divisão desigual destes últimos pelos planos que separam as Casas, sendo esses planos o do horizonte e do meridiano e quatro intermediários em intervalos de 30 graus. Por essa razão, certos Signos ascendem mais lentamente do que outros e, portanto, são chamados de Signos de Ascensão Longa, enquanto seus opostos são chamados de Signos de Ascensão Curta. Ficará evidente que a maioria das pessoas nascem sob os Signos de Ascensão Longa – Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião e Sagitário no Hemisfério norte, e seus opostos no Hemisfério sul.