Pergunta: Em Tannhäuser é-nos dito que a doença colabora para o maior ou menor crescimento anímico. Na Conferência N.º 11, VISÃO E COMPREENSÃO ESPIRITUAIS, do Livro Cristianismo Rosacruz, pude ler que a doença é uma manifestação de ignorância e, na proporção em que o Cristo se forma dentro de nós, alcançamos um estado mais elevado de saúde. Para mim, essas duas passagens não parecem conciliar-se.
Resposta: No entanto, elas são muito conciliáveis. Até que a vida Crística nos ilumine de dentro, não compreendemos nem seguimos as leis da natureza e, consequentemente, contraímos doenças pela nossa ignorância e correspondente violação dessas leis. Como disse Emerson: “Um homem doente é um delinquente preso em flagrante infringindo as leis da natureza”. É por isso que o Evangelho de Cristo necessita ser pregado. Todos nós deveríamos aprender a amar o nosso Deus com toda a nossa alma e coração, assim como amar o nosso irmão como a nós mesmos, pois todo o nosso sofrimento neste mundo, reconheçamo-lo ou não, resulta do nosso grande egoísmo. Se a nossa função digestiva ficou alterada, qual será a razão? Será que não sobrecarregamos o nosso sistema por nos termos irritado e exaurimos nossos nervos tentando sujeitar alguém aos nossos fins egoístas, e ficamos ressentidos porque não o conseguimos? Em cada caso, o egoísmo é a causa principal das doenças, sofrimentos e inquietações. O egoísmo é o supremo pecado resultante da ignorância.
(Pergunta 49 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas Vol. II, de Max Heindel)
Resposta: Nós vivemos numa época de germes e soros. Supõe-se que cada doença tem seus micro-organismos, toma-se então um antídoto para prevenir ou para curar. Pode-se mesmo ser inoculado contra os resfriados, e se a operação for bem sucedida, estaremos imunes daqui por diante. Talvez, algum dia, todos os diferentes antídotos possam ser reunidos em um único “elixir vitae” que nos torne imunes à horda inteira dos temíveis germes! Realmente, que anômala é nossa condição. O ser humano conquistou o mundo inteiro e incutiu o terror nos corações de todas as criaturas que pôde alcançar por meio dos vários artifícios que inventou para sua destruição. Até mesmo grandes criaturas fogem diante dele com temor, mas ele próprio teme criaturas tão diminutas que só podem ser vistas com o auxílio de potentes microscópios. Esses pequenos micróbios são tão temíveis que alguns dos homens mais capazes dedicam a sua vida inteira no esforço de restringir suas devastações.
É verdade que os micro-organismos existem, e é também verdade que eles não conseguem estabelecer-se no organismo de quem esteja em estado normal de saúde. É somente quando, devido a outras causas, nossos corpos estão debilitados, que os germes da doença são capazes de instalar-se e iniciar seus processos destrutivos. As pessoas que estão radiantes de saúde, e empregamos esta frase em seu sentido literal, poderiam entrar sem o menor temor num isolamento para doenças infecciosas, mesmo que houvesse mais germes numa polegada quadrada do corpo dos pacientes do que habitantes na Terra. Enquanto essa pessoa conservasse sua saúde radiante, não seria infectada.
Para tornar mais claro o que queremos dizer com saúde radiante, devemos reiterar um fato que a ciência está começando a descobrir, isto é, que nossos corpos são interpenetrados pelo Éter em tal volume que em algumas circunstâncias ele se irradia do corpo. Qualquer pessoa que seja favorecida com uma visão espiritual vê, dentro do corpo físico denso, um outro veículo inteiramente semelhante, órgão por órgão, e formado de Éter. Vê também que, através do baço, entra um fluxo contínuo de força etérica vital que sofre uma mudança química no Plexo Celíaco, espelhando-se depois por todo o corpo como um fluido cor-de-rosa pálido com um leve matiz púrpura. Esse fluido etérico irradia-se de toda a periferia do corpo através de cada poro da pele, transportando consigo uma grande quantidade de gases venenosos gerados pela alimentação que tomamos, alimentação essa escolhida mais para agradar aos olhos ou ao paladar que pelo valor nutritivo que possa ter.
Essa radiação vital da força vital etérica é tão forte que não somente retira os venenos do corpo, mas impede também a entrada de organismos deletérios, seguindo o mesmo princípio que torna impossível a entrada de moscas e outros insetos num prédio através de uma abertura onde tenha sido instalado um exaustor de ar que envie a corrente aérea para o exterior. Tão logo pare o exaustor, o caminho está aberto às várias classes de insetos que infestam nossos edifícios. De modo semelhante, se por qualquer razão o organismo humano torna-se incapaz de assimilar uma quantidade suficiente de força vital, a fim de conservar sua emanação radiante, é também possível aos temíveis micro-organismos entrar e estabelecerem-se no corpo, onde começam suas devastações com posterior detrimento para a saúde. Em vista desses fatos, a prevenção das doenças resume-se em conservar o sistema desimpedido, de modo a permitir que a força vital radiante possa fluir sem obstáculos. Quando se instalam condições doentias, o processo curador deve ter o efeito de abrir os canais obstruídos para um melhor sucesso.
O Dr. Harvey W. Wiley, antigo diretor do Departamento de Química em Washington, disse, certa vez, que o melhor meio de curar um resfriado é apanhar um vidro de xarope contra a tosse, colocá-lo sobre a mesa do quarto do doente, abrir todas as janelas e atirar o vidro através de uma delas.
Em outras palavras, em lugar de xaropes e outros remédios para resfriados, devemos consumir ar fresco e puro em abundância. Sem dúvida alguma, há muita sabedoria nessa recomendação, mas não é inteiramente suficiente. Se ele tivesse dito: “Tragam também para o doente um bom desjejum, almoço e jantar e joguem tudo isso no mesmo lugar do vidro de remédio”, ele ter-se-ia aproximado mais do meio de curar uma gripe. Pode-se dizer, sem receio de contradição, que o maior número de doenças, que dizem ser herdadas pela carne, provém do excesso de comida, alimentação não adequada e mastigação insuficiente. Essa última talvez seja a maior de nossas faltas.
O Barão de Munchausen, o célebre campeão das mentiras, relata que quando visitou a Lua observou que seus habitantes cozinhavam os alimentos do mesmo modo que nós aqui na Terra, mas, em lugar de sentar-se a uma mesa e comê-los aos poucos, eles simplesmente abriam uma portinhola no lado esquerdo do corpo e colocavam por ali a comida no estômago. Ainda não chegamos a esse ponto, mas estamos muito próximos. O modo pelo qual o americano médio engole sua comida é simplesmente deplorável, para não dizer outras coisas. As casas de refeições rápidas, com seus assentos incômodos onde é impossível descansar e relaxar o corpo enquanto se tomam aquelas pseudorrefeições, são uma ameaça nacional. Todos os que se sentam nesses lugares parecem estar dispostos a bater um recorde de deglutição da maior quantidade de alimentos no espaço de tempo mais curto possível. Os métodos abomináveis de preservar tudo em gelo durante meses a fim de que certos intermediários e atacadistas possam fazer os preços subir, só aumentam os perigos da má saúde, que ameaçam toda a comunidade num mundo chamado civilizado, onde esses discutíveis métodos modernos estão em voga. Com esses alimentos “puros” sobrecarregados de venenos, nós nos esforçamos em construir nossos corpos e isso, como é bem sabido, é feito pela transformação desse alimento em sangue, sendo o resto eliminado como excreções.
É hábito da profissão médica zelar para que a eliminação dos resíduos se faça corretamente, não importa qual seja a doença. Qualquer pessoa que queira cortar um resfriado deve necessariamente imitar esse método sábio e providenciar para que a função excretória se efetue corretamente e seja estimulada ao mais alto grau possível, pois essa é uma medida importante de livrar o sistema e torná-lo capaz de deixar o fluxo de força vital escoar-se através dele novamente. A outra porção de alimento que se transforma em sangue não permanece no estado fluídico, mas evapora-se, ou melhor, eteriza-se de acordo com o desenvolvimento do Ego em cujo corpo ele flui. Ele se escoa através de todo o corpo, como o vapor através de uma caldeira, e quando entra em contato com o ar frio através dos poros obstruídos por uma quantidade supérflua de veneno alimentar e parcialmente anestesiados a ponto de não responderem aos impulsos nervosos que tendem a fechá-los parcialmente contra o frio, o sangue liquefaz-se total ou parcialmente, e torna-se um obstáculo e um empecilho àquela outra parte da corrente sanguínea que não está afetada. Como resultado, são gerados micro-organismos que formam a indisposição que sentimos como um resfriado.
Uma pessoa ferida que perde uma certa quantidade de sangue sente-se fraca. Isso também acontece com as pessoas cujo sangue enregelou-se, e aquele que tem um resfriado deve despender maior esforço a fim de expelir os resíduos nocivos antes que possa curar-se. A glutonaria, a má alimentação e a mastigação defeituosa não são as únicas causas dos resfriados. É um fato bem conhecido por todos os ocultistas, que tudo o que há no mundo visível é a manifestação de algo que pré-existia nos reinos invisíveis da natureza, e o resfriado não é uma exceção à regra. Quando sabemos que há uma imutável Lei de Causa e Efeito, e que não pode haver efeito sem uma causa adequada e subjacente, poderemos verificar facilmente a verdade dessa asserção. É também certo que nada nos ocorre sem que o tenhamos merecido, portanto, se procurarmos as causas no reino invisível, verificamos que elas têm, naturalmente, algo a ver conosco.
O resfriado que sentimos aqui e que nos é tão desagradável, é um resultado de algo que existia dentro de nós previamente, mas o quê? A essa pergunta podemos responder confiantes que nossa própria atitude mental é um fator de suma importância no estado de nossa saúde. Esse fato é bem conhecido por toda a ciência médica e por todos os observadores. Verificaremos que uma pessoa que é sempre otimista, que está sempre alegre, pronta a expandir-se num largo sorriso, será particularmente imune a resfriados ou a outras doenças. Pelo contrário, uma pessoa que tem a boca caída e o rosto fechado, que está sempre se aborrecendo com coisas que nunca se realizam e persistentemente toma uma atitude de raiva e malignidade contra seus inimigos imaginários ou reais, com essa atitude mental encolhe-se numa casca e impede a assimilação das forças etéricas vitais radiantes. Ela é, portanto, uma presa fácil das doenças que acometem a carne. Não poderá ser curada nem por toda a medicina antes que abandone seu modo negro de encarar a vida.
Os dois casos citados são naturalmente extremos, há todas as gradações, bem como misturas das duas naturezas. É fácil verificar, contudo, que a saúde de uma pessoa varia quase na mesma razão com que varia seu modo de enfrentar a vida.
Das notas precedentes podemos deduzir o seguinte: a melhor proteção da saúde é uma atitude otimista do espírito, que deve encarar a vida sem temor e ver em cada pessoa um amigo.
Deve haver também discriminação e circunspecção na escolha dos alimentos. Devemos evitar os excessos. É melhor comer pouco do que muito, e devemos exigir um assento confortável onde possamos relaxar o corpo enquanto mastigamos lentamente nossas refeições.
Devemos também dar bastante atenção ao assunto da eliminação, e quando ela não estiver normal, certos alimentos ricos em celulose poderão reconduzi-la a uma ação perfeita.
Resumindo: devemos cultivar a alegria e ser moderados na alimentação. A jovialidade, a temperança ao comer e a eliminação correta, formam uma composição que curaria todas as doenças que afligem a carne.
A ciência está aprendendo, gradualmente, as verdades anteriormente ensinadas pela ciência oculta, e sua atenção está sendo voltada para as glândulas endócrinas, que lhes darão a solução de muitos mistérios. Contudo, não parecem estar inteirados ainda de que há uma ligação física entre o corpo pituitário, o principal órgão de assimilação e, portanto, do crescimento, e as glândulas suprarrenais, que eliminam os resíduos e assimilam as proteínas. Elas também estão ligadas fisicamente com o baço, o timo e as glândulas tireoides. Nessa ligação, é significativo, do ponto de vista astrológico, que o corpo pituitário é regido por Urano, que é a oitava superior de Vênus, o regulador do Plexo Celíaco, onde está localizado o Átomo-semente do Corpo Vital. Desse modo, Vênus guarda a entrada do fluido vital que nos vem diretamente do Sol através do baço, e Urano é o guardião da porta de entrada do alimento físico. É a função dessas duas correntes que produz o poder latente armazenado em nosso Corpo Vital, até que seja convertido em energia dinâmica pela natureza marcial do desejo.
(Pergunta 51 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas Vol. II, de Max Heindel)
Pergunta: Quando alguém que trabalhou inconscientemente como Auxiliar Invisível abandona o corpo, ao morrer, reconhecerá no Mundo Espiritual aqueles com quem trabalhou à noite, ou essas experiências não ficam registradas?
Resposta: As experiências de um Auxiliar Invisível que trabalha inconscientemente nos Mundos invisíveis durante o sono físico podem ser comparadas a um sonho que ele não lembrará ao acordar. Não obstante, as experiências são assim mesmo armazenadas no Átomo-semente e formarão parte do panorama da sua vida, de modo que, ao deixar o corpo no momento da morte, ele verá tudo que lhe aconteceu, acordado ou adormecido, durante o período vivido no corpo. Nesse caso, a lembrança do que aconteceu não será exatamente a mesma do que teria sido se ele tivesse passado isso conscientemente, contudo, ele obterá do panorama da vida um conhecimento e uma ideia do que foi realizado. Embora não sinta a mesma sensação como se tivesse passado pela experiência conscientemente, logo acostumar-se-á a crer e a entender que o que lhe pareceu um sonho foi, na verdade, uma experiência perfeitamente real.
(Pergunta 47 do Livro Perguntas e Respostas – Vol. I, de Max Heindel)
Pergunta: Soube de um caso em que uma mulher foi operada e seu baço removido. Segundo os Ensinamentos Rosacruzes, o baço representa a porta de entrada das forças solares que vitalizam o corpo e, na contraparte etérica desse Órgão, a energia solar é transmutada num fluido vital cor-de-rosa pálido, que daí se espalha por todo o sistema nervoso. Aprendemos também que os raios do Sol são irradiados diretamente ou refletidos pelos Astros ou pela Lua. Os raios diretos do Sol dão iluminação espiritual, e os recebidos dos Astros geram inteligência, moralidade e crescimento anímico. No caso acima descrito, a contraparte etérica continua a realizar o seu trabalho, ou desintegra-se da mesma forma que a contraparte etérica de um braço ou perna amputada? Se assim for, qual o efeito sobre a pessoa operada?
Resposta: Sua afirmação está correta quanto aos Ensinamentos Rosacruzes, exceto quando declara que a energia solar é transmutada no baço num fluido cor-de-rosa pálido. O baço é o portão das forças solares, mas a transmutação à qual se refere ocorre no plexo celíaco, onde o Átomo-semente prismático do Corpo Vital está localizado.
Com relação ao que ocorre depois do baço ter sido removido, será bom lembrar que o corpo físico se adapta tanto quanto possível às condições alteradas. Se uma ferida em certa parte do corpo impede que o sangue flua pelos canais normais, ele procurará outro conjunto de veias para restabelecer o seu circuito. Mas um órgão nunca se atrofia enquanto puder servir a qualquer propósito útil. O mesmo ocorre com o Corpo Vital composto dos Éteres. Quando um braço ou um membro são amputados, a contraparte etérica desse membro não é mais solicitada para a organização do corpo, portanto, ela definha gradualmente. Mas, no caso de um órgão como o baço, em que a contraparte etérica tem uma função importante como porta de entrada para a energia solar, naturalmente tal desintegração não ocorre.
Também devemos nos lembrar que onde quer que a doença se manifeste no veículo físico, a parte correspondente do Corpo Vital enfraquece, adelgaça-se e adoece primeiro. A falta do suprimento dessa necessária energia vital foi que causou a manifestação dos sintomas físicos da doença. Reciprocamente, quando a saúde é restaurada, o Corpo Vital é o primeiro a recuperar-se, e esta convalescença manifesta-se a seguir no Corpo Denso. Por conseguinte, se o baço físico está doente, é uma conclusão previsível achar que a contraparte etérica está também num estado de saúde abaixo do normal, mas a conveniência de remover o órgão é duvidosa. No entanto, se isto já tiver sido feito, o corpo procurará adaptar-se à nova condição e a contraparte etérica do baço continuará a funcionar como antes.
(Pergunta 46 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas Vol. II, de Max Heindel)
Resposta: Supomos que esta pergunta se refere ao tratamento magnético da doença, e podemos dizer que este método de cura consiste inteiramente na remoção das vibrações doentias pela absorção destas no corpo do curador, que deve ter suficiente vitalidade para lançá-las fora de si, caso contrário, ele também ficará doente. A questão já foi explicada anteriormente em nossa literatura, mas, se for analisada sob outro ângulo, poderá tornar-se interessante ou instrutiva.
Quando alguém observa com a visão espiritual uma pessoa doente, o corpo vital do paciente parecerá delgado e macilento na proporção dos estragos causados pela doença. Não haverá linhas radiantes saindo dele como quando seu corpo está são, mas veremos uma emanação doentia em forma de redemoinhos e espirais suspensos junto ao Corpo Denso. Ao invés da cor púrpura rosada, geralmente observamos uma cor cinza-escura em várias partes, e o lugar particularmente atingido encontra-se envolto em algo parecido a uma massa gelatinosa preta.
Reconhecemos isto como vibrações da enfermidade, e quando a pessoa é submetida a um tratamento de cura magnético, é esta massa preta venenosa que é absorvida pelas mãos do curador. Quando ele a joga fora por um movimento vigoroso dos braços, ela cai no chão. Se o paciente estiver perto dessa massa caída, ele a reabsorverá. Portanto, o autor costuma sempre lançar estas emanações para fora da janela ou numa lareira onde elas possam ser queimadas. Assim, não causarão mais danos.
Enquanto estamos abordando este assunto, será útil expor outro aspecto da questão, assim como o método de cura. Quando um órgão está doente, ele gera uma substância tóxica que o envolve impedindo que as correntes do Corpo Vital passem através dele. A função do curador magnético é simplesmente limpar o órgão desses miasmas, abrindo assim o caminho para o influxo das correntes vitalizadoras que favorecem a saúde. Geralmente, o alívio é temporário, pois o órgão fraco e doente continua a produzir esses miasmas, o que leva o curador magnético a ter que agir novamente. Esse tratamento prossegue até que as correntes vitais se tornem suficientemente fortes para elas próprias neutralizarem e expulsarem essa substância tóxica, limpando assim o órgão. Então, a saúde é restabelecida.
O médico osteopata enfoca o assunto do ângulo oposto, manipulando os nervos, que são as avenidas para as correntes vitais. Isto fortalece essas correntes que começam a dispersar o miasma que está na parte afetada do corpo. No entanto, isto requer uma série de tratamentos para que a saúde se restabeleça, pois, o miasma tóxico bloqueia novamente os nervos logo após o médico interromper as suas manipulações. Por conseguinte, parece ao autor, embora nunca tenha tentado isto, que uma combinação dos dois métodos, a abertura das correntes nervosas fortalecendo-as por meio dos tratamentos osteopáticos e, ao mesmo tempo, a remoção do miasma tóxico pela cura magnética, tendo o cuidado de queimá-lo ou eliminá-lo, facilitaria maravilhosamente o tratamento da doença.
(Perg. 43 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Resposta: Se lêssemos nas entrelinhas, sentiríamos nesta pergunta duas dificuldades muito comuns na prática da Osteopatia e aos métodos afins de tratamento pela imposição das mãos. Nesse processo há duas operações distintas. Uma, é a de retirar do paciente uma substância venenosa e prejudicial, provocadora da doença; a outra, consiste numa emissão de energia vital realizada pelo próprio médico. Todos que já realizaram esse tipo de trabalho sabem disto, porque foi e é sentido pelos que obtiveram sucesso por essa forma. No entanto, a menos que o médico ou curador estejam transbordando saúde, duas coisas são passíveis de acontecer: ou o miasma humano retirado do paciente poderá afligi-lo de modo que, para usar uma expressão comum, “eles passam a assumir o estado” do paciente ou, ao transmitirem uma quantidade expressiva da sua própria energia vital, ficarão completamente exauridos. Ambas as condições podem combinar-se e, então, chega o dia em que o médico ou o curador fica completamente esgotado e é forçado a repousar.
Curadores magnéticos, considerados não científicos, escapam frequentemente da primeira condição citada “livrando-se do magnetismo”, como dizem, mas estão todos sujeitos a um esgotamento. Isso é algo que ninguém consegue escapar, salvo aquele que pode ver o eflúvio etérico que extrai e o fluido vital que transmite. A maioria das pessoas atuam como vampiros quando doentes, e quanto mais fortes e robustas elas normalmente são, pior se tornam quando a doença as derruba na cama.
Nunca me senti tão doente como depois de ter tratado um gigante que, ao sofrer de uma intensa inflamação dos rins, ficou acamado por mais de duas semanas. Assistir à sua agonia foi terrível, e dei-me inteiramente a ele, chegando a um estado de esgotamento total. O paciente, no entanto, levantou-se no dia seguinte melhor do que nunca. Tinha-lhe transferido a minha vitalidade, e eu absorvi a sua doença ou, pelo menos, os eflúvios dela, dos quais só consegui me livrar após três dias. Isso aconteceu, claro, antes de _eu ter adquirido a visão espiritual.
Desde então, adquiri um conhecimento considerável neste campo, e o consulente achará a seguinte indicação valiosa por evitar essas condições indesejáveis: Primeiro, fixe o seu pensamento firmemente de maneira a não permitir que o eflúvio miasmático que deixa o corpo do paciente penetre em seu corpo além do cotovelo.
Segundo, ao ministrar o tratamento deixe o paciente de vez em quando e lave as suas mãos, se possível, com água corrente, mas, de qualquer maneira, lave-as sempre e troque a água tantas vezes quanto possível. A água tem um efeito duplo. Em primeiro lugar, o miasma saindo do corpo do paciente tem uma afinidade com a água. Em segundo lugar, a umidade que fica em suas mãos capacita-o a retirar o miasma do paciente numa medida que, de outra forma, ser-lhe-ia difícil.
O princípio que rege este processo é o mesmo quando pegamos os eletrodos de um acumulador elétrico e colocamo-los na água. Assim, descobrimos que o efeito da eletricidade se intensifica muitas vezes mais se tentarmos tocar a água.
Da mesma forma conosco: seríamos o acumulador elétrico no caso, e nossas mãos estando úmidas iriam atrair o miasma para nós numa intensidade muito maior do que de outra forma. Se as condições não permitirem a obtenção de água, devemos tentar livrar-nos do magnetismo, mas será necessário sermos cautelosos, porque quando lançamos o magnetismo para fora, ele é atraído para a terra por estar sujeito à gravidade. Para a visão espiritual, é um fluido escuro, um tanto preto, semelhante a uma gelatina. Ele fica no solo tremeluzindo e ondulando. Mas, se o paciente aliviado levantar-se da cama onde o tratamento foi feito e for para o local onde este magnetismo foi jogado, o miasma entrará novamente no seu corpo e ele ficará em piores condições do que antes de ter iniciado o tratamento. Portanto, o melhor procedimento é lançar esse miasma para fora da janela, ou ainda melhor, colocá-lo numa lareira e queima-lo.
Segundo o que foi dito, torna-se evidente que a imposição das mãos é algo que não deveria ser praticado indiscriminadamente por qualquer um que não tenha passado por um período de treinamento numa das várias escolas adequadamente equipadas de Osteopatia, Quiroprática, etc. Na escola Rosacruz, os Probacionistas que levam vidas dignas são treinados sob a orientação especial dos Irmãos Maiores.
(Perg. 42 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Qual o efeito da morfina sobre aqueles que se viciaram? Quando uma pessoa permanece gravemente doente por um longo período de tempo e, devido ao sofrimento intenso, é mantida por muitos dias inconsciente por meio de doses consideráveis de morfina, quando deixa a vida terrena nesse estado, o espírito liberto está consciente ao abandonar o corpo? Qual a condição dessa pessoa comparada àquela que morre subitamente e em plena posse de todas as suas faculdades?
Resposta: O uso da morfina e de outros narcóticos em doses muito pequenas, como as que são geralmente tomadas pelo viciado comum, têm um efeito amortecedor sobre os nervos, tornando o Espírito menos sensível no corpo, num estado semelhante ao Espírito liberto quando abandona o veículo físico. Sob tais condições, as faculdades mentais melhoram, e a pessoa sente tal bem-estar mental e físico que lhe parece estar no próprio paraíso, até que a reação começa a manifestar-se. Então, passa a sofrer os suplícios do inferno e, consequentemente, ingere doses maiores para recuperar a sensação anterior de bem-estar.
Quando a morfina é ministrada em grandes doses, ela produz um estado parecido ao da pessoa que falece sob o efeito de um anestésico. O autor conheceu várias pessoas que se enquadram nesse último caso, mas nunca observou uma que tivesse falecido sob a ação da morfina, por conseguinte, não pode dar as informações pedidas.
Mas as pessoas que morreram sob o efeito de anestésicos estavam tão conscientes quanto o ser humano comum após a ruptura do cordão prateado. Assistiram o desenrolar do panorama de sua vida da mesma forma que a pessoa que falece normalmente, e não tiveram experiências diferentes. Portanto, diríamos que alguém que falece sob o efeito da morfina provavelmente não passa por experiências mais desagradáveis devido à droga que lhe foi administrada antes de desligar-se. Acreditamos que a primeira sensação será de alívio por ter escapado ao sofrimento inerente a qualquer doença grave que precede a morte do corpo físico. Essa sensação de alívio é comum a todos aqueles que sofreram, não importa se consciente ou inconscientemente. Sentem-se profundamente gratos por isso ter passado, e dificilmente compreendem que não existem doenças na terra dos mortos que vivem, para a qual eles vão ao deixar este mundo.
(Perg. 39 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: É justificável a atitude dos médicos que permitem que uma criança fadada à idiotia e à deficiência física morra quando uma operação lhe permitiria viver? Um idiota ou um insano ganhará alguma experiência compensadora no decorrer de sua vida? O Ego estará consciente da deficiência da Mente e do Corpo durante tal vida? Em tais condições consegue aprender alguma coisa? Podemos classificar a insanidade como doença hereditária?
Resposta: Suponhamos que uma criança sofra um acidente enquanto criança, um golpe na cabeça e, em consequência, tornou-se deficiente ou ficou até em estado de coma. Ninguém hesitaria um só momento em tentar a operação de trepanação para que, ao se aliviar a pressão exercida no crânio, a criança pudesse ser trazida ao seu estado normal de consciência. Portanto, por que uma criança retardada não deveria receber os mesmos cuidados, e tudo que estiver ao alcance dos médicos para ajudá-la? Seria considerado um ato criminoso permitir que uma criança normal morra por falta de cuidados. Igualmente imperdoável essa omissão no caso de uma criança que nasceu destinada a ser idiota, pois quando o Ego alcança o útero a fim de adquirir as experiências desta vida física, é nosso dever apoiar os seus esforços de todas as maneiras possíveis.
O Ego adquire experiência por meio de uma vida insana, mas o Ego em si mesmo nunca é insano. O que produz a insanidade é uma ligação falha entre os seus vários veículos, isto é, entre a Mente e o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso. Quando a conexão entre os centros cerebrais e o Corpo Vital é imperfeita, temos o idiota, frequentemente um melancólico, mas inofensivo.
Quando a conexão deficiente se dá entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, as condições são um tanto parecidas, mas incluem a classe de seres cujo controle muscular é deficiente, como na epilepsia, na dança de São Vito, etc.
Quando a conexão entre o Corpo de Desejos e a Mente é rompida ou falha, temos o maníaco furioso que é violento e perigoso. E quando a conexão está falha entre o Ego e a Mente, temos o que podemos chamar de ser humano sem alma, o mais perigoso de todos, dotado de uma astúcia que é usada geralmente, em algum momento inesperado, da forma mais diabólica.
Se considerarmos o Corpo ou os diferentes Corpos como instrumentos musicais sobre os quais o Ego se expressa, então, quando todas as conexões são perfeitas, o Ego pode produzir uma sinfonia de vida mais ou menos bela, de acordo com o seu estágio evolutivo. Mas quando as ligações se apresentam deficientes ou rompidas, o Ego é como um músico forçado a exercer o seu talento com um instrumento onde faltam várias cordas e, em consequência, ele só emite sons dissonantes. Para o músico, seria torturante ter de tocar num instrumento tão defeituoso. O mesmo ocorre com o Ego aprisionado num Corpo cujo controle normal lhe foi tirado. Por razões a serem procuradas em vidas passadas, ele é forçado a permanecer dentro de um Corpo que não pode controlar, e sofrerá mais ou menos intensamente de acordo com o seu estágio de evolução. Entretanto, está aprendendo uma determinada lição na escola da vida, que é necessária para torná-lo perfeito. E uma situação triste, mas embora o tempo de vida pareça ser muito longo, é apenas um momento fugaz dentro da vida infinita do Espírito.
Podemos consolar-nos ao saber que tal Ego, ao retornar à Terra, terá um Corpo normal desde que a lição tenha sido aprendida.
Em relação à última parte da pergunta, se a insanidade pode ou não ser hereditária, podemos responder afirmativa ou negativamente conforme o aspecto do problema a ser considerado. Do ponto de vista espiritual, não é hereditária, pois, como já foi dito, a insanidade não é um defeito do Ego. Devido a um desvio de seu caráter, não pôde construir um Corpo normal, assim, por associação, será atraído para uma família similarmente afligida.
Isto sustenta-se no mesmo princípio que pessoas com carácter parecido sempre procuram a companhia de outras semelhantes. Como diz o velho ditado: “cada qual com o seu igual”. Os músicos reúnem-se nos salões de música, nos concertos, e outros lugares afins. Procuram nascer em famílias de músicos onde encontrarão os instrumentos que necessitam, como dedos longos e esguios, e um ouvido com canais semicirculares dispostos de forma adequada, o que lhes conferirá condições para expressar-se através da música. Os esportistas e os jogadores convivem nas pistas de corridas e nas casas de jogo. Os ladrões têm seus refúgios, e assim por diante.
Similarmente, os que são atingidos por uma certa deficiência em sua personalidade são atraídos por famílias que apresentam a mesma deficiência. Por essa razão, se examinarmos o problema da insanidade sob o aspecto da forma, poder-se-á dizer que é hereditária.
Os cientistas, que só consideram o assunto do ponto de vista da forma, são de opinião que ao limitar a reprodução dos deficientes, poderão erradicar a enfermidade.
Mas, da mesma forma que as secreções do Corpo da lesma são expelidas gradualmente para que se cristalizem formando a concha dura e pedregosa que ela carrega nas costas, assim também os atos do Ego se cristalizam gradualmente num Corpo dentro do qual o Espírito deve residir até que surtam o efeito desejado. O alívio nunca será conseguido se o trabalho for realizado somente com ou sobre o Corpo físico, da mesma forma que uma lesma doente nunca será curada se tratarmos apenas a concha.
Emerson disse verdadeiramente que: “um ser humano doente é um delinquente preso em flagrante infringindo as leis da natureza”. Os insanos estão nesta categoria, e se desejarmos curá-los, temos de usar os meios espirituais de educação. Todos os outros métodos são apenas paliativos: não alcançam a fonte da doença.
(Perg. 40 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)