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As Nove Sinfonias de Beethoven – Correlacionadas com as Nove Iniciações Menores – Quarta Sinfonia

AS NOVE SINFONIAS DE BEETHOVEN – Correlacionadas com as Nove Iniciações Menores – Quarta Sinfonia

Por Corinne Heline

CAPÍTULO IV – QUARTA SINFONIA – SI BEMOL MAIOR – OPUS 60

“A Quarta Sinfonia é como uma donzela grega entre dois gigantes Nórdicos.”

Robert Schumann[1]

A Quarta das Nove Sinfonias foi composta no verão de 1806. Foi feita numa das mais agradáveis cercanias e sob condições de serenidade interna e externa. À sinfonia, que então surgiu, Romaine Rolland[2] se referiu poeticamente como “uma pura e perfumada flor que guarda como um tesouro o perfume daqueles dias”.

Foi dito anteriormente que o número “três” (força) é uma emanação masculina dos valores vibratórios combinados do número “um” (poder) e do número “dois” (amor). O número “quatro” (beleza) é uma emanação feminina formada pela mistura do número “um” (poder), número “dois” (amor) e número “três” (força). Assim, há uma íntima relação entre força e beleza. As duas principais colunas na entrada do Templo de Salomão têm gravadas as palavras força e beleza. É interessante notar que vários escritores encontram nas Sinfonias de Beethoven uma estreita relação entre a Terceira e a Quarta. A Terceira Sinfonia está centralizada em poder e força e a Quarta Sinfonia, em amor e beleza. “Em suas características masculinas”, escreve Alexander Wheelock Thayer[3], “Beethoven atinge o cimo das montanhas com fogo celestial; em suas características femininas, ele enche os vales com doçura celestial”. Esta, a proeminentemente feminina Quarta Sinfonia, ele ouve como a “sinfonia do sonho”.

No desenvolvimento da força anímica pura, a beleza está sempre latente em seu coração, e a essência da verdadeira beleza espiritual será sempre encontrada para possuir uma certa força interna. A Quarta Sinfonia tem sido chamada de Sinfonia da felicidade e seus quatro movimentos identificados com as qualidades de serenidade, felicidade, beleza e paz.

Considerando as quatro partes, o introdutório Adagio é caracterizado por uma doçura angelical; possui uma profunda e mística serenidade. “Sua forma é tão pura e o efeito de sua melodia tão angelical”, escreve Hector Berlioz, “e tão irresistível ternura que a arte prodigiosa através da qual essa perfeição é atingida desaparece completamente. Desde os primeiros compassos, somos tomados por uma emoção que chega ao final tão poderosa em sua intensidade, que só entre os gigantes da arte poética podemos encontrar algo comparável com essa sublime página do gigante da música”; ele conclui, “a impressão produzida por esse Adagio se parece com aquela que experimentamos quando lemos o comovente episódio de Francesca da Rimini[4] na Divina Comédia[5].

O segundo movimento, um Adagio em Mi bemol Maior, respira um fervor que outra vez alguns comentaristas procuraram ligar à vida amorosa pessoal do compositor. Mas aqui, Berlioz, como Wagner, percebe a verdadeira, sublime e impessoal fonte de inspiração de Beethoven. “O ser que escreveu tal maravilha de inspiração como esse movimento”, diz Berlioz, “não é um homem. Deve ser a canção do Arcanjo Miguel quando contempla a sublevação do limiar do Céu”.

O terceiro movimento (Allegro Vivace[6]) invoca um completo deleite. É brilhante e fascinante. Há felicidade nas cordas, nos instrumentos de sopro e no harmônico soar dos tambores. É uma verdadeira canção de beleza que a alma receptiva vem realizar como imortal em si mesma, não tendo nem começo nem fim. Nesse ponto, somos levados a exclamar com Wagner de que é música que não pode ser entendida de outra forma a não ser através da “ideia de magia”.

O Finale termina numa “brilhante perspectiva em que a harmonia dos Mundos visível e invisíveis se encontram e se comunicam. Ele respira uma doce e terna bênção de paz. É a paz que vem só para a alma que aprendeu a transmutar as dificuldades e problemas em pura beleza anímica. O mais alto significado do número “quatro” é essa habilidade do iluminado, ou cristianizado, se elevar sobre as limitações da vida humana e vagarosa, mas certamente, transformar o áspero Ashlar[7] em um perfeito cuboide.

A QUARTA INICIAÇÃO

A Quarta Iniciação está relacionada com a quarta camada da Terra chamada de Estrato Aquoso. Lá estão refletidas as forças da esfera mental da Terra conhecida como Região do Pensamento Concreto. A Terceira Iniciação tem a ver com a superação da natureza de desejo. O próximo passo na realização é a iluminação ou espiritualização da Mente. Isso envolve longos e árduos processos e necessita de muitas vidas para sua completa consumação. Para a pessoa comum, a Mente é escrava da Personalidade. A vida está completamente centrada no “Eu” ou naquilo que se relaciona com a vida pessoal. Quando o ser entra no Caminho, aprende a desligar a Mente da Personalidade gradualmente e a ligá-la com o Espírito. É então que a Mente se torna uma luz, uma luz que ilumina o mundo. A vida e o trabalho de tal ser traz a marca da imortalidade.

Um dos mais profundos livros da Bíblia e uma das mais belas lendas iniciáticas em toda a literatura mundial é o Livro de Jó. É a história do Grande Triunfo. Enquanto o Espírito está ligado aos três amigos, o Corpo Denso, o Corpo de Desejos e a Mente, a Personalidade está sujeita a todas as dificuldades e limitações da vida física tais como pobreza, doença e morte.

O acontecimento supremo na vida de Jó foi o aparecimento de Eliú[8]. Sua vinda vitoriosa representa a separação da Mente da Personalidade e sua união com o Espírito. Essa iluminação ou Cristianização da Mente é a realização relatada na Quarta Iniciação e descrita musicalmente na Quarta Sinfonia. Quando Jó alcança esse estágio de desenvolvimento espiritual, seu Corpo Denso é recuperado, sua saúde se restabelece e até a vida de seus filhos é restituída. Jó é agora, nas palavras do poeta, “o senhor de seu destino e o capitão de sua alma”[9].

Na Quarta Iniciação, as forças do Mundo do Pensamento estão refletidas na quarta camada, chamada de Estrato Aquoso. Esse reino não é composto de água como pensamos desse elemento, mas é cheio de uma névoa luminosa e prateada, na qual estão refletidos os modelos arquetípicos que estão por trás de todas as coisas criadas.

O Mundo do Pensamento Concreto, onde está o Segundo Céu, é o lar de todos esses modelos arquetípicos. É lá, entre as vidas na Terra, que o Ego passa muito tempo aprendendo como construir o Arquétipo que será o modelo do seu próximo corpo terreno.

É importante notar que é no plano mental que esses modelos arquetípicos são construídos, pois isso nos dá um conceito mais claro do tremendo poder do pensamento criador. Na Quarta Iniciação, o candidato aprende como usar o poder construtivo e criativo do pensamento e a realização de que, por esse modo, ele constrói ou destrói sua vida. Pelo poder do pensamento, ele pode se degradar ou se glorificar. Os movimentos metafísicos Cristãos estão prestando um importantíssimo serviço no mundo de hoje ao considerarem o poder do pensamento construtivo como seu ensinamento fundamental. É verdade que os pensamentos são coisas. A Bíblia expressa essa profunda verdade na citação: “Como um homem pensa em seu coração, assim ele é.”[10].


[1] N.T.: Robert Alexander Schumann (1810-1856) foi um pianista, compositor e crítico musical alemão.

[2] N.T.: Romain Rolland (1866-1944) foi um novelista, biógrafo e músico francês.

[3] N.T.: Alexander Wheelock Thayer (1817-1897) foi um bibliotecário e jornalista americano que se tornou o autor da primeira biografia acadêmica de Ludwig van Beethoven, ainda após muitas atualizações considerada uma obra padrão de referência sobre o compositor.

[4] N.T.: Francesca da Rimini (Francisca da Polenta) (1255–1285) foi uma nobre medieval italiana, filha de Guido da Polenta, governante de Ravena, fonte de inspiração de Dante Alighieri, que a retratou na Divina Comédia. Seu pai, Guido da Polenta, era o governante da cidade e estava em guerra com a família Malatesta, de Rimini. Quando as famílias negociaram um acordo de paz, por conveniência, Guido concedeu Francesca em casamento para Giovanni Malatesta (Gianciotto), o filho mais velho de Malatesta da Verucchio, lorde de Rimini. Giovanni era um homem culto, porém de péssima aparência e tinha o corpo deformado. Guido sabia que Francesca não concordaria com o casamento de modo que ele foi realizado por procuração através do irmão mais novo, Paolo Malatesta, que era jovem e bonito. Francesca e Paolo não demoraram a se apaixonar. De acordo com Dante, Francesca e Paolo foram seduzidos pela leitura da história de Lancelote e Ginevra, e se tornaram amantes. Posteriormente foram surpreendidos e assassinados por Giovanni. Dante utilizou o romance de Lancelot, a fim de caber no âmbito do regime de amor poesia lírica, que emula Francesca no Canto V do Inferno.

[5] N.T.: A Divina Comédia (em italiano: La Divina Commedia, originalmente Comedìa e, mais tarde, denominada Divina Comédia por Giovanni Boccaccio) é um poema de viés épico e teológico da literatura italiana e mundial, escrito por Dante Alighieri no século XIV e dividido em três partes: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso.

[6] N.T.: Chama-se de andamento o grau de velocidade do compasso. No italiano, idioma utilizado tradicionalmente na música, andamento se traduz como tempo, frequentemente usado como marca em partituras. Por exemplo o Allegrissimo ou Allegro vivace – é muito rápido: 172–176 bpm (batidas por minuto).

[7] N.T.: Ashlar é a melhor unidade de alvenaria de pedra, geralmente cuboide retangular, mencionada por Vitruvius como opus isodomum, ou menos frequentemente trapezoidal. Cortado com precisão “em todas as faces adjacentes às de outras pedras”, o silhar é capaz de fazer juntas muito finas entre os blocos, e a face visível da pedra pode ter a face da pedreira ou apresentam uma variedade de tratamentos: trabalhado, polido suavemente ou processado com outro material para efeito decorativo. Os blocos de Ashlar têm sido usados ​​na construção de muitos edifícios como uma alternativa ao tijolo ou outros materiais. A palavra é atestada no inglês médio e deriva do francês antigo aisselier, do latim axilla, diminutivo de axis, que significa “prancha”.

[8] N.T.: ou Elihu é um crítico de Jó e seus três amigos no Livro de Jó da Bíblia Hebraica. Diz-se que ele era filho de Barachel e descendente de Buz, que pode ter sido da linha de Abraão (Gn 22:20-21 menciona Buz como sobrinho de Abraão). Eliú é apresentado em Jó 32:2, no final do Livro de Jó. Seus discursos compreendem os capítulos 32-37, e ele abre seu discurso com mais modéstia do que os outros consoladores. Eliú se dirige a Jó pelo nome (Jó 33:1, 33:31, 37:14) e suas palavras diferem daquelas dos três amigos em que seus monólogos discutem a providência divina, que ele insiste estar cheia de sabedoria e misericórdia. O prefácio do narrador Jó 32:4-5 e as próprias palavras de Eliú em Jó 32:11 indicam que ele estava ouvindo atentamente a conversa entre Jó e os outros três homens. Ele também admite seu status como alguém que não é um ancião (32:6-7). Como revela o monólogo de Eliú, sua raiva contra os três anciãos era tão forte que ele não conseguia se conter (32:2-4). Um “jovem raivoso”, ele critica tanto Jó quanto seus amigos: Tenho palavras para responder a você e seus amigos também. Eliú afirma que os justos têm sua parte de prosperidade nesta vida, não menos que os ímpios. Ele ensina que Deus é supremo, e que a pessoa deve reconhecer e se submeter a essa supremacia por causa da sabedoria de Deus. Ele extrai exemplos de benignidade, por exemplo, das constantes maravilhas da criação e das estações. Os discursos de Elihu terminam abruptamente e ele desaparece “sem deixar rastro”, no final do Capítulo 37.

[9] N.T.: do poema “Invictus” do poeta inglês William Ernest Henley (1849–1903).

[10] N.T.: Pb 23:7

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Aqui a Quarta Sinfonia em MP3:

Beethoven- Symphony #4 In B Flat, Op. 60 – 1. Adagio, Allegro Vivace
Beethoven- Symphony #4 In B Flat, Op. 60 – 2. Adagio
Beethoven- Symphony #4 In B Flat, Op. 60 – 3. Allegro Vivace
Beethoven- Symphony #4 In B Flat, Op. 60 – 4. Allegro Ma Non Troppo
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A Música e a Construção dos Arquétipos dos nossos Corpos e da Mente

Observemos que as notas da escala musical: Do, Re, Mi, Fa, Sol, La, Si formam um intervalo de sete tons, a base da Harmonia das Sete Esferas. As vibrações de Urano e Netuno só atuaram no progresso material do ser humano muito depois da época de Pitágoras. Contudo, os mais avançados da humanidade estão começando a sentir suas vibrações. Os tons destes dois Planetas acrescentados aos sete, perfazem nove, o número da humanidade.

Os sete tons maiores da escala, quando tocados corretamente, possuem dentro de si os poderes criativos e construtores de Deus. A manifestação dos tons menores é subjetiva ou assimilativa por natureza, portanto, não criativa. O lar dos 5 tons menores é o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato).

Quando o Espírito abandona o Corpo Denso no momento da morte, ele passa pelo Mundo do Desejo, o Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Concreto (Segundo Céu), e o Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Abstrato (Terceiro Céu), onde permanece algum tempo antes de voltar a renascer na Terra. Quando chega o momento do renascimento, ele deixa o Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Abstrato e penetra no Mundo do Pensamento na Região do Pensamento Concreto.

Aí, a Música das Esferas põe imediatamente o Átomo-semente do Corpo Denso em vibração. Um dos sete Planetas vibra em particular harmonia com o Átomo-semente do Corpo Denso do Espírito. Cada tom planetário é modificado para adaptar se ao tom básico desse Planeta, em harmonia com o denso Átomo-semente do Corpo Denso do Espírito, tornando se, assim, o Regente planetário dessa particular vida terrena do Espírito.

Quando os tons dos vários Planetas se chocam com o ente do Corpo Denso, cada um, por Sua vez, ajuda a construir o Arquétipo do Espírito. Mais tarde, as linhas de força vibratórias, formadas no Arquétipo, atraem e ordenam adequadamente os átomos densos do Corpo Denso. Assim, tanto o Arquétipo quanto o Corpo Denso expressam, de forma acurada, a Harmonia das Esferas, exatamente como foi tocada durante o período da construção arquetípica.

O tempo transcorrido desde o momento em que o Espírito deixa o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato) até que penetre no corpo de sua futura mãe, é muito mais longo do que o período de gestação (9 meses), e varia de acordo com a complexidade da estrutura requerida pelo Espírito que aspira renascer. Nem o processo da construção do Arquétipo é contínuo, pois, sob certos Aspectos (Quadraturas, Trígonos, etc.) os Astros podem produzir notas às quais os poderes vibratórios do Átomo-semente não podem responder. E, mais uma vez, o Espírito simplesmente sussurra tons que já aprendeu e, assim empenhado, aguarda um novo tom que possa utilizar para construir melhor o organismo pelo qual deseja se expressar.

Também é requerido tempo para atrair o material necessário nas sete Regiões do Mundo do Desejo para daí construir um novo Corpo de Desejos. O Arquétipo controla a quantidade do material, e o átomo semente do Corpo de Desejos a sua qualidade. Na Região Etérica do Mundo Físico, esse material precisa ser atraído para um novo Corpo Vital, e os Anjos do Destino e seus agentes também separam uma porção dele para formar a matriz etérica do Corpo Denso que será construído mais tarde.

Lembremo-nos que estamos trabalhando agora sob a influência dos sete tons no meio do teclado do piano, a oitava do meio, havendo três oitavas de cada lado dela. Completamos as lições pertencentes às três oitavas mais baixas. Estamos aprendendo agora as lições pertencentes à oitava do meio.

Observemos que as lições pertencentes à oitava mais baixa no teclado do piano, Período de Saturno, estavam empenhadas na construção do Corpo Denso (nota-chave de Leão, La# maior) e no despertar dos poderes negativos do Espírito Divino.

As lições pertencentes à segunda oitava do teclado do piano, Período Solar, estavam correlacionadas aos tons produzidos por aquela oitava e estavam empenhadas na construção do Corpo Vital (Virgem, nota chave Do natural), e no despertar dos poderes negativos do Espírito de Vida, a Onda de Vida de Câncer, nota-chave Sol# maior.

As lições pertencentes aos tons da terceira oitava no teclado do piano (Período Lunar) estavam correlacionadas aos tons produzidos por aquela oitava. Elas dizem respeito à construção do Corpo de Desejos (Libra, nota-chave Ré maior) e ao despertar dos poderes negativos do Espírito Humano (Gêmeos, nota-chave Fa# maior).

As lições pertencentes à quarta oitava ou tom do meio, Período Terrestre, relacionam se com a construção da Mente e com o desenvolvimento da Mente; o mais importante desses tons para a humanidade atual é Fa maior, a nota-chave dos Senhores da Mente, os Sagitarianos. O ser humano, tendo adquirido seus Corpos Denso, Vital, de Desejos e a Mente precisa, durante o Período Terrestre, aprender a cuidar deles e a mantê-los em condições saudáveis. Isto depende quase inteiramente do estado da Mente.

Em geral, a Mente forma uma perfeita conexão entre o Espírito e seus três Corpos. No entanto, quando esta ligação se torna falha ou mesmo completamente rompida, sérios transtornos mentais poderão advir. Doenças mentais podem ocorrer na união da Mente descontrolada com o Corpo de Desejos, ou pelo prolongado som violento de uma ou de todas as vibrações astrais, sejam da Lua, Mercúrio, Urano ou Netuno. Usadas desta maneira, elas têm o poder de destruir a própria Mente e, também, os Corpos de Desejos, Vital e Denso, enquanto vibrações baixas, suaves, rítmicas desses Astros suavizam e curam. 

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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Os Elementais, a Obsessão e a Duração da Vida

Quando alguém morre durante uma discussão ou com um sentimento de raiva e vingança no coração, permanecerá durante algum tempo unido àquele ou àquela contra quem era dirigida sua raiva. Com frequência, tal Espírito desencarnado influencia uma alma negativa que ainda se encontre no Corpo Denso e que é impelida a executar uma vingança e a cometer um crime que a alma desencarnada deseja.

No futuro, quando a humanidade estiver mais iluminada e os juízes, advogados e jurados tiverem mais fé e conhecimento a respeito da vida após a morte, não condenarão um criminoso à morte, mas compreenderão que o assassino que é executado, sem um ambiente apropriado para rever o panorama da vida e a subsequente gravação no Átomo-semente, é arremessado sem preparo no Mundo do Desejo e aí poderá ser uma ameaça maior para a sociedade do que quando ainda no Corpo Denso, porque, então, será como uma fera selvagem solta de sua jaula. Terá mais liberdade para prosseguir sua vida de crime, embora invisível àqueles que “têm olhos, mas não veem”.

Se as autoridades, em vez de abrirem a jaula e libertarem o animal, procurassem domá-lo (se o colocassem em uma instituição onde pudesse ser ensinado a viver uma vida melhor), estariam livrando outros de cometerem crimes enquanto estivessem sob a influência do ódio desses espíritos invisíveis, apegados à Terra e ainda cheios de desejos. A pena capital, em vez de impedir, na realidade, promove o crime.

A humanidade está atualmente horrorizada com a onda de crimes que se espalha pelo mundo. Nenhum país está livre dessa realidade e a violência é encontrada principalmente nas grandes cidades. As autoridades estão tomando as maiores precauções para proteger os cidadãos, mas pouco têm conseguido. Nunca o crime foi cometido com tanta audácia, com tanta ganância, mulheres são violentadas, jovens desaparecem e ninguém mais ouve falar deles e o mundo encontra-se desorientado sem saber o que fazer para evitar essas coisas.

Pergunta-se com frequência: “Qual é a causa dessa degeneração?”. O ocultista pode dar a razão. Ele vê a condição no Mundo do Desejo. Sabe que a parte inferior desse Mundo está cheia de Espíritos apegados à Terra, presos ao plano físico, pessoas que perderam suas vidas durante situações em que estavam possuídos de ódio, raiva, cólera e/ou vingança (seja qual situação em que se encontravam, achando que tinham razão para tal ou não). Essas pessoas indignas estavam cheias de ódio e concupiscências quando, subitamente, foram arrebatadas para a outra vida. Tais almas ainda se apegam a seus desejos inferiores, procurando satisfazê-los.

Neste Mundo do Desejo estão também muitos Espíritos puros que compreendem essas condições, que permanecem nessas Regiões inferiores (enquanto puderem) com o propósito expresso de trabalharem com os mais fracos, ensinando-os e procurando guiá-los por caminhos mais puros. Mas, da mesma forma como, por exemplo, os que trabalham nas favelas, comunidades e outros locais onde há grandes necessidades materiais de uma grande cidade, no mundo material, só podem atingir determinado número de pessoas, assim também os Auxiliares Invisíveis só podem alcançar um número limitado de Espíritos. Muitas almas puras e altruístas, que ainda se encontram no Corpo Denso, também estão trabalhando amorosamente e ajudam esses trabalhadores invisíveis, enquanto estão fora do corpo adormecido. Esse é o campo de trabalho no qual os Probacionistas da Fraternidade Rosacruz são muito ativos. Eles fazem trabalhos filantrópicos nessas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo. Não permanecem até altas horas da noite em divertimentos ou leituras levianas, mas deitam-se cedo, não desperdiçam seu tempo com “sonhos inúteis” enquanto adormecem, mas estão ativamente empenhados em ajudar os que necessitam.

No entanto, se um Espírito com más intenções conseguir satisfazer seu desejo influenciando uma alma mais fraca ou alguém que, aqui, era um Clarividente involuntário, através do qual possa alimentar sua natureza inferior, ele levará mais tempo para superar seus desejos, e permanecerá apegado à Terra até que esteja totalmente purgado. Se uma pessoa morrer antes de ter dominado sua natureza inferior (cheia de materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo), viverá entre seus semelhantes por algum tempo para satisfazer seu gosto pela bebida, pelo fumo, pelo dinheiro, pelo apego às coisas materiais e até por sangue. Mesmo o sensualista poderá procurar e obter satisfação influenciando outros, de maneira que, através deles, possa obter uma satisfação indireta.

Da mesma forma que o Espírito se desprende do seu Corpo Denso terreno naquilo que se chama morte, ele também se descarta de um envoltório mais fino chamado Corpo de Desejos, quando tiver concluído sua experiência no Mundo do Desejo. Então, passa para o Segundo Céu.

A “concha” do desejo descartada do assassino ou do sensualista, leva mais tempo para se desintegrar do que o da alma adiantada. A concha ou Corpo de Desejos descartado, dentro do qual ele construiu uma consciência separada, é atraída para aqueles com quem o Ego estabeleceu laços, aqueles com quem se associou, enquanto se encontrava no Corpo Denso. Essas “conchas” podem ser usadas por elementais que se prenderão a um Clarividente involuntário e se apresentarão como Lincoln, Gladstone, ou alguma pessoa famosa que, sem dúvida, já terá passado para o Segundo Céu há muitos anos. Para ilustrar melhor como esses elementais iludem o Clarividente involuntário, sem que esse suspeite disso, vamos relatar um fato. Max Heindel, enquanto vivia em seu Corpo Denso, alertava constantemente seus leitores contra a Clarividência involuntária ou negativa, indicando seus perigos, mas, desde que passou para a vida mais elevada, muitos Clarividentes involuntários alegaram ter recebido mensagens dele em inúmeras ocasiões. Não há dúvida que mensagens foram recebidas, cujos remetentes alegavam ser Max Heindel, mas eram, certamente, de entidades inferiores e não de um Espírito puro que tão fortemente se opôs à Clarividência involuntária ou negativa.

Falando dos elementais, devemos mencionar uma outra classe de entidades que se apossam de um Corpo Denso quando a oportunidade se apresenta. Encontram suas vítimas entre estudantes inexperientes de ocultismo, que tentam deixar o Corpo Denso. Enquanto se encontram fora, e talvez a alguma distância do corpo, se deixados sem proteção de um ser espiritual, muitas vezes são possuídos por uma dessas criaturas vis. Nossos manicômios estão cheios desses pobres infelizes.

Nos últimos anos, os jornais relataram muitos casos em que pessoas vagaram longe de casa e, após meses e até anos, foram encontrados usando outro nome, em um país longínquo, aparentemente vivendo uma vida dupla. Durante esse período esqueceram-se totalmente de sua vida anterior. Esse é um outro caso de obsessão, em que um Espírito apegado à Terra fica tão determinado a voltar à vida terrena, que usa a primeira oportunidade que se apresente para tomar posse do corpo de outra pessoa, expulsando-a de seu veículo. Muitos casos desse tipo de obsessão são encontrados entre os assim chamados loucos ou insanos.

Em casos desse tipo, o Ego, o proprietário real, segue seu Corpo Denso e permanece com ele, embora invisível aos olhos físicos, esperando a primeira oportunidade para recuperar o que lhe foi roubado. Quando é bem-sucedido, imediatamente lembra sua Personalidade perdida, mas o intervalo entre a hora em que saiu de seu lar e seu retorno a ele, é um vazio. Não traz consigo qualquer recordação daquele período.

O leitor pode perguntar: O que podemos fazer para proteger-nos contra a obsessão? Simplesmente manter uma atitude positiva da Mente, pois temer alguma coisa é atraí-la. Não devemos participar de grupos que promovam a Clarividência involuntária ou negativa buscando desenvolvimento e nunca procurar esse desenvolvimento usando exercícios respiratórios fornecidos por escolas orientais ou cristalomancia.

Os passatempos mais perigosos e sutis, entre todos os que atraem essas entidades invisíveis são a mesa que gira, a prancheta e a escrita automática, quando as pessoas que se sentam à espera de mensagens ignoram as condições existentes no Mundo do Desejo. O Clarividente involuntário tem, por vezes, algum conhecimento de seus visitantes desencarnados, muito embora não suspeite da má natureza dos que, através dele, se comunicam, acreditando serem amigos queridos, Anjos, a quem de boa vontade cede seu corpo para o trabalho negativo. Mas, a jovem sensível e emotiva que se diverte e a seus amigos, em total ignorância dos perigos envolvidos nessas experiências, atrai prontamente essas entidades indesejáveis, porque abriu a porta e convidou-as a entrar.

O suicida, a pobre alma que, através do desânimo, destrói seu Corpo Denso, é um dos mais aflitos espíritos apegados à Terra. Destruiu o templo que era o lugar de morada do Deus vivo.

A pessoa, durante sua vida terrena, está preparando o material com o qual construirá a matriz ou o arquétipo do corpo que deverá usar em sua próxima vida. Órgão após órgão é fortalecido ou enfraquecido por seus atos na vida atual. Mal sabe que seus excessos e abusos se refletirão mais tarde, isto é, carregará consigo em vidas futuras um corpo enfraquecido como resultado disso, enquanto uma vida casta e simples construirá um corpo sadio. “O homem colherá aquilo que semear.”

O Ego, após ter assimilado todas as experiências obtidas na vida passada, estará mais uma vez pronto a descer à matéria. Construirá, então, o arquétipo com o material que tiver sido reunido, assim como o quadro mental de um edifício é preparado pelo arquiteto antes que comece a erguer a estrutura. Da mesma forma, o Ego constrói seu próximo templo formando seu Arquétipo criador no Segundo Céu ou na Região do Pensamento Concreto, com o auxílio das Hierarquias Criadoras. A duração da vida é determinada pela força que o Ego coloca nesse Arquétipo. Ele começa a vibrar mesmo antes que seja envolvido pelo Corpo Denso e instila nesse uma vida que irá durar um determinado número de anos. Como mencionado anteriormente, a duração da vida no Corpo Denso foi preestabelecida pelo Ego com o auxílio das Hierarquias Criadoras antes do nascimento, mas o Ego pode, por uma vida pura e simples, prolongar esse tempo, como pode, por uma vida só de sensações e oportunidades negligenciadas, encurtar essa duração. Só a morte, que ocorre quando expira o tempo de vida determinado, pode interromper o sonoro movimento vibratório do Arquétipo que foi construído. O suicida interferiu com o curso da natureza. Ele, por falta de força de vontade para aprender as duras lições da vida, procura esquivar-se e destrói seu veículo, mas descobre que, após entrar no estado além da morte, está tão vivo quanto antes e que não pode cessar aquela vibração sonora. O Arquétipo deve viver o tempo de vida que lhe foi destinado, mas, tendo sido igualmente destruídos sua expressão natural e a passagem para a energia instilada dentro dele, ainda assim continua reunindo material que o Ego agora é incapaz de assimilar ou gastar, desprovido que está de um Corpo Denso. Assim, a existência do Ego nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo é muito desagradável. Ele fugiu do sofrimento, mas encontrou-o mais perto de si e deverá suportá-lo até a hora marcada para a morte natural do Corpo Denso. Somente aí, o Arquétipo se desintegra e o Espírito é libertado, para passar para o Primeiro Céu.

Podemos ver que a morte não transforma uma pessoa, da mesma forma que um pecador não se transforma em santo por despir sua veste exterior. O que a pessoa semeou durante sua vida terrena, deverá colher um dia, em algum lugar, mas tem a oportunidade de se arrepender e de purgar-se de seus pecados enquanto estiver na parte inferior do Mundo do Desejo. Ela pode até desejar permanecer naquelas Regiões após a morte, atormentando outros, voltando sempre aos lugares que o atraíam durante sua vida terrena. Pode ainda roubar alguma alma negativa de seu Corpo Denso mediante a obsessão, a fim de continuar sua vida de pecado e, assim, satisfazer seus desejos inferiores. “Os moinhos de Deus moem lentamente, mas moem extraordinariamente bem”. Algum dia, ela terá que pagar pelas ofensas cometidas, algum dia, por meio do sofrimento e da aflição, deverá purgar-se de todos os pecados e encontrar seu Criador em seu corpo espiritual purificado.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de São Paulo-SP de julho-agosto-setembro 2008)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Efeito Autotransformador da Retrospecção: um dos ensinamentos mais importantes da Fraternidade Rosacruz

Max Heindel afirma que o exercício de Retrospecção é um dos ensinamentos mais importantes da Fraternidade Rosacruz. E não há nenhum exagero nessa afirmação, se considerarmos o poder autotransformador dessa prática diária. A Filosofia Rosacruz tem como base o conhecimento e o seu objetivo é o aperfeiçoamento do ser humano em todos os sentidos. Ela oferece as ferramentas para essa melhoria interna, fato que pode ser constatado por quem se dedica diligentemente ao estudo, a meditação e reflexão sobre seus ensinamentos.

Max Heindel asseverou que a lógica, a coerência e a elevação desses ensinamentos conquistaram as Mentes e os corações de muitas pessoas no mundo todo. Ele, porém, não escondia sua preocupação em que lhes impressionassem apenas o intelecto com sua beleza filosófica, sem atingir o ideal mais elevado de torná-las melhores seres humanos, mais sensíveis, amorosos e solidários.

Esse exercício conduz ao autoconhecimento, passo inicial do processo de alquimia interna, sem o qual não há como aprimorar o caráter e desenvolver aquelas virtudes que iluminam a vida do Estudante Rosacruz.

Ninguém julgue, porém, tratar-se de um trabalho fácil. Deve ser realizado toda noite, antes de dormir, com o cuidado de, com a prática regular, não se tornar um automatismo. Deve ser feito conscientemente e esse processo de rememorar os fatos ocorridos e vividos deve revestir-se de sentimento, para que o praticante possa julgar o aspecto moral de sua conduta.

Se praticado com esse espírito de sincera devoção, todos os registros das más ações praticadas durante o dia serão apagados do Átomo-semente, e aqueles referentes às atitudes nobres e amorosas servirão de estímulo para o aperfeiçoamento do caráter. Conduz também ao processo de purificação dos pensamentos e emoções.

Assim, reduzirá o seu tempo no Purgatório e no Primeiro Céu, podendo até a chegar ao ponto de passar direto para o Segundo Céu!

O Estudante Rosacruz, porém, deve manter-se atento para que durante o dia evite cometer atos indesejáveis, mesmo sabendo que à noite, durante o exame retrospectivo, terá a oportunidade de apagá-los, pois assim procedendo evitará também cair num círculo vicioso.

O ideal é justamente criar um círculo virtuoso, ou seja, a experiência noturna deve promover uma vivência cada vez mais aprimorada nos ideais cristãos e o fortalecimento da consciência moral, de tal maneira que os desvios de conduta se tornem cada vez mais raros.

“Que as rosas floresçam em vossa cruz”

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Durante o sono entramos em contato com parentes e amigos que morreram há já vinte anos, ou isto não passa da ação da memória?

Resposta: O tempo normal de duração que uma pessoa permanece no Mundo do Desejo, após deixar o Corpo Denso pela morte, é de um terço da duração da vida no Corpo aqui, mas isso é apenas uma regra geral. Ha muitos casos em que essa permanência é encurtada ou alongada. Por exemplo, se uma pessoa faz os Exercícios Esotéricos da Fraternidade Rosacruz, especialmente o Exercício de Retrospecção à noite, ela pode dessa maneira científica, desde que ele seja executado com seriedade e sinceramente, antecipar e evitar inteiramente a necessidade da experiência purgatorial. As imagens das cenas em que ela prejudicou alguém teriam sido eliminadas do Átomo-semente do Corpo Denso que está em seu coração pela contrição (pelo Perdão dos Pecados) e, assim, não haveria mais a necessidade da expiação purgatorial. Onde ela tivesse feito algo meritório (de ajuda aos outros) esse fato seria absorvido como pábulo para a alma, e isso encurtaria, senão até eliminará inteiramente, a necessidade da experiência no Primeiro Céu. Assim, essa pessoa ficaria relativamente, se não inteiramente, livre para se devotar ao serviço da humanidade lá no Mundo do Desejo e, por conseguinte, ela poderia permanecer nessas Regiões infeiores. Entretanto, nesse último caso, essas Regiões não constituiriam, para ela, nem o Purgatório nem o Primeiro Céu. Muitos dos Discípulos mais devotos executaram esse trabalho humanitário durante um certo número de anos após terem partido desse Mundo, ou seja, após a sua morte aqui.

Contudo, há alguns que vão para o Segundo Céu imediatamente. O crescimento anímico que atingiram durante uma vida prestativa livra-os de uma existência no Purgatório e no Primeiro Céu e os capacita a efetuar certas investigações lá e passam por um certo treinamento ou aprendizagem que os tornarão aptos a assumir uma posição mais elevada e melhor como auxiliares da humanidade numa vida futura. Essa classe, contudo, não pode ser vista por nenhum amigo ou parente que se ausente do Corpo Denso durante o sono.

Há outras classes que, por assim dizer, se tornam imortais no mal. Não acontece exatamente isso, mas mútua conexão entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos deles força-os a permanecer nas Regiões inferiores dos Mundo invisíveis, mais próximas ao Mundo Físico no qual vivemos, tal como explicamos meticulosamente na série nos textos que publicamos para os Estudantes Rosacruzes no livro A Teia do Destino. Consequentemente, essa classe pode ser encontrada durante um número considerável de anos após terem morrido aqui. Na realidade, é um fato curioso que algumas dessas pessoas más serem procuradas por antigos amigos que também já morreram aqui e que necessitam de auxílio para entrar em contato com o Mundo Físico. O autor se lembra de um exemplo que ocorreu há alguns anos, quando uma sua parente muito idosa estava prestes a morrer aqui. Ela parecia muita ansiosa para ver seu marido que já havia morrido antes dela. Mas ele já alcançara o Primeiro Céu, seus braços e seu corpo já não existiam mais, e somente restava a cabeça. Portanto, dificilmente ele poderia se mostrar a ela quando da sua chegada, e muito menos influir nas condições de seu passamento, que não eram inteiramente do seu agrado. Certas coisas estavam sendo feitas a fim de retardar o ato de separação do Espírito e da carne, o que ocasionou uma tremenda dor e sofrimento que afetava à pessoa moribunda.

Em sua ansiedade, sob a condição de marido, ele apelou para um amigo, cuja mútua conexão entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos o permitia se manifestar mais facilmente. Esse Espírito pegou uma pesada bengala num canto do quarto e com um forte golpe arrancou um livro das mãos da filha da agonizante, o que assustou de tal forma aqueles que estavam presentes, que esses pararam com as lamentações, permitindo que a mulher morresse e partisse para o além. O pobre homem que executou esse fenômeno já estava há mais de vinte anos nos Mundos invisíveis e tanto quanto o autor pôde perceber não havia o menor sinal de dissolução do corpo de pecado, no qual estava envolto; talvez devesse permanecer ali ainda por mais o dobro ou o triplo do período que já havia ficado.

(Pergunta nº 57 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Diagrama – Um Ciclo de Vida

Quando o Ego, em sua peregrinação através dos Mundos invisíveis, alcança o ponto em que ele ingressa no Terceiro Céu, após ter abandonado: o Corpo Denso ao morrer, o Corpo Vital logo a seguir, o Corpo de Desejos ao deixar o Purgatório e o Primeiro Céu e, por último, a Mente, ao deixar o Segundo Céu para ingressar no Terceiro Céu, está absolutamente livre de quaisquer empecilhos. Todos os veículos abandonados se desfazem, subsistindo apenas os Átomos-sementes de cada um, e ele permanece por algum tempo no grande reservatório espiritual de força a que chamamos Terceiro Céu, a fim de se fortificar para o próximo renascimento na vida terrena.

A Lei de Consequência determina nossa existência post-mortem consoante a vida que vivemos aqui. Se nessa vida fizemos mais concessões aos desejos inferiores e paixões, nossa existência purgatorial será a parte mais vívida do nosso estado post-mortem; a existência nos vários céus será insípida. Se vivemos emoções superiores, a vida no Primeiro Céu será a mais rica dos diferentes estágios. Gostávamos de planejar melhoramentos e foi nossa Mente bastante construtiva no plano físico? Então, colheremos grandes benefícios ao estagiarmos no Segundo Céu, onde o pensamento concreto é a base das coisas concretas na Terra. Contudo, para usufruirmos uma existência consciente no Terceiro Céu, devemos ter dedicado muito do nosso tempo e do nosso esforço a pensamentos abstratos que não se relacionam com tempo ou espaço.

A maioria de nós não consegue pensar abstratamente e, portanto, carecemos de consciência no Terceiro Céu. Se pensamos em “Amor”, logo o associamos a alguém. Não gostamos de matemáticas porque são áridas, sem emoções e abstratas. Nenhum sentimento está ligado à conclusão de que dois mais dois são quatro, mas precisamente nisto é que está o seu valor, porque quando nos elevamos acima dos sentimentos, nossos preconceitos ficam para trás e a verdade revela-se imediatamente. Ninguém diria que duas vezes dois são cinco, nem discutiria sobre a proposição de que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos outros lados de um triângulo. Essa é a razão de Pitágoras e outros mestres ocultistas exigirem dos seus discípulos um prévio conhecimento de matemática antes de ministrar-lhes seus ensinamentos. A Mente habituada a lidar com matemáticas está treinada no pensamento sequencial e lógico, sendo, portanto, capaz de examinar e distinguir a verdade sem prevenção. Só a esta classe de Mente pode o ocultismo ser ensinado com segurança.

A grande maioria das pessoas ainda não alcançou o estágio em que se progride adequadamente seguindo as chamadas “linhas práticas”. Para tais pessoas, o Terceiro Céu é meramente um lugar de espera, onde ficam inconscientes – como no sono – até a oportunidade de um novo nascimento físico. Por exemplo: a pessoa que tenha levado uma vida grosseira, voltada para a gratificação dos sentidos e que tenha sido extremamente destrutiva terá uma dolorosa existência no Purgatório. Passará inconsciente e rapidamente pelo Primeiro Céu por não ter praticado o bem. Sua destrutividade tornará sua existência no Segundo Céu quase inconsciente e não terá absolutamente vida no Terceiro Céu, onde os Egos avançados criam ideias originais que, mais tarde, na vida terrena manifestam-se como gênios. Portanto, esse atrasado Ego permanecerá adormecido até que um novo nascimento o desperte para um novo dia na Escola da Vida com outra oportunidade para aperfeiçoamento.

Ouvimos muitas vezes alguém dizer após ouvir esta doutrina pela primeira vez: “Oh! Mas eu não quero voltar”. Tal protesto parte só do cansado e extenuado corpo como consequência de uma vida árdua. Contudo, tão logo as experiências desta vida tenham sido assimiladas nos céus, a Lei de Consequência e o desejo de novos conhecimentos atraem o Ego de volta à Terra do mesmo modo que um ímã atrai uma agulha. Então, ele começa outra vez a contemplar seu renascimento.

Aqui, novamente a Lei de Consequência é o fator determinante: o novo nascimento está condicionado pelas nossas vidas passadas. Tendo vivido muitas vidas, é evidente que tenhamos conhecido muitas e diferentes pessoas, ligando-nos a elas nas mais variadas relações, afetando-as para o bem ou para o mal ou sendo assim por elas afetados. Causas foram então geradas entre elas e nós, e assim muitas dívidas – impossíveis de serem logo liquidadas por um ou outro motivo – ficaram pendentes.

A invariabilidade da Lei requer que essas causas tenham sua consumação durante algum tempo e assim os Anjos do Destino, que são as Grandes Inteligências encarregadas da Lei do Equilíbrio, examinam o passado de cada pessoa quando essa está preparada para renascer, verificando quais dos seus amigos ou inimigos estão vivendo naquele tempo e onde se encontram. Como fizemos no passado um número muito grande de tais relações, geralmente numerosos são também os grupos de tais pessoas que se acham na vida terrena, de forma que, se não existir uma razão especial que obrigue a imposição de um deles, os Anjos do Destino permitirão ao Ego escolher as oportunidades que se lhe ofereçam. Selecionam, então, em cada caso, uma quantidade de causas maduras que o Ego pode assumir e mostram-lhe, em uma série de quadros, o panorama de cada vida proposta – com tudo o que nelas sucederá – permitindo-lhe escolher. Tais panoramas desenrolam-se no sentido berço-túmulo e só mostram a vida em linhas gerais. Os detalhes dessa vida no plano físico são deixados ao Ego preencher, com uma boa margem de aplicação de seu livre arbítrio.

Vemos, pois, que o Ego tem certa liberdade quanto ao lugar do nascimento. Pode-se dizer, por conseguinte, que, na grande maioria dos casos, estamos onde estamos por nossa própria escolha. Não importa que não o saibamos intelectualmente. O Ego ainda é fraco. Não pode romper livremente o véu da carne e, também, depende em grande parte da personalidade inferior para ajudá-lo a crescer. Porém, quanto mais nos decidirmos intelectualmente a viver para o Eu superior, tanto mais aproximar-nos-emos do dia em que o Ego resplandecerá. Então, saberemos.

Quando o Ego faz sua escolha, a ela fica preso para o ajuste de contas – para o pagamento de dívidas contraídas em vidas anteriores – agora amadurecidas para a liquidação. É isto que forma o destino, ou as condições difíceis e fáceis da vida, impossível de ser modificado. Qualquer tentativa nessa direção será por certo frustrada, mas que ninguém jamais cometa o erro de pensar que seu destino o conduzirá à prática do mal. Como já vimos, as leis atuam apenas para o bem. O mal em qualquer vida é a primeira coisa purgada após a morte, permanecendo no ser apenas a tendência para esse tipo de mal, junto com o sentimento de aversão gerado pelo sofrimento experimentado no processo purificador. Quando, na vida seguinte, surge a tentação para cometer-se o mesmo erro, esta sensação de dor do passado a que chamamos consciência adverte-nos a não ceder, despertando ainda em nós a repulsa ao ato. Contudo, se, a despeito dessa advertência, caímos alguma vez, o sofrimento que experimentamos no Purgatório aumenta a intensidade da antiga aversão, até que a consciência desenvolva a necessária firmeza para resistir àquele tipo de erro, a partir do que cessa a tentação.

Vemos, pois, que nenhuma pessoa jamais é destinada a errar, e que pelo menos cada ação má é fruto de sua livre vontade, mesmo cometido contra a resistência da consciência desenvolvida anteriormente e relativa a esse mesmo erro.

Havendo-se, portanto, decidido a respeito do próximo renascimento, o Ego desce primeiro à Região do Pensamento Concreto e começa a atrair para si o material indispensável à formação da nova Mente.

Conforme dissemos, a pessoa se retira de seus diferentes Corpos no curso do seu trajeto post-mortem. Esses Corpos desfazem-se, mas, de cada um deles, inclusive da Mente, fica com o Ego Átomo-semente. Esses Átomos-sementes constituem o núcleo das novas roupagens com que o Espírito aparecerá na próxima vida.

Quando, então, o Ego desce à Região do Pensamento Concreto, as forças latentes no Átomo-semente mental de suas vidas anteriores entram em atividade e começam a atrair material para uma Mente nova, do mesmo modo que o ímã atrai aos seus polos a limalha de ferro. Se passamos um ímã sobre um depósito de limalhas de latão que contenha também as de ouro, ferro, chumbo, prata, madeira, etc., veremos que ele atrai somente as de ferro, e só na quantidade proporcional à sua força de atração. Tal força é limitada a uma certa quantidade de determinada classe de elementos. O mesmo acontece com o Átomo-semente: só consegue atrair, de cada região, o material com que tenha afinidade e na quantidade definidamente exata. Este material toma então a forma de um grande sino, aberto na base e com o Átomo-semente no topo.

Podemos compará-lo a um sino-mergulhador que afunda gradualmente num mar de crescente densidade. Os materiais atraídos de cada Região vão-se entrelaçando dentro do sino e aumentando seu peso de tal maneira que ele afunda cada vez mais até alcançar a base.

É assim que o Ego submerge na Região do Pensamento Concreto e, de passagem, o Átomo-semente recolhe material para a nova Mente.

A descida continua. Vestido em sua roupagem de matéria mental, com aparência de sino, o Ego submerge no Mundo do Desejo. As forças preservadas do Átomo-semente do seu antigo Corpo de Desejos são despertadas e colocadas no topo do sino, no lado de dentro. Daí, começam a atrair o material com a qualidade e na quantidade requerida pelo Ego para voltar com um novo Corpo de Desejos apropriado às suas necessidades particulares. Assim, quando a região mais densa do Mundo do Desejo é alcançada, o sino já possui duas camadas: a de matéria mental por fora e a de matéria de desejos por dentro.

Em seguida, o Espírito desce à Região Etérica, onde colhe matéria para o novo Corpo Vital. De uma parte dessa matéria, os agentes dos Anjos do Destino fazem uma matriz ou modelo para proporcionar ao novo Corpo Denso a forma apropriada, a qual depositam no útero materno no momento em que o Átomo-semente é posto no sêmen do pai. Sem a presença desses dois fatores, nenhuma união sexual produziria resultados. Assim, quando um matrimônio se revela estéril, ainda que o casal seja saudável e anseie por filhos, isto significa simplesmente que nenhum Ego se sente atraído por eles.

Tão logo o Corpo Vital é depositado, o Ego retornante, envolto na roupagem parecida com um sino, fica flutuando constantemente próximo à sua futura mãe, que sozinha trabalha sobre o novo Corpo Denso nos primeiros dezoito ou vinte e um dias após a fertilização. Aí então, ele entra no corpo materno, cobrindo o feto com o molde do sino que se fecha por baixo e o encarcera mais uma vez na casa-prisão do Corpo Denso.

O momento de entrada no útero é um dos mais importantes da vida, pois, quando o Ego se põe em contato pela primeira vez com a já mencionada matriz do Corpo Vital, novamente contempla o panorama da vida que tem pela frente e que foi impresso naquela matriz pelos Anjos do Destino, com o objetivo de dar-lhe as necessárias inclinações para liquidar as causas maduras na vida futura.

A esta altura, o Ego já se encontra tão cego pelo véu da matéria que não pode mais reconhecer, de modo tão claro, o bem final visado conforme o podia por ocasião da sua escolha na Região do Pensamento Abstrato. Então, quando uma vida particularmente penosa se revela nessa visão ao Ego retornante no momento de sua entrada no útero, muitas vezes ele se apavora e, assim assustado, procura escapar da nova prisão. Porém, já não pode romper a conexão. Mas pode forçá-la, e o faz de tal maneira que a cabeça do Corpo Vital, que deveria permanecer concêntrica com a do Corpo Denso, fica deslocada, sobressaindo para cima da cabeça densa. Isso produz o idiota congênito.

Mesmo sob as mais favoráveis condições, passar pelo útero representa sempre uma grande e penosa tensão para o Ego. Por isso, tudo deve ser feito pelos pais no sentido de evitar que essa temporária permanência se torne ainda mais difícil para ele. Nunca é demais enfatizar este ponto. A desarmonia entre os futuros pais nos períodos críticos da gestação, especialmente no primeiro, muitas vezes põe tudo a perder.

Antes do acontecimento que denominamos nascimento, o futuro homem é encerrado em outro corpo (o materno), impossibilitando, portanto, de contatar com o mundo dos sentidos. Esta reclusão é necessária a fim de que o organismo se desenvolva até o ponto adequado de maturidade para receber por si mesmo essas impressões. Quando tal ponto é alcançado, o abrigo protetor, que é o útero, abre-se, e aí o novo ser humano entra na arena deste mundo.

Como vimos, o ser humano é muito mais que simples Corpo Denso. Por isso, não se deve pensar que, quando ele nasce para o Mundo Físico, todos os seus veículos estão igualmente amadurecidos. Na realidade, ainda não estão. O Corpo Vital cresce e amadurece dentro do seu envoltório etéreo até os sete anos, na troca dos dentes; o Corpo de Desejos requer proteção contra os perigos do Mundo do Desejo até próximo aos quatorze anos, nascendo no período a que chamamos puberdade; e a Mente não está suficientemente amadurecida para libertar-se de seu envoltório protetor até que o homem alcance a maioridade, aos vinte e um anos. Esses períodos são apenas aproximados, pois sua duração exata varia de pessoa para pessoa. Os períodos acima mencionados estão, porém, bem próximos da realidade.

A razão do lento desenvolvimento dos veículos superiores reside no fato de que esses veículos são adições relativamente recentes ao patrimônio do Ego, enquanto o Corpo Denso tem uma evolução muito mais longa, sendo, por conseguinte, o instrumento mais perfeito e valioso que possuímos. Quando as pessoas que só recentemente vieram a saber da existência dos veículos superiores pensam e falam constantemente de quão maravilhoso seria voar no Corpo de Desejos, pondo de lado o “baixo” e “vil” corpo físico, demonstram que ainda não aprenderam a apreciar a diferença entre “superior” e “perfeito”. O Corpo Denso é uma maravilha de perfeição, com seu forte esqueleto articulado, seus delicados órgãos de percepção e seu mecanismo nervoso de coordenação motora e cerebral que o torna superior a qualquer outro mecanismo do mundo. Visto em detalhes, tomemos para exemplo o longo osso da coxa, o fêmur, e examinemos suas rotundas extremidades. Partindo-o, podemos ver que somente uma delgada camada externa é feita de osso compacto, e que é reforçado internamente por um espesso entrecruzamento de delgados filetes ósseos, que o torna tão prodigiosamente forte quanto leve. A projeção de uma estrutura tal acha-se ainda tão distante da capacidade do mais competente engenheiro desta geração, quanto o cálculo diferencial encontra-se de uma formiga.

Portanto, mesmo sabendo que algum dia, num porvir distante, nossos veículos superiores alcançarão uma perfeição bem maior que a do nosso Corpo Denso, não devemos esquecer que presentemente eles ainda se acham desorganizados até certo ponto, sendo por isso de pouco valor quando estão separados do organismo físico perfeito. Deveríamos em tudo agradecer aos exaltados Seres por nos terem ajudado a desenvolver este esplêndido instrumento no qual agora funcionamos no mundo como seres humanos autoconscientes para cumprir nosso destino, vida após vida, tornando-nos a cada passo mais e mais semelhantes ao nosso Pai que está no Céu.

Vemos, pois, que o nascimento é um evento quádruplo, e que para cumprirmos por completo nossos deveres como educadores é de todo necessário que conheçamos isso, como também os fatos consequentes.

Não se deve simplesmente arrancar o bebê do útero materno e expô-lo aos impactos do mundo externo. Isto o mataria. Igualmente perigoso é violar as matrizes dos corpos invisíveis, expondo o ser imaturo aos impactos do mundo moral e mental. E, muito embora tal violência não mate o corpo físico, quase sempre obstrui sua capacidade, pois o que é prejudicial a um corpo o é também a todos os outros veículos. Para educar a criança devidamente faz-se, pois, necessário conhecer-se os efeitos da educação sobre os diferentes veículos e os métodos adequados a serem empregados, sem esquecer-se, entretanto, que nem sempre as regras gerais podem ser aplicadas em casos individuais.

Vimos que quando o Ego termina seu dia na escola da vida, a Força centrífuga de Repulsão leva-o a abandonar o Corpo Denso ao morrer e a seguir também o Corpo Vital, que é o mais próximo em densidade. Depois, no Purgatório, a matéria de desejos mais inferior, acumulada pelo Ego como incorporação dos seus desejos inferiores, é purgada pela mesma força centrífuga. Nas regiões superiores, somente a Força de Atração atua, conservando o bem pela sua ação centrípeta a qual atrai tudo da periferia para o centro.

A Força centrípeta de Atração atua também no regresso do Ego ao renascimento. Sabemos que podemos lançar à maior distância uma pedra do que uma pena. Pelas mesmas razões, a matéria mais inferior é lançada para fora após a morte, pela Força de Repulsão, e, pela mesma razão, a matéria mais grosseira, por meio da qual o Ego encarna a tendência para o mal, é precipitada para dentro, para o centro, pela Força centrípeta de Atração, resultando que quando a criança nasce, só o que ela tem de melhor e de mais puro aparece no exterior. O mal latente, de modo geral, não se manifesta até que o Corpo de Desejos nasça próximo aos quatorze anos, e suas correntes comecem a fluir para fora do fígado. É então que o Ego começa a “viver” sua vida individual e mostrar o que está no íntimo.

As estrelas são o Relógio do Destino, e mostram as tendências ocultas em cada ser humano. Os astrólogos podem falhar na previsão de acontecimentos, mas um Astrólogo bom e cuidadoso é capaz de determinar com precisão o caráter de uma pessoa em 99 por cento dos casos. E é desta maneira que os pais podem ter uma visão do lado oculto da natureza da criança. Mas como é relativamente fácil aprender a levantar o Tema Natal, sempre é melhor para os pais fazerem o horóscopo de seus filhos do que recorrerem a um estranho. Conseguirão, deste modo, uma visão mais profunda do seu caráter.

Com o nascimento físico, o Corpo Denso começa a sentir os impactos do mundo externo, os quais atuam sobre ele como atuavam anteriormente as forças do corpo materno. O que lhe fizeram estas durante a vida pré-natal, os impactos dos elementos continuam fazendo por toda a vida física. Até os sete anos, ou na mudança dos dentes, existe uma atividade especial, bem diferente de qualquer outra das fases seguintes. Os órgãos dos sentidos tomam formas definidas que já lhes dão as tendências estruturais básicas e determinam suas linhas de desenvolvimento em uma ou outra direção. Depois, ainda crescem, mas sempre em obediência às linhas previamente estabelecidas nesses sete primeiros anos, de modo que qualquer erro ou negligência no seu uso de modo correto nesse período, mui dificilmente poderá ser corrigido mais tarde. Se os membros e órgãos tomarem, pelo correto uso, a forma apropriada, todo o crescimento posterior será harmonioso; mas se houve uma formação imprópria nesse período, o pequeno corpo crescerá deformando-se em maior ou menor escala. É dever do educador proporcionar à criança um ambiente adequado, conforme faz a Natureza na fase pré-natal, pois só assim tem o sensitivo organismo condições de desenvolver-se na direção certa.

Há duas palavras mágicas que indicam a maneira pela qual a criança entre em contato com as influências formadoras do seu ambiente: exemplo e imitação. Nenhuma criatura debaixo dos céus é mais imitativa do que a criança e, nessa imitação, temos a força que pode dar as tendências e direção ao pequeno organismo. Tudo no ambiente da criança deixa-lhe uma impressão para o bem ou para o mal. Devemos, portanto, nos convencer de que o mais insignificante ato pode causar incalculável mal ou bem à vida de nossos filhos, e que nunca devemos fazer em sua presença algo que não desejemos absolutamente que eles imitem. É inútil ensinar à criança moralidade ou a raciocinar neste período. Exemplo é o único mestre que a criança necessita e segue. Não pode furtar-se à imitação, do mesmo modo que a água não pode evitar de correr encosta abaixo, porque este é o único método de desenvolvimento nesta fase. Instruções morais e sobre raciocínio ficam para mais tarde. Ensiná-las agora equivale a extrair o feto do útero prematuramente. Tudo o que a criança tem que adquirir em termos de pensamento, ideia e imaginação deve vir por si mesmo, do mesmo modo que os olhos e ouvidos desenvolvem-se naturalmente antes do nascimento do Corpo Denso.

Deve-se dar à criança brinquedos com os quais possa exercitar suas faculdades de imitação – algo com vida ou uma boneca articulada que possa ser posta em diferentes posições, permitindo-se que sua dona lhe troque as roupinhas sem nenhum auxílio. Assim, ela exercita sua força formadora de maneira correta. Ao menino, deem-se ferramentas, modelos e massas. Nunca se deve dar às crianças brinquedos terminados, de modo que elas nada mais tenham a fazer senão olhá-los. Isso tira do cérebro a oportunidade de desenvolvimento. O cuidado e objetivo do educador neste período deve ser o de proporcionar meios para um desenvolvimento harmonioso dos órgãos físicos.

No que tange aos alimentos, grande cuidado precisa ser tomado nesta fase, pois um apetite normal ou anormal nos anos seguintes dependerá de como a criança foi alimentada no primeiro período setenário. Aqui também o exemplo é o melhor mestre. Pratos excessivamente condimentados prejudicam o organismo. Quanto mais simples e fácil de mastigar, mais o alimento conduz ao apetite saudável, que norteará o homem quanto à nutrição durante sua vida e proporcionar-lhe-á um corpo sadio e uma Mente pura que o glutão desconhece. Não façamos um prato para nós e outro diferente para o nosso filho. Podemos assim evitar que ele coma certos alimentos em casa, mas despertamos nele certo desejo secreto pelo alimento “proibido”, e cuja satisfação buscará quando se tenha tornado adulto suficiente para ter vontade própria. Aí, sua capacidade de imitação se manifestará espontaneamente.

Quanto às roupas, certifiquemo-nos de que sejam sempre folgadas, e possam ser substituídas antes de se tornarem pequenas a fim de não irritar. Muito da natureza imoral que põe uma vida a perder tem sido despertado, primeiramente, pelas fricções causadas pelo uso de peças muito justas, particularmente em se tratando de meninos. A imoralidade é um dos piores e mais persistentes flagelos de nossa civilização. Lembrando disso, procuremos, por todos os meios, manter nossas crianças inconscientes de seus próprios órgãos sexuais antes dos sete anos. O castigo corporal é também um fator preponderante no despertar da sexualidade, nunca sendo demais condená-lo.

Com relação à educação do caráter, sabemos que a tal respeito as cores assumem a maior significação, se bem que o assunto envolve não somente o conhecimento do efeito das cores como, particularmente, das cores complementares, posto que são estas que atuam no organismo da criança. Se temos de lidar com o temperamento ardente de uma natureza impetuosa, façamos o vermelho predominar no ambiente, e assim conseguiremos abrandá-lo. Aposentos, móveis e roupas na cor vermelha produzir-lhe-ão o refrescante efeito da cor verde, lhe acalmando os nervos. O melancólico e de natureza letárgica terá melhor disposição se o rodearmos de azul ou azul-verde, que geram nos seus órgãos infantis o calor do vermelho e do laranja.

As cantigas de ninar são de maior importância nesse período. Não importa o sentido que tenham. De suma importância é seu ritmo, pois este constrói os órgãos mais harmoniosamente que qualquer outro fator. Portanto, isto e a manutenção de uma atmosfera alegre constituem os dois mais excelentes métodos educacionais, e continuam válidos e eficientes mesmo na falta de outros.

Por volta dos sete anos, o Corpo Vital da criança atingiu uma perfeição suficiente que lhe permite receber os impactos do mundo externo. Difundirá sua capa protetora de éter e, começa sua vida livre. É aí que se deve iniciar o trabalho do educador sobre esse Corpo Vital, auxiliando-o na formação da memória, consciência, bons hábitos e temperamento harmonioso. autoridade e discipulado passam a ser as palavras chaves desta época, em que a criança vai aprender o significado das coisas. Na primeira época, ela aprende o que são as coisas, não se importando com o seu significado, a não ser aquilo que entende a seu modo. Na segunda, porém, dos sete aos quatorze anos, é essencial que aprenda o que essas coisas significam, contudo sempre sob a supervisão de seus pais e mestres, mais memorizando suas explicações ou definições do que raciocinando sobre elas, posto que a razão pertence a um período de desenvolvimento posterior. E ainda que possa fazê-lo a seu modo, com proveito, não deixa de ser prejudicial neste período forçá-la a pensar.

Para que a criança em desenvolvimento possa melhor colher os benefícios decorrentes da instrução de seus pais e professores, é necessário, evidentemente, que sinta a maior veneração por eles e que admire sua sabedoria. Cabe a nós, por conseguinte, comportarmo-nos convenientemente, pois, se ela observa em nós frivolidade, ouve conversas levianas e presencia algum comportamento duvidoso, privamo-la por isso mesmo da maior força em sua vida: abalamos-lhe a fé e confiança nos outros. É nesta idade que se forjam os cínicos e céticos. Somos responsáveis perante Deus pelas vidas a nós confiadas, e temos de responder ante a Lei de Consequência pelo nosso descaso, ou por havermos negligenciado a grande oportunidade de guiar, em seus primeiros passos, um companheirinho de jornada no caminho certo. E exemplo é sempre melhor que preceito.

De pouca utilidade são os conselhos. Mostremos à criança exemplos vivos dos efeitos da virtude e do vício. Representemos ante sua fantasia juvenil as imagens do ébrio e do ladrão, e outra como a do santo. Isto afetará seu Corpo Vital a um ponto em que passará a ter aversão aos primeiros e um decidido propósito de imitar o segundo.

Neste período, a criança precisa ser ensinada sobre a origem do seu ser, a fim de que possa estar preparada para os vendavais de paixões que fazem a adolescência tão perigosa. Esta informação também pode ser dada através de figurações mentais e exemplos da natureza, mas de tal modo que ela fique totalmente impressionada da santidade da função. É inelutável dever daqueles que educam esclarecer devidamente a criança. Neste ponto, equivale a deixá-la cruzar de olhos vendados uma área cheia de armadilhas com a recomendação: Não caia. Ao menos, se retirem dele a venda e, mesmo assim, ela estará bastante coibida.

O instrutor que tome uma flor, que é o órgão gerador da planta, para ensinar o objetivo do ato criador, é capaz de fazê-lo compreensível no animal e no homem. Mas evitemos o erro de confundir a criança com muitos nomes tais como “estames”, “anteras” ou “flores pistiladas”, “flores estaminadas”. Isso frustraria o nosso objetivo, além de cansar as crianças no estudo.

Como as crianças se encantam com os contos de fadas, o instrutor engenhoso pode tornar uma história de flores mais fascinante que qualquer desses conhecidos contos, podendo ainda acrescentar um halo de beleza e santidade no ato gerador que envolverá a criança por toda a vida e a protegerá contra as tentações e provas quando se acenderem as chamas das paixões.

Sabemos que estame e pólen são masculinos, e que pistilo e óvulo são femininos. Também sabemos que algumas flores têm somente um gênero, como há outras que têm tanto o estame como o pistilo. Sabemos também que as abelhas têm cestas de pólen em suas patas, e nelas carregam pólen para os pistilos de outras flores. Nestas, o pólen trabalha sobre o óvulo, que então é fertilizado e capaz de crescimento em nova planta florida. Com estes dados e algumas flores, juntemos as crianças e tentemos mostrar-lhes como as flores assemelham-se às famílias. Em algumas (as estaminadas), só há meninos; em outras (as pistiladas), só há meninas; e em outras, meninos e meninas. As flores-menino (pólen) são aventureiras como os meninos: cavalgam os corcéis alados (abelhas) mundo afora, à semelhança dos cavaleiros de antanho, em busca de princesa aprisionada em seu castelo mágico (o óvulo no pistilo); conta-se como o minúsculo cavaleiro flor-rapaz audaciosamente salta de seu corcel (a abelha) e avança em direção ao aposento secreto aonde se acha a princesa (o óvulo); então, se casam e têm muitas pequenas flores – meninos e meninas.
Este conto pode variar e ser enriquecido à vontade à fantasia dos educadores, como ainda pode ser suplementado por histórias em que figurem só animais e pássaros. Isso despertará na criança a compreensão da origem de seu próprio corpo, o que emprestará à história de amor do papai e da mamãe todo o romantismo das flores-meninos e flores-meninas, e evita o mais leve pensamento de ódio ligado com nascimento na mente da criança.
O corpo de desejos nasce aproximadamente aos quatorze anos, na puberdade. É tempo em que os sentimentos e paixões começam a exercer poder sobre o adolescente, posto que a matriz da matéria de desejos que até então protegia o corpo de desejos é removida. Na maioria das vezes, este é um período de provas para o jovem que aprendeu a reverenciar seus pais e mestres, pois estes podem então ser para ele uma espécie de âncora contra o infl

Quando o Ego, em sua peregrinação através dos Mundos invisíveis, alcança o ponto em que ele ingressa no Terceiro Céu, após ter abandonado: o Corpo Denso ao morrer, o Corpo Vital logo a seguir, o Corpo de Desejos ao deixar o Purgatório e o Primeiro Céu e, por último, a Mente, ao deixar o Segundo Céu para ingressar no Terceiro Céu, está absolutamente livre de quaisquer empecilhos. Todos os veículos abandonados se desfazem, subsistindo apenas os Átomos-sementes de cada um, e ele permanece por algum tempo no grande reservatório espiritual de força a que chamamos Terceiro Céu, a fim de se fortificar para o próximo renascimento na vida terrena.

A Lei de Consequência determina nossa existência post-mortem consoante a vida que vivemos aqui. Se nessa vida fizemos mais concessões aos desejos inferiores e paixões, nossa existência purgatorial será a parte mais vívida do nosso estado post-mortem; a existência nos vários céus será insípida. Se vivemos emoções superiores, a vida no Primeiro Céu será a mais rica dos diferentes estágios. Gostávamos de planejar melhoramentos e foi nossa Mente bastante construtiva no plano físico? Então, colheremos grandes benefícios ao estagiarmos no Segundo Céu, onde o pensamento concreto é a base das coisas concretas na Terra. Contudo, para usufruirmos uma existência consciente no Terceiro Céu, devemos ter dedicado muito do nosso tempo e do nosso esforço a pensamentos abstratos que não se relacionam com tempo ou espaço.

A maioria de nós não consegue pensar abstratamente e, portanto, carecemos de consciência no Terceiro Céu. Se pensamos em “Amor”, logo o associamos a alguém. Não gostamos de matemáticas porque são áridas, sem emoções e abstratas. Nenhum sentimento está ligado à conclusão de que dois mais dois são quatro, mas precisamente nisto é que está o seu valor, porque quando nos elevamos acima dos sentimentos, nossos preconceitos ficam para trás e a verdade revela-se imediatamente. Ninguém diria que duas vezes dois são cinco, nem discutiria sobre a proposição de que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos outros lados de um triângulo. Essa é a razão de Pitágoras e outros mestres ocultistas exigirem dos seus discípulos um prévio conhecimento de matemática antes de ministrar-lhes seus ensinamentos. A Mente habituada a lidar com matemáticas está treinada no pensamento sequencial e lógico, sendo, portanto, capaz de examinar e distinguir a verdade sem prevenção. Só a esta classe de Mente pode o ocultismo ser ensinado com segurança.

A grande maioria das pessoas ainda não alcançou o estágio em que se progride adequadamente seguindo as chamadas “linhas práticas”. Para tais pessoas, o Terceiro Céu é meramente um lugar de espera, onde ficam inconscientes – como no sono – até a oportunidade de um novo nascimento físico. Por exemplo: a pessoa que tenha levado uma vida grosseira, voltada para a gratificação dos sentidos e que tenha sido extremamente destrutiva terá uma dolorosa existência no Purgatório. Passará inconsciente e rapidamente pelo Primeiro Céu por não ter praticado o bem. Sua destrutividade tornará sua existência no Segundo Céu quase inconsciente e não terá absolutamente vida no Terceiro Céu, onde os Egos avançados criam ideias originais que, mais tarde, na vida terrena manifestam-se como gênios. Portanto, esse atrasado Ego permanecerá adormecido até que um novo nascimento o desperte para um novo dia na Escola da Vida com outra oportunidade para aperfeiçoamento.

Ouvimos muitas vezes alguém dizer após ouvir esta doutrina pela primeira vez: “Oh! Mas eu não quero voltar”. Tal protesto parte só do cansado e extenuado corpo como consequência de uma vida árdua. Contudo, tão logo as experiências desta vida tenham sido assimiladas nos céus, a Lei de Consequência e o desejo de novos conhecimentos atraem o Ego de volta à Terra do mesmo modo que um ímã atrai uma agulha. Então, ele começa outra vez a contemplar seu renascimento.

Aqui, novamente a Lei de Consequência é o fator determinante: o novo nascimento está condicionado pelas nossas vidas passadas. Tendo vivido muitas vidas, é evidente que tenhamos conhecido muitas e diferentes pessoas, ligando-nos a elas nas mais variadas relações, afetando-as para o bem ou para o mal ou sendo assim por elas afetados. Causas foram então geradas entre elas e nós, e assim muitas dívidas – impossíveis de serem logo liquidadas por um ou outro motivo – ficaram pendentes.

A invariabilidade da Lei requer que essas causas tenham sua consumação durante algum tempo e assim os Anjos do Destino, que são as Grandes Inteligências encarregadas da Lei do Equilíbrio, examinam o passado de cada pessoa quando essa está preparada para renascer, verificando quais dos seus amigos ou inimigos estão vivendo naquele tempo e onde se encontram. Como fizemos no passado um número muito grande de tais relações, geralmente numerosos são também os grupos de tais pessoas que se acham na vida terrena, de forma que, se não existir uma razão especial que obrigue a imposição de um deles, os Anjos do Destino permitirão ao Ego escolher as oportunidades que se lhe ofereçam. Selecionam, então, em cada caso, uma quantidade de causas maduras que o Ego pode assumir e mostram-lhe, em uma série de quadros, o panorama de cada vida proposta – com tudo o que nelas sucederá – permitindo-lhe escolher. Tais panoramas desenrolam-se no sentido berço-túmulo e só mostram a vida em linhas gerais. Os detalhes dessa vida no plano físico são deixados ao Ego preencher, com uma boa margem de aplicação de seu livre arbítrio.

Vemos, pois, que o Ego tem certa liberdade quanto ao lugar do nascimento. Pode-se dizer, por conseguinte, que, na grande maioria dos casos, estamos onde estamos por nossa própria escolha. Não importa que não o saibamos intelectualmente. O Ego ainda é fraco. Não pode romper livremente o véu da carne e, também, depende em grande parte da personalidade inferior para ajudá-lo a crescer. Porém, quanto mais nos decidirmos intelectualmente a viver para o Eu superior, tanto mais aproximar-nos-emos do dia em que o Ego resplandecerá. Então, saberemos.

Quando o Ego faz sua escolha, a ela fica preso para o ajuste de contas – para o pagamento de dívidas contraídas em vidas anteriores – agora amadurecidas para a liquidação. É isto que forma o destino, ou as condições difíceis e fáceis da vida, impossível de ser modificado. Qualquer tentativa nessa direção será por certo frustrada, mas que ninguém jamais cometa o erro de pensar que seu destino o conduzirá à prática do mal. Como já vimos, as leis atuam apenas para o bem. O mal em qualquer vida é a primeira coisa purgada após a morte, permanecendo no ser apenas a tendência para esse tipo de mal, junto com o sentimento de aversão gerado pelo sofrimento experimentado no processo purificador. Quando, na vida seguinte, surge a tentação para cometer-se o mesmo erro, esta sensação de dor do passado a que chamamos consciência adverte-nos a não ceder, despertando ainda em nós a repulsa ao ato. Contudo, se, a despeito dessa advertência, caímos alguma vez, o sofrimento que experimentamos no Purgatório aumenta a intensidade da antiga aversão, até que a consciência desenvolva a necessária firmeza para resistir àquele tipo de erro, a partir do que cessa a tentação.

Vemos, pois, que nenhuma pessoa jamais é destinada a errar, e que pelo menos cada ação má é fruto de sua livre vontade, mesmo cometido contra a resistência da consciência desenvolvida anteriormente e relativa a esse mesmo erro.

Havendo-se, portanto, decidido a respeito do próximo renascimento, o Ego desce primeiro à Região do Pensamento Concreto e começa a atrair para si o material indispensável à formação da nova Mente.

Conforme dissemos, a pessoa se retira de seus diferentes Corpos no curso do seu trajeto post-mortem. Esses Corpos desfazem-se, mas, de cada um deles, inclusive da Mente, fica com o Ego Átomo-semente. Esses Átomos-sementes constituem o núcleo das novas roupagens com que o Espírito aparecerá na próxima vida.

Quando, então, o Ego desce à Região do Pensamento Concreto, as forças latentes no Átomo-semente mental de suas vidas anteriores entram em atividade e começam a atrair material para uma Mente nova, do mesmo modo que o ímã atrai aos seus polos a limalha de ferro. Se passamos um ímã sobre um depósito de limalhas de latão que contenha também as de ouro, ferro, chumbo, prata, madeira, etc., veremos que ele atrai somente as de ferro, e só na quantidade proporcional à sua força de atração. Tal força é limitada a uma certa quantidade de determinada classe de elementos. O mesmo acontece com o Átomo-semente: só consegue atrair, de cada região, o material com que tenha afinidade e na quantidade definidamente exata. Este material toma então a forma de um grande sino, aberto na base e com o Átomo-semente no topo.

Podemos compará-lo a um sino-mergulhador que afunda gradualmente num mar de crescente densidade. Os materiais atraídos de cada Região vão-se entrelaçando dentro do sino e aumentando seu peso de tal maneira que ele afunda cada vez mais até alcançar a base.

É assim que o Ego submerge na Região do Pensamento Concreto e, de passagem, o Átomo-semente recolhe material para a nova Mente.

A descida continua. Vestido em sua roupagem de matéria mental, com aparência de sino, o Ego submerge no Mundo do Desejo. As forças preservadas do Átomo-semente do seu antigo Corpo de Desejos são despertadas e colocadas no topo do sino, no lado de dentro. Daí, começam a atrair o material com a qualidade e na quantidade requerida pelo Ego para voltar com um novo Corpo de Desejos apropriado às suas necessidades particulares. Assim, quando a região mais densa do Mundo do Desejo é alcançada, o sino já possui duas camadas: a de matéria mental por fora e a de matéria de desejos por dentro.

Em seguida, o Espírito desce à Região Etérica, onde colhe matéria para o novo Corpo Vital. De uma parte dessa matéria, os agentes dos Anjos do Destino fazem uma matriz ou modelo para proporcionar ao novo Corpo Denso a forma apropriada, a qual depositam no útero materno no momento em que o Átomo-semente é posto no sêmen do pai. Sem a presença desses dois fatores, nenhuma união sexual produziria resultados. Assim, quando um matrimônio se revela estéril, ainda que o casal seja saudável e anseie por filhos, isto significa simplesmente que nenhum Ego se sente atraído por eles.

Tão logo o Corpo Vital é depositado, o Ego retornante, envolto na roupagem parecida com um sino, fica flutuando constantemente próximo à sua futura mãe, que sozinha trabalha sobre o novo Corpo Denso nos primeiros dezoito ou vinte e um dias após a fertilização. Aí então, ele entra no corpo materno, cobrindo o feto com o molde do sino que se fecha por baixo e o encarcera mais uma vez na casa-prisão do Corpo Denso.

O momento de entrada no útero é um dos mais importantes da vida, pois, quando o Ego se põe em contato pela primeira vez com a já mencionada matriz do Corpo Vital, novamente contempla o panorama da vida que tem pela frente e que foi impresso naquela matriz pelos Anjos do Destino, com o objetivo de dar-lhe as necessárias inclinações para liquidar as causas maduras na vida futura.

A esta altura, o Ego já se encontra tão cego pelo véu da matéria que não pode mais reconhecer, de modo tão claro, o bem final visado conforme o podia por ocasião da sua escolha na Região do Pensamento Abstrato. Então, quando uma vida particularmente penosa se revela nessa visão ao Ego retornante no momento de sua entrada no útero, muitas vezes ele se apavora e, assim assustado, procura escapar da nova prisão. Porém, já não pode romper a conexão. Mas pode forçá-la, e o faz de tal maneira que a cabeça do Corpo Vital, que deveria permanecer concêntrica com a do Corpo Denso, fica deslocada, sobressaindo para cima da cabeça densa. Isso produz o idiota congênito.

Mesmo sob as mais favoráveis condições, passar pelo útero representa sempre uma grande e penosa tensão para o Ego. Por isso, tudo deve ser feito pelos pais no sentido de evitar que essa temporária permanência se torne ainda mais difícil para ele. Nunca é demais enfatizar este ponto. A desarmonia entre os futuros pais nos períodos críticos da gestação, especialmente no primeiro, muitas vezes põe tudo a perder.

Antes do acontecimento que denominamos nascimento, o futuro homem é encerrado em outro corpo (o materno), impossibilitando, portanto, de contatar com o mundo dos sentidos. Esta reclusão é necessária a fim de que o organismo se desenvolva até o ponto adequado de maturidade para receber por si mesmo essas impressões. Quando tal ponto é alcançado, o abrigo protetor, que é o útero, abre-se, e aí o novo ser humano entra na arena deste mundo.

Como vimos, o ser humano é muito mais que simples Corpo Denso. Por isso, não se deve pensar que, quando ele nasce para o Mundo Físico, todos os seus veículos estão igualmente amadurecidos. Na realidade, ainda não estão. O Corpo Vital cresce e amadurece dentro do seu envoltório etéreo até os sete anos, na troca dos dentes; o Corpo de Desejos requer proteção contra os perigos do Mundo do Desejo até próximo aos quatorze anos, nascendo no período a que chamamos puberdade; e a Mente não está suficientemente amadurecida para libertar-se de seu envoltório protetor até que o homem alcance a maioridade, aos vinte e um anos. Esses períodos são apenas aproximados, pois sua duração exata varia de pessoa para pessoa. Os períodos acima mencionados estão, porém, bem próximos da realidade.

A razão do lento desenvolvimento dos veículos superiores reside no fato de que esses veículos são adições relativamente recentes ao patrimônio do Ego, enquanto o Corpo Denso tem uma evolução muito mais longa, sendo, por conseguinte, o instrumento mais perfeito e valioso que possuímos. Quando as pessoas que só recentemente vieram a saber da existência dos veículos superiores pensam e falam constantemente de quão maravilhoso seria voar no Corpo de Desejos, pondo de lado o “baixo” e “vil” corpo físico, demonstram que ainda não aprenderam a apreciar a diferença entre “superior” e “perfeito”. O Corpo Denso é uma maravilha de perfeição, com seu forte esqueleto articulado, seus delicados órgãos de percepção e seu mecanismo nervoso de coordenação motora e cerebral que o torna superior a qualquer outro mecanismo do mundo. Visto em detalhes, tomemos para exemplo o longo osso da coxa, o fêmur, e examinemos suas rotundas extremidades. Partindo-o, podemos ver que somente uma delgada camada externa é feita de osso compacto, e que é reforçado internamente por um espesso entrecruzamento de delgados filetes ósseos, que o torna tão prodigiosamente forte quanto leve. A projeção de uma estrutura tal acha-se ainda tão distante da capacidade do mais competente engenheiro desta geração, quanto o cálculo diferencial encontra-se de uma formiga.

Portanto, mesmo sabendo que algum dia, num porvir distante, nossos veículos superiores alcançarão uma perfeição bem maior que a do nosso Corpo Denso, não devemos esquecer que presentemente eles ainda se acham desorganizados até certo ponto, sendo por isso de pouco valor quando estão separados do organismo físico perfeito. Deveríamos em tudo agradecer aos exaltados Seres por nos terem ajudado a desenvolver este esplêndido instrumento no qual agora funcionamos no mundo como seres humanos autoconscientes para cumprir nosso destino, vida após vida, tornando-nos a cada passo mais e mais semelhantes ao nosso Pai que está no Céu.

Vemos, pois, que o nascimento é um evento quádruplo, e que para cumprirmos por completo nossos deveres como educadores é de todo necessário que conheçamos isso, como também os fatos consequentes.

Não se deve simplesmente arrancar o bebê do útero materno e expô-lo aos impactos do mundo externo. Isto o mataria. Igualmente perigoso é violar as matrizes dos corpos invisíveis, expondo o ser imaturo aos impactos do mundo moral e mental. E, muito embora tal violência não mate o corpo físico, quase sempre obstrui sua capacidade, pois o que é prejudicial a um corpo o é também a todos os outros veículos. Para educar a criança devidamente faz-se, pois, necessário conhecer-se os efeitos da educação sobre os diferentes veículos e os métodos adequados a serem empregados, sem esquecer-se, entretanto, que nem sempre as regras gerais podem ser aplicadas em casos individuais.

Vimos que quando o Ego termina seu dia na escola da vida, a Força centrífuga de Repulsão leva-o a abandonar o Corpo Denso ao morrer e a seguir também o Corpo Vital, que é o mais próximo em densidade. Depois, no Purgatório, a matéria de desejos mais inferior, acumulada pelo Ego como incorporação dos seus desejos inferiores, é purgada pela mesma força centrífuga. Nas regiões superiores, somente a Força de Atração atua, conservando o bem pela sua ação centrípeta a qual atrai tudo da periferia para o centro.

A Força centrípeta de Atração atua também no regresso do Ego ao renascimento. Sabemos que podemos lançar à maior distância uma pedra do que uma pena. Pelas mesmas razões, a matéria mais inferior é lançada para fora após a morte, pela Força de Repulsão, e, pela mesma razão, a matéria mais grosseira, por meio da qual o Ego encarna a tendência para o mal, é precipitada para dentro, para o centro, pela Força centrípeta de Atração, resultando que quando a criança nasce, só o que ela tem de melhor e de mais puro aparece no exterior. O mal latente, de modo geral, não se manifesta até que o Corpo de Desejos nasça próximo aos quatorze anos, e suas correntes comecem a fluir para fora do fígado. É então que o Ego começa a “viver” sua vida individual e mostrar o que está no íntimo.

As estrelas são o Relógio do Destino, e mostram as tendências ocultas em cada ser humano. Os astrólogos podem falhar na previsão de acontecimentos, mas um Astrólogo bom e cuidadoso é capaz de determinar com precisão o caráter de uma pessoa em 99 por cento dos casos. E é desta maneira que os pais podem ter uma visão do lado oculto da natureza da criança. Mas como é relativamente fácil aprender a levantar o Tema Natal, sempre é melhor para os pais fazerem o horóscopo de seus filhos do que recorrerem a um estranho. Conseguirão, deste modo, uma visão mais profunda do seu caráter.

Com o nascimento físico, o Corpo Denso começa a sentir os impactos do mundo externo, os quais atuam sobre ele como atuavam anteriormente as forças do corpo materno. O que lhe fizeram estas durante a vida pré-natal, os impactos dos elementos continuam fazendo por toda a vida física. Até os sete anos, ou na mudança dos dentes, existe uma atividade especial, bem diferente de qualquer outra das fases seguintes. Os órgãos dos sentidos tomam formas definidas que já lhes dão as tendências estruturais básicas e determinam suas linhas de desenvolvimento em uma ou outra direção. Depois, ainda crescem, mas sempre em obediência às linhas previamente estabelecidas nesses sete primeiros anos, de modo que qualquer erro ou negligência no seu uso de modo correto nesse período, mui dificilmente poderá ser corrigido mais tarde. Se os membros e órgãos tomarem, pelo correto uso, a forma apropriada, todo o crescimento posterior será harmonioso; mas se houve uma formação imprópria nesse período, o pequeno corpo crescerá deformando-se em maior ou menor escala. É dever do educador proporcionar à criança um ambiente adequado, conforme faz a Natureza na fase pré-natal, pois só assim tem o sensitivo organismo condições de desenvolver-se na direção certa.

Há duas palavras mágicas que indicam a maneira pela qual a criança entre em contato com as influências formadoras do seu ambiente: exemplo e imitação. Nenhuma criatura debaixo dos céus é mais imitativa do que a criança e, nessa imitação, temos a força que pode dar as tendências e direção ao pequeno organismo. Tudo no ambiente da criança deixa-lhe uma impressão para o bem ou para o mal. Devemos, portanto, nos convencer de que o mais insignificante ato pode causar incalculável mal ou bem à vida de nossos filhos, e que nunca devemos fazer em sua presença algo que não desejemos absolutamente que eles imitem. É inútil ensinar à criança moralidade ou a raciocinar neste período. Exemplo é o único mestre que a criança necessita e segue. Não pode furtar-se à imitação, do mesmo modo que a água não pode evitar de correr encosta abaixo, porque este é o único método de desenvolvimento nesta fase. Instruções morais e sobre raciocínio ficam para mais tarde. Ensiná-las agora equivale a extrair o feto do útero prematuramente. Tudo o que a criança tem que adquirir em termos de pensamento, ideia e imaginação deve vir por si mesmo, do mesmo modo que os olhos e ouvidos desenvolvem-se naturalmente antes do nascimento do Corpo Denso.

Deve-se dar à criança brinquedos com os quais possa exercitar suas faculdades de imitação – algo com vida ou uma boneca articulada que possa ser posta em diferentes posições, permitindo-se que sua dona lhe troque as roupinhas sem nenhum auxílio. Assim, ela exercita sua força formadora de maneira correta. Ao menino, deem-se ferramentas, modelos e massas. Nunca se deve dar às crianças brinquedos terminados, de modo que elas nada mais tenham a fazer senão olhá-los. Isso tira do cérebro a oportunidade de desenvolvimento. O cuidado e objetivo do educador neste período deve ser o de proporcionar meios para um desenvolvimento harmonioso dos órgãos físicos.

No que tange aos alimentos, grande cuidado precisa ser tomado nesta fase, pois um apetite normal ou anormal nos anos seguintes dependerá de como a criança foi alimentada no primeiro período setenário. Aqui também o exemplo é o melhor mestre. Pratos excessivamente condimentados prejudicam o organismo. Quanto mais simples e fácil de mastigar, mais o alimento conduz ao apetite saudável, que norteará o homem quanto à nutrição durante sua vida e proporcionar-lhe-á um corpo sadio e uma Mente pura que o glutão desconhece. Não façamos um prato para nós e outro diferente para o nosso filho. Podemos assim evitar que ele coma certos alimentos em casa, mas despertamos nele certo desejo secreto pelo alimento “proibido”, e cuja satisfação buscará quando se tenha tornado adulto suficiente para ter vontade própria. Aí, sua capacidade de imitação se manifestará espontaneamente.

Quanto às roupas, certifiquemo-nos de que sejam sempre folgadas, e possam ser substituídas antes de se tornarem pequenas a fim de não irritar. Muito da natureza imoral que põe uma vida a perder tem sido despertado, primeiramente, pelas fricções causadas pelo uso de peças muito justas, particularmente em se tratando de meninos. A imoralidade é um dos piores e mais persistentes flagelos de nossa civilização. Lembrando disso, procuremos, por todos os meios, manter nossas crianças inconscientes de seus próprios órgãos sexuais antes dos sete anos. O castigo corporal é também um fator preponderante no despertar da sexualidade, nunca sendo demais condená-lo.

Com relação à educação do caráter, sabemos que a tal respeito as cores assumem a maior significação, se bem que o assunto envolve não somente o conhecimento do efeito das cores como, particularmente, das cores complementares, posto que são estas que atuam no organismo da criança. Se temos de lidar com o temperamento ardente de uma natureza impetuosa, façamos o vermelho predominar no ambiente, e assim conseguiremos abrandá-lo. Aposentos, móveis e roupas na cor vermelha produzir-lhe-ão o refrescante efeito da cor verde, lhe acalmando os nervos. O melancólico e de natureza letárgica terá melhor disposição se o rodearmos de azul ou azul-verde, que geram nos seus órgãos infantis o calor do vermelho e do laranja.

As cantigas de ninar são de maior importância nesse período. Não importa o sentido que tenham. De suma importância é seu ritmo, pois este constrói os órgãos mais harmoniosamente que qualquer outro fator. Portanto, isto e a manutenção de uma atmosfera alegre constituem os dois mais excelentes métodos educacionais, e continuam válidos e eficientes mesmo na falta de outros.

Por volta dos sete anos, o Corpo Vital da criança atingiu uma perfeição suficiente que lhe permite receber os impactos do mundo externo. Difundirá sua capa protetora de éter e, começa sua vida livre. É aí que se deve iniciar o trabalho do educador sobre esse Corpo Vital, auxiliando-o na formação da memória, consciência, bons hábitos e temperamento harmonioso. autoridade e discipulado passam a ser as palavras chaves desta época, em que a criança vai aprender o significado das coisas. Na primeira época, ela aprende o que são as coisas, não se importando com o seu significado, a não ser aquilo que entende a seu modo. Na segunda, porém, dos sete aos quatorze anos, é essencial que aprenda o que essas coisas significam, contudo sempre sob a supervisão de seus pais e mestres, mais memorizando suas explicações ou definições do que raciocinando sobre elas, posto que a razão pertence a um período de desenvolvimento posterior. E ainda que possa fazê-lo a seu modo, com proveito, não deixa de ser prejudicial neste período forçá-la a pensar.

Para que a criança em desenvolvimento possa melhor colher os benefícios decorrentes da instrução de seus pais e professores, é necessário, evidentemente, que sinta a maior veneração por eles e que admire sua sabedoria. Cabe a nós, por conseguinte, comportarmo-nos convenientemente, pois, se ela observa em nós frivolidade, ouve conversas levianas e presencia algum comportamento duvidoso, privamo-la por isso mesmo da maior força em sua vida: abalamos-lhe a fé e confiança nos outros. É nesta idade que se forjam os cínicos e céticos. Somos responsáveis perante Deus pelas vidas a nós confiadas, e temos de responder ante a Lei de Consequência pelo nosso descaso, ou por havermos negligenciado a grande oportunidade de guiar, em seus primeiros passos, um companheirinho de jornada no caminho certo. E exemplo é sempre melhor que preceito.

De pouca utilidade são os conselhos. Mostremos à criança exemplos vivos dos efeitos da virtude e do vício. Representemos ante sua fantasia juvenil as imagens do ébrio e do ladrão, e outra como a do santo. Isto afetará seu Corpo Vital a um ponto em que passará a ter aversão aos primeiros e um decidido propósito de imitar o segundo.

Neste período, a criança precisa ser ensinada sobre a origem do seu ser, a fim de que possa estar preparada para os vendavais de paixões que fazem a adolescência tão perigosa. Esta informação também pode ser dada através de figurações mentais e exemplos da natureza, mas de tal modo que ela fique totalmente impressionada da santidade da função. É inelutável dever daqueles que educam esclarecer devidamente a criança. Neste ponto, equivale a deixá-la cruzar de olhos vendados uma área cheia de armadilhas com a recomendação: Não caia. Ao menos, se retirem dele a venda e, mesmo assim, ela estará bastante coibida.

O instrutor que tome uma flor, que é o órgão gerador da planta, para ensinar o objetivo do ato criador, é capaz de fazê-lo compreensível no animal e no homem. Mas evitemos o erro de confundir a criança com muitos nomes tais como “estames”, “anteras” ou “flores pistiladas”, “flores estaminadas”. Isso frustraria o nosso objetivo, além de cansar as crianças no estudo.

Como as crianças se encantam com os contos de fadas, o instrutor engenhoso pode tornar uma história de flores mais fascinante que qualquer desses conhecidos contos, podendo ainda acrescentar um halo de beleza e santidade no ato gerador que envolverá a criança por toda a vida e a protegerá contra as tentações e provas quando se acenderem as chamas das paixões.

Sabemos que estame e pólen são masculinos, e que pistilo e óvulo são femininos. Também sabemos que algumas flores têm somente um gênero, como há outras que têm tanto o estame como o pistilo. Sabemos também que as abelhas têm cestas de pólen em suas patas, e nelas carregam pólen para os pistilos de outras flores. Nestas, o pólen trabalha sobre o óvulo, que então é fertilizado e capaz de crescimento em nova planta florida.

Com estes dados e algumas flores, juntemos as crianças e tentemos mostrar-lhes como as flores assemelham-se às famílias. Em algumas (as estaminadas), só há meninos; em outras (as pistiladas), só há meninas; e em outras, meninos e meninas. As flores-menino (pólen) são aventureiras como os meninos: cavalgam os corcéis alados (abelhas) mundo afora, à semelhança dos cavaleiros de antanho, em busca de princesa aprisionada em seu castelo mágico (o óvulo no pistilo); conta-se como o minúsculo cavaleiro flor-rapaz audaciosamente salta de seu corcel (a abelha) e avança em direção ao aposento secreto onde se acha a princesa (o óvulo); então, se casam e têm muitas pequenas flores – meninos e meninas.

Este conto pode variar e ser enriquecido à vontade à fantasia dos educadores, como ainda pode ser suplementado por histórias em que figurem só animais e pássaros. Isso despertará na criança a compreensão da origem de seu próprio corpo, o que emprestará à história de amor do papai e da mamãe todo o romantismo das flores-meninos e flores-meninas, e evita o mais leve pensamento de ódio ligado com nascimento na Mente da criança.

O Corpo de Desejos nasce aproximadamente aos quatorze anos, na puberdade. É tempo em que os sentimentos e paixões começam a exercer poder sobre o adolescente, posto que a matriz da matéria de desejos que até então protegia o Corpo de Desejos é removida. Na maioria das vezes, este é um período de provas para o jovem que aprendeu a reverenciar seus pais e mestres, pois estes podem então ser para ele uma espécie de âncora contra o influxo de sentimentos. Se habituar-se a confiar na palavra dos mais velhos e estes sempre lhe falarem sabiamente, o moço, no mínimo, terá desenvolvido um inerente senso da verdade que o guiará seguramente. Se, porém, houver uma falha, ele poderá desnortear-se.

É o tempo em que deve ser ensinado a investigar as coisas por conta própria para que aprenda a formar opiniões individuais. Procuremos imprimir-lhes a necessidade de pesquisar cuidadosamente antes de julgar e, também, quanto mais fluídicas ele puder conservar suas opiniões, mais capacitado estará também para examinar novos fatos e adquirir novos conhecimentos. Deste modo, alcançará sua maioridade aos vinte e um anos, quando a Mente se libertar também, e será capaz de ocupar o seu lugar no mundo como um cidadão íntegro e probo, graças àqueles que dele cuidaram amorosamente em seus anos de desenvolvimento: um homem ou uma mulher bem-educados.

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Onde está o Céu?

Resposta: Cristo disse: “O Céu está dentro de nós”. Mesmo assim, é-nos revelado que no momento em que deixou Seus Discípulos, Ele ascendeu ao Céu. Para entender isso, precisamos analisar a constituição de um Planeta. De acordo com o princípio hermético “como é em cima, assim é embaixo”, entenderemos melhor se analisarmos primeiro a constituição do ser humano. O ser humano tem o Corpo Denso que vemos com os nossos olhos, mas, esse Corpo não é tão sólido quanto aparenta, pois é permeado por vários veículos invisíveis.

É composto de sólidos, líquidos e gases da Região Química do Mundo Físico, e a ciência nos diz que são interpenetrados pelo Éter, pois o Corpo do ser humano não é diferente de todos os outros elementos existentes no Mundo. Tanto no sólido mais denso quanto no gás mais rarefeito, a ciência atesta corretamente que cada pequeno átomo vibra num mar de Éter.

Esse Éter ainda é matéria física, uma porção considerável e especializada pelo ser humano, e forma uma contraparte exata do nosso Corpo Denso, além de projetar-se em torno de 3,8 cm além da sua periferia. É essa parte que os médicos de Boston pesaram, colocando pessoas agonizantes sobre balanças – veja essa história completa no livro: O Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel. Notaram que, quando do último suspiro, alguma coisa com certo peso abandonava o Corpo Denso, e o prato da balança que sustentava o peso caía ao chão, com rapidez surpreendente. Os jornalistas declararam que os médicos haviam pesado a alma. Porém o que eles de fato pesaram foi esse Corpo Vital composto de Éter que deixa o Corpo Denso, na hora da morte. Temos um veículo ainda mais sutil, o Corpo de Desejos, que é composto pelo que os ocultistas chamam de substância de desejos, podendo ser visto, por aqueles que têm o sexto sentido desenvolvido, como uma nuvem ovoide envolvendo o Corpo Denso por todos os lados. Esse último localiza-se no centro do Corpo de Desejos, como a gema está no centro de um ovo, com a única diferença: enquanto a clara envolve a gema, mas não a interpenetra, esse Corpo de Desejos permeia totalmente tanto o Corpo Vital quanto o Corpo Denso. Há ainda um material mais sutil na composição do ser humano que podemos denominar de “matéria mental”, o veículo Mente, composta da substância da Região Concreta do Mundo do Pensamento, o material onde formamos os pensamentos-formas que envolvem o Ego interno. O Mundo é constituído de forma similar.

Além desse Mundo visível composto de sólidos, líquidos e gases e interpenetrado pelo Éter, há também um Mundo do Desejo que permeia cada uma das duas Regiões do Mundo Físico indo até o espaço, além do ar e do Éter. Em seguida, há o Mundo do Pensamento, que também penetra toda região do nosso Planeta, do centro à periferia estendendo-se no espaço ainda mais além que os outros dois Mundos. Durante a vida terrena, o ser humano permanece neste Mundo visível, Mas, após a morte, conforme os atos aqui praticados poderá ficar vinculado a esse plano, visto que as regiões do Purgatório – que está nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo – estão em toda parte ao nosso redor e também embaixo no mais recôndito da Terra. Num certo sentido, o Primeiro Céu – que está nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo – também está aqui, pois a matéria que o compõe nos rodeia, mas o Primeiro Céu em si, o local onde os Espíritos liberados geralmente permanecem, encontra-se além da nossa atmosfera. Pode-se dizer, na verdade, que o Segundo Céu – que está na Região do Pensamento Concreto – também está dentro de nós, pois o material com o qual é constituído está aqui. Os Espíritos que nele se encontram poderiam nos visitar, ainda que as condições aqui, e as tendências de pensamentos, etc., seja, depreciativos para o seu trabalho e desenvolvimento. Por isso, eles preferem ficar no ponto mais afastados e longe do nosso Planeta, onde a pura substância mental não é maculada por nossos pensamentos egoístas e prejudiciais. O Terceiro Céu – que está na Região do Pensamento Abstrato – é um local onde pouquíssimos Espíritos, no presente estágio de desenvolvimento, têm alguma consciência. Quase todos nós somos guiados nas atividades do pensamento mais pelas emoções e sensações concernentes às coisas concretas do que pelo pensamento abstrato, que é a faculdade peculiar àquele elevado plano. Quando pensamos no amor geralmente o relacionamos a alguma pessoa. Esse é um pensamento concreto. Mas no amor, em termos abstratos, pouquíssimos são capazes de pensar. Podemos imaginar uma casa, um animal, etc., eles são concretos, mas não gostamos de pensar numa proposição abstrata tal como: “o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos de um triângulo”. A maioria dentre nós tem pouquíssima consciência no Terceiro Céu, consequentemente, pouquíssimo do material desse mundo pode ser encontrado na constituição do nosso Planeta.

(Pergunta nº 61 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: O ser humano que comete suicídio permanece mais tempo no Purgatório que as pessoas que morrem naturalmente?

Pergunta: O ser humano que comete suicídio permanece mais tempo no Purgatório que as pessoas que morrem naturalmente?

Resposta: Quando o Ego se prepara para renascer, desce através do Segundo Céu, onde é ajudado pelas Hierarquias Criadoras a criar o arquétipo para os seus futuros corpos e veículos. Infunde nesse arquétipo uma vida que durará certo número de anos. Esses arquétipos são espaços ocos e têm um movimento sonante, vibratório, que atrai para si o material do Mundo Físico, colocando todos os átomos do corpo numa vibração sintonizada com a de um pequeno átomo localizado no coração, o Átomo-semente, que, a exemplo de um diapasão, dá o tom a todo o resto do material no corpo. No momento em que uma vida toda foi vivida na Terra, as vibrações no arquétipo cessam, o Átomo-semente é removido, o Corpo Denso começa a se decompor e o Corpo de Desejos, no qual o Ego funciona quando está no Purgatório e no Primeiro Céu, assume a forma do Corpo Denso, o físico. Então, o ser humano começa no Purgatório o seu trabalho de expiação dos maus hábitos e ações praticadas na Terra. Em seguida, no Primeiro Céu passa pela assimilação do bem praticado durante sua última existência material.

O que antecede dá ideia do que sucede comumente quando o curso da natureza não é perturbado. Mas, o caso do suicida é diferente. O Átomo-semente foi removido no processo, mas o arquétipo oco ainda continua vibrando. Por essa razão, ele sente como se também estivesse oco e experimenta um suplício interior que pode ser comparado à aflição causada por uma fome intensa. Material para a construção de um Corpo Denso está todo ao seu redor, mas falta-lhe o padrão do Átomo-semente. Por isso, é-lhe impossível assimilar essa matéria e construir um corpo com ele. Essa horrível sensação de vazio será mantida pelo tempo que a sua vida deveria ter durado. Dessa maneira, a Lei de Causa e Efeito ensina-lhe quanto é errado não comparecer às aulas da escola da vida, e essa falta não passará impunemente. Na vida seguinte, quando as dificuldades cercarem o seu caminho, recordará os sofrimentos do passado resultantes do suicídio – ainda que não se lembre exatamente dos fatos -, e enfrentará uma nova experiência para alcançar seu crescimento anímico.

(Pergunta nº 58 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Volume 1 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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A importância do Estudante Rosacruz conhecer, apreciar e estudar a boa música para desenvolver a sua Mente Abstrata

A importância do Estudante Rosacruz conhecer, apreciar e estudar a boa música para desenvolver a sua Mente Abstrata

A música desempenhou um papel, desde o início, no desenvolvimento do grande esquema cósmico, e que continuará a desempenhar até que o som final seja emitido e a perfeição realizada.

Max Heindel afirmou que Pitágoras não estava romanceando quando falava da música das esferas, pois cada uma das órbitas celestes tem seu tom definido e, juntas entoam uma sinfonia celestial. Ele confirma as declarações de Pitágoras, isto é, que cada Astro tem sua própria nota chave e viaja ao redor do Sol em tão variados índices de velocidade, que sua posição não pode ser repetida a não ser depois de aproximadamente vinte e sete mil anos. A harmonia celeste muda a cada momento, e, à medida que ela muda também as pessoas no mundo alteram suas ideias e ideais. O movimento circular dos Planetas ao redor do Sol no tom da sinfonia celestial, criada por eles, marca o progresso do ser humano ao longo do caminho da evolução.

Os ecos dessa música celestial chegam até nós no Mundo Físico. São nossas propriedades mais preciosas, muito embora sejam tão fugazes quanto uma quimera e não possam ser permanentemente criados. No Primeiro Céu esses ecos são, naturalmente, muito mais belos e permanentes. No Mundo do Pensamento, onde o Segundo e Terceiro Céus estão localizados, encontra-se a esfera do som.

Em nossa vida terrena, estamos tão imersos nos pequenos ruídos e sons de nosso limitado meio ambiente, que somos incapazes de ouvir a música produzida pelas esferas em marcha. O verdadeiro músico, seja consciente ou inconscientemente, sintoniza se com a Região do Pensamento Concreto, onde ele pode ouvir uma sonata ou uma sinfonia inteira como um único acorde resplandecente que, mais tarde, transpõe para uma composição musical de sublime harmonia, graça e beleza. O ser humano tem sido comparado a um monocórdio instrumento musical de uma única corda – que se estende da Terra aos confins longínquos do Zodíaco.

A vontade do ser humano teve sua origem na vontade de Deus. O músico, por meio de sua própria força de vontade, ouve esse poder da vontade de Deus expressa em sons e tons permeando o sistema solar. E, através de sua própria habilidade criadora nascida da vontade e da imaginação, ele é capaz de reproduzir em sons e tons, tanto os tons do poder vontade de Deus que criou o sistema solar, quanto Suas ideias tonais por meio das quais Ele materializou o Sistema Solar.

A música produz expressões de tom que procedem do poder mais elevado de Deus e do ser humano, isto é, da vontade. Portanto, podemos ver que terrível consequência o ser humano está construindo para si, ao profanar a música, ao introduzir nela todos os tipos de dissonâncias, ruídos estridentes e penetrantes, gemidos e desarmonias que afetam os nervos. Um conhecido filósofo expressou bem uma grande verdade cósmica quando disse: “Deixem me escrever música para uma nação e não me preocuparei com quem faça suas leis”. O termo músico aqui usado não se aplica ao cantor ou ao executante musical comum, mas a mestres criadores de música, tais como Beethoven, Mozart, Wagner, Liszt, Chopin, Bach e outros da mesma classe. A arquitetura pode ser comparada à música congelada; a escultura à música aprisionada; a pintura à música lutando para se libertar; a música à livre e flutuante manifestação do som.

A música é composta de três elementos primários: melodia, harmonia e ritmo. A melodia é composta de uma sucessão de sons harmoniosos sentidos pelos nervos auditivos que estão conectados ao cérebro – um órgão físico que contata a Mente. Portanto, é através do corpo mental que o Espírito é capaz de sentir a melodia produzida no plano físico. Um idiota ou uma pessoa insana não respondem à melodia. A harmonia consiste em uma agradável mistura de sons e está relacionada aos sentimentos ou emoções. Sentimentos ou emoções são expressões do Corpo de Desejos, em consequência, a harmonia pode ter um efeito tanto sobre o ser humano como sobre os animais, uma vez que ambos possuem corpos de desejos. Ritmo é um movimento medido e equilibrado, e é expresso pela força de vida que aciona gestos e outros movimentos físicos. O Corpo Vital absorve uma superabundância de força vital (energia solar) que passa para o Corpo Denso para mantê-lo vivo e em funcionamento. Daí o ritmo estar correlacionado ao Corpo Vital. As plantas têm um Corpo Vital e são sensíveis ao ritmo.

O ser humano tem dentro de seu cérebro sete cavidades que durante a vida são comumente consideradas vazias. Na realidade, estas cavidades estão cheias de uma essência do espírito, sendo que cada cavidade tem seu próprio tom e cor. Os tons produzidos por estas cavidades estão correlacionados àqueles dos Sete Espíritos diante do Trono:

As cavidades ou ventrículos, começando pela frente do cérebro, são:

(1) ventrículo olfativo,

(2) ventrículo lateral,

(3) terceiro ventrículo,

(4) quarto ventrículo,

(5) corpo pituitário,

(6) glândula pineal.

A sétima cavidade é o crânio, que reúne todos os elementos em um grande todo.

O Sistema Solar é um vasto instrumento musical. Assim como existem doze semitons na escala cromática, temos no céu doze Signos do Zodíaco. Assim como temos as sete teclas brancas ou tons no teclado do piano, temos os sete Planetas. Os Signos do Zodíaco podem ser considerados como a caixa de ressonância da harpa cósmica, e os sete Planetas são as cordas influenciando a humanidade de diversas maneiras, Na Bíblia notamos como a lira de sete cordas de Davi representa, astrologicamente, as notas chaves da corrente planetária sétupla. A nota chave de cada Planeta é composta da quintessência de seus sons reunidos. Uma amalgamação das tristezas e alegrias de nossa Terra, os sons de seus ventos e mares, o ritmo de todas as suas forças viventes combinadas, formam seu tom ou nota-chave. Da mesma maneira, e em escala sempre ascendente, soam as notas de toda a corrente planetária, sendo que sua união constitui a sublime Música das Esferas “… Não existe a menor orbe que observes que, em seu movimento, não cante como um Anjo”. Assim escreveu o grande poeta iniciado, Shakespeare. Esta música celestial é o produto daquele Verbo ao qual São João se referia quando escreveu: “No início era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus… e nada do que foi feito, foi feito sem Ele.” (Jo 1:1-3).

 (Trecho do Livro “A Escala Musical e o Esquema de Evolução” – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: As almas que passaram pelo Purgatório, pelo Primeiro, Segundo e Terceiro Céus voltam a renascer nesta Terra, ou dirigem-se para outras esferas?

Resposta: Elas retornam a esta Terra até aprenderem as lições que podem ser aqui vivenciadas. Essencialmente, é o mesmo princípio aplicado quando enviamos uma criança a escola. Não a mandamos para um jardim de infância um dia, para a escola primária no dia seguinte e para a faculdade no terceiro dia. Enviamo-la para o jardim da infância, dia após dia, por um longo período, até aprender todas as lições ministradas ali. O conhecimento adquirido no jardim da infância formará a base para o aprendizado na escola primária, que será o alicerce para ingressar na faculdade. Por um processo similar, aprendemos lições sob diversas condições no passado. No futuro, quando tivermos aprendido tudo que está ao nosso alcance neste nosso ambiente terreno, encontraremos, a nossa espera, tarefas em evoluções mais elevadas. O progresso é infinito, pois somos divinos como o nosso Pai que está no céu, e as limitações são impossíveis.

(Pergunta nº 68 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume 1 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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