Os três Mundos do nosso Planeta são atualmente o campo onde se processa a evolução de diversos Reinos de vida em vários graus de desenvolvimento. Destes, só quatro nos interessam presentemente, a saber: o Mineral, o Vegetal, o Animal e o Humano.
Estes quatro Reinos estão relacionados com os três Mundos de maneiras diferentes, de acordo com o progresso conseguido por esses grupos de vida em evolução na escola da experiência. No que diz respeito à forma, os Corpos Densos de todos os Reinos são compostos das mesmas substâncias químicas: sólidos, líquidos e gases da Região Química. O Corpo Denso do ser humano é um composto químico tanto quanto o da pedra, se bem que essa última esteja ocupada só pela vida mineral. Todavia, mesmo falando do ponto de vista puramente físico e deixando à margem qualquer outra consideração, notamos várias diferenças importantes se comparamos o Corpo Denso do ser humano com o do mineral da Terra. O ser humano move-se, cresce e propaga a sua espécie, mas o mineral, em seu estado natural, nada disso pode fazer.
Comparando o ser humano com os vegetais verificamos que ambos, planta e ser humano, têm um Corpo Denso, capaz de crescer e propagar-se. Contudo, o ser humano tem faculdades que a planta não possui: sente, tem o poder de mover-se e perceber as coisas que estão fora dele.
Quando comparamos o ser humano com os animais constatamos que ambos possuem as faculdades da sensação, do movimento, crescimento, da propagação e do senso de percepção. Contudo, o ser humano tem, ainda, a faculdade da linguagem, uma estrutura cerebral superior e as mãos, os quais são uma grande vantagem física. É de se notar especialmente o desenvolvimento do polegar que torna a mão humana muitíssimo mais útil do que a do antropoide. O ser humano desenvolveu, além disso, uma linguagem definida com a qual expressa seus pensamentos e sentimentos. Tudo, enfim, situa o Corpo Denso do ser humano em uma classe à parte, mais avançada do que as dos três Reinos inferiores.
Para compreender as diferenças entre os quatro Reinos é preciso buscar nos Mundos invisíveis as causas que dão a um Reino o que a outros é negado.
Para se funcionar em qualquer Mundo e expressar as qualidades que lhe são peculiares, é necessário antes de tudo, possuir um veículo formado de sua matéria. Para funcionarmos no Mundo Físico denso precisamos de um Corpo Denso adaptado ao nosso ambiente. Se assim não fosse seríamos fantasmas, como geralmente dizem, e seríamos invisíveis à maioria dos seres físicos. Assim, também precisamos de um Corpo Vital para poder expressar vida, crescimento ou externar as outras qualidades pertinentes à Região Etérica.
Para expressar sentimentos e emoções é necessário ter um veículo composto de matéria do Mundo do Desejo; e uma Mente, formada por substância da Região Concreta do Mundo do Pensamento é necessária para tornar o pensamento possível.
Ao examinarmos os quatro Reinos em relação à Região Etérica, constatamos que o mineral não possui Corpo Vital separado. Logo compreendemos a razão pela qual não pode crescer, nem se propagar ou nem mostrar vida com sensações.
Como hipótese necessária para sustentar outros fatos conhecidos, a ciência materialista admite que no sólido mais denso, tanto quanto no gás mais rarefeito e atenuado, não se tocam sequer dois átomos; que existe um envoltório de Éter ao redor de cada átomo; e que os átomos no universo flutuam em um oceano de Éter.
O cientista ocultista sabe que isso é exato na Região Química, e que o mineral não possui um Corpo Vital de Éter separado. E, como o Éter planetário é o único que envolve os átomos do mineral, então se compreende a diferença acima. Como já dissemos, é necessário ter um Corpo Vital, um Corpo de Desejos separados, etc., para poder expressar as qualidades correspondentes aos diferentes Reinos, porque os átomos do Mundo do Desejo, do Mundo do Pensamento e até dos Mundos superiores interpenetram o mineral, da mesma forma que interpenetram o Corpo Denso humano. Se a interpenetração do Éter planetário, o Éter que envolve os átomos do mineral, fosse bastante para permitir-lhe sentir e se propagar, sua interpenetração pelo Mundo do Pensamento planetário seria também suficiente para permitir-lhe pensar, o que não pode acontecer por faltar-lhe um veículo separado. O mineral é penetrado somente pelo Éter planetário e é, portanto, incapaz de crescimento individual. Todavia, como o mais inferior dos quatro Éteres – o Químico – é ativo no mineral, a ele são devidas as forças químicas nos minerais.
Tendo observado as relações dos Quatro Reinos com a Região Etérica do Mundo Físico, estudemos agora sua relação com o Mundo do Desejo.
Tanto os minerais quanto os vegetais carecem de Corpo de Desejos separado. Estão compenetrados unicamente pelo Corpo de Desejos planetário, ou seja, pelo Mundo do Desejo. Não possuindo veículo separado, são incapazes de sentir, de desejar, de se emocionar, faculdades estas que pertencem ao Mundo do Desejo. A pedra nada sente quando é quebrada, mas seria errôneo deduzir-se que não há qualquer sentimento relacionado com tal ato. Essa é a opinião do materialista e da massa incompreensiva. O cientista ocultista sabe que não há ato algum, grande ou pequeno, que não seja sentido através do universo. Embora por falta de um Corpo de Desejos individual a pedra não possa sentir, o Espírito da Terra sente, porque é o seu Corpo de Desejos que compenetra a pedra. Se um ser humano corta o dedo, esse não sente dor simplesmente por não ter Corpo de Desejos separado, mas o ser humano sente, porque seu Corpo de Desejos compenetra o dedo. Se uma planta é arrancada pela raiz, o Espírito da Terra sente de modo equivalente ao ser humano a quem arranquem um cabelo. A Terra é um Corpo vivo e sensível. Todas as formas sem Corpo de Desejos separado, por meio do qual o espírito pode sentir, estão inclusas no Corpo de Desejos da Terra, e esse Corpo de Desejos possui sensibilidade. Quebrar uma pedra ou cortar uma flor causa prazer à Terra, ao passo que arrancar uma planta pela raiz causa sofrimento. A razão disto será esclarecida na última parte dessa obra, pois nesse ponto qualquer explicação seria incompreensível para a maioria dos leitores.
O Mundo do Desejo planetário pulsa através dos Corpos Denso e Vital do animal e do ser humano, da mesma maneira que compenetra o mineral e a planta. Contudo, além disso, o animal e o ser humano possuem Corpos de Desejos separados que os capacitam a sentir desejos, emoções e paixões. Contudo, existe uma diferença entre eles: o Corpo de Desejos do animal é inteiramente formado por matéria das Regiões mais densas do Mundo do Desejo, enquanto no do ser humano, mesmo nas Raças mais inferiores, um pouco da matéria das Regiões superiores entra em sua composição. Os sentidos dos animais e das Raças humanas inferiores focalizam-se quase inteiramente na satisfação dos desejos e paixões mais inferiores, cuja expressão se encontra na matéria das regiões inferiores do Mundo do Desejo. Por isso e para que possam ter emoções mais elevadas, educá-las e dirigi-las para objetivos superiores, necessitam da matéria correspondente em seus Corpos de Desejos. À medida que o ser humano progride na escola da vida suas experiências ensinam-no, e seus desejos se tornam melhores, mais puros. Dessa forma, gradativamente, a matéria do Corpo de Desejos passa por uma correspondente modificação. A matéria mais pura e brilhante das regiões superiores do Mundo do Desejo substitui as cores sombrias da parte inferior. O Corpo de Desejos aumenta de tamanho, de modo que o de um santo torna-se verdadeiramente algo glorioso a ser observado, de transparência luminosa, e de uma pureza de cores incomparável, impossível de descrever. Só o vendo é possível apreciá-lo.
Atualmente, na composição do Corpo de Desejos da grande maioria dos seres humanos entra matéria das regiões superiores e inferiores. Ninguém é tão mau que não tenha algo de bom. Isto é expressão da matéria das regiões superiores que encontramos em seus Corpos de Desejos. Por outro lado, são muito poucos os tão bons que não empreguem alguma matéria das regiões inferiores.
Do mesmo modo que os Corpos: Vital e de Desejos planetários interpenetram a matéria densa da Terra, como vimos no exemplo da esponja, da areia e da água, assim também os Corpos: Vital e de Desejos interpenetram o Corpo Denso do vegetal, do animal e do ser humano. Contudo, durante a vida, o Corpo de Desejos do ser humano não tem a mesma forma que seus Corpos Denso e Vital. Somente após a morte ele assume essa forma. Durante a vida tem simplesmente a aparência de um ovoide luminoso que, nas horas de vigília, envolve completamente o Corpo Denso, assim como no ovo a clara envolve a gema. Estende-se de doze a dezesseis polegadas[1] além do Corpo Denso. Nesse Corpo de Desejos existe certo número de centros sensoriais que ainda se encontram em estado latente na maioria dos seres humanos.
Dirigindo a nossa atenção à relação dos quatro Reinos com o Mundo do Pensamento notamos que os minerais, os vegetais e os animais carecem de um veículo que os correlacione com esse Mundo. Todavia, sabemos que alguns animais pensam. Contudo, são os animais domésticos mais avançados que permaneceram gerações inteiras em estreito contato com o ser humano, despertando por isso mesmo faculdades que outros animais, desprovidos dessa vantagem, não possuem. Isto se baseia no mesmo princípio que faz com que um fio altamente carregado de eletricidade “induza” uma corrente mais fraca em outro que lhe esteja próximo, assim como um ser humano de forte moralidade pode despertar uma tendência parecida em outro de natureza mais débil, ou assim como esse pode ser dominado pela influência negativa de caracteres malignos. Tudo quanto fazemos, dizemos, ou somos, reflete-se em torno de nós. Eis a razão por que pensam os mais avançados animais domésticos. Por serem os mais elevados de sua espécie, estão quase no ponto da individualização, e as vibrações da Mente do ser humano têm “induzido” neles uma atividade similar, de ordem inferior. Salvo essa exceção, o Reino Animal não adquiriu ainda a faculdade de pensar. Não estão ainda individualizados. Isto é o que constitui a grande e importante diferença entre o ser humano e os demais Reinos. O ser humano é um indivíduo. Os animais, os vegetais e os minerais dividem-se em espécies. Não estão individualizados no mesmo sentido em que se encontra o ser humano.
Certo é que dividimos a humanidade em Raças, tribos e nações, e que notamos a diferença entre os caucasianos, os negros, os indianos, etc. Contudo, a questão não é esta. Se quisermos estudar as características do leão, do elefante ou de qualquer outra espécie de animais inferiores, é necessário apenas tomar qualquer exemplar da espécie. Conhecidas as características de um animal, conheceremos as características da espécie a que pertence. Todos os membros da mesma tribo animal são semelhantes. Isto é um fato. Um leão, ou seu pai ou seu filho, todos se assemelham, não há diferença alguma na maneira como poderão agir sob as mesmas circunstâncias. Todos têm as mesmas preferências e aversões; um é igual ao outro.
No entanto isto não acontece com os seres humanos. Se quisermos conhecer as características dos negros, não basta examinar um só indivíduo. Seria necessário examinar cada um individualmente e, ainda assim, não chegaríamos a conhecer realmente aos negros “como um todo”. Isso simplesmente porque o que é uma característica do indivíduo não pode aplicar-se à Raça coletivamente.
Se quisermos conhecer o caráter de Abraham Lincoln, de nada nos servirá estudar o caráter de seu pai, de seu avô, ou de seu filho, porque eles difeririam completamente entre si. Cada um tinha suas próprias peculiaridades totalmente distintas das idiossincrasias de Abraham Lincoln.
Por outro lado, podemos descrever os minerais, os vegetais e os animais se prestarmos atenção às características de um de cada espécie, enquanto nos seres humanos há tantas espécies quanto são os indivíduos. Cada indivíduo – cada pessoa, é uma espécie – é uma lei em si mesmo, inteiramente separado e distinto de qualquer outro indivíduo, tão diferente dos seus concidadãos como diferentes são duas espécies distintas do Reino inferior. Podemos escrever a biografia de um ser humano, mas não a de um animal, porque não a poderia ter. Isto resulta de existir em cada ser humano um espírito individual, interno, que dita os pensamentos e ações de cada ser humano individual, enquanto existe apenas um “Espírito-Grupo”, comum a todos os diferentes animais ou plantas da mesma espécie. O Espírito-Grupo atua sobre todos eles agindo de fora. Ambos, o tigre que perambula nas florestas da Índia e o tigre encerrado na jaula de um parque zoológico são expressões do mesmo Espírito-Grupo. Influencia a ambos, de maneira idêntica, o Mundo do Desejo, um dos Mundos internos, onde a distância quase não existe.
Os Espíritos-Grupo dos três Reinos inferiores estão diferentemente situados nos Mundos superiores, como veremos quando investigarmos a consciência dos diversos Reinos. Contudo, para compreender, convenientemente, as posições desses Espíritos-Grupo nos mundos internos, é necessário recordar-se e compreender-se claramente o que foi dito sobre todas as formas do mundo visível: são cristalizações de modelos e ideias dos mundos internos, conforme os exemplos do arquiteto e do inventor de máquinas. Assim como os sucos do Corpo brando e viscoso do caracol se cristalizam na crosta dura que carrega sobre as costas, também os Espíritos nos Mundos superiores cristalizam semelhantemente, fora de si mesmos, os Corpos materiais, densos, dos diferentes Reinos.
Assim, os chamados Corpos “superiores”, tão refinados e sutis que chegam a ser invisíveis, não são, de maneira alguma, “emanações” do Corpo Denso. Os veículos densos de todos os Reinos correspondem à concha do caracol que é a cristalização dos seus sucos. O caracol representa o espírito, e seus sucos em via de cristalização representam a Mente, o Corpo de Desejos e o Corpo Vital. Estes diversos veículos foram emanados pelo espírito de si mesmo, com o propósito de adquirir experiência através deles. É o espírito que move o Corpo Denso à vontade, como o caracol move a sua concha, e não o Corpo que governa os movimentos do espírito. Quanto mais estreitamente pode o espírito pôr-se em contato com o seu veículo, mais pode dominá-lo e expressar-se por seu intermédio, e vice-versa. Essa é a chave dos diferentes estados de consciência nos diferentes Reinos.
Considerando agora o vegetal, o animal e o ser humano em relação à Região Etérica, notamos que cada um deles tem um Corpo Vital separado, além de serem compenetrados pelo Éter planetário que forma a Região Etérica. Existe, não obstante, uma diferença entre o Corpo Vital do vegetal e os Corpos Vitais do animal e do ser humano. No Corpo Vital do vegetal estão em plena atividade somente o Éter Químico e o Éter de Vida. Portanto, o vegetal pode crescer pela ação do Éter Químico e propagar a sua espécie mediante a atividade do Éter de Vida do Corpo Vital separado que possui. O Éter de Luz também está presente, embora parte latente, e falta o Éter Refletor, por completo. Portanto, é óbvio que as faculdades sensoriais e a memória, que são qualidades desses Éteres, não podem ser expressas pelo Reino Vegetal.
Se dirigirmos nossa atenção para o Corpo Vital do animal, constatamos que nele os Éteres Químico, de Vida e de Luz são dinamicamente ativos. Consequentemente, o animal possui as qualidades de assimilação e crescimento, originadas pelas atividades do Éter Químico, e a faculdade de se propagar por meio do Éter de Vida, comuns aos Reinos Vegetal e Animal. Contudo, além disso, e devido à ação do terceiro ou Éter de Luz, ele tem as faculdades de gerar calor interno e de percepção sensorial. O quarto Éter, todavia, é inativo no animal, pelo que carece de pensamento e de memória. O que a isso se assemelha, é de natureza diferente, como adiante demonstraremos.
Quando analisamos o ser humano, vemos que os quatro Éteres são dinamicamente ativos em seu altamente organizado Corpo Vital. Por meio das atividades do Éter Químico ele é capaz de assimilar o alimento e crescer; as forças ativas no Éter de Vida capacitam-no a propagar sua espécie; as forças no Éter de Luz suprem seu Corpo Denso de calor, atuam sobre seu Sistema Nervoso e músculos, abrindo-lhe assim as portas da comunicação com o mundo externo por meio dos sentidos; e o Éter Refletor capacita o Espírito a controlar seu veículo por meio do pensamento. Esse Éter armazena, ainda, experiências passadas sob a forma de memória.
O Corpo Vital do vegetal, do animal e do ser humano estende-se além da periferia do Corpo Denso, do mesmo modo que a Região Etérica, que é o Corpo Vital de um Planeta, estende-se além da parte densa deste, o que demonstra, mais uma vez, a veracidade do axioma Hermético: “Como em cima, assim é embaixo”. A distância dessa extensão do Corpo Vital do ser humano é cerca de uma polegada e meia[2]. A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa, e aparenta a cor da flor recém-aberta do pessegueiro. Ela é vista muitas vezes por pessoas que possuem certa clarividência involuntária. O autor verificou, ao falar com tais pessoas, que as mesmas, não crendo tratar-se de algo incomum, frequentemente não compreendem o que veem.
[1] N.R.: em torno de 31 a 41 centímetros
[2] N.R.: cerca de 3,8 centímetros
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Que as rosas floresçam em vossa cruz
Na cabeça há três pontos que são o assento particular de cada um dos três aspectos do Espírito (veja-se o Diagrama 17).
Já no cérebro, aproximadamente na posição indicada pelo Diagrama 17, há dois pequenos órgãos chamados Corpo Pituitário e Glândula Pineal. A ciência médica não sabe quase nada a seu respeito nem de outras glândulas do Corpo.
Diferentemente do primeiro aspecto, o segundo e terceiro aspectos têm outros pontos de sustentação secundários.
O Corpo de Desejos é expressão deturpada do Ego. Manifesta em “egoísmo” o que é a “individualidade” do Espírito. A individualidade não procura o seu em detrimento dos demais, enquanto o egoísta procura tudo possuir sem ter em conta os demais. O assento do Espírito Humano é, primariamente, a Glândula Pineal (também chamada de Epífise Neural) e secundariamente, o cérebro, ou antes, o Sistema Nervoso cérebro-espinhal, que domina os músculos voluntários.
O amor e a unidade do Mundo do Espírito de Vida encontram sua contraparte ilusória na Região Etérica, com a qual estamos relacionados pelo Corpo Vital, o originador do amor sexual e da união sexual. O Espírito de Vida assenta, primariamente, no Corpo Pituitário (também chamada de Hipófise) e, secundariamente, no coração, o regente do sangue que nutre os músculos.
O inativo Espírito Divino – o Observador Silencioso – encontra sua expressão material no passivo, inerte e insensível esqueleto do Corpo Denso, o obediente instrumento dos outros Corpos. Não tem o poder de atuar por iniciativa própria e tem sua fortaleza no impenetrável ponto da raiz do nariz.
Em pura realidade, o Espírito é um só, porém, observado do Mundo Físico, o Ego refrata-se em três aspectos que se expressam da forma indicada.
A ciência chama à Glândula Pineal “terceiro olho atrofiado”. Nenhum daqueles órgãos está se atrofiando. Isto é um manancial de perplexidades para os cientistas. A Natureza nada conserva inútil. Em todo o Corpo encontramos órgãos em desenvolvimento ou em atrofia. Sendo estes assim como marcos milenários no caminho seguido pelo ser humano até o seu estado atual de desenvolvimento, indicando futuros aperfeiçoamentos e desenvolvimentos. Por exemplo, os músculos que os animais empregam para mover a orelha existem também no ser humano. Muitas poucas pessoas podem movê-los, estão atrofiando. O coração pertence à classe dos que indicam desenvolvimento futuro. Como já indicamos, está a converter-se num músculo voluntário.
O Corpo Pituitário e a Glândula Pineal pertencem a outra classe de órgãos, que atualmente não degeneram nem se desenvolvem: estão adormecidos.
Num passado remoto, o ser humano estava em contato com os mundos internos, e esses órgãos eram o meio de ingresso. Estavam relacionados com o Sistema Nervoso simpático ou involuntário. No Período Lunar, última parte da Época Lemúrica e primeira da Atlante, o ser humano via os mundos internos. As imagens se apresentavam a ele completamente independentes da sua vontade. Os centros dos sentidos do Corpo de Desejos giravam em direção contrária à dos ponteiros de um relógio (seguindo negativamente o movimento da Terra, que gira em torno do eixo, nessa direção) como atualmente os dos médiuns. Na maioria dos seres humanos esses centros são inativos, mas o desenvolvimento apropriado pô-los-á em movimento, na mesma direção em que giram os ponteiros de um relógio, com se explicou anteriormente. Essa é a parte difícil no desenvolvimento da clarividência positiva.
O desenvolvimento da mediunidade é muito mais fácil; é simples revivificação da função negativa que possuía o ser humano no antiquíssimo passado, pela qual o mundo externo refletia-se nele e cuja função era retida pela endogamia. Nos atuais médiuns essa faculdade é intermitente. Sem razão alguma aparente, podem “ver” umas vezes e outras não. Ocasionalmente, o intenso desejo do interessado permite ao médium pôr-se em contato com a fonte de informação que procura e nessas ocasiões vê corretamente. Contudo, nem sempre se porta honestamente. Tendo de pagar despesas de aluguel e outras, quando lhe falta o poder (sobre o qual não tem o menor domínio consciente) recorre à fraude e diz qualquer absurdo que lhe ocorra para satisfazer o cliente e não perder o dinheiro, desacreditando aquilo que noutras ocasiões realmente viu.
O Aspirante à verdadeira visão e discernimento espiritual deve, antes de tudo, dar provas de desinteresse. O Clarividente idôneo não tem “dias livres” nem, de nenhum modo, é como um espelho negativo, dependente dos reflexos que de qualquer forma o possam atingir. Em qualquer momento, pode olhar e ver os pensamentos e planos dos demais, sempre que dirija sua atenção especialmente para isso.
É fácil de compreender o grande perigo que traria à sociedade o uso indiscriminado desse poder, se estivesse em mãos de qualquer indivíduo, visto que por meio dele, podem ser lidos os mais secretos pensamentos. O Iniciado, pelo voto mais solene, obriga-se a não empregar jamais esse poder para servir seus interesses individuais, sequer em grau mínimo, nem para salvar-se de qualquer dor ou tormento. Pode dar de comer a cinco mil pessoas, se o deseja, mas não pode converter uma pedra em pão para aplacar a própria fome. Pode curar os outros da paralisia ou da lepra, mas não pode usar a Lei do Universo para curar suas próprias feridas mortais. Está ligado a um voto de absoluto desinteresse e, por isso, é sempre certo que o Iniciado, ainda que possa salvar os outros, não pode salvar-se.
O Clarividente educado, o que realmente tem algo a dar, não aceitará jamais nenhum donativo ou qualquer compensação para exercer sua faculdade. Contudo, dará e dará desinteressadamente, tudo o que considere necessário ou compatível com o destino gerado ante a Lei de Consequência pela pessoa a quem vá ajudar.
Usa-se a clarividência desenvolvida para investigar os fatos ocultos. É a única que serve realmente para esse objetivo. Portanto, o Estudante deve sentir um desejo santo e desinteressado de ajudar a humanidade e não um desejo de satisfazer uma tola curiosidade. Enquanto esse desejo superior não exista, não se pode fazer progresso algum em direção à clarividência positiva.
Nas idades transcorridas desde a Época Lemúrica, a humanidade construiu, gradualmente, o Sistema Nervoso cérebro-espinhal, o qual está sob o controle da vontade. Na última parte da Época Atlante, o sistema já estava tão desenvolvido que foi possível ao Ego tomar posse plena do Corpo Denso. Isto, como já foi descrito, efetuou-se quando o ponto do Corpo Vital se pôs em correspondência com o ponto da raiz do nariz do Corpo Denso. O Espírito interno despertou para o Mundo Físico, e a maior parte da humanidade perdeu a consciência dos mundos internos.
Desde esse tempo, a conexão entre a Glândula Pineal, o Corpo Pituitário e o Sistema Nervoso cérebro-espinhal foi se realizando lentamente e já quase está completa.
Para voltar a obter o contato com os Mundos internos tudo se resume em despertar, de novo, o Corpo Pituitário e a Glândula Pineal. Quando isso se realizar o ser humano possuirá, novamente, a faculdade de perceber os Mundos superiores, porém em mais alto grau do que antes, porque estará em conexão com o Sistema Nervoso Voluntário e, portanto, sob o domínio da vontade. Essa faculdade de percepção abrir-lhe-á todas as fontes do conhecimento. Comparados com estes meios de adquirir conhecimento, todos os demais métodos de investigação não são mais do que brinquedos de crianças.
O despertar desses órgãos se efetua por meio da educação ou treinamento esotérico, que agora descreveremos, tanto quanto se possa fazer publicamente.
Na maioria dos seres humanos, a maior parte da força sexual que, de modo legítimo, deve ser usada pelos órgãos da geração, emprega-se na gratificação dos sentidos. Nesses seres humanos há muita pouca corrente ascendente (Diagrama 17).
Quando o Aspirante à vida domina cada vez mais esses excessos e dedica sua atenção a pensamentos e esforços espirituais, o Clarividente educado pode verificar que a força sexual não utilizada começa a subir. Ao subir, em volume cada vez maior, segue o caminho indicado pelas flechas no Diagrama 17, atravessa o coração e a laringe, ou a medula espinhal e a laringe, ou a ambos ao mesmo tempo, passando diretamente entre o Corpo Pituitário e a Glândula Pineal para o ponto obscuro da raiz do nariz, onde o “Vigilante Silencioso”, o mais elevado Espírito, tem Seu templo.
Essas correntes não seguem um dos caminhos com exclusão do outro. Geralmente, seguem pelos dois, passando um volume maior de corrente sexual por um deles, de acordo com o temperamento do Aspirante. Nos que procuram a iluminação seguindo linhas puramente intelectuais, a corrente sexual passa especialmente sobre a medula espinhal e a parte menor segue o caminho que passa pelo coração. No místico, que antes “sente” do que conhece, essas correntes seguem preferivelmente o caminho que passa pelo coração.
Seguindo essas vias, o intelectual e o místico desenvolvem-se anormalmente. Para completar-se plenamente, cada um terá que dedicar sua atenção ao desenvolvimento daquilo que antes descuidou. O objetivo dos Rosacruzes é dar ensinamentos que satisfaçam a ambas as classes, se bem que os seus esforços principais se dirijam às Mentes muito desenvolvidas, de maior necessidade.
Essas correntes, em si mesmas, ainda que assumissem as proporções de um Niágara, e fluíssem até o sinal do dia de juízo, seriam inúteis se fossem tão só um complemento. Elas são prévio requisito para o trabalho consciente nos Mundos internos e, por isso, dever ser cultivadas em alguma extensão antes de começar o verdadeiro treinamento esotérico. Durante certo tempo, é indispensável ao Aspirante uma vida moral, dedicada a pensamentos espirituais, antes de ser possível começar o trabalho que proporcionará o conhecimento direto dos domínios suprafísicos e o habilitará a converter-se, no sentido mais elevado, num auxiliar da humanidade.
Quando o candidato tenha vivido desse modo o tempo suficiente para estabelecer a corrente de força espiritual, está apto e capacitado para receber instruções esotéricas. São fornecidos a ele, então, alguns exercícios para pôr em vibração a glândula pituitária. Essa vibração faz a glândula pituitária chocar e desviar ligeiramente a linha de força mais próxima (Diagrama 17). Esta se choca com a próxima, e o processo continua até que a força da vibração se esgota. Isto se efetua de maneira parecida ao tocar-se uma nota num piano: ela produzirá certo número de sons harmônicos, a intervalos apropriados, os quais, por sua vez, farão vibrar as cordas correspondentes do piano.
Quando a vibração crescente do Corpo Pituitário desvia suficientemente as linhas de força e estas alcançam a Glândula Pineal, realiza-se o objetivo procurado: estabelece-se uma ponte entre ambos os órgãos. É a ponte entre o Mundo dos sentidos e o Mundo do Desejo. Construída essa ponte, o ser humano torna-se Clarividente e pode dirigir seu olhar à vontade. Os objetos sólidos podem ser vistos por dentro e por fora porque o espaço e a densidade deixaram de serem para ele obstáculos para a observação.
Não é ainda um Clarividente exercitado, ou educado, mas é Clarividente à vontade, um Clarividente voluntário. É uma faculdade muito diferente da do médium, geralmente um Clarividente involuntário, isto é, que só pode ver o que se lhe apresenta e que, no melhor dos casos, pouco mais tem além da mera faculdade negativa. Construída essa ponte, a pessoa estará sempre certa de poder pôr-se em contato com os mundos internos, estabelecendo ou rompendo à vontade a conexão com eles. Gradualmente, o observador aprende a dirigir a vibração do Corpo Pituitário, de maneira a poder pôr-se em contato com qualquer das regiões dos Mundos internos que deseje examinar. A faculdade está sob completo domínio da sua vontade. Não é necessário pôr-se em transe, ou fazer algo anormal para elevar sua consciência até o Mundo do Desejo. Basta-lhe somente querer ver, e vê.
Como já indicamos no começo desta obra, o neófito deve aprender a ver no Mundo do Desejo ou, melhor dito, deve aprender a interpretar ou compreender o que vê ali. No Mundo Físico os objetos são densos, sólidos e sua forma não muda instantaneamente. No Mundo do Desejo, as formas mudam da maneira mais fugaz e instável. Isto é manancial de confusões sem conta para o Clarividente involuntário e negativo e até mesmo para o neófito que nele penetra sob a direção de um instrutor. Porém, os ensinamentos do instrutor cedo colocam o discípulo em condições de perceber a Vida que produz a mudança nas formas e, assim, o discípulo, conhecendo a razão da instabilidade não dá atenção a isso.
Há também outra distinção importantíssima a fazer. O poder de perceber os objetos de um mundo não é idêntico ao poder de agir dentro dele. O Clarividente voluntário pode ter recebido algum treinamento e distinguir o verdadeiro do falso no Mundo do Desejo. No entanto, é uma condição parecida à de um prisioneiro atrás da janela gradeada que o separa do mundo externo: pode vê-lo, mas não pode funcionar nele.
Portanto, a educação ou treinamento esotérico abre a visão interna do Aspirante. Há seu tempo, receberá exercícios que organizarão um veículo capaz de funcionar nos mundos internos de maneira perfeitamente consciente.
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Que as rosas floresçam em vossa cruz
Resposta: Cristo disse: “O Céu está dentro de nós”. Mesmo assim, é-nos revelado que no momento em que deixou Seus Discípulos, Ele ascendeu ao Céu. Para entender isso, precisamos analisar a constituição de um Planeta. De acordo com o princípio hermético “como é em cima, assim é embaixo”, entenderemos melhor se analisarmos primeiro a constituição do ser humano. O ser humano tem o Corpo Denso que vemos com os nossos olhos, mas, esse Corpo não é tão sólido quanto aparenta, pois é permeado por vários veículos invisíveis.
É composto de sólidos, líquidos e gases da Região Química do Mundo Físico, e a ciência nos diz que são interpenetrados pelo Éter, pois o Corpo do ser humano não é diferente de todos os outros elementos existentes no Mundo. Tanto no sólido mais denso quanto no gás mais rarefeito, a ciência atesta corretamente que cada pequeno átomo vibra num mar de Éter.
Esse Éter ainda é matéria física, uma porção considerável e especializada pelo ser humano, e forma uma contraparte exata do nosso Corpo Denso, além de projetar-se em torno de 3,8 cm além da sua periferia. É essa parte que os médicos de Boston pesaram, colocando pessoas agonizantes sobre balanças – veja essa história completa no livro: O Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel. Notaram que, quando do último suspiro, alguma coisa com certo peso abandonava o Corpo Denso, e o prato da balança que sustentava o peso caía ao chão, com rapidez surpreendente. Os jornalistas declararam que os médicos haviam pesado a alma. Porém o que eles de fato pesaram foi esse Corpo Vital composto de Éter que deixa o Corpo Denso, na hora da morte. Temos um veículo ainda mais sutil, o Corpo de Desejos, que é composto pelo que os ocultistas chamam de substância de desejos, podendo ser visto, por aqueles que têm o sexto sentido desenvolvido, como uma nuvem ovoide envolvendo o Corpo Denso por todos os lados. Esse último localiza-se no centro do Corpo de Desejos, como a gema está no centro de um ovo, com a única diferença: enquanto a clara envolve a gema, mas não a interpenetra, esse Corpo de Desejos permeia totalmente tanto o Corpo Vital quanto o Corpo Denso. Há ainda um material mais sutil na composição do ser humano que podemos denominar de “matéria mental”, o veículo Mente, composta da substância da Região Concreta do Mundo do Pensamento, o material onde formamos os pensamentos-formas que envolvem o Ego interno. O Mundo é constituído de forma similar.
Além desse Mundo visível composto de sólidos, líquidos e gases e interpenetrado pelo Éter, há também um Mundo do Desejo que permeia cada uma das duas Regiões do Mundo Físico indo até o espaço, além do ar e do Éter. Em seguida, há o Mundo do Pensamento, que também penetra toda região do nosso Planeta, do centro à periferia estendendo-se no espaço ainda mais além que os outros dois Mundos. Durante a vida terrena, o ser humano permanece neste Mundo visível, Mas, após a morte, conforme os atos aqui praticados poderá ficar vinculado a esse plano, visto que as regiões do Purgatório – que está nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo – estão em toda parte ao nosso redor e também embaixo no mais recôndito da Terra. Num certo sentido, o Primeiro Céu – que está nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo – também está aqui, pois a matéria que o compõe nos rodeia, mas o Primeiro Céu em si, o local onde os Espíritos liberados geralmente permanecem, encontra-se além da nossa atmosfera. Pode-se dizer, na verdade, que o Segundo Céu – que está na Região do Pensamento Concreto – também está dentro de nós, pois o material com o qual é constituído está aqui. Os Espíritos que nele se encontram poderiam nos visitar, ainda que as condições aqui, e as tendências de pensamentos, etc., seja, depreciativos para o seu trabalho e desenvolvimento. Por isso, eles preferem ficar no ponto mais afastados e longe do nosso Planeta, onde a pura substância mental não é maculada por nossos pensamentos egoístas e prejudiciais. O Terceiro Céu – que está na Região do Pensamento Abstrato – é um local onde pouquíssimos Espíritos, no presente estágio de desenvolvimento, têm alguma consciência. Quase todos nós somos guiados nas atividades do pensamento mais pelas emoções e sensações concernentes às coisas concretas do que pelo pensamento abstrato, que é a faculdade peculiar àquele elevado plano. Quando pensamos no amor geralmente o relacionamos a alguma pessoa. Esse é um pensamento concreto. Mas no amor, em termos abstratos, pouquíssimos são capazes de pensar. Podemos imaginar uma casa, um animal, etc., eles são concretos, mas não gostamos de pensar numa proposição abstrata tal como: “o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos de um triângulo”. A maioria dentre nós tem pouquíssima consciência no Terceiro Céu, consequentemente, pouquíssimo do material desse mundo pode ser encontrado na constituição do nosso Planeta.
(Pergunta nº 61 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que nós, Ego, funcionamos diretamente na substância sutil da Região do Pensamento Abstrato. Aqui especializamos dentro da periferia da nossa aura individual o material que precisamos para criarmos as ideias.
Dessa Região nós observamos, através dos cinco sentidos, as impressões produzidas pelo mundo exterior sobre o nosso Corpo Vital, como também os sentimentos e emoções gerados por elas no nosso Corpo de Desejos e refletidos na nossa Mente.
Dessas imagens mentais formamos as nossas conclusões na substância da Região do Pensamento Abstrato relativas aos assuntos a que se referem.
Tais conclusões são ideias.
Pelo poder da vontade as projetamos através da Mente quando então, revestindo-se de matéria mental da Região do Pensamento Concreto, concretizam-se como pensamento-forma.
Dentre as direções possíveis, que de acordo com a nossa vontade anima o pensamento-forma e envolvido pelo sentimento do Interesse, uma delas é o despertar da Força da Atração, a força centrípeta, no Mundo do Desejo.
Assim, essa força toma o pensamento, impele-o para o nosso Corpo de Desejos, acrescenta vida à imagem e a envolve em matéria de desejos.
Então o pensamento (agora já envolvo de material de desejos, ou seja, uma forma de desejos) está apto a atuar sobre o cérebro etérico impelindo, através dos centros cerebrais apropriados e dos nervos, força vital aos músculos voluntários, os quais executarão a ação necessária.
Deste modo se consome a força do pensamento, mas sua imagem fica impressa no Éter do Corpo Vital como memória do ato e do sentimento que o causou.
Dentre as direções possíveis, que de acordo com a nossa vontade anima o pensamento-forma e envolvido pelo sentimento do Interesse, uma delas é o despertar da Força da Repulsão, a força centrífuga, do Mundo do Desejo.
Se essa é a força despertada pelo pensamento, então haverá uma luta entre a força espiritual (a nossa vontade) dentro do pensamento-forma e o Corpo de Desejos.
Essa é a batalha entre a consciência e o desejo, entre a natureza superior e a inferior.
Apesar da resistência, a força espiritual (a nossa vontade) pode procurar envolver o pensamento-forma na matéria de desejos necessária para manipular o cérebro e os músculos.
A força de Repulsão tentará dispersar essa matéria e expulsar o pensamento.
Mas se a energia espiritual (a nossa vontade) é forte, pode romper caminho através dos centros cerebrais e envolver o pensamento-forma em matéria de desejos enquanto põe em movimento a força vital, compelindo-a desse modo à ação.
Então deixará na memória uma impressão bem vivida da batalha e da vitória.
Se a energia espiritual se esgotar antes de produzir a ação, a força de Repulsão prevalecerá. Se ela vencer, naturalmente leva-nos a cortar, de nossas vidas, qualquer conexão com esse objeto ou ideia que a despertou.
De qualquer modo será arquivada na memória, como todos os demais pensamentos-forma quando esgotam sua energia.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Sabemos que chegado o momento que assinala o fim dessa mais uma vida no Mundo Físico, termina a utilidade desse Corpo Denso. Então, nós, o Ego, dele se retira pela cabeça, levando consigo a Mente e o Corpo de Desejos, conforme já fazia todas as noites durante o sono.
Como agora o Corpo Vital é inútil (pois sua função principal era manter a vitalidade do Corpo Denso), também ele se retira.
Note que quando a Mente e o Corpo de Desejos abandonam o Corpo Denso, permanecem ainda ligados a ele por meio desse cordão delgado, brilhante, prateado, muito semelhante à figura de dois seis invertidos, um na vertical e outro na horizontal, ambos ligados pelas extremidades do gancho como é desenhado no Diagrama 5-A.
Uma ponta desse segmento do Cordão Prateado termina no Átomo-semente do Corpo Denso que está na posição relativa do coração do Corpo Denso. E a outra ponta desse segmento termina no Átomo-semente do Corpo de Desejos que está na posição relativa do fígado do Corpo Denso. Essas duas partes ou segmentos se encontram no Átomo-semente do Corpo Vital na posição relativa do Plexo Celíaco do Corpo Denso.
O Corpo Vital é o veículo da percepção sensorial e, como permanece ainda unido ao Corpo de Desejos, o veículo das sensações, ligados ambos ao abandonado Corpo Denso pelo segmento etérico do Cordão Prateado, é evidente que, até esse Cordão se partir, nós, o Ego, poderemos experimentar, até certo ponto, as sensações resultantes de qualquer mexida no nosso Corpo Denso. Assim, a extração do sangue, a injeção do fluido embalsamante, a autópsia e a cremação ou quaisquer outras mexidas nos causam dores.
O Cordão só se rompe depois que todo o panorama da vida passada, contido no Corpo Vital, foi contemplado.
Portanto, deve-se ter muito cuidado em não cremar ou embalsamar o Corpo antes de decorridos, no mínimo, três dias e meio após a morte, porque enquanto o Corpo Vital e os veículos superiores permanecerem unidos ao Corpo por meio do Cordão Prateado, nós, o Ego, em certa medida, sentiremos qualquer exame pós-morte ou ferimento no Corpo Denso.
A cremação deveria ser evitada nos três primeiros dias e meio depois da morte porque tende a desintegrar o Corpo Vital, que deve permanecer intacto até que se tenha imprimido, no Corpo de Desejos, o panorama da vida que passou. Esse é o momento da mais alta importância na nossa mais uma vida recém-finda aqui.
Nunca se repetirá suficientemente às pessoas da família de um agonizante, que é um grande crime contra a alma que parte, se entregarem às lamentações e manifestações de sofrimento.
Isso justamente porque naquele momento nós estamos entregues a um ato de suprema importância, já que o valor da nossa vida passada depende, em grande parte, da atenção que possamos prestar a esse ato.
E como esse processo ocorre? Nesse momento podemos ler as imagens contidas no polo negativo do Éter Refletor do nosso Corpo Vital, que é o assento da memória (ou Mente) subconsciente.
Toda nossa vida passada desfila nesse momento ante nossa visão como um panorama, apresentando os acontecimentos em ordem inversa. Os incidentes do dia que precedeu a morte vêm em primeiro lugar, e assim seguem para trás através da velhice, idade viril, juventude, meninice e infância. Tudo é revisto.
Permanecemos como espectador ante esse panorama da vida passada. Vemos as cenas conforme se sucedem e que se vão imprimindo nos nossos veículos superiores, mas nesse momento ficamos impassível ante elas. O sentimento está reservado para quando chegar a hora de entrarmos no Mundo do Desejo, que é o Mundo do sentimento e da emoção. Por enquanto nos encontramos apenas na Região Etérica do Mundo Físico.
Esse panorama perdura de algumas horas até uns três dias e meio, dependendo isso do tempo que possamos nos manter desperto, se necessário. Algumas pessoas podem manter-se assim somente doze horas, ou menos ainda; outras podem manter-se, segundo a ocasião, por certo número de dias. Contudo, enquanto pudermos se manter desperto esse panorama prossegue.
Aqui também, cabe salientar que é um crime contra o agonizante lhe ministrar estimulantes, cujo efeito é o de forçar os veículos superiores a entrarem, abruptamente, no Corpo Denso produzindo no ser humano um choque enorme.
A passagem para o além não é tortura! Contudo, arrastar a alma de volta ao Corpo para que continue sofrendo, isto sim é tortura. Há casos de mortos que contaram aos investigadores o quanto sofreram agonizando durante horas por esse motivo, rogando às famílias que cessassem seu mal-entendido carinho e os deixassem morrer.
Depois de passar até três dias e meio da nossa morte aqui, o Cordão Prateado rompe-se no ponto de união dos “dois seis”, metade permanecendo com o Corpo Denso e a outra metade com os veículos superiores. A partir do momento que o Cordão se rompe o Corpo Denso fica completamente morto.
O Corpo Vital fica flutuando sobre o Corpo Denso e sofre uma decomposição sincronicamente com esse veículo denso. Por isso o cemitério é um espetáculo repugnante para o clarividente desenvolvido. Bastaria que algumas pessoas a mais pudessem vê-lo, e não seria preciso maior argumentação para convencer a trocar o mau e anti-higiênico método de enterrar os mortos pelo método mais racional da cremação, que restitui os elementos à sua condição primordial sem que o cadáver alcance os desagradáveis aspectos inerentes ao processo da decomposição lenta.
E, por fim, ao começarmos mais uma vida celeste, entramos no Mundo do Desejo levando os Átomos-sementes dos nossos Corpos: Vital e Denso, além do Corpo de Desejos e da Mente.
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Pergunta: De acordo com a Bíblia, apenas o ser humano recebeu uma alma. Então, por que você diz que os animais têm um Espírito-Grupo?
Resposta: No primeiro capítulo de Gênesis, versículo 20, lemos que “Deus disse: Fervilhem as águas um fervilhar de seres vivos”. A palavra usada em hebraico é nephesh, que significa “sopro“. Essa palavra também é usada no segundo capítulo, versículo 7, em que se lê: “Então o Senhor Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um sopro de vida (nephesh) e o homem se tornou um ser vivente (nephesh chayim)”. Não é uma alma vivente, como foi traduzido. A tradução da versão do Rei Jaime[1] foi modificada por pessoas que possuíam um pouco mais de consideração pela verdade do que por ideias preconcebidas; eles consentiram em escrever a palavra “alma” na margem como uma leitura alternativa da palavra no capítulo 1, versículo 20, em que a criação dos animais está registrada, de forma que, mesmo nas Bíblias atuais, se admite que os animais têm uma alma.
Entretanto, essa tradução não está correta, nephesh significa sopro e não alma; a palavra hebraica para alma é neshamah. Alma não é sinônimo de espírito, que é chamado de Ruach, de forma que o Gênesis não menciona o espírito do ser humano ou do animal, pois o espírito não tem gênese – ELE É. As formas do animal e do ser humano são sustentadas pelo sopro e tiveram um princípio e é isso que o Gênesis registra. Essa ideia está perfeitamente de acordo com as palavras de Salomão em Eclesiastes 3:19, em que nos é dito que (no que diz respeito ao corpo formado do barro) o ser humano não tem superioridade sobre o animal, pois assim como um morre, o outro também morre, todos têm um só sopro (nephesh) e como um morre, assim morre o outro. Todos vão para um só lugar (ou seja, o Mundo do Desejo).
Se a pessoa aceitar apenas a palavra em inglês e a versão da Bíblia, como se esse livro tivesse sido escrito diretamente em nossa língua[2], seria justo perguntar: Se o homem obteve sua alma conforme descrito na Bíblia, quando a mulher recebeu sua alma; ou ela não tem alma?
(Pergunta nº 82 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: A Bíblia do Rei Jaime (ou Tiago), também conhecida como Versão Autorizada do Rei Jaime, é uma tradução inglesa da Bíblia realizada em benefício da Igreja Anglicana, sob ordens do rei Jaime I no início do século XVII.
[2] N.T.: no caso do texto se refere à língua inglesa.
O Diagrama 2 dá uma ideia compreensível dos sete Mundos que formam a esfera do nosso desenvolvimento, contudo, devemos fixar cuidadosamente que esses Mundos não estão colocados uns acima dos outros, como o Diagrama sugere, mas se interpenetram. Isto é, relacionando o Mundo Físico ao Mundo do Desejo e comparando o Mundo do Desejo com as linhas de força na água em congelamento e a água em si mesma com o Mundo Físico, podemos, igualmente, imaginar essas linhas de força equivalendo a qualquer um dos sete Mundos e a água, segundo o nosso exemplo, correspondendo ao próximo Mundo mais denso na escala.
Não será demais fazer aqui uma recomendação relativa aos diagramas empregados para ilustração. O Estudante deve recordar que nunca pode ser exato o que é reduzido das suas reais dimensões. O desenho de uma casa significaria pouco ou nada se nunca tivéssemos visto uma casa. Nada mais veríamos no desenho do que linhas e manchas, e não teria para nós significado algum. Os diagramas empregados para ilustrar assuntos suprafísicos são representações da realidade, muito menos verdadeiros pela simples razão de que, no caso do desenho, as três dimensões da casa foram reduzidas somente a duas, enquanto no caso de diagramas dos Mundos as realidades possuem de quatro a sete dimensões. Logo, os diagramas de duas dimensões, com que se intenta representá-los, estão muito longe de retratá-los corretamente. Tenhamos sempre em mente que esses Mundos se interpenetram, e que o modo como aparecem nos diagramas é análogo ao retirar todas as engrenagens de um relógio, e dispô-las umas ao lado das outras para mostrar como ele indica as horas. Para que tais diagramas sejam de alguma utilidade para o Estudante, é necessário que esse tenha deles uma concepção espiritual. Caso contrário, servirão mais para confundir do que para iluminar.
O Diagrama 2 nos mostra que o Universo está dividido em 7 (sete) Mundos, ou podemos dizer: está dividido em 7 (sete) estados de consciência.
E estes Mundos são:
O que acontece normalmente com o ser humano é achar que a matéria é só aquilo que podemos observar e sentir através dos sentidos físicos, mas, se observarmos dentro e ao redor de nós, saberemos que além do corpo material, existe algo a mais que não podemos ver e muitas vezes sentir.
Entendemos que tais Mundos são interpenetrados. O Mundo de Deus interpenetra a todos. O Mundo dos Espíritos Virginais interpenetra a todos, menos o Mundo de Deus e assim por diante. Por questões de vibrações os seres que vivem nesses Mundos permanecem exercendo suas atividades nas partes mais elevadas desses: ou seja: nas partes não interpenetráveis.
Cada Mundo possui 7 Divisões, 7 Regiões ou 7 Estados de Matéria
Vamos analisar esse Diagrama de “baixo para cima”. O Mundo Físico fornece material físico para trabalharmos e se divide em 2 Regiões: Química (com Sólidos, Líquidos e Gases) e Etérica (com Éter Químico (assimilação e excreção), Éter de Vida (reprodução e procriação), Éter de Luz ou Luminoso (sentidos e calor do sangue) e Éter Refletor (memória e transmissão do pensamento)). Temos dois veículos para trabalhar nesse Mundo: é o Corpo Denso para a Região Química e o Corpo Vital para a Região Etérica.
O Mundo do Desejo fornece material para expressarmos os desejos, as emoções e os sentimentos e se divide em 7 Regiões: da Paixão e Desejos Sensuais, da Impressionabilidade, do Desejo, Sentimentos, da Vida Anímica, da Luz Anímica e do Poder Anímico. Temos um veículo para trabalhar nesse Mundo: é o Corpo de Desejos.
Esses três Corpos formam o que chamamos de Personalidade.
O Mundo do Pensamento: fornece material para criar e trabalhar com os nossos pensamentos, conclusões e ideias. É dividido em 2 Regiões: Pensamento Concreto (com as subdivisões: Continental, Oceânica, Aérea e das Forças Arquetípicas) e Pensamento Abstrato (com as subdivisões: Ideia Germinal do Desejo e da Emoção, Ideia Germinal da Vida e Ideia Germinal da Forma). Temos dois veículos para trabalhar nesse Mundo: a Mente para a Região Concreta e o Espírito Humano para a Região Abstrata (esse é a origem do nosso terceiro aspecto espiritual que nos liga com Jeová, Deus Espírito Santo.
O Mundo do Espírito de Vida que é a origem do nosso segundo aspecto espiritual que nos liga com Cristo, Deus Filho, e é dividido em 7 Regiões. Temos um veículo para trabalhar nesse Mundo: é o Espírito de Vida.
O Mundo do Espírito Divino que é a origem do nosso primeiro aspecto espiritual que nos liga com Deus Pai e é dividido em 7 Regiões. Temos um veículo para trabalhar nesse Mundo: é o Espírito Divino.
Esses três veículos: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano somos nós, o Ego, o verdadeiro “Eu”, o “Eu” superior.
Aqui reparem no importantíssimo papel da Mente: o elo de ligação entre a Personalidade e o Ego.
O Mundo dos Espíritos Virginais é dividido em 7 Regiões. É de onde viemos quando fomos diferenciados de Deus. Para onde estamos voltando, alcançando lá a onisciência, a onipotência e a onipresença, exatamente como Deus que nos criou.
O Mundo de Deus é dividido em 7 Regiões. Envolve todos os Mundos e onde está o nosso Criador, Deus: onisciente, onipotente e onipresente.
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Que as rosas floresçam em vossa cruz
Pergunta: De acordo com a Bíblia, apenas o ser humano recebeu uma alma. Então, por que você diz que os animais têm um Espírito-Grupo?
Resposta: No primeiro capítulo de Gênesis, versículo 20, lemos que “Deus disse: Fervilhem as águas um fervilhar de seres vivos”. A palavra usada em hebraico é nephesh, que significa “sopro“. Essa palavra também é usada no segundo capítulo, versículo 7, em que se lê: “Então o Senhor Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um sopro de vida (nephesh) e o homem se tornou um ser vivente (nephesh chayim)”. Não é uma alma vivente, como foi traduzido. A tradução da versão do Rei Jaime[1] foi modificada por pessoas que possuíam um pouco mais de consideração pela verdade do que por ideias preconcebidas; eles consentiram em escrever a palavra “alma” na margem como uma leitura alternativa da palavra no capítulo 1, versículo 20, em que a criação dos animais está registrada, de forma que, mesmo nas Bíblias atuais, se admite que os animais têm uma alma.
Entretanto, essa tradução não está correta, nephesh significa sopro e não alma; a palavra hebraica para alma é neshamah. Alma não é sinônimo de espírito, que é chamado de Ruach, de forma que o Gênesis não menciona o espírito do ser humano ou do animal, pois o espírito não tem gênese – ELE É. As formas do animal e do ser humano são sustentadas pelo sopro e tiveram um princípio e é isso que o Gênesis registra. Essa ideia está perfeitamente de acordo com as palavras de Salomão em Eclesiastes 3:19, em que nos é dito que (no que diz respeito ao corpo formado do barro) o ser humano não tem superioridade sobre o animal, pois assim como um morre, o outro também morre, todos têm um só sopro (nephesh) e como um morre, assim morre o outro. Todos vão para um só lugar (ou seja, o Mundo do Desejo).
Se a pessoa aceitar apenas a palavra em inglês e a versão da Bíblia, como se esse livro tivesse sido escrito diretamente em nossa língua[2], seria justo perguntar: Se o homem obteve sua alma conforme descrito na Bíblia, quando a mulher recebeu sua alma; ou ela não tem alma?
(Pergunta nº 82 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: A Bíblia do Rei Jaime (ou Tiago), também conhecida como Versão Autorizada do Rei Jaime, é uma tradução inglesa da Bíblia realizada em benefício da Igreja Anglicana, sob ordens do rei Jaime I no início do século XVII.
[2] N.T.: no caso do texto se refere à língua inglesa.
O Diagrama 1 do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos demonstra a ideia em forma esquemática de como as formas, nos Mundos inferiores são reflexos do Espírito nos Mundos superiores.
Nesse Diagrama perceba que a quarta divisão do Mundo do Pensamento, nomeada a “Região das Forças Arquetípicas”, é a Região Central e a mais importante dos cinco Mundos onde se efetua a evolução total do ser humano (repare não é a evolução atual que é nos 3 Mundos, mas a total, nos 5 Mundos).
De um lado dessa Região estão as três divisões superiores do Mundo do Pensamento (que compõe a Região Abstrata do Mundo do Pensamento), mais o Mundo do Espírito de Vida e o Mundo do Espírito Divino.
No lado oposto dessa Região das Forças Arquetípicas estão as três divisões inferiores do Mundo do Pensamento (que compõe a Região Concreta do Mundo do Pensamento), mais o Mundo do Desejo e o Mundo Físico.
Portanto essa Região torna-se uma espécie de “cruz”, limitada de um lado pelos Reinos do Espírito e do outro pelos Mundos da Forma. É o ponto focal por onde o Espírito se reflete na matéria.
Vamos ver como utilizamos essa Região das Forças Arquetípicas no nosso dia a dia.
Já sabemos que essa Região é o lar das Forças Arquetípicas que dirigem a atividade dos arquétipos na Região do Pensamento Concreto.
Já vimos, também, que é dessa Região que o Espírito trabalha na matéria de maneira formativa. Ou seja, tudo começa quando utilizamos a nossa vontade e com ela colocamos em ação a nossa imaginação – exatamente como Deus, nosso criador, faz todas as vezes que cria e ele sempre está criando!
E assim, com a vontade e a imaginação trabalhando geramos a ideia, por exemplo de um barco. Dessa ideia utilizamos a nossa Mente para construirmos o pensamento-forma desse barco. E a partir dele podemos utilizar as forças do Mundo do Desejo e pelo interesse e atração, utilizarmos os nossos Corpos Vital e Denso para construir o barco físico.
Vejam aqui, claramente, a Lei do Reflexo: as formas, nos Mundos inferiores são reflexos do Espírito nos Mundos superiores:
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático
A Região Limítrofe e o Primeiro Céu
Pergunta: Quais os tipos de indivíduos que encontramos na Região Limítrofe, entre o Purgatório e o Primeiro Céu?
Resposta: Ali encontramos os que não têm interesse pela vida superior ou a parte espiritual da vida enquanto renascidos aqui, os de tendência materialistas, que negam a existência post-mortem. Tais indivíduos se colocam além de qualquer possibilidade de ajuda e sofrem mais do que qualquer outra alma. Ademais, ao saírem de tal plano e se elevarem aos planos celestes, quando são chamados a formar, segundo suas faculdades e sentido de harmonia e lógica, os futuros veículos e ambientes, seus pensamentos cristalizantes, suas formas de pensar e sentir, desvirtuadas, influem desfavoravelmente na construção dos arquétipos, gerando futuros corpos defeituosos e geralmente com tendências consuntivas. Eis porque a causa mais comum da tuberculose é o materialismo.
Algumas vezes, o sofrimento produzido por tais corpos decrépitos provoca um rápido despertar do Ego, levando-o de volta às leis de harmonia e de uma vivência superior, permitindo o normal andamento de seu processo evolutivo. Porém, muitas vezes essas mentalidades resistem à evidência dos fatos e recrudescem sua revolta e insatisfação. Daí que o maior interesse das forças brancas que trabalham através dos diversos movimentos espiritualistas, seja o de iluminar e transformar essas mentalidades, em que jaz o maior dos perigos, porque vão perdendo o seu contato com o Ego interno e necessária influência dele, tornando-se um proscrito o infeliz.
Pergunta: O que ocorre quando a existência purgatorial termina?
Resposta: O Espírito purificado ascende ao Primeiro Céu, situado nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo. O resultado do sofrimento purgatorial é incorporado como consciência ao Átomo-semente do Corpo de Desejos, para que o futuro indivíduo possa ter internamente, percepção entre o bem e o mal, naqueles pontos que transgrediu. O reto sentir, pois, é conquista adquirida nesse processo, impulsionando-nos para o bem e advertindo-nos contra as mesmas tendências e tentações.
Pergunta: Qual a primeira experiência por que passa o Espírito no Primeiro Céu?
Resposta: Vê o panorama do passado se desenvolver em ordem inversa, mas apenas os atos bons que tenha realizado na última existência terrena. Se realizou pouco bem, rápida será sua passagem por esse venturoso plano. Mas se muito realizou de bom sobre a Terra, colherá os dourados pomos de uma vivência indescritível, de alegria indizível.
Quando ali o espírito vê as cenas em que ajudou os outros, sente novamente, porém triplicada, a alegria que isso lhe proporcionou e ainda mais: sente a gratidão que lhe foi dirigida por aquele que recebeu a ajuda. Assim, vemos a importância dos favores que prestamos, porque a gratidão promove o crescimento da alma. Nossa felicidade no Primeiro Céu depende dos sentimentos que os bons atos provoquem, em nós e nos outros.
Pergunta: Nos casos de dificuldades econômicas, ficamos restringidos em nossa possibilidade e capacidade de dar?
Resposta: Absolutamente, não. Tal ideia estaria correta se o ser humano fosse apenas um ser material. Nesse caso, suas necessidades estariam limitadas a esse plano. Mas sabemos que o ser humano é um ser complexo e suas necessidades abrangem os diversos veículos pelos quais se expressa: material, etérico, emocional e mental – além do ser real, espiritual. A ajuda deve atender a todos esses aspectos. Ainda mais, sabemos que a vida material, as condições deste Mundo, são apenas reflexos e consequências dos outros planos causais: mental e emocional. Se o indivíduo não sabe pensar corretamente nem sentir nobremente, sua vida material será logicamente prejudicada. E desse modo, ajudar alguém a pensar e sentir segundo os ditames do Espírito, acordes com os princípios evangélicos, será a maior ajuda, que não depende de condição econômica, pois, ao homem e mulher de boa vontade há sempre algum tempo para isso. É claro que não vamos impor nossas ideias a ninguém, nem pregar nas praças públicas. O bom exemplo acabará atraindo nossos familiares e amigos a ouvir nossa opinião, e então a daremos despretensiosamente, deixando que o livre arbítrio escolha livremente a forma de agir.
O dinheiro, como tudo o mais que Deus, como talentos, pôs à nossa disposição, depende do reto emprego. Dar dinheiro, indiscriminadamente, é, muitas vezes, um mal, embora nossa intenção seja boa. Somos pela ajuda material, feita inteligentemente e como complemento da ajuda primordial, causal, que é a difusão de ideias conducentes a uma vida mais feliz. Cada Estudante Rosacruz pode e deve valer-se da orientação da fraternidade, para aprender e realizar corretamente essa nobilitante ajuda à humanidade carente.
Pergunta: Quais as condições que o recém-ido encontra no Primero Céu?
Resposta: o Primeiro Céu é o lugar de alegria, isenta de qualquer sombra de amargura ou de tristeza. Ali, todos os mais nobres propósitos, almejados pelo ser humano, se realizam na mais ampla expressão. É o lugar do repouso, pois, quanto mais dura ou áspera tenha sido a anterior encarnação terrestre, mais profundamente sentirá a sensação de repouso. As doenças, a tristezas, as dores, são ali desconhecidas. É a Terra do Verão dos Espiritualistas, onde os pensamentos devotos Cristãos construíram a Nova Jerusalém. Belas casas floridas são o quinhão daqueles que as desejaram, pois podem construí-las pelo simples emprego da sutil matéria de desejos, mediante o poder da vontade e do pensamento, tornando-as tangíveis e reais como as moradias deste mundo. E não só as floridas casas, senão tudo aquilo que intimamente ambicionamos realizar, pois todas as satisfações emocionais superiores são ali realizadas, quer como quintessência das experiências boas da Terra, quer como formas de tudo que nos tenha sido negado ou dificultado.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1968)