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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Grande Impaciência para colher os Frutos dos Ensinamentos Espirituais

Muitos já passaram pela Fraternidade Rosacruz, assistindo às suas reuniões de estudos e devocionais, ou fazendo os Cursos por correspondência ou por e-mail (Filosofia Rosacruz, Astrologia Rosacruz e Estudos Bíblicos Rosacruzes), na investigação da sublime Filosofia Rosacruz, cujos ensinamentos transcendem os conhecimentos comuns.

Inesperadamente, alguns desses irmãos e dessas irmãs deixam de comparecer às Reuniões de Estudos ou falham com suas lições dos cursos. Poderão não ter conseguido assimilar ou identificar-se com o elevado Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz?

Nós, ocidentais, somos dotados de grande impaciência para colher os frutos dos Ensinamentos Rosacruzes. A evolução processa-se a passos lentos. A Natureza não dá saltos e, talvez, isso constitua um obstáculo à sede de conhecimento. Vivemos uma fase em que a paciência e a tolerância parecem divorciadas do ser humano.

A maioria sente-se atraída por aqueles que, se intitulando mestres (ou gurus ou instrutores ou, ainda, especialistas), prometem rápidos progressos espirituais e até mesmo condecorações. Para eles, o grau é avaliado pelo volume da contribuição, a maioria das vezes financeira.

Aí está a prova insofismável de uma ignorância. O saber não pode ser comprado, nem dado como um passe de mágica. Só nosso esforço, a nossa perseverança, pode adquiri-lo. A Fraternidade Rosacruz oferece o saber gratuitamente, mas sem laurear ninguém.

Se confiarmos nossos problemas a outros, certamente pagaremos pela atrofia de nosso cérebro e acabaremos tornando-nos incapazes para tomar nossas decisões, Assim, está nas nossas mãos a oportunidade de lutar pela aquisição do conhecimento. O fracasso só existe quando nada se tenta fazer e a Humanidade só terá consciência do seu mundo, conhecerá sua missão, saberá de onde veio, saberá para que veio aqui, saberá para onde vai, se utilizar suas faculdades, ainda latentes, no estudo e na investigação dos Mundos suprafísicos.

Assim, muitos de nós, apesar da atual fase de interesse pela espiritualidade, ainda vivem na agitação das lutas, com a intranquilidade reinando por todo o mundo, destacando-se a predominância do Espírito de Raça, apesar do grau de desenvolvimento intelectual já atingido.

A Humanidade comum segue o caminho lento da evolução por milhares de anos, antes que possa governar conscientemente seu Corpo de Desejos, o veículo sobre o qual trabalham os Espíritos de Raça.

Muitos da nossa população nasceram em outros países ao qual é justo o seu amor, mas não podemos malquerer aos naturais de outras nações. Afinal, todos somos seres humanos, criaturas de Deus, nosso Pai comum e devemos nos amarmos uns aos outros como Ele nos ama.

Aí uma fórmula que ajuda o ser humano a se libertar dos grilhões do Espírito de Raça. Assim, desenvolverá o Caminho da Espiritualidade em direção ao reinado do Cristo, para que essa Humanidade possa viver unida pela Lei do Amor.

Dentro do amor à terra – ao país, à nação – em que vivemos, cabe lembrar as palavras de Thomas Paine[1], como lema para libertação do Espírito de Raça: “O mundo é a minha pátria e fazer o bem é a minha Religião”.

Constituindo cada Grupo de Estudos e cada Centro Rosacruz um centro de irradiação da Filosofia Rosacruz para todos os lugares no entorno, nós o fazemos sem distinção de Raças ou Religiões, realçando o Amor entre os nossos semelhantes.

Embora seu número de membros possa até ser reduzido, dada a imensidão do lugar onde está instalado o Grupo ou o Centro, a Fraternidade Rosacruz representa o fermento que certamente fará crescer a massa (o Pão da Vida) que alimentará a Alma dos nossos semelhantes dos quais somos integrantes. Quem trilha persistentemente o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz se gratifica a cada grau alcançado e a visibilidade que apresenta o seu crescimento espiritual.

Parabéns aos persistentes! Para esses o fracasso não existe!

E muito poderemos fazer com a força do nosso pensamento, ajudando o Cristo a estabelecer a Fraternidade Universal, que deixará de ser um ideal, para se tornar um fato positivo.

(discurso proferido pelo irmão José Augusto Pinto Coelho, por ocasião da solenidade realizada em 24 de setembro de 1972 e publicado no Editorial da Revista Serviço Rosacruz de setembro/72 – Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: Thomas Paine (1737-1809) foi um político britânico, além de panfletário, revolucionário, inventor, intelectual e um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos da América. Thomas Paine foi, a um só tempo, ator, intérprete e testemunha não apenas das Revoluções Americana e Francesa, mas também dos movimentos revolucionários ingleses em fins do século XVIII e, em menor medida, do movimento revolucionário nos Países Baixos e na Irlanda, onde ele era continuamente citado e admirado.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder da Cura e a Luz Interior

Podemos ajudar muito as pessoas ao lembrá-las e fazê-las sentir que a Luz Interior é o mais poderoso remédio que temos ao nosso dispor. Estaríamos ajudando todos aqueles que estão viciados e saturados de remédios para cura de males reais e imaginários, assim como aqueles que se valem somente de remédios como suplementos nutritivos e fortificantes, ao primeiro sinal de alguma debilidade física.

A Luz Interior é a essência da natureza divina que é nossa herança, graças ao fato de que somos faíscas divinas do Deus Solar, destinadas a tornarmo-nos perfeitos, como Ele. Cada um de nós a possui e é nosso dever fazê-la brilhar cada vez mais, à medida que evoluímos. Quanto mais perto estivermos da nossa meta, mais a Luz Interna brilhará. Quanto mais brilhante ela estiver, mais próximos da perfeição estaremos; quanto mais perto da perfeição estivermos, mais perto estaremos da saúde perfeita.

A saúde perfeita depende do grau de obediência às leis naturais e a Luz Interior brilhará de acordo com esse grau de obediência. A mais sublime lei natural é a Lei do Amor. Se obedecermos a essa lei, implicitamente gozaremos da saúde perfeita. Isso tudo pode parecer simples, mas o Aspirante à vida superior, o Estudante Rosacruz, sabe o quanto é difícil darmo-nos de todo o coração, na personificação da Lei que nos foi dada por Jesus Cristo.

Os veículos de Jesus, assumidos pelo Espírito de Cristo, eram os mais perfeitos disponíveis na humanidade. É inconcebível que Cristo-Jesus tenha sucumbido a males e comoções às quais estamos submetidos. É inconcebível que Ele tenha recorrido a remédios ou cura. Pelo contrário, Ele era a cura personificada.

Para que a figura tão sublime como a de Cristo habite em qualquer tipo de Corpo Denso é necessário que esse Corpo esteja totalmente livre das imperfeições que caracterizam os Corpos da maioria da humanidade. Jesus pode fornecer o instrumento perfeito a Cristo porque viveu suas muitas vidas terrenas anteriores de maneira pura e sem egoísmo. Ele, obviamente, praticou a Lei do Amor muito antes de transmiti-la a humanidade e, ao fazê-lo permitiu que sua Luz Interior brilhasse com mais intensidade. Ele estava completamente livre da doença e da imperfeição humana e, portanto, pode fornecer ao Cristo os instrumentos puros para o Santo Ministério.

Esta é a condição a qual todos nós, seriamente, devíamos ficar atentos e nela trabalhar. Cada um de nós, antes de abandonar o corpo físico pela última vez, deveria ter desenvolvido seu Corpos Denso e seu Corpo Vital a tal grau de relativa perfeição, que um Ser de proporções cosmicamente esplêndidas como Cristo poderia utilizá-los, se necessário.

Isso quer dizer, em consequência, que deveríamos ter perfeita saúde no que diz respeito ao Mundo Físico. A saúde perfeita não será conseguida por meio de remédios, nos consultórios médicos com o auxílio de fortificantes. A saúde perfeita depende de como pensamos e agimos, não só do que tomamos como remédio.

Quando levamos em consideração o grau de perfeição alcançado por Jesus, na formação de seus dois veículos inferiores – Corpo Denso e Corpo Vital –, podemos ver aí o quanto ainda temos que evoluir. Todo pensamento ou ação egoísta, todo ato de submissão ao desejo imoderado, todo ouvido surdo ao grito de um irmão ou irmã em desgraça, coloca-nos longe dessa meta. Muitas pessoas, hoje em dia, não conseguem ver uma correlação entre o egocentrismo e a doença; essa correlação, porém, é muito real e verdadeira.

A Luz Interior brilha com seu maior esplendor quando nos tornamos abnegados. Abnegação implica em renúncia e sacrifício, assim como assumir a responsabilidade de ajudar e de prestar serviço em todas as ocasiões necessárias.

É possível alcançar um bom grau de abnegação para com todos mesmo quando não nos liga o amor, isto é, podemos agir com abnegação de acordo com a nossa consciência, porque sabemos que é a maneira certa de agir e não só porque amamos quem está ao nosso lado. Muitas vezes agimos abnegadamente, porque não queremos sentir as dores da consciência ou porque não queremos passar por egoístas durante o Exercício noturno da Retrospecção; agimos, portanto, para nos livrarmos do remorso e dos problemas. Essa atitude pode, de certo modo, ser uma evolução do tipo de egoísmo que existia antes, mas, ainda, não é o auge do desenvolvimento que almejamos.

Somente quando servimos continuamente e alegremente, porque estamos imbuídos do amor impessoal de Cristo, é que alcançaremos a perfeição do desenvolvimento humano, no Mundo Físico. A realização dessa condição exige uma dedicação intensa, autodisciplina e persistência que são percebidas muito vagamente ainda, quando o Aspirante à vida superior inicia o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

A saúde do Aspirante à vida superior está propensa a mudanças, à medida que ele intensifica sua indagação espiritual. Da mesma forma, à medida que ele não se entrega mais a desejos inferiores e não necessita de alimentação pesadas, seus veículos, aos poucos vão se sensibilizando. Uma pessoa ainda não acostumada a tão alto grau de sensibilidade poderá de início ter dificuldades em adaptar-se e até a atribuir essas dificuldades a “nervos”.

É aqui que o desenvolvimento do equilíbrio adquire particular importância. À medida que o Aspirante à vida superior vai conseguindo dominar e alcançar o “pensamento certo e a ação certa” ele poderá começar a usar seus veículos que vão se tornando altamente sensibilizados e, portanto, mais espirituais, para fins mais nobres, não só para sua própria evolução, mas, também no desenvolvimento do serviço para com os outros irmãos e as outras irmãs.

Equilíbrio, em sua essência, é um produto de adesão a Lei do Amor. A prática ativa e constante dessa suprema Lei Natural desenvolve, dentro de nós, o Ego, um sentimento de calma, satisfação e realização que não pode ser encontrada de nenhuma outra maneira. Quando isso acontece os benefícios para a nossa saúde são enormes. A harmonia do nosso estado mental e emocional se reflete no nosso estado físico; todas as partes e órgãos do nosso Corpo Denso trabalham correta e harmoniosamente e não existe nem a doença, nem a enfermidade. A Luz Interior, brilhando intensamente, apagou todo o conflito interior!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1982 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Justiça Amorosa

A justiça humana é simbolizada por uma mulher de olhos vendados, segurando uma balança de pratos equilibrados. Significa isenção de ânimo e julgamento impessoal, nos termos do artigo primeiro de nossa Constituição: “todos os homens são iguais perante a lei”.

Tem similitude com o símbolo de Libra, a balança. Mas essa é condição do futuro, ao passo que a lei humana atende às necessidades atuais. E como ainda não aprendemos a viver sob a Lei do Amor, suscitamos as reações da Lei de Talião, remanescentes das épocas pré-Cristãs, tornando indispensável a justiça social.

Contratos, fechaduras, recibos, cofres, exércitos e tudo o mais que nós próprios suscitamos com nossos desvios e agressões, continuarão, até que cada um de nós esculpa no interior do nosso tabernáculo as tábuas da lei, isto é, seja uma lei em si mesmo, tornando a lei externa e a vigilância desnecessárias.

É certo que a lei humana falha, porque é humana. Mas sua infalibilidade não invalida sua importância para a coletividade a que se destina e a cujas necessidades atende, segundo o grau evolutivo dela.

Quando Cristo inaugurou a Lei do Amor não aboliu a Lei existente. Ele conheceu bem a natureza humana e sabia que a transição seria lenta e longa, até que o ser humano atinja o ideal de ação figurado por Libra, cujo Regente, Vênus, lhe atribui justiça amorosa, estética, justa.

Mas, como Cristãos, como devemos proceder, se o Mestre nos disse: “Não julgueis para não serdes julgados”?

Muitas vezes, em decorrência de nossas responsabilidades de chefes, encarregados ou outra posição de autoridade somos chamados a julgar e até a punir. É verdade. Nesse caso, é mister que o façamos com o máximo de nosso equilíbrio, dentro das normas Cristãs e, se for o caso, conciliando com as normas reguladoras da sociedade que dirigimos.

A lei tem sentido genérico e é fria. O discernimento e o amor devem intervir, tornando-a mais completa e justa. Esse é o papel de um bom juiz, que leva em conta as atenuantes e agravantes, para gradação da culpa.

O amor e a lei são eternos, indispensáveis. Coerentemente ligados, completam-se. A justiça sem amor é incompleta e falha. Um conceito aplicado que chamam de amor, mas sem a justiça, também, é falho. A prova disso mais evidente e próxima são as falhas de educação, decorrentes de errôneo conceito de amor e justiça dos pais, cujo papel é preparar os filhos para a vida social. A lei mantém a ordem social ou cósmica, consoante seja humana ou divina. O amor capacita a viver em harmonia com a lei e utilizá-la edificantemente. Aplicados ao serviço do próximo, o amor e a lei se constituem em fatores irmãos da harmonia individual, social e espiritual. A lei pressupõe a razão e o discernimento; o amor subentende serviço. Portanto, ambos se abraçam e se confundem no Crístico atributo de Amor-Sabedoria, tônica de nosso desenvolvimento atual, até um futuro bem distante.

O mais grave de todo esse assunto é termos uma ideia bem definida e acertada de justiça e de amor e depois os conciliarmos em nossos pensamentos, sentimentos e ações. A melhor orientação, a nosso ver, são os Evangelhos. Mas, os Evangelhos podem ser mal interpretados. Muitas violências têm buscado justificativa na cena em que o Cristo expulsa os vendilhões do Templo. Dizem: “se até Cristo perdeu a paciência, quanto mais eu, pobre mortal?”. Então acrescentamos: a melhor orientação, a nosso ver, são os Evangelhos e as Epístolas, à luz da Filosofia Rosacruz, que muito bem nos orienta acerca de correto sentido deles. Notadamente os documentos de São Paulo apóstolo, que era um Fariseu versadíssimo em leis, quando ele foi Iniciado nos Mistérios Cristãos e pôde, magistralmente, conciliar os verdadeiros sentidos da lei e do amor na vida humana. O trecho sobre amor — o dom excelente – da Epístola aos Coríntios é um documento tão inspirado e profundo, que Max Heindel incluiu no Ritual Devocional do Serviço do Templo da Fraternidade Rosacruz e o recomendou à constante meditação dos Estudantes Rosacruzes.

Mas, acima de tudo, como recurso maior, apontamos a orientação do Cristo Interno. Melhor do que ninguém, Ele pode nos orientar para as melhores conclusões e aos mais justos julgamentos. A prece diária, a humilde disposição de ouvi-Lo e a sincera busca do diálogo, são as chaves do contato. Cristo não nos resiste. Ao contrário, espera pacientemente, anseia pelo diálogo, à porta de nossa consciência.

Aguarda que Lhe abramos o coração, cujo trinco (o do livre arbítrio) se acha no lado de dentro, como no famoso quadro de William Holman Hunt, The Light of the World (1851-1853) (A Luz do Mundo). Ele respeita a nossa liberdade. Cabe-nos, pois, o gesto voluntário da busca, como o de acionar o interruptor para que a luz da grande usina penetre e nos inunde o Ser. Se Lhe pedimos para entrar e nos ensinar, “Ele em nós faz morada”, pelo menos enquanto “Lhe fazemos a Vontade, aqui na terra como nos céus” (nos assuntos materiais e espirituais). Então Ele nos falará de modo tão maravilhoso, que nada neste mundo se pode comparar a esses momentos. Nem mesmo as sombras limitadoras e dolorosas de passadas transgressões, porque então compreendemos e confiamos na Justiça e no Amor de Deus, dispondo-nos a encarar os desafios das sabatinas como alunos desejosos de merecer um grau superior. Realmente, a experiência do contato, gradativamente mais nítido e confortador, aclara e apequena os problemas, desfaz magicamente as tensões e estabelece em nós uma paz inefável, uma calma convicção, que equivale àquela evangélica pérola, para cuja aquisição “o homem vendeu tudo o que possuía”.

Então, e só então, poderemos avaliar a profundidade daquela citação: “buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP em novembro/1969)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: De acordo com os Ensinamentos Rosacruzes quando Cristo voltará?

Resposta: A Bíblia diz verdadeiramente que “o dia e a hora ninguém conhece[1], e as pessoas que tentaram fixar uma certa data ou um certo ano para a Segunda Vinda definitivamente não compreenderam o objetivo da missão de Cristo na Terra. Seu ensinamento foi dado à humanidade à fim de que a lei, “Olho por olho e dente por dente”,[2] fosse abolida – para que a lei do temor (de Deus) pudesse ser absorvida pela Lei do Amor. Foi dito que “A lei e os profetas existiram até Cristo[3], mas sabemos que ainda hoje a lei existe e é necessária. Portanto, é evidente que aquela lei não foi abolida na vinda física de Cristo. É o despertar do Cristo Interno, a natureza interior do ser humano, que deverá abolir a lei.

São Paulo fala desse advento como o “Cristo sendo formado em nós[4], e até que o Cristo seja formado em nós não estaremos prontos para a Segunda Vinda. Angelus Silesius diz:

“Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém,

Se não nascer dentro de ti, tua alma segue extraviada.

Olharás em vão a Cruz do Gólgota,

Enquanto ela não se erguer dentro de ti mesmo novamente”.

A segunda vinda de Cristo dependerá em quanto tempo um número suficiente de pessoas se tornarão semelhantes a Cristo e sintonizados com o Seu princípio, de modo que, como diapasões do mesmo tom que vibram juntos quando um é tocado, para que sejam capazes de responder às vibrações Crísticas que serão estabelecidas no retorno do Salvador. Portanto, esse evento não pode ser calculado. Toda vez que nos esforçamos em imitar a Cristo e cumprir Seus ensinamentos, estamos acelerando Sua vinda; então vamos nos esforçar mais para isso.

(Pergunta nº 102 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Mt 24:36

[2] N.T.: Lv 24:19, Ex 21:24, Dt 19:21 e Mt 5:38

[3] N.T.: Lc 16:16

[4] N.T.: Gl 4:19

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Em Busca da Paz

Cristo-Jesus disse: “Eu não venho trazer a paz, mas uma espada”. Muitas pessoas foram incapazes de conciliar essa declaração com os ensinamentos de Cristo sobre o amor e a paz. No entanto, há, sim, uma explicação dessa afirmação que nos permite conhecer seu verdadeiro significado e, também, saber o que será necessário antes que a paz possa reinar na Terra. No Evangelho Segundo São João, 10:16, lemos que Cristo-Jesus também disse: “Haverá um rebanho e um pastor”. Isso indica que TODAS as pessoas eventualmente devam chegar a um estado de unidade sob Sua liderança.

A história tem sido amplamente um registro de conflitos e guerras entre raças e nações. Diferenças de ideais, religiões, características físicas, idiomas e formas de governo fomentaram a separatividade e desse fato, associado ao egoísmo inato do ser humano imperfeito, resultou a competição contínua e a turbulência ao longo dos séculos.

A primeira raça foi estabelecida no final da Época Lemúrica, quando “havia uma pequena parte da humanidade nascente que estava suficientemente avançada para que a mente germinativa lhe pudesse ser dada e o Espírito pudesse começar lentamente a atrair seus veículos”. O início das nações separadas foi promovido durante a terceira parte da segunda metade na Época Atlante. Grupos de pessoas que tinham hábitos e gostos semelhantes se uniram e fundaram novas colônias. As raças foram colocadas sob os cuidados dos Espíritos de Raça (os Arcanjos), que deram para os líderes delas leis escritas, recompensas instantâneas e punições. Os Arcanjos guiaram as raças para diferentes climas e diferentes partes da Terra. Os Espíritos de Raça promovem o patriotismo e instigam guerras, quando tais medidas drásticas são necessárias, intensificando assim a separatividade que existe entre os diferentes povos.

Obviamente, enquanto a humanidade permanecer dividida em raças e nações, povos e países, falantes de um idioma comum ou filiações nacionais, grupos étnicos ou tipos essenciais de indivíduos com base em traços observáveis (ou quaisquer outras terminologias mais “politicamente correta” do momento), cada uma promovendo agressivamente seus próprios objetivos e propósitos, a “paz na Terra” e a “boa vontade entre os homens” não serão possíveis. Somente quando todas as nações e raças, povos e países acima se unirem em Fraternidade Universal é que a paz será possível.

O ser da onda de vida humana (seja homem ou mulher), cujo destino é crescer, progredir e desenvolver seus potenciais internos respondendo às influências espirituais direcionadas a ele, deve se tornar autossuficiente, emancipado de todas as influências externas, incluindo as dos Espíritos de Raça.

A vinda do Raio de Cristo como Espírito Planetário interno da nossa Terra iniciou a emancipação dos seres humanos não apenas dos poderes envolventes dos Espíritos da Raça, mas também de seus próprios desejos contaminados por Lúcifer. As vibrações do Poder de Amor do Cristo, irradiando de dentro da Terra, purificaram a matéria de desejo do Mundo do Desejo do nosso Planeta e tornaram possível a todos nós garantir substâncias de desejos, emoções e sentimentos mais puras para ser utilizada pelo nosso Corpo de Desejos. Seu Poder de Amor funciona, particularmente, através do nosso Corpo Vital, e “quando nos libertamos das labutas do Corpo de Desejos e vivemos de acordo com as vibrações do Corpo Vital, ficamos imbuídos do Espírito de Cristo. Então e somente então, com certeza, abandonamos o princípio nacional e patriota e nos tornamos capazes de ser irmãos uns dos outros”.

Aqui reside a chave para estabelecer paz e harmonia em nossa Terra. À medida que o poder do divino Amor de Deus, manifestado a nós por meio de Cristo, cresça e se expresse de dentro de cada um de nós, somos capazes de nos libertarmos da nossa escravidão à consciência nacional. O patriotismo não é mais o estreito “meu país, certo ou errado”, mas agora abraçaremos o bem-estar de todas as outras pessoas no mundo. Perdemos o desejo competitivo e começamos a considerar o interesse dos outros tanto quanto o nosso.

Sabemos que as Leis imutáveis do Amor divino e da Justiça operam em nosso universo, trazendo a cada pessoa o que lhe é devido ou o seu imposto. Todo indivíduo criou o que chegou até ele e somente ele pode mudar suas condições ou resgatar. Isso se aplica também às nações. A menos que reconheçamos plenamente esses fatos e ajamos de acordo, não poderemos trazer paz ao mundo.

A nossa paz é verdadeiramente uma herança divina. Somos essencialmente Espírito diferenciado em Deus para revelar os poderes divinos latentes em nós. Somos Deuses em formação e só podemos reivindicar nossa herança divina aprendendo a viver de acordo com a Lei do Amor. Essa Lei move toda a vida manifestada para uma perfeição cada vez maior. A vida “É”; ela não pode morrer. Somente a forma perece ou muda. Chegamos repetidamente à vida na Terra para redimir nossa injustiça passada e transformar a Centelha divina em uma Chama ainda mais gloriosa.

Sempre conosco estão as Forças da Luz e do Amor. “Todo aquele que quiser” pode abrir seu coração ao influxo divino e enviá-lo novamente à humanidade. Os sábios olharão para a vida de Cristo-Jesus e terão coragem. A Vida DELE era perfeitamente positiva. ELE viveu de maneira construtiva. ELE amou. ELE curou. ELE ensinou.

ELE forneceu o poder e apontou o caminho para a unificação de todos os seres da onda de vida humana em paz e amor. SEU caminho é o único caminho para a paz permanente.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto de 1985 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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