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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Nossa valorização individual: uma das grandes contribuições dada pelo Cristianismo

Nossa valorização individual: uma das grandes contribuições dada pelo Cristianismo

A grande contribuição dada pelo Cristianismo à humanidade foi a sua libertação. Essa libertação, se bem esteja claramente exposta nos Evangelhos, não é bem compreendida pelo Cristianismo Popular. Em muitos casos até há intenção de ocultar a verdade e submeter o ser humano a poderes temporais, a que ele gosta de se sujeitar. Infelizmente, muitos ainda permanecem num estado semelhante a um canário que ficou muito tempo na gaiola; quando lhe abrem a porta não quer partir para a amplidão dos céus ou, se vai, dá uma voltinha e regressa à sua cadeia, onde lhe dão comida e água. É cômodo e não lhe exige esforço. Por isso, muitos “pastores” de alma, seja nas igrejas ou em entidades espiritualistas, não gostam de tocar nesse ponto da libertação. Gostam mesmo de mostrar a necessidade de dependência. Nas escolas orientais a submissão ao mesmo é taxativa.

A Fraternidade Rosacruz, fundada por Max Heindel, como expositora dos Ensinamentos elementares da Ordem Rosacruz, cujos Irmãos Maiores são auxiliares diretos de Cristo na obra de redenção da humanidade, se distingue de tudo o que atualmente conhecemos, por seu esforço na libertação do indivíduo. A Fraternidade Rosacruz ensina como o Cristianismo nos liberta pelo conhecimento de seus valores internos (Jo 8:32), pela identificação com sua natureza divina, subjacente e ignorada (Jo 3:14).

Na Parábola do “Filho pródigo” vemos a nossa história, como Espírito Virginal diferenciado em Deus para obter experiência em nossa peregrinação involutiva, à custa de nossa herança espiritual, que ficaria enterrada e esquecida em virtude dos Corpos Denso, Vital, de Desejos e pela Mente que fomos construindo. Iniciamos a evolução com a ajuda das religiões primitivas. Depois veio Moisés e nos deu a Lei geradora do pecado, pois passaria a nos ensinar o que era transgressão e como deveríamos repara-la.

Contudo, devido ao nosso egoísmo e à falta de compreensão, reparávamos os pecados pelo sacrifício de animais. Depois veio Cristo e não revogou a Lei antiga. Antes, confirmou-a, mas nos deu a libertação do enlaço da matéria, o que, ao tempo de Moisés, seria tarefa extremamente difícil para boa parte de nós. Essa situação fora criada por nossa queda, quando os marcianos espíritos lucíferos, os Anjos decaídos, não podendo alcançar a evolução angélica, buscaram nosso cérebro e a força criadora que o sustenta, para, através de sua atividade, obter experiência e, em consequência, evoluir. Custou-nos alto preço “ouvi-los e seguir o que nos propôs”. É verdade que pelo embrutecimento sensorial decorrente obtivemos a vantagem da consciência atual, a capacidade de discernir, que os Anjos não têm. Por isso se disse que fomos feitos um pouco abaixo dos Anjos. Após a queda, as Religiões de Raça nos incutiram o sentido egoístico de separação e chegamos a tal estado de cristalização que nossa evolução ficou ameaçada. Não poderíamos, por nós mesmos, retomar a senda ascendente evolutiva que nos estava destinada, como filhos de Deus, de retorno à casa paterna.

Comíamos a “escória” dada como alimento aos “porcos”, nas duras experiências de nossa vida. Veio, então, o Libertador, o Cristo. Limpou o Corpo cósmico de Desejos da Terra, formado por todas as nossas antigas transgressões à Lei. Sacrificou-se como o “Cordeiro de Deus que limpou os pecados do mundo” (Jo 1:29), em lugar do cordeiro do tabernáculo. Foi quando se rasgou o véu do Templo, isto é, quando se abriram à nós, em geral, as possibilidades de libertação, Iniciação e acesso ao “Sanctum Sanctorum” – Santo dos Santos -, aos segredos e possibilidades de nossa própria natureza egoica, através da qual entrará, concomitantemente, nos arcanos da Terra e da humanidade, para mais altos serviços.

Não sem razão, pois, a citação de São Paulo, um Iniciado consciente dessa realidade: “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (lCor 6:20), e “por preço fostes comprados, não vos torneis escravos de homens” (lCor 7:23).

Realmente, este mundo é uma escola em que somos apenas peregrinos (At 7:6, Hb 11:13 e IPd 2:11). E como somos destinados, quais sementes da árvore de Deus, a tornamo-nos iguais a Ele (Jo 10:34), a fazer obras maiores do que as realizadas por Cristo na Terra (Jo 14:12), deduz-se, logicamente, que o renascimento é um fato natural, pois nenhum de nós pode realizar numa vida o que nos está prometido nos Evangelhos. Pela evolução, nós iremos sublimando doravante todos os nossos veículos e deles levando a quinta essência, que nos dará a capacidade criadora. Realmente, os corpos são os meios de obtenção do alimento anímico que nos enriquece, a nós o Tríplice Espírito. No conjunto, o corpo é um precioso templo do Espírito (Jo 2: 21, ICor 3:17 e 6:19) que não deve ser desprezado como vil e inferior, segundo a concepção oriental, senão tratado com carinho, como ferramenta bem cuidada para que através dele nós possamos criar e crescer, pela Epigênese. Contudo, também aprendemos a não nos identificarmos com os nossos Corpos, senão governá-los, para que não nos suceda ficarmos escravizados a eles. Quem sabe que é de fato um Ego, um Espírito Virginal da onda humana manifestado, ama o Espírito e a ele serve e nesse ponto não adora imagens nem em templos de pedra, senão em espírito e em verdade (Jo 4: 24) porque em verdade nada restará de nossos corpos, ao fim dos atuais períodos evolutivos (Mt 24:2; Jo 2:19 e 21).

De todo o exposto, reconduzindo a nossa consciência ao seu real valor, como Filho de Deus, livre dos temores do inferno, porque sabemos que uma parte de Deus não se pode perder, comecemos a trabalhar diligentemente por nossa própria evolução, a fim de se tornar um novo ser humano (Ef 4:24; Col 3:10), sabendo discernir entre o real e o falso (ICor 6:12 e 19) e buscando se desvincular de todos os antigos hábitos errôneos (IPd 1:14 a 17) sem acender uma vela para Deus e outra para o diabo, como fazem os incoerentes de nossos dias (Mt 9:16 e 17). É preciso decisão, perseverança e humildade para limpar o templo interno (Jo 2:15 e 16) e ver nascer a estrela d’alva no coração (IIPd 2:19).

De toda nossa procura e experiência podemos, hoje, dizer aos novos companheiros: a Fraternidade Rosacruz é a escola aquariana que ensina e ajuda o indivíduo a se libertar de suas próprias limitações e o leva a uma concepção muito mais elevada e a possibilidades ilimitadas no campo das realizações internas, onde se encontra o Graal e sua lança (o Espírito e o seu poder). Contudo, para chegar a ele deve ser um autêntico e moderno cavaleiro, o novo e consciente Parsifal. O vivido Sir Launfal de retorno ao “seu castelo”.

Que nos eleve nas asas da aspiração; que nos armemos da couraça do valor e da persistência; que nos imbuamos de propósitos altruísticos, e que o Deus da paz será conosco!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1964)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Um Espírito desencarnado poderia alcançar o centro da Terra?

Pergunta: Se uma parede não constitui obstáculo a um espírito desencarnado, poderia ele passar também através de uma montanha ou da Terra, alcançando o centro desta última?
Resposta
: Isso depende do estágio evolutivo do espírito desencarnado. Um ser humano desencarnado é exatamente o mesmo de antes, com exceção de que já não possui Corpo Denso.

É-lhe perfeitamente possível atravessar uma parede espessa ou uma montanha. Ele não tem, todavia, acesso aos diversos estratos da Terra. É interessante registrar: muitos clarividentes e sensitivos comuns, que podem fornecer informações sobre cenas do Mundo do Desejo, dão relatos escassos concernentes ao interior da Terra. Alegam que, ao tentarem penetrar ali, chocam-se contra uma intransponível muralha. Isso ocorre porque nosso planeta é o corpo de um grande espírito e ninguém pode aproximar-se de seu centro, a não ser pela Iniciação. Há nove estratos terrestres em torno do coração central, o décimo por assim dizer.

Nos Mistérios Menores há nove graus. E em cada grau o candidato se habilita a penetrar em um estrato. A décima Iniciação pertence aos Mistérios Maiores com seus quatro graus.

A primeira Iniciação Maior ensina tudo quanto o ser humano possa conhecer no Período Terrestre.

A segunda enseja o conhecimento a ser obtido pela humanidade no Período de Júpiter.

A terceira compreende a sabedoria a ser lograda no Período de Vênus.

E a quarta encerra a evolução do atual esquema evolutivo.

O Iniciado de 4° grau encontra-se na mesma situação equivalente ao da humanidade no Período de Vulcano. Então saberá o que a Terra contém nesta encarnação e em suas manifestações futuras.

Os Mistérios Menores ensejam ensinamentos referentes ao desenvolvimento da humanidade nos três Períodos anteriores ao atual Período Terrestre.

Estes segredos permanecem velados ao ser humano, até que ele possa desvendá-los por si mesmo, na forma conveniente. Assim, nenhum espírito, desencarnado ou não pode observar o que há no interior da Terra, sem que a Iniciação haja despertado suas faculdades latentes.

(Perguntas e Resposta, publicado na Revista Serviço Rosacruz outubro/1974)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que é o sono e o que leva o corpo a adormecer?

Pergunta: O que é o sono e o que leva o corpo a adormecer?

Resposta: Durante o dia, o Corpo Vital especializa o fluido solar incolor que está à nossa volta através do órgão que chamamos baço. Esta vitalidade permeia o corpo todo e o clarividente a vê como um fluído de coloração rosa pálido, tendo sofrido uma transmutação ao entrar no Corpo Denso. Flui por todos os nervos e, quando é expelida pelos centros cerebrais em quantidades particularmente grandes, movimenta os músculos que os nervos comandam.

O Corpo Vital é formado por inumeráveis pontos que se projetam em todas as direções: para dentro, para fora, para cima e para baixo. Todos através do corpo, e cada pequeno ponto passa através do centro de um dos átomos químicos fazendo-o vibrar numa velocidade maior que a normal. Este Corpo Vital interpenetra o Corpo Denso desde o nascimento até a morte, em todas as circunstâncias, exceto quando, por exemplo, a circulação sanguínea é interrompida numa certa parte, como acontece quando descansamos a mão na beira de uma mesa e dizemos que ela “adormece”. Se formos clarividentes, podemos ver a mão etérica do Corpo Vital pendendo sob a visível como uma luva, e os átomos químicos recaírem para uma velocidade vibratória natural e lenta. Ao dar tapas na mão para que ela “desperte”, a sensação peculiar de picadas que sentimos é causada pelos pontos do Corpo Vital quando nos átomos adormecidos da mão, reiniciando assim a vibração.

O Corpo Vital deixa o Corpo Denso de uma maneira similar quando uma pessoa está morrendo. Pessoas quase afogadas que foram ressuscitadas experimentaram uma agonia intensa pela reentrada desses pontos, causando-lhes uma sensação desagradável de formigamento.

Durante o dia, quando o fluido solar é absorvido pelo ser humano em grandes quantidades, esses pontos do Corpo Vital ficam inchados ou dilatados pelo fluido vital. Contudo, com o passar das horas e à medida que as substâncias tóxicas vão obstruindo cada vez mais o Corpo Denso, o fluido vital flui mais lentamente. À noite, chega o momento em que os pontos no Corpo Vital não recebem mais um suprimento completo da energia vitalizadora, eles contraem-se e, em consequência, os átomos do corpo movimentam-se mais lentamente. Neste caso, o Ego sente o corpo mais pesado, entorpecido e cansado. Finalmente, chega o momento em que o Corpo Vital sucumbe e as vibrações dos átomos densos tornam-se tão lentas que o Ego não consegue mais movimentar o corpo. Ele é forçado a retirar-se para que o seu veículo possa recuperar-se. Dizemos, então, que o corpo adormeceu.

Porém, o sono não é um estado inativo; se o fosse, não haveria diferença entre o que sentimos pela manhã e o poder restaurador do sono. A própria palavra restauração implica atividade.

Quando um edifício decai devido à deterioração causada pelo uso constante e se torna necessário renová-lo e restaurá-lo, os moradores devem sair para deixar aos operários plena liberdade de ação. O Ego, por razões semelhantes, sai da sua morada à noite. Assim como os operários trabalham no edifício para colocá-lo em condições de ser reocupado, assim também o Ego deve trabalhar na sua casa para que esta possa ser novamente ocupada. Tal trabalho nós o realizamos à noite, embora não conscientes disso no estado de vigília. É esta atividade que remove os venenos do organismo e, em consequência, o corpo sente-se restaurado e vigoroso pela manhã, quando o Ego nele penetra no momento de despertar.

(Pergunta nº 34 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. I – Max Heindel)

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Pergunta: Por que dizem que algumas pessoas, mesmo depois de terem morrido, ainda estão apegadas à Terra?

Pergunta: Por que dizem que algumas pessoas, mesmo depois de terem morrido, ainda estão apegadas à Terra? Há alguma coisa que se possa fazer aqui para que tal situação seja evitada futuramente?

Resposta: Sim, com certeza! As pessoas apegadas à Terra acumularam seus tesouros nela, ao invés de os acumular no Céu. Todas deixaram alguma coisa para trás. Nem sempre é dinheiro. Podem ter outros vínculos na Terra como, por exemplo, alguém que consideram sua propriedade — esposa, marido, filhos. Julgam que, pelo fato de amar uma pessoa, tenham autoridade total sobre ela. Não concebem que a pessoa amada possa ter qualquer direito. Mais tarde, quando morrem, essa relação continua, pois empenham-se em pressionar seus bem-amados, ficando perto deles e os acompanhando o quanto possível. As pessoas que possuem casas, terras e bens são as piores, porque são muito apegadas às coisas materiais. Às vezes, vemos tais pessoas vigiando um cofre contendo valores e ações. Então, os herdeiros chegam e levam tudo, rindo-se do velho tolo que viveu acumulando seu dinheiro. Às vezes, são pessoas que viveram só em função de valores sociais. Têm joias, roupas e outras coisas que ainda amam e não conseguem separar-se delas. Portanto, ficarão apegadas à Terra enquanto mantiverem esse sentimento.

O melhor caminho é distribuir esses pertences. É evidente que devemos ter cuidado para não nos colocar em uma situação em que as pessoas a quem demos esses valores não nos possam colocar na rua, deixando-nos completamente desamparados em nossa velhice. Contudo, se fizermos uma avaliação, se constatarmos que já vivemos e desfrutamos utilmente desses bens, poderemos perguntar-nos: aqui estão objetos que já não me servem mais e como sei que estou chegando ao fim, onde eles serão mais úteis?; quem precisará mais deles?; ou então, quem poderei ajudar a se estabelecer em um negócio para que se torne independente? Ou poderemos achar outras modalidades semelhantes para dispor desses bens. Quanto às afeições, deveríamos conter-nos para não amar de forma desmedida — por exemplo, transformando alguém em ídolo ou o colocando acima de qualquer outra coisa. Se conseguirmos nos libertar de todas as ligações terrestres, nós nos sentiremos livres para partir, semelhantes aos grãos maduros que se despregam da espiga.

Se estivermos desligados de quaisquer amarras terrenas, sejam de ordem financeira, pessoal ou outro tipo, não ficaremos apegados à Terra. No entanto, quem cometeu algum crime ficará inevitavelmente apegado à Terra, por associação ao lugar onde o crime foi praticado, porque ele deverá desfazer o mal que causou.

(Pergunta nº 4 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II – Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

“Homem, conhece-te a Ti Mesmo”

“Homem, conhece-te a Ti Mesmo”

A sentença “homem, conhece-te a ti mesmo” estava escrita sobre a entrada de um templo grego de Mistérios, como indicação do fato de que é obrigatório para uma pessoa conhecer completamente os mistérios de sua própria natureza, que é muito mais profunda do que se aparenta.

E isso tem relação com o princípio encerrado no axioma hermético: “Assim como é em cima é embaixo”. Quando uma pessoa conhecer a si mesma, então poderá, por analogia, conhecer a Deus porque em verdade se disse, “O Homem foi feito à imagem e semelhança de Deus”.

Contudo, para conhecer a si mesmo não é somente necessário que o ser humano conheça o seu corpo físico, mas também todos os veículos invisíveis dele, que são as causas de seus pensamentos, sentimentos, desejos, emoções e palavras.

Uma pessoa não é apenas composta de um Corpo Denso, o físico; ela possui um Corpo Vital, um Corpo de Desejos e uma Mente. O estudo de todos esses veículos lhe proporciona uma ideia da grandeza espiritual dela, pois ela é uma centelha de Deus.

Portanto, pratiquemos essa frase “homem, conhece-te a ti mesmo” no nosso dia a dia.

(Publicado na Revista “O Encontro Rosacruz” – Fraternidade Rosacruz de Santo André-SP em abril/1982)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Efeito do Temor do Ponto de Vista Espiritual

O Efeito do Temor do Ponto de Vista Espiritual

Sabemos que no nosso Sistema Solar evoluem muitas ondas de vida.

No Mundo Físico, cuja Região Química é a que chamamos de visível, estão as ondas de vida mineral, vegetal, animal e humana. Falaremos aqui da nossa onda de vida, a humana.

Vamos voltar um pouco no tempo e lembrar que, na Época Lemúrica, o Ego tomou posse de seus veículos, constituindo os órgãos dos sentidos, a laringe e, sobretudo, o cérebro. E parte da força sexual criadora foi empregada na construção do cérebro, órgão com que o Ego adquiriu o poder de criar e de expressar pensamentos aqui no Mundo Físico.

O ser humano é constituído por quatro veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente; cada um desses veículos é formado de matéria de seu respectivo Mundo. E é com esses corpos que nos preparamos para trabalhar, aprender e servir aqui neste Mundo que é o baluarte de nossa evolução.

Nós, como Egos, através da Região do Pensamento Abstrato, utilizamos os sentidos para observar o mundo exterior e por meio dessas impressões obtidas são gerados os sentimentos e emoções no Corpo de Desejos que finalmente são refletidos na Mente. Aí surgem as “ideias” que revestida de material mental da Região do Pensamento Concreto se expressam através da Mente em “pensamento-forma” ou imaginação.

O pensamento é a mola que impulsiona toda a atividade humana. E hoje em dia nos encontramos em meio de tantas mudanças internas e externas, muitas vezes repentinas e sempre acompanhadas de um estado de agitação e desassossego. Onde as Mentes das pessoas têm estado em constante alteração, isso acaba por se refletir nos seus atos, nos seus pensamentos e também no modo de se expressar.

É no caminho da espiritualidade que devemos tentar superar um dos maiores obstáculos que o Aspirante enfrenta: o temor. Acredito que qualquer pessoa tenha passado por isso e continuará passando, se não procurar vencer essas debilidades e aprender com elas.

Os temores que nos assombram são: o desastre, a perda de um familiar ou amigo, o fracasso, a enfermidade, o medo de andar de avião, de água, da morte, a timidez e tantos outros que existem, dos quais, por meio de desculpas nos escondemos de alguma maneira para não os enfrentar.

Acontece que se agirmos dessa maneira, negaremos nosso Deus Interno. Pois sabemos que esses temores nada mais são do que uma debilidade da nossa Mente humana, uma fraqueza da nossa imaginação, uma desconfiança em nós mesmos.

Que efeitos o temor pode nos causar?

Os efeitos do temor sobre o Corpo de Desejos são muitos prejudiciais ao nosso desenvolvimento anímico. Para se ter uma ideia, podemos comparar o temor à água, quando congelada, porque os Corpos de Desejos das pessoas que abrigam esses pensamentos, estão imóveis, como o gelo e nada pode alguém dizer ou fazer que irá alterar essa condição ou situação da pessoa.

Sempre que alguém tiver um pensamento de temor, irá congelar as correntes do Corpo de Desejos e com isso a pessoa se isolará de receber amor, simpatia e carinho de todos que a rodeiam.

Os efeitos dele no Corpo Vital também são danosos. Pois sabemos que o sangue é o mais elevado produto do Corpo Vital.

Quando se cria um Pensamento-forma de natureza destrutiva, projeta-se esse pensamento no mundo e gasta-se inutilmente sua energia que depois do trabalho executado é retornado ao criador com mais força do que foi. O resultado dessa viagem é impresso via Éter Refletor no que chamamos de Mente subconsciente.

O pensamento negativo também destrói os tecidos do Corpo Denso. Eles acabam por destruir o poder de resistência do corpo, expondo-o a várias enfermidades.

Então, podemos perceber que a cada ato que realizamos, a cada emoção que expressamos, a cada pensamento que emitimos, estamos fazendo repercutir em nossa saúde, em nosso ambiente e também em nosso destino, seja construtiva ou destrutivamente.

Portanto, toda vez que isso acontecer seremos influenciados pelas vibrações mais baixas do Mundo do Desejo e apoiaremos unicamente a parte humana do nosso ser, esquecendo a parte divina. Toda vez que nos alimentamos de pensamentos negativos, alimentaremos nosso arquétipo de substância mental negativa, atrasando, consequentemente, a construção do nosso Templo, assim como a nossa chegada até o Pai. Violaremos a Lei do Amor, trazendo desordem e sofrimento a nós.

Existe, no Mundo do Desejo, a Lei de Atração, que está constantemente agindo em nossas vidas. Sabemos que “semelhante atrai semelhante” ou que “o imã atrai a limalha de ferro”. Isso é muito notado quando as coisas ao nosso redor começam a não correr bem, quando achamos que o mundo inteiro está contra nós, quando a nossa saúde não vai bem, quando as coisas materiais nos são negadas e até mesmo as espirituais. E toda vez que nos alimentamos desses sentimentos, seremos mais e mais suscetíveis a erros e fraquezas.

De que vale termos olhos e não vermos? Termos recursos e não sabermos apreciar o verdadeiro, o belo e o bom? É momento de mudar a maneira de pensar. É momento de mantermos firmemente o nosso foco mental em pensamentos elevados. Encontraremos muita ajuda por parte dos Líderes Espirituais que esperam de nós essa atitude louvável para progredir.

Porque nós somos dotados do livre-arbítrio, portanto só quando expressamos a força de vontade interna é que começaremos a receber a ajuda necessária, mas mergulhados na ignorância acabamos por empregá-lo mal.

É por meio de pensamentos de amor e bondade que despertaremos qualidades boas nos outros. É por esses pensamentos também que atrairemos pessoas com boas qualidades. É através deles que poderemos curar nossas enfermidades. E como buscar o equilíbrio no meio de todo esse tormento?

No livro da Revelação (Apocalipse) lemos: “Ao que vencer, farei dele um pilar do templo do meu Deus e dele não sairá mais”. Devemos buscar a fé como instrumento poderoso para expulsar o temor de nosso espírito, pois ela é o canal que se abre com Deus e nos coloca internamente ligados a Ele. Devemos também permanecer leal a nosso propósito de vida que é estarmos neste mundo para adquirir experiência e não a busca da felicidade.

Devemos também mediante a oração produzir pensamentos delicados e puros que possam purificar o Corpo Vital. A oração do Pai Nosso, dada por Cristo, é a mais completa de todas.

Ela ajuda na conquista do domínio próprio por meio da repetição (nota-chave do Corpo Vital) e harmoniza o Corpo Vital tornando-nos mais fraternos. Em Romanos Cap. 12:2 lemos: “Não vos conformeis com este mundo; mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento (espírito), para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que Lhe agrada e o que é perfeito“.

Lembre-se: “Herói não é o que realiza façanhas sensacionais. Herói é o que aceita o desafio das pequenas dificuldades diárias, uma a uma, mediante o conhecimento e o domínio próprio. Cada vitória alcançada, cada pouco caso ou insulto perdoado, cada pensamento e sentimento de mágoa substituído por ato de boa vontade, manifestado em circunstância difícil, é um expressivo passo à frente, na direção de uma vida harmoniosa, feliz e cheia de paz”.

Portanto, como o pensamento é uma força criadora que sempre precede nossas ações, devemos ter somente pensamentos de pureza, pensamentos construtivos e construirmos nosso arquétipo de substância mental elevada.

Max Heindel diz no “Conceito Rosacruz do Cosmos” (nossa obra básica) que: “O que somos, o que temos, todas nossas boas qualidades, são o resultado de nossas próprias ações no passado. E aquilo que precisamos física, moral e mentalmente, poderá ser nosso no futuro“.

“Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Regeneração como Processo de Purificação

A Regeneração como Processo de Purificação

O objetivo da nossa existência física é a aquisição de experiências a fim de atingirmos a perfeição. É a evolução do inconsciente para o consciente; da passividade para a criatividade.

Para conseguirmos atingir isso, nós construímos corpos de diferentes graus de densidade:

  1. Corpo Denso, que é o veículo visível que empregamos neste Mundo (mais especificamente na Região Química do Mundo Físico) para atuarmos e nos movermos;
  2. Corpo Vital, composto de Éter, interpenetra o Corpo Denso, estendendo-se, além desse, mais ou menos 4 cm;  também o empregamos neste Mundo (mais especificamente, na Região Etérica do Mundo Físico). É nosso instrumento de especialização da energia vital do Sol;
  3. Corpo de Desejos, interpenetra o Corpo Denso e o Corpo Vital, estendendo-se cerca de 40 cm além do Corpo Denso.  Expressa nossa natureza emocional e tem a forma ovoide;
  4. Mente, um espelho através do qual nós, como Egos, transmitimos nossas ordens por pensamentos e palavras, aos nossos veículos compelindo-os para a ação.

Assim, o Ego é o tríplice Espírito que utiliza esses veículos para acumular experiências na escola da vida.

Cada um desses veículos é uma estrutura cristalizada. Além disso, temos um bom grau de imperfeição. Por isso, qualquer um desses veículos tem limitações. Isso quer dizer, uma vez que um Espírito tenha conseguido obter o máximo de experiências num conjunto desses veículos, ele abandona esse conjunto e passa para um período de avaliação do que aprendeu e de planejamento para um próximo passo. A transição para esse período é conhecida como morte. No período que a antecede, ou seja, em nossa existência terrena, os usamos para adquirir experiências. Portanto, esses dois períodos tendem a provocar o crescimento, visto que a cada transição para os mundos celestes – morte do Corpo Denso – um antigo conjunto de veículos imperfeitos é eliminado e, a cada transição para este Mundo Físico (nascimento do Corpo Denso) um novo e melhor conjunto é construído.

Literalmente, a palavra REGENERAÇÃO significa renascimento, mas também significa o passo à frente na evolução que o Ego dá cada vez que constrói um novo corpo e nele penetra.

Vejamos, agora, como isso é feito num ciclo de vida do Ego. A cada ciclo de vida – de um nascimento, no Mundo Físico, ao próximo – o Ego busca cada vez mais se aprimorar, por meio da aquisição de experiências. Quando, no momento da morte do Corpo Denso o Ego se liberta desse corpo, o poder espiritual volta-lhe novamente até certo grau. Por até três dias e meio após a morte, o Ego revisa o panorama da vida passada. É a primeira retrospecção após morte. Essa revisão ocorre porque o Ego pode, agora, ler as imagens do polo negativo do Éter Refletor do seu Corpo Vital em que estão as recordações indestrutíveis dos acontecimentos da existência física que se findou. Os acontecimentos apresentam-se em ordem inversa: primeiro os efeitos, depois as causas. As cenas passam, vão se imprimindo nos veículos superiores, mas como o Ego está na Região Etérica do Mundo Físico, fica impassível ante elas, não tem nenhum sentimento em relação a elas.

Depois desse panorama, o Ego entra no Mundo do Desejo. No Purgatório, que ocupa as regiões inferiores do Mundo do Desejo, o panorama da vida passa novamente ante a visão espiritual do Ego. Contudo, são só vistas as cenas onde ele cometeu erros. Experimenta todos os sofrimentos mentais e físicos que fez os outros passarem. Com isso, o Ego aprende a ser misericordioso ao invés de cruel, a fazer o bem ao invés do mal. O sentimento que permanece dessas experiências atuará em vidas futuras como a consciência: aquela vozinha que escutamos sempre ante um problema ou uma decisão.

Na passagem para o Primeiro Céu, que ocupa as três regiões superiores do Mundo do Desejo, o panorama da vida passa pela 3ª vez diante do Ego. Contudo, são só vistas as cenas onde tratou de ajudar os demais. Sente, novamente, o prazer de ajudar, principalmente, sente a gratidão dos que ajudou. Sente também a gratidão que teve quando ajudou. A essência disso é integrada no espírito como incentivo para o bem nas vidas futuras.

Depois da assimilação dos frutos de sua vida passada, da avaliação do que aprendeu, um desejo de novas experiências, a fim de obter maior crescimento da alma, leva o Ego a renascer. O fator que determina a sua nova vida é a Lei de Consequência. Seu novo nascimento está condicionado pelas suas vidas passadas.

É mostrado ao Ego um panorama da sua próxima vida enfatizando os fatos principais. O Ego se encontra no Terceiro Céu, que é formado pelas 3 regiões superiores do Mundo do Pensamento. Aqui o Ego está bem consciente da necessidade das futuras experiências, o que deve aprender e das desilusões, pesares e dificuldades que precisará atravessar. Aqui o Ego se sente acima das ilusórias condições materiais. Esse panorama desenrola-se do modo inverso ao dos anteriores, ou seja: primeiro as causas depois os efeitos.

Perceba que ao Ego só é mostrado os acontecimentos principais. O Ego tem livre arbítrio quanto aos detalhes.

Quando da entrada do Ego na matriz de seus novos corpos, um pouco antes do nascimento do Corpo Denso, o Ego vê os acontecimentos da vida futura. Assim, a maioria dos Espíritos dá os passos à frente quando entra em novos corpos. Mas, alguns Espíritos são capazes de reestruturar suas vidas adquirindo novos e importantes conhecimentos e experiências, não somente nos mundos celestes, quando assimilam e avaliam, mas também aqui, no Mundo Físico, durante esse período de aprendizagem. Esses Egos não seguem mais o caminho representado pelas cobras do Caduceu de Mercúrio – o caminho cíclico –, mas seguem o caminho reto e estreito representado pelo Cetro de Mercúrio: o Caminho da Iniciação.

Vejamos, então, como obter meios de se conseguir a regeneração independentemente do renascimento físico.

Pelo que foi exposto anteriormente fica claro que se uma pessoa quer se regenerar durante sua vida terrena, ela precisa fazer uma retrospecção diariamente, contemplando os acontecimentos na ordem inversa, fixando principalmente o aspecto moral, tanto em pensamentos, como em sentimento, palavras e atos. Lembre-se: a Natureza jamais gasta esforços em processos inúteis. Assim: lição aprendida, ensino suspenso.

O verdadeiro Aspirante à vida superior deve crer que tudo é possível e que pode fazer o que pretende, mesmo que nunca tenha feito antes. Precisa usar sua força de vontade e continuar trabalhando, se esforçando, até conseguir alcançar a sua meta, independentemente da idade, de desilusões, de dificuldades.

O Aspirante deve ter a Mente aberta, sempre pronto a receber novas ideias e experimentar novas maneiras de agir e fazer as coisas. Ser flexível e adaptável. Procurar continuamente a verdade.

É certo que não é nada fácil. Por exemplo: deixar de ter pensamentos indesejáveis seja de sensualidade, ou de inveja, etc., pode-se conseguir tomando a determinação de limpar a Mente de forma que só contenha pensamentos bons e elevados, recusando admitir pensamentos impuros. E se persistir em ter pensamentos bons e elevados alcançará uma completa regeneração. Já com as nossas emoções e anseios do nosso Corpo de Desejos a coisa é muito mais difícil. A natureza passional de desejos anseia por vingança, por “olho por olho, dente por dente”. Às vezes, após anos de luta, quando pensamos ter vencido, quando pensamos que a nossa paz espiritual não mais será transtornada, vemo-nos envolvidos e abalados por desejos de vingança, de inveja, de orgulho. Então, será necessário empregar toda a força da nossa natureza superior para dominar essa parte rebelde. Aqui devemos “vigiar e orar”.  Mas, nesse vigiar está a capacidade do Aspirante em fazer uma faxina constantemente, entrando dentro de si e reavaliando seus princípios, reafirmando seu ideal, fazendo um balanço da existência, buscando melhores meios de vida e valores superiores.

Nesse instante, entra a flexibilidade. Sabemos que na natureza nada permanece estacionado: ou estamos subindo ou descendo. Quando notamos esse transtorno na nossa paz espiritual, devemos renovar nossa força de vontade, buscando a graça do Cristo, a consolação de Deus. Esse ponto de desvio e a retomada do caminho é mostrado na Parábola do Filho Pródigo: ele mesmo reconheceu que seu método de vida estava errado e procurou, internamente, forças para retornar ao Pai. O Pai sabe que o filho retornará e o espera de braços abertos.

Podemos obter uma grande ajuda para regenerar o nosso caráter descobrindo os efeitos combinados das configurações astrológicas natais, progressivas e transitórias. O primeiro passo, para obter essa ajuda, é cada um estudar o seu horóscopo. Com isso saberá quais as forças astrológicas disponíveis. Poderá saber usar as forças harmoniosas, essas que determinam nosso caráter, nossas reações, mas também saber como usar as forças desarmoniosas e delas extrair a harmonia necessária. Em outras palavras: a Conjunção é um Aspecto de força. Usa enorme quantidade de energia concentrada em um ponto.

Precisa, portanto, de direção. Já o Sextil é um Aspecto de oportunidade, e de acordo com a quantidade de energia aplicada na realização de nossos objetivos, podemos tirar proveito dessa força harmoniosa. O Trígono é um Aspecto de mérito. Nele podemos observar o resultado dos cuidados que foram sendo acumulados em vários deveres durante muitas vidas, é um aliado a nos ajudar. Aspecto em Quadratura é um típico que gera força desarmoniosa. Contudo, se o entendermos como um Aspecto que gera tanta energia que uma pessoa comum tem dificuldade em trabalhar com ela, podemos dispor dessa energia e, com cuidado e trabalho tirar proveito. É só lembrarmos que Quadratura só vem para pessoas suficientemente fortes para carregar uma enorme carga.

E, por fim, a Oposição oferece-nos um meio de eliminar influências desfavoráveis na vida, o que representa a conclusão, e solução ou trabalho final de um destino. O segundo passo é reconhecer as situações da vida diária em que essas forças tentam se manifestar. Exige de nós a observação e o discernimento. O terceiro passo é decidir como agir diante dessas situações.

Muitos tropeços e perdas de oportunidades podem ocorrer. Contudo, lembre-se: estamos nadando contra a corrente. A situação é muito diferente da pessoa que nada a favor da corrente e não sabe aonde a corrente o levará.

As forças de regeneração entram mais naturalmente na nossa vida. No lugar onde se encontra Plutão, o Planeta da regeneração e Escorpião, que em parte, é regido por Plutão. Aspectos harmoniosos com Plutão indicam que pontos de regeneração serão facilmente alcançados. Aspectos desarmoniosos indicarão obstáculos à regeneração. Poderá consegui-la com muito trabalho e dedicação.

Normalmente, as pessoas amam aqueles que as amam, dão somente aos que lhes dão algo em troca, odeiam aqueles que as odeiam, se esforçam para ajudar o próximo somente quando lhe é cobrado ou quando veem os outros fazerem. Contudo, é uma verdade que “quando menos uma pessoa pensa em si mesma, mais trabalhará realmente em seu próprio desenvolvimento”. E como disse Tomás de Kempis: “aquele que tem uma verdadeira vontade de fazer o bem em nada busca para si mesmo, mas deseja que tudo se faça para a glória de Deus”.

Assim, para o mundo passar por uma regeneração, devemos ser capazes de dar quando não recebemos, de fazer o bem. Cristo nos deixou bem claro essa ajuda que deveríamos prestar à humanidade não esperando nada em troca: “Tendes ouvido o que foi dito: amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Mas eu vos digo: amai a vossos inimigos, fazei o bem aos que vos têm ódio e orai pelos que vos caluniam e perseguem: para serdes filhos de vosso Pai, que está nos céus, o qual faz nascer o sol sobre bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos. Porque se vós amais apenas os que vos amam, que recompensa haveis de ter?” (Mt 5:43).

Sede vós perfeitos como também vosso Pai celestial é perfeito.” (Mt 5:48).

Perceba a ênfase de dissolver o mal com o bem. Sim, porque buscando sempre o bem no mal, com o tempo o mal se transformará no bem. O mal morrerá por falta de alimento. Procuremos, pois, o bem em todas as coisas. Só assim podemos aumentar a quantidade de amor. No mundo, podemos ajudar o Cristo no seu trabalho de redenção da humanidade. Seguindo o exemplo de Cristo, praticando na nossa vida os seus ensinamentos, colocando-os nos nossos afazeres diários, contribuiremos para a evolução da humanidade, pois pelo exemplo atrairemos a atenção de Egos que estão no ponto de receber os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental dados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que fazer para mitigar o risco que muitos correram no tempo entre o final da Época Atlante e o início da Ária nesse momento de mudança de Era

O que fazer para mitigar o risco que muitos correram no tempo entre o final da Época Atlante e o início da Ária nesse momento de mudança de Era

O Mundo é a escola de ensinamentos de Deus. No passado, aprendemos a construir veículos diferentes, e entre eles, o Corpo Denso. Mediante esse trabalho somos elevados de classe em classe, ou de grau, cada um com seu particular alcance de desenvolvimento de consciência. Desenvolvemos olhos com os quais podemos ver, ouvidos para ouvir, e outros órgãos com os quais podemos cheirar, saborear, sentir, enfim funcionar na Região Química do Mundo Físico.

Porém nem todos os espíritos progrediram ao mesmo tempo.

Quando a névoa do ar na Época Atlante se condensou, preenchendo as bacias e os vales da Terra com oceanos de água, impelindo os seres humanos para as planícies e montanhas, muitos pereceram por asfixia, porque não tinham desenvolvido os pulmões. Por isso, não puderam transpor o portal do Arco-íris, que foi, por assim dizer, a porta de entrada da Época Ária, nas condições de atmosfera seca.

Agora está por vir outra grande transformação mundial, que não sabemos quando, nem mesmo Cristo disse não saber o dia e a hora, porém nos advertiu que virá “como um ladrão”, à noite, por surpresa, e Ele profetizou que as condições do Mundo serão então semelhantes àquelas que prevaleceram nos “dias de Noé”, quer dizer que a humanidade vivia em completo abandono e divertimento, quando de repente as portas celestiais se abriram, e a morte e a destruição fizeram estragos entre os seres humanos. Cristo nos disse que é possível “tomar o Reino de Deus por assalto” e conseguir ganhar o estado de consciência que prevalecerá naqueles dias. Porém, por sua vez, São Paulo nos disse que a carne e o sangue não podem herdar esse Reino, e acrescentou que teremos um Corpo-Alma, e que nos reuniremos “ao Senhor no ar”. Esse Corpo-Alma é tão necessário para penetrar no Reino de Deus na Época futura, como foi necessário um corpo dotado de pulmões para os atlantes que desejaram entrar na Época que agora estamos vivendo.

(Publicado na Revista “O Encontro Rosacruz” – Fraternidade Rosacruz de Santo André-SP em abril/1982)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Afinal, sofremos duas vezes pelo mesmo erro: no Purgatório e pagando aqui um Destino Maduro?

Pergunta: A Filosofia Rosacruz ensina que todo mal ato praticado em vida será expurgado no Purgatório, depois da morte. É dito também que a morte não liquida uma ofensa, da mesma forma que, ao mudar para outra cidade, não liquidamos um débito contraído, e que o Destino Maduro tem suas raízes em uma vida anterior e não podemos escapar a essa dívida do passado. Como conciliar essas declarações? Esperamos não ter de sofrer duas vezes pelo mesmo erro.

Resposta: O consulente tem razão. Deus não deseja sequer que paguemos uma vez, se mediante o arrependimento e a regeneração o sofrimento tornar-se desnecessário. Contudo, a questão de liquidar uma série de causas engendradas em uma vida é muito mais complicada do que pagar uma fatura por mercadorias recebidas. Há muitos aspectos envolvidos em cada caso. Tomemos, como exemplo, uma pessoa alcoólatra que se degradou ao ponto de viver como um animal selvagem, maltratando seus filhos, privando-os das necessidades essenciais e da educação que deveriam ter, agredindo sua esposa (ou seu marido), dando a seus filhos um mau exemplo que, infelizmente, poderão seguir, geralmente regredindo em seu padrão moral.

Após a morte, essa pessoa experimentará no Purgatório, primeiro, os suplícios do desejo pela bebida alcoólica, que não será capaz de satisfazer; depois, sofrerá todos os males que infligiu à sua família. Assim, terá pagado pelos seus erros e é certo que renascerá com um registro perfeitamente limpo, pelo menos no que se refere ao sofrimento que causou aos seus familiares. Todavia, ela tinha feito um voto de amar e tratar com carinho a esposa (ou o marido) e, ao realizar o ato procriador, fornecendo o núcleo para um corpo, assumiu a responsabilidade que os pais devem ter em relação às crianças que vieram à procura de ajuda e um meio adequado. Consequentemente, ao negligenciar essa responsabilidade paterna, estabeleceu um vínculo entre ela e os membros de sua família. Ela, ainda, lhes deve amor e assistência, que deverão ser compensados em algum tempo futuro. Então, essas almas se verão reunidas em uma vida posterior e colocadas numa situação em que ela possa lhes fazer o bem que foi negado anteriormente. Se não aproveitar essa oportunidade poderá, em outra vida, oferecer serviço adequado a alguém mais. O serviço deve ser prestado para o seu próprio bem, para que a natureza amorosa possa desenvolver e expandir-se, tornando-se universal, incluindo todos.

A mesma regra é benéfica em todos os outros casos e, visto que as situações extremas formem as melhores ilustrações, tomaremos como exemplo a ligação entre um assassino e sua vítima. Depois da morte, o assassino sofrerá no Purgatório e a dívida será, então, liquidada. Contudo, uma ligação estabeleceu-se entre os dois Egos e, numa vida futura, eles se encontrarão novamente para que o assassino possa ter a oportunidade de prestar serviço à sua antiga vítima, para que possam reconciliar-se e tornar-se amigos. O sentimento de solidariedade deve tornar-se universal, já que é o princípio fundamental no reino de Deus.

Resumindo, podemos dizer que todas as nossas dívidas pelas faltas cometidas são pagas no Purgatório. Nossas dívidas de amor, amizade e serviço serão liquidadas em vidas futuras.

(Pergunta nº 26 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como chegamos ao ponto de poder utilizar o pensamento aqui, no Mundo Físico

Como chegamos ao ponto de poder utilizar o pensamento aqui, no Mundo Físico

Havia um tempo em que não tínhamos a capacidade de experimentar nossos pensamentos aqui no Mundo Físico. Éramos autômatos, guiados em tudo. Criávamos somente nosso próprio Corpo Denso (o físico), Corpo Vital e Corpo de Desejos e ainda de maneira inconsciente. Para podermos ser conscientes da manifestação desses Corpos nos seus respectivos Mundos, além de poder ter a capacidade de experimentar nossos pensamentos aqui no Mundo Físico, houve a necessidade de algumas alterações na nossa constituição.

A primeira alteração foi feita no nosso Corpo de Desejos, o veículo que utilizamos para gerar nossos desejos, nossos sentimentos e nossas emoções. Estávamos a milhares e milhares de anos atrás, em meados de uma Época que conhecemos como Época Lemúrica, a terceira Época desse grande Período, conhecido como Período Terrestre.

Nessa Época, a parte mais avançada da nossa humanidade experimentou uma divisão em duas partes no Corpo de Desejos: a superior e a inferior. O restante da humanidade sofreu divisão semelhante um pouco mais tarde, na primeira parte da quarta Época, conhecida como Época Atlante.

A parte superior construiu o sistema nervoso cérebro espinhal e os músculos voluntários. Com isso, essa parte do Corpo de Desejos dominou a parte inferior do Tríplice Corpo, ou seja, a parte inferior do Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso.

A segunda alteração dependeu da ajuda de uma classe de seres mais evoluídos do que nós, especialistas em matéria mental, denominados Senhores da Mente. Foram, então, os Senhores da Mente que nos deram o germe da Mente. Depois de feito isso, eles impregnaram a parte superior do Corpo de Desejos e da Mente com o sentimento da personalidade separada, a personalidade individual.

É esse sentimento que nos capacita, hoje, de saber, ou ainda, de ter consciência de que “eu sou eu, você é você”, de que cada um de nós é um indivíduo. Com a Mente ganhamos o elo que nos faltava para ligar o Tríplice Espírito (o Espírito Humano, o Espírito de Vida e o Espírito Divino) ao seu correspondente Tríplice Corpo (o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso). Portanto, a Mente é o foco em que o Tríplice Espírito, a individualidade, o Ego, reflete-se no Tríplice Corpo, a personalidade.

Essa ligação marca o “nascimento” do indivíduo, do ser humano, do Ego, quando tomamos a posse, de fato, dos nossos veículos Mente, Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso.

Entretanto, isso não foi suficiente para nos tornar conscientes deste Mundo Físico, nem para nos tornar um pensador, a partir desse Mundo, como somos hoje.

A terceira alteração necessária para tornar isso possível foi a construção do cérebro, destinado a ser o instrumento da Mente no Mundo Físico. Note que a necessidade de se ter um instrumento formou o cérebro, porém o pensamento existiu antes da formação desse órgão!

Para isso foi necessário nos separar em sexos. Isso é descrito na Bíblia (Gn 2:21-25) como a criação de Eva.

Precisávamos nos expressar no Mundo Físico e criar a partir dele. Para isso precisávamos construir órgãos criadores. Esses órgãos são: a laringe e o cérebro. Por serem criadores, eles deviam ser criados e mantidos pela força sexual criadora.

Antes da necessidade de criação desses órgãos, essa força era utilizada só para criar outro Corpo Denso, ou seja, só para a propagação. O excesso era irradiado. O ser humano era hermafrodita, capaz de criar outro Corpo Denso sem intervenção de outra pessoa.

Foi então necessário utilizar metade dessa força para a construção desses órgãos. Conforme o Corpo Denso foi se verticalizando, parte dessa força foi se dirigindo para cima. Com isso obtivemos material para construir o cérebro e a laringe, “o meio para o Ego pensar e comunicar pensamentos aos demais seres no Mundo Físico”.

A outra metade dessa força continuou sendo dirigida para baixo, para a propagação. Ou seja, como só metade dessa força passou a ser destinado para criação de outro Corpo Denso, cada um de nós teve que procurar a cooperação de outro ser que possuísse a outra metade complementar. Deixamos de ser hermafrodita. Assim, a partir de então, quando estamos aqui renascidos, o homem expressa mais a vontade, que é uma força masculina, ligada ao Sol, enquanto a mulher expressa mais a imaginação, que é uma força feminina, ligada à Lua.

É importante salientar que sexo só tem a ver com a expressão do Corpo Denso. O Espírito, o Ego, nós de fato, é bissexual.

Em cada renascimento expressamos ou o polo feminino ou o polo masculino com o único objetivo de melhor aprender as lições a que estamos destinados.

Perceba que quando toda a força sexual criadora era utilizada para a propagação, realizávamos muito pouco no sentido do próprio crescimento anímico, quando renascidos aqui, no Mundo Físico. Após essa separação, e consequente construção do cérebro e da laringe, pudemos utilizar o restante da força não empregada na propagação como força para o nosso crescimento anímico a partir daqui.

Assim, podemos conceituar o cérebro como o órgão que “liga” o Ego ao Mundo Físico. É por meio dele que podemos saber qualquer coisa sobre o Mundo Físico.

Já os órgãos dos sentidos levam os impactos exteriores até o cérebro, o Ego os interpenetra e atua no cérebro coordenando essas impressões, respondendo-as por meio de movimentos, observações ou memorização.

Entretanto, não pensemos que uma vez feita essas alterações nos tornamos consciente, pensante, tal como hoje, no estado atual de nossa evolução. Para alcançar esse estado tivemos que percorrer um longo e penoso caminho.

Ainda no final da terceira Época, a Época Lemúrica, começamos a expressar algum som pela laringe. Esses sons eram baseados nos sons da natureza: o murmúrio dos ventos, o barulho das tempestades, o ruído dos rios. A linguagem era considerada santa. Por meio dela tínhamos poder sobre os animais e sobre a natureza. Entretanto, ainda éramos guiados em tudo: os Anjos nos guiavam em tudo que se relacionava com a propagação da raça. Uma outra Hierarquia, conhecida como Senhores de Vênus, guiavam a nossa evolução com o objetivo de conseguirmos manifestar a vontade e a imaginação. Quando renascíamos como homens, éramos ensinados como desenvolver a vontade. Quando renascíamos como mulher, éramos ensinados como desenvolver a imaginação. Os métodos utilizados chegavam a ser cruéis. Entretanto não tínhamos memória. Uma vez passada a experiência, esquecíamo-nos dela imediatamente. Aos poucos essas experiências foram imprimindo no cérebro impactos violentos e repetidos. Com isso uma memória germinal foi sendo desenvolvida.

Entretanto, por sermos guiados em tudo, éramos inocentes e, por conseguinte, ignorantes.

Os resultados das experiências proporcionadas pelos métodos empregados nos deram a primeira ideia do bem e do mal. Já a Iniciação daquela Época era voltada para o desenvolvimento do poder da vontade e da imaginação. Como já dissemos, quando renascíamos como mulher éramos treinados para desenvolver a imaginação. Com isso, começamos a perceber que aqueles que estavam renascidos como homens perdiam seus corpos muito frequentemente. Isso por causa dos métodos empregados para desenvolver a força de vontade. Entretanto, devido à imperfeita percepção do Mundo Físico, renascido como mulher não conseguíamos revelar àqueles renascidos como homem o que estava acontecendo. Foi aí que apareceram uns seres que procuraram nos esclarecer o que acontecia. Seus nomes: Espíritos Lucíferos.

Esses seres entraram através da coluna espinhal serpentina nos seres renascidos como mulher. Devido à consciência voltada para o interior e porque esses Espíritos Lucíferos tinham entrado através da coluna espinhal serpentina, os seres renascidos como mulher os viram como serpentes. Isso é descrito na Bíblia (Gn 3:1-13). Os seres renascidos como mulher aceitaram essa sugestão. Então, os Espíritos Lucíferos “abriram-lhe os olhos”, fizeram-nos cientes dos Corpos Densos, seus e dos seres renascidos como homem.

Os seres, enquanto renascidos como mulher, ajudaram os seres, enquanto renascidos como homem, a “abrir os seus olhos” também. Assim, ambos, voltaram sua consciência para o Mundo Físico. Reparem bem: como pela Lei do Renascimento, cada renascimento é alternado (ora renascemos como homem, ora como mulher), todos passamos por essa experiência luciferiana. Aprendemos “o bem e o mal”, a como propagar a espécie. Entretanto, em virtude da nossa ignorância, abusamos da força sexual, empregando-a para gratificação dos nossos sentidos.

Aos poucos a consciência foi enfocada para o Mundo Físico. Com isso conhecemos a morte, a dor e o sofrimento.

“Se o ser humano continuasse sendo um autômato guiado por Deus, não teria conhecido, até hoje, nem a enfermidade, nem a dor, nem a morte, mas também não teria obtido a consciência cerebral e a independência resultante da iluminação proporcionada pelos Espíritos Lucíferos, os dadores da luz. Eles abriram o entendimento e ensinaram a empregar a obscura visão para obter conhecimento do Mundo Físico”. Essa é a história da queda. Através dela, tomamos as rédeas da nossa evolução. Conhecendo o bem e o mal, o certo e o errado e tendo a liberdade de agir, podemos cultivar a virtude e a sabedoria que nada mais é do que o conhecimento temperado com amor.

Perceba que com essa “queda”, conseguimos utilizar aquele sentimento com que os Senhores da Mente impregnaram a parte superior dos nossos Corpos de Desejos e das Mentes e que nos dão a noção de indivíduo. Porque foi com a queda que começamos a sentir que somos individuais.

Existe um ponto no Corpo Denso colocado na “Raiz do Nariz”, a meia polegada abaixo da pele. É o assento do Espírito Divino. Há um correspondente desse ponto no Corpo Vital. Até antes da queda esses dois pontos não estavam concêntricos, ou seja, estavam distantes um do outro. Isso propagava uma percepção mais nítida dos mundos internos e bem menos nítida do Mundo Físico. Aos poucos, a distância entre esses dois pontos foi diminuindo.

Finalmente, no último terço da quarta Época, a Época Atlante, o ponto do Corpo Vital uniu-se ao ponto correspondente do Corpo Denso. Desde esse momento obtivemos a plena visão e percepção do Mundo Físico. A partir daí começamos a aprender como utilizar os pensamentos.

Como somos imperfeitos, muito sofremos, não só pelo mau uso do pensamento, mas também pela criação de coisas ruins.

Inicialmente começamos desenvolvendo os sentimentos mentais como a alegria, a tristeza, a simpatia, etc. Com esses sentimentos formamos uma incipiente memória. Essa nos proporcionou a disposição para uma rudimentar linguagem, criamos algumas palavras, demos nomes às coisas.

Com o desenvolvimento da memória, tornamo-nos ambiciosos, pois começamos a nos lembrar das nossas obras, e compará-las com as de outrem. Enaltecíamos as pessoas que tinham alcançado algum mérito. Esse foi o princípio da adoração. Graças a isso tudo, fomos dando importância à aquisição da experiência. Em qualquer situação, procurávamos experiências análogas anteriores como base. Se não as encontrássemos, experimentaríamos. Com o desenvolvimento da adoração e a valorização da experiência, criamos o costume de honrar as pessoas em atenção às proezas de seus antecessores.

Pelo mau uso do pensamento, criamos a astúcia, esse terrível vício de querer sempre levar vantagem sobre o nosso próximo. Junto a ela veio o egoísmo, esse terrível vício de querer tomar posse de tudo que desejamos.

Esses sentimentos negativos foram crescendo e usávamos tudo que podíamos para gratificar a nossa vaidade e a nossa ostentação externa. Aos poucos utilizamos a Mente para controlar os nossos desejos. Fomos aprendendo a refrear as nossas paixões. Descobrimos que “o cérebro é superior ao músculo”.

Mais tarde foi nos dado a consciência do livre arbítrio, ou seja, a capacidade de fazer o que quiser, mas, também, de responder por isso, através da Lei de Consequência.

Em paralelo a esse nosso desenvolvimento, foram criadas condições para que enfocássemos nossa atenção aqui no Mundo Físico: as condições atmosféricas foram alteradas com alternância das estações, a nossa alimentação foi sendo acrescida de alimentos que endurecessem nosso Corpo Denso, a mescla de sangue com casamentos entre indivíduos de raças diferentes, entre outros.

Voltando a nossa atenção para o Mundo Físico, começamos a aperfeiçoar o nosso pensamento e a nossa razão, como resultado do nosso trabalho sobre a Mente. Transformamos o Planeta Terra num verdadeiro jardim com todas as facilidades para ser habitado e funcionar num Corpo Denso. Manipulamos os minerais com grande destreza, fazendo com eles móveis, ferramentas, carros, alimentos, etc.

Perceba que só podemos exercitar nosso poder mental nos minerais, sólidos, líquidos e gasosos – manipulando-os, por causa do estágio em que se encontra a nossa Mente: o primeiro estágio, ou mineral.

Transformando o nosso Planeta numa boa morada, conquistamos o Mundo Físico. Com isso ganhamos mais conhecimento, e como o fizemos? Por meio da aplicação do pensamento aqui. Sabemos que temos um Corpo Denso, formado de matéria do Corpo Denso, um Corpo Vital, formado de Éter – matéria também do Mundo Físico -, um Corpo de Desejos formado de matéria do Mundo do Desejo e uma Mente, formada de matéria da Região Concreta do Mundo do Pensamento.

Portanto, carregamos conosco matéria de cada um desses Mundos. Podemos manipulá-las, colorí-las, utilizá-las.

Como Espírito que somos, ou Egos – Espírito Virginal manifestado e envolto no Tríplice véu: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano – funcionamos na Região do Pensamento Abstrato.

Dessa região é que observamos o mundo exterior, que, através dos sentidos, produz impressões sobre o Corpo Vital. Essas impressões produzem sentimentos e emoções no Corpo de Desejos. Essas impressões são levadas, também, através dos sentidos até o cérebro. Daí essas impressões refletem-se na Mente.

Então, manipulamos o material da Região do Pensamento Abstrato, tendo como base a reflexão dessas impressões, criando a ideia. Essa ideia é projetada, através da nossa força de vontade, na Mente. Manipulamos, através da Mente, a matéria da Região do Pensamento Concreto, revestimos a ideia com tal matéria, e a ideia se transforma em pensamento-forma. A Mente pode projetar, então, esse pensamento-forma em três direções possíveis: no Corpo de Desejos, no Corpo Vital ou sobre a Mente de outra pessoa.

Se for sobre o Corpo de Desejos, pode ainda ser envolvido por matéria de desejos, depois atuar na parte etérica do cérebro e daí até os centros cerebrais do cérebro físico que movimentará os músculos para a ação, construindo alguma coisa.

Pode ainda não resultar em ação e ficar arquivado, por falta de vontade.

Se for sobre o Corpo Vital, não provoca uma ação imediata. Fica na memória para uso posterior.

Por fim, projetado sobre a Mente de outra pessoa, pode atuar como sugestão, como na telepatia, ou como meio de ação, como na hipnose.

Com isso concluímos que os pensamentos são gerados no Mundo do Pensamento. E que no Mundo Físico aprendemos como usá-los de maneira correta.

É o nosso principal poder e devemos aprender a mantê-lo sob o nosso absoluto domínio, de modo a não produzir ilusões induzidas pelas circunstâncias exteriores, mas sim verdadeiras imaginações geradas pelo Espírito. O Exercício de Concentração, que deve ser realizado de manhã, assim que despertamos, tem esse objetivo. Não desperdicemos nossos pensamentos em matérias sem nenhuma importância que nos envolve em ambientes de tédio e de medo.

Tenhamos sempre nossos pensamentos voltados para Deus. Com isso fica muito mais fácil dominá-los. Os maus pensamentos só destroem e paralisam qualquer eventual ação. Dominando nossos pensamentos, poderemos dirigi-los para a finalidade que desejarmos.

Aos poucos não precisaremos experimentar, no Mundo Físico, o que criamos no Mundo do Pensamento. Com o desenvolvimento da nossa Mente poderemos imaginar formas que viverão, crescerão e pensarão. E a nossa laringe falará a palavra criadora, pois se tornará espiritualizada e perfeita. Teremos então contato direto com a sabedoria da natureza.

E nos tornaremos um criador de verdade, colaborador mais ativo no plano de Deus.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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