Arquivo de categoria Cura Rosacruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Curador da Nova Era, a de Aquário

Para o curador da Nova Era, ou da Era de Aquário, o conhecimento da Astrologia Rosacruz é fator essencial, já que a finalidade dela é mais ampla do que qualquer outro sistema, penetrando na intimidade anímica do Ser.

O tratamento efetivo de um paciente é possível somente quando se faz um diagnóstico acurado, o que poderá ser obtido pela Astrologia Rosacruz. A Astrodiagnose mostra-nos as tendências latentes do paciente, bem como as possíveis enfermidades que se manifestam no momento.

Em sua atividade, o curador deve levar em consideração o tipo de mentalidade, o vigor e a forma das emoções manifestadas pelo paciente, porque se a mentalidade for débil e o conjunto emocional forte, não haverá possibilidade de cooperação com as condições de ajuda e as melhoras se distanciarão, fatores que não se apresentam quando condições mentais e emocionais são cooperadoras.

Com o paciente a esperança deve ser mantida e predições de pioras nunca manifestadas. O curador deve estar sempre disposto a comunicar boa disposição ao paciente e conter toda a manifestação de tendência a pensamentos sombrios e de ambiente deprimente, o que é possível por meio de suas linhas de força que contra-atacam depressões que venham da parte do paciente, como também de outras pessoas.

Em relação à vida do curador, ela deve ser pura e cheia de compassividade devido a que a sua intangível e tangível influência sobre o paciente é poderosa, tanto para o bem como para o mal. Emanações áuricas puras e poderosas de outros poderão ser de benefício incomensurável para fortalecimento do paciente, fazendo-o tomar parte ativa no processo de cura. O auxílio provindo da mera presença do curador poderá ser decisivo no processo de cura.

Por último, porém, não de menor importância, o curador e o paciente devem estar em harmonia astrológica em relação aos seus Signos Ascendentes. Signos de Fogo se harmonizam com os de Fogo e de Ar; Signos de Água com os de Água e de Terra. Saturno no Ascendente no horóscopo do curador nunca deve estar no Ascendente ou na sexta Casa do paciente.

(Publicado na Revista “Serviço Rosacruz” – abril/1982 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Causa da Tristeza Profunda, da Angústia e do Sofrimento

Max Heindel

Reunimo-nos novamente esta noite com o propósito de concentrar nossos pensamentos na segunda parte do mandamento de Cristo: “curai os enfermos”. Pois consideramos essa parte do mandamento divino tão obrigatória para seus seguidores quanto a primeira parte, que nos exorta a “pregar o Evangelho”. Mas, se entendermos bem esse mandamento, não nos contentaremos em meramente tentar aliviar a dor, a tristeza profunda, a angústia e o sofrimento de qualquer um ou de qualquer número de pessoas. Tentaremos chegar à causa de todo sofrimento humano para que, eliminando a causa principal (a causa fundamental, a causa-raiz) possamos erradicar os efeitos. Para fazer isso, para chegar a uma conclusão verdadeira sobre a origem da tristeza profunda, da angústia e do sofrimento, ao tempo em que descobrimos os meios para sua erradicação permanente, devemos voltar ao passado distante; de fato, ao início da existência física.

A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada nação a Religião mais adequada para guiá-la no caminho da sua evolução espiritual e física; e, se buscarmos a luz nessa fonte, certamente a encontraremos. Deve-se ter em mente que o Cristo ensinou a multidão por parábolas, mas deu aos Seus Discípulos o significado dessas parábolas e as coisas mais profundas sobre os mistérios do Reino dos Céus. São Paulo também ensinou uma verdade diferente, ou melhor, mais profunda (“carne”) para aqueles que eram fortes na fé, mas deu o “leite” das doutrinas mais elementares aos bebês. Da mesma forma, devemos entender que, além do significado que a Palavra de Deus carrega em sua face, há um lado mais profundo e oculto sobre o qual faremos bem em ponderar esta noite.

Aprendemos primeiro a ideia de que a Terra nem sempre foi como é hoje; que houve um imenso período de formação e que este Planeta deve ter passado por vários estágios de desenvolvimento antes de atingir a condição atual. Vemos nas nebulosas do céu, que agora são ígneas. Podemos entender que a umidade deve ser condensada por esse fogo da fria extensão do espaço; também podemos entender que essa umidade se evapora rapidamente quando entra em contato com um vórtice tão ardente e rodopiante; que o vapor gerado sobe ao espaço para ser ali condensado novamente pelo frio, passando assim por inúmeros ciclos de evaporação e condensação até que, finalmente, forma-se uma crosta ao redor do núcleo ígneo. Essa crosta se torna mais dura quando gradualmente a umidade supérflua é evaporada como uma névoa. A névoa eventualmente se reúne e condensa em uma nuvem, caindo novamente sobre o Planeta como um dilúvio e deixando as condições climáticas como as encontramos hoje na Terra. A esses estágios os Ensinamentos Rosacruzes chamam de Épocas, denominadas Época Hiperbórea, Época Atlante e Época Ária.

Não falaremos da primeira dessas Épocas mencionadas. Mas, durante a última parte da Época Lemúrica, quando a humanidade ainda vivia em ilhas cercadas de fogo na crosta em formação, os humanos eram muito diferentes da humanidade de hoje. Eles eram, de fato, gigantes de uma forma corporal que seria repulsiva para nossas atuais noções de simetria e beleza corporal; mas, diferiam de nós particularmente neste fato: o Ego ainda não tinha aprendido a administrar o seu corpo de forma adequada e permanente. Na verdade, eles não sabiam, naquela Época, que tinham corpos; eles os usavam tão inconscientemente quanto usamos atualmente o nosso aparelho digestivo. A visão deles estava totalmente focada nos Mundo espirituais e eles viam Deus face-a-face, ou melhor, aqueles que eles pensavam ser Deus; isto é, os Mensageiros Divinos que os guiaram como as crianças são guiadas por seus pais, porque naquela época eles não tinham desenvolvido a vontade, como temos hoje.

Estando inconscientes de seus corpos, eles não conheciam o nascimento nem a morte. A perda de um veículo físico acontecia frequentemente por causa das erupções vulcânicas que eram comuns em nossa Terra em formação; mas, era como a queda de uma folha seca da árvore e não produzia diferença alguma em sua consciência. Nem era o nascimento de um novo corpo um evento de distração, porque durante o nascimento e a morte sua consciência estava focada nos Mundos Invisíveis aos olhos físicos.

Em certas épocas do ano, os Anjos, que sempre foram os precursores do nascimento, conduziam essas hostes de humanos em grandes templos em que o ato propagativo era realizado como um ato de sacrifício sob os raios astrais (Sol, Lua e Planetas) apropriados. Nesses momentos de intenso contato íntimo, a atenção do ser humano era temporariamente desviada dos Mundos espirituais para a Região Química do Mundo Físico e, assim, “Adão conheceu sua esposa”.

Assim, a tônica do corpo, então concebido, estava em perfeita sintonia com a harmonia das esferas naquele momento e, portanto, o parto era indolor, a saúde era perfeita e a morte não aterrorizava a humanidade daquela época.

Mas, os Anjos não eram todos da mesma natureza. Havia duas classes; uma sintonizada com a Água e outra, com o Fogo. É a última classe que foi interpelada por Isaías (14:12) naquela maravilhosa passagem em que ele diz:

Ó Lúcifer, filho da manhã,

Como você caiu do Céu!

Dos Espíritos da Água, ou verdadeiros Anjos, o ser humano recebeu o cérebro; mas Lúcifer (lucis + ferre = o portador da luz; no original em hebraico temos Hêlêl = o brilhante), Espírito do Fogo, é o “doador de luz”. Dos Espíritos do Fogo veio a luz da razão.

O Corpo de Desejos do ser humano foi por eles impregnado de uma nova faculdade: impulso. E como era necessário que eles usassem um instrumento físico para seu próprio desenvolvimento, embora fossem incapazes de criar tal veículo, eles ensinaram ao ser humano para que esse tivesse um Corpo Denso e o esclareceram sobre o método pelo qual ele poderia gerar um novo veículo a qualquer momento, quando o antigo morresse, independentemente das condições astrais; e o ser humano, cedendo ao impulso dos Espíritos de Lúcifer, incitado pela paixão que eles incutiram, passou a considerar o ato gerador como meio de gozo e gratificação, em vez de um Sacramento. Assim, os corpos nascidos sob tais condições estavam fora de sintonia com a Harmonia Cósmica. Portanto, o parto tornou-se doloroso, a saúde ficou prejudicada e a Morte entrou em seu reinado como o “Rei dos Terrores”.

Enquanto Adão conhecia sua esposa apenas durante o tempo em que os Anjos presidiam o ato propagativo, sua consciência estava focada durante todo o tempo restante nos Mundos espirituais. Mas, as coisas tornaram-se radicalmente diferentes quando o ser humano tomou o assunto em suas próprias mãos. Quanto mais frequentemente ele conhecia sua esposa para autogratificação, mais frequente e completamente sua consciência se concentrava no Mundo Físico e mais ele perdia de vista os reinos superiores, até que finalmente eles foram esquecidos, ou quase. Portanto, o nascimento agora parece o começo da vida. Começa com dor para mãe e bebê; a própria vida costuma ser um caminho de dor e sofrimento, porque em Espírito nos sentimos órfãos de nosso Pai; e no final está a morte, o “Rei dos Terrores”, para introduzir o Espírito no que é, para nossa consciência física, um grande desconhecido, e tudo isso por causa do impulso e da paixão que os Espíritos marciais de Lúcifer gravaram em nossa natureza de desejo. E enquanto a luz do fogo da paixão manchar nossa natureza de desejo, esse regime deve continuar.

O Antigo Testamento começa com o relato de como o ser humano foi desviado de Deus pela falsa Luz dos Espíritos de Lúcifer, dando origem a toda tristeza profunda, angústia e sofrimento do mundo; termina com a promessa de que o Sol da Justiça surgirá com a Cura em suas asas. E no Novo Testamento encontramos o Sol da Justiça, a verdadeira Luz, vindo para salvar o mundo e o primeiro fato que se afirma sobre Ele é que seja de uma Imaculada Conceição.

Agora, esse ponto deve ser totalmente compreendido e deve ficar claro a partir do que foi dito anteriormente: que é a mácula luciferiana da paixão que trouxe tristeza, pecado e sofrimento ao mundo. Antes da impregnação do Corpo de Desejos com esse princípio demoníaco, a Concepção era Imaculada e um Sacramento. O ser humano caminhava então na presença dos Anjos, puro e livre de vergonha. O ato da fertilização era tão casto quanto o da flor. Portanto, quando o mal foi feito, imediatamente o mensageiro, ou Anjo, cingiu-os com folhas para imprimir neles o ideal que eles deveriam aprender a viver; ou seja, a castidade, como a planta é casta. Sempre que somos capazes de realizar o ato gerador de maneira pura, casta e desapaixonada como a planta, ocorre uma Concepção Imaculada e nasce um Cristo capaz de curar todos os sofrimentos da humanidade, capaz de vencer a morte e estabelecer a imortalidade, uma verdadeira luz para conduzir a humanidade para longe do fogo-fátuo da paixão; isso é feito através do autossacrifício pelo companheiro.

Esse, então, é o grande ideal pelo qual estamos lutando: purificar-nos da mácula do egoísmo e da busca egoísta. E, portanto, consideramos o emblema da Rosacruz como um ideal. Pois as sete rosas vermelhas tipificam o sangue purificado; a rosa branca mostra a pureza da vida e a estrela dourada e radiante simboliza aquela inestimável influência para a saúde, utilidade e elevação espiritual que irradia de cada Servo da humanidade.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Renúncia

A renúncia ou renunciamento consiste num esforço de desprendimento progressivo dos laços que ligam o ser humano à vida e à experiência material, tendo em vista ampliar o domínio de sua vida moral e espiritual. É um trabalho de desmaterialização, ou ainda, de abandono dos instintos animais, empreendido para que se efetue a espiritualização, isto é, o acesso mais rápido à vida sobrenatural e feliz do Espírito. É um deslocamento do dinamismo no organismo humano, que se opera reduzindo as exigências sensuais, depois transportando e concentrando as energias vitais, o mais que é possível, sobre as operações espirituais. Pela mesma razão, criam-se relações entre o Corpo e o Espírito que têm por efeito domar a animalidade e fazer triunfar o Espírito.

O renunciamento é, pois, uma espécie de morte, progressiva e antecipada, do ser terrestre que acelera a elevação do Espírito individual e prepara sua união com Deus. “É preciso que vivamos neste mundo”, dizia S. Francisco de Sales, “como se tivéssemos o Espírito no céu e o corpo no túmulo”.

Com efeito; que é que nos pesa neste mundo e retarda o nosso progresso? É a vaga tumultuosa das satisfações concedidas aos desejos egoístas e sensuais. É o livre exercício dos prazeres do orgulho e da sensualidade, essas duas grandes raízes do sofrimento e do embrutecimento.

A vida não é, pois, de alguma forma, mais do que o aprendizado do renunciamento material que se deve realizar sob a ação combinada da Providência diretriz da vontade progressivamente clarividente do indivíduo.

O não-renunciamento cria o sofrimento, forma a doença física e a degradação moral. Não poderá existir verdadeira saúde física e moral sem renunciamento. É por isso que aquele que deseja a saúde material e o progresso espiritual deve recusar-se a entrar na via larga e fácil que o conduz ao “inferno” dos prazeres e da riqueza, do egoísmo, do orgulho e da sensualidade, mas antes procura a via estreita e rude do sacrifício, num esforço permanente de domínio das paixões e da elevação moral. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela. E porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida e poucos são os que entram por ele!” (Mt 7:13:14).

Antes de Cristo, a renúncia pessoal não existia em parte alguma com tanta caridade, com tanto coração, com tanto sacrifício de si mesmo pelos outros. Muitíssimas vezes contentavam-se com oferecer à divindade uma dádiva material ou a vida dos animais, pensando que a alma animal podia voltar a sua origem criadora e servir de veículo às orações. Só se podia exigir o sacrifício da posse material. Mesmo nas Religiões em que o renunciamento era prescrito, não se tinha observado que o apaziguamento do desejo pessoal deverá ser conduzido mais como obra de altruísmo ativo, isto é, de auxílio mútuo e de resgate. Em suma, não se tinha compreendido que o indivíduo devia, acima de tudo, sacrificar-se por outrem e renunciar a si mesmo pelo amor ao próximo, a fim de se comportar na Terra à imagem de Deus que, por puro amor, se sacrifica, todos os dias, dando a vida às suas criaturas, com o alimento material e espiritual.

O renunciamento pessoal, ativo, constitui, pois, o eixo da vida Cristã.

Assim sua obrigação encontra-se inscrita em termos concordantes nos Evangelhos: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24). “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo e tome a sua cruz e siga-me” (Mt 8:34). “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo e tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc 9:23). “Assim, pois qualquer de vós que não renuncie a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14:33). Se quisermos, então, manter-nos em caminho direito, seguir a verdade e conservar a saúde é necessário termos o cuidado de tomar a cruz dominando as paixões e renunciando a muitos impulsos da Personalidade. E, correlativamente, quando os tormentos morais ou os sofrimentos físicos nos afligem, o verdadeiro remédio, que destruirá o mal na sua origem, será aplicarmo-nos ao renunciamento em certos pontos determinados.

Quantos sofrimentos, na verdade, nos infligimos a nós mesmos por não termos sabido renunciar às ambições exageradas e às vantagens frágeis, por termos estimado demais as nossas capacidades físicas e intelectuais, por teremos bebido e comido em excesso, por termos gastado demasiado forças, em ocupações inúteis ou em excesso de sensualidade, por estarmos agarrados demais aos bens e às afeições deste mundo!

Em lugar, pois, de esperarmos que as pesadas sanções das crises morais e das doenças produzidas pelos pecados do orgulho e da sensualidade se apoderem de nós, quanto se é mais leve das privações voluntárias e consentirmos todos os dias em sacrificarmos um pouco a ambição e sensualidade que permitirão edificar, a pouco e pouco, em nós, os três pilares do renunciamento: a SOBRIEDADE, a HUMILDADE e a CASTIDADE.

(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – maio/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Dieta Equilibrada e a Saúde

A saúde depende da boa constituição dos tecidos e da função normal dos órgãos. Os primeiros se formam pelas substâncias nutritivas contidas nos alimentos que comemos, os quais, se são adequados, favorecem – ao mesmo tempo – o bom funcionamento do nosso organismo.

Os alimentos que naturalmente estão destinados ao ser humano, além de conter as substâncias nutritivas para fornecer energia ao corpo, possuem outras, de caráter vital, dotadas de qualidades terapêuticas; em função dessas   propriedades, podemos dividir os alimentos em vários grupos. Uns estimulam de maneira natural a função de um órgão, como, por exemplo, os vegetais que ativam o trabalho dos intestinos e curam a prisão de ventre. Outros, como o aspargo, estimulam o funcionamento renal, aumentando a quantidade de urina. Outros há que têm efeitos vitalizadores, como as vitaminas contidas em abundância nas verduras e frutas cruas, de grande importância na cura das enfermidades, especialmente o escrofulismo, o raquitismo, a tuberculose, a anemia, a debilidade geral, etc.

Cada alimento natural possui uma ou outra dessas qualidades em um grau diferente. Assim, por exemplo, as amêndoas contêm substâncias plásticas para substituir o desgaste dos tecidos, enquanto a maçã – estimulante em alto grau – é mineralizante e purificadora do sangue, porém não contém substâncias plásticas. Vários alimentos, como as ameixas, espinafre, trigo integral e outros podem ser considerados laxantes, enquanto outros são diuréticos, tônicos, calmantes, purificadores do sangue, energéticos, desinfetantes, mineralizantes, refrescantes, etc.

Os sais potássicos, absorvidos em forma de verduras, são perfeitamente assimiláveis e fortalecem os órgãos internos. O ferro contido nos vegetais e frutas em estado natural é também facilmente utilizado pelo organismo.

Alimentos que servem para a formação e reparação dos órgãos são aqueles ricos em albumina, como ovos, leite, queijo, frutas oleaginosas (amêndoas, avelãs, amendoim, nozes, pinhões, coco, castanhas), legumes secos (lentilhas, favas, etc.). A albumina é indispensável para a conservação da vida.

Geradores de energia e calor, os mais importantes são os cereais (trigo, aveia, cevada, arroz, milho, pão, féculas, batatas, castanhas, etc.); da mesma forma o são as gorduras como o azeite e a manteiga, frutas secas (figos, uvas, ameixas), mel e açúcar sem refinar. As frutas ácidas são purificadoras do sangue. Também várias hortaliças como favas frescas, cenouras, beterraba e a cebola, pelo açúcar que contêm, são energéticas.

O ferro, fator importante para a formação do sangue, encontra-se no espinafre, agrião, rabanetes, alface, morangos, ameixas e maçãs. O cálcio, que ajuda a formação de ossos, dentes, etc., está contido nos alimentos mineralizantes. O fósforo, indispensável para o cérebro e nervos, é encontrado nas cerejas, amêndoas, nozes, feijões, etc. O sódio e o potássio, necessários para neutralizar os ácidos tóxicos do sangue, estão no espinafre, cenoura, pera, laranja, maçã, etc. São muito úteis para combater a arteriosclerose, artritismo, gota, reumatismo, etc.

Portanto, vimos que o organismo requer, para seu normal desenvolvimento e função, as três classes de alimentos: plásticos, energéticos e mineralizantes. O único alimento que reúne essas três qualidades é o leite materno e, ainda que o leite de vaca seja de composição semelhante e possua igualmente essas propriedades, os elementos que o integram são ligeiramente diferentes.

Algumas pessoas que não receberam as instruções adequadas sobre uma dieta nutritiva e a quem foi dito que os legumes, ervilhas, feijões, etc. podem substituir a carne animal (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis e afins) começam a comer tais vegetais em grande quantidade, depois de abandonar o regime carnívoro. É verdade que os feijões contêm mais proteína que os bifes, porém ela não é assimilada com facilidade. Há outras que começam a viver somente de pão, batatas e outros alimentos similares que contêm amidos; como resultado, passam a sofrer de desnutrição e anemia. Uma boa dieta tem que estar bem equilibrada em todos os sentidos e não podemos esperar resultados satisfatórios a menos que a estudemos com cuidado.

Todo aquele que deseja curar-se deverá esforçar-se no sentido de   que o conjunto de alimentos que coma produza uma boa dose de reação alcalina sobre os ácidos. Igualmente, deve haver compatibilidade entre os alimentos. Essa regra consiste em não comer, em uma mesma refeição, alimentos que não combinem bem ou que se suspeite sejam de difícil digestão.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1976-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Chave para Todas as Curas

Já faz algum tempo que estou entre os doentes e muitos dos que me cercam estão gravemente aflitos. Nós os encontramos todos os dias falando sobre medicamentos, alimentos, climas e tratamentos diversos para uma doença ou mais das quais procuram a cura. Isso é natural; não parece razoável para um sofredor negligenciar o uso de meios físicos nos quais ele tenha fé. Existem medidas físicas que aliviarão as doenças e ajudarão a efetuar uma cura e, se não as empregarmos, seremos negligentes em nosso dever. Mas, é correto para um paciente colocar sua fé inteiramente em algo fora de si mesmo para uma cura? Não acreditamos que seja. Acreditamos que ele é responsável por sua condição e a cura deve vir principalmente como o resultado de seus próprios esforços, consciente ou inconscientemente.

Doença, de qualquer natureza, é evidência de discórdia — desarmonia. Mostra que violamos uma Lei da Natureza — pecamos. Muitas vezes não nos lembramos de uma violação compatível com a gravidade da nossa doença. A Astrologia Rosacruz nos dará luz. Sabemos que é possível traçar o horóscopo de uma criança assim que ela nasce e encontrar as partes fracas do seu Corpo Denso e suas tendências a certas doenças. A hereditariedade, por si só, não explica satisfatoriamente essas tendências. Não acreditamos que um Deus justo permita que qualquer alma nasça com predisposição para certas doenças, a menos que as mereça. A criança não pecou ou violou as Leis da Natureza nessa vida. Parece haver apenas uma resposta razoável para o que a faz nascer com essas tendências: ela pecou em alguma vida passada. Naquela vida anterior, manteve certas ideias falsas e distorcidas que construíram esse Corpo Denso, quando renasceu. Construímos nossos próprios Corpos e os construímos de acordo com nossos pensamentos e nossas ideias anteriores. Aprendemos a construir certo construindo errado. Só atraímos harmonia ou saúde na medida em que as manifestamos anteriormente.

Se pecar ou violar as Leis da Natureza é a causa da doença, o remédio se sugere: devemos mudar nossa vida. Devemos viver em harmonia com Deus — a boa Lei Universal. Devemos buscar, sinceramente, saber onde pecamos. Devemos nos esforçar para controlar as fraquezas que trouxeram discórdia ao nosso Corpo Denso. E, se crescemos até a maturidade, sabemos quais são essas fraquezas, pois elas já se manifestaram como tentações ou violações nesta vida.

Cristo ensinou a doutrina Cristã do Perdão dos Pecados. Ele nos ensinou que, se aprendêssemos nossas lições, a Lei não permitiria que violações anteriores, os pecados, reagissem sobre nós e nos causassem sofrimento. Ele poderia nos perdoar e “apagar a lição escrita na lousa”; isto é, se tivéssemos mudado nossa vida e houvesse pouca chance de cometermos a mesma ofensa novamente. Nesse ensinamento há uma grande esperança para nós.

Acreditamos que ao efetuar a cura de qualquer doença, o meio mais eficiente, além de usar todas as medidas físicas nas quais temos fé, é buscar fervorosamente e em oração as nossas fraquezas para erradicá-las. Para alguns de nós isso não é fácil, pois exige uma mudança de vida e requer tempo, paciência e perseverança. Mas, vivendo em harmonia com a Lei Universal, tornamos possível para nosso Pai, o Grande Médico, restaurar a harmonia em nossos corpos: tal cura é uma cura permanente. Buscamos e estamos manifestando “o Reino dos Céus e sua Justiça; e todas as coisas nos serão acrescentadas” — inclusive a saúde.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de julho/1917 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Valor dos Alimentos Indigeríveis

Pode parecer absurdo, à primeira vista, dizer que quanto mais indigeríveis forem nossos alimentos, melhor será nossa saúde; no entanto, quando a afirmação é ligeiramente qualificada, é verdadeira; pois os alimentos que geralmente são considerados indigeríveis, porque sentimos angústia depois de comê-los, realmente causam problemas porque foram muito bem digeridos, enquanto outros alimentos, que são quase totalmente indigeríveis e, portanto, de certo modo não são alimentos, deixam-nos com toda a sensação de saúde e bem-estar.

A falta de apreciação adequada desses fatos essenciais está na base das dificuldades que muitas pessoas experimentam quando adotam o que chamam de dieta vegetariana. Na maioria dos casos, elas sofreram de problemas digestivos antes de deixar de comer carne e, em muitos casos, adotaram uma dieta sem carne na expectativa de que isso operasse um milagre na restauração da sua saúde. Portanto, muitas vezes ficam amargamente desapontadas por não se sentirem melhor; em vários casos elas podem até se sentir pior, porque continuam com seus erros dietéticos em todos os outros aspectos, de modo que, em muitos casos, sua dieta reformada é, do ponto de vista da saúde, mil vezes pior do que a dieta mista e usual da pessoa que come carne. Deus sabe que isso é ruim o suficiente. De fato, em vez de imaginar que o Corpo Denso desmorona sob a pressão da indiscrição dietética, é realmente maravilhoso que ele possa resistir tão bem, apesar dos abusos e maus tratos a que é submetido.

Não é raro que as pessoas que nos pedem cura admitam abertamente os erros dietéticos mais atrozes, completamente alheias ao fato de que estão fazendo algo errado. O que se segue é uma dieta representativa de uma classe muito grande de pessoas que sofrem de distúrbios digestivos.

7:00 — duas xícaras de café.

10:00 — bolos quentes com três ovos, café, bife com batata frita, pão branco, manteiga e mais café.

12:00 — carne e batatas. Pão e manteiga. Torta e café.

15:00 — cerveja e um sanduíche ou chá e alguns pãezinhos.

18:00 — um jantar completo, incluindo sopa, carne, uma colher de purê de batata e legumes cozidos de maneira indiferente e insípida, dois ou três tipos de sobremesa e café.

22:00 — café, queijo, chouriço, pé de porco ou outras “iguarias”.

E então elas honestamente se perguntam por que não se sentem bem. Essa classe de pessoas alegará que não tem maus hábitos. Elas fumam alguns cigarros, bebem alguns copos de cerveja ou talvez tomem um ou dois “drinques”. Elas vivem com o que chamam de “dieta natural”, vão para a cama às dez ou onze horas e dão tapinhas nas costas uns dos outros com a sensação de que são modelos. Como regra, quando pela primeira vez é trazido à sua atenção que elas estão cometendo erros graves, elas olham com total espanto e incredulidade, parecendo duvidar dos seus sentidos quando informados de que estão se matando com comida; na verdade elas estão cavando suas covas com os dentes. Essas observações foram dirigidas a elas? Ué! Quem fez isso deve estar louco.

No entanto, isso é absolutamente verdadeiro e não tanto porque sua comida é indigerível, mas por causa da falta de materiais indigeríveis para misturar com os alimentos altamente concentrados que formam os principais elementos de tal dieta. Mas, a esse respeito, essa classe de pessoas não é pior do que as pessoas que vivem com a seguinte dieta:

7:00 — ameixas.

10:00 — nozes e passas.

12:00 — mais nozes e passas.

15:00 — nozes e passas.

18:00 — nozes e passas.

21:00 — nozes e passas.

Elas também comem alimentos altamente concentrados, obtêm proteínas das nozes e carboidratos das passas; mas carecem da celulose indispensável, embora indigerível, para dar a quantidade necessária de volume e causar irritação no trato digestivo, o que é absolutamente essencial para induzir o peristaltismo e a secreção dos necessários fermentos digestivos.

Não há dúvida de que o trigo integral seja muito mais nutritivo, saboroso e saudável do que a farinha branca, composta apenas pelas porções amiláceas do grão; mas, o seu valor para a saúde não é particularmente grande porque é mais facilmente digerido do que o pão branco, pois na verdade o grande benefício do pão de trigo integral não vem dos sais minerais necessários para a construção do Corpo Denso que ele contém e que estão ausentes no pão branco. Pois deve ser lembrado que, assim como uma porção da proteína contida na carne e o fósforo contido no peixe permanecem não digeridos, o mesmo acontece com a proteína e o fósforo que abundam no pão integral.

Não assimilamos todas as proteínas e sais minerais contidos nas porções mais grossas do trigo integral. Mas, enquanto o pão branco é quase totalmente digerido e deixa pouca cinza, desde que seja bem-feito, as partículas mais grosseiras da farinha de trigo integral passam pelo trato intestinal sem serem digeridas e, ao fazê-lo, varrem e limpam as paredes do intestino; elas as massageiam, por assim dizer, irritando e induzindo um fluxo de sangue que mantém os intestinos puros e saudáveis. Elas não acumulam tanto quanto o pouco resíduo deixado por alimentos altamente concentrados e, portanto, levam consigo gases nocivos para fora do Corpo Denso, deixando o trato digestivo puro e limpo.

Compare a ação, no intestino, de alimentos como ovos, carne e queijo, que são quase totalmente assimilados e não deixam volume grosseiro algum para limpar os intestinos após a digestão de uma refeição, com a de vegetais e legumes, quando usados com moderação, por exemplo nabos, cenoura, aipo, cebola, etc., que contêm todos os elementos encontrados na carne e, além disso, o volume indispensável à saúde, composto de matéria fibrosa e grossa, que, sozinha, pode varrer o trato intestinal, limpar todos os produtos deletérios de resíduos e deixar o organismo em uma condição saudável.

Nem é isso teoria, pois provamos na prática durante vários anos com muitas pessoas. Muitos que vieram para cá com a saúde abalada por causa de seus erros dietéticos recuperaram a saúde perfeita em pouco tempo, muitas vezes contra a própria vontade, pois como não há restaurante a menos de um quilômetro e meio de Mount Ecclesia, eles não puderam ir a outro lugar para obter o veneno que desejavam e, portanto, tiveram que se contentar com a comida saudável servida em nossa sala de jantar.

Mesmo as pessoas empregadas por nós nos serviços gerais para fazer o trabalho braçal, como jardineiros, adotam a dieta vegetariana muito prontamente como regra. Muitos deles confessaram mais tarde que tiveram muitos problemas com a digestão e alguns estavam tomando remédios antes de vir para Mount Ecclesia, mas todos atestaram que depois de um tempo ficaram perfeitamente saudáveis. Todos eles, via de regra, ganham peso. Não é incomum, na verdade, mas uma experiência comum que uma pessoa que foi atropelada ganhe cerca de 30 quilos em dois meses. Além disso (o que pode soar como a história usual do charlatão publicitário, mas é um fato), aqueles que têm muito peso reduzem seu peso mais ou menos na mesma proporção que a outra classe ganha. A explicação é simples.

O Arquétipo determina a forma e a figura de uma pessoa; essa terá sua estatura normal na saúde, mas por nosso distúrbio dietético muitas vezes mudamos isso, de modo que a energia do Corpo Denso é utilizada no processo de eliminação de uma enorme quantidade de alimentos que não podemos assimilar; portanto, ficamos mais magros. O inverso ocorre quando as potências eliminatórias são pobres; então o excesso de peso, ou tecido adiposo, é adquirido por causa de uma dieta antinatural. Quando uma alimentação cientificamente preparada, como a que temos aqui em Mount Ecclesia, é adotada, as pessoas que foram muito magras por causa de uma dieta errada ganham peso até atingir o tamanho normal e, inversamente, aquelas que foram colocadas em peso anormal param de fazê-lo e, portanto, seu peso é reduzido.

Outra causa frutífera de distúrbios digestivos é o hábito de comer a cada poucas horas. Os cardápios de amostra fornecidos na parte anterior deste artigo mostram que as pessoas que os enviaram tinham o hábito de comer cinco ou seis vezes ao dia e, quando alguém as repreende a esse respeito, geralmente afirmam que estão com fome e devem comer em intervalos curtos ou ficam enjoadas. Ao serem informadas de que aquele hábito seja absolutamente subversivo à boa digestão, alguns dos que se esforçaram por seguir nossas instruções e fazer três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) ao dia – e, dependendo da situação de cada pessoa (um profissional de saúde é a pessoa competente para estabelecer a rotina), um lanche (uma fruta, uma torrada, por exemplo) entre o café da manhã e o almoço e/ou outro lanche (uma fruta, uma torrada, por exemplo) entre o almoço e o jantar e/ou até uma fruta, uma torrada, por exemplo, entre o jantar e a hora de dormir (mais jamais exceder seis refeições por dia) – constataram que adoeceram de fome, conforme diziam, e por vezes detectamos uma nota triunfante nas cartas que nos informavam desse suposto fato, pois a doença parecia provar a essas pessoas que elas estivessem certas em comer e nós, errados em dizer que pudessem viver com três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) por dia. Mas elas viram apenas os sintomas e falharam em ver a causa que produziu tanto a fome imaginária quanto o alívio, quando a comida era dada. Na verdade, o desejo ocorre devido a uma condição doentia do estômago. Não pensaríamos em dar a uma pessoa que está sofrendo por causa de um veneno mais veneno do mesmo tipo para mantê-lo quieto.

Consideramos criminoso dar morfina a uma pessoa viciada no hábito dessa droga só porque ela deseja e isso lhe traria alívio temporário; devemos aplicar a mesma lógica e filosofia às pessoas que são envenenadas por excesso de comida. Isso também não é teoria, mas o resultado de uma investigação que não pode ser igualada por experimentos com animais ou mesmo humanos, em que o sofrimento imprevisto pela organização dos resultados das investigações causa uma condição digestiva antinatural. Mas, não existem tais barreiras para aquele cuja visão espiritual está aberta e que pode ver a ação peristáltica do estômago e intestinos, quando o organismo está sobrecarregado como nos casos mencionados.

Então, exala da comida um gás venenoso e preto que é lançado para fora do Corpo Denso através da periferia da aura pelo Corpo Vital, desde que ele esteja com boa saúde. Mas, quando sua vitalidade se enfraquece e o fluxo da força solar, que entra através do baço, não é tão forte como de costume, esse gás venenoso permanece ao redor da região abdominal como uma larga faixa preta que envenena todas as atividades orgânicas do Corpo Denso enquanto está lá. Quando uma pessoa come três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) por dia, há uma pequena chance de dissolução da faixa de veneno gerada por uma refeição antes que a próxima seja tomada. No entanto, onde as refeições são feitas em intervalos de apenas algumas horas, não há absolutamente qualquer chance para a pessoa se livrar dessa nuvem de veneno e, como consequência, ela piora cada vez mais, encurtando o período de sua vida natural de um modo que seria uma surpresa chocante para a maioria de nós, se pudéssemos perceber isso.

Por essas razões, qualquer pessoa que deseje obter e manter a saúde deve insistir em manter três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e com moderação, cuidando para garantir uma abundância de volume e não de alimento, pois é um fato que muito, muito mais pessoas morrem por comer demais do que por comer de menos. A maioria de nós está realmente cavando a sepultura com os dentes.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de abril/1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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