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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que causa o Delirium Tremens?

Que o Delirium Tremens é o resultado direto do excesso de álcool é algo bem conhecido. Mas, como age esse excesso de indulgência? E por que alguns bebedores e algumas bebedoras (que tomam bebidas alcoólicas) inveterados nunca “viram cobras”, enquanto outras vítimas, bem mais brandas, viram de tal forma que isso resultou até em perdas de vidas? De acordo com um editor do The Journal of the American Medical Association (O Jornal da Associação Médica Americana) isso ainda é um mistério. Não faltam teorias sobre o Delirium Tremens; porém, muitas indicam que a verdade ainda não foi descoberta em sua totalidade.

Parece haver um motivo interessante, embora inquietante, para o renascimento da pesquisa sobre o assunto, agora. O escritor nos conta que, desde que a Lei de Entorpecentes Harrison entrou em vigor, muitos usuários de droga, tendo esgotado seu estoque e não conseguindo obter mais, recorreram ao álcool como substituto. Em alguns, que já bebiam há anos, o aumento repentino e marcante na quantidade de bebida alcoólica que foi consumida causou ocorrência frequente de Delirium Tremens. Depois de observar que “o envenenamento crônico por álcool produz alterações conhecidas no sistema nervoso central e periférico”, acrescenta, “até o momento, porém, não foram encontradas alterações no cérebro que expliquem por que um ser humano que bebe há anos subitamente desenvolve um delírio que dura um curso definido de três a cinco dias, ou até mais”.

“Pensa-se que o Delirium Tremens seja uma infecção aguda que ocorre em alcoólicos que são crônicos. No entanto, muitos casos seguem todo o seu curso sem febre e Nonne encontrou hemoculturas negativas em quinze casos consecutivos examinados por ele. Dolken acredita que o consumo contínuo de álcool resulta no surgimento de uma substância venenosa dentro do próprio cérebro e que um acúmulo ou concentração dessa substância produz o Delirium Tremens. Jacobson explica o delírio como autointoxicação. Toxinas provenientes do pneumococo, que entram no fígado, rins ou no trato intestinal e atuam no cérebro, que foi envenenado por um longo período pelo álcool. A visão de Hertz difere dessa porque o suposto veneno que precipita o delírio provém de uma insuficiência renal. Segundo Bonhoeffer, a alteração crônica do trato intestinal é responsável pela elaboração de um veneno que normalmente é excretado pelos pulmões. Wagner von Jauregg acredita que o fígado, e não os pulmões, seja o órgão que não consegue eliminar o veneno, supondo que essa falha aconteça pelas alterações que ocorrem no fígado do alcoólatra crônico. Kauffman afirmou que esse veneno é um derivado do carbono, que atua na medula alterada como efeito do alcoolismo crônico. Ele acredita que o delírio persistirá até que a formação desse derivado de carbono pare.

Todas essas teorias pressupõem um sistema nervoso central que esteja envenenado. Objetou-se, entretanto, que muitos bebedores e muitas bebedoras crônicos nunca sofram delírio. Foi sugerido que diferentes venenos podem resultar do excesso de bebida e apenas um deles causa Delirium Tremens. Há, no entanto, mais teorias.

“A possibilidade de que o delírio ocorra devido ao aumento na pressão e na quantidade de fluido espinhal foi recentemente considerada. Jauregg, de Viena, assume que o corpo dos alcoólatras crônicos se protege pela produção de um antiálcool que tem a natureza de uma antitoxina. Quando um bebedor inveterado ou uma bebedora inveterada para repentinamente de ingerir álcool, essa substância antialcoólica, sem álcool ao qual se fixar, atua sobre o estômago de maneira a produzir o Delirium Tremens. Hare afirma que o desenvolvimento do delírio acontece por uma queda repentina na quantidade de álcool que circula no sangue dos alcoólatras. Sua evidência é extraída de um estudo de setenta e cinco casos em que, em quase todos, houve grande redução na quantidade de álcool absorvida, antes do início do delírio”.

Um número cada vez maior de médicos está percebendo que muitas, senão a maioria, das doenças às quais a Humanidade está sujeita nascem do estado da Mente e das emoções, dos desejos e sentimentos que nutrimos. Eles sabem que alegria, tristeza e otimismo são determinantes no que diz respeito à saúde ou doença. Também notaram o efeito curativo da fé e da esperança, bem como a debilitação causada pelo medo ou preocupação, no pertinente ao avanço ou retardo da convalescença. Os exemplos não mostram que o medo pode matar e que a esperança pode ressuscitar alguém que está à beira da sepultura ou quase morto. No entanto, em muitos casos, eles se agarram furiosa e tenazmente às explicações materialistas, em vez de buscar uma fonte psicológica para a doença. Esse é o caso do Delirium Tremens. Sobre as teorias a respeito dessa doença, que foram registradas anteriormente, curiosamente várias chegaram perto da causa espiritual, mas não conseguiram encontrar a solução para o problema porque não foram longe o suficiente.

O álcool é um espírito e somente o espírito pode agir sobre espírito; portanto, quando é ingerido, tem efeito direto sobre o espírito do ser humano. A ideia de que o delírio seja motivado pelo aumento da pressão e quantidade de fluido espinhal é parcialmente correta, mas devemos lembrar que o chamado fluido espinhal não é um fluido durante a vida do ser humano. Essa afirmação é feita com pleno conhecimento do fato de que os cirurgiões têm repetidamente drenado o canal espinhal e extraído fluido espinhal dele.

Entretanto, também pode ser dito que o vapor é um fluido, porque o engenheiro pode tirar água de uma caldeira em que ele é gerado. Com o auxílio da visão espiritual é fácil observar que o fluido espinhal, quando o ser humano está vivo e com saúde normal, é uma substância gasosa ou mesmo etérea, sendo regida pelo místico Planeta Netuno, que detém a chave dos Mundos invisíveis. No curso da evolução humana, através de uma vida pura, o fogo espinhal é aceso e posto em vibração a tal ponto que faz vibrar também a Glândula Pituitária (ou Corpo Pituitário) e a Glândula Pineal, dois órgãos místicos cujas funções os cientistas ainda não conseguem determinar. Um é governado por Urano, o Planeta da intuição; o outro, por Netuno, o Planeta da divindade. Assim, como o arco elétrico atua entre os eletrodos positivos e negativos do carbono, em uma lâmpada de arco, produzindo uma luz brilhante que ilumina todos os arredores, também quando esse fogo espiritual da espinha atua entre esses dois pequenos órgãos, eles são iluminados e o ser humano, habilitado a ver o que era até então invisível, porque sabemos que a visão depende da taxa de vibração e a taxa vibratória estabelecida entre esses órgãos é do mesmo nível que aquele que prevalece nos Mundos invisíveis (Região Etérica do Mundo Físico, Mundo do Desejo e Mundo do Pensamento).

Da mesma forma, quando um ser humano coloca o “espírito do álcool” em seu corpo, toda a estrutura começa a vibrar em uma taxa diferente daquela que prevalecia. Uma alta pressão é criada no canal medular pelas vibrações do espírito alcoólico e, em alguns casos, ela se instala entre o Corpo Pituitário e a Glândula Pineal do bêbado ou da bêbada, de modo que ele também se sintoniza com os Mundos invisíveis. No entanto, fique claro que, assim como há uma série de vibrações no espectro solar determinando o que vemos como as várias cores, também nos Mundos invisíveis existem diferentes estratos, cada um com sua própria taxa vibratória, sendo habitado pelos seres que vibram nessa condição. Assim, o fogo espinhal do espírito gerado pelos meios legítimos de ideais elevados e nobres, uma vida pura e nobre, gera uma vibração que correlaciona o espírito ao que podemos chamar de regiões angélicas; no entanto, as vibrações baixas e bestiais produzidas pelo espírito alcoólico leva seu devoto às regiões bestiais em que os desejos, sentimentos e as emoções inferiores e sensuais (gerados a partir da manipulação das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo) da Humanidade — paixão, luxúria, ódio, ganância, malícia, astúcia, violência e afins — incorporam-se nas formas demoníacas que são vistas pela vítima do alcoolismo.

Nem nos deveria causar surpresa que, como dito no artigo citado, alguns bebedores e algumas bebedoras contundentes nunca se tornaram vítimas do Delirium Tremens, enquanto outros, que não bebem tanto, são acometidos pela doença. Tudo depende da sua natureza — seja sensível ou insensível, emocional ou de sangue frio. Nenhuma outra droga afeta todas as pessoas da mesma forma; portanto, não deve causar surpresa que o álcool também atue de maneira diferente em pessoas diferentes.

(Publicado na revista Rays from the Rose Cross Setembro/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual a origem das figuras grotescas e hediondas vistas pelas pessoas que sofrem de “delirium tremens”?

Resposta: Começaremos pela última parte da pergunta, então veremos o que são essas coisas vistas durante o “delirium-tremens”. Em primeiro lugar, imaginemos que há várias espécies de Espíritos. Há o Ego, uma verdadeira centelha do Fogo Divino oculto sob um certo número de coberturas opacas: Mente, Corpo de Desejos, Corpo Vital e, finalmente, o mais opaco de todos, o Corpo Denso – o véu carnal que isola o Espírito da consciência divina e o confina nos estreitos limites de um cérebro e um corpo.

Através da evolução, esses veículos estão se tornando mais espiritualizados. Suas vibrações ficam mais elevadas, e o Ego, aos poucos, está começando a se descobrir, tal como o filho pródigo achou-se distante do Pai e ansioso por retornar. Então, devido a certos processos definidos, está gradualmente recuperando a consciência cósmica. O poder divino dos órgãos que o serviram num passado distante, como meios espirituais, está sendo despertado para uma nova atividade. É esse particularmente o caso do corpo pituitário e da glândula pineal. Quando ele aprender a vibrar esses pequenos órgãos, ele desenvolverá um novo sentido que podemos chamar de visão espiritual, pois então vê o Mundo Invisível e seus ocupantes. Há outros passos por meio dos quais ele pode tornar-se um cidadão alado desses mundos, nos quais poderá entrar e sair à vontade, embora ainda esteja vivendo num corpo físico. Atualmente ainda não dominamos essas fases do assunto. Deve-se notar que somente um Espírito pode fazer vibrar esses pequenos órgãos ou despertar suas atividades latentes.

Onde há moeda circulante, há também uma imitação em metal inferior. O Espírito também tem sua imitação. O verdadeiro Espírito divino é uma emanação em Deus — não de Deus, mas em Deus. É um Espírito de Vida. Porém, obtêm-se também um espírito espúrio por meio da fermentação e da decomposição. Esse é um espírito de morte. Nós o chamamos de álcool. Sendo um espírito, essa droga também tem o poder de promover as vibrações dos pequenos órgãos citados, mas sendo o produto vil de um processo vil, não pode senão degradar o Espírito individual com o qual entra em contato. Assim, os alcoólatras geram baixos pensamentos que se revestem de formas hediondas. Algumas vezes, várias classes de Espíritos sub-humanos apossam-se dessas formas assim geradas e conservam-nas vivas durante muito tempo, alimentando-se com as exalações de sangue nos matadouros, ou com o odor que se eleva dos tonéis de fermentação da cerveja ou do envelhecimento de aguardente, para não mencionar também as repugnantes emanações dos desejos dos frequentadores de tais lugares.

Portanto, quando uma pessoa está saturada do espúrio espírito do álcool, a velocidade vibratória dos pequenos órgãos da visão espiritual é acelerada a tal grau, que essa pessoa pode ver o mundo dos Espíritos, e vê naturalmente o que é semelhante a si. Quando um diapasão é tocado, outros diapasões do mesmo tom entram também em vibração. Da mesma maneira, todos nós somos atraídos por outros de natureza semelhante a nós. Essas figuras grotescas e hediondas são efetivamente etéricas ou interetéricas entre o Mundo do Desejo e o Éter, penetrando ambos. Elas não são um produto da imaginação, mas realidades de natureza mais ou menos duradoura, criadas por pessoas sensuais e alcoólatras dos dois mundos.

(Perg. 58 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

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Um Malefício: por que as bebidas alcoólicas?

Nos Ensinamentos Rosacruzes, por vezes, encontramos observações contra a ingestão de bebidas alcoólicas.

A missão da Fraternidade Rosacruz é elevar a humanidade, e o uso do álcool provoca justamente o efeito contrário. A própria sociedade em que vivemos oferece inúmeros exemplos dessa verdade. Acreditamos mesmo que pouquíssimos estudantes não tenham no círculo familiar algum parente, próximo ou distante, vítima desse flagelo.

Degradação moral, incapacitação para o trabalho, destruição de lares, enfermidades e morte prematura são alguns dos males provocados por esse vício. São razões suficientemente fortes para justificar todas as campanhas educativas que visem a erradicação do alcoolismo do meio social, por mais onerosas que sejam.

É sempre oportuno abordar o assunto sob a ótica do esoterismo, justamente o que pretendemos fazer neste editorial.

Segundo a Bíblia, Noé fermentou o vinho pela primeira vez no início da Época Ária. A humanidade mais desenvolvida sobrevivera às inundações atlantes, fixando-se nas regiões mais elevadas da Terra.

As condições prevalecentes na Atlântida faziam parte do passado. Aquela névoa úmida não mais existia, dando lugar a uma atmosfera seca e clara.

O ser humano perdeu a visão dos planos internos, uma peculiaridade das épocas anteriores, passando a concentrar todas as suas energias no Mundo Físico. Para tanto, as Hierarquias lhe deram o vinho. Perder a visão espiritual era uma necessidade evolutiva nos primórdios da Época Ária.

Mas, com o advento do Cristianismo as coisas mudaram. Implantava-se uma nova ordem espiritual, e o uso do álcool não só já era dispensável, como impedia o crescimento anímico.

O primeiro milagre do Cristo foi transformar a água em vinho. Ele havia recebido o Espírito Universal por ocasião do Batismo, não necessitando, portanto, de estimulantes artificiais. Transformou a água em vinho para oferecê-lo aos menos avançados.

O bebedor de vinho, entretanto, não pode aspirar a degraus mais elevados na escala evolutiva. O uso do álcool produz alterações negativas na vibração de seus veículos.

Enquanto os Éteres inferiores vibram em função dos Átomos-semente localizados no Plexo Celíaco e no coração, os superiores vibram em função do Corpo Pituitário e da Glândula Pineal. O despertamento do Corpo Pituitário e da Glândula Pineal é muito importante no desenvolvimento da visão espiritual.

É lógico supor-se que o alcoolismo ao invés de sensibilizar venha provocar o efeito contrário. E mais: atua de maneira anormal sobre os veículos humanos, levando o alcoólatra a descortinar as Regiões inferiores do Mundo do Desejo com todas as suas mazelas. Isso ocorre principalmente nos casos de “delirium tremens”.

Uma coisa lastimável em nossos dias é constatar como as clínicas para doentes mentais estão repletos de alcoólatras e toxicômanos, porque o álcool também é um tóxico.

Esses vícios, além dos males físicos, psíquicos e emocionais, conduzem a uma inevitável degeneração de caráter.

Eis aí uma excelente oportunidade de servir à Humanidade: alertar e esclarecer quanto aos danos causados pelas bebidas alcoólicas.

(Publicada na ‘Revista Rosacruz’ – 10/86)

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