Resposta: Essa pergunta revela uma atitude de espírito extremamente deplorável; seria a mesma coisa que perguntar se é correto tentar salvar a si mesmo em caso de afogamento, pois a queda na água também é um efeito de uma causa autogerada. Claro que é nosso dever tomar remédios, desde que administrado por uma pessoa apropriadamente qualificada, ou tentar curar as doenças ou enfermidades das quais sofremos da forma que mais nos aprouver. Estaríamos decididamente agindo errado se permitíssemos que o nosso instrumento físico – o nosso Corpo Denso – se deteriorasse por falta de cuidados e de uma atenção apropriada. É o instrumento mais valioso que possuímos e, a menos que o utilizemos apropriadamente e cuidemos dele, estamos sujeitos à Lei de Causa e Efeito devido a essa negligência.
Uma pergunta como essa revela uma concepção totalmente errônea da Lei de Causa e Efeito. É nosso dever tentar nos elevar acima das situações, ao invés de permitir que as circunstâncias dirijam nossas vidas. Há um lindo e pequeno poema que exprime essa ideia adequadamente:
“Um barco sai para Leste e para Oeste outro sai,
com o mesmo vento que sopra numa única direção.
É a posição certa das velas e não o sopro do vento
que determina, por certo, o caminho em que eles vão.
Os caminhos do destino são como os ventos do mar
conforme nós navegamos ao longo e através da vida.
É a ação da alma que à meta nos vai levar
E não a calmaria ou o constante lutar”[1]
Se nos esforçarmos em manejar as velas do barco da vida corretamente, seremos sempre capazes de modificar, senão mudar completamente, as suas condições, e fazer das nossas vidas o que quisermos, ao invés de acomodarmo-nos esperando as nuvens passarem, pois somos nós mesmos que as criamos. O próprio fato de as termos criado deveria ser uma inspiração para nós, para nos dar coragem e energia para desfazê-las ou rechaçá-las, o mais rapidamente possível.
(Pergunta nº 36 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: de Ella Wheeler Wilcox (1850-1919), autora e poetisa estadunidense. Do poema “The Winds of Fate” (1913.
Resposta: Decididamente sim. Sob o ponto de vista de uma única vida, tais métodos, como por exemplo, aqueles empregados pelos curadores do movimento Immanuel[1], sem dúvida alguma, são muito produtivos com uma imensa quantidade de ser fazer o bem. Coloca-se o paciente numa cadeira, faz-se com que adormeça e, em seguida, são-lhe dadas algumas “sugestões”. Ele se levanta e está curado do seu mau hábito; de um bêbado inveterado, ele se torna um respeitável cidadão que zelará pela sua esposa e família, e por esse aspecto os efeitos benéficos parecem ser inegáveis.
Mas, considerando isso do ponto de vista mais profundo do ocultismo, que encara essa vida como apenas uma entre muitas, ao avaliarmos o caso, a partir do efeito que isso exerce sobre os veículos invisíveis do ser humano, tudo é muitíssimo diferente. Quando uma pessoa é posta em sono hipnótico, o hipnotizador lhe faz “passes”, os quais têm o efeito de expulsar o Éter da cabeça do Corpo Denso do hipnotizado que é substituído pelo Éter do próprio hipnotizador. Desse modo, o indivíduo – ou hipnotizado – é perfeitamente dominado pelo outro, não tendo livre-arbítrio e, portanto, as assim chamadas “sugestões” são, na realidade, ordens às quais a vítima não tem outra opção a não ser obedecer. Além disso, quando o hipnotizador retira o seu Éter e desperta a vítima, ele é incapaz de remover todo o Éter que colocou no hipnotizado. Usando uma comparação: assim como uma pequena parte do magnetismo infundido num dínamo elétrico, antes que este seja posto a funcionar pela primeira vez, é deixada para trás e permanece como magnetismo residual a fim de excitar os campos do dínamo sempre que este é acionado, assim também permanece uma pequena parte do Éter do Corpo Vital do hipnotizador na medula oblongata[2] da vítima, que se torna um trunfo que o hipnotizador mantém sobre a vítima durante toda a vida dela, e é devido a esse fato que as sugestões, que serão usadas num período subsequente ao despertar da vítima, são invariavelmente seguidas.
Dessa maneira, a vítima de um curador hipnótico não domina o mau hábito pela sua própria força de vontade, mas fica tão escravizada como se estivesse numa reclusão solitária e, embora nesta vida possa parecer uma pessoa melhor, quando retornar à Terra terá a mesma fraqueza e terá que lutar até vencer, por si própria, essa tentação.
(Pergunta nº 39 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: ou Movimento Emmanuel foi uma abordagem psicológica para cura religiosa introduzida em 1906 como um alcance da Igreja Emmanuel em Boston, Massachusetts. Na prática, o elemento religioso foi desvalorizado e as modalidades primárias foram terapia individual e em grupo. Os padres episcopais Elwood Worcester e Samuel McComb estabeleceram uma clínica na igreja que durou 23 anos e ofereceu serviços médicos e psicológicos. A principal influência de longo prazo do movimento, no entanto, foi no tratamento do alcoolismo.
[2] N.T.: A medula oblongata, também conhecida como medula oblonga, bulbo raquidiano ou bulbo, é a parte inferior do tronco encefálico, que se localiza entre a ponte e a medula espinhal.
Resposta: Isto depende da natureza da doença e da inclinação característica ou habitual do paciente ou, ainda, do modo que o paciente responde emocionalmente. Se for um caso de uma perna fraturada, é óbvio que se deve recorrer a um ortopedista que sabe como proceder. Se houver uma perturbação interna e se for possível consultar um profissional de saúde que pratique a medicina oficial ou tradicional e que tenha conhecimento amplo sobre o assunto então, em certos casos, ele é a pessoa certa a recorrer.
Se, por outro lado, um curador mental, um curador da Ciência Cristã ou qualquer outro que tenha uma mentalidade espiritualizada puder ser contatado, ele poderá ajudar uma pessoa que seja forte na fé, pois, da mesma forma que um diapasão de um certo tom responderá quando outro diapasão do mesmo tom for tocado, assim também uma pessoa que é forte na fé responderá de forma receptiva ao ser ajudada por tal tipo de curador. Mas, quando falta a fé no paciente nos métodos adotados, é muito melhor ele procurar um profissional da saúde que pratique a medicina oficial ou tradicional em quem o paciente tenha confiança, pois, a saúde ou a doença dependem quase que exclusivamente do estado e emocional da pessoa em um específico caso e, nas condições da doença ou enfermidade em que a pessoa está debilitada, ela se torna hipersensível e não deve ser contrariada em suas preferências.
Além disso, por melhor que seja qualquer processo de cura, os efeitos sobre uma determinada pessoa serão benéficos ou não, na exata proporção da fé dessa pessoa nesse específico poder de cura.
(Pergunta nº 37 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Vamos olhar para o passado, vamos ficar do lado de fora de uma cidade murada, acho que é o Portão Oeste, enquanto os raios do Sol poente brilham intensamente sobre esta parte do grande recinto, e as sombras das colinas ao redor estão se estendendo sobre o vale, alertando uma grande companhia ali da escuridão que se aproxima e fazendo com que eles se voltem para a cidade.
O dia foi um dia que não pode ser esquecido, pois eles testemunharam muitas coisas maravilhosas, feitas por alguém cujo nome é “Jesus” e esta pergunta parece estar em todos os lábios: “É este o Messias que os profetas disseram que viria? Poderia o homem fazer essas coisas maravilhosas que hoje vimos?”. Este é o único tema que todos eles discutem enquanto passam em direção à cidade.
Mas vamos nos aproximar mais e ouvir, pois há aqueles espalhados entre esta companhia que sentiram o toque e ouviram as palavras “Sê tu completo” ditas, e sabem que alguém maior que os profetas veio.
E enquanto observamos, um se aproxima, um homem que age estranhamente às vezes, enquanto fala com seus companheiros. Ele move um braço para cima e para baixo, abrindo e fechando os dedos, sentindo as cordas e os músculos, beliscando com os dedos da outra mão, aqui e ali, pois ele sente uma nova vida no velho membro murcho, e a pergunta vem aos lábios daqueles, ao seu redor, “Não é este que estava sentado no Portão Oriental, perguntando um pouco daqueles que passavam indo ou vindo da cidade?” Sim, é ele, mas outros se aproximam.
Aqui está uma mãe que, com um amigo, conduz uma criança que, pela primeira vez, fica de pé e se move desajeitadamente como alguém que está aprendendo a andar, e a mãe sempre vigilante guardando (para que ele não caia) segura sua mão; mas ele se solta da mãe e fica sozinho, gritando: “Veja, mãe, como sou forte!” e no momento seguinte ele está enrolado nos braços de sua mãe e a comporta longamente reprimida da alma daquela mãe se abre, pois ela sabe que o toque do Mestre curou.
Outros seguem, e agora uma se aproxima, que parece ter acabado de acordar de um longo sono. Ela fala pouco, mas os grandes olhos estão se movendo e bebendo as belezas do mundo iluminado pelo Sol. Em seus braços estão as flores colhidas na beira da estrada e, enquanto ela levanta o rosto, pressiona uma linda flor em seus lábios. Neste momento, um pássaro passa por seu campo de visão, ela para maravilhada ao ver um corpo passando e se pergunta se este é o som que ela ouve de manhã cedo no jardim. Oh, como ela chora de alegria, enquanto a luz do Sol flui pelas janelas de sua alma, pois apenas algumas horas se passaram desde que a escuridão deu lugar à luz pelo toque deste Grande Curador.
Mas outros estão chegando, e um está com grande pressa. Ele levanta as mãos acima da cabeça e as palavras nos são transmitidas no ar parado: “Limpo, Limpo”. Este não é um daqueles que vieram ao anoitecer perto do Portão da Cidade para obter comida? Sim, queridos amigos, mas então seu grito foi: “Imundo, imundo!”, pois nenhum leproso pode se aproximar sem dar aquele aviso terrível. Ele agora corre para a cidade para se mostrar diante das autoridades para exame, pois este “Jesus de Nazaré” falou a palavra mágica; “Sê limpo” saiu dos lábios do Mestre, e como uma onda elétrica passou por cada fibra de seu Corpo.
E ali está a figura de um homem com os braços cruzados; ele está olhando para a cidade, e o ar suave da noite ainda está reverberando com as Palavras de Vida que Ele falou para a multidão, palavras tão suaves e sutis que você parecia sentir, em vez de ouvi-las: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós. Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que o salgaremos? Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro, e assim ela brilha para todos os que estão na casa. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus. Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento, porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um só ‘i’, uma só vírgula da Lei, sem que tudo seja realizado. Aquele, portanto, que violar um só desses menores mandamentos e ensinar os homens a fazerem o mesmo, será chamado o menor no Reino dos Céus. Aquele, porém, que os praticar e os ensinar, esse será chamado grande no Reino dos Céus. Com efeito, eu vos asseguro que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. (Mt 5:1-20)
Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens para serdes vistos por eles. Do contrário, não recebereis recompensa junto ao vosso Pai que está nos céus. Por isso, quando deres esmola, não te ponhas a trombetear em público, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, com o propósito de serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará. E quando orardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de fazer oração pondo-se em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que está lá, no segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará. (Mt 6:1-6)
E por qual poder Ele fez todas as suas obras poderosas, qual era o seu segredo? Ele disse: “Por mim mesmo, nada posso fazer: eu julgo segundo o que ouço, e meu julgamento é justo, porque não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (Jo 5:30). E Ele também disse: “Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que faço e fará até maiores do que elas.” (Jo 14:12). Há, portanto, um poder de cura latente dentro de cada um de nós, e quando fazemos como Ele ensinou e entramos dentro de nós mesmos, para orar a Deus-Pai, que é o Grande Médico, também sentiremos a vibração rítmica de Suas grandes asas de cura (“Mas para vós que temeis o meu nome, brilhará o sol de justiça, que tem a cura em seus raios.” (Ml 3:20)), enquanto a voz silenciosa do Consolador fala palavras de facilidade e paz: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso” (Mt 11:28).
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de junho de 1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
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Resposta: Em cada um dos quatro Evangelhos vemos que Cristo pregou o Evangelho da saúde. Curou a todos os que chegaram a Ele e enviou aos seus Discípulos ao mundo com dois mandamentos: Pregar o Evangelho e Curar ao Enfermo.
Estes dois mandamentos são dados também aos Rosacruzes, que são médicos da alma, porque a enfermidade se manifesta primeiro no Corpo Vital, que é o veículo da alma, e a cura se manifesta mais por meio deste veículo invisível aos olhos físicos.
Durante o sono, quando nos libertamos do nosso Corpo Denso e podemos funcionar nos Mundos espirituais, a cura é mais rapidamente adquirida. Os Estudantes Rosacruzes, a partir do nível de Probacionistas, podem ser treinados para esse trabalho particular.
Vamos aqui contar um evento que ocorreu em Mount Ecclesia, lá pelos idos de setembro de 1914:
“Você não pode me vender vinte e cinco libras de sua farinha de trigo integral?”, disse uma vozinha melancólica, vinda de uma jovem que parou com o seu cavalo em frente ao prédio da Administração; “Mamãe está doente, e não há outra ajuda para ela.” A falante era filha de um homem de Oceanside, cuja esposa sofreu por muitos anos de constipação crônica (que é uma condição caracterizada por dificuldade persistente em evacuar, com fezes duras e ressecadas, e sensação de bloqueio no trato gastrointestinal inferior), a quem o médico havia dito que havia apenas um remédio para ela, ou seja, ir para outro lugar; ele havia esgotado toda sua habilidade com ela e não podia fazer mais nada. Algum tempo antes, dissemos ao homem para usar farinha de trigo integral e, como resultado, sua filha nos disse que sua mãe estava bem desde então. Mas o único empório em Oceanside não encomenda farinha de trigo integral moída para ninguém, exceto quando recebe um pedido grande de Mount Ecclesia. Como consequência, o suprimento da família não pôde ser reposto e o problema retornou. A menina também nos disse que toda a família se sentiu muito melhor desde que eles adotaram a dieta que havíamos prescrito para sua mãe, e é claro que não podíamos nos recusar a dar a farinha, embora nosso próprio suprimento estivesse escasso. Também demos a ela um remédio para aliviar a condição em que a mãe se encontrava, e ela foi embora feliz.”.
Estamos dizendo isso para que você saiba algo sobre como fazemos a cura. Não é totalmente uma questão espiritual. Usamos meios físicos, sempre que possível. Há momentos até mesmo em que enviamos nossos pacientes a um médico para que eles possam obter alívio rápido dele por um certo tratamento, que não podemos dar tão prontamente por outros métodos.
A dieta dos pacientes também recebe atenção cuidadosa, pois naturalmente, como o Corpo Denso é construído de substâncias físicas (Sólidos, Líquidos e Gasosos), estamos fornecendo “remédios” por meio do alimento certo. Mas, além disso, a cura é realizada pelos Irmãos Maiores, por meio de um grupo de Auxiliares Invisíveis, que eles estão instruindo.
Quem, então, são esses Auxiliares Invisíveis? Seria a próxima pergunta; e a isso podemos responder que eles são Probacionistas ativos, fiéis e Cristãos que durante o dia vivem uma vida digna de utilidade e, assim, se adaptam ou ganham para si o mérito de poderem ser úteis por meio da instrumentalidade dos Irmãos Maiores à noite, quando estão dormindo. Esses Probacionistas são reunidos em grupos de acordo com as Leis de Compatibilidade e de Receptividade Sistemática e, claro, de suas habilidades. Eles estão sob a instrução de outros Probacionistas que são profissionais da saúde (médicos, médicas, enfermeiros, enfermeiras, terapeutas e afins), e todos eles trabalham sob a orientação dos Irmãos Maiores, que naturalmente são os que lideram todo o trabalho. Certas qualificações são necessárias antes que esse grupo de Auxiliares Invisíveis possa trabalhar com um paciente. Em primeiro lugar, eles devem ter parte do eflúvio do Corpo Vital do paciente.
Isso é obtido fazendo com que o paciente escreva, toda semana, uma data (na “Data de Cura”) e uma assinatura, podendo, adicionar uma pequena carta consistindo de algumas palavras ou algumas linhas com caneta à base de tinta nanquim líquida que tem uma ponteira em forma de uma fenda cônica ou paralela no centro (que serve para transportar a tinta para baixo) – ou uma caneta tipo “mosquitinho”, que é conhecida como canetas bico de pena, que utilizam uma ponteira chamada de pena para imitar o efeito da escrita do antigo bico de pena); isso garante a gravação do eflúvio do Corpo Vital no papel em uma quantidade adequada para permanecer por mais de um mês em um grau suficiente para poder ser “lido”. Isso é importante, pois o eflúvio do Corpo Vital é um condutor maior de magnetismo e eletricidade do que se um lápis ou outro tipo de caneta fosse usado. O Éter, que assim impregna o papel no qual o paciente escreve semana após semana, dá uma indicação de qual é a condição naquele momento específico e fornece uma chave de entrada para o organismo do paciente. É algo que ele deu voluntariamente e com o propósito expresso de fornecer acesso para os Auxiliares invisíveis. Sem que o paciente faça sua parte a esse respeito, os Auxiliares Invisíveis são incapazes de fazer qualquer coisa com ele ou ela; por isso que é da maior importância manter as assinaturas semanais e o envio ao fim das Datas de Cura do mês para o Departamento de Cura da Fraternidade Rosacruz.
Os Auxiliares Invisíveis também são obrigados a fazer algo semelhante e pelo mesmo motivo. No momento em que assumem o compromisso, eles juram naquele casamento místico dos “Eu superior” e “eu inferior” que dedicarão suas vidas, na medida em que forem consistentes com seus deveres no mundo, para ajudar a Humanidade; e por esse voto eles ficam sob a proteção dos Irmãos Maiores, que estão na mesma posição em relação a essa dupla: o “Eu superior” e o “eu inferior”, sendo assim que os Irmãos Maiores concordam em preservar a integridade da união, desde que as condições sejam mantidas.
Uma das obrigações que os Probacionistas ativos, fiéis e Cristãos assumem é enviar a cada mês à Mount Ecclesia um relatório dos Exercícios que realizaram, e esse relatório, se escrito em caneta à base de tinta nanquim líquida que tem uma ponteira em forma de uma fenda cônica ou paralela no centro, absorve os eflúvios de suas mãos diariamente quando entram em contato com o papel e isso fornece aos Irmãos Maiores a chave pela qual eles são capazes de direcionar os Probacionistas durante o sono.
Somos exatamente os mesmos depois que dormimos, como somos durante nossas horas de vigília. Se durante o dia tentamos se esquivar de tudo que deveríamos fazer e não fazemos, a fim de obter tudo para nós mesmos, para cultivar em todas as ocasiões a natureza inferior e seguindo agindo de formas afins a isso, não somos selecionados como Auxiliares Invisíveis só porque simplesmente nos retiramos para dormir à noite; mas se durante o dia nos esforçamos sinceramente e com todo o nosso coração e alma para agarrar cada oportunidade que surge em nosso caminho para servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos nossos irmãos e das nossas irmãs, focando na divina essência oculta neles e em nós – que é a base da fraternidade, ou melhor, se procuramos oportunidades para ajudar aos outros — se, em vez de perguntar: “O que posso obter com isso?”, tentamos ver em cada fase da vida uma oportunidade de ajudar; se, em vez de dizer: “Por que devo fazer isso, aquilo ou aquela outra coisa?” aprendemos a dizer: “Se uma coisa tem que ser feita, por que eu não deveria fazê-la?; se aprendermos a considerar todas as coisas como honrosas na linha de trabalho e do serviço e nunca menosprezamos nada como servil, mas estivermos tão prontos para ir e fazer o serviço mais inferior quanto o serviço mais elevado, como o vemos — então também à noite ganharemos a oportunidade de entrar em contato com o trabalho sob a orientação dos Irmãos Maiores nesta gloriosa obra de Cura Rosacruz.
Escrevi este pequeno artigo para responder a uma pergunta que nos chegou de várias fontes. Parece ser a impressão geral de que a Cura Rosacruz é executada por Max Heindel e por Augusta Foss Heindel, mas essa é uma impressão absolutamente errada. Pessoalmente, somos apenas os representantes dos Irmãos Maiores. Mount Ecclesia é o foco por onde eles trabalham, mas são eles que fazem o trabalho. O resto de nós trabalha apenas sob a orientação deles. Claro, no final, reconhecemos também que eles são servos e que, na análise final, é nosso Pai Celestial que é o Grande Médico, e a quem devemos dar todo o louvor.[1]
(Publicado na Revista Echoes from Mount Ecclesia de 10 de setembro de 1914 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: Quer saber mais sobre a Cura Rosacruz? Encontre material para estudos aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/cura/como-curam-os-rosacruzes-os-enfermos/
Consideremos duas classes de obsessão, a saber, demoníaca e Elemental. Essa última é uma obsessão ou uma possessão das faculdades do paciente, em maior ou menor grau, por uma entidade invisível (espiritual). Pode haver ou não intervalos lúcidos, mas no caso registrado abaixo eles foram numerosos. No ocultismo, não pretendo ser nada que se aproxime da maestria, mas há muitas coisas sobre as quais posso dar conhecimento em primeira mão.
Não é da competência deste texto descrever os motivos e a origem de entidades como Elementais e Espíritos da Natureza, nem entraremos em nenhum dos planos superiores para descrever a forma ou composição química dos Elementais.
O Elemental é a mais simples de todas as influências externas que causam obsessão e é a primeira influência externa real ou ser real com o qual o diagnosticador Astro-médico entrará em contato.
A composição material real do Elemental é de um elemento, daí seu nome. É bom que o leitor lembre-se de que estamos falando aqui das vibrações que são mais elevadas do que o físico cotidiano, e que uma descrição completa do Elemental nos levaria a uma dissertação prolongada das forças que trabalham ao longo dos polos negativo e positivo ou dos quatro Éteres. Basta dizer aqui que o Elemental tem forma real e possui vida, principalmente obtida de sua pobre vítima humana. O casuísta pode exigir provas desta declaração antes de prosseguir. Eu respondo que é autodemonstrável e que o caminho para a verdade e o aprendizado está aberto a qualquer um que esteja disposto a pagar o preço. Este preço, no entanto, não é em recursos financeiros, e se o pesquisador for absolutamente materialista, ele fará bem em estudar os Ensinamentos Rosacruzes antes de fazer mais pesquisas médicas.
É bom se lembrar que a coisa mais fundamental na planta é invisível aos olhos físicos. O conhecimento supersensível é acessível a todos aqueles que buscam diligente e persistentemente.
Ao relatar este caso, nos ateremos tanto ao lado físico quanto for compatível com o assunto, e descreveremos este como um caso típico real de obsessão Elemental. Entre em qualquer instituição para doentes por insanidade e muitos casos semelhantes podem ser encontrados. Você pode argumentar como quiser e ridicularizar o quanto quiser, mas a verdade não será alterada para se adequar a nenhuma de nossas opiniões preconcebidas.
Sra. H., 26 anos, esposa de um mecânico honesto; mãe de três filhos; loira, com algumas marcas de beleza feminina; tamanho médio, razoavelmente bem construída; veio de uma família inteligente, mas neurótica, seu pai morreu em uma instituição para doentes por insanidade; pulmões e coração em boas condições e nenhuma história específica.
Ela era organizada, trabalhadora e naturalmente de uma disposição alegre. Durante o último confinamento, o trabalho de parto foi concluído em menos de uma hora sob a gestão eficiente do Dr. Muir, que a atendeu muitas vezes durante as sete semanas seguintes.
Na primeira semana do período de repouso, ela se saiu esplendidamente. Depois do nono dia, ela começou a ter ataques nervosos peculiares de vaga apreensão de perigo para seu bem-estar. Não houve febre em nenhum momento. O Dr. Muir, de alguma forma sutil, passou o caso para mim no início da oitava semana. Fui chamado pela primeira vez em 19 de janeiro, às cinco horas da tarde, e a encontrei sentada na cama segurando uma bolsa de água quente em cima do seio esquerdo, cabelo desgrenhado, rosto exibindo uma expressão maníaca; nem um piscar de olhos; olhos fundos nas órbitas, pupilas dilatadas; mãos e pés frios, mostrando circulação perturbada, embora o quarto estivesse confortavelmente aquecido; batimento cardíaco lento, fraco, mas regular. Ambas as pupilas estavam dilatadas e persistentemente se recusavam a contrair sob a influência de luz, hiosciamina, atropina, escopolamina, estricnina ou brometos. Sua conversa era sem nexo e ela estava apreensiva com medo de morrer imediatamente, e repetidamente fazia a mesma pergunta aos atendentes sobre sua morte iminente.
Lembrando que a íris controla o tamanho da pupila por meio dos músculos esfíncter e dilatador da pupila. A dilatação da pupila é chamada de midríase e ocorre quando a luz está baixa ou em situações de medo ou excitação. A contração da pupila é chamada de miose e acontece em ambientes com muita luz, quando os olhos convergem ou durante o sono.
Independentemente das garantias em contrário, ela perguntava cem vezes ou mais por dia se seu coração iria parar ou se ela algum dia se recuperaria. Ela estava rapidamente ficando acamada e qualquer tribunal de insanidade teria julgado, sem hesitação, uma candidata para ser internada em uma instituição psiquiátrica. Seu coração reagiu a uma injeção hipodérmica de estricnina; mas as pupilas, as “janelas da alma”, não cediam a nenhum estimulante que eu aplicasse.
Havia várias sensações nervosas metastáticas simulando uma marca travessa de histeria. O atendente médico pode sentir um sentimento ou atmosfera mais calorosa quando na presença do caso comum de histeria, seja a variedade travessa ou simiesca.
Seus intervalos lúcidos eram ligeiramente perceptíveis. Os pentabromidas produziram um sono razoavelmente bom, embora mais ou menos perturbado por sonhos que eram significativos para qualquer psicanalista.
Além da dosagem noturna de pentabromidas, prescrevi um tônico amargo, para ser tomado após as refeições. Decidi fazer tudo o que estivesse ao meu alcance como médico para salvá-la da instituição psiquiátrica; mas quanto mais eu fazia, mais sérios ficavam os sintomas, até o terceiro dia, quando decidi que o diagnóstico poderia ser modificado ou alterado de prostração nervosa para um caso simples de obsessão por Elemental, que tinha seus sintomas psiconeuróticos produzidos por um fator além do físico visível. As pupilas e a atitude eram patognemônicas.
Nessa situação extrema, um tratamento suprafísico foi iniciado para retirar o Elemental obsessor. Não é conveniente dar ao público a parte suprafísica do tratamento neste momento. Quase imediatamente a íris começou a se movimentar, por assim dizer, ou a reagir em vasos, os intervalos lúcidos tornaram-se mais longos e, em dez dias, toda a pupila assumiu um aspecto normal. Dentro de 36 horas do início do tratamento modificado, uma confissão veio da paciente. Ela declarou que desde os cinco anos de idade ela praticava a masturbação e continuava essa perversão sexual em intervalos ao longo da vida; também a praticava duas vezes desde seu último confinamento.
Os sintomas eram a manifestação direta desse Elemental que funcionava na Região Etérica do Mundo Físico. Como um vampiro invisível, ele havia crescido muito e estava roubando dessa bela mãe seu próprio princípio de vida. Sem ajuda, ela era impotente para se livrar desse Elemental.
Não há necessidade de elaborar sobre o tratamento, enquanto houver viés no julgamento diagnóstico do leitor. Ao fazer um diagnóstico, é bom que sejamos lentos em todos os casos neuróticos, pois primeiro devemos ter certeza de que os sintomas não têm origem física e que não pode haver obsessão de fato e/ou totalmente sem dilatação pupilar. É fácil perceber que não cometer erros no diagnóstico nesses casos é de suma importância para a reputação do diagnosticador e de séria importância para o pobre paciente. Na realidade, os nomes histeria, neurastenia e psiconeurose são subterfúgios vãos, usados para cobrir as multidões de nossa ignorância.
Em poucas palavras, a paciente tinha uma predisposição neurótica, um ambiente hostil, o estresse da maternidade; e uma prática maligna enfraqueceu ainda mais a possessão física e mental, fornecendo assim uma condição ideal como um convite à influência externa. O Elemental obteve uma área de consciência dela em uma data precoce, e como seus atos eram uma rendição de vida ao Elemental, esse cresceu muito, alimentando-se do Éter de Vida e foi capaz de obter a posse de mais áreas de sua consciência. Aos poucos, o Elemental se tornou a maior coisa dentro do Templo, destronando o Ego humano de seu “Trono da Razão”.
Nota — Embora a paciente seja capaz de cuidar de seus deveres domésticos, ela ainda continuou, um bom tempo, sob observação médica.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross – novembro/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
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