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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Algumas Reflexões Sobre Alimentação

Torna-se evidente, nos nossos dias, que o vegetarianismo e o veganismo têm aumentado consideravelmente no mundo inteiro. O número crescente de adeptos a esses regimes alimentares clama por informações cada vez mais completas e sustentadas em pesquisas responsáveis dos especialistas dedicados à nutrição racional e humana. Isso nos enche de alegria. E mesmo que saibamos que as razões que levam a uns e a outros a seguir essa tendência sejam inicialmente personalistas ou ainda egoístas, essa atitude está colaborando com a diminuição do sofrimento dos nossos irmãos menores, e chegará o dia em que a maioria compreenderá e adotará a inofensividade e o respeito na hora de escolher o alimento.

Essa atitude, por si, já é um ato ético de valor moral que trará saúde, alimentando assim não somente nosso Corpo Denso, mas também quem realmente somos – um Ego da Onda de Vida Humana –, promovendo sentimentos altruístas e amorosos para com nossos semelhantes.

No entanto, não devemos esperar que a mudança de hábitos alimentares tenha de ser imediata, ou que devamos eliminar, do dia para a noite, nossos equívocos e vícios em relação à forma de nos alimentarmos, não! Toda mudança deve partir do nosso foro íntimo para se tornar atitude inquebrantável e duradoura.

A adoção de novos hábitos precisa ser um ato de amor a nós mesmos para que esses possam substituir gradualmente aqueles que nos mantêm escravizados e doentes.

Costumamos pensar que uma alimentação sem carnes (de mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios e afins) e o deixar de utilizar quaisquer coisas que precisam de quaisquer partes de animais seriam difíceis, monótonas e desagradáveis ao nosso paladar e ainda nos deixariam pouco sociáveis (não sendo convidados e nem bem-vistos em festas e atividades em que haja esses materiais de animais mortos), o que nos levaria a fraqueza ou a estados de fome contínua ou ao desprezo e solidão. Ledo engano!

Uma alimentação vegetariana, preparada com agradecimento e respeito para aqueles que participaram da corrente que fez possível esse alimento estar na nossa mesa, e a persistência em não utilizar nada que proveem do sacrifício dos nossos irmãos menores nos fará sentir plenos e vitalizados porque somos Cristificados com esses sentimentos.

E no ato de preparar os alimentos, lembre-se sempre que o Espírito de Cristo permeia, colore e dá aroma a cada fruta, legume, verdura ou cereal que comemos porque Ele vitaliza anualmente a Terra de onde foram extraídos. Esses pensamentos farão crescer o potencial nutritivo de cada alimento, tornando-o perfeito para nosso crescimento espiritual.

(Publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – 1999)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Dicas para uma Alimentação Vegetariana Saudável e que trará Bons Resultados

Eis o Lema Rosacruz: Mente Pura – Coração Nobre – Corpo São. É um convite para cada ser humano entender e harmonizar sua natureza. O ser humano não é apenas um corpo – o Corpo Denso -, senão também desejos, emoções, sentimentos e pensamentos. Sua saúde integral pressupõe uma coerente cadeia de atividades: reto pensar, amoroso sentir e edificante agir.

Mais do que nunca, hoje sabemos como os pensamentos e emoções influem na saúde e na felicidade do ser humano. A saúde mental e emocional tem sido cultivada por vasta literatura espiritualista.

Não há critério definido em questão, todavia, aqui vão algumas recomendações fundamentais:

  • Aproveite ao máximo os alimentos integrais, que hoje em dia encontram-se espalhados pelo mercado: arroz, farinha de arroz, trigo, macarrão, etc.
  • Inicie as principais refeições com uma salada crua. Há muita coisa que pode ser ralada e comida crua: cenoura, beterraba, nabo, rabanete, couve-flor e abobrinha. Varie todos os dias, juntando vegetais cortados (alface, escarola, pepinos, pimentão, agrião, etc..). São admitidas muitas variações. Prepare-as com limão, azeite ou óleo e pouco sal – ou com alga em pó. Além de ricas, estas saladas iniciais cortam parcialmente a fome das pessoas que desejam emagrecer sem carências.
  • Evite as frituras, sempre que possível, evite também condimentos e refogados apurados. Os melhores estimulantes do apetite devem ser o exercício físico e uma mesa bem-posta, com pratos bem arranjados, em ambiente harmonioso.
  • É melhor comer as frutas entre as refeições, uma de cada espécie por vez. Elas não combinam bem com as verduras.
  • Não é aconselhável tomar-se líquidos nas refeições. Se você já estiver acostumado, beba chá aromático quentinho (de anis estrelado, erva-doce, hortelã, etc.). Tome água até meia hora antes ou duas horas após as refeições.
  • Há um suco digestivo para cada classe de alimentos. A mistura de certos sucos é incompatível. Portanto, é melhor que se usem poucos pratos em cada refeição, variando sempre, em vez de muitas misturas numa só mesa.
  • O leite e seus derivados enriquecem o regime alimentar. Prefira o queijo fresco ao mais forte. A coalhada caseira é muito salutar e prolonga a vida, por sua ação benéfica aos intestinos.
  • É importantíssimo que seus intestinos funcionem duas vezes por dia. A prisão de ventre é removida naturalmente com o regime vegetariano e o uso da coalhada caseira com ameixas pretas, ao levantar-se e ao deitar-se.
  • Habitue seus intestinos a funcionarem em hora certa. Isso evita protelar a evacuação, o que provoca a reabsorção dos líquidos, causando prisão de ventre, com seus prejuízos.
  • Alimentos oleosos devem ser usados de preferência no inverno.
  • Não cozinhe demasiadamente os alimentos, para que não percam o valor nutritivo. Procure conhecer os tempos de cozimentos.
  • Viva de acordo com seu organismo e aprenda a sentir reações e avisos.
  • Coma com calma. Evite nervosismo à mesa. Mastigue bem os sólidos e insalive os líquidos. Quando estiver ingerindo leite e pão, mastigue primeiramente o pão e depois tome e insalive o leite, para que a digestão seja completa.
  • Os alimentos que contêm muita água (batatas, verduras) devem ser cozidos ao vapor, com um mínimo de água e em fogo baixo.
  • Evite o abuso de massas e doces. Reduza-os com a idade.
  • Não cozinhe com raiva ou depressão. Os alimentos ficam impregnados pelo estado emocional de quem os prepara. Execute esta tarefa com todo o amor e alegria.

(Cozinha Vegetariana – Fraternidade Rosacruz)

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É a Carne Animal Prejudicial à Saúde?

Essa pergunta tem sido feita por milhares de pessoas todos os dias ao redor do mundo. Alguns por gostarem e outros por acreditarem que a carne de animal (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios e afins) é necessária, não param de ingeri-la sem se preocuparem com o fato de que a carne traz muito mais malefícios do que os vegetais. Hoje sabe-se, cientificamente, que a dieta sem carne protege a saúde do ser humano, proporcionando maior energia e lucidez ao pensamento, além de menor agressividade. Sabe-se também que a alimentação com carne animal traz pelo menos 3 prejuízos: doenças cardíacas, aumento de peso (obesidade) e maior incidência de câncer.

Um estudo comparativo entre hábitos alimentares, em diversos países, revelou que morrem mais pessoas de doenças cardíacas onde o consumo de carnes é mais elevado. Deve-se lembrar que membros de determinadas religiões, que não se alimentam de carne, não apresentam doenças cardíacas frequentes. Também no Japão, onde se come pouca gordura, a mortalidade por doenças cardíacas é inferior a qualquer outra nação industrializada.

Se, à primeira vista, a causa de tais doenças parecia ser o colesterol das carnes gordas, é necessário conhecer que mesmo as carnes mais magras apresentam gordura entre suas fibras. Além desse fator, estudos científicos mostram que a ingestão de proteínas animais, de qualquer tipo, aumenta o nível de colesterol no sangue, muito mais do que qualquer dieta baseada em vegetais.

Em relação ao peso, todos os vegetarianos têm peso menor do que os carnívoros. Um grupo de mais de 120 vegetarianos apresentou um peso médio igual a 16 quilos menos do que um grupo comparativo que se alimentava de carne. Qual a razão? Os vegetais mais volumosos, satisfazem o apetite sempre com um menor número de calorias.

Trata-se de uma questão de inteligência, pois pode-se manter uma figura esbelta e bonita com a vantagem de se reduzir o risco de vir a sofrer de doenças cardíacas, diabetes e hipertensão arterial.

Por último, pesquisas efetuadas nos últimos 10 anos demonstram que o mesmo tipo de alimentação, rica em gordura animal e colesterol, contribui igualmente para o aparecimento de câncer de cólon (intestino grosso), de mama e do útero.

Esses tipos de câncer, raros entre os japoneses, são bastante frequentes entre os grandes comedores de carne. A causa da maior incidência de câncer no intestino grosso parece ser explicada pelo fato de a carne apresentar outras substâncias químicas. O baixo teor de fibras desse tipo de alimentação torna os intestinos mais lentos, proporcionando um contato mais duradouro dessas substâncias químicas com o intestino, podendo desencadear o câncer do cólon. Dentre as carnes, deve se evitar principalmente as vermelhas e piores do que elas são as carnes acondicionadas (“embutidos”), como salsicha, linguiça, presunto, salame e mortadela, pois possuem quantidade bem maior de sulfito de sódio (que produz câncer digestivo) e de nitrato de potássio, usado para dar coloração à carne.

Quanto ao câncer de mama e do útero, parecem estar relacionados com os hormônios conduzidos pela carne. Lembrar que os animais de carne vermelha têm o organismo muito semelhante ao do ser humano. Outro fato digno de ser lembrado, refere-se à aplicação no gado de um hormônio chamado dietilbestrol, para que os animais ganhem peso mais rapidamente e que no ser humano leva à impotência sexual.

Cremos que essas razões, dentre muitas outras prejudiciais, constituem mais do que um alerta para se pensar duas vezes antes de ingerir carne. E, para aqueles que acreditam que fomos concebidos para ingerir alimentação à base de carnes, a resposta é NÃO. Embora muitos seres humanos se alimentem de carne, a anatomia do sistema digestivo do ser humano, incluindo os dentes e maxilares, é muito mais apropriada para a alimentação à base de produtos vegetais.

(Hamilton Petito, publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro-dezembro de 1996)

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Carta de Max Heindel: O Consumo de Carne Animal e o Uso de Peles, Couros e de outras partes dos Animais

Maio de 1918

Um Estudante que confessou que ainda continua, às vezes, comendo carne animal tem, ocasionalmente, uma disposição para falar com os outros sobre os Ensinamentos Rosacruzes, mas sempre se sente um hipócrita toda vez que preconiza o vegetarianismo. Ele nos pergunta como pode superar esse hábito e se deveria desistir de ensinar aos outros até que consiga parar de comer carne animal.

Essa pergunta tem um interesse geral, pois embora os Estudantes dos Ensinamentos Rosacruzes sejam sinceros e sérios, eles têm as mesmas imperfeições que todos os outros seres humanos, ou não estariam aqui; dessa forma, uma carta sobre esse assunto pode ser muito útil para muitos.

Não precisamos de argumentos para provar que você não pode efetivamente discorrer sobre espiritualidade, enquanto toma um coquetel com bebidas alcóolicas, nem defender uma vida inofensiva, enquanto come um bife de carne animal. Além disso, aqueles que conhecem nossos hábitos na vida quotidiana, são sempre rápidos em perceber a diferença entre o que você prega e o que você vive. Portanto, é muito bem melhor ser capaz de viver de acordo com os Ensinamentos Rosacruzes antes de começar a converter os outros. Ao mesmo tempo, chamar alguém de hipócrita é muito ofensivo, só porque ele defende um ideal que ainda não alcançou. Enquanto houver alguém que creia, sinceramente, que a dieta isenta de carne animal é a correta e que tenta viver de acordo, ele está justificado a pregá-la, ainda que, ocasionalmente, infrinja a regra. A Estrela Polar guia o marinheiro com segurança até o refúgio desejado, embora ele nunca alcance a própria estrela. Da mesma forma, se elevarmos os nossos ideais tão altos quanto as estrelas, podemos não os alcançar nesta vida, mas seremos sempre melhores caso possamos realizá-los.

Ao mesmo tempo, parece que exercendo um pouco de força de vontade não seria muito difícil para alguém se abster do tabaco, da bebida alcoólica e da carne animal. Certamente, o pensamento do sofrimento que é causado aos pobres animais nos transportes a caminho do matadouro, e a agonia que precede o momento final do golpe que acaba com a vida deles, ou o momento em que a faca é passada na garganta deles, deveria comover qualquer um que aspire à uma vida mais elevada e encher esse aspirante de compaixão por essas pobres criaturas que não podem se defender. Por razões semelhantes, o uso de peles e plumas, como vestimentas, deveria ser totalmente evitado. É igualmente inconsistente e causaria comentários desfavoráveis se alguém pregasse o evangelho da inofensividade, enquanto se adorna com peles ou couro de animais.

Infelizmente, a complexidade da nossa civilização nos obriga a usar parte dos animais para muitas coisas, devido à inexistência, no mercado, de substitutos adequados. Mesmo assim, devemos fazer todo o possível para evitar o uso de qualquer material proveniente do corpo de um animal que requeira sua morte. Uma das bênçãos dessa guerra atual[1] é que o ser humano está percebendo que a carne animal não é um alimento essencial da dieta, e que vivemos muito melhor sem a ingestão de bebidas alcóolicas. Temos a esperança de que isso seja apenas o princípio do fim, e que o ser humano em breve pare de criar ou caçar animais para aproveitar a carne e o couro deles. Enquanto isso, vamos todos dar o exemplo e nos empenharmos com toda a nossa força de vontade para conseguir esse fim.

(Carta nº 90 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Refere-se à Primeira Guerra Mundial.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Envelhecendo com Saúde e Produtividade

Cada vez mais os assuntos de saúde têm merecido atenção especial, principalmente no que se refere ao prolongamento do tempo de vida. Obviamente, nenhum prolongamento da existência terrena será útil a menos que com boa qualidade de vida e extensão do período de produtividade.

A ciência exotérica tem se preocupado com novas drogas, técnicas modernas e até transplantes de glândulas para atingir tal objetivo, isto é, meios que atuem e influenciem primariamente a forma.

Entretanto, os esotéricos, entre os quais os Estudantes Rosacruzes, sabem que resultados superiores às drogas e aos tratamentos são conseguidos com o conhecimento, pois ele amplia largamente as portas que deixam entrar a força curadora que vem do Pai.

Sabemos que a medicina preventiva supera em grande extensão a medicina curativa, essa com suas limitações para agir na saúde já deficiente. Assim, mediante a remoção de todas as causas capazes de produzir vibrações anormais, derivadas da atividade física, do controle da emoção e da Mente, tudo em harmonia com o Ego e com os conhecimentos transmitidos por nossa Filosofia Rosacruz, toda a penitência necessária e suficiente será, um dia, a preventiva ao invés da curativa.

Durante os intervalos entre as vidas humanas, o Ego reabastece seus reservatórios de forças de vida, o que torna possível a sua existência física. Faz então soar a nota-chave cuja intensidade de vibração é que determina a qualidade da substância anímica dos três Mundos inferiores (Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo e Mundo Físico) e que irá constituir a estrutura do Tríplice Corpo.

A morte por senilidade é consequência do desgaste progressivo daquela energia armazenada ou pela retirada do Ego, fonte da vida, quando houver desinteresse em participar das manifestações no plano físico.

O uso da energia acumulada e o desgaste do Corpo Denso até que se torne insustentável ocorre por meio da atividade desenvolvida por orientação do Ego ou da sua personalidade. À medida que o Ego adquire habilidade mediante a experiência evolucionária, pode se direcionar para o serviço altruísta, voluntariamente sacrificando pouco o corpo em seu trabalho para seguir o Plano Divino. Os seres menos evoluídos se tornam vítimas de seus instintos inferiores por perseguirem prazeres vulgares e por atividades discordantes entre os aspectos mental e emocional. Tanto os seres superiores quanto os inferiores chegarão ao término da vida terrestre, entretanto seus motivos constituem polos opostos.

Certamente serão encontrados meios para manter o vigor da juventude e com produtividade até o final da vida terrena. Entretanto, até que o ser humano alcance o mais alto grau de perfeição, não é de seu interesse sobreviver indefinidamente em um Corpo Denso imperfeito. Tal Corpo não permitiria as ações que contribuíssem para o objetivo maior do Ego, isto é, o aperfeiçoamento por meio da experiência.

Embora atualmente não estejamos aptos a sobrepujar a morte física, vivendo com sabedoria e dentro das normas do reto viver, podemos prolongar a vida física ao mesmo tempo que promovemos o seu vigor.

Para tanto é preciso que tenhamos autodomínio sobre nossos hábitos físicos, emocionais e mentais. Mediante o pensamento positivo, a concentração e a meditação podemos adquirir a inspiração necessária que nos dirigirá através de uma poderosa vontade.

O idoso pode redescobrir talentos, seja mediante a escrita de artigos e livros, pinturas, bordados, jardinagem, ações de serviço ao próximo, seja o que for.

Como já foi dito, nossos Corpos Densos são os instrumentos necessários para que nós, o Ego, alcancemos a experiência necessária para o nosso desenvolvimento.

Dessa forma, pode-se concluir que para o nosso bem-estar espiritual é necessário que tenhamos o maior cuidado com nossa saúde e que vivamos na Terra tanto tempo quanto nos for possível.

Falando de uma maneira genérica, as pessoas idosas parecem inclinadas a pensar que seus prévios anos de serviço devem ser recompensados com anos de lazer. Isso é verdade de um ponto de vista superficial, porém, de um ponto de vista mais profundo, a oportunidade para lazer pode significar a oportunidade para desenvolver suas faculdades espirituais e servir aos outros tanto quanto for possível. Não foi outra a intenção das palavras: “Aquele que quiser ser o maior entre vós que seja o servo de todos”.

É preciso aprender a viver em harmonia com as imutáveis leis de Deus. A vida é um fluxo constante e a juventude é mantida pela atividade.

A estagnação não é admissível, pois, novas experiências contribuem para o verdadeiro sentido do progresso, e progresso é a razão para nós, Egos, estarmos aqui na Terra habitando um Corpo Denso.

A experiência, o aperfeiçoamento, são os objetivos maiores. Assim, para acumulá-los, é desejável que a vida física seja a mais prolongada possível.

Entretanto, de nada nos adianta uma vida física prolongada se não tivermos saúde suficiente que nos permita exercer as atividades necessárias para que possamos adquirir tal experiência. Dessa forma, torna-se imperativo que nos dediquemos a atividades que permitam uma velhice com capacidade física, intelectual e espiritual.

É preciso transformar a velhice rabugenta e deficiente fisicamente na velhice que permita uma melhor qualidade de vida, capaz de aumentar a nossa longevidade, com condições dignas e produtivas. O idoso não pode e não deve ser uma caricatura, não pode ser discriminado.

Dr. Clayton, médico holandês, já habitante dos planos superiores, costumava dizer que “a velhice é o desgaste natural da matéria e o espaço de tempo facultado por Deus para que possamos fazer uma avaliação mais profunda sobre a nossa existência terrestre (espaço facultado também aos animais)”.

É preciso, pois, encontrar momentos de paz interior, alimentação adequada e condições para se exercitar física e intelectualmente, lendo ou exercendo alguma atividade que dê prazer. Afinal, cada renascimento aqui será sempre curto para toda experiência que ainda necessitamos adquirir. É preciso que aproveitemos o tempo dessa vida física para crescer verdadeiramente. É preciso que quando idosos assumamos o controle de nossas vidas e passem a não depender dos outros. É preciso aprender a ter, ver e ouvir ainda que nossos olhos e ouvidos apresentem deficiência. Conhecendo os nossos poderes, sabemos que os olhos falham mais para quem não quer ver e, pasme, o reumatismo atinge predominantemente quem prefere a imobilidade.

Para que tudo isso seja evitado, há necessidade do gozarmos de boa saúde física e psíquica. Ambas dependem basicamente da alimentação adequada e dos exercícios físicos que ativem a circulação e as estruturas musculares e articulares.

Quanto à alimentação apropriada sugiro que os irmãos e irmãs se reportem ao livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” em que encontrarão explicações abundantes sobre as vantagens do vegetarianismo, ingestão de vitaminas e suco de frutas com água destilada. Evite ainda o açúcar branco, refinado e não exagere no sal.

Passaremos à descrição de alguns exercícios físicos, apropriados para qualquer idade, porém accessíveis aos mais idosos. O período da manhã, antes do desjejum, é o período mais indicado para a realização de tais exercícios.

Inicie seu dia com uma fricção pelo corpo todo com uma toalha felpuda. Isso ativa a circulação, as funções da pele e, indiretamente, auxilia as articulações. Gaste mais ou menos de 10 a 15 minutos por dia. O início pode parecer difícil, porém persista. Sua recompensa será maior do que a que você espera.

a) Para as pernas:

  1. Em pé, segure-se em algo firme e dobre suas pernas, uma de cada vez, esticando e dobrando sucessivamente, a esquerda e a direita, 5 a 10 vezes cada uma. Imagine-se chutando uma bola enquanto estica e dobra as pernas, chute lentamente a bola, várias vezes. Repita com a outra perna.

b) Para os ombros:

  1. Em pé, com os braços caídos ao longo do corpo, rode os ombros no sentido dos ponteiros do relógio, e você irá girar na parede do lado do ombro que irá rodar.
  2. Faça isso com os dois ombros e depois repita no sentido contrário aos ponteiros do relógio.
  3. Estenda os braços para a frente na horizontal, abra-os até estenderem como se estivessem em uma cruz e bata palmas. Faça mais ou menos 20 vezes.

c) Para o pescoço:

  1. Jogue os ombros para trás e encoste o queixo no peito, em seguida levante o queixo o mais alto que puder. Repita várias vezes.
  2. Rode a cabeça para a direita e depois para a esquerda, cuidado que no início pode sentir leve tontura. Vá devagar.
  3. Faça movimentos laterais com a cabeça, como se tentasse encostar a orelha no ombro do mesmo lado, direita e esquerda.

d) Para os quadris:

  1. Afaste as pernas mais ou menos 40 cm uma da outra, dobre levemente os joelhos e faça movimentos com os quadris, para cima e para baixo, como se estivesse montando um cavalo.
  2. Na mesma posição, coloque as mãos na cintura e rode os quadris em movimentos circulares, primeiro para a direita e depois para a esquerda.

Tanto o item 1 como o 2, devem ser realizados mais ou menos 12 vezes de cada lado.

e) Para a coluna:

  1. Se sua coluna não tem problemas sérios, afaste as pernas mais ou menos 40 cm, dobre levemente os joelhos, deixe os braços caídos ao longo do corpo e incline o corpo para a frente até o ponto em que for possível, sem forçar demais. Volte à vertical e repita a inclinação do tórax para a frente, forçando um pouquinho, até o ponto em que sua coluna permita. Faça 6 vezes ao dia.
  2. Na ponta dos pés, com os braços esticados acima da cabeça, ande pelo aposento que estiver movimentando os braços para cima e para baixo como se fossem 2 pistões subindo e descendo. Primeiro o esquerdo e depois o direito.

f) Para o abdômen:

  1. Deite-se sobre o dorso, em uma superfície firme, deixe as pernas dobradas e levante a cabeça várias vezes, certifique-se que a cada levantamento da cabeça ocorra contração dos músculos abdominais. Faça 10 vezes.
  2. Na mesma posição acima, com as mãos embaixo das nádegas, com as palmas para baixo, dobre as pernas tentando encostar os joelhos no peito, em seguida estique-as, repetindo os 2 movimentos várias vezes.

Após esses exercícios sente-se por alguns minutos com as pernas cruzadas, posição indiana. Essa posição ajuda a relaxar a musculatura abdominal. Respire várias vezes profundamente para renovar o oxigênio do sistema circulatório.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – maio-junho/1993)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Vegetarianismo – Mude sua Alimentação sem ter de mudar de vida

Vegetarianismo – Mude sua Alimentação sem ter de mudar de vida

Com algumas mudanças de hábitos é possível viver melhor e principalmente, com mais saúde, sem fazer disso uma obrigação.

O ato de comer é um prazer. É agradável apreciar a apresentação dos alimentos no prato, sentir seu aroma, sua textura e seu sabor. Uma alimentação é saudável quando todas essas qualidades estão reunidas e torna-se equilibrada quando entendemos um pouco de nutrição.

Nossa terra é rica em variedades de frutas, verduras e legumes.

O clima e os cuidados com a conservação do solo permitem que as plantas cresçam saudáveis e nutritivas em todas as suas partes: folhas, caules, frutas, sementes e raízes.

Para planejar uma alimentação equilibrada é necessário compor o cardápio do dia com todos os nutrientes de que o organismo necessita. Tanto o excesso quanto a falta de algum nutriente podem ocasionar problemas de saúde.

Uma alimentação balanceada deve fornecer as substâncias nutritivas essenciais à saúde. Ela deve incluir: proteínas, carboidratos, vitaminas, minerais e água.

Nossos alimentos são divididos em grupos:

  • construtores
  • energéticos
  • reguladores

Alimentos construtores: fornecem proteínas ao corpo, são substâncias que vão formar e manter: os músculos, ossos, o sangue, os órgãos, a pele e o cérebro, constrói novos tecidos; promover o crescimento e contribuir para a resistência do organismo às doenças.

Fontes: ovos, leite e derivados, leguminosas secas (feijão, ervilha, lentilha e soja)

Alimentos energéticos: fornecem carboidratos e lipídeos ao corpo.

Carboidratos: com algumas exceções, são de origem vegetal. Sua função na alimentação humana é fornecer energia.

Fontes: cereais (arroz, milhos, trigo, aveia, pães, tubérculos, raízes, açúcares e doces.

Lipídeos: possuem valor energético e transportam as vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), protegendo os órgãos vitais e o organismo com a perda excessiva de calor.

Fontes: óleos e gorduras

Alimentos reguladores: fornecem vitaminas, minerais, fibras e água.

Vitaminas: são compostos orgânicos que aparecem nos alimentos em pequenas concentrações, mas desempenham funções específicas e vitais nas células e nos tecidos do corpo. Não podem ser sintetizadas pelo organismo e sua ausência ou absorção inadequada provoca doenças de carência específica.

Fontes: frutas, verduras e legumes.

Minerais: são partes integrantes de hormônios, enzimas e vitaminas e fornecem os constituintes enrijecedores de ossos e dentes. Cálcio, fósforo, enxofre, cloro e magnésio são necessários ao organismo em grandes quantidades diárias. Ferro, flúor, zinco, cobre, iodo, cromo e cobalto são necessários em quantidades menores.

Fontes: frutas, verduras e legumes.

Fibras: constituem o material da parede da célula vegetal, com estruturas que dão forma e textura: cascas, películas, sementes, etc.

Não são digeridas ou absorvidas pelo organismo.

Apesar de não possuírem valor nutritivo ou energético, participam ativamente da mecânica da digestão, a tornando mais fácil e completa.

Ajudam o alimento a se movimentar através do intestino, facilitando, assim, o seu funcionamento.

Benéficos: – redução colesterol e do mau colesterol (LDL), aumento do colesterol bom (HDL), redução dos triglicerídeos, controle do diabetes, redução da pressão artéria, aumento da sensação de saciedade, alívio da prisão de ventre, prevenção de problemas no intestino, como inflamações e câncer.

Fontes: aveia, arroz integral, granola, cevada, trigo, milho, açaí, centeio, sementes de linhaça e quinua.

Água: é o principal componente do corpo humano e constitui cerca de 2/3 do peso corpóreo total. Junto ao oxigênio, ela é o elemento mais importante para a manutenção da vida. A água possui funções construtora e reguladora.

Hábitos Alimentares para garantir uma boa saúde

Planeje uma alimentação equilibrada, selecione, criteriosamente, os alimentos e pratique cuidados básicos de higiene para que ela seja saudável e segura.

Adote também as seguintes práticas:

  1. Coma na hora certa// fazendo as refeições no mesmo horário, seu organismo funcionará melhor.
  2. Coma o suficiente // alimentação em quantidade exagerada dificulta a digestão e pode causar sensação de mal estar. Quem come o suficiente sente-se melhor e mantém o peso normal// Coma para viver e não viva para comer
  3. Não tenha pressa // para que o sabor seja apreciado, o alimento precisa ser mastigado, sem pressa, até ser triturado. Desse modo, o estômago trabalha menos e os nutrientes
  4. Evite preocupação enquanto come // perturbações emocionais durante as refeições diminuem o apetite e dificultam a digestão.
  5. Beba líquido na medida e na hora certas // todas as reações do corpo ocorrem na presença de água, que também é responsável pela desintoxicação do organismo. É importante ingerir de 08 a 10 copos de água por dia. Durante as refeições, evite beber líquidos para não prejudicar a digestão.
  6. Evite frituras e alimentos gordurosos // assim, você evita o aumento do colesterol e o excesso de peso, além de facilitar a digestão. O estômago, o fígado e o coração agradecem.
  7. Faça uma dieta equilibrada // programe uma dieta com alimentos que garantam o consumo de proteínas, carboidratos, gorduras, minerais, vitaminas, fibras e água.
  8. Monte o prato com alimentos de cores diferentes // quanto maios colorido o prato, maior a diversidade de vitaminas e minerais disponíveis.
  9. Facilite a digestão // procure fazer uma pequena e tranquila caminhada, para ajudar a digestão.
  10. Coma frutas frescas, muita salada, pães integrais
  11. Tome sucos naturais, chás e sucos de leite de soja
  12. Procure ingerir pouco óleo e pouco sal
  13. Evite refrigerantes, enlatados e achocolatados
  14. Evite açúcar branco; prefira mel, açúcar mascavo, natural ou adoçantes sem aspartame e sem ciclamato
  15. Procure cozinhar no vapor
  16. Não fume
  17. Não tome bebidas alcoólicas
  18. Faça exercícios físicos, caminhadas e suba escadas
  19. Tome sol
  20. Ande descalço na terra sempre que puder
  21. Cuide de plantas (é uma ótima terapia)
  22. Cuide da sua parte espiritual Cristã (de preferência seja Estudante de uma Escola de Mistérios Cristã, como a Fraternidade Rosacruz)
  23. Ouça boas músicas (de preferência que tenha harmonia, melodia e ritmo composto de materiais das Regiões superiores do Mundo do Desejo e do Mundo do Pensamento)
  24. Cultive pensamentos positivos (faça os Exercícios Esotéricos que a Escola lhe oferece)

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Proteção aos Reinos Inferiores: apele para sua razão e sentimento para cumprir um dos Dez Mandamentos na íntegra, “não matarás!”

Proteção aos Reinos Inferiores: apele para sua razão e sentimento para cumprir um dos Dez Mandamentos na íntegra, “não matarás!”

O dia 21 de setembro é particularmente dedicado às árvores, formas de expressão no Mundo Físico dos mais adiantados espíritos da onda de vida vegetal, ainda não individualizados, e por essa razão evoluindo sob a custódia de Espíritos-Grupo Angélicos.

Os poetas e prosadores têm decantado, sobremaneira, os benefícios que o ser humano aufere à custa das árvores. Constâncio Vigil assim as expressa sobre a árvore: “Cópia do Universo, e toda serenidade, beleza e harmonia“.

Os governos da maioria dos países se encontram, atualmente, empenhados numa campanha de incentivo ao reflorestamento, oferecendo inúmeras vantagens àqueles que aderirem a ela.

Louvamos tais atitudes, e não podemos deixar e reiterar nosso apoio a quaisquer movimentos dessa natureza, porém, nosso objetivo vai mais além. Não só exaltamos a magnitude da proteção ao Reino vegetal, como também propugnamos pelas mesmas atenções a todos os Reinos da natureza.

A vida no Mundo Físico manifesta-se por meio da forma, e é mister que essa se aprimore para que aquela venha a manifestar-se com mais desenvoltura. Nossa ação é importante no aperfeiçoamento de tudo quanto nasce, cresce, vive e se transforma na face da Terra. Partindo do princípio de que somos representantes de um Reino superior ao mineral, vegetal e animal, assumimos a responsabilidade de contribuir para que a manifestação da Vida, através daqueles Reinos, realize-se em ascensão constante.

A diligência e o esmero empregados no trabalho executado com os minerais contribuem para a sua ascensão. O Reino vegetal, nós o sabemos, é extremamente dadivoso. Contudo, quando se fala em proteção aos Reinos inferiores, nossa atenção volta-se para o Reino animal, contra o qual são perpetrados verdadeiros crimes.

Sob o pretexto de obter alimentos, o ser humano dedica-se a matança dos mais elevados representantes da escala animal, com isenção plena de compaixão, às vezes com frieza e sadismo deplorável. Não temos o direito de restringir a vida a seres que estão a um passo da individualização. Se necessitamos de alimentos, os mais adequados a nossa constituição encontram-se no Reino vegetal, pródigo em variedade e qualidade.
A Filosofia Rosacruz é objetiva no sentido de ensinar que toda partícula alimentar que ingerimos contém vida e, antes que esta partícula seja agregada ao nosso organismo pelo processo da assimilação, é necessária que a dominemos e sujeitemos a nós mesmos, o que trará harmonia ao corpo. Quanto mais individualizada for a partícula, tanto mais dificuldade haverá para que seja assimilada. O animal possui Corpo de Desejos.

Cada célula que compõe seu corpo possui uma alma individual, compenetrada pelas suas paixões e desejos. Eis porque a carne, como alimento, requer intenso esforço orgânico no processo de assimilação. Inclusive, a própria dentição humana não é apropriada a preparar tal tipo de alimento para ser trabalhado pelo aparelho digestivo. Então, seremos coerentes com a nossa própria condição de seres racionais, se procurarmos alimentos no Reino vegetal, sendo os mesmos menos individualizados, e amplamente adequados às nossas necessidades, substituindo, com maiores vantagens, os elementos nutritivos oriundos da dieta carnívora, principalmente pela facilidade com que são assimilados. Estudos científicos empreendidos sem preconceitos demonstraram ser o ser humano um animal frugívoro (que deve alimentar-se de frutas, folhas e raízes). Isso foi evidenciado pela anatomia comparada.

Analisando os fatos à Luz da Ciência Oculta, não nos causa estranheza que uns sem número de enfermidades venha afligindo a humanidade. As consequências só podem ser funestas quando os atos humanos colidem com as Leis da Natureza. Estas regem a conservação da vida, da espécie e da saúde.

Muitas debilidades orgânicas poderiam ser erradicadas pela adoção da dieta vegetariana.

Muitos podem objetar, afirmando que truncamos o desenvolvimento de um vegetal tirando-lhe a vida para usá-lo como alimento. Porém, isto pode ser esclarecido. Quando a fruta está madura, realizou o seu propósito de servir como matriz para o amadurecimento da semente. Se não é utilizada como alimento apodrece e perde-se. Além disso, está destinada a servir de alimento ao animal e ao ser humano, proporcionando-se assim, à semente, oportunidade de crescimento ao espalhar-se em solo fértil. E deste modo não se arrebata à vida, mas ampliam-se as possibilidades de que ela se manifeste.

Se a matança de animais com a finalidade de se obter alimentos constitui algo abominável, tal ato praticado por mera recreação ou esporte torna-se profundamente execrável porque envolve violência, sadismo e, evidentemente, covardia por tratar-se de vítimas irracionais.

A Filosofia Rosacruz apela para a razão e sentimento do Estudante Rosacruz, no sentido de que seja observada a primeira Lei da Ciência Oculta: “Não matarás”. Cada um deve compenetrar-se de sua responsabilidade como protetor dos mais fracos, inspirando-se nas belas elucidações de Max Heindel, contidas no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e nas piedosas palavras de Ella Wheeler Wilcox:

“Eu sou o defensor do meu irmão e lutarei a sua luta; falarei a palavra em nome do animal e da ave, até que o mundo saiba o que deve fazer”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Espíritos Esclarecidos e o Vegetarianismo

Os Espíritos Esclarecidos e o Vegetarianismo

O vegetarianismo, tão velho como o mundo, foi sustentado pelos grandes espíritos; não nasceu da imaginação de um cérebro doentio, mas corresponde a uma realidade científica.

Desde os tempos mais remotos, os moralistas, legisladores, chefes de escolas científicas, filosóficas ou religiosas condenaram os excessos alimentares, pregando a seus concidadãos, discípulos ou adeptos a abstinência de toda carne (mamífero, aves, peixes, répteis, anfíbios, “frutos do mar” e qualquer outro do reino animal). Sem remontar à época dos magos, dos sábios da Índia, da China primitiva e do Egito, momento em que o vegetarianismo desfrutava grande prestígio, lembremos que entre os hebreus, os nazarenos praticavam a completa abstinência de carne.

Os pelasgos viviam de frutas; os pitagoristas alimentavam-se de frutas, queijo, legumes variados, pão e mel. Pitágoras, ele próprio, que morreu centenário, dizia, falando da carne: “Temei, ó, mortais, poluir vosso corpo com uma alimentação abominável”.

Platão não tolerava o uso da carne, senão para os soldados. Ele a proibia aos cidadãos de sua República ideal: “Sua alimentação”, preconizava ele, “será de farinha de trigo e de cevada, sob a forma de pão e pastéis. Usarão também sal, azeitonas, queijo, cebola, hortaliças cruas, figo, ervilha e fava. Assim, tranquilos e cheios de saúde, chegarão até à velhice e deixarão a seus filhos a herança de uma vida feliz”. Muito frugal, Platão nutria-se, sobretudo, de figos.

Os neoplatônicos da Escola de Alexandria, Longin, Jamblique e Porfírio, mantiveram a doutrina do mestre e condenaram a carne.

Tais ideias foram professadas por outros sábios. Crísipo, Socion e Sextus sugeriram-nas a Sêneca, que foi partidário do regime vegetariano.

Plutarco afirmava o seguinte.

  1. Nada há de mais natural que a repugnância que se experimenta ao comermos a carne dos animais.
  2. Só os homens primitivos a puderam suportar, por uma cruel necessidade.
  3. O uso de carne induz à ingratidão, barbárie e sensualidade desordenada.
  4. O homem não tem a constituição dos animais onívoros. Ele então acrescenta: Falais de dragões selvagens, panteras e leões, mas vós mesmos nada deveis a esses animais em crueldade, pois o morticínio é para eles uma necessidade, visando à nutrição, ao passo que para vós é um regalo, além do que tendes de usar os artifícios dos temperos para dissimular a repugnância.

Ovídio fez uma profissão de fé vegetariana que pôs na boca de Pitágoras. Depois de ter condenado a morte dos animais, ele diz: “Não era assim naquele tempo que denominamos a idade de ouro, em que o homem se contentava com as hortaliças e as frutas que abundavam na Terra, não maculando a boca com o sangue dos animais”.

Ninguém ignora com que força os Pais da Igreja se têm levantado contra o uso da carne. “Seguimos o exemplo dos lobos e dos tigres!”, exclamava São João Crisóstomo. “Ou, antes, somos piores do que eles, pois Deus nos honrou com o senso da equidade”.

Recomendava Clemente de Alexandria: “Guardai-vos desses alimentos. Não vos basta uma tão grande variedade de frutas, leite e toda sorte de alimentos secos? Aqueles que se reúnem em torno de mesas intemperantes cevam suas doenças e desenvolvem uma que considero vergonhosa, a que denominaria de demônio do ventre”.

Sem dúvida poderão objetar que tais ensinamentos, oriundos da antiguidade, não se poderiam aplicar aos nossos climas nem à nossa existência, devido à agitação dos tempos modernos. Dirijamo-nos, então, aos modernos.

Voltaire, nas Cartas de um indiano, comprazia-se em desvendar as baixezas da cozinha europeia, insistindo prazerosamente nos sabores nauseabundos da carne e da gordura dos animais.

Diderot e J. J. Rousseau defenderam resolutamente o vegetarianismo. O autor de Emile observava que os camponeses comiam menos carne e mais verduras do que as mulheres das cidades. Esse regime parecia mais favorável a elas e a seus filhos. Aos “necrófagos” eu aconselharia meditar sobre a seguinte página do poeta inglês Schelley.

“A anatomia comparada nos mostra que o homem se assemelha aos animais frugívoros e nada tem dos carnívoros; nem as garras para se apoderar da presa nem os dentes cortantes para a despedaçar viva. Somente pelo preparo, à custa de inteligentes manobras da arte culinária, é que se consegue tornar a carne mastigável e digestível.”

“Concito aqueles que aspiram a uma vida saudável e feliz que façam uma experiência imparcial do vegetarianismo. Não obstante a excelência desse regime, é somente entre os seres humanos esclarecidos que se pode esperar que sacrifiquem seu apetite e seus preconceitos… pois as pessoas de vistas curtas, vítimas de doenças, preferem acalmar seus tormentos com drogas a preveni-los com um regime atóxico, equilibrado e saudável.”

Schelley insiste, em seguida, nas enormes vantagens econômicas e sociais de uma reforma alimentar.

Lamartine, o mavioso poeta francês, criado por sua mãe nos princípios do vegetarianismo, conta que aos doze anos viveu só de pão, laticínios, verduras e frutas. “Minha saúde”, disse ele, “não foi menos perfeita por isso nem meu desenvolvimento menos rápido e é provavelmente a esse regime que eu devo esta pureza de estilo, esta sensibilidade requintada de impressões, esta doçura serena de humor e de caráter que conservei até esta época”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1965)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Boas Razões para Ser Vegetariano

Boas Razões para Ser Vegetariano

Muitas vezes me pedem para escrever algo sobre esse assunto. De fato, em uma ocasião recebi de nada menos que quarenta Oficiais Locais um pedido para que explicasse tudo o que eu quis dizer com o que chamei, ao falar em um dos Conselhos, de Evangelho de Mingau. Não creio que eu seja capaz de elucidar isso tudo, mas tentarei responder brevemente a uma pergunta que ouço com frequência: “Por que você recomenda o vegetarianismo?”.

Aqui estão, de qualquer forma, algumas das minhas razões para isso:

  1. Porque eu experimentei uma dieta vegetariana cheia de benefícios, tendo sido, ao mesmo tempo e por mais de dez anos, um vegetariano rigoroso.
  2. Porque, de acordo com a Bíblia, Deus originalmente pretendia que o alimento do ser humano fosse vegetariano: “Deus disse: Eu dei a vocês toda erva que dê semente e está sobre a face de toda a terra; e toda árvore em que há fruto que dê semente; isso será sua refeição” (Gn 1:29).
  3. Porque uma alimentação vegetariana é favorável à pureza, à castidade e ao perfeito controle dos apetites e paixões que costumam ser a fonte de grande tentação, especialmente para os jovens.
  4. Porque a dieta vegetariana é benéfica à força e à saúde robusta. Com pouquíssimas exceções, confirmadas apenas por inválidos, acredito que as pessoas seriam melhores em espírito, mais fortes em músculo e mais vigorosas em energia, caso se abstivessem totalmente do uso de alimentos de origem animal. Os espartanos, que ocupam o primeiro lugar entre todas as nações da história pela capacidade de suportar dificuldades, eram vegetarianos, assim como os exércitos de Roma, quando conquistavam o mundo.
  5. Porque dezenas de milhares de pessoas pobres, que agora têm muita dificuldade de sobreviver, após ter comprado alimentos à base de carne, poderiam, por sua substituição por frutas, legumes e outros alimentos baratos, conseguir conforto material, doar mais dinheiro aos pobres e à obra de Deus.
  6. Porque uma alimentação vegetariana baseada em trigo, aveia e outros grãos como lentilhas, ervilhas, feijões, nozes ou alimentos semelhantes é mais de 10 vezes superior economicamente à comida de origem animal. Metade do peso da carne se deve à água dentro dela, que precisa ser paga como se fosse carne! Uma refeição vegetariana, mesmo que permitamos queijo, manteiga e leite, custa, aproximadamente, só um quarto de uma que misture carne e legume.
  7. Porque a comida vegetariana impede o enorme desperdício de todos os tipos de alimentos de origem animal que são consumidos com quase nenhuma vantagem para quem os come.
  8. Porque a dieta vegetariana é uma proteção contra a bebida, já que o consumo de carne implica o aumento da embriaguez: um mau apetite produz outro.
  9. Porque o alimento vegetariano é oportuno à indústria e ao trabalho duro, enquanto a alimentação baseada em carne favorece a indolência, a sonolência, o aumento de gordura, a falta de energia, a indigestão, a prisão de ventre e outras aflições ou degradações.
  10. Porque está provado que a vida, a saúde e a felicidade são beneficiadas pelo prato vegetariano. Eu já conheci muitos exemplos disso. A maioria dos casos de longevidade pode ser encontrada entre aqueles que, desde a juventude, vivem principalmente, quando não inteiramente, de vegetais e frutas. Pensar em tudo isso é importante.
  11. Eu sou a favor da nutrição vegetariana porque os órgãos digestivos do ser humano não estão bem adaptados à ingestão da carne, a qual contém uma grande quantidade de matéria que, na época em que o animal foi morto, estava mudando e se preparando para ser expulsa do seu sistema. Essa matéria normalmente passa pelo estômago humano sem ser digerida e cai no sangue, causando várias doenças, especialmente reumatismo, gota, indigestão ou afins.
  12. Porque é muito difícil, sobretudo em climas quentes, manter frescos, pelo tempo suficiente para cozinhar e comer, os alimentos à base de carne; assim, uma grande quantidade de carne é consumida depois que começa a decair — ou seja, apodrecer. Esse apodrecimento geralmente começa muito antes que a carne dê qualquer sinal de sua condição real. Nem a aparência nem o cheiro dela são um guia seguro para saber se está saudável.
  13. Porque grande parte da carne que é empregada na alimentação humana já está doente e é quase impossível ter certeza de que qualquer pedaço de carne esteja completamente livre dos germes da doença. Sabe-se que muita carne comum, normalmente de animais velhos, é vendida aos açougueiros porque os animais estão doentes.
  14. Porque eu acredito que o grande aumento do consumo e a alta incidência do câncer nos últimos 100 anos foram causados pelo elevado incremento do uso de alimentos de origem animal e que uma dieta rigorosamente vegetariana muito ajude a afastar as doenças mais terríveis e incuráveis.
  15. Porque suponho que uma alimentação à base de carne provoque muitas doenças dolorosas que, embora possam não representar ameaças diretas à vida, causam bastante sofrimento e perda. Refiro-me às queixas como eczema, constipação, vermes, disenteria, severas dores de cabeça e coisas do gênero. A comida vegetariana ajudaria bastante no alívio ou até na cura dessas enfermidades.
  16. Por causa da terrível crueldade e do terror aos quais dezenas de milhões de animais assassinados em nome da alimentação humana são submetidos, ao viajar longas distâncias de navio, trem ou pela estrada até os matadouros. Deus desaprova qualquer tipo de crueldade — seja contra o ser humano ou os animais.
  17. Por causa das terríveis atrocidades praticadas pela matança de animais, em muitos matadouros. Todo esse comércio de carnificina é cruel, mesmo quando feito com cuidado e sabemos que no caso de milhões de criaturas isso seja feito com pouquíssimo critério. Dez mil porcos são assassinados para se tornar alimento a cada hora, somente na Europa.
  18. Porque o emprego de abate brutaliza quem é obrigado a fazer esse trabalho. “Os sentimentos mais elevados dos homens compassivos”, diz certo escritor, e concordo com ele, “revoltam-se com a crueldade, os pontos de vista degradantes, os gritos angustiantes, o perpétuo derramamento de sangue e todos os horrores que abrangem o massacre de criaturas sofredoras”.
  19. Porque a comida baseada em carne não é necessária para o trabalho duro. Grande parte do trabalho do mundo é feita por animais que sobrevivem de alimentos vegetais, tais como os cavalos, as mulas, camelos, bois e tantos outros.

Espero que este assunto seja digno da séria consideração de nossos Estudantes. Ele é importante não apenas para sua própria saúde e felicidade, mas para sua influência entre as pessoas, como homens e mulheres livres da escravidão dessa gratificação egoísta que frequentemente aflige os professos servos de Cristo. Lembremo-nos da direção do apóstolo: “Se você come ou bebe, ou o que quer que faça, faça para a glória de Deus”.

Pensem nessas coisas!

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross em 05/1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Vegetarianismo e a Lei do Amor

O Vegetarianismo e a Lei do Amor

O vegetarianismo é muitas vezes adotado por questões de saúde, como um regime alimentar mais saudável, mais higiênico e muito mais substancioso. Porém, o aspecto mais importante do mesmo é ser ele um modo de pensar e de sentir, visto estar profundamente ligado à ideia da Fraternidade Universal. Todos os reinos da natureza são partes de um Todo. A ciência e algumas religiões aceitam e explicam, de certo modo, a Lei da Evolução, a qual se processa através do desenvolvimento da consciência. Sendo o ser humano o ser dotado de maior consciência, é por isso mesmo de maior responsabilidade no mundo.

Por seu contínuo pensar, há de se aproximar cada vez mais das verdades proclamadas em todos os tempos por sábios, filósofos, santos e profetas. A base dessas verdades é, invariavelmente que a Lei do Amor é a única que conduzirá o ser humano a um estágio de real grandeza espiritual. Sem o amor, poderá conhecer grandes progressos materiais, mas somente com ele alcançará a verdadeira civilização, via do desenvolvimento espiritual. Ora, a Lei do Amor não pode admitir a cruel matança dos animais, como a que se executa, cada vez em maior escala.

Dizemos cruel e sobretudo inútil, porque, se é com fins de alimentação, milhões de vegetarianos em todo mundo provam que vivem em iguais ou melhores condições físicas e intelectuais que os não-vegetarianos. Se é com fins esportivos, nada pode ser mais vexatório para nosso orgulho de civilizados, de que ver alguém divertir-se matando friamente seres sensíveis. Se é com fins ornamentais, de produtos de beleza e de moda, como acontece com o uso de casacos de pele, artefatos de couro, enfeites de penas, cosméticos, xampus, etc., mais evidencia a inutilidade da matança, porque há atualmente outros tipos de produtos de beleza e higiene, vestuários, calçados, agasalhos e de enfeites, talvez mais duradouros e belos do que provenientes do sacrifício de animais.

Poucas pessoas comeriam carne se elas tivessem de matá-los, ou se assistissem aos processos clamorosamente cruéis de seu diário abate. Compreende-se que no passado o cultivo das terras era reduzido, difícil em muitas regiões, desconhecidos os grandes recursos agrícolas da atualidade, ignorado o valor alimentício de muitos produtos da terra.

Tenha-se em vista apenas os exemplos de soja e do amendoim. Hoje enriquecidos de tão grandes progressos, como explicar que ainda não tenhamos vencido essa superstição sobre o valor da carne como alimento?

Podemos cultivar o sentimento de Fraternidade Universal, aprovando, apoiando, participando da crueldade, indiferentes ao sacrifício diário de milhões desses seres?

Por outro lado, é uma incoerência comemorar datas dedicadas à seres que amaram a todos os seus irmãos, inclusive aos irracionais, como no NATAL, sacrificando em nossas mesas suas indefesas vidas.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – mar./abr./88)

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