Esse livro se refere ao nascimento místico e à morte do grande Espírito Cristo, abordados sob o ponto de vista de um Clarividente.
O mais pronunciado materialista deve se convencer da divindade do ser humano, após ler as revelações do autor sobre o significado profundo do Cristo e os princípios por Ele proclamados.
Esperamos que a leitura cuidadosa e atenta desse volume sobre a vida sagrada de Cristo incentive uma maior veneração pela Religião Cristã, tornando-a mais aceitável à razão por meio da obra inspirada desse autor, cujo principal objetivo, enquanto viveu, foi o de trazer o ideal de Cristo e a vida simples de servir mais próximo dos corações das pessoas.
Há 3 meios de você acessar esse Livro:
1. Em formato PDF (para download):
A Interpretação Mística do Natal – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz
2. Em forma audiobook ou audiolivro:
3. Para estudar no próprio site (ou para fazer download ou imprimir):
A Interpretação Mística do
Natal
Seis Dissertações Sobre a Questão do Natal do Ponto de Vista Místico, mostrando o Significado Oculto desse Grande Evento
Por
Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, 1920, The Mystical Interpretation of Christmas, editada por The Rosicrucian Fellowship
10ª Edição em Inglês, 2012, The Mystical Interpretation of Christmas, editada por The Rosicrucian Fellowship
1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
ÍNDICE
CAPÍTULO I – A SIGNIFICÂNCIA CÓSMICA DO NATAL.. 6
CAPÍTULO II – LUZ ESPIRITUAL – O NOVO ELEMENTO E A NOVA SUBSTÂNCIA.. 10
CAPÍTULO III – O SACRIFÍCIO ANUAL DE CRISTO.. 16
CAPÍTULO IV – O MÍSTICO SOL DA MEIA-NOITE.. 21
CAPÍTULO V – A MISSÃO DE CRISTO E O FESTIVAL DAS FADAS. 26
CAPÍTULO VI – O CRISTO RECÉM-NASCIDO (incluído na 10ª edição) 31
O conteúdo desse livro foi enviado em forma de cartas periódicas pelo autor aos Estudantes. Elas abrangem somente cinco[1] das suas noventa e nove composições em forma de carta. A principal característica dessas lições é o nascimento místico e a morte do grande Espírito Cristo, abordados sob o ponto de vista de um Clarividente. O autor recebeu essas preciosidades raras da verdade por meio da iluminação divina. O materialista mais pronunciado deve se tornar convencido da divindade do ser humano, após ler essas revelações do autor sobre a significância espiritual do Cristo e dos princípios que Ele proclamou.
Dezessete desses folhetos foram impressos em forma de livro sob o título: A Teia do Destino, incluindo os temas: O Efeito Oculto das Nossas Emoções, A Oração – Uma Invocação Mágica e Métodos Práticos para se Alcançar o Sucesso. Nove foram publicadas sob o título: Maçonaria e Catolicismo, como visto por de trás do cenário. As restantes sessenta e oito lições publicaremos no segundo volume da coletânea, conforme o tempo o permita[2].
Nós temos a esperança de que a leitura cuidadosa e atenta desse volume sobre a vida sagrada de Cristo estimule uma maior veneração pela Religião Cristã, tornando-a mais aceitável à razão por meio da obra inspirada desse autor, cujo principal objetivo, enquanto viveu, foi o de trazer o ideal de Cristo e a vida simples de um serviço mais próximo dos corações das pessoas.
28 de outubro de 1920
Augusta Foss Heindel
Mais uma vez, no decorrer de um ano, estamos às vésperas do Natal. A visão de cada um de nós sobre essa festividade não é a mesma e nem semelhante entre uma e outra. Para o religioso devoto é um período santificado, sagrado e repleto de mistério, não menos sublime por ser incompreendido. Para o ateu é uma tola superstição. Para o puramente intelectual é um enigma, pois está além da razão.
Nas igrejas a história é narrada de como na noite mais santa do ano, Nosso Senhor e Salvador, imaculadamente concebido, nasceu de uma virgem. Nenhuma outra explicação é fornecida; o assunto é deixado a critério do ouvinte que o aceita ou rejeita, de acordo com o seu temperamento. Se a Mente e a razão prevalecem, a fé é excluída; se ele pode acreditar apenas no que pode ser demonstrado aos sentidos, então, é forçado a rejeitar a narrativa como absurda e desarmônica com as várias e imutáveis leis da natureza.
Várias interpretações diferentes foram fornecidas para satisfazerem a Mente, principalmente as de natureza astronômica. Elas estabelecem de como na noite de 24 para 25 de dezembro, o Sol começa sua jornada do sul para o norte. Ele é a “Luz do Mundo”. O frio e a fome inevitavelmente exterminariam a Onda de Vida humana se o Sol permanecesse sempre no Sul[4]. Por isso, é um motivo de grande regozijo quando ele começa sua jornada em direção ao norte. Ele é, então, aclamado o “Salvador”, pois vem “salvar o mundo”, vem para dar o “pão da vida”, quando amadurece “o grão e a uva”. Assim, “Ele dá a sua vida” na cruz (quando cruza) do equador (no Equinócio de Setembro) e começa sua ascensão no céu (norte). Na noite em que começa sua jornada em direção ao norte, o Signo de Virgem, a Virgem Celestial, a “Rainha do Céu”, está no horizonte oriental à meia-noite e é, então, astrologicamente falando, seu “Signo Ascendente”. Portanto Ele “nasce de uma virgem”, sem intermediários, sendo assim “concebido imaculadamente”.
Essa explicação pode satisfazer a Mente quanto à origem da suposta superstição, mas o dolorido vazio que existe no coração de todo cético, esteja ou não ciente do fato, deve permanecer até que a iluminação espiritual seja alcançada, a qual fornecerá uma explicação aceitável tanto ao Coração como à Mente. Derramar tal luz sobre esse mistério sublime será nosso esforço nas páginas seguintes. A Imaculada Concepção será o assunto de uma lição futura; por hora queremos mostrar como as forças materiais e espirituais fluem e refluem alternadamente no decurso do ano, e porque o Natal é verdadeiramente um “dia santo”.
Digamos que concordamos com a interpretação astronômica como sendo válida, desse ponto de vista, como o que se segue é verdadeiro, quando contemplamos o mistério do nascimento sob outro ângulo. O Sol nasce, ano após ano, na noite mais escura. O Salvador do Mundo Cristo também nasce, quando a escuridão espiritual da Humanidade é a maior. Há um terceiro aspecto de suprema importância, isto é, não há nenhuma futilidade nas palavras de S. Paulo quando ele fala do Cristo sendo “formado em você”[5]. É um fato sublime que todos somos Cristos-em-formação, de modo que quando compreendemos que temos que cultivar o Cristo interno antes que possamos perceber o Cristo externo, mais apressaremos o dia da nossa iluminação espiritual. Nesse sentido, novamente citamos o nosso aforismo preferido, de Angelus Silesius[6], cuja sublime percepção espiritual fê-lo proferir:
“Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém,
Se não nascer dentro de ti, tua alma segue extraviada.
Olharás em vão a Cruz do Gólgota,
Enquanto ela não se erguer dentro de ti mesmo novamente.”
No Solstício de Junho a Terra está mais distante do Sol, mas o raio solar a atinge quase em ângulo reto, em relação ao seu eixo no hemisfério norte, assim resultando no alto grau da atividade física. Nessa ocasião, as radiações espirituais do Sol são oblíquas nessa parte da Terra e são tão fracas como os raios físicos, quando esses são oblíquos.
Por outro lado, no Solstício de Dezembro, a Terra está mais perto do Sol. Os raios espirituais caem em ângulos retos na superfície da Terra no hemisfério norte, promovendo a espiritualidade, enquanto as atividades físicas diminuem devido ao ângulo oblíquo em que o raio solar atinge a superfície dessa parte da Terra. Por esse princípio, as atividades físicas estão no seu mais baixo nível e as forças espirituais no seu mais elevado fluxo na noite entre 24 e 25 de dezembro, por isso, ela é chamada a “noite mais santa” do ano. Por outro lado, no meio do verão é a época de divertimento para os duendes e para as entidades semelhantes compromissadas com o desenvolvimento material do nosso Planeta, conforme demonstrado por Shakespeare no seu Sonho de Uma Noite de Verão.
Se nadarmos quando a maré está mais forte, alcançaremos uma distância maior e com menos esforço do que em qualquer outra ocasião. É de grande importância para o Estudante esotérico saber e compreender as condições particularmente favoráveis que prevalecem na época do Natal. Sigamos a exortação de S. Paulo, no Capítulo 12 da Epístola aos Hebreus[7], jogando fora toda carga à mais, como fazem as pessoas que participam de corridas. Batamos no ferro enquanto ele está quente; isso significa que devemos, nessa época do ano, concentrar todas as nossas energias nos esforços espirituais e para colher o que não conseguiríamos obter em nenhuma outra ocasião do ano.
Lembremo-nos, também, que o autoaperfeiçoamento não deve ser a nossa única consideração. Nós somos Discípulos de Cristo. Se aspirarmos a tal distinção, lembremo-nos do que Ele disse: “Aquele que quiser ser o maior entre vós, seja o servo de todos”[8]. Há um sentimento muito grande de tristeza e sofrimento à nossa volta; há muitos corações solitários e doloridos em nosso círculo de conhecidos. Busquemo-los de maneira discreta. Em nenhuma outra época do ano eles serão mais acessíveis aos nossos apelos. Espalhemos a luz do Sol em seus caminhos. Desse modo, ganharemos suas bênçãos e também as dos nossos Irmãos Maiores. Por sua vez, as vibrações resultantes promoverão um crescimento espiritual impossível de ser atingido de qualquer outro modo.
No ano passado, nosso Curso de Cristianismo Místico, por correspondência, começou com uma lição sobre o Natal, do ponto de vista cósmico. Explicamos que os Solstícios de Junho e Dezembro, juntamente com os Equinócios de Março e Setembro, constituem os momentos decisivos na vida do Grande Espírito da Terra, assim como a concepção assinala o começo da descida do Espírito humano ao Corpo físico, resultando no nascimento, o qual inaugura o período de crescimento até que a maturidade seja alcançada. Neste ponto se inicia uma época de sobriedade e amadurecimento, juntamente com um declínio das energias físicas que terminam em morte. Este acontecimento liberta o ser humano dos tresmalhos da matéria e o conduz a um período de metabolismo espiritual, por meio do qual nossa colheita de experiências terrenas é transmutada em poderes anímicos, talentos e tendências, a fim de serem multiplicados e utilizados nas vidas futuras e, assim, termos condições para crescer mais rica e abundantemente com tais tesouros e sermos considerados dignos, como “administradores fiéis”, para assumirmos postos cada vez mais elevados entre os servos da Casa do Pai.
Essa ilustração se apoia sobre o firme alicerce da grande Lei de Analogia, tão sucintamente expressa pelo axioma hermético: “Assim como é em cima, é em baixo”. Baseados nisso, que é uma chave-mestra para todos os problemas espirituais, dependemos também de um “abre-te sésamo” para as nossas lições do Natal desse ano, que nós esperemos poder corrigir, confirmar ou completar os pontos de vista dos nossos Estudantes, conforme requeira cada caso.
Os corpos, originalmente cristalizados na terrível temperatura da Lemúria, eram demasiado quentes para conter umidade suficiente que permitisse ao Espírito acesso livre e irrestrito a todas as partes da anatomia deles, do mesmo modo que o Espírito consegue, atualmente, por meio do sangue circulante. Mais tarde, no começo da Atlântida, de fato os corpos continham sangue, mas se moviam com dificuldade, e teriam se ressecado rapidamente, em razão da alta temperatura interna, não fora o fato de prevalecer naquela atmosfera aquosa uma farta umidade. A inalação desse solvente atenuava grandemente o calor e abrandava o Corpo, até que uma quantidade suficiente de umidade pudesse ser retida dentro dele, permitindo a respiração na atmosfera comparativamente seca que mais tarde ocorreria.
Os corpos dos primitivos Atlantes eram de uma substância granulosa e fibrosa, não diferentes dos nossos atuais tendões e, também, semelhante a madeira; contudo, com o tempo, o hábito adquirido de comer carne, capacitou o ser humano a assimilar a quantidade de albumina suficiente para construir tecidos elásticos necessário à formação dos pulmões e das artérias, assim permitindo a livre circulação do sangue, conforme se verifica agora em todo o sistema humano. Na época em que aconteceram essas mudanças interna e externamente, o grande e glorioso arco de sete cores surgiu no céu carregado de nuvens para assinalar o advento do Reino do Homem, aonde as condições viriam a ser tão variadas como os matizes que colorem a atmosfera ao refratar a luz solar de uma só cor. Então, o primeiro aparecimento do arco-íris nas nuvens marcou o início da Era de Noé, com suas estações e períodos alternantes, dos quais o Natal é um deles.
Entretanto, as condições prevalecentes nesse período não são permanentes, como não o eram as dos períodos anteriores. O processo de condensação que transformou o nevoeiro ardente da Lemúria na atmosfera de umidade densa da Atlântida, e mais tarde se liquefez em água, que inundou as cavidades da Terra e impeliu a Humanidade para as montanhas e os altiplanos, ainda continua. Ambas, a atmosfera e a nossa condição fisiológica estão mudando, assinalando, aos que sabem ver e compreender, que a aurora de um novo dia no horizonte virá ou acontecerá em breve, uma era de unificação, mencionada na Bíblia como o Reino de Deus.
A Bíblia não nos deixa dúvidas a respeito das mudanças. Cristo disse que, como nos dias de Noé, assim deverá ser nos dias vindouros. Ambos, a Ciência e os descobrimentos, agora encontram condições que não existiam anteriormente. É um fato científico que o oxigênio está sendo consumido em quantidades alarmantes, alimentando os fornos e outros processos que necessitam desse combustível das indústrias; os incêndios nas florestas também sorvem em grande escala o nosso estoque desse elemento importante, além de aumentar o processo secante a que a atmosfera está naturalmente submetida. Eminentes cientistas ressaltam que chegará o dia em que o globo não poderá sustentar a vida que depende da água e do ar para existir. Suas ideias não nos afligem tanto, pois a data que apontam ainda está muito distante; mas, mesmo que seja assim, o destino da Época Ária é tão inevitável quanto o da Atlântida inundada.
Pudesse um Atlante ser transferido para nossa atmosfera ele seria asfixiado, como um peixe fora de seu elemento natural. Quadros vistos na Memória da Natureza provam que os aviadores pioneiros, daquela Época, de fato desmaiavam quando encontravam essas correntes de ar que desciam, gradualmente, sobre a terra que habitavam, e tais experiências suscitavam muitos comentários e especulações. Os aviadores de hoje já estão encontrando o novo elemento e experimentando a sensação de asfixia, do mesmo modo que experimentaram os seus ancestrais Atlantes e, por razões análogas, encontraram um novo elemento descendo do alto, o qual tomará o lugar do oxigênio da nossa atmosfera. Há também uma nova substância se introduzindo na constituição humana e que substituirá a albumina. Ademais, assim como os aviadores da Atlântida desmaiavam e eram impedidos, pela corrente descendente de ar, de penetrar na Época Ária, a terra prometida, dessa maneira prematura, também assim o novo elemento desafia os aviadores de hoje e a Humanidade em geral, até que todos tenham aprendido a assimilar seus aspectos materiais. E tal como os Atlantes, cujos pulmões não estavam desenvolvidos e sucumbiram na inundação, assim também a nova Era encontrará alguns sem o “Manto Nupcial”, e, portanto, incapacitados para entrar nela, até que se qualifiquem num período posterior. Por isso, é da maior importância para todos saber a respeito do novo elemento e da nova substância. A Bíblia e a Ciência, unidas, fornecem ampla informação a respeito do assunto.
Como mencionamos anteriormente, na Grécia antiga, a Religião e Ciência eram ensinadas nos templos de mistério, juntamente com as belas-artes e as habilidades manuais, como uma doutrina única de vida e de ser; contudo, essa condição foi temporariamente suspensa para facilitar determinadas fases do desenvolvimento. A união das linguagens religiosa e científica na Grécia antiga facilitava a compreensão dessas matérias; no entanto, hoje em dia, as complicações repousam no fato de que a religião traduziu e a Ciência simplesmente transferiu seus termos do Grego original, o que tem causado muitas divergências e uma perda do elo entre as descobertas da Ciência e os ensinamentos da Religião.
Para chegarmos a uma desejada compreensão das mudanças fisiológicas que continuam agora em nosso sistema, podemos lembrar que, segundo a Ciência, os lóbulos frontais do cérebro estão entre as estruturas humanas de mais recente desenvolvimento e que, proporcionalmente, este órgão é muito maior no ser humano do que em qualquer outra criatura. Agora, a pergunta: existe no cérebro alguma substância peculiar, e se existe, qual pode ser a sua significância?
A primeira parte da pergunta pode ser respondida por qualquer obra científica relativa ao assunto, mas o livro O Conceito Rosacruz do Cosmos fornece mais subsídios, conforme transcrevemos abaixo:
“O cérebro (…) é constituído pelas mesmas substâncias que as demais partes do Corpo, mas, além delas, tem o fósforo, peculiar somente ao cérebro. Conclusão lógica a tirar: o fósforo é o alimento particular mediante o qual o Ego pode expressar pensamentos… A quantidade desta substância é proporcional ao estado de consciência e ao grau de inteligência do indivíduo. Os idiotas têm muito pouco fósforo. Os profundos pensadores têm muito. (…) Portanto, é de suma importância que o Aspirante ansioso de se empregar em trabalhos mentais e espirituais dê ao cérebro esta necessária substância”.
A indiscutível religiosidade dos Católicos é verificável, em parte, na prática de comer peixe, alimento rico em fósforo, às sextas-feiras e durante a Quaresma. Ainda que o peixe pertença a uma ordem de vida inferior, O Conceito Rosacruz do Cosmos não aprova a sua matança, indicando ao Estudante certas verduras por meio das quais pode conseguir, fisicamente, abundância dessa desejável substância. Existem outros e melhores meios para essa obtenção, embora não mencionados em O Conceito Rosacruz do Cosmos.
Não foi por acaso que os instrutores da Escola de Mistério Grega denominaram assim essa substância luminosa que conhecemos por fósforo. Para eles era patente que “Deus é Luz” – a palavra grega designativa de luz é phos. Portanto, muito apropriadamente, eles denominaram a substância do cérebro, que é a avenida de ingresso do impulso divino, phos-phorus, literalmente “portador da luz”. Na medida em que formos capazes de assimilar essa substância, nos tornamos cheios de luz e começamos a brilhar a partir de dentro, nos circundando, então, de um halo como uma marca de santidade. O fósforo, contudo, é apenas um meio físico que possibilita a luz espiritual se expressar por meio do cérebro físico, sendo a luz, em si mesma, um produto do crescimento anímico. Entretanto, o crescimento anímico capacita o cérebro a assimilar quantidades crescentes de fósforo; assim, o método para a aquisição dessa substância, em maiores quantidades, não deve ser pelo metabolismo químico e sim pelo processo alquímico do crescimento anímico, o que foi totalmente esclarecido por Cristo quando Ele disse a Nicodemos:
“Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo… Quem nele crê não é julgado; quem não crê, já está julgado.
… Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram mais trevas à luz…
… Pois quem faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam demonstradas como culpáveis. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus” (Jo 3:17-21).
O Natal é a época do ano da luz espiritual mais intensa que há. Durante esta Época de ciclos alternantes há marés altas e baixas de luz espiritual, como acontece com as águas do oceano. A primitiva Igreja Cristã marcou a concepção no mês de setembro, de modo que até hoje o evento é celebrado pela Igreja Católica, quando a grande Onda de Vida e luz espirituais começa a sua descida na Terra. O ponto máximo de maré é alcançado no Natal, que é verdadeiramente a época santa do ano, a ocasião em que essa luz espiritual é mais facilmente contatada e especializada pelo Aspirante, por meio dos atos de compaixão, gentileza e amor. As oportunidades para praticar esses atos não faltam, nem mesmo para os mais pobres, porque, conforme enfatizam frequentemente os Ensinamentos Rosacruzes, o serviço conta mais que os auxílios financeiros, que pode até ser prejudicial a quem o recebe. Todavia, a quem muito é dado, muito será exigido e, se alguém foi abençoado com abundância de bens do mundo, uma cuidadosa distribuição dos mesmos deveria, necessariamente, ser observada em qualquer oportunidade de servir. Recordemos, ainda, as palavras de Cristo: “Em verdade vos digo, sempre que fizerdes isto a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fazeis”[9]. Então, nós devemos segui-Lo como luzes ardentes e brilhantes, mostrando o caminho para a Nova Era.
Você já esteve ao lado do leito de um amigo ou parente que se encontrasse preste a passar desse Mundo para o além? Muitos de nós já tivemos essa experiência, pois qual o lar que não foi visitado pelo Pai Tempo? Nem é incomum a fase que se segue ao ocorrido, à qual devemos prestar atenção especial. A pessoa prestes a passar desse Mundo para o além, muitas vezes fica em estado de estupor[10]; então desperta e vê não apenas esse Mundo, mas também o Mundo em que está preste a entrar; é muito significante que nesses momentos ela vê as pessoas que foram suas amigas ou parentes durante a parte da sua vida – filhos, filhas, esposa (ou marido) ou qualquer pessoa que lhe tenha sido realmente muito próxima ou muito querida – postadas ao redor do seu leito e aguardando o momento da transição. A mãe poderá estender os braços: “Oh! É o João e como ele cresceu! Que rapaz esplêndido e enorme ele está!”. E, desse modo, ela reconhecerá, um após outro, todos os filhos já falecidos. Estes estão reunidos em volta da sua cama à espera que ela vá se unir a eles, animados pela mesma sensação que assalta as pessoas quando uma criança está prestes a nascer nesse Mundo: o regozijo pela chegada de alguém que eles sentem, instintivamente, ser um amigo que está voltando para eles.
Assim, o mesmo se dá com as pessoas que, tendo passado antes ao além, se reúnem para receber um amigo (ou uma amiga) que está prestes a cruzar a fronteira e se juntar a eles do outro lado do véu. Vemos, assim, que o nascimento em um Mundo é morte, sob o ponto de vista do outro Mundo, isto é, a criança que vem a nós morre para o Mundo espiritual, e a pessoa que sai do alcance dos nossos olhos, ao transpor o véu pela morte, nasce em um novo Mundo e se junta a seus amigos lá.
Como é em cima, assim é em baixo; a Lei da Analogia, que é a mesma para o microcosmo e para o macrocosmo, nos diz que aquilo que acontece aos seres humanos sob determinadas condições, também deve se aplicar ao super-humano, em circunstâncias análogas. Estamos nos aproximando do Solstício de Dezembro, os dias mais escuros do ano, a época em que a luz brilha com menos intensidade, quando o hemisfério norte se torna frio e melancólico. Porém, na noite mais longa e mais escura do ano, quando o Sol retoma o seu caminho ascendente, a luz de Cristo nasce de novo na Terra e o mundo inteiro se rejubila. Conforme a nossa analogia, quando Cristo nasce na Terra, Ele morre no céu. Assim como o Espírito livre está, no momento do nascimento, firme e fortemente enclausurado no véu da carne, que o restringe por toda a vida física, assim também o Espírito de Cristo é agrilhoado e tolhido, toda vez que Ele nasce na Terra. Esse grande Sacrifício Anual começa quando soam os nossos sinos de Natal, quando os alegres sons do nosso louvor e gratidão ascendem aos céus. No mais literal sentido da palavra, Cristo é aprisionado desde o Natal até a Páscoa.
O ser humano pode zombar da ideia de que existe, nessa época do ano, um influxo de vida e luz espirituais, não obstante, isso é um fato, creiamos ou não. Nessa época do ano, no mundo inteiro, todos se sentem mais leves, diferentes, algo como se um fardo fosse tirado dos seus ombros. O espírito de “paz na terra e boa vontade entre os homens” prevalece, e o espírito de que nós também deveríamos dar algo se expressa nos presentes de Natal. Esse espírito não pode ser negado, já que é evidente a qualquer observador; e isso é um reflexo da grande onda de dádiva divina. Deus tanto amou o mundo, que Ele deu Seu Filho único ou unigênito. O Natal é a época das dádivas, mesmo que a consumação do sacrifício aconteça apenas na Páscoa; aqui está o ponto crucial, o momento decisivo, o lugar onde sentimos que alguma coisa aconteceu e que garante a prosperidade e a continuidade do mundo.
Quão diferente é o sentimento do Natal daquele que se manifesta na Páscoa! Nesse último há uma expressão de desejo, uma energia que se expressa em amor sexual, visando à perpetuação de si mesmo como nota-chave; quão diferente disso é do amor que se expressa no espírito de dar ao invés de receber, que sentimos no Natal.
Agora, observe as igrejas; nunca suas velas brilham tanto quanto nesse dia mais curto e mais escuro do ano. Em nenhuma outra ocasião os sinos ressoam tão festivos, do que quando proclamam para o mundo a mensagem para o mundo esperançoso: “O Cristo nasceu!”.
“Deus é Luz”[11], diz o inspirado Apóstolo e nenhuma outra descrição é capaz de comunicar ou expressar tanto da natureza de Deus quanto essas três pequenas palavras. A luz invisível, que se encontra envolvida pela chama sobre o altar, é uma representação apropriada de Deus, o Pai. Nos sinos, temos um símbolo muito apropriado de Cristo, a Palavra, pois suas línguas metálicas proclamam a mensagem do Evangelho da paz e boa vontade, enquanto o incenso, simbolizando um maior fervor espiritual, representa o poder do Espírito Santo. Por conseguinte, a Trindade é simbolicamente parte da celebração que faz do Natal a época do ano de maior regozijo espiritual, sob o ponto de vista da Onda de Vida humana que está envolvida e trabalhando, atualmente, no Mundo Físico.
Todavia, não se deve esquecer, conforme dissemos no terceiro parágrafo desse capítulo, que o nascimento de Cristo na Terra é a Sua morte para a glória dos céus; que, quando nos rejubilamos pelo Seu regresso anual a nós, de fato Ele toma novamente sobre Si o pesado fardo físico que cristalizamos ao nosso redor, e que é agora a nossa habitação – a Terra. Nesse pesado corpo, Ele é incrustado e espera, ansiosamente, pelo dia da libertação final. Podemos compreender, naturalmente, que existem dias e noites, tanto para os maiores Espíritos quanto para os seres humanos; que, do mesmo modo que vivemos em nossos Corpos durante o dia, cumprindo o destino que nós mesmos criamos no Mundo Físico e somos liberados à noite para nos recuperarmos nos Mundos superiores, assim também existe essa alternância para o Espírito de Cristo. Parte do ano Ele habita o interior do nosso globo, e depois se retira para os Mundos superiores. Assim, o Natal é para Cristo o começo de um dia de vida física, o início de um período de restrição.
Qual deveria ser, portanto, a aspiração do místico devotado e iluminado, que percebe a grandeza do Seu sacrifício, a grandeza desse dom que está sendo concedido à Humanidade por Deus nessa época do ano; que percebe esse grande sacrifício de Cristo por nossa causa; essa dádiva de Si mesmo Se sujeitando a uma morte virtual para que possamos viver esse maravilhoso amor que está sendo derramado sobre a Terra nessa época? Unicamente a de imitar, mesmo que em pequena escala, as maravilhosas obras de Deus! Ele deveria aspirar fazer de si mesmo um servo da Cruz como jamais o fora antes; mais disposto a seguir o Cristo em todas as coisas, se sacrificando pelos seus irmãos e irmãs; colaborando, dentro de sua esfera imediata de trabalho, para a elevação da Humanidade, de modo a apressar o dia da libertação pela qual o Espírito de Cristo está esperando, gemendo e trabalhando penosamente. Estamos aqui falando de uma libertação permanente, do dia e do advento de Cristo.
Para alcançarmos essa aspiração na medida mais ampla, avancemos pelo ano que está a nossa frente plenos de autoconfiança e fé. Se até aqui temos sentido que não há esperanças sobre a nossa capacidade de trabalhar para Cristo, ponhamos de lado esse sentimento, pois afinal Ele nos disse: “Maiores obras que estas vós o fareis!”[12]. Ele, que era a Palavra da Verdade, teria dito tais coisas, se elas não fossem possíveis de serem alcançadas? Todas as coisas são possíveis àqueles que amam a Deus. Se realmente trabalharmos em nossa própria pequena esfera, não buscando coisas maiores até havermos feito aquelas que estão à mão, então descobriremos que um maravilhoso crescimento anímico pode ser atingido, de forma que as pessoas que nos rodeiam possam ver em nós algo que não saberão definir, mas que, não obstante, lhes será evidente – elas verão a luz do Natal, a luz do Cristo recém-nascido brilhando dentro da nossa esfera de ação. Isso pode ser conseguido; depende apenas de nós mesmos aceitá-Lo por meio da Sua palavra, cumprindo o que Ele ordenou: “Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos céus”[13]. A perfeição pode parecer uma longa caminhada; nós podemos perceber mais agudamente quando olhamos para Ele quão longe estamos de viver de acordo com nossos ideais. Mesmo assim, é pelo esforço diária, hora após hora, que finalmente chegaremos lá, e a cada dia algum progresso pode ser feito, algo pode ser realizado; de um modo ou de outro podemos deixar a nossa luz brilhar para que os seres humanos possam vê-la como faróis na escuridão do Mundo. Possa Deus nos ajudar durante o próximo ano a alcançar uma semelhança com Cristo maior do que jamais conseguimos antes. Possamos viver a vida de tal modo que, quando outro ano tiver passado, quando contemplarmos novamente as luzes do Natal e ouvirmos os sinos chamando para as cerimônias da Noite Santa, possamos sentir que não temos vivido em vão.
Cada vez que nos damos ao serviço em benefício dos outros, acrescentamos brilho aos nossos Corpos-Alma, que são feitos de Éter. É o Éter de Cristo que permite esse nosso globo flutuar, e recordemos que, se quisermos trabalhar por Sua libertação, devemos, juntos com uma quantidade suficiente de pessoas, desenvolver nossos Corpos-Alma até ao ponto em que essa quantidade de pessoas possa fazer flutuar a Terra. Desse modo poderemos tomar o Seu fardo e O livrar da dor da existência física.
Exotericamente, e desde tempos imemoriais, o Sol é venerado como o dador de vida, porque a multidão era incapaz de ver, além do símbolo material, uma grande verdade espiritual. Contudo, além daqueles que adoravam a órbita celeste, que é vista com os olhos físicos, sempre houve e continua a haver uma pequena, mas crescente minoria, um sacerdócio consagrado mais pela retidão do que pelos rituais, que viu e vê as eternas verdades espirituais, por trás das formas temporais e evanescentes que revestem essas verdades, nas mudanças das vestes cerimoniais, conforme o momento, e às pessoas a que foram, originalmente, destinadas. Para eles, a lendária Estrela de Belém brilha todos os anos como o Místico Sol da Meia-Noite, quando os três atributos divinos: Vida, Luz e Amor penetram em nosso Planeta no Solstício de Dezembro e começam a irradiar do centro do nosso globo. Esses raios de esplendor e poder espirituais inundam o nosso globo com uma luz sobrenatural que envolve todos sobre a Terra, do mais insignificante ao mais importante, sem distinção alguma. Todavia, nem todos podem participar desse maravilhoso dom na mesma medida; alguns conseguem mais, outros menos e alguns nem participam da grande oferta de amor que o Pai preparou para nós em Seu Filho Unigênito, porque ainda não desenvolveram o imã espiritual, o Cristo menino interno, que sozinho pode nos guiar ao Caminho, à Verdade e à Vida.
“Que adianta o Sol brilhar,
Se eu não tiver olhos para ver?
Como saberei que o Cristo é meu,
a não ser através do Cristo em mim?
Essa voz silenciosa dentro do meu coração
é o penhor do pacto
entre Cristo e eu – ela transmite
para a fé a força do Feito”
Essa é, sem dúvida, uma experiência mística que soa verdadeira para muitos de nossos Estudantes, tão verdadeira como a noite segue ao dia e ao inverno segue o verão. A menos que tenhamos Cristo dentro de nós, a menos que um maravilhoso pacto fraternal de sangue tenha sido consumado, não podemos ter parte no Salvador, embora os sinos de Natal nunca parem de soar. Contudo, quando Cristo se formar em nós, quando a Imaculada Concepção se tornar uma realidade em nossos próprios corações, quando nós nos prostrarmos aos pés do Cristo recém-nascido, para Lhe oferecer os nossos presentes, dedicando a natureza inferior ao serviço do Eu Superior, então, e só então, as festividades natalinas serão compartilhadas por nós, ano após ano. E, quanto mais arduamente tenhamos trabalhado na “Vinha do Mestre”, mais clara e distintamente poderemos ouvir a voz silenciosa dentro dos nossos corações, sussurrando o convite: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo… porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.”[14]. Então, ouviremos uma nova nota nos sinos de Natal como nunca ouvimos antes, pois em todo ano não há dia mais feliz do que o do Nascimento de Cristo, quando Ele renasce na Terra, trazendo com Ele presentes para os filhos dos seres humanos – presentes que significam a continuação da vida física; porque sem essa vitalizante e energizante influência do Espírito de Cristo, a Terra permaneceria fria e árida; não haveria uma nova canção da primavera, nem os pequeninos coristas da floresta para alegrar os nossos corações à chegada do verão; a pressão gélida dos polos Boreais manteria a Terra agrilhoada e muda para sempre, nos impossibilitando de prosseguir em nossa evolução material, tão necessária para aprendermos a usar o poder do pensamento por meio de apropriados canais criativos.
O espírito de Natal é, pois, uma realidade viva para todo aquele que já desenvolveu o Cristo interno. O homem e a mulher comuns sentem esse espírito somente nas proximidades das festas natalinas, mas o místico iluminado pode vê-lo e senti-lo meses antes e meses depois do seu ponto culminante na Noite Santa. Em setembro ocorre uma mudança na atmosfera terrestre; uma luz começa a reluzir nos céus; essa luz parece permear todo o universo solar; gradualmente, vai crescendo em intensidade, parecendo envolver o nosso globo; então, ela penetra na superfície do Planeta e, pouco a pouco, se concentra no centro da Terra, onde os Espíritos-grupo das plantas residem. Na Noite Santa ela alcança o mínimo de seu tamanho e o máximo de seu esplendor. Então, começa a irradiar a luz concentrada, fornecendo nova vida à Terra para que essa prossiga com as atividades da Natureza no ano entrante.
Isso é o começo do grande drama cósmico “do Berço à Cruz”, que acontece anualmente durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
Cosmicamente, o Sol nasce na mais longa e escura noite do ano, quando o Signo zodiacal Virgem, a Virgem Celestial, está no horizonte oriental à meia-noite, para dar à luz o filho Imaculado. Durante os meses que se seguem, o Sol transita pelo violento Signo de Capricórnio onde, miticamente, todos os poderes das trevas se concentram em frenético esforço para matar o Portador-da-Luz, uma fase do drama solar que é apresentado, misticamente, no episódio da perseguição movida pelo Rei Herodes, e da fuga para o Egito, a fim de escapar da morte.
Quando o Sol entra no Signo de Aquário – o Portador-da-Água –, e em fevereiro (estando o Sol ainda em Aquário) temos a época das chuvas e tempestades; e do mesmo modo que o batismo misticamente consagra o Salvador à sua obra de serviço, assim também a abundância de umidade, que desce sobre a Terra, a torna amaciada e pronta para que possa produzir frutos que preservam a vida de todos os que nela habitam.
A seguir, o Sol transita pelo Signo de Peixes – os peixes. Nessa altura, os estoques de alimentos do ano anterior já foram quase totalmente consumidos, de forma que as provisões dos seres humanos ficam escassas. Temos, por conseguinte, o longo jejum da Quaresma, que misticamente representa para o Aspirante o mesmo ideal mostrado cosmicamente pelo Sol. Nesse momento do ano ocorre o carne-vale, o adeus à carne, pois todo aquele que aspira a vida superior precisa, algum dia, se despedir da natureza inferior com todos os seus desejos e se preparar para a Páscoa que, então, se aproxima.
Em abril, quando o Sol cruza o equador celestial e entra no Signo de Áries – o Cordeiro – a cruz se ergue como um símbolo místico que o candidato à vida superior precisa aprender e, em seguida, aprender a abandonar o veículo mortal e começar a escalada para o Gólgota, o lugar na caveira; e daí cruzar o limiar do Mundo invisível. Finalmente, imitando a subida do Sol para os céus do norte, ele precisa aprender que o seu lugar é com o Pai e, com todo fervor, deve se elevar até aquele exaltado lugar. Assim como o Sol não permanece naquele elevado grau de declinação, mas ciclicamente desce para o Equinócio de Setembro e Solstício de Dezembro a fim de completar novamente o círculo para benefício da Humanidade, do mesmo modo todo aquele que aspira se tornar um Caráter Cósmico, um salvador da Humanidade, precisa ser preparado para se oferecer, muitas vezes, como um sacrifício em benefício de seus semelhantes.
Esse é o grande destino colocado diante de nós; cada um é um Cristo-em-formação, se o quiser ser, porque como disse Cristo aos Seus Discípulos: “Aquele que crer em Mim fará também as obras que faço, e maiores ainda.”[15]. Além disso, e de acordo com a máxima: “A necessidade do ser humano é a oportunidade de Deus”, nunca houve tão grande oportunidade de imitar o Cristo, de fazer as obras que Ele fez, como nos dias atuais, quando todo o continente europeu vive sob o paroxismo de uma guerra mundial[16] e quando o maior de todos os cânticos de Natal: “Paz na Terra e boa vontade entre os homens”[17] parece mais longe de se concretizar do que nunca. Temos em nós o poder de apressar o dia da paz ao falar, pensar e viver em PAZ, pois a ação conjunta de milhares de pessoas transmite uma impressão ao Espírito de Raça, quando a ele é direcionada, especialmente quando a Lua está em Câncer, Escorpião ou Peixes, que são os três grandes Signos psíquicos mais apropriados para trabalhos ocultos dessa natureza. Usemos os dois dias e meio que a Lua transita por cada um desses Signos para propósito de meditar sobre a paz – “paz na Terra e boa vontade entre os homens”. Todavia, ao fazê-lo, estejamos certos de não tomar partido, a favor ou contra, por quaisquer das nações conflitantes; lembremos a todo instante que cada um dos seus membros é nosso irmão. Cada um merece o nosso amor tanto quanto o outro. Vamos manter o foco do pensamento de que nós queremos é ver a Fraternidade Universal ser realizada sobre a Terra, ou seja, “a paz na Terra e boa vontade entre os homens”, a despeito de terem os combatentes nascidos de um lado ou de outro das linhas imaginárias traçadas nos mapas, ou como eles se expressam nesse, naquele ou em qualquer outro idioma. Oremos para que a paz possa reinar sobre a Terra; uma paz duradoura e uma boa vontade entre todos os seres humanos, não importando quaisquer diferenças de raça, cor ou religião. Na medida em que tenhamos êxito em formular com os nossos corações, e não apenas com os nossos lábios, essa prece impessoal a favor da paz, anteciparemos a chegada do Reinado de Cristo para recordar que é a Ele que estamos todos destinados na época oportuna – o Reino dos Céus, onde Cristo é “Rei dos reis e Senhor dos senhores”[18].
Sempre que nos defrontamos com um dos mistérios da natureza que não conseguimos explicar, simplesmente acrescentamos um novo termo ao nosso vocabulário, uma espécie de truque para ocultar a nossa ignorância a respeito do assunto. Tal ocorre com a palavra ampère que utilizamos para medir o volume da corrente elétrica, o volt que empregamos para medir a força da corrente, e o ohm que empregamos para demonstrar o grau de resistência que um dado condutor oferece à passagem da corrente. Dessa maneira, depois de muito estudar a respeito de palavras e figuras, as Mentes mestras da Ciência elétrica tentam se persuadir e persuadir aos demais que compreenderam o que significa tais coisas após pensarem muito sobre tal penetrando no mistério dessa força difícil de descrever e que desempenha um papel tão importante no trabalho do mundo; mas, depois de tudo dito e eles entrarem em consenso, esses seres humanos iminentes admitem que as mais brilhantes luzes da Ciência elétrica não conhecem senão um pouquinho mais do que uma criança da escola primária, quando começa a experiência com pilhas e baterias.
O mesmo se passa com as outras Ciências; os anatomistas não podem distinguir o embrião de um cão do de um ser humano durante um longo período, e enquanto o fisiologista discorre com autoridade sobre o metabolismo, não pode deixar de admitir que as experiências de laboratório, pelas quais se esforça para imitar nosso processo digestivo, devem ser e são muito diferentes das transmutações que se operam no laboratório químico do corpo, pela alimentação que ingerimos. Isso não é dito para desacreditar ou menosprezar as maravilhosas descobertas da Ciência, mas para demonstrar que existem fatores por detrás de todas as manifestações da natureza – inteligências de diversos graus de consciência, construtivas e destrutivas, que desempenham parte importante na economia da natureza – e até que esses agentes sejam reconhecidos e suas atividades estudadas, nós não podemos ter um conceito adequado do modo como atuam essas forças da natureza, as quais chamamos: calor, eletricidade, gravidade, ação química, etc.. Para os que cultivam a visão espiritual, é evidente que os chamados mortos empregam parte de seu tempo em aprender a construir corpos sob a direção de certas Hierarquias espirituais. Eles são os agentes metabólicos e anabólicos; eles são os fatores invisíveis na assimilação e é, portanto, literalmente exato que seríamos incapazes de viver sem a importante ajuda daqueles que nós chamamos mortos.
Para conceber a ideia de como esses agentes trabalham e da sua relação conosco, podemos citar um exemplo mencionado no Livro Mistérios Rosacruzes: “suponhamos que um carpinteiro está construindo uma mesa, e um cachorro, que é um Espírito em evolução pertencente à outra Onda de Vida, está observando-o. Ele vê o processo de cortar tábuas; gradualmente a mesa é formada desse material e finalmente fica pronta. No entanto, ainda que o cachorro esteja atento ao trabalho do carpinteiro, ele não tem um conceito claro de como esse trabalho foi feito, nem do uso final da mesa. Suponhamos, ainda mais, que o cachorro estivesse dotado somente de uma limitada visão e incapaz de perceber o carpinteiro e suas ferramentas; veria somente as tábuas de madeira, gradualmente, sendo divididas em partes, depois se juntarem e ficarem dispostas de outra maneira até a mesa tomar forma e ficar pronta. Ele veria o processo da formação e o objeto terminado, mas não teria ideia que a ação ativa do carpinteiro foi necessária para transformar a madeira em mesa”. Se o cachorro pudesse falar, explicaria a origem da mesa como Topsy[19] se referiu a si mesma dizendo: “simplesmente cresceu”.
Nossa relação com as forças da natureza é semelhante àquela do cachorro com o invisível carpinteiro, e também nós somos tão capazes de explicar os mistérios da natureza, como Topsy o fez. Nós, cultamente, narramos às crianças como o calor do Sol evapora a água dos rios e oceanos, fazendo que esse vapor ascenda às regiões mais frias do ar onde se condensa em nuvens, que se tornam, finalmente, tão saturadas de umidade que elas gravitam em direção à terra em forma de chuva para encher os rios e oceanos, e novamente a água é evaporada. É tudo perfeitamente simples: um belo processo automático de movimento contínuo. Contudo, é só isso? Não há, nessa teoria, um número de omissões? Sabemos que sim, embora não possamos nos desviar muito do nosso assunto para discuti-lo. Uma coisa que está faltando explicar completamente é a ação das, nomeadamente, semi-inteligente Sílfides[20] que levantam as delicadas partículas da água volatilizada em vapor de água preparadas pelas Ondinas, e que as levam o mais alto possível antes que aconteça a condensação parcial e as nuvens são formadas. Essas partículas de água são guardadas pelas Sílfides, até que as Ondinas as forcem a libertá-las. Quando dizemos que há tempestades, na verdade, batalhas estão sendo travadas na superfície do mar e no ar, algumas vezes com a ajuda das Salamandras, para acender a tocha do relâmpago da separação entre hidrogênio e oxigênio, e enviar seu aterrorizante zigue-zague através da negra escuridão, seguida do poderoso troar do trovão na atmosfera clareada, enquanto as Ondinas, triunfalmente, lançam as resgatadas gotas de água sobre a terra, para que elas possam novamente se unir ao seu elemento materno.
Os pequenos Gnomos são necessários para construir as plantas e as flores. Seu trabalho é pintá-las com matizes inumeráveis de cores, que deleitam os nossos olhos. Eles, também, cortam os cristais em todos os minerais e elaboram as gemas valiosas que cintilam nos diademas preciosos. Sem eles não haveria ferro para nossas máquinas e nem ouro com que pagá-las. Eles estão em todas as partes e a proverbial abelha não é tão atarefada como eles. Enquanto para a abelha é dado todo o crédito pelo trabalho que ela faz, os pequenos Espíritos da Natureza, que desempenham uma parte imensamente importante no trabalho do mundo, são desconhecidos, salvo por alguns que são chamados de sonhadores ou loucos.
No Solstício de Junho e no hemisfério norte as atividades físicas da natureza estão no apogeu ou zênite, portanto, é na “Noite do meio do Verão” que se realiza o grande Festival das Fadas, que trabalharam para construir o universo material; nutriram o gado, cultivaram o grão e estão saudando com alegria e dando graças à onda de força, que é a sua ferramenta, para colorir as flores, na assombrosa variedade de delicados matizes requeridos por seus arquétipos, pintando-as em inúmeras tonalidades que são o prazer e o desespero do artista.
Na maior de todas as noites da alegre estação do verão, as Fadas se reúnem vindas dos pântanos e das florestas, dos estreitos e pequenos vales para o Festival das Fadas. Elas realmente cozem e preparam seus alimentos etéricos e, mais tarde, dançam em êxtases de alegria – a alegria de terem realizado o seu trabalho e desempenhado importante papel na economia da natureza.
É um axioma científico que a natureza não tolera o que é inútil; os parasitas e os zangões são uma abominação; o órgão que se torna supérfluo se atrofia, assim também acontece com o membro ou o olho que não é usado. A natureza tem um trabalho a fazer e necessita da colaboração de todos que se propuseram a justificar suas existências, pois todos são partes desse trabalho. Isso se aplica à planta, ao Planeta, ao ser humano, ao animal e também às Fadas. Elas têm seu trabalho a cumprir; elas são hostes ativas e suas atividades são a solução para muitos mistérios da natureza, como já foi explicado.
Nós estamos agora no outro polo do ciclo anual, quando os dias são curtos e as noites mais longas[21]; fisicamente falando, a escuridão cai sobre o hemisfério norte, mas a onda espiritual de luz e vida, que será à base do crescimento e progresso do próximo ano, agora está na maior altura e força. Na Noite de Natal, no Solstício de Dezembro, quando o celestial Signo da Virgem Imaculada está no horizonte oriental à meia noite, o Sol do novo ano nasce para salvar a Humanidade do frio e da fome, que continuariam se a manifestação dessa luz fosse suprimida. Nessa ocasião, o Espírito Cristo nasce na Terra e começa a fermentar e fertilizar os milhões de sementes que as Fadas prepararam e regaram para que possamos ter alimento físico. No entanto, “o ser humano não vive somente de pão”[22]. Importante como é o trabalho das Fadas, se torna insignificante comparado com a missão de Cristo, que nos traz, a cada ano, o alimento espiritual necessário para que avancemos no caminho do progresso, para que possamos alcançar a perfeição no amor com tudo o que ele implica.
É o advento dessa maravilhosa luz de amor que nós simbolizamos pelas lamparinas acesas no altar e pelo soar dos sinos do Natal que, a cada ano, anunciam as boas novas do nascimento do Salvador, pois no sentido espiritual, luz e som são inseparáveis; a luz é colorida e o som é modificado de acordo com o tom vibratório. A luz do Natal que brilha sobre a Terra é dourada, induzindo os sentimentos de altruísmo, alegria e paz, os quais nem mesmo a grande guerra consegue obscurecer.
A guerra passou e como normalmente damos mais valor ao que perdemos, esperemos que toda a Humanidade se una nesse Natal para o canto dos cantos: “Paz na Terra e Boa Vontade entre os homens”.
Temos repetido com frequência em nossa literatura, que o sacrifício de Cristo não foi um acontecimento que teve lugar no Gólgota, nem foi consumado de uma vez por todas em poucas horas, mas que os nascimentos e mortes místicas do Redentor são contínuas ocorrências cósmicas. Concluímos que esse sacrifício é necessário à nossa evolução física e espiritual durante a presente fase do nosso desenvolvimento. Como se aproxima a época do nascimento anual de Cristo, mais uma vez é-nos apresentado um tema para meditação, um tema que nunca envelhece e é sempre novo. Podemos tirar muito proveito refletindo sobre ele e dedicando-lhe uma oração, para que faça nascer em nossos corações uma nova luz que nos guie no caminho da regeneração.
O Apóstolo deu-nos uma maravilhosa definição da Divindade quando disse: “Deus é Luz”, pelo que a “Luz” tem sido usada para ilustrar a natureza do Divino nos Ensinamentos Rosacruzes, especialmente o mistério da Trindade na Unidade. As Sagradas Escrituras de todos os tempos ensinam claramente que Deus é uno e indivisível. Ao mesmo tempo verificamos que, do mesmo modo que a luz branca una se refrata nas três cores primárias – vermelho, amarelo e azul – Deus também se revela em papel tríplice durante a manifestação pelo exercício de três funções divinas: criação, preservação e dissolução.
Quando Ele exercita o atributo criação, Deus se revela como Jeová, o Espírito Santo; Ele é o Senhor da lei e da geração, projetando a fertilidade solar indiretamente através dos satélites lunares de todos os Planetas em que seja necessário fornecer Corpos para seus seres evoluintes.
Quando Ele exercita o atributo preservação, com o propósito de sustentar os Corpos gerados por Jeová sob as leis da Natureza, Deus se revela como Redentor, Cristo, e irradia os princípios de amor e regeneração diretamente a qualquer Planeta onde as criaturas de Jeová requeiram essa ajuda para se libertarem das malhas da morte e do egoísmo, e alcançarem o altruísmo e a vida sem fim.
Quando do exercício do divino atributo dissolução, Deus aparece como o Pai; quem nos chama de volta ao lar celestial, para assimilarmos os frutos das experiências e do crescimento anímico que acumulamos durante o dia de manifestação. Esse Solvente Universal, o raio do Pai, emana então do invisível Sol Espiritual.
Esses processos divinos de criação e nascimento, preservação e vida, dissolução, morte e retorno ao Autor de nosso ser, nós os vemos em toda parte, em tudo o que nos cerca. Então, reconhecemos o fato de que são atividades do Deus Trino em manifestação. Porventura já nos demos conta de que no Mundo espiritual não existem acontecimentos definidos, nem condições estáticas; que o começo e o fim de todas as aventuras, de todas as eras estão presentes no eterno “aqui” e “agora”? Do seio do Pai há um fluxo eterno de semeadura de coisas e eventos que incorporam o reino do “tempo” e do “espaço”. Lá gradualmente cristaliza-se e torna-se inerte, necessitando dissolução para que haja espaço para outras coisas e outros eventos.
Não há como escapar dessa lei cósmica, que se aplica a tudo no reino do “tempo” e do “espaço”, inclusive ao raio Crístico. Como o lago que se derrama no oceano volta a se encher quando a água que o abandonou se evapora e a ele retorna em forma de chuva, para tornar novamente a correr incessantemente em direção ao oceano, assim o Espírito do Amor que nasce eternamente do Pai se derrama incessantemente, dia após dia, hora após hora, no universo solar para nos libertar do Mundo material que nos prende em seus grilhões mortais. Portanto, onda após onda parte do Sol em direção a todos os Planetas, o que proporciona um impulso rítmico às criaturas que neles evoluem.
No sentido mais verdadeiro e literal, é um Cristo recém-nascido que saudamos em cada festa natalina, e o Natal é o mais importante acontecimento anual para a Humanidade, quer tenhamos consciência disso ou não. Não se trata meramente de comemorar o aniversário de nascimento do nosso amado Irmão Maior, Jesus, mas sim da chegada da rejuvenescente vida-amor do nosso Pai Celestial, por Ele enviada para libertar o mundo do glacial abraço da morte. Sem essa nova infusão de vida e energia divinas, logo pereceríamos fisicamente, frustrando o nosso progresso no que tange as atuais linhas de desenvolvimento. Precisamos nos esforçar por compreender muito bem esse ponto, a fim de que possamos aprender a apreciar o Natal, da maneira mais profunda possível; a esse respeito, como em muitos outros, podemos aprender uma lição observando nossos filhos ou recordando a nossa própria infância. Como eram fortes nossas expectativas quando da aproximação dos festejos natalinos! Como ansiosamente esperávamos pela hora de receber os presentes que pensávamos serem deixados pelo Papai Noel, o misterioso benfeitor universal que distribuía os brinquedos! Como nos sentiríamos se nossos pais nos dessem apenas as bonecas estragadas e os tamborzinhos já gastos do ano passado? A sensação seria certamente de infelicidade total, além de uma profunda quebra de confiança em tudo, sentimentos que os pais achariam cada vez mais difícil restaurar. Isso nada seria comparado à calamidade cósmica que se abateria sobre a Humanidade, se o nosso Pai Celestial deixasse de enviar como Presente Cósmico de Natal, o Cristo recém-nascido.
O Cristo do ano anterior não nos pode livrar da fome física, como as chuvas daquele ano não podem agora encharcar o solo e desenvolver os milhões de sementes que dormitam na terra, à espera que as atividades germinadoras da vida do Pai as façam crescer. Assim como o calor do último verão já não nos pode aquecer, o Cristo do ano passado não pode acender de novo em nossos corações as aspirações espirituais que nos impelem para cima em busca de algo mais. O Cristo do ano passado nos deu seu amor e sua vida sem restrições ou medidas. Quando Ele renasceu na Terra no Natal anterior, Ele impregnou de vida as sementes adormecidas, que cresceram e muito gratamente encheram os nossos celeiros com o pão da vida física. O amor que o Pai Lhe deu, Ele o derramou profusamente sobre nós, e do mesmo modo que a água do rio volta para o céu pela evaporação, assim também Ele se eleva outra vez ao seio do Pai, após esgotar toda a sua vida e morrer na Páscoa.
Entretanto, o amor divino jorra infinitamente. Como um pai se apieda de seus filhos, assim também nosso Pai Celeste se compadece de nós, pois Ele conhece a nossa fragilidade e dependências física e espiritual. Por conseguinte, esperamos mais uma vez, confiantemente, o nascimento místico do Cristo que virá com renovada vida e renovado amor. O Pai O envia a nós acudindo a fome física e espiritual que sofreríamos, se não tivéssemos d’Ele essa amorosa oferenda anual.
As almas jovens, via de regra, acham difícil separar em suas Mentes as personalidades de Deus, de Cristo e do Espírito Santo, de modo que algumas podem amar apenas a Jesus, o homem. Esquecem Cristo, o Grande Espírito, que introduziu uma Nova Era na qual as nações estabelecidas sob o regime de Jeová serão destroçadas, a fim de que a sublime estrutura da Fraternidade Universal possa ser edificada sobre as suas ruínas. No devido tempo, o mundo inteiro saberá que “Deus” é Espírito, para ser adorado em “Espírito e em verdade”. É bom que amemos Jesus e O imitemos; desconhecemos ideal mais nobre e alguém mais digno. Se pudesse ter sido encontrado alguém mais nobre, não teria sido Ele o escolhido para ser o veículo do Grande Unigênito, Cristo, em que reside a Divindade. Fazemos bem em seguir “Seus passos”.
Ao mesmo tempo devemos exaltar Deus em nossas próprias consciências, aceitando a afirmação bíblica de que Ele é Espírito e que não podemos tentar representar a Sua imagem, nem retratá-Lo, pois Ele a nada se assemelha, quer nos céus quer na Terra. Podemos ver os veículos de Jeová circulando como satélites em volta de diversos Planetas. Também podemos ver o Sol, que é o veículo visível de Cristo. Contudo, o Sol invisível, que é o veículo do Pai e fonte de tudo, esse só pode ser visto pelos maiores Clarividentes e apenas como a oitava superior da fotosfera do Sol, revelando-se como um anel de luminosidade azul-violeta por trás do Sol. Contudo, nós não precisamos vê-Lo. Podemos sentir Seu amor e essa sensação nunca é tão grande como na época do Natal, quando Ele nos está dando o maior de todos os presentes: o Cristo do novo ano.
F I M
[1] N.T.: na 10ª Edição foi acrescentada mais uma carta, totalizando seis cartas.
[2] N.T.: Depois de 1920: dezenove no livro Os Mistérios das Grandes Óperas; vinte e quatro sob o título: Coletâneas de Um Místico.
[3] N.T.: a riqueza da experiência.
[4] N.T.: para o hemisfério norte e para os extremos do hemisfério sul isso é um fato inquestionável. Para o restante do hemisfério sul, também, só que aqui seria pelo fortíssimo calor e pela fome, por sua resultante escassez.
[5] N.R.: Gl 4:4
[6] N.R.: Pseudônimo de Johannes Scheffler (1624-1667) – Místico cristão, filósofo, médico, poeta, jurista alemão.
[7] N.T.: Hb 12:1-2 – “também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor, rejeitando todo fardo e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é proposto, com os olhos fixos naquele que é o autor e realizador da fé, Cristo Jesus”.
[8] N.R.: Mt 20:27; Lc 22:26; Mc 9:15
[9] N.T.: Mt 25:40
[10] N.T.: estado de inconsciência profunda, com desaparecimento da sensibilidade ao meio ambiente e da faculdade de exibir reações motoras. A pessoa não consegue pensar, falar, ver ou ouvir com clareza.
[11] N.R.: IJo 1:5
[12] N.R.: Jo 14:12
[13] N.R.: Mt 5:8
[14] N.R.: Mt 11:29-30
[15] N.T.: Jo 14:12
[16] N.T.: Refere-se à Primeira Grande Guerra
[17] N.T.: Lc 2:14
[18] N.T.: Apo 19:16
[19] N.R.: Personagem do romance A Cabana do Pai Tomás, (em inglês: Uncle Tom’s Cabin; or, Life Among the Lowly), livro da escritora estadunidense Harriet Beecher Stowe.
[21] N.R.: Para o hemisfério norte
[22] N.R.: Mt 4:4
Para o curador da Nova Era, ou da Era de Aquário, o conhecimento da Astrologia Rosacruz é fator essencial, já que a finalidade dela é mais ampla do que qualquer outro sistema, penetrando na intimidade anímica do Ser.
O tratamento efetivo de um paciente é possível somente quando se faz um diagnóstico acurado, o que poderá ser obtido pela Astrologia Rosacruz. A Astrodiagnose mostra-nos as tendências latentes do paciente, bem como as possíveis enfermidades que se manifestam no momento.
Em sua atividade, o curador deve levar em consideração o tipo de mentalidade, o vigor e a forma das emoções manifestadas pelo paciente, porque se a mentalidade for débil e o conjunto emocional forte, não haverá possibilidade de cooperação com as condições de ajuda e as melhoras se distanciarão, fatores que não se apresentam quando condições mentais e emocionais são cooperadoras.
Com o paciente a esperança deve ser mantida e predições de pioras nunca manifestadas. O curador deve estar sempre disposto a comunicar boa disposição ao paciente e conter toda a manifestação de tendência a pensamentos sombrios e de ambiente deprimente, o que é possível por meio de suas linhas de força que contra-atacam depressões que venham da parte do paciente, como também de outras pessoas.
Em relação à vida do curador, ela deve ser pura e cheia de compassividade devido a que a sua intangível e tangível influência sobre o paciente é poderosa, tanto para o bem como para o mal. Emanações áuricas puras e poderosas de outros poderão ser de benefício incomensurável para fortalecimento do paciente, fazendo-o tomar parte ativa no processo de cura. O auxílio provindo da mera presença do curador poderá ser decisivo no processo de cura.
Por último, porém, não de menor importância, o curador e o paciente devem estar em harmonia astrológica em relação aos seus Signos Ascendentes. Signos de Fogo se harmonizam com os de Fogo e de Ar; Signos de Água com os de Água e de Terra. Saturno no Ascendente no horóscopo do curador nunca deve estar no Ascendente ou na sexta Casa do paciente.
(Publicado na Revista “Serviço Rosacruz” – abril/1982 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Quando estudamos o magnetismo, estamos lidando com uma força invisível e normalmente podemos, na melhor das hipóteses, afirmar a forma como ela se manifesta no Mundo Físico, como é o caso sempre que lidamos com qualquer força. O Mundo Físico é o mundo dos efeitos; as causas estão escondidas da nossa vista, embora estejam mais próximas do que nossas mãos ou pés. A força está ao nosso redor, é invisível e vista apenas pelos efeitos que produz.
Se pegarmos um prato com água, como ilustração, e deixá-lo congelar, veremos uma miríade de cristais de gelo, belas figuras geométricas. Essas mostram as linhas ao longo das quais a água foi congelada; são linhas de força que estavam presentes antes que água congelasse; mas eram invisíveis até que as condições apropriadas fossem fornecidas e elas se tornassem manifestas.
Da mesma forma, existem linhas de força entre os dois polos de um ímã; elas não são vistas nem sentidas até que tragamos ferro ou limalha de ferro para o lugar onde elas estão; então elas se manifestarão organizando as limalhas em um padrão ordenado. Ao criar as condições apropriadas, podemos fazer com que qualquer uma das forças da natureza mostre seus efeitos — movendo nossos carros, carregando mensagens na velocidade da luz por milhares de quilômetros etc. —, mas a força em si é sempre invisível. Sabemos que o magnetismo viaja sempre em ângulo reto em relação à corrente elétrica com a qual se manifesta; sabemos a diferença entre as manifestações da corrente elétrica e da corrente magnética, tão dependentes uma da outra, mas também nunca vemos; embora sejam os servos mais valiosos que temos hoje.
O magnetismo pode ser dividido em magnetismo “mineral” e “animal”, embora na realidade sejam apenas um; mas, o primeiro tem muito pouca influência sobre o tecido animal, enquanto o último é geralmente impotente no trabalho com minerais.
O magnetismo mineral é derivado diretamente das magnetitas, que são usadas para magnetizar o ferro; esse processo confere ao metal, assim tratado, a propriedade de atrair o ferro. Esse tipo de ímã é muito pouco usado pois seu magnetismo se esgota, porque é muito fraco em relação ao seu volume e, principalmente, porque a força magnética não pode ser controlada em um ímã chamado “permanente”.
O eletroímã também é um ímã mineral. É simplesmente um pedaço de ferro enrolado em muitas voltas de fio elétrico; a força do ímã varia conforme o número de voltas do fio e a força da corrente elétrica que passa por ele.
A eletricidade está ao nosso redor em um estado difuso, sem uso para fins industriais até que seja comprimida e forçada através de fios elétricos por poderosos eletroímãs. Devemos ter magnetismo em primeiro lugar antes que possamos obter qualquer eletricidade. Antes que um novo gerador elétrico seja iniciado, os “campos”, que nada mais são do que eletroímãs, devem ser magnetizados. Se isso não for feito, eles podem girá-lo até a rachadura da destruição, na velocidade que quiserem, e ele nunca acenderá uma única lâmpada ou moverá um grão de peso; tudo depende do magnetismo estar lá primeiro. Depois que esse magnetismo for iniciado, ele deixará um resíduo, quando o gerador for desligado, e esse chamado “magnetismo residual” será o núcleo de força a ser construído cada vez que os geradores forem reiniciados.
Todos os Corpos Densos de planta, animal e ser humano não passam de “mineral” transformado. Em primeiro lugar, todos eles vieram do Reino mineral e a análise química dos Corpos Densos das plantas, dos animais e dos seres humanos revela esse fato além de qualquer objeção. Além disso, sabemos que as plantas obtêm seu sustento do solo mineral e tanto o animal quanto o ser humano estão “comendo mineral” quando consomem plantas como alimento; mesmo quando o ser humano come os animais, ele está comendo compostos minerais e, portanto, obtém com seu alimento tanto as substâncias minerais quanto a força magnética que elas contêm.
Essa força é o que vemos se manifestando como a hemoglobina, a matéria vermelha do sangue, que atrai o oxigênio vital quando entra em contato com ele nos milhões de minúsculos capilares dos pulmões, separando-se quando passa pelos capilares, que, por todo o corpo, conectam as artérias e as veias. Por que isso é assim? Para entender devemos nos familiarizar um pouco mais com a forma como o magnetismo se manifesta nos usos industriais. Há sempre dois campos, ou um múltiplo de dois campos, em um gerador ou motor — cada campo alternativo ou ímã sendo “polo norte” e todos os outros, “polo sul”. Se desejamos operar dois ou mais geradores “em múltiplo” e forçar a eletricidade no mesmo fio, o primeiro requisito é que a corrente magnética nos ímãs do campo corra no mesmo sentido.
Se não fosse esse o caso, não correriam juntos; eles gerariam correntes indo em sentidos opostos, queimando seus fusíveis. Isso ocorreria porque os polos de um gerador, que deveriam ter atraído, repeliram ou vice-versa. O remédio é trocar as pontas do fio que magnetiza os campos; então a corrente magnética em um gerador se tornará como a corrente do outro e ambos funcionarão suavemente juntos.
Condições semelhantes prevalecem na cura magnética: um certo tom vibratório e polaridade magnética foram infundidos em cada um de nós, quando as forças astrais (do Sol, da Lua e dos Planetas) passaram por nossos Corpos (Denso, Vital e de Desejos) e pela Mente e nos deram o batismo astral, no momento em que respiramos de forma completa pela primeira vez. Isso é modificado durante nossa peregrinação pela vida, mas o impulso inicial permanece imperturbável e, portanto, o horóscopo do nascimento essencialmente retém o poder para determinar nossas simpatias e antipatias, bem como todos os outros assuntos. Mais ainda, seus pronunciamentos são mais confiáveis do que nossos gostos e desgostos conscientes.
Às vezes, podemos conhecer uma pessoa e aprender a gostar dela, embora tenhamos a sensação de que ela tem uma influência hostil sobre nós, a qual não podemos explicar e, portanto, nós nos esforçamos para deixar de lado; mas uma comparação entre o seu horóscopo e o nosso revelará a razão e se formos sábios, prestaremos atenção ao seu aviso ou, tão certo quanto os Planetas circulantes se movem em suas órbitas ao redor do Sol, viveremos para lamentar nosso desrespeito a essa caligrafia na parede.
Mas, também há muitos casos em que não sentimos a antipatia entre nós e uma determinada pessoa, embora o horóscopo a revele; se virmos os sinais, ao comparar os dois horóscopos, poderemos nos sentir inclinados a confiar em nossos sentimentos, em vez de confiar no roteiro estelar dos horóscopos. Com o tempo, isso também levará a problemas, pois a polaridade astral certamente se manifestará com o tempo, a menos que ambas as partes estejam suficientemente evoluídas para “governar suas estrelas” em grande medida.
Essas pessoas são poucas e distantes entre si em nosso atual estágio de evolução. Portanto, faremos bem se usarmos nosso conhecimento da escrita estelar para comparar nossos horóscopos com aqueles que pelo menos entram intimamente em nossas vidas. Isso pode poupar tanto a eles quanto a nós muita miséria e mágoa. Aconselhamos este curso particularmente no que diz respeito a um curandeiro e seus pacientes ou a um possível parceiro ou uma possível parceira para um relacionamento conjugal.
Quando uma pessoa está doente, a resistência está no ponto mais baixo e, por isso, ela é menos capaz de resistir às influências externas. Assim, as vibrações do curador têm efeito praticamente irrestrito e mesmo que ela possa ser animada pelo mais nobre dos motivos altruístas, desejando derramar sua própria vida em benefício do paciente, se suas “estrelas” forem adversas no nascimento, seu tom vibratório e o magnetismo tendem a ter um efeito hostil sobre o paciente. Portanto, é de primeira necessidade que qualquer curador tenha um conhecimento de Astrologia Rosacruz e da Lei da Compatibilidade, pertença ele àqueles que reconhecidamente curam por magnetismo e imposição de mãos, ou às escolas regulares de profissionais de saúde, porque também infundem suas vibrações na aura do paciente e ajudam ou atrapalham de acordo com a concordância entre a sua polaridade astral e a do paciente.
O que foi dito a respeito do curador aplica-se com força dez vezes maior ao enfermeiro e a enfermeira, pois ele ou ela está com o paciente praticamente o tempo todo e seu contato é muito mais íntimo.
Para curador, o profissional de saúde e paciente a compatibilidade é determinada pelo Signo Ascendente, pelo Planeta Saturno e pela Sexta Casa. Se os seus Signos Ascendentes concordarem em natureza, de modo que todos tenham Signos de Fogo na cúspide de primeira Casa ou todos tenham Ascendentes com Signos de Terra, de Ar ou de Água, eles serão harmoniosos, mas se o paciente tiver Ascendente com Signos de Água, um curador ou um profissional de saúde com Ascendente com Signos de Fogo têm um efeito muito prejudicial.
Também é necessário ver se Saturno, no horóscopo do curador ou do profissional de saúde, não está em um dos graus do Zodíaco dentro da sexta Casa do paciente.
No que diz respeito à relacionamentos conjugais, a polaridade astral é mostrada principalmente pela consideração da Lua e de Vênus femininos no horóscopo de um homem, pois descrevem suas atrações pelo sexo oposto; no horóscopo de uma mulher, o Sol e Marte masculinos têm um significado semelhante. Se esses Astros estiverem harmoniosamente configurados e os Signos nas cúspides da sétima Casa dos possíveis parceiros concordarem, a harmonia prevalecerá, especialmente se o Sol, Vênus ou Júpiter de uma pessoa estiver na Sétima Casa da outra. Mas se os Astros mencionados afligem um ao outro, ou as sétimas Casas das partes estão em desarmonia, ou se Saturno, Marte, Urano ou Netuno de um está em algum grau incluído na sétima Casa do outro, é a escrita óbvia indicando que a polaridade astral é desarmônica e que a tristeza está reservada para eles, se permitirem que suas emoções evanescentes os unam em um vínculo de infelicidade; pois é fácil mudar os fios do campo em dois geradores elétricos para que suas polaridades coincidam, mas é extremamente difícil inverter a polaridade astral de uma pessoa para fazê-la concordar com a recebida por outra em seu batismo astral.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Como recebemos uma série de pedidos nestes últimos anos, não só para nossos cursos de Astrologia, mas também para outros tipos de informações e dúvidas que se seguem, decidimos colocar estas respostas em forma de livreto.
Esperamos que este material, que era mimeografado, seja mais durável e conveniente para ser usado.
1. Para fazer download ou imprimir:
Auxílios Astrológicos – Por um Estudante
2. Para estudar no próprio site:
Auxílios Astrológicos
Por
The Rosicrucian Fellowship
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido e Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, Booklet: Astrological Aids, editada por The Rosicrucian Fellowship
Por H. Petito e pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Sumário
NOSSA POSIÇÃO: ASTROLOGIA ESPIRITUAL. 5
PROGRESSÃO DO HORÓSCOPO QUANDO O NATIVO MUDOU DO SEU LUGAR DE NASCIMENTO.. 7
A CABEÇA DO DRAGÃO E A CAUDA DO DRAGÃO.. 14
PARA ENCONTRAR O SIGNO E O GRAU DO ASCENDENTE SEM RETIFICAÇÃO 22
RETIFICAÇÃO DA HORA DO NASCIMENTO PELOS ACONTECIMENTOS 24
Como recebemos uma série de pedidos nestes últimos anos, não só para nossos cursos de Astrologia, mas também para outros tipos de informações e dúvidas que se seguem, decidimos colocar estas respostas em forma de livreto. Esperamos que este material, que era mimeografado, seja mais durável e conveniente para ser usado.
Somos bem vindos à comentários, e esperamos que o conteúdo prove a utilidade para ajudar a todos os Estudantes da Divina Ciência que é a Astrologia.
Desde que os Ensinamentos Ocidentais da Sabedoria transmitidos e divulgados pela Fraternidade Rosacruz incluem a Astrologia Espiritual e como existe um interesse cada vez maior na ciência das estrelas, principalmente nas suas fases e aspectos materiais, é necessário que o alcance e a natureza da parte astrológica, entre os trabalhos da Fraternidade, sejam claramente definidos.
Quando se considera a Astrologia desde o mais amplo ponto de vista de evolução, procura olhar cada Horóscopo como a representação de um Ego individual, uma centelha da Chispa Divina, evoluindo para um estado glorioso de estar sob as influências de tremendas forças cósmicas, impelido, mas não compelido por elas, para tomar certos cursos de ação. Os mais profundos traços de caráter, as qualidades espirituais do ser real estão indicadas no Horóscopo e isto torna evidente que a Astrologia é essencialmente uma ciência espiritual, tratando primeiramente do ser humano como um Espírito.
Aqueles que perguntam dos ensinamentos da Fraternidade Rosacruz, interessados na Astrologia ou na Filosofia, vibram em alguma medida, pelo menos, para o raio da Escola da Sabedoria Ocidental, que é uma Escola de preparação para a Iniciação Cristã, tanto nesta vida como nas outras que virão. Os Estudantes da Escola da Sabedoria Ocidental, a Fraternidade Rosacruz, se desenvolvem sob um princípio espiritual muito definido, e é para seu bem-estar que eles entendem, usam e ensinam Astrologia em conformidade com o princípio da Filosofia Rosacruz.
O treinamento exotérico ou externo lida com formas e condições materiais, incluindo nisto, medidas competitivas, adiantamento próprio à custa de outros, etc., e tudo isto foi permitido enquanto funcionávamos sob o regime de Jeová, aprendendo as lições de separatividade, tornando-nos conscientes de nós como indivíduos separados. Durante o regime de Jeová nós devíamos estritamente prestar contas à Lei de Causa e Efeito. Agora sob o Raio de Cristo nosso trabalho é esotérico – desenvolvimento interior – que é de natureza altruísta, em lugar de competitivo. O Estudante dos ensinamentos da Fraternidade Rosacruz está trabalhando definitivamente sob a influência de Cristo e a lei para ele é: “Aquele que perder sua vida, encontrá-la-á”[1], estar “no mundo, mas não pertencer a ele”[2].
O astrólogo que trabalha com o aspecto material de existência, está sob a influência da lei separatista, correspondente à lei inferior do Mundo do Desejo, porque provendo aos seus interesses, como por exemplo, processos e ações contra os outros, especulações comerciais, jogos de azar, etc., fica preso ao MATERIALISMO, a maior barreira para a evolução espiritual. O astrólogo que desinteressadamente serve ao seu próximo, por meio do estudo do seu caráter, aconselhamento vocacional e Astrodiagnose, está trabalhando com a parte espiritual do ser humano e, portanto, sob a lei superior. O verdadeiro Aspirante da Sabedoria Ocidental esforça-se em nutrir e responder ao Cristo interno e prepara-se para servir a humanidade como o fazem os Irmãos Maiores; desta maneira seus semelhantes se libertarão do materialismo e serão guiados na liberdade de uma verdadeira Fraternidade Universal.
A Hora Sideral (S.T.) do Meio do Céu (M.C.), como é usado astrologicamente, indica o ponto no céu exatamente sobre a nossa Cabeça no momento do nascimento, ou a primeira respiração e alento da criança recém-nascida. Isto torna-se um ponto que é RELATIVAMENTE uma estrela fixa e que corresponde à entidade ou Ego. Tempo e lugar depois do nascimento não afetam este ponto no que se refere ao indivíduo e permanece um fator constante, a partir do qual todos os movimentos estelares são computados.
O Ascendente, como o nome indica, marca este ponto no espaço astral, no horizonte oriental, elevando-se no momento do nascimento. Cada grau tem seu próprio tom ou frequência vibratória e no momento do nascimento a primeira respiração do recém-nascido determina a natureza de seu corpo físico e sua capacidade para responder às experiências futuras. Não por acaso, mas por oportunidades, o Ego é trazido a um corpo físico, o qual tem a sua frente uma vida que habitará o nativo a aprender as lições necessárias. As experiências, boas ou más, afetam a vibração do corpo físico e finalmente tornam-se atributos da alma. Se o indivíduo mudar seu lugar de nascimento, não haverá, de maneira alguma, qualquer efeito sobre a linha de seu destino, mas mudará o TEMPO em que às lições deverão ser aprendidas. Mudança para Leste ou Oeste sob a mesma latitude, não afetam o tempo, mas a mudança para o Norte ou para o Sul sim, mudará o tempo de acordo com a distância da viagem, porque esta mudança Norte ou Sul mudará o grau do Ascendente do nativo. Este deve, portanto, quando há mudança de residência para o Norte ou para o Sul, fazer uma alteração correspondente no seu mapa natal, a fim de que o GRAU ASCENDENTE correto seja indicado. Isto se obterá quando o S.T. progredido da Tábua de Casas na Latitude do LUGAR DE RESIDÊNCIA. Assim como é usada a longitude do lugar de nascimento, não importa onde o nativo esteja residindo; e como TODOS os lugares de mesma Longitude têm o meio-dia ao mesmo tempo (ou o mesmo M.C.) INDEPENDENTE DA LATITUDE, o M.C. progredido será o mesmo como se não houvesse ocorrido mudança do lugar de residência, MAS o ASCENDENTE progredido não será o mesmo, pois a mudança de residência afetará o ASCENDENTE progredido e outras cúspides das Casas.
REGRA:
A Lua, o satélite ou acompanhante do Planeta Terra, é o corpo celeste mais migratório e o que mais rapidamente se move nos céus. É uma luminária, mas não brilha por sua própria luz; simplesmente reflete os raios da grande estrela diurna, o Sol.
Uma lunação é a Conjunção do Sol e da Lua – chamamos de Lua Nova. A esfera ou órbita lunar é então vista como uma linha crescente no céu ocidental, ao pôr do Sol, junto do horizonte. Todas as noites, por duas semanas, a luminosa superfície desenvolve-se até tornar-se CHEIA, em Oposição ao Sol. Sua luminosidade então decresce por mais duas semanas até encontrar o Sol novamente, na próxima lunação.
As quatro fases, ou quartos da Lua tem influência significativa na descida ou na subida das águas na terra, o rítmico movimento que nós chamamos de marés. A Lua Crescente é a maré cheia nos negócios dos seres humanos, poderosas forças para os esforços externos. A Lua decrescente ou maré baixa é para a assimilação, planejamento e preparação para a ação.
As fases ou Quadraturas da Lua no seu movimento através do Zodíaco são muito importantes no estudo da Astrologia, nas progressões do horóscopo bem como nos Trânsitos (para referência veja “Direções Lunares Progredidas” no livro “A Mensagem das Estrelas”).
Os Eclipses ocorrem quando o Sol e a Lua estão próximos, à mesma declinação ou equidistantes do equador celeste. Há duas maneiras de ocorrer a Eclipse: total e parcial. Eclipse total ocorre quando as declinações são exatas. Eclipse solar é causado pela interposição da Lua entre a Terra e o Sol, na Lua Nova ou conjunção, embora nem todas as lunações se constituam em Eclipses. Eclipse lunar é causado pela Lua passando através da sombra da Terra, obscurecendo a luz do Sol refletida pela Lua, na Lua Cheia.
Quando visível, o Eclipse solar total é sempre atemorizante. A escuridão da esfera dourada durante o dia é estranha, causando normalmente um vago terror em pessoas mais impressionáveis. O número de Eclipses em um ano não pode ser menor que duas (2) e não mais que sete (7); o número usual é quatro (4), (veja o Livro “Astrologia Científica Simplificada”).
O período sinódico de lunações é de 19 anos, correspondendo ao ciclo de 19 anos dos nós da Lua. Isto torna a previsão dos Eclipses futuros muito simples. Por exemplo, houve um Eclipse lunar total em 14 junho de 1946, em Sagitários 23:04. Nas Efemérides (calendário astronômico) para 1965, 1946, 1927, 1908 e 1889 em 13 e 14 de junho, o Estudante encontrará um Eclipse total da Lua em Sagitários 23º e será sempre assim de 19 em 19 anos. Podemos então saber que o mesmo acontecimento ocorrerá em junho de 1984, junho 2003, etc.
Um Eclipse parcial do Sol ocorreu em 29 de junho de 1946, em Câncer a 6º30’. O mesmo aconteceu e acontecerá da mesma forma como foi demonstrado no exemplo anterior.
O efeito dos Aspectos progredidos em relação aos Astros natais é aumentado se um Eclipse cai na mesma posição (do Aspecto) e muito mais aumentado se o Eclipse for total. Ao considerar os efeitos das lunações e dos Eclipses no mapa natal observe a combinação das características da Casa na qual isto ocorre, o Regente daquela Casa e que Astros o Regente aspectará; correlacione então com ambos, mapa natal e o mapa progredido.
A Lua é crescente durante o primeiro e segundo quartos; minguante no terceiro e quarto quartos.
Sempre que puder, plante quando a Lua está em um dos Signos férteis: Câncer, Escorpião e Peixes; os preferidos a seguir são: Touro e Capricórnio e também Libra.
Tudo o que plantar e produzir acima da terra e crescer da semente com formação de raiz, como o feijão, o milho, a alface, aveia, tomate, ervilha de cheiro, malmequer, calêndula e cravo, devem ser plantados quando a Lua é Nova ou no quarto crescente.
Tudo o que plantar e produzir dentro da terra e crescer através de bulbos, como a beterraba, cenoura, batata, nabo, tulipas, gladíolos, etc., devem ser plantadas na Lua Cheia ou no último quarto.
No último quarto da Lua revolva a terra, tire as ervas daninhas, limpe e destrua as plantas nocivas, especialmente quando a Lua está nos Signos áridos de Gêmeos, Leão ou Virgem.
Influência do Signo da Lua na Plantação:
LUA EM ÁRIES – tendência a seca, aridez, não dando bons resultados. Não é um bom Signo para a plantação em geral, mas razoavelmente bom para eliminar qualquer coisa prejudicial ao crescimento das plantações e bom para a preparação da terra.
LUA EM TOURO – sendo um Signo razoavelmente produtivo, Signo da terra, é bom para plantar vários tipos de culturas, principalmente batatas e todas as culturas com raízes de rápido crescimento.
LUA EM GÊMEOS – Sendo seco, frio e árido não é bom para qualquer tipo de plantio ou replantio, mas um bom Signo para eliminar coisas prejudiciais à plantação e aconselhado para a preparação da terra.
LUA EM CÂNCER – Sendo úmido e muito fértil é o Signo mais produtivo do Zodíaco, assim, todos os tipos de boas sementes produzirão excelentes resultados.
LUA EM LEÃO – é o Signo mais árido do Zodíaco e nele só se deve destruir o mato e as raízes, podendo-se também podar árvores.
LUA EM VIRGEM – É úmido, mas infrutífero e não é recomendado o plantio ou o replantio, mas é bom para a preparação do terreno e para a retirada da terra das coisas que a prejudicam.
LUA EM LIBRA – é considerado um Signo fértil e é usado para semear feno, forragem de cereais (milho), etc.. Muitos usam esta época para o plantio de alface, couve e legumes deste gênero, mas não é tão bom como a Lua em Touro. É um bom Signo para flores.
LUA EM ESCORPIÃO – É o mais próximo de Câncer em produtividade e pode ser utilizado com os mesmos objetivos e resultados de Lua em Câncer.
LUA EM SAGITÁRIO – É considerado árido, mas é uma época usada para semear feno.
LUA EM CAPRICÓRNIO – É Signo da terra, portanto produtivo para batata e outros tubérculos.
LUA EM AQUÁRIO – está inclinado a ser árido, sendo bom apenas para a preparação da terra.
LUA EM PEIXES – Tal como Câncer é muito produtivo e pode ser uma época usada com os mesmos objetivos e com os mesmos resultados.
Nós (NODOS) são pontos na órbita de um Astro onde ele cruza a eclíptica, ou curso do Sol. A Cabeça do Dragão corresponde ao norte da Lua ou nó ascendente, e a Cauda do Dragão é o nó sul da Lua ou nó descendente.
A Cabeça do Dragão é o ponto espiritual mais sensível no horóscopo, e mostra por posição e aspecto a linha de maior desenvolvimento do nativo.
A Cauda do Dragão mostra a ponto de maior limitação do seu caráter e o que está faltando espiritualmente.
O NÓ NORTE OU NÓ ASCENDENTE
A Cabeça do Dragão indica influências benevolentes; uma força ardente e masculina determina que o nativo está acima no seu horóscopo, afirma sua própria divindade e cria seu próprio destino.
O NÓ SUL OU NÓ DESCENDENTE
A Cauda do Dragão indica uma tensão de influência; uma força aquática e feminina determina que o nativo submergirá a um nível mais baixo que a do momento do seu nascimento, esquecerá sua humanidade na destruição e nas ações que o consumirão. Haverá sempre “guerra no Céu”, até que o Dragão seja esmagado debaixo do calcanhar da alma aspirante. Nos mapas natal e progredido, a Cabeça e a Cauda do Dragão desempenham uma função variada e muito poderosa.
PRIMEIRA E SÉTIMA CASA
A Cabeça do Dragão na 1ªCasa inclina a honras e favores, acrescentando muito aos atrativos da personalidade e do poder individual. A Cauda do Dragão em oposição na 7ª Casa, traz opressão e leva o impedimento a quaisquer favores e boas situações e ainda conduz inimigos e competidores para antagonizar a personalidade. Traz aflições e disputas com sócios e companheiros, tanto nos negócios como no matrimonio. Lança o mais distante possível, o poder do nativo para vencer e superar esses obstáculos. Saturno é exaltado na 7ª Casa e na época da prova, é o ceifeiro pronto a cortar todo o feixe disponível.
A Cabeça do Dragão, na 7ª Casa reduz o número de inimigos; proporciona sucesso em todas as uniões e sociedades em oposição às aflições da Cauda do Dragão na 1ª Casa, com seus fracassos e escândalos, perda do magnetismo pessoal e inclinações para uma vida curta e desvantajosa.
SEGUNDA E OITAVA CASAS
A Cabeça do Dragão na 2ª Casa confere abundância, remove toda a preocupação e ansiedade; estimula o poder, posses, legados e presentes.
A Cauda do Dragão na 8ª Casa arrebata lucros, levando o nativo ao desespero e pode proporcionar morte súbita e violenta.
A Cabeça do Dragão na 8ª Casa promove uma vida longa, presentes, heranças, legados de parentes.
A Cauda do Dragão na 2ª Casa traz danos e perda de propriedades, sorte adversa nas finanças causando temores, tristezas e aborrecimentos no que se refere ao dinheiro e posses.
A Cabeça do Dragão dará em ambos os casos, mas a Cauda do Dragão arrebatará da vida, tudo o que o nativo tiver ganhado.
TERCEIRA E NONA CASAS
Nas 3ª e 9ª Casas eles governam as viagens e as condições mentais.
A Cabeça do Dragão na 3ª Casa indica ganhos através de irmãos (membros de uma igreja ou sociedade), viagens, escritos e assegura as publicações; rapidez mental, assuntos educacionais, seguidos com entusiasmo.
A Cauda do Dragão na 9ª Casa reduz muito a predisposição à fé, proporcionam viagens péssimas, conclusões desastrosas e inclina a sonhos curiosos e premonição não confiável.
A Cabeça do Dragão na 9ª Casa alimenta e estimula a fé, aplicação a religião e assuntos espirituais; favorece viagens longas, residência em locais no exterior, sonhos e visões dignos de confiança, estimulando intuições proféticas.
A Cauda do Dragão na 3ª Casa contribui para grande ansiedade mental e aborrecimentos com irmãos (irmandade) e dificuldade para manter e conservar assuntos e fatos interessantes no período de ajustamento ou adaptação.
QUARTA E DÉCIMA CASAS
Assuntos dos pais. A Cabeça do Dragão na 4ª Casa prediz boa fortuna para a mãe, uma vida feliz e pacífica na infância e um final feliz para o nativo. A Cauda do Dragão na 10ª Casa pressagia má fortuna ao pai; perda da posição, honras e favor público para o nativo em qualquer profissão escolhida.
A Cabeça do Dragão na 10ª Casa indica boa fortuna para o pai, promessa de honras, posição elevada e favores do público na profissão escolhida. A Cauda do Dragão na 4ª Casa rouba da mãe toda paz e alegria, tumultua em ambas as ocasiões, tanto na imagem do primeiro lar como no fim da vida, o que poderá ocasionar profunda confusão em toda sua carreira, quando aspectos malignos se formam com esta força destrutiva.
QUINTA E DÉCIMA PRIMEIRA CASAS
Crianças e amigos estão sob a influência desta força poderosa e desempenham suas funções em determinar o destino maduro individual.
A Cabeça do Dragão na 5ª Casa livra o nativo de muitos problemas, calamidades e perigos; favorável para as crianças, proporciona ganhos em empregos públicos ou escritório.
A Cauda do Dragão na 11ª Casa – associações indesejáveis; perda de oportunidades; frustração de esperanças; conselhos errados e falsos amigos.
A Cabeça do Dragão na 11ª Casa proporciona amizades dignas e o apoio delas na realização de esperanças e desejos.
A Cauda do Dragão na 5ª Casa priva a criança de ter esperança ou então as destrói, elimina a alegria da sua vida e a ruína pela tolerância aos prazeres nocivos.
SEXTA E DÉCIMA SEGUNDA CASAS
Na 6ª e 12ª Casas, a saúde e felicidade vêm a tona para ajuste.
A Cabeça do Dragão, na 6ª Casa promete um corpo forte e saudável. A Cauda do Dragão na 12ª Casa prediz aborrecimentos por inimigos secretos, possibilidade de prisões, autodestruição.
A Cabeça do Dragão na 12ª Casa significa ganhos em empreendimentos secretos; sucesso na busca do ocultismo. A Cauda do Dragão na 6a Casa tira do nativo a saúde, torna a debilidades físicas uma longa e dura prova, minando atividade pela fragilidade do corpo físico, através da qual a alma se manifesta.
Estas são apenas algumas das indicações natais e são os aspectos planetários, os trânsitos e as direções que indicam a crise das experiências que a pessoa deve passar marcando o destino maduro e o método para seu pagamento.
São estas direções que trazem luta contínua, a favor ou contra nosso desenvolvimento e evolução.
A Cabeça e a Cauda do Dragão são as chaves daquela parte do nosso destino que é o resultado de ações familiares acumuladas em várias gerações e indica a inclinação hereditária para o bem ou para o mal, que culmina no presente indivíduo.
Por outro lado, o conhecimento do significado da Cabeça e da Cauda do Dragão no mapa da vida, faz com que a pessoa sobreponha-se ou elimine as desvantagens dos fatores hereditários que tendem a algemá-lo, e também capitalize as tendências que o ajudarão a obter o destino que ele deseja desde que se esforce para usar seu poder de uma forma inteligente para aquele fim.
A evolução consciente toma lugar da obediência cega ao destino e deste momento em diante o homem começa a subir a escada que finalmente conduzirá ao seu legítimo lugar entre os deuses.
Os 360 graus do Zodíaco estão divididos igualmente em 12 Signos de 30 graus cada. Um horóscopo representando a visão a partir da Terra, em um determinado momento, também consiste de 360 graus. Está dividido também em 12 partes ou Casas, que, no entanto, não tem sempre comprimento igual. Repare bem a diferença entre Signos e Casas.
Somente no equador terrestre pode cada Casa medir 30 graus, cobrindo 2 horas de tempo desde que no equador a “visão” do Zodíaco é equivalente em todas as direções. Quando alguém se move ao norte ou ao sul, a partir do equador, a visão muda.
Devido à perspectiva mudada, o número de graus nas Casas é diferente. Portanto, mais de um Signo pode ser encontrado numa Casa. Mais perto dos polos, 2 ou 3 Signos podem estar agrupados dentro de uma Casa e naturalmente, na Casa oposta correspondente. Haverá, então, outras Casas com somente uns poucos graus de comprimento.
Esta desigualdade é causada pela inclinação do eixo da Terra, conforme gira em sua órbita ao redor do Sol e pela distância norte ou sul do equador, o que permite a observação da faixa dos Signos “em um ângulo”.
Esta inclinação é maior no meio do verão ou no meio do inverno. Nos polos temos praticamente 6 meses de “dia” e 6 meses de “noite”. Sendo assim temos Signos interceptados em muitos mapas. Um Signo é interceptado numa Casa, quando ele não toca as cúspides de ambos os lados. Entretanto, não há interceptações no zodíaco; elas aparecem somente pela nossa visão da Terra, reveladas no mapa.
As interceptações podem ter como efeito a instabilidade ou conflito, ou uma monotonia prolongada ou ainda um estado de insatisfação nos departamentos específicos da vida, revelado pelas Casas ocupadas pelos Signos interceptados. Pode ser difícil para o nativo lidar com os problemas dessas Casas de uma maneira positiva.
Casas que contém interceptações são, por conseguinte, áreas de específicas lições para o nativo e os assuntos dessas Casas, uma tarefa para trabalhar sobre elas. Pessoas que tem interceptações em seus mapas precisam de mais cooperação e podem beneficiar-se daqueles que tem esses Signos interceptados colocados naturalmente nas cúspides ou ângulos em seus próprios mapas, porque pontos fortes no mapa de uma pessoa tendem a contrabalancear os pontos fracos no mapa de outras.
O QUE SE SEGUE PODE SER USADO COMO AUXÍLIO PARA ACHAR O SIGNO ASCENDENTE:
Erija um mapa para um tempo aproximado, ou se for desconhecido, escolha um Signo e grau no Ascendente que possa adaptar-se ao tipo do nativo. Se possível use acontecimentos anteriores à idade de 30 anos. Acontecimentos tais como: morte do pai e da mãe, uma viagem longa, mudança de residência, Casamento, etc.
A.E. = Arco do acontecimento (data do acontecimento MENOS data do nascimento em graus e minutos).
OBS: 1 (um) grau para um ano
5 (minutos) para um mês
1 (minuto) para 6 dias
10 (segundos) para um dia
EXEMPLO:
20 anos, 6 meses e 14 dias = 20º 32′ 20″
R.A. = Ascensão Reta, ou seja, a distância sobre o Equador Celeste a partir de 0º de Áries.
R.A.M. = Ascensão Reta do Meridiano Superior (MC)
MD = Distância do Meridiano (distância entre R.A.M. e R.A. dos Astros ou pontos).
ASTROS PARA CONJUNÇÃO COM O M.C. (MEDIUM COELI):
R.A. do Astro MENOS A.E.= R.A.M.
R.A. do Astro MAIS A.E = R.A.M. (*)
ASTROS PARA CONJUNÇÃO COM O I.C. (IMUM COELI ou NADIR)
R.A. do Astro MAIS A.E = R.A.I.C.
R.A. do Astro MENOS A.E. = R.A.I.C.
(Acrescentando 180 ao R.A.I.C obtemos a R.A. do M.C.)
(*) Se R.A. é muito pequeno, acrescente 360; se o resultado for mais que 360, então deduza 360. No Livro Tabela de Casas encontre o Signo e graus que a R.A.M. corrigida representa. Para provar pela Conjugação, o M.D. deve ser igual ao A.E.
Se a Conjunção para o M.C. não pode ser usada, retifique pelo ASPECTO. Para I.C. (Nadir) oriente somente pela Conjunção.
R.A.M. pelo ASPECTO:
M.D. (do Astro) MENOS A.E. = (encontre um Aspecto próximo deste total).
Aspecto MAIS A.E. = (Subtraia o total do R.A. do Astro; o resultado será = R.A.M.)
M.D. (do Astro) MAIS A.E. = (encontre um Aspecto próximo deste total).
Aspecto MENOS A.E. (SOME o total do R.A. do Astro; o resultado será = R.A.M.)
(Em todos os casos M.D. significa a distância do meridiano do ASTRO escolhido para provar o acontecimento. Também deve haver 3 fatos comprovados no eventual M.C. corrigido).
No Livro Tabela de Casas observe o S.T. (Sideral Time) que essa R.A.M. representa. Desde S.T. (se necessário acrescente 24) subtraia o S.T. para o meio-dia do dia do nascimento (veja Efemérides). Se o total for menor que 12 o horário é P.M.; se maior que 12, subtraia 12 e o horário é A.M. A hora é a Hora Local Exata (HLE).
EXEMPLO DE APLICAÇÃO:
Latitude: 44º N; Longitude: 79º O; 28 de janeiro de 1893. Nascimento em torno de 8h30m da manhã (AM). O Mapa aproximado resulta em Sagitário à 17º no M.C. e Peixes à 4º 13’ no Ascendente.
Evento utilizado:
Casamento: 11 de outubro de 1914 = 1914-10-11
Nascimento: 28 de janeiro de 1893 = 1893-1-28
Idade: 21-8-13
Arco do Evento (A.E.) – 21º42’10”
Usando Júpiter como o Planeta. Júpiter está em Áries, à 18º59’, na 1ª Casa.
Regra para: Leste ou ao lado esquerdo do Mapa
Ascensão Reta Júpiter em Áries: 17º30’ + 360º = 377:30
Ascensão Reta do M.C. à 17º _____________ —255:52
121:38 = M.D. de Júpiter
M.D. Júpiter 121:38
— A.E. 21:42
99:56 – Aspecto usado: 90º + A.E. = 111:42
R.A. Júpiter: 377:30 MENOS 111:42 = 265:48, que é a R.A. para corrigir o M.C., nomeadamente à Sagitário 26; correspondente a um Ascendente de Latitude 44º N. que é Peixes à 21:51.
O S.T. é 17:42:34 + 24 = 41:42:43
— S.T. do Nascimento: 21:31:00
21:12:00 – 12:00:00 = 9:12 A.M., que é a Hora Local Exata do nascimento.
[1] N.T.: Mt 8:35
[2] N.T.: IJo 2:15