Quando alguém morre durante uma discussão ou com um sentimento de raiva e vingança no coração, permanecerá durante algum tempo unido àquele ou àquela contra quem era dirigida sua raiva. Com frequência, tal Espírito desencarnado influencia uma alma negativa que ainda se encontre no Corpo Denso e que é impelida a executar uma vingança e a cometer um crime que a alma desencarnada deseja.
No futuro, quando a humanidade estiver mais iluminada e os juízes, advogados e jurados tiverem mais fé e conhecimento a respeito da vida após a morte, não condenarão um criminoso à morte, mas compreenderão que o assassino que é executado, sem um ambiente apropriado para rever o panorama da vida e a subsequente gravação no Átomo-semente, é arremessado sem preparo no Mundo do Desejo e aí poderá ser uma ameaça maior para a sociedade do que quando ainda no Corpo Denso, porque, então, será como uma fera selvagem solta de sua jaula. Terá mais liberdade para prosseguir sua vida de crime, embora invisível àqueles que “têm olhos, mas não veem”.
Se as autoridades, em vez de abrirem a jaula e libertarem o animal, procurassem domá-lo (se o colocassem em uma instituição onde pudesse ser ensinado a viver uma vida melhor), estariam livrando outros de cometerem crimes enquanto estivessem sob a influência do ódio desses espíritos invisíveis, apegados à Terra e ainda cheios de desejos. A pena capital, em vez de impedir, na realidade, promove o crime.
A humanidade está atualmente horrorizada com a onda de crimes que se espalha pelo mundo. Nenhum país está livre dessa realidade e a violência é encontrada principalmente nas grandes cidades. As autoridades estão tomando as maiores precauções para proteger os cidadãos, mas pouco têm conseguido. Nunca o crime foi cometido com tanta audácia, com tanta ganância, mulheres são violentadas, jovens desaparecem e ninguém mais ouve falar deles e o mundo encontra-se desorientado sem saber o que fazer para evitar essas coisas.
Pergunta-se com frequência: “Qual é a causa dessa degeneração?”. O ocultista pode dar a razão. Ele vê a condição no Mundo do Desejo. Sabe que a parte inferior desse Mundo está cheia de Espíritos apegados à Terra, presos ao plano físico, pessoas que perderam suas vidas durante situações em que estavam possuídos de ódio, raiva, cólera e/ou vingança (seja qual situação em que se encontravam, achando que tinham razão para tal ou não). Essas pessoas indignas estavam cheias de ódio e concupiscências quando, subitamente, foram arrebatadas para a outra vida. Tais almas ainda se apegam a seus desejos inferiores, procurando satisfazê-los.
Neste Mundo do Desejo estão também muitos Espíritos puros que compreendem essas condições, que permanecem nessas Regiões inferiores (enquanto puderem) com o propósito expresso de trabalharem com os mais fracos, ensinando-os e procurando guiá-los por caminhos mais puros. Mas, da mesma forma como, por exemplo, os que trabalham nas favelas, comunidades e outros locais onde há grandes necessidades materiais de uma grande cidade, no mundo material, só podem atingir determinado número de pessoas, assim também os Auxiliares Invisíveis só podem alcançar um número limitado de Espíritos. Muitas almas puras e altruístas, que ainda se encontram no Corpo Denso, também estão trabalhando amorosamente e ajudam esses trabalhadores invisíveis, enquanto estão fora do corpo adormecido. Esse é o campo de trabalho no qual os Probacionistas da Fraternidade Rosacruz são muito ativos. Eles fazem trabalhos filantrópicos nessas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo. Não permanecem até altas horas da noite em divertimentos ou leituras levianas, mas deitam-se cedo, não desperdiçam seu tempo com “sonhos inúteis” enquanto adormecem, mas estão ativamente empenhados em ajudar os que necessitam.
No entanto, se um Espírito com más intenções conseguir satisfazer seu desejo influenciando uma alma mais fraca ou alguém que, aqui, era um Clarividente involuntário, através do qual possa alimentar sua natureza inferior, ele levará mais tempo para superar seus desejos, e permanecerá apegado à Terra até que esteja totalmente purgado. Se uma pessoa morrer antes de ter dominado sua natureza inferior (cheia de materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo), viverá entre seus semelhantes por algum tempo para satisfazer seu gosto pela bebida, pelo fumo, pelo dinheiro, pelo apego às coisas materiais e até por sangue. Mesmo o sensualista poderá procurar e obter satisfação influenciando outros, de maneira que, através deles, possa obter uma satisfação indireta.
Da mesma forma que o Espírito se desprende do seu Corpo Denso terreno naquilo que se chama morte, ele também se descarta de um envoltório mais fino chamado Corpo de Desejos, quando tiver concluído sua experiência no Mundo do Desejo. Então, passa para o Segundo Céu.
A “concha” do desejo descartada do assassino ou do sensualista, leva mais tempo para se desintegrar do que o da alma adiantada. A concha ou Corpo de Desejos descartado, dentro do qual ele construiu uma consciência separada, é atraída para aqueles com quem o Ego estabeleceu laços, aqueles com quem se associou, enquanto se encontrava no Corpo Denso. Essas “conchas” podem ser usadas por elementais que se prenderão a um Clarividente involuntário e se apresentarão como Lincoln, Gladstone, ou alguma pessoa famosa que, sem dúvida, já terá passado para o Segundo Céu há muitos anos. Para ilustrar melhor como esses elementais iludem o Clarividente involuntário, sem que esse suspeite disso, vamos relatar um fato. Max Heindel, enquanto vivia em seu Corpo Denso, alertava constantemente seus leitores contra a Clarividência involuntária ou negativa, indicando seus perigos, mas, desde que passou para a vida mais elevada, muitos Clarividentes involuntários alegaram ter recebido mensagens dele em inúmeras ocasiões. Não há dúvida que mensagens foram recebidas, cujos remetentes alegavam ser Max Heindel, mas eram, certamente, de entidades inferiores e não de um Espírito puro que tão fortemente se opôs à Clarividência involuntária ou negativa.
Falando dos elementais, devemos mencionar uma outra classe de entidades que se apossam de um Corpo Denso quando a oportunidade se apresenta. Encontram suas vítimas entre estudantes inexperientes de ocultismo, que tentam deixar o Corpo Denso. Enquanto se encontram fora, e talvez a alguma distância do corpo, se deixados sem proteção de um ser espiritual, muitas vezes são possuídos por uma dessas criaturas vis. Nossos manicômios estão cheios desses pobres infelizes.
Nos últimos anos, os jornais relataram muitos casos em que pessoas vagaram longe de casa e, após meses e até anos, foram encontrados usando outro nome, em um país longínquo, aparentemente vivendo uma vida dupla. Durante esse período esqueceram-se totalmente de sua vida anterior. Esse é um outro caso de obsessão, em que um Espírito apegado à Terra fica tão determinado a voltar à vida terrena, que usa a primeira oportunidade que se apresente para tomar posse do corpo de outra pessoa, expulsando-a de seu veículo. Muitos casos desse tipo de obsessão são encontrados entre os assim chamados loucos ou insanos.
Em casos desse tipo, o Ego, o proprietário real, segue seu Corpo Denso e permanece com ele, embora invisível aos olhos físicos, esperando a primeira oportunidade para recuperar o que lhe foi roubado. Quando é bem-sucedido, imediatamente lembra sua Personalidade perdida, mas o intervalo entre a hora em que saiu de seu lar e seu retorno a ele, é um vazio. Não traz consigo qualquer recordação daquele período.
O leitor pode perguntar: O que podemos fazer para proteger-nos contra a obsessão? Simplesmente manter uma atitude positiva da Mente, pois temer alguma coisa é atraí-la. Não devemos participar de grupos que promovam a Clarividência involuntária ou negativa buscando desenvolvimento e nunca procurar esse desenvolvimento usando exercícios respiratórios fornecidos por escolas orientais ou cristalomancia.
Os passatempos mais perigosos e sutis, entre todos os que atraem essas entidades invisíveis são a mesa que gira, a prancheta e a escrita automática, quando as pessoas que se sentam à espera de mensagens ignoram as condições existentes no Mundo do Desejo. O Clarividente involuntário tem, por vezes, algum conhecimento de seus visitantes desencarnados, muito embora não suspeite da má natureza dos que, através dele, se comunicam, acreditando serem amigos queridos, Anjos, a quem de boa vontade cede seu corpo para o trabalho negativo. Mas, a jovem sensível e emotiva que se diverte e a seus amigos, em total ignorância dos perigos envolvidos nessas experiências, atrai prontamente essas entidades indesejáveis, porque abriu a porta e convidou-as a entrar.
O suicida, a pobre alma que, através do desânimo, destrói seu Corpo Denso, é um dos mais aflitos espíritos apegados à Terra. Destruiu o templo que era o lugar de morada do Deus vivo.
A pessoa, durante sua vida terrena, está preparando o material com o qual construirá a matriz ou o arquétipo do corpo que deverá usar em sua próxima vida. Órgão após órgão é fortalecido ou enfraquecido por seus atos na vida atual. Mal sabe que seus excessos e abusos se refletirão mais tarde, isto é, carregará consigo em vidas futuras um corpo enfraquecido como resultado disso, enquanto uma vida casta e simples construirá um corpo sadio. “O homem colherá aquilo que semear.”
O Ego, após ter assimilado todas as experiências obtidas na vida passada, estará mais uma vez pronto a descer à matéria. Construirá, então, o arquétipo com o material que tiver sido reunido, assim como o quadro mental de um edifício é preparado pelo arquiteto antes que comece a erguer a estrutura. Da mesma forma, o Ego constrói seu próximo templo formando seu Arquétipo criador no Segundo Céu ou na Região do Pensamento Concreto, com o auxílio das Hierarquias Criadoras. A duração da vida é determinada pela força que o Ego coloca nesse Arquétipo. Ele começa a vibrar mesmo antes que seja envolvido pelo Corpo Denso e instila nesse uma vida que irá durar um determinado número de anos. Como mencionado anteriormente, a duração da vida no Corpo Denso foi preestabelecida pelo Ego com o auxílio das Hierarquias Criadoras antes do nascimento, mas o Ego pode, por uma vida pura e simples, prolongar esse tempo, como pode, por uma vida só de sensações e oportunidades negligenciadas, encurtar essa duração. Só a morte, que ocorre quando expira o tempo de vida determinado, pode interromper o sonoro movimento vibratório do Arquétipo que foi construído. O suicida interferiu com o curso da natureza. Ele, por falta de força de vontade para aprender as duras lições da vida, procura esquivar-se e destrói seu veículo, mas descobre que, após entrar no estado além da morte, está tão vivo quanto antes e que não pode cessar aquela vibração sonora. O Arquétipo deve viver o tempo de vida que lhe foi destinado, mas, tendo sido igualmente destruídos sua expressão natural e a passagem para a energia instilada dentro dele, ainda assim continua reunindo material que o Ego agora é incapaz de assimilar ou gastar, desprovido que está de um Corpo Denso. Assim, a existência do Ego nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo é muito desagradável. Ele fugiu do sofrimento, mas encontrou-o mais perto de si e deverá suportá-lo até a hora marcada para a morte natural do Corpo Denso. Somente aí, o Arquétipo se desintegra e o Espírito é libertado, para passar para o Primeiro Céu.
Podemos ver que a morte não transforma uma pessoa, da mesma forma que um pecador não se transforma em santo por despir sua veste exterior. O que a pessoa semeou durante sua vida terrena, deverá colher um dia, em algum lugar, mas tem a oportunidade de se arrepender e de purgar-se de seus pecados enquanto estiver na parte inferior do Mundo do Desejo. Ela pode até desejar permanecer naquelas Regiões após a morte, atormentando outros, voltando sempre aos lugares que o atraíam durante sua vida terrena. Pode ainda roubar alguma alma negativa de seu Corpo Denso mediante a obsessão, a fim de continuar sua vida de pecado e, assim, satisfazer seus desejos inferiores. “Os moinhos de Deus moem lentamente, mas moem extraordinariamente bem”. Algum dia, ela terá que pagar pelas ofensas cometidas, algum dia, por meio do sofrimento e da aflição, deverá purgar-se de todos os pecados e encontrar seu Criador em seu corpo espiritual purificado.
(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de São Paulo-SP de julho-agosto-setembro 2008)
Resposta: Segundo as Santas Escrituras, o ser humano foi criado no Jardim do Éden, no sexto dia da criação. No princípio do sétimo dia, época na qual estamos vivendo, Deus descansou de sua obra.
O ser humano foi criado espírito, e os espíritos recém-criados são chamados “Espíritos Virginais”. Eles, isto é, toda a humanidade, incluindo nós, desde então vimos por séculos e séculos, como crianças, desenvolvendo-nos física e mentalmente, até nos encontrarmos agora dotados de um corpo maravilhoso, com uma Mente admirável e alma sensível. Vivemos e morremos muitas vezes. Como a noite sucede ao dia, assim tem sucedido nascimento e morte.
Em cada morte o espírito volta ao lar celestial para descansar e renovar-se, e regressa, em cada nascimento, à “Escola da Vida”. Em cada vida o espírito se veste de nova personalidade; raras vezes se recorda da vida anterior.
Como sucede em toda escola, há estudantes que aproveitam mais que outros. Alguns conseguem desenvolvimento tal que não necessitam voltar à escola; estão prontos para seguir seu curso em esferas celestiais. Entre eles alguns preferem deter seu curso para ajudar a humanidade menos avançada.
Doze desses chamamos de Irmãos Maiores. Um deles exerce especial influência nos Serviços de Cura no Templo de Fraternidade Rosacruz.
Os Auxiliares Invisíveis são, no mínimo, Estudantes Rosacruzes que atingiram o grau de Probacionistas da Fraternidade Rosacruz. Cada noite, enquanto seus corpos descansam durante o sono, eles servem curando os enfermos, sob a orientação e direção dos Irmãos Maiores, isto é, fazem-no se merecem esse privilégio.
Pede-se ao paciente que assine o “Formulário de Assinaturas Semanal” com caneta à base de tinta nanquim LÍQUIDA ou “pena mosquitinho” – que você molha em um recipiente com tinta LÍQUIDA nanquim – , porque assim o eflúvio de seu Corpo Vital se impregna no papel através do líquido (em um tempo que permanece tão claro e nítido o suficiente) e proporciona aos Auxiliares Invisíveis a indicação de seu estado de saúde. Isto deve ser feito semanalmente nas datas indicadas no informe “Datas de Cura” que enviamos. Somente com essa chave os Auxiliares Invisíveis podem penetrar no Corpo do paciente. Por conseguinte, o ato de assinar é um pedido de ajuda dirigida aos Auxiliares Invisíveis. Se o paciente compreender isso, nunca o fará mecanicamente nem dissimulará as datas e, obviamente, não assinará com caneta esferográfica, hidrográfica, à lápis ou utilizando outra forma de tinta.
Deve ser um ato sincero, simples, de fé e agradecimento.
Não adoramos nem invocamos em preces os Irmãos Maiores e Auxiliares Invisíveis; eles são homens e mulheres humanos, e somente a Deus adoramos e elevamos nossas orações, em nome de Cristo Jesus.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 08/1971)
N.R.: “healing”, em inglês, que é diferente de “curing”. O problema é que em português traduzimos ambas as palavras por “curar”. Entretanto, o conceito delas é bem diferente. “Curing” significa “eliminar todas as evidências da doença”, “eliminar todos os sintomas” – está mais para remediar; enquanto que “healing” significa curar totalmente: o Espírito, a Alma – aqui restaurar, eliminar a causa suprafísica, pois o Espírito e a Alma nunca ficam doentes (!) – e o Corpo – aqui sim: restabelecer o funcionamento normal da parte afetada, pois essa parte está doente. Quando falamos do Método de Cura da Fraternidade Rosacruz, estamos falando de “healing” (veja aqui: https://goo.gl/t5p7p4, em português e aqui: https://goo.gl/L7WgMf, em inglês). Assim, nesse texto todas as vezes que se lê “cura”, entenda “healing”.
“Ao chegarem junto da multidão, aproximou-se dele um homem que, de joelhos, lhe pedia: ‘Senhor, tem compaixão de meu filho, porque é lunático e sofre muito com isso. Muitas vezes cai no fogo e outras muitas na água. Eu o trouxe aos Teus Discípulos, mas eles não foram capazes de curá-lo’”.
(Mt 17:14-16).
Não existe Aspirante que não tenha desistido, por causa da fraqueza da sua fé e de seu empenho, em levar uma vida espiritual. Uma palavra dita erradamente ou um ideal desvanecido têm feito estremecer sua casa espiritual, que estava construída sobre areia, e quem sabe, logo viram inundações e as águas a levarão. Bem podemos comparar a fé de alguns de nossos Estudantes e Probacionistas como os Discípulos de Cristo. Os membros da Fraternidade Rosacruz têm recebido dos Irmãos Maiores um método de cura. São depositários desse belo ensinamento divulgado nos livros que são impressos na Fraternidade Rosacruz e que demonstram que essa Sociedade leva propósitos distintos: primeiro, praticar o Evangelho e segundo curar os enfermos. O Evangelho da Fraternidade Rosacruz está contido nos belos e instrutivos livros que se tem espalhado pelo mundo nos últimos 21 anos.
As instruções, acerca de nosso método de realizar curas, são enviadas em lições e Cartas aos Probacionistas. Desde o princípio da Fraternidade Rosacruz, que foi no outono de 1909, se tem gerado, por meio de uma cadeia de pensamentos, uma grande força de cura. Essa cadeia está circulando o mundo e sabemos bem que todos os pensamentos são coisas poderosas.
Com cada pensamento forte e o veemente desejo do que considere necessário para sua Alma, forças invisíveis te suscitam entre você e sua meta. Quando um grupo de pessoas, que se empenham em se tornarem mais espiritualizadas e se esforçam sinceramente para uma vida mais pura e útil, concentra o pensamento e a aspiração em uma linha determinada, especialmente quando concentra e mantém na imaginação um símbolo tal como o Emblema da Fraternidade Rosacruz – o Símbolo Rosacruz -, que é sua meta e seu propósito, como fazem nossos Estudantes e Probacionistas, coloca-se em ação uma vibração extremamente poderosa. Despertam-se forças que são transcendentais e elevadoras.
A Fraternidade Rosacruz tem construído uma cadeia semelhante de poder curador e ainda continuam adicionando forças. Esse poder não vem somente dos nossos 1.300 Probacionistas treinados, que estão conseguindo um desenvolvimento apreciável, nem vem somente dos exercícios, do viver e do aumento de sua capacidade de fazer o bem, senão que vem também de outros mil que são os Estudantes Rosacruzes de nossos vários ramos da obra, os pacientes, amigos, os leitores, etc.
Em todo o mundo existem pessoas nos ajudando a fortalecer essa cadeia de cura, dedicando a ela sua imaginação e sua concentração sobre o Símbolo Rosacruz, e estão enviando suas orações ao Templo de Cura para nos ajudar, especialmente nas noites das Datas de Cura, que são uma vez na semana, quando a Lua está em um Signo Cardeal ou Cardinal. Nessas noites celebramos o Ritual do Serviço Devocional de Cura no Templo de Cura às 18h30 e a essa hora todos nossos amigos do mundo se unem a nós em oração, quando no lugar que estão são 18h30. Imaginemos que força poderosa surge para o mundo, a cada instante do tempo, dessa oração conjunta, e de que grande benefício serão esses pensamentos para um mundo enfermo e aflito!
Quanto mais aumenta o interesse, mais poder se agrega e como muitos se curam, logo passam a boa nova aos outros que sofrem e, assim, o poder curador continua crescendo.
Se tem propagado muitas ideias erradas sobre o Método Rosacruz de Cura, a Cura Rosacruz. Ele é tanto espiritual quanto material, visto que insistimos na manutenção assídua do tratamento recomendado por nossos irmãos e irmãs que são profissionais da saúde (medicina, psicologia, da psiquiatria, enfermagem, terapias, farmácias etc.), além do uso de medidas físicas tais como banhos especiais, dieta científica, exercício, banhos de Sol, ajustes da coluna vertebral etc. O primeiro passo é descobrir, por meio de um diagnóstico cuidadoso, a causa exata da doença, seja ela espiritual, mental ou física. Ao dizer espiritual devo explicar que muitos que sofrem da doença física, sofrem de uma fome que vem da alma, ou pelo contrário, de métodos de desenvolvimento espiritual não adequados a sua composição de corpos e veículos. Esse último afeta o Corpo Denso da mesma maneira que o excesso de comida que o estômago não pode digerir, sobrevindo a enfermidade, como consequência. A causa da enfermidade pode ser encontrada no horóscopo da pessoa, o que proporciona ao curador ou a curadora uma chave sobre em que trabalhar.
Se pode receitar uma dieta que, agregada ao trabalho dos Auxiliares Invisíveis, restabelecerá a saúde plena do paciente. O horóscopo da pessoa mostra, também, as Leis naturais que o paciente infringiu, se sua vontade é suficientemente forte, o conhecimento que obtenha do horóscopo o ajudará a resistir aos desejos da carne, o que dará lugar a uma cura permanente. Mas nem todos respondem à força curadora, pois têm que pagar certas dívidas do destino e não sentirão a influência dessa força até que tenham resgatado essas dívidas.
Frequentemente se pergunta: Quem são os Auxiliares Invisíveis? Os Auxiliares Invisíveis são, na Fraternidade Rosacruz, os Probacionistas e Estudantes Rosacruzes que se dedicaram à vida elevada e que por meio de certos exercícios e uma vida de serviço, pura e útil, se preparam para a obra mais elevada. Isso constrói o Corpo-Alma, formado pelos dois Éteres superiores, que permitem a eles trabalhar com eficiência nos Mundos invisíveis, enquanto estão fora do Corpo Denso durante o sono. Sentem-se satisfeitos em saber que não gastam inutilmente suas noites de sono, flutuando sem nenhum propósito no Mundo do Desejo. Caminham nos negócios do Pai e se ocupam, enquanto estão fora do Corpo Denso durante o sono, absorvendo conhecimentos e servindo sob a direção de algum Probacionista que durante o estado de vigília é um profissional da saúde bem preparado que, por virtude dos seus conhecimentos do corpo humano, atua como líder de um dos muitos grupos de cura que estão diretamente sob a orientação dos Irmãos Maiores.
Inumeráveis cartas têm chegado ao Departamento de Cura de pacientes que asseguram terem estado despertos e conscientes quando os Auxiliares Invisíveis trabalharam sob seu corpo enfermo. Quando é necessário, as mãos dos Auxiliares Invisíveis se materializam; como quando se trata de enfermidades tais como tumores e crescimentos interiores, que têm que ser extirpados, ou é preciso tratar alguma víscera interior do corpo do paciente. Quando se emprega o Método de Cura Rosacruz, por meio dos Auxiliares Invisíveis, a imposição de mãos físicas, ou de dar tratamentos magnéticos, ou massagens, não é necessário. Essa obra se efetua pelos Auxiliares Invisíveis sem o uso das mãos físicas.
O Método Rosacruz de curar por meio dos Auxiliares Invisíveis requer os eflúvios do Corpo Vital do paciente, o que se faz mediante a assinatura que o paciente envia para o Departamento de Cura, a cada final de mês. A tinta da caneta tinteiro (nanquim) atua como condutora do magnetismo e leva o Éter do paciente que impregna o papel. Isso indica que o paciente continua querendo ser curado e proporciona ao curador ou a curadora a chave do Corpo Vital do paciente. Sem esta chave que o enfermo envia, o curador ou a curadora se encontra incapacitado ou de “mãos atadas”.
Enquanto trabalha como Auxiliar Invisível, o curador ou a curadora está livre do risco de contágio pessoal e a salvo do perigo, mesmo na habitação do enfermo, ainda que esse padeça da mais virulenta das enfermidades.
Em nossos Centros da Fraternidade Rosacruz, espalhados pelo mundo, os Probacionistas se reúnem em serviços semanais de cura e, dessa maneira, magnetizam e purificam paulatinamente o Éter dos Templos da Fraternidade Rosacruz, até o ponto em que muita gente se cura somente por estarem em um recinto como esse.
Porém, o jovem entusiasta que, ignorantemente, se dedica à arte de curar e se empenha a curar a todos pode produzir grande dano. Muitas vezes acontece que tal pessoa crê que deve curar o paciente se concentrando sobre ele. Quem isso escreve conhece caso particulares de pessoas que deixaram mais gravemente o enfermo pelos pensamentos concentrados de seus amigos, especialmente quando se tem formado grupos com o fim de concentrar o pensamento.
É muito perigoso visualizar determinada pessoa e se esforçar para curá-la com o uso do pensamento concentrado. Não esqueça isto: que o pensamento concentrado de um grupo é sumamente poderoso e pode ocasionar até a morte, se for suficientemente forte e caso se emprega sem o devido conhecimento. Quando um grupo de pessoas se senta com o fim de curar, sua ação deve levar em conta uma súplica a Deus, uma oração pela saúde do paciente; cada curador ou a curadora deve se imaginar como um canal pelo qual o fogo divino flui até o paciente.
A ação de invocar o amor divino para que rodeie o que padece não ocasionará resultados danosos. Muito cuidados deveríamos ter com a concentração no propósito de que, quanto mais nos adiantarmos e nos desenvolvermos espiritualmente, mais poderosos se fazem nossos pensamentos. Pode-se ocasionar também grande prejuízo com o mal uso do magnetismo pessoal.
Agregamos aqui uma curta descrição do poder do magnetismo escrito por Max Heindel: o processo de curar mediante a imposição de mãos tem duas operações diferentes, uma é cortar do paciente algo que é tóxico e prejudicial que leva à enfermidade e a outra é o próprio curador ou a curadora emitir algo de sua força vital. Toda pessoa que tenha feito esse tipo de trabalho sabe que há sentido nisso, se sente na verdade, pelos que têm obtido êxitos no processo de curar. Agora, a não ser que o profissional da saúde ou o curador ou a curadora esteja transbordando saúde, com certeza sucederá uma destas duas coisas: ou o miasma humano que é removido do paciente irá oprimir o curador ou a curadora a tal ponto que para fazer uso de uma expressão comum “assume a condição do paciente” ou dará tanto de sua própria força que cairá completamente esgotado. Bem pode suceder que as duas coisas aconteçam e chegue o dia em que o profissional da saúde curador ou a curadora se encontre tão desamparado que tenha que descansar à força. Os curadores magnéticos ou curadoras magnéticas que carecem de conhecimentos científicos, frequentemente, escapam à primeira condição. Mas todos eles correm perigo de desamparar-se. É uma coisa que nada pode escapar, somente com uma exceção da pessoa que vê os eflúvios etéricos e que toma o fluido vital em parte. Muitos enfermos são vampiros; quando mais fortes e robustos são, piores será sua condição quando vier a enfermidade que os leve ao leito de dor.
Julgando o que acabamos de dizer é evidente que impor as mãos é coisa que não se deve fazer imediatamente, por qualquer pessoa que não tenha sido treinada em uma das muitas escolas idôneas como a Osteopatia, Quiropraxia, etc.
Assim, vemos como o uso imprudente desses poderes sutis pode ocasionar dano quando nos empenhamos em curar. Se tivermos fé no método que nos é passado pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, cujas equipes de Auxiliares Invisíveis estão sempre prontas a responder ao chamado dos que manifestarem pedido de ajuda, podemos alcançar resultado proveitosos: ter fé e seguir o método que eles nos têm brindado por meio do seu mensageiro Max Heindel.
Para terminar, permita-me repetir que no uso da oração estamos sempre seguros. Assim, pois, deveríamos seguir o conselho do Apóstolo São Paulo em sua Primeira Epístola aos Tessalonicenses, Cap. 5, vers. 17: “Orai sem cessar”.
(Carta da Sra. Augusta Foss Heindel aos Estudantes, de julho de 1930)
A Amizade como um Ideal
Dezembro de 1910
Em um movimento religioso é costume se dirigir um ao outro como “Irmã” e “Irmão”, em reconhecimento de que todos, de fato, somos filhos de Deus, que é o nosso Pai comum. Entretanto, irmãos e irmãs nem sempre estão em harmonia. Algumas vezes chegam ao extremo de se odiar, mas, entre amigos não pode haver outro sentimento que não seja o amor.
Foi o reconhecimento desse fato que levou Cristo, nosso grande e glorioso Ideal, a dizer a Seus Discípulos: “De agora em diante já não vos chamarei de servos… mas de amigos” (Jo 15:15). Nada melhor podemos fazer do que seguir o nosso grande Líder, tanto nesse como em todos os outros acontecimentos da Sua vida. Não devemos nos contentar com simples relacionamentos fraternais, mas vamos nos esforçar por sermos amigos no mais santo, puro e amplo sentido da palavra.
Os Irmãos Maiores, cujos belos ensinamentos nos uniram no Caminho da Realização, honram os seus Discípulos do mesmo modo que Cristo honrou os Seus Apóstolos chamando-os de “Amigos”. Se você persistir no caminho que você começou a percorrer, algum dia, estará na presença deles e ouvirá a palavra “Amigo” pronunciada em voz tão suave, carinhosa e dócil que ultrapassa qualquer descrição ou até a própria imaginação. A partir deste dia, não haverá trabalho que você não efetuará para merecer tal amizade. Servi-los será o seu único desejo, sua única aspiração, e nenhuma distinção terrena será comparável a esta amizade.
Sobre os meus indignos ombros caiu o grande privilégio de transmitir os Ensinamentos dos Irmãos Maiores ao público em geral e, em particular, aos Estudantes, Probacionistas e Discípulos da Fraternidade Rosacruz. Você que solicitou que seu o seu nome figurasse na minha lista de correspondentes, saiba que eu, alegremente, lhe estendo a minha mão direita em fraternidade, cumprimentando-o pelo nome de amigo. Aprecio a confiança que depositou em mim, e lhe asseguro que me esforçarei para ajudá-lo em tudo que estiver ao meu alcance e ser merecedor de sua confiança. Espero que também me auxilie no trabalho que me proponho a fazer em benefício de todos, e peço que me desculpe no caso de descobrir alguma falhar em mim ou em meus escritos. Ninguém necessita mais de orações de seus semelhantes do que aquele que tem por missão ser um líder.
Por favor, lembre-se de mim em suas preces e tenha certeza que o terei nas minhas. Incluo a primeira lição com a esperança que o que foi exposto nessa carta estabeleça as nossas relações e firme, entre nós, uma amizade sincera.
(Do Livro: Carta nº 1 dos Estudantes)
Pergunta: Aqueles que estão passando, agora, para o Além voltarão a renascer antes da Era de Aquário? Se eles têm lições a aprender para se tornarem capazes de viver naquela Era, voltarão para aprender?
Resposta: Isso tudo depende. O tempo usual entre dois nascimentos é de mil anos, de modo a dar a todos uma oportunidade de renascer uma vez como homem e outra, como mulher, enquanto o Sol transita por cada Signo do Zodíaco pela Precessão dos Equinócios, o que demora, aproximadamente, 2.100 anos.
Isso é feito porque as lições desse período são tantas e tão diferentes que não podem ser efetivamente aprendidas pelo mesmo tipo sexual de corpo. As experiências, do ponto de vista masculino, são muito diferentes das do feminino.
Essa lei, porém, é semelhante a todas as outras leis da natureza: não é cega. Ela está sob o domínio de quatro grandes Seres chamados de Anjos do Destino e Eles têm que preparar todos os detalhes da evolução humana. Providenciam para que todos possam ter a oportunidade de conseguir tanta experiência quanto possam suportar.
Se for necessário que uma pessoa permaneça mil anos, inteiramente nos Mundos invisíveis, ela permanecerá. Se não, voltará mais cedo. Algumas voltam após poucas centenas de anos, porque já evoluíram até ao ponto em que aprendem rapidamente.
Pessoas que “vivem a vida”, como os Probacionistas ativos e fiéis à obrigação, que já assimilaram sua experiência de vida antes de saírem daqui e estão fazendo uma boa parte do seu trabalho nos Mundos invisíveis, não necessitam ficar muito tempo no outro lado.
Elas se puseram definitivamente do lado das Leis de Deus e, portanto, a elas são dadas maiores oportunidades para evoluir pelo serviço.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1973)
Pergunta: Se trabalharmos dedicadamente com as plantas e os animais para auxiliá-los no seu desenvolvimento e no processo de sua evolução, isso contribuirá para nossa elevação espiritual ou só a conseguiremos mediante serviços prestados à humanidade?
Resposta: Não, todo ato de bondade para com outra criatura e todo pensamento de amor enviado a outros seres, independentemente do reino ao qual pertençam, recai sobre nós de maneira que se torna um fator de crescimento para a nossa alma. Contudo, deve-se notar que se concedemos a nossa bondade e o nosso amor às plantas e aos animais, enquanto os negamos aos nossos irmãos e irmãs humanos, estaremos cometendo um grave erro, pois a verdadeira caridade começa em casa. Que pensaríamos de um homem que negligenciasse sua própria família, dedicando seu amor e cuidados à família de outrem? Com certeza não nos faltariam palavras para qualificar tal conduta, e o mesmo argumento podemos aplicar a quem devota o seu amor aos animais ou a um jardim cheio de flores, mas não faz o mesmo em relação às crianças da sua vizinhança.
Lembramo-nos de um caso: Há alguns anos, havia um homem muito próspero entre os nossos Probacionistas que se queixava muito da morosidade do seu progresso espiritual. Ele pertencia à alta sociedade e participava de todas as atividades sociais ao mesmo tempo que aspirava a seguir o manso e humilde Cristo. Quando quisemos mostrar-lhe a inconsistência do seu comportamento, ele justificou-se dizendo que se sentia obrigado a agir assim por causa de sua mulher. Ele havia-se casado com ela e não podia recusar-se a acompanhá-la em suas reuniões sociais, pois isso iria com certeza acabar com o relacionamento entre os dois. Perguntamos o que ele fazia para promover o crescimento de sua alma; que interesse tinha pelas pessoas menos favorecidas que ele; qual a sua participação em termos de caridade, ou melhor, que estava fazendo pessoalmente no sentido de ajudar os que não ocupavam posição tão privilegiada e necessitavam de sua ajuda? Ele admitiu que nada disso fazia. Então, evidentemente envergonhado pela sua incapacidade de mostrar e fazer algo pelos outros, e tentando merecer o direito de trabalhar numa esfera mais elevada, ele disse enfaticamente: “Às vezes, ao ver um cão faminto, eu o alimento, também gosto muito do meu cachorro, e dedico muito tempo para treiná-lo”.
Entendemos facilmente que qualquer que seja o amor que esse homem tenha demonstrado em relação ao seu próprio cachorro e o gasto de alguns centavos em sobras que tenham servido de alimento, uma ou duas vezes, a um cão faminto – enquanto desprezava a oportunidade de alimentar as almas famintas de seus irmãos e irmãs humanos – não lhe conferirão uma elevação espiritual e, naturalmente, como tantos outros que descobrem não haver estrada régia, ele dedica seus interesses para coisas materiais. O fato de patrocinar a ida de missionários para a China para converter os pagãos, enquanto sua própria família está na escuridão, não representa desenvolvimento espiritual. Não lhe trará benefício nenhum o fato de alimentar todos os cachorros e gatos da sua cidade e cuidar de todos os jardins abandonados, se descuidar de zelar por seus filhos humanos. Se o consulente já tiver feito todo o possível para iluminar seus familiares mais próximos, então, será bom enviar missionários à China, se tiver meios para isso. Se já tiver feito tudo quanto pode para que o amor se integre às vidas das crianças em seu próprio lar e em sua própria cidade, então é meritório cuidar também dos gatos, cachorros e jardins. Nem sempre podemos fazer o bastante, mas seja muito ou pouco, deveríamos primeiro assegurar-nos de despender os nossos esforços numa esfera legítima e adequada.
(Pergunta 141 do Livro “A Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” vol. II, de Max Heindel)
O Valor em se rever as Lições Passadas
Há na seguinte Carta uma sugestão valiosa de um Estudante dos Ensinamentos Rosacruzes que eu considero no dever de transmiti-la:
A noite passada, enquanto examinava uma grande quantidade de correspondência que tive a felicidade de receber da Fraternidade Rosacruz por quase cinco anos, me veio a pergunta sobre o que os outros Estudantes e Probacionistas fazem com suas Cartas mensais recebidas da Fraternidade. E daí me veio a ideia de que isso deveria ser mencionado em uma das Cartas mensais. Não é meu desejo criticar as ações de outros Estudantes ou Probacionistas, porém, é muito provável que poucos Estudantes e Probacionistas percebam plenamente “a mina de ouro” de informações que realmente há nessas Cartas, e que podem ser transformadas em tesouro celestial pela ação correta que resulta no uso dessas preciosíssimas informações.
Quantas vezes, olhando para trás, me recordo que muitas dessas Cartas tinham sugeridas novas ideias e realizações, das quais eu não tinha a mínima consciência antes, e que maravilhosos auxílios essas sugestões têm sido para mim em muitas lutas internas!
Na verdade, pode-se dizer que nessas lições anteriores temos uma “mina de ouro” da qual poderemos extrair muitos tesouros, que nos ajudarão a “viver a vida” na plenitude que devemos. Aqui, de fato, temos um segundo “Conceito Rosacruz do Cosmo”. Portanto, compete aos Estudantes e Probacionistas arquivar e cuidar corretamente de todos os detalhes de sua correspondência com a Fraternidade Rosacruz, para que ela possa ser utilizada, da melhor maneira possível, na propagação da luz dos Irmãos Maiores. Quem sabe se uma dessas lições é necessária para achar uma informação precisa para ajudar um amigo. Muitos benefícios podemos obter com a classificação ordenada dessas Cartas por assunto.
Penso que é pouco provável que a maioria dos Estudantes e Probacionistas compreendam totalmente a força que existe por trás dessas lições. Para aqueles entre nós que foram acostumados a base escrita e métodos científicos de pesquisa, essas lições anteriores são eficazes para ajudar na união da Mente com o Coração. Contêm grande quantidade de pensamentos que contribuirá para a ação correta e perseverança no bem-estar. Se os Estudante e Probacionistas conseguirem utilizar da melhor maneira retirando o melhor dessas Cartas recebidas, então será muito útil e contribuirá para o crescimento da alma. Certamente são as pequenas coisas que tornam possíveis as grandes coisas, e talvez isso levasse alguns Estudantes e Probacionistas a servirem melhor e mais.
Se os Estudantes focarem na lição de que a repetição é a nota-chave do Corpo Vital e que “todo o desenvolvimento oculto começa com o Corpo Vital”, compreenderão a causa de ser tão proveitoso rever as lições e as Cartas passadas.
(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 81)
Responsabilidade e a Fraternidade
A Fraternidade Rosacruz é uma Associação Internacional de Cristãos Místicos. Isso significa que a dimensão religiosa e espiritual do nosso movimento é de capital importância. Mas, da mesma forma como o espírito requer um corpo para adquirir experiência, com vista ao crescimento anímico, assim também o caminho espiritual necessita do ambiente material para que possamos desenvolver nosso potencial divino. Entenda-se que, quando nos referimos à Fraternidade Rosacruz, devemos fazer uma distinção entre o “corpo”, isto é, a Sede Mundial, os centros, os edifícios, os livros, e as “unidades viventes”. Estas são representadas pelos estudantes, probacionistas e discípulos, que fazem o possível para ajudar os Irmãos Maiores em seu benéfico trabalho em prol da humanidade. São pessoas que se esforçam por “viver a vida” e percorrer o caminho da espiritualidade.
“Viver a vida” não consiste em sonhos nem meditações, ou ainda em procurar visões místicas que nos alienem da realidade terrena e de suas responsabilidades. O “viver a vida” produz crescimento anímico, que não é produto de especulações, mas o resultado de trabalho duro, de esforços levados a cabo durante o dia quando cumprimos todas nossas obrigações e deveres com o melhor de nossas capacidades. O antigo alquimista afirmava: “Ora et labora”, cuja tradução é: ora e trabalha. Isto significa que nossas orações devem ser nosso trabalho e nosso trabalho deve ser como uma oração a Deus.
Tudo o que fazemos deve ser o melhor, durante todo o tempo. Deve ser um cântico de gratidão e louvor a nosso Senhor e Libertador. Devemos trabalhar, comer, dormir, orar e fazer todas as coisas para a glória de Deus. Agindo dessa forma viveríamos, realmente, uma vida espiritual durante as 24 horas do dia e não unicamente ao deitarmos ou levantarmos.
É mister que nossa vida inteira se revista de espiritualidade. É preciso lutar por unir todas as partes do nosso ser, num todo harmonioso, antes de que se nos permita explorar os reinos superiores do espírito.
Se vivemos separando o Criador de Sua Criação, não nos espantemos se o mundo parece estar despencando para um abismo! É tempo de compreendermos que a separatividade a nada conduz porque contraria o espírito de amor e fraternidade. Deus é uno e, ao mesmo tempo, é tudo que é Bom, Belo e Verdadeiro. Ele se encontra sempre presente, em toda parte de Sua Creação[1]. Através d’Ele verdadeiramente vivemos, nos movemos e temos nossa existência. Por nosso intermédio Ele evolui, porque Ele e nós somos UM.
Portanto, cada vez que expressamos a Bondade, a Beleza e a Verdade que possuímos, demonstramos Sua Presença e fortalecemos Seu Divino Poder em nós. Este Poder irradia-se, então, em forma de luz, dentro e ao redor de nós. Quando despontamos como sendo um bom exemplo, nós o colocamos em manifestação, outros o percebem e são estimulados a imitá-lo. São inspirados a viver uma vida mais espiritual, guiada pelo espírito e irradiadora de suas qualidades.
Devemos pensar, também, no fato de não estarmos associados simplesmente com a Fraternidade – a estrutura – mas verdadeiramente em Fraternidade, a fraternidade do espírito. Essa fraternidade espiritual, ou sagrada união com todos os nossos Eus Superiores, une milhares de almas cristãs em todo o mundo, com um vínculo de amor e compreensão. Representa um poder que traz cura e esperança a um mundo sofrido.
Compreendemos plenamente que força é estar ao lado do Cristo? Consideremos, ainda, o fato de que esta forma permanece latente, até que decidamos viver conforme nossos princípios, consagrando-nos e oferecendo-nos como um sacrifício vivente sobre o altar do Serviço.
A ideia do serviço prestado aos demais, amiúde, nos traz à mente façanhas missionárias heroicas, a serem realizadas com muito exibicionismo, ou uma grande demonstração de generosidade. Porém, isso não é assim. A verdade e a sabedoria divina encontram-se na simplicidade. O Mestre repete constantemente que devemos começar pelas coisas pequenas, demonstrando nossa fidelidade em nossas mais insignificantes responsabilidades. Isso tudo deve ocorrer antes de que nos sejam oferecidas oportunidades mais significativas. Quando caminhamos pela senda espiritual, estamo-nos esforçando por nos convertermos em colaboradores dos Irmãos Maiores, com a finalidade de curar os enfermos e elevar nosso semelhante à estatura de Cristo, Luz e Salvador do Mundo.
Mas, agora, consideremos isto: estamos sendo fiéis cumprindo todas as obrigações e responsabilidades básicas que assumimos, pelo fato de sermos Estudantes, Probacionistas e Discípulos? As responsabilidades que assumimos como estudantes não se encerram, subitamente, quando nos convertemos em Probacionistas! Cada vez que nos movemos no caminho, maiores responsabilidades recaem sobre nossos ombros. Não existe retorno à categoria anterior. Não podemos anular as habilidades e os conhecimento adquiridos. Regressar às formas de conduta inferiores, seria muito mais destrutivo para a alma.
Max Heindel faz a analogia entre o caminho e um canal em que a alma, como um barco, se eleva mediante o sistema de eclusas e comportas. Uma vez que o barco tenha passado a eclusa, e essa se fecha atrás dele e a água é vertida dentro, de maneira a elevá-lo a um nível mais alto, para dar prosseguimento à sua jornada. Abrir as comportas para retornar ao nível anterior seria puro suicídio.
Como não vemos, nem vivemos, conscientemente nos mundos superiores, nossas experiências ocorrem no plano físico, onde devemos habilitar-nos cumprindo, tão bem como seja possível, nossos deveres temporais.
Os Irmãos Maiores da Rosacruz sabem onde nos encontramos, no que tange ao desenvolvimento espiritual. Devemos usar nossas mentes e corações para nos valorizarmos. Mediante a ação e a retrospecção podemos determinar onde estamos fracassando em nossos deveres e responsabilidades.
Como unidades que somos da nossa Fraternidade, muito podemos fazer para demonstrar nosso mérito e capacitar-nos para a última etapa ou meta final do verdadeiro Discipulado e Iniciação; temos recebido estes admiráveis ensinamentos dados pelos Irmãos Maiores e obtido meio para alcançar a paz da mente que, debaixo da Lei de Causa e Efeito, deveremos compartilhar essas bênçãos com aqueles que sofrem.
Perguntemo-nos, cada um a si mesmo, o seguinte: estou fazendo tudo ao meu alcance para divulgar estes maravilhosos ensinamentos e para promover o benéfico trabalho da Ordem Rosacruz como gratidão, ou simplesmente recebo, sem retribuir, tudo aquilo que me tem sido proporcionado?
Vivo em harmonia com o que professo, de maneira que outros sejam inspirados por meu exemplo a “viver a vida”? Desejo unir-me em fraternidade com os obreiros da Sede Mundial no trabalho de disseminação desta bela filosofia?
Ofereço minha contribuição financeira mensalmente, segundo os ditames do meu coração e minhas posses o permitam, para ajudar a cobrir as despesas com remessa de correspondência e impressão de livros e lições, para que outros possam ter acesso à Luz?
Ajo com seriedade, devolvendo pontualmente meu cartão mensal de estudante Regular ou meu informe de probacionista, como é solicitado pelos Irmãos Maiores, para demonstrar minha fidelidade e sentido de disciplina?
Primo pela exatidão e clareza na correspondência que envio à Sede Mundial? Preocupo-me em enviar informações adequadamente redigidas ou datilografadas, de maneira a facilitar o trabalho daqueles que as recebem na identificação de meu nome, endereço e código?
Há muitas perguntas simples como essas que deveríamos fazer a nós mesmos, não só quando estamos tratando de assuntos relacionados à Fraternidade, mas especificamente, quando tratamos com outras pessoas, no trabalho, na família ou na comunidade.
Se desejamos ser considerados dignos de colaboradores, conscientemente, num plano superior melhor, revisemos nossas vidas e indaguemos como temos assumido nossas responsabilidades em todos os níveis. Somos as mãos privilegiadas que servem a Ordem Rosacruz e devemos apreciar o tesouro que estamos recebendo. Devemos fazer tudo o que for possível para nos assegurar de que muitas outras pessoas recebam, livremente, estes ensinamentos. À medida que percorrermos nosso mérito, tornamo-nos responsáveis por nossas vidas e fazemos o melhor possível em nossas atividades diárias.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/86)
[1] Crear é a manifestação da Essência em forma de existência – criar é a transição de uma existência para outra existência.