Uma das atitudes mentais insistentemente recomendadas pela Filosofia Rosacruz é a de “admitir como possíveis todas as coisas”. Negar precipitadamente qualquer coisa sem examinar os ângulos, é imaturidade ou fanatismo. A adaptabilidade é um dos fatores mais expressivos da evolução. Contrariamente, o do Ego, ou seja, para nós, a qualquer forma de verdade estabelecida é limitador. Convém estarmos alertas com os condicionamentos mentais. Se, por um lado, o “Corpo Vital é o veículo conducente a Iniciação, por meio da repetição de novos e melhores hábitos”, por outro lado pode nos encarcerar na conservação de hábitos antigos e, desse modo, nos retardar a evolução. É importante notar que essa tendência de se ater as verdades convencionais é mais forte nos mais intelectualmente desenvolvidos. O intelecto é orgulhoso e tende a se conservar, lutando contra as novas ideias. Por isso disse Max Heindel que um dos últimos tropeços iniciáticos é o de Judas Iscariotes que simboliza a “Mente concreta”. De fato essa resistência às inovações é mais notável nos proeminentes cientistas que nos leigos. Simon Newcomb, eminente cientista norte-americano declarou, no começo deste século, que era impossível a qualquer máquina voar através de grandes distâncias. Longe dos primeiros voos dos irmãos Wright causarem sensação, provocaram reações de muitos redatores de jornais, que consideraram o relato das testemunhas como “impossível”. Não publicaram uma linha sequer. Passaram-se muitos anos antes que o povo compreendesse que os irmãos Orville e Wilbur tinham começado a conquista espacial prevista para a Era de Aquário, naquela manhã de dezembro de 1903. Levou muitos anos para que eles descobrissem mercado para sua máquina voadora. Numa carta aos inventores, em 1907, o Primeiro Lorde do Almirantado escreveu o seguinte: “O conselho do Almirantado é de opinião que vossa máquina voadora não é de utilidade prática para a Marinha”.
Alexandre Graham Bell não foi mais feliz. Um artigo de fundo de um jornal dos Estados Unidos assim considerou sua invenção: “um homem de uns 46 anos foi preso em Nova Iorque por tentar extorquir dinheiro de pessoas ignorantes e supersticiosas, exibindo um aparelho que, dizia transmitir a voz humana a qualquer distância, através de fios metálicos. Ele chama o instrumento de telefone, naturalmente pretendendo imitar a palavra telégrafo e, com isto, conquistar a confiança daqueles que sabem do êxito que tem esse último aparelho. As pessoas bem-informadas sabem que é impossível transmitir a voz pelo fio e que, se isso fosse possível o aparelho não teria valor prático algum” (vide a obra de A.M. Low – “What’s the World Coming to?”). Tomemos, da mesma obra as palavras do professor Erasmus Wilson, em 1878: “Com relação à luz elétrica, muito se tem dito a favor e contra ela; mas creio que posso dizer, sem receio de contestação, que ao encerrar a exposição, em Paris, a luz elétrica deixará de existir e pouca coisa se ouvirá falar dela”.
Seria preciso dizer que Semmelweis foi expulso de Viena por cientistas que escarneciam de sua teoria sobre bactérias mesmo depois de suas ideias haverem salvado centenas de vidas? O valor de seu trabalho somente foi reconhecido 25 anos depois de sua morte. Quando a luneta de Galileu revelou as luas de Júpiter, seus companheiros astronômicos se recusaram a olhar pela luneta, porque eram de opinião que tais corpos não existiam e que a luneta devia ser, portanto, um embuste. Por que, então iriam olhar através dela?
Se os leitores querem a maior, reproduzo a opinião de um crítico literário acerca de uma obra: “Não a li e não gostei”.
Infelizmente, os tempos passam, a história protesta, os fatos gritam, mas os materialistas continuam assim, vencidos pelo convencionalismo, como Sigmund. Felizmente, ninguém pode deter a evolução. À medida que as necessidades internas e sociais exigem mudanças, elas vêm. Os Anjos do Destino e os Irmãos Maiores da humanidade, que vigiam e asseguram os destinos evolutivos, respeitando, no possível, o livre arbítrio individual suscitam as inovações necessárias. Demolem-se as velhas instituições e edificam-se novas sobre as suas cinzas segundo o mito de Fênix.
Deus opera continuamente para nosso bem. Quando a humanidade se preocupava com o número reduzido dos cavalos, que não daria para o transporte dos antigos troles, surgiu o petróleo, o automóvel, as estradas asfaltadas, e os cavalos foram pastar sossegadamente nos campos. Como dizem os Evangelhos: “olhai os lírios dos campos e os passarinhos do céu. Se Deus vela pela erva que hoje é e amanhã fenece; se olha pelos pássaros que não tecem nem guardam alimento, quanto mais a vós, homens de pouca fé! Sede, pois, como as crianças para entrardes no reino dos céus” (Lc 12:27-31).
(Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de abril/1972-Fraternidade Rosacruz-SP)
Chegamos ao século XVI, o chamado século “renascentista”, porque aí redescobrimos as antigas fontes. Os estudiosos dessa época são, em geral, favoráveis à Astrologia.
Em 1520, uma cadeira de Astrologia foi fundada na universidade papal. O médico suíço Bombastus Von Hohenheim, mais conhecido como Paracelso (1493-1541), fundou a medicina hermética e utilizou o simbolismo astrológico na prática de sua arte. Ele escreve: “Aquilo que cura indica a natureza e a causa do mal, e como cada Astro é representado por um metal: Marte pelo ferro, Vênus pelo cobre, Saturno pelo chumbo, seguir-se-á que a ação terapêutica de cada metal indicará a influência mórbida da estrela correspondente”.
Catarina de Médicis (1519-1589), muito afeiçoada à Astrologia, trouxe para a corte muitos videntes e astrólogos e, em particular, o famoso Nostradamus (1503-1566). As profecias contidas em seus Centuries ainda fazem correr muita tinta…
Mas, a próspera era da Astrologia está terminando com a descoberta do heliocentrismo pelo astrônomo polonês Copérnico (1473-1543). Alguns meses antes de sua morte, ele publicou “revolutionibus orbium coelestium”, que teria uma grande influência no pensamento humano.
Pela primeira vez em 17 séculos, reafirma-se que a Terra e todos os outros Planetas giram em torno do Sol, girando a Terra, aliás, sobre si mesma em 24 horas. Deve-se saber que nenhum fato novo esteve na origem dessa teoria. Copérnico conhecia os escritos de Heráclides (388-315 a.C.) e Aristarco (310-230 a.C.), a quem saudou como seus precursores e é essencialmente por razões metafísicas que adotou esse ponto de vista.
De fato, ele considerava normal colocar a estrela mais brilhante no centro do mundo, aquela que fornece luz e calor à Terra. No entanto, os resultados das observações à sua disposição não lhe permitiram descobrir as leis exatas do movimento dos Planetas. Isso seria descoberto no século seguinte por Kepler, graças às observações astronômicas de um dinamarquês, apaixonado por Astrologia, Tycho-Brahe (1546-1601).
Tycho-Brahe estava inicialmente destinado à carreira jurídica, mas sua paixão pela Astrologia o levou a querer saber as posições dos Planetas com mais precisão do que se fazia na época. Com o apoio do rei Frederico da Dinamarca, ele mandou construir o primeiro observatório digno desse nome perto de Copenhague, que batizou de “Uranienborg” (nome profético quando Urano só seria descoberto quase dois séculos depois).
Com a ajuda dos instrumentos que construiu, conseguiu determinar com precisão a declinação e as coordenadas equatoriais dos Planetas. Tycho-Brahe nunca aceitou a teoria heliocêntrica. Talvez ele tenha percebido que essa teoria se tornaria uma arma contra a Astrologia?
Mas, vamos às descobertas do astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630). Kepler havia sido aluno de Tycho-Brahe e tinha os resultados de suas observações; mas, ao contrário de Tycho-Brahe, ele era partidário do sistema de Copérnico.
É, portanto, graças aos resultados de Tycho-Brahe que Kepler conseguiu destacar as leis do movimento dos Planetas: movimento elíptico dos Planetas ao redor do Sol, velocidades de revolução não uniformes (= lei das áreas).
No entanto, ele ainda era, ao contrário do que afirmam os detratores da Astrologia, um grande Astrólogo (embora tenha lutado contra a Astrologia de “baixo nível”).
Ele escreve: “Vinte anos de estudo prático convenceram meu espírito rebelde da realidade da Astrologia”.
Ele entende que o heliocentrismo não lhe diz respeito: “Basta ao astrólogo ver como os raios vêm do leste, do sul ou do oeste, basta que saibamos se dois Planetas estão em Conjunção ou em Oposição. O astrólogo pergunta como isso é feito? Na verdade, ele não faz isso, assim como o camponês não pergunta como se forma o verão ou o inverno e, no entanto, ele é regulado pelas estações”.
Ele também escreve: “Há um argumento bastante claro e além de qualquer exceção, em favor da autenticidade da Astrologia, é a comunidade de temas entre pais e filhos” (hereditariedade astrológica).
Com Kepler já cruzamos o limiar do século XVII. Ao mesmo tempo, Galileu (1564-1642) também aderiu ao sistema copernicano.
Ele foi o primeiro a usar, para observar as estrelas, o telescópio de “aproximação” (ampliação x50) que já existia há alguns anos. Ele descobriu milhares de estrelas que não eram visíveis a olho nu, os quatro maiores satélites de Júpiter, manchas solares e principalmente as fases de Vênus análogas às da Lua, que vieram a sustentar a teoria heliocêntrica.
Parece que Galileu, sem ter ele próprio praticado Astrologia, se interessou por ela. Ele teria dito a seu aluno, Paolo Dini, que a teoria de Copérnico não poderia abalar os fundamentos da Astrologia.
Em 1616, a Igreja advertiu-o de que esse sistema era “contrário às Sagradas Escrituras e, portanto, não pode ser mantido ou tido como verdadeiro” (Cardeal Bellarmi). Como ele manteve suas opiniões, teve que comparecer, em 1632, perante um tribunal de inquisição e teve que se retratar solenemente. O que ele faz, após 16 anos de resistência, para evitar a estaca; mas, depois, pronunciará esta famosa frase: “E ainda assim ela gira”.
Vale lembrar que o ex-monge Giordano Bruno havia sido queimado em 1600 por ter dito que as estrelas eram corpos semelhantes ao Sol e que havia outros mundos habitados.
Na primeira metade do século XVII, a Astrologia continuou a progredir, apesar da revolução copernicana. Placidus (de Titis ou Tito) (1603-1668), matemático e físico, professor da Universidade de Pavia, desenvolveu outro sistema de Casas.
Esse sistema é ainda mais complicado que os anteriores, pois não utiliza um único plano de referência, mas sucessivos paralelos de declinação. A ideia do método consiste em dividir por três o tempo que o ponto localizado no Ascendente leva para chegar ao MC. O primeiro terço desse tempo, reportado à eclíptica, dá a ponta da Casa 12, o segundo terço dá a ponta da Casa 11 e procedemos da mesma forma entre o MC e o DS (Descendente).
Quanto mais longe do equador você fica, mais ângulos desiguais você obtém; mas, isso também é verdade para os outros sistemas mencionados acima. Existem, ainda, em qualquer altura, duas localizações geográficas variáveis, uma no Círculo Polar Ártico, outra no Círculo Antártico onde não é possível definir um Ascendente: são os dois polos da eclíptica (não confundir com os polos norte e sul fixos que são os do equador).
As diferenças entre Casas de diferentes sistemas podem ser bastante significativas. Assim, um Astro pode estar na Casa 12 em um sistema e na Casa 1 ou mesmo 2 em outro. É o método de Placidus que ainda é o mais amplamente utilizado hoje. Max Heindel o adotou nas tabelas que editou.
Tendo uma base científica sólida, ele poderia ter desenvolvido tabelas de outro sistema, se tivesse encontrado um mais em conformidade com a realidade astrológica. Deve-se saber, no entanto, que certos astrólogos usam outros sistemas, incluindo o da Antiguidade, em que o Ascendente está a 15° do ponto da Casa 1.
Mas, voltando ao século XVII. Outra figura muito importante na Astrologia desse século é Jean-Baptiste Morin de Villefranche (1583-1656), médico, astrólogo do Duque de Luxemburgo, então professor do College de France.
Ele é o fundador da Astrologia moderna e deixa uma obra abundante, a Astrologia gálica, composta por 26 volumes escritos em latim. Richelieu não desdenhou de consultá-lo; Mazarin concedeu-lhe uma pensão.
Foi ele o responsável por traçar o mapa astral do futuro Luís XIV (nascido em 5 de setembro de 1638, às 11h11).
Morin teve que se defender dos ataques de um de seus colegas do College de France, Gassendi, um matemático que, provavelmente não tendo estudado Astrologia, o repreendeu por não ter adotado o sistema de Copérnico.
Ainda hoje encontramos essa resposta ou explicação sem sutileza, sem originalidade, como uma ideia difundida, já conhecida de todos e que ninguém verificou, com a da Precessão dos Equinócios…
Em 1666, Colbert, ministro de Luís XIV, criou a Academia de Ciências e, “em nome da Razão”, proibiu que a Astrologia fosse ali ensinada, ou mesmo praticada por seus membros sob pena de perda de cargo. A partir de agora, esse ensino também será banido das universidades.
Um declínio invencível não demora a tomar forma.
Antes de deixar o século XVII, é necessário dizer algumas palavras sobre Newton (1643-1727), porque ele é o fundador da astronomia mecanicista que contribuirá para relegar a Astrologia um pouco mais para o armário das superstições como, para alguns, Religião em si.
Seu pai já havia morrido antes de ele nascer e ele foi criado pela avó. Quando ele tinha 16 anos, sua mãe pediu que ele assumisse a fazenda; felizmente, ela entende que ele é mais “feito para estudos”. Aos 18 anos ingressou em Cambridge, onde o professor de matemática Isaac Barrow lhe abriu as portas do conhecimento. Aos 25 anos, ele já é um matemático e físico genial. Interessa-se pela óptica e pelo estudo dos prismas desenvolve a sua teoria da luz (à qual Goethe se oporá), e descobre as leis da mecânica que permitem explicar, em particular, os movimentos dos Planetas assinalados por Kepler, um século antes.
Reza a lenda que foi ao observar a queda de uma maçã que teve a intuição da lei universal da atração. Paul Valéry escreveu: “Você tinha que ser Newton para ver que a Lua está caindo, quando todos podem ver claramente que ela não está caindo”. De fato, um objeto lançado ao ar cai pela lei da gravidade; mas, a mesma lei se aplica a um satélite (natural ou artificial): está a uma distância tal que a Terra não está mais perto o suficiente para cair sobre ela e é assim que começa a girar.
Podemos ver isso como uma queda contínua, a Terra constantemente “caindo”. O próprio Newton não era um materialista. Ele escreve: “Este sistema mais que admirável do Sol, dos Planetas e dos cometas, só pode emanar do desígnio e da autoridade de um Ser inteligente e poderoso”.
Mas, a maioria dos cientistas, por mais de dois séculos, preferiu ignorar esse aspecto do pensamento de Newton e acreditar, com base em suas descobertas, que “tudo” pode ser explicado mecanicamente e que “tudo é puramente físico”.
No capítulo XIV do livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, Max Heindel descreve a experiência da água e do óleo representando, respectivamente, o espaço e a nebulosa original e o cientista que não percebe que ele próprio desempenha o papel de Deus criador através da concepção da experiência e sua intervenção com o auxílio de um bastão, para colocar em ação o movimento formativo dos “planetas”.
Foi somente no século XX, com os paradoxos da relatividade de Einstein e da mecânica quântica, que os cientistas (pelo menos alguns) adotaram uma posição mais aberta, como veremos adiante.
(de: Introduction: L’Astrologie Selon Les Enseignements Rosicruciens : L’Astrologie Rosicrucien, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix – Traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
E subiu ao monte, e chamou para Si os que Ele quis, e os nomeou doze para que estivessem com Ele… e para que tivessem o poder de curar as doenças e enfermidades e expulsar os demônios. A Simão a quem acrescentou o nome de Pedro, e a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais deu o nome de Boanerges, que significa Filhos do Trovão… (Mc 8:13-17).
A jornada dos Discípulos principia quando foram ordenados por Cristo após suas Iniciações. Podemos segui-los durante os anos de ministério de seu Mestre e Salvador, prosseguindo depois o seu trabalho na Terra.
Durante esses anos todos, foram beneficiados pela presença e profundo amor do Galileu. As chacotas dos populares pouco os atingiam, em comparação com a felicidade que sentiam no trabalho do “Caminho”, na vinha do Senhor. E qual dos Discípulos era o mais próximo do Cristo, o que mais afinidade conseguiu com o Mestre, quem melhor O compreendeu?
De todos os Discípulos, João foi chamado de “amado” pelo Mestre. Em sua juventude era impulsivo, ambicioso e até vingativo. Só quando cresceu em espírito vislumbramos a sua maravilhosa essência, pelo Cristo reconhecida desde o início.
Apesar de ter sido o mais jovem de todos os Discípulos, ele, segundo a história, viveu mais do que todos. Narra a tradição que ao redor de seus noventa anos era levado à Igreja de Éfeso, onde permanecia testemunhando radiantemente a sua fé. Não dizia outra coisa que: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros”. Para um mais profundo estudo da vivência Cristã desse Discípulo, observemo-lo jovem, porque houve uma marcante diferença entre as duas fases de sua vida, juventude e velhice.
A Bíblia nos diz que esse era o Discípulo amado. Porém, curiosamente Cristo Jesus chamou aos irmãos Tiago e João de “Filhos do Trovão”, literalmente significando aqueles que fazem muito barulho e são a fonte constante de perturbações.
Aparentemente os dois irmãos eram bem conhecidos do Mestre. Os dois “Boanerges” … Filhos do Trovão… (Mc 3:13-17).
Certa vez no caminho de Jerusalém, no meio de Seu pequeno grupo, o Senhor predisse as coisas terríveis que lhe aconteceriam e toda a glória que o Pai lhe reservara. Os dois irmãos, menos interessados nos pormenores da trágica profecia, e visando algo mais grandioso e atraente, qual seja a alta direção de um reinado, de imediato rogaram ao Mestre: “Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita e outro à tua esquerda” (Mc 10). Mas Cristo Jesus lhes respondeu: “Não sabeis o que pedis, podeis vós beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado?” E eles disseram: “Podemos”. Com essa resposta causaram discórdia naquele grupo ora tão harmonioso. “E os dez, tendo ouvido isso começaram a indignar-se contra Tiago e João” (Mc 10:41). E repreendeu-os Cristo Jesus: “Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes, delas se assenhoreiam e os seus grandes usam da autoridade sobre elas. Mas entre vós não será assim… aquele dentre vós que quiser ser o maior seja o servo de todos”.
Não é, pois, de se admirar que Cristo Jesus lhes apelidasse de “Filhos do Trovão”. Naquele dia os Discípulos aprenderam uma lição valiosa: os Filhos de Deus não exercem autoridade sobre o seu semelhante.
Quando a presença do Senhor pareceu indesejável aos moradores de uma aldeia samaritana, prontamente os dois irmãos reagiram. Movidos pelo amor para com o Mestre, mas ainda carentes de sabedoria, disseram: “Senhor, é de Tua vontade que ordenemos que chamas ardentes desçam dos céus e os consumam, como já aconteceu com Elias?”. A essa demonstração muito humana de solidariedade, que não passava, realmente, de um simples desejo de vingança, revestido de uma aparência de virtude, O Mestre respondeu: “O Filho do Homem não veio para destruir os homens, e sim para salvá-los.”. Essa atitude deve ter parecido muito curiosa aos Discípulos, porém o Caminho Superior exige o conhecimento de certas leis: a disciplina interna no relacionamento com outros seres humanos e o respeito à sua divina essência, apesar de suas manifestações inferiores, ou justamente por causa delas. Os Filhos de Deus devem representar um padrão de humanidade a ser seguido pelos semelhantes.
Escreve Max Heindel: “O Discípulo deve passar por um período de treinamento, através do qual alcança tal ponto de maturidade espiritual em que fica capacitado a viver as verdades assimiladas. Então, no tempo certo, torna-se mais fácil, para o Mestre ou Iniciador, mostrar-lhe pela primeira vez, como aplicar a verdade assimilada, como utilizar o poder acumulado, seguindo-se, realmente, a Iniciação”. Esse é, na verdade, o caminho trilhado pelos Discípulos do Cristo. Através do demorado processo da transmutação, eis que os Filhos do Trovão passaram a ser Iniciados de alto grau. O Evangelho Segundo São João, Cap. 14-17, contém informações a respeito da nova forma de Religião a substituir o Cristianismo, conhecida como Religião do Pai. Ela deverá elevar os Discípulos ao Mundo do Espírito Divino. São João diz a esse respeito: “Quem nega o Filho, não tem o Pai, porém, aquele que confessa o Filho, também tem o Pai”.
O inspirado Browning[1] escreveu estes versos e de sua atmosfera, por vezes enigmática, emerge um personagem que reconhecemos como João, o velho João, já muito cansado, falando através da pena do poeta:
“Já passou tanto tempo… tanto tempo…
Tiago e Pedro já foram libertados pela morte.
E só fiquei eu, o vosso irmão João, que tudo viu,
Que tudo ouviu e que tudo se lembra. Na Terra,
Já não há ninguém vivo que possa testemunhar
Sobre o que viu com os seus olhos, sobre o que tocou
Com suas mãos! Lembro-me DELE, a própria Palavra da Vida,
Dizendo: “Eu sou”, desde o começo do mundo.
Ah! E como será esse Seu mundo,
Quando o último que possa dizer
“Eu conheci”, vos terá deixado?”.
O velho Filho do Trovão… muito cansado e possivelmente só. A cada domingo é conduzido à igreja, lá em Éfeso. Não tem mais outra mensagem para a humanidade. Só diz: “Filhinhos, amai-vos uns aos outros” …
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: Robert Browning (1812-1889) foi um poeta e dramaturgo inglês.
(*) Pintura: São João e São Tiago maior – El Greco 1610-1614
O assunto da influência planetária é tão vasto que certamente está além da compreensão de um cérebro humano. Portanto, nunca tentamos o estudo da astrologia mundial, que trata das influências planetárias sobre as massas, mas limitamos nossa observação inteiramente ao efeito dos Astros sobre o ser humano como indivíduo. No entanto, às vezes, não se pode deixar de entrar em contato com o aspecto cósmico das influências planetárias e certos fatos se estabeleceram definitivamente em nossa Mente. Entre outras, a verdade da afirmação feita pelos antigos astrólogos de que as perturbações celestes produzem catástrofes terrestres. O macrocosmo consiste do Sol, dos Planetas e dos seus satélites dentro do nosso Sistema Solar e esses estão tão indissoluvelmente ligados uns aos outros e aos Seres que os habitam que, como um dedo ou um dente dolorido é sentido por todo o nosso corpo e perturba o nosso organismo em um grau compatível com a gravidade da aflição, assim também as perturbações planetárias em um corpo celeste são sentidas por todos os outros membros do Sistema Solar.
Também não é preciso argumentar que as perturbações no Sol se fariam sentir mais agudamente do que as condições em qualquer um dos outros Astros, porque o Sol é muito maior em massa do que os orbes que em marcha o circundam. A ciência estabeleceu o fato de que existem distúrbios periódicos do Sol, que ela chama de “manchas solares”. Essas foram descobertas pela primeira vez por Galileu e Scheiner, mas então as pessoas não acreditaram que o Sol pudesse ter “defeitos” em sua superfície; elas imaginavam que ele fosse puro demais para isso. No entanto, logo ficou provado que elas existem e, também, se descobriu que estão sujeitas a mudanças, que variam muito em tamanho e que mudam de um lugar para outro. Em algumas ocasiões, uma mancha era tão grande que podia ser vista a olho nu. Observou-se também que em alguns momentos havia poucas manchas e em outros, muitas, cobrindo vastas áreas; finalmente descobriu-se que o ciclo das manchas solares é de onze anos.
Sabemos que as influências planetárias têm um efeito sobre a humanidade e essa atividade de manchas solares, recorrente em ciclos de onze anos, é realmente a inspiração e a expiração desse vasto corpo cósmico e composto. É a sístole e diástole do coração cósmico, enviando toda a força da vitalidade solar para os confins mais distantes do nosso organismo e depois atraindo-a de volta, mas contaminada com o veneno da paixão, gerado por bilhões de seres na luta pela existência em todos os diferentes Mundos.
Assim, essa força é, por analogia, semelhante ao sangue arterial que sai puro e limpo do nosso coração e é enviado para todas as partes do nosso corpo, mas retorna pelas veias carregado do venenoso dióxido de carbono, gerado pelo processo de decomposição acontecendo em cada parte do nosso corpo. Que maravilha, portanto, os períodos de baixa atividade das manchas solares, quando a máxima força solar é enviada e flui sobre o Sistema Solar como o vento que foi soprado pelos campos de trevo ou feno recém-cortado, vento carregado com o perfume agradável aos nossos sentidos, e que infunde uma sensação de alegria e bem-estar.
Por outro lado, que maravilha se, no momento em que as manchas solares são maiores e mais numerosas, a força solar, retornando de sua visita aos vários Planetas e trazendo consigo um sentimento de tristeza e sofrimento dos vários seres ali localizados, que estão lutando pelo processo de evolução; que maravilha se essa corrente solar, juntamente do fracasso das colheitas, do frio extremo e outros desconfortos adicionais, gera na humanidade uma sensação de mal-estar adicional. E não sabendo a causa dos novos desconfortos, que maravilha que um culpe o outro e seja gerada desconfiança e antipatia por nossos vizinhos.
Além disso, com a recorrência desse sentimento em determinados períodos, várias vezes, não é maravilhoso que esse sentimento de antipatia e desconfiança atue como uma solução saturada de sal, cristalizando-se quando o último grão é adicionado? Assim, a desconfiança e a aversão universais que são geradas pelas forças solares que retornam no momento da maior atividade das manchas solares também podem, em um período em que a humanidade fica saturada de mal-estar, resultar um surto como foi o caso dessa grande guerra mundial[1].
Se alguém duvida desses efeitos planetários e gerais, é muito fácil fazer um experimento para provar que eles existem. Tudo o que é necessário é selecionar uma efeméride e verificar em quais dias do mês a Lua está em Conjunção com Marte, o deus da guerra; então, basta observar as pessoas naquele dia. Veremos que elas são mais temperamentais, mais dispostas a se ofender e mais facilmente magoadas em seus sentimentos do que em qualquer outro momento. Por outro lado, se selecionarmos um dia em que a Lua está em Conjunção com Júpiter, o Planeta da benevolência, ou com Vênus, o Planeta do amor, descobriremos que elas, geralmente, estão com o humor diferente: será muito mais fácil ficar junto delas e estarão muito mais dispostas a ser joviais e gentis. Se tais efeitos são observáveis no indivíduo e em suas ações, por que não seriam nas massas e em suas ações?
Tudo isso, é claro, é o que era de se esperar e se harmoniza perfeitamente com os Ensinamentos Rosacruzes de que os Espíritos Planetários, que são os Regentes e líderes da evolução, provocam guerras e similares, do nosso ponto de vista aparentes calamidades, quando necessário para a evolução daqueles que eles governam.
E assim, em toda a nossa tristeza e sofrimento, temos pelo menos o conhecimento de que isso seja para o nosso bem e que, em última análise, as bênçãos resultarão dos sofrimentos presentes; esperamos que o véu que nos separa do reino dos mortos-vivos possa ser rasgado para um número muito grande de pessoas ver, para que o testemunho dos poucos de nós que agora vemos seja fortalecido por esse testemunho adicional, a fim de que nossa palavra tenha mais peso do que tem agora na mente da maioria das pessoas, que pensam que sejamos loucos ou desonestos. Enquanto isso, nós nos perguntamos se a guerra provocada pela atividade das manchas solares deve continuar por mais um ano ou dois, até que tenha diminuído completamente. Oramos para que não continue.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de Julho/1918 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: refere-se à Primeira Grande Guerra Mundial
É um ditado comum dizer que “o ser humano tem uma vida curta e atribulada”. Entre tantas vicissitudes da vida, nenhuma nos afeta mais profundamente do que a perda da saúde. Podemos perder a nossa posição econômica ou os amigos com relativa equanimidade, mas quando nos falta à saúde e a morte nos ameaça, até os mais fortes vacilam. Compreendendo a impotência humana, sentimos necessidade de apelar para o socorro Divino mais do que em qualquer outra ocasião. Por isso, a profissão de conselheiro espiritual está sempre associada à cura.
Entre os selvagens, os sacerdotes eram também “curandeiros”. Na antiga Grécia, Esculápio era procurado particularmente pelos que queriam ser curados. A Igreja seguiu suas pegadas. Certas ordens católicas continuaram a obra de mitigar os sofrimentos durante os séculos que transcorreram até agora. Em templos de enfermidade, o “bom padre” vinha como representante de nosso Pai que está nos Céus e o que lhe faltava em conhecimento era suprido pelo amor, pela simpatia – se era, de fato, um santo sacerdote – e pela fé, que despertava no paciente sua prática sacerdotal. Seus cuidados a respeito do doente não começavam no leito do enfermo nem terminavam com o seu restabelecimento. A gratidão do paciente para com o médico aumentava sua veneração pelo conselho espiritual e, consequentemente, o poder do sacerdote, para auxiliar e animar o seu paciente, aumentava grandemente, sendo o vínculo que os unia muito mais forte do que quando as profissões de médico e de sacerdote estão divorciadas.
É evidente que a arte da medicina chegou a um grau de eficiência que só foi possível alcançar com grande devoção. As leis sanitárias, a extinção dos insetos portadores de enfermidades, são testemunhos monumentais do valor dos médicos científicos modernos. Pode parecer que tudo esteja bem e que não haja necessidade de maior esforço. Mas, na realidade, enquanto a humanidade em conjunto não gozar de perfeita saúde, nada há mais importante do que a resposta a esta pergunta: Como poderemos conseguir e manter uma saúde perfeita?
Além das escolas de medicina e cirurgia que dependem exclusivamente dos meios físicos para curar as enfermidades, surgiram outros sistemas que dependem exclusivamente dos poderes mentais. Já se tornou costume corrente nas organizações que advogam a “cura mental”, a “cura pela natureza”, etc., a realização de reuniões e publicação de revistas com testemunhos dos que foram beneficiados por esses tratamentos, mas se os médicos diplomados fizessem o mesmo, não lhes faltaria, por certo, igual número de testemunhos acerca de sua eficiência.
A opinião de milhares de pessoas é de grande valor, mas nada prova porque outros tantos milhares de pessoas podem sustentar exatamente o ponto de vista oposto. Ocasionalmente uma só pessoa pode ter razão, enquanto o resto do mundo está errado, como aconteceu quando Galileu afirmou que a Terra se movia. Hoje em dia, todo o mundo converteu-se à opinião pela qual Galileu foi perseguido como herege. Sustentamos que, sendo o ser humano um ser composto, a cura tem êxito na proporção em que se remedeiem os defeitos nos planos físicos, moral e mental do ser humano.
(Do Livro “Princípios Ocultos de Saúde e Cura” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Você sabia que, quando os Estados Unidos da América eram um jovem país, acreditava-se que os tomates fossem venenosos? Que, se as pessoas viajassem em trens com velocidade superior a 38 quilômetros por hora, teriam ataques cardíacos e morreriam? E que ninguém seria capaz de voar? É uma pena, porque a vida sempre fica melhor quando a verdade é revelada. É por isso que algumas das maiores pessoas de todos os tempos dedicaram suas vidas ao estudo da verdade.
Um dos mais famosos deles nasceu em 1564, em Florença, uma bela cidade da Itália. Seu nome era Galileu. Mesmo quando menino, ele se interessava por muitas coisas e pelo modo como elas funcionavam. Acima de tudo, ele acreditava que tudo devesse fazer sentido. Não se deve acreditar em algo só porque alguém disse — nem mesmo se foi um homem chamado Aristóteles. Aristóteles foi um estudioso famoso que viveu cerca de dois mil anos antes de Galileu. Por ter descoberto muitas coisas maravilhosas, as pessoas passaram a acreditar que tudo o que ele havia dito e escrito era verdade. Na verdade, nos dias de Galileu, quando alguém declarava que Aristóteles tivesse dito algo, essa era a última palavra; ninguém deveria discutir.
Mas, Galileu achou que isso estivesse errado. Ele sabia que as pessoas cometem erros; provavelmente isso incluía Aristóteles. Ele disse isso ao seu professor na escola, que ficou muito zangado com o que ouviu; por isso ele repreendeu Galileu: “Como você ousa duvidar de Aristóteles!”, gritou com o garoto um dia.
Você não consegue imaginar como Galileu deve ter se sentido? Afinal, ele era apenas um menino. Quem era ele para desafiar aquilo em que os estudiosos acreditavam por quase dois mil anos? Mas ele tinha que provar que Aristóteles cometeu erros. Essa era a única maneira de convencer os outros. Então ele teve que manter os olhos bem abertos para encontrar algo, em algum lugar, que mostrasse que Aristóteles realmente houvesse cometido um erro. Eventualmente, sua oportunidade apareceu.
Como você sabe, naquela época não havia luz elétrica. As pessoas usavam velas ou tochas que tinham que ser acesas; às vezes, elas pendiam do teto. Ocasionalmente, no processo de acender, elas começavam a balançar um pouco. Galileu uma vez assistiu a isso. Ele imediatamente se lembrou do que Aristóteles havia escrito — coisas grandes e pesadas caem mais rápido do que as pequenas e leves. Galileu agora acreditava, depois de ver tochas e velas de vários tamanhos balançando da mesma maneira, que Aristóteles estivesse errado.
Sua grande chance de provar isso veio quando era professor na Universidade de Pisa. Talvez você já tenha ouvido falar dessa cidade; é famosa porque tem uma torre inclinada. Qual a melhor maneira de provar que coisas com pesos diferentes caem igualmente rápido do que derrubar dois desses objetos do topo da torre?
Naturalmente, Galileu não poderia simplesmente subir até lá e deixá-los cair. Ele precisava obter permissão e definir um horário para o que havia planejado — alguém, em baixo, poderia se machucar, caso estivesse lá na hora errada!
Não foi fácil para Galileu obter a permissão. Afinal, a própria ideia de questionar Aristóteles era algo inédito. Ele não deveria estar sempre certo? Contudo, finalmente Galileu obteve permissão. A hora foi definida, e as pessoas iriam para assistir.
Dois objetos deveriam ser soltos simultaneamente, um pesando cerca de cinco quilos e o outro de apenas meio quilo. Os dois alcançaram o solo exatamente ao mesmo tempo. Galileu provou que estava certo! Mas você pensa que as pessoas o aplaudiram? Apenas algumas ficaram para apertar sua mão; a maioria simplesmente foi embora. Elas não sabiam o que fazer com isso. Deveriam manter o que aprenderam durante toda a vida ou acreditar no que viram?
Os dirigentes da Universidade sabiam o que fazer: mandaram Galileu sair. Eles não deveriam tê-lo recompensado? Não, eles disseram que ele tinha sido contratado para ensinar conhecimentos antigos, não para desafiá-los. Disseram ainda que ele tinha perturbado a mente de seus alunos e isso não era uma coisa muito legal de se fazer.
Então, Galileu teve que procurar outros lugares para ensinar, como Pádua e Florença. Mais importante, ele agora tinha mais certeza do que nunca de que Aristóteles nem sempre estivera certo. Isso despertou nele o interesse por um livro que encontrou, escrito por um homem chamado Nicolau Copérnico, ex-aluno de Pádua, onde, por acaso, ele ministrava as aulas dele, na época.
Nesse livro, leu que Aristóteles errou ao acreditar que o Sol se movia ao redor da Terra; o contrário era verdade, mas não podia ser provado. Fazia todo sentido para Galileu e o ajudou a compreender muitas outras coisas. Entretanto, ele não podia provar.
Isto é, não até 1609, quando ouviu o viajante de um país distante contar uma história incrível. Alguém nos Países Baixos (atualmente conhecidos como Bélgica e Holanda) inventara algo para fazer objetos distantes parecerem se aproximar e ficarem muito maiores, aparentemente. Isso, é claro, você conhece como telescópio.
Contudo, havia algo de errado com o telescópio inventado: quando se olhava por ele, as coisas pareciam de cabeça para baixo. Isso era confuso. Galileu começou a corrigir esse defeito. Agora, quando alguém olhava através dele, objetos distantes podiam ser ampliados quase mil vezes e estavam com o lado certo para cima. Galileu recebeu muita honra e fama por fazer seu progresso; mas é claro que seu verdadeiro interesse ainda era descobrir se o Sol se movia ao redor da Terra ou se o contrário era correto.
Ele foi muito encorajado por um fato: pouco antes, uma bela e brilhante nova estrela apareceu no céu. Mas, Aristóteles, 2.000 anos antes, havia dito que nenhuma nova estrela apareceria. Visto que ele se enganou quanto a esse fato sobre os céus, não poderia ele também estar errado ao afirmar que o Sol se movia em torno da Terra? Não poderia ser o inverso, a Terra se movendo em redor do Sol?
Galileu agora passava praticamente todo o tempo olhando pelo telescópio. Às vezes, ele se esquecia de comer e dormir. Porém, mesmo que sua saúde não fosse das melhores, ele continuou se esforçando, com medo de não viver o suficiente para aprender a verdade sobre o que está no centro, o Sol ou a Terra.
Ele fez isso. Como? Ele sabia que, se Vênus e Marte se moviam em torno do Sol, a Terra também o fazia. Ele também sabia que, se o fizessem, pareceriam ficar menores, algumas vezes, e, outras, maiores, como a Lua fica quando se torna Lua Nova e, depois, Lua Cheia. E foi isso exatamente o que ele viu Vênus e Marte fazer. Eles pareciam mudar de tamanho.
Galileu também descobriu “manchas” no Sol, embora não devesse haver nenhuma. Quanto mais ele estudava os céus com seu telescópio, mais ele percebia que boatos muitas vezes são apenas isso — boatos.
Galileu escreveu tudo em um livro para que o maior número possível de pessoas pudesse ler sobre o assunto. Hoje em dia, algumas pessoas ficam ricas e famosas após escreverem livros. Não Galileu. Ele foi jogado na prisão. As autoridades tentaram fazer com que ele “se retratasse”; isto é, que anulasse o que havia dito e escrito, prometendo que não acreditasse mais nisso.
Mas como ele poderia? Só porque a maioria das pessoas havia acreditado por muito tempo no conhecimento antigo, isso não o tornava certo. E, se as pessoas algum dia lhe disserem para acreditar em algo só porque muitos acreditaram por muito tempo, você saberá o que dizer a eles, não é? Você vai apenas contar a eles sobre Galileu: e nada mais!
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de setembro-outubro/1995 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Ciência antiquíssima que se refere a influência dos corpos celestes sobre o Mundo e o ser humano e o prognóstico dos acontecimentos futuros
Max Heindel revelou a Astrologia espiritual, por meio da qual, as pessoas suficientemente qualificadas podem descobrir na Memória da Natureza.
Todos podem adquirir o conhecimento básico, rapidamente da Astrologia.
No entanto, para interpretar corretamente o destino do ser humano é necessário ter alcançado um certo grau de desenvolvimento espiritual.
Podem estudar-se os sucessos levantando um horóscopo desde diversos pontos de vista, como: horário, que corresponde a solução de dúvidas sobre alguma matéria; natal, em sua aplicação ao destino dos indivíduos.
Esta ciência é completamente certa, se bem o melhor astrólogo pode equivocar-se na interpretação, devido a que, como os demais seres humanos, é vulnerável.
Os Astros marcam exatamente o tempo da vida de um ser humano que os Anjos ou Senhores do Destino tenham elegido para que aquele pagasse alguma dívida ou receba um benefício, e escapar disso está fora do poder do ser humano.
Os Astros podem ser chamados, portanto, “O Relógio do Destino”.
Os doze Signos do Zodíaco correspondem à esfera; o Sol e os Planetas as marcas das horas, que indicam o ano; e a Lua ao minuto, que marca os meses do ano em que as diferentes partes de Destino Maduro de cada vida devem cumprir-se.
Para fazer download ou imprimir:
Introdução à Astrologia Espiritual Rosacruz – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz
2. Para estudar no próprio site:
Introdução à Astrologia Espiritual Rosacruz
Por um Estudante
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido, Compilado e Revisado de acordo com:
The Introduction to Rosicrucian Spiritual Astrology
1ª Edição em Inglês, 1995, The Rosicrucian Fellowship
pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Sumário
A Astrologia é uma Ciência Espiritual.. 7
Nascidos quando o Sol está em Áries, Touro ou Gêmeos: características originais e básicas. 11
Nascidos quando o Sol está em Câncer, Leão ou Virgem: características originais e básicas. 17
Nos dias de hoje a ciência da Astrologia vem sendo desacreditada e considerada uma falácia. Do mesmo modo que o Clarividente, o astrólogo é visto como um charlatão, e não sem motivo. Anúncios como os que se veem em quase todos os jornais, oferecendo horóscopos que dizem o destino do berço ao túmulo pela magnífica soma de dez centavos, ou mesmo só por um selo postal, bastam para justificar de certo modo a designação de “fraude”. Essa conferência tem por finalidade mostrar a outra face pouco conhecida desta antiga e mal interpretada ciência. Mostra a sua utilidade e suas limitações.
Existem duas classes de Astrologia e duas de astrólogos: aquele que nem mesmo faz um horóscopo para seus clientes, mas simplesmente pede o mês de nascimento, que já diz em que Signo se encontrava o Sol por ocasião do nascimento da pessoa. Então eles copiam de um livro – ou de uma das doze fórmulas mimeografadas – o “destino” dessa pessoa.
Para quem raciocina é evidente que existem mais que doze classes de pessoas no mundo, e de acordo com o método acima cada décima segunda pessoa teria vida semelhante, quando é sabido que nem duas pessoas têm a mesma experiência e que cada vida é diferente de quaisquer outras. Por isto, qualquer método que não faça tal distinção deve ser falso.
O astrólogo de dez centavos é um bom negociante. Suas “interpretações” mimeografadas e despesas de correio somadas não vão além de dois centavos, de modo que em cada “horóscopo” ele sempre lucra oito centavos. Comercialmente tal lucro é enorme, mas torna-se insignificante comparado ao fato de que, em cada caso, o “astrólogo” apodera-se do endereço de um ingênuo, o que lhe permite, pelo seu regular sistema de “lembretes”, notifica-lo tempos em tempos de fatos muito importantes prestes a acontecer em sua vida. Tais fatos, acrescenta ele, poderá revelar por 1 dólar. E assim trabalha suas vítimas sistematicamente, até que por fim a experiência mostra a estas a falácia de tais prognósticos. São estas as pessoas que se levantam contra a Astrologia, classificando-a de fraude ou tolice.
O método científico exige primeiramente o dia e o ano do pretendente, pois tendo em conta todos os nove corpos celestes do Sistema Solar considera as posições de cada um deles em relação aos outros naquele momento. Tal configuração não se repetirá antes de transcorrido todo um ano sideral, isto é, só voltará a acontecer novamente após decorridos 25.868 anos comuns. Assim sendo, com o mesmo horóscopo de uma criança nascida hoje, outra criança só poderá nascer daqui a 25.868 anos. Contudo não é o bastante, porque calcula-se que a cada segundo nasce uma criança, perfazendo em 24 horas um total de nascituros, que haveriam de ter as mesmas experiências, se tivesse sido considerado apenas o dia do nascimento. Por conseguinte, o astrólogo científico, além do dia, mês e ano, pede ainda a hora e o lugar do nascimento pois é raro nascerem duas pessoas no mesmo lugar, à mesma hora e minuto. Até os gêmeos nascem com vinte minutos e até várias horas de diferença, o que também ocasiona bastante diferença. Quando nascem da mesma placenta (gêmeos verdadeiros ou univitelinos) e se parecem, o Signo zodiacal Ascendente no horizonte oriental é um fator importante na formação do Corpo Denso. Contudo, quando nascem de bolsas separadas e não se parecem (gêmeos fraternos) então um cálculo astrológico poderá mostrar que o primeiro nasceu nos últimos graus de um Signo Ascendente e o segundo nos primeiros graus do Signo Ascendente seguinte. Ou nasceram com várias horas do intervalo, pode até haver mais de um Signo entre os dois nascimentos, porque no movimento continuo de rotação da Terra um novo Signo desponta no horizonte equatorial a cada duas horas próximos dos polos, no entanto, alguns Signos passam rapidamente devido à inclinação do eixo terrestre, motivo pelo qual pode acontecer de existirem vários Signos entre os nascimentos de gêmeos. E isto fará com que suas vidas sejam muito diferentes.
Trecho da Conferência nº 10 do Livro Cristianismo Rosacruz – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Seja bem-vindo a esta Introdução à Astrologia Espiritual Rosacruz. Você está iniciando a jornada em direção à autocompreensão e adquirindo a capacidade de compreender como seu vizinho opera. Astrologia é uma ciência espiritual. Envolve a relação entre o universo maior que está fora de nós e o universo pessoal, dentro de nós.
Astrologia é a ciência mais antiga que se conhece. A aceitação universal da Astrologia entre os antigos parece nunca ter tido um começo. As nações a têm reverenciado; é a alma ou espírito da astronomia, que ensina mais a constituição do que a mecânica dos corpos celestes.
Muitos dos grandes estudiosos do passado, incluindo Pitágoras, Galileu, Kepler, Sir Isaac Newton e outros de menor renome, usaram a Astrologia. A fábula, entretanto, foi com o tempo substituída pelo fato; o espírito do ensino oculto tornou-se materialista; as observações práticas das influências planetárias foram degradadas e tornadas visionárias, fantásticas previsões de sorte.
Nas últimas décadas, alguns, incluindo Max Heindel que fundou a Fraternidade Rosacruz, se esforçaram para ressuscitar a Astrologia e restaurar sua beleza e dignidade imaculadas, para ensinar e usar seus preceitos buscando guiar e ajudar os seres humanos que se esforçam para chegar a Deus.
Existe um ensinamento externo e um ensinamento interno — verdade exotérica e verdade esotérica, respectivamente. O mundo, em análise geral, está lentamente começando a tomar consciência das belas concepções esotéricas da Astrologia. Resumidamente, seu ensino básico é que o ser humano seja um Espírito imortal que foi colocado na vida terrena, uma escola de treinamento; que ele tem obrigações a cumprir, deveres a cumprir e, ao cumpri-los, prepara-se para trabalhos mais avançados e maiores.
A Astrologia demonstra que a vida é governada por Leis imutáveis que, se transgredidas, causam miséria e perda; no entanto, garante-nos que haja bênçãos na dor e que a tristeza e o sofrimento são os nossos professores mais eficazes. Ela ensina que, se falharmos em nosso dever durante esta vida terrena, devemos retornar repetidamente em outros corpos para desfazer o mal que cometemos e aprender sobre nossos erros, crescendo cada vez mais puros e divinos, subindo cada vez mais alto, para mais perto do Divino interior.
A Astrologia ensina que toda a vida é regulada por leis imutáveis de justiça eterna, que nossas fraquezas e pecados devem ser conquistados por nossa própria vontade, e que se isso não for feito voluntariamente, as leis da natureza eventualmente nos obrigarão a fazê-lo. Por meio do conhecimento da Astrologia, podemos compreender melhor as leis gêmeas do renascimento e das consequências, pois, ao interpretar o horóscopo, vemos a causa do evento.
A Astrologia, em seu sentido mais elevado, é um verdadeiro guia para a vida. Para ser prático, deve sempre combinar o lado espiritual com o material, procurando resolver os problemas e condições do dia a dia. Deve apontar o caminho para viver e pensar melhor. Deve provar, sem que haja dúvida, que a virtude seja a sua própria recompensa inestimável e que a felicidade e o sucesso sejam nossos por direito na proporção exata em que os adquirimos por meio do serviço altruísta. Podemos ter oportunidades afortunadas, mas apenas na medida em que nos esforçarmos para aproveitá-las é que o que está previsto acontecerá.
Em nosso momento de nascimento, com nossa primeira respiração, as vibrações manifestas naquele dia e hora, em um local específico da Terra, deram a cada um de nós um mapa de nascimento. Cada um de nós nasceu no período em que as posições dos Astros do sistema solar nos deram as condições necessárias para nossa evolução e avanço na escola de experiência que chamamos de vida. Esse padrão básico está conosco por toda a vida.
O mapa natal mostra nossos potenciais e tendências. Tudo o que qualquer pessoa pode ver em um mapa natal são tendências que podem se tornar fatos, se não fizermos algo para alterá-las. As estrelas induzem, mas não obrigam. O horóscopo mostra o material com o qual começamos a construir nosso caráter e destino. Mas não mostra a força da nossa vontade. Podemos nos elevar acima do nosso horóscopo e governar nossas estrelas.
Quanto mais altamente desenvolvidos nos tornamos espiritualmente, menos permitiremos que os Astros nos dominem. A pessoa menos desenvolvida é impelida sem resistência ao longo da maré da vida, em qualquer direção que as vibrações planetárias a dirijam.
O horóscopo natal é o “projeto de vida”, pois revela as sementes que nós, como indivíduos, devemos replantar em vida e os métodos pelos quais podemos ou não cultivar nossos campos. Também mostra a extensão potencial das nossas colheitas subsequentes. O horóscopo é a representação de um Ego individual, uma centelha da Chama Divina evoluindo em direção a um glorioso estado de ser sob a influência de tremendas forças cósmicas, impelida, mas não compelida, por elas, a tomar certos cursos de ação. Os traços mais íntimos de caráter e as qualidades espirituais do ser humano real são indicados pelo horóscopo que nos dá evidências de que a Astrologia é essencialmente uma Ciência espiritual, tratando o ser humano como um Espírito.
Nas gerações futuras, quando a Astrologia tiver sido amplamente aceita e praticada, o ser humano será mais bem esclarecido sobre suas condições, suas tendências e a orientação de suas faculdades para adquirir conhecimento da sua evolução. Ele desfrutará do glorioso privilégio de governar a si mesmo, ganhando nobreza de caráter e grandeza moral, ao dirigir inteligentemente suas energias.
Para o Estudante da Fraternidade Rosacruz, a Astrologia é uma fase da Religião, basicamente uma Ciência espiritual. Mais do que qualquer outro estudo, ela revela o ser humano a si mesmo. Nenhuma outra ciência é tão sublime, tão profunda e tão abrangente. A ciência divina da Astrologia revela as causas ocultas agindo em nossas vidas. Aconselha o adulto quanto à vocação, o pai na orientação dos filhos, o professor no manejo dos Estudantes e o médico no diagnóstico de doenças.
Nenhum outro assunto ao alcance do conhecimento humano parece conter as possibilidades abertas aos astrólogos, de ajudar as pessoas a alcançar sua própria dignidade como deuses em formação. Astrologia é uma disciplina que liga a mente intuitiva à mente racional, o coração à cabeça.
Como sabemos, uma jornada de mil milhas deve começar com uma única etapa. E essa etapa é aprender os fundamentos da Astrologia. Os doze Signos do Zodíaco representam os princípios fundamentais e inerentes a todas as formas; nos Signos, todos os mistérios da vida podem ser encontrados. A divina Ciência da Astrologia é a chave para todo conhecimento.
Vamos abordar os Signos solares na Parte II. O Sol é o Astro sob o qual cada um de nós nasceu. O Signo Solar é o fator mais importante na interpretação do horóscopo. Ele indica a forma como uma pessoa expressa seu potencial básico de energia e seu impulso criativo para crescer e se desenvolver como indivíduo.
Áries é o primeiro Signo do Zodíaco. O Sol fica em Áries, aproximadamente, de 20 de março a 21 de abril. Visto que ele entra em cada um dos Signos em várias datas, dependendo do ano, as efemérides é a ferramenta a ser usada para mostrar a hora e a data exatas do ano que ele entra.
Nesta época, todo o Reino vegetal está grávido da força vital que permaneceu adormecida, armazenando a energia vital necessária para o desabrochar dos vegetais.
Áries representa aquela porção do ciclo anual que contém toda a força latente do ano anterior e, tendo ela como base, dá à luz tudo na Natureza. Áries é a ressurreição da vida.
O glifo que representa Áries pode ser interpretado de várias maneiras. Do ponto de vista puramente físico, ele simboliza as sobrancelhas e o nariz, duas partes do Corpo Denso que estão sob o governo de Áries.
Áries é o Signo de novos começos. A pessoa que tem o Sol em Áries está em processo de construção de uma personalidade. Os arianos são agressivos e diretos, ao se expressar. A frase-chave para Áries é “Eu sou”.
Quais são as qualidades do Carneiro que é o símbolo do Signo de Áries? Liderança, força que investem contra qualquer obstáculo em seu caminho; impaciente, sem a vontade de esperar que os eventos amadureçam, a pessoa de Áries tende a correr para lugares onde os Anjos têm medo de pisar. Os arianos são os pioneiros do Zodíaco. Eles são bons executivos e ótimos para iniciar projetos. São as pessoas com ideias originais. Eles têm iniciativa e nunca lhes falta coragem.
Não tente dirigir a vida de alguém nascido sob Áries. Eles fazem o que querem, quando querem. Qualquer interferência traz ira contra o ofensor. Os arianos são os iniciantes do Zodíaco, mas podem perder o interesse, se o ritmo diminuir ou as coisas se complicarem.
Áries está, de fato, resolvendo desafios de coordenação, conservação de energia e completude. Anda a tal velocidade e é tão exigente que cansa as outras pessoas muito antes de estarem prontas para desistir.
Do ponto de vista universal, Áries é o primeiro impulso da força vital à atividade, é a descida da Centelha Divina à Manifestação. Onde quer que Áries seja colocado em seu horóscopo, a Casa que ele governa é onde você, como Espírito, começa a operar.
Áries governa a cabeça e todos os órgãos importantes associados a ela, principalmente os olhos. Também representa o cérebro e encontramos muitos pensadores inovadores nascidos sob este Signo. Em assuntos de saúde, Áries é especialmente propenso a lesões na cabeça e no rosto, já que muitas vezes “pula antes de olhar”. Seu temperamento é facilmente agitado, mas rapidamente se extingue.
O objetivo final de Áries é semear: dar pensamentos, vida, energia e amor.
Agora, vamos ao Signo de Touro: o período de influência de Touro começa por volta de 21 de abril e termina em 22 de maio, aproximadamente. Touro traz para nós o período de plenitude. Este é um período de cultivo, pois o solo é rico e está aberto às sementes, que agora podem ser plantadas.
Touro representa aquela parte do ciclo anual que retirou a força vital e potencial de Áries e lhe deu forma nas manifestações físicas da Natureza. Touro origina a plenitude da vida ressuscitada.
Ele é o sinal de força e determinação. Os taurinos nasceram para dominar a matéria física.
Eles se esforçam pela verdade espiritual, trabalhando com os aspectos práticos da vida. Gostam das coisas boas e muitas vezes concentram sua atenção em aquisições materiais. A frase-chave para Touro é “Eu tenho”. O amor ao conforto, satisfação e prazer também é uma característica das pessoas nascidas sob este Signo. Touro é, no Zodíaco, o Signo do dinheiro. Mas o dinheiro é o símbolo do valor e não o valor em si.
A Casa que é governada por Touro em qualquer mapa indicará nosso senso de valores, bem como onde podemos ser trancados no mundo da matéria. Quando o Sol está em Touro, as lições básicas da vida se relacionam à aquisição de um verdadeiro senso de valores.
Os taurinos são metódicos, firmes e obstinados. Você pode levar um touro até a água, mas não pode empurrar sua cabeça sem estar em apuros. Ao lidar com um taurino, a ação indireta é melhor. Com Áries você pode ser rápido e ir direto ao ponto. Mas os taurinos se acostumam a novos conceitos gradativamente. Eles são gentis e amigáveis. É muito difícil irritá-los, mas quando ficarem com raiva, não tente discutir. É melhor esperar até que esfriem. Os taurinos têm um forte senso de lealdade e muitas vezes se sobrecarregam com as dores e problemas de seus amigos. Eles são intensamente ciumentos e consideram os afetos de outra pessoa como sua propriedade.
As qualidades que precisam ser superadas em Touro são o excesso de posse, o ciúme e a ganância. Elas estão baseadas no medo da perda. Aquele que não deseja possuir não teme a perda. A qualidade mais necessária para o Signo de Touro adquirir é o desapego.
Touro rege o pescoço, a garganta e as orelhas e tem afinidade com o sistema linfático. A glândula tiroide também está sob seus raios e, como essa glândula está bastante ligada aos processos metabólicos do Corpo Denso, muitos taurinos descobrem que têm dificuldade para converter seu alimento em energia física. Isso não os impede de comer, no entanto; sendo especialmente propensos a ganhar peso.
Todos os taurinos devem investigar seus talentos criativos, retirá-los da terra e trazer à luz do Sol para crescer.
Agora, ao Signo de Gêmeos: O Sol está em Gêmeos aproximadamente de 22 de maio a 22 de junho. As folhas das árvores e as flores estão em plena floração e a natureza pintou seu quadro criativo com todo o seu entusiasmo e brilho. Os animais jovens, embora ainda apegados às mães, estão prontos para dar os primeiros passos, enquanto vagam pelas planícies e florestas, explorando seu novo mundo. No Reino humano, os exames finais forçam os alunos a se envolverem mais com seus estudos; tanto os livros quanto as escolas são governados por Gêmeos.
A interpretação mais óbvia do símbolo de Gêmeos é o numeral romano II. Isso define perfeitamente a natureza dualística desse Signo. Gêmeos representa as forças duais, a oposição do humano e do divino em todos nós.
Gêmeos é um Signo intelectual, de ar, o que lhe confere a frase-chave “Eu penso”. Os geminianos identificam, classificam e lidam com a comunicação. Eles são bons professores, escritores, repórteres e vendedores. Precisam de uma vocação em que possam se mover e misturar com outras pessoas. Não podem se sentar em uma cadeira por oito horas, pois têm uma atitude “não me cerque”.
Áries é o pioneiro da terra, Touro a cultiva e Gêmeos explora regiões vizinhas, encontrando novas estradas. O personagem de Gêmeos é essencialmente o da criança que sempre pergunta “por quê?”.
Ele está muito preocupado com a natureza das relações que existem entre as pessoas, objetos e ideias, constantemente tentando ampliar esses entendimentos. É a borboleta do Zodíaco, porque sua Mente está sempre se empenhando em examinar todos os lados de qualquer situação que ele puder ver.
Gêmeos está sempre em busca de segurança intelectual em meio a suas experiências em constante mudança. Ele gosta de viagens contínuas e mudanças de ambiente. É o mais versátil e adaptável dos Signos, mas não é conhecido por sua concentração e persistência. A variedade é o tempero da vida, como eles a veem, e essa perspectiva os torna temperamentais.
Os geminianos devem trabalhar para adquirir calma tanto mental quanto corporal. Eles podem começar tentando manter as mãos e os pés parados e comer lentamente. Eles são os inconformistas do Zodíaco. Devem manter sua separação e permanecer diferentes daqueles ao seu redor. Eles sentem que para que seu potencial seja totalmente realizado devem estar livres de todo tipo de escravidão.
Os geminianos têm uma grande variedade de conhecimentos, talentos, interesses e ideias. O objetivo final deve ser a tentativa de encontrar um ponto central onde todas essas facetas possam se unificar como um todo. A chave do sucesso para o geminiano está em sua habilidade de permanecer o regente da sinfonia da própria vida, enquanto toca cada um dos instrumentos da sua personalidade. Gêmeos é o mais duplo de todos os Signos e os geminianos têm personalidades divididas, enquanto não entendem a função da Mente e aprendam a controlá-la. Para a maioria de nós, colocar a Mente em controle é uma tarefa muito difícil; no entanto, para os geminianos é uma necessidade.
Gêmeos governa as mãos e os braços, bem como grande parte do sistema nervoso.
O período de influência de Câncer vai de 22 de junho a 23 de julho, aproximadamente. Durante o mês de Câncer, a grande onda de força vital que predomina nos Signos anteriores cessa e começa o processo de crescimento secundário, aumentando o tamanho da planta em maturação. No Reino animal, muitos dos recém-nascidos, embora não sejam ainda completamente independentes das mães, estão fortes o suficiente para se tornar membros estabelecidos da comunidade. Em Câncer, ainda sentimos as sensações energizantes da primavera, mas a força do novo ciclo anual é subjugada e suavizada.
Câncer é o Signo da Mãe do Mundo, a que dá forma à semente implantada em seu ventre pelo Pai. No mundo físico, o símbolo de Câncer representa os seios, dois pequenos círculos, cada um ligado a um semicírculo. Um semicírculo está voltado para cima e o outro, para baixo. Isso significa que Câncer está constantemente ocupado em reunir os recursos necessários para que seus filhos recebam sempre os nutrientes vitais para a vida. Então, podemos ver que há um dualismo inerente ao caráter do Caranguejo. Por um lado, as pessoas são extremamente generosas com seus sentimentos e posses; no entanto, em contrapartida, estão constantemente conspirando para possuir o objeto da sua generosidade.
Os cancerianos nascem sob o Signo da sensibilidade emocional. Câncer é o Signo materno, sustentador e nutridor do zodíaco. É o Signo do útero, da casa, do lar, do interior de todas as coisas. A frase-chave de Câncer é “Eu sinto”. Os cancerianos possuem instintos de proteção e defesa altamente desenvolvidos que visam à segurança material e doméstica. O Caranguejo carrega sua casa nas costas e entra nela, quando é ameaçado por forças externas.
Os Antigos representavam Câncer pela figura de uma mulher com a Lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Esse símbolo também foi usado por São João em Apocalipse para representar a restauração triunfante do feminino caído, a Eva do Gênesis, ao seu estado divino e original. Essa exaltada figura feminina é um símbolo dos grandes Iniciados da Hierarquia de Câncer, os Querubins. Um dos mais elevados Iniciados dessa Hierarquia é a Mãe Cósmica do universo ao qual este planeta, a Terra, pertence.
A Lua como governante de Câncer significa geração; Netuno exaltado em Câncer significa regeneração. A transmutação de geração em regeneração é o novo nascimento — aquele sobre o qual Cristo falou a Nicodemos quando ele veio ao Mestre “à noite”. A nota-chave na Bíblia para Câncer é encontrada nas palavras de Cristo: “Se o homem não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus. … A menos que um “homem” nasça da água (Lua em Câncer) e do Espírito (Júpiter em Câncer), ele não pode entrar no Reino de Deus (Netuno em Câncer)”.
Esse é um dos ensinamentos mais explícitos sobre a Iniciação dados por Cristo durante Seus três anos de ministério. Todos os seres humanos conhecem o nascimento natural sob a Lua em Câncer; mas poucos são os que aprendem a trilhar o “caminho estreito e apertado” da renúncia à carne e dedicação ao Espírito, a via implícita na exaltação de Júpiter e Netuno em Câncer. No entanto, essa é a verdadeira e única chave para a ascensão da consciência por meio da qual o ser humano é elevado do nascimento natural ou “da água” para a divina unificação no nascimento “do fogo” e Espírito.
Câncer é o mais subconsciente de todos os Signos, nele tudo está latente e escondido. Nenhum problema é claro ou direto. Como o caranguejo, que se esquiva de qualquer objeto que se aproxima dele, os cancerianos não são diretos ou imediatos na ação. Ao contrário de Gêmeos, que responde à vida por meio da Mente, os cancerianos respondem pelos sentimentos. Você não pode argumentar com eles quando estão emocionalmente perturbados, pois têm dificuldade em separar o que sentem do que pensam e podem ficar à mercê de seus humores; bons em um dia, maus no outro. Eles absorvem qualquer atmosfera ao seu redor sem perceber e devem, é certo, cercar-se de pessoas felizes.
Com gentileza, os cancerianos podem ser dirigidos facilmente, porque são naturalmente compreensivos. Se forem forçados, eles se tornarão imóveis. Eles não gostam de receber instruções sobre como fazer as coisas e devem concluir as tarefas por conta própria. Quando envolvidos em alguma posição de responsabilidade, são pontuais e eficientes, dispostos a orientar as coisas para uma conclusão bem-sucedida.
Um dos principais objetivos do canceriano é tentar viver mais no presente. Eles têm o hábito de se preocupar com o fim, antes de começar. Devem aprender que o futuro está no presente. O que é feito ou pensado agora determina o que se manifestará amanhã, como resultado desses pensamentos e ações.
Leão é o Signo do Pai que dá a vida. É através desse Signo que a verdadeira personalidade do ser humano pode ser expressa.
O Sol está em Leão aproximadamente de 23 de julho a 24 de agosto. É o calor do Sol de Leão que amadurece os frutos trazidos da terra pelas vibrações de Câncer. As colheitas do ser humano são, portanto, desenvolvidas até o estado de crescimento mais abundante, antes que a colheita de Virgem adquira as recompensas de seus esforços anteriores. O ser humano é agora chamado para longe do seu trabalho, pois o calor de agosto é opressor. Ele tem a chance de fazer uma pausa e se afastar de suas tarefas habituais para obter a força da qual precisará para fazer a colheita. Leão pode invocar o corajoso e magistral senhor da selva ou o gatinho covarde que, como o leão em O Mágico de Oz, precisa de um coração para animá-lo com a força da vida.
O coração, o pulso central do ser, é a parte do Corpo Denso regida pelo quinto Signo. Se examinarmos o glifo de Leão, veremos que o primeiro círculo aberto é a veia que conduz à câmara coronária e principal (o semicírculo grande). O segundo círculo aberto figura a artéria que retira do coração o sangue recém-bombeado para que seja distribuído, pelo sistema circulatório, ao resto do Corpo Denso.
Vimos que Áries, Touro e Gêmeos abriram caminho para a evolução da unidade tribal simbolizada por Câncer. Leão não é o que foi eleito o chefe da tribo; entretanto, o governante de uma tribo própria. Leão é o Signo da autoconsciência, assim como Câncer é o Signo da consciência instintiva. Há dignidade, respeito próprio, coragem e integridade nos indivíduos evoluídos. Eles são honestos, diretos e totalmente confiáveis quando evoluem; arrogantes e Egoístas, quando estão envolvidos com seu próprio Ego, ao invés do seu “Eu superior”.
A fé e a lealdade de Leão para com aqueles que amam são muito fortes; às vezes, são apegados demais e precisam aprender o verdadeiro desapego. Toda energia e poder vêm do Sol que governa Leão, porém a Luz e o Poder podem aquecer ou queimar, criar ou destruir. A vontade de alguém deste Signo deve se tornar a vontade de Deus; ou ele estará em apuros.
O símbolo deste Signo é o leão, denotando majestade, poder e dignidade. Leão é um Signo real que expressa orgulho em cada movimento e uma imponência que não passa despercebida aos olhos atentos. O poder aumentará a autoconfiança dos leoninos de forma surpreendente, a ponto de parecerem brilhar, realmente. Enquanto eles sentirem que estão em uma posição de autoridade e responsabilidade, farão o que for preciso para justificar a confiança que neles foi depositada. Atuam bem em posições de responsabilidade e gestão, expressando sua criatividade ao estabelecer políticas.
São práticos, filosóficos e espirituais. Eles vêm à vida com uma confiança interior que irradiam para o meio ambiente. É essa qualidade que inspira as pessoas a depositar sua fé e confiança neles, os de Leão. Se a autoconfiança se transformar em vaidade, entretanto, descobrirão que os outros se afastarão com a mesma facilidade.
As virtudes de Leão são grandes; e assim podem ser seus defeitos. Seu destino é alto. Nenhum ser humano pode ser um verdadeiro líder até que esteja disposto a ser o servo de todos.
O Sol fica em Virgem de 24 de agosto a 23 de setembro, aproximadamente. Virgem é o mês da colheita do verão, porque as safras amadureceram com o calor do Sol de Leão. O ser humano descansou durante o mês de agosto para obter forças, voltar aos campos e colher o que a Terra generosa lhe deu. Virgem significa movimento na terra; é o símbolo do trabalho e das recompensas obtidas mediante a diligência no serviço.
Virgem é a colheita totalmente amadurecida, ainda intocada pelas mãos do fazendeiro e cheia de toda a vitalidade potencial das colheitas abundantes. Assim, Virgem é a virgem que, em seu estado casto, é potencialmente dotada com os frutos da feminilidade.
A força de Virgem reside na latência do poder contido na energia que o seu ser não liberou. O símbolo que representa Virgem é uma representação do seu governo sobre os intestinos. As espirais do glifo de Virgem são, portanto, vistas como ilustrações daqueles segmentos do trato digestivo que são regidos pelo sexto Signo.
Para aqueles que nasceram sob o Signo de terra de Virgem, o centro do universo é o trabalho. Eles estão sempre buscando o conhecimento que colocará a matéria sob o controle da Mente. Por meio dessa busca, eles aprendem que a Mente do ser humano seja um bom servo, mas um mau mestre. Os virginianos precisam aprender que, embora o Corpo Denso deva servir à Mente, em última análise é a Mente que deve servir ao Espírito.
Os virginianos são meticulosos em seu trabalho, prestando muita atenção aos detalhes, fazendo com cuidado e eficiência. Eles gostam de pôr ordem na confusão. Na sua melhor forma, contribui com eficiência e um desempenho brilhante do dever. Às vezes, porém, confere estreiteza de visão, quando a única preocupação é o trabalho.
Eles submetem seu mundo a uma análise microscópica. Ocasionalmente, ficam absortos em trivialidades ao ponto de se tornarem cegos ao significado amplo de um problema. Por fim, os virginianos desenvolvidos aprendem a distinguir entre o essencial e o trivial. Depois que esse poder de fazer distinções evolui, os virginianos podem se tornar grandes estudiosos, críticos construtivos, editores excelentes — tudo com uma perfeição que é exigente. A frase-chave de Virgem é “Eu analiso”.
O Signo de Virgem também rege a saúde. Nesta fase da sua evolução, os virginianos devem aprender que os sábios não exaurem as energias do Corpo Denso preocupando-se ou trabalhando demais. Medos e apreensões podem levar à doença, embora os virginianos tenham uma resistência física maravilhosa às doenças, uma vez que a Mente desenvolve a disciplina. Os virginianos devem ter cuidado para não serem críticos demais. Sua Mente analítica pode levá-los a críticas negativas, irritabilidade e o encontro de defeitos.
No esquema universal das coisas, Virgem representa o símbolo do Cristo oculto em cada ser humano, a semente plantada na terra que deve enraizar-se nas trevas e romper seu invólucro para lutar pela luz. Virgem é o último dos Signos pessoais ou envolventes (introvertido) e é o limiar do nascimento do ser humano interior. A personalidade é desenvolvida de Áries a Virgem; a alma é desenvolvida de Virgem a Peixes.
O Sol está em Capricórnio de 21 de dezembro a 21 de janeiro, aproximadamente. O sono do inverno finalmente chegou. As noites do hemisfério norte estão mais longas. A energia do homem agora está completamente voltada para dentro, em sua busca de autoexpressão. Durante a solenidade dessa estação, o homem tem tempo para pensar em seus planos para a próxima primavera, quando ele voltará a germinar. Enquanto o inverno traz uma quietude exterior, a inquietação interior e expressiva do desejo de viver e sobreviver está sempre presente.
Capricórnio é representado por duas variações, a Cabra da Montanha e a Cabra do Mar. Seu glifo é mais representativo da Cabra do Mar. O topo do símbolo representa os chifres e a cabeça do animal, enquanto a curvatura da metade inferior pode ser vista como a cauda curva de um peixe.
O joelho é a parte do Corpo Denso humano que o emblema de Capricórnio representa. Essa importante articulação é que permite ao homem ser ágil em sua ascensão, pois apenas uma locomoção limitada pode ser gerada, quando as pernas estão rígidas e inflexíveis. No tipo superior de Capricórnio, o joelho cede para permitir que o homem se ajoelhe diante da Divindade para que lhe venha, por meio da humildade, a inspiração.
Capricórnio enfrenta riscos calculados em sua escalada às alturas, com persistência paciente. Os capricornianos podem exemplificar as mais altas ou mais baixas qualidades de que a natureza humana é capaz. Eles são capazes de grande força e têm um forte senso de propósito.
Como eles usam essa força e qual será esse propósito é a questão crítica. “Como posso usar isso?” difere de “Como isso pode ser útil para outras pessoas?”. O materialismo é muito forte no povo de Capricórnio. O dinheiro é extremamente importante para eles; não pelo dinheiro em si, mas pelo poder que exerce no mundo exterior.
Eles temem ser dependentes de outras pessoas quando envelhecem e essa necessidade de segurança pode torná-los frugais, se não generosos. Respeito e recompensa devem ser conquistados no Signo de Capricórnio. As qualidades positivas das pessoas capricornianas são a liderança, a paciência, a persistência, a eficiência e a praticidade. Eles são ambiciosos e dispostos a trabalhar muito arduamente pelo que desejam. Há força e integridade no tipo superior de capricorniano. Eles são confiáveis e são os disciplinadores do Zodíaco. “Faça porque eu digo” é o que eles dizem, porque não entendem fácil ou prontamente os sentimentos do outro.
Eles têm grande fé em seu próprio poder e nunca recuam voluntariamente. Eles sobem alternando segurança e ambição como objetivos. Eles são velhos quando são jovens e jovens, quando envelhecem. Como Saturno rege Capricórnio, os nativos tendem a ser melancólicos e, às vezes, solitários. Mas eles têm personalidades sensíveis e desejam ser muito apreciados.
O Sol fica no Signo de Aquário aproximadamente de 20 de janeiro a 19 de fevereiro. Embora no hemisfério norte haja uma abundância de neve e chuva durante o período de influência do Portador de Água, a chegada do dia torna-se cada vez mais aparente. As pessoas sentem o movimento crescente em direção à primavera e têm a certeza de que um clima mais quente e agradável esteja a caminho. O bebê nascido em Capricórnio se desenvolve e, com seu crescimento, as esperanças, os desejos e planos da Humanidade para uma vida renovada e melhor também se cumprirão.
O símbolo de Aquário representa, no plano físico, o movimento dos tornozelos, a parte do Corpo Denso regida por esse Signo. Em outro nível, o simbólico, as duas linhas são as serpentes da sabedoria. O que está acima é a mente intuitiva que reflete grandes conceitos na serpente racional, abaixo. O símbolo é o Portador de Água que significa a consciência que está sendo derramada da sua urna. Ele derrama na Humanidade a força vital da energia espiritual. Desperta a compreensão de que todos os homens são irmãos, conceito que pode ser entendido intelectualmente, mas apenas “visto” intuitivamente.
Os aquarianos são os pioneiros mentais, os indivíduos com visão de futuro que vivem no porvir e não no passado. Eles são extrovertidos, impessoalmente amigáveis e parecem ter uma grande dose de confiança. Sua natureza rígida não é aparente na superfície, mas os aquarianos são inflexíveis em relação a suas ideias e não podem ser empurrados para algo que não queiram.
Existe um desapego em sua personalidade que pode ser enlouquecedor para aqueles que estão imersos em emoções. Os aquarianos abordam a vida por meio do seu intelecto e é difícil para eles entender quem responde a ela emocionalmente. Eles funcionam excepcionalmente bem nos campos científicos ou em trabalhos de pesquisa de qualquer tipo.
Quando estão evoluindo e suas emoções são suavizadas, nenhum Signo é mais magnânimo ou monumental. Quando eles “sentem” amor em vez de “pensar” amor, são grandes almas. Ninguém pode “pensar” no amor; é preciso “sentir”. Os aquarianos geralmente têm dois tipos de amigos e nunca os dois se encontram. Eles têm o tipo tradicional e conservador (Saturno) e o tipo inconvencional (Urano).
Os aquarianos fazem seu melhor trabalho com outras pessoas ou organizações que tentam concretizar algum ideal. Em tais atividades, sua excelente memória, criatividade, conhecimento, amor pela liberdade e humanitarismo encontram expressão. Eles estão envolvidos com as pessoas; a Humanidade é a “coisa deles”. Para eles, não há fronteiras entre os países: abaixo com passaportes e vistos, é o que dizem.
Para o aquariano, não existe diferenças reais entre as raças ou os chefes. É vital para ele que todas as pessoas sejam tratadas da mesma forma e que trabalhem juntas, porque o objetivo individual deve residir nos esforços do grupo.
O que eles precisam fazer para equilibrar seus desejos e visões com a realidade é entender que, embora todos os seres humanos sejam criados igualmente, eles não nascem iguais nem compartilham as concepções e ideais de Aquário. Há pessoas que não são capazes de realizar as tarefas necessárias à vida humana, nem todas evoluíram ao mesmo nível de consciência.
O Sol está em Peixes aproximadamente de 20 de fevereiro a 20 de março. O final de fevereiro e março são épocas de turbulência atmosférica, quando torrentes de chuva e ventos fortes descem sobre a terra. Há um grande propósito para essas atividades, já que a chuva e as temperaturas mais altas que as acompanham servirão para lavar a neve e o gelo do inverno. A Terra ficará úmida e fértil à medida que absorver a água celestial. Ela se tornará receptiva ao plantio da primavera e permitirá que as sementes e os botões de Áries floresçam com vida. A Humanidade está agora em plena expectativa pela chegada dos meses mais quentes. Está ansiosa para terminar e deixar de lado suas tarefas atuais para ativar novos pensamentos e projetos. Esse é um período de inquietação, pois embora não seja exatamente primavera, definitivamente não é mais inverno.
A parte do Corpo Denso sob a influência de Peixes são os pés. O glifo representa os dois saltos amarrados, significando a limitação de movimento, o pagamento das dívidas, o carma, para a terra. Os pés são a única parte do Corpo Denso que está em constante contato físico com a Terra e, portanto, absorvem as vibrações do nosso planeta mãe. Os pés suportam o peso de todo o Corpo Denso, por isso não é de admirar que os piscianos muitas vezes se sintam totalmente responsáveis pelo bem-estar daqueles que amam ou por todos os aspectos de qualquer projeto em que se envolvam.
Peixes é o último Signo do Zodíaco e aqui o eu interior se prepara para sair do mundo. Está resolvendo aquilo que não foi esclarecido nos outros onze Signos. Em Peixes, um peixe nada rio abaixo, representando a personalidade, e o outro, nadando rio acima, simboliza a alma. Ou a alma captura a personalidade e a torna sua serva ou a alma é amarrada e fica cativa pela personalidade. Isso pode trazer sofrimento para as pessoas nascidas em Peixes. O lema espiritual de Peixes é “servir ou sofrer”. A escolha está aí e é ou uma ou outra. Peixes é o Signo mais sensível do Zodíaco e as emoções são fortes e profundas aqui, podendo se manifestar na forma de mau humor. O mundo não é seu habitat e a necessidade de fugir dele é muito grande. Os piscianos precisam ficar sozinhos e se afastar do contato com o mundo para manter o equilíbrio. Para a renovação, tudo deve retornar à sua fonte.
Quando os piscianos não estão conectados com a fonte interior do seu Ser, eles podem tentar escapar do mundo por meio do álcool ou drogas. Os piscianos amam profundamente a música e são excelentes músicos, quando buscam a música como obra de arte. Eles são médicos maravilhosos e, em qualquer área da medicina, fazem um trabalho excelente. Os piscianos são altruístas, amáveis, devotados e ansiosos para se sacrificar por aqueles que os cercam. Na verdade, eles são cegos para todos os defeitos daqueles que amam, em que confiam. Os piscianos ficam desorientados, caso não reconheçam ou não confrontem todas as complexidades de suas próprias vidas. Depois de fazer isso, seu “eu” fica absorvido no serviço e o mundo inteiro é transformado em uma esfera radiante onde até mesmo as coisas comuns parecem brilhar.
F I M
A Necessidade de Difundir os Ensinamentos Rosacruzes
Ao reler a lição mensal que acompanha essa carta, incorporando o resultado das investigações feitas há algum tempo atrás, eu estava extremamente impressionado de novo pelo fato da existência das tais condições muito assustadoras que pairam sobre nós. Atualmente, quando os horrores da Primeira Guerra Mundial apontam números sem precedentes daqueles que passam do mundo visível para os reinos invisíveis sob condições angustiantes, parece que um esforço extraordinário deve ser feito para compensar e minimizar o mal. A Fraternidade Rosacruz é somente uma gota de água no oceano da humanidade, mas se fizermos a nossa parte, devemos receber maior oportunidade para servir.
Não há melhor remédio para as presentes condições do que o conhecimento da continuidade da vida e, do fato de renascermos de tempos em tempos, sob a imutável Lei de Consequência. Se esses grandes fatos com tudo o que eles implicam pudessem ser levados aos lares de um grande número de pessoas, esse fermento deveria, no final das contas, agir de tal maneira que alteraria as condições em todo o mundo. Um homem, chamado Galileu, mudou a visão do mudo em relação ao Sistema Solar e, embora sejamos apenas alguns poucos milhares, não será possível exercer alguma influência sobre a opinião do mundo, quando sabemos que isso é a verdade?
É normal dizer que as pessoas não se interessam pelos assuntos espirituais e que não conseguimos que nos ouçam, mas, na realidade, não é isso que acontece. Notem o caso de centenas de milhares de pessoas que foram ouvir Billy Sunday[1], o notável evangelista: muitos sim foram lá por curiosidade ou para zombar e desdenhar, mas outros milhares sentiram um forte desejo de algo que, talvez, nem eles mesmos pudessem definir, e nem mesmo explicar o motivo porque estavam lá. Recentemente houve um debate entre um evangelista nova-iorquino e um advogado sobre o assunto: “Onde estão os mortos?”. Esse debate aconteceu num grande auditório que comportava milhares de pessoas e que prolongou por três dias. Todos os lugares do auditório estavam ocupados e, se bem me lembro, muitos permaneceram em pé por falta de cadeiras.
Não, o mundo está buscando alguma coisa; procurando isso com o coração faminto, e só depende unicamente de nós se vamos fazer a nossa parte; apresentando ao mundo a explicação racional de vida que os Irmãos Maiores nos transmitiram. É um grande privilégio e certamente, devemos tirar aproveitar tudo isso.
Contudo, a questão é: Como? Eu pergunto a você: seu jornal não publicaria, ocasionalmente, um artigo sobre esse assunto? Certamente, existem várias pessoas dentro da Fraternidade Rosacruz com capacidade para escrever tais artigos. Poderia ser formado um comitê para receber os artigos e fornecê-los aos Estudantes que solicitassem E, também, poderiam ser entregues aos editores dos jornais das suas respectivas cidades, e se esforçando, por meio desse veículo, a divulgar os Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz. Se um artigo é bem escrito, raramente é recusado quando há espaço disponível, pois, os editores ficam satisfeitos em receber algo que eles acham que possa interessar ao público leitor, mesmo que eles mesmos não simpatizem com o assunto.
Alguns estudantes que têm facilidades em escrever, envie pequenos artigos sobre “A Continuidade da Vida”, e aqueles que estão dispostos a se comprometerem na publicação de tais artigos nos jornais da sua localidade, podem nos escrever e deixar seus dados para que possamos entrar em contato? Enviem seus artigos sobre esse assunto ao Departamento de Publicidade, Mt. Ecclesia.
Espero que esse apelo tenha uma calorosa resposta.
(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 56)
[1] N.T.: William Ashley Sunday (1862-1935) era um atleta americano que, depois de ser um popular defensor da Liga Nacional de beisebol durante a década de 1880, se tornou o evangelista americano mais célebre e influente durante as duas primeiras décadas do século XX.