FRATERNIDADE ROSACRUZ
“Queridos irmãos e irmãs:
Que as rosas floresçam em vossa cruz”
4. Todos respondem: “E na vossa também.”
5. Todos se sentam, menos o Oficiante.
6. Em seguida, o Oficiante começa a leitura do texto do Ritual:
Mais uma vez estamos no tempo da Páscoa. Mais uma vez atingimos o ato final do drama cósmico que envolve a descida do Raio do Cristo sobre a matéria da nossa Terra: o Nascimento Místico celebrado pelo Natal, a Morte Mística e a Libertação. O impulso de vida do Cristo Cósmico que penetrou na Terra da última vez teve o seu Nascimento Místico por ocasião do Natal, cumpriu a sua maravilhosa magia de fecundação, durante os meses decorridos entre o Natal e a atual Páscoa e está, agora, se libertando da Cruz da matéria para ascender novamente ao Trono do Pai, deixando a Terra revestida de vida para ser usada nas atividades físicas dos próximos meses. O Raio espiritual, emanado anualmente do Cristo Cósmico para revitalizar a vitalidade latente da Terra, está subindo ao Trono do Pai. Nessa parte do ano, uma vida nova, uma energia aumentada circula, com força irresistível, pelas veias e artérias de todas as coisas vivas inspirando-as, dando-lhes nova esperança, nova ambição e nova vida, impelindo-as a novas atividades por meio das quais aprenderão novas lições na escola da experiência. Estando os beneficiados conscientes ou inconscientes disso, essa energia superabundante revigora tudo aquilo que tem vida. Até as plantas a ela respondem com uma maior circulação da seiva, o que resulta em um crescimento adicional das folhas, das flores e dos frutos, por cujo intermédio essa onda de vida, presentemente, se manifesta e evolui para um estado de consciência superior.
Maravilhosas como essas manifestações físicas exteriores são e, ainda gloriosas que essas transformações possam parecer, já que convertem a Terra de um ambiente árido em um maravilhoso jardim florido, isso tudo é ofuscado pelas atividades espirituais que as acompanham. As passagens predominantes do drama cósmico são idênticas, no que diz respeito ao tempo, aos efeitos materiais do Sol nos quatro Signos Cardeais – Áries, Câncer, Libra e Capricórnio – pois os acontecimentos mais significativos ocorrem nos pontos equinociais e de solsticiais.
É realmente verdade que “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”. Fora d’Ele não pode haver existência alguma; vivemos em virtude de Sua vida; nos movemos e agimos por e através da Sua força; é o Seu poder que sustenta a nossa morada, a Terra, e sem os Seus esforços incansáveis e inabaláveis, o universo por si só se desintegraria. Aprendemos que o ser humano foi feito à semelhança de Deus e devemos compreender que, de acordo com a Lei de Analogia, temos certos poderes latentes dentro de nós, que são semelhantes àqueles que vemos tão poderosamente manifestados no trabalho da Divindade no universo. Isso nos faz ter um interesse particular no drama cósmico anual que envolve a morte e a ressurreição do Sol. A vida de Deus-Homem, Cristo Jesus, foi traçada em conformidade com a história solar e prefigura, de modo idêntico, tudo o que poderá suceder ao Homem-Deus de quem esse mesmo Cristo Jesus profetizou, quando disse: “As coisas que eu faço vós também as fareis, e maiores ainda; mas para onde eu vou, vós não podeis seguir-me ainda, porém seguir-me-eis mais tarde”.
A natureza é uma expressão simbólica de Deus. Ela nada faz em vão ou injustificadamente. Há um propósito por trás de tudo e de cada ato. Por isso deveríamos estar alertas e observar, cuidadosamente, os sinais nos céus, pois eles têm um significado profundo e importante no que diz respeito às nossas próprias vidas. A compreensão inteligente do seu propósito nos habilita a cooperar muito mais eficientemente com Deus nos Seus maravilhosos esforços para a emancipação da nossa raça humana do jugo das Leis da Natureza e para a nossa plena libertação, até atingirmos a estatura dos Filhos de Deus, coroados com a glória, as honras e a imortalidade e livres do poder do pecado, da doença e do sofrimento que, agora, encurtam nossas vidas devido à nossa ignorância e a nossa recusa em não se conformar com as Leis de Deus. O propósito divino visa essa emancipação, mas quer ele seja cumprido por meio do longo e tedioso processo da evolução, quer pelo caminho imensamente mais rápido da Iniciação, depende de nós se querermos ou não prestar a nossa cooperação.
Durante os últimos seis meses temos sido, progressivamente, impregnados com as vibrações espirituais que predomina em dezembro. Em setembro, essas vibrações espirituais começam a vir para nós como um novo impulso para a vida superior; esse impulso culminou na Noite Santa do Natal e tem produzido a sua magia nas nossas naturezas de acordo com a maneira pela qual aproveitamos as nossas oportunidades. De acordo com a nossa diligência ou o nosso descuido nesse período que passou, o nosso progresso será acelerado ou retardado no próximo, pois não há palavra mais verdadeira do que aquela que nos ensina que somos exatamente o resultado das nossas próprias ações. O serviço que prestamos ou o serviço que não prestamos determina se uma nova oportunidade para um maior serviço nos dará ou não um impulso adicional para os céus; e não será demais repetirmos que será inútil esperarmos a libertação da cruz da matéria, enquanto não tivermos aproveitado todas as nossas oportunidades aqui, e só depois disso receberemos, como retorno desse esforço, uma esfera de serviço mais ampla. Os “cravos” que pregaram o Cristo na Cruz do Calvário terão que traspassar a vocês e a mim, até que o impulso dinâmico do amor flua de nós em ondas que vão aumentando ritmicamente, como a maré de amor que anualmente penetra na Terra e a envolve com vida renovada.
Durante os três meses que passaram o Cristo sofreu as agonias da tortura, “gemendo, trabalhando dolorosamente e esperando pelo dia da libertação” que chega na ocasião em que as Igrejas ortodoxas chama da Semana da Paixão. Mas, nós sabemos que de acordo com os ensinamentos místicos essa semana é exatamente a culminação ou o ponto máximo do Seu sofrimento e que Ele, então, sairá da Sua prisão; que quando o Sol cruza o equador, Ele pende da Cruz e exclama: “Consummatum Est” – Está cumprido! Isso não é um grito de agonia. É um grito de triunfo, um brado de alegria, porque chegou a hora da libertação e, porque, mais uma vez, Ele pode se elevar, durante algum tempo, livre dos grilhões cristalizantes do nosso Planeta.
Deveríamos nos regozijar com Ele nesta hora grandiosa, gloriosa e triunfal; a hora da libertação, quando Ele exclama: “Está cumprido!”. Sintonizemos nossos corações com esse grande acontecimento cósmico; regozijemo-nos com o Cristo, nosso Salvador, porque, mais uma vez, o período do Seu Sacrifício anual foi completado; e sintamos gratidão, do mais profundo dos nossos corações, porque Ele está prestes a Se libertar dos grilhões da Terra; porque a vida que Ele agora espalhou pelo nosso Planeta é suficiente para nos conduzir até ao próximo Natal.
A vida é uma escola e por meio da aprendizagem de suas muitas lições a humanidade está, lentamente, evoluindo desde uma centelha divina até à Divindade. Se nós tivéssemos aprendido as lições da vida tal como nos foram dadas, não haveria a necessidade do grande sacrifício que foi feito pelo Espírito do Cristo, que é a encarnação do Amor, cujo sacrifício se repete anualmente. Pelo egoísmo, pela desobediência à Lei e pelas práticas do mal, rapidamente, cristalizamos não somente os nossos próprios Corpos, mas, também, a Terra em que vivemos, e o fizemos a tal ponto que ambos estavam se tornando inúteis como meios para a evolução. Quando nada mais nos poderia salvar dos resultados dos nossos próprios erros, o compassivo Cristo Se ofereceu e, também, ofereceu o Seu grande poder de amor para dissolver as condições cristalizadas dos corpos do ser humano e da Terra; e Ele não abandona a Terra por ocasião da Páscoa, enquanto Ele não deu tudo de Si mesmo.
Para aqueles que escolheram trabalhar consciente e inteligentemente com a Lei Cósmica, a Páscoa tem uma grande significância. Para estes, significa a libertação anual do Espírito de Cristo do constrangedor confinamento na Terra e Sua feliz ascensão ao Seu verdadeiro mundo, ao Seu verdadeiro lar, para lá permanecer por algum tempo, descansando no seio do Pai. A Páscoa representa para o Aspirante, também, o sinal anual que lhe é dado sobre as bases cósmicas das suas esperanças e aspirações. E se os olhos estiverem verdadeiramente abertos se verão hostes angélicas esperando, prontas para acompanhar o Cristo em Sua jornada celeste; se os ouvidos estiverem sintonizados com os sons celestiais, se ouvirão coros celestiais cantando Seus louvores em alegres hosanas ao Senhor Ressurgido. Quando considerada como um fato cósmico em conexão com a Lei de Analogia, que une o macrocosmo com o microcosmo, a Páscoa simboliza que, algum dia, todos nós alcançaremos a consciência cósmica e saberemos, positivamente e por nós mesmos, por nossa própria experiência, que a morte não existe, mas que o que assim parece é apenas uma transição para esferas superiores.
A Páscoa é um símbolo anual para fortalecer nossas almas nas obras do bem, para que possamos tecer o Dourado Manto Nupcial, necessário para nos tornarmos Filhos de Deus, no mais elevado e no mais santo sentido. É literalmente verdadeiro que a menos que andemos na Luz, como Deus está na Luz, não teremos Fraternidade; mas fazendo os sacrifícios e prestando os serviços que são necessários para que nós ajudemos a emancipação da nossa raça humana, construiremos o Corpo-Alma de radiante luz dourada, que é a substância especial emanada do e pelo Espírito do Sol, o Cristo Cósmico. Quando essa substância dourada nos tiver revestido com uma densidade suficiente, estaremos prontos para imitar o Sol da Páscoa e ascender para esferas mais elevadas.
Com esses ideais firmemente fixados em nossa Mente, o tempo da Páscoa se torna uma ocasião em que devemos revisar a nossa vida durante o ano precedente e tomarmos novas resoluções que, no próximo ano, sirvam para aumentar o nosso crescimento anímico. É a ocasião em que o símbolo do Sol ascendente nos deveria conduzir para uma perfeita realização do fato que somos apenas peregrinos e estranhos sobre a Terra; que, como Espíritos, o nosso lar real está no céu, e que devemos nos esforçar para aprender as lições nessa escola da vida, tão rapidamente quanto seja consistente com o serviço que devemos prestar. O Dia da Páscoa assinala a ressurreição e a libertação do Espírito de Cristo das vibrações inferiores da Terra, e essa libertação deveria nos fazer lembrar de esperarmos, constantemente, a alvorada do novo dia que nos libertará permanentemente das redes da matéria, do corpo de pecado e da morte, juntamente com todos os nossos irmãos do cativeiro. Nenhum Aspirante verdadeiro poderia conceber uma libertação que não incluísse a todos que estão na mesma situação.
Essa é uma tarefa gigantesca, cuja contemplação poderá desencorajar muito o mais valente coração e, se estivéssemos sós, ela não poderia ser realizada; as Hierarquias Divinas, que tem conduzido a humanidade no caminho da evolução, desde o início da nossa peregrinação, ainda estão ativas e trabalhando conosco a partir dos Seus próprios Mundos e, com o Seus auxílios estaremos, finalmente, habilitados para sermos capazes de cumprir essa elevação da humanidade, como um todo, e atingir uma realização individual de glória, honra e imortalidade. Tendo essa grande esperança dentro de nós, essa grande missão para cumprir no mundo, vamos trabalhar como jamais trabalhamos antes para nos tornarmos melhores homens e mulheres, de modo que possamos, com o nosso exemplo, despertar nos outros um desejo que conduza à uma vida que trará a libertação.
Concentremo-nos agora sobre Amor Divino e Serviço.
7. O período de concentração deve se prolongar por uns 5 minutos
8. Terminada a Concentração, o Oficiante cobre o Símbolo Rosacruz e acende as luzes
9. O Oficiante convida todos a se levantarem e a cantarem o Hino Rosacruz de Encerramento
10. O Oficiante profere a seguinte exortação de despedida:
“E agora, queridos irmãos e irmãs, que vamos partir de volta ao mundo material levemos a firme resolução de expressar, em nossas vidas diárias, os elevados ideais de espiritualidade que aqui recebemos, para que dia a dia nos tornemos melhores homens e mulheres, e mais dignos de sermos utilizados como colaboradores conscientes na obra benfeitora dos Irmãos Maiores, à Serviço da Humanidade”.
“QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ”
11. Apaga-se a luz do Templo
(todos devem se retirar do Templo em silêncio)