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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Simbolismo de Natal e como devemos aproveitar esse momento único no ano

Bem no fundo do nosso coração existe o anseio místico que foi implantado no primeiro Natal, quando a luz de Cristo fixou um lugar definido dentro e sobre este denso Planeta Terra.

A história do nascimento de Cristo quer seja entendida literal, mística ou simbolicamente, traz a cada um de nós uma verdade fundamental que eleva todo o nosso ser a uma altura não alcançada até então, à medida que nossas faculdades espirituais evoluem e funcionem para perceber e aceitar tal verdade.

Para o Aspirante à vida superior, as palavras de Cristo, “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6) carregam um significado transcendente. Parsifal pergunta: “Quem é o Graal?”. E a resposta indica uma elevada percepção espiritual:

Se tu foste por Ele convidado,

De ti o fato não será afastado…

À terra para Ele nenhum caminho conduz,

E a busca só nos afasta mais d’Ele, até,

Quando Ele próprio o Guia não é.

Uma verdadeira interpretação da lenda do Natal requer, antes de tudo, um entendimento. Por mais obscuro que ela seja no início, o nascimento do menino Jesus na manjedoura, no estábulo entre os animais, simboliza o primeiro e tênue nascimento da consciência de Cristo dentro de nós.

A minúscula chama interior, que é a chama de Cristo, está adormecida dentro de nós. Ela agora recebe um estímulo suficiente para crescer e se ampliar até que, afinal, nos tornemos um fator poderoso na nossa própria e o primeiro passo em direção a Deus-Pai, por meio do Cristo, o Deus-Filho.

Já alcançamos um estágio nesse Esquema de Evolução que percebemos o nosso veículo de expressão, um conjunto de Corpos e uma Mente, já o vivificamos, de modo que, entre os “animais” da nossa natureza inferior, na manjedoura ou no local de alimentação das nossas faculdades animais, o “bebê” da Consciência Crística nasce. A manjedoura, o berço do Menino Jesus, é um lugar de santuário.

Uma grande manifestação solar se concretiza no Natal. Os grupos de forças que compõem essa manifestação foram personalizados ao longo dos tempos. A história bíblica, quando interpretada corretamente, contém uma aproximação da verdade real. Toda a história do Natal é um símbolo universalmente aplicável.

Em uma data, que hoje chamamos de 25 de dezembro, nasceu o Irmão Maior Jesus, o ser humano que teve a benção de ceder seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital – depois, quando tinha 30 anos de idade – ao Cristo, a Luz do Mundo, o portador da Luz espiritual para todos nós. Desde a antiguidade, muitos mitos dizem respeito ao nascimento do “Cristo místico”. Quer tenha nascido em uma caverna, um estábulo ou em outro lugar, esse nascimento tem dois grandes significados simbólicos:

1. O nascimento da “paz na terra aos homens de boa vontade”. A entrega de uma nova Lei a nós, expressa aqui: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13:34).

2. O nascimento da consciência Crística para aqueles que, verdadeiramente, aspiram às alturas da verdade espiritual. Nenhuma contradição pode contrariar essa verdade universal.

Em sentido Cósmico, o Natal celebra a descida da Luz Divina, o Espírito penetrando e permeando a matéria. No sentido humano, é a descida do Filho de Deus, a Luz Espiritual, à matéria, a entrada do “Ego no Corpo Denso”.

A Véspera de Natal, entre 24 e 25 de dezembro, é considerada a noite mais sagrada do ano, porque nessa meia-noite as influências espirituais são as mais fortes. Na Iniciação, o candidato, por meio da visão espiritual, vê a mística Estrela de Belém, o Sol espiritual que brilhou na Noite Santa, que o conduz ao Cristo interior. Em seu coração ecoa uma canção profética e imortal: “Paz na terra e boa vontade para os homens. (Lc 2:14). Alegrai-vos, filhos da Terra, porque hoje vos nasceu um Rei” (Lc 2:11), os Serafins cantaram naquela Noite Santa, muito tempo atrás.

Presentes foram trazidos para o nascimento de Jesus no casebre do pastor — preciosas dádivas de ouro, incenso e mirra: poder espiritual, sabedoria e movimento foram derramados sobre a criança recém-nascida, a Luz Crística no coração humano, o bebê nos braços de sua mãe, a grande mãe Terra que carrega, nutre e preserva o minúsculo veículo vital. Esses dons, ou qualidades, foram derramados pelos gloriosos Magos dos reinos Cósmicos, que abençoam e enriquecem cada nascimento espiritual e individual.

Esses poderes, em relação à e irradiados pela luz prateada da esplêndida Estrela Crística, derramam sobre nós, ainda que fracos e sofredores, sua influência e força estimulantes, sem as quais o curso nesse Esquema de Evolução seria, para cada um de nós, muito mais difícil e prolongado.

Os Magos, elevados Iniciados, foram atraídos para o lugar sagrado por sua percepção interior e pelo conhecimento do evento cósmico que aconteceria: o nascimento do “Salvador do mundo”. Os três Reis Magos representam aqueles Egos avançados que foram reunidos em propósito comum das três Raças primárias. Seus dons significam as várias faculdades ou invólucros humanos que entram no processo de manifestação. Eles são conduzidos pela gloriosa Estrela ao “Salvador do Mundo”, cujo objetivo da forma física era fornecer um veículo material e etérico para um Espírito universal, o Cristo.

Um dos Reis Magos trouxe ouro, designado simbolicamente como o emblema do Tríplice Espírito.

O outro trouxe o incenso, que é uma substância física de natureza muito leve, frequentemente usada em serviços religiosos, simbolizando o nosso Tríplice Corpo.

E o outro trouxe mirra. É o extrato de uma planta aromática muito rara. Simboliza aquilo que nós (por meio do nosso Tríplice Espírito), trabalhando sobre o nosso Tríplice Corpo, extraímos por meio da experiência no Mundo Físico: a Tríplice Alma.

Maria, a mãe, era o foco da luz, o sagrado crisol etérico onde acontecia a transmutação dos elementos. Ela representa o ideal da pureza, devoção e humildade que torna possível o renascimento do mais evoluído dos Egos humanos.

Os pastores que viram a Estrela caracterizam a visão interior do Fogo Divino, conforme esse Fogo vem para aqueles no plano terrestre, cuja piedade abriu a janela da alma e ativou a Clarividência. O discernimento deles lhes permitiu ver a glória nos Céus e sentir os impulsos espirituais irradiando da Estrela maravilhosa.

A Estrela que simboliza a chama de forças concentradas para trazer à expressão material uma apresentação física do Logos, o “Salvador do mundo”.

Naquele dia o ar estava reverentemente silenciado, como se prendesse a respiração, pois naquele momento estava arrebatadoramente focado em Belém (que significa nascimento). Silêncio, solidão e adoração desenvolvem o olho perspicaz, o ouvido interno e o Espírito sensível.

Especialmente neste Natal não devemos centralizar nosso pensamento nessas verdades? Não devemos meditar sobre a verdadeira interpretação da sublime narrativa do Natal, aprofundando nosso conhecimento e avivando nossa compreensão sobre esse evento místico? Não devemos centrar nossos esforços na expansão de nossa capacidade de servir?

Celebremos este Natal prestando ao Menino Jesus o amor e a homenagem que Lhe são devidos, além dos nossos dons e bênçãos.

Regozijemo-nos com os pastores: “Porque vimos a Sua Estrela no oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2:2). Ele, que ilumina a cada um de nós que viemos ao mundo, permanecendo iluminando o nosso Caminho (querendo a gente ou não).

Afinal, como símbolo da Verdade e da Vida, a Estrela de Belém revela o caminho que conduz a Deus-Pai. Pois foi Cristo que nos ensinou: “Para onde Eu vou, vós também ireis” (Jo 14:2).

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross novembro/dezembro/1995 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Coração Sábio

 

Suponhamos que Nosso Senhor nos aparecesse em sonho, tal como o fez com Salomão, e nos fizesse a mesma solicitação: “Pede-me o que queres que eu te dê” (IIRe 3:5). Qual seria a nossa resposta, a resposta de uma pessoa comum, a tão vil pergunta? Responderia com o mesmo desinteresse com que o fez Salomão?

Em sonhos, aos vinte anos, o jovem Salomão foi convidado por Deus-Espírito Santo (Jeová) para que lhe dissesse o que é que mais desejava para governar o seu povo. A sua resposta foi: “’Tu demonstraste uma grande benevolência para com teu servo Davi, meu pai, porque ele caminhou diante de ti na fidelidade, justiça e retidão de coração para contigo; tu lhe guardaste esta grande benevolência, e lhe deste um filho que está sentado hoje em seu trono. Agora, pois, Iahweh meu Deus, constituíste rei a teu servo em lugar de meu pai Davi, mas eu não passo de um jovem, que não sabe comandar. Teu servo se encontra no meio do teu povo que escolheste, povo tão numeroso que não se pode contar nem calcular. Dá, pois, a teu servo um coração que escuta para governar teu povo e para discernir entre o bem e o mal, pois quem poderia governar teu povo, que é tão numeroso?’. Agradou ao Senhor que Salomão tivesse pedido tal coisa; e Deus lhe disse: ‘Porque foi este o teu pedido, e já que não pediste para ti vida longa, nem riqueza, nem a vida dos teus inimigos, mas pediste para ti discernimento para ouvir e julgar, vou fazer como pediste: dou-te um coração sábio e inteligente, como ninguém teve antes de ti e ninguém terá depois de ti. E, também, o que não pedis-te, eu te dou: riqueza e glória tais, que não haverá entre os reis quem te seja semelhante’”. (IRs 3:6-13)

Vemos aqui que o trabalho intelectual, só por si, não pode ser a verdadeira felicidade da vida. A verdade infinita não pode ser captada pelo cérebro material. Aquele que procura alcançar a verdade somente pelo trabalho intelectual, sem consultar o Coração, encontrará dificuldades incalculáveis. O Coração é a sede da sabedoria e o cérebro é a sede do intelecto que raciocina e recebe a vida do Coração. O Coração e o cérebro devem trabalhar em concordância e de forma harmônica, para destruir o dragão da ignorância que permanece no umbral do templo.

Tratemos de nos imaginar no longínquo período desse Caminho de Evolução, quando acabávamos de emergir da pesada e nebulosa atmosfera da Atlântida (Egito antigo). Veríamos um Corpo Denso “animal” maciço, quase sem a cabeça, vivendo unicamente por meio dos sentidos, mas, em contato com os Seres Superiores, com os quais podíamos nos comunicar, em estado como o de sonho. Mas, à medida que o cérebro principiou a se desenvolver, fomos perdendo, gradualmente, a consciência dos Seres Superiores. Adquirimos e desenvolvemos o cérebro, mediante um sacrifício.

Não somente é necessário que o nosso cérebro seja organizado, como veículo por meio do qual devemos manifestar (não criar!) o pensamento, como também deve se tornar agora necessário que a porta do cérebro seja aberta e o poder do entendimento desenvolvido. Devemos, primeiramente, aprender a pensar por meio da Mente inferior. Max Heindel escreveu no livro “A Teia do Destino” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz que a Mente nos foi fornecida depois que adquirimos o Corpo Denso, depois o Corpo Vital e depois o Corpo de Desejos. O quarto veículo, a Mente, era o instrumento por meio do qual nós, o Ego, devíamos desenvolver os outros três Corpos até fazer com que eles alcançassem um estágio com o qual pudessem ser utilizados para nos elevar no Caminho de Evolução. Esse elo do intelecto não é presentemente mais do que uma nuvem informe, apenas digna do nome de veículo, mas que conecta os nossos três veículos conosco, o Ego.

Esses quatros veículos são as nossas ferramentas no Caminho de Evolução. Estamos fortemente restringidos nas nossas manifestações, devido a que o recém-nascido veículo mental está subordinado ao poderoso Corpo de Desejos, que assume, geralmente, o domínio da Personalidade (aquilo que construímos a cada renascimento aqui).

Estamos muito longe de poder sequer suspender a evolução da Mente, acelerada vertiginosamente pelo atual sistema educativo e as possibilidades do desenvolvimento ulterior que pode alcançar. Quanto maior é o poder, tanto maior também é o perigo que temos de empregar mal a nossa Mente. Se a astúcia, uma manifestação via Corpo de Desejos que usamos pela Mente, se desenvolvesse antes que o Coração e se esses dois órgãos deixassem de trabalhar harmonicamente, um com discernimento e o outro compassivamente, então o mundo teria muito que sofrer. Não é mais perigoso do que uma pessoa cujo intelecto se tenha desenvolvido ao excesso e que entre em contato com os seus semelhantes somente com a fria e penetrante mentalidade. Atualmente corremos o grave perigo de nos desviar do caminho puramente espiritual, ao investigar o conhecimento unicamente pelas linhas mentais e pensando muito raras vezes, como poderia utilizar a nossa Mente para o bem-estar e felicidade da Humanidade. Max Heindel chamou sempre a atenção dos Estudantes Rosacruzes sobre o ideal do desenvolvimento do Coração, insistindo na necessidade de combinar harmonicamente os poderes do Coração com os da Mente. Os Estudantes Rosacruzes devem ter presente que, em todas essas aquisições, deve existir sempre a compreensão do Coração, tal como Salomão aconselha nos seus Provérbios, justamente no Livro dos Provérbios na Bíblia, um Coração que com a ajuda do intelecto eleve a Humanidade para uma Fraternidade sã e amorosa, prelúdio da Fraternidade Universal.

Uma educação puramente mental não pode produzir um Coração sapiente; são necessárias, além disso, as múltiplas experiências vividas por nós, vida após vida, no nosso trabalho diário. O serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos nossos irmãos e nossas irmãs, focando na divina essência oculta em cada um deles, no qual o intelecto e o Coração marcham de acordo é a base dessas experiências, as quais se acumulam e arquivam no pequeno Átomo-semente do Corpo Denso – verdadeiro armazém de nós, o Ego – que todos possuímos na posição referencial do ápice no ventrículo esquerdo do nosso Coração.

Os irmãos e as irmãs inquietos e descontentes que constantemente passam de um ensino a outro – de uma escola a outra, de um movimento ao outro, de uma seita a outra – em busca de coisas novas e maravilhosas, mas que nunca aprofundam naquilo que estudam, nem vivem segundo os ensinos que recebem e, portanto, nada realizam, e que no melhor dos casos somente se contentam com a concentração e as pregações, pode se assegurar que fracassam na missão deles, pois não despertaram o Coração.

Salomão proclamou o poder da vida interna. O próprio nome de Salomão sugere imediatamente a busca íntima da mais elevada sabedoria espiritual. O Deus interno é a vida do Coração, é a “palavra-chave”. Salomão, pelo seu desinteresse a coisas materiais, contentou-se em pedir somente um Coração sapiente, e por isso obteve de Jeová um grande reino, uma grande riqueza e sabedoria que lhe permitiu distinguir o bem e o mal. A pureza de Coração e o poder da Mente devem trabalhar harmonicamente. O Mestre dos Mestres, Cristo, nosso amado Redentor, ensinou que nós devíamos nos tornar como crianças para poder ter acesso e penetrar na verdade. Quando a “cabeça” e o Coração trabalham em perfeito entendimento, se completam e se transformam num só.

O sábio de Coração compreensivo, que adquiriu um perfeito domínio sobre as suas emoções, desejos e sentimentos, cuja “cabeça” e Coração vibram em uníssono com a divina harmonia dos Reinos invisíveis da natureza, gozará do privilégio de conhecer a Verdade e a sua vida refletirá os princípios mais elevados.

Há muitos petulantes que pretendem ser controlados pelo seu intelecto, não admitindo nem crendo que as suas vaidades possam ser tão somente uma expressão emocional, e que, desde logo são incapazes de reconhecer. O ser verdadeiramente livre, não é controlado nem pelo seu intelecto nem por suas emoções, seus desejos e sentimentos. Ele é o próprio senhor, o único comandante de seu navio. Pelo poder da vontade e da razão domina os seus pensamentos, desejos, suas emoções e seus sentimentos e assim, essa pessoa, adquire a sabedoria.

O Coração e o cérebro são instrumentos de valor inestimável que Deus nos ofertou; dois instrumentos que deveríamos já controlar. Desgraçadamente e com demasiada frequência não governamos nenhum dos dois, pois ainda impera o egoísmo, que insistimos em manter no nosso Corpo de Desejos e que causa a desarmonia, as nossas doenças, enfermidades e os nossos atrozes sofrimentos.

Quando as nossas faculdades superiores são ativadas por nós (por meio do Treinamento Esotérico) e a “cabeça” e o Coração trabalham harmoniosamente, então, vamos nos transformando, nos convertendo em verdadeiros Cristãos esotéricos.

Muitos irmãos e muitas irmãs que já alcançaram uma elevada estatura espiritual (na Fraternidade Rosacruz conhecidos como Adeptos e Irmãos Maiores) deixaram bem gravado a “marca de seus pés nas areias do tempo” e as suas vidas ofereceram incalculáveis benefícios a nós. Mas, há um dentre eles, muito mais elevado do que os Irmãos Maiores, que se mantém no pináculo da grandeza; um, cujo precioso legado para nós foi a Religião Cristã. Sua grandeza cresce sem cessar no espírito dos povos e depois de mais de dois mil anos de adoração, muitos de nós principiam a compreender o que foi e é esse Espírito Excelso, que veio à Terra por poucos anos. O Seu Coração compreensivo deu ao mundo “O Sermão da Montanha”, um sermão tal que nenhum de nós poderá jamais pronunciar de novo.

Cristo-Jesus permanece supremo como o único, de Coração sapiente, que veio nos redimir da doença e da enfermidade física, emocional e mental. A Sua sublime figura está sempre presente ante os olhos do Estudante Rosacruz, pois Ele é o seu único ideal. Os Ensinamentos Rosacruzes, que nos foram legados pelo nosso querido Max Heindel, nos indicam com clareza o caminho pelo qual o Estudante Rosacruz pode, com o tempo e mediante sacrifícios e uma vida reta, alcançar a força espiritual que lhe proporcionará a sabedoria expressa por Salomão e concedida por Jeová.

A consciência Crística, que um dia alcançaremos por meio da Mente e do Coração, elevará o fiel e sincero Estudante Rosacruz até as alturas do conhecimento espiritual, no qual ele também será um dos eleitos de Deus, selecionado pelos Irmãos Maiores, por ter alcançado a consciência de Deus; pois, que não procurou riquezas, nem poder, nem fama, nem conhecimentos, mas, unicamente, trabalhou infatigavelmente para alcançar a sapiência para ser útil aos irmãos e às irmãs ao seu redor.

A verdadeira sabedoria e um Coração compreensivo, como o que teve Salomão, não se podem adquirir senão “Vivendo a Vida” e utilizando cada experiência, na qual o Coração e a “cabeça” marcham unidos, como pedra indicadora ao longo do caminho.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1959 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

“Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida” – para quem serve essa sentença?

Já chegamos a um ponto de nossa evolução em que se torna necessário saber aquilo que o peregrino vai encontrar na Senda que conduz ao Reino, nesse ponto em que a VOZ INTERIOR deve ser reconhecida e aceita como a orientadora.

O solitário viajante se converteu num Discípulo à prova; o “filho pródigo” retorna à casa do Pai.

Após um longo período de provas, tendo demonstrado que nada pode desviá-lo da sua determinação de atingir a meta, deve o Discípulo enfrentar a última prova, a suprema prova desse período. Ocorrerá então uma profunda e íntima experiência anímica, na qual se verá obrigado a fazer uma escolha entre um querido ideal ou um simples e penoso dever.

Se escolhe o “dever”, como certamente acontecerá, se pede auxílio a esse infalível Guia Interior – O Cristo interno – então penetrará em uma nova etapa da sua jornada, mais brilhante, porque sua dedicação demonstrou ser uma consagração espiritual e não uma mera dedicação da Mente ou do Coração humano. É aceito porque se converteu num verdadeiro Discípulo e desse instante em diante vai se tornando cada vez mais consciente de um Guia Interior definido, que vai cada vez falando mais claramente e com maior insistência à proporção que o desinteresse do seu coração vai se acentuando.

Gradualmente, começa a aprender que toda a vez em que concentra a sua atenção no interior de si mesmo encontra um Ser Sábio e Poderoso, sempre pronto a ensinar, auxiliar e fortalecer, sempre que se lhe pede.

A voz que ali reside e que com tanta autoridade diz: “EU SOU O CAMINHO, A VIDA E A VERDADE E NINGUÉM CHEGA AO PAI SENÃO POR MIM”, é a voz do Cristo Interno, sempre falando no íntimo do coração quando a Mente está tão tranquila.

O Discípulo começa então a compreender de um modo definitivo que ele não é a sua Mente, nem as suas preocupações, que aliás devem ser reduzidas a silêncio, mas que, em uma forma maravilhosa e natural, ele mesmo faz parte e pode entrar realmente na Consciência desse Cristo Interno e, desde ali, ordenar que a Mente se aquiete, obrigando-a a obedecer.

E não tarda a descobrir que, enquanto se acha na Consciência, ele é o MESTRE, mas que, quando se acha na sua consciência cerebral então, não é mais que um Discípulo. E descobre, ainda, que quando abre seu coração, deixando que o amor brote nele, pode penetrar no interior, tornando-se ele mesmo – puro amor e que, nesse estado de consciência, ele e o CRISTO são UM, formando-se nessa ocasião a consciência, tal qual a tivera Jesus, que sentia ser o Caminho, o “único” Caminho, a Vida e a Verdade. A consciência cerebral não é mais que uma consciência individual, que ELE está exercitando, desenvolvendo e disciplinando, para convertê-la em Seu perfeito instrumento de expressão.

A “Mente cerebral” começa a conformar-se, se deixar levar, sem resistência, limitando-se ao papel de espectador daquilo que ocorre, que tudo o que é necessário fazer, quando o Discípulo tem que ensinar ou ajudar a outrem é: abrir a boca e dizer as palavras que nesse momento lhe são dadas, ou pôr-se a realizar qualquer tarefa – seja qual for – sem nenhuma preocupação, POIS UM PODER SÁBIO E PODEROSO LHE DÁ, NESSE INSTANTE, a habilidade e a capacidade para realizá-la. Similarmente, se deseja saber algo, basta que peça com calma e oportunamente observa a sabedoria que surge e inunda sua consciência.

E assim é que pouco a pouco, de maneira lenta e gradativa, a “Mente cerebral” vai aprendendo o seu verdadeiro lugar, que consiste simplesmente em “ATENDER-TE A TI, QUE MORAS AGORA NA CONSCIÊNCIA DO CRISTO INTERNO”.

“Quando te encontrares nessa consciência serás verdadeiramente o Mestre, enquanto, a consciência cerebral, esta, que neste momento, está lendo e escutando estas palavras, tratando de compreendê-las, não é mais do que o Discípulo humilde e simples, ou que aspira sê-lo”.

Se pudermos compreender tudo o que isso significa, compreenderemos, também, gradualmente, que à medida que o Discípulo consente que o Mestre obre por seu intermédio vai convertendo a sua consciência de tal forma que o Mestre estará realmente vivendo a sua vida, e fazendo nele a Sua Vontade. Como resultado de tudo isso, o Discípulo se encontra na situação em que o Mestre pode realizar, por seu intermédio, a Obra que Ele veio fazer aqui e para a qual esteve disciplinando e aperfeiçoando, em todo esse tempo, Seu Discípulo.

Agora trabalham como um só, em perfeita harmonia com todos os demais irmãos que compõem o Reino, servindo a grande causa da Fraternidade, sob a direção do Supremo Senhor e Mestre: o Cristo de Deus.

Nada mais se pode dizer sobre o caminho, posto que isso já é o máximo que a Mente pode conceber, de acordo com o seu atual estado de desenvolvimento.

Pelo exposto podereis compreender que o verdadeiro Discípulo se conhece sempre pela obra que faz, pelo seu espírito de abnegação e de sacrifício.

Vive só para servir os demais seres; todos os seus pensamentos e interesses tendem a esse fim, porque agora se converteu numa parte integral da Grande Fraternidade de Servidores que moram em Cristo e só a Ele obedecem.

É assim que o Cristo Interno, o Mestre, se revela àqueles que são dignos de conhecê-Lo: seus Discípulos. Os demais só podem ver no Discípulo uma pessoa sempre disposta a ajudar os outros, a antecipar-se às suas necessidades, e a trabalhar desinteressadamente.

Se compreendermos bem isso, notaremos que são bem poucos os Discípulos realmente aceitos. A maior parte, não são mais do que Discípulos à prova; mas, mesmo assim, é muito maior o número de aspirantes que pouco a pouco, respondendo ao estímulo provocado por nossos trabalhos, chegarão gradualmente à etapa do verdadeiro Discipulado.

Entretanto, essas palavras foram escritas para os Discípulos, para aqueles que, conscientemente, estão procurando o Reino de Deus, obedecendo instintivamente ao impulso que brota do seu interior, embora o seu cérebro especule e diga outra coisa.

Essas palavras têm por objeto descobrir aquilo que intrinsecamente a alma é, com relação à Mente cerebral, de tal forma que ela possa voltar novamente à Casa do Seu PAI – à Consciência Crística – e conhecer ali a Obra que a espera.

Todos aqueles que sentem a virtude dessas palavras, conhecendo instintivamente a verdade que encerram, estão destinados a serem Discípulos ainda nesta vida.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1971-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Será que almejar ideais elevadíssimos é presunção?

Será que almejar ideias elevadíssimos é presunção?

Eu Sou a videira e Meu Pai é o lavrador. Como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós não podeis, se não estiverdes em Mim.” (Jo 15:1-4).

Aprendemos que “estar” seja sinônimo de morar, encontrando-se em certo local. Assim, estamos adotando a disciplina de estar, de “morar” na Consciência Crística.

Suas palavras constituem novamente segura orientação para as nossas vidas, se desejamos alcançar resultados espirituais que sejam positivos. Ele simplificava o processo chamando-o de “dar frutos”. Repetimos: para “dar frutos” temos de “estar n’Ele”.

Os frutos que almejamos consistem na habilidade de fazer as mesmas obras que Ele fez, conforme afirmou que poderíamos. E nos lembramos, com toda a humildade, consoante Suas palavras, que as obras que faremos poderão ser maiores ainda.

Tal ideia causa impacto tão forte que, de imediato, recorremos a desculpas para justificar nossas fraquezas, raciocinando covardemente que, por certo, seria demais esperar por “isso” nesta mesma vida. Concordamos tratar-se de uma promessa um pouco aterradora. Ele, porém, não nos deixou sem um Consolador. E São Paulo faz ruir as eventuais desculpas quando diz: “Eis AGORA o tempo aceitável, eis AGORA o dia da salvação”.

Esse tipo de justificativa em relação a nossos pontos falhos causa o mau uso do conhecimento que recebemos em relação ao renascimento. A recusa em maximizar o aprendizado e progresso nesta vida, mediante o argumento de que isso poderá ser logrado em existências futuras, constitui mau uso do conhecimento. No livro Mistérios Rosacruzes Max Heindel afirma: “Após a morte que sucede a vida, retornamos mais tarde ao Plano material, suportando circunstâncias criadas segundo nosso aproveitamento em vidas anteriores”. Assim, almejar ideais elevadíssimos não é presunção, constituindo, ademais, um dever cujo cumprimento respaldará nossa evolução espiritual não somente nesta, mas em vidas futuras.

É de capital importância para o Estudante “ficar ligado à Vinha”, à Consciência Crística. E isso deve ser feito AGORA.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1975)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Dez Mandamentos – Por um Estudante

Os Dez Mandamentos são indicações conducentes à consciência crística.

O povo judeu esperava o Messias e não o reconheceram em Cristo; ainda o esperam e nisto mostram sua carência e desamparo.

Os Cristãos populares aceitam que o Cristo veio e cumpriu Seu Plano Salvador num ministério de três anos entre nós.

Depois nos deixou como paráclito, como consolador, o Espírito Santo, que nos preparará para a segunda Vinda, “nas nuvens”.

Como não entendem o sentido profundo destas afirmações, revelam também sua carência.

A realização cristã é interna, pessoal, intransferível. Enquanto encararmos a Bíblia (particularmente o Novo Testamento) como algo externo, estaremos protelando nossa realização.

1. Para fazer download ou imprimir:

Por um Estudante – Os Dez Mandamentos

2. Para estudar no próprio site:

Revisado de acordo com:

1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz do Centro de São José dos Campos – SP – Brasil

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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fraternidade@fraternidaderosacruz.com

 

ÍNDICE

 

APRESENTAÇÃO.. 4

INTRODUÇÃO.. 5

O Decálogo. 11

Primeiro Mandamento. 12

Segundo Mandamento. 19

Terceiro Mandamento. 25

Quarto Mandamento. 27

Quinto Mandamento. 29

Sexto Mandamento. 31

Sétimo Mandamento. 36

Oitavo Mandamento. 39

Nono Mandamento. 42

Décimo Mandamento. 44

Conclusão. 45

 

APRESENTAÇÃO

 

Os iluminados que escreveram a Bíblia, sob orientação superior, não tiveram a intenção de oferecer a verdade de uma vez e para sempre. Não que a desejassem ocultar. Se assim fosse não a teriam escrito. Mas, sabendo que ela deveria atender, ao mesmo tempo, a vários níveis de consciência, através de milênios usaram propositadamente “palavras” e “expressões-chave” que podem ser interpretadas de vários ângulos, segundo o preparo interno do Aspirante.

Se em Direito devemos distinguir a letra da lei, do espírito da lei, por mais profundas razões quando se trata da Lei superior, pelos graus de mistérios que encerra nas entrelinhas.

A Fraternidade Rosacruz – uma Escola de Cristianismo Esotérico – apresenta esta contribuição na esperança de que ela suscite a fiel observância da Lei – único meio de antecipar o usufruto da Graça do Cristo, reservada a todos.

 

INTRODUÇÃO

Os Dez Mandamentos são indicações conducentes à consciência crística.

O povo judeu esperava o Messias e não o reconheceram em Cristo; ainda o esperam e nisto mostram sua carência e desamparo.

Os Cristãos populares aceitam que o Cristo veio e cumpriu Seu Plano Salvador num ministério de três anos entre nós. Depois nos deixou como paráclito, como consolador, o Espírito Santo, que nos preparará para a segunda Vinda, “nas nuvens”. Como não entendem o sentido profundo destas afirmações, revelam também sua carência.

A realização cristã é interna, pessoal, intransferível. Enquanto encararmos a Bíblia (particularmente o Novo Testamento) como algo externo, estaremos protelando nossa realização. São Paulo foi bem claro: “Deveis inscrever as Leis na tábua de carne de vosso Coração”. É um convite para que cada ser humano seja uma lei em si mesmo.

Cristo não veio revogar a Lei e os profetas, senão complementá-los com a nova lei do Amor (ou da Graça), que Ele exprimiu em Mt 22:37-40: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu Coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”. E em Jo 1:17, lemos: “A lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”.

João Batista veio como precursor, pregar a metanoia (mal traduzida por “arrependimento dos pecados”). Metanoia significa transcender o intelecto, ou melhor ir além da Mente concreta e vivenciar a Mente Abstrata. Por quê? A Mente Concreta está comprometida, desde que se uniu ao Corpo de Desejos, em meados da Época Atlante, formando uma espécie de “alma animal”, que nos dá a ilusão de vivermos separados e à parte do Espírito. Embora não possamos viver sem Ele, esta ligação com a natureza de desejos nos concentra na persona e desvirtua os intentos do Cristo interno.

A Mente Abstrata é a fonte da ideia pura do Espírito Humano; e o plano em que funciona o paráclito, o consolador prometido. Devemos aprender a funcionar plenamente nesse plano mental abstrato – o mais elevado de nosso atual campo evolutivo – antes de podermos reencontrar o Cristo Interno – que funciona no Espírito de Vida, além da Mente Abstrata. Lembremos que o Cristo disse: “para onde vou não podeis seguir-me agora, seguir-me-eis depois” (Jo 13:36).

A maioria da humanidade é incapaz de abstrair-se porque não formou a Mente Abstrata. A Filosofia Rosacruz indica aos Estudantes, como eficazes meios: a meditação em assuntos elevados, a música pura, a matemática, a astrologia espiritual, Esquema, Caminho e Obra da Evolução no desenvolvimento da Mente Abstrata, impessoal e verdadeira, que nos põe acima dos condicionamentos da personalidade. Nela podemos compreender e viver a lei espiritual. Dela podemos acompanhar as manhãs da natureza inferior, aprendendo a ser mais alertas, compreensivos, prudentes e não resistentes conosco mesmos, no trabalho de uma inteligente transfiguração. Só então, podemos “inscrever a Lei na tábua de carne de nosso Coração”, ou seja, praticá-la espontaneamente, através do serviço amoroso altruísta, que por si constitui a síntese ensinada por Cristo.

Até lá estaremos sob o efeito doloroso da Lei e não podemos nos considerar autênticos Cristãos, pois ainda não vivemos estes princípios. O sofrimento e as limitações do mundo aí estão a testemunhar eloquentemente que ainda não aprendemos a viver em harmonia com as Leis do Universo. Há muita gente que se denomina cristã. Mas não se trata de uma aceitação superficial. Gandhi aceitava e reverenciava o Cristo dos Evangelhos, mas recusava o Cristo ensinado pelas Igrejas. São bem distintos. Sabemos que mal estamos engatinhando no Cristianismo, cuja expressão mais pura e formosa nos virá na Época de Aquário, a iniciar-se daqui uns 600 anos. A Fraternidade Rosacruz promulga esse Cristianismo Esotérico as almas atualmente preparadas. Ele nos leva a busca e consciente encontro do Cristo interno, através do “Corpo-Alma” (que São Paulo chamou “soma psuchicon” numa de suas Epístolas). Este novo veículo de expressão é a chave de entrada na “Nova Época” evolutiva que nos espera e se forma por um método definido de espiritualização da criatura. Constitui-se dos dois Éteres Superiores[1], quando estes estejam devidamente desenvolvidos e possam desligar-se dos dois Éteres inferiores, para cumprir sua função sensorial nos voos da alma.

Até agora estivemos peregrinando no deserto evolutivo (aridez interna da condição humana comum, carente), armando e desarmando as tendas de nossos corpos (renascimentos) nesta escalada pela imensa “escada de Jacó”, numa abertura gradual de consciência, como bem exprimiu São Paulo: “Morro todos os dias; Despojai-vos do velho ser com seus vícios e revesti-vos do novo ser, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem d’Aquele que vos criou; Em Cristo só há virtude o que importa é ser uma nova criatura” (ICo 15:31; Col 3:10; Gl 6:15).

Cristo não veio, como se supõe, para salvar a humanidade. Ele purificou nosso Globo conspurcado pelas transgressões humanas, possibilitando-nos material mais elevado, mental, emocional e físico, que assegure a evolução nos renascimentos. Deste modo indireto é que Ele nos ajudou; além do impulso altruístico que Ele comunica aos que Lhe estejam afins nos períodos do Natal à Páscoa. A rigor, a tarefa de cristificação é individual e interna.

Há uma razão profunda para que a Bíblia enfeixe o Velho e o Novo Testamento: sem superarmos conscientemente a velha dispensação, não podemos atuar dinamicamente na nova.

Max Heindel descreve os passos da evolução religiosa, através da qual se foi aprimorando nossa concepção de Deus e descortinando-se nosso entendimento da verdade universal.

Primeiramente concebemos um Deus terrível, vingativo, cruel, ciumento, cuja ira aplacava com sacrifícios sangrentos. Só tal Deidade imporia respeito à incipiente humanidade. Depois nosso conceito de Deus se ampliou um pouco e concebeu-se o Deus dos Exércitos que impunha derrotas e propiciava vitórias sobre o inimigo; que punia, arrasando rebanhos e plantações e premiava, multiplicando-os. Daí que se Lhe oferecessem sacrifícios no templo, com objetivos egoístas. Era o Deus de Israel. Mais tarde veio o Deus dos católicos populares, que primeira vez promete um céu após a morte, aos bons, mas continua ameaçando com castigos na terra e tormentos no inferno, os transgressores. Agora já estamos concebendo um Deus que se manifesta por Leis justas, não interferindo diretamente no livre arbítrio humano; o ser humano, por seus atos, é que suscita consequências boas ou más, em virtude da ação das Leis Divinas. Vamos tomando consciência de nossa natureza e da natureza de Deus, agindo por dever, até que possamos fazê-lo espontaneamente, por Amor.

Esses passos da evolução religiosa estão descritos simbolicamente na Bíblia e correspondem à história humana até nossos dias:

  1. Perdemos a condição inocente e protetora do Paraíso. Fomos embrutecendo pelo materialismo até que perdemos a consciência interna e sentíamos saudades de Deus, um vácuo indefinível, uma falta daquela antiga ligação com as Hierarquias. O íntimo nos acusava de faltas. As condições evolutivas eram mui adversas e a consciência mui obscura.
  2. Passamos ao jugo do Faraó do Egito (escravos de nossa personalidade egoísta e viciosa). Sofríamos as limitações de uma vida material duríssima (quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, transitava pelo Signo Zodiacal de Touro). Só mesmo o caráter e resistência passiva de Touro (boi Ápis) nos possibilitava suportar as vicissitudes dessa época de violência e egoísmo.
  3. Aí fomos libertados por Moisés e passamos a peregrinar no deserto, durante os simbólicos quarenta anos (período indeterminado de tempo) rumo a Terra Prometida de leite e mel. Moisés e o impulso evolutivo que nos leva a algo mais. No deserto, muitas vezes nos sentíamos inclinados a retornar ao passado, que se nos afigurava mais seguro do que a livre aventura de um porvir incerto fundia com o ouro de nossas possibilidades internas o bezerro de ouro já ultrapassado. Mas o irresistível impulso interno (Moisés) nos renascia, mostrando-nos que a nova dispensação de Áries (o Cordeiro) nos esperava. E contava como a vara de Arão transformada em serpente (sabedoria de Áries) havia devorado as serpentes dos sábios do Faraó (dispensação de Touro), revelando, assim, sua superioridade. Com muita dificuldade chegamos à Terra Prometida e, fato expressivo, Moisés não pode entrar nela com seu povo, porque atribuiu a si os méritos de seus prodígios e liderança, em vez de atribui-los ao Divino; condescendendo com a personalidade, foi castigado. É um bom símbolo: a Lei que Moisés havia recebido na Montanha para orientação de seu povo, não pode por si mesma, levar à realização É preciso ser complementada pelo Amor. Sua missão terminava ali. Assim com nosso desenvolvimento interno a Mente, sozinha, inclina a vaidade, à pretensão, à ambição. Mas unida ao Coração, gera a Sabedoria.
  4. Entramos na Terra Prometida e, com o Advento da Dispensação de Pisciana chegou o Cristianismo, cujo precursor – João Batista (reencarnação do mesmo espírito que havia animado Moisés e Elias) veio pregar a metanoia (já mencionada atrás), de modo a alcançarmos a verdade interna (Mente Abstrata) e compreensivamente corrigirmos a intenção causal, para que nossos pensamentos, sentimentos, palavras e atos sejam conforme a Lei. E, quanto aos hábitos, “com paciência ganharemos nossas almas”, compreendendo os vícios gravados e persistindo no Bem, a pouco e pouco as trevas da noite ir-se-ão dissipando, para que surja a alva. Por enquanto estamos sofrendo as justas e automáticas reações da Lei. Mas, na medida de nossa espiritualização, a Lei se vai convertendo em colaboradora nossa, como bem observou Max Heindel: “antes era o Espírito Santo como Lei corretiva, um Deus terrível e implacável; no futuro o Consolador prometido, que revela as bênçãos dos céus aqueles que vivem em harmonia com o Universo”.

É importante, pois, conhecermos a Lei conducente à Graça. Se a conhecemos bem e a vivemos, ela nos será o Paráclito. Lembremos que o moço rico (internamente prendado) foi interrogado por Cristo se cumpria a Lei. Ele disse que sim, mas em realidade só a cumpria no aspecto literal, como veremos pelo sentido esotérico do Decálogo. Se a compreendemos e vivemos realmente, estaremos aptos a nos consagrarmos com segurança ao “serviço amoroso e altruísta”, sem os vícios de seu mau entendimento.

 

O Decálogo

Eis o Decálogo dado a Moisés na “montanha”:

  1. Não terás outros deuses diante de mim;
  2. Não farás para ti imagem de escultura nem alguma semelhança do que tenho criado. Não te encurvarás a elas nem as servirás;
  3. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
  4. Lembra-te do dia do sábado e santifica-o, porque é o dia do Senhor teu Deus;
  5. Honra teu pai e tua mãe para que se prolonguem os dias na terra que o Senhor teu Deus te deu;
  6. Não matarás;
  7. Não adulterarás;
  8. Não furtarás;
  9. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo; e
  10. Não cobiçarás coisa alguma de teu próximo: nem a casa, nem a mulher, nem o servo ou a serva, nem o boi ou

Este decálogo figura em Ex 20:3-17.

 

Primeiro Mandamento

 “Não terás outros deuses diante de mim”

Notem que a Lei, como as normas dos seres humanos, em sua maioria se constituem de proibições. Por quê? Porque a Lei é uma súmula do que devemos observar obrigatoriamente. O resto fica por conta do livre arbítrio de cada indivíduo e seu modo de ser.

O primeiro mandamento é básico. Deixa subentender a onipresença de Deus. De fato, Ele está infuso em toda a Sua Criação e além dela, no misterioso Caos. Manifesta-se de forma diferente, conforme o grau de consciência do reino ou do indivíduo em evolução.

Quanto a nós, a Bíblia é claríssima: “Não sabeis que sois o santuário de Deus que em vós habita?” (ICor 3:16). “O Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17:21).

Apesar destas e outras afirmações da Bíblia, a humanidade o tem buscado fora de si, num céu distante e inacessível, à semelhança de “Sir Launfal” em busca do Graal. Se o tivesse buscado no único lugar em que pode e deve ser encontrado, por certo já o teria realizado nestes vinte séculos. Mas a evolução é lenta mesmo. Estamos num progressivo acordar e ressuscitar para a realidade de nós mesmos e de Deus: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo resplandecerá sobre ti” (Ef 5:14).

Eis a mensagem do primeiro mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim”; nem riquezas, nem poder, nem amor, nem fama. Ninguém pode servir a dois senhores: ou servimos a Deus ou a Mamom – o deus da cobiça. E isto não quer significar que devemos ser materialmente pobres; que recusemos cargos influentes; que fujamos da fama; que nos afastemos do amor. Busquemos o sentido na intenção, no íntimo estarmos desapegados; exercermos a administração dos talentos que Deus nos põe à disposição, como meios evolutivos que não nos pertencem, mas que devemos gerenciar zelosamente. A pobreza material não é virtude; antes, na maior parte das vezes é sinal de omissão, irresponsabilidade ou má fé em vidas anteriores. Virtude é ter e não possuir; é trabalhar como um ambicioso e manter-se desapegado dos frutos, não obstante administrar o melhor possível para o Senhor, a quem tudo atribui.

A ausência de poder ou de fama pode ser sinônimo de egoísmo, de comodismo, de restrição de destino, etc., no exercício do poder e da fama em vidas anteriores.

A carência de amor é quase sempre uma resposta do desamor.

Mas é feliz quem vê em tudo o provimento de Deus no atendimento perfeito à necessidade interna e coletiva: E, sabendo que nada nos pertence, buscar devolver os bens acrescidos de nossa administração, à Fonte que os jorrou. Tal é o sentido da evolução na Terra. De fato, não há mal em nada, mas no mau uso que fazemos de tudo.

Max Heindel diz que os Probacionistas são os que “tomaram consigo mesmos uma obrigação definida, pela qual o eu pessoal (personalidade) compromete-se a amar, honrar e obedecer ao EU verdadeiro e Superior, dedicando-se a uma vida de serviço, como meio de se aproximarem do véu e atingirem a realização consciente do Deus interior”.

Notem que esse compromisso refere diretamente ao primeiro mandamento: “não terás outros deuses (personalidade) além do Eu verdadeiro e Superior o mesmo que foi dito em Mt 6:33: “Busca em primeiro lugar o Reino de Deus (que está dentro de ti) e teu ajustamento a Ele, a Ele, pois tudo o mais te virá por acréscimo”. Buscar o Reino interno e o conhecer a si mesmo; ajustar-se a Ele é o compromisso de viver segundo as Leis do Ser (reto pensar, reto sentir e reto agir) – o correto modo de amar, honrar e obedecer ao Eu verdadeiro e Superior, manifestado pelo mesmo amar, honrar e obedecer ao divino de cada irmão, cujos defeitos devemos esquecer, lhe buscando a Divina Essência – pois isto constitui a verdadeira fraternidade.

A personalidade está atualmente ativa, comandando nossa vida de forma egoísta e contraditória. Deve tornar-se passiva, serva fiel do Espírito. Para chegarmos a esse ponto e mister exercitar paciente e perseverantemente a observação de si; praticarmos o discernimento; aprendermos a não nos identificarmos com as manobras sutis da natureza inferior em seus constantes esforços de justificação. Sobretudo, a prática da meditação ficando como testemunhas da atividade interior. Ainda não sabemos silenciar. Podemos estar calados e, ao mesmo tempo, numa intensa atividade interior. Silenciar é aquietar internamente para que “a pequenina e silenciosa voz” se faça ouvir e nos intua. É a promessa do Salmo 91: “Aquele que habita o esconderijo secreto (interno) do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará”. É o convite do Salmo 46:10: “Aquieta-te e sabe: eu sou Deus”.

Atentemos à exortação do primeiro mandamento e busquemos a única fonte de nosso bem: o EU SOU em nós.

O método Rosacruz procura desenvolver, desde o princípio, no Aspirante, a confiança em si (no Eu superior); o domínio próprio (pela não identificação com a natureza inferior); o esclarecimento a respeito de sua própria natureza intrínseca e de Deus que o criou; para que cada um se torne um pilar no templo universal de Deus e se coloque em condições de servir de forma esclarecida, amorosa e altruísta o seu próximo, ajudando-o a atingir as mesmas desejáveis condições.

Somos o Melquisedeque, sem genealogia, a quem a personalidade (Abraão) deve render seu tributo e despojos a luta diária para que se cumpra mais rapidamente nossa realização evolutiva. Esta soberania do Eu verdadeiro e superior se exerce pela união da Mente e do Coração, que geram a Sabedoria. E se não nos devemos submeter aos desmandos da natureza inferior, igualmente não devemos ensejar qualquer domínio externo pela mediunidade, hipnose ou outra qualquer forma de alienação, pois seria contrário ao primeiro mandamento.

A personalidade não ama. Ela se caracteriza pela busca de retribuição: ama para ser amada; ama quando é amada. Não compreende que o amor é a própria recompensa; o dar gera o receber, mas não depende do receber para viver no amor, porque é Deus quem ama através de nós. Buscar a retribuição do amor é um reclamo da personalidade por aquilo que lhe não pertence. À medida que nos fundimos ao Eu superior vamos desenvolvendo um autêntico sentido de fraternidade, porque Ele é amor e quem vive em amor vive n’Ele e Ele nos leva a perceber e Amar o Divino em cada semelhante.

A verdadeira liberdade pressupõe a vivência no Espírito. Enquanto não alcançamos essa liberdade, ficamos condicionados pela falsa segurança que nos leva ao apoio nas coisas externas. Ora, ter outros deuses significa também acreditarmos nos falsos valores e deixar que eles nos possuam, em vez de os possuirmos.

Se usarmos todos os valores externos e internos como meios evolutivos provisórios, a serviço do Eu superior; tornamos impossível qualquer interferência negativa em nossa harmonia básica ou no justo usufruto de uma vida plena, harmoniosa, aqui e agora mesma.

Isto requer preparo interno, através de método adequado. A raiz de todo o mal está na identificação com a personalidade; está no ignorante modo de conduzir nossas faculdades. A chave da libertação está no conhecimento de si e no retorno da Presença e do Poder internos, esse espírito da verdade que o Cristo nos prometeu.

Não há, pois, nenhuma outra presença ou poder além da Consciência Universal que se expressa individualmente como uma consciência individual. Cada um de nós existe como um Infinito dentro de outros Infinitos.  Funcionamos como Consciência Espiritual individualizada. Não somos o corpo, nem as emoções, nem os hábitos, nem a Mente. Somos o criador e dono deles. Por isso dizemos: meu corpo, minhas emoções, meus hábitos, minha Mente. A posse não pode ser maior que o possuidor.

A posse não pode dominar o possuidor. Eis o significado do primeiro mandamento: há somente um poder. Temer o que? “Se Deus é por mim, quem é contra mim”? Odiar por quê? Quem odeia é a personalidade e não o Eu divino, que é amor. Quem ama ao Divino ama também a seu irmão. Temer, odiar, é negação do único poder. Se aprofundarmos este sentido pela meditação, veremos que o bem e o mal existem apenas no campo da personalidade, como um nível provisório de consciência, que pode e deve ser transcendido. Aí chegaremos a um ponto em que não haverá um bem superando o mal – porque simplesmente existe um único Poder. O que parece mal e um esforço do Bem para devolver a harmonia. Portanto, é um convite de regeneração, uma advertência amorosa e sabia do que devemos corrigir.

Toda a grandiosidade do Cristo estava em Sua excelsa condição de Servo perfeito: “Eu de mim mesmo nada posso, mas tudo posso n’Aquele que me fortalece; o Pai em mim é Quem faz as obras”. Quando os discípulos Lhe perguntaram do Pai, Ele esclareceu: “Quem vê a Mim, vê ao Pai que me enviou”. Sua personalidade era um canal perfeito.

São Paulo compreendeu e aproveitou esta lição. Ele disse: “Quando sou fraco, quando sou nada, aí é que sou forte e sou tudo”. Ele sabia que a personalidade deveria tornar-se passiva e fiel serva do Eu superior.

Quando Cristo foi a Nazaré não pode curar muitas pessoas porque se detiveram na pessoa d’Ele: “Não é este o filho de José, o carpinteiro?”. Contudo, Pedro, iluminado pelo Espírito Santo (Mente Abstrata) disse-Lhe: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”; ao que o Mestre lhe responde: “Bem-aventurado és tu, Simão Bar-Jonas, porque não foram os olhos que te revelaram”. Essa é, também, a verdadeira identidade do ser humano, que chamamos homem ou mulher.

É certo que devemos ser prudentes, porque a maioria das pessoas vive condicionada a falsa personalidade com sua violência e egoísmo. Mas isto não nos deve distanciar da realidade essencial das criaturas, confiando no bem imanente.

Ao mesmo tempo, a conscientização da verdadeira a identidade, ou seja, do Deus individualizado como eu ou como tu, não nos dissolve o sentido de individualidade nem exige que matemos nossa personalidade, como sugerem algumas filosofias. Ao contrário, a personalidade (constituída pela Mente Concreta, Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso) é indispensável a nossa evolução. Através dela é que haurimos experiências e dinamizamos as faculdades latentes, convertendo-as em Alma ou Consciência Espiritual. A conscientização da verdadeira identidade consiste numa inversão do atual materialismo, situando o ser humano como um Eu divino a manipular uma personalidade – e não uma personalidade à parte e independente de Deus. Não imaginemos que ocorra um vácuo; ao contrário, há aumento de consciência própria nessa transição gradativa da persona ao Eu real. Não se trata de nós perdermos no Todo o que nos confundimos. Éramos inconscientes de nós mesmos, como Centelhas, quando iniciamos a evolução no estado de consciência mineral. Depois disso, fomos desenvolvendo a consciência até o estado de vigília consciente atual, rumo a oniconsciência que nos espera. Deus exprime como individualidades n’Ele separadas, cujas consciências se formam pela dinamização das faculdades divinas herdadas. Pela eternidade afora seremos mantidos na própria individualidade pelo exercício da Epigênese. Somos notas próprias, na sinfonia universal. Importante é que estejamos afinados ao Divino Concerto.

Afirmar a Deidade interna é definir sua identidade espiritual pela união ao Eu superior. Não deve ser confundida com a afirmação da personalidade que a maioria busca para o êxito mundano, em apoio na persona ativa. O verdadeiro êxito parte de dentro. Não há outra autoridade, senão aquela que nos vem de dentro e de cima.

O único modo de vivenciarmos esta profunda verdade é o estudo das verdades espirituais, a prática dos exercícios recomendados e sua expressão em nossa vida diária. Eles nos guindarão a níveis gradativamente mais elevados e claros. Então compreenderemos a afirmação do Batista (persona) referindo-se ao Cristo (Eu superior): “É preciso que eu diminua e Ele cresça”. Só assim nos converteremos em valioso e fiel precursor do Eu real neste mundo, tendo-o como Único Deus, em nós e nos outros.

 

Segundo Mandamento

“Não farás para ti imagem de escultura nem alguma semelhança do que tenho criado. Não te encurvarás a elas nem as servirás.”

Os protestantes acusam ferozmente os católicos de usarem imagens e esculturas em seus templos; algumas, por sinal, maravilhosas, verdadeiras obras-primas concebidas por artistas notáveis como Raphael, Michelangelo, Rubens, etc.

A nosso ver, não reside aí a mensagem principal deste mandamento. A pedagogia e a psicologia educacional afirmam que “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Modernamente exploram as ilustrações e com elas enriquecem os planos de aula, a fim de que o aprendizado se torne mais completo: áudio visual.

Nossa Mente ainda está num estágio mineral. Só as pessoas mais elevadas podem conceber ideias abstratas e atingir outra esfera ou cosmos da verdade essencial das coisas. Daí a necessidade dos símbolos, desde que bem escolhidos. O mal não está nos símbolos, mas no tomar os símbolos pela realidade que transmitem. Se conhecemos a essência de uma verdade e, no esforço de transmiti-la buscamos as representações mais fieis estamos prestando uma ajuda a outros menos aquinhoados.

Quando o iniciado atinge o conhecimento direto das realidades espirituais, nos planos suprafísicos verifica a dificuldade de transmiti-las. Max Heindel observa, por exemplo: “Quando falo dos Mundos em que o Universo se divide e os represento num diagrama, uns acima dos outros, não quero dizer que se achem assim nos planos espirituais. Em verdade eles se compenetram em graus diferentes de densidade e vibração”. E deu o exemplo da esponja, da água e da areia. Depois acrescenta: “Os diagramas podem ser uma ajuda e um entrave ao mesmo tempo, porque involuntariamente podemos induzir uma ideia falsa da realidade”.

Isto nos leva a meditação das palavras. Vivemos num universo de palavras e, neste século de comunicação entendemo-nos através de palavras e de símbolos. Você já pensou que representam as palavras? Já observou como os seres humanos discutem e pelejam em torno de palavras? Às vezes discutem por usarem palavras diferentes para a mesma coisa; outras vezes divergem pela mesma palavra, com a qual pensam em coisas diferentes. Ora as palavras não são as coisas: constituem apenas um esforço de representação e devemos ter muito cuidado com elas, porque podem ser uma ajuda e um entrave na comunicação. Melhor ainda, as palavras são a nossa interpretação das coisas e não as coisas mesmas. Tanto é assim que, à medida que nossa compreensão vai melhorando, nossa representação por palavras também muda. A evolução em tudo, é uma gradativa transformação das definições anteriores.

No futuro Período de Júpiter será diferente. A mentira será impossível, pois teremos a capacidade de materializar a ideia em nossa aura mental, sem necessidade de palavras. Os Mestres espirituais possuem por conquista antecipada, de sua evolução, esta capacidade: projetam com as palavras a imagem do que falam. Essa capacidade é uma das provas de um verdadeiro Mestre.

Já que entramos na meditação sobre as palavras, consideremos outro ponto: a “onda portadora”. Além das palavras que pronunciamos, comunicamos a outra pessoa algo mais: a intenção como uma “onda portadora” que muitas vezes o interlocutor capta. E, como vivemos num mundo hipócrita, é comum que a pessoa diga uma coisa e pense outra. Ouvimos as palavras e sentimos uma indefinível divergência, uma estranha incoerência. Além disso notamos sinais externos confirmadores da hipocrisia, na mudança do tom de voz, no evitar nosso olhar, etc.

Mas, que relação tem tudo isto com o segundo mandamento?

É que este mandamento trata da idolatria, em muitos sentidos. De maneira geral, sabemos que a idolatria consiste em tomar uma forma em lugar da realidade que ela representa; e considerar a letra e não a ideia essencial que ela busca expressar; é tomar o corpo pelo ser humano integral, como fazem os materialistas.

O fato de os nossos sentidos estarem limitados à forma, não justifica nossa ignorância das verdades essenciais, numa época de tão rica literatura a respeito. A evidência lógica tem levado eminentes cientistas a reverenciar o Divino Arquiteto, cuja Presença é indiscutível em toda a Criação. Anteriormente as Sociedades de Pesquisas Psíquicas; agora a Parapsicologia; demonstram à sociedade revelações confirmadas por meios científicos, de realidades além da capacidade sensorial. Na Suécia e na Alemanha, principalmente, se estabelecem ligações com os planos espirituais com auxílio de aparelhos eletrônicos sensíveis. Hoje não é mais uma questão de crença, mas de atualização, o conhecimento dos planos espirituais, causais, que sustentam este plano visível.

Contudo, se não temos possibilidades de conhecer a realidade última das coisas, somos todos idólatras? Não, este mandamento não refere ao esforço louvável de buscarmos entender as verdades divinas, embora estejamos sempre aquém delas. Não há como evitá-lo no desenvolvimento da consciência. Tudo evolui assim. A ciência foi deixando os conceitos ultrapassados, com sua verdade relativa, substituindo-os por outros mais corretos e atualizados. Mas foram as verdades relativas que serviram de degraus nesta escala evolutiva de aprimoramento. Isto se dá em todos os assuntos, se bem que nas questões espirituais temos o testemunho avançado de altos Iniciados que podem ver as realidades suprafísicas com muita amplitude. Esse testemunho serve de orientação segura, não excluindo, no entanto, o esforço de cada Aspirante e a liberdade de cada um ir confirmando o que recebeu.

As teologias e doutrinas várias andaram antropomorfizando Deus. Na impossibilidade de subir a Ele, forçaram-no a descer à sua limitada concepção. Isto é idolatria.

Cristo ensinou à mulher samaritana: “Deus é Espírito e Verdade e cumpre adorá-lo em Espírito e Verdade”. O espírito é intangível. E que é a verdade? Cristo respondeu a Pilatos? Não. Porque todos nós estamos limitados a nosso nível de evolução e não podemos admitir a Realidade total e absoluta.

Idolatria é o pecado do materialismo, que toma a manifestação pela Essência que a vivifica. Por isso, o primeiro passo no Ocultismo é o estudo dos Mundos Invisíveis.

Querem um exemplo simples para destacar o corpo do ser humano?

Observem uma pessoa dormindo; ela não pensa, não vê, não age, não ama, não tem consciência de si nem dos outros; apenas as funções vitais, involuntárias estão mantendo o corpo que respira, digerem e fazem circular o sangue ritmicamente, etc. Depois ela acorda, abre os olhos e algo estranho ocorre: toma consciência de si, vê-nos, reconhece-nos, abraça-nos, ama-nos, fala-nos. Que aconteceu? ALGO que não estava no corpo enquanto ela dormia; voltou e o despertou dando-lhe todas as capacidades que antes não manifestava. Esse algo é o ser humano REAL que anima o corpo que construiu. Tanto assim que, ao abandoná-lo definitivamente, o corpo se decompõe.

O Espírito é a causa; a matéria e é a consequência. Primeiramente existiu a luz; depois a luz criou o olho que a pudesse ver. O poder está no Espírito criador e sustentador da forma e não nesta. O galho que se destaca da árvore, seca-se. A matéria é mutável e transitória; mas o Espírito é eterno, manifestando-se gradativamente melhor, à medida do crescimento de consciência (alma) e originalmente, segundo seus pendores epigenéticos.

Assim, não devemos adorar nem temer nem odiar o externo, a forma.

Vemos uma cobra e a associamos com a ideia de perigo, sentimos repulsa e violência e vamos matá-la. Podemos vê-la como ela é, sem preconceitos, com toda a sua beleza e respeitando-lhe o instinto de defesa?

Vemos a figura de Sócrates e a imagem nos suscita, no íntimo, tudo o que dele sabemos. Vêm-nos sentimentos de admiração, de reverência, de gratidão. Podemos vê-lo como ele é, apenas gratos pela mensagem que ele trouxe, e não pela pessoa em si? O mesmo deverá sentir em relação a Jesus; o Buda, a Einstein: não o canal, mas a Essência que através deles fluiu de forma diferente, para alimentar a Humanidade.

É a essência que valoriza a forma e não a forma que valoriza a essência. “A letra mata, mas o Espírito vivifica”. Devemos ir além da forma limitadora e sentir a amplitude da Essência Universal.

A infinitude de Deus está oculta em cada coisa criada, mas nossos sentidos não na percebem. As realidades objetivas se tornam em realidades subjetivas, por causa de nosso conceito finito delas. Estamos condicionados pelos preconceitos e por nosso nível de consciência. A melhor atitude mental é admitir todas as coisas como possíveis. Embora firmados no sentir e saber internos, mantenhamos a humilde atitude de nossa limitação.

O 1º e 2º mandamentos abordam, pois, a única realidade, o único poder essencial. Mas o primeiro mandamento nos adverte a não nos apoiarmos nas realidades evanescentes deste mundo; a não dependermos delas, não as temer nem as odiar: o único valor ou poder que elas têm são os que nós mesmos lhes atribuímos por nossas crenças.

Já o segundo mandamento se refere especificamente as representações e seus perigos para que não nos detenhamos nelas, mas busquemos a essência que desejam comunicar, como diziam os autores do Torah – o livro sagrado: “Ai daquele que toma as vestes do Torah pelo próprio Torah! Os mais simples só notam os ornamentos e versos do Torah, mas os esclarecidos não prestam atenção alguma ao exterior, senão à essência que ele encerra”.

 

Terceiro Mandamento

“Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão”

Cristo confirmou no “Pai Nosso” ou “Oração do Senhor” esse mandamento de forma positiva, ao ensinar: “santificado seja o teu Nome”.

Para o povo hebreu, o “nome” (shem) tinha significação mais ampla e profunda do que a que lhe atribuímos hoje para identificar uma pessoa ou coisa. Embora se fale de “bom nome”, referindo-nos à reputação ou ao caráter de uma pessoa, a palavra “shem” dá a entender a natureza, a essência ou a honra do indivíduo.

A locução “em vão” significa, basicamente “de forma inútil” ou “por nada, por vaidade, por falsidade, por leviandade”.

“Tomar” era usado no sentido de “elevar, carregar, proferir ou aceitar”.

Assim, o “proferir ou aceitar o nome ou a natureza de Deus” é, ao mesmo tempo, uma honra e um desafio que não devem ser tomados levianamente.

O uso da palavra era, é e será algo sagrado. Empregada conscientemente e de forma ajustada, a vibração de uma palavra tem poder. Hoje, infelizmente, é deplorável o abuso nesse campo.

Deus é inominado. Quando Moisés recebeu a revelação e a missão na “montanha”, sabendo que tinha de enfrentar pessoas comuns que só conheciam a forma e o nome, perguntou: “Senhor, se me perguntarem quem foi que me enviou que direi?”. E o Senhor respondeu-lhe: “Dize que foi o “EU SOU”.

Basta ser. Eis a mais expressiva conjugação: “eu sou, tu és, nós somos . . . espíritos. Simplesmente.

Entretanto, o mundo precisa de identificação. Quem nomeou as coisas foi Adão. É um esforço de isolar o que parece isolado.

Não devemos confundir a realidade espiritual com um conceito mortal. Dizemos: raios de Sol, porque sabemos que eles continuam unidos a sua Fonte, apesar de haverem caminhado 149 milhões e 400 mil quilômetros em 8 minutos, quando chegam à Terra. E nós, não somos também, por acaso, centelhas divinas, uma vez que “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”?

Não tomemos, pois, levianamente, os nomes pelas coisas que representam, principalmente em relação à verdadeira identidade de semelhante. Em que ele é semelhante a ti? Senão pelo Espírito?

Ainda mais quando nos referimos a Deus: se a palavra Deus foi tomada para representá-lo (e a palavra “Deus” está ligada a ideia de Luz e Dia: “Deus é Luz”), usemo-la de forma sagrada, erguendo nossa Mente ao Inominado, ao Imanente e Transcendente, ao Onisciente, Onipotente e Onipresente Criador.

A essência desse mandamento nos exorta a não tomar a aparência pela realidade. Ainda que surjam as pessoas, coisas e lugares, por meio do testemunho dos cinco sentidos, saibamos que são expressões provisórias do real e divinamente infinito.

 

Quarto Mandamento

 “Guarda o sábado, pois é a Dia do teu Senhor”

Eis outro ponto de muitas controvérsias e discussões. Exceto os sabatistas, os Cristãos adotaram a o Domingo para dia de descanso e adoração.

Antes de Cristo, a evolução humana era regida pela Lua. O Calendário e as festas religiosas se baseavam nos movimentos lunares. Os povos árabes ainda conservam símbolos lunares. A Lua está associada à Saturno (ambos regem a Corpo Denso e se caracterizam pela tendência cristalizante), Regente do Sábado (Saturday).

A dispensação cristã, ao contrário, está relacionada com o Sol. Todas as religiões falavam de alguém “que havia de vir…do Sol”. O Sol é a morada dos Arcanjos, dos quais o Cristo é o maior Iniciado. Ele é o Leão de Judá, o Cristo Solar, ligado à positiva Luz que veio conquistar a Terra por dentro.

Sábado quer dizer “descanso”; por extensão: “Dia de descanso”. Foi instituído na lei mosaica com finalidade bem definida: obrigar o povo a deixar seus negócios e atividades e, um dia por semana, ir à Sinagoga ouvir as leituras de textos sagrados. Só por obrigatoriedade da Lei a o povo, eminentemente materialista, iria à sinagoga assimilar as verdades adequadas ao seu nível (o nível da pedra, da letra, da Lei).

Domingo significa “Dia do Sol” (Sunday). Etimologicamente, a palavra “Sol” está ligada aos sentidos de “Deus, Júpiter, Luz e Dia”. Perto do fim do primeiro século, a igreja cristã primitiva transferiu para o domingo o dia semanal de descanso e adoração, preceituado no quarto mandamento, por ser o dia da Ressurreição de Cristo Jesus e, por isso, denominado “o Dia do Senhor” (Ap 1:10). Assim como fez Deus no trabalho criador, também nós trabalhamos seis dias e no sétimo devemos descansar no Senhor, aquietando-nos, ouvindo, lendo coisas sagradas, para nutrir e desenvolver o nosso íntimo, pois tudo depende de exercício e de alimento. Tudo se desenvolve em períodos setenários: seis dias criamos e evoluímos na atividade externa, e um dia dedicamos para entregar a essência dessa Obra à Deus em nós, em comunhão, saindo fortalecidos para uma semana ainda melhor que a anterior.

Note-se que   Cristo costumava curar nos sábados. Os fariseus, ignorantes do interno sentido do sábado, atacavam-no por isso. Mas disse o Mestre: “Eu sou o Senhor do sábado”; “O sábado foi feito para o ser humano e não o ser humano para o sábado”. Ele quis   que isso significasse que nesse dia o ser humano abdicasse de si mesmo, de sua parte humana, e deixasse que Deus laborasse em e através de si, no restabelecimento de suas forças internas, na definição de sua natureza divina, no entendimento das coisas sagradas. Portanto, nenhum dia seria mais indicado para a Cura. Curar e pregar a boa nova são a mesma coisa, pois, ambas restituem a integralidade do  Ser. Sabemos que a palavra “são” quer dizer sadio e santo: ambas são  expressões de integralidade, e  de harmonia global do ser. Assim; não importa o dia e lugar, sempre que nos dedicamos às coisas sagradas,  estamos realizando essa finalidade (prevista na lei mosaica aos sábados, e pela igreja cristã aos domingos – para disciplina dos rebeldes que não compreendem e nem avaliam a graça dessa comunhão interna).

 

Quinto Mandamento

 “Honra teu pai e tua mãe”

Os ensinamentos de Cristo parecem contradizer este mandamento. Disse Ele: “Não chameis a ninguém de Pai sobre a Terra, pois um só é vosso Pai, a saber: o vosso Pai Celestial”. E mais: “Aquele que não deixar pai, mãe e irmãos, não pode ser meu Discípulo”.

Em verdade não há contradição. Cristo vem ampliar e definir o real sentido do mandamento. Ele, a personificação do Amor, jamais iria recomendar que descuidássemos, ingratamente, dos nossos deveres filiais. Referia-se aqui como em outros passos evangélicos, ao amor e dever desapegados.

A paternidade e a maternidade são funções divinas: transcendem o humano. A mãe durante o aleitamento é uma pessoa diferente, mais estreitamente ligada ao Divino. Há algo de transcendental na maternidade. Mesmo entre os animais há o chamado “pudor orgânico”, pelo qual a mãe e os filhotes não são atacados nesse período.

O pai e a mãe, meramente como seres humanos nada são, porque não podem manipular a vida. Lembremos que no “Paraíso” comemos da “Árvore do Conhecimento, do bem e do mal”, mas não da “Árvore da Vida”. Por isso não podemos vivificar nada. É função dos Anjos a vida, porque são hábeis manipuladores da força vital.

Que sabe um animalzinho da maravilhosa criaturinha que o gerou? Vemos graciosos gatinhos buscando andar, procurando mamar, manifestando vida e instintos, e isso nos ressalta a manifestação de um Criador que labora através de suas Hierarquias. Mesmo o ser humano, que sabe a mãe da complexidade do ser que gera? Meditem nisso.

Existe apenas um princípio criador, que é o PAI-MÃE – seja para judeus, para gentios, brancos, negros ou índios, feras, animais ou plantas. Max Heindel trata muito bem dessa dual força criadora – os dois polos referidos pelo primeiro versículo do Gênesis. Essa dupla energia manifestada sabiamente por Deus em tudo, é que reverenciamos, sabendo que nada somos de nós mesmos como pessoas, como pais ou mães. O que nos enobrece como canais dessa manifestação criadora é a Vida Divina:

“Eu, de mim mesmo, nada posso; o Pai em Mim é quem faz as obras”.

Portanto, não vamos subestimar nossa mãe e pai carnais, aqueles que amorosamente serviram de canais para o suprimento de material físico em nosso renascimento na Terra. O Esoterismo é claro: “assumimos um dever de gratidão por tudo que recebemos de nossos semelhantes e um dia, nesta ou em outras vidas na Terra, teremos ensejo de lhes retribuir para que se cumpra a lei: dar e receber”.

Mas, a grandiosidade de um pai ou mãe humano está, indubitavelmente, na compreensão de que eles, por si, nada são – predispondo-se a servir ao Divino Universal e ao Divino que deseja renascer – fazendo tudo o que possam no cumprimento de seu trabalho evolutivo.

Para honrar este causal princípio Pai-Mãe, devemos aprender a vê-lo e reverenciá-lo em todas as coisas e pessoas.

 

Sexto Mandamento

“Não Matarás”

Houve esforço para desvirtuar o sentido genérico deste mandamento, refundindo-o para: “Não cometerás homicídio”. Mas o sentido é claro e genérico: “Não matarás”!

O primeiro sentido que salta a nossa mente é o literal. Aí surgem as polemicas sobre a “pena de morte”; a “eutanásia”; o “aborto”; o “carnivorismo”, etc. Mas há também o sentido mais profundo e espiritual.

A Filosofia Rosacruz desaprova a “pena de morte” e fornece a razão esotérica: ela destrói o corpo, mas liberta o criminoso no Mundo do Desejo. Como a morte não transforma ninguém, lá ele continua odiando a sociedade e, com a velocidade do pensamento pode locomover-se à vontade, impune, influenciando caracteres afins, maus para que através deles vingar-se dos seres humanos. Desse modo aumentam os crimes sobre a Terra. Logo, é mais conveniente para a segurança humana manter os criminosos presos, apesar dos gastos e cuidados. A solução é o aprimoramento do sistema penitenciário e a laborterapia para recuperação dos primários e dar tempo de arrependimento aos pertinazes. A estória do “homem de Alcatraz” é um impressionante exemplo de que não há indivíduo inteiramente mau; que todos têm a essência divina, que torna o ser possível de recuperação. Mas não pela violência.

Não se justifica a eutanásia, do ponto de vista esotérico. Vemos o ser humano como um ser complexo, constituído de três corpos que o Espírito procura manipular por intermédio da Mente. Quando vemos um demente ou um ser deformado, sabemos que o Espírito o anima ainda que não se possa expressar (no caso do louco). O espírito não é demente. A forma é que não lhe permite expressar-se, por alguma anomalia que ele mesmo assume, por causa gerada em vida pregressa. Mas há sempre uma razão para o Espírito suportar aquelas condições. Lá dentro do corpo está assimilando sua lição, apesar das aparências. Não temos o direito de impedi-lo. Com esta compreensão, cumpriremos melhor nosso dever para com eles.

O aborto é igualmente injustificável, salvo nos casos de gravidez nas trompas e outros que perigam a vida da mãe. O aborto, como outros problemas humanos, tem sua solução no começo; se os casais fossem mais equilibrados em seus impulsos; se os conjugues fossem mais cônscios e respeitadores um do outro, evitariam o choque de consciência que decorre desta violência contra alguém que não se pode defender. A literatura esotérica ilustra muitas consequências observadas nos Mundos Invisíveis, de abusos neste campo, incluindo as parteiras e médicos que se prestaram a esse fim, quase sempre para enriquecimento fácil.

Os Rosacrucianos são vegetarianos. Muita gente nos pergunta: “por quê?”. Respondemos sucintamente aqui: não comemos carne para não sacrificar vidas e interromper um programa evolutivo. Nisto se inclui o sentimento de fraternidade em relação a nossos irmãos menores, os animais. A planta tem vida, mas não sofre, porque não tem Corpo de Desejos. Além disso, os vegetais foram designados na Bíblia para alimento natural do ser humano. Não há perigo de que os animais, uma vez poupados, aumentem demais, comprometendo o alimento e segurança do ser humano. Está provado de que Deus sabe conservar o equilíbrio do mundo e não precisa do ser humano para isso. O que temos feito, com nossa ignorância, é quebrar a harmonia do conjunto, como bem prova a moderna ciência de ecologia.

A carne animal é carregada de toxinas e compromete, com os instintos inferiores, nossa evolução emocional.

Quanto ao leite e aos ovos, sabemos que os bezerros estão sendo compensados cientificamente na alimentação, não obstante receberem uma cota racional de leite.

Os ovos não são galados. Poderíamos aduzir outras razões. Não o fazemos para não nos alongarmos e nem fugirmos do tema central. Já os conhecemos pela Filosofia Rosacruz.

Abordemos a seguir o aspecto mais profundo deste mandamento.

As chamadas pessoas e coisas más não justificam destruição. Cada coisa tem seu papel no conjunto do Universo. No futuro recuperaremos a harmonia perdida, quando exercermos a “não resistência”, a “não violência” interior, que impedirá qualquer reação exterior. Mas esta “não resistência”, esta “não violência” deve ser isenta de temores, baseada num claro assentamento à verdade espiritual que anima todas as criaturas. A estória de Daniel na cova dos leões, a estória de Francisco de Assis e de outros iluminados comprovam esta verdade.

Ora se Deus é onipresente; se há um fio oculto unindo todos os reinos e este elo é a Consciência Universal, quando matamos, quando destruímos algo (aparentemente externo) estamos em realidade agredindo uma parte de Deus e, em última análise, agredindo a nós mesmos, porque n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”.

Embora por enquanto, não tenhamos consciência disto, aprendamos e busquemos intuir este princípio dos Mestres; nossa consciência está ligada à Consciência Universal e, através d’Ela, a todos os seres. Só mesmo a personalidade separatista, nesta fase de materialismo é que nos faz crer na inevitabilidade de defesa e de ataque, de preservação e destruição. Desse modo se justificam as leis da persona, que são as leis dos seres humanos – leis de violência que geram violências, numa cadeia inevitável de causas e efeitos.

Agora vejamos o aspecto interno, psicológico; podemos (e constantemente o fazemos) matar mentalmente, emocionalmente com palavras. Matamos até mesmo quando não esboçamos a menor reação externa. Do ponto de vista esotérico – do espírito da Lei – isso é matar.

Matamos também pela mentira. Que é a mentira? É tudo que esteja contrário a verdade Universal. Inconscientemente, somos todos mentirosos porque não conhecemos a Verdade total e, inevitavelmente desfiguramos algum aspecto da verdadeira imagem das coisas. Mas referimo-nos as mentiras propositais, conscientes.

Elas produzem um efeito nocivo e especial no Corpo de Desejos: matam alguma coisa em nós e ao mesmo tempo se suicidam nesse embate. Max Heindel o explica bem: ao dar uma versão falsa de um acontecimento, esta falsa versão é atraída (pela lei de atração de semelhantes) à versão verdadeira, mas como suas vibrações divergem na parte desvirtuada, entram em choque e mutuamente se destroem. Não apenas nos livramos da mentira (cuja tendência nos fica), mas perdemos uma verdade que ela destruiu. Perdemos nesse embate, além de nos remanescer uma desagradável sensação psíquica – da Essência que sofre – quando temos sensibilidade e correção de caráter.

Esta nova compreensão nos leva a compreender como o mandamento, em seu aspecto esotérico, está presente nos mínimos atos de nossa vida e o como é importante sermos verazes. Não nos referimos à sinceridade idiota, grosseira, mas à sinceridade inteligente e amorosa. Se não podemos usá-la, é melhor calar.

Este problema da mentira surgirá sob novo aspecto no 9º Mandamento, quando tratarmos do falso testemunho.

Para finalizar este Mandamento, queremos dizer que existe uma destruição legítima, do ponto de vista espiritual: é a destruição dos falsos conceitos que se evidenciam à medida de nossa abertura de consciência. Este é o sentido do Armagedom. Não que lutemos contra a ignorância, mas que não mais a alimentemos, detendo-nos, tão somente, na verdade atual que apreendemos; é como tirar as escórias do diamante bruto para que se revele em luz, o brilhante do puro ser espiritual.

 

Sétimo Mandamento

“Não adulterarás”

Adulterar significa “misturar”, desvirtuar alguma coisa pela mistura com outra que lhe compromete a pureza original. Este é o sentido esotérico na Bíblia: o mesmo que prostituir, prejudicar a autenticidade. Como já vimos anteriormente, adulteramos a realidade das coisas, ou por ignorância ou por maldade. Como disse Sócrates: “O homem pratica o mal porque não sabe o que é o Bem”.

Todos nós, segundo o nível evolutivo e correspondente abertura de consciência, temos restrições compreensíveis e verdades relativas, não podendo, por isso, abranger a verdade total. Por isso erramos.

Isto é inevitável. Daí que o 7º Mandamento não considere esse aspecto. Seria exigir demais.

Mas há uma parte viciosa, há uma natureza condicionada, há preconceitos arraigados que podem e devem ser corrigidos no processo de espiritualização do ser.

Em primeiro lugar, aproveitemos as verdades espirituais que nos foram reveladas por Aqueles que atingiram os altiplanos da espiritualidade e descortinaram realidades imensas a respeito de nossa natureza e relação com Deus. Nossa razão e lógica sancionam essas verdades porque já temos algo interno, um “saber interior” que nos leva a reconhecer, aceitar e apreciar o que é genuíno.

Em segundo lugar: sabemos por esses mesmos ensinamentos comprovados na experiência de nossa vida diária, que a personalidade viciosa é a prostituta, a adúltera, que nos magnetiza com seu “canto de sereia” em seu ciclo de prazeres desvirtuados. Sabemos que ela nos empana a razão, tirando-nos a visão de justa proporção das coisas; condicionando-nos os pareceres com as crenças errôneas preconcebidas.

Isto não nos prejudica apenas espiritualmente, senão também materialmente, porque nos impede ter uma visão real das coisas e fatos que nos cercam.

Num computador eletrônico é fácil substituir dados falsos por verdadeiros, mas na complexa natureza humana é uma tarefa difícil, porque nos envolvemos nas vivências viciosas e, considerando-as como a nossa própria e real natureza, defendemo-las, por instinto de conservação, que é o mais forte em nós. O trabalho de transformação e depuração do ser exigem, pois, um cuidadoso preparo.

Como vimos, adulteramos não só a realidade divina de Deus e do ser humano, como a visão real das coisas que nos cercam. O que vemos vai sempre mesclado de nossas próprias impressões, que falseiam a imagem da coisa, tal como ela é.

Vejamos como isto se dá internamente.

A ideia pura do espírito, a respeito de qualquer assunto, vem-nos da Mente Abstrata à Mente Concreta (intelecto). Aí, essa ideia mercê de vontade espiritual que a anima, procura revestir-se de matéria mental concreta e converter-se num pensamento-forma ou imagem mental. Mas nesse revestimento, o espírito já sofre a primeira traição: o intelecto condicionado e preconcebido, acrescenta, por sua conta, numa associação indevida, coisas que seu passado lhe dita, às vezes gratuitas, como, por exemplo: ver uma pessoa cujos traços lembram outra que nos prejudicou e imediatamente adulterar a imagem com esta correlação negativa.

Da Mente Concreta, a ideia transformada em pensamento-forma vai ao Corpo de Desejos (emocional) e aí a vontade espiritual que anima o pensamento busca envolver-se de matéria emocional que lhe dá impulsos para chegar à ação. Então, sofre a segunda adulteração, juntando a matéria emocional de atração ou repulsão, segundo as correlações preconcebidas. E, quando chega à ação está longe de ser a pura impressão que o espírito ditou ao intelecto.

A mensagem esotérica deste mandamento é: tornemos nossa personalidade passiva e fiel ao Eu real, para que não lhe traia os desígnios; não preterir o Cristo interno às conveniências e solicitações da natureza inferior; não conferirmos às coisas e realidades mundanas os méritos e virtudes que pertencem ao Divino.

“O único pecado é a ignorância e a única salvação, o conhecimento aplicado”. Enquanto não temos possibilidades internas para limpar os canais de expressão do Divino, estaremos prostituindo a verdade. Na ignorância não há pecado, mas há dor, gerada pela consequência que nos procura acordar. Nós, porém, que estamos alargando a consciência da verdade, assumimos responsabilidade maior porque “a quem muito é dado, mais lhe será exigido”. Não devemos fugir à transformação que a consciência nos exige. O método Rosacruz objetiva precisamente isso, de modo inteligente e gradual, através da espiritualização do Corpo Vital, que pressupõe reeducação nos vários aspectos.

 

Oitavo Mandamento

“Não furtarás”

Sigamos a mesma linha de pensamento esotérico: Deus é onipresente. O ser humano, feito a Sua imagem e semelhança, é um cosmos dentro do Macrocosmos. Assim como a gota do oceano tem as mesmas propriedades do Oceano inteiro; assim como algumas gotas de sangue revelam as condições do organismo todo; assim devemos compreender que o Criador se acha sintetizado potencialmente em suas criaturas. A semente é da mesma natureza da árvore e se converte numa árvore igual. Isso explica o convite evangélico: “Sede vós perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito”.

Isso nos leva a compreender que Deus, como Consciência Infinita, é o único e perfeito suprimento e não falha em dar a cada criatura ou agrupamento, aquilo que corresponde legitimamente as suas necessidades internas de evolução.

Deus é como uma Usina que supre energia às “casas” (indivíduos). Há energia à vontade, mas só nos vem aquela que podemos suportar. Se entra mais energia que os fios podem suportar, queima-se a instalação. Ora, na medida da evolução, os cabos se tornam mais potentes para receberem mais luz. Se nos parece faltar luz, revisemos nosso íntimo; só ali pode haver falha: um fusível queimado, interrupção de cabos ou outra qualquer irregularidade. É preciso corrigir a falha. Ela está sempre dentro de nós. Não há injustiça no plano perfeito de Deus.

Logo, nada temos a roubar nem a quem roubar. Tudo pertence a Deus e Ele não esconde nem nega coisa alguma a seus filhos. Ao contrário, ele está ansioso para expressar-se cada vez mais amplamente por nós. Ele disse: “Filho, tudo o que é meu é teu”. Existe em nós um bem infinito e potencial à espera do despertar para tomar a forma de nossa necessidade. Cada vez que nos abrimos em consciência formamos um vácuo que chupa do suprimento infinito de Deus, o bem de que está necessitando. Esta lei não falha: como uma vasilha só podemos conter a água viva correspondente à nossa interna capacidade; o que ultrapassa, transborda e se vai. Há os que se apropriam indebitamente das coisas e parecem manter os bens a serviço de seus gozos impunes. Engano. Ninguém pode segurar o que não corresponda a seu nível de consciência. Cedo ou tarde a Lei agirá com o efeito correspondente ao caso. Não nos cabe julgar nem calar, mas compreender e confiar no mecanismo de Consequência.

A solução não está, pois, em puxar as escondidas, um fio da instalação vizinha, que parece ter mais luz do que necessita. Na evolução, cada qual tem de resolver, o seu problema. A seiva da “Grande Árvore” está à disposição de todos os galhos e ramos, na medida dos canais internos deles. Todos vivemos e nos movemos em Deus e n’Ele temos o nosso Ser. Portanto, o divino suprimento é comum. Roubar desse suprimento é o mesmo que roubar a nós mesmos. O ambicioso e inescrupuloso ladrão é como o guloso que tem os olhos maiores que o estômago; pode dilatar seu estômago com grandes quantidades de comidas, mas o organismo reterá apenas o que pode assimilar. O demais se perderá, comprometendo-lhe a saúde.

O desejo de furtar ou de cobiçar e desejar qualquer coisa é uma ilusão. Tudo está à nossa disposição, aqui e agora mesmo, desde que preenchamos as condições de interna receptividade. Nisto há uma divina sabedoria; o que não está de acordo com nossas reais necessidades é inútil e prejudicial, porque não temos consciência suficiente para aproveitá-lo e convertê-lo em efeitos evolutivos.

Superemos a crença de separação. Não há Deus de um lado e o ser humano de outro; há seres humanos em Deus e há Deus expressando-se como consciências individuais: eu e tu. A crença de separatividade é que nos leva, muitas vezes, à tentação de roubar, partindo do princípio materialista de que a posse de qualquer coisa depende de nossa iniciativa pessoal e humana; de nossa esperteza ou de nossa “sorte”. Com isto vem a ideia de uma pessoa roubada e outra que rouba, quando, na verdade, há Deus nessas duas pessoas, à disposição delas, para supri-las. Não há nada que Deus possa fazer e não esteja fazendo agora mesmo. Quanto mais roubamos, quanto mais cobiçamos e desejamos, tanto mais nos fechamos e menos recebemos de nossa fonte interior. Quanto mais aumenta o nosso materialismo, tanto mais reduzimos nosso canal de ligação com a única Fonte: em última análise estamos roubando a nós mesmos.

Este mandamento nos revela a verdadeira Fonte de Suprimento, que traz em si, em potencial, tudo o de que necessitamos. Nada há a cobiçar, nada a desejar nem roubar. O que não é nosso hoje, pode ser amanhã, quando nos pomos em condições de recebê-lo. Não fora assim, não se teria afirmado: “Somos filhos e, portanto, herdeiros de Deus e coerdeiros com o Cristo”. Não apenas nas coisas espirituais, pois, “se buscamos o Reino interno e nosso ajustamento a Ele, tudo o mais nos virá de acréscimo”.

 

Nono Mandamento

“Não dirás falso testemunho”

Que é o verdadeiro? Que é o falso?

Verdadeiro é Deus e Sua obra. Verdadeira é a centelha divina que constitui nossa autêntica identidade.

Falso é o desvirtuamento do natural, por causa de nossa ignorância ou vício. Já vimos que a personalidade falsa, por sua ignorância e condicionamentos, é a prostituta, a testemunha falsa.

Quando a lei nos pede um testemunho, ele deve estar baseado na verdade. E juramos afirmá-lo, com a mão sobre a Bíblia – que prevê esse mandamento.

Ora, testemunhar é ver sem interpretar, sem mesclar no fato a nossa opinião. A opinião, o julgamento e interferência da falsa personalidade é, por conseguinte, prostituição do fato. Aí tomamos partido contra alguém e a favor de outrem. Não estamos sendo imparciais; não estamos dizendo o fato em si, tal como o observamos, despido de opiniões.

Transpondo o que dissemos ao campo espiritual, tomando por base o testemunho dos Seres iluminados, sabemos que o ser humano é permanentemente divino; se conseguimos desligar qualquer opinião pessoal ou sentimento de simpatia ou antipatia, encarando simplesmente. O Ser propriamente dito, na convicção de que ele é um filho de Deus e, portanto, nosso irmão, algo acontece de maravilhoso: tocamos o seu íntimo, atingimos sua Essência, derrubamos os muros que tenham existido entre nós e realizamos a prova da Fraternidade Universal.

Mas se o vemos como algo à parte de Deus e de nós mesmos, com todos os seus defeitos, sem compreendê-lo no estágio atual de consciência, estamos dando um falso testemunho dele.

 

Décimo Mandamento

“Não cobiçarás”

Notem as sutis diferenças e correlações; observem a ligação deste com o 8º Mandamento: “Não furtarás”. Desejar, cobiçar, já é um roubo, porque há um movimento interno, emocional e mental, que nos põe numa injusta relação com a pessoa ou coisa. É uma incompreensão de nossa relação com o único suprimento, da Única Fonte e de nossa inevitável ligação com o Todo. Cristo esclarece: “Se alguém olhar uma mulher e em pensamento a cobiçar, já cometeu adultério”. Notem bem: adulterou uma verdade e roubou. E quem faz isso? A personalidade viciosa.

 

Conclusão

Esses Dez Mandamentos constituem a Lei de Moisés, “a letra da verdade”. Em seu sentido literal, adequado ao povo daquela época, era o primeiro estágio da verdade, a “pedra”. Tal como apresentamos aqui, em seu aspecto mais profundo, é o segundo estágio, a “água viva” – que cada um há de transformar em vinho – terceiro estágio – pela vivência e assimilação conscientizada. Tal é o convite e desafio que apresentamos ao leitor.

Em essência, esses Dez Mandamentos devem ser amalgamados pela consciência e sintetizados, como nos ensinou o Mestre: “Ama o Senhor teu Deus, de todo o teu Coração, de todo o teu entendimento e com toda a tua alma” (Coração e Mente fundidos na Sabedoria que se expressa como Alma). E como isso se cumpre?

“Amai o próximo como a vós mesmos”!

Para chegar à síntese consciente, é preciso vivenciar a análise. Desejamos que esses pontos lhes suscitem outros, conducentes a uma profunda compreensão deste magno assunto.

FIM

[1] Éteres Luminoso e Refletor

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