Arquivo de categoria Método e Leis cósmicas que regem a evolução

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Será Que Precisamos Mesmo Ficar Apreensivos Quanto ao Rumo da Humanidade?

Será Que Precisamos Mesmo Ficar Apreensivos Quanto ao Rumo da Humanidade?

Arnold Toynbee, a maior autoridade em Filosofia da História e um dos grandes humanistas contemporâneos, em uma recente entrevista concedida a uma revista de renome internacional, manifesta sua apreensão quanto aos rumos tomados pela humanidade.

Proclama seu temor quanto à possibilidade de o ser humano, empolgado e embriagado pelas avassaladoras conquistas tecnológicas, robotizar-se, coisificar-se, anulando todos os valores morais e espirituais inerentes à sua condição de ser criado à imagem e semelhança de Deus. Lamenta o fato de, nas escolas, minimizar-se o humanismo, menosprezando-o até no relacionamento humano.

Toynbee pondera sobre as perspectivas sombrias de, em um futuro não muito distante, o ser humano fugir ao contexto da moralidade, ou mesmo da imoralidade, para converter-se em algo amoral.

E encerra seu dramático pronunciamento afirmando categoricamente que, diante das perspectivas de um esvaziamento espiritual, seria preferível a nossa regressão ao estágio de seres humanos primitivos, onde, pelo menos alguns valores seriam preservados, não obstante sua precariedade.

Embora reconhecendo a excessiva dramaticidade, quase fatalista, dessas declarações, não podemos negar, realmente, a carência de maior dose de humanismo no espírito das nações mais desenvolvidas. E esse estado de coisas, como não poderia deixar de ser, reflete-se também nos países materialmente menos aquinhoados.

Seria, porém, uma atitude estapafúrdia, não atribuir à ciência, às pesquisas, à moderna tecnologia, o seu real valor. Seria negar as faculdades divinas que o ser humano deverá desenvolver a um grau máximo na Época Ária, culminando no florescimento de um verdadeiro e irresistível poder espiritual. A Época em que vivemos, dentro do nosso esquema evolutivo, é consagrada ao desenvolvimento da Mente, o caçula dos nossos veículos, e sua aplicação em todos os campos de atividade. É uma verdade indiscutível.

Mas, partindo dessa premissa, deparamo-nos com a pergunta: porque, então, esse profundo abismo, essa incrível dissociação, entre sentimento e intelecto, entre mente e coração, entre ciência e religião?

Analisando o problema detidamente, sob a luz dos ensinamentos da sabedoria ocidental, concluiremos que, na encruzilhada do século XX, o ser humano ainda não encontrou o seu ponto equilibrante. Não fincou os pés em um bilateralismo sadio, em que a ciência religiosa deve ser um meio e não um fim em si mesma, para que, por intermédio de uma religião científica, racional, na mais elevada expressão do termo, o gênero humano possa reencontrar-se com sua real natureza.

O desenvolvimento unilateral tem sido a tônica e a causa primordial de quase todos os males que afligem o mundo. Nos países altamente desenvolvidos, o materialismo tem pisoteado as mais belas flores do sentimento humano, transformando o ser humano em uma máquina fria e indiferente, escravo de convenções, peça manipulada da engrenagem socioeconômica. Consequências lógicas: enfartes, suicídios, neuroses, conflitos, insatisfações, toxicomania e toda sorte de fugas. Por outro lado, o panorama diametralmente oposto é igualmente limitante. Na Índia, onde o ser humano absorvido pela contemplação espiritual descura-se de melhorar o ambiente em que vive, mediante a aplicação de seus talentos, aflora um quadro doloroso: atraso, desconforto, populações inteiras vegetando à míngua, milhares de vidas ceifadas pela fome e enfermidades. Perda irreparável de valiosas oportunidades de progresso.

Ora, desde o Primeiro Dia de Manifestação, a verdade sempre foi encontrada no equilíbrio. E agora, mais do que nunca, é necessário encontrar-se um denominador comum, uma fórmula conciliatória, em que o progresso tecnológico seja um fator, um instrumento, um meio de o ser humano elevar-se acima de todas as contingências, promovendo em si mesmo o germinar da semente divina.

Diante desse quadro, o que nos alenta e conforta é saber que essas duas tendências estão sendo contrabalançadas pela ação unificante e equilibradora do Cristo, criando condições para que o ser humano retome o seu verdadeiro caminho.

Contudo, o nosso papel não se restringe passivamente ao alento e conforto, mas à responsabilidade que pesa sobre nossos ombros, pelo simples fato, de, como aspirantes, conhecermos essas verdades.

Essa responsabilidade implica sermos atuantes, trabalharmos em nosso meio ambiente mais próximo, dentro do nosso raio de ação e de nossas possibilidades, objetivando a promover o necessário equilíbrio.

Cada um deve fazer a sua parte e ter fé na justiça divina. Cada pôr do sol é o sepultamento de velhas desilusões. O raiar de um novo dia é o signo da esperança, o nascedouro do ser humano renovado.

Embora muitos não nos compreendam e divirjam de nossos conceitos, nós teremos fé!

Ainda que os prenúncios sejam de guerras e catástrofes, nós teremos fé!

Ainda que a palavra dos seres humanos traga em seu bojo o germe do conflito, nós teremos fé!

Ainda que ao nosso redor só medre a descrença, ainda assim, e mais do que nunca, nós teremos fé!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1973)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Adaptabilidade: o grande segredo para o seu avanço ou o seu atraso

Adaptabilidade: o grande segredo para o seu avanço ou o seu atraso

 

Adaptabilidade não quer dizer estagnação; significa, isto sim, acomodação às novas condições e o encontro do fio da meada para agir, descortinando sempre os novos horizontes. Quem é facilmente ADAPTÁVEL é também FLEXÍVEL; portanto, EMINENTEMENTE ENSINÁVEL e funciona no campo da inteligência de maneira sábia e amorosa, assimilando os ensinamentos que lhe chegam de toda a criação, obra de nosso Pai Comum — DEUS.

Para melhor elucidar o presente tema, ouçamos a palavra de Max Heindel que, em seu laborioso trabalho e ajudado pelos Irmãos Maiores, adquiriu a capacidade de investigar os Mundos internos e ler a Memória da Natureza, esclarecendo-nos em O Conceito Rosacruz do Cosmos da seguinte maneira:

“Nas escolas, todos os anos alguns Estudantes não se adiantam o necessário para passar a um grau superior. Analogamente, em cada Período de Evolução, alguns ficam atrás por não poderem alcançar o desenvolvimento necessário e ir ao próximo grau superior. Foi o que aconteceu já no Período de Saturno. Naquele estado, a vida com a qual trabalharam os Seres Superiores era inconsciente de si, mas essa inconsciência não era obstáculo para o retardamento de alguns dos Espíritos Virginais MENOS FLEXÍVEIS, MENOS ADAPTÁVEIS que os demais.

“Nessa palavra, ADAPTABILIDADE, temos O GRANDE SEGREDO do atraso ou do progresso. Todo adiantamento depende de FLEXIBILIDADE E ADAPTABILIDADE do ser em evolução, da capacidade que tem de se acomodar às novas condições ou estacionar e cristalizar-se, tornando-se incapaz de qualquer transformação. A ADAPTAÇÃO É A QUALIDADE QUE FAZ A ENTIDADE PROGREDIR, ESTEJA EM UM GRAU SUPERIOR OU INFERIOR DE EVOLUÇÃO. A falta de adaptação é causa de atraso para o espírito e de retrocesso para a forma. Isso se aplica ao passado, ao presente e ao futuro”.

Dispensa comentário a lapidar orientação de Max Heindel, apontando a adaptabilidade como a palavra-chave em nossa evolução. Trata-se de uma instrução que ele mesmo extraiu da Memória da Natureza, auxiliado pelo Mestre, e que resiste à lógica mais apurada; portanto, merece nossa particular atenção.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de 03/70)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Natal, uma Lição de Amor

Natal, uma Lição de Amor

O Natal é a época Santa do ano, ocasião em que o Raio Crístico retorna esplendoroso ao nosso Planeta. Sem a aura rejuvenescedora, curativa e fortalecedora do Cristo, penetrando anualmente em nosso globo, grande parte da raça humana estaria inexoravelmente perdida. Esse grande presente Natalino que a humanidade recebe é a mais profunda manifestação do amor nascido eternamente do Pai.

Max Heindel, o grande místico ocultista, descreve de forma divinamente inspirada a natureza do Amor Cósmico, com estas palavras: “O amor nasce eternamente do Pai, dia após dia, hora após hora, fluindo ininterruptamente pelo universo solar, para redimir-nos do mundo material que nos atrasa com suas garras mortais”. Este tema é particularmente oportuno para meditarmos, durante esta época.

Por outro lado, causa-nos compaixão a ideia de que a maioria das pessoas faz do Natal, tornando-o um evento mais social do que místico. É verdade que o relacionamento entre os seres humanos se torna mais ameno, que há uma tendência geral à confraternização. Falta, porém, uma vivência mais mística: as pessoas acabam por preocupar-se mais com presentes, ceias e coisas do gênero.

Falta um aprofundamento no significado desta festividade religiosa que se revestiu de um caráter mundano. Falta, enfim, o verdadeiro espírito do Natal.

Nós, Estudantes dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, não podemos transigir com nossos princípios. Devemos vivenciar os conhecimentos que recebemos. Se as circunstâncias nos obrigam ao cumprimento dos nossos deveres sociais, participando da ceia natalina em companhia dos nossos familiares, façamo-lo dignamente. Abstenhamo-nos de carne (de qualquer “tipo”), bebidas alcoólicas, de uso de quaisquer materiais advindos de partes dos corpos de quaisquer tipos de animais e quaisquer outros excessos. Guardemo-nos contra pusilanimidade de violentar nossos princípios apenas para não desagradar alguém. Sejamos firmes e coerentes em nossas convicções e estaremos contribuindo, com esse exemplo, para o estabelecimento do Reino de Deus aqui na Terra.

Se a tradição nos aconselha a dar presentes materiais, façamo-lo consoante nossas posses e com dignidade. Nada de presentes luxuosos ou fúteis. Porque não dar algo edificante? Dar presentes úteis e que reconhecidamente podem preencher uma necessidade justa de um amigo ou parente é uma postura sensata.

Porém, o Natal verdadeiro constitui-se de presentes espirituais. São aquelas dádivas que revelam a presença do Cristo em nossas vidas. E a maior dessas dádivas é o amor.

O amor deve fluir espontaneamente do nosso coração ao coração das pessoas. Deus é amor. Somos parte de Deus e o amor que DELE se irradia em ilimitada medida também existe dentro de nós, aguardando apenas oportunidade de liberar. Que este Natal nos seja mais intenso em amorosidade.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – nov/dez/88)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Pares de Opostos

Os Pares de Opostos

A maioria dos atributos tem natureza dual ou dupla e, quando vistos superficialmente, cada lado ou metade parece contraditório ou até diametralmente oposto ao outro. Quando considerados de maneira mais ampla, porém, eles constituem um todo harmonioso. Esses atributos podem ser descritos como “pares de opostos”.

Podemos dizer que o estudo dos pares de opostos tende ao raciocínio lógico de que não se possa avançar muito longe em qualquer linha de pensamento sem sofrer. Especialmente, é útil para nos ajudar a evitar as armadilhas que nos aguardam, quando estudamos ocultismo ou astrologia. Listaremos alguns dos “pares” para considerar com mais detalhes: astrologia e astronomia; altruísmo e egoísmo; arte e ciência; crença e dúvida; causa e efeito; cosmos e caos; dia e noite; eternidade e tempo; saúde e doença; involução e evolução; alegria e tristeza; macrocosmo e microcosmo; otimismo e pessimismo; riqueza e pobreza; prazer e dor; verdade e erro.

Podemos analisar esses pares de opostos de várias maneiras. Primeiro, da perspectiva das forças antagônicas ou dos poderes de Luz e trevas. Segundo, por assim dizer, partindo dos lados contrários de uma moeda, sendo um diferente do outro e distinto, mas, ainda assim, um é incompleto sem o outro. Terceiro, em termos de astrologia, de características opostas como as exibidas por Júpiter e Saturno: Júpiter é conhecido como o grande benéfico e Saturno, um Planeta mais adverso; no entanto, as influências jupiterianas e saturninas são necessárias para criar um caráter totalmente desenvolvido, útil e poderoso. Alguns astrônomos falam da astrologia com desprezo e escárnio, mas ela é mencionada por seus adeptos como a alma da astronomia, a ciência que nos confere fatos muito valiosos sobre as esferas estreladas; contudo, é a astrologia quem fornece o significado espiritual de tais fatos. A astronomia pode ser comparada ao corpo e a astrologia, à alma; ambos, no entanto, de valor um para o outro. O chamado Planeta mais adverso, Saturno, concede firmeza, resistência, fortaleza, paciência, castidade e consistência de propósito. A opulência e a impulsividade de Júpiter provocariam tumultos, não fosse a influência restritiva das vibrações mais lentas de Saturno.

Portanto, ao sondarmos o exterior ou a superfície das coisas, vemos que tudo no universo seja bom e regido por uma sabedoria infalível. Somente quando nos deixamos influenciar pela personalidade, com seus gostos e desgostos, é que somos perturbados pela conduta de outros ou por circunstâncias desagradáveis. Quando somos grosseiramente empurrados em um ônibus, conversamos de forma suave dentro de uma loja ou encontramos algo desagradável, o que significa? Nada pode nos prejudicar ou perturbar o nosso Espírito, se não PERMITIRMOS; a falha, quando nos tornamos antagônicos às nossas condições, é uma indicação certa de que ainda estejamos vinculados aos pares de opostos; caso contrário, deveríamos saber que tudo o que acontece diariamente seja necessário ao progresso do nosso Espírito e também que ESCOLHEMOS essa encarnação específica. Portanto, não devemos ficar aborrecidos ou perturbados com o que nós mesmos escolhemos experimentar.

Todos nós desejamos e nos esforçamos para conseguir alegria e felicidade, cada um à própria maneira. Esses atributos são considerados os mais desejáveis e o seu oposto, a tristeza, pelo menos nesse sentido, deve ser evitada, se possível. Contudo, a alegria nos ensina muitas lições valiosas? Provavelmente não. Perguntemos a quem já passou por um monte de problemas que estado mais o ensinou e admitirá que a tristeza tenha ensinado tudo o que sabe sobre fortaleza, resistência, simpatia, paciência e compaixão. As lições aprendidas com a alegria são passageiras; entretanto, persistem aquelas que a tristeza ensina. Dessa forma, tanto a tristeza quanto a alegria são boas.

Então, vamos considerar agora os estados de noite e dia, sono e vigília. O Estudante, o filantropo e a pessoa muito ocupada em qualquer área da vida podem, pelo arrependimento, reduzir as horas gastas no sono, esquecendo sua ânsia por ações que ocorrem nesse período, quando o Ego é liberado da escravidão do Corpo Denso e é possível realizar bastante mais trabalho para si e para as criaturas do que nas horas de vigília. Na escuridão e no sono, nossas funções vitais são renovadas. Os venenos do tecido destruído, causados ​​pelas atividades mentais e físicas do dia, são eliminados. Além disso, durante o sono, o Ego leva a Mente e o Corpo de Desejos ao Mundo do Desejo para restaurar seu ritmo e harmonia. Esses dois Veículos, quando fortalecidos, restauram o Corpo Vital que, por sua vez, atua sobre o Corpo Denso, trazendo a ele vida e vigor renovados para as atividades do dia seguinte. Quando o Corpo Denso dorme e o Ego é liberado dos veículos inferiores, muito mais trabalho pode ser feito para curar e confortar os doentes e perturbados, mais do que quando se está acordado. Aqueles que são médicos ou estudam e praticam a arte da enfermagem, se forem desenvolvidos espiritualmente, serão capazes de realizar seu maior trabalho de cura durante o que chamamos de sono. O ato de dormir, então, em vez de desperdiçar muitas horas, deve ser desejado e cultivado tanto para a restauração dos vários veículos do Ego quanto para a ajuda que, através dele, possamos dar à humanidade.

A primeira metade de cada par de opostos corresponde ao princípio positivo e a segunda, ao negativo. Se tomarmos cada par separadamente e meditarmos sobre ele de modo suficientemente longo e sincero, uma série de pensamentos esclarecedores inundará nossa mente. Por exemplo, consideremos a involução e a evolução. Para a mente comum, o termo involução transmite pouco ou nenhum significado, enquanto a palavra evolução está relacionada unicamente ao corpo físico. No entanto, na filosofia esotérica, a involução descreve a fuga ou jornada do Espírito Virginal através de revoluções, períodos, épocas e eras de tempo até que, por fim, alcançou a Terra como a conhecemos agora, ficando enredado no corpo físico. O Espírito, tendo atingido o ponto mais baixo da materialidade, começou então sua jornada ascendente de retorno. Estamos agora no arco ascendente do estágio evolutivo e, por meio de um processo gradual de aceleração, finalmente alcançaremos nosso zênite, onde conseguiremos o conhecimento, a experiência e o poder adicionais adquiridos durante essa jornada longuíssima.

As palavras são sagradas e muitas têm um significado tanto espiritual quanto material. Pares de opostos pequenos e aparentemente insignificantes, como para cima e para baixo, de e para, para frente e para trás, alto e baixo, longe e perto, vazante e fluxo, tipificam, em seu significado esotérico ou espiritual, a involução e a evolução do espírito ou o desenrolar gradual do ser humano de um estado de transe para a estatura de uma divindade.

Por um momento, vamos avaliar a saúde e a doença. Supomos que a saúde seja uma das maiores bênçãos e a doença, um flagelo. Mas na doença, aos trancos e barrancos, com que frequência a alma do sofredor progride! As experiências são adquiridas nos Planos superiores, os quais influenciam todo o restante da vida e ensinam como nenhuma prática terrena poderia. Além disso, aqueles que atendem aos doentes geralmente amadurecem em gentileza e paciência. Portanto, nós não dizemos que a doença seja um mal.

Nós, especialmente aqueles que, até certo ponto, ainda admitem estar comprometidos e presos ao ensino restritivo da primeira infância, costumamos deduzir que o período passado no caos seja de inatividade, de total inutilidade. Mas, à luz de uma revelação maior, sabemos que o cosmos seja a ordem manifesta da Criação e que, quando a Terra atravessa um período de caos, está longe de ficar em um estado de inutilidade e inatividade, pois “o caos é o solo fértil do cosmos”. Certamente, ele permite um descanso à manifestação e é um tempo de assimilação de experiências cósmicas que possibilita à Terra evoluir e emergir em um processo de desenvolvimento mais alto e completo, quando chega o amanhecer do próximo grande Dia Cósmico.

O objetivo e a intenção da vida não são a felicidade, como estamos tão propensos a acreditar; no entanto, é a experiência. Para consegui-la, devemos necessariamente passar por TODAS as fases de emoção e pensamento, por todas as experiências que os pares de opostos trazem. À medida que a planta e o grão são amadurecidos pela interação com o sol e a chuva, o Espírito alcança a perfeição experimentando alegria e tristeza, euforia e depressão, fé e dúvida, verdade e erro. Porém, quando tivermos adquirido toda a experiência que essas forças aparentemente opostas possam ensinar e, assim, pudermos transcendê-las, chegará então o tempo em que não seremos mais esticados na cruz dos pares de opostos. Seremos capazes de rejeitar as condições que acorrentam o Espírito com faixas de ferro e nos libertar para sempre da escravidão da dualidade. Quando acontecer, para nós não haverá mais trevas, porque tudo será luz. A dúvida será absorvida pela crença, a ignorância desaparecerá no conhecimento, a tristeza vai ser fundida e transformada em perfeita alegria, o ódio dará lugar ao amor. Então nos libertaremos da Roda do Destino e nos tornaremos pilares no Templo do nosso Deus, de onde não sairemos mais.

(Publicado em Rays from the Rose Cross, e traduzido pela Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil, em agosto de 1985)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Vício da Limpeza e Higiene Corporal para Sua Saúde

O Vício da Limpeza e Higiene Corporal para Sua Saúde

Foi dito que a Limpeza está próxima da Piedade e todos parecem concordar inteiramente com isso; algumas das antigas Religiões até prescreveram certas abluções do corpo como parte dos Serviços religiosos de cada indivíduo, porque a humanidade, nos primeiros estágios da infância do seu desenvolvimento, não era excessivamente higiênica, comportando-se igual às crianças de hoje em relação ao banho e higiene. Elas preferem andar com as mãos e o rosto sujos, à provação de água e sabão, até que gradualmente adquirem o hábito e, afinal, gostem de água. Como acontece a uma criança, o mesmo ocorreu com o ser humano em tempos antigos. Ele realizou as abluções quando forçado pela ordenança religiosa e temendo a punição, caso isso fosse negligenciado. Portanto, encontramos no Tabernáculo no Deserto – a primeira igreja construída pelo ser humano, como ditada diretamente por Deus -, por exemplo, no mar fundido (ou Altar de Bronze) onde os sacerdotes eram ordenados a se lavar, antes de comparecer ao Serviço do Templo, e a penalidade por negligenciar tal dever era a morte. Ritos semelhantes prevaleceram também em outras religiões.

Mais tarde, tornou-se desnecessário exigir do ser humano a limpeza como dever religioso, porque ele a tornou como uma virtude acima de todas as outras. Com o passar do tempo, a prática se espalhou dos estratos mais altos da sociedade para os mais baixos e a limpeza do corpo tornou-se um fetiche, principalmente no mundo ocidental. Ninguém é respeitado se não tomar banho e/ou se higienizar de maneira regular, em intervalos frequentes. Obtemos respeito apenas na medida em que o nosso corpo esteja bem arrumado e bem vestido; ainda que, por dentro, esteja pior do que um sepulcro caiado e a Mente suja de impurezas.

O cuidado com os dentes também tem recebido atenção crescente e, quanto mais para o oeste, mais frequente é o uso da escova de dentes e de outros apetrechos para a higiene pessoal.

Não se pode negar que o exposto pareça muito louvável. A limpeza tem raízes na Religião e certamente só um pai estranho se alegraria ao ver seus filhos carregando sempre as marcas inevitáveis da sujeira, nas mãos, no rosto e/ou no resto do corpo, sem fazer qualquer esforço para removê-los com sabão e toalha. Também não podemos negar que muitas das doenças das quais a humanidade é herdeira estejam relacionadas a dentes defeituosos e que a falta de limpeza seja a principal causa da cárie dentária. O leitor pode, dessa forma, perguntar-se o que queremos dizer com nosso título: “O vício de limpeza”.

A resposta direta a tal pergunta é que, embora a própria limpeza seja uma virtude, ela se torna, como muitas outras coisas boas, um vício, mediante o exagero. A água é o solvente universal e, ingerida em pequenas doses, é boa; mas ingerida na hora errada, junto às refeições, por exemplo, ou de maneira excessiva, torna-se um veneno: dilui os fluidos digestivos e esfria o estômago de modo que a condição necessária ao tratamento adequado dos alimentos seja desajustada; se o hábito persistir, prejudicará a digestão permanentemente. Do mesmo jeito, quando a água é usada em excesso na parte externa do corpo ou em condições inadequadas, ela pode afetar seriamente a saúde.

Isso foi comprovado muitas vezes em nossa experiência em Mount Ecclesia. Várias pessoas que vieram aqui tinham o hábito, antes da chegada, de tomar banho duas, três e até quatro vezes por dia. Elas estavam, sem exceção, em uma condição muito grave, porque o excesso de água aplicado com toalha ou esponja esgotara a pele de sua substância gordurosa e o sistema vasomotor não conseguia operar adequadamente, fechando ou abrindo os poros conforme necessário.

Contudo, havia outro efeito causado pelo abuso de banhos, não visto ou entendido, a menos que se tivesse o conhecimento oculto necessário e visão espiritual para investigar o assunto apropriadamente. Outros podem conhecer a verdade da seguinte explicação por meio de sua própria experiência ao longo das curas pelo magnetismo.

Todos sabemos que, quando pegamos uma bateria galvânica colocamos um eletrodo dentro de uma bacia com água e seguramos o outro eletrodo com a mão, o fluxo de eletricidade através do nosso corpo torna-se bem mais forte ao pormos a outra mão na água do que quando segurarmos os dois eletrodos sem contato com a água. Quando essa evapora, suas moléculas são quebradas e cada fragmento é recolhido em um envoltório de Éter que atuará como almofada, sendo a base da elasticidade do vapor. Quando a condensação ocorre, o excesso de Éter desaparece e a água se torna líquida.

Embora a água tenha um grande anseio pelo Éter, não pode retirá-lo do ar, assim como não podemos absorver o nitrogênio, embora o respiremos continuamente. O fluido é volátil na proporção da quantidade de Éter que contém e temos um exemplo do intenso desejo da água por Éter na avidez com que ela absorve amônia anidra, um fluido tão volátil que ferve a 26 graus abaixo de zero. Isso mostra a razão por que a água causa um fluxo tão volumoso entre o eletrodo da bateria e o corpo, além de explicar muitos fenômenos, entre os quais o motivo de a umidade prestar um amplo auxílio material na transmissão de magnetismo bom, o fluido vital de quem realiza curas, ao paciente e na retirada de magnetismo ruim do corpo desse. Além do mais, é necessário e útil ao curador lavar-se em água corrente para que o Éter venenoso retirado do Corpo Vital do paciente não lhe prejudique. Quando tomamos banho em circunstâncias normais, removemos uma grande quantidade de Éter venenoso do nosso Corpo Vital, desde que fiquemos uma quantidade razoável de tempo no banho. Depois que nos lavamos, o Corpo Vital torna-se um pouco atenuado e, consequentemente, causa-nos uma sensação de fraqueza, porém se estivermos com boa saúde e não tivermos demorado no banho, a deficiência logo é compensada pelo fluxo de força que flui para dentro do corpo humano através do baço. Quando essa recuperação ocorre, sentimos um vigor renovado e o atribuímos ao banho, sem perceber o ato completo, como indicado acima.

No entanto, quando uma pessoa que não esteja com a saúde perfeita toma banho duas ou três ou até quatro vezes todos os dias (principalmente de banheira), um excesso de Éter é retirado do seu Corpo Vital. O novo suprimento que entra pelo baço também diminui devido à condição atenuada do Corpo Vital. Assim, é impossível que ela se recupere após repetidos esgotamentos e, como consequência, a saúde do Corpo Denso sofre; ela perde quase toda a força e gradualmente se torna, com certeza, inválida. Nesse estado delicado, ela é incapaz de comer, de assimilar alimentos verdadeiramente nutritivos e, com o tempo, sua condição pode tornar-se muito, muito grave.

É extremamente difícil lidar com esses casos, porque geralmente ocorrem com pessoas que tenham Signos Comuns nos ângulos do seu horóscopo, com muitos Astros nesses Signos ou com o Sol e o Ascendente. Esse tipo de pessoa se ofende com qualquer interferência em sua dieta e hábito de tomar banho, porque acredita que seja um modelo de limpeza, o que aos seus olhos é uma grande virtude. Supõe que não possa viver sem muitos banhos por dia e, como seu apetite é muito leve e delicado, deduz que saiba melhor que todos como cuidar desses requisitos; contudo, estão erradas em ambos os casos, como mostra o que foi exposto acima.

O primeiro passo para a saúde, em situações assim, envolve a cessação total do banho. O banho seco é o restaurador adequado e, para tal fim, é melhor usar um par de luvas grossas feitas de fio de linho retorcido. Isso pode ser adquirido em qualquer farmácia. Com isso, o corpo pode ser esfregado de manhã e à noite, até a pele apresentar um brilho saudável. Por esse processo, a cutícula supérflua é removida, mas o óleo e o Éter permanecem. Assim, o paciente se desenvolverá muito rapidamente, pois quando o Éter Químico aumenta, o poder de assimilação também revive e há um ganho imediato de força corporal. Se necessário, o paciente pode receber um quente e muito leve banho de esponja uma vez por semana, porém não deve tomar um único banho de banheira até que esteja totalmente recuperado.

Apesar de, muitos de nós, termos feito da banheira um ídolo, também adquirimos um fetiche pela escova de dentes. Em certo sentido, não é tão perigoso quanto a banheira, porque cada pessoa tem sua própria escova de dentes e os germes da doença que nela permanecem, apesar da lavagem mais cuidadosa, entram em contato somente com a pessoa a quem pertencem, enquanto os da banheira são uma ameaça para todos os que a usam. Esses organismos são inofensivos para uma pessoa com boa saúde, mas qualquer um que não esteja em pleno vigor e, portanto, suscetível a doenças, pode contrair uma infecção tomando banho em uma banheira, depois de outra pessoa. Por esse motivo, o banho de esponja deve ser preferido ao de banheira, exceto em famílias onde as condições dos integrantes sejam conhecidas e as devidas precauções sejam tomadas.

Contudo, voltando à escova de dentes, como já foi dito, ainda que possamos limpar esse pequeno instrumento com bastante cuidado, é absolutamente impossível torná-lo asséptico e, quanto mais o usamos, pior sua condição. Esse é um fato reconhecido por todos os dentistas e é uma ameaça da maior magnitude para a higiene do corpo, particularmente entre as pessoas que persistam em se alimentar de carcaças em decomposição de animais assassinados. O processo de putrefação, que começa no momento em que o animal é morto é enormemente acelerado pelo ambiente bucal, e as partículas de carne alojadas entre os dentes rapidamente se tornam uma fonte perigosa de infecção. Essas partículas não são removidas pela escova de dentes e são a causa de várias doenças de caráter muito grave. Daí a importância do uso do fio dental.

Todos nós sabemos como a mastigação é essencial para a digestão adequada; portanto, a importância dos dentes sadios não pode ser subestimada e o perigo à vida e à saúde dos dentes, causado por esses pedaços de carne em decomposição, é, logo, uma das mais graves ameaças à existência humana, seu conforto e bem-estar.

Cada dente perdido nos deixa mais sujeitos a doenças e à morte. A habilidade do dentista pode nos dar um dente novo; contudo, até o melhor produto está muito abaixo do padrão da natureza.

Assim que adotamos uma dieta vegetariana, escapamos de uma das mais graves ameaças à saúde: a putrefação de partículas de carne entre os dentes, como dito no parágrafo anterior, e esse não é um dos argumentos menos importantes para a adoção da alimentação vegetariana. Frutas, cereais e vegetais tem uma constituição que se desfaz muito lentamente; cada partícula contém uma enorme quantidade de Éter que a mantém viva e doce por um longo tempo, já o Éter que interpenetrou a carne e compôs o Corpo Vital de um animal foi eliminado com o seu espírito, na hora da morte.

Dessa forma, o perigo de infecção por alimentos vegetais é muito pequeno em primeiro lugar, mas muitos deles, longe de serem venenosos, são realmente antissépticos em um grau muito alto. Isso se aplica particularmente às frutas cítricas — laranjas, limões, toranjas e tantas outras, sem contar o rei de todos os antissépticos, o abacaxi, que tem sido usado com muita frequência e sucesso completo como a cura para a temida difteria, que é apenas outro nome dado à dor de garganta séptica.

Portanto, em vez de envenenar o trato digestivo com elementos putrefativos como as carnes fazem, as frutas limpam e purificam o sistema, e o abacaxi é uma das melhores ajudas para a digestão que o ser humano conhece. É muito superior à pepsina e nenhuma crueldade diabólica é usada para obtê-lo. Com esse tipo de alimentação, os perigos da escova de dentes podem ser evitados, pois o seu uso pode ser feito de maneira bem mais adequada, três vezes ao dia – ou todas as vezes que fizer uma refeição – e auxiliada pelo fio dental. E, logicamente, acompanhado sempre de uma boa enxaguada com água limpa.

(da Revista Rays from the Rose Cross de agosto de 1915 – traduzido pela Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Significado Místico da Rosa

O Significado Místico da Rosa

Uma das mais queridas flores que o nosso Criador nos deu foi a Rosa. Por meio do consenso geral ela tem sido escolhida como a mais bonita entre as filhas de Flora. Na história de nossa raça, encontramos a Rosa associada à corrente de mil capítulos e, embora seja considerada nativa do Leste, atualmente participa da universalidade, abrindo suas pétalas ao Sol de praticamente todas as nações.

A sacralidade da Rosa tem sido sentida e reconhecida durante épocas passadas, desde as primeiras inscrições sobre pedras e peles, pelos nossos ancestrais das cavernas, até as inspirações imortais de Dante, Burton e Corelli. Muitos dos antigos encaravam a Rosa como emblema do silêncio, do amor, da alegria e da reserva.

Pode-se dizer que a Rosa representa o ápice do crescimento, da expansão e da evolução no reino vegetal. Através de muitas eras veio a assumir a presente perfeição de graça, beleza e fragrância de tal modo que hoje seja considerada o símbolo da alta espiritualidade — até mesmo do próprio Espírito, como está evidenciado na afirmação do Conceito Rosacruz do Cosmos de que a Cruz é representada com “uma única rosa no centro, simbolizando o Espírito que irradia de si os quatro veículos: o Corpo Denso, o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, mais o veículo Mente”.

Cada pétala amorosa da Rosa, desprendendo o seu perfume místico, pode ser comparada ao crescimento anímico que surge por intermédio dos desejos, dos anelos, das aspirações e dos sofrimentos do Espírito habitante, vida após vida. A Rosa, assim como o Espírito Virginal, desabrocha e se desenvolve no sentido da perfeição. A fragrância apurada dessa flor encantadora lembra-nos do poder sagrado que se acha dentro do ser humano e que o impele a descobrir a realidade das coisas invisíveis.

Do mesmo modo como a Rosa expõe o seu coração ao Sol físico, assim o ser humano, o Espírito habitante e individualizado, volta-se para a Luz da Verdade espiritual, enquanto tudo ao seu redor denota escuridão e desespero. Na medida em que implora no Umbral Divino, pode-lhe surgir repentinamente aquela iluminação maravilhosa, limpadora e inspiradora.

Todas as perfeições físicas acabam desaparecendo; mas as virtudes divinas são infinitas. Os que forem subordinados à Beleza Espiritual deixarão uma herança duradoura. Assim como a Rosa, com sua beleza e fragrância, trouxe felicidade e alívio ao sofrimento do mundo físico, assim também o Espírito, manifestando-se a partir dos planos invisíveis, trouxe elevados conceitos e ideais para a humanidade. No grande Jardim do Senhor existem infinitas variedades de Suas flores; mas através de toda a variedade de raças, religiões e línguas permanece o fio condutor do progresso em direção ao próprio Ideal.

Cada ser humano é uma Semente no Grande Jardim do universo de Deus e, quando nutrida com amabilidade, desprendimento e compreensão, cresce e floresce até se tornar uma flor humana de estatura divina, não importando quanto tenha sido gravemente ferida pelas tempestades da intolerância, do preconceito e do fanatismo. Dessa maneira está surgindo uma Nova Raça, raça essa que está sendo preparada para viver na Nova Era.

“A rosa, como qualquer outra flor, é o órgão reprodutor da planta. Sua haste verde conduz o sangue da planta, incolor e desapaixonado. A rosa de cor sanguínea revela a paixão que se incorpora ao sangue da raça humana; na rosa, porém, o fluído vital não é sensual: ele é casto e puro. Assim, é um símbolo excelente do órgão reprodutor no estado puro e santo que muitos atingirão quando tiverem limpado e purificado o sangue dos desejos, quando se tornarem castos, puros e iguais ao Cristo.” — MAX HEINDEL

(Publicado na Revista Rosacruz de agosto de 1970)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Vida, Vida, Vida…não existe a morte!

Vida, Vida, Vida…não existe a morte!

Mês de novembro. Aqueles que professam o Cristianismo popular reverenciam pungentemente seus mortos. Nós, Estudantes da Filosofia Rosacruz, tributamos nosso respeito a essa atitude; porém não a imitamos. Compreendemos o significado da chamada “morte”. Sabemos que seja um processo natural dentro do fluxo evolutivo.

Sob o ponto de vista oculto, somos, antes de mais nada, Espíritos, partes integrantes de Deus, células divinas. Sendo assim, encontramo-nos dotados, em forma latente, de todos os atributos divinos. Assim como uma gigantesca árvore encontra-se potencialmente numa minúscula semente, da mesma forma Deus está em nós e nós, NELE. Possuímos, entretanto, essa energia ainda em fase estática. Cumpre-nos dinamizá-la para emergirmos da impotência para a onipotência.

Um axioma científico assevera que a função cria o órgão. Os atributos inerentes ao Espírito necessitam ser despertados e exercitados. Além disso, todo crescimento anímico é promovido através da experiência. Eis porque, como Espíritos, procuramos meios para expressar e desenvolver nossas divinas faculdades. Os meios aludidos são os nossos veículos e dentre eles aquele que presentemente nos é mais útil é o Corpo Denso, formado de matéria química.

A “morte”, dentro do conceito popular, diz respeito ao fenômeno da paralisia total e definitiva do Corpo Denso e sua posterior decomposição, após o sepultamento.

Esse fato, encarado com horror pela maior parte da humanidade, é um processo natural. O veículo denso, como meio de expressão do Espírito na Região Química do Mundo Físico, presta relevantes serviços à causa evolutiva; porém, com o decorrer dos anos ele paulatinamente se cristaliza, até chegar a um estado em que se torna praticamente inútil, deixando de proporcionar as experiências requeridas pelo ser em evolução. A Chispa Divina é obrigada a abandoná-lo, adentrando então nos Planos internos da natureza (imperceptíveis aos sentidos físicos), onde durante muito tempo assimilará o valor educativo da última encarnação. O corpo, despojado das forças que o animavam, dissolve-se, retornando à economia da natureza. Esse retorno periódico da matéria à substância primordial habilita o ser a evoluir. Se o processo de cristalização prosseguisse indefinidamente, ofereceria um terrível obstáculo à evolução do Espírito. Quando a matéria se cristaliza a ponto de tornar-se demasiada pesada e dura, o ser espiritual, não podendo manejá-la livremente, retira-se para recuperar a energia exaurida. No entanto, retornará futuramente acrescido de novos conhecimentos e experiências, ocupando novas formas, recomeçando seu período de aprendizado no Plano terrenal.

A frase “quanto mais amiúde morremos, tanto melhor viveremos” considera-se um axioma. Goethe, o poeta Iniciado, disse: “Quem não experimenta morrer e nascer para a vida, sem interrupção, sempre será um hóspede triste sobre esta terra infeliz.”. São Paulo afirmou: “Eu morro todos os dias”.

Neste mês em que se pranteia os chamados “mortos”, lembremo-nos mais uma vez: a morte não existe.

No universo de Deus só há uma realidade absoluta: VIDA, VIDA, VIDA…

(De Pereira dos Santos, publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro de 1970)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Ressentimento e o Perdão Terapêutico

O Ressentimento e o Perdão Terapêutico

A personalidade “tipo fracasso”, quando procura uma desculpa ou bode expiatório para seu malogro, quase sempre culpa a sociedade, o “regime”, a vida, a sorte. Ela se ressente com o êxito e a felicidade dos outros porque constituem para ela uma prova de que a vida a está defraudando, que ela está sendo tratada injustamente. O ressentimento é uma tentativa de suportar seu próprio fracasso explicando-o em termos de tratamento injusto, parcial. Mas, como bálsamo para o malogro, o ressentimento é uma cura pior do que a doença. É um veneno mortal para o espírito, torna a felicidade impossível, consome tremenda dose de energia que poderia ser utilizada em realizações. E um círculo vicioso quase sempre se estabelece: o homem ou a mulher que traz consigo uma mágoa não é um companheiro ideal nem um agradável colega de serviço. Quando seus companheiros a evitam ou o chefe tenta apontar suas deficiências, ela vê aí motivos adicionais para ressentir-se.

O ressentimento é também um “meio” de fazer-se vítima importante. Ela sente uma perversa satisfação em sentir-se “injustiçada” e, considerando-se tratada iniquamente, sente-se moralmente superior aos causadores da injustiça.

O ressentimento é ainda um “meio”, ou tentativa, de atestar ou erradicar uma injustiça real ou imaginária que já tenha sido praticada. A pessoa ressentida está, por assim dizer, tentando defender a sua causa no tribunal da vida. Se ela puder sentir-se suficientemente ressentida e, por esse meio, “provar” a injustiça, algum processo mágico a recompensará, fazendo com que “se anule” o acontecimento ou circunstância geradoras do ressentimento. Nesse sentido, o ressentimento significa voltar a lutar, emocionalmente, contra alguma coisa do passado. Ora, a vítima jamais poderá vencer, porque está tentado o impossível — alterar o passado. E quando o ressentimento é muito forte e o caráter defeituoso, a vítima, percebendo essa impossibilidade, parte para a vingança, em que ela própria se imola nas consequências.

Cristo via e ensinava a ver o lado bom e belo de todas as coisas, porque sabia dos benéficos efeitos que isso produziria em nosso interior.

De fato, o ressentimento, mesmo quando baseado em injustiças reais, não é a maneira de vencer. Ele em pouco tempo se transforma em hábito emocional. E quando habitual, conduz invariavelmente à autocomiseração, que é o pior hábito emocional que alguém possa adquirir. Se esses hábitos chegaram a criar raízes, o indivíduo já não se sente mais natural ou “certo” quando eles (os hábitos) estão ausentes! A pessoa começa então a, literalmente, procurar por “injustiças”. Disse alguém que tais pessoas só estão bem quando se sentem desgraçadas.

Lembre-se o leitor que, em verdade, seu ressentimento não é causado por outras pessoas, acontecimentos ou circunstâncias, mas é resultado de suas próprias reações emocionais.

Você, só você, tem poder sobre isso. Só você pode dominar tais reações, convencendo-se de que o ressentimento e a autocompaixão não constituem caminho para a felicidade e o êxito, e sim para o fracasso e a infelicidade. A pessoa ressentida, sem o saber muitas vezes, confia aos outros as rédeas de sua vida. São os outros que ditam como ela se deve comportar ou sentir; tal qual um mendigo, ela depende totalmente dos demais. Faz, aos que a cercam, pedidos e exigências descabidas — principalmente aos que a feriram — e se todos se dedicarem à tarefa de a tornar feliz, ela se ressentirá quando isso não acontecer. Quando sentimos que as outras pessoas nos devem eterna gratidão, imorredoura apreciação ou contínuo reconhecimento pelo nosso imenso valor, experimentamos ressentimento quando esse “débito” não é pago.

O ressentimento é, portanto, incompatível com a busca de objetivos criadores. Na busca desses, você é o autor, não o recipiente passivo. Você é que deve estabelecer seus alvos. Ninguém lhe deve coisa nenhuma. Você persegue seus próprios objetivos. Você se torna responsável pelo seu próprio êxito e felicidade. O ressentimento não se enquadra nessa imagem e é, por isso, um “mecanismo de fracasso”. E como consequência vem o vazio interior. A vítima pode, apesar da frustração, da agressividade mal dirigida, do ressentimento, alcançar êxito aparente, conquistar símbolos externos de sucesso, mas quando vai abrir o longamente sonhado baú de tesouros, seja num outro amor, na fortuna, na fama, no poder, encontra o vazio, porque, ao longo do caminho percorrido, perde a capacidade de apreciar a vida e as pessoas.

Posso perdoar mas não posso esquecer — dizem alguns. O perdão, quando é completo, verdadeiro e esquecido — constitui o bisturi que remove o pus de velhas feridas emocionais, cura-as e elimina o tecido cicatricial. O perdão parcial ou tíbio não dá resultados. Também o perdão concedido como “dever” não é eficaz. Devemos perdoar e depois esquecer o fato e o ato de perdoar, porque o perdão que é lembrado, mantido no “pensamento, infecciona de novo a ferida que se pretende cauterizar. Se você se sente orgulhoso de seu perdão ou o relembra constantemente, isso é porque, com certeza, acha que a outra pessoa lhe deve alguma coisa por você a ter perdoado. Você perdoa-lhe a dívida, mas ao fazê-lo ela incorre em outra com você, mais ou menos como acontece com as reformas de promissórias. Há muitas ideias erradas sobre o perdão e um dos motivos por que seu valor terapêutico não tem sido devidamente reconhecido é que o verdadeiro perdão raras vezes é posto em prática. De nada vale orarmos diariamente, “perdoa as nossas ofensas assim como perdoamos a nossos ofensores” se achamos que devemos perdoar para ser bons ou porque nossa posição de espiritualistas o exige como dever. Em verdade, os moralistas que têm ensinado esses conceitos deveriam haver dito: “devemos perdoar para ser felizes”. O perdão terapêutico extirpa, cancela, erradica a ofensa como se esta jamais houvesse existido, não porque decidimos ser generosos ou fazer um favor à pessoa que nos ofendeu nem porque lhe sejamos moralmente superiores. Cancelamos o “débito”, demos “quitação” dele, não porque ela nos quisesse pagar mas porque chegamos à conclusão de que a dívida não tinha razão de ser. O verdadeiro perdão ocorre somente quando conseguimos ver e emocionalmente aceitar, o fato de que não há, nem nunca houve, nada que perdoar. Que não devíamos ter condenado ou odiado a outra pessoa. Se perdoamos é porque condenamos, porque chegamos a odiar.

Não se diz nos evangelhos que o Cristo perdoou a mulher adúltera, porque também a não condenou. Apenas lhe disse: Vai e não peques mais. Erramos quando odiamos alguém por causa de seus erros, confundindo o espírito com seu comportamento transitório; erramos quando mentalmente estipulamos uma dívida que a outra pessoa deve pagar para voltar a gozar de nossas boas graças ou voltar a ser emocionalmente aceita por nós. Será feliz, terá mais saúde e paz interior quem praticar o perdão terapêutico ensinado por Cristo naquela frase do “Pai nosso”. Essa é a única forma de perdão que realmente “dá certo”.

Finalizando, queremos considerar que não somente recebemos ferimentos emocionais de outros, como também de nós próprios. E então, se somos negativos, nos flagelamos pela autocondenação, o remorso e o arrependimento com excessivos sentimentos de culpa. Passados dos limites do reconhecimento racional, o remorso e o arrependimento são uma tentativa de viver no passado, uma tentativa de corrigir o passado, de vez que seus efeitos nos dificultam reagir adequadamente ao nosso ambiente atual. Devemos saber também perdoar-nos, esquecendo o fato passado e dele extraindo apenas a experiência, em forma de consciência, para corrigir no presente e no futuro as mesmas tendências. Nunca diga de si mesmo: “sou um fracasso”, “não valho nada”, ou: “a vida não presta”. Não se confunda com os erros. Como espíritos estamos ensaiando, raciocinando e aprendendo. “O único pecado que existe é a ignorância e o único fracasso é deixar de lutar”. Quando você afirma ser um fracasso é o mesmo que considerar seu espírito um fracasso. Ora, nosso espírito é algo feito à imagem e semelhança do Criador, com todas as virtualidades latentes de Deus para serem desenvolvidas, assim como a semente contém em si as possibilidades de tornar-se numa árvore. Você não é seus erros. Você comete erros porque é humano e imperfeito. Os erros não fazem você. Se a ciência não aceitasse a evidência de novas e mais altas verdades, ainda que modifiquem todas as anteriores, ela estaria destinada ao fracasso. Também nós, assim. Portanto, nossa atitude correta deve ser esta:

1) Façamos a relaxação das tensões negativas, para evitar a formação de cicatrizes daremos exercícios nesse sentido;

2) Realize o perdão terapêutico para remover cicatrizes antigas;

3) Dote a si mesmo de entendimento para formar uma camada protetora à sua hipersensibilidade, à sua facilidade de magoar-se (mas não uma carapaça de indiferença!);

4) Viva criativamente, procurando realizar algo construtivo, de acordo com suas inclinações;

5) Não receie ser ferido e com isso evitar os demais. Disponha-se a ser um pouco vulnerável. A indiferença ou o isolamento não fazem crescer a alma.

6) Tenha aspiração presente e confiança no futuro;

7) Extraia a essência de bem do passado, dele não guardando nenhum ressentimento.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1967)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Onde está o Templo de Deus

Onde está o Templo de Deus

O rei David louvava a Deus pela maravilhosa obra que Ele, o Pai, ajudou ao ser humano realizar, dizendo: “Louvar-te-ei porque Tuas obras são formidáveis e maravilhosas. Estou deslumbrado e minh’alma o sabe muito bem. Não foi encoberto de Ti o meu corpo, quando no oculto foi feito e entretecido nas profundezas da Terra”. O corpo humano, “o Templo de Deus” referido por São Paulo apóstolo, é o mais valioso instrumento do ser humano, porque por meio dele o Espírito (nós), como manifestação da Chispa divina, obtém experiência.

Entretanto, o que faz a maioria dos homens e das mulheres, deste divino Tabernáculo? Transformam-no em um covil de vícios, maus hábitos e baixos desejos. Muitos ignoram a sublimidade de sua origem e o elevado custo de seu desenvolvimento passado e, cegados pela ilusão dos sentidos e convicções materialistas buscam tirar dele o que chamam de proveito e embrutecem-no lamentavelmente! Outros, entretanto, sabem o que ele representa, como obra divina, como laboratório cuja perfeição de funcionamento sabem que não se deve a automatismos, senão à ação de Inteligências Superiores e regência de leis naturais imutáveis. No entanto, abusam conscientemente, em desafio a essas mesmas divinas leis, cuja desobediência suscita enfermidades e todo um cortejo de dores. Aliás, os sinais dessa desobediência podem ser devidos a transgressões dessa vida ou de existências anteriores.

Segundo os Rosacruzes, a saúde total abrange não só o físico, senão também e, principalmente, o comportamento emocional e mental, donde geralmente afloram as causas dolorosas de nossas enfermidades. Nesse amplo sentido, todos somos enfermos, em maior ou menor grau e se desejamos recuperar a saúde e conservá-la, precisamos conhecer e respeitar esses princípios fundamentais e regular, por eles, os nossos hábitos todos.

O Adorável Mestre Cristo-Jesus ressaltou bem a origem de nossas enfermidades ao paralítico já curado por Ele: “Eis que já estás são. Vai e não peques mais para que te não suceda alguma coisa pior”.

Note-se que até o próprio Senhor não ousava quebrar as leis naturais e não podia assegurar saúde permanente, se aquele que a recebesse não deixasse os maus hábitos e vícios transgressores da harmonia cósmica, essa harmonia presente tanto nos Astros como no corpo humano, no macro e no micro e na relação entre toda a criação.

A Fraternidade Rosacruz nos leva a conhecer essas leis, tornando-se, com todo o respeito que tem à liberdade individual, um luminoso caminho de regeneração humana. Por isso recomenda adoção de uma dieta racional, rica em frutas, legumes, verduras, nozes, cereais integrais, leite, queijo, ovos. Alimentação isenta de elementos prejudiciais (carnes de toda a espécie) sem excesso de massas, senão equilíbrio de vitaminas, sais minerais e proteínas, formas saudáveis de preparo, quantidade e qualidade condizentes com o tipo físico, tipo de atividade, clima etc.. Uma alimentação cheia de elementos prejudiciais mostra os efeitos nocivos da ira, da apreensão, da angústia, do medo, da crítica ferina, da inveja, do ciúme, do orgulho e de todas as demais ramificações irmãs dessa hidra tenebrosa que generalizamos pelo nome de egoísmo. Não apenas tudo isso nos prejudica a saúde e a paz interior como, por decorrência, retarda nosso avanço espiritual.

A Filosofia Rosacruz nos leva a compreender nossa verdadeira identidade, como Espíritos, herdeiros de Deus, cidadãos celestiais, em peregrinação e aprendizagem nesse plano, ao qual não nos devemos apegar e cujos elementos têm apenas utilidade transitória, como fatores de experiência, aprendizagem e crescimento interno, que se converterão em faculdades criativas em nossas condições superiores do futuro.

Reconhecendo as manhas e dificuldades impostas por nossa natureza inferior, embora de existência transitória, mas que pode nos atrasar perigosamente no Caminho, ensina-nos o mecanismo de nossas emoções e pensamentos e dá-nos um método racional e seguro de libertação, pela disciplina desses corpos e domínio de nós mesmos.

Conheça, pois, caro leitor, essa formosa e lógica filosofia que a todos nós tem trazido imensos benefícios e a qual desejamos estender a tantas pessoas que nos seja possível alcançar, de modo a suscitar-lhes os pendores naturais bons, espirituais, que jazem adormecidos em seu íntimo e armá-los com discernimento e amor para a luta e gradativa vitória contra a tenebrosa natureza inferior, rumo ao alvorecer de um novo e radioso dia, à realização de um novo homem e uma nova mulher, identificados com a luz, com a eterna e verdadeira fonte de que promanaram. Como diz o Novo Testamento: “Deus é Luz. Quem anda na luz está com Deus e Deus nele”, “E já não será mais ele que vive, senão o Cristo em seu interior” o qual se dará sem medidas e por ele fará as mesmas obras e maiores ainda do que as que realizou na Terra”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1968)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Missão Rosacruz na época moderna

A Missão Rosacruz na época moderna

Há pouco tempo, pela primeira vez, tivemos a oportunidade de ler um exemplar do informativo “Echoes” de Mount Ecclesia, publicado pela Fraternidade Rosacruz, Oceanside, Califórnia, EUA. O que nos despertou mais a atenção, afora o noticiário sobre os trabalhos e atividades, foi a seção onde são publicadas as cartas enviadas à Sede Mundial por estudantes Rosacruzes de todas as partes do mundo. Lendo e analisando profundamente aquelas palavras repletas de gratidão e entusiasmo, pudemos verdadeiramente aquilatar quão imensos são os benefícios físicos e espirituais auferidos por aqueles que se interessam e se dedicam aos ensinamentos Rosacruzes. Em cada frase notamos um sentimento de alívio, de otimismo, de renascimento de esperanças, e o que é assaz importante, um sentimento de libertação.

Se a liberdade física é um sagrado e inalienável direito do ser humano, quanto mais a liberdade do espírito, o qual constitui o ser real. Mas, grande parte da humanidade ainda permanece agrilhoada a preconceitos obsoletos, a ideias estacionárias e os problemas sócio-espirituais tornam-se cada vez mais complexos e intrincados.

Justamente nesse aspecto é que realçamos a missão da Fraternidade Rosacruz, num mundo onde cada indivíduo procura desesperadamente, além de si, aquilo que em si mesmo possui, isto é, a força espiritual capaz de despertá-lo desse sono mortal, de torná-lo consciente de que é uma parcela viva do macrocosmo, e como tal, transpor os obstáculos que os erros humanos procuram erguer.

É nobre e de grande responsabilidade a obra encetada por Max Heindel, mormente na época atual, em que o ser humano, escravo das próprias imperfeições, procura solver seus problemas utilizando meios inadequados, tristes paliativos para uma triste situação. É necessário sacudi-lo, para que ele inicie verdadeiramente a espiral da evolução, consciente da realidade espiritual, de que a morte do corpo físico não exprime a realidade, de que o aquém e o além não existem: existe o todo. É mister que ele venha a compreender e integrar-se nas leis da criação, pois somente assim seu espírito viverá na luz da verdade, admitindo ser uma célula atuante no corpo maravilhoso que é a comunidade universal.

E a Fraternidade Rosacruz deve ser vanguardeira nessa luta, usando como armas, o próprio lema, a própria tônica e os maravilhosos ensinamentos Rosacruzes, essas joias de inestimável valor que Max Heindel nos legou.

A Fraternidade Rosacruz deve tornar-se a precursora de uma nova era, e, para tanto, é necessário que cada estudante contribua com algo de si mesmo para o êxito dessa dignificante missão. Cada qual pode colaborar de múltiplas maneiras, pois o essencial é o sentimento que dinamiza essa cooperação. Um esforço sincero e impessoal, por menor que seja, sempre terá o seu valor.

Paralelo ao esforço conjunto, deve prosseguir o crescimento individual, por meio do estudo, da meditação, do aprimoramento da razão e da compreensão das leis que regem o universo, pois, quanto mais belas forem as pérolas, tanto mais belo será o colar.

Todos os Estudantes da Filosofia Rosacruz, cônscios do papel a desempenhar nesse movimento de regeneração espiritual, devem empregar o máximo de suas energias e faculdades a fim de que o objetivo em mira seja alcançado, pois assim, irmanados pelo desejo de servir a humanidade, um dia poderão ver todos os seres humanos empunhando a taça da harmonia.

(Publicado na revista Serviço Rosacruz de novembro/1966)

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