O Natal é a época Santa do ano, ocasião em que o Raio Crístico retorna esplendoroso ao nosso Planeta. Sem a aura rejuvenescedora, curativa e fortalecedora do Cristo penetrando anualmente em nosso globo, grande parte de nós estaria inexoravelmente perdida. Esse grande presente natalino que recebemos é a mais profunda manifestação do amor nascido eternamente do Pai.
Max Heindel descreve de forma divinamente inspirada a natureza do Amor Cósmico, com estas palavras: “O amor nasce eternamente do Pai, dia após dia, hora após hora, fluindo ininterruptamente pelo universo solar, para redimir-nos do mundo material que nos atrasa com suas garras mortais”. Este tema é, particularmente, oportuno para meditarmos durante esta época.
Por outro lado, causa-nos compaixão a ideia de que a maioria das pessoas faz do Natal, tornando-o um evento mais social do que místico. É verdade que o relacionamento entre nós se torna mais ameno, que há uma tendência geral a confraternização.
Falta, porém, uma vivência mais mística: as pessoas acabam por dar maior importância para presentes materiais, ceias e coisas do gênero.
Falta um aprofundamento no significado desta festividade religiosa que foi revestida por nós com um caráter mundano.
Falta, enfim, o verdadeiro espírito do Natal.
Nós, Estudantes dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, Estudantes Rosacruzes, não podemos transgredir nossos princípios.
Devemos vivenciar os conhecimentos que recebemos. Se as circunstâncias nos obrigam ao cumprimento dos nossos deveres sociais, participando da ceia natalina em companhia dos nossos familiares, façamos dignamente. Abstenhamo-nos de carne (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios e afins), bebidas alcoólicas e quaisquer outros excessos. Guardemo-nos contra pusilanimidade de violentar nossos princípios apenas para não desagradar alguém. Sejamos firmes e coerentes em nossas convicções e estaremos contribuindo, com esse exemplo, para o estabelecimento do Reino de Deus aqui na Terra.
Se a tradição nos aconselha a dar presentes materiais, façamo-lo consoante a nossas posses e com dignidade. Nada de presentes luxuosos ou fúteis. Por que não dar algo edificante? Dar presentes úteis e que reconhecidamente podem preencher uma necessidade justa de um amigo, de uma amiga ou de um parente é uma postura sensata.
Porém, o Natal verdadeiro constitui-se de presentes espirituais. São aquelas dádivas que revelam a presença do Cristo em nossas vidas. E a maior dessas dádivas é o amor.
O amor deve fluir espontaneamente do nosso coração ao coração das pessoas. Deus é Amor. Somos parte de Deus e o amor que d’Ele se irradia em ilimitada medida também existe dentro de nós, aguardando apenas oportunidade de liberar.
Que este Natal nos seja mais intenso em amorosidade.
(Editorial da Revista Rosacruz – novembro-dezembro/1988 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Muito de nós temos dificuldades digestivas com certos condimentos e temperos. Um dos motivos é que os certos condimentos e alguns temperos, na maioria das vezes, despertam paixões, sentimentos e emoções inferiores, ativando nosso Corpo Desejos na sua parte formada de materiais das três Regiões inferiores.
Assim, se for o seu caso, em vez de vinagre, pimenta, colorau, mostarda, glutamato monossódico, use o limão, alho, alho-poró, a cebola e o tomate, cominho, tomilho, páprica, alecrim, salsinha, cúrcuma, orégano, cebolinha, louro, hortelã, coentro, manjericão, sálvia, gengibre para auxiliar na sua saúde e reduzir o mais certos desconfortos.
Os chamados condimentos são produtos que se empregam na culinária para dar sabor aos alimentos. São quase todos, substâncias picantes, irritantes, o que só por si as condena.
Entre os condimentos e temperos usuais destacam-se o sal, a pimenta, a mostarda, o vinagre, o glutamato monossódico e o colorau.
Sem dúvida, o sal é indispensável ao organismo, mas muitos dos alimentos que ingerimos já nos fornecem o sal, na quantidade precisa, havendo, portanto, toda a vantagem em não abusar do seu emprego. Veja-se como os médicos o proíbem aos seus clientes portadores de várias doenças. O abuso do sal é um vício que nos arruína, o mesmo sucedendo com o vinagre e outros produtos que citamos.
É uma questão de hábito, prescindir dos condimentos. O excesso de sal sobrecarrega consideravelmente o trabalho dos rins e aumenta a pressão sanguínea, pelo que está absolutamente contraindicado aos doentes do coração e do estômago. O sal provoca sede e esta obriga, a ingerir excessos de líquidos, o que é muito prejudicial aos cardíacos e a outros doentes.
Para muitos de nós a pimenta ataca as mucosas do estômago e intestino e os rins. Se o sal ainda pode ter alguma utilidade, a pimenta tem sua utilidade muito questionável.
A mostarda é altamente cáustica e nociva para os órgãos digestivos.
O vinagre, para muitos de nós, diminui a reserva alcalina do sangue e contribui para a destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, preparando o caminho da anemia. Além disso, prejudica, com o seu ácido acético, a digestão das proteínas, retardando-a.
O colorau é outro condimento condenável pelo seu efeito irritante.
O emprego destes e outros ingredientes na culinária tem a explicar o fato de não se poder comer a carne e o peixe sem disfarçar o seu péssimo cheiro e horrível paladar. Os vegetarianos não têm essa necessidade, pois lhes bastam o alho, a cebola, o limão, o tomate e algumas ervas aromáticas para condimentarem os seus alimentos crus ou cozinhados.
O alho é ótimo como estimulante natural do apetite e como medicamento; a cebola é um excelente diurético (crua); o ácido cítrico do limão é combustionado perfeitamente no nosso organismo (o que não sucede ao ácido acético do vinagre), e o tomate é um dos frutos mais valiosos para o sangue.
Se quer ter saúde, substituí o vinagre pelo limão, a pimenta e a mostarda pelo alho e pela cebola, e o colorau pelo tomate.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto de 1969 da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)
Torna-se evidente, nos nossos dias, que o vegetarianismo e o veganismo têm aumentado consideravelmente no mundo inteiro. O número crescente de adeptos a esses regimes alimentares clama por informações cada vez mais completas e sustentadas em pesquisas responsáveis dos especialistas dedicados à nutrição racional e humana. Isso nos enche de alegria. E mesmo que saibamos que as razões que levam a uns e a outros a seguir essa tendência sejam inicialmente personalistas ou ainda egoístas, essa atitude está colaborando com a diminuição do sofrimento dos nossos irmãos menores, e chegará o dia em que a maioria compreenderá e adotará a inofensividade e o respeito na hora de escolher o alimento.
Essa atitude, por si, já é um ato ético de valor moral que trará saúde, alimentando assim não somente nosso Corpo Denso, mas também quem realmente somos – um Ego da Onda de Vida Humana –, promovendo sentimentos altruístas e amorosos para com nossos semelhantes.
No entanto, não devemos esperar que a mudança de hábitos alimentares tenha de ser imediata, ou que devamos eliminar, do dia para a noite, nossos equívocos e vícios em relação à forma de nos alimentarmos, não! Toda mudança deve partir do nosso foro íntimo para se tornar atitude inquebrantável e duradoura.
A adoção de novos hábitos precisa ser um ato de amor a nós mesmos para que esses possam substituir gradualmente aqueles que nos mantêm escravizados e doentes.
Costumamos pensar que uma alimentação sem carnes (de mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios e afins) e o deixar de utilizar quaisquer coisas que precisam de quaisquer partes de animais seriam difíceis, monótonas e desagradáveis ao nosso paladar e ainda nos deixariam pouco sociáveis (não sendo convidados e nem bem-vistos em festas e atividades em que haja esses materiais de animais mortos), o que nos levaria a fraqueza ou a estados de fome contínua ou ao desprezo e solidão. Ledo engano!
Uma alimentação vegetariana, preparada com agradecimento e respeito para aqueles que participaram da corrente que fez possível esse alimento estar na nossa mesa, e a persistência em não utilizar nada que proveem do sacrifício dos nossos irmãos menores nos fará sentir plenos e vitalizados porque somos Cristificados com esses sentimentos.
E no ato de preparar os alimentos, lembre-se sempre que o Espírito de Cristo permeia, colore e dá aroma a cada fruta, legume, verdura ou cereal que comemos porque Ele vitaliza anualmente a Terra de onde foram extraídos. Esses pensamentos farão crescer o potencial nutritivo de cada alimento, tornando-o perfeito para nosso crescimento espiritual.
(Publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – 1999)
Resposta: Em termos gerais, o Espírito Santo é o poder criador de Deus. Como uma das confirmações, lembremos da passagem do credo “Concebido pelo Espírito Santo”[1], em que Gabriel disse a Maria que o Espírito Santo viria sobre ela. Por esse motivo é que foi trazido à existência e é um raio daquele atributo de Deus que é utilizado pela humanidade para a perpetuação da Onda de Vida Humana aqui. Quando isso é praticado abusivamente, ou seja, para a gratificação dos sentidos, seja por meio da masturbação ou em parceria, com ou sem o casamento legal, constitui, então, essa prática, o pecado contra o Espírito Santo. Disseram-nos que esse pecado não é perdoado; deverá ser expiado. A humanidade, como um todo, está sofrendo por causa desse pecado. Os corpos debilitados, as doenças que vemos ao nosso redor, foram causadas por séculos de abusos, e até que aprendamos a subjugar as nossas paixões, não poderá haver verdadeira saúde entre a Onda de Vida Humana. Nascemos de pais que julgavam ser normal satisfazer as suas paixões a qualquer momento. E, em consequência disso, agora sofremos e, por nossa atitude em relação ao sexo, a maioria de nós está atualmente transferindo as mesmas doenças a nossos filhos. Assim, os pecados dos pais estão recaindo sobre os filhos, de geração em geração, e continuarão a trazer de que toda criança tem o direito de nascer em condições satisfatórias e de receber cuidados físicos apropriados durante o período de vida pré-natal.
(Pergunta nº 110 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Mt 1:20
Alteração nos Estatudos no final de 1971. 3
Atividades de Divulgação. 29
Visita à Sede Mundial em Mount Ecclesia, Oceanside, CA, EUA por irmãos Probacionistas
Participação com um stande na 6ª Bienal do Livro de São Paulo de 1980
Sede Própria inteiramente adquirida
As Publicações
Serviço Social
Declaração de Entidade de Utilidade Pública
Confraternizações
Fotos da Festa do 18º Aniversário da Sede em 1973
Fotos da Festa do 19º Aniversário da Sede em 1974
Fotos da Festa do 21º Aniversário da Sede em 1976
Fotos da Festa do 22º Aniversário da Sede em 1977
Fotos da Festa do 24º Aniversário da Sede em 1979
Fotos da Festa de Natal em 1977
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Como a Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil foi criada como um Grupo de Estudos informal, depois passou para um Grupo de Estudos formal e, finalmente, para um Centro Rosacruz, autorizado e certificado pela The Rosicrucian Fellowship-Mount Ecclesia, Oceanside, California, USA, como um Centro Fraternal afiliado, pelos Probacionistas Hélio de Paula Coimbra e Maria JoséA. S. de P. Coimbra, ambos oriundos da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de São Paulo – SP, vamos apresentar, inicialmente, um resumo história da Fraternidade Rosacruz no Brasil, focando nas sementes que frutificaram como a Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de São Paulo – SP. Isso até a data de fundação do Grupo de Estudos em Campinas-SP-Brasil.
SE QUISER ACESSAR EM PDF, ENTÃO É SÓ CLICAR AQUI: de 1973 à 1982
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Em setembro de 1971 foi feita a terceira alteração estatutária, em que:
Ei-lo na íntegra:
Em 1973 oferecemos livros de Max Heindel as principais bibliotecas de São Paulo.
Em julho de 1973 e outubro de 1974 fomos convidados, e fomos representados pelos irmãos Antônio Munhoz e José Gonçalves Siqueira, para fazer exposição dos princípios Rosacruzes a alunos adiantados da cadeira de Cultura Religiosa, na Faculdade Metropolitana Unidas, de São Paulo.
Em fevereiro de 1974 a irmã Raymonde custeou o envio das obras “Mistérios das Glândulas Endócrinas” e “A Astrologia e as Glândulas Endócrinas” a 46 endocrinologistas desta Capital.
Em 13 de julho de 1974 o casal de Probacionistas Hélio de Paula Coimbra e Maria José Serra Coimbra fizeram visitas ao Centro Rosacruz de Lima, Peru, onde houve intercâmbios de ideias e experiências com proveitosas reuniões. Depois foram visitar o Centro Rosacruz da cidade do México, onde participaram de agradáveis reuniões. E depois foram visitar a The Rosicrucian Fellowship, em Oceanside, CA, EUA, onde foram recebidos pelo casal Probacionista Hans Levy – diretor do Departamento de Espanhol e Português – e sua esposa Elá Levy. Ficaram hospedados na Guest House em Mount Ecclesia.
Durante 15 dias participaram, diariamente, das atividades da Rosacruz Mundial, que são intensas. É maravilhoso o trabalho que lá realizam. Às 7:45 horas há reunião na Capela, em que há música, leitura do Ritual do Serviço do Tempo ou trechos dos Evangelhos, sendo a mesma pública, cujo término se dá por volta das 8:10 horas. Vai-se, então, ao refeitório para tomar o café. Depois, cada um vai cudar de suas atividades. Às 9 horas, diariamente, exceto aos sábados e domingos, há reunião no Departamento de Cura, em que é feito o Ritual de Cura. Às 16:45 horas, há, novamente, reunião na Capela, a qual dura, mais ou menos 25 minutos. Às 18:30 horas, hã reunião no Templo, onde se condensa a Panacéia de Cura, sob a direção do Mestre, a qual é enviada à humanidade.
Nessa reunião participam, somente, Probacionistas Ativos, pois é indispensável que se conheça a palavra de passe, a fim de que possa ter acesso ao referido Templo. Quando se chega na área que o circunda, pede-se silêncio: não se pode conversar nada. Solicita-se que cada um chegue uns minutos antes do início da reunião, e se ponha a meditar. Lá dentro, cada um toma o lugar que lhe é indicado, de acordo com o seu signo astrológico. Nesse Templo, realizam-se, também, as reuniões de Lunação, em que tomam parte tão somente Probacionistas Ativos. No interior desse Sagrado Templo, sente-se uma profunda paz, que eleva muito acima da Terra e seus problemas. À área onde está The Rosicrucian Fellowship, não tem, fisicamente, muro ou cerca de espécie alguma. É lugar de grande paz e na mesma encontra-se, constantemente coelhos, esquilos e aves de várias espécies, que ninguém toca. Do referido local, avista-se o Oceano Pacífico. A tipografia está bem aparelhada e desenvolve intenso trabalho, diariamente. Da mesma forma são os diversos Departamentos de The Rosicrucian Fellowship, particularmente o de Espanhol, que cuida também dos países de língua portuguesa. Durante os dias que lá estiveram, foram alvo das melhores atenções dos irmãos e irmãs, principalmente do irmão Hans Levy e sua esposa, irmã Elá. À viagem de um mês e meio transcorreu bem, principalmente o contato com a Rosacruz Mundial e regressaram no dia 13 de agosto de 1974.
Entre 19 de setembro de 1975 e março de 1976, a convite do Canal Bandeirantes, mantivemos entrevistas quinzenais pela televisão, respondendo a perguntas formuladas pelo povo. Foram excelentes os resultados.
Em 1977 foi editado o livro “Princípios Ocultos de Saúde e Cura em português.
Em 1980, houve a participação com um stande na 6ª Bienal do Livro de São Paulo de 5 de Agosto de 1980 à 24 de Agosto de 1980, realizada pelo Instituto Nacional do Livro, pela Câmara Brasileira do Livro e Fundação Bienal de São Paulo, no Parque Ibirapuera – Portão 3 Pavilhão Ciccillo Matarazzo.
Em 1980 foi adquirida a última parte pendente, o que possibilitou a obtenção da escritura definitiva do imóvel situado na Rua Asdrúbal do Nascimento, 196 – Centro – São Paulo – SP.
Os Cursos
Continou a inauguração de novos Cursos e a elaboração de material em papel para os Cursos Preliminares e Suplementar de Filosofia Rosacruz e da Astrologia Rosacruz.
O Curso Bíblico Rosacruz foi traduzido pelo irmão Fidalgo. Em janeiro de 1963 a Sede Mundial autorizou-nos ministrar esse curso, mas apenas em marco de 1968 foram revisadas pelo original inglês e sua impressão levada a efeito em 1973, tendo sido lançado em 12 de fevereiro de 1973.
Além desses Cursos oficiais por correspondência, a Fraternidade Rosacruz foi propiciando cursos orais diversos.
Em 7 de maio de 1975 o Diário Oficial publicou que a Fraternidade Rosacruz foi considerada Entidade de Utilidade Pública por Decreto n.º 11.977 de 0.5.75.
“Aprendemos, na Fraternidade Rosacruz, sobre os ciclos maiores e menores de atividade e descanso, de evolução e assimilação. Espirais dentro de espirais, nossa evolução transcorre em períodos de experiências na Terra e assimilação nos planos suprafísicos; em períodos septenários; em anos, meses, dias — como em Épocas, em Revoluções e em imensíssimos Períodos.
Ao fim de cada período, desde os mínimos até aos máximos, há sempre um trabalho de recapitulação e de conscientização das experiências vividas, para se tomar novo impulso. Faz-se o exame de recapitulação noturna, das experiências do dia; faz-se a revisão das experiências do ano, pela época do Natal; faz-se um retrospecto de cada sete anos; principalmente, faz-se uma revisão aos 21 anos, (3×7). Assim como os septênios de desenvolvimento físico, vital e emocional repercutem poderosamente na formação adulta, igualmente ocorre na vida de uma entidade. Por isso é que se levantam horóscopos, quer para um indivíduo, quer para uma Fraternidade ou para uma Nação.
É importante essa revisão, não por saudosismo nem para remoer tristemente as vicissitudes. Quando a recapitulação é feita, desde os menores períodos aos maiores, o indivíduo ou a entidade vão tomando consciência das falhas e se aprimoram constantemente. Como diz Max Heindel no livro ‘Conceito Rosacruz do Cosmos’: ‘A experiência é o conhecimento dos efeitos que seguem os atos. Tal é o objetivo da vida, junto ao desenvolvimento da ‘Vontade’— a força com a qual aplicamos o resultado da experiência’”.
Num balanceamento constante entre a causa e o efeito, buscando avaliar os atos, pelos efeitos conhecidos, vamos conquistando gradativamente algo melhor.
Ora, como o conjunto é resultado das partes que o compõem — principalmente o aspecto interno, em nosso caso — a Fraternidade Rosacruz é uma expressão exata de seus membros e da evolução que eles alcançaram nestes 21 anos.
É verdade que os recursos materiais oferecidos pelos irmãos, à Fraternidade, dependem em seus efeitos e aplicações, da capacidade do Conselho Diretor. Eis uma das responsabilidades dos que são escolhidos para maior serviço. Até que ponto conseguimos corresponder à confiança de nossos Estudantes Rosacruzes e membros Probacionistas?
Meditando bem, com os limitados recursos recebidos, fizemos o que podíamos dentro das possibilidades externas e internas.
Ao prestarmos contas de nossa atividade, nos 21 anos que passaram, esperamos que os queridos irmão e irmãs se perguntem: fizemos tudo o que podíamos fazer pela Fraternidade? Em que proporção colaborei nesses resultados? Em que medida pesei nas imitações?
O Universo é regido por causa e efeito. Não há direito sem deveres. Para que sejamos dignos de receber da Fraternidade tudo o que ela nos oferece, de modo não egoísta e amoroso, é preciso que lhe retribuamos de algum modo, por todos os meios ao nosso alcance, para estarmos quites com a lei de reciprocidade expressa por Cristo: “Dai e recebereis”.
A Fraternidade é uma família e seus membros — irmãos e irmãs. Como uma mãe ela tudo oferece amorosa e altruisticamente, confiando que cada um cumpra seu papel no conjunto. Uma família é completa quando cada um de seus membros faz sua parte e não se torna pesado ao conjunto. Os pais que educam bem os filhos fazem-nos compreender o sentido de colaboração, dentro de seu nível mental. Também a Fraternidade nos educa para a autossuficiência e colaboração fraterna, esperando mais dos que mais compreendem.
Lembremos o que escreveu o Santo Livro (Isaías, 54:2): “Alarga o espaço de tua tenda; estenda-se o toldo de sua habitação; não o impeças. Alonga as tuas contas e firma bem tuas estacas”.
Quando o peregrino se dilata no conhecimento da verdade, assume o dever de estender suas possibilidades e capacidades, em amoroso serviço. Não devemos impedir isso, sob pena de afrontarmos as consequências de nossa omissão. Inercia é morte. Indiferença é cristalização. É vergonha receber sem dar. É imaturidade não ajudar, depois de havermos sido ajudados. O ser maduro procura dar antes de receber. É dando que ele se esvazia para receber. E recebe mais do que dá. É dando que ele põe em ação o receber: causa e efeito.
Há uma séria de responsabilidade no que se recebe: é como uma brasa viva na mão; se não a passamos adiante, queimamo-nos com ela. Os dons de Deus são assim: dão vida e calor enquanto circulam; mas queimam e prejudicam se os retemos.
Isto se aplica a todos nós, desde os que foram colocados transitoriamente num posto diretor até o simples ouvinte das reuniões. Quem recebe tem de retribuir, tem de passar adiante!
Colocando-nos todos come realmente somos: células de um organismo; membros, de uma corpo; meditemos sobre nossa função na Fraternidade. Tomemos consciência da imensurável herança que recebemos por intermédio do iluminado amigo Max Heindel. Sintamos os benefícios que esses ensinamentos trouxeram à nossa vida. Pensemos nos benefícios que eles podem levar, também, às outras, pessoas, se contribuirmos ativamente, nessa disseminação, principalmente ao prover meios de difusão à Fraternidade.
Não nos cabe agradecer nem lamentar nem elogiar. O trabalho é de todos nós. A Fraternidade não existe como paredes nem meios externos, apenas, Ela existe pelo fundamento que lhe deu a Ordem Rosacruz; ela existe pela vida que nós mesmos lhe dermos, com o que somos, com a fidelidade e vivência de nosso ideal, com o alimento (material, emocional, mental, físico) que oferecermos para que ela cresça e cumpra seus objetivos.
Só desse modo poderemos dizer que alcançamos a maioridade expressa nos 21 nos; um cidadão responsável, apto a responder por seus deveres e direitos. Na medida em que cada membro tenha atingido essa maturidade, assim a Fraternidade a terá atingido, como conjunto.
Ao prestarmos contas de nossas atividades, neste número da revista, não nos regozijemos. Não. Recolhamo-nos em séria meditação sobre todas as falhas; amalgamemos os êxitos; e preparemo-nos para um destino maior!” (Publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro de 1976).
O programa foi muito bem elaborado. Uma perfeita combinação de números musicais e literários comoveu a todos os presentes, em grande número por sinal. As acomodações da nossa sede não foram suficientes para comportar tão grande público. Muita gente permaneceu na ante-sala, dada a impossibilidade de encontrar um lugar ou mesmo locomover-se na sala de reuniões.
A solenidade revestiu-se de raro brilhantismo. A cada número sucediam-se uma supresa e uma nova emoção. Foram inesquecíveis momentos de confraternização, enriquecidos pelo comparecimento de estudantes residentes no interior de São Paulo e em outros estados da Federação. O programa foi o seguinte:
1. ABERTURA:
2. CANÇÃO DO EMBLEMA ROSACRUZ: cantado por todos;
3. HINO ROSACRUZ DE ABERTURA: cantado por todos;
4. HINO À LIBRA — SIGNO ASTROLÓGO DO MÉS: cantado por todos;
5. RITUAL ROSACRUZ DO EQUINÓCIO DE SETEMBRO – PRIMAVERA;
6. MÚSICA: Panis Angelicus, de Cesar Frank pelo barítono Benedito J. Santos;
7. MÚSICA: Canção de Amor, de C. A. Bixio, pelo tenor Francisco Ridente;
8. POESIA: Morte de São Francisco, declamação pela poetisa Adélia Vitória Ferreira;
9. POESIA: Bentevi, declamação pela poetisa Yvone Marie, de sua autoria;
10. MÚSICA: Voi Che Sapete, Ópera Bodas de Fígaro, Mozart, pela soprano Jandira Schimiela;
11. Palavras de Saudação pelo irmão probacionista REILI J. BRICHENTI, do Centro ROSACRUZ de Santo André, representando os centros e Núcleos ROSACRUZES do Brasil;
12. MÚSICA: E as Estrelas estão Brilhando, Ópera Tosca de Puccini, pelo tenor Roberto Faria;
13. POESIA: A Prece da Árvore, declamação pelo poeta Dr. Walter Rossi, de sua autoria;
14. MÚSICA: Canção do Éxito, de Ernest Gold, pelo barítono Benedito J. Santos;
15. Palavras de saudação do presidente da Fraternidade, representado pelo irmão José Augusto Pinto Coelho;
16. MÚSICA: Uma Furtiva Lágrima, Ópera Elisir D’Amore, Donizetti, pelo tenor Francisco Ridente;
17. POESIA: Oh! Deus, Oh! Natureza, Oh! Nada, de J. M. Bocage, pela poetisa Yvone Marie;
18. POESIA: Jesus, declamação da poetisa Adélia Vitória Ferreira, de sua autoria;
19. MÚSICA: Eu te Levarei, pelo dueto soprano Jandira – Maria Meira;
20. MÚSICA: Vesti La Giba, Ópera II Pagliacci-Leoncavalo, pelo tenor Roberto Faria;
21. CANÇÃO DE ANIVERSÁRIO: cantado por todos, em homenagem à Fraternidade, comemorando os seus 22 anos de trabalhos;
22. HINO ROSACRUZ DE ENCERRAMENTO: cantado por todos;
23. DESPEDIDAS: (acompanhamentos ao HARMONIUM e PIANO pela Professora Maria Meira).
Em 18 de dezembro de 1977 foi realizada a Festa de Natal Rosacruz com vários números musicais e participação de Estudantes e simpatizantes de vários núcleos da Fraternidade Rosacruz:
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Fontes:
O Átrio era um recinto que rodeava o Tabernáculo no Deserto. Seu comprimento era o dobro da sua largura e o portão ficava no extremo leste. Esse portão era coberto por uma cortina de linho fino torcido de cores azul, escarlate e roxo, e essas cores nos demonstram, de bate e pronto, o nível desse Tabernáculo no Deserto.
“Farás o átrio para o tabernáculo. Do lado meridional, ao sul do átrio, haverá cortinas de linho fino retorcido, numa extensão de cem côvados, … Também para o norte haverá cortinas, numa extensão de cem côvados” (Ex 27:9-11).
“Do lado do ocidente a largura do átrio comportará cinqüenta côvados de cortinas…Na frente, do lado oriental, a largura do átrio será de cinqüenta côvados… O comprimento do átrio será de cem côvados, sua largura de cinqüenta, e sua altura de cinco côvados” (Ex 27; 12-18).
“Na porta do átrio haverá uma cortina bordada, de vinte côvados, em jacinto, púrpura violeta e escarlate, em carmesim e em linho fino retorcido, com quatro colunas e quatro pedestais.” (Ex 27; 16).
No Evangelho Segundo de São João somos ensinados que “Deus é luz”, e nenhuma descrição ou semelhança poderia transmitir uma melhor concepção ou maior iluminação para a Mente espiritual do que essas palavras. Quando consideramos que mesmo o maior dos telescópios modernos não conseguiu determinar as fronteiras da luz, embora eles penetrem no espaço por milhões e milhões de quilômetros, isso nos fornece uma fraca ideia, porém abrangente, da infinitude de Deus.
Sabemos que essa luz, que é Deus, é refratada nas três cores primárias pela atmosfera que circunda nossa Terra, a saber: o azul, o amarelo e o vermelho. É um fato bem conhecido, por todo ocultista, que o raio do Pai é azul, enquanto o do Filho é amarelo e a cor do raio do Espírito Santo é vermelha. Somente o raio mais forte e mais espiritual tem a possibilidade de penetrar no assento da consciência da onda de vida que anima o nosso Reino Mineral e, dessa forma, encontramos sobre as cordilheiras de montanhas o raio azul do Pai refletindo em volta das encostas áridas e pairando como uma névoa sobre desfiladeiros e barrancos. O raio amarelo do Filho, mesclado ao azul do Pai, fornece vida e vitalidade ao mundo das plantas, que, dessa forma, refletem de volta uma cor verde por incapacidade de reter o raio dentro de si. Porém, no Reino Animal, ao qual, anatomicamente, o ser humano não regenerado pertence, os três raios são absorvidos e o raio do Espírito Santo fornece a cor vermelha da carne e do sangue do ser humano. A mescla do azul e do vermelho evidencia a cor púrpura do sangue, envenenado devido ao pecador. Contudo, o amarelo nunca se evidenciará até que se manifeste como um Corpo-Alma, o “traje nupcial” da Noiva mística do Cristo místico desenvolvido desde o interior.
Desse modo, as cores dos véus do Templo, tanto no portão como na entrada do Tabernáculo, mostravam que essa estrutura foi projetada para um período anterior ao tempo do Cristo, pois possuía somente as cores azul e escarlate do Pai e do Espírito Santo, respectivamente, que juntas formavam a cor púrpura. Porém, o branco é a síntese de todas as cores e, portanto, o raio amarelo de Cristo estava oculto nessa parte do véu, até que, no seu devido tempo, Cristo deveria aparecer para nos emancipar das leis, como eram fornecidas, que nos limitam e nos iniciar na plena liberdade dos Filhos de Deus.
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Esta manhã eu quero falar sobre os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e o trabalho deles.
Temos o privilégio de contarmos com a inspiração da Filosofia da Fraternidade Rosacruz, que nos foi dada pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.
Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz são seres humanos que passaram pelas nove Iniciações Menores e pelas quatro Iniciações Maiores. Vamos explicar tudo isso nesse texto à frente.
O trabalho dos Irmãos Maiores é nos explicar todo o processo, desde a criação até a Involução, a Evolução e a realização divina. Eles trabalharam com nosso fundador, Max Heindel, para realizar esta obra monumental chamada “Conceito Rosacruz do Cosmos”, que é muito rica em significado espiritual.
No século XIV, no ano 1313, Christian Rosenkreuz, um elevado Iniciado nos Mistérios Cristãos, fundou a Ordem Rosacruz. Ele escolheu doze irmãos, todos Adeptos e Iniciados nos Mistérios Maiores, cuja missão seria expandir os Mistérios Cristãos por meio da Escola de Mistérios Rosacruz e promover a evolução espiritual do ser humano, particularmente no mundo ocidental.
Agora, o que realmente queremos dizer com Iniciação? Iniciações são experiências internas que, primeiro, conectam-nos ao nosso passado, na fase de Involução; depois, aos dias atuais e, finalmente, elas nos movem através das etapas da nossa Evolução futura. A Iniciação envolve a expansão da consciência humana, a ativação consciente do relacionamento mais próximo conosco mesmo (Ego, um Espírito Virginal da Onda de Vida Humana manifestado), dentro do qual está o que chamamos de nosso “eu superior”, e inclui o desenvolvimento prático de nossas faculdades criativas e divinas, em uma base diária. Em última análise, isso leva à compreensão e à ativação de nossa onipotência, onisciência e onipresença divinas. Durante a Involução-Evolução cósmica da nossa jornada, nós nos sintonizamos com o eu superior por meio de uma vida correta. A vida correta consiste em praticar a ação correta, o sentimento correto, o pensamento correto e a intenção correta – e realmente viver uma vida de serviço aos outros, à luz do amor e da abnegação.
Essas experiências espirituais são o domínio, o poder, e são supervisionadas pelas Escolas de Mistérios. O que são as Escolas de Mistérios? Existem 12 Escolas de Mistérios na Terra e cada uma delas é representada por um pequeno círculo ao redor do grande centro. Essas Escolas de Mistérios não estão no plano físico como as escolas regulares na Terra estão em um distrito escolar. Na verdade, elas estão no plano invisível e estão subdivididas em sete Escolas de Mistérios Menores, das quais a Fraternidade Rosacruz é uma. Essas Escolas atendem às necessidades dos Aspirantes à vida superior por meio do processo de trabalho de nove Iniciações Menores. Então, como há sete Escolas de Mistérios Menores, há cinco Escolas de Mistérios Maiores que trabalham com Aspirantes à vida superior que já completaram as nove Iniciações Menores por meio do trabalho das Escolas de Mistérios Menores.
Cada uma das Escolas de Mistérios é, na verdade, uma Ordem com doze Irmãos Maiores e ao redor deles está o décimo terceiro membro. Um dos propósitos das Escolas de Mistérios é fornecer o Treinamento Esotérico ou a Educação Esotérica a todos os Aspirantes à vida superior que entrem no caminho da luz, a fim de acelerar o processo da própria evolução deles e agilizar a evolução de nossos Planetas, guiando-os de dentro para fora a fim de que se capacitem para entrar no portão dourado do templo etérico e interno, em que a Iniciação realmente ocorre.
Por que treze? Isso se baseia no princípio matemático e universal da geometria sagrada, a relação das partículas de matéria cósmica no espaço. Se vocês pegarem uma caixa com bolas de pingue-pongue, todas do mesmo tamanho, tomar uma e quiser escondê-la, colocando outras bolas ao redor dela, quantas bolas seriam necessárias? Na verdade, seriam necessárias doze bolas para esconder uma. É um exemplo, uma proporção matemática, algo que vocês não podem argumentar a favor ou contra. É um fato do universo. A Ordem Rosacruz tem doze Irmãos em torno de Christian Rosenkreuz, que é o décimo terceiro e o augusto líder da Ordem Rosacruz.
Agora, cada uma das doze Escolas de Mistérios tem um décimo terceiro membro. Pensemos assim: quando os doze Líderes se reúnem eles formam um nível superior de Escola que você pode chamar de conselho central da Fraternidade Branca. É centralizado, então eles se reúnem aqui, todos eles se reúnem na Fraternidade Branca, em torno do seu décimo terceiro, que é o Líder do Planeta, a quem chamaremos de Espírito Planetário da Terra e que está, atualmente, e desde a crucificação, sob a presença do Cristo.
Vamos falar sobre o Esquema, Obra, Caminho da Evolução para situarmos a necessidade dessas Escolas. O processo de Evolução, conforme indicado na Bíblia, ou o processo de criação, no Gênesis, leva sete “dias” ou sete etapas. Max Heindel e os Irmãos Maiores explicam que os sete Períodos são Períodos de manifestação que incluem Criação, Involução e Evolução. Assim, no livro do Gênesis, Deus, o Espírito dentro do Universo, faz Sua criação por meio de sete etapas cósmicas. Esses dias cósmicos duram eras de tempo. Eles não são dias de 24 horas. Eles são vastas extensões de tempo; na verdade, estão além do tempo, como o conceituamos atualmente.
Quando lidamos com esses Períodos, realmente temos que lidar com uma escala que está além do tempo e do espaço. Está nos Mundos celestiais. Mas vamos dar uma forma para que possamos nos relacionar com ela. Temos uma Mente concreta que precisa ter algo para ver, tocar e ao qual se apegar.
Então, na primeira fase da Evolução (que nós chamamos de Período de Saturno) estávamos envolvidos com o recebimento do germe do Corpo Denso e o início do seu desenvolvimento. Na fase seguinte (ou Período Solar) estávamos envolvidos com o recebimento do germe do Corpo Vital e o início do seu desenvolvimento. Na terceira fase (Período Lunar) estávamos envolvidos com o recebimento do germe do Corpo de Desejos e o início do seu desenvolvimento. E na primeira metade do Período Terrestre (a Metade Marciana) passamos pelo processo do recebimento do germe da Mente e o início do seu desenvolvimento (eu digo “nós” porque Deus e Sua criação não podem ser separados). Somos parte da Sua criação e, também, parte de Deus.
Na verdade, nossos Corpos e o nosso veículo Mente não são o que nós realmente somos. Eles são apenas instrumentos que usamos para adquirir sabedoria e experimentar as faculdades divinas. A parte real em nós é a chama do Espírito (a chispa divina, o Espírito Virginal da Onda de Vida Humana), que é invisível para a maioria e que, na verdade, não tem começo nem fim, vivendo para sempre. Ele permanece como um impulsionador dentro dos Corpos e dos seus veículos, enquanto passamos por nossas experiências.
Atualmente, estamos nesse estágio de criação. Começando deste ponto em diante, estamos agora iniciando a fase de Evolução. Quando descemos do Período de Saturno e começamos a trabalhar nesses germes, estávamos nos movendo do Mundo dos Espíritos Virginais para a Região Química do Mundo Físico (a fase da Involução nesse Esquema de Evolução). Agora, que estamos focados na Região Química do Mundo Físico, estamos começando a desfazer tudo isso e voltar ao Mundo dos Espíritos Virginais. Esse processo é chamado de fase da Evolução nesse Esquema de Evolução. Portanto, a segunda metade do Período Terrestre está envolvida com o aperfeiçoamento da Mente e com a assimilação de todas as qualidades e poderes do Corpo Denso pela Mente — aprender as leis do Mundo Físico. Agora, com a ciência, a orientação da filosofia espiritual e as experiências do coração podemos penetrar cada vez mais nos Mistérios da vida para que possamos entender de onde viemos, porque estamos aqui e para onde vamos.
O próximo Período é o Período de Júpiter, no qual estaremos envolvidos com a criação de um Corpo para o Espírito Humano ou a Mente abstrata, que é o veículo espiritual mais inferior do Ego. Na Religião Cristã esotérica nós nos referimos ao Espírito como um ser tríplice quando em manifestação – como estamos agora -, o Tríplice Espírito (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano). Falamos sobre o Espírito Santo, o Filho e o Pai, que basicamente representam três energias cósmicas — todas em um só Espírito. No Período de Júpiter, criaremos um Corpo que poderá usar o poder do Espírito Humano ou do Espírito Santo.
No próximo Período, o Período de Vênus, estaremos envolvidos na criação de um Corpo para o Espírito de Vida, o Espírito de Amor representado pelo Filho. Iremos assimilar todas as informações desse Corpo na Mente.
De lá, vamos para a próxima fase que é o Período de Vulcano, o “Dia Final da Criação”, no qual criaremos um Corpo para o Espírito Divino, o Pai, e espiritualizaremos nossa Mente, assimilando todas essas qualidades, para que tenhamos um Tríplice Corpo espiritual e uma Mente espiritualizada que nos ajudará a tornar criadores. No final do Período de Vulcano, que é o último Dia da Criação, seremos Deuses criadores. Teremos alcançado a onipotência divina com o pleno desenvolvimento de nossos poderes criativos; teremos alcançado a onisciência com o pleno desenvolvimento de nosso conhecimento consciente dos cinco degraus da evolução; teremos alcançado a onipresença com plena consciência nos reinos que estão envolvidos nesta fase de Evolução. Então, esse é um processo muito longo e amplo.
Para que possamos acelerar esse processo, temos a oportunidade de passar pelas nove Iniciações Menores. O primeiro voto do Iniciado é o de “silêncio”, o que significa que não há muita informação disponível sobre a Iniciação. Esse é um processo interno e individualizado. Cada um de nós passa por isso de maneira particular, em seu próprio tempo e, portanto, é difícil descrever para outra pessoa algo que ela mesma não tenha experimentado; mas Max Heindel e os Irmãos Maiores nos deram algumas dicas que podemos usar para falar sobre isso e ter uma ideia adequada sobre a Iniciação.
Os Aspirantes à vida superior aos nove Mistérios Menores são treinados esotericamente através de uma das sete Escolas de Mistérios Menores. As primeiras quatro Iniciações Menores conduzem o Aspirante à vida superior através de uma recapitulação dos quatro Períodos anteriores de Evolução. O Período de Saturno, quando construímos o Corpo Denso; o Período Solar, quando construímos o Corpo Vital; o Período Lunar, quando construímos o Corpo de Desejos; e a primeira metade do Período Terrestre (Metade Marciana), quando construímos a Mente. A quinta das Iniciações Menores o leva ao Período atual ou Metade Mercuriana do Período Terrestre. As últimas quatro Iniciações Menores conduzem a questões que abordam o desenvolvimento futuro, até o final do Período Terrestre. Todas as nove Iniciações Menores culminam na primeira Iniciação Maior, que resume todo o Período Terrestre. Depois disso, há mais três Iniciações Maiores que lidam com o estado de consciência dos próximos três Períodos desse Esquema de Evolução (o Período de Júpiter, o Período de Vênus e o Período de Vulcano), que eventualmente nos levam à libertação.
E esse caminho, na Fraternidade e Ordem Rosacruz, nós trilhamos iniciando como um Estudante Preliminar, depois Estudante Regular, depois Probacionista, depois Irmão Leigo e depois Adepto, antes de atingirmos o grau de Irmão Maior.
Agora, vamos falar sobre os Adeptos; o que queremos dizer com Adepto? Um Adepto é uma pessoa que se graduou, pelo menos, na primeira Iniciação Maior, o que significa que ela experimentou, internamente, com sucesso as nove Iniciações Menores e está prosseguindo em direção às quatro Iniciações Maiores (ou Iniciações Cristãs). Quando o Adepto passa pela primeira Iniciação Maior (que é uma experiência interna, é claro), ele passa por um processo alquímico que inclui uma transmutação biológica que muda a relação entre seus Corpos Denso e Vital, bem como entre os Corpos de Desejos e Mental, usando todo o poder armazenado no Dourado Manto Nupcial, no seu “super” Corpo-Alma.
Ao espiritualizar o seu Corpo Mental com práticas espirituais, disciplina mental e positiva, pensamentos edificantes e outros usos construtivos da Mente, eles moldam suas Mentes abstratas e concretas para processar mais luz espiritual. Ao purificar e elevar o Corpo de Desejos, o corpo por meio do qual expressamos sentimentos e emoções, eles se conectam com as Regiões superiores do Mundo do Desejo, ativando sentimentos mais nobres, mais compassivos e mais altruístas para criar uma conexão anímica mais profunda com os outros e com o universo. Ao ativar mais energias etéricas através de bons hábitos e boas intenções no dia a dia, de melhor higiene, do uso responsável da força criativa e da repetição de coisas boas, eles sobrecarregam os dois Éteres superiores do Corpo Vital; ou seja, o Éter de Luz e o Éter Refletor. Esses estão envolvidos com a percepção sensorial, cognição, atividade mental e memória; e isso permitem a eles fazer um trabalho maior nos planos internos, como Auxiliares Invisíveis e de forma plena e perfeitamente consciente.
Os Adeptos mantêm o Corpo Denso saudável com uma quantidade mínima de exercícios físicos, seguindo uma nutrição apropriada e assimilando quantidades suficientes de fósforo nos Corpos Densos, engajando-se em atividades positivas, construtivas e num estilo de vida altamente espiritual; quando prontos, os Adeptos iniciam conscientemente uma transmutação alquímica da sua estrutura bioquímica: de uma base de carbono para uma química à base de fósforo. O carbono tem quatro valências, o fósforo tem cinco; portanto, a base química é alterada. Esse processo é, em essência, a maneira como eles se tornam invisíveis, o que lhes permite navegar entre os reinos visível e invisíveis à vontade.
Eles, então, têm a capacidade de materializar e desmaterializar seus Corpos Densos à vontade. Isso lhes permite prestar um serviço maior à humanidade, pois atuam como agentes invisíveis ou auxiliares na orientação dos governos mundiais, como cientistas, artistas, filósofos, inventores, pensadores… Eles ajudam a promover um maior avanço da cultura nas áreas da arte, ciência, espiritualidade ou filosofia religiosa.
A Ordem Rosacruz consiste em doze Irmãos Maiores, ao redor de Christian Rosenkreuz, e um desses Irmãos está especificamente conectado à Fraternidade Rosacruz, porque ela é uma Escola preparatória para a Escola de Mistérios Rosacruz, nos planos internos: a Ordem Rosacruz.
É por isso que na Fraternidade Rosacruz nós aprendemos a importância do desenvolvimento de uma Mente sã, de um Coração nobre e de um Corpo são, bem como o treinamento diário e completo para o desenvolvimento do Corpo-Alma, que chamamos de Dourado Manto Nupcial, e é necessário à transição para uma vida consciente nos planos internos. Por analogia, imagine o Corpo-Alma como o traje espacial do astronauta. Esse Corpo-Alma é usado para viajar por uma região diferente, um mar invisível de energia que nos cerca, mas do qual, nesse momento, temos muito pouca percepção.
Para compreender melhor a necessidade de nos aplicar o máximo possível agora, nessa vida, nesse momento, a construção do Corpo-Alma, vamos falar sobre as Épocas anteriores a atual, a Época Ária. Seguindo a Época Lemúrica, passando pela aquosa Atlântida, quando a atmosfera tinha muita água e estávamos respirando por meio de órgãos semelhantes as guelras, dos peixes atuais, precisamos construir pulmões. Várias inundações atlantes precipitaram a água dos oceanos e, então, precisamos respirar ar fresco. As inundações vieram em uma série. Não houve apenas uma inundação; houve uma série delas, durante um longo período de tempo. A última inundação data de cerca de 10.000 anos (contando, como base, a maneira do tempo atual), quando o Sol estava cruzando, por Precessão dos Equinócios, o Signo de Câncer.
Então, esses foram os pioneiros da Época Ária, a Época atual. Eles se reuniram e subiram nas montanhas, acima das névoas e da água; eles já tinham desenvolvido os pulmões e podiam respirar o ar rarefeito. Contudo, as pessoas que viviam nas terras baixas ainda estavam na atmosfera aquosa e tiveram que aprender a construir pulmões, porque ainda respiravam por órgãos parecidos como guelras. Quando as várias séries de inundações se tornaram raras, aqueles que não construíram os pulmões não sobreviveram. No momento, ainda temos 85% de água em nossos Corpos Densos, mas quando entrarmos na Era de Aquário, daqui a 500 anos, aproximadamente, a água finalmente evaporará e será substituída por Éteres. Aqueles que não treinaram seus Corpos Vitais não serão capazes de sobreviver na superior atmosfera etérica da Era de Aquário. Portanto, é importante que desenvolvamos nossos Corpos Vitais agora, focando na construção do Corpo-Alma.
E quem nos fornece todo o conhecimento e a técnica para tal são os Irmãos Maiores, ou seja, eles fornecem o Treinamento Esotérico preciso e necessário para cada geração de buscadores ocidentais que enfatizam a construção de um Corpo Vital superforte. Os Irmãos Maiores trabalham muito para superar os efeitos destrutivos do materialismo, da nacionalidade, da ganância, do egoísmo e do pensamento negativo. Todas as noites, à meia-noite, eles realizam o serviço religioso da meia-noite, no templo etérico da Ordem Rosacruz. Eles atraem esses tipos de energias negativas a fim de transmutá-las em amor puro, benevolência, altruísmo, positivismo e alta aspiração espiritual que eles eventualmente enviam de volta ao mundo para elevar e encorajar todo o bem. Se não fosse por suas poderosas vibrações espirituais, as forças do materialismo já teriam esmagado todos os esforços espirituais.
Portanto, é imperativo que os ajudemos, aprendendo a fazer esse trabalho — que os ajudemos fazendo o trabalho nós mesmos —; ou seja, praticando em nossa vida diária os princípios positivos que eles nos ensinam. Então, toda vez que você se notar tendo um pensamento negativo, você tem que parar e pensar sobre isso. Você deve fazer um retrospecto e ver como pode mudá-lo, enfatizando o que é mais construtivo. Quando se depara com situações em que as pessoas lhe fazem algo ruim e você começa a nutrir ressentimentos e sentimentos ruins, examine isso, porque o deixa doente, de qualquer maneira. Não só destrói seus Éteres, como queima sua energia interior; assim, é importante aprender a perdoar, aprender a praticar os princípios de Cristo, porque todos os princípios de Cristo são princípios alquímicos que mudam as energias internas e externas. Tudo o que fazemos tem um efeito. Se você tem um pensamento, esse pensamento afeta suas funções internas e, também, afeta seu ambiente. Ele afeta sua aura, é claro, mas também afeta o solo, as energias ao seu redor e as outras pessoas.
A mesma coisa é válida para os seus sentimentos. Se você tem sentimentos negativos por coisas com as quais tem dificuldade em lidar emocionalmente, você precisa se concentrar nelas para buscar uma solução, uma forma de transmutar os sentimentos negativos em algo mais construtivo. É o trabalho da alquimia. É um processo consciente que exige certa quantidade de esforço.
O mesmo vale para suas intenções e seus motivos. Quais são seus motivos? Eles são universais? Você está tentando fazer algo de bom para o todo ou está apenas se apegando a si mesmo, querendo unicamente ajudar a si próprio? Se for esse o caso, você tem que repensá-los, porque estamos todos no mesmo barco — um único Planeta onde tudo o que fazemos afeta todos os outros.
Se começarmos a gerar pensamentos positivos, sentimentos positivos, intenções positivas e, por consequência, geramos ações positivas, vamos mudar nosso Planeta e torná-lo um mundo melhor para todos. Não apenas devemos nos esforçar para praticar essa filosofia positiva, mas também devemos sair e ensiná-la ao mundo.
Ao contrário de outros, não fazemos proselitismo. Tudo o que precisamos fazer é ser um exemplo daquilo em que acreditamos. Quando mostramos, por meio de nossas próprias obras, os princípios da nossa Filosofia, estamos na verdade ensinando. Devemos ser exemplos vivos daquilo em que acreditamos. Devemos educar o mundo sobre como viver a vida, um modo de vida positivo que não faz mal a pessoa alguma, que respeita toda forma de vida, que nutre o Planeta, que protege seus recursos, que ensina a amar e respeitar os irmãos e irmãs. Quando digo irmãos e irmãs, não me refiro apenas a irmãos e irmãs humanos. Também quero dizer nossos irmãos animais, nosso respeito pelo Reino vegetal e pela própria Terra, o reino mineral. Devemos colocar em prática o princípio cósmico de amor e compaixão universais que o Cristo nos deu há mais de 2.000 anos. À medida que a Era de Aquário se aproxima na Terra, quando então uma Idade de Ouro, de vida consciente e luz espiritual desabrochará, aboliremos todas as guerras e eliminaremos as doenças. Homens e mulheres de boa vontade devem compartilhar o amor e a paz por 1000 anos.
É nossa responsabilidade cuidar da Terra e do seu povo; nós somos os guardiões dos nossos irmãos e irmãs. Devemos praticar o amor conforme ensinado por Jesus Cristo, em atos e em verdade, não apenas em palavras; devemos nos empenhar pela fraternidade universal.
(Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz – uma palestra proferida na Pro-Ecclesia em 9/agosto/2009 por um Probacionista e traduzida pela Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
A parte do Corpo Vital formada pelos dois Éteres superiores, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, é a que podemos chamar de Corpo-Alma; quer dizer, ela é a que está mais intimamente ligada ao Corpo de Desejos e a Mente e, também, a mais receptiva ao toque do Espírito do que se acha a parte formada pelos dois Éteres inferiores.
O Corpo-Alma é o veículo do intelecto, e responsável por tudo que faz do indivíduo, um ser humano.
Nossas observações, nossas aspirações, nosso caráter, etc., são devidos ao trabalho do Espírito nesses dois Éteres superiores, que se tornam mais ou menos luminosos de acordo com a natureza de nosso caráter e hábitos.
Outrossim, do mesmo modo que o Corpo Denso assimila partículas de alimento e assim adquire carne, os dois Éteres superiores assimilam nosso bem agir durante a vida e assim também crescem em volume.
De acordo com nossos feitos nessa vida atual, aumentamos ou diminuímos desse modo à bagagem que trouxemos ao nascer.
Se nascermos com um bom caráter, expresso nesses dois Éteres superiores, não nos será fácil mudá-lo porque o Corpo Vital tornou-se muito, muito firme durante as miríades de anos em que o desenvolvemos.
Por outro lado, se fomos frouxos, negligentes e indulgentes em relação aos hábitos que consideramos maus, se formamos um mau caráter em vidas anteriores, aí vai ser difícil superá-los porque isso estabeleceu a natureza do Corpo Vital, e anos de constante esforço serão precisos para mudar sua estrutura.
É por isso que os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental afirmam que todo desenvolvimento místico tem início no Corpo Vital.
Cada vez que prestamos serviço a alguém nós aumentamos o brilho de nosso Corpo-Alma.
É o Éter de Cristo que atualmente movimenta o nosso globo, e é bom lembrar que se desejamos um dia trabalhar pela Sua libertação, precisamos que um número suficiente desenvolva seus Corpos-Alma ao ponto em que eles possam fazer a Terra flutuar. Então, poderemos carregar Seu fardo e libertá-Lo da dor da existência física.
A Parábola do Banquete Nupcial é muito bem aplicada nesse contexto:
“O Reino dos Céus é semelhante a um rei que celebrou as núpcias do seu filho. Enviou seus servos para chamar os convidados para as núpcias, mas estes não quiseram vir. Tornou a enviar outros servos, recomendando: ‘Dizei aos convidados: eis que preparei meu banquete, meus touros e cevados já foram degolados e tudo está pronto. Vinde às núpcias’. Eles, porém, sem darem a menor atenção, foram-se, um para o seu campo, outro para o seu negócio, e os restantes, agarrando os servos, os maltrataram e os mataram. Diante disso, o rei ficou com muita raiva e, mandando as suas tropas, destruiu aqueles homicidas e incendiou a cidade. Em seguida, disse aos servos: ‘As núpcias estão prontas, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às encruzilhadas e convidai para as núpcias todos os que encontrardes’. E esses servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons, de modo que a sala nupcial ficou cheia de convivas. Quando o rei entrou para examinar os convivas, viu ali um homem sem a veste nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem a veste nupcial?’ Ele, porém, ficou calado. Então disse o rei aos que serviam: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o fora, nas trevas exteriores. Ali haverá choro e ranger de dentes’. Com efeito, muitos são chamados, mas poucos escolhidos”. (Mt 22:2-14 Lc 14:20-24)
Que as Rosas floresçam em vossa cruz
Atualmente, vivemos com a tendência de repetir o mal das vidas passadas, mas devemos aprender a agir com retidão, conscientemente, e por vontade própria.
Tais tendências tentam-nos eventualmente, proporcionando-nos oportunidades de autodomínio e de inclinação para a virtude e a compaixão, opondo-nos à crueldade e ao vício.
Mas, para indicar a ação reta e ajudar-nos a resistir às ciladas e aos ardis da tentação, temos o sentimento resultante da purificação dos maus hábitos e da expiação dos maus atos das vidas passadas. Se ouvimos e atendemos sua voz e evitamos o mal que nos incita, a tentação cessa. Então, nos libertamos dela para sempre. Se caímos, experimentamos um sofrimento mais agudo do que o anterior, porque o destino do transgressor é muito duro até que aprenda a viver pela regra de ouro.
O exercício noturno da Retrospecção, um dos exercícios para o nosso treinamento esotérico, tem como objetivo a purificação, como ajuda ao desenvolvimento da visão espiritual.
Por outro lado, devemos sempre nos lembrar que Cristo limpou os “pecados do mundo” e não de cada um de nós (ninguém tem essa capacidade, a não ser cada um de nós para com os nossos pecados) e ao fazer essa purificação, devemos a Ele a possibilidade de atrair para os nossos Corpos de Desejos matéria emocional mais pura do que antes (e é por aqui que começamos a nos purificar: não pecando mais!).
Tenha sempre consigo a seguinte verdade Crística: “a Religião Cristã é a única que tem a finalidade da união com Cristo, pela purificação e governo do nosso Corpo Vital”.
Outro exercício esotérico muito importante para o Estudante Rosacruz fazer é a Oração do Senhor (Pai Nosso) que é como uma fórmula abstrata ao melhoramento e purificação de todos os seus veículos. Ela é uma das ajudas espirituais no progresso humano.
Ao falar de sua purificação, São João (IJo 3:9) diz que aquele que nasce de Deus não pode pecar, porque guarda dentro de si a sua semente.
Também, nunca esqueçamos: as tentações são colocadas em nosso caminho para avaliarmos se a purificação foi suficiente para ensinar-nos as lições necessárias, e só dependerá de nós entregarmo-nos às tentações ou permanecer firmes e fortes na prática do bem!
A Parábola da pérola preciosa ilustra muito bem o que realmente purifica e o que não purifica o ser humano sob a nova Dispensação, o Cristianismo: não são as circunstâncias, mas a substância, ou seja, a pureza do ser humano vem de dentro.
“Em seguida, chamando para junto de si a multidão, disse-lhes: “Ouvi e entendei! “Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas o que sai da boca, isto sim o torna impuro”. Então os discípulos, acercando-se dele, disseram-lhe: “Sabes que os fariseus, ao ouvirem o que disseste, ficaram escandalizados?”. Ele respondeu-lhes: “Toda planta que não foi plantada por meu Pai celeste será arrancada. Deixai-os. São cegos conduzindo cegos! Ora, se um cego conduz outro cego, ambos acabarão caindo num buraco”.
São Pedro, interpelando-o, pediu-lhe: “Explica-nos a parábola”. Disse Jesus: “Nem mesmo vós tendes inteligência? Não entendeis que tudo o que entra pela boca vai para o ventre e daí para a fossa? Mas o que sai da boca procede do coração e é isto que torna o homem impuro. Com efeito, é do coração que procedem más intenções, assassínios, adultérios, prostituições, roubos, falsos testemunhos e difamações. São essas coisas que tornam o homem impuro, mas o comer sem lavar as mãos não o torna impuro”. (Mt 15: 10-20)
Que as Rosas floresçam em vossa cruz
Quando alguém morre durante uma discussão ou com um sentimento de raiva e vingança no coração, permanecerá durante algum tempo unido àquele ou àquela contra quem era dirigida sua raiva. Com frequência, tal Espírito desencarnado influencia uma alma negativa que ainda se encontre no Corpo Denso e que é impelida a executar uma vingança e a cometer um crime que a alma desencarnada deseja.
No futuro, quando a humanidade estiver mais iluminada e os juízes, advogados e jurados tiverem mais fé e conhecimento a respeito da vida após a morte, não condenarão um criminoso à morte, mas compreenderão que o assassino que é executado, sem um ambiente apropriado para rever o panorama da vida e a subsequente gravação no Átomo-semente, é arremessado sem preparo no Mundo do Desejo e aí poderá ser uma ameaça maior para a sociedade do que quando ainda no Corpo Denso, porque, então, será como uma fera selvagem solta de sua jaula. Terá mais liberdade para prosseguir sua vida de crime, embora invisível àqueles que “têm olhos, mas não veem”.
Se as autoridades, em vez de abrirem a jaula e libertarem o animal, procurassem domá-lo (se o colocassem em uma instituição onde pudesse ser ensinado a viver uma vida melhor), estariam livrando outros de cometerem crimes enquanto estivessem sob a influência do ódio desses espíritos invisíveis, apegados à Terra e ainda cheios de desejos. A pena capital, em vez de impedir, na realidade, promove o crime.
A humanidade está atualmente horrorizada com a onda de crimes que se espalha pelo mundo. Nenhum país está livre dessa realidade e a violência é encontrada principalmente nas grandes cidades. As autoridades estão tomando as maiores precauções para proteger os cidadãos, mas pouco têm conseguido. Nunca o crime foi cometido com tanta audácia, com tanta ganância, mulheres são violentadas, jovens desaparecem e ninguém mais ouve falar deles e o mundo encontra-se desorientado sem saber o que fazer para evitar essas coisas.
Pergunta-se com frequência: “Qual é a causa dessa degeneração?”. O ocultista pode dar a razão. Ele vê a condição no Mundo do Desejo. Sabe que a parte inferior desse Mundo está cheia de Espíritos apegados à Terra, presos ao plano físico, pessoas que perderam suas vidas durante situações em que estavam possuídos de ódio, raiva, cólera e/ou vingança (seja qual situação em que se encontravam, achando que tinham razão para tal ou não). Essas pessoas indignas estavam cheias de ódio e concupiscências quando, subitamente, foram arrebatadas para a outra vida. Tais almas ainda se apegam a seus desejos inferiores, procurando satisfazê-los.
Neste Mundo do Desejo estão também muitos Espíritos puros que compreendem essas condições, que permanecem nessas Regiões inferiores (enquanto puderem) com o propósito expresso de trabalharem com os mais fracos, ensinando-os e procurando guiá-los por caminhos mais puros. Mas, da mesma forma como, por exemplo, os que trabalham nas favelas, comunidades e outros locais onde há grandes necessidades materiais de uma grande cidade, no mundo material, só podem atingir determinado número de pessoas, assim também os Auxiliares Invisíveis só podem alcançar um número limitado de Espíritos. Muitas almas puras e altruístas, que ainda se encontram no Corpo Denso, também estão trabalhando amorosamente e ajudam esses trabalhadores invisíveis, enquanto estão fora do corpo adormecido. Esse é o campo de trabalho no qual os Probacionistas da Fraternidade Rosacruz são muito ativos. Eles fazem trabalhos filantrópicos nessas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo. Não permanecem até altas horas da noite em divertimentos ou leituras levianas, mas deitam-se cedo, não desperdiçam seu tempo com “sonhos inúteis” enquanto adormecem, mas estão ativamente empenhados em ajudar os que necessitam.
No entanto, se um Espírito com más intenções conseguir satisfazer seu desejo influenciando uma alma mais fraca ou alguém que, aqui, era um Clarividente involuntário, através do qual possa alimentar sua natureza inferior, ele levará mais tempo para superar seus desejos, e permanecerá apegado à Terra até que esteja totalmente purgado. Se uma pessoa morrer antes de ter dominado sua natureza inferior (cheia de materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo), viverá entre seus semelhantes por algum tempo para satisfazer seu gosto pela bebida, pelo fumo, pelo dinheiro, pelo apego às coisas materiais e até por sangue. Mesmo o sensualista poderá procurar e obter satisfação influenciando outros, de maneira que, através deles, possa obter uma satisfação indireta.
Da mesma forma que o Espírito se desprende do seu Corpo Denso terreno naquilo que se chama morte, ele também se descarta de um envoltório mais fino chamado Corpo de Desejos, quando tiver concluído sua experiência no Mundo do Desejo. Então, passa para o Segundo Céu.
A “concha” do desejo descartada do assassino ou do sensualista, leva mais tempo para se desintegrar do que o da alma adiantada. A concha ou Corpo de Desejos descartado, dentro do qual ele construiu uma consciência separada, é atraída para aqueles com quem o Ego estabeleceu laços, aqueles com quem se associou, enquanto se encontrava no Corpo Denso. Essas “conchas” podem ser usadas por elementais que se prenderão a um Clarividente involuntário e se apresentarão como Lincoln, Gladstone, ou alguma pessoa famosa que, sem dúvida, já terá passado para o Segundo Céu há muitos anos. Para ilustrar melhor como esses elementais iludem o Clarividente involuntário, sem que esse suspeite disso, vamos relatar um fato. Max Heindel, enquanto vivia em seu Corpo Denso, alertava constantemente seus leitores contra a Clarividência involuntária ou negativa, indicando seus perigos, mas, desde que passou para a vida mais elevada, muitos Clarividentes involuntários alegaram ter recebido mensagens dele em inúmeras ocasiões. Não há dúvida que mensagens foram recebidas, cujos remetentes alegavam ser Max Heindel, mas eram, certamente, de entidades inferiores e não de um Espírito puro que tão fortemente se opôs à Clarividência involuntária ou negativa.
Falando dos elementais, devemos mencionar uma outra classe de entidades que se apossam de um Corpo Denso quando a oportunidade se apresenta. Encontram suas vítimas entre estudantes inexperientes de ocultismo, que tentam deixar o Corpo Denso. Enquanto se encontram fora, e talvez a alguma distância do corpo, se deixados sem proteção de um ser espiritual, muitas vezes são possuídos por uma dessas criaturas vis. Nossos manicômios estão cheios desses pobres infelizes.
Nos últimos anos, os jornais relataram muitos casos em que pessoas vagaram longe de casa e, após meses e até anos, foram encontrados usando outro nome, em um país longínquo, aparentemente vivendo uma vida dupla. Durante esse período esqueceram-se totalmente de sua vida anterior. Esse é um outro caso de obsessão, em que um Espírito apegado à Terra fica tão determinado a voltar à vida terrena, que usa a primeira oportunidade que se apresente para tomar posse do corpo de outra pessoa, expulsando-a de seu veículo. Muitos casos desse tipo de obsessão são encontrados entre os assim chamados loucos ou insanos.
Em casos desse tipo, o Ego, o proprietário real, segue seu Corpo Denso e permanece com ele, embora invisível aos olhos físicos, esperando a primeira oportunidade para recuperar o que lhe foi roubado. Quando é bem-sucedido, imediatamente lembra sua Personalidade perdida, mas o intervalo entre a hora em que saiu de seu lar e seu retorno a ele, é um vazio. Não traz consigo qualquer recordação daquele período.
O leitor pode perguntar: O que podemos fazer para proteger-nos contra a obsessão? Simplesmente manter uma atitude positiva da Mente, pois temer alguma coisa é atraí-la. Não devemos participar de grupos que promovam a Clarividência involuntária ou negativa buscando desenvolvimento e nunca procurar esse desenvolvimento usando exercícios respiratórios fornecidos por escolas orientais ou cristalomancia.
Os passatempos mais perigosos e sutis, entre todos os que atraem essas entidades invisíveis são a mesa que gira, a prancheta e a escrita automática, quando as pessoas que se sentam à espera de mensagens ignoram as condições existentes no Mundo do Desejo. O Clarividente involuntário tem, por vezes, algum conhecimento de seus visitantes desencarnados, muito embora não suspeite da má natureza dos que, através dele, se comunicam, acreditando serem amigos queridos, Anjos, a quem de boa vontade cede seu corpo para o trabalho negativo. Mas, a jovem sensível e emotiva que se diverte e a seus amigos, em total ignorância dos perigos envolvidos nessas experiências, atrai prontamente essas entidades indesejáveis, porque abriu a porta e convidou-as a entrar.
O suicida, a pobre alma que, através do desânimo, destrói seu Corpo Denso, é um dos mais aflitos espíritos apegados à Terra. Destruiu o templo que era o lugar de morada do Deus vivo.
A pessoa, durante sua vida terrena, está preparando o material com o qual construirá a matriz ou o arquétipo do corpo que deverá usar em sua próxima vida. Órgão após órgão é fortalecido ou enfraquecido por seus atos na vida atual. Mal sabe que seus excessos e abusos se refletirão mais tarde, isto é, carregará consigo em vidas futuras um corpo enfraquecido como resultado disso, enquanto uma vida casta e simples construirá um corpo sadio. “O homem colherá aquilo que semear.”
O Ego, após ter assimilado todas as experiências obtidas na vida passada, estará mais uma vez pronto a descer à matéria. Construirá, então, o arquétipo com o material que tiver sido reunido, assim como o quadro mental de um edifício é preparado pelo arquiteto antes que comece a erguer a estrutura. Da mesma forma, o Ego constrói seu próximo templo formando seu Arquétipo criador no Segundo Céu ou na Região do Pensamento Concreto, com o auxílio das Hierarquias Criadoras. A duração da vida é determinada pela força que o Ego coloca nesse Arquétipo. Ele começa a vibrar mesmo antes que seja envolvido pelo Corpo Denso e instila nesse uma vida que irá durar um determinado número de anos. Como mencionado anteriormente, a duração da vida no Corpo Denso foi preestabelecida pelo Ego com o auxílio das Hierarquias Criadoras antes do nascimento, mas o Ego pode, por uma vida pura e simples, prolongar esse tempo, como pode, por uma vida só de sensações e oportunidades negligenciadas, encurtar essa duração. Só a morte, que ocorre quando expira o tempo de vida determinado, pode interromper o sonoro movimento vibratório do Arquétipo que foi construído. O suicida interferiu com o curso da natureza. Ele, por falta de força de vontade para aprender as duras lições da vida, procura esquivar-se e destrói seu veículo, mas descobre que, após entrar no estado além da morte, está tão vivo quanto antes e que não pode cessar aquela vibração sonora. O Arquétipo deve viver o tempo de vida que lhe foi destinado, mas, tendo sido igualmente destruídos sua expressão natural e a passagem para a energia instilada dentro dele, ainda assim continua reunindo material que o Ego agora é incapaz de assimilar ou gastar, desprovido que está de um Corpo Denso. Assim, a existência do Ego nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo é muito desagradável. Ele fugiu do sofrimento, mas encontrou-o mais perto de si e deverá suportá-lo até a hora marcada para a morte natural do Corpo Denso. Somente aí, o Arquétipo se desintegra e o Espírito é libertado, para passar para o Primeiro Céu.
Podemos ver que a morte não transforma uma pessoa, da mesma forma que um pecador não se transforma em santo por despir sua veste exterior. O que a pessoa semeou durante sua vida terrena, deverá colher um dia, em algum lugar, mas tem a oportunidade de se arrepender e de purgar-se de seus pecados enquanto estiver na parte inferior do Mundo do Desejo. Ela pode até desejar permanecer naquelas Regiões após a morte, atormentando outros, voltando sempre aos lugares que o atraíam durante sua vida terrena. Pode ainda roubar alguma alma negativa de seu Corpo Denso mediante a obsessão, a fim de continuar sua vida de pecado e, assim, satisfazer seus desejos inferiores. “Os moinhos de Deus moem lentamente, mas moem extraordinariamente bem”. Algum dia, ela terá que pagar pelas ofensas cometidas, algum dia, por meio do sofrimento e da aflição, deverá purgar-se de todos os pecados e encontrar seu Criador em seu corpo espiritual purificado.
(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de São Paulo-SP de julho-agosto-setembro 2008)