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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Luz Mística

Max Heindel diz-nos que os Ensinamentos Rosacruzes objetivam o desenvolvimento da nossa Mente e do nosso Coração, de modo igual, fornecendo todas as explicações de tal maneira que a Mente esteja pronta a aceitá-las e, então, o Coração fique possibilitado quanto ao âmbito do trabalho em relação ao material recebido.

Caso o amigo leitor leia um capítulo do Livro O CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS, ou qualquer outro trecho de nossos livros; medite a respeito e considere-o razoável como explicação, e depois é melhor largá-lo e esquecê-lo por completo, uma vez que empregou apenas o intelecto e não o Coração!

Devemos tentar SENTI-LA, porque o sentimento é função do Coração. Devemos procurar visualizar as diversas coisas e matérias absorvidas no que lemos na literatura da Fraternidade Rosacruz. Desse modo podemos, então, vivenciá-las de modo que as mesmas se tornem partes integrantes de nós próprios.

Será muito difícil convencer a outrem a respeito dos ensinamentos da Fraternidade Rosacruz, a menos que possamos provar-lhes serem o melhor meio de vida.

Em nossa civilização, o abismo que separa a Mente e o Coração abre-se profundo e largo. À medida em que a Mente voa de descoberta a descoberta nos domínios da ciência, a separação torna-se cada vez mais profunda e ampla, e o Coração é deixado cada vez mais para trás. Somente quando se puder manter a cooperação entre Mente e Coração, sem desvios, quando cada qual possa ter o completo campo de ação, nunca praticando violência contra outro e quando ambos possam sentir-se satisfeitos, somente então atingiremos a elevada e verdadeira compreensão de nós mesmos e do mundo do qual fazemos parte.

Eis aqui uma observação admiravelmente feita por Max Heindel: “Falando-se genericamente pode-se dizer que todas as pessoas do Mundo Ocidental pertencem à Escola de Sabedoria Ocidental, dos Rosacruzes, sendo que cometem um erro quando se esforçam em participar de uma escola que pertença ou ensine a filosofia Oriental”.

A Ordem Rosacruz foi estabelecida particularmente para aqueles cujo alto grau de desenvolvimento intelectual os fez repudiarem o Coração, uma vez que o intelecto exige uma explicação lógica de tudo — o mistério do mundo e a questão da vida e da morte.

Contudo, o conhecimento intelectual é por si só, apenas um meio para um certo fim. Destarte, os Ensinamentos Rosacruzes visam, em primeiro lugar, satisfazer o Aspirante ao conhecimento de que tudo no universo é razoável, vencendo-se assim o intelecto rebelde. Quando ele cessar de criticar, estará pronto para aceita, provisoriamente, como PROVAVELMENTE verdadeiro, enunciados que não podem ser verificados imediatamente; então, e não até, então, o treinamento esotérico será eficaz no desenvolver as mais elevadas faculdades pelas quais o ser humano transita da fé até o conhecimento de primeira mão.

A todos os que tencionarem dar os primeiros passos em direção ao conhecimento superior, caso as orientações fornecidas sejam inteiramente seguidas, deve ser ministrada completa confiança, como força destinada a cumprir a sua finalidade; segui-las com pouca vontade seria sem proveito, quaisquer que fossem. A descrença mata até a mais bela flor produzida pelo Espírito.

A ideia geral da Iniciação é a de que se trata meramente de uma cerimônia que torna alguém um membro de uma sociedade secreta — de que ela poderá ser conferida a qualquer um que deseje pagar um certo preço, uma soma monetária na maioria dos casos. Embora isso seja verdade em relação às assim chamadas iniciações de ordens fraternais e também na maioria das ordens pseudo-ocultistas, trata-se de uma ideia completamente errônea quando aplicada à Iniciação a vários graus de Irmandades verdadeiramente ocultas. Uma pequena compreensão das reais necessidades e de sua racionalidade tornará isso bastante claro, rapidamente.

Em primeiro lugar não há uma chave de ouro para o Templo — o mérito conta, porém não o dinheiro. O mérito não é adquirido em um dia; é o produto acumulado das boas ações do passado. O candidato costumeiramente está totalmente inconsciente de ser um candidato; comumente vive a sua vida na comunidade, servindo aos seus colegas durante dias e anos sem qualquer pensamento ulterior, até que certo dia aparece em sua vida o Mestre, um Hierofante dos Mistérios Menores, adequado ao país no qual residia. Nessa época o candidato terá cultivado dentro de si certas faculdades, armazenado certos poderes destinados ao serviço e auxílio, dos quais ele frequentemente não tem consciência ou os quais não sabe como utilizar adequadamente.

A missão do iniciador é a de mostrar ao candidato as faculdades latentes, os poderes adormecidos e de iniciá-lo no uso dos mesmos. Explica e demonstra-lhe PELA PRIMEIRA VEZ como ele poderá despertar a energia dinâmica. Certamente que isso nunca deverá ocorrer até que o necessário desenvolvimento interior tenha sido acumulado, do mesmo modo que o puxar de uma trava não poderá provocar uma explosão em um canhão que não tenha sido carregado anteriormente. Nem há qualquer perigo de que o Mestre possa não atender alguém que tenha atingido o desenvolvimento necessário. Cada ação boa e não egoística aumenta enormemente a luminosidade da aura do candidato e, tão certo quanto o imã atrai a agulha, assim o brilho dessa luz áurica trará o Mestre.

O Livro da Revelação fala do Altar Dourado. O Altar Dourado poderá muito bem simbolizar os nossos corações guiados pelo ouro do Sol e o turíbulo é, na verdade, o nosso serviço amoroso, desprendido, em benefício da humanidade; o incenso, a essência desse serviço que ascende de todo ao trono de Deus e poderá eventualmente atrair o Mestre.

No 4.º capítulo da Revelação, figura: “Diante do trono estavam quatro bestas cheias de olhos dianteiros e traseiros. E a primeira besta era como um leão, a segunda como um bezerro, a terceira parecida com um homem, a quarta como uma águia voadora”. Aqui temos os Signos Fixos: Leão, Touro, Aquário e Escorpião; cada um deles, em tempos remotos, incluía o Signo anterior e o posterior a ele, como nos diz a escritura: com olhos dianteiros e traseiros. Cada Signo Fixo tem um Signo Cardeal antes dele e um Signo Comum lhe seguindo imediatamente.

Um estudo do Tabernáculo no Deserto mostra que isso é um meio de Iniciação. As decorações do Tabernáculo estão colocadas de tal modo que descrevem uma cruz. Trata-se da cruz na qual, nas palavras de Platão, o Iniciado, a Alma Mundana, é crucificada. É o corpo de um ser humano que quando em pé e de braços distendidos, forma uma cruz, cruz esse à qual se prende o Espírito, à medida em que luta através da limitação da matéria, para despertar e desenvolver os poderes divinos latentes dentro de si.

No plano desta Terra, o ser humano é um peregrino, não tendo um lugar de habitação permanente. Trata-se de um plano no qual as experiências são acumuladas, cujos resultados dão-nos a força e a sabedoria que possibilitam o retorno à casa de nosso Pai. A natureza migratória do ser humano está indicada pela natureza portátil de Tabernáculo. Os bordões com os quais a Arca, o seu objeto mais precioso, foi carregada, nunca foram retirados dele. Estiveram posicionados para prestarem serviço a qualquer momento, quando os Israelitas viajassem em direção à Terra Santa – o celestial (mundo).

São Paulo refere-se ao Tabernáculo como sendo o “Símbolo das boas coisas que virão”. Observe-se que o Velho sempre antecipa o Novo.

O Tabernáculo era uma tenda retangular, montada no lado ocidental de uma câmara, cobrindo cerca de três vezes a área do próprio santuário. O Tabernáculo foi dividido em duas secções chamadas de Câmara Interna e Santo dos Santos; a área fechada, na parte exterior, era a Câmara Exterior. As três divisões foram estipuladas de acordo com os três passos que conduzem da primeira indagação relativa à vida espiritual à aceitação da disciplina, do treinamento e da purificação que pertencem ao caminho estreito do Probacionista, até que finalmente seja atingido o estado de iluminação interior. As três divisões correspondem também às massas indiferentes, não meditadoras, os desvendadores sérios e esforçados, e os mestres que tenham conseguido a superação e atingido a Iniciação. Dentro desse Santuário o Deus trino chega para habitar com o ser humano. Neste Tabernáculo com três poderes, o ser humano Trino: Corpo, Alma e Espírito chega para comungar com o seu Criador.

Até mesmo os números contidos nas especificações de construção do Tabernáculo oferecem chaves com as quais se pode abrir os Mistérios do Templo. Existem símbolos e véus, que encobertam segredos inestimáveis aos curiosos e indignos, porém os revela aos que, através de uma busca sincera, ganham acesso a seus tesouros de vida e de luz.

Adentrando-se na Câmara Exterior no lado oriental, o primeiro objeto encontrado foi o Altar dos Sacrifícios. Nesse Altar dois cordeiros eram sacrificados diariamente, um pela manhã e o outro à noite. Era especialmente prescrito de que fosse uma “oferenda contínua”, através das gerações “na porta da tenda de encontro”. O caminho foi aberto, graças ao sangue do Cordeiro, no adorador, para prosseguir e adentrar no local Santo; graças no sangue do Cordeiro, foi aberto o caminho, para toda a humanidade, a fim de recuperar o seu estado perdido e retornar ao Pai. Novamente a simbologia da Antiga Dispensação é idêntica à da Nova e o significado também é o mesmo. O sacrifício animal que deve ser efetuado quando da primeira entrada na Câmara, representa as propensões bestiais que devem ser sacrificadas nos fogos da purificação antes de se progredir no caminho estreito, se possível. E, como os sacrifícios sobre o Altar dos Sacrifícios eram animados por um fogo que não era feito pelo ser humano, porém descia do alto, assim as paixões físicas devem ser purificadas pelos fogos da aspiração, que se originam dentro do Espírito desperto.

Fisiologicamente, isto ocorre no centro sagrado da geração, na terceira divisão inferior do corpo. O trabalho de regeneração começa, adentrou-se no caminho da vida do espírito.

Entre o Altar de Bronze e o Tabernáculo ficava o Lavabo da Purificação no qual os sacerdotes se lavavam. Somente o puro de Coração poderá ver a Deus. Assim, foi feita a provisão na câmara exterior, para uma adequada preparação, pelo fogo e pela água, para se adentrar no Local Santo. A natureza foi limpa; as forças corporais foram erguidas a partir do centro localizado na base da espinha, e levadas para cima através do Plexo Celíaco, até os centros do Coração e da garganta. O que busca a luz ficou, então, habilitado a entrar no Local Santo, a sala a leste do Tabernáculo.

Antes da cortina, que cobre o Santo dos Santos, ficava o Altar do Incenso, à direita do qual ficava a Mesa dos Pães da Proposição, e, a esquerda dessa o Candelabro de Ouro, com sete braços.

O Altar do Incenso que ficava no centro do santuário, representava o Coração, o verdadeiro centro de nossa vida. É governado pelo dourado Sol e é para o corpo aquilo que o centro solar representa para nosso sistema planetário.

Os doze pães da proposição, ázimos, sobre a Mesa, representam as doze qualidades ou atributos de caráter que foram armazenados através de muitas vidas, sob a tutela das Escolas Celestiais do Zodíaco. O incenso que foi posto nos doze pães e queimado pelo sacerdote (ou eu superior), como oferenda ao Senhor, significa a agradável fragrância que emana de uma alma consagrada e desenvolvida.

O Candelabro de sete braços simboliza os sete centros do corpo que, quando despertados para a atividade, aparecem a uma vista espiritual como sendo muitos vórtices de luz. Estas luzes foram alimentadas com “azeite puro de oliva”, uma substância que simboliza as forças no corpo do ser humano regenerado.

Da Câmara Interior, o caminho estreito leva ao santuário mais interno, o Santo dos Santos, onde está a Arca da Aliança. Somente o Sumo Sacerdote (o “Eu superior”) era admitido nessa câmara sagrada e ele próprio não tinha permissão de adentrá-la a qualquer tempo. Apenas uma vez por ano ele podia passar pelos recintos santos e cumprir as cerimônias prescritas pelo Senhor (lei). O Ego não habita perpetuamente no puro estado espiritual; ele não poderia fazer isso e perceber seus poderes latentes.

O Santo dos Santos representa o estado onde habita o Espírito, não condicionado pela matéria, à luz de sua natureza divina, não obscura. Nesta câmara não havia luz provinda do exterior, pois não era necessária, uma vez que o espírito iluminado havia nela penetrado.

A Arca é um símbolo da Alma; sua tampa era de ouro maciço e servia de banco de misericórdia. Nas duas extremidades deste banco estavam dois Querubins de ouro, com suas asas distendidas cobrindo a Arca preciosa. Dentro da Arca estavam as duas Tábuas da Lei, o Bastão (ou Vara) Florido de Aarão e o Pote do Maná; o Maná é o “ESPÍRITO HUMANO que desceu desde o nosso Pai do alto para uma peregrinação através de matéria e o Pote de Ouro, no qual era mantido, simbolizava a aura dourada do Corpo-Alma”.

As duas Tábuas da Lei, os Dez Mandamentos, são as forças gêmeas que operam na Ordem Cósmica as quais, quando harmonizadas na natureza do ser humano, levam-no em suas correntes até o verdadeiro Coração do Ser Infinito. O Bastão de Aarão, que floresceu, é o fogo espiritual espinhal que se levantou desde os centros na base da espinha até os localizados no topo da cabeça. Os fogos internos foram iluminados e a visão abriu-se a uma radiação que, a uma vista física, não passaria de escuridão. Somente os que tiverem atingido este estado entrarão no Santo dos Santos.

Assim como a Câmara Exterior corresponde à região pélvica do corpo, e à Câmara Interior à região torácica, assim o Santo dos Santos se correlaciona com a cabeça. Dentro dela reside o EGO, à presença divina, diante da qual ninguém pode retirar o véu. Isto fica sob o único controle do Deus habitante, o Ego, o “EU SOU”. Os órgãos da cabeça, que quando ativados, proporcionam a percepção dos Mundos espirituais, são a Glândula Pineal e o Corpo Pituitário.

Entre os Querubins descansava a Glória de Shekinah. Trata-se do centro magnético no qual há a comunicação entre Jeová e Moisés. Era para a Antiga Dispensação o que o Santo Confortador o é para o Novo.

No simbolismo maçônico, o Querubim mantinha entre eles uma pedra mística na qual estava inscrito o NOME inefável. Trata-se da pedra que os construtores rejeitaram, mas que virá a ser a pedra angular no Templo da Nova Civilização. Uma vez que o Santo dos Santos pode ser considerado como idêntico, em seu significado, com o Jardim do Paraíso, os Querubins são também os seus protetores hierárquicos. Os ritmos vibratórios destes guardiães celestiais são atuantes, principalmente, no Mundo do Espírito de Vida, ou lugar da consciência Crística. A fim de participar de seus poderes, é necessário que o ser humano eleve sua onisciência até níveis sublimes.

O significado espiritual das quatro estações sagradas, os Solstícios e os Equinócios, está incorporado no simbolismo do Tabernáculo. O Altar dos Sacrifícios, no sul, corresponde ao Solstício de Dezembro — Capricórnio. O candelabro de sete braços, a leste, correlaciona-se com a vida ressurgido e à luz do Equinócio de Março — Áries. O Santo dos Santos, ao norte, simboliza o Solstício de Junho, a Hierarquia do Querubim — Câncer. As Mesas dos Pães da Proposição, a oeste, correspondem ao Equinócio de Setembro, a época festiva da estação da colheita – Libra.

O Tabernáculo no Deserto foi a escola do mistério da Época Atlante. Conservou, em símbolo e em ritual, a Sabedoria limitada, a medida em que a humanidade passou da civilização da Época Ária.

Os Mistérios (ou as Iniciações) Menores se referem apenas à evolução da espécie humana durante o Período Terrestre. Nas três primeiras Revoluções desse Período Terrestre, em torno dos sete Globos, nós, os Espíritos Virginais da onda de vida humana, ainda não tínhamos atingido a consciência de nós próprios. Ignorávamos como nós iríamos nos tornar do modo como somos hoje. O candidato está prestes a ter esclarecimento sobre esse assunto, de modo que, pela fala dos Hierofantes durante o período da primeira Iniciação, no primeiro grau, sua consciência se volta para essa página da Memória da Natureza que traz os registros da primeira Revolução, quando recapitulamos o desenvolvimento do Período de Saturno. Ele está ainda de posse de sua consciência de todos os dias; conhece e lembra-se de fatos da vida do século XX, mas agora observa conscientemente o progresso das hostes em evolução dos Espíritos Virginais, com às quais formou uma unidade durante o Período de Saturno e sua perfeição latente, na Época Polar.

No segundo grau ele, do mesmo modo, propende a dar atenção às condições da segunda Revolução ou Revolução Solar do Período Terrestre e vigia, em plena consciência, o progresso feito durante esse tempo pelos Espíritos Virginais e também o progresso feito durante sua réplica à Época Hiperbórea.

Durante o terceiro grau ele observa o trabalho executado na Revolução Lunar e verifica como isto foi a base na Época Lemúrica.

Durante o quarto grau ele observa a evolução da última meia Revolução com o seu período de tempo correspondente em nosso estágio atual na Terra.

Na primeira metade da Época Atlante a noite da inconsciência foi ultrapassada, os olhos do Ego habitante foram completamente abertos e ele ficou capacitado a dirigir a luz da razão sobre o problema da conquista do Mundo. Foi o tempo em que o ser humano, tal como o conhecemos, nasceu pela primeira vez.

Em sistemas de Iniciação de tempos remotos, o candidato permanecia em transe profundo durante três dias e meio. Ele é então levado através do desenvolvimento inconsciente da humanidade, durante as Revoluções anteriores e, quando se diz que está desperto no momento da alvorada do quarto dia, é o modo místico de expressar que a sua Iniciação no trabalho da carreira involutiva do ser humano cessou no momento em que o Sol se ergueu acima da clara atmosfera de Atlântida. Então o candidato é saudado como “nascido pela primeira vez”.

O quinto grau leva o candidato ao fim do Período Terrestre, quando uma humanidade gloriosa estará colhendo os frutos desse Período e a afastando dos sete Globos sob os quais ela evoluiu durante cada dia da manifestação no primeiro dos cinco Globos obscuros que é a sua habitação durante as Noites Cósmicas (entre um Período e outro). A mais densa dessas está localizada na Região do Pensamento Abstrato e na realidade é o “Caos” a que se refere o CONCEITO ROSACRUZ DO COSMO.

Portanto, lembremo-nos da advertência escrita na Porta do Templo: “homem, conhece-te a ti mesmo”.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – abril/1970)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Vício da Limpeza e Higiene Corporal para Sua Saúde

O Vício da Limpeza e Higiene Corporal para Sua Saúde

Foi dito que a Limpeza está próxima da Piedade e todos parecem concordar inteiramente com isso; algumas das antigas Religiões até prescreveram certas abluções do corpo como parte dos Serviços religiosos de cada indivíduo, porque a humanidade, nos primeiros estágios da infância do seu desenvolvimento, não era excessivamente higiênica, comportando-se igual às crianças de hoje em relação ao banho e higiene. Elas preferem andar com as mãos e o rosto sujos, à provação de água e sabão, até que gradualmente adquirem o hábito e, afinal, gostem de água. Como acontece a uma criança, o mesmo ocorreu com o ser humano em tempos antigos. Ele realizou as abluções quando forçado pela ordenança religiosa e temendo a punição, caso isso fosse negligenciado. Portanto, encontramos no Tabernáculo no Deserto – a primeira igreja construída pelo ser humano, como ditada diretamente por Deus -, por exemplo, no mar fundido (ou Altar de Bronze) onde os sacerdotes eram ordenados a se lavar, antes de comparecer ao Serviço do Templo, e a penalidade por negligenciar tal dever era a morte. Ritos semelhantes prevaleceram também em outras religiões.

Mais tarde, tornou-se desnecessário exigir do ser humano a limpeza como dever religioso, porque ele a tornou como uma virtude acima de todas as outras. Com o passar do tempo, a prática se espalhou dos estratos mais altos da sociedade para os mais baixos e a limpeza do corpo tornou-se um fetiche, principalmente no mundo ocidental. Ninguém é respeitado se não tomar banho e/ou se higienizar de maneira regular, em intervalos frequentes. Obtemos respeito apenas na medida em que o nosso corpo esteja bem arrumado e bem vestido; ainda que, por dentro, esteja pior do que um sepulcro caiado e a Mente suja de impurezas.

O cuidado com os dentes também tem recebido atenção crescente e, quanto mais para o oeste, mais frequente é o uso da escova de dentes e de outros apetrechos para a higiene pessoal.

Não se pode negar que o exposto pareça muito louvável. A limpeza tem raízes na Religião e certamente só um pai estranho se alegraria ao ver seus filhos carregando sempre as marcas inevitáveis da sujeira, nas mãos, no rosto e/ou no resto do corpo, sem fazer qualquer esforço para removê-los com sabão e toalha. Também não podemos negar que muitas das doenças das quais a humanidade é herdeira estejam relacionadas a dentes defeituosos e que a falta de limpeza seja a principal causa da cárie dentária. O leitor pode, dessa forma, perguntar-se o que queremos dizer com nosso título: “O vício de limpeza”.

A resposta direta a tal pergunta é que, embora a própria limpeza seja uma virtude, ela se torna, como muitas outras coisas boas, um vício, mediante o exagero. A água é o solvente universal e, ingerida em pequenas doses, é boa; mas ingerida na hora errada, junto às refeições, por exemplo, ou de maneira excessiva, torna-se um veneno: dilui os fluidos digestivos e esfria o estômago de modo que a condição necessária ao tratamento adequado dos alimentos seja desajustada; se o hábito persistir, prejudicará a digestão permanentemente. Do mesmo jeito, quando a água é usada em excesso na parte externa do corpo ou em condições inadequadas, ela pode afetar seriamente a saúde.

Isso foi comprovado muitas vezes em nossa experiência em Mount Ecclesia. Várias pessoas que vieram aqui tinham o hábito, antes da chegada, de tomar banho duas, três e até quatro vezes por dia. Elas estavam, sem exceção, em uma condição muito grave, porque o excesso de água aplicado com toalha ou esponja esgotara a pele de sua substância gordurosa e o sistema vasomotor não conseguia operar adequadamente, fechando ou abrindo os poros conforme necessário.

Contudo, havia outro efeito causado pelo abuso de banhos, não visto ou entendido, a menos que se tivesse o conhecimento oculto necessário e visão espiritual para investigar o assunto apropriadamente. Outros podem conhecer a verdade da seguinte explicação por meio de sua própria experiência ao longo das curas pelo magnetismo.

Todos sabemos que, quando pegamos uma bateria galvânica colocamos um eletrodo dentro de uma bacia com água e seguramos o outro eletrodo com a mão, o fluxo de eletricidade através do nosso corpo torna-se bem mais forte ao pormos a outra mão na água do que quando segurarmos os dois eletrodos sem contato com a água. Quando essa evapora, suas moléculas são quebradas e cada fragmento é recolhido em um envoltório de Éter que atuará como almofada, sendo a base da elasticidade do vapor. Quando a condensação ocorre, o excesso de Éter desaparece e a água se torna líquida.

Embora a água tenha um grande anseio pelo Éter, não pode retirá-lo do ar, assim como não podemos absorver o nitrogênio, embora o respiremos continuamente. O fluido é volátil na proporção da quantidade de Éter que contém e temos um exemplo do intenso desejo da água por Éter na avidez com que ela absorve amônia anidra, um fluido tão volátil que ferve a 26 graus abaixo de zero. Isso mostra a razão por que a água causa um fluxo tão volumoso entre o eletrodo da bateria e o corpo, além de explicar muitos fenômenos, entre os quais o motivo de a umidade prestar um amplo auxílio material na transmissão de magnetismo bom, o fluido vital de quem realiza curas, ao paciente e na retirada de magnetismo ruim do corpo desse. Além do mais, é necessário e útil ao curador lavar-se em água corrente para que o Éter venenoso retirado do Corpo Vital do paciente não lhe prejudique. Quando tomamos banho em circunstâncias normais, removemos uma grande quantidade de Éter venenoso do nosso Corpo Vital, desde que fiquemos uma quantidade razoável de tempo no banho. Depois que nos lavamos, o Corpo Vital torna-se um pouco atenuado e, consequentemente, causa-nos uma sensação de fraqueza, porém se estivermos com boa saúde e não tivermos demorado no banho, a deficiência logo é compensada pelo fluxo de força que flui para dentro do corpo humano através do baço. Quando essa recuperação ocorre, sentimos um vigor renovado e o atribuímos ao banho, sem perceber o ato completo, como indicado acima.

No entanto, quando uma pessoa que não esteja com a saúde perfeita toma banho duas ou três ou até quatro vezes todos os dias (principalmente de banheira), um excesso de Éter é retirado do seu Corpo Vital. O novo suprimento que entra pelo baço também diminui devido à condição atenuada do Corpo Vital. Assim, é impossível que ela se recupere após repetidos esgotamentos e, como consequência, a saúde do Corpo Denso sofre; ela perde quase toda a força e gradualmente se torna, com certeza, inválida. Nesse estado delicado, ela é incapaz de comer, de assimilar alimentos verdadeiramente nutritivos e, com o tempo, sua condição pode tornar-se muito, muito grave.

É extremamente difícil lidar com esses casos, porque geralmente ocorrem com pessoas que tenham Signos Comuns nos ângulos do seu horóscopo, com muitos Astros nesses Signos ou com o Sol e o Ascendente. Esse tipo de pessoa se ofende com qualquer interferência em sua dieta e hábito de tomar banho, porque acredita que seja um modelo de limpeza, o que aos seus olhos é uma grande virtude. Supõe que não possa viver sem muitos banhos por dia e, como seu apetite é muito leve e delicado, deduz que saiba melhor que todos como cuidar desses requisitos; contudo, estão erradas em ambos os casos, como mostra o que foi exposto acima.

O primeiro passo para a saúde, em situações assim, envolve a cessação total do banho. O banho seco é o restaurador adequado e, para tal fim, é melhor usar um par de luvas grossas feitas de fio de linho retorcido. Isso pode ser adquirido em qualquer farmácia. Com isso, o corpo pode ser esfregado de manhã e à noite, até a pele apresentar um brilho saudável. Por esse processo, a cutícula supérflua é removida, mas o óleo e o Éter permanecem. Assim, o paciente se desenvolverá muito rapidamente, pois quando o Éter Químico aumenta, o poder de assimilação também revive e há um ganho imediato de força corporal. Se necessário, o paciente pode receber um quente e muito leve banho de esponja uma vez por semana, porém não deve tomar um único banho de banheira até que esteja totalmente recuperado.

Apesar de, muitos de nós, termos feito da banheira um ídolo, também adquirimos um fetiche pela escova de dentes. Em certo sentido, não é tão perigoso quanto a banheira, porque cada pessoa tem sua própria escova de dentes e os germes da doença que nela permanecem, apesar da lavagem mais cuidadosa, entram em contato somente com a pessoa a quem pertencem, enquanto os da banheira são uma ameaça para todos os que a usam. Esses organismos são inofensivos para uma pessoa com boa saúde, mas qualquer um que não esteja em pleno vigor e, portanto, suscetível a doenças, pode contrair uma infecção tomando banho em uma banheira, depois de outra pessoa. Por esse motivo, o banho de esponja deve ser preferido ao de banheira, exceto em famílias onde as condições dos integrantes sejam conhecidas e as devidas precauções sejam tomadas.

Contudo, voltando à escova de dentes, como já foi dito, ainda que possamos limpar esse pequeno instrumento com bastante cuidado, é absolutamente impossível torná-lo asséptico e, quanto mais o usamos, pior sua condição. Esse é um fato reconhecido por todos os dentistas e é uma ameaça da maior magnitude para a higiene do corpo, particularmente entre as pessoas que persistam em se alimentar de carcaças em decomposição de animais assassinados. O processo de putrefação, que começa no momento em que o animal é morto é enormemente acelerado pelo ambiente bucal, e as partículas de carne alojadas entre os dentes rapidamente se tornam uma fonte perigosa de infecção. Essas partículas não são removidas pela escova de dentes e são a causa de várias doenças de caráter muito grave. Daí a importância do uso do fio dental.

Todos nós sabemos como a mastigação é essencial para a digestão adequada; portanto, a importância dos dentes sadios não pode ser subestimada e o perigo à vida e à saúde dos dentes, causado por esses pedaços de carne em decomposição, é, logo, uma das mais graves ameaças à existência humana, seu conforto e bem-estar.

Cada dente perdido nos deixa mais sujeitos a doenças e à morte. A habilidade do dentista pode nos dar um dente novo; contudo, até o melhor produto está muito abaixo do padrão da natureza.

Assim que adotamos uma dieta vegetariana, escapamos de uma das mais graves ameaças à saúde: a putrefação de partículas de carne entre os dentes, como dito no parágrafo anterior, e esse não é um dos argumentos menos importantes para a adoção da alimentação vegetariana. Frutas, cereais e vegetais tem uma constituição que se desfaz muito lentamente; cada partícula contém uma enorme quantidade de Éter que a mantém viva e doce por um longo tempo, já o Éter que interpenetrou a carne e compôs o Corpo Vital de um animal foi eliminado com o seu espírito, na hora da morte.

Dessa forma, o perigo de infecção por alimentos vegetais é muito pequeno em primeiro lugar, mas muitos deles, longe de serem venenosos, são realmente antissépticos em um grau muito alto. Isso se aplica particularmente às frutas cítricas — laranjas, limões, toranjas e tantas outras, sem contar o rei de todos os antissépticos, o abacaxi, que tem sido usado com muita frequência e sucesso completo como a cura para a temida difteria, que é apenas outro nome dado à dor de garganta séptica.

Portanto, em vez de envenenar o trato digestivo com elementos putrefativos como as carnes fazem, as frutas limpam e purificam o sistema, e o abacaxi é uma das melhores ajudas para a digestão que o ser humano conhece. É muito superior à pepsina e nenhuma crueldade diabólica é usada para obtê-lo. Com esse tipo de alimentação, os perigos da escova de dentes podem ser evitados, pois o seu uso pode ser feito de maneira bem mais adequada, três vezes ao dia – ou todas as vezes que fizer uma refeição – e auxiliada pelo fio dental. E, logicamente, acompanhado sempre de uma boa enxaguada com água limpa.

(da Revista Rays from the Rose Cross de agosto de 1915 – traduzido pela Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ritual do Serviço do Equinócio de Setembro

FRATERNIDADE ROSACRUZ

Ritual do Serviço do Equinócio de Setembro

  1. O Oficiante convida os presentes a cantarem, de pé, ou todo o Hino Rosacruz de Abertura ou somente a terceira estrofe do Hino Rosacruz de Abertura.
  2. O Oficiante ilumina e descobre o Símbolo Rosacruz e apaga as luzes, exceto a que o ilumina o Símbolo e a que auxilia na leitura.
  3. Em seguida, fixa o olhar no Símbolo Rosacruz e fala a saudação Rosacruz:

“Queridos irmãos e irmãs:

Que as rosas floresçam em vossa cruz”

4. Todos respondem: “E na vossa também.

5. Todos se sentam, menos o Oficiante.

6. Em seguida, o Oficiante começa a leitura do texto do Ritual:

Deus É Luz”

Todas as vezes que nós nos absorvemos profundamente nessas três palavras, nos banhamos numa fonte espiritual inesgotável; e a cada vez que repetimos ressoa em nós mais completamente a profundidade divina e nos aproximamos mais do nosso Pai, que está nos Céus.

Para entrarmos em contato mais próximo com esse assunto, agora que a Luz de Cristo está começando a permear à Terra, vamos retroceder no tempo, para nos orientar e fornecer a direção da nossa futura linha de progresso.

A primeira vez que a nossa consciência foi dirigida para a Luz foi imediatamente depois de nós nos tornarmos dotados da Mente e entrarmos, definitivamente, na nossa evolução como seres humanos, na Atlântida, a terra da névoa, no fundo das depressões da Terra, onde a névoa quente emitida do resfriamento da Terra pairava como uma densa névoa sobre a sua superfície. Nessa situação as alturas estreladas do universo nunca eram vistas, nem poderia a luz prateada da Lua penetrar na densa e enevoada atmosfera que pairava sobre aquela antiga terra. Mesmo o ígneo esplendor do Sol estava quase totalmente extinto, pois quando vemos na Memória da Natureza os fatos relativos àquele tempo, verificamos que a atmosfera da Terra era excessivamente opaca, tendo uma aura de várias cores, muito semelhante àquela que podemos observar em torno do foco luminoso das lâmpadas incandescentes, quando há neblina.

Mas essa luz tinha um fascínio. Os antigos Atlantes foram ensinados, pelas Hierarquias Divinas que viviam entre eles, a aspirar pela luz e, como a luz espiritual estava, então, em declínio, eles aspiravam ainda mais ardentemente pela nova luz, pois temiam a escuridão da qual se tornaram conscientes quando adquiriram a Mente.

Então, chegou o inevitável dilúvio, quando a névoa se esfriou e se condensou. A atmosfera clareou e o “povo escolhido” foi salvo. Aqueles que trabalharam dentro de si mesmos e aprenderam a construir os órgãos necessários, requeridos para respirar numa atmosfera como a que possuímos hoje, sobreviveram e vieram para a luz. Essa escolha não foi arbitrária; o trabalho do passado consistiu na construção do corpo. Aqueles que apenas possuíam fendas parecidas com brânquias, semelhantes às que o embrião humano ainda utiliza no seu desenvolvimento pré-natal, não estavam fisiologicamente adaptados para entrar na nova era, como o embrião humano não poderia viver, depois de nascido, se negligenciasse em construir os pulmões; morreria, como aquele antigo povo morreu quando a atmosfera mais rarefeita tornou fendas parecidas com brânquias inúteis.

Desde o dia em que emigramos da antiga Atlântida, nossos corpos estão praticamente completo, mas desde aquele tempo e a partir de agora aqueles que quiserem acompanhar a Luz deverão se empenhar pelo crescimento da alma. Os corpos que nós cristalizamos em nós deverão ser dissolvidos, e a quintessência da experiência extraída, que como “alma” pode ser amalgamada com o espírito para promover o seu crescimento da impotência à omnipotência. Assim, o Tabernáculo no Deserto foi proporcionado aos antigos e a Luz de Deus desceu sobre o Altar dos Sacrifícios. Isso é de grande significância: o Ego desceu e entrou no seu tabernáculo, o Corpo Denso. Todos conhecemos a tendência do instinto primitivo para o egoísmo e se estudamos a ética superior, também sabemos quão subversiva do bem é a indulgência para a tendência egotista; dessa forma, imediatamente Deus colocou, diante da humanidade, a Luz Divina sobre o Altar dos Sacrifícios.

Sobre esse Altar os seres humanos foram forçados, pela extrema necessidade, a oferecer suas posses mais queridas por cada transgressão, parecendo-lhes Deus um duro Senhor em cujo descontentamento era perigoso incorrer. Mas a Luz ainda os atraía. Eles sabiam, então, que era inútil tentar escapar das mãos de Deus. Eles jamais tinham ouvido as palavras de São João: “Deus é Luz”, mas já haviam aprendidos dos Céus, em certa medida, o significado do infinito, medido pelo reino da luz, pois ouvimos Davi exclamar: “Para onde ir, longe do Teu sopro? Para onde fugir, longe da Tua presença? … Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar, mesmo lá é Tua mão que me conduz, e Tua mão direita me sustenta…. mesmo a treva não é treva para ti, tanto a noite como o dia iluminam.”[1]

O próximo passo no trabalho de Deus para conosco consistiu em tornar permanente essa condição de estar na Luz, que culminou com o nascimento de Cristo que, como a presença corporal do Pai, continuou tendo em Si mesmo aquela Luz, pois a Luz veio ao mundo para todo aquele que cresse em Cristo não perecesse, mas que tivesse a vida eterna[2]. Ele disse: “Eu sou a Luz do Mundo[3]. O Altar no Tabernáculo ilustrava o princípio do sacrifício como o meio da regeneração e por isso disse Cristo aos Seus Discípulos: “Ninguém tem maior amor do que esse: o de dar sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos[4]. A partir daí Ele começou um sacrifício, sacrifício esse que não se consumou nas poucas horas de sofrimento físico sobre uma cruz material, mas que é tão perpétuo como o foram os sacrifícios feitos no Altar no Tabernáculo no Deserto, pois impõe uma descida anual às condições na Terra que deve significar muito a esse grande Espírito.

Isso deve continuar até que um número suficiente de seres humanos tenha evoluído o suficiente para carregar o fardo dessa massa informe densa de escuridão, que chamamos de Terra, e que pende como uma pedra de moinho sobre o pescoço da humanidade constituindo um empecilho para o posterior crescimento espiritual. Essa é a tarefa com que nos defrontamos.

Estamos, agora, na passagem equinocial em que o Sol deixa o hemisfério norte, depois de prover todas as necessidades da vida, para o próximo ano; e a onda espiritual que conduz, em sua crista, a vida que encontrará expressão física no ano que se inicia está, agora, se aproximando da nossa Terra. O meio ano que temos pela frente é a parte santa do ano. Desde a festa da Imaculada Conceição até ao Nascimento Místico do Natal (enquanto essa onda penetra em nossa Terra) e desde o Natal até ao tempo da Páscoa (enquanto a onda está saindo da nossa Terra) uma canção harmoniosa, rítmica e vibrante, tão bem descrita na lenda do Nascimento Místico como uma “Hosana”, cantada por um coro de Anjos, enche a atmosfera planetária e age sobre todos como um impulso para a aspiração espiritual.

Conhecemos a analogia entre o ser humano – que penetra nos seus veículos durante o dia, neles vive e por meio deles trabalha, e que à noite é um Espírito livre, livre dos grilhões do Corpo Denso – e o Espírito de Cristo que habita nossa Terra durante parte do ano. Todos sabemos que esse Corpo é um grilhão, é uma prisão, como somos torturados pelas doenças e pelos sofrimentos, pois não há um de nós que esteja sempre com perfeita saúde, de modo que jamais sinta o látego da dor; pelo menos ninguém que esteja no caminho à vida superior.

O mesmo acontece com o Cristo Cósmico, que dirige Sua atenção para a nossa pequena Terra, focalizando Sua consciência nesse Planeta a fim de que possa ter vida. Ele tem que vivificar essa massa morta (que nós cristalizamos fora do Sol) anualmente; e isso constitui um grilhão, uma obstrução e uma prisão para Ele; assim os nossos corações deveriam ficar voltados para Ele, nesse tempo, em gratidão pelo sacrifício que Ele faz por nossa causa, desde meados de dezembro até meados de março, permeando esse Planeta com a Sua vida para despertá-lo do seu sono, no qual permaneceria se Ele não nascesse no seu interior para vivificá-lo.

Sem essa infusão anual de Vida e Energia Divinas todas as coisas vivas sobre a nossa Terra pereceriam imediatamente e todo o progresso ordenado seria frustrado, pelo menos no que diz respeito à nossa linha atual de desenvolvimento. É a “queda” do Raio Espiritual do Sol, desde 23 de setembro até 21 de dezembro, que causam a retomada das atividades mentais e espirituais desde 21 de dezembro até 21 de março. A mesma força germinadora que ativa a semente na Terra e a prepara para produzir sua espécie em quantidade, também agita a Mente humana e promove as atividades altruístas que tornam o mundo melhor.

Assim é que as poderosas vibrações espirituais da onda Crística, doadora de vida, estão na atmosfera terrestre durante os meses que temos pela frente e podem ser usadas por nós com muito maior proveito se soubermos disso e se redobrarmos nossos esforços, o que não faríamos se desconhecêssemos esse fato. O Cristo ainda está gemendo e sofrendo as dores de parto[5], esperando pelo dia da libertação, pela “manifestação dos Filhos de Deus[6]; e realmente apressamos esse dia cada vez que comemos e bebemos como alimentos para os nossos veículos superiores simbolizados pelo pão e vinho místicos.

Todas as vezes que nos damos a nós mesmos no serviço aos outros, contribuímos para o brilho de luz interna dos nossos Corpos-Almas que é constituído dos Éteres superiores. Atualmente, é o Éter Crístico que faz flutuar essa nossa esfera, porém, vamos nos lembrar que se desejamos apressar o dia de Sua libertação, devemos desenvolver em número suficiente nossos próprios Corpos-Almas até ao ponto em que eles possam manter a Terra flutuando. Dessa forma, nós poderemos assumir a Sua carga e poupá-Lo da dor da existência física. Que cada um de nós aproveite as vibrações espirituais, com as quais seremos banhados durante os próximos meses, para que o próximo Equinócio de Setembro nos encontre mais próximos do Dia da Libertação.

Agora nos concentremos sobre o Amor Divino e o Serviço.

7. O período de concentração deve se prolongar por uns 5 minutos

8. Terminada a Concentração, o Oficiante cobre o Símbolo Rosacruz e acende as luzes

9. O Oficiante convida todos a se levantarem e a cantarem o Hino Rosacruz de Encerramento

10. O Oficiante profere a seguinte exortação de despedida:

“E agora, queridos irmãos e irmãs, que vamos partir de volta ao mundo material levemos a firme resolução de expressar, em nossas vidas diárias, os elevados ideais de espiritualidade que aqui recebemos, para que dia a dia nos tornemos melhores homens e mulheres, e mais dignos de sermos utilizados como colaboradores conscientes na obra benfeitora dos Irmãos Maiores, à serviço da humanidade”.

“QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ”

11. Apaga-se a luz do Templo

(todos devem se retirar do Templo em silêncio)


[1] N.T.: Sl 139:7-12

[2] N.T.: Jo 3:15

[3] N.T.: Jo 8:12

[4] N.T.: Jo 15:13

[5] N.T.: Rm 8:22

[6] N.T.: Rm 8:19

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