Arquivo de tag Éter Luminoso

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Jejum como um Fator para o Crescimento Anímico

O Jejum como um Fator para o Crescimento Anímico

Frequentemente o autor recebe perguntas em relação ao benefício ou desvantagem do jejum e, portanto, pode ser bom elucidar a origem e o fundamento dessa prática para que possamos determinar qual efeito, se houver, é exercido sobre o crescimento espiritual.

Nas Antigas Dispensações era exigido que os sacrifícios de bovinos e caprinos fossem feitos como expiação ao pecado praticado, pois o ser humano valorizava, então, seus bens materiais, muito mais do que nos dias de hoje, sentindo profundamente sua perda, quando forçado a abrir mão deles para tal finalidade. Mesmo nos dias modernos, as indulgências são compradas e o Perdão dos Pecados anunciado a qualquer pessoa que doe uma quantia em dinheiro a algumas Igrejas Católicas e Protestantes, para a compra de todo os tipos de acessórios necessários ao serviço.

Mas, sempre houve um ensinamento esotérico, que está sendo promulgado exotericamente hoje, e esse ensinamento não aceita o sacrifício de um animal, dinheiro ou outras posses; contudo, exige que cada um faça um sacrifício de si mesmo. Isso foi ensinado aos Aspirantes na antiga Escola de Mistérios, quando eles eram preparados para o Ritual Místico de Iniciação. A eles foram explicados os mistérios do Corpo Vital – composição pelos quatro Éteres e funções de cada  Éter -:  o Éter Químico, que é necessário para a assimilação; o Éter de Vida, que promove o crescimento e a propagação; o Éter de Luz ou Luminoso, que é o veículo da percepção sensorial; e o Éter Refletor, em que se armazena a memória. Eles foram, cuidadosamente, instruídos nas funções dos dois Éteres inferiores em comparação com os dois Éteres superiores. Eles sabiam que as funções puramente animais do corpo dependiam da densidade dos Éteres inferiores, e que os dois Éteres superiores, por sua vez,  formavam o Corpo-Alma, o veículo do serviço e, naturalmente, eles aspiravam cultivar essa gloriosa vestimenta, pela renúncia e refreando as propensões das naturezas inferiores, assim como fazemos hoje. Esses fatos eram mantidos em segredo das pessoas que não estavam no Caminho da Iniciação,   ou, melhor dizendo, assim deveriam ter permanecido. Mas, alguns neófitos, mesmo sendo excessivamente zelosos em alcançar a Iniciação, não importando os meios, esqueceram que é somente pelo serviço e altruísmo que a veste nupcial dourada é cultivada pelos dois Éteres superiores. Eles pensaram que a máxima Oculta, “ouro no cadinho, impureza no fogo; ligeiro como o vento, alçar-se cada vez mais alto”, apenas significava que, enquanto a natureza inferior, a escória, tinha sido expulsa, e não importava a maneira, mas se tivessem encontrado um método fácil, eles teriam retido apenas o “ouro” composto pelos dois Éteres superiores, o Corpo-Alma, no qual eles poderiam, com certeza, acessar os Mundos Invisíveis sem obstáculo ou embaraço. Eles concluíram que, como o Éter Químico é o agente de assimilação, poderia ser eliminado do Corpo Vital, privando o veículo físico da fome.

Eles também pensaram que, como o Éter da Vida é a via de propagação, poderiam privá-lo com uma vida celibatária. Seguindo esse método, concluíram, assim, que reteriam apenas os dois Éteres superiores e, portanto, praticavam todas as austeridades que se podia pensar, entre outras práticas, o jejum. Por esse processo o Corpo Denso perdia a saúde e a sua natureza passional ficava debilitada, pois, buscava a gratificação pelo exercício da função propagativa, sendo silenciado com a punição. Dessa maneira, horrível, é verdade que a natureza inferior parecia estar submetida, e também é verdade que, quando as funções corporais eram reduzidas a níveis bem baixos, as visões, ou melhor dizendo, as alucinações eram frequentemente a recompensa dessas pessoas equivocadas. Outros que ouviram falar de sua suposta santidade estavam ansiosos para imitá-los; assim, seu exemplo desviou milhares de almas da busca do verdadeiro Caminho. Mas, o resultado obtido por essas pessoas desencaminhadas e seus seguidores está longe de ser o que se pretendia pelo treinamento na Escola de Mistérios. Antes de mais nada, ao Aspirante foi ensinado que o Corpo é o “Templo de Deus” e que profaná-lo, destruí-lo ou mutilá-lo de qualquer maneira é um grande pecado. A indulgência com o apetite é um pecado, uma prática contaminadora que traz consigo certa retaliação, mas não deve ter maior repreensão do que a prática de jejuar para o crescimento da alma.

Viver corretamente não é banquetear e nem jejuar, mas dar ao corpo os elementos necessários para mantê-lo na forma adequada de saúde, força e eficiência como um instrumento do Espírito. Portanto, jejuar para o crescimento da alma é um pseudométodo que tem o efeito, exatamente o oposto daquilo que foi projetado para ser realizado, devido à falta de visão de seus criadores. “Eu sou a porta”, disse o Cristo, “se alguém não entra pela porta, esse é ladrão e salteador”.

Da mesma forma, com a prática do celibato para o crescimento da alma, a máxima enunciada no início desse parágrafo se aplica de forma idêntica. É repreensível quando homens e mulheres, feitos à imagem de Deus, se degradam pela indulgência da natureza passional a um estado inferior ao dos animais, porém, é igualmente repreensível quando aqueles que vivem de outra forma, tendo vidas boas e sagradas, se recusam a sacrificar suas aspirações para dar a uma alma que está à espera daquele Corpo e daquele ambiente que lhe atendam, e que tenha todo aquele tempo para o próprio desenvolvimento. Eles podem, pelo jejum, atenuar o Éter Químico, e, por suas vidas fanáticas e egoístas de celibatário, podem também eliminar o Éter da Vida em grande proporção, mas essas medidas nunca irão construir a “vestimenta dourada de casamento”, que é o ‘abre-te sésamo’ para a festa do “casamento místico”; na falta desse traje, alguns que conseguirem entrar sorrateiramente, por métodos ilegítimos como jejum, castigo e celibato, serão lançados nas trevas exteriores.

(Publicado na revista Rays from the Rose Cross em dezembro/1915 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Caminho da Preparação – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

Vivemos no Mundo das Formas (Mundo Físico) que é de grande valor para a nossa evolução.  Serve como uma estação de experiência para nos capacitar a trabalhar corretamente nos Mundos Superiores.

Ao buscamos este caminho devemos compreender que “o caminho da Preparação precede ao caminho da Iniciação”.

Nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, aprendemos que todo desenvolvimento espiritual começa no Corpo Vital, formado de material da Região Etérica do Mundo Físico e que ainda é invisível para a maioria de nós, devido à necessidade de desenvolvermos a visão etérica, para tal. Esta Região Etérica está dividida em quatro Éteres: Químico, de Vida, de Luz e Refletor.

O Éter Químico é o canal para assimilação e excreção.

O Éter de Vida é a avenida para propagação e crescimento.

O Éter de Luz (Luminoso) gera o calor do sangue e é também o veículo da percepção sensorial.

O Éter Refletor é um dos mais importantes em nosso presente estado evolutivo e é por onde o Ego controla o Corpo Denso. Nele se mantêm os registros ou arquivos da nossa memória.

1. Para fazer download ou imprimir:

O Caminho da Preparação – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

2. Para estudar no próprio site:

O Caminho da Preparação

Por

um Estudante

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Revisado de acordo com:

1ª Edição em Português, 1964, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

Sumário

INSTRUÇÕES INICIAIS PARA O CAMINHO DA PREPARAÇÃO.. 4

INTRODUÇÃO.. 7

A PERSISTÊNCIA E O ÉTER QUÍMICO.. 15

A DEVOÇÃO E O ÉTER DE VIDA.. 19

o éter luminoso e a observação.. 23

o éter refletor e o discernimento.. 26

INSTRUÇÕES INICIAIS PARA O CAMINHO DA PREPARAÇÃO

Vivemos no Mundo das Formas (Mundo Físico) que é de grande valor para a nossa evolução.  Serve como uma estação de experiência para nos capacitar a trabalhar corretamente nos Mundos Superiores.

Ao buscarmos este caminho devemos compreender que “o Caminho da Preparação precede ao Caminho da Iniciação”. Nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental aprendemos que todo desenvolvimento espiritual começa no Corpo Vital, formado de material da Região Etérica do Mundo Físico, e que ainda é invisível para a maioria de nós, devido à necessidade de desenvolvermos a visão etérica para tal. Essa Região Etérica está dividida em quatro Éteres: Químico, de Vida, de Luz e Refletor. O Éter Químico é o canal para assimilação e excreção. O Éter de Vida é a avenida para propagação e crescimento. O Éter de Luz (Luminoso) gera o calor do sangue e é também o veículo da percepção sensorial. O Éter Refletor é um dos mais importantes em nosso presente estado evolutivo e é por onde o Ego controla o Corpo Denso. Nele se mantêm os registros ou arquivos da nossa memória.

Os dois Éteres inferiores (Químico e de Vida) desta região são compostos de átomos etéricos prismáticos e estão conectados com os processos físicos do Corpo Denso. É nos dois Éteres superiores (Luminoso e Refletor) que formaremos o Corpo-Alma (composto, justamente, por esses dois Éteres). Quando renascemos neste Mundo, trazemos certas tendências boas e/ou más, construtivas e/ou destrutivas que foram adquiridas em várias vidas passadas. Se durante a nossa vida procurarmos fortalecer o bem e transmutar o mal construiremos melhores Corpos e melhor caráter em cada vida. “Nossas observações, nossas aspirações, nosso caráter, etc., são devidos ao trabalho do Espírito nesses dois Éteres superiores, que se tornam mais ou menos luminosos de acordo com a natureza de nosso caráter e hábitos”.

Sabemos que a nota chave do Corpo Vital é a REPETIÇÃO. Pois, a formação de nosso caráter é estabelecida por meio de repetidas ações sejam boas ou más. Além disso “caráter é destino”. É fundamental que as verdades espirituais sejam sempre repetidas e vivenciadas, para que a nossa alma cresça em luminosidade; assim, nosso Espírito de Vida assimilará a essência das boas ações na construção do nosso Corpo-Alma. Isso porque quando se recapitula uma antiga situação, ela é vivenciada diferentemente pelo Estudante, pois este caminhou algumas etapas na vida e possui maior vivência para aprofundar, ainda mais, na mesma lição e encontrar verdades que não tinha percebido na primeira vez que teve a oportunidade de estudá-la. E vale ressaltar a importância do alimento que ingerimos e no cuidado também no nosso Corpo Denso, de alimentar elevados sentimentos e do reto pensar, pois todos os nossos veículos (Denso, Vital, de Desejos e Mente) estão interligados neste trabalho.

Nesta escola experimental, que é a vida, é de suma importância que cada um de nós tenha suas próprias experiências e que tiremos delas o melhor proveito possível. Nenhuma outra pessoa poderá fazer nosso próprio trabalho; cada um deve resolver seus próprios problemas uma vez que todos eles foram criados e colocados em ação por nós mesmos. Agora temos a oportunidade de estarmos aqui para transmutar nossas falhas, mas a ajuda que devemos receber é de Seres Superiores como os Irmãos Maiores, que estão sempre nos colocando em estado elevado, otimista e não negativo. As ações devem vir de dentro e respaldadas por nossa vontade e, por isso, devemos estar capacitados para tomar nossas próprias decisões e escolher nossos próprios meios de ação.

Porque com boas ações e serviços amorosos, prestados desinteressadamente nesta vida, é que formaremos o Corpo-Alma, veículo da Nova Dispensação.

No Conceito Rosacruz do Cosmos encontramos duas correntes de desenvolvimento espiritual que a humanidade segue. Ambas estão tecendo o Corpo-Alma ou Traje Dourado Nupcial a seu modo. Com o tempo, elas serão unidas, o que estabelecerá o “Abre-te Sésamo” para os Mundos invisíveis. Quando houver esta união, teremos a certeza de estarmos sendo regidos pela Lei do Amor.

“Que as rosas floresçam em vossa cruz”

INTRODUÇÃO

Bem-disse o Cristoas minhas ovelhas conhecem a minha voz[1]. Todo Aspirante Rosacruz verdadeiro, quando se defronta pela primeira vez com um dos nossos livros de Filosofia Rosacruz ou após ler algum material da Fraternidade Rosacruz, diz: “É o que eu estava procurando há muito tempo. Finalmente achei!”. E se lhe perguntarmos de onde lhe vinha essa aspiração, responderá: “É uma questão interna; eu tinha a intuição de que devia ser assim; parece-me lógico”. Isso revela que trazemos conosco o desenvolvimento anímico preparatório que nos habilitará a etapas superiores de desenvolvimento nesta vida. Então um dia, um aparente acaso nos leva a um website ou a uma rede social da Fraternidade Rosacruz, vemos em uma vitrine alguma daquelas capas características da nossa literatura Rosacruz ou entramos em um grupo de estudos da Fraternidade Rosacruz e, então, dentro de nós algo crepita, uma vozinha atravessa o véu de carne e reconhece o que já tínhamos estudado. Assim, lembramos a frase do Mestre a Tomé: “Bendito o que não vê, mas crê[2]. Realmente, como disse São Paulo, “A fé é a substância das coisas esperadas[3].

É muito natural que o Aspirante à vida superior almeje a Iniciação para conquistar maior capacidade de serviço ao próximo. No entanto, isso pressupõe esforço e perseverança. Assim também faz o indivíduo que estuda anos a fio e com afinco para se tornar médico e se habilitar a cuidar dos irmãos e irmãs doentes ou enfermos. Aqueles que buscam a Iniciação por mera curiosidade sobre coisas diferentes e fantásticas ou com intuitos interesseiros não têm fibra para conquistá-la. Podem, então, procurá-la pelo caminho fácil dos exercícios de respiração ou de espelho e, nesse caso, acabam dentro de um hospício ou hospital, ou no mínimo perturbados pelo resto da vida; também podem buscar um falso mestre que os “inicie” em determinado período e por certa quantia de dinheiro. Em todos os casos, arruínam-se ou se desiludem e concluem: “É uma farsa”. Ora, o verdadeiro mestre não se revela, senão no devido tempo, nem cobra qualquer valor!

As Leis da Natureza (as Leis de Deus) são bem fundamentadas. A Natureza não dá saltos. Todo desenvolvimento harmonioso é gradativo. Quando é conquistado mais rapidamente, como no Método Rosacruz, exige renúncia e dedicação; como no caso de alguém que se submeta a exames supletivos para ganhar tempo.

É muito lógico: se um médico precisa estudar dezoito anos (isso quando não é reprovado em alguma disciplina) para dominar regularmente a especialidade que abraçou, que é uma ciência material, como poderíamos abarcar a ciência da alma, que é muito mais complexa, em pouco tempo? Só mesmo uma alma velha e amadurecida poderia; mas nesse caso seu esforço foi feito anteriormente e ela dependia de um simples despertar, um esforço menor, para revelar-se nesta vida.

Já transcrevemos em vários livros e artigos um claríssimo trabalho de Max Heindel sobre o que é a Iniciação. Em resumo, podemos repetir: é algo interno e não será por exercícios materiais que vamos conquistá-la. O Corpo Denso influi sobre os veículos superiores e estes sobre o Corpo Denso, mas esta é uma parcela do assunto. A Iniciação abrange o desenvolvimento simultâneo dos diferentes veículos do ser humano, um atuando sobre os outros.

Podemos dizer que “o desenvolvimento espiritual começa pelo Corpo Vital”, o veículo dos hábitos e que os hábitos se formam pela REPETIÇÃO. Falamos aqui, é claro, de hábitos elevados, pois a repetição de atos degradantes, pensamentos baixos e sentimentos instintivos levam a costumes escravizadores que embrutecem o ser humano e lhe retardam a evolução. Nossos cursos por correspondência e por e-mail dão uma ideia global e pormenorizada de tudo o que convém à alma Aspirante. Com tais dados, qualquer pessoa poderá compreender em que sentido dirigir seus esforços e quais os novos hábitos que deva formar. Se somos insinceros ou dúbios, enganamos a nós mesmos. A água não se mistura com azeite. Se não temos decisão para renunciar a antigos hábitos errôneos, que nossa natureza inferior reclama, e procuramos acender uma “vela para Deus e outra para o Diabo”, nada conseguiremos. “Vinho novo não se põe em odre velho, porque rasga[4]; “nem se põe remendo novo em roupa velha[5], diz o Evangelho e muito judiciosamente. O novo “homem”, indicado por São Paulo, tem de ser NOVO mesmo, coerente.

Quando começamos novos e edificantes hábitos, físicos, morais e mentais, partimos ao encontro do ser humano ideal em nós que, segundo Platão, deve ser atleta, sábio e santo, ou, conforme nosso lema Rosacruz, “Corpo são; Coração nobre; Mente pura”. E o método para atingir esse ser humano ideal? Max Heindel o expôs de forma magistral na Conferência n° 11 do livro “O Cristianismo Rosacruz”. É a amorosa contribuição genérica de quem já foi muito adiante no caminho e volta para nos prevenir dos desvios retardantes, ensinando como chegar mais depressa ao cimo. Por isso, é uma orientação genérica. A Iniciação é muito pessoal e não pode ser dada por correspondência ou classe, segundo afirmam algumas escolas que inclusive e indevidamente têm o nome de Rosacruz. Indicado o Caminho, cada um se esforça em percorrê-lo.

E depois de certo ponto terá ajuda individual do Mestre, um Mestre verdadeiro, um Irmão Maior da Ordem Rosacruz que lhe respeitará a Epigênese. Essa etapa, na Escola Rosacruz, é o Discipulado, o quarto de sete graus. Até aí ele será preparado pela Fraternidade Rosacruz através dos cursos epistolares e orais, além de outras ajudas acessórias que você encontra nessa Escola, a Fraternidade Rosacruz.

OS ÉTERES

O Caminho da Preparação necessariamente deve preceder ao Caminho da Iniciação. O trabalho iniciático é preparado através do Corpo Vital, de um lado por ser ele o veículo dos hábitos para a formação do “novo homem” e, de outro, porque é indispensável ao Ego para funcionar fora do Corpo Denso com plena consciência nos Mundos suprafísicos. Particularizando a questão, dizemos que o Corpo de Desejos, que ganhamos como germe no terceiro Período, o Lunar, é relativamente novo e ainda não está organizado com órgãos, como o Corpo Vital e o Corpo Denso, mais antigos e mais próximos da perfeição. Desse modo, se o Corpo Vital não registrasse as impressões da vida para transmiti-las, durante os primeiros três dias e meio após a morte, ao Corpo de Desejos, não poderíamos ter atividade no Mundo do Desejo e, consequentemente, não poderíamos adquirir consciência e desenvolvê-la.

Todavia, como veículo de consciência a serviço do Ego, o Corpo Vital deve ser purificado de modo a permitir a natural divisão entre os dois Éteres superiores, o Refletor e o Luminoso, e os inferiores, o Vital e o Químico. Só a partir de então os dois Éteres superiores, formando o Corpo-Alma, o dourado manto nupcial das bodas do eu inferior com o eu superior, o “soma-psuchicon” citado por São Paulo, poderão ser retirados do corpo com o Corpo de Desejos e a Mente para formar o veículo de percepção e memória do Espírito.

No entanto, isso não é obtido de forma rápida, mas pela espiritualizarão dos Éteres e pelo domínio de suas funções. Nesse trabalho de preparação há quatro palavras-chave que mostram as qualidades a serem cultivadas, simultaneamente:

Esses são os meios de realização, as qualidades que sensibilizam o Corpo Vital. Mediante a persistência e a devoção os Éteres Químico e de Vida se capacitam para cuidar das funções que lhes estão afetas: o Químico, assimilação e excreção; o de Vida, o fornecimento do material que cimenta a assimilação e a condução da energia solar especializada pelo baço. São as funções vitais conservadoras do equilíbrio corporal durante o sono.

Explicando melhor, podemos dizer que a persistência consiste na repetição de hábitos sadios como o alimentar e o higiênico; e a devoção, no exercício de uma vida pura e idealista. É por isso que se aconselha os Aspirantes à vida superior (aconselhamos, não obrigamos) a adotar a alimentação vegetariana e racional, com todos os elementos necessários (vitaminas, sais minerais, proteínas), facilitando-lhes receitas e promovendo de tempos em tempos cursos práticos; fazemos exposições mensais sobre os “princípios ocultos de saúde e cura”; falamos sobre as razões científicas e ocultas dos benefícios da castidade progressiva, começando pelo “orar e vigiar”; abordamos o abandono de tóxicos e outros estímulos sensoriais e muito mais, até que o Aspirante à vida superior desfrute de um equilíbrio interno que lhe permita a divisão etérica mencionada. Quando a pureza de vida eleva a força criadora sexual que não é usada, gerada pelo Éter de Vida, até o coração, tal força passa a manter, durante o sono, a limitada e necessária circulação sanguínea, para assegurar a normalidade das funções vitais, enquanto trabalhamos fora do corpo.

Os dois Éteres inferiores são corporais e os superiores, espirituais. O desenvolvimento de ambos os grupos é paralelo e o de um se comunica com o outro. O Químico, que é o primeiro, atua sobre o terceiro, o Luminoso; e o segundo, o de Vida, sobre o Refletor. É fácil compreender a correlação: a agudeza e agilidade sensorial dependem do perfeito funcionamento vital; a robustez cerebral e da memória dependem do crescimento anímico, que nos permite maior assimilação do fósforo e, além disso, lembremos que o cérebro e a laringe foram construídos com metade da força criadora.

Com o aperfeiçoamento dos dois Éteres inferiores, por meio da persistência e da devoção bem entendidas, produz-se a desconexão entre eles e os superiores. Estes são espiritualizados pela observação e pelo discernimento até que, atraindo o Mestre pelo brilho da aura, o Aspirante é ensinado por ele mediante um esforço de vontade, como quem tira um fruto maduro da árvore, e sai do corpo levando esses Éteres, o Luminoso (sensorial) para ver e o Refletor (de memória) para recordar-se de seus conhecimentos na Terra, quando está no Mundo do Desejo, e registrar, trazendo de lá, a recordação de sua viagem e observações.

Resumindo o exposto, dizemos que os dois meios de desenvolvimento dos Éteres inferiores, a persistência e a devoção, incluem-se no exercício noturno de Retrospeção, que tem por finalidade desenvolver nossa natureza emocional e vibrar o vórtice correspondente à Glândula Pituitária, que é regida por Urano, oitava superior de Vênus. É o lado místico da nossa natureza. Quem tem esse lado preponderante nota que seja mais fácil o esforço nesse sentido. Os dois meios de desenvolvimento dos Éteres superiores, a Observação e o Discernimento, dizem respeito ao exercício matinal, de Concentração e Meditação, cuja finalidade é ativar o vórtice correspondente à Glândula Pineal, regida por Netuno, oitava superior de Mercúrio. É o lado ocultista ou intelectual da nossa natureza, mais facilmente executado pelos que desenvolveram essa tendência.

Os dois lados devem seguir paralelamente equilibrados para conseguirmos alcançar o casamento do homem e da mulher dentro de nós; ou seja, da Mente e do Coração.

Aos que têm mais facilidade em um lado, aconselhamos esforçarem-se mais diligentemente no outro, até conseguir o equilíbrio.

Dessa maneira e ao mesmo tempo, o Aspirante desenvolve sua Tríplice Alma: a Emocional com o cultivo dos Éteres inferiores; a Consciente pela observação bem orientada; e a Intelectual pelo discernimento.

A PERSISTÊNCIA E O ÉTER QUÍMICO

Como dissemos, a chave particular da sublimação do Éter Químico é a persistência. Mas como a persistência está intimamente relacionada com a repetição, que por sua vez é a chave geral do Corpo Vital, podemos dizer que a sublimação dos quatro Éteres se fundamenta na persistência em um caminho superior.

A maior sensibilidade corporal e, consequentemente, a facilidade de transubstanciação, do ponto de vista astrológico-científico, depende de Urano, que rege o Éter e de seus Aspectos benéficos, principalmente com o Ascendente, porque essa indicação mostra que já se armazenaram conquistas anteriores nesse campo.

Contudo, a persistência depende da boa vontade desenvolvida positivamente. Essa qualidade é revelada num horóscopo pelos Signos Fixos em seus ângulos e pelos Aspectos benéficos de Saturno (que rege o esqueleto, as cartilagens, a cristalização, a inércia, o “status quo”) com Marte (o Planeta do dinamismo), com o Sol (o Astro da vitalidade e do misticismo) ou com Júpiter (o Planeta do idealismo).

O idealismo pode estar presente num horóscopo sem a valiosa companhia da persistência. Isso sucede a muitos Aspirantes do espiritualismo. Veem-se atraídos pela beleza da filosofia oculta, mas não têm perseverança. Seus horóscopos revelam que essa conquista não foi feita em vida anterior e, portanto, deve ser feita agora. Porém muitos não se detêm o suficiente para examinar a questão e se encher de suficiente convicção para realizar essa tarefa. Vão de uma à outra escola, não terminam coisa nenhuma, não realizam os Exercícios Esotéricos matinal (de Concentração) e noturno (de Retrospecção), recomendados pela Fraternidade Rosacruz e, por fim, o resultado é pequeno. É como se alguém fosse aprender um ofício e ficasse cada dia em uma especialidade. Ao fim, torna-se uma colcha de retalhos. Entende um pouquinho de cada coisa e nada profundamente. Que seria de nossa ciência, se todos agíssemos assim? Ninguém seria médico ou engenheiro. E no campo ocultista, em que trabalhamos com a alma, bem mais complexa, que resultado podemos esperar, sem a persistência?

No entanto, é mera questão de persistir em um rumo que saibamos ser certo. O Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” nos explica muito bem, de um modo que nem mesmo a moderna psicologia poderia fazê-lo: o germe de uma ideia vem da Mente abstrata, imbuído da vontade espiritual (o atributo do Pai dentro de nós). Essa vontade atrai matéria mental concreta e toma forma: é já um pensamento-forma, imaginação (atributo do Filho). Desce à quarta região (a dos Sentimentos), para o Corpo de Desejos e ali é atraída para alguma sub-região segundo a sua natureza, em nosso caso para a superior (a do altruísmo, da filantropia e todas as demais qualidades superiores da vida da alma), onde, se a vontade é suficientemente forte, sujeita a matéria emocional e com ela se envolve para acionar os centros etéricos e agir sobre o cérebro, culminando na ação física (atividade, aspecto do Espírito Santo). Tudo isso em uma fração de segundos. No entanto, se a vontade é débil, não chega ao campo físico, por falta de impulso. Então fica registrado o esforço, ainda que fraco, na Memória (ou Mente) subconsciente. Quando fizer novo esforço, no mesmo sentido, ainda que novamente débil, por afinidade ele será atraído e somado ao esforço anterior e, assim, pela persistência, chegará um dia em que aquele intuito alcançará força suficiente para abrir caminho até a ação física. Então, assim, completamos o ideal, já que a “fé sem obras é morta.” (Tg 2:26).

Vejam, pois, a vantagem da persistência rumo ao caminho superior. É uma questão de repetição que forma o hábito e esse, como segunda natureza, leva-nos a agir automaticamente na direção tomada. Isso explica a força de nossos maus hábitos. Porém como o inverso também é verdadeiro, se VIGIARMOS e ORARMOS, deixando de fazer o que é inconveniente e concentrando forças em novos e bons hábitos, teremos a transubstanciação. Não lutamos contra o mal, porque isso traria recalques. Simplesmente, devemos nos concentrar no que é benéfico. O pensamento não pode manter no foco da consciência senão uma coisa de cada vez. Pois que seja ela o bem; o mal, pelo esquecimento, morrerá de inanição. Sabemos que os hábitos antigos são muito fortes e, vez por outra, somos arrastados à sua repetição. Contudo, persistamos no bem sem perder tempo em pensar nessas quedas. O que interessa é o bem. “A função faz o órgão”, o exercício faz o músculo e, portanto, nossa energia deve ser concentrada agora, à vontade do nosso entendimento, na busca de uma meta superior. E justamente esse conhecimento nos traz maiores responsabilidades. A quem mais se dá, mais se lhe exige. Quem sabe o que é o bem e não o pratica, erra duas vezes; por não fazer e por saber que seja bom.

No tocante ao Éter Químico, que disciplina a assimilação e a excreção, a persistência deve ser desenvolvida:

  1. – pelo exercício físico, que nos habilita a governar o Corpo Denso sem deixar acumular toxinas e gorduras ou desenvolver a preguiça. A atividade física ordenada conserva a atividade corporal e assegura boa circulação sanguínea para a perfeita eliminação dos resíduos internos
  2. – pela higiene, que deixa os poros abertos para um normal catabolismo
  3. – pela alimentação vegetariana, porque é de mais fácil assimilação, tem celulose para estimular os movimentos peristálticos dos intestinos na defecção, não está imbuída de instintos animais que não desejamos somar aos nossos e não supõe sacrifício de um irmão menos evoluído que sofre. Entretanto, a alimentação deve ser racional, contendo todos os elementos essenciais à normalidade orgânica. O Estudante recebe nossa orientação completa e
  4. – finalmente, pelo equilíbrio emocional, para que as Glândulas Endócrinas não fiquem prejudicadas na função conservadora do corpo.

A soma dessas realizações disciplina e sensibiliza o Corpo Denso de modo que suas células se põem a vibrar mais rapidamente, permitindo que os vórtices do Corpo de Desejos, que normalmente se paralisam em nosso estado de vigília, devido à condição atual de insensibilidade do Corpo Denso, comecem a girar, a princípio lentamente, até alcançar, com a continuidade da disciplina, maior rapidez. Então, vem o desabrochar das faculdades internas.

A DEVOÇÃO E O ÉTER DE VIDA

Entendamos que a trilogia ideal (MENTE PURA, CORAÇÃO NOBRE e CORPO SÃO), que constitui o lema Rosacruz, fundamenta-se sobretudo na disciplina e na espiritualização dos Éteres, sendo que o Químico afeta o corpo, o de Vida afeta a emoção e os dois superiores, o Luminoso e Refletor, afetam os sentidos e a Mente; ou seja, o intelecto. No entanto, frisamos sua interrelação e mútua influência. O primeiro, o Químico, tem relação com o terceiro, o Luminoso, influindo ambos sobre o Corpo Denso, pois a observação e a ação geram a Alma Consciente, que é o extrato das experiências do Corpo Denso, absorvidas pelo mais elevado aspecto espiritual do ser humano, o Espírito Divino. O segundo Éter, o de Vida, tem relação com o quarto, o Refletor, pois a disciplina do sexo pelas asas da devoção a ideais superiores eleva a força criadora não utilizada, através do coração, ao centro espiritual da Glândula Pituitária, ao mesmo tempo que desenvolve a capacidade de assimilar mais fósforo, fortificando as funções da memória e do discernimento para mais fiel interpretação mental do espírito. A elevação da força criadora acende o fogo espinhal de Netuno e faz vibrar o centro espiritual da Glândula Pineal. Aí temos, então, o equilíbrio perfeito entre a Mente e o Coração, estabelecendo uma ponte vibratória entre ambos os centros da cabeça para o abrir dos olhos espirituais.

Como sabem os Estudantes Rosacruzes, os dois polos são regidos pelos opostos zodiacais, Touro e Escorpião, sendo o primeiro a palavra e o segundo, o sexo. O segundo, para formar a Águia, que voa em busca das alturas, depende da força impulsora da energia criadora e sublimada. A força criadora desperdiçada é morte em todos os sentidos, pois retarda a evolução e enlaça cada vez mais o Ego às consequências dolorosas provocadas pelo embrutecimento do corpo, o que é contrário aos desígnios evolutivos. Por isso, Escorpião é o oitavo Signo, correspondente à oitava Casa, a Casa da morte. Conforme diz a Bíblia: “O salário do pecado é a morte[6]. Além disso, lembremos que com a metade da força criadora formamos o cérebro e a laringe para criar superiormente no futuro, como hermafroditas espirituais, e não temos outro caminho, senão o da sublimação da força criadora em benefício do órgão etérico que está sendo formado dentro do cérebro do ser humano, como uma flor cuja haste se apoia na laringe. Então a criação do Verbo será de um poder inimaginável, tendo em vista as rudimentares possibilidades da nossa laringe material. A força instintiva do rastejante Escorpião não é coisa desprezível que deva ser objeto de tabus, de repulsa ou considerada inferior. Essa interpretação errônea de falsos puritanos, de religiosos recalcados e de doutrinas orientais deve, necessariamente, dar lugar ao lógico discernimento. Para isso concorre a psicologia moderna, que supera a de Freud, explicando o mecanismo da emoção e a necessidade da catarse. Todavia, a Filosofia Rosacruz vai além: mostra como e por que sublimar essa força; que toda força é, em si, divina e boa e o erro está no seu mau uso, iniciado pela ignorante transgressão às Leis, com a decorrente perda de nosso estado de pureza e decretação de posteriores sofrimentos, “Comerás o pão com o suor do teu rosto”, desde o simbólico paraíso ou Éden. Agora, com a chave da razão, a meta evolutiva da presente Época Ária, vamos sublimar essa força.

Os prejuízos espirituais e físicos provenientes do recalque estão bem expressos no mito “Parsifal”, musicado por Wagner na ópera de mesmo nome. Ali, Amfortas (símbolo do ser humano) tenta destruir Klingsor (natureza inferior, instintos) com a lança do poder espiritual (o fogo de Netuno). De fato, Klingsor mutilou-se, mas como a paixão está no Corpo de Desejos e não no Corpo Denso, os instintos se manifestaram pela imaginação libidinosa, criando um castelo com jovens-flores que tentavam e desviavam para o mal os Cavaleiros do Graal (os sentimentos nobres). Com isso Amfortas foi ferido (recalque) e sofria cada vez, quando devia realizar a cerimônia para descobrir a lança e a taça, que correspondem à dor da consciência despertada perante o seu Cristo interno.

A questão é a de sublimar, à maneira de Parsifal (a pureza dentro de nós), que defrontando Klingsor e suas tentadoras flores (imaginações libidinosas) sentiu, por simpatia, o sofrimento de Amfortas e, fazendo o sinal da cruz com a espada (usando o bem, a oração), desfez o reino do mal; posteriormente, em peregrinação pelo mundo, no desenvolvimento da consciência e discernimento, jamais usou a lança para benefício próprio ou defesa de si mesmo. Essa mesma ideia está expressa na formosa lenda dos Maniqueus, em que os Filhos da Luz (altruísmo) vencem os Filhos das Trevas (instintos); mas, não desejando destruí-los, porque eram bons, dividem seu reino (a parte superior do Corpo de Desejos) com os vencidos. A mesma lenda estava presente entre os Essênios e constituiu um dos mais importantes rolos encontrados em 1947, no soterrado mosteiro de Qumran, às margens do Mar Morto.

Com isso não queremos induzir alguém à castidade absoluta. Ela é somente exigida nas Iniciações Maiores e, portanto, por poucos indivíduos. Atualmente, a união sexual é o método de procriação. Não há outra forma de fornecer corpos aos Egos que precisam renascer e é dever de todo aquele que seja são mental, moral e fisicamente facilitar o veículo e ambiente apropriado aos muitos espíritos em busca de novas experiências; isso, conforme os recursos e as oportunidades lhe permitam. Deveríamos realizar o ato da procriação como se fosse um sacramento e não para gratificar os sentidos; como se fosse uma oração espiritual. Isso é um ideal a ser alcançado aos poucos, na sublimação do Éter de Vida pela devoção a ideais superiores, pois assim usada, a força criadora seria necessária pouquíssimas vezes e sem o prejuízo do desenvolvimento espiritual, como sucedeu a José e Maria, pais de Jesus.

Por ser um tema muito delicado e profundo, cuja solução é fundamental aos que buscam o desenvolvimento espiritual, sua solução fica na dependência de cada Aspirante à vida superior, que deve estudá-la e resolvê-la por seu próprio discernimento, ajudado por nossa formosa filosofia, pela astrologia oculta e incentivado pelas maravilhosas promessas contidas na Bíblia e nas obras ocultistas.

“Ao que vencer, eu o farei coluna do Templo do meu Deus e dali jamais sairá.” (Apo 3:12)

O ÉTER LUMINOSO E A OBSERVAÇÃO

A observação é o emprego dos sentidos como meio de obter informações a respeito dos fenômenos que ocorrem ao nosso redor. Como dissemos, a observação e a ação geram a alma consciente, que representa a colheita de experiência do Espírito Divino, o mais elevado aspecto da nossa Trindade interna, através da sua contraparte, o Corpo Denso. É, pois, da maior importância para o nosso desenvolvimento espiritual que observemos fielmente tudo o que ocorre em nossa volta. Se não gravamos corretamente os eventos observados, provocamos uma discordância entre as imagens formadas na memória consciente, pela observação, e as recordações automáticas feitas fielmente através do Éter do ar, pela respiração, e que constitui a memória subconsciente. Essa memória é mais importante que a consciente e forma a maior parte da nossa atividade interna. A moderna psicologia está levando na devida conta esses registros. A filosofia Rosacruz, que alia ciência, arte e religião, explica logicamente essas coisas e possibilita a seus Estudantes alcançar o equilíbrio interno pela coerência entre essas duas memórias.

O ritmo e a harmonia do Corpo Denso se perturbam proporcionalmente às inexatidões das nossas observações durante o dia. É muito comum, ao Aspirante sincero e sensível, sentir uma desagradável sensação de mal-estar interno, quando diz alguma mentira, exagera uma verdade ou fornece uma versão maliciosa sobre algo. Quando chega a noite e ele faz seu exercício de Retrospecção, encontra a causa, isso quando não a percebe de imediato, como é comum. Quando não desfazemos essa desarmonia pelo arrependimento sincero e consciente, nossas atividades durante o sono a desfazem, mas apenas parcialmente. Porém a luta de vibrações, dia após dia, ano após anos, gradualmente destrói e endurece o nosso organismo até que ele se torne impróprio para o emprego do espírito neste mundo. Temos então de abandoná-lo e buscar novas experiências, mais tarde, em um novo e melhor corpo. Contudo, o Aspirante à vida superior dedicado pode amenizar esses transtornos e alongar sua estada nesta escola, pois é desejável que aprenda mais, quando já está no caminho. Na proporção direta à exatidão com que aprendemos a observar, obteremos paz interna, saúde e longevidade. Outro ponto importantíssimo: necessitaremos de menos horas de sono para restaurar as perdas corporais e psíquicas. O tempo de que necessita o Corpo de Desejos para restaurar e restabelecer o ritmo dos corpos depende da maneira como tenhamos empregado o Corpo Denso durante o dia. Se permitirmos que o Corpo Denso se agite entre emoções descontroladas ou desarmonia de observações, o Corpo de Desejos levará mais tempo, durante a noite, para restaurar a harmonia e o ritmo do Corpo Denso. Assim, vemos que o ser humano, o Ego, fica ligado ao seu corpo dia e noite. Contudo, quando aprendemos a descansar na ação e controlamos nossas energias durante o dia, evitando desperdiçá-las com palavras ou atos desnecessários; quando começamos a dominar nossos impulsos, a moldar nosso caráter e impedir desarmonia nas observações, então o Corpo de Desejos não precisa trabalhar durante a noite para restaurar o Corpo Denso. Grande parte da noite poderá, então, ser empregada para trabalharmos fora do corpo, livres como Auxiliares Invisíveis; isso ocorre quando os centros do Corpo de Desejos estão suficientemente desenvolvidos, como na maioria dos seres humanos inteligentes e equilibrados, de modo a permitir ao Ego estirar o cordão prateado e viajar no Mundo do Desejo, onde verá e ouvirá coisas de que geralmente não recordará até que haja efetuado a desconexão entre as partes inferior e superior do Corpo Vital, segundo já explicamos. É por isso que a maioria dos Probacionistas ainda é Auxiliar Invisível de forma inconsciente.

Do exposto pode o leitor avaliar a grande importância da observação correta, aliada à devoção a elevados ideais, alimentação pura, etc. Também, a persistência, sobretudo para chegarmos a um resultado superior pelo caminho mais curto, o caminho do meio, representado pelo cetro do símbolo do Caduceu de Mercúrio.

Para arrematar, podemos lembrar que a capacidade maior ou menor de observação está indicada no horóscopo científico, de modo a permitir que nos eduquemos e orientemos nossos filhos nesse importante ponto. Leia-se no Livro “A Mensagem das Estrelas” o seguinte trecho, sobre o assunto: “É um fato científico bem conhecido que a sensação depende da habilidade de sentir e interpretar a vibração do Éter e do ar, de acordo com o sentido correspondente (visão, olfato, paladar, tato ou audição). Os videntes antigos tomaram o báculo de Mercúrio como o símbolo de seus efeitos e entre outros segredos espirituais incorporados nas formas ondulantes das duas serpentes, branca e preta, enroscadas no báculo, há também este: Mercúrio é o originador de todo movimento vibratório, sendo, pois, um fator primordial no produto da sensação e no processo mental que dela depende. Portanto, a elevação de nossa consciência, como resultado dos processos mentais, conscientes, depende de Mercúrio, que rege nossa mente, nosso raciocínio. Daí vemos que um Mercúrio elevado (no Meio do Céu), forte e bem aspectado, agudiza nossos sentidos e torna a mente mais engenhosa e penetrante. Ao contrário, estando Mercúrio com Aspectos adversos, produz embotamento dos sentidos e torna a pessoa hipersensitiva, nervosa”. E como os Astros indicam o que nós construímos anteriormente, aceitamos com isso nossa responsabilidade no caso e tratamos de destecer o mal e tecer o bem, pois, se o destino foi construído por nós, também por nós pode ser modificado. E de fato está sendo, continuamente: “Os Astros impelem, mas não obrigam”. Podemos e devemos mudar o horóscopo, indicativo de nosso caráter. E a maneira científica e racional de fazer isso é a indicada por Max Heindel, neste trabalho, o livro “A Mensagem das Estrelas”.

O ÉTER REFLETOR E O DISCERNIMENTO

Dissemos que o discernimento é a chave particular de desenvolvimento do Éter Refletor, por meio do qual o espírito colhe as experiências que nutrem e formam a Alma Intelectual, para o enriquecimento do segundo aspecto da nossa divindade interna, o Espírito de Vida.

O discernimento é a faculdade que nos permite distinguir entre o essencial e o supérfluo, separando a realidade da ilusão, o permanente do transitório.

Na materializada vida de nossos dias somos impelidos a pensar que nós somos o Corpo Denso. Contudo, o discernimento nos ensina que somos Egos humanos (Espíritos Virginais da onda de vida humana manifestados), enquanto nossos Corpos (Denso, Vital, de Desejos) e o nosso veículo Mente são apenas prisões temporais, instrumentos à nossa disposição. O carpinteiro usa martelos e serrotes que lhe são instrumentos utilíssimos; no entanto, nunca lhe ocorre crer que ele seja tais ferramentas. Assim também, não devemos nos identificar demasiado com o Corpo, mas, com ajuda do discernimento, considerá-lo um valioso servidor, quando obedece fielmente aos nossos (Ego) ditames.

Considerando-o desse modo veremos que nos é possível realizar muitas coisas anteriormente inviáveis. É por isso que o discernimento gera a Alma Intelectual e nos fornece o primeiro impulso rumo à vida espiritual, porque nos mostra em que estado se encontram nossos Corpos Denso, Vital, de Desejos e a Mente, ensinando-nos a ver quais pontos nos estão obstaculizando a marcha ascendente.

Contudo, esse desenvolvimento sozinho é parcial. O ocultista se desenvolve assim, por linhas intelectuais, buscando a verdade pela observação e discernimento. Observa e raciocina sobre o que vê, obtendo, desse modo, o conhecimento. Contudo, São Paulo advertiu que o conhecimento incha, enquanto o amor constrói, edifica e, antes que o conhecimento seja utilizado no desenvolvimento espiritual, é necessário aprendermos a senti-lo. Caso contrário, não poderemos vivê-lo. Portanto, o caminho completo é o ensinado pela Fraternidade Rosacruz, o da lanterna e do coração, o da Mente e do Coração, o do ocultismo e do misticismo, juntos, paralelamente. Assim, enquanto o discernimento nos mostra os pontos falhos, a devoção à vida superior nos ajuda a ser humildes, a reconhecer as próprias faltas, a eliminar os hábitos errôneos e os indesejáveis traços de caráter, sobrepondo-nos aos desejos inferiores e impulsos instintivos.

Nesse assunto de ver ou discernir há um ponto importantíssimo: os pensamentos de crítica devem ser evitados. É um péssimo hábito, muito prejudicial ao Aspirante. Devemos abster-nos da crítica, tanto quanto nos seja possível. O verdadeiro discernimento nos ensinará a ver, impessoalmente e de modo genérico, o que é bom e o que é mau. Mas não nos produzirá um sentimento em relação à causa, acontecimento ou pessoa observada. Esse é o ponto importante. O exame de um fato, uma ideia ou um objeto é necessário para que saibamos do seu valor. Olhar e discernir é legítimo e importante para que não nos suceda como àquele homem que, levando a extremo a recomendação bíblica de “não julgar para não ser julgado[7], acabou tornando-se um idiota, incapaz de saber o que era conveniente ou não. O que se deve evitar são os pensamentos agressivos, que ferem ou degradam, pois sabemos como são gerados os pensamentos-forma e como agem fora de nós, contra as pessoas a quem os dirigimos. Sabemos que eles voltam e depois agem sobre nós próprios. Por outro lado, o estado de crítica, de contínua insatisfação, obstrui a aura e impede o fluxo de pensamentos nobres e incentivadores que os Irmãos Maiores dirigem a todos.

A capacidade maior ou menor de discernimento é revelada, no horóscopo cientificamente levantado: por Mercúrio, que rege a vibração do Éter e permite a observação; por Saturno, o Planeta da consciência e da moral; por Júpiter, a Mente superior; e pela Lua, a Mente subconsciente. É uma qualidade mental a ser desenvolvida por quem a tendência a ser mais místico, sentimental, de se deixar levar pelo primeiro impulso. A preguiça mental é um grande mal. Devemos aprender a discernir. Igualmente triste é a cultura periférica dos que vivem a citar ideias alheias que não chegam sequer a compreender profundamente. Recomendaríamos, porém, que memorizemos e sempre recordemos a seguinte frase: “Os melhores mestres são esses: Quem? Por quê? Como? Quando? Onde?”, pois ela nos orienta em direção ao amor inato ao próximo e nos ajuda a aproveitar melhor nossos esforços sociais, muitas vezes malbaratados com coisas vãs.

F I M


[1] N.R.: Jo 10:27

[2] N.R.: Jo 20:29

[3] N.R.: Hb 11:1

[4] N.R.: Lc 5:33

[5] N.R.: Mt 9:16

[6] N.R.: Rm 6:23

[7] N.R.: Mt 7:1

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Corpo Vital e o Progresso Espiritual do Ser Humano – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

O Corpo Vital é feito de Éter e permeia o corpo visível como o Éter permeia todas as demais formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma maior quantidade do Éter universal que as outras formas.
Esse corpo etéreo é nosso instrumento para a especialização da energia vital do Sol.
A propagação é uma faculdade do Corpo Vital.

Quatro cores do Corpo Vital são indescritíveis, mas a quinta – que fica no meio das cinco – é similar ao matiz da flor de pessegueiro recém-aberta. Esta é realmente a cor do Corpo Vital.

Os Corpos Denso e Vital do ser humano estão em ordem, mas seus veículos superiores são ainda de forma ovoide.
Compõe-se de átomos etéreos prismáticos, que permanecem inalterados do berço ao túmulo.

A extensão do Corpo Vital do ser humano além do corpo físico é mais ou menos de uma polegada e meia. A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa e tem uma cor parecida com a de uma flor de pessegueiro recém-aberta. É vista frequentemente por pessoas que possuem alguma clarividência involuntária.

O Corpo Vital tem exatamente a mesma forma que o Corpo Denso.

Corpo Denso é construído na matriz deste Corpo Vital, durante a vida pré-natal e com uma única exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital.

Através da vida toda, o Corpo Vital é o construtor e restaurador das formas densas. Se assim não fosse, se o coração etéreo não restaurasse o coração físico, logo este se romperia sob a tensão contínua com que o sobrecarregamos. Todos os abusos a que submetemos o Corpo Denso fazem o Corpo Vital reagir, no que está em seu poder, e ele esta permanentemente lutando contra a morte do Corpo Denso.

1. Para fazer download ou imprimir:

O Corpo Vital e o Progresso Espiritual do Ser Humano – Por um Estudante

2. Para estudar no próprio site:

PREFÁCIO

O Corpo Vital tem funções, cor, forma, estrutura atômica e polaridade. Sua existência pode ser provada.

O ser humano, que é o Ego (um Espírito Virginal da onda de vida humana) é um ser complexo que possui 3 Corpos e um veículo no atual Campo de Evolução:

  • Corpo Denso, seu instrumento de ação;
  • Corpo Vital, condutor da “vitalidade” que faz possível a ação;
  • Corpo de Desejos, de onde vêm os desejos que compelem à ação;
  • Mente, que controla os impulsos, dando um propósito à ação

O objetivo da vida é transformar os poderes latentes do Ego em energia dinâmica, por meio da qual ele poderá controlar, perfeitamente, seus diferentes veículos e atuar como lhe pareça melhor.

Sabemos que o Ego não tem o domínio completo, pois, se assim fosse, não haveria guerra em nosso interior entre o Espírito e a carne, melhor dizendo, entre o Espírito e o Corpo de Desejos. É esta guerra que desenvolve o músculo espiritual, assim como a luta constrói o músculo físico.

Além do corpo visível do ser humano, conhecido como Corpo Denso ou Corpo Denso, que vemos com nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que são invisíveis para a grande maioria da Humanidade. No entanto, não são acessórios inúteis do Corpo Denso; pelo contrário, são muito importantes pelo fato de serem impulsionadores de toda ação. Se não existissem esses veículos sutis, o Corpo Denso ficaria inerte, insensível e morto.

O primeiro desses veículos sutis que chamamos de Corpo Vital por ser a avenida da vitalidade, que faz fermentar a massa morta de nossa envoltura mortal em seus anos de vida, e nos dá o poder de nos movermos.

Quando nosso corpo visível atual brotou, primeiramente no Espírito, era um pensamento-forma, porém, gradualmente, foi-se condensando e solidificando até se converter na cristalização química atual. O Corpo Vital foi o próximo emanado pelo Espírito, também como um pensamento-forma, e se encontra agora em seu terceiro grau de solidificação, que é o etéreo.

O Corpo Vital formado de Éter, o qual tomou a seu cargo a construção do Corpo Denso, por meio dos alimentos que ingerimos em nosso organismo. Ele governa todas as funções vitais, tais como a respiração, a digestão, a assimilação, etc., trabalhando por meio do sistema nervoso simpático.

Outro veículo, ainda mais sutil, é o Corpo de Desejos; é o veículo de nossas emoções, sentimentos e desejos que gasta as energias acumuladas no Corpo Denso pelos processos vitais, graças ao controle que exerce sobre o sistema nervoso cérebro-espinhal ou voluntário. Durante sua atividade, o Corpo de Desejos está destruindo e rompendo continuamente os tecidos formados pelo Corpo Vital: é a guerra entre estes dois veículos que produz o que chamamos de consciência no Mundo Físico.

As forças etéreas do Corpo Vital operam de tal maneira que convertem em sangue a maior parte possível dos alimentos, e o sangue é a mais alta expressão do Corpo Vital.

Sumário

PREFÁCIO.. 3

CAPÍTULO 1 – AS QUATRO FORÇAS ELEMENTARES  6

1.   Preponderância do Éter Químico. 6

2.   Preponderância do Éter de Vida. 6

3.   Preponderância do Éter Luminoso. 7

4.   Preponderância do Éter Refletor. 7

CAPÍTULO 2 – DEDUÇÕES PARA O ASPIRANTE À VIDA SUPERIOR   13

CAPÍTULO 3 – FINALIDADES DA EVOLUÇÃO.. 20

CAPÍTULO 1 – AS QUATRO FORÇAS ELEMENTARES

Tendo em vista a constituição do Corpo Vital do ser humano, formado de quatro graus forças elementares, designados nos Ensinamentos Rosacruzes, respectivamente: Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor, cumpre que se note não agirem eles equilibradamente no ser humano comum. Em cada indivíduo há sempre preponderância de uma dessas forças elementares. Podemos praticamente dividir os seres humanos em quatro classes, de acordo com a preponderância de um desses Éteres, cujas características são as seguintes.

1)Preponderância do Éter Químico

Função preponderante: a digestiva

Todo o interesse da vida se inclina especialmente aos prazeres da alimentação; o apetite é fortemente estimulado e domina o caráter, se transformando com o tempo em vício, a gula. À proporção que se excede o apetite, estimula-se também o sensualismo, diminuindo-se gradativamente as funções dos Éteres Superiores, a sensibilidade e a mentalidade.

Defeitos consequentes: a preguiça, a indolência, o sensualismo.

2)Preponderância do Éter de Vida

Funções preponderantes: as perceptivas e todos os interesses se subordinam aos prazeres da sensualidade, que é fortemente estimulada. Para recuperar as forças perdidas constantemente nos excessos sexuais esses indivíduos são impelidos aos excessos da alimentação, ao abuso da carne e do álcool, estimulando-se assim as funções do Éter Químico, com as mesmas consequências observadas na classe anterior.

As piores consequências do abuso das funções sexuais se manifestam pela decadência das funções superiores, especialmente as mentais, tornando o ser humano incapaz de raciocinar perfeitamente. O idiotismo e os desiquilíbrios mentais são as últimas consequências desses excessos de função do Éter de Vida.

3)Preponderância do Éter Luminoso

Funções preponderantes: as perceptivas e emocionais

Caracterizam-se esses indivíduos pelos extremados desejos de sensações novas, de variações constantes em todas as direções. São extremamente curiosos; tudo querem ver e ouvir, satisfazendo assim sua sede terrível de sensações. São muito inclinados aos assuntos intelectuais, nos quais em geral se sobressaem, porém, são em geral incapazes de se estabilizar em qualquer ordem de ideias, porque não chegam nunca a examinar profundamente as questões. O que lhes interessa não são as ideias em si, o seu exato valor, mas simplesmente as emoções que elas despertam. À cata de sensações emoções são capazes de grandes esforços, mas uma vez alcançadas, correm em busca de outras, sem cessar nunca. Ao final vêm-se esgotados e sem firmeza em coisa alguma, porque em tudo foram superficiais é passageiros.

Seus defeitos principais são: a pretensão intelectual, a instabilidade, a imaginação desmedida, a mentira. Gostam especialmente de falar, de exibir-se e de tudo quanto possa proporcionar-lhes sensação.

4)Preponderância do Éter Refletor

Funções preponderantes: as mentais.

Nesta classe de indivíduos, todo interesse repousa em seus pensamentos e ideias. São concentrados e se descuidam constantemente das coisas materiais. Absorvidos em seus pensamentos e estudos esquecem-se até mesmo dos deveres sociais e das suas necessidades físicas. São os verdadeiros idealistas, constantemente examinando novas teorias e gerando novos pensamentos, mas que raramente conseguem levar a prática. Vivem em geral aborrecidos e desgostosos devido às dificuldades que encontram na realização das suas ideias. Fracassam geralmente em qualquer trabalho de ordem prática, tornando-se, por isso, nervosos e irritados.

Só se sentem, felizes em seu mundo de ideias, isolados do mundo e das coisas materiais. Quando lhes falta uma direção segura, enveredam para as extravagâncias mentais de toda ordem; deixam-se dominar por ideias errôneas e falsas, cujas consequências são fatalmente a desilusão e o desânimo intelectual que lhes abalará profundamente o seu Sistema nervoso e a saúde em geral.

Vê-se, pelo exposto, que o ser humano natural é a expressão desses Éteres de que se compõe o seu Corpo Vital, e manifesta em todas as suas ações as características de qualquer deles que se torne preponderante. Estimulado pelo Corpo de Desejos, qualquer desses Éteres pode desenvolver-se extraordinariamente, em detrimento dos demais, e isso significa um desequilíbrio, de consequências prejudiciais à livre manifestação do Ego.

No ser humano superior e equilibrado as funções dos Éteres são controladas pela razão, de maneira que não há preponderância de um sobre os outros. Entretanto, como todo ser humano nasce com a tendência natural para o excesso de um deles, cumpre que o Aspirante à vida superior procure reconhecer qual deles tem essa tendência, para poder dominá-lo inteligente e racionalmente.

Os excessos de alimentação, o estímulo constante do apetite, desenvolvem o Éter Químico que vai gradualmente dominando o indivíduo, tornando-o em pouco tempo escravo dessa força elementar que preside as funções digestivas.

Os excessos sexuais, o estímulo constante dos desejos sensuais; desenvolvem o Éter de Vida, que pouco a pouco se torna preponderante e escraviza o indivíduo às sensações eróticas, com graves consequências. O desperdício constante e pervertido das forças criadoras, as mais, sagradas do organismo, rebaixa perigosamente o grau de vitalidade de toda a constituição física, expondo o indivíduo a toda sorte de desequilíbrios orgânicos. Porém, o que torna mais deplorável esse estado é a terrível depressão mental que ocasiona. As faculdades mentais descacem espantosamente, causando muitas vezes o idiotismo e a loucura.

Os excessos de função do Éter Luminoso manifestam-se em excessos nervosos e em desejos imoderados de sensações, impedindo o indivíduo de concentrar-se- numa só ordem de ideias ou de aplicar-se à realização integral de qualquer plano. Tudo quanto exija firmeza de ideias e perseverança é considerado como um suplício, de que procuram ver-se livres. O excesso de energias do Éter Luminoso manifesta-se especialmente pela vontade exagerada de falar, de criticar, de exibir-se. Qualquer coisa ou qualquer, assunto só terá valor enquanto lhes proporcione alguma sensação agradável, estando prontas a abandonar o que quer que seja desde que cesse a sensação ou curiosidade que lhes despertava.

Essa manifestação exaltada do Éter Luminoso impede que o examinem detidamente as coisas, que avaliem o valor real de qualquer assunto ou estudo. Experimentando tudo superficialmente, pelo simples prazer de experimentar sensações novas, são incapazes de se estabilizar e de permanecer por muito tempo em qualquer trabalho ou ideal. E assim vêm passar os anos de sua existência na terra sem encontrar nunca satisfação em coisa alguma e sem realizarem nada de realmente útil a si mesmos ou a coletividade, antes pelo contrário, tornam-se muitas vezes perturbadores da paz e da ordem, porque levados pelo seu temperamento irrequieto e superficial, não são capazes de se sujeitar a qualquer disciplina.

Quando o Éter Refletor se torna excessivo é preponderante, as funções mentais prevalecem no indivíduo, que se sente constantemente dominado por toda sorte de pensamentos, sendo-lhe quase impossível cessar de pensar um só momento, levado pelo excesso desse Éter, que dia a dia se torna mais exigente, entrega-se o indivíduo à leitura excessiva, a estudos, de toda espécie onde possa encontrar novas ideias e pensamentos que lhe proporcionem constantes sensações mentais. Com o tempo forma-se em sua Mente um aglomerado desordenado de ideias próprias e alheias, e o seu maior prazer é revirar essa massa de elementos mentais que acumulou, como “um colecionador”. Para isso procura a solidão e se irrita facilmente, quando se vê perturbado pelos outros.

A maior parte desses indivíduos se torna cum o tempo cada vez mais insociável, descambando para os pessimismos, para as ideias negras que deixam dominar o seu campo mental já tão sobrecarregado sentem verdadeiro prazer em convencer os outros e arrastá-los às suas próprias ideias. Sofrendo profundamente sempre que alguém menospreze as suas opiniões. A grande falha de muitos destes indivíduos é que muitas vezes se deixam dominar por ideias “falsas, que procuram sustentar caprichosamente. Embora estudem muito, fazem-no pelo simples prazer de acumular conhecimentos e dar pasto à sua fome insaciável de sensações mentais.

Fracassam quase sempre na vida prática porque se descuidam constantemente dos seus deveres sociais. Deixam muitas vezes de pôr em prática as suas ideias, por receio de vê-las malsucedidas, ou de ser forçado a reconhecer que são falhas e defeituosas.

Vê-se que nestas quatro funções naturais dos Éteres do Corpo Vital, junto aos desejos que brotam do Corpo de Desejos, podemos incluir todas as atividades do ser humano terrestre. Como forças naturais e irresponsáveis, elas impelem o ser humano a satisfazê-las, e quanto mais forem empregadas e excitadas, mais exigentes se tornam. O exercício imoderado de qualquer dessas funções naturais, longe de satisfazer, mais fortifica o Éter correspondente e o correspondente desejo, que acabam por escravizar o indivíduo.

A tendência natural dessas forças vivas do organismo é a REPETIÇÃO SISTEMÁTICA das sensações experimentadas, para crescerem continuamente de potencial.

O que o ser humano comum chama de “prazer” é simplesmente a satisfação dos impulsos cegos dessas forças elementares que o impelem mecanicamente, com impulso cada vez mais forte, mas que nunca se satisfazem. Enquanto o entendimento espiritual e a razão não se despertam no ser humano, para que possa dirigir inteligentemente sua conduta na vida, as forças elementares e os desejos governam e dominam as suas atividades, e como não há neles nenhuma direção superior, forçam o ser humano a satisfazê-los, sem maiores considerações.

É por isso que o ser humano comum, reproduz, como um instrumento passivo, todos os impulsos de suas tendências naturais, não chegando nem mesmo a perceber o estado de servidão com que se encontra, arrastado por toda sorte de desejos, tendências, opiniões, hábitos e vícios.

Ao despertar-se o entendimento espiritual, começa o ser humano a compreender a necessidade de dominar e controlar os impulsos de sua natureza inferior, tornando-se “senhor de si mesmo” e não um mero joguete de forças elementares que só devem agir sob a direção de sua VONTADE, para finalidades justas e convenientes ao seu próprio aperfeiçoamento. Para isso cumpre que procure todos os meios de desenvolver racionalmente a VONTADE, para impô-la às tendências inferiores, libertando-se da dominação que exerciam sobre ele.

O desenvolvimento da VONTADE só se efetua quando o ser humano procura decidida e sistematicamente examinar os seus impulsos e tendências naturais, negando-se a atender e traduzir em atos aqueles que a sua razão e consciência reconhecem como contrários e prejudiciais ao seu próprio desenvolvimento espiritual. 

Não há nenhum mal em atender-se RACIONALMENTE às funções naturais e às necessidades orgânicas, mas é um terrível erro fazer delas motivos de prazeres irracionais e de vícios escravizantes. Desequilibrar e perverter as funções naturais, para deixar-se depois escravizar-se por elas é colocar-se, sem dúvida, na mais desastrosa das condições, cujas consequências serão fatais ao destino espiritual do indivíduo.

Entretanto, é necessário considerar, que só gradualmente, com paciência e perseverança, irá o Aspirante conquistando o domínio de sua natureza inferior, à proporção que for desenvolvendo a VONTADE nas lutas e vitórias que for alcançando. Cada vitória, por menor que seja, aumentará o poder de sua VONTADE que assim irá, gradativamente se afirmando. Nesse trabalho de transcendental importância é preciso que o Aspirante saiba agir com calma e prudência. Que ele não julgue que alcançará uma vitória efetiva sem lutar, seriamente e talvez por muito tempo. Não convém agir violentamente contra as forças naturais, nem se restringir repentinamente. É preferível contentar-se, no princípio, com pequenas vitórias, que não provocarão grandes reações perigosas. A VONTADE crescerá assim gradativamente, mas, com segurança, preparando-se para as lutas maiores que possam surgir. Especialmente nas ocasiões de dificuldades naturais da vida, quando se sentir um abatimento moral, convém redobrar de atenção, porque certamente as forças elementares e os desejos desordenados procurarão se aproveitar desses momentos críticos para desfazer todos os esforços anteriores do Aspirante, com o intuito de desanimá-lo e readquirir sua dominação.

CAPÍTULO 2 – DEDUÇÕES PARA O ASPIRANTE À VIDA SUPERIOR

Das considerações do capítulo anterior, infere-se que os primeiros esforços do Aspirante à vida superior se destinam a liberar a sua consciência dos impulsos das forças elementares, que deve aprender a dirigir e controlar com inteligência.

Compreender as funções dos Éteres do Corpo Vital é o primeiro passo para sobrepor-se a eles. Como instrumentos do Ego, são úteis e necessários à vida terrestre, mas hão de se subordinar à vontade do ser humano, sendo dirigidos para a realização do ideal superior: a vida espiritual.

Em suas funções naturais, os Éteres atuam como forças irresponsáveis, segundo as suas linhas específicas, incapazes de responder a qualquer outra espécie de estímulo senão a de seu próprio plano.

É assim que as forças do Éter Químico, tendo por função natural a manutenção dos processos digestivos e a garantia de conservação do Corpo Denso, provocarão no ser humano os estímulos correspondentes, a fome, a sede, para que seja atendida a necessidade de alimentos, que servem de base às funções daquele Éter. Entretanto, o ser humano é o único responsável se, arrastado por desejos pervertidos, faz dessa função um prazer vicioso e se torna guloso, excitando e descontrolando as funções naturais desse Éter.

O mesmo acontece com a ação do Éter de Vida sobre os órgãos de geração. Em sua função normal ele se manifesta, a seu devido tempo, provocando no ser humano o estímulo que o leva ao emprego dos seus órgãos geradores, necessário para a perpetuação da onda de vida humana aqui. Em sua expressão natural o Éter de Vida age como energia altamente espiritual, encarregada da mais elevada função orgânica: gerar novos corpos. Para garantir a perpetuação da onda de vida humana aqui, a Natureza fez dessa função a mais profunda sensação que o ser humano pode experimentar. É tão poderoso esse estímulo das forças geradoras que a grande maioria dos seres humanos se vê arrastada por ela e incapaz de controlá-la. Entretanto, como uma força natural e necessária, ela se expressa de acordo com a lei de expansão criadora, sem outra finalidade que não seja a geração de novos corpos. Por infelicidade, é o ser humano rapidamente dominado pelo desejo de renovar continuamente o prazer da sensação e resvala para os excessos entregando-se à sensualidade, com todo o seu cortejo de perversões degradantes. Quanto mais excita a função desse Éter, mais forte, exigente e insaciável ele se torna, arrastando o indivíduo a toda sorte de abusos. Também não há nenhuma função que produza maiores consequências físicas, mentais e morais.

Como todas as forças naturais, o Éter de Vida pode ser controlado, dentro dos limites do razoável, devendo o Aspirante à vida superior considerar que sobre essas forças repousam todas as suas possibilidades de avanço efetivo. Se souber acumular racionalmente essas potentes energias e dirigi-las sabiamente sentirá em si mesmo maravilhosa expansão das faculdades superiores, que aumentarão consideravelmente sua capacidade de trabalho mental, ao mesmo tempo que melhorarão imensamente as suas condições físicas.

Entretanto, cumpre que se tenha em vista que o controle das forças criadoras exige muito cuidado por parte do Aspirante à vida superior. Só há um meio acertado de se conquistar o domínio e controle dessa maravilhosa força natural, e esse meio é o domínio perfeito da Mente, libertando-a de todos os pensamentos de sensualidade, ao mesmo tempo que se afastará de todos os ambientes sensuais, das conversas maliciosas, das leituras provocantes. Mantendo o Aspirante essa atitude, o Éter de Vida não encontrará estímulo para se expandir demasiadamente, ficando limitado em suas funções físicas. Começa então o seu extraordinário poder de regeneração, porque não sendo canalizado para os órgãos físicos, o Éter de Vida procura se expandir naturalmente em direção à reconstrução e renovação de todo o organismo, especialmente o cérebro, tornando-o um instrumento mais completo, mais poderoso e mais eficiente para o trabalho do Espírito. Um indivíduo nessas condições é capaz de gerar um pensamento realmente “poderoso” e a sua capacidade de realização se torna quase ilimitada. Contudo, deve o Aspirante à vida superior lembrar-se que enquanto não alcançar um perfeito domínio mental experimentará certamente reações, às vezes violentas, mas que há de procurar, com coragem e paciência, dominar. Qualquer descuido provocará a descida dessas energias para os órgãos físicos e a volta das tentações sensuais.

Os casados, especialmente, deverão gradual e sistematicamente restringir os impulsos habituais, aumentando aos poucos os períodos de abstinência, enquanto for possível, sem prejuízo para a saúde, até que se habituem a uma vida casta e livre de malícia.

Em si mesmo, o ato sexual é natural e santo, quando empregado para sua legitima finalidade: a procriação. Mas, quando se faz dele um motivo de prazer vicioso e desregrado, passa a ser a maior calamidade, a maior causa de decadências e degenerações físicas e mentais, que tornam a vida um calvário de dores e de misérias.

O Éter Luminoso produz no ser humano o desejo de sensações novas. Desperta a curiosidade, a sede de conhecimento do mundo exterior, de ver, de ouvir, de experimentar toda sorte de sensações mundanas. Sua função é a de receber, através dos órgãos dos sentidos, todas as sensações e transmiti-las ao cérebro, onde a consciência percebe tais sensações.

A sua principal característica é procurar constantemente novas impressões, sem se importar absolutamente com o seu valor, ou com as impressões anteriores, fazendo do ser humano um ser essencialmente curioso, ávido de coisas novas, sempre em busca de algo diferente e novo, que satisfaça esse impulso natural. Quanto mais esse Éter é excitado, mais forte e exigente se torna, e os indivíduos que se deixam dominar por ele se tornam incapazes de estabilizar-se; de se afirmar em qualquer assunto que seja. Sua curiosidade excessiva e seu insensato desejo de sensações novas não lhes permite concentrar-se em coisa alguma. São extremamente superficiais e irrequietos, tudo experimentando pelo único prazer de passar por sensações diferentes. Seu principal e mais grave defeito é tratar todos os assuntos com superficialidade, abandonando com a maior facilidade qualquer assunto, por mais importante que ele seja, desde que não lhe proporcione mais sensações. É por isso que apreciam as leituras sensacionalistas, os romances de aventuras, os esportes, as viagens, etc.

Resulta disso que não afirmam jamais os seus conceitos e raramente chegam a realizar alguma coisa de valor. São como eternas crianças, que nada podem considerar seriamente.

O desenvolvimento espiritual exige firmeza e perseverança. Só o tempo e o esforço continuado, numa só direção inteligente, podem produzir algum resultado real, e o Aspirante à vida superior há de aprender a dominar os impulsos do Éter Luminoso para poder concentrar-se, devidamente, no estudo e na prática dos exercícios espirituais.

Para isso cumpre que reaja contra à tendência natural de passar, sobretudo, superficialmente e se esforce em estudar e examinar as coisas com paciente atenção.  É preciso que se habitue a concentrar-se e meditar profundamente sobre as questões espirituais, até que encontre uma solução lógica e razoável. Deixar-se levar irrefletidamente pelos impulsos e curiosidades do Éter Luminoso é tornar impossível a estabilidade interna, é impedir o desenvolvimento do entendimento espiritual.

Queixa-se, a maior parte dos Estudantes Rosacruzes, de que lhe custa compreender o que estuda, mas o que não nota é que não chega nunca a concentrar-se bem em coisa alguma, que não tem parada nem sossego para examinar os assuntos profundamente e meditar sobre eles. Essa é a consequência fatal da falta de domínio sobre as forças desse Éter Luminoso que excita constantemente todo indivíduo e o faz correr em busca de sensações sempre novas e variadas.

O Éter Refletor se manifesta, por duas funções:

  1. modelar e organizar os pensamentos, revestindo com suas forças as ideias que surgem da Mente;
  2. registrar todos os acontecimentos da vida nas Memórias Consciente e Subconsciente.

A primeira função compreende a formação dos pensamentos, que são ideias revestidas das forças desse Éter, tornando-se como seres distintos que se movem continuamente dentro da aura humana. Uma vez modelado e animado pelas forças do Éter Refletor, o pensamento começa imediatamente a agir interiormente, impelindo o ser humano à realização da ideia que lhe serve de impulso inteligente, procurando todos os meios possíveis de aumentar o seu poder e realizar-se através do seu criador. Cada vez que o indivíduo volta a pensar sobre uma determinada ideia, fornece-lhe novo reforço desse Éter Refletor, tornando-se cada vez mais poderoso o pensamento primitivo formado por essa ideia. Quanto mais forte se torna, mais atua sobre o seu criador, levando-o, por fim, à prática da respectiva ideia. É assim que, sem quase o notar, o ser humano comum é invariavelmente arrastado pelos pensamentos que cria e alimenta, tornando-se mero instrumento das ideias que sustenta, sejam elas certas ou errôneas. Sem o entendimento espiritual não passa o ser humano de um instrumento dos pensamentos que lhe ocupam o campo psíquico e que o impelem constantemente à execução dos atos correspondentes. O que torna essa questão ainda mais importante é que o ser humano comum é sempre afetado e impressionado por ideias e sugestões alheias que recebe, consciente ou inconscientemente, e que se desenvolvem em seu interior, alimentadas pelo seu próprio Éter Refletor, tornando-se, muitas vezes, elementos preponderantes em sua vida, embora sejam até mesmo contrários aos seus próprios desígnios e interesses.

O terrível poder da sugestão é ainda pouco compreendido. Desconhecendo os processos de funcionamento do Éter Refletor o ser humano comum é dominado pelos pensamentos que alimenta, quer sejam próprios ou de outrem, e muitas vezes se vê perturbado pela ação provocante de pensamentos desagradáveis que inadvertidamente vem conservando e contra os quais luta e se esforça por eliminar da consciência.

Pelo exposto pode-se avaliar quão necessário é aprender-se a controlar as funções desse Éter Refletor, evitando-se cuidadosamente que as suas forças continuem a alimentar ideias inconvenientes e prejudiciais. Examinando atentamente as ideias que surgem em nosso campo mental, ou que recebemos dos outros, poderemos distinguir as que merecem ser alimentadas ou as que devem ser repelidas. Enquanto é simplesmente “uma ideia” ela não causará maiores inconvenientes, porque não possui a força dinâmica do Éter Refletor. Mas se for admitida e alimentada por algum tempo, revestindo-se de forças etéricas, então se tornará propriamente um “pensamento”, cada vez mais poderoso. Desde que sejam alimentadas, as ideias-pensamentos seguirão invariavelmente o seu curso, crescerão e se desenvolverão até conseguirem a força suficiente para impelir o ser humano à ação.

O que felizmente equilibra a situação no ser humano comum é que os seus estados mentais não possuem estabilidade, variando constantemente, de maneira que os pensamentos não recebem um reforço constante e eficiente por longo tempo, sendo logo substituídos por outros de diferentes vibrações. Mas, se por infelicidade qualquer pensamento conseguir se afirmar mais fortemente, dominando os demais e monopolizando o campo da consciência, então veremos o que se costuma chamar de “mania”, e da mania à loucura vai apenas um passo. Não importa qual seja o pensamento; se ele se tornar preponderante a tal ponto que chegue a dominar todo o campo da consciência, então impedirá que nela se manifestem quaisquer outras ideias. Dominado por uma única ideia-pensamento cessa toda liberdade do Ego, arruinando-se por completo o seu desenvolvimento atual. As pessoas negativas, de vontade fraca, as que abusam de bebidas alcoólicas, podem facilmente cair nessa desgraçada condição, quando qualquer das suas ideias se desenvolve demasiadamente pela repetição constante, tornando-se um pensamento demasiado fortificado pelas energias do Éter Refletor.

O desenvolvimento espiritual exige a prática da concentração, na criação de ideias-pensamentos superiores e poderosas, que possam servir de auxiliares na conquista da Iluminação e da Iniciação. Entretanto, o Aspirante à vida superior há de manter-se sempre como senhor absoluto dos pensamentos desenvolvidos e dos seus estados mentais, e isso requer um preparo inteligente. É necessário, antes de tudo, desenvolver a consciência e a vontade, numa direção absolutamente justa e racional.

Qualquer desvirtuamento ou má intenção na criação dos pensamentos-formas acarretará invariavelmente consequências desastrosas, a qualquer praticante.  O único caminho legítimo é o do amor e da fraternidade. É o caminho de Cristo.

CAPÍTULO 3 – FINALIDADES DA EVOLUÇÃO

Dominar e dirigir sabiamente as energias vivas que funcionam em seus Corpos Vital, de Desejos e na Mente é o legítimo trabalho da Evolução a que todo ser humano é chamado e que, necessariamente, há de executar e completar algum dia.

Todo o processo evolutivo é uma questão de desenvolvimento da consciência e da vontade, para a conquista da liberdade espiritual, e ser livre espiritualmente significa “controlar e dirigir” as forças naturais que se manifestam na constituição humana, conduzindo-as inteligentemente para a plena realização do mais alto ideal, a própria iluminação.

Ao descer à Terra, o Espírito Humano tem uma finalidade: constituir uma consciência pessoal, que possa funcionar independentemente das Inteligências Criadoras que dirigem Evolução. Só através do Corpo Denso isso se torna possível. Porém, uma vez despertada essa consciência pessoal nascida no meio terrestre, ela é envolvida por todas as atrações e apegos da vida mundana, por todas as forças inferiores que dominam o mundo e se torna quase incapaz de atender à voz do seu próprio Espírito interior, deixando-se dominar pela terrível teia de ilusões mundanas e desejos inferiores que a escravizam.

Se durante a vida terrestre a consciência humana não conseguir reconhecer essa situação, se não se esforçar por se libertar das ilusões terrenas e se não quiser atender à voz do “Eu superior”, terá fracassado a primeira finalidade do Espírito, que será forçado a voltar à Terra e constituir novos Corpos, se personalizando novamente, para tentar mais uma vez a prova.

O Espírito Humano tem absoluta necessidade de uma consciência pessoal, e para isso constitui os Corpos terrestres, em que ela desperta e funciona, porém a consciência pessoal, dominada pelas condições terrestres, não reconhece o seu próprio criador, nem procura atender aos seus desígnios superiores, se entregando aos atrativos, aos prazeres e ilusões da vida terrestre, abandonando os interesses superiores do seu Espírito.

Nessas condições se encontram quase todos os seres humanos na Terra. Todos têm uma vaga impressão de um destino espiritual, de uma necessidade superior, mas que absolutamente não querem considerar seriamente, porque a infinidade de interesses terrestres, de apegos, de ilusões, de prazeres e de vícios lhes rouba todo tempo e toda alma. Para atender às contínuas exigências da vida terrestre, o ser humano abandona, quase por completo, os interesses do seu próprio Espírito, criando toda sorte de elementos mundanos que, longe de satisfazê-lo, cada dia se tornam mais dominantes.

A grande dificuldade, e o mais sério perigo para o ser humano, é que o ambiente terrestre não oferece à nova personalidade criada nenhuma orientação realmente superior antes, pelo contrário, a educação mundana, os exemplos, as necessidades materiais, ocupam toda a mentalidade do ser humano, desde a infância, forçando-o a deixar esquecidos e abandonados os seus interesses espirituais e impulsos superiores que provêm do seu Ego

De maneira que a primeira questão que se apresenta a todo ser humano, que deseja progredir espiritualmente, é vencer a oposição natural da mentalidade mundana formada desde a infância e que, agora, procura, a todo transe, mantê-lo afastado e descrente dos seus interesses espirituais. Nessa verdadeira luta interior contra o materialismo que procura dominá-lo, não encontra o ser humano nenhum apoio exterior, porque todo o mundo apoia e sustenta a mentalidade mundana, sendo incapaz como é, de reconhecer, as necessidades e ideais superiores. Nem mesmo os parentes e amigos apoiarão os esforços do ser humano que procura evoluir espiritualmente, e sem dúvida se oporão, classificando essas coisas de “excentricidades e manias”.

É necessário que o Aspirante à vida superior considere essas atitudes como absolutamente naturais, sendo inútil pretender que a mentalidade mundana admita e leve a sério as suas necessidades espirituais. Não podendo compreender, não se interessa a mentalidade mundana por coisa alguma superior. De nada valerão argumentos, discussões, nem aborrecimentos, que só prejudicarão os seus esforços. A luta há de ser inteiramente interior, contra suas próprias dúvidas, seus desejos e ilusões mundanas, seu egoísmo material e as sugestões que recebe do exterior, mas que procuram dominá-lo. Não são as coisas exteriores que nos afetam, mas as impressões que elas causam dentro de nós.

Pretender impor aos outros os seus pontos de vista superiores tem sido sempre a mais dolorosa falha de muito Estudantes, que por falta de experiência e de previsão julgam possível modificar a mentalidade de pessoas que absolutamente não se interessam pelos assuntos espirituais. O receio de se ver isolado mentalmente dos indivíduos que o rodeiam, dos seus próprios parentes e amigos a quem ama, faz com que o Estudante se esforce por convencê-los, para se sentir ao menos compreendido e consolado. Entretanto, essa atitude, com raras exceções, lhe trará amargas desilusões.

Os problemas espirituais são absolutamente individuais. Cada ser humano há de resolvê-los por si mesmo e internamente, sendo necessário que se prepare para enfrentar as oposições naturais e sistemáticas da “mentalidade mundana”, para a qual as questões espirituais não apresentam nenhum interesse.

Não deve o Aspirante à vida superior se admirar, nem se aborrecer, diante da oposição de indivíduos que o rodeiam, cuja mentalidade, dominada pelos interesses mundanos de toda ordem, é ainda incapaz de raciocinar espiritualmente.

A única atitude legítima e conveniente é a de reserva e tolerância, se evitando a todo transe provocar qualquer espécie de questões e de desarmonias, que viriam certamente prejudicar e talvez inutilizar todos os seus esforços.

O que é preciso evitar sempre, com o maior cuidado, é provocar a formação de um ambiente francamente antipático e contrário aos seus interesses superiores. Se os que o rodeiam tomarem a peito uma oposição sistemática e caprichosa, o Estudante se verá, certamente num círculo de terríveis provas morais que dificilmente poderá vencer. Se não formos prudentes e pacientes com a opinião alheia, certamente atrairemos constantes reações de toda espécie que dificultarão ainda mais a nossa marcha.

Não temos nenhum direito de exigir, de quem quer que seja, que adote os nossos pontos de vista, que aceite as nossas opiniões, por melhor que elas sejam, nem que nos acompanhe no caminho que encetamos. Algumas vezes tentamos entusiasmar os outros, para não nos sentirmos isolados, sozinhos, em nossa aventura espiritual, mas é quase certo que não encontraremos outras pessoas capazes de nos entenderem; a não ser os nossos verdadeiros companheiros de ideal, os amigos que fazem parte da nossa corrente espiritual. Será fácil compreender o motivo. É que os que se ligaram à nossa corrente e acompanham a orientação da Fraternidade Rosacruz vão, gradualmente e quase insensivelmente modificando a sua mentalidade, libertando-a dos velhos conceitos materialistas e mundanos. Um indivíduo mundano, por melhor que ele seja, desconhecedor dos princípios de verdadeira fraternidade que vimos constituindo, dificilmente poderá considerar as razões que nos aninam. Cuidemos muito de não forçar o entendimento dos outros, especialmente daqueles que não demonstram um verdadeiro interesse em aprender. Há uma regra fácil e útil para seguir nesses casos: não falar sem ser perguntado. Diz o Evangelho: “Aquele que pede, ser-lhe-á dado.”.

Esperemos pacientemente que nos perguntem por que só aquele que pergunta, ou que procura demonstra interesse em aprender, e está em condições de alcançar o conhecimento. Não pense nunca que o falar demais trará alguma vantagem nesse sentido. Quanto mais falarmos inoportunamente, tanto mais perturbaremos àqueles que não estão dispostos a aprender e, tanto mais provocaremos dificuldades para nós mesmos.

As descrenças e dúvidas daqueles que nos rodeiam, os seus sorrisos de escárnio, as suas malícias e graças serão outras tantas sugestões contrárias, que poderão, talvez, perturbar a nossa confiança e a nossa estabilidade, se ainda não alcançamos a firmeza e o pleno entendimento.

Evitemos sempre a triste mania de querer nos exibir fazendo dos conhecimentos espirituais um motivo de vaidade. Tudo o que falarmos movidos tão somente por essa egoística intenção será fatalmente prejudicial a nós mesmos e aos que nos ouvem. Além disso, toda ostentação vaidosa só atesta a falta do verdadeiro conhecimento. É por isso que não poderão produzir resultados superiores; levam em si o germe da desconfiança e de dúvida.

Quando for oportuno, falemos simplesmente com o sincero desejo de esclarecer os nossos semelhantes, e aquilo que dissermos produzirá os mais benéficos frutos. Não temamos falar, e falar claramente, quando for oportuno, mas guardemo-nos de pretender convencer os outros com discussões e críticas ao seu modo de pensar, porque com discussões e críticas só conseguiremos aborrecer aos outros e a nós mesmos.

Se queremos realmente prestar um grande serviço aos nossos semelhantes e conquistar, ao mesmo tempo, um elevado merecimento, falemos pouco sobre as questões espirituais e somente quando for oportuno.

F I M

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Construção e Trabalho sobre o Corpo Vital

Construção e Trabalho sobre o Corpo Vital

Com a ajuda de nossa mãe, do nosso pai e dos Anjos do Destino nos preparamos para um novo nascimento no Mundo Físico.

E toda nossa estada aqui na Terra é para colher os frutos que semeamos em vidas passadas e, consequentemente, para semear outras que nos irão proporcionar experiências futuras para os próximos renascimentos.

Nós, Egos, chegamos aqui nessa mais uma vida na Terra construindo as seguintes ferramentas como veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente.

Contudo, podemos dizer que a consciência da utilização desses veículos por nós, o Ego, aqui se dá por etapas: isto é, os veículos vão nascendo aos poucos aqui.

E a finalidade desse processo gradual é para que possamos assimilar o máximo em cada etapa e se preparar para a colheita na vida futura.

De posse desses maravilhosos instrumentos nós podemos utilizá-los para evoluir e aperfeiçoá-los, mas a qualidade desse desenvolvimento dependerá da qualidade do trabalho em que esses veículos serão empregados por nós para ganhar experiências em cada vida. Afinal, já sabemos que a verdadeira finalidade da vida não é a obtenção da felicidade, mas a conquista de experiências que desenvolverão os poderes espirituais latentes em cada um de nós.

Nascemos completamente dependentes dos nossos pais e somos guiados por eles durante muitos anos.

Por isso lemos em Eclesiástico capítulo 7 versículos 27-28: “Honra teu Pai de todo o coração e não esqueça as dores do parto de tua mãe. Lembra-te de que por eles foste gerado: como lhes retribuirás o quanto te deram?”.

Depois do nosso nascimento aqui, nossos veículos estão interpenetrados, mas nenhuma de suas forças positivas é ativa, mas elas continuam a se desenvolver.

É sabido que a vida progride em ciclos de sete em sete anos, desde o nascimento até a morte.

Do zero aos sete anos se dá a preparação para o nascimento do Corpo Vital e, portanto, nós, o Ego, não temos total domínio dele. O sangue utilizado no nosso Corpo Denso é o que foi armazenado na Glândula Timo, quando ainda estávamos no útero da mãe; ou seja, esse sangue é o da mãe. O domínio sobre ele só será possível com a fabricação dos corpúsculos vermelhos do sangue por nós, o Ego.

O Corpo Vital vai crescendo e dando a vitalidade que nós necessitamos no interior de nossa proteção cósmica (também chamado de Corpo Vital macrocósmico).

Nesse período estamos abertos para sermos ensinados e instruídos e não temos a iniciativa para julgar antecipadamente e muito menos para emitir opiniões. Porque durante esses primeiros sete anos nós somos “todos olhos e ouvidos”, absorvendo, sem críticas, tudo o que é nos ensinado e mostrado, constituindo-se esse setenário o mais importante na formação do nosso caráter. Pois a nossa natureza interna é sensível e inocente. Assim, a imitação e o exemplo são as palavras-chaves para a nossa educação nesse período. Imitação por nossa parte e exemplo por parte dos nossos pais, para que imitemos o que é bom.

Nesse período, quando nos deparamos com algo desconhecido somos bastante humildes para perguntar e admitir a nossa ignorância no assunto. Estamos sempre prontos a aprender!

Existe uma passagem na Bíblia que ilustra bem esse ponto. No Evangelho Segundo São Marcos capítulo 10, versículos 14-15 lemos: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais; porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. Em verdade vos digo, todo o que não receber o Reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará”. Isso mostra também que nesse período somos dotados de uma fé infantil, pois acreditamos e vivenciamos tudo o que nos é ensinado.

Em torno do sétimo ano de vida, o Corpo Vital, atingindo seu nível de perfeição suficiente, nasce. Esse é o período em que os pais e educadores poderão ajudar os filhos na formação e desenvolvimento das afeições, dos hábitos, da consciência, do caráter, da memória e do temperamento. É nesse período que passamos a observar mais, e com isso acabamos por aprender a discernir o certo do errado e a cultivar ideais elevados.

As palavras-chaves para esse período na nossa educação são discipulado e autoridade. Contudo, essa autoridade deve ser passada pelos pais com confiança, sinceridade e amor; dessa maneira, podemos considerar nossos pais como sendo os mais corretos e estamos aptos ao aprendizado do discipulado. E nesse momento os pais devem estar prontos a dar uma vida de bons exemplos a seus filhos, já que é mediante a observação e veneração a eles que mais aprendemos.

Retornemos à Bíblia no Eclesiástico capítulo 14, versículo 22: “Feliz o ser humano que persevera na sabedoria, que se exercita na prática da justiça, e que, em seu coração pensa no olhar de Deus que tudo vê”.

Por volta dos 14 anos nasce o Corpo de Desejos. A palavra-chave para a educação nesse período é a compreensão e o amor. É o período da puberdade, em que se inicia a nossa fase de autoafirmação e passamos, então, a ter identidade própria. Com isso o sentimento do “eu” começa a se expressar completamente, por ser o sangue inteiramente produzido e dominado por nós, o Ego.

Nesse período, devido à produção de sangue quente pelo Éter de Luz, nós, o Ego, acumulamos muita força sexual no sangue que se desenvolve e governa o coração. É por isso que, muitas vezes, encontramos alguém dizer que alguns jovens “perderam a cabeça” ou que alguns são de temperamento “fervente”. É visto, nesse período, que a ira, a paixão e, muitas vezes, a ansiedade do jovem acabam por elevar a temperatura do sangue e se não houver um controle, poderão prejudicar a atuação do Ego sobre seus veículos. Necessário faz-se que os pais tenham muita paciência com seus filhos para que eles possam transpor esse período até, por volta dos 21 anos, quando nasce a Mente, idade que chamamos de maioridade.

Com o controle da Mente, o Corpo Denso não fica com o sangue nem muito quente nem frio. Com a Mente completa-se a ligação de todos os nossos veículos, incluindo os Éteres superiores que são o Luminoso e o Refletor e, assim, estamos capacitados para ter controle sobre nossas aspirações e desejos, freando a natureza dos desejos.

Daqui para frente cabe a nós, o Ego, trilharmos o nosso caminho, uma vez que o caráter já está formado. Precisando apenas exercer nossa vontade. É muito importante a educação que os pais dão a seus filhos nesse tempo, sem cobrança ou sem esperar nada em troca e não julgando ser sua propriedade para retribuir os favores dados a eles anteriormente. Pois os filhos que são educados com amor, assistência, atenção, confiança e afeto, certamente, retornarão reconhecendo o valor dos pais.

Agora estamos prontos para aspirar e desenvolver o que resume Max Heindel nesta frase: “uma Mente pura, um Coração nobre e um Corpo são”.

Comecemos lembrando o que a Escola Rosacruz ensina, como máxima fundamental, que “todo desenvolvimento oculto começa no Corpo Vital”.

Há de ter uma particular atenção à parte do Corpo Vital formado pelos dois Éteres superiores que, desenvolvidos e trabalhados, formarão o Corpo-Alma. Trabalho esse que tem início com a prática dos bons hábitos e para isso é essencial utilizar-se da palavra-chave desse veículo que é “repetição”.

No Evangelho Segundo São Mateus, capítulo 7, versículo 24 lemos: “Aquele que ouve minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um ser humano prudente, que edificou sua casa sobre a rocha”.

O fator essencial na realização desses ideais é a prática da persistência na meta escolhida. E jamais devemos trabalhar com nossos esforços ocasionalmente, pois isto não leva a nenhum propósito definido e a desistência fica sempre mais próxima!

Max Heindel disse: “O maior perigo que ameaça o Aspirante nesse caminho é que fique preso na rede do egoísmo, e sua única salvaguarda é o cultivo da fé, devoção e a irradiação de amor sem restrições.

Precisamos estar então alertas em relação a nossas atitudes mentais ou novas ideias para que não julguemos somente com o intelecto, mas deixemos, também, o nosso coração tomar parte nessa decisão.

Se tem algo que pode ser destacado como de utilização sempre presente é a adaptabilidade, que é um fator expressivo no caminho da evolução.

Existem certos hábitos antigos que deveremos analisar sob diversos ângulos e admitir as mudanças necessárias para vencermos o convencionalismo.

Se estamos neste caminho para a frente e para cima é necessário que façamos inovações: que edifiquemos melhor nosso Templo do Espírito, pois Deus opera continuamente para nosso bem.

Muitas de nossas fraquezas são forças mal dirigidas e devemos, então, mudar o eixo dessas forças recusando pensamentos maus, como medo, temor, ansiedade e outros similares e nos orientar para a verdade que nos é mostrada dentro de nós.

Todavia, se acaso cairmos em tentação, devemos compreender e aceitar esses desafios ou provações de nosso eu inferior e vendo nessas oportunidades uma maneira de nos livrarmos desses maus hábitos para sempre. Aprendamos pela dor e sofrimento, mas, de fato, aprendamos!

As provações são sinais de progresso, pois durante nossas vidas anteriores contraímos dívidas sob a Lei de Causa e Efeito (ou a Lei de Consequência) e hoje estamos ajustando as dívidas antigas, pagando-as uma a uma. Contudo, uma coisa é certa: o futuro deve ser decidido AGORA para que deixemos de gerar dívidas, o que trará, como consequência lógica, menos sofrimento e dores possíveis e evoluiremos cada vez mais rápido, com segurança, indo ao encontro de Cristo.

Lembremos do que disse Max Heindel: “O único fracasso é deixar de lutar”. E ele nos deixou também uma indicação para a formação dos ideais superiores no Corpo Vital que são os exercícios matutino e vespertino (Concentração e Retrospecção, respectivamente) e um exemplo e modelo perfeito de exercício devocional: a Oração do Senhor, o Pai-Nosso. Devemos orar, mas não para obter auxílio material ou passar em exame na escola ou faculdade. Isto é barganha, e barganha espiritual não existe; é ilusão, é a nossa astúcia, reminiscente da Época Atlante.

A oração ajuda nossos veículos a evoluírem com segurança. Portanto, por meio da oração temos um método de produzir pensamentos puros e, assim, agir principalmente sobre o Corpo Vital. Por isso que o Apóstolo São Paulo disse que devemos “orar sem cessar”.

O caminho espiritual é aberto a todos, mas para chegar lá é preciso sacrificar os maus hábitos, o comodismo, a inércia, enfim tudo que é prejudicial no progresso em favor do nosso Cristo interno.

Contudo, somente o sacrifício de nós mesmos não é suficiente; é preciso fazê-lo em prol da humanidade, por meio do serviço amoroso e desinteressado aos demais, focando sempre na divina essência que há em cada irmão, em cada irmã, que é a base da Fraternidade, tão preconizada por Cristo!

“Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como os chamados mortos se apresentam em relação às suas roupas externas?

Pergunta: Como os chamados mortos se apresentam em relação às suas roupas externas? Seu pensamento molda a matéria etérica em roupas ou qualquer outra coisa que desejem? Essa conclusão baseia-se no que diz o livro O Conceito Rosacruz do Cosmos acerca do Mundo do Desejo. O Corpo de Desejos assume a forma do Corpo Denso imediatamente após o Cordão Prateado ser rompido?

Resposta: É possível para os chamados mortos moldar com os seus pensamentos qualquer peça de roupa que desejarem. Geralmente, lembram-se de estar vestidos com os trajes típicos do país onde viveram, antes de passarem para o Mundo do Desejo e aparecem assim trajados, sem um especial esforço de pensamento. Contudo, quando começam a desejar algo novo ou uma peça de roupa original, naturalmente têm de usar a força de vontade deles para dar existência a tal peça, que durará o tempo que se imaginar vestido com ela.

Contudo, tal sensibilidade da matéria de desejos referente à força do pensamento modelador é também usada em outras direções. De modo geral, quando uma pessoa abandona este mundo devido a um acidente, ela julga-se deformada, talvez sem uma perna, um braço ou com ferimento na cabeça. Isso não é um inconveniente, pois poderá movimentar-se lá tão facilmente sem braços ou pernas como se os tivesse. Contudo, isso mostra a tendência do pensamento de dar forma ao Corpo de Desejos. No início da guerra, quando um grande número de soldados passou para o Mundo do Desejo com as mais terríveis lesões, os Irmãos Maiores e seus discípulos ensinaram-lhes que, pelo simples fato de manter firme o pensamento, acreditando estar com os membros e o corpo totalmente perfeitos, eles se curariam instantaneamente de suas feridas deformantes. Foi o que fizeram. Atualmente, todos os recém-chegados capazes de entender os fatos lá existentes são logo curados de suas feridas e amputações de forma que, ao olhar para eles, ninguém diria que faleceram em consequência de um acidente no Mundo Físico.

Esse conhecimento propagou-se de tal forma que muitas pessoas que morreram desde então utilizaram-se dessa propriedade da matéria de desejos para, por meio do pensamento, mudar a sua aparência física. Às vezes, os que são muito corpulentos querem aparecer mais esbeltos ou os que são muito magros desejam aparecer mais robustos. Contudo, essa mudança ou transformação não é um sucesso permanente devido ao arquétipo. A carne extra colocada em uma pessoa magra ou a quantidade retirada de alguém corpulento não são permanentes; entretanto, após algum tempo o ser humano que era originalmente magro volta ao seu tamanho original, enquanto a pessoa que tenta perder peso sente recobrá-lo pouco a pouco e precisa passar novamente pelo processo. Acontece algo semelhante com aqueles que tentam moldar suas feições, dando-lhes uma aparência diferente que se harmonize mais com eles do que a que possuíam originalmente. Não obstante, as mudanças relativas às feições duram menos, pois a expressão facial, tanto lá como aqui, indica a natureza da alma; por conseguinte, o que tiver sido falsificado será rapidamente disperso pelo pensamento normal da pessoa.

Quanto à segunda parte da pergunta, podemos dizer que durante a vida física o Corpo de Desejos tem a forma aproximada de uma nuvem ovoide que circunda o Corpo Denso. No entanto, assim que a pessoa adquire consciência no Mundo do Desejo e começa a pensar em si mesma como tendo a forma do Corpo Denso, o Corpo de Desejos passa a assumir tal aparência. Essa transformação é facilitada pelo fato de os dois Éteres superiores do Corpo-Alma, o Luminoso e o Refletor, ainda não estarem com o ser humano, o Ego. Isso se tornará mais claro, se fizermos uma comparação. Lembremo-nos de que, quando o Ego está prestes a renascer, os dois Éteres inferiores, reunidos em volta do Átomo-semente do Corpo Vital, são moldados em uma matriz pelos Anjos do Destino e seus agentes. Essa matriz é colocada no útero da mãe, onde as partículas físicas são implantadas para que formem gradualmente o corpo da criança, que nasce em seguida. Nessa fase, a criança não tem o Corpo-Alma. O que pode existir dos dois Éteres superiores só será assimilado mais tarde na vida e será construído mediante ações boas e verdadeiras. Quando o Corpo-Alma alcança certa densidade, torna-se possível para a pessoa funcionar nele como Auxiliar Invisível e, durante os voos de alma, o Corpo de Desejos molda-se prontamente nessa matriz já preparada. Ao retornar ao Corpo Denso, o esforço de vontade com o qual a pessoa penetra nele dissolve automaticamente a ligação íntima entre o Corpo de Desejos e o Corpo-Alma. Mais tarde, quando a vida no Mundo Físico terminar e os dois Éteres inferiores tiverem sido descartados, juntamente do Corpo Denso, o luminoso Corpo-Alma ou “Dourado Manto Nupcial” permanecerá ainda com os veículos superiores. É nessa matriz que o Corpo de Desejos é moldado em seu nascimento nos Mundos invisíveis. Assim como o corpo da criança foi feito em conformidade com a matriz dos dois Éteres inferiores antes de nascer fisicamente, assim também o nascimento nos Mundos invisíveis, após a morte na Região Química do Mundo Físico, é realizado por uma impregnação com matéria de desejos da matriz formada pelos dois Éteres superiores para organizar o veículo a ser usado naquele mundo.

Todavia, os chamados mortos não são os únicos capazes de moldar assim a matéria de desejos, dando-lhe a forma que lhes agrade. Esse poder é compartilhado por todos os outros habitantes do Mundo do Desejo, incluindo os elementais que usam frequentemente essa faculdade de transformação para assustar ou enganar o recém-chegado, fato que muitos neófitos desoladamente descobriram ao penetrar nesse Reino pela primeira vez. Esses elementais detectam rapidamente quando a pessoa é estranha e ainda não está familiarizada com a natureza do que encontra lá. Regozijam-se em importuná-la, transformando-se nos monstros mais grotescos e aterrorizantes. Fingem atacá-la ferozmente e parecem deleitar-se quando conseguem encurralá-la em um canto, fazendo-a encolher-se de medo enquanto eles permanecem rangendo os dentes como se quisessem devorá-la. No entanto, a partir do momento que o neófito aprende que, na realidade, não há o que possa machucá-lo e que com seus veículos superiores ele esteja totalmente imune a qualquer dano e não possa ser dilacerado ou devorado, basta sorrir para essas inofensivas criaturas e dar-lhes uma ordem severa para que se retirem e dirijam a sua atenção para outro lugar. Agindo assim, elas prontamente o deixam em paz. Aprende a controlá-las segundo a sua vontade, porque nesse mundo todas as criaturas que ainda não estão individualizadas são compelidas a obedecer ao comando de inteligências superiores e o ser humano situa-se entre essas últimas.

Assim, um ser humano pode apossar-se de um elemental e dar-lhe a forma que desejar, fazendo-o cumprir suas ordens. Os seres assim criados por seu poder de vontade e que receberam certa missão obedecerão fielmente às ordens; de acordo com a intensidade aplicada nesse trabalho, a situação durará maior ou menor tempo. Dessa maneira, muitas das chamadas aparições foram criadas e receberam uma incumbência que pode durar séculos, mesmo após o autor ter ido para o superior Mundo Celestial. Essa é provavelmente a origem da “dama branca” que previne os Hohenzollerns (uma das mais importantes e nobres famílias alemãs da Europa) de morte iminente. Ela e outras aparições semelhantes, que causaram tanta especulação, foram criadas pela intensidade extrema do desejo de um ser humano, desejo lançado no Mundo do Desejo sob circunstâncias particularmente dolorosas ou penosas que produziram o feitiço mágico que foi requerido inconscientemente pela própria pessoa.

(Pergunta nº 2 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Novo Elemento, você sabe qual é?

O Novo Elemento, você sabe qual é?

Nossa Terra nem sempre esteve envolta em ar tal como a conhecemos, porque quando estávamos sem ele, o mundo não era sólido. Em realidade, no Período Solar encontramos as ori­gens do novo elemento: o ar. Quando esse se uniu ao verdadeiro fogo invisível, o Globo de Saturno conver­teu-se em uma esfera resplandecente de neblina ígnea, sob estas palavras de ordem: “Faça-se a Luz” (Gn 1:3). Nós não desenvolvemos os pulmões até fins da Época Atlante do Período Terrestre.

Para o ser humano é demasiado difícil imaginar os vastos períodos de “tem­po” entre a introdução do novo ele­mento e o desenvolvimento de um órgão físico para usá-lo. O cresci­mento evolutivo é um processo muito lento, porque atravessa ciclos a fim de que as imperfeições sejam eliminadas.

Surge, contudo, a necessidade de dar um passo definido para frente e, a me­nos que nos conservemos na vanguar­da e FORMEMOS os veículos re­queridos, retrocederemos, retrogradare­mos, e, assim, os corpos que já são inúteis ao novo desenvolvimento vão cristalizar-se ainda mais.

Como é de conhecimento dos Estudantes ocultistas, os atlantes, embora fossem dotados de órgãos respirató­rios incipientes, eram muito habilido­sos e encontraram meios de se deslo­car em sua densa e aquosa atmosfera. Com o passar do tempo, o desejo de explorar o que estivesse além do seu “horizonte” conhecido ensejou a invenção de naves aéreas. A arca é uma distorci­da reminiscência desse fato. Alcançavam, assim, o novo elemento para o qual estavam construindo pulmões. Nossos astronautas levam consigo uma boa carga de oxigênio para alcançar certa distância além da Terra, pois não podem viver em uma atmosfera mais rarefeita. No momento em que nos falta o ar, o Ego vê-se obrigado a abandonar o Corpo Denso.

O ar contém Éter, o quádruplo canal através do qual trabalham as forças espirituais. O ar atua como um con­dutor dessas correntes de energia. Como Estudantes da Fraternidade Rosacruz es­tamos familiarizados com a ideia de o ar estar impregnado de vibrações planetárias que inicialmente penetram os pulmões quando o bebê dá seu primeiro gemido. Esse momento é o ponto culminante do tra­balho dos Senhores do Destino, cuja cooperação com o plano evolucioná­rio conduziu o Ego ao lugar e tempo específicos para cumprir seu destino com os outros Egos que devam ser seus futuros pais terrestres.

Os Éteres contidos no ar registram cada pensamento, emoção e ato, transmitindo essas impressões aos pul­mões, de onde são injetados no sangue. Esses registros são os árbitros do futuro destino.

A essência do bem praticado converte-se em alma e essa, por sua vez, é incorporada ao espírito. No livro Mistérios Rosacruzes, Max Heindel afirma o seguinte: “Dessa maneira, os registros respiratórios de nossos bons atos constituem a alma que se salva”. O oposto também é verdadeiro: “O registro de nossas más ações também deriva de nossa respiração, no mo­mento em que são cometidas. A dor e o sofrimento que elas provocam obrigam o espírito a eliminar seu registro no Purgatório. A recordação do sofrimento é transformada pelo espírito em consciên­cia moral, para desistirmos da repeti­ção do mesmo mal em vidas posterio­res”.

Nós não compreendemos suficiente­mente que o ar que respiramos depois de estar em íntimo contato com nosso aspecto terrestre ou físico encontra-se carregado da tonalidade do nosso verdadeiro eu. O ar que conduziu os Éteres ao nosso corpo está impregnado com nossas emoções e pen­samentos, sendo logo expelido e lan­çado à atmosfera, já bem carregada. Eis o porquê de algumas pessoas parecerem “exalar” ou irradiar amor; enquanto outras, independentemente da aparência, envenenam o am­biente onde vivem.

Isso evidencia uma das razões pelas quais os Estudantes ocultistas deveriam selecionar, na medida do possível, os locais que frequentam, pois, a “má atmosfera” atrai forças negativas que dela se alimentam, aumentando o estímulo da natureza inferior. Algumas vezes é difícil compreender quão infimamente relacio­nados estão os departamentos e funções da nossa vida.

“Através” do ar, Jeová e seus Anjos puderam auxiliar o ser humano em certo período do seu desenvolvimento. Diz-se que “Jeová soprou um alento nas narinas do ser humano”. Essa é uma forma alegórica de afirmar que os Espíritos de Raça foram designados para ajudar o débil e inexperiente Ego humano a utilizar seus pulmões. É muito interessante o fato de que os Espíritos de Raça, funcionando no ar, limitem as tendências cristalizantes do Corpo de Desejos.

Está sob a responsabilidade de Jeová a geração de Corpos Densos e Seus Anjos regem Suas Leis nesse particular. Efetua-se esse trabalho mediante o Éter de Vida, acessível ao corpo humano por meio do ar inala­do. A habilidade dos Anjos em administrar as Leis da procriação torna-se mais clara ao recordarmos que o Cor­po Vital seja seu veículo mais inferior. Assim como nós manipulamos, dando o contorno desejado, madeira, metais e tantas outras coisas, de maneira análoga os Anjos, que nunca se subtraíram à Guia Divina, como aconteceu com a humanidade, operam o Plano Divino com maior facilidade do que o ser humano, quando esse trabalha com o mineral.

Os Espíritos raciais ou tribais, uma das funções dos Arcanjos, mantêm seu controle so­bre uma nação ou tribo mediante o ar inspirado pelo seu povo e a única for­ma de nos libertar, em alguma extensão, dessa potestade jeovista, é desenvolver as virtudes cristãs. Enquanto usarmos corpos físicos, ne­cessitaremos dos serviços de Jeová, permitindo-nos renascer até che­garmos ao Adeptado, condição em que poderemos criar novos corpos por meio de nossa vontade divinamente inspirada.

Na Época Lemúrica, vivíamos pró­ximos ao ígneo centro da Terra. Os atlantes habitavam as concavidades, pouco mais longe do centro. A raça ariana foi impelida pelos dilúvios a procurar as regiões elevadas onde agora vive. Os cidadãos da próxima Época habitarão no ar. Assim como os atlantes aprenderam a desenvolver pulmões, estamos lentamente forman­do um Corpo-Alma, o Dourado Vesti­do de Bodas, no qual funcionaremos nas condições etéricas da Nova Galileia. A união das duas correntes de evolução espiritual, a Igreja e o Estado, marcará o princípio da Nova Galileia.

O simples processo de respirar tem importantes implicações: podemos funcionar em um Corpo Denso pelo Éter Químico; propagar nossa espécie pelo Éter de Vida; construir um Corpo-Alma pelo Éter Luminoso e registrar pensamentos, emoções e atos, desde o instante do nosso nascimento, pelo Éter Refletor. A capacidade da Na­tureza de economizar eficazmente é fabulosa, demonstrando a sabedoria do Criador.

No presente, a inter-relação do nosso Corpo Denso com a ação recíproca e a função espiritual é um mistério que algum dia será revelado.

Em um artigo escrito por Max Heindel, em fevereiro de 1918, em Rays from the Rose Cross, abordou-se os perigos de se queimar incenso. É certo que os ingredientes devem ser selecionados por sua co­nhecida afinidade para atrair entida­des desencarnadas e elementais; contudo, “se o incenso foi elaborado por uma pessoa ignorante ou egoísta, constitui um veículo para espíritos de natureza similar, que se revestem com a fumaça e o odor, pe­netrando nos corpos presentes no lu­gar onde se processa a queima”. Pode nosso ar contaminado ser uma porta de entrada para espíritos inferiores? Isso pelo menos nos fa­z compreender a necessidade de purificarmos nossos pensamentos e começarmos a trabalhar em harmonia com as Potestades Divinas, exercitando nosso potencial divino e nosso aprendizado na Vinha do Senhor.

Somos afortunados em conhecer os ensinamentos da Fraternidade Rosacruz, porque nos indicam a for­ma de nos preparar para o uso mais perfeito do Éter, o elemento da Nova Era.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1975)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Consciência do Auxiliar Invisível – Parte I

A Consciência do Auxiliar Invisível
Parte I

A Fraternidade Rosacruz ensina que os Auxiliares Invisíveis são aqueles que vivem uma vida digna de altruísmo, durante o dia, em seus corpos físicos. Aqueles cujo desenvolvimento evolutivo já ultrapassou de muito o ser humano comum e conquistaram o privilégio de se tornarem úteis, durante a noite, quando seus corpos estão repousando, agindo em benefício da humanidade, por meio da instrumentalidade dos Irmãos Maiores da Rosacruz.

Assim, enquanto estão funcionando em seus veículos superiores poderão ser vistos trabalhando fielmente na Vinha do Cristo.

Os Auxiliares Invisíveis são reunidos em grupos, de acordo com seus temperamentos e habilidades, sob a orientação de outros Auxiliares que são médicos. O trabalho global dos grupos sob a direção dos Irmãos Maiores são os espíritos propulsores da Equipe.

Max Heindel nos instrui sobre os dois graus de Auxiliares Invisíveis: os conscientes e os inconscientes. Estes últimos são os que trabalham inconscientemente nos Mundos invisíveis enquanto seus corpos dormem.
A experiência de um Auxiliar Invisível inconsciente pode ser comparada a um sonho que não é recordado quando desperta. Contudo, é uma experiência perfeitamente real e, como tal, forma parte do panorama da vida e é presenciada pelo Ego quando, no estado post-mortem, revive sua existência inteira.

Toda a evolução, incluindo a Iniciação, é um problema de expansão de consciência. A lagarta não rasteja ao longo do galho, transforma-se em crisálida e finalmente emerge na borboleta alada, fendendo o espaço azul?

São três realidades num mesmo mundo. Contudo, sob o ponto de vista de consciência a vida-borboleta passou através de três mundos diferentes. Da mesma forma, o Espirito Virginal existe somente num mundo: o Universo de Deus em sua infinita manifestação. Somos uma ideia Epigênese espiritual na Mente de Deus, uma criação eternamente perfeita, que foi, é e será. Entretanto, como a consciência se desenvolve no caminho da evolução, vemos passar através de vários planos ou mundos, cada qual representando um estado particular de consciência.

De cada plano, como Egos, aprendemos uma infinita variedade de sensações. Sob um aspecto vemos o Mundo de Deus à semelhança do Universo Físico que, aos cinco sentidos, parece algo inerte, sujeitos à impiedosa ação das leis naturais e do domínio de inteligências cruéis. Neste plano físico estamos envoltos em um casulo da materialidade, um corpo inerte. Podemos facilmente imaginar, como Max Heindel, que a Iniciação vem pela prática dos preceitos.

Em que consiste essa prática?

No uso adequado das leis do pensamento. Ainda é Max Heindel quem nos diz: “A Mente é o caminho”. De fato, a totalidade do caminho da Iniciação está sob a direção dos Senhores de Mercúrio, cujo trabalho de individualização e libertação pela razão se vai tornando cada vez mais potente na evolução humana, na medida em que seu Planeta vai emergindo da Noite Cósmica. Daí que o Caduceu seja usado como símbolo de Iniciação, pois Mercúrio rege o poder da razão pura (Gêmeos), bem como a Virgindade do Espírito Virginal puro e não contaminado pela materialidade. Eis a chave de completo método de desenvolvimento espiritual, tal como nos é dado pela Ordem Rosacruz.

Desnecessário é dizer que a consciência do Auxiliar Invisível de modo algum é idêntica à do Iniciado. Todavia, é um dos aspectos subsidiários do desenvolvimento ascendente. Não se trata de uma consciência definida, porém, já é algo maravilhoso para ser grandemente desejado por todo Aspirante a esferas mais amplas de serviço. O Auxiliar Invisível é um aspecto do esforço pelo qual a borboleta emerge, com as asas pintadas, do casulo da materialidade. Nesse grau temos uma noção de nosso lugar no caminho, percebendo o grau em que a luz se manifesta nos lugares sombrios da alma, durante o sono.

A consciência do Auxiliar Invisível é comparável ao Arco-íris pelo qual os heróis ancestrais cavalgam para atingir o Valhala, pois representa uma transição para a consciência espiritual e não a consciência integral em si mesma.

Há também na consciência do Auxiliar Invisível certa gradação de conhecimento, que poderá ser avaliada quando comparada com a consciência ordinária de vigília. Observe o leitor, fisicamente, como se dá o despertar diário. Um indivíduo se desperta completamente e logo depois se situa em seu ambiente, reconhecendo-se perfeitamente distinto de tudo o que rodeia. Esse é um extremo. O outro é um completo despertar de consciência noturna do Ser.

O Ego fica completamente desperto e consciente durante o sono, podendo observar e raciocinar, conversar com outros Seres Invisíveis, mais ou menos conscientes do que ele mesmo pode investigar trechos da superfície Terrena, ver a história em formação no outro lado do mundo. Esta última consciência é como a completa consciência de vigília no Mundo Físico, porém, em ambiente diferente.

“Lá”, as leis da natureza nos aparecem como reflexos de nossa própria alma; são fenômenos psíquicos e não fenômenos materiais, objetivos. Contudo, operando nesse estado de consciência, o neófito está apto a relacionar-se com acontecimentos materiais, a viajar para países estrangeiros e mesmo produzir impressões sobre o mundo da matéria. Eis porque o mundo integral da matéria é meramente um efeito de causas operantes nos Mundos superiores.

Max Heindel comparava relacionamento de causa e efeito a uma imagem lançada sobre uma tela por um estereoscópio. Se você muda o “slide”, a imagem da tela automaticamente se muda. É inútil tentar mudar a imagem sem previamente mudar o “slide”, porque o “slide”, em tal caso, é o arquétipo da imagem projetada na tela. Ora, as coisas e circunstâncias deste mundo são as imagens da tela.

Por isso devemos aprender a, primeiramente, olhar o que temos na mente. Ali é que devemos mudar o arquétipo mental. Os mínimos resultados seguirão os efeitos daquela causa. Se o “slide” que introduzimos na consciência é uma imagem do mal e do sofrimento, a imagem, na tela material, é correspondente. Esse é o segredo do Auxiliar Invisível, a Chave da Iniciação e da Libertação final.

A consciência do Auxiliar Invisível varia de acordo com o desenvolvimento das qualidades anímicas citadas em “O Conceito Rosacruz do Cosmos”: Vida Anímica, Luz Anímica e Poder Anímico (planos superiores do Mundo do Desejo).

Isso é assim explicado para atender à tendência de separação, de acordo com os conceitos de espaço e tempo que nos limitam neste Mundo.

Mas, as coisas espirituais têm um sentido global. Por isso, tanto os estudos metafísicos como os matemáticos exigem amor e muita dedicação. Quando hajamos conquistado um completo despertar nos planos internos, não haverá má compreensão a respeito. Mas até lá tomamos muita confusão mental como realidade e semi-despertamentos serão confundidos com verdadeiras experiências comum ou de um sonho real (passeio anímico).

Certa vez foi feita uma pergunta a uma Probacionista sobre seu trabalho nos planos internos, à noite. A descrição que ela fez foi a de um sonho comum ou de um sono real (passeio anímico?).

-“Oh, era real eu sei que era! Exclamou ela veementemente – “porque depois fiz uma verificação”.

A questão era saber se ela havia estado consciente quando o “sonho” se realizou, pois, sua descrição era de um sonho real. Mas verificamos que ela não estava consciente nessa ocasião e nem em outras ocasiões embora conhecesse teoricamente bem estas questões.

A respeito de sonhos esclarece-nos Max Heindel: “antes que o aspirante aprenda a deixar voluntariamente o corpo pode trabalhar em Corpo de Desejos durante o sono, porque em certas pessoas o Corpo de Desejos pode organizar-se antes da separação dos Éteres Superiores. Sob tais condições é impossível ter a memória de nossa atividade fora do Corpo Denso e observar, conscientemente, o que lá fazemos, porque não nos acompanham os Éteres Luminoso e Refletor, veículos dos sentidos e da memória. Todavia, se trabalhamos fora, embora inconscientemente, temos como sinal a ausência de sonhos confusos. Cessarão os sonhos desconexos; depois de um lapso variável de tempo os sonhos se tornarão mais vívidos e perfeitamente lógicos. O Aspirante sonhará que esteve em certos lugares com determinadas pessoas conhecidas ou não, conduzindo-se de modo tão razoável com se estivera em estado de vigília aqui. Se lhe aparece um lugar no sonho, ser-lhe-á possível, quando voltar ao Corpo e já em estado de vigília, comprovar a realidade do sonho, dirigindo-se àquele lugar e comprovando “in loco” certos detalhes que tenha observado no sonho. Verificará, também, que poderá visitar, durante suas horas de sono, qualquer lugar que deseje sobre a face da Terra, investigá-lo mais completamente do que estando no seu corpo material, em virtude da facilidade de acesso a todos os Lugares, não importando estejam fechados. Persistindo mais, chegará um tempo em que não precisará mais das horas de sono para anular a conexão entre os veículos, mas poderá deixar o corpo voluntariamente quando queira.

As experiências de muitos Probacionistas se enquadram nos “sonhos reais” ou “voos anímicos”. Sonhos reais são acontecimentos astrais. Todavia o inteiro despertar depende do desenvolvimento do Corpo-Alma, por meio de um reto viver e serviço altruísta. Aquele que se preocupar muito com seu desenvolvimento, a miúdo esquece a chave dele, que é o esquecimento de si e a amorosa entrega aos demais. Só os dois Éteres Superiores, convenientemente desligados, podem formar, com a parte superior do Corpo de Desejos, o veículo em que se funciona desperto, imprimindo no cérebro físico a imagem de uma jornada nos planos internos.

Convém advertir: há um sonho comum em que sonhamos que estamos despertos. Ocorre com bastante frequência.

Estamos no leito, dormindo, sonhando que nos levantamos, nos vestimos e estamos pronto para ir ao serviço.

Nisso soa pela segunda vez o despertador (na verdade a primeira vez), abrimos os olhos e, admirados, descobrimos que nem tínhamos levantado, pois estávamos dormindo. O mesmo pode suceder ao neófito que sonha que está desperto como um Auxiliar Invisível. É o que Du Maurier chama de “sonhos verdadeiros”, causados pelo mencionado fato de em algumas pessoas o Corpo de Desejos organizar-se antes da separação do Corpo Vital.

Naturalmente tais sonhos são reais, acontecimentos astrais, mas o neófito, em tais casos, não está realmente desperto fora de seu corpo. Apenas sonha que o está, como Auxiliar Invisível. Sob tais sutis condições, como saber se o neófito estava ou não desperto? Para responder a essa pergunta devemos fazer outra. Pela manhã, quando você despertou, estava mesmo desperto ou sonhando que o estava? Só poderá perceber a diferença quando se levanta, desperto. Nada sabe a respeito enquanto está sonhando. Isto é precisamente o que acontece em relação à consciência do Auxiliar Invisível.

Há definição para a consciência de Vigília? É descritível? Não. Apenas podemos mencioná-la, porque é uma experiência conhecida de todos.

Nossa opinião é que a maioria dos Auxiliares Invisíveis opera nessa consciência do sonho verdadeiro. Sonham real e acuradamente que são Auxiliares Invisíveis. Comparamos esse tipo de conhecimento com o do sonâmbulo que sonha que se levantou, vestiu-se e se pôs a descer as escadas. Está ele desperto, consciente, no lato sentido do termo? Naturalmente que não! Ele está apenas sonhando que está desperto. No entanto, está em condições de executar não somente as ações normais, peculiares a pessoas despertas, como também, muitas vezes, a fazer proezas que demonstram coragem e capacidade inexistentes em seu estado normal. Diz Max Heindel que o Auxiliar Invisível, à semelhança do sonâmbulo, é hábil e aparentemente inteligente em seu trabalho, mas, como o sonâmbulo que desperta subitamente, muitas vezes fica paralisado pelo medo, diante de situações imprevistas.

O vago estado do sonâmbulo é também comum ao Auxiliar Invisível que, em sentido oposto, é um sonâmbulo. A diferença é que o Auxiliar Invisível caminha, enquanto sonha, com um corpo que, de fato, se tornou um canal de ação onírica.

Tal corpo é o “Soma Psuchicon” (soma psíquico ou corpo psíquico) a que alude São Paulo, e que os Rosacruzes chamam de “o Corpo-Alma”. Neste ponto surge, outra pergunta: se tal sonho é real, será ele visível a outra pessoa que, desperta embora em seu Corpo físico, disponha de capacidade visual para perceber o Mundo do Desejo? Sim, pode e acontece. Sabemos de exemplos em que o “sonho” de um homem foi visto mentalmente por outro, à distância e no tempo comprovado, pois o sonhador despertou e olhou o relógio.

Porém, mesmo a consciência de sonho real não é a consciência média dos Auxiliares Invisíveis, em sua totalidade.

Para alguns, apenas, pois eles são, geralmente, inconscientes. Sua lembrança, pela manhã, quando despertam, é de que simplesmente sonharam, nada mais.

Max Heindel disse que a primeira parte (primeiras horas) do período de sono é dedicado à restauração das energias perdidas e preparação para o dia seguinte. “O Mundo do Desejo é um oceano de harmonia. Nele o Ego mergulha, deixando os veículos inferiores no sono. Seu primeiro cuidado é restaurar o ritmo, a harmonia do Corpo de Desejos e a Mente. Essa restauração é obtida gradualmente à medida em que as harmoniosas vibrações do Mundo do Desejo fluem através deles. Há lá uma essência que corresponde ao fluído vital que interpenetra o Corpo físico por intermédio do Corpo Vital. Esses veículos superiores (Mente, Corpo de Desejos), mergulham, por assim dizer, nesse “Elixir de Vida”. Quando já se encontram restaurados e vigorizados, eles iniciam o trabalho sobre o Corpo Vital, deixado com o Corpo Denso, sobre o leito. Então, o Corpo Vital começa a especializar a energia solar novamente, reconstruindo o Corpo Denso, usando, particularmente nisso, o Éter Químico. Essa atividade durante o sono é que forma a base para a atividade do dia seguinte.

Não nos devemos deter em sonhos comuns, embora vívidos, belos e convincentes, porque são puramente fenômenos astrais, conforme demonstramos no decorrer deste trabalho. A consciência de sonho real e desenvolvimento superior seguinte, que constitui a consciência desperta do Auxiliar Invisível, apresenta muitas armadilhas sobre as quais é de nosso dever prevenir o neófito. Tal advertência é de suma importância. Porque de seu conhecimento depende a ativação dos dois Éteres Superiores, na formação do Corpo-Alma.

Max Heindel enfatiza o ponto que o medo poderá ser eliminado da consciência, pelo amor. Ele confessa haver encontrado nesse medo um sério obstáculo, nos períodos iniciais de seu trabalho Iniciático. E recomenda ao Estudante e Probacionista, que pensem bastante e muitas vezes sobre o trabalho do Auxiliar Invisível, a fim de se irem habituando com a ideia de ficarem ausentes do Corpo, sem receios, porque a estocada do medo corta imediatamente a consciência psíquica, precipitando o neófito de volta ao Corpo Denso.

Um Probacionista nos conta como, na aurora de um dia, despertou com uma recordação fresca e aguda, de algum contato com os irmãos da Rosacruz. Estava perfeitamente consciente e ainda sentia o penetrante perfume de rosas em seu quarto. Enquanto estava deitado, as correntes perfumadas pareciam fluir através de seu corpo, de tal forma que lhe parecia flutuar nelas. Subitamente, porém, viu que “estava flutuando”, flutuando acima de seu próprio corpo, que jazia no leito. Sentiu a cutilada do medo e teve a consciência de que mergulhava no corpo. “Era como entrar numa nuvem de pontos; maiores do que aqueles que vemos no ar; quando tudo se normalizou, a nuvem se fechou sobre a cabeça, quase como acontece com a água. Ao abrir os olhos se encontrava no Mundo Físico.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de 11/1966)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Corpo Vital – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

A Escola de Sabedoria Ocidental ensina, como sua máxima fundamental, que “todo desenvolvimento oculto começa com o Corpo Vital”, declara Max Heindel.

É por esse motivo e com o propósito de apresentar, numa forma concisa e de fácil compreensão, todas as informações importantes que Max Heindel escreveu em várias cartas, lições e livros a respeito do veículo etérico, que este material compilado se acha publicado em forma de livro.

Para o leigo em estudos ocultos, assim como para o estudante avançado, seu conteúdo é de enorme valor prático.

Há 4 meios de você acessar esse Livro:

1. Em formato PDF (para download):

O Corpo Vital – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

2. Em forma audiobook ou audiolivro:

O Corpo Vital – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – audiobook

3. Em forma de videobook ou videolivro no nosso canal do Youtube: https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas/featured

aqui:

O Corpo Vital – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – videobook

4. Para ler no próprio site::

O CORPO VITAL

Por

Max Heindel

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Revisado de acordo com:

3ª Edição em Inglês, 2011, The Vital Body, editada por The Rosicrucian Fellowship

1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

PREFÁCIO.. 4

INTRODUÇÃO.. 5

PARTE I – EVOLUÇÃO PASSADA DO CORPO VITAL DO SER HUMANO   7

Capítulo I – Durante Períodos e Revoluções. 7

Capítulo II – Durante as Épocas. 17

PARTE II – O CORPO VITAL DO SER HUMANO NA ATUAL ÉPOCA ÁRIA   24

Capítulo I – Natureza e Funções. 24

Capítulo II – Na Saúde e na Doença. 46

Capítulo III – No Sono e nos Sonhos. 66

Capítulo IV – Na Morte e nos Mundos Invisíveis. 75

Capítulo V – A Caminho do Renascimento. 99

Capítulo VI – As Crianças. 102

PARTE III – O CORPO VITAL DOS ANIMAIS E DAS PLANTAS. 108

Capítulo I – Natureza e Funções. 108

PARTE IV – A RELAÇÃO DO CORPO VITAL COM O DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL.. 116

Capítulo I – Um Fator Importante. 116

Capítulo II – O Efeito das Orações, Rituais e Exercícios. 129


PREFÁCIO

nota[1]

A Escola de Sabedoria Ocidental ensina, como sua máxima fundamental, que “todo desenvolvimento oculto começa com o Corpo Vital”, declara Max Heindel, um Iniciado da Ordem Rosacruz e fundador da Fraternidade Rosacruz. É por esse motivo e com o propósito de apresentar, numa forma concisa e de fácil compreensão, todas as informações importantes que Max Heindel escreveu em várias cartas, lições e livros a respeito do veículo etérico, que este material compilado se acha publicado em forma de livro. Para o leigo em estudos ocultos, assim como para o Estudante Rosacruz avançado, seu conteúdo é de enorme valor prático.

Muitos Estudantes Rosacruzes zelosos dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental deram de modo desinteressado e amoroso, seu tempo e esforços no preparo desse material para publicação, e eles rogam que cada exemplar possa levar sua mensagem de luz e inspiração a todo Aspirante espiritual, que esteja se empenhando em seguir o Caminho de Cristo.

INTRODUÇÃO

A Filosofia Rosacruz ensina que o ser humano é um Espírito Tríplice, possuindo uma Mente através da qual ele governa o Tríplice Corpo, que ele emanou de si mesmo para adquirir experiência. Ele transmuta esse Tríplice Corpo numa Tríplice Alma, da qual ele avançada impotência à onipotência. O Espírito Divino emana de si mesmo o Corpo Denso extraindo, como alimento, a Alma Consciente; o Espírito de Vida emana de si mesmo o Corpo Vital, extraindo, como alimento, a Alma intelectual; o Espírito Humano emana de si mesmo o Corpo de Desejos, extraindo, como alimento, a Alma Emocional. O Corpo Vital é feito de Éter e permeia o corpo visível,[2] como o Éter permeia todas as demais formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma maior quantidade do Éter universal que as outras formas. Esse corpo etéreo é nosso instrumento para a especialização da energia vital do Sol.

Também é ensinado pela Filosofia Rosacruz que nosso esquema evolucionário é levado através de cinco dos sete Mundos ou estados de matéria (Físico, do Desejo, do Pensamento, do Espírito de Vida e do Espírito Divino) em sete grandes Períodos de Manifestação (Períodos de: Saturno, Solar, Lunar, Terrestre, Júpiter, Vênus e Vulcano) durante os quais o Espírito Virginal, ou vida evolucionante, torna-se primeiro, um ser humano e depois, um Deus. Estamos, agora, no quarto período, ou Período Terrestre, que se acha dividido em sete Revoluções, assim como as sete Épocas seguintes: a Polar, a Hiperbórea, a Lemúrica, a Atlante, a Ária, a Nova Galileia e o Reino de Deus, essas últimas duas ainda por vir[3]. No começo do Período de Saturno doze grandes Hierarquias Criadoras estavam ativas no trabalho da evolução. Duas dessas Hierarquias fizeram algum trabalho para ajudar bem no início….  E, então, retiraram-se da existência limitada para a liberação. Mais três Hierarquias Criadoras seguiram-nas no início do Período Terrestre: os Senhores da Chama, os Querubins e os Serafins, deixando sete Hierarquias em serviço ativo quando o Período Terrestre teve início: os Senhores da Sabedoria, os Senhores da Individualidade, os Senhores da Forma, os Senhores da Mente, os Arcanjos, os Anjos e os Espíritos Virginais.

PARTE I – EVOLUÇÃO PASSADA DO CORPO VITAL DO SER HUMANO

Capítulo I – Durante Períodos e Revoluções

A evolução do Corpo Vital e do Espírito de Vida, do qual é uma contraparte, se iniciou no segundo Período ou Período Solar dos sete Grandes Dias de Manifestação. Desde então, foi reconstruído e atingirá a perfeição no Período de Júpiter. Num estágio futuro a Humanidade não mais terá necessidade desse veículo, mesmo assim, sua quintessência será retida.

O Espírito de Vida e o Corpo Vital iniciaram sua evolução no Período Solar e, por conseguinte, são responsabilidades específicas do Filho.

Eles (os Senhores da Chama) forneceram, anteriormente, o germe do Corpo Denso e, na primeira metade da Revolução de Saturno do Período Solar estavam ocupados com certos melhoramentos a serem feitos nele.

No Período Solar a formação do Corpo Vital estava para ter início, com todas as decorrentes implicações de capacidade para assimilação, crescimento, propagação, desenvolvimento das glândulas, etc.

Os Senhores da Chama incorporaram no germe do Corpo Denso apenas a capacidade de desenvolver os órgãos dos sentidos. Na ocasião, agora em consideração, foi necessário mudar o germe de tal modo que permitisse a interpenetração do Corpo Vital, e, também a capacidade de desenvolver glândulas e um tubo digestivo. Isso foi feito pela ação conjunta dos Senhores da Chama, que forneceram o germe original, e os Senhores da Sabedoria, que se encarregaram da evolução material no Período Solar.

Quando os Senhores da Chama e os Senhores da Sabedoria tinham, na Revolução de Saturno do Período Solar, reconstruído conjuntamente o Corpo Denso germinal, os Senhores da Sabedoria, na Segunda Revolução, deram início ao trabalho propriamente dito, do Período Solar, irradiando de seus próprios corpos o germe do Corpo Vital, tornando-o capaz de interpenetrar o Corpo Denso e dando ao germe a capacidade de crescimento ulterior, de propagação e de sensibilização dos centros sensoriais do Corpo Denso e possibilitando-o a se mover. Em suma, eles deram, em germe ao Corpo Vital, todas as faculdades que ele está agora expandindo para tornar-se um instrumento perfeito e flexível para o uso do Espírito.

Notamos também que, como a Primeira Revolução ou Revolução de Saturno, de qualquer período, diz respeito ao trabalho no Corpo Denso (porque este teve início numa primeira Revolução), assim, a Segunda, ou Revolução Solar, de qualquer período se acha relacionada com melhorias no Corpo Vital, porque este teve início numa Segunda Revolução.

Pode-se dizer que o ser humano, no Período Solar, passou pela existência do vegetal. Ele tinha um Corpo Denso e um Corpo Vital, como têm as plantas. Sua consciência, tal como a dos vegetais, era a de um sono sem sonhos.

Então havia duas classes ou reinos no Período Solar, isto é, os atrasados do Período de Saturno, que ainda eram minerais, e os pioneiros do Período de Saturno, que foram capazes de receber o germe do Corpo Vital e tornaram-se semelhantes às plantas.

No meio da sétima Revolução do Período Solar, os Senhores da Sabedoria se encarregaram do Espírito de Vida germinal, dado pelos Querubins na Sexta Revolução do Período Solar. Eles assim o fizeram com o propósito de conectá-lo ao Espírito Divino. Sua maior atividade, nesse trabalho, foi alcançada na Noite Cósmica intermediária entre os Períodos Solar e Lunar. No primeiro despertar do Período Lunar, à medida que a Onda de Vida se pôs em marcha em sua nova peregrinação, os Senhores da Sabedoria reapareceram, trazendo com eles os veículos germinais do ser humano em evolução. Na Primeira Revolução, ou de Saturno do Período Lunar, eles cooperaram com os “Senhores da Individualidade”, que tinham como encargo especial a evolução material do Período Lunar. Juntos eles reconstruíram o germe do Corpo Denso trazido do Período Solar. Esse germe tinha desdobrado os órgãos embrionários dos sentidos, os órgãos da digestão, as glândulas, etc. e foi interpenetrado por um Corpo Vital germinal que difundiu certo grau de vida no Corpo Denso embrionário. Certamente, ele não era sólido e visível como é agora, embora numa certa forma já tivesse algo desenvolvido e era perfeitamente distinguível pela visão Clarividente treinada do investigador competente, que procure na Memória da Natureza por cenas desse distante passado.

Na Segunda, ou Revolução Solar do Período Lunar, o Corpo Vital foi modificado para tornar-se capaz de ser interpenetrado pelo Corpo de Desejos, e, também acomodar-se ao sistema nervoso, muscular, esqueleto, etc. Os Senhores da Sabedoria, que foram os criadores do Corpo Vital, ajudaram também os Senhores da Individualidade em seu trabalho.

Na Sexta Revolução do Período Lunar os Querubins reapareceram e vivificaram o Espírito de Vida daqueles atrasados do Período Solar, mas que desde então tinham alcançado o estágio necessário de desenvolvimento, e, também naqueles atrasados do Período Solar que tinham então desenvolvido o Corpo Vital durante sua existência vegetal no Período Lunar.

Os pioneiros da nova Onda de Vida passaram por um estágio inferior da existência vegetal; entretanto a maioria deles desenvolveu o Corpo Vital suficientemente para permitir o despertar do Espírito de Vida.

Portanto, todos os três últimos mencionados possuíam os mesmos veículos no início do Período Terrestre, embora só os dois primeiros mencionados pertençam à nossa Onda de Vida e têm a chance de até nos ultrapassarem se passarem pelo ponto crítico que virá na próxima Revolução do Período Terrestre. Os que não conseguirem ultrapassar esse ponto ficarão retidos, até que alguma evolução futura alcance um estágio onde eles possam ser incorporados e continuar com seu desenvolvimento em um novo período humano. Eles serão impedidos de prosseguir com a nossa Humanidade, porque esta terá avançado muito além de suas condições e seria um sério entrave ao nosso progresso arrastá-los conosco. Eles não serão destruídos, mas, simplesmente retidos esperando por outro período de evolução.

No fim do Período Lunar essas classes possuíam os veículos como estão classificados no Diagrama 10 e começaram com eles no início do Período Terrestre.

Diagrama 10 – Classes no início do Período Terrestre

Durante o tempo que transcorreu desde então, o reino humano vem desenvolvendo o elo mental, e tem desse modo logrado total consciência de vigília. Os animais obtiveram um Corpo de Desejos; as plantas um Corpo Vital; os atrasados da Onda de Vida, que entraram na evolução no Período Lunar, escaparam das duras e pesadas condições de formações de rochas e agora seus Corpos Densos compõem nossos solos mais macios; enquanto a Onda de Vida que entrou na evolução aqui no Período Terrestre forma as rochas mais duras e as pedras.

Vemos então, que ao término do Período Lunar o ser humano possuía um Tríplice Corpo em vários estágios de desenvolvimento; e, também o germe do Tríplice Espírito. O ser humano possuía Corpos: Denso, Vital e de Desejos, e o Espírito: Divino, de Vida e Humano. Só lhe faltava o elo para conectá-los.

Outra Hierarquia Criadora tinha encargo especial dos três germes dos Corpos: Denso, Vital e de Desejos, conforme estavam evoluindo. Eram aqueles que, sob a direção das mais elevadas ordens fizeram praticamente o trabalho inicial nesses Corpos, usando a vida evolucionante como uma espécie de instrumento. Essa Hierarquia chama-se “Senhores da Forma”.

Eles estavam, então, tão evoluídos que receberam o encargo do terceiro aspecto do Espírito no ser humano, o Espírito Humano, no Período Terrestre que se aproximava.

Vamos, portanto, analisar o assunto e ver o que temos direito de esperar de quem pretende ser um professor. Para fazê-lo temos que primeiro nos indagar: Qual o propósito da existência no universo da matéria? Podemos responder a isso dizendo que é a evolução da consciência. Durante o Período de Saturno, quando éramos como minerais em nossa constituição, nossa consciência era a de um médium afastado de seu corpo por espíritos em uma seção de materialização, onde uma grande parte dos Éteres que compõem o Corpo Vital tenha sido removida. O Corpo Denso fica então num transe bem profundo. No Período Solar, quando nossa constituição era similar a das plantas, nossa consciência era como a de um sono sem sonhos, quando o Corpo de Desejos, a Mente e o Espírito ficam fora do corpo, deixando os Corpos Físico e Vital sobre a cama. No Período Lunar tivemos um quadro de consciência como a que temos nos sonhos, quando o Corpo de Desejos se acha só parcialmente removido do veículo Denso e do Corpo Vital. Aqui, no Período Terrestre, nossa consciência se alargou para sentir os objetos fora de nós, colocando-se todos os veículos numa posição concêntrica, como quando estamos acordados.

O Período Terrestre é proeminentemente o Período da Forma, pois aqui a forma ou a parte material da evolução atinge seu maior e mais pronunciado estado. Aqui o Espírito está mais indefeso e subjugado e a Forma é o fator mais predominante; daí a proeminência dos Senhores da Forma.

Durante essa Revolução (a Segunda ou Revolução Solar do Período Terrestre) o Corpo Vital foi reconstruído para acomodar o germe da Mente. O Corpo Vital foi moldado para ficar mais semelhante ao Corpo Denso, de modo que pudesse tornar-se adequado para uso como o veículo mais denso durante o Período de Júpiter, quando o Corpo Denso terá se espiritualizado.

Os Anjos, a “Humanidade” do Período Lunar, foram ajudados nessa reconstrução pelos Senhores da Forma. A organização do Corpo Vital acha-se agora em uma eficiência próxima ao do Corpo Denso. Alguns escritores deste assunto chamam o Corpo Vital de um elo, e sustentam que ele é meramente um molde do Corpo Denso e não um veículo separado.

Embora não desejando criticar, e admitindo que essa controvérsia se acha justificada pelo fato de que o ser humano, no presente estágio da evolução, não pode habitualmente usar o Corpo Vital como um veículo separado, porque ele sempre permanece com o Corpo Denso, e retirá-lo totalmente iria causar a morte do Corpo Denso, sem dúvida houve uma época em que ele não estava tão firmemente incorporado a este último, como veremos mais adiante.

Durante essas Épocas da história de nossa Terra, que já foram mencionadas como a Lemúrica e a Atlante, o ser humano era involuntariamente Clarividente, e foi precisamente essa debilidade de conexão entre os Corpos Denso e Vital que tornava o ser humano assim (Os Iniciadores daquela época ajudavam o candidato a afrouxar ainda mais essa conexão, como no Clarividente voluntário).

Desde então o Corpo Vital tornou-se muito mais firmemente entretecido com o Corpo Denso na maioria das pessoas, mas em todos os sensitivos essa conexão está frouxa. É essa frouxidão que constitui a diferença entre o parapsíquico e a pessoa comum que é inconsciente de tudo, exceto das vibrações captadas pelos cinco sentidos. Todos os seres humanos tiveram que passar por esse período de estreita conexão dos veículos e experimentar a consequente limitação de consciência. Há, portanto, duas classes de sensitivos, aqueles que não se tenham firmemente enredado na matéria, como a maioria dos hindus, indianos, etc., que possuem certo e pequeno grau de clarividência, ou seja, sensíveis aos sons da natureza, e aqueles que se acham na vanguarda da evolução. Os últimos estão surgindo do nadir da materialidade, e estão também divididos em dois tipos, um dos quais se desenvolve de modo passivo e fraco de vontade. Pela ajuda de outros eles tornam a despertar o plexo solar e outros órgãos de conexão com o sistema nervoso involuntário. Esses são, portanto, Clarividentes involuntários, médiuns que não possuem controle de sua faculdade. Eles retrocederam. O outro tipo é formado por aqueles que, pela própria vontade, desenvolveram o poder vibratório dos órgãos atualmente conectados com o sistema nervoso voluntário e assim tornaram-se ocultistas treinados, controlando seus próprios corpos e exercendo a faculdade de clarividência como desejem. Eles são chamados de Clarividentes voluntários ou treinados.

No Período de Júpiter o ser humano vai funcionar em seu Corpo Vital como agora ele faz em seu Corpo Denso e como nenhum desenvolvimento é súbito na natureza, o processo de separar os dois Corpos já começou. O Corpo Vital irá no futuro alcançar um grau muito maior de eficiência que o que tem o Corpo Denso de hoje. Como ele é um veículo muito mais flexível, o espírito estará então capacitado a usá-lo de um modo impossível de imaginar com nosso atual veículo Denso.

O Corpo Vital começou na Segunda Revolução do Período Solar e foi reconstruído nos Períodos Lunar e Terrestre, e irá alcançar a perfeição no Período de Júpiter, que é o seu quarto estágio, assim como o Período Terrestre é o quarto estágio do Corpo Denso.

Nada é desperdiçado na natureza. No Período de Júpiter as forças do Corpo Denso irão se superpor ao Corpo Vital completado. Este veículo possuirá, então, os poderes do Corpo Denso além de suas próprias faculdades e será, por isso, um instrumento de muito mais valia para o Tríplice Espírito expressar-se do que se fosse construído a partir de suas próprias forças.

De modo similar, o Globo D do Período de Vênus estará localizado no Mundo do Desejo, e daí nem o Corpo Denso nem o Vital poderão ser usados como instrumentos conscientes. Por esse motivo as essências dos Corpos Denso e Vital aperfeiçoadas serão incorporadas ao Corpo de Desejos completo, tornando-se assim, este último, um veículo de qualidades transcendentais, maravilhosamente adaptado e assim sensível ao mais leve desejo do Espírito interno do que em nossas atuais limitações, o que se acha além de toda a concepção.

Até mesmo a eficiência desse esplêndido veículo estará superada quando no Período de Vulcano sua essência, junto com as essências dos Corpos Denso e Vital, agregarão a Mente, tornando-a o mais elevado dos veículos do ser humano, contendo dentro de si a quintessência do que houver de melhor em todos os veículos. Se o veículo do Período de Vênus está tão além de nosso atual poder de compreensão, que dirá aquele que estará a serviço dos seres divinos no Período de Vulcano!

Capítulo II – Durante as Épocas

As Épocas Polar, Hiperbórea, Lemúrica e Atlante foram recapitulações das etapas que os Espíritos Virginais atravessaram. Consequentemente, o Corpo Vital sofreu modificações durante aquelas épocas.

Quando o ser humano apareceu na Terra, na Época Polar o Corpo Denso foi constituído e na Época Hiperbórea foi vitalizado pela interpenetração do Corpo Vital. Naquelas Épocas o ser humano era parecido com os Anjos, macho-fêmea, uma completa unidade criadora, capaz de criar por si mesmo projetando toda sua força criadora que é amor.

Quando a Terra surgiu do Caos, encontrava-se primeiramente na etapa vermelho escuro, que conhecemos como Época Polar. Então, a Humanidade desenvolveu primeiro, um Corpo Denso que não era, absolutamente, como nosso corpo atual. Quando o estado da Terra se fez ígneo, na Época Hiperbórea, o Corpo Vital foi agregado e o ser humano se converteu em algo similar às plantas, isto é, tinha os mesmos veículos que têm as plantas atualmente, e, também uma consciência similar, ou melhor, uma inconsciência parecida à que temos durante o sono sem sonhos, quando só os Corpos Denso e Vital ficam no leito.

Os Senhores da Forma apareceram na Época Hiperbórea, juntamente com os Anjos (“Humanidade” do Período Lunar), e envolveram a forma densa do ser humano com um Corpo Vital.

Como a Época Polar era realmente uma recapitulação do Período de Saturno, pode-se dizer que, durante este tempo, o ser humano passou através do estado mineral; tinha o mesmo veículo – o Corpo Denso – e uma consciência semelhante à do estado de transe. Por razões análogas, o estado vegetal foi atravessado durante a Época Hiperbórea, pois o ser humano tinha um Corpo Denso e um Vital, e sua consciência era semelhante à da de sono sem sonhos.

Absorvendo os cristaloides preparados pelos vegetais, o ser humano desenvolveu um Corpo Vital na Época Hiperbórea, e se converteu em algo semelhante às plantas, tanto por sua constituição como por sua natureza, pois vivia sem fazer esforço algum e tão inconscientemente quanto às plantas.

Na segunda época, a Hiperbórea, um Corpo Vital de Éter foi acrescentado, então, o ser humano, em desenvolvimento, já possuía um corpo constituído como o das plantas atuais. Ele não era uma planta, mas algo semelhante à planta.

Caim, o ser humano desta Época, é descrito como um agricultor; seus alimentos vinham unicamente dos vegetais, pois as plantas contêm mais Éter do que qualquer outra estrutura.

Descreve-se Caim como um agricultor. Ele simboliza o ser humano da Segunda Época. Tinha um Corpo Vital análogo ao das plantas, que o sustentava.

Na segunda Época, a Hiperbórea, Deus disse: “Faça-se a Luz”; o calor se converteu numa massa ígnea luminosa semelhante à do Período Solar, e o Corpo Denso humano foi vestido com um Corpo Vital, flutuando aqui e acolá sobre a Terra ígnea, como uma coisa grande em forma de saco ou bolsa. O ser humano era, então, análogo ao vegetal porque tinha os mesmos veículos que têm as plantas atuais, e os Anjos eram seus auxiliares na organização de seu Corpo Vital, e continuam sendo até os dias atuais.

Isto pode parecer uma anomalia, pois os Anjos são a “Humanidade” do Período Lunar, no qual o ser humano obteve seu Corpo de Desejos. Porém, não é assim, porque, só no Período Lunar, a Terra evolucionante se condensou em Éter, tal como o que agora forma nosso Corpo Vital e, lá a “Humanidade”, os Anjos atuais, aprenderam a construir seus corpos mais densos com matéria etérea, assim como, estamos aprendendo a formar os nossos com sólidos, líquidos e gases, da Região Química do Mundo Físico. Eles se tornaram especialistas na construção daqueles corpos, assim como nós o seremos na construção de um Corpo Denso, quando finalizar o Período Terrestre.

Na Época Polar, o ser humano tinha somente um Corpo Denso pobremente organizado; era inconsciente e imóvel como os minerais que agora são assim, constituídos. Na Época Hiperbórea, seu Corpo Denso ficou envolto em um Corpo Vital e o Espírito pairava fora. Os efeitos desta natureza podem ser observados nos vegetais, que agora estão constituídos analogamente.

Neles vemos repetição constante, construção de talos e folhas para cima em sucessão alternada, o que continuaria ‘ad infinitum’, se não houvesse outra influência. Porém, como a planta não tem Corpo de Desejos separado, o Corpo de Desejos da Terra, o Mundo do Desejo, endurece o vegetal e freia seu intenso crescimento na medida certa. A força criadora, que não consegue fazer uma determinada planta continuar a crescer, busca outra saída: forma a flor e se acumula na semente, para que possa crescer outra vez em uma nova planta.

Na Época Hiperbórea, na qual o ser humano se encontrava em condições parecidas, seu Corpo Vital o fazia crescer até alcançar um tamanho enorme. O Mundo do Desejo, agindo sobre ele, fazia com que ele produzisse umas sementes semelhantes a esporos, que ou eram apropriados por outros Egos humanos ou eram empregados pelos Espíritos da Natureza, para formar os corpos animais que começavam a emergir do Caos (a Onda de Vida superior começa primeiro, no princípio de um período, e é a última que vai ao Caos; as ondas de vida que se seguem – animal, vegetal e mineral – surgem mais tarde e se vão mais depressa).

Deste modo, na Época Hiperbórea, quando o ser humano era análogo aos vegetais, seu Corpo Vital formava vértebra, pós-vértebra, e teria continuado assim se não lhe tivesse sido dado um Corpo de Desejos na Época Lemúrica. Esse corpo começou a endurecer a estrutura e a dominar a tendência a crescer, e, como resultado, o crânio, a flor sobre o “talo” da coluna espinhal, foi incipientemente formado.

Impedida em seus esforços de construir uma forma mais alta, fez-se necessário que a força criadora do Corpo Vital buscasse outra saída, pela qual pudesse continuar crescendo para cima em outro ser humano. Então, o ser humano tornou-se hermafrodita, capaz de gerar um novo corpo de si mesmo.

Então chegamos à segunda época, a Hiperbórea, quando o ser humano possuía um Corpo Denso e um Corpo Vital; que era o seu estágio análogo ao vegetal. Alimentava-se de vegetais e se fala de Caim como de um agricultor. Imediatamente depois, temos a Época Lemúrica, quando o ser humano já tinha um Corpo de Desejos, isto é, possuía três veículos, igual aos animais.

Então chegamos à etapa em que o ser humano necessitava de alimentos para manter seus três Corpos. Ele os obtém de animais viventes e se diz que Abel era um pastor.

Quando o ser humano adquiriu seu Corpo Vital, na Época Hiperbórea, o Sol, a Lua e a Terra estavam ainda unidos e as forças solares-lunares penetravam em cada ser uniformemente, de modo que todos podiam perpetuar sua espécie através de brotos e esporos, como fazem as plantas atuais. Os esforços do Corpo Vital para abrandar o veículo denso e mantê-lo vivo, então, não sofriam intervenção, e esses corpos primitivos, parecidos com as plantas, viviam séculos. Porém, como o ser humano era inconsciente e imóvel como as plantas, não fazia nenhum esforço vigoroso. A inclusão de um Corpo de Desejos agregou estímulos e desejos, e a consciência surgiu como resultado do estado de guerra entre o Corpo Vital que constrói, e o Corpo de Desejos que destrói o Corpo Denso.

Então, a dissolução tornou-se só uma questão de tempo, especialmente porque a energia construtiva do Corpo Vital foi também necessariamente dividida, uma parte ou polo sendo usada nas funções vitais do corpo, e a outra para substituir o veículo perdido pela morte. Porém, como os dois polos de um magneto ou dínamo são requisitos para a manifestação, assim também dois seres de sexos diferentes são necessários para a geração; então, casamento e nascimento foram instituídos para compensar o efeito da morte. A morte, então, é o preço que pagamos pela consciência no mundo atual. O casamento e os nascimentos repetidos são nossas armas contra o maior terror da Humanidade, até que mude nossa constituição e nos tornemos seres semelhantes aos Anjos.

Os veículos superiores dos primitivos Atlantes não estavam em posição concêntrica com relação ao Corpo Denso como estão os nossos. O Espírito não era ainda um Espírito interno; estava parcialmente no exterior e, portanto, não podia controlá-los tão facilmente, como quando habita internamente. A cabeça do Corpo Vital estava fora e se mantinha muito mais acima que a do Corpo Denso. Há um ponto entre as sobrancelhas, a meia polegada[1] abaixo da pele, que tem um ponto correspondente no Corpo Vital. Esse ponto não é o Corpo Pituitário[2], que está muito mais dentro da cabeça do Corpo Denso. Pode chamar-se de “raiz do nariz”. Quando esses dois pontos, do Corpo Vital e do Físico se colocam em correspondência, como acontece com o ser humano atual, o Clarividente treinado os vê como uma pequena mancha negra, ou melhor dizendo, como um espaço vazio, semelhante à parte invisível da chama do gás. Este é o assento do Espírito interno do ser humano, o Santo dos Santos (Sanctum Sanctorum) do templo do corpo humano, fechado para tudo o que não seja o Espírito que habita aquele corpo, o Ego. O Clarividente desenvolvido pode ver com maior ou menor clareza, de acordo com sua capacidade e treinamento, todos os diferentes corpos que formam a aura humana. Esse ponto está oculto para ele. É a “Isis”, cujo véu ninguém pode se levantar. Nem mesmo o ser mais evoluído da Terra pode tirar o véu do Ego da mais humilde ou menos desenvolvida criatura. Isto, e unicamente isto, sobre a Terra, é tão sagrado que está completamente a salvo de toda intrusão.

Estes dois pontos que acabamos de citar – um no Corpo Denso e sua contraparte no Corpo Vital – estavam muito separados no ser humano dos primitivos tempos da Atlântida, como estão nos animais atuais. A cabeça do Corpo Vital do cavalo está muito separada da cabeça de seu Corpo Denso. Esses dois pontos estão mais próximos no cachorro do que em qualquer outro animal, com exceção talvez do elefante. Se chegar a juntar-se, acontece o caso dos animais prodígios que podem contar, soletrar, etc.

Devido à distância entre esses dois pontos, o poder de percepção do Atlante era muito mais agudo nos mundos internos do que no Mundo Físico, obscurecida pela atmosfera de neblina densa e pesada. Com o tempo, no entanto, a atmosfera foi ficando gradualmente mais clara, ao mesmo tempo, que o ponto citado no Corpo Vital foi-se aproximando, pouco a pouco, do correspondente no Corpo Denso. Conforme se iam aproximando, o ser humano ia perdendo seu contato com os mundos internos, que ficavam mais escuros à medida que o físico clareava. Finalmente, na terceira e última parte da Época Atlante, o ponto do Corpo Vital se uniu ao do Corpo Denso correspondente. Até esse momento, o ser humano não estava plenamente consciente do Mundo Físico, porém, ao mesmo tempo, que se obteve a plena visão e percepção do Mundo Físico, a maioria da Humanidade, perdeu gradualmente a capacidade de perceber os mundos superiores.

Durante a existência da Raça dos Semitas Originais a atmosfera da Atlântida começou a clarear definitivamente e o ponto, já mencionado, do Corpo Vital se colocou em correspondência com o respectivo ponto no Corpo Denso. A combinação dos acontecimentos deu ao ser humano a capacidade de ver os objetos com clareza e nitidez, com contornos bem definidos; porém, isto também provocou a perda de sua visão dos mundos internos.

Durante as idades que transcorreram desde a Época Lemúrica, a Humanidade desenvolveu, pouco a pouco, o sistema nervoso cérebro-espinhal, que está sob o controle da vontade. Na última parte da Época Atlante, tal sistema se desenvolveu bastante para permitir ao Ego tomar plena posse do Corpo Denso. Então, foi o momento (como já foi mencionado) em que o ponto no Corpo Vital e o ponto no Corpo Denso, se corresponderam na raiz do nariz, e o Espírito interno despertou no Mundo Físico, e a grande maioria da Humanidade perdeu a consciência dos mundos internos.

PARTE II – O CORPO VITAL DO SER HUMANO NA ATUAL ÉPOCA ÁRIA

Capítulo I – Natureza e Funções

A Humanidade está evoluindo atualmente na Época Ária. O Corpo Vital tem funções, cor, forma, estrutura atômica e polaridade. Sua existência pode ser provada.

Vimos que o ser humano é um ser complexo e se compõe de:

  • Corpo Denso, seu instrumento de ação;
  • Corpo Vital, condutor da “vitalidade” que faz possível a ação;
  • Corpo de Desejos, de onde vêm os desejos que compelem à ação;
  • Mente, que controla os impulsos, dando um propósito à ação;
  • Ego, que age e acumula experiência resultante da ação.

O objetivo da vida é transformar os poderes latentes do Ego em energia dinâmica, por meio da qual ele poderá controlar, perfeitamente, seus diferentes veículos e atuar como lhe pareça melhor. Sabemos que o Ego não tem domínio completo, pois, se assim fosse, não haveria guerra em nosso interior entre o Espírito e a carne, melhor dizendo, entre o Espírito e o Corpo de Desejos. É esta guerra que desenvolve o músculo espiritual, assim como a luta constrói o músculo físico. É fácil mandar que outros façam isso ou aquilo, mas impor obediência a si próprio é a tarefa mais difícil no mundo, e diz-se, com razão, que “o ser humano que conquista a si mesmo é maior do que o que conquista uma cidade”. Goethe, o grande poeta iniciado, nos dá razão quando diz:

“De todos os poderes que encadeiam o mundo, o ser humano se libertará quando adquirir autocontrole”.

Além do corpo visível do ser humano que vemos com nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que são invisíveis para a grande maioria da Humanidade. No entanto, não são acessórios inúteis do Corpo Denso; pelo contrário, são muito importantes pelo fato de serem impulsionadores de toda ação. Se não existissem esses veículos sutis, o Corpo Denso ficaria inerte, insensível e morto.

O primeiro desses veículos sutis, o qual chamamos de “Corpo Vital” por ser a avenida da vitalidade, e faz fermentar a massa morta de nossa envoltura mortal em seus anos de vida, e nos dá o poder de nos movermos.

Quando nosso corpo visível atual brotou, primeiramente no Espírito, era um pensamento-forma, porém, gradualmente, foi-se condensando e solidificando até se converter na cristalização química atual. O Corpo Vital foi o próximo emanado pelo Espírito, também como um pensamento-forma, e se encontra agora em seu terceiro grau de solidificação, que é o etéreo.

Além do Corpo Denso, que é visível aos nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que interpenetra esse Corpo Denso e que impulsiona e vitaliza as atividades daquele. Um deles é o Corpo Vital, composto de Éter, o qual tomou a seu cargo a construção do Corpo Denso, por meio dos alimentos que ingerimos em nosso organismo. Ele controla todas as funções vitais, tais como a respiração, a digestão, a assimilação, etc., trabalhando por meio do sistema nervoso simpático. Outro veículo, ainda mais sutil, é o Corpo de Desejos; é o veículo de nossas emoções, sentimentos e desejos que gasta as energias acumuladas no Corpo Denso pelos processos vitais, graças ao controle que exerce sobre o sistema nervoso cérebro-espinhal ou voluntário. Durante sua atividade, o Corpo de Desejos está destruindo e rompendo continuamente os tecidos formados pelo Corpo Vital: é a guerra entre estes dois veículos que produz o que chamamos de consciência no Mundo Físico. As forças etéreas do Corpo Vital operam de tal maneira que convertem em sangue a maior parte possível dos alimentos, e o sangue é a mais alta expressão do Corpo Vital.

A propagação é uma faculdade do Corpo Vital, que é o reflexo do Espírito de Vida, o segundo aspecto do Espírito Tríplice do ser humano.

Conta-se que dois Querubins com espadas flamejantes se converteram em guardiões do Éden, quando o ser humano foi expulso dali, para que não comesse o fruto da Árvore da Vida, tornando-se imortal. Os Querubins são a grande Hierarquia Criadora que se encarregou da Terra no Período Solar, quando o Corpo Vital germinou e o Espírito de Vida foi despertado.

Em nossa Bíblia, há uma descrição dos primeiros seres humanos da Terra. São chamados de Adão e Eva, porém, interpretando corretamente, Adão e Eva querem dizer a raça humana, à qual pouco a pouco se arrogou a faculdade de procriar, convertendo-se assim em seres livres. Dessa maneira, a Humanidade obteve sua liberdade e se fez responsável perante a Lei de Consequência, pois, arrogando-se o direito de criar corpos, separou-se, então, da Árvore da Vida e de um estado que reconhecemos agora como etéreo. Quando aprendermos que temos um Corpo Vital feito de Éter, e que é a Árvore da Vida de cada ser humano, o qual nos proporciona a vitalidade necessária para nos movermos, então, compreenderemos porque o poder de recriar e regenerar nossos corpos nos foi tirado para que aprendêssemos como vitalizar nosso imperfeito Corpo Denso. E compreenderemos também porque, assim como está na Bíblia, havia Querubins com espadas flamejantes no portão do Jardim do Éden para proteger aquela região.

Foi para um bom propósito que esta faculdade nos foi tirada. Não por maldade, ou para que o ser humano sofresse aflições e dores, mas porque somente por meio de existências ou vidas repetidas em corpos inferiores podemos aprender a construir, para nós, um veículo adequado e bastante perfeito para ser imortalizado. Gradualmente, o ser humano saiu de sua condição etérea até alcançar sua condição sólida atual. Naquela época, podia viver em condições etéreas facilmente, como podemos viver hoje em dia nos três elementos do Mundo Físico. Na sua última etapa etérea estava em contato interno com as correntes de vida que agora contatamos inconscientemente.

Podia, então, centralizar em seu corpo a energia solar, absorvendo-a de uma maneira distinta da que emprega atualmente. Essa faculdade foi sendo retirada gradualmente, à medida que ia entrando na etapa sólida atual.

O Corpo Vital, assim chamado nas Escolas de Mistérios do Ocidente, como já vimos, é composto de quatro Éteres de diferentes densidades e o Éter é a via de ingresso da força vital, proveniente do Sol, e o campo de ação da natureza que promove as atividades de assimilação, crescimento e propagação.

Esse veículo é a contraparte exata de nosso corpo visível, molécula por molécula, órgão por órgão, com uma exceção, da qual falaremos mais tarde. Porém, é um pouco maior e se estende além da periferia de nosso Corpo Denso cerca de uns quatro centímetros.

O baço é a entrada particular das forças que vitalizam o Corpo Denso. Na contraparte etérea desse órgão a energia solar se transmuta em um fluido vital de cor rosa pálido. Daí se estende por todo o sistema nervoso e, uma vez cumprido o seu trabalho no corpo, sai, irradiando torrentes de luz que se eriçam parecidas com os pelos do porco espinho.

Durante o dia, o Corpo Vital especializa o fluido solar incolor que nos rodeia, por meio do órgão a que chamamos baço. Essa força vital permeia todo o organismo e os Clarividentes a veem como um fluido de cor rosa pálido, pois foi transmutada ao entrar no Corpo Denso. Flui por todos os nervos e, quando os centros cerebrais a enviam em quantidades particularmente grandes, aciona os músculos governados pelos nervos.

Durante o estado de vigília, há uma guerra constante entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos. Os desejos e os impulsos do Corpo de Desejos golpeiam continuamente o Corpo Denso, obrigando-o à ação, sem olhar o dano que lhe possa ocasionar, sempre que seja satisfeito o desejo. É o Corpo de Desejos que incita o alcoólatra a encher-se de álcool para que a combustão química acelere as vibrações do Corpo Denso a um diapasão que fará dele um instrumento dócil a todo impulso desenfreado, gastando assim a energia acumulada com imprudente prodigalidade. O Corpo Vital, por outro lado, não tem outro interesse a não ser a conservação do Corpo Denso. Através do baço, especializa a energia solar incolor, que preenche o espaço, e, por meio de um processo químico misterioso, transforma-a em fluido vital em um lindíssimo rosa pálido, enviando-o, então, por todos os nervos e fibras do corpo. O Corpo Vital está sempre tratando de economizar a energia que acumulou no Corpo Denso e, portanto, está constantemente reparando os tecidos que foram destruídos pelos impactos do desenfreado Corpo de Desejos.

Quatro cores do Corpo Vital são indescritíveis, mas a quinta – que fica no meio das cinco – é similar ao matiz da flor de pessegueiro recém-aberta. Essa é realmente a cor do Corpo Vital.

Os Corpos Denso e Vital do ser humano possuem forma definida, mas seu Corpo de Desejos é, ainda, de forma ovoide.

Já foi demonstrado pela ciência que os átomos de nosso Corpo Denso estão mudando constantemente, de tal maneira que todo o material que atualmente compõe nosso veículo terá desaparecido em uns poucos anos. No entanto, é de conhecimento comum que as cicatrizes e outras manchas se conservem desde a infância à velhice. A razão disto é que os átomos etéreos prismáticos que compõem nosso Corpo Vital permanecem inalterados do berço ao túmulo.

Eles estão sempre nas mesmas posições relativas, isto é, os átomos etéreos prismáticos que fazem vibrar os átomos dos dedos dos pés ou das mãos não mudam de situação e não emigram para as mãos, pernas ou outras partes do corpo, senão que permanecem exatamente no mesmo lugar em que foram colocados no princípio. Uma lesão nos átomos físicos implica em uma impressão similar nos átomos etéreos prismáticos. A nova substância física que se modela sobre eles continua, então, tomando a forma e a textura similares aos que tinha originalmente.

Estas observações se aplicam exclusivamente aos átomos prismáticos que correspondem aos sólidos e aos líquidos no Mundo Físico, porque assumem certa forma definida os conservam. Porém, além disso, na atual etapa da Evolução, cada ser humano tem certa quantidade de Éteres Luminoso e Refletor, que são os veículos da percepção sensorial e da memória, entremesclados no seu Corpo Vital. Poderíamos dizer que o Éter Luminoso corresponde aos gases do Mundo Físico; talvez, a melhor descrição que poderíamos dar ao Éter Refletor é a de chamá-lo hiper-etérico. É uma substância vácua, de cor azulada, que se parece, por seu matiz, com o centro azul de uma chama de gás. Apresenta-se transparente e parece revelar tudo o que está em seu interior, mas, na realidade, oculta todos os segredos da natureza e da Humanidade. Nele se encontra um registro da Memória da Natureza.

Os Éteres Luminoso e Refletor são de característica exatamente oposta à dos átomos etéreos prismáticos e estacionários. São voláteis e migratórios. Seja qual for a quantidade que o ser humano possua desses Éteres, sempre são a frutificação das experiências da vida. Dentro do corpo, misturam-se com o sangue, e quando vão crescendo pelo serviço e sacrifício na escola da vida, de modo que já não podem ficar contidos dentro do corpo, pode-se observá-los fora deste como um corpo anímico matizado de ouro e azul. O azul é o que mostra o tipo mais elevado de espiritualidade, por ser o menor em volume e pode comparar-se ao núcleo azul da chama de gás, enquanto a cor dourada forma a parte maior e corresponderia à parte de luz amarela que rodeia o núcleo azul da citada chama de gás. A cor azul não aparece fora do corpo, salvo nas pessoas de extraordinária santidade e somente o amarelo é geralmente observado. Na hora da morte, esta parte do Corpo Vital se grava no Corpo de Desejos, com o panorama da vida que contém. Então, imprime-se no Átomo-semente a quintessência de toda nossa experiência na vida, como consciência ou virtude, que é o que nos induzirá a evitar o mal e a realizar o bem nas próximas vidas.

Quando analisamos o ser humano, vemos que os quatro Éteres são dinamicamente ativos no altamente organizado Corpo Vital. Graças às atividades do Éter Químico, o ser humano é capaz de assimilar os elementos e crescer; as forças que trabalham no Éter de Vida permitem-no propagar sua espécie; as forças do Éter Luminoso proveem o Corpo Denso com calor, trabalham sobre o sistema nervoso e sobre os músculos, abrindo assim as portas de comunicação com o mundo externo por meio dos sentidos; e o Éter Refletor permite ao Espírito governar seus veículos por meio do pensamento. Este Éter também guarda as experiências passadas como memória.

O Corpo Vital da planta, do animal e do ser humano se estende além da periferia do Corpo Denso, como acontece com a Região Etérea, que nada mais é do que o Corpo Vital do Planeta, que se estende além da sua parte densa, mostrando uma vez mais a veracidade do axioma hermético: “assim como é acima, é abaixo”. A extensão do Corpo Vital do ser humano além do Corpo Denso é mais ou menos de uma polegada e meia[3]. A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa e tem uma cor parecida com a de uma flor de pessegueiro recém-aberta. É vista frequentemente por pessoas que possuem alguma clarividência involuntária. O autor, falando com essas pessoas, notou que geralmente elas não estão cientes de que veem algo incomum e não sabem o que se passa diante de sua visão.

O Corpo Denso é construído na matriz deste Corpo Vital, durante a vida pré-natal e com uma única exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital. Assim como as linhas de força na água são os condutores para a formação dos cristais de gelo, assim também as linhas de força no Corpo Vital determinam a forma do Corpo Denso. Através da vida toda, o Corpo Vital é o construtor e restaurador das formas densas.

Se assim não fosse, se o coração etéreo não restaurasse o coração físico, logo este se romperia sob a tensão contínua com que o sobrecarregamos. Todos os abusos a que submetemos o Corpo Denso fazem o Corpo Vital reagir, no que está em seu poder, e ele está permanentemente lutando contra a morte do Corpo Denso.

A exceção anteriormente mencionada é que o Corpo Vital do homem é feminino ou negativo, enquanto o da mulher é masculino ou positivo.

Neste fato, temos a chave de numerosos problemas intrincados da vida. A mulher dá saída a suas emoções pela polaridade indicada, porque seu Corpo Vital positivo gera um excesso de sangue e a obriga a trabalhar sob uma pressão interna enorme, que romperia o Corpo Denso se não houvesse uma válvula de segurança, o fluxo periódico, e outra válvula, que são as lágrimas, e que limitam a pressão em ocasiões especiais, pois as lágrimas são realmente uma “hemorragia branca”.

O homem pode ter e tem emoções tão fortes quanto às das mulheres, porém, geralmente, pode suprimi-las sem lágrimas, porque seu Corpo Vital negativo não gera mais sangue do que pode dominar com facilidade.

De modo contrário ao que sucede com os veículos superiores da Humanidade, o Corpo Vital não abandona regularmente o Corpo Denso até a morte deste último. Então, as forças químicas do Corpo Denso já não estão mais sob o domínio da vida evolucionante. Elas prosseguem com seu trabalho para restituir a matéria à sua condição primitiva, desintegrando-a e tornando-a apta para a formação de outros corpos na economia da natureza. A desintegração é, pois, devido à atividade das forças planetárias no Éter Químico.

A textura do Corpo Vital pode comparar-se, até certo ponto, com uma dessas figuras formadas por centenas de peças de madeira entrecruzadas e que apresentam inumeráveis pontos ao observador. O Corpo Vital também apresenta milhões de pontos ao observador. Estes pontos entram nos centros ocos dos átomos densos e, ao lhes imbuir força vital, vibram muito mais intensamente que os minerais da Terra que não foram ainda acelerados e vivificados.

Quando uma pessoa se afoga, ou cai de uma grande altura, ou fica congelada, o Corpo Vital abandona o Corpo Denso, cujos átomos ficam temporariamente inertes em consequência, mas, quando volta a si, os “pontos” tornam a penetrar nos átomos densos. A inércia dos átomos faz com que resistam um pouco a voltar a vibrar como antes, e esta é a causa dessa sensação de intensa dor e formigamento que se nota em tais ocasiões.

Há certos casos em que parte do Corpo Vital deixa o Corpo Denso, como acontece quando uma mão fica dormente, por exemplo. Então, a mão etérea do Corpo Vital pode ser vista flutuando sobre o braço denso, como uma luva, e os pontos produzem uma sensação especial de formigamento quando ela entra novamente na mão física. Em alguns casos de hipnose, a cabeça do Corpo Vital se divide e fica pendurada do lado de fora da cabeça densa, a metade cai sobre cada ombro, ou permanece em torno do pescoço como a gola de um suéter. A ausência de formigamento ao despertar em tais casos é devida a que, durante a hipnose, parte do Corpo Vital da vítima foi substituída pela do hipnotizador.

Os átomos do Éter Químico e de Vida reunidos em torno do núcleo do Átomo-semente, localizado no plexo solar, têm uma forma prismática. Estão todos situados de tal maneira que, quando a energia solar entra no corpo pelo baço, o raio que se refrata é vermelho. Esta é a cor do aspecto criador da Trindade, ou seja, Jeová, o Espírito Santo, regente da Lua, o Astro da fecundação. Por conseguinte, o fluido vital do Sol, que penetra no corpo humano pelo baço, se tinge com uma ligeira cor rosada, que muitas vezes os videntes podem observar circulando pelos nervos como se fosse a eletricidade passando pelos condutores de uma instalação elétrica. Assim carregados, os Éteres Químico e de Vida são vias de assimilação, que preservam o indivíduo, e de fecundação, que perpetuam a raça.

Durante a vida, cada átomo prismático penetra um átomo físico e o faz vibrar. Para se ter uma ideia desta combinação, podemos imaginar uma cesta de arame, em forma de pera, que tivesse paredes de arame curvado espiralmente que fosse de um polo a outro obliquamente. Este é o átomo físico cuja forma é muito parecida com a nossa Terra, e o átomo prismático vital está inserido de cima para baixo, a partir do topo, que é mais amplo e que corresponderia ao polo norte de nossa Terra.

Assim, a ponta do prisma penetra o átomo físico no ponto mais estreito, que corresponde ao polo sul de nossa terra, e todo o conjunto parece com um pião que gira e bamboleia enquanto vibra intensamente. É desta maneira que nosso corpo se enche de vida e é capaz de se mover (É digno de nota que nossa Terra está compenetrada, de maneira similar, por um corpo cósmico de Éter e as manifestações da natureza que chamamos de Aurora Boreal e Aurora Austral são correntes etéreas que circundam a Terra do polo ao Equador como fazem as correntes do átomo físico).

Os Éteres Luminoso e Refletor são as avenidas da consciência e da memória. No indivíduo comum encontram-se um tanto atenuados e não tomaram ainda uma forma definida. Interpenetram o átomo da mesma forma que o ar interpenetra uma esponja e formam algo assim como uma ligeira atmosfera áurica por fora de cada átomo.

Se tivéssemos dito que o Corpo Vital está formado de prismas ao invés de pontos, teria sido mais exato, pois é pela refração através destes diminutos prismas que o fluido solar incolor se transforma em rosáceo, como foi indicado por outros escritores, além do autor.

Foram feitos outros descobrimentos novos e importantes, por exemplo: agora sabemos que nasce um Cordão Prateado novo a cada renascimento e que uma parte dele brota do Átomo-semente do Corpo de Desejos no grande vórtice do fígado; que a outra parte nasce do Átomo-semente do Corpo Denso no coração, que as duas partes se unem com o Átomo-semente do Corpo Vital no plexo solar e que esta união dos veículos superiores e inferiores produz o despertar do feto. O desenvolvimento posterior do Cordão entre o coração e o plexo solar durante os primeiros sete anos tem uma importante relação com o mistério da infância, assim como o seu desenvolvimento mais amplo do fígado ao plexo solar, que tem lugar no segundo período setenário da vida da criança, contribui para a adolescência.

A realização total do Cordão Prateado marca o final da vida infantil e, desde tal momento, a energia solar, que entra pelo baço e se tinge pela refração através do Átomo-semente prismático do Corpo Vital situado no plexo solar, começa a dar um colorido individual e distinto à aura que observamos nos adultos.

Assim como o Éter leva à placa sensível da câmera escura da máquina fotográfica uma impressão fiel da paisagem, em torno em seus menores detalhes, sem ter em conta se o fotógrafo os observou ou não, assim também, o Éter contido no ar que respiramos leva consigo uma imagem fiel e detalhada de tudo ao nosso redor e não somente das coisas materiais, como também das condições que existem em cada momento em nossa aura. O mais fugaz pensamento, sentimento ou emoção se transmite aos pulmões onde é injetado no sangue. O sangue é um dos produtos mais elevados do Corpo Vital porque é o agente que leva alimento a todas as partes do corpo e é também o veículo direto do Ego. As imagens que contém imprimem-se sobre os átomos negativos do Corpo Vital para servir como árbitros do destino do ser humano no estado post-mortem.

Em muitas mulheres, nas quais o Corpo Vital é positivo e nas pessoas mais evoluídas de ambos os sexos, cujos Corpos Vitais estão sensibilizados por uma vida pura e santa, pela oração e concentração, esta memória supra consciente, inerente ao Espírito de Vida, está, até certo ponto, além da necessidade de envolver-se em matéria mental ou de desejos para compelir à ação. Nem sempre necessita correr o risco de ver-se subjugada e até submetida pelo processo de raciocínio. Algumas vezes, em forma de intuição ou de ensinamento interno, imprime-se diretamente sobre o Éter Refletor do Corpo Vital. Quanto mais dispostos nos encontremos para reconhecer e seguir seus ditados, tanto mais amiúde falará, para nosso eterno benefício.

Por suas atividades durante as horas de vigília, o Corpo de Desejos e a Mente estão constantemente destruindo o veículo denso. Cada pensamento e movimento destroem tecidos. Por outro lado, o Corpo Vital se dedica totalmente a restaurar a harmonia e a reconstruir o que outros veículos estão destruindo. No entanto, não é capaz de sempre resistir completamente aos poderosos impactos dos impulsos e dos pensamentos.

Gradualmente, vai perdendo terreno e, por último, chega um momento em que sofre um colapso. Seus “pontos” enrugam-se, por assim dizer. O fluido vital cessa de circular pelos nervos em quantidade necessária; o corpo se torna sonolento; o Pensador se encontra tolhido por sua sonolência e se vê obrigado a sair dele, elevando-se o Corpo de Desejos consigo. Esta saída dos veículos superiores deixa o Corpo Denso, interpenetrado pelo Corpo Vital no estado a que chamamos sono.

Como um sábio general, o Ego segue uma conduta análoga. Não começa sua campanha adquirindo domínio sobre uma das glândulas, pois estas são expressões do Corpo Vital, nem seria possível adquirir domínio sobre os músculos voluntários, porque estão muito bem defendidos pelo inimigo. Essa parte do sistema muscular involuntário que está sob o domínio do sistema nervoso simpático seria também inútil para esse objetivo. O Ego deve conseguir um contato mais direto com o sistema nervoso cérebro-espinhal.

Para fazer isso e assegurar uma base de operações no mesmo campo inimigo, ele deve controlar um músculo que é involuntário e que, não obstante está relacionado com o sistema nervoso voluntário. Este músculo é o coração.

O sangue é a expressão mais elevada do Corpo Vital porque nutre todo o organismo físico. É também, em certo sentido, o veículo da memória subconsciente, e está em contato com a Memória da Natureza, situada na divisão mais elevada da Região Etérea. O sangue carrega as imagens da vida dos antepassados aos descendentes durante gerações quando é um sangue comum como o que se produz pela endogamia.

O amor e a unidade no Mundo do Espírito de Vida encontram sua contraparte ilusória na Região Etérea, à qual estamos relacionados pelo Corpo Vital, sendo este último o que produz o amor e a união sexual. O Espírito de Vida tem seu assento primeiramente no Corpo Pituitário e secundariamente no coração, por onde passa o sangue que nutre os músculos.

Olhando o assunto do ponto de vista oculto, toda consciência no Mundo Físico é o resultado da guerra constante entre os Corpos de Desejos e Vital.

A tendência do Corpo Vital é a de abrandar e construir. Sua expressão principal é o sangue e as glândulas, bem como o sistema nervoso simpático, havendo obtido ingresso na fortaleza do Corpo de Desejos (sistemas: muscular e nervoso voluntário) quando começou a converter o coração em músculo voluntário.

Nós mesmos, como Egos, funcionamos diretamente na sutil substância da Região do Pensamento Abstrato que especializamos dentro da periferia de nossa aura individual. Dali, obtemos as impressões de que nos produz o mundo externo sobre o Corpo Vital através dos sentidos, junto com os sentimentos e emoções gerados por eles no Corpo de Desejos e refletidos na Mente.

Todas as coisas estão em constante vibração. As vibrações dos objetos que nos rodeiam nos alcançam constantemente e levam, a nossos sentidos, o conhecimento do mundo externo. As vibrações do Éter atuam sobre nossos olhos de maneira a que possamos ver e as vibrações do ar transmitem os sons a nossos ouvidos.

O Sol trabalha no Corpo Vital e é a força que desperta a vida e luta contra as forças lunares relacionadas com a morte.

Assim como nas águas de um lago as árvores aparecem invertidas, parecendo que a folhagem se acha no mais profundo da água, assim também o aspecto mais elevado do Espírito (Espírito Divino) encontra sua contraparte no mais inferior dos três corpos (Corpo Denso). O Espírito imediatamente inferior (Espírito de Vida) se reflete no corpo imediatamente superior (Corpo Vital). O terceiro Espírito (Espírito Humano) e seu reflexo, o terceiro corpo (Corpo de Desejos), aparece como o mais próximo de todos ao espelho refletor, que é a Mente, correspondendo essa à superfície do lago, o meio refletor de nossa analogia.

Assim como os Corpos Vital e de Desejos planetários interpenetram a matéria densa da Terra, assim também os Corpos Vital e de Desejos interpenetram o Corpo Denso da planta, do animal e do ser humano.

Um Corpo Vital de Éter compenetra o corpo visível, como o Éter permeia todas as outras formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma quantidade maior de Éter universal do que as outras formas. Este Corpo Etéreo é o instrumento que usamos para especializar a energia vital do Sol. O Corpo Vital, que finalmente se transforma e se espiritualiza convertendo-se em alma, é de polaridade oposta. Está formado, órgão por órgão, exatamente como o Corpo Denso com uma exceção, o que explica muitos fatos que de outra maneira seriam inexplicáveis. Como a mulher tem um Corpo Vital positivo, ela amadurece antes que o homem, e as partes do corpo que têm certa semelhança com as plantas, como o cabelo, crescem mais e são mais exuberantes. Naturalmente, um Corpo Vital positivo gera mais sangue do que um Corpo Vital negativo, como o que possui o homem, daí que exista na mulher uma pressão sanguínea maior, da qual tem necessidade de se livrar mediante o fluxo mensal, produzindo-se, ao cessar na menopausa, uma espécie de segundo crescimento na mulher a qual adquire os caracteres que chamamos “matrona”.

Os impulsos do Corpo de Desejos empurram o sangue através de todo o sistema com diferentes graus de velocidade, de acordo com a força das emoções. Como a mulher tem um excesso de sangue, ela atua sob uma pressão muito mais elevada que o homem, e, se bem que esta pressão diminua durante o fluxo menstrual, há momentos em que necessita de uma válvula de escape extra: são as lágrimas femininas que, em realidade, constituem uma hemorragia branca, que age como uma válvula de segurança para remover o fluido excessivo. O homem, ainda que seja capaz de sentir emoções talvez tão fortes quanto a mulher, não é tão propenso às lágrimas porque não tem mais sangue do que pode utilizar normalmente.

Em consequência de sua polarização positiva na Região Etérica do Mundo Físico, o campo de ação da mulher tem sido a casa e a igreja, onde está rodeada de amor e paz, enquanto o homem atua na luta dos fortes para que sobreviva o mais apto, uma luta sem quartel no denso Mundo Físico, onde seu corpo é positivo.

Desta forma, a mulher foi à precursora da cultura, sendo a primeira a desenvolver a ideia de uma “vida boa”, e graças a isso ela se tornou um expoente muito estimado entre os antigos e tem estado nobremente na vanguarda desde então. Como todos os Egos encarnam alternadamente como homens ou como mulheres, não há, na verdade, proeminência alguma. É simplesmente que os que encarnam num Corpo Denso do sexo feminino têm um Corpo Vital positivo e são, portanto, mais sensíveis às coisas espirituais do que quando o Corpo Vital é negativo como o do varão.

A mulher tem um Corpo Vital positivo e, portanto, está em contato intuitivo com as vibrações espirituais do universo. Ela tem mais ideais elevados e uma imaginação mais fértil que o homem. Em consequência, ela se interessa por todas as coisas que ajudam o desenvolvimento moral da raça. E, hoje em dia, é somente pelo crescimento moral e espiritual que a Humanidade pode se adiantar e a mulher é, realmente, fator primordial na evolução.

Seria de muito proveito para as raças se a mulher obtivesse direitos iguais aos dos homens, pois somente então poderemos esperar ver executadas as reformas que propugnam a união da Humanidade. Se, por analogia, olharmos dentro de uma casa, veremos que a mulher é o pilar central, em torno da qual se agrupam o marido e os filhos. De acordo com suas aptidões e habilidades, ela faz a casa à sua imagem e nota-se sua influência aglutinadora, pois é ela quem mantém a harmonia e a paz do lar. O pai pode abandonar a casa, seja por falecimento ou de outra maneira; os filhos também podem ir-se, mas enquanto a mãe está o lar permanece. No entanto, quando a morte leva a mãe, tudo se desmorona.

Já dissemos, anteriormente, que o Corpo Vital é a contraparte exata do Corpo Denso, com uma única exceção: é de sexo oposto, ou melhor dito, de polaridade oposta. Como sabemos que o Corpo Vital nutre o veículo denso podemos compreender que o sangue é sua mais alta expressão visível e, também que um Corpo Vital positivo deve gerar mais sangue que um corpo negativo. A mulher, fisicamente negativa, tem um Corpo Vital positivo, daí gerar um excesso de sangue que é aliviado pelo fluxo periódico. Está também mais propensa às lágrimas, uma hemorragia branca, que o homem, cujo Corpo Vital negativo não gera mais sangue do que pode normalmente utilizar. Portanto, não necessita ter as saídas que aliviam a mulher do excesso de sangue.

Os Anjos, a “humanidade” do Período Lunar, trabalham no ser humano, no animal e na planta, pois no Período Lunar o universo era de consistência etérea e os Corpos Vitais dos três reinos acima citados estão compostos por esta substância. Os Anjos são, portanto, verdadeiros auxiliares para as funções vitais tais como a assimilação, o crescimento e a propagação e em seu trabalho com a Humanidade, são espíritos familiares. São eles que aumentam a família, multiplicam os ganhos e dão boa colheita nos campos.

Desde os tempos antigos, os Anjos Lunares se colocaram particularmente a cargo dos Corpos Vitais aquáticos e úmidos formados pelos quatros Éteres, cuidando da propagação e alimentação das espécies, enquanto a atividade intensa dos Espíritos Lucíferes se desenvolvia nos secos e ígneos Corpos de Desejos. A função do Corpo Vital é construir e sustentar o Corpo Denso, enquanto a do Corpo de Desejos é a destruição dos tecidos. Deste modo, há uma guerra constante entre o Corpo Vital e o de Desejos, e esta guerra nos céus ocasiona nossa consciência física na Terra.

Por mais estranho que possa parecer nossa afirmação, é verdade que a grande maioria da Humanidade está parcialmente adormecida a maior parte do tempo, não obstante seus corpos físicos pareçam estar sumariamente ocupados, trabalhando ativamente. Sob condições ordinárias, o Corpo de Desejos da grande maioria é a parte mais desperta do complexo ser humano, o qual vive quase completamente de emoções e sentimentos, mas raramente pensa no problema da existência além daquilo que necessita para sobreviver. A maioria destes seres provavelmente nunca pensou seriamente nos três grandes problemas da vida: “De onde viemos, por que estamos aqui e para onde iremos?” de uma forma mais séria e consistente. Seus Corpos Vitais estão trabalhando para reparar os destroços feitos pelo Corpo de Desejos no Corpo Denso e subministrando a vitalidade que será logo malgastada na gratificação de seus desejos e emoções.

Este combate intenso entre o Corpo Vital e o de Desejos é que gera a consciência no Mundo Físico e faz homens e mulheres tão ativos que, do ponto de vista do Mundo Físico, nossa afirmação de que eles estão parcialmente adormecidos parece ser uma mentira. No entanto, examinando todos os fatos, chegamos à conclusão de que é assim e podemos acrescentar que este estado de coisas está de acordo com os desígnios das Grandes Hierarquias que estão a cargo de nossa evolução.

Essa destruição efetua-se constantemente e não é possível salvaguardar-se de todos esses destruidores, nem essa é a intenção. Se o Corpo Vital tivesse um poder ininterrupto, construiria cada vez mais, usando toda a energia com esse propósito. Não haveria consciência ou pensamento algum.

A consciência se desenvolve porque o Corpo de Desejos restringe e endurece as partes internas.

O Tríplice Espírito lançou uma Tríplice sombra sobre o mundo da matéria e assim se desenvolveu o Corpo Denso, como contraparte do Espírito Divino, seguido do Corpo Vital, réplica do Espírito de Vida e logo o Corpo de Desejos, imagem do Espírito Humano. Finalmente, formou-se o elo da Mente entre o Tríplice Espírito e o Tríplice Corpo. Este foi o começo da consciência individual e marca o ponto onde termina a involução do Espírito na matéria e começa o processo evolutivo, através do qual a sua libertação se inicia. A involução envolve a cristalização do Espírito em corpos, porém, a evolução depende da dissolução dos corpos, a extração da substância anímica desses corpos e a alquímica amalgamação da Alma com o Espírito.

Há vários meios para demonstrar a realidade e a existência do Corpo Vital. Em primeiro lugar, existe uma máquina fotográfica. Talvez se possa encontrar entre os espíritas de sua cidade um capaz de tirar fotografia dos espíritos. Embora existam truques bem conhecidos dos fotógrafos para produzir retratos falsos, foi provado que, sob condições, onde a fraude é impossível foram tiradas fotos de pessoas que já haviam morrido. Estas pessoas puderam envolver-se em Éter, matéria com a qual o Corpo Vital é construído e que é visível para a lente fotográfica. Com o próprio autor aconteceu uma vez ser fotografado quando viajava em seu Corpo Vital de Los Angeles a São Pedro para despedir-se de um amigo, a bordo de um navio a vapor. Coincidentemente, ele estava entre aquele amigo e a máquina fotográfica de outro amigo que, naquele momento, fotografava o barco e a semelhança foi tanta que muitos o reconheceram.

Além disso, temos o fenômeno dos cachorros que seguem certas pessoas pelo cheiro de sua roupa usada a qual está impregnada de Éter do Corpo Vital, Éter que se estende mais ou menos uma polegada e meia[4] além do Corpo Denso. Portanto, a cada passo que damos este fluido invisível e radiante penetra a Terra. No entanto, comprovou-se que cães de caça que estavam perseguindo um criminoso em fuga ficaram desnorteados e perderam a pista quando o fugitivo calçou patins e continuou sua fuga sobre o gelo. Os patins o elevaram acima do solo e, então, o Corpo Vital, que se estendia por baixo de seus pés, não pôde impregnar o gelo e, então, ficando sem pista, os cachorros não puderam descobri-lo. Resultados similares foram obtidos com uma pessoa que usou pernas de pau para se afastar do lugar de seu crime.

Temos também o caso do magnetizador que extrai de seu paciente as partes enfermas do Corpo Vital, as quais são substituídas por Éter renovado, permitindo, assim, às forças vitais circularem pelo órgão físico enfermo, efetuando-se a cura. Se o magnetizador não tiver cuidado de tirar de si o fluido etéreo escuro e gelatinoso, isto é, os miasmas humanos que extraiu e absorvê-lo em seu próprio corpo, então, ficará enfermo. Se não houvesse aquele fluido invisível, o fenômeno da cura do enfermo e da enfermidade do magnetizador não se produziria.

Finalmente, poderíamos dizer que, se se reúnem as condições necessárias e não falta à decisão, existe uma possibilidade muito grande para que uma grande quantidade de pessoas veja por si mesma o Corpo Vital. É mais fácil nos países do Sul, onde os defuntos são enterrados logo após seu falecimento. Deve-se escolher um dia que seja o mais próximo da Lua Cheia. Então, deve-se ler os avisos fúnebres nos jornais e ir ao cemitério na noite que se segue ao funeral de alguém falecido nas últimas vinte e quatro horas. Provavelmente, veremos sobre o túmulo, oscilando ao clarão da lua, a forma membranácea do Corpo Vital que fica neste lugar e se desintegra sincronicamente com o corpo dentro da sepultura. O Clarividente pode ver esta forma em qualquer momento, mas, somente na primeira noite depois do funeral ela está bastante densa para ser visível à pessoa comum. Se a forma não aparece logo, pode-se andar em volta do túmulo, olhando fixamente de diferentes ângulos. Então, você conseguirá a prova ocular mais convincente.

Embora a ciência não tenha observado este Corpo Vital humano diretamente, em várias ocasiões ela postulou sua existência como necessária para explicar certos problemas da vida. Suas radiações foram captadas por vários cientistas em diferentes condições e em épocas distintas. Blondot[5] e Charpentier[6] chamaram a essas radiações raios “N”, nome dado por terem sido observados na cidade de Nantes[7]. Outros as chamaram de “Fluido Ódico”. Investigadores científicos, que conduziram pesquisas sobre fenômenos psíquicos, fotografaram o Corpo Vital quando era extraído através do baço por espíritos materializadores. Dr. Hotz, por exemplo, obteve duas fotografias de uma materialização, graças ao médium alemão Minna-Demmler. Sobre uma delas, vê-se uma nuvem de Éter sem forma saindo do lado esquerdo do médium. A segunda foto, tirada uns instantes mais tarde, mostra o espírito já materializado, de pé ao lado do médium.

Outras fotografias tiradas do médium italiano Eusápia Palladino[8] por cientistas mostram uma nuvem luminosa flutuando sobre seu lado esquerdo.

Capítulo II – Na Saúde e na Doença

O Corpo Vital tem um papel importante na saúde e na enfermidade. Ele é afetado por amputações, acidentes, anestésicos, afogamentos, choques, arrependimentos e remorsos. Quando não está em posição concêntrica com relação aos outros veículos do Ego, pode resultar em insanidade ou idiotice.

Se estivermos atentos à higiene e à dieta, o Corpo Denso é principalmente o mais beneficiado, porém, ao mesmo tempo, produz-se, também um efeito sobre os Corpos Vital e de Desejos, porque quanto mais puros e melhores forem os alimentos empregados na construção do Corpo Denso, as partículas ficam envoltas em Éter planetário e matéria de desejos mais puros. Desta forma, as partes planetárias do Corpo Vital e do Corpo de Desejos se tornam mais puras. Se se dedica atenção unicamente à higiene e ao alimento, os Corpos Vitais e de Desejos individuais, poderão permanecer quase tão impuros como antes, mas, no entanto, será mais fácil colocar-se em contato com o bem do que se tivessem sido empregados alimentos grosseiros.

Por outro lado, se apesar dos desgostos, cultivar-se um caráter equânime e, também interesses literários e artísticos, o Corpo Vital produzirá uma impressão de delicadeza e de refinamento nos assuntos físicos, e engendrará sentimentos e emoções mais nobres no Corpo de Desejos.

O cultivo das emoções também exerce uma reação sobre os outros veículos, e ajuda a melhorá-los.

As tendências positivas e construtivas do Corpo Vital – veículo do amor – não se prestam facilmente à observação. No entanto, pôde-se comprovar que o contentamento aumenta a vida de cada ser que o cultiva. Portanto, podemos dizer sem medo de enganar-nos, que a criança concebida num ambiente de harmonia e amor tem melhores possibilidades na vida do que aquela que foi concebida num ambiente de paixão, bebida e descontentamento.

O Corpo Vital nasce mais ou menos aos sete anos, isto é, na época da segunda dentição da criança.

Há problemas muito importantes que devem e podem ser tratados, somente durante certos períodos da infância e os pais devem saber quais são. Ainda que os órgãos já estejam formados quando a criatura nasce, as linhas de crescimento se determinam durante os sete primeiros anos e, se não estão bem delineadas, uma criança sadia pode converter-se em um homem ou mulher enferma.

Em tudo o que vive, o Corpo Vital irradia torrentes de luz da força que ele despendeu na construção do Corpo Denso. No estado de saúde, estas irradiações afastam todos os venenos do corpo e o mantêm limpo. Condições similares prevalecem no Corpo Vital da Terra, sendo este o veículo de Cristo. As forças venenosas e destrutivas geradas por nossas paixões são afastadas pelas forças vitais de Cristo, porém, cada pensamento ou ato maléfico traz para Ele uma porção de dor, que se torna parte da Sua Coroa de Espinhos – dizemos coroa porque sempre se considera a cabeça como assento da consciência. Devemos nos conscientizar de que cada má ação que praticamos, por menor que seja, tem um efeito sobre Cristo, como já foi citado, e acrescenta outro espinho de sofrimento em sua coroa.

Não podemos assimilar minerais, pois eles não possuem um Corpo Vital e, portanto, o ser humano não pode elevar as vibrações dos minerais ao seu grau de intensidade. As plantas têm um Corpo Vital, mas não são conscientes de si mesmas, portanto são assimiladas facilmente e permanecem no corpo mais tempo, do que as células dos alimentos animais, que são compenetradas por um Corpo de Desejos. Os corpos dos animais vibram intensamente e, portanto, necessita-se de muita energia para assimilar suas células que se escapam rapidamente. Daí que a dieta carnívora exige que a pessoa se alimente mais frequentemente.

A enfermidade aparece primeiramente no Corpo de Desejos e no Corpo Vital; eles ficam mais tênues em sua textura, e não especializam o fluido vitalizador na mesma proporção, como acontece no estado de saúde. Então, o Corpo Denso cai enfermo. Quando o doente se recupera, os veículos superiores denotam melhora antes que a saúde se manifeste no Mundo Físico.

Quando um vidente examina uma pessoa que está para ficar doente, nota-se que o Corpo Vital está atenuando-se e, quando fica tão tênue que já não pode sustentar o Corpo Denso, este começa a manifestar sinal de enfermidade. Por outro lado, um pouco antes da recuperação física, o Corpo Vital, pouco a pouco, fica mais denso em sua estrutura e logo começa o período de convalescença.

Durante a enfermidade, o Corpo Vital especializa muito pouca energia solar, então, por um período, o corpo visível parece alimentar-se do Corpo Vital e, assim, este veículo fica mais transparente e mais tênue, ao mesmo tempo em que o corpo visível demonstra sinais de extenuação. As radiações eliminadoras faltam quase completamente durante a enfermidade e, portanto, as complicações são frequentes.

O homem tendo um Corpo Denso positivo possui um Corpo Vital negativo, e, portanto, não pode resistir à enfermidade tão bem como a mulher, que tem um Corpo Denso negativo, mas seu Corpo Vital é positivo. Esta é a razão pela qual a mulher pode suportar tantas enfermidades, que matariam um homem que tivesse o dobro de seu peso e aparentasse ter muito mais vitalidade. A mulher sofre mais intensamente que o homem, porém, suporta a dor com mais coragem. Quando ela começa a se recuperar, seu Corpo Vital polarizado positivamente parece sugar a energia solar, como se tivesse milhões de bocas. Ele se incha e começa quase que imediatamente a irradiar as torrentes de luz, tão características da saúde e, como resultado, o Corpo Denso se recupera rapidamente.

Por outro lado, quando um homem se debilitou muito por causa de uma enfermidade, uma vez passada a crise, seu Corpo Vital polarizado negativamente, se parece com uma esponja. Absorverá toda a energia solar que possa, mas sem a avidez que caracteriza o Corpo Vital da mulher. Em consequência, demora-se largo tempo no umbral da morte, mas como é mais fácil desistir do que lutar, sucumbe mais frequentemente que a mulher.

Olhando uma pessoa enferma com a visão espiritual, nota-se que o Corpo Vital está muito debilitado e atenuado, em proporção aos desgastes feitos pela enfermidade. Não se vêm mais as irradiações em linhas retas como quando o corpo é são, e sim emanações débeis que se encurvam formando redemoinhos e espirais, em torno do Corpo Denso. A coloração não é rosada purpúrea, como deveria ser, senão cinzento-opaco na maioria das partes do corpo, e a região particularmente enferma está envolta em algo que se parece uma massa negra gelatinosa. Isto é, como poderíamos chamar a vibração de enfermidade, e, quando o enfermo recebe o tratamento magnético, esta venenosa massa negra é absorvida pelas mãos do curador. Quando ele a arremessa de si com um vigoroso movimento, a massa cai no chão e, se o paciente passar por esse lugar, vai absorvê-la. Portanto, o autor sempre teve o costume de jogar estes miasmas pela janela ou numa lareira, onde se queimam, e, então, não podem fazer mal.

Enquanto um órgão está enfermo, sempre gera esta massa venenosa que flutua a seu redor, e impede as correntes do Corpo Vital de penetrar nele. O trabalho do magnetizador consiste simplesmente em limpar o órgão enfermo e, assim, abrir caminho para o fluxo das correntes de vida e saúde. O alívio geralmente é só temporário, pois o órgão enfermo e debilitado continua gerando os miasmas venenosos, e então, em seguida, se necessita de outra “limpeza” por parte do magnetizador. Este estado de coisas subsiste até que as correntes vitais se fortaleçam o bastante para vencer e jogar fora os eflúvios daninhos, e limpar o órgão por seus próprios esforços. Então, a saúde retorna.

O osteopata vê a enfermidade por outro ângulo, e manipula os nervos que são as avenidas das correntes vitais. Estas massagens fortalecem as correntes e dispersam os miasmas que estão se formando na parte enferma do corpo. No entanto, geralmente, requer uma série de tratamentos da parte do osteopata antes que a saúde seja restaurada, pois o miasma venenoso obstrui outra vez os nervos pouco tempo depois das massagens. Portanto, na opinião do autor, embora ele não tenha experimentado, o melhor seria a combinação dos dois métodos: abrir caminho para as correntes nos nervos, e fortalecê-los por meio de tratamentos osteopáticos, extraindo, ao mesmo tempo, os miasmas envenenados por tratamentos magnéticos, e tendo o cuidado de queimá-los ou jogá-los fora. Estes dois métodos combinados poderiam facilitar extraordinariamente o tratamento da doença.

O baço é a entrada das forças solares, mas, a transmutação da energia solar em um fluido ligeiramente rosado acontece no plexo solar, onde o Átomo-semente prismático do Corpo Vital se localiza.

Com relação ao que ocorre quando o baço foi removido, devemos recordar que o Corpo Denso se acomoda da melhor maneira possível às condições alteradas. Se uma ferida em determinada parte do corpo impossibilita o sangue de fluir por vasos normais, ele encontra outra rede de veias pelas quais possa realizar seu circuito. Porém, um órgão nunca se atrofia enquanto possa servir a um propósito útil. O mesmo acontece com o Corpo Vital formado de Éteres. Quando um membro foi amputado, a parte etérea desse membro já não é necessária na economia do corpo, e gradualmente se dissolve. Porém, no caso de um órgão como o baço, em que a contraparte etérea tem uma função importante, como porta de acesso das energias solares, naturalmente não se produz semelhante desintegração.

Também, deve ser lembrado que, quando uma enfermidade no veículo físico se manifesta, a parte correspondente do Corpo Vital se debilitou e atenuou previamente, ficou doente e foi sua a impossibilidade de suprir à quantidade necessária de energia vital, que provocou a manifestação dos sintomas físicos da doença. Inversamente, quando a saúde retorna, o Corpo Vital é o primeiro que se restabelece, e esta convalescença logo se manifesta no Corpo Denso. Portanto, se o baço físico fica enfermo, é evidente que a contraparte etérea não está bem e, então, é muito duvidoso que a extração do órgão seja útil. No entanto, se é feita, o corpo tratará de acomodar-se às novas condições, e a contraparte etérea do baço continuará funcionando como antes.

A tendência natural do Corpo de Desejos é endurecer e consolidar tudo quanto se põe em contato com ele. O pensamento materialista acentua esta tendência de tal modo que, geralmente, produz como resultado, em vidas futuras, a horrenda enfermidade chamada tuberculose, que é um endurecimento dos pulmões, os quais devem ser brandos e elásticos. Ocorre, algumas vezes, que o Corpo de Desejos comprime o Corpo Vital, de modo que este não pode conter o processo de endurecimento e, então, temos a tuberculose galopante. Em alguns casos, o materialismo torna o Corpo de Desejos frágil, por assim dizer, e, então, ele não pode realizar devidamente seu trabalho de endurecimento do Corpo Denso e, como resultado, produz o raquitismo ou enfraquecimento ósseo. Vemos, portanto, os perigos que corremos ao manter tendências materialistas, que dão origem ao endurecimento das partes brandas do corpo, como na tuberculose, ou o enfraquecimento das partes duras, ósseas, como no raquitismo. Naturalmente, nem todos os casos de tuberculose demonstram que a pessoa foi um materialista em vida anterior, porém, os ensinamentos das ciências ocultas afirmam que esse resultado geralmente é produzido pelo materialismo.

No caso da pessoa que está preparada para receber a Iniciação, a aceleração das vibrações é maior do que para o homem ou mulher comuns. Portanto, não requer exercícios para acelerar esta vibração, mas, necessita de determinados exercícios espirituais, ajustados individualmente para ele, que farão com que se adiante em seu próprio caminho.

Se essa pessoa, nesse período crítico, se encontrasse com um indivíduo que, por maldade ou ignorância, lhe desse exercícios respiratórios que o interessado cumprisse fielmente, com a esperança de obter resultados rápidos, esses resultados seriam obtidos, mas não da maneira que ele buscava. A vibração dos átomos do corpo, em um período muito curto, teria acelerado de tal maneira que pareceria como se estivesse caminhando sobre o ar. Também poderia produzir-se uma indevida separação do Corpo Vital com o Corpo Denso, o que traria a tuberculose ou insanidade como resultado.

Quando anestésicos são usados, o Corpo Vital é expulso parcialmente do Corpo Denso, junto com os demais veículos e, se a aplicação é demasiadamente forte, produz-se a morte. O mesmo fenômeno pode ser observado no caso dos médiuns materializadores. Na verdade, a diferença entre um médium dessa classe e um homem ou mulher comum é que, nestes últimos, o Corpo Vital e o Corpo Denso estão, no atual estado de evolução, estreitamente interligados, enquanto no médium esta relação é débil. Não foi sempre assim, e virá um tempo em que o Corpo Vital poderá abandonar normalmente o Corpo Denso, o que, no presente, não acontece. Quando um médium permite que seu Corpo Vital seja usado por entidades do Mundo do Desejo que querem materializar-se, o Corpo Vital sai pelo lado esquerdo através do baço, que é sua “porta” particular. Então, as forças vitais não podem fluir no organismo, como geralmente o fazem, e o médium fica exausto, e alguns deles se vêm obrigados a fazer uso de estimulantes, o que, com o tempo, faz com que se convertam em alcoólatras incuráveis.

A força vital do Sol que nos rodeia como um fluido incolor, é absorvida pelo Corpo Vital por meio da contraparte etérea do baço, onde sofre uma curiosa transformação de cor. Fica rosa pálido e circula pelos nervos através de todo o Corpo Denso. Com relação aos nervos, é o que a eletricidade é para o telégrafo. Ainda que haja fios, aparelhos e telegrafistas se falta a eletricidade, não se pode enviar as mensagens. O Ego, o cérebro e o sistema nervoso podem estar em perfeita ordem, mas se faltar a força vital que possa levar as mensagens do Ego através dos nervos e dos músculos, o Corpo Denso permanecerá inerte. Isto é precisamente o que acontece quando uma parte do corpo se paralisa; o Corpo Vital fica doente e a força vitalizadora já não pode mais fluir. Em tais casos, como na maioria das enfermidades, a perturbação é dos veículos invisíveis e sutis. O reconhecimento consciente ou inconsciente deste fato, faz com que os médicos mais afamados empreguem a sugestão que trabalha sobre os veículos superiores, como um auxiliar da medicina. Quanto mais fé e esperança possa o médico imbuir em seu paciente, tanto mais rápido se desvanecerá a enfermidade, dando lugar a uma perfeita saúde.

Durante a saúde, o Corpo Vital especializa uma superabundância de força vital a qual, depois de passar pelo Corpo Denso, se irradia em linhas retas em todas as direções desde a sua periferia, como os raios de um círculo irradiam desde o centro; porém, em casos de enfermidade, quando o Corpo Vital se atenua, não pode absorver a mesma quantidade de força e, além disso, o Corpo Denso dela se alimenta. Então, as linhas de fluido vital que se exteriorizam curvam-se e caem, mostrando a falta de força ou a debilidade que se produziu. No estado de saúde, estas irradiações expulsam os germes e micróbios inimigos da saúde do Corpo Denso, mas na enfermidade, quando a força vitalizadora é débil, essas emanações não eliminam tão facilmente os germes nocivos. Portanto, o perigo de contrair uma enfermidade é muito maior quando as forças vitais são escassas, do que quando se está com saúde perfeita.

Nos casos em que se amputam partes do corpo, o Éter planetário é o único que acompanha a parte separada. O Corpo Vital e o Corpo Denso se desintegram sincronicamente depois da morte, e o mesmo acontece com a contraparte etérea do membro ou parte amputada. Ela irá gradualmente se desintegrando na medida em que a parte densa se decompõe, porém, nesse meio tempo, o fato de que o ser humano possui o membro etéreo, faz com que ele afirme sentir os dedos e, também dor neles. Existe certa relação entre o membro amputado e a parte etérea, independente da distância. Sabe-se de um caso em que um ser humano sentiu uma forte dor, como se tivesse cravado um prego na perna que fora amputada, dor que persistiu até que o membro foi exumado, e soube-se que tinham cravado um prego quando o encaixotaram para enterrá-lo. O prego foi removido e a dor instantaneamente cessou. De acordo com este fato, estão todos os casos em que as pessoas sofrem dores nos membros amputados, durante dois ou três anos depois da operação. Depois a dor passa. Isto é devido a que a enfermidade ainda permanece na parte etérea do membro amputado, porém, quando a parte densa amputada se desintegra, desintegra-se, também a etérea e a dor cessa.

É de conhecimento geral entre aqueles que auxiliam os acidentados, que eles não sofrem tanto na hora do acidente quanto sofrem depois; isto é, devido a que o Corpo Vital está são no momento do acidente e, portanto, todo o efeito do acidente só será sentido quando este veículo se atenuar, e não estiver mais em condições de ajudar os processos vitais. Assim, vemos que se produzem mudanças no Éter do ser humano e, de acordo com o axioma místico, “como é acima, é abaixo” e vice-versa, produzem-se, também mudanças no Éter Planetário, que constitui o Corpo Vital do Espírito da Terra. Assim como a recordação consciente dos últimos acontecimentos que são, por algum tempo, muito vivos no ser humano se desvanecem pouco a pouco, assim também o registro etéreo, que é o aspecto inferior da Memória da Natureza, vai apagando-se.

Quando um corpo adquire certa velocidade em sua queda, os Éteres Superiores abandonam o Corpo Denso, deixando a pessoa acidentada insensível. Quando o corpo atinge o chão, ele fica muito machucado, porém, a pessoa pode recobrar a consciência quando os Éteres se organizarem outra vez. Então, começa a sofrer as consequências físicas da queda. Se a queda continua depois que os Éteres Superiores saíram do corpo, a crescente velocidade da queda acaba por desalojar também os Éteres Inferiores, e o Cordão Prateado é tudo o que fica ligado ao Corpo Denso. . . este cordão se rompe ao se produzir o impacto contra o chão e o Átomo-semente passa, então, ao ponto de ruptura, onde se mantém na forma usual.

Com base nestes fatos, chegamos à conclusão, de que é a pressão atmosférica normal que mantém o Corpo Vital dentro do Corpo Denso. Quando nos movemos com uma velocidade anormal, a pressão fica suspensa em algumas partes do corpo, formando-se assim um vazio parcial, resultando que os Éteres abandonem o corpo e penetrem nesse vazio. Os dois Éteres Superiores, que estão menos aderidos, são os primeiros que desaparecem e deixam a pessoa inconsciente depois de haver produzido, como em um relâmpago, o panorama de sua vida. Então, se a queda continua aumentando a pressão aérea diante do corpo e o vazio atrás, os Éteres Inferiores mais apegados ao corpo, também são impulsionados para o exterior, e então o corpo está realmente morto antes de chegar ao solo.

Examinando certo número de pessoas em estado de saúde normal, descobrimos que cada um dos átomos prismáticos que compõem os Éteres Inferiores, irradiavam de si linhas de força que faziam girar o átomo físico, no qual estavam inseridos, dotando todo o corpo com vida. A irradiação de todas estas unidades de força está em direção à periferia do corpo, e constitui o que se denomina “Fluido Ódio”, embora também designado com outros nomes. Quando a pressão atmosférica exterior diminui nas grandes altitudes, manifesta-se certo nervosismo, porque a força etérea é impelida de dentro para fora, sem controle, e, se o ser humano não pudesse conter esse fluxo de energia solar, ao menos parcialmente por um esforço da vontade, ninguém poderia viver nestes lugares.

Agora chegamos ao ponto crucial de nossa explicação. O Éter é uma matéria física e, enquanto os indivíduos feridos no campo de batalha por pequenas armas de fogo, possam às vezes caminhar um pouco atordoados, mas conscientes, as terríveis detonações dos grandes canhões empregados em grande escala, têm o efeito de dar volta aos átomos prismáticos e destroçar a envoltura áurica, formada pelos Éteres Luminoso e Refletor, Éteres que constituem a base da percepção sensorial e da memória. Até que com o tempo tudo volte ao normal, o ser humano fica em estado de choque e em coma, condição que pode demorar semanas. Sob semelhantes condições, a substância sutil etérea não se presta à formação de imagens da vida passada, pois, está congelada até certo grau.

Quando uma pessoa se asfixia ou se afoga, ela se sente muito tranquila e sossegada depois da primeira luta, embora se dê conta, em certa medida, do perigo, o Corpo Vital sai antes da ruptura do Cordão Prateado e, portanto, conserva a capacidade de atrair materiais do Mundo Físico. Por isso, houve casos de pessoas mortas por asfixia ou afogamento, que apareceram a seus parentes a milhares de quilômetros de distância, talvez só por um instante, porém, pareciam estar vivos. Talvez tenha sido o desejo que sentiram por muito tempo de ver seus   entes queridos, e voltar até eles, e o fato de que estavam agora livres de suas cadeias corporais, que os transportou ali imediatamente nas asas do desejo. Ao chegar onde queriam, o Corpo Vital atraiu quantidade suficiente de partículas da atmosfera para se fazer visível ao ser querido. Porém, talvez nesse momento, rompeu-se o Cordão Prateado, o Corpo Vital entrou em colapso e, então, a visão desapareceu.

Não é raro que se vejam fantasmas de seres vivos. Tudo o que é necessário é que o Corpo Denso esteja num sono muito profundo ou inconsciente, como normalmente ocorre quando uma pessoa está perto do umbral da morte. Pode ser que esteja se afogando ou sob o choque de uma queda de um cavalo, de um carro, ou condições similares, ou que haja recebido um golpe na cabeça, ou que esteja muito enferma sobre o leito, muito enfraquecida e extenuada, perto da morte. Então, a maior parte do Éter que constitui o Corpo Vital pode ser extraída do Corpo Denso, deixando este em estado de transe, estado que não se prolonga mais que alguns minutos, mas, como a distância não é uma barreira nos mundos invisíveis, então o desejo da pessoa assim momentaneamente liberado, pode levá-la ao fim do mundo, para aparecer ao ser querido a milhares de quilômetros do lugar onde seu corpo jaz.

É muito mais fácil para o Espírito do caso anterior se materializar, do que para os que já abandonaram seu corpo ao morrer, porque os primeiros têm o Cordão Prateado ainda intacto, subsistindo assim a conexão com o Átomo-Semente no coração.

Exercícios respiratórios indiscriminados não produzem o desdobramento, senão que tendem a desconectar o Corpo Vital do Denso. E, desta maneira, em alguns casos, as conexões entre os centros dos sentidos etéreos e as células cerebrais se rompem, ou se estiram, resultando na loucura. Em outros casos, a desconexão se verifica entre os Éteres Químico e de Vida e, como o Éter de Vida é o material básico da assimilação, e a avenida para a especialização da energia solar, essa ruptura produz a tuberculose.

Unicamente mediante os exercícios apropriados se verifica a separação requerida. Quando a pureza de vida levou a força sexual não usada, gerada no Éter de Vida, ao coração, esta força serve para manter a limitada circulação sanguínea necessária durante o sono. Desta maneira, as funções físicas e o desenvolvimento espiritual correm juntos, seguindo linhas harmoniosas.

O autor esteve muito receoso com relação às consequências que a guerra poderia trazer, quanto ao firme entrelaçamento dos Corpos de Desejo e Vital, dando assim, vida a legiões de monstros para aflição das gerações futuras. Porém, agora está muito satisfeito em poder dizer que não devemos ter este tipo de temor. Somente quando as pessoas são premeditadamente maliciosas ou vingativas, e persistentemente abrigam um desejo e um propósito de desforra, se esses pensamentos e sentimentos são fomentados e mantidos, eles endurecem o Corpo Vital, e o relacionam mais estreitamente com o Corpo de Desejos. Sabemos das lembranças, da grande guerra, que nas fileiras dos exércitos não havia mais sentimentos de ódio de um para o outro, e que os inimigos conversavam como amigos quando, por casualidade, se encontravam em condições propícias. Assim, embora a guerra seja responsável pela terrível mortalidade atual e será a causa de uma deplorável mortalidade infantil no futuro, não será culpada com relação aos terríveis males gerados pela obsessão, e os crimes instigados por Corpos de Pecado demoníacos.

Embora as desordens mentais, quando são congênitas, tenham por causa geral o abuso da função criadora em vidas passadas, existe pelo menos uma exceção notável a esta regra, mencionada no Conceito Rosacruz do Cosmos, e em outros escritos, que é a seguinte: quando um Espírito, que tem uma vida especialmente dura diante de si, desce para renascer e, ao entrar na matriz sente ou percebe o panorama da vida que vai começar,  e considera essa existência demasiadamente terrível para ser suportada, às vezes, tenta escapar da escola da vida. Naquele momento, os Anjos do Destino ou seus agentes, já tinham feito a conexão necessária entre o Corpo Vital e os centros sensoriais no cérebro do feto em formação, por isso, o esforço do Espírito para escapar da matriz de sua mãe é frustrado, mas, o arranco que o Ego dá, desajusta a conexão entre os centros sensoriais físicos e etéreos, de modo que o Corpo Vital não fica concêntrico com o Corpo Denso, fazendo com que a cabeça etérea saia do crânio físico. Então, é impossível que o Espírito possa usar seu veículo denso, encontrando-se atado a um corpo sem Mente, que não pode utilizar e a encarnação fica praticamente perdida.

Também acontecem casos que, mais tarde, na vida, um grande choque faz com que o Espírito tente escapar com os veículos invisíveis, resultando uma torção similar nos centros sensoriais do cérebro, causando desequilíbrio na expressão mental. Nós todos tivemos uma impressão parecida quando levamos um grande susto: uma sensação como se algo tentasse escapar do Corpo Denso, isto é, os Corpos Vital e de Desejos que são tão rápidos em sua ação, que mesmo um trem expresso parece com uma lesma quando comparado, vêm e sentem o perigo antes que o medo haja sido transmitido ao comparativamente inerte Corpo Denso, no qual estão ancorados, e que os impede de escapar em condições normais.

A insanidade é sempre causada pela ruptura na cadeia de veículos entre o Ego e o Corpo Denso. Esta ruptura pode ocorrer entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre o Corpo Vital e o de Desejos, ou entre o Corpo de Desejos e a Mente, ou entre a Mente e o Ego. Além disso, a ruptura pode ser completa ou somente parcial.

Quando a ruptura se produz entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre este e o Corpo de Desejos, temos os casos de idiotismo. Quando a ruptura é entre o Corpo de Desejos e a Mente, então predomina o violento e impulsivo Corpo de Desejos, e se apresenta o caso dos maníacos desvairados. Quando a ruptura é entre o Ego e a Mente, a Mente é que governa os demais veículos, e este é o caso dos maníacos astutos que podem enganar seus guardiões, fazendo-os crer que são completamente inofensivos, enquanto tramam algum plano diabólico e malicioso. Então, podem demonstrar subitamente sua mentalidade insana e causam uma terrível catástrofe.

Existe uma causa de insanidade que convém explicar, porque, muitas vezes, é possível evitá-la. Quando o Ego regressa do mundo invisível para um novo renascimento, lhe são mostradas as diversas encarnações possíveis. Então, ele contempla sua próxima vida em suas grandes linhas e acontecimentos gerais, como se fosse uma fita cinematográfica passando diante de seus olhos. Geralmente, neste momento, ele pode escolher entre as diferentes vidas. Ele vê as lições que tem de aprender, o destino que criou por si mesmo em vidas passadas, e que parte deste destino pode liquidar em cada uma das reencarnações que lhe são oferecidas. Então, faz sua escolha e logo é guiado pelos Agentes dos Anjos do Destino, para o país e a família em que terá que viver em sua próxima existência.

Esta visão panorâmica lhe é apresentada no Terceiro Céu, onde o Ego está despido de seus veículos, e se sente espiritualmente por cima de toda sórdida consideração material. É muitíssimo mais sábio do que logo parece ser na Terra, onde se encontra fascinado pela carne numa medida quase inconcebível. Mais tarde, quando a concepção já aconteceu e o Ego penetra na matriz da mãe, em torno do décimo oitavo dia depois da concepção, põe-se em contato com o molde etéreo de seu novo Corpo Denso, que foi formado pelos Anjos do Destino, para estruturar o cérebro que dará ao Ego as tendências necessárias para a elaboração e liquidação de seu destino.

Ali, o Ego vê novamente os quadros panorâmicos de sua próxima vida, da mesma forma que a pessoa que se afoga vê o panorama de sua vida passada em um relâmpago. Nesse tempo, o Ego já está parcialmente cego com relação a sua natureza espiritual, de modo que sua próxima encarnação pode lhe parecer muito dura e, às vezes, tenta retroceder e não entrar na matriz, estabelecendo as conexões cerebrais adequadas. Pode tentar escapar em seguida e, então, ao invés dos Corpos Denso e Vital ficarem concêntricos, o Corpo Vital, formado de Éter, pode ficar parcialmente fora do crânio físico. Nesse caso, a conexão entre os centros sensoriais do Corpo Vital e do Corpo Denso fica desajustada e o resultado é o idiotismo, a epilepsia, a doença de San Vito ou outras afecções nervosas congênitas.

A insanidade é a ruptura na cadeia de veículos entre o Ego e o Corpo Denso. Essa desconexão pode ocorrer entre o Ego e a Mente, entre a Mente e o Corpo de Desejos, entre os Corpos de Desejos e o Vital e, também entre este último e o Corpo Denso. Se a ruptura se produziu entre o Corpo Denso e o Vital, ou entre o Corpo Vital e o de Desejos, o Ego estará perfeitamente são no Mundo do Desejo imediatamente após sua morte, porque já terá descartado os dois corpos afligidos.

Quando a ruptura ocorre entre o Corpo de Desejos e a Mente, o Corpo de Desejos está ainda desenfreado depois da morte, e é causa de muitas calamidades durante sua existência no Mundo do Desejo. O Ego, evidentemente nunca está insano. O que parece insanidade, provém do fato de que o Ego não tem nenhum domínio sobre seus veículos; o pior caso é, sem dúvida, quando a Mente está afetada e o Ego está atado à personalidade por muito tempo, até que os veículos se desintegrem.

Vimos que, no estado de vigília, os Corpos Denso e Vital estão rodeados e interpenetrados por uma nuvem ovoide, formada pelo Corpo de Desejos e a Mente. Todos esses veículos são concêntricos e formam como se fossem elos de uma corrente. É a interpolação de um com o outro, de maneira que os centros sensoriais se ajustem corretamente, o que permite que o Ego manipule este complexo organismo e efetue de uma maneira ordenada, os processos vitais a que chamamos de razão, palavra e ação. Se existe um desajuste em alguma parte, o Ego está obstruído em sua manifestação. Este equilíbrio perfeito é a saúde, o oposto da enfermidade.

A enfermidade tem várias formas e uma é a insanidade que, também é de diferentes tipos. Quando a conexão entre os centros sensoriais do Corpo Denso e do Corpo Vital é oblíqua e quando, às vezes, a cabeça do Corpo Vital eleva-se acima da cabeça do Corpo Denso ao invés de ficar concêntrica, o Corpo Vital está fora de ajuste com os veículos superiores e com o Corpo Denso. Então, nós temos um idiota dócil. Quando os Corpos Denso e Vital estão ajustados, mas a ruptura está entre o Corpo Vital e o de Desejos, a situação é a mesma, mas quando a ruptura é entre o Corpo de Desejos e a Mente, nós temos o maníaco delirante que é mais ingovernável que um animal selvagem, pois este último é controlado pelo Espírito Grupo, e neste caso, todas as tendências animais são seguidas cegamente.

Enquanto muito poucos defendem o abuso da função criadora, muitas pessoas que seguem os preceitos espirituais em outras coisas, ainda acham que a indulgência frequente do desejo de prazer sexual não faz mal. Alguns acham que é tão necessário quanto o exercício de uma função orgânica. Isto é errado por duas razões: a primeira é que cada ato criador requer uma quantidade de força que queima tecido, o qual deve ser reabastecido por uma quantidade extra de comida. Isto reforça e aumenta o Éter Químico; a segunda, como a força propagadora trabalha através do Éter de Vida, este elemento do Corpo Vital é também aumentado a cada indulgência. Consequentemente, os dois Éteres Inferiores, enviando a força criadora para baixo, para a gratificação de nosso desejo por prazer, aderem-se mais aos dois Éteres Superiores que formam o Corpo-Alma, e essa aderência se torna maior e mais poderosa à medida que o tempo passa. Como a evolução de nossas forças anímicas e a faculdade de viajar em nossos veículos mais sutis, dependem da separação entre os Éteres Inferiores e o Corpo-Alma, é evidente que frustramos o objetivo que temos em mente, e retardamos o desenvolvimento pela indulgência da natureza inferior.

Nos preparativos para o Renascimento, assim que o Corpo Vital é colocado, o Ego renascente, com sua envoltura em forma de sino, paira constantemente perto de sua futura mãe. Ela, sozinha, trabalha sobre o novo Corpo Denso nos primeiros dezoito a vinte e um dias depois da fertilização e, então, o Ego entra no corpo da mãe, dirigindo sua envoltura para baixo e envolvendo o feto. A abertura na parte de baixo fecha-se, e o Ego é uma vez mais encarcerado em seu Corpo Denso.

O momento da entrada no ventre da mãe é de grande importância na vida, pois, quando o Ego renascente primeiro contata a matriz do Corpo Vital, ele vê outra vez o panorama da vida que foi impresso pelos Anjos do Destino, na referida matriz, para dar a ele as tendências necessárias para trabalhar o destino maduro, que deve ser liquidado na vida que se vai iniciar.

Neste momento, o Ego está tão cego pelo véu da matéria que não distingue o benefício final, da mesma maneira imparcial quando fez sua escolha na Região do Pensamento Abstrato e, quando uma vida particularmente dura se revela diante de sua visão, no momento em que ele está entrando no ventre da mãe, acontece às vezes que ele fica tão apavorado que tenta escapar. A conexão não pode ser cortada, no entanto, pode ser forçada, de modo que, ao invés de ficar concêntrica, a cabeça do Corpo Vital pode ficar acima da cabeça do Corpo Denso. Então, nós temos um idiota congênito.

Assim como um vampiro suga o Éter do Corpo Vital de sua vítima e se alimenta dele, assim também, repetidos pensamentos de arrependimento e remorso se transformam em um elemental de desejo, que age como um vampiro e suga a vida da pobre alma que lhe deu forma e, como semelhante atrai semelhante, ele fomenta a continuidade deste hábito de arrependimento mórbido.

Se nos permitimos arrependimentos e remorsos durante as horas de vigília como certas pessoas o fazem, estamos sobrepujando o Purgatório, pois, embora o tempo que passamos lá seja gasto na erradicação do mal, a consciência surge de cada imagem na medida em que é arrancada pela força de repulsão. Lá, por causa da ligação do Corpo de Desejos com o Corpo Vital, estamos habilitados a dar vida a uma imagem em nossa memória quantas vezes desejamos e, enquanto o Corpo de Desejos é gradualmente dissolvido no Purgatório pela purgação do panorama da vida, certa quantidade foi acrescentada quando nós estávamos vivendo no Mundo Físico, tomando o lugar daquela matéria que foi expulsa pelo remorso. Concluindo, remorso e arrependimento quando continuamente repetidos em nosso interior, têm o mesmo efeito sobre o Corpo de Desejos que os banhos excessivos sobre o Corpo Vital. Ambos os veículos ficam exauridos por limpeza excessiva, e, por esta razão, é perigoso para a saúde moral e espiritual permitir sentimentos de arrependimento e remorso indiscriminadamente, assim como é fatal para o bem-estar físico tomar banhos demais. O discernimento deve prevalecer em ambos os casos.

Assim como a força latente na pólvora e em substâncias explosivas afins, podem ser usadas para promover os melhores objetivos da civilização, ou os mais selvagens atos de barbarismo, assim também essa emoção de remorso pode ser mal-usada, de modo a causar dano e obstáculo ao Ego ao invés de ajuda. Quando nos remoemos diariamente e a toda hora, nós estamos despendendo um grande poder que pode ser usado para a mais nobre finalidade da vida, pois, o constante arrependimento, afeta o Corpo de Desejos de maneira similar à dos banhos excessivos do Corpo Denso. A água tem uma grande afinidade pelo Éter e o absorve vorazmente. Quando tomamos banho em condições normais, ele remove uma grande quantidade de Éter venenoso e miasmático do nosso Corpo Vital, no caso de ficarmos de molho um espaço de tempo razoável. Depois de um banho, o Corpo Vital fica de certa forma, atenuado e consequentemente nos dá uma sensação de fraqueza, mas se estamos em boa forma e não ficamos no banho muito tempo, a deficiência é logo reparada pela corrente de força que flui para dentro do corpo através do baço. Quando o influxo de Éter fresco substituiu a substância envenenada carregada pela água, sentimos com renovado vigor que atribuímos ao banho, embora não soubéssemos nada do que foi dito anteriormente.

Porém, quando uma pessoa que não está em sua perfeita saúde tem o hábito de tomar banhos diários, duas ou três vezes, um excesso de Éter é retirado do Corpo Vital. O suprimento que entra pelo baço é também diminuído por causa da perda de vibração do Átomo-semente, localizado no plexo solar e do enfraquecimento do Corpo Vital. Daí ser impossível para tais pessoas recuperarem-se entre tais frequentes e repetidos esgotamentos e, como consequência, a saúde do Corpo Denso sofre; elas perdem força continuamente e podem se tornar inválidas.

Capítulo III – No Sono e nos Sonhos

O Corpo Vital é tão ativo nas horas de sono quanto nas horas de vigília e pode ser influenciado pelo poder da sugestão. O sono pode ser induzido pela hipnose.

Nós temos, em nosso Corpo, dois sistemas nervosos, o voluntário e o involuntário. O primeiro é influenciado diretamente pelo Corpo de Desejos e controla os movimentos do Corpo e sua tendência é quebrar e destruir, só parcialmente restringido em sua tarefa cruel pela Mente. O sistema involuntário tem seu campo de ação específico no Corpo Vital. Ele governa os órgãos digestivos e respiratórios que reconstroem e restauram o Corpo Denso.

É esta guerra entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos que produz consciência no Mundo Físico, mas se a Mente não agisse como um freio sobre o Corpo de Desejos, nossas horas de vigília seriam muito curtas e, também nossa vida, pois o Corpo Vital seria logo esgotado em seu trabalho beneficente pelo imprudente Corpo de Desejos, como está evidenciado na exaustão que segue um ataque de nervos, pois a raiva é uma situação em que o ser humano “perde o controle e o Corpo de Desejos reina livremente”.

Apesar de todos os seus esforços, o Corpo Vital, pouco a pouco, perde terreno com o passar do dia, os tecidos envenenados e deteriorados se acumulam e impedem o fluxo do fluido vital e seus movimentos tornam-se cada vez mais lentos. Como consequência, o Corpo visível mostra sinais de exaustão. Finalmente, o Corpo Vital sofre um colapso, o fluido vital cessa de fluir nos nervos em quantidade suficiente para manter o equilíbrio do Corpo Denso e este se rende inconsciente e, portanto, inadequado para ser usado pelo Espírito. É o sono.

O mesmo acontece com o templo do Ego, nosso Corpo Denso, quando fica exausto. É, então, necessário que o Ego, a Mente e o Corpo de Desejos se afastem e deem amplos poderes ao Corpo Vital para que ele possa restaurar o tônus do Corpo Denso e, então, quando o Corpo Denso vai dormir, há uma separação. O Ego e a Mente, envolvidos pelo Corpo de Desejos, se separam do Corpo Vital e do Corpo Denso, estes dois permanecendo na cama, enquanto os veículos superiores pairam sobre ou perto do Corpo adormecido.

O processo de restauração começa agora. Numa luta no Mundo Físico, os ferimentos nunca são de um só lado; o vencedor também tem algumas lesões. Quanto mais violenta é a luta e mais nivelados são os combatentes, mais lesões sofre cada um. Assim acontece com o Corpo Vital e o de Desejos; o Corpo de Desejos vence sempre, embora sua vitória seja sempre uma derrota, pois ele é forçado a deixar o campo de batalha, e o prêmio, o Corpo Denso, nas mãos do derrotado Corpo Vital, retirando-se para reparar sua própria harmonia despedaçada.

Quando o Espírito se afasta do Corpo adormecido, ele entra no mar de força e harmonia chamado Mundo do Desejo. Lá ele repassa as cenas do dia em ordem inversa, dos efeitos para as causas, colocando em ordem o emaranhado do dia, formando imagens verdadeiras para substituir as impressões erradas, devido à limitação da vida no Corpo Denso e, assim como as harmonias do Mundo do Desejo o permeiam e a sabedoria e a verdade substituem o erro, ele readquire seu ritmo e tom. O tempo necessário para a restauração varia de acordo com o dia, se foi ilusório, impulsivo ou extenuante.

Então, e só então, o trabalho de restauração dos veículos deixados na cama começa, e o Corpo de Desejos, restaurado, começa a reavivar o Corpo Vital bombeando energia rítmica dentro dele, e este, por sua vez, começa a trabalhar sobre o Corpo Denso, eliminando os produtos deteriorados, principalmente por meio do sistema nervoso simpático. Como resultado, o Corpo Denso fica restaurado e repleto de vida. O Corpo de Desejos, a Mente e o Ego entram nele pela manhã, fazendo com que ele acorde.

No entanto, às vezes, acontece que nós ficamos tão absorvidos e interessados nas atividades de nossa existência mundana que, mesmo depois que o Corpo Vital entrou em colapso e deixou o Corpo Denso inconsciente, nós não conseguimos nos libertar para que o trabalho de restauração se inicie. O Corpo de Desejos fica aderido, é retirado só parcialmente pelo Ego e começa a ruminar os acontecimentos do dia naquela posição.

Durante o estado de vigília, quando o Ego está funcionando conscientemente no Mundo Físico, seus diferentes veículos são concêntricos – ocupam o mesmo espaço – mas à noite, quando o Corpo se deita para dormir, a separação acontece. O Ego, vestido pela Mente e pelo Corpo de Desejos, libera-se do Corpo Denso e do Corpo Vital que foram deixados na cama. Os veículos superiores pairam acima e perto. Eles estão conectados com os veículos inferiores pelo Cordão Prateado, um cordão fino e brilhante que tem a forma de dois números seis, com uma extremidade ligada ao Átomo-semente no coração e outra no vórtice central do Corpo de Desejos.

Durante o sono, o Ego também sai do Corpo Denso, mas o Corpo Vital permanece e o Cordão Prateado fica intacto.

O Mundo do Desejo é um oceano de sabedoria e harmonia. Quando os veículos inferiores adormecem, o Ego leva a Mente e o Corpo de Desejos para o Mundo do Desejo. Lá, o primeiro cuidado do Ego é a restauração do ritmo e da harmonia da Mente e do Corpo de Desejos. Esta restauração é realizada gradativamente enquanto as vibrações harmoniosas do Mundo do Desejo fluem através destes veículos. Há uma essência no Mundo do Desejo que corresponde ao fluido que permeia o Corpo Denso por meio do Corpo Vital. Os veículos superiores, por assim dizer, embebem-se neste elixir de vida. Quando fortalecidos, eles começam o trabalho sobre o Corpo Vital que foi deixado com o Corpo Denso. Então, o Corpo Vital começa a especializar a energia solar mais uma vez, reconstruindo o Corpo Denso, usando particularmente o Éter Químico como meio no processo de restauração.

No estado de vigília, os diferentes veículos do EgoMente, Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso – são todos concêntricos. Eles ocupam o mesmo espaço e o Ego se manifesta no Mundo Físico. Mas, à noite, durante o sono sem sonhos, o Ego revestido pelo Corpo de Desejos e pela Mente, se retira, deixando o Corpo Denso e o Vital sobre a cama, não havendo conexão entre os veículos superiores e os inferiores, salvo por um fino e brilhante cordão chamado de Cordão Prateado. Acontece, no entanto, que, às vezes, o Ego trabalhou tanto no Mundo Físico e o Corpo de Desejos ficou tão agitado que ele se recusa a deixar os veículos inferiores e só se retira parcialmente ou pela metade. Então, a conexão entre os centros sensoriais do Corpo de Desejos e os do cérebro físico ficam rompidos parcialmente. O Ego percebe as visões e as cenas do Mundo do Desejo que são extremamente fantásticas e ilusórias e elas são transmitidas aos centros cerebrais sem serem conectadas pela razão. Daí resulta todos os sonhos tolos e fantásticos que temos.

Acontece, no entanto, que, às vezes, o Corpo de Desejos não se retira completamente e, assim, parte dele permanece conectado ao Corpo Vital, o veículo de percepção sensorial e memória. O resultado é que a restauração é realizada somente em parte e as cenas e ações do Mundo do Desejo são trazidas para a consciência física como sonhos. Naturalmente, a maioria dos sonhos é confusa porque o eixo da percepção está distorcido por causa da relação imperfeita de um Corpo com o outro. A memória é também confusa pela relação incongruente dos veículos e, como resultado da perda da força restauradora, o sono cheio de sonhos não é reparador e o Corpo se sente cansado ao acordar.

O Corpo Vital, pode-se dizer que é formado de pontos que se estendem em todas as direções, para dentro, para fora, para cima e para baixo, através de todo o Corpo, e cada pequeno ponto passa através do centro de um dos átomos químicos, fazendo-o vibrar mais intensamente que sua velocidade natural. Este Corpo Vital interpenetra o Corpo Denso do nascimento à morte em todas as situações exceto quando, por exemplo, a circulação do sangue para num certo ponto, como quando descansamos a mão sobre a extremidade de uma mesa por algum tempo e ela “adormece”, por assim dizer. Então, se formos Clarividentes, poderemos ver a mão etérea do Corpo Vital pendurada sob a mão visível como se fosse uma luva, e os átomos químicos da mão recaída em seu natural e lento grau de vibração. Quando batemos na mão fazendo com que “acorde”, por assim dizer, a sensação peculiar de formigamento que temos é causada pelos pontos do Corpo Vital que, então, entram novamente nos átomos adormecidos da mão, iniciando uma vibração renovada.

O Corpo Vital deixa o Corpo Denso de modo semelhante à quando uma pessoa está morrendo. Afogados que foram ressuscitados experimentam uma intensa agonia causada pela entrada desses pontos que eles sentem como um formigamento.

Durante o dia, quando o fluido solar está sendo absorvido pelo ser humano em grande quantidade, estes pontos do Corpo Vital são estendidos ou expandidos, por assim dizer, pelo fluido vital, mas à medida que o dia passa e os venenos da deterioração obstruem o Corpo Denso cada vez mais, o fluido vital flui menos rapidamente; à noite, chega a hora em que os pontos no Corpo Vital não conseguem um suprimento completo do fluído vital, eles murcham e os átomos do Corpo movem-se mais vagarosamente em consequência. Então, o Ego sente o Corpo pesado e cansado. Finalmente, chega a hora em que, por assim dizer, o Corpo Vital entra em colapso e as vibrações dos átomos densos se tornam tão vagarosas que o Ego não pode mais mover o Corpo. É forçado a retirar-se para que o veículo possa se recuperar. Então dizemos que o Corpo foi dormir.

No entanto, o sono não é um estado inativo; se fosse, não haveria diferença de manhã e nenhum poder de restauração durante o sono. A própria palavra restauração implica em atividade.

Quando um edifício ficou arruinado após uso constante e é necessário renová-lo e restaurá-lo, os moradores têm que se mudar para dar aos trabalhadores liberdade de ação. Por razões semelhantes, o Ego sai da sua moradia à noite. Assim como os operários trabalham no prédio para que fique adequado à reocupação, assim também, o Ego tem que trabalhar sua moradia antes que ela esteja pronta para ser reocupada. E este trabalho é feito por nós durante a noite, embora não estejamos conscientes dele nas nossas horas de vigília. É esta atividade que remove o veneno do sistema e, como resultado, o Corpo está restaurado e vigoroso de manhã, quando o Ego entra na hora do despertar. Depende da maneira pela qual usamos nosso Corpo Denso durante o dia, o tempo que o Corpo de Desejos necessita para realizar o trabalho de restauração do ritmo do Corpo Vital e do Corpo Denso. Se usarmos nosso Corpo estrenuamente durante o dia, naturalmente as desarmonias serão proeminentes e o Corpo de Desejos levará a maior parte da noite para restaurar a harmonia e o ritmo. Em consequência, o ser humano estará atado ao seu Corpo dia e noite. Mas, quando ele aprende a agir inteligentemente, controla sua energia durante o dia e não gasta sua força com palavras e ações desnecessárias, quando ele começa a dominar seu temperamento e para com a desarmonia proveniente de observações incorretas, o Corpo de Desejos não fica ocupado durante todo o sono restaurando o Corpo Denso. Uma parte da noite pode ser usada para trabalhar fora. Se os centros sensoriais do Corpo de Desejos estão suficientemente desenvolvidos, como acontece com a maioria das pessoas inteligentes, o ser humano pode soltar as amarras e penetrar no Mundo do Desejo. Ele percebe as cenas, embora não se lembre delas até que tenha efetuado a separação entre a parte superior e a inferior do Corpo Vital, como foi previamente explicado.

No sono natural, o Ego, revestido pela Mente e pelo Corpo de Desejos, se retira do Corpo Denso e, geralmente, paira sobre o Corpo, ou pelo menos permanece perto dele, conectado pelo Cordão Prateado, enquanto o Corpo Vital e o Corpo Denso estão descansando sobre a cama.

É, então, possível influenciar a pessoa, instilando no seu cérebro pensamentos e ideias que desejamos comunicar. No entanto, não podemos fazer com que ela faça qualquer coisa ou nutra qualquer ideia, exceto aquela que está de acordo com seu temperamento. É impossível dar ordens para que ela faça algo e forçar obediência, como acontece quando alguém foi tirado de seu estado consciente pelos passes de um hipnotizador, pois, é o cérebro que move os músculos; e, durante o sono natural seu cérebro está interpenetrado por seu próprio Corpo Vital e ele está em perfeito controle de si mesmo, enquanto que, durante o sono hipnótico, os passes do hipnotizador afastam o Éter do seu cérebro, em direção aos ombros da vítima; esse Éter fica em volta do pescoço, lembrando a gola de um suéter. O cérebro denso é, então, aberto ao Éter do Corpo Vital do hipnotizador, que substitui o Éter do próprio dono. Consequentemente, no sono hipnótico, a vítima não tem escolha quanto às ideias que tem, ou aos movimentos que faz com seu Corpo, enquanto, no sono comum, a pessoa é sempre um agente livre. De fato, este método de sugestão durante o sono é algo que as mães acharão extremamente benéfico no tratamento de crianças teimosas, pois se a mãe se sentar perto da cama da criança que dorme, segurar sua mão, conversar com ela como se ela estivesse acordada, instilar em seu cérebro ideias que gostaria que ela tivesse, ela verá que no estado de vigília muitas destas ideias criarão raízes. Também, ao lidar com uma pessoa que é doente ou viciada em bebida, se a mãe, enfermeira ou outra pessoa usar este método, será possível instilar esperança, cura e recuperação futura ou ajudar no seu autocontrole.

Este método pode, naturalmente, ser usado para o mal, mas não podemos deixar de publicá-lo, já que acreditamos que o bem que pode ser feito deste modo irá compensar mais do que os poucos casos em que pessoas, de má índole, possam usar o método com propósito errado.

Do ponto de vista de uma só vida, os métodos, como, por exemplo, aqueles empregados pelos curadores do movimento de Emmanuel[9], são indubitavelmente produtores de um imenso benefício. O paciente, sentado numa cadeira, é posto para dormir e, lá, ele recebe certas “sugestões”, como são chamadas. Ele se levanta e está curado de seu mau hábito. Se for um alcoólatra, ele se torna um cidadão respeitável que se preocupa com sua esposa e família e, sob esse aspecto, o benefício é inegável.

Porém, olhando mais profundamente pela ótica do ocultista, que vê essa vida como sendo uma em muitas, e observando o efeito que isso tem sobre os veículos invisíveis do ser humano, o caso é completamente diferente. Quando um ser humano entra num sono hipnótico, o hipnotizado faz passes sobre ele que têm o efeito de expelir o Éter da cabeça do seu Corpo Denso e substituí-lo pelo do hipnotizador. O ser humano fica então sob total domínio do outro. Não tem vontade própria e, por isso, as chamadas “sugestões” são na realidade comandos que a vítima não tem outra escolha senão obedecer. Além disso, quando o hipnotizador retira seu Éter e acorda a vítima, é incapaz de remover todo o Éter que ele colocou nela. Similarmente, assim como uma partícula do magnetismo infundida num dínamo elétrico, antes de ser ligado pela primeira vez, permanece como magnetismo residual para ativar os campos do dínamo toda vez que ele é ligado, assim também lá permanece uma partícula do Éter do Corpo Vital do hipnotizador na medula oblongada da vítima, que é um bastão que o hipnotizador mantém sobre ela em toda sua vida, e é devido a este fato que as sugestões a serem executadas num período subsequente ao despertar da vítima são invariavelmente seguidas.

Capítulo IV – Na Morte e nos Mundos Invisíveis

Na hora da morte, há uma separação no Corpo Vital e a parte superior entra nos Mundos invisíveis. Seu Átomo-semente é retido pelo Ego ao passar pelos Mundos celeste para ser usado como um núcleo para o Corpo Vital de um futuro renascimento.

Esta vida na Terra dura até que o ciclo de acontecimentos prenunciados na roda do destino, o horóscopo, tenha se completado. E quando o Espírito de novo alcança o reino de Samael, o Anjo da Morte, a mística oitava Casa, o Cordão Prateado se rompe e o Espírito retorna a Deus, até que a aurora de outro dia na Escola da Terra o chame a um novo nascimento para que adquira mais conhecimento nas artes e ofícios da construção do templo.

Por meio da morte foi possível para os Anjos ensinar a Humanidade, entre a morte e um novo nascimento, a construir um Corpo gradualmente melhor. Tivesse o ser humano aprendido, num passado longínquo, a renovar seu Corpo Vital como foi ensinado a gerar um veículo denso à sua vontade, então a morte teria sido de fato uma impossibilidade e o ser humano teria se tornado imortal como os deuses. Porém, ele teria imortalizado suas imperfeições e o progresso teria sido impossível. É a renovação deste Corpo Vital que está expressa na Bíblia como “comer da Árvore da Vida”. Quando o ser humano recebeu esclarecimento relativo à procriação, ele era um ser espiritual cujos olhos não estavam ainda cegos pelo mundo material e podia ter aprendido o segredo da vitalização de seu corpo segundo sua vontade, consequentemente frustrando a evolução. Daí vemos que a morte, quando ela vem naturalmente, não é uma maldição, mas nossa maior e melhor amiga, pois ela nos livra de um instrumento com o qual não mais podemos aprender; ela nos tira de um ambiente que não nos serve mais para que possamos aprender a construir um Corpo melhor em um ambiente de maior amplitude no qual poderemos fazer mais progresso em direção à meta da perfeição.

Durante a vida, o colapso do Corpo Vital à noite limita nossa visão do mundo em torno de nós, e nos perdemos na inconsciência do sono. Quando o Corpo Vital sofre um colapso logo após a morte e o panorama da vida está terminado, nós também perdemos a consciência por um tempo que varia de acordo com o indivíduo. Uma escuridão parece cair sobre o Espírito. Então, após algum tempo, ele acorda e começa indistintamente a perceber a luz do outro mundo, e só se acostuma às novas condições gradualmente. É uma experiência parecida com aquela que temos quando saímos de um quarto escuro para a luz do Sol, que nos cega com seu brilho, até que as pupilas de nossos olhos se contraem de modo a admitir a quantidade de luz suportável por nosso organismo.

Quando um ser humano passa pela morte, ele leva consigo a Mente, o Corpo de Desejos e o Corpo Vital, sendo este último o armazém das cenas de sua vida passada. E, durante três dias e meio após a morte estas cenas são gravadas no Corpo de Desejos para formar a base de sua vida no Purgatório e no Primeiro Céu, onde o mal é expurgado e o bem assimilado. A experiência da vida em si é esquecida, assim como esquecemos o processo de aprender a escrever, mas retemos a faculdade. Assim, o extrato cumulativo de todas as suas experiências, tanto das vidas passadas e das existências anteriores no Purgatório e nos vários Céus, é retido pelo ser humano e formam seu patrimônio no próximo nascimento. As dores que ele suportou falam-lhe como a voz da consciência, e o bem que ele fez lhe dá um caráter cada vez mais altruísta.

Não importa por quantos anos possamos evitar que o Espírito efetue sua passagem, pois, finalmente, chega a hora em que nenhum estimulante pode manter o corpo vivo e o último suspiro é dado. Então, o Cordão Prateado, do qual fala a Bíblia, que mantém os veículos superiores e inferiores juntos, rompe-se repentinamente no coração e faz com que este órgão pare. Sua ruptura liberta o Corpo Vital e ele, com o Corpo de Desejos e a Mente, flutua sobre o Corpo visível por um tempo que vai de um a três dias e meio, enquanto o Espírito está ocupado em rever a vida passada, uma parte excessivamente importante de sua experiência pós-morte. Desta recapitulação depende toda sua existência desde a morte até um novo nascimento.

Todos os povos antigos, tanto no Oriente como no Ocidente, sabiam muito sobre nascimento e morte, o que foi esquecido nos tempos modernos, porque uma segunda visão prevalecia entre eles naquela época. Até o presente (época em que o livro foi escrito), por exemplo, muitos camponeses na Noruega afirmam possuir a capacidade de ver o Espírito saindo do Corpo na morte, como uma nuvem branca e fina que é, naturalmente, o Corpo Vital; e o ensinamento Rosacruz que afirma que os mortos pairam em volta de sua morada terrena, por algum tempo depois da morte, adotam um corpo luminoso e são penosamente afligidos pela dor de seus entes queridos, foi um conhecimento comum entre os antigos que viviam no Norte. Quando o falecido Rei Helge da Dinamarca se materializou para aliviar a dor de sua esposa, e ela exclamou angustiada: “O orvalho da morte banhou teu corpo guerreiro”, ele respondeu:

És tu, Sigruna,

A única causa

De que Helge seja banhado

Pelo orvalho da tristeza.

Não queres pôr fim a teu pesar

Nem as amargas lágrimas secar.

Cada lágrima ensanguentada

Cai em meu peito gelada

Elas não me deixam descansar.

Quando a autora de “O Ministério dos Anjos[10] tinha seus dezoito anos, uma amiga chamada Maggie, de repente, ficou muito doente e morreu em seus braços. Imediatamente depois que seu coração parou de bater, ela diz, “E vi, distintamente, algo semelhante à fumaça ou vapor que sobe de uma chaleira, na qual a água está fervendo, ascender de seu corpo. A emanação subiu só até uma certa altura e lá tomou a forma de minha amiga que tinha acabado de falecer. Esta forma, indefinida a princípio, gradualmente se transformou até se tornar nítida e revestida por uma roupagem que parecia uma nuvem branco-perolada, embaixo da qual os contornos da pessoa eram distintamente visíveis. A face era a da minha amiga, mas glorificada sem nenhum traço de espasmo da dor que tinha se apoderado dela momentos antes de sua morte”.

Isto é exatamente o que temos ensinado: no momento da morte, quando o Cordão Prateado se rompe no coração, o Corpo Vital se retira através das suturas do crânio e paira alguns centímetros acima do Corpo.

Quando um Espírito está se desprendendo do Corpo, ele leva com ele o Corpo de Desejos, a Mente e o Corpo Vital, e este é, naquela hora, o armazém das cenas da vida que termina. Estas cenas são então gravadas no Corpo de Desejos durante três dias e meio imediatamente após a morte. Então, o Corpo de Desejos transforma-se no árbitro do destino do ser humano no Purgatório e no Primeiro Céu. Os sofrimentos causados pela purgação do mal e a alegria causada pela contemplação do bem são levados para a próxima vida como consciência, para deterem o ser humano da perpetuação dos erros das vidas anteriores e induzi-lo a fazer o que causou alegria na vida anterior de modo mais abundante.

No momento da morte, quando o Átomo-semente do coração que contém toda a experiência da vida passada em uma imagem panorâmica se rompe, o Espírito deixa seu Corpo Denso, levando consigo os Corpos mais sutis. Ele paira sobre o Corpo Denso que agora está morto, como se diz comumente, por um tempo que varia de algumas horas até três dias e meio. O fator determinante do tempo é a força do Corpo Vital, veículo que constitui o Corpo-Alma de que a Bíblia fala. Há então uma reprodução pictórica da vida, um panorama em ordem inversa, da morte ao nascimento, e as cenas são gravadas sobre Corpo de Desejos por meio do Éter Refletor neste Corpo Vital. Durante este período, a consciência do Espírito está concentrada no Corpo Vital, ou pelo menos deveria estar, e não tem, por isso, nenhum sentimento a respeito. As cenas que são impressas sobre o veículo do sentimento e da emoção, o Corpo de Desejos, são a base do subsequente sofrimento da vida no Purgatório pelas más ações, e de satisfação no Primeiro Céu, devido ao que foi feito de bom na vida que passou.

Estes foram os principais fatos que o autor foi capaz de observar, pessoalmente, sobre a morte no período em que os Ensinamentos lhe foram dados e quando ele foi apresentado, por ajuda do Mestre, às reproduções panorâmicas da vida de pessoas que estavam passando pelo portal da morte; investigações de anos mais tarde revelaram o fato adicional de que há um outro processo em andamento durante estes dias importantes que seguem o da morte.

Uma separação acontece no Corpo Vital, semelhante àquela do processo de Iniciação. Grande parte deste veículo, que pode ser chamado de “alma”, une-se com os veículos superiores e é a base da consciência nos Mundos invisíveis depois da morte. A parte inferior, que é descartada, volta ao Corpo Denso e flutua sobre o túmulo, na maioria dos casos, como está declarado no Conceito Rosacruz do Cosmos. Esta separação no Corpo Vital não é a mesma em todas as pessoas, mas depende da natureza da vida vivida e do caráter da pessoa que se vai. Em casos extremos, esta divisão é muito diferente do normal. Este ponto importante foi descoberto em muitos casos de suposta obsessão que foram investigados pela Sede Central. De fato, foram estes casos que desenvolveram as extensas e estarrecedoras descobertas reveladas por nossas mais recentes pesquisas sobre a natureza da obsessão, que pessoas que apelaram para nós estavam sofrendo. Como era esperado, naturalmente, a divisão nestes casos mostrava uma preponderância do mal, e esforços foram então feitos para descobrir se não havia também uma outra classe de pessoas onde uma divisão diferente, com preponderância de bem, acontece. É um prazer registrar que isto realmente acontecia e, depois de pesar os fatos descobertos, comparando um com outro, o que segue parece ser a correta descrição das condições e suas razões:

O Corpo Vital tem o objetivo de construir o físico toda vez que nossos desejos e emoções o destroem. É a luta entre o Corpo Vital e o de Desejos que produz consciência no Mundo Físico e que endurece os tecidos, de forma que o corpo brando da criança se torna rijo e encolhido na idade avançada, seguido pela morte. A moralidade ou imoralidade de nossos desejos e emoções age de maneira similar no Corpo Vital. Quando a devoção a elevados ideais é a mola mestra da ação, quando se permite que a natureza devocional se expresse livremente e frequentemente por muitos anos e, particularmente, quando isto foi acompanhado pelos exercícios científicos[11] dados aos Probacionistas na Fraternidade Rosacruz, a quantidade de Éter Químico e de Vida gradualmente diminui, enquanto os apetites carnais se desvanecem e uma quantidade aumentada de Éter Luminoso e Refletor toma o lugar deles. Como consequência, a saúde física não é tão boa entre aqueles que seguem o caminho superior, como entre aqueles cuja indulgência com a natureza inferior atrai os Éteres: Químico e de Vida numa proporção tal que os leva à parcial ou total exclusão dos dois Éteres Superiores.

Várias consequências muito importantes conectadas com a morte seguem este fato. Como é o Éter Químico que cimenta as moléculas do corpo em seus lugares e as mantém lá durante a vida, quando somente uma mínima parte deste Éter está presente, a desintegração do veículo físico depois da morte é muito rápida.

Na morte, a separação acontece. O Átomo-semente é retirado do ápice do coração pelo saturnino nervo pneumogástrico através dos ventrículos e pelo crânio (Gólgota); todos os átomos do Corpo Vital são liberados da cruz do Corpo Denso pelo mesmo movimento espiral que desatarraxa cada átomo prismático de Éter de sua envoltura física.

Este processo se desenvolve com maior ou menor violência de acordo com a causa da morte. Uma pessoa de idade, cuja vitalidade foi vagarosamente diminuindo, pode dormir e acordar no outro lado do véu sem a menor consciência de como a mudança acontece; uma pessoa devota e religiosa, que se preparou pela prece e meditação sobre o além, também será capaz de fazer uma passagem fácil; pessoas que morrem congeladas encontram o que o autor acredita ser a mais fácil maneira de morrer por acidente, sendo que o afogamento é a segunda melhor situação.

Porém, quando uma pessoa é jovem e saudável, especialmente se tem uma maneira de pensar materialista ou não religiosa, o átomo etéreo prismático está tão fortemente entrelaçado pelo átomo físico que um puxão considerável é necessário para separar o Corpo Vital. Quando a separação entre o Corpo Denso e os veículos superiores foi concluída e a pessoa está morta, como normalmente se diz, os Éteres Luminoso e Refletor se separam do átomo prismático. É esta matéria, como está explicado no Conceito Rosacruz do Cosmos, que é modelada em imagens da última vida e gravada no Corpo de Desejos, que então começa a fazer sentir tudo o que houve de sofrimento ou de prazer na vida. A parte do Corpo Vital composta pelos átomos prismáticos Químico e de Vida então retornam ao Corpo Denso, pairando acima da sepultura e desintegrando-se sincronicamente com ele.

Os veículos superiores – Corpo Vital, de Desejos e Mente – são vistos deixando o Corpo Denso com um movimento em espiral, levando com eles a alma de um átomo denso. Não o átomo em si, mas as forças que trabalharam através dele. Os resultados das experiências passadas por meio do Corpo Denso durante a vida que terminou foram impressos neste átomo específico. Enquanto todos os outros átomos do Corpo Denso se renovaram de tempos em tempos, este átomo é permanente. Permanece estável não só durante uma vida, mas foi parte de todos os Corpos Densos usados pelo Ego. Ele é retirado na morte só para despertar na aurora de uma outra vida física para servir, outra vez, como núcleo em torno do qual é construído o novo Corpo Denso a ser usado pelo mesmo Ego. É, por isso, chamado de Átomo-semente. Durante a vida, o Átomo-semente está situado no ventrículo esquerdo do coração, perto do ápice. Na morte, ele sobe ao cérebro, passando pelo nervo pneumogástrico, deixando o Corpo Denso juntamente com os veículos superiores, pelo caminho da sutura entre os ossos parietal e occipital.

Quando os veículos superiores deixam o Corpo Denso, eles ficam ainda conectados por um fino, brilhante e prateado Cordão em forma muito parecida a dois seis invertidos, um na vertical e outro na horizontal, conectados nas extremidades do gancho.

Uma extremidade se liga ao coração por meio do Átomo-semente, e é a ruptura deste átomo que faz parar o coração. O Cordão não se rompe até que o panorama da vida, contido no Corpo Vital, tenha sido revisto.

Deve-se tomar cuidado, no entanto, para não cremar ou embalsamar o Corpo até pelo menos três dias após a morte, pois enquanto o Corpo Vital está com os veículos superiores e eles estão ainda conectados com o Corpo Denso por meio do Cordão Prateado, qualquer exame pós-morte ou ferimento praticado no Corpo Denso será sentido de certo modo pelo morto. A cremação deve ser particularmente evitada nos três primeiros dias depois da morte porque tende a desintegrar o Corpo Vital, o qual deve permanecer intacto até que o panorama da última tenha sido gravado no Corpo de Desejos.

O Cordão Prateado se rompe no ponto em que os dois seis se unem, metade permanecendo com o Corpo Denso e a outra metade com os veículos superiores. No momento em que o cordão se rompe, o Corpo Denso está morto.

No início do ano de 1906 o Dr. Mc Dougall[12] fez uma série de experiências no Hospital Geral de Massachusetts para determinar, se possível, se alguma coisa invisível deixava o Corpo por ocasião da morte. Para este fim, ele construiu uma balança capaz de registrar diferenças de um décimo de uma onça[13].

A pessoa agonizante e sua cama foram colocadas numa das plataformas da balança que foi equilibrada por pesos colocados na plataforma oposta. No exato momento em que a pessoa deu seu último suspiro, a plataforma que continha os pesos, subitamente e surpreendentemente, desceu, elevando a cama e o corpo, mostrando que algo invisível, mas tendo peso, tinha deixado o corpo. Logo após, os jornais de todo o país anunciaram em brilhantes manchetes que o Dr. Mc Dougall tinha “pesado a alma”.

O ocultismo aclama com alegria as descobertas da ciência moderna, quando elas invariavelmente corroboram com o que a ciência oculta vem ensinando há muito tempo. As experiências do Dr. Mc Dougall mostraram conclusivamente que algo oculto para a visão comum deixou o Corpo na hora da morte, como os Clarividentes treinados têm visto e tem sido afirmado em palestras e literatura muitos anos antes da descoberta do Dr. Mc Dougall.

Mas esta “coisa” invisível não é a alma. Há uma grande diferença. Os repórteres tiraram conclusões erradas quando afirmaram que os cientistas tinham “pesado a alma”. A alma pertence aos planos superiores e não pode nunca ser pesada em balanças físicas, embora eles tenham registrado variações de um milionésimo de um grão em vez de um décimo de uma onça.

Foi o Corpo Vital que os cientistas pesaram. Ele é formado pelos quatro Éteres que pertencem ao Mundo Físico.

Como vimos, uma quantidade de Éter é adicionada ao Éter que envolve as partículas do corpo humano e é confinada lá durante a vida física, aumentando em pequeno grau o peso do Corpo Denso da planta, do animal e do ser humano. Na morte, ele escapa, daí a diminuição do peso notada pelo Dr. Mc Dougall quando as pessoas que ele observou expiraram.

Esta característica da vida após a morte é similar à que acontece quando alguém está se afogando ou caindo de grande altura. Nestes casos, o Corpo Vital também deixa o Corpo Denso e o ser humano vê sua vida num relance porque ele perde a consciência simultaneamente. É evidente que o Cordão Prateado não está rompido ou ele não voltaria à vida.

Quando a força do Corpo Vital atingiu seu limite, ele entra em colapso da forma descrita quando estávamos considerando o fenômeno do sono. Durante a vida física, quando o Ego controla seus veículos, este colapso interrompe com as horas de vigília; depois da morte, o colapso do Corpo Vital conclui o panorama da vida e força o ser humano a entrar no Mundo do Desejo. O Cordão Prateado se rompe no ponto em que os seis se unem e a mesma divisão que se processa durante o sono é feita, mas com uma importante diferença, a de que embora o Corpo Vital retorne ao Corpo Denso, ele não mais o interpreta, mas simplesmente paira sobre ele. Ele permanece flutuando sobre o túmulo, desintegrando-se sincronicamente com o veículo denso. Daí, para o Clarividente treinado ser o cemitério uma visão repugnante e, se mais pessoas pudessem ver, pouco seria preciso para induzir as mesmas a mudar o método não higiênico de acomodar os mortos para o método mais racional da cremação, que retorna os elementos à sua condição primordial sem as desagradáveis características inerentes ao processo de desintegração lenta.

O processo de abandono do Corpo Vital é muito parecido ao do Corpo Denso. As forças vitais de um átomo são levadas para serem usadas como núcleo do Corpo Vital do futuro renascimento. Assim, quando entra no Mundo do Desejo, o ser humano tem os Átomos-semente dos Corpos Denso e Vital além de seu Corpo de Desejos e da Mente.

Quando uma pessoa morre, parece que seu Corpo Vital se avoluma; ela tem a sensação de crescer em imensas proporções. Esta impressão não é devida ao fato de que o Corpo cresça realmente, mas de que as faculdades de percepção recebam tantas impressões de várias fontes, tudo parecendo estar perto e à mão.

Quando o ser humano morre e perde seus Corpos Denso e Vital, a situação é a mesma de quando alguém dorme. O Corpo de Desejos, como foi explicado, não tem órgãos prontos para serem usados. É agora transformado de um ovoide para uma figura que se parece com o Corpo Denso que ele abandonou. Podemos facilmente compreender que deve haver um intervalo de inconsciência parecida com o sono e, então, o ser humano acorda no Mundo do Desejo. No entanto, frequentemente acontece que estas pessoas ficam incapazes de entender o que lhes aconteceu por um longo período. Não compreendem que morreram. Elas sabem que são capazes de se mover e de pensar. É às vezes, muito difícil fazê-las acreditar que estão verdadeiramente “mortas”. Elas sabem que algo está diferente, mas não são capazes de entender o que é.

Quando o momento que marca o fim da vida no Mundo Físico chega, a utilidade do Corpo Denso termina e o Ego retira-se pela cabeça, levando consigo a Mente e o Corpo de Desejos, como acontece todas as noites durante o sono; mas, agora, o Corpo Vital está inútil e se retira também, e quando o “Cordão Prateado” que uniu os veículos superiores com os inferiores se rompe, não pode ser reparado.

Lembramos que o Corpo Vital é composto de Éter, sobreposto ao Corpo Denso da planta, animal e do ser humano durante a vida. Éter é matéria física e, por isso, tem peso. A única razão pela qual os cientistas não podem pesá-lo é porque são incapazes de juntar uma quantidade e colocá-lo numa balança. Mas quando ele deixa o Corpo Denso na morte, uma diminuição de peso acontece, mostrando que algo que tinha peso, embora invisível, deixou o Corpo Denso naquele momento.

O Cordão Prateado que une os veículos superiores e os inferiores termina no Átomo-semente no coração. Quando a vida material finda de maneira natural, as forças do Átomo-semente se desprendem, passam pelo nervo pneumogástrico atrás da cabeça e ao longo do Cordão Prateado, junto com os veículos superiores. É a ruptura no coração que marca a morte física, mas o Cordão Prateado não se rompe em certos casos por vários dias.

Na palestra nº 3, dissemos que o Corpo Vital é o armazém das memórias consciente e inconsciente; sobre o Corpo Vital, todos os atos e experiências da vida que passou são gravados indelevelmente como uma paisagem sobre uma placa fotográfica exposta. Quando o Ego se retira do Corpo Denso, toda a vida registrada na memória é exposta aos olhos da Mente. É o afrouxamento parcial do Corpo Vital que faz com que uma pessoa que está se afogando veja sua vida, mas só de relance, precedendo a inconsciência; o Cordão Prateado permanece intacto, ou não haveria volta à vida. No caso do Espírito passando pela morte, o movimento é mais lento; o ser humano é um espectador enquanto as imagens se sucedem na ordem inversa, da morte para o nascimento, de modo que ele vê primeiro os acontecimentos anteriores à morte e então os anos da vida adulta se desenrolam; juventude e infância seguem até terminar no nascimento. O ser humano, no entanto, não tem nenhum sentimento a respeito. O objetivo é meramente gravar o panorama no Corpo de Desejos, que é o assento do sentimento, e, dessa gravação, o sentimento será extraído quando o Ego entrar no Mundo do Desejo, mas podemos notar aqui que a intensidade do sentimento depende do tempo consumido no processo de gravação e da atenção dada a isso pelo ser humano. Se ele não for incomodado por longo período por barulho ou histeria, uma profunda e clara impressão será feita sobre o Corpo de Desejos. Ele sentirá o mal que fez mais agudamente no Purgatório e suas boas qualidades serão abundantemente reforçadas no Céu e, embora a experiência seja esquecida na vida futura, os sentimentos permanecerão como uma “voz silenciosa”. Quando os sentimentos penetram profundamente no Corpo de Desejos de um Ego, esta voz não falará com palavras vagas ou incertas. Isso, o impelirá, sem dúvida, forçando-o a desistir daquilo que causou sofrimento na vida anterior e compelindo-o a ceder ao que é bom. Por isso, o panorama passa em ordem inversa de modo que o Ego primeiro vê os efeitos e depois as respectivas causas.

No que diz respeito ao que determina a duração do panorama, lembramos que foi o colapso do Corpo Vital que forçou os veículos superiores a se retirarem; assim, depois da morte, quando o Corpo Vital entra em colapso, o Ego tem que se retirar e então o panorama chega ao fim. A duração do panorama depende, por isso, do tempo que a pessoa possa permanecer desperta. Algumas pessoas podem ficar despertas só umas poucas horas, outras aguentam alguns dias, dependendo da força de seu Corpo Vital.

Quando o Ego deixa o Corpo Vital, este gravita de volta ao Corpo Denso, pairando acima do túmulo, desintegrando-se com o Corpo Denso e é realmente uma visão repugnante ao Clarividente atravessar um cemitério e observar todos aqueles Corpos Vitais, cujo estado de decomposição claramente indicam o estado de deterioração do que está na sepultura. Se houvesse mais Clarividentes, a incineração seria logo adotada como medida de proteção aos nossos sentimentos, além das razões higiênicas.

Nossas últimas investigações indicam que, quando um ser humano espiritualiza seus veículos, a constituição do Corpo Vital, formado de Éter, é transformada. No ser humano comum há sempre uma preponderância dos dois Éteres Inferiores – o Éter Químico e o de Vida – que têm a ver com a construção e a propagação do Corpo Denso, e um mínimo de Éter Luminoso e Refletor, que têm relação com a percepção sensorial e com as elevadas qualidades espirituais. Após a morte, o Corpo do ser humano comum é colocado no túmulo e o Corpo Vital paira cerca de dois pés[14] acima do túmulo, gradualmente se desintegrando. O Corpo Denso se desintegra simultaneamente. No entanto, quando dizemos que ele se deteriora, realmente queremos dizer que ele se torna mais vivo do que era quando o ser humano o habitava, pois, cada pequena molécula se encarrega agora de uma vida individual separada. Ela começa a se associar com suas vizinhas e a unidade de uma vida individual é substituída por uma comunidade de muitas vidas.

Portanto, falamos de tais cadáveres em decomposição como estando vivos e cheios de vermes. Quanto mais denso e grosseiro este veículo for, mais tempo ele precisará para se decompor, porque o Corpo Vital pairando acima dele tem um domínio magnético tenaz que mantém as moléculas densas controladas. Os dois Éteres Superiores vibram numa frequência muito mais rápida que os Inferiores e, quando um ser humano, com pensamentos espirituais, reuniu em torno dele um grande volume deste Éteres que compõe seu Corpo Vital, as vibrações do Corpo Denso também se tornam mais intensas. Consequentemente, quando um ser humano deixa seu corpo na morte, há pouco ou nada do Corpo Vital deixado para trás para manter os componentes do Corpo Denso sob controle. A desintegração é, portanto, muito rápida. Isto não pode ser facilmente provado porque muito poucas pessoas são suficientemente espiritualizadas para que a diferença seja notada, mas você deve se lembrar de que na Bíblia está escrito que certos personagens foram trasladados. O corpo de Moisés era tão vibrante que brilhava e não foi encontrado, etc. Estes foram casos em que o corpo rapidamente retornou aos elementos e, quando o corpo de Cristo foi colocado no túmulo, sua desintegração foi quase instantânea.

No entanto, enquanto o arquétipo do Corpo Denso persiste, ele se esforça em atrair para si matéria física que ele modela de acordo com a forma do Corpo Vital. Assim é difícil para o Auxiliar Invisível que sai de seu Corpo abster-se de se materializar. No momento em que ele relaxa a sua vontade de manter longe de si todos os impedimentos físicos, matéria da atmosfera que o circunda se adere a ele, como as limalhas do ferro são atraídas para o ímã, e ele se torna visível e tangível quanto desejar. Consequentemente, ele é capaz de realizar um trabalho físico onde for necessário, não importa que esteja milhares de milhas longe de seu corpo. Por outro lado, o que realmente provoca a morte é o colapso do arquétipo do Corpo Denso. Portanto, os Espíritos que fazem a passagem desta vida terrena são incapazes de se materializar, salvo através de um médium quando eles extraem seu Corpo Vital, revestem-se com ele e, então, atraem as substâncias necessárias para fazê-los visíveis para os espectadores.

Durante a vida e no estado de consciência de vigília, os veículos do Ego estão todos juntos e concêntricos, mas, na morte o Ego, revestido pela Mente e pelo Corpo de Desejos, retira-se do Corpo Denso e, como as funções vitais estão no fim, o Corpo Vital é também retirado do Corpo Denso, deixando-o inanimado sobre a cama. Um pequeno átomo no coração é retirado e o resto do corpo se desintegra a seu tempo. Mas, neste momento, há um processo extremamente importante se realizando e os que velam o Espírito, que se vai, devem ser muito cuidadosos para que a máxima quietude reine lá e em toda a casa, pois as imagens da vida que passou e que estão armazenadas no Corpo Vital estão passando diante dos olhos do Espírito numa lenta e ordenada progressão, em ordem inversa, desde a morte até o nascimento. Este panorama da vida dura de algumas horas até três dias e meio. O tempo depende da força do Corpo Vital, o que determina quanto tempo um ser humano pode ficar desperto sob o mais severo estresse. Algumas pessoas podem trabalhar cinquenta, sessenta ou setenta horas antes de caírem exaustos, enquanto outras são capazes de ficar despertas somente algumas poucas horas. A razão pela qual é importante que deva haver silêncio na casa durante os três dias e meio imediatamente seguintes à morte é: durante este tempo, o panorama da vida está sendo gravado no Corpo de Desejos, que será o veículo enquanto o ser humano permanecer no Purgatório e no Primeiro Céu, onde ele irá colher o bem e o mal que semeou, de acordo com suas ações praticadas quando estava em seu Corpo Denso.

Quando a vida está cheia de acontecimentos e o Corpo Vital do ser humano está forte, mais tempo será dedicado à esta gravação do que sob condições em que o Corpo Vital é fraco, mas durante todo este tempo o Corpo Denso está conectado com os veículos superiores pelo Cordão Prateado e qualquer ferimento no Corpo Denso é sentido de certa forma pelo Espírito; assim, embalsamamento, exames pós-morte e cremação são todos sentidos. Portanto, eles devem ser evitados durante os três dias e meio depois da morte, pois quando o panorama foi completamente gravado no Corpo de Desejos, então o Cordão Prateado se rompe, o Corpo Vital gravita de volta ao Corpo Denso e não há mais conexão com o Espírito que está livre para ir para sua vida superior.

Quando o Corpo é enterrado, o Corpo Vital se desintegra vagarosamente junto com o Corpo Denso de forma que, por exemplo, quando um braço se desintegra, o braço etéreo do Corpo Vital que paira sobre o túmulo também desaparece, e assim acontece com todo o Corpo até que o último vestígio desapareça. Mas, quando a cremação é feita, o Corpo Vital se desintegra imediatamente e, também as imagens armazenadas da vida que terminou. Estas imagens são gravadas no Corpo de Desejos e formam a base da vida no Purgatório e no Primeiro Céu; se elas forem destruídas pela cremação efetuada antes que três dias e meio tenham passado, será uma grande calamidade para o Espírito. A menos que uma ajuda seja dada, o Espírito não poderá manter o Corpo Vital íntegro. E isto é parte do trabalho que é feito pelos Auxiliares Invisíveis a favor da Humanidade. Às vezes, eles são ajudados pelos Espíritos da Natureza e outros indicados pelas Hierarquias Criadoras ou líderes da Humanidade. Há também uma perda quando a pessoa é cremada antes que o Cordão Prateado se rompa naturalmente, a impressão sobre o Corpo de Desejos não é tão profunda quanto deveria ser e isto tem um efeito sobre as vidas futuras, pois quanto mais profundas sejam as impressões da vida que passou sobre o Corpo de Desejos, mais agudo será o sofrimento no Purgatório pelo mal cometido e mais forte será o prazer no Primeiro Céu, resultante do bem que foi praticado em vida. É o sofrimento e o prazer de nossas vidas passadas que criam o que chamamos de consciência, de forma que, se deixamos de sofrer, perdemos a noção que nos impedirá, nas vidas futuras, de cometer os mesmos erros repetidamente. Por isso, os efeitos negativos da cremação prematura são incalculáveis.

Um fenômeno similar ao panorama da vida geralmente acontece quando uma pessoa está se afogando. Pessoas que voltaram à vida dizem que viram sua vida toda num relance. Isto é porque, sob tais condições, o Corpo Vital se afasta do Corpo Denso. Naturalmente, não há ruptura do Cordão Prateado, ou a vida não poderia ser restaurada. Nos casos de afogamento, a pessoa se torna inconsciente, enquanto, na revisão pós-morte, a consciência continua até que o Corpo Vital entra em colapso da mesma maneira como acontece quando vamos dormir. Então, a consciência cessa por um momento e o panorama está terminado.

Portanto, o tempo ocupado pelo panorama também varia de pessoa para pessoa; depende de que o Corpo Vital esteja forte e saudável, ou tenha se tornado fino e definhado por doença prolongada. Quando mais tempo for gasto na revisão e mais silencioso e cheio de paz for o ambiente, mais profunda será a gravação que é feita no Corpo de Desejos.

Como já foi dito, isto tem um efeito importante e incalculável, pois então o sofrimento que o Espírito experimentará no Purgatório, devido aos maus hábitos e más ações, será mais profundo do que se ele tivesse só uma impressão superficial, e, numa vida futura, a voz silenciosa da consciência o avisará mais insistentemente contra os erros que causaram sofrimento no passado.

Desde quando o mundo existe, nunca houve tanto sofrimento universal quanto no presente (1914). E, além disso, não devemos esquecer que estamos armazenando para nós mesmos uma grande quantidade de sofrimento futuro, pois, como foi explicado na literatura Rosacruz, é impossível para estas pessoas que são agora tão cruéis e de repente são afastadas de seu corpo, reverem sua vida que passou porque a gravação do panorama da vida não se processa como deveria. Portanto, estes Egos não colherão o fruto de sua presente existência como deveriam fazê-lo no Purgatório e no Primeiro Céu. Eles voltarão em vida futura com esta experiência a menos e será necessário, para que possam recuperar o que perderam, morrer na infância de modo a terem seu novo Corpo de Desejos e Vital impressos com a essência de sua vida presente.

Vimos que, quando o Ego terminou seu dia na escola da vida, a Força centrífuga de Repulsão expulsou seu Corpo Denso na morte e depois seu Corpo Vital, que é o próximo em densidade. Depois, no Purgatório, a matéria de desejo mais densa acumulada pelo Ego como roupagem pelos seus desejos mais inferiores é purgada por esta força centrífuga. Nos planos mais elevados, só a Força de Atração domina e mantém o bem com ação centrípeta que tende a atrair tudo da periferia para o centro.

No Segundo Céu, tanto quanto no Corpo Vital o Espírito de Vida trabalhou, transformou, espiritualizou, e, portanto, salvou da decomposição a que o resto do Corpo Vital está sujeito, será amalgamado com o Espírito de Vida para garantir um Corpo Vital e um temperamento melhor nas vidas seguintes.

Quando o Ego, em sua peregrinação através dos Mundos invisíveis, chega ao ponto em que alcança o Terceiro Céu, depois de descartar o Corpo Denso na morte, o Corpo Vital logo depois, o Corpo de Desejos ao deixar o Purgatório e o Primeiro Céu e, finalmente, antes de deixar o Segundo Céu, ele, também deixa o revestimento da Mente para trás e, então, entra no Terceiro Céu completamente livre de empecilhos. Todos os veículos descartados se desintegram, só o Espírito persiste, banhando-se no grande reservatório de força espiritual a que chamamos de Terceiro Céu, a fim de se fortalecer para o próximo renascimento na Terra.

O Corpo Vital é composto de quatro Éteres. Os dois Éteres Inferiores são avenidas de crescimento e propagação. No Corpo Vital de uma pessoa cuja preocupação principal é a vida física, que vive inteiramente para o prazer sensual, estes dois Éteres predominam, enquanto numa pessoa que é bastante indiferente à satisfação material e procura avançar espiritualmente, os dois Éteres Superiores formam a parte mais volumosa do Corpo Vital. Eles são o que São Paulo chama de soma psuchicon ou Corpo-Alma que permanece com o ser humano durante suas experiências no Purgatório e no Primeiro Céu, onde a essência da vida é extraída. Este extrato é a alma, cujas principais qualidades são consciência e virtude. A consciência é o fruto dos erros das vidas passadas que, no futuro, guiará o Espírito corretamente e o ensinará como evitar passos errados semelhantes. Virtude é a essência de tudo o que foi bom nas vidas anteriores e age como um incentivo para manter o Espírito se esforçando ardentemente no caminho da aspiração. No Terceiro Céu a virtude é amalgamada e se torna parte do Espírito. Consequentemente, no curso de suas vidas, o ser humano se torna mais espiritualizado e as qualidades anímicas, consciência e virtude, tornam-se mais fortemente operantes guiando os princípios de conduta.

Porém, há pessoas de natureza tão inferior que levam uma vida de vícios e práticas degeneradas, uma vida brutal, tendo prazer em produzir sofrimento. Às vezes, elas cultivam as artes ocultas por propósitos de maldade para que possam ter mais poder sobre suas vítimas. Então, sua perversidade e práticas imorais resultam em um endurecimento do Corpo Vital.

Em tais casos extremos, quando a natureza animal foi predominante, onde não houve expressão de alma na última vida terrena, a divisão no Corpo Vital a que nos referimos antes não acontece na morte, pois não há linha divisória. Neste caso, se o Corpo Vital pudesse gravitar de volta ao Corpo Denso e lá gradualmente se desintegrar, o efeito da vida demoníaca não seria tão grande, mas, infelizmente, há, nestes casos, um entrelaçamento do Corpo Vital e do Corpo de Desejos que evita a separação. Vimos que, quando um ser humano vive mais sua natureza superior, seus veículos espirituais são alimentados em detrimento dos inferiores. Inversamente, quando sua consciência está centrada nos veículos inferiores, ele os fortalece imensamente. Deve-se compreender que a vida do Corpo de Desejos não termina pela partida do Espírito; ele tem uma vida residual e consciência. O Corpo Vital é também capaz de sentir, de certo modo, por alguns dias depois da morte nos casos comuns (daí o sofrimento causado pelo embalsamamento, exames pós-morte, etc., imediatamente depois da morte), mas quando uma vida inferior o endureceu e o alimentou com grande força, ele tem um tenaz apelo à vida e uma habilidade de se alimentar de odores e bebidas. Às vezes, como um parasita, ele age como um vampiro em pessoas com as quais entra em contato.

Estes seres, são, portanto, uma das grandes ameaças à sociedade. Eles já mandaram incontáveis vítimas para a prisão, destruíram lares e causaram uma quantidade inimaginável de infelicidade. Sempre abandonam suas vítimas quando elas são apanhadas pelas garras da lei. Regozijam-se com o sofrimento e a desgraça de suas vítimas, sendo isso uma parte de seu esquema diabólico. Há outras classes de seres que de deleitam em fazer-se passar por “anjos” nas sessões espíritas. Eles também encontram vítimas lá e ensinam-lhes práticas imorais. O chamado “Poltergeist”, que se diverte quebrando pratos, levantando mesas, fazendo voar chapéus sobre as cabeças de um público que vibra com estas brincadeiras, está também incluído neste grupo. A força e a densidade do Corpo Vital de tais seres facilitam mais as manifestações físicas do que naqueles que entram no Mundo do Desejo; de fato, o Corpo Vital deste grupo de Espíritos é tão denso que eles são quase físicos e tem sido um mistério para o autor que pessoas que são incorporadas por tais entidades não as possam ver. Fossem elas descobertas, a visão de suas faces demoníacas e zombeteiras apagariam a ilusão de que são anjos.

Toda vez que morre uma pessoa que abrigou malícia e ódio em seu coração, estes sentimentos entrelaçam o Corpo Vital e o de Desejos, e ela se transforma numa ameaça mais séria para a comunidade do que se pode imaginar.

Espíritos apegados à Terra são atraídos para as regiões inferiores do Mundo do Desejo que interpenetram o Éter e estão em constante contato com pessoas encarnadas mais favoráveis a ajudá-los em seus desejos maléficos. Em geral, eles ficam apegados à Terra por 50, 60 ou 75 anos, mas casos extremos foram encontrados em que tais seres permaneceram por séculos. Segundo o que o autor foi capaz de pesquisar até o presente, parece que não há limite para o que possam fazer ou por quanto tempo permanecerão. Porém, eles estão amontoando para si próprios uma terrível carga de pecado da qual não escaparão sem sofrer, pois, o Corpo Vital reflete e grava profundamente no Corpo de Desejos todas as suas más ações. E quando finalmente entrarem na existência purgatorial, encontrarão a retribuição que merecem. Este sofrimento é naturalmente longo, na proporção ao tempo em que eles continuaram suas práticas nefastas depois da morte do Corpo Denso – outra prova de que “Embora os moinhos de Deus moam vagarosamente, eles não deixam nada sem moer”.

A nuvem vermelha do ódio[15] está se desvanecendo, o véu negro do desespero se foi, não há explosões vulcânicas de paixão nem nos vivos nem nos mortos, mas de acordo com os sinais dos tempos, que o autor é capaz de ler na aura das nações, há um propósito definido de levar o processo até o fim. Mesmo nos lares privados de muitos membros, isto parece ser válido. Há uma intensa saudade dos amigos que estão no além, mas não há ódio pelo adversário na Terra. Esta saudade é compartilhada pelos amigos no Mundo invisível e muitos estão penetrando o véu, pois a intensidade da sua saudade está despertando nos “mortos” o poder de se manifestar, atraindo o Éter e o gás que frequentemente é tirado do Corpo Vital de um amigo “sensível”, da mesma forma como os Espíritos que se materializam usam o Corpo Vital de um médium incorporador. Assim, os olhos cegos pelas lágrimas são frequentemente abertos por um coração terno, de modo que pessoas queridas, agora no mundo do espírito, encontram-se outra vez face a face, coração a coração. Este é o método que a Natureza usa para cultivar o sexto sentido que, finalmente, capacita todos saber que o ser humano é um Espírito imortal e a continuidade da vida é uma realidade na natureza.

Em toda morte, as lágrimas derramadas servem para dissolver o véu que esconde o Mundo invisível de nossa contemplação saudosa. O sentimento de profunda saudade e a dor na partida de pessoas que se amam, tanto as que ficam como as que se vão, estão rasgando o véu e, num dia não muito distante, o efeito acumulado de tudo isto revelará o fato de que a morte não existe, e que aqueles que passaram além deste véu estão mais vivos do que nós. A potência destas lágrimas, desta dor e desta saudade não é igual em todos os casos. Os efeitos diferem muito, de acordo com o despertar do Corpo Vital de pessoas por atos de altruísmo e serviço, e de acordo com a máxima de que todo desenvolvimento ao longo das linhas espirituais começa no Corpo Vital. Ele é a base e nenhuma estrutura pode ser construída sem que esta fundação tenha sido colocada.

Capítulo V – A Caminho do Renascimento

Quando um Ego está no caminho para o seu renascimento o Átomo-semente do Corpo Vital reúne novo material. A polaridade deste material determina seu sexo na próxima vida.

O Átomo-semente do Corpo Vital é o próximo a entrar em atividade, mas o seu processo de formação não é tão simples como no caso no caso da Mente e do Corpo de Desejos, pois é preciso lembrar que estes veículos estavam comparativamente não organizados, enquanto o Corpo Vital e o Corpo Denso são mais organizados e muito complexos. O material de quantidade e qualidade determinadas, é atraído de mesma maneira e sob a obediência da mesma lei como no caso dos corpos superiores, mas a construção do novo corpo e sua colocação no ambiente adequado são feitas por quatro grandes Seres de incomensurável sabedoria, que são os Anjos do Destino, os “Senhores do Destino”. Eles impressionam o Éter Refletor do Corpo Vital de tal maneira que nele se refletem os quadros da próxima vida. Ele (o Corpo Vital) é construído pelos habitantes do mundo celestial e os espíritos elementais de tal modo a formar um tipo particular de cérebro. Mas note que, o Ego que retorna, ele próprio, incorpora então a quintessência de seus Corpos Vitais anteriores e, além disso, ainda realiza um pequeno trabalho original. Isso é feito de modo que na próxima vida possa haver lugar para expressão original e individual, não predeterminada por ações passadas.

O Corpo Vital, tendo sido moldado pelos Senhores do Destino, dará forma ao Corpo Denso, órgão por órgão. A matriz ou molde é então colocada no útero da futura mãe. O Átomo-semente do Corpo Denso está na cabeça triangular de um dos espermatozoides no sêmen do pai. Só isso torna a fertilização possível e aqui está a explicação para o fato de tantas vezes as uniões sexuais serem infrutíferas. Os componentes químicos do fluído seminal e dos óvulos são os mesmos todo o tempo e se fossem só esses os requisitos, a explicação do fenômeno da infertilidade, se procurada só no mundo material visível, não seria encontrada. Quando compreendemos que assim como as moléculas d’ água se congelam segundo as linhas de força na água e se manifestam como cristais de gelo em vez de se congelarem numa massa homogênea, torna-se evidente, portanto, como seria o caso se não existissem as linhas de força previamente à coagulação, não poderia assim existir a construção do Corpo Denso enquanto não houvesse um Corpo Vital no qual se construir o material; além do mais precisa haver um Átomo-semente para o Corpo Denso agir como padrão de qualidade e quantidade do material que será moldado naquele Corpo Denso. Também, no atual estágio do desenvolvimento nunca há total harmonia nos materiais do corpo, porque aquele que a tivesse seria um corpo perfeito, porém a desarmonia não pode ser tão grande a ponto de ser destruidora do organismo. Uma vez realizada a impregnação do óvulo, o Corpo de Desejos da mãe trabalha sobre ele de dezoito a vinte-e-um dias, o Ego permanece fora em seu invólucro do Corpo de Desejos e da Mente, embora sempre em estreito contato com a mãe. Após a expiração desse tempo o Ego entra no corpo da mãe. Os veículos em forma de sino dirigem-se para sobre a cabeça do Corpo Vital e o sino fecha-se em baixo. Dessa hora em diante o Ego paira sobre o seu futuro instrumento até o nascimento da criança e a nova vida terrena do Ego, que retorna, começa.

Acha-se escrito no Conceito Rosacruz do Cosmos que o Corpo Vital da mulher é positivo e que o Corpo Vital do ser humano é negativo. Quando os agentes dos Anjos do Destino estão assistindo um Ego que vai renascer, o tipo do sexo já foi determinado, tanto pela lei de alternação como por uma modificação dessa lei por circunstâncias específicas na vida individual do Espírito, e o Ego é então ajudado a captar para si quantidade suficiente de diferentes tipos de Éteres exigidos pelo seu desenvolvimento. Esses materiais são de uma certa polaridade, seja positiva ou negativa. Quando a matriz feita apenas de átomos etéricos positivos é colocada no útero da futura mãe, estes átomos irão infalivelmente atrair para si átomos físicos negativos, e o corpo resultante da criança, torna-se, em consequência, feminino. Se, de outro modo, a matriz que for colocada no útero da mãe for composta de átomos etéricos negativos, irá atrair os átomos densos positivos e o resultado é que os órgãos sexuais masculinos são mais desenvolvidos e, portanto, o sexo é masculino. A vida, como a eletricidade, necessita ambas as expressões positiva e negativa, de outro modo não se pode manifestar.

Quando o Ego no seu caminho para renascer passa pela Região do Pensamento Concreto, o Mundo de Desejo, e a Região Etérica, ele atrai uma certa quantidade de material de cada uma delas. A qualidade desse material é determinada pelo Átomo-semente, pelo princípio de que semelhante atrai semelhante. A quantidade depende da quantidade de matéria requerida pelo arquétipo por nós mesmos construído no Segundo Céu. Da quantidade dos átomos etéricos prismáticos que são apropriados para um certo Espírito, os Anjos do Destino e seus agentes constroem uma forma etérica que é então colocada no útero da mãe e gradualmente revestida com matéria física que depois forma o corpo visível do recém-nascido.

O Cordão Prateado que cresceu do Átomo-semente do Corpo Denso (localizado no coração) desde a concepção, é preso à parte que brotou do vórtice central do Corpo de Desejos, (localizado no fígado), e quando o Cordão Prateado é preso pelo Átomo-semente ao Corpo Vital, (localizado no plexo solar), o Espírito morre para a vida no mundo supersensível e anima o corpo que vai usar em sua futura vida na Terra.

Capítulo VI – As Crianças

O Corpo Vital de uma criança ao nascer não se acha organizado. Daí, até aproximadamente a idade de sete anos, quando o Corpo Vital individual nasce, ela se abastece do Corpo Vital macrocósmico.

No período logo após o nascimento os diferentes veículos se interpenetram entre si, como, em exemplo anterior, a areia penetra na esponja e a água penetra tanto a areia quanto a esponja. Mas, embora eles estejam todos presentes, como na vida adulta, acham-se meramente presentes. Nenhuma de suas faculdades positivas acha-se presente. O Corpo Vital não pode usar as forças que operam pelo polo positivo dos Éteres. A assimilação, que trabalha pelo polo positivo do Éter Químico, é muito delicada durante a infância, e o que dela existe é devido ao Corpo Vital macrocósmico, cujos Éteres atuam como um útero para o Corpo Vital da criança até aos sete anos, amadurecendo gradualmente durante esse período. A faculdade de propagação, que funciona pelo polo positivo do Éter de Vida, também está latente. O aquecimento do corpo, que é efetuado através do polo positivo do Éter Luminoso, e a circulação sanguínea são devidos ao Corpo Vital macrocósmico, os Éteres agindo na criança e desenvolvendo-a lentamente até o ponto em que ela possa controlar, por si mesma, essas funções. As forças, operando pelo polo negativo dos Éteres, são sem dúvida as mais ativas. A excreção de sólidos efetuada pelo polo negativo do Éter Químico (correspondendo à subdivisão sólida da Região Química) é muito desenfreada, como é também a excreção de fluidos, que é executada pelo polo negativo do Éter de Vida (correspondendo à Segunda ou divisão fluida da Região Química). O sentido passivo da percepção, que é devido às forças negativas do Éter de Luz, é também excessivamente proeminente. A criança é muito impressionável e é “toda olhos e ouvidos”.

Embora o Corpo Vital de uma criança esteja ainda comparativamente não organizado pela ocasião do nascimento, o Éter que deverá ser usado para o seu completamente está dentro da aura pronto para ser assimilado; e se alguém a sua volta acontecer de estar fraco ou anêmico, um vampiro inconsciente, ele ou ela retira do armazenamento não assimilado de Éter do recém-nascido muito mais facilmente do que do de um adulto, cujo Corpo Vital está totalmente organizado. Naturalmente a pessoa fraca retira mais facilmente Éter que está negativamente polarizado, como no corpo de um bebê do sexo masculino, do que Éter positivo de uma menina recém-nascida… Massagem do baço e estímulo dos nervos esplênicos, cuidadosa e conservadoramente praticada, irá ajudar a contraparte etérea deste órgão, em suas atividades de especialização da energia solar da qual os processos vitais são tão dependentes quanto os pulmões são de ar.

Normalmente pensamos que quando uma criança nasce, ela nasce e isso é tudo; mas, assim como durante o período de gestação o Corpo Denso acha-se protegido do impacto do mundo externo, por estar situado dentro do útero protetor da mãe até chegar à maturidade suficiente para enfrentar as condições externas, assim também estão o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente num estado de gestação e nascem em ocasiões posteriores, porque eles ainda não têm atrás de si uma evolução tão longa quanto a do Corpo Denso e, portanto, para eles chegarem a um estado suficiente de maturidade, para tornarem-se individualizados, leva mais tempo. O Corpo Vital nasce no sétimo ano, quando o período de excessivo crescimento marca a sua vinda.

Apenas uma pequena porção do Éter adequada para um determinado Ego é, então, usada e o Corpo Vital remanescente da criança, ou melhor o material do qual esse veículo será feito, fica então fora do Corpo Denso. Por esse motivo, o Corpo Vital de uma criança projeta-se para muito além da periferia do Corpo Denso do que o do adulto. Durante o período de crescimento esse armazenamento de átomos de Éter é retirado para vitalizar os crescimentos dentro do corpo até que ao atingir a idade adulta, o Corpo Vital se projeta apenas de uma a uma-e-meia polegada[16] além da periferia do Corpo Denso.

Do primeiro ao sétimo ano o Corpo Vital cresce e, vagarosamente, amadurece dentro do útero do Corpo Vital macrocósmico e devido à superior sabedoria desse veículo do macrocósmico o corpo da criança é mais roliço e bem construído, que posteriormente na vida.

Enquanto o Corpo Vital macrocósmico guiar o crescimento do corpo da criança ela é resguardada dos perigos que mais tarde a ameaçam quando a insensato Corpo Vital individual descontrola desenfreado. Isso acontece no sétimo ano quando tem início o perigoso período de excessivo crescimento que continua pelos próximos sete anos. Durante esse período o Corpo de Desejos macrocósmico realiza a função de útero para o Corpo de Desejos individual.

Tivesse o Corpo Vital preponderância contínua e irrestrita no reino humano, como tem no vegetal, o ser humano cresceria a um tamanho enorme. Houve ocasião, num passado distante, em que o ser humano tinha a constituição semelhante à de um vegetal, e possuía apenas o Corpo Denso e o Corpo Vital. As tradições da mitologia e folclore em todo o mundo, com respeito a existência de gigantes em tempos remotos, são absolutamente verdadeiras, porque então os seres humanos eram tão altos quanto as árvores, e pelos mesmos motivos.

O Corpo Vital da planta constrói folha após folha, levando o tronco a ficar cada vez mais alto. Não fosse pelo Corpo de Desejos macrocósmico, o crescimento continuaria assim indefinidamente, mas o Corpo de Desejos macrocósmico interfere num ponto determinado e restringe a continuação do crescimento. A força não mais necessária para o crescimento fica disponível então para outros propósitos e é usada para construir a flor e a semente. De igual modo o Corpo Vital do ser humano, quando o Corpo Denso fica sob sua preponderância, após os sete anos, faz o Corpo Denso crescer muito rapidamente, mas por volta dos quatorze anos o Corpo de Desejos individual nasce do útero do Corpo de Desejos macrocósmico e fica, então, livre para trabalhar sobre o Corpo Denso. O crescimento excessivo é, então, restringido e a força, anteriormente usada para este propósito, torna-se disponível para a propagação, para que a planta humana floresça e se multiplique. Portanto o nascimento do Corpo de Desejos pessoal marca o período da puberdade. Desse período em diante é sentida a atração pelo sexo oposto, sendo especialmente ativa e desenfreada no terceiro período setenário da vida: dos quatorze aos vinte e um anos, porque a Mente controladora ainda não nasceu. Vale lembrar que a assimilação e o crescimento dependem das forças operando pelo polo positivo do Éter Químico do Corpo Vital. Este é libertado no sétimo ano, junto com o equilíbrio do Corpo Vital. Só o Éter Químico está totalmente maduro por essa época; as outras partes necessitam de mais amadurecimento. No décimo quarto ano o Éter de Vida do Corpo Vital, que tem a ver com a propagação, acha-se completamente amadurecido. Durante o período dos sete aos quatorze anos de idade a excessiva assimilação armazenou uma quantidade de força que vai para aos órgãos sexuais e está pronta, na ocasião em que o Corpo de Desejos é libertado.

Por volta do sétimo ano o Corpo Vital da criança alcançou suficiente perfeição para lhe permitir receber impactos do mundo exterior. Ela perde sua camada protetora de Éter e começa uma vida livre. E agora tem início a época em que o educador pode trabalhar sobre o Corpo Vital e ajudá-lo na formação da memória, da consciência, dos bons hábitos e um temperamento harmonioso.

Autoridade e Discipulado são os lemas dessa época, quando a criança deve aprender o significado das coisas. Na primeira fase ela aprende como as coisas são, mas não deve ser incomodada sobre os seus significados, exceto naquilo que ela capta por livre vontade; mas na segunda fase, dos sete aos quatorze anos, é essencial que a criança aprenda o significado das coisas, mas deverá aprender a apanhá-las sob a autoridade dos pais e professores, memorizando as explicações, em vez de raciocinando por elas mesmas, pois raciocínio pertence a um desenvolvimento posterior, e pois deve fazê-lo de livre vontade, com proveito. É prejudicial nessa fase forçá-la a pensar.

Não se deve imaginar, entretanto, que quando o pequeno corpo de uma criança nasceu está completo o processo do nascimento. O denso Corpo Denso tem a evolução mais longa, e como um sapateiro que trabalhou no seu ofício por muitos anos é mais especializado que um aprendiz e pode fazer melhores sapatos e mais rápido, assim também o Espírito que construiu muitos Corpos físicos os produz com mais rapidez, mas o Corpo Vital é uma aquisição mais tardia do ser humano. Portanto, não estamos tão especializados na construção deste veículo. Consequentemente demora mais construí-lo a partir de materiais não consumidos na confecção do revestimento do arquétipo, e assim o Corpo Vital não nasce antes do sétimo ano.

Quando o Corpo Vital nasce, na idade de sete anos, um período de crescimento tem início e um novo lema, ou uma relação preferencial, é estabelecida entre os pais e a criança. Isso tem que ser expresso em duas palavras Autoridade e Discipulado. Nesse período é ensinada a criança certas lições que a faz ter fé na autoridade de seus educadores, quer em casa ou na escola e como a memória é uma faculdade do Corpo Vital ele pode, agora, memorizar o que aprendeu.

É, portanto, eminentemente suscetível ao aprendizado, particularmente porque ela é sem preconceito às opiniões preconcebidas que são um obstáculo para que muitos de nós aceitemos novos pontos de vista. No final desse segundo período, por cerca dos doze aos quatorze anos, o Corpo Vital está tão bem desenvolvido que a puberdade é alcançada.

As crianças que morrem antes dos sete anos só nascem no que diz respeito ao Corpo Denso e ao Corpo Vital e não são responsáveis ante a Lei de Consequência. Mesmo depois dos doze ou quatorze anos o Corpo de Desejos acha-se em processo de gestação, como será mais bem explicado noutra ocasião. E, como o que ainda não despertou, não pode morrer, apenas os Corpos Denso e Vital entram em decomposição quando uma criança morre. Ela retém seu Corpo de Desejos e a Mente para o próximo nascimento. Portanto, ela não percorre todo o caminho que o Ego normalmente faz num ciclo de vida, mas apenas ascende ao Primeiro Céu para aprender lições necessárias, e depois de esperar de um a vinte anos ela renasce, frequentemente, na mesma família como um filho mais novo.

PARTE III – O CORPO VITAL DOS ANIMAIS E DAS PLANTAS

Capítulo I – Natureza e Funções

Os animais e as plantas também possuem um Corpo Vital. Embora esse veículo falte ao mineral, a desintegração de duras rochas, etc. afeta o Corpo Vital da Terra.

Quando consideramos a planta, o animal e o ser humano, em relação à Região Etérica, notamos que cada um tem um Corpo Vital separado além de serem penetrados pelo Éter planetário que forma a Região Etérica. Há, entretanto, uma diferença entre os Corpos Vitais das plantas e os Corpos Vitais do animal e do ser humano. No Corpo Vital da planta só os Éteres Químico e de Vida estão completamente ativos. Por isso a planta pode crescer pela ação do Éter Químico e propagar suas espécies através da atividade do Éter de Vida do Corpo Vital separado que ela possui. O Éter Luminoso acha-se presente, mas está parcialmente latente ou adormecido e o Éter Refletor está faltando. Então é evidente que as faculdades de percepção sensorial e memória, que são as qualidades desses Éteres, não podem ser expressas pelo reino vegetal.

Dirigindo nossa atenção para o Corpo Vital do animal vemos que nele os Éteres Químico, Vital e Luminoso acham-se dinamicamente ativos. Portanto, o animal tem as faculdades de assimilação e crescimento, proporcionadas pelas atividades do Éter Químico e a faculdade de propagação por meio do Éter de Vida, sendo estas de igual modo que nas plantas. Além disso, em relação à ação do terceiro Éter, o Luminoso, ele tem a faculdade de gerar calor interior e gerar o sentido da percepção. O quarto Éter, entretanto, acha-se inativo no animal, por isso ele não pode pensar, nem possuir memória. O que aparece como tal, mais tarde, será mostrado ser de uma natureza diferente.

O Ego separado está definitivamente segregado dentro do Espírito Universal na Região do Pensamento Abstrato. Isso demonstra que só o ser humano possui a cadeia completa de veículos correlacionando-o a todas as divisões dos três Mundos. Ao animal falta um elo da cadeia: a Mente; à planta faltam dois elos: a Mente e o Corpo de Desejos; e ao mineral faltam três elos na cadeia de veículos necessários para que funcione de modo autoconsciente no Mundo Físico: a Mente, e os Corpos Vital e de Desejos.

Quando um animal está para nascer, o Espírito-Grupo, ajudado pelos espíritos da natureza e os Anjos, moldam o Corpo Vital do animal que vai nascer, que é então depositado no útero da mãe e os Átomos-sementes são depositados no sêmen do macho; então ocorre a gestação e um animal nasce. Sem a presença do Átomo-semente e a matriz do Corpo Vital, o Corpo Denso do animal não pode ser formado. Condições similares governam a fecundação no caso de um ovo, ou de uma semente. Eles são como o óvulo da fêmea: eles são inúmeras oportunidades. Se um ovo é colocado numa incubadora ou sob uma galinha, o Espírito-Grupo envia a vida indispensável, aceitando a oportunidade de Corporificação. Se uma semente é jogada no solo, é também fertilizada, quando as condições adequadas forem conseguidas para o seu desenvolvimento, nunca. Quando um ovo é quebrado ou cozido ou de algum modo desqualificado para a sua designação primordial, ou quando uma semente é armazenada por anos talvez, não há vida, e consequentemente não agimos mal ao usarmos estes produtos como alimento. É até um benefício para as plantas quando os seus frutos maduros são arrancados, porque assim eles deixam de retirar desnecessariamente a seiva da árvore.

O animal ainda não possui Espírito “individual”, mas possui o chamado Espírito-Grupo, que passa informação a todos os membros de uma espécie. Os animais em separado têm três Corpos: um Denso, um Vital e um de Desejos; mas não têm um elo da cadeia: a Mente. Em consequência, os animais normalmente não pensam, mas do mesmo modo que “induzimos” eletricidade num fio colocando-o junto a outro que se acha carregado, assim de forma análoga, quando em contato com o ser humano, algo semelhante ao pensamento está sendo “induzido” nos animais domésticos superiores como o cachorro, o cavalo e o elefante. Os outros animais obedecem ao estímulo (ao que chamamos de instinto) do Espírito-Grupo animal. Eles não vêm os objetos claramente delineados como o ser humano. Nas espécies inferiores, a consciência animal se expressa cada vez mais numa “consciência pictórica” interna, semelhante ao estado de sono do ser humano, exceto que seus quadros não são confusos, mas transmitem perfeitamente para o animal os estímulos do Espírito-Grupo.

O Espírito animal atingiu, na sua descida, apenas o Mundo de Desejo. Ainda não evoluiu ao ponto de poder “entrar” num Corpo Denso. Por esse motivo o animal não tem um Espírito individual, mas um Espírito-Grupo, que o dirige de fora. O animal tem o Corpo Denso, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos, mas o Espírito-Grupo que o dirige está de fora. O Corpo Vital e o Corpo de Desejos de um animal não se acham inteiramente dentro do Corpo Denso, especialmente no que se diz respeito à cabeça. Por exemplo, a cabeça etérea de um cavalo se projeta bem além e acima da cabeça do Corpo Denso.

Quando, como acontece em casos raros, a cabeça etérea de um cavalo entra na cabeça do Corpo Denso, esse cavalo pode aprender a ler, contar e resolver exemplos de aritmética elementar. Essa peculiaridade é também devida ao fato de que cavalos, cães, gatos e outros animais domesticados sentem o Mundo do Desejo, embora nem sempre percebendo a diferença entre este e o Mundo Físico. O cavalo se assustará com a visão de uma figura invisível para o cocheiro; um gato fará movimentos de se esfregar em pernas invisíveis. O gato vê o espírito, entretanto, sem perceber que não existem pernas densas disponíveis para o atrito. O cão, mais esperto que o gato e o cavalo, frequentemente perceberá que há algo que ele não compreende na aparência de um dono morto, cujas mãos ele não pode lamber. Vai latir num lamento e retirar-se para um canto com seu rabo entre as pernas.

Dr. McDougall[17] também pesou em suas balanças animais morrendo. Nesse caso não houve diminuição, embora um dos animais fosse um enorme cão São Bernardo. Isso foi feito para demonstrar que os animais não possuem almas. Pouco tempo depois, entretanto, o Professor La V. Twining, chefe do Departamento de Ciência da Escola Politécnica de Los Angeles, fez experiências com ratos e gatinhos que ele encarcerou em vidros hermeticamente fechados. Suas balanças eram as mais sensíveis conseguidas e foram colocadas dentro de uma caixa de vidro da qual foi removida toda a umidade. Descobriu-se que todos os animais estudados perderam peso ao morrer. Um rato bem grande pesando 12,886 gramas, subitamente perdeu 3,1 miligramas ao morrer.

Um gatinho usado em outra experiência perdeu 100 miligramas ao agonizar, e quando exalou seu último alento perdeu mais 60 miligramas. A seguir foi perdendo peso lentamente, devido â evaporação.

Deste modo os ensinamentos da Ciência Oculta relativos aos Corpos Vitais dos animais foram também comprovados quando se empregaram balanças suficientemente sensíveis. O caso mencionado – o das balanças que não acusaram qualquer diminuição de peso quando morreu o cão São Bernardo – deve-se ao fato de que o Corpo Vital dos animais é proporcionalmente mais leve que o do ser humano.

Os Anjos são particularmente ativos nos Corpos Vitais das plantas, porque o sopro de vida vivificando este reino começou sua evolução no Período Lunar, quando os Anjos eram humanos, e trabalhavam com as plantas como hoje trabalhamos com os nossos minerais. Há, portanto, uma afinidade específica entre os Anjos e o Espírito-Grupo das plantas. Assim podemos explicar a enorme assimilação, crescimento e fecundidade das plantas. O ser humano também ficou enorme na Segunda Época, ou Hiperbórea, quando os Anjos tiveram então responsabilidade especial. Assim é com a criança em sua segunda setenária época de vida, porque é quando os Anjos têm total influência, e no final dessa época, aos quatorze, a criança alcança a puberdade e está apta a reproduzir sua espécie; também devido ao trabalho dos Anjos.

Eles foram os modelos que extraíram de si mesmos o material denso para formar os Corpos das plantas atuais e, também as formas das plantas do passado, que estão incrustadas nas camadas geológicas de nosso Globo Terrestre.

Essas formas etéreas vegetais foram ajudadas em suas formações quando o calor veio do exterior, após a separação da Terra do Sol e da Lua. Esse calor deu-lhes a força vital para extraírem para elas próprias a substância mais densa. O Corpo Vital é o princípio mais importante da planta é ele que faz a planta crescer o caule e as folhas em sucessão alternada, fazendo a planta crescer mais e mais; mas não há variedade, a planta segue repetindo o tempo todo. Caule, folha e galho: sempre a mesma coisa.

As plantas têm apenas um Corpo Denso e um Corpo Vital; daí não poderem sentir, nem pensar. Elas não têm Corpo de Desejos nem Mente, e assim um maior distanciamento existe entre a planta e seu Espírito-Grupo do que entre o animal e seu Espírito-Grupo; daí a consciência das plantas ser correspondentemente mais fraca, assemelhando-se ao nosso estado de sono sem sonho.

O mineral possui apenas o Corpo Denso. Faltam-lhe três ligações para conectá-lo com seu Espírito-Grupo. Portanto, ele é inerte e sua inconsciência assemelha-se a do Corpo Denso humano no estado de “transe”, quando o Espírito humano, o Ego, passou correspondentemente além dele.

Como conclusão, notemos que os três Mundos no qual vivemos não se acham separados pelo espaço. Estão todos por aí, como a luz e a cor, encravados na matéria física, como as linhas de clivagem no mineral. Se deixarmos congelar um prato de água, e examiná-lo num microscópio, veremos os cristais de gelo divididos uns dos outros por linhas. Elas estavam presentes na água embora sem serem vistas como linhas de força, invisíveis até que condições adequadas fizeram-nas aparecer. Então um Mundo acha-se encerrado no próximo-superior, sem ser visto por nós até provermos as condições apropriadas; mas quando nos tivermos adaptados, a Natureza, que está sempre pronta a nos revelar suas maravilhas, expressa ardente alegria por todos aqueles que, como auxiliares na evolução, dessa forma alcançam a cidadania nos reinos invisíveis.

Como vimos na Conferência no. 3[18], as plantas têm um Corpo Denso e um Corpo Vital, que as capacitam a executar os seus trabalhos; vimos, também, que suas consciências eram tão profundas como sonhos sem sonhos. Assim é fácil para o Ego dominar as células vegetais e subjugá-las por longo tempo; daí o grande poder nutritivo dos vegetais. Para funcionar em qualquer dos Mundos e expressar as qualidades peculiares a cada um, precisamos primeiro possuir um veículo feito do material de cada Mundo. Para funcionarmos no denso Mundo Físico precisamos possuir um Corpo Denso adaptado ao nosso meio ambiente. De outro modo seriamos fantasmas, como comumente são chamados os invisíveis para a maioria dos seres físicos. Portanto, temos primeiro que ter um Corpo Vital para que possamos expressar vida, crescimento ou exteriorizar as demais qualidades da Região Etérea.

Quando examinamos os quatro reinos em relação à Região Etérica, vemos que o mineral não possui um Corpo Vital separado, e logo constatamos a razão dele não poder crescer, propagar-se ou mostrar vida consciente. Como uma hipótese necessária para justificar outros fatos conhecidos, a ciência material sustenta que no sólido mais denso, assim como no gás mais rarefeito e tênue, não há dois átomos que se toquem; que há um invólucro de Éter em cada átomo; e que os átomos no universo flutuam num oceano de Éter[19].

Assim como a sensação nos animais e no ser humano é devida a seus Corpos Vitais serem separados, assim também a sensibilidade da Terra é particularmente ativa em sua sexta camada, que corresponde ao Mundo do Espírito de Vida. Para compreender o prazer que ela sente quando a rocha dura é desintegrada por processos de mineração, e a dor quando jazidas se acumulam, precisamos lembrar que a Terra é o Corpo Denso de um Grande Espírito, e para nos fornecer um ambiente no qual possamos viver e adquirir experiências, ela teve que cristalizar seu Corpo na atual condição sólida.

O Corpo Vital da planta é composto por apenas dois Éteres mais densos: o Éter Químico e o Éter de Vida, que possibilitam à planta crescer e propagar-se, mas faltam-lhe, os dois Éteres Superiores: o Éter Luminoso e o Éter Refletor. Por isso ela não tem sensação ou memória do que se passa à sua volta. Por esse motivo, a amputação de um ramo não será sentida pela planta, e no caso do rochedo que é dinamitado, só o Éter Químico se acha presente, por isso os cristais nada sentem. Ainda estaria errado inferir que não há sentimento em ambos os casos; já que plantas e minerais não possuem veículos individuais de sentido, eles acham-se envoltos e interpenetrados pelos Éteres e o Mundo do Desejo do Planeta, e o Espírito Planetário sente tudo pelo mesmo princípio de que nosso dedo não pode sentir, por não possuir Corpo de Desejos individual, mas nós, os Espíritos internos que habitamos o Corpo sentimos qualquer corte sofrido pelo dedo.

PARTE IV – A RELAÇÃO DO CORPO VITAL COM O DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL

Capítulo I – Um Fator Importante

Para progredir espiritualmente o ser humano precisa desenvolver mais ainda o seu Corpo Vital.

Estamos agora nos preparando para a rápida aproximação da Era de Aquário com seu grande desenvolvimento intelectual e espiritual. Isso requer um despertar do adormecido Corpo Vital, cuja palavra-chave é Repetição.

O Ego tem vários instrumentos: um Corpo Denso, um Corpo Vital, um Corpo de Desejos e uma Mente. Estas são as suas ferramentas e da qualidade e condição delas depende o quanto, para mais ou para menos, o Ego poderá realizar seu trabalho de colher experiência em cada vida. Se os instrumentos são pobres e apáticos vai haver pouco crescimento espiritual e a vida será improdutiva, no que diz respeito ao Espírito.

A vida superior (Iniciação) não começa, entretanto, até que o trabalho no Corpo Vital tenha início. O meio usado para dar início a essa atividade é o amor, ou melhor, o altruísmo. A palavra Amor tem sido tão deturpada que não tem mais o significado requerido aqui.

A segunda ajuda que agora a Humanidade possui é a Religião do Filho, a Religião Cristã, cujo objetivo é a união com o Cristo, pela purificação e o controle do Corpo Vital.

Enquanto os veículos invisíveis, especialmente o Corpo Vital, estiverem adormecidos, o ser humano poderá seguir numa carreira materialista; mas uma vez que esses veículos sejam despertados e provem do pão da vida, é como o Corpo Denso: fica sujeito à fome, fome da alma, e seus anseios não serão negados, a não ser após uma luta extremamente dura.

Tem sido dito aqui que a Humanidade, pelo menos a maior parte dela, está trabalhando hoje em dia sobre seus Corpos de Desejos, e tentando refrear seus desejos por meio da lei. Quando o desenvolvimento oculto ocorrer, quando o ser humano se tornar um pioneiro, será no Corpo Vital que se irá trabalhar. O Corpo Vital é particular e peculiarmente desenvolvido pela repetição.

É necessário educar e trabalhar o Corpo Vital de tal modo que ele possa ser usado em voos da alma. Este veículo, como sabemos, é composto de quatro Éteres. É por meio deste corpo que manipulamos o mais denso de todos os nossos veículos, o Corpo Denso, o qual normalmente imaginamos ser o ser humano completo. O Éter Químico e de Vida formam uma matriz para os nossos Corpos físicos. Cada molécula do Corpo Denso acha-se encerrada numa rede de Éter que o permeia e o impregna de vida.

Através desses Éteres as funções corporais, tais como respiração, etc., são executadas e a densidade e consistência dessas matrizes de Éter determinam o estado de saúde. Mas a parte do Corpo Vital formada pelos dois Éteres Superiores, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, é a que podemos chamar de Corpo-Alma; quer dizer, ela é a que está mais intimamente ligada ao Corpo de Desejos e a Mente e, também a mais receptiva ao toque do Espírito do que se acha a parte formada pelos dois Éteres Inferiores. O Corpo-Alma é o veículo do intelecto, e responsável por tudo que faz do indivíduo, um ser humano. Nossas observações, nossas aspirações, nosso caráter, etc., são devidos ao trabalho do Espírito nesses dois Éteres Superiores, que se tornam mais ou menos luminosos de acordo com a natureza de nosso caráter e hábitos. Outrossim, do mesmo modo que o Corpo Denso assimila partículas de alimento e assim adquire carne, os dois Éteres Superiores assimilam nosso bem agir durante a vida e assim também crescem em volume.

De acordo com nossos feitos nessa vida atual, aumentamos ou diminuímos desse modo à bagagem que trouxemos ao nascer. Se nascermos com um bom caráter, expresso nesses dois Éteres Superiores, não nos será fácil mudá-lo porque o Corpo Vital tornou-se muito, muito firme durante as miríades de anos em que o desenvolvemos. Por outro lado, se fomos frouxos, negligentes e indulgentes em relação aos hábitos que consideramos maus, se formamos um mau caráter em vidas anteriores, aí vai ser difícil superá-los porque isso estabeleceu a natureza do Corpo Vital, e anos de constante esforço serão precisos para mudar sua estrutura. É por isso que os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental afirmam que todo desenvolvimento místico tem início no Corpo Vital.

Cada vez que prestamos serviço a alguém nós aumentamos o brilho de nosso Corpo-Alma, que é construído de Éter. É o Éter de Cristo que atualmente movimenta o nosso Globo, e é bom lembrar que se desejamos um dia trabalhar pela Sua libertação, precisamos que um número suficiente desenvolva seus Corpos Alma ao ponto em que eles possam fazer a Terra flutuar. Então, poderemos carregar Seu fardo e libertá-Lo da dor da existência física.

Além do fato de que a Escola Oriental de Ocultismo baseia seus ensinamentos no Hinduísmo, enquanto, a Escola de Sabedoria Ocidental promulga o Cristianismo, a Religião do Ocidente, há uma grande, fundamental, irreconciliável discrepância entre os ensinamentos dos modernos representantes do Leste e o dos Rosacruzes. De acordo com a versão do Ocultismo Oriental o Corpo Vital, que é chamado Linga Sharira, é comparativamente pouco importante, por ser ele incapaz de se desenvolver como um veículo de consciência. Serve somente como um canal para a força solar “prama”, e como uma ligação entre o Corpo Denso e o Corpo de Desejos, que é chamado Kama Rupa e, também, de “corpo astral”. Este, eles dizem, é o veículo do Auxiliar Invisível.

A Escola da Sabedoria Ocidental ensina, como sua máxima fundamental, que todo desenvolvimento oculto começa com o Corpo Vital, e o autor, como seu representante público, tem estado, por esse motivo, muito ocupado desde o início do nosso movimento tentando reunir e disseminar o conhecimento sobre os quatro Éteres e o Corpo Vital. Muita informação foi dada no Conceito Rosacruz do Cosmos e nos livros que o sucederam, mas as lições e cartas mensais transmitem os resultados de nossas atuais pesquisas. Estamos constantemente exibindo este Corpo Vital (vital em um duplo sentido) para as Mentes dos estudantes para que aprendendo e pensando sobre ele, assim como, lendo e observando os agradáveis “pequenos sermões” que usamos para veicular essa informação, eles possam, consciente e inconscientemente, tecer o Dourado Manto Nupcial. Advertiremos a todos que estudem essas lições cuidadosamente ano após ano; pode haver muito refugo, mas há ouro entre elas.

Temos aqui a descrição de como os estigmas ou perfurações foram produzidas no Herói dos Evangelhos, embora as localizações não estejam perfeitamente descritas, e o processo esteja representando em forma de narrativa diferindo amplamente da maneira pela qual esses fatos realmente ocorreram. Mas deparamos aqui com um mistério que deve continuar secreto para o profano, embora os fatos místicos fundamentais estejam claros como o dia para aqueles que têm o conhecimento. O Corpo Denso não é de modo algum o ser humano verdadeiro. Tangível, sólido e pulsante de vida como o vemos, é realmente a parte mais morta do ser humano, cristalizado numa matriz de veículos superiores que são invisíveis à nossa visão física comum. Se colocarmos uma bacia com água numa temperatura de congelamento, a água em pouco tempo vira gelo, e quando examinamos o gelo, descobrimos que é feito de inúmeros pequenos cristais em variadas formas geométricas e linhas de demarcação. Há linhas etéreas de forças que estão presentes na água antes dela congelar.

Assim como a água endureceu e moldou-se entre essas linhas, assim também os nossos Corpos Físicos congelaram e solidificaram em meio às linhas etéricas de força de nosso invisível Corpo Vital, que está assim no curso normal da vida, indissoluvelmente vinculado ao Corpo Denso, acordado ou adormecido, até que a morte traga a dissolução dessa amarra. Mas como a Iniciação acarreta a libertação do ser humano real do Corpo do Pecado e da morte, de modo a que ele possa se elevar às esferas mais sutis e retornar ao Corpo se desejar, é óbvio que antes que isso aconteça, antes que o propósito da Iniciação seja alcançado, o tenaz entrelaçamento entre o Corpo Denso e o veículo etéreo, que é muito forte e rígido na Humanidade comum, tem que ser dissolvido. Como eles estão mais fortemente unidos nas palmas das mãos, nos arcos dos pés e na cabeça, as escolas ocultas concentram seus esforços em romper a conexão nesses três pontos, e produzir os estigmas de modo invisível.

A Maçonaria Esotérica, que é apenas a capa da Ordem Mística formada pelos Filhos de Caim, tem nos tempos modernos atraído o elemento masculino e seus veículos físicos positivamente polarizados, e os educados na indústria e nas funções de Estado, controlando assim o desenvolvimento material do mundo. Os Filhos de Seth, que constituem o clero, têm lançado seus encantos sobre os Corpos Vitais positivos do elemento feminino para dominarem o desenvolvimento espiritual. E, enquanto os Filhos de Caim, trabalhando através da Franco-Maçonaria e movimentos congêneres, têm brigado abertamente pelo poder temporal, o clero tem brigado arduamente, e talvez de modo mais efetivo sub-repticiamente, para reter seu domínio sobre o desenvolvimento espiritual do elemento feminino.

À medida que a Humanidade avança na evolução, o Corpo Vital se torna mais permanentemente polarizado de maneira positiva, dando a ambos os sexos uma maior aspiração de espiritualidade e, embora mudemos do masculino para o feminino, em encarnações alternativas, a polaridade positiva do Corpo Vital está se tornando mais pronunciada, independente do sexo. Isso explica a crescente tendência ao Altruísmo que ainda está vindo à luz pelo sofrimento vinculado à grande guerra que estamos lutando agora (1918), pois todos concordam que as nações estão buscando obter uma paz duradoura, onde as espadas possam ser transformadas em relhas de arado e as lanças em podões.

Sabemos que nosso Corpo Denso gravita na direção do centro da Terra, portanto, uma mudança precisa acontecer; além disso, São Paulo nos diz que carne e sangue não podem herdar o Reino dos Céus. Mas ele, também chama a atenção de que temos um “soma psuchicon” (traduzido incorretamente por corpo natural), um Corpo-Alma, e este é feito de Éter, o qual é mais leve que o ar e por isso capaz de levitar. Isto é o Manto Dourado de Bodas, a Pedra Filosofal, ou a Pedra da Vida, mencionado em algumas filosofias antigas como a Alma de Diamante, por sua luminosidade, brilho e resplendor – uma gema de valor incalculável. Era também chamado de corpo astral pelos alquimistas medievais, por causa da habilidade por ele conferida, ao que o possuía, de poder transpor as regiões estreladas. Mas não se deve confundi-lo com o Corpo de Desejos que alguns pseudo-ocultistas modernos, erroneamente, chamam de corpo astral. Esse veículo, o Corpo-Alma, irá posteriormente ser desenvolvido pelo total da Humanidade, mas durante a mudança da Época Ariana para as condições etéreas da Nossa Galileia, haverá pioneiros que antecederão seus irmãos, assim como os Semitas Originais foram os precursores durante a mudança da Época Atlântica para a Ariana. Cristo mencionou esse grupo no Evangelho segundo São Mateus, Capítulo XI, versículo 12, quando disse: “O Reino dos Céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.”. Esta não é uma tradução correta.

Deveria ser, “O Reino dos Céus foi invadido” (em grego está biaxetai) e os invasores apoderaram-se dele. Os homens e as mulheres já aprenderam, por meio de uma vida santa e útil, a abandonarem os seus Corpos de carne e sangue, intermitente ou permanentemente, e a caminharem nos céus com pés alados, atentos aos trabalhos do seu Senhor, vestidos pelo manto etéreo de bodas da nova dispensação.

Repetição é a palavra-chave do Corpo Vital e o extrato do Corpo Vital é a Alma Intelectual, que é o alimento do Espírito de Vida, o verdadeiro Princípio Crístico no ser humano. Como o trabalho particular do Mundo Ocidental é desenvolver esse Princípio Crístico, para formar o Cristo interno que poderá brilhar através da escuridão material atual, é absolutamente essencial à reiteração de ideias.

Um impacto muito pequeno é feito sobre o Corpo Vital quando ideias e ideais nele penetram através do invólucro da aura, mas o que ele recebe de estudos, sermões, conferências ou leituras é de natureza mais duradoura, e muitos impactos na mesma direção criam impressões poderosas para o bem ou para o mal, segundo sua natureza.

Não podem ser obtidas informações dos Anjos; eles trabalham com o Corpo Denso, mas não diretamente; eles usam o Corpo Vital como transmissor, e não podem se fazer compreendidos por seres que raciocinam por meio de um cérebro. Eles obtêm conhecimento sem raciocinar, pois, irradiam todo o seu amor em sua obra e a sabedoria cósmica flui de volta. O ser humano também cria por meio do amor, mas seu amor é egoísta; ele ama porque deseja cooperação na reprodução; pois ele usa apenas metade de sua força criadora para a procriação, a outra metade ele guarda egoisticamente para construir seu próprio órgão de raciocínio, o cérebro, e, também usa essa metade de forma egoísta para pensar, porque deseja conhecimento. Por conseguinte, ele tem que trabalhar e raciocinar para obter sabedoria, mas com o tempo ele atingirá um estágio muito mais elevado que os Anjos ou Arcanjos. Terá então superado a necessidade dos órgãos de procriação inferiores; ele criará por meio da laringe, e será capaz de “fazer da palavra, carne”.

A razão é o produto do egoísmo. É criada pela Mente recebida pelos “Poderes das Trevas”, num cérebro construído pelo egoísmo, guardando metade da força sexual, e impelido pelos Lucíferos egoístas, pois ela é “o fruto da serpente”, e embora transmutada em sabedoria por meio da dor e o sofrimento, ela precisa dar lugar a algo mais elevado: a intuição, que significa ensinamento brotado de dentro. Esta é uma faculdade espiritual, também presente em todos os Espíritos, que embora funcionando no momento presente, tanto em homens como em mulheres, se expressa de maneira mais marcante nos encarnados em corpos femininos, pois neles a contraparte do Espírito de Vida, o Corpo Vital, é masculino e positivo. Intuição, a faculdade do Espírito de Vida, pode, portanto, ser chamada apropriadamente de “semente da mulher”, de onde todas as tendências altruísticas brotam, e por meio da qual todas as nações estão sendo lentamente, mas firmemente, trazidas juntas numa Fraternidade Universal do amor, não importando a raça, o sexo ou a cor.

O que é agora o Corpo Denso foi o primeiro veículo adquirido pelo ser humano como uma forma de pensamento; tem passado por um imenso período de evolução e organização até ter se tornando no esplendido instrumento que é agora, servindo-o tão bem aqui; mas é resistente, rígido e difícil de ser trabalhado. O veículo adquirido em seguida foi o Corpo Vital, que, também passou por um longo período de desenvolvimento e foi condensado à consistência de Éter. O terceiro veículo, o Corpo de Desejos, foi comparativamente adquirido mais recentemente e acha-se num estado comparativo de fluxo. Por fim, vem a Mente, que é apenas como uma nuvem sem forma, não merecendo ser chamada de veículo, sendo ainda apenas uma ligação entre os três veículos do ser humano e o Espírito.

Esses três veículos, o Corpo Denso, o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, juntos com o vínculo da Mente, são as ferramentas do Espírito em sua evolução, e, contrariamente à ideia comum, a habilidade do Espírito para investigar os reinos superiores não depende dos mais sutis desses corpos tanto quanto do mais denso. A prova dessa afirmação não está muito longe do alcance de qualquer um, e certamente, alguém que já tenha tentado seriamente, já obteve essa prova por si mesmo. Senão ele vai tê-la dentro em breve simplesmente mudando as condições de sua Mente. Digamos que uma pessoa adquiriu certos hábitos de pensamento dos quais ela não goste. Talvez, após uma experiência religiosa, ela descubra que apesar de toda a sua vontade, esses hábitos de pensamento não vão abandoná-la. Mas, se ela decide limpar sua Mente de maneira que ela só tenha puros e bons pensamentos, ela pode fazer isso simplesmente se recusando a admitir pensamentos impuros. Ela vai descobrir que após uma ou duas semanas sua Mente está notadamente mais limpa que no começo de seu esforço; que sua Mente guarda de preferência os pensamentos religiosos que a pessoa vem buscando gerar em sua Mente. Até a Mente mais anormalmente degenerada pode ser totalmente limpa dentro de poucos meses. Isto é conhecimento verdadeiro para os muitos que já o tentaram, e alguém que queira e for suficientemente persistente pode passar pela mesma experiência e apreciar uma Mente limpa em bem pouco tempo.

A parte do Corpo Vital que tenha sido trabalhada pelo Espírito de Vida, converte-se na Alma Intelectual, e esta constrói o Espírito de Vida, porque aquele aspecto do Tríplice Espírito tem sua contraparte no Corpo Vital.

Na vida comum muitas pessoas vivem para comer, elas bebem, gratificam a paixão sexual de modo desenfreado, e se descontrolam à menor provocação. Embora aparentemente essas pessoas possam ser bem “respeitáveis”, elas estão quase todos os dias de suas vidas, causando uma confusão quase que ilimitada em sua estrutura. Todo o período que passam dormindo é gasto pelos Corpos de Desejos e Vital na reparação do dano causado durante o dia, não sobrando, de nenhum modo, tempo para o trabalho exterior. Mas se o indivíduo começa a sentir a necessidade de uma vida superior, controla a força sexual e o temperamento, e cultiva uma disposição serena, assim menos perturbação é causada nos veículos durante as horas que passa acordado; consequentemente menos tempo é requerido durante o sono, para reparar os danos. Assim torna-se possível deixar o Corpo Denso por longos períodos durante as horas de sono, e funcionar nos Mundos internos por meio dos veículos superiores. Como o Corpo de Desejos e a Mente não se acham ainda organizados, eles não são de utilidade como veículos separados da consciência. Nem pode o Corpo Vital deixar o Corpo Denso, pois isso causaria a morte. É evidente que medidas precisam ser tomadas para se proporcionar um veículo organizado, que seja fluído e construído de modo a preencher as necessidades do Ego nos Mundos internos, como assim faz o Corpo Denso no Mundo Físico.

O Corpo Vital é um veículo tão organizado que se de algum modo puder vir a ser separado do Corpo Denso, sem provocar a morte, o problema poderá ser resolvido. Além disso, o Corpo Vital é à base da memória, sem a qual seria impossível trazer de volta à nossa consciência física as lembranças das experiências suprafísicas e delas obterem, assim, total benefício.

Lembremos que os Hierofantes dos antigos Mistérios dos Templos segregaram algumas pessoas em castas e tribos como os Brâmanes e Levitas, com o propósito de fornecer Corpos para o uso desses Egos que já estavam avançados o bastante para a Iniciação. Isso foi feito de tal modo que o Corpo Vital ficou separado em duas partes, como eram os Corpos de Desejos de toda a Humanidade no princípio do Período Terrestre. Quando os Hierofantes tiravam os alunos para fora de seus Corpos, eles deixavam uma parte do Corpo Vital, correspondente ao primeiro e segundo Éteres, para exercer as funções puramente animais (elas são as únicas ativas durante o sono); os alunos levavam consigo um veículo capaz de percepção, por causa de sua conexão com os centros sensoriais do Corpo Denso; e, também, com o poder de memória. Ele possuía essas capacidades porque era composto pelo terceiro e quarto Éteres, que são os meios de percepção sensorial e memória.

Essa é, de fato, a parte do Corpo Vital que o Aspirante retém vida após vida, e imortaliza como a Alma Intelectual.

Desde que Cristo veio e “levou embora o pecado do mundo” (não o individual), purificando o Corpo de Desejos de nosso Planeta, a conexão entre todos os Corpos Densos e Vitais dos humanos tem se afrouxado de tal maneira que, pelo treinamento, eles são capazes de separação como acima descrita. Portanto a Iniciação é possível a todos.

A parte mais sutil do Corpo de Desejos, que constitui a Alma Emocional, é capaz de separação na maioria das pessoas (de fato, elas possuíam esta capacidade antes mesmo da vinda de Cristo). É então, quando, pela concentração e o uso da fórmula apropriada, as partes mais sutis dos veículos terem sido segregadas para uso durante o sono, ou em qualquer outra ocasião, as partes inferiores dos Corpos de Desejos e Vital são, ainda, deixadas para executar o processo de restauração no veículo denso, uma parte meramente animal.

Essa parte do Corpo Vital que se retira é altamente organizada, como vimos. Ela é uma perfeita contraparte do Corpo Denso. O Corpo de Desejos e a Mente, não sendo organizados, são de uso apenas por estarem conectados com o Corpo Denso, altamente organizado. Quando estão separados dele são apenas pobres instrumentos. Portanto, antes que o ser humano possa retirar-se do Corpo Denso, os centros sensoriais do Corpo de Desejos precisam ser acordados.

O Aspirante à vida superior cultiva a faculdade de se absorver, quando desejar, qualquer assunto de sua escolha, ou melhor, não a um assunto normalmente, mas a um simples objeto, que ele imagine. Então, quando as condições apropriadas ou o ponto de absorção tenham sido alcançados com seus sentidos completamente serenos, ele concentra seu pensamento sobre os diferentes centros sensoriais do Corpo de Desejos e eles começam a girar.

Deveríamos ser muito agradecidos pelo instrumento material que temos, pois é o mais útil de todos os nossos veículos. Enquanto, que é perfeitamente verdade que nosso Corpo Denso é o mais inferior de nossos veículos, é também um fato que esse veículo é o mais completo de nossos instrumentos, e sem ele os demais veículos seriam de pouco uso para nós no momento. Pois, enquanto este esplendidamente bem-organizado instrumento nos possibilita enfrentar mil e uma condições na Terra, nossos veículos superiores acham-se praticamente não organizados. O Corpo Vital é formado órgão a órgão como o nosso Corpo Denso, mas até estar treinado pelos Exercícios Esotéricos ele não é um instrumento adequado para funcionar sozinho. O Corpo de Desejos tem apenas certo número de centros sensoriais que não são realmente ativos na grande maioria das pessoas, e quanto a Mente, ela é uma nuvem sem forma para a grande maioria. No momento devemos ter como objetivo espiritualizar o instrumento físico, e deveríamos compreender que temos que treinar nossos veículos superiores antes que possam ser de utilidade. Para o maior número de pessoas isso vai levar muito, muito tempo. Portanto, o melhor é cumprirmos com as obrigações que estão ao nosso alcance. Assim apressamos o dia em que estaremos capacitados a usar os veículos superiores, pois, esse dia depende de nós.

Todos nós nos tornamos muito mais impregnados de materialismo mais do que percebemos, e isso é um obstáculo em nossa conquista. Como Estudantes Rosacruzes da Filosofia Rosacruz, nos acostumamos a considerar a vida individual e intermitente num Corpo Vital como uma conquista possível para poucos, mas o total da Humanidade poderá viver permanentemente por toda uma época no ar! Verdadeiramente, isso me faz prender o fôlego quando percebo que a Bíblia significa exatamente o que diz quando afirma que encontraremos o Senhor no ar e com Ele ficaremos por toda essa Época.

Quando o Cristianismo tiver completamente espiritualizado o Corpo Vital, um degrau ainda mais alto será a Religião do Pai, que como o mais alto Iniciado do Período de Saturno vai ajudar o ser humano a espiritualizar o Corpo Denso que foi iniciado no Período de Saturno. Então até a Fraternidade será ultrapassada; não haverá nem eu nem vós, pois todos serão Unos em Deus conscientemente, e o ser humano terá se emancipado pela ajuda dos Anjos, Arcanjos e Poderes Superiores.

Capítulo II – O Efeito das Orações, dos Rituais e Exercícios

As Orações, os Rituais e Exercícios são importantes na espiritualização do Corpo Vital.

Se, pelas orações frequentes, obtivermos o perdão pelas injúrias que fizemos aos outros e se fizermos toda reparação possível, purificando nossos Corpos Vitais perdoando aqueles que erraram contra nós, e eliminarmos todo mal sentimento, nos livraremos de muitos infortúnios post-mortem, além de prepararmos o lugar para a Irmandade Universal, que depende em particular da vitória do Corpo Vital sobre o Corpo de Desejos. Em forma de memória, o Corpo de Desejos impressiona no Corpo Vital a ideia de vingança. Um temperamento sereno diante dos vários aborrecimentos da vida diária significa vitória, por isso o Aspirante deve procurar controlar o seu temperamento, pois isso inclui trabalho em ambos os corpos. A Oração do Senhor inclui isso também, pois quando vemos que estamos fazendo alguém sofrer, nós observamos e procuramos encontrar a causa. Perda de controle é uma dessas causas com origem no Corpo de Desejos.

Muitas pessoas abandonam a vida física com o mesmo temperamento que trouxeram, mas o Aspirante tem que sistematicamente subjugar todas as tentativas do Corpo de Desejos de assumir o comando. Isso pode ser feito concentrando-se em ideais elevados, que fortalecem o Corpo Vital, sendo muito mais eficaz que as orações comuns da igreja. Os cientistas ocultos usam concentração em vez da oração, porque aquela está acompanhada da ajuda da Mente, que é fria e sem sentimento, enquanto a oração é normalmente ditada pela emoção. Quando ditada por uma devoção pura e altruísta a elevados ideais, a oração é muito superior a uma fria concentração. A oração nunca pode ser fria e sim deve apoiar-se nas asas do Amor para levar os eflúvios do místico para a Divindade.

O Espírito de Vida, na oração do Pai Nosso, roga à sua contraparte, o Filho, pela sua contraparte na natureza inferior, o Corpo Vital: “Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”.

A oração que trata das necessidades do Corpo Vital é “Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”.

O Corpo Vital é o assento da memória. Nela estão armazenados os registros subconscientes de todos os acontecimentos passados de nossa vida, bons ou maus, incluindo todos os sofrimentos infligidos ou sofridos, e os benefícios recebidos, ou os dados. Lembramos que o registro da vida é feito a partir dessas imagens logo após a saída do Corpo Denso por ocasião da morte, e que todos os sofrimentos da existência post-mortem são os resultados dos acontecimentos registrados nessas imagens.

O Corpo Vital sendo o depósito do panorama de nossas vidas, nossos próprios pecados e os erros que sofremos nas mãos dos outros lá estão gravados, daí que a quinta oração, “Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos quem nos tenha ofendido”, anuncia as necessidades do Corpo Vital. Ressalta-se que essa oração ensina a doutrina da remissão dos pecados nas palavras ‘perdoa-nos’, e a Lei de Consequência nas palavras ‘assim como nós perdoamos’, fazendo da nossa própria atitude para com os outros a medida de nossa emancipação.

Essa (a Oração Rosacruz) é o modelo de oração que eleva, que enobrece o ser humano, e quanto mais o ser humano cultive essa atitude mental, e alimente essas elevadas aspirações, mais ele elevará os dois Éteres Superiores para fora do Corpo Vital. As igrejas dizem “ore, ore, ore”, e elas estão bem em sintonia com o ensinamento oculto, pois desse modo o Corpo Vital está sendo trabalhado pela constante repetição das elevadas aspirações.

É desse modo que age tudo aquilo que tem Corpo Vital; então quando queremos atuar sobre o Corpo Vital devemos fazê-lo pelo método da repetição. Temos os quatro Éteres presentes no Corpo Vital, e os dois Éteres Inferiores cuidam das funções físicas, como nos lembramos em particular da conferência sobre Visão e Introvisão Espiritual. Vimos nela que os dois Éteres Superiores tinham que ser levados conosco quando queríamos funcionar nos Mundos superiores; e é esse repetido impacto que torna a divisão entre os dois Éteres Inferiores e os dois superiores possível. É nesse aspecto que as igrejas são ainda fatores do desenvolvimento espiritual, porque elas dizem para os devotos que eles têm que orar sem cessar. Mas não devemos orar de modo egoísta, temos que orar altruisticamente, e em harmonia com o Bem Universal. Quando rezamos para chover e nosso vizinho reza pela estiagem, tem que prevalecer o caos, se as orações forem atendidas. Nem devemos supor que seja para se negociar com Deus, como parece ser a concepção daqueles que bradam mais alto nas reuniões de oração. Existe certa atitude espiritual a ser alcançada que o místico conhece muito bem quando ele entra em seus aposentos.

A lei é um freio para a natureza de desejos, mas quando o progresso oculto, ou melhor, dizendo, o espiritual é almejado, a espiritualização do Corpo Vital deve ser também realizada. E isso é conseguido por meio da arte da Religião, em impactos repetidos com frequência, pois a nota chave do Corpo Vital é Repetição, como podemos ver, observando as plantas que possuem apenas um Corpo Denso e um Corpo Vital. Seus galhos e folhas seguem uns aos outros em sucessão contínua; as plantas os fazem crescer alternadamente. Foi o Corpo Vital que construiu as vértebras da coluna espinhal dos seres humanos, uma após a outra em constante repetição. E a memória, por exemplo, que é uma das faculdades do Corpo Vital, é fortalecida e desenvolvida pela iteração e reiteração constantes.

Quando os Protestantes saíram da Igreja Católica, eles em verdade deixaram muitos abusos para trás, mas também abandonaram quase tudo de valor. Eles abandonaram o ritual que todos deviam conhecer e compreender, apesar da má enunciação por parte do padre. Conhecendo o ritual, o leigo poderia enviar seus pensamentos na mesma direção do pensamento do padre que estivesse lendo, e assim uma enorme quantidade de pensamentos espirituais idênticos seriam reunidos juntos e projetados sobre a comunidade para bem ou para mal.

Aqueles que vão a uma igreja Católica compreendendo o ritual são, ainda hoje, capazes de unir seus pensamentos em conclave espiritual e guardar na memória o que se passou. Então, eles estão a todo o momento adicionando um pouco mais à espiritualização de seus Corpos Vitais, enquanto os membros da igreja Protestante foram afetados apenas em suas naturezas emocionais cujo efeito é logo perdido. A Bíblia nos diz para orarmos sem cessar, e muitos escarneceram dizendo que se Deus é omnisciente e Ele sabe do que necessitamos sem orarmos, e se Ele não o é, provavelmente não é onipotente, e por esse motivo nossas orações não serão atendidas, sendo então inútil orar. Mas, aquele mandamento foi estabelecido a partir do conhecimento da natureza do Corpo Vital, que necessita daquela repetição para que seja espiritualizado.

Antes de um ritual atingir seu efeito máximo, entretanto, aqueles que desse modo se destinam a crescer, precisam tornar-se afinados com ele. Isso envolve trabalho em seus Corpos Vitais, enquanto esses veículos estão ainda em formação.

É assunto de conhecimento oculto que o nascimento é um feito quádruplo, e que o nascimento do Corpo Denso é apenas um passo no processo. O Corpo Vital também passa por um desenvolvimento análogo ao do crescimento intrauterino do Corpo Denso. Ele nasce em torno do sétimo ano de vida.

Durante os sete anos seguintes o Corpo de Desejos amadurece e nasce em torno do décimo quarto ano, quando se atinge a adolescência, e a Mente nasce aos vinte e um, quando tem início à idade adulta.

Esses fatos ocultos são bem conhecidos pela Hierarquia Católica, e enquanto os ministros Protestantes trabalham sobre a natureza emocional, que está sempre procurando algo novo e sensacional sem perceber a inutilidade da luta e o fato de que é esse seu veículo mais exuberante que leva as pessoas das igrejas em busca de algo novo e mais sensacional, a Hierarquia Católica ocultamente informada concentra seus esforços nas crianças. “Dê-nos as crianças até sete anos e serão nossas para sempre”, eles dizem, e eles estão certos. Durante esses importantes sete anos eles impregnam os plásticos Corpos Vitais, de que estão encarregados nesse propósito, através da repetição. As orações repetidas, a duração e o tom dos vários cantos, e o incenso, tudo tem um poderoso efeito sobre o Corpo Vital em crescimento.

Então, todos os esforços para elevar a Humanidade trabalhando-se sobre o instável Corpo de Desejos são e sempre serão inúteis. Isso foi reconhecido por todas as escolas ocultas em todos os tempos e elas têm, portanto, se dirigido para a mudança do Corpo Vital, trabalhando com sua nota chave que é a repetição. Para esse propósito, elas escreveram vários rituais adequados à Humanidade nos diferentes estágios de seu desenvolvimento e desse modo elas têm favorecido o crescimento anímico, lenta, mas firmemente, sem se importar se o ser humano estava ou não ciente de estar sendo influenciado desse modo. O Antigo Templo de Mistério Atlante, do qual falamos no Tabernáculo no Deserto, tinha certos ritos prescritos no Monte pela divina Hierarquia que foi seu Mestre particular. Alguns rituais eram realizados durante os dias úteis. Outros ritos eram usados no Sábado, e ainda outros nas épocas de Lua Nova e nos grandes festivais solares. Ninguém abaixo do mais alto sacerdote tinha poder de alterar o ritual, sob pena de punição por morte.

Durante o sono as correntes do Corpo de Desejos fluem, e seus vórtices movem-se e giram com enorme rapidez. Mas logo que entra no Corpo Denso suas correntes e vórtices quase que são parados pela matéria densa e pelas correntes nervosas do Corpo Vital que levam e trazem as mensagens do cérebro. É o objetivo do exercício de retrospecção aquietar o Corpo Denso no mesmo grau de inércia e insensibilidade que prevalece durante o sono, embora o Espírito interno esteja perfeitamente desperto, alerta e consciente. Por isso estabelecemos uma condição em que os centros sensoriais do Corpo de Desejos podem começar a girar, enquanto permanece dentro do Corpo Denso.

Esses exercícios (Concentração e Retrospecção) serão improdutivos em resultados se não forem acompanhados por atos de amor, pois o amor será a nota-chave da idade que se aproxima, assim como a lei é a norma atual. A intensa expressão da primeira qualidade aumenta a luminosidade fosforescente e a densidade dos Éteres em nossos Corpos Vitais, as correntes de fogo rompem a ligação com o traje mortal e o ser humano, uma vez nascido da água ao emergir da Atlântida, agora nasce do espírito no Reino de Deus. A força dinâmica de seu amor abriu um caminho para a terra do amor, e indescritível é o júbilo entre os que já se encontram quando chegam novos invasores, pois cada um que chega apressa a vinda do Senhor e o estabelecimento definitivo do Reino dos Céus.

É uma máxima mística que “todo desenvolvimento espiritual começa com o Corpo Vital”. Esse Corpo é o mais próximo ao Corpo Denso em densidade. Sua nota-chave é a Repetição, e é o veículo dos hábitos sendo isso de certo modo difícil mudá-lo ou influenciá-lo, mas uma vez que a mudança tenha sido feita e um hábito adquirido pela repetição, seu desempenho torna-se automático de algum modo. Essa característica tanto é boa quanto má em relação à oração, pois a impressão gravada nos Éteres desse veículo vai impelir o Estudante Rosacruz a ser fiel à sua devoção em ocasiões estabelecidas, mesmo que ele tenha perdido o interesse no exercício e suas orações se tornado meras fórmulas. Se não fosse por essa tendência do Corpo Vital de formar hábitos, os Aspirantes acordariam para o perigo logo que o verdadeiro amor começasse a diminuir e seria, então, mais fácil reparar a perda e permanecer no Caminho. Por esse motivo o Aspirante deveria se examinar cuidadosamente de tempos em tempos para ver se ele ainda tem asas e poder com os quais sem hesitação e com firmeza possa se elevar ao Pai no Céu. As asas são em número de duas. Amor e Aspiração são seus nomes, e o poder irresistível que as impele é intensa ânsia. Sem esses e uma compreensão inteligente para direcionar a invocação, a oração é apenas um murmúrio; se realizada apropriadamente é o método mais poderoso de crescimento da alma.

Os átomos nos Corpos dos menos evoluídos vibram num ritmo extremamente lento, e quando no decorrer do tempo, uma dessas pessoas se desenvolve ao ponto em que seja possível favorecê-la no caminho da realização, é necessário aumentar essa frequência vibratória do átomo de modo que o Corpo Vital, que é o meio do crescimento oculto, possa de algum modo ser liberado das forças enfraquecedoras do átomo físico. Esse resultado é obtido por meio de exercícios respiratórios, que com o tempo aceleram as vibrações do átomo, e possibilita o crescimento espiritual necessário para o indivíduo realizar-se.

Anos atrás, quando o autor se iniciou no Caminho e estava imbuído da impaciência comum aos buscadores ardentes do conhecimento ele leu sobre os exercícios respiratórios publicados por Swami Vivekananda[20] e começou a seguir as instruções, e o resultado foi que depois de dois dias o Corpo Vital foi expulso do Corpo Denso. Isso produziu uma sensação de andar no ar, de ser incapaz de pôr os pés no chão duro; o Corpo todo parecia estar vibrando em enorme frequência. O bom senso veio em seu auxílio. Os exercícios foram interrompidos, mas foram necessárias duas semanas inteiras até a recuperação da condição normal de andar no chão com passo firme, e até o cessar das vibrações anormais.

O Corpo Vital é como um espelho, ou melhor, como a película de um filme; ele retrata as imagens do mundo externo segundo nossa faculdade de observação, e as ideias internas do Espírito que o habita segundo a clareza e o treino da Mente. Devoção e discernimento, ou ainda emoção e intelecto, determinam a nossa atitude para com essas imagens, e sua ação equilibrada leva a um desenvolvimento harmonioso. Quando suficientemente desenvolvidos, eles inevitavelmente trazem à tona o processo de purificação. O ser humano compreenderá que para alcançar o objetivo ele precisa abandonar tudo o que entrava as rodas do progresso. Um bom mecânico almeja ter as melhores ferramentas e mantê-las em perfeita ordem, pois ele sabe o valor delas na execução de um bom trabalho. Nossos corpos são ferramentas do Espírito e dependendo de como estejam desajustadas, impedem sua manifestação. O discernimento nos ensina o que está entravando o progresso e a devoção a uma vida superior ajuda a eliminar os hábitos os traços de caráter indesejáveis, suplantando o mero desejo.

FIM


[1] N.T.: Em torno de 1,3 cm

[2] N.T.: Ou Glândula Pituitária ou Hipófise: pequena glândula situada na cabeça

[3] N.T.: Aproximadamente 4 cm.

[4] N.T.: Aproximadamente 4 cm.

[5] N.T.: Prosper-René Blondlot foi um físico francês

[6] N.T.: Augustin Charpentier foi um físico francês

[7] N.T.: Uma cidade francesa

[8] N.T.: Eusápia Palladino (1854 – 1918) foi uma médium italiana. Foi a primeira médium de efeitos físicos a ser submetida a experiências pelos cientistas da época.

[9] N.T.: O movimento Immanuel ou Emmanuel é uma abordagem baseada na psicológica para a cura religiosa introduzida em 1906, como uma extensão da igreja Emmanuel em Boston, Massachusetts.

[10] N.T.: Mrs. Joy Snell

[11] N.T.: os chamados Exercícios Esotéricos Rosacruzes, bem detalhado no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos

[12] N.T.: Dr. Duncan “Om” MacDougall (c.1866-1920) – médico americano

[13] N.T.: Medida de peso inglesa equivalente a 28,349 g.

[14] N.T.: aproximadamente 60 cm

[15] N.T.: da 1ª Guerra Mundial

[16] N.T.: 2,54 cm a 3,8 cm, aproximadamente

[17] N.T.:  Dr. Duncan “Om” MacDougall (c.1866-1920) – médico americano

[18] N.T. do Livro Cristianismo Rosacruz – Max Heindel

[19] N.T.: Esse conceito de Éter prevaleceu na ciência oficial no início do século XX.

[20] N.T.: foi o principal discípulo do místico do século XIX Sri Ramakrishna Paramahamsa e fundador da Ordem Ramakrishna. É considerado uma figura chave na introdução da Vedanta e da Yoga no Ocidente, sobretudo na Europa e América.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

PRIMEIRA PARTE – CONSTITUIÇÃO ATUAL DO SER HUMANO E O MÉTODO DO SEU DESENVOLVIMENTO – CAPÍTULO I – OS MUNDOS: VISÍVEL E INVISÍVEIS – A Região Etérica do Mundo Físico

Logo que entramos nesse Reino da Natureza, estamos num Mundo invisível e intangível, onde os nossos sentidos comuns são inoperantes. Daí ser essa parte do Mundo Físico praticamente inexplorável pela ciência material.

O ar é invisível, mas a ciência moderna sabe que existe. Por meio de instrumentos pode medir sua velocidade como vento, e pela compressão pode torná-lo visível como ar líquido. Com o Éter, porém, isto não é tão fácil. A ciência material admite-o como necessário de algum modo para a transmissão da energia elétrica com ou sem fios. Por isso viu-se obrigada a enunciar como postulado a existência de uma substância mais sutil do que as conhecidas, à qual chamou “Éter”. Não sabe realmente que o Éter existe porque, até o momento, a engenhosidade dos cientistas não pôde ainda inventar um recipiente capaz de confinar essa substância, que é no seu todo demasiado esquivo aos “magos de laboratório” da atualidade. Com efeito, eles não podem medi-la, pesá-la ou analisá-la com os aparelhos de que dispõem atualmente.

Por certo são maravilhosas as conquistas da ciência moderna. Contudo, a melhor forma de conhecer os segredos da natureza não é inventar instrumentos, mas sim o investigador aperfeiçoar-se a si mesmo. O ser humano tem em si faculdades que eliminam a distância, e em grau muito maior do que os mais potentes telescópios e microscópios podem consegui-lo em comparação com o olho nu. Esses sentidos ou faculdades são os meios de investigação usados pelos ocultistas, sendo também por assim dizer, o “abre-te Sésamo” na procura da verdade.

Para o Clarividente exercitado o Éter é tão tangível como os sólidos, os líquidos e os gases da Região Química o são para o ser humano comum. Ele vê as forças vitais – que dão vida às formas minerais, vegetais, animais e humanas – fluindo nestas formas por meio de quatro estados de Éter. Os nomes e funções específicas desses quatro Éteres são os seguintes:

  • Éter Químico: Esse Éter é, simultaneamente, positivo e negativo em suas manifestações. As forças que produzem a assimilação e a excreção agem por seu intermédio. Assimilação é o processo por meio do qual os diferentes elementos nutritivos do alimento são incorporados no Corpo da planta, do animal ou do ser humano. Essa operação é levada a efeito por forças que conheceremos mais adiante. Elas agem pelo polo positivo do Éter Químico, atraindo os elementos necessários e modelando-os em formas apropriadas. Tais forças não atuam cega ou mecanicamente, mas de modo seletivo (muito conhecido dos cientistas por seus efeitos), realizando assim o seu propósito, que é o crescimento e a manutenção do Corpo. A excreção é efetuada por forças da mesma espécie, mas atuantes pelo polo negativo do Éter Químico. Por meio desse polo são expelidos do Corpo os materiais que, contidos no alimento, são impróprios para o seu uso ou que, tendo prestado toda a utilidade ao organismo, devem ser eliminados do sistema. Estes processos, como todos os independentes da vontade humana, são também sábios, seletivos e não exclusivamente mecânicos em sua atuação, o que se pode verificar, por exemplo, na ação dos rins. Quando estes órgãos estão sadios só a urina é filtrada, mas sabe-se que quando estão doentes a valiosa albumina escapa-se também com a urina. Assim, não há seleção apropriada em consequência dessa condição anormal.
  • Éter de Vida: Assim como o Éter Químico é o meio que possibilita a ação das forças que mantêm a forma individual, assim também o Éter de Vida é o meio pelo qual atuam as forças de propagação, cujo objetivo é a manutenção das espécies.

Como o Éter Químico, esse Éter tem também seus polos positivo e negativo. As forças que trabalham pelo polo positivo são aquelas que atuam na fêmea durante o período de gestação, capacitando-a para o trabalho ativo e positivo de formação de um novo ser. Por outro lado, as forças que trabalham pelo polo negativo do Éter de Vida dão ao macho a capacidade de produzir o sêmen.

No trabalho de impregnação dos óvulos animal e humano, bem como no da semente da planta, as forças que atuam pelo polo positivo do Éter de Vida produzem plantas, animais e seres humanos do sexo masculino, enquanto as forças que se expressam pelo polo negativo geram fêmeas.

  • Éter de Luz: Esse Éter é também positivo e negativo. As forças que atuam pelo seu polo positivo são as que geram o calor do sangue nos animais superiores e no ser humano, convertendo-os em fontes individuais de calor. As forças que atuam pelo seu polo negativo operam através dos sentidos, manifestando-se como funções passivas de visão, audição, tato, olfato e paladar. São também as que constroem e nutrem os olhos.

Nos animais de sangue frio, o polo positivo do Éter de Luz é o veículo das forças que fazem circular o sangue. Quanto às forças negativas, estas atuam do mesmo modo que nos animais superiores ou no ser humano com relação aos olhos. Onde estes não existem, as forças que trabalham pelo polo negativo do Éter de Luz, possivelmente, constroem e nutrem outros órgãos sensoriais, conforme o faz em tudo o que possui tais órgãos.

Nas plantas, as forças que atuam pelo polo positivo desse Éter de Luz produzem a circulação da seiva. Portanto no inverno, quando o Éter de Luz carece de Luz solar, a seiva deixa de fluir, até que o Sol do verão volte a recarregá-lo com sua força. As forças que atuam pelo polo negativo do Éter de Luz formam a clorofila – a substância verde das plantas – e, também, cobrem as flores. Numa palavra, todas as cores de qualquer Reino da Natureza são criadas mediante a ação do polo negativo do Éter de Luz. Por esse motivo os animais têm as cores mais acentuadas no dorso, e as flores as têm no lado mais exposto à luz solar. Nas regiões polares da terra, onde os raios do Sol são mais fracos, todas as cores são atenuadas. No caso de alguns animais elas se acham tão parcamente formadas que no inverno chegam a desaparecer, ficando brancos esses animais.

  • Éter Refletor: Afirmamos, anteriormente, que a ideia de uma casa, que existia como imagem mental, pode ser recuperada da Memória da Natureza mesmo após a morte do arquiteto. Todo acontecimento deixa, depois de si, sua imagem indelével nesse Éter Refletor. Assim como os gigantescos fetos da infância da Terra deixaram suas marcas no carvão petrificado, e tal como a marcha de uma geleira de eras remotas pode ser determinada pelos sinais que deixou nas rochas, assim também os pensamentos e atos de todos os seres humanos são gravados indelevelmente pela Natureza nesse Éter Refletor, onde o vidente treinado pode ler a história de cada um com exatidão proporcional à sua habilidade.

Por mais de uma razão o Éter Refletor é assim denominado, pois as imagens nele encontradas são apenas reflexos da Memória da Natureza. A verdadeira Memória da Natureza encontra-se em Reino muito mais elevado. Nenhum Clarividente muito desenvolvido preocupa-se em ler esse Éter, que apresenta imagens nebulosas e vagas comparadas com as do Reino superior. Nesse Éter Refletor leem os que não têm escolha, os que na realidade não sabem em que estão lendo. Como de regra, os psicômetras e os médiuns obtêm suas informações nesse Éter. Até certo ponto o Estudante das escolas ocultistas, nos primeiros estágios do seu desenvolvimento, também investiga nesse Éter Refletor, mas é prevenido pelo instrutor da insuficiência do mesmo como meio de adquirir informações corretas, o que evita que ele venha a tirar conclusões erradas.

Esse Éter é também o meio pelo qual o pensamento impressiona o cérebro humano. Está intimamente relacionado com a quarta subdivisão do Mundo do Pensamento, a mais elevada das quatro subdivisões contidas na Região do Pensamento Concreto – a pátria da Mente humana. Ali se encontra uma versão muito mais clara da Memória da Natureza do que no Éter Refletor.

Idiomas