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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: É possível que imediatamente depois de morrer já termos a consciência para funcionar nos Mundos suprafísicos?

Pergunta: Em novembro de 1917, na Revista “Rays from the Rose Cross”, foi publicada uma história intitulada “Defronte ao Pelotão de Fuzilamento”, contando como um espião fora colocado contra o muro e fuzilado. Imediatamente após o ato, ele, em plena posse de sua consciência, conversa com um Rosacruz e, em sua companhia, viaja por milhares de quilômetros para visitar a sua irmã. Isso não é contrário ao que se ensina na Filosofia Rosacruz? Nela, afirma-se que depois que o Átomo-semente do coração é removido e o Cordão Prateado rompido, segue-se um período de inconsciência que dura aproximadamente três dias e meio, período em que o Espírito revê o panorama da sua vida que acabou.

Resposta: Sim, isso é afirmado no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e vale para todas as circunstâncias normais. No entanto, a lei da mortalidade infantil também explica que, quando uma pessoa falece sob circunstâncias difíceis e trágicas, tais como um incêndio, um acidente ferroviário, subitamente devido a uma queda do alto de um edifício ou montanha, em um campo de batalha ou, ainda, quando as lamentações dos parentes, ao redor da cama do recém-falecido, tornam impossível a sua concentração no panorama da vida, então o registro nos dois Éteres superiores, o Éter de Luz e o Refletor, e sua amalgamação com o Corpo de Desejos não ocorre. Nesses casos, a pessoa não perde a consciência e, não havendo registro nos veículos superiores, como normalmente há, ela não passará pela fase purgatorial; isto é, não colherá o que semeou, não haverá o sofrimento consequente das suas más ações nem a sensação de alegria e amor resultantes do bem praticado. Os frutos da vida perderam-se.

Para compensar esse desastre considerável, o Espírito, ao entrar na sua nova vida terrena, morrerá na infância, no tocante ao corpo físico; mas os Corpos Vital e o de Desejos e a Mente, que não nascem antes que o Corpo Denso tenha atingido respectivamente os sete, quatorze e vinte e um anos de idade, permanecem com o Espírito que desencarna, pois o que não viveu não pode morrer. Então, no Primeiro Céu, o Espírito permanece de um a vinte anos e aí será orientado, recebendo instruções e lições objetivas sobre o que teria aprendido através do panorama da sua vida passada, se não tivesse sido interrompido pelo acidente que lhe causou a morte. Por isso, renasce pronto a assumir o seu próprio lugar no caminho da evolução.

Isso proporciona um manancial imenso em que pensar. A grande porcentagem atual de mortalidade infantil tem sua origem nas guerras passadas. As perdas de vidas eram comparativamente pequenas, embora a taxa das baixas registradas nas lutas nacionais deva ter aumentado consideravelmente devido às mortes ocorridas também em duelos, rixas e disputas comuns, em que foram usadas armas mortíferas. Não obstante, a soma total dessas perdas parece insignificante, se a compararmos com a carnificina incrível que ocorre hoje em dia. Se essa tiver de ser corrigida da mesma maneira, uma futura geração colherá certamente uma safra de lágrimas devido às epidemias que assolarão os lares de seus filhos. Mas, como já apontamos antes, cada lágrima vertida pela perda de um ente querido está eliminando as trevas de nossos olhos, até o dia em que enxergaremos com bastante clareza para poder penetrar o véu que agora nos separa dos que chamamos erroneamente de mortos, mas que estão na realidade muito mais vivos do que nós. Nessa altura, a vitória sobre a morte será total e poderemos clamar: “Oh, Morte, onde está o teu aguilhão? Oh, Tumba, onde está a tua vitória?”.

(Pergunta nº 15 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: Por que muitas pessoas que morrem mutiladas ou desfiguradas aqui continuam sua vida lá também mutiladas ou desfiguradas?

Pergunta: Estão acontecendo atual e diariamente tantos acidentes deploráveis, que as pessoas se veem lançadas no outro mundo horrivelmente mutiladas e desfiguradas. Aqueles que falecem em seus leitos e passam para esse mundo em condições normais, calmas, têm de enfrentar essas visões horríveis?

Resposta: As circunstâncias lá não são tão ruins agora como o foram no início da guerra (1ª Guerra Mundial). Nesse período, os Espíritos que faleciam acreditavam estar mutilados, e não eram capazes de modificar essa impressão. Por essa razão, apareciam com feridas em várias partes do corpo, sem alguns membros, etc. Sofriam atrozmente, acreditando-se ainda atormentados pela dor física. Mas os Auxiliares Invisíveis não ficam de braços cruzados; um sistema educacional foi iniciado e sistematizado de forma que quase todos estão hoje cientes que deformações físicas não são necessariamente permanentes do outro lado. Aprenderam que a mão decepada pode ser substituída no Corpo de Desejos pelo simples pensamento de ter a mão perfeita.

Essa informação foi transmitida para que, agora, todo aquele que morrer com uma ferida causada por bala, que tenha ficado sem braços, pernas ou até mesmo sem cabeça, seja imediatamente instruído para que a matéria de desejos seja moldada prontamente pelo pensamento e vontade e, como resultado disso, quase todos ali têm um corpo perfeito.

Realmente, aqueles que atualmente morrem aleijados, corcundas ou com qualquer outra deformação física, têm agora outro tipo de experiência, pois, enquanto nos anos anteriores à guerra encontravam-se lá quase o mesmo número de deficientes físicos como os havia neste mundo, agora quase todos os que estão lá possuem um corpo perfeito. É interessante ver pessoas que foram vaidosas durante sua vida terrena, moldando agora seus rostos e corpos em harmonia com seus conceitos de beleza e com um simples esforço de vontade. Isso torna um pouco mais difícil encontrar as pessoas lá, como acontecia antes, pois aqueles que eram altos e magros e desejavam ardentemente engordar, mudaram sua aparência conforme o seu desejo, e inversamente, aqueles que eram gordos e sofriam de um excesso de peso ficaram tão esbeltos quanto sílfides. Assim, o conhecimento que, antes da guerra, era restrito ao ocultista, tornou-se agora acessível a todos no outro mundo, levando os habitantes de lá a mudar suas formas, desde que não impedisse sua experiência purgatorial.

A grande maioria dos recém-chegados não tem essa preocupação a desviar-lhes a atenção no Mundo do Desejo. Estão ainda vigiando atentamente os acontecimentos aqui no plano material. Tendo sido arrebatados do mundo físico na plenitude da idade adulta, com toda uma vida pela frente, sentem-se ainda muito apegados às condições físicas, e ficarão provavelmente apegados à Terra por alguns anos, durante os quais constituirão um fator invisível muito poderoso na elaboração do destino do mundo. Tentarão estabelecer contato com este mundo, e seus esforços combinados far-se-ão sentir como uma poderosa força por um número crescente de pessoas sensitivas.

Portanto, podemos esperar o espiritualismo florescer como nunca aconteceu antes na história do mundo. Isso envolve o desabrochar da mediunidade, fase muito perigosa do desenvolvimento psíquico. Netuno, o Planeta do psiquismo, está agora – 1910 – entrando no Signo de Leão, o Signo do coração, a influência do amor. O desejo pela intercomunicação atrairá as pessoas para os dois mundos simultaneamente. Isso estabelecerá as verdades espirituais para além da contestação. Deveríamos preparar-nos para ir lá conscientemente e não permitir que elas voltem para cá por meio da mediunidade, e muito menos atraí-las, pois isso representará um retrocesso para elas. Em lugar disso, se cultivarmos o sexto sentido latente em nós, seremos capazes de vê-las, e falar com aqueles que faleceram exatamente como o fazíamos quando estavam conosco fisicamente.

(Pergunta nº 10 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cristo Interno: o entendimento dessa verdade nos torna imperturbáveis aos embates do Mundo

Cristo Interno: o entendimento dessa verdade nos torna imperturbáveis aos embates do Mundo

Geralmente temos certas dificuldades, o que é natural, de entendermos as coisas exteriores em todos os seus detalhes. E, quando nos dirigimos para o interior delas, as dificuldades crescem em virtude da subtileza, pois caminhamos em busca da essência delas.

Na parte externa de uma semente, por exemplo, encontramos, apenas, uma casca mais ou menos espessa, que pode ser mole ou dura. É, porém, em sua parte interna que está a vida. Ali, portanto, é que está condensado no germe o potencial que gera, como todos sabemos, uma planta, desde as menores até as frondosas árvores. Localizam-se, estas, como acabamos de verificar, no interior da semente. A superfície da semente é como se fosse um véu, encobrindo ou tornando misteriosa a própria vida existente na semente.

Melhormente, entretanto, ocorre com o ser humano que, dentro da condição terrena, em escala ascendente, pertence, evolutivamente, ao quarto reino da Natureza. Olhando-o, o que vemos é seu veículo físico. Mesmo esse veículo, nossa visão o apanha externamente, de maneira superficial. Há órgãos no Corpo Denso ou físico que, para serem vistos, só por meio da cirurgia ou qualquer outro meio que os tornam visíveis. Mas, esse veículo é sólido, consistente, materialmente tocável, portanto. Por essa razão, pode a ciência oficial examiná-lo, diagnosticando algo. Porém, passando ao segundo veículo do ser humano, o Corpo Vital, que interpenetra o veículo físico, vitalizando-o, a referida ciência oficial pouco sabe. Desconhece, por exemplo, que o Éter é heterogêneo. A seguir, defrontamo-nos com o terceiro veículo do ser humano, o chamado Corpo de Desejos, que está muito além do campo de estudo da ciência oficial. Uma das disciplinas da filosofia, a psicologia, é que está ensaiando os primeiros passos. Por fim, temos a capacidade pensante do ser humano, a Mente, que nos dá a possibilidade de expressar o pensamento, analisar, deduzir, comparar, tirar conclusões. Embora tenhamos falado, até aqui, apenas nos veículos do ser humano, dá para perceber-se com nitidez, como é cheia de subtilezas a vida, misteriosa mesmo.

Esses veículos são, portanto, semelhantemente ao músico, os instrumentos que o Ego utiliza para executar a sinfonia da vida. Mas, o que vem a ser o Ego? É o Espírito Virginal com todos os atributos divinos, que, por entrosamento com as Hierarquias Criadoras, recebeu o despertar dos Espíritos Divino, de Vida e Humano, o tríplice aspecto de Deus, em si. E, assim, pode realizar a sua peregrinação através dos Mundos. Entretanto, atingindo o Mundo Físico chegou um ponto em que a humanidade tinha imprescindível necessidade de uma ajuda extra. Basta dizer que o número dos que conseguiam alcançar a Iniciação era reduzidíssimo. E, lembremos bem ter dito Cristo-Jesus que veio para salvar os perdidos. Disse ainda: “Estarei convosco até a consumação dos séculos“. Iniciou, então, no ano 33 da nossa era, o impulso evolutivo do interior para o exterior.

Cristo se tornou, desde então, o Regente da Terra, trabalhando dentro dela e espargindo para sua periferia, em todas as direções, Seu poderoso impulso de vida, altruísmo e amor a contagiar a flora, a fauna e, principalmente, os seres humanos. Antes de Seu advento, estávamos sob a influência de Jeová, que refletia, de forma indireta, de nossa Lua, o impulso espiritual que nos vinha do Sol. Cristo veio substituí-lo, dando-nos diretamente a Sua influência Solar

Trabalhando dentro do ser humano, em sua estada anual na Terra, durante todos os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, Ele vai estabelecendo o Reino do Amor e desenvolvendo, pelo altruísmo, no interior de cada ser humano, o segundo princípio de Ego dele, o Espírito de Vida, semelhante em natureza a Ele, Cristo. Desse modo, o Cristo Interno da Terra é uma Chispa do Cristo Cósmico, nosso Salvador. E o Cristo Interno do ser humano é o que se está formando com auxílio d’Ele.

Feliz de quem isso entende, pois, além de revelar ter compreendido a transformação evolutiva operada por Cristo em nosso Planeta, sente, dentro de si, o impulso de Sua Luz e Vida. E, como disse o evangelista São João, “A vida é a luz dos homens“.

O entendimento dessa verdade nos torna imperturbáveis aos embates do Mundo e já não nos deixamos afetar com as exterioridades.

(de Hélio de Paula Coimbra; publicado pela Revista Serviço Rosacruz de fevereiro de 1966)

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Pergunta: Você teria permissão para informar ao meu irmão que faleceu novembro passado que, com um simples esforço de vontade, ele pode evitar que a matéria do Corpo de Desejos tome a forma de camadas concêntricas; ou seja, a matéria mais grosseira na camada externa e a mais pura na interna?

Pergunta: Meu único irmão faleceu em novembro passado e deve se encontrar em uma das Regiões inferiores do Mundo do Desejo. Você teria permissão para informá-lo que, com um simples esforço de vontade, ele pode evitar que a matéria do Corpo de Desejos tome a forma de camadas concêntricas; ou seja, a matéria mais grosseira na camada externa e a mais pura na interna? Gostaria de lhe dizer que, com um esforço de vontade, ele poderia fazer a matéria das sete regiões do Mundo do Desejo, que forma o seu Corpo de Desejos, vir para a superfície desse corpo. Por esse meio ele seria capaz de entrar imediatamente em contato com as sete Regiões do Mundo do Desejo, em vez de se limitar às regiões inferiores. Acredito que não haja sérias objeções a esse uso da força de vontade.

Resposta: Essa pergunta se refere ao fato de que, quando a morte ocorre e o ser humano se encontra no Mundo do Desejo, as forças magnéticas do Átomo-semente estão esgotadas, o arquétipo está se dissolvendo e, consequentemente, a força centrífuga de Repulsão força a matéria de desejo do Corpo de Desejos para fora, em direção à periferia. A matéria pertencente às regiões inferiores é lançada para fora, primeiro pelo processo de purgação, que limpa profundamente o ser humano, livrando-o de todas as más ações da vida que acabou. Esse é o resultado da mesma lei natural que, no Mundo Físico, faz com que um Sol lance para fora de si a matéria que forma, em seguida, os Planetas. Interferir nessa lei seria calamitoso para qualquer ser humano, mesmo supondo que isso fosse possível, o que não é. Portanto, é inútil tentar ajudar o seu irmão dessa maneira.

É diferente com o Iniciado que vai ao Mundo do Desejo no decorrer de sua vida. O Átomo-semente do Corpo de Desejos forma, então, um centro natural de atração ou gravitação que mantém a substância de desejo desse veículo nas linhas habituais. Também é diferente para quem pratica os exercícios científicos dados pelas Escolas de Mistério. Tal pessoa está purificando constantemente o seu Corpo de Desejos da matéria mais grosseira, de forma que, na hora da morte, ela não é tão afetada pela força centrífuga de Repulsão quanto aqueles que não tiveram esse treinamento.

No entanto, há outro modo de ajudar alguém próximo de nós e que nos é querido, contanto que tenhamos a sua cooperação. Para tornar claro esse ponto, é necessário mencionar primeiro que, quanto mais grosseira for a matéria de desejo no Corpo de Desejos, mais firmemente ela aderirá a um ser humano; portanto, a expurgação pela força de Repulsão causa muito sofrimento e é isso que sentimos durante a experiência no Purgatório. Se nós estivéssemos totalmente dispostos a admitir e reconhecer os nossos erros, então, à medida que as imagens se apresentam durante o desenrolar do panorama da vida, ao invés de tentar justificativas ou nos deixar levar pela raiva e pelo ódio do passado, haveria muito menos dor envolvida na erradicação das más ações do nosso Corpo de Desejos. Se esse fato pudesse ser incutido em alguém que desejássemos ajudar, se pudéssemos levá-lo a um estado de espírito em que ele se mostrasse disposto, do fundo do seu coração, a reconhecer os seus erros e falhas, o processo da purgação seria mais curto e menos doloroso, e ele ascenderia às Regiões mais elevadas, onde a força de Atração predominaria em um tempo bem mais curto do que no caso contrário.

O mesmo resultado pode ser alcançado pela oração e, também, por bons pensamentos, os de elevada espiritualidade e auxílio, pois eles têm o mesmo efeito para aqueles que já estão fora do corpo, como as palavras, os atos bondosos e as ações fraternas têm sobre as pessoas que vivem neste mundo aqui.

(Pergunta nº 9 do Livro: “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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O Corpo Vital e o Progresso Espiritual do Ser Humano – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

O Corpo Vital é feito de Éter e permeia o corpo visível como o Éter permeia todas as demais formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma maior quantidade do Éter universal que as outras formas.
Esse corpo etéreo é nosso instrumento para a especialização da energia vital do Sol.
A propagação é uma faculdade do Corpo Vital.

Quatro cores do Corpo Vital são indescritíveis, mas a quinta – que fica no meio das cinco – é similar ao matiz da flor de pessegueiro recém-aberta. Esta é realmente a cor do Corpo Vital.

Os Corpos Denso e Vital do ser humano estão em ordem, mas seus veículos superiores são ainda de forma ovoide.
Compõe-se de átomos etéreos prismáticos, que permanecem inalterados do berço ao túmulo.

A extensão do Corpo Vital do ser humano além do corpo físico é mais ou menos de uma polegada e meia. A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa e tem uma cor parecida com a de uma flor de pessegueiro recém-aberta. É vista frequentemente por pessoas que possuem alguma clarividência involuntária.

O Corpo Vital tem exatamente a mesma forma que o Corpo Denso.

Corpo Denso é construído na matriz deste Corpo Vital, durante a vida pré-natal e com uma única exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital.

Através da vida toda, o Corpo Vital é o construtor e restaurador das formas densas. Se assim não fosse, se o coração etéreo não restaurasse o coração físico, logo este se romperia sob a tensão contínua com que o sobrecarregamos. Todos os abusos a que submetemos o Corpo Denso fazem o Corpo Vital reagir, no que está em seu poder, e ele esta permanentemente lutando contra a morte do Corpo Denso.

1. Para fazer download ou imprimir:

O Corpo Vital e o Progresso Espiritual do Ser Humano – Por um Estudante

2. Para estudar no próprio site:

PREFÁCIO

O Corpo Vital tem funções, cor, forma, estrutura atômica e polaridade. Sua existência pode ser provada.

O ser humano, que é o Ego (um Espírito Virginal da onda de vida humana) é um ser complexo que possui 3 Corpos e um veículo no atual Campo de Evolução:

  • Corpo Denso, seu instrumento de ação;
  • Corpo Vital, condutor da “vitalidade” que faz possível a ação;
  • Corpo de Desejos, de onde vêm os desejos que compelem à ação;
  • Mente, que controla os impulsos, dando um propósito à ação

O objetivo da vida é transformar os poderes latentes do Ego em energia dinâmica, por meio da qual ele poderá controlar, perfeitamente, seus diferentes veículos e atuar como lhe pareça melhor.

Sabemos que o Ego não tem o domínio completo, pois, se assim fosse, não haveria guerra em nosso interior entre o Espírito e a carne, melhor dizendo, entre o Espírito e o Corpo de Desejos. É esta guerra que desenvolve o músculo espiritual, assim como a luta constrói o músculo físico.

Além do corpo visível do ser humano, conhecido como Corpo Denso ou Corpo Denso, que vemos com nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que são invisíveis para a grande maioria da Humanidade. No entanto, não são acessórios inúteis do Corpo Denso; pelo contrário, são muito importantes pelo fato de serem impulsionadores de toda ação. Se não existissem esses veículos sutis, o Corpo Denso ficaria inerte, insensível e morto.

O primeiro desses veículos sutis que chamamos de Corpo Vital por ser a avenida da vitalidade, que faz fermentar a massa morta de nossa envoltura mortal em seus anos de vida, e nos dá o poder de nos movermos.

Quando nosso corpo visível atual brotou, primeiramente no Espírito, era um pensamento-forma, porém, gradualmente, foi-se condensando e solidificando até se converter na cristalização química atual. O Corpo Vital foi o próximo emanado pelo Espírito, também como um pensamento-forma, e se encontra agora em seu terceiro grau de solidificação, que é o etéreo.

O Corpo Vital formado de Éter, o qual tomou a seu cargo a construção do Corpo Denso, por meio dos alimentos que ingerimos em nosso organismo. Ele governa todas as funções vitais, tais como a respiração, a digestão, a assimilação, etc., trabalhando por meio do sistema nervoso simpático.

Outro veículo, ainda mais sutil, é o Corpo de Desejos; é o veículo de nossas emoções, sentimentos e desejos que gasta as energias acumuladas no Corpo Denso pelos processos vitais, graças ao controle que exerce sobre o sistema nervoso cérebro-espinhal ou voluntário. Durante sua atividade, o Corpo de Desejos está destruindo e rompendo continuamente os tecidos formados pelo Corpo Vital: é a guerra entre estes dois veículos que produz o que chamamos de consciência no Mundo Físico.

As forças etéreas do Corpo Vital operam de tal maneira que convertem em sangue a maior parte possível dos alimentos, e o sangue é a mais alta expressão do Corpo Vital.

Sumário

PREFÁCIO.. 3

CAPÍTULO 1 – AS QUATRO FORÇAS ELEMENTARES  6

1.   Preponderância do Éter Químico. 6

2.   Preponderância do Éter de Vida. 6

3.   Preponderância do Éter Luminoso. 7

4.   Preponderância do Éter Refletor. 7

CAPÍTULO 2 – DEDUÇÕES PARA O ASPIRANTE À VIDA SUPERIOR   13

CAPÍTULO 3 – FINALIDADES DA EVOLUÇÃO.. 20

CAPÍTULO 1 – AS QUATRO FORÇAS ELEMENTARES

Tendo em vista a constituição do Corpo Vital do ser humano, formado de quatro graus forças elementares, designados nos Ensinamentos Rosacruzes, respectivamente: Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor, cumpre que se note não agirem eles equilibradamente no ser humano comum. Em cada indivíduo há sempre preponderância de uma dessas forças elementares. Podemos praticamente dividir os seres humanos em quatro classes, de acordo com a preponderância de um desses Éteres, cujas características são as seguintes.

1)Preponderância do Éter Químico

Função preponderante: a digestiva

Todo o interesse da vida se inclina especialmente aos prazeres da alimentação; o apetite é fortemente estimulado e domina o caráter, se transformando com o tempo em vício, a gula. À proporção que se excede o apetite, estimula-se também o sensualismo, diminuindo-se gradativamente as funções dos Éteres Superiores, a sensibilidade e a mentalidade.

Defeitos consequentes: a preguiça, a indolência, o sensualismo.

2)Preponderância do Éter de Vida

Funções preponderantes: as perceptivas e todos os interesses se subordinam aos prazeres da sensualidade, que é fortemente estimulada. Para recuperar as forças perdidas constantemente nos excessos sexuais esses indivíduos são impelidos aos excessos da alimentação, ao abuso da carne e do álcool, estimulando-se assim as funções do Éter Químico, com as mesmas consequências observadas na classe anterior.

As piores consequências do abuso das funções sexuais se manifestam pela decadência das funções superiores, especialmente as mentais, tornando o ser humano incapaz de raciocinar perfeitamente. O idiotismo e os desiquilíbrios mentais são as últimas consequências desses excessos de função do Éter de Vida.

3)Preponderância do Éter Luminoso

Funções preponderantes: as perceptivas e emocionais

Caracterizam-se esses indivíduos pelos extremados desejos de sensações novas, de variações constantes em todas as direções. São extremamente curiosos; tudo querem ver e ouvir, satisfazendo assim sua sede terrível de sensações. São muito inclinados aos assuntos intelectuais, nos quais em geral se sobressaem, porém, são em geral incapazes de se estabilizar em qualquer ordem de ideias, porque não chegam nunca a examinar profundamente as questões. O que lhes interessa não são as ideias em si, o seu exato valor, mas simplesmente as emoções que elas despertam. À cata de sensações emoções são capazes de grandes esforços, mas uma vez alcançadas, correm em busca de outras, sem cessar nunca. Ao final vêm-se esgotados e sem firmeza em coisa alguma, porque em tudo foram superficiais é passageiros.

Seus defeitos principais são: a pretensão intelectual, a instabilidade, a imaginação desmedida, a mentira. Gostam especialmente de falar, de exibir-se e de tudo quanto possa proporcionar-lhes sensação.

4)Preponderância do Éter Refletor

Funções preponderantes: as mentais.

Nesta classe de indivíduos, todo interesse repousa em seus pensamentos e ideias. São concentrados e se descuidam constantemente das coisas materiais. Absorvidos em seus pensamentos e estudos esquecem-se até mesmo dos deveres sociais e das suas necessidades físicas. São os verdadeiros idealistas, constantemente examinando novas teorias e gerando novos pensamentos, mas que raramente conseguem levar a prática. Vivem em geral aborrecidos e desgostosos devido às dificuldades que encontram na realização das suas ideias. Fracassam geralmente em qualquer trabalho de ordem prática, tornando-se, por isso, nervosos e irritados.

Só se sentem, felizes em seu mundo de ideias, isolados do mundo e das coisas materiais. Quando lhes falta uma direção segura, enveredam para as extravagâncias mentais de toda ordem; deixam-se dominar por ideias errôneas e falsas, cujas consequências são fatalmente a desilusão e o desânimo intelectual que lhes abalará profundamente o seu Sistema nervoso e a saúde em geral.

Vê-se, pelo exposto, que o ser humano natural é a expressão desses Éteres de que se compõe o seu Corpo Vital, e manifesta em todas as suas ações as características de qualquer deles que se torne preponderante. Estimulado pelo Corpo de Desejos, qualquer desses Éteres pode desenvolver-se extraordinariamente, em detrimento dos demais, e isso significa um desequilíbrio, de consequências prejudiciais à livre manifestação do Ego.

No ser humano superior e equilibrado as funções dos Éteres são controladas pela razão, de maneira que não há preponderância de um sobre os outros. Entretanto, como todo ser humano nasce com a tendência natural para o excesso de um deles, cumpre que o Aspirante à vida superior procure reconhecer qual deles tem essa tendência, para poder dominá-lo inteligente e racionalmente.

Os excessos de alimentação, o estímulo constante do apetite, desenvolvem o Éter Químico que vai gradualmente dominando o indivíduo, tornando-o em pouco tempo escravo dessa força elementar que preside as funções digestivas.

Os excessos sexuais, o estímulo constante dos desejos sensuais; desenvolvem o Éter de Vida, que pouco a pouco se torna preponderante e escraviza o indivíduo às sensações eróticas, com graves consequências. O desperdício constante e pervertido das forças criadoras, as mais, sagradas do organismo, rebaixa perigosamente o grau de vitalidade de toda a constituição física, expondo o indivíduo a toda sorte de desequilíbrios orgânicos. Porém, o que torna mais deplorável esse estado é a terrível depressão mental que ocasiona. As faculdades mentais descacem espantosamente, causando muitas vezes o idiotismo e a loucura.

Os excessos de função do Éter Luminoso manifestam-se em excessos nervosos e em desejos imoderados de sensações, impedindo o indivíduo de concentrar-se- numa só ordem de ideias ou de aplicar-se à realização integral de qualquer plano. Tudo quanto exija firmeza de ideias e perseverança é considerado como um suplício, de que procuram ver-se livres. O excesso de energias do Éter Luminoso manifesta-se especialmente pela vontade exagerada de falar, de criticar, de exibir-se. Qualquer coisa ou qualquer, assunto só terá valor enquanto lhes proporcione alguma sensação agradável, estando prontas a abandonar o que quer que seja desde que cesse a sensação ou curiosidade que lhes despertava.

Essa manifestação exaltada do Éter Luminoso impede que o examinem detidamente as coisas, que avaliem o valor real de qualquer assunto ou estudo. Experimentando tudo superficialmente, pelo simples prazer de experimentar sensações novas, são incapazes de se estabilizar e de permanecer por muito tempo em qualquer trabalho ou ideal. E assim vêm passar os anos de sua existência na terra sem encontrar nunca satisfação em coisa alguma e sem realizarem nada de realmente útil a si mesmos ou a coletividade, antes pelo contrário, tornam-se muitas vezes perturbadores da paz e da ordem, porque levados pelo seu temperamento irrequieto e superficial, não são capazes de se sujeitar a qualquer disciplina.

Quando o Éter Refletor se torna excessivo é preponderante, as funções mentais prevalecem no indivíduo, que se sente constantemente dominado por toda sorte de pensamentos, sendo-lhe quase impossível cessar de pensar um só momento, levado pelo excesso desse Éter, que dia a dia se torna mais exigente, entrega-se o indivíduo à leitura excessiva, a estudos, de toda espécie onde possa encontrar novas ideias e pensamentos que lhe proporcionem constantes sensações mentais. Com o tempo forma-se em sua Mente um aglomerado desordenado de ideias próprias e alheias, e o seu maior prazer é revirar essa massa de elementos mentais que acumulou, como “um colecionador”. Para isso procura a solidão e se irrita facilmente, quando se vê perturbado pelos outros.

A maior parte desses indivíduos se torna cum o tempo cada vez mais insociável, descambando para os pessimismos, para as ideias negras que deixam dominar o seu campo mental já tão sobrecarregado sentem verdadeiro prazer em convencer os outros e arrastá-los às suas próprias ideias. Sofrendo profundamente sempre que alguém menospreze as suas opiniões. A grande falha de muitos destes indivíduos é que muitas vezes se deixam dominar por ideias “falsas, que procuram sustentar caprichosamente. Embora estudem muito, fazem-no pelo simples prazer de acumular conhecimentos e dar pasto à sua fome insaciável de sensações mentais.

Fracassam quase sempre na vida prática porque se descuidam constantemente dos seus deveres sociais. Deixam muitas vezes de pôr em prática as suas ideias, por receio de vê-las malsucedidas, ou de ser forçado a reconhecer que são falhas e defeituosas.

Vê-se que nestas quatro funções naturais dos Éteres do Corpo Vital, junto aos desejos que brotam do Corpo de Desejos, podemos incluir todas as atividades do ser humano terrestre. Como forças naturais e irresponsáveis, elas impelem o ser humano a satisfazê-las, e quanto mais forem empregadas e excitadas, mais exigentes se tornam. O exercício imoderado de qualquer dessas funções naturais, longe de satisfazer, mais fortifica o Éter correspondente e o correspondente desejo, que acabam por escravizar o indivíduo.

A tendência natural dessas forças vivas do organismo é a REPETIÇÃO SISTEMÁTICA das sensações experimentadas, para crescerem continuamente de potencial.

O que o ser humano comum chama de “prazer” é simplesmente a satisfação dos impulsos cegos dessas forças elementares que o impelem mecanicamente, com impulso cada vez mais forte, mas que nunca se satisfazem. Enquanto o entendimento espiritual e a razão não se despertam no ser humano, para que possa dirigir inteligentemente sua conduta na vida, as forças elementares e os desejos governam e dominam as suas atividades, e como não há neles nenhuma direção superior, forçam o ser humano a satisfazê-los, sem maiores considerações.

É por isso que o ser humano comum, reproduz, como um instrumento passivo, todos os impulsos de suas tendências naturais, não chegando nem mesmo a perceber o estado de servidão com que se encontra, arrastado por toda sorte de desejos, tendências, opiniões, hábitos e vícios.

Ao despertar-se o entendimento espiritual, começa o ser humano a compreender a necessidade de dominar e controlar os impulsos de sua natureza inferior, tornando-se “senhor de si mesmo” e não um mero joguete de forças elementares que só devem agir sob a direção de sua VONTADE, para finalidades justas e convenientes ao seu próprio aperfeiçoamento. Para isso cumpre que procure todos os meios de desenvolver racionalmente a VONTADE, para impô-la às tendências inferiores, libertando-se da dominação que exerciam sobre ele.

O desenvolvimento da VONTADE só se efetua quando o ser humano procura decidida e sistematicamente examinar os seus impulsos e tendências naturais, negando-se a atender e traduzir em atos aqueles que a sua razão e consciência reconhecem como contrários e prejudiciais ao seu próprio desenvolvimento espiritual. 

Não há nenhum mal em atender-se RACIONALMENTE às funções naturais e às necessidades orgânicas, mas é um terrível erro fazer delas motivos de prazeres irracionais e de vícios escravizantes. Desequilibrar e perverter as funções naturais, para deixar-se depois escravizar-se por elas é colocar-se, sem dúvida, na mais desastrosa das condições, cujas consequências serão fatais ao destino espiritual do indivíduo.

Entretanto, é necessário considerar, que só gradualmente, com paciência e perseverança, irá o Aspirante conquistando o domínio de sua natureza inferior, à proporção que for desenvolvendo a VONTADE nas lutas e vitórias que for alcançando. Cada vitória, por menor que seja, aumentará o poder de sua VONTADE que assim irá, gradativamente se afirmando. Nesse trabalho de transcendental importância é preciso que o Aspirante saiba agir com calma e prudência. Que ele não julgue que alcançará uma vitória efetiva sem lutar, seriamente e talvez por muito tempo. Não convém agir violentamente contra as forças naturais, nem se restringir repentinamente. É preferível contentar-se, no princípio, com pequenas vitórias, que não provocarão grandes reações perigosas. A VONTADE crescerá assim gradativamente, mas, com segurança, preparando-se para as lutas maiores que possam surgir. Especialmente nas ocasiões de dificuldades naturais da vida, quando se sentir um abatimento moral, convém redobrar de atenção, porque certamente as forças elementares e os desejos desordenados procurarão se aproveitar desses momentos críticos para desfazer todos os esforços anteriores do Aspirante, com o intuito de desanimá-lo e readquirir sua dominação.

CAPÍTULO 2 – DEDUÇÕES PARA O ASPIRANTE À VIDA SUPERIOR

Das considerações do capítulo anterior, infere-se que os primeiros esforços do Aspirante à vida superior se destinam a liberar a sua consciência dos impulsos das forças elementares, que deve aprender a dirigir e controlar com inteligência.

Compreender as funções dos Éteres do Corpo Vital é o primeiro passo para sobrepor-se a eles. Como instrumentos do Ego, são úteis e necessários à vida terrestre, mas hão de se subordinar à vontade do ser humano, sendo dirigidos para a realização do ideal superior: a vida espiritual.

Em suas funções naturais, os Éteres atuam como forças irresponsáveis, segundo as suas linhas específicas, incapazes de responder a qualquer outra espécie de estímulo senão a de seu próprio plano.

É assim que as forças do Éter Químico, tendo por função natural a manutenção dos processos digestivos e a garantia de conservação do Corpo Denso, provocarão no ser humano os estímulos correspondentes, a fome, a sede, para que seja atendida a necessidade de alimentos, que servem de base às funções daquele Éter. Entretanto, o ser humano é o único responsável se, arrastado por desejos pervertidos, faz dessa função um prazer vicioso e se torna guloso, excitando e descontrolando as funções naturais desse Éter.

O mesmo acontece com a ação do Éter de Vida sobre os órgãos de geração. Em sua função normal ele se manifesta, a seu devido tempo, provocando no ser humano o estímulo que o leva ao emprego dos seus órgãos geradores, necessário para a perpetuação da onda de vida humana aqui. Em sua expressão natural o Éter de Vida age como energia altamente espiritual, encarregada da mais elevada função orgânica: gerar novos corpos. Para garantir a perpetuação da onda de vida humana aqui, a Natureza fez dessa função a mais profunda sensação que o ser humano pode experimentar. É tão poderoso esse estímulo das forças geradoras que a grande maioria dos seres humanos se vê arrastada por ela e incapaz de controlá-la. Entretanto, como uma força natural e necessária, ela se expressa de acordo com a lei de expansão criadora, sem outra finalidade que não seja a geração de novos corpos. Por infelicidade, é o ser humano rapidamente dominado pelo desejo de renovar continuamente o prazer da sensação e resvala para os excessos entregando-se à sensualidade, com todo o seu cortejo de perversões degradantes. Quanto mais excita a função desse Éter, mais forte, exigente e insaciável ele se torna, arrastando o indivíduo a toda sorte de abusos. Também não há nenhuma função que produza maiores consequências físicas, mentais e morais.

Como todas as forças naturais, o Éter de Vida pode ser controlado, dentro dos limites do razoável, devendo o Aspirante à vida superior considerar que sobre essas forças repousam todas as suas possibilidades de avanço efetivo. Se souber acumular racionalmente essas potentes energias e dirigi-las sabiamente sentirá em si mesmo maravilhosa expansão das faculdades superiores, que aumentarão consideravelmente sua capacidade de trabalho mental, ao mesmo tempo que melhorarão imensamente as suas condições físicas.

Entretanto, cumpre que se tenha em vista que o controle das forças criadoras exige muito cuidado por parte do Aspirante à vida superior. Só há um meio acertado de se conquistar o domínio e controle dessa maravilhosa força natural, e esse meio é o domínio perfeito da Mente, libertando-a de todos os pensamentos de sensualidade, ao mesmo tempo que se afastará de todos os ambientes sensuais, das conversas maliciosas, das leituras provocantes. Mantendo o Aspirante essa atitude, o Éter de Vida não encontrará estímulo para se expandir demasiadamente, ficando limitado em suas funções físicas. Começa então o seu extraordinário poder de regeneração, porque não sendo canalizado para os órgãos físicos, o Éter de Vida procura se expandir naturalmente em direção à reconstrução e renovação de todo o organismo, especialmente o cérebro, tornando-o um instrumento mais completo, mais poderoso e mais eficiente para o trabalho do Espírito. Um indivíduo nessas condições é capaz de gerar um pensamento realmente “poderoso” e a sua capacidade de realização se torna quase ilimitada. Contudo, deve o Aspirante à vida superior lembrar-se que enquanto não alcançar um perfeito domínio mental experimentará certamente reações, às vezes violentas, mas que há de procurar, com coragem e paciência, dominar. Qualquer descuido provocará a descida dessas energias para os órgãos físicos e a volta das tentações sensuais.

Os casados, especialmente, deverão gradual e sistematicamente restringir os impulsos habituais, aumentando aos poucos os períodos de abstinência, enquanto for possível, sem prejuízo para a saúde, até que se habituem a uma vida casta e livre de malícia.

Em si mesmo, o ato sexual é natural e santo, quando empregado para sua legitima finalidade: a procriação. Mas, quando se faz dele um motivo de prazer vicioso e desregrado, passa a ser a maior calamidade, a maior causa de decadências e degenerações físicas e mentais, que tornam a vida um calvário de dores e de misérias.

O Éter Luminoso produz no ser humano o desejo de sensações novas. Desperta a curiosidade, a sede de conhecimento do mundo exterior, de ver, de ouvir, de experimentar toda sorte de sensações mundanas. Sua função é a de receber, através dos órgãos dos sentidos, todas as sensações e transmiti-las ao cérebro, onde a consciência percebe tais sensações.

A sua principal característica é procurar constantemente novas impressões, sem se importar absolutamente com o seu valor, ou com as impressões anteriores, fazendo do ser humano um ser essencialmente curioso, ávido de coisas novas, sempre em busca de algo diferente e novo, que satisfaça esse impulso natural. Quanto mais esse Éter é excitado, mais forte e exigente se torna, e os indivíduos que se deixam dominar por ele se tornam incapazes de estabilizar-se; de se afirmar em qualquer assunto que seja. Sua curiosidade excessiva e seu insensato desejo de sensações novas não lhes permite concentrar-se em coisa alguma. São extremamente superficiais e irrequietos, tudo experimentando pelo único prazer de passar por sensações diferentes. Seu principal e mais grave defeito é tratar todos os assuntos com superficialidade, abandonando com a maior facilidade qualquer assunto, por mais importante que ele seja, desde que não lhe proporcione mais sensações. É por isso que apreciam as leituras sensacionalistas, os romances de aventuras, os esportes, as viagens, etc.

Resulta disso que não afirmam jamais os seus conceitos e raramente chegam a realizar alguma coisa de valor. São como eternas crianças, que nada podem considerar seriamente.

O desenvolvimento espiritual exige firmeza e perseverança. Só o tempo e o esforço continuado, numa só direção inteligente, podem produzir algum resultado real, e o Aspirante à vida superior há de aprender a dominar os impulsos do Éter Luminoso para poder concentrar-se, devidamente, no estudo e na prática dos exercícios espirituais.

Para isso cumpre que reaja contra à tendência natural de passar, sobretudo, superficialmente e se esforce em estudar e examinar as coisas com paciente atenção.  É preciso que se habitue a concentrar-se e meditar profundamente sobre as questões espirituais, até que encontre uma solução lógica e razoável. Deixar-se levar irrefletidamente pelos impulsos e curiosidades do Éter Luminoso é tornar impossível a estabilidade interna, é impedir o desenvolvimento do entendimento espiritual.

Queixa-se, a maior parte dos Estudantes Rosacruzes, de que lhe custa compreender o que estuda, mas o que não nota é que não chega nunca a concentrar-se bem em coisa alguma, que não tem parada nem sossego para examinar os assuntos profundamente e meditar sobre eles. Essa é a consequência fatal da falta de domínio sobre as forças desse Éter Luminoso que excita constantemente todo indivíduo e o faz correr em busca de sensações sempre novas e variadas.

O Éter Refletor se manifesta, por duas funções:

  1. modelar e organizar os pensamentos, revestindo com suas forças as ideias que surgem da Mente;
  2. registrar todos os acontecimentos da vida nas Memórias Consciente e Subconsciente.

A primeira função compreende a formação dos pensamentos, que são ideias revestidas das forças desse Éter, tornando-se como seres distintos que se movem continuamente dentro da aura humana. Uma vez modelado e animado pelas forças do Éter Refletor, o pensamento começa imediatamente a agir interiormente, impelindo o ser humano à realização da ideia que lhe serve de impulso inteligente, procurando todos os meios possíveis de aumentar o seu poder e realizar-se através do seu criador. Cada vez que o indivíduo volta a pensar sobre uma determinada ideia, fornece-lhe novo reforço desse Éter Refletor, tornando-se cada vez mais poderoso o pensamento primitivo formado por essa ideia. Quanto mais forte se torna, mais atua sobre o seu criador, levando-o, por fim, à prática da respectiva ideia. É assim que, sem quase o notar, o ser humano comum é invariavelmente arrastado pelos pensamentos que cria e alimenta, tornando-se mero instrumento das ideias que sustenta, sejam elas certas ou errôneas. Sem o entendimento espiritual não passa o ser humano de um instrumento dos pensamentos que lhe ocupam o campo psíquico e que o impelem constantemente à execução dos atos correspondentes. O que torna essa questão ainda mais importante é que o ser humano comum é sempre afetado e impressionado por ideias e sugestões alheias que recebe, consciente ou inconscientemente, e que se desenvolvem em seu interior, alimentadas pelo seu próprio Éter Refletor, tornando-se, muitas vezes, elementos preponderantes em sua vida, embora sejam até mesmo contrários aos seus próprios desígnios e interesses.

O terrível poder da sugestão é ainda pouco compreendido. Desconhecendo os processos de funcionamento do Éter Refletor o ser humano comum é dominado pelos pensamentos que alimenta, quer sejam próprios ou de outrem, e muitas vezes se vê perturbado pela ação provocante de pensamentos desagradáveis que inadvertidamente vem conservando e contra os quais luta e se esforça por eliminar da consciência.

Pelo exposto pode-se avaliar quão necessário é aprender-se a controlar as funções desse Éter Refletor, evitando-se cuidadosamente que as suas forças continuem a alimentar ideias inconvenientes e prejudiciais. Examinando atentamente as ideias que surgem em nosso campo mental, ou que recebemos dos outros, poderemos distinguir as que merecem ser alimentadas ou as que devem ser repelidas. Enquanto é simplesmente “uma ideia” ela não causará maiores inconvenientes, porque não possui a força dinâmica do Éter Refletor. Mas se for admitida e alimentada por algum tempo, revestindo-se de forças etéricas, então se tornará propriamente um “pensamento”, cada vez mais poderoso. Desde que sejam alimentadas, as ideias-pensamentos seguirão invariavelmente o seu curso, crescerão e se desenvolverão até conseguirem a força suficiente para impelir o ser humano à ação.

O que felizmente equilibra a situação no ser humano comum é que os seus estados mentais não possuem estabilidade, variando constantemente, de maneira que os pensamentos não recebem um reforço constante e eficiente por longo tempo, sendo logo substituídos por outros de diferentes vibrações. Mas, se por infelicidade qualquer pensamento conseguir se afirmar mais fortemente, dominando os demais e monopolizando o campo da consciência, então veremos o que se costuma chamar de “mania”, e da mania à loucura vai apenas um passo. Não importa qual seja o pensamento; se ele se tornar preponderante a tal ponto que chegue a dominar todo o campo da consciência, então impedirá que nela se manifestem quaisquer outras ideias. Dominado por uma única ideia-pensamento cessa toda liberdade do Ego, arruinando-se por completo o seu desenvolvimento atual. As pessoas negativas, de vontade fraca, as que abusam de bebidas alcoólicas, podem facilmente cair nessa desgraçada condição, quando qualquer das suas ideias se desenvolve demasiadamente pela repetição constante, tornando-se um pensamento demasiado fortificado pelas energias do Éter Refletor.

O desenvolvimento espiritual exige a prática da concentração, na criação de ideias-pensamentos superiores e poderosas, que possam servir de auxiliares na conquista da Iluminação e da Iniciação. Entretanto, o Aspirante à vida superior há de manter-se sempre como senhor absoluto dos pensamentos desenvolvidos e dos seus estados mentais, e isso requer um preparo inteligente. É necessário, antes de tudo, desenvolver a consciência e a vontade, numa direção absolutamente justa e racional.

Qualquer desvirtuamento ou má intenção na criação dos pensamentos-formas acarretará invariavelmente consequências desastrosas, a qualquer praticante.  O único caminho legítimo é o do amor e da fraternidade. É o caminho de Cristo.

CAPÍTULO 3 – FINALIDADES DA EVOLUÇÃO

Dominar e dirigir sabiamente as energias vivas que funcionam em seus Corpos Vital, de Desejos e na Mente é o legítimo trabalho da Evolução a que todo ser humano é chamado e que, necessariamente, há de executar e completar algum dia.

Todo o processo evolutivo é uma questão de desenvolvimento da consciência e da vontade, para a conquista da liberdade espiritual, e ser livre espiritualmente significa “controlar e dirigir” as forças naturais que se manifestam na constituição humana, conduzindo-as inteligentemente para a plena realização do mais alto ideal, a própria iluminação.

Ao descer à Terra, o Espírito Humano tem uma finalidade: constituir uma consciência pessoal, que possa funcionar independentemente das Inteligências Criadoras que dirigem Evolução. Só através do Corpo Denso isso se torna possível. Porém, uma vez despertada essa consciência pessoal nascida no meio terrestre, ela é envolvida por todas as atrações e apegos da vida mundana, por todas as forças inferiores que dominam o mundo e se torna quase incapaz de atender à voz do seu próprio Espírito interior, deixando-se dominar pela terrível teia de ilusões mundanas e desejos inferiores que a escravizam.

Se durante a vida terrestre a consciência humana não conseguir reconhecer essa situação, se não se esforçar por se libertar das ilusões terrenas e se não quiser atender à voz do “Eu superior”, terá fracassado a primeira finalidade do Espírito, que será forçado a voltar à Terra e constituir novos Corpos, se personalizando novamente, para tentar mais uma vez a prova.

O Espírito Humano tem absoluta necessidade de uma consciência pessoal, e para isso constitui os Corpos terrestres, em que ela desperta e funciona, porém a consciência pessoal, dominada pelas condições terrestres, não reconhece o seu próprio criador, nem procura atender aos seus desígnios superiores, se entregando aos atrativos, aos prazeres e ilusões da vida terrestre, abandonando os interesses superiores do seu Espírito.

Nessas condições se encontram quase todos os seres humanos na Terra. Todos têm uma vaga impressão de um destino espiritual, de uma necessidade superior, mas que absolutamente não querem considerar seriamente, porque a infinidade de interesses terrestres, de apegos, de ilusões, de prazeres e de vícios lhes rouba todo tempo e toda alma. Para atender às contínuas exigências da vida terrestre, o ser humano abandona, quase por completo, os interesses do seu próprio Espírito, criando toda sorte de elementos mundanos que, longe de satisfazê-lo, cada dia se tornam mais dominantes.

A grande dificuldade, e o mais sério perigo para o ser humano, é que o ambiente terrestre não oferece à nova personalidade criada nenhuma orientação realmente superior antes, pelo contrário, a educação mundana, os exemplos, as necessidades materiais, ocupam toda a mentalidade do ser humano, desde a infância, forçando-o a deixar esquecidos e abandonados os seus interesses espirituais e impulsos superiores que provêm do seu Ego

De maneira que a primeira questão que se apresenta a todo ser humano, que deseja progredir espiritualmente, é vencer a oposição natural da mentalidade mundana formada desde a infância e que, agora, procura, a todo transe, mantê-lo afastado e descrente dos seus interesses espirituais. Nessa verdadeira luta interior contra o materialismo que procura dominá-lo, não encontra o ser humano nenhum apoio exterior, porque todo o mundo apoia e sustenta a mentalidade mundana, sendo incapaz como é, de reconhecer, as necessidades e ideais superiores. Nem mesmo os parentes e amigos apoiarão os esforços do ser humano que procura evoluir espiritualmente, e sem dúvida se oporão, classificando essas coisas de “excentricidades e manias”.

É necessário que o Aspirante à vida superior considere essas atitudes como absolutamente naturais, sendo inútil pretender que a mentalidade mundana admita e leve a sério as suas necessidades espirituais. Não podendo compreender, não se interessa a mentalidade mundana por coisa alguma superior. De nada valerão argumentos, discussões, nem aborrecimentos, que só prejudicarão os seus esforços. A luta há de ser inteiramente interior, contra suas próprias dúvidas, seus desejos e ilusões mundanas, seu egoísmo material e as sugestões que recebe do exterior, mas que procuram dominá-lo. Não são as coisas exteriores que nos afetam, mas as impressões que elas causam dentro de nós.

Pretender impor aos outros os seus pontos de vista superiores tem sido sempre a mais dolorosa falha de muito Estudantes, que por falta de experiência e de previsão julgam possível modificar a mentalidade de pessoas que absolutamente não se interessam pelos assuntos espirituais. O receio de se ver isolado mentalmente dos indivíduos que o rodeiam, dos seus próprios parentes e amigos a quem ama, faz com que o Estudante se esforce por convencê-los, para se sentir ao menos compreendido e consolado. Entretanto, essa atitude, com raras exceções, lhe trará amargas desilusões.

Os problemas espirituais são absolutamente individuais. Cada ser humano há de resolvê-los por si mesmo e internamente, sendo necessário que se prepare para enfrentar as oposições naturais e sistemáticas da “mentalidade mundana”, para a qual as questões espirituais não apresentam nenhum interesse.

Não deve o Aspirante à vida superior se admirar, nem se aborrecer, diante da oposição de indivíduos que o rodeiam, cuja mentalidade, dominada pelos interesses mundanos de toda ordem, é ainda incapaz de raciocinar espiritualmente.

A única atitude legítima e conveniente é a de reserva e tolerância, se evitando a todo transe provocar qualquer espécie de questões e de desarmonias, que viriam certamente prejudicar e talvez inutilizar todos os seus esforços.

O que é preciso evitar sempre, com o maior cuidado, é provocar a formação de um ambiente francamente antipático e contrário aos seus interesses superiores. Se os que o rodeiam tomarem a peito uma oposição sistemática e caprichosa, o Estudante se verá, certamente num círculo de terríveis provas morais que dificilmente poderá vencer. Se não formos prudentes e pacientes com a opinião alheia, certamente atrairemos constantes reações de toda espécie que dificultarão ainda mais a nossa marcha.

Não temos nenhum direito de exigir, de quem quer que seja, que adote os nossos pontos de vista, que aceite as nossas opiniões, por melhor que elas sejam, nem que nos acompanhe no caminho que encetamos. Algumas vezes tentamos entusiasmar os outros, para não nos sentirmos isolados, sozinhos, em nossa aventura espiritual, mas é quase certo que não encontraremos outras pessoas capazes de nos entenderem; a não ser os nossos verdadeiros companheiros de ideal, os amigos que fazem parte da nossa corrente espiritual. Será fácil compreender o motivo. É que os que se ligaram à nossa corrente e acompanham a orientação da Fraternidade Rosacruz vão, gradualmente e quase insensivelmente modificando a sua mentalidade, libertando-a dos velhos conceitos materialistas e mundanos. Um indivíduo mundano, por melhor que ele seja, desconhecedor dos princípios de verdadeira fraternidade que vimos constituindo, dificilmente poderá considerar as razões que nos aninam. Cuidemos muito de não forçar o entendimento dos outros, especialmente daqueles que não demonstram um verdadeiro interesse em aprender. Há uma regra fácil e útil para seguir nesses casos: não falar sem ser perguntado. Diz o Evangelho: “Aquele que pede, ser-lhe-á dado.”.

Esperemos pacientemente que nos perguntem por que só aquele que pergunta, ou que procura demonstra interesse em aprender, e está em condições de alcançar o conhecimento. Não pense nunca que o falar demais trará alguma vantagem nesse sentido. Quanto mais falarmos inoportunamente, tanto mais perturbaremos àqueles que não estão dispostos a aprender e, tanto mais provocaremos dificuldades para nós mesmos.

As descrenças e dúvidas daqueles que nos rodeiam, os seus sorrisos de escárnio, as suas malícias e graças serão outras tantas sugestões contrárias, que poderão, talvez, perturbar a nossa confiança e a nossa estabilidade, se ainda não alcançamos a firmeza e o pleno entendimento.

Evitemos sempre a triste mania de querer nos exibir fazendo dos conhecimentos espirituais um motivo de vaidade. Tudo o que falarmos movidos tão somente por essa egoística intenção será fatalmente prejudicial a nós mesmos e aos que nos ouvem. Além disso, toda ostentação vaidosa só atesta a falta do verdadeiro conhecimento. É por isso que não poderão produzir resultados superiores; levam em si o germe da desconfiança e de dúvida.

Quando for oportuno, falemos simplesmente com o sincero desejo de esclarecer os nossos semelhantes, e aquilo que dissermos produzirá os mais benéficos frutos. Não temamos falar, e falar claramente, quando for oportuno, mas guardemo-nos de pretender convencer os outros com discussões e críticas ao seu modo de pensar, porque com discussões e críticas só conseguiremos aborrecer aos outros e a nós mesmos.

Se queremos realmente prestar um grande serviço aos nossos semelhantes e conquistar, ao mesmo tempo, um elevado merecimento, falemos pouco sobre as questões espirituais e somente quando for oportuno.

F I M

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como podemos conciliar o terrível sofrimento e tortura dos animais com a justiça de Deus? Qual será o destino daqueles que maltratam hoje os animais?

Pergunta: Quando um ser humano vive uma vida de dor e sofrimento, isso se justifica pelo fato dele estar colhendo agora o que semeou em vidas anteriores. Mas como podemos conciliar o terrível sofrimento e tortura dos animais com a justiça de Deus? Qual será o destino daqueles que maltratam hoje os animais?

Resposta: Analisar a vida somente do ponto de vista das condições atuais é tão inconsistente como considerar que um ser humano não teve uma infância no seu passado nem terá uma velhice à sua frente. A nossa vida atual e muitas vidas antes desta nos tornaram o que somos hoje; este passado determina, em grande parte, a direção que seguiremos nas vidas futuras. No início da manifestação, o Espírito era livre e semelhante ao Pai, exceto em uma coisa: ele não possuía consciência própria e a peregrinação através da matéria foi empreendida para que ela pudesse ser adquirida. Para promover esse objetivo, o Espírito foi cristalizado por vários veículos durante o processo de involução. Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos formaram-se gradualmente à sua volta para limitá-lo e isolá-lo de todos os outros Espíritos. Em seguida, pela dádiva da Mente, o Ego ou indivíduo foi finalmente formado. Confinado nos vários véus mencionados, o Espírito não pode mais entrar em contato direto com o mundo exterior, mas voltando o seu olhar para dentro, ele se vê e se reconhece como “Eu”. Ao mesmo tempo, porém, sente suas limitações; reconhece que está alimentando-se de resíduos e que será necessário regressar à casa do Pai a fim de tomar o seu lugar como Filho de Deus.

A resolução de retornar ao Pai se torna mais intensa devido ao fato de que a dor e o sofrimento são causados pelas limitações do atual modo de existência. As condições cerceadoras deste confinamento, experimentadas pelo Espírito, são um incentivo para prosseguir. “Ninguém vem ao Pai senão por mim”, disse Cristo. Realmente, sempre que Cristo nasce dentro de nós, tornamo-nos conhecedores da dor e da aflição. Trilhar o caminho da provação, da purificação e do esforço espiritual marca a face com vincos de sofrimento e, gradualmente, o corpo dissolve-se para tornar mais etérico, deixando o Espírito mais livre. À medida que dominamos as nossas paixões, acendemos o fogo do sentimento de solidariedade que queimará as impurezas da carne. Em consequência, isso permitirá o crescimento espiritual das nossas naturezas para atuar livremente no Novo Céu e na Nova Terra, onde a dor, o sofrimento e a morte serão superados. Isso será um antegozo das condições do Período de Júpiter, quando atuaremos em nossos Corpos Vitais e estaremos livres do veículo físico e dos desconfortos a ele inerentes. Atualmente, o pensamento do indivíduo comum tem pouca ou nenhuma força, mas naquele dia, os nossos pensamentos terão a capacidade de insuflar vida em certa categoria inferior de espírito. Portanto, torna-se de máxima importância que nos purifiquemos totalmente, antes que tão tremendo poder nos seja conferido.

O caminho da evolução não é uma circunferência, mas uma espiral. Somos uma humanidade melhor que a dos Anjos, que foram humanos no Período Lunar, e os animais, que se tornarão humanos no Período de Júpiter, constituirão uma humanidade melhor do que a nossa. Como o globo inferior dessa época estará na Região Etérica, somente um veículo feito de Éter será utilizado por qualquer ser. As forças mais sutis da natureza serão acessíveis a todos, nesse período, e a humanidade do Período de Júpiter, tanto quanto nós próprios, será capaz de manejar o raio. Portanto, faz-se necessário que eles aprendam pela experiência a natureza da dor que pode ser infligida pelo mau uso de uma força superior. Para que os animais adquiram a compaixão devida, eles foram feitos, sob certos aspectos, iguais a nós, capazes de sentir a dor e o sofrimento inerentes à existência física. Assim, do mal atual resultará um bem, tanto para o ser humano como para o animal.

Devemos tomar em consideração que haverá infortúnios reservados para aqueles que originaram o mal. Os reinos inferiores atuam como degraus para os superiores. Se o mineral não existisse, a vida vegetal seria impossível, pois não poderia criar raízes e obter o sustento necessário para o seu crescimento. Se não houvesse plantas, o animal e o ser humano não teriam meios de conseguir corpos terrenos. O serviço prestado pelos reinos inferiores, ao se tornarem degraus para os superiores, só pode ser retribuído pelo serviço. O superior tem, em relação ao inferior, uma dívida de gratidão. Cristo reconheceu isso; que sem discípulos não poderia haver um mestre e, em sinal de gratidão pelo privilégio de ensinar e introduzir no mundo a maravilhosa Religião Cristã, Ele lavou os pés de Seus Discípulos. Nas eras futuras, os reinos inferiores, que atuam hoje como degraus, meios de crescimento e experiência para nós, necessitarão de ajuda e assistência que deveremos prestar. Desse modo, a onda de vida humana, que abusa hoje dos animais, deverá colocar-se a serviço deles, ajudando-os a conseguir o máximo na escola da evolução. Os espíritos dos animais, cujos corpos torturamos e destruímos atualmente, tornar-se-ão os nossos discípulos e será nosso dever, como seus guardiães, ajudá-los a crescer e propagar a vida da qual os privamos agora.

(Pergunta nº 18 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Folheto: A Ciência de Morrer

A CIÊNCIA DE MORRER

O Espírito é imortal

A expressão “morte” refere-se somente à forma. O espírito é imortal. Nascimento e morte são, também, termos relativos; o que chamamos morte é, realmente, um nascimento no mundo espiritual, e o que chamamos nascimento é, temporariamente, uma morte no mundo espiritual.

De que maneira acontece a ruptura da morte? Quando esgotamos as possibilidades de uma vida é necessário passar às esferas superiores pelo processo da morte, tão geralmente temida sem razão. O chamado Átomo-semente do Corpo Denso, o físico, está localizado no coração. Esse Átomo-Semente é chamado, na linguagem Rosacruz, “O Livro de Deus”, porque todas as experiências de nossas vidas passadas estão nele inscritas. Este Átomo especial é permanente e será levado conosco através de todas as existências futuras, formando a base da nossa individualidade por toda a eternidade. A morte é ocasionada pela ruptura da união entre o Átomo-Semente e o coração. Depois da morte as forças inerentes ao Átomo-Semente e aos veículos superiores, como o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente, abandonam o Corpo Denso pelo alto da cabeça. Contudo, o

Espírito e os veículos superiores permanecem em contato com o Corpo Denso, por meio do Cordão Prateado, durante uns três dias e meio, aproximadamente. O Cordão Prateado é tríplice: um segmento é constituído de Éter, outro de matéria de desejos e o outro de matéria mental. Esses segmentos estão ligados aos Átomos-sementes dos respectivos veículos. A ruptura entre o Átomo-semente do Corpo Denso e o coração ocasiona a sua paralisação (morte clínica), mas o corpo ainda não está morto: a morte sobrevirá depois da ruptura do Cordão Prateado.

Como é feita a retrospecção da última existência terrena? Neste lapso de tempo efetua-se um processo importante: a retrospecção do panorama da vida recém finda e a consequente gravação no Corpo de Desejos das imagens contidas nesse panorama. Durante a vida o Éter Refletor do Corpo Vital age como uma placa sensível em que são registrados todos os pensamentos, emoções, incidentes e circunstâncias da vida. O Éter inspirado na respiração leva consigo essas imagens que, por meio do sangue, se imprimem no Corpo Vital. Elas constituirão a base da experiência depois da morte. Durante um período de uns três dias e meio depois da

morte o Ego se concentra neste panorama que se desenrola perante ele, mas em ordem inversa, isto é, os incidentes da última parte da vida são os que aparecem primeiro no panorama. Se a concentração do Ego é profunda e não perturbada por ruídos, ou incômodos de nenhuma espécie, o registro é feito de modo profundo e claro e o Espírito estará em situação de assimilar a totalidade do valor espiritual da vida que acaba de terminar. Porém, se o Espírito é perturbado pelas emoções, prantos ou lamentações de parentes, ou pelo tumulto de um campo de batalha, sua concentração é perturbada e as experiências da vida gravam-se ligeiramente ou deixam mesmo de serem gravadas totalmente no Corpo de Desejos. Nesse caso, essa vida fica praticamente perdida, ou seja, perdem-se as experiências que, normalmente, teriam sido adquiridas. Devemos ter o máximo cuidado de cercar o recém desencarnado de um ambiente de tranquilidade, de maneira que não se perturbe essa retrospecção do panorama de sua vida, uma vez que dela dependerão o desenvolvimento da consciência e o incentivo para uma boa conduta nas vidas futuras.

A separação dos Éteres Superiores e Inferiores Outro processo que ocorre, simultaneamente, é a separação dos Éteres.

Os dois Éteres superiores, o Refletor e o de Luz, que formam o Corpo-Alma, como aprendemos na Fraternidade Rosacruz, separam-se dos inferiores, o Éter Químico e o de Vida. Ligam-se aos veículos superiores e atravessam com esses os Mundos mais elevados, atuando como base da consciência nesses Mundos, enquanto, os Éteres inferiores ficam com o Corpo Denso, desintegrando-se com ele. Quando há perturbação em volta do corpo, durante o período da retrospecção da vida, esta divisão dos Éteres não se efetua convenientemente. Não se deve dar estimulantes aos moribundos porque esses lhe causam sofrimentos. Os estimulantes fazem-no voltar violentamente para dentro do corpo os veículos superiores e mantém a agonia do indivíduo durante horas e dias, quando de outra maneira, podia deixar o corpo sem maior sofrimento. Nunca se deve empregar estimulantes nos casos em que se vê, claramente, que a vida não pode se prolongar mais que algumas horas, ou dias.

Os cuidados com o corpo após a morte Depois da morte, o corpo deveria ser colocado numa câmara frigorífica, durante três dias e meio. Deveria se evitar a embalsamação ou qualquer tipo de autopsia

porque perturba a retrospecção panorâmica. Igualmente, deveria se evitar a cremação nesse período, visto o Espírito estar, ainda, em contato com o corpo, por meio do Cordão Prateado e, assim até certo ponto, qualquer mutilação do corpo provoca dor. A cremação prematura dissipa os Éteres e destrói a recordação panorâmica que esses contêm. Contudo, depois de três dias e meio a cremação é aconselhável porque desintegra o Corpo Denso, e os dois Éteres inferiores, com seu magnetismo residual, deixando o Espírito totalmente liberto, para seguir para os Mundos suprafísicos.

No caso de sepultamento, o magnetismo do corpo e os Éteres inferiores ligam o Espírito à Terra, durante um tempo variável, geralmente até que a decomposição chegue a um estado avançado ou se complete. Isso retarda o progresso do Espírito por alguns anos.

Conhecendo os fatos que se referem à morte, segundo determina a Filosofia Rosacruz, e utilizando devidamente esse conhecimento, podemos prestar grande serviço aos amigos e conhecidos que presenciamos as suas mortes. Igualmente, podemos deixar instruções para que os outros nos prestem este mesmo serviço quando chegar a nossa hora de cortar as amarras que nos prendem à vida física.


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Folheto: Efeitos das Bebidas Alcoólicas, Drogas e do Fumo

Essa Vida é uma de muitas outras Vidas

Através dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, relatados por Max Heindel, é-nos ensinado que essa vida é uma entre muitas outras vidas na qual o ser humano, como Espírito Virginal, se prepara para a parte que assumirá no drama cósmico como um colaborador de Deus.

Muitas experiências foram necessárias para nos preparar para o nível de consciência que agora possuímos, e nosso progresso contínuo depende do uso que fizermos de nossos atuais Corpos Densos (o físico) em seus relacionamentos com o crescimento de nossos veículos espirituais.

Um corpo fraco não pode manter a vibração mais elevada, que acompanha qualquer crescimento espiritual, e é somente por meio do crescimento espiritual que a atual geração pode preparar-se para a próxima Era de Aquário.

Visto que nossos próximos renascimentos podem se realizar durante essa Era, é necessário que façamos essa preparação ou seremos incapazes de competir com seres que renasçam em um nível mais elevado, pois eles estão se preparando para o evento que se aproxima. O fracasso, nessa vida, pode significar que renasceremos na próxima vida como membros de um grupo de um povo inferior.

Muitos fatores estão envolvidos no desenvolvimento espiritual. Essa dissertação, no entanto, será limitada à discussão do que, pelo uso contínuo, é prejudicial ao progresso de uma pessoa, a saber: bebidas alcóolicas, drogas e fumo. Sua importância está no fato de que eles podem impedir ou inverter a evolução do indivíduo. Centenas de livros têm sido escritos sobre os efeitos que essas substâncias têm sobre o Corpo Denso e, diariamente, aparecem artigos na internet, em jornais e revistas alertando sobre os problemas que podem resultar o seu uso prolongado.

Vamos assinalar as implicações espirituais que devem ser consideradas depois que todos os aspectos de ordem física foram estudados. Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que o Corpo de Desejos e a Mente estão nos primeiros estágios do desenvolvimento evolutivo.

Nosso crescimento depende do trabalho que fizermos para obter controle desses importantes veículos. O uso de qualquer substância que enfraqueça nosso controle sobre esses veículos nos impede de exercer a necessária disciplina para aprender as lições para as quais renascemos agora – lições que devem ser aprendidas, se pretendemos continuar em nosso progresso para cima e para frente. Isso quer dizer que devemos empregar todo esforço para obter controle do Corpo de Desejos e da Mente.

As Bebidas Alcóolicas e Nossa Evolução

Através da descida do Espírito humano na matéria, substâncias foram introduzidas na dieta do ser humano para capacitá-lo a prosseguir nos sucessivos passos de sua evolução, para baixo e para frente. As bebidas alcóolicas foram uma dessas substâncias. Antes da quinta Época ou Época Ária da evolução da Terra, o ser humano conservava alguma visão espiritual, que era sua herança como um Espírito em evolução e, dessa maneira, ele estava ciente de ser um ser espiritual. Até essa Época a água era usada como a principal bebida; então, se tornou necessário que o ser humano perdesse sua visão espiritual para que se tornasse incapaz de ter consciência de sua existência espiritual. Somente dessa maneira ele seria capaz de conquistar o Mundo Físico (esse que vemos) e aprender as lições necessárias, orientadas assim só para a matéria.

Para preencher essa parte do destino do ser humano “Baco”, o Deus do vinho, apareceu e sob sua influência até mesmo as nações mais avançadas esqueceram que as pessoas eram também súditas de uma vida mais elevada.

Mais tarde, Cristo Jesus transformou água em vinho que, nessa época, estava sendo usado pela humanidade em evolução. O próprio Cristo Jesus era um ser altamente evoluído e não precisava aprender as lições que eram tão necessárias para a humanidade. Ele não precisava de vinho, e não há nenhuma passagem na Bíblia que afirme que Jesus bebeu o vinho.

É tempo, agora, do ser humano começar a subir o caminho da evolução e se encaminhar em direção à consciência de Cristo – isto é, de desenvolver sua perdida visão espiritual.

Desde que as bebidas alcóolicas foram usadas para capacitar o ser humano a esquecer seu Eu superior, ninguém que alimente o corpo com elas (produto de fermentação e deteriorização) poderá saber alguma coisa sobre os reinos espirituais. A próxima Era de Aquário exigirá que o ser humano tenha conhecimento do seu Eu superior, e aquele que não se preparar para renascimentos futuros, procurando desenvolver a visão espiritual, será incapaz de competir com o ser humano superior renascido nessa época e terá dado um passo para trás na evolução.

Todas as formas de bebidas alcoólicas devem, portanto, ser eliminadas da dieta daqueles que desejam continuar na espiral ascendente. Qualquer pessoa afortunada, que hoje possua visões ocasionais dos Mundos espirituais, pode arriscar o nível que alcançou por seu trabalho em vidas anteriores pelo contínuo uso desse tipo de bebida e chegará à Era de Aquário incapaz de ocupar esse lugar conquistado.

O Uso das Drogas Lícitas e Ilícitas

O uso de drogas ocupa seu lugar como um companheiro das bebidas alcoólicas, quando o desenvolvimento espiritual do ser humano é levado em consideração. Ao explorar o difundido uso de drogas na sociedade de hoje, vemos que a necessidade para seu uso gira em torno de três fatores: 1) alívio de dor; 2) tédio: 3) a esperança de experimentar revelação espiritual.

No Conceito Rosacruz do CosmosMax Heindel nos diz que o objetivo da vida não é a felicidade, mas a experiência. Em nossa luta por aquilo que achamos ser o melhor do lado material da vida, deixamos que nossos desejos nos levem pelos caminhos do prazer, do bem-estar e no conforto. Então, muitas vezes, falhamos em cumprir o objetivo de nossa existência, a saber, ganhar experiência.

Quando abusamos de nossos corpos, ficamos sujeitos à dor, que é a maneira da Natureza nos dizer que o mau uso que fizemos deles foi longe demais e que é tempo de inverter as condições que resultaram em nosso desconforto. Muitos ignoram esse aviso da Natureza e, preferindo uma saída mais confortável, recorrem ao uso de drogas. A tragédia é que, estando sem vontade de fazer uma tentativa honesta para procurar corrigir a causa, não param aqui. Aceitam o alívio temporário que é proporcionado e permitem que seus corpos acumulem uma quantidade cada vez maior de toxinas.

Assim, criam uma condição que requer o uso cada vez mais frequente de drogas, até que são forçados a agir somente através desse meio altamente tóxico; e uma pessoa dominada assim pela droga tem pouca oportunidade de realizar crescimento espiritual nessa vida.

Esse crescimento exige que o Corpo Denso e a Mente estejam puros e saudáveis para que deem ao veículo espiritual a disciplina necessária, como uma preparação para o trabalho que têm a realizar. Somente o próprio indivíduo pode efetuar as condições que assegurarão a ele um crescimento contínuo. Ele deve, portanto, evitar o uso de drogas ou qualquer outra substância que irá interferir no trabalho do cérebro. Nossa sociedade é afligida hoje por uma condição auto-imposta chamada tédio que se tornou um dos maiores problemas do ser humano enquanto ele tenta realizar o destino de sua presente vida.

O consumo de calmantes, soníferos e pílulas estimulantes aumentou muito e atinge um grande grupo da família humana. Esse uso poderia ser eliminado se o indivíduo envolvido procurasse viver como um membro cooperante da sociedade. Ao invés de chafurdar-se em sentimentos de

autopiedade, ele deveria procurar abrir seu coração para seus semelhantes e tentar encontrar a paz que ele almeja por seu serviço à humanidade. Em nível mais alto, os barbitúricos (sedativos) e as anfetaminas (estimulantes) produzem um efeito mais potente. Está confirmado que essas drogas afetam o sistema nervoso central. De forma diferente dos animais, que são governados pelos Espíritos Grupos e, portanto, reagem todos da mesma maneira às drogas, o ser humano é individualizado e não há nenhuma forma de determinar, com certeza, os efeitos colaterais sobre o corpo.

Esses podem ser mínimos ou sérios, dependendo do nível de desenvolvimento espiritual de cada um. Podemos, no entanto, ter a certeza de que, em todos os estágios, o efeito será o de diminuir ou retardar o crescimento espiritual presente e futuro. Drogas como maconha, cocaína, heroína, LSD e outras similares, usadas especialmente pela geração mais jovem para produzir uma assim chamada “alta” ou “viagem”, são, realmente, as mais perigosas. Para compreender porque o jovem é suscetível ao uso dessas drogas que deixam a Mente confusa, é necessário compreender que ele pode estar na idade onde nasce o seu Corpo de Desejos (mais ou menos aos 14 anos) ou a sua Mente (mais ou menos aos 21 anos). Essa é a época em que ele determina os limites de sua capacidade e vê o quanto pode desafiar o “status quo”. Muitos jovens estão desejosos de testar os limites de sua capacidade de adaptação.

Outros desejam revelação espiritual, que acreditam poder ser induzida pelo uso de drogas. Nesse período crítico na vida do indivíduo, frequentemente falta-lhe a confiança e o carinho de um companheiro mais velho que poderia orientá-lo nesse momento difícil. Para muitos jovens de hoje, essa é uma época de sofrimento e de erro, um período de crescimento cego. As drogas oferecem uma saída, mas, com o tempo, revelarão ser uma saída errada.

Sendo alucinatórias, não trazem os resultados desejados; ao contrário, colocam o Aspirante em perigo de ser controlado por espíritos indesejáveis, de destruir o Corpo Denso e de se expor a efeitos extremamente prejudiciais sobre seus corpos espirituais.

Qualquer dano a esses veículos pode exigir mais existências para restaurá-los à adaptabilidade que eles originalmente tinham. Isso significa um recuo certo na evolução.

Portanto, uma pessoa que tenha feito muito progresso em renascimentos anteriores poderá perder o valor do árduo trabalho precedente ao afetar seriamente os atuais instrumentos da vida.

O Fumo e o dano ao Corpo-Alma

O terceiro membro do trio é o fumo, uma mistura complexa de gases, líquidos e partículas sólidas. Não só encontramos muitos componentes químicos no fumo, como também muitos mais são criados à medida que as substâncias se queimam. Qualquer componente pode produzir efeitos prejudiciais sobre o corpo; juntos, podem significar um desastre. Em comentários anteriores, ressaltamos que nosso interesse não é somente com os efeitos sobre o Corpo Denso, mas também sobre os corpos espirituais.

Nossa evolução como seres espirituais depende da aquisição do Corpo-Alma, o Dourado Manto Nupcial, que é tecido a partir do desenvolvimento dos Éteres superiores. Nenhum progresso pode ser feito nestes Éteres a menos que elevemos as vibrações de nossos Corpos Densos, e isto só pode ser conseguido ao mantermos um corpo tão puro quanto nosso atual desenvolvimento o permita.

Nenhum atleta ou qualquer outra pessoa que precise de um veículo apto por excelência para seu trabalho faria qualquer coisa que fosse sabidamente nocivo para o corpo e para a Mente. Para a pessoa que escolhe seguir o caminho espiritual, a necessidade de abstinência é muito maior, uma vez que toda faculdade do cérebro é necessária para aprender a controlar a Mente.

Ninguém com um cérebro confuso pode esperar alcançar algum sucesso duradouro, apesar do esforço que empregue para elevar seu nível de consciência.

O Aspirante não só deve abster-se do uso do fumo, como também precisa tentar evitar, se possível, lugares frequentados por fumantes, uma vez que estão expostos aos vários compostos que são produzidos ao se queimar a substância, assim como ao material exalado pelo fumante. Em resumo, repetimos que, como seres renascidos, deveríamos estar preocupados com o desenvolvimento dos instrumentos do Ego, a saber: o Corpo Denso físico, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente. A qualidade e a condição desses instrumentos determinarão quanto o Ego poderá realizar em seu trabalho de acumular experiências na escola da vida.

As bebidas alcoólicas, as drogas e o fumo têm um efeito nocivo sobre esses veículos, a ponto de o crescimento espiritual do indivíduo e seu progresso no caminho da evolução poderem ficar seriamente retardados por esses vícios.

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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Método Rosacruz de Desenvolvimento

Método Rosacruz de Desenvolvimento

A Ordem Rosacruz possui um método de desenvolvimento espiritual científico comprovado por aqueles que se submeteram à prática de seus preceitos. Baseados em investigações espirituais profundas, realizadas pelo fundador da Ordem e seus doze discípulos, conhecidos por nós como Irmãos Maiores, esses sagrados seres não apenas alcançaram um consenso sobre as tendências pelas quais as Mentes da humanidade atual responderiam como estabeleceram um método que habilita o ser humano, enquanto renascido aqui, a: (1) quebrar o ciclo vicioso de produção de pecados (sofrimento e morte); (2) iniciar um processo de purificação pessoal; (3) tornar seus corpos ferramentas mais úteis para atividade do Ego; (4) antecipar aprendizados que estariam reservados somente a vidas futuras. Com efeito, o método Rosacruz de desenvolvimento permite intensificar o grau vibratório e a força espiritual de uma pessoa, capacitando-a a realizar importantes feitos na Grande Obra Divina. Talvez seja esse o motivo pelo qual Max Heindel, mensageiro direto da Ordem Rosacruz, considerou esse método como o ensinamento mais importante de obra descrita no livro O Conceito Rosacruz do Cosmos.  Para encontrarmos sentido nos preceitos propostos pelo Método Rosacruz de Desenvolvimento, faz-se necessário recapitularmos todo o procedimento ordinário de produção anímica humana.

Durante toda a vida, o ser humano constrói e semeia até o momento de sua morte ou passagem para os planos internos. Então, o período de sementeira ou expressão objetiva da vida cessa, iniciando um novo período de colheita denominado pela Fraternidade Rosacruz de estado subjetivo da vida. Os fatores que constituem a base para o período de colheita são os registros de todos os acontecimentos da vida em questão. Esses registros não fazem parte da memória comum do ser humano, utilizada na vida cotidiana, mas estão armazenados em um átomo localizado no ventrículo esquerdo do coração. Tal átomo é conhecido pelas Escolas de Sabedoria Ocidental como Átomo-semente do Corpo Denso.

Também, como é sabido entre os Estudantes Rosacruz, o Corpo Denso do ser humano comum tolda a capacidade do Ego em acessar e utilizar um poder espiritual que acumulou desde sua criação. No entanto, quando ocorre sua morte, esse poder é livremente acessado, mesmo que o Ego não esteja consciente desse fato. Assim, a pessoa fica capacitada para ler os registros do Éter Refletor (Região Etérica do Mundo Físico) que estão gravados no Átomo-semente mencionado. Esse processo constitui na apresentação de toda a vida do indivíduo como um panorama, que desfila à frente do Ego, mas em ordem inversa.

É importante compreendermos que os registros dos acontecimentos da vida não são relevantes para o desenvolvimento espiritual, mas sim o resultado das ações que são os produtos da guerra entre as forças espiritual (vontade do Ego) e corporal (vontade do “eu inferior”) do ser humano. Além disso, todas as ações resultantes dessa guerra possuirão uma classificação moral e pessoal dada pelo próprio Ego. São exatamente esses dois registros (resultado da guerra entre o Espírito e seus Corpos; e julgamento moral desse resultado) que constituem a base de registro daquilo que será revivido em ordem inversa durante o panorama da vida, logo após a morte, e formarão as experiências da vida purgatorial e das atividades no céu.

Mas antes que o Ego se aproxime do momento de sua morte, registros de suas atividades diárias estão ocorrendo em todo o momento da vida. A pergunta que surge então é: Como os registros ocorrem? Nós, enquanto Egos, sempre que temos vontade de realizar algo (pensamento, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, obras, ações, entre outros) imaginamos ou acessamos nosso repertório particular sobre tal assunto que está armazenado em nossa Memória Consciente. A partir desse acesso e imaginação, formamos uma ideia de execução de tal ação. A vontade inicial de execução é um atributo do veículo Espírito Divino do Ego; a imaginação é atributo do veículo Espírito de Vida e, por fim, a ideia fruto do veículo Espírito Humano. Perceba que o último produto desse processo (a ideia), que didaticamente atribuímos ao Espírito Humano, jamais existiria sem que houvesse trabalho prévio do Espírito de Vida (imaginação) e do Espírito Divino (vontade). Portanto, a ideia em si contém toda a atividade do Espírito Virginal manifestado, o Ego, que apesar de ser entidade única se manifesta de modo tríplice, como Deus que o criou.

Se aplicarmos a relação hermética nesse complexo procedimento, em que tudo que está embaixo está também em cima e vice-versa, Deus nosso criador, quando criou nosso Sistema Solar, também teve Vontade de criar (seu primeiro Aspecto que conhecemos como PAI). Essa vontade disparou o segundo aspecto Amor-Sabedoria (que conhecemos como FILHO ou CRISTO) no qual concebe os meios para que essa vontade possa ser expressa. Então, o segundo aspecto fornece o TOM ou Nota-Chave que emite vibrações que dão o molde para constituição de todas as coisas que deverão compor esse Sistema Solar. Finalmente, esse processo dispara o terceiro aspecto ou Atividade (que conhecemos como ESPÍRITO SANTO ou JEOVÁ) que atrai o material Divino (Substância Raiz-Cósmica) pondo-o em movimento para concretizar todas as coisas de acordo com a vontade do PAI e ditadas pelos moldes do FILHO. Assim, também, o VERBO é DEUS, estava no princípio com DEUS e se fez carne quando colocou todas as coisas em movimento para manifestar a vontade de DEUS. Uma vez que o VERBO fornece a Nota-Chave de tudo, nada do que tem sido feito foi feito sem ELE.

Voltando ao nível da ação humana, quando uma ideia é, então, concebida, necessita ser direcionada sobre os corpos ou instrumentos do Ego para poder ser manifestada. O instrumento que projeta essa ideia sobre os Corpos é o veículo Mente. Nesse ponto, uma das três direções de ação será necessariamente utilizada: (1) ação imediata; (2) ação postergada e (3) ação imediata, mas por processo positivo da telepatia, negativos da hipnose ou da obsessão. Aqui, vamos descrever apenas a ação imediata ou item (1).

Assim, quando uma ideia é concebida, deverá ser projetada sobre o Corpo de Desejos para poder ser expressa. Nesse ponto, um dos dois sentimentos, Interesse ou Indiferença, deverá ser despertado. O Interesse pode ativar tanto a Força de Atração quanto a de Repulsão, já a Indiferença não produzirá nenhuma barreira da personalidade, o que deixará a manifestação dependente da própria força espiritual da ideia para ser expressa ou não. No caso da ativação do sentimento de Interesse, a ideia será revestida de material de desejos semelhante à natureza da ideia. Após essa união entre ideia e desejos, poderá atuar sobre os centros nervosos voluntários, mas ainda em nível etérico. Somente após ser também revestido de Éter, poderá ativar a força física para que ocorra expressão na Região Química do Mundo Físico. Note que essa direção empregada é simplesmente a condição ideal para crescimento anímico do Ego. Sua vontade é respeitada e potencializada por seus instrumentos que lhe obedecem. O resultado dessa ação é o sucesso, bem como o sentimento positivo pessoal de concretização da ação serão registrados no Átomo-semente pelo Éter Refletor.

Por outro lado, quando uma ideia desperta a Força de Repulsão, toda a vontade de expressão do Ego pode ficar comprometida. Por exemplo, se uma pessoa alimentou por toda a sua vida o sensualismo, estabeleceu hábitos semelhantes em seu Corpo Vital e boa parte da densidade de matéria de desejos de seu Corpo de Desejos também será sensualista. Isso revela uma tendência a responder de modo sensualista a muitas situações do cotidiano. Se no decorrer de sua vida, o diapasão interno espiritual da pessoa for acionado, compreenderá que tal hábito não mais possui sentido e procurará não mais alimentá-lo. Assim, seu Ego irá conceber uma ideia de pureza e devoção e tentará projetá-la sobre sua Mente para que seus Corpos respondam a essa solicitação. No entanto, tal ideia, ao chegar dentro do Corpo de Desejos, se deparará com os antigos hábitos sensualistas que tentaram expulsar e aniquilar a ideia de retidão e pureza. Se a energia espiritual (do Ego) for forte, poderá romper caminhos por meio dos centros cerebrais e executar a ação reta. No entanto, se a força dos corpos for mais poderosa, a Força de Repulsão prevalecerá. Essa é a guerra entre a força espiritual e os corpos, entre a natureza superior e inferior.

Como já mencionado, o Átomo-semente registra o resultado das ações que são produtos da guerra entre as forças espiritual (vontade do Ego) e corporal (vontade do eu inferior) do ser humano. Também registra o resultado quando não há guerra, ou quando a Força de Atração foi disparada. Além disso, todas as ações resultantes dessa guerra terão uma classificação moral e pessoal dada pelo próprio Ego. O resultado de todo esse processo é que constituirá todo o panorama que formará a base de crescimento anímico (produção da Alma). Como descrito por Max Heindel, há casos extremos em que a produção anímica é praticamente anulada pela força dos corpos, ou seja, a vontade, a imaginação e a ideia do Ego, praticamente não conseguem espaço de expressão na vida do indivíduo, sendo esse a vítima de seu eu inferior o tempo todo. São as pessoas que possuem um Corpo Vital tão denso (preenchido mais com Éteres inferiores) e um Corpo de Desejos tão cheio de material das três regiões inferiores do Mundo do Desejo que impedem toda a ação do Ego.

Logo que a morte ocorre, os veículos superiores abandonam o Corpo Denso. Os primeiros ficam presos ao último por meio do Cordão Prateado. O tempo em que o Ego permanece nesse estado pode variar entre algumas horas e três dias e meio. É nessa condição que o panorama inverso mencionado anteriormente ocorre. Os arquivos que foram registrados no Átomo-semente iniciam um processo que constitui uma espécie de filme que se desenrola de trás para frente, revelando ao Ego, primeiramente, os efeitos e depois as causas de suas ações.

Como a vida purgatorial faz parte do Mundo do Desejo (ausente de memória da vida precedente) e não da Região Etérica, o Purgatório apenas exercerá benéficos sobre o Ego se ele for capaz de transferir as informações contidas nesse panorama para o Átomo-semente do Corpo de Desejos. A maneira pela qual essa transferência ocorre depende da atenção que o Ego despende sobre o filme que o panorama lhe revela. Quanto mais nítida for sua observação, maiores impressões serão formadas no Átomo-semente do Corpo de Desejos. Caso não preste a devida atenção, não ocorrerá à transferência mencionada – ou ela será gravada com baixa qualidade – e suas experiências serão perdidas ou não aproveitadas totalmente.

Observe, pois que se nesse importante momento da exibição do panorama houver eventos que favoreçam a distração do Ego, tais como lamentos ou teatros histéricos, ou se o Corpo Denso for submetido a procedimentos cirúrgicos ou de autópsia, perdas incalculáveis para seu desenvolvimento anímico poderão ocorrer. Conclui-se, portanto, que a oração, a serenidade e os desejos de incentivo para que a passagem do Ego aos Mundos internos seja tranquila constitui ambiente favorável para que o Ego cresça e evolua. Quanto mais conscientizarmos as pessoas sobre tais processos, mais serviços à evolução dos irmãos e irmãs prestaremos.

Após a contemplação do panorama da vida e a transferência das experiências ao Corpo de Desejos, inicia-se a vida purgatorial. Muitos Estudantes Rosacruzes acreditam que são apenas os maus hábitos ou pecados que constituem a permanência no Purgatório. De fato, são esses os motivos, mas uma análise mais profunda e psicológica revela que também existem outros fatores implícitos. Por exemplo, desejos de apego a objetos, vícios, dinheiro, pessoas e ilusões de assuntos não terminados constituem fatores determinantes para permanência do Ego no Purgatório. Esse apego promove um desejo intensíssimo de retornar e dar continuidade à vida mundana recém-finda. Assim, o desejo de retorno é também a origem e razão da permanência.  

A purgação ocorre exatamente porque o Ego busca satisfazer seus desejos ou vícios antigos, ou de continuar os assuntos que julga inacabados. Torna-se, desse modo, vítima de seu próprio desejo. O dependente químico, o sensualista, o fumante, o avarento, o chefe de família apegado, entre outros, sofrem. Por estarem observando oportunidades para alimentar seus antigos hábitos, mas não conseguirem realizá-los, sofrem ardentemente. Por não terem outra escolha, aprenderão, com o tempo, a não mais alimentarem tais desejos antigos e essa atitude será a chave para abrir a porta da liberdade e deixar esse estado purgatorial.

Esse também é um dos motivos pelos quais as Escolas de Mistérios Orientais instruem seus adeptos a matarem o desejo. Se não tiverem apego algum, não passarão pelo Purgatório. Não percebem, no entanto, que ao matar o desejo, matam também a produção anímica e crescimento moral. É muito mais vantajoso dominar o desejo e direcioná-lo à produção de experiências positivas do que matá-lo e permanecer inerte. “Não se tira a têmpera do aço que forma uma espada ou faca”. Se assim o fizermos, apesar da espada ou faca não mais constituir uma arma que fere, não mais poderá cortar e ser útil para os propósitos nobres de quem os quer utilizar.

Toda a purificação feita no estado purgatorial gerará um agudo sentimento e noção daquilo que é correto e o que não deve ser feito em próximas oportunidades de vida (a voz interna discernimento). Mesmo que as experiências de vidas passadas sejam esquecidas em vidas futuras, o sentimento subsistirá e constituirá a “voz silenciosa” que nos adverte, ainda que não saibamos o porquê, mas quanto mais clara tenha sido a experiência purgatorial (dependente da contemplação do panorama), mais claramente ouviremos essa voz da consciência.

No Primeiro Céu, todas as ideias que não puderam ser concretizados em função das limitações da matéria o serão. Além disso, por ser a região onde há apenas sentimentos altruístas e sublimes, todas as boas ações ou motivos pelo qual o Ego buscou ser nobre na última vida serão revividos para servir de reforço para continuar. Esse reforço constitui um poder anímico que capacitará o Ego a aprimorar seus Corpos para vidas futuras, tornando-os mais sensíveis na capitalização e utilização de materiais mais sublimes e espirituais nas próximas existências objetivas. Mas a aplicação real desse crescimento anímico só ocorre no Segundo Céu.

A partir do estudo e da recapitulação ocorre todo o processo natural de desenvolvimento e crescimento anímico humano e é possível identificar elementos que podem ser otimizados ou potencializados para que ocorra um avanço ou adiantamento desse processo. O Estudante Rosacruz deve observar que não podemos compelir ou forçar elementos como nos convém, mas esses devem seguir as forças das leis naturais que operam suas manifestações.

A indagação que o Fundador da Ordem Rosacruz e seus doze discípulos provavelmente vivenciaram foi de como criar um método que respeitasse o curso das leis naturais e, ao mesmo tempo, propiciasse ao Aspirante à vida superior um seguro adiantamento de produção anímica, sem lhe gerar problemas de saúde ou desequilíbrios mentais e espirituais. Também para que não ficasse na dependência de aproveitar tudo o que vivenciou apenas com a chegada da morte, passagem pelo Purgatório e Primeiro Céu

Seguindo a lógica, é possível obter maravilhosos resultados da natureza por meio da aplicação de métodos científicos que obedecem à harmonia e suas Leis. Por exemplo, é possível fazer brotar duzentos pés de uma planta onde antes, pelos antigos métodos rústicos, nenhum conseguia subsistir. A lógica é que se somos capazes de aplicar tais métodos para benefícios materiais, também seremos capazes de aplicá-los para obtermos benefícios espirituais.

Desse modo, os materiais e as leis naturais que dão base para todos os acontecimentos relativos ao panorama da vida, vida purgatorial e no Primeiro Céu são:

(1) um Átomo-semente capaz de registrar tudo o que ocorre no dia a dia da pessoa, independentemente de sua consciência desse fato;

(2) um Éter que permita tal registro;

(3) um estado ou condição em que o Ego está prestes a deixar o Corpo Denso e levar consigo seus veículos superiores;

(4) uma atenção e memória para registrar todos os fatos que são recapitulados;

(5) a situação que cada fato imprima sobre o Átomo-semente do Corpo de Desejos o resultado da guerra entre o Espírito e seus Corpos; e julgamento moral desse resultado;

(6) que todo esse processo ocorre de modo inverso ou de trás para frente;

(7) a presença da Lei de Consequência.

É sabido que o ar que respiramos está cheio de Éter e, por meio de cada inspiração que efetuamos, todo Éter contido nesse ar será transmitido ao sangue pelos pulmões e passará também pelo coração. Nessa passagem o Éter (agora no sangue) fará seu papel de transmitir ao Átomo-semente todos os quadros de ações vivenciados pelo Ego naquele momento. Assim, contemplamos os itens (1) e (2) em nosso processo de entender o Método Rosacruz de adiantamento espiritual.

A próxima pergunta é: será que não há oportunidades durante a vida objetiva, ou seja, antes da morte, que simule condições semelhantes ao estado que o Ego está prestes a deixar o Corpo Denso e levar consigo seus veículos superiores (3)? De fato, há! E elas ocorrem todos os dias. Tudo que está embaixo está também em cima e vice-versa. Se cada dia representa uma parcela de toda a vida do Ego e cada noite representa o trabalho interno do Ego realizado depois da morte, sempre haverá um momento em cada dia que simule a condição do item 3. É exatamente pouco antes de entrarmos efetivamente no sono, mas já repousando na cama, que o Corpo Denso relaxado, porém consciente, está prestes a entrar nos Planos internos. Pouco antes de atravessarmos essa fronteira, se formos capazes de direcionarmos nossa atenção e memória num processo que simule o panorama da vida que se desenrola no sentido inverso, verificando primeiramente os efeitos e depois as causas das ações (item 4), seremos capazes de reproduzir o panorama da vida. A vantagem é que somente os eventos daquele dia que acabamos de viver deverão ser relembrados.

Mas, lembre-se que as imagens produzidas devem ser transmitidas para o Corpo de Desejos (item 5). Caso contrário, apenas fortalecerá a memória dos fatos vividos e nenhum crescimento moral ocorrerá. Para que sejam transmitidos para o Corpo de Desejos, o Aspirante à vida superior deve, a cada vez que o resultado da guerra entre Espírito e seus Corpos seja reproduzido diante de seus “olhos mentais”, julgar moral e pessoalmente o resultado. Se ocorreu de acordo com suas aspirações espirituais ou não. Caso positivo deve se vangloriar e reviver o Primeiro Céu; caso negativo deve sinceramente se arrepender e fazer queimar sua personalidade no Altar do Sacrifício. Deve também prometer sacrificá-la, assim como os animais eram queimados e sacrificados nesse Altar, quando da época do Tabernáculo no Deserto, a primeira Igreja.

Note que o panorama foi seguido de maneira inversa obedecendo ao padrão natural da morte (item 6). Desse modo, os registros que estavam armazenados no Átomo-semente são revividos antecipadamente no final de cada dia. Consequentemente eles serão apagados, pois já cumpriram seu propósito de fazer o Ego crescer animicamente. Perceba o leitor que o Aspirante à vida superior antecipa o estabelecimento da harmonia que desequilibrou durante seu dia. Assim, a Lei de Consequência também desempenhará seu papel.

Se esse poderoso método for sistematicamente empregado diariamente sob as condições necessárias para tal, ao fim da vida poucos registros estarão impregnados no Átomo-semente. Assim, o panorama que deveria desenrolar para o Ego já terá cumprido seu propósito. Tanto o Purgatório quanto o Primeiro Céu poderão ser evitados e o tempo que deveria ser despendido para ocorrência desse processo de produção anímica poderá ser empregado em serviços ou aprimoramentos que fogem à nossa capacidade de imaginação. Além disso, antes que a morte ocorra, o Aspirante à vida superior estará apto a: (1) quebrar o ciclo vicioso de produção de pecados (sofrimento e morte); (2) a iniciar um processo de purificação pessoal; (3) tornar seus corpos ferramentas mais úteis para atividade do Ego; (4) a antecipar aprendizados que estariam reservados somente a vidas futuras. Conforme mencionado anteriormente, com esse método, o Aspirante à vida superior poderá intensificar o grau vibratório e sua força espiritual, capacitando-se a realizar importantes feitos na Grande Obra Divina, semelhantes àqueles desenvolvidos por pessoas consideradas santas. Esse é o motivo pelo qual Max Heindel, mensageiro direto da Ordem Rosacruz, considerou esse método como o ensinamento mais importante de todo O Conceito Rosacruz do Cosmos.

Que Deus lhe ajude a iniciar o processo de Retrospecção – o nome do Exercício Esotérico noturno descrito acima – o quanto antes, para que as maravilhas celestes possam ser concretizadas em sua vida e nas daqueles que estão entrelaçados em sua Teia do Destino.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Proteção aos Reinos Inferiores: apele para sua razão e sentimento para cumprir um dos Dez Mandamentos na íntegra, “não matarás!”

Proteção aos Reinos Inferiores: apele para sua razão e sentimento para cumprir um dos Dez Mandamentos na íntegra, “não matarás!”

O dia 21 de setembro é particularmente dedicado às árvores, formas de expressão no Mundo Físico dos mais adiantados espíritos da onda de vida vegetal, ainda não individualizados, e por essa razão evoluindo sob a custódia de Espíritos-Grupo Angélicos.

Os poetas e prosadores têm decantado, sobremaneira, os benefícios que o ser humano aufere à custa das árvores. Constâncio Vigil assim as expressa sobre a árvore: “Cópia do Universo, e toda serenidade, beleza e harmonia“.

Os governos da maioria dos países se encontram, atualmente, empenhados numa campanha de incentivo ao reflorestamento, oferecendo inúmeras vantagens àqueles que aderirem a ela.

Louvamos tais atitudes, e não podemos deixar e reiterar nosso apoio a quaisquer movimentos dessa natureza, porém, nosso objetivo vai mais além. Não só exaltamos a magnitude da proteção ao Reino vegetal, como também propugnamos pelas mesmas atenções a todos os Reinos da natureza.

A vida no Mundo Físico manifesta-se por meio da forma, e é mister que essa se aprimore para que aquela venha a manifestar-se com mais desenvoltura. Nossa ação é importante no aperfeiçoamento de tudo quanto nasce, cresce, vive e se transforma na face da Terra. Partindo do princípio de que somos representantes de um Reino superior ao mineral, vegetal e animal, assumimos a responsabilidade de contribuir para que a manifestação da Vida, através daqueles Reinos, realize-se em ascensão constante.

A diligência e o esmero empregados no trabalho executado com os minerais contribuem para a sua ascensão. O Reino vegetal, nós o sabemos, é extremamente dadivoso. Contudo, quando se fala em proteção aos Reinos inferiores, nossa atenção volta-se para o Reino animal, contra o qual são perpetrados verdadeiros crimes.

Sob o pretexto de obter alimentos, o ser humano dedica-se a matança dos mais elevados representantes da escala animal, com isenção plena de compaixão, às vezes com frieza e sadismo deplorável. Não temos o direito de restringir a vida a seres que estão a um passo da individualização. Se necessitamos de alimentos, os mais adequados a nossa constituição encontram-se no Reino vegetal, pródigo em variedade e qualidade.
A Filosofia Rosacruz é objetiva no sentido de ensinar que toda partícula alimentar que ingerimos contém vida e, antes que esta partícula seja agregada ao nosso organismo pelo processo da assimilação, é necessária que a dominemos e sujeitemos a nós mesmos, o que trará harmonia ao corpo. Quanto mais individualizada for a partícula, tanto mais dificuldade haverá para que seja assimilada. O animal possui Corpo de Desejos.

Cada célula que compõe seu corpo possui uma alma individual, compenetrada pelas suas paixões e desejos. Eis porque a carne, como alimento, requer intenso esforço orgânico no processo de assimilação. Inclusive, a própria dentição humana não é apropriada a preparar tal tipo de alimento para ser trabalhado pelo aparelho digestivo. Então, seremos coerentes com a nossa própria condição de seres racionais, se procurarmos alimentos no Reino vegetal, sendo os mesmos menos individualizados, e amplamente adequados às nossas necessidades, substituindo, com maiores vantagens, os elementos nutritivos oriundos da dieta carnívora, principalmente pela facilidade com que são assimilados. Estudos científicos empreendidos sem preconceitos demonstraram ser o ser humano um animal frugívoro (que deve alimentar-se de frutas, folhas e raízes). Isso foi evidenciado pela anatomia comparada.

Analisando os fatos à Luz da Ciência Oculta, não nos causa estranheza que uns sem número de enfermidades venha afligindo a humanidade. As consequências só podem ser funestas quando os atos humanos colidem com as Leis da Natureza. Estas regem a conservação da vida, da espécie e da saúde.

Muitas debilidades orgânicas poderiam ser erradicadas pela adoção da dieta vegetariana.

Muitos podem objetar, afirmando que truncamos o desenvolvimento de um vegetal tirando-lhe a vida para usá-lo como alimento. Porém, isto pode ser esclarecido. Quando a fruta está madura, realizou o seu propósito de servir como matriz para o amadurecimento da semente. Se não é utilizada como alimento apodrece e perde-se. Além disso, está destinada a servir de alimento ao animal e ao ser humano, proporcionando-se assim, à semente, oportunidade de crescimento ao espalhar-se em solo fértil. E deste modo não se arrebata à vida, mas ampliam-se as possibilidades de que ela se manifeste.

Se a matança de animais com a finalidade de se obter alimentos constitui algo abominável, tal ato praticado por mera recreação ou esporte torna-se profundamente execrável porque envolve violência, sadismo e, evidentemente, covardia por tratar-se de vítimas irracionais.

A Filosofia Rosacruz apela para a razão e sentimento do Estudante Rosacruz, no sentido de que seja observada a primeira Lei da Ciência Oculta: “Não matarás”. Cada um deve compenetrar-se de sua responsabilidade como protetor dos mais fracos, inspirando-se nas belas elucidações de Max Heindel, contidas no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e nas piedosas palavras de Ella Wheeler Wilcox:

“Eu sou o defensor do meu irmão e lutarei a sua luta; falarei a palavra em nome do animal e da ave, até que o mundo saiba o que deve fazer”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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