Temos vários audiobooks publicados no nosso site (para vários livros que publicamos). Mas afinal, o que significa um audiobook?
Audiobook ou Audiolivro nada mais é do que a transcrição em áudio de um livro impresso digital ou fisicamente.
Basicamente, é a gravação de um narrador lendo o livro de forma pausada e o arquivo é disponibilizado para o público por meio de sites. Assim, ao invés de ler, o interessado pode escolher ouvi-lo.
Cabe aqui uma explicação mais detalhada, pois os audiobooks que publicamos envolve o conceito de “livro-falado”.
E qual é a diferença?
Um audiobook que obedece ao conceito de “livro-falado” tenta ser uma versão a mais aproximada possível do “livro em tinta” (livro impresso), a chamada “leitura branca”, que, mesmo desprovida de recursos artísticos e de sonoplastia, obedece às regras da boa impostação de voz e pontuação, pois parte do princípio de que quem tem de construir o sentido do que está sendo lido é o leitor e não o ledor (pessoas que utilizam a voz para mediar o acesso ao texto impresso em tinta para pessoas visualmente limitadas).
Para que serve audiolivro?
O audiolivro é um importante recurso, na inserção do no ecossistema da leitura, para:
O audiolivro é apreciado por um público de diversas idades, que ouve tanto para aprendizado como para entretenimento.
Um audiolivro traz a obra literária contada oralmente, a qual é interpretada por aquele que ouve, a partir de suas próprias experiências, conhecimentos, sensações e emoções, dado as características de locução de quem está gravando.
O que é melhor ouvir audiobook ou ler?
Essa maneira de consumir literatura tem também uma vantagem inesperada: já há estudos que apontam que o cérebro humano é mais propenso a criar imagens significativas quando está ouvindo uma história do que quando lê. Ou seja: audiobooks podem ser mais benéficos à imaginação que outros formatos de livro.
Qual é a diferença entre ler e ouvir?
Ler apenas se desenvolve mediante um conjunto de metodologias próprias, já ouvir, em caso de funcionamento estrutural normal, desenvolve-se informalmente.
Porque ouvir audiobook?
Os audiobooks são ótimas opções para aqueles momentos em que não estamos exatamente ocupados, mas que também não podemos pegar um livro para ler, como, por exemplo, qual está dirigindo algum meio de transporte, ou fazendo atividades rotineiras onde se pode dividir a atenção.
Os audiobooks que temos disponíveis no nosso site, atualmente são:
Audiobook: A Luz Além da Morte – Dos Escritos de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: A Teia do Destino – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – Esme Swainson – muito bom inclusive para as crianças.
Audiobook: Coletâneas de um Místico – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: Como Conheceremos Cristo Quando Voltar? – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: Curso para Auxiliar o Exercício de Concentração – Ger Westenberg – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: Interpretação Mística da Páscoa – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel- Fraternidade Rosacruz
Audiobook: O Corpo de Desejos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: O Corpo Vital – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: O Falecimento e a Vida depois dele – Dos Escritos de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Audiobook: O Lado Oculto da Guerra – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
e seguimos publicando…
Minha mãe foi secretária de Astrologia ao tempo de Max Heindel e Augusta Foss de Heindel, no início de 1914. A Fraternidade Rosacruz era pequena em números, mas era uma família feliz e harmoniosa. Mamãe vinha a Los Angeles todos os fins de semana e numa dessas ocasiões me trouxe um volume de “O Conceito Rosacruz do Cosmos”. Eu fiquei impressionado pela apresentação clara e racional das verdades ocultas e quando Max Heindel veio ao Centro de Los Angeles, lá fui ouvi-lo. Ao nos encontrarmos, senti instantaneamente que já éramos amigos desde vidas anteriores.
Convidado a descer a Oceanside, no seguinte fim de semana, tomei o trem para Santa Fé e ao descer em Oceanside verifiquei que era uma pequena povoação, com apenas uns dois quarteirões e algumas casas dispersas. Caminhei uns dois quilômetros por uma estrada de cascalho até chegar às terras da Fraternidade Rosacruz e percebi que havia somente um edifício de administração (abrigando todas as atividades), uma pequena capela e cerca três pequenas casas.
Depois passei a frequentar Oceanside em todos os fins de semana e me familiarizei com o Senhor Max Heindel e a Senhora Augusta Foss Heindel e quando havia acúmulo de trabalho no departamento astrológico eu ajudava a levantar e interpretar horóscopos, cooperando com minha mãe e a Sra. Augusta. Normalmente, depois do Serviços Matinal de Domingo, o Sr. Max Heindel e eu nos sentávamos próximos ao lugar onde se encontra hoje o Emblema Rosacruz Nós conversávamos sobre várias coisas de mútuo interesse, tais como astronomia, astrologia, filosofia e ciências, entremeadas de reminiscências humanas e reconfortantes gracejos. Tempos felizes foram esses!
Um domingo de manhã, certo visitante aproximou-se de nós para mencionar que havia gostado muito do harmonium da capela. O Sr. Max Heindel replicou: “Bem, harmonium é seu nome comum, porém o nome clássico é ‘venha a mim, vá a mim'”. Todos rimos cordialmente, e este incidente foi mencionado por mim várias vezes, para mostrar como a gente se prende gostosamente à Fraternidade depois que vem a conhecê-la. Um dia ajudando a Sra. Augusta Foss Heindel, chamei-a “Tia Gussie”, o que a alegrou, pois me pediu que sempre a, chamasse assim. Disse-lhe de minha satisfação em chamá-la “tia Gussie”, acrescentando que, neste caso, para completar minha alegria, estenderia o tratamento, chamando a Max Heindel de “Tio Max”, assim foram eles para mim todo o tempo um tio e uma tia muito simpáticos.
Minha colaboração mais direta começou quando, numa viagem à Oceanside, coincidindo no mesmo dia o Serviço Devocional do Templo e o de Véspera Lunar, fui convidado a falar, cabendo a Max Heindel dirigir a reunião. Havia uma cadeira vazia à esquerda na primeira fila, e o Irmão Maior está presentemente lá.
Depois procurei o Centro de Los Angeles e comecei a ministrar aulas de Filosofia Rosacruz durante algum tempo, particularmente sobre o Esquema de Evolução. Um dia, ao me sentar ao piano para praticar, percebi, num relance, que o esquema total da evolução, tão belamente retratado no “Conceito”, se relacionava e ampliava, sob meus olhos, com o teclado do piano, mostrando o significado das cinco Hierarquias que nos deram algum auxílio e passaram depois à libertação, bem como as outras sete que trabalharam em nossa involução espiritual e evolução corporal, continuando ainda a nos ajudar na ascensão evolutiva. Tudo isto ali estava, em progressão regular, nos mais mínimos detalhes. Na viagem seguinte a Oceanside contei minha inspiração ao Sr. Max Heindel. Isto o impressionou agradavelmente e sugeriu que eu escrevesse tudo, juntando um diagrama explicativo. Assim o fiz e publiquei o artigo no número de março de 1917 da revista “Rays from the Rose Cross”.
Eu sentia que conhecia o Sr. Max Heindel melhor que outras pessoas e achava razões para isso. Quando um autor é lido e estudado, a característica predominante de sua natureza é apenas aparente, o que não sucede com as outras facetas de seu ser. Elas se encontram mais ou menos ocultas nos trabalhos em que ele se concentra. Eu tive maior oportunidade ainda: a de privar muito tempo com o Sr. Max Heindel. Em uma mais íntima e pessoal convivência, outros aspectos de sua pessoa se revelam. Nós fomos capazes de examinar as aspirações reverentes e devocionais, a compreensão das culturas, da música, arte, das ciências e, o mais importante, do aspecto humano, tão essencial para um desenvolvimento equilibrado.
Max Heindel foi um exemplo vivo dos preceitos dos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz: “Uma Mente sã, um Coração nobre, um Corpo são” e da contraparte: “ser prudente como a serpente, forte como um leão, simples e inofensivo como a pomba”.
Ele sabia que os Irmãos Maiores eram contrários a tudo que parecesse organização e, portanto, e procurou cuidadosamente evitar mais do que era necessário para a administração. Além disso, ele estava profundamente ciente de que nosso progresso real no caminho da iluminação era interno – “o templo sem som de martelo”. Ele criticou qualquer forma de arregimentação, e frequentemente enfatizou que não devemos nos esforçar de forma tão brusca para nos tornar tão iluminados que perderíamos o valor da experiência do horóscopo particular que escolhemos para esse propósito.
Ele tentou, valentemente, enfatizar a natureza reverente e devocional do Místico, o lado oculto da compreensão intelectual e equilibrá-los com as influências saudáveis e humanas para o desenvolvimento racional. Foi um privilégio ter trabalhado com ele.
(por Art Taylor publicado no Rays from the Rose Cross Magazine, February, 1965, p. 64, 83 – traduzido na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – março/1979 – Fraternidade Rosacruz –SP)
O século 19 viu um ressurgimento do interesse pela Astrologia.
Em 1811, Goethe (1749-1832) não hesitou em proclamar a sua fé na Ciência dos Astros, ainda que a interpretação dele não se baseasse nas posições dos Astros, mas num método alquímico: “Vim ao mundo em Frankfurt -le-Main, 28 de agosto de 1749, às 12 badaladas do meio-dia. A constelação estava feliz, o Sol estava no Signo de Virgem; Júpiter e Vênus estavam com Aspecto benéfico com ele; Mercúrio não estava desfavorável, Saturno e Marte estavam neutros; só a Lua – Lua Cheia naquele dia – exercia a força da sua reverberação, tanto mais poderosa quanto se iniciava a sua ‘hora planetária’…” (Poesia e Verdade. Cap. I – 1811).
Podemos verificar isso no horóscopo dele:
Os únicos elementos correspondentes à Astrologia tal como a praticamos são: Sol em Virgem, Lua Cheia e com fortes influências.
Balzac (1799-1850) escreveu: “A Astrologia é uma ciência imensa que reinou sobre as maiores Mentes”.
O Tenente da Marinha Real Inglesa, Richard James Morrisson (1795-1874) ocultou suas atividades astrológicas sob o pseudônimo de Zadkiel. Em 1861, ele escreveu: “A posição estacionária de Saturno este ano oferecerá influências muito adversas para todas as pessoas nascidas em 26 de agosto… Entre os aflitos, lamento ver o valente príncipe consorte”. No entanto, descobriu-se que o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo, que se casou com a rainha Vitória em 1840, morreu em 14 de dezembro de 1861.
O Daily Telegraph conseguiu revelar a identidade de Morrisson e o processou. É Morrisson quem ganha o caso e fica famoso…
Chegamos ao alvorecer do século XX.
A Astrologia cresceu nos últimos anos do século XIX e no início do século XX. Nessa época, um novo sopro de vida passou pelas Ciências: a descoberta dos raios X, das ondas eletromagnéticas, da mecânica quântica e da relatividade de Einstein. Essas descobertas abalaram as certezas racionalistas da Ciência dos séculos passados.
O declínio do pensamento mecanicista e causal no sentido estrito dos termos, a realização da interdependência global do universo (não localidade ou emaranhamento quântico) abrem as portas para uma Astrologia renovada.
Em finais do século XIX, o Abade Nicoullaud (1854-1923) apresentou em 1897 um Manual de Astrologia Esférica e Judicial, sob o pseudônimo Fomalhaut, destinado a verificar o ensinamento de Ptolomeu.
Em 1901, a obra de Morin de Villefranche, muito empoeirada desde a sua publicação em Haia em 1661, foi traduzida do latim para o francês.
Para nós, Estudantes Rosacruzes, é especialmente o trabalho de Max Heindel e Augusta Foss Heindel, que nos é necessário e suficiente para aprendermos e praticar a Astrologia Rosacruz, por meio do estudo dos livros: “Astrologia Científica Simplificada”, “Mensagem das Estrelas” e “Astrodiagnose – Um Guia de Saúde”, como também pelo aprendizado dos ensinamentos oferecidos pelos três cursos de formação: Curso Elementar de Astrologia Rosacruz, Curso Superior de Astrologia Rosacruz e Curso Superior Suplementar de Astrologia Rosacuz. É um assunto de estudo ao longo de toda a nossa vida. A Astrologia Rosacruz assume toda a sua dimensão esotérica e mística na medida em que o conhecimento propiciado por ela se baseia nos Ensinamentos Rosacruzes fornecidos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.
As leis gêmeas: Lei de Consequência (ou Lei de Causa e Efeito) e a Lei do Renascimento resolvem o problema do livre arbítrio e do determinismo que surge quando se aborda a Astrologia Rosacruz de um ângulo esotérico.
Em particular, dois fatos fundamentais esclarecem o assunto:
Porque, recorde-se sempre, ainda que os Astros possam impelir, eles não podem absolutamente compelir. Em última análise, somos os árbitros de nosso destino e a despeito de todas as influências adversas, está em nosso poder dominar nossos Astros pelo exercício da Vontade, a marca de nossa Divindade ante a qual tudo mais deve se inclinar. Por esse motivo é que sempre utilizamos o verbo “tende” e não “é” e nem “tem” (a não ser para o irmão ou para a irmã que não cuida da parte espiritual da sua vida e vive aqui “como uma folha ao sabor do vento” ou buscando somente a felicidade neste mundo material evanescente, palco de nosso atual ciclo de evolução. Nesse caso a “sugestão”, na maioria das vezes, vira “ação” e o “tende” vira “é” ou “tem”).
(de: Introduction: L’Astrologie Selon Les Enseignements Rosicruciens : L’Astrologie Rosicrucien, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix – Traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Em 23 de julho de 1865, a fria e loira Copenhagen via nascer um menino de nobre ascendência. Era um Von Grasshoff, nome cuja origem remontava à velha Prússia. No entanto, ele não viria desfrutar os privilégios inerentes à nobreza. Era um ser diferente dos demais. Não buscava o que a maioria almejava. Seus ideais, talvez para o vulgo, pareciam utópicos ou fantasiosos; mas constituíam sua força motriz. Em tenra idade deixou o lar e a terra natal: procurou a Escócia. Lá, sob as brisas gélidas do Mar do Norte, trabalhava num estaleiro e cursava a Faculdade de Engenharia Naval. Formou-se, trabalhando mais tarde como engenheiro-chefe em um navio, percorreu diversos países. Conheceu muitos povos. Observou os usos e costumes mais bizarros. Aumentou sensivelmente o seu já considerável cabedal de bens culturais. Sensibilizou-se diante do sofrimento humano. Isso lhe causava inquietação e pontilhava a alma de indagações: “Por que as pessoas sofrem? Como dissipar essas agruras?”. Procurava incessantemente respostas para tais dúvidas.
Mais tarde radicou-se nos Estados Unidos. Lá, movido pela ânsia de conhecimentos espirituais, ingressou em uma organização espiritualista da qual veio a se tornar mais tarde o vice-presidente. Sua atuação era destacada. Era um membro de escol. Contudo, ainda permanecia insatisfeito. A filosofia divulgada por essa Sociedade era a mescla de ensinamentos ocidentais e orientais, porém sem uma clara definição do que se ajustasse mais a uns ou aos outros. Max Heindel percebeu a diferença entre os ocidentais e os orientais. Admitia serem os primeiros eminentemente racionalistas, imediatistas, objetivos; dissemelhando, portanto, daqueles que habitavam a parte oposta do globo. Reconhecia conter o Cristianismo os ensinamentos mais apropriados à índole e natureza dos povos do ocidente. Mas como apresentar logicamente esses ensinamentos? Como projetar luz científica sobre a Bíblia? Como aqueles que não aceitavam o Cristo pela fé poderiam aceitá-lo pela razão?
Alguém lhe sugeriu procurar um grande ocultista na Alemanha, dando-lhe esperanças de dirimir suas dúvidas e aquietar sua alma, desejosa de respostas convincentes. Motivado pelo nobre desejo de servir ao gênero humano, Max Heindel não mediu esforços e na primeira oportunidade dirigiu-se às plagas germânicas. Lá, não vacilou em procurar a pessoa indicada. Localizou-a e entrevistou-se com ela; no entanto, longe de ficar satisfeito, decepcionou-se por completo.
Desiludido e frustrado, resolveu encetar a viagem de regresso ao Estados Unidos. Nesse ínterim, enquanto aguardava a chegada de um navio, passou por uma experiência que veio imprimir novos rumos à sua já tão sofrida existência. Recebeu em seus aposentos a visita de um ser misterioso homem que se intitulava membro de uma Ordem oculta possuidora de ensinamentos tão profundos que trariam as respostas tão ansiadas. Porém, tais conhecimentos lhe seriam franqueados sob a condição de serem mantidos em sigilo absoluto; isto é, de não serem revelados a quem quer que fosse, por motivo algum.
Max Heindel repeliu acerbamente essa proposta, afirmando que se algo semelhante lhe fosse benéfico, beneficiaria também aos outros. Reiteradas vezes ouviu a proposta e em todas manifestou sua absoluta desaprovação, até que a verdade veio à tona. Verificou, então, que durante esse tempo fora submetido a uma prova. Conseguindo superá-la com galhardia, credenciou-se a cumprir uma missão importante e nobilitante: divulgar publicamente os Ensinamentos Rosacruzes, até então acessíveis a uns poucos que, em virtude de méritos incontestes, constituíam-se a elite espiritual da humanidade. Mas dentre os ocidentais, muitos já se faziam dignos de receber tão profundos Ensinamentos. Além disso, os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz sabiam que o ano de 1910 marcaria uma nova fase na história e que conhecimentos transcendentais deveriam ser levados a público. Max Heindel foi incumbido de realizar o trabalho. Entrou em contato com a Ordem Rosacruz e foi Iniciado em seus Mistérios, via as Iniciações Rosacruzes. Voltou aos Estados Unidos e condensou os Ensinamentos Rosacruzes que recebeu em um livro: Conceito Rosacruz do Cosmos. Embora estivesse em precaríssimo estado de saúde, não se furtou ao trabalho. Não obstante lutasse contra a carência de recursos materiais para imprimir o livro, jamais desanimou. Cônscio da importância de sua missão, não mediu esforços para concluir a obra até os fins de 1909. E ele conseguiu! Pronto o Conceito Rosacruz do Cosmos, novos horizontes se abriram, novas perspectivas de uma maior difusão da Filosofia Rosacruz foram surgindo. Mesmo acometido por uma séria moléstia cardíaca, Max Heindel intensificava suas atividades. Um espírito forte e indômito animava aquele corpo débil. Promovia conferências, escrevia, orientava a formação dos grupos de estudos Rosacruzes.
A década seguinte foi decisiva para o movimento. Max Heindel contraiu núpcias com Augusta Foss, sua companheira de ideal e, mais tarde, o seu braço direito. Juntos empreenderam uma viagem para a Califórnia à procura de um local que reunisse condições ideais para a instalação da Sede Central da Fraternidade Rosacruz. A missão logrou êxito! Foi adquirida uma gleba e pouco tempo depois era assentada a pedra fundamental com Max Heindel proferindo um discurso memorável[1]. Daí por diante, o lugar, chamado Mount Ecclesia, tornou-se o foco de irradiação dos Ensinamentos Rosacruzes para todo o mundo.
Max Heindel continuou trabalhando devotada, ininterrupta e incansavelmente até janeiro de 1919, quando seu corpo não mais resistiu aos constantes esforços. Esse grande espírito foi então para o Além, deixando uma obra de gigante.
Em síntese, eis alguns traços biográficos do insigne fundador da Fraternidade Rosacruz, um espírito devotado ao bem comum, um denotado buscador da verdade.
Que sua vida seja o nosso exemplo mais grato!
Que o imitemos em nossa luta pela difusão do Cristianismo Esotérico!
Mesmo enfrentando a incompreensão e a ingratidão, que tenhamos paciência e humildade para perseverar!
Que, diante das maiores dificuldades, tenhamos a fibra necessária para lutar a boa luta, oferecendo o incenso de nossa alma ao Cristo, o inspirador do movimento Rosacruz!
Que nossa querida Fraternidade Rosacruz possa contar sempre conosco, aconteça o que acontecer!
Que o nosso entusiasmo pelo ideal seja grandioso e contagiante!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho de 1970-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: O seguinte discurso foi proferido por Max Heindel aos nove irmãos presentes em Corpo Densos e a três Irmãos Maiores presentes nos seus Corpos Vitais, na ocasião da fundação da Fraternidade Rosacruz em Mount Ecclesia: Cristo disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, Eu estarei no meio deles” e como tudo que Ele disse essa declaração era a expressão da mais profunda sabedoria divina. Ela se apoia sobre uma lei da natureza tão imutável como o próprio Deus. Quando os pensamentos de dois ou três focalizam-se sobre qualquer objeto ou pessoa determinada, gera-se uma forma poderosa de pensamento como uma expressão definida de suas Mentes imediatamente projetada para seu objetivo. Seus efeitos ulteriores dependerão da afinidade entre o pensamento e a quem ele é endereçado, pois para conseguir gerar uma correspondência vibratória, sobre a nota soada pelo diapasão, é necessário outro diapasão afinado no mesmo tom.
Se forem projetados pensamentos e orações de natureza inferior e egoísta, apenas criaturas inferiores e egoístas responderão a eles. Essa espécie de oração nunca chegará até Cristo, como a água não pode correr montanha acima. Gravita para os demônios ou Elementais, que são totalmente indiferentes às sublimes aspirações manifestadas pelos que estão reunidos em nome de Cristo.
Como estamos reunidos hoje neste lugar a fim de assentar a pedra fundamental para a construção da Sede de uma Associação Cristã Mística, estamos confiantes em que, tão certo como a gravidade atrai uma pedra em direção ao centro da Terra, o fervor de nossas aspirações unidas atrairá a atenção do Fundador de nossa fé (Cristo) que, assim, estará entre nós. Tão certamente como diapasões com a mesma afinação vibram em uníssono, também o augusto “Cabeça” da Ordem Rosacruz (Christian Rosecross) faz sentir sua presença nesta ocasião quando a sede da Fraternidade Rosacruz está tendo início. O Irmão Maior que inspirou este movimento está presente e visível, pelo menos para alguns de nós. Estão presentes nesta maravilhosa ocasião e diretamente interessados nos acontecimentos formando o número perfeito — 12. Isto é, há três seres humanos invisíveis que estão além do estágio da humanidade comum, e nove membros da Fraternidade Rosacruz. Nove é o número de Adão, ou ser humano. Destes, cinco — número ímpar masculino — são homens, e quatro — número par feminino — são mulheres. Por sua vez, o número dos seres humanos invisíveis, três, apropriadamente representa a Divindade assexuada. O número dos que atenderam ao convite não foi programado pelo orador. Os convites para tomar parte nesta cerimônia foram enviados a muitas pessoas, mas apenas nove aceitaram. E, como não acreditamos no acaso, o comparecimento deve ter sido conduzido de acordo com os desígnios de nossos líderes invisíveis. Pode ser entendido também como a expressão da força espiritual por trás deste movimento, e não é necessária maior prova do que observarmos a extraordinária expansão dos Ensinamentos Rosacruzes, que se disseminaram por todas as nações da Terra nos últimos anos, despertando aprovação, admiração e amor nos corações de todas as classes e condições de pessoas, especialmente entre os seres humanos.
Enfatizamos isso como um fato notável, pois enquanto todas as outras organizações religiosas compõem-se em sua maioria de mulheres, os homens são maioria entre os membros da Fraternidade Rosacruz. Também é significativo que nossos membros profissionais da saúde sejam mais numerosos que os de outras profissões e que, em seguida, estejam as pessoas que exercem alguma posição nas igrejas Cristãs. Isso prova que aqueles que têm a prerrogativa de cuidar do corpo enfermo estão conscientes que causas espirituais geram fraqueza física, e estão tentando compreendê-las para melhor ajudar os enfermos e doentes. Demonstra também que aqueles cujo trabalho é cuidar das pessoas doentes estão tentando socorrer Mentes inquisidoras com explicações razoáveis sobre os mistérios espirituais. Reforçam, assim, sua fé esmorecida e tentam firmar seus laços com a Igreja, em vez de responder com máximas e dogmas não sustentadas pela razão, o que abriria totalmente as comportas para o mar agitado do ceticismo, afastando aqueles que procuram a luz através do porto seguro da Igreja, e levando-os para a escuridão do desespero materialista.
É um abençoado privilégio da Fraternidade Rosacruz socorrer a muitos que buscam, sinceramente, a verdade e que, embora ansiosos, são incapazes de acreditar no que lhes parece contrário à razão. Recebendo explicações razoáveis sobre a fundamental harmonia entre os dogmas e doutrinas apresentadas pela Igreja e as leis da natureza, muitos retornaram à sua congregação, regozijando-se com os companheiros, tornando-se mais fortes e melhores membros do que antes de se afastarem.
Qualquer movimento para perdurar deve possuir três qualidades divinas: Sabedoria, Beleza e Força. Ciência, Arte e Religião, cada uma possui, de certa forma, uma dessas qualidades. O objetivo da Fraternidade Rosacruz é unir e harmonizar umas com as outras, ensinando uma Religião que é tanto cientifica como artística, e reunir todas as Igrejas numa só grande Irmandade Cristã. Presentemente, o relógio do destino marca um momento auspicioso para o início das atividades da construção, erigindo um centro visível de onde os Ensinamentos Rosacruzes possam irradiar sua benéfica influência para aumentar o bem-estar de todos que estão fisicamente, mentalmente ou moralmente enfermos ou doentes.
Portanto, agora ergamos a primeira pá de terra no local da construção com uma prece pela Sabedoria, para guiar esta grande escola no caminho certo. Cavemos o solo, uma segunda vez, com uma súplica ao Mestre Artista pelo direito de introduzir aqui a Beleza da vida superior, de tal maneira a torná-la atrativa para a humanidade. Cavemos, pela terceira e última vez, com relação a esta cerimônia, murmurando uma prece pela Força, para que, paciente e diligentemente, possamos continuar o bom trabalho em perseverar e tornar este lugar um maior fator de elevação espiritual do que qualquer dos que nos antecederam.
Cavado o local do primeiro prédio, continuaremos, agora, plantando o símbolo maravilhoso da vida e do ser, o emblema da Escola de Mistérios ocidentais. O emblema consiste na cruz, representando a matéria, e nas rosas, que envolvem e rodeiam o tronco, representando a vida em evolução subindo cada vez mais alto pela crucificação. Cada um de nós, os nove membros, participará deste trabalho de escavação para este primeiro e maior ornamento de Mount Ecclesia. Vamos fixá-lo numa posição em que os braços apontem um para Leste e outro para Oeste, enquanto o Sol do meridiano projeta-o inteiramente em direção ao Norte. Assim, ele estará diretamente no caminho das correntes espirituais que vitalizam as formas dos quatro Reinos da vida: Mineral, Vegetal, Animal e Humano.
Sobre os braços e a parte superior desta cruz podemos ver três letras douradas, “C.R.C”, Christian Rosenkreuz, ou Christian Rosecross, as iniciais do Líder Augusto da Ordem. O simbolismo desta cruz está parcialmente explicado aqui e, também, em nossa literatura, mas seriam necessários volumes para dar uma explicação completa. Vamos olhar um pouco mais longe sobre o significado da lição que nos oferece este maravilhoso emblema.
Quando vivíamos na densa atmosfera aquosa da antiga Atlântida, estávamos sob leis completamente diferentes das que nos regem hoje. Quando deixávamos o corpo, não o percebíamos, pois nossa consciência estava focalizada mais nos Mundos espirituais do que nas densas condições da matéria. Nossa vida era uma existência contínua; não percebíamos nem o nascimento nem a morte.
Ao emergirmos para as condições aéreas da Época Ária, o mundo de hoje, nossa consciência dos Mundos espirituais desvaneceu-se e a forma tornou-se mais proeminente. Então, começou uma existência dupla, cada fase definidamente diferenciada da outra pelos eventos do nascimento e da morte. Uma dessas fases é a vida do espírito livre no reino celestial: a outra, um aprisionamento num corpo terrestre, que é virtualmente a “morte do espírito”, como está simbolizado na mitologia grega de Castor e Pólux, os gêmeos celestiais.
Já foi elucidado, em diversos pontos de nossa literatura, como o espírito livre ficou emaranhado na matéria pelas maquinações dos espíritos de Lúcifer, aos quais, Cristo se referiu como as falsas luzes. Isso ocorreu na ígnea Lemúria. Portanto, Lúcifer pode ser chamado o Gênio da Lemúria.
O efeito de seu erro não ficou totalmente aparente até a Época de Noé, compreendendo o período final Atlante e o início da nossa presente Época Ária. O arco-íris, que não poderia existir sob as condições atmosféricas anteriores, pairou com suas cores sobre as nuvens como uma inscrição mística quando a humanidade entrou na Época de Noé, onde a lei dos ciclos alternantes trouxe enchente e vazante, verão e inverno, nascimento e morte. Durante essa Época, o espírito não pôde fugir permanentemente do corpo mortal gerado pela paixão satânica primeiramente inculcada por Lúcifer. Suas repetidas tentativas de fugir para seu lar celestial são frustradas pela lei da periodicidade, pois, ao livrar-se de um corpo pela morte, será trazido para renascer quando o ciclo se completar.
Engano e ilusão não podem perdurar eternamente. Surgiu, portanto, o Redentor para purificar o sangue cheio de paixão, para pregar a verdade que nos libertará deste corpo de morte. Surgiu para inaugurar a Imaculada Concepção ao longo das linhas grosseiramente indicadas na ciência da eugenia, para profetizar uma nova Era, ‘um novo céu e uma nova terra’, onde Ele, a verdadeira Luz, será o Gênio; uma era em que florescerão a virtude e o amor, pelos quais toda a humanidade suspira e procura.
Tudo isso e a maneira de evoluir estão simbolizados na cruz de rosas que temos em frente. A rosa, na qual a seiva da vida está inativa no inverno e ativa no verão, ilustra com clareza o efeito da lei dos ciclos alternantes. A tonalidade da flor e seus órgãos reprodutores lembram o nosso sangue. No entanto, a seiva que flui é pura, e a semente é gerada imaculadamente, sem paixão.
Quando alcançarmos a pureza de vida assim simbolizada, estaremos libertos da cruz da matéria, e as condições etéricas do milênio estarão presentes. A aspiração da Fraternidade Rosacruz é apressar esse dia feliz, quando a tristeza, a dor, o pecado e a morte desapareçam e nós sejamos redimidos das fascinantes, mas escravizantes ilusões da matéria, e despertados para a suprema verdade da realidade do Espírito. Que Deus apresse e frutifique nossos esforços.
Durante as Eras passadas, várias Religiões foram fornecidas à humanidade pelas Hierarquias Criadoras, encarregadas pela nossa evolução – um ensinamento exotérico para a humanidade em geral e um ensinamento esotérico para os pioneiros.
Um pouco mais de dois mil anos atrás, a maioria da humanidade já tinha atingido um ponto alto de cristalização que necessitava de ajuda para seguir adiante. O Cristo, um Raio do Cristo Cósmico, veio e fez o sacrifício supremo tornando-se o Espírito Planetário residente da Terra; desse modo, foi possível termos acesso ao material mais puro para nossos Corpos atuais.
Podemos ler nos nossos ensinamentos que: “Engano e ilusão não podem perdurar eternamente”[1], e por isso, o Redentor veio para limpar e purificar o sangue cheio de paixão, para pregar a verdade que nos deve libertar desse corpo de morte, para inaugurar a Imaculada Concepção, segundo as linhas indicadas, superficialmente, pela ciência das eugenias para profetizar uma Nova Era, um novo Céu e uma nova Terra da qual Ele, a verdadeira Luz, será o Gênio; uma Era em que habitará a “plena realização dos anseios da humanidade onde florescerão a virtude e o amor”[2].
Antes de Sua vinda, eram poucos os eleitos que tinham permissão para entrar no Templo, mas após a Sua vinda o véu do Templo foi rasgado para “quem quisesse” entrar; ou seja, para aqueles que também estavam dispostos a pagar o preço vivendo uma vida de abnegação ou serviço amoroso e desinteressado aos demais.
Em 1313, um grande Mestre Espiritual, a quem chamamos de Cristão Rosacruz,[3] fundou a Ordem Rosacruz – uma ordem cujo propósito era neutralizar as tendências materialistas tão desenfreadas. Os membros da Ordem trabalharam secretamente para ajudar a humanidade.
Na primeira década do século XX finalmente chegou o momento de divulgar publicamente os ensinamentos da Ordem. Max Heindel, nosso amado líder, foi escolhido para ser o mensageiro dos Irmãos Maiores e recebeu as informações contidas no “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Esse livro contém ensinamentos lógicos e racionais que fornecem respostas adequadas aos questionamentos do intelecto, para que a vida religiosa seja vivida; um ensinamento, que, se vivido, torna possível se ter uma Mente pura, um Coração nobre e um Corpo são; um ensinamento que é o caminho da realização espiritual para a Nova Era[4] ou a Nova Dispensação vindoura.
É de nossa responsabilidade para com aqueles que receberam esse Ensinamento filosófico, bem como nosso privilégio, ajudar nosso irmão e nossa irmã a se desvencilhar da matéria, ensinando-lhes os verdadeiros princípios sobre os quais se baseiam nossas vidas. Todos aqueles que se empenham na aplicação desses princípios podem viver de modo que sua vida se torne cada vez mais prazerosa e ajude a tornar a Religião Cristã um fator vivo no mundo.
Max Heindel nos conta que qualquer movimento que precise ser preservado, necessita, antes de tudo, possuir três qualidades divinas: sabedoria, beleza e força. A Ciência, a Arte e a Religião possuem, cada uma, um desses atributos até certa medida. O propósito da Fraternidade Rosacruz é uni-las e harmonizá-las entre si, ensinando uma Religião que seja científica e artística e, assim, reunir todas as igrejas em uma grande Fraternidade Cristã. Nosso livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” explica que o propósito da Fraternidade Rosacruz é fornecer uma explanação dos problemas da vida que satisfaça tanto a Mente como o Coração. A Fraternidade Rosacruz trabalha sob o comando de Cristo para “pregar o evangelho e curar os enfermos”. Pregar o evangelho não apenas com palavras, mas pelo que emanamos de todos os nossos atos e pensamentos.
No livro “Ensinamentos de um Iniciado” lemos: “Para cumprir o segundo mandamento de Cristo, ‘Pregar o Evangelho’ (da próxima Era) é tão necessário quanto ‘Curar os Enfermos’. O sistema de cura desenvolvido pelos Irmãos Maiores combina as melhores técnicas e métodos praticados por diversas escolas atuais. Conta com um método de diagnose e tratamento tão exato quanto simples”. Os Irmãos Maiores chegaram à conclusão de que “Orgulho intelectual, intolerância e impaciência diante das limitações e restrições”[5], seriam os pecados que assediam nossos dias e, com isso, formularam a Filosofia Rosacruz de modo que satisfaça ao Coração ao mesmo tempo que apela ao intelecto e ensina o ser humano a escapar da restrição dominando a si mesmo.
“Recebemos milhares de cartas de apreço de diferentes cantos do mundo, das altas esferas às camadas mais baixas. Atestam o desejo ardente da alma e a satisfação proporcionada pelos ensinamentos.
Mas, à medida que o tempo passa, daqui a cinquenta anos, talvez um século ou dois, quando as descobertas científicas confirmarem muitas das afirmações contidas no ‘Conceito Rosacruz do Cosmos’,quando a inteligência da maioria se tornar ainda mais aberta, os Ensinamentos Rosacruzes darão satisfação espiritual a milhões de espíritos que buscam esclarecimento.”[6]
Max Heindel nos conta que recebeu ajuda de um Irmão Maior para entrar em contato com a quarta Região do Pensamento Concreto do Mundo do Pensamento e ali receber os ensinamentos e a compreensão daquilo que é contemplado como o mais elevado ideal e a mais elevada missão da Fraternidade Rosacruz. Ele afirma: “Pude ver nossa Sede e uma multidão de pessoas vindas de todas as partes do mundo para receber seus ensinamentos. Pessoas também de lá saiam para levar lenitivo aos aflitos próximos e distantes.”[7]
Quando recordamos que Augusta Foss Heindel tantas vezes nos falou em suas palestras sobre os dias de pioneirismo – como, em 1911, quando chegaram a Mount Ecclesia, um campo de feijão estéril, com pouquíssimos recursos financeiros, porém, com os corações fortes em um mundo de fé e coragem e cheio de entusiasmo pelo trabalho que eles estavam prestes a começar – e então, olhamos ao nosso redor hoje, e vemos uma verdadeira cidade, mesmo que pequena, com suas estradas pavimentadas, árvores e folhagem, com seu Templo de Cura, o magnífico prédio do Departamento de Cura e o maravilhoso Sanitarium[8] de Mount Ecclesia; tudo isso e muito mais; uma instituição da qual o sul da Califórnia pode se orgulhar, construída com as ofertas de amor de milhares de Estudantes Rosacruzes fiéis e pela comercialização dos nossos livros. Quando lembramos que tudo isso foi realizado num prazo inferior a trinta anos, então, fica fácil visualizarmos o que esperar para os anos futuros. Nossos belos Ensinamentos Rosacruzes estão se espalhando rapidamente pelo Planeta; nosso trabalho está crescendo a passos largos, à medida que avançamos em aspiração harmoniosa em direção à meta que nosso líder estabeleceu para nós. Quando, por meio de nosso objetivo, nossas aspirações, nosso amor pela humanidade (pois o amor à humanidade gera amor a Deus) – quando nosso amor tiver se tornado elevado, puro e sagrado o suficiente, então proporcionaremos o nascimento da mais pura luz, a luz branca, de nosso Templo de Cura Etérico, interpenetrando a estrutura física, que se tornará um fogo branco resplandecente, com suas pontas, como asas, alcançando o Mundo celestial, formando um cálice ou matriz que conterá e trará à Terra o Solvente Universal ou a Panaceia para toda a aflição mundana. Então, a visão de Max Heindel será cumprida e “uma multidão de pessoas virá de todas as partes da terra… saindo dali para levar bálsamo para os aflitos próximos e distantes”.
Então, sempre que nos reunimos para estudar, para decidir, para oficiar rituais ou, somente, para batermos um bom papo, o façamos para estabelecer um vínculo mais forte de companheirismo entre os Estudantes Rosacruzes, para que possamos trabalhar em cooperação, pois nosso próximo passo é o trabalho em grupo em ambos os planos. Não é fácil para nós, quando temos tantos intelectuais entre nós, descobrir como fazer isso. Os diamantes são polidos por fricção e nós ainda somos diamantes brutos. Aprenderemos isso, gradualmente, friccionando uns nos outros – teríamos pouca experiência se estivéssemos sozinhos no Planeta. Dessa maneira, vemos as falhas um no outro, somos antipáticos e criticamos de maneira negativa, causando ressentimento e tristeza um ao outro, até que, finalmente, chegamos à conclusão de que os defeitos e falhas vistos em nosso irmão ou em nossa irmã, eram as nossas e nosso irmão ou a nossa irmã apenas serviram como um espelho para refletir os nossos defeitos e falhas. Somente quando chegarmos a essa percepção é que podemos ver o verdadeiro “eu” do outro e de “nós” mesmos, e seguir em frente na nossa unificação. Por fim, nós nos reunimos para aprender a cooperar, a descobrir maneiras e meios de divulgar amplamente essas verdades; ter uma visão maior do nosso trabalho no mundo; para nos aproximarmos mais das forças espirituais que atuam para elevar a humanidade; inspirar em todos um maior desejo e aspiração de estabelecer a Fraternidade Universal no mundo.
(Publicado pela Revista: Rays from the Rose Cross – novembro/1940 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[2] N.T.: do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[3] Christian Rosenkreuz
[5] N.T.: do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[6] N.T.: do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[7] N.T.: do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[8] N.T.: um hospital focado na cura definitiva das doenças e enfermidades
Segunda-feira, 6 de janeiro, às 8:25 da noite, o Sr. Max Heindel foi chamado para o além. Ele estava se sentindo muito bem até algumas horas antes, estava de pé em frente à mesa da Sra. Heindel esperando uma sugestão dela sobre uma carta que havia escrito. Ele caiu lentamente no chão com um golpe de apoplexia, enquanto sorria para ela, e não recuperou a consciência completa.
Seu falecimento não foi totalmente inesperado para a Sra. Heindel, conhecendo sua condição física há anos, e que sua grande persistência e vida pura possibilitaram que ele prolongasse sua permanência em um corpo que era pequeno demais para o grande espírito que havia sofrido por anos por causa de um ferimento no pé esquerdo quando criança, e maus-tratos dos médicos que retiraram todas as artérias principais e mutilaram o osso, atrapalhando a circulação perfeita. Mas ele estava sempre sorrindo, nunca reclamando, embora raramente estivesse livre da dor.
Ele estava muito feliz em sentir que agora o trabalho havia alcançado o estágio em que ele e a Sra. Heindel poderiam deixar Mount Ecclesia, que havia membros e trabalhadores fiéis à Fraternidade Rosacruz e eficientes que agora podiam cuidar do movimento Rosacruz em rápido crescimento, poderiam atender às solicitações de livros, também poderia cuidar das correspondências, etc. Enquanto muitos Probacionistas e Discípulos já estavam espalhando a mensagem dos Irmãos Maiores por meio das palestras e conferências, ele estava pensando em começar, no início de abril, uma viagem para o leste e para a Inglaterra, mas Deus tinha um trabalho maior para ele fazer.
(Publicado na Revista Rays from the Rosecross de março de 1919 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
O passamento de Max Heindel
Relato de Augusta Foss Heindel
“Sábado à tarde, dia 4 de janeiro, tínhamos a nossa celebração retardada de Ano Novo. Alguns de nossos amigos das cidades vizinhas estiveram presentes para celebrar conosco e a biblioteca estava cheia de rostos alegres. Nesta noite, Max Heindel era o mais animado de todos e cantou várias canções com sua profunda e melodiosa voz. Uma canção de que ele gostava muito era “Ben Bolt”. No domingo e na segunda-feira ele estava muito quieto e pensativo, trabalhando para organizar os seus papéis. Estava desejoso que a autora lhe fizesse companhia no seu escritório. No seu último dia de vida (6 de janeiro de 1919), por várias vezes pediu à autora, que se sentasse ao seu lado para conversar. Quando ela lhe respondia que não desejava atrapalhar o seu trabalho, ele respondia: “Mas eu gosto muito de tê-la por perto, adoro suas visitas.”. Alguns minutos depois das 16 horas ele entrou no escritório dela com uma carta que havia escrito ao agente postal. Tratava-se de um requerimento para o correio organizar um sistema de entrega diária para Mount Ecclesia. Ele sempre fazia questão de ouvir a opinião da autora sobre qualquer coisa que lhe ocupava a atenção.
Enquanto a Sra. Heindel lia aquela carta, ele permaneceu próximo a ela apoiando a mão na escrivaninha. De repente ele deslizou para o solo, caindo ao seu lado. Era uma queda estranha, pois parecia que mãos invisíveis cuidavam da sua queda, permitindo que deslizasse suavemente. Quando ela se debruçou sobre ele, suas últimas palavras foram: “Estou bem, querida”. Em seguida perdeu a consciência, sendo carregado para o quarto dele, adjacente aos escritórios. Os funcionários fizeram na Pró-Eclésia (capela) uma reunião de cura por ele. A autora permaneceu ao seu lado, e em torno das oito horas ele abriu os olhos, sorriu para ela, e partiu da sua morada terrestre para outra morada no lar de Deus.
O mais notável em torno da sua passagem foi que o seu veículo físico manteve sua aparência perfeita mesmo sem estar refrigerado (e naturalmente sem líquido de embalsamamento). Permaneceu tão natural durante três dias e meio que alguns amigos recearam que ele não estivesse morto. Suas bochechas mantiveram a cor que tinham quando ele ainda vivia. A autora havia decidido que, se não houvesse nenhuma mudança no estado do corpo até chegar ao crematório de San Diego, eles o guardariam por vários dias; mas isso não foi preciso, pois enquanto na Capela liam o ritual, Max Heindel apareceu à autora, para assegurar-lhe que tudo estava em ordem. O corpo foi então cremado e as cinzas jogadas nas raízes da roseira e nos pés da Cruz do Símbolo Rosacruz.
Alguns amigos levantaram a questão: “Não seria possível que Max Heindel estivesse ciente da sua morte próxima?” Durante várias semanas antes do acontecido, calculávamos juntos as Efemérides para o ano de 1920 e dividíamos os trabalhos: ele, calculando as longitudes e a autora as declinações. Porém, desta vez, Max Heindel começou a insistir com a autora para ela calculasse as Efemérides inteira. Um dia ela perguntou: “Querido, por que motivo você me está pedindo para fazer este trabalho sozinha? Você pensa que vai me deixar?”. E ele respondeu: “Não querida, eu só quero poder dizer às pessoas que você fez sozinha estas Efemérides toda. Quero que elas se orgulhem de você.”. Esta solicitude e a preparação cuidadosa continuou por várias semanas antes que fosse chamado. Todos os seus papeis estavam cuidadosamente ordenados. Dois meses antes de morrer, ele encontrou-se com seu advogado em San Diego para tratar de alguns documentos. Lá, sem mencionar que tinha essa intenção transferiu como doação, todos os direitos autorais, incluindo as gravuras, para o nome da autora. Em anos posteriores, este gesto foi de grande valia, pois significou a salvação de Mount Ecclesia e a continuidade do trabalho da Fraternidade Rosacruz.
Quando seu testamento foi analisado, constatou-se que o terreno tinha sido adquirido por ele antes que a Fraternidade fosse incorporada. Na escritura ele afirmou que tinha adquirido este terreno para a Fraternidade na condição de curador. Quando a escritura foi discutida e o testamento autenticado, o Juiz decidiu que, como não tinha havido incorporação na ocasião de autenticação do testamento, o terreno pertencia a Sra. Heindel e seus herdeiros.
O testamento foi aprovado em 1919, e em 1920 a autora doou as terras para a Fraternidade Rosacruz. Hoje a Fraternidade tem a posse legal de todos os cinquenta acres que compõem a Sede Central (Mount Ecclesia).
Sempre houve muita especulação em torno da continuidade dos trabalhos depois que Max Heindel e Augusta Heindel fossem para o grande além. Numerosos esforços foram feitos, com Max Heindel ainda vivo, para se ter o controle de todas as publicações como também da Fraternidade. E quando se perguntava a Max Heindel quem seria o líder em Mount Ecclesia quando o casal Heindel tivesse partido, a resposta dele sempre era a mesma: aqui não haverá líderes; o Conselho Diretor se encarregaria da direção de todo o trabalho que então estaria sob a sua responsabilidade direta.”.
Memoirs about Max Heindel and The Rosicrucian Fellowship
Augusta Foss Heindel foi uma dessas raras pessoas, em cuja existência as coisas do Espírito ocuparam sempre um lugar preponderante.
Uniu-se a Max Heindel em 1910, cumprindo juntos, uma enobrecedora missão. Foi uma união de duas almas sensíveis ao sofrimento humano, e dispostas a laborar para atenuá-lo. Sua participação na fundação da Sede Mundial e em tudo o que foi empreendido, posteriormente, foi mais que decisiva.
Max Heindel e Augusta foram obrigados a assumir grandes responsabilidades, em face das dificuldades inerentes a uma Obra de caráter pioneiro. No início, como relatou o fundador da Fraternidade, parecia faltar-lhes fôlego e forças para prosseguirem. Mas, sem deixar-se abater, foram aos poucos acumulando experiências, que lhes permitiam, com segurança, assentar as bases da Escola Preparatória dos Rosacruzes.
Em 1919, após anos de grandes esforços, que lhe exauriram a própria saúde física, Max Heindel passava para o além. Augusta deu continuidade a sua Obra, revelando uma incomum capacidade de trabalho. Suas cartas, suas palestras, seus artigos publicados na Revista Rays from The Rose Cross constituíram uma semeadura de sabedoria.
Sintonizada com os mais elevados ideais dos Irmãos Maiores manteve-se inabalavelmente zelosa, no cumprimento das normas estabelecidas para a Fraternidade Rosacruz, de desempenhar o relevante papel Espiritual que lhe cabe no mundo.
Sabe-se que foi uma Iniciada na Ordem Rosacruz. Porém, jamais fez uso próprio dessa privilegiada condição. Jamais reivindicou honrarias ou posições de liderança. Suas mensagens procuravam sempre orientar e estimular o trabalho de equipe, onde as qualidades individuais pudessem se completar, e os esforços se somarem em torno de objetivos comuns. Sempre os fez com humilde simplicidade.
Augusta realçava e exemplificava a importância da liberdade individual, dentro do movimento a que se consagrou. Sempre fez ver como a Escola Rosacruz respeita essa prerrogativa, ao invés de impor seus princípios, quando muito indicando, sugerindo e mostrando alternativas. O exemplo maior quanto a esse comportamento, parte dos próprios Irmãos Maiores, que “nunca dão ordens, não censuram e nem elogiam”. Não fazem pelo Aspirante o que este pode e deve fazer por si mesmo. É mais sábio ensinar “alguém a plantar do que dar-lhe alimentos”, parafraseando um milenar provérbio chinês.
Após o passamento de seu querido esposo, Augusta, ainda por trinta anos, trabalhou incansavelmente em Mount Ecclesia, deixando em tudo a marca de seu coração amoroso.
Desencarnou em 1949, após infundir-se e consumir-se inteiramente nessa Obra, como o sal no alimento, deixando para sempre o sabor de sua iluminada colaboração.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1981 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Novembro de 1911
Esse mês me afasto da minha prática habitual de dedicar exclusivamente a revisão da Carta ao Estudante da lição do mês anterior, para que possa lhes contar sobre a cerimônia que tivemos em Mt. Ecclesia no dia 28, quando iniciamos as obras da primeira construção no terreno da nossa Sede permanente. Tenho certeza de que todos estavam conosco em espírito, que estão ansiosos por saber notícias a este respeito, e sei que o discurso que faremos nos proporcionará um contato mais próximo.
Nossa primeira ideia era abdicar de qualquer exposição ou cerimônia externa. Queríamos evitar todas as despesas desnecessárias, pois, os nossos recursos atuais não são suficientes para terminar construção interna do edifício, e teremos que ser parcimoniosos, por algum tempo, até que as circunstâncias nos sejam mais favoráveis.
A minha intenção era ir lá sozinho e realizar o serviço mentalmente, mas me pareceu um tanto frio, apático, desanimado e desolador não ter um amigo presente para se regozijar comigo naquela ocasião importantíssima, nem sequer a minha querida companheira de trabalho – Sra. Augusta Foss Heindel. Além disso, como esse é um assunto muito importante da Fraternidade Rosacruz e não um assunto pessoal, senti que a oportunidade de participar deveria ser dada aos membros. O pensamento cresceu em mim até que decidi submeter ao conselho do Mestre; e que cordialmente o aprovou, e então, fizemos uma celebração de maneira simples, mas apropriada, e enviamos convites aos amigos que estavam mais próximos.
Erigimos uma grande cruz do mesmo estilo do nosso Símbolo, e nos três extremos superiores pintamos, em letras douradas, as iniciais: C R C. Como sabem, essas letras representam o nome simbólico de nosso grande Líder, definido em nosso Símbolo como Christian Rosenkreuz, que transmite uma ideia de beleza e de uma vida superior, muito diferente da escuridão ou do lugar sombrio da morte, geralmente associada à cruz negra.
Ao mesmo tempo que escavávamos o terreno para o início da construção, decidimos fixar essa cruz e plantar uma roseira trepadeira, para que simbolizassem a vida verdejante dos diferentes Reinos de vida viajando para esferas superiores ao longo do caminho em espiral da evolução.
No dia 27, a Sra. Augusta Foss Heindel e eu partimos para Oceanside, já próximos à exaustão pelo esforço em nos locomover para empacotar tudo. Caíram as primeiras chuvas da estação e, por isso, ficamos apreensivos sobre o efeito dela na cerimônia; mas, ao olharmos para as montanhas quase escondidas pelas nuvens no leste, vimos o maior e mais glorioso arco-íris que jamais tínhamos visto – na verdade, um duplo arco-íris – cuja sua base meridional parecia estar diretamente sobre Mt. Ecclesia.
Nossa responsabilidade em ajudar milhares de corações cansados para que possam suportar seus fardos com bravura tem, frequentemente, parecida estar além das nossas forças; no entanto, sempre encontramos nossas forças renovadas, quando olhando para dentro; e dessa vez parecia que toda a Natureza queria nos alentar, dizendo: “Coragem, lembrem-se que o Trabalho não é vosso, mas de Deus; confiai inteiramente n’Ele; Ele apontará o caminho”. Assim, nos demos as mãos e tomamos um novo ânimo com as novas forças para continuarmos com a bela obra, da qual Mt. Ecclesia há de ser o centro.
O dia da cerimônia foi um dia perfeito na Califórnia; o Sol brilhava num céu sem nuvens. Para onde quer que dirigíssemos o olhar a partir de Mount Ecclesia, oceanos, vales e montanhas pareciam sorrir. Tanto os trabalhadores quanto os membros visitantes estavam extasiados ante a beleza incomparável do local da Sede. Aqueles que estão presentes foram: Annie R. Atwood, de San Diego; Ruth E. Beach, de Portland, OR; Rachel M. Cunningham, Rudolf Miller e John Adams, de Los Angeles; George Kramer, de Pittsburgh, PA; Wm. M. Patterson, de Seattle, WA; Sra. Heindel e eu.
Na hora marcada, iniciei a escavação no terreno para construir a Sede. Todos ajudaram a escavar para colocar a cruz, que foi fixada por Wm. Patterson. A Sra. Augusta Foss Heindel plantou a roseira, que depois foi regada por todos os presentes. Que ela cresça e que floresça para adornar o despojar da cruz e ser a inspiração para a pureza de vida que apagará todos os pecados passados, não importa quão escura possa ter sido a vida. A alocução – como deveria ter sido feito – constitui a lição desse mês. As circunstâncias ocasionaram algumas modificações.
(Carta nº 12 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Os Primeiros Anos de Max Heindel
Max Heindel, Iniciado Rosacruz e fundador da Fraternidade Rosacruz nasceu no dia 23 de julho de 1865. Seu pai foi Franz Ludwig Von Grasshoff, pertencente a uma nobre família ligada à Corte Alemã durante o tempo do Príncipe Bismarck, que depois emigrou para Copenhague, Dinamarca, onde casou-se com uma dinamarquesa tendo três filhos desse casamento. O filho mais velho dessa união foi Karl Ludwig Von Grasshoff, que mais tarde adotaria o pseudônimo de Max Heindel.
Aos 16 anos, Max Heindel entrou para os estaleiros de Glasgow, Escócia, e aí aprendeu engenharia. Como engenheiro-chefe de um navio comercial a vapor ele viajou muito, conheceu vários países, ganhando assim um vasto conhecimento do mundo e das pessoas. Por alguns anos foi engenheiro-chefe na Linha Cuñard, frota de navios de passageiros que faziam a rota entre a América e a Europa.
Entre os anos 1895 e 1901 ele trabalhou nos Estados Unidos, como engenheiro, na cidade de Nova York. Nessa ocasião casou e deste casamento teve um filho e duas filhas. O casamento terminou em 1905 pela morte de sua mulher.
Depois de ter ido a Los Angeles, Califórnia, em 1903, Max Heindel interessou-se pelos estudos de metafísica, ligando-se a sucursal local da Sociedade Teosófica e serviu nela como vice-presidente de 1904 a 1905. Neste período começou a crescer dentro dele um desejo intenso e incontrolável de entender a causa das tristezas e dos sofrimentos da humanidade e como ajudar a aliviá-las. Começou a estudar astrologia e aí encontrou, para sua imensa satisfação, a chave do entendimento pela qual pôde descortinar os mistérios da natureza interna e oculta do homem.
Os acontecimentos na vida de Max Heindel após 1905, decorrem da razão direta do nascimento da Fraternidade Rosacruz. Até sua morte, a 6 de janeiro de 1919, ele aplicou toda a sua atividade no trabalho pioneiro de expandir a Fraternidade Rosacruz, incluindo a aquisição de terras para estabelecer a Sede Internacional nos Estados Unidos em Oceanside, Califórnia, a construção de edifícios necessários, publicações de livros, etc.
Relato da Preparação e do Trabalho de Max Heindel no Campo Oculto
A fim de dar aos nossos leitores um relato claro da origem da Fraternidade Rosacruz, contarei a história de como e quando Max Heindel encontrou os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Usarei, muitas vezes, as próprias palavras de Max Heindel, para tornar mais claro este relato.
Durante o verão de 1905, todo voltado para um trabalho excessivo no ardente desejo de conhecimentos espirituais, Max Heindel adoeceu gravemente em Los Angeles, com problemas cardíacos e de tal forma ficou doente que, por meses, correu risco de vida.
Uma grande parte do tempo que durou esta doença, ele o passou fora de seu Corpo Denso, trabalhando conscientemente na busca da verdade e como encontrá-la nos planos invisíveis. Fortalecido internamente pelo sofrimento e logo após o seu restabelecimento físico, ele fez várias conferências para divulgar seus conhecimentos ocultos.
Em maio de 1906, seu trabalho foi interrompido em San Francisco pelo grande terremoto e suas viagens e conferências levaram-no a Seattle e ao norte do país. Depois de uma série de palestras por várias cidades, ele foi forçado novamente a recolher-se a um hospital, com insuficiência cardíaca. Recuperado, ele recomeçou a série de conferências, desta vez na parte noroeste dos Estados Unidos.
No outono de 1907, durante um período de muito sucesso em Minnesota, Max Heindel encontrou-se com uma amiga que há muitos meses o aconselhava a ir a Berlim conhecer um extraordinário conferencista e professor. Como ela não tinha conseguido, por correspondência, induzi-lo a deixar seu trabalho na América, veio pessoalmente a Minnesota com o firme propósito de convencê-lo a ir e finalmente persuadiu-o a fazer essa viagem.
Chegando a Alemanha, ele assistiu muitas conferências deste professor e teve com ele várias entrevistas. Mas, em pouco tempo compreendeu que este homem tinha pouco para lhe dar e este pouco já era do seu conhecimento. Desapontado, preparou-se para voltar a América. Estava em seu quarto, em grande depressão, pensando no enorme trabalho que teve de deixar na América para fazer esta viagem, quando um Ser, que mais tarde soube que era um Irmão Maior da Ordem Rosacruz e que depois tornou-se seu Mestre, apareceu-lhe em Corpo Vital e ofereceu-se para ajudá-lo a conhecer certos pontos e assuntos de natureza oculta. A informação que o Mestre lhe deu era lógica e concisa, mas Max Heindel não conseguiu, nessa ocasião, escrever coisa alguma. Numa visita posterior, o Mestre ofereceu-se para dar-lhe todos os ensinamentos que ele desejasse, desde que ele os guardasse em segredo. Max Heindel tinha, durante anos, procurado e rezado por conhecimentos para poder assim entender e confortar os anseios da alma de cada semelhante e os da humanidade e tendo sofrido por isto e sabedor das lutas e das dúvidas do seu próprio coração, ele não aceitou a proposta do Irmão Maior, e recusou-se a saber qualquer coisa que não pudesse transmitir a seus Irmãos famintos de um conhecimento mais profundo. O Mestre deixou-o.
Podeis imaginar o sentimento que, naturalmente, se apossou deste homem a quem durante muito tempo foi negado alimento e, repentinamente, aparece alguém lhe mostrando um pedaço de pão e antes mesmo de prová-lo, esse pão é-lhe tirado? Isto aconteceu com Max Heindel.
Ele permaneceu na Alemanha por mais algum tempo e cerca de um mês depois, o Mestre apareceu-lhe novamente em seu quarto, dizendo que ele, Max Heindel havia passado na prova. O Mestre explicou que se Max Heindel tivesse aceitado a oferta de ocultar os ensinamentos ao mundo, Ele, o Irmão Maior, não teria voltado. Disse ainda que o candidato que tinham escolhido anteriormente e que havia ficado sob sua instrução durante alguns anos, falhou ao passar pela prova em 1905; também ele, Max Heindel, estava sob a observação dos Irmãos Maiores há muitos anos como o candidato mais capaz, no caso do primeiro falhar. Acrescentou ainda que os ensinamentos deveriam sair a público antes do fim da primeira década do século, isto é, até o fim de dezembro de 1909.
No seu último encontro com o Mestre recebeu instruções de como chegar ao Templo da Rosacruz, que ficava perto da fronteira entre a Boêmia e a Alemanha. Neste Templo, Max Heindel permaneceu pouco mais de um mês, em direta comunicação com e sob instruções pessoais dos Irmãos Maiores, que lhe transmitiram a maior parte dos ensinamentos contidos no “O Conceito Rosacruz do Cosmos”. O primeiro esboço deste livro, que foi feito enquanto ele estava no Templo, era apenas um resumo, assim disse o Mestre. A pesada atmosfera psíquica da Alemanha estava particularmente adaptada à comunicação de pensamentos místicos para a consciência do candidato, mas foi-lhe dito que as 350 páginas do manuscrito que ele já havia feito, não o satisfariam quando ele reencontrasse a atmosfera elétrica da América e que ele, então, desejaria reescrever o livro por inteiro. No seu grande entusiasmo, Max Heindel, de início, duvidou disso.
Sentiu que tinha recebido urna esplêndida e completa mensagem, mas a profecia dos Irmãos Maiores estava certa. Depois que Max Heindel passou algumas semanas na cidade de Nova York, aquilo que os Irmãos Maiores lhe haviam dito, confirmou-se. O estilo do manuscrito não o agradou e ele começou a reescrevê-lo.
Alugou um quarto modesto no sétimo andar de uma casa de hóspedes e durante os meses de verão tórrido de 1908, sentado em frente a sua mesa de trabalho, escrevia à máquina das sete horas da manhã até às nove ou dez horas da noite, quando saía para jantar. Depois de um passeio pelas quentes ruas de Nova York, voltava para o seu trabalho até a madrugada. O calor tornou-se insuportável e ele mudou-se para Buffalo, Nova York, onde terminou o seu livro em setembro do mesmo ano.
O problema seguinte a resolver foi o que fazer para o seu livro ser publicado e onde procurar os meios financeiros para essa publicação. Em decorrência do calor excessivo dessa estação do ano, ele não pôde iniciar as conferências nem dar aulas em Buffalo, mas depois encontrou um grande campo para seu trabalho em Columbus, Ohio, onde Mrs. Rath Merrill e sua filha ajudaram-no no desenho de diagramas. Nesta cidade passou alguns meses e conseguiu grande sucesso ensinando e fazendo conferências e formou, então, o Primeiro Centro Rosacruz em 14 de novembro de 1908. Depois de cada conferência, ele distribuía, gratuitamente, cópias mimeografadas das vinte palestras da série do Cristianismo Rosacruz. Começando com a Instrução n. º 1 – “O Enigma da Vida e da Morte”, ele dava a cada pessoa presente, uma cópia para ser levada para casa e para ser estudada. Estas cópias eram passadas por ele no seu mimeógrafo, à noite, depois das reuniões. Com um pequeno martelo, um pacote de pregos no bolso e com seus cartazes anúncio debaixo do braço, ele andava quilômetros cada dia, colocando esses cartazes em lugares que pudessem atrair a atenção do público. Escreveu artigos para jornais e ele mesmo os colocava nas mãos dos editores que tinham, às vezes, prevenção contra os novos ensinamentos. Mas Max Heindel, com sua agradável personalidade, conquistava-os e conseguiu, muitas vezes, obter uma coluna inteira em um jornal o que atraía, posteriormente, uma multidão para ouvi-lo.
Depois de fazer vinte conferências em Columbus, sua missão levou-o a Seattle, Washington, lugar onde em 1906 tinha feito muitos amigos. Esperava interessar algum deles a ajudá-lo a imprimir o livro. Este amigo foi William M. Patterson, que não somente ajudou-o a entregar o livro ao editor, mas, sendo ele mesmo um impressor e editor, deu-lhe também muitos conselhos valiosos quanto à forma de publicação e posterior venda. Mrs. Jessie Brewster e Kingsmill Commander foram também grandes e úteis amigos que o assistiram e orientaram-no na edição do manuscrito. Em seguida e acompanhado por William M. Patterson, ele levou sua obra o “Conceito Rosacruz do Cosmos” e as vinte conferências a Chicago, onde finalmente foram publicadas.
Citaremos aqui algumas das próprias palavras de Max Heindel, descrevendo seu trabalho em Chicago: “O Conceito Rosacruz do Cosmos” foi publicado em novembro de 1909, cinco semanas antes do final da primeira década do século. Alguns amigos tinham editado o manuscrito original e fizeram um ótimo trabalho, mas eu tive, naturalmente, de revisá-lo antes de o mandar ao impressor final, li a prova, corrigi, reli para ter certeza que não haviam erros. Li tudo novamente quando a composição foi dividida em páginas e dei instruções aos gravadores e ao impressor quanto aos desenhos e diagramas e como colocá-los nos livros, etc. Eu me levantava às 6 horas da manhã, trabalhava até às 12, 1, 2 ou 3 horas da madrugada durante todas aquelas semanas, em meio ao ruído de Chicago, que me chegava aos ouvidos ininterruptamente, cansando-me, muitas vezes, até ao limite da minha resistência. Não obstante conservei minhas faculdades e escrevi muitos novos detalhes no Conceito. Se não fosse a assistência e apoio dos Irmãos Maiores, eu, possivelmente, teria sucumbido, mas como era o trabalho deles, eles realmente me ajudaram, mas mesmo assim estava totalmente esgotado, quando esta obra terminou.
Foi em Chicago que ficou a edição inteira da obra “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, em casa de uma mulher que dirigia uma empresa editorial, com exceção de algumas centenas de cópias que foram levadas para Seattle. Esta mulher tinha muitas dívidas e usou o “Conceito Rosacruz do Cosmos”, armazenado em sua casa, para pagar seus compromissos. Quando, mais tarde, foram pedidos de Seattle mais livros, verificou-se que a primeira edição de dois mil volumes estava esgotada. Foi necessário ordenar-se uma segunda edição, quando foi acrescentado um índice.
Pode parecer que a perda de dois terços da 1ª edição do Conceito tivesse sido uma catástrofe para uma pessoa de poucos recursos financeiros, mas não foi assim. Parece antes ter sido uma providência, uma dádiva celeste, porque a mulher em questão estava associada e há muitos anos com o Novo Pensamento, movimento teosofista e várias outras associações de pensamento avançado, às quais fornecia livros de várias casas editoras. Ela convenceu-os a aceitar o “Conceito Rosacruz do Cosmos”, obra que era completamente desconhecida. Desta maneira ela promoveu o livro, conseguindo espalhar os ensinamentos Rosacruzes em muitas partes do mundo.
Depois de ter estabelecido Centros de Estudos da Fraternidade em Columbus, Seattle, North Yakima e Portland, Mr. Heindel voltou para Los Angeles em novembro de 1900, para começar a trabalhar nessa cidade.
Para continuar relatando esta história, é necessário que a autora deste presente escrito conte também a sua participação nela. Antes de Max Heindel deixar Los Angeles, entre os anos 1898 e 1906, a autora, que se chamava, então, Augusta Foss e Mr. Heindel foram amigos íntimos, passando muito tempo juntos, estudando ocultismo, astrologia e outros assuntos da mesma natureza. Quando ele voltou a Los Angeles em 1909 com os Ensinamentos Rosacruzes, a autora encontrou no “Conceito Rosacruz do Cosmos” tudo aquilo que havia procurado por muitos anos. Isto causou-lhe a mais grata e profunda satisfação porque era o alimento que sua alma faminta buscava há muito. Ela imediatamente começou a trabalhar, entregando-se de corpo e alma a este ideal, ajudando Max Heindel em suas aulas e conferências.
Entre 29 de novembro de 1909 e 17 de março de 1910 ele deu aulas e fez conferências em Los Angeles, Califórnia. Dando três conferências por semana, tinha sempre o auditório repleto, cada noite, na sala que abrigava até a porta quase mil pessoas. Em março, sua saúde não o permitiu continuar, pois logo após teve seríssimos problemas cardíacos que quase o levaram à morte e, enquanto estava no hospital, teve uma imensa e extraordinária experiência. Daremos sua descrição, usando suas próprias palavras: “Na noite de 9 de abril de 1910, quando a Lua estava em Áries, meu Mestre apareceu em meu quarto e disse-me que uma nova década estava começando nessa noite e que nos próximos dez anos eu teria o privilégio de dar ao mundo uma ciência de curar que foi posteriormente descrita. A Fraternidade proporcionaria auxiliares para a grande obra.
“Este foi o primeiro aviso que eu tive acerca do trabalho que estava sendo projetado. Na noite anterior eu havia terminado meu trabalho com o recém-formado Centro da Fraternidade de Los Angeles. Tinha viajado e dado conferências durante 6 noites da semana, além de muitas tardes também, consecutivamente, desde minha experiência editorial em Chicago. Estava doente e tinha-me retirado do trabalho com o público, para me recuperar. Eu sabia que era muito perigoso deixar o Corpo Denso, conscientemente, durante uma doença porque o Corpo Vital está, então, muito enfraquecido e o Cordão Prateado pode romper-se facilmente. A morte, nestas condições, causaria tanto sofrimento como a morte pelo suicídio, portanto os Auxiliares Invisíveis são sempre aconselhados a permanecerem nos seus Corpos Densos, quando estão doentes. Mas, solicitado pelo meu Mestre, eu estava pronto a fazer este voo anímico ao Templo pois, prudentemente, um guardião foi deixado para cuidar do meu Corpo Denso enfermo.
“Conforme já afirmamos previamente em nossa literatura, há nove graus na Escola dos Mistérios Menores. O primeiro grau corresponde ao Período de Saturno e os exercícios correspondentes são feitos aos sábados, à meia-noite. O segundo grau corresponde ao Período Solar e o seu ritual próprio é celebrado aos domingos à meia-noite, ou seja, o dia do Sol. O terceiro grau corresponde ao Período Lunar e é comemorado à meia-noite de segunda-feira; e assim, sucessivamente, com o resto dos primeiros sete graus; cada um corresponde a um Período e tem, por isso, o dia apropriado para a sua celebração. O oitavo grau é celebrado nas noites de Lua Nova e de Lua Cheia e o nono grau nos Solstícios de Junho e Dezembro.
“Quando um Discípulo se torna, pela primeira vez, um Irmão ou Irmã leiga, ele ou ela são introduzidos ao ritual celebrado nas noites de sábado, o dia de Saturno. A Iniciação seguinte faculta-os também a assistir os serviços do Templo, à meia-noite dos domingos e assim por diante. No entanto, deve-se notar que, embora todos os Irmãos e Irmãs Leigas tenham livre acesso ao Templo nos seus corpos espirituais durante todos os dias, eles são proibidos de entrar nos serviços da meia-noite nos graus que ainda não tenham alcançado. Não é um guarda visível que permanece na porta exigindo a palavra passe para quem desejar entrar, mas há uma muralha ao redor do Templo, invisível, mas impenetrável para aqueles que não receberam o “Abre-Te Sésamo”. Cada noite esta muralha é constituída de modo diferente, portanto, se um Discípulo, por engano ou esquecimento, quiser entrar no Templo quando os exercícios que aí se celebram estejam acima do seu grau, ele aprenderá que é possível bater a cabeça contra uma muralha espiritual e que esta experiência não é nada agradável.
“Como já foi dito, o oitavo grau reúne-se nas noites de Lua Nova e Cheia e todos os que não chegaram a este grau são excluídos do Serviço da Meia-Noite e o autor foi um deles, porque esses graus não são coisas que se possam adquirir com dinheiro, mas exigem um desenvolvimento de espiritualidade muito grande, muito maior do que me encontro atualmente, um estágio que não alcançarei senão depois de muitas outras vidas, não obstante o meu atual esforço e aspiração. Portanto, o leitor entenderá que na noite de Lua Nova em Áries em 1910, quando o Mestre veio buscar-me, não foi para levar-me aquela exaltada reunião do oitavo grau, mas a outra sessão de natureza diferente. Além disso, ainda que esta reunião tenha ocorrido à noite na Califórnia, o horário sendo diferente na Europa, os exercícios de Lua Nova foram celebrados na Alemanha horas antes, portanto quando eu cheguei ao Templo com o meu Mestre, o Sol já estava alto nos céus da Alemanha.
“Depois que entramos no Templo, passei algum tempo numa conversa a sós com o Mestre, e, então, ele fez um esboço da missão da Fraternidade, tal como os Irmãos queriam que ela fosse levada adiante.
“Depois desta entrevista entramos no Templo, onde os doze Irmãos estavam presentes. Tudo estava arrumado diferentemente do que eu tinha visto antes, mas, por falta de espaço, não posso dar uma descrição mais detalhada do que lá havia. Mencionarei somente três esferas suspensas uma sobre a outra no centro do Templo; a esfera do meio estava na metade da altura entre o soalho e o teto e era a maior delas, as outras duas estavam suspensas uma acima, outra abaixo dela.
“As várias formas de visão, além da visão física, são: a etérica ou raio-X; a visão da cor que nos abre o Mundo do Desejo; a visão tonal que revela a Região do Pensamento Concreto, como está plenamente explicado no livro “Os Mistérios Rosacruzes”. Meu desenvolvimento desta última fase da visão espiritual tinha sido muito fraco até ao momento acima mencionado, porque é um fato que quanto mais forte for a nossa saúde, tanto mais apegados estamos ao Mundo Físico e menos capazes de entrar em contato com as regiões espirituais. Pessoas que dizem: “Não estive doente um único dia em minha vida”, revelam estar perfeitamente sintonizadas com o Mundo Físico e menos capazes de contatar com os reinos espirituais. Este foi o meu caso até o ano 1905, apesar de eu ter sofrido dores atrozes durante toda a vida, como consequência de uma operação cirúrgica na perna esquerda, feita na minha infância. A ferida não cicatrizava e só depois que eu deixei de comer carne é que fiquei curado e a dor desapareceu. Minha resistência e paciência foram grandes durante todos esses anos e nunca demonstrei as dores por que passava, mas, fora isso, gozava fisicamente de perfeita saúde. É interessante notar também que quando eu tinha qualquer acidente e me cortava, o sangue fluía e não coagulava e, em consequência, eu perdia muito sangue; no entanto, depois de dois anos de uma dieta pura e equilibrada, quando tive uma perda acidental de uma unha inteira, perdi só umas poucas gotas de sangue e pude escrever à máquina na mesma tarde sem qualquer infecção e uma nova unha cresceu.
“A edificação da parte espiritual da nossa natureza traz, muitas vezes, distúrbios para o Corpo Denso; este se torna muito mais sensível às condições do ambiente e, portanto, o resultado pode ser um esgotamento. Para mim este esgotamento foi total, porque a resistência antes mencionada e que me conservou de pé, por meses, quando eu deveria ter descansado, levou-me às portas da morte.
“Fora estas condições físicas precárias, consegui uma habilidade crescente em funcionar no mundo espiritual, se bem que, como foi dito anteriormente, minha visão tonal e a capacidade de funcionar na Região do Pensamento Concreto eram médias e, principalmente, limitadas à subdivisão inferior dessa Região. Portanto, uma pequena ajuda dos Irmãos, naquela noite, capacitou-me a contatar a quarta subdivisão, onde se encontram os arquétipos para receber ali os ensinamentos e a compreensão do que se idealizava como o mais elevado ideal e a transcendental missão da Fraternidade Rosacruz.
“Vi nossa Sede Central e longa fila de pessoas vindas de todas as partes do mundo para receberem estes Ensinamentos; vi essas mesmas pessoas saírem desse lugar, para levarem consigo o bálsamo aos sofredores e aflitos, tanto para os de perto como para os de longe. Enquanto neste Mundo Físico é necessário investigar com a finalidade de encontrar alguma coisa, lá, é a voz de cada arquétipo que toca nossa consciência espiritual e que leva consigo o conhecimento do que o próprio arquétipo representa.
Assim, tive, naquela noite, uma compreensão que está muito longe do que as palavras podem expressar, já que o mundo em que vivemos está baseado no princípio do tempo, enquanto que nas altas regiões dos arquétipos tudo é um eterno AGORA”.
O leitor pode notar, pelo que foi dito acima, que Max Heindel foi capaz, com a ajuda do Mestre, de funcionar na quarta subdivisão da Região do Pensamento Concreto, onde se encontram os arquétipos da forma física. Isso só pode ser realizado depois do candidato passar pela quarta Iniciação ou quarto grau, o que corresponde à primeira metade do Período Terrestre. Portanto, somente depois de passar pelo terceiro extrato da Terra pode um homem funcionar na quarta divisão da Região do Pensamento Concreto.
Na época desta Iniciação nos mistérios mais profundos, os Irmãos informaram a Max Heindel que um Templo deveria ser construído em Mount Ecclesia, onde uma Panaceia devia ser preparada. O fluxo espiritual obtido nesse lugar através da fórmula dada a Max Heindel naquela memorável noite no Templo, deveria ser combinada com uma substância física adequada para facilitar a transmissão. Esta Panaceia não pode ser obtida, a não ser que condições corretas e apropriadas sejam conseguidas para ela na Ecclesia, por parte dos próprios Probacionistas.
Nosso Templo foi construído e inaugurado no dia 25 de dezembro de 1920, antes de terminar a segunda década do século, sendo construído com o exclusivo propósito de concentrar e proporcionar meios mais poderosos para a cura das doenças. As reuniões de Cura são celebradas neste lugar sagrado em horário determinado, todos os dias, pelos Probacionistas que consagraram suas vidas a este trabalho e são assistidos e ajudados pelos Irmãos Maiores, que utilizam a Sede Central como um ponto de foco e de concentração. Acrescente-se a isto o trabalho amoroso dos Auxiliares Invisíveis, que são também Probacionistas, localizados em todas as partes do mundo. A força de Cura gerada na Ecclesia tem fortalecido a eficiência do trabalho dos Auxiliares Invisíveis, de tal forma que as curas efetuadas são frequentemente quase milagrosas e este trabalho de cura estende-se por todo o globo.
A Fraternidade Rosacruz ensina que o maravilhoso organismo que se chama corpo humano é governado por leis naturais imutáveis e, portanto, toda a doença é resultado da violação intencional ou ignorante das leis da natureza pessoas ficam doentes porque, nesta vida terrena ou em outra vida anterior, descuidaram-se dos princípios fundamentais que mantém a perfeita saúde do corpo e, se desejam reaver e conservar a saúde, devem aprender a entender esses princípios e regular seus hábitos diários, de conformidade com eles.
A Ordem Rosacruz, fundada no século XIII, é uma das Escolas dos Mistérios Menores. As outras Escolas de Mistérios Menores são diferentemente graduadas para satisfazer as necessidades espirituais dos mais precoces de entre as raças primitivas dos povos orientais e austrais, com os quais trabalham. Christian Rosenkreuz é o décimo – terceiro membro da Ordem Rosacruz e devemos advertir que somente os Irmãos da Ordem têm o direito de chamarem-se “Rosacruzes”.
Sete dos Irmãos da Ordem Rosacruz vão ao mundo quando necessário, aparecendo como homens na humanidade ou trabalhando nos seus veículos invisíveis com ou sobre outros seres, de acordo com as necessidades. Mas deve ficar bem claro e lembrar sempre que Eles nunca influenciam uma pessoa contra sua própria vontade ou seus desejos, mas procuram aumentar e fortalecer o bem onde o encontram. Quando algum dos sete Irmãos está trabalhando no mundo, ele usa um corpo material como qualquer pessoa. Eles moram, geralmente, em casas confortáveis, que podem ser qualificadas como casas de pessoas bem situadas na vida, mas nunca exibem ostentação. Possuem escritórios ou posições de destaque na comunidade onde vivem, mas tudo isto para justificar suas presenças, poder trabalhar e não criar situações embaraçosas sobre sua identidade. No entanto, quer seja por fora, por dentro ou através da casa que habitem, podemos sentir sempre “O Templo”, que é etérico e totalmente diferente das outras construções comuns e que pode ser comparado à atmosfera áurica que rodeia o Templo de Cura da Sede Internacional e tem uma extensão muito maior que a própria construção material. O maravilhoso Templo descrito pelo personagem Manson, no livro ‘O Servo da Casa” dá-nos uma ideia do que seja uma igreja espiritual, obra de extraordinários construtores. A atmosfera áurica rodeia, envolve e atravessa os edifícios e as igrejas onde pessoas devotadas a coisas espirituais se encontram e rezam e, em consequência, a cor difere de acordo com as vibrações lá geradas. O Templo Rosacruz possui uma força extraordinária e não pode ser comparado com nenhuma outra construção, a atmosfera áurica envolve e interpenetra a casa onde os Irmãos Maiores vivem e está tão impregnada de espiritualidade que muitas pessoas não se sentem bem ali.
Cinco dos Irmãos da Rosacruz nunca deixam o Templo e ainda que possuam Corpos Densos, todo o seu trabalho é feito a partir dos mundos internos. Ainda que os Irmãos Maiores sejam seres humanos, eles estão muito mais evoluídos e muito acima da nossa própria e atual condição espiritual.
Um grande período de vida intensamente ativa, devotada e consagrada ao serviço amoroso e desinteressado, como Auxiliar Visível, deve ser vivida pelo Aspirante antes dele desenvolver seu Corpo-Alma e, pela sua luz, atrair a atenção do Mestre. (Nota: Ao mesmo tempo que o Estudante está construindo seu Corpo-Alma, ele está também acumulando um poder interno, em semelhante proporção.) A indolência, um estudo fácil, uma contemplação estática não atrairá a atenção do Mestre. Ele é, Ele mesmo, um servo no mais alto sentido e ninguém que não esteja servindo a seu semelhante, com toda a alma e fervor, deve esperar encontrá-Lo. Quando Ele realmente vem, não necessita de credenciais, pois as primeiras palavras pronunciadas por Ele estão plenas de convicção, porque está provido da consciência que todos nós possuiremos no Período de Júpiter, (uma consciência pictórica, consciente de si mesmo) e cada frase do Mestre trará ao Aspirante uma série de imagens que ilustrarão exatamente e com precisão, o seu significado. Por exemplo, se ele resolver explicar o processo da morte, o Discípulo verá internamente a passagem do Espirito deixando o corpo; ele poderá notar o rompimento do Cordão Prateado; ele verá a ruptura do Átomo-semente no coração, e como suas forças abandonam o corpo e unem-se ao Espírito. O Irmão Maior é capaz de preceder com seu Discípulo da seguinte maneira: Primeiro, o Irmão Maior fixa sua atenção sobre certos fatos que deseja transferir à Mente de seu Discípulo; e este, que tornou-se apto para a Iniciação pelo seu próprio desenvolvimento interno e tendo desenvolvido certos poderes que estejam latentes, é como um diapasão harmonizado com um tom idêntico ao das ideias enviadas pelo Irmão Maior e, desta forma, o Discípulo não só vê as imagens, como é capaz de responder às suas vibrações. Assim, vibrando com o ideal apresentado pelo Mestre, o poder latente que está dentro do Discípulo é convertido em energia dinâmica e sua consciência é elevada até ao nível requerido para a Iniciação que lhe está sendo dada.
Esta é a razão porque os segredos da verdadeira Iniciação não podem ser revelados e porque não é uma cerimônia externa, mas uma experiência interna.
Esta descrição é a mais aproximada do que realmente seja a Iniciação, e é também a única maneira de a explicar para quem nunca passou por isso. Não há mistério algum no que diz respeito a esta informação; mas, realmente, ela é secreta porque não existem palavras humanas que possam explicar, adequadamente, o que seja uma semelhante experiência espiritual. A Iniciação tem lugar no Templo, particularmente apropriado às necessidades do grupo de indivíduos que vibram dentro da mesma oitava. A verdadeira Iniciação é uma experiência interna, pela qual os poderes latentes que foram amadurecidos pelo Aspirante são transformados em energia dinâmica, que depois aprende a usar.
A Fraternidade Rosacruz e a Sua Relação com as Outras “Sociedades Rosacruzes”
A Fraternidade Rosacruz, fundada por Max Heindel, sob a orientação direta dos Irmãos Maiores da Ordem, é representante autorizada para o presente período da antiga Ordem Rosacruz, da qual Christian Rosenkreuz ou Cristão Rosacruz é o Cabeça. Esta não é uma organização terrena, mas tem seu Templo e sua Sede na Região Etérica do Mundo Físico.
Ele autorizou Max Heindel a formar a Fraternidade com o propósito de levar os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental ao mundo ocidental. Em épocas anteriores, a Ordem levou seus ensinamentos a várias sociedades secretas da Europa e de outras partes do mundo, mas o crescimento e o adiantamento do povo dos Estados Unidos nestes últimos anos foram tão maiores que a Ordem resolveu estabelecer o centro esotérico nesse país. A Fraternidade Rosacruz é a sua última manifestação em forma física, dando ao mundo a mais recente interpretação dos Ensinamentos Rosacruzes, usando os termos científicos deste Século XX, mas ao mesmo tempo procurando ser simples e clara, sem abstrações ou tecnicismos que poderiam parecer confusos.
O principal trabalho da Fraternidade é disseminar a doutrina esotérica da Religião Cristã, porque a Filosofia Rosacruz é considerada cristã-esotérica. Está destinada a tornar-se a Religião Universal no mundo, porque o Cristo tem a seu cargo a evolução humana, durante o presente Grande Ano Sideral, de aproximadamente 26.000 anos.
Outras sociedades Rosacruzes reivindicam ser descendentes diretas dos primitivos ramos da antiga Ordem Rosacruz. A Fraternidade Rosacruz não tem ligação com essas organizações, mas simplesmente representa o renascimento da Ordem no mundo ocidental.
FIM
Max Heindel
Hoje, 6 de janeiro, completa mais um ano da passagem aqui na Terra, vindo do Mundo celeste, o particular Ego, cujo nome encima o presente trabalho. Prendia-se, a sua vinda, à árdua e fecunda missão que teria de desempenhar no correr dos anos. Mas foi duramente preparado. Teve, durante a infância, penosa vida. Sofrera, também, grave acidente, perdendo, em consequência, algumas veias e artérias que quase puseram fim à sua existência. Espírito amoroso e trabalhador, à medida que os dias passavam ia galgando, honrosamente, todos os degraus. Seu amor por todos os seres e coisas, aliado ao seu espírito de trabalho e à sua perseverança, conduziram-no aos páramos da espiritualidade. Tornou-se, realmente, um Espírito Puro e Sábio. Com a simplicidade que caracteriza os seres elevados, jamais disse ser um Iniciado e, quando não podia esquivar de dizer algo, em algumas ocasiões, afirmara, humildemente, ser um Irmão Leigo. Para efetivar a Obra que realizara, é indiscutível que só um Iniciado de grande fibra poderia chegar a tanto.
Certo dia, procurado pelo Mestre, que lhe oferecera tudo, apresentando algo de semelhante à tentação por que passara Jesus, durante o jejum, Max Heindel repelira, firmemente, a proposta e, ao mesmo tempo, num rasgo de coragem e altruísmo assumira a defesa da humanidade. E, seguindo fielmente o exemplo de Cristo-Jesus, passou daí em diante, a advogar com profundidade a causa da comunidade humana. Tinha, portanto, saído vitorioso do teste a que foi submetido pelo Mestre. A esse demonstrou, não apenas a sua compreensão, mas também a firmeza no sentido de se tornar o servo de todos. O calor de seu desejo, tendo em vista esse objetivo, era intenso.
Escolhido pelos Irmãos Maiores, aceita a escolha e toma a ombro o espinhoso trabalho, chegando mesmo, durante anos, a repousar apenas duas ou três horas por dia. Com sacrifício e dedicação integral de si mesmo, realizou gigantesco trabalho em benefício da humanidade. Com o “Conceito Rosacruz do Cosmo”, ele trouxe a público, em 1909, os maravilhosos Ensinamentos Rosacruzes, que até então eram totalmente secretos. Em 1911 fundou a Fraternidade Rosacruz nos Estados Unidos da América do Norte, em Oceanside, Estado da Califórnia, cuja difusão pelo mundo inteiro tem sido extraordinária. E, muito maior será, daqui para o futuro, perante a sede que os seres humanos vêm manifestando, principalmente nesses últimos tempos, por ensinamentos lógicos e profundos.
Não podíamos deixar de encarecer a grande colaboração que Max Heindel teve por parte de sua esposa Augusta Foss Heindel.
Quanto a Max Heindel podemos dizer, para finalizar, que foi um Espírito puro, amoroso, trabalhador e sábio. E, como disse Cristo: “Os puros verão a Deus”. Aliás, a pureza é a senha de ingresso no Templo. Melhor dito, a única senha.
(de Hélio de Paula Coimbra, publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1965)