Arquivo de categoria Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como explicam o fato de uma criança herdar tão frequentemente as características negativas dos pais?

Pergunta: Como explicam o fato de uma criança herdar tão frequentemente as características negativas dos pais?

Resposta: Explicamos dizendo que isso não é a realidade. Infelizmente, as pessoas parecem atribuir suas características negativas à hereditariedade, culpando seus pais pelas suas falhas, não obstante creditando a si mesmas o mérito das boas qualidades que acaso possuam. O próprio fato de diferenciarmos o que herdamos daquilo que nos é próprio mostra que a natureza humana tem dois lados: o da forma e o da vida.

O ser humano, o pensador, vem parar aqui equipado com uma natureza mental e outra moral, que são exclusivamente suas, tomando de seus pais apenas o material para o Corpo Denso, o físico. Somos atraídos para certas pessoas pela Lei de Consequência e pela Lei de Associação. A lei que induz o músico a procurar a companhia de outro músico nas salas de concerto; os jogadores a se reunirem nos cassinos e nos hipódromos; os intelectuais a se juntarem nas bibliotecas, etc., é também a lei que leva as pessoas de análogas tendências, características e gostos a nascerem na mesma família. Quando ouvimos uma pessoa dizer: “Sim, sei que gasto muito, mas minha família nunca foi acostumada ao trabalho, sempre tivemos empregados” isso demonstra que basta a semelhança de gostos para justificar o caso. Quando outra diz: “Oh! Sim, sei que sou extravagante, mas não posso evitá-lo, é mal de família”, vemos mais uma vez a Lei de Associação se manifestando. Por conseguinte, quanto mais cedo reconhecermos que, ao invés de usar a Lei de Hereditariedade como desculpa para nossos maus hábitos, procurássemos dominá-los e cultivássemos as virtudes, seria muito melhor para nós. Não consideraríamos válida a desculpa de um ébrio que dissesse: “Não, não posso deixar de beber. Afinal, todos os meus companheiros bebem! ”. Recomendaríamos a eles simplesmente que se afastasse deles o mais depressa possível e procurasse se auto-afirmar em sua individualidade. Aconselharíamos, também, a parar de escudar-se atrás de seus ancestrais como desculpa para seus maus hábitos.

(Pergunta nº 30 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: Como os chamados mortos se apresentam em relação às suas roupas externas?

Pergunta: Como os chamados mortos se apresentam em relação às suas roupas externas? Seu pensamento molda a matéria etérica em roupas ou qualquer outra coisa que desejem? Essa conclusão baseia-se no que diz o livro O Conceito Rosacruz do Cosmos acerca do Mundo do Desejo. O Corpo de Desejos assume a forma do Corpo Denso imediatamente após o Cordão Prateado ser rompido?

Resposta: É possível para os chamados mortos moldar com os seus pensamentos qualquer peça de roupa que desejarem. Geralmente, lembram-se de estar vestidos com os trajes típicos do país onde viveram, antes de passarem para o Mundo do Desejo e aparecem assim trajados, sem um especial esforço de pensamento. Contudo, quando começam a desejar algo novo ou uma peça de roupa original, naturalmente têm de usar a força de vontade deles para dar existência a tal peça, que durará o tempo que se imaginar vestido com ela.

Contudo, tal sensibilidade da matéria de desejos referente à força do pensamento modelador é também usada em outras direções. De modo geral, quando uma pessoa abandona este mundo devido a um acidente, ela julga-se deformada, talvez sem uma perna, um braço ou com ferimento na cabeça. Isso não é um inconveniente, pois poderá movimentar-se lá tão facilmente sem braços ou pernas como se os tivesse. Contudo, isso mostra a tendência do pensamento de dar forma ao Corpo de Desejos. No início da guerra, quando um grande número de soldados passou para o Mundo do Desejo com as mais terríveis lesões, os Irmãos Maiores e seus discípulos ensinaram-lhes que, pelo simples fato de manter firme o pensamento, acreditando estar com os membros e o corpo totalmente perfeitos, eles se curariam instantaneamente de suas feridas deformantes. Foi o que fizeram. Atualmente, todos os recém-chegados capazes de entender os fatos lá existentes são logo curados de suas feridas e amputações de forma que, ao olhar para eles, ninguém diria que faleceram em consequência de um acidente no Mundo Físico.

Esse conhecimento propagou-se de tal forma que muitas pessoas que morreram desde então utilizaram-se dessa propriedade da matéria de desejos para, por meio do pensamento, mudar a sua aparência física. Às vezes, os que são muito corpulentos querem aparecer mais esbeltos ou os que são muito magros desejam aparecer mais robustos. Contudo, essa mudança ou transformação não é um sucesso permanente devido ao arquétipo. A carne extra colocada em uma pessoa magra ou a quantidade retirada de alguém corpulento não são permanentes; entretanto, após algum tempo o ser humano que era originalmente magro volta ao seu tamanho original, enquanto a pessoa que tenta perder peso sente recobrá-lo pouco a pouco e precisa passar novamente pelo processo. Acontece algo semelhante com aqueles que tentam moldar suas feições, dando-lhes uma aparência diferente que se harmonize mais com eles do que a que possuíam originalmente. Não obstante, as mudanças relativas às feições duram menos, pois a expressão facial, tanto lá como aqui, indica a natureza da alma; por conseguinte, o que tiver sido falsificado será rapidamente disperso pelo pensamento normal da pessoa.

Quanto à segunda parte da pergunta, podemos dizer que durante a vida física o Corpo de Desejos tem a forma aproximada de uma nuvem ovoide que circunda o Corpo Denso. No entanto, assim que a pessoa adquire consciência no Mundo do Desejo e começa a pensar em si mesma como tendo a forma do Corpo Denso, o Corpo de Desejos passa a assumir tal aparência. Essa transformação é facilitada pelo fato de os dois Éteres superiores do Corpo-Alma, o Luminoso e o Refletor, ainda não estarem com o ser humano, o Ego. Isso se tornará mais claro, se fizermos uma comparação. Lembremo-nos de que, quando o Ego está prestes a renascer, os dois Éteres inferiores, reunidos em volta do Átomo-semente do Corpo Vital, são moldados em uma matriz pelos Anjos do Destino e seus agentes. Essa matriz é colocada no útero da mãe, onde as partículas físicas são implantadas para que formem gradualmente o corpo da criança, que nasce em seguida. Nessa fase, a criança não tem o Corpo-Alma. O que pode existir dos dois Éteres superiores só será assimilado mais tarde na vida e será construído mediante ações boas e verdadeiras. Quando o Corpo-Alma alcança certa densidade, torna-se possível para a pessoa funcionar nele como Auxiliar Invisível e, durante os voos de alma, o Corpo de Desejos molda-se prontamente nessa matriz já preparada. Ao retornar ao Corpo Denso, o esforço de vontade com o qual a pessoa penetra nele dissolve automaticamente a ligação íntima entre o Corpo de Desejos e o Corpo-Alma. Mais tarde, quando a vida no Mundo Físico terminar e os dois Éteres inferiores tiverem sido descartados, juntamente do Corpo Denso, o luminoso Corpo-Alma ou “Dourado Manto Nupcial” permanecerá ainda com os veículos superiores. É nessa matriz que o Corpo de Desejos é moldado em seu nascimento nos Mundos invisíveis. Assim como o corpo da criança foi feito em conformidade com a matriz dos dois Éteres inferiores antes de nascer fisicamente, assim também o nascimento nos Mundos invisíveis, após a morte na Região Química do Mundo Físico, é realizado por uma impregnação com matéria de desejos da matriz formada pelos dois Éteres superiores para organizar o veículo a ser usado naquele mundo.

Todavia, os chamados mortos não são os únicos capazes de moldar assim a matéria de desejos, dando-lhe a forma que lhes agrade. Esse poder é compartilhado por todos os outros habitantes do Mundo do Desejo, incluindo os elementais que usam frequentemente essa faculdade de transformação para assustar ou enganar o recém-chegado, fato que muitos neófitos desoladamente descobriram ao penetrar nesse Reino pela primeira vez. Esses elementais detectam rapidamente quando a pessoa é estranha e ainda não está familiarizada com a natureza do que encontra lá. Regozijam-se em importuná-la, transformando-se nos monstros mais grotescos e aterrorizantes. Fingem atacá-la ferozmente e parecem deleitar-se quando conseguem encurralá-la em um canto, fazendo-a encolher-se de medo enquanto eles permanecem rangendo os dentes como se quisessem devorá-la. No entanto, a partir do momento que o neófito aprende que, na realidade, não há o que possa machucá-lo e que com seus veículos superiores ele esteja totalmente imune a qualquer dano e não possa ser dilacerado ou devorado, basta sorrir para essas inofensivas criaturas e dar-lhes uma ordem severa para que se retirem e dirijam a sua atenção para outro lugar. Agindo assim, elas prontamente o deixam em paz. Aprende a controlá-las segundo a sua vontade, porque nesse mundo todas as criaturas que ainda não estão individualizadas são compelidas a obedecer ao comando de inteligências superiores e o ser humano situa-se entre essas últimas.

Assim, um ser humano pode apossar-se de um elemental e dar-lhe a forma que desejar, fazendo-o cumprir suas ordens. Os seres assim criados por seu poder de vontade e que receberam certa missão obedecerão fielmente às ordens; de acordo com a intensidade aplicada nesse trabalho, a situação durará maior ou menor tempo. Dessa maneira, muitas das chamadas aparições foram criadas e receberam uma incumbência que pode durar séculos, mesmo após o autor ter ido para o superior Mundo Celestial. Essa é provavelmente a origem da “dama branca” que previne os Hohenzollerns (uma das mais importantes e nobres famílias alemãs da Europa) de morte iminente. Ela e outras aparições semelhantes, que causaram tanta especulação, foram criadas pela intensidade extrema do desejo de um ser humano, desejo lançado no Mundo do Desejo sob circunstâncias particularmente dolorosas ou penosas que produziram o feitiço mágico que foi requerido inconscientemente pela própria pessoa.

(Pergunta nº 2 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II)

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Pergunta: Temos o direito de pensar o que quisermos, por não sermos responsáveis por isso?

Pergunta: Às vezes é afirmado que temos o direito de pensar o que quisermos e que não somos responsáveis pelos nossos pensamentos. Isso é verdade do ponto de vista oculto?

Resposta: Não, não é verdade. Pelo contrário, precisamos recorrer ao que é geralmente chamado de ocultismo para encontrarmos essa ideia expressa por Cristo no Sermão da Montanha, onde Ele nos diz: “O homem que olhou para uma mulher e a desejou já cometeu adultério”. Somente quando nos conscientizarmos de que o ser humano é o resultado do que pensa em seu coração, é que teremos uma concepção de vida muito mais clara do que se levarmos em consideração apenas os atos dos indivíduos, pois cada ato é o resultado de um pensamento prévio. Contudo, esses pensamentos nem sempre são só os nossos.

Quando tocamos um diapasão, se houver outro do mesmo tom por perto, não somente aquele irá soar, mas o outro também começará a fazê-lo, por afinidade. Da mesma forma, quando emitimos um pensamento e outra pessoa ao nosso redor tem um semelhante, estes se fundem e se fortalecem para o bem ou para o mal, de acordo com a natureza do pensamento. Não é mera fantasia quando na peça intitulada “A Hora Enfeitiçada”, o protagonista procura ajudar um criminoso a escapar do Estado de Kentucky, onde o último está sendo procurado pelo assassinato do Governador. O protagonista, um homem cujo poder de pensamento é considerável, acredita ter, provavelmente, incitado o criminoso. Ele revela a sua irmã que antes da hora do crime pensou que o assassino cometeria esse delito exatamente da maneira como foi consumado. Ele tem a impressão que o seu pensamento pode ter sido captado pelo cérebro do assassino e pode ter-lhe mostrado a forma de agir.

Quando participamos de uma banca de jurados e vemos o criminoso à nossa frente, observamos apenas o seu ato; não temos conhecimento do pensamento que o impulsionou. Se temos o hábito de gerar pensamentos maldosos sobre as pessoas em geral, eles poderão ser atraídos por um criminoso. Baseados no princípio de que quando temos à nossa frente uma solução saturada de sal, basta adicionar um único cristal para que esta solução salina se solidifique, assim, se um ser humano tiver saturado a sua Mente com pensamentos homicidas, o pensamento emitido por nós pode ser a última gota que fará o cálice transbordar, destruindo assim a última barreira que o impediria de cometer o ato.

Os nossos pensamentos são muito mais importantes do que os nossos atos, e se pensarmos sempre de forma correta, agiremos sempre corretamente. Nenhum ser humano pode pensar em amar os seus semelhantes, planejar como ajudá-los e socorrê-los espiritual, mental ou fisicamente, sem também concretizar esses pensamentos em algum momento da sua vida. Se nós cultivarmos sempre tais pensamentos, logo veremos o brilho do sol irradiando-se à nossa volta. Veremos que as pessoas virão ao nosso encontro com o mesmo espírito que manifestamos e, se pudermos compreender que o Corpo de Desejos (que circunda cada um de nós e se estende cerca de quarenta e um a quarenta e seis centímetros além da periferia do Corpo Denso) contém todas essas sensações e emoções, observaremos as pessoas diferentemente, pois entenderemos que tudo é visto através da atmosfera que criamos ao nosso redor e que cobre tudo o que visualizamos nos outros. No entanto, se virmos maldade e mesquinhez nas pessoas que encontramos, será bom olhar para dentro de nós para verificarmos se não é a atmosfera, através da qual olhamos, que nos faz ver dessa forma. Verifiquemos se não temos esses atributos indesejáveis dentro de nós, e depois procuremos expulsar esses nossos defeitos internos. O ser humano que é mal e mesquinho irradia essas características, e quem quer que ele encontre, parecer-lhe-á também maldoso, pois evocará nos outros exatamente as peculiaridades manifestadas em si, isso baseado no princípio de que a vibração de um diapasão tocado em certo tom fará vibrar outro de tom idêntico. Por outro lado, se cultivarmos uma atitude serena, livre de cobiça e que seja francamente honesta e prestativa, faremos com que as outras pessoas exteriorizem o melhor que há dentro delas. Portanto, conscientizemo-nos que só quando tivermos cultivado as melhores qualidades dentro de nós, é que poderemos esperar encontrá-las nos outros. Somos responsáveis pelos nossos pensamentos e somos, de fato, os protetores de nossos irmãos, pois de acordo com o que pensamos quando os encontramos, assim parecemos a eles e, em consequência, eles refletem a nossa atitude. Aplicando o princípio precedente, se quisermos conseguir ajuda para cultivar essas qualidades superiores, procuremos a companhia de pessoas que são realmente boas, pois seu estado mental será de grande auxílio ao suscitar-nos qualidades mais puras.

(Perg. 16 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: Quando morremos, tem como irmos diretamente para os Mundos espirituais sem passar pelo sofrimento no Mundo do Desejo?

Pergunta: Alguns escritores ensinam que é possível ir diretamente do Mundo Físico para os Mundos espirituais sem ter que atravessar as regiões inferiores do Mundo do Desejo, evitando assim todas as visões repulsivas e peculiares àquela região. No entanto, os Ensinamentos Rosacruzes dão a entender que seja necessário atravessar cada reino sucessivamente. Por que essa disparidade?

Resposta: Sabemos perfeitamente que algumas pessoas fazem afirmações como essa, em relação à transição do reino físico para o reino espiritual mais elevado, ao qual chamam de “subplanos atômicos”. Para ajudar na procura da verdade, citaremos a Lei de Analogia, “Como é em cima, assim é embaixo”, que é a chave mestra de todos os mistérios, tanto espirituais como físicos, pois essa Lei funciona em qualquer reino da natureza que investigarmos. Sabemos que seja impossível para um mergulhador chegar ao fundo do mar sem começar pela superfície e ir descendo através da água que se interpõe. É evidente também que seja impossível a um avião subir acima das nuvens sem atravessar primeiro o espaço de ar que se interpõe entre a terra e as nuvens. De forma semelhante, o Ego ascende gradualmente após a morte, atravessando os vários reinos espirituais rumo ao Terceiro Céu e, no tempo do renascimento, desce gradualmente, atravessa a Região do Pensamento Concreto, o Mundo do Desejo e o Éter, até chegar ao plano físico. Esses fatos são de conhecimento de muitos que já investigaram a questão e tão inquestionáveis ou incontestáveis para o cientista da ciência oculta quanto o fato de a Terra girar em torno do seu eixo é para o cientista materialista; quem afirmar o contrário estará simplesmente errado.

O autor não declara isso apoiado unicamente em sua própria experiência, pois ele está relacionado com centenas de pessoas que possuem a faculdade de atuar fora do corpo nos vários reinos espirituais. Nunca discutiu expressamente essa fase de experiência suprafísica com qualquer uma delas, porém suas referências contínuas nas situações que aconteceram ao passar através dos reinos inferiores do Mundo do Desejo e do Éter deram-lhe a certeza de que nenhum dos que conheceu chegou a subir à zona mais elevada do Mundo do Desejo ou à Região do Pensamento Concreto sem passar primeiro pelo Éter e pelas camadas inferiores do Mundo do Desejo; ou seja, a Região do Purgatório.

Além do mais, mesmo que houvesse tal atalho do mundo físico para os reinos espirituais mais elevados, acreditaríamos realmente que algum auxiliar de Deus o teria usado a fim de evitar cenas repugnantes e sofrimentos como os encontrados no Purgatório? Não, com certeza! Cristo nunca demonstrou repugnância em relação aos leprosos ou qualquer um que sentisse dor ou aflição. Ele sempre os procurou a fim de poder curá-los e ajudá-los. Que trabalho poderia ser feito por um Auxiliar Invisível no Primeiro Céu e na Região do Pensamento Concreto, onde não há dor, sofrimento ou tormento, mas tudo transpira felicidade e alegria? A sua presença seria desnecessária. O seu trabalho se realiza exatamente nas regiões em que esses escritores dizem poder ser evitadas. No entanto, caso houvesse esse atalho, nenhum Auxiliar Invisível que se valorize desejaria utilizá-lo. Na realidade, não há desvio no caminho que leva ao Céu.

(Pergunta nº 3 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Conservamos o mesmo temperamento durante todas as nossas vidas?

Pergunta: Conservamos o mesmo temperamento durante todas as nossas vidas?

Resposta: O Ego pode ser comparado a uma pedra preciosa, um diamante em estado bruto. Quando é extraída da terra, a pedra está longe de ser bela; uma camada grosseira esconde o esplendor que ela encerra no seu interior. Antes que o diamante bruto se transforme numa gema, precisa ser polido por um duro rebolo de esmeril. Cada aplicação no esmeril remove dela parte da camada grosseira, e cada polimento revela uma faceta pela qual a luz penetra e é refratada num ângulo diferente ao do brilho refletido pelas outras facetas. Acontece o mesmo com o Ego. É um diamante em estado bruto que entra na escola da experiência, na peregrinação através da matéria, e cada vida é como uma fase no processo do polimento. Cada vida na escola de aprendizagem remove parte da aspereza do Ego e permite a entrada da luz da inteligência sob um novo ângulo, propiciando uma experiência diferente. Assim como os ângulos da luz variam em numerosas facetas do diamante, assim também o temperamento do Ego varia a cada vida. Em cada vida, só podemos manifestar pequena parte das nossas naturezas espirituais, realizar uma pequena parte da magnificência das nossas possibilidades divinas, mas cada existência nos torna mais completos e nossa índole tende a aperfeiçoar-se. De fato, é a ação exercida sobre a personalidade que é a parte principal da nossa lição, pois a meta é o domínio próprio, o autocontrole. Como diz Goethe:

“De todo o poder que mantém o mundo agrilhoado,
O homem se liberta quando o autocontrole há conquistado”.

(Pergunta nº 9 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. I – Max Heindel)

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Pergunta: O Corpo de Desejos está sujeito a doenças e necessita de alimento e reabastecimento?

Pergunta: O Corpo de Desejos está sujeito a doenças e necessita de alimento e reabastecimento?

Resposta: Em um certo sentido durante a vida terrena está; primeiro a doença se manifesta no Corpo de Desejos e Corpo Vital, cuja textura se torna mais tênue, pois não concentra o fluído vital na mesma proporção que o faz quando com saúde. Então, o Corpo Denso, o físico, fica doente. Quando ocorre a recuperação, os veículos superiores apresentam uma melhora antes que a manifestação de saúde se torne evidente no Mundo Físico.

Contudo, se o investigador está querendo saber a respeito das condições após a morte, o assunto é diferente. Embora uma pessoa possa ficar doente aqui, talvez acamada durante anos e incapaz de se movimentar, quando sucede a morte e ela sente a ausência do Corpo Denso, há imediatamente uma sensação de alívio, um sentimento de alegria acompanhado de uma sensação de leveza que lhe é incomum e, de repente, ela acorda e percebe que não está mais sentindo dor e é capaz de se movimentar. Se compreender as condições, também saberá que não é mais necessário que se alimente, pois, o veículo de desejos não precisa se reabastecer. No entanto, muitas pessoas não são conscientes do fato e, às vezes, nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo, notamos que eles participam de todos os movimentos de uma vida doméstica comum. Daí os relatos de alguns investigadores espiritualistas que encontram essas condições no Mundo invisível e isso também explica muito sobre o que George du Maurier relatou a respeito da vida de Peter Ibbetson e da Condessa de Towers em seu romance que leva o nome do herói[1]. Recomendamos a leitura desse livro por oferecer uma excelente ilustração de como é o funcionamento da Memória subconsciente, quando o herói trata da época da sua infância e das reais condições nas regiões inferiores do Mundo invisível, nas quais suas experiências com a Condessa são incluídas.

(Pergunta nº 10 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)


[1] N.T.: Acesse esse Livro aqui: Livro: Peter Ibbetson – George Du Maurier

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Pergunta: Ouvimos falar de almas novas. No entanto, todas não tiveram início nessa vida terrena ao mesmo tempo; ou algumas procederam de uma onda de vida anterior?

Pergunta: Ouvimos falar de almas novas. No entanto, todas não tiveram início nessa vida terrena ao mesmo tempo; ou algumas procederam de uma onda de vida anterior?

Resposta: A explicação detalhada para essa pergunta importante é fornecida no Conceito Rosacruz do Cosmos, particularmente no Capítulo IX, onde se lê sobre atrasados e recém-chegados; contudo, podemos dizer brevemente que a onda de vida humana, agora em evolução na Terra, compreenda bilhões de Espíritos Virginais. Sempre há uma quantidade desses renascidos aqui no Mundo Físico e outro tanto evoluindo nos Mundos invisíveis. Em certos períodos do nosso desenvolvimento 50% habitam a Terra revestidos de seus Corpos Densos e terrenos. Relembramos também que, além desses, que pertencem unicamente ao raio terreno, há outras hostes habitando Marte, Mercúrio, Vênus e os demais Planetas. No entanto, o total do vasto grupo de Espíritos Virginais que, agora, está evoluindo no nosso Sistema Solar, iniciou sua evolução no Período de Saturno, em uma existência semelhante à da onda de vida mineral. Entretanto, as diferenças logo se evidenciaram; alguns se revelaram mais adaptáveis e diligentes que outros e é evidente que esses progrediram mais rapidamente no caminho do que os seus irmãos que se tornaram, por isso, os atrasados. À medida que avançamos ao longo do curso evolucionário, o número de pioneiros se reduziu cada vez mais e o grupo dos atrasados aumentou proporcionalmente. Atualmente, encontramos os pioneiros da onda de vida humana evoluindo na Terra, no lado ocidental do Planeta, renascidos em corpos vivendo deste lado, e nos referimos a eles como sendo almas mais velhas, porque têm mais experiência, enquanto os irmãos e irmãs que renascem e vivem no lado oriental do Planeta, podem ser chamadas de almas mais novas, por terem menos experiência e desenvolvimento.

Devemos notar, contudo, que essa é apenas uma regra geral. Há muitas almas jovens que foram atraídas para o ocidente por laços de bondade e serviço ou ódio e desejo de vingança relacionados a vidas passadas. Também encontramos almas velhas no lado oriental e aí nasceram para ajudá-los a se elevarem a um nível superior; portanto, a cor da pele não é uma indicação da idade alma, da mesma forma que a cor da capa de um livro não revela a sua natureza. Assim, devemos compreender que os termos “povos mais ou menos desenvolvidos” e “almas mais velhas ou mais novas” não devem, de forma alguma, ser considerados um reflexo ou uma indicação de superioridade ou inferioridade. Os Senhores de Vênus e os Senhores de Mercúrio, que nos ajudaram em nossa evolução, são também Espíritos pertencentes à nossa onda de vida e eles evoluíram tão incomensuravelmente além da nossa presente condição que podem olhar para nós como um jovem amadurecido observa seus irmãos menores.

(Pergunta nº 34 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. 2)

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Pergunta: A Experiência Purgatorial do Ego é Contínua desde a gravação do Panorama de Vida na sua morte até o Seu Nascimento?

Pergunta: A experiência purgatorial do Ego é contínua desde o panorama da sua morte até o seu nascimento ou há períodos de intervalo entre o fim de um sofrimento causado por determinada ação e o início de outro?

Resposta: A Natureza, que é Deus em Manifestação, sempre pretende preservar a energia, obtendo os maiores resultados com o mínimo gasto de força e a mínima perda de energia. A Lei de Analogia é aplicada neste caso. Se estudarmos o efeito da mudança no Mundo Físico, aprenderemos sobre a sua consequência no Reino acima do nosso. Uma pessoa que sofre intensamente por um curto período de tempo geralmente sente a dor muito agudamente, enquanto aquela que sofre durante anos sucessivos, embora a dor infligida possa ser igualmente violenta, não parece senti-la na mesma proporção, pois acostumou-se a ela e, de certa forma, o corpo adaptou-se à dor; por isso, o sofrimento não é tão intensamente sentido neste caso quanto no primeiro.

Ocorre o mesmo na experiência purgatorial. Se uma pessoa (homem ou mulher) foi excessivamente dura e cruel durante a sua vida; se permaneceu indiferente quanto aos sentimentos dos outros; se causou profunda dor em variadas ocasiões, verificamos que o seu sofrimento no Purgatório será muito rigoroso, naturalmente intensificado pelo fato de que a experiência purgatorial seja de menor duração do que a vida vivida na Terra; mas a dor é intensificada proporcionalmente. Portanto, torna-se evidente que, se a experiência fosse contínua ou a dor gerada por um ato fosse imediatamente seguida por outra, grande parte do sofrimento perder-se-ia para a alma, pois não seria sentida em toda a sua intensidade. Por esse motivo, às experiências chegam-lhe em ondas, com períodos de descanso, para que o sofrimento seguinte possa ser profundamente sentido.

Alguns podem achar que isso seja cruel e que a dor infligida, ao utilizar-se desse artifício para intensificar o sofrimento, seja desnecessária. Porém não é assim. Esse sofrimento resultará um bem maior, pois a Natureza, ou Deus, nunca busca desforra ou vingança, mas apenas almeja ensinar ao culpado a não mais reincidir no erro. Por isso, ele deve expiar todas as faltas cometidas. Isso irá ensiná-lo a respeitar, em vidas futuras, os sentimentos alheios e a ser misericordioso com todos. Portanto, é necessário que a dor seja altamente sentida para a conservação da energia e para que a pessoa possa purificar-se e tornar-se melhor, o que não aconteceria, caso a dor fosse contínua e o sofrimento, correspondentemente amenizado.

(Pergunta nº 1 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas Volume 2)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quando um ser humano paga aqui as suas dívidas, cuida da sua família e vive uma vida honrada não estará em excelentes condições no outro Mundo?

Pergunta: Quando um ser humano paga aqui as suas dívidas, cuida da sua família e vive uma vida honrada não estará em excelentes condições no outro Mundo?

Resposta: Não, exige-se algo mais. Há muitas pessoas que julgam ser isso suficiente, no entanto, passam tempos nada invejáveis no Mundo do Desejo após a morte. Naturalmente, devem ser respeitadas, mas somente sob o ponto de vista desta existência. Na verdade, precisamos cultivar algumas tendências altruístas para progredirmos além do nosso presente estágio evolucionário.

Encontramos pessoas que negligenciaram seus mais altos deveres na quarta região do Mundo do Desejo (onde está a Região Limítrofe) após a morte. Há o ser humano de negócios que pagou o valor justo pelo que recebeu, que foi honesto com todos, que trabalhou para o progresso material da sua cidade e país como um bom cidadão, recompensou seus empregados com ótimos salários, tratou sua esposa ou seu marido e família com respeito, deu-lhes tudo que há de melhor, etc. Ele pode até, por causa deles, ter erigido uma igreja, ou até ter feito doações generosas para isso, ou ainda ter construído bibliotecas ou fundado instituições. Contudo, ele não se deu. Ele só se interessou pela igreja por amor à família ou à respeitabilidade, ele não colocou seu coração nisso, pois o seu coração estava todo nos negócios, em ganhar dinheiro ou alcançar uma posição de destaque no mundo.

Ao entrar no Mundo do Desejo, após a morte, ele é considerado bom demais para passar pelo Purgatório, mas não o bastante para entrar no Céu. Ele tratou a todos com justiça e não prejudicou ninguém. Portanto, nada tem a expiar. Todavia, tampouco fez algo meritório que o habilitasse a uma vida no Primeiro Céu, onde o bem da sua vida passada é assimilado. Sendo assim, permanece na quarta região do Mundo do Desejo, isto é, entre o “Céu e o Inferno”. A quarta região, que é a região central do Mundo do Desejo, é onde o sentimento é mais intenso. O ser humano tem aí ainda um desejo profundo pelo mundo dos negócios, mas não pode mais comprar nem vender, e sua vida se torna terrivelmente monótona.

Tudo o que doou às igrejas, instituições, etc. não é considerado, pois não colocou nisso o seu coração. Somente quando damos por amor é que a dádiva nos trará felicidade no outro Mundo. Não é o valor que damos, mas o espírito que acompanha o ato é que importa; portanto, todos podem dar e se beneficiar, tanto a si como aos outros.

Entretanto, a distribuição indiscriminada de dinheiro leva, frequentemente, as pessoas à indigência e ao esbanjamento. Por esse motivo, devemos manifestar amizade, uma simpatia sincera, ajudar as pessoas a terem fé em si mesmas, colaborar para que se reergam com novo ânimo após uma dura queda, isto é, nos dar por meio de serviços prestados à humanidade. Com estas atitudes estaremos acumulando tesouros no céu, mais preciosos que o ouro. Cristo disse: “Os pobres estão sempre conosco”. Podemos não ser capazes de levá-los da pobreza à riqueza, o que talvez não seja o melhor para eles, mas podemos encorajá-los a entender a lição a ser aprendida na pobreza; devemos levá-los a uma visão melhor da vida e, se o ser humano indicado na pergunta não tiver agido por amor, ele não estará “bem” após a morte; sofrerá aquela terrível monotonia que o ensinará a preencher a sua vida com algo que tenha real valor. Assim, em vidas futuras, a sua consciência o estimulará a fazer coisas melhores do que ganhar dinheiro, conquanto não negligencie seus deveres materiais, pois isso seria tão condenável quanto o fato de rejeitar a realização espiritual.

(Pergunta nº 15 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: A Fraternidade Rosacruz concorda com a pena capital? Se assim for, expliquem as razões. Quando um ser humano é executado, a Lei da Mortalidade Infantil incidirá sobre ele na próxima vida e ele morrerá na infância como acontece com as vítimas de acidentes?

Resposta: Os Ensinamentos Rosacruzes nunca estão em conflito com a Religião Cristã e sabemos que, de acordo com a doutrina de Cristo, o princípio de vingança, “olho por olho, dente por dente”, está totalmente errado. Além disso, do ponto de vista oculto, há outras razões abalizadas pelas quais a pena capital seja enfaticamente considerada a pior maneira de lidar com um ser humano perigoso. Enquanto tal ser humano estiver preso ao Corpo Denso, será fácil controlá-lo e confiná-lo em um lugar onde não possa prejudicar a sociedade; no entanto, quando o enforcamos ou eletrocutamos, estamos na realidade soltando-o no Mundo do Desejo, onde lhe será possível influenciar os outros muito mais do que aqui.

Tais pessoas, que representam ameaça para a sociedade, não demoram para descobrir suas possibilidades e tirar vantagens delas. Incitam as que possuem um ressentimento contra a comunidade a realizar alguns feitos, encorajando-as a destruir edifícios, cometer assassinatos, estupros ou ainda a satisfazer um ressentimento pessoal contra algum inimigo, tirando-lhe a vida. Assim, o homicídio resultante da pena capital dará origem a muitos outros crimes. Por outro lado, se o assassino fosse encarcerado tendo em vista a segurança da comunidade, seria possível que, durante os anos de sua vida na prisão, chegasse a mudar sua maneira de agir. Muitos arrependem-se dos seus crimes e, quando libertos do corpo pela morte natural, alcançam o Mundo do Desejo e não representam mais ameaça para a sociedade nem têm influência maléfica sobre os outros.

Por todas essas razões, a pena capital realmente atua de forma oposta ao propósito para a qual foi criada. Não age como um meio de impedimento para outros criminosos; ao contrário, fomenta e instiga o crime. Portanto, mesmo excluindo o fato de que a prática da vingança seja totalmente errada, que não tenhamos o direito de tirar uma vida que não possamos dar ou que muitas vezes um ser humano seja julgado e executado por um crime que não cometeu, enquanto o verdadeiro assassino anda à solta, mesmo assim a pena capital deveria ser abolida para que houvesse diminuição de crimes.

Quanto à sua pergunta sobre um assassino executado ter de morrer durante a infância na vida seguinte, podemos responder que sim. De acordo com a Lei da Mortalidade Infantil, quem morrer sob dramáticas circunstâncias, não podendo rever o panorama da sua vida logo após a morte, não recolherá os frutos da sua vida passada. Quando uma pessoa é executada, o choque, o ódio e o ressentimento experimentados — os horrores do procedimento todo — privam-na da paz e tranquilidade necessárias ao trabalho post-mortem, de forma que ela não obterá um registro da vida que findou. Portanto, essa perda terá que ser suprida por um trabalho educacional realizado depois que ela tiver morrido como criança na vida seguinte, exatamente como foi esclarecido em outros trabalhos da nossa literatura, onde a Lei da Mortalidade Infantil é amplamente explicada.

(Pergunta nº 33 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. 2)

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