Arquivo de categoria Astrologia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que os Aspectos formados pelo Sol e pela Lua admitem uma órbita de influência de até 8 graus? Por que os Aspectos entre os Planetas admitem uma órbita influência de até 6 graus?

Resposta: Segundo a Astrologia Rosacruz, eis o motivo espiritual da órbita de influência: além do corpo visível, o Corpo Denso, percebido por nossos sentidos, o ser humano também possui veículos invisíveis (Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente) chamados por São Paulo de corpos espirituais, sendo que o ser humano em si é Espírito. Quando houvermos desenvolvido a visão espiritual, uma faculdade latente em todos, poderemos ver esses veículos mais sutis sobressaindo do Corpo Denso e este situando-se no centro do Corpo Vital e do Corpo de Desejos, do mesmo modo que a gema se situa no centro do ovo, rodeada de clara por todos os lados. Antes que dois seres humanos entrem em contato físico, suas auras (também compostas do Corpo Vital e do Corpo de Desejos) se interpenetram. É a razão de “sentirmos a presença do outro”, às vezes, antes de o percebermos por meio de nossos sentidos comuns. Como é em cima, assim é embaixo. O ser humano é feito à imagem de Deus e de Seus Ministros: os Astros. Todo Astro tem um corpo invisível que sobressai no espaço, além da esfera densa visível e perceptível pelo olho humano. Quando essas auras astrais entram em Aspecto, uma influência é sentida, mesmo que ainda faltem alguns graus para os Astros visíveis formarem o Aspecto exato, ou mesmo que já tenham ultrapassado esses graus do Aspecto.

Também, segundo a Astrologia Rosacruz, o Sol e a Lua possuem uma órbita de influência de 8 graus devido a excentricidade da órbita do Sol “em torno” da Terra (lembrando que na Astrologia utilizamos o sistema geocêntrico), e da Lua em torno da Terra. Tal excentricidade é menor do que as órbitas dos outros Planetas, o que cria uma órbita de influência maior. Soma-se a isso a questão da proximidade desses dois Luminares em relação à Terra: são bem mais próximos do que os outros Astros. Faça um teste: coloque uma linha no chão e ponha um farolete a 1 metro de altura, com o foco de luz sobre a linha divisória, você terá uma ideia aproximada do que ocorre. A Luz irradia para os dois lados da linha divisória, e você nunca mais vai esquecer disso. Quanto mais próxima da linha divisória, maior a “órbita de influência”. Cálculos astronômicos, demonstram, 8 graus e 6 graus, respectivamente, para cada lado.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como é mostrado, no mapa astrológico, o senso de humor?

Resposta: Essa pergunta é um pouco mais complexa do que aparente, à primeira vista, porquanto cada Signo possui o seu tipo de humor especial. Os indicadores desse dom, no mapa astrológico são: Vênus e Touro, Júpiter, Netuno, Sagitário, Peixes, Urano, a Lua e Câncer.

Colocaríamos o humor, no sentido estrito da palavra, sob a influência de Câncer e da Lua. Vênus e Touro parecem ter a ver com a capacidade de entreter os outros e com o riso. A Lua, relacionada com Netuno e os seus respectivos Signos, proporcionam um senso do humor arguto e vivaz, que é também característico das pessoas de Virgem. Urano confere um espírito original e predispõe à efeitos inesperados. Júpiter e Sagitário inclinam para a brincadeira e a sátira.

As pessoas sensíveis ao humor, a não serem confundidas com os espirituosos, nem sempre têm a palavra fácil e deve haver proeminência de Mercúrio para que possa ser produzida a expressão humorística. A vivacidade mental humorística e a sua expressão dependem de um Mercúrio proeminente e do Astro que forma Aspectos com Mercúrio, nesse caso, Marte, Júpiter ou Urano.

Os Signos que mais carecem de humor são Leão, Escorpião e Capricórnio, já que produzem pessoas imbuídas do sentido da sua própria importância. Seu modo de expressão é rebuscadíssimo, receiam sair do seu padrão de dignidade, não gostam de comentários jocosos à sua própria pessoa, como, por exemplo, o Jupteriano consegue. É provável que os Aspectos adversos de Saturno com a Lua tendem a destruir o humor, enquanto que os Aspectos adversos de Marte tornam a jocosidade um pouco brutal e grosseira.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1981- Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Testemunho do próprio Max Heindel sobre Casos envolvendo a Astrologia

Max Heindel

É surpreendente a quantidade de pessoas que zombam daquilo que não entendem. Há muito tempo atrás, o próprio escritor não foi exceção a essa regra, em relação à Astrologia, quando o assunto foi apresentado a ele pela primeira vez, há alguns anos, quando ainda tinha uma crença ortodoxa e não possuía nenhum conhecimento de ocultismo.

Um amigo que morava na mesma casa do escritor leu o anúncio de um suposto astrólogo (?) que se ofereceu para ler a sorte de qualquer um pela magnífica soma de dez centavos. Ninguém foi mais veemente em sua denúncia dessa fraude, superstição e tolice chamada Astrologia do que este escritor. Ora, era absurdo pensar que as estrelas tivessem relação conosco! No entanto, nosso amigo enviou um dólar e dez nomes de pessoas que estavam presentes; no devido tempo, os chamados horóscopos chegaram.

Ainda nos lembramos da curiosa sensação com que abrimos o pacote e começamos a ler o suposto pergaminho místico (?). Meio desafiador, meio amedrontado; mas certo, muito certo, de que fosse tudo uma farsa, de que ler o horóscopo justificaria nossas afirmações presunçosas. Mas então, afirmação após afirmação no esboço parecia verdadeira e, gradualmente, todo o sangue em nosso corpo pareceu jorrar em direção à cabeça. Poderia realmente haver algo de verdadeiro nessa tolice? Ficamos perplexos, estupefatos e um tanto assustados com o pensamento.

Mais tarde, o resto dos amigos chegaram e cada um pegou seu horóscopo. Alguns admitiram que fosse verdade até certo ponto; outros disseram que não, mas ninguém parecia profundamente impressionado.

Então alguém perguntou ao escritor: “Bem, e o seu?”. Essa foi a parte mais difícil; ter que admitir que, depois de todas as nossas zombarias, tudo se encaixava. Todos eles estavam curiosos e queriam ver o horóscopo, então mostrei com relutância.

Então alguém disse que não era o meu e que esse horóscopo pertencia a outro, que ainda não tinha chegado. O quê? Nossa sensação de alívio foi quase indescritível. O outro, suposto, horóscopo, destinado a nós, foi produzido e era totalmente incompatível. Naturalmente, censuramos com mais força, do que antes, a falácia, a superstição e a tolice dessa, assim chamada, ciência — a Astrologia.

Tendo passado por essa experiência nós mesmos, não nos admiramos de que os outros estejam céticos, quando confrontados com a ideia da influência astral; além disso, há tantos charlatães que profanam essa ciência sagrada por um mesquinho centavo que não é de admirar que a Astrologia tenha má fama.

A Astrologia genética, a ciência de examinar os eventos da vida de uma pessoa a partir de um desenho do céu feita para a hora do nascimento, é frequentemente degradada, por ser a base da leitura da sorte. A Astrologia horária, que julga o resultado de um determinado assunto a partir de um desenho feito para o momento em que o evento ocorreu, ou quando uma pergunta definitiva foi feita sobre o resultado, é quase sempre uma degradação da ciência sagrada e aquele que estuda e orienta sua vida de acordo com as horas “planetárias”, como alguns fazem, certamente está arrastando as estrelas para a sarjeta. Não é menos que um crime contra a individualidade consultar o horóscopo todos os dias, fazer um desenho horário para cada movimento que fazemos ou procurar, na hora “planetária”, alguma influência favorável, em cada mínima ocasião.

Há momentos, entretanto, em que é certo usar a “lógica das estrelas” para determinar o resultado de um evento. Cada um deve usar seu julgamento nesse assunto, pois o abuso da ciência sagrada da Astrologia trará retribuição tão certa quanto a violação de qualquer outra Lei da Natureza. Nos seguintes casos em que o escritor a usou, ele teve e tem dúvidas e, portanto, deseja alertar os outros para não fazê-lo apenas porque “o Sr. H. fez isso”.

Certa vez, antes de conhecer a Ordem Rosacruz, fomos convidados para um piquenique onde houve uma considerável discussão sobre assuntos ocultos e a Astrologia também veio para participar como um dos assuntos. Um certo Sr. X, presidente de uma sociedade de ocultismo, foi particularmente veemente em sua denúncia sobre a Astrologia, embora admitisse que nada soubesse sobre ela, nunca tendo estudado o assunto. Ficamos muito surpresos com essa atitude mental por parte de um homem que, em virtude da sua posição, deveria ter a Mente aberta; procuramos, então, na presença de vários outros, mostrar-lhe que sua posição era totalmente insustentável; mas isso não teve efeito e ele continuou a zombar.

Poucas semanas depois, o escritor entrou por acaso no local de trabalho do Sr. X e foi imediatamente recebido com um pedido sarcástico de informações sobre algumas ações de mineração nas quais o Sr. X acabara de investir. Ele ganharia ou perderia? Várias pessoas estavam presentes e ficamos muito irritados com essa forma de interrogatório, então respondemos: “Bem, Sr. X., é arrastar as estrelas para a sarjeta consultá-las sobre esses assuntos, mas há ocasiões em que  ‘o fim justifica os meios’”. Sua posição era tão injustificada e poderia contribuir muito para influenciar adversamente um número considerável de pessoas; portanto, talvez fosse bom que ele soubesse o que as estrelas podem fazer. Olhamos, no relógio, a hora exata em que a pergunta foi feita; depois afirmamos que lhe daríamos o resultado da nossa investigação em alguns dias.

Tendo feito o horóscopo, descobrimos que o dinheiro estava passando pelas mãos dos diretores a uma taxa excessivamente baixa; ficou claro, também, que não haveria retorno. Portanto, declaramos isso em um pequeno pedaço de papel que entregamos ao Sr. X, cerca de uma semana depois. Quando ele leu nossa mensagem, riu e zombou: “Ha! Ha! Ha! Sr. Heindel, você não sabe nada sobre isso, nem as estrelas. Eu tenho outro oráculo e ele me diz que esse estoque é extremamente bom, que vai ser um bom investimento e posso vendê-lo agora por muito mais do que paguei”. Em relação a isso, observamos que seria do seu interesse fazê-lo imediatamente, pois não demoraria muito até que os eventos provassem a verdade das estrelas.

Havia outros presentes na ocasião que também fizeram o mesmo investimento; uma senhora investiu tudo o que tinha. Ela ficou com medo e vendeu suas ações, obtendo um bom lucro com isso, mas o Sr. X manteve as suas; ele não se deixaria enganar por tolices como as estrelas.

Aproximadamente uma ou duas semanas depois, o escritor teve a oportunidade de visitar o local de trabalho do Sr. X novamente e o encontrou com a cara um pouco mais séria, afirmando que “há indícios de que você possa estar certo, Sr. Heindel”. Dissemos a ele que sabíamos que as estrelas eram verdadeiras e que, eventualmente, nosso julgamento seria justificado. Algumas semanas depois, a “bolha (a situação instável) estourou” e o Sr. X admitiu que “parece que as estrelas estevam certas, mas provavelmente foi uma coincidência”. Essa é sempre a fortaleza inexpugnável do escarnecedor e do cético. Quando acontece alguma coisa que ele não pode explicar, é útil ter a palavra “coincidência” para fazer malabarismos.

Algum tempo depois tivemos novamente a oportunidade de visitar o Sr. X em seu local de trabalho. Ele então disse: “Sr. Heindel, estou muito preocupado com um determinado assunto. Sou executor de um grande patrimônio e administrador há oito anos. Durante esse tempo, vendi vários terrenos valiosos a particulares, bancos e instituições. Agora há um reclamante e eu quero saber o que está por trás dele, que entrou na ação. Qual será o resultado?”.

Embora relutantes em manchar novamente a ciência sagrada das estrelas, sentimos que, se esse cavalheiro pudesse ser convertido, isso poderia fazer um grande bem para a Astrologia, por causa de sua posição; portanto, puxamos nosso relógio de bolso, olhamos para as horas e lhe dissemos que o avisaríamos. Após uma semana, aproximadamente, descemos à loja dele mais uma vez, junto de uma carta, afirmando que não havia qualquer coisa em resposta ao reclamante no momento, que o caso seria imediatamente retirado do tribunal, mas que seria de seu interesse arbitrar, pois, de fato, havia fundamentos para a reclamação. Mais tarde, isso surgiria de novo e causaria problemas: o julgamento seria revertido em outro tribunal.

Em nossa chegada ao local de trabalho do Sr. X, encontramos este fechado; porém, como sabíamos que ele raramente ficava muito tempo longe, esperamos; ele veio depois de um tempo. Em seguida, entregamos a ele a carta, que ele leu, e então disse: “Sr. Heindel, você acertou precisamente, pelo que eu sei. Fui chamado agora mesmo, por ordem do tribunal, para ir até lá porque essa reivindicação bloqueia cerca de cinquenta títulos valiosos e o juiz queria que ela fosse resolvida imediatamente. Quando cheguei ao tribunal, descobrimos que os advogados do reclamante não tinham autoridade adequada e o tribunal, imediatamente, ignorou o caso”.

Alguns meses depois, por acaso, entramos na loja do Sr. X, em um sábado à noite, e fomos recebidos com as palavras: “Telefonei para você a tarde toda, aquele reclamante voltou e quero saber qual será o resultado”. Imediatamente, sacamos nosso relógio e lhe dissemos que mais tarde o avisaríamos, porque vimos que agora a coisa estava esquentando e aqui havia uma chance de converter o cético por completo.

Ao levantar o horóscopo, descobriu-se que se o escritor tivesse entrado na loja uma hora mais cedo, certa predição que ele fez da posição da Lua não poderia ter sido feita. É um dos fatos mais notáveis sobre a Astrologia horária, esse método de prognóstico que considera a hora que uma pergunta é feita, pois a pergunta sempre chega ao seu destino, o Astrólogo, no momento em que as estrelas estão prontas para responder.

Recebemos cartas com atraso de semanas e marcadas por manchas de água, que foram submersas ou sofreram um acidente ferroviário… Às vezes, não foram enviadas ou, depois, foram após o escritor deixar seu endereço anterior; contudo, este escritor nunca falhou em dedicar um tempo ao ler a pergunta para dar a resposta correta, mostrando que qualquer atraso que tenha ocorrido certamente foi o resultado de um plano. Portanto, também neste caso, a hora de contar a história foi quando entramos na loja do Sr. X e o fato revelado pela posição da Lua, no momento, foi que a parte oposta tinha feito aberturas para um acordo com o Sr. X e seus conselheiros, que eles recusaram. Isso ele admitiu, e então lhe dissemos que as estrelas do reclamante estavam em ascensão, que suas estrelas estavam na descendência, que o caso passaria de um juiz, que agora o tinha em mãos e lhe era favorável, para outro, que reverteria o julgamento e tiraria o espólio dele, dando-o ao reclamante.

Vários anos se passaram e tínhamos esquecido completamente o caso, tendo viajado para a Alemanha, escrito o livro Conceito Rosacruz do Cosmos, etc. No entanto, quando voltamos para a cidade onde o Sr. X vivia, fomos informados por amigos em comum que ele agora aceitava a Astrologia, que ele sabia ser uma verdade absoluta, se corretamente interpretada. Ele sabia também que o Sr. Heindel poderia dizer a verdade e afirmou que, se o Sr. Heindel lhe dissesse que a sua casa seria destruída por um terremoto no dia seguinte, ele se esforçaria para vendê-la, se pudesse obter apenas dez dólares, porque sabia que o evento aconteceria.

Mais tarde, ao falar com o Sr. X sobre o caso, ele disse que só lamentava que as declarações não tivessem sido feitas na época em que as previsões foram dadas, pois eram absolutamente verdadeiras, nos mínimos detalhes. “Ora!”, ele disse, “Sr. Heindel, o primeiro juiz foi muito amigável, como você disse; o segundo juiz, porém, foi exatamente o contrário; ele era antagônico ao extremo e não tivemos absolutamente nenhuma representação. Tentei fazer com que meus advogados arbitrassem o caso, porque acreditava em sua previsão, mas eles se recusaram totalmente, desprezando a ideia de que poderíamos perder”.

Assim, o cínico zombeteiro se tornou um defensor sincero e, agora, está tão ansioso para que as pessoas se convertessem à verdade da Astrologia como antes estava para destruir o que não sabia como apreciar.

Algumas vezes, a Astrologia atrai as pessoas mais estranhas e é usada para os propósitos mais extraordinários. Uma vez, quando fomos apresentados a um cavalheiro que parecia muito austero, para usar a expressão mais branda possível, fomos informados de que ele era um astrólogo competente e estávamos interessados em descobrir como a aparência externa daquele homem poderia se harmonizar com o estudo da ciência divina.

Além disso, descobriu-se que esse cavalheiro era um prodígio em matemática, que desprezava a configuração de um desenho astrológico feito de maneira comum. Ele usava trigonometria para cada Ascendente, o sistema Placidiano para as Direções e os logaritmos para os ínfimos detalhes. Ele conversou sobre senos, cossenos, tangentes e co-tangentes com a mesma familiaridade de que quando pedimos uvas e castanhas para o café da manhã. Logo fomos informados de que a biblioteca dele continha de tudo, desde Ptolomeu ou Plácido até as últimas revistas de Astrologia Moderna, e ficamos muito curiosos para descobrir que uso ele fazia de todo esse conhecimento profundo. Portanto, aceitamos ansiosamente o convite para acompanhá-lo até o quarto dele e lá contemplar seus tesouros.

Ele morava em uma pensão muito barata na parte baixa da cidade e o quarto dele continha apenas uma cama, uma cadeira e uma mesa, além da estante de livros; no entanto, naquela estante havia, como ele se gabava de dizer, uma das melhores bibliotecas astrológicas que se tinha o prazer em ver. Era muito evidente que ele não era um astrólogo profissional que levantava horóscopos para outras pessoas e, embora suas roupas fossem rudes, suas mãos eram macias, mostrando que ele não lidava com trabalhos físicos. Era evidente que ele bebia e, a intervalos de algumas frases, expectorava uma enorme quantidade de sumo de tabaco. Qual poderia ser a utilidade da ciência sagrada para um homem dessa categoria? Pois ele parecia falar sobre isso como se tivesse um valor definitivo para ele, não sendo apenas um passatempo.

Esperamos pacientemente pela explicação e logo ela veio: uma série de artigos publicados na revista “Astrologia Moderna”, sobre corridas de cavalos e como era possível escolher o vencedor. Ele trouxe essa revista e perguntou se havíamos estudado o assunto.

Quando respondemos negativamente, mas ao mesmo tempo admitindo que havíamos estudado outro sistema que pretendia escolher os vencedores em uma corrida de cavalos, ele foi mais insistente em suas indagações sobre o sistema; nada o satisfaria, a não ser que nos acompanhasse ao nosso apartamento, onde devorou o panfleto que tratava desse assunto. Quando perguntamos, brincando, se ele pretendia colocar o sistema em um teste prático, ele admitiu descaradamente que essa era sua intenção e, quando tentamos mostrar a ele o quão contrário isso era para o lado superior da Astrologia, ele nos olhou com um espanto vazio, como se estivéssemos falando em uma língua estrangeira da qual ele não conseguia entender uma única palavra.

Embora nossos ideais estivessem tão distantes, quanto os polos, dos padrões desse homem, cultivamos seu conhecimento por um tempo para entender seu ponto de vista. Ele era um jogador, como admitia francamente, e costumava ir às várias casas de jogo para tentar averiguar a data em que elas tinham começado e a hora, se possível. Ele, então, levanta o horóscopo para esses lugares de jogo e observava o momento em que cada um deles estivesse sob condições ruins. Então ele saberia que estariam fadados a perder, pensando que esta fosse sua chance de ganhar, sem perceber que, embora a casa pudesse perder, ele não seria necessariamente o vencedor, visto que os ganhos poderiam ir para outra pessoa.

Parecia também que nenhuma quantidade de experiência poderia convencê-lo do seu erro, nesse assunto. Sempre havia alguma coisinha, um obstáculo ou outro que explicava por que ele não tinha vencido; porém ele tinha certeza de que seu sistema era o certo. Ele também tinha outro sistema, suplementar, que usava para ganhar nas casas de jogo. Isso, descobrimos quando, um dia, ele apareceu em nosso apartamento pedindo, sim, implorando, implorando, que o acompanhássemos a certa casa de jogo. Quando recusamos, ele se ofereceu para pagar as apostas e nos dar metade dos ganhos; quando foi informado de que haveria mais chances de perda do que de vitória, ele disse com desdém: “Não, você não pode perder hoje, especialmente naquele lugar”.

Ficamos naturalmente surpresos com essa resposta e o pressionamos por uma explicação. Ele sempre foi muito lento para dar explicações, mas finalmente admitiu que, ao examinar nosso horóscopo, viu nossos próprios dados de nascimento e fez uma anotação mental deles. Ele então levantou nosso horóscopo — tinha horóscopos de todos os seus amigos (não é preciso dizer que ficamos lisonjeados por estarmos entre eles).

Isso fazia parte do seu sistema: ele não apenas observava as casas de jogo em busca de tendências ruins, mas também observava os horóscopos de seus amigos, buscando boas tendências. Então, ele faria com que amigos que tivessem boas tendências o acompanhassem até uma casa de jogo com tendência ruim e, observando seu jogo, seguiria o exemplo, esforçando-se, assim, para vencer.

Ele ficou tão desapontado com a nossa recusa educada, mas inabalável, em acompanhá-lo, que nunca mais se aproximou de nós; também não lamentamos que o relacionamento tenha sido encerrado, porque descobrimos que era absolutamente impossível influenciá-lo para algo mais elevado do que apenas o nível em que ele já estava.

Uma faca afiada é um instrumento muito útil nas mãos de uma pessoa competente; contudo, se dada a uma criança ou alguém que é louco, pode se tornar um instrumento de prejuízo e destruição. O automóvel é uma máquina eminentemente útil, mas existem milhares de pessoas que, por causa do seu temperamento, são totalmente incapazes de dirigi-lo com segurança para si mesmas e para os outros. Da mesma forma, a Astrologia, embora seja uma dádiva e uma bênção para milhares de pessoas, é usada por muitos que, por causa do seu temperamento, tornam-na uma maldição para si mesmos e para os outros.

Não é raro ouvir essas pessoas dizerem: “Oh! Tenho o horóscopo mais difícil do mundo e não adianta tentar fugir dele”. Essa visão é totalmente gratuita, pois em primeiro lugar o horóscopo mostra apenas as tendências da vida e nós mesmos temos a vontade pela qual podemos superá-las, pelo menos até certo ponto.

Em segundo lugar, é uma verdade, que já foi muitas vezes enfatizada pelo presente escritor, que as Quadraturas e Oposições indicam obstáculos úteis para o crescimento da alma, por causa de nossos esforços para superá-las, enquanto os Aspectos benéficos são os caminhos agradáveis da vida que, geralmente, fomentam a indolência e a estagnação.

É muito melhor para a alma ter um horóscopo cheio de Quadraturas e Oposições, em que cada Astro possui muitos Aspectos, do que ter um horóscopo em que os Sextis e Trígonos predominam e que, talvez, alguns dos Astros não possuam nenhum Aspecto. Apresentamos dois horóscopos dessa natureza e um estudo sobre eles revelará o fato de que nossas afirmações são bem fundamentadas. Chamemos essas duas pessoas de João e Jorge.

À primeira vista, diríamos que esses são certamente bons horóscopos; no horóscopo de João a grande maioria dos Astros estão acima do horizonte do horóscopo, somente dois, abaixo desse horizonte; com o Sol, Mercúrio, Marte e Vênus altamente elevados na 9ª e 10ª Casas. No horóscopo de Jorge, Júpiter, o grande benéfico, está perto do Meio-Céu, em Trígono com Marte, e há apenas um Aspecto adverso em todo o horóscopo: a saber, a Quadratura entre Netuno e Urano.

No entanto, os Aspectos são poucos para Jorge: Sextil de Netuno com a Lua e Sextil de Saturno com Vênus; tanto o Sol quanto a Lua praticamente não têm Aspectos, pois o Sextil do Sol com Saturno é muito fraco, tendo mais de seis graus de órbita de influência, e o Sextil da Lua com Netuno não é aquele ao qual uma pessoa dessa categoria responderia. Mercúrio, o principal representante da Mente, também só tem uma Conjunção com o Sol, praticamente em combustão; a Lua, no Signo de Ar de Gêmeos, no Ascendente, também mostra que a Mente é muito fraca; na verdade, Jorge tem sérias dificuldades para raciocinar.

João é diferente. Na hora do seu nascimento, Mercúrio nascia antes do Sol; é o Astro mais elevado do horóscopo e faz Sextil com Urano, o Planeta da intuição; embora esteja afligido pela Oposição com Netuno, sua oitava superior, duvidamos que essa Oposição tenha algum efeito, porque tem mais de seis graus de órbita de influência. Portanto, de acordo com todos os cânones da Astrologia, esse homem deve ter facilidade em raciocinar e, até obter bons resultados sem raciocinar, por intuição.

A Quadratura entre Júpiter e Saturno e a Quadratura da Lua com Vênus são realmente os únicos Aspectos adversos no horóscopo. E há vários que são Aspectos benéficos: Netuno em Sextil com a Lua e Saturno; a Lua em Trígono com Saturno, o que ajuda a manter a Mente estável e concentrada para proporcionar mais propósito ao pensamento; Vênus faz Sextil com Júpiter e Mercúrio, com Urano.

No entanto — agora vem o problema. Marte e Sol não possuem Aspectos; o Sol é o doador da vida e Marte fornece a energia dinâmica, a vitalidade física borbulhante que faz as pessoas quererem trabalhar. Você notará que Jorge tem Marte em Trígono com Júpiter; portanto, ele é um trabalhador e não há um único osso preguiçoso em seu corpo. Mas, João, não tendo Aspectos entre o Sol e Marte, está sempre cansado, apático, sem ambição. Jorge tem mais Astros abaixo da Terra: algo o puxa para baixo e ele não parece ser capaz de superar isso, porque lhe falta a capacidade mental, apesar de haver apenas um Aspecto adverso no horóscopo.

No caso de João, as coisas estão invertidas. Ele tem uma capacidade mental que é latente e cuja habilidade está acima da média, mas carece totalmente da energia física que Jorge possui. Esse pode, pelo menos, ganhar a vida com as mãos, embora seja incapaz de usar a cabeça; mas aquele, aparentemente com o melhor horóscopo, é muito mais infeliz, pois lhe falta energia para usar a cabeça e as mãos; se não despertar, poderá ser um estorvo público por toda a vida.

Reflita sobre esta lição profundamente e, se alguma vez você se sentir desanimado por causa dos problemas trazidos por suas Quadraturas, lembre-se de João e Jorge e siga o exemplo do fariseu. Graças a Deus você não está amaldiçoado com um BOM horóscopo como esse!

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de dezembro de 1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Destino e a Décima Segunda Casa

“É o destino” — frase do fraco coração humano; desculpa sombria para cada erro. O forte e o virtuoso não admitem destino. Na terra, orienta a consciência; no céu, Deus observa. E o destino é apenas o fantasma que invocamos para silenciar um ou para destronar o outro.

— Bulwer-Lytton

Os Astros, quando colocados em uma Casa, ativam fortemente o departamento da vida indicado por essa Casa. Os assuntos denotados por aquela Casa e Astro aparecem como importantes na vida da pessoa.

O Sol, na décima segunda Casa, é limitado e não tão proeminente como seria em outras Casas. Aspectos benéficos proporcionam o amor ao isolamento, a disposição e até mesmo o desejo de trabalhar sozinho ou ser excluído do contato com as outras pessoas e o mundo. Essa reclusão é observada na vida das pessoas que trabalham em hospitais ou laboratórios. Na vida carcerária não só os reclusos sentem isso, mas também os oficiais e os guardas; também todos os que trabalham em uma instituição desse tipo. Pessoas que investem longas horas em pesquisa e invenção, trabalhando sozinhas e noite adentro, estão sob a influência da décima segunda Casa. No entanto, geralmente não se reconhece que seja uma posição favorável para as qualidades positivas, ativas e expansivas do Sol. Quando o Sol, na décima segunda Casa, encontra Aspectos adversos, ele proporciona grande tristeza e sofrimento para o nativo, nesse departamento da vida.

Vênus nunca pode atingir sua expressão plena na décima segunda Casa, podendo aí indicar uma repressão da natureza afetiva. Pessoas com o Planeta do amor nessa posição devem aprender a expressar o lado mais amável de Vênus. Casos de amores secretos são denotados ou, talvez, o sacrifício do amor pessoal por meio da devoção a um ideal ou serviço a outra pessoa. Os Aspectos adversos são indicativos de tristeza e sofrimento por meio de apegos emocionais.

Mercúrio na décima segunda Casa é outra indicação de quem adora estudar sozinho e por muitas horas. Com Aspectos benéficos é propício para mergulhar nos segredos da natureza ou pesquisar. Existe um amor pelo misterioso, pelo oculto. Com Aspectos adversos, o nativo é alvo de fofocas e conversas que tendem a minar seu bom nome. Muitos pequenos aborrecimentos podem perturbar a paz de espírito. Os Aspectos benéficos a Mercúrio levam ao desvendamento de mistérios ou tornam provável que a informação procurada chegue ou seja alcançada.

A Lua governa a personalidade, a parte externa da nossa natureza. Quando na décima segunda Casa, sua tendência enclausura a personalidade e as emoções. Às mulheres, sendo governadas pela Lua feminina, pode causar tristeza secreta ou trazer alguns problemas desse tipo. Há uma volta da consciência para dentro que ajuda a trazer uma compreensão das questões mais profundas da vida e o que elas significam para o indivíduo, pessoalmente. Mulheres com a Lua aqui acharão o Signo que ela ocupa e seus Aspectos extremamente importantes em sua vida pessoal.

Saturno na décima segunda Casa é, geralmente, a assinatura da tristeza. Se prevalecem os Aspectos adversos, Saturno, dentre todos os Astros, denota verdadeiramente as dívidas do destino. Ele representa grande cristalização construída durante vidas passadas. A autoridade foi mal utilizada ou outras pessoas foram limitadas de alguma maneira pelo nativo. No passado, pensamentos e ações errados eram condescendidos, exercendo seu efeito sobre o corpo no momento atual. Na saúde, Saturno tende à cristalização e à deterioração, muitas vezes levando a pessoa a ser hospitalizada. É uma indicação da liquidação, nessa vida, de muitas dívidas pesadas do destino, trazidas de vidas passadas. Sob o domínio severo de Saturno, aprendemos a “abençoar a vara que nos fere”. Somos o diamante no torno do lapidário divino e, embora gritemos de dor na moagem e no polimento, quando o processo termina, refletimos Deus em cada faceta brilhante.

Júpiter na décima segunda Casa está em uma posição excelente para esse que é o Planeta da benevolência e expansão. Com Aspectos benéficos, ele indica que o nativo expressou os raios de Júpiter ao máximo no passado e agora eles vêm para abençoar. Boas obras trazem uma colheita abundante. Com a décima segunda Casa como pano de fundo, Júpiter é o Anjo da Guarda, pronto para proteger silenciosamente todos os que estão sob seu governo. Os benefícios vêm por meio de canais secretos, a caridade é feita de maneira silenciosa. Excelente posição para trabalhos hospitalares e institucionais onde se exprime a alegria, o otimismo de Júpiter. Também é favorável para o trabalho religioso de natureza isolada e permite a adesão a sociedades ocultistas. Quando com Aspectos adversos, sua palavra-chave é indulgência, o que resulta em problemas de saúde.

A palavra-chave de Marte é ação, mas sua capacidade também é limitada quando na décima segunda Casa. Por causa do seu amor pela ação e liberdade, ele não está em Casa, aqui. Os resultados de suas ações não são facilmente vistos e apreciados pelo mundo. Haverá certa liberdade de ação em relação ao destino passado, se seus Aspectos adversos não forem muito. No entanto, é preciso ter cuidado com a precipitação e impulsividade marciana para não gerar novas dívidas do destino que terão de ser saldadas no futuro. Tendência a ocorrerem acidentes que geralmente exigem hospitalização e pode haver ação dissimulada e secreta contra o nativo. Quando com Aspectos adversos, Marte colhe rapidamente o que a pessoa semeou e o pagamento das dívidas pode ser doloroso para o corpo e o Espírito. Como Escorpião, seu verdadeiro trabalho é regenerar, elevar.

Urano na décima segunda Casa indica que as causas de uma natureza intemperante e frequentemente excêntrica foram geradas e seus efeitos devem ser experimentados. Às vezes, há uma verdadeira avalanche de destino na vida, precipitada pelo raio de Urano, que é semelhante a um relâmpago. Os sonhos e planos acalentados em segredo perdem o valor sob seu raio destruidor. A liberação das dívidas do destino é repentina e muitas vezes pega o nativo desprevenido. Seu raio de humanitarismo é muito poderoso sob Aspectos benéficos e muitos serviços aos outros podem ser prestados de maneira silenciosa e despretensiosa. A conexão com as ordens ocultas é indicada e o benefício pode ser esperado, caso os Aspectos benéficos prevaleçam.

Netuno, na décima segunda Casa, está repleto de mistérios. É o governante lógico do décimo segundo Signo do Zodíaco natural dessa Casa, Peixes. Netuno é como uma ressaca do oceano — forte, implacável, invisível. Com Aspectos adversos pode envolver a pessoa em um labirinto de dissimulação e intriga. Se no passado o indivíduo era enganador, agora é sua vez de ser enganado. As correntes e contracorrentes desse Planeta são difíceis de entender. Netuno é sutil e pode criar tanto caos e confusão em torno de uma pessoa que ela fica totalmente perplexa.

Netuno é um dos Astros misteriosos e suas maiores influências promovem um grande avanço espiritual. Posto na décima segunda Casa, pode trazer ajuda e orientação das forças divinas — seja no pagamento de dívidas pessoais do destino ou ajudando outros a liquidar as suas. Essa é uma bela posição para trabalhar como Auxiliar Invisível nos planos internos, onde o serviço de natureza espiritual é prestado. Mesmo os Aspectos adversos podem ser degraus no esforço espiritual, pois qualquer Aspecto dos Astros misteriosos indica que estamos nos elevando e que estamos trabalhando o nosso lado espiritual. Enquanto Netuno rege a ilusão, ele também rege a iluminação, pois quando as escamas da ilusão caem de nossos olhos, então vemos verdadeiramente. Assim, a clara luz da verdade nos ilumina.

A influência de Plutão é poderosa tanto para o bem quanto para o mal. Através da sua influência, o nativo pode estar conectado com as forças mais sombrias do submundo ou do Mundo do Desejo. Sua ação é drástica, não há meio-termo. Dívidas extremamente pesadas do destino são manifestadas sob seu governo. Ação criminal pode ser tomada contra o indivíduo que tem Plutão sob tensão na décima segunda Casa. Como oitava superior de Marte, ele é considerado o grande destruidor, uma vez que, após certo grau de cristalização, Plutão entra em cena e destrói aquela forma particular ou molde de coisas. Então, o renascimento e a transformação podem ocorrer em um nível superior. Plutão também governa grupos que se unem por um propósito definido: criminosos, sob sua influência negativa, e movimentos religiosos ou ocultistas, sob a influência positiva. De todos os Astros, Plutão detém a faixa mais ampla. Ele pode manifestar as forças mais sombrias e perversas do universo. Mas, também pode emitir enormes potências de natureza exaltada para a realização do bem.

Não precisamos temer nosso destino, por mais difícil que pareça. Seja o que for, devemos reivindicá-lo e abençoá-lo para nós. Cada dívida paga hoje, nessa vida, torna nosso débito menor. E quando passamos pelos episódios mais dolorosos da vida, certamente ganhamos alguma medida de sabedoria. Esse é o benefício da dor e da tristeza — elas nos ensinam a viver em harmonia com as Leis de Deus e a avançar no caminho da evolução.

O salmista diz: “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos”. Sim, e os céus, junto a seus Corpos Celestes de luz brilhantes, mostram o caminho divino de cada Ego, revelando as armadilhas e obstáculos nesse caminho, se pudermos ler a mensagem mística. Então, devemos aprender a viver de acordo com o bem maior que está indicado em nosso horóscopo.

Shakespeare escreveu verdadeiramente:

“Às vezes, os homens são donos de seus destinos.

A culpa, querido Brutus, não está em nossas estrelas,

Mas em nós mesmos, que somos subordinados”.

(Publicado na revista Rays from the Rose Cross de novembro-dezembro/1995 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Nutrição e a Lua, Saturno, Marte e Urano

A alimentação possui três elementos principais: proteínas, que reparam o tecido; carboidratos, que são convertidos em açúcar e fornecem energia; e gorduras, que são o suprimento de reserva energética armazenado no corpo para uso em emergências. A digestão também é tripla: na boca extraem-se os açúcares, mas a saliva não atua sobre as proteínas e as gorduras; no estômago, o suco gástrico converte proteínas em peptonas, mas não age sobre as gorduras e açúcares; no intestino, o suco pancreático decompõe as gorduras em partículas menores, que são misturadas com água (linfa) em um fluido semelhante ao leite, que é chamado de quilo. A digestão de açúcares e proteínas, realizada apenas parcialmente na boca e no estômago, também é concluída no intestino.

Os açúcares e as peptonas extraídos na boca, no estômago e no intestino são transportados ao fígado pela veia porta, e nesse órgão o material residual é extraído como bile e o fluxo de nutrientes limpos é canalizado ao coração pelas veias hepática e cava inferior, para atender às necessidades imediatas do corpo.

As gorduras, quando transformadas em quilo, são absorvidas pelos lácteos (portadores de leite), aderidas ao intestino, passam pelo duto torácico situado na frente da coluna vertebral e vão à veia subclávia esquerda. Lá, elas entram no sangue e vão para o coração. Quando mais alimento do que o necessário é ingerido, a gordura é armazenada para uso futuro.

A Lua rege os órgãos digestivos, a linfa e o quilo. Quando Saturno aflige a Lua, o metabolismo é obstruído, tanto a linfa como o quilo não são secretados em quantidade suficiente para manter o corpo sadio e as pessoas adquirem aparência murcha.

Marte controla os movimentos musculares e os músculos que são semelhantes em construção a um eletroímã; as correntes de desejos circulam em torno da origem, exercendo atração magnética sobre a inserção. Quando Urano está em Quadratura ou Oposição a Marte, o resultado é o reumatismo muscular; porém Saturno rege os ossos, produzindo o reumatismo articular. Marte é o responsável pela inflamação em ambas as doenças.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de setembro/1918 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sol transitando pelo Signo de Touro (abril-maio)

Quando o Sol passa de Áries para Touro, uma pessoa sensitiva percebe uma mudança na atmosfera psíquica da Terra, das muitas carregadas radiações masculinas de Áries ao suave e carinhoso padrão do Signo de Vênus, que é Touro.

Os antigos representavam um Touro como uma suma sacerdotisa sentada em um trono, com um halo ao redor da cabeça e um livro aberto sobre os joelhos. Um véu cobria seu rosto, simbolizando a ocultação dos Mistérios da multidão ainda não despertada. A divindade feminina possui segredos sagrados da vida que nunca são revelados até que se aproxime um buscador com as mãos limpas e o coração puro. O véu dos sacerdotes nunca se levantará enquanto o ser humano guerreie com o seu próximo e continue matando para comer, por esporte, por vaidade ou para praticar crueldades como as de vivissecção. Toda vida é sagrada e tudo seguirá assim até que o ser humano seja digno de levantar o véu da Isis e penetrar nos mais profundos mistérios da vida.

Os nativos de Touro são atraídos pelas atividades por meio das que encontram expressões nas qualidades venusianas. E como Touro é um Signo de Terra, sua expressão tende para a prática das artes. A profissão da cura está favoravelmente influenciada por Touro, especialmente no que se refere à conservação do Corpo Denso nas perfeitas condições para seu Espírito interno.

A nota-chave de Touro é: “Eu possuo”. A nota-chave de Vênus, Regente de Touro, é: “Eu amo”. Um taurino não desenvolvido se inclina para um amor possessivo que limita a liberdade de seus objetivos provocando desgostos, discórdia e dor em seus relacionamentos. Desse modo se criam as grandes dívidas de destino maduro.

Sob a Hierarquia de Touro a humanidade está colhendo uma pesada mortalidade que obedece a causas passadas. Sob o Signo oposto, Escorpião, está sendo liquidada a dívida, em escala planetária, mediante guerras, desordens sociais e desastres telúricos. Sob Touro, no entanto, as forças transmutadoras existentes na natureza são ativadas para transformar a vida do Discípulo. Cada personagem bíblico ilustra as características de um Signo zodiacal. Uma personalidade que tipificou as características de Touro foi Maria Madalena. Maria, irmã de Lázaro, tipificou a Câncer, enquanto a bendita Virgem Maria veio sob o Signo de Virgem. De modo que as três Marias, mais intimamente associadas à vida e ao ministério de Cristo Jesus, correspondem aos três Signos femininos mais destacados do Zodíaco. Maria Madalena, atrativa e sedutora, estava centrada nas correntes de desejos da Terra; mas quando Cristo tocou em sua trajetória vital, a chama da rosa da paixão se transformou na chama branca da alma. Essa transformação foi o que a fez merecedora do privilégio de ser, entre todos os Seus seguidores, a primeira a ver o Senhor ressuscitado e a de ser enviada por Ele para transmitir aos demais a mais transcendental mensagem de todos os tempos: “A morte não existe”.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sugestão para o seu Exercício Esotérico de Meditação nesse período: A Parábola dos Talentos

Touro é essencialmente a Hierarquia do Destino Maduro. Nos últimos dias dessa Era, tanto os indivíduos como as nações estão limpando suas dívidas de Destino Maduro, precisamente sob esse Signo, assistido pelo seu oposto Escorpião, para a preparação do futuro Novo Dia. A guerra foi acertadamente descrita como uma operação da catarata espiritual. E, se bem que é um terrível flagelo, é também um meio de limpeza inexorável. Por isso nossos dias estão cheios de guerras e de rumores de guerra.

A Parábola dos Talentos é uma lição sobre o renascimento e sobre o Destino Maduro. Um grande nobre foi a uma país longínquo para reclamar o seu reino. Antes de partir chamou os seus dependentes e lhe confiou a cada um deles uma certa quantidade de talentos. Depois de uma longa ausência, ele voltou e os convocou para que eles pudessem lhe prestar contas. O primeiro devolveu os talentos, mas duplicados. “Bem-feito, bom e fiel servidor”, comentou o amo. O segundo apresentou seus talentos com um pequeno ganho, de modo que recebeu, também, a benção do amo. O terceiro servo, que havia recebido só um talento e o havia enterrado, lhe devolveu a seu chefe dizendo: “Tive medo e fui esconder meu talento na terra, assim que aqui tem o que é teu”. Ao que seu amo respondeu: “Tu, servo preguiçoso e malvado…ponham esse servo improdutivo para fora, nas trevas”. A isso seguiu a norma crítica do Mestre: “Porque ao que tem lhe será dado, mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”.

Essa parábola se refere ao ciclo de vidas terrenas. O propósito de cada peregrinação consiste em que cada ser humano conquiste mais poder anímico, mais vida anímica e mais luz anímica.

Cada talento que o ser humano traz de suas encarnações anteriores há de ser incrementado, ou sua vida será estéril. O primeiro servo, a quem foi dado dez talentos, representa a alma velha que, através de muitas encarnações, conseguiu uma rica colheita de poderes anímicos. Em cada nova vida aprende novas lições, especialmente por meio da meditação, da contemplação e do trabalho, avançando, tanto nos planos internos como no externo. O segundo servo, que recebeu cinco talentos, representa uma alma mais jovem na escola evolutiva de Deus. Está aprendendo suas lições principalmente por meio das atividades nos planos físicos. Sua vida se centra, principalmente, nos cinco sentidos. Note-se que cinco é um número da atividade, enquanto dez é a união do “1” (masculino) com o “0” (feminino), trabalhando ambos harmonicamente. Esse segundo servo representa o estado evolutivo da grande massa da humanidade.

O terceiro servo, que por medo enterrou o único talento que recebeu, representa os que ainda não estão totalmente despertos espiritualmente e se encontram centrados somente nos interesses do “eu mortal”. O fato de ser jogado na obscuridade exterior não é uma maldição, mas o modo de trabalhar da lei divina, pois somente por meio do sofrimento e do trabalho o ser humano pode despertar a natureza superior. Afinal “Antes que os pés possam pousar ante a presença do Mestre, hão de ser lavados com o sangue do coração”.

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