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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Astrologia ao Longo do nosso Tempo aqui – Parte 5: A Astrologia dos Séculos V a I a.C.

O famoso Hipócrates (460-377 a.C.) especifica a ação dos Astros em relação às doenças e enfermidades e fundamenta sua doutrina dos dias críticos com base nas fases da Lua.

Ele escreve: “O melhor médico é aquele que sabe prever”.

Ainda hoje devemos aplicar mais e mais esse preceito…

Destaquemos um fato importante datado desse período: encontramos, na Mesopotâmia, em uma tabuleta datada de 419 a.C. um Zodíaco com 12 Signos de 30° cada.

No entanto, vimos que as constelações do Zodíaco não fazem exatamente 30° e a diferença é grande demais para que os astrólogos caldeus não a tenham notado.

É claro, portanto, que eles não confundiam os Signos e as constelações, embora a diferença entre os dois Zodíacos fosse menos importante do que hoje.

Voltaremos a esse assunto mais adiante.

Em 333 a.C., Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, que nasceu em 356 a.C., toma o Egito onde funda a cidade de Alexandria. Em seguida, cruzando o Tigre e o Eufrates, ele derrotou os persas em Arbeles em 331 a.C. e se estabeleceu na Babilônia (onde morreu em 323 a.C.).

Alexandre foi aluno de Aristóteles (384-322 a,C.) que afirmou: “Este mundo está necessariamente ligado aos movimentos do mundo superior. Todo o poder em nosso mundo é governado por esses movimentos.

Além disso, quando Alexandre descobriu as riquezas da civilização babilônica e, em particular, o grau de avanço da Astrologia, ele enviou um astrólogo babilônico, chamado Berossus, à Grécia para ensinar lá.

Berossus fundou uma escola de Astrologia em Cos, na ilha de Ala.

Plínio relata que os atenienses o recompensaram por suas realizações erguendo uma estátua dele cuja língua era de ouro. Um provérbio diz: “A fala é de prata, mas o silêncio é de ouro”. No caso de Berossus, os gregos consideravam sua “palavra de ouro”…

Ao mesmo tempo, no Egito, chegou um governador macedônio, chamado Ptolemais (360-283 a.C.) que se tornou rei sob o nome de Ptolomeu Soter I. Seus descendentes (11 outras gerações) terão todos o mesmo nome que deu a esse período o nome de Egito ptolomaico.

Esse período durou até a conquista do Egito em 27 a.C., pelo imperador romano Augusto, sobrinho-neto de Júlio César.

Foi Ptolomeu I quem criou a famosa Biblioteca de Alexandria, que tinha dezenas de milhares de livros, alguns dos quais continham conhecimentos muito valiosos. Foi destruída em 47 a.C. pelo incêndio que Júlio César iniciou para evitar que sua frota, abandonada no grande porto, fosse tomada pelos egípcios.

Mas, vamos voltar ao século IV a.C., quando uma hipótese prodigiosa foi apresentada por um sucessor de Aristóteles e Platão na Escola de Atenas, Héraclide du Pont (388-315 a.C.). Para explicar os movimentos dos Planetas, ele afirma que a Terra é uma esfera que gira em torno de seu eixo e que Mercúrio e Vênus giram em torno do Sol.

Essa hipótese é retomada na Escola de Alexandria, por Aristarco de Samos (310-230 a.C.), que adota o ponto de vista heliocêntrico também para os outros Planetas, incluindo a Terra. Estamos longe da Terra fixa e plana da Idade Média

Mas, como a humanidade provavelmente ainda não estava pronta, esse ponto de vista será rejeitado pelos estudiosos da época e será necessário esperar 17 séculos antes de ser aceito novamente (Copérnico).

Íamos então lançar as bases para uma primitiva Astrologia, ainda com a antiga mecânica celeste, como veremos adiante.

Voltemos ao Egito, durante o período ptolomaico, para constatar que o teto de uma das salas do famoso templo de Dendera, situado a 50 km a noroeste de Luxor, cujas origens remontam ao Império Antigo (2800 a.C.), foi decorado com representações Astronômicas e em particular por um Zodíaco.

Max Heindel nos fala sobre isso: “No famoso Zodíaco do Templo de Denderah[1], Câncer não está representado como agora, nos dias modernos. Lá, ele é um besouro, um escaravelho. Esse era o emblema da alma, e Câncer sempre foi conhecido, tanto nos tempos antigos quanto entre os místicos modernos, como sendo a esfera da alma, o portal da vida no Zodíaco, por onde os espíritos renascentes entravam em nossas condições sublunares. Ele é, portanto, regido apropriadamente pela Lua, o luminar da fecundação.” (Livro A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz).

Dissemos que, segundo os documentos de que dispomos, parece que os babilônios não praticaram a Astrologia individual até três séculos depois dos egípcios.

Vamos agora dar um exemplo de horóscopos de nascimento, encontrados em tabuletas de argila babilônicas, datadas de 235 a.C.:

“A posição de Júpiter significa que sua vida será regular e tranquila, você ficará rico, envelhecerá, viverá até uma idade avançada. Vênus estava a 4° de Touro; a posição de Vênus significa que onde quer que você vá, as coisas vão acabar bem para você; terá filhos e filhas. A posição do Sol e Mercúrio significa que será corajoso”.

Podemos notar a clara evolução da interpretação Astrológica em comparação com os presságios feitos 400 anos antes…

Por volta do século II a.C., os babilônios atribuem cada um dos 7 dias da semana a um Planeta, cujos nomes latinos davam os nomes dos dias da nossa semana: segunda-feira – Lua, terça-feira – Marte, quarta-feira – Mercúrio, quinta-feira – Júpiter, Sexta-feira – Vênus, sábado – Saturno. Quanto à palavra “domingo”, vem de “dominica dies” = “dia de Deus”, mas corresponde a “dia do Sol” em inglês, alemão, holandês, dinamarquês etc.

Deve-se notar que alguns nomes para os dias da semana nos países anglo-saxões e escandinavos têm sua origem nos deuses nórdicos e que a mitologia associada se aproxima da mitologia do sul em alguns desses aspectos.

Por exemplo:

• Quarta-feira = o deus Wotan = quarta-feira – cujo cavalo de 8 patas Sleipnir simboliza a velocidade do movimento = Mercúrio

• Quinta-feira = Donnerstag = quinta-feira – o Deus Thor = Donner (trovão) = Júpiter

• Sexta-feira = Freitag = sexta-feira – a deusa da juventude e do amor é Freya = Vênus.

Por outro lado, não parece que saibamos se esses deuses estavam associados aos Planetas correspondentes.

De fato, a escrita nos países nórdicos remonta apenas ao século II d.C. e, como nos países celtas, foi proibida como meio de transmissão de conhecimento; apenas a fala sendo considerada suficientemente viva para isso.

Mas, voltemos à Grécia, no século II a.C. onde uma descoberta fundamental seria feita. O astrônomo Hiparco (190-120 a.C.) que, segundo Plínio, acreditava firmemente “no parentesco das estrelas com o ser humano e que nossas almas fazem parte do céu”, procede a comparações de dados ao longo de 150 anos e constata que o ponto do Equinócio, hoje de março, rebaixou 2° em relação às constelações: é a descoberta da Precessão dos Equinócios.

A partir dessa descoberta da Precessão dos Equinócios, o Zodíaco sideral formado pelas constelações não será mais utilizado pela maioria dos astrólogos, exceto para a consideração das Eras zodiacais, se é que antes o era.

Vimos, de fato, que um Zodíaco de 12 Signos de 30° já era usado no século V a.C. e, talvez, até muito antes. Afinal, talvez Hiparco só tenha feito uma redescoberta, como Copérnico mais tarde com o sistema heliocêntrico?

É bem possível que os babilônios, entre o início do segundo milênio e meados do primeiro milênio a.C., perceberam esse fenômeno, pois houve nesse período um deslocamento da ordem de 20° do ponto do Equinócio, hoje de março, com a passagem da Era de Touro para a Era de Áries, por volta de 1660 a.C.

Chegamos ao primeiro século a. C. Naquela época, os astrólogos tinham tabelas que permitiam saber as posições dos Planetas.

Sob a influência da escola pitagórica que incluía, recordemos, os Iniciados, passa-se a considerar os Aspectos de Sextil, Quadratura, Trígono e Oposição entre os Planetas, enquanto antes apenas a Conjunção intervinha na interpretação de um tema.

Já não consideramos apenas o nascer e o pôr dos Planetas (eixo Ascendente-Descendente), mas também as culminâncias superiores e inferiores (eixo Meio do Céu – Fundo do Céu).

Esses dois eixos raramente são perpendiculares (Isso só acontece quando o ponto do Equinócio, hoje de março, coincide com o Ascendente ou Descendente – horário sideral: 6h ou 18h).

Obtemos, assim, quatro setores, dois a dois opostos. Cada um deles é dividido em três partes iguais, ou seja, doze setores chamados de doze “lugares” ou Casas que fornecem informações sobre a experiência do sujeito cujo tema está sendo criado, nas diferentes áreas de sua vida.

Seus nomes latinos são:

• Horoscopus ou Vita (local de nascimento – Casa I)

• Porta Inferna (portão inferior – Casa II)

• Frates (fraternidade – Casa III), Genitor (parentes – Casa IV)

• Bona Fortuna (boa sorte – Casa V), Valetudo (servidão – Casa VI)

• Uxor (Casamento – Casa VII), Porta Superna (portão superior – Casa VIII)

• Pietas (piedade – Casa IX), Medium Coeli (meio do céu – Casa X)

• Agathos Daïmon (gênio – Casa XI), Carcer (prisão – Casa XII).

Na Antiguidade, também se usava outro sistema de Casas mais simples: todas as Casas têm 30° e o Ascendente é colocado no centro da Casa I e não na ponta. Veremos mais adiante que outros sistemas de Casas foram desenvolvidos ao longo da história.

(de: Introduction: L’Astrologie Selon Les Enseignements Rosicruciens : L’Astrologie Rosicrucien, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix – Traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)


[1] N.T.: ou Dendera, foi um antigo templo na pequena cidade de Dendera no Egito.

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A Astrologia ao Longo do nosso Tempo aqui – Parte 4: Primeiro Milênio depois de Cristo

Sob o Império Romano, muitos astrólogos eram apenas “adivinhos”. No entanto, os imperadores tinham, em sua maioria, seu astrólogo designado.

Augusto (63 a.C.- 14 d.C.) cunhou moedas de prata com o Signo de Capricórnio sob o qual nasceu (Signo Solar ou Lunar?).

Tibério (42 a.C.- 37 d.C.) jogou no mar do topo de uma rocha os astrólogos cujas previsões lhe pareciam suspeitas.

Diocleciano (245 – 313) proibiu qualquer tipo de adivinhação.

Constantino (280-337), que o sucedeu, suavizou essa proibição condenando apenas os abusos.

O grande teórico da Astrologia foi Cláudio Ptolomeu, astrônomo-astrólogo e matemático do século II d.C., nascido em Ptolemaida no Alto Egito e que fez suas pesquisas em Alexandria. Seu trabalho, o Tetrabiblos (4 livros), é uma compilação de todo o conhecimento astrológico de seu tempo.

Escreve também um livro de Astronomia, o Almagesto, em que a Terra está fixa, no centro do mundo e o Sol e a Lua giram em torno dela em órbitas circulares.

A grande originalidade de Ptolomeu é ter conseguido explicar as principais irregularidades dos movimentos dos diferentes Planetas, vistos da Terra (Retrogradações), na sua teoria dos epiciclos, que será dogma durante 14 séculos, até Copérnico.

Adota o sistema de Casas que divide cada um dos quatro ângulos: AS-MC, MC-DS, DS-FC, FC-AS em três partes iguais (AS = Ascendente; DS = Descendente; MC = Meio do Céu; FC = Fundo do Céu).

Mas, sem dúvida, a diferença com o outro sistema antigo do qual falamos anteriormente não é muito grande, faz com que a influência de uma Casa comece cinco graus antes e termine cinco graus antes da seguinte.

É, em parte, a noção de uma Órbita de Influência de uma Casa astrológica que ainda é usada hoje.

A Religião Cristã dos primeiros séculos era totalmente contra a Astrologia?

Sabemos que há condenações de “adivinhação” no Antigo Testamento (Dt 18:10-11[1]; ISm 28:7[2]; Is 8:19[3]), mas a palavra “astrologia” é uma tradução incorreta de uma palavra hebraica que significa “conjecturador” (veja: Bíblia de Chouraqui[4]).

Além disso, os cabalistas a praticavam tão bem quanto os essênios. Referências astrológicas muito claras foram encontradas nos Manuscritos do Mar Morto (Manuscrito 4Q186).

Nossos futuristas modernos também seriam condenados?

A Religião Cristã tem usado símbolos astrológicos desde o seu início:

– A Era de Áries estava chegando ao fim, quando Jesus Cristo veio à nossa Terra. Cristo foi o “Bom Pastor” (Jo 10:11[5]).

– Ele, frequentemente, compara seus Discípulos a ovelhas e se torna Ele mesmo o Cordeiro de Deus oferecido pelos pecados do mundo.

– Mas ele também anuncia a Era de Peixes quando diz: “Eu vos farei pescadores de homens” (Lc 5:10[6]).

– O sinal de união dos primeiros Cristãos nas catacumbas era formado por dois peixes cruzados (ichthus) e a mitra dos bispos em forma de cabeça de peixe.

– O nascimento de Jesus foi colocado em 24 de dezembro à meia-noite, quando o Signo de Virgem está no Ascendente e o Sol no Solstício de Dezembro vai “nascer” para nos salvar do frio (é claro que essa data é essencialmente simbólica porque faz muito frio nessa época do ano, mesmo em Israel, para encontrar ali pastores com suas ovelhas, lá fora no meio da noite…).

– Quem são os Magos, senão astrólogos?

– A Páscoa é fixada no domingo (dia do Sol) que segue a Lua Cheia do Equinócio de Março, quando o Sol está na cruz formada pela eclíptica e pelo equador celeste.

Entre os primeiros eclesiásticos, alguns se interessaram muito pela Astrologia, tanto que três concílios sucessivos em 381, 431, 451 reiteraram a proibição de praticar a Astrologia considerada, apesar do que acabamos de ver, contrária à doutrina da Religião Cristã.

São Jerônimo (347-420) respeitou essa proibição, mas escreveu: “Sou silencioso sobre filósofos, astrônomos, astrólogos, cuja ciência, muito útil aos seres humanos, é afirmada por dogmas, é explicada pelo método, é justificada pela experiência.

Santo Agostinho (354-430) é conhecido como opositor da Astrologia, após sua conversão. Ele já havia sido atraído pelo maniqueísmo e admite, em suas Confissões, ter estudado Astrologia. Ele escreve mesmo assim: “Não seria totalmente absurdo dizer que certas influências astrais não são destituídas de poder sobre as variações do corpo, mas que as vontades da alma dependem da situação das estrelas, não vemos isso” (parece-me que Max Heindel não discordaria totalmente dessa afirmação que é sobretudo a do livre arbítrio do ser humano).

Por fim, citemos a obra do pseudo Dionísio, o Areopagita, composta por 4 tratados de teologia mística em que a Astrologia está presente e que terão uma influência grande no Ocidente a partir do século XIII, como veremos mais adiante.

Essa obra é considerada datada do século V, tanto pelo caráter neoplatônico do conteúdo quanto pelo fato de nunca ter sido mencionada antes dessa época, embora seu autor afirme em seus escritos ser o Dionísio convertido por São Paulo durante sua visita ao Areópago (At 17:16[7] a 34[8]) e que teria sido o primeiro bispo de Atenas. A partir do século V e até o século XI, o Ocidente praticamente deixou de se interessar pela Astrologia, como também por várias outras ciências, salvo alguns religiosos cultos.

Sabemos, por exemplo, que Papas como Leão III (750-816) e Silvestre II, o Papa do ano 1000 (938-1003), se interessaram por ela.

(De: Introduction: L’astrologie Selon Les Enseignements Rosicruciens : L’Astrologie Rosicrucien, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix – Traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)


[1] N.T.: Que em teu meio não se encontre alguém que queime seu filho ou sua filha, nem que faça presságio, oráculo, adivinhação ou magia, ou que pratique encantamentos, que interrogue espíritos ou adivinhos, ou ainda que invoque os mortos;

[2] N.T.: Saul disse então aos seus servos: “Buscai-me uma necromante para que eu lhe fale e a consulte”. E os servos lhe responderam: “Há uma em Endor”.

[3] N.T.: Se vos disserem: “Ide consultar os espíritos e os adivinhos, cochichadores e balbuciadores”, não consultará o povo os seus deuses, e os mortos a favor dos vivos?

[4] N.T.: André Chouraqui, famoso tradutor francês.

[5] N.T.: Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas.

[6] N.T.: Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! Doravante serás pescador de homens”.

[7] N.T.: Enquanto os esperava em Atenas, seu espírito inflamava-se dentro dele, ao ver cheia de ídolos a cidade.

[8] N.T.: Alguns homens, porém, aderiram a ele e abraçaram a fé. Entre esses achava-se Dionísio, o Areopagita.

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A Base Racional da Astrologia Rosacruz

Max Heindel

Um correspondente escreveu para pedir uma prova da veracidade da Astrologia Rosacruz. Por que Saturno rege os joelhos e Júpiter, os pés? Ele teve um diálogo com alguém e deseja saber o que pode ser dito sobre esse assunto.

A mera negação da verdade da Astrologia Rosacruz por alguém, porque não lhe agrada, não pode afetar a verdade ou falsidade da Astrologia Rosacruz ou de qualquer outra ciência. Tenhamos em mente que, para ser considerada válida, uma opinião sobre qualquer assunto deve ser o resultado de estudo e investigação. Podemos dizer, ainda, que ninguém merece ser convencido, se não estiver disposto a investigar, até certo ponto, o assunto que ele ousa criticar.

Pessoalmente, o escritor sempre teve como prática nunca falar espontaneamente sobre esses assuntos entre estranhos, embora sempre disposto a apresentar evidências quando a oportunidade se apresenta; pois, sempre se descobriu que “uma pessoa convencida contra a sua vontade não muda sua opinião de verdade”.

Há, no entanto, muitas provas da verdade e da base lógica da Astrologia Rosacruz. Um antigo provérbio caseiro diz que “a prova do pudim está em comê-lo” e certamente não pode haver melhor prova da verdade da Astrologia Rosacruz do que a de que ela funcione na vida diária. Muitas vezes tem sido o privilégio do escritor ver o cético sarcástico se tornar um defensor ardente dessa ciência, quando um ou dois testes provaram a ele a verdade da Astrologia Rosacruz. Ficaria, assim, tão impaciente com aqueles que ridicularizavam essa ciência ou negavam sua base racional quanto já havia ficado com aqueles que advogavam a exatidão da ciência sagrada.

Se você quiser satisfazer um cínico desdenhoso, pegue seu próprio horóscopo ou algum assunto intimamente relacionado com ele e aplique a Astrologia Rosacruz nisso. Você descobrirá então que não importa quão dura seja a cabeça dele, a Astrologia Rosacruz abrirá caminho; sim, mesmo que a cabeça dele seja tão dura que exija um trem para forçá-lo a aceitar a validade da Astrologia Rosacruz. Até isso será suprido, como mostra o caso mencionado no Conceito Rosacruz do Cosmos, em que o escritor disse a um homem para ficar em casa em dois determinados dias; para evitar principalmente os bondes e outros veículos de locomoção, sejam eles de que natureza for; pois de outra forma ele sofreria um acidente que afetaria certas partes específicas do corpo. Quando ele, descuidadamente, desconsiderou esse conselho, ficou ferido em um acidente ferroviário como consequência e foi submetido a um sofrimento severo de três meses, antes de poder escrever uma explicação sobre o seu descuido.

Ele disse na carta, que ainda temos: “Este acidente aprofundou meu respeito pela Astrologia Rosacruz”. Sim e não é de admirar; ele “comeu o pudim e o pudim provou ser verdadeiro”. Portanto, ele agora é um fervoroso defensor da Astrologia Rosacruz e faz palestras sobre esse assunto, entre outros. Algumas previsões podem se tornar realidade, se feitas um pouco antes do evento acontecer, porque a sugestão do Astrólogo Rosacruz atua como fator para o cumprimento da profecia. Mas, certamente ninguém pode explicar o caso aqui citado sobre ou qualquer hipótese semelhante. As colisões ferroviárias, geralmente, não são causadas por sugestões, nem uma determinada pessoa é enviada a tal cena para receber ferimentos de natureza grave em certas partes do corpo que foram definitivamente mencionadas na previsão.

Portanto, acreditamos sinceramente que mesmo o campeão da coincidência, o Prof. Proctor, famoso pela pirâmide, não poderia ter fornecido um comentário que explicasse com sucesso todas as diferentes fases dessa profecia e o seu cumprimento.

A predição acima foi baseada na máxima astrológica de que Gêmeos rege os ombros, Touro rege o pescoço e o cerebelo e Câncer, o peito; pois, duas dessas partes foram atingidas no acidente. Observações semelhantes realizadas por astrólogos mostram que Capricórnio, regido por Saturno, rege os joelhos, e Júpiter rege Peixes, o Signo dos pés.

Outra história ferroviária

Enquanto o acidente relatado em nosso artigo sobre “A lógica da Astrologia” foi previsto apenas três meses antes de acontecer, previmos outro acidente ferroviário mais ou menos na mesma época, ou seja, no verão de 1906. Mas, esse acidente não deveria acontecer até agosto de 1909, aproximadamente. Chamaremos o sujeito desse acidente de Sr. X. Vimos que em agosto de 1909 ele faria uma viagem de trem por prazer e que sofreria um acidente, mas escaparia ileso. Vimos também que em setembro de 1909, um mês depois, faria uma longa viagem em conexão com um importante empreendimento literário; mas, não imaginamos, na época, o quão intimamente nós mesmos estaríamos associados com o cumprimento desse assunto.

Enquanto isso, o escritor foi para a Alemanha, onde recebeu as instruções que resultaram na disseminação dos Ensinamentos Rosacruzes pelo mundo ocidental. E depois de escrever o Conceito Rosacruz do Cosmos e as Vinte Palestras (Cristianismo Rosacruz), ele foi para o oeste novamente, para Seattle, durante a Exposição do Pacífico de Yukon no Alaska, em 1909. Lá ele novamente encontrou o Sr. X. e, em agosto, quando suas palestras foram concluídas, aquele cavalheiro o convidou para dar uma corrida até o Parque Yellowstone. Depois dessa viagem de lazer e de um descanso, ele propôs que fôssemos a Chicago, para ter o Conceito Rosacruz do Cosmos publicado.

O escritor estava muito ocupado com a obra literária em mãos, no entanto, para aceitar o convite para o Parque Nacional de Yellowstone; então o Sr. X. foi sozinho. Entre Gardner Junction e o parque, seu trem descarrilou; todos os passageiros ficaram consideravelmente abalados, mas ninguém se feriu. Após o seu retorno, nós dois fomos para Chicago, onde o Conceito Rosacruz do Cosmos foi publicado e, dessa forma, a previsão feita três anos antes foi cumprida. Deve-se dizer, no entanto, que nós dois havíamos esquecido a previsão até mais tarde, quando o Sr. X. trouxe o horóscopo onde ela estava, pois ele o encontrou enquanto folheava alguns documentos.

Esse certamente é outro caso que desafiará, com sucesso, a explicação de que a sugestão causou a realização. Que humano poderia organizar um acidente ferroviário três anos antes de ele acontecer e garantir a segurança dos passageiros? O escritor sabia muito pouco sobre os Rosacruzes naquela época e não sonhava então com a boa sorte reservada para ele como seu mensageiro. Ele teve apenas uma experiência pessoal do poder da alma latente dentro dele e não desenvolveu nem pensou em desenvolver a faculdade da escrita. Ele não tinha vontade alguma de se tornar um autor e, portanto, não poderia sugerir um importante empreendimento literário que levaria o Sr. X. a Yellowstone (e depois a Chicago), em setembro de 1909. Só há uma explicação possível: as estrelas contaram a história e era verdade.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de novembro/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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A Mente no Tema Natal ou no Horóscopo Natal

Quando vamos ponderar as qualidades mentais de uma pessoa, em um tema astrológico, a primeira coisa que devemos considerar é a posição de Mercúrio. Primeiramente, notemos em que Signo está ele colocado, depois a Casa e, finalmente, os Aspectos que mantém com os outros Astros.

Para não nos estendermos demasiadamente nesta explanação, remeteremos o caro leitor ao livro “Mensagem das Estrelas” para estudar e compreender os efeitos produzidos pelo Astro da razão, nos diferentes Signos do Zodíaco.

Lá encontrará, também, as qualidades básicas de Mercúrio nos doze Signos. Tais qualidades devem ser estudadas cuidadosamente pois do proveito desse estudo dependem os fundamentos em que basearemos depois nossas conclusões. O outro Astro a considerar, no estudo da razão ou mentalidade, é a Lua. Se há um bom Aspecto entre a Lua e Mercúrio, especialmente se esses dois Astros estão colocados nos ângulos do tema e em Signos que podem expressar suas melhores qualidades, podemos confiar que o paciente cooperará com o médico em sua cura.

Todavia, Mercúrio em Conjunção com Saturno proporciona a uma pessoa uma mentalidade obstinada, teimosa, lenta e propensa à melancolia. Mas, Mercúrio em Trígono ou Sextil com Saturno, proporciona a ela uma memória retentiva, uma Mente bem equilibrada possibilitando o desenvolvimento de boas qualidades de razoamento. Marte e Urano em Conjunção com Mercúrio, proporciona ao paciente uma mentalidade impressionável, sensitiva e emocional; também lhe proporciona tendências a ser um lunático, com pouco controle sobre a Mente. Mas, Marte e Urano em Sextil ou Trígono com Mercúrio, fornecerá a ela uma tendência à sensibilidade e à acuidade mental. Mercúrio ou a Lua em Aspecto adverso (Quadratura ou Oposição) à Netuno, proporciona a ela uma Mente inclinada às condições antinaturais e doentias; propenderá às manias e ao fanatismo na prática da Religião, da mediunidade, das bebidas alcoólicas e das drogas. Observe-se a Casa e o Signo em que estão colocados esses Astros, para conhecer o modo como tendem a se manifestar.

Sendo Netuno a oitava superior de Mercúrio, tem ele influência sobre a Mente superior. Netuno em Aspecto adverso com Urano ou com a Lua proporciona tendências para indesejáveis experiências de psiquismo. Afligido por Marte, especialmente em Conjunção com esse ígneo Planeta, o nativo se vê tentado a empregar amiúde o hipnotismo ou a magia negra sobre os demais, expondo-se, por si mesmo, a ser vítima dos que, faltos de quaisquer escrúpulos, usam essas horrendas práticas sobre os outros.

Quando as aflições mentais se verificam na oitava ou décima segunda Casa têm uma influência mais sutil do que em qualquer outra posição. As aflições ou Aspectos adversos ocorrentes na oitava Casa podem resultar à Mente tendências suicidas.

Desejamos imprimir firmemente na memória do leitor que nunca e por nenhuma razão baseie seu diagnóstico somente em um ou dois Aspectos, senão que deve julgar o horóscopo como um todo. Para ilustrar o perigo em que pode se incorrer pelo exame superficial, tomemos o tema de um homem com Mercúrio em Capricórnio e na sexta Casa, formando um só Aspecto, que era uma débil Quadratura com Netuno. Julgando o horóscopo à ligeira se poderia dizer que o nativo tem a tendência a ter uma mentalidade obtusa. No entanto, quando criança foi o primeiro aluno de sua classe. Em matemática e ortografia era verdadeiramente notável. Já homem, ocupou postos relevantes em suas posições e profissão, sendo depois um diretor de uma empresa que exigia muita habilidade executiva e aguda mentalidade. Para esclarecer isso passemos ao que indicavam os outros Astros de seu tema: tinha sete Astros em Signos de Ar, cinco Astros em Signos mentais, a Lua e Netuno com Aspectos benéficos entre si e nos ângulos, o Sol e a Lua em Signos Fixos. Ao resumir o horóscopo pode-se ver claramente por que tal pessoa alcançou tão elevada posição num trabalho mental, apesar de um débil Mercúrio.

Assim, pois, cremos necessário que o leitor tenha sempre em mira, sem esquecer jamais, o conjunto do tema astrológico – o horóscopo –, empregando bem o raciocínio antes de emitir juízo sobre um horóscopo, quer se trate de qualidades mentais, quer de morais, espirituais ou físicas.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Horário do Sol e Horário do Relógio

À medida que deixamos para trás as vinte e quatro horas de tempo, pouco pensamos nos fenômenos naturais que estão envolvidos na formação do dia.

Quando falamos apenas do dia, especialmente se formos versados em Ciências e tivermos uma consideração pedante pelo uso exato dos termos, podemos significar duas coisas bem diferentes. O dia que todos conhecemos e normalmente temos em mente é conhecido pela ciência como dia solar.

Os fenômenos do dia solar são claramente aparentes à observação. Nenhum cálculo é necessário para determinar suas características. Primeiro vemos o Sol no leste. Observamos então seu movimento aparente do horizonte leste para o oeste, embora o movimento seja apenas ilusório. O fenômeno é realmente causado pelo constante giro da Terra, do oeste para o leste, em seu eixo. Ele então permanece oculto à vista, enquanto a noite cai sobre nós, até que o vejamos novamente no leste. Fomos assim testemunhas da passagem de um dia solar.

A outra coisa que podemos ter em mente quando falamos geralmente do dia é o que podemos chamar, por falta de um nome melhor, de dia estelar; a palavra que agora empregamos é derivada do latim stella, uma estrela. Esse dia é medido pela rotação da Terra sobre seu eixo em relação às estrelas fixas, como se não houvesse Sol no céu e como se a Terra não estivesse, durante sua rotação contínua, correndo ao longo da sua órbita ao redor do Sol.

Ao falar do nosso dia solar que foi observado, tivemos as vinte e quatro horas começando ao nascer do Sol. Os astrônomos medem o dia a partir do meio-dia. Assim, eles definiram o dia solar como sendo o intervalo de tempo que decorre entre dois retornos consecutivos do mesmo meridiano terrestre ao Sol. Falando com menos exatidão, pode-se dizer que é o tempo gasto em uma volta completa da Terra sobre seu eixo, pois é essa volta, ou rotação que, em média a cada vinte e quatro horas, apresenta um dado meridiano terrestre ao Sol.

Vamos agora entender por que não é estritamente correto dizer que o dia solar é marcado por uma volta completa do nosso globo em seu eixo gigantesco. O dia que está tão bem definido é realmente o que chamamos de dia estelar. Deve ser lembrado que, à medida que gira, nossa esfera viaja rapidamente ao longo de um caminho ou órbita ao redor do Sol. Mais uma vez devemos notar que a taxa na qual a Terra se move ao longo da sua órbita está longe de ser uniforme ao longo do ano. A órbita não é um círculo, mas uma elipse, e o globo está mais próximo do Sol em alguns estágios do seu movimento do que em outros.

Quando estamos mais próximos do Sol, diz-se que a Terra está no periélio; quando estamos mais longe, diz-se que está em afélio. A mudança na distância do Sol, operando pela lei da gravidade, acelera e retarda sucessivamente a velocidade com que nos movemos em torno do grande luminar, que é o centro do Sistema Solar. Podemos agora ver que efeito o movimento orbital tem sobre a duração do dia solar. Nosso avanço ao longo da órbita a taxas variáveis de velocidade, sendo o avanço considerável durante cada rotação da nossa esfera sobre seu eixo, torna incerta a duração dos intervalos entre os sucessivos retornos dos meridianos ao Sol, por mais uniformes que possamos conceber os períodos realmente ocupados pela rotação a ser medida pelas estrelas fixas. Portanto, embora invariavelmente consideremos o dia solar como tendo vinte e quatro horas de duração, a verdade é que raramente podemos descrever esse período em sua duração; embora, como indicamos acima, vinte e quatro horas seja a sua duração média.

Como resultado das variações na duração do dia solar, os relógios, que mostram a hora de acordo com o dia estelar, muitas vezes não concordam com o relógio de Sol, que registra a hora solar verdadeira. Flammarion[1] nos dá a seguinte tabela de “tempos” que um relógio bem regulado mostraria ao meio-dia solar em certos dias do ano, em determinado local.

1º de janeiro
15 de janeiro
1º de fevereiro
11 de fevereiro
15 de março
1º de abril
15 de abril
1º de maio
15 de maio
1º de junho
15 de junho
1º de julho
26 de julho
15 de agosto
31 de agosto
15 de setembro
1º de outubro
15 de outubro
3 de novembro
16 de novembro
1º de dezembro
15 de dezembro
25 de dezembro
12:04 P.M.
12:10 “
12:14 “
12:14 “
12:09 “
12:04 “
12:00 meio-dia
11:57 A.M.
11:55 “
11:57 “
12:00 meio-dia
12:03 P.M.
12:06 “
12:04 “
12:00 meio-dia
11:55 A.M.
11:49 “
11:46 “
11:43 “
11:44 “
11:49 “
11:55 “
12:00 meio-dia

Será entendido do que dissemos que é apenas do ponto de vista da nossa relação com o Sol que a duração do dia é variável. O tempo real consumido em uma rotação da Terra sobre seu eixo, sendo o que chamamos de dia estelar, é praticamente exato e é inferior a vinte e quatro horas. Se, então, considerarmos o dia como sendo coincidente com o período realmente ocupado por uma volta do globo sobre seu eixo, e não olharmos para o Sol como nosso mentor, uma inspeção das estrelas fixas ensina que a duração do dia é de vinte e três horas, cinquenta e seis minutos e quatro segundos.

As condições que declaramos são assim colocadas de forma impressionante pelo Professor Poynting[2]: “O Sol não é um cronometrista regular. Nosso dia de vinte e quatro horas é apenas a média entre meios-dias sucessivos ou momentos em que o Sol está no Sul. Se comparado com um bom relógio, o Sol está em algumas partes do ano muito adiantado e em outras, muito atrasado; às vezes, até um quarto de hora. A variação do dia solar se deve em parte à inclinação do eixo da Terra em relação ao plano em que se move em torno do Sol e em parte à variação do movimento da Terra em torno do Sol em diferentes épocas do ano. As estrelas fixas marcam um bom tempo, dando a volta em cerca de quatro minutos a menos de vinte e quatro horas. Por elas os relógios são avaliados. O dia delas é o verdadeiro horário da nossa revolução da Terra”.

O dia foi dividido em partes de vinte e quatro horas desde os primeiros tempos; embora, em diferentes partes do mundo e em diferentes períodos da história, seu início tenha sido colocado em diferentes pontos das vinte e quatro horas. Nos tempos atuais e na maioria dos países, geralmente considera-se que o dia começa à meia-noite, designando-se as doze horas antes do meio-dia como A. M. ou ante meridiem (antes do meio-dia), e aquelas depois do meio-dia, P. M. ou post meridiem (após o meio-dia).

Os antigos caldeus e os gregos modernos faziam o dia começar ao nascer do Sol, enquanto, pelo menos até alguns anos atrás, os italianos e os boêmios o começavam ao pôr do Sol. Os antigos gregos, em vez de dividir o dia inteiro em vinte e quatro partes iguais, cortaram o período de luz em doze porções iguais e o período de escuridão no mesmo número.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: Nicolas Camille Flammarion, mais conhecido como Camille Flammarion (-1925), foi um astrônomo, pesquisador psíquico e divulgador científico francês.

[2] N.T.: John Henry Poynting (1852-1914) foi um físico inglês.

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Pergunta: Por que os Antigos Sacerdotes do Egito estudavam Astrologia tão profundamente?

Resposta: Porque todo o destino da humanidade está intimamente envolvido com as estrelas. Não importa se consultamos a nossa própria Bíblia ou quaisquer outros livros de qualquer outra Religião. Em todos eles devemos descobrir que as estrelas ocupam um lugar muito proeminente. Na nossa própria Bíblia sabemos que são chamados os Sete Espíritos diante do Trono. São os Sete Anjos Estelares, como particularmente conhecidos pela Igreja Católica; os Sete Espíritos Planetários relacionados com a nossa evolução desde que a humanidade começou a se desenvolver neste Planeta. Por conseguinte, o curso das estrelas e suas configurações são, naturalmente, os marcadores do tempo na história da humanidade.

Ouvimos Pitágoras falar da Música das Esferas[1]. A maioria das pessoas pensa que é uma expressão poética. Não o é; é um fato. Em qualquer lugar que estivermos, há um som distinto dos sons de outros lugares percorridos. O farfalhar das árvores, quando o vento sopra, o murmúrio dos riachos, tudo tem um som peculiar. Dois riachos não produzirão o mesmo som. Os musicistas que possuem um ouvido treinado poderão distinguir a diferença. Se formos à uma cidade, haverá um aglomerado de ruídos, mas todo esse barulho se mistura com o tom da cidade. A composição de todos os sons em todo o mundo, o farfalhar dos ventos nas árvores e todos os ruídos são ouvidos no espaço, como um tom único determinado — o tom da Terra.

Essas órbitas estelares trafegam ao redor, como é bem conhecido pelos astrólogos, mas não em um círculo. Elas não permanecem em uma única ordem, mas se apresentam em configurações diferentes entre si. O mesmo acontece nos sete tons da oitava, que são a réplica dos Sete Espíritos Planetários. Da mesma forma que eles podem se combinar de maneiras diferentes, formando acordes diferentes, também esses tons diferentes dos mundos que estão se movimentando através do espaço criam a harmonia das esferas, e a humanidade está evoluindo de acordo com a mudança dessas vibrações. Há uma vibração diferente a cada instante, e sempre que um novo ser renasce, essas várias e diversas vibrações atuam sobre ele, tornando-o diferente de todos os demais. Portanto, ele tem o seu próprio destino.

Isso ocorre tanto no microcosmo quanto no macrocosmo, no pequeno e no grande mundo. Todos nós estamos relacionados com as estrelas. Todos estão intimamente envolvidos com as estrelas; sem elas nada é feito ou criado. Essa é a razão pela qual os antigos sacerdotes do Egito, plenamente cientes disso, adicionavam esse aspecto à Religião. Essa é a razão pela qual eles estudavam a Astrologia tão profundamente, e chegará o dia em que muito mais pessoas a estudarão. A ciência da Astrologia se restabelecerá quando nos tornarmos mais sábios.

(Pergunta nº 115 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: A música das esferas, também conhecida como harmonia das esferas ou música universal, é um antigo conceito definido pelos gregos que postula a existência de uma harmonia divina e matemática entre o macrocosmo e o microcosmo. Pitágoras, atuando na Magna Grécia, em suas pesquisas sobre astronomia, matemática, acústica e música, foi talvez o primeiro a estabelecer um elo entre a regularidade dos eventos celestes e as proporções matemáticas que regulavam as consonâncias e dissonâncias musicais. Tentando explicar o funcionamento do mundo, veio a conceber a ideia de que o cosmos era um imenso mecanismo de origem divina e estrutura unificada.

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A Astrologia ao Longo do nosso Tempo aqui – Parte 3: A Astrologia até o Século VI a.C

Não abordaremos, aqui, a Astrologia hindu, chinesa ou pré-colombiana. Limitar-nos-emos à História da Astrologia do Oriente Médio.

Os documentos astronômicos mais antigos que possuímos datam do terceiro milênio a.C.

Eles foram encontrados na Mesopotâmia, entre o Rio Tigre no oeste e o Rio Eufrates no leste.

A região foi então dividida entre os sumérios no sul e os acadianos no norte. Os sumérios usavam a escrita cuneiforme.

Essa escrita incluía, aproximadamente, 550 símbolos formados pela disposição de 4 elementos básicos tendo a forma de pregos (horizontal, oblíquo, vertical e duplo) (cuneus = prego em latim).

Além disso, os sumérios, com a ajuda de 60 desses sinais, podiam escrever todos os números inteiros, bem como as frações (numeração de lugar, base 60), enquanto os egípcios, os gregos, os romanos não tinham um sistema de numeração como efetivo (numeração por justaposição).

Nossa forma de contar os minutos e segundos dos ângulos e do tempo vem do sistema de numeração sumério (sistema sexagesimal). Sem a constituição dessa rica escrita e desse sistema de numeração, o conhecimento do céu não poderia ter se desenvolvido como eles.

As tabuinhas relativas à Astronomia desse período referem-se essencialmente aos ciclos lunares (calendário com os meses lunares).

No segundo milênio (a.C.), a civilização babilônica substituiu a civilização sumério-acadiana. Essa civilização desenvolveu o conhecimento astronômico e astrológico.

Os estudiosos da Babilônia observam que 12 meses lunares não correspondiam exatamente a um ano (faltam 29 1/4 dias). Usando a observação do nascer e do pôr do Sol das constelações, eles introduzem um mês intercalar de tempos em tempos para corrigir.

Em 729, o rei da Babilônia foi destronado pelo rei da Assíria.

Uma série de 70 tabuletas contendo uma descrição de 36 constelações (incluindo as doze do Zodíaco), uma lista de Eclipses do Sol e cerca de 7000 presságios relativos a colheitas, guerras, soberanos (note-se que, em nenhum lugar, ainda encontramos a Astrologia natal).

Vamos ver aqui alguns exemplos dessas inscrições:

• “Neste dia, o Planeta Mercúrio é visível. Quando Mercúrio estiver visível no mês de Kislou, haverá ladrões na Terra”;

• “Se a Lua estiver rodeada por uma auréola e Júpiter ficar lá, o rei de Akkad será aprisionado”;

• “Se Vênus iluminar com sua luz ardente o peito do Escorpião, cuja cauda é escura e cujos chifres são claros, a chuva, as inundações e os gafanhotos devastarão o país”;

• “Se Júpiter se aproximar de Marte, no mesmo ano morrerá o rei de Akkad e a colheita será abundante”.

Os Planetas são chamados de “cabras selvagens”, porque se movem entre o “rebanho” de estrelas fixas (deve-se notar que estávamos então na era de Áries…).

Cada estrela corresponde a um deus no quadro de uma visão trinitária do mundo: a trindade fundamental do Céu, da Terra e do Mar (Anu, Enlil e Ea) é duplicada por uma trindade que compreende Sin (a Lua), Shamash (o Sol) e Ishtar (Vênus). Quanto aos outros Planetas: Nabu (Mercúrio), Ninurta (Marte), Marduk (Júpiter) e Nergal (Saturno), eles correspondiam a uma visão quaternária do resto do universo.

Ishtar (Vênus) é reverenciado como o deus do amor. Ninurta (Marte) é o deus da guerra. Nabu (Mercúrio), filho de Marduk (Júpiter) é descrito como o deus do conhecimento. Nergal (Saturno) estava relacionado com a justiça e a ordem.

Em 626 a.C., é um rei caldeu que ascende ao trono da Babilônia e que submete a Assíria (apesar da intervenção tardia do Egito em favor dos assírios).

Cada cidade da Caldéia e da Assíria tinha seu observatório, em forma de torre (zigurate) ou pirâmide, geralmente anexa a templos ou palácios.

Os escribas continuam a aperfeiçoar as observações astronômicas para as necessidades da Astrologia.

Em 539 a.C., o rei da Pérsia, Ciro, proclamou-se rei da Babilônia, após uma rápida derrota dos caldeus. Seu filho Cambises submeteu o Egito em 525 a.C., que se tornou uma província do Império Persa.

No que diz respeito ao Egito, não se conhece nenhum texto astrológico desse país anterior à dominação persa. Deve-se notar, no entanto, que as inscrições relativas ao destino são encontradas na época de Amenophis IV (1375-1325 a. C.), que mudou seu nome para Akhenaton (= a serviço de Aton) e tentou, em vão, introduzir o monoteísmo. Um papiro datado de 1300 a. C., preservado no Museu Britânico, apresenta fragmentos de um calendário que especifica os dias auspiciosos e não auspiciosos do ano, mas que não parece ser baseado em posições planetárias.

Foi feita a seguinte pergunta a Max Heindel: “Por que os antigos sacerdotes egípcios praticavam Astrologia?” (“Filosofia da Rosacruz em Perguntas e Respostas, Volume 2,” Pergunta: n°115). Aqui está parte da resposta dele: “Todos estão intimamente envolvidos com as estrelas; sem elas nada é feito ou criado. Essa é a razão pela qual os antigos sacerdotes do Egito, plenamente cientes disso, adicionavam esse aspecto à Religião. Essa é a razão pela qual eles estudavam a Astrologia tão profundamente, e chegará o dia em que muito mais pessoas a estudarão. A ciência da Astrologia se restabelecerá quando nos tornarmos mais sábios”. Nessa resposta, Max Heindel não especifica a hora.

De qualquer forma, os textos astrológicos datados do século VI a. C., que foram encontrados no Egito, já contêm estudos individuais correspondentes ao momento do nascimento (isso é chamado de Astrologia Genetlíaca), enquanto os mais antigos horóscopos semelhantes descobertos na Babilônia datam do século III a.C.

Foi nessa mesma época (século VI a. C.) que encontramos a primeira representação do zodíaco no Egito, em uma tabuinha chamada tabuinha de Cambises.

Foi também nessa época que Pitágoras, depois de ter sido iniciado em Memphis e na Babilônia, criou sua famosa escola de Crotona onde, entre outras coisas, se ensinava Astrologia mística (Música das Esferas).

Historiadores e astrólogos não esotéricos consideram que os gregos apenas conectaram sua mitologia pré-existente com a astrologia caldeia.

Chronos está associado ao Planeta Nergal (Saturno), Zeus a Marduk (Júpiter), Ares a Ninurta (Marte), Afrodite a Ishtar (Vênus), Hermes a Nabu (Mercúrio).

A correspondência entre as duas culturas é tão “natural” que mais provavelmente se trata, como vimos anteriormente, do fundo comum de verdades iniciáticas vindas da Atlântida.

(de: Introduction: L’astrologie Selon Les Enseignements Rosicruciens : L’Astrologie Rosicrucien, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix – Traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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Pergunta: As plantas estão sob o domínio dos Astros e dos Signos? Se estiverem, por favor, explique como e por quê.

Resposta: Há, como sabemos, quatro Reinos diferentes sobre a Terra atualmente: o Reino Mineral, o Reino Vegetal (as plantas), o Reino Animal e o Reino Humano. Os Espíritos dessas quatro Ondas de Vida estão evoluindo sob a orientação e com o auxílio de outras Hierarquias Criadoras invisíveis aos nossos olhos físicos.

Os Senhores da Mente formam o Corpo deles mais denso com a matéria mental da Região do Pensamento Concreto. Eles são peritos em trabalhar com esse material e, portanto, influenciam a humanidade, que possui uma Mente.

Os Arcanjos formam o Corpo deles mais denso com a matéria de desejos. Eles são peritos na manipulação dessa substância e, portanto, estão especialmente aptos a ajudar seres menos evoluídos que possuam veículos feitos deste material. Por essa razão, eles trabalham com o Reino Animal e com o Reino Humano, que possuem Corpos de Desejos.

Os Anjos formam o Corpo mais denso deles de Éter, portanto, eles são peritos no manejo desse tipo de substância e estão, notavelmente, capacitados a ajudar aqueles que não sejam tão aptos. Por essa razão, eles exercem grande influência sobre o Reino Vegetal, o Reino Animal e o Reino Humano, os quais possuem Corpos Vitais feitos de Éter.

Os seres humanos – nós – criam o Corpo deles mais denso dos elementos químicos e minerais da Terra, e as eras de experiências acumuladas os tornaram aptos, até certo ponto, a trabalhar com seres que possuem corpos formados por elementos químicos e minerais da Terra, tais como o Reino Vegetal, o Reino Animal e o Reino Humano.

Todavia, deveríamos recordar que nossa evolução na Terra está apenas a meio caminho, e que ainda não atingimos cinquenta por cento da proficiência nesse trabalho e que será totalmente nosso quando essa parte da nossa evolução estiver concluída. Num passado bem remoto, antes que os nossos olhos fossem abertos, tínhamos a visão interior, com a energia criadora voltada para dentro, para a formação dos órgãos, da mesma forma que o nosso talento, agora, é usado externamente para a construção de aeronaves, pontes, casas, barcos, etc. Usamos os Corpos minerais dos animais mortos na produção de sapatos de couro, bolas de bilhar, alimentos e vestimentas, mas como só podemos trabalhar com esses elementos aparentemente mortos, nossa manipulação envolve um processo de destruição. Destruímos a integridade do mineral para extrair o ouro, a prata, o cobre ou qualquer outra parte que nos pareça valiosa. Destruímos as árvores nas florestas para construir portas, casas, etc. Matamos os animais para transformá-los em alimentos, roupas, cosméticos, brinquedos e muitas outras coisas.

O mesmo não acontece com os Anjos ou com as outras Hierarquias Criadoras. Eles lidam com a vida de uma maneira construtiva.

Os Arcanjos habitam o Sol, e os Anjos localizam-se nas Luas do Sistema Solar. É sabido que as plantas amam o Sol, pois estão no segundo Período de evolução delas, que começou no Período Solar. Devido a constituição atual delas, não suportam as intensas vibrações dos Arcanjos, que são vibrações áridas e abrasadoras, semelhantes aos Corpos de Desejos nos quais os Arcanjos vivem. As plantas necessitam, além da luz do Sol, da água, regida pela Lua, e são os raios brandos da Lua que proporcionam o agente fertilizante, fazendo crescer tudo que vive. Portanto, as sementes plantadas no período da Lua Nova à Lua Cheia, isto é, quando a Lua está aumentando sua luminosidade, desenvolvem-se mais para cima da Terra do que as sementes plantadas quando a Lua está escura ou diminuindo a luminosidade, isto é, da Lua Cheia para a Lua Nova. Ao contrário, as sementes plantadas no período em que o brilho da Lua vai diminuindo, crescerão mais debaixo da terra do que na superfície.

Há também certos Signos que são mais favoráveis que outros no crescimento das plantas, devido a terem certas afinidades com as vibrações lunares. Os Signos de Água – Câncer, Escorpião e Peixes – são frutíferos por essa razão, e as sementes plantadas enquanto a Lua, a rainha da água, passa por um desses Signos, produzirão melhores resultados do que quando a Lua estiver passando por um dos Signos de Fogo, Áries, Leão e Sagitário. Esses são Signos solares e podem consumir a centelha vital existente nas sementes. Muito mais poderia ser dito sobre este assunto, mas o que foi exposto, provavelmente, respondeu as informações requeridas.

(Pergunta nº 108 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Princípios Básicos da Astrologia Rosacruz

A Astrologia Rosacruz se baseia em dois fatos cósmicos:  primeiro, que a matéria é inerte e segundo, que a vida se manifesta na matéria, como movimento.

No começo desse grande Dia de Manifestação o Deus do nosso Sistema Solar produziu movimento nos átomos inseparáveis da Substância Raiz Cósmica, ao emitir a Palavra de Poder. Essa “Palavra” foi um tom musical, provavelmente, contendo a totalidade da Escala Cromática.

Outros grandes Seres, dotados de poder criador, assistiram à divindade nos detalhes relativos à execução do plano criador do Sistema Solar. São as Hierarquias Criadoras. Esses seres são designados na Bíblia como Elohim. Um deles é Jeová, o Anjo mais elevado Iniciado do Período Lunar. Seu poder, expressando-se em tonalidades musicais, atingiu o extremo ou a periferia do Sistema Solar.

Deus é vida, e cada ser humano, como uma descendência direta de Deus, também é uma unidade de vida. Por isso cada uma dessas unidades de vida tem poder inerente para se manifestar na matéria, em grau limitado. Daí, então, ser o propósito da vida humana tornar o ser humano gradativamente idêntico a Deus em manifestação.

O Sol tem três veículos, a saber: o Sol Espiritual, o Sol Central e o Sol Físico, através dos quais operam o Pai, o Filho (Cristo) e o Espírito Santo (Jeová), respectivamente. Toda a vida e energia, dadora e criadora, nos vêm do Sol, porém, presentemente recebemos e usamos pouco dela. Eis porque se refrata nos três tons musicais e nas cores do espectro. Essas focalizam-se em nós por intermédio dos Planetas do nosso Sistema Solar.

É o tom que produz a cor e, assim, cada um deles manifesta uma cor particular. Primeiramente, os sete Planetas do nosso Sistema Solar (que são corpos de Grandes Inteligências Espirituais, designados na Bíblia como os Sete Espíritos diante do Trono) tonalizam-se com determinado tom da escala musical e cor do espectro; por meio do Sol e dos Planetas recebemos as energias que nos auxiliam a crescer e desenvolver.

Há nove Planetas em nosso Sistema Solar. Dois deles, Netuno e Plutão, descobertos mais recentemente, não pertencem ao nosso Sistema Solar, porque não foram ejetados do Sol como os outros sete. Foram adicionados, provindos do espaço exterior, pertencentes a outro Sistema Solar. Mais três Planetas serão necessários para completar a Escala Cromática dentro desse Esquema de Evolução. No devido tempo serão eles “descobertos” pelos astrônomos.

Como ficou demostrado pelo grande tenor Caruso, o tom musical de um objeto poderia ser encontrado utilizando-se uma taça. Ficou provado que cada objeto na Terra possui uma nota-chave. Colocava a citada taça à uma certa distância e emitindo o tom-chave com relativa intensidade ela se esfacelava. A mesma verdade encontramos mencionada na passagem bíblica do desmoronamento das Muralhas de Jericó, por Josué.

O ser humano é sétuplo. Possui um Tríplice Espírito (Poderes), um Tríplice Corpo e uma Mente. Cada um desses fatores que o compõem possui um tom-chave que lhe é determinado antes do nascimento físico ou um mais nascimento aqui.

As vibrações ou tons que são induzidos nos Corpos Densos pelas energias provindas do Sol, da Lua e dos Planetas no momento do nascimento físico, são também tonalidades permanentes, para mais ou para menos, na vida. Elas compõem a “Carta Natal da Astrologia”, o horóscopo. Produzem discórdia ou harmonia de acordo com suas naturezas e os ângulos em que se colidem. Esses tons, em conformidade com suas naturezas e os ângulos de incidências, impelem (sugerem, induz, não exigem, nem obrigam!) o ser humano a gerar certos tipos e classes de pensamentos, de sentimentos, de emoções e de desejos. As vibrações discordantes produzem pensamentos, sentimentos, emoções e desejos discordantes (inferiores), ao passo que as harmoniosas geram sentimentos, emoções e desejos concordantes (superiores). As discórdias geram como efeitos a tristeza, a dor, o sofrimento, a frustração e a perda. Pela aplicação do conhecimento, da sabedoria e do poder da vontade essas vibrações ou tons poderão ser mudados, dentro de certos limites, em conformidade com os propósitos e necessidades do indivíduo. Afinal, o livre arbítrio sempre é e será respeitado!

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – junho/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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