Vivendo uma Vida Espiritual: Exercícios Importantes e Necessários
O que devemos fazer para viver uma vida espiritual? Neste artigo consideraremos alguns dos exercícios que são importantes para o indivíduo que deseja viver uma vida espiritual. Na introdução do livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos” lemos: “O ser humano que percebe a sua ignorância deu o primeiro passo na direção da sabedoria. O caminho que leva ao conhecimento de primeira mão, não é fácil. Nada realmente valioso se consegue sem esforço persistente. Nunca é demais repetir que não existem tais coisas como especiais dons naturais ou “sorte”. Tudo o que qualquer pessoa é ou tem é o resultado de esforço. O que a alguém falta em comparação com outros está latente dentro de si mesmo e susceptível de desenvolvimento por métodos apropriados”.
“Se o leitor, tendo compreendido esta ideia completamente, se interrogasse sobre o que deveria fazer para obter o aludido conhecimento de primeira mão, a história a seguir pode servir para imprimir essa ideia, que é a ideia central em ocultismo: “Um jovem, certa vez, procurou um sábio e perguntou-lhe, “Senhor o que devo fazer para me tornar sábio? O sábio não se dignou dar resposta. O jovem depois de repetir esta pergunta algumas vezes, com o mesmo resultado, foi-se embora, por fim, para voltar no dia seguinte com a mesma pergunta. Novamente nenhuma resposta recebeu e o jovem retornou no terceiro dia, ainda repetindo a sua interrogação, “Senhor, o que devo fazer para me tornar sábio?”.
“Finalmente o sábio voltou-se e desceu na direção dum rio próximo. Entrou na água e convidou o jovem a segui-lo. Após ter chegado a uma determinada profundidade, o sábio segurou o jovem pelos ombros e empurrou-o para debaixo da água a despeito de seus esforços para se libertar. Não obstante, após certo tempo deixou-o vir à tona e quando o jovem já tinha recobrado a respiração, o sábio perguntou-lhe: “Filho, quando estavas debaixo da água o que é que anelava mais intensamente? “O jovem respondeu sem hesitação: “Ar, ar! Eu queria ar.”
“Você não preferiria antes ter tido riqueza, prazer, poder ou amores, meu filho? Não pensou em nada disto? Inquiriu o sábio.
“Não, Senhor! Eu queria ar e só pensava em ar”, veio a resposta imediata. “Então”, disse o sábio, “para se tornar sábio você deve desejar Sabedoria com tão grande intensidade como agora desejou ar. Deve lutar por ela com exclusão de qualquer outra finalidade na vida. Ela deve ser sua única aspiração dia e noite. Se procurar ser sábio com tal fervor, meu filho garanto-lhe que o será.”
Aqueles que querem viver uma vida espiritual devem procurá-la da mesma maneira que o pobre rapaz procurava ar. Devemos querê-la com toda a nossa vontade.
Há algumas coisas que devemos conservar em mente em relação com os exercícios espirituais e com a prática duma vida espiritual. Nós estamos desejando integrar-nos numa escola Cristã de ocultismo. Uma das mais importantes virtudes do ocultismo ocidental é a confiança em si próprio. Existe, todavia, um paradoxo. Somos instados a cultivar a confiança em nós próprios, e, no entanto, ao mesmo tempo, dizem-nos que Cristo é o poder por detrás de tudo que fazemos. Muitas pessoas, na realidade, nunca pensaram sobre isto. Contudo, temos que pensar acerca desse paradoxo se quisermos viver uma vida espiritual: vamos tentar fazer tudo que nos for possível por nós próprios, mas ao mesmo tempo não podemos fazê-lo sozinhos.
Existe uma solução simples para esse paradoxo. Muitas pessoas encaram Cristo só como uma pessoa fora de nós. Quando estudamos ocultismo ocidental, porém, nós descobrimos que há algo mais poderoso do que simplesmente o Cristo externo. É verdade que Ele existe em todo o mundo. Como está escrito no Evangelho de S. João: “Eu sou a videira e vós os ramos”. A mesma seiva que corre através da videira corre também pelos ramos.
As pessoas que aspiram a viver uma vida espiritual descobrem que despertaram dentro de si mesmo, exatamente o ideal a que aspiram. Cristo disse: “Procurai primeiro o Reino dos Céus,” e Ele disse que o Reino dos Céus está dentro de nós. Do mesmo modo, Cristo está dentro de todos e cada um de nós. O Poder e a Força com os quais cada indivíduo pode obter confiança em si próprio vêm de Cristo.
Aquilo a que estamos aspirando com a ajuda da confiança em nós próprios é a mesma coisa que nos ajudará a obter a autoconfiança. Cristo é a força e o poder por detrás de nossas atividades espirituais. Os indivíduos que aspiram à compreensão do Cristo dentro de suas próprias almas terão o amparo, o apoio e a força necessários para obter essa autoconfiança e serem os indivíduos que querem ser — e não aquilo que o mundo tenta fazer deles.
O que podemos então fazer para nos tornarmos mais espirituais?
Podemos começar com três passos, o primeiro dos quais é o pensamento. A nossa capacidade de pensamento é a ponte entre os mundos espiritual e material. Através de nosso pensamento podemos pôr em contato tanto a parte interna como externa do ser humano. Assim devemos começar por compreender Cristo em nossos pensamentos. Nós estudamos, vemos, escutamos. Obtemos e criamos ideias. Estudamos o Conceito e tentamos compreender o Cristo como um poder cósmico espiritual.
Começamos a compreendê-lo em pensamento. Compreendemos que Ele é um Ser cósmico. Ele veio à terra para fazer algo pela humanidade. Quando o compreendermos mentalmente, daremos um grande passo na vivência duma vida espiritual.
Todavia, isto não é suficiente. Devemos também sentir. Nossos pensamentos, em certo sentido, atingem o cosmos e atraem as coisas para baixo na nossa direção, ou penetram no mundo e extraem as coisas para nós. Nossos sentimentos vêm de nossos corações, de dentro de nós. Então consideramos nossos pensamentos — nossas ideias sobre o que Cristo representa, nossas ideias sobre o que significa viver uma vida espiritual — e tentamos impregná-los com os nossos próprios sentimentos. “Como o ser humano pensa assim é no seu coração”.
Max Heindel nos diz que o desejo é a mola propulsora da ação. O próximo passo, portanto, é a ação. Quando pensamos a respeito de algo e impregnamo-lo com nossos sentimentos, estamos prontos a pô-lo em ação. De que nos vale demonstrar amor se não o sentimos? Essas coisas, então, são as molas mestras da atividade humana: o modo como pensamos; o modo como sentimos; o modo como agimos. Se vamos compreender o que Cristo significa para nós sob o ponto de vista espiritual, temos que pensar nele, senti-lo e temos que agir como Ele agiu.
A capacidade do ser humano para viver uma vida espiritual é proveniente do sacrifício de Cristo, a dois mil anos atrás. Em virtude do poder que Ele infundiu no mundo, o ser humano tem-se tornado cada vez mais forte em sua individualidade. Em virtude de sua individualidade espiritualizada, ele pode, como Cristo disse: “Alegrai-vos, porque Eu venci o mundo”. Cristo deu-nos o poder com que podemos vencer o mundo: não deixar o mundo, mas vencê-lo e espiritualizá-lo — para o transformar.
Daqui damos outro passo para compreender e crescer na vida espiritual. Este exercício deve ser feito ao mesmo tempo em que se intentam os outros. Chama-se Retrospecção. Os alquimistas aqueciam os metais no fogo do cadinho e de todas as vezes tiravam as escórias. Isto era um processo de purificação. Os metais eram então muito puros. O nosso corpo é um cadinho e o fogo que ateamos sob ele é a consciência. A Retrospecção, que fortalece a consciência, é parte de nosso processo de purificação.
Para que os indivíduos possam tornar-se canais efetivos para as forças espirituais, devem ser purificados. A Retrospecção é um exercício que cada pessoa pode usar para tornar seus pensamentos, sentimentos e ações mais puros. A Retrospecção é um exercício sugerido à Max Heindel pelos Irmãos Maiores, mas não pode ser considerado, de maneira nenhuma, um exercício novo. Era usado na Escola Pitagórica como um guia seguro para a autocompreensão. A Igreja Católica tem-no praticado há longo tempo sob o nome de “Confissão”. A Retrospecção, na Escola Rosacruz é, porém, um pouco mais científico.
É feito à noite, antes de dormir. O indivíduo relembra os acontecimentos do dia em ordem inversa, desde a hora em que se deitou até à hora em que acordou de manhã.
Nós devemos, como São Paulo disse, “morrer diariamente”. A Retrospecção é um método de morrer diariamente. Se morrermos diariamente, sob o ponto de vista do Espírito, adquiriremos a capacidade de viver. Cristo morreu e Ele viveu. Ele foi ressuscitado através do poder da morte e ficou mais forte em virtude dele. Com isto queremos dizer que através de Sua capacidade em aceitar a morte e fazê-lo voluntariamente, Ele foi capaz de usar as forças criadas pelo morrer e transmutá-las no poder de viver, só que em grau mais elevado. Cada vez que nos deixamos morrer para um velho hábito que seja de natureza negativa e o vencemos, o poder que tinha sobre nós é transformado no poder de fazer o Bem, de forma ainda melhor. Através do morrer, transmutamos o velho poder em novo poder que é vida. Tal como São Paulo fazia quando morria diariamente.
A seguinte citação do livro de George McDonald “A Chave de Ouro” é uma excelente ilustração desse ponto.
“Vós que sentistes o gosto da morte”, disse o ancião, “como é ele?”
“É bom”, disse Mossy “, é melhor do que a vida”.
“Não”, disse o ancião; “é só mais vida”.
Quando revisamos os acontecimentos em ordem inversa, estamos seguindo um padrão cósmico. Após a morte, o indivíduo revê o panorama de sua vida em ordem oposta, desde que morreu até a data de seu nascimento. Este desenrolar tem um efeito poderoso sobre seus veículos espirituais. Se ele revê os acontecimentos do dia em ordem oposta, como no panorama da vida, liberta forças internas e purifica seus veículos. É verdade que “um vaso sujo não pode conter água pura e saudável”. Nós devemos, no fim de contas, purgar-nos de tudo que for negativo, lenta, mas seguramente.
Se fizermos a Retrospecção corretamente, aprendemos a sentir em nossos corações o perdão aos nossos inimigos. Do mesmo modo, aprendemos a reconhecer o que fizemos de mal. Isto é um dos mais poderosos argumentos a favor da Retrospecção. Nós não sentimos somente dor pelas coisas erradas que fizemos. Também tentamos sentir o que a outra pessoa sentiu. Além disso, tentamos sentir o bem que fizemos, por pouco que tenha sido. Se fizermos algo que possa ter dado a alguém felicidade, tentamos senti-la. Nós experimentamos como ela se sentiu em sua satisfação.
O fato importante é que o exercício é impessoal. Quando estamos sentindo o que outra pessoa sentiu, estamos pensando em outrem e não em nós próprios. Eis uma das razões porque o exercício é importante. Quando pensamos no próximo, começamos a compreendê-lo.
A Retrospecção é um exercício para uma vida inteira. Quanto mais fazemos este exercício, mais desenvolvemos a nossa capacidade de conhecer as pessoas que nos rodeiam. Quanto mais puros nos tornemos, mais claras veremos as coisas.
Além da purificação, este exercício traz-nos muitos benefícios. A falta de Concentração é, talvez, para qualquer de nós, a coisa mais difícil de dominar. A despeito das dimensões de nossos corpos físicos, nossas mentes ainda flutuam lá longe nas nuvens. A Concentração, no mundo ocidental, é uma das coisas mais difíceis de conseguir. Por quê? Sabê-lo-emos se olharmos à roda de nós próprios. Na televisão, por exemplo, de instante a instante surge um comercial. Os jornais com os seus muitos artigos superficiais em suas páginas — na escola somos obrigados a aprender inúmeros pequenos fatos e informações.
Esse tipo de dispersão vai insidiosamente enfraquecendo a capacidade do ser humano se concentrar. Devemos fazer tudo que nos seja possível para combater isso. A ideia dos exercícios espirituais é que obtenhamos controle sobre nós próprios, que aprendamos a não permitir que circunstâncias exteriores controlem nossas vidas. Quando seguimos os acontecimentos do dia em ordem inversa, durante a Retrospecção, tal prática exige Concentração. A mente torna-se mais perspicaz. A Concentração, então, é um dos benefícios paralelos da Retrospecção. É difícil no início, mas quanto mais uma pessoa persiste, mais capaz se tornará. A palavra-chave de todo o exercício espiritual é a persistência.
Quantas pessoas têm uma memória fraca? As nossas memórias também estão sendo seriamente enfraquecidas. Estamos tão imbuídos com a ideia de que devemos ser como gravadores e computadores que nos esquecemos de nossa própria humanidade. Em consequência, nossas memórias tornam-se gradualmente enfraquecidas. A memória não é uma fita de gravação. A memória é uma coisa viva.
A Retrospecção trabalha sutilmente na memória. Esta não é mais simplesmente um repositório de conceitos intelectuais. Devemos também lembrar os sentimentos que circundam nossas ações. Devemos lembrar as ações em si e os pensamentos por detrás delas. No pensamento temos a razão por que fazemos alguma coisa. No sentimento, temos o incentivo para a ação que cometemos. Então, finalmente, temos a ação. A pessoa que persistir no exercício da Retrospecção, verificará como sua memória se torna mais aguda e clara. Ele não mais verá o mundo em esboços vagos e nebulosos ou com a consciência normalmente confusa, ao contrário, o mundo físico começará a ter mais sentido, a ser mais claro. Nós só vemos o mundo claramente, quando é claro o nosso interior.
Um outro benefício paralelo é a organização — algo que, frequentemente, achamos muito difícil. Nos negócios pode ser que seja fácil nos organizarmos, mas para organizar nossas vidas requer-se uma grande faxina. Na Retrospecção também aprendemos organização porque, novamente, também temos de seguir uma sequência.
A Retrospecção ajuda a organizar a memória consciente em relação à memória subconsciente.
Se começarmos conscientemente a controlar nossas vidas e tentar ver tão claramente quanto possível aquilo em que o nosso procedimento foi correto e não mais tentar justificar-nos relativamente às coisas erradas que fizemos, a verdadeira memória que faz parte de nosso Corpo Vital, começará a organizar-se com a consciência. Nós, afinal, teremos mais controle sobre nossos impulsos subconscientes. Muito de nossas vidas é controlado por pensamentos reprimidos e indisciplinados. Purificando-nos, lenta mas seguramente, desses pensamentos e organizando a nossa maneira de pensar, podemos começar a viver melhores vidas espirituais. Podemos, também, fazer a Retrospecção de acontecimentos de dias e anos passados, encará-los e saber o que significam exatamente. Isso também nos ajudará a purificar-nos, permitindo que Cristo faça em nós sua morada.
O próximo exercício a considerar é a Meditação, uma palavra não muito usada nos dias atuais a não ser combinada com uma moldura oriental de referência. Todavia, os verdadeiros fundamentos do Cristianismo têm a sua base na Meditação. A Meditação e a oração são as duas coisas que ajudaram os monges a obter o discernimento espiritual que lhes era peculiar. Mas, agora, fora da Meditação transcendental e de alguns exercícios de ioga, a Meditação, sob o ponto de vista ocidental é quase inexistente.
A Meditação inclui uma forma muito mais profunda de pensar e de sentir do que o que estamos habituados. Existem muitas experiências individuais de Meditação que não podem ser definidas, mas os seus benefícios rapidamente se tornam óbvios, nas vidas daqueles que a praticam.
A Meditação, podemos dizer, é a Concentração sobre uma ideia, em tal grau, que a sentimos como uma ideia externa e, simultaneamente, como uma realidade interna. Uma pessoa pode meditar numa frase como “Deus é Luz” ou “Deus é Amor”. Existe muito poder nessas frases que pode seguramente dar uma força interna para enfrentar a vida.
Uma pessoa pode meditar sobre uma frase elevada, como as que se encontram na Bíblia ou em livros devocionários. Essa não é a espécie de Meditação através da qual obtemos sabedoria. Em vez disso, ela é uma Meditação de suporte, de amparo, de apoio — a Meditação que nos dá o poder e a capacidade de viver no mundo físico ao mesmo tempo que estamos sintonizados com o mundo e a vida do Cristo.
A Meditação para ser eficiente, porém, não deve ser praticada irregularmente. A persistência é a chave. Devemos fazê-la todos os dias, se queremos tirar algum benefício.
Deve-se reservar uma determinada hora diariamente, de maneira disciplinada, para fazer a Meditação. A disciplina está na base duma vivência espiritual efetiva. Sem disciplina não teríamos arte ou música, nem roupas ou mobílias. Para adquirir disciplina na Meditação, devemos efetuá-la à mesma hora, diariamente. Uma vez de manhã e uma vez antes de deitar são boas horas para fazê-lo — mais particularmente de manhã, que é quando precisamos de mais força.
A visualização é também importante na compreensão de certos conceitos. Por exemplo, nós podemos imaginar uma rosa e visualizá-la. Isso pode ajudar no controle da imaginação, que é, também, muito descontrolada, atualmente. Quando meditamos, pela primeira vez, muitas figuras, imagens e ideias podem passar por nossas mentes como água por uma peneira. Se persistirmos, porém, podemos, gradualmente aprender como reter um pensamento particular. Para algumas pessoas as frases funcionam muito bem. Outras são mais visuais, portanto para elas as visualizações funcionam muito bem. Através da visualização, pode-se criar certos sentimentos e efeitos sutis. Quando meditamos sobre a rosa branca, por exemplo, começamos a ter consciência da pureza da planta e a alcançar o significado de nossa própria pureza potencial.
É claro que devemos meditar sobre coisas nobres. Podemos meditar sobre Cristo, visualizando-o curando os doentes, e sentindo dentro de nós essa Sua força curativa. Podemos visualizá-lo na ressurreição quando ele veio para junto de Seus discípulos e sentir que o poder que nos sustem está ali. O importante é que escolhamos assuntos que ajudem a elevar as nossas vidas e que chamem a nossa atenção, durante esses momentos, para o caminho que leva a Deus.
Com a Meditação, plantamos sementes para o futuro. O desenvolvimento do ser humano é muito sutil. Não mudamos de uma dia para o outro. As nossas vidas têm sido endurecidas através dos anos com muitas tendências cristalizantes. Vivemos num mundo físico que basicamente não compreende a alma do ser humano e frequentemente a nega. Vivemos num mundo onde a tecnologia, gradativamente, está tomando conta do desenvolvimento da consciência do ser humano. Agora existem máquinas que, nos dizem “vou ajudá-lo a se desenvolver espiritualmente”. É impossível que máquinas façam isso. Elas podem fazer algo por nossa natureza psicológica, mas não podem fazer-nos crescer espiritualmente. Espiritualidade é um assunto do Espírito manifestando-se através da consciência, e nenhuma máquina pode acordar o Espírito em quem quer que seja, a menos que o faça através do sofrimento. Então o Espírito clama.
Pela Meditação, vamo-nos lentamente afastando de todas as coisas artificiais que temos edificado através de nossas vidas. Pode ser que, por vezes, meditemos sobre algo durante meses e nada aconteça. Mas depositamos a semente e um ano mais tarde, ou mais ou menos talvez, subitamente nós podemos perceber e experimentar o sentimento que estávamos perseguindo.
A intenção dos exercícios espirituais, então, não é fazer-nos retirar do mundo, mas tornar-nos melhores pessoas. Que bem colhemos em fazer os nossos trabalhos no mundo se não há nenhuma força de espírito por traz de nossos esforços? A Meditação dá-nos a força para suportar o mundo físico — e nós devemos sofrê-lo. Estamos aqui para ficar muito tempo e temos muitas lições para aprender. Não podemos fazê-lo sozinhos. Devemos sintonizar-nos com as forças espirituais que nos deem a força para ser como Cristo. “Pois no mundo haveis de ter tribulações; mas alegrai-vos, pois eu venci o mundo”.
A Meditação, a Retrospecção e a atenção aos nossos pensamentos, sentimentos e ações são os meios pelos quais seremos amparados para vencer o mundo físico e quebrar as cadeias que nos sujeitam. Devemos fazer a Retrospecção antes que possamos colher os benefícios da Meditação. Precisamos de purificação porque, se meditamos sem estar purificados, chamamos a nós forças espirituais que só intensificarão nossa impureza. Assim, antes de nos dedicarmos francamente à Meditação, é aconselhável a prática de, pelo menos, seis meses de Retrospecção.
A nossa consciência é como um campo. As terras foram-nos dadas por Deus, mas depende de nós cultivá-las. Isto é o que estes exercícios fazem. Primeiro fazemos a Retrospecção e aramos o campo. Livramo-nos dos pedregulhos e das ervas daninhas. Preparamos um bom solo e regamo-lo. Então, através da Meditação, plantamos as sementes, fileira por fileira. E, lenta, mas seguramente as sementes começam a produzir fruto. É lento, mas seguro. Novamente, a persistência é a palavra-chave.
Em conclusão, devemos reiterar que as coisas espirituais não são uma fuga. A Meditação não é para ser algo com o qual se fuja do mundo. O mundo ocidental tem de fazer como Cristo fez: vencer o mundo e não deixá-lo, ou escapar dele. Assim, a Meditação, a Retrospecção e os outros exercícios espirituais são processos que usamos para fortalecer-nos, para nos amparar e dar-nos a força para vencer o mundo físico e ingressar no mundo espiritual.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1978 – Fraternidade Rosacruz – São Paulo – SP)
A Prática do Ideal
Não é raro encontrarmos pessoas com profundo conhecimento e com ideais admiráveis a respeito do propósito da vida, de educação dos filhos e de como o ser humano pode viver em harmonia com a natureza. Algumas são capazes de expressar ideias ainda mais respeitáveis, propondo soluções razoáveis sobre os problemas do mundo, das possíveis causas das enfermidades e das dificuldades da vida. Se fizermos uso adequado de nossa observação, é possível identificar pessoas que compreendem esses importantes conhecimentos e, muitas vezes, expressam argumentos profundos e fundamentados que podem até mesmo esgotar as indagações do mais sábio dos seres humanos.
No entanto, devemos saber que nenhuma utilidade decorrerá em dedicar horas afincadas em estudos e discussões sobre tais ideais, a menos que os ponhamos em prática nas nossas vidas, pois há muitos metafísicos, por assim dizer, que claramente não são capazes de entrar em contato com o real significado espiritual dos ideais que tanto argumentam. É bem verdade que são nossos atos que provam o que realmente somos e não nossos discursos. Afinal, entre o conhecimento e a sabedoria há um grande abismo que deve ser superado.
A Fraternidade Rosacruz, por ser uma Escola de Mistérios Ocidentais que tem por uma de suas finalidades a divulgação dos ensinamentos esotéricos do Cristianismo, busca por auxiliar o Aspirante à vida superior sincero a estreitar esse abismo, oferecendo-lhe métodos práticos que o auxiliem a deixar de ser um argumentador para se tornar um concretizador de seus ideais.
Nunca é demais repetir que a evolução é o resultado de um esforço persistente. Tal esforço deve ser consciente. Sabedoria é conhecimento aplicado. Podemos engendrar um destino melhor, se nos propusermos a concretizar nossos ideais. Os meios estão ao nosso alcance, e se não os utilizarmos, é porque somos vencidos pela inércia e pelo comodismo.
Além dos exercícios diários fornecidos no livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos” e pela Conferência XI do Livro “Cristianismo Rosacruz” (o noturno da Retrospecção e o matutino da Concentração), ambos escritos por Max Heindel, o sincero Aspirante à vida superior pode se perguntar a todo o momento, como deveria ser uma ação ideal para com aquilo que está vivendo. Por exemplo, quando o Aspirante à vida superior enfrenta uma situação, antes que reaja a tal situação, uma pergunta lógica pode ser realizada: Quais e como devem ser minhas ações que possibilitem um resultado mais aproximado daquilo que considero como ideal? Note que o conceito de ideal é subjetivo e não imitado.
Tal método se aplica em todas as situações da vida, desde a mais simples até a mais complexa. Por exemplo, quando se realiza uma refeição, qual é o seu ideal (considerando alimentação em longo prazo, condições atuais de saúde e prevenções futuras, etc.) sobre a realização de uma refeição? Estou comendo para viver ou vivendo para comer? Frente a uma conversa com um amigo, qual deve a atitude ideal para com essa pessoa que está solicitando atenção? Entre muitas outras situações.
Se persistirmos na prática de tentarmos realizar ações que consideramos ideais, é possível concluirmos que há uma grande tendência de respondermos de modo automático a muitas situações da vida, como se vivêssemos às cegas e surdas. E esse modo automático de resposta, geralmente, é bem distante daquilo que nós provavelmente consideramos como ideal de reposta. Nesse nível de observação, percebemos com o coração e sentimos com a mente, o velho ensinamento: “Eles têm olhos para ver, mas não veem, e ouvidos para ouvir, mas não ouvem, pois são uma nação rebelde.” (Ez 12:1-2).
Para que não saiamos deste mundo com o mesmo caráter e as mesmas ações com que adentramos, é fundamental que possamos sair do nível de realização intelectual e oratória e passemos ao nível de realização concreta de nossos ideais. Renovemo-nos, e apliquemos nossos ideais, a fim de que possamos ser mais úteis na Grande Obra que objetiva a libertação espiritual da humanidade.
Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz
É Tempo de Renovação Espiritual
O Ego, quando entrou pela primeira vez na posse de seus veículos, na Época Lemúrica, não possuía o cérebro, nem a laringe. Para suprir essa deficiência, metade da força criadora sexual foi desviada para cima e empregada para construir esses órgãos. Construindo o cérebro, o Ego poderia transmitir os seus pensamentos e construindo a laringe ele poderia se comunicar com os outros seres renascidos aqui na Região Química do Mundo Físico. Daí deduzimos que o pensamento é criador por derivar da força criadora sexual.
O ato de transmitir o pensamento aqui, uma vez esse pensamento criado pelo Ego, envolve não somente o emprego de cérebro físico, como também do cérebro etérico, do Corpo de Desejos e da Mente. Assim, o pensamento é a mola impulsora de toda atividade humana, através da Mente, para se expressar aqui.
Como disse Max Heindel: “Como o homem pensa em seu coração, assim ele é”. De fato, o pensamento é a força criadora que permite ao Ego se expressar.
Com isso, nossos pensamentos passam a ter uma forte influência sobre nós, isto é, uma nova conduta em nossas disposições e em nossa vida íntima. Como também, esses pensamentos têm grande influência na sociedade a que pertencemos e na família com que moramos.
Quando nascemos neste Mundo Físico, o Ego acabou por construir Corpos de diferentes graus de cristalização e por ter essa estrutura cristalizada é dotado de limitações quanto ao que é capaz de fazer, mas, mesmo assim, é dotado também de forças e poderes latentes. Pois somente assim o Ego é capaz de atingir a meta da vida que é a evolução do inconsciente para o consciente, da desarmonia para a harmonia, da passividade para a criatividade. Isso passa a ser nossa obrigação diária, já que a meta da nossa vida é a evolução, e temos que desenvolver e empregar esses poderes no caminho para a perfeição.
Contudo, quando olhamos uma criancinha com seu pequeno corpo desamparado e dependente de sua mãe, torna-se difícil imaginá-lo como um ser humano crescido e capacitado para usar livremente seu corpo e dotado de todas as forças invisíveis, esteja pronto para manifestar-se no seu tempo apropriado. É graças a essas forças e poderes latentes que é possível a evolução no caminho espiritual.
A criança tem a Mente aberta e sempre pronta a receber novas ideias e experimentar novas maneiras de agir e de fazer coisas novas. Algumas crianças crescem e tornam-se preguiçosas e acomodadas, das quais muitas delas estão satisfeitas com sua situação atual e não se esforçam para mudar nada. Outras crescem com esperança e sonhos e pensam em atingir a maioridade rapidamente para realizar grandes coisas na vida.
Todavia, quando crescemos, muitas vezes, acontece que ao depararmos com repetidas frustrações, acabamos por perder um pouco dessas esperanças e sonhos.
Na Epístola de São Paulo aos Filipenses, cap. 4, 8, é nos sugerido o seguinte: “Quanto no mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro… se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai”.
Porém o verdadeiro Aspirante à vida superior deve e precisa usar sua força de vontade e continuar trabalhando até conseguir a sua meta, isto independe de idade ou desilusões encontradas no caminho. Temos que eleger o caminho que desejamos trilhar e persistir sempre nele, apesar dos tropeços.
Porque quando essas forças dentro de nós são liberadas, elas podem produzir um efeito grandioso em prol do nosso crescimento espiritual. O que precisamos é estar atentos para canalizar essa força de forma adequada no sentido do bem e no emprego das leis espirituais.
Como lemos na Epístola de São Paulo aos Romanos (12:2) “Não sejas conformado a este mundo, mas sejas transformado pela renovação da tua Mente, para que possas comprovar que essa é boa, aceitável, e é a perfeita vontade de Deus”.
No livro escrito por Max Heindel: “A Teia do Destino” encontramos uma passagem que nos esclarece que desde a puberdade, e durante toda nossa vida, existe uma força espiritual que é gerada internamente e que poderá ser usada para três fins que são: “Geração, Degeneração e Regeneração”. Porém dependerá de nós a escolha do caminho para percorrer. Sabemos que no caminho da evolução não existe a possibilidade de ficar parado esperando as coisas acontecerem. Estas são as duas alternativas que nos apresentam e que são: a regeneração ou a degeneração.
Contudo, se algumas vezes perdemos nosso rumo aqui na Terra, esquecendo os valores reais e eternos diante de tantas coisas desanimadoras, é momento de nos conscientizarmos dessa nossa situação e passarmos a fazer um inventário das nossas atitudes e de nossa existência aqui e depois procurar os valores superiores e a maneira correta para renovarmos nossa força.
No Livro do Apocalipse, cap. 21:5 encontramos o seguinte: “E aquele que estava sentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas”, e acrescentou: “Escreve, porque estas palavras são muito dignas de fé e verdadeiras”.
Isso mostra que estamos regenerando. Ela se dá por meio do renascimento, quando o Ego passa pelo ciclo de manifestação para adquirir experiência e pelo ciclo de retração para um período de avaliação e planejamento.
Podemos chamar esses ciclos de manifestação e retração como nascimento e morte. Pela morte procurarmos eliminar as imperfeições mediante as experiências vivenciadas no Purgatório e no Primeiro Céu e pelo nascimento criamos um corpo novo e melhor para adquirirmos mais experiências. Todavia, não precisamos esperar a morte para nos regenerarmos e eliminar nossos maus hábitos. Podemos e devemos praticá-lo na nossa vida terrena mediante o Exercício da Retrospecção todas as noites, antes de dormir. Sabemos que para a maioria esse Exercício é muito difícil, mas devemos nos empenhar e muito nessa prática, pois somente assim conseguiremos a regeneração e perfeição independente do processo de renascimento físico e assim seguiremos o caminho da Iniciação não pelo caminho serpenteante do Caduceu de Mercúrio, mas pelo bastão desse símbolo.
No Evangelho Segundo São Mateus, cap. 10, 34 lemos: “Não penseis que vim trazer a paz à terra. Não vim trazer a paz e sim a espada”. Isso mostra que devemos eliminar o velho que está dentro de nós e nos adaptar ao novo processo, tanto aos costumes quantos as atitudes de vingança, vaidade, egoísmo e orgulho. Devemos aplicar essa espada dentro de nós mesmos e substituir essas atitudes por outras mais elevadas para que possamos nos transformar em seres mais sutis e elevados, sem interesses materiais e sem ambições terrenas.
Também, no Evangelho Segundo São Mateus, cap. 11, 29-30 lemos: “Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração, e acharei o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é leve e meu peso é suave”. Sabemos que nossa habitação é o coração, então não devemos jamais fechar essa porta, pois se nos esforçarmos para melhorarmos e corrigirmos, com certeza, eliminaremos de nosso coração tudo o que seja inferior e negativo. E recordemos o conselho do mestre Cristo quando disse: “Imite a mim que sou manso e humilde de coração”.
O trabalho do Cristo anual nos auxilia no foco da renovação/regeneração e através do Espírito Planetário do Cristo estamos recebendo o impulso e crescimento para nos purificarmos. Sem esse impulso de vida cósmica não seria possível germinar semente alguma na Terra e não existiria o ser humano, o animal ou nenhuma outra forma de vida. As nossas vidas, embora sejam castigadas por duras provas, devemos vê-las como oportunidades gloriosas de progresso para busca da sabedoria e da verdade. Porque todos nós temos uma tarefa a ser cumprida neste mundo. Na verdade, temos capacidade para suportar e superar qualquer dificuldade, mas muitas vezes enfraquecemos diante dessas dificuldades e acabamos por esmorecer.
Contudo, um Estudante Rosacruz é um pioneiro nessa luta, precisa se esforçar e porque não se comprometer SEMPRE na busca do bom, nobre e verdadeiro para encher nossos corações de paz, amor, tolerância e compreensão e assim conseguir ajudar eficazmente para criar um mundo com condições melhores para nós e para nossos irmãos e irmãs? Lembremos que um verdadeiro Estudante Rosacruz está sendo constantemente observado por seres humanos visíveis (aqui renascidos) e invisíveis na nossa vida diária e muitos se espelhando nele para crescimento evolutivo de cada um deles.
Vamos aproveitar este período em que o Cristo está voltando o seu foco nesse Planeta onde, atualmente, é o Seu Regente, para que nos coloquemos metas a serem atingidas em nossos ideais espirituais como coisas simples do nosso dia a dia, porém, difíceis de serem eliminadas do nosso pensamento e do nosso coração como: ressentimento, divergências, medo, egoísmo, orgulho, apego ao passado e outras atitudes mais.
Porque isto são as tentações pequenas que se não as vencermos, certamente deixamos de nos estruturar para desempenhar um trabalho maior no caminho espiritual.
Para finalizar, sigamos o conselho de Cristo Jesus: coloquemos o “arado na terra” e não olhemos para trás, pois cada um receberá sua recompensa na medida justa de suas obras.
“Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz”
Em Busca do que é a Verdade nessa Vida que vivemos aqui
No Evangelho Segundo São João, capítulo 18, versículos 37-38 temos a conversa entre Cristo Jesus e Pilatos:
“- Disse Cristo Jesus: Para isso nasci, para isso vim ao mundo, para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que é da Verdade ouve a minha voz.
– Disse-lhe Pilatos: O que é a Verdade?”
E nós aqui perguntamos: O que é a Verdade?
Será que a Verdade é o que vemos com os nossos olhos físicos? O que sentimos? O que ouvimos? Será que são as nossas posses? Nossos recursos intelectuais, emocionais, sentimentais?
Não… Essas coisas são muito limitadas para serem a Verdade.
Essas explicações e outras que são demonstráveis material ou concretamente e que tencionam explicar tudo sobre o ser humano e seu meio só satisfazem o intelecto, a Mente.
Raciocinar nesse Mundo dos Fenômenos, dos Efeitos, em que vivemos buscando a verdade é ilusão.
O que temos aqui são os efeitos da Verdade que se expressa como causas nos Mundos superiores.
Como disse Cristo:
“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.”
Contudo, como conheceremos a Verdade, estando aqui vivendo neste Mundo dos efeitos, dos fenômenos, onde tudo está obscurecido ou torcido, irreconhecível sob essas condições ilusórias?
À medida que deixemos de lado todas as nossas aspirações para aquisições materiais, buscando amontoar tesouros no céu, quanto mais servirmos amorosa e desinteressadamente tanto mais rapidamente conheceremos a Verdade e, então mesmo vivendo neste Mundo dos fenômenos, poderemos falar como um Iniciado:
“Vivo neste Mundo, mas não sou deste Mundo”.
Portanto: para uma pessoa que um dia parou para pensar e chegou à brilhante conclusão que não sabe nada sobre o assunto, e, como diz Max Heindel, compreendeu sua ignorância e, assim, deu o primeiro passo para o conhecimento desse assunto, sente internamente, que algo maior existe e aspira conhecer a Verdade, mesmo sabendo que dificilmente alcançará pelos próprios meios.
Todavia, o que é esse “sentir internamente”? Não é nada mais, nada menos do que o coração aspirando por esclarecimentos mais profundos.
Vamos a um exemplo:
Quantas vezes estamos trabalhando afincadamente para resolver um problema e por mais que fazemos não conseguimos chegar à conclusão alguma.
Aí, eis que um belo dia, sem mais nem menos, um fio de intuição nos dá a solução que satisfaz todos os requisitos.
Nesse momento paramos para pensar no dito popular:
“O coração tem razões que a própria razão desconhece”.
E mais: todo ato motivado por uma intuição pura raramente deixa de produzir um resultado positivo.
Aqui surge mais uma pergunta: O que é a intuição? Ou, ainda, para não fugirmos do assunto: e o que ela tem a ver com a busca da Verdade?
Para entendermos o que seja a intuição, precisamos entender os nossos três tipos de Memória todas relacionadas com a nossa Mente, que nos conduz à Região Abstrata do Mundo do Pensamento, onde começa a realidade, e, portanto, o vislumbre da Verdade. Porque nesse reino de realidades abstratas a Verdade não está obscurecida pela matéria. Ela é evidente por si mesma.
A Memória Consciente, também conhecida como Memória Voluntária, está Relacionada totalmente com as experiências desta Vida. Basicamente é formada pelas ilusórias e imperfeitas percepções dos nossos 5 sentidos: olfato, audição, visão, paladar e tato. Essas percepções são gravadas no Éter Refletor do nosso Corpo Vital como impressões dos acontecimentos. Tais impressões podem ser modificadas ou até apagadas. Temos acesso instantâneo a ela. De onde se veem duas coisas: Os nossos 5 sentidos sãos os veículos da Memória Consciente e as diversas regiões do Cérebro são os pontos onde acessamos para compor a nossa Memória Consciente. Experimente fechar os olhos e lembrar de algo. Acabou de utilizar a sua Memória Consciente ou Voluntária.
É através da utilização dessa nossa Memória e da execução persistente do exercício da Observação como um dos exercícios do método para adquirir o conhecimento direto (detalhado no Conceito Rosacruz do Cosmos) que compreendemos o que Cristo quis dizer no Evangelho Segundo São Marcos, capítulo 8, versículo 18 com: “Tendes olhos e não vedes. Tendes ouvidos e não ouves.”.
A Memória Subconsciente, também conhecida como Memória Involuntária, relaciona-se totalmente com as experiências desta vida. Basicamente é formada pelo Éter contido no ar que aspiramos. Esse Éter leva consigo uma imagem fiel e detalhada de tudo o que está em nossa volta, tenhamos observado ou não. Portanto, muito mais precisa na gravação do que a Memória Consciente ou Voluntária. Esse ar impregnado com o Éter chega aos nossos pulmões através das vias respiratórias. Do pulmão é absorvido pelo sangue no processo de oxigenação. Através das quatro Veias Pulmonares o sangue chega até a Aurícula esquerda do Coração. E passando pela Válvula Mitral, o sangue vai até o Ventrículo Esquerdo. No Ápice desse Ventrículo está localizado o Átomo-semente do nosso Corpo Denso, o físico. O sangue ao passar por aí deixa gravado nesse Átomo-semente todo pensamento, emoção, desejo, sentimento, palavra, obra, ação e ato registrado no Éter que o acompanha. De onde se veem duas coisas: o sangue é o veículo da Memória Subconsciente e esse registro é a nossa Memória Subconsciente.
Assim, esse Átomo-semente contém as recordações de toda a vida nos seus mínimos detalhes e são essas imagens que serão tanto o árbitro do nosso destino após a morte, como a base da nossa vida futura. Isso ocorre as 24 horas do dia, 7 dias por semana desde a nossa primeira respiração que inalamos ao nascer até o último alento ao morrer.
Também tais impressões podem ser modificadas ou até apagadas por meio de outro exercício do método para adquirir o conhecimento direto, o exercício de Retrospecção (detalhado no Conceito Rosacruz do Cosmos).
Não temos acesso instantâneo a essa Memória. Daqui vemos a importância de se ter um Corpo são, pois o estado do sangue afeta o cérebro e todos os outros órgãos do nosso Corpo.
A Memória Supraconsciente contém todas as nossas faculdades e conhecimentos adquiridos em todas as vidas anteriores. Ou seja: está relacionada com as nossas vidas passadas e não com esta como as outras duas Memórias. É o resultado de todas as nossas lições aprendidas em todas as nossas vidas passadas. É o que entendemos como Verdade. Verdade segundo o nosso ponto de vista. Essas faculdades e conhecimentos são gravados no nosso veículo Espírito de Vida. O nosso Espírito de Vida está permanentemente em estreito contato com o nosso coração. Pois, o nosso Espírito de Vida é a contraparte superior do nosso Corpo Vital e tem o seu assento secundário no nosso coração. O Espírito de Vida é um dos nossos três veículos espirituais e que retrata o amor e a unidade. Por isso o coração é o foco do amor altruísta.
Esse nosso veículo do Espírito de Vida funciona no Mundo do Espírito de Vida. Esse Mundo é o primeiro Mundo, de baixo para cima, onde cessa toda a separatividade, onde o cotidiano é a Fraternidade Universal e é onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza.
O Espírito de Vida vê mais claramente no seu Mundo do que em qualquer um dos Mundos mais densos. Contudo, as recordações gravadas na Memória da Natureza, quando trazidas pelo Espírito de Vida, não voltam pelos nossos sentidos físicos, mas sim por meio do Éter Refletor do nosso Corpo Vital.
Assim, quando estamos com algum problema, podemos utilizar nosso veículo Espírito de Vida para buscar a solução, a verdadeira solução. Essa solução é enviada através do Éter Refletor até o nosso coração, como orientação e iniciativa. Tão logo a recebe, o nosso coração a retransmite ao nosso cérebro através do Nervo Pneumogástrico. Isso é como se torna impulso emanado diretamente da fonte da sabedoria e do amor cósmico. O processo é extremamente rápido. O nosso coração o elabora muito antes da nossa Mente, mais lenta, poder considerar a situação. Normalmente, esse impulso atua como: consciência e caráter. Ou, ainda, compele a ação com uma força tão grande que chega até a contradizer a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos.
Perceba que, para compelir a ação esse impulso não precisa se envolver em matéria Mental ou de Desejos, como ocorre com as nossas ideias. Pena que, na maioria dos casos, após esse verdadeiro impulso intuitivo, vem o raciocínio e o cérebro acaba dominando o coração.
Em outras palavras: a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos frustram o nosso próprio objetivo e, assim, junto com os nossos Corpos sofremos as consequências. De qualquer modo, quanto mais estivermos dispostos a seguir essa orientação da nossa Memória Supraconsciente, tanto mais frequentemente ela falará, para o nosso próprio benefício.
Com isso vemos que através da utilização mais frequente da nossa Memória Supraconsciente podemos aplicar a Verdade aqui na nossa vida cotidiana. Daqui percebemos que tanto a fé como o conhecimento são somente meios para se chegar a um fim comum: chegar a Deus.
E para chegar a Deus precisamos buscar a união entre o Coração e Mente. Equilibrando a nossa fé com as ações.
Pois quando as perguntas da nossa Mente são respondidas, o nosso coração está livre para amar. E, ajudada pela nossa intuição, a nossa Mente pode penetrar nos mistérios do nosso ser.
Esse equilíbrio é fundamental para chegarmos a um conhecimento mais verdadeiro de nós próprios e do mundo que vivemos. E, portanto, entenderemos que buscar a verdade aqui, não é mais nada senão buscar viver a vida superior. Despojarmo-nos do nosso egoísmo e viver o bem pelo simples prazer de fazer o bem.
Quanto mais acharmos difícil é porque estamos perto de conseguir o objetivo, pois nisso estamos mostrando que já compreendemos a luta interna, aqui dentro, entre o nosso “eu inferior”, a personalidade, e o nosso “eu superior”, a individualidade, o Ego, o que realmente somos.
Uma luta árdua, constante, sem descanso. E uma vozinha lá dentro, baixinha, mas firme, a nos empurrar para cima e para frente, dizendo-nos, constantemente: “O único fracasso é deixar de lutar”.
Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz
Para falarmos de caminho, desenvolvimento e crescimento espiritual é necessário nos posicionarmos no tempo da evolução e, assim, conseguirmos chegar a entender o processo da espiritualidade.
Voltemos um pouco ao túnel do tempo, antes que começasse a nossa jornada evolutiva.
Nós, como Espíritos Virginais da onda de vida humana, fomos diferenciados de Deus (Pai-Mãe) do nosso universo como chispas de uma chama, e com todas as potencialidades latentes iguais a do nosso Pai.
Em Gênesis 1:27 lemos: “E os Elohim formaram o ser humano a sua imagem e semelhança”.
E ainda recebemos de presente o poder da Epigênese, que é a livre vontade de criar algo.
A Epigênese é essencial ao progresso evolutivo. Contudo, ainda não possuíamos a consciência individual e o poder para estar usando essa vontade. Precisávamos trabalhar muito para desenvolver essas potencialidades latentes em nós e atender ao nosso destino que é o retorno a casa do Pai como Divinos e Criadores de universos.
O primeiro passo para nosso desenvolvimento espiritual foi a construção dos Corpos. Durante o período que conhecemos como involução, sob a orientação de grandes Hierarquias Criadoras, estávamos empenhados em desenvolver os nossos Corpos Densos, Vital, de Desejos e o veículo Mente. Contudo, tínhamos uma grande vantagem na construção desse Tríplice Corpo. Éramos possuidores de três grandes forças primárias: a força do Espírito Divino, que é a vontade, o princípio de ação; a força do Espírito de Vida, que é a sabedoria, o amor e a força do Espírito Humano, que é atividade, o movimento, princípio de crescimento. Toda a consciência nessa época era voltada para os mundos espirituais e para o nosso interior.
E assim trabalhamos no desenvolvimento desses Corpos e veículos. Porém, antes que tirássemos algum proveito desses veículos, era necessário ligá-los diretamente com o Ego, que é o Espírito.
Isso só foi possível por intermédio do quarto veículo que é a Mente. Ela é o elo entre, nós, o Espírito e os nossos três veículos inferiores (Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos).
Portanto, a Mente é o caminho ou a ponte, a única via que transporta a essência da alma, isto é, a Mente é o caminho do qual depende todo o desenvolvimento do Espírito, e sem esse elo não poderemos desenvolver nenhuma atividade espiritual.
Todavia, a verdadeira espiritualidade não é uma coisa fácil e jamais será adquirida da noite para o dia e ninguém a receberá como um “dom”. Teremos que merecê-la, ou seja: ter o mérito.
É de vital importância lembrarmos que no princípio todos tivemos um início idêntico. E o que somos hoje é a soma de tudo o que realizamos em vidas passadas e que as nossas oportunidades ou merecimentos de hoje correspondem exatamente ao que merecemos, ou seja, ao que conquistamos pelo mérito. Esse crescimento se adquire por meio de muito trabalho, muita perseverança, muito sofrimento, autossacrifício e somente pelo serviço amoroso e desinteressado aos demais seres a nossa volta (humanos, animais e toda a criação de Deus).
E uma vez que despertamos para a aspiração espiritual devemos seguir em frente e não poderemos mais voltar atrás. Muitos Estudantes que se interessam pelo caminho oculto, ao invés de trabalhar e buscar o conhecimento que os ajudaria a “viver a vida”, acabam por ficar esperando que esse resultado lhes chegue em uma bandeja de prata. Outros desenvolvem muito o lado intelectual e esquecem de colocar em prática o mínimo desses conhecimentos, que é o resultado do intelecto que interessa para o seu próprio desenvolvimento.
Afinal, já sabemos que intelectualidade não tem nada a ver com espiritualidade. Se durante nossa vida terrena não conseguimos cumprir fielmente com os nossos pequenos afazeres, como muitas vezes cuidar dos nossos próprios filhos que colocamos ao mundo, pagar as nossas dívidas contraídas em vidas passadas, se dedicar à rotina que escolhemos, se arrepender e buscar a reforma íntima do mal cometido, não adianta esperar que será fiel, também, na grande obra espiritual do nosso Pai, Deus.
No capítulo 13 da Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios encontramos a seguinte menção: “Ainda que eu conheça todos os mistérios e toda ciência… se não tiver Amor, nada serei”. O amor só se aprende com o Coração, com a parte mística do nosso ser!
Um outro ponto importante encontramos no Evangelho Segundo São Mateus 6:24: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque, ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro”. Isso mostra que devemos, mediante um firme propósito, estabelecer o caminho que irá satisfazer o nosso Coração e a nossa Mente, simultaneamente. Em que a Mente será sempre auxiliada pelo intuitivo Coração.
Max Heindel diz no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”: “Não andemos de uma Escola a outra, de uma ordem a outra, ganhando um pouco aqui e um pouco lá. Tenhamos presente uma só direção como nosso objetivo”.
Existem irmãos e irmãs que se isolam em orações e meditações durante toda a vida e esquecem que no mundo lá fora há irmãos e irmãs que estão sofrendo à espera de ajuda.
Certamente teremos sofrimentos nesse caminho, mas se nos conscientizarmos que depois da dor e desse sofrimento tivermos aprendido a lição, estaremos desenvolvendo a compaixão, a coragem, a tolerância e o autodomínio. E lição aprendida, ensino é suspenso e passamos para outra etapa de aprendizado.
Se observarmos a vida de nosso Salvador – Cristo – veremos que Ele não teve uma vida de reclusão. Ele não se escondeu do mundo, mas sim se doou para salvar a humanidade.
Existe prova de amor maior do que a de entregar sua própria vida para salvar a humanidade?
Uma coisa é certa: o fator determinante para a realização do trabalho espiritual ou material na nossa vida será a nossa atitude em executá-lo. Entretanto, como buscar esse caminho para o crescimento espiritual?
Em primeiro lugar devemos ser determinados, decididos e prontos para agir no caminho escolhido, pois quando estamos galgando a vida superior seremos observados por todos que nos rodeiam.
Como disse Cristo: “O céu deve ser tomado de assalto”. Contudo, não devemos ter pressa; lembremos que a Natureza não dá saltos. O crescimento deve ser gradual, lento, porém seguro, firme, persistente naquilo que estamos praticando.
Max Heindel deixou alguns exercícios para o treinamento esotérico a fim de que possamos nos harmonizar com as leis cósmicas e trabalhar no crescimento da alma. Alguns desses são: Observação, Retrospecção, Concentração, Meditação, Discernimento, Contemplação e Adoração. E se os praticarmos sempre com maior intensidade e amor, estaremos nos esforçando para sermos sempre servidores no caminho da espiritualidade.
A Retrospecção é um exercício importantíssimo. É o exercício em que se exige que examinemos a nossa vida todas as noites, antes de dormir, de modo que os acontecimentos se desenrolem em ordem inversa. Iniciando pelas últimas ações praticadas antes de dormir, depois a tarde e por último os atos que fizemos na parte da manhã do dia que está terminando. Ele é o nosso Purgatório diário! E por meio dele conseguimos compreender nossos erros e nos determinamos a eliminá-los, via arrependimento e reforma íntima. Por isso São Paulo disse: “Eu morro todos os dias”.
É necessário rever, com o coração, esses quadros representantes das ações executadas e que nos permitamos que a chama do arrependimento nos faça vivenciar essas falhas cometidas, com uma vontade e disposição ímpar em reparar o dano cometido – reforma íntima – e, com isso, conseguimos apagar esses registros do nosso Átomo-semente.
Devemos lembrar que o desenvolvimento do Corpo Vital é marcado pela repetição de coisas boas. É por isso que devemos nos ater a praticar os bons hábitos diariamente para que possamos atuar sobre o Corpo Vital e educá-lo. E depois que formado um bom hábito, fica mais fácil praticá-lo.
Vamos então arregaçar as mangas e trabalhar sem esperar que tudo venha pronto. Vamos aproveitar as oportunidades dadas por Deus e trabalhar para que possamos transformá-las na construção do nosso Corpo-Alma.
No Conceito Rosacruz do Cosmos encontramos o seguinte: “Nada realmente valioso se obtém sem esforço. Nunca será demasiado repetir que não existem coisas como os dons e a sorte. Tudo que possuímos é resultado de esforço”.
Deus, nosso Pai infinatamente misericordioso, ajudará e abençoará a todo verdadeiro investigador que deseja trabalhar pela Fraternidade Universal, pois “Cristo mesmo preparou o caminho para quem o deseje”.
Nos últimos versos do poema Credo ou Cristo, que lemos no Conceito Rosacruz do Cosmos, podemos encontrar a chave para nosso progresso: “Há uma só coisa que o mundo precisa saber; há um só bálsamo para toda a humana dor; apenas um caminho que conduz ao alto céu; e esse caminho é a COMPAIXÃO e o AMOR”.
“Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz”
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as atividades públicas de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.
Para acessar somente os textos:
A Fraternidade Rosacruz é uma escola de filosofia cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas, edita o informativo: Ecos.
Informação
Em julho retomamos nossas reuniões semanais virtualmente, estando assim de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) na prevenção do avanço da pandemia de corona vírus (Covid 19). As atividades presenciais continuam suspensas em nossa sede em Campinas por tempo indeterminado.
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Julho:
Trânsito do Sol pelo Signo de Câncer, em agosto
Em agosto Cristo no Mundo do Espírito Divino, denominado o Trono do Pai, o lar do Deus desse Sistema Solar.
Deus é Amor e Deus é Luz. Amor e Luz são as notas-chaves da Hierarquia de Leão, os Senhores da Chama.
Sob a supervisão dos Senhores da Chama e junto aos poderes do Pai, o Primeiro Aspecto da Trindade, Cristo trabalha com o poder supremo do amor, a força estabilizadora da Terra.
Para isso, se converte no canal da força, graças à qual a Terra gira em torno do seu eixo e em torno do Sol.
Esse poder do amor é traspassado pela Hierarquia de Leão ao seu Signo oposto, Aquário: por isso é que esse será o poder que animará a nova Era de Aquário.
Durante essa época, o Discípulo deve se esforçar para converter o amor na força motivadora de sua vida.
Ele deve aspirar a embelezar cada uma das suas palavras, pensamentos e obras com a sua magia.
O décimo terceiro capítulo da Segunda Epístola de São Paulo aos Coríntios, um dos maiores cantos da alma ao amor, é o mantra perfeito, tanto para a meditação como para o esforço, durante o período em que o Sol transita pelo Signo real de Leão.
Assuntos abordados durante os Estudos desse mês:
Simbologia da Capa do Conceito Rosacruz do Cosmos
A capa do Conceito Rosacruz traz um Símbolo.
Símbolo é a representação de uma verdade espiritual, e que precisa ser estudado para que possa ser compreendido com certa profundidade. Eles encontram eco no nosso interior, provocam reações, é como se no íntimo reconhecêssemos algo familiar. Os verdadeiros símbolos têm raiz espiritual e só podem ser transmitidos por um Iniciado.
Vamos agora detalhar o símbolo da capa, começando pela Flor de Lis
O que representam essas duas flores de lis?
Por que temos apenas duas folhas da flor pintadas de vermelho?
O que representam as 2 Linhas Subindo?
Os sábios e os amorosos que lideram a nossa evolução sabem que para continuar esta evolução era necessário alcançar a união cabeça-coração: unir as duas linhas. A tentativa de união se deu através da construção de um Templo, para os crentes, pelos artesãos – Templo do Rei Salomão. Era a obra prima das duas linhagens.
De um lado, tínhamos Salomão representando os Filho de Seth – o mais sábio dos homens, capacitado para conceber e projetar o maravilhoso Templo segundo o plano de seu Criador, Jeová. E de outro lado tínhamos Hiram Abiff, o hábil artífice, possuía a concentrada quintessência do conhecimento material adquirido pelos Filhos de Caim.
Tínhamos então a sublime espiritualidade dos sacerdotes, os Filhos de Seth, com a superlativa habilidade dos artífices, os Filhos de Caim.
As duas linhas deveriam se unir em um místico Mar Fundido, representando o processo de purificação para entrar ao serviço do Senhor. Hiram era o único conhecedor da fórmula da Purificação que seria utilizada na construção do mar Fundido. Porém, houve uma traição nesse processo, onde os artesãos (filhos de Seth – lado direito) conspiraram e colocaram Água no recipiente moldado para receber o Mar Fundido, porque sabiam que o Filho do Fogo (Hiram) não era treinado na manipulação do elemento aquoso e não poderia combiná-lo com sua maravilhosa liga.
A seguir Hiram e Salomão se afastaram um do outro mais do que em qualquer tempo antes. E só se reencontram quando Hiram Abiff renasce como Lázaro e Salomão como Jesus.
Hoje, ainda não conseguimos fazer a união cabeça-coração. A Filosofia Rosacruz busca eliminar o abismo criado entre a Mente e o Coração, harmonizando e equilibrando as forças do lado místico e do lado ocultista. A união somente ocorrerá quando tivermos atingido o equilíbrio Mente e Coração.
Na parte de baixo da capa, encontramos mais um símbolo, onde a Cruz preta pequena representa o Corpo Denso, o físico. Na cabeça da cruz vemos um coração, simbolizando que Coração e Cabeça se reconciliarão. A consequência pode ser vista no feixe de propagação, no Corpo-Alma resultante.
No centro da capa, vemos o Símbolo Rosacruz, que visto na sua plenitude representa: A evolução passada do ser humano; sua constituição atual e desenvolvimento futuro juntamente com o método de realização.
No centro vemos a cruz branca, onde:
Temos ainda, a estrela dourada, que simboliza o dourado manto nupcial (Corpo-Alma) que nos tornará divinos; as rosas vermelhas que representam o sangue purificado e a rosa branca que é o símbolo do coração do Auxiliar Invisível. Simboliza a quintessência que é o Corpo Vital desabrochado, ou seja, o Corpo-Alma. A estrela contém 5 pontas, representando as 5 Hierarquias Criadoras que já alcançaram o grau de criadores ou a libertação.
Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes.
Os Anjos possuem o corpo com maior densidade de matéria formada dos 4 Éteres da Região Etérica do Mundo Físico, sendo que em sua composição natural, 80% formado pelos Éteres superiores: Éter de Luz e Éter Refletor. Além desse Corpo eles possuem outros Corpos (como nós e quaisquer outro ser em evolução nesse Esquema de Evolução).
Lembra da questão da Árvore do Conhecimento e da Árvore da Vida? Comemos o fruto da Árvore do Conhecimento e, assim, ficamos conhecendo o que é o bem e o que é o mal.
E se comêssemos da Árvore da Vida, o que teria acontecido? A imortalidade!
E por que? Porque saberíamos manter o Corpo Denso eternamente, renovando-o sempre via os Éteres da Região Etérica do Mundo Físico.
Pois bem, os Anjos vivem nessa Região, assim, os Anjos não têm “duração média de vida”. Seus corpos são eternos, pois não estão a mercê da “roda de nascimentos e mortes”, como nós. Passaram por essa fase na metade da quarta Revolução do Globo D do Período Lunar. Agora já estão mais evoluídos que não precisam desse expediente para evoluir.
O mesmo se dá com Arcanjos, Senhores da Mente, Senhores da Forma, Senhores da Sabedoria e Senhores da Individualidade.
É só aprender a sublimar essas características dele, canalizando para o lado construtivo e não se deixar levar pelos desejos, emoções e sentimentos que esse lado sugere e que arrasta para o gosto em mudar constantemente, não tolerar a rotina e em nunca se satisfazer em ter situações novas. E focar na resposta as suas influências para utilizarmos os seus conceitos em assuntos literários, nos dualismos dessa vida, em fraternidade universal, na intelectualidade, na aplicação da lealdade, na facilidade em trabalhos manuais e no uso da versatilidade.
Os nossos irmãos menores animais não têm uma evolução consciente como nós, os seres humanos, nesse momento. A responsabilidade pela sua evolução cabe aos Espíritos-Grupo de cada espécie, que é uma das inúmeras funções da onda de vida dos Arcanjos. Já os maus tratos que sofrem são de responsabilidades de cada ser humano e, como lemos no Conceito Rosacruz do Cosmos, cada ato de mau trato será devidamente pago por cada pessoa que o fez, mormente nas próximas vidas. Lembremos que comer carne (mamífero, ave, peixe, réptil, anfíbio, inseto, etc.) ou utilizar quaisquer coisas, peças, artefatos, produtos feitos de partes desses animais também é um mau trato e, com certeza, muito maior do que “bater em um cachorrinho ou um gatinho”. Agora, da mesma forma que ainda há irmãos e irmãs que maltratam, graças à Deus, há outros que bem-tratam, com carinho e amor. E aqui também há um limite e qual é? Tratar o irmão menor animal como animal, respeitando os direitos de ser do seu reino, o reino animal. Tratá-lo de “filhinho”, “filhinha”, “netinho”, “netinha”, ou seja, como um ser humano também não é correto e está infringindo os direitos de um irmão menor.
E na visão dos Rosacruzes e clarividentes, qual é o mais recomendado: a cremação ou o sepultamento?
Aprendemos na Filosofia Rosacruz que para se ter toda a segurança de que nenhuma lição foi perdida nessa vida, após a morte, devemos guardar o corpo (sem ninguém mexer e nada dele for retirado) durante 3 dias e meio. Após esse período ele poderá ser mexido, bem como cremado, que é o modo mais higiênico e que mais ajuda o irmão ou irmã que acabou de desencarnar.
Todas elas têm a mesma origem: falta de autocontrole. Algumas vezes, soma-se a isso a falta de fé em Deus ou, ainda, uma fé infantil que entende que Deus é um dador de tudo (sem a contrapartida da pessoa). Quem, de fato, é um Estudante de uma Escola Esotérica, como a Fraternidade Rosacruz, nunca terá esse tipo de problema. Se tem, então é melhor rever a situação de Estudante Rosacruz. Também quem é, de fato, um Cristão autêntico também nunca terá. Se tem, então é melhor rever a situação de ser Cristão. Somente com a compreensão da Lei de Causa e Efeito (Lei da Consequência) já se pode evitar que tais problemas se manifestem na vida, né?
Os remédios atualmente utilizados cumprem a sua função: remediam, mas não curam. Sua função é criar um ambiente a partir do qual a pessoa sofredora possa tomar as suas decisões e buscar a cura. Infelizmente a grande maioria prefere se estacionar nos remédios e assim viver, ora com, ora sem crises.
Sobre o destino maduro, há 2 causas claras ensinadas pela Fraternidade Rosacruz:
1) Pecados cometidos em vidas passadas que não podem ser expiados (via a doutrina do Perdão dos Pecados). Um exemplo desse pecado: o pecado contra o Espírito Santo (gasto absurdo, constante e desgastante da força sexual criadora para gratificação dos sentidos, um erotomano, um pedófilo, um (a) prostituto (a) – “profissional do sexo”). E nessa vida o Ego, corajosamente, escolhe no seu Panorama da vida, ainda no Terceiro Céu, uma vida para purgar esse destino maduro, por meio do sofrimento, da limitação, da dor e das obstruções.
2) Aprendemos na Astrologia Rosacruz como se processa as oportunidades na nossa vida, seja para manifestar os nossos bons hábitos, qualidades positivas e virtudes, seja para sublimar os nossos maus hábitos, qualidades negativas e vícios. A Progressão astrológica bem como os Trânsitos mostram, na vida, quando as oportunidades se apresentarão para tal e, também, quando elas terminarão de se apresentarem. Acontece que algumas vezes jogamos fora ou nem percebemos ou desviamos ou fugimos ou não damos a menor bola quando aparecem as oportunidades para sublimar um determinado mau hábito, uma qualidade negativa ou um vício. Vamos postergando, procrastinando essa transmutação que temos que fazer do mau hábito para o bom, da qualidade negativa para a positiva, do vício para a virtude. Isso pode se tornar tão arraigado no nosso ser, que mesmo passando pelo Purgatório e sofrendo dores atrozes que deixam marcas profundas na nossa consciência, ainda assim, vida após vida, continuamos a postergar, a procrastinar. E isso com as limitações, obstruções, as cristalizações, os bloqueios e as dificuldades que são escolhidas por nós mesmos no Terceiro Céu para que, aqui renascido, lembremos do sofrimento e do objetivo de sublimar tais deficiências. O estrago que fazemos é tão grande na teia do destino (ou seja, na vida de tantas pessoas!) que chega um momento que não há mais como postergar ou procrastinar: temos que pagar via destino maduro! Agora o mais importante: NÓS escolhemos isso. Nós mesmos é que selecionamos o gatilho para que, quando renascidos aqui, insistirmos em não nos corrigir, que tenhamos o sofrimento, a limitação, a dor e a limitação que nos fará corrigir. Com certeza, muitas das qualidades positivas, bons hábitos e virtudes que temos devemos as essas escolhas de pagar via destino maduro, sem poder utilizar o Perdão dos Pecados.
Lembre-se: tanto em 1) como em 2): nós escolhemos!!
Primeiro vamos alinhar o conhecimento: em seu tratado de arquitetura, Vitrúvio expôs suas teorias sobre as proporções humanas, que afirma que a proporção ideal de uma figura humana deve entrar em um círculo e em um quadrado.
“Se um homem fica de costas, com as mãos e pés estendidos e um par de compassos centrados em seu umbigo, os dedos de seus dois pés e das mãos tocarão a circunferência do círculo desenhado”, disse Vitrúvio.
“E assim como o corpo humano produz um contorno circular, também será possível encontrar uma figura quadrada a partir dele.”
Da Vinci, no entanto, acomodou cientificamente o ponto central do círculo fora do umbigo para assegurar que a teoria funcionasse.
Vitrúvio já havia tentado encaixar as proporções do corpo humano dentro da figura de um quadrado e um círculo, mas suas tentativas ficaram imperfeitas. Foi apenas com Leonardo que o encaixe saiu corretamente perfeito dentro dos padrões matemáticos esperados.
É interessante observar que a área total do círculo é idêntica à área total do quadrado (quadratura do círculo) e este desenho pode ser considerado um algoritmo matemático para calcular o valor do número irracional phi (aproximadamente 1,618).
O que é o número Phi ou número áureo? Este número está envolvido com a natureza do crescimento e está associado ao significado da perfeição, que pode ser encontrado em vários exemplos de seres vivos: crescimento de plantas, população de abelhas, escamas de peixes, presas de elefantes, flor de girassol, entre outros. E em espirais de galáxias. Na matemática, o número Phi é encontrado de várias formas: Figuras Geométricas, Retângulo Dourado, Série de Frações, Série de Raízes e a Série de Fibonacci.
O número áureo pode ser aproximado pela divisão do enésimo termo da Série de Fibonacci (0, 1,1,2,3,5,8,13,21,34,55,89,…, na qual cada número é a soma dos dois números imediatamente anteriores na própria série) pelo termo anterior. Essa divisão converge para o número áureo conforme tomamos cada vez maior. Podemos ver um exemplo dessa convergência a seguir, em que a série de Fibonacci está escrita até seu oitavo termo [0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13]: 2/1 = 2 …. 3/2 = 1,5 …. 5/3 = 1,666…… 8/5 = 1,6 …… 13/8 = 1,625 – Muitos estudos e muitas pesquisas já se fizeram e continuarão a ser feitos desvendando os mistérios do número Phi. Repare: a descrição se restringe somente às “medidas ideais” e suas diversas proporcionalidades quando comparadas partes por partes. Nesse sentido, sem dúvida alguma, essas seria as medidas de um Corpo Denso, o físico, perfeitas que deveríamos nos ater quando estamos construindo o arquétipo do nosso próximo Corpo Denso, nos Mundos suprafísicos, no intervalo entre 2 mortes aqui na Região Química do Mundo Físico, como parte para o renascimento seguinte. Se nos medirmos, repararemos quanto nos falta ainda! Por outro lado, como parte do nosso desenvolvimento espiritual é importantíssimo sabermos disso, pois esse conhecimento levamos conosco e podemos utilizar quando dos preparativos para um próximo renascimento (logicamente, se além do conhecimento, tivermos alcançado, meritoriamente, a competência em utilizá-lo na construção do arquétipo).
Por 2 motivos: sendo ele um veículo que evolui por meio da repetição, temos aqui um meio inesgotável de tentativas para um dia aprendermos as lições que devemos para dominar nossa natureza inferior (conquistando o domínio do Coração – vide Coração é uma Anomalia); segundo motivo: porque a próxima Região que temos que aprender a viver CONSCIENTEMENTE é a Região Etérica do Mundo Físico – da mesma forma que HOJE vivemos na Região Química do Mundo Físico – e nessa Região só conseguimos funcionar com o Corpo Vital (se não o dominarmos e aprendermos a viver conscientemente por meio dele, jamais daremos o próximo passo ainda aqui no Período Terrestre).
Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Junho:
– A importância da Adaptabilidade
Nessa única palavra: “Adaptabilidade”, temos o grande segredo do atraso ou do progresso de qualquer um de nós!
Todo adiantamento depende da nossa flexibilidade e adaptabilidade para evoluir, de ser capaz de nos acomodarmos, por nós mesmos, a novas condições ou estacionar e nos cristalizar, nos tornando incapaz de toda transformação.
A adaptação é a qualidade que faz progredir, estejamos em grau superior ou inferior de evolução.
A falta de adaptação é a causa de atraso para nós e de retrocesso para a forma que criamos.
Isso se aplica ao passado, ao presente e ao futuro, e a qualificação ou desqualificação é feita exata e impessoalmente, com toda justiça, pela Lei de Consequência! Nunca houve nem haverá uma distinção arbitrária entre as “ovelhas” e as “cabras” como lemos, se bem-entendemos, em Mt 25:31-46.
– A Nossa Felicidade no Céu
Quando morremos atestamos um fato muito importante que é que a nossa felicidade no “céu” (na nossa vida post-mortem) depende da felicidade que tenhamos proporcionado a outros, e do valor que demos àquilo que outros fizeram por nós, aqui durante essa nossa vida, no nosso dia a dia.
Deste modo vemos a importância de apreciar os favores com que outros nos cumularam, porque a gratidão produz crescimento anímico, o crescimento da alma.
Deve-se sempre recordar que o poder de dar não pertence exclusivamente ao ser humano rico.
Dar dinheiro sem discernimento pode ser até um mal!
É um bem dar dinheiro para um propósito que consideremos benéfico, porém um serviço prestado vale mil vezes mais.
Um olhar carinhoso, expressões de confiança, uma simpática e amorosa ajuda são coisas que todos podem dar, seja qual for a fortuna de cada um.
Todavia devemos ajudar o necessitado de maneira que ele possa ajudar a si próprio, seja física, financeira, moral ou mentalmente, para que não dependa mais de nós nem dos outros.
– Exercício Esotérico da Retrospecção
Pela fiel execução do Exercício Esotérico da Retrospecção apagamos, dia após dia, as ocorrências indesejáveis da nossa memória subconsciente, de modo que nossos pecados, que podem ser submetidos à doutrina cristã do Perdão dos Pecados, são apagados!
Esse exercício noturno é mais valioso do que qualquer outro método para adiantar o aspirante no caminho da realização.
Seu efeito é tão profundo que capacita a quem o pratica a aprender presentemente, não apenas as lições desta vida, mas também lições que normalmente estar-lhe-iam reservadas para vidas futuras.
Após deitar-se, à noite, relaxe o corpo. Em seguida comece a rever as cenas do dia em ordem inversa, iniciando com os acontecimentos da noite, passando às ocorrências da tarde, e depois às da manhã. Procure rever as cenas com a maior fidelidade possível: reproduza diante do seu olhar mental tudo o que aconteceu em cada cena, sob revisão, com o propósito de julgar suas ações, de certificar-se se suas palavras transmitiram o significado pretendido ou se deram uma falsa impressão, ou se exagerou ou atenuou as experiências relatadas aos outros. Reveja sua atitude moral em relação a cada cena. Durante as refeições, comeu para viver, ou viveu para comer, para agradar ao paladar? Julgue-se a si mesmo, censure-se onde houver culpa, e louve-se onde houver mérito.
Algumas pessoas não conseguem permanecer acordadas até o fim do exercício. Em tais casos é permitido sentar-se no leito, até ser possível seguir-se o método regular.
O valor da Retrospecção é enorme – ultrapassa a imaginação.
Em primeiro lugar, efetuamos o trabalho de restauração da harmonia conscientemente, e em menor tempo do que é necessário ao Corpo de Desejos para realizá-lo durante o sono. Fica, assim, uma maior parte da noite disponível para o trabalho externo, o que não seria possível de outra maneira.
Em segundo lugar, vivemos o nosso Purgatório e o Primeiro Céu todas as noites, introduzindo assim no Espírito, como sentimento correto, a essência das experiências diárias. Por conseguinte, escapamos do Purgatório após a morte e também economizamos o tempo de permanência no Primeiro Céu.
Por último, mas não menos importante, tendo extraído diariamente a essência das experiências que dão crescimento anímico, e tendo-as amalgamado ao espírito, passamos a vivenciar realmente uma atitude mental e a nos desenvolver por linhas que ordinariamente nos estariam reservadas para vidas futuras.
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Emblema Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO E CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura:
Agosto: 1, 8, 15, 22, 28
Ele enviou a sua palavra e os curou,e os livrou da morte.
palavra e os curou,e os livrou da morte. (Sl 107:20)
O que é Ser um Aspirante a Vida Superior
O Aspirante à vida superior é aquele que tomou consciência da sua responsabilidade no plano de Deus e deseja participar dele. Para isso busca, por meio do estudo, alcançar a vida superior.
Chega um momento, porém, em que sente a necessidade de dedicar-se mais. Até aqui, por meio do estudo desperta o interesse e cumpre os mandamentos de Deus. Tal qual o jovem rico na parábola dada por Cristo Jesus: “Disse-lhe o jovem: ‘Tenho observado tudo isto desde a minha infância. Que me falta ainda? ’”. Respondeu Cristo Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dê aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me”. “Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens.” (Mt 19:20-22)
Muitos chegam até este ponto: obedecem aos mandamentos de Deus. Entretanto, o verdadeiro Aspirante à vida superior busca algo mais. Quer se livrar da escravidão que as posses terrestres lhe impõem. Quer que sua vida seja dedicada ao serviço amoroso e desinteressado aos outros.
A partir desse momento, passa a considerar tudo que possui no plano material como instrumento para o bem. Vive como propõe João na sua primeira Epístola: “não ameis o mundo, nem as casas do mundo, se alguém ama o mundo não está nele o amor do Pai.” (Jo 1:2-15).
Começa aprender a servir e compreende que a sua tarefa é aproveitar as oportunidades dadas por Deus, cultivá-las e transformá-las em poder anímico, poder da alma, que a cria e a alimenta. Aqui há um grande problema: a PRESSA. Quando decidimos caminhar em direção ao desenvolvimento espiritual estamos cheios de ânimo e não vemos a hora de alcançar a meta.
Tornamo-nos inquietos e chegamos até a agir precipitadamente. Só que não entendemos que é justamente essa atitude de inquietação e precipitação que frustra o que queremos alcançar. A natureza não dá saltos. O desenvolvimento é gradual, lento, mas seguro.
A falta de entusiasmo que sentimos e que faz parecer que em nada temos progredido é o resultado dessa discordância. O segredo está em compreender, ou tomar consciência da grande dificuldade que é mudar os nossos hábitos. É preciso muito esforço e muito tempo para formar novos e melhores hábitos no Corpo Vital.
Entretanto, uma vez formado um bom hábito, torna-se fácil praticá-lo. Contudo, para mantê-lo assim, devemos agir sempre com intensidade, firmeza e tranquilidade. Lembre-se que o que desenvolve o Corpo Vital é a repetição de coisas boas. As experiências repetidas nele criam a memória. E nesse sentido temos que ser persistentes e persistentes. “Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram” (Mt 7: 14).
Quando o Aspirante chega ao ponto de tomar a consciência da importância da consagração da sua vida ao serviço, ele compreende quão importante é isso, pois conhecer as leis de Deus e os mistérios da natureza é muito bom. Contudo, se não temos essa consciência de consagrar nossa vida ao serviço, nada vale o talento, a habilidade, a benevolência ou qualquer outra coisa. É isso que consegue por meio do domínio próprio. É assim que nos qualificamos para orientar os outros. Nesse ponto, o Aspirante que acha que não tem talento, não tem nenhuma habilidade para escrever ou para falar, mas que leva uma vida justa, consagrada ao serviço, cheia de ações de amor, vale mais do que o melhor orador que vive uma vida sem esforços, sem atos. Como lemos em IJo 3:18: “Não ameis de palavra nem de língua, mas por obras e em verdade”.
A persistência é fundamental nesse processo. Temos que ser persistentes em transformar nossos maus hábitos em bons hábitos. Transformar nossas habilidades em atos. Para isso precisamos fazer o que disse São Paulo: “Eu morro todos os dias”. Morrer diariamente para as coisas velhas – os maus hábitos, os vícios – de modo que as coisas novas possam ter espaço e disposição para crescer – os bons hábitos, as virtudes. Como disse Goethe, o poeta Iniciado: “Quem não experimenta morrer e nascer para vida, sem interrupção, sempre será um hóspede triste sobre essa terra infeliz”.
Nesse sentido muito nos ajuda o exercício de Retrospecção. É ele que nos faz morrer para as coisas que fizemos no dia anterior, deixando espaço e disposição para as coisas que faremos no dia seguinte. Ele é o nosso “Purgatório” e “Primeiro Céu” diários. É por meio dele que compreendemos os erros nos nossos hábitos e nos determinamos a eliminá-los ou a desfazer o mal feito. E, também, que aprovamos impessoalmente o bem praticado, determinando-nos a agir melhor. Com isso, fortificamos o bem pela aprovação e debilitamos o mal pela reprovação. Daqui notamos que o arrependimento e a reforma íntima são fatores poderosos na vida do verdadeiro Aspirante a vida superior. Praticando-os aprendemos a virtude da humildade e da esperança e, ainda, aprendemos o discernimento e a disposição em agir, pois ficamos desejosos em corrigir o mal feito.
A natureza jamais desperdiça esforços em processos inúteis. Uma vez aprendida a lição, o ensino será suspenso. Estaremos prontos para novas conquistas. Portanto, quem determina o compasso do nosso desenvolvimento somos nós mesmos. Tomemos cuidado com a impaciência e a ansiedade. Elas são manifestações da parte inferior do nosso Corpo de Desejos que sempre aspira por novidade, emoção, paixão… Porque queremos novos conhecimentos, se nem aquilo que aprendemos, praticamos?
Se, muitas vezes, não nos damos o trabalho nem de pesquisar, nem de meditar? Queremos tudo pronto e acabado. Queremos evoluir por meio de esquemas pré-estabelecidos ou formulas mágicas, como se existisse uma receita de bolo para o desenvolvimento oculto, para o conhecimento direto. Como disse Max Heindel (no livro O Conceito Rosacruz do Cosmos): “Nada realmente valioso obtém sem esforço. Nunca será demasiado repetir que não existem coisas como os ‘dons’ e a sorte. Tudo que possuímos é resultado de esforço. O que falta a um em comparação com outro está latente em si mesmo e pode ser desenvolvido quando se empregam os meios apropriados”. E todo o Aspirante ao conhecimento direto aos mistérios ocultos da natureza deve possuir um desejo intenso de adquirir esse conhecimento, lutar por ele e excluir de sua vida qualquer outro objetivo. Porém, deve ser acompanhado sempre por um desejo igualmente intenso de ajudar a humanidade, de um esquecimento de si próprio, e trabalhar para bem dos outros! Deve dar provas de desinteresse.
O conhecimento, por si só, resulta somente em intelectualidade. E intelectualidade compartilha a natureza da espiritualidade. Como diz um amigo nosso: “Há muitos intelectuais, ou que se julgam intelectuais, que nem começaram a soletrar o alfabeto divino”. Por outro lado, a experiência sem o conhecimento que a explique torna-se difícil de ser aproveitada.
A experiência ajuda-nos a melhorar, a aprimorar nossos veículos: o Corpo Denso, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente. É por meio dela que desenvolvemos a vontade. E essa é a força com a qual aplicamos o resultado da experiência. E é a vontade que nos faz ser persistentes e que nos ajuda a entender que: não importa o quanto falhamos, o que importa é que nunca deixemos de tentar. Pois não são os resultados, mas a sinceridade e a intensidade do nosso esforço o que conta. Daqui tiramos que o importante é fazer.
Tentar fazer o melhor que pudermos, mas fazer, não deixar de fazer. Não ter medo ou deixar de fazer algo por medo. Se quisermos aprender, temos que tentar. Mil vezes errar porque tentamos, do que por nossa omissão. O Aspirante a vida superior está sempre disposto em fazer algo, em ajudar, em servir. Ele não tem dias livres, nem de folga, nem feriados, nem férias, nem horário específico. E ainda, faz suas obras em segredo, sem propagandas ou pretensão de promoção. Contudo, sim, no completo anonimato, como disse São Mateus, no seu Evangelho, no cap. 6 vers. 1 a 3: “Guardai-nos de fazer vossas boas obras diante dos homens para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está no céu. Quando, pois, dá esmola, não toques a trombeta diante de ti (…) que a tua mão esquerda não saiba o que fez a direita”. Jesus Cristo disse que “o céu deve ser tornado de assalto”! Ou seja, que para alcançá-lo devemos ser determinados, decididos. Devemos estar sempre prontos a agir. Como diz São João no Apocalipse: “Não és frio nem quente, oxalá fosses frio ou quente, mas, como és morno, vou vomitar-te” (Apo 3:15-16). Não devemos ser mornos, mas sim quentes ou frios.
Do mesmo modo que a alma morre de fome se só a alimentamos com livros, com conhecimento, também morrerá se ficarmos sempre em cima do muro com medo de tomar partido por não querer magoar tal pessoa, ou correr o risco de perder tal amizade, ou por achar que não temos nada a ver com isso, ou por achar que não temos nada a dizer. Ficar de bem com todos não é ser “bonzinho” indiscriminadamente.
O Aspirante mostra coragem e exemplifica os ensinamentos nessas horas difíceis ou coloca em prova a sua determinação. Quanto maior é o pecador maior é o santo. Portanto, do ponto de vista espiritual, é preferível uma vida de erros, de atitudes erradas, mas cheia de obras, do que uma vida sem ações, enclausurada e restrita em obter conhecimentos só e em cima dos outros. O mundo necessita de seres de ação e não só de sonhadores. Quando decidimos ser Aspirante a vida superior, as pessoas ao nosso redor se voltam a nos observar! Não somos julgados pelos ensinamentos que pregamos, mas pela vida que levamos.
Exemplificaremos nossas vidas com obras do bem, intensificando nossa vigília sobre como vivemos, vivenciando os ensinamentos cristãos Rosacruzes (já que se estamos na Fraternidade Rosacruz, foi esse o método que escolhemos para se tornar um verdadeiro Aspirante à vida superior), obtendo experiências mais pela observação do que pela dor, praticando nossos exercícios – conforme fornecidos pela Fraternidade Rosacruz – sempre com mais intensidade e amor; esforçando-nos para sermos sempre maiores servidores e, assim, tornar mais conscientes nossas vidas do plano evolutivo que Deus, nosso Pai e criador elaborou para efetivarmos, de fato, a Sua imagem e semelhança.
QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ
Vença o Mal com o Bem
Quando, no início de nossos esforços para viver uma vida superior, nós nos examinamos e julgamos a cada noite, conforme previsto no exercício noturno usado pela Fraternidade Rosacruz, o de Retrospecção, encontramos naturalmente dentro de nós muitos hábitos e qualidades de caráter que consideramos indesejáveis, que dificultam nosso avanço e que, imediatamente, tentamos erradicar.
Então começa a luta contra a natureza inferior, que muitas vezes sobrecarrega nossa força ao máximo, pois descobrimos que, ao nos opormos a essas tendências, elas parecem se fortalecer e resistir a nós com um poder cada vez maior. Isso ocorre porque essas disposições estão profundamente enraizadas em nossa natureza e são, consequentemente, difíceis de desalojar. Ao nos opormos ao mal, nós o fortalecemos, fazemos com que ele revide e, assim, derrote nosso objetivo.
Existe um método, no entanto, pelo qual podemos atingir nosso objetivo com muito menos gasto de energia e, com este fim, São Paulo nos deu a chave, quando disse: “Não sejam vencidos pelo mal, mas vençam o mal com o bem”. Nessa declaração, ele enuncia um princípio bem estabelecido de treinamento oculto, que é superar todo o mal de nossa natureza, transmutando-o em bem.
É óbvio para qualquer um que não possamos ter qualidades de natureza exatamente oposta. Não podemos ser tanto santos quanto pecadores; sábios e ignorantes; pacientes e impacientes; portanto, ao cultivarmos um atributo, o outro deve necessariamente ser erradicado. Assim, vivendo uma vida de devoção a altos ideais, cultivando o bem e a verdade dentro de nós mesmos, vencemos e expulsamos nossas más tendências com tanta facilidade e segurança quanto o calor supera o frio ou a luz dissipa as trevas. Parecendo ser o caminho da Natureza, é muito mais fácil sobrepujar uma falha cultivando um bom hábito para substituí-la do que arrancá-la pelas raízes.
Além disso, é indesejável eliminar tudo o que encontramos em nossa natureza. Todas as nossas faculdades nos foram dadas para uso. É por meio delas que adquirimos experiência. O fato de parecerem más é simplesmente porque canalizamos nossa energia na direção errada. Portanto, se as matarmos, nós nos privaremos de algo que possa ser benéfico, enquanto , se transmutarmos e usarmos essa energia para o bem, não apenas erradicaremos o mal, como também adquiriremos novas faculdades de valor para o crescimento da alma. Lembrem-se de que é nossa a tarefa de purificar e refinar nossa natureza para, assim, nos prepararmos para o trabalho nos Mundos superiores.
Portanto, não gastemos tempo em resistir ao mal ou negá-lo; contudo, esforcemo-nos por cultivar ao máximo nossas naturezas mais elevadas e viver vidas de tanta pureza que, não apenas por atos, mas também palavras, pensamentos e sentimentos, possamos expressar apenas aquilo que é bom, belo e, por meio da alquimia espiritual, transformar nossa natureza inferior, transmutando o metal básico no mais puro ouro.
Nosso objetivo é nos tornar criadores autoconscientes e o primeiro passo necessário para essa conquista é deixar o amor governar supremo em nossos corações, para que não procuremos mais destruir, porém unicamente elevar e preservar. Cristo disse: “Ame seus inimigos”. E podemos ver prontamente que nossos piores inimigos sejam as próprias paixões e desejos carnais, porque impedem nosso avanço em uma medida muito maior do que qualquer força externa pode fazer.
No entanto, essas paixões têm sido o meio do nosso progresso, pois por meio delas ganhamos as experiências necessárias para o crescimento e devemos amá-las de acordo com isso.
No entanto, agora, tendo aprendido a lição, assimilando tudo o que elas possam ensinar, é necessário, a fim de avançar ainda mais, que toda faculdade seja elevada e treinada para nos servir em níveis mais elevados.
O polo oposto de todo vício é uma virtude na qual esse vício pode ser transmutado e, quando purificado, torna-se um servo valioso.
Esforcemo-nos, assim, para transmutar em bem tudo o que é ruim em nossa natureza; para tornar o que já é bom em um bem ainda maior e, logo, prepararmo-nos para ser colegas de trabalho daqueles que estão atuando para acelerar o grande Dia do Senhor.
(Publicado na Revista Rays from Rose Cross de outubro/1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as atividades públicas de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.
Para acessá-lo (formatado e com as figuras): ECOS nº 47 – Abril de 2020 (Pandemia/Estratos da Terra/Magia Negra/Cristalização/Centro da Terra/Lemniscata/Sinfonias de Beethoven, os Estratos da Terra e as 9 Iniciações Menores/Perguntas de Estudantes e Simpatizantes/Renovação do Caráter)
Para acessar somente os textos:
Ecos nº 47 – Abril de 2020
A Fraternidade Rosacruz é uma escola de filosofia cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas, edita o informativo: Ecos.
Informação
De acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS e visando a prevenção do avanço da pandemia de Corona vírus (Covid-19) suspendemos as atividades presenciais em nossa sede em Campinas por tempo indeterminado. As atividades não presenciais como cursos on-line (inscrições e correções das lições), Cura (solicitação e recebimento dos relatórios mensais) e divulgação de materiais para leitura em nosso site, permanecem em atividades.
Pandemia
As doenças coletivas, assim como as individuais, estão sob a regência da Lei de Consequência – ou seja colhemos aquilo que semeamos. Sempre que há um desequilíbrio de natureza físico, moral e mental, essa lei entra em ação, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio. Também conhecida “lei de ação e reação, tem como base que toda causa gera um efeito correspondente. Portanto, a doença é o resultado dos nossos maus hábitos, das nossas omissões, transgressões ou desobediência às Leis da natureza, estabelecidas por Deus.
Poderíamos pensar que a doença é um castigo, mas não é. Como descrito do ritual de cura, a enfermidade é o fogo invisível que tenta purificar o organismo e libertá-lo das condições que criamos ao transgredir as Leis da Natureza.
No caso de uma pandemia (em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se espalha por diversas regiões da Terra), a responsabilidade coletiva, grupal ou nacional, atrai os espíritos participantes para colher em conjunto o que em conjunto efetuaram. Normalmente nesse ambiente, a atmosfera psíquica fica carregada, pelo Medo. As informações, dados, números, trazidos pelas mídias aumenta ainda mais o medo das pessoas e consequentemente isso diminui ainda mais nossa resistência e aumenta o número de doentes.
Sabemos que nossa resistência aos vírus, está ligada a energia do Sol que flui constantemente em nosso Corpo Denso por meio do baço, um órgão especialmente adaptado para a atração e assimilação desse Éter universal. No Plexo Celíaco esse Éter é convertido em um fluído rosado que banha o sistema nervoso. Por meio deste fluído vital os músculos se movem e os órgãos desempenham suas funções vitais. Quanto maior esse fluído, maior nossa resistência aos germens das doenças. Mas se tivermos pensamentos de medo diminuiremos o fluído vital, e aumentamos o risco de acesso dos germens, causando as doenças.
Uma atitude corajosa e otimista é essencial para manter esse fluído em níveis elevados. Assim, manteremos nossa saúde, bem como poderemos ajudar outros que estejam doentes. Temos que nos elevar acima dessa onda negativa, vibrando positivamente e orando fervorosamente, não nos deixando abater por pensamentos de medo. Lembremos de Jó quando exclamou: “O que eu temi veio sobre mim”. Podemos contribuir para o reestabelecimento da saúde, meditando sobre o Poder Divino que está sempre disponível para nos ajudar a reestabelecermos o equilíbrio e a fé. O Salmo 23 e o Salmo 91 têm poderes maravilhosos para aliviar o medo. Podemos usar nossa Mente positiva para reconstruir a saúde. O poder de fazer isso está dentro de cada um de nós.
Fontes de Pesquisa:
Resumo das Atividades em forma de Estudos e Reuniões ocorridas em nosso Centro:
Realização dos Rituais Devocionais (incluindo os Hinos de Abertura; Signo do mês solar e Encerramento).
Abril: 1, 7, 13, 21, 28 – Rituais do Serviço de Cura e demais dias do mês – Rituais do Serviço do Templo
Estudo: Estratos da Terra
Porque é importante entender os estratos da Terra?
Os vários estratos da terra, da circunferência até o centro, formam o caminho da Iniciação tanto para os Filhos de Seth quanto para os Filhos de Caim. Nosso planeta é o corpo de um grande espírito e ninguém pode aproximar-se de seu centro, a não ser pela Iniciação.
Qual a relação entre os estratos da Terra e as Iniciações
Há nove estratos terrestres em torno do coração central, o décimo por assim dizer.
Nos Mistérios Menores há nove graus. E em cada grau o candidato se habilita a penetrar em um estrato. A décima Iniciação pertence aos Mistérios Maiores com seus quatro graus.
Maria: para receber a Anunciação, que seria mãe de um ser iluminado, Ela preparou seu corpo espiritual através dos Nove Mistérios Menores ou Nove Iniciações ou nove Estratos da Terra, como Max Heindel descreve no Conceito Rosacruz do Cosmos. E a cada degrau de Iniciação foi lhe revelando estes estratos gradualmente. Com estes nove passos Maria tornou-se consciente de toda sua evolução passada, isto é, tornou-se capaz de compreender a existência da constituição do Tríplice Corpo, Tríplice Alma e Tríplice Espírito.
Um Espírito desencarnado poderia alcançar o Centro da Terra?
Depende do estágio evolutivo do espírito desencarnado. Nenhum espírito, desencarnado ou não, pode observar o que há no interior da Terra, sem que a Iniciação haja despertado suas faculdades latentes.
Muitos clarividentes e sensitivos comuns, que podem fornecer informações sobre cenas do Mundo do Desejo, dão relatos escassos concernentes ao interior da Terra. Alegam que, ao tentarem penetrar ali, chocam-se contra uma intransponível muralha.
Um Mestre em Magia Negra poderia alcançar o Corpo Vital de Jesus no Centro da Terra?
Não. Ninguém, que não seja iniciado pode penetrar as profundezas da Terra. Ele não pode penetrar nem mesmo no primeiro dos nove estratos da Terra. Tal penetração é o caminho da Iniciação, e é preciso força da alma, pureza e abnegação para alcançar o Cristo.
O que significa a cristalização?
Ao entender o que acontece com a Vida, entendemos o processo de cristalização. Tudo aquilo que perdeu a vida, cristalizou-se.
Exemplos:
Carvão – corpo vegetal cristalizado.
Corais – formas animais cristalizadas
Quando a vida abandona as formas, as formas morrem. A vida nunca penetra numa forma para despertá-la à vida. A vida sai das formas e as formas morrem. Foi assim que surgiram as coisas mortas”.
Por analogia entendemos que tudo que perde a vitalidade, que não se movimenta, não se moderniza, cristaliza. Quer sejam formas, pensamentos, sentimentos ou ações.
“Toda desintegração da crosta dura produz uma sensação de alívio, e toda solidificação é fonte de dor”, portanto toda cristalização é fonte de dor e sofrimento.
Qual o significado de Lemniscata?
Lemniscata é o famoso “oito deitado”, tido como um símbolo do infinito. A razão de essa curva geométrica especial assumir tal significado é seu traço, contínuo, uma forma sem começo nem fim.
Na lemniscata, ou há dois círculos que convergem para um ponto central e esses círculos podem ser considerados símbolos do espírito imortal, o Ego em evolução. Simboliza o caminho da evolução quando visto no lado físico e espiritual.
Um dos círculos significa sua vida no mundo físico, do nascimento à morte. O outro simboliza o trabalho subjetivo da assimilação, realizado durante sua permanência nos mundos invisíveis, que compreende o período desde a morte até ao nascimento, simbolizado pelo outro anel da lemniscata.
Ponto central na lemniscata – é a porta do nascimento ou da morte – designação dependente do lugar onde nós próprios estejamos no momento desse Ego entrar ou sair da vida. Ou seja, é a porta entre os 2 mundos
As Sinfonias de Beethoven e as relações com os Estratos da Terra e com as Nove Iniciações Menores
(**Você pode ouvi-las no Youtube, de graça!)
Envolve a Terra física e os segredos de seu longo passado no desenvolvimento evolutivo. Descreve a transformação da Terra. Sua nota chave é o “Poder” e é representado por uma coluna no alto à direita – o primeiro símbolo da divindade – Número 1 – Pai
O aspirante aprende os segredos dos éteres que rodeiam a Terra. Envolve os serem que habitam este reino, tais como os espíritos da natureza. Sua nota chave é o “Amor”. Número 2 “princípio do Amor Materno” Esse princípio feminino manifesta-se como “Amor Supremo”
União do poder (1ª Sinfonia) e do Envolve a terra física e os segredos de seu Amor (2ª Sinfonia).
Sua nota chave é a “Liga de Força” – tema de suprema luta que enfrenta cada ser humano e a derradeira vitória do poder do espírito. Essa luta do Ser Humano é representada no 3º Mistério, quando o aspirante experimenta o Mundo do Desejo. É ali que ele começa a compreender a estreita relação entre o Ser Humano e o Planeta em que vive. Ele aprende o perigo de sua desregrada natureza de desejos com a qual ele influência e utiliza certas forças sinistras internas correspondentes às camadas da Terra. Beethoven descreve que apenas aquele que atingiu o completo domínio de si próprio, pode entrar e investigar o Mundo do Desejo da Terra.
O 3º Mistério está relacionado com as consequências da Natureza do Desejo.
A Nota Chave da 4ª Sinfonia é “Beleza”. Onde quer que haja amor espiritual existe também harmonia. É a sinfonia da Felicidade – e seus quatro movimentos são identificados como “As qualidades da Serenidade, Felicidade, Beleza e Paz”.
O 4º Mistério está relacionado à Espiritualização da Mente, no Reino do Pensamento Concreto, localizado na 4ª camada da Terra. O Candidato à aprendizagem destes mistérios aprende a usar o poder do pensamento construtivo/criativo e a realização de que por este meio, ele constrói sua própria vida.
Cada uma das quatro partes desta sinfonia, representa um dos quatro elementos da Natureza: Fogo, Ar, Água e Terra. Esta sinfonia canta a canção destes elementos com intensidade e Poder.
A Nota Chave da 5ª Sinfonia é “Liberdade”. Essa sinfonia é conhecida como a “Sinfonia da Vitória”, e tem a interpretação espiritual da conquista do Eu Inferior.
No 5º Mistério é ensinado ao Aspirante Ler na Memória da Natureza os registros das vidas passadas e o trabalho dos Átomos-semente no Mundo do Pensamento Abstrato.
A Nota Chave da 6ª Sinfonia é “Unificação” (ligada ao número 6 – que expressa Luz, amor e Beleza), o símbolo da sinfonia está correlacionado com a Divina Hierarquia Zodiacal de Virgem. Está ligada a Mãe Natureza, expressando o “O serviço por meio da tonalidade da beleza”.
No 6º Mistério o Aspirante penetra no mundo da Consciência Crística, onde todo senso de separatividade já foi transcendido e a verdadeira Universidade de toda a vida realiza-se.
A Nota Chave da 7ª Sinfonia é “Exaltação” (ligada ao número 7 – que representa o fechamento de um ciclo, em termos de duração do tempo.
No 7º Mistério o aspirante torna-se ciente do 7º Estrato da Terra, conhecido como Estrato Refletor, e que está intimamente ligado ao Mundo do Espírito de Divino. É nesse reino que a Terra reage acuradamente aos pensamentos e desejos do ser humano. Podem ser igualmente construtivos e destrutivos e relacionados com a Lei de Causa e Efeito.
O principal propósito da peregrinação do ser humano pela Terra, é capacitar o Tríplice Espírito a trabalhar sobre o Tríplice Corpo a fim de refiná-lo, espiritualizando os corpos inferiores e transmutá-los para que a alma possa usá-los amorosa e desinteressadamente.
A Nota Chave da 8º Sinfonia é “Harmonia”. Descrita como a sinfonia que carrega a impressão da Divindade.
O trabalho do 8º Mistério é exemplificado na sua melodia, que é delicada, bela e preenchida de certa vibração mística que parece cantar a habilidade de acalmar os ímpetos da tempestade que remove montanhas de seus lugares. Esses mistérios estão na esfera celestial relacionado ocultamente ao Mundo dos Espíritos Virginais.
Temos estudado na Fraternidade Rosacruz, que Deus diferencia dentro de si mesmo as diversas ondas de vida, para – em suas jornadas evolutivas – alcançarem elevados estágios espirituais.
Representa o Equilíbrio perfeito entre a Mente e o Coração, conhecida como Casamento Místico, e neste sublime ritual Beethoven descreve uma consumação; o despertar do Cristo Interno no Aspirante, que agora passa a ser um Adepto.
Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos de Estudantes e simpatizantes e que, talvez, possam ser dúvidas de mais Estudantes também
No Conceito Rosacruz do Cosmos, no Capítulo A Estrela de Belém:
Lamentavelmente, em nosso presente estado de desenvolvimento, ainda estamos apegados à raça (mesmo que, politicamente correto, muitos não utilizam esse termo), ao materialismo e ao egoísmo, o que tem provocado dor e enfermidade. Essas são as sombras projetadas para nos mostrar o quão longe estamos do retorno à Casa do Pai. Ainda hoje, 2020 anos após a vinda de Cristo, estamos resistindo ao impulso unificador que ele nos emana.
A dor e o ódio ainda não deram espaço para o Amor Fraternal, e essa fase de transição tem provocado toda essa turbulência que observamos no mundo. A onda evolutiva, porém, segue seu caminho, irresistivelmente, e conduzirá a humanidade para uma espiral superior.
Na realidade ele foi desenvolvido por Christian Rosenkreuz, fundador da Ordem Rosacruz. Durante ser renascimento como Hiram Abiff, concebeu o Mar Fundido – grande lavabo, destinado ao banho da purificação, ao qual todos os sacerdotes tinham de submeter-se para entrar ao serviço do Senhor. Seu objetivo era purificar a alma manchada de pecado. Hoje esse método, na Fraternidade Rosacruz, é chamado de exercício de Retrospecção, que seguindo as leis naturais, permite acelerar o processo de crescimento anímico.
Seguem os passos do Caminho da Preparação e o Caminho da Iniciação Rosacruz:
Você pode se inscrever no Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz através do site: http://fraternidaderosacruz.com/site/como-se-inscrever-no-curso-preliminar-de-filosofia-rosacruz/.
A Fraternidade Rosacruz defende o livre arbítrio na escolha da religião ou escola filosófica, mas alerta sobre os perigos da clarividência involuntária, ou negativa.
Na clarividência involuntária, o médium, devido a frouxidão entre o Corpo Denso e Vital, que por não dominarem as faculdades da clarividência, permitem que espíritos desencarnados e apegados a terra tomem o controle temporário do seu Corpo Denso, se tornando presas desses espíritos.
Já na clarividência voluntária, os ocultistas treinados, permanecem no controle do seu corpo exercendo a faculdade de clarividência apenas quando desejar.
Novamente reforçamos que a Fraternidade Rosacruz defende o livre arbítrio. Contudo, devido ao exposto acima, se você possui a frouxidão do Corpo Vital com o Corpo Denso, pode correr o risco de permitir a entrada de espíritos obsessores. Recomendamos que você peça auxílio ao Departamento de Cura da Fraternidade Rosacruz, e procure ler sobre a Fraternidade Rosacruz.
A morte é ocasionada pela ruptura da união entre o Átomo-Semente e o coração. Nesse processo, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente abandonam o Corpo Denso, pelo alto da cabeça. Contudo, na morte, o Espírito e os veículos superiores permanecem em contato com o Corpo Físico, por meio do Cordão Prateado, por três dias e meio aproximadamente, período em que ocorre a retrospecção do panorama da vida recém acabada. Todas as imagens contidas nesse panorama são gravadas no Corpo de Desejos, que posteriormente serão impressas no Corpo Vital, através do sangue, e se tornarão a base da experiência pós morte.
Ao morrer, a pessoa pode ficar presa ao mundo físico ou se endereçar para o Purgatório, local onde os nossos maus atos e hábitos deverão ser purgados. Aqui sofremos intensamente toda a dor causada a outros. É a lei de causa e efeito agindo e dando a cada um, aquilo que necessita.
Quando termina a existência purgatorial, o espírito purificado ascende ao Primeiro Céu, que está situado nas três Regiões mais elevadas do Mundo do Desejo. Aqui o indivíduo verá o panorama das boas obras da vida e voltará a sentir toda a gratidão que recebeu por sua benfeitoria. O primeiro céu é um lugar de alegria, sem vestígios sequer de amargura.
A próxima etapa é o Segundo Céu, aqui a quintessência dos três corpos é assimilada pelo Tríplice Espírito. O Segundo Céu é o verdadeiro lar do ser humano, aqui ele permanece durante séculos, assimilando o fruto da última vida e preparando as condições terrenas mais apropriadas para o seu próximo passo no progresso.
O Terceiro Céu, aqui ele fortifica-se para a próxima imersão na matéria. Com a ajuda dos Anjos do Destino ele escolhera, dentre 4 panoramas de vida, como será uma próxima vida na Terra.
Para saber mais, Leia o capítulo 3 do Conceito Rosacruz do Cosmos.
Renovação de Caráter
O estudo da Filosofia Rosacruz, além de facultar a aquisição de um conhecimento profundo e lógico sobre a origem, estado presente e futuro desenvolvimento do ser humano e do Universo.
Pressupõe também algo que consideramos de suma importância: uma reforma de caráter. Se o conhecimento não os torna religiosos, naquela acepção ampla de realizar-nos à nossa essência espiritual, não está atingindo o seu objetivo.
Não consideramos que o conhecimento como um fim em si mesmo, mas, como uma fonte que nos proporciona meios valiosos de crescimento anímico.
Nossos atos provam o que realmente somos. Podemos nos tornar gradativamente um imenso repositório de Ensinamentos Rosacruzes, e podemos até expô-los publicamente de uma maneira brilhante, porém, se não procurarmos vivê-los em essência sentindo as verdades que encerram, seremos grandes intelectuais. O empenho sincero no sentido de uma transformação interna determina a utilização que fazemos dos ensinamentos espirituais. Estes, só têm valor quando servem ao aperfeiçoamento do caráter, despertando sentimentos de amor, altruísmo, compreensão, disciplina, dever, etc.
Via de regra, os seres humanos deixam o Plano terrestre quase com o mesmo caráter com que a ele adentraram.
Ligeiras transformações se observam porquanto a Lei de consequência, através do látego da dor, demonstra cabalmente que o salário do pecado é a morte. Infelizmente, as experiências dolorosas constituem o meio padrão de aperfeiçoamento moral de quase totalidade do gênero humano. Este processo regenerativo é lento, pois não decorre de uma vontade própria, consciente de renovação interna. Poucos são aqueles que reconhecendo os próprios erros e defeitos, dispõem-se corajosamente a transmutá-los em virtudes. Estes poucos sempre se constituíram nos vanguardeiros da onda de vida humana.
Nunca é demais repetir que a evolução é o resultado de um esforço persistente. Tal esforço deve ser consciente, incomensurável, pois, a mais renhida das batalhas que podemos travar é contra nossa própria natureza inferior. Podemos engendrar um destino melhor se nos propusermos a modificar nosso caráter. Os meios estão ao nosso alcance, e se não os utilizarmos é porque somos vencidos pela inércia e pelo comodismo.
Renovemo-nos, tornando-nos dia a dia melhores homens e mulheres, a fim de sermos utilizados como colaboradores conscientes na obra benfeitora dos Irmãos Maiores, a serviço da humanidade!
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Emblema Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO E CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura:
Maio: 5, 11, 18, 25
Dizendo-lhes: “Se vocês derem atenção ao Senhor, o seu Deus, e fizerem o que ele aprova, se derem ouvidos aos seus mandamentos e obedecerem a todos os seus decretos, não trarei sobre vocês nenhuma das doenças que eu trouxe sobre os egípcios, pois eu sou o Senhor que os cura.” (Ex 15:26).
FIM
No Evangelho Segundo São Mateus, Capítulo 9, Versículos de 2-5 lemos: “Jesus tomou de novo a barca, passou o lago e veio para a sua cidade. Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: ‘Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados’”. Ouvindo isso, alguns escribas murmuraram entre si: “Este homem blasfema”. Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: “Por que pensais mal em vossos corações? Que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te – disse ele ao paralítico – toma a tua maca e volta para tua casa”. Levantou-se aquele homem e foi para sua casa. Vendo isso, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens. Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, que estava sentado no posto do pagamento das taxas. Disse-lhe: ‘Segue-me’. O homem levantou-se e o seguiu”.
Já no Evangelho Segundo São João, Capítulo 5 lemos: “Então lhe disse Jesus: Levanta-te, toma teu leito e anda. Mais tarde Jesus o encontrou no templo e lhe disse: Olha que já estás curado; não peques mais para que não te suceda coisa pior”.
Pouca gente imagina a possibilidade de uma relação entre a cura e o Perdão dos Pecados. Aliás, quase ninguém sequer cogita dessa realidade que é o Perdão dos Pecados.
Mas, como se define o pecado?
Objetivamente podemos afirmar que é uma ação contrária à lei. Se você pensou que estamos falando da Lei de Moisés, os Dez Mandamentos, pensou corretamente. A Lei, em verdade, é algo muito mais amplo e profundo do que o decálogo recebido por Moisés na montanha. É tão importante que o Cristo asseverou categoricamente que não viera revogá-la, mas cumpri-la. Ele a observou, mas propôs dois mandamentos que a abrangem e transcendem: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a Si mesmo.
Do ponto de vista esotérico, o pecado é uma transgressão a uma lei natural. As leis naturais se harmonizam e mantêm o equilíbrio no Cosmos. Toda vez que alguém as transgrida provoca um desequilíbrio e em consequência uma reação em forma de sofrimento. Portanto, a dor é uma maneira do indivíduo aprender a lição da harmonia. O apóstolo São Pedro, em uma de suas Epístolas, afirmou: “O que o homem semear, isso mesmo ele colherá”.
A luz do ocultismo, se cometemos um erro somos inexoravelmente penalizados? Realmente não. O Perdão dos Pecados é um fato. Entretanto, há pré-requisitos para que ele opere. Um deles é a vontade aliada à iniciativa. Há necessidade de ação que se manifeste através do arrependimento, reforma e restituição.
O indivíduo se liberta dos pecados quando em sua consciência admite ter errado e se propõe a não mais repetir a falta cometida. A evolução é fundamentalmente uma questão de consciência. O desenvolvimento dessa consciência ocorre principalmente através do Exercício noturno de Retrospecção. Max Heindel afirma que talvez esse seja o mais importante Ensinamento Rosacruz.
A Retrospecção oferece-nos uma visão objetiva de nós mesmos. A constância e sinceridade com que é praticada acaba por limpar o Átomo-semente das gravações indesejáveis ali impressas ensejando, assim, a evitar o sofrimento purgatorial. Se a pessoa praticar com fidelidade o exercício de Retrospecção, partindo decididamente para o arrependimento, reforma e restituição, demonstrará ter aprendido as lições nesta encarnação, não necessitando fazê-lo futuramente. Isto é o Perdão dos Pecados.
O ensinamento alusivo ao Carma, ensinado pelas escolas orientais, não satisfaz plenamente as necessidades humanas. Os princípios Cristãos abrangem tanto a Lei de Causa e Efeito como o Perdão dos Pecados.
Esse ato volitivo começa com o Corpo Vital. No Pai Nosso encontramos uma oração exclusiva para o Corpo Vital: “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Através da repetição forma-se a Alma Intelectual, importante no processo de criação de bons hábitos.
Um bom hábito é não reagir emocionalmente diante de uma situação ou circunstância desequilibrante ou de uma provocação. Se não reagirmos emocionalmente não estaremos implicados na questão e em suas consequências, além do que tudo isso diz respeito à nossa saúde. O pecado ou transgressão afeta a saúde. Platão afirmou que jamais deveríamos tentar curar o corpo sem antes fazê-lo com a alma. Cristo deixou bem claro que o que quer que aconteça no exterior tem sua origem no padrão existente na mente do indivíduo. Se analisarmos todas as suas curas verificaremos que três são as condições para que se realizem: 1) Não pecar mais; 2) Ter bom ânimo; 3) Ter fé. Portanto, tudo depende do estado de consciência de cada um, principalmente o Perdão dos Pecados e a saúde física, mental e emocional.
No Livro de Ezequiel Capítulo 36:33-35 percebemos como isso é verdade: “Assim diz o Senhor Deus: No dia em que Eu vos purificar de todas as vossas iniquidades, então farei que sejam habitadas as cidades e sejam edificados os lugares desertos. Lavrar-se-á a terra deserta em vez de estar desolada aos olhos de todos os que passavam. Dir-se-á: Esta terra desolada ficou como o Jardim do Éden; as cidades desertas, desoladas e em ruínas estão fortificadas e habitadas”.
As cidades bíblicas representam nosso estado de consciência. Quando somos dominados pelo medo, desânimo, ressentimento, nossas almas são como que cidades vencidas, conquistadas e arrasadas. Se procuramos a presença de Deus onde aparentemente há alguma desarmonia, as cidades desertas (nossa consciência) transformam-se no Jardim do Éden.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – janeiro/fevereiro/1988-Fraternidae Rosacruz em São Paulo-SP)