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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Raios Astrais Entrelaçados em nossos Exercícios Esotéricos

Com relação ao Exercício Esotérico de Concentração da manhã e ao Exercício Esotérico de Retrospecção à noite, surge frequentemente a seguinte pergunta: qual é o melhor método para se conservar na condição física adequada e desperto na Concentração, e para ter certeza que estamos avançando de maneira positiva no desenvolvimento interno?

Os Estudantes Rosacruzes não estão tão interessados no rápido progresso como no tipo de progresso que estão fazendo. Os resultados almejados determinarão a classe de Irmã Leiga ou de Irmão Leigo que o Estudante Rosacruz será no futuro. Um exemplo: se agora almejamos fazer um trabalho positivo e escolhemos o caminho mais fácil, como é que poderemos ser firmes, quando chegarem as nossas provas?

Recordemos que o Conceito Rosacruz do Cosmos nos ensina sobre duas correntes que rodeiam a Terra, a saber, uma horizontal e a outra vertical. A corrente horizontal é negativa e a vertical positiva, sendo que nosso pensamento se efetua mais facilmente na posição vertical.

O reino animal, desde a criatura mais inferior, está sob a influência da corrente horizontal (à exceção de poucos) e sob o controle dos Espíritos-Grupo. Sabemos que a posição horizontal de suas colunas nos mostra que assim é de fato. Quando nos deitamos sobre nossas colunas estamos também na posição horizontal e, portanto, nas correntes negativas podendo, assim, mais facilmente sairmos dos nossos Corpos Densos, sendo que nós, Estudantes Rosacruzes ativos, desejamos construir a ponte que conduz o conhecimento consciente quando fora do Corpo Denso.

E assim é que trabalhamos para o controle positivo da corrente negativa.

Nossa preparação fundamental é, assim, a prática dos Exercícios Esotéricos de: Concentração, Observação, Discernimento, Contemplação e Adoração.

Uma das primeiras obrigações em nossa Filosofia Rosacruz é assumir a responsabilidade por cada ato nosso. Devemos julgar a nós próprios. Não temos sacerdotes, portanto, de grande importância é para nós o Exercício Esotérico de Retrospecção.

Dividindo um problema em partes sua solução fica mais fácil. Tomando o método que usamos no Exercício Esotérico de Retrospecção e o aplicando em um horóscopo, vejamos como poderíamos dividi-lo. Os números místicos são, geralmente, mais atrativos para esse trabalho; assim, dividamos nosso problema no número doze, anotemos o número nove e, para completar tendo os números mais importantes, adicionemos quatro, ficando treze. Somemos quatro e dois para obter seis.

Sabemos que o Sol, a cada ano, caminha através dos doze Signos e a Terra se deixa influenciar por seus raios, mudando suas características de acordo com cada Signo. Os raios solares são dirigidos a doze setores de nossas vidas nos doze meses do ano e que a Lua, o minuteiro do relógio do tempo, passa através desses doze departamentos a cada mês.

Mensalmente ocorrem duas Lunações, muito importantes para o Estudante Rosacruz. Na Lua Cheia olha-se para trás, para o mês passado, e observa-se o progresso entre uma Lua Cheia e outra. Na Lua Nova olha-se para o futuro mês, e planeja-se o trabalho mais próximo em relação ao trabalho que já se realizou. Cada passo da Lua nos Signos Cardeais ou impulsivos (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio) é o período em que se realiza o melhor trabalho de cura (por isso é que quando a Lua atinge os quinze graus de um Signo Cardeal é que oficiamos o Ritual do Serviço Devocional de Cura). Nessa época é muito importante meditar sobre a virtude do Signo no qual a Lua transita. Cada um de nós têm um ponto alto em nosso próprio horóscopo, denominado ângulo, que é cruzado pela Lua quatro vezes ao mês. Não importando como estejam aspectados, todos nós temos nove Astros a considerar em nossas vidas.

Agora vejamos o problema e associemos os números mencionados:

12 – Doze Signos

2 – Duas Lunações

4 – Quatro Pontos Cardeais

4 – Quatro Ângulos no horóscopo Individual

9 – Novo Astros em cada horóscopo

Somando tudo temos: 31

Existem trinta é um dias a considerar; assim temos o material suficiente para iniciarmos.

Todos os Estudantes Rosacruzes que estão se capacitando na Astrologia Rosacruz sabem que o dia em que ocorre um Aspecto é a ocasião mais propícia para a ação (veja no livro A Mensagem das Estrelas, no seu final). Assim, o dia em que a influência de Vênus estiver mais forte será, provavelmente, a data propícia para compraremos um traje novo, por exemplo. Se isso é certo, então o dia em que a Lua está em determinado Signo é o tempo para meditar sobre as qualidades desse Signo, não nos esquecendo de que a Lua leva dois dias e meio para passar através de um Signo. Vejamos alguns exemplos:

Vamos supor que a Lua esteja em Peixes. Qual é a natureza desse Signo? É um Signo místico, reservado e generoso; proporciona oportunidades para se concentrar, refletir e/ou meditar sobre as verdades subjetivas da vida, porque Peixes rege os pés, simbolizando o conhecimento do corpo e, num plano mais profundo, esclarece sobre as ações e reações do destino (Lei de Consequência). Consideremos agora o lugar do Peixes num horóscopo, e vejamos se a Casa é angular ou não. Em caso positivo, então, precisamos se concentrar, refletir e/ou meditar sobre nossa própria posição no assunto, ou seja, as qualidades do Signo. Perceberemos, então que muitos assuntos, que para nós poderiam ser de pouca importância, em tais ocasiões assumem grandes proporções, devido às influências dos ângulos existentes.

Perguntamos agora: como uso essas qualidades em minha vida?

Supondo-se que a Lua esteja passando por Libra, por exemplo, e considerando a palavra-chave de Libra, o Equilíbrio, nos concentremos, refletiremos e/ou meditaremos assim: equilibrei hoje minhas ações, quando os acontecimentos previstos na Lei de Consequência ocorreram?

Mais à frente, a Lua se translada para o agressivo Signo de Áries. As Luas Cheias, quando em Áries, são muito importantes. Devem ser assim consideradas porque iniciam um novo ciclo de Lua Cheia visto astrologicamente, pois Áries é o primeiro Signo do Zodíaco. Nessa fase, devemos considerar como tem sido o nosso mês, e também devemos nos analisar a respeito de que obra positiva temos iniciado.

Se a passagem da Lua pelos Signos Cardeais é muito importante, o quanto não será o da passagem do Sol, o dador da vida, pelos mesmos Signos? Assim, quando o Sol está transitando pelos Signos Cardeais é o tempo em que precisaríamos estar em sagrada comunhão com nossos “Eu Superior” para os próximos três meses, ou seja, desde o atual Signo Cardeal até o próximo.

Concentrações, reflexões e/ou meditações semelhantes também encontram campo quando o Sol transita pelo Signo do Equilíbrio (Libra), da Regeneração (Escorpião) e da Aspiração (Sagitário).

Esses períodos que citamos acima, do ingresso do Sol, deveriam ser observados unicamente em relação ao Exercício Esotérico de Retrospecção e à oração, pois o poder desses serviços é grande e está escrito que é por nosso próprio risco que tomamos “o pão e o vinho”: “Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Cristo Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim’. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim’. Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha. Eis porque todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação. Eis porque há entre vós tantos débeis e enfermos e muitos morreram.”  (ICor 11:23-30).

Nossa preparação espiritual para o trânsito do Sol em Capricórnio, no mês de Dezembro, deve ser feita de maneira cuidadosa e intensamente devocional, já que esse é usualmente o tempo em que geralmente se realiza o trabalho do Discípulo, não nos esquecendo, contudo, que a época mais propícia é no Solstício de Junho, pois no caso do Exercício Esotérico de Retrospecção será sempre mais produtivo para o Discípulo dar seus passos quando o Mundo externo está evocando as forças físicas em nós, ou seja, quando as forças espirituais estão como que estáticas no mundo e o Cristo está no “Trono do Pai”, no Mundo do Espírito Divino.

Passemos agora a considerar os Planetas. Vejamos alguns exemplos: alguns de nós temos o Planeta Urano em Libra: assim, de acordo com os Aspectos que tenha, podemos ler exatamente que tipo de provas podemos esperar, enquanto a Lua e o Sol transitam por esse Signo. Você sabe que um Astro que não tem Aspectos adversos (Quadratura, Oposição e Conjunções adversas)se interpreta de um modo, e que o que tem Aspectos adversos de outro.

O original, altruísta e elétrico Urano nos proporciona oportunidades para operar com os Aspectos benéficos (Sextil, Trígono e Conjunções benéficas), sendo que, além disso, nós todos também temos em nossos horóscopos muitos outros Aspectos, dando um colorido às nossas ações. Agora, se temos algum Aspecto adverso que possa nos levar a tirar vantagem da porta que se nos abre pelo trânsito da Lua sobre um Urano com Aspectos benéficos, devemos então vigiar cuidadosamente nosso Exercício Esotérico de Retrospecção, procurando julgar com acerto. Acontece também, às vezes, que um Astro com Aspectos benéficos, digamos Júpiter, pode fazer com que expressemos alguma tendência negativa nossa, como por exemplo o egoísmo, devido ao poder de agregação desse Astro.

Lembremo-nos que somos nossos próprios sacerdotes, sendo o nosso Exercício Esotérico de Retrospecção o nosso confessionário; por isso, em ocasiões críticas devemos vigiar e analisar os acontecimentos tal como realmente ocorreram em nossas vidas. Nossas provas não costumam nos apresentar cartão de visitas, para que possamos identificá-las, mas pelo contrário, quando nos chegam, vêm revestidas com nossas inferioridades e são tão disfarçadas que permitimos que entrem e ainda lhes damos o melhor lugar na mesa, por assim dizer.

A Lua, em sua progressão ao redor de cada Astro que temos e os ativando, põe em ação os vários Aspectos e como que se nos estivesse fazendo as perguntas a respeito de como estamos fazendo uso das vibrações. Faz as mesmas perguntas a cada sete anos, e cada vez revestida de uma nova forma de fazê-la. Primeiramente, põe-se frente ao Aspecto, logo passa por ele e lhe sussurra quando faz a Conjunção, prossegue depois seu caminho e, olhando para trás, produz uma Oposição, de onde mira desde o ápice do problema. Em cada Aspecto faz a mesma pergunta e nos faculta crescer nos anos intermediários para que tenhamos assim, a cada vez que a pergunta for feita, uma resposta diferente.

O Exercício Esotérico do Discernimento é um dos Exercícios que mais devemos fazer, a fim de desenvolver essa qualidade, primeiro como bom hábito e depois como virtude, e não há melhor oportunidade de desenvolvê-lo do que quando vemos a pergunta que a Lua nos faz e formulamos a resposta. Mais à frente, aprenderemos a analisar as Quadraturas, e perceberemos que, no que diz a respeito às lições que estão sendo aprendidas, seu poder é muito maior do que qualquer outro Aspecto que tenhamos. Quando chegar o tempo e nossas aquisições se converterem num real saber, então sentiremos que temos algo a oferecer como serviço aos Irmãos Maiores. Então, quando chegarmos a esse ponto, necessitaremos fazer nosso inventário para averiguar tudo o que realmente precisamos para prestar o Serviço.

Vamos supor, agora, que iremos fazer esse pequeno exercício. Começaria de forma, mais ou menos, semelhante à esta:

  1. CONCENTRAÇÃO: Quanto posso fazer na Concentração? Fiz bem minha última tarefa, ou descuidei de algum detalhe, somente porque alguma pessoa interveio? O quanto conheço a respeito das Artes? Posso fazer um problema de álgebra? Conheço algo de química? Se fosse me dedicar a trabalhar em um Centro da Fraternidade Rosacruz, seria de algum valor para o serviço? Possuo melindres? Suporto a crítica? Gosto do estudo?
  2. MEDITAÇÃO: Quantos livros da Fraternidade Rosacruz li este ano? Leio e estudo a Bíblia todos os dias? Quantos tinham algo da biografia de alguns irmãos ou algumas irmãs que se destacaram na promoção dos Ensinamentos Rosacruzes? Quantos compreendi mais para o lado Oculto (razão) e quantos mais para o lado Místico (devoção)? Passei algum tempo sozinho? Que acho dos problemas? Gosto de ficar quieto? Gosto do silêncio?
  3. OBSERVAÇÃO: Posso entrar num quarto e depois recordar a posição dos móveis e das coisas? Quando caminho na rua, observo tudo a minha volta ou me perco nos meus pensamentos, no “meu mundo” ou em outros divertimentos que a tecnologia atual me disponibiliza? Estou atento para aproveitar quaisquer oportunidades para ajudar no meu entorno? Como seremos capazes de funcionar nos Mundos internos, se não conseguirmos realizar aqui esta pequena tarefa? Aqui, onde as coisas são mais ou menos permanentes?
  4. DISCERNIMENTO: Quantas vezes tiramos conclusões erradas das coisas e depois averiguamos que alguém mais estava certo? Quantas vezes fracasso na escolha entre um bem maior e um menor? Quantas vezes faço algo simplesmente para agradar alguém, em vez de fazer o que seria justo? Quantas vezes sou parcial para ser visto como “sociável” e não pratico o “sim, sim…não, não” como Cristo me ensinou?
  5. CONTEMPLAÇÃO: Sei ler os sinais dos tempos para compreender as profundas operações que estão por trás dos acontecimentos? Alguma vez pego um objeto e trato de ver nele a obra de Deus? Fico em casa, às vezes, e sozinho, ficando quieto e assim perceber o desenvolver-se do plano divino? Posso obter um sublime e belo êxtase ao ver abrir-se uma rosa?
  6. ADORAÇÃO: Tomo nossa adoração o antigo hábito de cair de joelhos para adorar o desconhecido, ou trato de penetrar nos mistérios para ter maior reverência perante Deus, de modo que consiga saber de coisas maiores que possa realizar em Seu Nome? Ou caio na tentação de praticar idolatria? Ou, ainda, só lembro de “adorá-Lo” quando “preciso de alguma coisa”? Ou, pior ainda, nem me lembro disso e saio com a desculpa de que é “muito elevado para mim”?

Sabemos que a luz branca contém toda a gama do espectro e, também, que Deus é Luz, e que “se andamos na Luz, como Ele na luz está, seremos fraternais uns com os outros.” (IJo 1:7).

Cada Astro possui uma cor distinta e cada um deles recebe um certo tipo de raio do Sol. Conforme cada um dos Astros recebe mais e mais desta luz, reflete algo da própria cor para mesclar tudo de novo nele mesmo. Somos algo parecidos a isso: quando recebemos um pouco desse maravilhoso conhecimento, crescemos e começamos a emitir “Um raio para o Mestre, que é quem verá esta radiação e, também, não importa onde estaremos, daremos o próximo passo em nosso progresso sempre e quando estejamos preparados para dá-lo. Muitas provas encontraremos em nosso caminho, e muitos fracassos teremos nesta grande preparação, mas o glorioso é poder dizer que estamos abrindo, ou teremos aberto, outra porta para nosso caminho no progresso, sabendo perfeitamente bem que a senda se faz mais estreita conforme passa o tempo e nossas responsabilidades se fazem maiores. Em verdade, se perdermos o senso comum, também se perde nossa utilidade. O grande dom é manter a habilidade de conservar nossos amigos, mesmo estando realizando esse trabalho. Muitos de nossos conhecidos penetraram o trabalho interno e se descuidaram de conservar os contatos sociais que são necessários para nos mantermos ativos e eficazes enquanto renascidos aqui na Região Química do Mundo Físico. Devemos vigiar essa tendência, porque nossa utilidade para o Mestre pode ser justamente a de que devemos ser capazes de atrair alguma outra pessoa, e não lhe teríamos acesso caso nos achássemos incultos, grosseiros ou, então, incapazes de um relacionamento em qualquer sala de recepção de pessoas. A sociedade é um produto já pronto dessa Era (a de Peixes) no aspecto material. Aqui é onde se reconhece a arte onde pode ser obtida cultura. Nossos governos estão necessitados de ideais tais como o que nós podemos lhes oferecer. Quem de nós se dispõe a deixar as distrações e adentrar àquelas salas levando seu conhecimento espiritual, o que muito contribuiria para o avanço espiritual da Terra? Venham, amigos que estejam preparados! Vamos dar uma nova arrancada para a frente!

(Publicado na Revista “Rays from the Rose Cross” e publicado na revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1986-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Caminho da Perfeição: Desenvolvendo a Visão e os Poderes espirituais com segurança

No caminho da perfeição, que trilhamos quando estamos no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, desenvolvemos a visão e os poderes espirituais. Da visão espiritual, fala-se muitas vezes, como sendo o sexto sentido. A Humanidade comum tem cinco sentidos, porém, todos temos o sexto sentido latente e alguns, na vanguarda, o têm desenvolvido. No passado, tínhamos só quatro sentidos desenvolvidos.

A primeira evidência do desenvolvimento do sexto sentido está na capacidade de sentir as vibrações de planos, além do físico. Quando chegamos a sentir essas vibrações, ainda que o sexto sentido não esteja desenvolvido ativamente, damo-nos conta da existência desses planos superiores e percebemos a verdade nos sistemas filosóficos que os descrevem.

Nesse caso, está a maioria dos Estudantes Rosacruzes ativos. O fato de serem Estudantes dessa filosofia já mostra que são capazes de sentir a verdade nela contida e que são, mais ou menos, sensitivos às vibrações suprafísicas.

O sexto sentido, ou visão espiritual, com que obtemos conhecimento direto dos planos superiores, é triplo. O grau mais baixo é a visão etérica que percebe a Região Etérica do Mundo Físico com as suas entidades tais como os Espíritos da Natureza. A visão etérica permite ver através de objetos físicos e observar as condições de qualquer de suas partes. Isso se aplica a todas as substâncias, exceto o vidro. O vidro não é condutor de eletricidade. Esse fato sugere uma conexão interessante entre os éteres, a visão etérea e a eletricidade. Vamos deixar esse tema à meditação dos estudantes, esperando que dela tirem proveito.

O segundo grau de visão espiritual é a Clarividência do Mundo do Desejo. Percebe o Mundo do Desejo e os Corpos de Desejos das entidades que vivem ali. Na Clarividência, um objeto aparece completo ante a nossa vista. A clariaudiência é outro meio de entrar em contato com o Mundo do Desejo, capacitando-nos a ouvir as vozes espirituais daqueles que vivem ali e compreender a misteriosa linguagem deles.

Pelo terceiro grau de visão espiritual, percebemos as realidades espirituais no Mundo do Pensamento. Aqui, entramos em contato com os Arquétipos de todas as coisas existentes. Esses Arquétipos sendo entidades vivas, falam e instruem-nos sobre eles mesmos. É difícil pôr em ordem lógica os conhecimentos obtidos desse modo, porque os percebemos como uma totalidade e não como apresentá-los em partes distintas, como no caso de nossa visão física.

A visão espiritual pode ser positiva ou negativa. A forma positiva é aquela que o estudante de uma escola oculta positiva há de desenvolver. O desenvolvimento se opera pelo despertar da Glândula Pineal e do Corpo Pituitário e, além isso, pela conservação da força criadora sexual, que deve ascender para o cérebro.

Certos exercícios fazem vibrar o Corpo Pituitário, de tal modo a desviar as linhas das forças sexuais ascendentes, fazendo-as passar pela Glândula Pineal e pelo Corpo Pituitário, formando, assim, uma ponte entre os dois. Desse modo, obtém-se a visão espiritual positiva, sob o domínio da vontade.

No Cristão Ocultista, a maior parte da corrente de força sexual flui para cima, pelo canal espinhal e pela laringe, até o cérebro e, dali, para baixo, ao coração. O Cristão Ocultista desenvolve a parte intelectual da sua natureza em maior proporção que a parte da corrente que flui para cima pelo coração e laringe, antes de chegar ao cérebro.

Já o Cristão Místico desenvolve a parte devocional da natureza, em grau maior que a parte intelectual. Ambas as formas pertencem ao desenvolvimento espiritual positivo e aumentam a visão espiritual.

O caminho negativo de desenvolvimento é o do Clarividente Involuntário ou negativo (por exemplo, o médium). Esse desenvolve sua faculdade por meio do plexo solar e do sistema nervoso simpático, em vez de fazê-lo pelo cérebro e pelo sistema cérebro-espinhal. A visão do Clarividente Involuntário ou negativo não está sob seu domínio, nem sujeita à sua vontade. Além disso, não a retém para as vidas futuras, enquanto a visão espiritual positiva, obtida pelo verdadeiro Cristão Ocultista ou Cristão Místico, retém-se para sempre.

O Cristão Ocultista e o Cristão Místico terão que obter o desenvolvimento nos dois sentidos: intelecto e coração.

O caminho negativo seguido pelo Clarividente Involuntário, ou negativo, há de ser, muitas vezes, entrar no desenvolvimento da visão espiritual positiva. Contudo não devemos, nunca, cultivar a mediunidade.

A visão espiritual e os poderes ocultos só podem ser desenvolvidos, de modo seguro, por uma vida do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos outros, e focando na divina essência oculta – que é a base da Fraternidade. Se desenvolvemos esses poderes, por qualquer outro motivo que não seja o da colaboração com esse grande Esquema de Evolução, estaremos em perigo. Se nosso objetivo é o desejo egoísta de obter poderes, para favorecer, exclusivamente, nossos propósitos e nossas vantagens individuais, abrimos nossa “aura” a entidades más, que nos servirão temporariamente. Breve seremos nós que teremos de servi-las. E, pior, exigirão o pagamento da dívida até ao extremo. Liquidada a dívida, o Aspirante à vida superior é ainda, muitas vezes, arrastado para baixo, aos abismos da degradação.

A vaidade, que alguém alimente por ter certo grau de desenvolvimento espiritual, pode ser a porta de entrada de Elementais na sua aura, o que, muitas vezes, produz a queda do indivíduo. Por essa razão, a Bíblia é cientificamente correta, quando nos previne contra o orgulho. Esse perigo apresenta-se de modo sério, quando trilhamos o caminho da perfeição. Os veículos do Aspirante à vida superior estão sensibilizados, quer pela vida pura, quer pelos Exercícios Esotéricos Rosacruzes que pratica. Tem que ser muito mais cuidadoso que as demais pessoas, para evitar o sensualismo de qualquer natureza, porque o arrastaria e o esmagaria com maior rapidez que a outros.

Entre os primeiros exercícios que o Estudante Rosacruz ao conhecimento direto deve praticar, está a aguda observação de detalhes, por meio do Exercício Esotérico de Observação. É verdade que a maioria tem olhos e não vê. O Estudante Rosacruz deve se exercitar na arte de observar tudo em volta, com grande minúcia, porque do outro modo, sobrevirá um conflito entre as recordações conscientes, na Mente, e as recordações subconscientes, no Corpo Vital, e isso produzirá desarmonia.

Passando pela rua, podemos melhorar nossa observação, notando, distintamente, todas as casas e seus detalhes, os jardins, o estilo da arquitetura etc. Mais tarde, deveríamos recordar esses detalhes.

O Exercício Esotérico de Observação junto com o Exercício Esotérico do Discernimento resulta em um poder enorme para o Estudante Rosacruz na prática do ensinamento Cristão: “ter olhos e ver…ter ouvidos e ouvir”.

A Concentração (aguçada pela prática dos dois tipos de Exercícios Esotéricos Rosacruzes) e os pensamentos positivos são os poderes mentais a desenvolver depois. Nessa prática há que fixar a Mente num só ponto e não permitir que se distraia. A distração destrói o poder do pensamento. A concentração cria-o e fortifica-o. O pensamento positivo alcançará sempre seu objetivo. O pensamento negativo é débil e nunca consegue grande coisa. O pensamento positivo facilitará uma Mente capaz de fazer milagres, em qualquer campo de ação, e nos concederá êxito. O pensamento negativo abre nossa aura às entidades de natureza indesejável.

O Exercício Esotérico mais importante para o Estudante Rosacruz e que deve ser praticado todas as noites é o Exercício Esotérico Rosacruz de Retrospecção.

Exercícios Esotéricos Rosacruzes superiores são a Meditação, a Contemplação e a Adoração (que dependem muito do grau em que o Estudante está no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz).

Lembrando sempre que a repetição sistemática de verdades espirituais faz com que elas se introduzam e se fixem no Corpo Vital (é por isso que o Estudante Rosacruz “estuda” constante e repetidamente o livro Conceito Rosacruz do Cosmos, ou seja: ele não só o lê). Gradualmente, farão parte do caráter, mormente se reforçados por obras. Desse modo, podemos formar o nosso caráter como quisermos, e caráter é destino.

O Estudante Rosacruz, amiúde, retarda seu progresso por alimentar ansiedade, uma forma de medo. Deve fazer as coisas que sabe serem boas; não deve ter medo do futuro. “O perfeito amor expulsa o medo” (IJo 4:18).

É necessária essa vitória sobre o medo, antes de desenvolvermos nossos poderes ocultos em geral. Se não o dominarmos, não teremos segurança para cruzar os planos invisíveis, e nem estaremos em condições para percorrer esses planos, longe da “proteção” de nossos Corpos Densos. Sentir medo é prova de que não estamos, ainda, completamente capacitados para dominar essas entidades, por conseguinte, é o primeiro grande inimigo que o Estudante Rosacruz tem de vencer.

Alguns Estudantes Rosacruzes caem no erro de desenvolver a vidência espiritual por meio de drogas, meios “disfarçados” de possessão de parte ou total do Corpo Denso por “espíritos que se dizem sábios” (ou não tanto), objetos os mais diversos possíveis e imagináveis (alguns até inimagináveis!) ou inadequados exercícios de respiração. Com o tempo, surgirão doenças ou enfermidades, muitos frutos de obsessões ou de possessão, resultado dessas práticas de caráter negativo. Desenvolvem a visão espiritual, certamente, mas com vibrações irregulares. Os que seguem essas práticas abrem sua natureza ao Mundo do Desejo inferior e às suas entidades viciosas. Os exercícios de respiração orientais não são apropriados aos ocidentais – são ótimas para os nossos irmãos e nossas irmãs que vivem no oriente desse Planeta. Algumas vezes, extraem o Corpo Vital do Corpo Denso, cortando o laço entre os centros sensoriais etéricos e as células cerebrais, produzindo a loucura. Em outros casos produzem ruptura entre o Éter de Vida e o Éter de Químico, causa frequente de tuberculose. Os Estudantes Rosacruzes devem desconfiar seriamente dessas práticas; nem sequer fazer o menor ensaio. A respiração higiênica, profunda, e boa, é recomendável.

Finalmente, o equilíbrio, em todos os planos, é o grande objetivo do Estudante Rosacruz. Esse objetivo é triplo: primeiramente, a concentração mental; em segundo lugar, o equilíbrio emocional e, por último, o poder espiritual. Todavia, ao obter tudo isso, tendo desenvolvido a visão superior e podendo abandonar seu Corpo Denso conscientemente, o Estudante Rosacruz não possui a onisciência. Está, somente, no ponto de começar sua educação nos Mundos espirituais. Ali, tem de aprender, num curso de trabalho paciente e de aplicação assídua aos problemas do novo ambiente.

Podemos nos dar conta, agora, como é tolice seguir os ensinamentos de qualquer mestre que desenvolveu, porventura, um dos três graus da visão espiritual e, talvez, de maneira imperfeita.

Tudo o que se obtém dos Mundos internos, por meio de qualquer grau de visão espiritual, tem de ser submetido à prova da lógica e do bom senso. Se não resistir a essa prova, devemos rejeitar e fazer novas investigações, antes de aceitar! Está aqui uma regra importantíssima que todo verdadeiro Estudante Rosacruz segue à risca.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1972-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Cristo Interno

Há momentos em que o Cristo Interno nos fala e dispomo-nos a ouvi-Lo, intimamente ajoelhados, a Personalidade apequenada em sua justa posição de serva, momentos sublimes! Banhamo-nos num indizível sentimento de convicção de todas as possibilidades divinas latentes, de todo o bem que nos está sendo oferecido, pela simples aceitação de Sua Vontade, pela entrega incondicional de nossa vida a Ele, pela disposição sincera de seguir-Lhe os princípios. Como, então, se nos incendeia o ser, inconformado e triste, ante as limitações que nossa natureza humana interpõe à divina Graça! É um gemido de nosso Ego à lentidão da caminhada, à estagnação da graça que não flui, sua mágoa ao ver os divinos talentos expostos na vitrine do personalismo, à admiração pública.

A Voz, suave e marcante nos exorta:

“Não te nego nada. Jamais te neguei. Se mais não tens é porque não dás. É mister que minha graça jorre de ti, em serviço amoroso, silencioso, e altruísta, para que renoves a provisão, com os juros do bom emprego que dela fizeste. Sou a videira verdadeira e tu, as varas. Se estás ligado e te abres a mim, minha seiva fluirá através de ti e se manifestará em rosas de virtudes em frutos suculentos de meu corpo e de meu sangue, para teu alimento e de todos os que ajudares, em meu nome. Aquele que não comer de meu corpo e não beber de meu sangue não tem parte comigo. Mas cuida bem de não te envaideceres quando atribuírem a ti a qualidade e origem de meus frutos, principalmente quando já forem mais abundantes e saborosos que no comum das pessoas. As tentações espreitam em cada curva da escalada. Quanto mais sobes, tanto maior é a queda, mais deprimente a sensação do tombo, mais aguda a fome da alma, que se segue, mais contundente o contraste, entre a confusão que se estabelece, então, em teu íntimo, e a paz que anteriormente gozavas.  Mais ainda, quando caias, estarei contigo, sofrerei contigo, sentindo, entretanto, a necessidade da poda, para que frutifiques mais. E ainda que demores, aguardo que busques arrependido, para então reconfortar-te através de verdes brotos, esperançosos de uma nova primavera. Só virará fracasso se deixares de lutar. Quando levantares terás tu a consciência aumentada, poderás ligar a causa ao efeito, abrirás caminho para meu cumprimento e encontrarás nova disposição para aplicares a experiência em mais altas e seguras realizações.

E chegará o tempo, eu te espero sempre, em que aprenderás pelo meio mais fácil, da Observação e do Discernimento, principalmente ouvindo a intuição que te mando.

Então verás a razão de tudo, um movimento meu, crescendo, enquanto, seus orientadores me ouvem e a mim te ligam, outro movimento, sempre conduzido, porque seus responsáveis dizendo trabalhar para mim, fecharam as portas a meu suprimento, preferindo recebê-lo de seus recursos personalistas. Então verás como a tua palavra terá mais força de persuasão, terá espírito, poder de cura, terá essa faculdade de induzir ao íntimo de todos, minha mensagem, quando falas comigo e por mim. Contrariamente constatarás que teu personalismo te envaidecerá, tornar-te-ás exigente, crítico, intolerante, tirar-te-á este meu dom de te relacionares eficientemente com os outros, despertando-lhes e aproveitando-lhes o que tem de bom, em minha vinha.

Não há fugir, meu filho, aquilo que fizeres a um de meus pequeninos, a Mim o farás. Se não amas e não serves a teus irmãos, jamais poderás amar-Me e servir-Me. Eu Sou o espírito em ti e neles. Quando os amas, em verdade Me amas. Busca-Me em todos e achar-Me-ás, se o fizeres com amor. Eis o segredo do êxito na divulgação da minha obra. É desse modo que poderás ajudar a unir e estabelecer minha família universal.

“Abre-me, pois, a tua porta, para que eu entre e em ti faça morada. Ao girares a maçaneta de tua liberdade, ligarás ao mesmo tempo o interruptor de tua personalidade à minha Luz. Terás, então, consciência de Mim, e dirás também: ‘Não sou eu quem faço as obras, mas o Pai em Mim, não sou mais eu quem vivo, mas o Cristo em Mim’.”

(publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Dicas para melhorar nossa capacidade de Observação

Dicas para Melhorar a Nossa Capacidade de Observação

 O emprego da faculdade de observação pelo Aspirante à vida superior é de inestimável valor, pois é por meio dessa habilidade que ele pode sutilizar seu Éter de Luz (um dos dois Éteres que compõem o Corpo-Alma) e restaurar o ritmo e a harmonia de seu Corpo Denso.

Esse é um dos Exercícios Esotéricos que o Estudante Rosacruz executa sempre.

A definição de observação dada por Max Heindel, em sua décima primeira conferência do livro Cristianismo Rosacruz, refere-se ao “uso dos sentidos como meio de obter informações a respeito dos fenômenos que ocorrem ao nosso redor”. Sob esta consideração, sugere-se que o Aspirante inicie, desde já, a criação do saudável hábito de observar todas as coisas que estão a sua volta. Há alguns exercícios que podem auxiliá-lo neste processo. São eles:

  • de ordem visual (como a observação dos detalhes das arquiteturas das casas, das árvores, do movimento, por exemplo),
  • de ordem auditiva (tais como as modulações dos sons, do ritmo da fala de nossos amigos, do canto dos pássaros, etc.),
  • de ordem tátil (como sentir a brisa em nosso rosto e até mesmo, o ritmo do caminhar quando se anda pelas ruas), entre outros. Deste modo, o Aspirante gradualmente torna-se consciente de todos os eventos pelo qual está inserido.

Adiante no texto da citada Conferência, Max Heindel dá uma explicação esotérica sobre a importância da observação. Ocorre que o Corpo Vital, independente da vontade do indivíduo, também funciona como um espelho, ou como uma película cinematográfica em movimento que não para, nem por um segundo, de captar as imagens do ambiente no qual o Aspirante está inserido. Semelhantemente, o Corpo Vital também capta as ideias que brotam de seu Espírito interno. O problema é que as pessoas, em sua maioria, não captam, de forma consciente, as mesmas informações que o Corpo Vital faz. Em outras palavras, a memória consciente, (estabelecida pela observação), não coincide com a memória gravada pelo Corpo Vital, e isso resulta em uma importante discrepância (ou entrechoques de vibrações) que gradualmente destrói o Corpo Denso. Para atestar o fato de que as pessoas possuem olhos, mas não veem, e ouvidos, porém não ouvem, pergunte qualquer detalhe sobre algum objeto, cena de filme, ou até mesmo algum sentimento que ela teve num determinado momento, e não raro receberemos uma resposta do tipo: “Não me lembro nem do que comi no almoço, como vou lembrar sobre o que você está me perguntando!”.
O fato é que, quanto maior for à discrepância entre as imagens gravadas pelo Corpo Vital e os eventos gravados na memória consciente pela observação, maior também será o tempo necessário para a restauração do Corpo Denso durante o sono. Há casos, por exemplo, em que as discrepâncias são tamanhas, que não resta tempo algum para trabalho nos planos internos. Se isso ocorrer com frequência, pouco crescimento espiritual será alcançado pelo Ego. Por isso, o Aspirante sincero, reconhece que pode (e é responsável) por tornar esse tempo maior ou menor, dependendo de sua capacidade em colocar em prática os ensinamentos dados pelos Irmãos Maiores. Pela observação, é possível fazer com que os entrechoques de vibrações das duas memórias ocorram com menor frequência e, deste modo, a restauração do Corpo Denso poderá ocorrer de maneira mais rápida.
Como auxílio neste processo, é de grande valia ao Aspirante, aprender a observar não apenas detalhes de objetos e fenômenos externos, mas também minúcias internas, pois é bem provável que o Corpo Vital também registre tais informações. É natural que neste ponto do texto, o leitor possa estar se perguntando: “que eventos são esses?”. Tais eventos são aqueles gerados pelo espírito (vontade), pelo Corpo de Desejos
(sentimentos e emoções), e pela Mente (pensamentos). A observação destes detalhes contribuirá fortemente no processo de redução dos entrechoques de vibrações entre as memórias.
De maneira geral, a maior parte das pessoas, quando está realizando uma determinada tarefa, observa apenas os procedimentos envolvidos para sua execução e seu resultado, (por exemplo, se alcançou ou não o objetivo). Porém, é importante que o Aspirante também observe, de maneira sincera e verdadeira, os motivos internos que o fez se movimentar nessa ou naquela direção. A chave para identificar tais motivos é
empregar o método do “Por que”. Alguns exemplos:  Por que agi desta maneira?

Respostas:

  1. O motivo foi “motivação por motivação”, pura e sincera, afinal, eu gosto de fazer aquilo que faço;
  2. Porque foi uma vontade de provar aos outros que eu posso realizar coisas;
  3. Não foi motivação, mas sim medo de não perder meu emprego/ amigo/ simpatia/ etc.;
  4. Porque tive a necessidade de provar para as pessoas, que sou capaz e não um incompetente;
  5. Porque tive vontade de fazer melhor que os outros, afinal sou um competidor inato;
  6. Porque tive interesses pessoais;

Além de observar o motivo pelo qual uma ação foi realizada, o Aspirante pode também observar o sentimento que o envolveu no momento em que estava executando tal tarefa. Exemplos:

  1. Durante a execução, independente do motivo, eu estava com tremenda ansiedade e medo de que alguma coisa terminasse de modo errado;
  2. Estava ansioso, mas não por medo, e sim porque sou perfeccionista demais e tudo tem que ser perfeito;
  3. Estava com raiva. Afinal só estou fazendo isso porque não quero perder meu emprego;
  4. Estava me sentindo feliz e alegre;
  5. Estava triste

É muito comum as pessoas não fazerem distinção entre sentimentos e pensamentos. Contudo, esses fenômenos são bem diferentes, embora possam ou não possuir afinidade entre si. Por exemplo, uma pessoa pode dizer: “Eu senti que num dado momento, as coisas poderiam ter saído errado”. Mas observe que tal relato não é
referente a um sentimento, mas sim a um pensamento. Normalmente os sentimentos são alegria, tristeza, raiva, ódio, rancor, medo, coragem, ansiedade, entre outros. Pensamentos são ideias mais ou menos elaboradas sobre os fatos. Com certeza, estes últimos podem estar embasados em um sentimento bom ou ruim. A comum astúcia que todos nós praticamos em maior ou menor grau, é um bom exemplo da Mente (pensamentos) aliada à parte inferior do Corpo de Desejos (“eu” emocional inferior). Dados provindos da neurociência cognitiva, também revelam a possibilidade de ativações primárias de áreas cerebrais emocionais, antes de áreas corticais pré-frontais (que são mais relacionadas a pensamentos conscientes), frente determinados estímulos. Isso é bem evidente em transtornos ansiosos, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Transtorno de Pânico, entre outros. Isso tolda a capacidade do Ego de tomar decisões de maneira rápida. No exemplo acima, sobre confusões entre pensamentos e emoções, provavelmente o sentimento da pessoa sobre a possibilidade de algo sair errado, era de medo e/ou ansiedade, pois esses sentimentos possuem boa afinidade com estes pensamentos.

Outro importante fator que o Aspirante deve aprender a observar é o COMO seu jeito de ser, (que é modulado pelos motivos, pelos sentimentos e pensamentos) gera impactos nos demais que convivem com ele. A chave para isso é utilizar o método do “COMO”. Exemplos:

  1. Como meu jeito ansioso, precipitado e/ou medroso afetou (ou afeta) meus colegas de trabalho, minha família, meus amigos, etc.?
  2. Como meu sentimento afetou na decisão ou no desfecho da ação que eu estava executando?
  3. Como as pessoas me “olham” em função desse meu jeito de ser?
  4. Como meu perfeccionismo afeta aos demais que convivem?
  5. Como minha felicidade, alegria, tristeza, raiva, entre outros sentimentos, influenciam na maneira que o outro se comporta em relação a minha pessoa?

É muito importante, o Aspirante ter em mente que a observação consciente dos fatos internos e externos, também fornece base para o exercício de Retrospecção. Normalmente, se o resultado de uma tarefa foi positivo, o Aspirante louva-se por tal resultado, de modo que seu comportamento seja reforçado para continuar a agir desse modo. Entretanto, se os eventos internos não forem considerados, é provável que essa faceta do fenômeno permaneça apenas no Corpo Vital do Aspirante, e, se isso acontecer, ficarão nele como discrepantes. Por isso, sugere-se ao Aspirante que também aplique seu critério pessoal de valores aos fenômenos internos que vivencia (o crivo da lógica).

Coletar informações, por meio de observações como estas, é muito importante para deixar seu exercício de Retrospecção mais rico e, desta maneira, aprender as lições desta e de próximas vidas, de restaurar o equilíbrio entre memória consciente e dados gravados pelo Corpo Vital, ter saúde e longevidade. Como o exercício de Retrospecção influencia diretamente no caráter, e “caráter é destino”, é bem provável que o Aspirante comece a notar grandes diferenças em sua vida conforme for mudando seu eu real, para seu “Eu Ideal” (isso é pessoal). Com o tempo novas sinfonias e orquestras vibrarão em sua vida, o que provavelmente o fará uma pessoa muito realizada e feliz.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Educando a criança e o adulto para o futuro já na órbita de influência da Nova Era

Os pais e educadores conscienciosos de hoje, bem como todos os interessados no bem-estar da humanidade, estão dedicando considerável atenção à questão educacional, tanto das crianças quanto dos adultos.

Os métodos e programas das escolas elementares e secundárias estão passando por uma análise crítica e por nova apreciação à luz das inúmeras mudanças em nosso modo de vida, resultantes das descobertas e invenções científicas, assim como das influências espirituais que estão, à revelia de muitos, afetando o conhecimento humano.

A intensificação de uma percepção mundial revelou com grande insistência o fato de que milhões de seres humanos estejam com extrema necessidade não somente de alimento para sua substância física, mas também de ideias para nutrir suas personalidades espirituais e livrá-las da ignorância, da pobreza, da doença e escravidão a mercê das quais têm estado há tanto tempo. Consciente ou inconscientemente, muitas pessoas percebem que as ideias extremamente nacionalistas ou separatistas não favorecem a formação de bons cidadãos da Nova Era, a Era de Aquário, que ora surge; sinal disso é a maneira com que se acentua hoje a necessidade das “relações humanas” nas escolas públicas e nos cursos profissionais. A educação planejada para pessoas de todas as idades, abrangendo o lar, a fábrica e a escola é considerada o meio lógico de ajudar a humanidade, em todas as partes, a construir uma vida melhor e um nível de conhecimento mais elevado.

Até aqui tudo isso está muito bom. Porém, se todos os educadores estivessem cientes do fato de que agora estejamos atravessando um período de transição, seus planos educativos seriam elaborados com mais segurança, de modo a satisfazer as necessidades da nova raça de seres humanos. Quer muita gente saiba, quer não, o fato é que estamos preparando as condições das quais emergirá uma parte mais evoluída da humanidade. Agora, estamos nos libertando da matéria e, futuramente, o lado real ou mais elevado do ser humano, em vez do lado físico, deverá ter a preferência.

Os sistemas escolares do passado e do presente, nos diversos países do mundo, embora diferindo em muitos aspectos, têm sido destinados principalmente a desenvolver a natureza infantil em relação às coisas. A criança, desde os tempos primordiais, tem se tornado cônscia do seu ser físico e do Mundo material em que vive esse ser físico. O programa escolar é elaborado principalmente para prepará-la a funcionar bem como um ser físico. Sua alimentação, roupa, habitação e prazeres físicos receberam máxima consideração.

Contudo, o fato de que uma Nova Era esteja raiando torna necessário que novos princípios básicos substituam os do passado e do presente. O ser humano, o Tríplice Espírito, possui outros Corpos, que são mais sutis do que o veículo físico, o Corpo Denso. Esses Corpos, o Vital e o de Desejos, estão relacionados diretamente aos mundos suprafísicos, os reinos de força, causa e significado, e ligados ao Espírito pela ponte da Mente. A fim de orientar a educação com sabedoria, o ser humano precisa primeiro compreender a existência dos Mundos invisíveis e se adaptar as suas realidades.

É muito bom aprender a ler, escrever e contar; contudo, o objetivo de tal aprendizagem, bem como dos métodos empregados, deve basear-se na evidência fundamental de o ser humano ser um Tríplice Espírito e a Mente, a ponte entre o Espírito e seus veículos, ser o instrumento por meio do qual se atinge um dos propósitos da evolução: o controle da personalidade, do Ego. Daí a necessidade de se dispensar atenção especial à educação da Mente, embora nunca se deva esquecer que ela seja apenas um instrumento, sendo o Espírito a energia central, a força dentro do ser humano.

A Mente concreta, que é inferior, reflete os desejos inferiores e precisa ser utilizada para transmitir ao Ego as experiências sensórias ou as informações que ela projeta, vindas do Mundo do Desejo. Contudo, o processo de educar a mentalidade humana e desenvolver os sentidos superiores precisa estar relacionado com o mundo das causas e significados, ao invés do mundo dos fenômenos físicos. Existem Leis que regem esse processo e elas abrangem muito mais do que decorar e sistematizar fatos, exigem que se ponham em exercício as três forças fundamentais do Espírito: Vontade, Sabedoria, Atividade.

A Vontade é o princípio mais elevado do Deus trino que está dentro do ser humano; seu desenvolvimento e orientação acertada deveriam ser a maior preocupação de todos os educadores. As crianças deveriam ser ensinadas, desde os primeiros anos, a desejar o bem, o verdadeiro e o belo. A vontade de ajudar e servir os outros deveria ser um dos objetivos específicos. O desenvolvimento da vontade impede que a natureza dos desejos se imponha e desvirtue as atividades.

A Sabedoria, o segundo Aspecto do Deus interno do ser humano, é o princípio unificador mediante o qual todas as pessoas podem compreender sua identidade com todas as outras criaturas e, assim, viver coletivamente, estabelecendo relações humanas harmoniosas, construtivas. É bom sinal o aumento constante do número de pessoas que compreendem o fato de que conviver harmoniosamente com os seus semelhantes, qualquer que seja a sua natureza, sua religião, raça ou cor, seja requisito indispensável para viver feliz hoje — e amanhã.

O terceiro, ou princípio de Atividade, compreende o desenvolvimento da força criadora, inata ao Espírito, e sua transmutação da potencialidade física em potencialidade superior. Os educadores verificaram que as crianças apreciam e aprendem melhor fazendo coisas. Isto aplica-se grandemente aos artigos físicos, é verdade, mas também à música, literatura e todos os outros setores onde são utilizadas as faculdades criadoras. Desejar criar objetos úteis à humanidade é o passo seguinte.

Para promover o desenvolvimento das três forças do Espírito interior certas faculdades podem ser aproveitadas, tanto no ensino tradicional como praticamente em todos os processos educativos e indiretos. Uma faculdade importante é o discernimento. A criança aprende a distinguir entre real e irreal — essencial e não-essencial. Compreender que as realidades existam nos mundos suprafísicos torna possível encarar os eventos do mundo material como secundários e, não raro, de pequeno ou nenhum valor real. Devidamente orientada, a criança aprende a dedicar suas energias para controlar e transmutar a personalidade, ao invés de egoisticamente ganhar dinheiro e adquirir posses materiais.

A observação é outra faculdade de máxima importância. A menos que aprendamos a observar com precisão as cenas ao nosso redor, as imagens em nossa memória consciente não coincidirão com os registros automáticos e subconscientes. Existe uma perturbação do ritmo e da harmonia no Corpo Denso que atua em proporção à falta de precisão de nossas observações diárias.

A devoção também deve ser incluída na educação da criança, devoção à realização de ideais elevados e ao Criador. Como Max Heindel disse: “A devoção aos ideais elevados é um freio aos instintos animais, ela gera e desenvolve a alma (que é alimento para o Espírito)”. Isso é particularmente certo para as pessoas que têm inclinação à vida intelectual, porque aqueles que se excedem no intelectualismo, em relação ao coração, e seguem “o caminho do saber simplesmente para aprender e não para servir podem acabar na magia negra”.

A ordem também deve ser ensinada ao Ego em desenvolvimento, não somente em relação ao seu mundo objetivo, mas também a sua atividade criadora. O universo se baseia em um plano divinamente ordenado. Daí a manifestação de suas maravilhas. O ser humano também possui a habilidade inata de funcionar melhor debaixo de um propósito dirigido e um ritual. O máximo grau de atividade construtiva obedece a um ritmo ordenado. Entretanto, ele não é imposto por terceiros. É uma obediência interior às Leis espirituais que foram estabelecidas e sempre conduz a ritmos espirais mais elevados.

Acima de tudo, a educação para o futuro deve dirigir a atenção e o propósito do ser humano para o autoaperfeiçoamento físico, emotivo, mental e espiritual, afastando-o das glórias nacionalistas do passado e das possíveis conquistas do futuro. Quando colocarmos a personalidade sob o controle do Espírito, que é trino e equilibrado, poderemos observar energias que formam condições melhores para uma humanidade mais altamente desenvolvida.

(Tradução da Revista: Rays From The Rose Cross e publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1966)

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