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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Rainha dos Bons Pensamentos – Palavra-chave: Consideração

A Rainha dos Bons Pensamentos

Palavra-chave: Consideração

Se você tem um pensamento agradável, cante, cante-o; entoava um alegre grupo de crianças envoltas numa leve brisa de verão. Era um dia glorioso; toda a Natureza parecia florir feliz e cheia de vida. As crianças tinham acabado de cantar e estavam sentadas em um círculo, embaixo de uma bela árvore, cujos ramos as abrigavam do sol brilhante.

Um dos meninos do grupo, chamado Décio, disse:
– Alguém aqui sabe alguma coisa sobre pensamentos? Meu avô, que é um homem muito inteligente e sabe tudo, ensinou-me um versinho outro dia.
– Recite-o para nós – gritaram as crianças.
– Bem, é assim:
“Acredito que os pensamentos sejam coisas,
Que de corpos, respiração e asas são dotadas.
Nós os enviamos longe para encher o mundo,
Com bons ou maus resultados”.
– Isso é tudo? – perguntou uma das crianças.
– Hum.. soa-me estranho – exclamou outra.
– Que significa dotado?
Corpos, respiração e asas nós os enviamos longe – disse ainda outra criança – Estou certa que não entendi nada! Soa como se os pensamentos fossem pássaros, borboletas ou alguma coisa semelhante. Bern, Décio, diga-nos o que isso significa.
– Mas eu não posso dizer e é por isso que perguntei a vocês se sabiam alguma coisa – disse Décio.
– Por que não procuramos alguém mais velho que realmente saiba? – disse uma das crianças.
– Conheço alguém que pode nos dizer, se eu puder encontrá-lo – disse Décio.
– Quem? – perguntou um do grupo.
– Ninguém que você conheça! – respondeu Décio – Ele é um homenzinho singular, um amigo meu.
– Vamos vê-lo- disseram todos juntos.
– Não sei onde ele mora – disse Décio – mas se dermos um passeio pelo jardim, talvez encontremos o Vovô, a Mamãe ou alguém que saiba.

As crianças alegremente passearam pelo jardim. De repente, Décio ouviu uma risadinha engraçada e, exatamente no canteiro de amor perfeito estava seu amigo duende, Elf-kin.
– Oi, Décio, quais as novidades? – disse Elf-kin- Procurando lagartos?
– Não – disse Décio – nós estamos procurando saber mais sobre pensamentos.
– Bem – disse o duende – se você puder esperar até que os meus ajudantes voltem para casa, eu os levarei até uma sábia Fada, que conhece tudo sobre pensamentos.
Assim, Elf-kin chamou seu assistente Do-kin e disse:
– Vocês podem parar por hoje, juntem suas tintas e chamem os gafanhotos.

Depois que todos os pequeninos pintores de flores estavam prontos, montaram nas costas dos gafanhotos e foram pra casa, Elf-kin ficou livre.
Confortavelmente sentado no ombro de Décio, Elf-kin guiou as crianças surpreendidas para outra parte do terreno. La havia um pequeno vale quieto e cheio de paz. Elf-kin disse:
– Agora vocês devem ficar bem quietos, pois os Duendes são muito tímidos e não gostam de intrusos barulhentos entrando em seu vale. Mas, se respeitarem seus sentimentos, tudo sairá bem. Fiquem aqui bem quietinhos, por favor, até que eu volte.
Então, ele desapareceu.

Em pouco tempo, ele voltou com dois atraentes Duendes. Um deles chamava-se Coração-Bondoso. Ele se parecia um pouco com Elf-kin, só que era mais alto e vestia um bonito casaco verde e um gorro vermelho que terminava em bico. A outra era um duende moça e seu nome era Pensamentos-Secretos. Ela era atraente, mas muito tímida, não estava acostumada a ser vista em público. Eles inclinaram-se graciosamente e disseram:
– Venham por aqui, por favor. A Rainha dos Bons Pensamentos os receberá.

Era um grupo feliz, risonho, que seguiu os duendes. Vocês podem imaginar a surpresa e alegria que as crianças sentiram ao contemplar a Rainha dos Bons Pensamentos. Ela era a criatura mais bela que se possa imaginar. Seus cabelos eram dourados como os raios de sol e os olhos brilhantes como as estrelas. As crianças curvaram-se profundamente diante dela e foram, então, apresentadas à corte. Os súditos tinham nomes tão bonitos: Alegria, Felicidade, Bondade, Amor, Generosidade e, por fim, o mais querido de todos, Altruísmo.

Depois das apresentações, a Rainha pediu às crianças que se sentassem a sua frente e de sua corte. Elas o fizeram de bom grado. Então, a Rainha começou a falar. Sua voz soava como música, tão macia, ondulante e cheia de amor. Primeiro, ela pediu a Décio que recitasse o versinho que fizera para ela, e ele o fez com prazer.

Depois, ela disse:
– Então, todos vocês querem saber sobre pensamentos?
– Sim – responderam, cortesmente – Por favor, falemos sobre pensamentos.
– Pensamentos são coisas vivas que emitimos de nossas Mentes para outras pessoas – disse a Rainha – Quando nós enviamos aos outros pensamentos de alegria, felicidade, conforto e altruísmo e quando agimos da mesma maneira para com eles, chamamos isto de consideração. Devemos vigiar nossos pensamentos cuidadosamente para que eles sejam sempre bons. Algumas vezes, pensamentos maus e egoístas tentam invadir nossas Mentes e nossos Corações, mas não devemos permitir que eles aí permaneçam. Devemos dizer: “Saiam, pensamentos maus” e fechar bem firme a porta de nossa Mente. Para que vocês entendam claramente o significado de consideração, vamos dar um exemplo. Décio ama sua mãe profundamente e seu coração está tão cheio de pensamentos de amor, que ele é muito bom para ela e tenta fazer as coisas que a agradam. Isso é consideração e, pela consideração, ele torna sua mãe feliz. Vocês veem, é como jogar um bonito jogo. Quando tentamos ter consideração pelos outros, nossos pensamentos felizes crescem tão rapidamente que temos que dividi-los com nossos amigos. Meus súditos, que vocês acabaram de conhecer, através de sua consideração dão-me alegria, felicidade, bondade e amor, exatamente como seus lindos nomes. E vocês verão como eles todos são bonitos. Pensamentos ajudam a construir nosso caráter e se temos um belo caráter, todos nos amarão. E este é o desejo de Deus para nós, queridas crianças, que amemos todas as pessoas e que todas as pessoas possam nos amar, pois Deus é Amor, e Seu grande amor nos envolve o tempo todo. Somos todos como belas flores crescendo no grande Jardim do Amor de Deus, o mundo.
Há um pequenino pensamento mau que está sempre tentando morar no coração das crianças e isso é egoísmo, continuou a Rainha. Ali não é o seu lugar e eu vou contar-lhes o grande segredo de como mantê-lo afastado. Se vocês quiserem partilhar constantemente suas alegrias e felicidade com os outros, vocês terão tanta consideração por eles que o egoísmo nunca poderá entrar no coração de vocês.

Agora, queridas crianças voltem depressa para casa, pois está ficando tarde, disse a Rainha.
Ela agitou sua varinha mágica sobre eles e eles se viram novamente no jardim. Mas, jamais se esqueceram do que ela lhes contara sobre consideração.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Esotérico “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry

O “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry é uma das joias da literatura esotérica destinadas a crianças (grandes).

Vamos o simbolismo por parte de algumas partes, personagens e coisas.

1. Para fazer download ou imprimir (ter acesso às figuras que muito ajudam na compreensão):

O Esotérico “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry

2. Para estudar no próprio site:

O esotérico “Pequeno Príncipe”

O “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry é uma das joias da literatura esotérica destinadas a crianças (grandes).

Como não temos espaço para explanar longamente a estória, vamos sintetizá-la em seus pontos essenciais:

  1. Um menino se impressionou com a ilustração de uma cobra “boa” engolindo um animal. Faz o desenho de uma cobra estufada pela forma de um elefante que engolira. Mostra-os aos “adultos” e eles o interpretam como um chapéu.

Ele se entristece e faz outro desenho em “raio x”, mostrando o elefante de pé, dentro da cobra.

Aí os adultos o dissuadem de desenhar e aconselham-no a estudar as coisas humanas para ser “pessoa sensata”.

  • O menino se torna moço e aviador. Um dia, como piloto de prova, seu avião sofre uma “pane” e é obrigado a fazer um pouso de emergência no deserto de Saara.
  • Está tentando reparar o defeito do motor quando lhe aparece, em meio à solidão do deserto, um menino trajado de príncipe, com uma espada na mão,

a pedir que lhe faça um desenho de ovelha.

Ele faz um e o menino rejeita porque lhe parece uma ovelha triste;

faz outro e também recusa porque parece velha;

faz outra, mas ele alega que é muito grande para seu pequeno país; então desenha uma caixa furada e diz que a ovelha está lá dentro. O menino fica satisfeito.

  • O menino se preocupa com a possibilidade da ovelha comer a única flor que ele tem em seu asteroide. O aviador, impaciente, retrucava-lhe que isto não tem importância. O menino fica triste e desaparece. Ele fica desesperado e se põe a procurá-lo. Quando está outra vez a consertar o avião, o menino reaparece e ele se desculpa e busca soluções para o asteroide.
  • Conversavam à noite. O menino começa a relatar sua vida no asteroide, onde ele vivia só, com seus três vulcões (um extinto e dois que ele limpava sempre); seus baobás (plantas que podiam crescer e ele tinha de cortar, para que não tomassem conta do asteroide) e a rosa que florescera.

Com a rosa aprendera como era ignorante. Saiu, pois, de seu asteroide para aprender alguma coisa do Universo que o tornasse capaz de melhor dirigir seu asteroide.

  • Levado pelas aves pousa em sete planetas:
  • Planeta do Rei que estava triste porque não tinha sobre quem reinar
  • Planeta do vaidoso megalomaníaco
  • Planeta do bebedor que fugia de si mesmo
  • Planeta do negociante preocupado com seus lucros
  • Planeta do homem que acendia os lampiões
  • Planeta do geógrafo
  • Na Terra conheceu em primeiro lugar a serpente, cuja picada tinha o condão de levar a alma aos céus.

Depois conheceu um jardim cheio de rosas

e finalmente uma raposa arisca, a quem domesticou e do qual se tornou amigo.

  • Neste ponto da narrativa acaba a água do aviador e ele fica transtornado. O menino disse que há um poço. O aviador receia perder-se no deserto e o menino vai à frente, guiando-o com segurança até as águas.

Bebem muita água, a ponto de ela ficar chocalhando na barriga. Voltam ao avião e, finalmente, o aviador consegue por o avião em funcionamento.

  • O menino se afasta e ao procurá-lo, o aviador o encontra dependurado em um muro, onde havia uma serpente, que tinha lhe picado.

Chora de tristeza e o leva ao avião. Conversam um pouco, o menino se despede, dizendo que ele não fique triste, porque continuará ouvindo seu riso, não apenas de seu asteroide, mas de todas as estrelas do céu.  Vão dormir. O menino desaparece. O aviador o procura em vão, pelo deserto. É noite. Das estrelas chegam o riso do pequeno príncipe.

O aviador decola e vai ao encontro do céu.

Os simbolismos:

  1. O aviador representa uma pessoa pura e elevada, que busca algo essencial como razão da vida. A serpente é símbolo de sabedoria. A figura do elefante dentro da cobra é a imensidão que existe escondida na sabedoria do mundo e do ser. Mas ninguém enxerga. Todos veem apenas a aparência, a superfície. Assim a sociedade abafa os anseios puros de uma criança elevada.
  2. Essa pessoa cresce insatisfeita com a superficialidade do mundo e vai buscar coisas elevadas (voar). Em uma de suas investigações mais sérias, não encontrando solução externa, entra em crise. Permanece em solidão (deserto) buscando uma solução interna (procura consertar a pane). Mas a solução não está na Mente.
  3. Ele clama e tem a revelação interna que lhe corrige e os conceitos condicionadores de que a criatura deva ser uma pessoa triste ou pensar em idade (porque o espírito é eterno) ou ter ideias de grandeza. Leva-o a compreender as coisas essenciais, além das aparências, que ele mesmo via em criança (a ovelha dentro da caixa).
  4. Mas a tendência de continuar buscando solução humana continua sem dar a devida importância aos lampejos internos (pequeno príncipe), e, por não dar interesse maior a eles, perde contato com o íntimo que deseja preservar as faculdades nascentes (a rosa desabrochada). Depois cai em si e retorna à busca do Ser interno e o reencontra quando está em quietude nos seus esforços de elevação (consertando o avião). Dedica mais interesse, então, aos reclamos divinos,
  5. Conversar à noite com o menino significa a comunhão interna, para conhecimento de si. O asteroide em que o “pequeno príncipe” mora é nosso corpo. Os três vulcões representam três veículos que temos (o Corpo Denso – já eterificado no Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente). Um deles já estava purificado (Denso eterificado) e permitiu o voo. Os baobás são os vícios que podem crescer pelo hábito e escravizar-nos, devendo ser cortados pela raiz. A rosa é o florescimento das faculdades divinas latentes. No início de nossa evolução espiritual é que tomamos consciência de nossa ignorância. “Não saber que nada sabemos” é ignorância: “saber que nada sabemos” é o começo da sabedoria. É o ponto inicial da Busca.
  6. Levados pela intuição e pelos pequeninos “Eus” nobres que formamos em nós (os pássaros), vamos tomar consciência de nosso íntimo (sete indica uma série). Aí chegamos à triste constatação do quanto ainda somos sedentos de poder (rei); escravos da vaidade (vaidoso); escapista (bebedor que fugia de sua própria realidade); apegados à segurança e sedução dos bens (negociante); dominados pelos fatores terrenos de tempo e espaço, que nos aumenta cada vez mais o ritmo febricitante das atividades e desenvolve a impaciência (homem do lampião); o quanto estamos condicionados pelos conceitos humanos da realidade do ser (geógrafo) e, finalmente resolvemos conhecer nossa parte humana (Terra) que deve ser transmutada.
  7. Só, então, nos advém a sabedoria (serpente) e a prudência (raposa) que nos ensinam a lidar com a natureza humana e transformá-la. Neste ponto veremos em cada semelhante o mesmo ser espiritual e a humanidade como um imenso jardim de rosas. Oportuno lembrar a carta de despedida da raposa: “O essencial é invisível para os olhos. Não se vê bem, a não ser com o coração”.
  8. Assim preparado, o Ser pode ser guiado pelo íntimo (pequeno príncipe) a fonte de água viva do Cristo interno. Acaba-se a água do conhecimento humano e passamos a nos dessedentar daquela água que Cristo prometeu à Samaritana. Aí restauramos os recursos para voar, agora em melhores condições (o avião consertado).
  9. Elevando-nos internamente (menino que se dependura no muro) chegamos ao despertar espiritual para esferas mais altas. É o picar da serpente, ou seja, o fogo espinhal que se eleva e toca os centros superiores da cabeça. Aí nos elevamos a outros planos e passamos a ver a divina essência em tudo (decolar com o avião e escutar o riso do “pequeno príncipe” em cada estrela).

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz de out/1975)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Esotérico “Branca de Neve e os Sete Anões”

O Esotérico: Branca de Neve e os Sete Anões

O branco é o resumo de todas as cores: símbolo da unidade do espírito. Deus é Luz. Somos feitos a Sua imagem e semelhança e, portanto, somos Luz também. Quando a luz se refrata, em manifestação, se bem conserve sua unidade de origem, aparece como as cores primárias: vermelho (expressão do Espírito Humano), amarelo (expressão do Espírito de Vida) e Azul (expressão do Espírito Divino) a Trindade em Um. Estas cores, entre si combinadas, produzem as secundárias: alaranjado, verde, índigo e violeta; ao todas as sete cores do espectro.

Neve é símbolo de pureza. Branca de Neve, o do Espírito Virginal, puro.

Era filha de um Rei, porque o espírito é parte de Deus, herdeiro dos céus.

Quando o espirito humano chegou a meados da Época Atlante (sétimo dia da criação, em que Deus descansou, deixando ao ser humano, de posse da Mente, o livre arbítrio, para dirigir-se por si só), perdeu seus guardiões angelicais. Ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento do egoísmo, da ideia de separatividade, da gradativa materialização, fomos nos ligando ao plano material. Foi quando perdemos nossa “mãe” e ganhamos uma “madrasta” egoísta e má.

O castelo é nosso corpo. Dele saía nossa natureza inferior (a madrasta), por baixo, em suas práticas de magia negra. Não se fala do Pai, não se vê o Pai. Embora Deus nos ame muito e nos assista sempre, é preciso que aprendamos a nos dirigir sozinhos. Além disso, nós é que, com a perda da visão espiritual não o vemos nem sentimos. Essa a razão da omissão.

Quando a natureza espiritual se foi desenvolvendo com as qualidades superiores da alma, e por um penoso esforço (lavar as escadarias do castelo é purificarmo-nos e, gradativamente, subir) sua beleza despertou ciúmes na madrasta rainha. Isto quer dizer que a natureza superior se deve desenvolver no silêncio, sem alarde, para não provocar ciúmes da natureza inferior. Como Herodes mandou matar todas as criancinhas que tivessem até dois anos, para eliminar Jesus, cujo poder temia, assim é a natureza inferior em nosso reino interno. O egoísmo quer reinar supremo.

Todavia, nossa consciência, algo despertada, reconhece a realidade do espírito e intuitivamente (como a mulher de Pôncio Pilatos) teme agir contra Ele. Assim, o caçador poupou-a mandando que ela fugisse. Como José conduzia Maria e o menino Jesus ao Egito (a terra do silêncio para fugir de Herodes), o egoísmo, Branca de Neve conduzida pelos passarinhos (intuição) se refugiou na casa dos sete anões, (símbolo dos sete princípios que agem dentro de nós, propiciando impulsos para evoluirmos). É nosso zodíaco, em cujas casas temos auxiliares. Descansamos em “suas camas”. Os anões caracterizam bem as naturezas planetárias: o Mestre é Saturno; Zangado é Marte; Dengoso é Vênus; Feliz é Júpiter; Atchim é Urano; Soneca é a Terra; e Dunga é Mercúrio. De fato Saturno é o provador das almas. Marte, passional, belicoso e maléfico em sua influência adversa é do contra. Vênus é amoroso e sentimental. Júpiter é benevolente e otimista. Urano é espasmódico. A Terra está mergulhada em “sono”, até que seja despertada. E Mercúrio, até a pouco em noite cósmica, não estava em manifestação (não se exprimia).

Mas a insidiosa influência dos espíritos lucíferos continuava. As religiões de raça nos acentuaram o egoísmo. Quer dizer: a madrasta nos atingiu. Mordemos a maçã “envenenada” (anestesia do erro, pois o salário do pecado é a morte) e mergulhamos no sono da inconsciência material, sendo encerrados num caixão de ouro e cristal no alto da montanha, até que sejamos despertados pelo primeiro beijo de amor. O caixão é nosso Corpo. De ouro porque é expressão do espírito; de cristal, porque cristalizado, densificado pelas transgressões às leis naturais. A montanha é nossa cabeça, onde estão os acentos do espírito do Ego. O príncipe é Cristo, em relação à humanidade, ou o principio crístico, o Cristo Interno em relação a cada um de nós.

Um dia chegará a nossa libertação pessoal, que depende de nosso esforço e ajuda das forças propulsoras de nossa evolução, principalmente de Cristo, nosso Salvador, que um dia já nos visitou no “castelo” e ainda voltará para as núpcias com nossa alma.

Então sairemos do nosso caixão de cristal, ao lado do cavalo branco do discernimento, vislumbrando, contra o horizonte um novo castelo, uma nova era, de amor fraternal entre todos os seres humanos, então reunidos num só rebanho, sob um só pastor.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de set/1966)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ritual do Serviço do Equinócio de Setembro

FRATERNIDADE ROSACRUZ

Ritual do Serviço do Equinócio de Setembro

  1. O Oficiante convida os presentes a cantarem, de pé, ou todo o Hino Rosacruz de Abertura ou somente a terceira estrofe do Hino Rosacruz de Abertura.
  2. O Oficiante ilumina e descobre o Símbolo Rosacruz e apaga as luzes, exceto a que o ilumina o Símbolo e a que auxilia na leitura.
  3. Em seguida, fixa o olhar no Símbolo Rosacruz e fala a saudação Rosacruz:

“Queridos irmãos e irmãs:

Que as rosas floresçam em vossa cruz”

4. Todos respondem: “E na vossa também.

5. Todos se sentam, menos o Oficiante.

6. Em seguida, o Oficiante começa a leitura do texto do Ritual:

Deus É Luz”

Todas as vezes que nós nos absorvemos profundamente nessas três palavras, nos banhamos numa fonte espiritual inesgotável; e a cada vez que repetimos ressoa em nós mais completamente a profundidade divina e nos aproximamos mais do nosso Pai, que está nos Céus.

Para entrarmos em contato mais próximo com esse assunto, agora que a Luz de Cristo está começando a permear à Terra, vamos retroceder no tempo, para nos orientar e fornecer a direção da nossa futura linha de progresso.

A primeira vez que a nossa consciência foi dirigida para a Luz foi imediatamente depois de nós nos tornarmos dotados da Mente e entrarmos, definitivamente, na nossa evolução como seres humanos, na Atlântida, a terra da névoa, no fundo das depressões da Terra, onde a névoa quente emitida do resfriamento da Terra pairava como uma densa névoa sobre a sua superfície. Nessa situação as alturas estreladas do universo nunca eram vistas, nem poderia a luz prateada da Lua penetrar na densa e enevoada atmosfera que pairava sobre aquela antiga terra. Mesmo o ígneo esplendor do Sol estava quase totalmente extinto, pois quando vemos na Memória da Natureza os fatos relativos àquele tempo, verificamos que a atmosfera da Terra era excessivamente opaca, tendo uma aura de várias cores, muito semelhante àquela que podemos observar em torno do foco luminoso das lâmpadas incandescentes, quando há neblina.

Mas essa luz tinha um fascínio. Os antigos Atlantes foram ensinados, pelas Hierarquias Divinas que viviam entre eles, a aspirar pela luz e, como a luz espiritual estava, então, em declínio, eles aspiravam ainda mais ardentemente pela nova luz, pois temiam a escuridão da qual se tornaram conscientes quando adquiriram a Mente.

Então, chegou o inevitável dilúvio, quando a névoa se esfriou e se condensou. A atmosfera clareou e o “povo escolhido” foi salvo. Aqueles que trabalharam dentro de si mesmos e aprenderam a construir os órgãos necessários, requeridos para respirar numa atmosfera como a que possuímos hoje, sobreviveram e vieram para a luz. Essa escolha não foi arbitrária; o trabalho do passado consistiu na construção do corpo. Aqueles que apenas possuíam fendas parecidas com brânquias, semelhantes às que o embrião humano ainda utiliza no seu desenvolvimento pré-natal, não estavam fisiologicamente adaptados para entrar na nova era, como o embrião humano não poderia viver, depois de nascido, se negligenciasse em construir os pulmões; morreria, como aquele antigo povo morreu quando a atmosfera mais rarefeita tornou fendas parecidas com brânquias inúteis.

Desde o dia em que emigramos da antiga Atlântida, nossos corpos estão praticamente completo, mas desde aquele tempo e a partir de agora aqueles que quiserem acompanhar a Luz deverão se empenhar pelo crescimento da alma. Os corpos que nós cristalizamos em nós deverão ser dissolvidos, e a quintessência da experiência extraída, que como “alma” pode ser amalgamada com o espírito para promover o seu crescimento da impotência à omnipotência. Assim, o Tabernáculo no Deserto foi proporcionado aos antigos e a Luz de Deus desceu sobre o Altar dos Sacrifícios. Isso é de grande significância: o Ego desceu e entrou no seu tabernáculo, o Corpo Denso. Todos conhecemos a tendência do instinto primitivo para o egoísmo e se estudamos a ética superior, também sabemos quão subversiva do bem é a indulgência para a tendência egotista; dessa forma, imediatamente Deus colocou, diante da humanidade, a Luz Divina sobre o Altar dos Sacrifícios.

Sobre esse Altar os seres humanos foram forçados, pela extrema necessidade, a oferecer suas posses mais queridas por cada transgressão, parecendo-lhes Deus um duro Senhor em cujo descontentamento era perigoso incorrer. Mas a Luz ainda os atraía. Eles sabiam, então, que era inútil tentar escapar das mãos de Deus. Eles jamais tinham ouvido as palavras de São João: “Deus é Luz”, mas já haviam aprendidos dos Céus, em certa medida, o significado do infinito, medido pelo reino da luz, pois ouvimos Davi exclamar: “Para onde ir, longe do Teu sopro? Para onde fugir, longe da Tua presença? … Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar, mesmo lá é Tua mão que me conduz, e Tua mão direita me sustenta…. mesmo a treva não é treva para ti, tanto a noite como o dia iluminam.”[1]

O próximo passo no trabalho de Deus para conosco consistiu em tornar permanente essa condição de estar na Luz, que culminou com o nascimento de Cristo que, como a presença corporal do Pai, continuou tendo em Si mesmo aquela Luz, pois a Luz veio ao mundo para todo aquele que cresse em Cristo não perecesse, mas que tivesse a vida eterna[2]. Ele disse: “Eu sou a Luz do Mundo[3]. O Altar no Tabernáculo ilustrava o princípio do sacrifício como o meio da regeneração e por isso disse Cristo aos Seus Discípulos: “Ninguém tem maior amor do que esse: o de dar sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos[4]. A partir daí Ele começou um sacrifício, sacrifício esse que não se consumou nas poucas horas de sofrimento físico sobre uma cruz material, mas que é tão perpétuo como o foram os sacrifícios feitos no Altar no Tabernáculo no Deserto, pois impõe uma descida anual às condições na Terra que deve significar muito a esse grande Espírito.

Isso deve continuar até que um número suficiente de seres humanos tenha evoluído o suficiente para carregar o fardo dessa massa informe densa de escuridão, que chamamos de Terra, e que pende como uma pedra de moinho sobre o pescoço da humanidade constituindo um empecilho para o posterior crescimento espiritual. Essa é a tarefa com que nos defrontamos.

Estamos, agora, na passagem equinocial em que o Sol deixa o hemisfério norte, depois de prover todas as necessidades da vida, para o próximo ano; e a onda espiritual que conduz, em sua crista, a vida que encontrará expressão física no ano que se inicia está, agora, se aproximando da nossa Terra. O meio ano que temos pela frente é a parte santa do ano. Desde a festa da Imaculada Conceição até ao Nascimento Místico do Natal (enquanto essa onda penetra em nossa Terra) e desde o Natal até ao tempo da Páscoa (enquanto a onda está saindo da nossa Terra) uma canção harmoniosa, rítmica e vibrante, tão bem descrita na lenda do Nascimento Místico como uma “Hosana”, cantada por um coro de Anjos, enche a atmosfera planetária e age sobre todos como um impulso para a aspiração espiritual.

Conhecemos a analogia entre o ser humano – que penetra nos seus veículos durante o dia, neles vive e por meio deles trabalha, e que à noite é um Espírito livre, livre dos grilhões do Corpo Denso – e o Espírito de Cristo que habita nossa Terra durante parte do ano. Todos sabemos que esse Corpo é um grilhão, é uma prisão, como somos torturados pelas doenças e pelos sofrimentos, pois não há um de nós que esteja sempre com perfeita saúde, de modo que jamais sinta o látego da dor; pelo menos ninguém que esteja no caminho à vida superior.

O mesmo acontece com o Cristo Cósmico, que dirige Sua atenção para a nossa pequena Terra, focalizando Sua consciência nesse Planeta a fim de que possa ter vida. Ele tem que vivificar essa massa morta (que nós cristalizamos fora do Sol) anualmente; e isso constitui um grilhão, uma obstrução e uma prisão para Ele; assim os nossos corações deveriam ficar voltados para Ele, nesse tempo, em gratidão pelo sacrifício que Ele faz por nossa causa, desde meados de dezembro até meados de março, permeando esse Planeta com a Sua vida para despertá-lo do seu sono, no qual permaneceria se Ele não nascesse no seu interior para vivificá-lo.

Sem essa infusão anual de Vida e Energia Divinas todas as coisas vivas sobre a nossa Terra pereceriam imediatamente e todo o progresso ordenado seria frustrado, pelo menos no que diz respeito à nossa linha atual de desenvolvimento. É a “queda” do Raio Espiritual do Sol, desde 23 de setembro até 21 de dezembro, que causam a retomada das atividades mentais e espirituais desde 21 de dezembro até 21 de março. A mesma força germinadora que ativa a semente na Terra e a prepara para produzir sua espécie em quantidade, também agita a Mente humana e promove as atividades altruístas que tornam o mundo melhor.

Assim é que as poderosas vibrações espirituais da onda Crística, doadora de vida, estão na atmosfera terrestre durante os meses que temos pela frente e podem ser usadas por nós com muito maior proveito se soubermos disso e se redobrarmos nossos esforços, o que não faríamos se desconhecêssemos esse fato. O Cristo ainda está gemendo e sofrendo as dores de parto[5], esperando pelo dia da libertação, pela “manifestação dos Filhos de Deus[6]; e realmente apressamos esse dia cada vez que comemos e bebemos como alimentos para os nossos veículos superiores simbolizados pelo pão e vinho místicos.

Todas as vezes que nos damos a nós mesmos no serviço aos outros, contribuímos para o brilho de luz interna dos nossos Corpos-Almas que é constituído dos Éteres superiores. Atualmente, é o Éter Crístico que faz flutuar essa nossa esfera, porém, vamos nos lembrar que se desejamos apressar o dia de Sua libertação, devemos desenvolver em número suficiente nossos próprios Corpos-Almas até ao ponto em que eles possam manter a Terra flutuando. Dessa forma, nós poderemos assumir a Sua carga e poupá-Lo da dor da existência física. Que cada um de nós aproveite as vibrações espirituais, com as quais seremos banhados durante os próximos meses, para que o próximo Equinócio de Setembro nos encontre mais próximos do Dia da Libertação.

Agora nos concentremos sobre o Amor Divino e o Serviço.

7. O período de concentração deve se prolongar por uns 5 minutos

8. Terminada a Concentração, o Oficiante cobre o Símbolo Rosacruz e acende as luzes

9. O Oficiante convida todos a se levantarem e a cantarem o Hino Rosacruz de Encerramento

10. O Oficiante profere a seguinte exortação de despedida:

“E agora, queridos irmãos e irmãs, que vamos partir de volta ao mundo material levemos a firme resolução de expressar, em nossas vidas diárias, os elevados ideais de espiritualidade que aqui recebemos, para que dia a dia nos tornemos melhores homens e mulheres, e mais dignos de sermos utilizados como colaboradores conscientes na obra benfeitora dos Irmãos Maiores, à serviço da humanidade”.

“QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ”

11. Apaga-se a luz do Templo

(todos devem se retirar do Templo em silêncio)


[1] N.T.: Sl 139:7-12

[2] N.T.: Jo 3:15

[3] N.T.: Jo 8:12

[4] N.T.: Jo 15:13

[5] N.T.: Rm 8:22

[6] N.T.: Rm 8:19

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

UMA PALAVRA AO SÁBIO

O fundador da Religião Cristã emitiu uma máxima oculta quando disse: “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Mc 10:15). Todos os ocultistas reconhecem a imensa importância desse ensinamento de Cristo, e tratam de “vivê-lo” dia a dia.

Quando uma nova filosofia se apresenta ao Mundo é encarada de forma diferente pelas mais diversas pessoas. Algumas se apoderam avidamente de qualquer novo esforço filosófico, procurando ver em que proporção ele serve de apoio às suas próprias ideias. Para essas a filosofia em si mesma é de pouca valia. Terá valor se reforçar as SUAS ideias. Se a obra os satisfizer a esse respeito, adotá-la-ão entusiasticamente, a ela aderindo com o mais desarrazoado partidarismo. Caso contrário, afastarão o livro, aborrecidos e desapontados como se o autor os tivesse ofendido pessoalmente.

Outras adotam uma atitude cética tão logo descobrem que a obra contém alguma coisa a cujo respeito nada leram nem ouviram anteriormente, ou sobre a qual ainda não lhes ocorrera pensar. E, provavelmente, repelirão como extremamente injustificável a acusação de que sua atitude mental é o cúmulo da autossatisfação e da intolerância. Contudo, esse é o caso, e desse modo fecham suas Mentes à verdade que eventualmente possa estar contida naquilo no que rejeitam.

Ambas as classes se mantêm na sua própria luz. Suas ideias pré-estabelecidas os tornam invulneráveis aos raios da Verdade. A tal respeito “uma criança” é precisamente o oposto dos adultos, pois não está imbuída do sentimento dominador de superioridade, nem inclinada a tomar aparência de sábio ou ocultar, sob um sorriso ou um gracejo, sua ignorância em qualquer assunto. É ignorante com franqueza, não tem opiniões preconcebidas nem julga antecipadamente, portanto é eminentemente ensinável. Encara todas as coisas com essa formosa atitude de confiança a que denominamos “fé infantil”, na qual não existe sombra de dúvida, conservando os ensinamentos que recebe até comprovar para si mesmo a certeza ou o erro.

Em todas as escolas ocultistas o aluno é primeiramente ensinado a esquecer de tudo o que aprendeu ao ser-lhe ministrado um novo ensinamento, a fim de que não predomine o juízo antecipado nem o da preferência, mas para que mantenha a Mente em estado de calma e de digna expectativa. Assim como o ceticismo efetivamente nos cega para a verdade, assim também essa calma atitude confiante da Mente permitirá à intuição ou “sabedoria interna” apoderar-se da verdade contida na proposição. Essa é a única maneira de cultivar uma percepção absolutamente certa da verdade.

Não se pede ao aluno que admita de imediato ser negro determinado objeto que ele observou ser branco, ainda que se lhe afirme. Pede-se a ele sim, que cultive uma atitude mental suscetível de “admitir todas as coisas” como possíveis. Isto lhe permitirá pôr de lado momentaneamente até mesmo aquilo que geralmente se considera um “fato estabelecido”, e investigar se existe algum outro ponto de vista até então não notado sob o qual o objeto em referência possa parecer negro. Certamente ele nada considerará como fato estabelecido, porque compreenderá perfeitamente quanto é importante manter a sua Mente no estado fluídico de adaptabilidade que caracteriza a criança. Compreenderá, com todas as fibras do seu ser, que “agora vemos como em espelho, obscuramente” e, como Ajax, estará sempre alerta, anelando por “luz, mais luz”.

A grande vantagem dessa atitude mental quando se investiga determinado assunto, ideia ou objeto, é evidente. Afirmações que parecem positivas e inequivocamente contraditórias, e que causam intermináveis discussões entre os respectivos partidários, podem, não obstante, conciliar-se, conforme se demonstra em exemplo mais adiante. Só a Mente aberta descobre o vínculo da concordância. Embora essa obra possa parecer diferente das outras, o autor solicitaria um auditório imparcial, como base, para julgamento subsequente. Se, ao ponderar esse livro, alguém o considerasse de pouco fundamento, o autor não se lamentaria. Teme unicamente um julgamento apressado e baseado na falta de conhecimento do sistema que ele advoga, ou que diga que a obra não tem fundamento, sem, previamente, dedicar-lhe atenção imparcial. E deve acrescentar, ainda: a única opinião digna de ser levada em conta precisa basear-se no conhecimento.

Há mais uma razão para que se tenha muito cuidado ao emitir um juízo: muitas pessoas têm suma dificuldade em retratar-se de qualquer opinião prematuramente expressa. Portanto, pede-se ao leitor que suspenda suas opiniões, de elogio ou de crítica, até que o estudo razoável da obra convença do seu mérito ou demérito.

O Conceito Rosacruz do Cosmos não é dogmático nem apela para qualquer autoridade que não seja a própria razão do Estudante. Não é uma controvérsia. Publica-se com a esperança de que possa ajudar a esclarecer algumas das dificuldades que no passado assediaram a Mente dos Estudantes das filosofias profundas. Todavia, a fim de evitar equívocos graves, deve ser firmemente gravado na Mente do Estudante que não há, sobre esse complicado assunto, qualquer revelação infalível que abranja tudo quanto está debaixo ou acima do sol.

Dizer que essa exposição é infalível seria o mesmo que pretender que o autor fosse onisciente. Até os próprios Irmãos Maiores nos dizem que eles mesmos enganam-se, às vezes, nos juízos que fazem. Assim, está fora de qualquer discussão um livro que queira proferir a última palavra sobre o mistério do mundo, e é intenção do autor dessa obra apresentar apenas os ensinamentos mais elementares dos Rosacruzes.

A Fraternidade Rosacruz tem a concepção mais lógica e ampla sobre o mistério do mundo, e a tal respeito o autor adquiriu algum conhecimento durante os muitos anos que consagrou exclusivamente ao estudo do assunto. Pelo que pôde investigar por si próprio, os ensinamentos desse livro estão de acordo com os fatos tais como ele os conhece. Todavia, tem a convicção de que o Conceito Rosacruz do Cosmos está longe de ser a última palavra sobre esse assunto e de que, à medida que avançamos, apresentam-se aos nossos olhos novos aspectos e esclarecem-se muitas coisas que, antes, só víamos “como em espelho, obscuramente”. Ao mesmo tempo crê firmemente que todas as outras filosofias do futuro seguirão as linhas mestras dessa filosofia, por lhe parecerem absolutamente certas.

Ante o exposto, compreender-se-á claramente que o autor não considera essa obra como o Alfa e o Ômega, ou o máximo do conhecimento oculto. Embora tenha por título “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, deseja o autor salientar com firmeza que essa filosofia não deve ser entendida como uma “crença entregue de uma vez para sempre” aos Rosacruzes pelo fundador da Ordem ou por qualquer outro indivíduo. Convém enfatizar que essa obra encerra apenas a compreensão do autor sobre os ensinamentos Rosacruzes relativos ao mistério do mundo, revigorados por suas investigações pessoais nos mundos internos, a respeito dos estados pré-natal e pós-morte do ser humano, etc. O autor tem plena consciência da responsabilidade em que incorre quem, bem ou mal, guia intencionalmente a outrem, desejando ele precaver-se contra tal contingência e também prevenir aos outros para que não venham a errar.

O que nessa obra se afirma deve ser aceito ou rejeitado pelo leitor segundo o seu próprio critério. Pôs-se todo o empenho em tornar compreensíveis os ensinamentos e foi necessário muito trabalho para poder expressá-los em palavras de fácil compreensão. Por esse motivo, em toda a obra usa-se o mesmo termo para expressar a mesma ideia. A mesma palavra tem o mesmo significado em qualquer parte. Quando pela primeira vez o autor emprega uma palavra que expressa determinada ideia, apresenta a definição mais clara que lhe foi possível encontrar. Empregando as palavras mais simples e expressivas, o autor cuidou constantemente de apresentar descrições tão exatas e definidas quanto lhe permitia o assunto em apreço, a fim de eliminar qualquer ambiguidade e para apresentar tudo com clareza. O Estudante poderá julgar em que extensão o autor logrou o seu intento. Entretanto, tendo-se esforçado o possível para sugerir as ideias verdadeiras, considera-se também na obrigação de defender-se da possibilidade de a obra vir a ser considerada como uma exposição literal dos Ensinamentos Rosacruzes. Sem essa recomendação esse trabalho teria mais valor para alguns Estudantes, mas isto não seria justo nem para a Fraternidade nem para o leitor. Poder-se-ia manifestar certa tendência para atribuir à Fraternidade a responsabilidade dos erros que nesse trabalho, como em toda obra humana, possam ocorrer. Daí a razão dessa advertência.

Segundo uma narrativa hindu, aquele que tenha duas linhas semicirculares na palma da mão, na articulação exterior do polegar “leva consigo um grão de arroz”. Isto quer dizer que será bem recebido e hospitaleiramente tratado onde quer que vá. O autor tem o sinal mencionado, e, no seu caso, o prognóstico se cumpriu maravilhosamente. Em todos os lugares encontrou amigos, e por eles foi bem tratado. O mesmo aconteceu com o “Conceito Rosacruz do Cosmos”. A Dra. Alma Von Brandis facilitou os meios para a primeira aproximação com os ensinamentos Rosacruzes. Comandante Kingsmill e Jessie Brewster auxiliaram-no lealmente na parte literária, Mrs. M. E. Rath Merril e Miss Allen Merril executaram certo número de desenhos, e quanto a Wm. M. Patterson não só prestou ao autor serviços pessoais, mas ainda prestou o seu auxílio financeiro para que esse livro pudesse ser oferecido pelo preço de custo. Esse trabalho foi, portanto, produzido com Amor. Ninguém, com ele relacionado, recebeu e deve receber um centavo de recompensa. Todos, desinteressadamente, deram tempo e dinheiro. Portanto, o autor deseja expressar todo o reconhecimento a eles, esperando que venham a encontrar outras e maiores oportunidades de exercerem os seus préstimos com igual desinteresse.

Max Heindel

Acréscimo nas Edições Posteriores: Durante os quatro anos decorridos, desde que foram escritos os parágrafos anteriores, o autor continuou suas investigações nos Mundos invisíveis e experimentou a expansão de consciência relativa a esses Reinos da natureza, o que se consegue mediante a prática dos preceitos ensinados pela Escola de Mistérios do Ocidente. Outros que também seguiram o método de desenvolvimento anímico aqui prescrito, e particularmente apropriado aos povos ocidentais, de igual modo foram capazes de constatar, por si mesmos, muitas das coisas expostas nessa obra. Desse modo o autor teve certa confirmação do que compreendera dos ensinamentos ditados pelos Irmãos Maiores, parecendo-lhe que os mesmos foram substancialmente corretos, pelo que se julga no dever de dar essa explicação para que sirva de estímulo aos que ainda não são capazes de ver por si próprios.

Seria mais exato dizer que o Corpo Vital é formado por prismas em vez de pontos, posto que, refratando-se através desses minúsculos prismas é que o fluído solar incolor muda para um tom rosáceo, tal como outros escritores, além do autor, têm indicado.

Fizeram-se outras novas e importantes descobertas. Por exemplo: sabemos agora que em cada vida nasce um novo Cordão Prateado; que uma parte do mesmo surge do Átomo-semente do Corpo de Desejos, situado no grande vórtice do fígado; que a outra parte surge do Átomo-semente do Corpo Denso, no coração; que as duas partes se encontram no Átomo-semente do Corpo Vital no plexo solar, e que essa união dos veículos superiores com os inferiores produz o despertar do feto. O desenvolvimento ulterior do Cordão entre o coração e o plexo solar, durante os primeiros sete anos, tem importante relação com o mistério da infância, assim como o seu maior desenvolvimento, do fígado ao plexo solar, que ocorre no segundo período setenário, é fator contribuinte para a adolescência. A formação total do Cordão Prateado marca o fim da vida infantil. A partir desse momento a energia solar que entra pelo baço, e que se cobre pela refração através do Átomo-semente prismático do Corpo Vital situado no plexo solar, começa a dar um colorido individual e característico à aura que observamos nos adultos.

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