Arquivo de tag Corpo de Desejos

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Há possibilidade de duas pessoas que muito se gostaram aqui se reencontrarem na vida celeste?

Pergunta: Se houver uma forte atração entre duas pessoas que não conseguiram uma consumação legal, mediante o casamento em virtude de ligações prévias, se uma delas morrer com esse desejo, há possibilidade de se reencontrarem no céu, se unirem e se casarem numa vida futura na Terra?

Resposta: Sim, com toda probabilidade. A atração sentida mutuamente e que não pôde encontrar aqui meio de expressão, em muitos casos, os reunirá mesmo antes da próxima vida. Embora não haja casamento no Céu, aqueles que se amam e são, num certo sentido, necessários um ao outro para obter a felicidade, são unidos por meio de um vínculo de amizade muito íntima durante a estadia no Primeiro Céu, se faleceram na mesma ocasião ou em data próxima. Contudo, se um deles permanecer no corpo por alguns anos mais depois do outro ter morrido, o que se encontra no Mundo celestial criará, por meio do seu pensamento amoroso, uma imagem do outro e infundirá vida nessa imagem. Não esqueçamos que o Mundo do Desejo é constituído de tal maneira que somos capazes de dar forma a qualquer pensamento nosso. Assim, embora essa imagem só seja animada pelo pensamento de ambos, do que morreu e do que vive ainda na região física, engloba todas as condições necessárias para preencher a felicidade desse habitante do Mundo celestial.

Da mesma forma, ao falecer a segunda pessoa, se a primeira tiver progredido até o Segundo Céu, sua chamada concha (o Corpo de Desejos em desintegração no qual ele ou ela viveu) responderá ao propósito e parecerá perfeitamente real ao segundo amante até que sua vida termine nesse reino. Então, quando ambos passarem para os Segundo e Terceiro Céus, o esquecimento do passado se processará, e poderão partir novamente para uma ou mais vidas sem sentimento de perda. Mas, em alguma época e em algum lugar, se encontrarão novamente e a força dinâmica que geraram no passado, por seu afeto mútuo, irá atraí-los inevitavelmente, e os unirá para que seu amor realize a legítima consumação.

Isto não se aplica somente aos amantes, na acepção geral da palavra, mas ao amor existente entre irmãos, pais e filhos ou amigos sem relação sanguínea. A nossa vida no Primeiro Céu é sempre abençoada e preenchida pela presença daqueles que amamos. Se eles não estiverem no Mundo espiritual e, portanto, não realmente presentes, suas imagens lá estarão. Não devemos pensar que essas imagens sejam pura ilusão, pois elas são animadas pelo amor e pela amizade, enviadas pelos ausentes em direção à pessoa de cuja vida celestial são uma parte.

(Pergunta nº 5 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II – Fraternidade Rosacruz – Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Regeneração como Processo de Purificação

A Regeneração como Processo de Purificação

O objetivo da nossa existência física é a aquisição de experiências a fim de atingirmos a perfeição. É a evolução do inconsciente para o consciente; da passividade para a criatividade.

Para conseguirmos atingir isso, nós construímos corpos de diferentes graus de densidade:

  1. Corpo Denso, que é o veículo visível que empregamos neste Mundo (mais especificamente na Região Química do Mundo Físico) para atuarmos e nos movermos;
  2. Corpo Vital, composto de Éter, interpenetra o Corpo Denso, estendendo-se, além desse, mais ou menos 4 cm;  também o empregamos neste Mundo (mais especificamente, na Região Etérica do Mundo Físico). É nosso instrumento de especialização da energia vital do Sol;
  3. Corpo de Desejos, interpenetra o Corpo Denso e o Corpo Vital, estendendo-se cerca de 40 cm além do Corpo Denso.  Expressa nossa natureza emocional e tem a forma ovoide;
  4. Mente, um espelho através do qual nós, como Egos, transmitimos nossas ordens por pensamentos e palavras, aos nossos veículos compelindo-os para a ação.

Assim, o Ego é o tríplice Espírito que utiliza esses veículos para acumular experiências na escola da vida.

Cada um desses veículos é uma estrutura cristalizada. Além disso, temos um bom grau de imperfeição. Por isso, qualquer um desses veículos tem limitações. Isso quer dizer, uma vez que um Espírito tenha conseguido obter o máximo de experiências num conjunto desses veículos, ele abandona esse conjunto e passa para um período de avaliação do que aprendeu e de planejamento para um próximo passo. A transição para esse período é conhecida como morte. No período que a antecede, ou seja, em nossa existência terrena, os usamos para adquirir experiências. Portanto, esses dois períodos tendem a provocar o crescimento, visto que a cada transição para os mundos celestes – morte do Corpo Denso – um antigo conjunto de veículos imperfeitos é eliminado e, a cada transição para este Mundo Físico (nascimento do Corpo Denso) um novo e melhor conjunto é construído.

Literalmente, a palavra REGENERAÇÃO significa renascimento, mas também significa o passo à frente na evolução que o Ego dá cada vez que constrói um novo corpo e nele penetra.

Vejamos, agora, como isso é feito num ciclo de vida do Ego. A cada ciclo de vida – de um nascimento, no Mundo Físico, ao próximo – o Ego busca cada vez mais se aprimorar, por meio da aquisição de experiências. Quando, no momento da morte do Corpo Denso o Ego se liberta desse corpo, o poder espiritual volta-lhe novamente até certo grau. Por até três dias e meio após a morte, o Ego revisa o panorama da vida passada. É a primeira retrospecção após morte. Essa revisão ocorre porque o Ego pode, agora, ler as imagens do polo negativo do Éter Refletor do seu Corpo Vital em que estão as recordações indestrutíveis dos acontecimentos da existência física que se findou. Os acontecimentos apresentam-se em ordem inversa: primeiro os efeitos, depois as causas. As cenas passam, vão se imprimindo nos veículos superiores, mas como o Ego está na Região Etérica do Mundo Físico, fica impassível ante elas, não tem nenhum sentimento em relação a elas.

Depois desse panorama, o Ego entra no Mundo do Desejo. No Purgatório, que ocupa as regiões inferiores do Mundo do Desejo, o panorama da vida passa novamente ante a visão espiritual do Ego. Contudo, são só vistas as cenas onde ele cometeu erros. Experimenta todos os sofrimentos mentais e físicos que fez os outros passarem. Com isso, o Ego aprende a ser misericordioso ao invés de cruel, a fazer o bem ao invés do mal. O sentimento que permanece dessas experiências atuará em vidas futuras como a consciência: aquela vozinha que escutamos sempre ante um problema ou uma decisão.

Na passagem para o Primeiro Céu, que ocupa as três regiões superiores do Mundo do Desejo, o panorama da vida passa pela 3ª vez diante do Ego. Contudo, são só vistas as cenas onde tratou de ajudar os demais. Sente, novamente, o prazer de ajudar, principalmente, sente a gratidão dos que ajudou. Sente também a gratidão que teve quando ajudou. A essência disso é integrada no espírito como incentivo para o bem nas vidas futuras.

Depois da assimilação dos frutos de sua vida passada, da avaliação do que aprendeu, um desejo de novas experiências, a fim de obter maior crescimento da alma, leva o Ego a renascer. O fator que determina a sua nova vida é a Lei de Consequência. Seu novo nascimento está condicionado pelas suas vidas passadas.

É mostrado ao Ego um panorama da sua próxima vida enfatizando os fatos principais. O Ego se encontra no Terceiro Céu, que é formado pelas 3 regiões superiores do Mundo do Pensamento. Aqui o Ego está bem consciente da necessidade das futuras experiências, o que deve aprender e das desilusões, pesares e dificuldades que precisará atravessar. Aqui o Ego se sente acima das ilusórias condições materiais. Esse panorama desenrola-se do modo inverso ao dos anteriores, ou seja: primeiro as causas depois os efeitos.

Perceba que ao Ego só é mostrado os acontecimentos principais. O Ego tem livre arbítrio quanto aos detalhes.

Quando da entrada do Ego na matriz de seus novos corpos, um pouco antes do nascimento do Corpo Denso, o Ego vê os acontecimentos da vida futura. Assim, a maioria dos Espíritos dá os passos à frente quando entra em novos corpos. Mas, alguns Espíritos são capazes de reestruturar suas vidas adquirindo novos e importantes conhecimentos e experiências, não somente nos mundos celestes, quando assimilam e avaliam, mas também aqui, no Mundo Físico, durante esse período de aprendizagem. Esses Egos não seguem mais o caminho representado pelas cobras do Caduceu de Mercúrio – o caminho cíclico –, mas seguem o caminho reto e estreito representado pelo Cetro de Mercúrio: o Caminho da Iniciação.

Vejamos, então, como obter meios de se conseguir a regeneração independentemente do renascimento físico.

Pelo que foi exposto anteriormente fica claro que se uma pessoa quer se regenerar durante sua vida terrena, ela precisa fazer uma retrospecção diariamente, contemplando os acontecimentos na ordem inversa, fixando principalmente o aspecto moral, tanto em pensamentos, como em sentimento, palavras e atos. Lembre-se: a Natureza jamais gasta esforços em processos inúteis. Assim: lição aprendida, ensino suspenso.

O verdadeiro Aspirante à vida superior deve crer que tudo é possível e que pode fazer o que pretende, mesmo que nunca tenha feito antes. Precisa usar sua força de vontade e continuar trabalhando, se esforçando, até conseguir alcançar a sua meta, independentemente da idade, de desilusões, de dificuldades.

O Aspirante deve ter a Mente aberta, sempre pronto a receber novas ideias e experimentar novas maneiras de agir e fazer as coisas. Ser flexível e adaptável. Procurar continuamente a verdade.

É certo que não é nada fácil. Por exemplo: deixar de ter pensamentos indesejáveis seja de sensualidade, ou de inveja, etc., pode-se conseguir tomando a determinação de limpar a Mente de forma que só contenha pensamentos bons e elevados, recusando admitir pensamentos impuros. E se persistir em ter pensamentos bons e elevados alcançará uma completa regeneração. Já com as nossas emoções e anseios do nosso Corpo de Desejos a coisa é muito mais difícil. A natureza passional de desejos anseia por vingança, por “olho por olho, dente por dente”. Às vezes, após anos de luta, quando pensamos ter vencido, quando pensamos que a nossa paz espiritual não mais será transtornada, vemo-nos envolvidos e abalados por desejos de vingança, de inveja, de orgulho. Então, será necessário empregar toda a força da nossa natureza superior para dominar essa parte rebelde. Aqui devemos “vigiar e orar”.  Mas, nesse vigiar está a capacidade do Aspirante em fazer uma faxina constantemente, entrando dentro de si e reavaliando seus princípios, reafirmando seu ideal, fazendo um balanço da existência, buscando melhores meios de vida e valores superiores.

Nesse instante, entra a flexibilidade. Sabemos que na natureza nada permanece estacionado: ou estamos subindo ou descendo. Quando notamos esse transtorno na nossa paz espiritual, devemos renovar nossa força de vontade, buscando a graça do Cristo, a consolação de Deus. Esse ponto de desvio e a retomada do caminho é mostrado na Parábola do Filho Pródigo: ele mesmo reconheceu que seu método de vida estava errado e procurou, internamente, forças para retornar ao Pai. O Pai sabe que o filho retornará e o espera de braços abertos.

Podemos obter uma grande ajuda para regenerar o nosso caráter descobrindo os efeitos combinados das configurações astrológicas natais, progressivas e transitórias. O primeiro passo, para obter essa ajuda, é cada um estudar o seu horóscopo. Com isso saberá quais as forças astrológicas disponíveis. Poderá saber usar as forças harmoniosas, essas que determinam nosso caráter, nossas reações, mas também saber como usar as forças desarmoniosas e delas extrair a harmonia necessária. Em outras palavras: a Conjunção é um Aspecto de força. Usa enorme quantidade de energia concentrada em um ponto.

Precisa, portanto, de direção. Já o Sextil é um Aspecto de oportunidade, e de acordo com a quantidade de energia aplicada na realização de nossos objetivos, podemos tirar proveito dessa força harmoniosa. O Trígono é um Aspecto de mérito. Nele podemos observar o resultado dos cuidados que foram sendo acumulados em vários deveres durante muitas vidas, é um aliado a nos ajudar. Aspecto em Quadratura é um típico que gera força desarmoniosa. Contudo, se o entendermos como um Aspecto que gera tanta energia que uma pessoa comum tem dificuldade em trabalhar com ela, podemos dispor dessa energia e, com cuidado e trabalho tirar proveito. É só lembrarmos que Quadratura só vem para pessoas suficientemente fortes para carregar uma enorme carga.

E, por fim, a Oposição oferece-nos um meio de eliminar influências desfavoráveis na vida, o que representa a conclusão, e solução ou trabalho final de um destino. O segundo passo é reconhecer as situações da vida diária em que essas forças tentam se manifestar. Exige de nós a observação e o discernimento. O terceiro passo é decidir como agir diante dessas situações.

Muitos tropeços e perdas de oportunidades podem ocorrer. Contudo, lembre-se: estamos nadando contra a corrente. A situação é muito diferente da pessoa que nada a favor da corrente e não sabe aonde a corrente o levará.

As forças de regeneração entram mais naturalmente na nossa vida. No lugar onde se encontra Plutão, o Planeta da regeneração e Escorpião, que em parte, é regido por Plutão. Aspectos harmoniosos com Plutão indicam que pontos de regeneração serão facilmente alcançados. Aspectos desarmoniosos indicarão obstáculos à regeneração. Poderá consegui-la com muito trabalho e dedicação.

Normalmente, as pessoas amam aqueles que as amam, dão somente aos que lhes dão algo em troca, odeiam aqueles que as odeiam, se esforçam para ajudar o próximo somente quando lhe é cobrado ou quando veem os outros fazerem. Contudo, é uma verdade que “quando menos uma pessoa pensa em si mesma, mais trabalhará realmente em seu próprio desenvolvimento”. E como disse Tomás de Kempis: “aquele que tem uma verdadeira vontade de fazer o bem em nada busca para si mesmo, mas deseja que tudo se faça para a glória de Deus”.

Assim, para o mundo passar por uma regeneração, devemos ser capazes de dar quando não recebemos, de fazer o bem. Cristo nos deixou bem claro essa ajuda que deveríamos prestar à humanidade não esperando nada em troca: “Tendes ouvido o que foi dito: amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Mas eu vos digo: amai a vossos inimigos, fazei o bem aos que vos têm ódio e orai pelos que vos caluniam e perseguem: para serdes filhos de vosso Pai, que está nos céus, o qual faz nascer o sol sobre bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos. Porque se vós amais apenas os que vos amam, que recompensa haveis de ter?” (Mt 5:43).

Sede vós perfeitos como também vosso Pai celestial é perfeito.” (Mt 5:48).

Perceba a ênfase de dissolver o mal com o bem. Sim, porque buscando sempre o bem no mal, com o tempo o mal se transformará no bem. O mal morrerá por falta de alimento. Procuremos, pois, o bem em todas as coisas. Só assim podemos aumentar a quantidade de amor. No mundo, podemos ajudar o Cristo no seu trabalho de redenção da humanidade. Seguindo o exemplo de Cristo, praticando na nossa vida os seus ensinamentos, colocando-os nos nossos afazeres diários, contribuiremos para a evolução da humanidade, pois pelo exemplo atrairemos a atenção de Egos que estão no ponto de receber os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental dados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como chegamos ao ponto de poder utilizar o pensamento aqui, no Mundo Físico

Como chegamos ao ponto de poder utilizar o pensamento aqui, no Mundo Físico

Havia um tempo em que não tínhamos a capacidade de experimentar nossos pensamentos aqui no Mundo Físico. Éramos autômatos, guiados em tudo. Criávamos somente nosso próprio Corpo Denso (o físico), Corpo Vital e Corpo de Desejos e ainda de maneira inconsciente. Para podermos ser conscientes da manifestação desses Corpos nos seus respectivos Mundos, além de poder ter a capacidade de experimentar nossos pensamentos aqui no Mundo Físico, houve a necessidade de algumas alterações na nossa constituição.

A primeira alteração foi feita no nosso Corpo de Desejos, o veículo que utilizamos para gerar nossos desejos, nossos sentimentos e nossas emoções. Estávamos a milhares e milhares de anos atrás, em meados de uma Época que conhecemos como Época Lemúrica, a terceira Época desse grande Período, conhecido como Período Terrestre.

Nessa Época, a parte mais avançada da nossa humanidade experimentou uma divisão em duas partes no Corpo de Desejos: a superior e a inferior. O restante da humanidade sofreu divisão semelhante um pouco mais tarde, na primeira parte da quarta Época, conhecida como Época Atlante.

A parte superior construiu o sistema nervoso cérebro espinhal e os músculos voluntários. Com isso, essa parte do Corpo de Desejos dominou a parte inferior do Tríplice Corpo, ou seja, a parte inferior do Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso.

A segunda alteração dependeu da ajuda de uma classe de seres mais evoluídos do que nós, especialistas em matéria mental, denominados Senhores da Mente. Foram, então, os Senhores da Mente que nos deram o germe da Mente. Depois de feito isso, eles impregnaram a parte superior do Corpo de Desejos e da Mente com o sentimento da personalidade separada, a personalidade individual.

É esse sentimento que nos capacita, hoje, de saber, ou ainda, de ter consciência de que “eu sou eu, você é você”, de que cada um de nós é um indivíduo. Com a Mente ganhamos o elo que nos faltava para ligar o Tríplice Espírito (o Espírito Humano, o Espírito de Vida e o Espírito Divino) ao seu correspondente Tríplice Corpo (o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso). Portanto, a Mente é o foco em que o Tríplice Espírito, a individualidade, o Ego, reflete-se no Tríplice Corpo, a personalidade.

Essa ligação marca o “nascimento” do indivíduo, do ser humano, do Ego, quando tomamos a posse, de fato, dos nossos veículos Mente, Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso.

Entretanto, isso não foi suficiente para nos tornar conscientes deste Mundo Físico, nem para nos tornar um pensador, a partir desse Mundo, como somos hoje.

A terceira alteração necessária para tornar isso possível foi a construção do cérebro, destinado a ser o instrumento da Mente no Mundo Físico. Note que a necessidade de se ter um instrumento formou o cérebro, porém o pensamento existiu antes da formação desse órgão!

Para isso foi necessário nos separar em sexos. Isso é descrito na Bíblia (Gn 2:21-25) como a criação de Eva.

Precisávamos nos expressar no Mundo Físico e criar a partir dele. Para isso precisávamos construir órgãos criadores. Esses órgãos são: a laringe e o cérebro. Por serem criadores, eles deviam ser criados e mantidos pela força sexual criadora.

Antes da necessidade de criação desses órgãos, essa força era utilizada só para criar outro Corpo Denso, ou seja, só para a propagação. O excesso era irradiado. O ser humano era hermafrodita, capaz de criar outro Corpo Denso sem intervenção de outra pessoa.

Foi então necessário utilizar metade dessa força para a construção desses órgãos. Conforme o Corpo Denso foi se verticalizando, parte dessa força foi se dirigindo para cima. Com isso obtivemos material para construir o cérebro e a laringe, “o meio para o Ego pensar e comunicar pensamentos aos demais seres no Mundo Físico”.

A outra metade dessa força continuou sendo dirigida para baixo, para a propagação. Ou seja, como só metade dessa força passou a ser destinado para criação de outro Corpo Denso, cada um de nós teve que procurar a cooperação de outro ser que possuísse a outra metade complementar. Deixamos de ser hermafrodita. Assim, a partir de então, quando estamos aqui renascidos, o homem expressa mais a vontade, que é uma força masculina, ligada ao Sol, enquanto a mulher expressa mais a imaginação, que é uma força feminina, ligada à Lua.

É importante salientar que sexo só tem a ver com a expressão do Corpo Denso. O Espírito, o Ego, nós de fato, é bissexual.

Em cada renascimento expressamos ou o polo feminino ou o polo masculino com o único objetivo de melhor aprender as lições a que estamos destinados.

Perceba que quando toda a força sexual criadora era utilizada para a propagação, realizávamos muito pouco no sentido do próprio crescimento anímico, quando renascidos aqui, no Mundo Físico. Após essa separação, e consequente construção do cérebro e da laringe, pudemos utilizar o restante da força não empregada na propagação como força para o nosso crescimento anímico a partir daqui.

Assim, podemos conceituar o cérebro como o órgão que “liga” o Ego ao Mundo Físico. É por meio dele que podemos saber qualquer coisa sobre o Mundo Físico.

Já os órgãos dos sentidos levam os impactos exteriores até o cérebro, o Ego os interpenetra e atua no cérebro coordenando essas impressões, respondendo-as por meio de movimentos, observações ou memorização.

Entretanto, não pensemos que uma vez feita essas alterações nos tornamos consciente, pensante, tal como hoje, no estado atual de nossa evolução. Para alcançar esse estado tivemos que percorrer um longo e penoso caminho.

Ainda no final da terceira Época, a Época Lemúrica, começamos a expressar algum som pela laringe. Esses sons eram baseados nos sons da natureza: o murmúrio dos ventos, o barulho das tempestades, o ruído dos rios. A linguagem era considerada santa. Por meio dela tínhamos poder sobre os animais e sobre a natureza. Entretanto, ainda éramos guiados em tudo: os Anjos nos guiavam em tudo que se relacionava com a propagação da raça. Uma outra Hierarquia, conhecida como Senhores de Vênus, guiavam a nossa evolução com o objetivo de conseguirmos manifestar a vontade e a imaginação. Quando renascíamos como homens, éramos ensinados como desenvolver a vontade. Quando renascíamos como mulher, éramos ensinados como desenvolver a imaginação. Os métodos utilizados chegavam a ser cruéis. Entretanto não tínhamos memória. Uma vez passada a experiência, esquecíamo-nos dela imediatamente. Aos poucos essas experiências foram imprimindo no cérebro impactos violentos e repetidos. Com isso uma memória germinal foi sendo desenvolvida.

Entretanto, por sermos guiados em tudo, éramos inocentes e, por conseguinte, ignorantes.

Os resultados das experiências proporcionadas pelos métodos empregados nos deram a primeira ideia do bem e do mal. Já a Iniciação daquela Época era voltada para o desenvolvimento do poder da vontade e da imaginação. Como já dissemos, quando renascíamos como mulher éramos treinados para desenvolver a imaginação. Com isso, começamos a perceber que aqueles que estavam renascidos como homens perdiam seus corpos muito frequentemente. Isso por causa dos métodos empregados para desenvolver a força de vontade. Entretanto, devido à imperfeita percepção do Mundo Físico, renascido como mulher não conseguíamos revelar àqueles renascidos como homem o que estava acontecendo. Foi aí que apareceram uns seres que procuraram nos esclarecer o que acontecia. Seus nomes: Espíritos Lucíferos.

Esses seres entraram através da coluna espinhal serpentina nos seres renascidos como mulher. Devido à consciência voltada para o interior e porque esses Espíritos Lucíferos tinham entrado através da coluna espinhal serpentina, os seres renascidos como mulher os viram como serpentes. Isso é descrito na Bíblia (Gn 3:1-13). Os seres renascidos como mulher aceitaram essa sugestão. Então, os Espíritos Lucíferos “abriram-lhe os olhos”, fizeram-nos cientes dos Corpos Densos, seus e dos seres renascidos como homem.

Os seres, enquanto renascidos como mulher, ajudaram os seres, enquanto renascidos como homem, a “abrir os seus olhos” também. Assim, ambos, voltaram sua consciência para o Mundo Físico. Reparem bem: como pela Lei do Renascimento, cada renascimento é alternado (ora renascemos como homem, ora como mulher), todos passamos por essa experiência luciferiana. Aprendemos “o bem e o mal”, a como propagar a espécie. Entretanto, em virtude da nossa ignorância, abusamos da força sexual, empregando-a para gratificação dos nossos sentidos.

Aos poucos a consciência foi enfocada para o Mundo Físico. Com isso conhecemos a morte, a dor e o sofrimento.

“Se o ser humano continuasse sendo um autômato guiado por Deus, não teria conhecido, até hoje, nem a enfermidade, nem a dor, nem a morte, mas também não teria obtido a consciência cerebral e a independência resultante da iluminação proporcionada pelos Espíritos Lucíferos, os dadores da luz. Eles abriram o entendimento e ensinaram a empregar a obscura visão para obter conhecimento do Mundo Físico”. Essa é a história da queda. Através dela, tomamos as rédeas da nossa evolução. Conhecendo o bem e o mal, o certo e o errado e tendo a liberdade de agir, podemos cultivar a virtude e a sabedoria que nada mais é do que o conhecimento temperado com amor.

Perceba que com essa “queda”, conseguimos utilizar aquele sentimento com que os Senhores da Mente impregnaram a parte superior dos nossos Corpos de Desejos e das Mentes e que nos dão a noção de indivíduo. Porque foi com a queda que começamos a sentir que somos individuais.

Existe um ponto no Corpo Denso colocado na “Raiz do Nariz”, a meia polegada abaixo da pele. É o assento do Espírito Divino. Há um correspondente desse ponto no Corpo Vital. Até antes da queda esses dois pontos não estavam concêntricos, ou seja, estavam distantes um do outro. Isso propagava uma percepção mais nítida dos mundos internos e bem menos nítida do Mundo Físico. Aos poucos, a distância entre esses dois pontos foi diminuindo.

Finalmente, no último terço da quarta Época, a Época Atlante, o ponto do Corpo Vital uniu-se ao ponto correspondente do Corpo Denso. Desde esse momento obtivemos a plena visão e percepção do Mundo Físico. A partir daí começamos a aprender como utilizar os pensamentos.

Como somos imperfeitos, muito sofremos, não só pelo mau uso do pensamento, mas também pela criação de coisas ruins.

Inicialmente começamos desenvolvendo os sentimentos mentais como a alegria, a tristeza, a simpatia, etc. Com esses sentimentos formamos uma incipiente memória. Essa nos proporcionou a disposição para uma rudimentar linguagem, criamos algumas palavras, demos nomes às coisas.

Com o desenvolvimento da memória, tornamo-nos ambiciosos, pois começamos a nos lembrar das nossas obras, e compará-las com as de outrem. Enaltecíamos as pessoas que tinham alcançado algum mérito. Esse foi o princípio da adoração. Graças a isso tudo, fomos dando importância à aquisição da experiência. Em qualquer situação, procurávamos experiências análogas anteriores como base. Se não as encontrássemos, experimentaríamos. Com o desenvolvimento da adoração e a valorização da experiência, criamos o costume de honrar as pessoas em atenção às proezas de seus antecessores.

Pelo mau uso do pensamento, criamos a astúcia, esse terrível vício de querer sempre levar vantagem sobre o nosso próximo. Junto a ela veio o egoísmo, esse terrível vício de querer tomar posse de tudo que desejamos.

Esses sentimentos negativos foram crescendo e usávamos tudo que podíamos para gratificar a nossa vaidade e a nossa ostentação externa. Aos poucos utilizamos a Mente para controlar os nossos desejos. Fomos aprendendo a refrear as nossas paixões. Descobrimos que “o cérebro é superior ao músculo”.

Mais tarde foi nos dado a consciência do livre arbítrio, ou seja, a capacidade de fazer o que quiser, mas, também, de responder por isso, através da Lei de Consequência.

Em paralelo a esse nosso desenvolvimento, foram criadas condições para que enfocássemos nossa atenção aqui no Mundo Físico: as condições atmosféricas foram alteradas com alternância das estações, a nossa alimentação foi sendo acrescida de alimentos que endurecessem nosso Corpo Denso, a mescla de sangue com casamentos entre indivíduos de raças diferentes, entre outros.

Voltando a nossa atenção para o Mundo Físico, começamos a aperfeiçoar o nosso pensamento e a nossa razão, como resultado do nosso trabalho sobre a Mente. Transformamos o Planeta Terra num verdadeiro jardim com todas as facilidades para ser habitado e funcionar num Corpo Denso. Manipulamos os minerais com grande destreza, fazendo com eles móveis, ferramentas, carros, alimentos, etc.

Perceba que só podemos exercitar nosso poder mental nos minerais, sólidos, líquidos e gasosos – manipulando-os, por causa do estágio em que se encontra a nossa Mente: o primeiro estágio, ou mineral.

Transformando o nosso Planeta numa boa morada, conquistamos o Mundo Físico. Com isso ganhamos mais conhecimento, e como o fizemos? Por meio da aplicação do pensamento aqui. Sabemos que temos um Corpo Denso, formado de matéria do Corpo Denso, um Corpo Vital, formado de Éter – matéria também do Mundo Físico -, um Corpo de Desejos formado de matéria do Mundo do Desejo e uma Mente, formada de matéria da Região Concreta do Mundo do Pensamento.

Portanto, carregamos conosco matéria de cada um desses Mundos. Podemos manipulá-las, colorí-las, utilizá-las.

Como Espírito que somos, ou Egos – Espírito Virginal manifestado e envolto no Tríplice véu: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano – funcionamos na Região do Pensamento Abstrato.

Dessa região é que observamos o mundo exterior, que, através dos sentidos, produz impressões sobre o Corpo Vital. Essas impressões produzem sentimentos e emoções no Corpo de Desejos. Essas impressões são levadas, também, através dos sentidos até o cérebro. Daí essas impressões refletem-se na Mente.

Então, manipulamos o material da Região do Pensamento Abstrato, tendo como base a reflexão dessas impressões, criando a ideia. Essa ideia é projetada, através da nossa força de vontade, na Mente. Manipulamos, através da Mente, a matéria da Região do Pensamento Concreto, revestimos a ideia com tal matéria, e a ideia se transforma em pensamento-forma. A Mente pode projetar, então, esse pensamento-forma em três direções possíveis: no Corpo de Desejos, no Corpo Vital ou sobre a Mente de outra pessoa.

Se for sobre o Corpo de Desejos, pode ainda ser envolvido por matéria de desejos, depois atuar na parte etérica do cérebro e daí até os centros cerebrais do cérebro físico que movimentará os músculos para a ação, construindo alguma coisa.

Pode ainda não resultar em ação e ficar arquivado, por falta de vontade.

Se for sobre o Corpo Vital, não provoca uma ação imediata. Fica na memória para uso posterior.

Por fim, projetado sobre a Mente de outra pessoa, pode atuar como sugestão, como na telepatia, ou como meio de ação, como na hipnose.

Com isso concluímos que os pensamentos são gerados no Mundo do Pensamento. E que no Mundo Físico aprendemos como usá-los de maneira correta.

É o nosso principal poder e devemos aprender a mantê-lo sob o nosso absoluto domínio, de modo a não produzir ilusões induzidas pelas circunstâncias exteriores, mas sim verdadeiras imaginações geradas pelo Espírito. O Exercício de Concentração, que deve ser realizado de manhã, assim que despertamos, tem esse objetivo. Não desperdicemos nossos pensamentos em matérias sem nenhuma importância que nos envolve em ambientes de tédio e de medo.

Tenhamos sempre nossos pensamentos voltados para Deus. Com isso fica muito mais fácil dominá-los. Os maus pensamentos só destroem e paralisam qualquer eventual ação. Dominando nossos pensamentos, poderemos dirigi-los para a finalidade que desejarmos.

Aos poucos não precisaremos experimentar, no Mundo Físico, o que criamos no Mundo do Pensamento. Com o desenvolvimento da nossa Mente poderemos imaginar formas que viverão, crescerão e pensarão. E a nossa laringe falará a palavra criadora, pois se tornará espiritualizada e perfeita. Teremos então contato direto com a sabedoria da natureza.

E nos tornaremos um criador de verdade, colaborador mais ativo no plano de Deus.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Processo de Redenção

O Processo de Redenção

O caminho evolutivo da humanidade está, indissoluvelmente, unido às Hierarquias que regem os Planetas e os Signos do Zodíaco. Disse Max Heindel, nos livros “Mensagem das Estrelas” e no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, que essas Hierarquias determinaram diferentes graus de controle da evolução humana, assim como do reino animal e vegetal, e que guiam a evolução da vida e da forma nos outros reinos também.

Enquanto o Sol estiver passando através do Signo de Capricórnio, de 22 de Dezembro a 21 de Janeiro, agiremos bem em estudar os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, no que se refere às diferentes fases da manifestação, relacionadas com esses símbolos espirituais.

Cada Estrela, Planeta ou Sol é o corpo de uma entidade que se manifesta por meio de raios de energia que compenetram todo o espaço. O Signo de Capricórnio está relacionado com as Hostes Arcangélicas e o Sol, com o Cristo.

Os Arcanjos operam mediante corpos compostos da substância do Mundo do Desejo, porém, seus poderes chegam a muitos Mundos que se acham por cima e por baixo desse nosso Mundo Físico. O Senhor da Terra é o Cristo, o mais elevado de todos os Arcanjos. Uma das funções dos Arcanjos é ser Espíritos de Raça, sobre a Terra, e têm influência no ser humano, através do Corpo de Desejos humano; outra de suas funções é ser os Espíritos-Grupo dos animais, meio pelo qual atuam como guias da evolução dessa onda de vida.

À medida que a Terra gira em torno do Sol se converte em um ponto focal dos raios solares, em combinação com cada Signo do Zodíaco, e essas Hierarquias estimulam as atividades espirituais na Terras.

Todo fenômeno da Natureza tem um especial propósito espiritual, que nos ensina que o grande ciclo da precessão dos Equinócios, que equivale a um período de 25.868 anos, marca a evolução e a queda dos povos, das nações e suas religiões. Durante o trânsito precessional do Sol através de um Signo, que dura aproximadamente 2.156 anos, realiza-se um trabalho especial com uma nação ou um grupo de nações, como pudemos constatar nas guerras mundiais I e II, que são os resultados da separatividade nacional entre as nações, porque durante a precessão, através do Signo de Peixes, o resultado será a unidade.

O trânsito anual do Sol, através dos Signos, marca as mudanças das estações e dos processos vitais em todas as formas viventes. No entanto, o impulso espiritual incorporado nesse acontecimento está sempre se dirigindo para despertar o gênio adormecido de um espírito individualizado.

Durante o período que antecedeu a era cristã, o Espírito Santo teve a seu cargo a evolução humana e os Arcanjos e os Anjos também estiveram sob seu domínio trabalhando, principalmente, sobre o aspecto emocional da alma humana, por isso foram estabelecidas a beleza e a diversidade dos tipos nacionais. O patriotismo foi a suprema expressão do Amor e da Devoção. O patriotismo e os aspectos nacionais da religião cegaram os seres humanos com respeito à realidade de um só Deus com muitos nomes.

Com o advento da era cristã, os Arcanjos e os Anjos prestaram obediência a Cristo, e o Espírito de Cristo se converteu no espírito interno da Terra. Agora, todas as Hierarquias trabalham com Cristo para ajudar a humanidade a converter o patriotismo em Fraternidade Universal.

As comunicações e o intercâmbio internacional teceram uma grande trama ou teia do destino, que nos envolve em tantos interesses internacionais bastante comuns a nós todos, que as barreiras nacionais estão se apagando gradualmente ante a ameaça dos horrores de uma possível guerra nuclear. Por isso precisamos despertar gradualmente o sentido comum do ideal da “Paz sobre a Terra e boa vontade entre os homens”.

Existência sobre existência, todo ser humano está dando um pouco mais de expressão terrena à verdade espiritual da fraternidade entre os seres humanos; essa é a nossa resposta ao chamamento de nosso Redentor, o príncipe da Paz, o Senhor do Amor. Felizmente a religião progrediu um pouco, trocando a idolatria, que é a adoração da forma, pelo misticismo, que é a adoração aos ideais mais elevados. O governo está progredindo desde o despotismo (governo absoluto de um só indivíduo) para a república democrática, na qual prevalece o grupo do governo com representação popular. A Ciência está conseguindo se libertar do controle estatal e religioso, e está servindo ao bem-estar humano, em campos cada vez mais amplos. A Arte, todavia, ainda não chegou à sua completa posse, mas está conseguindo progredir. Chegará o dia em que a humanidade conseguirá despertar para a necessidade de incorporar a beleza em cada expressão da vida.

Cada ano, ao nascer o raio do Cristo na Terra, é dado um novo impulso de vida a toda criatura vivente, e quando relacionamos essa verdade com os Ensinamentos Rosacruzes, de que é em Capricórnio que se dão os grandes impulsos evolutivos, nos será possível compreender a importância da paciente estação, no que se refere à política, à economia, às finanças e aos empregos.

A analogia, chave-mestra de todos os mistérios espirituais, nos ensina que o Espírito da Terra se encontra dentro dela mesma, desde o Solstício de Dezembro até o Equinócio de Março. Durante esse tempo, a Terra se encontra cheia do Amor do Cristo, de uma forma mais íntima. Na época do Equinócio de Março, Ele sai em seus veículos superiores, para fortalecer-se em espírito, mediante a Comunhão com o Pai; por isso todas as criaturas dão visível expressão à Vida e ao Poder com os quais Sua vinda enche a Terra. Isso é análogo a nossos estados alternativos de vigília e de sono. Trabalhamos em nossos corpos durante o dia e saímos dele durante o sono noturno, mas as forças vitais continuam ativas dentro do corpo, de maneira que ao despertarmos pela manhã, para um novo dia, nos encontramos ativos e renovados.

O egoísmo, a cobiça e o materialismo devem ceder lugar a pensamentos e ações elevados, como resposta ao chamado do princípio de Cristo, nos trazendo melhores condições. Capricórnio, podemos dizer, que é o Signo da engenharia, de todas as classes de engenharia do mundo e que estão trabalhando para despertar milhões de seres humanos, livrando-os da pobreza e da enfermidade, que infelizmente avassala nosso Globo. Mediante métodos melhores de cultivar a Terra, de construir estradas, do correto cuidado do corpo físico. Os engenheiros educativos estão ajudando a afastar a ignorância e a estimular o impulso interno do espírito, elevando-o ao mais sublime nível de consciência.

Verdadeiramente, estamos no amanhecer de uma nova Era, porque todos os que receberam a iluminação por meio dos Ensinamentos Rosacruzes deverão estar na vanguarda de um novo pensamento que promete, em sua plenitude, a emancipação dos antigos métodos em que havia o aproveitamento de muitos para o benefício de poucos. É nosso dever pensarmos em termos de um bem maior, em benefício de muitos; devemos nos adaptar à nova ordem de coisas, por meio do serviço desinteressado. É conveniente que possamos pensar de nós mesmos como um corpo de paz espiritual, fazendo todo o possível, servindo de exemplo, e exaltando os mais altos ideais de vida onde quer que estejamos.

Durante milhares de anos quase todo o esforço do ser humano sobre a Terra tem sido centralizado em obter alimento, vestimenta e abrigo. Contemplemos a visão da época que se aproxima rapidamente, na qual poderemos obter as coisas com o mínimo esforço e, assim, teremos mais tempo, dedicando uma maior porção de nosso poder criador, reflorindo os lugares desérticos da Terra, colocando beleza na vida, afastando a enfermidade e o crime, cooperando com seres mais evoluídos e estudar o mais amplo significado da vida.

Em nosso estudo da ciência espiritual de Astrologia, encontramos que, no tempo presente, Netuno, Planeta da individualidade, está transitando pelo Signo de Escorpião, que governa as forças ocultas da Natureza. Júpiter, o Planeta da expansão e da benevolência, está transitando por Peixes, o Signo da antiga ordem das coisas, e Urano, o despertador, está transitando por Virgem, o Signo que governa o serviço, o trabalho e saúde. Sob o acúmulo dessas poderosas influências poderemos esperar, com segurança, ver muita investigação oculta nos campos científicos e para aqueles que estão suficientemente evoluídos, para responder ao lado superior da vibração de Netuno em Escorpião, existe a promessa de um progresso na realização espiritual mediante a Arte, a Música, a Dança e a Poesia, assim como também no trabalho de Cura. A Igreja e os ideais religiosos em geral se elevarão para a unidade universal. Sob a influência de Júpiter em Peixes, que se opõem a Urano em Virgem, haverá um rompimento com os credos e as práticas antiquadas, tanto na religião como na saúde; assim, os ideais de serviço, trabalho e saúde deverão alcançar novos níveis à medida que o fermento do altruísmo aumentar sua força em todas as atividades humanas.

Pelos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, como também é conhecida a Fraternidade Rosacruz, ficamos sabendo que esta é a revolução Marte-Mercúrio, do Período Terrestre. Marte é o símbolo do guerreiro, do trabalhador, do desejo, da paixão, da energia dinâmica, do impulso e da força centrífuga de repulsão, como claramente ficou esclarecido nas notas-chaves e nas características das eras passadas. Mas, agora, estamos entrando na metade de Mercúrio do Período Terrestre. Mercúrio é o símbolo do pensador, do escritor, da razão, da lógica, da relatividade, da habilidade mental e das trocas rápidas, por isso as massas dos povos devem aprender a pensar sem serem confundidas pelo sentimento e pelo desejo.

Ao nosso redor, ainda que invisíveis para muitos, os Grandes Seres estão em seus postos, guiando e humanidade para um bem maior. Quando nos desviamos da Lei Divina, sofremos, nos redimimos e então poderemos dar o passo seguinte em direção à Luz.

Cristo veio para salvar os que haviam se perdido. Podemos vender nossa herança por um prato de lentilhas, não encontrar felicidade, mas olhando para além da tirania das coisas, contemplaremos os Seres mais evoluídos, sorrindo, amando-nos e sempre prontos a nos inspirar os eternos valores do real. O ser humano perde a personalidade na matéria em favor de seu ser espiritual, porém, sendo essencialmente divino, se redime, se esforçando em purificar o ambiente em que vive, submergindo na harmonia espiritual por meio da luz do Cristo. As nações são guiadas por meio de uma Lei Divina, para a verdadeira Fraternidade. Assim como o indivíduo se redime do egoísmo e do materialismo, o poder do iluminado é muito maior que o mal do irrecuperável, o indivíduo que dissolveu sua alma, por isso é chamado de desalmado. As pessoas boas do mundo inteiro fracassaram em estabelecer a paz sobre a Terra, porque sua bondade era demasiado passiva, mas o verdadeiro cristão ocultista está sempre ativo em todos os planos de expansão.

Não fiquemos inativos no bem-obrar. O processo de redenção, todavia, segue adiante. Lentamente a humanidade está sendo redimida, cada vez mais, pelo poderoso raio de Amor de Cristo, a todos que queiram o separatismo. Nosso é o privilégio de apressar esse processo, por meio do serviço ativo.

Tratemos de abrir nossos corações para que penetre neles o fermento do Amor Fraternal, e nos esforcemos para sentir com toda sua beleza e maravilha, a unidade de cada um para com todos.

(Da Revista O Encontro Rosacruz, traduzido da Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1963, de abril/1991)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como os chamados mortos se apresentam em relação às suas roupas externas?

Pergunta: Como os chamados mortos se apresentam em relação às suas roupas externas? Seu pensamento molda a matéria etérica em roupas ou qualquer outra coisa que desejem? Essa conclusão baseia-se no que diz o livro O Conceito Rosacruz do Cosmos acerca do Mundo do Desejo. O Corpo de Desejos assume a forma do Corpo Denso imediatamente após o Cordão Prateado ser rompido?

Resposta: É possível para os chamados mortos moldar com os seus pensamentos qualquer peça de roupa que desejarem. Geralmente, lembram-se de estar vestidos com os trajes típicos do país onde viveram, antes de passarem para o Mundo do Desejo e aparecem assim trajados, sem um especial esforço de pensamento. Contudo, quando começam a desejar algo novo ou uma peça de roupa original, naturalmente têm de usar a força de vontade deles para dar existência a tal peça, que durará o tempo que se imaginar vestido com ela.

Contudo, tal sensibilidade da matéria de desejos referente à força do pensamento modelador é também usada em outras direções. De modo geral, quando uma pessoa abandona este mundo devido a um acidente, ela julga-se deformada, talvez sem uma perna, um braço ou com ferimento na cabeça. Isso não é um inconveniente, pois poderá movimentar-se lá tão facilmente sem braços ou pernas como se os tivesse. Contudo, isso mostra a tendência do pensamento de dar forma ao Corpo de Desejos. No início da guerra, quando um grande número de soldados passou para o Mundo do Desejo com as mais terríveis lesões, os Irmãos Maiores e seus discípulos ensinaram-lhes que, pelo simples fato de manter firme o pensamento, acreditando estar com os membros e o corpo totalmente perfeitos, eles se curariam instantaneamente de suas feridas deformantes. Foi o que fizeram. Atualmente, todos os recém-chegados capazes de entender os fatos lá existentes são logo curados de suas feridas e amputações de forma que, ao olhar para eles, ninguém diria que faleceram em consequência de um acidente no Mundo Físico.

Esse conhecimento propagou-se de tal forma que muitas pessoas que morreram desde então utilizaram-se dessa propriedade da matéria de desejos para, por meio do pensamento, mudar a sua aparência física. Às vezes, os que são muito corpulentos querem aparecer mais esbeltos ou os que são muito magros desejam aparecer mais robustos. Contudo, essa mudança ou transformação não é um sucesso permanente devido ao arquétipo. A carne extra colocada em uma pessoa magra ou a quantidade retirada de alguém corpulento não são permanentes; entretanto, após algum tempo o ser humano que era originalmente magro volta ao seu tamanho original, enquanto a pessoa que tenta perder peso sente recobrá-lo pouco a pouco e precisa passar novamente pelo processo. Acontece algo semelhante com aqueles que tentam moldar suas feições, dando-lhes uma aparência diferente que se harmonize mais com eles do que a que possuíam originalmente. Não obstante, as mudanças relativas às feições duram menos, pois a expressão facial, tanto lá como aqui, indica a natureza da alma; por conseguinte, o que tiver sido falsificado será rapidamente disperso pelo pensamento normal da pessoa.

Quanto à segunda parte da pergunta, podemos dizer que durante a vida física o Corpo de Desejos tem a forma aproximada de uma nuvem ovoide que circunda o Corpo Denso. No entanto, assim que a pessoa adquire consciência no Mundo do Desejo e começa a pensar em si mesma como tendo a forma do Corpo Denso, o Corpo de Desejos passa a assumir tal aparência. Essa transformação é facilitada pelo fato de os dois Éteres superiores do Corpo-Alma, o Luminoso e o Refletor, ainda não estarem com o ser humano, o Ego. Isso se tornará mais claro, se fizermos uma comparação. Lembremo-nos de que, quando o Ego está prestes a renascer, os dois Éteres inferiores, reunidos em volta do Átomo-semente do Corpo Vital, são moldados em uma matriz pelos Anjos do Destino e seus agentes. Essa matriz é colocada no útero da mãe, onde as partículas físicas são implantadas para que formem gradualmente o corpo da criança, que nasce em seguida. Nessa fase, a criança não tem o Corpo-Alma. O que pode existir dos dois Éteres superiores só será assimilado mais tarde na vida e será construído mediante ações boas e verdadeiras. Quando o Corpo-Alma alcança certa densidade, torna-se possível para a pessoa funcionar nele como Auxiliar Invisível e, durante os voos de alma, o Corpo de Desejos molda-se prontamente nessa matriz já preparada. Ao retornar ao Corpo Denso, o esforço de vontade com o qual a pessoa penetra nele dissolve automaticamente a ligação íntima entre o Corpo de Desejos e o Corpo-Alma. Mais tarde, quando a vida no Mundo Físico terminar e os dois Éteres inferiores tiverem sido descartados, juntamente do Corpo Denso, o luminoso Corpo-Alma ou “Dourado Manto Nupcial” permanecerá ainda com os veículos superiores. É nessa matriz que o Corpo de Desejos é moldado em seu nascimento nos Mundos invisíveis. Assim como o corpo da criança foi feito em conformidade com a matriz dos dois Éteres inferiores antes de nascer fisicamente, assim também o nascimento nos Mundos invisíveis, após a morte na Região Química do Mundo Físico, é realizado por uma impregnação com matéria de desejos da matriz formada pelos dois Éteres superiores para organizar o veículo a ser usado naquele mundo.

Todavia, os chamados mortos não são os únicos capazes de moldar assim a matéria de desejos, dando-lhe a forma que lhes agrade. Esse poder é compartilhado por todos os outros habitantes do Mundo do Desejo, incluindo os elementais que usam frequentemente essa faculdade de transformação para assustar ou enganar o recém-chegado, fato que muitos neófitos desoladamente descobriram ao penetrar nesse Reino pela primeira vez. Esses elementais detectam rapidamente quando a pessoa é estranha e ainda não está familiarizada com a natureza do que encontra lá. Regozijam-se em importuná-la, transformando-se nos monstros mais grotescos e aterrorizantes. Fingem atacá-la ferozmente e parecem deleitar-se quando conseguem encurralá-la em um canto, fazendo-a encolher-se de medo enquanto eles permanecem rangendo os dentes como se quisessem devorá-la. No entanto, a partir do momento que o neófito aprende que, na realidade, não há o que possa machucá-lo e que com seus veículos superiores ele esteja totalmente imune a qualquer dano e não possa ser dilacerado ou devorado, basta sorrir para essas inofensivas criaturas e dar-lhes uma ordem severa para que se retirem e dirijam a sua atenção para outro lugar. Agindo assim, elas prontamente o deixam em paz. Aprende a controlá-las segundo a sua vontade, porque nesse mundo todas as criaturas que ainda não estão individualizadas são compelidas a obedecer ao comando de inteligências superiores e o ser humano situa-se entre essas últimas.

Assim, um ser humano pode apossar-se de um elemental e dar-lhe a forma que desejar, fazendo-o cumprir suas ordens. Os seres assim criados por seu poder de vontade e que receberam certa missão obedecerão fielmente às ordens; de acordo com a intensidade aplicada nesse trabalho, a situação durará maior ou menor tempo. Dessa maneira, muitas das chamadas aparições foram criadas e receberam uma incumbência que pode durar séculos, mesmo após o autor ter ido para o superior Mundo Celestial. Essa é provavelmente a origem da “dama branca” que previne os Hohenzollerns (uma das mais importantes e nobres famílias alemãs da Europa) de morte iminente. Ela e outras aparições semelhantes, que causaram tanta especulação, foram criadas pela intensidade extrema do desejo de um ser humano, desejo lançado no Mundo do Desejo sob circunstâncias particularmente dolorosas ou penosas que produziram o feitiço mágico que foi requerido inconscientemente pela própria pessoa.

(Pergunta nº 2 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Temos o direito de pensar o que quisermos, por não sermos responsáveis por isso?

Pergunta: Às vezes é afirmado que temos o direito de pensar o que quisermos e que não somos responsáveis pelos nossos pensamentos. Isso é verdade do ponto de vista oculto?

Resposta: Não, não é verdade. Pelo contrário, precisamos recorrer ao que é geralmente chamado de ocultismo para encontrarmos essa ideia expressa por Cristo no Sermão da Montanha, onde Ele nos diz: “O homem que olhou para uma mulher e a desejou já cometeu adultério”. Somente quando nos conscientizarmos de que o ser humano é o resultado do que pensa em seu coração, é que teremos uma concepção de vida muito mais clara do que se levarmos em consideração apenas os atos dos indivíduos, pois cada ato é o resultado de um pensamento prévio. Contudo, esses pensamentos nem sempre são só os nossos.

Quando tocamos um diapasão, se houver outro do mesmo tom por perto, não somente aquele irá soar, mas o outro também começará a fazê-lo, por afinidade. Da mesma forma, quando emitimos um pensamento e outra pessoa ao nosso redor tem um semelhante, estes se fundem e se fortalecem para o bem ou para o mal, de acordo com a natureza do pensamento. Não é mera fantasia quando na peça intitulada “A Hora Enfeitiçada”, o protagonista procura ajudar um criminoso a escapar do Estado de Kentucky, onde o último está sendo procurado pelo assassinato do Governador. O protagonista, um homem cujo poder de pensamento é considerável, acredita ter, provavelmente, incitado o criminoso. Ele revela a sua irmã que antes da hora do crime pensou que o assassino cometeria esse delito exatamente da maneira como foi consumado. Ele tem a impressão que o seu pensamento pode ter sido captado pelo cérebro do assassino e pode ter-lhe mostrado a forma de agir.

Quando participamos de uma banca de jurados e vemos o criminoso à nossa frente, observamos apenas o seu ato; não temos conhecimento do pensamento que o impulsionou. Se temos o hábito de gerar pensamentos maldosos sobre as pessoas em geral, eles poderão ser atraídos por um criminoso. Baseados no princípio de que quando temos à nossa frente uma solução saturada de sal, basta adicionar um único cristal para que esta solução salina se solidifique, assim, se um ser humano tiver saturado a sua Mente com pensamentos homicidas, o pensamento emitido por nós pode ser a última gota que fará o cálice transbordar, destruindo assim a última barreira que o impediria de cometer o ato.

Os nossos pensamentos são muito mais importantes do que os nossos atos, e se pensarmos sempre de forma correta, agiremos sempre corretamente. Nenhum ser humano pode pensar em amar os seus semelhantes, planejar como ajudá-los e socorrê-los espiritual, mental ou fisicamente, sem também concretizar esses pensamentos em algum momento da sua vida. Se nós cultivarmos sempre tais pensamentos, logo veremos o brilho do sol irradiando-se à nossa volta. Veremos que as pessoas virão ao nosso encontro com o mesmo espírito que manifestamos e, se pudermos compreender que o Corpo de Desejos (que circunda cada um de nós e se estende cerca de quarenta e um a quarenta e seis centímetros além da periferia do Corpo Denso) contém todas essas sensações e emoções, observaremos as pessoas diferentemente, pois entenderemos que tudo é visto através da atmosfera que criamos ao nosso redor e que cobre tudo o que visualizamos nos outros. No entanto, se virmos maldade e mesquinhez nas pessoas que encontramos, será bom olhar para dentro de nós para verificarmos se não é a atmosfera, através da qual olhamos, que nos faz ver dessa forma. Verifiquemos se não temos esses atributos indesejáveis dentro de nós, e depois procuremos expulsar esses nossos defeitos internos. O ser humano que é mal e mesquinho irradia essas características, e quem quer que ele encontre, parecer-lhe-á também maldoso, pois evocará nos outros exatamente as peculiaridades manifestadas em si, isso baseado no princípio de que a vibração de um diapasão tocado em certo tom fará vibrar outro de tom idêntico. Por outro lado, se cultivarmos uma atitude serena, livre de cobiça e que seja francamente honesta e prestativa, faremos com que as outras pessoas exteriorizem o melhor que há dentro delas. Portanto, conscientizemo-nos que só quando tivermos cultivado as melhores qualidades dentro de nós, é que poderemos esperar encontrá-las nos outros. Somos responsáveis pelos nossos pensamentos e somos, de fato, os protetores de nossos irmãos, pois de acordo com o que pensamos quando os encontramos, assim parecemos a eles e, em consequência, eles refletem a nossa atitude. Aplicando o princípio precedente, se quisermos conseguir ajuda para cultivar essas qualidades superiores, procuremos a companhia de pessoas que são realmente boas, pois seu estado mental será de grande auxílio ao suscitar-nos qualidades mais puras.

(Perg. 16 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O Corpo de Desejos está sujeito a doenças e necessita de alimento e reabastecimento?

Pergunta: O Corpo de Desejos está sujeito a doenças e necessita de alimento e reabastecimento?

Resposta: Em um certo sentido durante a vida terrena está; primeiro a doença se manifesta no Corpo de Desejos e Corpo Vital, cuja textura se torna mais tênue, pois não concentra o fluído vital na mesma proporção que o faz quando com saúde. Então, o Corpo Denso, o físico, fica doente. Quando ocorre a recuperação, os veículos superiores apresentam uma melhora antes que a manifestação de saúde se torne evidente no Mundo Físico.

Contudo, se o investigador está querendo saber a respeito das condições após a morte, o assunto é diferente. Embora uma pessoa possa ficar doente aqui, talvez acamada durante anos e incapaz de se movimentar, quando sucede a morte e ela sente a ausência do Corpo Denso, há imediatamente uma sensação de alívio, um sentimento de alegria acompanhado de uma sensação de leveza que lhe é incomum e, de repente, ela acorda e percebe que não está mais sentindo dor e é capaz de se movimentar. Se compreender as condições, também saberá que não é mais necessário que se alimente, pois, o veículo de desejos não precisa se reabastecer. No entanto, muitas pessoas não são conscientes do fato e, às vezes, nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo, notamos que eles participam de todos os movimentos de uma vida doméstica comum. Daí os relatos de alguns investigadores espiritualistas que encontram essas condições no Mundo invisível e isso também explica muito sobre o que George du Maurier relatou a respeito da vida de Peter Ibbetson e da Condessa de Towers em seu romance que leva o nome do herói[1]. Recomendamos a leitura desse livro por oferecer uma excelente ilustração de como é o funcionamento da Memória subconsciente, quando o herói trata da época da sua infância e das reais condições nas regiões inferiores do Mundo invisível, nas quais suas experiências com a Condessa são incluídas.

(Pergunta nº 10 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)


[1] N.T.: Acesse esse Livro aqui: Livro: Peter Ibbetson – George Du Maurier

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Getsemani de Cada Um de Nós

Imaginem um lugar bem antigo onde existia um moinho, pessoas que trabalhavam nele, os moeiros, onde existiam guardas que guardavam uma casa.

Lembra-te do teu Criador, nos dias da juventude, antes que cheguem os dias nefastos e se aproximem os anos dos quais dirás: ‘Não gosto deles! ‘

Antes que se obscureçam a luz do sol, a lua e as estrelas, e voltem às nuvens depois da chuva!

– Naquele dia os guardas da casa começarão a tremer, e os homens robustos a se encurvar; os moleiros, por serem poucos, cessarão de moer, e ficarão embaciados os que olham pelas janelas; as portas sobre a rua se fecharão, e diminuirá o ruído do moinho até tornar-se como o pipiar de um pássaro e extinguir-se o som das canções; haverá medo das alturas e sobressaltos no caminho plano; a amendoeira há de florescer, o gafanhoto engordar, e a alcaparra estalar; então o homem seguirá para a morada eterna, e pelas ruas andarão os carpidores – antes que se solte o fio de prata e se despedace a taça de ouro, quebre-se o cântaro na fonte e se parta a roldana da cisterna; o pó volte a terra, onde estava, e o espírito volte para Deus, seu autor”.

Os parágrafos precedentes podem ser encontrados no capítulo 12 do Livro do Eclesiastes, também conhecido como o “Poema sobre a velhice”.

Ele descreve a simplicidade de sentimentos e apegos que deve envolver esse período de nossa peregrinação nesse Mundo Físico e o seu fim, com a morte, com o término de mais uma peregrinação. Percebam o que envolve o ser humano nesse período: declínio da vida física: “antes que obscureçam a luz do Sol, a Lua e as Estrelas e voltem as nuvens depois da chuva!”.

O Corpo Denso, o físico, começa a fraquejar: “naquele dia os guardas da casa começarão a tremer, e os homens robustos a se encurvar, os moleiros, por serem poucos, cessarão de moer (os sistemas e os órgãos do nosso Corpo Denso), e ficarão embaciados os que olham pelas janelas (os nossos olhos), as portas sobre a rua se fecharão (o nosso cérebro) e diminuirá o ruído do moinho até tornar-se como o pipiar de um pássaro e extinguir-se o som das canções (diminui a importância das coisas externas e que estão ao nosso redor)”.
E o medo que a muitos aparecem nesse período: “haverá medo das alturas e sobressaltos no caminho plano (…) então o homem seguirá para a morada eterna e pelas ruas andarão os carpidores (chega o momento no qual as experiências que o Espírito pode adquirir em seu ambiente atual ficam esgotadas)”.

E, finalmente, a morte como destino final de mais uma passagem por esse Mundo Físico: “antes que se solte o fio de prata (rompimento do Cordão Prateado) e se despedace a taça de ouro (morte do Corpo Denso) (…) o pó volte a terra, onde estava, e o espírito volte para Deus, seu autor”.

Está aí a única certeza dessa vida: a Morte.

Nesse exato momento revemos todos os acontecimentos que ocorreram nessa última peregrinação. É o panorama dessa última existência.

O objetivo desse panorama é a gravação, no Corpo de Desejos, de tudo que aqui fizemos.

E como é feita essa gravação? Durante a nossa existência nesse Mundo Físico, tudo que fazemos é gravado num átomo que permanece durante toda essa nossa existência no coração, mais precisamente próximo a uma região conhecida como ápice, no ventrículo esquerdo do coração. Ele é conhecido como: Átomo-semente do Corpo Denso.

Ao contrário de todos os outros átomos do nosso Corpo Denso que são todos substituídos de 7 em 7 anos, esse Átomo-semente nunca é substituído.

Cada um de nós o carrega o que hoje conhecemos como o Átomo-semente do Corpo Denso, que ganhamos de seres muitos avançados – conhecidos, na Bíblia, como os Tronos e, na terminologia Rosacruz como Senhores da Chama – num passado longínquo conhecido como Período de Saturno.

Esse Átomo-semente é também conhecido como o Livro dos Anjos do Destino, devido a possuir todos os registros dessa nossa existência aqui na Terra e que, devidamente gravados e assimilados, nos ajudarão, posteriormente, junto com os Anjos do Destino, a escolhermos o próximo destino que gostaríamos (e necessitaremos) de viver nas próximas vidas.

Esses registros compõem a Memória Supraconsciente de cada um de nós. Aquela Memória que se encarrega de gravar tudo aquilo que vemos e percebemos ou não. Aquela nossa Memória que parece com uma foto de uma máquina fotográfica. Não importa se na cena que estamos tirando tal foto observamos cada detalhe. A foto terá todos esses detalhes.

Portanto, essa Memória é muito mais completa do que aquela que costumeiramente utilizamos e que conhecemos como Memória Consciente, aquela que utilizamos para ver o que queremos ver e, portanto, lembrar daquilo que nós queremos lembrar.

Está aqui a importância do exercício da observação dado no Conceito Rosacruz do Cosmos. A sua prática melhora sensivelmente a Memória Consciente de modo que aprendemos a ver muito mais do que queremos ver e a lembrar muito mais do que queremos lembrar.

A assimilação da diferença desses dois tipos de Memória que cada um de nós temos, faz-nos entender porque Cristo disse que: “temos olhos, mas não vemos”.

Portanto, as cenas, com seus sentimentos, suas peculiaridades e todos os seus milhões de detalhes, chegam até a esse Átomo-semente por meio do ar, carregado de Éter, que respiramos e, após passar pelos pulmões, chega ao coração através do sangue.

Então, a qualquer momento, temos nesse Átomo-semente do Corpo Denso, todo o panorama dessa última existência até esse instante.

É a gravação desse panorama no Corpo de Desejos que nos dará material para assimilarmos, na nossa passagem nos Mundos Suprafísicos, tudo que aprendemos aqui nessa nossa peregrinação pelo Mundo Físico.

Este momento é de extrema importância para a nossa vida post-mortem. Desta revisão depende toda a nossa existência desde a morte até o nosso novo nascimento.

A duração desse panorama varia de pessoa para pessoa, ou melhor, varia de acordo com a saúde e a força do Corpo Vital. Por exemplo, se o Corpo Vital se encontrar extenuado devido a uma longa enfermidade antes da morte do Corpo Denso, então o panorama pode ter uma duração mais curta.

Outro exemplo de curta duração desse panorama é para aqueles aspirantes à vida superior que fazem sincera e diariamente o Exercício de Retrospecção, todas as noites como indicado no livro O Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel.

Por isso que é importantíssimo durante até 3 dias e meio, após o falecimento, deixarmos a pessoa que acabou de morrer num ambiente sem nenhuma perturbação exterior, sem nenhuma comoção (como por exemplo: choro, lamentações, histerias), num ambiente onde reine a quietude, a paz e a oração.

A atitude correta e que muito ajudará o espírito que acaba de partir, deve ser animadora, esperançosa e encorajadora. O sentimento egoísta de perda deve ser controlado para que o Espírito que acaba de partir seja encorajado a seguir nessa nova jornada.

Ao invés de pensar nesse momento: “O que farei agora sem essa pessoa que perdi? Não sei viver sem ela”, devemos pensar assim: “Torço para que essa pessoa esteja ciente das novas condições que a cercam e consiga desprender-se de tudo isso que a rodeia, desse Corpo Denso que já não mais lhe serve, sem se preocupar por nos ter deixado”.

Afinal a morte não existe. Ou será que o que entendemos por morte não é um novo nascimento nos Mundos Suprafísicos? Como, do mesmo modo, o que entendemos por nascimento é uma nova morte nos Mundos Suprafísicos.

Porque no momento do desprendimento do Espírito de seu Corpo Denso e da revisão dessa sua última existência na Terra, ele está passando o seu Getsemani, que nos fala a Bíblia no Evangelho Segundo São Mateus 26:36-46, e aqui, nesse momento, cada um nós necessita de todo o auxílio que possam nos prestar.

Devemos entender que no momento da morte, a colheita está começando; semeamos a via inteira e colhemos o fruto ao chegar à morte.

O valor de toda essa existência que está prestes a terminar depende grandemente das condições que prevaleçam em torno do corpo.

Durante até os três dias e meio que compõe a passagem do panorama, o Ser Humano sentirá qualquer intervenção no seu Corpo Denso, além de atrapalhar a perfeita assimilação da contemplação desse panorama.

Assim, a cremação, as autópsias, o embalsamento ou qualquer outra intervenção no Corpo Denso durante esses até três dias e meio, não só perturbam mentalmente o espírito que se vai como podem até mesmo causar certa quantidade de dor, porque ainda existe uma ligeira conexão entre ele e o veículo físico abandonado.

Só após ocorrer a revisão desse panorama em sua totalidade é que se rompe o Cordão Prateado, aquele que liga o Átomo-semente do Corpo de Desejos, situado no grande vórtice na posição referida do fígado, ao Átomo-semente do Corpo Denso, situado na posição referida do coração, e que juntos se unem com o Átomo-semente do Corpo Vital, situado na posição referida do Plexo Celíaco.

Aquele que liga os nossos três Corpos e que serve de conexão entre eles durante toda a nossa vida.

Aquele que nos mantém conectados ao nosso Corpo Denso quando, à noite, saímos do nosso Corpo Denso, levando conosco nossos Corpos Suprafísicos.

Portanto, o Cordão Prateado só se rompe após a contemplação de todo o panorama. E isso pode durar até 3 dias e meio após o acontecimento que conhecemos por Morte.

Após o rompimento do Cordão Prateado deixamos o nosso Corpo Denso, levando conosco: o Átomo-semente desse Corpo Denso (ou seja, a quintessência de tudo que o Corpo Denso é), o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente.

A partir desse momento esse Corpo Denso começa a voltar de onde ele foi formado, ou seja, como diz no poema: o pó volte a terra, onde estava.

Portanto, o rompimento do Cordão Prateado determina o fim de mais uma existência no Mundo Físico. E não há nada que o possa restabelecer.

Este panorama é iniciado primeiro por aquilo que acabou de acontecer assim que demos o último alento e assim por diante até chegarmos ao primeiro alento, a primeira respiração que inalamos, quando nascemos nesse Mundo Físico mais uma vez.

Dessa forma gravamos primeiro os efeitos dos nossos atos e depois as causas. Desse modo fica mais fácil, num passo posterior da nossa existência nos Mundos Suprafísicos, entendermos porque cada efeito foi provocado por determinada causa.

Nesse panorama vão passando os acontecimentos e podemos perceber tudo o que fizemos, tudo aquilo que fizemos aos outros, todas as angústias, todas as gratidões, todas as alegrias, todas as tristezas, todas as maldades, todas as bondades, todas as ações, todas as omissões.

Aqui no momento desse panorama temos o primeiro vislumbre que nos dá a certeza de que a finalidade dessa vida é tão somente obter experiências, mostrando que cada vida tem algum fruto a ser colhido.

No momento desse panorama temos o primeiro vislumbre da dificuldade que tivemos ao educar nosso Corpo Denso durante os anos da infância com toda a falta de habilidade; da dificuldade em controlar o Corpo de Desejos no período ardente e impulsivo da juventude, até chegarmos a maturidade, quando então pudemos utilizar verdadeiramente esses veículos para o uso espiritual.

E ainda aqui na maturidade, quantos não percebem essa oportunidade, quantos não conseguem considerar o lado sério dessa existência, e quantos nem começam realmente aprender as lições que determinam o crescimento da nossa alma, quantos passam pela maturidade sem perceber a quantidade enorme de oportunidades que perdem.

E quando percebem é porque estão sofrendo fisicamente, porque seu Corpo Denso já não obedece mais, porque já está definhando, esperando a morte chegar.

Por isso que na nossa presente existência na Terra, devemos viver intensamente, dando-nos tempo de satisfazer todas as nossas ambições ou comprovar sua futilidade, de cumprir todos os nossos deveres, de aprendermos as lições que escolhemos aprender.

Por isso que é imprescindível tentarmos viver uma vida longa e da maneira mais intensa possível.

Cuidarmos muito bem do nosso Corpo Denso, instrumento maravilhoso de aprendizagem nesse Mundo Físico.

Que satisfação terminarmos mais uma existência nesse Mundo Físico com a certeza do dever cumprido!

QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que é Ser um Aspirante a Vida Superior

O que é Ser um Aspirante a Vida Superior

O Aspirante à vida superior é aquele que tomou consciência da sua responsabilidade no plano de Deus e deseja participar dele. Para isso busca, por meio do estudo, alcançar a vida superior.

Chega um momento, porém, em que sente a necessidade de dedicar-se mais. Até aqui, por meio do estudo desperta o interesse e cumpre os mandamentos de Deus. Tal qual o jovem rico na parábola dada por Cristo Jesus: “Disse-lhe o jovem: ‘Tenho observado tudo isto desde a minha infância. Que me falta ainda? ’”. Respondeu Cristo Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dê aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me”. “Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens.” (Mt 19:20-22)

Muitos chegam até este ponto: obedecem aos mandamentos de Deus. Entretanto, o verdadeiro Aspirante à vida superior busca algo mais. Quer se livrar da escravidão que as posses terrestres lhe impõem. Quer que sua vida seja dedicada ao serviço amoroso e desinteressado aos outros.

A partir desse momento, passa a considerar tudo que possui no plano material como instrumento para o bem. Vive como propõe João na sua primeira Epístola: “não ameis o mundo, nem as casas do mundo, se alguém ama o mundo não está nele o amor do Pai.” (Jo 1:2-15).

Começa aprender a servir e compreende que a sua tarefa é aproveitar as oportunidades dadas por Deus, cultivá-las e transformá-las em poder anímico, poder da alma, que a cria e a alimenta. Aqui há um grande problema: a PRESSA. Quando decidimos caminhar em direção ao desenvolvimento espiritual estamos cheios de ânimo e não vemos a hora de alcançar a meta.

Tornamo-nos inquietos e chegamos até a agir precipitadamente. Só que não entendemos que é justamente essa atitude de inquietação e precipitação que frustra o que queremos alcançar. A natureza não dá saltos. O desenvolvimento é gradual, lento, mas seguro.

A falta de entusiasmo que sentimos e que faz parecer que em nada temos progredido é o resultado dessa discordância. O segredo está em compreender, ou tomar consciência da grande dificuldade que é mudar os nossos hábitos. É preciso muito esforço e muito tempo para formar novos e melhores hábitos no Corpo Vital.

Entretanto, uma vez formado um bom hábito, torna-se fácil praticá-lo. Contudo, para mantê-lo assim, devemos agir sempre com intensidade, firmeza e tranquilidade. Lembre-se que o que desenvolve o Corpo Vital é a repetição de coisas boas. As experiências repetidas nele criam a memória. E nesse sentido temos que ser persistentes e persistentes. “Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram” (Mt 7: 14).

Quando o Aspirante chega ao ponto de tomar a consciência da importância da consagração da sua vida ao serviço, ele compreende quão importante é isso, pois conhecer as leis de Deus e os mistérios da natureza é muito bom. Contudo, se não temos essa consciência de consagrar nossa vida ao serviço, nada vale o talento, a habilidade, a benevolência ou qualquer outra coisa. É isso que consegue por meio do domínio próprio. É assim que nos qualificamos para orientar os outros. Nesse ponto, o Aspirante que acha que não tem talento, não tem nenhuma habilidade para escrever ou para falar, mas que leva uma vida justa, consagrada ao serviço, cheia de ações de amor, vale mais do que o melhor orador que vive uma vida sem esforços, sem atos. Como lemos em IJo 3:18: “Não ameis de palavra nem de língua, mas por obras e em verdade”.

A persistência é fundamental nesse processo. Temos que ser persistentes em transformar nossos maus hábitos em bons hábitos. Transformar nossas habilidades em atos. Para isso precisamos fazer o que disse São Paulo: “Eu morro todos os dias”. Morrer diariamente para as coisas velhas – os maus hábitos, os vícios – de modo que as coisas novas possam ter espaço e disposição para crescer – os bons hábitos, as virtudes. Como disse Goethe, o poeta Iniciado: “Quem não experimenta morrer e nascer para vida, sem interrupção, sempre será um hóspede triste sobre essa terra infeliz”.

Nesse sentido muito nos ajuda o exercício de Retrospecção. É ele que nos faz morrer para as coisas que fizemos no dia anterior, deixando espaço e disposição para as coisas que faremos no dia seguinte. Ele é o nosso “Purgatório” e “Primeiro Céu” diários. É por meio dele que compreendemos os erros nos nossos hábitos e nos determinamos a eliminá-los ou a desfazer o mal feito. E, também, que aprovamos impessoalmente o bem praticado, determinando-nos a agir melhor. Com isso, fortificamos o bem pela aprovação e debilitamos o mal pela reprovação. Daqui notamos que o arrependimento e a reforma íntima são fatores poderosos na vida do verdadeiro Aspirante a vida superior. Praticando-os aprendemos a virtude da humildade e da esperança e, ainda, aprendemos o discernimento e a disposição em agir, pois ficamos desejosos em corrigir o mal feito.

A natureza jamais desperdiça esforços em processos inúteis. Uma vez aprendida a lição, o ensino será suspenso. Estaremos prontos para novas conquistas. Portanto, quem determina o compasso do nosso desenvolvimento somos nós mesmos. Tomemos cuidado com a impaciência e a ansiedade. Elas são manifestações da parte inferior do nosso Corpo de Desejos que sempre aspira por novidade, emoção, paixão… Porque queremos novos conhecimentos, se nem aquilo que aprendemos, praticamos?

Se, muitas vezes, não nos damos o trabalho nem de pesquisar, nem de meditar? Queremos tudo pronto e acabado. Queremos evoluir por meio de esquemas pré-estabelecidos ou formulas mágicas, como se existisse uma receita de bolo para o desenvolvimento oculto, para o conhecimento direto. Como disse Max Heindel (no livro O Conceito Rosacruz do Cosmos): “Nada realmente valioso obtém sem esforço. Nunca será demasiado repetir que não existem coisas como os ‘dons’ e a sorte. Tudo que possuímos é resultado de esforço. O que falta a um em comparação com outro está latente em si mesmo e pode ser desenvolvido quando se empregam os meios apropriados”. E todo o Aspirante ao conhecimento direto aos mistérios ocultos da natureza deve possuir um desejo intenso de adquirir esse conhecimento, lutar por ele e excluir de sua vida qualquer outro objetivo. Porém, deve ser acompanhado sempre por um desejo igualmente intenso de ajudar a humanidade, de um esquecimento de si próprio, e trabalhar para bem dos outros! Deve dar provas de desinteresse.

O conhecimento, por si só, resulta somente em intelectualidade. E intelectualidade compartilha a natureza da espiritualidade. Como diz um amigo nosso: “Há muitos intelectuais, ou que se julgam intelectuais, que nem começaram a soletrar o alfabeto divino”. Por outro lado, a experiência sem o conhecimento que a explique torna-se difícil de ser aproveitada.

A experiência ajuda-nos a melhorar, a aprimorar nossos veículos: o Corpo Denso, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente. É por meio dela que desenvolvemos a vontade. E essa é a força com a qual aplicamos o resultado da experiência. E é a vontade que nos faz ser persistentes e que nos ajuda a entender que: não importa o quanto falhamos, o que importa é que nunca deixemos de tentar. Pois não são os resultados, mas a sinceridade e a intensidade do nosso esforço o que conta. Daqui tiramos que o importante é fazer.

Tentar fazer o melhor que pudermos, mas fazer, não deixar de fazer. Não ter medo ou deixar de fazer algo por medo. Se quisermos aprender, temos que tentar. Mil vezes errar porque tentamos, do que por nossa omissão. O Aspirante a vida superior está sempre disposto em fazer algo, em ajudar, em servir. Ele não tem dias livres, nem de folga, nem feriados, nem férias, nem horário específico. E ainda, faz suas obras em segredo, sem propagandas ou pretensão de promoção. Contudo, sim, no completo anonimato, como disse São Mateus, no seu Evangelho, no cap. 6 vers. 1 a 3: “Guardai-nos de fazer vossas boas obras diante dos homens para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está no céu. Quando, pois, dá esmola, não toques a trombeta diante de ti (…) que a tua mão esquerda não saiba o que fez a direita”. Jesus Cristo disse que “o céu deve ser tornado de assalto”! Ou seja, que para alcançá-lo devemos ser determinados, decididos. Devemos estar sempre prontos a agir. Como diz São João no Apocalipse: “Não és frio nem quente, oxalá fosses frio ou quente, mas, como és morno, vou vomitar-te” (Apo 3:15-16). Não devemos ser mornos, mas sim quentes ou frios.

Do mesmo modo que a alma morre de fome se só a alimentamos com livros, com conhecimento, também morrerá se ficarmos sempre em cima do muro com medo de tomar partido por não querer magoar tal pessoa, ou correr o risco de perder tal amizade, ou por achar que não temos nada a ver com isso, ou por achar que não temos nada a dizer. Ficar de bem com todos não é ser “bonzinho” indiscriminadamente.

O Aspirante mostra coragem e exemplifica os ensinamentos nessas horas difíceis ou coloca em prova a sua determinação. Quanto maior é o pecador maior é o santo. Portanto, do ponto de vista espiritual, é preferível uma vida de erros, de atitudes erradas, mas cheia de obras, do que uma vida sem ações, enclausurada e restrita em obter conhecimentos só e em cima dos outros. O mundo necessita de seres de ação e não só de sonhadores. Quando decidimos ser Aspirante a vida superior, as pessoas ao nosso redor se voltam a nos observar! Não somos julgados pelos ensinamentos que pregamos, mas pela vida que levamos.

Exemplificaremos nossas vidas com obras do bem, intensificando nossa vigília sobre como vivemos, vivenciando os ensinamentos cristãos Rosacruzes (já que se estamos na Fraternidade Rosacruz, foi esse o método que escolhemos para se tornar um verdadeiro Aspirante à vida superior), obtendo experiências mais pela observação do que pela dor, praticando nossos exercícios – conforme fornecidos pela Fraternidade Rosacruz – sempre com mais intensidade e amor; esforçando-nos para sermos sempre maiores servidores e, assim, tornar mais conscientes nossas vidas do plano evolutivo que Deus, nosso Pai e criador elaborou para efetivarmos, de fato, a Sua imagem e semelhança.

QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Decisão para Caminhar com o Bem ou com o Mal

Estudantes místicos e ocultistas geralmente relatam histórias que soam parecerem falsas para aqueles que não estão familiarizados com a ampla gama de trabalhos realizados pelos Auxiliares Invisíveis. As histórias descritas a seguir ilustram alguns destes trabalhos e, também mostram como são fornecidas provas para os Estudantes sobre a veracidade dos ensinamentos ocultos e místicos.

Certo dia, um Estudante de ocultismo foi jantar num refeitório, escolheu seu prato e sentou-se à sua habitual mesa. Por meio do pensamento, uma amiga lhe chamou, perguntando se ele gostaria de presenciar um fato incomum. Ela deixou claro que se caso aceitasse, ele não teria tempo para jantar.

“Sim, eu gostaria de ver o que você tem para me mostrar”, ele disse. “Eu posso comer outra coisa em outra hora”.

Então, esta amiga, que é uma Irmã Leiga[i], mostrou-lhe uma jovem mulher que era apresentadora e dançarina em um cabaré. Naquela noite, não estava no trabalho porque pegou uma pneumonia que a afastou do trabalho por uma semana. Nesta condição, ela tinha muito tempo para pensar, enquanto ficava deitada em sua cama. Durante esse tempo enferma e de cama, esta jovem saiu de seu corpo e contemplou seu futuro. Ela se viu numa bifurcação de caminhos. Ela tinha que decidir qual caminho tomaria. Não tinha qualquer consciência da presença de seu Anjo, que estava em pé, atrás dela. Também estava inconsciente da presença de uma forma maléfica de um corpo, criado por seus próprios maus pensamentos e que estava em pé a sua esquerda. Igualmente, não tinha consciência da presença do seu Anjo da Guarda, formado pelos seus bons pensamentos, que ficava a sua direita. Estes três estavam esperando sua decisão.

Então, a jovem mulher foi, lentamente, caminhando para a estrada do reto viver, deixando o caminho da perdição para trás. Após ter caminhado uns três metros além da bifurcação, o Anjo da Guarda envolveu-a e, seu Anjo, um ser da onda de vida Angélica, derramou seus raios luminosos sobre ela. Neste momento, a forma maléfica de pensamento se virou e desapareceu. Em seguida, a jovem retornou para o seu Corpo, entrando pela cabeça, e acordou. Ela pulou da cama e chamou sua mãe, contando que tinha morrido, que havia visto sua vida e para onde sua vida estava sendo levada e, ainda, que tinha decidido viver uma vida melhor. Então, perguntou para sua mãe o que ela deveria fazer. Sua mãe era uma mãe de família típica da sociedade, apreciadora de uma vida boa e não sabia o que dizer para ela. “Espere até ficar boa, pois você pode mudar de ideia”, disse a mãe.

A Irmã Leiga, que estava mostrando todos estes acontecimentos para o Estudante, lhe disse que enviaria um Auxiliar para esta jovem moça, a fim de lhe instruir sobre o que ela deveria fazer. Esta jovem pertencia a uma família de bem e acabou indo para um cabaré pelo prazer que aquele ambiente lhe proporcionava.

O aspirante teve que deixar seu jantar sem poder tocá-lo, mas sentiu-se mais do que retribuído, pois ele pode presenciar uma visão maravilhosa. Você pode imaginar que visão maravilhosa poder ver uma garota em seu Corpo de Desejos acompanhada pelo seu Anjo da Guarda, composto pelas boas forma-pensamentos que jovem tinha criado, e ver um Anjo verdadeiro com sua ampla aura composta de cores delicadas e brilhantes?

A forma maléfica de pensamento era realmente seu Corpo de Pecado. Esse Corpo de Pecado é composto por um Corpo Vital e por um Corpo de Desejos, e possui uma consciência individual que é muito impressionante. Ele não pode raciocinar, mas há uma pequena astúcia presente nele que lhe faz parecer como se, na verdade, fosse dotado de um ego interno, e essa astúcia o permite viver uma vida separada, após a morte do Corpo Denso do Ego que o fez. Quando este Espírito retorna a terra, este Corpo de Pecado é, naturalmente, atraído para ele e normalmente permanece com ele por toda a nova vida como um demônio.

(I.H. – AMBER M. TUTTLE)

[i] Irmão Leigo ou Irmã Leiga– Vivem em diferentes partes do mundo ocidental e receberam uma ou mais Iniciações de Mistérios Menores. Ou seja, depois de realizar a 1ª Iniciação Menor, torna-se Irmão Leigo da Ordem Rosacruz. Assim, a evolução dos Irmãos Leigos (ou Irmãs Leigas) é feita através de várias Iniciações Menores. São capazes de abandonar seu Corpo Físico conscientemente, assistir aos serviços e participar nos trabalhos espirituais no Templo da Ordem Rosacruz, junto aos Irmãos Maiores. Portanto: o Irmão Leigo ou Irmã Leiga percorre um caminho de nove graus com sessões no Templo Rosacruz à meia-noite, cada dia da semana para cada grau do primeiro ao sétimo, sendo as reuniões do oitavo e nono graus realizadas nos Equinócios. Também podem abandonar o corpo físico para diversas missões de serviço altruísta, amoroso e desinteressado. A última iniciação de um Irmão Leigo ou Irmã Leiga, nesta fase, é a 9ª Iniciação Menor. Esta é a última Iniciação disponibilizada pela Escola de Mistérios Menores da Ordem Rosacruz. A partir deste momento, o Irmão Leigo ou Irmã Leiga está preparado para tornar-se um Adepto.

Idiomas